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MANUAL DO CURSO DE LICENCIATURA EM

Gestão de Sistemas de Informação

2º Ano
Disciplina: Gestão Financeira e Orçamental
Código: ISCED31-CONTCFE008
Total Horas/1o Semestre: 150
Créditos (SNATCA): 6
Número de Temas:

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA- ISCED


ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA 30 Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

Direitos de autor (copyright)

Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED),


e contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou
total deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico,
gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto
Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED).

A não observância do acima estipulado infractor é passível a aplicação de processos judiciais


em vigor no País.

Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED)


Direcção Académica
Rua Dr. Almeida Lacerda, No212 Ponta - Gêa
Beira – Moçambique
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Cel: +258 823055839
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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA 30 Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

Agradecimentos

O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) e o autor do presente manual


agradecem a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste
manual:
Autora Marisa Iva Abrão Malate Gobeia Mestre em
Auditoria e Gestao Empresarial
Pela Coordenação Direção Académica do ISCED
Pelo design
Direção de Qualidade e Avaliação do ISCED

Financiamento e Logística Instituto Africano de Promoção da Educação


a Distância (IAPED)
Pela Revisão
Esmeraldo Inácio, Mestre em Contabilidade
e Auditoria

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Visão geral 1
Benvindo à Disciplina/Módulo de Gestão Financeira e Orçamentaria ............................. 1
Objectivos do Módulo....................................................................................................... 1
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................. 1
Como está estruturado este módulo ................................................................................ 2
Ícones de actividade ......................................................................................................... 4
Habilidades de estudo....................................................................................................... 4
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 7
Tarefas (avaliação e auto-avaliação)................................................................................. 8
Avaliação ........................................................................................................................... 9

TEMA – I: INTRODUÇÃO ÀS FINANÇAS 11

1.1. Função Financeira ................................................................................................. 11


1.2. Objectivos e Limites da função financeira ............................................................ 14
1.3. O lugar da função financeira na empresa ............................................................. 15
1.3.1. O conteúdo da Função Financeira ............................................................ 15
1.4. Impacto da Inflação na Gestão Financeira ........................................................... 16
1.5. O Sistema Financeiro e a Intermediação Financeira ............................................ 18
1.6. A importância da intermediação financeira ......................................................... 21
1.7. Intermediários Financeiros ................................................................................... 22
1.8. Custo de dinheiro ................................................................................................. 23
1.9. Determinantes das Taxas de Juro do Mercado .................................................... 23
1.10. Exercícios desta Unidade ...................................................................................... 25
Sumário ................................................................................................................. 25
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ........................................................................... 25
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ........................................................................... 26

TEMA – II: ESTRATÉGIAS FINANCEIRAS 28

2.1. Política de Capital Circulante ................................................................................ 28


2.2. Rendibilidade e a Tesouraria ................................................................................ 29
2.2.1. Auto Financiamento ................................................................................... 29
2.3. Auto Financiamento, Liquidez e Disponibilidade ................................................. 29
2.4. Tesouraria da Empresa ......................................................................................... 30
2.4.1. Mapa de Fluxo Financeiro ........................................................................... 30
2.5. A Tesouraria de Exploração (TE) ........................................................................... 31
2.6. A tesouraria extra-exploração .............................................................................. 31
2.7. A Tesouraria Global .............................................................................................. 32
2.8. Gestão de Tesouraria e Fundo de Maneio ............................................................ 32
2.8.1. Necessidades financeiras .......................................................................... 33

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2.8.2. Os recursos financeiros ............................................................................. 34


2.9. Métodos de cálculo do fundo de maneio necessário de exploração .................... 35
2.10. Estratégias de gestão eficiente de Caixa ............................................................... 37
2.11. Exercícios desta Unidade ....................................................................................... 39
Sumário.................................................................................................................. 39
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO............................................................................ 39
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO............................................................................ 40

TEMA – III: Noções sobre Avaliação de Títulos 43

3.1. Títulos de dívida e a sua avaliação ........................................................................ 43


3.2. Principais Características dos Títulos de Dívida de Longo Prazo ........................... 44
3.3. Avaliação de Obrigações ....................................................................................... 45
3.4. Rendimento até o Vencimento ............................................................................. 46
3.5. Rendimento até o Resgate Antecipado ................................................................. 47
3.6. Risco de taxas de juro em Títulos de Dívida .......................................................... 48
3.7. Acções e Sua Avaliação.......................................................................................... 49
3.7.1. Avaliação da Acção Ordinária .................................................................... 49
3.8. Avaliação de acções com crescimento constante ................................................. 52
3.9. Acção preferencial ................................................................................................. 53
3.9.1. Avaliação de Acções Preferenciais ............................................................ 53
3.10. Exercícios desta Unidade ....................................................................................... 54
Sumário.................................................................................................................. 54
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO............................................................................ 55
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO............................................................................ 56

TEMA – IV: Orçamento e Planeamento Financeiro 59

4.1 O Método Percentual de Vendas .......................................................................... 59


4.1.1 Modelo Matemático para o cálculo das necessidades financeiras
externas.60 4.2
Orçamento de Caixa .............................................................................................. 62
4.2.1 Origem da Projecção de Fluxo de Caixa .................................................... 62
4.3 Razões da Projecção de Fluxos de Caixa ............................................................... 62
4.4 Pressupostos de elaboração do Orçamento de Caixa ........................................... 63
4.5 Relevância do Orçamento de caixa ....................................................................... 64
4.6 Período do Orçamento de Caixa............................................................................ 64
4.7 Formato do Orçamento de Caixa .......................................................................... 66
4.8 4.8. Exercícios desta Unidade ................................................................................ 70
Sumário.................................................................................................................. 70

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Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ........................................................................... 70


Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ........................................................................... 71

Tema V:DECISÕES DE FINANCIAMENTO A LONGO PRAZO 74

Introdução ............................................................................................................ 75
5.1. Definição de custo de capital ................................................................................ 75
5.1.1. Custo de Capital, Kd (1-T) .......................................................................... 76
5.1.2. Custo da Acção Preferencial, Kp ................................................................ 76
5.2. Comparando o Benefício Fiscal: Capital Alheio versus Acções Preferenciais ....... 77
5.3. Custo dos Lucros Retidos ...................................................................................... 77
5.4. Bases de Determinação de Proporções ................................................................ 79
5.4.1. Proporções históricas ou Pesos históricos ................................................ 79
5.4.2. Peso baseado no Valor Contabilístico ....................................................... 79
5.4.3. Peso baseado no Valor de Mercado ......................................................... 79
5.5. Alterações no Custo Médio Ponderado de Capital (Custo Marginal de Capital) .. 81
5.6. Ruptura no esquema do CMC ............................................................................... 83
5.6.1. Outras Rupturas no Esquema do CMC ...................................................... 85
5.7. Risco e Taxa de Retorno ....................................................................................... 86
5.7.1. Retornos dos Investimentos ..................................................................... 86
5.7.2. Conceituação ............................................................................................ 86
5.8. Distribuição de Probabilidade e Taxa de retorno Esperada ................................. 86
5.8.1. Distribuição de Probabilidade ................................................................... 86
5.9. Taxa de Retorno Esperada .................................................................................... 87
5.10. Risco e Incerteza ................................................................................................... 92
5.11. Medição de Risco Isolado: O Desvio Padrão ......................................................... 92
5.12. Medição do Risco Isolado: o Coeficiente de Variação .......................................... 95
5.13. Risco em um Contexto de Carteira ....................................................................... 96
5.14. Retornos de Carteira ............................................................................................. 96
5.15. Risco de uma Carteira ........................................................................................... 97
5.16. Risco Diversificável Versus Ris co do Mercado ..................................................... 98
5.17. Medição do Risco da Carteira ............................................................................... 99
5.18. Covariância e o Coeficiente de Correlação ........................................................... 99
5.19. Modelo CAPM – Modelo de Precificação de Activos de capital ......................... 101
5.19.1. Pressupostos do Modelo CAPM .............................................................. 101
5.20. Exercícios desta Unidade .................................................................................... 102
Sumário ............................................................................................................... 102

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................... 103


Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................... 104

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VI- Analise das decisões de investimento de longo prazo 108

Introdução .......................................................................................................... 108


6.1. Carácter estratégico dos investimentos ............................................................. 109
6.1.1. Perfil de um projecto de investimento ................................................... 110
6.2. Os métodos de avaliação económica de um projecto de investimento ............. 111
6.3. Classificação de Projectos de investimento ........................................................ 112
6.4. Critérios clássicos de avaliação de investimentos .............................................. 114
6.4.1. PAY BACK PERIOD (Período de Recuperação do Investimento) ............. 114
6.4.2. PAY BACK DESCONTADO ......................................................................... 115
6.4.3. VALOR ACTUAL LÍQUIDO (VAL ou NPV) .................................................. 117
6.4.4. TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR ou IRR) .............................................. 118
6.5. Comparação dos métodos do VAL e da TIR ........................................................ 121
6.6. Projectos Independentes .................................................................................... 124
6.7. Projectos Mutuamente Exclusivos ...................................................................... 124
6.8. Exercícios desta Unidade .................................................................................... 125
Sumário ............................................................................................................... 125
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................... 126
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................... 127
Exercícios de Fim de Modulo .............................................................................. 128

VII - Bibliografia Recomendada 132

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA 30 Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

Visão geral

Benvindo à Disciplina/Módulo de Gestão Financeira e Orçamentaria

Objectivos do Módulo

Ao terminar o estudo deste módulo de Gestão Financeira e


Orçamentária deverá ser capaz de seleccionar os investimentos
que propiciem uma maior rentabilidade ao futuro da actividade
empresarial, optimizar o uso dos recursos financeiros, fazendo
com que o custo médio ponderado de capital seja o menor
possível, exercer controlo para que esses objectivos, em coerência
com os demais objectivos funcionais, permitam a contínua
geração de valor para o accionista.

Aplicar as técnicas de análise dos demonstrativos


financeiros;
Aplicar as técnicas de gestão do capital de giro;
Aplicar as técnicas de decisões de investimento a longo
Objectivos
prazo.
Específicos

Quem deveria estudar este módulo

Este Módulo foi concebido para estudantes do 2º ano do curso de


licenciatura em Gestão de Sistemas de Informação ISCED.
Poderá ocorrer, contudo, que haja leitores que queiram se
actualizar e consolidar seus conhecimentos nessa disciplina, esses
serão bem- vindos, não sendo necessário para tal se inscrever.
Mas poderá adquirir o manual.

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA 30 Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

Como está estruturado este módulo

Este módulo de Gestão Financeira e Orçamental, para


estudantes do 2º ano do curso de licenciatura em Gestão de
Sistemas de Informação , à semelhança dos restantes do ISCED,
está estruturado como se segue:

Páginas introdutórias

Um índice completo.

Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo,


resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para
melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta
secção com atenção antes de começar o seu estudo, como
componente de habilidades de estudos.

Conteúdo desta Disciplina / módulo

Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez
comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente
unidades, Cada unidade temática se caracteriza por conter uma
introdução, objectivos, conteúdos.

No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são


incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, só
depois é que aparecem os exercícios de avaliação.

Os exercícios de avaliação têm as seguintes características: Puros


exercícios teóricos/Práticos, Problemas não resolvidos e
actividades práticas algumas incluído estudo de caso.

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA 30 Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

Outros recursos
A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED, pensando em si,
num cantinho, recôndito deste nosso vasto Moçambique e cheio
de dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem,
apresenta uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu
módulo para você explorar. Para tal o ISCED disponibiliza na
biblioteca do seu centro de recursos mais material de estudos
relacionado com o seu curso como: Livros e/ou módulos, CD, CD-
ROOM, DVD. Para além deste material físico ou electrónico
disponível na biblioteca, pode ter acesso a Plataforma digital
moodle para alargar mais ainda as possibilidades dos seus
estudos.

Auto-avaliação e Tarefas de avaliação


Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final
de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos
exercícios de auto-avaliação apresentam duas características:
primeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo,
exercícios que mostram apenas respostas.

Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação


mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de
dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras.
Parte das tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos de
campo a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de
correcção e subsequentemente nota. Também constará do exame
do fim do módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os
exercícios de avaliação é uma grande vantagem.

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA 30 Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

Comentários e sugestões
Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados
aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza diadáctico
- Pedagógica, etc., sobre como deveriam ser ou estar
apresentadas. Pode ser que graças as suas observações que, em
gozo de confiança, classificamo-las de úteis, o próximo módulo
venha a ser melhorado.

Ícones de actividade

Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas


margens das folhas. Estes ícones servem para identificar
diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar
uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa,
uma mudança de actividade, etc.

Habilidades de estudo

O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a


aprender. Aprender aprende-se.

Durante a formação e desenvolvimento de competências, para


facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará
empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons
resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e
eficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando
estudar. Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos
que caro estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos
estudos, procedendo como se segue:

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA 30 Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de


leitura.

2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida).

3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e


assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR).

4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua


aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão.
5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou
as de estudo de caso se existirem.

IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo -espaço-tempo,


respectivamente como, onde e quando. Estudar, como foi referido
no início deste item, antes de organizar os seus momentos de
estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si:
Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo
melhor à noite/de manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da
semana? Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num
sítio barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em
cada hora, etc.

É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido


estudado durante um determinado período de tempo; Deve
estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só ao
seguinte quando achar que já domina bem o anterior.

Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler


e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é

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juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos


conteúdos de cada tema, no módulo.

Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por


tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora
intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso
(chama-se descanso à mudança de actividades). Ou seja que
durante o intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos
das actividades obrigatórias.

Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual


obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento
da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado
volume de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo,
criando interferência entre os conhecimentos, perde sequência
lógica, por fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai
em insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente
incapaz!

Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma


avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda
sistematicamente), não estudar apenas para responder a questões
de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo,
estude pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área
em que está a se formar.

Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que


matérias deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que
resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo
quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades.

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA 30 Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será


uma necessidade para o estudo das diversas matérias que
compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar
a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as
partes que está a estudar e Pode escrever conclusões, exemplos,
vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a
margem para colocar comentários seus relacionados com o que
está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir
à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura;
Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado
não conhece ou não lhe é familiar;

Precisa de apoio?

Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o
material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas
como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis
erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, página
trocada ou invertidas, etc.). Nestes casos, contacte os serviços de
atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR),
via telefone, SMS, Correio electrónico, se tiver tempo, escreva
mesmo uma carta participando a preocupação.

Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes


(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua
aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da
comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se
torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor,
estudante – CR, etc.

As sessões presenciais são um momento em que você caro


estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA 30 Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

do seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do ISCED


indigitada para acompanhar as sua sessões presenciais. Neste
período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza
pedagógica e/ou administrativa.

O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30%


do tempo de estudos a distância, é muita importância, na medida
em que permite-lhe situar, em termos do grau de aprendizagem
com relação aos outros colegas. Desta maneira ficar a saber se
precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver
hábito de debater assuntos relacionados com os conteúdos
programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade
temática, no módulo.

Tarefas (avaliação e auto-avaliação)

O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e


auto−avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues
duas semanas antes das sessões presenciais seguintes.

Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não


cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de
campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da
disciplina/módulo.

Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os


mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente.

Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa,


contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados,
respeitando os direitos do autor.

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA 30 Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

O plágio1é uma violação do direito intelectual do (s) autor (es).Uma


transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do texto de um
autor, sem o citar é considerada plágio. A honestidade, humildade
científica e o respeito pelos direitos autorais devem caracterizar a
realização dos trabalhos e seu autor (estudante do ISCED).

Avaliação

Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância,


estando eles fisicamente separados e muito distantes do
docente/tutor!? Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja
uma avaliação mais fiável e consistente.

Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com


um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os
conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial
conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A
avaliação do estudante consta detalhada do regulamento de
avaliação.

Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e


aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de
frequência para ir aos exames.

Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e


decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no
mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência,
determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira.
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da
cadeira.

1
Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade
intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização.

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA 30 Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois)


trabalhos e 1 (um) (exame).

Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados


como ferramentas de avaliação formativa.

Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em


consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as
recomendações, a identificação das referências bibliográficas
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros.

Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de


Avaliação.

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 3º Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

TEMA – I: INTRODUÇÃO ÀS FINANÇAS

UNIDADE Temática 1.1. Função financeira nas empresas


UNIDADE Temática1.2. Objectivos e Limites da função financeira
UNIDADE Temática 1.3. O lugar da função financeira na empresa
UNIDADE Temática 1.4. Impacto da Inflação na Gestão Financeira
UNIDADE Temática 1.5. O Sistema Financeiro e a Intermediação Financeira
UNIDADE Temática 1.6. A importância da intermediação financeira
UNIDADE Temática 1.7. Intermediários Financeiros
UNIDADE Temática 1.8. O Custo de dinheiro
UNIDADE Temática 1.9. Determinantes das Taxas de Juro do Mercado
UNIDADE Temática 1.10.EXERCÍCIOS deste tema

Objectivos: Destacar os aspectos mais relevantes dos objectivos financeiros e das trajetórias
económico-financeiras da empresa

1.1. Função Financeira


Introdução

Numa primeira fase a função financeira identificava-se com o papel do


tesoureiro da empresa, ou seja, consistia em efectuar os recebimentos e os
pagamentos decorrentes do exercício das restantes actividades da
organização. As suas preocupações consistiam na manutenção de um saldo
de disponibilidades que lhe permitisse assegurar o normal funcionamento
da empresa, na rapidez e segurança da cobrança das dívidas dos clientes e,
finalmente, no escalonamento adequado da liquidação dos débitos aos
fornecedores. Portanto, a função financeira limitava-se a gestão de
disponibilidades.

Aquela tarefa elementar da função financeira cedo veio a ser ampliada,


surgindo então a noção tradicional da preocupação com as decisões de
financiamento, ou seja, a recolha atempada e ao menor custo dos fundos
que possibilitam o financiamento dos capitais necessários ao funcionamento
e desenvolvimento da empresa.

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 3º Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

Aquela tarefa elementar da função financeira cedo veio a ser ampliada,


surgindo então a noção tradicional da preocupação com as decisões de
financiamento, ou seja, a recolha atempada e ao menor custo dos fundos
que possibilitam o financiamento dos capitais necessários ao funcionamento
e desenvolvimento da empresa.

A concepção tradicional veio, por sua vez, a ser gradualmente acrescida de


novos elementos, de novas atribuições para a função financeira, chegando
assim a chamar-se gestão financeira moderna. As novas tarefas estão
relacionadas com aspectos de carácter predominantemente económico,
passando a caber `a área financeira a analise e o controlo da rendibilidade
previsional e efectiva das aplicações de fundos. Esta mudança veio a
traduzir-se, no concreto, na participação da função financeira nas decisões
de investimento e na elaboração do plano a médio prazo da empresa, assim
como o aparecimento da figura do controller, cuja actuação está
intimamente ligada ao controlo da rendibilidade das aplicações de fundos.
A moderna gestão financeira engloba, assim, um conjunto de tarefas que se
pode sintetizar como se observa na figura 1.1

Assim:

A política de investimento assume um papel preponderante e


preocupa-se fundamentalmente com a análise da rendibilidade e do
risco potenciais das decisões que, envolvendo um horizonte
temporal alargado, implicam um dispêndio de fundos no presente
em troca de um potencial de entrada de fundos no futuro;

A política de financiamento visa principalmente proporcionar `a


empresa os fundos de que necessita, em função da sua política de
investimento e de desenvolvimento;

A política de dividendos tem um carácter marginal e dedica-se ao


estudo da melhor forma de afectar a riqueza adquirida pela empresa
entre a retenção em reservas e o pagamento de dividendos aos
accionistas, atendendo `as condições e restrições legais a que a

12
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mesma e os detentores do seu capital estão sujeitos;

O documento fundamental da gestão financeira a médio e longo


prazo é o plano financeiro, que é a tradução do plano da empresa em
entradas e saídas de fundos, com vista ao teste global do equilíbrio
financeiro previsional a longo prazo (entradas + saldo inicial – saídas
≥ saldo final desejado.

A CURTO PRAZO
(ou Gestão da Tesouraria)

Decisões Operacionais:
Gestão do Activo Circulante
Gestão do Passivo Circulante

Orçamento de Tesouraria
GESTÃO
FINANCEIRA

A MÉDIO E LONGO PRAZO


Decisões estratégias

Politica de investimentos
Política de Financiamento
Política de Dividendos

Plano Financeiro

Objectivos da Gestão Financeira:


Equilíbrio Financeiro
Maximizar a Rendibilidade
Minimizar o Risco
Crescimento

Figura 1.1: Conteúdo da Gestão Financeira

A gestão da tesouraria é, como o próprio nome indica, um prolongamento


das tarefas originais da função financeira – papel do tesoureiro, em relação à
qual destacamos:

13
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A gestão do activo circulante, que compreende para além da já


referida gestão das disponibilidades, a gestão ou controlo do crédito
concedido `a clientela, o controlo financeiro dos stocks e a aplicação
dos excedentes temporários de tesouraria (v.g., depósitos a prazo e
títulos de colocação);

A gestão dos passivos circulantes, que engloba a gestão dos créditos


obtidos dos fornecedores e dos restantes devedores correntes
(Sector Publico Estatal, por exemplo), assim como a cobertura dos
défices temporários de tesouraria (v.g., pelo recurso ao credito
bancário);
O documento central da gestão financeira a curto prazo é o
orçamento de tesouraria, que não é mais do que a tradução do
orçamento global da empresa em termos de recebimentos e
pagamentos previsionais, com vista ao teste do equilíbrio de
tesouraria de curto prazo.

1.2. Objectivos e Limites da função financeira

A teoria financeira é uma aplicação da teoria microeconómica da empresa,


cujo objectivo é o da maximização do lucro. Acontece, porém, que o
conceito de lucro não é muito operacional, nem tão pouco relevante para
uma disciplina que se preocupa essencialmente com os fluxos monetários
(cash-flow). Assim, foi aquele principio substituído pelo da maximização da
riqueza dos accionistas que deve ser entendido como o valor actual dos
fluxos monetários que, no futuro, a empresa poderá vir a conferir aos
titulares do seu capital.

O enunciado do princípio de maximização do valor da empresa como


objectivo da função financeira merece alguns comentários adicionais: Em
primeiro lugar, aquele conceito implica o exame dos efeitos financeiros das
decisões tomadas na empresa em duas vertentes complementares: a da
rendibilidade e a do risco. A rendibilidade exprime a capacidade de uma

14
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empresa para gerar lucros, ou melhor (e numa óptica exclusivamente


financeira), a aptidão para gerar uma série de fluxos financeiros com valor
positivo. O risco reflecte a variabilidade potencial dessa série de cash-flows.
O valor da empresa concilia estas duas perspectivas, ao sugerir que o valor
actual da série de fluxos monetários seja calculado por ocorrência a uma
taxa de custo de oportunidade de capital, que é precisamente ajustada ao
nível de risco potencial.

1.3.O lugar da função financeira na empresa

Não existe nenhuma regra geral que permita definir o lugar da função
financeira e o seu conteúdo para o conjunto das empresas. As estruturas de
uma empresa dependem da sua dimensão, do seu passado e das relações
que existem entre os grupos que a movimentam.

1.3.1. O conteúdo da Função Financeira

É relativamente `a função contabilística e ao controlo de gestão que convêm


distinguir em 1º lugar a função financeira.

