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1º Ano

Disciplina/Módulo: MATEMÁTICA APLICADA


Código: ISCED11 – MATCFG002

Total Horas/1o Semestre: 150

Créditos (SNATCA): 6

Número de Temas: 7

INSTITUTO SUPE

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ISCED


ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Direitos de autor (copyright)


Este manual de Matemática Aplicada é propriedade do Instituto Superior de Ciências e
Educação a Distância (ISCED), e contêm reservados todos os direitos. É proibida a duplicação
ou reprodução parcial ou total deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios
(electrónicos, mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de
entidade editora (Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED).

A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos


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ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Agradecimentos
Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância  Coordenação do Programa das
licenciaturas e o autor que elaborarou o presente manual, (Dr. Horácio Manuel Vunga)
agradecem a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste
manual:

Coordenação Direcção Académica do ISCED

Pelo Design Direcção de Qualidade e Avaliação do ISCED.

Financiamento e Logística IAPED – Instituto Africano para a Promoção


da Educação a Distância.

Pela Revisão final Msc. Zacarias Mendes Magibire

Elaborado Por:

Dr. Horácio Manuel Vunga – Doutorando em Ciências de Educação com Especialização em


Inovação Currículo, pela Universidade Jean Piaget de Moçambique.l

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ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Visão geral 1
Benvindo à Disciplina/Módulo de MATEMÁTICA APLICADA........................................... 1
Objectivos do Módulo ................................................................................................... 1
Quem deveria estudar este módulo .............................................................................. 3
Como está estruturado este módulo ............................................................................. 3
Ícones de actividade ...................................................................................................... 5
Habilidades de estudo ................................................................................................... 5
Precisa de apoio? .......................................................................................................... 7
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) .............................................................................. 7
Avaliação ....................................................................................................................... 8

TEMA – I: NÚMEROS REA RAIS. 11


UNIDADE Temática 1.1. CONJUNTOS (Noções). ........................................................... 11
Introdução ................................................................................................................... 11
CONJUNTOS (Noções).................................................................................................. 13
Sumário ....................................................................................................................... 21
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .................................................................................. 21
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .................................................................................. 22
Operações com conjuntos ........................................................................................... 24
UNIDADE Temática 1.2. Conjuntos Numéricos............................................................. 30
Introução..................................................................................................................... 30
Conjuntos dos números............................................................................................... 31
Conjunto dos Números Naturais.................................................................................. 33
Conjunto dos Números Inteiros ................................................................................... 33
Conjunto dos Números Racionais ................................................................................ 35
Conjunto dos Números Irracionais............................................................................... 36
Conjunto dos Números Reais....................................................................................... 37
Conjuntos Numéricos Fundamentais em Diagrama ..................................................... 38
SUMÁRIO .................................................................................................................... 39
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .................................................................................. 39
Unidade Temática 1.3. Representação Geométrica dos Números Reais...................... 42
ntroução...................................................................................................................... 42
Sumário ....................................................................................................................... 44
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .................................................................................. 45
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .................................................................................. 45
Unidade 1.3. Desigualdades......................................................................................... 45
Introução..................................................................................................................... 45

Desigualdade das médias 46


Demonstração do caso n=2 ......................................................................................... 47
Demonstração no caso ................................................................................. 48
Demonstração do caso geral ....................................................................................... 49
A desigualdade triangular nos números reais (ou em IR). ............................................ 51
A desigualdade triangular em ............................................................................... 52

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Teorema ............................................................................................................. 52
Demonstração .................................................................................................... 52
Sumário ....................................................................................................................... 52
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .................................................................................. 53
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .................................................................................. 53

TEMA II: REPRESENTAÇÃO GRÁFICA 54


Unidade Temática 2.1: Sistema de Coordenadas Cartesiano ....................................... 54
Introução..................................................................................................................... 54
Sistema de coordenadas cartesiano ............................................................................ 58
Propriedades ............................................................................................................... 59
Localização de pontos ........................................................................................ 59
Planos primários................................................................................................. 60
Distância entre pontos ....................................................................................... 61
A esfera .............................................................................................................. 61
Sumário ....................................................................................................................... 62
Nesta Unidae Temática 2.1. aprendemos estudar: ...................................................... 62
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .................................................................................. 62
Lo Localize os Pontos: ...................................................................... 63
Em Quais Quadrantes se Encontram os Pontos?........................................ 63
Unidade 2.2. Distância entre Dois Pontos .................................................................... 63
Introução..................................................................................................................... 63
Distância entre Dois Pontos ......................................................................................... 64
Sumário ....................................................................................................................... 66
Nesta Unidade Temática 2.2 estudamos: ..................................................................... 66
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .................................................................................. 67
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .................................................................................. 70
Unidade 2.3. A Recta ................................................................................................... 71
Introução..................................................................................................................... 71
A recta................................................................................................................ 72

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Sumário ....................................................................................................................... 82
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .................................................................................. 82
Ques ............................................................................................................................ 83
Unidade Temática 2.4. Posição Relativa de duas Rectas. ............................................. 85
Introução..................................................................................................................... 85

Posições relativas de duas Rectas 86


Rectas Paralelas........................................................................................................... 86
Rectas Concorrentes.................................................................................................... 87
Rectas Perpendiculares/Ortogonais............................................................................. 87
Sumário ....................................................................................................................... 87
Unidade 2.5. Perpendicularidades. .............................................................................. 94
Introução..................................................................................................................... 94
Perpendicularidade ..................................................................................................... 95
Sumário ....................................................................................................................... 97

TEMA III: FUNÇÕES 101


Unidade Temática 3.1. Funções. ................................................................................ 101
Introução................................................................................................................... 101
Funções ..................................................................................................................... 102
Funções Reais de Variável Real .................................................................................. 103
Representação Gráfica de uma Função...................................................................... 103
Operações com Funções............................................................................................ 104
Soma de funções ....................................................................................................... 105
Produto de funções ................................................................................................... 106
Composição de funções ............................................................................................. 107
Inverso da função e função inversa ........................................................................... 107
Função par e função ímpar ........................................................................................ 109
Função linear e função afim....................................................................................... 110
Sumário ..................................................................................................................... 111
Exercícios de AUTOAVALIÇÃO.................................................................................... 111
Unidade Temática 3.2. Gráficos de Funções. ............................................................. 117
Introução................................................................................................................... 117

Construção de Gráfico de uma Função 118


Análise e Interpretação de Gráficos de Funções ........................................................ 122
Crescente, Decrescente, Constante e Raízes....................................................................... 123
Sumário ..................................................................................................................... 124
Nesta Unida Temática 3.2. estudamos....................................................................... 124
Exrcícios de AUTO-AVALIAÇÃO .................................................................................. 124
Unidade Temática 3.3. Propriedades de Funções. ..................................................... 125
Introução................................................................................................................... 125

Propriedades de uma Função 126

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ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Continuidade .................................................................................................... 126


Funções Injectora, Sobrejectora e Bijectora ............................................................... 127
Sumário ..................................................................................................................... 128
Nesta Unidade Temática 3.3. estudamos ................................................................... 128
Exrecícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................ 128
GRUPO 2 (com respostas) .......................................................................................... 128
Unidade Temática 4.1. Funções Polinomiais. ............................................................. 130
Introução................................................................................................................... 130

Funções Polinomiais 131


Sumário ..................................................................................................................... 133
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................ 134
Unidade Temática 4.2. Funções Trigonométricas. ................................. 136
Introução................................................................................................................... 136

Funções Trigonométricas 137


Sumário ..................................................................................................................... 144
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................ 144
Unidade Temática 4.4. Regiões no Plano Cartesiano.................................................. 144
Introução................................................................................................................... 144

Regiões no Plano Cartesiano 145


Sistema Cartesiano 3D ............................................................................................... 147
OCTANTES ................................................................................................................. 149
Sumário ..................................................................................................................... 150
Exrecícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................ 150
Em Quais Quadrantes se Encontram os Pontos (em 2D)? ........................ 150
Unidade Temática 4.5. Funções como Modelos Matemáticos ................................... 151
Introução................................................................................................................... 151

Funções como modelos Matemáticos 152


Função Demanda .................................................................................... 154
Função Oferta ......................................................................................... 154
Ponto de equilíbrio .................................................................................. 154
Funções Marginais .................................................................................. 154
SUMÁRIO .................................................................................................................. 155
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................ 155
Unidade Temática 5.1. Limites................................................................................... 157
Introução................................................................................................................... 157

Limites 158
Limite de uma função ................................................................................................ 158
Definição formal ............................................................................................... 160

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Aproximação intuitiva ............................................................................................... 160


Sumário ..................................................................................................................... 162
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................ 162
Unidade Temática 5.2. Limites Laterais...................................................................... 163
Introução................................................................................................................... 163

Limites Laterais 164


Sumário ..................................................................................................................... 165
Exercícios .................................................................................................................. 165
Unidade Temática 5.3. Limites Infinitos e no Infinito ................................................. 166
Introução................................................................................................................... 166

Limites Infinitos e no Infinito 167


Limites infinitos ....................................................................................... 169
Sumário ..................................................................................................................... 169
Exercícios .................................................................................................................. 169
Unidade Temática 5.4. Continuidade ......................................................................... 170
Introução................................................................................................................... 170

Continuidade 171
CONTINUIDADE DE FUNÇÕES DE UMA VARÁVEL .............................................. 171
Sumário ..................................................................................................................... 172
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................ 172
Unidade Temática 6.1. Derivada ................................................................................ 175
Introução................................................................................................................... 175

Derivada 176
Definição formal da Derivada .................................................................................... 177
Derivada num ponto.................................................................................................. 178
Derivabilidade em todo o domínio ................................................................... 180
Funções continuamente deriváveis .................................................................. 181
Derivadas de ordem superior (facultativo) ....................................................... 181

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Pontos críticos, estacionários ou singulares ............................................................... 182


Sumário ..................................................................................................................... 183
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................ 183
Unidade Temática 6.2. Técnicas de Derivação ........................................................... 185
Introução................................................................................................................... 185

Técnicas de Derivação 186


DERIVADA DE UMA CONSTANTE ............................................................................... 186
DERIVADA DE UMA POTÊNCIA COM EXPOENTE INTEIRO ........................................... 186
DERIVADA DE UMA CONSTANTE VEZES UMA FUNÇÃO .............................................. 186
DERIVADAS DE SOMAS E DIFERENÇAS ....................................................................... 186
DERIVADA DE UM PRODUTO ..................................................................................... 187
DERIVADA DE UM QUOCIENTE .................................................................................. 187
DERIVADA DE UM RECÍPROCO................................................................................... 187
DERIVADAS MAIS ALTAS ou de n-ésimo grau ............................................................. 187
DERIVADAS DAS FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS......................................................... 188
Sumário ..................................................................................................................... 189
Nesta Unidade Temática 6.2. estudamos os seguinte tópicos. ................................... 189
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................ 189
Unidade Temática 6.3. Regra de Cadeia..................................................................... 193
Introução................................................................................................................... 193

Regra de Cadeia 194


Enunciado ................................................................................................................. 194
Exemplos ................................................................................................................... 195
Regra da cadeia para várias variáveis (Carácter informativo, pelo que facultativo). ... 195
Sumário ..................................................................................................................... 196
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................ 196
GRUPO 2 (com respostas). ........................................................................................ 196
Calcule a derivada de cada uma das funções abaixo: ................................................. 196
TEMA VII: .................................................................................................................. 198
COMPORTAMENTO DE FUNÇÕES .............................................................................. 198
Unidade Temática 7.1. Máximo e Mínimo ................................................................. 198
Introução................................................................................................................... 198

Máximo e mMínimo 199


Aplicações da 1ª Derivada ......................................................................................... 199
Aplicações da 2ª Derivada ou (pontos de Inflexão). ................................................... 200
Sumário ..................................................................................................................... 201
Nesta Unidade Temática 7.1. estudamos os seguinte tópicos. ................................... 201
Unidade Temática 7.2. Regiões de Crescimento e Decrescimento ............................. 204
Introução................................................................................................................... 204

Regiões de Crescimento e Decrescimento 205

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Definição 1: (Função Crescente) ................................................................................ 205


Definição 2: (Função Decrescente)............................................................................ 205
Definição 3: Função estritamente Crescente ............................................................. 206
Definição 4: Função estritamente Decrescente.......................................................... 206
Teorema: Sinal da Derivada ....................................................................................... 206
Teste da Primeira Derivada para Extremos ................................................................ 207
Sumário ..................................................................................................................... 208
Exercícios .................................................................................................................. 209
GRUPO 2 (Exercícios com respostas)......................................................................... 209
Unidade Temática 7.3. Regra de L´Hôpital ................................................................. 211
Introução................................................................................................................... 211

Regra de L´Hôpital 212


Enunciado ................................................................................................................. 212
Algumas Aplicações ................................................................................................... 213
Demonstração ........................................................................................................... 214
Sumário ..................................................................................................................... 214
Nesta Unidade Temática 7.3. Estudamos: .................................................................. 214
Exercícios .................................................................................................................. 215
GRUPO 2 (com respostas) .......................................................................................... 215
Exercício 1 ................................................................................................................. 215
Exercício 2 ................................................................................................................. 215
Unidade Temática 7.4. Taxas Relacionadas ................................................................ 216
Introução................................................................................................................... 216

Taxas Relacionadas 216


Sumário ..................................................................................................................... 219
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................ 219
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................ 221
Referências................................................................................................................ 221

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ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Visão geral
Benvindo à Disciplina/Módulo
de MATEMÁTICA APLICADA
A matemática aplicada é um ramo da matemática que trata da
aplicação do conhecimento matemático a outros domínios de
conhecimento. Tais aplicações incluem cálculo numérico,
matemática voltada a engenharias, programação linear,
optimização, modelagem contínua, biomatemática e
bioinformática, teoria da informação, teoria dos jogos,
probabilidade e estatística, matemática financeira, criptografia,
combinatória e até mesmo geometria finita até certo ponto, teoria
de grafos como aplicada em análise de redes, e grande parte do
que se chama ciência da computação.
No ISCED a Matemática Aplicada está virada para cursos de
Licenciatura que pertencem a área grade das Ciências Sociais que
contém, nomeadamente, Administração Pública, Contabilidade e
Auditoria e outros.

Objectivos do Módulo

O principal objetivo destas disciplina/Módulo de MATEMÁTICA


APLICADA é o de fazer com que os alunos compreendam, com
clareza, os conceitos introdutórios de matemática do ponto vista
geométrico, numérico, algébrico e linguístico.

Desenvolver, também a capacidade de modelagem de problemas


matemáticos e provas envolvendo conjuntos, conjuntos
numéricos, distância entre dois pontos, equação geral da recta,
funções lineares, polinomiais, exponenciais, logarítmica e
trigonométrica, bem como as noções intuitivas de limites,
continuidade, diferenciabilidade e o comportamento de funções,
que possam, sem dúvidas, auxiliar na vida profissional do futuro
Contabilista e Auditor.

JUSTIFICATIVA

É nossa expectativa que este texto assuma o carácter de espinha


dorsal de uma experiência permanentemente renovável, sendo,

1
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

portanto, bem - vindas às críticas e/ou sugestões apresentadas


por todos - professores ou alunos quantos dele fizerem uso.

Para desenvolvermos a sua capacidade como estudante, de


pensar por si mesmo em termos das novas definições, incluímos
no final de cada TEMA uma extensa lista de exercícios, regra geral,
integrados.

No TEMA I apresentaremos algumas definições e resultados sobre


conjuntos, conjuntos numéricos, intervalos e equações e
inequações que serão necessárias para o entendimento dos
próximos TEMAS.

No TEMA II apresentaremos o sistema de coordenadas


cartesianas, distância entre dois pontos, equação geral da recta e
aplicações.

No TEMA III apresentaremos as noções de funções e suas


principais propriedades aplicações.

No TEMA IV apresentaremos alguns tipos especiais de funções tais


como: funções lineares, polinomiais, exponenciais, logarítmica,
trigonométrica e aplicações.

No TEMA V apresentaremos, de um ponto de vista intuitivos, as


noções de limites e continuidade, bem como suas principais
propriedades.

No TEMA VI apresentaremos, de um ponto de vista intuitivos, as


noções de derivada, bem como suas principais propriedades.

No TEMA VII aplicaremos os conhecimentos sobre derivadas para


revolver problemas de máximo e mínimo, gráficos de funções,
bem como taxas relacionadas.

 Ter domínio sobre teoria de conjuntos e diferentes conjuntos e


conjunto numéricos;

 Ser capaz de fazer diversas representações gráficas;.


Objectivos
Específicos  Ter domínio sobre funções;

 Compreender e aplicar o conceito de limites e continuidade;

 Introduzir o conhecimento sobre cálculo Diferencial e suas

2
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

aplicações.

Quem deveria estudar este


módulo
Este Módulo foi concebido para estudantes do 1º ano do curso de
licenciatura em Contabilidae e Auditoria do ISCED e outros como
Gestão de Rcursos Humanos, Administração, etc. Poderá ocorrer,
contudo, que haja leitores que queiram se actualizar e consolidar
seus conhecimentos nessa disciplina, esses serão bem vindos, não
sendo necessário para tal se inscrever. Mas poderá adquirir o
manual.

Como está estruturado este


módulo
O módulo de Matemática Aplicada, para estudantes do 1º ano do
curso de licenciatura em Contabilidade e Auditoria, à semelhança
dos restantes do ISCED, está estruturado como se segue:
Páginas introdutórias
 Um índice completo.
 Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo,
resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para
melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta
secção com atenção antes de começar o seu estudo, como
componente de habilidades de estudos.

3
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Conteúdo desta Disciplina / módulo


Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez
comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente
unidades. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma
introdução, objectivos, conteúdos.
No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são
incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, só
depois é que aparecem os exercícios de avaliação.
Os exercícios de avaliação têm as seguintes caracteristicas: Puros
exercícios teóricos/Práticos, Problemas não resolvidos e
actividades práticas algunas incluido estudo de caso.

Outros recursos
A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED, pensando em si,
num cantinho, recóndito deste nosso vasto Moçambique e cheio
de dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem,
apresenta uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu
módulo para você explorar. Para tal o ISCED disponibiliza nas
bibliotecas física e virtual do seu Centro de Recursos mais material
de estudos relacionado com o seu curso como: Livros e/ou
módulos, CD, CD-ROOM, DVD. Para elém deste material físico ou
electrónico disponível na biblioteca, pode ter acesso a Plataforma
digital moodle para alargar mais ainda as possibilidades dos seus
estudos.

Auto-avaliação e Tarefas de avaliação


Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final
de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos
exercícios de auto-avaliação apresntam duas caracteristicas:
primeeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes.
Segundo, exercícios que mostram apenas respostas.
Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação
mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de
dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras.
Parte das terefas de avaliação será objecto dos trabalhos de
campo a serem entregues aos tutores/doceentes para efeitos de
correcção e subsequentemente nota. Também constará do exame
do fim do módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os
exrcícios de avaliação é uma grande vantagem.

4
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Comentários e sugestões
Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados
aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza diadáctico-
Pedagógica, etc, sobre como deveriam ser ou estar apresentadas.
Pode ser que graças as suas observações que, em goso de
confiança, classificamo-las de úteis, o próximo módulo venha a ser
melhorado.

Ícones de actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas
margens das folhas. Estes icones servem para identificar
diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar
uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa,
uma mudança de actividade, etc.

Habilidades de estudo
O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a
aprender. Aprender aprende-se.
Durante a formação e desenvolvimento de competências, para
facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará
empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons
resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e
eficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando
estudar. Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos
que caro estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos
estudos, procedendo como se segue:
1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de
leitura.
2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida).
3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e
assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR).
4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua
aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão.
5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou
as de estudo de caso se existir.
IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo,
respectivamente como, onde e quando estudar, como foi referido
no início deste item, antes de organizar os seus momentos de
estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si:
Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo
melhor à noite/de manhã/de tarde/fins de semana/ao longo da

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ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

semana? Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num


sítio barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em
cada hora, etc.
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido
estudado durante um determinado período de tempo; Deve
estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só ao
seguinte quando achar que já domina bem o anterior.
Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler
e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é
juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos
conteúdos de cada tema, no módulo.
Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por
tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora
intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso
(chama-se descanso à mudança de actividades). Ou seja que
durante o intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos
das actividades obrigatórias.
Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalhjo intelectual
obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento
da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado
volume de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo,
criando interferência entre os conhecimentos, perde sequência
lógica, por fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai
em insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente
incapaz!
Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma
avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda
sistemáticamente), não estudar apenas para responder a questões
de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo,
estude pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área
em que está a se formar.
Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que
matérias deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que
resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo
quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades.
É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será
uma necessidade para o estudo das diversas matérias que
compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar
a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as
partes que está a estudar e Pode escrever conclusões, exemplos,
vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a
margem para colocar comentários seus relacionados com o que
está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir
à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura;
Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado
não conhece ou não lhe é familiar;

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ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Precisa de apoio?
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o
material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas
como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis
erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, páginas
trocadas ou invertidas, etc). Nestes casos, contacte os seriços de
atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR),
via telefone, sms, e-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta
participando a preocupação.
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes
(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua
aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da
comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se
torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor,
estudante – CR, etc.
As sessões presenciais são um momento em que você caro
estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff
do seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do ISCED
indigetada para acompanhar as sua sessões presenciais. Neste
período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza
pedagógica e/ou admibistrativa.
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30%
do tempo de estudos a distância, é muita importância, na medida
em que permite lhe situar, em termos do grau de aprendizagem
com relação aos outros colegas. Desta maneira ficará a saber se
precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver
hábito de debater assuntos relacionados com os conteúdos
programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade
temática, no módulo.

Tarefas (avaliação e auto-


avaliação)
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e
autoavaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues
duas semanas antes das sessões presenciais seguintes.
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de

7
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da


disciplina/módulo.
Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os
mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente.
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa,
contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados,
respeitando os direitos do autor.
O plágio1 é uma viloção do direito intelectual do(s) autor(es). Uma
transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do texto de um
autor, sem o citar é considerado plágio. A honestidade, humildade
científica e o respeito pelos direitos autoriais devem caracterizar a
realização dos trabalhos e seu autor (estudante do ISCED).

Avaliação

Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes na


modalidade de Ensino a Distância (EAD), estando eles fisicamente
separados e muito distantes do docente/tutor!? E nós afirmamos:
Sim é muito possível, talvez seja uma avaliação mais fiável e
concistente.
Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com
um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os
conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial
conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A
avaliação do estudante consta detalhada do regulamentada de
avaliação.
Os trabalhos de campo por si realizaos, durante estudos e
aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de
frequência para ir aos exames.
Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e
decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no
mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência,
determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira.
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da
cadeira.
Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois)
trabalhos e 1 (um) (exame).
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados
como ferramentas de avaliação formativa.

1 Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade


intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização.

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ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em


consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as
recomendações, a identificação das referências bibliográficas
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros.
Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de
Avaliação.

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ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

TEMA – I: NÚMEROS REA RAIS.


Unidade 1.1. Conjuntos;
Unidade 1.2. Conjunto Numéricos;
Unidade 1.3 Representação Geométrica dos Números Reais;
Unidade 1.4 Desigualdade.

UNIDADE Temática 1.1. CONJUNTOS (Noções).

Introdução

Os fundamentos da teoria dos conjuntos foram lançados no final do


século XIX, a partir dos trabalhos de George Cantor (1845-1918). A
partir de então, está teoria passou por um forte processo de
desenvolvimento, dando suporte a diversos ramos da matemática e
influenciando outras áreas do conhecimento, dentre elas a Ciência da
Computação.

O conceito de conjunto é fundamental para a Ciência da Computação,


uma vez que grande parte de seus conceitos, construções e resultados
são escritos na linguagem dos conjuntos ou baseados em construções
sobre conjuntos (MENEZES, 2008), existindo aplicações em áreas como
Banco de Dados e Linguagens Formais, por exemplo.

Nesta Unidade 1.1., introduziremos os principais conceitos da teoria


dos conjuntos, que serão indispensáveis para estudos posteriores.

Três noções são consideradas primitivas: Conjunto; elemento;


pertinência entre elemento e conjunto.

Conjunto –notação: letras maiúsculas

Pode ser designada, intuitivamente, como uma coleção de objetos de


qualquer natureza, considerados globalmente. Em um conjunto, a
ordem dos elementos não importa e cada elemento deve ser listado
apenas uma vez. A repetição dos elementos em um conjunto é
irrelevante

Elemento-notação: letras minúsculas

11
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Os objetos que constituem um conjunto denominam-se elementos do


conjunto.

Pertinência ou Pertença - notação: Є

Relacionam elemento com conjunto. Qualquer objeto que faça parte


de um conjunto é chamado “membro” ou “elemento” daquele
conjunto ou ainda é dito pertencer aquele conjunto. Para denotar que
o elemento x pertence ao conjunto A utiliza-se: X∈A.

Mais detalhes sobre Conjuntos veja o desenvolvimento a seguir.

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ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Entender e explicar um breve historial sobre a Teoria de Conjuntos;

 Indicar ou mencionar os três elemntos primitivos de conjuntos;


Objectivos  Ter noções de elementos de um conjunto;
específicos
 Ter noções de pertença;

 Ter noções de tipos de Conjuntos;

 Representar um Conjunto;

 Ter noções de Conjuntos numéricos.

CONJUNTOS (Noções)

Se o elemento não pertence ao conjunto A denota-se: X ∉ A

Ex: Considerando o conjunto D dos dias da semana, temos que:


segunda feira ∈ D; sábado ∈D; janeiro ∉ D

REPRESENTAÇÃO

Um conjunto pode ser representado basicamente de duas maneiras:


por extensão ou por compreensão.

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ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Extensão: os elementos são listados exaustivamente, sendo colocados


entre um par de chaves e separados por vírgulas. Por exemplo,

D = {segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado, domingo}

Compreensão: em casos em que os números de elementos são


muitos, devemos optar por descrever o conjunto por meio de uma
propriedade que caracteriza os seus elementos. De forma geral,
escreve-se S= {x | P(x)}, onde P(x) representa a propriedade.

Exemplos:

a) A = {a, e, i, o, u}

b) B = {1, 3, 5, 7, ..., 15}

c) C = {1, 2, 3, 4, 5,...}

d) D = {n|n=2y, onde y é um número inteiro}

1. A foi representado por meio da listagem de todos os seus elementos.

2. B e C, alguns elementos foram omitidos, mas podem facilmente ser


deduzidos do contexto. Nos três casos, a forma de representação
utilizada foi a extensão.

3. O conjunto D, que corresponde ao conjunto D = {0, 2, 4, 6, 8, ...}, foi


representado por meio da propriedade comum a seus elementos, o
que constitui a forma de representação por compreensão.

Ex1:Descreva cada um dos seguintes conjuntos, listando seus


elementos:

 {x|x é a capital do Pará}

 {y|y é um número primo menor do que 30}

Ex 2: Descreva cada um dos seguintes conjuntos, através de uma


propriedade que caracteriza seus elementos:

 {1,3,5,7,9...}

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ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

b). {1,4,9,16...}

Alguns Conjuntos Especiais

Considere a seguinte situação: queremos listar todos os elementos de


um conjunto A={a|a é um número natural par menor do que 2}. Então,
quantos elementos o conjunto A possui? A não possui nenhum
elemento, pois não existe nenhum número natural par que seja menor
do que 2. Neste caso, dizemos que o conjunto A é vazio, e
representamos como segue:

A = { } ou A = ∅

E se quiséssemos listar todos os elementos do conjunto B = {b|b é um


número natural ímpar menor do que 2}, quantos elementos esse
conjunto teria? Neste caso, B teria apenas um elemento, sendo, por
isso, chamado de conjunto unitário. B = { 1 }

CONJUNTO UNITÁRIO é o conjunto que possui apenas um elemento.

Um conjunto possui um número finito ou infinito de elementos.


Chamamos de conjunto finito aquele que pode ser descrito por
extensão, ou seja, é possível listar todos os seus elementos. Um
conjunto é dito infinito quando não é possível listar exaustivamente
todos os seus elementos.

CONJUNTO UNIVERSO

Geralmente, o conjunto universo é representado pela letra U, é o


conjunto que contém todos os conjuntos que estão sendo
considerados, ou seja, define o contexto da discussão.

1. Num diagrama de Venn, os elementos de U são geralmente


representados por pontos internos a um quadrado (retângulo) e os
demais são representados por um círculo contidos no
quadrado/retângulo.

