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MANUAL DO CURSO DE LICENCIATURA

EM

GESTÃO AMBIENTAL

Manual de Sistema de
Informação Geográfica

2022
UNISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
GEOGRÁFICA

Direitos de autor (copyright)

Este manual é propriedade da Universidade Aberta ISCED (UnISCED), e contém reservado


todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total deste manual, sob
quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, gravação, fotocópia ou
outros), sem permissão expressa de entidade editora Universidade Aberta ISCED (UnISCED).

A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos judiciais


em vigor no País.

Universidade Aberta ISCED (UnISCED)


Vice-Reitoria Académica
Rua Praia Couceira,Macuti
Beira - Moçambique
Telefone: +258 23 323501
Cel: +258 82 3055839

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Website:www.isced.ac.mz

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GEOGRÁFICA

Agradecimentos

A Universidade Aberta ISCED(UnISCED) agradece a colaboração dos seguintes indivíduos e


instituições na elaboração deste manual:

Autor Hélio Ernesto Divage*

Coordenação Vice-reitoria Académica do ISCED (UnISCED)

Design Universidade Aberta ISCED

Financiamento e Logística Instituto Africano de Promoção da Educação a Distancia (IAPED)

Revisão Científica Hélio Ernesto Divage

Revisão Linguística ISCED

Ano de Publicação 2017

Local de Publicação UnISCED – BEIRA

Edição IAPED – ISCED

*Mestrado em Gestão Ambiental pela Universidade Pedagógica de Moçambique e Pós-


graudado em Ensino de Geografia pela Universidade Federal de Goiás (Brasil).

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GEOGRÁFICA

Índice

Visão geral
Benvindo ao Módulo de Sistemas de Informação Geográfica
Objectivos do Módulo
Quem deveria estudar este módulo?
Como está estruturado este módulo?
Ícones de actividade
Habilidades de estudo
Precisa de apoio?
Tarefas (avaliação e auto-avaliação)
Avaliação

TEMA I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS SITEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA (SIG) 11


Unidade Temática 1.1. História dos Sistemas de Informação Geográfica. 11
Unidade Temática 1.2. O Geoprocessamento e os Sistemas de Informação Geográfica 17
Unidade Temática 1.3. Principais definições, preceitos de um SIG 23
Unidade Temática 1.4. Componentes e Aplicações de um SIG 34

TEMA II: CONCEITOS BÁSICOS DE CARTOGRAFIA PARA UTILIZAÇÃO EM SISTEMAS DE


INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA 44
Unidade Temática 2.1. Formas de Representação de Entidades Espaciais 44
Unidade Temática 2.2. Escala
Unidade Temática 2.3. Sistemas de Coordenadas e de Projecções Cartográficas 58

TEMA III: CAPTURA DE DADOS PARA SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA 67


Unidade Temática 3.1. Processo de Captura de dados para um SIG 67
Unidade Temática 3.2. Armazenamento de dados em SIG 95
Unidade Temática 3.3. Modelagem de dados em SIG 108

TEMA IV: BASE DE DADOS PARA SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA 130


Unidade Temática 4.1. Aquisição de dados espaciais 130
Unidade Temática 4.2. Entrada, manipulação e conversão de dados 147
Unidade Temática 4.3. Visualização de dados 161

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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

eral

à Disciplina/Módulo de Sistemas de Informação Geográfica

do Módulo

Ao terminar o estudo deste módulo de Sistemas de Informação


Geográfica deverá ser capaz de: Utilizar de forma plena as técnicas
de Sistemas de Informações Geográficas para planificar, colectar,
manipular, elaborar e interpretar dados geográficos oriundos de
tabelas, gráficos e, sobretudo, mapas digitais e analógicos; Ser
capazes de analisar e avaliar as imagens por via de interpretação
visual e numérica; e Aplicar as técnicas de SIG em diferentes áreas
de actuação como: agricultura, silvicultura, gestão de vida silvestre,
arqueologia, geologia, aplicações municipais, entre outras.

▪ Entender a origem e evolução dos Sistemas de Informações


Geográficas;

▪ Conhecer os princípios e conceitos teóricos sobre os Sistemas de


Objectivos Específicos Informação Geográfica;

▪ Caracterizar os componentes de um Sistema de Informação


Geográfica (SIG) e seus sub-sistemas;

▪ Ser capazes de criar banco de dados espaciais; dados em modos


vectoriais e raster;

▪ Dominar os métodos de aquisição, tratamento e integração de dados


espaciais;

▪ Aplicar as técnicas de SIG em diferentes áreas de actuação.

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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

eria estudar este módulo

Este Módulo foi concebido para estudantes do 3º ano do curso de


licenciatura em Gestão Ambiental do UnISCED. Poderá ocorrer,
contudo, que haja leitores que queiram se actualizar e consolidar
seus conhecimentos nessa disciplina, esses serão bem-vindos, não
sendo necessário para tal se inscrever. Mas poderá adquirir o
manual.

estruturado este módulo

Este módulo de Sistemas de Informação Geográfica, para


estudantes do 3º ano do curso de licenciatura em Gestão
Ambiental, à semelhança dos restantes do UnISCED, está
estruturado como se segue:

Páginas introdutórias
▪ Um índice completo.
▪ Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, resumindo
os aspectos-chave que você precisa conhecer para melhor estudar.
Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes
de começar o seu estudo, como componente de habilidades de
estudos.

