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MANUAL DO CURSO DE LICENCIATURA EM GESTÃO

DE
RECURSOS HUMANOS
HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO

ENSINO ONLINE. ENSINO COM FUTURO 2023


ENSINO ONLINE. ENSINO COM FUTURO 2022

3º ANO : Higiene e Segurança no Trabalho

CÓDIGO ISCED1-RH30

TOTAL HORAS/ 2 125


SEMESTRE
CRÉDITOS (SNATCA) 5
NÚMERO DE TEMAS 5
4

Direitos de autor (copyright)

Este manual é propriedade da Universidade Aberta ISCED, e contém reservados


todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total deste manual,
sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, gravação,
fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Universidade
Aberta ISCED).

A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos


judiciais em vigor no País.

Universidade Aberta ISCED


Vice Reitoria Académica
Rua Dr. Almeida Lacerda, No 212 Ponta - Gêa
Beira - Moçambique
Telefone: +258 23 323501
Cel: +258 82 3055839

Fax: 23323501
E-mail:isced@isced.ac.mz
Website:www.isced.ac.mz
5

Agradecimentos

A Universidade Aberta ISCED agradece a colaboraçãodos seguintes indivíduos e


instituições na elaboração deste manual:

Autor Carmen Jacqueline Rassul Salato Coimbra


Vice Reitoria Adémica da UnISCED
Coordenação
Universidade Aberta ISCED
Design
Instituto Africano de Promoção da Educação a Distância
Financiamento e Logística
(IAPED)
Revisão Científica e
XXXXX
Linguística
2018
Ano de Publicação
UnISCED – BEIRA
Local de Publicação
6

Índice

Visão geral 8

Benvindo à Disciplina/Módulo de Higiene, Segurança e Saúde no Trabalho 8


Objectivos do Módulo 8
Quem deveria estudar este módulo 8
Como está estruturado este módulo 9

Ícones de actividade 10
Habilidades de estudo 10
Precisa de apoio? 12
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) 13

Avaliação 13
TEMA – I: FUNDAMENTOS DA HIGIENE, SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO 15

UNIDADE Temática 1.1. Evolução Histórica da Higiene Segurança e Saúde no


Trabalho .......................................................................................................... 15
Introdução ...................................................................................................... 15
Sumário........................................................................................................... 17
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................17
Exercícios de AVALIAÇÃO ................................................................................ 17
UNIDADE Temática 1.2. Saúde Ocupacional .................................................... 18
Introdução ...................................................................................................... 18
Sumário........................................................................................................... 20
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................... 20
Exercícios de AVALIAÇÃO ................................................................................ 20
UNIDADE Temática 1.3. Higiene no Trabalho ...................................................21
Introdução ...................................................................................................... 21
Sumário........................................................................................................... 23
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................23
Exercícios de AVALIAÇÃO ................................................................................ 23
UNIDADE Temática 1.4. Segurança no Trabalho .............................................. 24
Introdução ...................................................................................................... 24
Sumário........................................................................................................... 28
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................28
Exercícios de AVALIAÇÃO ................................................................................ 29
UNIDADE Temática 1.5. Ergonomia no Trabalho .............................................. 29
Introdução ...................................................................................................... 29
Sumário........................................................................................................... 35
7

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................... 35


Exercícios de AVALIAÇÃO ................................................................................ 35
UNIDADE Temática 1.6. EXERCÍCIOS INTEGRADOS das Unidades deste Tema .36

TEMA – II: QUADRO LEGAL DE HIGIENE, SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO 36

UNIDADE Temática 2.1. Quadro Legal ............................................................ 36


Introdução ...................................................................................................... 36
Sumário .......................................................................................................... 41
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................... 42
Exercícios de AVALIAÇÃO ................................................................................ 42
UNIDADE Temática 2.2. EXERCÍCIOS INTEGRADOS das Unidades deste Tema .42

TEMA – III: TOXICOLOGIA 44

UNIDADE Temática 3.1. Noções de Toxicologia................................................ 44


Introdução ...................................................................................................... 44
Sumário........................................................................................................... 49
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................... 50
Exercícios de AVALIAÇÃO ................................................................................ 50
UNIDADE Temática 3.2. Toxicidade: Factores, Tipos, Efeitos e Exposições
combinadas .................................................................................................... 51
Introdução ...................................................................................................... 51
Sumário........................................................................................................... 57
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................58
Exercícios de AVALIAÇÃO ................................................................................ 58
UNIDADE Temática 3.3. EXERCÍCIOS INTEGRADOS das Unidades deste Tema .58

TEMA – IV: RISCOS PROFISSIONAIS 59

UNIDADE Temática 4.1. Riscos Químicos ......................................................... 60


Introdução ...................................................................................................... 60
Sumário........................................................................................................... 68
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................... 68
Exercícios de AVALIAÇÃO ................................................................................ 68
UNIDADE Temática 4.2. Riscos Físicos............................................................. 69
Introdução ...................................................................................................... 69
Sumário........................................................................................................... 75
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................75
Exercícios de AVALIAÇÃO ................................................................................ 76
UNIDADE Temática 4.3. Riscos Biológicos ........................................................ 76
Introdução ...................................................................................................... 76
8

Sumário........................................................................................................... 78
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................78
Exercícios de AVALIAÇÃO ................................................................................ 79
UNIDADE Temática 4.4. Riscos Psicossociais ................................................... 79
Introdução ...................................................................................................... 79
Sumário........................................................................................................... 86
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................87
Exercícios de AVALIAÇÃO ................................................................................ 87
UNIDADE Temática 4.5. Riscos Ergonómicos ................................................... 88
Introdução ...................................................................................................... 88
Sumário........................................................................................................... 90
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................... 90
Exercícios de AVALIAÇÃO ................................................................................ 90
UNIDADE Temática 4.6. EXERCÍCIOS INTEGRADOS das Unidades deste Tema .91
TEMA – V: GESTÃO DA PREVENÇÃO DOS RISCOS PROFISSIONAIS 92

UNIDADE Temática 5.1. Prevenção dos Riscos Profissionais 92


Introdução 92
Sumário 102
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 102
Exercícios de AVALIAÇÃO 103
UNIDADE Temática 5.2. Metodologia de Gestão de Riscos Profissionais ........ 103
Introdução .................................................................................................... 103
Sumário......................................................................................................... 112
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ....................................................................112
Exercícios de AVALIAÇÃO .............................................................................. 113
UNIDADE Temática 5.3. Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho ...............113
Introdução .................................................................................................... 113
Sumário......................................................................................................... 119
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ....................................................................119
Exercícios de AVALIAÇÃO .............................................................................. 120
UNIDADE Temática 5.4. EXERCÍCIOS INTEGRADOS das Unidades deste Tema120
EXERCÍCIOS DO MÓDULO .............................................................................. 121

BIBLIOGRAFIA 122
9

Visão geral

Benvindo à Disciplina/Módulo de Higiene, Segurança e Saúde no Trabalho

Objectivos do Módulo

Este módulo tem como objectivo dotar aos estudantes de conhecimentos relativos a
Higiene, Segurança e Saúde no Trabalho.
Ao fim deste módulo o estudante deve ser capaz de:
• Conhecer a Legislação básica sobre Higiene, Segurança e Saúde do Trabalho;
• Conhecer os conceitos fundamentais ligados à higiene, segurança e saúde no trabalho;

• Conhecer e proceder a gestão dos riscos com vista a melhorar a


Objectivos qualidade de vida do colocaborador;
Específicos Elaborar planos de prevenção de acidentes do trabalho e doenças profissionais, ressaltando
as problemáticas psicológicas, curativas e econômicas deles decorrentes;
• Elaborar de políticas de higiene, segurança e saúde no local de trabalho;
• Seja capaz de elaborar planos com vista a garantir a higiene, segurança e saúde nos seus postos de
trabalho;

Quem deveria estudar este módulo

Este Módulo foi concebido para estudantes do 4º ano do curso de licenciatura em


Gestão de Recursos Humanos da UnISCED. Poderá ocorrer, contudo, que haja
leitores que queiram se actualizar e consolidar seus conhecimentos nessa disciplina,
esses serão bem vindos, não sendo necessário para tal se inscrever. Mas poderá
adquirir o manual.

Como está estruturado este módulo

Este módulo de Higiene, Segurança e Saúde no Trabalho, para estudantes do 4º ano


do curso de licenciatura em Gestão de Recursos Humanos, à semelhança dos restantes
da UnISCED, está estruturado como se segue:
10

Páginas introdutórias

▪ Um índice completo.
▪ Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, resumindo os aspectoschave
que você precisa conhecer para melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia
esta secção com atenção antes de começar o seu estudo, como componente de
habilidades de estudos.

Conteúdo desta Disciplina / módulo

Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez comporta certo número
de unidades temáticas ou simplesmente unidades. Cada unidade temática se caracteriza
por conter uma introdução, objectivos, conteúdos.
No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são incorporados antes o
sumário, exercícios de auto-avaliação, só depois é que aparecem os exercícios de
avaliação.
Os exercícios de avaliação têm as seguintes caracteristicas: Puros exercícios
teóricos/Práticos, Problemas não resolvidos e actividades práticas alguns incluíndo
estudo de caso.

Outros recursos

A equipa dos académicoa e pedagogos da UnISCED, pensando em si, num cantinho,


recóndito deste nosso vasto Moçambique e cheio de dúvidas e limitações no seu processo
de aprendizagem apresenta uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu módulo
para você explorar. Para tal o ISCED disponibiliza na biblioteca virtual mais material de
estudos relacionado com o seu curso como: Livros e/ou módulos. Para além deste
material físico ou electrónico disponível na biblioteca, pode ter acesso a Plataforma digital
moodle para alargar mais ainda as possibilidades dos seus estudos.

Auto-avaliação e Tarefas de avaliação

Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final de cada unidade


temática e de cada tema. As tarefas dos exercícios de auto-avaliação apresentam duas
características: primeiro apresentam exercícios resolvidos com dicas de onde
encontrar as respostas, segundo apresentamexercícios que mostram
apenasrespostas.
Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação mas sem mostrar
os passos e devem obedecer o grau crescente de dificuldades do processo de
aprendizagem, umas a seguir a outras. Parte das tarefas de avaliação será objecto dos
trabalhos de campo a serem entregues aos tutores/doceentes para efeitos de
correcção e subsequentemente nota. Também constará do exame do fim do módulo.
11

Pelo que, caro estudante, fazer todos os exrcícios de avaliação é uma grande
vantagem.

Comentários e sugestões

Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados aspectos, quer de
natureza científica, quer de natureza diadáctico-Pedagógica, etc, sobre comodeveriam
ser ou estar apresentadas. Pode ser que graças as suas observaçõesque, em goso de
confiança, classificamo-las de úteis, o próximo módulo venha a ser melhorado.

Ícones de actividade

Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das folhas.
Estes icones servem para identificar diferentes partes do processo de aprendizagem.
Podem indicar uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma
mudança de actividade, etc.

Habilidades de estudo

O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a aprender. Aprender


aprende-se.

Durante a formação e desenvolvimento de competências, para facilitar a


aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará empenho, dedicação e
disciplina no estudo. Isto é, os bons resultados apenas se conseguem com estratégias
eficientes eeficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando estudar.
Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos que caro estudante possa
rentabilizar o tempo dedicado aos estudos, procedendo como se segue:
1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de leitura.

2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida).

3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e assimilação crítica dos conteúdos
(ESTUDAR).

4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua aprendizagem confere


ou não com a dos colegas e com o padrão.

5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou as de estudo de caso


se existirem.

IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo,


respectivamentecomo, onde e quando...estudar, como foi referido no início deste
item, antes de organizar os seus momentos de estudo reflicta sobre o ambiente de
12

estudo que seria ideal para si: Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar?
Estudo melhor à noite/de manhã/de tarde/fins de semana/ao longo da semana?
Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num sítio barulhento!? Preciso de
intervalo em cada 30 minutos, em cada hora, etc.

É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado durante um
determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto da matéria em profundidade
e passar só ao seguinte quando achar que já domina bem o anterior.

Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler e estudar, que saber
tudo superficialmente! Mas a melhor opção é juntar o útil ao agradável: Saber com
profundidade todos conteúdos de cada tema, no módulo.

Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por tempo superior a uma
hora. Estudarpor tempo de uma hora intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de
descanso (chama-se descansoà mudança de actividades). Ou seja que durante o
intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos das actividades obrigatórias.

Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalhjo intelectual obrigatório, pode


conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento da aprendizagem. Por que o
estudante acumula um elevado volume de trabalho, em termos de estudos, em pouco
tempo, criando interferência entre os conhecimento, perde sequência lógica, por fim
ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai em insegurança, depressão e
desespero, por se achar injustamente incapaz!

Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma avaliação. Aprenda a
ser estudante de facto (aquele que estuda sistemáticamente), não estudarapenas para
responder a questões de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo,
estude pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área em que está a se
formar.

Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que matérias deve
estudar durante a semana; Face ao tempo livre que resta, deve decidir como o utilizar
produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras
actividades.

É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será uma necessidade


para o estudo das diversas matérias que compõem o curso: A colocação de notas nas
margens pode ajudar a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as
partes que está a estudar e Pode escrever conclusões, exemplos, vantagens,
definições, datas, nomes, pode também utilizar a margem para colocar comentários
seus relacionados com o que está a ler; a melhor altura para sublinhar é
imediatamente a seguir à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura;
Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado não conhece ou
não lhe é familiar;

Precisa de apoio?
13

Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o material de estudos
impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas como falta de clareza, alguns erros de
concordância, prováveis erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, páginas
trocadas ou invertidas,etc). Nestes casos, contacte os seriços de atendimento e apoio
ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, sms, E-mail, se tiver tempo,
escreva mesmo umacarta participando a preocupação.
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes (Pedagógico e
Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua aprendizagem com qualidade e
sucesso.Dai a relevância da comunicação no Ensino a Distância (EAD), ondeo recurso
as TIC se torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor, estudante – CR, etc.
As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem a
oportunidade de interagir fisicamente com staff do seu CR, com tutores ou com parte
da equipa central da UnISCED indigetada para acompanhar as sua sessões
presenciais.Neste período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza
pedagógica e/ou admibistrativa.
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% do tempo de
estudos a distância, é muita importância, na medida em que permite lhe situar, em
termos do grau de aprendizagem com relação aos outros colegas. Desta maneira
ficar’a a saber se precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver
habito de debater assuntos relacionados com os conteúdos programáticos, constantes
nos diferentes temas e unidade temática, no módulo.

Tarefas (avaliação e auto-avaliação)

O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e auto avaliação),


contudo nem todas deverão ser entregues, mas é importante que sejam realizadas. As
tarefas devem ser entregues duas semanas antes dassessões presenciais seguintes.
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não cumprimento dos
prazos de entrega, implica a não classificação do estudante. Tenha sempre presente
que a nota dos trabalhos de campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final
da disciplina/módulo.
Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os mesmos devem ser
dirigidos ao tutor/docente.
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo os mesmos
devem ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do autor.
O plágio1é uma viloção do direito intelectual do(s) autor(es).Uma transcrição à letra de
mais de 8 (oito) palavras do testo de um autor, sem o citar é considerado plágio. A
honestidade, humildade científica e o respeito pelos direitos autoriais devem
caracterizar a realização dos trabalhos e seu autor (estudante da UnISCED).

1
Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade intelectual de outras
pessoas, sem prévia autorização.
14

Avaliação

Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância, estando eles


fisicamente separados e muito distantes do docente/turor!? Nós dissemos: Sim é
muito possível, talvez seja uma avaliação mais fiável e concistente.
Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com um mínimo de 90%
do total de tempo que precisa de estudar os conteúdos do seu módulo.Quando o
tempo de contacto presencial conta com um máximo de 10%) do total de tempo do
módulo. A avaliação do estudante consta detalhada do regulamentada de avaliação.
Os trabalhos de campo por si realizaos, durante estudose aprendizagem no campo,
pesam 25% e servem para a nota de frequência para ir aos exames.
Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e decorrem durante
as sessões presenciais. Os exames pesam no mínimo 75%, o que adicionado aos 25%
da média de frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a
cadeira.
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira.
Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois) trabalhos e 1 (um) (exame).
Algumas actividades praticas, relatórios e reflexões serão utilizados como ferramentas de
avaliação formativa.

Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em consideração a


apresentação, a coerência textual, o grau de cientificidade, a forma de conclusão dos
assuntos, as recomendações, a identificação das referências bibliográficas utilizadas, o
respeito pelos direitos do autor, entre outros.
Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de Avaliação.
15

TEMA – I: FUNDAMENTOS DA HIGIENE, SEGURANÇA E SAÚDE NO


TRABALHO

UNIDADE Temática 1.1. Evolução Histórica da Higiene, Segurança e


Saúde no Trabalho (HSST)
UNIDADE Temática 1.2. Saúde Ocupacional
UNIDADE Temática 1.3. Higiene no Trabalho
UNIDADE Temática 1.4. Segurança no Trabalho
UNIDADE Temática 1.5. Ergonomia no Trabalho
UNIDADE Temática 1.6. EXERCÍCIOS Integrados deste tema

UNIDADE Temática 1.1. Evolução Histórica da Higiene Segurança e Saúde no


Trabalho

Introdução

Esta unidade pretende dotar os estudantes de conhecimentos


relacionados a evolução histórica da Higiene, Segurança e Saúde no
Trabalho. Dotados destes conhecimentos, os estudantes saberão como
agir dentro das organizações, quer como líderes ou gestores ou então
como colaboradores.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:


▪ Conhecer o processo de evolução da Higiene, Segurança e Saúde no Trabalho
Objectivos (HSST);

específicos ▪ Identificar as várias fases de evolução da HSST;

Contextualização
A indústria sempre contou com os seres humanos, mas nem sempre os
tratou como sua componente preponderante. Até meados do séc. XX as
condições de trabalho ainda não tinham sido levadas em conta, pois,
dava-se maior importância a produtividade e não aos responsáveis pela
produção (trabalhadores), mesmo que isso trouxesse riscos de doença
ou morte aos trabalhadores. Para tal, contribuíram 2 factores:
➢ O desprezo pelo valor da vida humana; e
➢ Ausência de leis que protegessem os
trabalhadores.

1.1.1. Origem e Evolução da HSST


Em algumas parte do mundo foi surgindo um grande interesse em
estudar e investigar sobre os vários problemas que os trabalhadores
16

enfrentavam. 2 Na civilização Greco-Romana, Aristóteles cuidou das


enfermidades dos mineiros e tentava evitá-las.

Hipócrates (considerado o pai de medicina) é considerado um dos


homens mais importantes na história da medicina. Foi pioneiro em
muitas descobertas. Foi ele quem identificou a origem das doenças
relacionadas ao trabalho nas minas de estanho.

No Século XVI, Paracelso estudou as afecções dos mineiros. Em 1700,


Bernardino Ramazzini publicou sua obra “As doenças dos
trabalhadores”. O trabalho dele foi a base de estudo que iluminou o
trabalho de grandes mentes da medicina ao longo dos séculos.

Por volta de 1760 surge a Revolução Industrial na Inglaterra, com o


aparecimento das máquinas de tecelagem movidas a vapor (tear
mecânico). O artesão e sua família passaram a trabalhar nas fábricas.

Em 1802 o parlamento inglês através de uma comissão de inquérito,


aprovou a primeira lei de proteção aos trabalhadores: Lei de saúde e
moral dos aprendizes, estabelecendo limite de 12 horas de
trabalho/dia, proibindo o trabalho noturno. A mesma obrigava os
empregadores a lavarem as paredes das fábricas 2 vezes ao ano e
tornava obrigatório a ventilação desses locais.

Em 1831 na Inglaterra uma Comissão Parlamentar de Inquérito,


elaborou um cuidadoso relatório, com a seguinte conclusão:

“Diante dessa Comissão Parlamentar desfilou longa procissão de


trabalhadores homens e mulheres, meninos e meninas,
abobalhados, doentes, deformados, degradados na sua qualidade
humana, cada um deles é clara evidência de uma vida arruinada. Um
quadro vivo da crueldade humana do homem para com o homem,
uma impiedosa condenação imposta por aqueles que, detendo em
suas mãos poder imenso, abandonam os fracos à capacidade dos
fortes”.

Entre 1844 a 1848, a Grãn–Bretanha aprova as primeiras Leis específicas


de Segurança do Trabalho e Saúde Pública.

Em 1919 foi criada a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e em


1976, após a independênca, Moçambique torna-se membro da OIT.

2
Neto, N. W. (2017). História da Segurança no Trabalho. Disponível em:
http://segurancadotrabalhonwn.com/historia-da-seguranca-do-trabalho. Acessado em:
11/09/2017.
17

Sumário

Nesta Unidade temática 1.1 estudamos e discutimos sobre a evolução


histórica da HSST segundo Neto (2017). Vimos que a indústria não
valorizava as condições de trabalho dos trabalhadores devido a 2 (dois)
factores: o desprezo pelo valor da vida humana e ausência de leis que
protegessem os trabalhadores. Hipocrates foi quem identificou a
origem das doenças relacionadas ao trabalho com as minas de estanho.
Entre 1844 a 1848, a Grãn–Bretanha aprova as primeiras Leis específicas
de Segurança do Trabalho e saúde pública. A Organização Internacional
do Trabalho (OIT) foi criada em 1919 e em 1976, após a independênca,
Moçambique torna-se membro da OIT.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

Perguntas:
1. Quais foram os factores que contribuíram para a não valorização
das condições de trabalho dos trabalhadores?
2. A quem pertence a obra “As doenças dos trabalhadores” e que
importância teve no contexto de HSST?
3. Quem foi o 1º homem a identificar a origem das doenças
relacionadas ao trabalho nas minas de Estanho.
4. Qual foi a primeira Lei a ser aprovada pelo Parlamento Inglês em
1802?
5. Quando é que Moçambique se tornou membro da OIT?

Respostas:
1. Rever o 1º parágrafo da Contextualização desta
Unidade;
2. Rever o 2º parágrafo do ponto 1.1.1. desta Unidade; 3.
Rever o 3º parágrafo do ponto 1.1.1. desta Unidade; 4.
Rever o 6º parágrafo do ponto 1.1.1. desta Unidade;
5. Rever o 9º parágrafo do ponto 1.1.1. desta Unidade;

Exercícios de AVALIAÇÃO

Perguntas:
1. Porque é que até meados do século XX as condições de trabalho
dos trabalhadores ainda não tinham sido levadas em conta?
2. Qual foi o papel de Aristóteles na Civilização Greco Romana no
que respeita a HSST?
3. Quais eram as obrigatoriedades que os empregadores tinham
no âmbito da primeira Lei Inglesa de Protecção aos
trabalhadores?
18

4. Quais foram as primeiras Leis aprovadas pela Grã-Bretanha


entre 1844 a 1848?
5. Quando é que se criou a OIT?

UNIDADE Temática 1.2. Saúde Ocupacional

Introdução

Esta unidade pretende dotar os estudantes de conhecimentos


relacionados a saúde ocupacional. Portanto, ela fornece subsídios
relacionados com a saúde ocupacional no que se refere as condições de
trabalho que afectam a saúde do trabalhador. Dotados destes
conhecimentos, os estudantes saberão como agir dentro das
organizações, quer como líderes ou gestores ou então como
colaboradores.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:


▪ Conhecer o conceito de Saúde segundo a OMS;
Objectivos ▪ Conceituar e caracterizar a Saúde ocupacional;
específicos
▪ Analisar as condições que afectam a saúde do trabalhador de modo a reduzir
os riscos;

Contextualização
Conforme vimos no ponto referente a evolução histórica da Higiene,
Segurança e Saúde no trabalho (HSST), a preocupação com os aspectos
ligados a saúde dos trabalhadores surge com Hipócrates ao estudar uma
doença que atacava os mineiros devido a inalação de chumbo.
Em 1948, a preocupação com a saúde dos trabalhadores consolida-se
com a criação da OMS. Esta definiu a saúde como sendo: “o estado do
completo bem-estar físico, mental e social”3.
Esta definição trouxe a compreensão de que ter saúde não significa
apenas ausência de doença mas principalmente, a adopção de um estilo
de vida que concorra para o bem-estar físico, mental e social do
indivíduo.

3
OIT. (2009). Introdução a saúde e segurança no trabalho. Disponivel em:
http://www.ilo.org/public/portugue/region/eurpro/lisbon/pdf/pub_modulos2.pdf.
Acessado em: 12/09/2017.
19

Portanto, falar de saúde ocupacional é falar de um completo bemestar


físico, mental e social do individuo durante a realização das suas
actividades no local de trabalho.