2. U não é um conjunto fixo e, para qualquer conjunto A, temos:

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ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Propriedades dos Conjuntos

1. Qualquer conjunto é subconjunto do conjunto universo;

2. O conjunto vazio é subconjunto de qualquer conjunto;

3. Todo conjunto é subconjunto de si próprio;

4. Se todo elemento de um conjunto A pertence também a um


conjunto B, e todo elemento de B pertence a um conjunto C, então
todo elemento de A pertence a C (propriedade da transitividade).

RELAÇÕES ENTRE CONJUNTOS

Já introduzimos a noção de pertinência entre elementos e conjuntos.


Além desta, outra noção importante é a de continência, a partir da
qual podemos introduzir os conceitos de subconjuntos e de igualdade
deconjuntos.

Relações de pertinência são estabelecidas entre elemento e conjunto,


enquanto que as relações de continência são estabelecidas entre
conjunto e conjunto.

- SUBCONJUNTOS

Se e são conjuntos e todo o elemento pertencente a e


também pertence a , então o conjunto é dito um subconjunto
do conjunto , denotado por . Note que esta definição inclui
o caso em que A e B possuem os mesmos elementos, isto é, A = B. Se
e ao menos um elemento pertencente a não pertence a
, então é chamado de subconjunto próprio de , denotado por
. Todo conjunto é subconjunto dele próprio, chamado de
subconjunto impróprio.

Sejam dois conjuntos A = {1, 2, 3} e B = {0, 1, 2, 3, 4, 5}.

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ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Observe que todos os elementos do conjunto A são também


elementos do conjunto B. Com a notação A⊂B indicamos que “A” é
subconjunto de “B” ou “A” está contido em “B” ou “A é parte de B”, ou
ainda que B contém A, com notação B⊃A.

A⊂B ↔(∀x)(x ∈A→x∈B)

Quando A não é um subconjunto de B, ou seja, quando existe pelo


menos um elemento de A que não pertence a B, indicamos A ⊄ B.

- IGUALDADE DE CONJUNTOS

Consideremos os conjuntos A={1, 3, 5} e B={1, 3, 5}. Não é preciso se


esforçar para perceber que A é um subconjunto de B e B, por sua vez,
também é subconjunto de A. Neste caso, dizemos que os conjuntos A
e B são iguais.

Formalmente, podemos dizer: dois conjuntos A e B são iguais se, e


somente se, todo elemento de A pertence também a B e,
reciprocamente, todo elemento de B pertence a A, ou seja: A = B ↔
(∀x)((x∈A→x∈B)∧(x∈B →x∈A))

CONJUNTO DAS PARTES DE UM CONJUNTO

Se tivermos um conjunto de elementos a que chamamos F, o conjunto


das partes de F será aquele formado por todos os possíveis
subconjuntos de F e será representado por P(F). Se o conjunto F tem n
elementos, então o conjunto das partes de F, P(F), terá 2n elementos.

Exemplo: Sendo F = {3, 5, 9}, vamos escrever todos os possíveis


subconjuntos de F:

→ com nenhum elemento Ø

→ com 1 elemento {3}, {5}, {9}

→ com 2 elementos {3, 5}, {3, 9}, {5, 9}

→ com 3 elementos {3, 5, 9}

Podemos então escrever: P(F) = {Ø, {3}, {5}, {9}, {3, 5}, {3, 9}, {5, 9}, {3,

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ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

5, 9}

O número de elementos de um conjunto F é denominado ordem do


conjunto e é indicado por n(F). Repare que no exemplo acima n(F) = 3
e n (P(F)) = 23 = 8

CONJUNTO COMPLEMENTAR

Complementar de B com respeito a A e é representada por =B-


A.

No caso dos alunos de uma classe, o conjunto complementar do


conjunto dos alunos presentes à aula será formado pelos alunos
ausentes à aula.

RELAÇÃO DE INCLUSÃO

A relação de inclusão possui 3 propriedades:

→ Propriedade reflexiva: AA, isto é, um conjunto sempre é


subconjunto dele mesmo.

→ Propriedade an -simétrica: se AB e BA, então A = B.

→ Propriedade transi va: se AB e BC, então AC.

DIAGRAMAS DE VENN

Podemos expressar um conjunto através de diagramas de Venn, de


forma a facilitar o entendimento de definições, o desenvolvimento de
raciocínios e a compreensão dos componentes e relacionamentos que
estejam sendo discutidos (MENEZES, 2008). Um diagrama de Venn é
uma representação pictórica na qual os conjuntos são representados
por áreas delimitadas por curvas no plano. Lipschutz e Lipson (2004).

Para seguir este modelo de representação, devemos observar as


seguintes regras:

1. O conjunto universo é representado por um retângulo;

18
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

2. Cada um dos demais conjuntos é representado por um círculo (ou


uma elipse);

3. Cada conjunto deve ser identificado por uma letra maiúscula;

A seguir, são ilustradas algumas situações para que você possa


entender como utilizar Diagramas de Venn para representar
conjuntos. Para representar a continência de dois conjuntos,
construímos uma elipse dentro de outra, como segue:

Figura 1.1: Diagrama de Venn

A Figura 1.1 representa a relação A⊂B, ou seja A é subconjunto de B.

Perceba que a elipse que representa o conjunto A está totalmente


contida na que representa o conjunto B. Isto representa que todos os
elementos de A são também elementos de B, conforme a definição de
subconjunto já apresentada.

Observe agora a Figura:

Figura 1.2: Diagrama de Venn

Perceba que as figuras que representam os conjuntos A e B estão


totalmente separadas. Isto representa que não existem elementos de
A que sejam também elementos de B. Neste caso, dizemos que A e B
são conjuntos disjuntos.

Reflicta: E se quisermos representar dois conjuntos A e B onde seja


possível que alguns elementos de A não pertençam a B e que alguns

19
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

elementos de B não pertençam a A?

Neste caso, a representação é como segue:

Figura 1.3: Diagramas de Venn

Portanto, dados dois conjuntos A e B, como vemos na figura acima,


podemos estabelecer uma relação entre os respectivos números de
elementos:

n (A∪ B) = n (A) + n (B) − n (A∩ B)

Observe o diagrama e comprove.

Figura 1.4: Diagramas de Venn

n(A∪B∪C) = n(A) + n(B)+ n(C) - n(A∩B) - n(A∩C) - n(B∩C) + n(A∩B∩C)

Conjuntos numéricos:

Os conjuntos numéricos são os seguintes: naturais, inteiros, racionais,


irracionais, reais e complexos.

20
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Figura 1.4: Diagramas de Venn

Sumário

Nesta Unidade Temática 1.1 sobre noções de CONJUNTO, estudamos:


1. Introdução ao estudo de Conjuntos;
2. Representação de Conjuntos;
3. Conjunto Universo;
4. Relações entre Conjuntos;
5. Diagrama de Venn e;
6. Conjunto Numéricos.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO -1 (Com respostas detalhadas).


1. De quantas maneiras pode ser representado um Conjunto?
Quais são? Exemplifique (pelo menos três exemplos de cada).
2. Dê exemplo de Conjuntos especiais.
3. Construa um Conjunto Universo, indicando seus subconjuntos.
4. Quando é que dois conjuntos são iguais? Ilustre com pelo
menos dois exemplos.
5. O que entende pelo conceito “Conjunto das partes de um
Conjunto” ? Exemplifique.
6. Dê pelo menos quatro exemplos de Conjuntos
Complementares.
7. Quais são a propriedades de Inclusão de Conjuntos? Sustente a
sua resposta com três exemplos para cada propriedade.
8. Construa dois Conjuntos que se interseptam e represente-os

21
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

em Diagrama de Venn.
9. Mencione os conjuntos numéricos em ordem lógica do seu
surgimento ou de arrumação.

Respostas:
1. Revisitar a página 11.
2. Revisitar a página 13.
3. Revisitar a página 13.
4. Revisitar a página 15.
5. Revisitar a página 15.
6. Revisitar as páginas 15 e 16.
7. Revisitar a página 16.
8. Revisitar as páginas de 16 a 18.
9. Revisitar a página 18.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Com respostas sem detalhes)

22
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Neste grupo de exercicios vamos aprender um pouco a respeito de conjuntos,


suas notações matemáticas e por fim vamos trazer alguns exercícios resolvidos
passo a passo para o seu melhor entendimento e fixação do assunto, então mão
a obra!

A notação padrão para representação de um conjunto é dado pelos seus


elementos separados por virgulas cuja delimitação e feito através do uso de
chaves, abaixo temos o exemplo de um conjunto A, que é composto somente
por números pares.

A = {2, 4, 6, 8}

Pertinência/Pertença: É a relação utilizada para relacionar determinado


elemento ao conjunto em questão.

Símbolos utilizados para representar essa relação:


∈ → Pertence ;
∉ → Não pertence;

Por exemplo:
2∈Ae7∉A

Acontece quando um conjunto possui somente um elemento, exemplo: B = {1}

É o tipo de conjunto que não possui nenhum elemento, sua representação pode
se dar das seguintes formas:
{} ou ∅

Importante lembrar: Que todo conjunto possui como subconjunto o conjunto


vazio.

Dizemos que A é um subconjunto de B quando todos os elementos existentes


em A também pertencerem ao conjunto B.

Ou seja A esta contido em B ou em outras palavras B contém A.

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ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Exemplo1:

A = {2, 4, 6, 8}
B = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8}

Assim tempos a seguinte representação:


A ⊂ B → A está con do B ou A é subconjunto de B
B ⊃ A → B contém A

Além desses dois símbolos de relacionamentos, temos outros como:


⊅ → Não contém;
⊄ → Não está contido ou não é subconjunto de;

Operações com conjuntos

• União

A ∪ B → A União B, é o conjunto formado pelos elementos que pertencem ao


menos a um dos conjuntos, podendo ser definida por {x, x ∈ A ou x ∈ B}

Exemplo 2: Qual o resultado de A ∪ B, tendo como conjunto A = {2, 4, 6} e

B = {1, 2, 3, 4, 5}

A ∪ B = {1, 2, 3, 4, 5, 6

24
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

• Interseção

Diferentemente do que acontece na união, onde o conjunto é formado pelos


elementos pertencentes ao menos a um dos conjuntos, na interseção o
conjunto A ∩ B é composto por elementos que pertencem tanto ao conjunto A
e B., podendo ser definida por {x, x ∈ A e x ∈ B}.

Exemplo 3: Qual o resultado de A ∩ B, sendo A = {2, 4, 6} e B = {1, 2, 3, 4, 5}

A ∩ B = {2, 4}

• Diferença

A – B = {x, x ∈ A e x ∉ B}, ou seja, é a


diferença de dois conjuntos A e B formado pelos elementos existentes em A que
não estão em B.

Exemplo : Qual o resultado de A – B, sendo A = {2, 4, 6} e B = {1, 2, 3, 4, 5}

A – B = {6};

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ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

N: Conjunto dos números naturais, exemplo N={0, 1, 2, 3, …}

Z: Conjunto dos números inteiros, exemplo Z={…, -2, -1, 0, 1, 2,…}

R; Conjunto dos números reais, exemplo R={-∞ , +∞}

Poblemas Resolvidos

• Problema 1 - Em uma classe de 150 alunos, 80 gostam de matemática, e 30 de


física, sabendo que 10 gostam de física e matemática, quanto não gostam nem
de física e nem de matemática?

Solução: Neste tipo de exercício, a resolução fica mais fácil e rápida utilizando o
diagrama de Veen, que são representados por círculos conforme exemplos
anteriores, mas antes vale a pena descrever e encontrar algumas informações
que o exercício nos fornece que é:

Total de alunos = 150


Gostam de matematica = 80
Gostam de física = 30
Gostam de física e matemática = 10

Assim temos:

Como vemos no diagrama acima, fica mais fácil de entender, ou seja, desta sala
70 gostam somente de matemática, outros 20 somente de física e ainda outros
10 que gostam de ambas, realizando a soma desses três conjuntos de alunos
temos o seguinte: 70+20+10 = 100

Ou seja, desse 150 alunos 100 gostam de física, de matemática ou de ambas as


disciplinas, agora fazendo a seguinte conta 150 – 100, concluímos que 50 alunos
não gostam nem de física nem de matemática.

Desta forma o total de alunos que não gostam nem de física e nem de
matemática, é 50 !

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ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

• Problema 2 - Qual o resultado de (A-B) ∩ C , sendo A = {2, 4, 6}, B = {1, 2, 3, 4,


5} e C = {2, 5, 6, 7, 10}

Solução: Esse problema pode ser solucionado também utilizando o diagrama de


Venn como feito no anterior, mas favos fazer de forma direta, para você pode
entender.

Primeiro passo: (A-B)


Como vimos anteriormente na definição para diferença, que o resultado de A-B
é a diferença de dois conjuntos A e B formado pelos elementos existentes em A
que não estão em B.

Assim A – B = {6}

Segundo passo: Como já sabemos que o resultado de A-B é {6}, agora realizamos
a segundo operação que é {6} ∩ C.

Lembrando que na interseção o conjunto A ∩ B é composto por elementos que


pertencem tanto ao conjunto A e B, e como temos {6} ∩ {2, 5, 6, 7, 10} a
resposta para o nosso exercício é conjunto unitário, ou seja, {6}.

É isso amigos e amigas, espero que tenham gostado e principalmente entendido,


e como sempre digo e comento, o importante agora é praticar, aproveite e tente
resolver sozinho esse último exemplo aplicando o diagrama de Venn. Bons
estudos a todos

27
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

GRUPO-3 (Exercícios de GABARITO)

Problemas NÃO Resolvidos

1.Qual o resultado de A ∪ B, tendo como conjuntos A = {1, 3, 4, 6} e B = {1, 2, 3,


4, 5, 6, 7, 9}

2.Seja uma Interseção de Cnjuntos.

Qual o resultado de A ∩ B, sendo A = {1, 3, 4, 6, 7} e B = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 8}.


Represente em diagram de Vdenn.

3.Considere a Diferença de Conjuntos

4.Qual o resultado de A – B, sendo A = {0, 1, 2, 4, 6, 7} e B = {1, 2, 3, 4, 5}

A – B = {6};

Conjuntos Numéricos

• Problema 1 - Numa sala de aulas com 150 alunos, dos quais 70 gostam de
matemática, e 40 de física, sabendo que 15 gostam de física e matemática,

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ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

quanto não gostam nem de física e nem de matemática? Ilistre num diagram
de Venn.

Problema 02 - Qual o resultado de (A-B) ∩ C , sendo A = {2, 4, , 5, 6, 8}, B = {0, 2,


3, 4, 5} e C = {0, 2, 3, 5, 6, 7}

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ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

UNIDADE Temática 1.2. Conjuntos Numéricos

Introução

A concepção do conjunto numérico pode ser compreendida a partir da


compreensão de um conjunto (revide a Unidade temática 1.1
anterior). Os conjuntos numéricos foram concebidos na medida em
que iam surgindo mudanças na matemática.

Para desenvolver a matemática hoje estudada, inúmeras mudanças na


organização de todos os conceitos matemáticos foram necessárias. A
concepção dos conjuntos numéricos recebeu maior rigor em sua
construção com Georg Cantor, que pesquisou a respeito do número
infinito. Cantor iniciou diversos estudos sobre os conjuntos numéricos,
constituindo, assim, a teoria dos conjuntos.

A construção de todos os conjuntos numéricos que hoje possuímos


parte de números inteiros usados apenas para contar até os números
complexos que possuem vasta aplicabilidade nas engenharias, nas
produções químicas, entre outras áreas.Definir conjunto é algo tão
primitivo que se torna uma tarefa difícil. Entretanto, compreendemos
conjunto como uma coleção de objetos, números, enfim, elementos
com características semelhantes.

Sendo assim, os conjuntos numéricos são compreendidos como os


conjuntos dos números que possuem características semelhantes.
Nesta seção, a concepção desses conjuntos será abordada, visando à
compreensão dos elementos que constituem cada um dos conjuntos
numéricos.

Nesta Unidade Temática analisaremos e debateremos os seguintes


conjuntos numéricos:

1. Conjunto dos números Naturais ( );

2. Conjunto dos números Inteiros ( );

3. Conjunto dos números Racionais ( );

4. Conjunto dos números Irracionais ( );

5. Conjunto dos números Reais ( );

30
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

6. Conjunto dos números Complexos ( );

Este último conjunto numérico possui uma secção especial para ele
(Números Complexos).

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Definir e dar exemplos: de Conjuntos numéricos;


Objectivos
 Representar: Conjuntos numéricos;
específicos
 Explicar a breve resenha histórica: do números
Naturais;

 Consolidar e ter domínio: das propriedades das


Operações com números dos diferentes conjuntos;

 Ter domínio das Prioridades das Operações: nos


diferentes conjunto numéricos.

Conjuntos dos números

Os números naturais: o conjunto

= {1,2,3,4,5,6, ... , 19,20, ... , 1001, 1002, ... , 10000001, ... }

Notas elucidativas:

 Os números naturais surgiram da necessidade de contagem dos


elementos de um conjunto pelo homem primitivo e, neste sentido, o
zero ( 0 ) não seria um número natural.

 Por volta do ano 458 DC, o zero foi introduzido pelos hindus, para
representar a coluna vazia dos ábacos, daí sua denominação original
de sunya (vazio).

31
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Ábaco - segundo o dicionário Melhoramentos - 7ª edição: calculador


manual para aritmética, formado de um quadro com vários fios
paralelos em que deslizam botões ou bolas móveis.

Veja a ilustração a seguir, obtida no Museo Pedagógico José Pedro


Varela - poeta e educador uruguaio 1845 - 1879. Caso você visite o
site acima, para retornar à esta página, clique em VOLTAR no seu
browser.

Nota: observe acima à direita, a linha vazia no ábaco, significando o


zero.

 no entanto, como o zero atende às propriedades básicas dos números


naturais, ele pode ser considerado um número natural, não obstante a
premissa contrária não conflitar a teoria. Assim, não deveremos
estranhar quando aparecer em provas de vestibulares o conjunto N
como sendo N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, ... }, definindo-se um outro conjunto
sem o zero:

N* = N - {0} = {1,2,3,4, ... }. Como esta forma de abordagem é a mais


usual, consideraremos o zero como sendo um número natural, no que
se segue.

Ao agrupamento de elementos com características semelhantes


damos o nome de conjunto. Quando estes elementos são números,
tais conjuntos são denominados conjuntos numéricos.

Neste tópico estudaremos os cinco conjuntos numéricos


fundamentais, que são os conjuntos numéricos mais amplamente
utilizados.

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ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Conjunto dos Números Naturais

Em algum momento da sua vida você passou a se interessar por


contagens e quantidades. Talvez a primeira ocorrência desta
necessidade, tenha sido quando lá pelos seus dois ou três anos de
idade algum coleguinha foi lhe visitar e começou a mexer em seus
brinquedos. Provavelmente, neste momento mesmo sem saber, você
começou a se utilizar dos números naturais, afinal de contas era
necessário garantir que nenhum dos seus brinquedos mudasse de
proprietário e mesmo desconhecendo a existência dos números, você
já sentia a necessidade de um sistema de numeração.

Em uma situação como esta você precisa do mais básico dos conjuntos
numéricos, que é o conjunto dos números naturais. Com a utilização
deste conjunto você pode enumerar brinquedos ou simplesmente
registrar a sua quantidade, por exemplo.

Este conjunto é representado pela letra N ( ). Abaixo temos uma


representação do conjunto dos números naturais:

As chaves ou Chavetas são utilizadas na representação para dar ideia


de conjunto. Os pontos de reticência dão a ideia de infinidade, já que
os conjuntos numéricos são infinitos.

Este conjunto numérico inicia-se em zero e é infinito, no entanto


podemos ter a representação de apenas um subconjunto dele. A
seguir temos um subconjunto do conjunto dos números naturais
formado pelos quatro primeiro múltiplos de sete:

Para representarmos o conjunto dos números naturais, ou qualquer


um dos outros quatro conjuntos fundamentais, utilizamos o caractere
asterisco após a letra, como em . Temos então que:

Conjunto dos Números Inteiros

Mais adiante na sua vida em uma noite muito fria você tomou
conhecimento da existência de números negativos, ao lhe falarem que
naquele dia a temperatura estava em dois graus abaixo de zero.
Curioso você quis saber o que
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ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

significava isto, então alguém notando o seu interesse, resolveu lhe


explicar:

Hoje no final da tarde já estava bastante frio, a temperatura girava em


torno dos 3° C, aí ela desceu para 2° C, continuou esfriando e ela
abaixou para 1° C e uma hora atrás chegou a 0° C. Se a temperatura
continuava a abaixar e já havia atingido o menor dos números
naturais, como então representar uma temperatura ainda mais baixa?

Com exceção do zero, cada um dos números naturais possui um


simétrico ou oposto. O oposto do 1 é o -1, do 2 o -2 e assim por diante.
O Sinal "-" indica que se trata de um número negativo, portanto
menor que zero. Os números naturais a partir do 1 são por natureza
positivos e o zero é nulo.

O zero e os demais números naturais, juntamente com os seus


opostos formam um outro conjunto, o conjunto dos números inteiros
e é representando pela letra Z ( ).

A seguir temos uma representação do conjunto dos números inteiros:

Note que diferentemente dos números naturais, que embora infinitos


possuem um número inicial, o zero, os números inteiros assim como
os demais conjuntos numéricos fundamentais não têm, por assim
dizer, um ponto de início. Neste conjunto o zero é um elemento
central, pois para cada número à sua direita, há um respectivo oposto
à sua esquerda.

Utilizamos o símbolo para indicar que um conjunto está contido em


outro, ou que é um subconjunto seu, como o conjunto dos números
naturais é um subconjunto do conjunto dos números inteiros, temos
que .

Podemos também dizer que o conjunto dos números inteiros contém (


) o conjunto dos números naturais ( ).

Como supracitado podemos escrever para representarmos o


conjunto dos números inteiros, mas sem considerarmos o zero:

Com exceção do conjunto dos números naturais, com os demais


conjuntos numéricos fundamentais podemos utilizar os caracteres "+"
e "-" como abaixo:

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ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Note também que e que .

Conjunto dos Números Racionais

Esperto por natureza você percebeu que havia mais alguma coisa além
disto. No termômetro você viu que entre um número e outro existiam
várias marcações. Qual a razão disto?

Foi-lhe explicado então que a temperatura não muda abruptamente


de 20° C para 21° C ou de -3° C para -4° C, ao invés disto, neste
termômetro as marcações são de décimos em décimos. Para passar de
20° C para 21° C, por exemplo, primeiro a temperatura sobe para
20,1° C, depois para 20,2° C e continua assim passando por 20,9° C e
finalmente chegando em 21° C. Estes são números pertencentes ao
conjunto dos números racionais.

Números racionais são todos aqueles que podem ser expressos na


forma de fração. O numerador e o denominador desta fração devem
pertencer ao conjunto dos números inteiros e obviamente o
denominador não poderá ser igual a zero, pois não há divisão por zero.

O número 20,1 por exemplo, pode ser expresso como , assim


como 0,375 pode ser expresso como e 0,2 por ser representado por
.

Note que se dividirmos quatro por nove, iremos obter 0,44444... que é
um número com infinitas casas decimais, todas elas iguais a quatro.
Trata-se de uma dízima periódica simples que também pode ser
representada como , mas que apesar disto também é um número
racional, pois pode ser expresso como .

O conjunto dos números racionais é representado pela letra Q ( ).

O conjunto dos números inteiros é um subconjunto do conjunto dos


números racionais, temos então que .

Facilmente podemos intuir que representa o conjunto dos


números racionais negativos e que representa o conjunto dos
números racionais positivos ou nulo.

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Abaixo temos um conjunto com quatro elementos que é subconjunto


do conjunto dos números racionais:

A realização de qualquer uma das quatro operações aritméticas entre


dois números racionais quaisquer terá como resultado também um
número racional, obviamente no caso da divisão, o divisor deve ser
diferente de zero. Sejam a e b números racionais, temos:

Conjunto dos Números Irracionais

Então mais curioso ainda você perguntou: "Se os números racionais


são todos aqueles que podem ser expressos na forma de fração, então
existem aqueles que não podem ser expressos desta forma?"

Exatamente, estes números pertencem ao conjunto dos números


irracionais. Provavelmente os mais conhecidos deles sejam o número
PI ( ), o número de Euler ( ) e a raiz quadrada de dois ( ). Se você
se dispuser a calcular tal raiz, passará o restante da sua existência e
jamais conseguirá fazê-lo, isto porque tal número possui infinitas casas
decimais e diferentemente das dízimas, elas não são periódicas, não
podendo ser expressas na forma de uma fração. Esta é uma
característica dos números irracionais.

A raiz quadrada dos números naturais é uma ótima fonte de números


irracionais, de fato a raiz quadrada de qualquer número natural que
não seja um quadrado perfeito é um número irracional. é um
número irracional, pois 120 não é um quadrado perfeito, ou seja, não
há um número natural que multiplicado por ele mesmo resulte em
cento e vinte, já é um número natural, pois .

A letra I ( ) representa o conjunto dos número irracionais.

Utilizando o caractere especial "*", por exemplo, podemos


representar o conjunto dos números irracionais desconsiderando-se o
zero por .

O conjunto abaixo é um subconjunto do conjunto dos números


irracionais:

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ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Diferentemente do que acontece com os números racionais, a


realização de qualquer uma das quatro operações aritméticas entre
dois números irracionais quaisquer não terá obrigatoriamente como
resultado também um número irracional. O resultado poderá tanto
pertencer a , quanto pertencer a .

Conjunto dos Números Reais

Acima vimos que um número natural também é um número inteiro (


), assim como um número inteiro também é um número
racional ( ), portanto .

Vimos também que os números racionais não estão contidos no


conjunto dos números irracionais e vice-versa. A intersecção destes
conjuntos resulta no conjunto vazio:

A intersecção é uma operação por meio da qual obtemos um conjunto


de todos os elementos que pertencem simultaneamente a todos os
conjuntos envolvidos. Sejam dois conjuntos e
, a intersecção entre estes dois conjuntos será
.

O conjunto dos números reais é representado pela letra R ( ) e é


formado pela união do conjunto dos números racionais com o
conjunto dos irracionais, que simbólicamente representamos por:
.

A união é uma operação por meio da qual obtemos um conjunto de


todos os elementos que pertencem ao menos a um dos conjuntos
envolvidos. Sejam dois conjuntos e
, a união entre estes dois conjuntos será
.

O conjunto dos números racionais está contido no conjunto dos


números reais ( ), assim como o conjunto dos números
irracionais também é subconjunto do conjunto dos números reais (
).

Através dos caracteres especiais "+" e "*", por exemplo, podemos


representar o conjunto dos números reais positivos por .

Abaixo temos um exemplo de conjunto contendo número reais:

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Conjuntos Numéricos Fundamentais em Diagrama

Abaixo temos a representação dos conjuntos numéricos fundamentais


em um diagrama de Venn.

Através deste diagrama podemos facilmente observar que o conjunto


dos números reais ( ) é resultado da união do conjunto dos números
racionais como o conjunto dos números irracionais ( ).
Observamos também que o conjunto dos números inteiros está
contido no conjunto dos números racionais ( ) e que os
números naturais são um subconjunto do números inteiros

( ).

Como podemos ver, os diagramas nos ajudam a trabalhar mais


facilmente com conjuntos. Ainda neste diagrama rapidamente
identificamos que os números naturais são também números reais

( ), mas não são números irracionais ( ), isto porque o

conjunto dos números irracionais não contém o conjunto dos


números naturais ( ), mas sim o conjunto números dos
racionais que os contém ( ), assim como o conjuntos dos
números reais ( ) e dos inteiros ( ).

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ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

SUMÁRIO

Nesta Unidade temática 1.2. analisamos e discutimos dentre outros


assuntos, os seguintes:
1.Breve historial dos conjuntos numéricos;
2.Os cinco conjunto numéricos fundamentais;
3. Fizemos a sistematização dos cinco conjuntos numéricos num único
diagrama.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)


1) A quais conjuntos numéricos fundamentais não pertence o
número ?

2) A quais conjuntos numéricos fundamentais não pertence o


número ?

3) Existe raiz quadrada de número primo que não seja irracional?

4) Se a e b são números pertencentes a e , a quais


conjuntos numéricos fundamentais podemos afirmar com certeza
que x pertence, quaisquer que sejam os valores de a e b?

5) Se A é um subconjunto de e B está contido em , a


intersecção destes conjuntos possui infinitos elementos?

6) Se e , tem-se que ?

RESPOSTAS

1. Sabemos que é igual a 8.

A trabalharmos com conjuntos utilizamos o símbolo para indicar que


um elemento pertence a um conjunto, assim como utilizamos o
símbolo para indicar que um elemento não pertence a um
determinado conjunto. Assim sendo temos:

(oito pertence ao conjunto dos números naturais), pois como


sabemos 8 é um número natural;

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ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

(oito pertence ao conjunto dos números inteiros), pois é


sabido que os números naturais são um subconjunto dos números
inteiros, sabemos que ;

(oito pertence ao conjunto dos números racionais), pois


podemos representar 8 como que é uma fração com numerador e
denominador pertencentes ao conjunto dos números naturais,
condição necessária para que um número pertença ao conjunto dos
números racionais.

