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ISCED BOTÂNICA GERAL

Direitos de autor (copyright)


Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação à Distância (ISCED),
e contém reservado todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total
deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrónicos, mecânico,
gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto
Superior de Ciências e Educação à Distância (ISCED).
A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos judiciais
em vigor no País.

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ISCED BOTÂNICA GERAL

Agradecimentos

O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED), agradece a colaboração dos


seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual:

Autor Amélia Fanheiro, Angélica Jossefa e Fraydson Sebastião


Coordenação Direcção Académica do ISCED
Design Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED)
Financiamento e Logística Instituto Africano de Promoção da Educação a Distancia (IAPED)
Ano de Publicação 2019
Local de Publicação ISCED – BEIRA

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ISCED BOTÂNICA GERAL

Índice
Visão geral 1
Bem-vindo ao Manual da Disciplina de Botânica Geral ................................................... 1
Quem deveria estudar este manual ................................................................................. 2
Como está estruturado este manual ................................................................................ 2
Conteúdo deste manual ................................................................................................... 2
Outros recursos ............................................................................................................... 2
Auto-avaliação e Tarefas de avaliação.......................................................................... 3
Habilidades de estudo ...................................................................................................... 3
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 5
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ................................................................................ 6
Avaliação ........................................................................................................................... 6

Unidade I 9
Introdução à Botânica Geral ............................................................................................. 9
Introdução ............................................................................................................... 9
Conceito de Botânica ............................................................................................ 10
Objecto de Estudo ................................................................................................. 10
Importância da Botânica Geral ............................................................................. 10
Sumário ........................................................................................................................... 11
Auto – avaliação ............................................................................................................. 11
Avaliação ......................................................................................................................... 12

Unidade II 13
Anatomia Vegetal ........................................................................................................... 13
Introdução ............................................................................................................. 13
Conceito de tecido vegetal ................................................................................... 14
Classificação dos tecidos vegetais ........................................................................ 14
Tecidos de formação (Meristemas) ...................................................................... 15
Tecidos de Revestimento ou de Protecção .......................................................... 18
Tecidos de sustentação ......................................................................................... 20
Tecidos de Transporte .......................................................................................... 23
Tecidos Básico (Parênquima) ................................................................................ 26
Sumário ........................................................................................................................... 27
Auto – avaliação ............................................................................................................. 29
Avaliação ......................................................................................................................... 29

Unidade III 30
Histologia dos órgãos vegetais ....................................................................................... 30
Introdução ............................................................................................................. 30
Natureza e Funções da Raiz .................................................................................. 31

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Estrutura Primária da Raiz .................................................................................... 32


Estrutura Secundária da Raiz ................................................................................ 35
Natureza e Funções do Caule ............................................................................... 38
Estrutura Primária do Caule .................................................................................. 39
Estrutura Secundária do Caule.............................................................................. 43
Natureza e Funções da Folha ................................................................................ 45
Anatomia da Folha ................................................................................................ 47
Sumário ........................................................................................................................... 49
Auto – avaliação ............................................................................................................. 52
Avaliação ......................................................................................................................... 53

Unidade IV 54
Morfologia Vegetal ......................................................................................................... 54
Introdução ............................................................................................................. 54
Morfologia Externa da Raiz ................................................................................... 55
Morfologia Externa do Caule ................................................................................ 58
Morfologia Externa da Folha................................................................................. 60
Flor, Fruto e Semente ........................................................................................... 64
Sumário ........................................................................................................................... 70
Auto – avaliação ............................................................................................................. 72
Avaliação ......................................................................................................................... 72

Unidade V 73
Multiplicação e Reprodução ........................................................................................... 73
Introdução ............................................................................................................. 73
Multiplicação Vegetativa ...................................................................................... 74
Reprodução ........................................................................................................... 84
Gâmetas ................................................................................................................ 88
Sumário ........................................................................................................................... 90
Auto – avaliação ............................................................................................................. 92
Avaliação ......................................................................................................................... 92

Unidade VI 93
Ciclos de Vida com Alternância de Nucleofase e de Gerações ...................................... 93
Introdução ............................................................................................................. 93
Ciclos de Vida com Alternância de Nucleofases de Gerações .............................. 94
Alternância de Núcleo de Fase Zigótica e Gamética ............................................. 99
Sumário ......................................................................................................................... 101
Auto – avaliação ........................................................................................................... 102
Avaliação ....................................................................................................................... 102

Bibliografia 103

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Visão geral

Bem-vindo ao Manual da Disciplina de Botânica Geral

Caro estudante, bem-vinda ao Manual dda Disciplina de e Botânica


Geral. A Botânica Geral é um campo das ciências Biológicas que se
ocupa com o estudo das diferentes formas de manifestações de
comportamentos, tanto dos animais que vivem livres na natureza
bem como os que vivem sobre a influência do Homem.

Esta disciplina permitirá que o prezado estudante compreenda os


aspectos morfológicos das plantas. Características das mais
variadas formas de plantas olhando em particular aspectos
estruturais comuns em diferentes grupos de vegetais na natureza.

Neste módulo, serão discutidos assuntos como: História da


Botânica, tecidos de revestimento, tecidos de suporte, tecidos de
protecção e tecidos de sustentação em vários grupos de plantas
com destaque para as traqueófitas ou simplesmente plantas
superiores.

Constituem os objectivos deste manual:


 Caracterizar as diferentes estruturas das plantas superiores;
 Descrever a anatomia e morfologia das plantas superiores;
 Desenhar e legendar tecidos e órgãos das plantas superiores;
Objectivos  Aplicar os conhecimentos básicos sobre as plantas superiores;
Específicos  Explicar as formas de multiplicação e reprodução nos vegetais;
 Comparar os ciclos de vida com alternância de gerações e
fases nucleares;

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 Demonstrar bases sólidas para outras cadeiras como Botânica


Sistemática e Fisiologia Vegetal.

Quem deveria estudar este manual

O presente Manual foi concebido para estudantes do 1º ano do


curso de Licenciatura em Ensino de Biologia do ISCED.

Como está estruturado este manual

O presente manual está estruturado da seguinte maneira:


 Conteúdos deste manual.
 Abordagem geral dos conteúdos do manual, resumindo os
aspectos-chave que você precisa para conhecer a história da
comunicação. Recomendamos vivamente que leia esta secção com
atenção antes de começar o seu estudo, como componente de
habilidades de estudos.

Conteúdo deste manual

Este manual está estruturado em temas. Cada tema, comporta


certo número de unidades temáticas ou simplesmente unidades,
cada unidade temática caracteriza-se por conter um título
específico, seguido dos seus respectivos subtítulos.
No final de cada unidade temática, são propostos 10 exercícios de
fechados e 5 exercicios abertos. No fim de cada tema, são
incorporados 10 exercícios fechados para avaliação e 5 exercicios
abertos para auto-avaliacao. No final do manual estão incorporados
100 exercicios fechados para preparação aos exames.
Os exercícios de avaliação são Teóricos e Práticos.

Outros recursos

O ISCED pode, adicionalmente, disponibilizar material de estudo na


Biblioteca do Centro de recursos, na Biblioteca Virtual, em formato
físico ou digital.

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ISCED BOTÂNICA GERAL

Auto-avaliação e Tarefas de avaliação

As tarefas de auto-avaliação para este manual encontram-se no


final de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos
exercícios de auto-avaliação apresentam duas características:
primeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo,
exercícios que mostram apenas respostas.
As tarefas de avaliação neste manual também se encontram no
final de cada unidade temática, assim como no fim do manual em
si, e, devem ser semelhantes às de auto-avaliação, mas sem mostrar
os passos e devem obedecer o grau crescente de dificuldades do
processo de aprendizagem, umas a seguir a outras. Parte das
tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos de campo a serem
entregues aos tutores/docentes para efeitos de correcção e
subsequentemente atribuição de uma nota. Também constará do
exame do fim do manual. Pelo que, caro estudante, fazer todos os
exercícios de avaliação é uma grande vantagem.

Habilidades de estudo

O principal objectivo desta secção, é ensinar a aprender


aprendendo.
Durante a formação e desenvolvimento de competências, para
facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará
empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons
resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e
eficazes. Por isso, é importante saber como, onde e quando estudar.
Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos que caro
estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos estudos,
procedendo como se segue:

1º - Praticar a leitura. Aprender à distância exige alto domínio de


leitura.
2º - Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida).
3º - Voltar a fazer a leitura, desta vez para a compreensão e
assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR).
4º - Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua
aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão.

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ISCED BOTÂNICA GERAL

5º - Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou


as de estudo de caso, se existir.

IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo,


respectivamente como, onde e quando estudar, como foi referido
no início deste item, antes de organizar os seus momentos de estudo
reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: Estudo
melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à
noite/de manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da semana?
Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num sítio
barulhento!? Preciso de intervalo a cada 30 minutos ou a cada 60
minutos? etc.
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado
durante um determinado período de tempo; deve estudar cada
ponto da matéria em profundidade e passar só a seguinte quando
achar que já domina bem o anterior.
Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler e
estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é
juntar o útil ao agradável: saber com profundidade todos conteúdos
de cada tema, no manual.

Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por


tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora
intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso (chama-
se descanso à mudança de actividades). Ou seja, que durante o
intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos das
actividades obrigatórias.
Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual
obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento
da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado volume
de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, criando
interferência entre os conhecimentos, perde sequência lógica, por
fim ao perceber que estuda tanto, mas não aprende, cai em
insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente
incapaz!
Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma
avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda
sistematicamente), não estudar apenas para responder a questões
de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobretudo, estude
pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área em que
está a se formar.

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ISCED BOTÂNICA GERAL

Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que


matérias deve estudar durante a semana; face ao tempo livre que
resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo
quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades.
É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será
uma necessidade para o estudo das diversas matérias que
compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar
a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as
partes que está a estudar e pode escrever conclusões, exemplos,
vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a
margem para colocar comentários seus relacionados com o que
está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir
à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura;
utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado
não conhece ou não lhe é familiar.

Precisa de apoio?

Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o
material de estudos impresso, pode suscitar-lhe algumas dúvidas
como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis
erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, página
trocada ou invertidas, etc.). Nestes casos, contacte os serviços de
atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR),
via telefone, SMS, E-mail, Casos Bilhetes, se tiver tempo, escreva
mesmo uma carta participando a preocupação.
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes
(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua
aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da
comunicação no Ensino à Distância (EAD), onde o recurso às TIC se
tornam incontornável: entre estudante, estudante – tutor,
estudante – CR, etc.
As sessões presenciais são um momento em que caro estudante,
tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff do seu CR,
com tutores ou com parte da equipa central do ISCED indigitada para
acompanhar as suas sessões presenciais. Neste período, pode
apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza pedagógica e/ou
administrativa.
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30%
do tempo de estudos a distância, é de muita importância na medida
em que permite-lhe situar, em termos do grau de aprendizagem
com relação aos outros colegas. Desta maneira fica a saber se
precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver

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ISCED BOTÂNICA GERAL

hábito de debater assuntos relacionados com os conteúdos


programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade
temática, no manual.

Tarefas (avaliação e auto-avaliação)

O estudante deve realizar todas as tarefas (actividades avaliação e


autoavaliação), pois, influenciam directamente no seu
aproveitamento pedagógico.
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante. Esteja sempre ciente de que a nota das avaliações conta
e é decisiva para a admissão ao exame final da disciplina.
As avaliações são realizadas e submetidas na Plataforma MOODLE.
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa,
contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados,
respeitando os direitos do autor.
O plágio1 é uma violação do direito intelectual do (s) autor (es). Uma
transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do texto de um autor,
sem o citar é considerada plágio. A honestidade, humildade
científica e o respeito pelos direitos autorais devem caracterizar a
realização dos trabalhos e seu autor (estudante do ISCED).

Avaliação

Muitos perguntam: como é possível avaliar estudantes à distância,


estando eles fisicamente separados e muito distantes do
docente/tutor!? Nós dissemos: sim é muito possível, talvez seja uma
avaliação mais fiável e consistente.
Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com
um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os
conteúdos do seu manual. Quanto ao tempo de contacto presencial,
conta com um máximo de 10% do total de tempo do manual. A
avaliação do estudante consta de forma detalhada do regulamento
de avaliação.
As avaliações de frequência pesam 25% e servem de nota de
frequência para ir aos exames. Os exames são realizados no final da

1
Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade
intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização.

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ISCED BOTÂNICA GERAL

disciplina e decorrem durante as sessões presenciais. Os exames


pesam 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência,
determinam a nota final com a qual o estudante conclui a disciplina.
É definida a nota de 10 (dez) valores como nota mínima de
aprovação na disciplina.
Nesta disciplina, o estudante deverá realizar pelo menos 5
avaliações escritas sendo 2 fóruns e 3 testes (teóricos e práticos), e
1 (um) exame final.
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados
como ferramentas de avaliação formativa.
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as
recomendações, a identificação das referências bibliográficas
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros.
Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento ds
Cursos e Sistemas de Avaliação do ISCED.

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Unidade I
Erro! Fonte de referência não
encontrada.
Introdução à Botânica Geral
Introdução
Esta unidade temática sobre a introdução à Botânica Geral vai orientar os
estudantes sobre a importância que a Botânica tem como ciência, os seus
conceitos, objecto de estudo e a sua importância. Desta forma,
convidamos a sí, caro estudante, para a discussão nesta unidade dos
aspectos introdutórios relacionados com a Botânica Geral.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Definir o conceito de Botânica.

 Descrever o objecto de estudo da Botânica Geral.

Resultados  Explicar a importância da Botânica Geral.

 Resolver exercícios relacionados com a Botânica Geral.

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Terminologia
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Conceito de Botânica
A palavra Botânica tem como origem a palavra grega “botané”, que
significa “planta”. É o ramo das Ciências Biológicas que estuda as plantas.
Seu campo é muito vasto, abrange todo o reino vegetal, indo das formas
de organização extremamente simples, até as mais complexas: nas
plantas superiores são estudadas: a morfologia, a classificação, a
identificação, a reprodução, a fisiologia, a distribuição, e as relações
mútuas com outros seres vivos.

Objecto de Estudo
O objecto de estudo da Botânica Geral é as plantas e a sua
anatomia, suas toxinas, substâncias, células. Ela abrange a
fisiologia, morfologia, ecologia vegetal e taxonomia, ou seja, todas
as características, interacções e funcionamento das espécies
vegetais.

Importância da Botânica Geral


A Botânica Geral é a base para o estudo da fisiologia das plantas, visto
que, ela faz uma abordagem anatómica das plantas que são essenciais
para a manutenção da vida no planeta Terra. Elas são consideradas seres
produtores, ou seja, formam a base da cadeia alimentar. A Botânica Geral
é importante porque ajuda a perceber a estrutura anatómica das
diferentes formas de plantas incluindo os vários mecanismos de
adaptação a diferentes ambientes desde os terrestres, aéreos e aquáticos.

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ISCED BOTÂNICA GERAL

Um dos mais importantes campos de aplicação da pesquisa botânica é o


da saúde. Uma elevada percentagem das matérias-primas empregue pela
indústria farmacêutica se compõe de espécies vegetais de todo tipo,
embora os princípios activos que constituem os medicamentos sejam às
vezes produto de processos químicos. Alcalóides, antibióticos, óleos
essenciais, vitaminas e uma infinidade de outras substâncias de
fundamental interesse terapêutico têm como fonte espécies vegetais dos
mais variados tipos.

Sumário

Nesta unidade você aprendeu que a Botânica Geral é uma ciência que
estuda e classifica os vegetais considerando a forma, estrutura e
composição, agrupando-os em categorias de acordo com as suas
Sumário
características semelhantes. Portanto o objecto de estudo baseia-se nos
caracteres dos vegetais, como estrutura da folha, maior ou menor
desenvolvimento do caule, tipos de corola, número de estames, etc.,
podendo se reunir em grupos, vegetais sem nenhuma semelhança
natural. Dentro deste ramo, são estudadas uma série de factores
relacionados a estes organismos: seu crescimento, desenvolvimento,
reprodução, doenças, evolução, entre outros aspectos. A Botânica Geral
é importante porque dedica-se ao estudo das diferentes características
morfo-fisiológicas das plantas. Esta ciência procura estudar a estrutura
anatómica das plantas desde da semente, raiz, caule, folha, flor e frutos.

Auto – avaliação
1. O que entendes por botânica geral?
2. Em que se baseia o objecto de estudo da botânica geral?
3. Qual é a importância de estudo da botânica geral?

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Auto – avaliação

Avaliação
Formem um grupo de 3 elementos e discutam sobre a importância da
Botânica Geral para a vossa formação e a sua ligação com as outras

Avaliação disciplinas.

