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FACULDADE DE DIREITO
Licenciatura em Direito
2º Ano
Código: 11220350
FACULDADE DE DIREITO
Licenciatura em Direito
2º Ano
Código: 11220350
1. Introdução ........................................................................................................................... 1
2.10. Contrato por prazo determinado e contrato por prazo indeterminado .......................... 8
3. Conclusão............................................................................................................................. 13
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2. Referencial Teórico
2.1. Conceito
Contrato é o acordo de vontades que faz nascerem obrigações. É a fonte por excelência das
obrigações no direito.
O contrato é um negócio jurídico, em regra, bilateral, e tem como objetivo criar, modificar ou
extinguir direito entre duas partes.
Os contratos são classificados em função das obrigações que originam, de como são
formados, dos requisitos específicos e particulares e das prestações que geram para as partes
contratantes.
Dentro da teoria dos negócios jurídicos, é tradicional a distinção entre os atos unilaterais e os
bilaterais. Aqueles se aperfeiçoam pela manifestação da vontade de uma das partes, enquanto
estes dependem da coincidência de dois ou mais consentimentos. Os negócios bilaterais, isto
é, os que decorrem de acordo de mais de uma vontade, são os contratos. Portanto, o contrato
representa uma espécie do gênero negócio jurídico. E a diferença específica entre ambos
consiste na circunstância de o aperfeiçoamento do contrato depender da conjunção da
vontade de duas ou mais partes.
Por conseguinte, cada vez que a formação do negócio jurídico depender da conjunção de duas
vontades encontramo-nos na presença de um contrato, que é, pois, o acordo de duas ou mais
vontades, em vista de produzir efeitos jurídicos.
Em face de tal conceito, o âmbito do contrato não se circunscreve apenas ao Direito das
Obrigações, estendendo-se aos outros ramos do direito privado e mesmo ao direito público.
Todavia, embora não se possa negar o aspecto contratual de muitas relações jurídicas que se
estabelecem mediante o acordo de vontades e fora do terreno patrimonial, uma parte
considerável da doutrina procura limitar o conceito de contrato, em sentido estrito, aos ajustes
que constituam, regulem ou extingam relações patrimoniais.
2.3. Função social do contrato
O contrato exerce uma função e apresenta um conteúdo constante: o de ser o centro da vida
dos negócios. É o instrumento prático que realiza o mister de harmonizar interesses não
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coincidentes. Defluindo da vontade das partes, ele só se aperfeiçoa quando, pela transigência
de cada um, alcançam os contratantes um acordo satisfatório a ambos.
Tal vínculo se impõe aos contratantes, que, em tese, só o podem desatar pela concordância de
todos os interessados. E o descumprimento da avença por qualquer da parte, afora os casos
permitidos em lei, sujeita o inadimplente à reparação das perdas e danos (CC, art. 389).
Com efeito, é a lei que torna obrigatório o cumprimento do contrato. E o faz compelir aquele
que livremente se vinculou a manter sua promessa, procurando, desse modo, assegurar as
relações assim estabelecidas.
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O contrato se aperfeiçoa pela coincidência de duas ou mais manifestações unilaterais da
vontade. Se estas se externarem livre e conscientemente e se foram obedecidas as prescrições
legais, a lei as faz obrigatórias, impondo a reparação das perdas e danos para a hipótese de
inadimplemento.
No que tange à capacidade jurídica de contratar, a regra geral prevista no art. 104 do Cód.
Civil. menciona que para a validade do negócio jurídico requer-se agente capaz, objeto lícito
possível, determinado ou determinável e forma prescrita e não defesa em lei.
Observe-se que a incapacidade absoluta atinge menores de 16 anos, pessoas que em razão de
enfermidades possam estar privadas de seu discernimento e da possibilidade de exprimirem
sua vontade.
A classificação de contratos, que ora se propõe, está lastreada em grande parte na Professora
Maria Helena Diniz (2006: 112).
Por contratos solenes deve se entender aqueles em que a lei exige como requisito de
validade uma forma especial. Por isso são também chamados de contratos formais.
Exemplos: compra e venda, doação, permuta de bem imóvel, pois dependem de escritura
pública. Outros exemplos: penhor, seguro, fiança exigem a forma escrita, portanto, também
são contratos solenes. Em todos os casos, a violação da forma gera nulidade do contrato.
