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ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

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Agradecimentos
O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED), agradece colaboração
dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual:

Autor João Abel (Msc)


Coordenação Direcção Académica
Design Instituto Superior de Ciências e Educação
Financiamento e Logística Revisão a Distância (ISCED) Instituto Africano de
Promoção da Educação a Distancia
Científica e Linguística João Abel (Msc)
Ano de Publicação
2024
Local de Publicação
ISCED – BEIRA

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ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Índice
FICHA TÉCNICA .............................................................................................. 3
Autor ...............................................................Error! Bookmark not defined.
VISÃO GERAL 7
Bem vindo ao manual da disciplina de psicologia de comunicacao..............7
Objectivos do manual....................................................................................7
Quem deveria estudar este manual..............................................................7
Como esta estruturado este manual.............................................................7
Conteudo deste manual................................................................................7
Outros recursos.............................................................................................8
Auto-avaliacao e tarefas de avaliacao...........................................................8
Habilidades de estudo...................................................................................8
Precisa de apoio?........................................................................................10
Tarefas (avaliacao e autoavaliacao)............................................................10
Avaliacao.....................................................................................................11
1.Introdução .................................................................................................. 7
UNIDADE TEMATICA: 1 13
2.Emergência da Psicologia e Desenvolvimento Histórico. ........................ 13
2.1. A Psicologia nos Primóridos: a grécia .................................................. 13
2.3.A origem da psicologia científica .......................................................... 19
2.4. O que é o funcionalismo na Psicologia? .............................................. 20
2.4.1.Origens e desenvolvimento ............................................................... 21
2.4.2.Princípios ............................................................................................ 21
2.4.3.Características .................................................................................... 22
2.4.4.Oposição ............................................................................................ 22
2.4.5.A influência de Darwin e James ......................................................... 22
2.4.6.Busca pela função da mente .............................................................. 22
2.4.6.A diferença individual ........................................................................ 22
2.4.7.Praticidade ......................................................................................... 23
2.4.8.Introspecção....................................................................................... 23
2.4.9.Processos mentais.............................................................................. 23
2.4.10.Principais expoentes do funcionalismo psicológico ........................ 23
2.4.11.Escolas .............................................................................................. 23
2.5. Sobre o estruturalismo ........................................................................ 24
2.5.1.Origens e expansões .......................................................................... 24
2.5.2.O indivíduo como elemento indispensável ....................................... 24
2.5.3.Projeções............................................................................................ 25
2.5.4.A consciência como um aglomerado ................................................. 25
2.5.5.Estruturalismo e Funcionalismo ........................................................ 25
2.5.6.Função social ...................................................................................... 25
2.7.Método da introspecção ....................................................................... 26

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2.8. Associacionismo ................................................................................... 26


2.8.1.Segundo a lei do Efeito de Thorndike a satisfação leva à
aprendizagem.............................................................................................. 27
2.8.2.Como a Lei de efeito foi descoberta? ................................................ 27
3.As principais teorias do século XX............................................................ 29
3.1.Introdução ............................................................................................. 29
3.2. Behaviorismo ....................................................................................... 29
3.3.Gestalt - a Psicologia da forma ............................................................. 34
3.3.Psicanálise ............................................................................................. 38
3.6.Exercicios de auto avaliação ................................................................. 43
8- Explique de forma exaustiva sobre em o que consistia a lei do Efeito de
Thorndike? .................................................................................................. 43
A.A Psicanálise, psicodinâmica e o Gestalt ................................................. 45
UNIDADE TEMATICA 2: 48
4.Linguagem Pensamento, Linguagem e Comunicação, Comunicação
Humana e Personalidade. ........................................................................... 48
4.1.Comunicação e linguagem .................................................................... 49
4.2.O sujeito e a comunicação não verbal .................................................. 50
4.3.Apresenta quatro diferentes categorias de comunicação: .................. 52
4.4.Dificuldades na comunicação ............................................................... 52
4.5.Conceitos e categorização: os blocos de construção do pensamento
Raciocínio. ................................................................................................... 55
4.7.A visão de Vygotsky sobre pensamento e linguagem .......................... 56
4.8.O processo de evolução da linguagem ................................................. 56
4.9.1.O impacto da linguagem do desenvolvimento mental...................... 57
4.9.2.Entendendo o sistema linguístico ...................................................... 58
4.9.3.A partir dessa afirmação, algumas considerações podem ser feitas: 58
4.9.4.A influência dos aspectos culturais .................................................... 58
4.9.6.História da comunicação, origem e evolução da linguagem ............. 59
4.9.7.Comunicação e linguagem ................................................................ 60
4.9.8.Comunicação verbal e não-verbal ..................................................... 60
4.9.9.Campos de estudo da comunicação não-verbal ................................ 61
4.9.10.Linguística e comunicação ............................................................... 62
4.9.11.Divisão da Linguística ....................................................................... 62
4.9.12.personalidade e desenvolvimento humano .................................... 63
4.9.13.Comunicação e relacionamento interpessoal ................................. 64
4.9.13. Comunicação e relacionamento interpessoal mas organizações ... 65
4.9.14.Categorização como processo cognitivo ......................................... 66
4.9.15.As funções da categorização do ponto de vista cognitivo são: ....... 67
4.9.16.Modelos cognitivos de categorização.............................................. 67
4.9.17. O sujeito e as inovações tecnológicas............................................. 68

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4.9.18.A atuação dos meios de comunicação............................................. 69


4.9.21.Exercicios de auto avaliação ............................................................ 74
UNIDADE TEMATICA: 3 78
5.1.Comportamento social, Cognição social afecto, Interacção e
influênciasocial, Teorias da Personalidade e processos de socialização. ... 78
5.2.Desenvolvimento cultural e situação social de desenvolvimento........ 78
5.3.Afeto/ cognição social situada/ culturas / linguagens .......................... 80
5.4.O processo de influência social ............................................................. 81
6.1.Atitudes, Mudança de atitudes, Propaganda ecomunicação, os grupos
e as relações grupais. .................................................................................. 96
6.2.O que são os comportamentos? ........................................................... 96
6.3. O que são Atitudes? ............................................................................. 96
6.4.Definição de atitude .............................................................................. 97
6.5.Componentes das atitudes ................................................................... 97
6.6.Formação das atitudes .......................................................................... 97
6.7.Formação e desenvolvimento das atitudes .......................................... 97
6.8.Modificação das atitudes e a persuasão (publicidade, campanha):..... 97
6.9.Princípios que governam uma propaganda e uma persuasão eficazes:
..................................................................................................................... 98
6.9.1.O que é publicidade? ......................................................................... 99
6.9.2.Técnicas utilizadas pela publicidade .................................................. 99
6.9.3.O que é propaganda?....................................................................... 102
6.9.4.A propaganda não está ligada ao comércio, mas principalmente a
questões: ................................................................................................... 102
6.9.5.Técnicas utilizadas pela Propaganda ............................................... 102
6.9.6.desenvolvimento das práticas de intervenção grupal ..................... 107
6.9.7. A definição de processo grupal ....................................................... 108
6.9.8.Os objetivos e necessidades grupais ............................................... 109
6.9.9.Desempenho de tarefas e a comunicação grupal ........................... 111
6.9.9 O exercício de papéis e a liderança.................................................. 111
6.9.9.1.Alguns valores que se destacam na formação de grupos Sociais 112
6.9.12.Exercicios de auto avaliação .......................................................... 115
7.2.Solução dos exercícios de Auto-avaliação da Unidade: 2……………..…124
7.3.Solução dos exercícios de Auto-avaliação da Unidade: 3……………..….125
7.4.Solução dos exercícios de Auto-avaliação da Unidade: 4……………..….126
Referencias Bibliograficas 127

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Visão geral

Bem-vindo ao manual da disciplina de introdução ao manual de psiclogia de


comunicacao

Objectivos do Manual
Ao terminar o estudo deste manual de Psicologia de Comunicação
deverá ser capaz de: ter o quadro conceptual básico de Comunicação,
tendo em vista a capacidade de conhecerem as principais variáveis de
Comunicação enquanto elementos do processo global da gestão das
organizações tornando-se agentes pro-activos nas empresas capazes de,
pela auscultação das actuais tendências de comportamento dos
consumidores, traduzir uma resposta competitiva, na forma de
produtos ou serviços, para as marcas.

• Analisar e conhecer a evolução histórica de Psicologia de


Comunicação

Quem deveria estudar este manual


O presente Manual foi concebido para estudantes do curso de
licenciatura em Comunicação Aplicada ao Jornalismo e Marketing
ISCED.

Como está estruturado este manual


O presente manual está estruturado da seguinte maneira:
Conteúdos deste manual.
Abordagem geral dos conteúdos do manual, resumindo os aspectos-
chave que você precisa para conhecer a história da comunicação.
Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de
começar o seu estudo, como componente de habilidades de estudos.

Conteúdo deste manual


Este manual está estruturado em temas. Cada tema, comporta certo
número de unidades temáticas ou simplesmente unidades, cada
unidade temática caracteriza-se por conter um título específico, seguido

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dos seus respectivos subtítulos. No final de cada unidade temática, são


propostos 10 exercícios de fechados e 5 exercicios abertos. No fim de
cada tema, são incorporados 10 exercícios fechados para avaliação e 5
exercicios abertos para auto-avaliacao. No final do manual estão
incorporados 100 exercicios fechados para preparação aos exames. Os
exercícios de avaliação são Teóricos e Práticos.

Outros recursos
O ISCED pode, adicionalmente, disponibilizar material de estudo na
Biblioteca do Centro de recursos, na Biblioteca Virtual, em formato
físico ou digital.

Auto-avaliação e Tarefas de avaliação


As tarefas de auto-avaliação para este manual encontram-se no final de
cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos exercícios de
auto-avaliação apresentam duas características: primeiro apresentam
exercícios resolvidos com detalhes. Segundo, exercícios que mostram
apenas respostas.
As tarefas de avaliação neste manual também se encontram no final de
cada unidade temática, assim como no fim do manual em si, e, devem
ser semelhantes às de auto-avaliação, mas sem mostrar os passos e
devem obedecer o grau crescente de dificuldades do processo de
aprendizagem, umas a seguir a outras. Parte das tarefas de avaliação
será objecto dos trabalhos de campo a serem entregues aos
tutores/docentes para efeitos de correcção e subsequentemente
atribuição de uma nota. Também constará do exame do fim do manual.
Pelo que, caro estudante, fazer todos os exercícios de avaliação é uma
grande vantagem.

Habilidades de estudo
O principal objectivo desta secção, é ensinar a aprender aprendendo.
Durante a formação e desenvolvimento de competências, para facilitar
a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará empenho,
dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons resultados apenas se
conseguem com estratégias eficientes e eficazes. Por isso, é importante
saber como, onde e quando estudar. Apresentamos algumas sugestões
com as quais esperamos que caro estudante possa rentabilizar o tempo
dedicado aos estudos, procedendo como se segue:

1º - Praticar a leitura. Aprender à distância exige alto domínio de leitura.


2º - Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida). 3º - Voltar a

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fazer a leitura, desta vez para a compreensão e assimilação crítica dos


conteúdos (ESTUDAR). 4º - Fazer seminário (debate em grupos), para
comprovar se a sua aprendizagem confere ou não com a dos colegas e
com o padrão. 5º - Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades
práticas ou as de estudo de caso, se existir.

IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo,


respectivamente como, onde e quando estudar, como foi referido no
início deste item, antes de organizar os seus momentos de estudo
reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: Estudo
melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar?
Estudo melhor à noite/de manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da
semana? Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num sítio
barulhento!? Preciso de intervalo a cada 30 minutos ou a cada 60
minutos? etc. É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido
estudado durante um determinado período de tempo; deve estudar
cada ponto da matéria em profundidade e passar só a seguinte quando
achar que já domina bem o anterior.
Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler e
estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é juntar
o útil ao agradável: saber com profundidade todos conteúdos de cada
tema, no manual.
Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por tempo
superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora intercalado por 10
(dez) a 15 (quinze) minutos de descanso (chama-se descanso à mudança
de actividades). Ou seja, que durante o intervalo não se continuar a
tratar dos mesmos assuntos das actividades obrigatórias.

Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual obrigatório,


pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento da
aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado volume de
trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, criando
interferência entre os conhecimentos, perde sequência lógica, por fim
ao perceber que estuda tanto, mas não aprende, cai em insegurança,
depressão e desespero, por se achar injustamente incapaz! Não estude
na última da hora; quando se trate de fazer alguma avaliação. Aprenda
a ser estudante de facto (aquele que estuda sistematicamente), não
estudar apenas para responder a questões de alguma avaliação, mas
sim estude para a vida, sobretudo, estude pensando na sua utilidade
como futuro profissional, na área em que está a se formar. Organize na
sua agenda um horário onde define a que horas e que matérias deve

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ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

estudar durante a semana; face ao tempo livre que resta, deve decidir
como o utilizar produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado
ao estudo e a outras actividades. É importante identificar as ideias
principais de um texto, pois será uma necessidade para o estudo das
diversas matérias que compõem o curso: A colocação de notas nas
margens pode ajudar a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil
identificar as partes que está a estudar e pode escrever conclusões,
exemplos, vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a
margem para colocar comentários seus relacionados com o que está a
ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir à
compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; utilizar o
dicionário sempre que surja um conceito cujo significado não conhece
ou não lhe é familiar.
Precisa de apoio?
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o
material de estudos impresso, pode suscitar-lhe algumas dúvidas como
falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis erros
ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, página trocada ou
invertidas, etc.).
Nestes casos, contacte os serviços de atendimento e apoio ao estudante
do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, SMS, E-mail, Casos
Bilhetes, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta participando a
preocupação. Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus
assistentes (Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a
sua aprendizagem com qualidade e sucesso.
Dai a relevância da comunicação no Ensino à Distância (EAD), onde o
recurso às TIC se tornam incontornável: entre estudante, estudante –
tutor, estudante – CR, etc. As sessões presenciais são um momento em
que caro estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com
staff do seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do ISCED
indigitada para acompanhar as suas sessões presenciais. Neste período,
pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza pedagógica e/ou
administrativa. O estudo em grupo, que está estimado para ocupar
cerca de 30% do tempo de estudos a distância, é de muita importância
na medida em que permite-lhe situar, em termos do grau de
aprendizagem com relação aos outros colegas.
Desta maneira fica a saber se precisa de apoio ou precisa de apoiar aos
colegas. Desenvolver hábito de debater assuntos relacionados com os
conteúdos programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade
temática, no manual.

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ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Tarefas (avaliação e auto-avaliação)


O estudante deve realizar todas as tarefas (actividades avaliação e auto
avaliação), pois, influenciam directamente no seu aproveitamento
pedagógico. Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o
não cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante. Esteja sempre ciente de que a nota das avaliações conta e é
decisiva para a admissão ao exame final da disciplina. As avaliações são
realizadas e submetidas na Plataforma MOODLE. Podem ser utilizadas
diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo os mesmos devem
ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do autor. O
plágio 1 é uma violação do direito intelectual do (s) autor (es). Uma
transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do texto de um autor,
sem o citar é considerada plágio. A honestidade, humildade científica e
o respeito pelos direitos autorais devem caracterizar a realização dos
trabalhos e seu autor (estudante do ISCED).

Avaliação
Estando eles fisicamente separados e muito distantes do
docente/tutor!? Nós dissemos: sim é muito possível, talvez seja uma
avaliação mais fiável e consistente. Você será avaliado durante os
estudos à distância que contam com um mínimo de 90% do total de
tempo que precisa de estudar os conteúdos do seu manual. Quanto ao
tempo de contacto presencial, conta com um máximo de 10% do total
de tempo do manual. A avaliação do estudante consta de forma
detalhada do regulamento de avaliação.

1 Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade intelectual de
outras pessoas, sem prévia autorização.

As avaliações de frequência pesam 25% e servem de nota de frequência


para ir aos exames. Os exames são realizados no final da disciplina e
decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam 75%, o que
adicionado aos 25% da média de frequência, determinam a nota final
com a qual o estudante conclui a disciplina. É definida a nota de 10 (dez)
valores como nota mínima de aprovação na disciplina.
Nesta disciplina, o estudante deverá realizar pelo menos 5 avaliações
escritas sendo 2 fóruns e 3 testes (teóricos e práticos), e 1 (um) exame
final. Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão
utilizados como ferramentas de avaliação formativa. Durante a
realização das avaliações, os estudantes devem ter em consideração a
apresentação, a coerência textual, o grau de cientificidade, a forma de
conclusão dos assuntos, as recomendações, a identificação das

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ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

referências bibliográficas utilizadas, o respeito pelos direitos do autor,


entre outros. Os objectivos e critérios de avaliação constam do
Regulamento ds Cursos e Sistemas de Avaliação do ISCED.

1.Introdução
Por volta de 800 anos a.C., na Grécia, tiveram início as discussões sobre
o pensamento humano. Os gregos eram um povo bastante
desenvolvido e foi lá que surgiram as primeiras cidades-estado.
Entre os filósofos gregos nascem as primeiras tentativas de designar
uma Psicologia, daí sua origem grega. Os termos psyché (alma, espírito)
e logos (estudo, razão).
Comummente a Psicologia é vista como uma ciência que estuda o
comportamento, já em uma definição etimológica significa “ciência da
alma”. Neste sentido, a alma seria a parte não material do ser humano,
estando relacionada ao pensamento, aos sentimentos de amor ou ódio,
às percepções e às sensações.

Filósofos que antecedem Sócrates tentaram explicar a relação entre o


homem e o meio a partir das percepções. Existiam duas correntes que
divergiam quanto à constituição do mundo. Os idealistas defendiam que
o mundo se formava a partir das ideias (Imaginação). E os materialistas
acreditavam que a matéria (física) formava o mundo.

Prezado estudante, neste primeiro tópico faremos, inicialmente,


uma abordagem histórica da Psicologia desde os primórdios, na Grécia,
até os conceitos actuais da Psicologia científica.
Nesse sentido, faremos uma breve busca das principais
tendências da Psicologia, apresentando as correntes de pensamento
conhecidas como estruturalismo, funcionalismo e associativismo.
Tema 1- Emergência da Psicologia e Desenvolvimento Histórico.
Tema 2- linguagem e Pensamento. Linguagem e Comunicação.
Comunicação Humana e Personalidade. Conceitos e categorização:
os blocos de construção do pensamento Raciocínio.
Tema 3- Comportamento social. Cognição social e afecto. Interacção e
influência social. Teorias da Personalidade e processos de socialização.
Tema 4- Atitudes; Mudança de atitudes; Propaganda e comunicação. Os
grupos e as relações grupais.

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UNIDADE TEMATICA: 1 Emergência da Psicologia e Desenvolvimento Histórico.

Objectivos esspecificos

• Identificar os principais precursores da psicologia e seus marcos


históricos.
• Descrever o tempo e espaco o surgimento da psicologia como
ciência.
• Conhecer as principais correntes da psicologia.

2.Emergência da Psicologia e Desenvolvimento Histórico.


Caro Estudante! Temos a noção que o berço das discussões sobre o
pensamento humano está na Grécia. Então vamos abordar um pouco
sobre as ideias de alguns filósofos que foram essenciais para se chegar
ao conhecimento científico da actualidade, referente à Psicologia e a
comunicação.
2.1. A Psicologia nos Primódios: a grécia
Vamos iniciar com as ideias de Sócrates (469-399 a.C.), isto porque foi a
partir dele que a Psicologia iniciou a se constituir. A principal ideia deste
filósofo era a distinção entre o ser humano e os demais animais, por
isso o foco de seus estudos era a razão. Devido a isto o ser humano era
capaz de ir além dos seus instintos, ou seja, do irracional.

Fig 1. Sócrates (469-399 a.C.)

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ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Fig.1.FONTE: <http://www.support.google.com/legal/answer/3463239?hl=pt-BR Acesso em: 6 jan. 2023.

Platão (427-347 a.C.), seguidor de Sócrates, buscou explicar onde se


encontrava a razão dentro do corpo humano. Segundo ele, a razão
estava presente na cabeça, que era onde se encontrava a alma. Por
meio da medula a alma se ligava ao corpo. Esta conexão era necessária
porque o corpo e a alma podiam se separar. Deste modo, após a morte
a matéria desaparecia e a alma ficava livre para habitar em outro corpo.
Neste aspecto, Platão defendia a ideia de que o homem era formado
por uma parte imaterial que seria a mente, e outra material que seria o
corpo.
Formulou então a chamada teoria platónica, na qual a alma era imortal
e separada do corpo, sendo o homem um ser dualista, composto de
duas partes distintas e opostas.

Fig 2. Platão (427-347 a.C.)

14
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

FONTE: https://support.google.com/legal/answer/3463239?hl=pt-BR Acesso em: 6 jan. 2023.

Segundo Aristóteles, o corpo e a alma eram inseparáveis, sendo que a


psique seria a parte activa da vida. Nesta perspectiva, tudo o que
possuía vida teria alma, a qual era responsável pela alimentação e
reprodução.

Contudo, o ser Humano se distinguia dos demais por ser provido dessa
alma e de mais duas outras, que seriam a sensitiva que lhe conferia
percepção e movimento, e a racional que fazia dele um ser racional.

Em sua obra De anima ou “Sobre a Mente”, conseguiu descrever as


diferenças entre a razão, as percepções e as sensações, sendo este
episódio visto como o primeiro tratado sistemático da Psicologia.
Formulou a teoria aristotélica da mortalidade da alma e a designou
como pertencente ao corpo.

Fig.3 Aristóteles 384 a.C., Estagira, Grécia -Falecimento: 322 a.C., Euboea Island,
Grécia

15
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Fig.3.FONTE: <http://compartilhandoebook.blogspot.com.br/2014/06/livros-aristoteles-pdf-download-
gratis.html>. Acesso em: 06 jan 2023.

2.1.1. Pensamento de sobre a alma


Para Aristóteles, os homens não são os únicos seres que possuem alma
ou psique; todos os seres vivos a possuem, desde as margaridas e
moluscos aos seres mais complexos. Uma alma é simplesmente um
princípio de vida: é a fonte das actividades próprias de cada ser vivo.
Fig 4. Perspectiva Aristotélica sobre o corpo e alma

Corpo e alma são


Inseparáveis

Homem -Três Outros animais-


almas Uma Alma

Alma
(Reprodução
e
Alimentação)

Alma Sensitiva
(Percepção e
Movimento
16
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Alma Racional
(Ser Pensante)
Movimento

Fonte: adaptado, 2022.

2.2.A psicologia na idade média


Prezados, Vamos avançar um pouco no tempo para que possamos
Compreender a psicologia no período referente à Idade Média.

Nesse momento da história surge o Império Romano, que irá dominar a


Grécia, a Europa e o Oriente Médio. Neste período está ocorrendo o
desenvolvimento do cristianismo, que mesmo 400 anos d.C., após ter
sofrido terríveis invasões e enfraquecimento económico com
aniquilação de territórios, resiste e se fortalece, sendo a religião
predominante neste período.
Diante deste cenário, falar em Psicologia é relacioná-la ao
conhecimento religioso. Neste momento, a Igreja Católica
monopolizava o poder e certamente interferia em questões sobre o
psiquismo. Dois grandes filósofos, Santo Agostinho (354-430) e São
Tomás de Aquino (1225-1274), são figuras importantes e representam
este período.
São Tomás de Aquino, membro da Igreja Católica, inspirado em
Platão, também defendia uma ruptura entre o corpo e a alma. Contudo,
para ele a alma não representava simplesmente a razão, mas também a
manifestação divina do homem (ligação Deus Homem).

Fig 5. Aurélio Agostinho de Hipona, conhecido universalmente como


Santo Agostinho, foi um dos mais importantes teólogos e filósofos nos
primeiros séculos do cristianismo, cujas obras foram muito influentes
no desenvolvimento do cristianismo e filosofia ocidental.
Nascimento: 13 de novembro de 354 d.C., Falecimento: 28 de agosto
de 430 d.C., Hipona, Annaba, Argélia

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Fonte: https://support.google.com/legal/answer/3463239?hl=pt-BR acesso: 27 de


abril de 2023

Sendo a alma imortal, pois representava a ligação entre a


humanidade e Deus. Como a alma representava a sede do pensamento,
uma das maiores preocupações da Igreja era compreendê-lo.
A partir da Revolução Industrial se inicia a transição para o
capitalismo na Inglaterra e, consequentemente, inúmeros problemas
sociais e económicos.
Em meio a isto começam a surgir questionamentos sobre os
postulados da Igreja e a busca por novas respostas para as relações
entre o homem e Deus.
São Tomás de Aquino pregava que a busca pela perfeição para o
homem deve ser a constante busca a Deus, de modo que o homem, em
sua essência, busque a perfeição a partir de sua existência. Distingue
assim essência de existência.
Aproximadamente 200 anos após a morte de São Tomás de
Aquino se inicia a época do Renascimento. Neste momento, o
mercantilismo estimula a descoberta de novas terras e o surgimento do
acúmulo de riquezas por nações em formação, como França e Itália. E,
ao mesmo tempo, ocorre um processo de valorização do homem.