A área especificamente financeira compreende:


A análise financeira,
As previsões financeiras,
A realização de operações financeiras a longo prazo,
A decisão de investimento e de financiamento,
A negociação de créditos,
A gestão da tesouraria e dos activos financeiros,
A politica de resultados,
A informação financeira externa.

A análise financeira assenta na aplicação de instrumentos específicos a


partir dos documentos de síntese contabilística e das informações relativas à
tesouraria.

15
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A realização das operações financeiras a longo prazo implica a manutenção


de relações com o mercado financeiro e com o conjunto dos intermediários
e organismos financeiros.

A decisão de investimento e de financiamento surge no quadro do processo


de planificação, que consiste na elaboração de informação financeira
adequada para a tomada de decisões sobre a obtenção e a aplicação de
recursos.
A negociação de créditos põe o responsável financeiro em contacto
permanente com o sistema bancário e com o mercado dos créditos a curto
prazo.

A gestão da tesouraria e dos activos financeiros tem por objecto o conjunto


dos activos circulantes e nomeadamente as disponibilidades e o crédito a
clientes, bem como o crédito de fornecedores e os créditos bancários no
sentido lato.

A política de resultados diz respeito ao mesmo tempo `a escolha do sistema


de amortização e `a escolha do montante da distribuição dos dividendos.
Estas decisões dependem do Conselho de Administração mas são
preparadas pelo responsável financeiro.

1.4. Impacto da Inflação na Gestão Financeira

Inflação é a perda da capacidade aquisitiva da moeda como consequência da


subida generalizada e persistente de preços.

Por que o Gestor Financeiro deve se preocupar com a inflação?


O gestor financeiro precisa de considerar a inflação no seu planeamento
porque ela incide da maneira diferente sobre as empresas, depende do nível
e da estrutura de activos e de financiamento que cada empresa possui.
Vamos abordar o impacto da inflação sob o ponto de vista de prof. Brigham,

16
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isto é, do ponto de vista generalista2:

a) Taxa de Juro
A inflação influi na taxa de juro porque a inflação é um agregado da taxa de
juro, por isso que quando a inflação aumenta, a taxa de juro também
aumenta.

b) Dificulta as previsões financeiras


Previsão financeira é a estimativa de receitas e custos (despesas) futura
onde o ambiente contextual em que a empresa vai funcionar tende a ser
diferente do presente.

c) A inflação provoca aumento da procura de capitais


Uma vez que os preços dos factores subiram, o montante do valor
monetário requerido para fazer as mesmas transacções aumenta, ao
mesmo tempo o aumento da procura de capitais provoca o aumento da
taxa de juro que é o preço de capitais.

d) Diminuição do preço das acções


Dado que a taxa de juro é um custo, os empréstimos do capital são
remunerados com as taxas de juro que também aumentam com o aumento
da inflação, reduzindo assim os resultados de exploração das empresas e
consequentemente o valor das empresas (constituído por acções). Neste
caso é melhor investir em obrigações que aumentam a sua remuneração
com o aumento da taxa de juro.

e) Provoca problemas contabilísticos


Tem a ver com a amortização do activo fixo. Tem a ver com o esforço ou
atitude para capitalização da empresa ou evitar a sua descapitalização. Os
procedimentos contabilísticos garantem o autofinanciamento da empresa.
Se a amortização incide sobre o valor histórico, o preço de reposição do
activo tendem a ser maior que o preço do activo fixo que foi comprado no

2
Os estudantes deverão abordar o impacto da inflação sob ponto de vista de Caldeira
Meneses

17
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passado. Assim, o valor retido não poderá ser suficiente para a reposição do
activo fixo devido ao aumento dos preços. Esta perda pode ser minimizada
pelas reavaliações dos activos fixos.

1.5. O Sistema Financeiro e a Intermediação Financeira

Sistema Financeiro é um conjunto que inclui a classe dos superavitários,


deficitários (empreendedores), mercados financeiros, instrumentos
financeiros, intermediários financeiros e a regulamentação financeira.
Mercado Financeiro é definido como um local físico ou não (lógico) onde se
realizam as operações financeiras entre os superavitários e os deficitários.
Tem como função servir de ponto de encontro de agentes acima referidos.

Sistema Financeiro
(1) Financiamento Indirecto

Intermediários
Financeiros
Fundos
Fundos

Fundos

Superavitários Deficitários

1. Famílias Fundos Fundos


1. Famílias
2. Firmas
Mercados 2. Firmas
3. Governo Financeiros 3. Governo

4. Estrangeiros 4. Estrangeiros

Figura 1.2: Intervenientes do Sistema Financeiro

(2) Financiamento Directo

18
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 3º Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

Financiamento Directo: Não há intermediários financeiros. Há um contacto


directo entre os superavitários e os deficitários;

Financiamento Indirecto: Há intermediários financeiros como o elo de


ligação entre os superavitários e os deficitários;

A via que é mais utilizada é a de financiamento indirecto através de


intermediação financeira. Tem como vantagem a disponibilidade de
informações.
Conclusão:
Os mercados financeiros desempenham uma importante função na
economia:

1. Permite a movimentação de fundos dos agentes superavitários para


os deficitários. Assim, contribuem para a alta produção e eficiência
da economia, no seu conjunto.

2. Melhoram directamente o bem-estar dos consumidores ao permitir


planear melhor as compras;

3. Melhora o bem-estar de todos agentes na economia.

A Estrutura dos Mercados Financeiros


Os Mercados financeiros subdividem-se em:

Mercado Monetário: onde são transacionados


instrumentos financeiros de curto prazo.

Quanto ao Prazo

Mercados de Capitais: São transacionados


instrumentos financeiros de Médio e longo prazo.

Por sua vez, estes se subdividem em:


Quanto a Natureza Jurídica pode ser:
• Mercado Monetário
• Mercado de Capitais

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1. Mercado Monetário:

Mercado de Crédito: Onde são transacionados instrumentos financeiros de


natureza impeditiva de livre transmissibilidade dos direitos e das obrigações
(Não há recompra nem revenda).

Mercado de Valores Mobiliários: Os direitos e as obrigações são livremente


transacionáveis (Há recompra e revenda).

Mercado de Crédito
2. Mercado de Capitais

Mercado de Valores mobiliários

Quanto e envolvência pode ser:


• Mercado de Valores Mobiliários que por sua vez se subdivide em:

Mercado Primário – onde ocorre a 1ª venda de títulos pelo agente emissor;


Mercado Secundário – onde ocorre a 2ª e a enésima revenda de títulos;

No Mercado Monetário, o mercado primário está o mercado de


instrumentos de dívidas e no Mercado de Capitais, o mercado primário
subdivide-se em;
• Mercado de Acções
• Mercado de Instrumentos da Dívida

Classificação dos mercados de Valores Mobiliários quanto a natureza


jurídica e económica dos direitos envolvidos

1. Mercado de Acções – No qual são transacionados acções. As


acções conferem o direito a responsabilidade do seu detentor,
sobre a entidade que as emitiu, o qual é proporcional à parcela
do capital investido pelo acionista no capital social, remunerado
principalmente pelos dividendos distribuídos no fim de cada
exercício;

20
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2. Mercado de Instrumentos da Dívida: Os instrumentos da dívida


transacionados nestes mercados (obrigações, …) conferem aos
seus detentores, um direito de crédito sobre as entidades que os
emitiu. Dão direito ao reembolso do capital emprestado e, um
determinado juro, previamente acordado.

1.6. A importância da intermediação financeira

Nas transacções financeiras ocorrem duas situações:


• Há custos de transacções
• Há assimetria de informações;

Os custos de transacções
• Tempo
• Comissão pelos serviços
• Pagamento de advogados
• Garantias

Neste caso, sem a intermediação financeira, os custos de transacções são


muito elevados comparativamente as operações realizadas por
intermediários financeiros, pois, estes criam escalas de produção, se
especializam nesta área e tornam assim os custos de transacções reduzidos;

Assimetria de informação
• Selecção adversa (falta do conhecimento sobre a idoneidade do
deficitário, poderá induzir a escolha de deficitário não correto),
situação que ocorre antes do empréstimo (processo de escolha entre
vários pedidos).

• Risco moral: Refere-se a ausência da capacidade de


acompanhamento e monitoria do que o deficitário esta fazendo com
o empréstimo que obteve.

21
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Neste caso, os intermediários financeiros têm sectores especializados para


analisar cada uma das áreas em que o crédito for concedendo. Assim,
permite o acompanhamento permanente, reduzindo os problemas de
assimetria de informação.

Por outro lado, os intermediários financeiros permitem acumular muitas


poupanças, viabilizando assim, o financiamento grandes projectos de
investimento benéficos para o país.

1.7. Intermediários Financeiros

1. As Instituições Depositárias
• Os Bancos Comerciais
• As Associações de Poupança e Crédito;
• Os Bancos de Poupança Mutua;
• As Cooperativas de Crédito

A característica principal das instituições depositárias é aceitar


responsabilidades (Contas de depósitos) nas suas instituições e a principal
aplicação das poupanças depositadas é a concessão de crédito aos agentes
económicos;

2. As Instituições de Poupanças Contratual


• Companhias de seguro de vida e Contra outros riscos (acidentes,
incêndios,)
• Os fundos de Pensão e os fundos Governamentais de
Aposentação.

A característica principal desta categoria é existência de um contrato entre


os interessados. As instituições não mantém estes fundos ociosos, aplicam-
nos de forma lucrativa como aquisição de instrumentos de dívida,
participações em empresas,

3. Os Intermediários de Investimentos

22
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• As companhias financeiras (BIM Leasing, BCI Leasing, AVIS)


• Os Fundos Mútuos

1.8. Custo de dinheiro

Na economia de mercado livre o capital é alocado em função de sistema de


preços. Custo de dinheiro é o preço que se paga pelo seu uso.
Sabido que as fontes de dinheiro podem ser próprio ou alheio, o preço que
se paga pelo capital alheio é a taxa de juro e o preço do capital próprio são
dividendos.

Os principais factores que afectam o preço de dinheiro são:


• As oportunidades de produção: Quanto maior for a oportunidade
de produção maior é a procura de dinheiro e o seu custo;
• O tempo preferencial de consumo: Quanto mais distante for o
tempo em que quer consumir maior a incerteza em relação aos
factores que afectam o negócio e o custo de dinheiro;
• O risco: É a probabilidade de ocorrência de um fenómeno futuro
indesejável;
• A inflação

1.9. Determinantes das Taxas de Juro do Mercado

Em geral, a taxa de juro cotada (ou nominal) sobre um título de divida (K) é
composta de uma taxa real de juro livre de risco (K*), mais vários prémios
que reflectem a inflação, o factor risco de título e a negociabilidade no
mercado (liquidez). Essa relação pode ser expressa como se segue:

Taxa de Juro nominal = K = K* + PI + PRI + PL + PRV

Em que:

K – taxa de juro nominal de um título específico;

23
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K* - é a taxa que existiria em um título sem risco e com expectativa de


inflação zero.

KSR – A taxa de juros nominal livre de risco. Esta é a taxa de juro nominal
sobre um título com a letra de tesouro, o qual é bastante líquido e isento da
maioria dos riscos. A KSR inclui um prémio de inflação esperada: KSR = K* + PI

PI – Prémio de inflação. O PI é igual a taxa média esperada de inflação sobre


a vida do título;

PRI – Prémio de risco de inadimplência: Este prémio reflecte a possibilidade


de o emissor não pagar juros ou o principal de um título em tempo e
quantias específicas;

PL – Prémio de liquidez ou negociabilidade: Este prémio é cobrado pelos


emprestadores para reflectir o facto de que alguns títulos não podem ser
convertidos em dinheiro em curto espaço de tempo, a um preço razoável.

PRV – Prémio de risco de vencimento: Conforme se referiu, os títulos de


longo prazo são expostos a um risco significativo de declínio de preços e um
prémio de risco de vencimento é cobrado pelos emprestadores para reflectir
esse risco.

A taxa de juro afecta os resultados das empresas de duas maneiras:


• Sendo a taxa de juro um custo, então, quando maior for as taxas de
juro mais baixo são os resultados (lucro) ou mais alto é o prejuízo. Se
os lucros são baixos, o preço de cotação das acções baixa porque a
empresa capitaliza menos;

• A taxa de juro afecta a rendibilidade da empresa dado que afecta o


resultado. Se a rendibilidade da empresa é baixa menor é a confiança
dos empresários em relação a empresa e os preços das acções da
empresa baixam.

24
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1.10. Exercícios desta Unidade

Sumário
Nesta Tema 1 estudamos e discutimos fundamentalmente nove itens em
termos de considerações gerais á disciplina de Gestão Financeira e
Orçamentária:
UNIDADE Temática 1.1. Função financeira nas empresas
UNIDADE Temática1.2. Objectivos e Limites da função financeira
UNIDADE Temática 1.3. O lugar da função financeira na empresa
UNIDADE Temática 1.4. Impacto da Inflação na Gestão Financeira
UNIDADE Temática 1.5. O Sistema Financeiro e a Intermediação Financeira
UNIDADE Temática 1.6. A importância da intermediação financeira
UNIDADE Temática 1.7. Intermediários Financeiros
UNIDADE Temática 1.8. O Custo de dinheiro
UNIDADE Temática 1.9. Determinantes das Taxas de Juro do Mercado
UNIDADE Temática 1.10.EXERCÍCIOS deste tema

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)


1. Debruce sobre os seguintes aspectos:
1. Essência da Função Financeira, tendo em conta a estratégia
financeira (médio e longo prazo) e decisões operacionais (curto
prazo e gestão de tesouraria);
2. A teoria financeira é uma aplicação da teoria micro económica da
empresa, cujo objectivo é o da maximização de lucro. Explique
porque é que o conceito de lucro não muito operacional, nem tão
pouco relevante para a disciplina de Gestão financeira;
3. Funções de Gestor Financeiro
4. Conteúdo da Função Financeira
5. Objectivos da empresa (diferencie maximização do lucro e
maximização do valor da empresa)
6. Impacto da inflação na gestão financeira quer na óptica de Prof.
Brigham como na do Prof. Caldeira Meneses

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7. O que é Sistema Financeiro


8. Qual é a função e importância dos Intermediários Financeiros
9. Identifique e diferencie os principais intermediários financeiros
10. Explique como é que a existência da Informação Assimétrica
dificulta o funcionamento efectivo dos mercados financeiros.
Como é que os intermediários financeiros lidam como os
problemas decorrentes da Assimetria de informação;
Respostas:
1. Rever o primeiro parágrafo da página 11
2. Rever o ponto 1.2 da pagina 14 (Introdução desta Unidade);
3. Rever a página 15 no primeiro paragrafo no ponto 1.3;
4. Rever o 2º parágrafo da página 15 no ponto 1.3.1;
5. Rever o ponto 1.2 da pagina 14
6. Rever página 16 no ponto 1.4 e nas paginas 112 a 118 do autor
caldeira Meneses em princípios de gestão financeira;
7. Rever ponto 1.5 nas paginas 18 e 19 respectivamente;
8. Rever a página 21 o ponto 1.6;
9. Rever os conteúdos da página 22 no ponto 1.7
10. Rever os conteúdos da página 22 no primeiro parágrafo;

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
GRUPO-2 (Com respostas sem detalhes)
1. Os principais factores que afectam o preço de dinheiro são:
Escolha apenas uma alternativa correcta
a) As oportunidades de produção, o tempo preferencial de
consumo, o risco e a inflação
b) A taxa de juro
c) As taxas directórias do banco central
d) Todas alternativas estão correctas

2. As Instituições de Poupanças Contratual integram:


Escolha apenas uma alternativa correcta
a) Companhias de seguro de vida e Contra outros riscos (acidentes,

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incêndios)
b) Os fundos de Pensão e os fundos Governamentais de Aposentação;
c) a) e b)

3. Os Intermediários de Investimentos são constituídos pelos:


Escolha apenas uma alternativa correcta
a) Caixas comunitários
b) As companhias financeiras (BIM Leasing, BCI Leasing, AVIS)
c) Os Fundos Mútuos
d) b ) e c)

4. As Instituições Depositárias são :


Escolha apenas uma alternativa correcta
a) Todas as empresas (independentemente do tamanho);
b) Todas as entidades filantrópicas como Ong´s, Fundações, Igrejas, etc.;
c) Cooperativas;
d) Nenhuma alternativa;

5. Nas transacções financeiras ocorrem duas situações:


Escolha apenas uma alternativa correcta
a) Há custos de transacções e assimetria de informações;
b) Tempo e Comissão pelos serviços
c) Pagamento de advogados e garantias
d) Nenhuma alternativa

GRUPO-3 (Exercícios de GABARITO)


1. Explique os principais factores que afectam o preço do dinheiro;
2. Quais os determinantes de taxas de juro no mercado?
3. Como as taxas de juro afectam os resultados das empresas Geral.
4. Qual á natureza das informações prestadas pelo Gestor Financeiro?

Escolha, pelo menos, duas empresas e compare os departamentos


Financeiros e classifique quanto ao conteúdo das informações financeiras
produzida tendo em conta os dois últimos anos consecutivos

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TEMA – II: ESTRATÉGIAS FINANCEIRAS

Unidade Temática 2.1.Política de Capital Circulante


Unidade Temática 2.2. Rendibilidade e a Tesouraria
Unidade temática 2.3. Auto Financiamento, Liquidez e Disponibilidade
Unidade temática 2.4. Tesouraria da Empresa
Unidade temática 2.4.1.Mapa de Fluxo Financeiro
Unidade temática 2.5. A Tesouraria de Exploração (TE)
Unidade temática 2.6. A tesouraria extraexploração
Unidade temática 2.7. A Tesouraria Global
Unidade temática 2.8. Gestão de Tesouraria e Fundo de Maneio
Unidade temática 2.8.1. Necessidades e os recursos financeiros
Unidade temática 2.9.Os recursos financeiros
Unidade temática 2.10.Métodos de cálculo do fundo de maneio necessário
de exploração
Unidade Temática 2.11. Estratégias de gestão eficiente de Caixa
Unidade Temática 2.12.EXERCÍCIOS deste tema

Objectivos: Analisar os coeficientes de gestão da liquidez e solvência da empresa a curto prazo

2.1. Política de Capital Circulante

Introdução
Refere-se as políticas básicas de uma empresa sobre os níveis -alvo para
cada categoria de activos circulantes e como os activos circulantes serão
financiados.

E útil começar a discussão da política de capital circulante revendo alguns


conceitos:

Capital circulante é o investimento de uma empresa em activos de curto


prazo (caixa, títulos negociáveis, stocks e contas a receber).

Capital circulante Líquidos são os activos circulantes menos os passivos

28
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circulantes.

2.2. Rendibilidade e a Tesouraria

2.2.1. Auto Financiamento

O auto financiamento tem sido um conceito diferentemente caracterizado


por diversos autores de obras de gestão financeira. Em nossa opinião o auto
financiamento representa o conjunto de meios líquidos gerados pela
empresa e neste anualmente retido, e que não revelam qualquer vínculo
imediato de exigibilidade (meios libertos totais retidos).

O auto financiamento acumulado da empresa representa somatório das


amortizações e previsões acumuladas, das reservas de lucros dos resultados
transitados dos registos anteriores e dos resultados líquidos retidos no
respectivo exercício.

2.3. Auto Financiamento, Liquidez e Disponibilidade

O auto financiamento anual (quando positivo) significa um aumento da


liquidez da empresa e não necessariamente as suas disponibilidades, pois
aquela pode ser automática ou deliberadamente absorvida por outras
elevações do activo (crédito concebido aos clientes).

A liquidez (grau de liquidez) de um elemento de activo consiste na sua


aptidão para se converter a curto prazo em meios monetários
(disponibilidades);

A disponibilidade (grau de disponibilidade) de um elemento do activo é


revelada pela sua aptidão para se transformar imediatamente em meios
monetários.

29
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 3º Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

2.4. Tesouraria da Empresa

A natureza estática e jurídica – contabilístico do balanço tradicional – não


completamente superada pelo mapa de origem e aplicação de fundos –
contribuiu para o surgimento de um outro importante documento (o mapa
de fluxos financeiros) que assume características essencialmente financeiras.

2.4.1. Mapa de Fluxo Financeiro

O mapa do fluxo financeiro (mapa do fluxo de tesouraria, demonstração dos


fluxos de caixa e mapa do cash-flow) é um documento dinâmico que nos
permite analisar a evolução histórica e previsional da tesouraria da empresa
durante um certo período de tempo.

O mapa do fluxo financeiro merece as seguintes observações:

O crédito concedido aos clientes durante o período de referência abrange


as variações positivas das contas cliente ou variações negativas das
mesmas.
1. O crédito obtido compreende as variações positivas ou negativas das
contas fornecedores.

2. Os recebimentos extra exploração integram todas receitas extra


exploração (líquidas de eventuais variações de crédito concedido) e
outros recebimentos resultantes do ciclo das operações financeiras
(empréstimos bancários obtidos);

3. Os custos financeiros de financiamento pagos durante o horizonte


temporal de referência não obedecem ao princípio de especialização
económica dos exercícios, pois, não tem em atenção as respectivas
regularizações;

4. A rubrica de investimentos (capital fixo e outros) compreende os

30
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 3º Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

respectivos pagamentos e não as despesas correspondentes;

5. A rúbrica impostos sobre rendimentos e outros (impostos directos ou


indirectos insusceptíveis de repercussão sobre as vendas) também se
referem aos respectivos pagamentos e não ao valor anual estimado;

6. Os lucros distribuídos reportam-se ao período em que são pagos e


não ao momento da sua distribuição.

2.5. A Tesouraria de Exploração (TE)

A tesouraria de exploração (operational cash-flow) consiste na diferença


entre os recebimentos e os pagamentos de exploração ocorridos num certo
período de tempo. Assim, ela é afectada exclusivamente pelas vendas
líquidas, pelas variações de crédito (Δ CC), pelos custos de exploração totais
e pelas variações dos stocks (Δ SO), do crédito obtido (Δ CO) e pela
rendibilidade da empresa (nível dos meios libertos brutos de exploração
(MLB). Assim teremos:

TE = MLB - [( ΔCC +Δ SO) – Δ CO ]

2.6. A tesouraria extra-exploração

A tesouraria extra-exploração (non-operational cash-flow) resulta da


diferença entre os recebimentos e os pagamentos extra-exploração,
verificados durante um determinado período de tempo. Ela decorre das
actividades inorgânicas da empresa (outros resultados), da situação
financeira (nível dos custos financeiros de financiamentos), da actuação da
fiscalidade (nível de impostos sobre rendimento), da política de distribuição
de dividendos e de outros fluxos financeiros associados aos ciclos das
operações financeiras e de investimento.

31
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2.7. A Tesouraria Global

A tesouraria global (cash-flow total) decorre da diferença entre os


recebimentos e os pagamentos de exploração (tesouraria de exploração) e
os recebimentos e os pagamentos extra-exploração (tesouraria extra-
exploração) ocorridos durante um certo lapso de tempo.

A tesouraria global resulta, então, da tesouraria de exploração,


profundamente marcada pela qualidade da gestão corrente, e da tesouraria
extra-exploração, mais influenciada por factores estruturais e externos à
empresa.