Por contratos não solenes deve se entender aqueles que se formam pelo simples acordo de
vontades, independentemente de forma especial. Por isso são chamados de contratos
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informais ou não formais. Exemplos: locação, comodato, parceria, etc. Nesses casos,
qualquer forma é válida, inclusive a verbal e a tácita. Nada obsta, porém, que as partes
promovam estes contratos estipulando que os mesmos não valerão sem instrumento público,
conforme preceitua o art. 109, CC. Em tal situação, o instrumento público passa a ser da
substância do negócio jurídico, figurando, portanto, como requisito de validade do acto.
b) Consensuais e Reais.
Os contratos reais são os que se formam somente com a entrega da coisa. Exemplo: depósito,
mandato, comodato, etc. Nesses contratos o acordo de vontades é insuficiente para o
aperfeiçoamento do negócio, valendo, tão somente, como contrato preliminar.
Unilaterais criam obrigações unicamente para uma das partes. Ex: doação pura, mútuo,
comodato, mandato, fiança.
Prestação a cargo de uma só parte, mesmo envolvendo duas partes e duas declarações de
vontade.
Bilaterais geram obrigações para ambos os contratantes. Ex: compra e venda locação,
contrato de transporte.
Basta que as prestações principais tenham esse nexo de reciprocidade, podendo haver
prestações acessórias ou deveres de conduta apenas de uma das partes.
Nestes, pode uma das partes recusar-se à prestação que lhe incumbe se, depois de concluído o
contrato, sobrevier à outra contratante diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer
ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou.
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Plurilaterais contêm mais de duas partes. Há várias partes, como ocorre no contrato de
sociedade, em que cada sócio é uma parte. Rotatividade dos membros. Principal
característica: mediante sua realização, as partes perseguem um fim comum. Exclusão do rol
dos contratos por ser na verdade um ato coletivo e haver a ausência do elemento
‘consentimento’.
A classificação em unilateral e bilateral é feita sob o prisma dos efeitos dos contratos e não
sob o da formação.
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Gomes (2001, p. 78) ensina que:
O contrato acessório, porém, pode exercer certa influência sobre o principal, como no caso do
credor que pode pedir imediato pagamento, se perece ou se deteriora a coisa dada em
garantia. Ainda, segundo o autor, há diferentes formas de contratos acessórios: os
preparatórios (mandato), os integrativos (aceitação do terceiro beneficiário na estipulação em
seu favor), e os complementares (adesão a um contrato aberto).
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Tais contratos podem ser de execução diferida, como ocorre no contrato de compra e venda,
quando as partes estipulam data posterior à formação do contrato para ser realizado o
pagamento. Os contratos de duração ou de trato sucessivo são os que se protraem no tempo,
caracterizando-se pela prática ou abstenção de atos reiterados, solvendo-se num espaço mais
ou menos longo de tempo. Por exemplo: o contrato de compra e venda em prestações; na
locação; na prestação de serviços; no fornecimento de mercadoria.
No que diz respeito ao tempo de duração do contrato, ele pode ser por prazo determinado e
por prazo indeterminado. Quando as partes estipulam prazo certo, uma data para terminar a
vigência do contrato, será por prazo determinado. E será por prazo indeterminado quando as
partes não fixarem uma data ou prazo para seu término.
Venosa (2003a, p. 417) aduz que “[...] consequência importante da distinção diz respeito à
necessidade de dar notícia à outra parte da intenção do contratante em terminar a vigência da
avença nos contratos por prazo indeterminado”.
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2.11. Contratos consensuais e contratos reais
É na doutrina de Diez-Picazo (1996, p. 140), que se pode encontrar essa classificação dos
contratos em obrigatórios e reais.
Da mesma forma que existe contrato acessório a um principal, como é o caso da fiança, há
também contratos que são derivados de um principal. Existe um contrato base do qual surge o
derivado, denominado, ainda, de subcontrato.
“No subcontrato, uma das partes do contrato-base participa do outro, tendo em vista sua
posição originária na primeira avença” (VENOSA, 2003b, p. 424).
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Como ninguém pode transferir mais direito do que tem, o contrato derivado restringe-se ao
contrato-base, mas ambos coexistem. Apenas ocorre uma das partes do contrato principal que
será, também, parte no subcontrato. É o que ocorre na sublocação, na subempreita, no
submandato, no subcomodato. Em cada um dos contratos, base e derivado, só há duas partes.