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UNISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

Conteúdo desta Disciplina / Módulo


Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez
comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente
unidades. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma
introdução, objectivos, conteúdos. No final de cada unidade temática
ou do próprio tema, são incorporados antes o sumário, exercícios de
auto-avaliação, só depois é que aparecem os exercícios de avaliação.
Os exercícios de avaliação têm as seguintes características: Puros
exercícios teóricos/Práticos, Problemas não resolvidos e actividades
práticas algumas incluindo estudos de caso.
Outros recursos
A equipa dos académicos e pedagogos do UnISCED, pensando em si,
num cantinho, recôndito deste nosso vasto Moçambique e cheio de
dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem, apresenta uma
lista de recursos didácticos adicionais ao seu módulo para você
explorar. Para tal o UnISCED disponibiliza na biblioteca virtual mais
material de estudos relacionado com o seu curso como: Livros e/ou
módulos, CD, CD-ROOM, DVD. Para além deste material físico ou
electrónico disponível na biblioteca, pode ter acesso a Plataforma
digital moodle para alargar mais ainda as possibilidades dos seus
estudos.
Auto-avaliação e Tarefas de avaliação
Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final de
cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos exercícios de
auto-avaliação apresentam duas características: primeiro apresentam
exercícios resolvidos com detalhes. Segundo, exercícios que mostram
apenas respostas.
Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação mas
sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de
dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras.
Parte das tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos de campo a
serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de correcção e
subsequentemente nota. Também constará do exame do fim do
módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os exercícios de
avaliação é uma grande vantagem.

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UNISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo:
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

Comentários e sugestões
Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados
aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza diadáctico-
Pedagógica, etc, sobre como deveriam ser ou estar apresentadas. Pode
ser que graças as suas observações, o próximo módulo venha a ser
melhorado.

ctividade

Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas


margens das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes
partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela
específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança
de actividade, etc.

s de estudo

O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a


aprender. Aprender aprende-se.

Durante a formação e desenvolvimento de competências, para


facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará
empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons
resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e
eficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando estudar.
Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos que caro
estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos estudos,
procedendo como se segue:

1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de


leitura.

2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida).

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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e assimilação


crítica dos conteúdos (ESTUDAR).

4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua


aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão.

5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou as


de estudo de caso existam.

IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo,


respectivamente como, onde e quando estudar, como foi referido
no início deste item, antes de organizar os seus momentos de estudo
reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: Estudo
melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à
noite/de manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da semana?
Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num sítio
barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em cada
hora, etc.

É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado
durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada
ponto da matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando
achar que já domina bem o anterior.

Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler e


estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é
juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos conteúdos
de cada tema, no módulo.

Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por


tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora
intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso (chama-
se descanso à mudança de actividades). Ou seja que durante o
intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos das
actividades obrigatórias.

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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual


obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento
da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado volume
de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, criando
interferência entre os conhecimento, perde sequência lógica, por
fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai em
insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente
incapaz!

Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma


avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda
sistematicamente), não estudar apenas para responder a questões
de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo, estude
pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área em que
está a se formar.

Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que


matérias deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que
resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo
quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades.

É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será


uma necessidade para o estudo das diversas matérias que
compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar
a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as
partes que está a estudar e Pode escrever conclusões, exemplos,
vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a
margem para colocar comentários seus relacionados com o que
está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir
à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura;
Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado
não conhece ou não lhe é familiar;

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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

apoio?

Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o
material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas
como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis erros
ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, páginas trocadas ou
invertidas, etc). Nestes casos, contacte os serviços de atendimento
e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone,
SMS, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta participando
a preocupação.

Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes


(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua
aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da
comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se
torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor, estudante
– CR, etc.

As sessões presenciais são um momento em que você caro


estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff do
seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do UnISCED
indigitada para acompanhar as sua sessões presenciais. Neste
período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza
pedagógica e/ou administrativa.

O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30%


do tempo de estudos a distância, é muita importância, na medida
em que permite-lhe situar, em termos do grau de aprendizagem
com relação aos outros colegas. Desta maneira ficar a saber se
precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver
hábito de debater assuntos relacionados com os conteúdos
programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade
temática, no módulo.

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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

aliação e auto-avaliação)

O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e

auto−avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é

importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues


duas semanas antes das sessões presenciais seguintes.

Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não


cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de
campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da
disciplina/módulo.

Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os


mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente.

Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa,


contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados,
respeitando os direitos do autor.

O plágio1 é uma violação do direito intelectual do(s) autor(es). Uma


transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do texto de um autor,
sem o citar, é considerado plágio. A honestidade, humildade
científica e o respeito pelos direitos autorias devem caracterizar a
realização dos trabalhos e seu autor (estudante do UnISCED).

Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância,


estando eles fisicamente separados e muito distantes do
docente/tutor!? Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja uma
avaliação mais fiável e consistente.

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Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade
intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização.
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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com


um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os
conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial
conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A
avaliação do estudante consta detalhada do regulamento de
avaliação.

Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e


aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de
frequência para ir aos exames.

Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e


decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no
mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência,
determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira.

A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira.

Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois)


trabalhos e 1 (um) (exame).

Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados


como ferramentas de avaliação formativa.

Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em


consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as
recomendações, a identificação das referências bibliográficas
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros.

Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de


Avaliação.

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NTRODUÇÃO O ESTUDO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA (SIG).

UNIDADE Temática 1.1. História dos Sistemas de Informação


Geográfica.
UNIDADE Temática 1.2. O Geoprocessamento e os Sistemas de
Informação Geográfica.
UNIDADE Temática 1.3. Principais definições, preceitos de um SIG.
UNIDADE Temática 1.4. Componentes e Aplicações de um SIG.

UNIDADE Temática 1.1. História dos Sistemas de Informação Geográfica.

Introdução

O surgimento dos Sistemas de Informação Geográfica - SIG´s, identifica-


se no contexto da história da Geografia, a mudanças de influências de
factores externos e internos (TAYLOR & JOHNSTON, 1995). O factor
externo seria constituído pela tecnologia computacional e o interno
pelo movimento surgido na Geografia, nas décadas 50 a 60 conhecido
como Nova Geografia.

As bases da nova Geografia foram lançadas com a adopção do


positivismo lógico após a II Guerra Mundial, apoiado na filosofia
analítica, onde se associa a estrutura da linguagem à verdade. A
linguagem matemática seria então a “garantia de uma relação lógica
com a realidade” (GOMES, 1993: 253).

