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GESTÃO DE EMPRESAS
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UnISCED CURSO: Gestão de Empresas; 10 Ano Disciplina/Módulo: Filosofia, Ética e Lógica
Organizacional
Agradecimentos
Pela Revisão
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Índice
ÍNDICE ................................................................................................................1
1
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4.1 OBJETO DA ÉTICA SOCIAL ............................................................................................ 49
4.2 ASPECTOS DA ÉTICA AMBIENTAL .................................................................................. 50
4.3 OS PROBLEMAS DO MEIO AMBIENTE NA ACTUALIDADE ............................................. 51
4.4 DIREITOS HUMANOS E ÉTICA ....................................................................................... 53
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 97
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Visão geral
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▪ Um índice completo.
▪ Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo,
resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para
melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia estasecção
com atenção antes de começar o seu estudo, comocomponente
de habilidades de estudos.
Conteúdo desta Disciplina / módulo
Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez
comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente
unidades. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma
introdução, objectivos, conteúdos.
No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são
incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, só
depois é que aparecem os exercícios de avaliação.
Os exercícios de avaliação têm as seguintes características: Puros
exercícios teóricos/Práticos, Problemas não resolvidos e algumas
actividades práticas incluindo o estudo de caso.
Outros recursos
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Ícones de actividade
Habilidades de estudo
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É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado
durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada
ponto da matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando
achar que já domina bem o anterior.
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Precisa de apoio?
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o
material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas
como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis erros
ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, páginas trocadas ou
invertidas, etc.). Nestes casos, contacte os serviços de atendimento
e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone,
sms, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma cartaparticipando
a preocupação.
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes
(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua
aprendizagem com qualidade e sucesso. Daí a relevância da
comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se
torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor, estudante
– CR, etc.
As sessões presenciais são um momento em que você caro
estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff do
seu CR, com tutores ou com parte da equipa central da UnISCED
indigitada para acompanhar as sua sessões presenciais. Neste
período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza
pedagógica e/ou administrativa.
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Avaliação
1
Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade
intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização.
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As formas de vida grega que preparam o nascimento da filosofia podem
ser resumidas nos seguintes pontos.
Os poemas homéricos: continham já algumas das características do
espírito grego que se mostraram essenciais para a criação da filosofia,
nomeadamente:
Raramente caem na descrição do monstruoso e do disforme. A
imaginação homérica já se estrutura com base num sentido de
harmonia, de proporção, de limite e de medida, coisas que a filosofia
elevaria inclusive à categoria de princípios ontológicos, como
poderemos ver.
A arte da motivação, em Homero, chega a ser uma verdadeira
constante. Pesquisa as causas e as razões dos factos que narra. É esse
modo poético de ver as razões das coisas que prepara aquela
mentalidade que, em filosofia, levará à busca da “causa” e do
“princípio”, do “porquê” último das coisas.
Homero também procura apresentar a realidade em sua inteireza,ainda
que de forma mítica, enquanto o pensamento filosófico apresenta a
realidade na forma racional. O tema clássico da filosofia grega da
“posição do Homem no Universo” está também presente em Homero a
cada momento.
Para os gregos, também foi muito importante Hesíodo com a sua
Teogonia, que traça uma síntese de todo o material até então existente
sobre o tema, tornando a Teogonia em Cosmogonia, que é a explicação
mítico-poética e fantástica da origem do Universo e dos fenómenos
cósmicos a partir do Caos original, que foi o primeiro a se gerar. Este
poema abriu caminho para a posterior Cosmologia Filosófica que
buscaria com razão o “princípio primeiro” do qual tudo se gerou.
O mesmo Hesíodo e poetas posteriores imprimiram na mentalidade
grega alguns princípios que seriam de grande importância para a
constituição da Ética Filosófica e do pensamento filosófico antigo em
geral.
Os poetas líricos também fixaram de modo estável um outro conceito:
a noção de limite, ou seja, a ideia de nem muito nem pouco, isto é, o
conceito de justa medida, que constitui a conotação mais peculiar do
espírito grego.
A religião pública e os mistérios órficos: ambas as formas de religião são
muito importantes para explicar o nascimento da filosofia, mas a
segunda forma o é mais, pelo menos em alguns aspectos: Para a religião
pública (Homero e Hesíodo) pode-se dizer que tudo é divino, porque
tudo o que ocorre é explicado em função da intervenção dos deuses,
que são forças naturais personificadas em formas humanas idealizadas,
ou seja, são homens amplificados e idealizados, sendoassim diferentes
só pela quantidade e não pela qualidade.
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É uma religião “naturalista”. E, da mesma maneira que a religião
pública foi “naturalista”, também a primeira filosofia foi “naturalista”.
E mais: a referência à “natureza” continuou sendo uma constante do
pensamento grego ao longo de todo o seu desenvolvimento histórico;
Os mistérios órficos, com a doutrina da imortalidade da alma, rompem
com a visão naturalista. O Homem compreende que algumas
tendências ligadas ao corpo devem ser reprimidas, ao passo que a
purificação do elemento divino em relação ao elemento corpóreo
torna-se o objecto do viver. A partir do orfismo, pode-se explicar e
compreender Pitágoras, Heráclito, Empédocles e sobretudo uma parte
essencial de Platão, isto é, uma grande parte da filosofia antiga;
Nas duas formas religiosas não existem dogmas fixos, o que deixou uma
ampla liberdade para o pensamento filosófico, que não encontrou
obstáculos que iriam contrapor resistências e restrições dificilmente
superáveis.
Condições sociopolíticas e económicas favoráveis:
Os gregos desfrutavam de liberdade religiosa;
Os gregos beneficiavam-se de uma certa liberdade política em relação
aos povos orientais. Ademais, os gregos foram o primeiro povo da
História a construir instituições políticas livres;
Nos séculos VII-VI a.C., a Grécia passou de um país predominantemente
agrícola para o desenvolvimento crescente daindústria artesanal e do
comércio, o que levou à fundação de centros de distribuição comercial.
As cidades tornaram-se florescentes centros comerciais, acarretando
um forte crescimento demográfico. O novo segmento dos comerciantes
e artesãos alcançou pouco a pouco uma notável força económica,
passando a opor-se à concentração do poder político, que estava nas
mãos da nobreza fundiária;
Sendo os primeiros centros as colónias (primeiro Mileto), e depois a
mãe-pátria (Atenas), é compreensível que a filosofia nasça primeiro
nas colónias e não na mãe-pátria.