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Unidade II

Anatomia Vegetal
Introdução
Nesta unidade iremos debruçar-nos sobre a forma como os tecidos das
plantas se organizam. Tecido é um conjunto de células que apresentam a
mesma estrutura e desempenham a mesma função. A Anatomia vegetal
permite relacionar as diversas estruturas internas da planta com suas
funções e assim verificar possíveis tendências adaptativas da planta aos
diversos ambientes e entender a funcionalidade dos mecanismos
fisiológicos da planta.

Desta feita, nesta unidade iremos debruçar sobre os tecidos das plantas
que garantem a sua sobrevivência, realizando uma série de funções
específicas e coordenadas.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Conhecer os tecidos meristemáticos.

 Explicara estrutura dos tecidos meristemáticos, parênquima,

Resultados colênquima, esclerênquima, xilema e floema.

 Descreveras funções dos tecidos meristemáticos, parênquima,


colênquima e esclerênquima, xilema e floema.

 Caracterizaras células do parênquima, colênquima, esclerênquima,


xilema e floema.

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ISCED BOTÂNICA GERAL

 Comparar os tecidos meristemáticos, parênquimas, colênquima e


esclerênquima, xilema e floema; quanto a estrutura e função.

 Classificar os tecidos meristemáticos e dérmicos e parênquimas


segundo a origem e localização.

 Fazer o desenho e legenda do parênquima, xilema e floema

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Terminologia
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Conceito de tecido vegetal


Tecidos são os grupos de células vegetais da mesma origem, similares,
destinadas ao exercício de uma função determinada _ Nas plantas, a
distinção anatómica dos tecidos é menor que nos animais. A
especialização é menos nítida e são poucos os tecidos que apresentam
uma estrutura bem característica. Na maioria das vezes o mesmo tecido
exerce várias funções.

Classificação dos tecidos vegetais


Os tecidos das plantas vasculares dividem-se em dois grandes grupos: (i)
tecidos de formação ou meristemáticos e (ii) tecidos permanentes ou
definitivos (Figura 1). As células dos tecidos merismáticos multiplicam-se
activamente por mitose e, por diferenciação, dando origem aos tecidos

14
ISCED BOTÂNICA GERAL

definitivos. Os tecidos definitivos das plantas repartem-se por quatro


grandes grupos: (i) tecidos de revestimento ou de protecção, (ii) tecidos
de sustentação, (iii) tecidos de condução ou transporte e (iv) tecidos
básicos. Os tecidos de revestimento ou de protecção são a epiderme e o
súber, os tecidos de sustentação são o colênquima e esclerênquima, os
tecidos de condução ou transporte são o xilema e o floema e os tecidos
básicos são formados pelo parênquima.

Tecidos de formação (Meristemas)


Todas as células vivas da semente em germinação se dividem por mitose.
A progressiva diferenciação celular que acompanha o crescimento das
plantas compromete paulatinamente esta capacidade. A produção de
novas células nas plântulas recém-germinadas fica restringida a um tipo
particular de tecido indiferenciado: os meristemas

As células que formam os tecidos meristemáticos caracterizam-se por


apresentarem núcleos grandes, organitos pouco desenvolvidos, vacúolos
pouco desenvolvidos ou inexistentes e paredes celulares finas. Estas
células mantêm a capacidade de divisão, sofrendo mitoses mais ou menos
contínuas, de modo a originar os tecidos definitivos da planta.

Classificação dos meristemas

Os meristemas podem ser classificados quanto a sua origem e localização.

Classificação dos meristemas quanto a origem

Meristemas primários: a sua origem remonta às células embrionárias,


sem que tenha ocorrido uma interrupção da actividade meristemática; o
adjectivo “primário” explicita a continuidade meristemática entre as
células embrionárias e as células iniciais dos meristemas primários. São
responsáveis pelo alongamento da raiz e do caule, bem como pela

15
ISCED BOTÂNICA GERAL

formação dos tecidos definitivos primários. Existem três meristemas


primários:

a) Protoderme: forma uma camada contínua de células em volta


dos ápices caulinar e radicular, sendo responsável pela formação
dos tecidos dérmicos ou de revestimento primário;
b) Meristema fundamental: envolve o procâmbio por dentro e por
fora, originando os tecidos primários de enchimento ou
fundamentais;
c) Procâmbio: localizado no interior dos ápices caulinares e
radiculares, em anel, origina os tecidos condutores primários.

Figura 1:

Meristemas Secundários ou tecidos permanentes


fonte:www.researchgate.net

Meristemas secundários: resultam da diferenciação celular (e.g., de


células parenquimatosas), ou da reactivação de células com capacidade
meristemática temporariamente interrompida (ex: células procambiais)
que ocorrem em regiões do caule e da raiz dominadas por células
diferenciadas. São responsáveis pelo engrossamento das estruturas e

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ISCED BOTÂNICA GERAL

pela formação dos tecidos definitivos secundários (Figura 2). Existem dois
meristemas secundários:

a) Câmbio Vascular: com origem em células do procâmbio ou em


células parenquimatosas dos raios medulares, localiza-se no
cilindro central, exteriormente ao xilema primário e
interiormente ao floema primário. Em corte transversal as suas
células parecem pequenos quadrados mas em corte longitudinal
pode perceber-se que existem dois tipos de células, uma longa e
fusiforme que origina as células vasculares e uma curta que
origina os raios medulares;
b) Câmbio Subero – felogénico: com origem em células do córtex,
epiderme ou mesmo do floema, localiza-se na zona cortical,
geralmente logo abaixo da epiderme. As suas células apresentam
um corte transversal rectangular e forma para o exterior súber e
para o interior feloderme. Ao conjunto, súber, câmbio subero –
felogénico e feloderme, chama-se periderme.

Figura 2:

Meristemas secundários
Fonte: www.biologia.edu.ar

17
ISCED BOTÂNICA GERAL

Classificação dos meristemas quanto a localização:

Os meristemas quanto a localização podem ser classificados em três


grupos, nomeadamente:

Meristemas apicais: Localizados nos ápices de caules ou raízes. Num


sentido alargado incluem os meristemas axilares do caule;

Meristemas laterais: revestem em extensão variável os órgãos axiais


(caule e raíz) promovendo um aumento em diâmetro da planta;

Meristemas intercalares: são meristemas primários próprios das


monocotiledóneas, embutidos entre tecidos já diferenciados. Ao
contrário dos restantes, são meristemas temporários, originando a
formação de novos ramos e folhas.

Tecidos de Revestimento ou de Protecção


Os tecidos de revestimento são divididos em três grupos, que são:

Epiderme: também designada por córtex é um tecido de revestimento


(Figura 3). O córtex é a camada externa de muitas estruturas das plantas.
As células epidérmicas são sempre vivas e arrumadas compactamente,
sem espaços entre si, com capacidade de divisão. Os vacúolos são grandes
e podem conter pigmentos ou taninos.

Podem, ainda, apresentar cloroplastos, nomeadamente as células do


aparelho estomático. Os estomas surgem nas epidermes aéreas, locais
que permitem as trocas gasosas e cuja abertura é regulada por células
especializadas (células guarda). É comum as epidermes apresentarem
pêlos ou tricomas. Em regra, os pêlos da raiz são simples expansões das
células epidérmicas, enquanto os pelos das folhas e caules são
multicelulares. Uma excepção a essa regra é a fibra de algodão, um pêlo
epidérmico de paredes celulósicas espessas da semente do algodoeiro.
Um dos pelos mais complexos é da folha de urtiga, como um fino tubo de
extremidade reforçada por deposição de sílica na parede celular.

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ISCED BOTÂNICA GERAL

Figura 3:
Anatomia da epiderme
Fonte:www.todamateria.com.br

Súber: O súber é um tecido secundário, muito leve e elástico, formado


pelo câmbio suberofelogénico e apenas presente em caules lenhosos
(Figura 4). As células do súber são mortas devido á deposição na parede
secundária de suberina. A suberina é uma substância lipídica, que torna
estas células impermeáveis aos gases e à água. Ao contrário da epiderme,
o súber é um tecido com diversas camadas de células, podendo atingir
espessuras importantes, como no caso dos carvalhos ou dos sobreiros,
onde forma a cortiça. Quando se forma, o súber substitui a epiderme nas
suas funções de protecção, impedindo a perda de água e protegendo o
frágil floema. Essas zonas de interrupção designam-se lentículas.

19
ISCED BOTÂNICA GERAL

Figura 4:

Súber. Fonte: Internet

Endoderme: Igualmente formada por uma única camada de células vivas,


a endoderme envolve a zona central das raízes, separando o córtex (é a
sua última camada de células) da medula destes órgãos.

Tem como função proteger a medula, que contém os tecidos condutores,


de substâncias nocivas que tenham sido absorvidas ou tenham penetrado
no córtex da raiz. As suas células apresentam espessamentos de suberina
ou lenhina em alguns locais da parede celular, permitindo ainda a
passagem de substâncias:

a) Espessamentos em U: presentes apenas em angiospérmicas


monocotiledóneas, apresentam 3 paredes laterais espessadas
com suberina e a parede não espessada virada para o córtex.

Este espessamento, apesar de não total, impede a passagem de


substâncias pela célula, a espaços regulares, as chamadas células janela,
não espessadas, que permitem a passagem em direcção à medula;

b) Pontuações (Bandas de Caspary): presentes apenas em


angiospérmicas dicotiledóneas, este espessamento formam uma
banda em volta das células, mostrando ao M.O.C. pequenas
pontuações.

Tecidos de sustentação
Os tecidos de suporte nos vegetais podem ser classificados em
colênquima e esclerênquima:

20
ISCED BOTÂNICA GERAL

Colênquima: é tecido parenquimatoso em que as células possuem a


parede primária espessada e que ajudam a suportar órgãos em
crescimento. As células do colênquima são vivas, alongadas, de forma
poliédrica em corte transversal e podem mesmo apresentar cloroplastos
(Figura 6). Funcionam como elementos de suporte em órgãos jovens e em
crescimento rápido pois as suas paredes elásticas não oferecem
resistência ao alongamento. De uma forma simplificada, trata-se de um
tecido especializado na sustentação esquelética dos vegetais. É formado
por um grande número de células vivas alongadas, dotadas de paredes
grossas e rígidas muito resistentes, com depósitos de celulose reforçados.

Figura 6:
Células de Colênquima
Fonte:
www.brasilescola.uol.com.br

As células do tecido colênquima podem medir até 1,5 milímetros de


comprimento, por 40 aos 50 micrómetros de diâmetro e se organizam em
feixes longitudinais no interior das partes jovens dos caules. O colênquima
tal como outros tecidos também, pode ser classificado em pequenas
subdivisões:

a) Colênquima Angular: mais comum e ocorre nos caules e pecíolos;

b) Colênquima Lamelar: é pouco comum e ocorre em caules jovens e


pecíolos;

c) Colênquima Lacunar: com as paredes espessadas nos ângulos, mas


apresentando espaços cheios de ar entre as células;

21
ISCED BOTÂNICA GERAL

d) Colênquima Anular: paredes espessadas da célula. O lúmen apresenta-


se circular.

Esclerênquima: tecido de sustentação dos vegetais, composto por células


mortas, o esclerênquima é composto por diversos tipos celulares (Figura
7), por vezes formando tecidos distintos, por vezes dispersos no
parênquima. São todas células mortas na maturidade, com parede celular
espessada e lignificada, de modo que a parede destas células permanece
no vegetal, constituindo tecidos.

Figura 7
Células de Esclerênquima.
Fonte:
www.mundoeducacao.bol.uol.com.br

Uma parede secundária não elástica apenas pode ser encontrada em


locais onde o crescimento terminou. A parede secundária destas células
é composta por lenhina, um composto laminar formado por desidratação
de glícidos, praticamente imune á degradação anaeróbia (por
microrganismos decompositores) e de decomposição extremamente
lenta em presença de oxigénio, o que lhe confere uma enorme
resistência. O tecido esclerenquimático é formado por três tipos de
células:

a) Escleritos: células com forma e tamanho variável, isoladas, embora


possam formar camadas contínuas na nervura de folhas ou caules e
sementes;

22
ISCED BOTÂNICA GERAL

b) Células Pétreas: células de forma arredondada ou oval, relativamente


pequenas, comparadas com os escleritos e fibras;

c) Fibras: células longas e estreitas, de parede uniformemente espessada


por deposição de lenhina.

Tecidos de Transporte
Os tecidos de transporte tem como função principal transportar a seiva
bruta e elaborada. Estes tecidos podem ser divididos em xilema e floema.

Xilema

O xilema é o tecido de transporte de água e sais minerais através do corpo


das plantas (Figura 8). Trata-se de um tecido complexo, com origem no
procâmbio ou no câmbio vascular, conforme se trate de xilema primário
ou secundário. Nas traqueófitas não angiospérmicas, o xilema apenas
apresenta um tipo de célula transportadora (traqueídos), sendo um
tecido menos eficiente. O surgimento do xilema com elementos dos vasos
foi um dos passos fundamentais para a explosão das angiospérmicas.

23
ISCED BOTÂNICA GERAL

Figura 8:
Vasos do Xilema.
Fonte:https://pt.slideshare. net

No xilema de uma planta angiospérmica, podem ser reconhecidos 4 tipos


de células no xilema _

1. Traqueídos: células relativamente longas e estreitas, com parede


secundária lenhificada, o que as torna células mortas. Estas células
alinham-se topo a topo, de modo a facilitar o movimento de água no seu
interior;

2. Elementos dos Vasos: células mais curtas e largas que os traqueídos,


apresentam a mesma parede secundária lenhificada.

Neste caso, as paredes transversais desaparecem, ficando as células,


alinhadas topo a topo, a formar um tubo. Estas células estão sujeitas à
formação de bolhas de ar, que podem bloquear a passagem de água para
as zonas superiores da planta. Nos traqueídos tal não acontecia, não só
porque o diâmetro celular era menor mas também pela presença de
membranas transversais, que impedem a passagem das bolhas de ar;

24
ISCED BOTÂNICA GERAL

3. Fibras Xilémicas: surgem como resultado da pouca capacidade de


suporte dos elementos dos vasos. São fibras de esclerênquima que
intermedeiam as células transportadoras do xilema;

4. Células Parenquimatosas: células com função de reserva e controlo do


movimento de soluções no tecido vascular.

Floema

O floema (Figura 9) é o tecido complexo de transporte de soluções


orgânicas, podendo igualmente ser primário ou secundário, como o
xilema. Este tecido apresenta, igualmente, quatro tipos de células,
análogas às do xilema. O floema é formado por células alongadas,
cilíndricas, formadas pelo meristema apical, ou pelo câmbio vascular que
forma o floema secundário da sua porção externa. O floema é constituído
por quatro tipos celulares básicos:

1. Elementos dos Tubos Crivosos: a designação destas células vivas deriva


do aspecto das suas paredes transversais, que formam as placas crivosas.
Estas células estão sempre associadas a células companheiras, sem as
quais morrem. O seu citoplasma permanece vivo e funcional, embora
altamente modificado e especializado.

2. Células Companheiras: células vivas e pequenas de citoplasma activo e


denso, que controlam o movimento de substâncias nos elementos dos
tubos crivosos;

3. Fibras Floémicas: em tudo semelhantes às fibras xilémicas, têm função


de sustentação. São as únicas células mortas do floema;

4. Células Parenquimatosas: célula vivas, com função, tal como as do


xilema, de reserva de nutrientes para os restantes componentes do
floema.

25
ISCED BOTÂNICA GERAL

Figura 9:
Vasos do Floema
Fonte: https://biogilde. wordpress.com

Tecidos Básico (Parênquima)


O tipo básico de célula vegetal corresponde a uma célula de parênquima,
com origem no meristema fundamental. Apresentam uma enorme
totipotência, podendo regenerar toda a planta, tendo por esse motivo um
importante papel na cicatrização. Por este motivo são considerados os
tecidos mais simples e menos diferenciados.

Quando o parênquima apresenta cloroplastos designa-se clorênquima ou


parênquima clorofilino. O parênquima pode apresentar-se nas folhas
segundo duas disposições:

a) Parênquima clorofilino em paliçada: células alongadas arranjadas em


filas apertadas e paralelas, como numa paliçada;

b) Parênquima lacunoso: células mais ou menos poliédricas e arranjadas


livremente, com espaços ou lacunas entre si.

26
ISCED BOTÂNICA GERAL

Figura 10

Esquema da estrutura interna da folha


fonte: WWW.todamateria.com.br

Os parênquimas são os tecidos localizados entre a epiderme e os tecidos


condutores. Eles desempenham várias funções, como preenchimento,
assimilação, reserva e secreção. As características do parênquima são:
parede fina e flexível; campos primários de pontuação; espaço
intercelular; isodiamétrica e protoplasto vivo.

