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MANUAL DO CURSO DE LICENCIATURA EM

GESTÃO AMBIENTAL

Manual de Gestão de Petroleo e gás Natural

2022

i
Direitos de autor (copyright)

Este manual é proprioridadeda Universidade Aberta ISCED (UnISCED), e contêm reservados


todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total deste manual, sob
quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrónicos, mecânico, gravação, fotocópia ou
outros), sem permissão expressa de entidade editora (Universidade Aberta ISCED(UnISCED).
A não observância do acima estipulado o infrator é passível a aplicação de processos judiciais
em vigor no País.

Universidade Aberta ISCED (UnISCED)


Vice-reitoria Académica
Rua Paiva Couceiro, Macuti
Beira - Moçambique
Telefone: +258 23 323501
Cel: +258 82 3055839

Fax: 23323501
E-mail:isced@isced.ac.mz
Website:www.isced.ac.mz

ii
Agradecimentos

A Universidade Aberta ISCED (UnISCED) agradece a colaboração dos seguintes indivíduos e


instituições na elaboração deste manual:

Autor Dr. Alberto Arnaldo Boane

Coordenação Vice-reitoria Académica da UnISCED

Design Universidade Aberta ISCED (UnISCED)

Financiamento e Logística Instituto Africano de Promoção da Educação a Distancia


(IAPED)

Dra. Teresa Saugina Arnaldo Rungo


Revisão Científica

Revisão Linguística
2017
Ano de Publicação
Universidade Aberta ISCED – BEIRA
Local de Publicação

iii
Indice
VISÃO GERAL ......................................................................................................................... 1
QUEM DEVERIA ESTUDAR ESTE MÓDULO ............................................................................... 1
COMO ESTÁ ESTRUTURADO ESTE MÓDULO............................................................................ 2
ÍCONES DE ACTIVIDADE .......................................................................................................... 3
HABILIDADES DE ESTUDO ....................................................................................................... 4
PRECISA DE APOIO?................................................................................................................ 6
TAREFAS (AVALIAÇÃO E AUTO-AVALIAÇÃO) ........................................................................... 6
AVALIAÇÃO ............................................................................................................................ 7

TEMA I: INTRODUÇÃO E INFORMAÇÕES GERAIS RELACIONADOS AO TEMA PETRÓLEO E


GÁS NATURAL, E&P, REFINO, PETROQUÍMICA ...................................................................... 9
UNIDADE TEMÁTICA 1.2. processos de extracção, processamento e refinação de petróleo e
gás natural. .......................................................................................................................... 39

TEMA II: MARCOS HISTÓRICOS, CRISE E ACIDENTES AMBIENTAIS DA INDÚSTRIA DO


PETRÓLEO............................................................................................................................ 56
UNIDADE TEMÁTICA 2.3: exercícios de auto-avaliação ......................................................... 87

TEMA III: ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS DA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO E GÁS ......... 88


UNIDADE TEMÁTICA 3.1: extracção do petróleo e seus impactos ambientais ...................... 88
UNIDADE TEMÁTICA 3.2 : exercícios de auto-avaliação ...................................................... 100

TEMA IV: PLANEAMENTO ENERGÉTICO EM MOÇAMBIQUE .............................................. 101


UNIDADE TEMÁTICA 4.2: exercícios de auto-avalição......................................................... 119

TEMA V: LICENCIAMENTO, AUDITORIAS E GESTAO ENERGETICA DO PETRÓLEO E GÁS . …119


UNIDADE TEMÁTICA 5.2: exercícios de auto-avaliação ....................................................... 136

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................... 138

iv
Visão geral

Bem-vindo Disciplina/Módulo de Gestão Ambiental de Petróleo e


Gás Natural

Objectivos do Modulo

Ao terminar este modulo e resolver todas as tarefas aqui


propostas, deveras ser capaz de:

• Definir conceitos ligados á área de petróleo e gás natural, no


caso especifico do próprio conceito de petróleo, gás natural
assim como de outros conceitos importantes na indústria do
processamento do petróleo e gás natural

Objectivos • Descrever todos os processos de propensão e extracção do


Específicos petróleo e gás natural

• Descrever principais impactos ambientais da actividade


petroquímica

• Mencionar e discutir os acidentes socio-ambientais derivados


da extracção do petróleo de gás natural

• Indicar as aplicações de petróleo e gás natural assim como


dos seus derivados

• Mencionar os potenciais produtores e exportadores de


petróleo e gás natural no mundo

• Identificar os locais de exploração de petróleo em


Moçambique

• Descrever a legislação moçambicana sobre a exploração,


licenciamento e auditoria ambiental na área de petróleo.

• Descrever o sistema moçambicano de fiscalização e


licenciamento da actividade de exploração de petróleo e gás
natural.

Quem deveria estudar este módulo

Este Módulo foi concebido para estudantes do 3º ano do curso de


licenciatura em Gestão Ambiental da UnISCED. Poderá ocorrer,
contudo, que haja leitores que queiram se atualizar e consolidar
seus conhecimentos nessa disciplina, esses serão bem-vindos, não

1
sendo necessário para tal se inscrever. Mas poderá adquirir o
manual.

Como está estruturado este módulo

Este módulo de Gestão Ambiental de Petróleo e Gas Natural, para


estudantes do 3º ano do curso de licenciatura em Gestão
Ambiental, à semelhança dos restantes da UnISCED, está
estruturado como se segue:
Páginas introdutórias

▪ Um índice completo.
▪ Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo,
resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para
melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta
secção com atenção antes de começar o seu estudo, como
componente de habilidades de estudos.
Conteúdo desta disciplina/módulo

Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez
comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente
unidades, cada unidade temática se caracteriza por conter uma
introdução, objetivos, conteúdos.
No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são
incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, só
depois é que aparecem os exercícios de avaliação.
Os exercícios de avaliação têm as seguintes características: Puros
exercícios teóricos/Práticos, Problemas não resolvidos e
actividades práticas, incluído estudo de caso.

2
Outros recursos

A equipa dos académicos e pedagogos da UnISCED, pensando em


si, num cantinho, recôndito deste nosso vasto Moçambique e
cheio de dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem,
apresenta uma lista de recursos didáticos adicionais ao seu
módulo para você explorar. Para tal a UnISCED disponibiliza na
biblioteca do seu centro de recursos mais material de estudos
relacionado com o seu curso como: Livros e/ou módulos, CD, CD-
ROOM, DVD. Para além deste material físico ou eletrónico
disponível na biblioteca, pode ter acesso a Plataforma digital
module para alargar mais ainda as possibilidades dos seus
estudos.

Auto-avaliação e Tarefas de avaliação

Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final


de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos
exercícios de auto-avaliação apresentam duas características:
primeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo,
exercícios que mostram apenas respostas.
Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação
mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de
dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras.
Parte das tarefas de avaliação será objeto dos trabalhos de campo
a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de correção
e subsequentemente nota. Também constará do exame do fim do
módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os exercícios de
avaliação é uma grande vantagem.
Comentários e sugestões

Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados


aspetos, quer de natureza científica, quer de natureza didático-
Pedagógica, etc, sobre como deveriam ser ou estar apresentadas.
Pode ser que graças as suas observações que, em goso de
confiança, classificamo-las de úteis, o próximo módulo venham a
ser melhoradas.

Ícones de actividade

Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas


margens das folhas. Estes ícones servem para identificar
diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar
uma parcela específica de texto, uma nova atividade ou tarefa,
uma mudança de atividade, etc.

3
Habilidades de estudo

O principal objetivo deste campo é o de ensinar aprender a


aprender. Aprender aprende-se.

Durante a formação e desenvolvimento de competências, para


facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará
empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons
resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e
eficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando
estudar. Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos
que caro estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos
estudos, procedendo como se segue:

1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de


leitura.

2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida).

3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e


assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR).

4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua


aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão.

5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou


as de estudo de caso se existir.

IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo,


respectivamente como, onde e quando...,estudar, como foi
referido no início deste item, antes de organizar os seus momentos
de estudo reflita sobre o ambiente de estudo que seria ideal para
si: Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo
melhor à noite/de manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da
semana? Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num
sítio barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em
cada hora, etc.

É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido


estudado durante um determinado período de tempo; Deve
estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só ao
seguinte quando achar que já domina bem o anterior.

Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler


e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é

4
juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos
conteúdos de cada tema, no módulo.

Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por


tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora
intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso
(chama-se descanso à mudança de atividades). Ou seja que
durante o intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos
das atividades obrigatórias.

Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual


obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento
da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado
volume de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo,
criando interferência entre os conhecimentos, perde sequência
lógica, por fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai
em insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente
incapaz!

Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma


avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda
sistematicamente), não estudar apenas para responder a questões
de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo,
estude pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área
em que está a se formar.

Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que


matérias deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que
resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo
quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras atividades.

É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será


uma necessidade para o estudo das diversas matérias que
compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar
a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as
partes que está a estudar e Pode escrever conclusões, exemplos,
vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a
margem para colocar comentários seus relacionados com o que
está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir
à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura;
Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado
não conhece ou não lhe é familiar;

5
Precisa de apoio?

Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o
material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas
como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis
erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, página
trocada ou invertidas, etc). Nestes casos, contacte os serviços de
atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR),
via telefone, sms, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta
participando a preocupação.
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes
(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua
aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da
comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se
torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor,
estudante – CR, etc.
As sessões presenciais são um momento em que você caro
estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff
do seu CR, com tutores ou com parte da equipa central da UnISCED
indigitada para acompanhar as sua sessões presenciais. Neste
período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza
pedagógica e/ou administrativa.
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30%
do tempo de estudos a distância, é muita importância, na medida
em que permite-lhe situar, em termos do grau de aprendizagem
com relação aos outros colegas. Desta maneira ficará a saber se
precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver
hábito de debater assuntos relacionados com os conteúdos
programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade
temática, no módulo.

Tarefas (avaliação e auto-avaliação)

O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, atividades e


auto−avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues
duas semanas antes das sessões presenciais seguintes.
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de
campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da
disciplina/módulo.
Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os
mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente.

6
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa,
contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados,
respeitando os direitos do autor.
O plágio1é uma violação do direito intelectual do (s) autor (es).
Uma transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do testo de um
autor, sem o citar é considerada plágio. A honestidade, humildade
científica e o respeito pelos direitos autorais devem caracterizar a
realização dos trabalhos e seu autor (estudante da UnISCED).

Avaliação

Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância,


estando eles fisicamente separados e muito distantes do
docente/tutor!? Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja
uma avaliação mais fiável e consistente.
Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com
um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os
conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial
conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A
avaliação do estudante consta detalhada do regulamentado de
avaliação.
O trabalho de campo por si realizado, durante estudo se
aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de
frequência para ir aos exames.
Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e
decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no
mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência,
determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira.
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da
cadeira.
Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois)
trabalhos e 1 (um) (exame).
Algumas atividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados
como ferramentas de avaliação formativa.
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as
recomendações, a identificação das referências bibliográficas
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros.
Os objetivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de
Avaliação.

1
Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade
intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização.

7
TEMA I: INTRODUÇÃO E INFORMAÇÕES GERAIS RELACIONADOS AO TEMA PETRÓLEO E GÁS
NATURAL, E&P, REFINO, PETROQUÍMICA

Neste tema serão desenvolvidas as seguintes unidades temáticas.


UNIDADE Temática 1.1. Conceitos Básicos sobre Petróleo e Gás
Natural
UNIDADE Temática 1.2. Processos de Extracção, processamento e
refinação de Petróleo

UNIDADE Temática 1.1: Conceitos Básicos sobre Petróleo e Gás Natural

Introdução

Para uma melhor percepção de um conteúdo científico, é sempre


importante perceber os conceitos que estão envolvidos em seu torno.
Desta feita, esta unidade, é reservada á definição de todos os
conceitos que possam ser uteis na percepção do conteúdo sobre gás
natural e petróleo. Nesta unidade para além da definição de
conceitos de gás natural e de petróleo, só também definições todos
outros conceitos que melhor possibilitam a percepção desta temática,
por exemplo: os conceitos de refinação, transporte, biodiesel entre
outros conceitos.

Objectivos e competências a desenvolver


Nesta unidade temática você devera ser capaz de:
▪ Definir correctamente os conceitos de Petróleo e Gás natural
▪ Descrever a origem histórica dos conceitos de Petróleo e Gás
natural
▪ Caracterizar o processo de formação de petróleo e gás natural
▪ Descrever as diferenças e semelhanças no processo de formação
de petróleo e gás natural
▪ Descrever a história de descoberta de petróleo e gás natural

1.0.Conceitos Básicos na área de petróleos

1. Petróleo: todo e qualquer hidrocarboneto líquido em seu estado


natural, a exemplo do óleo cru e condensado;
2. Gás Natural ou Gás: todo hidrocarboneto que permaneça em
estado gasoso nas condições atmosféricas normais, extraído
directamente a partir de reservatórios petrolíferos ou gaseíferos,
incluindo gases húmidos, secos, residuais e gases raros;
3. Derivados de Petróleo: produtos decorrentes da transformação do
petróleo;
4. Derivados Básicos: principais derivados de petróleo, referidos
no art. 177 da Constituição Federal, a serem classificados pela
Agência Nacional do Petróleo;

9
5. Refino ou Refinação: conjunto de processos destinados a
transformar o petróleo em derivados de petróleo;
6. Tratamento ou Processamento de Gás Natural: conjunto de
operações destinadas a permitir o seu transporte, distribuição e
utilização;
7. Transporte: movimentação de petróleo e seus derivados ou gás
natural em meio ou percurso considerado de interesse geral;
8. Transferência: movimentação de petróleo, derivados ou gás
natural em meio ou percurso considerado de interesse específico
e exclusivo do proprietário ou explorador das facilidades;
9. Transferência: movimentação de petróleo, seus derivados,
biocombustíveis ou gás natural em meio ou percurso considerado
de interesse específico e exclusivo do proprietário ou explorador
das facilidades;
10. Bacia Sedimentar: depressão da crosta terrestre onde se
acumulam rochas sedimentares que podem ser portadoras de
petróleo ou gás, associados ou não;
11. Reservatório ou Depósito: configuração geológica dotada de
propriedades específicas, armazenadora de petróleo ou gás,
associados ou não;
12. Jazida: reservatório ou depósito já identificado e possível de ser
posto em produção;
13. Prospecto: feição geológica mapeada como resultado de estudos
geofísicos e de interpretação geológica, que justificam a
perfuração de poços exploratórios para a localização de petróleo
ou gás natural;
14. Bloco: parte de uma bacia sedimentar, formada por um prisma
vertical de profundidade indeterminada, com superfície poligonal
definida pelas coordenadas geográficas de seus vértices, onde são
desenvolvidas actividades de exploração ou produção de petróleo
e gás natural;
15. Campo de Petróleo ou de Gás Natural: área produtora de petróleo
ou gás natural, a partir de um reservatório contínuo ou de mais de
um reservatório, a profundidades variáveis, abrangendo
instalações e equipamentos destinados à produção;
16. Pesquisa ou Exploração: conjunto de operações ou actividades
destinadas a avaliar áreas, objectivando a descoberta e a
identificação de jazidas de petróleo ou gás natural;
17. Lavra ou Produção: conjunto de operações coordenadas de
extracção de petróleo ou gás natural de uma jazida e de preparo
para sua movimentação;
18. Desenvolvimento: conjunto de operações e investimentos
destinados a viabilizar as actividades de produção de um campo
de petróleo ou gás;
19. Descoberta Comercial: descoberta de petróleo ou gás natural em
condições que, a preços de mercado, tornem possível o retorno
dos investimentos no desenvolvimento e na produção;
20. Indústria do Petróleo: conjunto de actividades económicas
relacionadas com a exploração, desenvolvimento, produção,
10
refino, processamento, transporte, importação e exportação de
petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos e seus
derivados;
21. Distribuição: actividade de comercialização por atacado com a
rede varejista ou com grandes consumidores de combustíveis,
lubrificantes, asfaltos e gás liquefeito envasado, exercida por
empresas especializadas, na forma das leis e regulamentos
aplicáveis;
22. Revenda: actividade de venda a varejo de combustíveis,
lubrificantes e gás liquefeito envasado, exercida por postos de
serviços ou revendedores, na forma das leis e regulamentos
aplicáveis;
23. Distribuição de Gás Canalizado: serviços locais de comercialização
de gás canalizado, junto aos usuários finais, explorados com
exclusividade pelos Estados, directamente ou mediante
concessão;
24. Estocagem de Gás Natural: armazenamento de gás natural em
reservatórios próprios, formações naturais ou artificiais.
25. Biocombustível: combustível derivado de biomassa renovável
para uso em motores a combustão interna ou, conforme
regulamento, para outro tipo de geração de energia, que possa
substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil;
26. Biocombustível: substância derivada de biomassa renovável, tal
como biodiesel, etanol e outras substâncias estabelecidas em
regulamento da ANP, que pode ser empregada directamente ou
mediante alterações em motores a combustão interna ou para
outro tipo de geração de energia, podendo substituir parcial ou
totalmente combustíveis de origem fóssil.
27. Biodiesel: biocombustível derivado de biomassa renovável para
uso em motores a combustão interna com ignição por
compressão ou, conforme regulamento, para geração de outro
tipo de energia, que possa substituir parcial ou totalmente
combustíveis de origem fóssil.
28. Indústria Petroquímica de Primeira e Segunda Geração: conjunto
de indústrias que fornecem produtos petroquímicos básicos, a
exemplo do eteno, do propeno e de resinas termoplásticas;
29. Cadeia produtiva do petróleo: sistema de produção de petróleo,
gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos e seus derivados,
incluindo a distribuição, a revenda e a estocagem, bem como o
seu consumo.
30. Indústria de Biocombustível: conjunto de actividades económicas
relacionadas com produção, importação, exportação,
transferência, transporte, armazenagem, comercialização,
distribuição, avaliação de conformidade e certificação de
qualidade de biocombustíveis;
31. Produção de Biocombustível: conjunto de operações industriais
para a transformação de biomassa renovável, de origem vegetal
ou animal, em combustível.

11
32. Indústria de Biocombustível: conjunto de actividades económicas
relacionadas com produção, importação, exportação,
transferência, transporte, armazenagem, comercialização,
distribuição, avaliação de conformidade e certificação de
qualidade de biocombustíveis;
33. Produção de Biocombustível: conjunto de operações industriais
para a transformação de biomassa renovável, de origem vegetal
ou animal, em combustível;
34. Etanol: biocombustível líquido derivado de biomassa renovável,
que tem como principal componente o álcool etílico, que pode ser
utilizado, directamente ou mediante alterações, em motores a
combustão interna com ignição por centelha, em outras formas
de geração de energia ou em indústria petroquímica, podendo ser
obtido por rotas tecnológicas distintas, conforme especificado em
regulamento;
35. Bioquerosene de Aviação: substância derivada de biomassa
renovável que pode ser usada em turborreactores e
turbopropulsores aeronáuticos ou, conforme regulamento, em
outro tipo de aplicação que possa substituir parcial ou totalmente
combustível de origem fóssil.

1.1.1. Historial de descoberta e surgimento do petróleo

O primeiro poço de petróleo foi descoberto nos Estados Unidos –


Pensilvânia – no ano de 1859. Ele foi encontrado em uma região de
pequena profundidade (21m). Ao contrário das escavações de hoje,
que ultrapassam os 6.000 metros. O maior produtor e consumidor
mundial são os Estados Unidos; por esta razão, necessitam importar
cada vez mais
Há inúmeras teorias sobre o surgimento do petróleo, porém, a mais
aceita é que ele surgiu através de restos orgânicos de animais e
vegetais depositados no fundo de lagos e mares sofrendo
transformações químicas ao longo de milhares de anos. Substância
inflamável possui estado físico oleoso e com densidade menor do que
a água. Sua composição química é a combinação de moléculas de
carbono e Hidrogénio (H), (hidrocarbonetos).
Petróleo (do latim petroleum, petrus = pedra + oleum = óleo, e
do grego, "óleo da pedra", é uma substância oleosa, inflamável,
geralmente menos densa que a água, com cheiro característico e
coloração que pode variar desde o incolor ou castanho claro até o
preto, passando por verde e marrom (castanho). Trata-se de uma
combinação complexa de hidrocarbonetos, composta na sua maioria
de hidrocarbonetos alifáticos, alicíclicos e aromáticos, podendo
conter também quantidades pequenas de Nitrogénio (N), Oxigénio
(O), compostos de Enxofre(S) e iões metálicos, principalmente
de Níquel(Ni) e Vanádio(V). Esta categoria inclui petróleos leves,
médios e pesados, assim como os óleos extraídos de areias
impregnadas de alcatrão. Materiais Hidrocarbonatados(HC) que
requerem grandes alterações químicas para a sua recuperação ou
12
conversão em matérias-primas para a refinação do petróleo, tais
como óleos de xisto crus, óleos de xisto enriquecidos e combustíveis
líquidos de hulha, não se incluem nesta definição.

O petróleo é um recurso natural abundante, porém sua prospecção


envolve elevados custos e complexidade de estudos. É também
actualmente a principal fonte de energia, servindo também como
base para fabricação dos mais variados produtos, dentre os quais
destacam-se benzinas, óleo diesel, gasolina,
alcatrão, polímeros plásticos e até mesmo medicamentos. Já foi causa
de muitas guerras e é a principal fonte de renda de muitos países,
sobretudo no Oriente Médio.

Além de gerar a gasolina que serve de combustível para grande parte


dos automóveis que circulam no mundo, vários produtos são
derivados do petróleo como, por exemplo, a parafina, GLP, produtos
asfálticos, nafta petroquímica, querosene, solventes, óleos
combustíveis, óleos lubrificantes, óleo diesel e combustível de aviação.

1.1.2. Processo de formação e ocorrência

Origem e formação do petróleo Bruto

Em primeiro lugar, quase todo o petróleo é encontrado em rochas


reservatório de bacias sedimentares. As ocorrências de petróleo em
rochas do embasamento, estão quase todas associadas à rochas
sedimentares adjacentes. A presença e a quantidade de
hidrocarbonetos em exalações provenientes de vulcões ou de falhas
profundas durante terremotos é menos frequente e muito menor do
que o esperado caso os mesmos tivessem uma origem mantélica.
Assim, existem também evidências químicas da origem orgânica,
como a presença no petróleo de compostos cuja estrutura molecular
é mesma de substâncias encontradas nos seres vivos (ex: os
esteranos encontrados no petróleo são o produto da degradação dos
esteróides encontrados nas algas). Em suma, os dados disponíveis
actualmente indicam que o petróleo é gerado a partir da
transformação da matéria orgânica acumulada nas rochas
sedimentares, quando submetida às condições térmicas adequadas.
Cabe ressaltar que o metano pode ter origem inorgânica (proveniente
do manto) ou orgânica (degradação da matéria orgânica), cada qual
com características isotópicas distintas. Traços de hidrocarbonetos de
origem inorgânica (?) também são encontrados em meteoritos.

O petróleo é uma mistura complexa de hidrocarbonetos e


quantidades variáveis de não hidrocarbonetos. Quando ocorre no
estado líquido em reservatórios de subsuperfície ou em superfície, é
denominado de óleo (ou óleo cru, para diferenciar do óleo refinado).
É conhecida como condensado a mistura de hidrocarbonetos que
encontra-se no estado gasoso em subsuperfície e torna-se líquida na
13
superfície. O petróleo é formado pela decomposição de animais e
vegetais principalmente marinhos, que sofreram inúmeras
decomposições químicas pela ação de calor, pressão e bactérias em
ausência de Oxigénio ou seja numa acção aeróbica.

A formação de uma acumulação de petróleo em uma bacia


sedimentar requer a associação de uma série de factores:

(a) A existência de rochas ricas em matéria orgânica, denominadas de


rochas geradoras;

(b) as rochas geradoras devem ser submetidas às condições


adequadas (tempo e temperatura) para a geração do petróleo;

(c) a existência de umas rochas com porosidade e permeabilidade


necessárias à acumulação e produção do petróleo, denominado de
rochas reservatório;

(d) a presença de condições favoráveis à migração do petróleo da


rocha geradora até a rocha reservatório;

(e) a existência de uma rocha impermeável que retenha o petróleo,


denominada de rocha selante ou capeadora; e

(f) um arranjo geométrico das rochas reservatório e selante que


favoreça a acumulação de um volume significativo de petróleo. Uma
acumulação comercial de petróleo é o resultado de uma associação
adequada destes factores no tempo e no espaço. A ausência de
apenas um desses factores inviabiliza a formação de uma jazida
petrolífera.

Apenas como exemplo: entre 1973 e 2007, a produção mundial mais


que dobrou, ao passar de 1,227 bilhões de metros cúbicos (m 3) para
3,031 bilhões de m3, segundo o estudo Key World Energy Statistics,
publicado pela International Energy Agency (IEA) em 2008. Ainda
assim, o gás natural manteve a terceira posição na matriz energética
mundial (abaixo de carvão e derivados de petróleo). No entanto,
saltou do quarto para o segundo lugar dentre as principais fontes
produtoras da energia eléctrica, sendo superado apenas pelo carvão.

Um caso de aumento da comercialização com base no GNL é o Médio


Oriente, particularmente o Irão. A região possui uma das maiores
reservas mundial, mas encontra-se distante dos centros
consumidores. Assim, apenas a partir do desenvolvimento da
tecnologia do GNL passou a exportar para América do Norte, Europa
e Ásia, transformando-se em um dos maiores fornecedores mundiais.
De acordo com o BP Statistical Review of World Energy 2008, as
reservas provadas mundiais no final de 2007 eram suficientes para o
abastecimento mundial durante os próximos 60 anos. Isto representa
um decréscimo em relação às projecções com base na conjuntura de
2005, que apontavam para 66 anos.

14
A configuração deste cenário, porém, depende de inúmeras variáveis.
Entre elas, a continuidade das actividades de exploração, o
comportamento do consumo e a expansão das fontes renováveis de
energia, o que preserva a utilização dos combustíveis fósseis.

As figuras abaixo, ilustram o potencial energético mundial e a


estrutura de ocorrência de combustíveis fósseis respectivamente.
Figura 1: Estimativas de uso de diferentes tipos de combustíveis e Esquema da reserva de petróleo

Fonte: IEA, 2008.

O interesse pelo gás natural está directamente relacionado à busca


de alternativas ao petróleo e de fontes menos agressivas ao meio
ambiente. Este comportamento resultou na intensificação das
actividades de prospecção e exploração, particularmente entre os
países em desenvolvimento. O resultado foi não só o aumento do
volume, mas também a expansão geográfica das reservas provadas
(são reservas cujos reservatórios estão em produção ou os fluídos
nele contidos têm sua existência e capacidade de produzir
comprovadas por testes). Até a década de 70, essas reservas
concentravam-se em poucas regiões, como América do Norte e antiga
União Soviética. A nova distribuição geográfica também favoreceu o
transporte, conforme Figura 6.1 a seguir. Historicamente, este é o
maior entrave à disseminação do energético, visto necessitar de
elevados investimentos, tanto na construção de ductos especiais
quanto no processo de produção do GNL (gás natural liquefeito).
Afinal, quanto mais pulverizadas as reservas, mais próximas dos
centros consumidores elas se encontram.

1.1.3. Ocorrência na Natureza

O petróleo é encontrado em reservatórios tanto em terra como no


mar, principalmente em bacias de origem sedimentar. Muitas vezes o
petróleo pode estar associado a camada de gás natural.
15
Trata-se de uma combinação complexa de hidrocarbonetos-
composta na sua maioria por hidrocarbonetos alifáticos e aromáticos,
podendo conter também quantidades pequenas de nitrogénio,
oxigénio, compostos de enxofre e iões metálicos, principalmente, de
níquel, vanádio e chumbo.

Sendo um recurso fóssil não renovável, o petróleo é a principal fonte


de energia dos países desenvolvidos e a base para o fabrico dos mais
variados produtos, de entre os quais se destacam as benzinas, o
diesel, a gasolina, a parafina, a cera, o alcatrão, os plásticos e até
mesmo muitos medicamentos. Tal facto torna o petróleo num dos
produtos mais procurados, valorizados e usados a nível mundial.

Propriedades físicas

O petróleo bruto é um líquido oleoso, viscoso, menos denso que


água e insolúvel nesta. Apresenta uma coloração que varia entre o
cinzento-escuro e o negro, é inflamável e tem um cheiro
característico.

Composição química

Quimicamente, o petróleo bruto é formado por uma mistura de


hidrocarbonetos líquidos, entre os quais alcanos, cicloalcanos, alguns
alcenos e alcinos bem como certos compostos aromáticos, que se
encontram em diferentes proporções, dependendo da origem da
mistura. Além daqueles constituintes, o petróleo bruto contém uma
pequena quantidade de compostos inorgânicos, como o Enxofre, o
Nitrogénio, o Oxigénio e metais.

PAÍSES MAIORES PRODUTORES DE PETRÓLEO


Actualmente, o petróleo é a fonte energética mais utilizada no
mundo, correspondendo a 43% do total. Ele é composto por uma
complexa combinação de hidrocarbonetos, sendo obtido através de
depósitos fósseis no fundo do mar ou em grandes profundidades
continentais. Vários países possuem reservas de petróleo, no entanto,
sua distribuição ocorre de forma muito desigual no planeta.
O Oriente Médio é a região que abriga as maiores reservas mundiais
de petróleo (cerca de 65%), com destaque para a Arábia Saudita, que
é a maior produtora mundial. Outros locais onde há grande produção
de petróleo são: golfo do México, sul dos Estados Unidos, lago de
Maracaibo (Venezuela), Sibéria (Rússia), golfo de Bohai (China), Ásia
central (região do Cáucaso) e na costa ocidental da África.
Arábia Saudita, Estados Unidos, Rússia, Irã e México são responsáveis
por aproximadamente 40% da produção de petróleo. Também estão
na lista dos grandes produtores a China, Canadá, Emirados Árabes
Unidos, Venezuela, Kuwait, Brasil, Noruega, Nigéria, Iraque, Líbia,
Equador, Cazaquistão e Argélia, Os maiores produtores de petróleo
bruto do Mundo são o Irão, o Iraque, o Kuwait, a Arábia Saudita, os

16
EUA, ex-URSS, a Venezuela, a Roménia, a Nigéria, a Angola, a
Indonésia, a China e a Líbia, entre outros em menores quantidades.

Os países que possuem maior número de poços de petróleo estão


localizados no Oriente Médio, e, por sua vez, são os maiores
exportadores mundiais. Os Estados Unidos da América,
Rússia, Irã, Arábia Saudita, Venezuela, Kuwait, Líbia, Iraque, Nigéria e
Canadá, Cazaquistão, China e Emirados Árabes Unidos são
considerados os maiores produtores mundiais.

Tabela 1: Produção do Petróleo no mundo


WORLD OIL PRODUCTION DATE OF
COUNTRY
RANK BARRELS PER DAY ESTIMATE

6 México 3,460,000 2004

11 Venezuela 2,600,000 2004

12 Nigéria 2,356,000 2004

17 Brasil 1,788,000 2004

21 Angola 980,000 2004

22 Indonésia 971,000 2003

24 Malásia 785,000 2004

30 Colômbia 531,100 2004

32 Equador 523,000 2004

34 Vietnam 359,400 2004

35 Equatorial Guiné 350,000 2004

39 Gabão 264,900 2004

40 Congo, Rep. of 227,000 2004

41 Tailândia 225,000 2004

17
42 Brunei 204,000 2003

49 Peru 95,500 2004

50 Camarões 94,000 2004

59 Papua New Guinea 46,200 2004

63 Bolívia 39,000 2004

FONTE: www.suapesquisa.com/geografia/petroleo/maiores_produtores.htm

1.1.3.1. Maiores companhias Petrolíferas do mundo

As grandes companhias petrolíferas no Mundo são a British


petroleum (BP), a Shell, a Imperial e a Rockerfeller
Alguns desses países integram a Organização dos Países Exportadores
de Petróleo (OPEP). Essa organização visa controlar o volume de
produção, com o objectivo de alcançar os melhores preços no
mercado mundial. Os países membros da OPEP possuem cerca de
70% das reservas mundiais de petróleo.
Com a descoberta da camada pré-sal, o Brasil poderá triplicar sua
produção, passando a ter a 16° maior reserva petrolífera. Conforme
estimativas da Petróleo Brasileiro S/A (Petrobras), o país alcançará a
marca de 50 bilhões de barris.