Isto aconteceu porque as colónias alcançaram primeiro o bem-estar e,
devido à distância da mãe-pátria, puderam construir instituições livres
antes do que ela.
Mas foi na mãe-pátria (Atenas) que a filosofia atingiu os seus mais altos
cumes, pois foi lá onde floresceu maior liberdade de que os gregos
jamais gozaram.
Assim, a capital da filosofia grega foi a capital da liberdade grega. Com
a constituição e a consolidação da Cidade-Estado, os gregos deixaram
de sentir qualquer antítese e qualquer vínculo para a sua liberdade e
foram levados a verem-se essencialmente como cidadãos, o que
coincide com o Homem. O estado tornou-se o horizonte ético do
homem grego, que sentia os fins do Estado como os seus próprios fins.
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1.2 Tentativas de definição de Filosofia
A definição da Filosofia constitui de forma indubitável uma tentativa,
dado o facto de ela não comportar uma definição unívoca econsensual
entre os filósofos. Portanto não é fácil, nem é pacífica a noção de
Filosofia.
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▪ Aristóteles (A filosofia como contemplação e investigação dos
primeiros princípios e das últimas causas)
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de transformação do mundo (cf. Vicente, 1997,p.61).
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1.5 Universalidade e particularidade da Filosofia (Seu objecto de
estudo)
No concernente a este item, pretendemos essencialmente evidenciar
o carácter universal e particular da filosofia.
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Historicidade – o homem é um ser situado e circunstancial. O filósofo,
enquanto ser humano, é necessariamente, também ele, um ser no
mundo, determinado num horizonte epocal e como tal um ser exposto
às influências do tempo e do meio em que vive.
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1.9 Métodos da Filosofia
O método próprio da filosofia é a reflexão crítica. Reflectir significa
tomar consciência da realidade que se vive, das circunstâncias que
envolvem a vida.
Um dos métodos da filosofia é a justificação lógico-racional: procura
oferecer explicação conclusiva de tudo o que estuda, servindo-se para
tal da razão. Outro método é o crítico-racional: procura conhecer oreal
e agir sobre ele. A análise crítica consiste na superação do vivido através
dum questionamento permanente, isto é, do uso sistemático da razão.
A característica fundamental da filosofia como atitude crítica é a
insatisfação perante qualquer explicação de fenómenos e factos ou
perante os exemplares dados.
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:
▪ Analisar a origem histórica da filosofia
▪ Interpretar e conceber a filosofia com autonomia
▪ Reconhecer o carácter pluralista da filosofia
▪ Descrever a dimensão universal e particular da filosofia
▪ Descrever as funções da filosofia
▪ Caracterizar o método da filosofia
Sumário
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reduz a nenhuma das posições propostas por filósofos ao longo da
história da filosofia.
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
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2.1 O significado da palavra Ética
Para uma clara compreensão dos conceitos de ética e moral, teremos
que em primeiro lugar definirmos cada um deles. Desde já chamamos
atenção para que o nosso leitor seja mais cuidadoso e rigoroso, visto
que, os conceitos em alusão comportam significados aproximadamente
similares.
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homem regressa ao mundo das ideias (Carapeto e Fonseca, 2012, p.14).
Argumentação:
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▪ Não devemos temer a morte pois que enquanto vivermos nãoexiste
para nós, quando morrermos, já não teremos vida para senti-la.
▪ O sábio epicurista é aquele que conquista a imperturbabilidade
(ataraxia) do espírito e a tranquilidade (aponia) do corpo.
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Enfim na época medieval temos um Homem que não totalmente livre
sob ponto de vista de criação das suas normas ou leis. Ele deve viver em
consonância com os mandamentos da lei de Deus.
Argumentação:
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depois na Inglaterra, finalmente retorna a França onde more.
Argumentação
▪ O Homem é, por natureza bom, é a sociedade que o corrompe, isto
é, a sociedade não é por essência corruptora, mas somente certo
tipo de sociedade, aquela que repousa na afirmação da
desigualdade natural dos homens, oprimindo a maioria em proveito
de uma minoria privilegiada.
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favorece a classe dominante, sendo, por isso, uma moral de
classe.
Nilismo (Nietzsche)
Princípio moral: - Deus morreu!
Argumentação
▪ A moral vigente, de inspiração platónica e cristã, coloca o centro
de gravidade do Homem não nesta vida, mas numaoutra;
▪ Só negando Deus, ou seja, a responsabilidade perante Deus,
poderemos redimir o mundo;
▪ A vida acaba onde começa o reino de Deus;
Argumentação
▪ Confrontados com os graves problemas que hoje se colocam à
humanidade (ecológicos, sociais, etc.), carecemos de uma ética
universalmente válida;
▪ A ética, actualmente tem de ser uma ética de responsabilidade
solidária e deve ter em conta as consequências das acções;
▪ A moral tem de ser encarada como uma disposição protectora que
compensa uma vulnerabilidade estruturalmente inscrita nas formas
de vida socioculturais (Vicente, 1997, p.183).
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descreve as formas de juízos de uma determinada sociedade, não
havendo deste modo, espaço para estabelecer juízos de valor.
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como agir. Para evitar erros é preciso e imprescindível que sejam
levantadas as diversas alternativas de acção, diante de um facto
específico (cf. Ibidem, 35).
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permite discernir o bem do mal e nos orienta a agir e a julgar as nossas
acções segundo o seu valor ou contra o valor conforme forem julgadas
boas ou más. Daqui se subentende que na consciência moral se fazem
presentes três componentes fundamentes: a componente
discriminativa, para a distinção do bem e do mal; a componente
prescritiva, para a orientação das acções; a componente apreciativa,
para a formulação dos juízos de valor sobre as acções praticadas (Viegas
e Chihulume, 2011, p.14).
2.7Liberdade e Responsabilidade
Liberdade - no entendimento de Viegas e Chihulume, a liberdade é um
conceito de difícil definição, embora constitua para cada um de nós uma
experiência ou representação bastante familiar. A percepção tem a ver
com a ausência de qualquer coação externa. Nessa perspectiva,
liberdade significa, não impedimento de se fazer o que pretende fazer.