1.2.1. Conceito
A Saúde Ocupacional4 é a promoção e manutenção do mais alto grau de
bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores em todas as
profissões, evitando as saídas da saúde, controlando os riscos e a
adaptação do trabalho às pessoas e as pessoas aos seus empregos.
Portanto, a saúde ocupacional envolve o bem-estar físico, mental e
social dos trabalhadores independentemente da sua profissão. A
mesma, tem como o seu foco a manutenção da higiene e segurança no
local de trabalho. Assim, pode-se afirmar que a saúde ocupacional
preocupa-se com a eliminação das doenças e dos acidentes que
ocorrem no local de trabalho através de promoção de medidas de
higiene e segurança adequadas a fim de manter o local de trabalho
seguro para os trabalhadores.
Segundo a WHO (2017)5 a saúde ocupacional trata de todos os aspectos
da saúde e segurança no local de trabalho e tem um forte foco na
prevenção primária de perigos. A saúde dos trabalhadores tem vários
determinantes, incluindo fatores de risco no local de trabalho que levam
a câncer, acidentes, doenças músculo-esqueléticas, doenças
respiratórias, perda auditiva, doenças circulatórias, distúrbios
relacionados ao estresse e doenças transmissíveis entre outros,
incluindo o horário de trabalho, o salário, as políticas no local de
trabalho relativas à licença de maternidade, a promoção da saúde e de
proteção.

1.2.2. Condições de trabalho que afectam a saúde do trabalhador As


condições de trabalho que afectam a saúde dos trabalhadores são
variaa. No entanto, vamos resumi-las em duas:
✓ Condições de trabalho deficiente;
✓ Condições de trabalho perigosas ou prejudiciais;

Desta feita, a saúde ocupacional torna-se importante pois, os


trabalhadores passam a maior parte do tempo no local de trabalho e
estão expostos à vários riscos tais como: ✓ Poeiras;

4
Agius, R..(2010, Dezembro). Occupational Health Services. Disponivel em:
http://www.agius.com/hew/resource/ohsilo.htm. Acessado em:12/09/2017.
5
WHO. (2017). Health topics: Occupational Health. Disponivel em:
http://www.who.int/topics/occupational_health/en/. Acessado em 12/09/2017.
20

✓ Gases;
✓ Ruídos;
✓ Vibrações;
✓ Radiações;
✓ Temperaturas extremas.

Sumário

Nesta Unidade temática 1.2 estudamos e discutimos sobre o conceito


de saúde e os aspectos ligados a saúde ocupacional. Vimos que a OMS
(Organização Mundial de Saúde) define saúde como sendo o estado
completo de bem-estar físico, mental e social e não apenas ausência de
doença. A Saúde Ocupacional consiste na promoção e manutenção do
mais alto grau de bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores em
todas as profissões, evitando as saídas da saúde, controlando os riscos
e a adaptação do trabalho às pessoas e as pessoas aos seus empregos.
Os trabalhadores no decorrer das suas actividades estão expostos a
vários riscos que podem causar doenças e acidentes.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

Perguntas:
1. Quando é que surge a preocupação com os aspectos ligados a
saúde dos trabalhadores?
2. Defina Saúde de acordo com a OMS.
3. Apresente o conceito de saúde ocupacional.
4. Qual é a grande preocupação sa saúde mental?
5. Quais são as duas principais condições de trabalho que afectam
a saúde do trabalhador?

Respostas:
1. Rever o 1º parágrafo da Contextualização desta Unidade;
2. Rever o 3º parágrafo da Contextualização desta Unidade;
3. Rever o 1º parágrafo do ponto 1.2.1. desta Unidade; 4. Rever o
2º parágrafo do ponto 1.2.1. desta Unidade;
5. Rever o 1º parágrafo do ponto 1.2.2. desta Unidade;

Exercícios de AVALIAÇÃO

Perguntas:
1. Quando é que se consolidou a preocupação com a saúde dos
trabalhadores?
21

2. Será que ter saúde significa apenas estar isento de doenças?


Justifique.
3. Quais são os aspectos envolvidos na saúde ocupacional?
4. A saúde dos trabalhadores tem vários determinantes. Indiqueos.
5. Porque é que as organizações devem se preocupar com a saúde
ocupacional no local de trabalho?

UNIDADE Temática 1.3. Higiene no Trabalho

Introdução

Esta unidade pretende dotar aos estudantes de conhecimentos


relacionados com a Higiene no Trabalho. Portanto, ela fornece subsídios
relacionados com as questões ligadas à Higiene no Trabalho com vista a
criação de acções, normas e procedimentos que concorram para a
existência de um ambiente de trabalho digno e redução de doenças
ocupacionais. Dotados destes conhecimentos, os estudantes saberão
como agir dentro das organizações, quer como líderes ou gestores ou
então como colaboradores.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:


▪ Conceituar Higiene no Trabalho;
Objectivos ▪ Conhecer o objectivo da Higiene no Trabalho de modo a criar acções para o
específicos
seu alcance;

▪ Elaborar um plano de Higiene no Trabalho;

Contextualização

A Higiene no trabalho é uma área que se relaciona com as doenças


profissionais. Doença Profissional, Segundo a Lei de Trabalho (Lei n°
23/2007 de 1 de Agosto), considera-se como sendo toda situação crítica
localizada ou generalizada, que surge no organismo, de natureza tóxica
ou biológica, que resulte de actividade profissional e directamente
relacionada com a mesma.

Para Chiavenato (2009) a Higiene do Trabalho constitui um conjunto de


normas e procedimentos que visam a protecção da integridade física e
mental do trabalhador, preservando-o dos riscos de saúde inerentes às
tarefas do cargo e ao ambiente físico onde as mesmas são executadas.
22

Assim sendo, pode-se assumir que a Higiene no Trabalho (HT)


corresponde a um conjunto de medidas preventivas, relacionadas com
o ambiente de trabalho e doenças ocupacionais. Portanto, a HT consiste
em combater as doenças profissionais.

1.3.1. Plano de Higiene no Trabalho


O Plano de HT geralmente envolve os seguintes conteúdos:
1. Plano organizado – prestação de serviços médicos, de
enfermagem e auxiliares quer a tempo inteiro ou a tempo
parcial;
2. Serviços médicos adequados – sala de emergência e primeiros
socorros;
3. Prevenção de riscos à saúde – riscos químicos (ex: intoxicações,
dermatoses industriais e etc.), físicos (ex: ruídos, temperaturas
extremas e etc.) e biológicos (agentes biológicos,
microoganismos patogênicos e etc.);
4. Serviços adicionais – sensibilização e informações relacionadas
com a promoção da higiene no local de trabalho, seguros,
pensão ou reforma.

1.3.2. Objectivos da HT
A Higiene do Trabalho tem um carácter preventivo, pois tem como
objectivo geral garantir a saúde e o conforto do trabalhador, evitando
que este adoeça e se ausente provisória ou definitivamente do trabalho.
Os objectivos específicos da HT são:
➢ Eliminação das causas das doenças profissionais;
➢ Redução dos efeitos prejudiciais provocados pelo trabalho em
pessoas doentes ou portadoras de defeitos físicos;
➢ Prevenção de agravamento de doenças e de lesões;
➢ Manutenção de saúde dos trabalhadores e aumento da
produtividade por meio do controle do ambiente de trabalho.

Segundo Chiavenato (2009) a Higiene no Trabalho apresenta as


seguintes vertentes:
➢ Ambiente físico: a iluminação, ventilação, temperatura e ruídos;
➢ Ambiente psicológico: os relacionamentos humanos agradáveis,
tipos de actividades agradáveis e motivadora, estilo de gerência
democrático e participativo e eliminação de possíveis fontes de
estress;
➢ Aplicação de princípios de ergonomia: máquinas e
equipamentos adequados às características humanas, mesa e
instalações ajustadas ao tamanho das pessoas e ferramentas
que reduzem a necessidade de esforço físico humano;
➢ Saúde ocupacional: ausência de doenças por meio da assistência
médica preventiva.
23

1.3.3. Condições ambientais de trabalho


O trabalho das pessoas é influenciado por três grupos de condições:
➢ Condições ambientais de trabalho: iluminação, temperatura,
ruído, etc.
➢ Condições de tempo: duração da jornada de trabalho, horas
extras, períodos de descanso etc.
➢ Condições sociais: organização informal, status etc.

Sumário

Nesta Unidade temática 1.3 estudamos que a Higiene no trabalho é


uma área que se relaciona com as doenças profissionais. Vimos que a
HT corresponde a um conjunto de medidas preventivas, relacionadas
com o ambiente de trabalho e doenças ocupacionais. A HT tem como
objectivo geral garantir a saúde e o conforto do trabalhador, evitando
que este adoeça e se ausente provisória ou definitivamente do trabalho.
O trabalho das pessoas é influenciado por três grupos de condições:
condições ambientais de trabalho, condições de tempo e condições
sociais.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

Perguntas:
1. Apresente o conceito de doença profissional.
2. Em que consiste a HT?
3. Quais são os 4 (quatro) conteúdos que devem constar num plano
de HT?
4. Qual é o objectivo geral da HT?
5. Indique os 4 (quatro) objectivos específicos da HT que estudou.

Respostas:
1. Rever o 1º parágrafo da Contextualização desta Unidade;
2. Rever o 3º parágrafo da Contextualização desta Unidade;
3. Rever o ponto 1.3.1. desta Unidade;
4. Rever o 1º parágrafo do ponto 1.3.1. desta Unidade;
5. Rever o 1º parágrafo do ponto 1.3.1. desta Unidade;

Exercícios de AVALIAÇÃO

Perguntas:
1. Apresente o conceito de HT.
2. O Plano de HT geralmente envolve 4 (quatro) conteúdos.
Mencione-os.
24

3. Na elaboração de um Plano de HT quais são os aspectosque


devem constar nas acções de prevenção de riscos à saúde e nos
serviços adicionais?
4. Quais são as 4 (quatro) vertentes da HT?
5. O trabalho das pessoas é influenciado por 3 (três) grupos de
condições. Indique-os e caracterize um a sua escolha.

UNIDADE Temática 1.4. Segurança no Trabalho

Introdução

Esta unidade pretende dotar os estudantes de conhecimentos


relacionados a segurança no trabalho. Portanto, ela fornece subsídios
relacionados com a promoção e criação de melhores condições de
trabalho aos seus colaboradores a partir da eliminação de condições
inseguras de trabalho que podem afectar a saúde, segurança e bem
estar do trabalhador. Dotados destes conhecimentos, os estudantes
saberão como agir dentro das organizações, quer como líderes ou
gestores ou então como colaboradores.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

Conceituar a Segurança no tabalho;


Objectivos ▪ Identificar situações que não ofereçam segurança de modo a criar medidas
específicos de protecção adequadas a cada situação;

Elaborar um plano ou programa de segurança no trabalho que permita a


prevenção de acidentes, roubos e incêndios;

Contextualização

As organizações, como fora apresentado na unidade anterior,


preocupam-se com a Higiene no Trabalho que visa combater, do ponto
de vista não médico, as doenças profissionais a partir de:

➢ Identificação dos factores que podem afectar o ambiente do


trabalho e o trabalhador; e a
➢ Eliminação ou redução dos riscos profissionais (condições
inseguras de trabalho que podem afectar a saúde, segurança e
bem estar do trabalhador).
25

Para além disso, elas preocupam-se, igualmente, com a Segurança no


Trabalho que tem por objectivo promover e fornecer melhores
condições de trabalho aos seus colaboradores.

Além disso, as condições de segurança, higiene e saúde no trabalho


constituem um fundamento de extrema importância para qualquer
programa de prevenção de riscos profissionais e contribuem, do ponto
de vista da empresa, para a competitividade com a redução de sinistros.

1.4.1. Definição de Conceitos

Segurança no Trabalho (ST) – é o conjunto de medidas técnicas


administrativas, educacionais, médicas e psicologicas, usadas para
prevenir acidentes, seja pelo treinamento ou pela sensibilização das
pessoas de modo a adoptarem práticas preventivas.

A ST tem por objectivo combater, do ponto de vista não médico, os


acidentes de trabalho, a partir da eliminação ou redução das condições
inseguras do ambiente e da educação dos trabalhadores na adopção de
medidas ou práticas preventivas;

1.4.2. Plano de Segurança no Trabalho

Segundo Chiavenato (2004) o programa de segurança no trabalho


requer as seguintes práticas:

➢ Estabelecimento de um sistema de indicadores e estatísticas de


acidentes: são estabelecidos de acordo com as condições de
trabalho, o ramo de atividade, o tamanho e a localização e
outros aspectos de cada organização.

➢ Desenvolvimento de sistemas de relatórios de providências:


avaliar e identificar os problemas e os riscos existentes no local
de trabalho e quais medidas preventivas devem ser tomadas.
Cada local de trabalho tem necessidades diferentes para a
implementação de sistemas de segurança. Todas as pessoas da
organização devem estar envolvidas no desenvolvimento de um
plano de segurança e compreender que este é útil e benéfico
para todos.

➢ Desenvolvimento de regras e procedimentos de segurança: após


a identificação dos riscos existentes nos locais de trabalho, as
organizações devem procurar eliminá-los, reduzilos ou controlá-
los através de meios possíveis como treinamento de
funcionários em técnicas de segurança, manutenção preventiva
dos equipamentos e das instalações, práticas de melhoria
contínua ao programa de segurança e outros.
26

➢ Recompensas aos gerentes e supervisores pela administração


eficaz da função de segurança.

O plano de segurança deve estar voltado para toda a organização, e não


somente para a área de produção. Todas as pessoas da organização
devem estar envolvidas no desenvolvimento de um plano de segurança
e compreender que este é útil e benéfico para todos.

1.4.3. Principais áreas de actividades

Segundo Chiavenato (2004), a Segurança do Trabalho actua em três


principais áreas de actividades:

• Prevenção de Acidentes;
• Prevenção de Roubos;
• Prevenção de Incêndios;

1.4.4. Acidente de Trabalho

Segundo Chiavenato (2004), a Segurança busca minimizar os Acidentes


de Trabalho.

Acidente de trabalho, pode ser definido como sendo, situação que


acontece no decorrer do trabalho, provocando, directa ou
indirectamente, lesão corporal, perturbação funcional ou doença que
determine a morte, a perda total ou parcial permanente ou temporária
da capacidade para o trabalho.

A palavra acidente significa acto imprevisto e perfeitamente evitável na


maioria dos casos. As estatísticas de acidentes do trabalho, por lei,
englobam também os acidentes de trajeto, ou seja, aqueles que
ocorrem no trajeto do empregado de sua casa para a organização, e
vice-versa.

1.4.4.1. Classificação dos acidentes do trabalho

Acidente sem afastamento: Após o acidente, o empregado continua


trabalhando.

Acidente com afastamento: É aquele que pode resultar de:

• Incapacidade temporária - é a perda total da capacidade para o


trabalho durante o dia do acidente ou que se prolongue por
período menor que um ano. No retorno, o empregado assume
sua função sem redução da capacidade.
• Incapacidade permanente parcial é a redução permanente e
parcial da capacidade para o trabalho, ocorrida no mesmo dia ou
que se prolongue por período menor que um ano. Esta é
27

motivada por: perda de qualquer membro ou parte do mesmo,


perda de visão ou redução funcional de um olho, a redução da
função de qualquer membro ou parte do mesmo bem como,
perda da audição ou redução funcional de um ouvido.

• Incapacidade total permanente é a perda total, em caráter


permanente, da capacidade de trabalho. Morte.

1.4.4.2. Causas habituais dos acidentes de trabalho

• A ingestão de bebidas alcoólicas;


• As hipoglicémias, que podem provocar desmaios por falta de
alimentação. Por exemplo, quando os trabalhadores não
tomam o pequeno-almoço;
• A fadiga ou cansaço, por não se ter dormido o suficiente ou
quando se trabalha por turnos, em especial se o trabalho
incluir lidar com máquinas perigosas.

1.4.4.3. Medidas de Prevenção de Acidentes de Trabalho

Algumas medidas simples ajudariam a diminuir o número de acidentes,


alguns exemplos são:

• Sinalizar toda a empresa;


• Novos colaboradores devem usar capacetes de cor diferentes;
• Dispor de uma comissão de segurança no trabalho actuante;
• Campanhas de Prevencão de Acidentes;
• Kit de primeiros socorros;
• Realização periódica da Semana Interna de Acidente no
Trabalho;
• Treinamento da brigada de incêndio;
• Revisão de extintores;
• Chaves de segurança;
• Treinamento para prevenir acidentes; Apoio da direcção e dos
chefes.

1.4.5. Prevenção de Roubos

São realizados através de serviços de vigilância. Normalmente cada


organização possui ou contratam esses serviços de acordo com as suas
características.
Chiavenato (2004) cita alguns itens que geralmente fazem parte de um
plano de prevenção de roubos:

• Controle de entrada e saída de pessoal: acontecem geralmente


no portão principal da empresa onde este controle pode ser
visual, revista pessoal, ou através de aparelhos eletrônicos;
28

• Controle de entrada e saída de veículos;


• Ronda pelos terrenos e pelo interior da fábrica;
• Registro de máquinas, equipamentos e ferramentas: são
registradas e inventariadas periodicamente, para efeito de
controle e prevenção de furtos;
• Controles contábeis: são efetuados nas áreas de compras,
almoxarifado, expedição e recepção de mercadorias, para
prevenir casos de superfaturamento (valor da compra maior do
que da nota fiscal), subfaturamento (valor da compra menor do
que da nota fiscal).

1.4.6. Prevenção de Incêndios

A prevenção e o combate de incêndios nas organizações exigem um


planeamento cuidadoso, como:

• Escolha de extintores adequados a


cada área;
• Tamanho do reservatório de água;
Sistema de detecção e alarme; e
Treinamento do pessoal.

Sumário

Nesta Unidade temática 1.4 estudamos e discutimos sobre a Segurança


no Trabalho. Vimos que as condições de segurança, higiene e saúde no
trabalho constituem um fundamento de extrema importância para
qualquer programa de prevenção de riscos profissionais e contribuem,
do ponto de vista da empresa, para a competitividade com a redução
de sinistros. A Segurança no Trabalho tem por objectivo combater, do
ponto de vista não médico, os acidentes de trabalho, a partir da
eliminação ou redução das condições inseguras do ambiente e da
educação dos trabalhadores na adopção de medidas ou práticas
preventivas. Dentre as causas habituais de acidentes no trabalho pode
citar-se as seguintes: ingestão de bebidas alcoólicas, a fadiga ou o
cansaço.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

Perguntas:
1. De que forma é que as organizações devem preocupar-se com as
doenças profissionais?
2. Apresente o conceito de segurança no trabalho.
3. Comente a seguinte afirmação: “O plano de segurança deve
estar voltado para toda a organização e não apenas para a área de
produção”.
29

4. Segundo Chiavenato (2004) a segurança no trabalho actua em 3


(três) áreas principais. Indique-as.
5. Defina Acidente de Trabalho.

Respostas:
1. Rever o 1º parágrafo da Contextualização desta Unidade;
2. Rever o 1º parágrafo do ponto 1.4.1. desta Unidade;
3. Rever o 2º parágrafo do ponto 1.4.2. desta Unidade;
4. Rever o ponto 1.4.3. desta Unidade;
5. Rever o 2º parágrafo do ponto 1.4.4. desta Unidade;

Exercícios de AVALIAÇÃO

Perguntas:
1. Como é que a segurança no trabalho pode combater, do ponto
de vista não médico, os acidentes de trabalho?
2. Qual é objectivo da segurança o trabalho?
3. Segundo Chiavenato (2004) o programa de segurança no
trabalho requer 4 (quatro) práticas. Mencione 1 (uma) a sua escolha.
4. Indique as 3 (três) causas habituais dos acidentes de trabalho.
5. Quais são os 3 (três) itens que devem constar de um plano de
prevenção de roubos?

UNIDADE Temática 1.5. Ergonomia no Trabalho

Introdução

Esta unidade pretende dotar os estudantes de conhecimentos


relacionados a Ergonomia. Portanto, ela fornece subsídios relacionados
com a importância da ergonomia na organização, dimensionamento e
adequação dos postos de trabalho. Dotados destes conhecimentos, os
estudantes saberão como agir dentro das organizações, quer como
líderes ou gestores ou então como colaboradores.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:


▪ Conceituar a Ergonomia;
▪ Analisar os vários aspectos envolvidos na interação homem-máquina ou Objectivos
homem-tarefa, homem-espaço de trabalho e homem-ambiente de modo a específicos
elaborar as medidas de correcção adequadas;
▪ Conceber postos de trabalho adequados a função e as características do trabalhador;
30

Contextualização

A produtividade e a qualidade do produto ou do serviço estão


directamente ligadas ao posto de trabalho e ao sistema produtivo, e
estes, deverão estar ergonomicamente adequados aos
funcionários/colaboradores, para que estes possam realizar suas
tarefas com conforto, eficiência e eficácia, sem causar danos a saúde
física, psicológica e cognitiva.

Tendo como premissas que os profissionais da Segurança e Medicina do


Trabalho, são os responsáveis pela gestão da qualidade de vida dos
funcionários/colaboradores de uma empresa, devem interagir e
integrar com os profissionais da gestão da produção e da gestão
administrativa, para juntos vencerem os desafios do presente e planejar
o futuro das organizações.

1.5.1. Definição de Conceitos

A Ergonomia constitui uma área que estuda a adaptação do trabalho ao


homem. O trabalho aqui tem um significado bastante amplo,
abrangendo não apenas aquelas máquinas e equipamentos utilizados
para transformar os materiais, mas também toda a situação em que
ocorre o relacionamento entre o homem e seu trabalho. Isso envolve
não somente o ambiente físico, mas também os aspectos
organizacionais de como esse trabalho é programado e controlado para
produzir os resultados desejados. Portanto, durante a realização das
actividades laborais é possível verificar 3 (três) tipos de interação a
saber: interacção homem-máquina, homem espaço de trabalho e
homem-ambiente de trabalho.

Interacção homem-máquina
O homem recebe informações provenientes da máquina, processa
essas informações, toma uma decisão e executa a decisão tomada sobre
os comandos da máquina.

Elementos
• Máquina;
• Os orgãos dos sentidos;
• Processamento de informações a nível do Sistema Nervoso;
Comando.
31

Fonte: https://qualidadenotrabalho.wordpress.com/2012/11/05/casos-sobre-ergonomia-2/

Interacção homem-espaço de trabalho


A interacção entre o homem e o espaço de trabalho que o rodeia
pressupõe o estudo de situações que possam afectar a posição, a
postura, o alcance da faixa esperada de ultilizadores, o conforto e a
eficiência do trabalhador.

Elementos
Tamanho e a posição de:
• Cadeiras;
• Cargas;
• Máquinas;
• Secretárias;
• Consolas e corredores.

Fonte: http://de10.com.mx/vivir-bien/2015/09/04/tips-para-mejorar-tu-postura-en-la-oficina-al-usar-tucelular-
y-tacones

Fonte: http://equipedeobra.pini.com.br/construcao-reforma/57/movimentacao-de-cargas-manual-
oumecanizado-o-transporte-de-278071-1.aspx
32

Interação homem-ambiente

Características
Na interacção do homem com o ambiente de trabalho a sua volta
envolve a presença de agentes ou contaminantes causadores de
doenças e situações que não favorecem o conforto do trabalhador. Para
que o trabalhador possa ter um bom desempenho é necessário que o
ambiente físico, químico e psicológico ofereçam o conforto necessário
tendo em conta as suas necessidades.

Elementos
• Ambiente luminoso (luz) e acústico (som) adequado;
• Temperatura favorável;
• Ar respirável;

Fonte: https://blog.almanza.com.br/entenda-os-porques-de-adotar-uma-politica-de-ergonomia-noambiente-de-
trabalho/

1.5.2. Objectivos da Ergonomia

A Ergonomia tem por objectivo:

• Melhorar as condições específicas do trabalho humano, com a


higiene e a segurança do trabalho. Os organizadores do trabalho
também estudam o trabalho real para procedimentos mais
racionais de forma mais produtiva de efetuar as tarefas;
• Integrar o estudo das características físicas e psíquicas do
homem, as avaliações tecnológicas do sistema produtivo, a
análise da tarefa, com a apreciação, o diagnóstico, a projetação,
a avaliação e a implantação de sistemas homenstarefas-
máquinas;
• Análises de sistemas e análise dos postos de trabalho. A Análise
de Sistemas preocupa-se com o funcionamento global de uma
33

equipe de trabalho usando uma ou mais máquinas, partindo de


aspectos mais gerais, como a distribuição de tarefas entre o
homem e a máquina e assim por diante. A Análise dos Postos de
Trabalho é o estudo de uma parte do sistema onde atua um
trabalhador. Faz a análise da tarefa, da postura e dos
movimentos do trabalhador e de suas exigências físicas e
psicológicas.

1.5.3. Abordagens em Ergonomia

As contribuições da ergonomia para introduzir melhorias em situações


de trabalho dentro de empresas podem variar, conforme a etapa em
que elas ocorrem e também conforme a abrangência com que é
realizada.

Quanto à abrangência

A abrangência é classificada em análises de sistemas e análise dos


postos de trabalho. A Análise de Sistemas preocupa-se com o
funcionamento global de uma equipe de trabalho usando uma ou mais
máquinas, partindo de aspectos mais gerais, como a distribuição de
tarefas entre o homem e a máquina e assim por diante. A análise pode
se aprofundar gradativamente, até chegar o nível de cada um dos
postos de trabalho que os compõe.