(oito não pertence ao conjunto dos números irracionais), pois


como 64 é um número natural que é também um quadrado perfeito,
não é um número irracional, pois . De fato 8 ou
jamais poderiam ser irracionais, pois como visto acima, eles são
racionais ( ) e nenhum número racional é também irracional e
vice-versa.

(oito pertence ao conjunto dos números reais), pois o conjunto


dos números racionais é um subconjunto dos números reais (
).

Através do diagrama visto na parte teórica, facilmente podemos


resolver este problema de forma visual ao identificarmos que (ou
8) é um número natural.

Portanto:

não pertence ao conjunto dos números irracionais


( ).

2. Sabemos que 63 embora seja um número natural, não é um


quadrado perfeito, nestas condições a sua raiz quadrada será um
número irracional.

Também sabemos que , que e que


( veja na parte teórica ), ou em outras palavras que,
embora também sejam números reais, os números irracionais não são
racionais, nem inteiros e nem naturais.

Logo:

não pertence ao conjunto dos números racionais ( ),


inteiros ( ) e naturais ( ).

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ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

3.Vimos que a raiz quadrada de um número natural pode ser tanto


natural, quanto irracional, mas para que a raiz seja natural, o número
deve ser um quadrado perfeito.

Para que um número seja primo é preciso que além de natural ele
possua exatamente apenas dois divisores distintos, o número um e ele
próprio.

Falando em termos de conjuntos, a intersecção do conjunto dos


números primos com o conjunto natural dos quadrados perfeitos é
igual ao conjunto vazio ( ), ou seja, um número primo não pode ser
um quadrado perfeito e vice-versa.

Assim sendo:

Não existe raiz quadrada de número primo que não seja irracional.

4.A partir do enunciado, podemos chamar de A o conjunto ao qual x


pertence e representá-lo por

Sabemos que, dentre outras formas, podemos representar o conjunto


dos números racionais por

Como podemos observar, A é um subconjunto de , isto é,

Sabemos também que

Assim sendo:

Podemos afirmar com certeza que e .

5.Do enunciado temos que:

É sabido que tal como óleo e água, os elementos dos conjuntos dos
números racionais e irracionais não se misturam, ou seja, a
intersecção entre ele é o conjunto vazio, pois não há um único número
sequer que sendo racional seja também irracional e vice-versa, os
elementos destes conjuntos são mutuamente exclusivos:

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ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Portanto:

A intersecção entre os conjuntos A e B não possui infinitos


elementos.

6.A intersecção entre dois conjuntos onde um conjunto está contido


no outro é o próprio conjunto que está contido, como , temos
que , logo

A diferença entre conjuntos difere da operação de intersecção. A


diferença entre os conjuntos e é o conjunto de todos os
elementos que pertencem ao conjunto e que não pertencem ao
conjunto , que obviamente é o próprio , pois em não há
qualquer número irracional, logo

Então e como já aprendemos que ,


temos que:

Sim, tem-se que .

Unidade Temática 1.3. Representação


Geométrica dos Números Reais.
ntroução

Nesta unidade temática o estudante vai ter a oportunidade de entender e


compreender que é possível escrever números utilizando grupos de sinais iguais
entre si, tantas quantas são as unidades do número. Por exemplo, nos dados os
números são representados por pontos ou circulos.
A representação dos números com pontos foi antigamente uma ciência: a ciência
dos números figurados dos pitagóricos. Os pitagóricos chamavam aos números:
triângulares, quadrados, cubos, etc., consoante os pontos que os representavam,
regularmente distribuídos, se podiam compôr um triângulo «isósceles», um
quadrado ou um cubo.
Alguns raciocínios relacionados com números pitagóricos aparecem ligados ao
conceito de séries numéricas, cujos exemplos merecerão analise e discussão no
desenvolvimento desta unidade 1.3.

42
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Entender: a exisência de números triangulares;

 Entender: a exisência de números quadrados;


Objectivos
específicos

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ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

NÚMEROS TRIÂNGULARES

Em ligação com a geometria, Pitágoras conheceu os números triângulares, que são

números que se podem expressar em forma de triângulos.

Quais seriam os três números seguintes?

Se olharmos para o quarto triângulo verifica-se que cada "linha" contém um ponto a mais

que a anterior.
Suponhamos então que a última "linha" do triângulo não continho quatro pontos mas n.

A penúltima "linha" continha (n-1), a seguinte (n-2), e assim por diante até chegar

ao vértice, com 1 ponto. Este problema é o mesmo que somar os primeiros n números

inteiros, ou seja, obter a soma 1 + 2 + 3 + 4 + ... +(n-2) + (n-1) + n

Trata-se portanto de calcular esta soma.

Sumário

Nesta Unidade Temática 1.3. mereceu atenção o estudo dos seguintes


tópicos:
Números Triangulares;
Números quadrados.

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ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)

Respostas:

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1.
GRUPO 1(Com respostas detalhadas).
GRUPO-2 (Com respostas sem detalhes)

Unidade 1.3. Desigualdades.


Introução

Em matemática, desigualdade é uma expressão que estabelece uma


relação de ordem entre dois elementos. Nos números reais, esta
relação é representada pelos símbolos , significando,
menor, menor ou igual, maior, maior ou igual, respectivamente. De
forma mais geral, também podem ser incluídas nas desigualdades
expressões contendo a relação de diferença .

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ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

São exemplos de desigualdades os seguintes:

 Desigualdade das médias, que afirma que a média aritmética é


maior ou igual a média geométrica e esta, maior ou igual a
média harmônica para números reais positivos.
 Desigualdade triangular, que afirma que ao medida de um lado
de um triângulo é sempre menor que a soma das medidas dos
outros dois lados do mesmo triângulo.

Com esta Unidade Temática 1.3. pretendemos apresentar com


demonstrações algumas desigualdades que tornem o estudante apto a
resolver um conjunto amplo de problemas de matemáticos.

Contudo em certas passagens, algum conhecimento de cálculo


infinitesimal será útil, ainda que não imprescindível. Por outro lado
privilegiamos, mais o recurso aos argumentos geométricos euclidianos
em detrimento do formalismo matemático, onde muitas das vezes não
se tem em conta o quotidiano do aluno.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Estudar: Analisar e discutir sobre a Desigualdades das médias;

 Estudar: Analisar e discutir sobre a Desigualdades triangulares;


Objectivos
específicos

Desigualdade das médias

A desigualdade das médias afirma que a média aritmética é maior ou


igual à média geométrica e esta maior ou igual à média harmônica.

Mais precisamente falando, seja um conjunto não


vazio de números reais positivos então:

Onde

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ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Demonstração do caso n=2

Queremos mostrar que:

Como e são reais, temos:

Expandindo, temos:

Somando , obtemos:

Reagrupando:

Como são números positivos, podemos tomar a raiz quadrada e dividir


por 2:

A primeira desigualdade segue. Para mostrar a segunda, escreva esta


última como:

47
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Multiplique ambos os lados por : :

E observe que esta é justamente a desigualdade que procuramos,


pois:

E o resultado segue.

Demonstração no caso

Queremos a igualdade para , com k inteiro positivo.

Procederemos por indução em k: O caso k=1, já foi demonstrado.

Suponha então que a desigualdade é valida para um certo k positivo,


escreva para :

Aplique a desigualdade da média com dois elementos:

Agora, aplique a desigualdade para n elementos em cada um dos


termos:

E assim, conclua:

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ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

E a primeira desigualdade segue pois

Usemos o mesmo procedimento para demonstrar a segunda


desigualdade:

E a segunda desigualdade segue.

Demonstração do caso geral

Completaremos a demonstração, mostrando que se a desigualdade for


válida para n termos, então também é válida para n-1 termos.

Suponha, então, que a desigualdade é válida para um número inteiro n


maior que 1, ou seja:

Escreva:

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ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Queremos mostrar que

Substitua

Observe que:

Assim temos, da primeira desigualdade:

Rearranjando, temos:

A segunda desigualdade diz:

O que equivale a:

ou:

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ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Equivalente a:

O que completa a demonstração.

A desigualdade triangular nos números reais (ou em IR).

A desigualdade triangular tem origem na geometria euclidiana e


refere-se ao teorema que afirma que, num triângulo, a medida do
comprimento de um dos lados é sempre inferior à soma das medidas
dos comprimentos dos outros dois lados. No texto clássico Os
Elementos, de Euclides, este teorema é a Proposição 20 do Livro I Não
é mais que uma reformulação do conceito intuitivo de que é mais
curto o caminho ou segmento entre A e B (veja a fig a baixo) que o
caminho de A até C somado ao de C até B.

Em matemática, desigualdade é uma expressão que estabelece uma


relação de ordem entre dois elementos. Nos números reais, esta
relação é representada pelos símbolos, significando, menor, menor ou
igual, maior ou igual, maior, respectivamente.

No conjunto dos números reais, chamamos de desigualdade


triangular, em analogia ao caso da geometria plana a seguinte
expressão envolvendo módulos:

Que dá origem a outras desigualdades:

51
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA


Para a primeira, escreva

Para a segunda,

A terceira é consequência da segunda, trocando os papéis de u e v.

A desigualdade triangular em

Teorema

Em , quaisquer que sejam , tem-se[2] :

Havendo igualdade se e só se forem linearmente dependentes.

Demonstração

Utilizando a desigualdade de Cauchy-Schwarz, prova-se o teorema


facilmente[2] .

Tem-se (utilizando propriedades do produto interno):

(I)

Pela desigualdade de Cauchy-Schwarz aplicada em (I):

Tendo em conta que a norma é um valor não-negativo, segue que:

Q.E.D.

A segunda parte do teorema decorre directamente da aplicação da


desigualdade de Cauchy-Schwarz (atentar no segundo termo do lado
direito da equação).

Sumário

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ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Nesta Unidade Temática analisamos e discutimos os seguintes


assuntos:
Desigualdades da médias e
Desigualdades Triangulares.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)

Respostas:

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

2.
GRUPO 1 (Com respostas detalhadas).
GRUPO-2 (Com respostas sem detalhes)

GRUPO-3 (Exercícios de GABARITO)

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ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

TEMA II: REPRESENTAÇÃO GRÁFICA


Unidade 2.1. Sistema de Coordenadas Cartesiano.
Unidade 2.2. Distância entre Dois Pontos.
Unidade 2.3. A recta.
Unidade 2.4 Posições Relativas de Duas Rectas
Unidade 2.5. Perpendicularidades. .

Unidade Temática 2.1: Sistema de


Coordenadas Cartesiano
Introução

O "Sistema de Coordenadas Cartesianas" é um esquema reticulado


necessário para especificar pontos num determinado "espaço", com n
dimensões.

É chamado de cartesiano em homenagem a seu criador, o matemático


e filósofo francês René Descartes (1596-1650), cujos trabalhos
permitiram o desenvolvimento de áreas científicas como a geometria
analítica, a euclidiana, o cálculo e a cartografia.

Sua contribuição mais duradoura é a geometria analítica, isto é, a


união da geometria com a álgebra, que permite construir gráficos a
partir de equações.

Em 1619, ele percebeu que a idéia de determinar posições utilizando


rectas, escolhidas como referência, poderia ser aplicada à matemática.
Para isso usou rectas numeradas, ou seja rectas em que cada ponto
corresponde a um número e cada número corresponde a um ponto,
definindo desta maneira, um sistema de coordenadas na recta.

Postulado da Régua

Esse postulado nos fornece uma régua infinita que pode ser colocada
em qualquer reta e que pode ser utilizada para medir a distância entre
dois pontos quaisquer.

Os pontos de uma reta podem ser postos em correspondência


biunívoca com os números reais, ou seja:

a cada ponto da reta corresponde


54
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

exatamente um número real,

a cada número real corresponde exatamente um ponto da reta.

A distância entre dois pontos quaisquer será definida como o valor


absoluto da diferença dos números reais a eles associados.

Uma correspondência desse tipo é chamada de sistema de


coordenadas. Assim, o número correspondente a um dado ponto é
chamado de coordenada desse ponto.

Para definir um sistema de coordenadas na reta, escolhe-se um dos


seus pontos como a origem do sistema. A esse ponto, geralmente
denominado pela letra o , é associado o número zero, que será a sua
coordenada. Então, fixa-se uma unidade de medida, por exemplo,
centímetros, e a coordenada de cada ponto (p) da reta, é determinada
pela medida do segmento op, ou seja, desde a origem até o ponto: x1
= op centímetros.

Se, conforme a figura abaixo, o ponto d está à direita da origem, sua


coordenada será od e, portanto, positiva. Por outro lado, se o ponto e
está à esquerda de o, sua coordenada será dada por -oe, sendo
negativa.

Mas, como o plano tem duas dimensões, para localizar os pontos é


necessário dois números. Descartes resolveu este problema usando
duas retas numeradas, perpendiculares, cuja intersecção chamou de
origem.

Comumente, usa-se uma dessas retas, horizontal, com a direção


positiva para a direita que é denominada eixo x ou eixo das abscissas.
A outra reta é vertical com a direção positiva para cima, e é chamada
eixo y, ou eixo das ordenadas, dividindo o plano em quatro regiões,
denominadas quadrantes, indicados no seguinte esquema pelos
números 1, 2, 3 e 4:

55
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Assim, o primeiro quadrante (1) é o conjunto de todos os pontos (x, y)


do plano para os quais x > 0 e y > 0; o segundo quadrante é o conjunto
de todos os pontos (x, y) do plano para os quais X < 0 e y> 0 e assim
por diante.

Portanto, cada ponto P do plano fica associado um par de números (x,


y), que são as coordenadas deste ponto. O número x mede a distância
orientada do ponto P ao eixo y e é chamado abscissa desse ponto, e o
número y mede a distância orientada do ponto P ao eixo x e é a sua
ordenada. Se P tem coordenadas x e y é identificado por P(x, y). Diz-se
que as coordenadas de um ponto formam um par ordenado de
números reais.

É importante lembrar que a ordem na qual as coordenadas são


escritas é importante. Por exemplo, o ponto de coordenadas (1, 2) é
diferente do ponto de coordenadas (2, 1).

Observando o esquema, todo ponto P determina um par ordenado de


números reais e, reciprocamente, todo par ordenado de números
reais (x, y) determina um único ponto do plano. Então, há uma
correspondência biunívoca os pares ordenados de números reais e
entre os pontos do plano. Uma correspondência desse tipo é
denominada um sistema de coordenadas no plano.

O plano, munido deste sistema de coordenadas, geralmente é


chamado plano coordenado ou plano cartesiano e é denotado pelo
símbolo R 2.

Deve-se ressaltar que, para estabelecer um sistema de coordenadas


no plano é necessário:

escolher duas retas de referência que não precisam ser,


necessariamente, ortogonais.

estabelecer o ponto de interseção destas retas será a origem do


sistema de coordenadas.
56
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

estabelecer a unidade de medida a fim de que se possa graduar as


duas retas e indicar claramente esta escala.

Assim, a posição de qualquer ponto do plano será determinada por


um par de números (x, y) os quais indicam as distâncias deste ponto às
retas de referência. Estas distâncias são medidas, usando-se a escala
estabelecida, a partir de retas paralelas às duas retas de referência
que determinam a malha coordenada.

Na mesma época de Descartes, um outro francês, Pierre Fermat


(1601-1665)) também chegou aos mesmos princípios, isoladamente.
Portanto, na realidade, o estabelecimento das bases da Geometria
Analítica deve-se a ambos (René Descarte e Pierre Fermat)..

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Entender e esclarecerr: a origem e necessidade


Objectivos do Sistema de Coordenadas Cartesiano;
específicos
 Cinstruir: o Sistema de Coordenadas Cartesiano;

 Representar e localisar: pontos no plano;

 Conhecer e identificar: as propriedades do


Sistema de Coordenadas Cartesiano;

 Ter domínio: sobre Planos +rimários, cálculo de


normas (distâncias antre pontos quer em 2D,
quer em 3D;

57
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Sistema de coordenadas
cartesiano

Coordenadas cartesianas de alguns pontos do plano.

Chama-se Sistema de Coordenadas no plano cartesiano ou espaço


cartesiano ou plano cartesiano um esquema reticulado necessário
para especificar pontos num determinado "espaço" com dimensões.
Cartesiano é um adjetivo que se refere ao matemático francês e
filósofo Descartes que, entre outras coisas, desenvolveu uma síntese

da álgebra com a geometria euclidiana. Os seus trabalhos permitiram


o desenvolvimento de áreas científicas como a geometria analítica, o
cálculo e a cartografia.

A ideia para este sistema foi desenvolvida em 1637 em duas obras de


Descartes:

 Discurso sobre o método


o Na segunda parte, Descartes apresenta a ideia de
especificar a posição de um ponto ou objecto numa
superfície, usando dois eixos que se intersectam.
 La Géométrie
o onde desenvolve o conceito que apenas tinha sido
referido na obra anterior.

Um sistema de referência consiste em um ponto de orígem, direção e


sentido, isto pode ser obtido de diversas formas, como já tivemos
oportunidade de estudar anteriormente, porém, o sistema de

58
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

coordenadas cartesianas é o mais próximo do mundo real, ele nos

permite observar as formas da maneira mais aproximada possível do


nosso modo de ver o universo.

Propriedades
Com base nestes princípios, imaginemos que o nosso universo é uma
linha, ou seja, imagine se não pudéssemos enxergar mais que uma
direção e dois sentidos, então nessa linha teríamos um ponto de
partida, ao qual chamamos de orígem, ao passo que temos dois lados
para ir, adotamos a convenção em que o sinal nos informa o sentido
em que caminhamos, para a direita -> +, para a esquerda -> -, cada
ponto sobre a reta tem uma distância da orígem, à qual chamamos
amplitude, ou módulo... desta forma, temos o nosso sistema bem
caracterizado. Um sistema de referência como tal é chamado de
sistema em uma dimensão, porém não é algo muito útil, no entanto
se adicionarmos mais uma reta na orígem, formando um ângulo reto
com a reta anterior, poderemos referenciar uma segunda direção,
agora temos um sistema em duas dimensões, que nos permite
localizar um ponto acima e abaixo, além da direita ou esquerda... Se
fizermos a mesma analogia e colocarmos uma terceira reta sobre a
orígem do sistema anterior, fazendo um ângulo reto com ambas as
retas anteriores, poderemos localizar um objeto para frente ou para
trás, além de acima ou abaixo e além da direita e esquerda, então
teremos um sistema em três dimensões.

A convenção mais usada nos sistemas de referência, estabelece que

os sentidos: Para frente, para a direita e para cima são positivos e os


seus opostos são negativos.

Um sistema de coordenadas tridimensionais pode ser obtido através


desta estrutura de três eixos que se interceptam em um único ponto,
ao qual chamamos de origem e que também marca uma distinção
angular entre os eixos, fazendo com que cada um seja reto em relação
aos vizinhos. Nos sentidos positivos coloca-se uma seta para indicar a
progressão crescente dos valores. Num sistema como este cada eixo
recebe o nome associado a variável que é expressa, ou seja, ,
que representam as três direções do sistema.

Localização de pontos

59
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Coordenadas cartesianas

Agora observe o sistema acima, nele podemos observar a distribuição


das variáveis em seus eixos, note que o eixo vertical correspondente à
altura é convencionado como eixo , o horizontal, correspondente à
largura é convencionalmente chamado de eixo , enquanto que o
último, na diagonal, correspondente à profundidade, é chamado de
eixo , cada segmento de eixo partindo da orígem gera um octante,
visto que o sistema tem oito subplanos partindo da origem.

A tripla ordenada no formato , corresponde a um único


ponto no sistema, o qual é encontrado através do reflexo dos valores
nos eixos, da seguinte forma:

Se desejarmos encontrar o ponto localizamos o valor 3 no


eixo , depois o zero no eixo , estes dois valores determinam uma
linha sobre o eixo , depois localizamos o valor 5 no eixo e traçamos
uma subreta paralela à linha que encontramos anteriormente, nesta
altura, no lado oposto ao eixo na direção da subreta está o ponto.

Por outro lado se desejarmos encontrar o ponto


localizamos o valor -5 no eixo , depois o -5 no eixo , estes dois
valores determinam um plano sobre os eixos e , depois localizamos
o valor 7 no eixo e traçamos um subplano paralelo ao plano
anteriormente encontrado, nesta altura, no lado oposto ao eixo , na
direção do encontro das duas subretas que definem o plano, está o
ponto.

Planos primários
Definimos planos primários como o conjunto de pontos sobre o gráfico

60
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

que estão equidistantes dos planos formados por qualquer


combinação de dois eixos.[2]

Suponha que definimos um dos valores da tripla ordenada, por


exemplo:

 ou,
 ou,
 .

Onde é uma constante.

Temos, em cada caso, um plano definido como paralelo ao plano dos


dois eixos restantes, pois qualquer valor que seja dado às demais
variáveis da tripla ordenada será projetado sobre o plano que foi
definido.

Distância entre pontos


Em um sistema bidimensional temos a distância entre dois pontos
definida como:

Para um sistema tridimensional a analogia segue o mesmo raciocínio,


o que nos revela a seguinte fórmula:

Comprovação:

No plano a distância entre os dois pontos do subplano é


, para obter a distância no espaço, precisamos encontrar a
distância ., mais precisamente a distância do ponto extremo,
resultante do encontro dos valores de e , com o valor em . Esta
distância corresponde a , logo:

O que define o seu valor após a substituição de , resultando na


fórmula definida anteriormente.[2]

A esfera
Por definição, a esfera é o conjunto de todos os pontos no espaço que

61
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

estão equidistantes de um ponto específico, ao qual denominamos


centro. Considerando que as coordenadas de qualquer ponto são
e que podemos especificar um ponto de coordenadas
, a distância entre os pontos é:

Definimos , que é o raio da esfera, conseqüentemente:

Quaisquer conjuntos de pontos que constituem uma esfera também


são delimitadores de um espaço no interior da mesma que gera um
volume, o qual pode ser calculado pelo cálculo de volumes com a
técnica de secionamento por Lâminas paralelas;

Sumário

Nesta Unidae Temática 2.1. aprendemos estudar:

 1 Propriedades
o 1.1 Localização de pontos
o 1.2 Planos primários
o 1.3 Distância entre pontos
o 1.4 A esfera

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Sem respostas detalhadas)

62
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Lo Localize os Pontos:

P(-6, 5)

Origem do sistema

P(3, 3/5)

P(41/2, -7)

P(-5,5, -3,3)

Em Quais Quadrantes se Encontram os Pontos?

P(3, 3)

P(-3, -3)

P(-3, 3)

P(3, -3)

P(0, 0)

P(-1, 0)

P(0, -2)

Note que os três últimos pontos não se encontram em nenhum quadrante, pois
eles estão localizados sobre o eixo x, o eixo y, ou sobre a origem do sistema

Unidade 2.2. Distância entre Dois Pontos


Introução

A distância permeia todos os conceitos da geometria analítica, pois

63
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

nesta área da matemática temos a relação de elementos geométricos


com os algébricos, e o elemento básico da geometria é o ponto.

Um dos conceitos básicos que vimos na geometria é que a menor


distância entre dois pontos é dada por uma reta, contudo, na
geometria analítica esses pontos recebem coordenadas no plano
cartesiano e por meio dessas coordenadas podemos encontrar o valor
da distância entre dois pontos.

Nesta Umnidade Temática 2.2 com dissemos, nos debruçaremos mais


sobre disância entre dois pontos.
Portanto, teremos que a distância entre os pontos A e B será a medida
do segmento que tem os dois pontos como extremidade. Por se tratar
de dois pontos quaisquer, representaremos as
coordenadas desses pontos de maneira genérica.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Rever e Consolidar: Conceitos de menor distância entre pontos, entre um


Objectivos ponto e um Plano e entre um ponto e uma recta;
específicos
 Organizar: um sistema de controle adequado à empresa;

 Demonstrar: com base nos registros realizados, expor periodicamente por


meio de demonstrativos, a situação econômica, patrimonial e financeira da
empresa;

 Analisar: os demonstrativos financeiros com a finalidade de apuração dos


resultados obtidos pela empresa;

 Acompanhar: a execução dos planos econômicos da empresa, prevendo os


pagamentos a serem realizados, as quantias a serem recebidas de terceiros e
alertando para eventuais problemas;

 Entender e aplicar na prática os princípios e natureza da contabilidade


Geral;

Distância entre Dois Pontos

64
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Dado o plano cartesiano, vamos estabelecer a distância entre os


pontos A e B.

Podemos observar que os pontos possuem coordenadas, sendo o


ponto A (xa,ya) e B (xb,yb), note a formação do triângulo retângulo ABC,
onde os lados BC: cateto, AC: cateto e AB: hipotenusa.

Verificamos que a distância entre os pontos A e B é a hipotenusa do


triângulo retângulo, que pode ser calculada aplicando o Teorema de
Pitágoras. Com o auxílio da Álgebra e de conhecimentos geométricos
podemos generalizar e construir uma fórmula que determine a
distância entre dois pontos no plano, conhecendo suas coordenadas.

Cateto BC: yb – ya
Cateto AC: xb – xa
Hipotenusa AB: distância (D)

Pelo Teorema de Pitágoras temos: “o quadrado da hipotenusa é igual


à soma dos quadrados dos catetos”

Exemplo 1

Dados os pontos A (2,-3) e B (4,5), determine a distância entre eles.

xa: 2
xb: 4
ya: -3
yb: 5

65
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Exemplo 2

Calcule a distância entre os pontos P(-2,3) e Q(-5,-9).

xa: -2
xb: -5
ya: 3
yb: -9

Sumário

Nesta Unidade Temática 2.2 estudamos:

Distância entre dois pontos

66
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)

67
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Represente no plano cartesiano, os seguintes pontos:


a) A(1,3) c) C(0,4)
b) B(-1,-2) d) D(2,0)

RESPOSTAS

a) b) c) d)

Distância entre dois pontos

2) Calcule a distância entre os seguintes pares de pontos:


a) (2,3) e (2,5) c) (0,6) e (1,5)
b) (2,1) e (-2,4) d) (6,3) e (2,7)

RESPOSTAS

a) b)

c) d)

68
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Ponto Médio

3) Calcule o ponto médio do segmento AB nos seguintes casos:


a) A(2,6) B(4,10) c) A(3,1) B(4,3)
b) A(2,6) B(4,2) d) A(2,3) B(4,-2)

RESPOSTAS
a) b)

c) d)

Baricentro de um Triângulo

4) Determine as coordenadas do baricentro do triângulo de vértices:


a) A(3,1); B(2,6); C(4,2) b) A(1,0); B(-2,4); C(3,-5)

RESPOSTAS

a) b)

69
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Área de um Triângulo

5) Determine a área do triângulo ABC nos casos:


a) A(1,-1) B(2,1) C(2,2)
b) A(3,4) B(-2,3) C(1,1)

(Sem respostas). Tente encontrar resposta sem ajuda explícita.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Respostas detalhes)

1. Calcule a distância entre os pontos A(-2,3) e B(1,5).


2) Se um ponto P do eixo das abscissas é equidistante dos pontos A(1,4) e B( -
6,3), a abscissa de P vale:
a) -2
b) -1
c) 0
d) 1
e) 3
3) A distancia entre os pontos A( -2,y) e B(6,7) é 10. O valor de y é
a) -1
b) 0
c) 1 ou 13
d) -1 ou 10
e) 2 ou 12

4) Um ponto material móvel desloca-se no plano


cartesiano e suas coordenadas variam em função do tempo t (t ≥0). A distância
percorrida pelo ponto material móvel entre o ponto A para t = 0 e o ponto B
para t = 6, é:

70
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Unidade 2.3. A Recta


Introução

Entre os pontos de uma recta e os números reais existe uma


correspondência biunívoca, isto é, a cada ponto de recta corresponde
um único número real e vice-versa.
Considerando uma recta horizontal x, orientada da esquerda para
direita (eixo), e determinando um ponto O dessa recta ( origem) e um
segmento u, unitário e não-nulo, temos que dois números inteiros e
consecutivos determinam sempre nesse eixo um segmento de recta
de comprimento u:

Medida algébrica de um segmento


Fazendo corresponder a dois pontos, A e B, do eixo x os números
reais xA e xB , temos:

A medida algébrica de um segmento orientado é o número real que


corresponde à diferença entre as abscissas da extremidade e da
origem desse segmento.