Este sentido usual de liberdade está em consonância com o seu sentido
original.
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obsessiva) ou externa (por exemplo uma coação) perante a acção.
Neste sentido, trata-se das exigências ou pretensões da libertação
ou emancipação na esfera política (por exemplo o direito à
autodeterminação, a liberdade de opinião, liberdade de residência),
da sociedade (por exemplo o movimento femininista), do psíquico
(por exemplo a psicanálise), da natureza, por exemplo o domínio
técnico da natureza (Viegas e Chihulume, 2011, p.15).
▪ A divisão da Ética
A ética pode-se dividir em: ética de responsabilidade solidária, ética dos
princípios universais, e ética dialógica ou comunicativa.
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▪ Ética da responsabilidade solidária – esta perspectiva é apregoa
que os homens devem praticar as suas acções, como seja a
exploração dos recursos naturais, a questão do meio ambiente,
tendo em conta a salvaguarda de um bom futuro para as gerações
vindouras (cf. Vicente, 1997, p.168).
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A ética desdobra-se em duas espécies: a ética geral e ética profissional.
A seguir caracterizamos cada uma delas:
▪ Ética geral
Quando se fala de ética como ciência normativa da rectidão dos actos
humanos segundo princípios racionais, falamos numa ética geral, que
se move principalmente no campo da filosofia.
A ética diz-nos, não o que o homem pode fazer, mas o que o homem
deve fazer. Ou seja, elucida-nos sobre as escolhas que o homem deve
fazer em liberdade e através das quais se desenvolve e aperfeiçoa
(Carapeto e Fonseca, 2012, p.13).
▪ Ética aplicada
No que concerne a este subtema o que pretendemos dizer é que, a ética
é cada vez mais uma ética aplicada, para dar resposta a um mundo cada
vez mais complexo. Como o nome indica, a ética aplicada procura
aplicar na prática os fundamentos gerais da ética, no plano individual,
familiar e social. Pois a ética não é puramente teórica: é um conjunto
de princípios que balizam as acções dos seres humanos nas sociedades
em que vivem, devendo ser incorporada pelos indivíduos, sob a forma
de atitudes e comportamentos quotidianos.
Na sua obra, Ética Prática, Peter Singer defende que a ética aplicada é
uma das áreas onde a filosofia, praticada na sua melhor tradição
argumentativa, demonstra a sua fecundidade como instrumento de
abordagem a alguns dos grandes problemas da humanidade (Singer,
1993, p.1).
▪ Natureza da ética;
▪ Noção de igualdade;
▪ Direitos dos animais:
▪ Eutanásia;
▪ Aborto;
▪ Fome no mundo;
▪ Problema dos refugiados;
▪ Ética do meio ambiente;
▪ Desobediência civil;
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▪ Natureza da acção ética;
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moral do indivíduo, a profissão exige deste uma acção baseada em
valores.
N° Virtude N° Virtude
1 Abnegação 49 Realismo
2 Afabilidade 50 Reciprocidade
3 Altruísmo 51 Reflexão
4 Aptidão 52 Religiosidade
5 Atenção 53 Retórica
6 Atitude 54 Rigor
7 Autenticidade 55 Sacrifício
8 Benevolência 56 Sagacidade
9 Carácter 57 Sensibilidade
10 Cautela 58 Sensualidade
11 Coerência 59 Sentimentalidade
12 Concentração 60 Sutilidade
13 Compreensão 61 Serenidade
14 Coragem 62 Seriedade
15 Criatividade 63 Sigilo
16 Decisão 64 Simplicidade
17 Decoro 65 Sinceridade
18 Detalhamento 66 Sinergia
19 Determinação 67 Sofisticação
20 Dignidade 68 Solidariedade
21 Diligência 69 Temperança
22 Diplomacia 70 Tolerância
23 Disciplina 71 Tradição
24 Discrição 72 Utilitarismo
25 Eficácia 73 Veracidade
26 Eficiência 74 Versatilidade
27 Eloquência 75 Vitalidade
28 Empenho 76 Voluntariedade
29 Energia 78 Zelo
30 Entusiasmo 79 Obediência
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31 Espontaneidade 80 Objectividade
32 Estilo 81 Optimismo
33 Estratégia 82 Parcimónia
34 Eupraxia 83 Percepção
35 Fidelidade 84 Perfeccionismo
36 Firmeza 85 Perseverança
37 Gosto 86 Personalidade
38 Gratidão 87 Perspicácia
39 Honestidade 88 Persuasão
40 Idealismo 89 Pontualidade
41 Improvisação 90 Pragmatismo
42 Lealdade 91 Precisão
43 Liberalidade 92 Pré-percepção ou
presunção
44 Loquacidade 93 Probidade
45 Magnanimidade 94 Projecção
46 Moderação 95 Prudência
47 Nacionalismo 96 Racionalismo
48 Naturalismo
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10. Qual é o papel da ética na formação profissional?
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que lhes exterior.
▪ A realidade é dinâmica;
▪ A realidade é cíclica (Quer dizer não é linear);
▪ A realidade é validade num determinado tempo e espaço;
▪ Cada época histórica é sujeita a um paradigma;
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No entender de Sanchez, a passagem para novas formas de moral
repousa sobre o aparecimento da propriedade privada (o capitalismo)
e da divisão social do trabalho, possibilitados pelo aumento da
produtividade e o aparecimento das condições de armazenamento do
excedente. A emergência da classe dos escravos marca o aparecimento
de duas morais: a dos proprietários e senhores de escravos, livres da
necessidade de trabalhar e a dos escravos, imposta a eles pelos
primeiros.
A moral dos senhores não era somente a moral efectiva, mas que, pela
fundamentação filosófica, legitimava a sociedade de classes
argumentando que os escravos eram tais por natureza, considerando-
os como propriedade dos senhores (Sanchez, s.a, 2).
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podem jogar um papel de grande importância para a eliminação do
índice cada vez mais elevado de individualismo e egoísmo.
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Para além desta aprendizagem directa (aquela que na abordagem
behaviorista, recebe o nome de condicionamento clássico na
perspectiva de Watson, ou de condicionamento operante no pensar de
Skinner, a criança também aprende os comportamentos tidos como
correctos no seu meio e cultura porque os observa em sua casa, na
escola ou na televisão. Trata-se agora de uma aprendizagem indirecta
e social que é basicamente uma aprendizagem por observação e
imitação de modelos.