Tipos de petróleo
Existem diferentes tipos de petróleo e esta tipologia depende do
processo de formação e da sua composição química. Desta forma,
destacam-se alguns tipos abaixo:
1.Petróleo Brent: petróleo produzido na região do Mar do Norte,
provenientes dos sistemas de exploração petrolífera de Brent e
Ninian. É o petróleo na sua forma bruta (crú) sem passar pelo sistema
de refino.
2.Petróleo Light: petróleo leve, sem impurezas, que já passou pelo
sistema de refino.
3. Petróleo Nafténico: petróleo com grande quantidade de
hidrocarbonetos Nafténicos.
4.Petróleo Parafínico: petróleo com grande concentração de
hidrocarbonetos parafínicos.
5.Petróleo Aromático: com grande concentração de hidrocarbonetos
aromáticos.

1.1.4. Classificação do Petróleo Bruto

18
O petróleo é um hidrocarboneto, formado por uma composição de
átomos de carbono e Hidrogénio, que se diferencia, nas várias
condições geológicas em que se apresenta, em função de sua
evolução térmica e processos de alteração. Essa característica
permite classificar o petróleo em parafínico, Nafténico e aromático.
Além dos átomos de carbono e Hidrogénio, o petróleo contém um
conjunto de contaminantes (Enxofre, Nitrogénio, Oxigénio e metais)
em proporções variáveis, e de acordo com o teor de enxofre o
petróleo é classificado ainda em:

Petróleo doce - apresenta baixo conteúdo de enxofre (menos de 0,5


% de sua massa);

Petróleo ácido - apresenta teor elevado de enxofre (bem acima de


0,5 % de sua massa).

O mercado de petróleo bruto diz respeito a 200 variedades de


petróleo, que diferem pela densidade e conteúdo em contaminantes.
A densidade do petróleo, medida importante para o refinador, tem
um padrão comercial definido pelo American Petroleum Institute
(API), chamado gravidade API, que permite antecipar o conteúdo do
petróleo em fracções leves, médias e pesadas. Um petróleo menos
denso tem grau API mais elevado e maior valor económico no
mercado, porque rende um volume maior de derivados leves. Há três
tipos principais de petróleo (leve, intermediário e pesado), cada um
deles capaz de render proporções diferentes de derivados no
processo de refinação.

a. O petróleo leve tem densidade menor (superior a 31º API) e maior


rendimento em nafta, GLP e óleo diesel.
b. O petróleo médio tem densidade intermediária (entre 22 e 31º
API) e produz mais gasolina, nafta petroquímica, querosene de
aviação e lubrificantes.
c. O petróleo pesado tem densidade maior (inferior a 22º API) e
gera, principalmente, óleo combustível e asfalto.

O petróleo contém centenas de compostos diferentes. Estudos


realizados em amostras de óleo do campo de Ponca City (Oklahoma,
EUA) foram identificados cerca de 350 hidrocarbonetos, 200
compostos de enxofre, além de diversos não-hidrocarbonetos. Em
termos elementares, o petróleo é composto essencialmente por
carbono (80 a 90% em peso), Hidrogénio (10 a 15%), Enxofre (até 5%),
Oxigénio (até 4%), Nitrogénio (até 2%) e traços de outros elementos
(ex: níquel, vanádio, etc). A composição do petróleo é geralmente
descrita em termos da proporção de hidrocarbonetos saturados,
hidrocarbonetos aromáticos e não-hidrocarbonetos.

Os hidrocarbonetos saturados, compostos de C e H unidos por


ligações simples, incluem os alcanos normais (parafinas normais ou n-
alcanos), os isoalcanos (isoparafinas ou alcanos ramificados) e os ciclo

19
alcanos (alcanos cíclicos ou naftenos). Os n-alcanos com menos de 5
átomos de carbono (metano, etano, propano e butano) ocorrem sob
a forma de gás em condições normais de pressão e temperatura,
enquanto aqueles de 5 a 15 átomos de carbono são líquidos e os com
mais de 15 átomos de carbono variam de líquidos viscosos a sólidos.
A maior parte dos alcanos normais presentes no petróleo possuem
até 40 átomos de carbono. Os Iso alcanos estão presentes
principalmente com compostos de até 10 átomos de carbono,
embora ocorram com até 25 átomos. Os ciclos alcanos podem
apresentar até 6 anéis de carbono, cada qual com 5 ou 6 átomos de
carbono. Iso- e ciclo alcanos ocorrem principalmente no estado
líquido. Os Hidrocarbonetos aromáticos são compostos que
apresentam o anel aromático (benzeno) e ocorrem sempre no estado
líquido. Podem apresentar mais de um anel aromático, como os
naftalenos (2 anéis) e os fenantrenos (3 anéis). O tolueno, com
apenas um núcleo benzénico, é o composto aromático mais comum
no petróleo, seguido pelo xileno e o benzeno. Finalmente, os não-
Hidrocarbonetos são compostos que contém outros elementos, além
do carbono e Hidrogénio, denominados de heterótomos. Como os
elementos Nitrogénio, Enxofre e Oxigénio são os heterótomos mais
comuns, esses compostos são geralmente conhecidos como NSO.

Também é comum a ocorrência de metais (especialmente níquel e


vanádio) associados á matéria orgânica em compostos denominados
de organometálicos.

As resinas e asfaltenos são compostas NSO de alto peso molecular,


pouco solúveis em solventes orgânicos. Sua estrutura básica consiste
de ‘’camadas’’ de compostos poliaromáticos condensados,
empilhadas sob a forma de agregados. A proporção de resinas e,
principalmente, de asfaltenos no petróleo é directamente
proporcional a sua viscosidade.

Existem basicamente dois tipos de classificações de óleos. Aquelas


propostas por engenheiros baseiam-se na composição e propriedades
físico-químicas do óleo (densidade, viscosidade, etc) e são voltadas
para as áreas de produção e refino. Já as classificações propostas por
geólogos dão ênfase à composição, sendo voltadas para a origem e
evolução do petróleo. Dentre as classificações de carácter geológico,
uma das mais usadas são a proposta por Tissot & Welte (1978) que
divide os óleos em seis tipos: parafínicos, parafínico-naftênicos,
naftênicos, aromáticos intermediários, aromático- asfálticos e
aromático-naftênicos. A composição de cada tipo reflecte a origem, o
grau de evolução térmica e os processos de alteração a que o
petróleo foi submetido. Os óleos também são comumente chamados
de leves ou pesados quando suas densidades são, respectivamente,
menores ou maiores do que a de água.

1.1.5. HISTÓRIA DE DESCOBERTA DO PETRÓLEO EM MOÇAMBIQUE

20
A primeira descoberta de gás natural em Moçambique remonta a
1961, em Pande, à qual se seguiram as descobertas dos jazigos de
Buzi e Temane. Estas descobertas foram declaradas como não
comerciais, vários projectos tendo sido estudados, até ao ano de
2000 em que a conhecida empresa Sul Africana Sasol assumiu um
compromisso por 25 anos de comprar 120 milhões de GJ1/a de gás
natural para consumo próprio e comercialização na África do Sul. Este
compromisso permitiu viabilizar o projecto de produção de gás
natural a partir dos jazigos de Pande (2008) e Temane (2004) e a
construção de um gasoduto de 865 km entre Temane - na Província
de Inhambane - e Secunda, na África do Sul, que permitiu ao país
tornar-se o maior produtor e exportador de gás natural da África
Austral.
O valor das reservas de gás natural actualmente provadas em Pande e
Temane são, de acordo com os dados fornecidos na Estratégia para o
Desenvolvimento do Mercado do Gás Natural em Moçambique
publicada em 2 de Novembro 2009, de 3,59 TCF2 e as reservas
prováveis de 4,63 TCF (nos mesmos jazigos). Outras descobertas com
reservas prováveis ocorreram, entretanto, nos jazigos de Buzi e
Inhassoro, e nas áreas dos jazigos de Pande e Temane; as descobertas
realizadas nos blocos offshore, n.ºs 16 e 19, localizados a nordeste da
baía de Bazaruto, estão ainda a ser avaliadas. A Estratégia para a
Concessão de Áreas para as Operações Petrolíferas, publicada em 8
de Junho de 2009, refere que as bacias sedimentares nacionais
oferecem áreas com forte potencial para a ocorrência de petróleo. A
bacia de Moçambique, com 300.000 km2, possui uma densidade de
cerca de 1 furo por 8.000 km2 em terra, e de 1 furo por 17.000 km2
no mar, enquanto a de Rovuma, com 60.000 km2 possui uma
densidade de 1 furo por 17.000 km2 em terra e nenhum furo no mar.
O elevado potencial de Moçambique encontra-se, assim, por
explorar, sendo uma das bases da estratégia do sector energético do
país o incitamento ao investimento em projectos de reconhecimento,
pesquisa e produção de hidrocarbonetos, ajudando a sustentar o
decréscimo da pobreza nacional nomeadamente através da criação
de infra-estruturas para o fornecimento de energia a centros
populacionais, procurando também o desenvolvimento da indústria
de refinação no país, evitando a elevada importação de combustíveis,
com efeitos negativos na balança económica nacional, que se tem
verificado. Esta actuação procura a diversificação da matriz
energética.

1.1.5.1. GÁS NATURAL

Definição, formação, origem, tipos, ocorrência no mundo


O GN é um combustível fóssil encontrado em reservatórios
subterrâneos tanto em terra quanto no mar, composto basicamente
por Metano (CH4 = C1), Etano (C2H6 = C2), Propano (C3H8 = C3) e, em
21
menor proporção, por outros hidrocarbonetos (moléculas formadas
por átomos de carbono e Hidrogénio = Cn+) de maior peso molecular.
Acumulado em rochas porosas no subsolo (Figura 1) pode estar
associado ou não ao petróleo (Figura 2). Geralmente, apresenta
baixos teores de contaminantes, tais como: Inertes (Nitrogénio e
Dióxido de Carbono), água, compostos de enxofre e traços (pequenas
quantidades) de outros constituintes.

Origem e Formação

O gás natural é uma mistura de hidrocarbonetos leves encontrada


no subsolo, na qual o metano tem uma participação superior a 70%
em volume. A composição do gás natural pode variar bastante
dependendo de factores relativos ao campo em que o gás é
produzido, processo de produção, condicionamento, processamento,
e transporte. O gás natural é um combustível fóssil e uma fonte
de energia não-renovável.

O gás natural é obtido pela degradação da matéria orgânica pela


acção de bactérias anaeróbicas, pela degradação da matéria orgânica
e do carvão por temperatura e pressão elevada, ou pela alteração
térmica dos hidrocarbonetos líquidos (Vieira et al, 2005). A matéria
orgânica fóssil é também chamada de querogéneo e pode ser de dois
tipos: querogéneo seco, proveniente de matéria vegetal, e o
querogéneo gorduroso, proveniente de algas e matéria animal.

1.1.5.2. COMPOSIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DO GÁS NATURAL

Composição

A composição do gás natural pode variar muito, dependendo de


factores relativos ao reservatório, processo de produção,
condicionamento, processamento e transporte. De uma maneira
geral, o gás natural apresenta teor de metano superiores a 70% de
sua composição, densidade menor que 1 e poder calorífico
superior entre 8.000 e 10.000 kcal/m3, dependendo dos teores de
pesados (etano e propano principalmente) e inertes (Nitrogénio e Gás
carbónico).

O gás natural é geralmente encontrado em reservatórios de camadas


profundas e está comumente associado a depósitos de petróleo.
Dependendo da associação, o gás pode ser classificado como:

Gás Associado - É aquele que, no reservatório, está dissolvido no óleo


ou sob a forma de capa de gás. Neste caso, a produção de gás é
determinada directamente pela produção do óleo. Caso não haja
condições económicas para a extracção, o gás natural é reinjectado
na jazida ou queimado, a fim de evitar o acúmulo de gases
combustíveis próximos aos poços de petróleo. O gás natural não

22
associado é mais interessante do ponto de vista económico, devido
ao grande acúmulo de propano (C3H8) e de hidrocarbonetos mais
pesados.

Gás não-associado -É aquele que, no reservatório, está livre ou junto


a pequenas quantidades de óleo. Neste caso, só se justifica
comercialmente produzir o gás. As maiores ocorrências de gás natural
no mundo são de gás não associado tornando-o mais interessante do
ponto de vista económico, devido ao grande acúmulo de metano (Gás
& Energia 2006).

A formação de gás natural continua a ocorrer na natureza. Porém,


devido ao fato de que as movimentações da crosta terrestre, hoje,
são muito escassas, a velocidade com que novas quantidades são
geradas é desprezível. Por esta razão diz-se que as acumulações
destes produtos são “não renováveis” (Abreu e Martinez, 1999). A
composição do gás natural é oriunda do poço de onde foi extraído, ou
seja, pode ocorrer uma grande variação na concentração dos
componentes em diversas regiões do mundo.

O gás natural transformou-se de sapo em príncipe na matriz


energética mundial. No século XIX, nos Estados Unidos, era
considerado um estorvo ao ser encontrado junto com o petróleo, pois
exigia uma série de procedimentos de segurança que encareciam e
complicavam as atividades de prospecção. No século XX, a partir dos
anos 80, o consumo entrou em franca expansão e o gás natural
transformou-se na fonte de energia de origem fóssil a registrar maior
crescimento no mundo. Uma posição que detém até hoje e que
deverá manter no médio prazo.

Mais recentemente, a indústria do petróleo e do gás necessitou


classificar as diferentes espécies de misturas de hidrocarbonetos
presentes no subsolo com maior rigor e distinção técnica, isto é, de
acordo com as suas diferentes composições, as quais influenciam de
maneiras decisivas nas suas respectivas propriedades termodinâmicas
(ou físico-químicas – ver nota). Normalmente, mudanças de
temperatura, pressão, volume, calor, e trabalho de sistemas nos
estados sólidos, líquidos e gasosos estão relacionados até com
microscópios atómicos e interacções moleculares. Muitos citam
Willard Gibbs como sendo o fundador da físico-química. As
propriedades termodinâmicas ou físico-químicas para uso em
engenharia são apresentadas em várias formas, incluindo gráficos,
tabelas e equações. Adicionalmente, valores de propriedades
termodinâmicas para um crescente número de substâncias estão
disponíveis em programas para microcomputadores. Assim sendo
uma das propriedades que mais influencia neste novo modelo de
classificação é o Cricondentherm, ou seja, a máxima temperatura na
qual podem coexistir simultaneamente duas fases, isto é, dois
estados de agregação (p.e.: líquido + gás). Desta forma, no caso de a
temperatura do reservatório ser superior a temperatura de
23
Cricondentherm, gases naturais com nenhuma ou mínimas
quantidades de condensado (líquido) estarão sendo formados na
superfície do poço (Gás Seco – Dry Gás e Gás Húmido – Wet Gás).
Caso contrário, apenas fluidos (misturas multicomponentes de
hidrocarbonetos) com grandes quantidades de condensado (líquido)
estarão sendo formados na superfície (p.e.: Gás Condensado – Gás
Condensate, Óleo Volátil – Volatile Oil e Óleo Preto – Black Oil). Na
Tabela 2, colocada a seguir podem ser vistas diferentes composições
típicas de reservatórios com a sua correspondente classificação:

Tabela 2: Composição do Gás Natural

Component Dry Wet Gas Condensate Volatile Black


Gas Gas Oil Oil
(Composition mol %)

CO2 0,1 1,41 2,73 0,93 0,02

N2 20,7 0,25 0,31 0,21 0,34

CH4 86,12 92,46 73,19 58,77 34,62

C2H6 5,91 3,18 7,8 7,57 4,11

C3H8 3,58 1,01 3,55 4,09 1,01

i-C4H10 1,72 0,28 0,71 0,91 0,6

n-C4H10 0,24 1,45 2,09 0,49

i-C5H12 0,5 0,13 0,64 0,77 0,43

n-C5H12 0,08 0,68 1,15 0,21

C6H14 0,14 1,09 1,75 1,61

C7H16+ 0,82 8,21 21,75 56,4

FONTE: Whitson and Brule (2000).

Conforme pode ser constatado, a medida que o teor percentual dos


hidrocarbonetos mais pesados aumenta, em um determinado tipo de
mistura, maior a probabilidade de que o poço produza líquido. Isto
significa que, quanto maior a riqueza do GN, maior a possibilidade de
condensados e/ou líquidos atingirem a superfície.

De modo simplificado, pode-se convencionar que gás húmido (Wet


Gas) refere-se ao gás natural não processado, e gás seco (Dry Gas)
refere-se ao gás natural processado, embora, conforme visto

24
anteriormente, esta maneira resumida possa induzir a erros de
classificação.

Ocorrência

O gás natural é encontrado no subsolo através de jazidas de petróleo,


por acumulações em rochas porosas, isoladas do exterior por rochas
impermeáveis, associadas ou não a depósitos petrolíferos. É o
resultado da degradação da matéria orgânica de forma anaeróbica
oriunda de quantidades extraordinárias de microorganismos que, em
eras pré-históricas, se acumulavam nas águas litorâneas dos mares da
época. Essa matéria orgânica foi soterrada a grandes profundidades
e, por isto, sua degradação se deu fora do contacto com o ar, a
grandes temperaturas e sob fortes pressões.

Moçambique: Grandes reservas de gás elevam importância


económica

O volume das descobertas de gás natural efectuadas nos


últimos 5 meses no offshore do Norte de Moçambique é um dos
assuntos que mais atenções viradas aos meios petrolíferos
internacionais – especialmente no sector das companhias “gasistas”,
uma das quais, ENI, é parte do consórcio originário da mais recente
descoberta.

O estatuto de grande produtor mundial de gás que a grandeza das


reservas estimadas garante futuramente a Moçambique, somado aos
de grande produtor de carvão e de energia, está igualmente a
alimentar conjecturas segundo as quais o país tende a passar por uma
transfiguração do tipo “hot spot” em português ´´Área Popular``.

A maior importância que os EUA passaram a conferir a Moçambique,


é considerada reflexiva de projecções de acordo com as quais a
economia do país, tida até agora como débil, passou com a
descoberta de gás a dispor de condições privilegiadas para adquirir
dimensão suficiente para atrair investimento e fomentar
concorrência.

A companhia operadora do consórcio activo na maior descoberta,


Anadarko Petroleum, é norte-americana. Em anos anteriores já
haviam sido efectuadas outras descobertas, mas sempre
consideradas desprovidas de interesse comercial. Perfurações mais
recentes, efectuadas pela Sasol, no Sul, costa de Vilanculos, foram
também infrutíferas

A passagem de Moçambique à categoria de grande produtor mundial


de gás e, eventualmente, de outros hidrocarbonetos, representará,
em conjunto com o carvão e a produção de energia eléctrica, uma
fonte substancial de receitas, em razão da qual deixará de depender,
como até agora, da ajuda externa. (60% de apoio ao orçamento)

25
O fim da ajuda externa ou a redução da sua importância será
proporcional a uma acentuação da independência do Governo para
traçar as suas próprias políticas e a um definhamento da capacidade
dos doadores para pressionarem a governação. Prevê-se também que
o fenómeno conduza a um aumento da corrupção.

1.1.6. Os 10 países com as maiores reservas de gás natural do


mundo

As reservas mundiais de gás natural provadas cresceram 23% em 10


anos, atingindo um total de 208,4 trilhões de m³ em 2011. Já as
reservas recuperáveis do Brasil, onde o combustível representa um
décimo da matriz energética, aumentaram 150%.

São Paulo – Em dez anos, as reservas brasileiras provadas


de gás natural, combustível que responde por 9% da matriz
energética nacional, registraram crescimento de 150%, atingindo 0,5
trilhões de metros cúbicos (m³). Um desempenho bem superior ao
crescimento médio das reservas recuperáveis globais, de 23% entre
2001 e 2011. No entanto, no ranking geral de reservas provadas
de gás natural, o Brasil ocupa o 31º lugar, conforme relatório
estatístico anual da energia mundial, preparado pela companhia de
gás e petróleo BP. O estudo mostra que as reservas mundiais
provadas do combustível cresceram 23% na última década, atingindo
um total de 208,4 trilhões de metros cúbicos em
2011, energia suficiente para garantir a produção por pelo menos 60
anos. Conheça a seguir, as 10 maiores reservas nacionais de gás
natural.

1.Brazil

FONTE: exame.abril.com.br/.../os-10-paises-com-as-maiores-
reservas-de-gas-natu...
26
2.Rússia

FONTE: exame.abril.com.br/.../os-10-paises-com-as-maiores-
reservas-de-gas-natu...

Participação mundial: 21,4% Reservas provadas em 2011: 44,6


trilhões de m³Reservas provadas em 2001: 42,4 trilhões
de m³ Crescimento em 10 anos: 5,2
Participação mundial: 15,9% Reservas provadas em 2011: 33,1
trilhões de m³Reservas provadas em 2001: 26,1 trilhões de
m³ Crescimento em 10 anos: 26,8%4.

3 .Qatar

FONTE: exame.abril.com.br/.../os-10-paises-com-as-maiores-
reservas-de-gas-natu...

Participação mundial: 12% Reservas provadas em 2011: 25 trilhões de


m³Reservas provadas em 2001: 25,8 trilhões de m³ Queda em 10
anos: 3,1%

4. Turquemenistão

27
FONTE: exame.abril.com.br/.../os-10-paises-com-as-maiores-
reservas-de-gas-natu...

Participação mundial: 11,7% Reservas provadas em 2011: 24,3


trilhões de m³Reservadas provadas em 2001: 2,6 trilhões de m³
Crescimento em 10 anos:834%
5. Estados Unidos

FONTE: exame.abril.com.br/.../os-10-paises-com-as-maiores-
reservas-de-gas-natu...

Participação mundial: 4,1% Reservas provadas em 2011: 8,5 trilhões


de m³Reservas provadas em 2001: 5,2 trilhões de m³ Crescimento em
10 anos: 63,5%.

6. Arábia Saudita

28
FONTE: exame.abril.com.br/.../os-10-paises-com-as-maiores-
reservas-de-gas-natu...

Participação mundial: 3,9% Reservas provadas em 2011: 8,2 trilhões


de m³Reservas provadas em 1991: 6,5 trilhões de m³ Crescimento em
10 anos: 26,2%

7 - Emirados Árabes

FONTE: exame.abril.com.br/.../os-10-paises-com-as-maiores-
reservas-de-gas-natu...

Participação mundial: 2,9% Reservas provadas em 2011: 6,1 trilhões


de m³Reservas provadas em 2001: 6,1 trilhões de m³ Crescimento em
10 anos: 0%.

8 – Venezuela

29
FONTE: exame.abril.com.br/.../os-10-paises-com-as-maiores-
reservas-de-gas-natu...

Participação mundial: 2,7% Reservas provadas em 2011: 5,5 trilhões


de m³Reservas provadas em 2001: 4,2 trilhões de m³ Crescimento em
10 anos: 31%,

9. Nigéria

FONTE: exame.abril.com.br/.../os-10-paises-com-as-maiores-
reservas-de-gas-natu...

Participação mundial: 2,5% Reservas provadas em 2011: 5,1 trilhões


de m³Reservas provadas em 2001: 4,6 trilhões de m³ Crescimento em
10 anos: 11%

10. Argélia

30
FONTE: exame.abril.com.br/.../os-10-paises-com-as-maiores-
reservas-de-gas-natu...

Participação mundial: 2,2% Reservas provadas em 2011: 4,5 trilhões


de m³Reservas provadas em 2001: 4,5 trilhões de m³ Crescimento em
10 anos: 0%

Tabela 3: Maiores produtores de Gás Natural no Mundo

Gás natural - produção Year of


Country Name
(metros cúbicos) Estimate
Estados Unidos 681,400,008,704 2012
Rússia 669,699,997,696 2013
Irão 162,599,993,344 2012
Canadá 143,100,002,304 2012
Catar 133,200,003,072 2011
China 117,100,003,328 2013
Noruega 114,700,001,280 2012
Arábia Saudita 103,199,997,952 2012
Argélia 82,759,999,488 2011
Países Baixos 81,520,001,024 2013
Indonésia 76,249,997,312 2011
Turquemenistão 64,399,998,976 2012
Usbequistão 62,899,998,720 2012
Malásia 61,730,000,896 2011
Egipto 61,260,001,280 2011
Bolívia 54,370,000,896 2013
México 53,959,999,488 2012

31
Emiratos Árabes
52,309,999,616 2011
Unidos
Austrália 48,240,001,024 2012
Trindade e Tobago 40,599,998,464 2011
Índia 40,379,998,208 2012
Paquistão 39,149,998,080 2011
Argentina 38,769,999,872 2011
Reino Unido 38,479,998,976 2013
Tailândia 36,990,001,152 2011
Omã 35,939,999,744 2012
Peru 32,399,998,976 2012
Nigéria 31,360,000,000 2011
Venezuela 25,280,000,000 2012
Cazaquistão 20,199,999,488 2011
Bangladeche 20,110,000,128 2011
Ucrânia 19,800,000,512 2011
Azerbaijão 17,859,999,744 2011
Brasil 17,029,999,616 2012
Kuwait 13,530,000,384 2011
Barém 12,620,000,256 2011
Brunei 12,440,000,512 2011
Birmânia 11,909,999,616 2011
Colômbia 10,949,999,616 2011
Roménia 10,629,999,616 2012
Iémen 9,619,999,744 2011
Vietname 9,299,999,744 2012
Alemanha 8,999,999,488 2012
Síria 7,870,000,128 2011
Líbia 7,855,000,064 2011
Itália 7,800,000,000 2012
Guiné Equatorial 6,880,000,000 2011

32
Israel 6,860,000,256 2013
Dinamarca 6,412,000,256 2012
Polónia 6,192,999,936 2012
Portugal 4,904,000,000 2012
Nova Zelândia 4,590,000,128 2012
Filipinas 3,910,000,128 2012
Moçambique 3,820,000,000 2011
Japão 3,272,999,936 2012
Hungria 2,462,000,128 2012
Tunísia 1,930,000,000 2011
Áustria 1,906,000,000 2012
Croácia 1,863,000,064 2013
Costa do Marfim 1,500,000,000 2011
África do Sul 1,280,000,000 2011
Chile 1,144,000,000 2012
Cuba 1,030,000,000 2012
Congo-Brazzaville 946,000,000 2012
Iraque 880,000,000 2011
Tanzânia 860,000,000 2011
Angola 752,000,000 2011
Turquia 632,000,000 2012
França 508,000,000 2012
Sérvia 484,700,000 2013
Coreia do Sul 424,900,000 2012
Bulgária 410,000,000 2011
Irlanda 373,000,000 2012
Taiwan 330,200,000 2011
Equador 240,000,000 2011
Jordânia 230,000,000 2011
Bielorrússia 220,000,000 2011
República Checa 200,000,000 2012

33
Camarões 150,000,000 2011
Afeganistão 140,000,000 2011
Eslováquia 105,000,000 2012
Papua-Nova Guiné 100,000,000 2011
Gabão 70,000,000 2011
Espanha 61,000,000 2012
Marrocos 60,000,000 2011
Gana 50,000,000 2010
Barbados 20,000,000 2010
Senegal 20,000,000 2011
Quirguizistão 10,000,000 2011
Geórgia 9,151,000 2012
Grécia 6,000,000 2011
Tajiquistão 3,928,000 2013
Eslovénia 2,000,000 2012
Serra Leoa 0 2011
Singapura 0 2012
Somália 0 2011
Santa Lúcia 0 2011
Sudão 0 2011
Suécia 0 2011
Tonga 0 2011
Togo 0 2011
São Tomé e Príncipe 0 2011
Suíça 0 2011
São Cristóvão e Neves 0 2011
Seicheles 0 2011
Timor Leste 0 2011
Uganda 0 2011
Namíbia 0 2012
Sara Ocidental 0 2011

34
Samoa 0 2011
Suazilândia 0 2011
São Vicente e
0 2011
Granadinas
Burquina Faso 0 2011
Uruguai 0 2011
Zâmbia 0 2011
Zimbabué 0 2011
Guatemala 0 2011
Guiné 0 2011
Guiana 0 2011
Haiti 0 2011
Hong Kong 0 2013
Honduras 0 2011
Finlândia 0 2011
Fiji 0 2011
Ilhas Falkland 0 2011
Gâmbia 0 2011
Comores 0 2011
Costa Rica 0 2011
República Centro-
0 2011
Africana
Jibuti 0 2011
Domínica 0 2011
República Dominicana 0 2011
Cabo Verde 0 2011
Estónia 0 2012
Eritreia 0 2011
Salvador 0 2011
Etiópia 0 2011
Botsuana 0 2011
Bélgica 0 2011

35
Baamas 0 2011
Belize 0 2011
Bósnia e Herzegovina 0 2013
Antígua e Barbuda 0 2011
Albânia 0 2012
Arménia 0 2013
Ilhas Salomão 0 2011
Benim 0 2011
Burúndi 0 2011
Butão 0 2011
Congo-Kinshasa 0 2011
Ilhas Caimão 0 2011
Camboja 0 2011
Chade 0 2011
Sri Lanca 0 2012
Granada 0 2011
Gronelândia 0 2011
Islândia 0 2011
Quénia 0 2011
Jamaica 0 2011
Coreia do Norte 0 2011
Quiribáti 0 2011
Laos 0 2011
Líbano 0 2011
Letónia 0 2011
Lituânia 0 2011
Libéria 0 2011
Madagáscar 0 2011
Macau 0 2013
Moldávia 0 2012
Mongólia 0 2011

36
Malávi 0 2011
Montenegro 0 2011
Macedónia 0 2013
Mali 0 2011
Maurícia 0 2011
Mauritânia 0 2011
Malta 0 2013
Lesoto 0 2011
Luxemburgo 0 2011
Nova Caledónia 0 2011
Níger 0 2011
Vanuatu 0 2011
Nepal 0 2011
Nauru 0 2011
Suriname 0 2011
Nicarágua 0 2013
Guiné-Bissau 0 2011
Porto Rico 0 2011
Ruanda 0 2011
Paraguai 0 2011
Panamá 0 2011
FONTE: exame.abril.com.br/.../os-10-paises-com-as-maiores-
reservas-de-gas-natu...

37
Sumário

SUMÁRIO DA UNIDADE TEMATICA 1.1


Nesta Unidade Temática deves fixar que:

Petróleo: é todo e qualquer hidrocarboneto líquido em seu estado


natural, a exemplo do óleo cru e condensado e Gás Natural ou Gás é
todo hidrocarboneto que permaneça em estado gasoso nas condições
atmosféricas normais, extraído directamente a partir de reservatórios
petrolíferos ou gaseíferos, incluindo gases húmidos, secos, residuais e
gases raros. Chama-se Derivados de Petróleo a todos os produtos
decorrentes da transformação do petróleo e Biodiesel é qualquer
biocombustível derivado de biomassa renovável para uso em motores
a combustão interna com ignição por compressão ou, conforme
regulamento, para geração de outro tipo de energia, que possa
substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil. Já a
Indústria Petroquímica de Primeira e Segunda Geração: conjunto de
indústrias que fornecem produtos petroquímicos básicos, a exemplo
do eteno, do propeno e de resinas termoplásticas. Lembrar também
que o primeiro poço de petróleo foi descoberto nos Estados Unidos –
Pensilvânia – no ano de 1859. Ele foi encontrado em uma região de
pequena profundidade (21m). Ao contrário das escavações de hoje,
que ultrapassam os 6.000 metros. O maior produtor e consumidor
mundial são os Estados Unidos; por esta razão, necessitam importar
cada vez mais. Fixar também que os combustíveis mais usados a nível
do mundo são: Petreoleo, Gas natural e Biomassa. O Oriente Médio é
a região que abriga as maiores reservas mundiais de petróleo (cerca
de 65%) e as maiores companhias petrolíferas são British petroleum
(BP), Rockerfeller. Os principais tipos de petróleo são Petróleo Brent,
Petróleo Light, Petróleo Nafténico, Petróleo Parafínico, Petróleo
Aromático. Os tipos de Gas Natural são Gás Associado e Gás não-
associado. Os 10 maiores produtores de gas natural são: Brazil,
Rússia, Qatar, Estados Unidos, Arábia Saudita, Emirados Árabes,
Venezuela, Nigéria, Argélia.

Exercicios de auto-avaliação

Exercícios de auto-avaliação
Coloque V para afirmações verdadeiras e F para as falas.
1.O maior produtor de petróleo no Mundo é Venezuela (…..)
2.O combustível mais usado no mundo é a Biomassa (……)
3.O biocombustível é derivado de plantas (……)
4.O primeiro poço de ocorrência de petróleo no mundo foi
descoberto nos EUA (…..)

38
5.Fazem parte da composição de gás natural os seguintes compostos
(Circule a opção correcta):
A. SO2, B. NO2 C. CO2, D. CH4. E. Nenhuma

Exercicios de Avaliação

Exercícios de avaliação
1.Defina os conceitos: gás natural, Petróleo bruto, refinação.
2.Indique os tipos de petróleo e caracterize um deles.
3.Cracterize os tipos de petróleo indicados em 2.
4.Descreva o historial de descoberta e uso de petróleo.
5.Indique 6 países maiores produtores de petróleo (3) e gás natural
(3)

UNIDADE Temática 1.2. Processos De Extracção, Processamento e Refinação De Petróleo e gás


natural.