Quanto à contribuição

Ergonomia de concepção: Ocorre quando a contribuição ergonômica se


faz durante a fase inicial de projeto do produto, da máquina ou do
ambiente. Está é a melhor situação, pois as alternativas poderão ser
amplamente examinadas, mas também exige maior conhecimento e
experiência, porque as decisões são tomadas em cima de situações
hipotéticas. O nível dessas decisões pode ser melhorado, buscando-se
informações em situações semelhantes que já existam ou construindo
modelos tridimensionais ("mock-ups’) em madeira ou papelão, onde as
situações de trabalho podem ser simuladas a custos relativamente
baixos".

Ergonomia de correção: A ergonomia de correção é aplicada em


situações reais, já existentes, para resolver problemas que se refletem
na segurança, na fadiga excessiva, em doenças do trabalhador ou na
qualidade da vida excessiva, em doenças do trabalhador ou na
quantidade e qualidade da produção. Muitas vezes, a solução adotada
não é completamente satisfatória, pois exigiria custo elevado, por
exemplo, na substituição de máquinas inadequadas. Em alguns casos,
as melhorias, como mudanças de posturas, colocação de dispositivos de
segurança e aumento da iluminação podem ser feitas com relativa
34

facilidade enquanto em outros casos, como a redução da carga mental


ou de ruídos, tornan-se difíceis.

Ergonomia de consciencialização: Pode-se dizer que o sistema e os


postos de trabalho assemelham-se a organismos vivos em constante
transformação e adaptação. Portanto é importante conscientizar o
operador, através de cursos de treinamentos e freqüentes reciclagens,
ensinado-o a trabalhar de forma segura, reconhecendo os fatores de
risco que podem surgir, a qualquer momento, no ambiente de trabalho.
Neste caso ele deve saber qual a providência a ser tomada.

Os temas mais freqüentemente estudados pela ergonomia física têm


sido:
• Posturas desfavoráveis;
• Força excessiva requerida;
Movimentos repetitivos;
Transporte de cargas.

A Ergonomia foi formada a partir de várias disciplinas conforme se


apresenta no quadro abaixo em função dos respectivos autores.

Disciplinas formadoras Autores


Filosofia (cognição) Platão, Aristoteles
Medicina Ramazzini, Villermé, Tissot
Fisico-química Lavoisier, Coulomb
Fisiologia do Trabalho Amar, Chaveau, Marey
Engenharia do Produto Da Vinci, Vauban, Jacquart
Organização do Trabalho Taylor , Gilbreth, Ford
Quanto a áreas Interdisciplinares

Nas empresas existem diversos profissionais ligadas as saúdes do


trabalhador, à organização do trabalho e ao projeto de máquinas e
equipamentos que podem colaborar, fornecendo conhecimentos úteis
que poderão ser aproveitados na solução de problemas ergonômicos,
entre esses profissionais são destacados:

• Médicos do trabalho: Podem ajudar na identificação dos locais


que provocam acidentes ou doenças;
• Analistas de trabalho: Ajudariam no estudo de métodos,
tempos e postos de trabalho;
• Psicólogos: Ajudam na implantação de novos métodos,
• Engenheiros: Ajudam nos aspectos técnicos, modificando as
máquinas e ambientes de trabalho;
• Desenhistas Industriais: Ajudariam na adaptação das máquinas
e equipamentos;
35

• Enfermeiros: Contribuem na recuperação dos trabalhadores;


• Engenheiros de Segurança e de Manutenção: Ajudariam na
identificação e correção de condições insalubres ou perigosas;
• Administradores: Contribuem no estabelecimento de plano e
cargos e salários mais justos.

Sumário

Nesta Unidade temática 1.5 estudamos e discutimos sobre a


Ergonomia. Vimos que a produtividade e a qualidade do produto ou do
serviço estão directamente ligadas ao posto de trabalho e ao sistema
produtivo. Os as máquinas, o ambiente e os postos de trabalho devem
ser ergonomicamente adequados aos funcionários/colaboradores, para
que estes possam realizar suas tarefas com conforto, eficiência e
eficácia, sem causar danos a saúde física, psicológica e cognitiva.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

Perguntas:
1. Porque é que os postos de trabalhoe o sistema produtivo devem
ser ergonomicamente adequados aos traballhadores?
2. Apresente 3 (três) objectivos da Ergonomia.
3. Quais são os 3 (três) tipos de abordagens usadas pela
Ergonomia?
4. Caracterize a Ergonomia de correcção.
5. Quais são os 4 (quatro) temas que teem sido frequentemente
estudados pela Ergonomia?

Respostas:
1. Rever o 1º parágrafo da Contextualização desta Unidade;
2. Rever o 1º parágrafo do ponto 1.5.2. desta Unidade;
3. Rever o ponto 1.5.3. desta Unidade; 4. Rever o ponto 1.5.3. desta
Unidade;
5. Rever o ponto 1.5.3. desta Unidade;

Exercícios de AVALIAÇÃO

Perguntas:
1. Apresente o conceito de Ergonomia.
2. Qual é a diferença que existe entre a Análise dos Postos de
Trabalho e a Análise de Sistemas?
36

3. Caracterize a abordagem da Ergonomia quanto a abrangência. 4.


Diferencie a Ergonomia de concepção da Ergonomia de
consciencialização.
5. Existem diversos profissionais de áreas distintas e específicas que
podem ajudar na solução de problemas ergonómicos. Indique pelo
menos 4 (quatro) destes, incluindo o papel de cada um nesse
processo.

UNIDADE Temática 1.6. EXERCÍCIOS INTEGRADOS das Unidades deste Tema

1. Quais foram os factores que contribuíram para a não


valorização das condições de trabalho dos trabalhadores?
2. Quando é que Moçambique se tornou membro da OIT?
3. Porque é que até meados do século XX as condições de trabalho
dos trabalhadores ainda não tinham sido levadas em conta?
4. Defina Saúde de acordo com a OMS.
5. Apresente o conceito de saúde ocupacional.
6. Será que ter saúde significa apenas estar isento de doenças?
Justifique.
7. Apresente o conceito de HT.
8. O trabalho das pessoas é influenciado por 3 (três) grupos de
condições. Indique-os e caracterize um a sua escolha.
9. Comente a seguinte afirmação: “O plano de segurança deve
estar voltado para toda a organização e não apenas para a área
de produção”.
10. Porque é que os postos de trabalhoe o sistema produtivo
devem ser ergonomicamente adequados aos traballhadores?

TEMA – II: QUADRO LEGAL DE HIGIENE, SEGURANÇA E SAÚDE NO


TRABALHO
UNIDADE Temática 2.1. Legislação Moçambicana sobre HSST UNIDADE
Temática 2.2. EXERCÍCIOS Integrados deste tema

UNIDADE Temática 2.1. Quadro Legal


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Introdução

Esta unidade pretende dotar os estudantes de conhecimentos


relacionados ao quadro legal moçambicano no que respeita a HSST.
Portanto, ela fornece subsídios relacionados com a obrigatoriedade do
empregador bem como, o dever dos trabalhadores no cumprimento das
disposições plasmadas nas leis que regulamentam não só o trabalho
mas também, a higiene, os acidentes e as doenças decorrentes da
actividade laboral. Dotados destes conhecimentos, os estudantes
saberão como agir dentro das organizações, quer como líderes ou
gestores ou então como colaboradores.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:


▪ Conhecer a Lei de Trabalho;

▪ Conhecer o Regulamento dos scidentes de trabalho e doenças


profissionais; Objectivos específicos ▪ Analisar, em função da legislação sobre o HSST, as
situações ou casos que possam ocorrer no local de trabalho.

Contextualização
As questões legais ligadas à higiene, segurança e saúde no trabalho
encontram-se salvaguardadas em regulamentos e legislação
específicas.
Para efeitos deste manual far-se-á menção da Lei n.° 23/2007, de 1 de
Agosto, que define os princípios gerais e estabelece o regime jurídico
aplicável às relações individuais e colectivas de trabalho subordinado,
prestado por conta alheia e mediante remuneração. Para além desta
será apresentado o Decreto n.º62/2013 de 04 de Dezembro que
estabelece o regime jurídico de acidentes de trabalho e doenças
profissionais.

2.1.1. Lei do Trabalho

A Lei do Trabalho em vigor, Lei 23/2007 de 1 de Agosto tem como um


dos seus objectivos garantir uma protecção razoável em matérias de
higiene, segurança e saúde no trabalho. A mesma Lei no seu artigo 54,
disposto n° 5 refere que cada trabalhador tem o direito de desfrutar de
medidas adequadas de protecção, segurança e higiene no trabalho,
capazes de garantir a sua integridade física, moral e mental. Portanto,
cabe a entidade patronal criar condições de trabalho adequadas,
medidas de protecção bem como, criar acções de prevenção de
acidentes e doenças profissionais.

Desta feita, o Artigo 216 da mesma lei refere que os empregadores são
responsáveis pela criação e desenvolvimento de meios adequados para
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proteger a integridade física e mental dos colaboradores e melhoria


contínua das condições de trabalho. Os empregadores também são
obrigados a tomar todas as precauções adequadas para assegurar que
todos os postos de trabalho e meios de acesso e de saída para o trabalho
se tornem seguros e livres de riscos para a segurança e saúde dos
trabalhadores. Neste artigo, é visível a exigência em relação ao
fornecimento de equipamentos de proteção e vestuário de trabalho
adequado para os trabalhadores, por parte dos empregadores, a fim de
prevenir o risco de acidentes ou efeitos prejudiciais sobre a saúde dos
trabalhadores. Para além disso, constitui uma obrigatoriedade para os
empregadores em fornecer aos seus trabalhadores boas condições de
trabalho, físicas, ambiental e moral, informá-los sobre os riscos de seu
trabalho, e instruí-los sobre o cumprimento adequado das normas de
higiene e segurança no trabalho.

Os aspectos relacionados com a Higiene, Segurança e Saúde no trabalho


são encontradas especificamente no capítulo VI. Este capítulo encontra-
se subdividido em 3 (três) secções, com cerca de 20 artigos, conforme
será apresentado a seguir.

Secção I
Esta secção engloba aspectos ligados à higiene e segurança no trabalho.
A mesma, é composta por 3 (três) artigos segundo a descrição
apresentada a seguir:

• Artigo 216 – Trata dos princípios gerais da higiene e segurança


no trabalho;
• Artigo 217 – Aborda sobre a obrigatoriedade na criação de
comissões de segurança no trabalho;
• Artigo 218 – Refere sobre a criação de regulamentos de higiene
e segurança no trabalho através de diplomas emitidos pelos
Ministro do Trabalho, da Saúde e do sector em causa;

Secção II
Esta secção aborda questões relacionadas com a saúde dos
trabalhadores. Fazem parte desta secção os seguintes artigos:
• Artigo 219 – Aborda sobre a obrigatoriedade da entidade
empregadora prover a assistência médica no local de trabalho;
• Artigo 220 – Oferece a possibilidade da entidade empregadora
associar-se a outras empresas a fim de prover assistência médica
organizada por várias empresas;
• Artigo 221 – Aborda sobre a realização regular de exames
médicos;
39

Secção III
Esta secção engloba aspectos ligados à Acidentes de trabalho e doenças
profissionais. A mesma, é composta por 3 (três) subsecções conforme a
descrição apresentada a seguir:

Subsecção I
A presente subsecção apresenta conceitos relacionados à acidentes de
trabalho. Fazem parte desta subsecção os seguintes artigos:
• Artigo 222 – Apresenta o conceito de acidente de trabalho bem
como, situações que podem ser consideradas acidente de
trabalho;
• Artigo 223 – aborda aspectos ligados a descaracterização do
acidente de trabalho ou seja, apresenta situações em que a
entidade empregadora não tem a obrigatoriedade de considerá-
las como sendo acidente de trabalho.

Subsecção II
A presente subsecção apresenta conceitos relacionados à doenças
profissionais. Fazem parte desta subsecção os seguintes artigos:
• Artigo 224 – Apresenta o conceito de doença profissional bem
como, as situações em que podem ser consideradas doença
profissional;
• Artigo 225 – aborda acerca de doença profissional manifestada
após a cessação do contrato de trabalho;

Subsecção III
A presente subsecção apresenta disposições comuns sobre acidentes
de trabalho e doenças profissionais. Fazem parte desta subsecção os
seguintes artigos:

• Artigo 226 – Apresenta a obrigatoriedade na adopção de


medidas eficazes de prevenção de acidentes de trabalho e
doenças profissionais por parte da entidade empregadora;
• Artigo 227 – Aborda acerca do dever de participação do acidente
de trabalho ou doença profissional por parte do trabalhador;
• Artigo 228 – Focaliza que a entidade empregadora tem o dever
de prestar todo e qualquer tipo de assistência necessárias ao
trabalhador sinistrado ou doente;
• Artigo 229 – Aborda acerca do direito à reparação, por parte do
trabalhador, em caso de acidente de trabalho ou doença;
• Artigo 230 – Apresenta aspectos ligados a determinação da
capacidade residual do trabalhador;
• Artigo 231 e 232 – Apresentam conteúdos relacionados com o
seguro colectivo por risco profissional normal e agravado;
40

• Artigos 233, 234, 235 e 236 – Referem-se a questões ligadas a


pensões e indemnizações em casos de acidente de trabalho ou
doença profissional.

2.1.2. Regulamento que estabelece o Regime jurídico de acidentes de


trabalho e doenças profissionais

A Lei do Trabalho no capítulo VI, do artigo 216 a 236, apresenta regras


gerais sobre a HSST, constituindo deste modo, a base para a elaboração
do Regime jurídico de acidentes de trabalho e doenças profissionais.

Portanto, o Decreto n.º 62/2013 de 04 de Dezembro, regulamento que


estabelece o regime jurídico de acidentes de trabalho e doenças
profissionais, tem como objectivo complementar à actual lei do
trabalho a partir da introdução de novas fórmulas para o cálculo das
pensões e indemnizações bem como, a possibilidade da revisão das
pensões em resultado do agravamento ou em função da eliminação dos
elementos que serviram de base para o seu cálculo.

O regime jurídico de acidentes de trabalho e doenças profissionais


apresenta, 9 (Nove) capítulos conforme a descrição apresentada a
seguir:

• Capítulo I – Apresenta disposições gerais em relação a acidentes


de trabalho e doenças profissionais;
• Capítulo II – Contêm conteúdos específicos relacionados com
Acidentes de trabalho e doenças profissionais;
• Capítulo III – Aborda acerca de mecanismos de participação do
acidente de trabalho e doença profissional no local de trabalho;
• Capítulo IV – Refere-se sobre a obrigatoriedade da entidade
empregadora em prestar socorro aos sinistrados e seu
tratamento;
• Capítulo V – Apresenta conteúdos relacionados com pensões e
indemnizações incluindo o seu cálculo;
• Capítulo VI – Contêm aspectos ligados a remição e revisão de
pensões;
• Capítulo VII – Aborda a acerca da prescrição de direitos;
• Capítulo VIII – Apresenta conteúdos ligados a fiscalização e
sanções;
• Capítulo IX – Refere-se a Disposições finais e transitórias do
presente regulamento;

2.1.3. Custos dos Acidentes de Trabalho e doenças profissionais


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Os acidentes de trabalho e as doenças profissionais acarretam custos


tanto para a organização bem como, para o trabalhador. Um Custo,
geralmente tem a natureza económica. O mesmo corresponde ao valor
monetário do sacrifício de um recurso que uma pessoa, empresa ou
governo tem suportar para atingir um objetivo específico, ou seja, o
custo é o valor associado à utilização ou consumo de um recurso.

Os custos geralmente recaem sobre a organização e o trabalhador.


Existem 2 (dois) tipos de custos decorrentes de acidentes de trabalho e
doenças profissionais a saber:

• Custos directos – são os que podem ser mensurados de maneira


mais fácil, como: tempo perdido, interrupção da produção ou do
serviço, danos de equipamentos ou materiais, pagamento de
horas extras, gastos com recuperação de empregados,
vencimentos dos trabalhadores afastados, despesas com
primeiros socorros, requalificação da mão-deobra, substituição
de trabalhadores, despesas administrativas e gastos com
medicina e engenharia de reparação.

Os custos directos têm um efeito muito grande nas finanças das


organizações, visto que podem fazer com que a empresa
aumente os preços dos produtos ou serviços por forma a
compensar as despesas feitas, podendo desta feita afectar a sua
competitividade no mercado.

• Custos indirectos - são o total das despesas não facilmente


calculáveis, resultantes da interrupção do trabalho, do
afastamento do empregado da sua ocupação habitual, danos
causados a equipamentos e materiais, perturbação do trabalho
normal e outros.

Os custos indirectos são mais difíceis de avaliar, pois geralmente


envolve perdas de vidas, mudanças nas vidas e nas actividades
do trabalhador acidentado ou doente, impactos nas suas
famílias e diminuição da própria qualidade de vida.

Podemos comparar os custos directos e indirectos a um iceberg onde:


a parte visível (por cima da água) corresponde aos custos directos pois,
pode-se mensurar, e a parte invisível (por baixo da água) corresponde
aos custos indirectos que são difíceis de mensurar.
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Sumário

Nesta Unidade temática 2.1 estudamos e discutimos sobre o quadro


legal moçambicano sobre a HSST. Vimos que a Lei do Trabalho em vigor,
Lei 23/2007 de 1 de Agosto tem como objectivo garantir uma protecção
razoável em matérias de higiene, segurança e saúde no trabalho. Os
artigos 216 a 236, constituiu a base para a elaboração do Decreto n.º
62/2013 de 4 de Dezembro. Portanto, o Decreto, regulamento que
estabelece o regime jurídico de acidentes de trabalho e doenças
profissionais, tem como objectivo complementar à actual lei do
trabalho a partir da introdução de novas fórmulas para o cálculo das
pensões e indemnizações.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

Perguntas:
1. Quais são as duas legislações específicas que
visam regulamentar e salvaguardar as questões ligadas a HSST?
2. Qual é o principal objectivo da Lei n° 23/2007 de 1 de Agosto?
3. Tendo como base o Artigo n° 216 da Lei do Trabalho, qual é a
responsabilidade dos empregadores no que se refere a HSST?
4. Qual é o principal objectivo do Decreto n° 62/2013 de 04 de
Dezembro?
5. Em que capítulo podem ser encontrados os aspectos específicos
relacionados com a HSST?

Respostas:
1. Rever o 1º parágrafo da Contextualização desta
Unidade;
2. Rever o 1º parágrafo do ponto 2.1.1. desta Unidade; 3.
Rever o 2º parágrafo do ponto 2.1.1. desta Unidade; 4.
Rever o 2º parágrafo do ponto 2.1.2. desta Unidade;
5. Rever o 3º parágrafo do ponto 2.1.2. desta Unidade;

Exercícios de AVALIAÇÃO

Perguntas:
1. A 1ª secção do capítulo VI da Lei do Trabalho engloba aspecos
ligados a Higiene e Segurança no Trabalho. Indique os 3 artigos que
a compõem e caracterize cada um deles.
2. Quais são as questões tratadas no artigo 219 da 2ª secção do
capítulo VI da Lei do Trabalho?
3. A 3ª secção do capítulo VI da Lei do Trabalho é composta por 3
(três) subsecções. Caracterize uma subsecção a sua escolha
indicando os artigos que a compõem.
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4. Qual foi a base para a elaboração do Decreto n° 62/2013 de 04


de Dezembro? Justifique.
5. O Regime jurídico de acidentes e doenças profissionais é
composto de 9 capítulos. Disserte sobre um a sua escolha.

UNIDADE Temática 2.2. EXERCÍCIOS INTEGRADOS das Unidades deste Tema

1. Quais são as duas legislações específicas que


visam regulamentar e salvaguardar as questões ligadas a HSST?
2. Qual é o principal objectivo da Lei n° 23/2007 de 1 de Agosto?
3. Tendo como base o Artigo n° 216 da Lei do Trabalho, qual é a
responsabilidade dos empregadores no que se refere a HSST?
4. Qual é o principal objectivo do Decreto n° 62/2013 de 04 de
Dezembro?
5. Em que capítulo podem ser encontrados os aspectos específicos
relacionados com a HSST?
6. A 1ª secção do capítulo VI da Lei do Trabalho engloba aspecos
ligados a Higiene e Segurança no Trabalho. Indique os 3 artigos que
a compõem e caracterize cada um deles.
7. Quais são as questões tratadas nos artigos 219, 220 e 221 da 2ª
secção do capítulo VI da Lei do Trabalho?
8. A 3ª secção do capítulo VI da Lei do Trabalho é composta por 3
(três) subsecções. Caracterize uma subsecção a sua escolha
indicando os artigos que a compõem.
9. Qual foi a base para a elaboração do Decreto n° 62/2013 de 04
de Dezembro? Justifique.
10. O Regime jurídico de acidentes e doenças profissionais é
composto de 9 capítulos. Disserte sobre um a sua escolha.
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TEMA – III: TOXICOLOGIA

UNIDADE Temática 3.1. Noções de Toxicologia


UNIDADE Temática 3.2. Toxicidade: Factores, Tipos, Efeitos e
Exposições combinadas
UNIDADE Temática 3.3. EXERCÍCIOS Integrados deste tema

UNIDADE Temática 3.1. Noções de Toxicologia6

Introdução

Esta unidade pretende dotar os estudantes de conhecimentos


relacionados a Toxicologia. Portanto, ela fornece subsídios relacionados
com as vias de penetração dos tóxicos no organismo e da sua
concentração. Dotados destes conhecimentos, os estudantes saberão
como agir dentro das organizações, quer como líderes ou gestores ou
então como colaboradores perante a existência de substâncias tóxicas
no local de trabalho.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:


▪ Conceituar e Toxicologia;

▪ Identificar as substâncias tóxicas no local de trabalho de modo a criar acções


Objectivos de prevenção de doenças;
específicos
▪ Conhecer as vias de penetração dos tóxicos no organismo de modo a prover equipamentos de
protecção adequados;

Contextualização

6
Castanheira, M. F. (2010). Agentes Químicos. Mega expansão: Silves.
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Desde a antiguidade os venenos teem sido conhecidos pelos seus


efeitos no organismo humano. No entanto, apenas no início do século
XX a Toxicologia constituiu-se numa ciência.

Segundo Espiga (s.d) a Toxicologia é a ciência que se ocupa dos tóxicos.


A mesma, preocupa-se com as propriedades dos tóxicos, o seu modo de
acção, a sua pesquisa e os processos que permitem combater a sua
acção nociva. O temo tóxico vem do grego Toxicon que significa flecha
envenenada.

Uma substância é considerada tóxica quando, depois de entrar no


organismo em doses consideradas elevadas, de de uma só vez ou em
várias vezes próximas umas das outras ou em pequenas doses repetidas
durante muito tempo, provoca de um modo passageiro ou durável,
perturbações de uma ou mais funções, que podem degradar o
organismo ou mesmo causar a morte deste.

Portanto, tóxico é toda a substância que tem a capacidade de provocar


alterações estruturais e/ou funcionais ao ser introduzida no organismo, quer
seja prejudicando o seu normal funcionamento quer destruindo reversível ou
irreversivelmente as suas funções vitais.

Quando se fala de tóxico, associa-se o mesmo a uma substância de


origem sintética ou natural, orgânica ou inorgânica, simples ou
composta (misturada), que quando actua sobre o ser humano criam
danos graves na sua saúde.

A Toxicologia interage com outros ramos da ciencia tais como:


Microbiologia, Higiene Industrial, Biologia, Bioquimica entre outros
pois, percebe-se que a relacao causa-efeito não e linear mas sim, é
influeciada por vários fenómenos.

3.1.1. Vias de penetração dos tóxicos no organismo

A penetração dos tóxicos no organismo, geralmente, é feita por uma das


seguintes vias:

Via respiratória;
Via percutânea;
Via digestiva.

A absorção de tóxicos pelo organismo verifica-se, muitas vezes, não


apenas através de uma destas vias, mas pode ocorrer, também,
penetração por mais de uma via em simultâneo.
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3.1.1.1. Via Respiratória


Constitui a via mais comum da penetração dos tóxicos presentes nos
locais de trabalho. Os efeitos nocivos dos tóxicos fazem-se, muitas
vezes, sentir ao nível das vias respiratórias. De outras vezes, os tóxicos,
ao penetrarem por esta via, podem ter efeitos noutras regiões do
organismo.

O aparelho respiratório é uma porta de entrada no organismo para as


partículas sólidas ou líquidas, em suspensão no ar. O mesmo se passa
com os gases e vapores existentes no ambiente de trabalho. Os perigos
de inalação são tanto maiores quanto mais elevada for a temperatura.