A variação periódica da tesouraria global da empresa pode ser positiva ou


negativa:

Sn – Sn-1 = TEn + TFEn

Onde:
Sn – Saldo anual do disponível no termo do período n
Sn-1 - Saldo anual do disponível no termo do período n – 1
TEn – Tesouraria de exploração no termo do período n
TFEn - Tesouraria de extra-exploração no termo do período n

2.8. Gestão de Tesouraria e Fundo de Maneio

A gestão de tesouraria da empresa ou gestão financeira de curto prazo (até


um ano) abrange a gestão do capital circulante total (exploração e extra-
exploração) e a gestão da divida a curto prazo (exploração e extra-
exploração), observe que a expressão gestão de tesouraria também é
muitas vezes utilizada num sentido restrito, ou seja, a gestão do disponível.

32
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2.8.1. Necessidades financeiras

As necessidades financeiras da empresa podem resultar directamente do


ciclo de exploração (necessidades financeiras de exploração) ou dos ciclos
das operações de investimento e das operações financeiras (necessidades
financeiras extra-exploração).

As necessidades financeiras de exploração são geralmente cíclicas ou


incessantemente renováveis, materializando-se através de:
Credito não titulado concedido aos clientes;
Credito titulado, mas não susceptível de mobilização (desconto
bancário);
Pagamentos adiantados exigidos pelos fornecedores correntes
(matérias primas e subsidiarias, etc).
Stocks de matérias-primas, matérias subsidiarias, produtos em vias
de fabrico, produtos semi-acabados, produtos acabados,
mercadorias, embalagens, etc.

Constituem exemplos de necessidades financeiras de exploração normais:


A margem de segurança de tesouraria;
O volume de crédito não titulado concedido aos clientes,
correspondentes a condições de recebimento pré-negociadas;
O montante de crédito titulado facultado aos clientes nas condições
anteriormente referidas;
Os adiantamentos efectuados aos fornecedores correntes;
Os valores dos diversos stocks normais, isto é, os geralmente exigidos
para regular o funcionamento da empresa (aprovisionamento,
produção e comercialização dos produtos acabados).

As necessidades financeiras extra-exploração têm a sua origem não no


ciclo das operações de exploração, mas sim nos ciclos das operações de
investimento (imobilizações de exploração e outras) e das operações
financeiras, como por exemplo:

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Concessão de empréstimos aos colaboradores da empresa;


Concessão de empréstimos `as associadas;
Aquisição de terrenos;
Construção de novos edifícios fabris;
Aquisição de uma participação numa nova sociedade.

As necessidades financeiras extra-exploração integram a maior das rubricas


do imobilizado total (financeiro, corpóreo e incorpóreo) e algumas rubricas
do capital circulante (capital circulante extra-exploração).

2.8.2. Os recursos financeiros

Os recursos financeiros de que a empresa dispõe também resultam do ciclo


de exploração ou do ciclo das operações financeiras. Os recursos financeiros
de exploração (ou de funcionamento) decorrem directamente do ciclo das
operações de exploração e são, em condições normais, geral e
permanentemente renováveis.

Os recursos financeiros de exploração abrangem fundamentalmente:


O crédito não titulado obtido dos fornecedores correntes (matérias
primas, matérias subsidiarias, embalagens, serviços de exploração,
etc.);
O crédito titulado obtido dos fornecedores correntes;
O crédito obtido do Estado: IRPS retido, IVA, etc.
O crédito obtido da Segurança Social (parcela da empresa e dos
próprios trabalhadores;
Antecipação e adiantamento dos clientes.

Todos os recursos financeiros utilizados pela empresa têm custos explícitos


ou implícitos.

Os custos explícitos traduzem-se em custos financeiros efectivos ou em


resultados distribuídos aos sócios (acionistas); os custos implícitos traduzem
nos custos de oportunidade resultantes de aplicações alternativas, que
necessariamente são sacrificadas.

34
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Constituem recursos financeiros de exploração normais os seguintes:


a) Os créditos não titulados (ou não) obtidos de fornecedores correntes
e correspondentes a prazos de pagamentos pré-negociados;
b) O crédito normal obtido dos trabalhadores da empresa;
c) Os créditos obtidos do Estado e dos organismos para estatais não
resultantes de quaisquer situações litigiosas ou de mora;
d) Os adiantamentos normais (contratuais) dos clientes, isto é, não
forçados pela empresa.

Os recursos financeiros extra-exploração (ou funcionamento) não são


provenientes do ciclo de exploração, mas sim do ciclo das operações
financeiras ou operações de investimento, como por exemplo:
Obtenção de um empréstimo bancário a curto prazo, em conta
corrente e renovável;
Contracção de um empréstimo bancário a médio prazo;
Negociação de suprimentos junto dos detentores do capital social;
Aumento de capital social realizado em dinheiro;
Recebimentos de dividendos de uma participação financeira.

2.9. Métodos de cálculo do fundo de maneio necessário de exploração

Existe dois métodos de cálculo do FMN: Os métodos indirectos e empíricos


e método directo.

Dos diversos métodos indirectos e empíricos existentes para o cálculo do


FMN, seleccionamos os seguintes:
Os métodos baseados nas vendas
O método dos tempos de retenção

Aqui vamos abordar apenas o método baseado em vendas, para o método


dos tempos de retenção veja Caldeira Meneses paginas 194 e 195.

35
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Exemplo:

Pretendendo calcular o FMN para 2003, a empresa Cheru organizou a


seguinte informação (cts):

Elementos 2000 2001 2002


Vendas Liquidas de Imposto 500 750 1.000
Reserva de Segurança de Tesouraria 10 15 20
Credito real concedido 70 97,5 150
Credito concedido e negociado 11 16 22,5
Existências reais 100 127,5 170
Fornecedores reais 110 180 230

a) Calcule o FMN de 2002


b) Calcule o FMN para 2003 tendo em conta que se prevê vender 1.500
cts.

Resolução:
a) FMN2002 = (20+150+170) – 230
FMN2002 = 110 cts
O método a utilizar na estimativa do FMN é baseado no valor de vendas:

Elementos 2000 2001 2002 Medias


Vendas Liquidas de Imposto 100% 100% 100% 100%
Reserva de Segurança de 2% 2% 2% 2%
Tesouraria 14% 13% 15% 14%
Credito real concedido 2,2% 2,13% 2,25% 2,19%
Credito concedido e negociado 20% 17% 17% 18%
Existências reais 22% 24% 23% 23%
Fornecedores reais
FMN Médio 11%

FMN Médio = (2% + 14% + 18%) – 23% = 11%


FMN2003 = 1.500 x 11% = 165 cts

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Ciclo de Caixa
É o período de tempo que vai desde os desembolsos para adquirir os
factores de produção até a cobrança do valor de venda de produto
produzido com aqueles factores comprados.

Giro de Caixa ou Rotação de Caixa


Refere-se ao número de vezes por ano (se o período de análise for ano) em
que o Caixa é efectivamente realizado ou abastecido.

Com o conceito de Ciclo de Caixa pretende-se demonstrar as implicações das


estratégias de gestão de caixa para a vida da empresa ou da tesouraria da
empresa.

2.10. Estratégias de gestão eficiente de Caixa

Gráfico de Ciclo de Caixa

Compra à Credito Venda à Prazo (PA) Cobrança s/ Clientes


PMS (X2) dias PMC (X3) dias

0 PMP (X1) dias X1 X2 X3


Pagamento à Fornecedores
Tempo (dias) Desembolso Recebimento

Ciclo de Caixa (Y = X3 + X2 – X1)

PMP – Período Médio de Pagamento


PMS – Período Médio de estocagem
PMC – Período Médio de Cobrança

Estratégias:
1. A empresa deve retardar tanto quanto possível o pagamento das dívidas
aos credores sem perder o conceito de crédito da empresa,
aproveitando por conseguinte os descontos financeiros que sejam

37
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favoráveis (X1 dias), neste caso o ciclo de caixa diminui.


2. Girar o mais rápido possível os stocks, evitando, entretanto, a falta de
stocks que podem resultar na interrupção na linha de produção ou perda
de vendas (X2 dias), neste caso o ciclo de caixa diminui;

3. Receber mais rápido possível as dívidas sem perder vendas futuras


devido as técnicas severas de cobrança, usando descontos financeiros
para acelerar as cobranças, se tais descontos forem economicamente
favoráveis (X3 dias), o ciclo de caixa diminui.

Lembre-se:

A aplicação dessas estratégias tem como consequência a redução do Ciclo de Caixa com
vista do fundo de maneio.

Cálculo do Giro de Caixa


NDA (Numero de dias do ano)
Giro de Caixa (GC) =
CC (Ciclo de Caixa)

Ou
DAT (Desembolso Anual Total)
GC =
SMC (Saldo Medio de Caixa)

Quanto maior for o Giro de Caixa melhor é situação da empresa porque


menor é o caixa mínimo necessário (necessidade de caixa para fazer face as
operações necessárias).

Cálculo do Caixa mínimo operacional da empresa


DAT (Desembolso Anual Total)
Caixa Mínimo (CM) = Saldo Médio de Caixa (SMC) =
GC (Giro de Caixa)

A manutenção de caixa mínimo envolve custos de oportunidade e é melhor


conhecer para ver se justifica a sua manutenção.

Custo de Manutenção de Caixa Mínimo


É o custo de oportunidade que se incorre pela manutenção de um certo
volume de caixa.

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Se K é Custo de oportunidade

CCM – Custo de Caixa mínimo

CM – Caixa mínimo = SMC

CCM = K x CM

2.11. Exercícios desta Unidade

Sumário

Nesta Tema II estudamos e discutimos fundamentalmente catorze itens em


termos de análise e gestão da liquidez e solvência da empresa a curto prazo:
Unidade Temática 2.1.Politica de Capital Giro activos circulantes
Unidade Temática 2.2. Rendibilidade e a Tesouraria
Unidade temática 2.3. Auto Financiamento, Liquidez e Disponibilidade
Unidade temática 2.4. Tesouraria da Empresa
Unidade temática 2.4.1.Mapa de Fluxo Financeiro
Unidade temática 2.5. A Tesouraria de Exploração (TE)
Unidade temática 2.6. A tesouraria extra-exploração
Unidade temática 2.7. A Tesouraria Global
Unidade temática 2.8. Gestão de Tesouraria e Fundo de Maneio
Unidade temática 2.8.1. Necessidades e os recursos financeiros
Unidade temática 2.9.Os recursos financeiros
Unidade temática 2.10.Métodos de cálculo do fundo de maneio necessário
de exploração
Unidade Temática 2.11. Estratégias de gestão eficiente de Caixa
Unidade Temática 2.12.EXERCÍCIOS deste tema

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)


1. Debruce sobre os seguintes aspectos:
1. Discuta o conceito de política de capital Giro de activos
circulantes;

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2. Conceitue o termo Fundo maneio necessário a exploração;


3. Durante o capítulo 2 foram discutidos métodos de calculo de fundo
de maneio necessário a exploração identifique - os;
4. As necessidades financeiras extra- exploração têm a sua origem não
no ciclo das operações de exploração, mas sim nos ciclos das
operações de investimento comente a afirmação;
5. Identifique as estratégias de gestão eficiente de caixa;
6. O auto financiamento anual independentemente de ser positivo ou
negativo significa um aumento da liquidez da empresa concorda
com a afirmação;
7. Todos os recursos financeiros utilizados pela empresa têm custos
explícitos ou implícitos identifique apenas os explícitos;
8. Enuncie os tipos de recursos financeiros de exploração e distinga-os;
9. Dê exemplos de necessidades financeiras de exploração normais;
10. Explique porque Quanto maior for o Giro de Caixa melhor é
situação da empresa;
Respostas:
1. Rever os conteúdos da pagina 28 no ponto 2.1.
2. Rever os conteúdos da página 33 última paragrafo;
3. Rever os conteúdos da pagina 37 a 38 no ponto 2.10.
4. Rever o conteúdo da página 33
5. Rever os conteúdos da página 35;
6. Rever os conteúdos da pagina 29 no ponto 2.3;
7. Rever os conteúdos da página 34;
8. Rever os conteúdos da página 35;
9. Rever os conteúdos da página 33;
10. Rever os conteúdos da página 65

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Com respostas sem detalhes)


Escolha apenas uma alternativa correcta para todas questões
1. O ciclo de caixa refere-se:

40
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a) Número de vezes que o tesoureiro faz retiradas financeiras;


b) Os principais factores que afectam o preço de dinheiro;
c) O período de tempo que vai desde os desembolsos para adquirir
os factores de produção até a cobrança do valor de venda de
produto produzido com aqueles factores comprados;
d) Nenhuma das Alternativas;

2. O Giro de caixa pode ser considerado como:


a) O número de vezes por ano (se o período de analise for ano) em
que o Caixa é efectivamente realizado ou abastecido
b) Rotação de caixa
c) a) e b)
d) Todas acima

3. Constituem recursos financeiros de exploração normais os seguintes:


i. Os créditos não titulados;
ii. O crédito normal obtido dos trabalhadores da empresa;
iii. Os créditos obtidos do Estado e dos organismos para estatais não
resultantes de quaisquer situações litigiosas ou de mora;
iv. Todas acima

4. Com o conceito de Ciclo de Caixa pretende-se:


a) Demonstrar as implicações das estratégias de gestão de caixa para
a vida da empresa ou da tesouraria da empresa;
b) Mostrar as saídas e entradas de recursos materiais;
c) Mostrar estratégias de Gestão financeira de curto prazo;
d) Nenhuma alternativa

5. Período Médio de Pagamento refere-se:


a) Ao período que a empresa requer para fazer face aos seus
compromissos de curto prazo
b) Período de pagamento dos fornecedores
c) a) e b)

41
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 3º Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

d) Todas acima
GRUPO-3 (Exercícios de GABARITO)
1. As necessidades financeiras de exploração são geralmente cíclicas ou
incessantemente renováveis?

2. Defina o termo tesouraria global?

3. Fale sobre Mapa de Fluxo Financeiro e as respectivas observações na


elaboração do mesmo

4. Descreva a gestão de tesouraria

5. Defina os custos explícitos

42
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TEMA – III: Noções sobre Avaliação de Títulos

Unidade Temática 3.1. Títulos de dívida e a sua avaliação


Unidade Temática 3.2. Principais Características dos Títulos de Dívida de
Longo Prazo
Unidade temática 3.3. Avaliação de Obrigações
Unidade temática 3.4. Rendimento até o Vencimento
Unidade temática 3.5. Rendimento até o Resgate Antecipado
Unidade temática 3.6. Risco de taxas de juro em Títulos de Dívida
Unidade temática 3.7. Acções e Sua Avaliação
Unidade temática 3.8.Avaliação da Acção Ordinária
Unidade temática 3.9. Acção preferencial
Unidade temática 3.9.1. Acção preferencial
Unidade Temática 3.10. Exercícios desta Unidade

Objectivo: Analisar as formas de títulos de longo prazo e a sua avaliação

3.1. Títulos de dívida e a sua avaliação

Introdução

Um título de dívida é um contrato sobre o qual o tomador de empréstimo


concorda em fazer pagamentos de juros e do principal em datas específicas.
Os títulos de dívida de longo prazo podem ser classificados em quatro tipos
principais: do Tesouro, de empresas ou privados, municipais e estrangeiros.
Cada tipo difere com relação aos retornos esperados e ao grau de risco.

Títulos de dívida de longo prazo do Tesouro algumas vezes chamadas


títulos de governo, são emitidos pelo Governo Central através de Banco
Central. Esses títulos não têm risco de inadimplemento mas não estão livres
de risco, pois que os seus preços caem quando as taxas de juro sobem.

Títulos de dívida de longo prazo de empresas, ou títulos privados, como o

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 3º Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

próprio nome indica, são emitidos pelas empresas. Diferentemente dos


títulos de Tesouro, os títulos de dívida das empresas estão expostos aos
riscos de inadimplemento – se a empresa emissora tiver problema, ela pode
ser incapaz de fazer pagamentos prometidos de juros e do principal.

Títulos de dívida de longo prazo municipais, são emitidos por Governos


Municipais e possuem também risco de inadimplemento.

3.2. Principais Características dos Títulos de Dívida de Longo Prazo

• Valor Nominal: é o valor de face do título de dívida. Representa a


quantia de dinheiro que a empresa toma emprestado e promete
pagar na data de vencimento.

• Taxa de Juros de Cupom: Os títulos de dívida exigem que a


empresa pague um valor monetário fixo de juros a cada ano.
Quando esse pagamento do Cupom, como é chamado, é dividido
pelo valor nominal, o resultado é a taxa de juro do cupom. Por
exemplo, os títulos da empresa Baessa têm um valor nominal de
$1.000 e pagam $100 de juros a cada ano. Os juros de cupom do
título de dívida são $100, portanto, a sua taxa de cupom é de
$100
= 10% .
$1.000

• Data de Vencimento: Em geral, os títulos de dívida têm uma data


de vencimento específica na qual o valor nominal deve ser pago.

• Cláusula de Resgate Antecipado de Títulos de Dívida; A maioria


dos títulos de dívida contém uma cláusula de resgate que dá a
empresa emissora o direito de resgatar seus títulos de dívida
antes de vencimento. A cláusula de resgate geralmente
estabelece que a empresa deve pagar aos detentores de título de
dívida uma quantia maior que o valor nominal caso sejam
resgatados

44
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 3º Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

3.3. Avaliação de Obrigações

Avaliar ou o valor de qualquer activo financeiro – uma obrigação, um título


de dívida, uma operação de arrendamento mercantil ou mesmo um activo
fixo como um prédio de apartamentos – é simplesmente o valor presente
dos recebimentos futuros (fluxos de caixa) esperados desse activo.

M - Valor nominal de maturação ao par (valor que vamos receber no final da


vida útil da obrigação).
I – Juro de cupão (valor)
n. – Vida útil ou tempo de maturação
t. – Tempo que falta até a maturação; na data de emissão n = t.
kd.- Taxa de juro de cupão, se o título estiver a ser vendido a valor nominal
Vo ou PV = Valor actual da obrigação ou valor da obrigação
n
I M
 (1+ kd ) +
(1+ kd )n
Vo = t
t=1

 1 t
n
 1 n
Vo = I    + M 
t =1  1 + kd   1 + kd 

 Modelo Básico
I
Kd =  I = Kd  M
M
Quando os recebimentos anuais esperados são constantes teremos:

1 − (1 + kd ) −n
Vo = I  +
M
kd (1 + kd ) n
Valor de obrigações com Pagamentos semi-anuais (semestrais)

t 2n

I  1 
2n  
Vo =   +M
 1 
2 t =1 1 + kd  1 + kd 
 2  2

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Exercício
Calcule, à data da emissão, o valor de emissão de uma obrigação de 15 anos,
de valor facial de 1.000 USD, taxa de cupão de 15%.
n = 15 anos
kd = 15%
Vo = ?
I = 1.000 x 15% = 150

Vo = 
n
I M
+(t
)n
t =1 (1 + kd ) 1 + kd
15
150 1.000
Vo = ( )15 +
(1 + 0.15 )15
t =1 1 + 0.15

Nota: O valor de uma obrigação sempre é o mesmo até ao vencimento. O


que torna o valor da obrigação diferente do valor facial é a variação da taxa
de juro do mercado.

Se comprar o valor da obrigação no final do período e quer saber o seu valor


facial é verificar a variação da taxa de juro. Se tiver baixado, o valor de
obrigação de mercado vai baixar.

3.4. Rendimento até o Vencimento

Suponha a que você tivesse a oferta de um título de dívida de 14 anos, um


cupom de 10% de valor nominal $1.000, a um preço de $1.494,93. Que taxa
de juro você ganharia no seu investimento se comprasse o título de dívida e
o mantivesse até seu vencimento? Essa taxa é chamada Rendimento até o
Vencimento (YTM), e é a taxa de juros geralmente discutida pelos
investidores quando falam a respeito de taxas de retorno.

1.494,93 = $100 + ... + $100


+
$1.000
Vo =
(1 + K d ) (1 + K d )14 (1 + K d )14

Você poderia substituir os valores de Kd até encontrar um valor que funcione


e que faça a soma dos Vo do lado da equação, ser igual a $ 1.494,93.

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Portanto, é a taxa que ganharia no seu investimento se comprasse o título


de dívida e o mantivesse até ao seu vencimento. Portanto, a YTM é igual a
taxa de retorno esperada somente se (1) a probabilidade de
inadimplemento for zero e (2) o título da dívida não puder ser resgatado.

Existem três (3) caminhos para o cálculo de YTM:


1. Ensaio de taxas
2. Formula aproximada de R. J. Rodrigues
3. Calculadora Financeira

1. Ensaio de taxas
Para se calcular a YTM e essa ser diferente de kd é necessário que Vo  M. A
condição “sin quo non”é conhecer-se o Vo.

Isto implica que:


Se Vo < M  YTM > kd, então ensaia qualquer taxa acima de kd;
Se Vo > M  YTM < kd, então ensaia qualquer taxa abaixo de kd; até
encontrar a que verifica o Vo conhecido.

2. Formula Aproximada de R. J. Rodrigues


I + (M − Vo) n
Kd = Apro. YTM =
(M + 2Vo) / 3

3.5. Rendimento até o Resgate Antecipado

Se as taxas de juro forem tendencialmente baixas, o emissor pode impedir,


accionando a cláusula de resgate, que a obrigação vá até a maturação. Este
acto de impedir, através do pagamento antecipado, que a obrigação vá até a
maturação sempre que as taxas de juro do mercado forem
persistentemente baixas em relação a taxa de cupão, chama-se resgate. Isto
acontece porque o emitente das obrigações, vendo que as taxas de juro
estão cada vez mais baixas, prefere antecipar o pagamento e ir obter capital
a juro muito mais baixos no mercado.

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N
 1 t  1 N
Vo = I   + CP 
t =1  1 + kd   1 + kd 
N – Tempo de resgate (tempo até ao resgate)
CP – Preço de resgate

3.6. Risco de taxas de juro em Títulos de Dívida

As taxas de juros sobem e descem ao longo do tempo, e um aumento das


taxas de juros conduz a um declínio dos títulos de dívida em circulação. Esse
risco de declínio nos valores dos títulos de dívida por causa do aumento na
taxa de juros é chamado risco da taxa de juro.

A exposição ao risco da taxa de juros é maior em títulos de dívida com


vencimentos longos do que em títulos de dívida que vencem em um futuro
próximo.

Risco da Taxa de Reinvestimento


Como vimos anteriormente, um aumento nas taxas de juros vai prejudicar
os detentores títulos de dívida, pois conduzirá a um declínio no valor de uma
carteira de títulos de dívida. Mas pode uma queda nas taxas de juro também
prejudicar os detentores de títulos? A resposta é sim, pois, se as taxas de
juro caem, o detentor do título provavelmente sofrerá a redução da sua
renda. Por exemplo, considere um aposentado que possui uma carteira de
título de dívida e vive da receita que eles produzem. Os títulos de dívida têm
em média uma taxa de cupom de 10%. Agora, suponha que a taxa de juros
caia a 5%. Muitos dos títulos de dívida serão resgatados antecipadamente, e
a medida que ocorrem os resgates, os seus detentores terão de substituir
esses títulos de 10% por de 5%. Assim, a renda do aposentado sofrerá uma
redução.

O risco de uma queda na renda por causa da baixa na taxa de juro é


chamado risco da taxa de reinvestimento.

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3.7. Acções e Sua Avaliação

Nesta secção vamos abordar as acções ordinárias e acções preferenciais e a


forma da sua avaliação.

Direitos e Privilégios Legais dos Accionistas Ordinários


Os Accionistas ordinários são os proprietários de uma sociedade por acções
e, portanto, têm certos direitos e privilégios.