Introdução
A extracção e processamento do petróleo e gás natural são de
extrema importância para a vida das indústrias e ambiente. Para esta
actividade são usadas tecnologias de ponta e cada vez mais exigentes
em termos de complexidade e evolução. Nesta unidade, descreve-se
e discute-se aspectos ligados á propensão e extracção assim como
processamento e uso de petróleo, gás natural e seus derivados.

Objectivos e competências a desenvolver


No desta unidade temática você devera ser capaz de:
▪ Listar e descrever as tecnologias de extracção do petróleo e gás
natural
▪ Caracterizar comparativamente os processos de extracção de
petróleo e gás natural
▪ Descrever as vantagens e desvantagens do uso do petróleo e gás
natural

Extracção

O processo de extracção do petróleo bruto depende do tipo de


reservatório em exploração. Existem dois tipos de reservatório: os
jazigos subterrâneos encontrados em terra, em locais que eram
originalmente bacias sedimentares marinhas, e, em maior

39
quantidade, no mar, onde o petróleo se encontra entre uma camada
de água e uma camada de gás natural.

O petróleo extrai-se mediante a perfuração de um poço sobre o


jazigo. Regra geral, na parte inferior encontra-se uma camada de água
e na parte superior acumulam-se gases comprimidos, dos quais o
metano é o mais abundante. Normalmente, as perfurações podem ir
até alguns quilómetros de profundidade.

No jazigo, os gases comprimidos actuam sobre o líquido, obrigando-


o a subir pelo canal aberto. Depois de algum tempo, a pressão dos
gases torna-se insuficiente para conduzir o petróleo até a superfície,
razão pela qual a extracção passa então a ser realizada com recurso a
bombas.

Os poços de petróleo encontram-se normalmente ligados a uma


rede de oleodutos (pipelines) que conduzem o petróleo até ao seu
tratamento primário onde é desidratado e estabilizado, eliminando os
compostos mais voláteis. Posteriormente, é transportado parta as
refinarias para um tratamento subsequente que consiste na sua
refinação. Se a pressão não for suficiente usam-se outros
mecanismos, como bombas, injecção de água ou de gás, entre outras
técnicas para propulsionar o petróleo para o exterior.

Refinação

O petróleo bruto tem que passar por uma refinação antes de ser
consumido. A refinação consiste numa série de tratamentos físicos e
químicos que visam a separação do petróleo bruto em numerosos
componentes, os chamados derivados. De acordo com as
características do petróleo bruto, escolhe-se um entre os vários
processos de refinação. Contudo, há passos obrigatórios seguidos por
qualquer processo.
O petróleo bruto é inicialmente submetido à destilação
fraccionado. Esta técnica, de forma sumária, consiste em aquecer o
petróleo bruto e conduzi-lo à parte inferior de uma torre,
denominada torre de fraccionamento ou coluna de destilação. No seu
interior, a torre dispõe de uma série de pratos ou vasos colocados a
diferentes alturas. Quando o petróleo é aquecido até à sua
temperatura de ebulição liberta vapores que sobem pela coluna
através de tubos soldados aos pratos e cobertos por campânulas, de
maneira que os vapores são forçados a borbulhar através do líquido
que há nos pratos. O nível de líquido de cada prato é determinado
pela altura de um tubo de retorno que conduz o excesso de líquido ao
prato imediatamente inferior.
Os componentes mais voláteis (substâncias mais leves) de baixo
ponto de ebulição, ascendem continuamente pela coluna de
fraccionamento em direcção ao topo da coluna, que é a parte mais
fria, até condensarem. Os componentes de elevado ponto de
ebulição condensam-se em diferentes alturas da coluna e refluem

40
para baixo. Desta maneira consegue-se que, a uma determinada
altura da coluna, a temperatura seja sempre a mesma, e que o líquido
condensado em cada prato tenha sempre a mesma composição
química. Esses produtos de composições químicas definidas chamam-
se fracções e são formados, principalmente, por gás
metano, gasolina, petróleo gasóleo.
Na base da coluna de fraccionamento, onde a temperatura é mais
elevada, fica um resíduo que ainda contém fracções voláteis. Se, para
estas serem recuperadas, o resíduo for aquecido a temperaturas
ainda mais elevadas, ele decompõe-se. Por isso, para que a destilação
prossiga, o resíduo é transladado por meio de bombas para outra
coluna, onde, sob uma pressão reduzida próxima do vácuo
(diminuindo a pressão diminui a temperatura de ebulição), contínua
em ebulição a uma temperatura mais baixa, não destrutiva, e as
fracções vaporizam-se. Esta destilação adicional decompõe o resíduo
em óleo diesel ("fuel-oil"), óleo lubrificante, asfalto (piche) e cera
parafínica.

Destilação Fraccionada

A destilação constitui uma separação, puramente física das diferentes


substâncias misturadas no petróleo bruto. Deste modo, a destilação
não altera a estrutura das moléculas e, assim sendo, as substâncias
conservam a sua identidade química.
Para a obtenção de maior número e variedade de produtos,
as fracções mais pesadas são partidas em fracções leves pelo
processo de Cracking. Este processo consiste, essencialmente,
em decompor pelo calor e/ou por catálise ( uso de um catalisador ),
as moléculas grandes das substâncias pesadas, cujo ponto de ebulição
é elevado, para obter substâncias constituídas por moléculas de
tamanho menor e que correspondem as substâncias mais voláteis,
logo com ponto de ebulição mais baixo. Deste modo, por exemplo, o
fuel-oil ( óleo combustível pesado ) pode ser convertido em gasolina.
O processo oposto ao cracking chama-se polimerização e consiste,
essencialmente, em combinar moléculas pequenas de derivados do
petróleo para formar outras maiores e mais pesadas, por exemplo
os "plásticos".
Os processos de destilação do petróleo variam conforme a procura de
mercado dos diferentes produtos. As fracções obtidas podem ser,
posteriormente, misturadas umas às outras para a obtenção de
produtos com as propriedades desejadas.

Cracking
41
A grande revolução do petróleo ocorreu com a procura crescente dos
combustíveis, em particular da gasolina, associada à invenção dos
motores de combustão interna e ao fabrico de automóveis em
elevado número.

Assim, a gasolina passou a ser uma das fracções mais importantes e


mais usadas do petróleo bruto. A fracção da gasolina representa 20%
do petróleo. A gasolina não é uma fracção pura de um composto mas
sim uma mistura de hidrocarbonetos voláteis (alcanos e compostos
aromáticos). Como esta fracção é a de maior consumo, os químicos
procuraram desenvolver um processo que permitisse obter uma
maior quantidade de gasolina. Este processo foi descoberto nos EUA
e recebeu o nome de Cracking, palavra inglesa que significa quebrar.

Cracking é um processo que consiste na quebra das cadeias


carbónicas dos hidrocarbonetos de maior massa molecular,
originando hidrocarbonetos médios e inferiores constituintes da
fracção da gasolina.

O Cracking pode ser térmico (decomposição por aquecimento) ou


catalítico (decomposição por acção de catalisadores).

C15H32 C9H2O + C3H6 + C2H4 + C + H2


Os alcenos obtidos do Cracking do petróleo são usados como
matéria-prima no fabrico de polímeros através de reacções de
polimerização.

Importância do Petróleo

A importância que tem o petróleo em nossa existência é imensa: se


este precioso líquido viesse a faltar, as nossas cidades, as nossas
indústrias, os meios de transportes parariam como por efeito de
uma mágica, e uma súbita paralisia bloquearia quase todas as nossas
actividades. Mas, é tão importante assim o petróleo? Certamente, e
não só por que faz mover os automóveis, os navios, os aviões, mas,
também, porque ele tem uma infinidade de aplicações e empregos,
além do campo de transportes, tanto que podemos dizer que os
produtos derivados do petróleo são utilizados, sob as formas mais
diversas, praticamente em tudo.

Para percebermos o porquê do petróleo ser tão importante para a


nossa economia e para o nosso dia-a-dia, temos de entender de que
forma é que o petróleo nos beneficia. Nós como comunidade,
valorizamos todas as fontes de petróleo, porque pudemos utilizá-los
para substituírem trabalho humano, ora isto é lógico, mas o que eu
gostava aqui de quantificar era esta relação entre o petróleo e o
trabalho humano. Por exemplo, sempre que liga uma lâmpada de 100
watts, é o mesmo de ter numa divisão da sua casa um ser humano a
pedalar, o mais depressa que consegue, para manter essa lâmpada
acesa. Deste modo, a energia gasta por este ser humano é a mesma

42
que a energia consumida por esta lâmpada. Utilizando esta
informação, agora iremos analisar qual é a energia humana
necessária para o gasto de uma só pessoa num curto espaço de
tempo. Consequentemente, para o uso de apenas a água quente para
tomar banho e um aspirador, seriam necessários serviços de cerca de
50 ciclistas. Esta quantidade de pessoas para satisfazer apenas a
necessidade de uma pessoa, excede o número de escravos utilizados
nos tempos da monarquia. Desta forma, podemos efectivamente
dizer que vivemos como Reis, embora possamos não dar o devido
valor a todas as facilidades que temos hoje em dia, pelo facto de
parecer algo tão comum que por vezes o tomamos como garantido. E
agora eu pergunto que quantidade de trabalho existe em apenas 4
litros de gasolina? Bem, se introduzir este 4 litros no seu carro e
conduzi-lo, até ficar sem combustível e depois der a volta e empurrar
o carro até ao ponto de partida, irá descobrir. Estes 4 litros de
gasolina têm a energia equivalente, a 500 horas de trabalho forçado,
se quiser calcular de outra forma isto dá 12,5 semanas de trabalho de
40 horas semanais. Então e agora se tivesse de dar um valor a estes 4
litros de gasolina quanto daria? 4 Euros? 10 Euros? Se fosse pagar a
alguém, por exemplo, 15 euros por hora, para esta pessoa empurrar o
seu carro até casa, poderíamos assim avaliar estes 4 litros de
combustível em 7500 euros.

Não há duvida que, além da forma como o petróleo trabalha


incansavelmente, para tornar as nossas vidas mais fáceis, o petróleo é
um milagre em muitas outras formas. E agora novamente eu
questiono, com que facilidade é que pudemos substituir o papel do
petróleo e o nosso estilo de economia de crescimento baseada no
consumo? Pois eu rapidamente respondo, não muito facilmente, pois
presentemente, usamos o petróleo para quase tudo, principalmente
para transporte, sendo esta actividade responsável por 70% de todo o
consumo de petróleo. É ainda de salientar que ao nível dos processos
industriais, o petróleo é a matéria-prima principal para inúmeras
necessidades da vida, por exemplo, para a produção de plásticos,
tintas, fertilizantes, processos químicos, etc. Quando consideramos
outras potenciais fontes de combustível, descobrimos que quase
todas são incapazes de suprir estas necessidades. Os biocombustíveis
e o carvão podem potencialmente suprir algumas destas funções,
mas não certamente sem um enorme programa de reinvestimento.
Assim, é de considerar que a quantidade de trabalho que o petróleo
realiza para si, é o equivalente a ter centenas de escravos a seu
mando. Fica claro que, é esta matéria-prima que faz das nossas vidas
aquilo que são, afirmando ainda que o nível de vida que nós vivemos
hoje, faria inveja a qualquer Rei do passado.

1.2.1. Zonas de prospecção de petróleo em Moçambique

43
Em Moçambique há três zonas de prospecção de petróleo. Uma
situa-se na bacia do rio Zambeze, no distrito de Inhaminga, na
província de Sofala, outra na bacia do rio Rovuma, na província de
Cabo Delgado, e a terceira na baía de Bazaruto, na província de
Inhambane.

Há informações segundo as quais a bacia do Rovuma, no Norte de


Moçambique, tem condições geológicas similares às do golfo do
México e um potencial para produzir 3 mil milhões de barreis de
petróleo. Até ao momento já foram investidos cerca de 300 milhões
de dólares em pesquisa na bacia do Rovuma e pouco mais de 100
milões de dólares na bacia de Moçambique. Na região Sul do País, a
companhia petroqímica Sul-africana sasol, em parceria com a
Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), tem um contrato de
pesquisa e produção de petróleo na zona Offshore de Pande e
Temane, junto à baía de Bazaruto.

Extracção do petróleo
O petróleo é encontrado em bolsões profundos em terra firme e
abaixo do fundo do mar. Para realizar a sua exploração são
necessários basicamente três passos importantes:

1º: PROSPENÇÃO- é a localização de bacias sedimentares por meio de


análise detalhada do solo e do subsolo.
O geólogo que determina a probabilidade de haver rochas-
reservatório com petróleo aprisionado pode fazê-lo de diversas
maneiras, como por meio de imagens de satélites.

Ele também utiliza alguns equipamentos; veja alguns deles:

1. Gravímetro: detecta sutis variações na gravidade que indicam o


fluxo subterrâneo do petróleo;
2. Magnetómetros: mede minúsculas mudanças no campo
magnético, também causadas pelo fluxo do petróleo;
3. Sniffers (farejadores): narizes electrónicos que detectam a
presença de hidrocarbonetos (constituintes do petróleo);
4. Sismólogos: esses aparelhos criam ondas de choque que passam
pelas rochas e depois são reflectidas para a superfície. Essas
ondas podem ser criadas por canhões de ar comprimido, que
disparam pulsos de ar na água e, por meio de hidrofones, captam
as ondas reflectidas. Também é possível utilizar detonações com
cargas explosivas no solo ou caminhões impactadores que
golpeiam chapas pesadas dispostas no solo.

Figura 2: Detonação de carga explosiva para extracção do


petróleo

44
FONTE: ebah.com.br

2º PERFURAÇÃO- uma vez descobertas as jazidas de petróleo, realiza-


se a marcação com coordenadas GPS e bóias marcadoras sobre a
água do mar. Se for na terra, realiza-se a perfuração do solo de um
primeiro poço. Se realmente existir o petróleo, outros poços são
perfurados e analisa-se se a extracção é viável economicamente.
Essa perfuração, que pode atingir profundidades de 800 a 6.000
metros, é feita em terra por meio de sondas de perfuração e no mar
com plataformas marítimas (imagem). As torres de
perfuração podem ter uma broca simples com diamantes industriais;
ou um trio de brocas interligadas com dentes de aço.

Figura 13: Perfuração do poço de petróleo

FONTE:prof.2000.pt

Note, na imagem abaixo, que são necessários uma bomba de lama (2)
e um tanque de lama (5). Isso ocorre porque uma lama especial
resfria as brocas durante a perfuração. Além de lubrificar o sistema,
ela traz para a superfície rochas que serão analisadas.

45
Figura 14: Perfuração secundaria do poço

FONTE: online.usinan

3º EXTRACÇÃO- na terra, o petróleo é encontrada acima de água


salgada e em baixo de uma camada gasosa em alta pressão. Assim,
quando o poço é perfurado, o petróleo pode jorrar espontaneamente
até a superfície em razão da pressão do gás. Quando essa pressão
diminui é necessário o uso de equipamentos (como o “cavalo de pau”
mostrado na figura a seguir) que bombardeiam o petróleo para a
superfície, tal como ilustra a figura abaixo:

Figura 15: Abertura do poço de petróleo

FONTE:brasilescola.uol.com.br

Se o petróleo for muito denso é preciso injectar vapor de água


aquecido sob pressão por meio de um segundo poço cavado no
reservatório. O calor do vapor diminui a viscosidade do petróleo e a
pressão ajuda a empurrá-lo para cima no poço.

No mar, essa extracção é mais difícil, sendo feita com a utilização de


equipamentos especiais de perfuração e extracção por meio de
bombas em plataformas e navios-sonda. Há vários tipos de
plataformas para exploração de petróleo em alto-mar, veja as
principais.

46
Figura 16: Navios Sonda

FONTE:brasilescola.uol.com.br

4º REFINAÇÃO- É o processo de transformação do Gás Natural, ou


processo de refinação cuja matéria-prima é o gás húmido ou gás não
associado; (acção de transformar e tornar o gás adequado para ser
aplicado ou usado nas áreas industrial ou doméstica)

Refinaria as refinarias de petróleo constituem o mais importante


exemplo de plantas contínuas de multiprodutos. Uma refinaria, em
geral, processa um ou mais tipos de petróleo, produzindo uma série
de produtos derivados, como o GLP (gás liquefeito de petróleo), a
nafta, o querosene e o óleo diesel.

Processo de Refinação
Uma unidade de destilação atmosférica apresenta limitações em
função da qualidade da mistura de petróleos processados, do volume
e qualidade dos derivados produzidos. Por isso, para valorizar esses
produtos, realizam-se operações de conversão, de natureza química,
que transformam a composição molecular de fracções geradas pela
destilação atmosférica. A capacidade de conversão caracteriza
refinarias complexas, que ampliam o rendimento do petróleo
processado na destilação atmosférica e permitem, além disso, a
valorização de petróleos pesados para a geração de derivados leves e
médios.

Um exemplo é o craqueamento catalítico que, utilizando


catalisadores (agentes facilitadores), quebra moléculas de uma carga
(mistura de gasóleos de vácuo, que tem elevado teor de enxofre e
reduzido valor comercial) proveniente da destilação simples e
transforma derivados com menor demanda em outros com maior
valor económico no mercado.
Obter derivados leves a partir de fracções médias é relativamente
simples, enquanto o inverso é muito mais difícil, havendo poucos
processos para isso. Uma unidade de craqueamento catalítico fluido

47
(FCC) tem grande flexibilidade operacional e produz gás combustível,
GLP, nafta, podendo maximizar os rendimentos em gasolina, GLP ou
óleo diesel. Como são gerados por uma carga com elevado teor de
enxofre, esses produtos devem passar por unidades de
hidrotratamento, nas quais se utiliza hidrogénio para reduzir seu teor
de contaminantes.

Um processo importante de valorização de produtos da destilação


simples com reduzido valor comercial é o coqueamento retardado,
pelo qual se valorizam derivados pesados (o chamado fundo de
barril), gerados cada vez mais em razão do crescente processamento
de petróleos pesados, produzindo derivados leves (como gás
combustível, GLP, nafta leve, nafta pesada, gasóleos leve e médio,
gasóleo pesado) e coque.

Outro processo é a reforma catalítica, que é uma operação que


utiliza catalisadores adequados para converter nafténicos e parafinas
em aromáticos e isoparafinas, podendo ser orientada para obter:
(a)Nafta com elevado índice de octanagem ou um produto rico em
hidrocarbonetos aromáticos nobres (benzeno, tolueno e xilenos),
dependendo do tipo de fracção de nafta utilizada como carga, em
especial a sua faixa de destilação, bem como a origem do petróleo.
Uma refinaria produz derivados com aplicações energéticas e não -
energéticas.

Os derivados energéticos ou combustíveis são:


• Gás combustível (utilizado na refinaria para aquecer fornos e
caldeiras)
• Gás de petróleo liquefeito-GLP (gás engarrafado para uso
doméstico, industrial e automotivo, produto intermediário na
produção de petroquímicos, aerossóis)
• Gasolina (automotiva e de aviação de pequeno porte) –
alternativamente: nafta ou gasolina (nafta leve para
petroquímica, nafta média e pesada como combustível
automotivo e de aviação de pequeno porte)
• Querosene (de aviação e de iluminação)
• Óleo diesel (para transporte de carga, de passageiros e marítimo
leve, instalações de aquecimento de pequeno porte)
• Óleo combustível (utilizado nas indústrias, no transporte marítimo
pesado e na geração de energia eléctrica)
• Coque (utilizado nas indústrias de cimento e de aço).

Entre os derivados com aplicações não -energéticas (para uso nas


indústrias), destacam-se:
• Naftas e gasóleos petroquímicos
• Solventes domésticos e industriais
• Parafinas
• Lubrificantes básicos

48
• Asfalto
• Coque

Um dos parâmetros fundamentais da lucratividade de uma refinaria é


a margem realizada pelos refinadores entre o preço dos derivados e o
preço do petróleo bruto (crack spread). Por exemplo, a utilização de
um petróleo pesado, mais barato, permite ao operador de uma
refinaria complexa vender os derivados valorizados pelo mercado e
capturar uma renda gerada pelo diferencial entre petróleo pesado e
os petróleos leves de referência (Brent ou WTI).

As empresas estão se orientando para uma modernização gradual de


seus sistemas de refinação pelo aumento da complexidade e
flexibilidade de suas melhores refinarias. Ampliando a capacidade de
conversão, as empresas podem capturar oportunidades de valorizar
petróleos pesados. Geralmente a estrutura de refinação nos Estados
Unidos é mais complexa que a da União Europeia.
Tabela 4: Derivados do petróleo e as suas principais aplicações.

Derivado Nº de Tra de Aplicações


do Petróleo Carbonos Ebulição
aproximada
(ºC)
Gás Natural C1 a C4 Até 20 ºC Combustível doméstico e
industrial.
Éter de C5 a C6 20º a 60ºC Solvente industrial para
petróleo compostos orgânicos.
Nafta C6 a C7 60ºC a 100ºC Solvente industrial para
compostos orgânicos
Gasolina C6 a C12 50ºC a 200ºC Combustível para motores de
explosão (automóveis)
Querosene C10 a C14 150çC a Combustível para jactos,
275ºC foguetões e para iluminação e
aquecimento doméstico.
Óleo diesel C12 a C20 175ºC a Combustível para navios,
350ºC camiões, comboios...
Óleos C20 a C36 350ºC a Óleos para lubrificação
lubrificantes 550ºC
Graxas >C20 Acima de Graxas e vaselina
550ºC
Asfalto >C36 Resíduos
Asfalto para pavimentação de
estradas
FONTE: www.marcosgeograficos.com.br/pdf/html.php?id=109

49
Principais derivados do petróleo e suas aplicações

A utilização do petróleo bruto como combustível e matéria-prima


expandiu-se muito rapidamente com o desenvolvimento da ciência e
da tecnologia. Isto criou uma grande dependência económica de
países que não produzem os derivados do petróleo, como é o caso de
Moçambique e outros.

A indústria que transforma os derivados do petróleo bruto


denomina-se indústria petroquímica. Ela obtém vários produtos
derivados do petróleo como plástico, derivados do eteno, pesticidas,
herbicidas, fertilizantes e fibras sintéticas a partir do petróleo.

1.2.1. PRODUTOS DERIVADOS DO PETRÓLEO QUE FAZEM PARTE DA


SUA VIDA

Usos e seus derivados


Se você só se preocupa com o preço do petróleo na hora de ir a um
posto de gasolina, saiba que a presença dessa substância (ou de seus
derivados) em nosso dia-a-dia vai muito além do tanque de
combustível inclusive na sua mesa.
Além de gerar a gasolina, que serve de combustível para grande parte
dos automóveis que circulam no mundo, vários produtos são
derivados do petróleo como, por exemplo, a parafina, gás natural,
GLP, produtos asfálticos, nafta petroquímica, querosene, solventes,
óleos combustíveis, óleos lubrificantes, óleo diesel e combustível de
aviação. Confira abaixo, os 10 produtos mais usados cuja composição
inclui derivados de petróleo:
10º Lugar: Cosméticos

FONTE: www.marcosgeograficos.com.br/pdf/html.php?id=109

Se não fosse a indústria do petróleo, aquele creme perfumado que


você comprou recentemente provavelmente não existiria – derivados
de petróleo (como óleos, perfumes e ceras) compõem cerca de 80%
de um cosmético. Xampus, condicionadores e tinturas para cabelo
também devem sua existência àquele óleo negro resultante de
milhares de anos de decomposição de organismos.

50
9º Lugar: Borracha sintética

FONTE: www.marcosgeograficos.com.br/pdf/html.php?id=109

Mais forte e resistente a mudanças intensas de temperatura, a


borracha sintética normalmente substitui o látex em diversos
produtos, como artigos esportivos, tênis e pneus – em geral, um pneu
demanda o equivalente a 8 galões de petróleo. A borracha sintética
também é usada em fiações e isolamento de cabos, mas seu custo
elevado impede que seja usada com mais frequência.
8º Lugar: Lubrificantes

FONTE: www.marcosgeograficos.com.br/pdf/html.php?id=109

Em carros, o óleo lubrificante reduz o atrito entre peças do motor,


evitando que se desgastem muito depressa. Vela de parafina também
contém lubrificante – um produto que, dependendo do caso, leva
90% de petróleo em sua composição.

7º Lugar: Remédios

FONTE: www.marcosgeograficos.com.br/pdf/html.php?id=109

Parece estranho usar em medicamentos uma substância altamente


poluente, mas não há como negar: muitos remédios (em especial os
analgésicos e, curiosamente, até mesmo os homeopáticos) contêm
benzeno, um derivado do petróleo.
51
6º Lugar: Produtos de limpeza

FONTE: www.marcosgeograficos.com.br/pdf/html.php?id=109

Quem imaginaria que um óleo que deixa manchas praticamente


irremovíveis serviria de base para produtos de limpeza? Quase todos
são compostos por uma série de ingredientes artificiais que podem
matar uma pessoa ou deixar a louça brilhando como nova.

5º Lugar: Asfalto

FONTE: www.marcosgeograficos.com.br/pdf/html.php?id=109

Quem é engenheiro civil sabe que o que a maioria das pessoas chama
de “asfalto” é, na verdade, “concreto asfáltico” – uma mistura
especial de diversos minerais que é mantida unida graças (aí sim) ao
asfalto propriamente dito, um derivado semi-sólido de petróleo.
Estima-se que existam cerca de 18 milhões de quilómetros de ruas
pavimentadas no mundo todo, o que corresponde a uma quantidade
respeitável de asfalto (e de petróleo).

4º Lugar: Tecidos sintéticos

52
FONTE: www.marcosgeograficos.com.br/pdf/html.php?id=109

Em geral mais baratos que os naturais, os tecidos sintéticos (como


náilon, acrílico, spandex e poliéster) são largamente usados tanto em
roupas quanto em produtos “de casa”, como cortinas e carpetes. Se
não fosse o petróleo, sua gaveta de meias provavelmente estaria
menos cheia.

3º Lugar: Comida

FONTE: www.marcosgeograficos.com.br/pdf/html.php?id=109

Se você achou estranho que derivados de petróleo estivessem


presentes em remédios, provavelmente vai ficar chocado ao saber
que eles também são usados directa (em corantes, favorizastes e
conservantes) ou indirectamente (em fertilizantes artificiais e
pesticidas) na produção de alimentos.
2º Lugar: Plástico

FONTE: www.marcosgeograficos.com.br/pdf/html.php?id=109

Um dos usos mais conhecidos de derivados de petróleo é a produção


de plástico, um composto sintético extremamente presente no dia-a-
dia da maioria das pessoas – encontrado em garrafas d’água, caixas

53
de DVD e naqueles copos descartáveis que muita gente usa em festas
e até no trabalho.

1º Lugar: Combustível

FONTE: www.marcosgeograficos.com.br/pdf/html.php?id=109
Por fim, o uso mais previsível do petróleo é na produção de
combustíveis: gasolina, diesel e combustível de avião respondem por
cerca de 72% do consumo total de petróleo no mundo. Agora que
você já conhece a grande versatilidade do petróleo, provavelmente
não vai estranhar que os combustíveis sejam tão diferentes, mesmo
vindo da mesma fonte.

RISCOS Á SAÚDE PUBLICA


Contaminantes
Os heteroátomos (contaminantes) mais comuns são os átomos de
enxofre (S), nitrogênio (N), oxigênio (O), e de metais como níquel (Ni),
ferro (Fe), cobre (Cu), sódio (Na) e vanádio (V), podendo inclusive
estar combinados de muitas formas; O enxofre (S) é o contaminante
de maior predominância e presente em vários tipos de petróleo. Os
contaminantes sulfurados (contém enxofre) causam problemas no
manuseio, transporte e uso dos derivados que estão presentes.

a) Manuseio - redução de eficiência dos catalisadores nas


refinarias;
b) Transporte - corrosão em oleodutos e gasodutos;
c) Derivados - causam poluição ambiental se presentes em
combustíveis derivados do petróleo.

Sumário

SUMARIO PARA A SEGUNDA UNIDADE TEMATICA


54
O processo de extracção do petróleo bruto depende do tipo de
reservatório em exploração. O petróleo extrai-se mediante a
perfuração de um poço sobre o jazigo. Regra geral, na parte inferior
encontra-se uma camada de água e na parte superior acumulam-se
gases comprimidos. Os principais processos petroquímicos: Extracção,
Refinação, Destilação fraccionada e Cracking. A refinação consiste
numa série de tratamentos físicos e químicos que visam a separação
do petróleo bruto em numerosos componentes. A zona de propensão
de petróleo em Moçambique são bacia do rio Zambeze, (no distrito
de Inhaminga), na província de Sofala, outra na bacia do rio Rovuma,
na província de Cabo Delgado, e a terceira na baía de Bazaruto, na
província de Inhambane.

Dentre vários derivados do petróleo distinguem-se: Gás natural,


Asfalto, Éter de Petróleo, nafta, Querosene, Gasolina, Gasóleo, Óleos
lubrificantes, Vaseline, Graxa.

Os riscos á saúde derivam dos heterótomos (contaminantes) mais


comuns são os átomos de enxofre (S), Nitrogénio(N), Oxigénio (O), e
de metais como Níquel (Ni), Ferro (Fe), Cobre (Cu), Sódio (Na) e
Vanádio (V), podendo inclusive estar combinados de muitas formas;
O enxofre (S) é o contaminante de maior predominância e presente
em vários tipos de petróleo.

Exercicios de auto-avaliação

EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO
Coloque V para afirmações verdadeiras e F para as falsas.
1.A maior aplicação do petróleo é na asfaltagem (….)
2.Os principais derivados de petróleo são gás natural, vaselina,
fósforo e Oxigénio (…)
3.Mocambique não possui neuma zona de propensão de petróleo (…)
4.A extracção, refinação, destilação e craqueamento são processos de
processamento de petróleo (...)
5.Colocando em ordem crescente de uso dos derivados de petróleo,
esta qual a firmação que representa o primeiro lugar da aplicação dos
derivados do PB?
A. Asfaltagem B. Combustíveis C.Plásticos D.Cosméticos E.
Alimentação

55
Exercicios de Avaliação

EXERCÍCIOS DE AVALIAÇÃO
1.Defina os conceitos: reificação, craqueamento e refino.
2.Descreva em que consiste e qual é o objectivo do processo de
refino de petróleo.
3.Indique as tecnologias usadas no refino e craqueamento de
petróleo e gás natural.
4.De exemplos de produtos derivados de refinação do petróleo.
5.Indique dois tipos de indústrias que utilizam maioritariamente
produtos derivados de petróleo como matéria-prima.

TEMA II: MARCOS HISTÓRICOS, CRISE E ACIDENTES AMBIENTAIS DA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO

Neste tema serão desenvolvidas as seguintes unidades temáticas.


Unidade temática 2.1: tecnologia de petróleo, crise mundial de
petróleo e gás e alternativas energéticas.

56
Unidade temática 2.2: acidentes ambientais de extracção do petróleo
e sua mitigação.
Unidade temática 2.3:exercicio de auto-avaliação

Unidade temática 2.1: tecnologia de petróleo e gás e a crise mundial dos combustíveis fósseis.

Introdução
Tal como é sabido, a cada período há cada vez mais escassez dos
recursos petrolíferos. Na antiguidade a extracção do petróleo usava
tecnologias simples e de fácil manuseamento pois este recurso era
abundante e encontrava-se próximo da superfície.Com a revolução
industrial e crescente uso destes recursos, assistiu-se escassez dai
muitos conflitos políticos entre detectores deste recurso e potências
foram travadas. Para além disso, houve necessidade de foi necessário
também desenvolver tecnologias cada vez mais eficientes e
complexos. Nesta unidade são apresentadas e discutidas algumas
tecnologias usadas na propensão, estudo, extracção e processamento
do petróleo e gás natural.