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Dimensões morais Heteronomia Autonomia
Definição de Obediência, castigo Cooperação,
moralidade consciência
Distinção de Egocentrismo Perspectivismo
perspectivas
Concepção de dever Exterior a si Interior a si
Avaliação da Responsabilidade Responsabilidade
transgressão objectiva subjectiva
Castigo para o Sanções expiatórias Sanções por
transgressor reciprocidade
Orientação moral Respeito unilateral Respeito mútuo
Sentido de justiça Retaliação e Restituição e equidade
igualitarismo
Concepção das Fixas e imutáveis Modificáveis por
normas acordo
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Nível pós-convencional – é o nível de alguém que assume que há um
conjunto de princípios morais que têm prioridade sobre todas as
normas e códigos. Nesta etapa, as pessoas é que justificam todas as
normas e códigos, e não o contrário. Em suma, o nível em alusão,
reflecte a relatividade das normas, o que significa efectivamente que o
mais importante é a transformação e não a manutenção da sociedade
(cf. ibidem, 75).
Lei e ordem – neste estádio é justa toda a acção que está de acordo com
os direitos e deveres consagrados legalmente.
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orientado para uma perspectiva mais geral e institucional, isto é, a
perspectiva das normas e dos códigos socialmente aceites e
partilhados.
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Nenhuma destas posições da relação se apresenta em estado puro,
podendo, por isso mesmo, ser consideradas como tipos ideais com os
quais confrontamos, metodologicamente, a realidade em estudo.
Uma vez que as regras são estabelecidas pelo Estado, estamos perante
uma forma de hetero-regulação. O objectivo da regulação dos
comportamentos pelo direito é favorecer a coexistência entre os
indivíduos, protegendo minimamente os direitos de cada um,
procurando evitar e gerir conflitos e sancionar os indivíduos que violem
a lei. Mas a ética e o direito são categorias de normas diferentes, apesar
de por vezes se sobreporem e outras vezes colidirem.
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E desta diferença resultam outras diferenças fundamentais.
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De referir que o impacto negativo da ciência no visão de Zilles, suscitou
o surgimento de Bioética, por volta dos anos 1970. O termo bioético foi
cunhado, em 1970, pelo oncologista norte-americano de origem
holandesa Van Rensselaer Potter.
Divulgou-se muito rapidamente porque tenta responder a uma
necessidade urgente. Potter tinha como objectivo assegurar a
sobrevivência da humanidade ameaçada por uma ciênciadescontrolada
e, para muitos, irresponsável. Percebeu que há uma preocupante
lacuna entre o avanço rápido da ciência, por um lado, e a reflexão crítica
sobre o que é permitido e conveniente, de outro.
Deste modo a bioética nasce como uma tentativa de imprimir cada vez
mais uma maior responsabilidade às ciências que se ocupam com
questões vitais, bem como às tecnologias correspondentes (cf. Ibidem,
4).
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3. Que factores concorrem para as mudanças morais.
4. A moral e a religião são dois campos estreitamente ligados. Explica
a sua relação.
5. Em que consiste a relação entre a moral e a ciência.
6. Como se pode definir o progresso moral?
7. Caracterize as etapas o progresso moral em Kohlberg e Piaget.
8. A ética e o direito são duas áreas estreitamente ligados. Discuta
sobre a relação existente entre elas.
9. Como se define o direito?
10. Entre a ética e o direito, o que deve submeter-se ao outro?
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▪ Liberdade: só somos responsáveis pelos actos que são
verdadeiramente nossos, e é a liberdade que dá ao Homem opleno
domínio dos seus actos e o torna susceptível de valorização.
▪ Intenção: a responsabilidade depende da intenção com que se
decide realizar o acto.
A responsabilidade subdivide-se em dois tipos: 1º fundamental ou
transcendental, que é aquela que o Homem tem por ser Homem,
enquanto Homem. É a responsabilidade perante a consciência, os
outros e a sociedade; 2º categorial, que equivale às diversas obrigações
e deveres de cada um. É subjectiva ou pessoal, cada sujeito agente é
responsável pelos actos que são verdadeiramente seus porque
livremente praticados.
O Mérito: é a aquisição de valor em sequência do bem praticado. O
seu oposto é o demérito, que é a perda de valor em virtude do mal feito.
O mérito depende do valor do próprio acto e das condições em que o
acto é realizado, especialmente de dificuldade e de intenção.
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animais são apresentados como propriedade do Homem.
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A Energia – no seu sentido lato, é o motor de todas as formas de vida
e de todos os processos de formação estrutural das plantas e dos
animais.
No seu sentido restrito, e no âmbito do meio ambiente, referimo-nos
aqui à energia que precisamos para o consumo e que, normalmente,
se obtém a partir da combustão de alguns produtos da Natureza ou da
sua exploração. O esgotar da energia, na perspectiva de John P.
Holdren, não constitui problema. O grande problema parece ser,
porém, a distribuição no consumo mundial.
A Poluição do Ambiente – o resultado do fenómeno da industrialização
que aumentou em cerca de 50 vezes no século XX em relação ao século
anterior, tem sido a contaminação do ar que respiramos, das terras que
precisamos para cultivar, dos rios e lagos onde pescamos, assim como
dos oceanos onde também desenvolvemos várias actividades
económicas.
O Clima – as grandes quantidades de dióxido de carbono e outros gases
libertados pelas indústrias estão a provocar o chamado “efeito da
estufa”. Por outro lado, o consumo de combustíveis fósseis provoca a
destruição progressiva da camada do ozono pelos clorofluorcarbonetos
utilizados nos aerossóis, o que pode acarretar graves riscos para a vida
humana.
A Desertificação – é a degradação do solo em zonas áridas, semiáridas
e secas ou sub-húmidas. É um problema global que afecta cerca de um
sexto da população mundial.
O que provoca este fenómeno são as práticas não sustentáveis de
cultivo e colheita, as pastagens excessivas, prática de desmatamento
para a limpeza da terra e obtenção de lenha e o abaixamento dos
lençóis freáticos devido à super-exploração da água. O certo é que já
não há equilíbrio entre a produção dos alimentos e o crescimento da
população mundial. Algumas soluções apontam que esse equilíbrio só
poderá ser (re) estabelecido controlando as taxas de natalidade.