Controlo da Empresa
Os accionistas ordinários têm o direito de eleger os directores da empresa,
os quais, por sua vez, elegem executivos que administram o negócio. Em
uma empresa de pequeno porte, o accionista maioritário geralmente
assume as posições de presidente e é responsável pela posse do conselho de
administração.

Direito de Preferência
Os accionistas ordinários normalmente têm o direito, denominado direito de
preferência, de comprar quaisquer acções adicionais vendidas pela empresa.
Em alguns casos, o direito de preferência está automaticamente incluído em
um dos dois instrumentos de constituição que compõem o estatuto social da
sociedade anónima. Os propósitos do direito de preferência são permitir
que os accionistas actuais mantenham o controlo e prevenir a transferência
de riqueza dos actuais accionistas para os novos.

3.7.1. Avaliação da Acção Ordinária

Acção por definição é um título representativo de uma fracção de capital. As


acções podem ser nominativo ou ao portador.

As acções ordinárias fornecem uma série de fluxos de caixa futuros


esperados, e o valor da acção é obtido da mesma maneira que os valores
dos outros activos financeiros – ou seja, como valor presente de uma série

49
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 3º Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

de fluxos de caixa futuros esperados. Os fluxos de caixa esperados consistem


em dois elementos: (1) os dividendos esperados em cada ano e (2) o preço
que os investidores esperam receber quando venderem a acção. O preço
final esperado da acção inclui o retorno do investimento original mais o
ganho de capital esperado.

Assim, desenvolvemos alguns modelos para ajudar a mostrar como o valor


de uma acção é determinado. Começamos com a definição de alguns
termos:

Dt = Dividendo que o accionista espera receber no ano t;


Do = O último dividendo pago, ou seja, o mais recente dividendo já pago;
D1 = Dividendo que o accionista espera receber no fim do ano em curso
D2 = Dividendo que o accionista espera receber no fim do 2º ano.
Dn = Dividendo esperado nos enésimos anos;
Po = Preço actual no mercado das acções

P̂t = Preço esperado das acções no final de cada ano t.


ˆ
Po = Preço esperado das acções hoje (especulação para o fim do dia).

P̂1 = Preço esperado no fim do 1º ano ou presente ano


g. = Taxa esperado de crescimento de dividendo

p1 − po
g=
po
Ks = taxa de retorno aceitável requerida ou necessária (taxa mínima que os
investidores em acções exigem para aceitar fazer investimento).

K̂ s = Taxa de retorno esperada

K s = Taxa de retorno realizada ou actual


D1
= Rendimento dos dividendos esperados no próximo ano.
Po
p̂1 − po
 Taxa de rendibilidade esperada dos ganhos de capital
po
D P̂ − P
1
+ 1 o  Retorno total de dividendos e de ganhos de capital
Po Po
esperado.

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Dividendos Esperados base do valor das acções



p̂ =  Dt
D
p̂ = D1 D2 + ... +   Preço da
+
o
(1 + ks )
1
(1 + ks )
2
(1 + ks )

o
t =1 (1 + ks ) t

Acção.

Exemplo:
Qual é o preço de uma acção daqui a 2 anos?

R/: Daqui a dois anos o preço duma acção ( P̂o ) será:

p̂o = D1 D2 + p̂ ; só que o
1 +
(1 + ks ) (1 + ks )2
2

p̂2 = D3 D4 + ... + D
3 +
(1 + ks ) (1 + ks )4 (1 + ks )

Só substituirmos p̂2 na equação p̂o , estaremos a voltar para a fórmula

inicial do preço da acção.

Hipóteses para modelar-se a determinação do valor de uma acção


ordinária
1. Acções de crescimento nulo: Os dividendos têm o mesmo
crescimento em todos os anos.

Avaliação de Acções com crescimento nulo de dividendos


Se o crescimento é nulo, implica que Do = D1 = D2 = … = D∞, então estaremos
perante uma perpetuidade, logo, aplica-se o modelo de avaliação de acções
preferenciais. Assim teremos:
Do
p̂ =
o  Preço de acção com crescimento nulo de dividendos
Ks
A taxa de retorno esperada ( k̂ s ) será:
Do
k̂ =
s
po

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3.8. Avaliação de acções com crescimento constante

Quando o crescimento é constante, teremos: Do ≠ D1 ≠ D2 ≠ … ≠ D∞, onde g é


a taxa de crescimento. Assim:
D1 = Do + Do x g = Do x (1 + g)
D2 = D1 + D1 x g = Do x (1 + g) + Do x (1 + g) x g  Do x [(1 + g) + (1 + g) x g]
D2 = Do x (1 + g + g + g2)
D2 = Do x (1 + 2g + g2)
D2 = Do x (1 + g)2, então:
Dt = Do x (1+g)t ; Do = ks x po
Substituindo Do na equação geral, teremos a
D  (1 + g )
t

p̂o =
o
seguinte expressão:
ks − g

Modelo de Gordon e funciona nas condições em que ks > g.


Taxa de retorno Esperada

k̂ s = D1 + g
p̂ o
Quando o mercado está em equilíbrio, k̂ s (esperada) = ks (realizada). A
formula é a mesma, o que muda é o p̂o .

Avaliação das Acções com crescimento anormal


Para muitas empresas, é inadequado supor que os dividendos crescerão a
uma taxa constante. As empresas normalmente passam por ciclos de vida.

Passos para avaliar uma acção de crescimento anormal:


1. Calcular os dividendos dos anos ou período de crescimento não
constante
2. Actualizar esses dividendos
3. Calcular o preço da acção p̂ t no fim do crescimento anormal ou início do

período de crescimento normal


4. Actualizar o preço

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5. Somar os dividendos actualizados e o preço actualizado, ou seja, os


resultados do passo 2 com os do passo 4.

D1
Taxa de retorno Esperada: k̂ s = +g
po
Taxa de retorno:
Dt pt − pt −1
Períodos: Dt Pt Ks
Pt pt −1
1 2 3 4 5 = [(3) + (4)]

Exercício de reflexão
A Iury Design está a atravessar um período de rápido crescimento. Espera-se
que os lucros e dividendos cresçam a uma taxa de 15% durante os próximos
dois anos; 13% no 3º ano e depois a uma taxa constante de 6%. O último
dividendo da Iury foi de 1.150,00 meticais por acção e sua taxa de retorno
necessária é de 12%.
a) Calcule o valor da acção hoje.
b) Calcule p̂1 e p̂2 .
c) Determine as taxas de ganhos de capital, ganhos de dividendo e
total esperado.

3.9. Acção preferencial

As acções preferenciais são as que têm o direito de pagamento de um


dividendo fixo que é estabelecido na data da sua emissão mas não tem
direito de controlo sobre a sociedade (direito de decisão, direito de voto).
Acções ordinárias possuem o direito de rendas mas o seu pagamento
depende da deliberação da Assembleia-geral, contrariamente as acções
preferenciais, e detêm o direito de controlo.

3.9.1. Avaliação de Acções Preferenciais

O valor das acções preferenciais consiste no valor actual dos dividendos


esperados no futuro. É como se fosse perpetuidades.

53
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Dp = Dividendos preferenciais
Kp = Taxa de retorno sobre acções preferenciais
Po = VA = PV = preço actual das acções

Dp
Po =  Preço actual de uma acção preferencial
Kp
Taxa de retorno em acções preferenciais (Kp)

Dp
Kp =
Po
Exercício
Consideremos uma acção preferencial perpétua, pagando um dividendo de
8,125 USD e a taxa de retorno requerida de 10%.
Dp = USD 8,125
Kp = 10%  Po = 8,125/0,1 = 81,25 USD

3.10. Exercícios desta Unidade

Sumário
Neste Tema 3 estudamos e discutimos fundamentalmente dez itens em
termos de análise de títulos de longo prazo:

Unidade Temática 3.1. Títulos de dívida e a sua avaliação


Unidade Temática 3.2. Principais Características dos Títulos de Dívida de
Longo Prazo
Unidade temática 3.3. Avaliação de Obrigações
Unidade temática 3.4. Rendimento até o Vencimento
Unidade temática 3.5. Rendimento até o Resgate Antecipado
Unidade temática 3.6. Risco de taxas de juro em Títulos de Dívida
Unidade temática 3.7. Acções e Sua Avaliação
Unidade temática 3.8.Avaliação da Acção Ordinária
Unidade temática 3.9. Acção preferencial
Unidade temática 3.9.1. Acção preferencial
Unidade Temática 3.10. Exercícios desta Unidade

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Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)


Debruce sobre os seguintes aspectos:
1. Discuta os conceitos e termos seguintes:
a) Acção
b) Valor ao par
c) Obrigação
2. Debruce sobre os 3 caminhos para o cálculo do Rendimento até o
Vencimento (YTM)
3. Explique a diferença entre o rendimento ate ao vencimento e o
rendimento ate ao resgate
4. O que significa crescimento nulo de acções?
5. Conceitue a taxa de retorno necessária
6. Quais os riscos da taxa de juro em obrigações?
7. Qual é a influência da inflação e do montante dos resultados da
empresa sobre os crescimentos dos dividendos
8. Indica as Principais Características dos Títulos de Dívida de Longo Prazo
9. O que um direito preferencial?
10. Identifique os passos para avaliar uma acção com crescimento normal;

Respostas:
1. Rever os conteúdos das páginas 49e
2. Rever os conteúdos da página 46
3. Rever os conteúdos da pagina 46 e 47 no ponto 3.4 e 3.5
respectivamente.
4. Rever o conteúdo da página 51
5. Rever os conteúdos da página 52;
6. Rever os conteúdos da página 48
7. Rever os conteúdos da página 50
8. Rever os conteúdos da página 44
9. Rever os conteúdos da página 53
10. Rever os conteúdos da página 52

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Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Com respostas sem detalhes)

Escolha apenas uma alternativa correcta para todas questões


1. A MS SARL mostrou lhe duas obrigações, cada uma com vencimento de 5
anos, valor da face de $ 1.000 e rendimento até ao vencimento de 12%.
A obrigação A tem cupão de 6% pago anualmente. A obrigação B tem
cupão de 14% pago anualmente.

Calcule o preço de venda de cada uma das obrigações


a) Para obrigação A 800 e para obrigação B 1000
b) Para obrigação B 800 e para obrigação A 1000
c) Para obrigação A 785,71 e para obrigação B 1071,43
d) Para obrigação B 785,71 e para obrigação A 1071,43

2. A Empresa Beta, emitiu em 12/04/2012 1.000 obrigações de 8 anos no


valor nominal de 10.000,00mt, oferecendo uma taxa de cupão de
12%/ano. Á data de emissão a taxa de juro era de 11%/ano e
actualmente é de 10%.

Qual será daqui a dois anos (12/04/2018) o preço esperado das


obrigações
a) 8.912,78
b) 10.000,00
c) 7.900,00
d) 12.000,00

3. Títulos de dívida de longo prazo do Tesouro são:


a) Todos títulos emitidos pelos bancos comerciais
b) Títulos de Governo

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c) Todas que não têm risco


d) Nenhuma das alternativas

4. Títulos de dívida de longo prazo de empresas são:


a) Títulos privados
b) Emitidos pelas empresas
c) a) e b)
d) Expostos ao risco

5. Jorge & irmãos está experimentando um período de crescimento rápido.


Espera-se que os lucros e dividendos cresçam a uma taxa de 8% no
primeiro ano, 6% no segundo ano, 4% no terceiro ano e depois a uma
taxa constante de 12%. O último dividendo pago foi de 2.500,00mt e a
taxa de retorno necessária é de 18%.
Calcule o preço da acção hoje.
a) 33.816,12
b) 55.560,96
c) 39.971,28
d) 10.714,48

BRUPO – 3 (Exercícios de GABARITO)


1. Uma obrigação de 10 anos e valor facial de 2.000 que paga 100 de
juros de juros semestralmente é negociada para render 15% ao ano
compostos semestralmente.
i. Quanto deve ser pago por ela?

2. Uma obrigação de 10 anos e valor facial de 3.000 que paga 200 de


juros de juros semestralmente é negociada para render 15% ao ano
compostos semestralmente.
a) Quanto seria pago se a obrigação fosse negociada para
render 8% ao ano pagos semestralmente?

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3. Actualmente, a acção da Harrison Clothiers é vendida por $20. Cada


acção pagou um dividendo de $1,0 (ou seja D0 =$1,0). É esperado um
crescimento de dividendo constante de 10% ano. Qual é o preço da
acção esperada para daqui a 1 ano. Qual é a taxa de retorno
requerida sobre a acção da empresa As necessidades financeiras de
exploração são geralmente cíclicas ou incessantemente renováveis?

4. O preço duma acção da empresa Baessa é de 24 cts e o seu último


dividendo foi de 1.600. Considerado que a empresa Baessa tem uma
sólida posição financeira e, portanto, um risco baixo. A sua taxa de
retorno mínima é só de 12%. Espera-se que os dividendos cresçam a
uma taxa constante. Qual é o preço de uma acção da Baessa daqui a
5 anos.

5. As acções de uma empresa, estão a ser vendidas por 17,5 USD. Cada
acção recebeu no último período dividendo de 1 USD. A taxa de
crescimento esperada nos dividendos é constante e igual a 10%. A
taxa de retorno exigida tendo em conta o risco da acção é de 15%.
Determine o preço desta acção hoje

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TEMA – IV: Orçamento e Planeamento Financeiro

Unidade temática 4.Planeamento Financeiro


Unidade temática 4.1. O Método Percentual de Vendas
Unidade temática 4.1.2. Modelo Matemático para o cálculo das
necessidades financeiras externas
Unidade temática 4.2. Orçamento de Caixa
Unidade temática 4.2.1. Origem da Projecção de Fluxo de Caixa
Unidade temática 4.3. Razões da Projecção de Fluxos de Caixa
Unidade temática 4.4. Pressupostos de elaboração do Orçamento de Caixa
Unidade temática 4.5. Relevância do Orçamento de caixa
Unidade Temática 4.6. Período do Orçamento de Caixa
Unidade temática 4.7. Formato do Orçamento de Caixa
Unidade Temática 4.8. Exercícios desta unidade temática

Objectivo: Analisar os tipos de orçamento que concorrem para o planeamento financeiro da


empresa
Introdução

4.1 O Método Percentual de Vendas

Este método começa com a previsão de vendas expressas como taxa de


crescimento anual em receitas de vendas. Pressupõe-se que muitos dos
itens da demonstração do resultado e do balanço patrimonial aumente
proporcionalmente com a venda.

A vantagem desse método é que ele é fácil de implementar. A desvantagem


é que ele não é especialmente útil para os administradores, uma vez que um
dos objectivos dos administradores operacionais é limitar o crescimento de
certos itens, como custo e stock, de forma a melhorar a lucrativamente.

Este método funciona da seguinte forma:

59
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1. Isola-se os itens do mapa dos resultados e do balanço patrimonial


que se espera que variem directamente com as vendas.
Vendas aumentam, as Despesas correntes aumentam
Vendas aumentam, os Clientes também aumentam
Vendas aumentam, os Stocks também aumentam

2. Fazer a primeira aproximação dos valores esperados multiplicando os


itens que se espera variarem proporcionalmente com as vendas
enquanto aqueles itens que não são espontâneos às vendas são
transcritos.

3. Soma o activo e passivo obtido pela execução do passo 2. Poderá


haver um equilíbrio entre a soma do activo e do passivo a favor do
activo. A diferença é a necessidade financeira que poderá ser
financiada pelos lucros retidos ou pelas fontes externas (emissões de
novas acções ou empréstimos)

4.1.1 Modelo Matemático para o cálculo das necessidades financeiras


externas.

A: Activos relacionados directamente com as vendas, de forma que


aumentam se as vendas aumentarem.

S: sell – vendas durante o último ano.

A
: Percentagem de activos requeridos com a relação as vendas, que
S
também mostra o aumento requerido do valor monetário para cada um
dólar de aumento das vendas.

A
Exemplo: se há = $0.67, significa que para cada aumento de um dólar em
S
vendas, os activos devem aumentar aproximadamente 67 centavos.

L: Dívidas que aumentam espontaneamente.

60
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L
: Dívidas que aumentam espontaneamente como percentagem das
S
vendas ou financiamento gerado espontaneamente para cada um dólar de
aumento das vendas.
L
Exemplo: Se = $0.067, significa que cada um dólar de aumento em venda
S
gera 7 centavos de financiamento espontâneo.

S2: Vendas totais projectadas para o próximo ano.

ΔS: variação de volumes de vendas (S2 – S )

M: margem de lucro

d: percentagem de dividendos distribuídos.

A L
NFE = (S) − (S) − MS2 (1 − d )
S S

Essa equação mostra que as necessidades de financiamento externo


dependem de cinco (5) principais factores:

1º. Crescimento das vendas: As empresas que estão crescendo


rapidamente necessitam de grandes aumentos de activos, mantendo
outros itens constantes.

2º. Intensidade do capital: Aumento de activos requeridos por unidade


monetária de vendas (A/S) é chamado índice de intensidade de
capital. Esse índice tem efeitos maiores sobre as necessidades de
capital. As empresas com índices mais alto de activo com relação as
vendas requerem mais activos para um dado aumento em vendas e,
portanto, tem maior necessidade de financiamento externo.

61
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3º. Índices de passivos espontâneos com relação as vendas: As


empresas que geram espontaneamente um grande montante de
passivos provenientes das contas fornecedores e provisões terão
uma necessidade relativamente pequena de financiamento externo.

4º. Margem de lucro: Quanto mais alta for a margem do lucro, maior
será o lucro líquido disponível para sustentar aumento de activos e
assim mais baixa a necessidade de financiamento externo.

5º. Taxa de retenção: As empresas que retêm mais de seus lucros em


vez de distribui-los como dividendos gerarão mais lucros acumulados
e terão menos necessidades de financiamento externo.

4.2 Orçamento de Caixa

4.2.1 Origem da Projecção de Fluxo de Caixa

A projecção de fluxo de caixa é uma actividade indispensável para a grande


maioria das instituições. O que pode variar é o grau de formalização
utilizado em sua confecção.
- Nas pequenas empresas individuais como no caso de um pequeno
estabelecimento de comércio, a projecção do fluxo de caixa é feita
quase mentalmente, auxiliada por cálculos em folha de papel.

- Em grandes empresas a projecção do fluxo de caixa pode adquirir


grande complexidade, empregando-se até conceitos probabilísticos e
sistemas em computadores.

4.3 Razões da Projecção de Fluxos de Caixa

Com baixo ou elevado grau de formalização, o facto é que a grande maioria


das empresas elabora algum tipo de projecção de fluxo de caixa. As razões
para isso:

62
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- se prendem ao facto de que em economias inflacionárias, a


manutenção de elevados saldos de caixa implica prejuízos devidos ao
decréscimo do poder aquisitivo desses valores, além dos juros
correspondentes ou seja, o valor do dinheiro que poderia estar
sendo aplicado produtivamente.
- as faltas imprevistas de caixa trazem como consequências maiores
ónus financeiros na obtenção de empréstimos, além de poderem
desacreditarem a empresa junto aos seus credores.

É por estas razões que se faz necessária a elaboração de projecções do fluxo


de caixa, que dentro da sequência do processo orçamentário consiste em
estimar as entradas de caixa decorrentes de vendas e outras receitas e as
saídas de caixa resultantes das despesas operacionais e outros gastos além
disso é preciso avaliar os saldos de caixa identificando-se as eventuais
correcções necessárias.

4.4 Pressupostos de elaboração do Orçamento de Caixa

A elaboração do Orçamento de caixa requer que façam alguns ajustes nos


orçamentos de receitas e despesas até aqui elaborados. Isto é necessário,
porque o orçamento obedece ao princípio da competência do exercício
segundo o qual os proveitos e os custos são atribuídos aos períodos de
acordo com a data do facto gerador e não com a data de recebimento ou
pagamento.

Os contabilistas consideram que uma receita se efectiva a partir de


embarque das mercadorias ao consumidor e que as despesas são incorridas
quando as matérias-primas são recebidas e aceites, por exemplo.

Como os diversos orçamentos parciais até aqui elaborados foram


preparados com base no conceito de competência do exercício torna-se

63
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necessário que os coloquemos em termos de movimentação de caixa o que


é feito utilizando-se as políticas de pagamentos e recebimentos adoptadas
pela empresa.

4.5 Relevância do Orçamento de caixa

O Orçamento de caixa é relevante pelas seguintes razões:


- O orçamento de caixa possibilita o gestor planear suas necessidades
de Caixa a curto prazo. Geralmente, dá-se atenção ao planeamento
de excessos e défice de caixa.

- Uma empresa que espera um excesso de caixa pode planear


aplicações a curto prazo, enquanto outra com défice de caixa deve
providenciar financiamento a curto prazo.
- Orçamento de caixa dá ao gestor financeiro uma visão clara da
época em que ocorrerão recebimentos e pagamentos previstos
durante um determinado período.

4.6 Período do Orçamento de Caixa

No geral, o orçamento de caixa cobre um ano, embora possa ser


desenvolvido a qualquer período. O período coberto normalmente é
subdividido em intervalos. O número e o tipo de intervalos vão depender da
natureza do negócio.

Quanto mais sazonais e incertos forem os fluxos de caixa da empresa,


tanto mais numerosos devem ser os intervalos. Uma vez que muitas
empresas se defrontam com um padrão sazonal de fluxos de caixa,
frequentemente o orçamento de caixa é apresentado mês a mês.

As empresas com padrões estáveis de fluxos de caixa podem usar


intervalos trimestrais ou anuais. Se foi feito um orçamento de caixa para um

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período superior a um ano, justificam-se intervalos temporais menos


frequentes devido a dificuldade e incerteza de se prever vendas e itens que
envolvem caixa.

a). Previsão de vendas


O insumo básico a qualquer orçamento de caixa é a previsão de vendas
normalmente fornecida ao gestor financeiro pelo departamento de
marketing.

Com base nessa previsão, o gestor financeiro estimará os fluxos de caixa


mensais, resultantes da projecção dos recebimentos de vendas e gastos
relacionados com a produção, stock e distribuição.

Também determinará o nível de imobilizado necessário, o montante de


financiamento, se preciso, exigido para sustentar o nível previsto de
produção e vendas e a possibilidade de sua obtenção.

A previsão de vendas pode estar baseada numa análise de dados externos


ou internos.

b) Previsões Externos
Uma previsão externa é baseada nas relações que podem ser observadas
entre as vendas da empresa e certos indicadores económicos, como o PNB,
a renda pessoal, disponível e novas construções civis.

Geralmente existem previsões desses indicadores, a partir dos quais a


empresa poderá estimar seu nível futuro de vendas. Esta abordagem se
justifica, pois uma previsão das actividades económicas permitiria uma
estimativa das futuras vendas da empresa, uma vez que estas estão
intimamente relacionadas a alguns aspectos da actividade económica.

c) Previsões Internas
As previsões geradas internamente são baseadas na elaboração de

65
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previsões de vendas, através dos canais de vendas da empresa. Em geral,


pede-se aos vendedores locais que estimem o número de unidades de cada
tipo de produto que elas esperam vender no ano seguinte.

Essas previsões são colectadas pelo gerente de vendas regional, que pode
ajustar os valores usando seu próprio conhecimento de mercados
específicos ou a capacidade de previsão dos vendedores. Finalmente,
podem-se fazer ajustes para outros factores internos, tais como a
capacidade produtiva.