Objectivos e competências a desenvolver


No desta unidade temática você devera ser capaz de:
▪ Discutir o conceito crise de petróleo e gás natural
▪ Caracterizar o fenómeno da crise mundial de combustíveis fosseis
▪ Descrever os impactos políticos e sociais da crise mundial de
petróleo e gás.
▪ Apresentar alternativas energéticas para suprir a crise de
combustíveis fosseis

2.1.1.Tecnologia de processamento do petróleo e gás natural


O processamento do GN é o conjunto de operações e processos
unitários que visam a obter ou permitir que este insumo energético
seja fornecido ao consumidor final isento de: H2S;
▪ Inertes (CO2 e N2);
▪ H2O livre (principal substância a ser retirada no processo de
desidratação do GN);
▪ Odores indesejáveis;
▪ Partículas sólidas;
▪ Ceras;
▪ Gomas;
▪ Hidrocarbonetos condensados (compostos que se encontram em
sua forma líquida);
▪ Hidrocarbonetos aromáticos (compostos que contêm anéis
benzênicos);
▪ Glicóis (compostos utilizados na desidratação do GN);
▪ Metanol (substância utilizada na desidratação do GN);

57
▪ Aminas (compostos utilizados na retirada de H2S e demais
compostos de enxofre);
▪ Qualquer outra substância utilizada no processamento.
Após o processamento do GN numa Unidade de Processamento de
Gás Natural – UPGN, o gás natural é denominado gás processado ou
“upêgenado”. Outros produtos são também gerados numa – UPGN,
conforme a figura 09, colocada a seguir. Entre os principais, podemos
destacar o Gás Liquefeito de Petróleo – GLP e a Gasolina Natural (C5+).

2.1.2. Crises e marcos históricos de extracção e uso do petróleo


O governo Clinton decidiu disponibilizar 30 milhões de barris do seu
estoque estratégico no mercado norte-americano para evitar um
aumento maior no mercado futuro do petróleo, que na semana
passada tinha alcançado US$ 37,80 para o WTI, isto é, mais do que o
dobro do preço vigente em 1997/99.

Para o Brasil é importantíssimo não somente entender a crise, mas


tomar medidas que neutralizem os seus efeitos danosos para a nossa
economia, pois ainda dependemos da importação de cerca de 30% do
petróleo e gás natural que consumimos diariamente.

Os 30 milhões de barris disponibilizados pelo governo norte-


americano representam menos de dez horas do consumo mundial -ou
menos de dois dias do consumo norte-americano. A excessiva
dependência energética de hidrocarbonetos, petróleo e gás natural,
apesar de os países desenvolvidos haverem diminuído o consumo
diante do crescimento da economia, vai sempre ameaçar a
estabilidade da economia mundial e afectar de forma mais
contundente os países menos desenvolvidos, como o Brasil, que, para
cada ganho adicional de sua economia, necessitará de mais energia
do que os países desenvolvidos. Assim, o consumo mundial de
petróleo e gás natural tem crescido muito no Brasil e em outros
países emergentes. Em outras palavras, a actual crise afecta muito
mais o Brasil do que os Estados Unidos, a União Europeia e o Japão.

As duas crises anteriores tinham, além dos componentes típicos do


mercado, dois aspectos de suma importância. O primeiro era o
aspecto político resultante da Guerra Fria, o conflito entre Israel e os
países árabes no Oriente Médio, onde está a maior reserva de
petróleo e gás natural do mundo. Felizmente o mundo bipolarizado,
sob a liderança de duas potências nucleares, não existe mais. Os
últimos países comunistas, como China, Cuba e Coréia do Norte,
estão adotando o capitalismo com grande entusiasmo e estão,
certamente, acompanhando o mercado futuro do petróleo com a
mesma aflição que nós, pois esses últimos países socialistas são
importadores líquidos de petróleo. Portanto não há mais o
componente político na atual crise.

O segundo aspecto foi a crise financeira internacional de 1970/73,


que levou os países da OPEP (Organização dos Países Exportadores de
58
Petróleo), em conjunto, à elevação dos "posted price" do petróleo,
que serviam de base para a cobrança dos impostos ("government
take"), ao que se seguiu a criação e o fortalecimento do eurodólar, o
fim da conversibilidade do dólar em ouro ("Nixon Shock") e o
aumento inusitado da liquidez internacional, causando inflação. A
crise financeira mundial, associada à crise política, acabou
provocando uma elevação do preço do petróleo e do gás natural em
níveis jamais esperados pelo mercado em 1973/74. Se analisarmos o
quadro de 1979/1980, quando ocorreu o segundo choque e o preço
subiu a US$ 42 da época, podemos verificar que tivemos um cenário
muito semelhante ao de 1973.

Hoje, felizmente, não vivemos uma crise financeira. As taxas de juros


em dólar estão em nível civilizado. Vale lembrar que, no início dos
anos 80, a taxa de juros do Federal Reserve (Banco Central dos EUA)
alcançou 20% ao ano. Levou quase todos os países devedores à
inadimplência. Mas, se não temos os componentes políticos e
financeiros das duas crises anteriores, por que em menos de um ano
dobraram os preços? Os preços do petróleo e do gás natural antes da
crise de 1973/74 eram mais estáveis. O mercado era mais ou menos
controlado pelas grandes empresas globais, as chamadas "sete
irmãs". Com as duas crises, além das sete irmãs e empresas estatais
dos países exportadores e importadores, novas empresas
independentes foram constituídas. Além disso foi criado o mercado
futuro, no qual bancos, grandes casas de comércio, fundos de pensão,
companhias de seguros e pessoas físicas adoram ter posições
compradas e vendidas de petróleo, gasolina, diesel, soja, milho etc.

Esse mercado hoje é muitas vezes maior do que o mercado físico. É


um mercado altamente especulativo. Basta dizer que US$ 1 de
aumento nos preços de petróleo e gás natural significa transferência
da ordem de US$ 27 bilhões por ano no mercado físico. Com um
aumento médio de US$ 10, como estamos tendo, a cifra alcança US$
270 bilhões dos compradores aos vendedores.

Imaginem a quanto monta no mercado de papéis. Daí a razão da


actual elevação de preço ter um destaque maior nas páginas
financeiras. Ousaria até dizer que a actual crise vem mais do mercado
financeiro que da OPEP ou das grandes empresas de petróleo. Se
aceitarmos o princípio de que a especulação é necessária para manter
a liquidez do mercado e que sempre a realidade do mercado físico é
que acaba prevalecendo no mercado futuro e de papéis, então, nós
importadores ficaremos cada vez mais dependentes da OPEP.

Pois hoje, diferentemente de ontem, a OPEP, com profissionais


formados nas melhores universidades norte-americanas e europeias
e com o olho no mercado futuro, orientará as suas acções cada vez
mais competentemente. Vai ganhar não somente na alta, mas
também na baixa.

59
Temos de conviver com uma alta volatilidade. Para o nosso país,
passou a ser muito mais importante acelerar os projectos a fim de
diminuir a nossa dependência externa. Gerar energia eléctrica com
hidrocarboneto importado vai afectar negativamente o nosso balanço
comercial. Além da busca e da produção de hidrocarbonetos em
nosso país, se pretendemos ser um país desenvolvido, temos de
revigorar o plano de álcool, consumir mais carvão mineral nacional,
hidroelectricidade, utilizar energia nuclear, como os países
desenvolvidos, energia eólica, solar etc. Todas as fontes que, em
última análise, proporcionem economia de divisas. A legislação
tributária deve ser revigorada como instrumento de política
económica para estimular o consumo de fontes energéticas de
origem nacional.

Não devemos esquecer que, em nosso país, o consumo de energia


ainda é baixo devido ao insatisfatório nível de desenvolvimento. Para
atender à demanda projectada para o ano 2010 no Brasil, temos de
dobrar a oferta de energéticos. É um grande desafio para os
responsáveis pelo sector.

2.1.3. Problema do limite dos recursos naturais: Petróleo e Gás


Natural
Os combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural) são
originados através da decomposição anaeróbia de matéria animal
e vegetal por um processo que se prolonga por milhões de anos.
Por essa razão se chamam fósseis, pois não são renováveis; depois
de esgotados necessitaríamos de esperar vários milhões de anos
para que existisse mais reservas desses compostos. Acredita-se
que os combustíveis fósseis hoje em dia explorados formaram-se,
a sua maior parte, durante o Período Carbonífero, na Era
Paleozóica.
Para além dos problemas ecológicos, os combustíveis fósseis
apresentam outro inconveniente: são uma fonte de energia não
renovável, irão esgotar-se num futuro próximo, uma vez que estão
a ser gastos a um ritmo muito superior ao da sua formação, e não
podem ser fabricados. Este facto agrava a crise económica que se
vive, pois a economia global está profundamente dependente
destes recursos naturais.
As energias não renováveis dominam o consumo de energia
mundial, como se pode constatar no gráfico ao lado que traduz o
consumo de energia primária referente a valores de 2006.

Figura 17: Consumo mundial de energia primária

60
FONTE: AIE:2009

Apesar de ter crescido relativamente pouco entre 1996 e 2006, o


valor do consumo mundial de energia primária é muito elevado,
como se vê no seguinte gráfico.
Figura 18:

FONTE: FONTE: AIE:2009

Porém, não está previsto uma diminuição da velocidade de


aumento, pois devido ao crescimento demográfico e
desenvolvimento económicos haverá cada vez mais países
consumidores de grandes quantidades de energia.
O gráfico seguinte retracta a distribuição de consumo de petróleo
por área geográfica, com dados de 2006, e constata-se,
claramente, um domínio da parte dos países desenvolvidos.
Existe um modelo matemático capaz de prever a quantidade total
de petróleo extraída ao longo dos anos e foi desenvolvido em
1956, por Hubbert. Ficou conhecido por Pico de Hubbert, ou então
Pico do Petróleo (Oil Peak). O modelo é uma curva logística que
admite um rápido crescimento inicial, depois um abrandamento,
até que começa a diminuir, acabando por ser nulo.
O Pico de Hubbert mostra que a produção petrolífera atingiu um
máximo recentemente ou atingirá pelo menos até 2010 e que
declinará rapidamente, em apenas algumas dezenas de anos,
levando a aumentos precipitados do preço do petróleo.

61
Inevitavelmente, isto vai conduzir a consequências drásticas
económicas, pois a civilização moderna depende dos combustíveis
fósseis em diversas áreas, tais como os transportes, a produção de
alimentos, processos químicos industriais, tratamento de água,
aquecimento doméstico e produção de electricidade.
No seguinte gráfico está representado a curva de Hubbert aplicada
à produção mundial de petróleo, onde mostra a evolução da
produção até 2004 e a previsão da ASPO sobre o que pode ocorrer
após esse ponto. Veja a figura abaixo sobre metodos de avaliacao
de recursos petrolíferos.

Figura 19: Curva de Hubbert sobre tempo de vida de poços de Petróleo

FONTE: AIE: 2009

Embora controverso, este modelo tem-se mostrado a cada ano


que passa mais eficaz em modelar correctamente a exploração de
petróleo. Contemporaneamente, não se analisa a veracidade de
tal pico, mas sim quando irá ocorrer e qual será a severidade dos
seus efeitos.
O gás natural e o carvão não representam uma solução, caso a
produção do petróleo decline drasticamente, sendo a única
resolução do problema viável o investimento em fontes de energia
renováveis.

2.1.4. Combustíveis alternativos como alternativa de mitigação da


poluição e gestão de petróleo e gás natural

Figura 20: Tanques de Biogas (esquerda) e Fonte de Biodiesel


(direita

62
FONTE:canalbioenergia.com.br
O etanol é o álcool mais comum, também conhecido por álcool
etílico, e a sua fórmula química é CH3CH2OH. É obtido através da
fermentação de amidos de gramíneas presentes no milho e outros
açúcares, tais como a sacarose, a partir da cana do açúcar.
Uma vez que normalmente a combustão deste álcool não origina
produtos secundários, concede-lhe características ideais para um
combustível, a nível ambiental, pois gera menos poluição, e a nível
energético, pois a sua combustão é total.
O etanol é também usado como aditivo em algumas gasolinas, de
forma a reduzir a emissão de gases poluentes, nomeadamente o
monóxido de carbono e hidrocarbonetos, e a aumentar a
eficiência pois o oxigénio presente na molécula ajuda a tornar a
combustão completa. O inconveniente deste processo é o seu
excessivo preço, pelo que estão a ser desenvolvidas formas de
obter etanol a partir do restolho das plantas, pois são uma
matéria-prima mais barata.

O bioálcool constitui uma mistura de etanol e metanol e é obtido


através do etanol. Graças à presença de oxigénio na constituição
molecular desses dois álcoois, a combustão do bioálcool tende a
ser completa, tendo as mesmas vantagens do que o etanol nesse
aspecto.

O metano é o hidrocarboneto mais simples (CH4) e também se


denomina por biogás. Este composto químico é obtido através de
digestão anaeróbia de restolho de plantas e, por causa de grandes
avanços tecnológicos, o processo de produção de metano é
bastante eficiente, com a utilização de digestores anaeróbios.
Também é possível produzir grandes quantidades de metano a
partir do lixo, bastando que para isso se lhe adicione matéria
orgânica.

O metano pode substituir o gás natural em todas as suas


utilizações, porém não é muito eficaz se for utilizado em meios de
transporte pesados, pois não liberta energia suficiente.
63
Como pequena curiosidade, de referir que um cultivador de
galinhas, Harold Bate, natural de Devonshire, em Inglaterra,
inventou na década de 60 uma maneira de produzir combustível,
mais propriamente metano, a partir da decomposição dos
dejectos das suas galinhas. Bate afirma que o motor do seu
Hillman de 1953 tem um mecanismo especial que ele inventou,
conseguindo o seu automóvel atingir os 120 km/h sem recorrer ao
uso de gasolina. O gás que produzia também era utilizado no
aquecimento da sua casa e como combustível para um camião de
cinco toneladas. O procedimento utilizado é bastante simples:
num cilindro metálico eram introduzidas os excrementos, onde a
temperatura era de 80ºC; o gás produzido era recolhido através de
uma válvula e armazenado para posterior uso.
O biodiesel é um combustível degradável, obtido através do
tratamento de óleos alimentares virgens ou queimados. Tem
potencial para substituir total ou parcialmente o gasóleo na
utilização de motores diesel. O aproveitamento de óleos
queimados tem grandes vantagens, uma vez que quando resíduos
deste tipo são libertados em meios hídricos, solo ou redes de
esgotos originam deficiências no funcionamento de ETARs
(Estações de Tratamento de Águas Residuais) e causam corrosão e
entupimentos em canalizações.

NOTAS

O biodiesel – a produção mais destrutiva da Terra – não é


solução para a crise energética
No último par de anos fiz uma descoberta desconfortável. Tal
como a maior parte dos ambientalistas, tenho estado tão cego
para as restrições que afectam o nosso abastecimento de
energia quanto os meus oponentes tem estado para a
mudança climática. Apercebo-me agora de que me tenho
entretido com uma crença na magia.
Em 2003, o biólogo Jeffrey Dukes calculou que os combustíveis
fósseis que queimamos num ano eram constituídos por
matéria orgânica "contendo 44 x 1018 gramas de carbono, o
que é mais de 400 vezes a produtividade primária líquida da
actual biota planetária". Em linguagem simples, isto quer dizer
que todos os anos se utiliza o valor de quatro séculos de
plantas e animais.
(…)

A última vez que chamei a atenção para os perigos de fabricar


gasóleo a partir de óleos vegetais recebi tantos insultos
quantos os que me foram dirigidos devido à minha posição

64
acerca da guerra no Iraque. Os missionários do biodiesel,
descobri, são tão vociferantes na sua negação quanto os
executivos da Exxon. Agora estou pronto a admitir que o meu
artigo anterior estava errado. Mas eles não vão gostar disto.
Estava errado porque subestimei o impacto destrutivo deste
combustível.
(…) Mas agora descubro que uma coisa ainda pior está a
acontecer. A indústria do biodiesel inventou acidentalmente o
combustível mais intensivo em carbono do mundo.
(…)

in guardian.co.uk, em 6 de Dezembro de 2005, artigo de


George Manbiot, tradução por Jorge Figueiredo

O uso do biodiesel como combustível apresenta também vantagens


nos foros energético e ambiental, visto que é uma energia renovável
e a sua combustão, apesar de ser difícil e requer temperaturas mais
altas do que o gasóleo, é mais eficiente, pois é um combustível
oxigenado, e gera menos produtos secundários, designadamente
CO2 e matéria particulada. Assim como o etanol, o biodiesel é usado
como aditivo a outros combustíveis, com os mesmos objectivos.
Ultimamente, tem-se estudado e desenvolvido o processo de
obtenção de biodiesel através de microalgas; estas constituem uma
fonte de matéria-prima mais barata do que todas as outras já
utilizadas.
Apesar de libertar para a atmosfera dióxido de carbono, tal como a
combustão dos combustíveis fósseis, o CO2 libertado foi obtido
pelas plantas extraindo-o da atmosfera, portanto, de certa forma, o
uso de biodiesel como combustível, cria um equilíbrio de
quantidade desse gás na atmosfera.
Em finais do século XIX, fora inventada, por Rudolfo Diesel a
primeira máquina que funcionava a biodiesel, mais propriamente a
óleo de amendoim.
Os avanços da biotecnologia têm aproximado os químicos de
descobrir um composto, viável para substituir os combustíveis
fósseis, de origem natural, sintetizado por bactérias ou plantas.
A grande vantagem dos biocombustíveis é o facto de serem
renováveis, para além da sua maior parte ser produzido a partir de
materiais usados. A desvantagem, como se viu em alguns casos, é o
seu elevado custo de produção face aos dos combustíveis fósseis.
Por outro lado, a intensificação da produção de biocombustíveis
pode ter efeitos devastadores nas florestas.
NOTAS

65
Biocombustíveis: florestas pagam o preço
O impulso para a "energia verde" no mundo desenvolvido está
a ter o efeito perverso de fomentar a destruição das florestas
húmidas tropicais. Desde as reservas de orangotangos no
Bornéu até à Amazónia brasileira, florestas virgens estão a ser
arrasadas a fim de produzir óleo de palma e soja para
abastecer automóveis e centrais de energia eléctrica na
Europa e na América do Norte. A escalada de preços
provavelmente acelerará a destruição.
A pressa em produzir energia a partir de óleos vegetais está a
ser impulsionada, em parte, por directivas da União Europeia
que obrigam a misturar biocombustíveis aos combustíveis
convencionais, e também por subsídios equivalentes a cerca
de 20 pence (0,30 €) por litro. Na semana passada, o governo
britânico anunciou a meta de que os biocombustíveis
deveriam atingir 5% nos transportes até 2010. O objectivo é
ajudar a cumprir as metas do protocolo de Quioto quanto à
redução das emissões dos gases de efeito estufa.
(…) "Mais uma vez, parece que estamos a tentar resolver os
nossos problemas ambientais despejando-os nos países em
vias de desenvolvimento, onde eles têm efeitos devastadores
sobre a população local".
(…)
Até há pouco tempo, o pequeno mercado europeu de
biocombustíveis era dominado pela produção local de óleo de
colza (canola). Mas a procura acrescida no mercado alimentar
também fez aumentar o preço de óleo de colza. Isto levou os
fabricantes de combustível a optarem pelo óleo de palma e de
soja, em substituição. Os preços de óleo de palma saltaram
então 10% só no mês de Setembro e prevê-se que subam 20%
no próximo ano, enquanto a procura global por
biocombustíveis está agora a crescer à taxa de 25% ao ano.
(…)

in New Scientist nº2526, em 22 de Novembro de 2005,


artigo de Fred Pearce, tradução por Alexandre Leite

Hidrogénio
O hidrogénio constitui a esperança mais promissora para substituir
o petróleo e o gás natural como principal combustível mundial.
Apenas liberta vapor de água e tem um grande potencial
energético. Apesar de ser o elemento mais abundante do universo
(mais de 90% da matéria do Universo conhecido é constituída por
hidrogénio), produzi-lo em grandes quantidades é difícil e não é
economicamente viável, por enquanto. O processo mais utilizado
66
actualmente é o steam reformingdo gás natural. A electrólise da
água é outro processo de obtenção de hidrogénio, porém os custos
de produção são demasiado elevados. Numa tentativa de minimizar
estes custos, está a ser estudado formas de obter hidrogénio
através bactérias fotossintéticas.

Existem cada vez mais veículos com motores alimentados a


hidrogénio. A General Motors afirma estar preparada para
introduzir no mercado automóveis a hidrogénio a partir de 2010.
Isto necessita que as gasolineiras sejam convencidas a comercializar
hidrogénio a grande escala.

O Laboratório de Ambiente Marinho e Tecnologia tenciona criar


uma central de produção de hidrogénio na ilha Terceira, nos Açores.
Aqui existe uma grande vantagem, uma vez que é produzido
excesso de energia renovável. Este excesso pode ser aplicado na
produção de hidrogénio, diminuindo os seus custos. Assim, os
Açores representam uma grande potência na produção de
hidrogénio. Espera-se que haja autocarros movidos a hidrogénio
(H2 Bus) a circular na ilha, assim como há no Porto, em função do
projecto europeu CUTE (Clean Urban Transport for Europe), que tem
como objectivos estimular o investimento em energias alternativas
de modo a reduzir a dependência dos combustíveis fósseis na
Europa e a melhorar a qualidade do ar, de acordo com o estipulado
no Protocolo de Quioto.

Para além de não causar a emissão para a atmosfera de algum gás


poluente, os motores a hidrogénio têm outra vantagem: como a
produção de energia não depende da combustão ou do movimento
de elementos mecânicos, o ruído causado é muito inferior.
A figura 21: Carro movido a Hidrogénio.

FONTE: portuguese.alibaba.com

A energia nuclear
O lançamento da bomba atómica na cidade japonesa de
Hiroshima, no Verão de 1945, foi a revelação ao Mundo da

67
existência de uma nova fonte de energia que era,
presumidamente, inesgotável.
Tal energia apenas poderia se desenvolver em dois sentidos, sendo
um exclusivamente militar e o outro consistia em transformá-la
num objecto industrial. Inicialmente, o plutónio produzido era
aplicado para a construção de bombas nucleares. Posteriormente,
compreendeu-se que os reactores utilizados na síntese de plutónio
poderiam também ser utilizados na produção de energia eléctrica.
Como consequência foi construída a primeira central nuclear
em Calder Hall, na Inglaterra, em 1956. Após um ano, nasceu a
primeira central nuclear norte-americana em Shippingport, na
Pensilvânia.
A energia nuclear é a mais controversa de todas as energias pois,
como foi supra referido, o seu nascimento teve como propósito a
construção de instrumentos bélicos e, desde então, muitas vezes
associa-se puramente energia nuclear com bombas nucleares.
Primeiro, pensou-se que era uma energia limpa, completamente
segura e que iria resolver todos os problemas energéticos da
sociedade moderna, eliminando a dependência dos combustíveis
fósseis; contudo, alguns incidentes e o problema dos resíduos
provam o contrário.
Os dois métodos pelos quais se obtém energia nuclear são a fissão
nuclear e afusão nuclear. A fissão consiste na divisão de núcleos
pesados, originando dois núcleos mais leves e libertando energia.
Por outro lado, a fusão nuclear baseia-se na junção de dois núcleos
para formar um com maior número de massa, libertando também
energia.
A fissão nuclear consiste na ruptura de um núcleo atómico; quase
todos os núcleos dos elementos naturais são estáveis, porém
existem núcleos peculiarmente grandes, denominados elementos
físseis, que são instáveis e podem quebrar-se quando chocam com
um neutrão.
Assim, quando um núcleo físsil é atingido por um neutrão parte-se
em dois fragmentos e ocorre a libertação de dois neutrões. Estes
atingem outros núcleos provocando novas fissões, deste modo,
sucessivamente, surge a reacção em cadeia; julga-se que as
reacções de fissão libertam uma quantidade de energia cerca de
100 milhões de vezes superior à energia libertada nas reacções
químicas normais.
Nas bombas nucleares, a reacção em cadeia não é controlada,
todavia, por outro lado, na aplicação da energia nuclear na
produção de electricidade essa reacção é controlada, usando-se
moderadores, materiais que absorvem alguns neutrões produzidos
nas fissões.
O combustível usado pelas centrais de fissão nuclear é o urânio-
235, que é um elemento físsil, mas que apenas representa 0,7 %

68
do urânio natural, constituindo o urânio-238 os restantes 99,3 %.
Por essa razão, aumenta-se a percentagem de 235U nas misturas
utilizadas nas centrais de 0,7 % para 3 %. Assim, juntamente com
condições de temperatura e pressão adequadas, é possível fazer
com que na reacção nuclear um neutrão libertado seja capturado
por um 235U em vez de ser por um 238U, tornando-a auto-
sustentada.
As fissões nucleares, que ocorrem no reactor, libertam energia
suficiente para aquecer água que se encontra no circuito primário,
selada a altas pressões de modo a que não se evapore. O calor
contido nesta água é transferido através de condução para a água
do circuito secundário, que passa ao estado gasoso. O vapor de
água produzido causa o movimento das pás de uma turbina ligada
a um gerador de corrente eléctrica. Após isto, o vapor entra num
condensador, que está a ser constantemente refrigerado por água
fria, e muda para o estado líquido, sendo de novo bombeada para
o circuito secundário.
As reacções de fusão nuclear, por sua vez, são baseadas na
conversão de hidrogénio em hélio, tendo como reagentes o
Deutério (D) e o Trítio(T). A equação química seguinte expressa
essa conversão:
3
1H + 21H → 42He + 10n
A fusão nuclear é, portanto, o processo oposto à fissão nuclear e é
o que alimenta todas as estrelas. Dois núcleos colidem a
velocidade bastante elevada, de tal forma que ultrapassam a
repulsão electrostática. Como resultado dessa colisão os núcleos
fundem-se e dão origem a um núcleo mais pesado. A energia
libertada na fusão é 2 ou 3 vezes superior do que a libertada na
fissão.
De maneira a fundirem-se, os núcleos precisam de uma
temperatura elevadíssima, designadamente no caso da fusão do
deutério e do Trítio é necessária uma temperatura de 46 milhões
de graus Celsius. Estas condições só existem naturalmente no
interior das estrelas.
O aproveitamento da fusão nuclear, de modo pacífico, ainda
exigirá bastante trabalho. Mas, a energia da fusão nuclear pode
resolver definitivamente os problemas energéticos mundiais, uma
vez que os combustíveis utilizados (deutério e Trítio) estão
presentes nos oceanos quase inesgotavelmente e disponíveis a
relativamente baixo custo, a fusão é menos poluente do que a
fissão pois não produz escórias radioactivas e não existe a
possibilidade de eventualidade de um acidente provocado por
fugas. O problema está na criação de condições favoráveis à fusão
porque não existe nenhum material na Terra que suporte uma
temperatura tão elevada, aliás a essa temperatura apenas existem
núcleos e electrões livres.

69
Têm vindo a ser realizadas várias experiências com o fim de
descobrir maneira de criar condições adequadas para a ocorrência
da fusão nuclear. As mais comuns envolvem a criação de um
campo magnético muito intenso, que é originado por um
"contentor" onde também o combustível é mantido e aquecido
até a temperatura de fusão. Durante todo o tempo em que os
núcleos se estão a fundir, a temperatura deve ser mantida; porém,
os intervalos de tempos em que se manteve essa temperatura nas
experiências realizadas foram apenas de pequenas fracções de
segundo.
De seguida, serão apresentados, detalhadamente, os prós e os
contras da energia nuclear.
Apesar de ser uma energia não renovável, a energia nuclear
apresenta várias vantagens.
A produção de energia eléctrica através da energia nuclear evita a
emissão de 700 milhões de toneladas de CO2 por ano, apenas na
UE. Para além disso, também evita a emissão de milhares de
toneladas de outros gases poluentes, como o dióxido de enxofre e
óxidos de azoto. Consequentemente, a energia nuclear não
favorece um aumento do efeito estufa da planeta, assim como não
causa a ocorrência de chuvas ácidas.
O combustível usado, o urânio, é mais barato comparativamente a
outros, como o petróleo e é mais rentável, visto que um pequeno
pedaço de urânio pode fornecer electricidade a uma cidade
inteira, não sendo, por isso, necessários grandes investimentos no
recurso.
Embora o facto de o combustível ser de baixo custo, a energia
nuclear é cara pois as instalações das centrais têm um custo
elevado, assim como a sua manutenção e a construção de infra-
estruturas de armazenamento de resíduos. Os recursos minerais
também podem apresentar um desfavorável custo, devido à
inexistência de urânio em certos países e, portanto, à necessidade
de exportação.
Como foi referido, a energia nuclear não causa a libertação de
gases poluentes para a atmosfera, todavia, causa poluição térmica,
porque a água utilizada nas centrais encontra-se em elevadas
temperaturas quando é libertada em forma de vapor, podendo
desequilibrar alguns ecossistemas.
O maior inconveniente d esta energia é a poluição radioactiva
devido aos resíduos formadas. Quando estes resíduos contaminam
o meio ambiente provocam graves consequências, levando a
mutações nos seres vivos. Por essa razão, é obrigatório a
existência de condições de segurança extremas, tanto no
transporte desses resíduos como no seu armazenamento. Para
garantir que os resíduos radioactivos contidos nos aterros não
danifiquem o meio envolvente, a sua manutenção em recipientes

70
ultra seguros e, por isso, caros é essencial. Existem dois tipos de
resíduos nucleares: de baixa radiação e de alta radiação. O seu
confinamento depende do tipo de resíduo, pois os primeiros
apenas têm um tempo de vida de 100 anos, enquanto os segundos
são perigosos durante milhares de anos.
Os resíduos de baixa radiação pode ser armazenada perto da
superfície em contentores bem vedados, constituídos de materiais
imunes à corrosão. O outro tipo de resíduos, isto é, os resíduos de
alta radiação, carece de maiores investimentos no seu
armazenamento.

A utilização da energia nuclear pode ter fins bélicos, aliás, como já


foi mencionado, as suas primeiras aplicações dirigiram-se para a
construção de armas nucleares. Programas nucleares que tenham
como intuito a construção de armas de destruição em massa,
como é exemplo o do Irão, são razões de preocupação para as
principais nações do Mundo, pois ameaçam a estabilidade social.
Nos primórdios tempos do desenvolvimento desta energia
pensava-se que era uma energia completamente segura. Porém, a
História mostrou-nos o contrário, com alguns incidentes que
relembrarão sempre o perigo da utilização da energia nuclear.
As centrais nucleares contêm mecanismos de controlo de
tecnologia de ponta, mesmo assim explosões e incêndios
ocorreram, como são os exemplos de Windscale, Three Mile
Island e Chernobyl.
O acidente de Windscale aconteceu em 1957 e consistiu num
incêndio de um reactor que na altura produzia plutónio.
Felizmente paras os residentes locais, o vento soprava na direcção
do mar e conduziu os componentes radioactivos para a Irlanda.
Foram contaminados extensos campos de cultivo e, mais tarde,
descobriu-se que algumas mortes relacionadas com cancro foram
provocadas pela contaminação de plutónio.
Vinte e dois anos depois ocorreu outro incidente, desta vez na
central localizada em Three Mile Island, na Pensilvânia. Este foi
provocado por um erro de manutenção e uma válvula defeituosa.
Não teve graves consequências, pois apenas uma pequena
quantidade de gases radioactivos foram libertados, sendo só os
danos causados na central consideráveis, cuja reparação teve um
custo na ordem dos milhares de dólares.
A 26 de Abril de 1986 deu-se o pior acidente nuclear de sempre
quando um reactor da central nuclear de Chernobyl se incendeia,
libertando enormes nuvens contendo elementos radioactivos
pesados.

Em comparação com as centrais termoeléctricas, as centrais


nucleares apresentam a desvantagem de todas as construções,
71
desde a central até aos aterros de resíduos radioactivos, terem um
elevado custo. Os resíduos radioactivos são também uma grande
desvantagem da utilização de centrais nucleares.
Contudo, por outro lado, a pegada ecológica das centrais
nucleares é muito inferior à das centrais termoeléctricas, como se
pode observar pela seguinte tabela que compara os consumos e
produção de resíduos de centrais de 1000 MW.