A Terra – apesar dos avanços técnico-científicos, a terra e a água
continuam a ser as principais fontes de aquisição de alimentos para o
Homem, ou seja, o Homem continua ligado existencialmente à
Natureza. No entanto a existência humana começa a ser seriamente
ameaçada devido à degradação da terra.
A alimentação – segundo as estatísticas da ONU, a população mundial
foi de 7,2 biliões no ano 2000 e no ano 2025 será cerca de 8,6 biliões,
dos quais 7,2 biliões viverão nos países agora considerados pobres.
Estas pessoas precisarão de se alimentar, mas existe o grande problema
da pobreza.
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forças para melhorar a sua condição de existência assim como para se
manter saudável. Portanto, a subnutrição anda de mãos dadas com a
pobreza, em particular com a pobreza absoluta.
A extinção das Espécies – a destruição do sistema da vegetação, muitas
vezes, através de queimadas, provoca a extinção de espécies e
variedades de vegetais e de animais. Isto deve-se principalmente à
alteração das condições de vida que as espécies necessitam e, também,
à poluição do meio em que vivem.
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tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas;
▪ Artigo 5 – Ninguém será submetido a tortura nem ao tratamento ou
castigo cruel, desumano ou degradante;
▪ Todo o homem tem o direito de ser em todos os lugares,
reconhecido como pessoa perante a lei;
▪ Artigo 7 – todos os homens são iguais perante a lei e têm o direito,
sem qualquer distinção, a igual protecção pela lei. Todos têm direito
igual a protecção contra qualquer tipo de discriminação que viole a
declaração e contra qualquer incitamento a taldiscriminação;
▪ Todo o homem tem direito a receber, dos tribunais nacionais
competentes, remédio efectivo para os actos que violem os direitos
fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição e pela
lei;
▪ Artigo 9 – ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado
▪ Artigo 10 – todo o homem tem direito, em plena igualdade, a uma
justa e pública audiência, por parte do tribunal independente e
imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento
de qualquer acusação criminal contra ele;
▪ Artigo 11 – todo homem acusado de um acto delituoso tem o direito
de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido
provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe
tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua
defesa;
▪ Artigo 12 – ninguém será sujeito a interferências na sua vida
privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem
a ataques a sua honra ou reputação. Todo o homem tem direito a
protecção da lei contra tais interferências ou ataques.
▪ Artigo 13 – todo o homem tem direito a liberdade de locomoção e
residência dentro das fronteiras de cada um.
▪ Artigo 14 – todo o homem, vítima de perseguição, tem o direito de
procurar e gozar asilo em outros países.
▪ Artigo 15 – todo o homem tem direito a uma nacionalidade;
▪ Artigo 16 – os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer
restrição de raça, nacionalidade ou religião, tem o direito de
contrair o matrimónio e constituir uma família. Gozam de iguais
direitos em relação ao casamento, sua duração, e sua dissolução.
▪ Artigo 17 – todo o homem tem direito a propriedade, so ou em
sociedade com o outro;
▪ Artigo 18 – todo o homem tem direito a liberdade de pensamento,
consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de
religião ou crença e a liberdade de manifestar esta religião oucrença
pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou
colectivamente, em público ou em particular;
▪ Artigo 19 – todo o homem tem direito a liberdade de opinião e de
expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferências, ter
opiniões e de procurar receber e transmitir informações e ideias por
quaisquer meios e independentemente de fronteiras;
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▪ Artigo 20 – todo o homem tem direito a liberdade de reunião e
associação pacíficas;
▪ Artigo 21 – todo o homem tem o direito de tomar parte no governo
do seu país, directamente ou por intermédio de representantes,
livremente escolhidos;
▪ Artigo 22 - Todo o homem, como membro da sociedade, tem direito
a segurança social, e a realização, pelo esforço nacional, pela
cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos
de cada Estado, dos direitos económicos, sociais e culturais
indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento de sua
personalidade.
▪ Artigo 23 – todo o homem tem direito ao trabalho, a livre escolha
de emprego, à condições justas e favoráveis de trabalho e a
protecção contra o desemprego;
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grandes mundiais: milhões e milhões de pessoas incluindo militares e
civis perderam as suas vidas, isto por um lado. Por outro lado, face a
essas inúmeras mortes inclusive de pessoas inocentes, podia reflectir
sobre o regime nazi havido na Alemanha de Hitler.
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1. Como se pode definir a ética social?
2. A outra ética ligada a ética social, é a ética ambiental. Defina-a.
3. Actualmente a relação do homem com o meio ambiente pode ser
caracterizada como desastrosa. Justifica.
4. Mencione os problemas do meio ambiente na actualidade.
5. Fale sobre o impacto do fenómeno de industrialização para o meio
ambiente.
6. Existe uma relação muito forte entre a ética e os direitos humanos.
Descreva-a.
7. Quando é que foi promulgada a Declaração Universal dos Direitos
Humanos.
8. Quem deve adoptar a referida relação?
9. Descreva o papel da ética para a salvaguarda dos direitoshumanos.
10. Dentre os vários direitos humanos plasmados da declaração em
alusão, o direito à vida parece ser o mais destacado. Argumente a
afirmação.
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No pensar de Maquiavel, as questões de índole moral não interessam
o poder político, alegadamente porque no entender que os homens
em geral seguem cegamente as suas paixões, esquecendo-se mais
depressa da morte do pai do que da perda do património, de modo que
os homens são réus e que procedem com maldade em todas as
oportunidades que tiverem.
Daí que para Maquiavel, o príncipe ou o governante deve impor-se mais
pelo temor do que pelo amor, para alcançar os seus objectivos que são
preservar a sua vida e a do Estado.
De facto, há que fazer uma distinção entre dois aspectos: como se vive
e como se deveria viver, que aquele que abandone o que se faz por
aquilo que se deveria fazer, aprenderá antes o caminho de sua
destruição do que o de sua preservação, eis que um homem quequeira
em todas as suas circunstâncias fazer profissão de bondade, perder-se-
á em meio a tantos que não são bons. Deste modo um príncipe que
queira se manter no poder, deve aprender a poder não ser bom e usar
ou não da bondade, segundo a necessidade (cf. Maquiável, S.a, p.28).