Plano cartesiano
A geometria analítica teve como principal idealizador o filósofo
francês René Descartes ( 1596-1650). Com o auxílio de um sistema de
eixos associados a um plano, ele faz corresponder a cada ponto do
plano um par ordenado e vice-versa.
Quando os eixos desse sistemas são perpendiculares na origem, essa
correspondência determina um sistema cartesiano ortogonal ( ou
plano cartesiano). Assim, há uma reciprocidade entre o estudo da
geometria ( ponto, reta, circunferência) e da Álgebra ( relações,
equações etc.), podendo-se representar graficamente relações
algébricas e expressar algebricamente representações gráficas.

71
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Definir: e representar geométrica e


Objectivos analiticamente uma recta;
específicos
 Identificar: os deferentes tipos de rectas;

 Identificar: recta(s) na vida real;

A recta

A recta, como o meu professor dizia, é um ponto em movimento.

O que são os traços da recta?


O traço frontal de uma recta (ponto F) é o ponto onde a recta
intersecta o Plano Frontal de Projecção, e o traço horizontal (ponto H)
é o ponto onde a recta intersecta o Plano Horizontal de Projecção.
O que são os pontos notáveis de uma recta?
O ponto Q é o ponto onde a recta intersecta com o β1/3, o ponto I é o
ponto onde a recta intersecta o β2/4.

Alfabeto da Recta

72
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

A recta de nível ou horizontal é paralela ao Plano Horizontal de


Projecção,o que significa que não tem traço horizontal, e obliqua ao
Plano Frontal de Projecção. A sua projecção frontal (n2) fica paralela a
x.
Todos os pontos dessa recta estão na mesma projectante frontal, isto
é, todos os pontos têm a mesma cota.

A recta frontal ou de frente é paralela ao Plano Frontal de Projecção, o


que significa que não tem traço frontal, e obliqua ao Plano Horizontal
de Projecção. A sua projecção horizontal (f1) fica paralela a x.
Todos os pontos pertencentes à recta estão na mesma projectante
horizontal, isto é, têm o mesmo afastamento

A recta fronto-horizontal é duplamente paralela, ou seja, é paralela ao


Plano Horizontal e Frontal de Projecção, o que significa que esta recta
não tem traço horizontal nem traço frontal. As duas projecções são
paralelas a x. Os pontos pertencentes à recta estão na mesma
projectante frontal e horizontal, pois, têm todos o mesmo
afastamento e a mesma cota, o que muda é a abcissa.

73
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

A recta de topo é paralela ao Plano Horizontal de Projecção, o que


significa que não tem traço horizontal, e perpendicular ao Plano
Frontal de Projecção. A projecção horizontal da recta é perpendicular
a x e a projecção frontal é um ponto. Todos os ponto pertencente a
recta estão na mesma projectante frontal, ou seja, têm todos a mesma
cota.

A recta vertical é paralela ao Plano Frontal de Projecção, o que


significa que não tem traço frontal, e perpendicular ao Plano
Horizontal de Projecção. A sua projecção frontal fica perpendicular a x
e a projecção horizontal é um ponto. Todos os pontos nesta recta têm
o mesmo afastamento porque estão na mesma projectante horizontal.

A recta obliqua é obliqua aos Planos de Projecção,o que significa que


tem os dois traços, tanto o frontal como o horizontal. Ambas as
projecções da são obliquas a x.

74
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

A recta de perfil é obliqua aos Planos de Projecção e paralela ao Plano


de Perfil, tem o traço horizontal como o traço frontal da recta. Tem as
suas projecções são coincidentes e perpendiculares ao eixo x. Não fica
definida somente pelas suas projecções, precisamos das projecções de
dois pontos.

A recta passante obliqua é obliqua ao Plano de Perfil. A recta passa


pelo eixo x, o que significa que os traços e os pontos notáveis da recta
estão todos em x, e ambas as projecções da recta intersectam em x.

Igual à recta passante obliqua, só que esta é paralela ao Plano de


Perfil.
A Recta na vida real

75
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Se considerarmos a parede da frente o nosso Plano Frontal de


Projecção, então a recta a (verde) é uma recta frontal, a recta b
(vermelha) é uma recta vertical e a recta c (azul) é uma recta fronto-
horizontal.

Se a parede da frente for considerada o nosso Plano Frontal de


Projecção e a parede lateral for o nosso Plano de Perfil de Projecção,
então a recta a (azul) é uma recta fronto-horizontal, a recta b (verde) é
vertical e a recta p (vermelha) é de perfil.

76
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

A recta azul é uma recta obliqua e a laranja é uma recta de perfil.

Como saber se um ponto pertence á recta?


Para um ponto pertencer a uma recta tem obrigatoriamente de a
projecção 1 do ponto estar sob a projecção 1 da recta e a projecção 2
do ponto estar sob a projecção 2 da recta.

O Ponto H, F e B são os únicos pontos pertencentes à recta, porque o


ponto A, tem as projecções contrárias as projecções da recta, o ponto
C só a projecção frontal é coincidente com a projecção frontal da recta
e o ponto D, só a projecção horizontal é coincidente com a projecção
horizontal da recta.

Regra:
As projecções do mesmo nome do Ponto têm de pertencer às
projecções do mesmo nome da Recta.

Como achar os traços e os pontos notáveis da recta?

77
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Se seguirmos a projecção 1(horizontal) da recta quando ela intersecta


x encontramos aí o F1, fazemos linha de chamada prependicular a x e
quando intersectar a projecção 2 (frontal) temos F2. Se fizermos o
mesmo com a projecção frontal, quando intersectar x, temos H2.
Quando as duas projecções da recta se intersectam, temos aí o ponto
I. Se unirmos de H1 a F2 teremos uma linha que quando intersectar x
temos o Q0, desse modo, fazemos uma linha de chamada
prependicular a x, onde a linha de chamada intersectar a2, termos,
então, Q2, e quando intersectar a1, temos Q1.

Outra maneira de determinar o Q

Normalmente, para acharmos o ponto Q, unimos H1 a F2, e quando a


recta não tem um dos traços? Por exemplo, nas rectas de nível,
calculamos o ângulo que a projecção horizontal faz com o eixo
x,e traçamos uma linha auxiliar com o mesmo ângulo para cima, onde
a linha auxiliar intersectar a projecção frontal, temos Q2.

O que acontece quando uma recta não tem Q?

78
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Por exemplo, uma recta passante, que tenha as projecções a fazerem


o mesmo ângulo com x, significa que não tem Q, ou melhor, esta recta
pertence ao β1/3.
Quando não tem Q, significa que a recta ou pertence ao β1/3, ou é
paralela a ele.

Que acontece quando a recta não tem I?

Uma recta tem as projecções paralelas entre si, significa que só se irão
cruzar no infinito (nunca), ou seja, a recta não tem ponto I, significa
que ou a recta pertence ao β2/4 ou é paralela a ele,como no exemplo
acima.

Rectas Paralelas
Duas rectas para serem paralelas têm de obrigatoriamente ter as
projecções do mesmo nome paralelas entre si.

79
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Rectas concorrentes
Duas rectas para serem concorrentes têm de ter um ponto em
comum.

80
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Rectas Ortogonais
Por exemplo, numa recta de nível, olhamos para a projecção
horizontal e parecem concorrentes, mas depois olhando para a
projecção frontal vemos que elas não se cruzam realmente, pois
possuem cota diferente.
Isto é, duas rectas ortogonais, são aquelas que vistas numa projecção
parece que fazem um ângulo de 90º(somente são ortogonais se
fizerem 90º) e na realidade não se tocam.

E nas rectas frontais:

Como definir o percurso da recta?

81
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Fazendo duas rectas paralelas a x, puxasse as linhas auxiliares dos


traços e dos pontos notáveis da recta. Na linha de cima insere-se os
diedro, na linha de baixo os octantes. No final carregasse a recta que
está no I diedro.

Sumário

Nesta Unidade Temática 2.3. estudamos:


A Recta;
Alfabeto da Recta:
A Recta Frontal;
A Recta Fronto-Horizontal;
A Recta do topo
Recta na vida Real

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO 2 (Respostas sem detalhes)

82
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

01. (FEI) As retas 2x - y = 3 e 2x + ay = 5 são perpendiculares. Então:

a) a = -1
b) a = 1
c) a = -4
d) a = 4
e) n.d.a.

02. Determinar a reta perpendicular a 2x - 5y = 3 pelo ponto P(-2; 3).

03. (USP) A equação da reta que passa pelo ponto (3; 4) e é paralela à bissetriz do
2° quadrante é:

a) y = z - 1
b) x + y - 7 = 0
c) y = x + 7
d) 3x + 6y = 3
e) n.d.a.

04. Determinar o ponto B simétrico de A(-4; 3) em relação à reta x + y + 3 = 0.

05. Determinar a reta perpendicular à reta de equação x + 2y - 3 = 0 no seu ponto


de abscissa igual a 5.

06. Determinar a equação da mediatriz do segmento de extremos A(-3; 1) e B(5;


7).

07. As retas (r) 2x + 7y = 3 e (s) 3x - 2y = -8 se cortam num ponto P. Achar a


equação da reta perpendicular a r pelo ponto P.

08. As retas 3x + 2y - 1 = 0 e -4x + 6y - 10 = 0 são:

a) paralelas
b) coincidentes
c) perpendiculares
d) concorrentes e não perpendiculares
e) n.d.a.

83
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

09. (USP) A equação da reta passando pela origem e paralela à reta determinada
pelos pontos A(2; 3) e B(1; -4) é:

a) y = x
b) y = 3x - 4
c) x = 7y
d) y = 7x
e) n.d.a

10. Os pontos P(x, y) tais que | x | + | y | = 4 constituem:

a) um par de retas
b) um par de semi-retas
c) o contorno de um quadrado
d) quatro retas paralelas
e) o contorno de um triângulo

Respostas/Resolução:

01. D

02. D

03. B

04. B = (-6; 1)

05. 2x - y - 11 = 0

06. 4x + 3y - 16 = 0

07. 7x - 2y + 16 = 0

08. C

09. D

10. C

84
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Unidade Temática 2.4. Posição Relativa de duas


Rectas.
Introução

As figuras planas e espaciais são formadas pela intersecção de retcas e


planos pertencentes ao espaço. Dentre as posições relativas, podemos
destacar:

Posição relativa entre duas rectas

Nesta Unidade Temática iremos analizar e discutir casos de duas


rectas distintas a assumirem as seguintes posições relativas no espaço:

Rectas paralelas: duas rectas são paralelas se pertencerem ao mesmo


plano (coplanares) e não possuírem ponto de intersecção ou ponto em
comum.

Rectas coincidentes: pertencem ao mesmo plano e possuem todos os


pontos em comum.

Rectas concorrentes: duas retas concorrentes possuem apenas um


ponto comum. Não é necessário que pertençam ao mesmo plano.

85
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Identificar elemento visual: linha e formas geométricas;

Objectivos  Explorar: os termos rectas paralelas e rectas perpendiculares;


específicos
 Identificar: rectas na victa real, profissional, nas obras de engenharia
(estrada, pontes, edifícios, etc);

 Construir: desenhos utilizando as formas geométricas;

 Identificar: a localização em mapas;

Posições relativas de duas Rectas


Considere duas rectas distintas do plano cartesiano:

Podemos classificá-las como paralelas ou concorrentes.

Rectas Paralelas

As retas r e s têm o mesmo coeficiente angular.

Assim para r//s, temos:

86
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Rectas Concorrentes

As retas r e s têm coeficientes angulares diferentes.

Assim para r e s concorrentes, temos:

Rectas Perpendiculares/Ortogonais

É um caso particular de reta concorrente. Duas retas são ditas


perpendiculares quando os seus coeficientes angulares são tais que:

Sumário

Nesta Unidade Temática 2.4. estudamos:


1. Rectas Paralelas e;
2. Rectas Concorrentes

87
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Exercícios (Com Respstas)

1. Verifique o posicionamento da reta r, dada pela equação 2x + y – 1 = 0


em relação à circunferência de equação x² + y² + 6x – 8y = 0.

2. Dada a reta s representada pela equação 2x – y + 1 = 0 e a circunferência


de equação
x² + y² – 2x = 0, determine a posição relativa entre elas.

3. Determine o valor de w sabendo que a reta de equação x – y + w = 0 é


tangente à circunferência de equação x² + y² = 9.

4. Determine o comprimento da corda determinada pela intersecção da


reta r, de equação x + y – 1 = 0, com a circunferência de equação x² + y² +
2x + 2y – 3 = 0.
5. A distância entre os pontos de intersecção da reta com a circunferência
x² + y² = 400 é:

a) 16√5
b) 4√5
c) 3√3
d) 4√3
e) 5√7

6. O valor de k que transforma a equação x² + y² – 8x + 10y + k = 0 na


equação de uma circunferência de raio 7 é:

a) –4
b) –8
c) 5
d 7
e) –5

Resposta Questão 1

Determinar as coordenadas do centro da circunferência é a medida do


raio:

x² + y² + 6x – 8y = 0

88
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

x² + 6x + y² – 8y = 0

x² + 6x → completando o trinômio
x² + 6x + 9 = (x + 3)²

y² – 8y → completando o trinômio
y² – 8y + 16 = (y – 4)²

x² + 6x + y² – 8y = 0
x² + 6x + 9 + y² – 8y + 16 = 9 + 16
(x + 3)² + (y – 4)² = 25

A fórmula geral de uma equação da circunferência é dada por (x – a)² + (y –


b)² = r², dessa forma:

Coordenadas do centro: (–3; 4)


Medida do raio: 5

Determinando a distância entre o centro e a reta


Reta r: 2x + y – 1 = 0

Temos que a distância é menor que o raio, pois 1,3 < 5. Dessa forma, a
recta é secante à circunferência.

Resposta Questão 2

Vamos estabelecer um sistema entre as duas equações:

Reta: 2x – y + 1 = 0
Circunferência: x² + y² – 2x = 0

Resolvendo o sistema pelo método da substituição:

Isolando y na 1ª equação:

89
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

2x – y + 1 = 0
– y = –1 – 2x
y = 1 + 2x

Substituindo y na 2ª equação:

x² + (1 + 2x)² – 2x = 0
x² + 1 + 4x + 4x² – 2x = 0
5x² + 2x + 1 = 0

∆ = b² – 4ac
∆ = 2² – 4 * 5 * 1
∆ = 4 – 20
∆ = –16

Quando ∆ < 0, a equação não possui raízes. Dessa forma o sistema não
possuirá soluções. Portanto, a reta é externa à circunferência.

 Resposta Questão 3

Se a reta é tangente à circunferência, temos que a distância do centro até


a reta possui a mesma medida do raio.

Em razão da equação x² + y² = 9, podemos dizer que o centro corresponde


a (0; 0) e o raio igual a 3, pois x² + y² = 9 → (x + 0)² + (y + 0)² = 3².

Distância do centro (0; 0) à reta x – y + w = 0, onde a = 1, b = –1 e c = w:

Calculando w de acordo com d = r:

O valor de w é igual a + 3√2 ou –3√2.

 Resposta Questão 4

90
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

AB = medida da corda
CM = distância entre centro e reta
AM = metade da medida da corda → AB/2.

No triângulo AMC aplicaremos o teorema de Pitágoras, mas para isso


precisaremos determinar a distância CM e o raio da circunferência, dado
por CA.

Centro da circunferência

x² + y² + 2x + 2y – 3 = 0
x² + 2x + y² + 2y = 3
x² + 2x + 1 + y² + 2y + 1 = 3 + 1 + 1
(x + 1)² + (y + 1)² = 5

Centro (–1, –1) e raio = √5.


Reta: x + y – 1 = 0

91
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

A medida da corda AB de acordo com a situação proposta é AB = √2.

 Resposta Questão 5

Resolver o sistema de equações:

Simplificando a 1ª equação:

92
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Substituindo x na 2ª equação:

x² + y² = 400
x² + (20 – 2x)² = 400
x² + 400 – 80x + 4x² ¬– 400 = 0
5x² – 80x = 0
5x * (x – 16) = 0

5x = 0
x’ = 0

x – 16 = 0
x’’ = 16

Para x = 0, temos:

y = 20 – 2x
y = 20 – 2*0
y = 20

(0; 20)

Para x = 16, temos:

y = 20 – 2x
y = 20 – 2 * 16
y = 20 – 32
y = – 12

(16; –12)

Os pontos de intersecção são (0; 20) e (16; –12).

Determinando a distância entre os pontos:

93
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Resposta item a.

 Resposta Questão 6

x² + y² – 8x + 10y + k = 0

Encontrar a equação reduzida (completar os trinômios)

x² – 8x + y² + 10y = –k
x² – 8x + 4 + y² + 10y + 25 = – k + 4 + 25
(x – 4)² + (x + 5)² = –k + 41

Temos que o raio será dado por:


–k + 41 = 7²
–k = 49 – 41
–k = 8
k=8
Resposta: alternativa b.

Unidade 2.5. Perpendicularidades.


Introução

94
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Publicado por: Danielle de Miranda em Geometria de posição e


poliedros 0 comentário.
Dentre as posições relativas entre planos e retas, destaca-se a
perpendicularidade que assume algumas características que a difere
das outras posições.

Cada uma dessas relações de perpendicularidade está ilustrada


abaixo:

Perpendicularidade entre rectas

Duas retas distintas pertencentes ao mesmo plano ou não serão


perpendiculares se formarem um ângulo reto no seu ponto de
encontro.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Definir: rectas perpendiculares;


Objectivos
 Reconhcer: e criar gráficos e equações de rectas perpendiculares
específicos
 Entender, Identificar e aplicar na prática: a perpendicularidade entre rectas
e planos e entre Planos;

Perpendicularidade

Perpendicularidade.
Em geometria, perpendicularidade é uma noção que indica se dois
objectos (rectas, Planos, etc) fazem entre si um ângulo de 90º
(Observe a figura a baixo).

95
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

• Perpendicularidade entre plano e reta

Um plano α será perpendicular a uma reta t se todas as retas


pertencentes a esse plano α e concorrentes a essa reta t (tiver um
ponto comum) forem perpendiculares à reta t.

• Perpendicularidade entre planos

Dois planos serão perpendiculares se um deles contiver uma reta que


seja perpendicular ao outro plano.

96
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Sumário

Nesta Unidade Temática 2.5. estudamos


1. Perpendicularidade;
2. Perpendicularidade entre Plano e Recta e;
3. Peprpendicularidade entre Planos

97
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

EXERCÍCOS GRUPO 2 (Com respostas).

 Questão 1
 Encontre a equação da recta s, perpendicular à reta t: 2x + 3y – 4 =0,
sabendo que ela passa pelo ponto P(3,4).

 Questão 2

Considere no plano cartesiano uma recta r de equação 3x + 5y +1 =0 e


um ponto Q de coordenadas (5,5). Determine a equação da recta s
perpendicular a r passando por Q.

 Questão 3

Prove que as retas s: x + 2y – 1 = 0 e r: 4x – 2y +12 = 0 são


perpendiculares.

 Questão 4

Encontre a equação da reta t que passa pelo ponto X(-1,8) e é


perpendicular à bissetriz dos quadrantes ímpares.

 Questão 5

Prove que a bissetriz dos quadrantes ímpares é perpendicular à bissetriz


dos quadrantes pares.

Respostas

98
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

 Resposta Questão 1

 Resposta Questão 2

99
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

 Resposta Questão 3

 Resposta Questão 4

 Resposta Questão 5

100
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

TEMA III: FUNÇÕES


Unidade 3.1. Funções
Unidade 3.2 Gráficos de Funções
Unidade 3.3. Propriedades de Funções.

Unidade Temática 3.1. Funções.

Introução

Função é um dos conceitos mais importantes da matemática. Existem


várias definições, dependendo da forma como são escolhidos os
axiomas. Uma relação entre dois conjuntos, onde há uma relação
entre cada um de seus elementos.
Uma função é uma aplicação entre conjuntos, de partida e de
chegada. As funções descrevem fenómenos numéricos e podem
representar-se através de gráficos sobre eixos cartesianos. O gráfico
de uma função permite ver, muito facilmente, toda a sua evolução.
Porém, por vezes, pode ser mais cómodo trabalhar com a equação
(expressão analítica) ou fórmula da função, já que com ela temos à
nossa disposição o conjunto de operações que devemos aplicar à
variável independente, normalmente representada por x, para obter a
variável dependente, normalmente representada por y.
Podemos, então, imaginar que uma função é uma máquina em que
introduzimos um número x do conjunto de partida, dela saindo o
número f(x) o mesmo que y.
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

101
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

 Definir: entender e interpretar funções de reais de variável real;


Objectivos
específico  Representar : graficamente funções;

 Fazer operações: com funções;

 Fazer: Composição de funções;

 Fazer: inversão de funções;

 Entender e aplicar na prática: o conceito de função pá e ímpar;

Funções
Uma função é uma aplicação entre conjuntos numéricos. Para indicar
que entre dois conjuntos A e B há uma função utilizaremos a notação:

f:A B

Existem várias formas de expressar uma função:

y = ax + b

f (x) = ax + b

entre outras.

Se f for uma função e f(x) = y, diremos que y é a imagem de x pela


função e que x é o original, anti-imagem ou objecto de y pela função.

Em toda a função entre dois conjuntos A B os elementos do


conjunto A recebem o nome de variável da função.

Exemplificando, tomemos a função:

f : IN Z

f(x) = 5x + 2

f (2) = 5.2 + 2 = 12; 12 IN

102
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

diremos que 12 é a imagem de 2, e que 2 é o objecto ou anti-imagem


de 12.

Funções Reais de Variável Real


Uma função real de variável real é uma função em que tanto os
elementos do conjunto de partida ou conjunto dos objectos como os
do conjunto de chegada ou conjunto imagem são números reais, isto
é, pertencem ao conjunto IR, e representa-se por:

f : IR IR

As funções f(x) = x + 3, f(x) = x2 + 2x + 1, f(x) = 3x + 1/2, são


exemplos de funções reais de variável real. Se dermos a x um valor
real, ao realizar as operações obteremos sempre um número real f(x).

Pode acontecer que nem todos os números reais tenham imagem


pela função. O conjunto formado pelos números reais que têm
imagem chama-se domínio. Em geral, uma função real de variável real
tem a seguinte expressão:

f:A R

sendo A um subconjunto de R, que irá corresponder ao domínio da


função.

Representação Gráfica de uma Função


Dado que o conjunto dos números reais se pode representar sobre
uma recta, o método de coordenadas cartesianas serve para
representar funções.

103
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Observemos os gráficos das figuras. Como podemos observar, a


variável independente x é representada sobre o eixo das abcissas e a
variável dependente y sobre o eixo das ordenadas.

Operações com Funções


1. Produto de uma função por um número real

(kf )(x) = k * f(x)

O produto é uma nova função, de forma que a cada valor de x

104
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

corresponde k vezes o valor de f.

Exemplo:

f:R R

f(x) = 3x + 2

5f : R R

(5f)(x) = 5 * f(x) =

= 5 * (3x + 2) = 15x + 10

Soma de funções
Temos f(x) = 2x + 2 e g(x) = - x - 1. Se somarmos membro a membro
obtemos:

f(x) + g(x) = (2x + 2) + (-x - 1) = 2x - x +2 -1 = x + 1

(f + g) (x) = x + 1

Vamos verificar o que obtivemos:

f(1) = 2 * 1 + 2 = 4

g(1) = - (1) - 1 = -1 - 1 = -2

f(1) + g(1) = 4 + (-2) = 4 - 2 = 2

(f + g) (1) = (1) + 1 = 2

105
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Vemos que, para cada objecto x, somando as respectivas imagens de


f(x) e de g(x) obtemos exactamente o mesmo valor que obtemos ao
calcular

(f + g) (x).

Então, em geral, podemos escrever:

(f + g) (x) = f(x) + g(x)

Produto de funções
Seguindo o mesmo procedimento que para a soma de funções,
considerando f(x) = x e g(x) = -x + 2, o produto das funções será:

(f * g) (x) = f(x) * g(x) = x*(-x + 2) = -x2 + 2x

(f * g) (x) = -x2 + 2x

Verificamos que:
f(1) = 1
g(1) = - (1) + 2 = -1 + 2 = 1
f(1) * g(1) = 1 * 1 = 1
(f * g) (1) = -(1)2 + 2 * 1 = -1 + 2 = 1
Vemos que, de forma análoga ao que
ocorre com a soma de duas funções, para
cada objecto x, multiplicando as respectivas
imagens de f(x) e de g(x) obtemos
exactamente o mesmo valor que obtemos ao
calcular (f * g) (x).

106
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Em geral, escrevemos:

(f * g) (x) = f(x) * g(x)

Composição de funções
A composição de uma função f com outra função g é uma nova
função, representada por g º f, definida por:

(g ° f) (x) = g [f(x)]

Primeiro determinamos f(x) e o resultado obtido é o objecto para a


função g. Exemplificando, seja f(x) = x + 1 e g(x) = x2 , temos (g ° f) (x) =
g [f(x)] =g [x + 1] = (x + 1)².

Mas atenção, é diferente se tivermos: (f ° g) (x) = f [g(x)] = f [x²] = x²


+ 1.

Inverso da função e função inversa


Quando temos uma função f, tal que para qualquer x do domínio
verificamos que f(x) 0, podemos dizer que existe o inverso da
função de f, e representamo-la por 1/f. Podemos ver um exemplo
representado na figura seguinte:

107
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Se f for uma função injectiva, a função inversa de f é uma nova


função, que se representa por , em que os objectos são as
imagens dadas por f.

Seja f a função definida por y = 3x - 5, a expressão que define


determina-se resolvendo a equação y = 3x - 5 em ordem a x:

y = 3x - 5 <=> 3x = y + 5< => x = (y + 5)/3

logo vem:

O domínio da função inversa é o contradomínio ou conjunto das


imagens da função f. O gráfico da função inversa é simétrico do gráfico
de f em relação à bissectriz y = x.

108
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Função par e função ímpar


Damos o nome de função par à que é simétrica em relação ao eixo
das ordenadas, ou seja, que verifica:

f(-x) = f(x)

O gráfico de uma função par fica determinado se conhecermos a


forma que assume para os números positivos. Para visualizar este
facto vejamos as

seguintes figuras:

Damos o nome de função ímpar à função que é simétrica em relação à


origem das coordenadas, ou seja, quando se verifica que:

f(-x) = - f(x)

O gráfico de uma função ímpar fica determinado se conhecermos a


forma que assume para valores positivos. Vejamos as figuras:

109
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Função linear e função afim


As funções da forma f(x) = kx são chamadas funções lineares ou
função de proporcionalidade, onde k é uma constante numérica e nos
dá o declive da recta. O gráfico deste tipo de funções é uma recta que
passa pelo centro de coordenadas (0,0).

As funções da forma f(x) = kx + p recebem o nome de funções afins.


O seu gráfico é uma recta que não passa pelo centro de coordenadas
(0,0) e é paralela à correspondente função linear g(x) = kx. p é a
ordenada na origem ou ponto de intersecção da recta com o eixo das
ordenadas.

110
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

As funções lineares e afins são chamadas funções polinomiais do


primeiro grau.

Sumário

Nesta Unidade Temática 3.1. estudamos:


1. Conceito de função;
2. Representação gráfica de função;
3. Operações com funções;
4. Função inversa;
5. Função par e ímpar;
6. Função linear e função a fim

Exercícios de AUTOAVALIÇÃO

GRUPO-2 (Com respostas)

111
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

1) Dada a função , definida pela fórmula f(x)=2x²+1. Determine a sua imagem:

Resolução:
Neste exercício, o domínio é dado, e é D={-3, 2, 0, } e o contradomínio são
todos números reais. Como já estudamos, a imagem de um número é o
elemento pertencente ao contradomínio que se encontra no conjunto de
chegada, está relacionado à este número, e para achar estes número devemos
aplicar sua lei de formação (a expressão analítica):
- a imagem do -3 é também representada por f(-3), e f(-3)=2.(-3)² +1,
então f(-3)=19
- f(2)=2.(2)²+1, então f(2)=9
- f(0)=2.(0)²+1, então f(0)=1
- f( )=2.( )²+1, então f( )=11

Agora que já achamos as imagens de todos pontos do domínio, podemos dizer


que o conjunto imagem desta função é Im={19, 9, 1, 11}

2) Dado o esquema abaixo, representando uma função de "A" em "B",


determine:

a) O Domínio:

b) A imagem

c) f(5)

d) f(12)

Resolução:

a) Como vimos nas lições, o conjunto em que as flechas saem, é o conjunto


Domínio, esta é barbada
D={5, 12, 23}.

b) Conjunto Imagem é todos os elementos do contradomínio (conjunto "B") em


que há relacionamento com o Domínio, então:
Im={7, 14, 25}

c) Nunca esquecendo que, perguntar qual a f(5) é a mesma coisa que perguntar
qual a imagem do ponto 5.
f(5)=7

d) Como no exercício anterior: f(12)=14.