As empresas geralmente usam dados da previsão externa e interna para


compor a previsão final de vendas. os dados de previsão interna propiciam
uma visão clara das expectativas de vendas, enquanto os dados de previsão
externa fornecem uma maneira de ajustar estas expectativas, levando em
consideração factores económicos gerais. Muitas empresas que vendem
bens de primeira necessidade não são muito afectadas por factores
económicos, ao passo que as vendas de outras empresas variam bastante
com mudanças na actividade económica. Muitas vezes, a natureza do
produto afecta a escolha dos métodos da previsão usados.

4.7 Formato do Orçamento de Caixa

Orçamento de Tesouraria
Meses

Saldo Inicial
Actividades de Exploração
Recebimentos
Clientes
Outros
Total de Recebimentos
Pagamentos
Fornecedores
Ordenados
Subsídios
IVA
Encargos

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Outros Custos
Total de Pagamentos
Saldo de Exploração
Actividades de Investimento
Recebimentos
Desinvestimentos
Pagamentos
Investimento
Saldo de Investimento
Actividades de Financiamento
Recebimentos
Empréstimo MLP
Descoberto
Juros de Aplicações
Reembolso de Aplicações
Total de Recebimentos
Pagamentos
Empréstimo MLP
Reembolso Descoberto
Juros de Empréstimos de
MLP
Juros Descoberto
Aplicações
Total de Recebimentos
Saldo de Financiamento

Saldo Final

Recebimentos
Os recebimentos incluem todos itens, a partir dos quais temos as entradas
de caixa em qualquer mês. Os componentes mais comuns de recebimentos
são vendas a vista, cobranças de vendas a crédito e outros recebimentos.

1. Exemplo 1:
As organizações MDS estão desenvolvendo um orçamento de caixa para
Julho, Agosto e Setembro. As vendas previstas para Maio e Junho são de:
100.000,00 e 200.000 Meticais respectivamente. Foram previstas
400.000,00; 300.000,00 e 200.000,00 Meticais de vendas para os meses de
Julho, Agosto e Setembro respectivamente. Tradicionalmente, 20% das
vendas tem sido a pronto pagamento, 50% a prazo de um mês e 30% a prazo

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de dois meses. Em Setembro a empresa receberá dividendos de 30.000,00


Meticais de acções numa subsidiária.

Em 1° de Julho acredita-se que a empresa terá um saldo de caixa de


60.000,00 Meticais.
Programação de Recebimentos

Descrição/meses Julho Agosto Setembro


Saldo inicial de Caixa 60.000
Recebimentos:
Vendas a pronto pagamento (20%) 80.000 60.000 40.000
Vendas a prazo de um mês (50%) 100.000 200.000 150.000
Vendas a prazo de dois meses (30%) 30.000 60.000 120.000
Dividendos 30.000
Total de Recebimentos 270.000 320.000 340.000

Pagamentos
Os pagamentos incluem todos os desembolsos de caixa nos períodos
cobertos. Os pagamentos mais comuns são:
• Compras a vista
• Pagamentos de dívidas originadas por compras a prazo de matérias-
primas ou mercadorias
• Pagamento de dividendos
• Aluguer
• Ordenados e salários
• Recebimentos de impostos
• Aquisição de equipamentos
• Pagamentos de juros
• Reembolso de empréstimo

As organizações MDS reuniram os seguintes dados necessários ao preparo


de uma programação de pagamentos para os meses de Julho, Agosto e
Setembro.

As compras representam 70% das suas vendas, 10% desse montante é pago
a pronto, 70% é pago no mês seguinte à compra, os restantes 20% são pagos
dois meses após a compra.

Dividendos de 20.000 serão pagos em Outubro.

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Programação de Pagamentos

Descrição /meses Julho Agosto Setembro


Compras (70% sobre vendas) 280.000 210.000 140.000
Pagamentos:
Pagamentos a pronto pagamento (10%) 28.000 21.000 14.000
Pagamentos a prazo de um mês (70%) 98.000 196.000 147.000
Pagamentos a prazo de dois meses (20%) 14.000 28.000 56.000
Dividendos 20.000
Aluguer 5.000 5.000 5.000
Salários 48.000 38.000 28.000
Impostos 25.000
Aquisição de Equipamentos 130.000
Juros 10.000
Empréstimo 20.000
Total Pagamentos 213.000 418.000 305.000

2. Exemplo 2:
A dona Vanda, arrendou uma flat no Alto Maé e abriu um negócio, os salões
Vanda Vende-se que incluem uma loja de venda de Revistas de moda,
Perfumes e Produtos de Beleza Feminina, Roupa para noites e Jóias, tudo
para as “ladies”!

O negócio tem ido muito bem mas a dona Vanda tem ficado sem dinheiro,
aborrecendo-se com os contabilistas que mostram lucros enormes perante
um acentuado défice de tesouraria. Isso provocou pagamentos atrasados de
certos pedidos o que está começar a causar problemas com os
fornecedores. A dona Vanda planeia tomar emprestado dinheiro do banco
para o ter quando necessário, mas antes ela precisa prever quanto
exactamente deve tomar emprestado. Deste modo, pediu para que lhe
prepare o Orçamento de Caixa para o próximo período crítico das festas,
quando a demanda é maior. Todas as vendas são a pronto pagamento, as
compras são pagas no mês seguinte, ela dá a si mesma, um salário de
4.800,00MT por mês, pelo aluguer da flat paga 2.000,00MT mensais. Além
disso ela prevê pagar 12.000,00MT de “Xitique”i em Fevereiro. Em
01/12/2007 planeia ter em cofre 400,00MT, mas a Vanda concordou em

69
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passar a manter um saldo mínimo de caixa de 6.000,00MT. As vendas e


compras estimadas para Dezembro, Janeiro e Fevereiro são:

Mês Vendas Compras


Novembro 160.000
Dezembro 40.000 40.000
Janeiro 60.000 40.000
Fevereiro 260.000 40.000
Total 620.000 120.000

4.8 4.8. Exercícios desta Unidade


Sumário
Nesta Tema 4 estudamos e discutimos fundamentalmente dez itens em
termos de orçamento e planeamento financeiro:

Unidade temática 4.Planeamento Financeiro


Unidade temática 4.1. O Método Percentual de Vendas
Unidade temática 4.1.2. Modelo Matemático para o cálculo das
necessidades financeiras externas
Unidade temática 4.2. Orçamento de Caixa
Unidade temática 4.2.1. Origem da Projecção de Fluxo de Caixa
Unidade temática 4.3. Razões da Projecção de Fluxos de Caixa
Unidade temática 4.4. Pressupostos de elaboração do Orçamento de Caixa
Unidade temática 4.5. Relevância do Orçamento de caixa
Unidade Temática 4.6. Período do Orçamento de Caixa
Unidade temática 4.7. Formato do Orçamento de Caixa
Unidade temática 4.8. Exercícios desta unidade temática

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)

1. Debruce sobre o método percentual das vendas como um instrumento


de planificação financeira

70
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2. Enuncie os Pressupostos de elaboração do Orçamento de Caixa


3. Indique as razões que dão lugar a relevância do Orçamento de caixa
4. Porque a projecção de fluxo de caixa é uma actividade indispensável
para a grande maioria das instituições?
5. Descreva o Modelo Matemático para o cálculo das necessidades
financeiras externas
6. Defina previsão interna
7. Distinga uma previsão interna da previsão externa
8. Enuncie o princípio da competência do exercício
9. A equação necessidades de financiamento externo depende de cinco (5)
principais factores quais são?
10. O que são previsões de venda

Respostas:
1. Rever o primeiro parágrafo da página 59 à 62 respectivamente;
2. Rever os conteúdos da página 63;
3. Rever conteúdos da página 64;
4. Rever os conteúdos da página 64
5. Rever os conteúdos da página 60 última paragrafo
6. Rever os conteúdos da página 65
7. Rever os conteúdos da pagina 65 e 66 respectivamente
8. Rever conteúdos da pagina 63 no ponto 4.4
9. Rever os conteúdos da página 61
10. Rever os conteúdos da página 65

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Com respostas sem detalhes)


1. Os pagamentos incluem todos os desembolsos de caixa nos períodos
cobertos os mais comuns são:
a) Pagamento de dividendos
b) Aluguer
c) Ordenados e salários
d) Todas acima

71
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 3º Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

2. O orçamento de caixa possibilita o gestor:


a) Planear suas necessidades de Caixa a curto prazo
b) Dar atenção ao planeamento de excessos e défice de caixa
c) Ambas a) e b) estão correctas
d) Nenhuma esta correcta

3. Uma empresa que espera um excesso de caixa pode:


a) Planear aplicações a curto prazo, enquanto outra com défice de
caixa deve providenciar financiamento a curto prazo Planear suas
necessidades de Caixa a curto prazo
b) Dar atenção ao planeamento de excessos e défice de caixa
c) Ambas a) e b) estão correctas
a) Nenhuma das alternativas

4. Orçamento de caixa dá ao gestor financeiro:


a) Uma visão clara da época em que ocorrerão recebimentos e
pagamentos previstos durante um determinado período.
b) Planear aplicações a curto prazo, enquanto outra com défice de
caixa deve providenciar financiamento a curto prazo Planear
suas necessidades de Caixa a curto prazo
c) Dar atenção ao planeamento de excessos e défice de caixa
d) Todas acima

5. Os componentes mais comuns de recebimentos são:


a) Vendas a vista, cobranças de vendas a crédito e outros
recebimentos.
b) Factores que afectam o preço de dinheiro
c) Cobranças
d) Créditos

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GRUPO-3 (Exercícios de GABARITO)


1. Explica a importância do planeamento para a projecção
orçamental
2. Explica o que é um mapa de fluxo de caixa
3. Distinga os pagamentos dos recebimentos no âmbito do
orçamento de caixa;
4. Quais as vantagens do orçamento de caixa para o gestor
financeiro;
5. O que é défice de caixa;

73
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Tema V:DECISÕES DE FINANCIAMENTO A LONGO PRAZO


Unidade Temática 5.1.Definição de custo de capital
Unidade Temática 5.1.2.Custo de Capital, Kd (1-T)
Unidade Temática 5.1.3. Custo da Acção Preferencial, Kp
Unidade Temática 5.2.Comparando o Benefício Fiscal: Capital Alheio
Unidade Temática 5.3.Custo dos Lucros Retidos
Unidade Temática 5.4.Bases de Determinação de Proporções
Unidade Temática 5.4.1.Proporções histórica
Unidade Temática 5.4.2.Peso baseado no Valor Contabilístico
Unidade Temática 5.5.Alterações no Custo Médio Ponderado de Capital
(Custo Marginal de Capital)
Unidade Temática 5.6.Rupturas no esquema do CMC
Unidade Temática 5.6.1.Outras Ruptura no Esquema do CMC
Unidade Temática 5.7.Risco e Taxa de Retorno
Unidade Temática 5.7.1Retornos dos Investimentos
Unidade Temática 5.7.2.Conceituação
Unidade Temática 5.8.Distribuição de Probabilidade e Taxa de retorno
Esperada
Unidade Temática 5.8.1.Distribuição de Probabilidade
Unidade Temática 5.9.Taxa de Retorno Esperada
Unidade Temática 5.10.Risco e Incerteza
Unidade Temática 5.11.Medição de Risco Isolado: O Desvio Padrão
Unidade Temática 5.11.Medição do Risco Isolado: o Coeficiente de Variação
Unidade Temática 5.12.Risco em um Contexto de Carteira
Unidade Temática 5.13.Retornos de Carteira
Unidade Temática 5.14.Risco de uma Carteira
Unidade Temática 5.15.Risco Diversificável Versus Risco do Mercado
Unidade Temática 5.16 Medição do Risco da Carteira
Unidade Temática 5.17.Covariância e o Coeficiente de Correlação
Unidade Temática 5.18.O Modelo CAPM – Modelo de Precificação de
Activos de capital
Unidade Temática 5.18.1.Pressupostos do Modelo CAPM
Unidade Temática 5.19.Exercícios desta Unidade

Objectivos: Analisar as decisões de financiamento de longo prazo

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Introdução
A maioria das empresas emprega vários tipos de capital, chamados
componentes de capital sendo as acções ordinárias e acções preferenciais e
mais a dívida são os três tipos mais frequentemente usados. Todos os
componentes de capital têm uma característica comum: Os investidores que
forneceram os fundos esperam receber um retorno sobre seu investimento.
Portanto, a maioria das empresas emprega distintos tipos de capital e, em
razão das diferenças de risco, esses diferentes títulos têm diferentes taxas
de retorno requerida. A taxa de retorno requerida sobre cada componente
de capital é denominada custo componente e o custo de capital utilizado
para analisar as decisões de orçamento de capital deve ser uma média
ponderada dos vários custos componentes. Chamamos a essa média
ponderada exactamente Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC).

A maioria das empresas fixa percentuais-alvo para diferentes fontes de


financiamento. Por exemplo, uma empresa pode planear 30% do seu capital
requerido com dívida, 10% com acções preferenciais e 60% com acções
ordinárias. Essa é a sua estrutura de capital-alvo.

5.1. Definição de custo de capital

Segundo Brigham, podemos definir o Custo de Capital como a taxa de


retorno que uma empresa precisa obter sobre os seus investimentos de
forma a manter inalterada o valor do mercado da empresa (valor actual dos
retornos futuros esperados da empresa segundo uma determinada taxa de
retorno ou de actualização, essa taxa constituiu o custo).

Se K = Kr  O valor da empresa mantém Onde: Kr – retorno realizado K –


Custo de Capital Se
K  Kr  O valor da empresa diminui
Se K  Kr  O valor da empresa aumenta

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 3º Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

5.1.1. Custo de Capital, Kd (1-T)

O primeiro passo para estimar o custo da dívida é a taxa de retorno que os


detentores dessas obrigações requerem, ou kd.

O retorno requerido pelos detentores de dívida, Kd, não é igual ao custo da


dívida da empresa porque, uma vez que os pagamentos de juros são
fiscalmente dedutíveis, efectivamente, é o governo quem paga parte do
custo total. Como resultado disso, o custo de dívida de uma empresa é
menor que a taxa de retorno requerida pelos detentores dessas obrigações.

O custo de dívida após imposto, Kd(1-T), é usado para calcular o Custo


Médio Ponderado de Capital, e representa a taxa de juros sobre a dívida, K d,
menos benefício fiscal decorrente da dedução dos juros.

Custo Componente da dívida após imposto = Taxa de Juros – Benefício fiscal


= Kd - KdT= Kd (1-T)

5.1.2. Custo da Acção Preferencial, Kp

Várias empresas usam as acções preferenciais como parte do seu composto


de financiamento permanente. Os dividendos preferenciais não são
dedutíveis dos impostos. Portanto, a empresa arca com o seu custo total.
O custo componente da acção preferencial usado para calcular o Custo

Médio Ponderado de Capital, Kd, é o dividendo preferencial por acção, D ps,


dividido pelo preço líquido da emissão, Pn, que é o valor que a empresa
recebe depois de deduzir os custos de emissão.
Dp
Custo Componente da acção Preferencial = Kp = 100 ;
Pn
Onde: Pn = Pp – f; Pp – preço do mercado da acção preferencial e f – é o
custo de emissão

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 3º Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

Para ilustrar o cálculo, suponha que a Empresa Bono tenha uma acção
preferencial que Bono emitisse novas acções preferenciais, ela incorreria em
um custo de subscrição (ou emissão) de $2,5 por acção, logo ela teria um
valor líquido de $97,50 por acção. Por conseguinte, o custo da acção
preferencial da Bono seria de 10,3%.
$10
Kp= = 10,3%
$100 − $2,5

5.2. Comparando o Benefício Fiscal: Capital Alheio versus Acções Preferenciais

Capital Alheio Acções Preferenciais

RAJI 106.000 106.000

Juro ( 6.000) -

RAI 100.000 106.000

Imposto (48%) 48.000 50.880

Dp - 6.000

Disp. p/ Divid. Ordin 52.000 49.120

Quando investimos temos o pressuposto de que não devemos reduzir o


valor da empresa com este investimento. Neste caso, se a fonte de
financiamento for capital alheio, conseguimos manter o valor da empresa e
se for acções preferenciais há um declínio do valor da empresa. Enquanto o
custo de capital alheio é fiscalmente dedutível, o custo das acções
preferenciais não é fiscalmente dedutível.

5.3. Custo dos Lucros Retidos

As empresas podem aumentar o património líquido através de (1) emitir


novas acções ordinárias e (2) reter os lucros. O novo capital patrimonial
levantado pela retenção dos lucros tem um custo? A resposta é um sim. Se
alguns lucros são retidos, então os accionistas da empresa incorrerão em um
custo de oportunidade.

77
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É a taxa de retorno mínima exigida pelos accionistas reinvestindo sobre o


qual, a empresa mantém o seu valor ou ganho dos accionistas, em
semelhança com as acções ordinárias.

Para a determinação do custo dos lucros retidos podemos recorrer a duas


abordagens:
1. Abordagem DCF (Fluxo de Caixa descontado ou actualizado)
2. Abordagem CAPM

1. Segundo a abordagem DCF

D1
kr = +g
p0

2. Abordagem do CAPM
Kr = Ki = Krf + (K M − Krf )  i ; onde: Krf – taxa de retorno livre de risco
KM – risco de mercado
Βi – coeficiente beta
Custo das Acções Ordinárias (Ks)
O custo de lucros retidos difere de custo de acções ordinárias devido aos
custos de despesas de emissão (F), então:
D1
p0
Ks = +g  Ks =
D1
+ g ; Se p 0  (1 − F ) = p n
(1 − F ) p0  (1 − F )
D1
Teremos: Ks = +g  Custo das Acções Ordinárias
pn
Onde: f – é a percentagem do custo de emissão
Combinação do Capital Alheio e o Capital Próprio no Custo Médio
Ponderado de Capital (Custo Marginal de Capital).
A avaliação do custo relevante para a viabilidade de projecto faz-se
calculando o custo médio ponderado de capital. O custo médio ponderado
de capital é o somatório dos produtos dos custos específicos de cada
componente de capital pela sua proporção ou pelo seu peso.

MPCC = Wd x Kd x (1-T) + Kp xWp + Ks(r) x Ws(r)  Custo Médio

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Ponderado de Capital
Fi
Onde: Wi = n

 Fi
i =1

5.4. Bases de Determinação de Proporções

As proporções de tipos diferentes de capital podem basear-se em valores


históricos ou marginais. As bases históricas ou proporções históricas
baseiam-se na estrutura de capital ou na estrutura do capital existente da
empresa, ou seja, aquela que a empresa tem vindo a adoptar enquanto as
proporções marginais baseiam-se nas quantidades efectivas de cada tipo de
financiamento que se espera vir a usar num dado projecto de investimento.

5.4.1. Proporções históricas ou Pesos históricos

Pressuposto:
O pressuposto associado ao peso histórico ou proporções é de que a actual
estrutura de capital da empresa é adequada e por isso faz sentido que seja a
mesma a adoptar para o capital a obter.
Os pesos baseados no valor histórico são dois:
1. Peso baseado no valor contabilístico;
2. Peso baseado no valor do mercado

5.4.2. Peso baseado no Valor Contabilístico

Verifica o pressuposto do valor histórico, ou seja, assume que qualquer


financiamento adicional será obtido em obediência a estrutura existente ou
as proporções de capital existente.

5.4.3. Peso baseado no Valor de Mercado

Apesar de ser o mais adequado é menos utilizado, porque é difícil de estimar

79
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 3º Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

o preço de mercado dos capitais próprios e é mais adequado porque se


aproxima mais da quantidade de dinheiro ou da quantia a receber pela
venda do capital próprio.

Vamos assumir que a empresa ABC tem a seguinte estrutura de capital.


Capital Alheio = 30%
Acções Preferenciais = 10%
Acções Ordinárias = 60%

Ela pretende aumentar o seu capital em 100 mil contos. As informações que
se têm em relação aos custos são: (taxas de juros)

Capital Alheio = 11%


Acções Preferenciais = 10,3%
Lucros retidos = 14,7%
Acções Ordinárias = 16%
T = 40%

1. Determinar a Média Ponderada do Custo de Capital, assumindo que o


aumento de capital próprio é através dos lucros retidos:

a) Considerando pesos baseados no valor contabilístico

b) Considerando pesos baseados no valor de mercado

a) MPCC = Kd (1-T)Wd + KpWp + KrWr

MPCC = Ka = 11% x (1-40%) x 30% + 10,3 x 10% + 14,7 x 60%

MPCC = Ka = 11,83%

Com base no valor contabilístico, os 100 mil contos vão custar 11,83%.

b) Não temos dados para calcular com base no valor de mercado.

80
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 3º Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

Valor Contabilístico
Montantes

Cap. Alheio = 30% 30.000

100.000 Acç. Prefer. = 10% 10.000

Cap. Próprios (L. Retido e Acç. Ord.)=60% 60.000

100.000

Montantes Preço de Wi (Proporções)


Mercado
Cap. Alheio 30.000 30.000
30 100 = 18,2%
165

Acç. Prefer. 10.000 15.000


15 100 = 9,1%
165

Cap. Próprios 60.000 120.000


120 100 = 72,7% 100.000 165.000 100%
165

Vamos calcular MPCC com base nas proporções do valor de mercado.


MPCC = Kd (1-T)Wd + KpWp + KrWr
MPCC = 11% x (1-40%) x 18,2% + 10,3% x 9,1% x 14,7% x 72,7%
MPCC = 12,83%.

A mudança do custo de capital de 11,83% para 12,83% significa que os


capitais próprios se valorizaram.

5.5. Alterações no Custo Médio Ponderado de Capital (Custo Marginal de Capital)

O custo marginal de qualquer item constitui o custo de outra unidade desse


item, por exemplo, o custo marginal de mão-de-obra é o custo de se
acrescentar um outro trabalhador. Assim, o custo marginal do capital (CMC)
é definido como sendo o custo da última unidade monetária nova que a
empresa capta, e o custo marginal se eleva a medida que mais e mais capital
é captado em determinado período.

81
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 3º Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

Podemos dar exemplo da Empresa Yury & Irmãos, SARL para ilustrar o
conceito de custo marginal do capital. Seguem-se a estrutura-alvo do capital
da empresa e outros dados:

Dívida de longo prazo 754.000.000 45%

Acções ordinárias 40.000.000 2%

Acções ordinárias 896.000.000 53%

Capital Total 1.690.000.000 100%

Kd = 10%

Kp = 10,3%

T = 40%

P0 = 23

g. = 8%

D0 = 1,15 – dividendo por acção no último período, o D0 já foi pago, de forma


que alguém que compre essa acção hoje não receberá D 0, em vez disso,
receberia D1, o próximo dividendo.

D1 = D0 x (1 + g) = 1,15 (1,08) = 1,24.

D1
Ks = + g = 1,24 + 0,08 = 13,4%
Po 23

Com base nestes dados, o CMPC é de 10%.

Enquanto a Yuri & Irmãos, SARL manter a estrutura no alvo e a sua dívida
tiver um custo pós-imposto de 6%. Suas acções preferenciais tiverem um
custo de 10,3%e suas acções ordinárias um custo de 13,4%, o seus CMPC
será de 10%.

O gráfico que mostre como o CMPC muda quando mais e mais capital novo
é levantado durante um determinado ano é chamado de esquema do custo
marginal de capital.

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 3º Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

5.6. Ruptura no esquema do CMC

Poderia a Yuri & Irmão captar uma quantidade ilimitada de capital novo ao
custo de 10%. A resposta é não. À medida que uma empresa capta somas
cada vez maiores em um dado período de tempo, os custos de dívida, das
acções ordinárias e das acções preferenciais começam a se elevar, e a
medida que isso ocorre, o CPMC de cada unidade monetária também se
eleva.