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Perceber: o contexto histórico do surgimento dos SIG´s;

Objectivos ▪ Conhecer: a história do surgimento dos SIG´s.


específicos
As raízes da tecnologia de gestão da informação geográfica datam de
meados do século XVIII, quando a cartografia se desenvolveu e foram
então produzidos os primeiros mapas básicos precisos (ANTENUCCI et
al., 1991). Ainda, segundo esses autores, nos 200 anos seguintes foi
observado um grande desenvolvimento nas diversas áreas da ciência
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que afectaram o SIG, mas o facto determinante que propiciou uma


rápida evolução da tecnologia dos SIG foi o surgimento dos primeiros
computadores electrónicos em 1940, que marcou o início da era do
computador.

Os SIG como se conhecem actualmente teve sua origem com o


desenvolvimento do “Canadian Geographic Information System”
(CGIS), no início dos anos de 1960. Segundo Star & Estes (1990), três
importantes factores possibilitaram a criação dos sistemas de
informações geográficas nos anos de 1960: os refinamentos na técnica
cartográfica, o rápido desenvolvimento dos sistemas computacionais
digitais e a revolução quantitativa na análise espacial. Esses factores
foram muito importantes, pois ajudaram a fornecer as ferramentas
analíticas, assim como o estímulo aos pesquisadores e profissionais em
uma variedade de aplicações. Apesar disso, na década de 1960 e no
início da de 1970, os SIG era ainda restrito a um pequeno grupo de
pessoas, devido ao alto custo e limitações técnicas relacionados aos
equipamentos computacionais.

Em seguida foram desenvolvidos outros sistemas. Dentre eles podemos


destacar os sistemas de New York Landuse and Natural Resources
Information Systems (1967) e Minnesota Land Management
Information System (1969).

Deste modo, os sistemas de informação fazem parte de um campo


relativamente novo de estudo, cujos primeiros desenvolvimentos
apareceram nos anos 50/60, dedicados especialmente a trabalhos
administrativos.

Na década de 60 esses sistemas começaram a ser melhorados, servindo


de apoio à tomada de decisões, transformando-se em um poderoso
instrumento para os planeadores. De modo geral, pode-se definir
formalmente um sistema de informação como sendo uma combinação
de recursos humanos e técnicos treinados (Hardware/Software), em
concordância com uma série de procedimentos organizacionais que

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proporcionam informações com finalidade de apoiar as gestões


directivas.

Na década de 1970 foi observado um grande desenvolvimento do SIG,


com o aumento da capacidade computacional e o desenvolvimento de
tecnologias/áreas relacionadas, tais como: Sensoriamento Remoto,
Sistema de Gestão de Banco de Dados, Cartografia Digital,
Processamento de Imagens, Fotogrametria e Projecto Assistido por
Computador (“Computer Aided Design” - CAD). Nas décadas
posteriores ocorreram consideráveis avanços em equipamentos e
software, permitindo o desenvolvimento de sistemas mais potentes e
novas aplicações, popularizando principalmente os CAD's, cujos
objectivos são diferentes dos SIG's. Nesse período, o SIG ainda tinha o
seu uso restrito às universidades, órgãos de pesquisa e poucas
empresas privadas, porém já em maior número.

Já nos anos de 1980, o SIG realmente desenvolveu-se especialmente na


última metade da década devido a dois factores principais: o
desenvolvimento significativo dos microprocessadores, que permitiram
a redução de custos e a concentração de grande quantidade de
memória em “chips” muito pequenos e, ainda, a proliferação de
“softwares” de baixo custo, muitos deles disponíveis para
computadores pessoais (PC´s). Esses factores permitiram a emergência
comercial do SIG como uma nova tecnologia de processamento de
informações, oferecendo capacidades únicas de automação, gestão e
análise de uma variedade de dados espaciais.

O desenvolvimento dos SIGs ocorreu em diferentes épocas e em


diversas partes do mundo, podendo ser subdividido em quatro fases:

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A primeira, caracterizada pela iniciativa individual de


alguns profissionais, aconteceu no período compreendido
entre o início da década de 1960 e meados de 1973;
A segunda, de 1973 até o início da década de 1980,
foi caracterizada pela forte utilização de SIGs em agências
governamentais;
A terceira fase, onde predominou o domínio
comercial, ocorreu de 1982 até o final da década de 1980;
A quarta fase e atual é caracterizada pelo domínio do
usuário e é facilitada; pela competição entre vendedores,
a padronização embrionária na abertura de sistemas e
maior conscientização dos usuários sobre as
potencialidades do SIG.

Foi predominante a contribuição da América do Norte no


desenvolvimento e implementação dos SIG´s até meados da década de
1980, em função do poder de persuasão de indivíduos pioneiros, do
tamanho do marketing interno, do papel de destaque dos Estados
Unidos no desenvolvimento de hardwares e softwares e, acima de tudo,
na crescente apreciação dos usuários deste país da necessidade de
eficiência, velocidade e rentabilidade para a manipulação de grandes
quantidades de dados geográficos.

Foi esta percepção da necessidade que levou usuários potenciais a


procurar soluções em SIG, encorajando as empresas a desenvolverem
sistemas que atendessem às suas necessidades.

Hoje, graças ao desenvolvimento do SIG, a aplicação de modelagem


lógica e numérica e de métodos estatístico aos dados espacial é comum
e de grande relevância.

O Sistema de Informação Geográfica, usualmente (SIG) em português


ou GIS em inglês é um caso específico do Sistema de Informação. Seu
desenvolvimento começou em meados da década de 60. O primeiro

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sistema a reunir as características de um SIG foi implementado no


Canadá, em 1964, sendo chamado de "Canadian Geographic
Information System". Este esteve restrito ao campo de ensino durante
um certo período, dai que no início da década de 80, a evolução da
tecnologia, caracterizada por avanços em hardware e software,
possibilitou um uso mais efectivo na manipulação das informações
geográficas, bem como a ligação entre a base de dados gráfica e
alfanumérica.

de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Uma das características da terceira fase do desenvolvimento dos


SIG´s é:
A. Surgimento de iniciativas individuais por parte de alguns profissionais.
B. Domínio do sistema comercial.
C. Domínio do usuário facilitado pela competição entre os vendedores.
D. Surgimento de iniciativas colectivas por parte dos profissionais de SIG.