Sumário
Nesta unidade temática você aprendeu que as células que formam os
tecidos meristemáticos caracterizam-se por apresentarem núcleos
grandes, organitos pouco desenvolvidos, vacúolos pouco desenvolvidos
Sumário
ou inexistentes e paredes celulares finas. Estas células mantêm a
capacidade de divisão, sofrendo mitoses mais ou menos contínuas, de
modo a originar os tecidos definitivos da planta. Os meristemas podem
ser classificados de acordo com diversos critérios, nomeadamente
localização e origem: quanto à localização, os meristemas podem ser:
meristemas apicais, meristemas laterais, meristemas intercalares. Quanto
à sua origem, os meristemas podem ser: meristemas primários,

27
ISCED BOTÂNICA GERAL

protoderme, meristema fundamental, procâmbio. Existem apenas dois


meristemas secundários: câmbio vascular e câmbio suberofelogénico.

Os parênquimas apresentam uma enorme totipotência, podendo


regenerar toda a planta, tendo por esse motivo um importante papel na
cicatrização. Tipos de parênquima: clorofiliano ou clorênquima,
fundamental ou de preenchimento, reserva, transportador, aerênquima.
O parênquima se origina no procâmbio, felogênio e meristema
fundamental. Tem como função cicatrização/regeneração, reserva (ar e
água), transporte, fotossíntese e síntese. As células epidérmicas são
sempre vivas e arrumadas compactamente, sem espaços entre si, com
capacidade de divisão. Os vacúolos podem, apresentar cloroplastos ou
células do aparelho estomático. É comum as epidermes apresentarem
pêlos ou tricomas. O súber é um tecido secundário, muito leve e elástico,
formado pelo câmbio suberofelogénico e apenas presente em caules
lenhosos. As células do súber são mortas devido á deposição na parede
secundária de suberina tornando estas células impermeáveis aos gases e
água. Ao contrário da epiderme, o súber é um tecido com diversas
camadas de células. A endoderme é formada por uma única camada de
células vivas. As suas células apresentam espessamentos de suberina ou
lenhina em alguns locais da parede celular.

O xilema é o tecido de transporte de água e sais minerais através do corpo


das plantas. O Xilema origina-se no procâmbio (ou no câmbio vascular).
As células do xilema de uma angiospérmica incluem: traqueídos,
elementos dos vasos, fibras xilémicas, células parenquimatosas. O floema
é o tecido complexo de transporte de soluções orgânicas, podendo
igualmente ser primário ou secundário, como o xilema. O floema é
formado por células alongadas, cilíndricas, formadas pelo meristema
apical (nas extremidades do caule ou dos ramos), ou pelo câmbio vascular
que forma o floema secundário da sua porção externa. O floema é
constituído por quatro tipos celulares básicos: elementos dos tubos

28
ISCED BOTÂNICA GERAL

crivosos, células companheiras, fibras floémicas e células


parenquimatosas.

Auto – avaliação
1. Quanto à localização, como são agrupados os meristemas?
Distinga dois a sua escolha.
2. Classifique os meristemas quanto à sua origem.
3. Qual são as características básicas das células do parênquima?
Auto – avaliação 4. O que entendes por epiderme? Quais são as células que a
constituem?
5. Explique com são as células epidérmicas.
6. Porque se diz que colênquima é um tecido primário simples?

Avaliação
Em grupo de três estudantes:
1. Enumerem e caracterizem os tipos de células que constituem o
xilema e o floema.
Avaliação 2. O clorênquima pode apresentar-se nas folhas segundo duas
disposições. Comentem.

29
ISCED BOTÂNICA GERAL

Unidade III

Histologia dos órgãos vegetais


Introdução
Prezado estudante, seja bem-vindo a unidade sobre a histologia dos
órgãos vegetais. A raiz e o caule são órgãos indispensáveis principalmente
para as plantas superiores. Nesta unidade iremos discutir sobre os
componentes da estrutura primária da raiz monocotiledónea como um
órgão das plantas, componentes da estrutura primária da raíz
dicotiledóneas como um órgão das plantas superiores.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Descrevera estrutura primária e secundária da raiz e do caule.

 Caracterizara estrutura primária e secundária da raiz e do caule.

Resultados  Fazer o esquema da estrutura primária e secundária da raiz e do


caule.

 Classificaras folhas segundo a sua composição.

 Descrevera estrutura da folha de monocotiledónea e dicotiledónea.

 Caracterizar os elementos da estrutura da folha de


monocotiledónea e dicotiledónea.

 Fazer o desenho da estrutura da folha de monocotiledónea e


dicotiledónea.

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Terminologia
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30
ISCED BOTÂNICA GERAL

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Natureza e Funções da Raiz


A raiz e um dos três órgãos fundamentais das plantas. Evoluiu depois do
caule e antes da folha. Ao contrário dos caules e das folhas, o sistema
radicular tem um geotropismo positivo e, salvo raras excepções,
permanece oculto no solo durante todo o ciclo de vida das plantas. Além
do geotropismo positivo, caracteriza a raiz uma simetria radial, a
ramificação endógena, e a presença de pelos radiculares e de caliptra. As
raízes desempenham sete grandes funções, combinadas de diferentes
formas consoante as espécies e distribuídas de forma desigual por todo o
sistema radicular.

Funções da raiz
Função Mecanismo

Absorção de água e Função primordial da raiz. Dos 27 elementos


nutrientes essenciais que constituem o corpo das plantas-
terrestres apenas o carbono e o oxigénio não
são total, ou em grande parte, absorvidos pela
raiz a partir do solo. A rizosfera é o volume de
solo influenciado pela actividade radicular.

Exclusão de Assim como absorve eficientemente nutrientes


substâncias tóxicas do solo, a raiz impede a entrada no corpo das
plantas de substâncias tóxicas (e.g., cloreto de
sódio em solos salinos).

Ancoragem O substrato mais comum é o solo; em muitas


trepadeiras as raízes aéreas desempenham a

31
ISCED BOTÂNICA GERAL

mesma função noutros substratos (e.g.,


superfícies rochosas e ou outras plantas).

Reserva Função particularmente evidente nas raízes


tuberosas. Os tecidos parenquimatosos das
raízes secundárias têm uma importante função
de reserva.

Transporte O transporte de água e nutrientes até ao caule,


e a redistribuição dos produtos da fotossíntese
provenientes da parte aérea é desempenhado
pelas partes mais velhas do sistema radicular.

Trocas gasosas Directa ou indirectamente todas as células


vegetais efectuam trocas gasosas com a
atmosfera ou com a atmosfera do solo;
algumas espécies possuem raízes
especializadas nessa função (pneumatóforos).

Síntese de Sobretudo citoquininas.


reguladores
decrescimento

Assimilação Função rara na natureza.

Estrutura Primária da Raiz


A raiz principal forma-se a partir da radícula, e a partir dela formam-se
raízes secundárias. Nas monocotiledóneas a raiz principal é efémera,
aparecendo raízes que se formam na dependência do caule, as raízes
adventícias. O plano de organização das raízes primárias é comum a todas
as plantas.

Num corte transversal de uma raiz primária (Figura 11) diferenciada


distinguem-se do exterior para o interior, as seguintes camadas teciduais:
(i) a epiderme, (ii) o córtex primário e (iii) o cilindro central.

32
ISCED BOTÂNICA GERAL

Figura 11:

Estrutura Primária da Raiz


fonte: www.sobiologia.com.br

Epiderme

A região mais periférica da raiz jovem diferencia-se em epiderme, tecido


formado por uma única camada de células achatadas e justapostas. A
epiderme da raíz é constituída por uma camada de células vivas que
reveste a raiz com crescimento primário, normalmente unisseriada, e
desprovida de cutícula e estomas.

Córtex

Na região abaixo da epiderme, chamada córtex, formada por parênquima


com células esféricas com meatos entre elas, com funções, geralmente,
de reserva de substâncias. A camada mais interna – endoderme – é uma
camada de células com espessamentos de lenhina ou suberina ou ambos
em algumas das suas paredes. A endoderme permite à planta controlar a
passagem de substâncias para a parte mais interna da raiz, tendo assim,
um papel fundamental na selectividade dos processos de absorção
ocorridos na raiz. Nas dicotiledóneas os espessamentos denominam-se
bandas de Caspary – que em corte transversal aparecem com forma

33
ISCED BOTÂNICA GERAL

lenticular e designam-se por pontuações de Caspary. Nas raízes das


monocotiledóneas a endoderme continua a espessar podendo apresentar
as paredes internas e radiais impregnadas de suberina – espessamentos
em U. Nestas raízes, algumas células da endoderme, são desprovidas de
espessamento – células de passagem.

Cilindro central

A parte interna da raiz é o cilindro central, composto principalmente por


elementos condutores (protoxilema e protofloema), fibras e
parênquima. O cilindro central é delimitado pela endoderme, uma
camada de células bem ajustadas e dotadas de reforços especiais nas
paredes, as estrias de Caspary. Essas estrias são como cintas de celulose
que unem firmemente as células vizinhas, vedando completamente os
espaços entre elas. Assim, para penetrar no cilindro central, toda e
qualquer substância tem que atravessar directamente as células
endodérmicas, uma vez que as estrias de Caspary fecham os interstícios
intercelulares.

Logo abaixo da endoderme situa-se uma camada de células de paredes


finas chamada periciclo, que delimita o cilindro central, onde se localizam
o xilema e o floema. A maneira como os tecidos condutores se dispõem
no cilindro central é um dos critérios para distinguir dicotiledóneas de
monocotiledóneas.

As raízes primárias das monocotiledóneas e das dicotiledóneas diferem


em:

 Dicotiledóneas: possuem número reduzido de feixes condutores,


tipicamente surgem em número de dois a quatro, consoante a
espécie e o centro da raiz raramente tem medula sendo ocupado
pelo xilema.

34
ISCED BOTÂNICA GERAL

 Monocotiledóneas: com um número mais elevado de vasos de


transporte, podendo chegar aos vinte e com parênquima medular
– medula – a ocupar o centro da raiz

Características mais importantes da estrutura primária da raiz:

 Zona cortical geralmente mais desenvolvida que o cilindro central


 Endoderme bem diferenciada, com células de paredes
espessadas por suberina ou lenhina
 Feixes condutores simples e alternos
 Xilema primário com crescimento centrípeto

Características diferenciais entre as raízes das monocotiledóneas e das


dicotiledóneas: tabela 1.

Tabela 1. Características das monocotiledóneas e dicotiledóneas

Monocotiledóneas Dicotiledóneas
Número de feixes Elevado, até 20 Pequeno, entre 2 a 4
condutores
Endoderme Células espessas em U Bandas de Caspary
Crescimento Sem crescimento Com crescimento
secundário secundário secundário

Estrutura Secundária da Raiz


As raízes das dicotiledóneas com a formação de tecidos definitivos
secundários vão engrossando com a idade. Este crescimento radial resulta
da actividade de dois meristemas laterais, um situado no cilindro central
– câmbio vascular ou líbero-lenhoso, e outro situado na zona cortical –
câmbio súbero-felodérmico ou felogénio.

35
ISCED BOTÂNICA GERAL

Figura 12:

Estrutura Secundária da Raíz


Fonte: www.sobiologia.com.br

O crescimento secundário da raiz resulta essencialmente da actividade do


câmbio vascular (no cilindro central) que contorna externamente os
feixes do xilema e internamente os feixes do floema. O câmbio vascular
tem dois tipos de células: umas alongadas no sentido do eixo da raiz e
outras curtas. Apesar dos dois tipos de células se dividirem de modo
idêntico diferenciam-se em elementos distintos. Cada célula cambial
divide-se tangencialmente em duas células, uma permanece como célula
cambial e a outra diferencia-se numa célula de xilema secundário ou de
floema secundário, consoante se encontre do lado interno ou externo da
célula cambial. O número de células de xilema que se forma é superior ao
de células de floema e, por isso, o anel de xilema secundário é mais
espesso que o de floema secundário; em consequência a célula cambial
vai sendo empurrada para a periferia.

As células cambiais alongadas originam células alongadas dos tecidos


vasculares, vasos e fibras. As células cambiais curtas formam células de
parênquima que constituem raios vasculares ou medulares, que podem

36
ISCED BOTÂNICA GERAL

ser lenhosos a nível do xilema ou liberinos a nível do floema. As células


dos raios vasculares são importantes para a circulação radial de água e de
substâncias orgânicas. Na raiz com crescimento secundário o xilema
primário fica em posição central em frente aos raios lenhosos. Durante o
engrossamento da raiz, o floema primário e a endoderme ficam
comprimidos devido à pressão exercida pelos tecidos que crescem no
interior, como o xilema secundário. O periciclo e endoderme são,
geralmente, pouco nítidos. Em alguns casos o câmbio súbero-
felodérmico, que se diferencia na região cortical, pode dar origem para o
exterior a células com paredes suberificadas, que ao morrerem
constituem o súber. As células internas originam a feloderme de origem
parenquimatosa. Ao conjunto do felogénio e dos tecidos que resultam da
sua actividade chama-se periderme.

Nas dicotiledóneas anuais todo o sistema radicular tem uma duração


limitada, mas nem todas as raízes sobrevivem até a senescência da planta.
Muitas dicotiledóneas anuais experimentam um crescimento secundário
no caule e na raiz; ainda que incipiente, pode comprometer a epiderme
numa parte variável do sistema radicular. Noutras espécies, a epiderme
permanece mais ou menos inalterada até a senescência.

As monocotiledóneas, incluindo grande parte das monocotiledóneas com


crescimento secundário, não apresentam crescimento secundário ao
nível da raiz. O meristema de espessamento secundário das
monocotiledóneas com crescimento secundário por vezes estende-se a
raiz. Na maioria das monocotiledóneas, após a morte pelos radiculares,
as células da epiderme destacam-se da raiz e são substituídas por células
parenquimatosas corticais suberificadas ou lenhificadas, diferenciando-se
uma camada também conhecida por exoderme. _ A medida que as raízes
das monocotiledóneas envelhecem, as células da endoderme
desenvolvem, frequentemente, paredes celulares secundárias, e o
periciclo torna-se multisseriado (com varias camadas de células) e com
paredes espessadas.

37
ISCED BOTÂNICA GERAL

Natureza e Funções do Caule


Dos três órgãos que compõem as plantas – a raiz, o caule e a folha – o
caule é o mais antigo. O caule é o órgão da planta que suporta as folhas,
as flores e os frutos e através do caule circulam as substâncias entre as
raízes e as folhas, como a água, sais minerais e nutrientes orgânicos. Os
caules estão organizados em nós, entrenós e gomos laterais, que se
podem desenvolver em ramos com folhas e flores. Tal como nas raízes os
caules apresentam uma estrutura primária e secundária semelhante em
termos de tecidos, mas com uma organização diferente.

Os caules são entendidos como eixos quando nele se inserem, de forma


hierarquizada, outros elementos; e.g., o tronco (eixo primário das
arvores) relativamente aos ramos, estes em relação as folhas, ou o
pedúnculo de uma inflorescência frente aos pedicelos das flores. De
acordo com a ordem de inserção reconhecem-se eixos principais
(primários), secundários, e assim sucessivamente.

O caule desempenha as oito grandes funções:


 Exposição das folhas a luz;
 Exposição as flores aos agentes polinizadores;
 Transporte de água e substâncias nutritivas entre a raíz e as folhas
(em ambos os sentidos);
 Armazenamento de substâncias de reserva;
 Síntese de reguladores de crescimento; e.g. auxinas nos
meristemas apicais;
 Fotossíntese, nos caules com parênquima clorofilino;
 Protecção das plantas contra a herbivoria;
 Ancoragem das plantas a tutores (nas lianas);
 Elevação da canopia acima de potenciais competidores.

38
ISCED BOTÂNICA GERAL

Estrutura Primária do Caule


O caule primário (Figura 13) é construído pelos meristemas apicais
caulinares primários. Nas monocotiledóneas, por regra, são coadjuvados
por um meristema de espessamento primário. A organização dos tecidos
é mais complexa no caule primário do que na raiz porque o caule suporta
folhas e as respectivas gemas axilares, que tem de ser abastecidas por
feixes vasculares provenientes do eixo onde se inserem.

39
ISCED BOTÂNICA GERAL

Figura 13:
Estrutura Primária do Caule
Fonte: https://wikeciencias.casadasciencias.org

Num corte transversal de um caule podemos encontrar:

Epiderme

A epiderme do caule primário não possui os pêlos radiculares


característicos da epiderme das raízes e tem menos estomas do que a
epiderme folhear. É formada por células com cutícula serosa a cobrir a
membrana externa, que impede a perda de água. Muitas vezes possui

40
ISCED BOTÂNICA GERAL

pêlos (tricomas) pluricelulares. A epiderme caulinar é derivada da


protoderme e geralmente é unisseriada, formada de células de paredes
cutinizadas e revestida pela cutícula. Nas monocotiledóneas, que não
apresentam crescimento secundário, as células da epiderme podem
desenvolver paredes secundarias lignificadas.