112
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

03 -Um táxi começa uma jornada, partindo da baixa da Cidade da Beira para o
Aeroporto, com o taxímetro a marcar 40,00MT. Cada quilômetro andado custa
30,00MT. Se ao final da jornada (chegado no Aeroporto Internacional da Beira),
o passageiro pagou 720,00MT, a quantidade de quilômetros percorridos foi de:
a)26
b)11
c)33
d)22
e)32

Resolução: A função será y = f(x) = 30x + 40, onde y (preço a ser pago) está em
função de x (número de quilômetros anddados)
y = 30x + 40

Se o passagéiro pagou 720,MT esse é o y, assim encontramos o número de


quilômetros rodados x:
720 = 30x + 40
 30x + 40 = 720
30x = 720 – 40 = 730
720
 x=  22  x = 22
30

Agora é só completar: a resposta correcta está na alínea ----------- Isso. Vê que


não custa para quem estuda?

04 - As figuras abaixo representam gráficos de funções do tipo y = ax + b

Considere as afirmações:

I. na figura 1 , temos b = 0;
II. na figura 2 , temos a < 0 e b≠0;
III. na figura 3, temos a > 0 e b < 0;
IV. na figura 4, temos a = 0;
V. as figuras 2 e 3 representam gráficos de funções decrescentes;
As afirmações verdadeiras são:
a) I, II e IV
b)II e III
c)II, IV V
d)I e II

113
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

e)II, III, IV e V

Resolução:
Item I
Verdadeiro. O b é ponto onde a reta corta o eixo y.

Item II
Verdadeiro. A função é decrescente, então a<0, e a reta não passa na origem,
então b é diferente de 0.

Item III
Falso. A função é crescente mais corta o eixo y acima do eixo x, então temos b>0.

Item IV
Verdadeiro. Neste caso a função é constante, qualquer valor pra x resulta o
mesmo y, que é o valor do coeficiente linear b.

Item V
Falso, na figura II o gráfico é decrescente e na figura III é crescente.

Gabarito Letra: A

114
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

04 - (UFSM 2011) Em relaç5 5. Observe o gráfico abaixo, considerando 2007 como x = 1, 2008 como x = 2 e ssim, sucessivame
afim y = ax + b que me assim sucessivamente, a função afim y = ax + b que melhor expressa a

evolução das notas em Matemática do grupo II é

Resolução:
Temos dois pontos na recta II, é o que precisamos para determinar a função. Um dos

pontos é (1, 70) e o outro é (3, 65).

y = ax + b
70 = a + b
70 - a = b

y = ax + b
65 = 3a + b
65 = 3a + 70 - a
65 - 70 = 2a
-5 = 2a

115
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

5
a= 
2

b = 70 - a
b = 70 - (-5) / 2

Resposta: alínea B

b = 140 / 2 + 5 / 2
b = 145 / 2

y = -5

116
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Unidade Temática 3.2. Gráficos de Funções.


Introução

Sob um ponto de vista operacional, como dissemos na Unidade


Temática 3.1. anterior, uma função pode ser considerada com um
conjunto de pares ordenados (x.y), criados de acordo com
determinado critério; plotados em um sistema de coordenadas
cartesianas.

Os pares ordenados assim criados produzem o que se chama de


gráfico da função. O conjunto dos valores x é chamado domínio da
função, e o conjunto dos y é chamado Contradomínio/imagem da
função.

Nos pares ordenados, cada valor x é utilizado apenas uma vez.


Nesta Unidade dedicar-nos-emos a construção, anaáçise e
interpretação de gráfico de diferentes tipos de funções.
A análise de gráficos é importante para responder questões de
diferentes disciplinas. Para facilitar a anaálise e interpretação de
gráficos de diferentes funções, estudaremos as diferentes
possibilidades de formato.
Porque este conteúdo é muito intuitivo, daremos maior ênfase aos
exercícios, buscando apresentar a melhor forma de solucionar as
questões.
Apenas um LEMBRETE: Quanto mais exercita, mais aprende.

117
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Construir: gráfico de qualquer função estudada;


Objectivos
 Fazer Análise e Interpretação: de gráficos de funções estudadas;
específicos
 Aplicar: os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional;

Construção de Gráfico de uma Função

Gráficos

A construção de um gráfico no plano cartesiano, que introduzimos na


Unidade Temática 2.1., representado pela lei (expressão analítica) de
formação geral das funções, dada por y = f(x), com x pertencente ao
domínio e y constituindo ao Contradomínio/imagem, será dada por
algumas condições práticas, como as seguintes:

* Construir um eixo de coordenadas cartesianas em papel


centimetrado ou milimetrado.
* Determinar uma tabela com os possíveis valores do domínio dado
por x.
* Calcular o par ordenado (x, y) de acordo com a lei de formação da
função em questão.
* Marcar no plano cartesiano os pares ordenados calculados,
obedecendo à ordem x (eixo horizontal) e y (eixo vertical).
* Ligar os pontos, constituindo o gráfico da função.

Exemplo 1

118
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Vamos determinar o gráfico da função dada pela seguinte lei de


formação: y = f(x) = 2x – 1.

X Y = 2x - 1 Pár ordenado (x,y)


-2 -5 (-2-5)
-1 -3 (-1,-3)
0 -1 (0,-1)
1 1 (1,1)
2 3 (2,3)

Mostrando respectivos Cálculos

f(-2) = 2.(–2) – 1 = –4 –1 = -5  y = –5
f(-1) = 2.(–1) –1 = –2 – 1 =-3  y = –3
f(0) = 2 . 0 – 1= -1  y = –1
f(1) = 2 . 1 – 1 = 2 – 1= 1  y = 1
f(2) = 2 . 2 – 1 = 4 – 1 = 3  y = 3

Exemplo 2

Determinar o gráfico da função dada por y = f(x) = x².

X Y = x2 Pár ordenado (x,y)


-2 4 (-2,4)
-1 1 (-1,1)
0 0 (0,0)
1 1 (1,1)
2 4 (2,4)

119
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Mostrando respectivos Cálculos

f(-2) = (–2)² = 4
f(-1) = (–1)² = 1
f(0) = (0)² = 0
f(1) = (1)² = 1
f(2) = (2)² = 4

Exemplo 3

Determinar o gráfico da função dada por y = f(x) = x³.

X Y = x3 Pár ordenado (x,y)


-2 -8 (-2,-8)
-1 -1 (-1,-1)
0 0 (0,0)
1 1 (1,1)
2 8 (2,8)

Mostrando respectivos Cálculos


f(-2) = (–2)³ = –8
f(-1) = (-1)³ = -1
f(0)=(0)=03
f(1) = 1³ = 1
f(2) = 2³ = 8

120
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Exemplo 4

Construir o gráfico da função y = f(x) = 4x4 – 5x3 – x2 + x – 1.

y = 4 . (0,5)4 – 5 . (0,5)3 – 0,52 + 0,5 – 1 = 0,25 – 0,625 – 0,25 + 0,5 – 1


= – 1,155
y = 4 . 04 – 5 . 03 – 02 + 0 – 1 = –1
y = 4 . 14 – 5 . 13 – 12 + 1 – 1 = –2

121
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Análise e Interpretação de Gráficos de


Funções
O gráfico abaixo mostra o lucro de três empresas: A, B e C. Vamos
pensar e entender um pouco mais sobre o que ele está a nos dizer.

Exemplo de uso de um gráfico


Primeiro, temos que nos orientar. Então, chamaremos a recta
representada pelo lucro de cada empresa de "eixo vertical". O eixo
vertical mede a altura dos pontos. Portanto, quanto mais alto o ponto,
maior será o lucro. E, por sua vez, a reta que representa os meses de
eixo horizontal. O eixo horizontal mede a largura do ponto. Assim,
quanto mais largo – ou quanto mais à direita do eixo vertical – o
tempo será maior.

Repare, agora, somente nos pontos A e B. Esses estão na mesma reta


vertical. Qquer dizer que eles têm a mesma largura. Portanto,
correspondem ao mesmo mês. E, ainda, o ponto A está um pouco mais
acima que o B. O que isso significa? A

122
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Empresa Álgebra possui mais lucro que a Empresa Aritmética, visto


que a altura do ponto A é maior.
Olhemos para os pontos B e C. Nesse caso, ambos possuem a mesma
altura, mas larguras diferentes. Então, no mês de Abril a Empresa
Aritmética possui um lucro de aproximadamente R$2.500, o mesmo
lucro da empresa Álgebra, porém no mês de maio.
Por fim, o ponto D: ele representa o lucro da empresa Aritmética no
mês de junho. O menor lucro entre as três aqui mostradas. Basta ver
que o ponto D está mais abaixo que os outros.
Em resumo: é muito importante saber o que cada eixo representa. Se
o eixo vertical representasse o índice de chuva em uma determinada
região, então quanto mais alto o gráfico, mais chuva. Ou, em um outro
exemplo: se o eixo horizontal tivesse determinado pela pressão de um
gás, então quanto menor a largura, menor seria sua pressão. Por ai em
diante. Está a entender? Em seguida vmos fazer análise da monotonia
(Crescimento, Decrescimento, Constância e raízes).

Crescente, Decrescente, Constante e Raízes


Primeiro, temos que nos orientar. Então, chamaremos a reta
representada pelo lucro de cada empresa de "eixo vertical". O eixo
vertical mede a altura dos pontos. Portanto, quanto mais alto o ponto,
maior será o lucro. E, por sua vez, a reta que representa os meses de
eixo horizontal. O eixo horizontal mede a largura do ponto. Assim,
quanto mais largo – ou quanto mais à direita do eixo vertical – o
tempo será maior.
A ideia aqui é localizar se o gráfico cresce, diminui ou até mesmo onde
ele permanece constante. Um importante lembrete: o eixo horizontal
cresce no mesmo sentido em que lemos um texto, da esquerda para
direita. Por sua vez, o eixo vertical cresce de baixo para cima.

Análise gráfica
Olhando para o gráfico acima, conseguimos reparar que ele possui as
três caraterísticas. Lendo da esquerda para direita no eixo horizontal:
Crescente: o gráfico cresce no intervalo antes do -1 ou do 2 até o 5. Ou
seja, (∞ ; -1) ou (2; 5)

Decrescente: o gráfico diminui no intervalo depois do -1 até o 2. Ou


seja, (-1; 2)

123
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Constante: o gráfico permanece com seu valor no intervalo depois do


5. (5; ∞)
E, por fim, as raízes são onde o gráfico passa pelo eixo horizontal. Com
isso, no exemplo acima, as raízes são -2, 0 e 4

Sumário

Nesta Unida Temática 3.2. estudamos

1. Construção de gráfico de uma função;


2. Análise e interpretação de gráficos;
3. Função crescente, Constante e Decrescente.

Exrcícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Com respostas)


1. Enumere, pelo menos, 4 condições para construção de gráfico de
qualquer função.
2. Reconstrua os gráficos do exemplos de 1 a 4 desta Unidade
Temática 3.2. desta vez com novos dados, de sua criação.

124
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Unidade Temática 3.3. Propriedades de


Funções.
Introução

As funções, independentes do grau que ela seja, são caracterizadas


conforme a ligação entre os elementos dos conjuntos onde é feita a
relação.

Uma função A →B pode ser: sobrejetora, injetora, e bijetora. Para


identificarmos essas características em uma função é preciso que
tenhamos o conhecimento da definição de função, do que é um domínio,
imagem e contradomínio.

Observe o diagrama abaixo que representa uma função f: A→B e veja


quem é o domínio, a imagem e o contradomínio dela.

Domínio serão todos os elementos do conjunto A: D(f) = {-3,1,2,3} a


imagem será os elementos do conjunto B que receberem a seta: Im(f) =
{1,4,9} e o contradomínio será todos os elementos do conjunto B: CD(f) =
{1,4,5,9}.

Identificar as características de uma função é o principal objectivos desta


Unidade Temática, como veremos no desenvolvimento seguinte.

125
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Definir Continuidade:
Objectivos
 Definir e identificar: função Sobrejectora;
específicos
 Definir e identificar: função bijectora;

 Definir e identificar: funções injectora;

Propriedades de uma Função


Continuidade
Uma das Prorpriedades de uma função é a Continuidade.
Uma função é dita contínua sobre um intervalo dado, , se possui
um valor definido para todos os números contidos nesse intervalo. Por
exemplo, a função:

, definida para o contradomínio , não é


contínua no intervalo , uma vez que não está
definida para x < 0.

Função sobrejectora
Uma função será considerada sobrejectora se o conjunto imagem for
igual ao conjunto do contra domínio.

Função injectora
Uma função será considerada injectora se os diferentes elementos do
conjunto do domínio possuirem imagens diferentes.

Função bijectora

126
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Uma função será bijectora se ela assumir as características de uma


função sobrejectora e injetora ao mesmo tempo.

EXEMPLOS

Funções Injectora, Sobrejectora e Bijectora


Exemplo1: A função y = 5x-2 é injetora pois dados x1 ≠ x2podemos
escrever f(x1) - f(x2) ≠ 0. Portanto, (5x1 - 2) - (5x2 -2) = 5 (x1 - x2) ≠ 0,
pois x1 ≠ x2.
Exemplo2: A função f:R->R definida por f(x)=x²+3 não é injectora, pois
para x = 1 temos f(1) = 4 e para x = -1 temos f(-1) = 4.
Observando o diagrama, abaixo, vemos que os elementos do domínio
estão ligados a um e somente um elemento do contradomínio, isto é,
não existem elementos em A com imagens iguais. Portanto, se uma
função f: A -> B é injetora, então n(A) ≤ n(B)

Exemplo3: A função dada por y = 3x + 2 de R em R é sobrejetora pois


para cada valor de x do domínio, existe pelo menos um
correspondente (imagem) no contradomínio.
Exemplo4: A função f:R->R definida por f(x)=2x não é sobrejectora,
pois o número -1 é elemento do contradomínio R e não é imagem de
qualquer elemento do domínio.
Observando no diagrama, abaixo, vemos que todos os elementos do
contradomínio estão ligados a algum elemento do domínio, isto é, não
sobram elementos no contradomínio. Portanto, se uma função f: A ->
B é sobrejectora, então n(A) ≥ n(B).

Exemplo5: A função f:R->R dada por f(x)=2x é bijectora, pois é ao


mesmo tempo injetora e sobrejetora
Exemplo6: A função f : R→ R definida por y = 4x - 1 é uma função

127
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

bijectora, pois é ao mesmo tempo injectora e sobrejectora.


Observando no diagrama, abaixo, vemos que todos os elementos do
domínio estão ligados a algum elemento do contradomínio e não
existem elementos em A com imagens iguais. Portanto, se uma função
f: A -> B é bijectora então n(A) = n(B)

Sumário

Nesta Unidade Temática 3.3. estudamos

1. Continuidade de Funções;
2. Função Sobrejectora;
3. Função Injectora e;
4. Função Bijectora.

Exrecícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO 2 (com respostas)

1) Verifique se a função f : Q→Q definida por f(x) = x2 + 1 é injectora,


sobrejectora, bijectora ou não injectora e nem sobrejectora.
Solução: Se f é injectora, f(x1) = f(x2) ⇒ x1 = x2. Daí, x12 + 1 =x22 + 1 ⇒
x12 =x22
Se f não é sobrejectora pois, para f(x) = 0 não existe x tal que x2 + 1= 0.
Como f não é sobrejectora ela também não pode ser bijectora.
Portanto ela é apenas injectora (reveja Propriedades de Funções).
2)Determine se a função f : Z→Z definida por f(x)=x2, é injectora.
Solução: A função f(x)=x2 não é injectora pois, por exemplo 1 ≠-1 mas
f(1) = f(-1) = 1.
3)Determine se a função f : Z→Z definida por f(x) = x + 1, é injectora.
Solução: A função f(x)=x+1 é injetora pois sempre x1≠x2, x1+1 ≠ x2+1.

4) Determine se a função f : Z→Z definida por f(x)=x2, é sobrejetora.


Solução: A função f(x) = x2 não é sobrejetora pois, por exemplo para
f(x) = -1 não existe x tal que x2 = -1.

128
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

5) Determine se a função f : Z→Z definida por f(x) = x+1, é


sobrejetora.
Solução: A função f(x) = x + 1 é sobrejetora pois para todo inteiro y
existe um inteiro x tal que x + 1 = y.

6) Determine se a função f : Z→Z definida por f(x)=x+1, é bijetora.


Solução: A função f(x) = x+1 é bijetora pois, como vimos acima é
injetora e sobrejetora.

7) Considere três funções f, g e h, tais que:


1. A função f atribui a cada pessoa do mundo, a sua idade;
2. A função g atribui a cada país, a sua capital;
3. A função h atribui a cada número natural, o seu dobro.

Podemos afirmar que, das funções dadas, são injetoras:


a) f, g e h b) f e h c)g e hd) apenas h e) n.d.a.
Solução: Sabemos que numa função injetora, elementos distintos do
domínio, possuem imagens distintas, ou seja: x1 ≠ x2 ⇔ f(x1) ≠ f(x2) .
Logo, podemos concluir que: f não é injetora, pois duas pessoas
distintas podem ter a mesma idade. g é injetora, pois não existem dois
países distintos com a mesma capital. h é injetora, pois dois números
naturais distintos, possuem os seus dobros também distintos. Assim é
que concluímos que a alternativa é a de letra C.

Exrecícios Com GABARITO


1) Verifique em cada caso se a função é injectora, sobrejectora,
bijectora ou não injectora e nem sobrejectora.
a) f(x) = -2x + 1 b) f(x) = x2 + 3 c) f(x) = -2 d) f(x) = -2x3
e) f(x) = x9 f) f(x) = x4 + 2
2)Considere três funções f, g e h, tais que:
I - A função f atribui a cada pessoa do mundo, o seu nome;
II - A função g atribui a cada país, o seu idioma;
III - A função h atribui a cada número real, o seu triplo.
Podemos afirmar que, das funções dadas, são bijetoras:
a) f, g e h b) f e h c) g e h d) f e g e) n.d.a.

TEMA IV: TIPOS ESPECIAIS DE


FUNÇÕES. Error! Bookmark not de

Unidade 4.1 Funções Polinomiais.

129
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Unidade 4.2 Funções Exponenciais e Logarítmicas.


Unidade 4.3. Funções Trigonométricas.
Unidade 4.4. Regiões no Plano Cartesiano.
Unidade 4.5. Funções como Modelos Matemáticos.

Unidade Temática 4.1. Funções Polinomiais.


Introução

Objectivo dessa Unidade Temática 4.1. é reconhecer o grau de um


polinômio P(x), a partir da observação e análise do seu gráfico. Esta
pode ser uma tarefa nada simples. Para termos sucesso, precisamos
ter muita atenção e prestar atenção às características locais e globais
do seu gráfico. Para ajudar nesta tarefa, vamos fazer um resumo do
que sabemos a cerca de polinômios e seus gráficos.

Uma das principais razões pelas quais estamos interessados em


estudar o gráfico de uma função é determinar o número e a
localização (pelo menos aproximada) de seus zeros. (Recorde que zero
de uma função f é uma solução da equação quando f(x) = 0.

O problema de calcular as raízes de uma equação sempre foi objecto


de estudo da matemática ao longo dos séculos. Já era conhecida, na
antiga Babilônia, a fórmula para o cálculo das raízes exactas de uma
equação geral do segundo grau. No século XVI, matemáticos italianos
descobriram fórmulas para o cálculo de soluções exactas de equações
polinomiais do terceiro e do quarto grau. Essas fórmulas são muito
complicadas e por isso são raramente usadas nos dias de hoje.
Perguntas do tipo:

o Qual é o maior número de zeros que uma função


polinomial pode ter?
o Qual é o menor número de zeros que uma função
polinomial pode ter?
o Como podemos encontrar todos os zeros de um
polinômio, isto é, como podemos encontrar todas as
raízes de uma equação polinomial?

ocuparam as mentes dos matemáticos até o início do século XIX,


quando este problema foi completamente resolvido.

Nesta Unidade Temática vamos tentar responder a estas perguntas


refazendo o caminho percorrido por famosos matemáticos desde o
século XVI.

130
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Definir e Construir: gráfico de qualquer função Polinomial;


Objectivos
 Determinar zeros: de funções Polinomiais;
específicos
 Aplicar: os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional;

Funções Polinomiais
Pela experiência adquirida no estudo das equações de primeiro e
segundo grau é razoável supor que o número de raízes de um
polinômio está relacionado ao seu grau. Sabemos, por exemplo, que a
equação x2 = 0 tem uma única raiz igual a zero. Na verdade, esta
equação tem duas raizes idênticas, ambas iguais a zero. Esta equação
pode ser escrita como (x – 0).(x – 0) = 0.

Esta forma (factorada) de escrever a equação permite perceber,


claramente, que a mesma possui duas raízes iguais. O mesmo
acontece com a equação (x – 1)2 = 0 que apresenta duas raizes
idênticas e iguais a 1.

Podemos encontrar facilmente, muitos exemplos de equações de


segundo grau que não têm nenhuma raiz real. Considere, por
exemplo, a equação x2 + 1 = 1 . Ao tentarmos encontrar as raizes desta
equação, chegaremos a x2 = -1, que não tem solução real. No entanto,
como já vimos, se admitirmos que as raízes podem pertencer ao
conjunto dos números complexos, esta equação tem duas raízes
complexas conjugas, a saber,x1 =  1 = i e x2 =  1 = i. Da mesma
maneira que no exemplo anterior, esta equação pode ser escrita na
forma fatorada como (x – i).(x + i) = 0 .

No caso mais geral de uma equação de segundo grau, temos que a

equação ax2 + bx + c = 0 pode sempre ser escrita na forma y = a (x -


x1).(x - x2) , onde x1 e x2 são as duas raízes da equação, que como já
vimos pelos exemplos acima, podem ser distintas, repetidas, isto é,
iguais, ou mesmo complexas.

131
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Este facto pode ser generalizado para equações polinomiais de


qualquer grau. De um modo geral, sempre que x1 for um zero
complexo de um polinômio P(x), isto é sempre que x1 for uma raiz

complexa da equação P(x)= = 0, temos que (x – x 1) é um fator de P(x).


Este fato foi estabelecido por René Descartes na sua obra "Discours de
la méthode pour bien conduire sa raison et chercher la verité dans les
sciences" (Discurso do método para bem conduzir a razão e procurar a
verdade nas ciências), publicada em 1637. Suas conclusões podem ser
resumidas no teorema do fator, enunciado a seguir:

TEOREMA DE FACTORES

Um número X1 é um zero de um polinômio P se e somente se P(x) tem


um factor da forma (x – x1).

O exemplo a seguir mostra como o teorema do factor pode ser usado


para nos ajudar na tarefa de encontrar as raízes de um polinômio de
grau maior do que dois.

Exemplo

Ache os zeros da função polinomial P(x) = x3 – 4x2 + 2x + 3 e


representa-a graficamente, num sisema cartesiano ortogonal (sco).

Solução

132
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Assim, dividindo P(x) por (x - 3), (tente fazer essa divisão).


Obtemos (x2 – x – 1). O que implica que (x – 3).(x2 – x – 1)
deve ser igual a x3 – 4x2 + 2x + 3, ou P(x) = (x – 3).(x2 – x – 1).

Esta forma factorizada permite concluir que os zeros, (reveja


à lei de nulidade), de p(x) devem ser soluções da equação
x2 – x – 1 = 0 . Onde com recurso a fórmula de Bhaskara
(fórmula resolvente) para resolver esta última equação,
b 
obtemos x 2,3  , com   b 2  4 ac e que são os
2a
outros dois zeros de P(x), tendo em conta que x1 foi atribuída
b  b 2  4ac
ao binómio (x – 3). Concretamente x2 = e
2
b  b 2  4ac
x3  , com a = 1 (lembre-se que a forma
2
canônica de equação quadrática é ax2 + bx + c = 0). Pelo que
de x2 – x – 1 = 0, vê-se que o valor dos coeficientes é: a = 1; b
= -1 e c = -1.

Tente, sem ajuda, calcular os zeros/raízes x1, x2 e x3.

O Teorema do factor responde a primeira das perguntas formuladas


no início desta Ubidade Temática. Como um polinômio de grau n tem,
no máximo, n fatores do primeiro grau, decorre imediatamente, deste
teorema que uma função polinomial de grau n tem no máximo n
zeros.

Este facto foi primeiro estabelecido no início do século XVII pelo


matemático alemão Peter Rothe e, mais tarde, por Descartes e Albert
Girard (1593-1632), ambos matemáticos franceses. Girard e Descartes
reconheceram a natureza dos zeros de um polinômio porque eles
estavam entre os primeiros matemáticos a admitir a possibilidade de
trabalhar com números complexos.

Sumário
Nesta Unidade Temática 4.1. estudamos:

1. Funções Polinomiais e

2. Determinação de raízes de um Função Polinomial.

133
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)

1. O gráfico da função f, que aplica IR em IR, definida por


f(x) = x2 + 3x - 10, intercepta o eixo das abscissas nos pontos A e B. A
distância AB é igual a (Só um resposta é correcta):

a) 3
b) 5
c) 7
d) 8
e) 9

2. O gráfico da função y = ax2 + bx + c tem uma só intersecção com o


eixo Ox e corta o eixo Oy em (0, 1). Então, os valores de a e b
obedecem à relação, (Só um resposta é correcta),:

a) b2 = 4a
b) -b2 = 4a
c) b = 2a
d) a2 = -4a
e) a2 = 4b

3. Assinale a equação que representa uma parábola voltada para baixo


e tangente ao eixo das abscissas, (Só um resposta é correcta):

a) y = x2
b) y = x2 - 4x + 4
c) y = -x2 + 4x - 4
d) y = -x2 + 5x - 6
e) y = x - 3

4. A solução da inequação (x - 3) (-x2 + 3x + 10) < 0 é, (Só um resposta é


correcta):

a) -2 < x < 3 ou x > 5


b) 3 < x < 5 ou x < -2
c) -2 < x < 5
d) x > 6
e) x < 3

05. Os valores de x que satisfazem à inequação (x2 - 2x + 8) (x2 - 5x + 6)


(x2 - 16) < 0 são, (Só um resposta é
134
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

correcta):

a) x < -2 ou x > 4
b) x < -2 ou 4 < x < 5
c) -4 < x < 2 ou x > 4
d) -4 < x < 2 ou 3 < x < 4
e) x < -4 ou 2 < x < 3 ou x > 4

06. Resolvendo a inequação (x2 + 3x - 7) (3x - 5) (x2 - 2x + 3) < 0, um


aluno cancela o factor (x2 - 2x + 3), transformando-a em (x2 + 3x - 7)
(3x - 5) < 0. Pode-se concluir que tal cancelamento é(Só um resposta é
correcta):

a) incorreto porque não houve inversão do sentido da desigualdade;


b) incorreto porque nunca podemos cancelar um termo que contenha
a incógnita;
c) incorreta porque foi cancelado um trinômio do segundo grau;
d) correto porque o termo independente do trinômio cancelado é 3;
e) correto, pois (x2 - 2x + 3) > 0 , " x Îℝ.

7. A função real f, de variável real, dada por f(x) = -x2 + 12x + 20, tem
um valor (Só um resposta é correcta), :

a) mínimo, igual a -16, para x = 6;


b) mínimo, igual a 16, para x = -12;
c) máximo, igual a 56, para x = 6;
d) máximo, igual a 72, para x = 12;
e) máximo, igual a 240, para x = 20.

08. (PUC - MG) O lucro de uma loja, pela venda diária de x peças, é
dado por L(x) = 100 (10 - x) (x - 4). O lucro máximo, por dia, é obtido
com a venda de:

a) 7 peças
b) 10 peças
c) 14 peças
d) 50 peças
e) 100 peças

09. (UE - FEIRA DE SANTANA) Considerando-se a função real f(x) = -2x2


+ 4x + 12, o valor máximo desta função é:

a) 1
b) 3

135
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

c) 4
d) 12
e) 14

10. (ACAFE) Seja a função f(x) = -x2 - 2x + 3 de domínio [-2, 2]. O


conjunto imagem é:

a) [0, 3]
b) [-5, 4]
c) ]-¥, 4]
d) [-3, 1]
e) [-5, 3]

Resolução:

01. C 02. A 03. C 04. A


05. D 06. E 07. C 08. A
09. E 10. B

Unidade Temática 4.2. Funções


Trigonométricas.
Introução

Em matemática, as funções trigonométricas são funções angulares,


importantes no estudo dos triângulos e na modelação de fenómenos
periódicos. Podem ser definidas como razões entre dois lados de um
triângulo rectângulo em função de um ângulo, ou, de forma mais
geral, como razões de coordenadas de pontos no círculo unitário.