2. O SIG tal como se conhece hoje teve a sua origem com o


desenvolvimento do:
A. Cardinal Geographic Information System (CGIS)
B. Cartography Geographic Information System (CGIS)
C. Canadian Geographic Information System (CGIS)
D. Canadian Geodesy Information System (CGIS)

3. As raízes da tecnologia de gestão de informação geográfica datam de:


A. Meados do Séc. XX. B. Meados do Séc. XVIII.
C. Meados do Séc. XVI. D. Meados do Séc. XV.

4. Na década 1980 o SIG desenvolveu-se devido a dois factores


principais:
A. Aumento da capacidade computacional e o desenvolvimento de
tecnologias em áreas afins.
B. Crescente apreciação dos usuários dos EUA para necessidade de
eficiência, velocidade e rentabilidade e encorajamento de empresas a
desenvolverem sistemas que atendessem às necessidades do SIG.

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UNISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

C. Franco desenvolvimento de diversas áreas da ciência afins aos SIG´s e


surgimento dos primeiros computadores electrónicos.
D. Desenvolvimento significativo dos microprocessadores e a proliferação de
“softwares” de baixo custo.

5. Na década 1960 e no início da 1970, os SIG´s eram ainda restritos a


um pequeno grupo de pessoas devido ao:
A. Alto custo e limitações técnicas relacionados aos equipamentos
computacionais.
B. Falta de ferramentas analíticas e estímulo aos pesquisadores e
profissionais da área.
C. Dificuldades em trabalhar com tecnologias de sensoriamento remoto e
processamento de imagens.
D. Fraco domínio da fotogrametria e projecto assistido por computador
(“Computer Aided Design” - CAD).

6. Das afirmações abaixo determinas as Verdadeiras e Falsas:


6.1. Os primeiros desenvolvimentos dos sistemas de informação, como parte
de um novo campo de estudo, apareceram nos anos 50/60, dedicados
especialmente a trabalhos administrativos.
6.2. A noção de Sistema de Informação como uma combinação de recursos
humanos e técnicos treinados (Hardware/Software) surge na década 50.
6.3. O desenvolvimento significativo dos microprocessadores permitiram a
redução de custos e a concentração de grande quantidade de memória
em “chips” muito pequenos.

7. Faça corresponder as colunas abaixo sobre os períodos em que se


enquadram as fases do desenvolvimento dos SIG´s:
I. Primeira Fase A. Década 1990 até hoje.

II. Segunda Fase B. Década 1960 a 1970.

III. Terceira Fase C. Década 1970 a 1980.

IV. Quarta Fase D. De 1982 a 1988.

QUADRO DE SOLUÇÕES/RESPOSTAS:
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Múltipla escolha Verdadeira e Falso Correspondência


1. A 6.1. Verdadeiro 7. I.B
2. C 6.2. Falso II. C
3. B 6.3. Verdadeiro III. D
4. D IV. A
5. A

UNIDADE Temática 1.2. O Geoprocessamento e os Sistemas de Informação


Geográfica.

Introdução

Nos últimos anos o Geoprocessamento vem se massificando, em


especial diante das inovações proporcionadas pelos serviços de
mapeamento como os famosos Google Maps e Google Earth. Cada vez
mais a potencialidade de suas tecnologias é vista como poderoso apoio
à tomada de decisão. Apesar disso ainda há diversos conceitos
importantes neste nicho do conhecimento que não raro acabam sendo
confundidos. Portanto a se falar de Geoprocessamento, não se deve
pensar que este termo é um sinónimo de Geotecnologias ou mesmo de
SIG.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Compreender: as diferenças entre os conceitos Geoprocessamento, SIG e


outros afins;

Objectivos ▪ Entender: as relações entre Geoprocessamento e SIG;

específicos ▪ Analisar: a aplicabilidade do Geoprocessamento em aspectos ambientais.

Dentro do desenvolvimento de novas tecnologias, o termo


Geoprocessamento vem sendo muito empregado por profissionais que

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INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

trabalham com informações referenciadas espacialmente na superfície


terrestre.

O Geoprocessamento é um ramo da área do conhecimento conhecida


como Geomática e engloba o total conjunto de técnicas ligadas à
informação espacial, quer seja no tocante a colecta, armazenamento,
tratamento e análise, bem como uso integrado desses dados
geográficos. Estas técnicas ou tecnologias são comummente chamadas
de Geotecnologias (MOREIRA, 2005).

O Geoprocessamento pode ser definido como sendo o conjunto de


tecnologias destinadas a colecta e tratamento de informações
espaciais, assim como o desenvolvimento de novos sistemas e
aplicações, com diferentes níveis de sofisticação. Em linhas gerais o
termo geoprocessamento pode ser aplicado a profissionais que
trabalham com Cartografia Digital, Processamento Digital de imagens e
Sistemas de Informação Geográfica (CÂMARA & MEDEIROS, 2005).

Portanto, pode-se afirmar que alguns EXEMPLOS DE


GEOTECNOLOGIAS são:
Topografia; Fotogrametria; Cartografia;
Sensoriamento Remoto; Posicionamento por Satélite;
Geoestatística; Banco de Dados Geográficos; WebMapping;
SIG.
Embora estas actividades sejam diferentes elas estão intimamente
inter-relacionadas, usando na maioria das vezes as mesmas
características de hardware, porém software distinto.

Fig. 1 - Relação entre o Geoprocessamento e as Geotecnologias

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INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

Fonte: Medeiros (2012).