Tabela: 5: Comparação do consumo de diferentes formas de


energia/combustíveis

COMBUSTÍVEL CARVÃO FUELÓLEO NUCLEAR


Consumo 380 g 230 g 4,12 mg de
médio por urânio
kw/hora
Consumo 2,5 milhões 1,52 milhões 27,2 toneladas
anual de toneladas de toneladas
Transporte 66 cargueiros 5 petroleiros 3 ou 4 camiões
anual de 35 000 de 300 000
toneladas toneladas +
oleodutos
CO2, milhões 7,8 4,7 0
de toneladas
SO2, milhões 39 800 91 000 0
de toneladas
NO2, milhões 9450 6400 0
de toneladas
Cinzas de 6000 1650 0
filtros,
toneladas
Escórias, 69 000 Desprezáveis 0
toneladas
Cinzas voláteis, 377 000 0 0
toneladas
Radiação: 0,02 - 6 0,001 1,85
gases,
curie/ano
Radiação: 0 0 0,1
líquido,
curie/ano
Resíduos Desprezáveis 0 15,3
72
sólidos (tipos m3 (alta)
de radiação) 493 m3 (baixa)
FONTE: AIE,2009

Figura 22: Central Eléctrica nuclear a esquerda e bomba atómica


a direita

FONTE:portal-energia.com

Note-se que as instabilidades provocadas pelas nossas acções nos


ecossistemas representam uma dos maiores problemas a curto
prazo. Produzir condições adversas, despropositadamente, em
alguns habitats como produto de algum investimento económico
pode levar a extinção de algumas espécies de seres vivos. Isso
causa falhas nas cadeias alimentares e pode causar extinções em
massa.
Como se isso não fosse razão suficiente para abandonar a
dependência nos combustíveis fósseis, ainda existe outro
problema: o facto de não serem renováveis. De facto, graças a
Hubbert, pôde-se prever um pico de produção de petróleo por
esta altura e uma descida um pouco acentuada posteriormente. Se
a sociedade moderna continuar bastante dependente nesses
combustíveis, irá sofrer consequências económicas e sociais muito
graves brevemente. A seguinte imagem representa a duração
prevista das reservas dos combustíveis fósseis:

Figura 23: Previsão da duração dos combustíveis fosseis

73
FONTE: AIE,2009
Assim, no final deste trabalho, pode-se conferir que, de facto, os
combustíveis fósseis proporcionaram grandes progressos
financeiros e científicos à sociedade contemporânea, mas a que
preço? Uma civilização racional deverá tentar manter o equilíbrio
do seu habitat de modo a garantir a sua subsistência. Deve-se,
portanto, tornar a utilização das fontes de energia renováveis e
mais limpas predominantes em todo o Mundo, substituindo,
gradual mas brevemente, a utilização de combustíveis fósseis na
obtenção de energia.
Talvez a maior aposta será a energia nuclear devido à produção de
grandes quantidades de energia que permite. Como se sabe,
graças a Einstein, existe equivalência entre massa e energia
(E=mc2), porém a tecnologia actual não nos permite fazer a
conversão de massa em energia com facilidade, caso contrário a
Humanidade teria os seus problemas energéticos resolvidos: a
quantidade de matéria contida num botão seria suficiente para
alimentar uma lâmpada de 100 watts durante 30 000 anos.

Sumário

SUMÁRIO PARA A UNIDADE TEMÁTICA 2.1


No final desta unidade você deve fixar que:
O processamento do GN é o conjunto de operações e processos
unitários que visam a obter ou permitir que este insumo energético
seja fornecido ao consumidor final isento de: H2S; gases Inertes (CO2 e
N2); H2O livre (principal substância a ser retirada no processo de
desidratação do GN); Odores indesejáveis; Partículas sólidas; Ceras;
Gomas; Hidrocarbonetos condensados (compostos que se encontram
em sua forma líquida);Hidrocarbonetos aromáticos (compostos que
contêm anéis benzénicos); Glicóis (compostos utilizados na
desidratação do GN); Metanol (substância utilizada na desidratação
do GN).
O carvão mineral, petróleo e gás natural continuam sendo as formas
de energia primária mais consumidas do mundo. As estimativas
indicam que nos próximos anos prevê-se o esgotamento do petróleo

74
para 2050,carvao para 2175 e gás natural para 2070 devido á
proporcionalidade do seu uso.

Exercicios de auto-avaliação

EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO
Coloque V para afirmações verdadeiras e F para aa falsas.
1.O carvão mineral á a forma de combustível mais consumida do
mundo (…)
2.O petróleo bruto será o último a se esgotar das reservas naturais
(……)
3.O processamento do GN visa torna-lo menos tóxico (…..)
4.O GN é comercializado e usado nas mesmas condições que é
extraído (…..)
5.A curva de Hubbert ajuda a estimar o tempo de vida de um dado
poço de petróleo (….)

Exercicios de Avaliação

EXERCÍCIOS DE AVALIAÇÃO
1.Discuta o fenómeno da crise de combustíveis fosseis.
2.Diga o 2 razoes que podem concorrer para a crise mundial de
petróleo e gás.
3.Compare graficamente os níveis de uso de diferentes combustíveis
no mundo.
4.Apresente 2 alternativas que possam contribuir param a redução da
crise do petróleo e gás natural
5.Dicuta a frase “ as guerras intercontinentais podem estar
embasadas na crise de petróleo”

UNIDADE Temática 2.2: Riscos e Acidentes Ambientais de Extracção do Petróleo

Introdução
Toda actividade do nosso dia-a-dia é acompanha por uma dada
margem de risco. Por isso é sempre indispensável garantir que a
probabilidade de tal acontecimento seja cada vez mais reduzida. Este
fenómeno é também observado na área de gestão de petróleo e gás
natural. Nesta área é importante também garantir medidas de
mitigação cada vez mais eficientes pois pequenas quantidades podem
colocar em risco diversas riquezas ambientais. Nesta unidade são

75
apresentadas e discutidos alguns acidentes derivados da actividade
petrolífera.

Objectivos e competências a desenvolver


No desta unidade temática você deverá ser capaz de:
▪ Conhecer os principais acidentes ambientais derivados da
extracção, processamento e uso de petróleo e gás natural
▪ Caracterizar os impactos sociais e económicos derivados de
acidentes petrolíferos
▪ Identificar as causas dos acidentes petrolíferos
▪ Listar medidas de mitigação de acidentes petrolíferos

ACIDENTES AMBIENTAIS
A extracção do petróleo e gás natural, assim como de outro tipo de
recurso natural ou artificial a sua extracção em grade escala sempre
esta sobre ele associados benefícios, riscos e acidentes que nesta
unidade desejávamos tratar.

2.1.1. Riscos químicos na indústria petroquímica

Riscos Químicos - são provocados por substâncias que possam


penetrar no organismo pela via respiratória, ou serem absorvidas
pelo organismo através do contacto com a pele ou ingestão.
Dependendo do efeito no organismo, as substâncias químicas podem
ser classificadas como:
Corrosivas

São aquelas substâncias que destroem os tecidos com os quais


entram em contacto, sejam eles superficiais como a pele, internos
(dentro do corpo) ou dos olhos. Exemplos: ácidos concentrados e
bases concentradas;
Irritantes

São as substâncias que podem provocar inflamação da pele, olhos ou


membranas mucosas, este efeito pode aparecer tanto após um breve
período de tempo como também após um período prolongado;
Causadoras de efeitos dermatológicos

São as que podem provocar os diferentes tipos de dermatites na


pele, como por exemplo, o cromo;
Asfixiantes

são as substâncias que impedem o aproveitamento do Oxigénio pelas


células dos organismos vivos; os agentes asfixiantes podem ser
classificados em simples (são aqueles que por se acumularem no
ambiente devido a um vazamento, provocam a diminuição da
concentração ambiental de Oxigénio) e químicos (são aqueles que
atuam no organismo, impedindo o fornecimento de Oxigénio aos
tecidos);

76
Anestésicos

São substâncias que atuam no sistema nervoso central,


fundamentalmente no cérebro.
Os factores de risco presentes na indústria petroquímica são todos
aqueles que aparecem no mapa de risco, mas que serão
apresentados em três grandes grupos: factores operacionais, factores
ambientais e factores devido às condições de trabalho.
Os factores operacionais são aqueles relacionados à estrutura física e
operações da empresa: instalações, condições de máquinas e
equipamentos, condições de armazenagem, transporte,
manuseamos, expedição, descarte dos produtos.
Os factores de risco chamados ambientais são aqueles devido aos
agentes: físicos (calor, ruído, radiações ionizantes e não ionizantes,
vibração, iluminamento); químicos (substâncias químicas) e biológicos
(vírus, bactérias, fungos, etc.). 5
Os factores devido às condições de trabalho, também chamados de
ergonómicos, são os devido à: organização do trabalho, ritmo do
trabalho, factores estressantes, posições incómodas, trabalho em
turno, etc.
As actividades na área petroquímica envolvem a manipulação e
controle de substâncias em praticamente todas as etapas dos
processos envolvidos. Sendo assim, a natureza dos compostos
produzidos e as condições em que se encontram são factores de
riscos potenciais na ocorrência de acidentes. A manipulação de
substâncias explosivas em situações agressivas, em termos de
pressão e temperatura, necessita de controlos rigorosos em relação à
segurança nos processos. Além disso, as etapas de manutenção
agravam os factores de risco, pois procedimentos como reparos,
soldas, limpezas etc. precisam ser feitos. Casos graves de explosões
em petroquímicas são raros, mas quando acontecem são
devastadores.
Temos o caso das explosões que aconteceram numa petroquímica
da Jilin/Petrochemical Corporation (administrada pela China National
Petroleum Corporation), emJilin, e teriam causado pelo menos cinco
mortos ou desaparecidos, bem como 70 feridos. A agência chinesa do
meio ambiente (SEPA, State Environmental Protection Administration
of China) confirmou oficialmente o acidente em 23 de N ovembro
de 2005, ou seja, 10 dias depois da catástrofe. As causas das
explosões ainda são desconhecidas, mas foram evacuadas mais de
10.000 pessoas, incluindo os habitantes e os estudantes de
uma universidade, por medo de haver outras explosões e uma
contaminação do local. A companhia admitiu que a causa residiu num
congestionamento de produtos químicos numa tubagem que não se
trataram correctamente. Além da explosão, contaminou-se
gravemente o rio Songhua de benzeno, onde a proporção de benzeno
na água superava 100 vezes o nível máximo tolerado o dia-a-dia.

2.2.1. O Gás Natural e o Ambiente

77
Actualmente, o gás natural tem sido utilizado como combustível
alternativo, em substituição dos combustíveis derivados do petróleo
bruto, por ser uma fonte de energia que polui menos do que os
restantes combustíveis fósseis.

O gás natural, por ser volátil, tem a vantagem de não ser derramado,
como acontece com o petróleo bruto em caso de acidentes. Em caso
de fuga, este sobe para camadas superiores da atmosfera por ser
menos denso do que o ar localizado nas suas camadas mais
inferiores.

O gás natural é ambientalmente mais limpo que qualquer outro


combustível fóssil, pois forma menos fuligem e menos dióxido de
carbono quando queimado.

Estudos comparativos feitos sobre o impacto ambiental do uso do gás


natural como combustível em automóveis (GPL) mostram, por
exemplo:

Quantidades equivalentes de energia produzidas à base da queima de gás


libertam cerca de menos 30% de dióxido de carbono (CO2)
comparativamente à queima do petróleo, e cerca de menos 45% de
dióxido de carbono (CO2) em relação à queima do carvão mineral;

Um carro a gás liberta menos 79% de monóxido de carbono (CO) e


menos 65% de óxido de nitrogénio (NOx) para a atmosfera do que um
carro a gasolina. Além disso, os carros movidos a gás libertam óxidos
de enxofre (SO2 e SO3) nem fuligem como os carros movidos a Diesel.

2.2.2. O petróleo e o Meio Ambiente

Por se tratar de um produto com alto risco de contaminação, o


petróleo provoca graves danos ao meio ambiente quando entra em
contacto com as águas de oceanos e mares ou com a superfície do
solo. Vários acidentes ambientais envolvendo vazamento de petróleo
(seja de plataformas ou navios cargueiros) já ocorreram nas últimas
décadas. Quando ocorre no oceano, as consequências ambientais são
drásticas, pois afecta os ecossistemas litorâneos, provocando grande
quantidade de mortes entre peixes e outros animais marítimos. Nem
sempre as medidas de limpeza conseguem minimizar o problema.

Você sabia?
- Ao sofrer decomposição no fundo dos oceanos sob alta temperatura
e pressão, o fitoplâncton se transforma em petróleo. Porém, este
processo pode durar muitos anos.
- No final do século XIX, com a invenção do automóvel com motor de
combustão interna, o petróleo passou a ser uma das principais fontes
de energia do mundo.

78
- É comemorado em 29 de Setembro o Dia do Petróleo. E 28 de
Dezembro é o Dia do Petroquímico (profissional que atua na indústria
de produção de derivados de petróleo).

2.2.3. Riscos ambientais do gás natural

Por ser um combustível fóssil, formado a milhões de anos, trata-se de


uma energia não renovável, portanto finita.

O gás natural apresenta riscos de asfixia, incêndio e explosão. Por


outro lado, existem meios de controlar os riscos causados pelo uso do
gás natural. Por ser mais leve que o ar, o gás natural tende a se
acumular nas partes mais elevadas quando em ambientes fechados.
Para evitar risco de explosão, devem-se evitar, nesses ambientes,
equipamentos eléctricos inadequados, superfícies superaquecidas ou
qualquer outro tipo de fonte de ignição externa.

Em caso de fogo em locais com insuficiência de oxigénio, poderá ser


gerado monóxido de carbono, altamente tóxico. A aproximação em
áreas onde ocorrerem vazamentos só poderá ser feita com uso de
aparelhos especiais de protecção respiratória cujo suprimento de ar
seja compatível com o tempo esperado de intervenção, controlando-
se permanentemente o nível de exclusividade.

Os vazamentos com ou sem fogo deverão ser eliminados por bloqueio


da tubulação alimentadora através de válvula de bloqueio manual. A
extinção do fogo com extintores ou aplicação de água antes de se
fechar o suprimento de gás poderá provocar graves acidentes, pois o
gás pode vir a se acumular em algum ponto e explodir.

2.2.4. Outros Impactos Ambientais da Industria Petroquímica

1.Marés negras
As marés negras constituem verdadeiras catástrofes ecológicas e
são uma forma dramática de poluição das águas. Este tipo de
incidentes causa imensos danos devastadores e persistentes no
ambiente devido à sua recorrência. Aliás, por causa da
intensificação do tráfico de crude por via marítima são cada vez
mais frequentes.
Este evento poluidor resulta do derrame de grande quantidades de
crude e/ou dos seus derivados no oceano e ocorre, de um forma
geral, devido a acidentes com petroleiros e refinarias de petróleo.

A figura 24: marés negras resultantes da actividade petroquímica

79
FONTE: https://pt.wikipedia.org/wiki/Maré_negra

As principais causas de marés negras são a ruptura de oleodutos, o


transporte de hidrocarbonetos em alto-mar, pelos petroleiros, e as
actividades de exploração petrolífera off-shore (plataformas de
exploração de jazigos de petróleo, através de perfurações
submarinas, localizadas nos limites das plataformas continentais).
Embora alguns derrames de petróleo ocorram em sequência de
acidentes (naufrágios, colisões, explosões, etc.), uma parte muito
significativa ocorre devido a insuficiências técnicas. Como exemplo,
refira-se o caso das explorações de pesquisa nas plataformas off-
shore que libertam para os oceanos lamas com altos teores em
hidrocarbonetos, ou ainda, a lavagem de tanques dos petroleiros
em alto-mar, uma prática regular, embora proibida pela lei marítima
internacional, por forma a poupar tempo e gastos durante as
paragens nos portos. De salientar ainda o mau estado de grande
parte da frota marítima internacional, formada em elevada
percentagem por navios com mais de 20 anos de idade e em
deficientes condições de manutenção, assim como a inadequada
preparação técnica de muitas tripulações.
2. Marés negras históricas
A primeira maré negra de grandes dimensões foi o naufrágio do
petroleiroTorrey Canyon, no Canal da Mancha, em 1967. Foram
libertadas mais de 100 mil toneladas de crude que afectaram cerca
de 180 quilómetros de praia.
Outro exemplo de maré negra histórica é a provocada pelo
naufrágio do petroleiro Almoço Cadiz, em Março de 1978, largando
mais de 230 mil toneladas de petróleo, contaminando 320
quilómetros de praia.
A 3 de Junho de 1979 ocorre uma explosão no poço de
petróleo Intox One, no golfo do México, que provoca a maior maré
negra da história. Mais de nove meses de trabalho foram
necessários para conseguir estagnar a fuga. Ao todo, foram lançadas
ao mar um milhão de toneladas de petróleo

Figura 25: Naufrágio do Torrey Caryon

80
FONTE: https://pt.wikipedia.org/wiki/Maré_negra

O maior desastre com petroleiros na história dos Estados Unidos da


América foi o derrame de 40 mil toneladas de crude pelo
petroleiro Exxon Valdez que encalhou num recife em Prince William
Sound, Alaska, na noite de 24 de Março de 1989. O petróleo
derramado espalhou-se num raio de 1 770 quilómetros ao longo
do Alaska.
As sequelas causadas por este derrame ainda são hoje estudadas.
Apenas até Março de 1990, a Exxon, empresa a quem pertencia o
navio, tinha gasto mais de 2 mil milhões de dólares em
indemnizações e em acções de limpeza.
Apesar de não ter sido o derrame de petróleo mais grave, este
acidente fez com que governos e cientistas se preocupassem mais
com os problemas ambientais provocados por este tipo de acidente.
Por causa deste desastre, estima-se que tenham morrido 100 a 700
mil aves. Actualmente, o crude já se encontra extinto em algumas
praias devido á acção das ondas e de bactérias. Contudo ainda
existem alguns aglomerados de petróleo na superfície ou no
subsolo, o que se torna perigoso para as lontras, que procuram
alimentam nas praias.
A maior parte das espécies afectadas conseguiram proliferar após o
incidente. Por outro lado, segundo um artigo da Nature, uma
espécie de peixe que representava uma das maiores fontes de
rendimento dos pescadores locais não recuperou do desastre.
Porém, o derrame não é o único factor que contribuiu para o
desaparecimento deste peixe.
Doze anos após, foram detectados alguns problemas de saúde em
vários membros da equipa de limpeza, designadamente
queimaduras químicas, problemas respiratórios, entre outros.
Durante a Guerra do Golfo, em 1991, a libertação de cerca de 600
mil toneladas de petróleo nas águas do Golfo Pérsico deu também
origem a uma das maiores marés negras de que há memória.
Esta maré negra causou danos severos nos recifes e no fundo do
mar. Sendo as águas do Golfo calmas e pouco profundas, o petróleo
levou mais tempo a dispersar.

81
Figura 26: Acidente De Eocon Valdez

FONTE:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Maré_negra

Extracto do jornal “ o público” da época

Petroleiro com 77 mil toneladas de combustível está a afundar-se


nas costas da Galiza

Um petroleiro com uma tripulação de 27 pessoas e que transporta


77 mil toneladas de combustível está a afundar-se a 50 quilómetros
da costa da Galiza, anunciou hoje o Ministério dos Transportes
espanhol.
As equipas de socorro procederam, às 18h30 locais (17h30 em
Portugal), à evacuação da maioria da tripulação com a ajuda de dois
helicópteros.
Sete membros da tripulação já foram encaminhados para o
aeroporto de Vigo e outros 17 para o da Corunha, segundo as
equipas de socorro. O comandante e dois auxiliares ainda estão a
bordo do navio, segundo o diário espanhol "El Mundo". Nas
operações de resgate participaram dois helicópteros e quatro navios
de salvamento, precisa a AFP.
O navio "Prestige", com pavilhão das Bahamas, acusa já uma
inclinação de 25 graus, num mar agitado, arriscando-se a naufragar.
Segundo o serviço de salvamento marítimo, o petroleiro tinha saído
da Letónia e dirigia-se para Gibraltar.
O ministério espanhol adiantou que foram detectados vestígios de
hidrocarburetos em redor do navio.
in Público, 13 de Novembro de 2002

No dia 13 de Novembro de 2002, quando o petroleiro Prestige se


encontrava 50 quilómetros de Galiza, é lançado um pedido de
82
socorro pois foi detectado um rombo no casco com cerca de 35
metros, que ameaçava a segurança da tripulação assim como a sua
perigosa carga. No dia seguinte, o navio podia ter aportado em
Muxia e procedido à trasfega da carga caso não fossem as ordens do
governo de Aznar para tal não permitir. Aí começou a ser rebocado
para nordeste quando a mancha de petróleo já tinha uma extensão
de 37 quilómetros.
Os danos do navio foi aumentando ao ponto de, no dia 19, se partir
em dois e se afundar, levando com ele o restante combustível que
ainda continha. O naufrágio deu-se apenas a 55 quilómetros da zona
económica exclusiva portuguesa.
Após de se ter afundado, o Prestige continuava a libertar fuelóleo
devido às suas diversas fendas. A sua maior parte foi reparada por
um submarino francês em Janeiro de 2003, altura em que as
autoridades espanholas conseguiram extrair 37 mil toneladas de
detritos, tanto em terra como no mar. Após seis meses o naufrágio,
ainda era libertas duas toneladas de fuelóleo por dia.
Por causa de acidente Portugal, Espanha e França proibiram a
passagem nas suas águas de navios de casco simples, como era o
caso do Prestige.
Segundo especialistas, o incidente do Prestige poluiu mais do que o
do Exxon Valdez. A contaminação estendeu-se a 200 quilómetros de
costa e, de acordo com estimativas, mais de 200 mil aves sofreram
os efeitos desta maré negra, para além de muitos peixes.
A maior catástrofe ambiental da história da Espanha provocou uma
grave crise económica e social, uma vez que causou vários
distúrbios na cadeia alimentar marítima, afectando, assim, as pescas
(área de maior rendimento da Galiza) e que, nas praias atingidas, a
prática balnear foi proibida, rturbando o turismo.

Figura 27:Naufrágio do Petroleiro Prestige e seu impacto sobre animais

2.2.5. Consequências
Existem vários efeitos das marés negras sobre ambiente, que variam
com o tipo de acidente e o local de acidente.
As marés negras causam grande transtorno a diversos seres vivos,
de diferentes maneiras. A película formada na superfície da água
impede a entrada da luz, que reduz a taxa de fotossíntese das
plantas marítimas, e as trocas gasosas entre o oceano e a
atmosfera, o que diminui a quantidade de oxigénio dissolvido na
83
água provocando asfixia de diversos peixes e a proliferação de
bactérias anaeróbias.
Outro procedente das marés negras é a morte de aves marinhas
devido à libertação de gases, à hipotermia causada pela dissolução
da camada de gordura que torna as suas penas impermeáveis e à
ingestão de petróleo que ocorre quando mergulham na água para
pescar (que também pode fazer com que se afoguem uma vez que,
quando cobertas com crude ficam demasiado pesadas para nadar
ou voar) ou quando limpam as penas com o bico.
Como os mamíferos marinhos necessitam de vir à superfície para
respirar, correm o risco de serem contaminados. O petróleo no pêlo
dificulta a termo-regulação, levando à morte dos indivíduos
afectados por hipotermia ou por afogamento. Alguns derrames de
petróleo atingiram zonas do litoral onde se situam colónias de focas
causando impactos graves na sua reprodução e sobrevivência.
Os recifes de coral são muito afectados porque, uma vez que se
encontram em águas pouco profundas, existe uma maior
probabilidade de o petróleo se afundar misturando-se com
sedimentos e areia.
Se o crude atingir a costa, os terrenos ficam estéreis, apenas sendo
propícios ao desenvolvimento de populações de algumas bactérias
devoradoras de hidrocarbonetos.
Para além das consequências no ambiente, as marés negras podem
ter efeitos socioeconómicos bastante negativos. Devido à destruição
da fauna e flora, áreas comerciais como a pesca, a aquacultura, a
apanha do marisco e o turismo são gravemente afectadas, o que,
consequentemente, leva a um aumento da taxa de desemprego.

Estes desastres ecológicos implicam um grande esforço financeiro


da parte do estado pois as operações de limpeza são muito caras e
existe necessidade de compensar os efeitos económicos provocados
a curto prazo. Este esforço financeiro prolonga-se por algum tempo
uma vez que os efeitos ambientais e económicos apenas se
extinguem a médio ou longo prazo e por isso são feitos
investimentos para subsídios, de desemprego por exemplo, e com o
intuito de recuperar o equilíbrio natural dos ecossistemas.
As marés negras são, além do mais, bastante traumatizantes para as
populações locais e provocam directamente uma redução da
qualidade de vida. Em determinadas circunstâncias, os derrames de
petróleo podem causar conflitos diplomáticos.

2.2.6. Medidas de Mitigação e de Combate de Acidentes


Petroquímicos
Por causa das graves consequências sobre o meio ambiente, é
necessário criar novas técnicas de combate e melhorar as já

84
existentes. Porém, nunca se consegue evitar completamente a
poluição, sendo as medidas tomadas apenas com o propósito de
mitigar os danos. Recolher a maior quantidade possível de material
poluente derramado antes que atinja a costa costuma ser a
prioridade, pois aí os ecossistemas são mais sensíveis e as
consequências ecológicas e económicas podem-se agravar bastante
mais.
De modo a recolher o petróleo e a estagnar a propagação da maré
negra são utilizados, respectivamente, navios-aspiradores e
barreiras flutuantes. Contudo, essas embarcações não são eficazes
quando as manchas são muito grandes e as barreiras não são uma
medida válida quando o oceano se encontra muito agitado.
Numa tentativa de estimular a degradação do crude, por vezes,
aplicam-se detergentes, porém essa possibilidade é desaconselhável
pois os químicos utilizados revelam-se mais tóxicos para o meio do
que o petróleo. Actualmente, a engenharia genética está a tentar
desenvolver uma bactéria super-predadora de hidrocarbonetos que
não tenha impactos negativos nos ecossistemas. As bactérias
utilizadas até agora conseguem, de facto, degradar o fuelóleo em
substâncias mais simples, porém, para esse processo, consomem
uma elevada quantidade de oxigénio dissolvido na água, o que
aumenta o risco de ocorrerem mortes de peixes por asfixia.

NOTA: Exemplo de uma medida tomada para prevenir marés


negras foi a aprovação do Oil Pollution Act pelo Congresso
americano, após o incidente com o Exxon Valdez, que obriga as
companhias petrolíferas a elaborar planos de prevenção de
derrames, assim como planos de emergência, em caso de acidente.

De facto, as medidas de combate deixam muito a desejar, sendo a


única solução mais realista a prevenção, criando mais condições de
segurança nos transportes e nas perfurações.
De modo a reduzir o risco de marés negras é indispensável a
introdução de petroleiros de casco duplo, juntamente com um
maior investimento na manutenção dos navios, na formação das
tripulações e no melhoramento das técnicas de navegação.
Algumas nações facilitam o registo de embarcações, pois o tornam
mais barato e estabelecem leis laborais e um controlo de normas de
segurança mais flexíveis. Uma forma de combater este problema é o
aumento de inspecções a navios potencialmente inseguros em
portos internacionais.
A restrição da navegação em zonas mais sensíveis do oceano é
também outra medida preventiva.

85
Sumário

SUMARIO PARA A UNIDADE TEMÁTICA 2.2


No final desta unidade você deve ter fixado que:

A actividade petroquímica deriva diversos riscos, ambientais e á


saúde pública, a saber: Riscos Químicos que são aqueles provocados
por substâncias que possam penetrar no organismo pela via
respiratória, ou serem absorvidas pelo organismo através do
contacto com a pele ou ingestão. Dependendo do efeito no
organismo, as substâncias químicas podem ser classificadas como:
Corrosivas

São aquelas substâncias que destroem os tecidos com os quais


entram em contacto Irritantes

São as substâncias que podem provocar inflamação da pele, olhos


ou membranas mucosas Causadoras de efeitos dermatológicos

São as que podem provocar os diferentes tipos de dermatites na


pele, como por exemplo, o cromo; Asfixiantes que são as
substâncias que impedem o aproveitamento do Oxigénio pelas
células dos organismos vivos Anestésicos que são substâncias que
atuam no sistema nervoso central. O gás natural apresenta riscos de
asfixia, incêndio e explosão. Por outro lado, existem meios de
controlar os riscos causados pelo uso do gás natural. Uma das
melhores formas de mitigar a poluição por petróleo é recolher a
maior quantidade possível de material poluente derramado antes
que atinja a costa costuma ser a prioridade, pois aí os ecossistemas
são mais sensíveis e as consequências ecológicas e económicas
podem-se agravar bastante mais.

Exercicios de auto-avaliação

EXERCICIOS PARA AUTO-AVALIAÇÃO

Coloque V para afirmações verdadeiras e F para as falsas.


1.O maior naufrágio de petróleo no mar foi do Navio Prestige (……)
2.As mares negras surgem no mar por causa dos banhistas (………..)

86
3.A melhor estratégia de reduzir o impacto ambiental do petróleo
é reduzir o seu uso (…….)
4.Sao efeitos negativos do petróleo á saúde publicam os seguintes:
asfixia, corrosividade (……)
5.O gás natural não tem nenhum impacto á Saúde público e
ambiental (………)

Exercicios de Avaliação

EXERCÍCIOS PARA AVALIAÇÃO


1.Defina acidente ambiental
2.Liste e descreva 2 tipos de acidentes ambientais petroquímicos
3.Mencione as causas dos acidentes petroquímicos.
4.Discuta medidas de prevenção de acidentes petroquímicos.
5.Apresente as consequências de acidentes petroquímicos param a:
economia, saúde, fauna.

UNIDADE Temática 2.3: Exercícios de Auto-avaliação

EXERCÍCIOS DE AUTO -AVALIAÇÃO


Coloque V para afirmações verdadeiras e F para aa falsas.
1. O carvão mineral á a forma de combustível mais consumida do
mundo (…)
2. O petróleo bruto será o último a se esgotar das reservas
naturais (……)
3. O processamento do GN visa torna-lo menos tóxico (….)
4. O GN é comercializado e usado nas mesmas condições que é
extraído (….)
5. A curva de Hubbert ajuda a estimar o tempo de vida de um
dado poço de petróleo (….)
6. O maior naufrágio de petróleo no mar foi do Navio Prestige
(……)
7. As marés negras surgem no mar por causa dos banhistas
(……….)
8. A melhor estratégia de reduzir o impacto ambiental do
petróleo é reduzir o seu uso (…….)
9. São efeitos negativos do petróleo á Saúde pública os
seguinte: asfixia, corrosividade (……)
10. O gás natural não tem nenhum impacto á Saúde público e
ambiental (………)

87
TEMA III: ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS DA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO E GÁS

Neste tema você irá abordar e desenvolver aspectos sobre


influência/impactos ambientais da actividade petroquímica. A
descrição vai desde o processo de extracção, processamento,
conservação e uso dos recursos petrolíferos e gás natural.

UNIDADE Temática 3.1. Extracção do petróleo e seus impactos


ambientais
UNIDADE Temática 3.2: Exercícios de Auto-avaliação

UNIDADE Temática 3.1: Extracção do petróleo e seus impactos ambientais


Introdução

A Petroquímica surgiu nos Estados Unidos da América, em 1920,


quando a Standard Oil e a Union Carbide fabricaram isopropanol e
glicol. Desenvolveu-se durante a Segunda Guerra Mundial, com a
demanda de produtos estratégicos (como tolueno e glicerina para
explosivos). No período de 1940 e 1950, os EUA duplicaram sua
produção petroquímica. No Japão, a petroquímica começou em
1955, mas em 1970 o país já era o segundo produtor do mundo. O
crescimento foi atribuído.

Objectivos e competências a desenvolver


No desta unidade temática você deverá ser capaz de:
▪ Listar os principais impactos ambientais na indústria petroquímica
▪ Descrever e discutir aspectos relativos a acidentes ambientais e
derivados da actividade petroquímica
▪ Propor medidas de mitigação dos impactos petroquímicos no
ambiente

Realizar as oportunidades transformacionais para o desenvolvimento


do parque GNL on shore, na Província de Cabo Delgado, requer
entender os potenciais efeitos do Projecto e assumir um
compromisso para mitigar, com cautela, os impactos que poderão
surgir, associados ao desenvolvimento do Projecto.

Reconhecendo a sua responsabilidade, o Projecto está a desenvolver


um Sistema de Gestão Ambiental e Social (ESMS) que responde ao
contexto Ambiental e Social do Projecto.

O ESMS aborda os desafios, as sensibilidades e os potenciais


impactos causados por/ou relacionados com o Projecto junto às
comunidades afectadas, na área abrangida. Em primeiro lugar, o
ESMS pretende evitar impactos ambientais e sociais e, onde isso não
fôr possível, procurará mitigar e gerir estes impactos. Ao mesmo
tempo, o ESMS pretende maximizar os benefícios e oportunidades de
desenvolvimento de oportunidades, decorrentes da entrega do
Projecto e actividades às elas relacionadas.

88
Planos de Gestão Ambiental e Social Para manter boas relações na
zona do Projecto, gerir os riscos de forma responsável e, por último,
alcançar a sustentabilidade ambiental e social, estão a ser
desenvolvidos uma série de planos ambientais e sociais.