Nas regiões jovens do vegetal a epiderme do caule possui estómatos, mas


em menor número que o observado nas folhas, podendo ainda
apresentar tricomas tectores e glandulares. A epiderme é um tecido vivo
e pode, eventualmente, apresentar actividade mitótica, uma
característica importante, tendo em vista as pressões às quais o caule vai
sendo submetido durante o seu crescimento primário e/ou secundário.
Assim a epiderme responde a essas pressões, com divisões anticlinais de
suas células, o que leva à distensão tangencial do tecido, principalmente,
naquelas espécies que formam periderme apenas tardiamente

Córtex

Pouco espessa e, geralmente, pouco diferenciada do cilindro central. Na


periferia é constituído _ por parênquima clorofilino e pode também
apresentar tecidos de suporte.

O córtex do caule em estrutura primária, geralmente, apresenta


parênquima clorofilado. Na periferia, frequentemente, apresenta
colênquima como tecido de sustentação, que pode aparecer em camadas
mais ou menos contínuas ou em cordões, nas arestas ou saliências do
órgão. Em algumas plantas, especialmente entre as gramíneas é o
esclerênquima que se desenvolve como tecido de sustentação sob a
epiderme.

O córtex primário caulinar corresponde a porção de tecido fundamental


localizado entre a epiderme e a região vascular. Esta ausente da maioria
das monocotiledóneas. O córtex caulinar das gimnospérmicas e
nasdicotiledóneas é menos espesso do que o cilindro central e os seus

41
ISCED BOTÂNICA GERAL

limites internos são pouco claros. A camada interna do córtex é a


endoderme, como na raiz. No entanto, no caule, a delimitação entre o
córtex e o cilindro vascular não é tão facilmente visualizada, uma vez que
nem sempre, a endoderme caulinar apresenta-se morfologicamente
diferenciada. Nos caules jovens de algumas espécies herbáceas, como por
exemplo, em Ricinus sp (mamona), as células da camada cortical interna
podem acumular amido em abundância, sendo então reconhecidas como
bainha amilífera. Algumas dicotiledóneas, entretanto, desenvolvem
estrias de Caspary, na endoderme caulinar, como o visto na raiz, e em
outras espécies, além das estrias nas paredes, verifica-se amido no
interior dessas células. Quando a endoderme não apresenta, nenhuma
característica especial (amido ou espessamentos de parede) a
delimitação entre o córtex e o cilindro vascular fica mais difícil, ou mesmo,
impossível de ser feita. Mesmo nesses casos no entanto, existe sempre
um limite fisiológico entre o córtex e o sistema vascular, estando ou não,
este limite associado à uma especialização morfológica.

Cilindro central: bastante mais desenvolvido que a zona cortical; é onde


se localizam os feixes condutores duplos e colaterais, isto é, formados
pelo xilema e floema envolvidos por tecidos fundamentais. Em cada feixe
o floema situa-se do lado externo do caule e o xilema na zona mais
interna.

No cilindro central do caule primário destacam-se duas estruturas: (i) os


feixes vasculares e (ii) a medula. Recorda que o periciclo é exclusivo da
raiz. A descrição anatómica do cilindro central incide, sobretudo, nos
feixes vasculares. No caule este estudo compreende três componentes:

• Tipo de feixe vascular – arrumação do xilema e do floema nos feixes


vasculares;

• Anatomia nodal – disposição espacial dos feixes vasculares nos nós;

• Anatomia entrenodal – arranjo dos feixes vasculares nos entrenós.

42
ISCED BOTÂNICA GERAL

Os feixes vasculares primários caulinares são discretos (individualizados,


tendo a separa-los as células parenquimatosas dos raios primários) e
duplos (com o xilema e o floema acoplados, de varias formas, nos feixes).
Os feixes vasculares são abertos ou fechados consoante sejam ou não
atravessados por cordões de cambio vascular.

O xilema primário, ao contrário da raiz, apresenta crescimento centrífugo,


isto é, o metaxilema (mais recente) está voltado para o exterior e o
protoxilema (feixe inicial) para o interior. Na maior parte dos casos, os
tecidos de suporte existentes, colênquima e esclerênquima, em torno dos
feixes condutores, podem também formar uma barra contínua
delimitando o cilindro central ou surgir em pequenas porções nas regiões
menos resistentes do caule.

Os caules das angiospérmicas diferem entre mono e dicotiledóneas:

 Monocotiledóneas: feixes vasculares dispostos de forma


irregular ou em séries entre os tecidos fundamentais. Entre o
xilema e floema não existe câmbio, dizendo-se que os feixes
condutores são fechados.
 Dicotiledóneas: feixes vasculares dispostos numa única série
formando um anel e em muitas plantas existe entre o floema e o
xilema o câmbio intrafascicular. Posteriormente, o câmbio
intrafascicular prolonga-se através dos tecidos fundamentais que
separam os feixes, formando o câmbio interfascicular. A esta
organização dá-se o nome de anel meristemático contínuo.

Estrutura Secundária do Caule


A maior parte das dicotiledóneas apresenta crescimento secundário,
consequência da actividade dos câmbios felogénio e vascular. O
crescimento secundário pode acontecer de forma contínua ou apenas em
duas estações de um ano. Assim, plantas que inicialmente são herbáceas
passam a ter uma consistência lenhosa. Os câmbios intrafascicular e

43
ISCED BOTÂNICA GERAL

interfascicular produzem floema secundário para fora e xilema


secundário para dentro, formando-se dois anéis concêntricos, um interno
de lenho secundário e um externo de líber secundário (Figura 14). O
felogénio, tal como na raiz, produz súber para o exterior e feloderme para
o interior, originando a periderme (súber, felogénio e feloderme). No
súber existem estruturas denominadas lentículas através das quais
podem ocorrer trocas gasosas entre as células mais internas e o exterior,
uma vez que o súber é um tecido impermeável à água e gases.

Figura 14:

Estrutura Secundária do Caule


Fonte: https://.pt.slideshare.net

Em regiões com estações bem marcadas, o diâmetro dos vasos lenhosos


varia conforme as condições climáticas e a estação em que se forma. Nos
invernos frios o câmbio vascular interrompe a actividade e na primavera
quando a humidade é abundante, produz um xilema com células de maior
diâmetro e paredes mais finas – lenho de primavera – permitindo
elevadas taxas de actividade metabólica com intensa circulação de água
e sais minerais. O lenho de Verão forma-se na estação mais seca, e as
células são de menor diâmetro e de paredes mais espessas, diminuindo a
perdas de água. Consequentemente, num corte transversal, observam-se

44
ISCED BOTÂNICA GERAL

vários anéis concêntricos alternadamente claros – lenho de primavera –


e escuros – lenho de verão. Cada conjunto de dois anéis corresponde a
um ano de vida da planta, chamando-se anel anual de crescimento. O
número de anéis anuais permite fazer uma estimativa da idade das
árvores. Nas árvores de grande porte, só a camada mais externa de xilema
(a mais recente) desempenha funções de transporte, a parte mais interna
e mais velha – o cerne – fica obstruída pelo deposito de resinas, gomas e
outras substâncias.

Natureza e Funções da Folha

A folha é um órgão lateral de inserção caulinar, usualmente de forma


laminar e estrutura dorsiventral (= bifacial), de crescimento rápido e por
regra determinado (finito). A dorsiventralidade implica que as superfícies
(páginas) superioras e inferior sejam claramente distintas e que,
geralmente, exista um só plano de simetria (bilateral). A pagina superior
está especializada na intercepção e no processamento bioquímico da sua
luz; a pagina inferior esta optimizada para absorver CO2. As plantas-
vasculares só secundariamente não têm folhas ou estas estão reduzidas a
bainhas ou pequenas escamas, dizendo-se então áfilas. As folhas
desempenham várias funções; as mais relevantes estão sistematizadas na
tabela 22.

Tabela 2. Funções da folha


Função Descrição/comentários

Assimilação/fotossíntese A produção de fotoassimilados ocorre ao


nível das folhas e, em muito menor grau,
nos caules jovens.

Transpiração A perda de água sob a forma de vapor


pela cutícula ou pelos estomas é
fundamental no arrefecimento das
plantas e na génese das forças de sucção
responsáveis pela circulação de água e
nutrientes nas plantas (teoria da coesão-

45
ISCED BOTÂNICA GERAL

tensão). A turgidez excessiva reduz o


crescimento – a transpiração ao reduzir o
teor de água das células incrementa,
dentro de determinados limites, a taxa de
crescimento das plantas.

Protecção Os meristemas estão sempre protegidos


por esboços foliares (= folhas recém-
diferenciadas ainda imaturas), por folhas
“modificadas” para o efeito (catafilos) ou
pelas estípulas. As folhas defendem os
caules da inclemência dos raios solares.

Reserva As folhas que revestem os bolbos são o


exemplo mais conhecido de folhas de
reserva; e.g. Allium cepa (Alliaceae)
«cebola».

Reprodução As peças florais são folhas muito


modificadas. Raramente, por via
assexuada, obtêm-se novas plantas a
partir de pequenas gemas diferenciadas
na margem das folhas ou de folhas com
capacidade de emitir raízes adventícias
peciolares; e.g. Begonia(Begoniaceae)
«begónias».

Síntese E.g., Absorção da água E.g., muitas plantas de ambientes desérticos


de síntese absorvem quantidades significativas de água
regulad de pelas folhas;
ores de giberelin
e.g., crassuláceas e Welwitschia mirabilis
cresci as que
(Bornmanet al 1973).
mento posterior
mente Absorção de 90% da matéria seca das plantas é constituída,
são nutrientes em partes aproximadamente iguais, por
exportad carbono e oxigénio; as folhas capturam do ar o
as para carbono e a maioria do oxigénio.
outras
partes da Nos ecossistemas naturais, as folhas
planta. desempenhamum papel com algum significado
na absorção do azoto (sob a forma de
amoníaco gasoso e dióxido de azoto) e do
fósforo (a partir de poeiras, sobretudo nos
ecossistemas tropicais).

Suporte Através de folhas reduzidas a gavinhas.

46
ISCED BOTÂNICA GERAL

Anatomia da Folha
Os três sistemas de tecidos estãotambém presentes na folha: tecido
dérmico – epiderme; tecido vascular – feixes vasculares; e tecido
fundamental – situado no mesofilo, i.e., na parte da folha entre as duas
epidermes. A anatomia da folha (Figura 15) é mais diversa do que a da raiz
e do caule.

Figura 15:

Anatomia da Folha
Fonte: www.agrolink.com.br

Epiderme

A epiderme é a camada de células exterior da folha. A sua principal função


é o controlo da transpiração, regulação das trocas gasosas, defesa contra

47
ISCED BOTÂNICA GERAL

infecções, secreção de compostos metabólicos e absorção de água (em


algumas plantas). A epiderme é geralmente incolor – as células não
possuem cloroplastos – e coberta por uma camada de cutícula,
geralmente mais fina no lado inferior da folha. Para além das células
epidérmicas propriamente ditas existem outros tipos de células neste
tecido, como as células que possuem cloroplastos, as células secretoras e
os tricomas (pêlos epidérmicos). Tipicamente, as células das
monocotiledóneas são mais alongadas que as das dicotiledóneas. Os
estomas, normalmente, só existem na face inferior da folha das
dicotiledóneas.

Mesófilo

Constituído por parênquima clorofilino, fica entre as duas páginas da


folha. Nas monocotiledóneas o mesofilo é simétrico, dado que o
parênquima clorofilino é semelhante nas duas páginas. O mesofilo é
assimétrico nas dicotiledóneas pois o lado voltado para a página superior
é formado por células alongadas e muito juntas – parênquima em
paliçada, e na página inferior por células arredondadas e com espaços
entre elas (lacunas ou meatos) – parênquima lacunoso. Dado que as
células do parênquima em paliçada têm maior densidade de cloroplastos
que as células do parênquima lacunoso, as folhas são geralmente de uma
tonalidade mais escura no lado superior.

Feixes condutores

48
ISCED BOTÂNICA GERAL

Os feixes condutores e os tecidos de suporte que os rodeiam fazem


ambos parte das nervuras da folha. Os feixes condutores são duplos e
colaterais com o xilema voltado para a página superior e o floema virado
para a página inferior. Nas dicotiledóneas as nervuras são ramificadas e
pode haver um câmbio entre os vasos condutores, nas
monocotiledóneas, pelo contrário, as nervuras não ramificam e não existe
câmbio entre os vasos – feixes fechados.

Sumário
Nesta unidade temática você aprendeu que na estrutura anatómica da
raiz de uma monocotiledónea, podemos distinguir: a epiderme, a zona
cortical ou córtex. Os feixes lenhosos são constituídos por: elementos
Sumário
condutores, traqueídos e elementos de vaso. O floema é, tal como o
xilema, um tecido complexo constituído por elementos de tubo crivoso.
Na estrutura o corte transversal da erva-serra (Leersiaoryzoides), uma
monocotiledónea que cresce em arrozais, observa-se a zona cortical
preenchida por parênquima aerífero ou aerênquima com grandes
espaços intercelulares cuja formação envolve a destruição de células.

A estrutura da raiz de uma dicotiledónea, como o Ranunculusspec ainda


em crescimento primário, apresenta as zonas anatómicas características
da anatomia da raiz: epiderme, zona cortical e cilindro central, limitado
externamente pela endoderme. Nestes feixes lenhosos as células que
ocupam uma posição mais externa apresentam menor tamanho sendo as
primeiras a completar a diferenciação e constituem o protoxilema. Na
região central observa-se o metaxilema, com elementos de diâmetro
crescente e que completam a maturação mais tardiamente. Observa-se o
início da formação do câmbio vascular - cordão de células situadas entre
o xilema e o floema.

O crescimento secundário, tanto nas raízes como nos caules, é


característico de dicotiledóneas e de gimnospérmicas. Consiste na
organização de estruturas com tecidos vasculares secundários formados

49
ISCED BOTÂNICA GERAL

a partir do câmbio vascular e do câmbio subero-felodérmico ou felogene.


Na região central, o cilindro vascular apresenta-se com feixes duplos
abertos. A formação e actividade do câmbio vascular cujas células
desenham cordões entre o xilema e o floema, provoca a ruptura e
destruição da endoderme e de parte do córtex. A sequência de formação
do xilema e do floema permite localizar o xilema primário em posição
mais interior, ocupando o centro da estrutura, relativamente ao xilema
secundário. O floema secundário apresenta-se em posição mais próxima
do câmbio e o floema primário mais afastado.

A anatomia do caule, numa estrutura de crescimento primário, apresenta


os sistemas de tecido dérmico, fundamental e vascular. O sistema de
tecido dérmico constitui a epiderme que, no caule, apresenta uma
cutícula. O caule das monocotiledóneas, apresenta feixes vasculares mais
ou menos numerosos e dispersos. No caule do milho, os feixes estão
espalhados não sendo frequente a formação do cilindro exterior de
esclerênquima. Os feixes vasculares na estrutura primária do caule de
monocotiledóneas são inteiramente primários, duplos fechados. O tecido
fundamental nestas estruturas é constituído sobretudo por células de
parênquima.

No crescimento primário do caule de dicotiledóneas herbáceas, o sistema


vascular nas zonas de entrenós forma geralmente uma faixa circular de
feixes líbero-lenhosos que separa o córtex, situado do lado exterior, da
medula, na zona central da estrutura. A zona cortical é preenchida por
células de parênquima com pequenos espaços intercelulares. Na parte
exterior do corte pode aparecer colênquima. A medula tem espaços
intercelulares pelo menos na parte central. No que respeita ao sistema
vascular os feixes libero apresentam uma disposição colateral, com o
floema localizado do lado de fora do xilema. Em algumas famílias de
dicotiledóneas o floema forma-se para um e outro lado do xilema,
designando-se floema externo e floema interno constituindo feixes

50
ISCED BOTÂNICA GERAL

vasculares bicolaterais. Pode ainda observar-se a formação de uma zona


cambial.

A estrutura de crescimento secundário observa-se no caule de


dicotiledóneas lenhosas e de gimnospérmicas onde se forma periderme e
tecidos vasculares secundários. A formação do câmbio vascular permite
distinguir o câmbio fascicular originado de células do procâmbio, e o
câmbio inter-fascicular originado de células do parênquima
interfascicular. A periderme surge por baixo da epiderme com origem e
constituição idênticas à periderme da raiz com crescimento secundário. O
córtex é delimitado internamente pelo floema secundário que pode
apresentar fibras perivasculares. Os feixes vasculares são duplos, abertos
pela presença de câmbio, observando-se no floema a presença de
conjuntos de fibras – líber duro. O xilema secundário apresenta um
aspecto mais denso que o xilema primário contendo células de
parênquima na forma de raios. Na composição do xilema incluem-se
vasos lenhosos cujo aspecto se pode observar em corte transversal e em
corte longitudinal. No caule do sobreiro é visível uma faixa de fibras e
alguns tricomas, pêlos que permanecem ligados à epiderme até completa
substituição desta pela periderme.