Neste contexto, com base na figura 1 percebe-se que o SIG bem como
as demais Geotecnologias mencionadas acima, são parte do conjunto
maior de técnicas - O Geoprocessamento

O geoprocessamento tem sido muito utilizado por órgãos


governamentais, entidades privadas e não-governamentais, com o
objectivo principal de integrar dados espaciais e não espaciais, em seus
projectos e estudos relacionados ao meio ambiente. De acordo com
FLORENZANO (2002); FRAUENDORF et. al. (005); e SILVA & ZAIDAN (2004) ,
diversos são os exemplos de aplicação do geoprocessamento, tais
como:

● Maneio e conservação de recursos naturais (estudos de impacto


ambiental, modelagem das águas subterrâneas e do
monitoramento dos contaminantes, estudos das migrações e
dos habitats das faunas, pesquisa do potencial mineral, etc.);
● Gestão das explorações agrícolas (cultivo de campos, maneio de
irrigação, avaliação do potencial agrícola da terra, etc.);

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● Planificação de áreas urbanas (Planificação no sector dos


transportes, desenvolvimento de planos de reassentamento,
localização dos acidentes, selecção de itinerários, etc.);
● Gestão de diversas infra-estruturas (localização dos cabos e
tubagens, planificação e manutenção das infra-estruturas, etc.);
● Administração pública (gestão de cadastro, avaliação
predial/territorial, gestão da qualidade das águas,
conservação/manutenção das infra-estruturas, planos de
organização, etc.);
● Comércio (análise da estrutura de mercado, planificação do
desenvolvimento comercial, análise da concorrência e das
tendências de mercado, etc.); e

● Saúde pública (epidemiologia, distribuição e evolução das


doenças, distribuição dos serviços sociais sanitários, planos de
emergência, etc.).

Embora os exemplos citados acima tenham sido classificados nessas


diferentes áreas, devido ao seu principal enfoque, pode-se perceber
que a maioria dos exemplos de aplicações do geoprocessamento
atribuem-no um carácter eminentemente multidisciplinar.

Por que o Geoprocessamento na disciplina de Sistema de Informação


Geográfica num curso de Gestão Ambiental?

O ensino de Geoprocessamento deve ter como objectivo final dar aos


estudantes uma visão mais abrangente de como funcionam as relações
espaciais que inter-relacionam várias entidades, objectos geográficos
ou eventos naturais ou criados pelo Homem, que compartilham um
espaço geográfico definido. Por exemplo, os estudantes podem
examinar o relacionamento entre as ocorrências de cheias com a
disposição do relevo numa determinada região geográfica, uso do solo,

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INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

na erosão do solo, e muitas outras análises espaciais. Para isso, os


estudantes deve aprender a:

● Criar e/ou importar no Sistema de Informação Geográfica, os


mapas, e fontes de dados apropriados;

● Seleccionar, manipular os dados para gerar novos mapas, ou


novas visões dos mapas originais, a fim de identificar padrões ou
processos geográficos;

● Monitorar e/ou prever a evolução do modelo criado.

O domínio da tecnologia de geoprocessamento trará aos estudantes,


novas ferramentas úteis em oportunidades profissionais em
instituições governamentais, administrações municipais, empresas de
utilidade pública, empresas de publicidade, empresas que trabalham
com vendas, empresas de transporte, dentre outras. O uso dessa
tecnologia tem sido cada vez mais utilizada como uma ferramenta de
suporte a decisão para gestão e monitorar sistemas geográficos.

O SIG é um software que tradicionalmente manipula um grande volume


de dados armazenados em um grande número de arquivos. Devido a
incapacidade dos sistemas de gestão de bancos de dados actuais de
lidar com mapas, imagens, e informações espaciais em geral, os
usuários de sistemas geográficos dependem de um grande
conhecimento de informática para gerir esse armazenamento. Quem
pretende trabalhar com esta tecnologia deverá possuir conhecimentos
razoáveis e uma certa familiaridade com ferramentas computacionais.

O geoprocessamento é uma potente ferramenta que utiliza técnicas


computacionais e matemáticas para o tratamento de informações
geográficas. Os instrumentos computacionais do geoprocessamento
chamados de sistemas de informações geográficas permitem a criação
e análise de um numeroso e complexo banco de dados
georreferenciado.
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UNISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

A utilização do geoprocessamento vem crescendo, mundialmente, e


influenciando de maneira crescente as áreas de cartografia, análise de
recursos naturais, transportes, mineração, comunicações, energia,
planeamento urbano e regional. Estas ferramentas são de capital
importância para uma profissional de gestão ambiental por ser um de
tecnologias muito utilizadas como ferramenta de suporte a decisão
para gestão e monitoramento de sistemas geográficos.

de AUTO-AVALIAÇÃO

1. O Geoprocessamento pode ser definido como sendo:


A. Conjunto de tecnologias com vista a colecta e tratamento de informações
geográficas, bem como o desenvolvimento de novos sistemas e
aplicações, com níveis similares de sofisticação.
B. Conjunto de técnicas com vista a colecta, manipulação e tratamento de
informações geográficas, bem como o desenvolvimento de novos
sistemas e aplicações, com níveis similares de sofisticação.
C. Conjunto de tecnologias destinadas a colecta e tratamento de
informações espaciais, assim como o desenvolvimento de novos sistemas
e aplicações, com diferentes níveis de sofisticação.
D. Conjunto de técnicas destinadas a colecta, manipulação e tratamento de
informações espaciais, assim como o aperfeiçoamento dos sistemas e
aplicações, com diferentes níveis de sofisticação.

2. São exemplos de aplicação do Geoprocessamento, EXCEPTO:


A. Maneio e conservação de recursos naturais.
B. Planificação de áreas urbanas.
C. Distribuição e evolução das doenças.
D. Sistema de pagamento de operários de uma fábrica.

3. Uma das condições básicas para o ensino do Geoprocessamento é:


A. Ferramentas adequadas e modernas.
4. Seleccionar, manipular os dados para gerar novos mapas, ou novas visões
dos mapas originais.
B. Criar modelos de Sistema de Informação Geográfica com base nos mapas
e fontes de dados diversificados.

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C. Ser capaz de identificar padrões ou processos geográficos, de forma


analítica e sem erros.