Na análise matemática, estas funções recebem definições ainda mais


gerais, na forma de séries infinitas ou como soluções para certas
equações diferenciais. Neste último caso, as funções trigonométricas
estão definidas não só para ângulos reais como também para ângulos
complexos.

Actualmente, existem seis funções trigonométricas básicas em uso,

136
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

cada uma com a sua abreviatura notacional padrão.

As inversas destas funções são chamadas de função de arco ou


funções trigonométricas inversas. A nomenclatura é feita através do
prefixo "arco-", ou seja, arco seno, arco co-seno, etc.
Matematicamente, são designadas por "arcfunção", i.e., arcsen,
arccos, etc.; a notação usando-se −1 como na notação da função
inversa não é recomendada, pois causa confusão com o inverso
multiplicativo, como em sen-1 e cos-1. O resultado da função inversa é
o ângulo (argumento) que corresponde ao parâmetro da função, como
veremos alguns exemplos no desenvolvimento desta Unidade
Temática 4.3..

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Definir: e identificar função trigonométrica;


Objectivos
 Construir: gráfico de uma função estudada;
específicos
 Fazer Análise e Interpretação: de gráficos de funções trigonométricas
estudadas;

 Aplicar: os os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional;

Funções Trigonométricas

Breve resenha histórica


A palavra trigonometria é formada por três radicais gregos: tri(três),
gono(ângulos)e metron(medida); significando assim "medida dos
triângulos". Inicialmente considerada como uma extensão da
geometria, a trigonometria já era estudada pelos babilônios, que a
utilizavam para resolver problemas práticos de Astronomia, de
Navegação e de Agrimensura. Aliás, foram os astronomos como o
grego Hiparco (190 aC – 125 aC), considerado o pai da Astronomia e da
Trigonometria, que estabeleceu as primeiras relações entre os lados e

137
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

os ângulos de um triângulo retângulo.

No século VIII com o apoio de trabalhos hindus, matemáticos árabes


contribuíram notavelmente para o avanço da trigonometria. Este
avanço continuou após a construção da primeira tábua
trigonométrica, por um matemático alemão, nascido em Baviera,
chamado Purback. Porém o primeiro trabalho matemático sobre
trigonometria foi o "tratado dos triângulos", escrito pelo matemático
alemão Johann Müller, também chamado Regiomontanus. Sabe-se ue
Regiomaontanus foi discipulo de Purback.

Actualmente a trigonometria não se limita apenas a estudo de


triângulos. Sua aplicação se estende a outros campos da matemática,
como a Análise, e a outros campos da actividade humana como a
Eletricidade, a Mecânica, a Acústica, a Música, a Topologia, às
Engenharias, etc.

Nesta Unidade Temática vamos estudar , como foi dito na introdução


desta desta Unidade, seis funções trigonométricas, três funções
directas mais três respectivoas inversas, como se segue:

Funções trigonométricas directas.

y = sen x

y = cos x

y = tg x

Respectivas funções inversas:

y = 1/sen x = cosec x

y =1/ cos x = sec x

y = 1/tg x = cotg x

O ângulo x é o argumento (variável independente) e o valor da


função é a variável dependente y ou f(x). É importante recordar que a
medida dos ângulos pode expressar-se em graus ou em radianos.
Assim, vemos que:

0° 0 rad

360° 2 rad

Observemos agora as principais características das funções já


mencionadas:

138
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

1. Função y = sen x:

a) A função seno é periódica, já que:

sen (x + 2 ) = sen x

em que o período da função é t = 2 ;

b) O domínio da função é todo o conjunto R, e o contradomínio


da função é [-1,1];

c) O valor máximo da função é 1 em x = /2 e o valor mínimo da


função é -1 em x = 3 /2;

d) A função é contínua em todo o seu domínio;

e) É uma função crescente no intervalo [0, /2] e [3 /2,2 ], e


decrescente no intervalo [ /2,3 /2];

f) A função é ímpar, já que:

sen (-x) = - sen x

e o gráfico é simétrico em relação à origem (0,0).

2. Função y = cos x:

a) A função co-seno é periódica, pois:

cos (x + 2 ) = cos x

e o período da função é T = 2 ;

139
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

b) O domínio é todo o conjunto dos números reais R, e o


contradomínio da função é [-1,1];

c) O valor máximo da função é 1 em x = 0 ou x = 2 e o valor


mínimo da função é -1 em x = ;

d) A função é contínua em todo o seu domínio;

e) É uma função crescente no intervalo [ ,2 ] e decrescente no


intervalo [0, ];

f) A função é par, já que:

cos x = cos (-x)

e o gráfico é simétrico em relação ao eixo das ordenadas.

3. Função y = tg x:

a) A função tangente é periódica, já que:

tg (x + ) = tg x

em que o período da função é t = ;

b) O domínio da função é R/ { /2 - k , k Z }, e o
contradomínio da função é todo o conjunto R;

c) Esta função não tem extremos locais;

d) A função é contínua em todo o seu domínio;

e) É uma função crescente em todos os pontos do domínio;

140
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

f) A função é ímpar, pois:

tg (-x) = - tg x

e o gráfico é simétrico em relação à origem (0,0).

4. Função y = cosec x:

a) A função co-secante é periódica, já que:

cosec (x + 2 ) = cosec x

em que o período da função é t = 2 ;

b) O domínio da função é R/ {0 + k , k Z }, e o contradomínio


da função é o conjunto R/ [-1,1];

c) Esta função tem um máximo local em 3 /2 e um mínimo local


em /2;

d) A função é contínua em todo o seu domínio;

e) É uma função crescente onde a função sen x é decrescente e é


decrescente onde a função sen x é crescente;

f) A função é ímpar, pois:

cosec (-x) = - cosec x

141
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

e o gráfico é simétrico em relação à origem (0,0).

5. Função y = sec x:

a) A função secante é periódica, já que:

sec (x + 2 ) = sec x

em que o período da função é t = 2 ;

b) O domínio da função é o conjunto R/{ /2 - k , k Z},eo


contradomínio da função é R/ [-1,1];

c) A função tem um máximo local em x = e um mínimo local em


x = 0;

d) A função é contínua em todo o seu domínio;

e) É uma função crescente onde a função cos x é decrescente e é


decrescente onde a função cos x é crescente;

f) A função é par, pois:

sec x = sec (-x)

e o gráfico é simétrico em relação à origem (0,0).

142
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

6. Função y = cotg x:

a) A função co-tangente é periódica, já que:

cotg (x + ) = cotg x

em que o período da função é t = ;

b) O domínio da função é R/ {k , k Z}, e o contradomínio da


função é todo o conjunto R;

c) Esta função não tem quaisquer extremos;

d) A função é contínua em todo o seu domínio;

e) É uma função decrescente em todos os pontos do domínio;

f) A função é ímpar, pois:

cotg (-x) = - cotg x

e o gráfico é simétrico em relação à origem (0,0).

143
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Sumário
Nesta Unidade Temática 4.2. estudamos funções trigonmétricas:

Senx, cosx, tagx, coscx, secx e cotgx,

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
GRUPO-2 (Com respostas detalhadas).
Determine o período e esboce o gráfico das seguintes funções:
1. f(x) = 4 cosx.
2. f(x) = 2 - senx.
 x
3. f(x) = 3 cos  
2
4. f(x) = 5 + cosx.
5. f(x) = 2 tgx.
 
6. f(x) = 3 cos  x  
 3
7. f(x) = cosx + senx

Unidade Temática 4.4. Regiões no Plano


Cartesiano.
Introução

A geometria analítica em duas dimensões usa a álgebra para descrever


figuras planas e suas propriedades. O principal recurso dessa
geometria é o plano cartesiano, determinado por duas retas reais
perpendiculares, horizontal e vertical.

No plano cartesiano, cada ponto está


144
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

univocamente associado a um par ordenado, onde o primeiro e


segundo elemento denotam respectivamente a abscissa (ou projeção
do ponto no eixo horizontal) e a ordenada (ou projeção do ponto no
eixo vertical).
Nesta Unidade Temática 4.4. vamos estudar as regões do Plano
Cartesiano em duas (2D) e em três (3D) Dimensões

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Identificar: regiões do Sistema Cartesiano Ortogonal em 2D;


Objectivos
 Identificar: regiões do Sistema Cartesiano ortogonal em 3D;
específicos
 Aplicar: os os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional;

Regiões no Plano Cartesiano

As coordenadas cartesianas são representadas pelos pares ordenados


(x ; y). Em razão dessa ordem, devemos localizar o ponto observando
primeiramente o eixo x e posteriormente o eixo y. Qualquer ponto
que não se encontrar sobre os eixos, estará localizado em cada uma
das quatro regiões ou quadrantes, veja:

Cada região tem suas próprias características, como as ilustradas a

145
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

abaixo:

1º quadrante = x > 0 e y > 0


2º quadrante = x < 0 e y > 0
3º quadrante = x < 0 e y < 0
4º quadrante = x > 0 e y < 0

Localizando pontos no Plano Cartesiano:

A(4 ; 3) → x = 4 e y = 3

B(1 ; 2) → x = 1 e y = 2

C( –2 ; 4) → x = –2 e y = 4

D(–3 ; –4) → x = –3 e y = –4

E(3 ; –3) → x = 3 e y = –3

O Plano Cartesiano é muito utilizado na construção de gráficos de


funções, onde os valores relacionados à x constituem o domínio e os
valores de y, a imagem da função. A criação do Sistema de
Coordenadas Cartesianas é considerada uma ferramenta muito
importante na Matemática, facilitando a observação do
comportamento de funções em alguns pontos considerados críticos.

Podemos associar o Plano Cartesiano com a latitude e a longitude,


temas relacionados aos estudos geográficos e à criação do atual
sistema de posicionamento, o GPS. O Sistema de Posicionamento
Global permite que saibamos nossa localização exacta na terra, desde

146
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

que tenhamos em mão um receptor de sinais GPS, informando a


latitude, a longitude e a altitude com o auxilio de satélites em órbita
da Terra.

Um exemplo de utilização do GPS são os aviões, que para não se


colidirem são monitorados e informados em qual rota devem seguir.

Sistema Cartesiano 3D

O que é o espaço ou 3D? Em quantas regiões se subdivide o espaço?

Reconhecemos e usamos o espaço, mas se alguém nos pergunta sobre


o que é o espaço, muitos iremos ter dificuldades em responder e/ou
explicar. Mesma surpresa com que se deparou Sócrates (469 a.C.- 399
a.C), filósofo Ateniense da Grécia antiga, quando perguntou ao Sr,
ministro de Justiça: … O que é justiça? O Sr. Ministro não soube
responder como devia…! Foi quando Sócrates percebeu que há tanto
conceito com que lidamos e falamos no nosso dia a dia, mas que na
verdade não nos apercebemos que o não conhecemos com
profundidade e clareza!

Na verdade, é mais fácil explicar o que se pode fazer com este termo
primitivo que não tem definição para nós.

Uma primeira tentativa para explicar a noção do que possa ser espaço,
é dizer que é tudo o que nos envolve e é o local onde podemos nos
mover para a frente, para o lado e para cima.

Pelo conceito expresso, observamos que vivemos em um ambiente


tridimensional. Basta então conhecer as três direções para identificar

a posição relativa que ocupamos.

147
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Quando afirmamos que vamos andar para a frente, para o lado e para
cima, devemos quantificar e identificar o quanto iremos nos deslocar
nestas direções, logo necessitamos conhecer uma origem para o
sistema e identificar este ponto como (0,0,0) pois esperamos que ele
esteja localizado a uma distância num ponto de referência para todos
os outros pontos.

O Sistema Cartesiano tridimensional

Um procedimento matemático simples é tomar um ponto genérico


como:

P=(x,y,z)

onde x indicará a quantidade deslocada na direção positiva do eixo


que contem os deslocamentos para frente, y indicará a quantidade
deslocada na direção positiva do eixo que contem os deslocamentos
para o lado e z indicará a quantidade deslocada na direção positiva do
eixo que contem os deslocamentos
para cima.

Para facilitar as coisas do ponto de


vista matemático, iremos denominar
tais direções por: Eixo OX, Eixo OY e
Eixo OZ.

O sistema tridimensional é o conjunto


de todos os ternos ordenados (x,y,z),
sendo que ordem não pode ser
mudada sob pena de nos deslocarmos
para outro lugar. A palavra cartesiano
se deve a René Descartes, conhecido como cartesius. x recebe o nome
de abscissa, y o nome de afastamento e
z o nome de altura/cota.

Exemplo: Se um indivíduo está no centro


da cidade em uma posição O=(0,0,0) e
quer andar para a frente 3 quarterões,
depois andar para o lado 2 quarteões e
depois subir até o 10o andar de um
prédio a posição final do mesmo após o
percurso será o ponto P=(3,2,10) e
podemos observar que as unidades não são necessariamente as
mesmas. Se este mesmo indivíduo se deslocasse para a posição final
P=(3,10,5), certamente chegaria a um lugar diferente.

148
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

OCTANTES

Observe atentamente a figura a baixo. Note que o plano xy separa


todo espaço em duas regiões, uma no sentido positivo do eixo 0z, a
outra no sentido negativo do eixo 0z. Cada região contém quatro
subdivisões, totalizando oito. Por serem oito, diz-se que o espaço
tridimensional é subdividido em octantes (cada uma das oito partes)
como ilustrado na figura a baixo.

Vista de um octante
Um octante é a intersecção de três Planos perpendiculares (xy, xz e
yz).

149
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Sumário
Nesta Unidade Temática 4.4. estudamos.
1. Regiões do Sistema Cartesiano em duas Dimensões (2D);
2. Regiões (octantes) do Sistema Cartesiano em três Dimensões (3D).

Exrecícios de AUTO-AVALIAÇÃO
GRUPO 2 (Exercícios com respostas)
Localize os seguintes pontos no SCO (em 2D):

1. P(-6, 5)

2. Origem do sistema

3. P(3, 3/5)

4. P(41/2, -7)

5. P(-5,5, -3,3)

Em Quais Quadrantes se Encontram os Pontos (em 2D)?

6. P(3, 3)

7. P(-3, -3)

8. P(-3, 3)

9. P(3, -3)

10. P(0, 0)

11. P(-1, 0)

12. P(0, -2)

NB; que os três últimos pontos não se encontram em nenhum


quadrante, pois eles estão localizados sobre o eixo x, o eixo y, ou
sobre a origem do sistema!

Em 3D

150
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Construa um SCO (Sistena Cartesiano Ortogonal) em 3D


(tridimensional), indicando a localização e respectivo octante, de cada
um dos seguintes pontos no espaço:
A ( 0; 4; 0); B ( 2; 5; 1); C ( -4; -2; 4); D ( 5; -5; 5)
E (-2; 4; 4); F (0; 0; 0); G ( -2; 0; 6); H ( 6; -4: -2)

Unidade Temática 4.5. Funções como Modelos


Matemáticos

Introução

Em muitas situações práticas, o valor de uma quantidade pode


depender do valor de uma segunda quantidade.
Problemas do mundo real dão origem a modelos matemáticos
envolvendo funções. Neste artigo, apresentamos
exemplos que envolvem a construção e análise de modelos funcionais
dada uma situação particular.
Veremos que uma forma de funções construção é a realização de um
processo
chamado de ajuste de curvas, que encontra a função que melhor se
adapta a determinado conjunto
de observações. A partir da função obtida, várias previsões pode
ser feita em relação à situação modelada pela função. Ajuste de curva
é um aspecto da modelagem matemática. Ajuste de curva é realizada
com
o auxílio de uma ferramenta gráfica, como uma calculadora e de
reconhecida importância

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

151
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

 Construir: gráfico de qualquer função estudada;


Objectivos
 Fazer Análise e Interpretação: de gráficos de funções estudadas;
específicos
 Função Demanda;

 Função Oferta;

 Ponto de Equilíbrio;

 Funções Marginais;
 Função Custo Marginal
 Aplicar: os os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional;

Funções como modelos Matemáticos


Um modelo matemático é a descrição matemática de um fenómeno
do mundo real, como por exemplo:

o tamanho de uma população,

a demanda de um produto,

a concentração de um produto em uma reação química ou

o custo da redução de poluentes.

Uma importante aplicação da Matemática, em termos de modelagem,


está presente na Economia através das Funções Custo, Receita e
Lucro.

Função Custo
A função custo está relacionada aos gastos efetuados por uma
empresa, indústria, loja, na produção ou aquisição de algum produto.
O custo pode possuir duas partes: uma fixa e outra variável. Podemos
representar uma função custo usando a seguinte expressão: C(x) = Cf +
Cv, onde Cf: custo fixo e Cv:custo variável

Função Receita
A função receita está ligada ao faturamento bruto de uma entidade,

152
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

dependendo do número de vendas de determinado produto.

R(x) = px , onde p: preço de mercado e x: nº de mercadorias vendidas.

Função Lucro
A função lucro diz respeito ao lucro líquido das empresas, lucro
oriundo da subtração entre a função receita e a função custo.

L(x) = R(x) – C(x)

Exemplo 1
Uma industria siderúrgica fabrica pistões para fábrica de montagem
de motores de automóveis. O custo fixo mensal (em unidade de 1000
MT) é de 950,00 inclui conta de energia elétrica, de água, impostos,
salários e etc. Existe também um custo variável que depende da
quantidade de pistões produzidos, sendo que o fabrico de cada pistão
custa (em unidade de 100MT) 41,00. Considerando que o valor de
cada pistão no mercado (em unidades de 100 MT) seja equivalente a
120,00. Monte as Funções Custo, Receita e Lucro. Calcule o valor do
lucro líquido na venda de 1000 pistões e quantas peças, no mínimo,
precisam ser vendidas para que se tenha lucro.

Função Custo total mensal:


C(x) = 950 + 41x

Função Receita
R(x) = 120x

Função Lucro
L(x) = R(x) – C(x) = 120x – (950 + 41x)

Lucro líquido na produção de 1000 pistões


L(1000) = 120*1000 – (950 + 41 * 1000)
L(1000) = 120.000 – (950 + 41000)
L(1000) = 120.000 – 950 - 41000
L(1000) = 120.000 – 41950
L(1000) = 78.050

O lucro líquido na produção de 1000 pistões (em unidades de 100 MT)


será de 78.050,00.

Para que se tenha lucro é preciso que a receita seja maior que o custo.

R(x) > C(x)


120x > 950 + 41x
120x – 41x > 950
79x > 950
x > 950 / 79
153
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

x > 12

Para ter lucro é preciso vender acima de 12 peças (pistões).

Conclusão

Neste exmplo 1, aproximamos todas as expressões a uma função do 10


grau ou linear, que é o significado da modelagem (aproximar à…).

Função Demanda
A função que associa um preço "p" à procura de mercado ou demanda
em um período determinado é chamada de função demanda e, está
relacionada ao ponto de vista do consumidor.
Pode ser representada por D(p).
Sabe-se que quando o preço aumenta, a procura diminui, e vice-versa.
A função demanda é uma função decrescente.

Função Oferta
A função oferta relaciona o preço "p" e a quantidade ofertada, do
ponto de vista do produtor.
Pode ser representada por O(p).
A função oferta, ao contrário da função demanada, é uma função
crescente.

Ponto de equilíbrio
O ponto de equilíbrio é o preço "p" que torna iguais a quantidade
demadada e ofertada de um bem.

Funções Marginais
A função marginal de uma função f(x) é a derivada da função f(x), ou
seja, f '(x).

Assim, tem-se que:


a função custo marginal é a derivada da função custo,
a função receita marginal é a derivada da função receita,
a função lucro marginal é a derivada da função lucro.

Utiliza-se o conceito de função marginal para avaliar o efeito causado


em f(x) por uma pequena variação de x.

Função custo marginal


A função custo marginal é a variação do custo total decorrente da

154
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

variação de uma unidade na quantidade produzida.


Cmg(x) = C(x + 1) – C(x) C'(x).

SUMÁRIO

Nesta Unidade Temática 4.5 analisamos e discutimos como exemplo


de modelagem matemática, em termos de Funções:

1.Função Custo;

2. Função Receita;

3. Função Lucro;

4. Função Demanda;

5. Função Oferta;

6. Ponto de Equilíbrio;

7. Funções Marginais e;

8. Função Custo Marginal.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
GRUPO 2 (Exercícios com respostas).

1. O custo para produção de uma determinada mercadoria tem


custo fixo mensal (em unidades de 100,00MT) é de 1440,00 e
inclui despesas com energia elétrica, água, impostos, salários e
impostos e um custo (em unidades de 100,00MT) de 50,00 por
peça produzida.
Considerando que o preço de venda da unidade de cada produto
seja (em unidades de 100,00MT) de 140,00, monte as Funções a)
Custo, b) Receita e c) Lucro.

155
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Respostas

a) Função Custo total mensal:


C(x) = 1440 + 50x

b) Função Receita total mensal e:


R(x) = 140x

c) Função Lucro total mensal:


L(x) = 140x – (1440 + 50x)
L(x) = 140x – 1440 – 50x
L(x) = 90x – 1440.

2. Função Custo Marginal

O custo, de fabricação de "x" unidades de um produto obedece


lei C(x) = x2 + 5x + 10. Actualmente o nível de produção é de 20
unidades.
Calcule, aproximadamente, de quanto varia o custo (função
custo marginal) se forem produzidas 21 unidades.

C(20) = 202 + 5 . 20 + 10 = 400 + 100 + 10 = 510.


C(21) = 212 + 5 . 21 + 10 = 441 + 105 + 10 = 556.
Cmg(x) = 556 – 510 = 46.

É mais prático calcular a derivada, do qual se obtem um valor


aproximado:
de C(x) = x2 + 5x + 10
C'(x) = 2x + 5
C'(20) = 2 . 20 + 5 = 40 + 5 = 45.

Portanto, o custo marginal (em unidades de 100,00MT) para a


produção de 20 unidades é de aproximadamente 45,00.

3. Receita Marginal

Seja R(x) = x2 + 200x + 20 a receita total da venda de "x"


unidades de um produto. Calcule a receita marginal para x = 20.
R'(x) = 2x + 200
R'(20) = 2 . 20 + 200 = 240

Portanto, a receita marginal para a produção de 20 unidades é

156
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

de aproximadamente 240,00MT.

TEMA V:
LIMITES E CONTINUIDADE.
Unidade 5.1. Limite
Unidade 5.2 Limites Laterais
Unidade 5.3. Limites Infinitos e no Infinito.
Unidade 5.4. Continuidade.

Unidade Temática 5.1. Limites


Introução

Em matemática, o conceito de limite é usado para descrever o


comportamento de uma função à medida que o seu argumento se
aproxima de um determinado valor, assim como o comportamento de
uma dada sequência ou série de números reais, à medida que o índice
(da sequência) vai crescendo, i.e. tende para infinito. Os limites são
usados no cálculo diferencial e em outros ramos da análise
matemática para definir derivadas e a continuidade de funções. .
Por exemplo, o limite de um polígono regular quando o número de
ângulos internos ou de lados ou de gonos (cantos) tende para o
infinitos (cresce infinitamente!), dá origem a uma circunferência.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Definir: o que é Limite, de uma maneira intuitiva;


Objectivos
 Definir Limite: de uma função de forma formal e;
específicos
 Aplicar: os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional;

157
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Limites
Seja uma sequência de números reais. A expressão:

significa que, quanto maior o valor i, mais próximo de L serão os


termos da sequência. Neste caso, dizemos que o limite da sequência é
L.

A forma usual de escrever isso, em termos matemáticos, deve ser


interpretada como um desafio. O desafiante, no caso vertente o
ISCED, propõe quão perto de L os termos da sequência devem chegar,
e o desafiado, no caso vertente o Estudante, deve mostrar que, a
partir de um certo valor de i, os termos realmente estão perto do
Limite L.

Ou seja, qualquer que seja o intervalo em torno de L (dado pelo


desafiante), por exemplo, o intervalo aberto
, o desafiado deve exibir um número
natural tal que .

Formalmente, o que foi dito acima se expressa assim :

Limite de uma função


Suponhamos que f(x) é uma função real e que c é um número real. A
expressão:

significa que f(x) se aproxima tanto de L quanto quisermos, quando se


toma x suficientemente próximo de c . Quando tal acontece dizemos
que "o limite de f(x), à medida que x se aproxima de c, é L". Note-se
que esta afirmação pode ser verdadeira mesmo quando ,
ou quando a função nem sequer está definida em . Vejamos
dois exemplos que ajudam a ilustrar estes dois pontos
importantíssimos.

Consideremos à medida que x se aproxima de 2.

158
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Neste caso, f(x) está definido em 2 e é igual ao seu limite: 0.4,


vejamos:

f(1.9) f(1.99) f(1.999) f(2) f(2.001) f(2.01) f(2.1)


0.4121 0.4012 0.4001 0.4 0.3998 0.3988 0.3882

À medida que x aproxima-se de 2, f(x) aproxima-se de 0.4 e

consequentemente temos a igualdade .

Sempre que se verifique a igualdade , diz-se que f


é contínua em x = c. A igualdade não é válida para todas as funções.
Vejamos uma função onde tal não acontece

O limite de g(x) à medida que x se aproxima de 2 é 0.4 (tal como em

f(x)), mas e consequentemente g não é contínua


em x = 2.

Consideremos agora o caso onde f(x) não está definida em x = c.

Apesar de f(x) não estar definida em x = 1, o limite de f(x), quando x se


aproxima de 1, existe e é igual a 2.

f(0.9) f(0.99) f(0.999) f(1.0) f(1.001) f(1.01) f(1.1)


1.95 1.99 1.999 não está definido 2.001 2.010 2.10

Ora x pode ser tomado tão próximo de 1 quanto quisermos, sem no


entanto ser 1, pelo que o limite de é 2.

159
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Definição formal

A definição ε-δ de limite.

Sejam um intervalo de números reais, e


uma função real definida em .
Escrevemos

quando para qualquer que seja xiste um tal que para


todo , satisfazendo , vale
[1]
. Ou, usando a notação simbólica:

Aproximação intuitiva
A noção de limite é fundamental no início do estudo de cálculo
diferencial. O conceito de limite pode ser aprendido de forma intuitiva,
pelo menos parcialmente.

Quando falamos do processo limite, falamos de uma incógnita que


"tende" a ser um determinado número, ou seja, no limite, esta
incógnita nunca vai ser o número, mas vai se aproximar muito, de tal
maneira que não se consiga estabelecer uma distância que vai separar
o número da incógnita. Em poucas palavras, um limite é um número
para o qual y = f(x) difere arbitrariamente muito pouco quando o valor
de x difere de x0 arbitrariamente muito pouco também.

Por exemplo, imaginemos a função: f(x) = 2x + 1 e imaginando f: IR


  IR (Definida nos reais). Sabemos, lógico, que esta função nos dá o
gráfico de uma reta, que não passa pela origem, pois se substituirmos:
que nos dá:

160
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

, ou seja, no ponto onde x=0 (origem), o y (f(x)) é


diferente de zero. Mas usando valores

que se aproximem de 1, por exemplo:

Se x=0,98 então: y=f(x)=2,96


Se x=0,998 então: y=f(x)=2,996
Se x=0,9998 então: y=f(x)=2,9996
Se x=0,99999 então: y=f(x)=2,99998

Ou seja, à medida que x "tende" a ser 1, o y "tende" a ser 3. Então no


processo limite, quando tende a ser um número, esta variável
aproxima-se tanto do número, de tal forma que podemos escrever
como no seguinte exemplo:

Exemplo 1.1: Sendo f uma função real de números reais definida por:
f(x) = 2x + 1, calcular o limite da função f quando . Temos
então, neste caso, a função descrita no enunciado e queremos saber o
limite desta função quando o "x" tende a ser 1: Ou seja, para a
resolução fazemos:

Então, no limite é como se pudéssemos substituir o valor de x para


resolvermos o problema. Na verdade, não estamos substituindo o
valor, porque para o cálculo não importa o que acontece no ponto x,
mas sim o que acontece em torno deste ponto. Por isso, quando
falamos que um número "tende" a ser n, por exemplo, o número
nunca vai ser n, mas se aproxima muito do número n. Enfim, como foi
dito anteriormente, a definição de limite é tão e somente intuitiva. Vai
de analisar a função que está ocorrendo apenas. Agora, o exercício do
Exemplo 1.1 mostra que x se aproxima de 1 pela esquerda, ou seja:

Porém, temos também uma outra forma de se aproximar do número


3, na função descrita nos exemplo acima, por exemplo: Se x=2,
y=f(x)=5 ; Se x=1,8 então: y=f(x)=4,6 ; Se x=1,2 temos que: y=f(x)=3,4 ;
Se x=1,111 então: y=f(x)=3,222 Podemos perceber então, que x está
tendendo a 1 pela direita agora, e não mais pela esquerda como foi
mostrado no exemplo anterior. Então para resolvermos problemas
que envolvem cálculo, devemos saber como a função que está em
jogo se comporta.