Suponhamos que a Yuri & Irmão, SARL pretende captar 1 milhão em novo
capital, dela deve obter, para poder manter a estrutura de capital alvo, 450
mil de dívida, 20 mil de acções preferenciais e 530 mil de acções ordinária. O
novo Capital ordinário poderá vir de duas fontes: (1) lucros retidos, definidos
como parte dos lucros no ano actual, que a administração decide reter na
empresa em de usá-las para dividendos, (2) dinheiro de venda de acções
ordinárias.

A dívida terá uma taxa de juro de 10%, ou custo pós-imposto de 6%, e as


acções preferenciais terão um custo de 10,3%. O custo das acções ordinárias
será de 13,4%, enquanto o capital próprio será obtido como lucro retido,
mas poderá saltar para 14%, se a empresa esgotar os seus lucros retidos e,
assim, ser forçada a vender novas acções ordinárias.

Tabela do CPMC da Yuri & Irmãos empregando novos lucros retidos e novas acções ordinárias

1. O CMPC Quando o capital Próprio Procede dos Novos Lucros retidos


Ponderação x Custo Componente = Produto

Dívida 0,45 6% 2,7%

Acções preferenciais 0,02 10,3% 0,2%

Acções ordinárias 0,53 13,4 7,1%

1,00 CMPC1 = 10%

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 3º Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

2. O CMPC Quando o capital próprio Procede da Venda das Novas Acções Ordinárias
Ponderação x Custo Componente = Produto

Dívida 0,45 6% 2,7%

Acções preferenciais 0,02 10,3% 0,2%

Acções ordinárias 0,53 14% 7,4%

1,00 CMPC2 = 10,3%

D1
Ks= + g = 1,24 + 8% = 13,4%
P0 23

Agora, suponha que a companhia se expanda tão rapidamente que seus


lucros retidos do ano não sejam suficientes para atender às suas
necessidades de novo capital próprio, obrigando-a a vender novas acções
ordinárias. Já que o custo de lançamento no mercado de novas acções é de F
= 10%,o custo do capital próprio da Yuri & Irmão depois que ela acabou seus
lucros retidos passará de 13,4% para 14%.

D1 1,24
Ks= +g= + 8% = 14%
P0 (1 − F ) 23(0,9)

Quando capital novo a empresa pode levantar antes de esgotar seus lucros
retidos e ser obrigada a vender acções ordinárias?
1. Suponha que a companhia espere ter lucros totais de 137,8 milhões,
tenha uma razão alvo de pagamento de 45%, e que planeia a
distribuição de 45% de seus lucros como dividendos. Assim, os lucros
retidos para o ano estão projectados em 137,8 (1-0,45) = 75,8
milhões.

2. Para a empresa mantiver sua estrutura óptima de capital deve


levantar cada unidade monetária como sendo 45 centavos de
endividamento, 2 centavos de acções preferenciais e 53 centavos de
acções ordinárias.

3. Agora queremos saber capital novo total – dividas, acções


preferenciais e lucros retidos – pode ser captado antes que os 75,8
milhões de lucros retidos sejam esgotados e a empresa obrigada a

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 3º Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

vender novas acções ordinárias. Estamos a procurando alguma


quantia de capital, X, que é chamada de ponto de ruptura (PR) e
representa o financiamento total que pode ser captado antes que a
Yuri & Irmão, SARL seja obrigada a vender novas acções ordinárias.

4. Sabendo que 53% ou 0,53 de X, o capital total levantado, será de


lucros retidos, ao passo que 47% serão de dívida mais acções
preferenciais.

Então: Lucro retidos = 0,53X = 75.800.000

5. Resolvendo para X, que constitui o ponto de ruptura dos lucros


retidos, obtemos PRLR = 143.000.000.

75.800.000
X = PRLR = Lucros Retidos
= = 143.018.868 = 143.000.000
Fracção de Capital 0,53

6. Assim, a Yuri & Irmão, SARL pode captar um total de 143 milhões,
consistindo em 0,53 (143.000.000) = 75.800.000 de lucros retidos
mais 0,02 (143.000.000) = 2.900.000 de acções preferenciais e 0,45
(143.000.000) = 64.300.000 de nova dívida apoiada por esses novos
lucros retidos, alterar a sua estrutura de capital.

7. O valor de X ou PRLR = 143.000.000, é definido como sendo o ponto


de ruptura dos lucros retidos e constitui a quantia de capital em que
um rompimento ou salto, ocorre no esquema do CMC.

5.6.1. Outras Rupturas no Esquema do CMC

Suponhamos que a Yuri & Irmãos, SARL pudesse obter apenas 90 milhões de
dívida a uma taxa de juro de 10%, com a dívida adicional custando 12%. Isso
resultaria em um segundo ponto de ruptura no esquema de CMC, no ponto
em que os 90 milhões da dívida de 10% forem esgotados. O financiamento
total equivalerá a 90 milhões da dívida, mais alguma quantidade de acções
ordinárias e acções preferenciais.

Dívida a 10% 90.000.000 = 200.000.000


PRDívida =
Fracção da Dívida = 0,45

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5.7. Risco e Taxa de Retorno

5.7.1. Retornos dos Investimentos


Na maior parte dos investimentos, um individuo ou uma empresa gastam
dinheiro hoje com a expectativa de ganhar mais ainda no futuro. O conceito
de retorno oferece aos investidores uma forma conveniente de expressar o
desempenho financeiro de um investimento.

5.7.2. Conceituação
O risco é a probabilidade de que algum acontecimento desfavorável venha a
ocorrer. O risco em Investimento é relativo a possibilidade de efectivamente
se ganhar menos do que o retorno esperado – quanto maior a possibilidade
de retornos baixos ou negativos, mais arriscado o investimento.

5.8. Distribuição de Probabilidade e Taxa de retorno Esperada

5.8.1. Distribuição de Probabilidade

A probabilidade de um acontecimento é definida como a possibilidade de


que o acontecimento venha a ocorrer. Se todos os acontecimentos ou
resultados possíveis são classificado e se uma probabilidade é atribuída a
cada acontecimento, a lista é chamada distribuição de probabilidades.

As probabilidades também podem ser atribuídas a resultados (ou retornos)


possíveis de um investimento, e a distribuição de probabilidades consiste
apenas de uns poucos resultados potenciais:

• Estimativa optimista (Forte)

• Estimativa mais provável (Normal)

• Estimativa pessimista (Fraca)

86
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Geralmente nas empresas utilizam-se estimativas mais prováveis, nas suas


condições e potencialidades.

Normalmente estimativas optimistas ocorrem com crescimento da


economia; Estimativas pessimistas ocorrem quando a economia entra em
recessão e estimativas mais prováveis estão ligadas ao desempenho normal
da economia.

Distribuição de Probabilidade para a empresa Baessa e para a Háizel


Taxa de retorno sobre a acção
se a demanda ocorrer
Demanda pelos Probabilidade de essa
produtos demanda ocorrer Empresa Baessa Empresa Haizel
da empresa

Forte 0,3 100% 20%


Normal 0,4 15% 15%
Fraca 0,3 (70)% 10%
1,0

As distribuições de probabilidade das taxas de retorno para as duas


empresas são mostradas na tabela acima. Há uma probabilidade de 30%
demanda forte, ambas as empresas terão altos lucros. Há uma probabilidade
de 40% de demanda normal e de retornos moderados e, há uma chance de
30% de demanda baixa.

5.9. Taxa de Retorno Esperada

Se multiplicarmos cada possível resultado por sua probabilidade de


ocorrência e somamos esses produtos, teremos a média ponderada dos
resultados. Os pesos são as probabilidades, e a média ponderada é a taxa de

retorno esperada, K̂ . As taxas de retorno esperadas, tanto para a Baessa


quanto para a Haizel são mostradas na tabela abaixo como de 15%.

87
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Calculo das Taxas de Retorno Esperadas

Empresa Baessa Empresa Haizel


Demanda pelos Probabil Tx retorno Tx retorno

produtos demanda se essa Produto se essa Produto

da empresa ocorrer demanda ocorrer (2) x (3) demanda ocorrer (2)x(3)

(1) (2) (3) (4) (5) (6)

Forte 0,3 100% 30% 20% 6%


Normal 0,4 15% 6% 15% 6%
Fraca 0,3 (70)% (21) 10% 3%

1,0 K̂ = 15% K̂ = 15%

O cálculo da taxa de retorno esperada também pode ser expresso por


equação que faz o mesmo que a tabela acima:

Taxa de retorno esperada = K̂ = P1 K 1 + P2 K 2 + + Pn K n


n

K̂ =  PiKi
i=1

Nessa equação, Ki é o i-ésimo resultado possível, Pi é a probabilidade de


ocorrência do i-ésimo resultado, e n é o número de possíveis resultados.
Utilizando os dados para a Baesssa, obteremos a taxa de retorno esperada
como segue:
K̂ = P (K ) + P (K ) + P (K )
1 1 2 2 3 3

K̂ = 0,3(100%) + 0,4(15%) + 0,3(−70%)


K̂ = 15%

A taxa de retorno esperada da Haizel é também 15%.


K̂ = P (K ) + P (K ) + P (K )
1 1 2 2 3 3

K̂ = 0,3(20%) + 0,4(15%) + 0,3(10%)


K̂ = 15%

Cálculo da Taxa de retorno esperada a partir de Fluxos de caixa


Suponhamos que estamos a estudar duas alternativas de Investimento
Investimento C. Flow VAL

Alternativas de A 1.000 500 243,5

Investimento B 1.000 500 243,5

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As duas alternativas de investimento têm o mesmo valor de investimento e


mesmos fluxos de caixa (500/ano nos próximos 3 anos). A taxa de custo de
capital é de 10%.

Será que de facto os dois projectos com o mesmo VAL, são igualmente
desejáveis?

Suponhamos que o Projecto A é um projecto de substituição de uma


máquina velha por nova, todavia, os projectos de substituição têm a função
de reduzir os custos e não de aumentar a produção. Por outro lado, o
projecto B é de aquisição de uma nova máquina para aumentar a produção.
As pessoas experimentam produtos novos quando tem maior capacidade de
compra, portanto, no período de “boom “económico. Os produtos novos no
período de recessão económico não têm maior aceitação dado que as
pessoas gastam pouco de dinheiro que possuem com produtos seguros e
conhecidos para evitar a perda em caso de não se adequar.

No período normal quer o projecto de substituição quer de nova máquina


pode ter sucesso ou pode não ter.

Cálculo de Valor esperado dos Fluxos de capital

1. Estimam-se os retornos dos projectos sob diferentes condições de


economia

Retornos Estimados para Projectos A e B

Estado da Fluxo Anual (USD)

Economia Projecto A Projecto B

Recessão 400 -

Normal 500 500

“Boom” 600 1.000

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2. Estimamos as probabilidades das ocorrências dos diferentes Estados


da economia

Estado da Fluxo Anual (USD) Pesquisa do Estado a

Economia Projecto A Projecto B ocorrer no futuro

Recessão 400 - 2

Normal 500 500 6

“Boom” 600 1.000 2

10%

3. Redefinir a palavra “chance” como probabilidade


A probabilidade de recessão = 2/10 = 20%
A probabilidade de desempenho normal = 6/10 = 60%
A probabilidade de “Boom” = 2/10 = 20%

4. Calcula-se as médias ponderadas dos próprios retornos multiplicando


cada retorno pela sua probabilidade de ocorrência, somando coluna dos
produtos obtêm uma média ponderada dos resultados de cada
alternativa, sob vários estados da economia. Esta média é definida como
Valor Esperado do Fluxo de Caixa de cada projecto.

Estado da Fluxo Anual (USD) Valor Esperado

Economia Probabilidades Projecto A Projecto B Projecto A Projecto B

Recessão 20% 400 - 80 -

Normal 60% 500 500 300 300

“Boom” 20% 600 1.000 120 200

500 500

Taxa de Retorno Esperada


É a taxa que se espera que em certo investimento poderá render se se
obedecer determinadas condições.

90
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Tabela de Taxa de Retorno Esperada


Estado da Fluxo Anual (USD) Taxa de Retorno Esperada

Economia Probabilidades Projecto A Projecto B Projecto A Projecto B

Recessão 20% 400 - 8% -


= 0.4
1.000

Normal 60% 500 30% 30%


500
= 0.5 = 0.5
1.000 1.000

“Boom” 20% 600 20% 12%


1.000 = 0.6
1.000
1.000 = 1

Taxa de Retorno Esperada ( K ) 50% 50%

Projecto A (risco menor)

Projecto B (risco maior)

200 400 600 1.000

A variação provável dos resultados do Projecto A é de 400 à 600 e do


Projecto B é de 200 à 1.000. A variação permite entender a sensibilidade do
Projecto face a probabilidade de ocorrência do factor de risco em análise.
Neste caso, o Projecto B é mais sensível a ocorrência destes estados do que
o projecto A, portanto, o Projecto B é mais arriscado.

Conclusão:
Em geral, quanto mais concentrada a distribuição de probabilidade mais
pontiaguda é o gráfico e menor é o risco sobre o projecto e
consequentemente mais provável que os resultados reais se aproximem ao
Valor Esperado.

91
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Modelação do Calculo do Valor Esperado e da Taxa de retorno Esperado.

R - Valor Esperado ou Retorno Esperado ou ainda Valor Médio


Ri – Resultado para cada situação i ou Valor Real

K̂ - Taxa de Retorno Esperada


Ki – Resultado percentual de cada situação i
I – Investimento
Pi – probabilidade para cada situação i ou probabilidade para que ocorra o
resultado i.

R = R1 x p1 + R2 x p2 + ... + Rn x pn ; então:
n

R =  Ri x pi ou R = I x K̂
i =1

5.10. Risco e Incerteza

No campo teórico há diferença entre risco e incerteza. O conceito de risco é


associado com situações em que a distribuição de probabilidade dos
retornos sobre um dado projecto podem ser estimadas, enquanto a
incerteza é associada a situações em que não existe evidências suficiente até
para estimar uma distribuição de probabilidades.

5.11. Medição de Risco Isolado: O Desvio Padrão

Risco é um conceito de difícil compreensão, e as tentativas de definí-lo e


medi-lo estão rodeadas de muitas controvérsias. Porém uma definição
comum, satisfatória para muitos propósitos, é determinada em termos de
distribuições de probabilidades tais como apresentadas na figura abaixo:
quanto mais estreita a distribuição de probabilidade os retornos esperados
no futuro, menor é o risco de investimento. De acordo com essa definição, a
Empresa Baessa é menos arriscada que a Haizel porque há uma chance
menor de que seu retorno real seja muito inferior que o retorno esperado.

92
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Densidade probabilidade

Empresa Baessa (risco menor)

Empresa Haizel (risco maior)

-70 15 Taxa de retorno (%)


0 100

Para ser mais útil, qualquer medida de risco deve ter um valor definido –
precisamos de uma medida de concentração da distribuição de
probabilidade. Tal medida é desvio padrão (σ). Quanto menor for o desvio
padrão, mais estreita é a distribuição de probabilidade e,
consequentemente, menor é o risco da acção. Quando o Desvio Padrão
coincide, teremos que usar o Coeficiente de Variação.

Desvio Padrão (σ) – é uma medida de concentração da distribuição da


probabilidade dos retornos previstos.

 =  (R i
 R) 2 xp ; Para valores em unidades monetárias
i
i=1

 =  (k
i=1
i
− k̂) 2 xpi ; para valores em percentagens


Coeficiente de Variação (V) =
R

Cálculo de Desvio Padrão (σ) em valores percentuais

Cálculo de Desvio Padrão da Empresa Baessa

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K − K̂ (K − K̂ ) 2 (K − K̂ ) 2 Pi
(1) (2) (3)

100 – 15 = 85 7.225 7.225x0,3 = 2.167,5

15 – 15 = 0 0 0x0,4 = 0,0

-70-15 = -85 7.225 7.225x0,4 2.167,5

= 4.335,0

Variância = σ2= 4.335,0

Desvio Padrão = σ = 2 4.335 = 65.84%


=

Assim, o desvio padrão é essencialmente uma média ponderada dos desvios


em relação ao valor esperado e oferece uma ideia de quão distante, acima
ou abaixo do valor esperado. Desvio Padrão da empresa Baissa é de 65,84%.

Usando os mesmos procedimentos, encontramos o desvio padrão da Haizel


como de 3,87%. A empresa Baessa tem um desvio padrão bem maior, o que
indica uma variação dos retornos muito maior, portanto, uma chance muito
maior de que o retorno esperado não se realize.

Cálculo de Desvio Padrão (σ) em valores monetários


Projecto A
Ri R (Ri - R ) (Ri - R )2 pi (Ri - R )2 x pi

400 500 -100 10.000 0.20 2.000

500 500 0 0 0.60 0

600 500 100 10.000 0.20 2.000

σ2 = 4.000

σ= 4.000 = 63.25 USD

Projecto B
σ = 316.23 USD

Conclusões:
σB > σA; Projecto B é de maior risco.
94
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A relação entre o risco e o tempo


A relação entre o risco e o tempo é directa, ou seja, quanto maior o tempo
maior o risco.

Cálculo de Desvio Padrão usando dados Históricos para Medir o Risco


Se estão disponíveis somente pode ser estimado usando esta fórmula:
n

σ estimado = 
 (K
t =1
t
 K Méd ) 2

=
n −1
K t - indica a taxa de retorno realizada no passado no período t, e K Med é a

média de retorno anual obtida durante os n anos passados.

Exemplo:
Ano Kt
1999 15%

2000 -5% K Med = (15 − 5 + 20) = 10%


3
2001 20%

2 2 2

(15 −10) +(−5 −10) +(20 + 10) = 13,2%


 = 3 −1

5.12. Medição do Risco Isolado: o Coeficiente de Variação

Se uma escolha tiver de ser feita entre dois investimentos que tenham os
mesmos retornos esperados mais diferentes desvios padrão, a maioria das
pessoas escolherá aquele com menor desvio padrão, portanto, menor risco.
Se dada uma escolha entre dois investimentos com o mesmo risco (desvio
padrão) mas diferentes taxas de retorno esperadas, os investidores, em
geral, escolherão o investimento com retorno esperado mais alto.

Mas como escolher entre dois investimentos quando um tem retorno


esperado mais alto, porém, o outro tem o menor desvio padrão? Para
responder esta questão, com frequência utilizamos outra medida de risco, o
coeficiente de variação (CV) que é o desvio padrão dividido pelo retorno
esperado.

95
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Coeficiente de Variação (V) =
R

O coeficiente de variação mostra o risco por unidade de retorno. Assim,


quanto maior for o coeficiente de variação (V) maior é o risco do projecto e
vice-versa.

5.13. Risco em um Contexto de Carteira

Na secção anterior, consideramos o risco dos activos mantidos


isoladamente. Agora, analisaremos o risco dos activos mantidos em carteira.
Como veremos, um activo mantido como parte de uma carteira é menos
ariscado que um activo mantido isoladamente. Portanto, a maioria dos
activos financeiros é mantida como parte de carteira.

5.14. Retornos de Carteira

O retorno esperado sobre uma carteira, Kp, é simplesmente a média


ponderada dos retornos esperados dos títulos individuais da carteira, sendo
os pesos a fracção do total da carteira investisse em cada activo.
K̂ p = W1 K̂1 + W2 K̂2 + + W n K̂ n
n
K̂ p =  Wi K̂ i
i=1

Nessa equação, os K̂ i são os retornos esperados sobre as acções individuais,


os Wi são pesos e há n acções na carteira. Note (1) que o Wi é a fracção do
valor em unidades monetárias da carteira investida na acção i (isto é, o valor
do investimento na acção i dividido pelo valor total da carteira) e que (2) que
os Wi devem ter sua soma igual a 100% ou 1,00.

Exemplo: Suponha que em Agosto de 2001 um analista de títulos tivesse


estimado que os seguintes retornos poderiam ser esperados nas acções de
quatro grandes empresas:

96
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Retorno esperado K̂

Mcel 12%

2M 11,5%

Vodacom 10%

Coca-Cola 9,5%

Se tivéssemos montado uma carteira com $100.000, investindo $25.000 em


cada acção, o retorno esperado da carteira seria de 10,75%.

K̂ p = W1 K̂ 1 + W2 K̂ 2 + W3 K̂ 3 + W4 K̂ 4
K̂ p = 0,25(12%) + 0,25(11,5%) + 0,25(10%) + 0,25(9,5%) = 10,75%

5.15. Risco de uma Carteira

O risco de uma carteira,  p , geralmente não é a média ponderada dos

desvios padrão dos activos individuais da carteira; o desvio padrão da


carteira será menor que a média ponderada dos desvios padrão dos activos
individuais. Ë teoricamente possível combinar acções que são bastante
arriscadas individualmente se medidas por desvio padrão e formar uma
carteira completamente livre de risco,  p = 0.

Para ilustrar o efeito de combinar activos, considere os dados de taxas de


retorno, abaixo, para as acções W e M individualmente, e também de uma
carteira de 50% em cada uma.

Ano Acção W Acção M Carteira WM

(K W ) (K M ) (K p )
1997 40% (10%) 15%
1998 (10%) 40% 15%
1999 35% (5%) 15%
2000 (5%) 35% 15%
2001 15% 15% 15%

Ret. Médio 15% 15% 15%


Desv. Padrão 22,6% 22,6% 0,0%

97
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As duas acções seriam bastante arriscadas se fossem mantidas


isoladamente, mas quando são combinadas para formar uma Carteira WM,
ela reduzem o risco consideravelmente.

A razão por que as acções W e M podem ser combinadas para formar uma
carteira sem risco é que os seus retornos se movem cíclica e inversamente –
quando os retornos de W caem, os de M aumentam, e vice-versa. A
tendência de duas variáveis se moverem juntas é chamada correlação, e o
coeficiente de correlação r, mede essa tendência. Estatisticamente, dizemos
que os retornos das acções W e M são perfeita e negativamente
correlacionadas, com r = −1 .

O oposto à correlação perfeita negativa, com r = -1, é a correlação perfeita


positiva, com r = +1 . Os retornos de duas acções perfeitas e negativamente
correlacionadas (M e M’) se movimentariam para cima e para baixo juntos, e
uma carteira formada por duas acções com essas características seria
exatamente tão arriscada quanto cada acção individual. Portanto, a
diversificação não faz nada para reduzir o risco se a carteira consistir em
acções de correlação perfeitamente positiva.

5.16. Risco Diversificável Versus Risco do Mercado

É difícil, se não impossível, encontrar acções cujos retornos esperados sejam


negativamente correlacionados. Portanto, quase metade do risco inerente
de uma acção média individual pode ser eliminado caso a acção seja
mantida em uma carteira razoavelmente diversificada. Algum risco sempre
permanece, entretanto, é praticamente impossível diversificar os efeitos dos
movimentos amplos do mercado de acções que afectam quase todas acções.
A parte do risco de uma acção que pode ser eliminado é denominada risco
diversificável, enquanto a parte que não pode ser eliminada é chamada
risco de mercado.

98
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Entretanto, se os investidores estiverem preocupados principalmente com o


risco de suas carteiras em vez do risco dos títulos individuais da carteira,
como medir o risco de uma acção individual?