Um acontecimento ímpar que deriva uma revolução no conhecimento


humano foi as novas conclusões de Copérnico em 1543, de que o
planeta Terra não é o centro do universo.

18
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Nestas circunstâncias, regras e métodos para o estabelecimento do


conhecimento científico começam a surgir, ocorrendo sua
sistematização. O capitalismo move o mundo em busca de matéria-
prima para abastecer os mercados e aumentar cada vez mais a
produção. O mundo foi posto em movimento e então surge a
racionalidade do homem e a busca pelo conhecimento científico em
prol do desenvolvimento.
A partir dessa perspectiva, o homem deixa de ser o centro do universo
(Antropocentrismo) e o Sol passa a ser o centro. Isto significa que o
homem está livre para traçar seu futuro e buscar por novas conquistas.
Conhecimento e fé tornam-se independentes, o homem passa a buscar
pelo conhecimento por meio da racionalidade.
Fig 6. São Tomás de Aquino, foi um católico italiano é conhecido como
"Doctor Angelicus", "Doctor Communis" e "Doctor Universalis"
Nascimento: 1225, Roccasecca, Itália, Falecimento: 7 de março de
1274, Abadia de Fossanova, Abadia de Fossanova, Itália

Fonte: https://support.google.com/legal/answer/3463239?hl=pt-BR acesso em 27 de


Abril de 2023
2.3.A origem da psicologia científica
Vamos iniciar conhecendo as escolas de pensamento do final do século
XIX que impulsionaram o movimento da Psicologia como Ciência
Psicologia, enquanto um ramo da Filosofia, estudava a alma. A
Psicologia científica nasce quando, de acordo com os padrões de ciência
do século XIX, Wundt preconiza a Psicologia “sem alma”.

19
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Fig 7. Wilhelm Maximilian Wundt (Neckarau, 16 de agosto de 1832- 31


de agosto de 1920) foi um médico, filósofo e psicólogo alemão.

Fonte: https://www.britannica.com/biography/Wilhelm-Wundt acesso: 27 de abril de


2023
O conhecimento tido como científico passa então a ser aquele
produzido em laboratórios, com o uso de instrumentos de observação
e medição. Se antes a Psicologia estava subordinada à Filosofia, a partir
daquele século ela passa a ligar-se a especialidades da Medicina, que
assumira, antes da Psicologia, o método de investigação das ciências
naturais como requisito de construção do conhecimento.
É na Universidade de Leipzig, na Alemanha, a partir das investigações
colectivas dos pesquisadores Wundt, Weber e Fechner, que a Psicologia
científica tem sua origem.
Porém, é nos Estados Unidos, devido ao grande Evolução económica
dentro do sistema capitalista, que encontra área para crescer de forma
rápida, surgindo as primeiras escolas em Psicologia que deram origem a
inúmeras outras teorias que existem na actualidade.
Essas abordagens são: o Funcionalismo, de William James (1842-1910);
o Estruturalismo, de Edward Titchener (1867-1927); e o
Associacionismo, de Edward L. Thorndike (1874-1949).

2.4. O que é o funcionalismo na Psicologia?


O funcionalismo na Psicologia combina ciência, ênfase no indivíduo e
atenção ao prático para avaliar a evolução humana. Nisso, foca a sua

20
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

atenção nos comportamentos que foram mudando com o tempo à


medida em que evoluímos. Mais especificamente, no propósito deles e
na utilidade que podem ou deixaram de ter ao longo do caminho.
A escola funcionalista se inicia com o trabalho de William James a partir
do livro Princípios da psicologia. Sendo anterior ao estruturalismo
difundido de Titchener, acaba sendo preservada e se sobressaindo,
evoluindo progressivamente. Isso porque muitos defendem a ideia
central de que a consciência humana é uma corrente que se altera a
todo o momento.
Essa abordagem acabar sendo marcada pelo caráter pessoal e contínuo,
refletindo as experiências particulares e não divisíveis, respectivamente.
Quanto aos autores, eles focalizam no conhecimento sobre a razão
sobre processos mentais, se inclinando a buscar motivação. Em outras
palavras, trabalham para saber o que nos move para saciarmos as
nossas necessidades.

2.4.1.Origens e desenvolvimento
A origem do funcionalismo na Psicologia vem com o americano William
James. James era conhecido pelo seu esforço com assuntos místicos
ligados à Parapsicologia, como telepatia e espiritismo, o que apagava
seu prestígio. Nisso, demonstrava uma aversão sensível ao trabalho de
experimentação psicológico, tendo pouca participação aqui.
Sua postura como pesquisador não se encaixava no experimentalismo
como alguns defendiam, porém ele mesmo não construiu uma nova
Psicologia. Acontece que James propagou de forma excepcional as suas
ideias se valendo do campo do funcionalismo Psicologia. Com isso,
influenciou o movimento e diversos psicólogos que chegaram nas
décadas seguintes.
A corrente acaba sendo reconhecida por John Dewey, Harvey A. Carr,
George Herbert Mead e James Rowland Angell. Embora houvessem
outros nomes, esses se mostraram como os principais proponentes do
meio funcionalista. Independente disso, os funcionalistas focaram a sua
atenção na experiência consciente.

2.4.2. Princípios
Aos adeptos do funcionalismo na Psicologia, a teoria da evolução
influenciou as suposições sobre a mente humana. Sempre buscaram
entender como a mente e o comportamento funcionavam para que nós
pudéssemos nos adaptar ao meio. Nesse caminho, qualquer ferramenta
com valor informacional servia, indo desde a introspecção à análise das
doenças mentais.

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ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Se uma ideia funcionava, seria válida, necessitando de apenas um


requisito para validar a utilidade. De acordo com James, o método
científico usado na Psicologia utilizado se fazia importante imaginar que
nosso comportamento era determinado. Tal ideia ficou vista como
pragmatismo, fazendo com que qualquer ação ou pensamento fosse
estudado em suas consequências.
Com base nesse pensamento acabou formulando duas mentalidades
diferentes, sendo elas:
✓ Mentalidade terna: Aqui se tem as pessoas mais otimistas, dogmáticas
e religiosas categorizadas.
✓ Mentalidade difícil: Nesse local temos as pessoas de mentalidade mais
realista ou direta, como os ateus, empiristas, pessimistas… Etc.
✓ William James afirmava que o pragmatismo vinha do comprometimento
em cada mentalidade quando as aceitamos e usamos conforme a
necessidade.

2.4.3. Características
Graças à estruturação muito bem construída, o funcionalismo na
Psicologia ficou facilmente reconhecível e detectável. Tanto que os
temas de interesse dele se dividiam de forma complementar, o que
facilitava a sua compreensão. Assim, temos:

2.4.4. Oposição
A escola funcionalista era avessa com a busca sem sentido de
elementos da consciência.

2.4.5.A influência de Darwin e James


Cada funcionalista era influenciado direta e indiretamente por William
James, bem como ele por Charles Darwin.

2.4.6. Busca pela função da mente


Em vez de apenas descrever superficial e esteticamente nossa psique, a
proposta era entender a função da mente. Com isso, creditam que os
processos mentais colaboram ao organismo para que possamos nos
adaptar ao ambiente.

2.4.6.A diferença individual


Tudo aquilo que nos diferencia de outros organismos era valioso, bem
mais do que pilares em comum.

22
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2.4.7. Praticidade
Enxeram a Psicologia na praticidade e direcionada na busca de como
aplicar adequadamente seus achados no cotidiano.
2.4.8. Introspecção
A introspecção era bastante valorizada quando se trabalha de
ferramentas para pesquisa.
2.4.9.Processos mentais
Além de se interessar por eles, procura entender como a vontade pode
agir diferentemente no mesmo lugar quando as necessidades se
alteram.

2.4.10. Principais expoentes do funcionalismo psicológico


Parágrafos acima mencionamos alguns dos nomes responsáveis pela
difusão e consolidação do funcionalismo na Psicologia. Nem mais ou
menos, cada um contribuiu ao seu modo para que essa proposta se
fixasse e perpetuasse cientificamente. Com isso, relembramos de:
✓ William James: Ainda que não tenha iniciado novos movimentos, é visto
como o pesquisador de abordagem mais clara por meio do
funcionalismo. O seu pragmatismo utilizado na Psicologia era bastante
comentado.
✓ John Dewey: Ele sustentava uma queixa a respeito das distinções
inflexíveis a respeito das sensações, atos e pensamentos. Nisso,
apontava que existia diferença a respeito do estímulo e resposta, sendo
essa funcional em vez de existencial.
✓ James Rowland Angell: Participou ativamente da expansão do
funcionalismo.
✓ Harvey A. Carr: Ampliava o funcionalismo através de uma escola de
pensamento americana.

2.4.11. Escolas
O funcionalismo na Psicologia portava princípios que foram
transformados em escola perto do século XIX. Nesse caminho, se dividiu
em duas universidades, Chicago e Columbia, aflorando a orientação
funcionalista. Enquanto Dewey, Carr e Angell focaram na de Chicago,
Woodworth e Thorndike atuaram em Columbia.
A partir dos estudos de Wiliam James, nos Estados Unidos, o
Funcionalismo tem seu marco inicial. Foi a primeira organização
sistemática de conhecimentos voltados para a psicologia. A partir de um
olhar virado para a evolução econômica, os principais questionamentos
levantados eram sobre o que os homens faziam e por que faziam.

23
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

2.5. Sobre o estruturalismo


O estruturalismo foi cunhado por Edward Titchner e se concentra no
material mental de um indivíduo. Basicamente, é um estudo dos
componentes ou elementos mentais com a conexão mecânica através
do processo de associação. Contudo, acabava descartando a ideia da
percepção ter alguma participação nesse processo mental.
Nisso, a base de estudos do estruturalismo na Psicologia vai se voltar
aos próprios objetos de apoio dela. Era validado que a Psicologia
buscasse a natureza do que era visto como experiências conscientes
elementares. Dessa forma, pode determinar sua estrutura e fazer uma
análise dos elementos que a constroem.

2.5.1.Origens e expansões
Pesquisando sobre o estruturalismo na Psicologia sempre vamos
alcançar o trabalho de Wihelm Wundt. Isso porque ele é visto como o
fundador da Psicologia moderna, montando em 1879 o primeiro
laboratório psicológico da Alemanha. Por meio dele que ela se tornou
uma ciência independente da filosofia em meados do século XIX.
A partir daí que alcançamos o desenvolvimento sistemático de
investigações a respeito dela. Para isso, vários autores se dedicaram à
Psicologia, contribuindo com a entrega de diversas teorias e várias
escolas de pensamento.
Edward Titchener, com base no que Wundt criou, deu luz ao que seria
chamado de estruturalismo. Através daqui o estudo passava a ser a
estrutura da nossa mente consciente, o que incluía as sensações. De
acordo com essa perspectiva, a proposta psicológica visava o estudo da
experiência consciente por meio da introspecção.

2.5.2.O indivíduo como elemento indispensável


Na atuação do estruturalismo na psicologia sobre a experiência
consciente, de acordo com Titchener, tudo depende da pessoa. Isso
acaba por diferir daquilo que os cientistas estudam em outras
áreas. Para exemplificar, a Psicologia e a física podem estudar luz e
som, contudo o profissional usará métodos, orientação e objetivos
distintos.
Continuando, os físicos estudam fenômenos pela perspectiva física
enquanto os psicólogos estudarão fenômenos com base na experiência
de quem vivencia. Entretanto, outras ciências não se valem desse
método de experiências pessoais ou sentimentos descritivos. Somente
observarão e vão relatar os resultados encontrados.

24
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Assim, o estruturalismo psicológico computa a participação primária do


indivíduo para traçar seu meio de estudo. Mesmo que funcione de
modo distinto dos demais, consegue construir resultados satisfatórios
as pesquisas trabalhadas.

2.5.3. Projeções
Continuando o estruturalismo na Psicologia, imagine que mostramos
uma maçã para uma pessoa qualquer. Em seguida, pedimos que ela
descreva o que está vendo e, certamente, falará que se trata de uma
maçã. Nisso, ela não vai descrever as suas características com a forma,
brilho, cor, tamanho…

2.5.4. A consciência como um aglomerado


Edward Titchener indicava a consciência como uma soma do que
experimentamos em certo período. Nisso, a mente era um somatório
do conhecimento acumulado ao longo do tempo. De acordo com ele, o
único propósito legitimado da Psicologia era indicar os fatos estruturais
da mente e pesquisá-los.

2.5.5. Estruturalismo e Funcionalismo


O estruturalismo na Psicologia, construído por Wundt, era material
relevante à pesquisa humana. A Psicologia em si como ciência recebeu
avaliações distintas do estruturalismo e do funcionalismo.

2.5.6.Função social
O funcionalismo era a vista de que o papel social de eventos influencia
mais em nosso comportamento do que na estrutura. Em outras
palavras, os fatos seriam os condiciantes em vez do sistema, algo
defendido pelo estruturalismo.
Para realizar suas investigações, Wundt e Tichener utilizaram o
método da introspecção.
A introspecção, ou percepção interior, tal como praticada no
laboratório de Wundt em Leipzig, seguiam condições experimentais
estritas, que obedeciam a regras explícitas:
1.O observador deve ser capaz de determinar quando o processo pode
ser introduzido;
2.Ele deve estar num estado de prontidão ou de atenção concentrada;
3.Deve ser possível repetir a observação várias vezes;
4.As condições experimentais devem ser passíveis de variação em
termos, manipulação controlada dos estímulos.

25
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

2.7.Método da introspecção
O método introspectivo foi o primeiro método usado em psicologia
científica. A introspecção analítica ou introspecção controlada foi usada
pelos estruturalistas (Wundt).
Os indivíduos eram submetidos a estímulos numa situação padronizada;
observando-os, descreviam a observadores treinados o que sentiam e
assim permitiam a análise dos processos mentais conscientes.
Este método não vingou, dada a impossibilidade de resultados estáveis
e válidos.
No entanto, a introspecção continua a ser largamente usada, como
método auxiliar, na investigação de nosso quotidiano.
O foco dos estudos no Estruturalismo estava pautado na estrutura da
mente e, assim como no funcionalismo, no estudo da consciência.
Contudo, como o próprio nome diz, a preocupação estava em analisar
os aspectos estruturais do sistema nervoso central, que seriam os
estados elementares da consciência. Apesar do fundador desta escola
ter sido Wundt, foi Titchener, seu seguidor, quem utilizou o termo
Estruturalismo pela primeira vez.
O foco dos estudos no Estruturalismo estava pautado na
estrutura da mente e, assim como no funcionalismo, no estudo da
consciência. Contudo, como o próprio nome diz, a preocupação estava
em analisar os aspectos estruturais do sistema nervoso central, que
seriam os estados elementares da consciência. Apesar do fundador
desta escola ter sido Wundt, foi Titchener, seu seguidor, quem utilizou o
termo Estruturalismo pela primeira vez.

2.8. Associacionismo
Agora vamos conhecer um pouco das teorias de Edward L.
Thorndike à luz do pensamento de Schultz e Schultz (2009).
Um nome de grande importância para a forma de pensar em psicologia,
denominada Associacionismo, bem como para a psicologia educacional,
é o do psicólogo americano Edward Lee Thorndike.
A partir dos seus estudos com animais, Thorndike postulou a Lei do
Efeito, um princípio de aprendizagem que seria aplicável tanto ao
comportamento animal quanto ao comportamento humano.
A Lei do Efeito afirma que aquelas ações que têm resultados agradáveis
para o animal (incluindo o homem) tendem a se repetir, enquanto que
as que têm resultados desagradáveis tendem a desaparecer.
Não é difícil reconhecer nesses princípios as semelhanças com o
chamado Condicionamento Operante, proposto por B. F. Skinner alguns

26
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

anos mais tarde. Thorndike lança, portanto, as bases de uma das mais
influentes correntes psicológicas: o behaviorismo.
Esta escola tem seus fundamentos nas concepções de Edward L.
Thorndike. Segundo ele, a aprendizagem decorre de um processo de
associação de ideias, das mais simples às mais complexas. O ponto
central desta teoria está em analisar como as ideias se unem e se guiam
até se tornarem estáveis. Formulou a primeira teoria da aprendizagem
na área da Psicologia.
Nesta teoria da aprendizagem surge a Lei de causa-efeito. Thorndike
fez diversos experimentos com animais e percebeu que, ao oferecer
algum tipo de recompensa, o animal fazia o que ele queria. Nesta
vertente, relacionou o comportamento humano ao comportamento
animal.
Thorndike sugeria que o comportamento de um animal era influenciado
pelos efeitos que o comportamento gera no ambiente. Em seu
experimento ele constatou que um gato (ou cachorro), preso em uma
caixa, mais cedo ou mais tarde daria um jeito de sair. Notou também
que o tempo para o animal conseguir sair diminuía após cada tentativa.

2.8.1.Segundo a lei do Efeito de Thorndike a satisfação leva à aprendizagem


O princípio da lei do efeito desenvolvida por Edward Thorndike sugere
que as respostas seguidas de perto pela satisfação ficarão firmemente
ligadas à situação e, portanto, mais propensas a voltar a ocorrer quando
a situação se repete. Por outro lado, se a situação é seguida por
desconforto, as ligações com a situação serão mais fracas, e o
comportamento de resposta é menos provável de ocorrer quando a
situação é repetida.

2.8.2.Como a Lei de efeito foi descoberta?


Embora, muitas vezes a ideia de que as consequências levam à
mudanças no comportamento seja associada com o processo de
condicionamento operante e BF Skinner, esta noção tem suas raízes no
trabalho inicial do psicólogo Edward Thorndike. Em seus experimentos,
Thorndike utilizou objetos que são conhecidos como caixas
problema para estudar como os animais aprendem.
As caixas eram fechadas, mas continham uma pequena alavanca que,
quando pressionadas, permitiriam que o animal escapasse. Thorndike
iria colocar um gato dentro da caixa problema e, colocar um pedaço de
carne fora da caixa e, em seguida, observar os esforços do animal para
escapar e obter a comida.

27
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Fig 8. Experimento de Thorndike

Fonte: <http://www.benitopepe.com.br/2009/08/11/a-doutrina-de-platao/>. Acesso


em: 6 jan. 2023.

Além da lei do efeito, Thorndike desenvolveu duas outras teorias da


aprendizagem, que seriam a “lei do exercício” e a “lei da maturidade”.
Em relação à segunda, para que uma aprendizagem se efetive é
necessário que o indivíduo seja capaz de estabelecer uma ligação entre
um estímulo e a sua resposta.
Para Thorndike, a aprendizagem decorre de associações de ideias,
portanto, para que a criança consiga aprender um conteúdo mais
complexo é necessário que ela compreenda ideias mais simples, para a
partir daí associá-las àquele conteúdo.
Essas três escolas que constituíram a psicologia científica deram origem,
no século XX, a novas teorias, as quais serão abordadas no próximo
tópico.

28
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

3.As principais teorias do século XX


3.1.Introdução
Estudos científicos sobre o desenvolvimento humano tiveram seu início
a partir do século XIX. Antes disso, a Psicologia, como um ramo da
filosofia, preocupava-se em estudar apenas a alma.
A partir das ideias de Wundt se inicia uma nova visão, denominada
como a Psicologia “sem alma”. Isto porque as pesquisas passam a
apresentar um caráter mais científico, a partir de constatações
experimentais.

Assim, o conhecimento passa a ser produzido a partir de um laboratório


com uso de instrumentos e medições.
Nesta perspectiva, as escolas, como o Estruturalismo e o Funcionalismo,
vão sendo substituídas por novas teorias, dando origem a novas
tendências. Considerando as teorias mais estudadas acerca do
desenvolvimento humano é possível destacar as Teorias Behaviorista,
Gestalt e Psicanálise.
Para facilitar nossos estudos, vamos entender a que se refere cada uma
dessas teorias e seus principais defensores.

Fig. 9 Escolas da Psicologia


BEHAVIORISMO GESTALT PSICANÁLISE
Watson, Pavlov, Wertheimer, Koeler Freud
Skinner e Kofka

Modelagem do Compreender o Inconsciente: guarda os


comportamento homem como impulsos sexuais e
uma totalidade agressivos primitivos,
desejos reprimidos, medos
e vontades, memórias
traumáticas
Fonte: adptado, 2023

3.2. Behaviorismo
Um dos principais defensores do Behaviorismo clássico, Watson (1878-
1958), dizia que a psicologia deveria se voltar apenas aos dados das
ciências naturais, ou seja, àquilo que era passível de ser observado, que
seria o comportamento. Para isso, utilizava-se de alguns métodos de
investigação, que eram:

Observação;

29
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Métodos de Teste;
Método de Relato Verbal;
Método do Reflexo Condicionado.

Desta forma, Watson ofereceu o que os psicólogos daquela época


estavam precisando. Algo passível de observação, mensurável, em que
os experimentos poderiam ser reproduzidos em diferentes sujeitos e
situações.
QUADRO 01 - MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO
Método Métodos de Método de relato Método do
de teste verbal Reflexo
observaçã Condicionado
o
É a base Eram As reacções verbais O mais
de todos amostras de são passíveis de importante
os comportamen observação/verificaç método de
métodos, to e não de ão. São tão investigação,
não qualidades valorizadas quanto sendo
necessita mentais. Não qualquer outro tipo considerado
de medem a de reacção motora. um substituto
maiores inteligência, do estímulo.
explicaçõe nem a Método
s. personalidade objectivo para
das pessoas. analisar o
Medem comportamen
apenas as to por meio
respostas dos vínculos
dadas a partir estímulo-
dos estímulos. resposta.

Fonte autor, 2023


Watson não conseguiu mudar os rumos da psicologia da forma como
pretendia, mas deixou seu legado, e seu seguidor Skinner deu
seguimento ao desenvolvimento do Behaviorismo, dedicando-se à
Ciência até a sua morte.
Contudo, Skinner representou certa modificação no
comportamentalismo watsoniano. Para realizar seus experimentos com
animais, desenvolveu a chamada “Caixa de Skinner”.

Figura 10 - caixa de skinner

30
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Fig.2.FONTE: <http://www.benitopepe.com.br/2009/08/11/a-doutrina-de-platao/>. Acesso em:


6 jan. 2023.

A falta de teoria nas atividades de Skinner resultou em muitas


críticas. Seu positivismo extremo e sua oposição a teorias incomodava
muitos estudiosos. Um dos argumentos para tais contestações seria a
impossibilidade de se realizar um experimento sem um planejamento
prévio.
Contudo, de acordo com alguns críticos, a aceitação dos
princípios básicos de condicionamento já pressupõe a aceitação de
certo embasamento teórico.

Skinner resumiu sua perspectiva da seguinte maneira: “Nunca tratei de


um problema construindo uma hipótese. Nunca deduzi teoremas, nem
os submeti à prova experimental.

Figura 11 – Operação do comportamento operante E comportamento respondente


B.F.
J.B.
Watsonn
BEHAVIORISMO Skinner
Análise do
Comportamento
Metodologic Radical
o

Comportamento Comportamento
Respondente Operante

Fonte: adptado,2023.

31
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Figura 12 - comportamento operante x comportamento respondente


COMPORTAMENTO COMPORTAMENTO
OPERANTE RESPONDENTE

Refere-se a um comportamento não


O que propicia a aprendizagem voluntário e engloba respostas
dos comportamentos é a ação produzidas a partir de estímulos
antecedentes do ambiente. Esses
do indivíduo sobre o meio e o
comportamentos são interações
efeito dela resultante. Visa incondicionadas estímulos-resposta entre
satisfazer alguma necessidade o indivíduo e o ambiente. São
ou a aprendizagem a partir do comportamentos gerados por estímulos
que independem de “Aprendizagem”.
efeito da ação.

Este comportamento pode ser Exemplos desse tipo de


representado a partir da relação R comportamento:
→ S, em que R seria a Resposta e - A contração das pupilas quando uma
S do inglês Stimuli, que seria o luz forte incide sobre os olhos.
estímulo reforçador e a flecha - A salivação provocada por uma gota
significa “levar a”. de limão colocada na ponta da língua.

Fonte: adptado, 2023


O comportamento operante inclui todos os movimentos de um
organismo dos quais se possa dizer que, em algum momento, têm
efeito sobre ou fazem algo ao mundo em redor. O comportamento
operante opera sobre o mundo, por assim dizer, quer direta, quer
indiretamente.
Assim, “o comportamento operante é fortalecido ou
enfraquecido pelos eventos que seguem a resposta. Enquanto o
comportamento respondente é controlado por seus antecedentes, o
comportamento operante é controlado por suas consequências”.
O estudo do comportamento se baseia nas reações dos organismos aos
estímulos externos. Deste modo, os comportamentalistas buscaram
moldar e controlar o comportamento humano.
Skinner já concebia que um organismo aprende quando seu
comportamento é fortalecido por um reforço ou diminui à medida que
sofre uma punição. Nesta óptica, o organismo se ajusta ao ambiente
dando respostas a partir dos estímulos aos quais é submetido. Duas
contingências operantes na teoria de Skinner são o reforço positivo e o
reforço negativo, sendo que ambos têm como objectivo ensinar certo
comportamento ao indivíduo.