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Significa que no âmbito do exercício do poder político, é necessário que
sejam salvaguardados os interesses de todos.
Perspectiva de Durkeim
No entendimento de Durkeim, o poder é concebido como o “poder da
sociedade” em oposição com o indivíduo. Uma leitura hermenêutica
permitir-nos-á perceber que, no âmbito do exercício do poder é
imprescindível que se salvaguardem não os interessess individuais,mas
efectivamente os da maioria, isto é, da sociedade (cf. Ibidem, 256).
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5.3 Fundamentação e conteúdo da ética política
Sob o ponto de vista de fundamentação, faremos a apologia da ética
para um bom exercício do poder político.
Uma acção moralmente boa é uma acção que foi praticada com base no
respeito a certos princípios universais, pelo menos julgados como tais
por quem a pratica. Uma acção politicamente boa é uma acçãoque teve
sucesso, alcançando o objectivo que o interessado se havia proposto.
Quem age de acordo com os princípios em que acredita não se
preocupa ou pelo menos não devia preocupar-se com o resultadoda
própria acção: "Faz aquilo que deves aconteça o que acontecer". Quem
se preocupa apenas com o resultado normalmente não se preocupa
com a sutileza no que se refere à conformidade das próprias acções com
os princípios: "Cumpre o teu dever (mais precisamente aquilo que é
necessário) para que aconteça aquilo que desejas".
Duas das máximas mais comuns de todo o sistema moral, não importa
se fundado na revelação ou em argumentos de carácter racional, são
"Não matarás" e "Não mentirás". As duas, no fundo, são uma
especificação da máxima universal por excelência "Não faças aos outros
o que não desejas que façam a ti" (Bobbio, 1999, p.117).
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Exercícios desta unidade
1. Defina a noção de ética política.
2. Qual é o fundamento da ética política.
3. Caracteriza a ética política da antiguidade clássica
4. Os pressupostos da ética política da antiguidade clássica caíram
por terra com o pensamento de Maquiavel.
5. Que valor a ética pode trazer para a política?
6. Defina a sociologia política.
7. Caracteriza a sociologia política na perspectiva de parsons,
Durkeim e Augusto Comte.
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política, social e económica de organização de uma determinada
sociedade.
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igualdade de oportunidade e igualdade perante a lei não sãosuficientes,
pois não podem impedir que o forte explore economicamente o fraco
no mercado livre.
Os socialistas perseguem um ideal de justiça social. Consideram o
socialismo um sistema mais justo, pois estende benefícios económicos
iguais a todos os membros da sociedade.
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diversas sociedades ou grupos de sociedades abriu-se uma espécie de
abismo de bem-estar, com o tempo, se tornou cada vez mais profundo:
“as desigualdades no mundo durante quase dois séculos aumentaram
constantemente. Uma análise de tendências de longo prazo na
distribuição global da renda (entre nações), mostra que a distância
entre a nação mais rica e a mais pobre no ano de 1820 era de 3 para 1,
em 1913 de 11 para 1, em 1950 de 35 para 1, em 1973 de 44
para 1 e em 1992 de 72 para 1” (cf. Kesserling, 2003, p.160).
Tabela 1. Nações mais ricas em 1820, 1900, 1992 (Cálculo com base no
PIB por pessoa, em USS, em 1990)
Tabela 2. Nações mais pobres em 1820, 1900, 1992 (Calculo com base
no PIB por pessoa, em USS, em 1990)
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Face a isto a questão que se coloca é: quais são as causas dessa
crescente desigualdade? Elas devem ser procuradas no comércio
crescente e na permeabilidade das fronteiras para a troca de capital,
mercadorias e serviços? Ou, inversamente, numa insuficiência de
intercambio internacional? A partir de 1500, o comércio internacional
se ampliou continuamente (ibidem, 161). Todavia, como nesse período,
as condições do livre comércio nunca se cumpriram em escala mundial.
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Total sem (879.8) (985.7)
China
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A política de desenvolvimento esforça-se por estruturar economiasmal
desenvolvidas, caracterizadas por uma má articulação dos seus fluxos,
pela dominação do estrangeiro e pelo desperdício dos recursos
humanos.
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John Rawls fala do princípio de justiça como equidade, para explicar que
é necessário que, cada pessoa deve ter um direito igual ao mais amplo
sistema total de liberdades básicas iguais que seja compatível com um
sistema semelhante de liberdades para todos. As desigualdades devem
ser distribuídas para que, simultaneamente: redundem nos maiores
benefícios possíveis para os menos beneficiados, de modo que seja
compatível com o princípio de poupança justa (cf. Vicente, 1997, p.
233).
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O nosso pensamento nunca trabalha ao acaso, mas funciona na
tentativa de atingir um conhecimento verdadeiro. Assim, a tarefa da
lógica é o estudo das condições de pensamento válido, que procura
alcançar a verdade; regular o perfeito discurso da razão e oferecer o
caminho para o correcto exercício da linguagem e do pensamento na
procura da verdade.
Em suma, podemos definir a lógica como a ciência que estuda as leis e
formas de pensamento válido, isto é, dirige o acto da razão a fim de que
mais fácil e rapidamente proceda de modo valido ou correcto.
7.2 Evolução histórica da Lógica
Aristóteles (384-322 a. C.) é considerado o “pai” da lógica formal. De
facto, a primeira sistematização da ciência lógica foi feita por ele, na
Antiguidade, ao escrever cinco tratados sobre lógica, que seriam
reunidos mais tarde (meados do século I a. C.) por Andrónico de Rodes,
numa obra intitulada Organon, que significa instrumento, na qual
Aristóteles dá mais atenção à lógica silogística. Os cinco tratados
constitutivos do Organon são:
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O projecto de Leibnitz visava:
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Complexas ou nucleares – são proposições nucleares, aquelas que
se podem decompor noutras proposições consideradas mais
simples, ou seja, proposições simples que, ligadas por partículas que
se chamam conectores, acabam por formar uma só proposição
complexa.
Exemplo: Mourinho foi campeão pelo Clube Real Madrid ou
jogador e empresário
A proposição acima é composta pelas proposições moleculares e
simples:
Mourinho foi campeão pelo Clube Real Madrid;
Mourinho foi jogador;
Mourinho foi empresário;
O campo de estudo de lógica proposicional começa com a análise das
conexões lógicas entre proposições:
A partir dos valores de verdade das proposições simples que integram
as proposições complexas (uma proposição ou é verdadeira ou é falsa).