A resposta é fornecida pelo Modelo de Precificação de Activos de Capital


(CAPM), uma ferramenta importante usada para analisar a relação entre
risco e taxas de retorno. A principal conclusão do CAPM é esta: o risco
relevante de uma acção individual é sua contribuição para o risco de uma
carteira bem diversificada. Desse modo, o risco relevante de uma acção
individual, o qual é chamado seu coeficiente beta.

5.17. Medição do Risco da Carteira

O risco de uma carteira, a qual pode ser tratada como um activo individual
mantido isoladamente, é medido pelo desvio padrão de sua distribuição dos
retornos.

Desvio Padrão da Carteira (σp)


n
p =  (k
2
pi − k̂ p ) xpi
i=1

Aqui,  p , é o desvio padrão da carteira, Kpi é o retorno da carteira sob o i-

ésimo estado da economia; K̂ p é a taxa de retorno esperada da carteira e p i

é a probabilidade de ocorrência do i-ésimo estado da economia; e há n


estados económicos.

5.18. Covariância e o Coeficiente de Correlação

Dois conceitos-chaves em análise de carteira são (1) a co-variância e (2) o


coeficiente de variação. A co-variância é uma medida que combina a
variância (ou volatilidade) dos retornos de uma acção com a tendência,
desses retornos, de se movimentar para acima ou para baixo ao mesmo
tempo em que outras acções se movimentam para cima ou para baixo.

99
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Por exemplo, co-variância entre as acções A e B nos diz que se os retornos


das duas acções tendem a subir e caiu juntos, e quão grande esses
movimentos tendem a ser.

Cov(AB) = 
i=1
(KAi - K̂ A ) x (KBi - K̂ B ) x pi

Portanto, Cov(AB) será grande e positiva se dois activos tiverem grandes


desvios padrão e a tendência de se movimentarem juntos; ele será alta e
negativa para dois activos de alto desvio padrão que se movimentam em
direções opostas um ao outro; e será baixa se os retornos dos dois activos se
movimentam de forma independente.
Exemplo:
Seja a seguinte distribuição de probabilidade de acções da empresa Y
Probabilidades Taxas de retorno
F G
0.1 6% 14%
0.2 8% 12%
0.4 10% 10%
0.2 12% 8%
0.1 14% 6%

K̂ 10% 10%
σ 2.2 2.2

Cov(FG) = 
i=1
(KAi - K̂ A ) x (KBi - K̂ B ) x pi

= (6-10)(14-10)(0,1) + (8-10)(12-10)(0,2) + (10-10)(10-10)(0,4) + (12-10)(8-


10)(0,2) + (14-10)(6-10)(0,1)
= - 4,8.

O sinal negativo indica que as taxas de retorno sobre as acções F e G tendem


a se movimentarem em direções opostas.

Ë difícil interpretar a magnitude do termo da covariância, de forma que uma


medida estatística relacionada, coeficiente de variação, é em geral utilizada
para grau em que as duas variáveis se movimentam juntas. O coeficiente de
correlação, r, calculado como se segue para as variáveis A e B.

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Cov ( AB )
Cálculo do Coeficiente de correlação (r) = rAB =
 A B
O coeficiente de correlação entre as acções F e G é − 1

rFG = − 4,8 = −1, Estas duas acções são vistas como tendo uma
(2,2)(2,2)
correlação perfeitamente negativa.

5.19. Modelo CAPM – Modelo de Precificação de Activos de capital

É um modelo desenvolvido para analisar as relações existentes entre o risco


e as taxas retorno de activos quando estão agrupados num portfólio bem
diversificado. Compara o risco do mercado e a taxa de retorno requerida.

5.19.1. Pressupostos do Modelo CAPM

1º Todos investidores têm o mesmo período esperado para maximizar o


valor esperado quando escolhe portfólio como alternativa do investimento
individualizado de cada elemento do portfólio;

2º. Todos os investidores podem vender ou comprar um número ilimitado


de activos à uma dada taxa de juro livre de risco sem restrições de qualquer
espécie;

3º. As expectativas dos investidores são homogéneas, quer dizer, qualquer


um tem a mesma estimativa do valor esperado, a variância e a co-variância
dos retornos;

4º. Todos os activos são perfeitamente divisíveis e perfeitamente líquidos e


não há custos de transação;

5º. Não há imposto;

6º. Os investidores assumem que a compra e venda não afectarão os preços


das acções, isto é, o preço é dado do mercado a ser assumido por cada
investidor;

101
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 3º Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

7º. A quantidade de todos activos é dada e fixa;

Com o Modelo CAPM é possível medir o risco de qualquer activo através do


coeficiente Beta (β). Sendo assim, a taxa de retorno esperada no CAPM é:
K̂i = K̂ = KSR + (KM – KSR) x βi
KSR – Taxa de retorno livre de risco
KM – risco de mercado
Βi – Coeficiente Beta
KM – KSR = PRM – Prémio de risco de Mercado da carteira
(KM – KSR) x βi = PRI – Prémio de risco da acção específica constituinte da
carteira

5.20. Exercícios desta Unidade

Sumário

Nesta Tema 5 estudamos e discutimos fundamentalmente vinte e três itens


em termos de custo de capital:

Unidade Temática 5.1.Definição de custo de capital


Unidade Temática 5.1.1.Custo de Capital, Kd (1-T)
Unidade Temática 5.1.2. Custo da Acção Preferencial, Kp
Unidade Temática 5.2.Comparando o Benefício Fiscal: Capital Alheio Acções
Preferenciais
Unidade Temática 5.3.Custo dos Lucros Retidos
Unidade Temática 5.4.Bases de Determinação de Proporções
Unidade Temática 5.4.1. Proporções históricas ou Pesos históricos
Unidade Temática 5.4.2.Peso baseado no Valor Contabilístico
Unidade Temática 5.5.Alterações no Custo Médio Ponderado de Capital
(Custo Marginal de Capital) Erro! Marcador não definido.
Unidade Temática 5.6.Rupturas no esquema do CMC
Unidade Temática 5.6.1.Outras Rupturas no Esquema do CMC

102
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Unidade Temática 5.7.Risco e Taxa de Retorno


Unidade Temática 5.7.1Retornos dos Investimentos
Unidade Temática 5.7.2.Conceituação
Unidade Temática 5.8.Distribuição de Probabilidade e Taxa de retorno
Esperada
Unidade Temática 5.8.1.Distribuição de Probabilidade
Unidade Temática 5.9.Taxa de Retorno Esperada
Unidade Temática 5.10.Risco e Incerteza
Unidade Temática 5.11.Medição de Risco Isolado: O Desvio Padrão
Unidade Temática 5.12.Medição do Risco Isolado: o Coeficiente de Variação
Unidade Temática 5.13.Risco em um Contexto de Carteira
Unidade Temática 5.14.Retornos de Carteira
Unidade Temática 5.15.Risco de uma Carteira
Unidade Temática 5.16.Risco Diversificável Versus Risco do Mercado
Unidade Temática 5.17 Medição do Risco da Carteira
Unidade Temática 5.18.Covariância e o Coeficiente de Correlação
Unidade Temática 5.19.O Modelo CAPM – Modelo de Precificação de
Activos de capital
Unidade Temática 5.19.1.Pressupostos do Modelo CAPM
Unidade Temática 5.20.Exercícios desta Unidade

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)

1. Conceitue o custo de Capital


2. Debruce sobre os pressupostos do modelo CAMP
3. Distinga a Co-variância do Coeficiente de Correlação

4. Descreva o efeito do Risco Diversificável e do Risco do Mercado

5. Diferencie os conceitos risco e incerteza


6. Defina o conceito Probabilidade
7. Conceitue o custo marginal

103
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 3º Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

8. Qual é a relação existente entre o risco e o tempo;


9. Discuta o conceito de desvio padrão a luz do exemplo da página 105
deste manual
10. Discuta sobre os Pesos baseados no valor contabilístico e os baseados no
valor do mercado

Respostas:
1. Rever os conteúdos da página 76
2. Rever os conteúdos da página 101
3. Rever os conteúdos da página 99
4. Rever os conteúdos da página 98
5. Rever os conteúdos da página 92
6. Rever os conteúdos da página 86
7. Rever os conteúdos da página 81
8. Rever os conteúdos da página 95
9. Rever os conteúdos da página 93
10. Rever os conteúdos da página 79

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Com respostas sem detalhes)

Escolha apenas uma alternativa correcta para todas questões


1. O risco de uma carteira, a qual pode ser tratada como um activo
individual mantido isoladamente, é medido pelo:
a) Factor tempo
b) Factor
c) Desvio padrão
d) Nenhuma das alternativas

2. As acções da 4Ms crescem a uma taxa constante de 7% ano. A acção


ordinária é vendida por 1265 cada, seu último dividendo foi de 110 e a

104
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 3º Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

empresa pagará um dividendo de 117,70 no final do ano corrente.

Usando a abordagem do fluxo de caixa descontado, qual é o custo do


capital próprio?
a) 16,3%
b) 15%
c) 14%
d) 15,5%

3. Se o beta De uma dada empresa é de 1.6, a taxa livre de risco é de 9% e


o retorno esperado do mercado é de 13%, qual será o custo de capital
próprio, usando a abordagem do CAPM?
a) 13 %
b) 15%
c) 18%
d) 15,4%

4. Quanto capital adicional a empresa Somália Lda pode obter antes que
tenha que emitir novas acções (por outras palavras, determine o ponto
critico dos lucros retidos)
a) 20.000,00
b) 12.000,00
c) 14.000,00
d) 1.178.571,43

5. Qual é o CMPC quando a empresa Somália satisfaz as suas necessidades


de capital próprio com lucros retidos é:
a) 11,27%
b) 12%
c) 13%
d) 10%

GRUPO – 3 (Exercícios de GABARITO)


1. Se juntar mais acções, ao acaso, ao portfólio (Carteira), qual das

105
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 3º Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

afirmações seguintes é a mais verídica em relação ao desvio padrão


do portfólio (σp). Justifique a sua resposta.
a) σp permanecerá constante.
b) σp diminuirá até zero, se forem tomadas acções em número
suficiente.
c) σp vai depender da composição das acções.

2. Comente a seguinte afirmação: “o custo marginal do capital (CMC) é


definido como sendo o custo da última unidade monetária nova que
a empresa capta, e o custo marginal se eleva á medida que mais e
mais capital é captado em determinado período”

3. A empresa Somália Lda, tem a seguinte estrutura de capital que


considera óptima:

Divida 25%
Acções Preferenciais 5%
Acções Ordinárias 70%

Esta empresa espera obter no final deste ano 1.500.000 de lucros


líquidos; o seu rácio de dividendo é de 45%; a sua taxa de imposto é de
32%; e os investidores esperam que os resultados e dividendos cresçam
a uma taxa constante de 6% no futuro.

A empresa pagou um dividendo relativo a 2007 de 3.000 mts por acção e


as suas acções vendem-se neste momento a 50.000 mts cada.

Para obter novos capitais a empresa tem as seguintes possibilidades:


As acções ordinárias teriam um custo de emissão de 10%;
Acções Preferenciais – novas acções preferenciais poderiam ser
vendidas ao público ao preço de 100.000 mts por acção com um
dividendo de 11.000 mts. Os custos de emissão seriam de 5.000
mts por acção.

106
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 3º Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

A Divida pode ser contraída a uma taxa de juro de 12%.


Determine os custos da divida, acções preferenciais, lucros retidos e
novas acções ordinárias

107
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 3º Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

VI- Analise das decisões de investimento de longo prazo

Unidade Temática 6.1. Carácter estratégico dos investimentos


Unidade Temática 6.1.1. Perfil de um projecto de investimento
Unidade Temática 6.2.Os métodos de avaliação económica de um projecto
de investimento
Unidade Temática 6.3. Classificação de Projectos de investimento
Unidade Temática 6.4. Critérios clássicos de avaliação de investimento
Unidade temática 6.4.1. Pay Back Period (Período de Recuperação do
Investimento)
Unidade temática 6.4.2. Pay Back Descontado
Unidade temática 6.4.3. Valor Actual Líquido (VAL Ou NPV)
Unidade temática 6.4.4. Taxa Interna De Retorno (TIR OU IRR)
Unidade temática 6.5. Comparação dos métodos do VAL e da TIR
Unidade temática 6.6.Projectos Independentes
Unidade temática 6.7.Projectos Mutuamente Exclusivos
Unidade Temática 6.8. Exercícios desta Unidade

Objectivos: Analisar o processo de decisão e orçamento dos projectos de investimento empresarial

Introdução
Em consequência, dada a relevância estratégica das decisões de
investimento, é de interesse, em primeiro lugar, definir o que se entende
por tal em linguagem normal dirigente.

Quando uma empresa adquire um terreno, um estabelecimento, uma


máquina de maior ou menor complexidade, um caminhão ou qualquer outro
bem de equipamento, diz-se que realiza um investimento. Estes activos
fazem parte da imobilização material ou tangível.

Ou seja, quando na linguagem empresarial, se fala em investir ou de fazer


um investimento, normalmente se fala da aquisição de algum activo fixo que

108
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 3º Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

requeira financiamento uma imobilização de fundos por longo tempo. A


diferença fundamental dessa operação de fundos perante as outras de mais
rápida recuperação está no seu carácter eminentemente estratégico para a
empresa.

Tudo isso faz com que o plano de investimentos a ser elaborado pela
empresa com as opções e projectos selecionados se converta em um dos
planos mais relevantes do processo de planeamento estratégico. É evidente
que, em muitos casos, uma desacertada selecção dos projectos de
investimos pode pôr em risco o desenvolvimento do futuro empresarial.

6.1. Carácter estratégico dos investimentos

Duas são as principais razões para que se deva atribuir um carácter


estratégico aos investimentos.

1. São acentuadamente irreversíveis: ao menos do ponto de vista


econômico, pois uma vez efectuado um investimento, sua liquidação
pode ser difícil, e raras são as vezes que se consegue sem incorrer em
altos custos.
2. Exigem elevadas quantias de recursos: em relação com os que a
empresa dispõe, daí a importância de se efectuarem os
investimentos adequados ser decisiva.

Quando se trata de somas pequenas, em comparação com o tamanho da


empresa, frequentemente nem se consideram investimentos: simplesmente
são tratadas como gastos do período.

Os investimentos implicam sempre quantidades importantes e, às vezes,


tanto que podem chegar a decidir o futuro da empresa. Daí a necessidade
de, nesses casos, se efectuar uma profunda análise de risco.

109
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 3º Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

Conclusão
Cabe indicar que a função de investir, em qualquer empresa, torna-se uma
área crítica para seu êxito a longo prazo e, por isso, exigindo um controle
rigoroso em suas fases de planeamento e execução. O êxito contínuo da
empresa, depende de sua capacidade para gerar novas actividades que
deem continuidade às existentes, conforme se esgotem estas, substituindo-
as mediante o desenvolvimento de novos projectos.

6.1.1. Perfil de um projecto de investimento

Do ponto de vista conceptual, a análise económico-financeira consistirá,


basicamente, na elaboração de uma série de previsões que concernem, por
uma parte, às necessidades de fundos que o investimento absorverá em seu
conjunto ao longo do tempo, e, por outra, aos fundos que ele irá gerando
conforme vá se desenvolvendo a actividade a ela associada.

Por diferença entre ambas as previsões, estima-se qual será o movimento de


fundos que o projecto de investimentos produzirá, no caso de ser
implementado, ao longo de um horizonte temporal previamente
determinado, que coincide normalmente com a vida útil do investimento.
Tal movimento de fundos ou fluxos de caixa das operações derivadas do
investimento é a base para efectuar a avaliação económica desse
investimento.

Assim, por uma perspectiva eminentemente financeira, que é a que mais


nos interessa, um projecto de investimento se traduzirá em uma série de
fluxos negativos: custos de investimento, mais despesas de exploração, etc.,
e por outro lado, por uma série de fluxos positivos: receitas por exploração,
produtos de cessão de imobilizado, etc.

110
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6.2. Os métodos de avaliação económica de um projecto de investimento

Entre os métodos para avaliar economicamente um projecto de


investimento, há 2 tipos: os estáticos e os dinâmicos. Os primeiros são
aqueles que não consideram, para fazer a análise, nem o valor cronológico
nem o valor aquisitivo do dinheiro.

Métodos estáticos: não levam em conta os momentos em que se produzem


os diversos fluxos de caixa. O dinheiro percebido em momentos diferentes
recebe um mesmo tratamento. A consequência é que todos esses métodos
são práticos e simples de aplicar, mas podem ser mal interpretados. São
métodos aproximados que apresentam grandes limitações.

Métodos dinâmicos: consideram os momentos em que se produzem os


fluxos de caixa, que se fazem comparáveis actualizando-os todos a um
mesmo dado. Estes procedimentos são muito mais preciosos e comportam a
vantagem fundamental de permitirem serem comparados com toda a
problemática do custo de capital.

Ainda que sejam vários os métodos a utilizar sob qualquer de ambas as


modalidades, por efeitos práticos, nos limitaremos a expor 3 deles, por
entendermos serem os mais utilizados pelos dirigentes empresariais. Estes
métodos são:

Os métodos de avaliação económica


- O período reembolso (pay back)
- O valor actual líquido (VAL)
- A taxa interna de rentabilidade (TIR).

Estando ligado o primeiro á mediação da liquidez e os dois seguintes a


avaliar a rentabilidade de cada projecto de investimento.

111
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6.3. Classificação de Projectos de investimento


a) Quanto ao objectivo a atingir
(i) Investimento de inovação e de modernização: Estes tem por
objectivo a redução dos custos de produção e/ou de
funcionamento ou e introdução de novos produtos ou
aperfeiçoamento dos já produzidos de forma a manter ou
melhorar o seu mercado. São investimentos em novos
equipamentos dotados, de princípio, de novas tecnologias para
produzir mais e melhor com os mesmos ou com menores custos.

(ii) Investimento de Substituição ou de Renovação: São levados a


cabo para a substituição de equipamentos usados e obsoletos por
equipamento análogo ou mais moderno.

(iii) Investimento de expansão: Tem em vista aumentar a capacidade


de oferta de produtos existentes ou para expandir (pontos de
venda e distribuição) em mercados que estão sendo actualmente
explorados. Exige-se aqui um planeamento adequado do nível de
crescimento de demanda.

(iv) Investimentos Estratégicos: Estes são levados a cabo para reduzir


os riscos da empresa, promovendo condições mais favoráveis ao
desenvolvimento e êxito da empresa. Investimento com
diversificação de actividades, integração vertical de forma
absorver margens e ganhar dimensão ou ainda em acções de
carácter social podem reduzir os riscos da empresa com benefícios
ma melhoria de condições de trabalho e de produtividade.

(v) Investimentos de segurança e/ou ambientais: São necessários por


recomendações governamentais, acordos sindicais ou com intuito
de reparar eventuais danos causados ao ambiente ou à sociedade.

112
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 3º Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

São também conhecidos por investimentos que não produzem


receitas se olharmos o investimento linearmente. Porém, são de
extrema importância para polir o nome da empresa diante da
sociedade, colaboradores e para o Estado, provendo dessa forma
ganhos indirectos.

b) Quanto a relação entre os diferentes projectos de investimento


(i) Investimentos independentes: Os benefícios esperados para um
dado projecto não se alteram quer um segundo projecto seja
aceite ou não. Exemplificando, o investimento no Projecto A
deve ser tecnicamente possível com ou sem a realização do
Projecto B.

(ii) Investimentos dependentes (ou compatíveis): A realização de um


pode afectar os resultados de outro ou outros. Isto é, os
benefícios esperados de um projecto são afectados pela decisão
de aceitar ou rejeitar um outro projecto. Se a decisão de um
projecto afectar o acréscimo dos lucros ou o decréscimo das
despesas do outro, então diz-se que são projectos dependentes
e complementares. Se, pelo contrário, a decisão de investimento
vai afectar o decréscimo de lucro ou o acréscimo de despesas de
um outro projecto, então, diz-se que constitui um investimento
substituto ou concorrente desse outro.

(iii) Investimentos incompatíveis ou mutuamente exclusivos: Aqueles


cuja realização conjunta é tecnicamente impossível, e os
benefícios esperados com a realização de um projecto são
imediatamente absorvidos com a realização do outro.

c) Quanto a distribuição temporal das receitas e despesas


(i) Investimentos convencionais: Aqueles em que há uma fase de
investimento (despesas maiores que as receitas – normalmente

113
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nos anos iniciais) e fase seguinte em que as receitas são sempre


maiores que as despesas.

(ii) Investimentos não convencionais: Nestes estamos perante


situação de fluxos de caixa ora negativos ora positivos em
qualquer momento de vida do projecto. Isto é, temos fases em
que há despesas de investimento (despesas maiores que as
receitas), depois temos fases intercalares em que as receitas são
maiores que as despesas e nos períodos seguintes voltamos a ter
fases em que as despesas são maiores que as receitas (acontece
normalmente em projectos cujo investimento é realizado de
forma faseada e distribuído por vários períodos).

6.4. Critérios clássicos de avaliação de investimentos

(Métodos científicos)

6.4.1. PAY BACK PERIOD (Período de Recuperação do Investimento)

Define-se como o período de tempo necessário para que os fundos gerados


pelo projecto atinjam o montante necessário para a sua implementação, ou
seja, o período necessário para recuperação do investimento.

Passos para o seu cálculo.


I. Calcular os Cash-flows acumulados do projecto mediante a soma
ao longo dos anos;
II. Identificar ao ano em que ocorre a mudança de sinal (de negativo
para positivo);
III. Adicionar ao ano anterior à mudança, o quociente entre o último
valor negativo e o valor do ano imediatamente a seguir.

Exemplo: Sejam dados dois projectos A e B, com respectivos cash-flows


abaixo

114
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Tabela 6.4.1. Decisões de escolha de os projectos usando payback


Ano Projecto A Projecto B
(Em contos)
0 (1.500) (1.500)
1 750 500
2 400 250
3 450 450
4 350 500
5 250 100

Cash-Flow Acumulado

Projecto A Projecto B
(1.500) (1.500)
(750) (1.000)
(350) (750)
100 (300)
450 200
700 300

Payback
2,78 3,60

350 300
Payback A = 2 + = 2,78 Payback B = 3 + = 3,60
450 500

Critério de decisão
Quanto menor o payback de um projecto, melhor é esse projecto. Isto
significa simplesmente que o investidor precisa de menos tempo para
recuperar o investimento realizado.

Este critério é similar ao payback comum, havendo diferença por, este caso,
se ter em conta o custo de oportunidade do investimento.

6.4.2. PAY BACK DESCONTADO

Este critério é similar ao payback comum, havendo diferença por, este caso,
se ter em conta o custo de oportunidade do investimento.

115
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Desta forma, pode-se definir o payback descontado ou actualizado como o


número de anos (período de tempo) necessários para recuperar
investimento inicial a partir de cash-flows actualizados.

Passos para o seu cálculo


Actualizar os cash-flows para o momento inicial (período 0) à taxa de custo
de oportunidade de investimento. A actualização, tal como se definiu antes,
é feita aplicando o factor de actualização de juros a cada um dos cash-flows,
donde que:

C − Fn
O cash-flow actualizado =
; onde: C – Fn – cash-flow do ano n
(1 + i) n
i. – custo de oportunidade

Exemplo: Recorrendo-se aos dados do exemplo anterior, com um custo de


oportunidade de 10% ao ano, teremos:

Payback actualizado

3,63 > 5 anos


Papayback

Critério de decisão:
O critério de decisão é o mesmo que o do payback comum.