Agentes tóxicos
• Líquidas o Aerossóis: suspensão no ar de gotículas cujo
tamanho não é visível à vista desarmada e provenientes da
dispersão mecânica de líquidos. (ex.: insecticidas);
o Neblinas: suspensão no ar de gotículas visíveis e
produzidas por condensação de vapor. (ex.: açúcares);

• Sólidas o Poeiras: partículas esferoidais de pequeno tamanho,


formadas pela desintegração mecânica de certos materiais.
(ex.: sílica pura cristalina); o Fibras: partículas aciculares
provenientes da desagregação mecânica e cujo comprimento
excede em mais de 3 vezes o seu diâmetro. (ex.: amianto);
o Fumos: partículas esféricas em suspensão no ar,
procedentes de uma combustão incompleta (smoke) ou
resultante da sublimação de vapores, geralmente depois da
volatização a altas temperaturas de metais fundidos
(fumes). (ex.: chumbo);

• Gasosas
o Gases: estado físico normal de certas substâncias, a 25º C e
760 mm Hg de pressão. (ex.: cloro); o Vapores: fase gasosa
de substâncias que nas condições padrão (25 C e 760 mm Hg) se
encontram no estado sólido ou líquido. (ex.: mercúrio);

3.1.1.2. Via percutânea (pele e mucosas)


A pele tem um papel de protecção contra os diferentes agentes
agressivos (físicos, químicos e biológicos). Por sua vez, a sudação facilita
a penetração dos tóxicos na pele.

As alterações da pele (descamações, ferimentos, etc.) facilitam a


entrada de tóxicos no organismo. Estas alterações, nomeadamente na
pele das mãos de trabalhadores, são consequência não só da utilização
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de ferramentas ou equipamentos agressivos, mas também de


substâncias tóxicas com as quais contactam.

Agentes tóxicos
• Nicotina;
• Derivados nitrados e aminados aromáticos;
• Solventes clorados;
• Tetraetilchumbo;
• Derivados puramente minerais, como por exemplo, os sais de tálio.

O contacto de tóxicos com as mucosas, é mais perigoso do que com a


pele. As mucosas dos olhos reagem energicamente com certos tóxicos,
assim como a mucosa faríngea, sobretudo se está inflamada.

3.1.1.3. Via digestiva


Não é uma via habitual nas intoxicações relacionadas com o trabalho.
No entanto, pode acontecer nas seguintes situações:
• Manipulação incorrecta de produtos tóxicos (contaminação das
mãos, boca, olhos);
• Ingestão de alimentos erradamente guardados em locais de
trabalho contaminados;
• Deficiente higiene corporal, nomeadamente das mãos, após
trabalhos relacionados com produtos tóxicos;
• Fumar ou guardar tabaco nos locais contaminados.

A ingestão de substâncias tóxicas permite a passagem das mesmas para


a corrente sanguínea (ao nível da boca, do estômago e do intestino). As
mesmas substâncias, quando passam para a circulação sanguínea,
podem provocar lesões graves em órgãos afastados (rins, fígado, etc.).

3.1.2. Concentrações dos tóxicos

A toxicidade de uma substância ou produto no local de trabalho,


depende de vários factores, nomeadamente:
• Características da substância ou produto;
• Trabalho executado;
• Características do trabalhador exposto.

No que diz respeito à substância ou produto tóxico deve-se ter em conta


as seguintes características:
• Composição química;
• Concentração (esta pode ser controlada de forma segura e objectiva).
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3.1.2.1. Valores - limite de concentração para os tóxicos nos locais


de trabalho

• TLV's (Threshold Limit Value ou valor limite de exposição média


ponderada) - concentração média ponderada para um dia de 8
horas e para uma semana de 40 horas aos quais a maioria dos
trabalhadores pode ser repetidamente exposta, dia após dia,
sem ficar sujeita a efeitos prejudiciais para a sua saúde;

• STEL's (Short Term Exposure Limit) - constituem limites de


exposição para um curto intervalo de tempo, isto é, a
concentração máxima a que os trabalhadores podem estar
sujeitos continuadamente por um período até 15 minutos,
desde que não sejam permitidas mais de 4 exposições diárias,
com pelo menos 60 minutos de intervalo entre os períodos de
exposição, e desde que o TLV's respectivos não sejam excedidos.

• TLV's-Ceiling (valor-limite expresso para uma concentração


máxima) para substancias tóxicas de acção rápida sobre o organismo,
limites de concentração nunca deverão ser excedidos, mesmo
instantaneamente.

a) Relação entre Valores limites de exposição e o trabalho executado


ou realizado.
Em relação aos valores limites de exposição no que se refere ao trabalho
executado deve-se ter em conta:

• O tipo de trabalho
Dever ter em conta se o tipo de trabalho executado ou realizado pelo
trabalhadore se é leve, moderado ou pesado.
Os trabalhos pesados, geralmente provocam um aumento do ritmo
respiratório, consequentemente a quantidade de substância tóxica
inalada aumenta, no mesmo período de tempo, podendo tornar-se
perigosa, mesmo se a concentração no ar estiver longe das
concentrações limites. Os trabalhos pesados provocam um aumento de
suor o que faz com que, caso o tóxico tenha afinidade com a pele, pode
aumentar a concentração dele no organismo, já que penetra por duas
vias (respiratória e cutânea).

• Duração da exposição
A duração (tempo) de exposição é um factor de grande importância.
Este factor pode ser controlado pela organização do trabalho, desde
que se faça passar pelo mesmo posto de trabalho vários trabalhadores
49

ao longo da jornada ou seja, deve-se criar um sistema de permuta de


trabalhadores dependendo do posto de trabalho.

b) Relação entre os valores limites de exposição e as características


do trabalhador exposto
No que se refere as características do trabalhador exposto ao tóxico,
existem aquelas que podem determinar, não de forma absoluta, a
toxicidade da substância. São estas:
• Idade: os jovens, por apresentarem menor peso e o seu
metabolismo mais activo, teem a tendência de serem menos
sensíveis que os adultos;
• Sexo: exerce uma influência muitas vezes sobre a receptividade
dos tóxicos;
• Peso: a toxicidade de uma substância varia com o peso do
indivíduo;
• Susceptibilidade individual: alguns organismos são mais
susceptíveis (intolerância congénita) a certas substâncias pois,
reagem de forma anormal exposição a vários produtos,
apresentando hipersensibilidade qualitativa.

c) Relação entre os valores limites de exposição e o estado fisiológico

• Digestão - o estado de digestão ou de jejum influencia na


intensidade da acção dum tóxico administrado numa dose
determinada.
• Fadiga - aumenta a toxicidade de uma substância. Por acção do
trabalho, muscular ou intelectual, produzem-se alterações no
metabolismo, no sistema nervoso, na frequência cardíaca e no
ritmo respiratório. Assim, um tóxico pode agir de forma
diferente no estado de repouso ou no estado de fadiga.
• Gravidez - a sensibilidade aos tóxicos aumenta, em geral,
durante a gravidez. Por essa razão, no que se refere a Higiene,
Seguranca e Saude no loca de trabalho, se orienta a evitar que
as mulheres grávidas sejam submetidas a exposições de
substancias que possam exercer efeitos nocivos.

d) Relação entre os valores limites de exposição e o estado patológico

As doenças podem provocar lesões nos órgãos principais do organismo


e essas alterações podem facilitar a acção de tóxicos devido aos
processos normais de desintoxicação estarem comprometidos.
50

Sumário

Nesta Unidade temática 3.1 estudamos e discutimos sobre a


Toxicologia. Vimos que a Toxicologia é a ciência que se ocupa dos
tóxicos e se preocupa com as propriedades dos tóxicos, o seu modo de
acção, a sua pesquisa e os processos que permitem combater a acção
nociva dos mesmos no organismo. A penetração dos tóxicos no
organismo, geralmente, é feita por via respiratória, percutânea e
digestiva. A toxicidade de uma substância ou produto no local de
trabalho, depende dos seguintes factores: características da substância
ou produto, trabalho executado e características do trabalhador
exposto. No que diz respeito à substância ou produto tóxico deve-se ter
em conta a composição química e a sua concentração.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

Perguntas:
1. Defina Toxicologia.
2. Quando é que uma substância é considerada tóxica.
3. Quais são as 3 (três) vias de penetração dos tóxicos no
organismo.
4. Mencione pelo menos 3 (três) situações em que podem ocorrer
intoxicações pela via digestiva.
5. Qual é a relação que existe entre os limites de exposição e o
trabalho realizado.

Respostas:
1. Rever o 2º parágrafo da Contextualização desta Unidade;
2. Rever o 3º parágrafo da Contextualização desta Unidade;
3. Rever o 1º parágrafo do ponto 3.1.1. desta Unidade;
4. Rever o 2º parágrafo do ponto 3.1.1.3. desta Unidade;
5. Rever a alínea a) do ponto 3.1.2.1. desta Unidade;

Exercícios de AVALIAÇÃO

Perguntas:
1. O que é um tóxico?
2. Qual é a via mais comum da penetração dos tóxicos no
organismo presentes nos locais de trabalho.
3. A toxicidade de uma substância ou produto no local de trabalho
depende de vários factores. Indique os 3 (três) factores por si
estudados.
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4. Mencione pelo menos 3 (três) agentes tóxicos que podem


penetrar no organismo pela via percutânea.
5. Qual é a relação existente entre os valores limites de exposição
e o estado fisiológico do trabalhador?

UNIDADE Temática 3.2. Toxicidade: Factores, Tipos, Efeitos e Exposições


combinadas

Introdução

Esta unidade pretende dotar os estudantes de conhecimentos


relacionados com a Toxicidade. Portanto, ela fornece subsídios
relacionados com os factores que influenciam a toxicidade e que
determinam o efeito tóxico da substância no organismo, tipos de
toxicidade, efeitos e exposições combinadas. Dotados destes
conhecimentos, os estudantes saberão como agir dentro das
organizações, quer como líderes ou gestores ou então como
colaboradores.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:


▪ Conhecer os
efeito tóxico da substância no organismo; factores que enciam
Objectivos ▪ Diferenciar a intoxicação crónica da intoxicação aguda; in flu a toxicidade e
específicos ▪ Identificar os efeitos dos tóxicos no organismo; que determinam o
▪ Conhecer os efeitos das exposições combinadas;

3.2.1. Factores da Toxicidade


Existem vários factores que influenciam na toxicidade de uma
substância. Os principais factores que influenciam na toxicidade de uma
substância são:
• Frequência da exposição;
• Duração da exposição; Via de
administração.
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Existe uma relação directa entre a frequência e a duração da exposição


na toxicidade dos agentes tóxicos. Uma substância administrada por via
oral, em uma dosagem de 100 mg pode apresentar apenas sintomas
leves, ao passo que 10 mg da mesma substância por via intravenosa
podem levar a sintomas graves.
Portanto, para proceder-se a avaliação da toxicidade de uma substância
química, é necessário conhecer:
• O tipo de efeito por ela produzido;
• A dose necessária para produzir o
efeito;
• Informações sobre as
características ou propriedades da
substância;
• Informações sobre a exposição e o
indivíduo.

3.2.2. Factores que determinam o efeito tóxico


Existem 3 (três) factores que determinam o efeito tóxico da substância
no organismo, são eles: biológicos, ambientais e físicos.
Factores biológicos
• Absorção, distribuição, biotransformação;
• Idade, sexo, peso, diferença genética, estado de saúde (física e
psicológica);
• Condições metabólicas (repouso, trabalho);
• Exposição a outras substâncias químicas.

Factores Ambientais
• Temperatura,
• Humidade, • Hora do dia,
• Stress.

Factores Físicos
• Quantidade ou concentração do agente tóxico.
• Estado de dispersão – torna-se necessário prestar atenção na
forma e no tamanho das partículas.
• Solubilidade nos fluídos orgânicos.
• Afinidade pelo tecido ou organismo humano.
53

3.2.3. Tipos de Toxicidade


Para além das características intrínsecas do indivíduo, a toxicidade de
uma substância pode variar, consoante a:
• Via de penetração dos tóxicos no organismo;
• Natureza do veículo (qua leva a substância);
• Concentração da substância;
• Administrção anterior (como foi feita);
• Velocidade de administração;
• Condições exteriores;
• Substâncias associadas;

Toxicidade aguda
Desta feita, diz-se que há Intoxicação aguda quando se verificam efeitos
tóxicos no organismo resultantes da absorção de doses relativamente
grandes, em curto espaço de tempo.

Toxicidade crónica
Intoxicação crónica, constitui um tipo de intoxicação a longo prazo
fruto de uma exposição repetida ao longo de bastante tempo, a baixos
níveis de tóxicos, e que embora sem sintomas clínicos imediatos, pode
conduzir a alterações irreversíveis do estado de saúde.
A toxicidade aguda bem como, a toxicidade crónica teem
Consequências ao nível de/a:
• Crescimento;
• Comportamento geral;
• Composição química dos líquidos orgânicos (sangue, linfa, etc);
• Estrutura das células e tecidos dos organismos;
• Funções dos órgãos (rins, fígado, etc);
• Aptidão para a reprodução;
• Duração da vida;

3.2.4. Efeito fisiológico dos tóxicos no organizamo


O efeito fisiológico dos tóxicos no organismo depende do tempo de
exposição e da concetração do tóxico/substância tóxica. A dose de uma
substância tóxica absorvida pelo organismo provoca uma resposta
biológica. Desta feita, a dose admissível, no local de trabalho, tem de
provocar no organismo uma resposta nula. Portanto, a acção principal
54

dos tóxicos no organismo faz-se sentir nos órgãos apresentados a


seguir:

Sangue
Os tóxicos exercem o seu efeito fisiológico no plasma (alterações e
coagulação), glóbulos vermelhos (aumento, destruição e anomalias
morfológicas), nos glóbulos brancos (diminuição e aumento) e nas
plaquetas (diminuição).

Fonte: https://minilua.com/sangue-que-corre-suas-veias/

Medula Óssea

A Acção dos tóxicos na medula óssea provocam uma destruição do


tecido medular e lesões hepáticas. Ex: Raios-X, Benzeno, Intoxicação
pelo fósforo, anestésicos gasosos e solventes clorados.

Fonte: https://www.anatomia-papel-e-caneta.com/medula-ossea/

Aparelho digestivo

A Acção dos tóxicos no aparelho digestivo provocam vómitos, diarreias


e lesões do tubo digestivo. Ex: Chumbo e Mercúrio.
55

Fonte: http://www.emforma.net/10546-doencas-do-aparelho-digestivo

Fígado

A Acção dos tóxicos no fígado provocam lesões hepáticas. Ex:


Intoxicação pelo fósforo, Anestésicos gasosos e Solventes clorados.

Fonte: http://blog.clinicspots.com/2017/07/10/hepatitis-a-and/

Coração

No coração os tóxicos exercem os seus efeitos ou acções provocando


uma diminuição do ritmo cardíaco que na maior parte das vezes, levam
a uma paragem cardíaca. Ex: Intoxicação crónica com chumbo.

Fonte: https://www.ejiltalk.org/once-upon-a-time-there-was-a-gap-%E2%80%A6/

Rins

Os efeitos dos tóxicos nos rins provocam lesões renais graves. Ex:
Metais pesados (chumbo, urânio, cádmio) e Clorados.
56

Fonte: http://alertasaude.org/alertas/dor-nos-rins-ou-dor-lombar-as-diferencas/

Cérebro

• Álcool: descoordenação dos movimentos e perturbação do


equilíbrio;
• Dióxido de carbono: lesões dos músculos respiratórios;
• Anestésicos: paragem respiratória.

http://www.atlasdocorpohumano.com/p/imagem/sistema-nervoso-central

Pele

• Ácidos e bases fortes: provocam queimaduras;


• Produtos da destilação da hulha: verificam-se alterações dos
tegumentos;
• Óleos médios: manifestam-se toxidermias, acne, foliculite;
• Óleos pesados: têm uma acção mais lenta, traduzindo-se por
proliferações epiteliais benignas, podendo evoluir para malignas; •
Solventes clorados e derivados aminados aromáticos: a sua acção
irritante pode transformar-se em dermatites; • Iodetos e brometos:
aparecimento de dermatoses;
• Vapores de chumbo: lesões das unhas.

Fonte: https://pt.dreamstime.com/imagens-de-stock-royalty-free-pele-humana-image28539899
57

Efeitos sobre o aparelho respiratório


É a principal via de acesso dos tóxicos gasosos ou voláteis. Acção local:
Espirros, tosse, corrimento nasal, exagerada produção de saliva e
Irritação do epitélio pulmonar (edemas e queimaduras).

Acção ao nível do mecanismo da respiração: Sufocação, Asfixia e


Paragem respiratória.

Fonte: https://prezi.com/05nvj6v8-p0t/introducao-a-hereditariedade/

3.2.5. Exposições Combinadas


A acção de um tóxico pode ser modificada por combinação de uma ou
mais substâncias tóxicas. Portanto, nesta combinação algumas
substâncias tóxicas podem ser alteradas por antagonismo ou
incompatibilidade. Este antagonismo verifica-se quando ocorre a
combinação de duas ou mais substâncias e cada uma diminue o efeito
da outra. É a base de muitos antídotos.
Desta feita, consideram-se duas substâncias como sendo antagónicas
quando uma diminui ou suprime os efeitos da outra. Este antagonismo
que ocorre nos tóxicos estão na base do tratamento das intoxicações.

3.2.5.1. Tipos de exposição


Exposição Simultânea
Quando duas ou mais substâncias tóxicas actuam ao mesmo tempo e ao
mesmo nível do organismo.
• Deve ser considerado…Efeito Combinado
• E não o seu Efeito
• Isolado
Deve ser feita a avaliação do efeito simultâneo dessas substâncias.

Exposição Sequencial
Muitas vezes pode-se observar situações de super intoxicação. É o que
acontece quando se verifica inalação (ou da ingestão, embora esta
situação não seja consequência da actividade laboral) de álcool após à
acção tóxica de certas substâncias.
58

Podem, existir flutuações das concentrações de tóxico, ao longo do dia


de trabalho quando as concentrações ultrapassam os valores-limites do
tóxico. No entanto, não existe risco se as exposições forem
compensadas por períodos de menor exposição. Portanto, os valores
totais atingidos não deverão ultrapassar determinado valor, sob pena
de surgirem efeitos nocivos para a saúde do trabalhador.

Sumário

Nesta Unidade temática 3.2 estudamos e discutimos sobre a


Toxicidade. Vimos que Existe uma relação directa entre a frequência e
a duração da exposição na toxicidade dos agentes tóxicos. Existem 3
(três) factores que determinam o efeito tóxico da substância no
organismo, são eles: biológicos, ambientais e físicos. Existem 2 (dois)
tipos de toxicidade: aguda e crónica. O efeito fisiológico dos tóxicos no
organismo depende do tempo de exposição e da concentração do
tóxico/substância tóxica. A acção principal dos tóxicos no organismo
faz-se sentir nos seguintes órgãos: pele, rins, sistema nervoso (cérebro
e medula óssea), coração, fígado, aparelho disgestivo e sangue.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

Perguntas:
1. Quais são os 3 (três) principais factores que influenciam na
toxicidade de uma substância?
2. Mencione os 3 (três) factores que determinam o efeito tóxico de
uma substância.
3. Para além das características intrínsecas ao indivíduo, quais são
as outras características que possam contribur para a variação da
toxicidade de uma substância?
4. De que é que depende o efeito dos tóxicos no organismo?
5. Quais são efeitos fisiológicos causados pelos tóxicos no sangue?

Respostas:
1. Rever o 1º parágrafo do ponto 3.2.1. desta Unidade; 2.
Rever o 1º parágrafo do ponto 3.2.2. desta Unidade;
3. Rever o 1º parágrafo do ponto 3.2.3. desta Unidade;
4. Rever o 1º parágrafo do ponto 3.2.4 desta Unidade;
5. Rever o 2º parágrafo do ponto 3.2.4 desta Unidade;
59

Exercícios de AVALIAÇÃO

Perguntas:
1. Mencione os 4 (quatro) tipos de informações necessárias para se
proceder a avaliação da toxicidade de uma substância.
2. Quais são os 2 (dois) tipos de toxicidade que estudou?
Diferencie-as.
3. Quais são os efeitos fisiológicos causados pelos tóxicos no
coração?
4. A acção dos tóxicos no fígado provocam lesões hepáticas. Indica
as 2 (duas) substâncias tóxicas envolvidas neste processo. 5.
Diferencie a exposição simultânea da exposição sequencial.

UNIDADE Temática 3.3. EXERCÍCIOS INTEGRADOS das Unidades deste Tema

1. Defina Toxicologia.
2. Quais são as 3 (três) vias de penetração dos tóxicos no
organismo.
3. A toxicidade de uma substância ou produto no local de
trabalho depende de vários factores. Indique os 3 (três)
factores por si estudados.
4. Mencione pelo menos 3 (três) agentes tóxicos que
podem penetrar no organismo pela via percutânea.
5. Mencione os 3 (três) factores que determinam o efeito
tóxico de uma substância.
6. Para além das características intrínsecas ao indivíduo,
quais são as outras características que possam contribur
para a variação da toxicidade de uma substância?
7. Diferencie a toxicidade crónica da toxicidade aguda.
8. Caracterize a exposição sequencial.
9. Quais são os efeitos fisiológicos causados pelos tóxicos
na pele e nos rins?
10. O que são exposições combinadas?
60

TEMA – IV: RISCOS PROFISSIONAIS

UNIDADE Temática 4.1. Riscos Químicos


UNIDADE Temática 4.2. Riscos Físicos
UNIDADE Temática 4.3. Riscos Biológicos
UNIDADE Temática 4.4. Riscos Psicológicos ou Psicossociais
UNIDADE Temática 4.5. Riscos Ergonómicos
UNIDADE Temática 4.6. EXERCÍCIOS Integrados deste tema

UNIDADE Temática 4.1. Riscos Químicos

Introdução

Esta unidade pretende dotar os estudantes de conhecimentos


relacionados aos Riscos Químicos. Portanto, ela fornece subsídios
relacionados com os agentes químicos específicos e seus efeitos,
procedimentos a seguir no acto da recepção, identificação, rotulagem e
a simbologia dos produtos químicos. Dotados destes conhecimentos, os
estudantes saberão como agir dentro das organizações, quer como
líderes ou gestores ou então como colaboradores.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:


Objectivos ▪ Conhecer os vários tipos de riscos profissionais que podem ser encontrados no
específicos local de trabalho;
▪ Identificar no locar de trabalho os riscos químicos que podem causar danos
físicos ou prejudicar a saúde do trabalhador;
▪ Conhecer e aplicar os procedimentos que devem ser usados no acto da
recepção, identificação e rotulagem;
▪ Conhecer a simbologia dos riscos químicos de modo a facilitar a identificação
dos mesmos;
Contextualização
No local de trabalho é frequente encontrar vários riscos. Existem
condições de trabalho perigosas, como acontece quando encontramos
máquinas sem protecção, pisos escorregadios, ou falta de recursos
adequados que possibilitam a prevenção de incêndios.
61

De igual modo, existem alguns tipos de perigos não visíveis ou não


identificados (ou seja, aqueles riscos que são perigosos, mas que podem
não estar evidentes, incluindo:
• Riscos químicos, resultantes de líquidos, sólidos, poeiras, fumos,
vapores e gases;
• Riscos físicos, tais como o ruído, a vibração, a luminosidade
insuficiente ou inadequada, a radiação e as temperaturas
extremas;
• Riscos biológicos, como as bactérias, os vírus, os desperdícios
sépticos e as infestações;
• Riscos psicológicos ou psicossociais, resultantes do stress e da
pressão;
• Riscos ergonómicos, como por exemplo, a má concepção das
máquinas, dispositivos mecânicos e ferramentas utilizadas pelos
trabalhadores, assentos desajustados, local de trabalho
mal concebido, ou práticas de trabalho deficientemente
organizadas.

4.1.1. Conceito

Segundo Castanheira (2010), o risco químico é definido como sendo o


perigo a que determinado indivíduo está exposto ao manipular
produtos químicos que podem causar-lhe danos físicos ou prejudicarlhe
a saúde. Estes danos, relacionados à exposição química, variam desde
irritação na pele e olhos, passando por queimaduras leves, indo até aos
mais graves, causado por incêndio ou explosão.

Os danos à saúde podem advir de exposição de curta e/ou de longa


duração, relacionadas ao contato de produtos químicos tóxicos com a
pele e olhos, bem como a inalação de seus vapores, resultando em
doenças respiratórias crônicas, doenças do sistema nervoso, doenças
nos rins e fígado, e até mesmo alguns tipos de câncer.

Consideram-se agentes de risco químico as substâncias, compostos ou


produtos que possam penetrar no organismo do trabalhador pela via
respiratória, nas formas de poeiras, fumos gases, neblinas, nevoas ou
vapores, ou que pela natureza da atividade e do tipo de exposição,
possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele
ou por ingestão.

4.1.2. Exposição a agentes químicos específicos

Para além do ser humano estar exposto a várias substâncias, ele pode
estar susceptível a exposição de 4 (quatro) agentes químicos específicos
a saber:
• Cancerígenos;
62

• Amianto;
• Chumbo;
• Cloreto de Vinilo.