5. O Geoprocessamento é um ramo da área do conhecimento conhecida


como:
A. Geomática. B. Geografia.
C. Geocartografica. D. Geodesia.

6. Das afirmações abaixo determinas as Verdadeiras e Falsas:


6.1. O termo Geoprocessamento é empregue por profissionais que trabalham
com informações referenciadas espacialmente na superfície lacustre.
6.2. Embora sejam diferentes, as Geotecnologias estão intimamente inter-
relacionadas, usando as mesmas características de hardware, porém
software distinto.
6.3. Quem pretende trabalhar com geotecnologias deve possuir
conhecimentos razoáveis e uma certa familiaridade com ferramentas
computacionais.

QUADRO DE SOLUÇÕES/RESPOSTAS:
Múltipla escolha Verdadeira e Falso Correspondência
1. C 5.1. Falso
2. D 5.2. Verdadeiro
3. B 5.3. Verdadeiro
4. A

UNIDADE Temática 1.3. Principais definições, preceitos de um SIG.

Introdução

Um Sistema de Informação Geográfica - SIG é uma forma particular de


Sistema de Informação aplicado a dados geográficos. Um Sistema de
Informação é um conjunto de processos, executados no dado natural,
produzindo informações úteis na tomada de decisões.

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Sistemas de informações geográficas são ferramentas que permitem


armazenar, analisar, recuperar, manipular e manejar grandes
quantidades de dados espaciais. Os SIG´s são técnicas de manipulação
de bancos de dados variáveis espacialmente. Originalmente estas
ferramentas foram desenvolvidas para facilitar trabalhos cartográficos,
mas estão sendo, já de algum tempo, utilizadas para inventários,
estimativas, planificação, simulação e modelagem.
Os SIG’s utilizam dados geograficamente referenciados ou
georreferenciados e dados não espaciais, incluindo operações que dão
suporte as análises espaciais.
No SIG, o principal objectivo é o suporte à tomada de decisões, para
engenharia urbana, saneamento ambiental, gerenciamento de uso do
solo, recursos hídricos, ecossistemas aquáticos e terrestres, ou
qualquer entidade distribuída espacialmente.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Definir: o conceito de SIG e elementos afins;


▪ Analisar: os preceitos dos SIG´s;
Objectivos ▪ Compreender: o SIG como tecnologia integradora.
específicos

O Sistema de Informação Geográfica como uma Tecnologia


Integradora

No contexto destas inovações, os Sistemas de Informações Geográficas


têm desempenhado um papel importante como integrador de
tecnologia. Ao invés de ser de natureza completamente nova, os SIG´s
tem unido várias tecnologias discretas em um todo, que é maior do que
a soma das partes. O SIG vem emergindo como uma poderosa
tecnologia porque permite aos geógrafos integrarem seus dados e
métodos de maneiras que apoiam as formas tradicionais de análise
geográfica, tais como análises por sobreposição de mapas bem como

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INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

novos tipos de análises e modelagem que vão além da capacidade de


métodos manuais.

Com o SIG é possível elaborar mapas, modelar, fazer buscas e analisar


uma grande quantidade de dados, todos mantidos em um único banco
de dados.

O desenvolvimento do SIG tem-se baseado em inovações que


ocorreram em disciplinas distintas: Geografia, Cartografia,
Fotogrametria, Sensoriamento Remoto, Topografia, Geodésia,
Estatística, Computação, Inteligência Artificial, e muitos outros ramos
das Ciências Sociais, Ciências Naturais e Engenharias, com a
contribuição de todas as disciplinas citadas.

Conceitos Básicos

Para se entender o que é um sistema de informação geográfica é


necessário conhecer-se a definição de alguns conceitos básicos que são
normalmente empregados pela comunidade que trabalha com esta
tecnologia, segundo Teixeira Etalii, 1992.

Como sistema considera-se um arranjo de entidades


(elementos) relacionadas ou conectadas, de tal forma que
constituem uma unidade ou um todo organizado, com
características próprias e subordinadas a processos de
transformação conhecidos.
As entidades são os elementos ou objectos tomados como unidades
básicas para a colecta dos dados. Os dados relacionam-se com os
atributos, que caracterizam e fornecem significado à unidade estudada.
Por exemplo, pode -se tomar um lugar como entidade, e as suas
características de solo, relevo e uso da terra como alguns de seus
atributos. O conjunto de entidades (lugares) corresponde à área
estudada. Os dados disponíveis sobre os atributos representam a
riqueza informativa.

O número de atributos mensurados fornece a base para melhor


caracterização da área através do cruzamento das informações. Como

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o sistema básico inclui fases de entrada de dados, transformação e saída


de informação, pode-se prever a inclusão de novas entidades,
aumentando a grandeza da área estudada, bem como a inclusão de
dados sobre novos atributos, que vão sendo considerados importantes.
Esse processo representa a realimentação do SIG.

Deve-se ainda definir os termos dado e informação. Um dado é um


símbolo utilizado para a representação de fatos, conceitos ou
instruções em forma convencional ou preestabelecida e apropriada
para a comunicação, interpretação ou processamento por meios
humanos ou automáticos, mas que não tem significado próprio. Já
informação é definida como o significado que o ser humano atribui aos
dados, utilizando-se de processos preestabelecidos para sua
interpretação. Pode-se dizer que os dados são um conjunto de valores,
numéricos ou não, sem significado próprio e que informação é o
conjunto de dados que possuem significado para determinado uso ou
aplicação (TEIXEIRA et al, 1992).

Como informação geográfica considera-se o conjunto de dados cujo


significado contém associações ou relações de natureza espacial, dados
esses que podem ser apresentados em forma gráfica (pontos, linhas e,
áreas/polígonos), numérica e alfanumérica.

Assim, um sistema de informação geográfica utiliza uma base de dados


computadorizada que contém informação espacial sobre a qual actuam
uma série de operadores espaciais (TEIXEIRA et al, 1992).