Como se pode depreender, o payback tem uma característica de beark-


even-point porque procura encontrar o momento em que as entradas de
caixa equilibram as saídas.

Importância e interpretação do pay back


O payback tem sido utilizado tanto como indicador de liquidez como de
risco.

116
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i. Liquidez: Quando atingimos o período do pay back, os fundos


gerados pelo projecto corresponderão a dinheiro excedente e por
isso, o projecto terá maior grau de liquidez

ii. Risco: Um payback reduzido indica um menor risco, porque a


incerteza sobre fenómenos económicos não constituirá motivo de
preocupação visto que o projecto terá recuperado, pelo menos,
montante investido.

Este critério apresenta inconveniente de não ter em conta o cash – flows


gerados depois de recuperado o investimento total, o que torna
desaconselhável a sua aplicação na análise de viabilidade de projectos de
médio e longo prazos.

6.4.3. VALOR ACTUAL LÍQUIDO (VAL ou NPV)

Define-se o VAL como sendo a soma do valor actualizado dos cash-flows


futuros esperados à taxa de custo de oportunidade. Isto é, este indicador
tem em conta o valor do dinheiro no tempo.

Passos para o seu cálculo


i. Calcular os valores actualizados dos cash-flows do projecto à taxa do
custo de oportunidade;
ii. Somar estes valore actualizados.

Matematicamente, teríamos:
n
C − Fi
VAL =   I ; Para C-F iguais teremos
t =1 (1 + i )t o
1
1−
n
1 (1 + i )n

t =1 (1 + i )
t
=
i
Ou

117
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 3º Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

VAL =  I o +
C − F1
+
C − F2
+ ... +
C − F
= x
(1 + i ) o
(1 + i )1
(1 + i ) 2
(1 + i )

Do exemplo anterior, para o projecto A, teríamos o VAL seguinte:

− (1.500) o
VAL = +
750 400 450 350 250
1+ 2+ 3+ 4+ = 244 contos
(1 + 10%) o
(1 + 10% ) (1 + 10%) (1 + 10%) (1 + 10%) (1 + 10%) 5

Interpretação dos resultados

O valor de VAL de uma firma é constituído pelo valor das duas partes. Se a
forma aceita um projecto com VAL=0, a riqueza dos accionistas manter-se-á
constante. Isto é, a firma torna-se maior pelos investimentos realizados mas
o valor das acções permanecerá constante. Em oposição, o valor da firma
tornar-se-á maior juntamente com a riqueza dos accionistas, se adoptar
projectos com o VAL> 0.

6.4.4. TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR ou IRR)

A TIR é definida como sendo, a taxa de custo de oportunidade que permite


obter a igualdade entre o valor presente dos cash-flows e o investimento
inicial. Isto é, a TIR é a taxa que aplicada aos cash-flows resulta um VAL nulo
(VAL = 0)

A TIR é dada pela seguinte fórmula matemática:


n
R o = 0 ; ou  n
R t o

TIR = 
i
−I i
=I
(1 + k) (1 + k )
t
t =1 t =1

Ou

 Io C − F1 C − F2 + • • • + C − F
VAL = 0  o + 1 + =0
(1+ TIR ) (1+ TIR ) (1+ TIR )2 (1+ TIR )

118
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 3º Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

Graficamente teremos:

VAL

TIR

i. (Taxa de actualização)

Lembre-se que a TIR é definida como a taxa de desconto em que o VAL de


um projecto é igual a zero. Portanto, o ponto é que o gráfico do VAL cruza o
eixo horizontal indica a taxa de interna de retorno do projecto.

Critério de decisão
Porque a taxa de desconto particular que iguala o custo de um projecto com
o valor presente de seus recebimentos é tão especial? Porque a TIR sobre
um projecto é a sua taxa de retorno esperada, e se a taxa interna de retorno
superar o custo dos recursos empregados para o financiar o projecto, um
superávit permanece depois de pagamento do capital, esse superávit para
os accionistas da empresa. Portanto, podemos assumir que um projecto cujo
TIR supera o seu custo de capital expande a riqueza para accionistas.

Por outro lado, se a taxa interna de retorno é inferior ao custo de capital, a


adopção do projecto impõe um custo aos accionistas actuais e se a TIR for
igual ao custo de oportunidade, nenhum valor adicional resultaria para a
firma. Isto é, o VAL resultaria igual a zero.

Método de cálculo da TIR

a) Com recurso a uma calculadora financeira


(SHARP EL-733A) segundo os seguintes passos:

119
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 3º Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

 Activar o FIN mode, de modo que a calculadora assuma os “Financial


calcutions”, imprimindo as teclas 2ndF (em amarelo) e seguida da
MODE (a vermelho);

 Introduzir os C-F na ordem cronológica, neste caso do ano zero a ano 5;

 Introduzir o “n”= 5;

 Imprimir a tecla COMP de modo que a calculadora assuma os dados


introduzidos e realizar a operação matemática; e

 Imprimir a tecla IRR e, passados alguns segundos, a calculadora


encontra a TIR que iguala o VAL a zero.

Dos projectos anteriores temos as seguintes taxas:


Projecto A, TIR = 17,5% ao ano;
Projecto B, TIR = 7,2% ao ano.

Sabendo que o nosso custo de oportunidade (i) é 10% ao ano, podemos


constatar que seguindo este critério para avaliação de projectos, escolher-
se-á o projecto A, pois a TIR é maior que o custo de oportunidade i.

b) Com recurso à interpolação linear


Na prática, calcula-se a TIR por processos interativos. No mais simples,
determinam-se por tentativas dois valores actuais líquidos (VAL),
respectivamente um positivo e outro negativo, correspondentes a dois
valores de taxa de actualização (i) tão próximos quanto possível, o sendo o
valor da TIR, determinado por interpolação. Lembrar que quanto maior for a
taxa i menor é o VAL. Assim, teríamos:

TIR = i1 + (i2 − i1 ) VAL1


VAL1 + VAL2

Onde: i1 – a taxa para a qual o VAL > 0;


i2 – a taxa para a qual o VAL < 0;
V AL1 – Valor actual líquido positivo;
VAL2 – Valor actual líquido negativo.

120
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Do nosso exemplo anterior para o projecto A teríamos:

Factor de Factor de
Anos Cash-flow VAL1 VAL2
actualização actualização
15% 18%
A B C D=BxC E F=BxE
0 (1.500) 1,000 (1.500) 1,000 (1.500)
1 750 0,870 652,17 0,847 635,59
2 400 0,756 302,46 0,718 287,27
3 450 0,658 295,88 0,609 273,88
4 350 0,572 200,11 0,516 180,53
5 250 0,497 124,29 0,437 109,28

VAL 74,92 (13,45)

Ano 3:
Donde TIR dada pela formula:
1 = 0,6575
(1 + 15%) 3

(18% −15%)  74,92


TIR = 15% + = 17,5% ao ano
74,92 + −13,45

6.5. Comparação dos métodos do VAL e da TIR

Em muitos aspectos, o método do VAL é melhor do que o da TIR, de forma


que é tentador explicar apenas o do VAL, afirmando que ele deveria ser
usado para seleccionar projectos de investimento.
Perfil do VAL

Um gráfico que relaciona o VAL de um projecto com a taxa de desconto


usada para calcular o VAL é definido como o perfil do VAL.
Seja dados dois projectos:
Fluxo de caixa Líquidos
Esperados Pós-imposto C-F
Ano Projecto C Projecto L
0 (1.000) (1.000)
1 500 100
2 400 300
3 300 400
4 100 600

121
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Para elaborar os perfis, primeiramente observamos que, a uma taxa de


desconto zero, o VAL é simplesmente o total dos fluxos de caixa não
descontado do projecto, assim, a uma taxa de desconto de zero VALC = 300 e
VALL = 400. Em seguida calculamos os VAL’s dos projectos em três taxas de
desconto 5%, 10% e 15% e assim traçamos as linhas.

Custo de capital VALC VALL


0% 300 400
5 180,42 206,50
10 78,82 49,18
15 (8,33) (80,14)

Lembre-se que a TIR é definida como a taxa de desconto em que o VAL de


um projecto é igual a zero. Portanto, o ponto é que o perfil do VAL cruza o
eixo horizontal indica a taxa de interna de retorno do projecto.

Calculando o TIR e VAL dos dois projectos a uma taxa de 10% teremos:
TIR VAL
C 14,5% 78,82
L 11,8% 49,18

VA
L

400
Perfil do VAL Projecto L
300

Taxa de cruzamento = 7,2

Perfil do VAL Projecto C

7,2 11,8% 14,5%


Custo de Capital

TIRL TIRC

122
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Podemos verificar na figura acima que os perfis dos VAL’s dos Projectos L e C
declinam à medida que aumenta a taxa de desconto. Também observa-se
que o Projecto L tem o VAL mais alto a baixas taxas de desconto, ao passo
que o VAL do Projecto C supera o VAL do Projecto L se a taxa de desconto
for maior do que a taxa de cruzamento de 7,2%.

Observe também que a VAL do Projecto L é “mais sensível” a mudanças na


taxa de desconto do que o VAL do Projecto C, isso significa que o perfil do
VAL do Projecto do L tem inclinação mais aguda

Para ver porque o Projecto L tem maior sensibilidade, verifique que os fluxos
de caixa do Projecto C são recebidos mais rapidamente do que do Projecto L
– sentido de payback, C é projecto de curto prazo enquanto L é projecto de
longo prazo.

O impacto de um aumento na taxa de desconto é muito maior nos fluxos de


caixa distantes do que de curto prazo. Para ilustrar, considere o seguinte:
100
VAL de 100 depois de 1 ano a taxa de 5% = = 95,24
(1 + 0,05)1

100
VAL de 100 após 1 ano a taxa de 10% = = 90,91
(1 + 10%)1

Declínio percentual = 95,24 − 90,91 = 4,5%


95,24
100
VAL de 100 após 20 anos a taxa de 5% = = 37,69
(1 + 0,05) 20

100
VAL de 100 após 20 anos a taxa de 10% = = 14,86
(1 + 10%) 20

Declínio percentual = 37,69 −14,86 = 60,6%


37,69
Assim, um aumento de 5 pontos percentuais na taxa de desconto causa um
declínio de apenas 5% no VAL de fluxo de caixa de 1 ano, mas o mesmo
aumento de 5 pontos percentuais na taxa de desconto faz com que o VAL de
20 anos caia em mais de 60%.

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 3º Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

6.6. Projectos Independentes

Se dois projectos são independentes, então os critérios do VAL e do TIR


sempre levam a mesma decisão de aceitação ou rejeição: se o VAL diz
“aceito”, a TIR também diz “aceito”.

6.7. Projectos Mutuamente Exclusivos

Agora suponha que os Projectos C e L são mutuamente exclusivos, em vez


de independentes, isto é, podemos optar pelo Projecto C ou L ou podemos
rejeitá-los mas não podemos aceitá-los juntos.

Observando a figura de perfil dos VAL’s acima, podemos notar que quanto
mais o custo de capital é maior do que a taxa de cruzamento de 7,2%, o VAL
do Projecto C é maior do que o VAL do Projecto L e a TIR de C também
supera a TIR de L, portanto, se custo de capital é maior do que a taxa de
cruzamento, os dois projectos levam a mesma decisão.

Entretanto, se o custo de capital é inferior que a taxa de cruzamento, o


método VAL classifica o Projecto L mas o método TIR afirma que o Projecto C
é o melhor. Assim há um conflito se o custo de capital for inferior a taxa de
cruzamento. Que Projecto a escolher nestes casos? A lógica sugere que o
método do VAL é o melhor, já que selecciona o Projecto que mais aumenta a
riqueza dos accionistas.

Há duas condições básicas que fazem com que os perfis de VAL se cruzem e,
assim, podem causar conflito entre o VAL e a TIR, sendo:

1. Quando há diferenças de tamanho (ou escala) do projecto,


significando que o investimento em um projecto é maior que no
outro;

124
ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 3º Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

2. Quando há diferenças de timing, significando que o timing dos fluxos


de caixa a partir dos dois projectos difere de tal forma que a maioria
dos fluxos de caixa de um projecto chega nos primeiros anos e e a
maioria dos fluxos de caixa do outro projecto chega nos últimos anos
como ocorreu nos Projectos L e C.

Projecto A Projecto B
Ano
C-F C-F C-F C-F
C-F C-F
Actualizado Acumulado Actualizado Acumulado
(Em contos) (Em contos)
0 (1.500) (1.500) (1.500) (1.500) (1.500) (1.500)
1 750 682 (818) 500 455 (1.045)
2 400 331 (487) 250 207 (838)
3 450 338 (149) 450 338 (500)
4 350 239 90 500 341 (159)
5 250 155 244 100 62 (97)

6.8. Exercícios desta Unidade

Sumário
Nesta Tema 6 estudamos e discutimos fundamentalmente 11 itens em
termos de decisões de investimento de longo prazo:
Unidade Temática 6.1. Carácter estratégico dos investimentos
Unidade Temática 6.1.1. Perfil de um projecto de investimento
Unidade Temática 6.2.Os métodos de avaliação económica de um projecto
de investimento
Unidade Temática 6.3. Classificação de Projectos de investimento
Unidade temática 6.4.1. Pay Back Period (Período de Recuperação do
Investimento)
Unidade temática 6.4.2. Pay Back Descontado
Unidade temática 6.4.3. Valor Actual Líquido (VAL Ou NPV)
Unidade temática 6.4.4. Taxa Interna De Retorno (TIR OU IRR)
Unidade temática 6.5. Comparação dos métodos do VAL e da TIR
Unidade temática 6.6.Projectos Independentes

125
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Unidade temática 6.7.Projectos Mutuamente Exclusivos


Unidade Temática 6.8. Exercícios desta Unidade

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)


1. Debruce sobre os seguintes aspectos:
1. Descreva o carácter estratégico do investimento
2. Debruce sobre a taxa interna de retorno
3. Quais são as duas condições básicas que fazem com que os perfis
de VAL se cruzem
4. Faça uma análise comparativa entre o VAL e o TIR qual delas e o
melhor indicador
5. Refira-se aos passos para o cálculo do VAL
6. Defina o Período de Recuperação do Investimento
7. Fale da importância e interpretação do pay back
8. Entre os métodos para avaliar economicamente um projecto de
investimento, há dois o estático e o dinâmico distinga-os.
9. Explique como é feito o processo de decisão usando o pay back
10. Qual é o perfil do VAL olhado o exemplo da página 138

Respostas:
1. Rever os conteúdos da página 109
2. Rever os conteúdos da página 118
3. Rever os conteúdos das páginas 122
4. Rever os conteúdos das páginas 121
5. Rever os conteúdos da página 117
6. Rever os conteúdos da página 114
7. Rever os conteúdos das páginas 116
8. Rever os conteúdos das páginas 111
9. Rever os conteúdos da página 114
10. Rever os conteúdos da página 121

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Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Com respostas sem detalhes)

Escolha apenas uma alternativa correcta para todas questões

1. A TIR é definida como sendo:


a) A taxa de custo de oportunidade que permite obter a igualdade
entre o valor presente dos cash-flows e o investimento inicial
b) Rentabilidade dos projectos
c) A taxa de investimento inicial
d) Nenhuma das alíneas
2. Define-se o VAL como sendo:
a) Taxa interna de retorno
b) A soma do valor actualizado dos cash-flows futuros esperados à
taxa de custo de oportunidade
c) Valor descontado dos cash-flows
d) Todas acima
3. Há duas condições básicas que fazem com que os perfis de VAL se
cruzem e, assim, podem causar conflito entre o VAL e a TIR, sendo:
a) A soma do valor actualizado dos cash-flows futuros esperados à
taxa de custo de oportunidade
b) Quando há diferenças de tamanho
c) Quando há diferenças de timing
d) b) e c)
4. Quando atingimos o período do pay back, os fundos gerados pelo
projecto corresponderão a dinheiro excedente e por isso, o projecto terá
maior grau:
a) De risco
b) De liquidez
c) Solvabilidade
d) Nenhuma das alternativas

127
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5. Quando há diferenças de tamanho ou escala entre o TIR e o VAL


significa:
a) Que o investimento em um projecto é maior que no outro;
b) Maior risco
c) Maior liquidez
d) Todas acima

Exercícios de Fim de Modulo

1. Os pagamentos incluem todos os desembolsos de caixa nos períodos


cobertos os mais comuns são:
a) Pagamento de dividendos
b) Aluguer
c) Ordenados e salários
d) Todas acima
2. O orçamento de caixa possibilita o gestor:
a) Planear suas necessidades de Caixa a curto prazo
b) Dar atenção ao planeamento de excessos e défice de caixa
c) Ambas a) e b) estão correctas
d) Nenhuma esta correcta
3. Uma empresa que espera um excesso de caixa pode:
a) Planear aplicações a curto prazo, enquanto outra com défice de
caixa deve providenciar financiamento a curto prazo Planear suas
necessidades de Caixa a curto prazo
b) Dar atenção ao planeamento de excessos e défice de caixa
c) Ambas a) e b) estão correctas
d) Nenhuma das alternativas
4. Orçamento de caixa dá ao gestor financeiro:
a) Uma visão clara da época em que ocorrerão recebimentos e
pagamentos previstos durante um determinado período.
b) Planear aplicações a curto prazo, enquanto outra com défice de
caixa deve providenciar financiamento a curto prazo Planear suas
necessidades de Caixa a curto prazo

128
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c) Dar atenção ao planeamento de excessos e défice de caixa


d) Todas acima
5. Os componentes mais comuns de recebimentos são:
a) Vendas a vista, cobranças de vendas a crédito e outros
recebimentos.
b) Factores que afectam o preço de dinheiro
c) Cobranças
d) Créditos
6. O ciclo de caixa refere-se:
a) Número de vezes que o tesoureiro faz retiradas financeiras;
b) Os principais factores que afectam o preço de dinheiro;
c) O período de tempo que vai desde os desembolsos para adquirir
os factores de produção até a cobrança do valor de venda de
produto produzido com aqueles factores comprados;
d) Nenhuma das Alternativas;
7. O Giro de caixa pode ser considerado como:
a) O número de vezes por ano (se o período de analise for ano) em
que o Caixa é efectivamente realizado ou abastecido
b) Rotação de caixa
c) a) e b)
d) Todas acima
8. Constituem recursos financeiros de exploração normais os seguintes:
1. Os créditos não titulados;
2. O crédito normal obtido dos trabalhadores da empresa;
3. Os créditos obtidos do Estado e dos organismos para estatais
não resultantes de quaisquer situações litigiosas ou de mora;
4. Todas acima
9. Com o conceito de Ciclo de Caixa pretende-se:
a) Demonstrar as implicações das estratégias de gestão de caixa
para a vida da empresa ou da tesouraria da empresa;
b) Mostrar as saídas e entradas de recursos materiais;
c) Mostrar estratégias de Gestão financeira de curto prazo;

129
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d) Nenhuma alternativa
10. Período Médio de Pagamento refere-se:
a) Ao período que a empresa requer para fazer face aos seus
compromissos de curto prazo
b) Período de pagamento dos fornecedores
c) a) e b)
d) Todas acima
11. O ciclo de caixa refere-se:
a) Número de vezes que o tesoureiro faz retiradas financeiras;
b) Os principais factores que afectam o preço de dinheiro;
c) O período de tempo que vai desde os desembolsos para adquirir
os factores de produção até a cobrança do valor de venda de
produto produzido com aqueles factores comprados;
d) Nenhuma das Alternativas;
12. O Giro de caixa pode ser considerado como:
a) O número de vezes por ano (se o período de analise for ano) em
que o Caixa é efectivamente realizado ou abastecido
b) Rotação de caixa
c) a) e b)
d) Todas acima
13. Constituem recursos financeiros de exploração normais os seguintes:
a) Os créditos não titulados;
b) O crédito normal obtido dos trabalhadores da empresa;
c) Os créditos obtidos do Estado e dos organismos para estatais
não resultantes de quaisquer situações litigiosas ou de mora;
d) Todas acima

14. Com o conceito de Ciclo de Caixa pretende-se:


a) Demonstrar as implicações das estratégias de gestão de caixa
para a vida da empresa ou da tesouraria da empresa;
b) Mostrar as saídas e entradas de recursos materiais;
c) Mostrar estratégias de Gestão financeira de curto prazo;

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d) Nenhuma alternativa
15. Período Médio de Pagamento refere-se:
a) Ao período que a empresa requer para fazer face aos seus
compromissos de curto prazo
b) Período de pagamento dos fornecedores
c) a) e b)
d) Todas acima

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 3º Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

VII - Bibliografia Recomendada

1. BRIGHAM, Eugene F.et. alli. Administração Financeira: teoria e prática.


São Paulo: Atlas, 2001.
2. DI AUGUSTINI, Carlos Alberto. Capital de Giro: análise das alternativas
fontes de financiamento. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1999.
3. NEVES. João Carvalho das. Análise Financeira: Vol. I - Técnicas
Fundamentais. Texto Editora. 2000.
4. NEVES. João Carvalho das. Avaliação de Empresas e Negócios.
McGraw-Hill. 2002.
5. CAIADO, António e GIL. Primavera. Fluxos de Caixa. Rei dos Livros.
1993.
6. MENEZES. H. Caldeira. Princípios de Gestão Financeira. 4º Edição.
Editorial Presença.
7. MOREIRA. José C. Análise Financeira das Empresas: da teoria à
prática. Porto Associação da Bolsa de Derivados do. 1997.
8. CHIAVENATO, I. Teoria geral da administração. São Paulo: Campus,
2001.
9. DOWSLEY. Administração financeira e econômica empresarial. São
Paulo: LTC, 2008.
10. PUCCINI, A. L. Matemática financeira. São Paulo: Saraiva, 2004.
11. ROSSETI, J. P. Introdução à economia. São Paulo: Atlas, 2006.
12. VIEIRA, J. D. Matemática financeira. São Paulo: Atlas. 2000
13. BULGACOV, Sérgio [organizador]. Manual de Gestão Empresarial. São
Paulo: Atlas,1999.
14. HOJI, Masakazu. Administração Financeira: uma abordagem prática:
matemática financeira aplicada, estratégias financeiras, análise
planeamento e controlo financeiro. 3.ed., São Paulo: Atlas, 2001.
15. LUNKES, Rogério João. Manual de Orçamento. São Paulo: Atlas, 2003.
16. COMPLEMENTAR
17. ASSAF NETO, Alexandre; MARTINS, Eliseu. Administração Financeira.
São Paulo: Atlas, 1995.
18. GITMAN, Laurence J.. Princípios de Administração Financeira. São Paulo:
Harbra, 1997.

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ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 3º Ano Disciplina/Módulo: Gestão Financeira e Orçamentária

19. HONG, Yuh Ching. Contabilidade e Finanças para não especialistas. São
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2003.
20. ORTOLANI, Edna Mendes. Operações de Crédito
21. COHEN, Elie. Análise Financeira. Lisboa. Editorial Presença. 1995.
22. NEVES, J.. Análise Financeira – Métodos e Técnicas, Lisboa: 6ª Edição,
Textos Editora. 1982
23. SAIAS, L., CARVALHO, R. e AMARAL, M.. Instrumentos Fundamentais De
Gestão Financeira, Lisboa: 3ª Edição, Universidade Católica Editora. 1998
24. LEME JUNIOR, A., RIGO, C. e CHEROBIM, A. Administração Financeira, Rio
De Janeiro: Editora Campus, Lda., 2002.

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