Cancerígenos

Correspondem as substâncias químicas que promovem o aparecimento


de cancro ao serem manuseados sem protecção. São eles:
• Benzeno – Ex.: Resinas e Espumas;
• Anilina – Ex.: Borracha e Tintas;

Alguns agentes cancerígenos são o resultado de processos


industriais, por exemplo:
• Poeiras de couro decorrentes do fabrico de calçado;
• Trabalhos que impliquem alcatrão de carvão, pez de fuligem,
etc.;
• Tratamento de óleos usados de motor;
• Pó de madeira de folhosas resultante do trabalho da madeira.
Fabrico e processamento da borracha;

Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABLmsAI/refrigerante-com-substancias-cancerigenas

Amianto
O amianto é uma fibra mineral natural extraída de certas rochas. É
conhecido também por “linho da montanha” e existem relatos do seu
uso na antiguidade, no fabrico de tecidos. O amianto pode ser
encontrado nas seguintes formas:
• Amianto como substância;
• Poeiras de amianto;
• Fibras respiráveis de amianto.

Fonte: http://www.amianto.com.br/o-que-e-amianto/caracteristicas/
63

Todos os tipos de amianto podem prejudicar a saúde. A presença do


amianto por si só não constitui um perigo para a saúde. O mesmo torna-
se perigoso quando é dividido, se encontra em mau estado de
conservação ou é danificado pois, produz um pó que contém fibras
chamado de fribras de amianto.

O pó pode ser facilmente inalado e engolido, representando um risco


grave para a saúde, podendo provocar doenças como mesotelioma,
cancro do pulmão e asbestose:

• Mesotelioma é um tipo de cancro que se pode desenvolver


depois de uma curta exposição a amianto (1-2 anos, ou menos);
• Cancro de pulmão, adenocarcinoma e carcinoma de células
escamosas são os tipos de cancro mais comuns relacionados
com amianto. Aparecem após, pelo menos, 15 a 19 anos desde
o primeiro contacto com o amianto;
• Asbestose é uma doença pulmonar que é proporcional à
intensidade da exposição ao amianto. Geralmente manifestase
após 10 anos de exposição a qualquer tipo de fibras de amianto.
Pacientes com asbestose, como outros com doenças
pulmonares cronicas, estão mais expostos ao risco de infecções
graves.

Chumbo
É um metal tóxico, pesado, macio, maleável e mau condutor de
electricidade. Apresenta coloração branco-azulada quando
recentemente cortado, porém adquire coloração acinzentada quando
exposto ao ar.

É usado na construção civil, baterias de ácido, em munição para armas,


protecção contra raio-X , e forma parte de ligas metálicas para a
produção de soldas, fusíveis, revestimentos de cabos eléctricos,
materiais antifricção, metais de tipografia, etc.

O Chumbo atinge o sistema nervoso, a medula óssea e os rins


interferindo nos processos genéticos e promovendo o câncer.

Fonte: https://www.infoescola.com/elementos-quimicos/chumbo/

Cloreto de Vinilo
64

É um gás extremamente inflamável que à temperatura ambiente e


pressão atmosférica é incolor, possuí cheiro a gás, mais denso que a do
ar. Pode ser liquefeito e é normalmente armazenado como um líquido.
o cloreto de vinilo encontra-se um pouco por todo tipo de indústria,
desde a cerâmica, química, etc, mas a sua aplicação é predominante na
indústria de pvc.

Fonte: http://www.explicatorium.com/quimica/pvc-policloreto-de-vinilo.html

4.1.3. Procedimentos no acto da Recepção dos Produtos Químicos A


recepção constitui a primeira etapa de contacto e manipulação destes
produtos. Por isso, no acto da recepção torna-se necessário seguir os
seguintes procedimentos:

• Identificação
• Registro
• Controle de entrada

Para os produtos sólidos e líquidos deve-se:

• Verificar o estado da embalagem quanto a danos ou ausência de


rótulos;
• Observar se os dados que constam nos rótulos fornecem
informações claras a respeito das características físicoquímicas
do produto, nível de toxicidade, cuidados específicos,
neutralizantes a serem utilizados em caso de rompimentos,
derramamento ou um outro acidente;
• Verificar o prazo de validade do produto;
• Verificar se tem ficha de segurança;

Para os gases comprimidos deve-se:


• Verificar o estado dos cilindros, garrafas e botijões não devendo
ser aceites caso apresentem qualquer dano aparente;
• Verificar o prazo de validade;
• Inspeccionar as válvulas quanto à vedação;
65

• Verificar a existência das etiquetas de identificação fixados no


produto;

4.1.4. Identificação, rotulagem e simbologia dos produtos químicos

Ao lidarmos com produtos químicos é necessário termos consciência da


importância de redobrarmos os cuidados no manuseamento dos
mesmos. Para tal, devemos ter em conta dois aspectos:

Identificação;
Rotulagem.

Identificação dos produtos químicos

Ao lidar com produtos químicos, deve-se passar por três etapas a seguir:
1ª Etapa - Ler as instruções do rótulo, no recipiente ou na embalagem,
observando a classificação quanto ao risco à saúde (R) que ele oferece
e à medidas de segurança para o trabalho (S).

2ª Etapa - Conhecer a classificação, de modo a obter informações em


relação à: forma correta de manipular, armazenar, transportar e
descartar os resíduos do produto;

3ª Etapa - Referente ao transporte, deve-se observar a forma como foi


acondicionado, embalado e transportado, devendo-se adotar os
mesmos cuidados para realizá-lo com segurança.

Rotulagem

A rotulagem por intermédio de símbolos e textos de avisos são


precauções essenciais de segurança. Os rótulos ou etiquetas aplicados
sobre uma embalagem devem conter em seu texto as informações que
sejam necessárias para que o produto ali contido seja tratado com toda
a segurança possível.

Não se deve reutilizar o frasco de um produto rotulado para guardar


qualquer outro diferente, ou mesmo colocar outra etiqueta sobre a
original pois, pode tornar-se perigoso na medida em que pode causar
acidentes.

Símbolos de Risco

Substâncias facilmente inflamáveis (F) e extremamente Inflamáveis

Consideram-se produtos inflamáveis as substâncias sólidas, líquidas ou


gasosas susceptíveis de se inflamarem no ar e continuarem a arder. O
símbolo da chama que figura no rótulo presente no recipiente permite
66

identificar os produtos mais inflamáveis (extremamente inflamável: F+


e facilmente inflamável: F).

Precaução:
Evitar contato com o ar, Manter longe de chamas abertas e afastá-las
de fontes de ignição.

Fonte: http://www.epralima.com/inforadapt2europe/manuaisweb/MANUAL5/page2_5.html

Substâncias Tóxicas (T) e Nocivas (Xn)


Substâncias Tóxicas (T), conforme apresentado nos capítulos
anteriores, São agentes químicos que, ao serem introduzidos no
organismo por inalação, absorção ou ingestão, podem causar efeitos
graves e/ou mortais.

Substâncias Nocivas (Xn) São agentes químicos que por inalação,


absorção ou ingestão, provocam danos a saúde. Portanto, essas
substâncias são prejudiciais a saúde.

Precaução:
Evitar qualquer contato com o corpo humano e observar cuidados
especiais com produtos cancerígenos, teratogênicos ou mutagênicos.

Fonte:
http://www.epralima.com/inforadapt2europe/manuaisweb/MANUAL5/page2_5.html

Subtâncias Corrosivas (C)

Estas substâncias químicas causam destruição de tecidos vivos e/ou


materiais inertes.

Precaução:
Não inalar os vapores e evitar o contato com a pele, os olhos e
vestuário.
67

Fonte: https://pixabay.com/pt/corrosivo-%C3%A1cido-aviso-aten%C3%A7%C3%A3o-ghs-98674/

Substâncias Oxidantes (O)

São substâncias que desprendem oxigênio e favorecem a combustão.


Podem inflamar substâncias combustíveis ou acelerar a propagação de
incêndio.
Precaução:
Evitar qualquer contato com substâncias combustíveis. Perigo de
incêndio. O incêndio pode ser favorecido dificultando a sua extinção.

Fonte: http://www.placarsinalizacao.com.br/transp_prod_perigosos_material.htm

Substâncias Irritantes (Xi)

As substâncias irritantes são as que podem desenvolver ou criar


irritação sobre a pele, os olhos e o trato respiratório.

Precaução:
Não inalar os vapores e evitar o contacto com a pele e os olhos.

Fonte: https://laboticadelconsultor.wordpress.com/2013/08/21/primeros-auxilios-que-hacer-si-primerejemplo/

Substâncias Explosivas (E)


68

São agentes químicos que pela acção de choque, percussão, fricção,


produzem calor suficiente para iniciar um processo destrutivo através
de violenta libertação de energia.

Precaução:
Evitar atrito, choque, fricção, formação de faísca e acção do calor.

Fonte: http://agq-old.educacao.ws/index.php?&ds=1&acao=quimica/ms2&i=3&id=110

Sumário

Nesta Unidade temática 4.1. estudamos e discutimos os Riscos


Químicos. Vimos que no local de trabalho é frequente encontrar vários
riscos a saber: químicos, físicos, biológicos, psicológicos ou psicossociais
e ergonómicos. O risco químico é definido como sendo o perigo a que
determinado indivíduo está exposto ao manipular produtos químicos
que podem causar-lhe danos físicos ou prejudicarlhe a saúde. Existem 4
(quatro) agentes químicos específicos a saber: cancerígenos, amianto,
chumbo e cloreto de vinilo. Existem procedimentos que devem ser
seguidos no acto da recepção, identificação e rotulagem de um produto
químico. É importante que se conheça os símbolos de risco dos
produtos químicos pois, permite a sua identificação imediata.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

Perguntas:
1. Apresente o conceito de risco químico.
2. Quais são os 4 (quatro) agentes químicos específicos que
estudou?
3. O que são substâncias cancerígenas? Indique pelo menos 2
(duas) destas substâncias.
4. Caracterize o Chumbo não se esquecendo de apresentar os seus
efeitos ao entrar em contacto com o organismo.
5. Ao lidar-se com produtos químicos deve-se passar por 3 (três)
etapas. Indique-as em ordem de sequência.
69

Respostas:
1. Rever o 1º parágrafo do ponto 4.1.1. desta Unidade; 2.
Rever o 1º parágrafo do ponto 4.1.2. desta Unidade;
3. Rever o 2º parágrafo do ponto 4.1.2. desta Unidade;
4. Rever o 8º, 9º e 10º parágrafos do ponto 4.1.2. desta Unidade;
5. Rever o 2º parágrafo do ponto 4.1.4 desta Unidade;

Exercícios de AVALIAÇÃO

Perguntas:
1. Quais são os 5 (cinco) tipos de risco que estudou?
2. Quais são as substâncias consideradas como sendo agentes de
risco químico?
3. Caracterize o amianto não se esquecendo de indicar as 3 (três)
formas em que o mesmo pode ser encontrado.
4. Quais são os 3 (três) procedimentos que devem ser tomados em
conta no acto da recepção dos produtos químicos?
5. Quais são os cuidados que se deve ter durante a rotulagem de
uma substância ou produto químico?

UNIDADE Temática 4.2. Riscos Físicos

Introdução

Esta unidade pretende dotar os estudantes de conhecimentos


relacionados aos Riscos Físicos. Portanto, ela fornece subsídios
relacionados com os vários tipos de riscos físicos existentes, seus efeitos
na saúde dos trabalhadores bem como, as medidas de protecção.
Dotados destes conhecimentos, os estudantes saberão como agir
dentro das organizações, quer como líderes ou gestores ou então como
colaboradores.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:


▪ Conhecer o conceito de Saúde segundo a OMS;

▪ Analisar as condições que afectam a saúde do trabalhador de modo a reduzir


Objectivos os riscos;
específicos ▪ Conhecer a legislação aplicável a Higiene, Segurança e Saúde no Trabalho
(HSST) em Moçambique;
▪ Conceituar e caracterizar a Saúde ocupacional;
70

Contextualização
São considerados riscos físicos as diversas formas de energia, a que os
trabalhadores possam estar expostos tais como:
• Ruídos;
• Vibrações;
• Temperaturas excessivas;
• Radiações;
• Pressões anormais;
• Umidade;

3.2.1. Ruído

As máquinas e equipamentos utilizados pelas empresas produzem ruídos


que podem atingir níveis excessivos, podendo a curto, médio e longo prazo
provocar sérios problemas à saúde. Dependendo do tempo de exposição,
nível sonoro e da sensibilidade individual, as alterações danosas
poderão manifestar-se imediatamente ou gradualmente.
A gravidade dos efeitos prejudiciais do ruído dependem do nível de ruído e
do tempo de exposição. Portanto, quanto maior for o nível de ruído, menor
deverá ser o tempo de exposição ocupacional. Na tabela abaixo, serão
apresentados os limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente
tendo em conta os critérios da OSHA (Occupational Safety and Health
Administration).
Máxima exposição diária
Nível de ruído dB (A)
permissível
85 8 horas

86 7 horas

87 6 horas

88 5 horas

89 4 horas e 30 minutos

90 4 horas

91 3 horas e 30 minutos

92 3 horas

93 2 horas e 40 minutos

94 2 horas e 40 minutos

95 2 horas
71

96 1 hora e 45 minutos

98 1 hora e 15 minutos

100 1 hora

102 45 minutos

104 35 minutos

105 30 minutos

106 25 minutos

108 20 minutos

110 15 minutos

112 10 minutos

114 8 minutos

115 7 minutos
Fonte: Tabela Adaptada pela autora, informação extraída de http://www.areaseg.com/nrindex/nr-15.html

Riscos para a saúde


O ruído actua directamente sobre o sistema nervoso, provocando:
Fadiga nervosa, cansaço e dores de cabeça;
• Alterações mentais: perda de memória, irritabilidade,
dificuldade em coordenar idéias;
• Diminuição da audição (surdez temporária, surdez definitiva e
trauma acústico);
• Hipertensão (Aumento da pressão arterial);
• Modificação do ritmo cardíaco (Taquicardia);
• Modificação do calibre dos vasos sanguíneos;
• Modificação do ritmo respiratório;
• Perturbações gastrointestinais (Problemas no
aparelho digestivo);
• Diminuição da visão noturna; Dificuldade na percepção de
cores.

Medidas de Protecção
Para evitar ou diminuir os danos provocados pelo ruído no local de
trabalho, podem ser adotadas as seguintes medidas:

Medidas de proteção coletiva


72

Enclausuramento da máquina produtora de ruído;


Isolamento de ruído.

Medida de proteção individual


Fornecimento de equipamento de proteção individual (EPI) neste caso,
o protetor auricular. O EPI deve ser fornecido na impossibilidade de
eliminar o ruído ou como medida complementar.

Fonte: https://www.orcopom.com/pt/product/abafador-thunder-27db

Medidas médicas:
Exames audiométricos periódicos, afastamento do local de trabalho,
revezamento.

Medidas educacionais:
Orientação para o uso correcto do EPI, campanha de sensibilização e
consciencialização.

Medidas administrativas:
Tornar obrigatório o uso do EPI e encontrar mecanismos de controlar o
seu uso.

3.2.2. Vibrações
Na indústria é comum o uso de máquinas e equipamentos que
produzem vibrações, as quais podem ser nocivas ao trabalhador.

Riscos para a saúde


As vibrações apresentam vários riscos para a saúde. No entanto, para
efeitos deste manual destacamos os seguintes:
• Cansaço e irritação;
• Dores nos membros e dores na coluna;
• Doença do movimento, artrite e problemas digestivos;
• Lesões ósseas, lesões dos tecidos moles e lesões circulatórias.

Tipos de Vibrações
As vibrações podem ser:
Localizadas – estas geralmente ocorrem em certas partes do corpo.
São provocadas por ferramentas manuais, elétricas e pneumáticas.
73

Consequências: alterações neurovasculares nas mãos, problemas nas


articulações das mãos e braços bem como, osteoporose (perda de
substância óssea).

Generalizadas – estas são as que ocorrem ou são sentidas no corpo


inteiro. As lesões ocorrem com os operadores de grandes máquinas,
como os motoristas de camiões, autocarros e tractores.

Consequências: Lesões na coluna vertebral e dores lombares.

Medidas de Protecção
Para evitar ou diminuir as consequências das
vibrações é recomendado a substituição alternada dos
trabalhadores expostos aos riscos (menor tempo de exposição).

3.2.3. Temperaturas extremas


Vários locais de trabalho expõem os trabalhadores a ambientes com
temperaturas muito elevadas ou muito baixas. A exposição ao calor ou
ao frio intenso são prejudiciais a saúde.

Riscos para a saúde


As altas temperaturas podem provocar:
• Desidratação;
• Desmaios;
• Erupção da pele;
• Câimbras;
• Fadiga física;
• Distúrbios psiconeuróticos;
• Problemas cardiocirculatórios;
• Exaustão e inchaço pelo calor;

As baixas temperaturas podem provocar:


Feridas;
• Rachaduras e necrose na pele;
• Enregelamento: ficar congelado;
• Agravamento de doenças reumáticas;
• Predisposição para acidentes;
• Predisposição para doenças das vias respiratórias.

Medidas de Protecção
Para o controle das acções nocivas das temperaturas muito altas ou
muito baixas ao trabalhador é necessário que se tome algumas
medidas.

Medidas de proteção coletiva


74

Ventilação local exaustora com a função de retirar o calor e gases dos


ambientes, isolamento das fontes de calor ou frio.

Medidas de proteção individual


Fornecimento de EPI (ex: avental, bota, capuz, luvas especiais para
trabalhar no frio).

3.2.4. Radiações
São formas de energia que se transmitem por ondas eletromagnéticas.
A absorção das radiações pelo organismo é responsável pelo
aparecimento de diversas lesões. Podem ser classificadas em dois
grupos:
Radiações ionizantes - Os operadores de raios-X e radioterapia estão
sob a exposição frequente deste tipo de radiação, que pode afectar o
organismo ou se manifestar nos descendentes das pessoas expostas.
Radiações não-ionizantes - São radiações não ionizantes a radiação
infravermelha, proveniente de operação em fornos, ou de solda
oxiacetilênica, radiação ultravioleta como a gerada por operações em
solda eléctrica, ou ainda raios lazer, microondas, etc.

Riscos para a saúde


Os efeitos das radiações são:
Perturbações visuais (conjuntivites, cataratas);
Queimaduras e lesões na pele, etc.

Medidas de Protecção
Para que haja o controle da acção das radiações para o trabalhador,
com vista a minimizar os efeitos da radiação, é necessário que sejam
tomadas as seguintes medidas:

Medidas de proteção coletiva


Através de isolamento da fonte de radiação (ex: biombo protector para
operação em solda), enclausuramento da fonte de radiação (ex: pisos e
paredes revestidas de chumbo em salas de raio-x).

Medidas de proteção individual


Por meio de fornecimento de EPI adequado ao risco (ex: avental, luva,
perneira e mangote de raspa para soldador, óculos para operadores de
forno).

Medida administrativa
Por meio de dosímetro de bolso para técnicos de raio-x.

Medida médica
Através de exames periódicos feitos aos trabalhadores expostos.
75

3.2.5. Pressões anormais


Há uma série de atividades em que os trabalhadores ficam sujeitos a
pressões ambientais acima ou abaixo das pressões normais, isto é, da
pressão atmosférica a que normalmente estamos expostos.

Baixas pressões
São as que se situam abaixo da pressão atmosférica normal e ocorrem
com trabalhadores que realizam tarefas em grandes altitudes.

Altas pressões
São as que se situam acima da pressão atmosférica normal. Ocorrem
em trabalhos realizados em tubulações de ar comprimido, máquinas de
perfuração, caixões pneumáticos e trabalhos executados por
mergulhadores.

Principais áreas de ocorrência


• Prospecção de petróleo;
• Exploração de recursos minerais em plataformas submarinas;
• Construção de pontes, cais, portos etc.;
• Perfuração de túneis e fundações de prédios e viadutos;

Riscos para a Saúde


A exposição a pressões anormais, pode causar a ruptura do tímpano,
quando o aumento de pressão for brusco e a liberação de nitrogênio
nos tecidos e vasos sanguíneos, e morte.
• Embolia traumática pelo ar;
• Embriaguez das profundidades;
• Intoxicação por oxigênio e gás carbônico;
• Doença descompressiva;
• Anemia aguda por hemólise ou perda sanguínea; Úlcera da
pele.

3.2.6. Umidade
As atividades ou operações executadas em locais alagados ou
encharcadas, com umidades excessivas são capazes de produzir danos
à saúde dos trabalhadores.

Riscos para a saúde


A exposição do trabalhador à umidade pode acarretar doenças do
aparelho respiratório, quedas, doenças de pele, doenças circulatórias,
entre outras.
76

Medidas de Protecção
Para o controle da exposição do trabalhador à umidade podem ser
tomadas as seguintes medidas:

Medidas de proteção colectiva


Através do estudo de modificações no processo do trabalho, colocação
de estrados de madeira e ralos para escoamento;

Medidas de proteção individual


Por meio de fornecimento do EPI (Equipamento de Proteção Individual)
tais como: luvas de borracha, botas, avental para trabalhadores em
galvanoplastia, cozinha, limpeza etc.

Sumário

Nesta Unidade temática 4.2 estudamos e discutimos sobre os Riscos


Físicos. Vimos que são considerados riscos físicos os seguintes: ruídos,
vibrações, temperaturas excessivas, radiações, pressões anormais e
umidade. A gravidade dos efeitos prejudiciais do ruído dependem do
nível de ruído e do tempo de exposição. Existem 2 (dois) tipos de
vibrações a saber: localizadas e generalizadas. Vários locais de trabalho
expõem os trabalhadores a ambientes com temperaturas muito
elevadas ou muito baixas. A exposição ao calor ou ao frio intenso são
prejudiciais a saúde. Existem 2 (dois) tipos de radiações: ionizantes e
não-ionizantes. A exposição a pressões anormais, pode causar a ruptura
do tímpano e morte. As atividades ou operações executadas em locais
alagados ou encharcadas, com umidades excessivas são capazes de
produzir danos à saúde dos trabalhadores.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

Perguntas:
1. O que são riscos físicos?
2. Qual é o limite de exposição máxima permissível para umn nível
de ruído de 100dB?
3. Quais são alterações no organismo que podem ser provocadas
pelo ruído?
4. Quais são os tipos de vibração que estudou? E que
consequências cada uma delas pode trazer para a saúde?
5. Apresente o conceito de radiação não se esquecendo de
mencionar os seus riscos.

Respostas:
1. Rever o 1º parágrafo da Contextualização desta Unidade;
2. Rever a tabela no ponto 4.2.1. desta Unidade;
77

3. Rever o 3º parágrafo do ponto 4.2.1. desta Unidade;


4. Rever o 3º parágrafo do ponto 4.2.2. desta Unidade;
5. Rever o 1º parágrafo do ponto 4.2.4. desta Unidade;

Exercícios de AVALIAÇÃO

Perguntas:
1. Quais são os riscos físicos a que o trabalhador pode estar
exposto?
2. De que é que depende a gravidade dos efeitos prejudiciais do
ruído? Justifique.
3. Existem 5 (cinco) medidas de protecção que podem auxiliar ou
ajudar a evitar ou diminuir os danos provocados pelo ruído?
Indique-os dando exemplos.
4. Quais são os riscos que as temperaturas extremas podem trazer
à saúde dos trabalhadores? Que medidas de protecção podem ser
usadas?
5. Quais são os tipos de radiação que estudou? Caracterize-as.

UNIDADE Temática 4.3. Riscos Biológicos

Introdução

Esta unidade pretende dotar os estudantes de conhecimentos


relacionados com Riscos Biológicos. Portanto, ela fornece subsídios
relacionados com os vários tipos de riscos biológicos, riscos para a
saúde, material biológico onde podem ser encontrados bem como, as
medidas de protecção. Dotados destes conhecimentos, os estudantes
saberão como agir dentro das organizações, quer como líderes ou
gestores ou então como colaboradores.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:


▪ Caracterizar os riscos biológicos bem como, os seus efeitos em contacto com

o organismo;
Objectivos ▪ Conhecer o material biológico em que os riscos biológicos podem ser específicos
encontrados;
▪ Criar acções de prevenção e protecção aos riscos biológicos no local de
trabalho.
78

Contextualização
Os riscos biológicos ocorrem por meio de microorganismos que, em
contacto com o homem, podem provocar inúmeras doenças. São
considerados riscos biológicos os seguintes microorganismos:

• Vírus;
• Bactérias;
• Parasitas;
• Protozoários; Fungos;
• Bacilos.

Fonte: http://www.cresa.cat/blogs/sociedad/en/professionals-formats-en-bioseguretat-finalment-serauna-
realitat-en-el-nostre-pais/

No entanto, apesar do risco biológico ocorrer em todas as profissões, é


comum verificar-se a ``falsa`` concepção de que o mesmo afecta
exclusivamente os profissionais da saúde o que não constitui a verdade.