32
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Sendo que no reforço negativo dois processos merecem destaque, que


seriam a esquiva e a fuga. Além disso, outros dois processos foram
sendo formulados por meio da análise experimental do
comportamento, que são a Punição e a Extinção. Seguem as principais
características de cada um:
Quadro 2. Respostas Condicionadas de acordo com os estímulos.
REFORÇO Aumentam as chances de ocorrência de um
POSITIVO OU determinado comportamento devido à
RECOMPENSA apresentação de um estímulo agradável que
seria a recompensa.
Por exemplo: A criança capricha em seu caderno
e é elogiada pela professora, isso aumenta a
chance de ela continuar caprichando em suas
actividades.
REFORÇO Aumentam a chances de ocorrência de certo
NEGATIVO comportamento devido à retirada de um
estímulo desagradável.
Por exemplo: Se o indivíduo tomar um remédio
(comportamento), a dor vai passar (evento
desagradável).
ESQUIVA Processo onde os estímulos aversivos
condicionados e incondicionados estão
separados em um intervalo de tempo.
Permitindo que o indivíduo realize um
comportamento a partir do primeiro que evite a
ocorrência do segundo.
Por exemplo: ao vermos um raio, já tapamos os
ouvidos para evitar o som do trovão.
FUGA Processo semelhante à esquiva, porém, neste
caso, o comportamento reforçado é aquele que
termina com um comportamento aversivo já em
andamento.
Exemplo: Se os rojões começam a estourar e só
depois apresento um comportamento para
evitar o barulho, seja ele fechar a porta ou tapar
os ouvidos, este comportamento seria a fuga.
EXTINÇÃO Processo no qual uma resposta deixa
abruptamente de ser reforçada.
Exemplo: Quando a pessoa que estávamos
paquerando deixa de nos olhar e passa a nos
ignorar, nossas investidas tendem a

33
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

desaparecer.

ESQUIVA Processo onde os estímulos aversivos


condicionados e incondicionados estão
separados em um intervalo de tempo.
Permitindo que o indivíduo realize um
comportamento a partir do primeiro que evite a
ocorrência do segundo.
Por exemplo: ao vermos um raio, já tapamos os
ouvidos para evitar o som do trovão.
Fonte adptado,2023.
3.3.Gestalt - a Psicologia da forma

Essa perspectiva teórica é uma das mais coerentes da História da


Psicologia, isto porque seus defensores se preocuparam em desenvolver
uma base metodológica que garantisse uma consistência teórica.

Seus principais seguidores são: Max Wertheimer (1880-1943), Wolfgang


Köhler (1887-1967) e Kurt Koffka (1886-1941), que para desenvolver
suas concepções se basearam em estudos psicofísicos que relacionaram
a forma e sua percepção.
O objectivo desta teoria é estudar como os seres vivos percebem as
coisas, dentre elas, objectos, imagens, sensações. Por isso, essa
tendência pode ser definida como a Teoria da Percepção.
A Psicologia da Gestalt trouxe inúmeros benefícios devido à sua nova
maneira de buscar compreender melhor a relação entre o homem e o
mundo que o cerca.
De acordo com os princípios desta teoria, a percepção do homem não
ocorre por meio de “pontos isolados”, de forma fragmentada, mas sim
por uma visão do todo. Desse modo, existe uma dependência entre as
partes, pois não as percebemos de forma isolada, mas pelo
estabelecimento de relações entre elas.
Desse modo, para a Gestalt, o homem é sempre a soma das partes que
constituem a sua totalidade.
Por isso, essa teoria tem por finalidade analisar a vida psíquica
sob a ótica da combinação dos elementos que seriam as sensações e
imagens que as constituem. Portanto, a Gestalt propõe um estudo

34
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

global do homem e do mundo e seu lema é “o todo é mais que a soma


das suas partes”.
Os estudiosos desta teoria deram início às suas pesquisas a partir da
análise da percepção e sensação do movimento. Isto porque estavam
interessados em entender quais os processos psicológicos envolvidos na
ilusão de ótica, na qual a percepção do estímulo físico pelo indivíduo é
vista com uma forma diferente da que ele tem na realidade.
Figura 13 - Ilusão de óptica e percepção.

FONTE: <http://prepara enem.oline.uol.com.br /ilusao-otica.html>.Acesso em:6


jáneiro. 2023.

A partir do exposto podemos constatar o papel importantíssimo


da percepção dentro dos enfoques da Gestalt. Assim, os experimentos
voltados para a percepção levaram os teóricos a questionarem um
princípio da teoria Behaviorista, o estímulo-resposta. De acordo com os
estudiosos da Gestalt, entre o estímulo que o meio fornece e a resposta
do indivíduo existe o processo de percepção. Tal processo interfere
diretamente na compreensão sobre o comportamento humano.
Nesse sentido, há um confronto de ideias entre essas duas tendências
frente ao objeto da Psicologia, o comportamento. Isto porque as duas
definem a Psicologia como a ciência que estuda o comportamento.
Contudo, o Behaviorismo estuda o comportamento a partir da relação
estímulo-resposta, isolando o estímulo relacionado à resposta esperada,
desconsiderando os aspectos da consciência.
A Gestalt critica tal abordagem por entender que o comportamento não
pode ser estudado de forma isolada de um contexto mais abrangente,
pois pode perder seu verdadeiro significado sob o olhar do psicólogo.
Na visão dos gestaltistas, o comportamento deveria ser estudado nos
seus aspectos mais globais, levando em consideração as condições que
alteram a percepção do estímulo. Para justificar essa postura, eles se
baseavam na teoria do isomorfismo, que supunha uma unidade no
universo, onde a parte está sempre relacionada ao todo.

35
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Para os teóricos da Gestalt, não é possível analisar as partes sem pensar


no todo. Não existe a possibilidade de se analisar o comportamento de
forma fragmentada, desprezando os elementos que o constituem.

Figura 14 - Princípio da abordagem gestáltica

FONTE:<http://esquizoestetica.blogspot.com.br/2011/12/postado-por-larissa-cosmi-
o-que-e.html>. Acesso em: 06 janeiro, 2023

A combinação dos elementos sensoriais resulta em uma nova


configuração, a qual não poderá ser constatada a partir da análise
isolada de tais elementos.

Quadro 3 – princípios / leis da psicologia gestalt


Lei da segregação A segregação é a capacidade perceptiva de
separar, evidenciar, destacar, identificar
unidades formais na composição de um todo.
Seria uma parte segregada, diferenciada, isolada
da constituição do todo.
Lei da proximidade Os elementos mais próximos tendem a se
agrupar. Os elementos que estão mais perto de
outros numa mesma região tendem a ser
percebidos como um grupo.
Lei da Há uma tendência de buscarmos unir os
continuidade elementos de modo que pareçam contínuos.
Lei da semelhança Eventos que são similares tendem a se agrupar
entre si.

36
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Lei da pregnância Todas as formas tendem a ser percebidas em sua


forma mais simples. Este princípio é denominado
simplificação natural da percepção
Fonte aptado, 2023.

A Psicologia da Gestalt também faz referência à questão da


“figura/fundo”. De acordo com esta teoria, buscamos organizar
percepções do objecto observado, que seria a figura, e o plano contra o
qual ela se destaca, o fundo.

Na figura a seguir a imagem se destaca de forma mais substancial e se


sobressai do fundo. Além disso, quanto mais clara for a forma (Boa
forma), mais perceptível será a distinção entre a figura e o fundo.

Já a apresenta a questão da perspectiva da imagem, a qual nos permite


interpretações distintas de acordo com o ângulo da observação.

Fig. 15 Ilusao de Optica e percepção

FONTE: <http://www.megatopico.com/sapo-ou-cavalo-t16683.html>Acesso em: 10


janeiro. 2023.
A Psicologia da Gestalt, de forma oposta ao Associativismo, define a
aprendizagem por meio de uma relação intrínseca entre o todo e as
partes. Sendo que o todo tem um papel fundamental na compreensão
do objecto percebido.

37
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Vejamos um exemplo: Uma criança de três anos que ainda não está
alfabetizada pode perfeitamente, a partir de um rótulo, identificar
determinado produto.
No caso da imagem da Coca-Cola, ela consegue identificar e pronunciar
que se refere ao produto Coca-Cola sem ter realizado a união das
palavras para formar as letras, ou seja, ela foi capaz de significar o todo.
Ela separou a palavra na sua totalidade, distinguindo a figura e o fundo.

Fig 16. Aprendizagem simbólica

FONTE: <http://themediaandi.blogspot.com.br/>. Acesso em: 06 jan. 2023

Na nossa vida quotidiana nem sempre conseguimos perceber de forma


imediata certas situações. Isto porque, muitas vezes, não apresentam
uma distinção clara entre figura e fundo.
Contudo, muitas vezes nos deparamos com imagens que
aparentemente não representam nada para nós e de repente, sem
grande esforço, esta imagem se torna lúcida e conseguimos estabelecer
a relação figura/fundo. Esse fenómeno dentro da Gestalt é denominado
insight, que remete a uma compreensão imediata de algo.

3.3.Psicanálise
A Psicanálise tem como seu principal propagador Sigmund Freud
(1856-1939), médico psiquiátrico austríaco. Ele foi capaz de alterar
radicalmente o modo de pensar sobre a vida psíquica.
A psicologia, enquanto ciência, precisava buscar por teorias
científicas que pudessem atender aos anseios da sociedade naquele
período histórico em seus aspectos econômicos, políticos e sociais.

38
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Neste contexto, a teoria psicanalítica de Freud buscou entender as


percepções sensoriais interiores do homem, tais como as fantasias, os
sonhos, os esquecimentos, vistos por ele como problemas científicos,
levando à criação da Psicanálise.
Essa teoria é fundamentada por conhecimentos científicos
relacionados ao psiquismo. Seu método de investigação é
interpretativo, pois busca explicações para o “oculto”.

Esta teoria, constituída por Freud, refere-se a uma teoria de


personalidade de caráter clínico, ou seja, estuda o homem e se
preocupa com as doenças que o atingem e as possíveis formas de cura.
Em 1900, a partir de seu livro “A Interpretação dos Sonhos”,
Freud apresenta suas primeiras ideias sobre a estrutura da mente e seu
funcionamento. Nesse sentido, divide o aparelho psíquico em três
estruturas.
Freud considerava três níveis de consciência do ser humano: o
consciente, o pré-consciente e o inconsciente.
Deste modo, Freud concentrou seus esforços em analisar os fenómenos
ocultos presentes no inconsciente.

FIGURA 17. O Inconsciente

CONTEÚDOS QUE NÃO CENSURAS INTERNAS/


INCONSCIENTE: ACESSAM A CONSCIÊNCIA GENUINAMENTE
CONTEÚDOS NÃO OU O PRÉ-CONSCIENTE INCONSCIENTES
PRESENTES NO CAMPO DA
CONSCIÊNCIA.
É ATEMPORAL E POSSUI LEIS CONTEÚDOS QUE PODEM REPRIMIDOS/VÃO PARA O
PRÓPRIAS DE JÁ TER SIDO CONSCIENTES INCONSCIENTE
FUNCIONAMENTO

FONTE: Adaptado de Bock, Furtado e Teixeira (2001, p. 95-96)

Seu objectivo era exprimir os conteúdos recalcados não presentes no


campo da consciência. Isto porque foram recusados pelo consciente ou
pré-consciente.
Figura 18 - conteúdos do pré-consciente e consciente

39
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

• CONTEÚDOS COM ACESSO


À CONSCIÊNCIA

PRÉ-CONSCIENTE
• AINDA NÃO ESTÁ NA
CONSCIÊNCIA, MAS PODE VIR A
ESTAR

• INFORMAÇÕES ORIUNDAS
DO MUNDO INTERIOR E
EXTERIOR
CONSCIENTE

• DESTACAM-SE A
PERCEPÇÃO, ATENÇÃO E
RACIOCÍNIO

FONTE: Adaptado de Schultz e Schultz (2009)

Por volta de 1920-1923, Freud apresenta um novo modelo de


teoria para o aparelho psíquico, introduzindo os conceitos de id, ego e
superego, que seriam os três sistemas de personalidade.
Neste novo modelo o id vem apresentando as características atribuídas
ao sistema inconsciente na primeira teoria. Desta forma, o Id é
comandado pelo princípio do prazer, que seriam os instintos e impulsos
não civilizados. Já o Ego e o Superego são diferenciações do Id.

Quadro 4 - Novo modelo de teoria do aparelho psíquico segundo freud

Estrutura Nível psíquico Funções


Superego Parcialmente Interiorização da
inconsciente autoridade dos país, é
constituído por
normas e ideais
morais. Procura
através do Ego
controlar o Id. Aspira à
perfeição moral e
tende a reprimir de
forma severa as
infracções à
moralidade.
Ego Parcialmente Representante da
inconsciente realidade e do mundo

40
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

externo. Deriva do Id.


procurando do
possível satisfazer os
seus impulsos.
Também procura
satisfazer as exigências
morais do Superego.
Conseguir o equilíbrio
de forças contrárias é
tarefa árdua para o
Ego.
Id Totalmente É o reservatório da
Inconsciente energia psíquica, da
líbido e condicionado
fortemente os
acontecimentos
psíquicos. Irracional e
impulsivo procura o
prazer alheio à
realidade e à moral.

Fonte: Adptado, 2023.

Desta forma, podemos dizer que o Id é desorganizado e as leis


lógicas do pensamento não se aplicam a ele. Dentro dos conceitos de
Freud, o Id é de origem orgânica e hereditário.
Estando presente desde o nascimento do indivíduo e da sua
constituição. Se caracteriza por ser estrutura da personalidade original e
por isso é instintivo e regido pelo princípio do prazer.
Já o Ego se refere à parte racional do ser humano, regido pelo
princípio da realidade. Nele estão presentes os sentimentos, percepção,
aprendizagem, memória, habilidades, dentre outros.
Seria o ponto de equilíbrio entre o Id e o Ego. Isto porque se
esforça pelo prazer, que seriam as reivindicações do Id, mas sem cair no
desprazer, com base nas exigências do Superego. O Ego é o
componente psicológico da personalidade e está localizado na parte
consciente da mente.
Por fim, o Superego se origina a partir do Complexo de Édipo
(sentimento de culpa) e por isso funciona como um sensor do Ego,
controlando certos impulsos. Tem origem especialmente na fase de

41
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

infância, sendo as normas e padrões sociais adquiridos por cada


indivíduo.
Por isso controla e também pune comportamentos “inadequados”, mas
também recompensa com sentimento de orgulho a partir de “bons”
comportamentos. Está localizado entre o consciente e o pré-consciente
e é o responsável por inibir o ego e buscar sempre a perfeição.

42
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

3.6.Exercicios de auto avaliação


Parte 1
Responda as questões que seguem com clareza:
1-Qual era a principal ideia de Sócrates sobre o ser humano e outros
animais?

2-Como é chamado o postulado que plantão formulou sobre o corpo e


a alma?

3-Quais eram os dois grandes precursores católicos que


representavam a psicologia na idade média?
4-Onde e quem foram os precursores da psicologia como ciência
experimental?

5- sobre a introspecção, ou percepção interior, tal como praticada no


laboratório de Wundt em Leipzig, seguia condições experimentais
estritas, que obedeciam a regras explícitas, mencione as:

6-em o que consiste a lei de efeito para os homens e animais?

7-Sobre a aprendizagem qual era o pensamento do Edward L.


Thorndike ?

8- Explique de forma exaustiva sobre em o que consistia a lei do Efeito


de Thorndike?

9- Um dos principais defensores do Behaviorismo clássico, Watson


(1878-1958), em o que consistia seu pensamento?

10-Qual foi abordagem de Skinner sobre aprendizagem por estimulo


ou por punição?

11- A Psicologia da Gestalt trouxe inúmeros benefícios devido à sua


nova maneira de buscar, compreender melhor a relação entre o
homem e o mundo que o cerca. Em o que se baseava Psicologia da
Gestalt?

12- Mencione os 3 niveis de consciência do ser humano que Freud


considerava na sua primeira classificação?

43
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Parte II
Marque a alternativa correspondente assertiva Correcta
1.Entre os filósofos surgem as primeiras tentativas de designar uma
Psicologia, daí sua origem.
A. Árabe
B. Egípcia
C. Grega
D. Romana

2.Para (469-399 a.C.), a psicologia começou a se constituir a principal


ideia deste filósofo era a distinção entre os homens e os demais
animais, por isso o foco de seus estados era a razão.
A. Aristóteles
B. Sócrates
C. Platão
D. Arqimedes

3. A razão estava presente na cabeça, que era onde se encontrava a


alma. Por meio da medula a alma se ligava ao corpo. Esta conexão era
necessária porque o corpo e a alma podiam se separar segundo:
A. Aristóteles
B. Sócrates
C. Platão
D. Tomas de Aquino

4.O corpo e alma eram inseparáveis, sendo que a psyque seria a parte
ativa da vida. Nesta perspectiva, tudo o que possuía vida teria alma, a
qual era responsável pela alimentação e reprodução segundo:
A. Aristóteles
B. Sócrates
C. Platão
D. Rene Descartes

5.O homem se distinguia dos demais por ser provido dessa alma e de
mais duas outras, que seriam a sensitiva que lhe conferia percepção e
movimento, e a racional que fazia dele um ser pensante segundo:
A. Aristóteles
B. Sócrates
C. Platão
D. Agostinho de Hipona

44
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

6. São Tomás de Aquino, membro da Igreja Católica, inspirado em


Platão, também defendia uma ruptura entre o corpo e a alma. Contudo,
para ele a alma não representava simplesmente a razão, mas também a
manifestação divina do homem. Sendo a alma imortal, pois
representava a ligação entre:
A. Os Homens e a Natureza
B. Humanidade e Deus
C. Vida e a Morte
D. Deus e a Vida

7.É na Universidade de Leipzig, na Alemanha, a partir das investigações


colectivas dos pesquisadores Wundt, Weber e Fechner, que a Psicologia
científica tem sua origem. Surgindo as primeiras escolas em Psicologia
que deram origem a inúmeras outras teorias que são:
A. A Psicanálise, psicodinâmica e o Gestalt
B. O Behaviorismo e Humanismo e o Cognitivismo
C. A Psicanálise, Estruturalismo e o Associativismo
D. O Funcionalismo, Estruturalismo e o Associativismo

8.Aquelas acções que têm resultados agradáveis para o animal


(incluindo o homem) tendem a se repetir, enquanto as que têm
resultados desagradáveis tendem a desaparecer, é sobre:
A. Lei de efeito
B. Lei de Prontidão
C. Condicionamento Clássico
D. Condicionamento Operante

9.Com a hegemonia da Igreja, na Idade Média, a contribuição de São


Tomás de Aquino para o conhecimento em Psicologia foi a seguinte:
A. Seguindo as ideias de Aristóteles, acreditava que a alma e o corpo
eram inseparáveis.
B. Como a alma não representava o pensamento, a Igreja não
demonstrava grandes preocupações em compreendê-la.
C. Dizia que a psicologia deveria se voltar apenas aos dados das
ciências naturais, ou seja, àquilo que era passível de ser observado,
que seria o comportamento.
D. Acreditava, assim como Platão, que corpo e alma podiam se
separarem. A alma, além de representar a razão, representava
ligação entre o homem e Deus, sendo por isso imortal.

45
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

10. Um dos principais defensores do Behaviorismo clássico, Watson


(1878-1958), dizia que a psicologia deveria se voltar apenas aos dados
das ciências naturais, ou seja, àquilo que era passível de ser observado,
que seria o comportamento. Para isso, utilizava-se de alguns métodos
de investigação, que eram:
I. Observação;
II. Métodos de Teste;
III. Método de Relato Verbal;
IV. Método do Reflexo Condicionado.
Assinale as assertivas correctas
A. I e II
B. III e IV
C. II, III e IV
D. I, II, III e IV

11. “Nunca tratei de um problema construindo uma hipótese. Nunca


deduzi teoremas, nem os submeti à prova experimental. Pelo que sei,
eu não tinha um modelo preconcebido de comportamento, certamente
não um modelo fisiológico e mentalista,” este pensamento pertence ao:
A. Skinner
B. Pavlov
C. Watson
D. Thorndike

12. Se o indivíduo tomar um remédio (comportamento), a dor vai passar


(evento desagradável).
A. Fuga
B. Esquiva
C. Reforço negativo
D. Reforço positivo ou recompensa

13.Processo onde os estímulos aversivos condicionados e


incondicionados estão separados em um intervalo de tempo.
Permitindo que o indivíduo realize um comportamento a partir do
primeiro que evite a ocorrência do segundo.
A. Fuga
B. Esquiva
C. Reforço negativo
D. Reforço positivo ou recompensa

46
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

14 .Processo semelhante à esquiva, porém, neste caso, o


comportamento reforçado é aquele que termina com um
comportamento aversivo já em andamento.
A. Fuga
B. Esquiva
C. Reforço negativo
D. Reforço positivo ou recompensa

15.Tem como objectivo enfraquecer algum comportamento por meio


de sua aplicação.
A. Extinção
B. Punição
C. Esquiva
D. Reforço positivo ou recompensa

16. O objectivo desta teoria é estudar como os seres vivos percebem as


coisas, dentre elas, objectos, imagens, sensações. Por isso, essa
tendência pode ser definida como a Teoria da Percepção.
A. Behaveorista
B. Gestalt
C. Jung
D. Funcionalismo

17. Princípios da Psicologia Gestalt: Há uma tendência de buscarmos


unir os elementos de modo que pareçam contínuos.
A. Lei da segregação
B. Lei da proximidade
C. Lei da continuidade
D. Lei da semelhança

18.Princípios da Psicologia Gestalt: Eventos que são similares tendem a


se agrupar entre si.
A. Lei da semelhança
B. Lei da continuidade
C. Lei da pregnância
D. Lei da segregação

19.Os três níveis de consciência do ser humano: o consciente, o pré-


consciente e o inconsciente, foram formulados pelo:
A. Jung

47
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

B. Freud
C. Skinner
D. watson

20.Interiorização da autoridade dos países, é constituído por normas e


ideais morais. Procura através do Ego controlar o Id. Aspira à perfeição
moral e tende a reprimir de forma severa as infracções à moralidade.
A. Id
B. Ego
C. Superego

UNIDADE TEMATICA 2:

4.Linguagem, Pensamento, Linguagem e Comunicação, Comunicação Humana e


Personalidade.

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ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Objectivo especifico
• Definir os conceitos de Linguagem, Pensamento, Comunicação humana
e personalidade.
• Descrever os paradigmas da comunicação humana.
• Caraterizar categorias da comunicação humana.

4.1.Comunicação e linguagem
Podemos entender a linguagem como uma construção da
comunicação, como um sistema gramatical, o que significa que sons,
suficientemente normatizados para serem utilizados por duas pessoas,
podem transmitir informação de uma para outra.
A comunicação é qualquer forma pela qual duas pessoas trocam
informações.
Linguagem é um conjunto de formas organizadas usadas pelos
indivíduos para se comunicar, por exemplo: as línguas faladas em todo o
mundo são organizadas e utilizadas pelos seus falantes.
Elas poderiam usar a linguagem, mas também podem usar
gestos, expressões faciais, sinais, mímica, ou quaisquer formas ou
maneiras de expressar essa informação. Podemos entender
vulgarmente assim: a comunicação é o carro, e a linguagem é a estrada.
Para os seres humanos, as palavras são mais do que um meio de
comunicação, elas podem moldar nossas crenças, comportamentos,
sentimentos e, finalmente, nossas acções. Apesar de espadas poderem
nos coagir e ameaçar, nada é mais poderoso do que uma ferramenta
que pode moldar nossas opiniões.

A expressão pela linguagem é uma cognição que realmente nos torna


humanos. Enquanto outras espécies se comunicam com uma habilidade
inata para produzir um número limitado de vocalizações significativas
ou mesmo com sistemas parcialmente aprendidos (por exemplo, o
canto dos pássaros), não há nenhuma outra espécie conhecida até
agora que pode expressar ideias através de frases com um conjunto
limitado de símbolos evidenciados pelos sons da fala e pelas palavras.

Skinner argumentou que as crianças aprendem a linguagem baseada em


princípios de reforços behavioristas, por associar palavras com
significados. Quando a criança se expressa correctamente é

49
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

positivamente recompensada para que perceba o valor do que foi


comunicado através das palavras e frases.

Quando se trata de linguagem e comunicação, a regra é que não é o que


você diz, mas o que as pessoas ouvem.
As palavras são uma das ferramentas mais poderosas que nós, como
seres humanos, possuímos. O problema é que as palavras são
subestimadas, sendo que se apresentam de forma efectiva para o
pensamento e processamento de comportamento, bem como a tomada
de decisão.

Figura 19 – Processando a informação

FONTE: <http://jornalistaflavioazevedo.blogspot.com.br/2015_06_01_archive.html>. Acesso


em: fevereiro. 2023.

O fato é que a linguagem é essencialmente uma característica humana.


Todas as tentativas de lançar luz sobre a evolução da linguagem
humana falharam devido à falta de conhecimento sobre a origem de
qualquer idioma, e devido à falta de um animal que possui qualquer
forma de 'transição' de comunicação.