As componentes do ESMS e os planos associados são:

• Plano de Investimento Comunitário - oferece apoio e


oportunidades para melhorar a vida e os meios de
subsistência das comunidades, directamente afectadas pelo
Projecto.
• Plano de Participação de Interessados - uma estratégia sólida
para a criação do diálogo e de relações construtivas com os
interessados afectados por/ou com vantagens no Projecto;
• Plano de Saúde Comunitária - apresentação de medidas de
gestão baseadas em evidências para prevenir, reduzir ou
mitigar potenciais impactos na saúde das comunidades
afectadas.
• Plano de Gestão de Contratantes - um conjunto abrangente
direccionado a todos os contratantes do Projecto sobre as
expectativas de desempenho ambiental e social deste
Projecto;
• Plano de Estratégia e Acção de Biodiversidade,- apoiando
entre outros a manutenção e monitoria dos ecossistemas na
região, especificamente, nas áreas sobre influências directa ou
indirecta do Projecto;
• Plano de Acção para Reassentamento - como objectivo de
fornecer às comunidades, física e economicamente
deslocadas, oportunidades para melhorar os seus meios de
subsistência e nível de vida;
• Uma série de estudos de apoio que fornecem inputs adicionais
e recomendações a vários elementos ESMS.
• Colectivamente o ESMS articulará o compromisso do Projecto
com um desempenho Ambiental e Social responsável, de
acordo com as boas práticas, normas e orientações
internacionais de indústria.

São os impactos directos que têm consequências:

• Aos Seres Vivos;


• Económicos
• Ambientais;

Os ecossistemas são sempre afectados e está relacionado a alteração


de pH, diminuição do Oxigénio dissolvido, redução dos alimentos
disponíveis entre outras;

Adquirem maior relevância em ecossistemas fragilizados ou quando


medidas de combate ao derrame se revelam insuficientes;

89
No mangal o sistema de raízes fica completamente impermeabilizado
tornando as árvores incapazes de realizarem a fotossíntese, pelo fato
de suas folhas caírem.

Os animais que habitam essas áreas podem morrer em poucos dias


sem poder respirar, existindo também mortes por intoxicação relativa
a consumo de folhas e alimentos contaminados;

O óleo que cobrem o corpo dos animais prejudicando o seu sistema


de isolamento térmico levando-os a morte;

Além da toxidade, a temperatura do óleo sob o sol pode atingir 60°C,


matando os plâncton, que alimentam milhares de espécies.

Determinados tipos de hidrocarbonetos insolúveis em água têm


grande toxicidade, muito maior que os relativamente “leves” e
solúveis em água. A maior parte dos danos ecológicos após um
derramamento é frequentemente atribuída às fracções leves; A
razão para essa contradição é que os hidrocarbonetos mais leves
constituem uma grande fracção do volume derramado e tem baixo
peso molecular, pelo que existe maior contacto com organismo
marinhos e por consequência há altos impactos ambientais.

Fauna

Ao entrarem em contacto com o óleo, os peixes sofrem dificuldades


respiratórias e de locomoção, levando-os à morte por ficarem presos
na camada de petróleo;

Muitas espécies têm quimiorreceptores que conseguem detectar o


petróleo na água, logo migram para outras áreas não atingidas; Este
fenómeno é mais observado em peixes de profundidade;

A exposição dos seus ovos em ambientes tóxicos pode causar má


desovagem, um aumento na taxa de más formações, crescimento
lento, e diminuição da performance natatória.

Nos mamíferos, o óleo fica incrustado ao pêlo impedindo-o de


exercer a sua função termorreguladora (aquecimento adequado do
corpo), e como consequência disso, os animais entram em hipotermia
(perda de temperatura corporal).

O petróleo também apaga o odor natural dos animais impedindo, por


exemplo o reconhecimento familiar e acasalamento, como também a
sua ingestão provoca falhas hepáticas, na flora intestinal e desordens
neurológicas.

Nas aves, quando a plumagem fica impregnada de óleo diminui a


capacidade de repulsão da água, como também a água penetra sob as
penas, retirando o ar e impedindo que as aves flutuem e regulem sua
temperatura corporal.

90
O desaparecimento de peixes e plâncton provoca a diminuição do
alimento disponível o que resulta em morte das aves por fome.

Um estudo verificou que a capacidade de sobrevivência das aves após


um derrame de petróleo, através do acompanhamento por dois anos
das aves submetidas ao processos de limpeza e devolvidas ao seu
meio natural; A sua taxa de sobrevivência ficou entre 12% e 15% e o
tempo médio de vida, após liberação era de 9,6 dias, e ainda 97%
morriam durante o processo de limpeza e reabilitação.

Mesmo com uma limpeza meticulosa, as aves não conseguem


restaurar suas condições normais de sobrevivência.

Os mexilhões e outros moluscos que se fixam nas rochas perdem a


capacidade de aderência, caem e morrem.

Económicos

Os constantes derrames trazem um sério impacto económico nas


actividades costeiras e na exploração de recursos do mar.

Quanta às actividades pesqueiras comerciais, um vazamento


contamina os equipamentos de pesca e instalações de maricultura
(aquacultura em águas marinhas).

As populações de peixes adultos raramente são afectadas devido à


sua grande mobilidade;

A contaminação destas áreas leva à insatisfação do público pela


interferência nas actividades recreação, tais como: natação,
mergulho, navegação e pesca esportiva e a interferência nestas
actividades há uma baixa preferência na escolha desses locais e a
queda também de receitas das empresas (estâncias turísticas) que
tem o mar como seu negócio.

Algumas indústrias precisam de suprimento de água do mar para suas


operações normais e vão ser afectadas por esses derrames;

Estações geradoras de energia eléctrica, em particular, as localizadas


próximas à costa utilizam a água do mar para resfriar suas unidades,
as rotinas das actividades dos portos tais como balsas e serviços de
comportas, também podem ser interrompidas, principalmente
quando- se trata de hidrocarbonetos “ leves” ou derivados
inflamáveis devido ao risco de incêndio.

Além de elevados, os custos de limpeza da maré negra representam


grandes riscos intrínsecos à saúde pública, como as mortes causadas
por explosões e incêndios, assim como a intoxicação provocada pela
ingestão de alimentos contaminados, ou e irritações nos olhos
causada pelo contacto directo com o óleo.

91
3.1.1. A QUIMICA DOS COMBUSTIVEIS FÓSSEIS E O MEIO
AMBIENTE
Poluição atmosférica
A atmosfera é um recurso global que determina todas as
manifestações climáticas e constitui um suporte básico da vida.
Por isto a poluição da atmosfera é tão preocupante, colocando em
risco o equilíbrio dos ecossistemas.
Combustão dos combustíveis fósseis
Os combustíveis fósseis foram uma das primeiras grandes fontes
de energia utilizadas pela civilização moderna. O nome fóssil
refere-se ao tempo da sua formação, que são vários milhões de
anos. Há 400-500 milhões de anos atrás, os oceanos eram repletos
de seres vivos semelhantes ao plâncton que, depois da morte,
depositavam-se no fundo. Posteriormente, os sedimentos
transportados até ao local sepultavam os restos desses seres vivos.
Naquelas condições, a sua decomposição por um certo tipo de
bactérias foi muito lenta. Entretanto, mais sedimentos se
depositavam sobre os anteriores, enquanto as bactérias
continuavam a produzir metano e a deixar uma escória orgânica. A
camada de sedimentos foi-se afundando, aumentando cada vez
mais a temperatura, o que fazia com que as ligações das moléculas
daquela escória fossem quebradas, formando-se, assim,
hidrocarbonetos. Após isto, os hidrocarbonetos migravam, na
maior parte dos casos, para rochas porosas, onde ficaram presos e
acumularam-se, dando origem a jazigos de petróleo. Há 350
milhões de anos existiam muitos vastos pântanos onde plantas
cresciam e morriam a um ritmo incessante. Os restos dessas
plantas eram cobertos por água e lama e foram sendo
decompostos e transformados em carvão por bactérias
anaeróbias.
O uso destes recursos energéticos afectou drasticamente a vida do
ser humano, pois teve impactos sociais, tecnológicos e económicos
enormes. O grande inconveniente é as graves consequências sobre
o meio ambiente.
Estes combustíveis são utilizados nos transportes, na maquinaria
industrial e, sobretudo, nas centrais termoeléctricas,
representando por isso uma grande relevância na produção de
electricidade nas sociedades modernas.
Do processo da combustão de combustíveis fósseis resultam gases
poluentes que são libertados para a atmosfera. Nesse processo
químico, o combustível é o agente redutor e o oxigénio é o agente
oxidante.
A reacção genérica da combustão dos hidrocarbonetos é a
seguinte:
CxH2y + [x + (y/2)] O2 → x CO2 + y H2O
92
A razão pela qual os hidrocarbonetos são considerados bons
combustíveis é o facto de estabelecerem ligações C=O e O-H
fortes.
Por vezes, em condições pouco eficientes, desta combustão
resultam outros gases, como por exemplo o monóxido de carbono,
os óxidos de azoto (NOx) e o dióxido de enxofre. Este problema
pode ser resolvido pela utilização de câmaras de combustão bem
vedadas e evitando a contaminação dessa câmara por
lubrificantes.
O azoto é o gás mais abundante da atmosfera terrestre e é uma
molécula extremamente estável, devido à sua ligação tripla, por
isso é quase inerte. Todavia, nos motores de combustão, devido às
descargas das explosões do combustível, existe energia suficiente
para quebrar essa ligação tripla. O mesmo acontece com as
moléculas de oxigénio, formando radicais de oxigénio, que vão
reagir com os radicais de azoto, originando óxido de azoto, que
posteriormente é oxidado a dióxido de azoto, segundo as
equações químicas:
N2 (g) + O (g) → NO (g)
2 NO (g) + O2 (g) → 2 NO2 (g)
A maior parte dos combustíveis contém enxofre na sua
constituição que vai reagir com moléculas de oxigénio presentes
no ar, formando dióxido de enxofre, como é descrito na seguinte
equação:
S (g) + O2 (g) → SO2 (g)
O carbono presente nas moléculas de CO provém dos
hidrocarbonetos (HC) assim como o carbono presente no
CO2 libertado. O carbono reage com os radicais de oxigénio
mencionados anteriormente, originando CO, pela equação
química:
C (g) + O (g) → CO (g)

Acção dos produtos da combustão no ambiente


A presença em elevadas quantidades na atmosfera dos produtos
de combustão dos combustíveis fósseis causa efeitos prejudiciais
em todos os seres vivos do planeta.
NOTA: O efeito de estufa é causado pelos 'gases de
estufa', gases como o dióxido de carbono, o vapor de
água, o metano, entre outros, que evitam que o calor
solar absorvido pela superfície terrestre se escape para
o espaço. Desta forma, a temperatura do planeta é
mantida dentro de uma gama de valores cerca de 30ºC
superior ao que seria se estes gases não existissem.

93
As emissões de CO2 provocam um aumento do efeito estufa, o
que, consequentemente leva ao aquecimento global, que consiste
no aumento da temperatura média da Terra. Este aumento de
temperatura é sentido actualmente, e irá trazer consequências de
dimensões catastróficas se nada for feito para diminuir as
emissões de dióxido de carbono.
Figura:28-Esquema explicativo do efeito estufa

FONTE:mundoeducacao.buol.uol.com.br

3.1.2. Meios de intervenção e prevenção da poluição com


derivados de petróleo e gás
Visto que, actualmente, a poluição atmosférica no Mundo em
geral é extremamente elevada e que isso causa efeitos nocivos em
todo o Meio Ambiente, é necessário fazer algo de modo a atenuar
os danos existentes e prevenir que estes piorem, ao ponto de
tornar a situação irreversível.
De seguida, são apresentadas algumas medidas que têm o intuito
de diminuir a poluição atmosférica provocada pelo ser humano.
Contudo, existem maneiras menos complicados que todos as
podem aplicar, como consumir menos energia (usando lâmpadas
económicas e aproveitar ao máximo a luz do dia, não deixar
aparelhos em stand by, etc.) e poupar combustíveis nas viagens
quotidianas (transporte públicos, carpool, andar a pé).

Conversores catalíticos
Um conversor catalítico também se pode denominar por
catalisador e, como o nome indica, é uma substância fundamental
para a reacção de catálise. Os catalisadores contribuem na
alteração de velocidade de uma reacção, mas nunca são
consumidos. Geralmente, os catalisadores são metais de transição,
óxidos de metais de transição ou, no caso dos organismos vivos,
uma enzima.
As catálises podem ser homogéneas ou heterogéneas, estando os
catalisadores no mesmo estado físico do que os reagentes no
primeiro tipo e em diferentes fases no segundo. As reacções em

94
questão são em maior parte catálises heterogéneas, com os
conversores no estado físico e os reagentes no estado gasoso.
Os conversores catalíticos são usados para filtrar os gases
libertados pelos escapes dos automóveis e a nível industrial,
designadamente, na redução de NO x, na oxidação de combustíveis
e na oxidação e redução simultânea de gases de combustão.
Nos automóveis são usados catalisadores de redução selectivos,
onde é usado platina ou ródio, de modo a diminuir as emissões
dos óxidos de azoto. Isto deve-se às seguintes reacções químicas:
2 NO → N2 + O2
2 NO2 → N2 + 2 O2
Industrialmente, os gases poluentes atravessam discos porosos ou
de materiais porosos contendo os metais catalisadores, de modo a
aumentar a eficiência do conversor catalítico. Com o mesmo
intento, é acrescentada uma pequena quantidade de amónia ou
ureia, provocando as seguintes reacções:
4 NO + 4 NH3 + O2 → 4 N2 + 6 H2O
6 NO2 + 8 NH3 → 7 N2 + 12 H2O
O controlo das emissões de NO x ainda não é completamente
eficaz, pois a utilização deste processo tem alguns inconvenientes
tais como o elevado custo e a emissão excessiva de NH3. Por isso,
ainda se procura uma melhor opção para diminuir a emissão
destes gases.
Os catalisadores de oxidação são usados para as combustões
incompletas, promovendo a oxidação dos hidrocarbonetos não
consumidos e do monóxido de carbono. A reacção genérica da
oxidação dos hidrocarbonetos e reacção química da oxidação do
CO dão-se, respectivamente, pelas seguintes equações químicas:
a CxHy + b O2 → c CO2 + d H2O
2 CO + O2 → 2 CO2
De facto, ainda assim é libertado para a atmosfera moléculas de
CO2, que acentua o efeito estufa. Contudo, os conversores
catalíticos de oxidação impedem a libertação de outros gases,
como o monóxido de carbono, que são bastante mais nocivos.
Para além disso, apresentam outra vantagem, pois conseguem
diminuir a quantidade de combustível gasto.
Os conversores catalíticos de redução e oxidação simultânea de
produtos de combustão constituem uma forma eficaz de reduzir a
emissão de gases tóxicos.
Para tratar o CO2 com conversores catalíticos, de modo a diminuir
as suas emissões, seria provavelmente demasiado caro.

Figura 29: Conversores catalíticos

95
FONTE:brasilescola.uol.com.br/conversor

3.1.3Outras medidas param a Mitigação do Impacto Ambiental da


actividade petroquímica

A indústria petrolífera tem menos que recorde de reclamações


ambiental em geral, mas torna-se ainda mais grave nas regiões de
floresta tropical, que muitas vezes contêm ricas jazidas de petróleo.
Os exemplos mais notórios de floresta tropical havoc causados por
empresas petrolíferas estão Shell Oil na Nigéria e Texaco no Equador.
Ambas as empresas têm degradado o ambiente local e as populações
indígenas e locais afectadas pelas suas actividades. A operação
Texaco no Equador foi o responsável pela derramando cerca de 17
milhões de galões de petróleo no biologicamente ricos afluentes do
Amazonas superior, enquanto o petróleo da Shell as vezes cooperou
com o antigo opressor da ditadura militar na Nigéria na repressão e
assédio das pessoas locais.

ACÇÕES
A boa acção a tomar para tornar a indústria petrolífera mais
sustentável é difícil; engenheiros mundiais são pagos milhões de
dólares para fazer isso. A mais simples, mais confiável solução seria
proibir a extracção de petróleo na floresta tropical. No entanto, esta é
razoável tendo em conta o número de países tropicais que confiam
nas suas reservas petrolíferas para desenvolver as suas economias,
bem como a importância do petróleo na actual situação do
combustível fóssil-impulsionada economia. Os passos básicos para
reduzir a poluição devem ser produzidos por métodos de extracção e
para minimizar a ocorrência de derrames. Talvez isso possa ser
conseguido através do desenvolvimento de oleodutos mais duráveis
para transporte de petróleo e adopção de petróleo reinjectam
técnicas utilizadas nos Estados Unidos. A limitação do petróleo
estradas e assentamentos também é importante na redução do
desmatamento. O óleo Shell no Gabão tem tomado medidas para
impedir as suas operações em Gambas causem massivo desemprego,

96
limitando o acesso através de dispendiosos companhia aérea de vôos
para a campos petrolíferos.

Alternativamente, novas fontes de energia, como o petróleo extraído


das palmas, pode ser desenvolvida. Óleo das Palmeiras é considerado
por muitos uma possível alternativa ao petróleo, mas muito mais
ecológicos, porque plantações de óleo de palmeira podem ser
plantadas em terrenos florestais que anteriormente agora são
desocupadas. Houve quem sugerisse que 2 milhões de hectares (5 mil
milhões de acres) de palma renováveis com rendimento de 25 barris
de petróleo por hectare palma (10 barris por acre) poderiam
satisfazer as necessidades mundiais de combustível. Actualmente, a
maior preocupação em relação palma biodiesel é a apuração de
floresta natural para a plantação de óleo de palmeira. Em 2005, a
Indonésia anunciou planos para a maciças plantações no "coração" de
Bornéu.

Combustíveis à base de Etanol também oferecem um grande


potencial para o futuro. Cerca de 85 por cento de milho de ethanol e
10 por cento gasolina sem chumbo mistura superou a convencional
gasolina e reduz as emissões de gases por 35-46 por cento, enquanto
reduz a utilização da energia por 50-60 Percentual. Um certo número
de E.U. senadores têm empurrado para maior distribuição desses
combustíveis, uma vez que eles poderiam ser produzidos
internamente, o que reduz o perigo de confusão e Médio Oriente e o
apoio da política agrícola nacional. Além disso, caules e resíduos de
fibra de culturas como o milho e o açúcar podem ser recolhidos para
a conversão em etanol para mistura com a gasolina em vez de ser
queimado, como é a prática habitual.

Tal como os E.U.A quer progredir para etanol, mas o governo do


Brasil tem o Protocolo projecto, um projecto nacional de álcool, com
potência que surgiu na década de 1970 em resposta as extremas
subidas dos preços do petróleo. O álcool combustível hidratado
derivado da cana-de-açúcar tem feito mais de dois milhões de
automóveis do Brasil hoje. No auge da produção em 1987-1988, cerca
de 80 por cento dos carros produzidos no Brasil foram movidos á
álcool. O combustível não produz emissões de benzeno e enxofre, e
muito pouco dióxido de carbono e monóxido de carbono. Cerca de 35
por cento das suas emissões de oxigénio. Hoje etanol responde por
tanto como 20 por cento do mercado brasileiro de transporte de
combustível e, em um custo de produção de cerca de 1 dólar por
galão oferece uma alternativa económica para motoristas em todo o
país. Estima-se que sete em cada 10 novos automóveis vendidos no
Brasil são flex-combustível, capaz de correr em ambos gasolina ou
etanol O Jornal Wall Street estima que sete em cada 10 novos
automóveis vendidos no Brasil são flex-combustível, capaz de correr
em ambos gasolina ou etanol.

97
O bom antigo estilo de conservação de petróleo é eficaz na redução
da procura de produtos petrolíferos. Após a primeira OPEP embargo,
em 1973, os Estados Unidos perceberam a importância do petróleo
eficiência e iniciou políticas para acabar com o desperdício práticas.
Em 1985, os E.U.A foi 25 por cento maior eficácia energética e 32 por
cento do petróleo mais eficiente do que em 1973. Evidentemente os
E.U.A foram vencidos pelos japoneses, que no mesmo período
melhorado a sua eficiência energética em 31 por cento e sua
eficiência petróleo por 51 por cento. Hoje, a importância do petróleo
para a economia continua a diminuir. Apesar dos 51 por cento do
crescimento da economia americana entre 1990 e 2004, as emissões
de carbono aumentou apenas 19%, sugerindo que aqueles que
insistem em que o crescimento económico e emissões de dióxido de
carbono movam em conjunto estão errados.

Sumário

SUMÁRIO PARA A UNIDADE TEMÁTICA 3.1

No final desta unidade você deve fixar que:

A Petroquímica surgiu nos Estados Unidos da América, em 1920,


quando a Standard Oil e a Union Carbide fabricaram isopropanol e
glicol. Desenvolveu-se durante a Segunda Guerra Mundial. As
componentes do ESMS e os planos associados são: Plano de
Investimento Comunitário - oferece apoio e oportunidades para
melhorar a vida e os meios de subsistência das comunidades,
directamente afectadas pelo Projecto; Plano de Participação de
Interessados - uma estratégia sólida para a criação do diálogo e de
relações construtivas com os interessados afectados por/ou com
vantagens no Projecto; Plano de Saúde Comunitária - apresentação
de medidas de gestão baseadas em evidências para prevenir, reduzir
ou mitigar potenciais impactos na saúde das comunidades afectadas;
Plano de Gestão de Contratantes - um conjunto abrangente
direccionado a todos os contratantes do Projecto sobre as
expectativas de desempenho ambiental e social deste Projecto; Plano
de Estratégia e Acção de Biodiversidade,- apoiando entre outros a
manutenção e monitoria dos ecossistemas na região,
especificamente, nas áreas sobre influências directa ou indirecta do
Projecto; Plano de Acção para Reassentamento - como objectivo de
fornecer às comunidades, física e economicamente deslocadas,
oportunidades para melhorar os seus meios de subsistência e nível de
vida; Uma série de estudos de apoio que fornecem inputs adicionais e

98
recomendações a vários elementos ESMS; Colectivamente o ESMS
articulará o compromisso do Projecto com um desempenho
Ambiental e Social responsável, de acordo com as boas práticas,
normas e orientações internacionais de indústria.

A extracção de petróleo provoca vários impactos na vida humana e


no meio ambiente. Por exemplo na área Económica os constantes
derrame trazem um sério impacto económico nas actividades
costeiras e na exploração de recursos do mar. Para fauna ao
entrarem em contacto com o óleo, os peixes sofrem dificuldades
respiratórias e de locomoção, levando-os à morte por ficarem presos
na camada de petróleo; Muitas espécies têm quimiorreceptores que
conseguem detectar o petróleo na água, logo migram para outras
áreas não atingidas; Este fenómeno é mais observado em peixes de
profundidade; os seres vivos/ecossistemas são sempre afectados e
está relacionado a alteração de pH, diminuição do Oxigénio
dissolvido, redução dos alimentos disponíveis entre outras. Salientar
que a combustão dos combustíveis fosseis provoca poluição e a
reacção genérica da combustão dos hidrocarbonetos é a seguinte:

CxH2y + [x + (y/2)] O2 → x CO2 + y H2O

Refere-se que o azoto é o gás mais abundante da atmosfera terrestre


e é uma molécula extremamente estável, devido à sua ligação tripla,
por isso é quase inerte.As emissões de CO2 provocam um aumento do
efeito estufa, o que, consequentemente leva ao aquecimento global,
que consiste no aumento da temperatura média da Terra. Este
aumento de temperatura é sentido actualmente, e irá trazer
consequências de dimensões catastróficas se nada for feito para
diminuir as emissões de dióxido de carbono.

De modo a reduzir impactos ambientais dos gases liberados na


combustão, utilizam-se conversores catalíticos também denominados
por catalisadores, que são substâncias fundamentais para a reacção
de catálise convertendo gases tóxicos em não tóxicos.

Exercicios de auto-avaliação

EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO

1.Defina impacto ambiental

2.Descreva os principais impactos ambientais da extracção e uso de

99
petróleo e gás natural.

3.Como mitigar os i ambientais do uso de pétreo e gás natural?

4.Defina efeito-estufa.

5.Compare o efeito estufa com uma situação do quotidiano.

Exercicios de Avaliação

EXERCÍCIOS DE AVALIAÇÃO

Coloque V nas afirmações verdadeiras e F para as falsas.

1.O maior constituinte do ar atmosférico é o Oxigénio (…………..)

2.As instituições que exploram petróleo e gás natural devem


apresentar planos de prevenção de riscos (……….)

3.Um conversor catalítico diminui o impacto ambiental dos gases de


combustão (…………)

4.Qualquer material pode ser usado como conversor catalítico (……….)

5.O efeito estufa deriva da fervura da agua do mar e tem como


consequências a perda de petróleo e gás natural (……..)

Unidade Temática 3.2 : Exercícios de Auto-avaliação

EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO

Coloque V nas afirmações verdadeiras e F para as falsas.

1.O maior constituinte do ar atmosférico é o Oxigénio (…………..)

2.As instituições que exploram petróleo e gás natural devem

100
apresentar planos de prevenção de riscos (……….)

3.Um conversor catalítico diminui o impacto ambiental dos gases de


combustão (…………)

4.Qualquer material pode ser usado como conversor catalítico (……….)

5.O efeito estufa deriva da fervura da água do mar e tem como


consequências a perda de petróleo e gás natural (…….)

6.Chama-se efeito-estufa ao aquecimento do gelo polar a nível de


40oC (….)

7.Uma das causas do Efeito-estufa é o corte ilegal de árvores e


agricultura mecanizada (….)

7.O aquecimento global é uma das principais consequências do efeito


estufa (…….)

8.Um conversor catalítico é geralmente constituído por metais e


outros materiais que adsorvem poeiras e gases (….)

9.Todos os carros em Moçambique possuem conversores catalíticos


(…….)

10.A combustão de combustíveis fosseis liberta para alÉm de dióxido


de Carbono, outros gases tais como: trióxido de Enxofre (SO 3) e
Monóxido de Carbono (CO) (………)

TEMA IV: PLANEAMENTO ENERGÉTICO EM MOÇAMBIQUE

Neste tema será discutida e desenvolvida a unidade temática


referente a planificação energética de Moçambique.

UNIDADE Temática 4.1: Planeamento De Energia Para Moçambique

UNIDADE Temática 4.1: Planeamento de Energia Para Moçambique

Introdução

101
Todas as actividades para serem realizadas e dar resultados
satisfatórios precisam de ser devidamente planificadas.

A planificação envolve o levantamento de necessidades,


potenciardes, dificuldades e ate de pontos fortes numa dada
realidade e contexto.

Esta unidade reserva-se a discussão sobre a necessidade e


importância da planificação energética e seus benefícios para a vida
daa comunidades.

Objectivos e competências a desenvolver


No desta unidade temática você deverá ser capaz de:
▪ Listar os documentos/normas moçambicanas aplicadas no
planeamento energético
▪ Definir planeamento energético
▪ Descrever as vantagens de planeamento energético a nível de
Moçambique
▪ Compreender as normas moçambicanas de planificação
energética
▪ Identificar lacunas e pontos fortes de normas sobre energia em
Moçambique e propor medidas de melhoria e potencialização

Moçambique detém um considerável potencial em recursos


energéticos, o que proporciona ao País condições favoráveis não só
para satisfazer a procura interna como também para exportar para os
Países da região da África Austral e para outros mercados
internacionais.

A disponibilidade dos recursos energéticos, (hídricos, gás natural,


carvão mineral e biocombustíveis) associada à localização geográfica
do País, porta do interland africano servido de infra-estruturas ferro
portuárias e de oleodutos e elo de ligação entre a SADC e a
comunidade da África Oriental, coloca o País numa posição
privilegiada.

Moçambique é caracterizado por baixos níveis de rendimento per


capita e por escassos recursos financeiros no sector público, o que
constitui um constrangimento à aceleração da melhoria do acesso da
população a energias modernas. A energia de biomassa, proveniente
de cerca de 30,6 milhões de hectares de floresta, (lenha e o carvão
vegetal) representa cerca de 80% da energia total consumida
anualmente pelos agregados familiares.

O potencial existente para a produção de electricidade, avaliado em


12.000 MW na componente hídrica, a que correspondem 60.000
GWh/ano, o equivalente a 216.000TJ/ano, a que acrescem 500 MW
com base no gás natural e 5.000 MW a carvão, é bastante elevado.
Contudo, a electricidade levará ainda algum tempo para substituir os

102
combustíveis de biomassa pelo facto de o País ser grande e os centros
populacionais rurais estarem dispersos.

O País consome cerca de 600 milhões de litros de combustíveis


fósseis por ano, fundamentalmente no sector dos transportes e
agricultura. Na actual situação, o gás na forma de Gás de Petróleo
Liquefeito (GPL) e o petróleo de iluminação têm uma expressão
pouco significativa no balanço energético nacional, estando o uso de
GPL confinado às cidades de Maputo, Matola, Beira e Nampula e um
consumo que tem sofrido grandes oscilações, devido a
estrangulamentos no fornecimento, e que não ultrapassa as 14.000
toneladas anuais.

A radiação solar no País é, em média, 5,7 kWh/m 2 /dia, com um


mínimo de 5,2 kWh/m2 /dia em Lichinga e um máximo de 6,0 kWh/m2
/dia em Pemba e Maniquenique.

Em termos eólicos o conhecimento actual é incipiente mas avaliações


preliminares, a maior parte delas efectuadas em zonas costeiras,
indicam intensidades promissoras.

Fontes geotérmicas identificadas possuem um potencial, avaliado de


forma conservadora, de 25 MW, na área da falha sísmica da África
Oriental.

O potencial em recursos energéticos não renováveis identificados no


País inclui: – O gás natural com cerca de 5.3 milhões de TJ ou 127
biliões de metros cúbicos extraíveis e reservas estimadas que podem
ascender a 700 biliões de metros cúbicos; – O carvão mineral com
cerca de 140 milhões de TJ. Apenas na concessão de Moatize estão
estimadas reservas de 2,5 biliões de toneladas;

A Nova Lei do Petróleo foi aprovada pelo Parlamento a 15 de Agosto


de 2014. Incluiu-se um número significativo de comentários na
legislação inicialmente apresentada pelo Ministério dos Recursos
Minerais, pela Comissão da Agricultura, Economia e Meio Ambiente.
Em geral, a legislação está mal redigida e a inclusão dos comentários
da Comissão levou à repetição e aumentou a falta de clareza no
documento. Parece haver uma potencial sobreposição com a
legislação ambiental e marítima, que já está em vigor e existem
também potencialmente sobreposições com a legislação do
reassentamento e com a Lei do Trabalho. Os contractos que estão
actualmente em vigor permanecem válidos e não devem ser
afectados pela legislação vigente. Muito, porém, dependerá do
conteúdo do regulamento da lei que deve ser desenvolvido no prazo
de 90 dias. Este período de tempo parece improvável, dado o actual
ciclo eleitoral. Também é provável que, em vez de um regulamento,
haja uma série de regulamento dada a variedade de diferentes
questões a serem regulamentadas. Segue-se na Seção III um resumo
de uma série de pontos-chave que provavelmente irão afectar as

103
empresas. Estando estes com um resumo de cada artigo e os
comentários em itálico entre parênteses rectos.

As principais preocupações levantadas por esta legislação são: A falta


de clareza na redacção – isso pode dar origem a aplicação
discricionária e possível sobreposição e conflito com outra legislação
existente; 25% da produção deve permanecer em Moçambique –
embora isso seja potencialmente benéfico se direccionada para a
industrialização conforme a lei prevê, o mecanismo para estabelecer
a forma como esta cota será calculada, gerida, usada e qual preço
será pago para isso é um significado pouco claro de que
potencialmente os operadores possam ser obrigados a vender 25% da
sua produção abaixo do valor de mercado.

O conteúdo local – embora seja claramente importante garantir que


derivem benefícios significativos do sector petrolífero para o
desenvolvimento da economia local, a lei visa introduzir um requisito
de nacionalidade para as empresas que desejam desenvolver
actividades no sector.

Não está claro com base na análise recente do SPEED das opções para
a política de conteúdo local, de que isso resulte em mais do que a
criação de empresas “de fachada”, com participação local. Não há
indicação de que este mecanismo irá necessariamente resultar num
desenvolvimento mais abrangente do sector empresarial local.
Envolvimento do Governo/Estado no sector – a legislação inclui uma
série de opções para aumentar a participação do Estado no sector,
através da ENH, principalmente.