São várias as actividades profissionais que favorecem o contacto com


tais riscos. É o caso das indústrias de alimentação, hospitais, limpeza
pública (recolha de lixo), laboratórios entre outros.

5.3.1. Riscos para a saúde

Entre as inúmeras doenças profissionais provocadas


por microorganismos incluem-se: tuberculose, brucelose,
malária, febreamarela, SIDA.

Para que essas doenças possam ser consideradas doenças profissionais,


é preciso que haja exposição do funcionário a estes microorganismos.

5.3.2. Material Biológico

Os riscos biológicos podem ser encontrados no(s):

• Sangue;
• Fluidos orgânicos potencialmente infectantes: sêmen, secreção
vaginal, líquido pleural;
79

• Fluidos orgânicos potencialmente não infectantes: suor, lágrima,


fezes, urina e saliva.

5.3.3. Medidas de Protecção

São necessárias medidas preventivas para que as condições de higiene


e segurança nos diversos sectores de trabalho sejam adequadas. São
elas:

Conhecimento, Sensibilização e Consciencialização

Deve-se disponibilizar ao trabalhador informações referentes a:


• Tipo de Riscos;
• Higienização (lavagem das mãos);
• Imunizações (Vacinas);
• Manuseio e descarte de objectos pérfuro-cortantes;

Uso de Equipamentos de Proteção Individual


• Uso do avental ou luvas descartáveis;
• Máscaras
• Capotes (limpos, estéreis, plástico, descartáveis)
• Protector facial;
• Sapato ou botas dependendo do caso;
• Utilização de desinfectante adequado e apropriado para a
inativação do microorganismo específico.

Sumário

Nesta Unidade temática 4.3 estudamos e discutimos sobre os Riscos


Biológicos. Vimos que os riscos biológicos ocorrem por meio de
microorganismos que, em contacto com o homem, podem provocar
inúmeras doenças são eles: vírus, bactérias, parasitas, protozoários,
fungos e bacilos. Os riscos biológicos podem ser encontrados no(s):
sangue, sêmen, secreção vaginal, líquido pleural, suor, lágrima, fezes,
urina e saliva. Entre as várias doenças profissionais provocadas por
microorganismos incluem-se: tuberculose, brucelose, malária,
febreamarela, SIDA. As medidas de protecção que devem ser usadas
para prevenção destas doenças são: conhecimento, sensibilização,
consciencialização e o uso de equipamentos de proteção individual.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

Perguntas:
1. O que são riscos biológicos?
80

2. Quais são as várias actividades profissionais que favorecem o


contacto com o risco biológico?
3. Apresente as doenças que podem ser provocadas pelos riscos
biológicos.
4. Onde é que o risco biológico pode ser encontrado?
5. Que equipamentos de protecção individual, contra os riscos
biológicos, podem ser usados pelos trabalhadores?

Respostas:
1. Rever o 1º parágrafo da Contextualização desta Unidade;
2. Rever o 3º parágrafo da Contextualização desta Unidade;
3. Rever o 1º parágrafo do ponto 4.3.1. desta Unidade; 4. Rever o 3º
parágrafo do ponto 4.3.2. desta Unidade;
5. Rever o 5º parágrafo do ponto 4.3.3. desta Unidade;

Exercícios de AVALIAÇÃO

Perguntas:
1. Quais são os riscos biológicos que estudou?
2. Porque é que devemos considerar como sendo falsa a concepção
de que o risco biológico afecta apenas os profissionais de saúde?
3. O que é que deve acontecer para que a tuberculose, a brucelose,
a malária, a febre-amarela e a SIDA sejam consideradas doenças
profissionais?
4. Quais são os fluídos orgânicos potencialmente infectantes e não-
infectantes?
5. Que tipo de informações devem ser disponibilizadas ao
trabalhador por forma a prevenir os efeitos dos riscos biológicos?

UNIDADE Temática 4.4. Riscos Psicossociais

Introdução

Esta unidade pretende dotar os estudantes de conhecimentos


relacionados com os Riscos Psicossociais. Portanto, ela fornece
subsídios relacionados com os tipos, factores, consequências e as
medidas de prevenção dos riscos profissionais. Dotados destes
conhecimentos, os estudantes saberão como agir dentro das
organizações, quer como líderes ou gestores ou então como
colaboradores.
81

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:


▪ Caracterizar os riscos psicossociais;
▪ Identificar os factores de riscos psicossociais bem como, as suas Objectivos
consequências; específicos ▪ Desenhar medidas de prevenção de riscos profissionais
adequadas a cada
situação;

Contextualização
Os riscos psicossociais constituem um grande desafio para a área de
Higiene, Segurança e Saúde no Trabalho, pois influenciam
significativamente na saúde física e mental dos colaboradores. Segundo
a EU-OSHA (2017) os riscos psicossociais decorrem de deficiências na
concepção, organização e gestão do trabalho, bem como, de um
contexto social de trabalho problemático, podendo ter efeitos
negativos a nível psicológico, físico e social tais como, stresse
relacionado com o trabalho, esgotamento ou depressão.

Existem várias condições de trabalho que podem favorecer a ocorrência


dos riscos psicossociais mas, para efeitos deste manual optou-se pelos
seguintes:
• Cargas de trabalho excessivas;
• Exigências contraditórias e falta de clareza na definição das funções;
• Falta de participação na tomada de decisões que afetam o
trabalhador e falta de controlo sobre a forma como executa o
trabalho;
• Má gestão nas mudanças organizacionais e insegurança laboral;
Comunicação ineficaz, falta de apoio da parte de chefias e colegas;
Assédio psicológico ou sexual, violência de terceiros.

A prevenção dos Riscos Psicossociais no trabalho desempenha um papel


importante, na medida em que permite a promoção da saúde física e
mental e o bem-estar dos colaboradores. A Organização Internacional
do Trabalho prioriza a avaliação dos riscos psicossociais, por parte das
organizações.

4.4.1 Tipos de Riscos Psicossociais


Existem vários riscos psicossociais a saber:
• Stress Ocupacional;
• Assédio Moral;
• Assédio Sexual;
• Violência no Trabalho;
• Síndrome de Burnout;
82

• Adição ao trabalho;
• Fadiga e carga mental no trabalho;
• Trabalho emocional;
• Tecnoestresse;

Stress Ocupacional
O stresse é um estado psicológico que espelha a interação existente
entre um indivíduo e o seu ambiente. O stresse ocupacional pode ser
visto como:
• Um desequilíbrio entre os meios de que um indivíduo dispõe e
as questões que ele tem de solucionar no trabalho;
• A reação do trabalhador face aos desafios que põem à prova a
sua capacidade de resolver a situação;
• Um desequilíbrio pressentido pelo trabalhador em que as suas
capacidades não são capazes de fazer frente aos desafios,
originando graves consequências;
• O conflito existente entre as características de trabalho e do
trabalhador em que as do trabalho acabando o trabalhador por
não conseguir lidar com elas.

Portanto, o stresse ocupacional constitui a interação existente entre as


condições de trabalho com as características do trabalhador em que as
exigências do trabalho excedem a capacidade do trabalhador para lidar
com elas.

Assédio Moral
O assédio moral constitui todo o comportamento indesejado baseado
na discriminação, praticado aquando do acesso ao emprego, no
próprio emprego ou na formação profissional, com o objectivo de
perturbar ou constranger a pessoa, afectando a sua dignidade ou
criando-lhe um ambiente intimidativo, hostil, degradante, humilhante
ou desestabilizador.

Portanto, é visto como sendo uma prática de perseguição, muito bem


organizada organizada, podendo ser prolongada, dirigida contra um
trabalhador ou grupo de trabalhadores, com o objetivo de atingir a sua
personalidade, dignidade ou integridade física ou psíquica, criando um
ambiente hostil, degradante, humilhante ou ofensivo.

Assédio Sexual
O Assédio Sexual constitui todo o comportamento indesejado de
carácter sexual, sob a forma verbal, não-verbal ou física, com o objetivo
de perturbar, intimidar ou humilhar um trabalhador.
83

O que caracteriza especificamente o assédio sexual é facto do mesmo


ser de natureza claramente sexual, sendo que o essa conduta não é
desejada pela vítima tratando-se de um comportamento molestador,
com ausência de reciprocidade.

Violência no Trabalho
Este risco psicossocial é considerado pela OIT, como um dos principais
riscos psicossociais. O Programa SOLVE desta organização distingue
cinco principais riscos psicossociais no trabalho, que se encontram
interligados, são eles, o stresse, o tabaco, o álcool e drogas, a violência
e o HIV.

Desta feita, pode-se aferir que o assédio moral e sexual anteriormente


referido, constituem também formas de violência no trabalho,
tratando-se de violência psicológica.

Síndrome de Burnout
A síndrome de Burnout, também conhecida como síndrome da
desistência ou síndrome da “vela que se apaga lentamente” é formada
por 3 (três) esferas que apesar de serem independentes se relacionam
entre si, são elas:
A exaustão física e emocional;
Despersonalização; Falta de
realização pessoal.

Esta síndrome não tem uma definição geral, no entanto a mesma surge
como resposta ao stresse ocupacional crónico e que se manifesta com
maior relevância nos trabalhadores com profissões relacionadas com a
prestação de serviços. Pode-se afirmar que a Síndrome de Burnout é
uma síndrome de esgotamento emocional.

O aparecimento da Síndrome de Burnout resulta de um processo


caracterizado por sentimentos de falha ou desorientação profissional,
desgaste e instabilidade emocional, sentimento de culpa pela falta de
êxito profissional, frieza ou distanciamento emocional e isolamento.

Adição ao Trabalho
O risco psicossocial adição ao trabalho constitui à tendência para o
aumento do número médio de horas de trabalho, à intensidade de
trabalho, ao aumento da pressão e do ritmo de trabalho e ao equilíbrio
entre o trabalho e a família, nomeadamente a dificuldade em gerir de
forma equilibrada os aspectos ligados ao trabalho e à família.

Portanto, a adição do trabalho ocorre com a existência ou


estabelecimento do trabalho excessivo ou na ocupação do colaborador
em tarefas diferentes e ao mesmo tempo.
84

Segundo Segundo Esteves (2013) citado por Costa (2015) a adição ao


trabalho ou aumento de funções e tarefas decorre de situações em que
a exigência do trabalho obriga o trabalhador a lutar e a trabalhar mais
para ser sempre o primeiro, o melhor, a querer cumprir os objetivos
estipulados ou a temer a perda do posto de trabalho.

Pode também ser resultado de um conjunto de características do


próprio trabalhador, que faz do trabalho o centro da sua vida, acabando
por não dedicar a sua atenção a mais nada, ter uma dedicação exclusiva
e excessiva com o trabalho.

Fadiga e Carga Mental no Trabalho


Fadiga constitui um cansaço resultante de um esforço físico ou mental.
A mesma ocorre quando se tem muito trabalho e pode ser física ou
mental e resulta do trabalho esgotante. A carga mental ou cognitiva do
trabalho está intimamente relacionada com as situações de fadiga.

Trabalho Emocional
O trabalho emocional constitui um risco psicossocial pois, durante as
relações interpessoais ocorrem situações em que é necessário controlar
e camuflar as emoções. Esta situação ocorre, por vezes, no trabalho e é
de difícil gestão, carendo de um trabalho emocional por parte do
trabalhador.

Tecnostresse
O termo tecnostresse está associado ao uso de tecnologias de
informação e comunicação no trabalho, principalmente, no que
respeita aos efeitos psicossociais do seu uso para o trabalhador.
Portanto, constitui uma doença de adaptação causada pela falta de
habilidade para lidar com as novas tecnologias do computador de
maneira saudável.

4.4.2. Factores de Risco Psicossociais


Existem vários factores que induzem a ocorrência dos Riscos
Profissionais conforme se apresenta abaixo a sua caracterização:

Conteúdo do Trabalho
Falta de variedade, trabalho sem sentido, não qualificado, trabalho
repetitivo, monótono, cadenciado e com ritmos curtos e acelerados,
que exige elevada precisão e provoca posturas inadequadas.
Subutilização de competências e baixa valorização das tarefas.
Recursos insuficientes.

Sobrecarga e ritmo de trabalho


Volume de trabalho excessivo ou reduzido, ritmo das máquinas.
85

Elevados níveis de pressão impostos pelos prazos definidos

Horário de trabalho
Trabalho por turnos, trabalho noturno, horários inflexíveis,
imprevisíveis e/ou longos. Trabalho isolado.

Autonomia/Controlo
Fraca participação na tomada de decisões e no controlo de ritmos.
Falta de autonomia e ausência de controlo sobre o trabalho.

Equipamentos de trabalho
Equipamentos inadequados, sem manutenção ou falta de recursos.
Introdução de novas tecnologias e novos processos sem formação e/ou
apoio/acompanhamento.

Cultura organizacional e função


Falta de definição de políticas, objetivos e recursos. Estrutura da
organização com fraca liderança, deficiente comunicação. Falta de
definição ou de consenso sobre objectivos.

Relações interpessoais no trabalho


Isolamento físico ou social, fraco relacionamento com as chefias e os
colegas, falta de apoio social. Conflitos interpessoais e exposição à
violência.

Papel na organização e responsabilidades


Ambiguidade de papéis e funções, tipo de responsabilidades das
pessoas, imprecisão na definição de responsabilidades,
sobrecarga/insuficiência de funções, orientações contraditórias.

Desenvolvimento professional
Estagnação ou incerteza na carreira, falta de progressão, insegurança,
reduzido valor social do trabalho. Salários baixos, precariedade.

Conciliação trabalho–família
Conflito entre atividades profissionais e não profissionais, reduzido
suporte família. Incompatibilidade das exigências trabalho/vida
privada. Trabalho feminino com reduzido apoio em casa.
Desvalorização da componente familiar.

Novas formas de contratação e insegurança


Conflito entre atividades profissionais e não profissionais, reduzido
suporte família. Incompatibilidade das exigências trabalho/vida
privada. Trabalho feminino com reduzido apoio em casa.
Desvalorização da componente familiar.
86

Intensificação do trabalho
Carga de trabalho cada vez maior e uma pressão crescente no âmbito
laboral, altos níveis de de competitividade no trabalho, compensação
inadequada.

Ambiente físico
Ambiente de trabalho com ruído, fumos, produtos químicos,
temperaturas altas ou baixas, deficiente iluminação. Posto de trabalho
sem conforto.

4.4.3. Consequências dos Riscos Psicossociais


A esposição aos riscos psicossociais podem trazer consequências para a
saúde dos trabalhadores, para a organização e consequentemente, para
a sociedade.

Portanto, para efeitos deste manual apresentam-se as consequências


individuais e organizacionais que se consideram
serem as fundamentais carecendo de intervenção imediata.

Consequências Individuais
As consequências individuais exercem a sua influência no indivíduo
podendo atingir a área fisiológia, psicológica e/ou comportamental.

Fisiológicas
As consequências fisiológicas são:
• Reações cardiovasculares;
• Insónias e fadiga;
• Dificuldades respiratórias;
• Dores de cabeça e dores musculares.

Psicológicas
As psicológicas podem ser:
• Depressão, nervosismo, ansiedade e irritabilidade;
• Oscilação emocional, perdas de memória;
• Esgotamento;
• Angústia, insónias e cansaço excessivo.

Comportamentais
As consequências comportamentais caracterizam-se por:
• Isolamento, agressividade;
• Consumo de substâncias psicoativas;
• Faltas ao trabalho, erros e falhas na execução de tarefas;
Suicídio.
87

Consequências Organizacionais
As consequências que os riscos psicossociais trazem para a organização
são:
• Desmotivação por parte do colaborador interferindo assim na
sua produtividade;
• Aumento dos níveis de absentismo bem como, a rotatividade;
• Aumento do número de acidentes e das queixas dos clientes ou
utentes;
• Deterioração da imagem institucional;
• Aumento dos custos diretos e indiretos;
• Mau ambiente psicológico no local de trabalho;
• Aumento das situações de conflito, greves e agressões no local
de trabalho.

4.4.4. Prevenção dos Riscos Psicossociais


A prevenção dos riscos psicossociais deve ser feita através de
programas de educação e de informação, de medidas de suporte
organizacional, de prevenção e de reabilitação. As mesmas devem ser
direccionadas aos factores de risco.

Medidas Preventivas Características


Organizativas dirigidas à origem Alterações nos horários e regimes de trabalho
do problema/factores de risco Reorganização de conteúdos funcionais
(centradas na situação de
Alteração ergonómica dos postos de trabalho
trabalho)
Participação e consulta dos trabalhadores e dos
seus representantes
Intervenção ou aumento dos Formação em gestão do stresse e em posturas
recursos do trabalhador
Mediação de conflitos
(centrada no trabalhador)
Apoio social
Proteção ou reabilitação/reduzir Acompanhamento psicológico (terapia
e tratar os danos (centrada nas individual ou de grupo)
consequências) Aconselhamento
Reintegração
88

Sumário

Nesta Unidade temática 4.4 estudamos e discutimos sobre os Riscos


Psicossociais. Vimos que os riscos psicossociais constituem um grande
desafio para a área de Higiene, Segurança e Saúde no Trabalho, pois
influenciam significativamente na saúde física e mental dos
colaboradores. A prevenção dos Riscos Psicossociais no trabalho
desempenha um papel importante, na medida em que permite a
promoção da saúde física e mental e o bem-estar dos colaboradores. A
esposição aos riscos psicossociais podem trazer consequências para a
saúde dos trabalhadores, para a organização e consequentemente, para
a sociedade. A prevenção dos riscos psicossociais deve ser feita através
de programas de educação e de informação, de medidas de suporte
organizacional, de prevenção e de reabilitação.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

Perguntas:
1. Segundo a EU-OSHA (2017), qua é a origem dos riscos
psicossociais?
2. Porque é que a prevenção dos riscos psicossociais desempenha
um papel importante na saúde do trabalhador?
3. Existem vários riscos psicossociais. Mencione pelo menos 5
(cinco) a sua escolha.
4. Caracterize o stress ocupacional.
5. Mencione pelo menos 4 (quatro) factores de riscos psicossociais
que estudou.

Respostas:
1. Rever o 2º parágrafo da Contextualização desta Unidade;
2. Rever o 4º parágrafo da Contextualização desta Unidade;
3. Rever o 1º parágrafo do ponto 4.4.1. desta Unidade;
4. Rever o 2º e 3º parágrafo do ponto 4.4.1. desta Unidade;
5. Rever o ponto 4.4.2. desta Unidade;

Exercícios de AVALIAÇÃO

Perguntas:

1. Quais são as várias condições de trabalho que podem favorecer


a ocorrência dos riscos psicossociais?
2. Segundo a OIT, qual deve ser a prioridade das organizações no
que refere aos riscos psicossociais?
3. Porque é que o assédio sexual deve ser considerado coo
sendoum risco psicossocial?
89

4. De que forma é que o conteúdo de trabalho e o devenvolvimento


professional podem induzir a ocorrência dos riscos psicossociais?
5. Quais são os 2 (dois) tipos de consequências que os riscos
psicossociais podem trazer para a saúde do trabalhador? Dê pelo
menos 3 (três) exemplos para cada uma delas.

UNIDADE Temática 4.5. Riscos Ergonómicos

Introdução

Esta unidade pretende dotar os estudantes de conhecimentos


relacionados aos Riscos Ergonómicos. Portanto, ela fornece subsídios
relacionados com os tipos, as consequências e as medidas de prevenção
dos riscos ergonómicos. Dotados destes conhecimentos, os estudantes
saberão como agir dentro das organizações, quer como líderes ou
gestores ou então como colaboradores.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:


▪ Conhecer os Riscos Ergonómicos decorrentes da interacção homem-

máquina ou tarefa, homem-espaço de trabalho e homem-ambiente; Objectivos ▪


Conhecer as consequências dos riscos ergonómicos na saúde do trabalhador; específicos ▪ Criar
acções de prevenção que visem a minimização das consequências dos riscos ergonómicos na
saúde dos trabalhadores.

Contextualização

A Ergonomia, segundo Miguel (2014) citando Wisner (s.d), constitui o


conjunto dos conhecimentos científicos relativos ao Homem e que são
necessários para conceber ferramentas, máquinas e dispositivos que
possam ser utilizados com o máximo de conforto, de segurança e de
eficiência.

Portanto, o sistema ergonómico é constituído por um conjunto de


homens, máquinas e procedimentos interagindo entre si num ambiente
determinado.

Existem vários riscos associados à não-aplicação dos princípios


ergonómicos, como por exemplo, a má concepção das máquinas,
dispositivos mecânicos e ferramentas utilizadas pelos trabalhadores,
assentos desajustados, local de trabalho mal concebido, ou práticas de
trabalho deficientemente organizadas.
90

Durante a interação homem-máquina ou homem-espaço de trabalho


pode-se verificar a existência de vários riscos denominados riscos
ergonómicos.

Riscos ergonómicos são os factores que podem afetar a integridade


física ou mental do trabalhador, proporcionando-lhe desconforto ou
doença. Desta feita, podemos considerar como sendo risco ergonômico
qualquer condição ou a prática que traga obstáculos à produtividade,
que desafie a boa qualidade ou que traga prejuízos ao conforto,
segurança e bem-estar do trabalhador.

4.5.1. Tipos de Riscos Ergonómicos


No entanto, podemos considerar como sendo riscos ergonómicos os
seguintes:
• Esforço físico;
• Levantamento de peso;
• Postura inadequada;
• Controle rígido da produtividade;
• Situação de estresse;
• Trabalhos em período noturno;
• Jornada de trabalho prolongada; Monotonia e repetitividade
do trabalho; Imposição de rotina intensa.

4.5.2. Consequências para a saúde


Os riscos ergonómicos podem causar alguns distúrbios psicológicos e
fisiológicos e provocar danos à saúde do trabalhador porque produzem
alterações no organismo e estado emocional, comprometendo sua
produtividade, saúde e segurança, tais como:
• Cansaço físico;
• Dores musculares;
• Hipertensão arterial;
• Alteração do sono;
• Diabetes;
• Doenças nervosas;
• Taquicardia;
• Doenças do aparelho digestivo (gastrite e úlcera); Tensão,
ansiedade e problemas de coluna, etc.

4.5.3. Medidas de Prevenção


Para evitar que os riscos ergonómicos comprometam as actividades e a
saúde do trabalhador, é necessário se efectue um ajustamento entre as
condições de trabalho, o homem (no que concerne a actividade em si)
e o conforto físico, através das seguintes medidas de prevenção:
91

• Melhoria no processo de trabalho;


• Melhores condições no local de trabalho;
• Modernização de máquinas e equipamentos;
• Melhoria no relacionamento entre as pessoas;
• Alteração no ritmo de trabalho; Ferramentas adequadas;
• Postura adequada entre outros.

Sumário

Nesta Unidade temática 4.5 estudamos e discutimos sobre Riscos


Ergonómicos. Vimos que o sistema ergonómico é constituído por um
conjunto de homens, máquinas e procedimentos interagindo entre si
num ambiente determinado. Riscos ergonómicos são os factores que
podem afetar a integridade física ou mental do trabalhador,
proporcionando-lhe desconforto ou doença. Os riscos ergonómicos
podem causar alguns distúrbios psicológicos e fisiológicos e provocar
danos à saúde do trabalhador porque produzem alterações no
organismo e estado emocional, comprometendo sua produtividade,
saúde e segurança. Para evitar que os riscos ergonómicos
comprometam as actividades e a saúde do trabalhador, é necessário se
efectue um ajustamento entre as condições de trabalho, o homem (no
que concerne a actividade em si) e o conforto físico.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

Perguntas:
1. Apresente o conceito de Ergonomia.
2. Quais os vários riscos associados a não aplicação dos princípios
ergonómicos?
3. O que são riscos ergonómicos?
4. Que danos à saúde do trabalhador podem ser causados pelos
riscos ergonómicos?
5. Quais são as medidas que podem ser usadas para prevenir os
efeitos dos riscos ergonómicos?

Respostas:
1. Rever o 1º parágrafo da Contextualização desta Unidade; 2.
Rever o 3º parágrafo da Contextualização desta Unidade;
3. Rever o 5º parágrafo da Contextualização desta Unidade;
4. Rever o 1º parágrafo do ponto 4.5.2. desta Unidade;
5. Rever o 1º parágrafo do ponto 4.5.3. desta Unidade;
92

Exercícios de AVALIAÇÃO

Perguntas:
1. Como é que é constituído um sistema ergonómico?
2. Quando é qe um risco pode ser considerado ergonómico?
3. Quais são os riscos ergonómicos que estudou?
4. Porque é que se diz que os riscos ergonômicos podem causar
alguns distúrbios psicológicos e fisiológicos bem como, provocar
danos à saúde do trabalhador?
5. O que é que deve ser feito para evitar que os riscos ergonómicos
não comprometam as actividades e a saúde do trabalhador?