Isso deixa os evolucionistas com um enorme fosso entre seres humanos


com suas habilidades de comunicação inatas, e os grunhidos, os latidos,
ou as imitações dos animais.

4.2.O sujeito e a comunicação não verbal


Vamos olhar ao nosso redor: provavelmente, apenas 7% das pessoas
que fazem parte do seu dia a dia se comunicam verbalizando. E os

50
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

outros mais de 90%? Bom, se comunicam por sinais não verbais, tais
como linguagem corporal, contacto visual e tom de voz, a escrita etc.,
sem esquecer que a popularização galopante da tecnologia na última
década, em termos de média social, fez com que mensagens de texto,
Facebook e Twitter tenham inevitavelmente se tornado as formas mais
eficientes de se comunicar uns com os outros.

Podemos também destacar que a eficiência ou a nossa dependência


sobre as formas mais eficientes de comunicação está se tornando uma
das maiores preocupações para as pessoas em nossas interacções.

No entanto, é preciso não esquecer que a interacção face a face deve


permanecer uma referência em nossa sociedade, porque é de uma
qualidade muito superior e tem a capacidade de satisfazer nossas
necessidades sociais inerentes.

São muitos os conceitos, são diversas as categorizações colocadas por


estes autores e certamente há outros, com outros olhares, tratando
sobre este tema das condutas não verbais.

É um fenómeno difícil de categorizar, de estabelecer um conceito


unânime. A vantagem de tudo isso? Temos abertas muitas
possibilidades de reflexão, de crítica, de parâmetros para nosso
aprofundamento.

A comunicação, com suas características peculiares, torna possível a


análise de todos os fenómenos culturais, sejam estas linguagens verbais
ou não verbais; sabendo que todos esses fenómenos são sistemas de
signos e, portanto, fenómenos de comunicação.

Ainda segundo o autor, fazem parte deste universo as línguas escritas,


os alfabetos desconhecidos, as línguas naturais, as linguagens
formalizadas, as comunicações virtuais, os códigos culturais e de
mensagens estéticas, bem como a para linguística, a metalinguagem, a
proxémica e a acinésica, entre outros. Por isso se faz importante a
semiótica, tanto para a comunicação verbal, como para a comunicação
não verbal.

As ideias que muitos de nós temos são que a comunicação se dá através


da palavra, da fala. Bem limitado isso. E não é assim. Embora esta seja
uma definição simples, quando pensamos sobre como podemos

51
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

comunicar, a discussão se mostra muito mais complexa. Existem várias


categorias de comunicação e mais do que uma pode ocorrer em
qualquer momento.
4.3.Apresenta quatro diferentes categorias de comunicação:
✓ Falada ou comunicação verbal: face a face, telefone, rádio ou televisão e
outros meios de comunicação.
✓ Comunicação não verbal: linguagem corporal, gestos, como nos
vestimos ou agimos.
✓ Comunicação escrita: cartas, e-mails, livros, revistas, material escrito na
internet ou através de outros meios de comunicação.
✓ Visualização: gráficos e tabelas, mapas, logotipos e outras visualizações.
Porém, quando falamos em nível de comunicação relacional entre o ser
humano, temos dois níveis: a comunicação verbal e a não verbal.

Na sociedade actual, o ser humano se relaciona através de dois níveis


de comunicação: o verbal e o não verbal. A comunicação verbal é a
forma discursiva, falada ou escrita, na qual mensagens, ideias ou
estados emocionais são expressos.

Os gestos e os movimentos fazem parte dos inúmeros canais de


comunicação que o ser humano utiliza para expressar suas emoções e
sua personalidade, comunicar atitudes interpessoais, transmitir
informações nas cerimónias, nos rituais, nas propagandas.

Passamos boa parte de nossa vida nos comunicando.


Compartilhamos pensamentos, procuramos compreender os
sentimentos de outra pessoa com habilidades essenciais para o
funcionamento de qualquer sociedade no mundo. Não é nenhuma
surpresa, então, que a dificuldade com a comunicação não é algo
estranho que nos leva a buscar aconselhamento, orientação de um
profissional para identificar quais problemas estamos tendo para nos
comunicarmos.

4.4.Dificuldades na comunicação
A nossa forma de codificar e descodificar mensagens é baseada no
processo de comunicação que fomos desenvolvendo nas fases
anteriores da nossa vida.

Todas as palavras são realmente apenas símbolos que


representam certas coisas, e cada pessoa pode ter uma compreensão
um pouco diferente, mesmo no nível da palavra individual.

52
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Além disso, o número real de palavras que conhecemos e a


complexidade das alterações de linguagem com mais experiência, e as
formas como codificar e decodificar mensagens são determinados pela
nossa cultura, padrões de família e outras experiências.

Problemas de comunicação podem surgir em cada passo que damos


quando saímos de nós mesmos e vamos ao encontro dos outros
sabendo de antemão que o outro não teve exatamente as mesmas
experiências de vida e os mesmos padrões de comunicação que nós
tivemos, e aí os ruídos na comunicação podem atrapalhar.

Figura 20 - Emissor e receptor

FONTE: <http://slideplayer.com.br/slide/385041/>. Acesso em: 1 de fev. 2023

Um problema muito comum que nós podemos ter como receptores de


mensagens é como se dá a codificação do nosso pensamento, do nosso
sentimento ou da nossa necessidade naquele momento.
Como será filtrado aquilo que estamos recebendo. Pense em como você
pode codificar, por exemplo, a mensagem da sensação de fome de uma
criança de três anos de idade de diferentes formas.
Esta criança provavelmente não fala como você, por isso é preciso
escolher a melhor maneira de codificar uma mensagem que, para essa
criança, é de suma importância que seja entendida.

53
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Outro problema comum é que às vezes os nossos pensamentos,


sentimentos ou ideias são extremamente complexos, e nós não
podemos confiar em nosso próprio bom senso.
Assim, o envio de mensagens para além de coisas que não entendemos
em nós mesmos também tem uma baixa probabilidade de ser
compreendidas pelo receptor. São os ruídos, as barreiras na
comunicação.

Figura 21. - Barreiras na comunicação

FONTE: <http://ideagri.com.br/plus/modulos/noticias/imprimir.php?cdnoticia=414>. Acesso


em: 1 fev 2023.

Podemos identificar na figura anterior que quando há problemas na


comunicação, a culpa é de ambos, emissor e receptor. O receptor,
quando recebe uma mensagem, pode não ter habilidade suficiente para
decodificá-la, adicionar significado próprio que não coaduna com a
intenção do remetente da mensagem.

54
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Quem envia a mensagem pode codificar o pensamento, o


sentimento ou necessidade de uma forma que torna difícil a
compreensão pelo receptor. Vamos imaginar, por exemplo, como se
pode codificar a mensagem da sensação de fome de forma diferente
para uma criança de três anos de idade e alguém que não fala a mesma
língua que você.

4.5.Conceitos e categorização: os blocos de construção do pensamento Raciocínio.


Fig 23. Pensamento e linguagem

FONTE: < https://blog.portaleducacao.com.br/as-definicoes-do-pensamento-e-


linguagem/

As relações que ocorrem entre pensamento e linguagem é o assunto


que iremos ver nesse artigo. Para termos pequenas noções acerca
desses assuntos, irão fazer uma pequena viagem, através das reflexões
de três teóricos: Vygotsky, Whorf e Luria.
Antes, porém, vejamos o relato que Romanelli, um apaixonado sobre o
tema.
Alguns anos atrás, um casal de professores americanos teve a ideia de
comparar na prática a educação de um bebê humano e de um
animalzinho. E para que a comparação fosse fiel, no dia que a filha deles
nasceu, eles foram ao zoológico e adotaram um filhote de chimpanzé
fêmea. As duas foram educadas absolutamente iguais, passo a passo, e
como se tratava de um trabalho científico, bem-documentado, eles
foram percebendo que, logo de início, a chimpanzé superava o bebê
humano.
Enquanto o bebê humano não fazia senão mexer os pezinhos, a
chimpanzé já se “virava” sozinha, sentava à mesa, colocava o
guardanapo em volta do pescoço. Mas à medida que o tempo foi

55
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

passando, enquanto o bebê humano começou a falar a chimpanzé


emitia apenas alguns sons emocionais característicos.
Quando o bebê começou a pedir água, por exemplo, a diferença se
tornou marcante entre ele e a chimpanzé.
A evolução nos diz que um dia o homem começou a falar e essa é a
grande diferença entre o humano e os animais. O desenvolvimento de
áreas nervosas e tecidos nervosos do cérebro capazes de preparar o
que nós chamamos de ideia, e a transferência dessas idéias para a
forma da palavra oral, é o momento crucial.

4.7.A visão de Vygotsky sobre pensamento e linguagem


Interessado em estudar a linguagem enquanto constituídora do sujeito,
Vygotsky enfocou seus estudos na relação que ocorre entre
pensamento e linguagem, atribuindo-lhe a devida importância no
processo evolutivo humano.
Diferentemente do pensamento vigente na época, dominado pela visão
de Piaget que afirmava que as estruturas da linguagem não eram dadas
pelo meio, encontrando-se preestabelecidas desde o nascimento,
Vygotsky entendia que a relação entre pensamento e linguagem
originava-se no desenvolvimento e evoluía, ao longo dele, num
processo dinâmico.
Segundo ele, pensamento e linguagem possuem, tanto na filogênese
quanto na ontogênese, raízes genéticas distintas, mas que se sintetizam
dialeticamente no desenvolvimento.

4.8.O processo de evolução da linguagem


Inicialmente, o pensamento se desenvolve sem a linguagem, ou seja, os
primeiros balbucios das crianças são formados sem o pensamento e
objetivam atrair a atenção dos adultos, caracterizando a função social
da fala, desde o início.
Considera que há um estágio pré-linguístico no desenvolvimento e um
estágio pré-intelectual no desenvolvimento da fala, e que por um
determinado período, esses processos se desenvolvem de forma
independente.
Vygotsky afirma que, por volta dos dois anos de idade ocorre o
encontro entre o pensamento e a fala, surgindo um novo tipo de
organização linguístico-cognitivo. A partir desse encontro, o
pensamento se torna verbal e a linguagem racional. A criança passa,
então, a entender o propósito da fala e ao sentir a necessidade das
palavras, busca apreender os signos, descobrindo a função simbólica da
palavra.

56
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Para ele, a relação entre pensamento e linguagem deve ser visto como
um processo vivo, pois o pensamento surge a partir das palavras. Além
disso, essa relação não é algo já formado e constante, mas nasce ao
longo do desenvolvimento e se modifica.
Segundo Vygotsky, as relações que ocorrem entre pensamento e
linguagem não podem ser apreendidas sem a compreensão da natureza
psicológica da fala interior, de estrutura e processo divergente da fala
exterior.
A fala interior vista dessa forma, não é exatamente uma fala, mas uma
atividade intelectual e afetivo-volativa, que possui formação específica,
leis próprias e que mantêm conexões com outros tipos de atividades de
fala. Caracteriza-se por ser uma fala para si mesmo. Uma fala que se
interioriza em pensamento.
Diferentemente, a fala exterior caracteriza-se por ser para os outros,
sendo a tradução do pensamento. Ou seja, é a sua materialização e
objetivação.
Para Vygotsky, a fala egocêntrica possui um papel fundamental na
atividade da criança, sendo um estágio transitório na evolução da fala
oral para a interior. Essa evolução, para ele, se processa de uma fala
exterior para uma fala egocêntrica e desta a uma interior, ou seja, do
social para o individual.

4.9.Vygotsky apontou três propriedades da fala interior:


1. O predomínio do sentido de uma palavra sobre seu significado, a partir
do contexto em que surge. O sentido da palavra é alterado pelas
situações em que se insere e pela mente da pessoa que a utiliza;
2. A aglutinação: combinação de palavras para expressar ideias complexas;
3. O modo pelos quais os sentidos se combinam e unificam, sendo que
uma única palavra pode ter vários sentidos.
Exemplo: Em um ponto de ônibus, duas moças conversam e ouve-se, de
uma delas, o seguinte enunciado: “Fui com meu gato no cinema
ontem”. Onde gato tem o sentido de namorado, pois é evidente que
animais não são aceitos em cinemas.
Observe agora, outro enunciado, produzido por uma criança, em uma
clínica veterinária: “Doutor, pode dar uma olhada no meu gato? Ele está
doente”. Aqui, o significado que se pode atribuir a gato é o de animal,
pois obviamente, veterinários não atendem pessoas.

4.9.1.O impacto da linguagem do desenvolvimento mental


Segundo Vygotsky, a linguagem é um fator fundamental para o
desenvolvimento mental da criança, pois exerce uma função

57
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organizadora e planejadora de seu pensamento, além de ter uma


função social e comunicativa.
É através da linguagem que a criança interage com o conhecido já
produzido e com o mundo que a rodeia, apropriando-se da experiência
acumulada pela humanidade, no decorrer de sua evolução.
Além disso, é através dessa interação social, promovida pela linguagem
que a criança, de acordo com Vygotsky, constrói sua própria
individualidade.
Os seres humanos não vivem isolados no mundo objectivo, nem no
mundo da atividade social, como ordinariamente se entende, mas,
estão à mercê da língua, que se tornou o meio de expressão de sua
sociedade. É grande ilusão imaginar que alguém se adapta à realidade
essencialmente sem o uso da língua, e que esta é apenas um meio
incidental de solucionar problemas específicos de comunicação ou de
reflexão.

4.9.2.Entendendo o sistema linguístico


Segundo Whorf, (1897-1941) todos se organizam e interagem com o
mundo de uma forma particular, devido ao sistema linguístico que
temos internalizado em nossas mentes.

4.9.3.A partir dessa afirmação, algumas considerações podem ser feitas:


1. Um sistema linguístico particular, provavelmente, afecta o meio, pelos
quais vários estímulos são percebidos e os problemas resolvidos;
2. O nível de aquisição de um sistema linguístico interfere na maneira pela
qual são fornecidos os estímulos e resolvidos os problemas;
3. A ausência ou desvio de um sistema linguístico afecta seriamente a
realização de tarefas cognitivas.
4.9.4.A influência dos aspectos culturais
Nesta forma, ele concebe que a proposta da mediação da percepção
pela linguagem a qual reflete, por sua vez, aspectos culturais. Configura
uma posição já considerada clássica e, nesse sentido faz referência,
dentre outros a estudos decorrentes da chamada hipótese Sapir-Whorf,
para a qual ocorre uma determinação linguística sobre a percepção.
Com relação ao desenvolvimento, O grande papel desempenhado na
percepção da criança pela linguagem e constitui um dos fatos mais
importantes da Psicologia actual.
A natureza Biosócio-cultural da acção, e, portanto, da percepção,
implicaria na participação da linguagem, na constituição tanto de uma
como de outra (Luria, 1976)

58
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A linguagem é um sistema complexo de códigos, formado no decorrer


da história socio-cultural de uma comunidade linguística, que designa
objectos, características, ações ou relações, possuindo a função de
transmitir informações(Luria, 1987).
Resultante dessa história, a linguagem transforma-se em um
instrumento importante ao conhecimento humano, pois é a partir da
linguagem que o homem pode “separar o limite da experiência
sensorial, individualizar as categorias dos fenômenos, formularem
determinadas generalizações ou categorias. Pode-se dizer que, sem o
trabalho e a linguagem, no homem não se teria formado o pensamento
abstrato ‘categorial”(Luria, 1987).
Desta forma, a linguagem para ele é o Instrumento mais importante no
desenvolvimento e formação dos processos cognitivos e da consciência
humana.
Segundo ele, a palavra não somente pode substituir o objeto e designar
a acção, a qualidade ou a relação, mas também tem o poder de analisar
os objetos, de generalizá-los.
Complementando sua posição, Luria (1987) afirma que “as origens do
pensamento abstrato e do comportamento. Em que provocam um salto
do sensorial ao racional, devem ser buscadas nem dentro da
consciência nem dentro do cérebro, mas sim fora, nas formas sociais da
experiência histórica do homem”.

4.9.6.História da comunicação, origem e evolução da linguagem


Tente imaginar como o homem primitivo fazia quando queria se
comunicar e contar sobre como caçar determinada presa, por exemplo?
Tudo o que sabemos pela cultura (livros, filmes etc) é que ele emitia
grunhidos, gritava e gesticulava.
Juan Bordenave, comunicólogo paraguaio, “O que é Comunicação” que
até os dias de hoje estudiosos ainda não chegaram a uma conclusão a
respeito da comunicação entre os homens primitivos. Não se sabe se
eles “começaram a se comunicar entre si, se por gritos ou grunhidos,
por gestos, ou pela combinação desses elementos.”
Apesar disso, conseguiram associar gestos e sons para designar um
objeto ou a uma determinada ação, surgindo assim o “signo” e a
“significação”, que é o uso social dos signos linguísticos.
Conforme o homem foi inventando signos surgiu a necessidade de que
houvesse um processo de organização para combiná-los entre si, uma
vez que, se usados de forma desordenada, a comunicação se tornaria
difícil. para Bordenare, essa combinação foi que deu origem à
linguagem.

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Os signos são estudados pela Semiótica, que não se atém somente ao


campo verbal, como a linguística. A Semiótica os expande a qualquer
sistema de signos, como cinema, moda, religião, fotografia, música,
artes e outros. (https://www.educamundo.com.br/blog/comunicacao-
linguagem-curso-online, 2017)

4.9.7.Comunicação e linguagem
Vamos tentar, de forma bem simples, explicar a diferença
entre comunicação e linguagem. Na comunicação há uma mensagem,
enviada por um emissor a um receptor. Esse envio de informações pode
ser feito de várias maneiras: por meio da voz, de uma carta, de um
email, de expressões faciais, do olhar ou de gestos, dentre outras.
Para fazer a mensagem chegar ao destinatário, se utiliza a linguagem –
falada, escrita, gestual, corporal. O tipo de linguagem utilizada
caracterizará o tipo de comunicação – verbal ou não-verbal.

Fig 24. Comunicação e linguagem

Fonte: https://www.educamundo.com.br/blog/comunicacao-linguagem-curso-online

4.9.8.Comunicação verbal e não-verbal


Outro tópico que faz parte de um curso de linguagem diz respeito a
como a comunicação se classifica de acordo com o seu tipo, definido
pelo tipo de linguagem utilizada: escrita, falada, corporal, sinais etc.
Veja:
Comunicação verbal: quando a informação é passada ou trocada por
meio de linguagem escrita ou falada. A comunicação verbal escrita foi
um grande marco na história da humanidade.
Até então a informação e o conhecimento eram passados de forma oral,
e não havia como evoluir, uma vez que dependia da memória humana,
que não tinha como acumular tudo que recebia.
Com a escrita desenvolvida, passou a existir uma forma extracorpórea
de memória, assim como o registro de saberes e informações. Limites

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espaço-temporais foram ultrapassados na transmissão de


conhecimento e a evolução intelectual do homem foi viabilizada, pois
com a possibilidade de registro, a memória humana passou a ser livre
para ir atrás de conhecimentos novos.
Comunicação não-verbal: se caracteriza por todas as manifestações do
comportamento humano que não envolvem a linguagem falada ou
escrita, ou que estão implícitas nesse tipo de linguagem (entonação,
variações da voz etc). São exemplos de comunicação não-verbal:
expressões faciais, gestos, orientações do corpo, organização de
objectos em um espaço, sinalizações, signos gráficos e outros.

4.9.9.Campos de estudo da comunicação não-verbal


✓ Proxêmica: tem relação com ambiente e espaço que cada pessoa
estabelece de forma espontânea no meio social para fins de
comunicação, a forma como as pessoas ocupam ou evitam ocupar
determinados espaços em que estão inseridas.
✓ Exemplo: no balcão de um bar há uma pessoa sentada e três bancos
disponíveis, com as opções de sentar ao lado, pular um banco ou pular
dois bancos.
Dificilmente alguém senta ao lado de quem não conhece, mas pular
apenas um banco ou pular dois bancos diz muito sobre a mensagem
que a pessoa está passando.
✓ Paralinguagem: se relaciona às manifestações sonoras e a como elas
influenciam nos significados de um discurso.
Pausas, intensidade, volume, velocidade, entonação, as hesitações, os
“vícios” da fala e outras características estão relacionadas a esse
fenômeno, que é o responsável pela revelação de vestígios emocionais.
✓ Cinésia: trata da linguagem corporal, estudando os movimentos do
corpo, as expressões faciais, os gestos que as pessoas fazem com as
mãos, movimentos de pernas e braços, e outros.
✓ Tacêsica: está relacionada ao “tocar”, a forma como a pessoa abraça, dá
um aperto de mão e qualquer outro toque vindo de uma saudação, por
exemplo. O toque também ocorre para fazer notar a presença de outra
pessoa, para chamar a atenção ou confortar.
O contato físico não é em si algo emocional, mas sim as alterações que
ele provoca por meio de seus elementos sensoriais. Conforto,
segurança, afetividade e confiança são exemplos dessas alterções.

Ao abordar a comunicação verbal e não-verbal, um curso de


linguagem dá elementos importantes tanto para quem é da área de
educação quanto para quem é da área administrativa.

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Explicamos: a comunicação verbal é imprescindível para a educação,


enquanto que, nas organizações, além da necessidade óbvia da verbal, a
não-verbal tem um papel importante. Líderes, por exemplo, além de
credibilidade, devem passar confiança e segurança a seus
colaboradores.
Portanto, tanto a segurança em sua voz quanto o seu gestual devem
casar com o seu discurso, caso contrário, sua confiabilidade pode ser
afectada.
4.9.10.Linguística e comunicação
A linguística é tema indispensável em qualquer curso linguagem e
comunicação e compõe a grade curricular de vários cursos a distância,
sejam livres, técnicos ou de graduação.
Sua aplicação é voltada ao estudo de todos os aspectos da manifestação
das línguas humanas – palavras, frases, discurso, texto, os sons da fala,
a evolução da língua através do tempo, a fala dos diferentes grupos
sociais, a aquisição da linguagem pelos bebês, os dialetos e
regionalismos e tudo que diz respeito à comunicação verbal.
Tem como objeto de estudo a língua e as linguagens utilizadas para a
comunicação, como a linguagem coloquial, a norma culta, os dialetos e
qualquer outro tipo de variação linguística. Há que se ter atenção
especial e não confundir Linguagem, Língua e Línguística, pois são coisas
diferentes:
✓ Linguagem: sistema de signos, pelos quais dois ou mais indivíduos se
comunicam entre si, transmitindo e recebendo informações;
✓ Língua: é um sistema de linguagem e comunicação de um povo ou país,
que possibilita a expressão de pensamentos, vontades etc;
✓ Linguística: é a ciência que estuda a linguagem humana, sob a
perspectiva da comunicação oral e escrita.
É importante saber que a linguística não é o estudo tradicional da
gramática, ela observa e analisa a língua em uso e procura explicar os
padrões sonoros, lexicais e gramaticais que estão sendo utilizados.

4.9.11.Divisão da Linguística
A Linguística se divide em vários campos de estudo, de acordo com os
aspectos que ela observa, analisa e estuda. Considerando o seu aspecto
temporal, ela se divide em dois grandes grupos:
- Sincrônica: é voltada à análise de fatos da língua de “determinado
grupo” em “determinado tempo”, sem referências a períodos
anteriores ou posteriores ao fato estudado.

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ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Pode analisar tanto fatos do passado quanto fatos do presente, mas isso
não é relevante nesta análise. O ponto-chave é não remeter a análise a
outros períodos de tempo.
- Diacrônica: observa, analisa e estuda a evolução das línguas e suas
alterações em fonética, morfologia, sintaxe ou semântica ao longo de
sua história. Um exemplo é o termo “vossa mercê”, que ganhou formas
coloquiais como voismecê, vossancê, chegou ao “você” e com a era
tecnológica e a comunicação pela internet chegou ao reduzido a “vc”.

4.9.12.personalidade e desenvolvimento humano


"A personalidade é a felicidade suprema?
Em todas as ocasiões possíveis usufrui-se apenas de si mesmo: se o
próprio eu não vale muito, então todos os prazeres são como vinhos
excelentes em boca azedada com fel".
Personalidade é uma palavra que tem origem latina "persona", que
quer dizer máscaras utilizadas pelos atores em uma representação
teatral. Refere-se também aos papéis representados pelas pessoas em
uma sociedade, referindo-se à aparência externa, as atitudes ou
comportamentos que as caracterizam em determinadas situações.
A formação da personalidade se dá a partir emoção, é através da
emoção que se começa o contacto interpessoal entre os grupos de
pessoas.
O ser humano mesmo sendo um ser racional, pode sofrer algumas
influências nos grupos onde vivem em sociedade, e a emoção é o ponto
de partida para o estudo. Wallon diz que só existe a razão porque existe
a emoção, são diferentes, mas um complementa o outro, Dantas
resume isso com uma frase interessante: A razão nasce da emoção e
vive da sua morte.
Então se pode perceber a partir daí como o comportamento de uma
pessoa pode afectar o outro, se as emoções determinam o foco de
interesse então elas também determinam o rumo das acções que
determinado indivíduo vai tomar.
Sendo assim, o comportamento humano distingue-se dos processos
fisiológicos pelo fato de que é mais ou menos personalizado, ou seja,
apresenta-se como a resposta global e significativa de um indivíduo a
uma situação que para ele tem determinado sentido, assim podemos
definir a psicologia humana, como a ciência da pessoa que se comporta
no mundo ou como o estudo da conduta.