A epiderme pode incluir vários tipos de células entre as quais algumas


mais volumosas, na epiderme da página interna, designadas células
motoras que estão associadas ao enrolamento das folhas em condições
de secura. As bainhas dos feixes são também características de gramíneas
podendo apresentar uma bainha dupla, constituída por uma faixa interna
de células de parede mais espessa e outra externa de paredes mais
delgadas.

A estrutura anatómica do limbo das folhas de dicotiledóneas pode variar


em função do habitat da espécie. Nas espécies xerófitas o mesófilo é mais
compacto apresentando maior proporção de parênquima clorofilino em
paliçada e menor volume de espaços intercelulares. A epiderme da folha
destas plantas pode apresentar uma cutícula espessa e um número

51
ISCED BOTÂNICA GERAL

variável de estomas. Integrado no parênquima do mesófilo podem


observar-se feixes vasculares de dimensão variável. Em aglomerados
sobre os feixes ou associado à bainha dos feixes pode formar-se também
esclerênquima, presença comum em plantas xerófitas. A estrutura
anatómica do pecíolo da folha apresenta características idênticas às da
anatomia do caule. O corte da folha de Eucalipto mostra câmaras
secretórias bem desenvolvidas. A folha de Ficus spec possui uma
epiderme superior multisseriada onde se observa um cistolito, formado
pela cristalização de carbonato de cálcio, que se salienta da parede
celular.

Auto – avaliação
1. Quais são as partes que se observam na estrutura primária da
raiz?
2. Como são constituídos os feixes lenhosos?
3. Porque é que o cilindro central, é ocupado apenas por tecidos
Auto – avaliação vasculares?
4. Como é que as células que ocupam uma posição mais externa se
dispõem nos feixes lenhosos?
5. Como é que se apresenta o floema secundário?
6. Descreve a característica do sistema vascular no crescimento
primário do caule de dicotiledóneas herbáceas.
7. Como é que os feixes se apresentam na zona central?
8. Que células preenchem a zona cortical?
9. Em que tipo de plantas se observa estrutura de crescimento
secundário do caule?
10. Como é que se apresentam os feixes vasculares?
11. Como é representado o sistema dérmico?
12. Que tipo de células forma a epiderme?

52
ISCED BOTÂNICA GERAL

Avaliação
Em grupos de quatro estudantes respondam as seguintes questões:
1. Qual é a influência da formação e actividade do câmbio vascular

Avaliação cujas células desenham cordões entre o xilema e o floema?


2. O crescimento secundário, tanto nas raízes como nos caules, é
característico de dicotiledóneas e de gimnospérmicas. Comente
esta afirmação.
3. Explique em poucas palavras como surge a periderme.
4. Caracterize os nós do caule de milho?
5. Quais são as características das folhas das gramíneas?
6. Descreve as características da estrutura anatómica do limbo das
folhas nas espécies xerófitas?

53
ISCED BOTÂNICA GERAL

Unidade IV

Morfologia Vegetal
Introdução
Nesta unidade vamos nos debruçar sobre os órgãos da planta com
destaque para a raiz como um órgão das plantas superiores, o caule que
é um órgão da planta que desempenha funções indispensáveis para a
sobrevivência dos vegetais, a folha que é um órgão da planta responsável
pelas trocas gasosas com destaque para a fotossíntese, transpiração e
respiração da planta, bem como a flor, fruto e semente.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Identificar os diferentes tipos de raízes, caules e folhas.

 Explicar a estruturas externa da raiz, caule e folhas.

Resultados  Caracterizar os diferentes tipos de raízes, caule e folhas.

 Fazer esquema das diferentes partes das raízes, caule e folhas.

 Comparar as estruturas dos diferentes tipos de raízes, caule e folhas;

 Definir flor, fruto e semente.

 Descrever a estrutura da flor, fruto e semente.

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Terminologia
[Term]: [Term description]

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54
ISCED BOTÂNICA GERAL

[Term]: [Term description]

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Morfologia Externa da Raiz


A raiz é um órgão da planta que tem como função fixar a planta no solo,
absorver água e sais mineiras. A raiz é composta de várias partes (Figura
16):

1. Coifa (caliptra): È uma espécie de capuz que protege a ponta da raiz. A


coifa envolve e protege a raiz contra o atrito com as partículas do solo e
contra o ataque de microrganismos diversos;

2. Região lisa (crescimento): É a região onde ocorre o alongamento da


raiz. Assim, para que uma raiz cresça bem, deve haver: multiplicação de
células (na ponta) e alongamento celular (na região lisa);

3. Região polífera (pêlos absorventes): Nessa região existem pêlos


absorventes, que retiram do solo água e sais minerais.

4. Região suberosa (ramificação): Região na qual a raiz se ramifica,


originando as raízes secundárias;

5 . Colo (coleto): Ponto de encontro da raiz com o caule.

55
ISCED BOTÂNICA GERAL

Figura 16:

Estrutura externa da Raiz


Fonte: www.orgaosvegetais.blogspot.com

Classificação Básica das Raízes

Sabemos que as angiospermas podem ser divididas em dois grandes


grupos: monocotiledóneas e dicotiledóneas. Nesses grupos, verificam-se
dois tipos básicos de raízes: fasciculadas e pivotantes.

1. Raízes Fasciculadas: As raízes fasciculadas compõem-se de um


conjunto de raízes finas que têm origem em um único ponto, essas raízes
ocorrem nas monocotiledóneas, milho, a cana, etc. (Figura 17)

Figura 17:
Raiz Fasciculada
fonte: www.helen-
profbio.blogspot.com

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ISCED BOTÂNICA GERAL

2. Raízes Aprumadas (Pivotantes): Apresenta raiz principal da qual


partem as raízes laterais, que também se ramificam (Figura 18).

Essas raízes também chamadas de raízes axiais, ocorrem nas


dicotiledóneas, como o feijão, o café, a laranjeira.

Figura 18:
Raiz aprumada
Fonte: https://sites.google.com

Classificação Especial das Raízes

As raízes têm função de absorção e de fixação. Mas algumas plantas


possuem tipos especiais de raízes com outras funções.

1. Raízes Tuberculosas: As raízes tuberosas contêm reservas nutritivas e


são muito utilizadas na nossa alimentação. Como exemplos dessas raízes:
mandioca, a cenoura, a beterraba, a batata-doce e o nabo.

2. Raízes Aéreas (escoras): partem do caule e se fixam no solo,


aumentando a superfície de fixação da planta. Geralmente são
encontradas nas plantas que se desenvolvem nos mangues, ambientes de
solos movediços (mangue-vermelho, do género Rhizophora);

3. Raízes Tabulares: As raízes tabulares são raízes achatadas como tábuas


que encontramos em algumas árvores de grande porte. Auxiliam a fixação
da planta no solo e possuem poros que permitem a absorção de gás
oxigénio da atmosfera. A sumaúma, da Amazónia, apresenta raízes
tabulares.

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ISCED BOTÂNICA GERAL

4. Raízes Sugadoras: São raízes de plantas parasitas, como a erva-de-


passarinho, que penetram no caule de uma planta hospedeira, sugando-
lhe a seiva.

5. Raízes Respiratórias (pneumatóforas): São raízes de algumas plantas


que se desenvolvem em manguais. O solo é geralmente muito pobre em
gás oxigénio. Essas raízes partem de outras existentes no solo e crescem
verticalmente, emergindo da água; possuem poros que permitem a
absorção de oxigénio atmosférico.

Morfologia Externa do Caule


O caule tem a função de sustentar folhas, flores e frutos, além de conduzir
as seivas bruta e elaborada. A condução das seivas é feita por um sistema
de vasos especializados. A seiva bruta é transportada pelos vasos
lenhosos. O caule é composto de quatro partes (Figura 19):

1. Término de Broto: situa-se nas pontas (ápice) do caule. O broto é


formado por milhares de células muito delicadas que podem se
multiplicar intensamente na zona terminal, promovendo crescimento do
caule em comprimento;

2. Brotos Laterais: ao longo do caule, quando essas células se multiplicam


originando ramos, folhas, flores;

3. Nó: É uma região onde surgem os brotos laterais que originam as folhas
da planta;

4. Entrenó: Regiões localizadas entre os nós. Também podemos dizer que


os entrenós são regiões entre dois nós.

58
ISCED BOTÂNICA GERAL

Figura 19:

Estrutura externa do caule


Fonte:https://pt.slideshare.net

Classificação dos Caules

Caules Aéreos:

Os caules aéreos são aqueles que crescem acima da superfície:

1. Caules Erectos: Os caules erectos crescem em posição vertical em


relação ao solo. Podem apresentar-se de quatro formas:

a) Tronco: caule resistente ramificado, típico das plantas arbóreas


(mangueira, chanfuta, seringueira e eucalipto);

b) Estipe: não apresenta ramificações. São exemplos de estipe os caules


das palmeiras e dos coqueiros;

c) Colmo: com nós e entrenós bem visíveis. Pode ser oco, como bambú,
cana-de-açúcar, etc;

d) Pressa: caule frágil, comum nas plantas pequenas, como nas hortaliças
salsa, alface, agrião, etc.

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ISCED BOTÂNICA GERAL

2. Caules Trepadores: crescem apoiando-se num suporte qualquer.

Exemplos: hera, maracujazeiro, videira, etc;

3. Caules Rastejantes: desenvolvem-se horizontalmente em relação ao


solo. Exemplos: caule de melancia, abóbora e pepino.

Caules Subterrâneos

Estes caules, crescem enterrados no solo:

1. Rizomas: caules enterrados no solo e crescem horizontalmente,


embora produzam ramos aéreos (gengibre, bananeira, polipódio);

2. Tubérculos: caules curtos e grossos ricos em substâncias nutritivas.

Exemplo: Batata – Reno e Cenoura;

3. Bolbos: globosos ou em forma de disco. Alguns bolbos podem


apresentar-se revestidos de membrana ou escama. Nos bulbos tunicados,
como a cebola, as folhas sobrepõem-se umas às outras.

Nos bolbos escamosos, como os da açucena, têm folhas com aspecto de


escamas e dispõem-se como as telhas de um telhado.

Caules Aquáticos:

Crescem dentro da água. Geralmente são pouco desenvolvidos e tenros.

Exemplo: água-pé, nenúfar, entre outros. Alguns caules aquáticos


apresentam modificações a uma determinada circunstância. Entre estes
tipos de caules encontramos gavinhas, espinhos e cladódios.

Morfologia Externa da Folha


A folha é um órgão da planta que tem como função realizar a fotossíntese
na planta ou seja converter a matéria inorgânica em orgânica para

60
ISCED BOTÂNICA GERAL

nutrição da planta. A folha geralmente tem forma de lâmina e apresenta


a cor verde, devido a presença de clorofila.

A folha é composta de três partes principais: limbo, pecíolo e bainha


(Figura 20).

1. Limbo: O limbo é a região mais larga da folha. Nele encontram-se os


estomas e as nervuras, que contêm pequenos vasos por onde correm a
seiva bruta e a seiva elaborada;

2. Pecíolo: É a haste que sustenta a folha prendendo-a ao caule;

3. Bainha: Dilatação do pecíolo, a bainha serve para prender a folha ao


caule.

Figura 20:
Morfologia Externa da Folha
Fonte:
www.biologia.seed.pr.gov.br

7.1.1. Funções da Folha:

A folha desempenha basicamente duas funções importantíssimas para a


vida das plantas: fotossíntese e transpiração. Para que seja entendido
como a folha realiza essas funções, vamos conhecer os estomas. Os
estomas são estruturas existentes na epiderme das folhas, constituídas
de duas células especiais, as células – guardas. Entre essas duas células,
existe uma abertura que comunica o interior da folha com o ambiente
externo.

61
ISCED BOTÂNICA GERAL

Essa abertura é chamada ostíolo. Através dos ostíolos, as folhas fazem as


trocas gasosas entre a planta e o meio externo. O controlo de abertura e
fechamento dos ostíolos é feito pelas células – guardas.

Quando se enchem de água, elas empurram a parede oposta ao ostíolo


para as laterais e abrem o orifício. Quando falta água, elas murcham e
fecham o ostíolo.

A Fotossíntese

A fotossíntese é uma das funções mais importantes da folha. É por meio


dela que a planta produz o alimento de que necessita para se manter viva.
Para a ocorrência da fotossíntese, uma planta necessita de gás carbónico,
de água e de energia luminosa. Então, acontecem os seguintes eventos.
O vegetal absorve o gás carbónico do ar atmosférico através dos estomas.
A água, que a raíz retira do solo, é conduzida até às folhas.

A clorofila, pigmento verde presente nas folhas, absorve a energia da luz


solar. Com o auxílio dessa energia, o gás carbónico e a água são
transformados em glicose e oxigénio. A glicose é utilizada como
combustível pelas células fotossintetizantes ou é exportada para as
demais partes da planta através da seiva orgânica. O oxigénio é libertado
para o meio ambiente, contribuindo para a renovação do ar, e pode
também ser utilizado na respiração da própria planta.

A fotossíntese pode ser resumida pela seguinte equação:

6𝐶𝑂2 + 6𝐻2 𝑂 → 𝐶6 𝐻12 𝑂6 + 6𝑂2

A Transpiração

Nos dias quentes, principalmente, a maior parte da água absorvida do


solo pela planta e que chega até às células da folha se evapora. Então a
água, em forma de vapor, é eliminada para a atmosfera. Esse processo
denomina-se transpiração e é realizado principalmente pelos estómatos.

O processo de evaporação da água retira calor da folha. A transpiração,


então, refresca a folha, contribuindo para manter a temperatura em

62
ISCED BOTÂNICA GERAL

níveis que permitam a actividade de suas células. Se a temperatura de


uma folha ficar muito alta, suas células podem morrer e a fotossíntese
logicamente cessa. A saída dos vapores de água, da folha para o meio
externo, é facilitada quando a humidade relativa do ar é baixa. Por isso, a
transpiração é geralmente mais intensa nos dias quentes e com baixa
humidade do ar. Para repor a água evaporada e perdida para o meio
ambiente na transpiração, as folhas exercem uma espécie de força de
sucção sobre os vasos lenhosos da planta, provocando a subida da seiva
bruta.

A Sudação

A sudação ou gutação é a eliminação de água em forma de gotículas.

Essas gotículas de água, que também contêm alguns sais minerais


dissolvidos, saem por aberturas especiais que se encontram
principalmente nos bordos e nas pontas das folhas. A sudação ocorre
quando o solo está bem suprido de água. Ao contrário da transpiração, é
mais intensa à noite, com grande humidade do ar. Através da sudação,
uma planta elimina o excesso de água e de sais minerais absorvidos do
solo. Esse fenómeno representa mais uma função que se pode atribuir às
folhas de uma planta.

Classificação das Folhas:

Uma folha que tenha todas as partes (limbo, pecíolo e bainha) é uma folha
completa. Mas nem todas as folhas são assim. Repare as folhas do fumo
e as do milho.

1. Folha Séssil: Na folha do fumo faltam o pecíolo e a bainha. O limbo


prende-se directamente no caule. Ela é uma folha séssil.

2. Folha Invaginante: Na folha do milho falta o pecíolo. A bainha é bem


desenvolvida e fica em volta do caule. Neste caso, a folha é invaginante.

63
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3. Folha Reticulinérvea: Nas folhas de dicotiledóneas em geral (feijão,


laranjeira, etc.), as nervuras se ramificam no limbo, formando uma rede
delas; a folha é, então, chamada de reticulinérvea.

4. Paralelinérvea: Nas monocotiledóneas (milho, arroz, etc.) é comum as


nervuras do limbo se apresentarem paralelas umas às outras; neste caso,
a folha é chamada de paralelinérvea.

Flor, Fruto e Semente


A flor é o sistema reprodutor de uma planta (gimnospermas e
angiospermas). É nela que ocorre a fecundação, ou seja, a união de uma
célula sexual masculina com uma feminina. Depois da fecundação, nas
angiospermas, formam-se frutos e sementes.

Componentes da Flor

Os componentes básicos de uma flor são (Figura 21):

1. Cálice: O cálice é formado por um conjunto de folhas modificadas, as


sépalas, quase sempre verdes. Em algumas flores, como o cravo, as
sépalas são unidas, formando uma peça única. Em outras, como a rosa,
elas são separadas;

2. Corola: é a parte mais bonita e colorida da flor. Constitui-se de folhas


modificadas – pétalas. Conjunto formado pelo cálice e pela corola é
chamado perianto. Ele envolve e protege os órgãos reprodutores da flor,
o androceu e o gineceu:

a) Androceu: O androceu é o órgão masculino da flor. Compõe-se de uma


ou várias pecinhas alongadas, os estames e este formado por:

 Antera: se situa na ponta do estame e forma os grãos de pólen –


uma estrutura reprodutora masculina;
 Filete: haste que sustenta a antera;
 Conectivo: liga o filete e a antera.