Os SIG's incluem-se no ambiente tecnológico que se convencionou


chamar de geoprocessamento, cuja área de actuação envolve a colecta
e tratamento da informação espacial, assim como o desenvolvimento
de novos sistemas e aplicações. A tecnologia ligada ao
geoprocessamento envolve hardware (equipamentos) e software
(programas) com diversos níveis de sofisticação, destinados à
implementação de sistemas com fins didácticos, de pesquisa académica
ou aplicações profissionais e científicas nos mais diversos ramos das
geociências (TEIXEIRA et al, 1992).
25
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O Sistema de Informação Geográfica é uma base de dados digitais de


propósito especial no qual um sistema de coordenadas espaciais
comum é o meio primário de referência. Um SIG requer recursos de:

● Entrada dos dados a partir de mapas, fotografias aéreas,


imagens de satélites, levantamentos de campo, e outras fontes;
● Armazenamento, recuperação e busca de dados;
● Transformação de dados, análise e modelagem, incluindo
estatística espacial;
● Comunicação dos dados, através de mapas, relatórios e planos.

Três observações deveriam ser feitas sobre esta definição:

● SIG são relacionados a outras aplicações de banco de dados,


mas com uma diferença importante. Toda a informação em um
SIG é vinculada a um sistema de referência espacial. Outras
bases de dados podem conter informação locacional (como
endereços de rua ou códigos de endereçamento postal), mas
uma base de dados de SIG usa geo-referências como o meio
primário de armazenar e acessar a informação.
● SIG integra tecnologia. Entretanto, enquanto outras
tecnologias só poderiam ser usadas para analisar fotografias
aéreas e imagens de satélite, para criar modelos estatísticos ou
para traçar mapas, todas estas capacidades são todas
oferecidas conjuntamente no SIG.

O SIG com seu conjunto de funções, deveria ser visto como um processo
ao invés de simplesmente como software e hardware. Os SIG´s servem
para tomada de decisão. O modo no qual os dados são inseridos,
armazenados e analisados dentro de um SIG deve reflectir a maneira
pela qual a informação será usada para uma pesquisa específica ou
tarefa de tomada de decisão. Ver o SIG como somente um software ou
sistema de hardware é perder de vista o papel crucial, que ele pode
desempenhar em um processo amplo de tomada de decisão.

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Uma razão pela qual pode ser difícil chegar a um acordo a respeito de
uma única definição para SIG é que existem vários tipos de SIG, cada um
apresentando propósitos distintos e servindo a diferentes tipos de
tomada de decisão. Uma variedade de nomes têm sido aplicadas para
diferentes tipos de SIG, distinguindo suas funções e papéis. Um dos
sistemas especializados mais comuns, por exemplo, é normalmente
citado como sistema AM/FM. AM/FM é projectado especificamente
para gerenciamento da infra-estrutura.

Tecnologia de Informação Geográfica aplicáveis à Gestão Ambiental

O Sistema de Informação Geográfica é uma das muitas tecnologias da


informação que vem transformando o modo de conduzir pesquisa e
oferecerem contribuições à sociedade.

Nas últimas duas décadas, estas tecnologias da informação causaram


efeitos formidáveis nas técnicas de pesquisas específicas à disciplina,
bem como nos modos gerais nos quais os técnicos de ciências
ambientais se comunicam e colaboram, onde podemos destacar:

● Cartografia e CAD (Desenho assistido por computador) -


Computadores oferecem as mesmas vantagens aos cartógrafos
que um editor de texto oferece aos escritores. Técnicas
automatizadas são agora a regra em lugar da excepção na
produção cartográfica.

● Fotogrametria e Sensoriamento Remoto - A


aereofotogrametria, uma técnica bem estabelecida para
produção cartográfica e análise geográfica, é complementada
agora pelo uso das informações de sensoriamento remoto
provenientes de satélites artificiais. As Tecnologias da
informação têm disponibilizado prontamente os dois tipos de
informações de forma que o uso e leitura sejam mais fáceis.

● Estatística espacial - A análise estatística e modelagem de


padrões e processos espaciais têm confiado ao longo do tempo

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na tecnologia computacional. Avanços na tecnologia da


informação fizeram estas técnicas mais amplamente acessíveis
e permitiram os modelos expandirem-se em complexidade e
escala para prover representações mais exactas dos processos
do mundo real.

● Sistemas de Informação Geográfica (SIG) - Estes sistemas


permitem aos Gestores Ambientais colectar e analisar a
informação muito mais rapidamente do que era possível com
técnicas tradicionais de pesquisa. O SIG pode ser visto como
uma tecnologia integradora, que auxilia os geógrafos na análise
de sistemas naturais e sociais.

O Progresso das Inovações Tecnológicas

Estes avanços na aplicação das tecnologias da informação na Geografia


começaram várias décadas atrás e continuarão ampliando os seus
efeitos em um futuro previsível.

Pesquisadores que estudaram a expansão das inovações tecnológicas


na sociedade dividem o processo em quatro fases:

● Iniciação - uma inovação primeiramente torna -se disponível.


● Contágio - experimentos de longo alcance são necessários para
ver como a inovação pode ser adaptada para atender a uma
grande variedade de necessidades comerciais e de pesquisas.
Algumas, mas não necessariamente todas estas experiências
funcionarão.
● Coordenação - as aplicações mais promissoras da inovação
ganham aceitação gradualmente e são desenvolvidas em
colaboração. A coordenação dos experimentos ajuda a
distribuir potencialmente os altos custos de desenvolvimentos
adicionais e implementação.
● Integração -uma inovação é aceita e integrada em tarefas
rotineiras de pesquisa.

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Nas ciências ambientais, muitas inovações na aplicação de tecnologias


da informação começaram no final dos anos 50. Foram desenvolvidos
métodos sofisticados de modelagem matemática e estatística e
disponibilizados os primeiros sensores remotos. Pesquisadores
também começaram a antever o desenvolvimento de Sistemas de
Informação Geográfica. Do meio da década de 70 até o início dos anos
90 foi um período de contágio.