A personalidade é um elemento estável da conduta humana, sua forma


habitual de ser, é em última análise aquilo que a diferencia das demais

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pessoas. Cada homem é concomitantemente, parecido com os outros


indivíduos do grupo onde está inserido, o que o diferencia é o carácter
único de suas experiências vividas, ou seja, a sua "bagagem" de
aprendizado original.
Sabe-se que além de serem membros de vários grupos que influenciam
o comportamento dentro de uma organização, os empregados também
são indivíduos únicos em si e suas necessidades individuais,
experiências, valores e atitudes fazem com que se conduzam
diferentemente.
É no trabalho que o homem tem a chance de mostrar a diferença
através de sua capacidade de criar, inovar e dar sentido as coisas ao seu
redor. Freud coloca que "somos controlados por forças internas
desconhecidas", e essas forças nada mais é do que a emoção dando
caminho para a razão agir sobre a circunstância do momento, onde o
indivíduo age em razão daquilo que acha certo ou errado.
Então a personalidade serve para adaptação dos indivíduos, serve para
sua defesa, protegendo a sua identidade das agressões do meio onde
está inserido, pois o meio interfere sempre com as diferentes culturas
os diferentes tipos de vivências e experiencias, tudo pode interferir
nessa personalidade durante as fases de desenvolvimento e maturação
do indivíduo e este processo vai até o fim da vida.
Existem também os chamados transtornos da personalidade quando
um padrão persistente de vivência íntima ou comportamento se desvia
acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo, tornando-se
generalizado e inflexível, tendo início na adolescência ou no começo da
idade adulta, podendo ser estável ao longo do tempo e provocando
muito sofrimento ou até "prejuízos".

4.9.13. Comunicação e relacionamento interpessoal


Quando se fala em comunicação logo se pensa: refere-se à fala,
propriamente dita, aos métodos de conversação, as representações de
sinais e aos meios que a imprensa encontra de levar informações a
todos da sociedade. Mas não implica somente nisto, vai mais além
destas simples respostas.

Sendo o homem um ser relacional, como que acontecem estas trocas de


informação entre os indivíduos inseridos nos grupos sociais? Sendo a
comunicação a troca de informações entre as pessoas então comunicar
representa compartilhar, dividir, tornar comum a todos, trazer ao
conhecimento de todos, alguma coisa que antes apenas alguns
conheciam.

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ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Dentro do processo de comunicar-se existem os chamados ruídos de


comunicação que são as interferências ou barreiras que podem
atrapalhar o processo e que poderá trazer falhas ou até prejuízos para a
organização.
Um feedback eficaz ajuda o indivíduo ou grupo a melhorar seu
desempenho e assim alcançar seus objectivos. E quais são os tipos de
comunicação?
Apresenta-se algumas formas: A comunicação escrita, a verbal, a não
verbal, e a electrónica.

Trata-se aqui da comunicação empresarial, a qual é direccionada aos


funcionários e colaboradores da empresa também chamada de
comunicação interna.
Na comunicação externa relacionam-se aos clientes, consumidores,
fornecedores, o governo, as escolas, em fim a sociedade. E tem ainda a
chamada assessoria de imprensa, que cuida do fluxo de informações
que é levada para mídia e forma-se ai o relacionamento com os
jornalistas, o público que são formadores de opinião.
A comunicação e o relacionamento interpessoal são duas ferramentas
muito importantes, pois para realizar objectivos pessoais e profissionais
precisa-se de pessoas. Necessita-se que pessoas acreditem no sonho de
cada um e participem dele para que o mesmo possa ser concretizado.
Assim, são necessárias palavras certas que sejam ditas de forma
adequada. Quanta vez presencia-se problemas de relacionamento
interpessoal por falta de comunicação assertiva.

A comunicação humana é uma ferramenta para construir


relacionamentos. Ela oferece a possibilidade de gerar conhecimento,
entendimento, aceitação, comprometimento e acção. A comunicação é
fundamental para o ser humano conhecer pessoas, descobrir caminhos
e oportunidades de troca e crescimento.

A comunicação entre pessoas acontece mais ou menos assim: uma


pessoa emite uma mensagem, a outra recebe a mensagem, a processa
em sua mente de acordo com suas crenças e emite o resultado deste
processamento como retorno para a primeira pessoa,

4.9.13. Comunicação e relacionamento interpessoal, mas organizações


É certo que uma boa administração depende de uma boa comunicação
e se os colaboradores de uma empresa tiverem a frente uma pessoa
que saiba se comunicar e tenha um bom relacionamento com os

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ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

demais, com certeza esta empresa só terá a ganhar em produtividade,


pois pessoas estimuladas, ouvidas e respeitadas produzem mais e
melhor.
Com tudo isso, entende-se por um bom gestor aquele que sabe
respeitar os limites dos outros e comunica-se de forma clara e coerente
além das diferenças.

Com o passar dos anos, com o avanço das tecnologias, com o mundo
virtual entrando cada vez mais nos lares domésticos, a impessoalidade,
o corpo a corpo vem acabando, é troca de emails, sites de
relacionamento, amizades virtuais, e o mais importante que é a
presença o contacto já está caindo, ou já caiu totalmente da moda.
Vivemos em tempos em que a aceleração da sociedade moderna
reinventou as formas dos relacionamentos interpessoais fazendo da
distância física apenas um detalhe, às vezes esta distância é até
esquecida e pensa-se que se está lado a lado. Porém esta
instantaneidade de contactos, lugares e pessoas, só acontece porque
existe uma ferramenta tecnológica intermediando e gerenciando estas
relações.

De um lado a Flexibilidade, de um mundo chamado on-line, de outro


lado a parte vazia da impessoalidade, que acaba por tornar tudo
mecânico. Analisando mais a fundo o mundo corporativo deve-se
pensar em alguns pontos primordiais desse processo, onde no processo
do online, assim dizendo, diz respeito à eficiência organizacional, o qual
não sobrevive mais às deficiências do processo, nem à falta de
qualidade dos produtos e serviços e ao desequilíbrio da sinergia
produtiva do capital humano.
O foco tem que ser comunicação e não os meios de comunicação, pois
para que haja qualquer tipo de comunicação tem que haver primeiro o
homem o qual é o ser mais importante dentro da organização.
4.9.14.Categorização como processo cognitivo
Categorizar coisas é inerente aos seres humanos desde os primeiros
momentos de vida, porque o cérebro dá forma às estruturas que
espelham o ambiente externo em uma forma categorial.
Nota-se que toda esta classificação vem de nossa interação com nosso
ambiente. Se nós não interagirmos com o ambiente, nós não teremos o
que classificar; o ambiente influencia muito no modo como nós
categorizamos a informação. Assim, dependendo do ambiente em que
estamos, as categorias podem mudar para refletir o ponto de vista de
uma informação, em determinado contexto.

66
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Não existe nada mais básico do que a categorização para o nosso


pensamento, nossa percepção, ação e fala. Todas as vezes que vemos
alguma coisa como um tipo de coisa, ou como parte de alguma coisa,
nós estamos categorizando.
Isto ocorre principalmente pelas características oriundas das
similaridades e diferenças existentes entre conceitos, dentro de
determinado contexto. A elaboração de categorias geralmente é
referida como uma metodologia na qual conceitos formam novas
categorias pelas características inerentes a eles próprios.
A categorização como processo cognitivo é uma alternativa de
estruturar a informação, pois ela procura refletir a organização da
estrutura informacional de uma pessoa sobre determinado assunto.
Essas estruturas do conhecimento são representações da organização
das idéias na nossa memória semântica.
Cada estrutura de conhecimento existe como objeto, idéia ou evento e,
também, como um grupo de atributos, o qual é ligado a outra estrutura
do conhecimento. À medida que aprendemos, apreendemos novas
estruturas e ligações, adicionando informações às estruturas existentes,
ou alterando essas estruturas através do processo de reestruturação.
Define como uma rede de conceitos inter-relacionados. Os processos
cognitivos são atividades mentais como o pensamento, a imaginação, a
lembrança e a solução de problemas.
4.9.15.As funções da categorização do ponto de vista cognitivo são:
a) Classificar, que é a função que permite que a mente faça contato com o
mundo;
b) Dar apoio a explanações e assegurar prognóstico em relação ao futuro,
o qual pode ser utilizado para selecionar planos e ações;
c) Dar sustentação à mente, pois não há necessidade de armazenar todos
os fatos e suas possibilidades, se as inferências podem ser derivadas de
informações já armazenadas.
4.9.16.Modelos cognitivos de categorização
O desafio básico da ciência cognitiva é tentar entender e esclarecer
como o homem representa mentalmente o mundo geral e o específico
que o cercam e que estruturas da mente possibilitam as atividades
cognitivas.
Considerando-se que a cognição apresenta-se sob a forma de
representações (conhecimentos estabilizados na memória e suas
interpretações) e processamento das informações (processos Virados
para a compreensão e a acção), é necessário distinguir, dentro do
processo cognitivo, o que é provisório e o que é permanente.

67
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Geralmente, os cientistas cognitivos que pesquisam sobre conceitos


estão preocupados com três questões: como os conceitos são
representados, como nós classificamos os exemplos pertencentes a um
conceito, e como nós elaboramos os conceitos em nossa mente. Mas,
os cientistas cognitivistas não foram os primeiros a se preocupar com
essas questões.
Nota-se que este problema tem uma tradição filosófica. Desde a época
de Platão e de Aristóteles, a natureza dos conceitos, em suas
representações, como nós reconhecemos os exemplos de conceitos
específicos e como nós interpretamos os conceitos, são questões entre
as mais estudadas na filosofia.
Esta visão, em que os conceitos eram constituídos por um ou mais
elementos presentes em todos os objetos, e em que os conceitos são
definidos por um conjunto de características necessárias e suficientes
para descrevê-los, é considerada, dentro da psicologia cognitiva, por
alguns autores, como uma espécie de conceitualismo, chamado de
modelo clássico por.
Alguma variante desta posição clássica foi amplamente sustentada até
meados do século XX, quando esta concepção de categorização teve
repercussão na psicologia, através de estudos pioneiros, desde os anos
20, culminando na proposta de outros três modelos:
✓ Modelo probabilístico, que usa a representação descritiva incorporando
probabilidades que os membros tenham uma característica em
particular;
✓ Modelo exemplar, que usa descrições das formas típicas dos membros;
e
✓ Modelo de protótipo, em que, basicamente, alguns elementos são
considerados melhores representantes de uma categoria do que de
outra.
Mostra-se, também, que a maioria das categorias não pode ser definida
por uma mera lista das propriedades compartilhadas por todos os
elementos.
4.9.17. O sujeito e as inovações tecnológicas
O desenvolvimento de novas tecnologias disparou nos últimos
anos e esses avanços têm desempenhado um papel significativo no
avanço do campo da psicologia, e a própria psicologia tem utilizado uma
série de tecnologias no seu campo de actuação.

Temos a seguinte realidade: quando pequenos grupos de


pessoas interagem uns com os outros em tempo real, usando tipos
diferentes de meios de comunicação (por exemplo, telefones,

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ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

computadores e videoconferência), os processos que se desenrolam


durante a interacção face a face são combinados por vários factores
únicos para a mediação.

Um exemplo evidente de investigação sobre este tipo de


comunicação é a comunicação mediada por computador, em que dois
indivíduos contam com a tecnologia baseada em computador para
realizar uma interacção.

Variadas são as preocupações, nos últimos 20 anos, com o fato


de que as revoluções das tecnologias da informação resultem na
potenciação do “ensimesmamento” do homem, isto é, na sua
introspecção individualista e egoísta. Uma vez que os recursos
tecnológicos de comunicação e informação estejam ao seu dispor, é
natural que esse tipo de preocupação e especulação sociológica venha à
tona.
Assim, os indivíduos tenderiam, crescentemente, ao isolamento
doméstico. Até as necessidades afetivas poderiam, como em grande
parte podem, ser atendidas virtualmente.
Uma pergunta que deve ser corriqueira na atualidade é sobre
como a mídia social afetará as relações e as interações das pessoas na
sociedade. O que já é real é que há uma diminuição visível dessas
interações face a face por causa do advento e popularização das mídias
sociais na última década.
4.9.18.A atuação dos meios de comunicação
Como podemos entender os meios de comunicação de massa a
partir de uma definição? A comunicação de massa tem sido tipicamente
entendida como organização, por exemplo, jornais, empresas de
produção cinematográfica ou estúdios de televisão, que utilizam uma
tecnologia de média para distribuir informação para grandes audiências.

Com essa nova era digital e tecnológica que todos estamos


vivendo, o contraste entre as grandes organizações e grandes
audiências foi descaracterizado, já que agora se tornou possível
qualquer pessoa produzir uma “notícia” e “postar na net”, onde
milhares de pessoas irão visualizar.

As tecnologias de comunicação de massa mudaram a forma


como pensamos sobre comunicação em geral, considerando o diálogo,
a divulgação e combinação de ideias entre duas ou mais pessoas.

69
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Do ponto de vista dos processos psicológicos, uma maneira de


se aproximar de comunicação de massa é como uma combinação de
face a face e interações interpessoais mediadas.

Os meios de comunicação vivem hoje um senso de


responsabilidade social norteados por uma ética que orienta
praticamente todas as suas ações, seja na mídia ou outras organizações,
exercendo importância comum para com o ambiente, a sociedade, a
cultura e a economia.
Os meios de comunicação mostram uma preocupação muito
grande em promover discussões em relação aos aspectos ambientais e
socioculturais, até em relação à economia, à política, aos movimentos
sociais, que por causa da globalização e da informatização buscam a
diversificação em suas atuações, assim como a política, a economia etc.

Como a mídia social afetará a interação em nossa sociedade?


Desde o advento e popularização das medias sociais na última década,
ainda não há pesquisas, mas não há provas para apoiar as alegações de
que a mídia social esteja de fato prejudicando a capacidade das pessoas
de interagir com competência em um ambiente sem utilização de
alguma mídia, ao mesmo tempo temos pessoas com relacionamentos
muito fortes no mundo real utilizando as mídias sociais como um local
adicional para interagir com outras pessoas que fazem parte do seu
convívio.

São pessoas extrovertidas que querem usar a mídia social como


uma saída extra para interagir com amigos da escola, do trabalho e
também da família.

A teoria da responsabilidade social dos meios de comunicação


mudou a maneira da imprensa efectuar a publicação de notícias a partir
de informações objectivas obtidas na interpretação do que é produzido.
Antes desta teoria se fazer valer, os fatos eram apresentados sem
nenhuma interpretação.

O receptor é que fazia suas próprias interpretações, à sua


maneira. Essa situação evolui porque, como se vê, temos aí o problema
de interpretação que não foi baseada na realidade.
É aí que entra uma nova dinâmica de comunicação
interpretativa, e o jornalismo investigativo entra em ação quando passa

70
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

a buscar, através de uma séria investigação, a realidade por trás de cada


caso.

É muito difícil um mesmo meio de comunicação de massa ter


unanimidade junto aos receptores, pois há muita seletividade e a
reação ocorre de diferentes formas através de sua própria experiência e
orientação de acordo com a mídia de massa. Algumas dessas mídias
são: revistas, Televisão, jornais, internet.

Devido às infinitas variedades de meios de comunicação que


temos hoje, existem grandes limitações que parecem ter um impacto
impressionante na dinâmica de comunicação.
A maior limitação dos meios de comunicação é a competição.
Soa estranho, pois é a competição que os mantêm criativos, atentos e
na incessante busca de renovação, mas, como vimos anteriormente, a
reação do receptor nem sempre é previsível.

FIGURA 25. - Manipulando a informação

FONTE: <http://www.efdeportes.com/efd163/los-.htm>. Acesso em: 1 fevl. 2023.


Cada meio de comunicação de massa quer ser o único a atingir o
público, aumentando a concorrência. Como exemplo temos a
transmissão dos jogos de futebol. Há empresas que compram o horário
de transmissão porque, a partir de pesquisas de mercado, identificam o
público receptor daquele programa e querem vender seu produto para
esse público.
É praticamente uma via de mão dupla: os meios de comunicação
precisam das empresas e as empresas precisam dos meios de
comunicação, e ambos miram no público receptor. É a opção de
escolha.

71
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Já virou senso comum que na atualidade cada vez mais esportes,


equipes, organizações não governamentais estão lançando programas
de mídia social, participando e interagindo nas redes e mídias sociais.
Por que está acontecendo isso? Qual a importância?
✓ Primeiro: os admiradores do esporte, do esportista, mudaram os seus
hábitos e estão migrando para as mídias e plataformas sociais, sem
deixar a TV, a mídia impressa.
✓ Segundo: criaram-se possibilidades de maior interação entre
fã/admirador com o esportista, com o time.
✓ Terceiro: a valorização do esportista caminha com sua “entrada” nas
mídias sociais: quantos seguidores, quantos twits, quantas curtidas,
quantos compartilhamentos etc.
✓ Quarto: as mídias sociais servem para reforçar uma marca.
As mídias sociais, de alguma forma, motivam a participação em alguma
instituição como forma de ajudar outras pessoas.
Parece óbvio, mas somente a criação de uma página com fãs no
Facebook ou conta no Twitter, sem uma compreensão das regras de
engajamento social, não garante os itens acima elencados. Pode
acontecer o inverso: pode resultar em oportunidades perdidas, pode
provocar um isolamento no mundo digital, diminuindo as relações no
mundo real.

Figura 26. - Mundo real?

FONTE: <http://suzyanearaujo.blogspot.com.br/2011/10/interpretando-charges.html>. Acesso


em: 1 fev. 2023.
Já passou o tempo em que se discutia qual veículo era mais importante
no mundo das comunicações: se a média social ou se o espaço do
anúncio de televisão no horário nobre.

72
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Todos os meios são importantes, porque atingem um determinado


público ou pela importância, por exemplo, de algo veiculado na TV,
independentemente da audiência, vai ser transportado voluntariamente
para redes de média social que têm a capacidade de envolver os fãs
para além do dia do jogo, do evento, da entrevista, ou seja, em tempo
real.

73
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

4.9.21.Exercicios de auto avaliação


Parte 1
Responda as questões que se seguem com clareza :
1-O que é A comunicação?

2.Apresente quatro diferentes categorias de comunicação e descreva-


as?

3- Conceitue a linguagem?

4- em o que consiste o processo de evolução da linguagem?

5- Vygotsky apontou três propriedades da fala interior quais são?

6.Qual e o impacto da linguagem do desenvolvimento mental?

7-Considerando o seu aspecto temporal, ela se divide em dois grandes


grupos quais são ?

8.O que é personalidade?

9. O que é a comunicação humana ?

10. Quais são as funções da categorização do ponto de vista cognitivo


são?

Parte 2
Marque apção correcta
1.É um uso da linguagem por meio de palavras escritas ou faladas.
A. Linguagem verbal.
B. Liguangem de sinais
C. Linguagem não-verbal
D. Linguagem mista ou híbrida

2.É o tipo de linguagem que não contém palavras, mas possui recursos
visuais. Os exemplos, seriam: imagens, placas, linguagem corporal,
desenhos, gesto
A. Linguagem verbal

74
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

B. Liguangem de sinais
C. Linguagem não-verbal
D. Linguagem mista ou híbrida
3.Quando comunicamos intencionalmente para influenciar, entramos
no domínio da, por exemplo, na publicidade e propaganda,
A. Comunicação popular
B. Comunicação persuasiva
C. Comunicação informativa
D. Comunicação de entretenimento

4.Quando informar é o objectivo principal, circunscrevemo-nos ao


domínio da, normalmente patente no jornalismo.
A. Comunicação popular
B. Comunicação persuasiva
C. Comunicação informativa,
D. Comunicação de entretenimento

5.Quando entreter é o objectivo principal da mensagem.


A. Comunicação popular
B. Comunicação persuasiva
C. Comunicação informativa,
D. Comunicação de entretenimento

6.Quando comunicamos as tradições da nossa cultura, por exemplo,


através da música, do folclore ou do artesanato,
A. Comunicação popular
B. Comunicação persuasiva
C. Comunicação informativa,
D. Comunicação de entretenimento

7.Sobre os Factores que influenciam a comunicação: às experiências


anteriores que muitas vezes a mesma mensagem significa coisas
diferentes para os diferentes receptores. Imagine-se que uma árvore cai
no meio da floresta. O ruído que a queda provoca só será um som se
houver percepção do mesmo. De outra forma, é apenas uma onda
sonora.
A. Comunicação como meio
B. Comunicação e percepção
C. Comunicação como expectativa
D. Comunicação como envolvimento

75
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

8. Sobre os Factores que influenciam a comunicação: A comunicação


mais poderosa é aquela que vai ao encontro do esperado pelo receptor.
A mente humana procura ajustar impressões e estímulos a um sistema
de esperanças resistente à mudança. É por esta razão que as
campanhas eleitorais se destinam mais a reforçar as convicções de
quem já está convencido e a fazer decidir os indecisos do que a mudar o
sentido de voto de quem já decidiu.
a) Comunicação e percepção
b) Comunicação como expectativa
c) Comunicação como envolvimento

9.Sobre os Factores que influenciam a comunicação: Um acto


comunicacional só é eficazmente desenvolvido quando o emissor
obtém a entrega do receptor. A motivação do receptor pode ser
despertada de várias maneiras: corresponder às expectativas do
receptor; e ir ao encontro dos valores, propósitos e aspirações do
receptor.
a) Comunicação e percepção
b) Comunicação como expectativa
c) Comunicação como envolvimento

10.Sobre as formas de comunicação humana: Comunicação de alguém


consigo mesmo, usando, por exemplo, frases introspectivas e formas de
pensamento automático;
a) Intrapessoal
b) Interpessoal
c) Grupal

11. Sobre as formas de comunicação humana: Comunicação entre dois


indivíduos, comunicação dentro de um pequeno grupo não formal de
indivíduos ou entre pequenos grupos informais de indivíduos, servindo,
por exemplo, para criar e sustentar relações pessoais;
a) Intrapessoal
b) Interpessoal
c) Grupal
12.Sobre as formas de comunicação humana: Comunicação no seio de
grupos "formais"de médiaou grande dimensão;
a) Intrapessoal
b) Interpessoal
c) Grupal

76
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

13. .Sobre as formas de comunicação humana: Comunicação


desenvolvida no seio de organizações, como as empresas, e destas para
o exterior;
a) Social
b) Extra pessoal
c) Organizacional

14. .Sobre as formas de comunicação humana: Comunicação


desenvolvida para grupos heterogéneos e grandes de pessoas, também
denominada de difusão, comunicação colectiva ou comunicação de
massas (mass communication).
a) Social
b) Extra pessoal
c) Organizacional

15. Sobre as formas de comunicação humana: Comunicação


desenvolvida com animais, com máquinas e, crêem algumas pessoas,
com espíritos, extraterrestres e outras entidades das quais não existe
prova física (nem evidência de comunicação).
a) Social
b) Extra pessoal
c) Organizacional

16.Sobre as barreiras que impedem a comunicação: como um obstáculo


entre dois interlocutores que os impede de dialogar;
a) Físicas
b) Culturais
c) Pessoais
d) Psicossociais
17.Sobre as barreiras que impedem a comunicação: como o
desconhecimento do código de comunicação dentro de uma cultura
(saber uma língua, por exemplo, nem sempre é garantia suficiente para
bem se interpretar uma mensagem);
a) Físicas
a) Culturais
b) Pessoais
c) Psicossociais
18.Sobre as barreiras que impedem a comunicação: como a maneira de
estar, de ser e de agir de cada sujeito envolvido na relação de
comunicação, as capacidades ou deficiências físicas pessoais que
facultam ou dificultam a comunicação, etc.;

77
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

a) Físicas
b) Culturais
c) Pessoais
d) Psicossociais

5. UNIDADE TEMATICA: 3

5.1.Comportamento social, Cognição social afecto, Interacção e influênciasocial,


Teorias da Personalidade e processos de socialização.

Objectivos Especificos
• Descrever o comportamento Social, influencia social, cognição e
afecto.
• Conhecer as principais Teorias da Personalidade e processos de
socialização.

5.2.Desenvolvimento cultural e situação social de desenvolvimento


Consideramos a criança como um ser social que se transforma em
individual em um processo histórico, dialético e discursivo.
Esse ser individual, que é social, torna-se humano, singular, no
processo de desenvolver-se culturalmente, na relação com outros
humanos em um percurso que não é linear nem progressivo.