64
ISCED BOTÂNICA GERAL

b) Gineceu: órgão feminino da flor. Constitui-se de um ou mais carpelos.


Os carpelos são folhas modificadas e possuem:

 Estigma: parte achatada do carpelo, situada na sua extremidade


superior; possui um líquido pegajoso que contribui para a fixação
do grão de pólen;
 Estilete: tubo estreito que liga o estigma ao ovário;
 Ovário: parte dilatada do carpelo, geralmente oval, onde se
formam os óvulos.

A flor que possui apenas o androceu é uma flor masculina. A flor feminina
tem apenas o gineceu. Se os dois órgãos reprodutores estiverem
presentes na flor, ela é hermafrodita.

Figura 21:

Componentes de uma Flor.


Fonte: www.biogeoaescas.blogspot.com

O Fruto

65
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Fruto é todo órgão vegetal que se origina do desenvolvimento do ovário.

Assim, a goiaba, e a laranja são frutas e também frutos. A beringela e o


carrapicho não são frutas, mas são frutos. O fruto geralmente é formado
de pericarpo e semente. O pericarpo origina-se do ovário da flor, que se
desenvolve depois da fecundação, e apresenta três partes (Figura 22):

a) O epicarpo é a porção externa, a casca;

b) O mesocarpo é a parte muitas vezes carnosa e comestível;

c) O endocarpo é a camada interna que envolve a semente.

Às vezes, o endocarpo é bem duro, e forma um caroço, como o da manga,


do pêssego e da azeitona.

Figura 22:

Estrutura do fruto
Fonte; www.biologianete.com

Classificação dos Frutos

Os frutos podem ser classificados segundo vários critérios:

66
ISCED BOTÂNICA GERAL

1. Frutos Carnudos: Os frutos que apresentam o pericarpo relativamente


macio e suculento são chamados frutos carnosos. (Figura 23).

Geralmente comestíveis, os frutos carnosos são ricos em substâncias


nutritivas e classificam-se em bagas e drupas:

a) Bagas: São frutos que têm uma ou várias sementes soltas, como é o
caso do mamão, do tomate, da laranja, da melancia e da goiaba, entre
outros;

b) Drupas: Têm um endocarpo duro, dentro do qual há uma semente. É o


caso da manga, do pêssego, do abacate e da azeitona.

Figura 23:
Frutos carnudos
Fonte: www.escolakidsuol.com.br

2. Frutos Secos: Os frutos que têm pericarpo seco são chamados frutos
secos. Os frutos secos podem ser deiscentes ou indeiscentes (Figura 24).

a) Frutos deiscentes: são aqueles que, quando maduros, se abrem


libertando as sementes. As vagens das leguminosas (flamboyant, feijão,
soja, ervilha, etc.) são um bom exemplo;

b) Frutos indeiscentes: são aqueles que não se abrem quando maduros.


Os grãos de milho, arroz e trigo, a avelã e a noz são exemplos de frutos
indeiscentes.

67
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Figura 24:
Frutos secos
Fonte: internet

Frutos Falsos: Toda vez que a parte carnosa do fruto, geralmente


comestível, for originada de outra parte da flor que não seja o ovário, o
fruto não é verdadeiro (Figura 25). É por isso que eles são chamados falsos
frutos. A maçã e o morango, por exemplo, são falsos frutos, porque a sua
porção carnosa se origina do receptáculo da flor. Na maçã, o verdadeiro
fruto é a parte interna, uma espécie de “bolsa” que envolve as sementes.
No morango, os verdadeiros frutos são vistos como pequenos pontos
escuros espalhados por toda a parte vermelha. O caju também é um falso
fruto, pois a parte carnosa resulta do desenvolvimento do pedúnculo
floral. Nele, o verdadeiro fruto, que representa ovário desenvolvido, é a
castanha.

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Figura 25:
Fruros Falsos
Fonte;www.escolakids.uol.com.br

A Semente

A semente é o óvulo da flor desenvolvido após a fecundação. É a semente


que abriga o embrião, a futura planta. O processo pelo qual o embrião da
semente se desenvolve originando uma nova planta denomina-se
germinação.

Composição da Semente

A semente é composta de tegumento e amêndoa. O tegumento é a


camada externa da semente - a casca, que cobre a amêndoa, parte
principal da semente. A amêndoa apresenta duas partes:

 Embrião: forma a nova planta quando a semente germina.


 Albúmen: contém as substâncias nutritivas que vão alimentar a
plantinha nas primeiras fases de desenvolvimento.

No embrião existe um órgão muito importante chamado cotilédone. É ele


que absorve as substâncias nutritivas do albúmen para alimentar a nova
planta, enquanto ela não tiver raízes nem folhas. Algumas plantas, como
o milho, o arroz e outras tantas enumeradas, têm apenas um cotilédone

69
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- monocotiledóneas. Outras, como o feijão, o amendoim e a ervilha,


apresentam dois cotilédones – dicotiledóneas.

Nas monocotiledóneas, o albúmen é muito desenvolvido. Nas


dicotiledóneas, ele geralmente é pouco desenvolvido. Neste caso, as
substâncias nutritivas ficam armazenadas nos próprios cotilédones.

Sumário
Nesta unidade você aprendeu que a raíz é um órgão da planta que tem
como função fixar a planta no solo, absorver água e sais mineiras. A raíz é
composta de várias partes: coifa (caliptra), região lisa (crescimento),
Sumário
região polífera (pêlos absorventes) e colo (coleto). As plantas podem ser
monocotiledóneas e dicotiledóneas. Nesses grupos, verificam-se dois
tipos básicos de raízes: fasciculadas e pivotantes. As raízes fasciculadas
são as que compõem-se de um conjunto de raízes finas que têm origem
em um único ponto, essas raízes ocorrem nas monocotiledóneas, milho,
a cana, etc. E raízes aprumadas (pivotantes): apresenta raíz principal da
qual partem as raízes laterais, que também se ramificam. Essas raízes
também chamadas de raízes axiais, ocorrem nas dicotiledóneas, como o
feijão, o café, a laranjeira. As raízes têm função de absorção e de fixação.
Mas algumas plantas possuem tipos especiais de raízes com outras
funções. Também podem ser classificadas em tuberculosas, aéreas
(escoras), tabulares, e respiratórias (pneumatóforas)

O caule tem a função de sustentar folhas, flores e frutos, além de conduzir


a seiva bruta e elaborada. O caule é composto pelas seguintes partes:
término de broto: situa-se nas pontas (ápice) do caule. O broto promove
o crescimento do caule em comprimento; brotos laterais: ao longo do
caule, quando essas células se multiplicam originam ramos, folhas, flores;
nó: é uma região onde surgem os brotos laterais que originam as folhas
da planta; entrenó: regiões localizadas entre os nós. Também podemos

70
ISCED BOTÂNICA GERAL

dizer que os entrenós são regiões entre dois nós. Os caules podem ser
aéreos, subterrâneos e aquáticos. Em algumas plantas, o caule se
modifica, desenvolvendo ramificações especiais - as gavinhas.

A folha geralmente tem forma de lâmina e apresenta a cor verde, devido


a presença de clorofila. A folha é composta de três partes principais:
limbo, pecíolo e bainha. A folha desempenha basicamente, a função de:
fotossíntese e transpiração. As células vivas de uma folha respiram, como
respiram também as células vivas da raiz, do caule, etc. Essas trocas
gasosas entre a planta e o meio ambiente é que ocorrem principalmente
nas folhas, através dos estomas. A sudação ou gutação é a eliminação de
água em forma de gotículas. Essas gotículas de água, que também contêm
alguns sais minerais dissolvidos, saem por aberturas especiais que se
encontram principalmente nos bordos e nas pontas das folhas. A sudação
ocorre quando o solo está bem suprido de água. Uma folha que tenha
todas as partes (limbo, pecíolo e bainha) é uma folha completa. Mas nem
todas as folhas são assim.

A flor é o sistema reprodutor de uma planta. Os componentes básicos de


uma flor são: cálice e corola. O conjunto formado pelo cálice e pela corola
é chamado perianto. Ele envolve e protege os órgãos reprodutor
masculino e feminino da flor, o androceu e o gineceu, respectivamente. A
flor que tem os dois órgãos reprodutores é chamada hermafrodita.

Fruto é todo órgão vegetal que se origina do desenvolvimento do ovário.

O fruto geralmente é formado de pericarpo e apresenta três partes:


epicarpo, mesocarpo e endocarpo. Os frutos podem ser classificados
Segundo vários critérios: frutos carnudos (bagas e drupas), frutos secos
(deiscentes e indeiscentes) e frutos falsos e verdadeiros.

71
ISCED BOTÂNICA GERAL

A semente é o óvulo da flor desenvolvido após a fecundação. É a semente


que abriga o embrião, a futura planta. O processo pelo qual o embrião da
semente se desenvolve originando uma nova planta denomina-se
germinação. Ela é composta por tegumento e amêndoa. Sementes com
um cotilédone são monocotiledóneas e com dois cotilédones são
dicotiledóneas.

Auto – avaliação
1. Enumere as partes que compõem a raiz.
2. Faça a diferença entre as raízes tuberosas e aéreas?
3. O que entendes por raiz aprumada e fasciculadas.
4. Quais são as partes que compõem a estrutura externa do caule?
Auto – avaliação 5. Como são classificados os caules quanto a localização?
6. Qual e a diferença entre caule tronco e estipe?
7. Quais são os componentes básicos da flor?
8. Quais são as partes que formam o pericarpo?
9. O que entendes por germinação?
10. Para uma semente poder germinar é necessário a contribuição de
factores internos. Dê exemplos condições externos (condições do
meio ambiente).
11. Diga o entendes por fruto.

a) Como é formado o fruto?

Avaliação
1. Num grupo de dois elementos, cada grupo deve escolher uma planta
muito comum do local onde vivem e fazer a caracterização detalhada
da sua raíz, caule, folhas, flor, frutos e sementes.
Avaliação

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ISCED BOTÂNICA GERAL

Unidade V

Multiplicação e Reprodução
Introdução
A reprodução é a capacidade que os seres vivos têm de dar origem a
descendentes semelhantes. Nesta unidade temática vamos nos debruçar
sobre o estudo dos tipos de reprodução. A reprodução é uma das
características fundamentais no ciclo de vida dos seres vivos, pois este
fenómeno garante a continuidade das espécies

Ao completar esta unidade você será capaz de:

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 Explicar os diferentes tipos de multiplicação vegetativa e de


reprodução.

Resultados  Descrever os diferentes tipos de multiplicação vegetativa e de


reprodução.

 Identificar os diferentes tipos de multiplicação vegetativa e de


reprodução.

 Comparar os diferentes tipos de multiplicação vegetativa e de


reprodução

 Caracterizar os diferentes tipos de multiplicação vegetativa e de


reprodução.

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Terminologia
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Multiplicação Vegetativa
É uma reprodução assexuada, semelhante à fragmentação, mas que
ocorre essencialmente nas plantas superiores, a partir de estruturas ou
partes da planta capazes de regenerar um indivíduo completo.

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ISCED BOTÂNICA GERAL

Tipos de Multiplicação Vegetativa

A multiplicação vegetativa pode ser natural, formando-se as novas


plantas a partir de partes da planta – mãe (exemplo: folhas, estolhos,
rizomas, raízes tuberculosas, tubérculos, bolbos, bolbilhos, gomos aéreos,
caules rastejantes) ou artificial como o método da estaca, a mergulhia e a
enxertia.

1. Multiplicação Vegetativa Natural


A propagação vegetativa natural envolve o desenvolvimento de uma nova
planta a partir de partes de uma única planta adulta (Figura 26). As novas
plantas crescem e se desenvolvem naturalmente sem intervenção
humana. Uma habilidade importante que é fundamental para permitir a
propagação vegetativa nas plantas é a capacidade de desenvolver raízes
adventícias. Estas raízes surgem de estruturas de plantas diferentes da
raiz, como caules ou folhas. Através da formação de raízes adventícias,
novas plantas podem se desenvolver a partir de extensões dos caules,
raízes ou folhas de uma planta – mãe. As hastes modificadas são muitas
vezes a fonte de propagação vegetativa em muitas plantas. A planta –
mãe pode originar novas plantas a partir das várias partes que a
constituem como as folhas, os caules aéreos (estolhos), ou os caules
subterrâneos (rizomas, tubérculos e bolbos).

A propagação vegetativa pode ocorrer naturalmente através do


desenvolvimento de rizomas. Os rizomas são hastes modificadas que
tipicamente crescem horizontalmente ao longo da superfície do solo ou
no subsolo. Os rizomas são locais de armazenamento de substâncias
como proteínas e amidos. À medida que os rizomas se estendem, raízes e
brotos podem surgir ao longo de certos intervalos do rizoma e se
transformar em novas plantas. Certas ervas, lírios, íris e orquídeas se
propagam dessa maneira. O gengibre é um exemplo de plantas com
rizomas comestíveis.

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ISCED BOTÂNICA GERAL

a) Folhas: certas plantas desenvolvem pequenas plântulas nas margens


das folhas. Essas plantas pequenas e jovens surgem do meristema
localizado ao longo das margens da folha. Após formadas, as plântulas
desenvolvem raízes e caem das folhas. Assim, fixam-se no solo e originam
novas plantas. Um exemplo de uma planta que se propaga dessa maneira
são as plantas do género Kalanchoe.

Figura 26:
Multiplicação Vegetativa Natural
por folha. Fonte:
www.euquerobiologia.com.br

b) Estolhos: Os estolhos são semelhantes aos rizomas, na medida em que


exibem crescimento horizontal sobre ou logo abaixo da superfície do solo
(Figura 27). Ao contrário dos rizomas, eles se originam de hastes
existentes. À medida que os estolhos crescem, eles desenvolvem raízes e
brotos localizados em nós. Os intervalos entre os nós (internodos) são
mais amplamente espaçados nos estolhos do que nos rizomas. Novas
plantas surgem em nós onde raízes e brotos se desenvolvem. Este tipo de
propagação é visto em plantas como morangos e groselhas

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ISCED BOTÂNICA GERAL

Figura 27:

Multiplicação Vgetativa Natural por Estolhos.


Fonte: www.euquerobiologia.com.br

c) Rizomas: o seu comportamento é similar ao dos bulbos, mas trata-se


de um caule modificado em forma de raiz.
A exemplo dos bulbos, os rizomas são ricos em reservas energéticas para
a planta. Os rizomas são levemente cilíndricos e apresentam crescimento
horizontal, paralelo ao solo, podendo ser superficial ou subterrâneo
(Figura 28). Possuem gemas ao longo de sua extensão, de onde surgem as
brotações. As plantas com rizomas crescem formando touceiras que
podem ser separadas para formar novas plantas. Exemplos de plantas
com rizomas: os lírios, o bambu, gengibre, íris, alpínias e bananeira.

Figura 28:
Multiplicação Vegetativa Natural
por Rizoma
Fonte:www.jardimdeflores.com.br

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d) Tubérculos: Os tubérculos são órgãos vegetativos que podem se


desenvolver a partir de caules ou raízes. Os tubérculos caulinares surgem
de rizomas ou estolhos que armazenam nutrientes. A superfície superior
do tubérculo produz o sistema inicial da nova planta (caules e folhas),
enquanto a superfície inferior produz o sistema radicular (Figura
29). Batatas e inhame são exemplos de tubérculos caulinares. Os
tubérculos radiculares são originários de raízes que foram modificadas
para armazenar nutrientes. Essas raízes se ampliam e podem dar origem
a uma nova planta. Batatas – doces e dálias são exemplos de tubérculos
radiculares.

Figura 29:
Multiplicação Vegetativa Natural
por Tubérculos
Fonte:www.euquerobiologia.com.br

e) Bolbos: são partes redondas e inchadas de um caule que normalmente


são encontrados no subsolo. Dentro desses órgãos de propagação
vegetativa encontra-se o início de uma nova planta. Bolbos consistem de
um botão, que está cercado por camadas de tecido similar à folhas (Figura
30). Estas folhas são fonte de armazenamento de vários nutrientes e
fornecem nutrição para a nova planta. Exemplos de plantas que se
desenvolvem a partir de bolbos incluem cebolas, alho, lírios e tulipas.