Entretanto, não há indicação de como isso vai ser gerido de uma


forma transparente ou que mecanismos serão utilizados para garantir
que o mercado no sector continue a ser liberalizado e sem influência
política. III. Comentários Específicos Art 3.1 – A lei abrange todas as
operações de petróleo e infra-estrutura afins tanto fixas como
móveis, e se forem móveis se estão sinalizadas como nacionais ou
não [não está claro em que medida as condições de
nacionalidade/procurement indicadas abaixo irão afectar os
subempreiteiros para as operações petrolíferas] Art 3.3 – A lei não
abrange refinaria, utilização industrial, distribuição ou
comercialização de produtos petrolíferos Art 4.2 – O Estado pode
optar por envolver-se directa ou indirectamente nas actividades
complementares ou de apoio a prospecção, pesquisa, produção,
transporte, venda, refinaria ou transformação do petróleo e seus
derivados [isto está expandido nos Artigos 4,5, 20 e 24] Art 4.3 – O
Estado vai disponibilizar informações sobre os potenciais recursos na
pré- consulta e negociação com investidores e comunidades, bem
como na promoção da participação das empresas nacionais no sector
petrolífero Art 4.4 – O Estado vai garantir que parte dos recursos do
petróleo nacional sejam atribuído para a promoção do
desenvolvimento nacional Art 4.5 – O Governo garante o
104
financiamento da ENH, o seu representante exclusivo para investir na
melhoria e estabilização dos seus investimentos de gás e petróleo
[não está claro como o governo irá fazer isso] Art 6 - O Estado irá
assegurar ao atribuir direitos às Operações Petrolíferas nos termos
desta Lei, que os interesses nacionais em matéria de defesa,
emprego, navegação, pesquisa e conservação dos ecossistemas
marinhos e outros recursos naturais, actividades económicas
existentes, segurança alimentar e nutricional das comunidades e o
ambiente, sejam respeitada Art 7.1 – O Estado garante apenas
indemnização a ser paga pelas concessionárias às pessoas ou
comunidades que não têm qualquer título, direito de uso da terra ou
direito de águas territoriais Art 7.2 – As estruturas de indemnização
estão a ser legisladas pelo Conselho de Ministros Art 7.4 – A
assinatura de um memorando de entendimento entre o governo, as
comunidades e as empresas concessionárias é um pré-requisito para
a atribuição do direito de exploração de recursos petrolíferos [não
está claro em que ponto do processo de licenciamento este
memorando será elaborado, se é apenas no momento em que
tiverem sido identificadas as reservas ou se é mais cedo, por exemplo,
na fase de pesquisa] Art 8 & Art 42 – Apenas indemnização deve
incluir o reassentamento das pessoas em melhores condições do que
estavam antes, o pagamento dos direitos de uso da terra, o
desenvolvimento de actividades de sustento da vida relacionadas
com a alimentação e nutrição, e preservação do património. O
reassentamento só pode ser o caso quando a presença de reservas
tiver sido confirmada [isto parece contradizer outros artigos que
sugerem que o reassentamento, ainda que temporária, poderá ter
lugar quando a pesquisa e a exploração estiverem em curso] Art 12 –
Os operadores devem garantir o emprego dos moçambicanos e os
anúncios de recrutamento devem ser publicados nos jornais ou na TV,
rádio ou on-line e os resultados dos recrutamentos devem ser
disponibilizados Art 13 – O Governo deve criar condições para a
participação das empresas nacionais no negócio de petróleo e gás e
as empresas de petróleo e de gás devem estar cotadas na Bolsa de
Valores de Moçambique [não está claro de que forma exactamente a
participação deve ser assegurada e conforme observado no Art 3.1
até que ponto isso afecta os operadores ou também os seus
subempreiteiros] Art 15 – Dentre as obrigações dos operadores figura
o recrutamento e formação de moçambicanos com preferência para
aqueles da área onde as operações têm lugar. Art 16 - Garante o
direito de recorrer à arbitragem internacional Art 19 e Art 48 – O
Governo deve garantir que uma percentagem do lucro derivado das
operações petrolíferas seja direccionada para o desenvolvimento das
comunidades nas áreas onde as operações se realizam, sendo que a
percentagem será estabelecida no Orçamento do Estado Art 20 – O E

stado reserve-se o direito de participar nas operações do sector em


que qualquer pessoa jurídica esteja envolvida. O envolvimento do
Estado pode ocorrer em qualquer fase do contrato. O Estado terá por

105
objectivo aumentar progressivamente a sua participação no negócio
de petróleo e gás [a lei garante contra a expropriação em qualquer
situação menos nas situações mais extremas, no entanto, não está
claro como o Estado vai aumentar a sua participação no sector ao
longo do tempo] Art 24 – A ENH tem poderes para tomar parte em
todas as formas de actividade no sector, tanto dentro do país como
fora. A ENH deve gerir a cota do produto petrolífero reservada para o
desenvolvimento da economia nacional.

Qualquer investidor que queira investir no sector deve investir com


ENH Art 26 – Os cidadãos moçambicanos e empresas estrangeiras
que estejam em parceria com moçambicanos terão preferência na
atribuição de contratos de concessão [isto procura obrigar as
empresas estrangeiras a tomarem parceiros locais, presumivelmente
ENH segundo o Art 24, mas mais uma vez, ainda não está claro se isto
abrange apenas os operadores ou qualquer outra empresa que actua
no sector através de subempreitadas, por exemplo] Art 27.2.d, f e Art
53 – O Estado deve aprovar fusões ou outras alterações significativas
em relação aos contractos de concessão. Art 27.2.j – O Estado deve
aprovar mecanismos de determinação do preço do petróleo
[presumivelmente isto refere-se apenas à quota de 25% do petróleo
mencionado no Art 35 e não às vendas no mercado internacional,
embora não esteja claro] Art 35 – O Governo deve garantir uma
quota igual ou superior a 25% da produção a ser dedicada ao
mercado nacional e irá regulamentar e definir o modo de gestão e
preços desta quota [a componente de marcação de preço deste
requisito, em especial, representa um risco para os operadores] Art
36 – A ENH deve ser responsável pela comercialização e venda de
produtos de petróleo e de gás que compõem a quota e o Governo
deve garantir o aumento da utilização do gás para o desenvolvimento
do país e da industrialização Art 37 – O Parlamento vai definir um
mecanismo de gestão da receita do sector [o parlamento aqui indica
que será a organização que determina se, por exemplo, será criado
um fundo soberano] Art 40.g – Os operadores devem publicar todos
os concursos relacionados com os serviços de nível primário na
imprensa nacional e no site do operador Art 40.h – Os operadores
devem dar ao governo o direito de preferência na aquisição do
petróleo produzido quando o interesse nacional assim o determinar
[segundo o Art 35 – isso poderia representar um risco significativo
para os operadores, dependendo da forma como a estrutura de
preços for estabelecida] Art 41.1 – A aquisição de bens e serviços ao
longo de um determinado valor deve ser efectuada por concurso e
publicado na imprensa nacional e no site do operador [não há
nenhuma indicação de qual deverá ser o determinado valor] Art 41.2
– Qualquer indivíduo ou empresa estrangeira que fornece bens ou
serviços aos operadoras de petróleo deve estar na actividade com
uma pessoa singular ou colectiva moçambicana [conforme o Art 26,
isto significa que qualquer subempreiteiro deve estar em parceria

106
com um indivíduo ou uma empresa em Moçambique a fim de operar
no país.

A estrutura deste arranjo não está determinada] Arte 41.4 – Os


operadores devem dar preferência a bens e serviços disponíveis
localmente onde estes não sejam mais do que 10% mais caros do que
os itens disponíveis internacionalmente do mesmo tipo e em
circunstâncias em que o fornecedor local possa garantir a mesma
qualidade e disponibilidade Art 44.3 – O investimento do Estado é
abrangido pela valorização dos recursos existentes e outros métodos
a serem determinados [isso requer esclarecimentos, uma vez que
implica que o investimento do Estado, através da ENH em qualquer
empresa não será capitalizado, mas será com base no valor
percentual do recurso no terreno] Art 49 – Os recursos de petróleo
devem ser utilizados sempre que necessário para o desenvolvimento
da indústria nacional.

O Estado pode requisitar recursos de petróleo a um preço negociado


para o uso da indústria local sempre que a necessidade ditar
[conforme os Arts 35 e 40.h isso poderia constituir um risco
significativo para os operadores] Art 68 – Os actuais contractos
continuam válidos e serão levados a conformidade com a actual lei
apenas quando expirarem. Art 70 - A lei deve ser regulamentada em
até 90 dias Glossário m) – Pessoa moçambicana – qualquer pessoa
jurídica devidamente registrada e inscrita em Moçambique, com mais
de 51% do seu capital social pertencente a pessoas singulares de
nacionalidade moçambicana ou por pessoas colectivas
moçambicanas.

Planificação energética e seu papel na economia de Moçambique

A construção de cinco novas barragens hidroeléctricas em


Moçambique e a expansão da Hidroeléctrica de Cahora Bassa vão
aumentar o potencial de produção de energia do país em cerca de
3600 megawatts, envolvendo investimentos superiores a 7000
milhões de dólares.
Num quadro de aumento do consumo de energia a um ritmo médio
anual de 82 megawatts (cerca de 14%), segundo dados do Ministério
da Planificação e Desenvolvimento (MPD), Moçambique encontra na
expansão do sector energético um dos seus maiores desafios
económicos, atendendo às crescentes exigências industriais que se
vão manifestando um pouco por todo o país.
E é neste contexto que no Plano Quinquenal do Governo 2015-2019,
que será votado pelo Parlamento moçambicano a partir de início de
Abril, o Executivo expressa a prioridade de ver desenvolvidos vários
empreendimentos de produção de energia, alguns dos quais com
investidores e financiamento já garantidos.

107
Este é caso da Hidroeléctrica de Lupata, na província de Tete, com um
potencial de geração de 416 megawatts, que vai exigir um
investimento de cerca de 1072 milhões de dólares, realizado através
de um consórcio que reúne as empresas Hydroparts Holding e
Cazembe Holding, ambas sediadas nas Maurícias, e ainda a estatal
Electricidade de Moçambique (EDM) e a Sonipal, de Moçambique.
Também na província de Tete, e ao longo do rio Zambeze, a
Hidroeléctrica de Boroma irá contar com uma potência instalada de
210 megawatts, tendo como empresas promotoras a Rutland
Holding, das Maurícias, a EDM e a Sonigal, que terão de investir 572,5
milhões de dólares para desenvolver o empreendimento.
Se somados, os dois projectos podem vir a criar mais de 4000 postos
de trabalho, segundo o Centro de Promoção de Investimentos de
Moçambique, através do qual foram realizados os investimentos em
2014.
O plano orientador das políticas governamentais dá também
prioridade ao arranque da construção da Barragem de Mphanda
Nkuwa, a cerca de 70 km a nordeste da cidade de Tete e a 61 km a
sudeste da Barragem de Cahora Bassa, num projecto com potencial
de geração de 1500 megawatts, que tem uma estimativa de custo de
4,2 mil milhões de dólares.
Já concessionada às empresas Camargo Corrêa (40%), do Brasil,
Insitec (40%), de Moçambique, e EDM (20%), a barragem deverá estar
concluída em 2017, segundo indica o Programa Integrado de
Investimentos do MPD, revisto em Junho de 2014.
Neste documento, o MPD sinaliza também a construção da Central
Hidroeléctrica de Lúrio, em Nampula, mencionando uma capacidade
de geração de 180 megawatts e um custo de investimento de cerca
de 480 milhões de dólares, mas, para já, o projecto não tem
investidores conhecidos.
Semelhante situação verifica-se com a Hidroeléctrica de Alto Malema,
também em Nampula, com um potencial de geração de 60
megawatts, que figura no Programa Quinquenal do Governo.
Por outro lado, o Executivo destaca o avanço da segunda fase da
Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), projecto também designado
Cahora Bassa Norte, cuja construção vai aumentar em 1250
megawatts a capacidade de produção de energia do
empreendimento, actualmente de 2075 megawatts. O custo do
projecto está avaliado em cerca de 700 milhões de dólares, de acordo
com estimativas do MPD.
Na estrutura accionista da HCB, o Estado moçambicano possui uma
participação de 92,5%, enquanto a portuguesa Redes Energéticas
Nacionais (REN), que é participada em 25% pela State Grid
Corporation of China (SGCC), detém a quota remanescente de 7,5%.
108
Moçambique conta actualmente com uma capacidade de produção
de cerca de 2300 megawatts, sendo a HCB o empreendimento que
mais energia produz no país.
Grande parte da produção da barragem (cerca de 75%) é destinada à
exportação, designadamente para o Zimbabwe e para a África do Sul,
país cuja instituição eléctrica nacional, a Eskom, mantém um acordo
com a HCB para a compra anual de 1100 megawatts, válido até 2029.
4.1.1. Visão e Missão da Estratégia de Energia em Moçambique

Visão

Assegurar a disponibilidade de energia a nível nacional para


responder aos desafios do desenvolvimento socioeconómico
sustentável.

Missão

Criar condições para aumentar o acesso a formas de energia


diversificadas, de modo sustentável, contribuindo para o bem-estar
da população e o desenvolvimento socioeconómico do País.
Princípios

• O aumento sustentado do acesso à electricidade e aos


combustíveis;
• O uso sustentável da biomassa lenhosa;
• A disseminação das energias novas e renováveis;
• A diversificação da matriz energética;
• O estímulo da produção sustentável de biocombustíveis com base
em recursos energéticos locais para substituição dos combustíveis
importados;
• A planificação integrada das iniciativas energéticas com os
programas de desenvolvimento de outros sectores;
• O desenvolvimento sustentável e preservação do meio ambiente;
• A adopção de regimes tarifários que reflictam custos reais,
incluindo os da mitigação de efeitos ambientais adversos;
• A promoção do uso produtivo de energia, ampliando o conceito
de abastecimento de energia de forma a incorporar meios de
produção;
• A coordenação institucional e consulta a todos os intervenientes;
• A participação na cooperação internacional com incidência na
região da SADC;
• A exploração do mercado regional com vista à viabilização dos
grandes empreendimentos energéticos bem como aproveitar as
economias de escala proporcionadas pela coordenação energética
regional;
• O uso eficiente de energia;

109
• O incentivo ao envolvimento da comunidade científica nacional
(Universidades e instituições de ensino a vários níveis) em
trabalhos de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias;
• O encorajamento ao sector empresarial e financeiro a investir na
pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e tecnologias;
• A equidade do género no sector de energia;
• A implementação de programas de mitigação dos efeitos do
HIV/SIDA.

4.1.2. ENQUADRAMENTO LEGAL E INSTITUCIONAL DO PLANO DE


ENERGIA

O plano nacional de energia para Moçambique possui diferentes


tipologias de enquadramento:

1. Quadro Institucional:

• Ministério da Energia (ME)


• Electricidade de Moçambique (EDM)
• Fundo de Energia (FUNAE)
• Petróleos de Moçambique (PETROMOC)
• Conselho Nacional de Electricidade (CNELEC)
• Companhia de Transmissão de Moçambique (MOTRACO)
• Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB)

2.Quadro Familiar

Zonas Rurais

Zonas Urbanas

Zonas Peri-Urbanas

3. Quadro sectorial

• Sector de Transportes
• Sector da Agricultura
• Sector da Indústria e Comércio Sector do Turismo
• Sector da Construção Civil e Urbanismo
• Quadro Legal e Institucional

4. Qudaro energético

Subsector de Energia Eléctrica

• Produção de Electricidade
• Transporte de Electricidade
• Distribuição de Electricidade
• Electrificação Rural
• Subsector dos combustíveis fósseis

110
• Carvão Mineral

4.1.3. ESTRAGEIA ENEREGTICA POR FORMA DE ENERGIA

Subsector Energias Novas e Renováveis

• Energia Solar
• Energia Hídrica
• Energia Eólica
• Energia Geotérmica
• Energia Biomassa
• Biocombustíveis
• Biogás.

TARIFAS E REGIME FISCAL

As tarifas fiscais variam de acordo como tipo de energia a ser


comercializada ao cliente. Neste contexto, destacam-se as seguintes:

• Electricidade
• Combustíveis Líquidos
• Energias Novas e Renováveis

Desafios da planificação energética de Moçambique

Moçambique detém importantes reservas naturais de petróleo, de


hidrocarbonetos e poços de gás que representam actualmente uma
enorme oportunidade de negócio. Portugal tem uma histórica ligação
com Moçambique, com quem partilha uma cultura, um passado e
uma língua. E simboliza uma verdadeira ponte para o mundo, uma
plataforma de cooperação privilegiada com parceiros europeus. Além
disso, várias empresas têm vindo a estabelecer-se na região para
capitalizar diversos projectos na área da energia. No entanto, o país
ainda se encontra num processo de estruturação e de crescimento.
Esta encruzilhada é um momento-chave para criar uma base
sustentada e integrada de infra-estruturas necessárias de forma a
dinamizar e criar valor para a economia nacional e as populações
locais. Moçambique regista um crescimento assinalável do PIB, cerca
de 7% em média, nos últimos 10 anos. A juntar a este indicador, o
país atravessa uma estabilidade macroeconómica por via de acordos
internacionais como por exemplo com o FMI ou a SADC. Neste clima
de crescimento, os investimentos públicos e privados são cada vez
mais recorrentes (estima-se cerca 80 mil milhões de $US nos
próximos 12 anos), destinando-se a vários projectos ambiciosos,
nomeadamente para infra-estruturas (acessibilidades, água e
saneamento) e sector de energia (gás, carvão, centrais
termoeléctricas). Várias regiões de Moçambique foram igualmente
alvo deste crescimento, como é o caso da Beira, Tete, Nampula ou
Pemba. O panorama económico favorece inúmeras oportunidades às

111
empresas em diversos sectores, desde a Energia, Construção,
máquinas e equipamentos, Logística e Transportes. Os negócios são
igualmente facilitados uma vez que o mercado agiliza a constituição
de uma empresa e existem acordos para evitar a dupla tributação
com Portugal, por exemplo.

4.1.4. OUTROS DESAFIOS

Prevalecem Como desafios da planificação energética em


Moçambique, dentre vários, os seguintes:

• Garantir a Eficiência Energética •


• Garantir a Engenharia Financeira
• Desenvolvimento de tenologias que promovam a
protecção/que sejam menos agressivas ao meio Ambiente
• Envolvimento massivo de mulheres na área de electricidade
• Alastrar níveis de abrangência de zonas rurais com
electricidade de modo a disseminar as formas de prevenção
do VIH/SIDA e outras doenças através de meios de
comunicação social sobre VIH/SIDA
• Promover palestras de sensibilização dos riscos de Roubos de
energia e vandalização de fontes de energia
• Planificação deficitária em relação as taxas de crescimento da
demanda
• Esforço de extensão da rede, expansão do serviço
• Deficiente manutenção de infra-estruturas e equipamentos de
produção e transporte de energia
• Necessidade de diversificação da matriz energética; i.e.
investimento em infra-estruturas
• Cerca de 27% de perdas administrativas, transporte e
distribuição; ineficácia operacional
• Tarifa desfasada da estrutura de custos de produção, constitui
barreira ao investimento Estimular a reflexão pública sobre:
• A situação actual de défice de energia eléctrica
• O desafio de antecipação de investimentos para responder à
demanda num ambiente de rápido crescimento Contribuir
para um discurso construtivo em torno:
• Do papel do Estado e a necessidade de incentivos ao
Investimento
• Proposta/Sugestão de medidas regulamentares de
implementação imediata para alavancar projectos

4.1.5. REDE ELÉCTRICA NACIONAL – PREVISÃO DE CRESCIMENTO DA


DEMANDA (CENARIO DE CRESCIMENTO MÉDIO)

O grande problema no sector da energia em Moçambique centra-se


no facto de que:

112
A carga a alimentar é superior à capacidade disponível Aumento de
importação da SAPP; aquisição de IPPs a custos acima da tarifa
aprovada. Necessidade urgente de promoção da construção de
capacidade adicional, fontes alternativas e infra-estruturas de
transporte. Implementação de medidas de estímulo ao investimento
Garantias de Fiabilidade e eficiência a tarifas competitivas.

EVOLUÇÃO DA MATRIX DE ELECTRICIDADE 1955-2013

1975- HCB inicia a sua exploração comercial contribuindo


significativamente para o diagrama de carga – diminuição da
componente térmica e das importações- até 1981 quando se torna
inviável a reparação das linhas afectadas pela guerra.

O desinvestimento em fontes térmicas tornou a electricidade


importada predominante até a assinatura dos Acordos de Roma em
1992 e início da reabilitação das infra-estruturas.

Somente em 2012 iniciou a construção de IPPs em Ressano Garcia


(Gigawat park).

Fornecimento de energia por fonte

O gráfico abaixo mostra como variava o potencial de fornecimento d


energia eme Moçambique nos período 2013.

Figura 30: Dados do fornecimento d energia por forma de


energia/tipo de energia

113
FONTE: Plano Nacional de Energia(2009)

Consumo cumulativo de de Energia por fonte(1955-2013)

A figura abaixo,mostra como variou o consumo de energia electrica


em Mocambique por diferentes fontes de enrgia.

Figura 31: Consumo cumulatrivo de enrgia

FONTE: PNE (2009)

4.1.6. PROJECTOS DE CENTRAIS DE ENERGIA ELÉCTRICA:


HÍDRICA,CARVÃO E GÁS

114
As figuras abaixo, ilustram os principais projectos d e geração de
energia eléctrica a partir de outras fontes de energia em
Moçambique.

Esta tentativa, poderá contribuir massivamente na expansão do


acesso de energia eléctrica por parte das comunidades rurais.

Figura 32: Principais projectos para geração de electricidade em


Moçambique

FONTE: EDM (2007)

4.1.7. Projectos de reforço da rede em fase de implementação


Dentre vários projectos de reforço ao sector de energia em
Moçambique, destacam-se as actividades de:

• Reabilitação das Centrais de Mavuzi e Chicamba


• Reparação de um grupo na central de Corumana
• Reparação da turbina a gas (12 MW) na Beira

115
• Conversão das turbinas da CTM para gás natural
• Reforço de subestações na linha Centro-Norte
• Construção da linha 220 KV Chibata- Dondo
• Construção de uma nova linha a 275 KV de Ressano Garcia para
Macia
• Construção de uma linha nova de Chimuara a Namialo (a iniciar
em 2015)

Iniciativas Internacionais em face de crises similares


Para além de iniciativas locais, o Governo Moçambicano através do
ministério de energia, tem desenvolvido projectos conjuntos com
governos amigos visando o melhoramento do sector de energia.
Destes projectos e iniciativas destacam-se:

Kenya:

• Venda parcial de KenGen, empresa nacional de electricidade


com vista obter robustez financeira
• Em resultado, em 2013, 7 IPP já se produziam 20% do total da
electricidade consumida

Nigéria
• Rede nacional apenas com capacidade de 5 GW: 25 GW
fornecidos por entidades privadas
• Reforma profunda do sector, produção e distribuição privatizadas,
financeiro local; constrangimentos ainda persistem.

Sumário

SUMÁRIO PARA A UNIDADE TEMÁTICA 4.1

No final desta unidade temática você deve fixar que:

O País consome cerca de 600 milhões de litros de combustíveis


fósseis por ano, fundamentalmente no sector dos transportes e
agricultura. Sendo que em termos eólicos o conhecimento actual é
incipiente mas avaliações preliminares efectuadas em zonas costeiras,
indicam intensidades de ventos promissoras. Fontes geotérmicas
identificadas possuem um potencial, avaliado de forma conservadora,
de 25 MW, na área da falha sísmica da África Oriental. Aliado a isto, o
governo moçambicano desenhou leis que visam regulamentar a
exploração e uso de fontes energéticas, sendo que as principais
preocupações levantadas por esta legislação são: a falta de clareza na
redacção,o que pode dar origem a aplicação discricionária e possível
sobreposição e conflito com outra legislação existente; 25% da

116
produção deve permanecer em Moçambique. A visão desta legislação
é de segurar a disponibilidade de energia a nível nacional para
responder aos desafios do desenvolvimento socioeconómico
sustentável e tem a missão de criar condições para aumentar o
acesso a formas de energia diversificadas, de modo sustentável,
contribuindo para o bem-estar da população e o desenvolvimento
socioeconómico do País. Os desafios na área de energia em
Moçambique passam por garantir: o aumento sustentado do acesso à
electricidade e aos combustíveis; o uso sustentável da biomassa
lenhosa; a disseminação das energias novas e renováveis; a
diversificação da matriz energética; o estímulo da produção
sustentável de biocombustíveis com base em recursos energéticos
locais para substituição dos combustíveis importados; a planificação
integrada das iniciativas energéticas com os programas de
desenvolvimento de outros sectores; o desenvolvimento sustentável
e preservação do meio ambiente; a adopção de regimes tarifários que
reflictam custos reais, incluindo os da mitigação de efeitos ambientais
adversos. Esta estratégia categoriza o sector de energia em
Renováveis e Não Renováveis. Sendo que o Subsector Energias Novas
e Renováveis engloba: Energia Solar; Energia Hídrica; Energia Eólica;
Energia Geotérmica; Energia Biomassa; Biocombustíveis e Biogás.

Em termos de gestão energética, prevalecem Como desafios da


planificação energética em Moçambique, dentre vários, os seguintes:
Garantir a Eficiência Energética; Garantir a Engenharia Financeira;
Desenvolvimento de tenologias que promovam a protecção/que
sejam menos agressivas ao meio Ambiente; Envolvimento massivo de
mulheres na área de electricidade; Cerca de 27% de perdas
administrativas, transporte e distribuição; ineficácia operacional;
Tarifa desfasada da estrutura de custos de produção, constitui
barreira ao investimento.

Alguns Projectos de reforço da rede em fase de implementação

Dentre vários projectos de reforço ao sector de energia em


Moçambique, destacam-se as actividades de: Reabilitação das
Centrais de Mavuzi e Chicamba; Reparação de um grupo na central de
Corumana; Reparação da turbina a gás (12 MW) na Beira; Conversão
das turbinas da CTM para gás natural; Reforço de subestações na
linha Centro-Norte; Construção da linha 220 KV Chibata- Dondo;
Construção de uma nova linha a 275 KV de Ressano Garcia para Macia
; Construção de uma linha nova de Chimuara a Namialo (a iniciar em
2015).

117
Exercicios de auto-avaliação

EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO

1.Diga se existe ou não legislação suficiente para o sector de energia


em Moçambique.

2.No seu ver, o que esta por detrás da fraca implementação destas
leis?

3.Axha que as políticas de contratação de empresas param a


exploração mineira de petróleo e gás natural são aceitáveis?
Justifique

4.Discuta sobre os tipos d energia mais usados em Moçambique.

5.Relacionae de forma comparativa o custo monetário das diferentes


formas de energia.

Exercicios de Avaliação

EXERCÍCIOS DE AVALIAÇÃO

Coloque V para aforações verdadeiras e F para as falsas.

1.Mocambique não possui potencial geotérmico para a geração de


energia eléctrica (….)

2.Um dos desafios de Moçambique na planificação energética é a


falta de equipamento para medir o potencial eólico (….)

3.Nao existe em Moçambique nenhum investimento para o sector


das energias Renováveis (…...)

4.Os países que possuem iniciativas de apoio ao sector de energia em


Moçambique são: Kenya, Malawi, Africa do Sul e outros (……)

5.Dentre vários projectos de reforço energético em Moçambique,


destaca-se: Mavuzi, Chicamba, Corumana (…….)

118
UNIDADE Temática 4.2: EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIÇÃO

EXERCICIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO

Coloque V para aforações verdadeiras e F para as falsas.

1.Mocambique não possui potencial geotérmico para a geração de


energia eléctrica (.)

2.Um dos desafios de Moçambique na planificação energética é a


falta de equipamento para medir o potencial eólico (….)

3.Nao existe em Moçambique nenhum investimento para o sector


das energias Renováveis (…...)

4.Os países que possuem iniciativas de apoio ao sector de energia em


Moçambique são: Kenya, Malawi, Africa do Sul e outros (……)

5.Dentre vários projectos de reforço energético em Moçambique,


destaca-se: Mavuzi, Chicamba, Corumana (…….)

6. Os consumidores de energia em classes de consumo agrupam-se


em: Baixo Tensão; Média Tensao e alta tensão (….).

7.Os aspectos ambientais constantes da Lei de energia são: uso de


lâmpadas de baixo consumo, literacia energética, uso de energias
renováveis (…………)

8.Um dos desafios do sector de energia em Moçambique centra-se no


fornecimento de energia de baixo custo para populações pobres
(……….)

9.A lei de energia não estimula a geração de energia na base de


resíduos sólidos porque seria desperdício (……….)

10.As tarifas de energia em Moçambique variam do tipo de energia e


classe consumidora (…….)

TEMA V: LICENCIAMENTO, AUDITORIAS E GESTAO ENERGETICA DO PETRÓLEO E GÁS

Neste tema será desenvolvida unidade temática sobre a legislação do


sector energético moçambicano.

UNIDADE Temática 5.1. Licenciamento, Auditoria e Gestão


Energética
UNIDADE Temática 5.2: Exercícios de Auto-avaliação
119
UNIDADE Temática 5.1: Licenciamento, Auditoria e Gestão Energética
Introdução

Para a realização de qualquer actividade económica nos pais é


necessário que sejam seguidos protocolos específicos para a mesma.
Esta realidade e obrigação não são quebradas para o sector de
energias em particular na extracção e venda de recursos naturais:
petróleo, gás natural, carvão mineral etc.

Esta unidade reserva-se ao estudo detalhado sobre o licenciamento


energético em Moçambique assim como da importância das
auditorias no sector de energia.

Objectivos e competências a desenvolver

No final desta unidade você deve ser capaz de:

• Definir o conceito de auditoria e licenciamento


• Descrever a importância da auditoria energética e as respectivas
fases
• Desenvolver um plano de auditoria a uma empresa fictícia
• Descrever o processo de licenciamento das empresas de
exploração de recursos energéticos em Moçambique
• Descrever a importância da gestão energética

LEIS LIGADAS A EXTRACÇÃO DE PETRÓLEO E GAS EM MOÇAMBIQUE.

Foram publicadas, em Boletim da República, a Lei n.º 20/2014, de 18


de Agosto (“Lei de Minas”) e a Lei n.º 21/2014, de 18 de Agosto (“Lei
dos Petróleos”), que entraram em vigor na data da publicação,
revogando, respectivamente, a Lei n.º 14/2002, de 26 de Junho, e a
Lei n.º 3/2001, de 21 de Fevereiro, e demais legislação que contrarie
a Lei de Minas e a Lei dos Petróleos.

A aprovação da referida legislação, aguardada com expectativa, surge


no contexto das significativas descobertas de recursos minerais e
hidrocarbonetos em Moçambique, fornecendo assim um quadro legal
que pretende ser abrangente e actualizado, pese embora careça
ainda de regulamentação, que deverá ocorrer no prazo de 90 dias, no
caso da Lei de Minas, e de 60 dias, no caso da Lei dos Petróleos.

A Lei de Minas pretende assegurar ganhos “justos” para o Estado


moçambicano, bem como maior controlo da actividade mineira.
Quaisquer transmissões de direitos e obrigações atribuídos ao abrigo
de títulos e/ou direitos mineiros, directas ou indirectas, passam a
estar sujeitas à aprovação do Governo. É, ainda, criado o Instituto
Nacional de Minas, entidade que vai regular a actividade mineira em
Moçambique e que será tutelada pelo ministro que superintende a

120
área dos recursos minerais. A Lei de Minas regula também diversos
aspectos relacionados com conteúdo local e ambiente.

A Lei dos Petróleos tem especial foco no reforço do papel do Estado –


e da empresa pública ENH, E.P. – na área de hidrocarbonetos.
Estabelece-se que uma quota de, pelo menos, 25% da produção
nacional deverá ser dedicada ao Mercado nacional.

Ambos os diplomas evidenciam forte preocupações com as


comunidades locais: designadamente, determina-se que uma
percentagem das receitas geradas pelas actividades mineiras e
petrolíferas deverão ser canalisadas para o desenvolvimento das
comunidades locais, bem como que a celebração de um memorando
de entendimento com as comunidades locais constitui requisito para
a obtenção dos direitos de exploração relevantes. A Lei de Minas e a
Lei dos Petróleos regulam também diversos aspectos relacionados
com conteúdo local e ambiente.

Segue em baixo uma breve descrição das principais alterações


introduzidas pelos novos diplomas face à legislação ora revogada.
Tendo em conta a importância das matérias em causa,
disponibilizamos também a versão oficial da Lei de Minas e da Lei dos
Petróleos, bem como a respectiva tradução para a língua inglesa,
apenas para fins informativos.

Formas de titularização mineira:

• É suprimida a Licença de Reconhecimento, que é consumida


pela Licença de Prospecção e Pesquisa
• A Licença de Prospecção e Pesquisa passa a contemplar dois
prazos:
• 2 Anos, no caso de recursos minerais para construção
(renovável, por uma única vez, por igual período), e
• 5 Anos, para os restantes recursos minerais (renovável, por
uma única vez, por um período de 3 anos)

São introduzidas as seguintes licenças, no âmbito da comercialização


de produtos minerais:

Licença de Tratamento Mineiro,

Licença de Processamento Mineiro,

Licença de Comercialização de Produtos Minerais.

Contrato Mineiro

Mantém-se a previsão do contrato mineiro – a ser celebrado com o


titular de uma Licença de Prospecção e Pesquisa –, verificando-se,
porém, uma alteração do regime:

121
• Perde a natureza “excepcional”, dependente da “dimensão do
projecto”: prevê-se agora, simplesmente, que o Governo pode
celebrar o contrato mineiro.