78
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Para ser desenvolvimento, algo de novo necessita surgir, havendo uma


metamorfose cultural, o que não está dado pelo nascimento. Nesse
processo, o biológico e o cultural se unificam. Assim,
O desenvolvimento da criança é um processo de constituição e
surgimento do homem, da personalidade humana, que se forma por
meio do ininterrupto aparecimento de novas particularidades, novas
qualidades, novos traços, novas formações que são preparados no curso
precedente de desenvolvimento e não estão presentes, já prontas, em
tamanhos reduzidos e tímidos, nos degraus anteriores.
A análise do desenvolvimento infantil em unidades pressupõe que, para
além de ser descritiva dos sintomas (características externas do
desenvolvimento), seja explicativa, isto é, “ao interpretarmos os
sintomas, contrapondo-os, temos que chegar aos processos de
desenvolvimento Portanto, estudamos o desenvolvimento cultural de
bebês e crianças pequenas por meio do método da unidade de análise
desse desenvolvimento, de maneira global, analítica, genética
contrastiva, no sentido de estudar os processos de desenvolvimento
que subjazem às diferentes idades, permitindo-nos esclarecer o
caminho que uma criança percorre de uma etapa a outra.
que os provocam”
“uma compreensão dialética e holística requer uma lógica de análise
por unidades e suas relações intrínsecas com o todo, ao invés de uma
lógica das interações mecânicas entre elementos.”.
Tal compreensão está na base do argumento vigotskiano de que as
funções psicológicas superiores, de origem cultural, produtos do
desenvolvimento histórico do ser humano, não aparecem nas relações
sociais, mas como relações sociais.
Portanto, “o que é internalizado das relações sociais não são as relações
materiais, mas a significação que elas têm para as pessoas”, Vigotski
estabelece uma relação de equivalência, não de identidade, entre as
relações sociais enquanto estruturas da sociedade e as relações sociais
enquanto estrutura social da personalidade.
É uma diferença não de natureza, mas de modo de operar segundo se
trate de relações da pessoa no mundo público, interpessoal, ou no
mundo privado, pessoal.
É possível compreender que, se essas funções aparecem como relações
sociais, transformações ocorrem nas relações entre as funções
psicológicas superiores. Portanto, o processo de desenvolvimento
significa não somente o surgimento de resultados qualitativamente
novos, mas uma nova estrutura de funções que indica uma
reorganização sistêmica.

79
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Entretanto, do ponto de vista da Teoria Histórico-Cultural, o


desenvolvimento só poderá acontecer em situação social de
desenvolvimento, quando as Funções Psicológicas Superiores (memória
lógica ou artificial; atenção voluntária, fala, pensamento, imaginação
etc.) aparecem como relações sociais, propiciando a descrição e a
explicação de algo novo no desenvolvimento infantil.
Em outras palavras, as funções psicológicas superiores, inicialmente, são
relações sociais que se transformam em funções psicológicas.

5.3.Afeto/ cognição social situada/ culturas / linguagens


Compreendemos que o ponto de partida do desenvolvimento infantil
são as emoções, ou seja, as relações emocionais estabelecidas com a
situação social de desenvolvimento.
Defendemos, com base em que a construção da pessoa e do
conhecimento se iniciam no período afetivo ou emocional, quando “a
afetividade se reduz praticamente às manifestações fisiológicas da
emoção, que constitui, portanto, o ponto de partida do psiquismo” .
Assim, “este início do ser humano pelo estágio afectivo ou emocional,
que aliás corresponde tão bem à imperícia total e prolongada de sua
infância, orienta suas primeiras intuições para os outros e coloca em
primeiro plano, a sociabilidade” Constituindo o que chamamos de
especificamente humano.
Por meio das manifestações corporais das emoções, em situação social
e situada de desenvolvimento nos meios familiares e escolares,
constituímo-nos pessoas com possibilidades de pensar, falar e
compreender o mundo.
A a psicogênese da motricidade (motor é sempre sinônimo de
psicomotor) se confunde com a psicogênese da pessoa - “a razão nasce
da emoção e vive de sua morte” - e é esse paradoxo que constitui o ser
humano por meio da mudança “emocional em ativação intelectual” .
“A atividade emocional é complexa e paradoxal: ela é simultaneamente
social e biológica em sua natureza; realiza a transição entre o estado
orgânico do ser e a sua etapa cognitiva, racional, que só pode ser
atingida através da mediação cultural, isto é, social”
A consciência afectiva é a forma pela qual o psiquismo emerge da vida
orgânica: corresponde à sua primeira manifestação. Pelo vínculo
imediato que instaura com o ambiente social, ela garante o acesso ao
universo simbólico da cultura, elaborado e acumulado pelos homens ao
longo da sua história.
Dessa forma é ela que permitirá a tomada de posse dos instrumentos
com os quais trabalha a atividade cognitiva. Neste sentido, ela lhe dá

80
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

origem as manifestações corporais das emoções nos bebês e nas


crianças pequenas são o ponto de partida que contagia e enlaça as
pessoas, possibilitando-lhes o acesso ao universo simbólico da cultura.
Essa comunicação emocional relaciona-se com uma primeira formação
sistêmica da consciência humana em que o bebê percebe que um outro
cuida dele. Será na relação com as culturas, com as pessoas, que as
crianças e os bebês se diferenciarão e nos anos seguintes outras
funções, como memória, atenção, fala e pensamento, ganharão
predominância no desenvolvimento infantil, em convivência umas com
as outras, constituindo-se mutuamente.
O pensamento não nasce de si mesmo nem de outros pensamentos,
senão da esfera motivacional de nossa consciência, que abarca nossas
inclinações e nossas necessidades, nossos interesses e impulsos, nossos
afetos e emoções. Por detrás de cada pensamento há uma tendência
afetivo-volitiva.

5.4.O processo de influência social


Thompson, (1998) afirma que por meio das experiências e da
comunicação, os indivíduos, de maneira geral, interagem entre si e
formam sua comunidade, experienciam a vida em sociedade, constroem
e desenvolvem sentidos e significados para a realidade que vivenciam
(Tavares & Bocato, 2016).

Como guia de nossas acções, enquanto indivíduos, fazemos uso de


referenciais simbólicos que possuímos e/ou estão presentes no
contexto, bem como das noções de temporalidade e especialidade
histórico-culturais. A maneira que os indivíduos interpretam a situação
é um dos factores que influenciam o seu comportamento, além da
situação em si (Tavares & Bocato, 2016).

Sherif (1936) buscou identificar processos psicológicos básicos que


constituem a base para elaboração de normas sociais, e investigou
comportamentos de indivíduos para tentar compreender suas
consequências e possíveis modificações em contextos sociais. (Tavares
& Bocato, 2016)
Milgram (1963) e Moscovici (1976) também são considerados grandes
estudiosos da influência social dentro do campo da Psicologia Social.
Milgram (1963) tentou 18 investigar experimentalmente em laboratório
a obediência e os limites para o comportamento humano relativo a esta
acção. (Tavares & Bocato, 2016)

81
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Após um polémico experimento , ele concluiu que indivíduos comuns,


em condições particulares, podem ser capazes de actos cruéis e
questionáveis aplicáveis a outras pessoas. Moscovici (1976), por sua
vez, foi um pesquisador que defendeu amplamente que é possível haver
mudança social a partir da inovação que parte de uma minoria, ou seja,
a maioria do grupo pode mudar como resultado da influência da
manifestação de poucas pessoas, desde que esta seja uma minoria
consistente.
O princípio da reciprocidade é entendido como o acto de procurar
retribuir o que Um curioso aspecto do princípio da reciprocidade é que
ele acompanha um senso de obrigação que é propagado em todos os
que compartilham da mesma cultura, pois isso foi aprendido por meio
do processo de socialização.
Então iniciar com uma solicitação de algo que já se sabe não ser
possível, e então, quando for negado, fazer a proposição de algo menor,
geralmente a real intenção da interação (técnica “porta na cara”, que
cabe como uma variante do princípio da reciprocidade.
A técnica que faz com que haja uma suposta dificuldade em conseguir
algo, como fazer parecer que se tem muitos clientes, para que as
pessoas entendam que se é um profissional muito requisitado e assim
fará com que seja valorizado e com que atendam aos seus pedidos; a
técnica de insinuar parte de alguma coisa para suscitar a curiosidade
sobre o todo; e a técnica de deixar o alvo do pedido de bom humor
antes de efetuar a solicitação.
Outras estratégias que podem afectar o processo de influência incluem
o apelo para as emoções.
Tanto emoções positivas quanto negativas podem ser utilizadas, seja
fazer as pessoas se sentirem felizes associadas a aquisição de um
produto ou serviço, ou o ato de evitar uma emoção negativa, como o
medo de desastres naturais, caso não seja tomado alguma atitude.

Fig. 27. Processo de Socialização

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ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Fonte:https://blog.portaleducacao.com.br/ acesso em 20 de abril de 2023

Para Sigmund Freud (1856-1939) e a teoria psicanalítica, a criança se


transforma num ser autônomo quando aprende a equilibrar as
exigências do meio com seus próprios desejos inconscientes. A criança é
um ser exigente, com energias que não consegue controlar, devido à
sua condição de ser indefeso.
Conforme a criança aprende progressivamente a controlar seus
impulsos, ou suas pulsões, ela passa a adquirir consciência das
diferenças entre aquilo que consegue controlar e as respostas –
coercitivas – que recebe, ainda que outras pulsões continuem a existir
no seu inconsciente.
É, portanto, na relação com seus pais e mediante a repressão das
pulsões inconscientes que ela passa a tornar-se um ser autônomo.

Para o filósofo e sociólogo Georg Mead (1863-1931) e para a tradição


do interacionismo simbólico, a criança atinge o entendimento de que é
um agente distinto ao ver os outros se comportarem regularmente com
ela.

Nas brincadeiras, sobretudo naquelas em que começam a imitar os


adultos, as crianças passam, pouco a pouco, a aprender a “fazer o papel
do outro” – isto é, a aprender o que é estar na pele de outra pessoa, e
só nessa fase ela passa a ter um sentido de self, isto é, de “mim” como
diferente do “eu”. O “mim” é o “eu social”, ao passo que o “eu” é o
bebê não socializado, amálgama de desejos e necessidades
espontâneas.

83
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Além disso, quando a criança passa a brincar com outros de forma


organizada, ela aprende que os jogos possuem “regras” próprias, que
não dependem nem mesmo dela ou das crianças mais próximas com
quem interage. Nesse momento, ela entende também o “outro
generalizado”, isto é, os valores e as regras culturais, assim como o
comportamento que se exige dela em cada momento.
Segundo Anthony Giddens (1993), apesar de as três abordagens serem
muito distintas entre si, elas partilham do pressuposto segundo o qual é
a socialização da infância que permite compreender, digamos, a gênese
do ser social.
Contudo, nenhuma dessas perspectivas oferece respostas para a
socialização em contextos sociais mais complexos, ou compostos por
outras agências e instâncias que não o seio familiar.

FIGURA 27 - PSICÓLOGO ROMENO SERGE MOSCOVICI

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ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

FONTE: <https://en.wikipedia.org/wiki/Serge_Moscovici>.Acesso em:06,jan. 2023.

Podemos compreender as Representações Sociais como a


linguagem do senso comum. De forma que se viabilize como um campo
de conhecimento e de interação social. Assim, fazendo alusão à
comunicação da vida cotidiana, as palavras são fundamentais.
As palavras estão dotadas de ideologia, envolvidas por relações
sociais em todas as áreas do conhecimento.
Outros estudiosos também têm suas concepções acerca das
Representações Sociais. A sua conceituação tem origem atrelada à
teoria das Representações Coletivas de Durkheim, onde a sociedade
tem poder coercitivo sobre as consciências dos sujeitos, prevalecendo o
coletivo sobre o individual.
Para Durkheim (2003), “somos então vítimas de uma ilusão que
nos faz crer que elaboramos, nós mesmos, o que se impôs a nós de
fora”. Já Teixeira (1999) assevera que a posição de Durkheim reduz a
autonomia dos sujeitos, tornando-os passivos diante das formas
coletivas de pensar (Bocato & Tavares 2016).
Nos dois mundos, o da experiência individual, todos os
comportamentos e todas as percepções são compreendidas como
resultantes de processos íntimos, às vezes de natureza fisiológica. No
outro mundo, o dos grupos, o das relações entre pessoas, tudo é
explicado em função de interações, de estruturas, de trocas de poder.
Esses dois pontos de vista são claramente errôneos, pelo simples
motivo de que o conflito entre o individual e o coletivo não é somente
do domínio da experiência de cada um, mas é igualmente realidade
fundamental da vida social.
Jean Piaget corrobora da opinião de Moscovici, assumindo uma mesma
postura epistemológica, onde o mundo da forma como o conhecemos é
constituído por meio de nossas operações psicológicas. Dessa forma, a

85
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

fim de compreender as representações sociais, faz-se necessário,


primeiramente, entender os processos pelos quais tais representações
são elaboradas e modificadas. (Bocato & Tavares 2016).
FIGURA 28 - PSICÓLOGO FRANCÊS JEAN PIAGET

FONTE: <https://br.pinterest.com/dihacst/piaget/>. Acesso em: 06,jan. 2023

A inserção da criança no ambiente escolar objectiva aumentar a


carga de estímulos para a aprendizagem. Os indivíduos jovens, no
contexto humano, possuem sensores muito ativos nas fases iniciais da
vida.
Isso possibilita a apreensão das informações no cérebro.
Portanto, a formação psicofísica dos seres humanos deve ocorrer de
modo apropriado e cercado de cautela.
O contato com novas pessoas na gênese de sua inserção escolar
pode incorrer em danos futuros inerentes ao caráter do indivíduo.
Em fase de crescimento, a criança tem uma gama de
necessidades. Além da necessidade de manutenção da vida, existem
demandas por independência, aperfeiçoamento, segurança,
autoestima, aprovação. São definidos os valores existenciais estéticos,
intelectuais e morais.
Caros acadêmicos, não nos esqueçamos de que as crianças, em
mocambique têm o direito à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer
assegurado pela constituição da república de moçambique.
Para que as crianças se tornem cidadãos, os adultos formadores têm um
papel fundamental. Esse novo conjunto formado por crianças (classe
escolar) é composto por uma infinidade de diferenças.

Esses indivíduos estão apenas iniciando seu ciclo social, porém já


chegam nessa fase com uma bagagem bastante volumosa advinda dos
valores familiares aos quais foram expostos até então. Além disso,

86
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

existem as diferenças físicas (gordo, magro, alto, baixo, branco, negro


etc.) e também diferenças na capacidade de aprendizagem.

As crianças iniciam a construção de suas representações partindo de


suas vivências (das trocas de experiências) e de sua qualidade. No
momento em que vem ao mundo a criança não dispõe de instrumentos
intelectuais completos, nem da representação do que a rodeia, embora
esteja inserida num mundo social.
Assim, Piaget foi um dos primeiros autores a reflectir que a criança, no
momento da elaboração de suas representações, baseia-se nas
transmissões (directas/indirectas), bem como nas suas próprias
experiências, onde o nível intelectual é factor preponderante para a
compreensão da realidade.

QUADRO 5 - FUNÇÕES DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SEGUNDO MOSCOVICI


Convencionam os Elas lhes dão uma forma definitiva, as
objetos, pessoas ou localizam em uma determinada categoria e
acontecimentos gradualmente as põem como um modelo
de determinado tipo, distinto e partilhado
por um grupo de pessoas. Todos os novos
elementos se juntam a esse modelo e se
sintetizam nele. Nós pensamos através de
uma linguagem; nós organizamos nossos
pensamentos de acordo com um sistema
que está condicionado, tanto por nossas
representações, como por nossa cultura.
2- São prescritivas Elas se impõem sobre nós com uma força
irresistível. Essa força é a combinação de
uma estrutura que está presente antes
mesmo que nós comecemos a pensar e de
uma tradição que decreta o que deve ser
pensado.
Fonte: adptado,2023.

87
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

QUADRO 6 - FUNÇÕES DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS


Função de saber As RS permitem compreender e explicar a
realidade. Elas permitem que os atores
sociais adquiram os saberes práticos do senso
comum em um quadro assimilável e
compreensível, coerente com seu
funcionamento cognitivo e os valores aos
quais eles aderem.
2- Função identitária As RS definem a identidade e permitem a
proteção da especificidade dos grupos. As
representações têm por função situar os
indivíduos e os grupos no campo social,
permitindo a elaboração de uma identidade
social e pessoal gratificante, compatível com
o sistema de normas e de valores socialmente
e historicamente determinados.
Fonte adptado, 2023.

Considerando o progresso do desenvolvimento humano dentro de uma


sequência universal, podemos dizer que o indivíduo evolui em sua
compreensão do mundo em uma sequência ordenada, portanto, sua
forma de compreender e organizar a realidade depende do
desenvolvimento alcançado por suas estruturas intelectuais.

O conhecimento social refere-se às representações elaboradas pelo


homem a partir de suas inúmeras actividades. Trata-se da compreensão
das ideias sobre si mesmo e a respeito dos outros. Por fim, entendemos
que as RS compreendem as concepções individuais que um sujeito, ou
grupo social, têm a respeito de determinada temática abordada.

Fazendo-se, dessa forma, presente nas relações sociais, bem como no


conjunto de opiniões e comportamentos dos indivíduos, os quais
reflectem seus valores e condutas.
Assim, as representações sociais traduzem a forma como o indivíduo
pensa, interpreta e acredita em determinada realidade. (Bocato &
Tavares 2016).

3. Relações entre o individual, o colectivo e a comunicação


Os fenómenos individuais e colectivo são alvos de investigação científica
desde o século XX. O objectivo dos pesquisadores é evidenciar a
interdependência entre os dois, ou seja, para explicar o nível colectivo

88
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

se faz necessário um aporte teórico semelhante aos que são usados


para a explicação do nível individual.

Conforme visto anteriormente, a teoria das Representações Sociais (RS)


de Moscovici reforça a ideia de que a identidade específica da Psicologia
Social evidência a exploração e a resolução de um problema histórico:
As inter-relações entre os mundos individuais e colectivo.

FIGURA 29 - PSICOLOGIA SOCIAL E SUAS INTERAÇÕES

SOCIOLOGIA

HISTÓRIA ECONOMIA

PSICOLOGIA
SOCIAL

FILOSOFIA PERSONALIDADE

CIÊNCIAS
POLÍTICAS

FONTE: <https://svtratamentodq.wordpress.com/psicologia-social/>.Acesso em:6. jan.


2023.

Como podemos observar, a Psicologia Social leva em conta inúmeras


variáveis para traçar seu campo de investigação. Todas elas estão
ligadas em uma sincronia sistémica que permite a apropriação do
conhecimento de forma unificada.

Isso também ocorre nas representações sociais, onde o dualismo entre


o individual e o colectivo é algo que também foi abordado por
Moscovici.

As RS de determinado objecto não contemplam apenas o indivíduo,


pelo contrário, são consideradas também suas vivências, suas relações

89
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

com o meio social, tais como afectividade, crenças, conhecimento


científico, ideais e cultura.

As representações sociais apresentam características racionais


justamente por serem colectivas. Assim, a dualidade estabelecida entre
o mundo individual e o social é rejeitada. O que existe, na verdade, é
uma polarização, onde os fenómenos são marcados pela subjectividade
de tal forma a aproximar os psicológicos e sociais.

Moscovici (2004) ainda assevera que as representações compartilhadas


garantem a coexistência entre individualização e socialização. Tais
variáveis são fundamentais na compreensão do dinamismo da
sociedade e as mudanças que a compõem.

Para o pesquisador, o fundamento está na interacção entre sujeitos e


grupos, formando a representação social, tornando-se, dessa forma,
algo indissociável entre sujeito e sociedade.

No âmbito da comunicação, o sentido de individual pode ser


compreendido como o próprio mundo em que vivemos, pois é único e
invariável. Já a colectividade é representada pelas inter-relações e
conexões estabelecidas entre os indivíduos de determinado grupo
social.

Neste sentido, as formas de se comunicar mudaram significativamente


nos últimos 20 anos, contudo, apesar de o instrumento que conecta as
pessoas passar por aperfeiçoamento, o objectivo comum sempre é o
mesmo, ou seja, estabelecer canais que permitam a troca de
informações. Despertando, dessa maneira, possibilidades infinitas, tais
como novas tecnologias, novos pensamentos e novos conhecimentos.
(Bocato & Tavares 2016).

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ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

FIGURA 30 - O INDIVIDUAL E O COLETIVO PARA A COMUNICAÇÃO

FONTE: <http://mrsaraujo-educao.blogspot.com.br/projeto-meios-de-comunicacao.html>.
Acesso em: 6,jan. 2023.

As representações sociais se formam na vida diária das pessoas, estão


presentes nos meios de divulgação, através da comunicação, nos
costumes e instituições, na herança histórica, cultural das sociedades,
na abordagem de diversos temas.

Por fim, a presença da representação social no quotidiano das pessoas é


percebida por meio de opiniões, valores e ideias, os quais são
transmitidos – absorvidos –, retransmitidos através dos meios de
comunicação, como: televisão, rádio, internet, periódicos ou por meio
de organizações sociais, como igrejas, partidos políticos, associações de
bairro e ou grupos sociais.

As pessoas recebem a informação, a qual é processada na consciência


individual e passa a integrar a consciência colectiva, reproduzindo assim
uma imagem, um valor.

Exercicios de auto avaliação

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Parte 1_____________________________________________________
Responda as questões que se seguem com clareza
1.Como é que podemos caracterizar o processo do desenvolvimento da
criança na constituição e surgimento do homem ?

2.O Pensador Vigotski estabelece uma relação social, em o que


consiste?

3.Em o que consiste a consciência afetiva?

4. Após um polémico experimento, Moscovici concluiu que indivíduos


comuns, condições particulares, podem ser capazes de actos cruéis e
questionáveis aplicáveis a outras pessoas, Debruce sobre esse
pressuposto?

5.Para Sigmund Freud (1856-1939) e a teoria psicanalítica, a criança se


transforma num ser autônomo quando aprende a equilibrar as
exigências do meio com seus próprios desejos inconscientes. O que este
pensador pretendia com esta Abordagem?

6. Para o filósofo e sociólogo Georg Mead (1863-1931) e para a tradição


do interacionismo simbólico, Debruce sobre este pressuposto?
Parte 2
Marque a opção correcta
1.A Representação Social (RS) é uma temática que já foi amplamente discutida.
Sua origem se deu na década de 1960 em estudos no âmbito da sociologia e
psicologia. Considerando os conteúdos vistos neste tópico, assinale a
alternativa correta:
Os principais ícones da Teoria da Representação Social são:
A. Sigmund Freud e Durkheim
B. Maiakov e Piaget
C. Moscovici e Piaget
D. Aristóteles e Platão
2. Birkner (2013) apresenta diferentes categorias de comunicação:
I. Falada ou comunicação verbal: face a face, telefone, rádio ou televisão e
outros meios de comunicação.
II. Comunicação não verbal: linguagem corporal, gestos, como nos
vestimos ou agimos.
III. Comunicação escrita: cartas, e-mails, livros, revistas, material escrito na
internet ou através de outros meios de comunicação.
IV. Visualização: gráficos e tabelas, mapas, logótipos e outras visualizações.

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ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Assinale as assertivas correctas


A. I e II
B. III e IV
C. II, III e IV
D. I, II, III e IV

3. Funções das representações sociais: As RS permitem compreender e


explicar a realidade. Elas permitem que os atores sociais adquiram os
saberes práticos do senso comum em um quadro assimilável e
compreensível, coerente com seu funcionamento cognitivo e os valores
aos quais eles aderem.
A. Função de saber
B. Função identitária
C. Função de orientação
D. Função justificadora

4.. Funções das representações sociais: As RS definem a identidade e


permitem a proteção da especificidade dos grupos. As representações
têm por função situar os indivíduos e os grupos no campo social,
permitindo a elaboração de uma identidade social e pessoal
gratificante, compatível com o sistema de normas e de valores
socialmente e historicamente determinados.
A. Função de saber
B. Função identitária
C. Função de orientação
D. Função justificadora

5. Funções das representações sociais: As RS guiam os comportamentos


e as práticas. A representação é prescritiva de comportamentos ou de
práticas obrigatórias. Ela define o que é lícito, tolerável ou inaceitável
em um dado contexto social.
A. Função de saber
B. Função identitária
C. Função de orientação
D. Função justificadora

6. Funções das representações sociais: Por essa função as


representações permitem, a posterior, a justificativa das tomadas de
posição e dos comportamentos. As representações têm por função
preservar e justificar a diferenciação social, e elas podem estereotipar

93
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

as relações entre os grupos, contribuir para a discriminação ou para a


manutenção da distância social entre eles.
A. Função de saber
B. Função identitária
C. Função de orientação
D. Função justificadora

7.Na administração pública, os actos administrativos devem estar


voltados ao____________, porque as suas acções sempre devem
preservar o interesse colectivo.
A. Moral
B. Ética
C. Particular
D. Universal
8.O campo da____________é vasto, pois a moral é o alicerce para que a
sociedade possa estipular as suas regras de convivência.
A. Ética
B. Moral
C. Cultura
D. Deontologia

9. A moral tem incidência directa no âmbito da vida _____________, ou


seja, é norteadora dos comportamentos, da forma como as pessoas
agem quotidianamente diante das mais variadas situações.
A. Privada
B. Colectiva
C. Mista
D. Privada e Mista

10. A comunicação é indispensável para a sobrevivência dos seres


humanos e para a formação e coesão de comunidades, sociedades e
culturas. Temos de comunicar, entre outras razões:
I. Para não trocarmos informações;
II. Para nos entendermos e sermos entendidos;
III. Para entretermos e sermos entretidos;
IV. Para nos integrarmos nos grupos e comunidades, nas organizações e na
sociedade;
Assinale as assertivas correctas
A. I e II
B. III e IV
C. II, III e IV

94
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

D. I, II, III e IV

6.UNIDADE TEMATICA: 4

95
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

6.1.Atitudes, Mudança de atitudes, Propaganda e comunicação, os grupos e as


relações grupais.