7.6 Conectivas lógicas ou operadores lógicos
As conectivas lógicas ou operadores lógicas são partículas que designam
as diferentes operações lógicas. São no total cinco operações lógicas a
saber (Negação, conjunção, disjunção, implicação, e Equivalência). Na
tabela abaixo apresentamos as operações lógicas, a sua expressão
verbal e os seus simples:
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▪ Do tipo de operação que se estabelece entre as proposições simples
constituições.
Mediante as tabelas de verdade, é possível determinar mecanicamente
a verdade ou a falsidade das proposições compostas, segundo a
combinação dos valores de verdade ou falsidade das proposições
atómicas (idem, 52).
As operações lógicas que se realizam com as conectivas são
apresentadas sob a forma de tabelas de verdade, onde é possível
combinar todos os valores de verdade possíveis das proposições
conectadas.
P ˜P
V F
F V
Conjunção
Tomemos em consideração as proposições seguintes:
O João está doente.
O João vai ao médico.
Trata-se de duas proposições simples ou atómicas que podemos
simbolizar pelas variáveis p e q. É possível combinar estas proposições
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recorrendo ao conector e (˄), de modo a obtermos uma nova
proposição, a proposição molecular ou composta. Desta formateremos,
O João está doente e vai ao médico. Neste âmbito, as duas proposições
estão ligadas por conjunção.
A conjunção liga duas ou mais proposições através da conectiva e,
representada pelo símbolo ˅ (Ou, Ou). A proposição resultante, O João
está doente e vai ao médico, pode ser representada do seguinte modo:
P˅q (podendo ler-se P ou q).
A conjunção é verdadeira se e somente se as duas proposições forem
verdadeiras. Basta que uma proposição seja falsa para que a conjunção
seja falsa.
Se as duas proposições José está doente e José vai ao médico são
verdadeiras, logo a proposição, João está doente e vai ao médico, é
verdadeira. A tabela a baixo elucida em que condições a conjunção
considera-se verdadeira.
Disjunção (˅)
A disjunção é a operação que expressa uma alternativa, a qual se traduz
na linguagem corrente pela partícula ou e, na lógica matemática, por ˅.
Disjunção inclusiva
Comummente identifica-se com a expressão ou e é representada pelo
símbolo ˅ (no sentido inclusivo).
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Está sol A temperatura está Está sol ou a temperatura está
agradável agradável
P q p˅q
V V V
V F V
F V V
F F F
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Se João estuda, então passa de classe, simbolicamente p→q, podendo
ler-se P, então q. Assim, a proposição p designa-se por antecedente ou
condição (ou, ainda, hipótese), enquanto a proposição q se designa por
consequente ou condicionado (ou ainda conclusão).
Equivalência
Consideramos a proposição bicondicional X é par (p) se e só se ↔ X é
divisível por2 (q). Trata-se de uma proposição composta que as
proposições atómicas (simples) através da expressão se e só se,
traduzida por ↔ (que se lê se e só se p, então q).
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(Japiassú e Marcondes, 2001, p.162).
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Vejamos o exemplo:
Os carbonos são condutores eléctricos.
Os carbonos são corpos simples.
Logo, alguns corpos simples são condutores eléctricos.
O que acontece aqui é que, se aceitarmos a verdade das premissas,
somos obrigados a aceitar a verdade da conclusão, sob pena de
entrarmos em contradição. Por isso a dedução possui rigor absoluto,
enquanto analogia e a indução como vimos anteriormente, estão
sempre sujeitas a certas margens de erro.
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As ideias de Bacon têm características e um significado particulares.
Na transição do século XVI para o século XVII Bacon fez da ciência a
principal referência da sua obra, sendo por isso frequentemente
considerado o mais importante precursor da filosofia da ciência e o
maior responsável pela matriz empirista que durante longos anos
hegemonizou esta disciplina (a filosofia da ciência). O seu objectivo
consistia fundamentalmente em promover o conhecimento científico,
identificando-o com aquele que, por um lado, resulta de permanente
valorização da experiência e, por outro, se articula com o domínio da
natureza pelo homem (Carrilho, 1994, p.13).
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progresso das ciências, antes pelo contrário, ela constitui a verdadeira
causa e raiz de todos os males que ofuscam as ciências, pela exaltação
de modo falso dos poderes da mente humana. Ora, todas as belas
meditações e especulações humanas, todas as controvérsias são coisas
malsãs e inúteis para a invenção de novas obras e teorias científicas.
(Ibidem, 7).
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dois têm de permitir o domínio sobre a natureza. Para Bacon é
necessário que se interprete o livro da natureza, de modo a dominá-la,
missão cuja lógica silogística não tem a capacidade de cumpri-la, tendo
em conta que ela enquadra-se dentro de todo um processo de
antecipação da mente, não sendo capaz de desvelar a realidade
universal na sua plenitude, basta só lembrarmos que o silogismo é um
raciocínio dedutivo composto por três proposições e três termos, assim
consta das proposições, as proposições das palavras, as palavras estão
no lugar das noções.
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Para Popper, por detrás da ideia da indução encontram-se asconvicções
erradas de que a observação pode ser pura e ser fonte segura de
conhecimento, de que o investigador pode observar e experimentar a
realidade sem pressupostos e sem preconceitos. Ora para Popper
admitir que no âmbito da investigação científica o cientista possa
comportar-se como se de uma tábua rasa se tratasse, éignorar o facto
de que sempre se observa e se experimenta em função de problemas,
teorias e modelos que condicionam a investigação, assim o discurso de
Bacon sobre os ídolos acaba perdendo sentido, se tivermos em linha de
conta que no âmbito da pesquisa científica o Homem já traz consigo
alguns preconceitos ou pré-noções, em relaçãoao objecto de estudo (cf.
Idem). Sendo assim, o observatismo é simplesmente um mito, porque
na praxis o espírito de um investigador é sempre uma tábua cheia e
nunca tábua rasa (cf. Vicente, 2004, p.210).
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validação empírica ou de um experimento. Deste modo para o
observacionismo e verificacionismo, se uma afirmação não fosse
verificada experimentalmente perderia o seu carácter científico e faria
parte da metafísica e não de postulados científicos (cf. Ibidem, 31).