UNIDADE Temática 4.6. EXERCÍCIOS INTEGRADOS das Unidades deste Tema

1. Apresente o conceito de risco químico.


2. Quais são os 3 (três) procedimentos que devem ser tomados em
conta no acto da recepção dos produtos químicos?
3. O que são riscos físicos?
4. Existem 5 (cinco) medidas de protecção que podem auxiliar ou
ajudar a evitar ou diminuir os danos provocados pelo ruído?
Indique-os dando exemplos.
5. O que são riscos biológicos?
6. Porque é que devemos considerar como sendo falsa a
concepção de que o risco biológico afecta apenas os
profissionais de saúde?
7. Segundo a EU-OSHA (2017), qua é a origem dos riscos
psicossociais?
8. Quais são as várias condições de trabalho que podem favorecer
a ocorrência dos riscos psicossociais?
9. O que são riscos ergonómicos?
10. Quais são as medidas que podem ser usadas para prevenir os
efeitos dos riscos ergonómicos?
93

TEMA – V: GESTÃO DA PREVENÇÃO DOS RISCOS PROFISSIONAIS

UNIDADE Temática 5.1. Prevenção dos Riscos Profissionais


UNIDADE Temática 5.2. Metodologia de Gestão dos Riscos
Profissionais
UNIDADE Temática 5.3. Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho
UNIDADE Temática 5.4. EXERCÍCIOS deste tema

UNIDADE Temática 5.1. Prevenção dos Riscos Profissionais

Introdução

Esta unidade pretende dotar os estudantes de conhecimentos


relacionados a Gestão da Prevenção dos Riscos Profissionais. Portanto,
ela fornece subsídios relacionados com os objectivos da gestão de
riscos, a relação entre a gestão de riscos e a prevenção de riscos, aos
princípios gerais da prevenção de riscos profissionais, as estratégias de
prevenção de riscos profissionais, os equipamentos de protecção e a
sinalização de segurança e saúde. Dotados destes conhecimentos, os
estudantes saberão como agir dentro das organizações, quer como
líderes ou gestores ou então como colaboradores, em situações que
envolvam riscos profissionais.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:


▪Desenhar medidas de prevenção de riscos profissionais adequadas a cada
94

situação de risco para uma melhor intervenção;


Objectivos específicos
▪ Seleccionar os equipamentos de protecção em conformidade com o tipo de
risco a que o trabalhador está exposto;
▪ Conhecer os sinais de segurança e saúde garantindo a sua colocação em
locais apropriados.

Contextualização

Todas actividades envolvem riscos. O risco está presente em todo lugar


e em tudo o que fazemos.
Gestão de riscos é o processo de organizar e planejar recursos humanos
e materiais de uma empresa de forma a eliminar, reduzir ou minimizar
os impactos dos riscos na organização relacionados com o trabalho,
utilizando um conjunto de técnicas adequadas para o efeito.

O principal objectivo da Gestão de Riscos é avaliar as incertezas de


forma a tomar a melhor decisão possível. Desta feita, a gestão dos riscos
é da responsabilidade do órgão dirigente da instituição. Este por sua vez
deverá estabelecer um programa adequado a sua organização de modo
a proceder a identificação, análise, avaliação, monitoria e registo das
situações de risco com vista a assegurar a melhoria da saúde e
segurança no trabalho bem como, melhorar a qualidade de vida do
trabalhador.

5.1.1. Gestão de Riscos versus Prevenção de Riscos

A gestão de riscos profissionais pressupõe a sua prevenção. Para tal,


deverá ser criada uma equipa ou comissão responsável pela prevenção
dos acidentes e doenças no local de trabalho. Segundo Miguel (2014) o
objectivo da equipe de prevenção consiste na informação,
aconselhamento, motivação e coordenação. Portanto, a direcção da
organização é responsável por implementar e executar as propostas da
equipe de prevenção.

A prevenção dos riscos profissionais engloba um conjunto de medidas


que visam:

• Reduzir o impacto dos factores que causam as doenças e outros


problemas de saúde;
• Evitar a ocorrência dos riscos profissionais; Limitar as suas
consequências.

Segundo Simões (2010) a gestão dos riscos profissionais “é um processo


que potencia, nos profissionais, o conhecimento e a preocupação com
os factores de risco e os riscos inerentes”. Portanto, a gestão de riscos
propicia nos trabalhadores não só o conhecimento dos riscos
95

profissionais existentes mas também, faz com que o trabalhador se


preocupe com os mesmos facilitando assim, a prevenção de acidentes
e doenças profissionais.

Num cômpito geral pode-se perceber que a gestão dos riscos


profissionais permite que a organização tome, de forma eficaz, medidas
necessárias com vista a assegurar a saúde e segurança dos seus
trabalhadores, a saber:

• Informação e formação dos colaboradores;


• Prevenção dos riscos profissionais;
• Promoção e protecção da saúde dos trabalhadores;
Organização do trabalho.

No processo de gestão de riscos profissionais a abordagem


interdisciplinar é fundamental pois, os seus resultados são mais
rigorosos e eficazes do que a abordagem usada pelas várias áreas de
forma isolada.

5.1.2. Princípios Gerais da Prevenção de Riscos Profissionais

Segundo Miguel (2014) a entidade empregadora tem a obrigatoriedade


de assegurar a higiene, segurança e sáude dos trabalhadores em todos
os aspectos relacionados com o trabalho. No entanto, para que este
objectivo se cumpra devem ser tomadas medidas necessárias baseadas
nos principios gerais de prevenção:

• Evitação: Evitar riscos;

• Avaliação: Avaliar os riscos;

• Combate: Combater os riscos na origem;

• Adaptação: Adaptar o trabalho ao homem no que se refere a


concepção dos postos de trabalho e a escolha de equipamentos
de trabalho de modo a atenuar o trabalho monótono e
cadenciado, reduzindo o efeito destes sobre a saúde dos
trabalhadores;

• Substituição: Substituir o que é perigoso pelo que é isento de


perigo (não apresenta perigo) ou pelo menos perigoso;

• Planificação: Planificar a prevenção usando um sistema onde as


técnicas, a organização e as condições do trabalho, as relações
sociais e a influência dos factores ambientais no trabalho
possam estar integradas;
96

• Priorização: Priorizar as medidas de protecção colectiva em


relação as de protecção individual;

Instrução: Instruir de forma adequada aos trabalhadores; 5.1.3.

Estratégias de Prevenção de Riscos Profissionais

A prevenção dos riscos profissionais engloba um conjunto de medidas


com vista a:
• Reduzir o impacto dos factores determinantes de doenças e
outros problemas de saúde;
• Evitar a sua ocorrência;
• Conter a sua progressão e ou limitar as suas consequências.

Segundo Simões (2010), existem 3 (três) níveis de prevenção, cada um


com o seu respectivo tipo de intervenção, a saber:
• Prevenção primária: eliminação ou redução de factores de risco;
• Prevenção secundária: contenção da evolução da doença ou
acidente;
• Prevenção terciária: redução das consequências em casos de
existência de doenças ou após a ocorrência de acidente;

Fonte: Simões (2010)

Estes níveis de prevenção teem como objectivo prevenir ou reduzir


danos:

• A prevenção dos danos, envolve a correcção das situaçãoes de


risco identificadas e a elaboração de planos, normas internas e
procedimentos face aos riscos que não podem ser eliminados;

• A redução dos danos, compreende um conjunto de actividades


realizadas após a ocorrência de acidente ou doença profissional,
com vista a minimizar o seu impacto adverso sobre pessoas,
instalações e/ou equipamentos.

Para uma melhor percepção sobre a actuação dos 3 (três) níveis de


prevenção, pode-se tomar como exemplo a Hepatite B onde: a vacina e
97

a redução da exposição ambiental - prevenção primária, o diagnóstico e


o tratamento precoce – prevenção secundária e a reabilitação clínica ou
profissional – prevenção terciária.

5.1.4. Prevenção versus Protecção em HSST

A Prevenção em HSST constitui um conjunto de actividades que têm


como objectivo eliminar ou reduzir os riscos profissionais – acidentes de
trabalho e doenças profissionais - a que os trabalhadores estão
potencialmente expostos no exercício da sua actividade profissional.

A Prevenção visa a avaliação e o controle dos riscos que têm em vista a


prevenção da sinistralidade laboral e incidência de doenças
profissionais.
A prevenção tem como objectivo principal evitar ou minimizar - quando
não é possível eliminar - através de um conjunto de medidas
implementadas em todas as fases da actividade da organização
(concepção dos postos de trabalho/ projecto, produção,
comercialização, etc.).

A Protecção em HSST é diferente da prevenção. A Prevenção visa o


combate do risco na origem, eliminando ou limitando os seus efeitos. A
Protecção visa o combate ao risco mas, apenas no que toca aos seus
efeitos na saúde e segurança dos trabalhadores.

Quando se aborda sobre a protecção, trata-se de proteger o


trabalhador para as consequências do risco. Por exemplo: ao fornecerse
um capacete a um trabalhador, não se está a impedir o derrame de uma
determinada substância tóxica, está-se a limitar as consequências desse
derrame.

A protecção pode ser colectiva - Quando a medida de protecção visa


proteger um conjunto de trabalhadores quanto às consequências do
risco. Por exemplo, uma barreira de protecção acústica que impeça o
ruído de se propagar no sentido de um conjunto de trabalhadores.

A protecção pode ser individual - Quando a medida de protecção visa


apenas limitar as consequências do risco para apenas um trabalhador.
Por exemplo: os equipamentos de protecção individual - capacetes,
luvas, botas, óculos, etc.

5.1.5. Equipamentos de Protecção

A preocupação primordial de qualquer organização e instituição ou


instituição de ver garantir da hiegiene, segurança e sáude do
trabalhador. Para tal, devem ser usados equipamentos de protecção
essenciais e capazes de proteger a saúde e a integidade do colaborador
a partir de disponibilização de tais equipamentos. Existem dois tipos de
equipamentos de protecção a saber:
98

Equipamentos de Proteção Colectiva (EPCs);


Equipamento de Protecção Individual (EPIs).

5.1.4.1. Equipamento de Protecção Colectiva (EPCs)


São equipamentos utilizados para proteção da segurança durante a
realização de actividades em grupo.
Esses equipamentos são apenas de uso colectivo como por exemplo:

• Redes de Proteção (nylon)


• Sinalizadores de segurança (placas e cartazes de advertência, ou
fitas zebradas)
• Extintores de incêndio
• Lava-olhos
• Chuveiros de segurança
• Exaustores
• Kit de primeiros socorros

5.1.4.2. Equipamento de Protecção Individual (EPIs)


São equipamentos utilizados por uma pessoa para proteção de riscos
durante a realização das suas actividades. Portanto, este equipamento
só deve ser usado quando não for possível encontrar medidas
satisfatórias que permitam eliminar o risco no ambiente onde se
desenvolve a actividade.

Segundo Miguel (2014), a selecção dos EPIs deve ter em conta:

• Os riscos a que o trabalhador se encontra exposto;


• As condições em que trabalha; A parte do corpo que deve ser
protegida; As características do próprio trabalhador.

Portanto, os EPIs devem obedecer aos seguintes requisitos:


• Cómodos;
• Robustos;
• Leves; e Adaptáveis.

Principais Tipos de Protecção Individual

• Proteção da cabeça: Capacete de protecção;

• Protecção auditiva: Abafadores de ruído (ou protectores


auriculares) e tampões auditivos e capacetes acústicos;

• Proteção respiratória: aparelhos filtrantes (máscaras) próprios


para proteger contra cada tipo de contaminante do ar: gases,
99

vapores do ar e aerossóis;

• Proteção ocular (olhos) e facial (rosto): Óculos, viseiras e


máscaras;

• Proteção de mãos e braços: Luvas, feitas em diversos materiais


(couro, tecidos, borracha natural-látex, plásticos, e malha
metálica em aço) e tamanhos conforme os riscos contra os quais
se pretende proteger: mecânicos, químicos, biológicos, térmicos
ou elétricos;

• Proteção de pés e pernas: Sapatos, botinas, botas, tênis,


apropriados para os riscos contra os quais se quer proteger:
mecânicos, químicos, eléctricos e de queda;

• Proteção contra quedas: Cintos de segurança, sistemas de


paraquedas, cinturões.

Fonte: http://www.corbucci.com.br/a-importancia-do-uso-de-epi-equipamento-de-protecao-individual/

5.1.5. Sinalização de Segurança e Saúde

Os sinais de segurança e saúde devem ser adoptados pelas organizações


por forma a advertir a todos os intervenientes sobre os perigos que
possam surgir em caso de não cumprimento. Os mesmos devem ser
colocados em locais que permitam a sua visibilidade.

O sinais de segurança e saúde não devem ser confundidos com os sinais


usados na classificação e rotulagem de substâncias tóxicas. Para efeitos
deste manual serão apresentados 6 (seis) categorias ou classificação de
sinais de segurança e saúde apresentados por Miguel (2014) a saber:
• Sinais de proibição;
• Sinais de obrigação;
• Sinais de aviso;
• Sinais de obstáculos e locais perigosos;
100

• Sinais de salvamento, saúde ou de emergência;


• Sinais relativos a material de combate ao incêndio;

Sinais de Proibição Características:


• Fundo Branco;
• Símbolo preto;
• Forma circular;
• A cor do círculo e da faixa oblíqua (diagonal) é vermelha (cor de
segurança).

Fonte: https://pt.slideshare.net/carolinasousa/sinalizao-de-segurana-e-sade

Sinais de Obrigação

Características:
Fundo azul (cor de segurança);
Símbolo ou desenho em branco.
101

Fonte: http://www.segurancamonitoramento.org/sinalizacao/sinalizacao-de-seguranca/

Sinais de Aviso

Características:

• Fundo amarelo (cor de segurança);


• Contorno preto e triangular;
• Símbolo preto;
102

Fonte: http://blog.safemed.pt/sinalizacao-de-seguranca-e-saude-muita-atencao/

Sinais de Obstáculos e locais perigosos

Características:

Faixas amarelas e negras ou vermelhas e brancas;

Fonte: http://www.epralima.com/inforadapt2europe/manuaisweb/MANUAL5/page1_1.html

Sinais de Salvamento, Saúde ou de Emergência

Características:
103

• Fundo verde (cor de segurança);


• Símbolo branco;

Fonte: http://www.segurancamonitoramento.org/sinalizacao/sinalizacao-de-seguranca/

Sinais Relativos a material de combate a incêndio

Características:

• Fundo vermelho (cor de segurança);


• Símbolo a branco;
104

Fonte: https://www.voltimum.pt/artigos/noticias-do-sector/seguranca-em-edificios

Sumário

Nesta Unidade temática 5.1 estudamos e discutimos sobre a prevenção


dos riscos profissionais. Vimos que todas actividades envolvem riscos.
O risco está presente em todo lugar e em tudo o que fazemos por isso,
deve-se proceder a sua gestão. O principal objectivo da Gestão de Riscos
é avaliar as incertezas de forma a tomar a melhor decisão possível.
Existem 3 (três) níveis de prevenção, cada uma delas com a sua
estratégia de intervenção: prevenção primária, prevenção secundária e
prevenção terciária. Em termos de equipamentos de protecção temos:
equipamentos de proteção colectiva (EPCs) e equipamentos de
protecção individual (EPIs). Os sinais de segurança e saúde devem ser
adoptados pelas organizações por forma a advertir a todos os
intervenientes sobre os perigos que possam surgir em caso de não
cumprimento. Os mesmos devem ser colocados em locais que
permitam a sua visibilidade.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

Perguntas:
1. Defina o processo de gestão de riscos.
2. Quais são as medidas envolvidas na prevenção dos riscos
profissionais?
3. Apresente 4 (quatro) princípios gerais de prevenção.
4. Quais são os 3 (três) níveis de intervenção no que se refere a
prevenção dos riscos profissionais?
5. Quais são os aspectos que se deve ter em conta na selecção dos
EPIs?

Respostas:
105

1. Rever o 2º parágrafo da Contextualização desta


Unidade;
2. Rever o 2º parágrafo do ponto 5.1.1. desta Unidade; 3.
Rever o 1º parágrafo do ponto 5.1.2. desta Unidade;
4. Rever o 2º parágrafo do ponto 5.1.3. desta Unidade;
5. Rever o 2º parágrafo do ponto 5.1.4.3 desta Unidade;

Exercícios de AVALIAÇÃO

Perguntas:
1. Qual é o principal objectivo da Gestão da Gestão de Riscos?
2. Defina Gestão de Riscos Profissionais?
3. Que medidas devem ser tomadas pelas organizações na área de
gestão de riscos?
4. Quais são os 3 (três) conjuntos de medidas que fazem parte da
prevenção de riscos?
5. Mencione pelo menos 4 (quatro) equipamentos de protecção
colectiva que estudou.

UNIDADE Temática 5.2. Metodologia de Gestão de Riscos Profissionais

Introdução

Esta unidade pretende dotar os estudantes de conhecimentos


relacionados a Metodologia de Gestão de Riscos Profissionais. Portanto,
ela fornece subsídios relacionados com métodos a serem usados no
processo de gestão dos riscos bem como, sobre a importância da
comunicação do risco no decorrer desse processo. Dotados destes
conhecimentos, os estudantes saberão como agir dentro das
organizações, quer como líderes ou gestores ou então como
colaboradores, em situações que envolvam riscos profissionais.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:


▪ Aplicar as metodologias de gestão de riscos para uma melhor intervenção
Objectivos neste processo; específicos ▪ Garantir a adopção da comunicação do risco como
parte integrante da

cultura organizacional;
106

Contextualização

A gestão do risco profissional constitui um processo com base técnica e


científica tendo como objectivo a eliminação ou o controlo dos factores
de risco e a prevenção de acidentes e doenças profissionais.
Portanto, a Gestão de Riscos envolve as seguintes componentes
metodológicas:

• Análise do Risco: componente política, económica e de


planeamento;
• Avaliação do Risco: monitoria das acções e a práticas bem como
a organização;
• Controlo do Risco: Procedimentos e responsabilidades dos seus
intervenientes;

5.2.1. Análise do Risco


A análise de risco no local de trabalho, segundo Miguel (2014), constitui
a primeira abordagem na gestão dos riscos profissionais. A mesma tem
como objectivo proceder ao levantamento de todos os factores do
sistema de trabalho homem-máquina-ambiente que podem causar
danos a sáude dos trabalhadores.

Para Simões (2010) a análise do risco é composta por 3 (três) etapas, a


saber:
Identificação do perigo ou dos factores de risco;
Identificação dos trabalhadores expostos;
Estimativa do risco.

5.2.1.1. Identificação do perigo ou dos factores de risco


Nesta fase procede-se a descrição dos elementos e processos de
trabalho, através do inventário e da caracterização dos factores de
risco, bem como, a compreensão das actividades desempenhadas por
cada trabalhador. Esta descição basea-se no levantamento dos efeitos
negativos que a actividade profissional tem na saúde e segurança dos
trabalhadores.

Portanto, a identificação do perigo ou dos factores de risco engloba a


observação, descrição e interpretação do trabalho.

Os factores de risco profissionais, conforme foi apresentado no capítulo


3 podem ser:
• Biológicos: vírus, fungos e batérias;
• Físicos: radiações, vibrações e ruídos;
• Químicos: produtos de higiene e limpeza, gazes anestésicos
entre outros;
107

• Ergonómicos: relacionados com a postura, com o trabalho e com


a actividade física no local de trabalho;
• Psicossociais: inclui todas as situações relacionadas com estresse
no local de trabalho.

A identificação e caracterização de qualquer factor de risco engloba as


seguintes técnicas:
Recolha de informação

As informações podem ser recolhidas nas seguintes fontes:


• Diplomas legais;
• Registo de acidentes de trabalho;
• Doenças profissionais participadas e confirmadas;
• Procedimentos e normas de trabalho;
• Manuais de instrução de equipamentos etc.;

Observações

• Ambiente de trabalho existente – observar omestado dos


pavimentos e revestimentos, segurança dos equipamentos,
iluminação, ventilação, climatização, ruído e resíduos;

• Actividades realizadas no local de trabalho – observar o que


realmente acontece durante a realização das actividades
habituais, esporádicas e nas situações de emergências previstas;

• Actividades não rotineiras e intermitentes - observar as


operações de manutenção, carregar e descarregar, retirar
amostras, actos terapêuticos e outras actividades pouco
frequentes;

• Organização do trabalho existente – observar os procedimentos


e normas de trabalho bem como, as mudanças
que possam ocorrer na organização do trabalho;

• Factores exteriores que possam afectar o trabalho – observar o


trasporte dos trabalhadores e dos bens materiais, acessos,
acidentes e emergências;

Questionamento e Brainstorming

O reconhecimento dos factores de risco pode ser facilitado pela técnica


do questionamento a partir da colocação de questões e utilização da
técnica de Brainstorming ou chuva de idéias:
108

• Existe alguma fonte de perigo ou factor de risco? (identificar e


caracterizar;
• Quem pode ser afectado? (identificar os trabalhadores);
• Como pode ser afectado? (identificar as condições do trabalho);
• Porque é que pode ser afectado? (magnitude do risco).

Outras técnicas

Outras técnicas que podem ser usadas de forma independente ou como


complementar podem ser:
• Vistorias higiene-sanitárias e de segurança;
• O relato de incidentes;
• Apreciação de reclamações, auditorias e de relatórios; Uso de
listas de verificação e as grelhas de observação.

5.2.1.2. Identificação dos trabalhadores expostos

Para cada factor de riscos profissionais, apresentados no ponto


anterior, devem ser identificados os trabalhados expostos com atenção
especial para os seguintes tipos de trabalhadores:
• Mulheres grávidas;
• Jovens e idosos;
• Portadores de deficiência;
• Sem formação ou inexperiente (estágiário, recém contratado,
sazonais ou temporários e estudantes);
• Isolados nas suas actividades profissionais;
• Com imunidade comprometida ou doenças crônicas e a
tomarem medicamentos passíveis de aumentarem a sua
vulnerabilidade.

Segundo Simões (2010) estas duas primeiras etapas do análise do risco


podem ser realizadas em simultâneo sendo que em algum momento
ambas poderão usar técnicas semelhantes como é o caso de:

• Observação dos locais de trabalho;


• Análise de registo de acidentes de trabalho e de doenças
profissionais;
• Entrevistas e inquirições, entre outras.

5.2.1.3. Estimativa do Risco


A estimativa do risco corresponde a terceira fase do processo de análise
de riscos. A mesma permite definir a grandeza ou magnitude de um
determinado risco implicando deste modo, a caracterização do mesmo
no que concerne a probabilidade ou frequência de ocorrência, a
gravidade das consequências, o tempo de exposição, o número de
109

trabalhadores expostos e afectados. Nesta ordem de ideias a análise


dos riscos pode ser resumida no esquema apresentado abaixo.

Fonte: Esquema adaptado pela autora

5.2.2. Avaliação de Riscos

A Avaliação do Risco corresponde a um exame cuidadoso realizado nos


locais de trabalho com o objectivo de detectar ou descobrir elementos
que possam causar dano aos trabalhadores expostos. Portanto, este
processo ocorre após a análise do risco ou seja, é realizado após a
realização das 3 etapas da análise do risco. Segundo Simões (2010) a
avaliação do risco envolve a valorização do risco como se pode verificar
na tabela a seguir.

Fonte: Simões (2010)

A valorização do risco corresponde a fase final da avaliação do risco e


tem por objectivo comparar a grandeza ou magnitude do risco com os
padrões de referência. Portanto, o processo de valorização do Risco
envolve algumas acções que serão apresentadas a seguir.

Estimativa da grandeza ou magnitude do risco

Neste ponto, pretende-se averiguar a probabilidade de ocorrência


(quantas vezes pode ocorrer?) e estimar a sua gravidade (que dano
pode ocorrer) conforme se apresenta na tabela abaixo.
110

Fonte: Simões (2010)

Aceitabilidade do risco

Ao se estimar a grandeza bem como, a magnitude do risco deve-se,


também, verificar aspectos relacionados com a aceitabilidade do risco
ou seja, deve-se procurar tomar decisão sobre o risco referindo se o
mesmo é aceitável. A aceitabilidade do risco está relacionada com:

• Compreensão do fenómeno a partir da sua análise, descrição e


caracterização de modo que seja possível aceitar o risco;

• Conhecer as medidas de prevenção visto que a aceitação do


risco deverá passar pelo processo de informar aos trabalhadores
em relação aos métodos, técnicas, procedimentos e
equipamentos de defesa e protecção;

• Existência de incidentes ou acidentes anteriores, devendo estes


promover uma reflexão sobre as suas causas e consequências;

• Existência de pessoas responsáveis pela gestão de riscos. Estes


vem incluir profissionais qualificados na área de segurança e
saúde no trabalho capazes de responder favoravelmente
sempre que surjam acidentes ou doenças.