161
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Sumário
Nesta Unidade Temática 5.1. analisamos e discutimos sobre:

1. Limite de uma função;

2. Definição formal do limite de ums função e;

3. Noção intuitiva do limite.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Com respostas sem detalhes)


Calcule os seguintes limites:

x 2  6x  9
1. lim (x²-6x+9)/(x-3) quando x tende a 3 ou Lim
x 3 x3
x 3  x 2  2x
2. lim (x³+x²+2x)/(x³+3x) quando x tende a 0 ou Lim
x 0 x 3  3x
3. lim (z²+9z+20)/(z²+6z+8) quando x tende a- 4 ou
z 2  9 z  20
Lim
x 4 z 2  6 z  8

4. lim (x³+4x²+5x+2)/(x²+2x+1) quando x tende a – 1 ou


x 3  4x 2  5x  2
Lim NB. Faça o mesmo para os restantes
x  1 x 2  2x  1
números deste exercício (5, 6, 7 e 8).
5. lim (x²-2²)/(x-2) quando x tende a 26 ou….
6. lim (x²-b²)/(x-b) quando x tende a b ou …
7. lim [x^(1/2)-2^(1/2)]/[x-2] quando x tende a 2 ou…
8. lim [(x-2)^(1/2)-2]/[x-6] quando x tende a 2 ou….

RESPOSTAS
2
1. 0; 2. 2/3; 3. -1/2; 4. 1; 5. 4; 6. 2b; 7. ; 8. 1/4
4

162
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Unidade Temática 5.2. Limites Laterais

Introução

Consideremos a função: f(x) = x  2 . Podemos notar que nenhum


valor de x menor que 2 está no domínio de existência da função, ou
seja, ela não está definida (não existe) no intervalo   ; 2 . Esta
indefinição também se reflectirá nos limites dos valores da função
neste intervalo, pois não faz sentido falar de "limites" em valores nos
quais a função não esteja definida (neste exemplo, uma certa faixa de
números reais).

O que poderíamos fazer para analisar os valores válidos da função?

Como o seu domínio é apenas 2;    , devemos restringir o cálculo


de limites a este intervalo; quando um conjunto (no caso, um
intervalo) de números precisa ser excluído do domínio da função, ou
quando já se sabe que a função não está definida em tal conjuto,
podemos também, excluir certa faixa de valores durante o cálculo de
limites; Por exemplo, ao analisar o comportamento de f(x) nas
proximidades do ponto , esta análise deve centrar-se no valor da
função quando x se aproxima tanto do valor do ponto a quer venha do
  quer venha do   .

Uma melhor compreensão do que acontece com a função f(x) nas


proximidades do ponto a, é dada pelo conhecimento de Limites
Laterais, que é o objecto de estudo desta Unidade Temática, como
veremos no desenvolvimento já a seguir.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

163
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

 Definir: Limites laterais;


Objectivos
específicos  Entender e Esclarecer: a noção de Continuidade de uma função;

 Compreender: as propriedades de funções contínuas e;

 Aplicar: os os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional;

Limites Laterais
Se x se aproxima de a através de valores maiores que a ou pela sua
direita, escrevemos:

Esse limite é chamado de limite lateral à direita de a.


Se x se aproxima de a através de valores menores que a ou pela sua
esquerda, escrevemos:

Esse limite é chamado de limite lateral à esquerda de a.


O limite de f(x) para x a existe se, e somente se, os limites laterais
à direita a esquerda são iguais, ou seja:

 Se

 Se

Continuidade
Dizemos que uma função f(x) é contínua num ponto a do seu
domínio se as seguintes condições são satisfeitas:

Propriedade das Funções contínuas


Se f(x) e g(x)são contínuas em x = a, então:
 f(x) g(x) é contínua em a;
 f(x) . g(x) é contínua em a;

 é contínua em a .

164
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Sumário
Nesta Unidade Temática 5.2. estudamos:

1. Noção de limites laterais;

2. Continuidade de Fnções e;

3. Propriedades das funções contínuas.

Exercícios
GRUPO 2 (Com respostas)

1) Calcule os eguintes limites Laterais(Confirme o oposto do limite


dado) :
3
2 x2  2x 3  3x2 2x 5 
a)lim(4x 7x 5) b) lim c)lim 2 
x1 x3 53x x2  x 3x  4 
 

2x2 3x 3 3x3 5x2  x 3 2x2 3x  2


d) lim e) lim3 f ) lim
x1 5x 4 x2 4x 3 x2 64x

39
Resp.: a) 2 b) 0 c) 1/8 d) 2/ 3 e) 3 f ) 2
5

2) Calcule os limites abaixo (Confirme o oposto do limite dado):

x2 1 4  x2 2x 2  5x  3
a) lim b) lim c) lim 2
x 1 x  1 x  2 2  x x 1 2x  5x  2
2

x3 1 8  x3 x 3  3x 2  6x  4
d) lim e) lim f) lim
x 1 x 2  1 x  2 4  x 2 x 1 x 3  4x 2  8x  5

Resp.: a) 2 b) 4 c)  7/ 3 d) 3/ 2 e) 3 f )1
165
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

3) Calcule:
3x  4 2x  3 1  3x
a ) lim b ) lim c ) lim
x 2 ( x  2)2 x  1 ( x  1) 2 x  1 ( x  1) 2

3x2  5x  2 e ) lim
x4
f ) lim
1  2x
d ) lim
x 0 x2 x 2 x2 x 3 x  3

1 1
g ) lim h ) lim
x 1 1  x x 1 x 1

Resp . : a)   b)   c)   d)   e)  f) g)  h) 

Unidade Temática 5.3. Limites Infinitos e no Infinito

Introução

Lembre-se que está estudar uma Disciplina cujos conteúdos são de


Matemática Superior, na modalidade de Ensino a Distância, parte do
Sistema Nacional de Educação (SNE), que exge um pouco mais de si.

Par melhor entender esta Unidade Temática, comecemos pela


seguinte definição: A função f tem limite L quando x cresce além de
qualquer limite (dizemos quando x tende a infinito ou x   ).

Se pudermos fazer com que f(x) se aproxime arbitrariamente de L


tomando x suficientemente grande. Analogamente, a função f tem
limite M quando x decresce além de qualquer limite (ou quando
xtende a menos infinito), o que se denota porSe pudermos fazer com
que f(x) se aproxime arbitrariamente de Mtomando x negativo e
suficientemente grande em valor absoluto.Todas as propriedades de
limites são válidas quando Faculdade.

166
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Entender o conceito: limites infinitos e no infinito;


Objectivos
 Aplicar: os os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional;
específicos

Limites Infinitos e no Infinito


Dizemos que uma variável x tende ao infinito , se

x se torna um número positivo cada vez maior, crescendo sem limite e,


que x tende a menos infinito( ), se x é negativo e decresce
sem limite.
Se o limite de f(x), quando x tende a x0 pela direita ou pela
esquerda, é +∞ ou –∞, escrevemos:

Já lhe perguntaram o que é o infinito? Certamente alguém lhe deu


uma resposta poética a respeito e de facto no sentido poético, o
infinito é algo fascinante...!

Agora imagine um número absolutamente tão alto quanto é possível


você conceber... Conseguiu? Pois bem, por maior que seja o número
escolhido, ele não é infinito. Aqui, falaremos do infinito como sendo
algo tão inatingível que nenhuma mente humana poderia imaginar.
Infinito é uma tendência, uma forma de representar algo que é tão
alto que jamais poderíamos atingir. É como se fosse um caminho sem
fim, como o destino de um corpo sem obstáculos e atrito no espaço
sem fim.

No início desta Unidade Temática, discutimos como analisar o


comportamento de uma função (sua tendência) quando a variável se
aproxima de um determinado número. Nesta seção, discutiremos duas
situações novas:

 O que acontece com os valores de , quando é muito


grande?
 O que fazer quando, ao aproximar de um ponto , os valores

167
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

de ficam cada vez maiores?

Usaremos o termo "infinito" sempre que for preciso lidar com


"números gigantescos". Deste modo, também poderemos representar
as duas situações acima usando conceitos de limite. Para isso, quando
realizarmos um cálculo, podemos tratar o infinito como se fosse um
número, embora ele seja um ente matemático que nunca poderemos
alcançar. Por exemplo, caso a variável esteja tendendo ao infinito, e
apareça em uma expressão, podemos imaginar o que aconteceria com
a expressão caso fosse um número suficientemente grande. Então
façamos um estudo de como podemos avaliar o comportamento das
funções quando a variável tende a infinito.

1
Considerando uma função definida como: f(x) =
x

De fato temos uma tendência do valor da função se igualar a 1 quando


levamos para números muito altos, embora ela nunca alcance o
valor 1. Chamamos isso de limite no infinito, ou tendência infinita, e
dizemos que tende a 1 quando tende ao infinito.

Podemos simbolizar a tendência de , quando fica cada vez


maior, usando uma destas formas:

ou

O mesmo pode acontecer quando o valor da variável independente


tende ao infinito negativo ( ), então podemos representá-la
assim:

Ou

A partir das noções apresentadas anteriormente, podemos definir de


forma rigorosa as têndências infinitas e os limites infinitos.

Definição

168
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Chamamos o número de limite lateral no infinito positivo se:

tal que vale a implicação

Ou seja, é o número para qual uma função f(x) tende a se igualar


quando a variável independente ultrapassa o número positivo N.

Do mesmo modo, chamamos o número de limite lateral no infinito


negativo se:

tal que vale a implicação

Os números são escolhidos de forma a fornecerem o maior valor


possível dentro do domínio da função, que portanto deve
necessáriamente ser ilimitado.

Limites infinitos

Se nos depararmos com uma função onde o denominador decresce


vertiginosamente até zero, o que podemos fazer?

Esta é a típica forma de funções que crescem até o infinito, neste caso
adotamos o valor da definição de infinito, visto que não é possível
colocar qualquer valor. Adotamos ou , pois

, como já definimos anteriormente.

Sumário
Nesta Unidade Temática 5.3. analisamos e discutimos sobre:

Limites infinitos e no infinito

Exercícios
GRUPO 2 (Com respostas)

Escreva estes limites sob notação de limites, à semelhança com o que

169
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

fizemos na Unidade Temática 5.1. Limites de uma função. Limra?

1. lim x³+7 quando x tende ao infinito positivo


2. lim x²-x quando x tende ao infinito positivo
3 lim (7*a^9 + 2)/(a^8+1) quando x tende ao infinito negativo
4.lim 5x/(7x³+3)^(1/3) quando x tende ao infinito negativo
5. lim [3x + x² - 9*x^(-2)] / (7*x^5 + 2) quando x tende ao infinito
positivo
6. lim (x^1000 – x^17) / [-(x)^100 + x^58] quando x tende ao infinito
positivo
7 lim [(8x²+3)^(1/2)]/[(9x²-7x)^(1/2)] quando x tende ao infinito
positivo
8. lim (x^5 +1) / (3x³ – 9x) quando x tende ao infinito negativo

Unidade Temática 5.4. Continuidade

Introução

Ao trabalhar com uma função, nossa primeira preocupação deve ser o


seu domínio (condição de existência), afinal, só faz sentido utilizá-la
nos pontos onde esteja definida e sua expressão
matemática, portanto, tenha significado. Todavia, em muitos casos, é
importante saber como a função se comporta quando a variável está
muito próxima de um ponto que não pertence ao seu domínio.

E para este estudo, nos valemos da teoria de limites e Continuidade de


funções, a qual permite a análise de uma função em uma vizinhança
muito próxima de um ponto, sem se preocupar com o valor da função
neste ponto po intervalo.

Um conceito fundamental no Cálculo, no que diz respeito ao estudo de

170
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

funções, é o de continuidade de uma função num ponto de seu


domínio.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Entender: e explicar o conceito de continuidade de funções;


Objectivos
 Aplicar: os os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional;
específicos

Continuidade
CONTINUIDADE DE FUNÇÕES DE UMA VARÁVEL

Os seguintes problemas envolvem a continuidade de funções de uma


variável. Uma função y = f(x) é contínua em um ponto x=a se as
seguintes três condições são verificadas:

a) f(a) está definida,

b) exéte (i.e., é finito) e,

c) .

Critérios de Continuidade de uma Função


Uma função f é dita ser contínua no intervalo I se f é contínua em cada
ponto x em I. Aqui está uma lista de alguns factos bem conhecidos que
nos ajudam a identificar se dada função f é contínua num determinado
interval I:

1. A SOMA de funções contínuas é contínua.

2. A DIFERENÇA de funções contínuas é contínua.

3. O PRODUTO de funções contínuas é contínua.

4. O QUOCIENTE de funções contínuas é contínua em todos os


pontos x aonde o DENOMINADOR NÃO é ZERO.

5. A COMPOSIÇÃO de funções contínuas é contínua em todos

171
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

os pontos x onde a composição está propriamente definida.

6. Qualquer polinômio é contínuo para todos os valores de x.

7. A função ex e as funções trigonométricas e são


contínua para todos os valores de x.

Sumário

Netsa Unidade Temática 5.4. estudamos:


1. Conceito de Continuidade de uma função;
2. Critérios de continuidade de uma função.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)

PROBLEMA 1 : Determine se a seguinte função é contínua em x=1 .

Clique AQUI to para ver uma solução detalhada do problema 1.

PROBLEMA 2 : Determine se a seguinte função é contínua em x=-2 .

Clique AQUI to para ver uma solução detalhada do problema 2.

PROBLEMA 3 : Determine se a seguinte função é contínua em x=0 .

172
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Clique AQUI to para ver uma solução detalhada do problema 3.

PROBLEMA 4 : Determine se a função é contínua at x=-


1.

Clique AQUI para ver uma solução detalhada do problema 4.

PROBLEMA 5 : Verifique se a seguinte função é contínua para x=3 e x=-


3.

Clique AQUI para ver uma solução detalhada do problema 5.

PROBLEMA 6 : Para que valores de x a função é


contínua ?

Clique AQUI para ver uma solução detalhada do problema 6.

PROBLEMA 7 : Para que valores de x a função é

contínua ?

Clique AQUI para ver uma solução detalhada do problema 7.

PROBLEMA 8 : Para que valores de x a função é


contínua ?

Clique AQUI para ver uma solução detalhada do problema 8.

PROBLEMA 9 : Para que valores de x a função é

173
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

contínua ?

Clique AQUI para ver uma solução detalhada do problema 9.


PROBLEMA 10 : Para que valores de x a função é

contínua ?

Clique AQUI para ver uma solução detalhada do problema 10.

PROBLEMA 11 : Para que valores de x é aseguinte função contínua ?

Clique AQUI para ver uma solução detalhada do problema 11.

PROBLEMA 12 : Determine todos os valores da constante A para que a


seguinte função seja contínua para todos os valores de x .

Clique AQUI para ver uma solução detalhada do problema 12.

PROBLEMA 13 : Determine todos os va;ores das constantes A e B para


que a função seja contínua para todos os valores de x .

Clique AQUI para ver uma solução detalhada do problema 13.

PROBLEMA 14 : Mostre que a seguinte função é contínua para todos


os valores de x .

174
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Clique AQUI para ver uma solução detalhada do problema 14.

PROBLEMA 15 : Seja

Mostre que f é contínua para todos os valores de x .


Mostre que f é diferenciável para todos os valores de x,
mas que a derivada , f' , NÃO é contínua em x=0 .

Clique AQUI para ver uma solução detalhada do problema 15.

TEMA VI: CÁLCULO


DIFERENCIAL
Unidade 6.1 Derivada.
Unidade 6.2.Técnicas de Derivação.
Unidade 6.3 Regra da Cadeia…

Unidade Temática 6.1. Derivada

Introução
È necessário, em todo o cálculo matemático ter a noção teórica de
cada tema no qual trabalhamos; isso porque; imaginemos que, para os
estudantes até ao 12º ano a relevância destes conceitos acaba por ser
desprezada visto que a prática, em termos reais é mais conclusiva que
a própria teória.

Mas, isso só funciona desde que tenhamos sempre presente um


professor que auxilie o raciocínio.
A questão é: quando necessitar implementar ou criar alguma aplicação
matématica o conhecimento teórico traduz a opção ou o método a
adoptar. Por ex: se devemos usar derivadas, limites, integrais, sistemas

175
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

de equações para satisfação dos critérios físico/matemáticos do


cálculo em causa. Questões como estas merecem atenção.

No cálculo, a derivada representa a taxa de variação instantânea de


uma função. Um exemplo típico é a função velocidade que representa
a taxa de variação (derivada) da função espaço ou da distância s
percorrida. Do mesmo modo a função aceleração é a derivada da
função velocidade.

Diz-se que uma função f é derivável (ou diferenciável) se, próximo de


cada ponto a do seu domínio, a função f(x) − f(a) se comportar
aproximadamente como uma função linear, ou seja, se o seu gráfico
for aproximadamente uma recta. O declive de uma tal recta é a
df ( x )
derivada da função f no ponto a e representa-se por f ´( x )  ,
dx
mas quando x assumir, por exemplo um valor a, escrevemos f´(a)=
df ( a )
f ´( a )  .
dx

A Derivada nos dias que correm encontra muita aplicação em diversas


áreas de conhecimento, entre outras, a de ciências económicas, como
é o caso de cálculo de receita marginal.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Definir: a Derivada de Uma Função;

 Estabelecer: a definição formal da derivada;


Objectivos
específicos
 Aplicar: na vida prática e profissional o conceito de deferenciação;

Derivada
No cálculo, a derivada representa a taxa de variação instantânea de
uma função[1] . Um exemplo típico é a função velocidade que
representa a taxa de variação (derivada) da função espaço. Do mesmo
modo a função aceleração é a derivada da função velocidade.

Diz-se que uma função f é derivável (ou diferenciável) se, próximo de


cada ponto a do seu domínio, a função f(x) − f(a) se comportar
aproximadamente como uma função
176
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

linear, ou seja, se o seu gráfico for aproximadamente uma reta. O


declive de uma tal recta é a derivada da função f(x) no ponto a e
representa-se por

df ( a )
ou por f ´(a )  .
dx

Em cada ponto, a derivada de é a tangente do ângulo


que a recta tangente à curva faz em relaçao ao eixo das abscissas. A
reta é sempre tangente à curva azul; a tangente do ângulo que ela faz
com o eixo das abscissas é a derivada. Note-se que a derivada é
positiva quando verde, negativa quando vermelha, e zero quando
preta.

Definição formal da Derivada


Seja I um intervalo com mais do que um ponto do conjunto dos
números reais e seja f uma função de I em (função esta que é
formalmente denotada por ) . Se o ponto (lê-se: o
ponto a pertence, faz parte do intervalo I), diz-se que f é derivável em
a se existir o limite [2] e o mesmo for finito

,
onde .

Se for esse o caso, aquele limite designa-se por derivada da função f


no ponto a e representa-se por f′(a). Note-se que a derivada de f em a,
se existir, é única. Isto continuaria a ser verdade se I fosse um
conjunto qualquer de números reais e se a fosse um ponto não isolado

177
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

de I. Segundo esta definição, a derivada de uma função de uma


variável é definida como um processo de limite Considera-se a
inclinação da secante quando os dois pontos de intersecção com o
gráfico de f

convergem para um mesmo ponto. No limite, a inclinação da secante


é igual à da tangenteInclinação da secante ao gráfico de f

O declive da secante ao gráfico de f que passa pelos pontos (x,f(x)) e


(x + h,f(x + h)) é dado pelo quociente de Newton:

Uma definição alternativa é: a função f é derivável em a se existir uma


função φa de I em R contínua em a tal que

Então define-se a derivada de f em a como sendo φa(a).

Derivada num ponto


 Seja um intervalo de R com mais do que um ponto, seja
∈ e seja uma função de em R derivável em . Então é
contínua em . O recíproco não é verdadeiro, como se pode
ver pela função módulo.
 Seja um intervalo de R com mais do que um ponto, seja
∈ e sejam e funções de em R deriváveis em . Então
as funções ± , e (caso ≠ ) também são
deriváveis em e:
o

178
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Em particular, se ∈ R, então . Resulta daqui e de se


ter que a derivação é uma aplicação linear.

 Sejam e intervalos de R com mais do que um ponto, seja


∈ , seja uma função de em derivável em e seja seja
uma função de em R derivável em . Então o é
derivável em e

Esta propriedade é conhecida por regra da cadeia.

 Seja um intervalo de R com mais do que um ponto, seja


∈ e seja uma função contínua de em R derivável em
com derivada não nula. Então a função inversa é derivável
em e

Outra maneira de formular este resultado é: se está na imagem de


e se for derivável em com derivada não nula, então

Assim, por exemplo, se considerarmos a função f de R em R definida


por f(x) = x² + x − 1, esta é diferenciável em 0. Podem ver-se na
imagem abaixo os gráficos das restrições daquela função aos
intervalos [−1,1] e [−1/10,1/10] e é claro que, enquanto que o
primeiro é bastante curvo (e, portanto, f(x) − f(0) está aí longe de ser
linear), o segundo é praticamente indistinguível de um segmento de
reta (de declive 1). De facto, quanto mais se for ampliando o gráfico
próximo de (0,f(0)) mais perto estará este de ser linear.

179
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Gráfico de uma função derivável.

Em contrapartida, a função módulo de R em R não é derivável em 0,


pois, por mais que se amplie o gráfico perto de (0,0), este tem sempre
o aspecto da figura abaixo.

Gráfico da função módulo, que não é derivável em .

Derivabilidade em todo o domínio


Diz-se que f é derivável ou diferenciável se o for em todos os pontos
do domínio.

Uma função diferenciável

 Uma função derivável de em R é constante se e só se a


derivada for igual a em todos os pontos. Isto é uma
consequência do teorema da média.
 Uma função derivável de em R é crescente se e só se a
derivada for maior ou igual a em

180
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

todos os pontos. Isto também é uma consequência do teorema


da média.

Uma função cuja derivada seja sempre maior que é estritamente


crescente. Uma observação importante é que existem funções
estritamente crescentes em que a derivada assume o valor em
alguns pontos. É o que acontece, por exemplo com a função de R em R
definida por . Naturalmente, existem enunciados
análogos para funções decrescentes.

 Se for uma função derivável de em R, sendo um intervalo


de R com mais do que um ponto, então também é um
intervalo de R. Outra maneira de formular este resultado é: se
for uma função derivável de em R e se for um
número real situado entre e (isto é, ≤
≤ ou ≥ ≥ ), então existe algum ∈
tal que . Este resultado é conhecido por teorema
de Darboux.

Funções continuamente deriváveis


Seja um intervalo de R com mais do que um ponto e seja uma
função de em R. Diz-se que é continuamente derivável ou de classe
se for derivável e, além disso, a sua derivada for contínua. Todas
as funções deriváveis que foram vistas acima são continuamente
deriváveis. Um exemplo de uma função derivável que não é
continuamente derivável é

pois o limite não existe; em particular, f' não é contínua


em .

Derivadas de ordem superior (facultativo)


Quando obtemos a derivada de uma função o resultado é também
uma função de x e como tal também pode ser diferenciada.
Calculando-se a derivada novamente obtemos então a segunda
derivada da função f. De forma semelhante, a derivada da segunda
derivada é chamada de terceira
181
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

derivada e assim por diante. Podemos nos referir às derivadas


subsequentes de f por:

e assim sucessivamente. No entanto, a notação mais empregada é:

ou alternativamente,

ou ainda

Se, para algum k ∈ N, f for k vezes derivável e, além disso, f(k) for uma
função contínua, diz-se que f é de classe Ck.

Se a função f tiver derivadas de todas as ordens, diz-se que f é


infinitamente derivável ou indefinidamente derivável ou ainda de
classe C∞.

Pontos críticos, estacionários ou


singulares
Pontos onde a derivada da função é igual a chamam-se
normalmente de pontos críticos. Existem cinco tipos de pontos onde
isto pode acontecer em uma função. Como a derivada é igual ao
declive da tangente em um dado ponto, estes pontos acontecem onde
a reta tangente é paralela ao eixo dos . Estes pontos podem
acontecer:

1. onde a função atinge um valor máximo e depois começa a


diminuir, chamados máximos locais da função
2. onde ela atinge um valor mínimo e começa a aumentar,
chamados de mínimos locais da função
3. em pontos de inflexão (horizontais) da função, que ocorrem
onde a concavidade da função muda. Um exemplo típico é a
função : no ponto a função tem um ponto

182
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

de inflexão (horizontal).
4. em pontos onde a função oscila indefinidamente entre valores
acima ou abaixo, um exemplo típico é a função

5. em pontos onde a função é localmente constante, ou seja,


existe um intervalo contendo o ponto para o qual a restrição
da função ao intervalo é a função constante. Um exemplo
típico é a função f(x) = |x + 1| + |x - 1| no ponto x=0.

Os pontos críticos são ferramentas úteis para examinar e desenhar


gráficos de funções.

Sumário

Nesta Unidade Temática 6.1. estudamos:


1. Derivada (conceito);
2. Definição formal;
3. Derivada de uma função num ponto;
4. Derivabilidade em todo domínio.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)

Se ∈ R, a função de R em R definida por é derivável


em todos os pontos de R e a sua derivada é igual a em todos os
pontos, pois, para cada ∈ R:

Usando a definição alternativa, basta ver que se se definir de R em


R por , então é contínua e, para cada e cada reais,
tem-se

183
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

além disso, .

A função de R em R definida por é derivável em todos os


pontos de R e a sua derivada é igual a em todos os pontos, pois,
para cada ∈ R:

Usando a definição alternativa, basta ver que se se definir de R em


R por , então é contínua e, para cada e cada reais,
tem-se

além disso, .

A função de R em R definida por é derivável em todos


os pontos de R e a sua derivada no ponto ∈ R é igual a , pois:

Usando a definição alternativa, basta ver que se se definir de R em


R por , então é contínua e, para cada e cada
reais, tem-se

além disso, .

A função módulo de R em R não é derivável em pois

No entanto, é derivável em todos os outros pontos de R: a derivada


em é igual a quando e é igual a quando .

184
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Unidade Temática 6.2. Técnicas de Derivação

Introução

A derivada de uma função y = f(x) num ponto x = x0 , é igual ao


valor da tangente trigonométrica do ângulo formado pela tangente
geométrica à curva representativa de
y=f(x), no ponto x = x0, ou seja, a derivada é o coeficiente angular
da reta tangente ao gráfico da função no ponto x0.
A derivada de uma função y = f(x), pode ser representada também
pelos símbolos:
y' = dy/dx ou f ' (x).
A derivada de uma função f(x) no ponto x0 é dada por:

Mas, em termos práticos, torna-se enfadonho trabalhar com fórmula


acima, pelo que se adoptou uma maneira mais facile prática de
trabalhar com a derivada, a que no conjunto se designou por técnicas
de derivação, que veremos com mais detalhes, no desenvolvimento
desta Unidade Temática.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Entender e aplicar o Conceito: de técnicas de derivação;


Objectivos
 Saber como: interpretar a derivada de uma constante;
específicos
 Aplicar correctamente: todas a técnicas de derivação na resolução de
problemas reais;

185
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Técnicas de Derivação
DERIVADA DE UMA CONSTANTE

Se c for um número real qualquer, então:

DERIVADA DE UMA POTÊNCIA COM EXPOENTE INTEIRO

Se n for um número inteiro qualquer, então:

DERIVADA DE UMA CONSTANTE VEZES UMA FUNÇÃO

Se f for diferenciável em x e c for um número real qualquer, então:

DERIVADAS DE SOMAS E DIFERENÇAS

Se f e g forem diferenciáveis em x, então:

186
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

DERIVADA DE UM PRODUTO

Se f e g forem diferenciáveis em x, então:

DERIVADA DE UM QUOCIENTE

Se f e g forem diferenciáveis em x,
e , então:

DERIVADA DE UM RECÍPROCO

Se g for diferenciável em x,
e , então:

DERIVADAS MAIS ALTAS ou de n-ésimo grau

Se a derivada f' de uma função f for ela mesma diferenciável, então a

187
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

derivada de f' será denotada por f'', chamada de derivada segunda de


f:

Se pudermos repetir este processo, obteremos a derivada terceira de


f:

E assim por diante, na forma geral:

DERIVADAS DAS FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS

188
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Sumário

Nesta Unidade Temática 6.2. estudamos os seguinte


tópicos.