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ISCED BOTÂNICA GERAL

Figura 30:
Propagação Vegetativa Natural por
Bolbos.
Fonte: www.euquerobiologia.com.br

Multiplicação Vegetativa Artificial

A propagação vegetativa artificial é um tipo de reprodução vegetal que é


realizada através de meios artificiais envolvendo intervenção humana. Os
tipos mais comuns de técnicas reprodutivas vegetativas artificiais
envolvem estaquia, a mergulhia e a enxertia. Este tipo de reprodução
assexuada tem sido largamente utilizado no sector agro-florestal para a
multiplicação vegetativa de plantas.

a) Estaquia: este tipo de multiplicação vegetativa consiste na


introdução de ramos da planta –mãe no solo indo, a partir destes
surgem raízes e gomos que vão originar uma nova planta (Figura
31). A videira e a roseira reproduzem-se deste modo.

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ISCED BOTÂNICA GERAL

Figura 31:
Multiplicação Vegetativa
Artificial por Estaquia
Fonte: internet

Mergulhia: consiste em enterrar partes de uma planta – mãe, como


ramos, por exemplo, sem separá-lo da planta mãe, com o objectivo
de que ocorra o enraizamento na região coberta (Figura 32). O
enraizamento ocorre devido ao acúmulo de auxinas pela ausência de
luz na região enterrada ou coberta, que promove a formação das
raízes adventícias e também pelo aproveitamento do fornecimento
contínuo de água e nutrientes da planta matriz. A mergulhia é um
método bastante utilizado na obtenção de porta – enxertos de
macieira e pereira.

Figura 32:
Multiplicação Vegetativa
Artificial por Mergulhia
Fonte: www.terre.agr.br

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ISCED BOTÂNICA GERAL

c) Alporquia: é um método de propagação em que se faz o enraizamento


de um ramo ainda ligado à planta matriz (parte aérea), que só é destacado
da mesma após o enraizamento. O método consiste em seleccionar um
ramo da planta, de preferência com um ano de idade e diâmetro médio.
Nesse ramo, escolhe-se a região sem brotação e faz-se um anelamento
(Figura 33a), de aproximadamente dois centímetros, retirando toda a
casca (floema) e expondo o lenho. Depois disso, deve-se cobrir o local
exposto com substrato humedecido e envolvê-lo com plástico
(Figura33b). A alporquia é utilizada na propagação de muitas espécies
frutíferas e floríferas.

Figura 33a) Figura 33b)


Multiplicação Vegetativa Multiplicação Vegetativa
Artificial por Alporquia Artificial por Alporquia

Fonte: terra.agr.br
d) Enxertia: consiste na junção das superfícies cortadas de duas partes de
plantas diferentes. As plantas utilizadas são da mesma espécie, ou de
espécies muito semelhantes. A parte que recebe o enxerto chama-se
cavalo e sua função é fornecer água e sais minerais, modificar o porte,
conferir resistência, tolerância ou imunidade contra factores adversos e a
parte dadora chama-se garfo e tem a finalidade de produção.

Existem vários tipos de enxertia: a enxertia por garfo, a enxertia por


encosto e a enxertia por borbulha.

 Enxertia por garfo:

É um método de enxertia que consiste na retirada e transferência de um


pedaço de ramo da planta matriz (copa), também denominado garfo, que

81
ISCED BOTÂNICA GERAL

contenha uma ou mais gemas para outra planta que é o porta – enxerto.
O cavalo é cortado transversalmente, seguidamente faz-se uma fenda
transversal nesse cavalo e introduz-se nele o garfo (Figura 34). A zona de
união é envolvida em terra húmida para ajudar à cicatrização da união
entre as duas plantas.

Com este método, é possível ter em uma mesma planta, variedades


diferentes de frutos, por exemplo: 2 maçãs com cores diferentes ou um
limoeiro que produza, limões e laranjas, etc.

Figura 34:
Multiplicação Vegetativa
Artificial por Enxertia a Garfo
Fonte: terra.agr.br

Enxertia por encosto (união entre duas plantas inteiras):

Consiste na junção de duas plantas inteiras, que são mantidas dessa


forma até a união dos tecidos. Após essa união, uma será utilizada
somente como porta – enxerto e a outra como copa. Para fazer essa
enxertia, o porta – enxerto deve ser transportado em um recipiente até a
planta que se quer propagar sendo geralmente colocado na altura da
copa, através da utilização de suportes de madeira que o sustentarão
(Figura 35). Corta-se uma porção do ramo de cada uma das plantas, de
mesma dimensão, e encostam-se as partes cortadas, amarrando-as em
seguida com fita plástica para haver união dos tecidos. O enxerto é
representado por um ramo da planta matriz, sem dela se desligar até que
ocorra a soldadura ao porta – enxerto. Após 30-60 dias, havendo a união
dos tecidos, faz-se o desligamento da nova planta, cortando-se acima do

82
ISCED BOTÂNICA GERAL

ponto de união do porta – enxerto. Nessa fase, retira-se o fitilho plástico


que estava amarrado e destaca-se o ramo da planta original, formando
uma nova copa. Tem-se, assim, a muda, constituída de copa e porta –
enxerto.

Figura 35:
Multiplicação Vegetativa Artificial por Enxertia
por Encosto
Fonte: www.terra.agr.br

Enxertia por borbulha:

O enxerto é uma borbulha ou gema (Figura 36). Consiste na justaposição


de uma única gema sobre um porta – enxerto enraizado. Com a ponta do
canivete de enxertia, abre-se a região da casca abrangida pelas incisões
num corte em forma de T, levantando-a para inserção da borbulha que é
introduzida com a gema voltada para o lado externo. Em seguida, deve-
se amarrá-la de cima para baixo para facilitar a cicatrização.

Figura 36:
Multiplicação Vegetativa Artificial
por Enxertia por Borbulha.
Fonte: www.terra.agr.br

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ISCED BOTÂNICA GERAL

e) Cultura de tecidos in vitro: técnica desenvolvida pela engenharia


genética, na qual fragmentos de plantas de interesse são esterilizados e
cultivados em soluções nutritivas (Figura 37).

Figura 37
Multiplicação :
vegetativa
Artificial em culturas de
tecidos in vitro
Fonte: Internet

Reprodução
Tipos de Reprodução

Reprodução é capacidade de produzir novos indivíduos, é uma das


características básicas dos seres vivos. Actualmente sabe-se que a vida
surge sempre de outra vida, não existindo organismos que surjam por
geração espontânea, por mais simples que sejam. Para referências mais
aprofundadas em relação a cada grupo vegetal. No entanto, nem todos
os organismos se reproduzem de forma semelhante, existindo dois
grandes grupos de processos reprodutores, discutidos mais abaixo:

Reprodução Sexuada

Os órgãos reprodutores ou as estruturas onde se produzem os gâmetas,


nas plantas, são designados por gametângio, e como tal, existem
gametângio femininos e masculinos. Os gametângios masculinos são
designados por estames e os gametângios femininos são designados por
carpelos.

84
ISCED BOTÂNICA GERAL

Os estames são constituídos por anteras e filetes e os carpelos são


constituídos por o estigma, o estilete e os ovários.

 As anteras são constituídas por tubos polínicos que produzem os


gâmetas masculinos – os grãos de pólen;
 Os ovários produzem os gâmetas femininos – os óvulos.

A reprodução sexuada efectua-se quando ocorre uma transferência dos


grãos de pólen para o sistema reprodutor das plantas (mais propriamente
no estigma), ocorrendo a polinização.

 A polinização é directa, se se verificar que os grãos de pólen caem


sobre o estigma da própria planta. (isto só é possível em plantas
hermafroditas, que possuem os dois gametângio);
 A polinização é cruzada quando se verifica que os grãos de pólen
caem sobre o estigma de outras plantas.

Os agentes responsáveis pelo transporte dos grãos de pólen são tanto


abióticos (factores ambientais) como bióticos (seres vivos).

A reprodução sexuada envolve a fusão de dois gâmetas (masculino e


feminino), processo que se denomina por fecundação. Os gâmetas são
células haplóides que se formam nas gónadas por meiose. Quando se dá
a fecundação, também ocorre outro fenómeno - a cariogamia – que
consiste na fusão dos núcleos dos dois gâmetas. Depois que estes
processos ocorrerem, forma-se o ovo ou zigoto que, por mitoses
sucessivas, vai originar um novo indivíduo. As espécies sexuadas são mais
variáveis, logo um mínimo de tipos genéticos de uma mesma população
podem adaptar-se às diferentes condições flutuantes provendo uma
chance maior para a continuação da população. Em geral, as espécies
sexuadas são melhor adaptadas a ambientes novos e sob influência de
mudanças brutas.

A reprodução sexuada está relacionada com a meiose e a fecundação.

85
ISCED BOTÂNICA GERAL

Por meiose, o número diplóide de cromossomas é reduzido à metade (n -


haplóide), e pela fecundação restabelece-se o número 2n (diplóide) típico
da espécie. Dessa maneira, ocorre troca e mistura de material genético
entre indivíduos de uma população, aumentando a variabilidade
genética. A desvantagem da reprodução sexuada, é que ocorrerá
"diluição" das características parentais entre os descendentes que
acarretará uma perda de homogeneidade. Contudo, há chances de que,
nesta diluição, ameaças parasitárias ou no próprio material genético dos
progenitores seja superada.

Como já foi abordado, a meiose é um tipo especial de divisão celular, que


tem como objectivo a produção de gâmetas. Por isso, a meiose ocorre em
tecidos especiais. Estes tecidos denominam-se gametângio.

Ao contrário do que sucede com os animais, em que os gâmetas se


formam por meiose a partir das células das gónodas, nas plantas
raramente resultam directamente da meiose. Geralmente, a meiose
origina esporos. Neste caso, ocorre em estruturas denominadas
esporângios. Os tipos de plantas que fazem esse tipo de reprodução, são
principalmente as gimnospermas, plantas que conseguem produzir
semente, mas não consegue produzir fruto.

Reprodução Assexuada

A reprodução assexuada é um tipo de reprodução que ocorre sem a


intervenção de gâmetas. Os novos seres são clones do progenitor. Nas
plantas a reprodução assexuada é também frequente, utilizando-se esta
capacidade reprodutiva na agricultura.

Por exemplo, as laranjas sem sementes provêm todas do mesmo clone


(considerando clone o conjunto de todos os seres geneticamente
idênticos, provenientes de um mesmo ser vivo), a partir de uma laranjeira
mutante. Efectivamente, esta árvore, ao não produzir sementes só se
pode reproduzir por enxerto ou estaca.

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ISCED BOTÂNICA GERAL

A mitose, a base da reprodução assexuada, tem um importante papel na


vida dos organismos. Dado o rigor com que, na grande maioria dos casos,
a duplicação do DNA se faz neste processo, a mitose permite:
 Crescimento: um organismo aumenta o seu número de células
através de mitoses sucessivas, onde o conteúdo nuclear se
mantém inalterado;
 Renovação: a substituição de células velhas ou danificadas
permite a manutenção do corpo do organismo em condições
óptimas;
 Regeneração: substituição de órgãos ou partes de órgãos, em
algumas plantas ou mesmo em animais.

Geralmente são os seres mais simples, unicelulares, que se reproduzem


assexuadamente. No entanto, devido ás grandes vantagens deste tipo de
reprodução mesmo animais e plantas complexos podem utilizá-lo.

Estas vantagens derivam de dois aspectos:

 Aumento Populacional Rápido: através de reprodução assexuada


o aumento do número de descendentes pode, por vezes, ser
exponencial, pois o investimento por parte do progenitor é muito
baixo (não há busca de parceiro ou com a produção de gâmetas);
 Estabilidade Genética: devido à produção de clones, um conjunto
de características bem adaptadas ao meio, no momento, pode ser
reproduzido sem risco de perda de grau de adaptação, tirando o
máximo partido das condições favoráveis.

Tipos de Reprodução Assexuada

Há vários tipos de reprodução assexuada:

1. Fragmentação: o organismo fragmenta-se espontaneamente ou por


acidente e cada fragmento desenvolve-se originando um novo ser vivo.
(exemplo: algas);

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2. Divisão múltipla: o núcleo da célula-mãe divide-se em vários núcleos.


Cada núcleo rodeia-se de uma porção de citoplasma e de uma membrana,
dando origem às células – filhas que são libertadas quando a membrana
da célula-mãe se rompe;

3. Bipartição ou fissão binária ou cissiparidade (cissiparidade usado


apenas para seres unicelulares): um indivíduo divide-se em dois com
dimensões sensivelmente iguais (exemplo: Bactérias);

4. Gemulação: num organismo formam-se uma ou mais dilatações -


gomos ou gemas - que crescem e desenvolvem-se originando novos
organismos (exemplo: levedura);

5. Esporulação: formação de células reprodutoras - os esporos - que, ao


germinarem, originam novos indivíduos (exemplo: fetos);

6. Estrobilização: formação de estróbilos que dão origem a novos seres


(exemplo: plantas gimnospérmicas);

7. Apomixia: produção de sementes sem fecundação dos óvulos.

Gâmetas
Tipos de Gâmetas

Os gâmetas ou células sexuais são as células dos seres vivos que, na


reprodução sexuada, se fundem no momento da fecundação ou
fertilização para formar um ovo ou zigoto, que dará origem ao embrião,
cujo desenvolvimento produzirá um novo ser da mesma espécie.

Os gâmetas são células haplóides, ou seja, têm apenas um conjunto de


cromossomas, uma vez que são produzidos por meiose, enquanto o ovo
é diplóide. Os órgãos onde são produzidos os gâmetas chamam-se
gametângio. Que produzem tipos morfologicamente distintos de
gâmetas.

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Nas pteridófitas e briófitas, os gâmetas são produzidos em gametângio e


os masculinos são os anterozóides, produzidos em anterídios.

Enquanto o feminino é denominado oosfera, produzida pelo arquegónio.

Nas plantas espermatófitas, o gâmeta masculino reside no grão de pólen.


Os gâmetas podem ser classificados de acordo com a morfologia e
comportamento:

 Isogamia: os gâmetas são iguais nas formas e nos


comportamentos geralmente flagelados, que são libertados para
o meio, onde ocorre a fecundação;
 Anisogamia: gâmetas morfologicamente diferentes, sendo o
feminino maior, em que ambos são libertados para o meio,
existindo fecundação externa;
 Heterogamia: os gâmetas são iguais no comportamento e
diferentes na forma;
 Oogamia: os gâmetas são diferentes na forma e no
comportamento. Caso particular da anisogamia ocorre quando o
gâmeta feminino é tão grande que se torna imóvel, enquanto o
masculino é pequeno e móvel. Neste caso a fecundação é interna,
no interior do gametângio feminino.

Em alguns casos pode ocorrer a conjugação, quando determinadas células


de dois filamentos próximos modificam-se e formam um prolongamento
que fazem o papel de gâmetas. O material genético de um se mistura com
o material genético do outro (conjugação) formando um zigoto que sofre
divisões meióticas formando células haplóides (n), que sofrem varias
mitoses, formando um novo individuo. O monoicismo pode ser suficiente
quando um indivíduo produz um zigoto por auto – fecundação, ou
insuficiente, quando é necessária a fecundação cruzada, seja por causas
morfológicas ou fisiológicas (amadurecimento descontrolado dos
gâmetas, por exemplo).

89
ISCED BOTÂNICA GERAL

Sumário
Nesta unidade você aprendeu que a multiplicação vegetativa é uma
reprodução assexuada, semelhante à fragmentação, mas que ocorre
essencialmente nas plantas superiores, a partir de estruturas ou partes da
Sumário
planta capazes de regenerar um indivíduo completo. A multiplicação
vegetativa pode ser natural, formando-se as novas plantas a partir de
partes da planta – mãe (exemplo: folhas, estolhos, rizomas, raízes
tuberculosas, tubérculos, bolbos, bolbilhos, gomos aéreos, caules
rastejantes) ou artificial como o método da estaca, a mergulhia e a
enxertia.

Reprodução é capacidade de produzir novos indivíduos e é uma das


características básicas dos seres vivos. Os gâmetangios masculinos são
designados por estames e os gametângios femininos são designados por
carpelos. Os estames são constituídos por anteras e filetes e os carpelos
são constituídos por o estigma, o estilete e os ovários. As anteras
produzem os gâmetas masculinos – os grãos de pólen. Os ovários
produzem os gâmetas femininos – os óvulos. A reprodução sexuada
efectua-se quando ocorre uma transferência dos grãos de pólen para o
sistema reprodutor das plantas (mais propriamente no estigma),
ocorrendo a polinização. Os agentes responsáveis pelo transporte dos
grãos de pólen são tanto abióticos (factores ambientais) como bióticos
(seres vivos). A reprodução sexuada está relacionada com a meiose e a
fecundação. Por meiose, o número diplóide de cromossomas é reduzido
à metade (n - haplóide), e pela fecundação restabelece-se o número 2n
(diplóide) típico da espécie. Dessa maneira, ocorrem troca e mistura de
material genético entre indivíduos de uma população, aumentando a
variabilidade genética.