A valorização do risco é uma acção de extrema importância pois, a partir


dela pode-se verificar a magnitude do risco, a acção a tomar bem como,
a prioridade da intervenção. Para perceber esta importância,
apresenta-se a tabela abaixo.
111

Fonte: Simões (2010)

5.2.3. Controlo do Risco


O controle de riscos é um processo que permite conduzir o risco
existente a níveis aceitáveis, evitando que surjam novos riscos, e
analisar a necessidade e funcionalidade das medidas implementadas.
Cabe a equipe de prevenção monitorar o processo de controlo do risco.
Desta feita, todas as acções ou medidas de controlo devem ser
registadas e avaliadas de forma correcta.

Consideram-se como sendo acções de controle as seguintes:


• Acompanhamento;
• Reavaliação periódica;
• Recondução do risco a níveis aceitáveis;
• Interrupção ou interdição do trabalho caso o risco se considere
ser de alta dimensão não sendo considerado aceitável;

Para que o processo de controlo do risco seja eficaz, torna-se necessário


que articule com outras áreas usando uma abordagem multidisciplinar,
devendo integrar os níveis de abordagem apresentados a seguir:
• Abordagem técnica - Este nível de abordagem engloba a
vigilância e a análise dos vários factores de risco recorrendo a
um método identificado ou outras;
• Abordagem organizacional – Está direccionada à organização do
trabalho, o clima organizacional, as tarefas, o conteúdo do
trabalho, a informação e formação dos trabalhadores;
• Vigilância da Saúde – Consiste em monitorar a saúde do
trabalhador em função da sua actividade laboral.
112

4.2.1.1. Medidas de Intervenção Correctiva


A aplicação de medidas de intervenção correctivas deve basear-se em
estratégias de prevenção, devidamente hierarquizadas tendo em conta
a prioridade de cada um, e a comunicação do risco.

As medidas de corretivas devem ser implementadas tendo em conta os


seguintes aspectos:
• O tipo de risco;
• Número de pessoas que podem ser afectadas;
• Tempo e custo necessário para adoptar cada medida;

Portanto, nesta fase de análise das medidas correctivas, para posterior


implementação, deve-se identificar:
• Riscos aceitáveis que não precisam, necessariamente, que sejam
tomadas mas, apenas exigir que sejam desencadeadas acções de
acompanhamento;
• Riscos que devem ser eliminados;
• Riscos que são conhecidos e que facilitam a aplicação das
medidas de controlo;
• Riscos que necessitam de uma avaliação minunciosa e mais
completa que exigem a utilização de técnicas mais complexas e
sofisticadas.

Para simões (2010) as medidas correctivas ou redutoras dos riscos


identificados devem respeitar, sempre que for possível, a ordem
apresentada na tabela abaixo. No entanto, as mesmas devem ser
complementadas com informação e formação dos trabalhadores.

4.2.3.2. Comunicação do Risco


A comunicação do risco, na verdade, encontra-se presente nas 3 (três)
fases ou etapas do processo de gestão de riscos conforme ilustra a
tabela abaixo.
113

Fonte:
Simões (2010)

Comunicação do risco segundo National Research Council (s.d.), citado


por Simões (2010):
“é um processo interactivo de troca de informações e
opinião entre indivíduos, grupos e instituições, que
envolve múltiplas mensagens sobre a natureza do risco e
outras que expressam as preocupações, opiniões e
reacções às mensagens sobre o risco ou às medidas
legais e institucionais da gestão do risco”.

Nesta ordem de idéias, pode-se constatar que a comunicação do risco


deve conter os seguintes elementos: interacção entre indivíduos, troca
de informação entre os intervenientes sobre a gestão de riscos,
reacções à essas informações e às medidas legais e instituídas pela
organização.
114

A Comunicação do risco implica ou seja, envolve informação referente


à natureza do risco, sua magnitude e interpretação, a aceitabilidade do
risco bem como, a sua gestão.

Portanto, a gestão do risco deve incluir a comunicação do risco e deve


apoiar-se numa caraterização do risco adequada de modo a tornar a
informação sobre os riscos acessível e compreensível por parte de todos
os trabalhadores.

O sistema de comunicação é essencial no processo de gestão de risco


profissional pois, constitui a alavanca fundamental no processo de
mudança de comportamento dos indivíduos e da organização. A
comunicação é constituída por processos formais e informais
permitindo deste modo, a transmissão de informação aos
trabalhadores e a organização como um todo.

Sumário

Nesta Unidade temática 5.2 estudamos e discutimos sobre as


Metodologias de Gestão de Riscos Profissionais. Vimos que a gestão de
riscos envolve as seguintes componentes metodológicas: Análise do
Risco, Avaliação do Risco e o Controlo do Risco. A comunicação é
constituída por processos formais e informais que permitem a
transmissão de informação aos trabalhadores e a organização como um
todo. A adopção de um sistema de comunicação de risco é essencial no
processo de gestão de risco profissional pois, constitui a alavanca
fundamental no processo de mudança de comportamento dos
indivíduos e da organização como um todo.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

Perguntas:
1. Quais são as principais metodologias usadas na gestão de riscos?
2. Caracterize o processo de Análise do Risco.
3. Quais são os factores de riscos profissionais que estudou?
4. Porque é que se torna importante proceder-se a estimativa do
risco?
5. Defina o processo de Controlo de Risco.

Respostas:
1. Rever o 2º parágrafo da Contextualização desta Unidade;
2. Rever o 1º parágrafo do ponto 5.2.1. desta Unidade;
3. Rever o 3º parágrafo do ponto 5.2.1.1. desta Unidade;
115

4. Rever o 1º parágrafo do ponto 5.2.1.3. desta Unidade;


5. Rever o 1º parágrafo do ponto 5.2.3. desta Unidade;

Exercícios de AVALIAÇÃO

Perguntas:
1. A Análise de risco é composta por 3 (três) etapas. Indique-as.
2. Quais são as técnicas envolvidas na identificação e
caracterização de qualquer risco profissional? 3. Caracterize o
Processo de Avaliação do Risco.
4. Porque é que se torna importante proceder-se a valorização do
risco?
5. Apresente as 4 (quatro) acções de controle de risco que estudou.

UNIDADE Temática 5.3. Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho

Introdução

Esta unidade pretende dotar os estudantes de conhecimentos


relacionados com a Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho.
Portanto, ela fornece subsídios relacionados a adopção de um Sistema
de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho e com a elaboração de
uma Política de Higiene e Segurança no Trabalho (Política de HSST).
Dotados destas capacidades, os estudantes saberão como agir dentro
das organizações, quer como líderes ou gestores ou então como
colaboradores em situações que envolvam riscos profissionais.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:


▪ Conceber um Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho tendo em
Objectivos conta a realidade da organização; específicos ▪ Elaborar uma Política de HSST
garantindo o envolvimento de todos os

intervenientes e a sua implementação conjunta;

Contextualização

A existência de um sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho


é essencial para a mitigação dos danos ou impactos que podem advir da
não adopção de práticas ligadas a prevenção dos riscos no contexto de
gestão de riscos profissionais.
116

Segundo Miguel (2014), a OIT (s.d.) publicou um conjunto de directrizes


que visam, essencialmente, integrar as actividades de prevenção e os
métodos de trabalho dentro das actividades da empresa a todos os
níveis da hierarquia.

Desta feita, pode perceber-se que a responsabilidade pela prevenção


dos riscos profissionais, no que diz repeito a gestão dos mesmos riscos,
não deve ser apenas do trabalhador mas também, dos responsáveis
pela gestão da organização.

5.3.1. Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho

Pontanto, conforme refere Simões (2010), a organização deve manter


e estabelecer um Sistema de Segurança e Saúde no Trabalho (SGSST)
tendo em conta o modelo apresentado a seguir.

Fonte: Simões (2010)

Para que a implentação deste modelo se torne eficaz é necessário que


sejam desenvolvidas as seguintes acções ou medidas:

• Deve existir uma política de segurança e saúde no trabalho


autorizada pelo mais alto nível de gestão da instituição
indicando de forma clara os objectivos globais da segurança e
saúde no trabalho;

• Deve incluir um compromisso, contendo aspectos ligados a


legislação em vigor, e a melhoria contínua;
117

• A direcção da instituição deve periodicamente rever o SGSST


com vista a assegurar que o mesmo continue sendo adequado,
suficiente e eficaz.

5.3.2. Vantagens e Desvantagens do SGSST

Miguel (2014) apresenta como principais vantagens dos SGSST os


seguintes:

• Definição de prioridades – permite definir prioridadas no que se


refere ao planeamento, organização, monitoria e revisão das
medidas a fim de proteger as pessoas dos riscos profissionais;

• Ajuda na integração de sistemas – permite integrar vários


sistemas de gestão permitindo assim a existência de uma
abordagem holística na gestão da segurança e saúde no
trabalho;

• Melhoria contínua – permite melhorar as áreas que não estão a


funcionar de forma eficaz atravéz de revisões e auditoria de
modo a identificar as oportunidades de melhoria;

• Sustentabilidade – estabelece necessidades e incentivos para se


autosustentar incoporando as exigências para a melhoria;

• Preparação da emergência – devem assegurar que esteja


disponíveis recursos adequados para responder à cenários de
emergência;

• Gestão sistemática dos riscos – cria um sistema estruturado que


permite o cumprimento da legislação aplicável e das melhores
práticas dos diferentes sectores de actividade.

O mesmo autor cita como principais desvantagens os seguintes:

• Burocracia (sistema de papel/software) - deve-se simplificar os


documentos e registos com prudência de modo a permitir um
melhor controlo dos documentos;

• Integração – depende de vários factores incluíndo políticas


externas;
118

• Tempo para implementação – exige requisitos exagerados no


que concerne à documentação;

• Elevadas necessidades de recursos disponíveis – exige muitos


recursos apesar de contar com o envolvimento de
trabalhadores, gestores e técnicos de higiene e segurança no
trabalho;

• Subestimação do comportamento humano – na medida em que


enfatiza o comportamento dos trabalhadores e dos gestores
como sendo a razão para a ocorrência de erros.
5.3.2. Política de Higiene, Segurança e Saúde no Trabalho (Política de HSST)

Uma Política de HSST é um plano definido de acções, elaborado para


prevenir acidentes e doenças ocupacionais. A mesma deve conter os
seguintes conteúdos:

1. Objectivo da Política

Deve-se colocar o objectivo que se pretende alcançar com a Política.

2. Âmbito da política ou contexto

Deve-se colocar a razão que leva a elaboração da política pondendo ser


em função do quadro legal ou normas existentes em relação a Higiene,
Segurança e Saúde no trabalho ou em função do números de casos
ocorridos e apresentados pela instituição.

3. Metas e acções a serem desenvolvidas

Deve-se colocar em cada meta as acções a serem desenvolvidas para o


alcance dos objectivos da Política bem como, os seus indicadores.

3.1. Qualificação e formação

Garantia de qualificação e formação adequada dos trabalhadores em


matéria de Higiene, Segurança e Saúde no trabalho.

3.2. Garantia de não exposição ao risco

Garantia de não exposição aos riscos por parte dos trabalhadores.

3.3. Gestão de riscos


Criação um programa de gestão de riscos relativo à higiene, segurança
e saúde no trabalho que seja realístico;

3.4. Comunicação e informação


119

Desenvolvimento de meios e métodos de comunicação eficientes e


eficazes.

3.5. Equipamentos de protecção)


Disponibilização de equipamento de primeiros socorros, vestuário e
equipamento adequado para protecção individual.

3.6. Reclamações e Sugestões


Registo de reclamações e sugestões apresentadas pelos colaboradores
em relação ao meio e às condições de trabalho.

3.7. Colaboração
Envolver todos os trabalhadores e garantir a colaboração de todos os
intervenientes da organização.

5.3.2.1. Passos para elaboração de uma Política de HSST

Para se elaborar uma Política de HSST, deve-se ter em conta 7 (sete)


passos apresentados a seguir:
1. Apresentação e Caracterização da Instituição;
2. Identificação e Caracterização dos Riscos
3. Levantamento dos dados estatísticos (caso haja) dos
registos de acidentes, lesões ou doenças 5. Consulta de
Legislação aplicável
6. Questionamento e Consulta as partes envolvidas
(trabalhadores bem como responsáveis pela gestão na
organização);
7. Redação da Política onde devem constar todos os
conteúdos que devem fazer parte de uma Política de HSST.

Segundo Silva (2012) no processo de elaboração de uma Política devem


ser feitas as seguintes perguntas:
• Qual é o objectivo da Política? Menos lesões e doenças em
situações semelhantes? Reduzir esses agravos em 10%?
• Quando confrontada às prioridades conflitantes e distribuição
limitada de recursos, a segurança é prioritária? É de igual
importância? Como se decide?
• A segurança é responsabilidade do gerente de linha ou gerente
de recursos humanos? Quem é o responsável?
• O que a administração espera obter de um programa eficaz?
• A quem será atribuída a responsabilidade de coordenação das
actividades?
• Quem tem responsabilidades no âmbito da política?
120

A política só é aplicável quando:


• As responsabilidades estão claramente definidas e atribuídas;
• Os métodos estão bem estabelecidos;
• Os procedimentos e as actividades do programa são adequados;
• Há oferta adequada de recursos financeiros e outros;
• As responsabilidades para realizar os objetivos da política estão
claramente comunicadas e entendidas nos locais de trabalho.

5.3.3. Modelo de uma Política de HSST

A Política apresentada a seguir pertence a uma empresa denominada


Omatapalo.

1. Objectivo da Politica

A Omatapalo - Engenharia e Construção, S.A. reconhece a necessidade


de implementação de regras e normas adequadas, necessárias e, por
conseguinte, eficazes quanto à segurança das actividades
desenvolvidas, cujo objectivo é o de eliminar ou minimizar os riscos
relativos à saúde, segurança e higiene dos seus trabalhadores e das
pessoas que, directa ou indirectamente, estejam afectas às suas
actividades.

2. Âmbito da política ou contexto

Assim sendo, a empresa encontra-se em processo de certificação com


a norma OHSAS 18001, relativa à área da higiene e segurança, que
poderá demonstrar, a título oficial, o cuidado prestado a esta temática.
A par deste processo, a Omatapalo procedeu à avaliação dos riscos de
todos os postos de trabalho, realizando as acções necessárias para
proporcionar as melhores condições de segurança e conforto aos
trabalhadores

3. Metas e Acções

Na prática, o trabalho a ser desenvolvido no dia-a-dia, no que respeita


à higiene e segurança no trabalho, para o alcance das metas a alcançar
reflecte-se no desenvolvimento das seguintes acções:

• Garantir que todos os colaboradores estejam qualificados,


formados, supervisionados e apetrechados com os meios e
equipamentos necessários ao desempenho seguro e saudável da
sua actividade; (Qualificação e formação)
• Garantir que nenhum dos colaboradores esteja exposto aos
efeitos de agentes físicos, químicos, biológicos, ambientais, ou
de qualquer outra natureza, sem estar avisado e aconselhado
121

sobre os danos que tais efeitos podem causar à saúde e sobre as


formas de os evitar; (Garantia de não exposição ao risco)
• Desenvolver e manter um programa de gestão de riscos relativo
à segurança e à higiene que fomente a consciência dos riscos e
permita aos colaboradores identificar, tomar medidas para
eliminar ou minimizar e controlar os riscos identificados;
(Gestão de riscos)
• Utilizar meios e métodos de comunicação eficientes e eficazes
para a boa manutenção e desempenho das actividades
referentes às questões de saúde, segurança e higiene, quer ao
nível interno, quer ao nível externo; (Comunicacao e
informação)
• Dispor de equipamento de primeiros socorros nos locais onde
não existam instalações médicas e fornecer aos colaboradores
vestuário e equipamento adequado para protecção individual,
proibindo a entrada, no local de trabalho, de colaboradores que
não usem esse equipamento de protecção individual, desde que
as condições locais assim o exijam; (Equipamentos de
protecção)
• Registar as reclamações e sugestões apresentadas pelos
colaboradores em relação ao meio e às condições de trabalho, e
investigar, acompanhar e tomar as medidas adequadas sobre
quaisquer questões relativas à segurança ou saúde que sejam
necessárias. (Reclamações e Sugestões)
• Todos os trabalhadores devem colaborar no que respeita às
questões relacionadas com a saúde, a segurança e a higiene no
local de trabalho, no sentido de, em conjunto, e de forma
cooperativa, promover-se e assegurar-se uma correcta gestão
das mesmas. (Colaboração)

Sumário

Nesta Unidade temática 5.3 estudamos e discutimos sobre a Gestão da


Segurança e Saúde no Trabalho. Vimos que a existência de um sistema
de gestão da segurança e saúde no trabalho é essencial para a mitigação
dos danos ou impactos que podem advir da não adopção de práticas
ligadas a prevenção dos riscos no contexto de gestão de riscos
profissionais. Uma Política de HSST é um plano definido de acções,
elaborado para prevenir acidentes e doenças ocupacionais. A mesma
deve conter os seguintes conteúdos: Objectivo da Política, Âmbito da
política ou contexto e Metas (Qualificação e formação, Garantia de não
exposição ao risco, Gestão de riscos, Comunicacao e informação,
Equipamentos de protecção, Reclamações e Sugestões, Colaboração).
122

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

Perguntas:
1. Porque é que se torna necessário que a empresa adopte um
SGSST?
2. Quais são os elementos que compõem um SGSST?
3. Quais são as vantagens de um SGSST?
4. O que é uma Política de HSST?
5. Quais são as metas que devem ser alcançadas no âmbito da
elaboração da Política de HSST?

Respostas:
1. Rever o 1º parágrafo da Contextualização desta Unidade;
2. Rever o 1º parágrafo do ponto 5.3.1. desta Unidade;
3. Rever o 1º e 2º parágrafo do ponto 5.3.2. desta Unidade;
4. Rever o 1º parágrafo do ponto 5.3.2 desta Unidade;
5. Rever o 1º parágrafo do ponto 5.3.2. desta Unidade;

Exercícios de AVALIAÇÃO

Perguntas:
1. Dentro de uma organização, a quem cabe a responsável pela
prevenção e gestão dos riscos profissionais?
2. Que acções deve, ser desenvolvidas de modo a tornar o SGSST
eficaz?
3. Quais são as principais desvantagens de um SGSST?
4. Quais são os conteúdos que devem constar uma Política de
Higiene, Segurança e Saúde no Trabalho (Política de HSST)?
5. Elabore uma PHSST da sua instituição ou de uma outra
instituição. Não se esqueça de cumprir com todos os requisitos ou
passos necessários para a sua elaboração.

UNIDADE Temática 5.4. EXERCÍCIOS INTEGRADOS das Unidades deste Tema

1. Apresente 4 (quatro) princípios gerais de prevenção.


2. Que medidas devem ser tomadas pelas organizações na área de
gestão de riscos?
3. Quais são as características apresentadas pelos sinais de
segurança e saúde que indicam proibição, aviso e obrigação?
4. Quais são as técnicas envolvidas na identificação e
caracterização de qualquer risco profissional?
5. Porque é que se torna necessário que a empresa adopte um
SGSST?
123

6. O que é uma Política de HSST?


7. Apresente 2 (duas) vantagens e 2 (duas) desvantagens de um
SGSST.
8. Quais são os aspectos que devem ser levadas em conta durante
a implementação das medidas correctiva?
9. Defina comunicação de risco.
10. Qual é a mais valia que a comunicação do risco traz para que o
processo de gestão de riscos profissionais seja eficaz?

EXERCÍCIOS DO MÓDULO

1. Até meados do século XX as condições de trabalho dos


trabalhadores ainda não tinham sido levadas em conta. Quais
foram as razões que contribuiram para este posicionamento?
2. Porque é que as organizações devem se preocupar com a saúde
ocupacional no local de trabalho?
3. Na elaboração de um Plano de HT quais são os aspectosque
devem constar nas acções de prevenção de riscos à saúde e nos
serviços adicionais?
4. Quais são os 4 (quatro) aspectos ou elementos que devem
constar num plano de prevenção e combate à incêndios?
5. Apresente 3 (três) objectivos da Ergonomia.
6. Qual é o principal objectivo da Lei n° 23/2007 de 1 de Agosto?
7. O Regime jurídico de acidentes e doenças profissionais é
composto de 9 capítulos. Disserte sobre um a sua escolha.
8. O que é um tóxico?
9. Quais são as 3 (três) vias de penetração dos tóxicos no
organismo.
10. De que é que depende o efeito dos tóxicos no organismo?
11. Mencione os 4 (quatro) tipos de informações necessárias para
se proceder a avaliação da toxcidade de uma substância.
12. Quais são os cuidados que se deve ter durante a rotulagem de
uma substância ou produto químico?
13. Quais são os riscos que as temperaturas extremas podem trazer
à saúde dos trabalhadores? Que medidas de protecção podem
ser usadas?
14. Quais são as várias actividades profissionais que favorecem o
contacto com o risco biológico?
15. Mencione pelo menos 4 (quatro) factores de riscos
psicossociais que estudou.
16. O que é que deve ser feito para evitar que os riscos
ergonómicos não comprometam as actividades e a saúde do
trabalhador?
17. Qual é o principal objectivo da Gestão da Gestão de Riscos.
124

18. Quais são os 3 (três) níveis de prevenção e a respectiva


intervenção no que se refere a prevenção dos riscos
profissionais?
19. Quais são as cores de segurança usados pelos seguintes sinais:
obstáculos e lugares perigosos, salvamento ou emergência e
relativos a material de combate ao incêndio?
20. Porque é que uma organização deve ter uma Política de HSST?

Bibliografia Complementares

• Conselho Ministerial Africano sobre a Água (AMCOW), Aliança Clima e


Desenvolvimento (CDKN); Parceria Mundial para a Água (GWP).

• MOPH; S/D - Regulamento de Higiene e Segurança no Trabalho (Vigente no País);

• Chiavenato, I.(2004). Gestão de Pessoas: e o novo papel dos recursos humanos nas
organizações. Rio de Janeiro: Elsevier.

• Chiavenato, I..(2009). Recursos humanos: o capital humano das organizações. 9ª


ed.. Rio de Janeiro: Elsevier.

• Miguel, A. S. S. R.(2014).. Manual de Higiene e Segurança no Trabalho. 13ª ed..


Porto: Porto Editora.

• Simões, G. V. et al. (2010). Orientação Técnica nº 1: Gestão dos Riscos Profissionais


em Estabelecimentos de Saúde. Lisboa e Vale do Tejo: Administração Regional da
Sáude.

Legislação
Decreto n° 62/2013 de 4 de Dezembro. Boletim da República - I Série n°
97. República de Moçambique.
Lei n° 23/2007 de 1 de Agosto. Lei de Trabalho. República de
Moçambique.

2. Complementar
Internet
Agius, R..(2010, Dezembro). Occupational Health Services. Disponivel em:
http://www.agius.com/hew/resource/ohsilo.htm. Acessado em:1
2/09/2017.

Castanheira, M. F. (2010). Agentes Químicos. Disponível em:


http://slideplayer.com.br/slide/3375778/. Acesso em: 12/10/2017.
125

Da Silva, A. M. (2012). O que é uma política de Saúde e Segurança do


Trabalhador (PSST)?. Disponível em:
https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/3457.pdf.
Acesso em: 21/12/2017.

Galon, T. (s.d.). Riscos Biológicos nos serviços de saúde – I Simpósio de


Biosegurança. Disponicvel em:
http://www.estes.ufu.br/sites/estes.ufu.br/files/Anexos/Comunicados
/Primeira%20Palestra%20-%20Tanyse.pdf. Acesso em 13/12/2017.

Hupke, M. (July, 2013). Psychossocial risks and workers health.


Disponível em:
https://oshwiki.eu/wiki/Psychosocial_risks_and_workers_health.
Acesso em: 20/11/2017.

Neto, N. W. (2017). História da Segurança no Trabalho. Disponível em:


http://segurancadotrabalhonwn.com/historia-da-seguranca-dotrabalho.
Acessado em: 11/09/2017.

OIT. (2009). Introdução a saúde e segurança no trabalho. Disponivel em:


http://www.ilo.org/public/portugue/region/eurpro/lisbon/pdf/pub_m
odulos2.pdf. Acessado em: 12/09/2017.

OIT (Abril, 2011). Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho.


Disponível em:
http://www.dnpst.eu/uploads/relatorios/relatorio_oit_2011_miolo.pdf.
Acesso em: 13/12/2017.

OIT. (Abril, 2017). Riscos emergentes e novas formas de prevenção num


mundo de trabalho em mudança Disponível em:
http://www.ilo.org/public/portugue/region/eurpro/lisbon/pdf/28abril
_10_pt.pdf. Acesso em: 17/11/72017.

Vidal, M. (sd). Introdução a Ergonomia. Disponível em:


http://www.ergonomia.ufpr.br/Introducao%20a%20Ergonomia%20Vidal%20
CESERG.pdf. Acesso em: 13/12/2017.

WHO. (2017). Health topics: Occupational Health. Disponível em:


http://www.who.int/topics/occupational_health/en/. Acessado em
12/09/2017.

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