Constante
Potência com expoente inteiro
Constante vezes uma função
Somas e diferenças
Produto
Quociente
Recíproco
Derivadas mais altas
Trigonométricas

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Com respostas NÃO DETALHADAS)


Tente resolver os exercícios antes de olhar as respostas!

1.Calcule a derivada da função e determine o coeficiente angular da


reta tangente ao gráfico da função no valor de x dado.
b)
a)

2.Determine uma equação para a reta tangente ao gráfico da

função no ponto (x,y) = (3,2).

3. A posição de uma partícula que se desloca ao longo de uma recta


coordenada é dada por , com s em metros e t em
segundos. Determine a velocidade e a aceleração da partícula para t =
6s.

4. Analisando o gráfico da figura abaixo, verifique em quais pontos do


intervalo [-4,6] a derivada não existe. Justifique sua resposta.

189
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

5. Cada uma das figuras mostra o gráfico de uma função num intervalo
fechado D.
a) b)

 Em que pontos do domínio existe a derivada da função?


 Em que pontos do domínio a função é contínua, mas não existe
a derivada?
 Em que pontos do domínio a função não é contínua e nem
diferenciável (ou seja, não existe a derivada)? Justifique cada
uma de suas respostas

6. Determine a derivada das funções dadas.

a) b)

c) d)

7. Determine a derivada das funções:

a)
i)
b) j)

190
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

c)
k)
d) l)
e) m)

n)
f)
o)
g)
p)
h)

8. A relação entre o número de decibéis e a intensidade de um som I

em watts por centímetro quadrado é dada por


Encontre a taxa de variação no número de decibéis quando a
intensidade for 10-4 watt por centímetro quadrado.

9. Na escala Richter, a magnitude R de um terremoto de intensidade I

é dada por em que I0 é a intensidade mínima usada para


comparação. Supondo que I0 = 1.
a) Determine a intensidade do terremoto de 1906 em São Francisco
para o qual R = 8,3.
b) Determine a intensidade do terremoto de 26 de maio de 2006 em
Java, Indonésia, para o qual R = 6,3.
c) Determine o fator pelo qual a intensidade aumenta quando o valor
de R é duplicado.

d) Determine .

10. Encontre uma equação da reta tangente no ponto indicado.

a) d)

b) e)

c) f)

11. Quem é b se a inclinação da reta tangente à curva y = bx em x = 0


for 4?

191
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

12. A energia E (em joules) irradiada como onda sísmica a partir de um


terremoto de magnitude M na escala Richter é dada pela fórmula
log10E = 4,8+1,5M.
a) Expresse E como função de M
b) Mostre que quando M cresce 1 unidade, a energia aumenta por um
fator de aproximadamente 31.
dE
c) Calcule
dM

RESPOSTAS
1.
c)
a)

2.

3.

4. x = 0 ; x = 1 e x = 4

5. a) , nenhum , nenhum
b) , nenhum , x = 0

6.

a)

b)

c)

d)

7.

a) i)

b) j)

c) k)

192
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

l)
d)
e)
m)
n)
f)

g)
o)
p)
h)

8.

, então, para I = 10-4, a taxa de variação é


aproximadamente 43 429,4 db/w/cm2.

9.
a) c) 10R

b)
d)

10.
a) d)

b)
e)
c)
f)

11. b = e4

12.
a) E = 104,8+1,5M

c)

Unidade Temática 6.3. Regra de Cadeia

Introução

193
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Em cálculo, a regra da cadeia é uma fórmula para a derivada da


função composta de duas funções ou mais.

Desenvolvida por Gottfried Leibniz, a regra da cadeia teve grande


importância para o avanço do cálculo diferencial. Seu
desenvolvimento foi devido à mudança de notação, ou seja, ao invés
de usar a notação de Newton, Leibniz adotou uma notação referente à
tangente, onde a derivada é dada pela diferença dos valores na
ordenada dividida pela diferença dos valores na abcissa e onde essa
diferença é infinitamente pequena (dy/dx).

A partir desta observação, a regra da cadeia passou a permitir a


diferenciação de funções diversas cujo argumento é outra função.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Entender como se aplicar: a regra de cadeia nas derivadas;


Objectivos
 Fazer Análise e Interpretação: de gráficos de funções estudadas;
específicos
 Aplicar: os os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional;

Regra de Cadeia
Enunciado
A regra da cadeia afirma que

que em sua forma sucinta é escrita como:

Alternativamente, na notação de Leibniz, a regra da cadeia é

194
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Na integração, a recíproca da regra da cadeia é a regra da substituição.

Exemplos

 Exemplo 1: Considere . Temos que


onde e
Então,

 Exemplo 2: De forma análoga, para funções trigonométricas,


por exemplo:

pode ser escrita como com e


. A regra da cadeia afirma que

desde que e .

Regra da cadeia para várias variáveis (Carácter


informativo, pelo que facultativo).

A regra da cadeia aplica-se também para funções de mais uma


variável. Considere a função onde e
, então

Suponha que cada função de é uma função de duas


variáveis tais que e , e que todas essas
funções sejam diferenciáveis. Então a regra da cadeia é equivalente a:

195
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Se considerarmos acima como um vetor função, podemos


então utilizar a notação vetorial para escrever a equivalência acima
como o produto escalar do gradiente/Tangente de e a derivada de
:

Em geral, para funções de vectores a vetores, a regra da cadeia afirma


que a Matriz Jacobiana da função composta é o produto de matrizes
Jacobianas de duas funções:

Sumário

Nesta Unidade Temática 6.2. estudamos:


Regra de cadeia para derivadas e algumas de suas aplicações.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO 2 (com respostas).

Calcule a derivada de cada uma das funções abaixo:

196
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

RESPOSTAS (Vamos mostrar apenas as resoluções das alíneas a) e b)).

a)

Temos f1(x)=h(g(x)), sendo e .

Se , então .

Por outro lado, se , então .

Mas, pela Regra da Cadeia, como h e g são deriváveis, temos


f1'(x)=h'(g(x)).g'(x),

ou seja,

b)

Dica: se f(x) = ax, sua derivada é f´(x) = ax .lna

Mas quando a = e, teremos f´(x) = ex .lne . Mas lne = log ee = 1, logo f´(x)
= ex .lne = f´(x) = ex .l = ex  (e x )´ e x .

Para derivar as funções trigonométricas, o estudantes, deve revisitar a


Unidade Temática 6.2. (Derivadas de Funções Trigométricas página 77
e 78).

Temos f2(x)=h(g(x)), sendo e .

Se , então .

Por outro lado, se , então .

Mas, pela Regra da Cadeia, como h e g são deriváveis, temos

f2'(x)=h'(g(x)).g'(x),

ou seja,

197
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Tente encontrar a expressão mais simplificada possível do que estas


últimas duas alíneas a) e b) e continue, com analogia a esta resolução,
a resolver os demais exercícios de c) a f).

TEMA VII:
COMPORTAMENTO DE
FUNÇÕES
Unidade 7.1. Máximos e Mínimos.
Unidade 7.2. Regiões de Crescimento e Decrescimento.
Unidade 7.3. Regra de L’Hôpital.
Unidade 7.4. Taxas Relacionadas

Unidade Temática 7.1. Máximo e Mínimo


Introução

Em matemática, em especial na análise real, os pontos de máximo e


mínimo, também chamados de pontos extremos de uma função são
pontos do domínio onde a função atinge seu valor máximo e mínimo.
Ou seja, dizemos que (de máximo) e (de mínimo) se existem
pontos no domínio e tais que:

, para todo no
domínio.

A partir do sinal da primeira ou da derivada de uma função f, além da


concavidade, podem-se obter pontos de máximo ou mínimos,

relativos a um certo intervalo desta função.

Em geral, não se pode garantir a


198
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

existência de tais valores máximos nem mínimos, mesmo para funções


reais contínuas limitadas. No entanto é possível mostrar que toda
função real definida num compacto assume tanto um máximo como
um mínimo.

Define-se também ponto de máximo local e ponto de mínimo local


que são pontos de máximo (ou de mínimo) de uma função em alguma
vizinhança do ponto contida no domínio.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Entender: e aplicar o conceito de máximo e mínimo;


Objectivos
 Saber interpretar o significado: de anulamento das 1ª e 2ª derivavadas;
específicos
 Aplicar: os os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional;

Máximo e mMínimo
Aplicações da 1ª Derivada
Considere o gráfico a seguir de uma função qualquer. Tem-se:

x1= abscissa de um ponto de máximo local.

x2= abscissa de um ponto de mínimo local.

x3= abscissa de um ponto de máximo local.

As rectas tangentes r1, r2 e r3 nos pontos de abscissas x1, x2 e x3,


respectivamente, são paralelas ao eixo x, logo, a derivada (que é o

199
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

declive da recta tangente ao gráfico) de f anula-se para x1, x2 e x3, ou


seja, f’(x1) = f’(x2) = f’(x3) = 0. Porque o ângulo (declive) mede-se entre
a recta e o eixo das abcissas x. Quando a recta é paralela ao eixo x, o
ângulo entre si resulta de zero graus, que é ovalor do declive.

Observação:

Por força do exposto no parágrafo imediatamente anterior, os pontos


de mínimo ou de máximo ocorrem quando a 1ª derivada é nula (igual
a zero) nesses pontos.

Aplicações da 2ª Derivada ou
(pontos de Inflexão).
A fim de verificar se um ponto, que anula a primeira derivada de uma
função, representa um ponto de máximo ou mínimo local, faz-se o
teste da segunda derivada, ou seja:

a) deriva-se a função;

b) iguala-se a primeira derivada a zero;

c) Seja a função duas vezes diferenciável no intervalo aberto I.


(i) se f(x) (segunda derivada) >0 para todo x em I (intervalo), então o
gráfico de f possui concavidade virada para cima em I.
(ii) se f(x) (segunda derivada) <0 para todo x em I, então o gráfico de f
possui concavidade virada para baixo em I.

Teste da segunda derivada para extremos relativos

Seja a função f diferenciável no intervalo aberto I e suponha que c seja


um ponto em I, tal que f (x) (primeira derivada) = 0 e f (x) (segunda
derivada) exista.

(i) se f (c) >0, então f possui um mínimo relativo em c.


(ii) se f (c) < 0, então f possui um máximo relativo em c.

Pode ser escrito de outra forma:

Teste da Derivada segunda

Suponha que f (2 derivada) seja contínua na proximidade de c.


(i) se f (c) =0 e f (c) >0, então f tem um mínimo local em c.

200
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

(ii) se f (c) = 0 e f (c) <0, então f tem um máximo local em c

Sumário

Nesta Unidade Temática 7.1. estudamos os seguinte


tópicos.

Aplicações da 1ª Derivada e

Aplicações da 2ª DerivadaExercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

201
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

EXERCÍCIOS de AUTO-AVALIAÇÃO
GRUPO 2 (Com respostas)

1. Dentre todos os rectângulos de perímetro 64cm, encontre as medidas

de um em que sua áreas seja máxima.

Temos o rectângulo:

[Figura 1-1]

O perímetro é dado por:

De (5.1) obtermos:

A área do retângulo é dada por:

Substituindo (5.2) na (5.3), obtemos:

Calculamos agora a derivada da (5.4):

Igualando a zero obtendo a seguinte equação:

202
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Agora que já encontramos o valor de um dos lados do rectângulo, substituímos

o valor encontrado na (5.2):

Com este resultado, concluímos que, para que a área seja máxima, o quadrilátero

pedido é um quadrado de lado 16cm.

2. Encontre o máximo e o mínimo absolutos das funções:

______________________________________________________________

Resolução:

a)

Segue que o máximo absoluto é f(4)=17 e o mínimo absoluto é f(2)=-3.

203
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

_______________________________________________________________

b)
f'(x)=6x(x-2)2+6x2(x-2)=12x((x-2)(x-1)=0

Os pontos críticos são: x=0, x=2 e x=1. e os valores de f nestes pontos são:

Máximo absoluto : M=27, Mínimo absoluto: m=0.

Unidade Temática 7.2. Regiões de Crescimento


e Decrescimento

Introução
A noção intuitiva de crescimento/decrescimento de uma função num
intervalo aberto, contido em seu domínio, nos faz pensar num
determinado tipo de gráfico. Entretanto, é preciso tomar muito
cuidado com as definições.

Todas são definições simples. O cuidado a ser tomado é com o


quantificador: "qualquer que seja" cujo símbolo é  . Assim, para
provar que determinada função é crescente num intervalo não basta
provar que:

se então

é preciso se certificar de que ficou estabelecido que a e b são


quaisquer no intervalo considerado.

Através da noção de crescimento/decrescimento de uma função num


intervalo/Região aberto, podemos

204
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

definir o ponto de extremo da função nesse intervalo, como veremos


no desenvolvimento desta Unidade Temática.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Entebder: e aplicar o conceito de crescimento e decrescimento;


Objectivos
 Perceber: quando se diz que uma função é estritamente Crescente;
específicos
 Perceber: quando se diz que uma função é estritamente decrescente;

Regiões de Crescimento e
Decrescimento
Definição 1: (Função Crescente)
Seja f uma função definida em um intervalo I . A função f é
crescente em I se
f ( x1 ) < f ( x2 ) sempre que x1 < x2 , x1 , x2 I .

Definição 2: (Função Decrescente)


Seja f uma função definida em um intervalo I . A função f é
decrescente em I se
f ( x1 ) > f ( x2 ) sempre que x1 < x2 , x1 , x2 I .

205
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Definição 3: Função estritamente


Crescente
Uma função f é dita estritamente crescente num intervalo I quando
para qualquer par de pontos x1 e x2, com x1< x2, tem-se .

Definição 4: Função estritamente


Decrescente
Uma função f é dita estritamente decrescente num intervalo I quando
para qualquer par de pontos x1 e x2, com x1< x2, tem-se .

Teorema: Sinal da Derivada


Seja f uma função contínua em [ a , b ] e derivável em ( a , b ) .
Então:
a ) f ’( x ) > 0 , e x  ( a , b ); f é CRESCENTE em [ a , b ] .
f é CRESCENTE em [ a , b ] então f ’( x ) > 0 , se x  ( a , b )

206
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

b) f ’( x ) < 0 , e x  ( a , b ); f é DECRESCENTE em [ a , b ] .
f é DECRESCENTE em [ a , b ] então f ’( x ) < 0 , se x  ( a , b )

Teste da Primeira Derivada para Extremos

Teorema: (Teste da 1a Derivada para Extremos Relativos)


Seja f uma função contínua em um intervalo aberto ( a , b )
contendo xo . Se f é derivável em todo os pontos do intervalo
(a , b) , excepto possivelmente em xo , então
a) f ’( x ) > 0 , e x  ( a , xo) e f ’( x ) < 0 , e x  ( xo , b ), f tem um
valor MÁXIMO RELATIVO em xo .

b) f ’( x ) < 0 , e x  ( a , xo ) e f ’( x ) > 0 , e x  ( xo , b )

f tem um valor MÍNIMO RELATIVO em xo .

207
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Observação: (Não é Ponto de Extremo Relativo)


f ’( x ) < 0 , e x  ( a , xo ) e f ’( x ) < 0 , e  x ( xo , b ) ou f ’( x ) > 0
, e x  ( a , xo ) e f ’( x ) > 0 , e x  ( xo , b ) em xo f NÃO tem um
extremo relativo .

Sumário

Nesta Unidade Temática 7.2. estudamos:


1. Definição 1: da Função Crescente e respectivas Regiões/Intervalos
de crescimento;
2. Definição 2: da Função Derescente e respectivas Regiões/Intervalos
de decrescimento;
3. Definição 3: da Função estritamente crescente e respectivas
4.Regiões/Intervalos de crescimento;
5. Definição 4: da Função estritamente decrescente e respectivas 6.
Regiões/Intervalos de decrescimento;

208
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Exercícios

GRUPO 2 (Exercícios com respostas)

Exrcício 1 :
Seja: f(x) = x3 – 6x2 + 9x - 3
(a) Encontre os intervalos (Regiões) onde f é crescente e onde é
decrescente.
(b) Encontre e classifique os extremos relativos.
(c) Encontre o valor máximo absoluto da f no intervalo [ –1 , 2 ) .

Solução :

(a) Encontre os intervalos onde f é crescente e onde é


decrescente .
Temos que

(b) Encontre e classifique os respectivos extremos.

(c) Encontre o valor máximo absoluto da f no intervalo [ –1 , 2 ) .


f é uma função polinomial , portanto contínua em IR . Em

209
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

particular , f contínua em [ –1 , 2 ) .
f ( 1 ) = 1 é o único extremo relativo no intervalo [ –1 , 2 ) e é um
valor máximo relativo f ( 1 ) = 1 é o valor máximo absoluto da
função neste intervalo .
Exercício 2:

Seja .
(a) Encontre os intervalos onde g é crescente e onde é
decrescente.
(b) Encontre e classifique os extremos relativos.
(c) Encontre o valor máximo absoluto da g no intervalo ( 3 , 5 ] .

Solução :
(a) Encontre os intervalos onde g é crescente e onde é
decrescente .

(b) Encontre e classifique os extremos relativos .

210
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

(c) Encontre o valor máximo absoluto da g no intervalo ( 3 , 5 ] . g


é definida por uma função polinomial no intervalo ( 3 , 5 ] ,
portanto contínua neste intervalo .
g ( 4 ) = –11 é o único extremo relativo no intervalo ( 3 , 5 ] e é
um valor mínimo
relativo g ( 4 ) = –11 é o valor mínimo absoluto da função neste
intervalo .

Unidade Temática 7.3. Regra de L´Hôpital


Introução

A regra de L'Hôpital, por vezes, também, designada por regra de


Cauchy, foi incorporada no primeiro livro de texto sobre cálculo
diferencial, publicado peli francês Guillaume François Antoine,
Marquês de l'Hôpital, em 1696. Seu objectivo é calcular o limite de
0 
frações nos casos em que há indeterminações do tipo ou .
0 
Actualmente sabe-se que a regra, com a designação de L´Hôpital, não
se deve ao francês Guillaume François Antoine, Marquês de l'Hôpital,
ou simplesmente Marquês, seu primeiro nome, mas sim a Johann
Bernoulli, um dos membros da célebre Família Bernoulli. A regra

211
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

integrou a obra do marquês, sendo também atribuída ao mesmo,

mediante um acordo entre ele e Bernoulli. Este facto foi descoberto


muito posteriormente.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Estabelecer: o encunciado da Regra de L´Hôpital;


Objectivos
 Fazer: Algumas das aplicações da Regra de L´Hôpital;
específicos
 Aplicar: os os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional;

Regra de L´Hôpital
Enunciado
Sejam e funções deriváveis num intervalo ou união de intervalos
, com .

Se ou

Então, se ,

com ou ou :

212
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Com , , , ou .

É importante notar-se que esta é uma relação de sentido único (não é


uma equivalência) e que tem de existir (i.e: se o limite do quociente
das derivadas não existir, nada se pode concluir).

Algumas Aplicações

A regra pode, ainda, ser estendida para calcularem-se limites tais


como

aplicando a regra de L'Hôpital:

Ou, ainda, o limite fundamental onde se segue:

213
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

derivando...

Demonstração
A prova da regra de l'Hôpital é simples no caso em que f e g são
continuamente diferenciáveis no ponto c e onde é encontrado um
limite finito após a primeira tentativa de diferenciação. Esta não é uma
prova geral para a regra l'Hôpital, pois é mais estrita, necessitando
tanto de diferenciabilidade das duas funções f e g, e que c seja um
número real. Uma vez que diversas funções comuns têm derivadas
contínuas (por exemplo, polinómios, seno e cosseno, função
exponencial), é um caso especial que merece atenção.

Suponha que f e g são continuamente diferenciáveis num número real


c, em que , e que . Então

Sumário

Nesta Unidade Temática 7.3.


Estudamos:
1. Enunciado do Regra/Teorema de L´Hôpital;
2. Demonstração da Regra de L´Hôpital e;
3. Algumas Aplicações

214
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Exercícios

GRUPO 2 (com respostas)

Exercício 1
Alguns exemplos podem ser fornecidos

Aplicando a regra de l'Hôpital

Exercício 2
A regra pode ainda ser usada para calcular alguns limites notáveis tais
como:

Aplicando a regra

215
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

Unidade Temática 7.4. Taxas Relacionadas


Introução

Quando pensamos em executar uma actividade, geralmente


trabalhamos nela e pronto. Pelo menos é assim que pensamos que
está sendo feito. Porém, muitas vezes, para realizar uma tarefa é
necessário, antes, realizar uma primeira actividade a fim de preparar o
caminho para a tarefa verdadeira que pretendemos.

Por exemplo, se queremos cozinhar um ovo, colocamos a água para


ferver, e dentro da água o ovo. Na verdade estamos fervendo água e a
água é quem cozinha o ovo, não o fogo. Se pensarmos mais ainda, não
é a água que está no fogo, mas a panela. Então, a panela é que está
sendo aquecida pelo fogo, como consequência ferve a água e por
último o ovo é cozido.
Perceba que o resultado é exactamente o que queremos, mas a acção
não é directa. Este é um exemplo de presso em cadeia, tal como
acontecerá com as taxas relacionadas, que é o principal objectivo
desta Unidade Temática.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Entender: o conceito de taxas relacionadas;


Objectivos
 Fazer Análise e Interpretação: das taxas relacionadas;
específicos
 Aplicar: os os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional;

Taxas Relacionadas
Suponhamos que x e y estão relacionadas pela equação x2 + y2 = 1 e
que x = f (t) e y = g(t), onde t é um parâmetro (tempo). Então
derivando esta igualdade teremos (x2 + y2)´ = 1´ o mesmo que

216
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

dx dy dx dy
2x + 2y = 0; onde neste caso e dizemos que são taxas
dt dt dt dt
relacionadas, porque conhecendo uma podemos determinar a outra.

Outro exemplo: Quando queremos calcular uma área, precisamos


antes saber a geometria da superfície em questão. Da geometria
definimos a relação com as medidas necessárias.

Agora, imagine uma situação de calcular a área de um quadrado. De


imediato pensamos na figura e lembramos da fórmula necessária:

A = l²

Mas como fica o problema se o lado mudar de tamanho ao longo do


tempo? A variação da área com relação ao tempo não é percebida
diretamente, somente se passarmos pelo cálculo do lado
entenderemos o problema.

Como assim?

Imagine uma chapa de metal, quadrada. Para piorar, imagine uma


chama constante em baixo da chapa aquecendo-a. Pense que o metal
tende a variar suas medidas sob a ação de calor. Assim, quanto mais
tempo passa, mais o calor influencia as medidas da chapa de maneira
que poderíamos expressar o problema da seguinte maneira:

A área depende do lado ao quadrado e o lado depende do tempo


segundo alguma regra.

Seja então o problema de calcular tal área para o caso do lado estar
variando segunda a regra

l = 4 – t²

Então para cada área que quisermos calcular, primeiro calcularemos o


lado e depois, tendo o valor do lado, calcularemos a área. Ocorre que
frequentemente estamos interessados em saber a taxa de variação de
uma grandeza com relação à outra. Por exemplo, taxa de variação do
espaço com relação ao tempo, usualmente chamada de

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velocidade. Também, taxa de variação da velocidade com relação ao

tempo, conhecida por aceleração. Mas não é somente variação com


relação ao tempo, a taxa de variação pode ser medida com relação a
outras grandezas.

A taxa de variação é a derivada da função com relação a grandeza


pretendida. Como precisamos relacionar informações intermediárias
usa-se a regra da Cadeia (aos poucos vai entendendo o porquê de
aprender tais regras?)

Vamos calcular, então?

Dados:

 A = l²
 l = 4 – t²

Queremos a variação da área com relação ao lado, mas o lado varia


com relação ao tempo, então calcularemos a variação da área com
relação ao tempo.

dA/dt = dA/dl x dl/dt Ora, dA/dl = 2 l, que é a derivada da função área


com relação ao lado.

E, dl/dt = -2 t, que é a derivada da função lado com relação ao tempo.

Pela regra da cadeia, faremos o produto das duas derivadas e


voltaremos a variável básica, no caso, o tempo t.

dA/dt = -4 l t, substituindo l teremos

dA/dt = -4 (4 – t²) t, ou dA/dt = -16 t + 4 t³

Repare agora que temos como conhecer a situação de variação da


área com relação a qualquer tempo desejado…

Por exemplo, poderíamos dizer que a velocidade de variação da área


na unidade de tempo t = 1 u.t. é de dA/dt = -16 x 1 + 4 x 1³ = -12 u.v.,

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lembre-se u.v. É unidade de velocidade.

Porém, para t = 3 u.t. é de dA/dt = -16 x 3 + 4 x 3³ = 60 u.v..

Agora, é amadurecer o conceito e trabalhar os exercícios…

Sumário
Nesta Unidade Temática 7.3. estudamos:

Taxas Relacionadas e algumas de suas Aplicações.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
GRUPO 2 (Com respostas)

1. Duas variáveis x e y são funções de uma variável t e estão


relacionadas pela equação: y2 − 3xy + x2 = 25.
Se a taxa de variação de x em relação a t é igual a 1 quando x = 0 então
determine a taxa de variação de y em relação a t neste mesmo
instante.
RESPOSTA: Y(0) = 3

2.Um farol giratório completa uma volta em cada 15 segundos, visto


desde um ponto P a 60m em linha recta do farol.
Determine a vvelocidade com que um raio de luz do farol está se
movendo ao longo da praia num um ponto, Q, a 150m de P.
RESPOSTA:3480 m/min.

3. Um meliante evade-se de uma penitenciária sobre uma muralha


recta a uma velocidade de 4 m/s. Um holofote localizado a 20 metros
de distância da muralha, e a mesma altura que esta, focaliza o homem
em fuga. A que taxa o holofote girava quando o malfeitor se
encontrava a 15 metros do ponto da muralha que está mais próximo
do holofote?
16
RESPOSTA: rad/s.
125

4. Uma cidade x é atingida por uma certa epidemia do tipo êbola. Os


sectores de saúde calculam que o

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número de pessoas atingidas pela pandemia, depois de um certo


tempo t, medidos em dias, a partir do primeiro dia, seja,
aproximadamente, dada pela fórmula
t3
f (t) = 64t −
3

(a) Qual a razão da expansão da epidemia no tempo t = 4?


(b) Qual a razão da expansão da epidemia no tempo t = 8?
(c) Quantas pessoas serão atingidas pela epidemia a partir do quinto
dia?

5. Num aviário experimental , constatou-se que uma ave em


desenvolvimento pesa, em gramas, segundo a lei
 1
20  t  4  se 0  t  60
2

f (t) =  2
8t 2  604 se 60  t  90

onde t é medido em dias. Pergunta-se:


a) Qual a razão de aumento do peso da ave passados 50 dias?
b) Em quanto o peso de uma ave aumentará no quinto dia?
c) Qual a razão de aumento do peso quando t = 80?

6. Uma peça de carne foi congelada numa na câmara de um geleira no


instante t = 0. Após o tempo t (medido em horas), notou-se que a sua
temperatura T (em graus Celcius ou oC) diminuía, segundo a lei
1
T (t) = 30 − 5t + , 0  t  5 . Urgiu razoável fazer-se a Pergunta:
t 1
Qual a velocidade de redução de sua temperatura
a) Volvidas duas horas?;
b) Depois de uma semana?
c) Depois de um dia?

220
ISCED – MANUAL DE MATEMÁTICA APLICADA

BIBLIOGRAFIA
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Matemática - Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.
Junho de 2010, 171 páginas. Disponível em:
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Acesso em: 12 de Setembro de 2014.
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Grau, Volumes. 1, 2 e 3, Companhia Ed. Nacional, 1973.
 Ávila, G. S. S., Cálculo 1: Funções de uma Variável, ed. LTC,
1983.
 Flemming, D. M. e Gonçalves, M. B., Cálculo A: Funções, Limite,
Derivação e Integração, Makron Books, 1992.
 Hoffmann, L. D., Cálculo: Um Curso Moderno e suas Aplicações,
ed. LTC, 1985.
 Iezzi, G. et al. Matemática, Volumes. 1, 2 e 3, Atual Editora Ltda
- São Paulo.
 Leithold, L. Matemática Aplicada à Economia e Adimistração,
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Referências
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3. João Jeronimo & Marcos Antônio Nunes de Moura. Introdução
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0236-8. Página 159.
11. STEWART, James. Curso de cálculo volume 1. São Paulo:
Pioneira Thomson Learning, 2002. 4ªa edição. ISBN 85-221-
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12. Agudo, F. R. Dias, Análise Real (3 volumes), Lisboa: Escolar
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14. Ricieri, A. P., Derivada Fracionária, Transformada de Laplace e
outros bichos, Prandiano, 1993, S. José dos Campos - SP - Brasil.

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