90
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A reprodução assexuada é um tipo de reprodução que ocorre sem a


intervenção de gâmetas. Os novos seres são clones do progenitor. Nas
plantas a reprodução assexuada é também frequente, utilizando-se esta
capacidade reprodutiva na agricultura. A mitose, a base da reprodução
assexuada, tem um importante papel na vida dos organismos. Dado o
rigor com que, na grande maioria dos casos, a duplicação do DNA se faz
neste processo, a mitose permite: crescimento, renovação e regeneração.
Há vários tipos de reprodução assexuada: fragmentação, divisão múltipla,
bipartição ou fissão binária ou cissiparidade (cissiparidade usado apenas
para seres unicelulares), gemulação: num organismo formam-se uma ou
mais dilatações - gomos ou gemas - que crescem e desenvolvem-se
originando novos organismos (exemplo: levedura); esporulação:
formação de células reprodutoras - os esporos - que, ao germinarem,
originam novos indivíduos (exemplo: fetos); estrobilização: formação de
estróbilos que dão origem a novos seres (exemplo: plantas
gimnospérmicas) e apomixia: produção de sementes sem fecundação dos
óvulos.

Os gâmetas ou células sexuais são as células dos seres vivos que, na


reprodução sexuada, se fundem no momento da fecundação ou
fertilização para formar um ovo ou zigoto, que dará origem ao embrião,
depois um novo ser da mesma espécie. Os órgãos onde são produzidos os
gâmetas chamam-se gametângio.

Nas pteridófitas e briófitas, os gâmetas são produzidas em gametângio e


os masculinos são os anterozóides, produzidos em anterídios.

Enquanto o feminino é denominado oosfera, produzida pelo arquegónio.

Nas plantas espermatófitas, o gâmeta masculino reside no grão de pólen.


Os gâmetas podem ser classificados de acordo com a morfologia e
comportamento: isogamia, anisogamia, heterogamia e oogamia.

91
ISCED BOTÂNICA GERAL

Auto – avaliação
1. Qual é a característica principal da multiplicação vegetativa
natural?
2. Explique a diferença entre multiplicação vegetativa natural por
folhas e estolhos.
Auto – avaliação 3. Defina o conceito de reprodução?
4. Como são chamadas as estruturas onde se produzem os gâmetas,
nas plantas?
5. Quando é que se efectua a reprodução sexuada?
6. Porque é que a reprodução sexuada esta relacionada com a
meiose e a fecundação?
7. A mitose, a base da reprodução assexuada, tem um importante
papel na vida dos organismos, a duplicação do ADN, o que é que
a mitose permite?
8. Quais são as vantagens da reprodução assexuada?
9. Qual é a diferença entre a gemulação e esporulação
10. O que são gâmetas?
11. Descreve a anisogamia e isogamia
12. Explique quando é que diz que ocorreu a conjugação?
13. Quando é que o monoicismo pode ser suficiente?

Avaliação
1. Em grupo de três estudantes discutam se existirá alguma
desvantagem da multiplicação vegetativa quando comparada
com reprodução sexuada.
Avaliação

92
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Unidade VI

Ciclos de Vida com Alternância


de Nucleofase e de Gerações
Introdução
Prezado estudante, seja bem-vindo a unidade sobre o estudo dos tipos de
reprodução. Na reprodução dos seres vivos é importante destacar o
conjunto de transformações por que podem passar os indivíduos de uma
espécie para assegurar a sua continuidade.

Portanto, nesta unidade, mais uma vez, está convidado para uma
participação activa sobre o tema proposto nesta unidade.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Identificar os diferentes tipos de ciclos de vida das plantas.

 Caracterizar os diferentes tipos de ciclo vida das plantas.


Resultados
 Explicar os diferentes tipos de ciclo de vida das plantas.

 Descrever os diferentes tipos de ciclo de vida das plantas e a


alternância de gerações e fases nucleares.

 Comparar os diferentes tipos de ciclos de vida das plantas a


alternância de gerações e fases nucleares.

 Esquematizar os diferentes tipos ciclo de vida de plantas a alternância


de gerações e fases nucleares.

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Terminologia
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Ciclos de Vida com Alternância de Nucleofases de Gerações

Ciclo de vida é o conjunto de transformações por que podem passar os


indivíduos de uma espécie para assegurar a sua continuidade. Algumas
definições se referem especificamente ao ciclo de vida do indivíduo,
inclusivamente considerando o seu final com a morte do organismo.

Outras se centram no processo de reprodução sexuada, apesar de


referirem os ciclos de vida assexuados.

Tendo em conta a ploidia ou número de complementos cromossómicos


nas células, podem considerar-se três tipos de ciclos de vida nos
organismos que se reproduzem sexuadamente:

 Ciclo de vida haplobionte (haplonte), em que o indivíduo que


produz os gâmetas é haplóide, ou seja, tem um "n", que se juntará
com outro "n" (de outra planta) e começará o ciclo;
 Ciclo de vida diplobionte (diplonte), em que o indivíduo que
produz os gâmetas é diplóide, ou seja, tem dois "n".

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Geralmente tem havido alguma confusão na literatura entre as palavras


haplobionte e diplobionte, que são muitas vezes associadas
respectivamente a indivíduos haplóides e diplóides.

A palavra haplodiplonte e haplodiplobionte são ambíguas e devem,


portanto, ser evitadas. Nos diversos ciclos de vida, a meiose ocorre num
determinado momento. Por esse motivo a meiose tem diferentes
denominações, dependendo dos ciclos de vida.

Assim sendo:

 No ciclo de vida haplobionte – haplonte a meiose é pós – zigótica


ou inicial;
 No haplobionte – diplonte é pré – gamética ou final;
 No diplobionte é pré – espórica ou intermediária.

Ciclo de Vida Haplobionte – haplonte

No ciclo haplobionte haplonte os indivíduos adultos são haplóides. Seus


gâmetas, também haplóides, fundem-se dois a dois para originar zigotos
diplóides (Figura 38). O zigoto sofre meiose logo após se formar,
produzindo células haplóides. Estas originam indivíduos haplóides,
fechando o ciclo. Como a divisão reducional ocorre no zigoto, ela é
denominada meiose zigótica.

O ciclo é denominado "haplobionte" (do grego haplos, simples, único)


porque há, quanto à ploidia, somente um tipo de organismo adulto.

Como esse organismo é haplóide, o ciclo leva também o nome de


"haplonte". A alga verde Chlamydomonas, por exemplo, tem esse tipo de
ciclo de vida.

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Figura 38:
Ciclo de Vida Haplobionte-haplonte
Fonte: Internet

Ciclo de Vida Haplobionte - diplonte

No ciclo haplobionte diplonte os indivíduos adultos são diplóides. A


meiose ocorre em certas células desses indivíduos, levando à formação
de gâmetas haplóides (Figura 39). Por isso, a meiose é gamética. Da fusão
de um par de gâmetas surge o zigoto, diplóide, que se desenvolve e
origina um indivíduo diplóide, que repetirá o ciclo.

O ciclo é denominado haplobionte porque há, quanto à ploidia, apenas


um tipo de organismo adulto. Como esse adulto é diplóide, o ciclo leva

96
ISCED BOTÂNICA GERAL

também o nome de diplonte (do grego diplos, duplo). Algumas algas


verdes apresentam esse tipo de ciclo, além da maior parte dos animais,
inclusive nossa espécie.

Figura 39:

Ciclo de Vida Haplobionte-diplonte


Fonte: www.geocities.ws

Ciclo de Vida Diplobionte ou Alternante

As plantas vasculares, as briófitas e algumas algas apresentam alternância


de gerações entre indivíduos diplóides, que produzem esporos haplóides
por meiose, o esporófito, e indivíduos haplóides que produzem gâmetas
por mitose, o gametófito. Nas plantas vasculares, apenas os pteridófitos
apresentam indivíduos diplóides e haplóides separados, respectivamente
o indivíduo adulto e o protalo.

No ciclo diplobionte existem indivíduos adultos haplóides e diplóides


(Figura 40). Os diplóides são chamados esporófitos e produzem, através
da meiose, células haplóides, os esporos. Estes, ao germinar, produzem
indivíduos haplóides. Os indivíduos haplóides formam gâmetas, sendo
por isso denominados gametófitos. A fusão de um par de gâmetas dá
origem a um zigoto diplóide, que se desenvolve em um indivíduo diplóide.

97
ISCED BOTÂNICA GERAL

Figura 40:

Ciclo de Vida Diplobionte


Fonte: www.slideplayer.com.br

A meiose, neste ciclo de vida, leva à formação de esporos e é denominada


meiose espórica. O ciclo é chamado diplobionte porque existem dois tipos
de indivíduo adulto, que se alternam: diplóide e haplóide. Fala-se,
também, em alternância de gerações ou metagénese.

O ciclo alternante ocorre em muitos grupos de algas. A alga verde Ulva,


por exemplo, apresenta esse tipo de ciclo de vida.

Nas espermatófitas, o gametófito feminino, representado pelo tecido


nutritivo haplóide (gimnospermas) ou pelo saco embrionário
(angiospermas) e o gametófito masculino, representado pelo tubo
polínico (gimnospermas e angiospermas), são "parasitas" do esporófito,
enquanto nos briófitos, o esporófito está representado pelo indivíduo
formado pelo pé, pela seta e pela cápsula, onde existem esporângios que
formam esporos haplóides por meiose.

O esporófito se desenvolve a partir do zigoto, nos tecidos do gametófito,


que é a forma adulta. Este ciclo recebe denominações etmologicamente

98
ISCED BOTÂNICA GERAL

erradas como ciclo haplodiplôntico, ciclo haplodiplobiôntico, ciclo


haplodiplonte, etc.

Tabela 3. Ciclos de vida


CICLOS DE VIDA
HAPLONTE DIPLONTE HAPLODIPLONTE
MEIOSE Pós – zigótica Pré – gamética Pré – espórica
Indivíduo Adulto Haplóide Diplóide Haplóide e Diplóide
Estruturas haplóides Adulto Gâmetas Adulto
(n) Gâmetas Gametófito
Gâmetas
Esporos
Estruturas diplóides Ovo (zigoto) Adulto Adulto
(2n) Ovo (zigoto) Esporófito
Ovo (zigoto)
Alternância de fases Existe Existe Existe
nucleares Haplofase + Diplofase + Diplofase e Haplofase
desenvolvida desenvolvida com igual
desenvolvimento
Diplofasetorna-se +
desenvolvida
Alternância de Não existe Não existe Existe
gerações

Alternância de Núcleo de Fase Zigótica e Gamética


O ciclo de vida de um organismo inicia-se com a formação do zigoto e
termina com a formação dos gâmetas necessários à reprodução. Tendo
em conta que a reprodução sexuada apresenta dois fenómenos
complementares, a meiose e a fecundação, durante o ciclo de vida de um
organismo existe uma alternância entre células haplóides e diplóides:

99
ISCED BOTÂNICA GERAL

Alternância de fases nucleares: a fase haplóide tem n cromossomas,


ocorrendo após a meiose, e a fase diplóide têm 2n cromossomas,
ocorrendo após a fecundação;

Alternância de gerações: geração é a parte do ciclo de vida de um


organismo que se inicia com uma célula, dando esta origem a uma
estrutura, ou entidade, multicelular, a qual irá produzir outra célula,
através de parte da estrutura multicelular. Segundo esta definição, um
ciclo de vida sexuado poderá, no máximo, apresentar duas gerações;

Geração gametófita: fase haplóide do ciclo de vida inicia-se com o esporo


e termina nos gâmetas. A estrutura multicelular da geração gametófita
designa-se gametófito, onde se irão diferenciar gametângio, estruturas
que contêm células que produzirão gâmetas. Os gametângios femininos
designam-se oogónios (unicelulares) ou arquegónios (pluricelulares),
enquanto os masculinos se designam anterídeos;

Geração esporófita: fase diplóide do ciclo inicia-se com o zigoto e termina


com a célula-mãe dos esporos. A estrutura multicelular desta fase
designa-se esporófito. No esporófito diferenciam-se estruturas
designadas por esporângios, contendo células que se dividem por meiose
e originam esporos.

A meiose pode ocorrer em diferentes momentos do ciclo de vida de um


organismo:

 Meiose pós – zigótica: quando este fenómeno ocorre no zigoto,


sendo este a única entidade diplóide do ciclo;
 Meiose pré – espórica: a meiose ocorre na formação dos esporos.

O zigoto, por mitoses sucessivas, origina uma entidade diplóide, onde se


diferenciam células especiais que, por meiose, originam esporos;

 Meiose pré – gamética ocorre durante a formação dos gâmetas,


sendo estes as únicas células haplóides do ciclo.

A extensão relativa de cada uma das gerações e fases nucleares está


dependente da posição, no ciclo de vida, da meiose e fecundação.

100
ISCED BOTÂNICA GERAL

Sumário
Nesta unidade orgânica você aprendeu que ciclo de vida é o conjunto de
transformações por que podem passar os indivíduos de uma espécie para
assegurar a sua continuidade. Algumas definições se referem
Sumário
especificamente ao ciclo de vida do indivíduo, inclusivamente
considerando o seu final com a morte do organismo. O ciclo de vida
haplobionte (haplonte), em que o indivíduo que produz os gâmetas é
haplóide, ou seja, tem um "n", que se juntará com outro "n" (de outra
planta) e começará o ciclo. O ciclo de vida diplobionte (diplonte), em que
o indivíduo que produz os gâmetas é diplóide, ou seja, tem dois "n". No
ciclo haplobionte haplonte os indivíduos adultos são haplóides. Seus
gâmetas, também haplóides, fundem-se dois a dois para originar zigotos
diplóides. O zigoto sofre meiose logo após se formar, produzindo células
haplóides. Estas originam indivíduos haplóides, fechando o ciclo. Como a
divisão reducional ocorre no zigoto, ela é denominada meiose zigótica. No
ciclo haplobionte diplonte os indivíduos adultos são diplóides.

No ciclo diplobionte existem indivíduos adultos haplóides e diplóides. Os


diplóides são chamados esporófitos e produzem, através da meiose,
células haplóides, os esporos. Os indivíduos haplóides formam gâmetas,
sendo por isso denominados gametófitos. A meiose, neste ciclo de vida,
leva à formação de esporos e é denominada meiose espórica. O ciclo é
chamado diplobionte porque existem dois tipos de indivíduo adulto, que
se alternam: diplóide e haplóide. Fala-se, também, em alternância de
gerações ou metagénese. O ciclo alternante ocorre em muitos grupos de
algas. A alga verde Ulva, por exemplo, apresenta esse tipo de ciclo de vida.

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ISCED BOTÂNICA GERAL

Alternância de fases nucleares, a fase haplóide tem n cromossomas,


ocorrendo após a meiose, e a fase diplóide têm 2n cromossomas,
ocorrendo após a fecundação. A alternância de gerações: geração é a
parte do ciclo de vida de um organismo que se inicia com uma célula,
dando esta origem a uma estrutura, ou entidade, multicelular, a qual irá
produzir outra célula, através de parte da estrutura multicelular. Segundo
esta definição, um ciclo de vida sexuado poderá, no máximo, apresentar
duas gerações. A geração gametófita: fase haplóide do ciclo de vida inicia-
se com o esporo e termina nos gâmetas. Na geração esporófita: fase
diplóide do ciclo inicia-se com o zigoto e termina com a célula-mãe dos
esporos. A meiose pode ser: pós – zigótica: quando este fenómeno ocorre
no zigoto, sendo este a única entidade diplóide do ciclo; meiose pré –
espórica: a meiose ocorre na formação dos esporos e meiose pré –
gamética: ocorre durante a formação dos gâmetas, sendo estes as únicas
células haplóides do ciclo.

Auto – avaliação
1. O que entendes por ciclo de vida?
2. Qual é a diferença entre ciclo de vida?
3. Descreve a meiose do ciclo haplobionte diplonte e haplobionte
haplonte
Auto – avaliação 4. Diga o entendes por meiose espórica.
5. Como é que se desenvolve o esporofito?
6. De que tecido e representado o gametófito feminino nas
espermatófitas.

Avaliação
Em grupo de dois estudantes, respondam as seguintes questões:

102
ISCED BOTÂNICA GERAL

Avaliação
1. Como inicia e termina o ciclo de vida de um individuo?
2. Quando é que se diz que um ciclo de vida é diplobionte?
3. O que entendes por alternância de fases nucleares?
4. Descreve uma geração esporofita.
5. Como é que se chama estrutura multicelular na geração
esporófito e como se diferencia?

Bibliografia

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ISCED BOTÂNICA GERAL

1. CASTRO, D. M.; CASTELLANI, D. C.; MARTINS, E. R.; DIAS, J. E.


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Nova Odessa, 2005
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