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problemas desta mesma época.
Foi desse modo que nos primórdios do século XX, os físicos substituíram
a física de Newton pela física relativista de Einstein. Sob esta
perspectiva não se coloca mais a questão de saber se os modelos
científicos são “verdadeiros”, porém interessa-se simplesmente pela
sua eficácia num determinado contexto (Idem). Assim diferentemente
do modelo positivista ou empirista da ciência iniciado e enunciado por
Bacon no seu Novum Organum, para o modelo falsificacionista de
Popper, a ciência apenas progride substituindo teorias antigas por
outras mais eficazes, para o efeito é necessário que estas teorias sejam
falsificáveis ou hipotéticas, visto que elas não representam uma
verdade acabada e definitiva, tal como tivemos a ocasião de assistir a
substituição da mecânica de Newton pela mecânica relativista de
Einstein.
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Para Popper, o progresso da ciência consiste no fundo, numa
confrontação revolucionária implacável e contínua de teorias
especulativas e observações que podem ser repetidas, e na
subsequente eliminação rápida das teorias derrotadas. O método das
conjecturas e refutações é um método para eliminar teorias falsas,
neste âmbito as conjecturas são audaciosamente expostas a
julgamento. Verificamos em Popper uma epistemologia descontinuista,
segundo a qual as teorias devem ser refutadas e substituídas por novas
teorias, assim pode progredir a ciência de forma permanente e racional
(cf. Ibidem, 153).
Regras da analogia
▪ Os elementos de comparação devem ser reais e relevantes e não
forçados ou imaginários,
▪ Em princípio, quanto mais temos de comparação houver mais
validade terá a analogia,
▪ Não devem existir divergências fundamentais nos elementos a
comparar.
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▪ Explicar o objecto de estudo da lógica.
▪ Distinguir os tipos de raciocínios (indutivo, dedutivo e analógico).
▪ Distinguir as operações lógicas enquadradas na lógica
proposicional.
Exercícios desta unidade
1. Ao longo da sua história, a lógica passou por várias metamorfoses.
Descreva a evolução histórica da lógica.
2. Como se define a lógica?
3. Caracteriza o objecto formal e material da lógica.
4. Caracterize o raciocínio indutivo, analógico e dedutivo.
5. Que argumentos são apresentados por Francis Bacon em prol da
indução?
6. Como se define o silogismo?
7. Quais são os princípios que regem os silogismos?
8. Formule um raciocínio válido formal e materialmente?
9. Caracterizar o falsificacionismo de Popper.
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vamos enveredar por esses caminhos (cf. Vicente, 1997, p.134).
Sociedades Sociedades
Tradicionais Contemporâneas
Mais fechadas Mais abertas
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Intransigência Flexibilidade
Fanatismo Permissividade
Intolerância Tolerância
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Todavia na visão de Carapeto e Fonseca, a ética não se reduz à
deontologia na medida em que é preciso para além do mero
cumprimento das normas deontológicas. Seguir os princípios éticos
vertidos nos códigos deontológicos porque o seu incumprimento tem
consequências sociais (nomeadamente disciplinares) não é actuar de
forma ética. Porque as acções são apenas conformes à norma e não
conformes ao valor. Se o valor não é assumido pelo agente, este não
age racionalmente, de forma livre e responsável, de acordo com aquilo
que, interiormente, sabe que deve fazer.
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8.5 Ética e responsabilidade social das empresas
A ética e responsabilidade social nas empresas joga um papel de grande
importância sob o ponto de vista de solidariedade.
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uma identidade às profissões, orientando e controlando os
comportamentos do grupo a fim de manter a sua coesão e explicitam
a forma como o grupo se compromete a realizar os seus objectivos
particulares de acordo com os princípios universais de ética.
Questões da unidade
1. As noções de ética e deontologia têm a mesma etimologia, no
entanto cada um apresenta as suas especificidades.
- Apresente as especificidades acima referidas.
2. Etimologicamente a Ética e a Moral significam o comportamento
habitual ou costumeiro vigente numa determinada sociedade.
Contudo cada um dos conceitos apresenta as suas especificidades.
- Argumente a afirmação
3. A deontologia e deontologia profissional são componentes
indispensáveis para o bom exercício de uma profissão.
- Qual é a sua distinção?
4. O que significa a expressão “Crise de valores’’?
5. Descreva a pertinência da responsabilidade social das empresas.
6. Que condições tornam um ser humano num profissional ético?
7. Defina a noção de código de conduta.
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Para uma empresa valem as mesmas metas primárias, que para as
pessoas individuais: a de sua existência, a de sua liberdade de acção e
a de sua solidariedade, entendida no sentido de cooperação. Deste
modo, a ética empresarial, em todos os casos, só pode referir-se àquela
classe de acções e medidas que podem ser harmonizadas com a
garantia de existência da empresa no mercado, ou que a põe em risco.
A empresa precisa de liberdade de acção, para que não seja privada das
suas iniciativas e do seu progresso económico.
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Para a formulação das normas acima citadas, devem ser tomados em
conta os aspectos seguintes:
▪ Ir além das leis em vigor, do contrário são irrelevantes!
▪ Ir além dos usos e costumes “usuais no ramo”- do contrário são
igualmente irrelevantes.
▪ Conter princípios claros. Um sentido descuidado, confuso ou
mesmo inexistente, ou uma formulação inadequada só traz
prejuízos.
▪ Abordar as actividades da empresa que implicam em maiores
controvérsias sociais.
▪ Ser sinceras – isto é, não devem fazer promessas impossíveis de
serem cumpridas na prática.
▪ Ser analisadas a intervalos regulares, para ver se o conhecimento
que lhes serviu de base modificou-se, e adaptá-las caso tenha
havido alterações essenciais.
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9.3 O papel da ética na administração empresarial
A ética joga um papel de grande preponderância tendo em conta que
ela vai nos fornecer os valores profissionais necessários para uma boa
administração empresarial.
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▪ Aumentar a segurança, saúde e bem-estar humano;
▪ Honestidade, imparcialidade, fidelidade ao público;
empregadores e clientes, evitando conflitos de interesse;
▪ Aumentar a competência e prestígio da profissão;
▪ Desempenhar serviços só nas suas áreas de competência e
sem concorrência desleal;
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competência técnica no contexto empresarial?
Bibliografia
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