Objectivos específicos
• Definir Atitudes e seus componentes.
• Definir Propaganda e comunicação.
• Descrever os grupos e as relações grupais.

6.2.O que são os comportamentos?


Comportamentos são, simplesmente, as nossas acções públicas, tudo o
que externalizamos, o que falamos e como falamos, os gestos
voluntários e os involuntários.
Já a atitude é um pouco complexa, pois envolve a composição de
sentimentos, pensamentos e a tendência que temos de agir diante das
mais variadas situações do dia a dia, muitas vezes enraizados
culturalmente e que adquirimos ao longo da vida. Nesse sentido, a
atitude seria algo voltado para nosso interior.
É a antecipação do comportamento, enquanto este estaria voltado para
o nosso exterior, o que, de fato, materializamos.
O comportamento é movido pelos nossos sentimentos e pensamentos
(componentes estes da atitude). Assim, ao falarmos em mudança de
comportamento, precisamos, primeiro, mudar o que pensamos e o que
sentimos, nossa mente e o nosso coração.
Não é uma tarefa fácil, mas um exercício diário que precisa ser iniciado.
A mudança que tanto buscamos não está no externo, e sim no nosso
interior, para que cresçamos enquanto pessoas em busca do bem-estar
comum.

6.3. O que são Atitudes?


Podemos entender, ainda que minimamente, que nossas atitudes
podem ser conscientes – o que traz em evidência nossa capacidade de
controlar nossos pensamentos – ou inconscientes – o habitual
pensamento automático, aquele sem esforço. Para tornarmos nossas
atitudes mais potentes, é essencial que pensemos sobre elas, que
tomemos consciência de nós mesmos.
Assim, nosso comportamento se torna consciente para nós e
desenvolvemos, então, habilidades de controlar nossas ações, trazendo
para nós a responsabilidade que temos sobre a nossa vida, trazendo o
protagonismo de que precisamos.

96
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Assim, para mudanças significativas de certos comportamentos, há


necessidades significativas de mudar nossos pensamentos e
sentimentos, bem como nossas percepções sobre algo ou alguém, uma
verdadeira mudança de paradigmas.
É um exercício diário e um desafio que precisamos buscar, pois há
situações em que apenas nós podemos fazer algo por nós mesmos. Por
exemplo, alimentação adequada, uma vida saudável, busca do sucesso
pessoal e profissional, um estudo de qualidade. É com muita habilidade
que conseguimos várias desculpas ou culpados para relativizar nosso
(in)sucesso. Mudamos, primeiro, nosso interior
para, depois, modificarmos o exterior.
E lembrando que essa mudança precisa ser genuína, o motivo é um
determinante importantíssimo. A mudança motivada em busca de um
bem-estar comum é muito mais eficiente do que aquela motivada por
medo de punições, receios e julgamentos.

6.4.Definição de atitude
Tendência ou predisposição adquirida e relativamente estável para agir,
pensar ou sentir de uma determinada forma (positiva ou negativa) face
a um objecto, pessoa, situação, grupo social, instituição, conceito ou
valor.

6.5.Componentes das atitudes


• Cognitiva
• Afectiva
• Comportamental

6.6.Formação das atitudes


• As atitudes formam-se no decurso do processo de socialização.
• Resultam de um grande número de experiências da pessoa com o
objeto da atitude e/ou da interação social com as pessoas que
exprimem a atitude.
• Constituem o produto final dos processos cognitivos, afetivos e
comportamentais através dos quais ocorreram as experiências da
pessoa com a atitude.

6.7.Formação e desenvolvimento das atitudes


6.8.Modificação das atitudes e a persuasão (publicidade, campanha):
• De massa: tentativa de modificar o comportamento de uma
sociedade inteira ou de um vasto sector dela - campanhas
publicitárias, discursos políticos na TV;

97
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

• De grupo: o político na praça pública ou o professor numa aula;


• Individual: o psicólogo que tenta persuadir um cliente ou um rapaz
que luta por ter um encontro com uma rapariga
• A propaganda: técnica de persuasão de massas na esperança de
mudar atitudes:

6.9.Princípios que governam uma propaganda e uma persuasão eficazes:


• A mensagem deve ir ao encontro das necessidades e expectativas do
público;
• As mensagens que permitem a um público identificar-se com
pessoas de certo prestígio/fama/atratividade serão mais eficazes
que aquelas que não o permitem;
• Quanto maior for a credibilidade do comunicador (ou do produto,
ideia ou serviço), mais persuasiva será a mensagem.

Exploração do medo (quanto mais assustada, mais facilmente uma


pessoa se deixa persuadir), Poder de sugestionabilidade, Lavagem ao
cérebro (técnicas de persuasão individual - alteração radical de atitudes
com base na coerção física e psicológica): exploração da debilidade,
dependência e temor (exemplo: o programa oficial comunista chinês)
A publicidade e a propaganda são ferramentas promocionais, mas
possuem propósitos diferentes.
A publicidade é a comunicação utilizada para anunciar um produto ou
serviço de uma empresa, para fins comerciais. Já a propaganda é
utilizada para divulgar ideias, pensamentos e causas.

Quadro 7.A difrença entre a publicidade e a propaganda


Publicidade Propaganda
É a comunicação realizada
por uma empresa ou É a comunicação utilizada por
organização para promover organizações ou pessoas para
produtos, serviços e ideias, de disseminar pensamentos e
modo a persuadir um público doutrinas, geralmente
a desejar e comprar seus religiosas, ideológicas ou
Conceito produtos. políticas.

Do latim publicus, de tornar Do latim propagare, que


Etimologia algo público. significa propagar.

98
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Publicidade Propaganda

Atrair o consumidor com a Busca adesão a uma


esperança de venda ou ideologia ou mudança de
Objectivo contrato de bens e serviços. atitude.

Política, ideológica e
Esfera Comercial. religiosa.

Anúncios de venda de casas, Campanhas eleitorais ou de


Exemplo roupas e carros. alistamento militar.
Fonte: Adptado 2023

6.9.1.O que é publicidade?


Fig 31. Imagem da Cocacola

Fonte: www.google.com/search?q=cocacola acesso em 23 de fev.2023


A publicidade é a comunicação utilizada para anunciar produtos ou
serviços com o objetivo de atrair compradores e usuários. Esta técnica
está dentro do marketing, e seu objetivo é principalmente comercial.
Através de textos e imagens, a publicidade promete aos consumidores
que o uso dos produtos e serviços apresentados mudará suas vidas para
melhor.

6.9.2.Técnicas utilizadas pela publicidade


A publicidade usa técnicas multimídia para promover produtos, serviços
e ideias, sendo formatado para persuadir um público a desejar seus
produtos.
Para isso, inclui uma série de actividades e técnicas que visam aumentar
o conhecimento sobre o produto ou serviço e promover sua venda,
como:
• Spots ou anúncios de TV;
• Publicidade em rádio;

99
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

• Anúncios impressos em jornais;


• Publicidade online;
• Publicidade externa (outdoors, cartazes em transporte público);
• Colocação dos produtos em programas, filmes e novelas;
• Publicidade no ponto de venda;
• Amostragem ou amostras de produtos;
• Actividades de marketing de guerrilha, como distribuição de panfletos.

Publicidade significa a exposição não paga da empresa ou seus produtos à mídia.

Por um lado, devido à sua falta de controlo estratégico, ela jamais dominará
o mix de comunicação. Por outro, ela pode ser um factor auxiliador na
construção de imagem e no aumento da conscientização de produtos ou
empresas.

Tipicamente, as empresas preparam press releases (notícia distribuída aos


meios de comunicação para ser divulgada gratuitamente) relativos a
desenvolvimento de novos produtos, vendas e lucros registados no
trimestre, novos investimentos de capital e programas de expansão, e
outros eventos similares importantes.

As empresas costumam investir muito tempo e dinheiro em campanhas de


publicidade, Entretanto, essas campanhas nem sempre são tão
estrategicamente controláveis quanto outras áreas do mix de comunicação.

A empresa deve estar preparada para usufruir dos exemplos geradores de


boa publicidade e administrar os que forem potencialmente prejudiciais à
sua reputação. As empresas têm tipicamente subutilizado a publicidade e
não têm estado preparadas para se beneficiar dessa oportunidade de
comunicação com os consumidores. Uma vantagem da publicidade consiste
em ter credibilidade. As matérias publicitárias são veiculadas como notícia
pela mídia, assumindo, assim, um ar de respeitabilidade.

100
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

6.9.3.Tipos de Publicidade
Uma empresa pode fazer uso positivo da publicidade por meio de
diversos veículos. A meta é obter o máximo controlo possível do
processo pelos seguintes métodos:

6.9.4.Press Releases
Ter uma carteira de informações que se prestam à veiculação tipo
notícia coloca a empresa na posição de desfrutar do uso gratuito da
imprensa.

Os assuntos favoráveis à boa publicidade são: Novos produtos, Novos


integrantes do quadro de pessoal, Novas instalações da empresa,
Práticas corporativas inovadoras, como programas de economia,
energia ou plano de benefícios a funcionários e Atividades caritativas ou
comunitárias.

O único porém dos press releases é que a empresa nunca sabe se e


quando a matéria aparecerá na mídia.
Além disso, a mídia de notícias é livre para editar ou interpretar um
release, podendo, portanto, alterar seu significado.

6.9.5.Informativo interno da empresa


As publicações internas podem divulgar informações positivas sobre a
empresa por intermédio dos funcionários. Na qualidade de membros da
comunidade, eles ficam orgulhosos das conquistas de sua empresa. Os
informative devem ser distribuídos também entre os membros mais
importantes da comunidade.

6.9.5.Patrocínio de eventos
A empresa pode envolver-se nos eventos da comunidade local por meio
de patrocínio. Os angariadores de fundos de toda sorte de organizações
sem fins lucrativos dão um destaque positivo às empresas.

101
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

6.9.6.O que é propaganda?


Fig 32.Campanha eleitoral

Fonte: https://www.google.com/search?q=campanha+eleitoralacesso
em:23 de fevereiro de 2023
A propaganda abrange as ações que visam atrair seguidores ou
influenciar a atitude das pessoas. Ela busca convencer o público a
adotar uma determinada atitude ou a aderir a um grupo ou crença
particular.

6.9.7. A propaganda não está ligada ao comércio, mas principalmente a questões:


✓ Política: em campanhas para voto, recrutamento de membros e apoio,
etc.;
✓ Ideológica: ONGs e associações;
✓ Religiosa: atraindo seguidores para religiões e seitas.

6.9.8.Técnicas utilizadas pela Propaganda


A propaganda é semelhante à publicidade, na medida em que emprega
os mesmos formatos multimídia para espalhar sua mensagem.
No entanto, ao contrário da publicidade, a propaganda não tenta
incentivar a venda de um produto ou serviço,. Ela é usada para mudar
as atitudes do público em relação a uma determinada pessoa ou
assunto.

102
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

6.9.9. As principais tarefas envolvidas no desenvolvimento e execução da


propaganda efectiva são:
• Determinar o público-alvo certo a ser atingido pela propaganda;
• Desenvolver uma mensagem baseada numa avaliação do meio
ambiente e dos critérios de julgamento usados pelo público-alvo para
avaliar o produto;
• Desenvolver estímulos sensoriais, tais como visualizações, palavras e
música, para transmitir as informações da mensagem de uma forma
criativa;
• Colocar a propaganda em mídias que atinjam o mercadoalvo;
• Medir a efectividade dos esforços de propaganda. Geralmente, cabe à
propaganda informar e despertar interesse de compra ou uso de
produtos ou serviços, nos consumidores, em benefício de um
anunciante (empresa, pessoa ou entidade que se utiliza da propaganda).
No processo de geração e realização da propaganda temos, no início, o
anunciante. Ele tem alguma coisa a comunicar e alguma intenção de
influenciar o consumidor, que é o final do processo.
Entre o anunciante e o consumidor existe o veículo de comunicação.
Este, é o meio que torna a mensagem do anunciante acessível ao
consumidor.
A função principal da propaganda é de um lado, essencialmente,
disseminar informações, raciocínios e ideias que permitam aos
consumidores estarem mais informados sobre os produtos e serviços
existentes e à sua disposição, e, de outro, possibilitar aos anunciantes o
aumento de seus negócios, através da conquista de mais consumidores.
A propaganda é preparada com base nas estratégias formuladas para o
marketing mix da empresa, seguidas pelo uso de técnicas de
comunicação criativa para informar e persuadir os compradores
potenciais.

6.9.10. A Propaganda e sua essência


Para que o produto de uma empresa tenha seu espaço conquistado e
consolidado na cabeça dos consumidores e no mercado, três factores

103
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

são fundamentais: boa qualidade, preço e distribuição.


Factoressubstantivos, que são o "corpo do sucesso".
Mas há um factor do qual qualquer bom produto precisa para ser um
vencedor: a propaganda, sua promoção junto aos consumidores. Esta é
a "alma do sucesso". A propaganda tem o objectivo de mudar hábitos,
recuperar uma economia, criar imagem, promover o consumo, vender
produtos e informar o consumidor.
Mas, além de modificar comportamentos, a propaganda pode criar,
ampliar, consolidar e fortificar imagens, conceitos e reputações.
Fazendo com que uma empresa ou marca passe de um total
desconhecimento por parte do mercado para uma posição viva, forte,
presente na cabeça dos consumidores. Uma posição no mercado, em
vendas reais, é conquistada através da obtenção de uma posição na
mente, em imagem, conceito, reputação dos consumidores.

6.9.11.A importância da propaganda


A propaganda apresenta uma importância fundamental para as
economias que operam segundo os princípios do capitalismo e da livre-
empresa. Uma economia baseada nesses princípios exige que as
empresas estimulem a demanda por seus produtos.

Uma das finalidades mais importantes da propaganda consiste no


estímulo da demanda – isto é, atrair receita dos consumidores para os
produtos ou serviços da empresa. Há dois outros factores a sugerir que
a propaganda é importante para o sistema económico. Primeiro, as
empresas usam a propaganda para ajudar a construir a lealdade à
marca. Atender a clientes leais à marca é muito menos dispendioso do
que atrair novos clientes.

Assim, novamente, a propaganda pode contribuir para reduzir o custo


operacional. Numa medida de importância muito diferente, os bilhões

104
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

de dólares gastos com propaganda na mídia de massa sustentam a


própria existência daquela mídia.

Assim sendo, os programas de televisão, revistas e jornais que nos dão


informação e entretenimento são patrocinados pela propaganda. Há
diversos tipos de propaganda, cada um com ênfase e finalidades
diferentes.
A propaganda e os sectores da economia A propaganda pode
desempenhar diversas funções de comunicação, de acordo com os
propósitos das pessoas e empresas que dela fazem uso. A propaganda
informa, convence, anima, explica, motiva atitudes e comportamentos,
modifica imagens, vende, arregimenta aliados e diversas outras coisas
passíveis de serem realizadas através da comunicação.

O uso específico da propaganda depende do sector da economia que a


está utilizando, da empresa ou instituição, seu modo de organização e
administração, do momento em que se está levando a efeito o esforço
publicitário e dos objectivos que devem ser atingidos.

6.9.12.A Propaganda garante a liderança


Olhando à nossa volta, vamos ver que muitos produtos, apesar de
bastante conhecidos, precisam estar sempre sendo mostrados aos
consumidores. Principalmente quando disputam mercados em que a
concorrência é acirrada e as diferenças entre os diversos competidores
é pequena. O mercado de refrigerantes, por exemplo, sofre a
concorrência dos sucos, dos refrescos em pó, da água, da cerveja, do
café, do chá e de outras bebidas, além é claro das muitas marcas de
refrigerantes.

Assim, para um bom produto, não basta que sua marca seja conhecida e
tenha boa imagem. É preciso também que esteja sempre presente aos
olhos, aos sentidos e à mente do consumidor. Não é por outra razão que

105
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

a Coca-Cola está nas ruas, na televisão, no rádio, nos cinemas, nas


revistas, nos jornais, por toda a parte e a todo momento.

E funciona, não é mesmo? Portanto, a Propaganda é vital para os


principais produtos de consumo, que são mais vendidos quando mais
anunciados. As marcas líderes em vendas estão dentre os maiores
anunciantes em suas categorias de mercado.

E existe uma relação directa entre esses fatos. E, mesmo quando alguma
característica de um produto é tão superior à de seus concorrentes, que
não é preciso muito esforço para convencer um consumidor a optar por
ele, ainda sim o papel da propaganda é fundamental. Por uma simples
razão: o consumidor precisa saber disso.

A propaganda seduz os sentidos, mexe com os desejos, revolve as


aspirações, fala com o inconsciente e propõe novas experiências, novas
atitudes e novas acções.

É importante reconhecer que o termo propaganda não descreve um


único tipo de actividade de comunicação de massa. Há diversos tipos de
propaganda, cada um com ênfases e finalidades diferentes. Ao
reconhecer essas diferentes categorias, mais oportunidades vão
surgindo para a efectiva comunicação e consecução dos objectivos de
comunicação.

6.9.13. Elas devem ter em conta o tipo de cliente e produto:


• Tipo de cliente: A propaganda e sua execução serão diferentes,
dependendo de quem será o seu alvo. O tema e a ênfase informativa da
mensagem vão variar, dependendo de qual desses públicos se deseja
atingir.

106
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

• De produto ou institucional: Toda propaganda é de produto ou


institucional. A propaganda de produto concentra-se nos atributos e
benefícios de um produto ou marca específica. A maioria dos anúncios
veiculados pela mídia de massa representa esse tipo de propaganda.
• A propaganda institucional apresenta um âmbito mais abrangente, não se
concentrando na comunicação de um único produto ou marca, mas sim em
promover uma organização ou corporação inteira. Esse tipo de propaganda
serve a várias finalidades. As empresas costumam empregar tal tipo de
propaganda para construir um bom nome no mercado e criar uma
predisposição favorável em relação à empresa como um todo.

6.9.14. Desenvolvimento das práticas de intervenção grupal


Por causa do seu caráter amplo, a expressão “dinâmica de grupo” nem
sempre é empregada num sentido acurado. Por isto, é necessário
precisar o seu emprego. A expressão caiu em descrédito devido à
aplicação que, às vezes, dela se fez para se referir a atividades utilizadas
com objetivos ilustrativos, recreativos, místicos, entre outros.
Certamente, contribuiu para o descrédito a aplicação
inconsequentemente realizada por profissionais descomprometidos
ética e cientificamente.
Utilizam-se expressões tais como: “dinâmicas” ou “técnicas de relações
humanas”, que confundem mais do que revelam o seu significado. Para
Cartwright e Zander (1975), a expressão “dinâmica de grupo”
popularizou-se após a segunda grande guerra e tem três empregos mais
conhecidos: numa concepção ideológica; como um conjunto técnicas
aplicadas ao grupo destituídas de articulação teórica; e o estudo dos
grupos, de sua essência e funcionamento. No caso da concepção
ideológica trata-se de:
Além disso, essa perspectiva comete o engano ao considerar
semelhantes os processos grupais amplos da sociedade e do
microgrupo, sem avaliar a diferença de contextos. A proposta de
participação aplicada aos contextos da dinâmica de grupos é bem
diferente da participação no contexto político-social mais amplo.
A participação da população nas decisões do contexto político-social
mais amplo pode redundar em democracia. Desta maneira, democracia
implica em uma forma de participação com poderes de decisão que a
participação no contexto da dinâmica de grupo não logra.

107
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

A proposta de participação dos membros do microgrupo nas


intervenções grupais não tem as mesmas implicações que a participação
democrática proposta para o contexto político mais amplo da
sociedade. Para o contexto da dinâmica de grupo, utiliza-se a
participação como uma estratégia limitada às decisões do escopo
grupal, enquanto que a democracia situa-se no contexto maior das
questões políticas da sociedade.
Uma segunda definição de dinâmica de grupo refere-se a um conjunto
de técnicas, tais como o desempenho de papéis, grupos de discussão,
feedback de processos coletivos, entre outras. Desta perspectiva resulta
a expressão técnica “dinâmica de grupo”.
A preposição “de” propõe uma aplicação ampla em qualquer grupo,
independente de sua finalidade e especificidade e, como sabemos, as
técnicas quando aplicadas sem o alicerce de uma teoria e uma
perspectiva metodológica mais ampla, desconstroem o espaço grupal.
Assim, a preposição “de” fornece à expressão “dinâmica de”, o sentido
que pode ser aplicado a qualquer grupo em qualquer momento,
desconhecendo que o termo “dinâmica” implica forças
interdependentes agindo no interior e no exterior de um campo
mutável como são os grupos e as pessoas que a eles se integram.

6.9.15. A definição de processo grupal


Para Mucchielli (1979) a dinâmica dos grupos, como passaremos a
denominar a partir de agora esse campo de conhecimento, compreende
dois conjuntos diferentes de processos: O conjunto dos fenômenos
psicossociais que se produzem nos pequenos grupos, assim como as leis
naturais que os regem.
O conjunto dos métodos que permitem atuar sobre a personalidade
através dos grupos, assim como os que possibilitam aos pequenos
grupos atuar sobre as organizações sociais mais amplas (ou
organizações complexas intergrupais).
Nos dois sentidos atribuídos pelo autor para a expressão dinâmica dos
grupos, podemos concluir que se trata de um campo da ciência, pois
investiga os fenômenos de sujeitos em microgrupo; também se trata de
uma ciência aplicada, pois se propõe uma intervenção.
A expressão “dinâmica” foi primeiramente utilizada neste contexto por
Kurt Lewin. Como já destacamos anteriormente, ele utilizou a expressão
em oposição ao termo “estática”, que significa sem movimento – como
a física o define.

108
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Em tempo, Lewin graduou-se em física antes de estudar psicologia.


Cabe destacar que a expressão dinâmica enfatiza o movimento. Que
movimento é esse?
Para Schein (1982, p.128) os grupos funcionam a partir dos “padrões de
comunicação, métodos de tomada de decisão, técnicas de resolução de
problemas, atividades formadoras de normas, sentimentos e
percepções interpessoais e formação de simpatias e antipatias.” No
entanto, mais importante que sua função é sua intencionalidade.

6.9.16.Os objetivos e necessidades grupais


Para Amado e Guittet (1982), “os grupos nascem da tomada de
consciência de indivíduos isolados de seus interesses comuns e de sua
interdependência”. Compreendidos assim, os grupos são fundados a
partir do compartilhamento de fins que justificam sua existência e pelo
reconhecimento da dependência em relação ao “outro” para alcançar
esse resultado.
Os objetivos direcionam as ações de equipes. Quando trabalhamos com
coletividades, devemos saber como o objetivo do grupo foi
estabelecido, como o objetivo grupal está em interação com os
objetivos de cada membro e como o objetivo do grupo influenciou o
processo de inclusão grupal.
Quando os motivos que levam os indivíduos a fazerem parte de um
grupo ficam muito divergentes entre si há uma tendência a surgirem
insatisfações e angústias que geram estresses e conflitos.
Os objectivos individuais e grupais podem modificar-se ao longo da
existência do grupo. Assim, é necessário rever os objetivos através de
uma discussão explícita no grupo. Merece atenção especial e
acompanhamento sistemático da relação entre os objetcivos individuais
e coletivos.
A necessidade que toda pessoa tem de sentir-se fazendo parte do grupo
e de sentir-se aceito, valorizado e respeitado é definida pelo autor como
necessidade de inclusão. Nesta fase, as pessoas procuram evidências de
que são aceitas pelos membros do grupo. A inclusão se processa na
plenitude quando o indivíduo sente-se fazendo parte dos processos
decisórios do grupo.
A inclusão se refere ao estabelecimento de interação com outras
pessoas: manter contatos, travar conhecimentos, comunicar-se,
participar de encontros e cultivar o companheirismo e a cooperação. As
pessoas que têm alto nível de inclusão se dão facilmente com todos e
têm grande círculo de relações, gozam de prestígio, valorizam a fama e
a popularidade.

109
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

As pessoas que têm inclusão negativa são retraídas, desligam-se das


funções sociais e apreciam o isolamento.