São contratos separados, mas não independentes, pois têm o mesmo objeto. Por fim, a
subcontratação poderá ser proibida pela lei ou pela vontade das partes, e, se houver
desobediência, será motivo para a rescisão do contrato-base. Quanto ao autocontrato, é sabido
que se faz necessária a concorrência de duas vontades, para que se constitua um contrato.
Ocorre que “[...] nas situações em que o representante conclui ele mesmo o contrato por si e
pelo representado, existe uma configuração formal de ‘autocontrato’”, ensina Venosa (2003b,
p. 427).
O que ocorre no autocontrato é que há uma manifestação de vontade prévia de uma das
partes, configurada num instrumento de representação (procuração), mas no momento da
formação do contrato, juntamente com a vontade da outra parte, ambas se consolidam em
uma só pessoa. Não se trata de um “contrato consigo mesmo”, ou seja, uma pessoa que
contrata com ela própria, mas essa pessoa expressa sua vontade e representa a vontade da
outra parte, em condições excepcionais e definidas.
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proteção, uniformização e agilidade nas relações contratuais, outras figuras apareceram, tais
como: o contrato-tipo; o contrato coativo; e o contrato dirigido ou regulamentado.
O legislador preocupou-se em estabelecer regras específicas aos contratos bilaterais, que não
atingem os unilaterais, como dispõem os Arts. 472. Assim também, no mesmo sentido os
Arts. 473, 474, 475, 476, 477, 478, 479, 480, entre outros. Daí a importância em se saber se
determinado contrato é unilateral ou bilateral, de acordo com a carga obrigacional das partes,
para considerar a possibilidade de aplicação dos dispositivos acima citados ou não. Dessa
forma, aos contratos bilaterais aplica-se o disposto quanto ao distrato e à cláusula resolutiva.
O contrato poderá ser rescindido unilateralmente ou por ambas as partes, mas a parte que não
deu causa ao descumprimento pode pedir o desfazimento judicial do contrato (cláusula
resolutiva implícita ou tácita).
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Pode ocorrer, ainda, nos contratos de obrigações sucessivas, que a parte que deve cumprir a
obrigação inicial, se recuse a fazê-lo até que a outra satisfaça a que lhe compete ou dê
garantia bastante para tal; isso se, após concluído o contrato, sobrevier ao contratante
diminuição em seu patrimônio que torne duvidosa a prestação pela qual se obrigou. (Art. 477
CC). São casos de exceção (defesa) do contrato não cumprido, na forma total e parcial. Na
primeira incumbe a prova ao contratante que não cumpriu a obrigação (Art. 476 CC); na
segunda o ônus da prova recai na pessoa que invoca a exceção, pois é presumido regular o
pagamento aceito (Art. 477 CC). A exceção do contrato não cumprido pode ser renunciada
por uma ou ambas as partes, e não poderá ser arguida. Mas, esses casos são cuidadosamente
analisados pelo julgador, posto que pode haver situações de abuso e má-fé, além da proteção
oferecida pelo Código de Defesa do Consumidor. Deve ser, portanto, evitada a renúncia.
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3. Conclusão
O presente estudo deverá ter sequência para analisar outras classificações dos contratos,
completando (tornando mais abrangente) as possibilidades de classificação, abordando: os
Contratos Principais e os Contratos Acessórios; Contratos Pessoais e Contratos Impessoais;
Contratos Instantâneos e Contratos de Execução Continuada; Contratos por Tempo
Determinado e Contratos por Tempo Indeterminado; Contratos Consensuais e Contratos
Reais; Contratos Obrigacionais e Contratos Reais; Contratos Formais, Não Formais, Solenes
e Não Solenes; Contratos Individuais, Coletivos e Normativos; Contratos Causais e Contratos
Abstratos; Contratos Civis e Contratos Mercantis; Contratos Preliminares e Contratos
Definitivos; Subcontrato e Autocontrato; as Novas Manifestações Contratuais (Contrato-
Tipo; Contrato Coativo; Contrato Dirigido ou Regulamentado) e, por fim, os contratos
relativamente ao seu objeto.
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4.Referencias bibliográficas
Azevedo Á. V.(2002). Teoria Geral dos Contratos Típicos e Atípicos. São Paulo: Atlas.
Beviláqua, C.(1979). Código civil dos Estados Unidos do Brasil comentado. Rio de Janeiro:
Rio. (Edição Histórica, v. 1-2)
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