O contrato deverá agora conter, designadamente, regras relativas à


participação do Estado no empreendimento mineiro, ao conteúdo
local mínimo, ao emprego e formação de locais e um memorando de
entendimento entre o Governo, a empresa e as comunidades locais.

Os contractos mineiros passam a estar sujeitos a publicação em


Boletim da República e, uma vez aprovados e sem prejuízo da sua
publicação em jornais ou sítios da internet, deverão ser remetidos à
Assembleia da República.

Regulação

• É criada a Alta Autoridade da Indústria Extractiva, cujo estatuto


deverá ser aprovado pelo Conselho de Ministros no prazo de 12
meses.
• É criado o Instituto Nacional de Minas, autoridade reguladora da
actividade mineira, tutelada pelo Ministério que superintende a
área dos recursos minerais, cujas competências – ainda sujeitas a
posterior detalhamento pelo Governo – se situam no domínio do
apoio decisório (e.g., propor políticas de desenvolvimento,
receber, preparar, organizar e analisar os processos relativos à
atribuição de Licenças de Propensão e Pesquisa).

Tributos e Taxas

São os seguintes os tributos a que estão sujeitos os titulares


mineiros:

• Imposto sobre o rendimento


• Imposto sobre o valor acrescentado
• Imposto sobre a produção
• Imposto sobre a superfície
• Impostos autárquicos, quando aplicável.

Outros impostos e taxas estabelecidos por lei

Transmissão

• A transmissão de direitos e obrigações atribuídos ao abrigo de


títulos e/ou direitos mineiros, a uma filial ou a terceiros, deve ser
feita de acordo com a legislação moçambicana e está sujeita a
aprovação do Governo. Esta regra aplica-se também às
transmissões directas e indirectas de interesses participativos,
títulos e/ou direitos mineiros, incluindo a cessão de acções,
quotas ou outras formas de participações
• A transmissão pode ocorrer decorridos dois anos sobre o exercício
da actividade mineira para a qual o titular mineiro foi autorizado,

122
devendo o pedido ser acompanhado do relatório do exercício das
actividades realizadas, bem como da certidão de quitação fiscal

Conteúdo local e comunidades locais

Conforme indicado, o contrato mineiro deverá conter regras relativas


à participação do Estado no empreendimento mineiro, ao conteúdo
local mínimo, ao emprego e formação de locais e um memorando de
entendimento entre o Governo, a empresa e as comunidades locais

As pessoas singulares e colectivas estrangeiras que prestem serviços


às operações mineiras devem associar-se às pessoas singulares ou
colectivas moçambicanas, em termos a regulamentar.

O titular mineiro deve dar preferência aos produtos e serviços locais e


deve garantir a formação e o emprego de moçambicanos, de acordo
com a legislação nacional.

Lei dos Petróleos

• O Governo deve promover mecanismos de envolvimento do


empresariado nacional, bem como a inscrição de empresas
mineiras na Bolsa de Valores de Moçambique.
• O Estado deve promover o aumento da respectiva participação
nos empreendimentos mineiros
• Uma percentagem das receitas geradas para o Estado pela
extracção mineira é canalizada para o desenvolvimento das
comunidades locais
• A celebração de um memorando de entendimento com as
comunidades locais constitui requisito para a atribuição dos
direitos de exploração mineira
• Aplicação de Tempo

Os direitos adquiridos ao abrigo de contractos mineiros e/ou acordos


celebrados com o Governo, e concessões mineiras, atribuídos antes
da entrada em vigor da Lei de Minas, mantêm-se em vigor, sendo
concedida aos respectivos titulares a opção de se regerem
integralmente pela Lei de Minas, devendo tal opção ser exercida no
prazo de 12 meses a contar da data da entrada em vigor.

A renovação dos referidos contractos e/ou concessões, findo o


respectivo prazo, estará sujeita à Lei de Minas

A Lei dos Petróleos passa a reger, expressamente, para além das


operações petrolíferas, quaisquer infra-estruturas pertencentes ou
detidas pelo titular de direitos ou terceiros, usadas em conexão com
operações petrolíferas.

Aplica-se igualmente ao consumo de petróleo utilizado em conexão


com operações de produção ou transporte de petróleo.
123
São expressamente excluídas as operações de refinação, utilização
industrial, distribuição e comercialização de produtos petrolíferos.

Por força do regime especial que virá a ser aplicável aos Projectos de
Liquefacção do Gás Natural das Áreas 1 e 4 da Bacia do Rovuma – a
ser aprovado por decreto-lei, nos termos da Autorização Legislativa
recentemente aprovada pelo Parlamento Moçambicano –, o alcance
prático da Lei dos Petróleos será potencialmente reduzido, sobretudo
na medida em que não é ainda clara os termos em que o referido
decreto-lei excepcionará a Lei dos Petróleos

Tipos de contrato de concessão

A realização de operações petrolíferas está sujeita à prévia


celebração de um contrato de concessão que atribua direitos de:

• Reconhecimento
• Pesquisa e produção
• Construção e operação de sistemas de oleoduto ou gasoduto
• Construção e operação de infra-estruturas

É estabelecido que, sem prejuízo da salvaguarda da confidencialidade


da informação comercial estratégica e concorrencial das operações
petrolíferas, o contrato de concessão principal está sujeito a
fiscalização e visto da entidade legalmente competente para o efeito,
bem como a publicação dos termos principais do contrato de
concessão.

Papel do Estado

O Estado controla a prospecção, pesquisa, produção, transporte,


comercialização, refinação e transformação de hidrocarbonetos
líquidos e gasosos e seus derivados.

O Estado reserva-se o direito de participar nas operações petrolíferas,


promovendo, de forma progressiva, o aumento da sua participação
nas mesmas.

Papel da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos – ENH, E.P.

O ENH, E.P., é a entidade nacional responsável pela pesquisa,


prospecção, produção e comercialização (e marketing) de produtos
petrolíferos, representando o Estado nas operações petrolíferas.

O Governo garante o financiamento da ENH, E.P., para investir na


melhoria e estabilização da sua participação nos negócios de petróleo
e gás

Compete à ENH, E.P., participar em todas as operações petrolíferas e


nas respectivas fases de actividade, desde a pesquisa, exploração,
produção, refinação, transporte, armazenamento e comercialização

124
de petróleo e gás e seus derivados, incluindo LNG e GTL, dentro e fora
do país

Compete à ENH, E.P., gerir a quota de petróleo e gás destinados ao


desenvolvimento do mercado nacional e a industrialização do país

Finalmente, qualquer investidor com interesse na exploração dos


recursos petrolíferos em Moçambique deve entrar em parceria com a
ENH, E.P., representante exclusivo do Estado

Regulação

A Alta Autoridade da Indústria Extractiva exerce a sua acção de


controlo das actividades petrolíferas, acção essa que fica por
concretizar. Face ao disposto na Lei de Minas, o respectivo estatuto
deverá ser aprovado pelo Conselho de Ministros no prazo de 12
meses

O Instituto Nacional de Petróleos (INP) mantém o estatuto de


entidade reguladora, responsável pela administração e promoção das
operações Petrolíferas

Tributos e taxas

É estabelecido, genericamente, que os titulares de direitos para a


condução de operações petrolíferas estarão sujeitos, para além do
pagamento de impostos específicos, ao pagamento de imposto sobre
o rendimento, imposto sobre o valor acrescentado, imposto
autárquico (quando aplicável) e outros impostos estabelecidos por
lei.

Quanto ao regime específico de tributação das operações


petrolíferas, dispõe-se que o mesmo é estabelecido por lei

Transmissão

A transmissão de direitos e obrigações atribuídos ao abrigo de um


contrato de concessão, a uma afiliada ou a terceiros, deve ser feita de
acordo com a legislação moçambicana e está sujeita a aprovação do
Governo. Esta regra aplica-se também às transmissões directas e
indirectas de interesses participativos nos contractos de concessão,
incluindo a cessão de acções, quotas ou outras formas de
participações, da entidade titular dos direitos ao abrigo do contrato
de concessão.

Conteúdo local e comunidades locais

O Governo deve garantir que uma quota de, pelo menos, 25% do
petróleo e gás produzido no território nacional seja dedicada ao
mercado nacional

125
O Governo deve criar mecanismos e definir condições de
envolvimento do empresariado nacional nos empreendimentos de
petróleo e gás

As empresas de petróleo e gás devem estar inscritas na Bolsa de


Valores de Moçambique

No âmbito dos concursos para a aquisição de bens e serviços


promovidos pelos titulares de direitos para a condução de operações
petrolíferas – procedimento que será aplicável no caso de aquisições
acima de “determinado valor” –, as pessoas singulares ou colectivas
estrangeiras devem associar-se a pessoas singulares ou colectivas
moçambicanas, devendo ainda ser dada preferência, em igualdade de
circunstâncias (e.g., qualidade e tempo de entrega), aos produtos
nacionais.

Uma percentagem das receitas geradas pela actividade petrolífera é


canalizada para o desenvolvimento das comunidades locais

A celebração de um memorando de entendimento com as


comunidades locais constitui requisito para a atribuição dos direitos
de exploração petrolífera.

A Anadarko está empenhada em desenvolver, com segurança, uma


oportunidade transformacional para Moçambique, que pode
beneficiar a nação e os seus cidadãos, respeitando a sua cultura
vibrante e o seu belo ambiente natural.

Os artigos incluídos nesta publicação reflectem a vontade e a


dedicação no melhoramento de oportunidades económicas e
educacionais em Moçambique, enquanto desenvolve recursos
provenientes do gás natural, que possam trazer prosperidade
compartilhada para a nação e o seu povo.

Enquanto o Projecto de Gás Natural Liquefeito (GNL) de Moçambique


avança em direcção às primeiras cargas, a nossa joint venture
pretende investir e apoiar em programas que irão expandir o acesso
aos serviços de saúde, em comunidades locais, melhorar a área de
educação e criar oportunidades de formação que visam a capacitação
que sustentará um ambiente forte de negócios, enquanto,
cuidadosamente, protegemos o ambiente natural de Moçambique.

Reconhecendo a natureza do longo-prazo do Projecto GNL, a


Anadarko apoia o recrutamento, a formação e o progresso
profissional de cidadãos moçambicanos, como força de trabalho
neste Projecto e, o aperfeiçoamento de fornecedores e prestadores
de serviços nacionais, para que façam parte da cadeia de suprimentos
do Projecto.

De um modo preferencial, a Anadarko pretende desenvolver um


Projecto de GNL, de qualidade, que beneficiará directamente o povo

126
de moçambicano e, agirá como um bom parceiro, contribuindo com
uma nova fonte de energia limpa, para o mundo.

Parceiros da Educação

Em parceria com a Universidade Eduardo Mondlane (UEM) em


Maputo, a Anadarko está a patrocinar o desenvolvimento do seu
primeiro programa avançado de Engenharia Petrolífera (EP), caso
inédito, na história de Moçambique. Reconhecendo a necessidade de
melhorar as capacidades de Moçambique para servir a indústria de
Petróleo e Gás Natural, a Anadarko e a UEM desenvolveram um
programa de estudos específicos.

O primeiro grupo de estudantes está, neste momento, a completar


programas-chave e, a preparar-se para o programa de Master’s de 2
anos, que tem início em Fevereiro de 2014. Este programa-chave é
direccionado a estudantes com experiência em engenharia e
geociências e, oferece uma base de conhecimento para que os
mesmos tenham um sustentáculo nos conceitos educacionais
petrolíferos. O segundo grupo já foi seleccionado e, seguindo os
passos do primeiro, inicia o programa- chave em Fevereiro de 2014.

O programa de engenharia de petróleos foi desenvolvido através de


uma colaboração entre especialistas da Anadarko, das faculdades da
UEM e, renomados docentes americanos que trabalham em
importantes programam universitários. A Anadarko também investiu
valores consideráveis em melhorias das infra-estruturas do
Departamento de Engenharia da UEM.

Através do desenvolvimento da Faculdade de Engenharia, o


melhoramento das instalações na Universidade e o provimento
repetitivo de experiências de aprendizagem, a Anadarko estabeleceu
m programa sustentável para gerar profissionais de alto nível e apoiar
a indústria petrolífera, tal como a economia moçambicana,
objectivando assim, um futuro próspero.

Parceiros

Aplicação no tempo

Os direitos adquiridos ao abrigo de contractos e contractos de


concessão celebrados ao abrigo da Lei n.º 3/2001, de 21 de Fevereiro,
relativos às operações petrolíferas, continuam válidos.

Findo o período dos contractos referidos, os novos contractos e


concessões são celebrados nos termos da Lei dos Petróleos.

127
Na linha do que foi referido supra, fica por determinar o alcance
prático desta disposição, em virtude do regime especial que virá a ser
aplicável aos Projectos de Liquefação do Gás Natural das Áreas 1 e 4
da Bacia do Rovuma – a ser aprovado por decreto-lei, nos termos da
autorização legislativa recentemente aprovada pelo Parlamento
Moçambicano.

AUDITORIA AMBIENTAL E AUDITORIA ENERGÉTICA

Qualquer que seja o sistema organizado de gestão de energia que


venha a ser utilizado a sua aplicação deverá sempre passar por uma
fase prévia que corresponde ao conhecimento energético da
instalação consumidora.

Esta fase corresponde à elaboração de uma Auditoria Energética que


deverá fornecer um conjunto muito importante de informações ao
sistema organizado de gestão energética, isto é, ao método de gestão
idealizado para implementar na instalação consumidora.

A auditoria energética, além de determinar um conjunto importante


de dados e parâmetros energéticos deverá fornecer um lote de
informações que corresponderá ao «ponto de partida» para o
controlo e para o estabelecimento de metas do sistema energético da
instalação, isto é, deverá quantificar para o ano de referência (ano
zero) os valores das principais grandezas, parâmetros e indicadores
que irão ser controlados no decorrer do processo de gestão de
energia na empresa.

O método de gestão a implementar deverá ser capaz de, a partir da


informação recebida pela auditoria energética, desenvolver um
conjunto de acções de controlo, associadas ao estabelecimento de
metas a serem atingidas, que deverão permitir, basicamente:

• O estabelecimento de procedimentos de medida e controlo de


grandezas energéticas, da produção e dos processos produtivos
• O tratamento de informação para produzir os indicadores
energéticos convenientes ao método da gestão e ao seu nível de
execução, como sejam por exemplo os consumos específicos.
• A valorização, em unidades monetárias, dos consumos de energia
determinados ou medidos, com vista a quantificar as despesas
(semanais, mensais ou anuais) pelas várias formas de energia final
utilizadas.
• A implementação de uma contabilidade energética que permita
determinar, para cada centro de custos, a contribuição da energia
na formação do custo final do produto.
• O estabelecimento de planos de racionalização dos consumos de
energia com vista a serem atingidas as metas previamente
definidas. Nestes planos de racionalização deverão constar os

128
planos de investimento necessários à concretização dos
objectivos da gestão energética da empresa.

Figura 33: Passos para a realização de auditoria para gestão


energética

FONTE:mundoescola.uol.com.br

O exame das instalações, vulgarmente designado por Auditorias


Energética, tal como uma auditoria às contas de uma empresa,
consiste basicamente numa radiografia ao conjunto das instalações e
equipamentos consumidores de energia, de modo a estabelecer os
fluxos das energias úteis e dos desperdícios, a fim de determinar as
soluções mais adequadas para diminuir estes últimos e tendo em
vista a redução dos custos associados ao consumo de energia.

As Auditorias Energéticas permitem fornecer informação específica e


identificar as possibilidades reais de economizar energia, consistem
basicamente num exame crítico da forma como é utilizada a energia
com base no registo tanto quanto possível rigoroso, dos consumos e
custos.

Constituindo uma verdadeira radiografia, do ponto de vista


energético de uma instalação consumidora, a Auditoria Energética
tem por objectivos:

• Determinar as formas de energia utilizadas;


• Examinar o modo como a energia é utilizada e os respectivos
custos;
• Estabelecer a estrutura do consumo de energia;
• Determinar os consumos por processo, operação ou
equipamento;
• Relacionar o consumo de energia com a produção e/ou com o
nível de funcionamento da instalação;
• Identificar as possibilidades de melhoria dos rendimentos
energéticos;
• Analisar técnica e economicamente as soluções encontradas;

129
• Estabelecer metas de consumo de energia sem alterações de
processo;
• Propor um programa para as acções e investimentos a
empreender;
• Propor, se inexistente, um sistema organizado de gestão de
energia na empresa.

A metodologia, mais comum, utilizada na execução de uma auditoria


energética é constituída basicamente por quatro fases de
intervenção:

1. Primeira fase — a preparação da auditoria;


2. Segunda fase — a intervenção no local da instalação a auditar;
3. Terceira fase — o tratamento da informação recolhida nas
duas primeiras fases;
4. Quarta fase — a elaboração do relatório da auditoria
energética.

FASES DE UMA AUDITORIA

Primeira fase

Preparação da auditoria

A fase de preparação da auditoria reveste-se de grande importância


constituindo um elemento decisivo para a qualidade do trabalho a
desenvolver.

Esta primeira fase é normalmente composta pelas seguintes tarefas:

• Visita prévia às instalações a auditar;


• Recolha dos dados correspondentes aos registos históricos
dos últimos três anos de actividade;
• Estudo e análise do processo produtivo implementado nas
instalações a auditar;
• Levantamento das tecnologias de processo e das tecnologias
energéticas, disponíveis no mercado, caracterizadas por uma
elevada eficiência.

A visita prévia permite um primeiro contacto com a instalação


devendo ser feita, nesta fase, uma análise profunda sobre o processo
(ou processos) produtivo implantado, estabelecendo-se os
fluxogramas de processo que deverão acompanhar os auditores no
trabalho de campo a ser desenvolvido posteriormente.

Nesta primeira visita deverão ser, também, avaliados os pontos onde


deverão ser realizadas medidas e registos energéticos, com vista a
serem disponibilizados os meios necessários.

130
Com vista a permitir obter um conjunto de informação relevante para
posterior tratamento e consequente produção de indicadores de
referência, deverá nesta primeira fase ser efectuada uma cuidada
recolha dos dados correspondentes aos registos históricos dos
últimos anos de actividade (normalmente três anos).

Alguns dos dados a recolher nesta fase são, por exemplo:

• Consumos de energia final por tipo de energia consumida e


por ano
• Factura energética por tipo de energia consumida e por ano
• Produções anuais, em unidades físicas (kg, t, l, etc.), por tipo
de produto
• Valores brutos da produção, por tipo de produto e por ano
• Valores acrescentados brutos, por tipo de produto e por ano
• Custos anuais de exploração

A recolha inicial de dados constituirá um complemento ao inquérito


normalmente enviado à empresa para preenchimento.

Apresenta-se, a título de exemplo, um modelo de inquérito para


recolha de dados para execução de uma auditoria energética.

Frequentemente o técnico auditor não é um especialista do processo


produtivo sobre o qual irá incidir a auditoria energética.

Assim deverá, nesta fase de preparação, ser feita uma análise do


processo produtivo implementado na instalação a auditar por forma a
dotar o auditor dos conhecimentos mínimos que lhe permitam
entender a interligação entre os fluxogramas de processo e os
fluxogramas energéticos, com vista a detectar potenciais economias
de energia numa eventual reorganização do processo produtivo.

Normalmente esta fase, bem como a seguinte (análise de


tecnologias), deverá ser acompanhada por um técnico especialista do
processo produtivo que poderá ser o responsável pela produção da
instalação a auditar.

Finalmente, e antes de passar à intervenção no local (2.ª fase), a


equipa que irá proceder à auditoria energética deverá efectuar um
levantamento das tecnologias de processo mais eficientes (quer do
ponto de vista da produção quer do ponto de vista energético)
disponíveis no mercado, com vista a poder estabelecer comparações
entre estas e as que estão instaladas na empresa a auditar.

Segunda fase

131
Intervenção no local

Após a fase de preparação da auditoria a equipa de técnicos auditores


(normalmente constituída por um Engenheiro Mecânico e por um
Engenheiro Electrotécnico) iniciará a fase de trabalhos de campo que
deverá começar pela recolha de toda a informação necessária ao
completo preenchimento do modelo de inquérito apresentado e à
correcção de dados eventualmente errados ou incorrectos.

A intervenção no local consiste basicamente na análise das condições


de utilização da energia na instalação a auditar procedendo a um
conjunto de medições, registos e análises que deverão permitir:

• Caracterizar os equipamentos produtores e consumidores de


energia, quanto ao seu consumo e à sua eficiência energética;
• Determinar os consumos de energia final (por forma de energia
utilizada) em cada um dos sectores produtivos da empresa;
• Determinar os diagramas de carga da instalação consumidora,
globais, por sector produtivo e por forma de energia utilizada;
• Elaborar balanços energéticos (balanços térmicos, balanços de
massa e de energia) dos equipamentos (ou de processos) de
maior importância energética;
• Determinar os consumos específicos globais e por tipo de produto
produzido;
• Propor soluções técnicas, ou de gestão, conducentes à redução
dos consumos de energia, mantendo o mesmo nível de
prestações;
• Propor (se inexistente) a instalação de aparelhos de medida, de
grandezas energéticas, em pontos estratégicos que permitirão, ao
gestor de energia fazer uma monitorização adequada à instalação
consumidora quer na sua globalidade quer por sectores
produtivos da empresa.

Terceira fase

Tratamento da informação

Após o período de intervenção no local os técnicos auditores deverão


organizar toda a informação recolhida, nas duas primeiras fases, com
vista ao seu adequado tratamento.

O tratamento de toda a informação deverá ser orientado no sentido


de produzir todo um conjunto de indicadores e de outros resultados,
132
cujo universo deverá ser previamente estabelecido em termos
qualitativos e nas suas grandes linhas gerais de enquadramento.

Basicamente, este universo de indicadores e resultados pode ser


constituído pelos seguintes elementos fundamentais:

• Consumos de energia final; global da instalação, por sector


produtivo, por equipamento significativo e por tipo de energia
consumida;
• Consumos específicos; global da instalação, por sector produtivo,
por equipamento significativo e por tipo de energia consumida;
• Consumos unitários dos equipamentos mais importantes em
termos energéticos;
• Rendimentos energéticos dos principais equipamentos
consumidores e produtores de energia;
• Intensidades energéticas; global da produção, por sector
produtivo e por tipo de energia;
• Soluções tecnológicas (energéticas e de processo) com vista a
serem implementadas e com o objectivo de produzirem
acréscimos na eficiência energética do sistema;
• Análises técnico-económicas de custo-benefício das soluções
tecnológicas inventariadas;
• Soluções organizacionais para a implementação de um sistema de
gestão de energia permanente, se não existir;

Quarta fase

Relatório da auditoria energética

A auditoria energética às condições de utilização da energia numa


instalação consumidora ficará concluída, com a elaboração do
respectivo relatório.

Este documento deverá apresentar, ao gestor da empresa, e ao


gestor de energia, toda a informação (recolhida e tratada) de uma
forma organizada e coerente.

Na elaboração deste relatório deverá ter-se em consideração que a


auditoria energética constitui um instrumento fundamental para o
início de um processo continuado de gestão da energia na empresa
auditada.

Sumário

SUMÁRIO DA UNIDADE TEMÁTICA 5.1.

133
No final desta unidade temática você deve fixar que:

As leis de energia em Moçambique foram publicadas, em Boletim da


República, a Lei n.º 20/2014, de 18 de Agosto (“Lei de Minas”) e a Lei
n.º 21/2014, de 18 de Agosto (“Lei dos Petróleos”), que entraram em
vigor na data da publicação, revogando, respectivamente, a Lei n.º
14/2002, de 26 de Junho, e a Lei n.º 3/2001, de 21 de Fevereiro, e
demais legislação que contrarie a Lei de Minas e a Lei dos Petróleos. A
aprovação da referida legislação, aguardada com expectativa, surge
no contexto das significativas descobertas de recursos minerais e
hidrocarbonetos em Moçambique, fornecendo assim um quadro legal
que pretende ser abrangente e actualizado, pese embora careça
ainda de regulamentação, que deverá ocorrer no prazo de 90 dias, no
caso da Lei de Minas, e de 60 dias, no caso da Lei dos Petróleos.

As Formas de titularização mineira: previstas pela lei são: A Licença


de Prospecção e Pesquisa passa a contemplar dois prazos:2 anos, no
caso de recursos minerais para construção (renovável, por uma única
vez, por igual período), e 5 anos, para os restantes recursos minerais
(renovável, por uma única vez, por um período de 3 anos). São
introduzidas as seguintes licenças, no âmbito da comercialização de
produtos minerais:

Licença de Tratamento Mineir; Licença de Processamento Mineiro,


Licença de Comercialização de Produtos Minerais. O Contrato Mineiro
mantém-se a previsão do contrato mineiro – a ser celebrado com o
titular de uma Licença de Prospecção e Pesquisa –, verificando-se,
porém, uma alteração do regime: Perde a natureza “excepcional”,
dependente da “dimensão do projecto”: prevê-se agora,
simplesmente, que o Governo pode celebrar o contrato mineiro.

O contrato deverá agora conter, designadamente, regras relativas à


participação do Estado no empreendimento mineiro, ao conteúdo
local mínimo, ao emprego e formação de locais e um memorando de
entendimento entre o Governo, a empresa e as comunidades locais.

Os contractos mineiros passam a estar sujeitos a publicação em


Boletim da República e, uma vez aprovados e sem prejuízo da sua
publicação em jornais ou sítios da internet, deverão ser remetidos à
Assembleia da República.

Os Principais Tributos e Taxas São os seguintes os tributos a que estão


sujeitos os titulares mineiros: Imposto sobre o rendimento; Imposto
sobre o valor acrescentado; Imposto sobre a produção; Imposto
sobre a superfície; Impostos autárquicos, quando aplicável; os
134
direitos adquiridos ao abrigo de contractos mineiros e/ou acordos
celebrados com o Governo, e concessões mineiras, atribuídos antes
da entrada em vigor da Lei de Minas, mantêm-se em vigor, sendo
concedida aos respectivos titulares a opção de se regerem
integralmente pela Lei de Minas, devendo tal opção ser exercida no
prazo de 12 meses a contar da data da entrada em vigor. Os tipos de
contrato de concessão permitem a realização de operações
petrolíferas está sujeita à prévia celebração de um contrato de
concessão que atribua direitos de: Reconhecimento; Pesquisa e
produção; Construção e operação de sistemas de oleoduto ou
gasoduto; Construção e operação de infra-estruturas. A auditoria
energética, além de determinar um conjunto importante de dados e
parâmetros energéticos deverá fornecer um lote de informações que
corresponderá ao «ponto de partida» para o controlo e para o
estabelecimento de metas do sistema energético da instalação, isto é,
deverá quantificar para o ano de referência (ano zero) os valores das
principais grandezas, parâmetros e indicadores que irão ser
controlados no decorrer do processo de gestão de energia na
empresa.

Exercicios de auto-avaliação

EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO

1.Defina os conceitos: norma, lei e auditoria.

2.Diferencia lei da norma de energia.

3.Qual é a finalidade de uma norma energética.

4.Qual é a importância do licenciamento energético.

5.Comenet sobre os critérios de licenciamento energético em


Moçambique.

Exercicios de Avaliação

EXERCÍCIOS DE AVALIAÇÃO

Coloque V para afirmações verdadeiras e F para as falsas.

135
1.A auditoria energética é importante porque permite um uso
sustentável de energia (…….)

2.A concessão de licenças de exploração de recursos energéticos em


Moçambique é feita pelo Ministério de Energia e Recursos Minerais
(…….)

3.As licenças de exploração energética tem geralmente na lei


Moçambique uma duração de 10 anos para petróleos e 5 anos para
gás natural (………)

4.A auditoria da actividade energética em Moçambique é realizada


pelo Instituto Nacional de Estatística e Ministério de Agricultura e
Terra

5.Nao são realizadas auditorias em empresas de extracção de


recursos energéticos em Moçambique (……)

UNIDADE Temática 5.2: Exercícios de Auto-avaliação

EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO

Coloque V para afirmações verdadeiras e F para as falsas.

1.A auditoria energética é importante porque permite um uso


sustentável de energia (…….)

2.A concessão de licenças de exploração de recursos energéticos em


Moçambique é feita pelo Ministério de Energia e Recursos Minerais
(…….)

3.As licenças de exploração energética tem geralmente na lei


Moçambique uma duração de 10 anos para petróleos e 5 anos para
gás natural (………)

4.A auditoria da actividade energética em Moçambique é realizada


pelo Instituto Nacional de Estatística e Ministério de Agricultura e
Terra

5.Nao são realizadas auditorias em empresas de extracção de


recursos energéticos em Moçambique (……)

6.Uma auditoria energética é sempre efectuada com vista a perceber


a eficiência no uso da energia e propor medidas de melhoria (….)

7.Existem uma relação de dependência entre auditoria e fiscalização

136
(…….)

8.Todas as licenças para a exploração de recursos energéticos são


autorizadas/concedidas pelo Ministério de Recursos Minerais e
Energia (…….)

9.Nenhuma empresa Nacional tem direito de uma licença de


exploração energética em Moçambique (……)

10.A Lei de energia prevê a realização de auditorias as empresas que


trabalham/operam na área de energia e recursos minerais (……)

AVALIAÇÃO FINAL DO MÓDULO

QUESTÕES PARA EXAME E FIM DO MÓDULO

1.O maior produtor de petróleo no Mundo é Venezuela (….)


2.O primeiro poço de ocorrência de petróleo no mundo foi
descoberto nos EUA (….)
3.Fazem parte da composição de gás natural os seguintes compostos
(Circule a opção correcta):
A. SO2, B. NO2 C. CO2, D. CH4. E. Nenhuma

4.O carvão mineral á a forma de combustível mais consumida do


mundo (….)
5.O petróleo bruto será o último a se esgotar das reservas naturais
(……)
6.O processamento do GN visa torna-lo menos tóxico (….)
7.O GN é comercializado e usado nas mesmas condições que é
extraído (….)
8.A curva de Hubbert ajuda a estimar o tempo de vida de um dado
poco de petróleo (….)

9.O maior naufrágio de petróleo no mar foi do Navio Prestige (……)


10.As mares negras surgem no mar por causa dos banhistas (………..)
11.Um dos desafios de Moçambique na planificação energética é a
falta de equipamento para medir o potencial eólico (….)

12.Dentre vários projectos de reforço energético em Moçambique,


destaca-se: Mavuzi, Chicamba, Corumana (…….)

13.A auditoria energética é importante porque permite um uso


sustentável de energia (…….)

14.A concessão de licenças de exploração de recursos energéticos em


Moçambique é feita pelo Ministério de Energia e Recursos Minerais

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(…….)

15.As licenças de exploração energética tem geralmente na lei


Moçambique uma duração de 10 anos para petróleos e 5 anos para
gás natural (………)

Referências Bibliográficas

1. JANUZZI, Gilberto de M., SWISHER, Joel N. P. Planeamento


integrado de recursos energéticos. Campinas – SP, Editora
Autores Associados, 1997
2. Costa, Alexandre; Costa, Ana Maria; Ferreira, Ana Margarida,
"Química 12º Caderno de Actividades", "Química 12º –
Volume 1 e 2", Plátano Editora, 2005.

138
3. Dantas, Maria da Conceição; Ramalho, Marta Duarte, "Jogo
de partículas", Texto Editores, 2004
4. Paiva, João; Ferreira, António José; Ventura, Graça; Fiolhais,
Manuel; Fiolhais, Carlos, "10 Q" e "10 F", Texto Editores,
2003
5. Vários autores, "Enciclopédia Pedagógica Universal – Volume
1, 3, 7, 8, 22, 23 e 24", Hiperlivro, 2002
6. JANNUZZI, G. de. Políticas públicas para eficiência energética e
energia renovável no novo contexto de mercado: uma análise
da experiência recente dos EUA e do Brasil. Campinas, SP:
Autores Associados, 2000
7. MACHADO, G. V. Meio ambiente e comércio exterior:
impactos da especialização comercial Brasileira sobre o uso de
energia e emissões de carbono no país. Tese de Doutorado em
Planeamento Energético da UFRJ. Rio de Janeiro, 2002.
Disponível em http://www.ppo.ufrj/teses/gvmachado.pdf
8. UDAETA, Miguel Edgar Morales. Planeamento integrado de
recursos energéticos –pir– para o setor elétrico: pensando o
desenvolvimento sustentável. Tese de Doutorado em
http://www.seeds.usp.br/pir/arquivos/tese-Engenharia da ~
9. Lei de Energia de Moçambique
10. Regulamentos sobre energia em Moçambique
11. Estratégia de desenvolvimento de energias Novas e
renováveis. USP. São Paulo, 1997. Disponível em
pir%20memu%201997.pdf
12. http://www.auditoriasenergeticas.com.pt
13. Websites:greenenergy.pt.com

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