6.9.17. Grupo é estrutura, estrutura é grupo:


A estrutura do grupo definem-se pelos lugares específicos que as
pessoas ocupam nele. Reflete as relações internas entre os membros do
grupo e representam a maneira pela qual as pessoas e seus papéis
estabelecem esses relacionamentos.
Segundo Cartwright e Zander (1975), “parece quase impossível
descrever o que acontece nos grupos sem usar termos que indicam o
„lugar‟ dos membros na sua relação mútua”.
Quando um grupo adquire estabilidade na disposição entre seus
membros, diz- se que está estruturado. Sabe-se que os vínculos
estabelecidos podem se tornar rígidos e dificultar as alterações
necessárias à realização dos objetivos grupais.
Assim, a rigidez torna difícil o relacionamento interno. Por outro lado, a
ausência de uma estrutura interna, ou mesmo a informalidade num
grupo pode levar a dificuldades para se lidar com seus problemas.
As pessoas levam seu universo pessoal ao grupo: experiências de vida,
conhecimentos pessoais fazem parte deste background. Ao se
encontrarem numa situação grupal, os indivíduos agem a partir deste
conjunto basilar, mas, uma vez em grupo, é num processo de interação
que as acções e as reações individuais influem e são influenciadas pelo
grupo.
Pagès (1975) define os grupos como conjuntos de pessoas que, em
razão de sua história individual, de relações interpessoais anteriores ou
de sua cultura, demonstram um conflito efetivo sentido por um
conjunto mais vasto de pessoas do qual fazem parte, destacando a
composição como uma categoria importante de análise da eficácia
grupal.
Uma vez observadas as características pessoais dos membros do grupo,
deve-se atentar às semelhanças e às diferenças entre eles. As pessoas
levam para o grupo as suas vivências pessoais, as características de sua
personalidade e a experiência profissional para compor o seu
background.
O motivo para ingressar no grupo e a experiência de vida são
consideradas como componentes influentes naquilo que denominou
heterogeneidade do grupo. A tese do autor é a de quanto mais
heterogêneo é um grupo, maior a probabilidade de ser eficaz e atingir o
seu objectivo. A homogeneidade e heterogeneidade de um grupo
afectam os seus resultados.

110
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

Para Pichon os grupos heterogêneos apresentam mais recursos, pois a


presença de mais diferença pode implicar em mais diversidade para a
troca do que em grupos homogêneos. Entretanto os grupos
heterogêneos, pela sua diversidade, apresentam maior dificuldade em
seu funcionamento do que os grupos homogêneos, porém o processo
de crescimento torna-se mais eficaz em função das trocas interpessoais.
Ao trabalhar com o grupo, o coordenador grupal deve levar em
consideração estas características pessoais, interpessoais, profissionais
(econômico-sociais) e culturais. Neste contexto, é de fundamental
importância que o coordenador compreenda a realidade sócio histórica
na qual estão inseridos ele próprio e as pessoas que participam do
grupo.

6.9.18.Desempenho de tarefas e a comunicação grupal


Para a realização do objectivo grupal ocorre necessariamente a
interação entre os membros do grupo. em seu estudo sobre a tomada
de decisão na solução de problema em grupo, identificou, através da
observação da comunicação, categorias que representam os seus
principais momentos.
Ele observou, na execução das actividades grupais, uma distribuição
diferenciada das atribuições entre os membros do grupo. Uma parte
dos membros buscava manter o grupo unido enquanto outra parte
esforçava-se pela execução da tarefa grupal. Essa classificação de
atribuições corresponde à principal distinção entre as categorias
grupais.
Assim tais categorias foram agrupadas em níveis ou processos de
ocorrência: o da tarefa e o sócio emocional ou interpessoal.
O nível da tarefa abrange as actividades relacionadas diretamente à
realização do objetivo do grupo enquanto que o nível sócio emocional
abrange os processos interpessoais responsáveis pela manutenção de
um clima favorável à realização da tarefa grupal.
As actividades relacionadas com o nível sócio emocional remete para os
sentimentos e as trocas afectivas gerados na convivência do grupo.
O grupo tem necessidade de centrar o poder em alguém, que
normalmente representa a figura de autoridade. Há também, nessa
fase, a necessidade de se estabelecer normas explícitas e códigos de
funcionamento que sejam respeitados por todos, pois tais aspectos
marcam a formação da cultura humana.
6.9.19. O exercício de papéis e a liderança
Segundo Moreno (1991), os papéis representam as atitudes que o
indivíduo assume no momento em que reage a uma situação específica

111
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

ou age sobre ela, em que outras pessoas ou objetos estão envolvidos.


Afirma também que os papéis têm características e especificidades
próprias da cultura em que foram estruturados. Na maioria das vezes,
os papéis são referendados pelas normas de funcionamento de um
grupo.
Os papéis podem ser impostos ou escolhidos. Por isto, no trabalho
grupal, deve-se observá-los a fim de identificar aqueles que os membros
do grupo assumem de forma espontânea ou imposta. Deve-se observar,
ainda, como o grupo lida com os papéis assumidos formal e
informalmente.

os papéis informais surgem de espaços onde a organização formal não


responde adequadamente às demandas do grupo, mas que não são
assumidos publicamente. Assim a gênese dos papéis informais é
permeada por conteúdos subjectivos pessoais e grupais.

Um conjunto de pessoas que atuem em interação entre si, no grupo é


fundamental que uma sociabilidade seja estabelecida a partir de um
intercambio dos diferentes papéis grupais para que entre eles possa
emergir uma mudança, “com os papéis individuais refaz-se, no grupo, o
processo total da aprendizagem, tendo em conta que cada integrante
pode assumir funcionalmente papéis diferentes conforme o tema, os
momentos ou níveis da aprendizagem.”

Entendido assim, o trabalho com grupos auxilia os participantes a


exercitarem os papéis dinamicamente, o que permite avaliar se os
mesmos facilitam ou dificultam o desenvolvimento do próprio grupo.
Diante dos problemas grupais alguns membros são capazes de alternar
papéis com outros membros de acordo com uma tarefa específica,
tornando possível o fluxo e a troca de experiências.
Um grupo cujas pessoas assumem papéis rígidos tende a ser um grupo
com dificuldades de adaptar-se às mudança s e com grande
possibilidade de conflito interpessoal futuro.

6.9.20.Alguns valores que se destacam na formação de grupos Sociais

✓ Valores humanos: evidenciam a preocupação com o ser humano como


um todo, sua relação com o meio ambiente desempenhando um papel
importante na construção de atitudes positivas como preocupação
básica na relação ser humano versus natureza e não mais a natureza
versus homem.

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✓ Valores sociais: palavras fortes quando se entende que ninguém vive


sozinho – amor, compaixão, tolerância, justiça.
✓ Valores culturais e religiosos: nossos costumes culturais e rituais de
muitas maneiras nos ensinam a desempenhar comportamentos de
proteção, de respeito ao outro e à natureza, tratado como algo sagrado.
✓ Valores éticos: o homem não pode se considerar o centro da Terra.
Deve-se promover a cidadania, a sustentabilidade, a preservação de
todas as espécies, inclusive a humana.
✓ Valores globais: o conceito de que a civilização humana é uma parte do
planeta como um todo e da mesma natureza e vários fenômenos
naturais sobre a terra estão interligados e inter-relacionados com laços
especiais de harmonia. Se perturbar essa harmonia em qualquer lugar,
haverá um desequilíbrio ecológico levando a resultados catastróficos,
que em diferentes proporções já estão acontecendo.
✓ Valores espirituais: os princípios de autopreservação, autodisciplina, o
contentar-se com o básico e o necessário, o controle desenfreado dos
desejos, a ganância e austeridade são alguns dos melhores elementos
do nosso intricado sistema religioso que precisa ser purificado.

A partir da compreensão dos tipos de valores, faz-se necessário


compreender o significado de valor, pois, ao refletir sobre ética,
também falamos sobre os nossos valores e virtudes e,
consequentemente, sobre o comportamento dos homens.

Portanto, conclui-se que a ética é formada pelo estudo e


investigação do comportamento e dos juízos de valor, estabelecendo
ponderações de valor para o que está de acordo ou não com as normas
e regras de convivência dos homens em sociedade, pontuando o que é
certo e errado em cada postura social, observando sempre as normas
de convivência social de cada sociedade ou povo.

Figura 33 – Interesses pessoais e do mundo

113
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

FONTE: <http://www.perguntascretinas.com.br/wp-content/uploads/2008/01/mafalda.jpg>. Acesso em: 07


jan. 2023.

Existem dois tipos de interesses pessoais: egoísta, “quando beneficia


exclusivamente o indivíduo à custa dos outros e, portanto, assume
feições abusivas e particularistas”; e auto interesse, “quando beneficia o
indivíduo sem prejudicar outrem, e, portanto, assume feições
consensuais e universalistas, pois salvaguarda a individualidade e
interessa a todos”.

114
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

7.1.Exercicios de auto avaliação


Parte 1_____________________________________________________
Responda as questões que se seguem com clareza:
1.O que são os comportamentos?

2. O que são atitudes ?

3. Mencione os componentes das atitudes?

4.Como e que ocorre o processo de Formação das atitudes?

5.Diferencie a publicidade e a propaganda ?

6. Define o processo grupal?

7. Fale dos objetivos e necessidades grupais:

8.Quais são as Razões que levam a conflitos intra-grupais?

9. Como define-se a estrutura de um grupo?

10.Como é que a homogeneidade e heterogeneidade de um grupo


influenciam nos resultados do grupo?

11.Como que o coordenador/ Lider do Grupo deve definir as posicões


e tarefas para os integrantes ?

Parte 2
Marque a opção correcta
1.Sobre Componentes das atitudes
I. Cognitiva
II. Afectiva
III. Comportamental
Assinale as assertivas correctas
A. I
B. I e II
C. II e III
D. I, II e III
2.Sobre formação das atitudes
I. As atitudes formam-se no decurso do processo de socialização.

115
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

II. Resultam de um grande número de experiências da pessoa com o


objecto da atitude e/ou da interacção social com as pessoas que
exprimem a atitude.
III. Constituem o produto final dos processos cognitivos, afectivos e
comportamentais através dos quais ocorreram as experiências da
pessoa com a atitude.
Assinale as assertivas correctas
A. I
B. II e III
C. I e III
D. I, II e III

3.Sobre a Modificação das atitudes:


I. A persuasão (publicidade, campanhas…):
II. A propaganda: técnica de persuasão de massas na esperança de mudar
atitudes:
III. Exploração do medo (quanto mais assustada, mais facilmente uma
pessoa se deixa persuadir)
IV. Lavagem ao cérebro (técnicas de persuasão individual - alteração
radical de atitudes com base na coerção física e psicológica): exploração
da debilidade, dependência e temor (exemplo: o programa oficial
comunista chinês)
Assinale as assertivas correctas
A. I e II
B. III e IV
C. II, III e IV
D. I, II, III , IV

4.O acto ou efeito de socializar, ou seja, de tornar social, de reunir em


sociedade. É a extensão de vantagens particulares, por meio de leis e
decretos, à sociedade inteira.
A. Educação
B. Socializa
C. Aculturação
D. Formação de atitudes

5.Atitude Tendência ou predisposição adquirida e relativamente estável


para agir, pensar ou sentir de uma determinada forma (positiva ou
negativa) face a um objeto, pessoa, situação, grupo social, instituição,
conceito ou valor.
A. Socialização

116
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

B. Aculturação
C. Endoculturação
D. Formação de atitudes

6.Podem encontrar-se vários tipos de líderes e lideranças: Um único


membro, normalmente o líder formal, impõe a sua liderança aos
restantes, que a podem aceitar ou não consoante o grau de empenho e
de capacidade que o líder demonstra na resolução de problemas,
denomina-se:
A. Laissez-faire
B. Autocrático
C. Democrático
D. Liderança colectiva

7.Podem encontrar-se vários tipos de líderes e lideranças: O grupo não


tem um líder efectivo e eficaz, o que, normalmente, contribui para a sua
ineficácia colectiva e mesmo para a sua desagregação. Eventualmente,
entre ajudar-se, do que, por exemplo, em grupos que buscam
concretizar objectivos de mudança social, denomina-se:
A. Laissez-faire
B. Autocrático
C. Democrático
D. Liderança colectiva

8.Podem encontrar-se vários tipos de líderes e lideranças: O líder


encoraja todos a darem o seu contributo. Por outro lado, nos grupos
democráticos formais (por exemplo, pequenas associações) todos
podem aspirar a serem eleitos líderes. O efeito que resulta de um estilo
democrático é a maior participação dos membros do grupo nas
actividades do mesmo, denomina-se:
A. Laissez-faire
B. Autocrático
C. Democrático
D. Liderança colectiva

9. É um estilo de liderança raro, pois alguns membros do grupo tendem


sempre a sobressair e a liderar pela sua capacidade de iniciativa e
resolução de problemas e pelo seu empenho na vida do grupo.,
denomina-se:
A. Laissez-faire
B. Autocrático

117
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C. Democrático
D. Liderança colectiva

Parte 3
10. Publicidade informativa, argumentativa e sugestiva;
A. Verdadeiro
B. Falso
11. Publicidade sugestiva, em que se começaram a usar sondagens para
revelar os gostos dos consumidores e orientar o conteúdo das
mensagens publicitárias;
A. Verdadeiro
B. Falso

12.Fortemente persuasiva e emotiva, que corresponde à época actual,


que entra em conta com sondagens, estudos de mercado, estudo de
meios, psicologia do consumo, etc.
A. Verdadeiro
B. Falso

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7.2.Solução dos exercícios de Auto-avaliação da Unidade: 1

1- A principal ideia deste filósofo era a distinção entre o ser humano e


os demais animais, por isso o foco de seus estudos era a razão.

2- Formulou então a chamada teoria platónica, na qual a alma era


imortal e separada do corpo, sendo o homem um ser dualista,
composto de duas partes distintas e opostas.

3- Dois grandes filósofos, Santo Agostinho (354-430) e São Tomás de


Aquino (1225-1274), são figuras importantes e representam este
período.
4- É na Universidade de Leipzig, na Alemanha, a partir das investigações
coletivas dos pesquisadores Wundt, Weber e Fechner, que a Psicologia
científica tem sua origem.

5- 1.O observador deve ser capaz de determinar quando o processo


pode ser introduzido;
2.Ele deve estar num estado de prontidão ou de atenção concentrada;
3.Deve ser possível repetir a observação várias vezes;
4.As condições experimentais devem ser passíveis de variação em
termos, manipulação controlada dos estímulos.

6- A Lei do Efeito afirma que aquelas ações que têm resultados


agradáveis para o animal (incluindo o homem) tendem a se repetir,
enquanto que as que têm resultados desagradáveis tendem a
desaparecer.

7- Segundo Edward L. Thorndike a aprendizagem decorre de um


processo de associação de ideias, das mais simples às mais complexas.

119
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

8- Segundo a lei do Efeito de Thorndike a satisfação leva à


aprendizagem O princípio da lei do efeito desenvolvida por Edward
Thorndike sugere que as respostas seguidas de perto pela satisfação
ficarão firmemente ligadas à situação e, portanto, mais propensas a
voltar a ocorrer quando a situação se repete. Por outro lado, se a
situação é seguida por desconforto, as ligações com a situação serão
mais fracas, e o comportamento de resposta é menos provável
de ocorrer quando a situação é repetida.

9- Watson (1878-1958), dizia que a psicologia deveria se voltar apenas


aos dados das ciências naturais, ou seja, àquilo que era passível de ser
observado, que seria o comportamento.

10- Skinner já concebia que um organismo aprende quando seu


comportamento é fortalecido por um reforço ou diminui à medida que
sofre uma punição. Nesta ótica, o organismo se ajusta ao ambiente
dando respostas a partir dos estímulos aos quais é submetido. Duas
contingências operantes na teoria de Skinner são o reforço positivo e o
reforço negativo, sendo que ambos têm como objectivo ensinar certo
comportamento ao indivíduo.

11- De acordo com os princípios desta teoria, a percepção do homem


não ocorre por meio de “pontos isolados”, de forma fragmentada, mas
sim por uma visão do todo. Desse modo, existe uma dependência entre
as partes, pois não as percebemos de forma isolada, mas pelo
estabelecimento de relações entre elas.

12- Os três níveis de consciência do ser humano: o consciente, o pré-


consciente e o inconsciente.

120
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

7.3.Solução dos exercícios de Auto-avaliação da Unidade: 2

1- É qualquer forma pela qual duas pessoas trocam informações.

2. Falada ou comunicação verbal: face a face, telefone, rádio ou


televisão e outros meios de comunicação.
Comunicação não verbal: linguagem corporal, gestos, como nos
vestimos ou agimos.
Comunicação escrita: cartas, e-mails, livros, revistas, material escrito na
internet ou através de outros meios de comunicação.
Visualização: gráficos e tabelas, mapas, logotipos e outras visualizações.
Porém, quando falamos em nível de comunicação relacional entre o ser
humano, temos dois níveis: a comunicação verbal e a não verbal.

3- Linguagem é um conjunto de formas organizadas usadas pelos


indivíduos para se comunicar, por exemplo: as línguas faladas em todo o
mundo são organizadas e utilizadas pelos seus falantes.

4- Inicialmente, o pensamento se desenvolve sem a linguagem, ou seja,


os primeiros balbucios das crianças são formados sem o pensamento e
objetivam atrair a atenção dos adultos, caracterizando a função social
da fala, desde o início.

5- O predomínio do sentido de uma palavra sobre seu significado, a


partir do contexto em que surge. O sentido da palavra é alterado pelas
situações em que se insere e pela mente da pessoa que a utiliza;
A aglutinação: combinação de palavras para expressar idéias complexas;
O modo pelos quais os sentidos se combinam e unificam, sendo que
uma única palavra pode ter vários sentidos.

6.Qual e o impacto da linguagem do desenvolvimento mental?


Segundo Vygotsky, a linguagem é um fator fundamental para o
desenvolvimento mental da criança, pois exerce uma função
organizadora e planejadora de seu pensamento, além de ter uma
função social e comunicativa.
7-Considerando o seu aspecto temporal, ela se divide em dois grandes
grupos quais são :
- Sincrônica: é voltada à análise de fatos da língua de “determinado
grupo” em “determinado tempo”, sem referências a períodos
anteriores ou posteriores ao fato estudado.

121
ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

- Diacrônica: observa, analisa e estuda a evolução das línguas e suas


alterações em fonética, morfologia, sintaxe ou semântica ao longo de
sua história. Um exemplo é o termo “vossa mercê”, que ganhou formas
coloquiais como voismecê, vossancê, chegou ao “você” e com a era
tecnológica e a comunicação pela internet chegou ao reduzido a “vc”.

8. Personalidade é uma palavra que tem origem latina "persona", que


quer dizer máscaras utilizadas pelos atores em uma representação
teatral. Refere-se também aos papéis representados pelas pessoas em
uma sociedade, referindo-se à aparência externa, as atitudes ou
comportamentos que as caracterizam em determinadas situações.

9. é uma ferramenta para construir relacionamentos. Ela oferece a


possibilidade de gerar conhecimento, entendimento, aceitação,
comprometimento e ação.

10. Classificar, que é a função que permite que a mente faça contato
com o mundo;
Dar apoio a explanações e assegurar prognóstico em relação ao futuro,
o qual pode ser utilizado para selecionar planos e ações;
Dar sustentação à mente, pois não há necessidade de armazenar todos
os fatos e suas possibilidades, se as inferências podem ser derivadas de
informações já armazenadas.

122
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7.4.Solução dos exercícios de Auto-avaliação da Unidade: 3

1. O desenvolvimento da criança é um processo de constituição e


surgimento do homem, da personalidade humana, que se forma por
meio do ininterrupto aparecimento de novas particularidades, novas
qualidades, novos traços, novas formações que são preparados no curso
precedente de desenvolvimento e não estão presentes, já prontas, em
tamanhos reduzidos e tímidos, nos degraus anteriores.

2. Consiste em estabelecer uma relação de equivalência e não de


identidade, entre as relações sociais enquanto estruturas da sociedade
e as relações sociais enquanto estrutura social da personalidade.

3. É a forma pela qual o psiquismo emerge da vida orgânica:


corresponde à sua primeira manifestação. Pelo vínculo imediato que
instaura com o ambiente social, ela garante o acesso ao universo
simbólico da cultura, elaborado e acumulado pelos homens ao longo da
sua história.

4. Moscovici (1976), por sua vez, foi um pesquisador que defendeu


amplamente que é possível haver mudança social a partir da inovação
que parte de uma minoria, ou seja, a maioria do grupo pode mudar
como resultado da influência da manifestação de poucas pessoas, desde
que esta seja uma minoria consistente.

5. A criança é um ser exigente, com energias que não consegue


controlar, devido à sua condição de ser indefeso. a criança aprende
progressivamente a controlar seus impulsos, ou suas pulsões, ela passa
a adquirir consciência das diferenças entre aquilo que consegue
controlar e as respostas – coercitivas – que recebe, ainda que outras
pulsões continuem a existir no seu inconsciente.

6. A criança atinge o entendimento de que é um agente distinto ao ver


os outros se comportarem regularmente com ela. Nas brincadeiras,
sobretudo naquelas em que começam a imitar os adultos, as crianças
passam, pouco a pouco, a aprender a “fazer o papel do outro” – isto é,
a aprender o que é estar na pele de outra pessoa, e só nessa fase ela
passa a ter um sentido de self, isto é, de “mim” como diferente do “eu”.
O “mim” é o “eu social”, ao passo que o “eu” é o bebê não socializado,
amálgama de desejos e necessidades espontâneas

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7.4.Solução dos exercícios de Auto-avaliação da Unidade: 4

1. Comportamentos são, simplesmente, as nossas ações públicas, tudo


o que externalizamos, o que falamos e como falamos, os gestos
voluntários e os involuntários.

2. Atitudes são Tendência ou predisposição adquirida e relativamente


estável para agir, pensar ou sentir de uma determinada forma (positiva
ou negativa) face a um objeto, pessoa, situação, grupo social,
instituição, conceito ou valor.

3. Cognitiva, Afectiva e Comportamental

4. As atitudes formam-se no decurso do processo de socialização.


1. Resultam de um grande número de experiências da pessoa com o
objeto da atitude e/ou da interação social com as pessoas que
exprimem a atitude.
2. Constituem o produto final dos processos cognitivos, afetivos e
comportamentais através dos quais ocorreram as experiências da
pessoa com a atitude.

5. A publicidade é a comunicação utilizada para anunciar um produto


ou serviço de uma empresa, para fins comerciais. Já a propaganda é
utilizada para divulgar ideias, pensamentos e causas.

6. Processo grupal é o conjunto dos fenômenos psicossociais que se


produzem nos pequenos grupos, assim como as leis naturais que os
regem.

7. Para Amado e Guittet (1982), “os grupos nascem da tomada de


consciência de indivíduos isolados de seus interesses comuns e de sua
interdependência”. Compreendidos assim, os grupos são fundados a
partir do compartilhamento de fins que justificam sua existência e pelo
reconhecimento da dependência em relação ao “outro” para alcançar
esse resultado.

8. As razões que levam os indivíduos a fazerem parte de um grupo ficam


muito divergentes entre si há uma tendência a surgirem insatisfações e
angústias que geram estresses e conflitos.

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9. A estrutura do grupo definem-se pelos lugares específicos que as


pessoas ocupam nele. Reflete as relações internas entre os membros do
grupo e representam a maneira pela qual as pessoas e seus papéis
estabelecem esses relacionamentos.

10. O motivo para ingressar no grupo e a experiência de vida são


consideradas como componentes influentes naquilo que denominou
heterogeneidade do grupo. A tese do autor é a de quanto mais
heterogêneo é um grupo, maior a probabilidade de ser eficaz e atingir o
seu objetivo. A homogeneidade e heterogeneidade de um grupo afetam
os seus resultados.

11. Ao trabalhar com o grupo, o coordenador grupal deve levar em


consideração estas características pessoais, interpessoais, profissionais
(econômico-sociais) e culturais.

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ISCED PSICOLOGIA DE COMUNICAÇÃO

8.1. Referencias bibliograficas Recomendadas

✓ Atkinson, R. (2002). Introdução à psicologia de Hilgard. Porto Alegre:

Artmed,

✓ Abrunhosa Maria antonia e leitao. (2009). Introdução a Psicologia.

Lisboa Asa

✓ Bocato, C. Fábio Roberto Tavares & Débora Cristina Curto da Costa.

(2016) Psicologia da Comunicação, copyright © UNIASSELVI

✓ Bock, A. M. B. et al. (2000). Psicologias: uma introdução ao estudo da

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✓ Cardoso, Adelino Froiz, António Fachada e tal. (1993).Rumos da

Psicologia. Lisboa

✓ Citelli, A. (2000). Comunicação e educação: a linguagem em movimento.

São Paulo: SENAC.

✓ Fadiman, J. Frager, R. (1979). Teorias da personalidade. São Paulo:

✓ Glaitman, Henry, Fridlund alan et all. (2009). Psicologia. Lisboa Fundação

✓ https://www.educamundo.com.br/blog/comunicacao-linguagem-curso-

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✓ Harper&Row GOLDSTEAN, J. (1980). Psicologia social. Rio de Janeiro:

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✓ Luria.(1976).blog.portaleducacao.com.br/as-definicoes-do-pensamento-

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Pioneira ThomsonLearning,

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✓ Rodrigues, A. (1992). Psicologia social para principiantes. Rio de Janeiro:

Vozes

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