O primeiro software comercialmente disponível para SIG ficou acessível


aos usuários no final da década de 70 e estimulou muitas experiências,
como o fez o desenvolvimento dos primeiros microcomputadores no
início da década de 80. Este foi um tempo excitante no qual o
desenvolvimento de um software poderoso juntou-se com a
disponibilidade de computadores baratos, permitindo muitos
pesquisadores testarem ideias novas e aplicações pela primeira vez. No
entanto, a integração completa de tecnologias de informação na
Geografia tem ainda que ser alcançada excepto, em algumas áreas de
pesquisa relativamente especializadas.

Preceitos do SIG

Segundo Eastman (1997), o SIG tem um enorme impacto em todos os


campos que utilizam e analisam dados distribuídos espacialmente. Aos
que não estão familiarizados com a tecnologia, é fácil vê-lo como uma
caixa mágica.

A velocidade, a consistência e a precisão com as quais ele opera


realmente impressiona e é difícil resistir ao seu forte carácter gráfico.
Porém, para os analistas experientes o SIG torna-se simplesmente uma
extensão do pensamento analítico, é uma ferramenta, tal como a
estatística.

As vantagens mais comuns da utilização do SIG são que os dados, uma


vez inseridos no sistema, são manipulados com rapidez; além disso, o
sistema permite diferentes análises dos dados de forma mais eficiente,

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utilizando ferramentas matemáticas e estatísticas sofisticadas e


também com menor subjectividade que se fossem realizadas de forma
manual; o SIG também possibilita processos de tomada de decisão,
facilita a actualização dos dados e produz mapas com rapidez.

Na figura abaixo está a representação esquemática da utilização do SIG.


Pode-se observar que o processo é um ciclo.

Fig. 1. Representação esquemática geral de utilização do SIG.

Fonte: Hamada & Gonçalves, 2007.

As fontes de dados são interpretações da realidade, uma vez que foram


obtidas do mundo real. No SIG ocorrem os processos de entrada de
dados, gerenciamento de dados, armazenamento e análise de dados,
que substituem os métodos tradicionais de tratamento de dados
geográficos. A partir daí, são geradas informações, que em sua forma
mais usual são produtos cartográficos, como mapas, gráficos e tabelas,
que auxiliam ou dão subsídio aos usuários para uma tomada de decisão.
Com o consenso na decisão escolhida, ela é então colocada em acção,
agindo sobre o mundo real e eventualmente modificando-o,

30
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necessitando, então, de novas aquisições de dados de uma realidade


diferente. E assim por diante.

Entre os desafios na implantação do SIG está o alto custo inicial para a


aquisição do sistema. Porém, investir em SIG requer mais do que um
investimento em “hardware” e “software”. De fato, em muitas
circunstâncias esta é a última questão a se considerar, pois um
investimento substancial também precisa ser destinado ao
desenvolvimento do banco de dados. Por fim, um dos investimentos
reconhecidos e de maior importância é no corpo técnico (usuários
especialistas) que utilizará o sistema. O sistema e o usuário especialista
não podem ser separados – um é simplesmente a extensão do outro.
Além disso, o processo de incorporação das capacidades do SIG dentro
de uma instituição requer um investimento a longo prazo e amplo
treinamento e educação da organização.

Aprender SIG envolve aprender a pensar sobre os padrões, sobre o


espaço e sobre os processos que agem no espaço. À medida que se
aprende sobre os procedimentos específicos, eles frequentemente
serão encontrados no contexto das aplicações específicas e geralmente
serão designados por nomes que sugerem essas aplicações típicas.
Porém, a maioria dos procedimentos tem aplicações muito mais gerais
e podem ser utilizados de muitos modos inesperados e inovadores.

O SIG é uma ferramenta computacional poderosa. É, portanto,


imprescindível uma planificação, desde a sua implantação até a sua
utilização, a fim de atingir os objectivos desejados e explorar tudo que
ele pode proporcionar. O êxito de sua utilização depende
exclusivamente da forma como o usuário o utiliza.

Um SIG pode ser definido como um sistema destinado à aquisição,


armazenamento, manipulação, análise e apresentação de dados
referidos espacialmente na superfície terrestre, integrando diversas

31
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tecnologias Portanto, o sistema de informação geográfica é uma


particularidade do sistema de informação sentido amplo. Essa
tecnologia automatiza tarefas realizadas manualmente e facilita a
realização de análises complexas, através da integração de dados de
diversas fontes.

de AUTO-AVALIAÇÃO

1. O SIG emergiu como uma poderosa tecnologia porque permite aos


geógrafos:
A. Elaborar mapas, modelar, fazer buscas e analisar uma grande quantidade
de dados.
B. Integrar dados e métodos de maneiras que apoiam a formas tradicionais
de análise geográfica.
C. Elaborar dados e métodos de maneiras para apoiar formas tradicionais de
análise geográfica.
D. Integrar mapas e analisar uma grande quantidade de dados.

2. O desenvolvimento do SIG basea-se em inovações que ocorreram


em diversas disciplinas distintas, EXCEPTO:
A. Fotogrametria. B. Cartografia.
C. Computação. D. Gestão Financeira.

3. Por Informação geográfica percebe-se:


A. Conjunto de dados cujo significado contém associações ou relações de
natureza espacial, que podem ser apresentados em forma gráfica,
numérica e alfanumérica.
B. Base de dados computadorizada que contém informação espacial sobre a
qual actuam uma série de operadores espaciais.
C. Ambiente tecnológico cuja área de actuação envolve a colecta e
tratamento da informação espacial, assim como o desenvolvimento de
novos sistemas e aplicações.
D. Significado que o ser humano atribui aos dados, utilizando-se processos
preestabelecidos para sua interpretação espacial.

4. Um SIG requer recursos, EXCEPTO:

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A. Entrada dos dados a partir de mapas, fotografias aéreas, imagens de


satélites, levantamentos de campo, e outras fontes.
B. Armazenamento, recuperação e busca de dados.
C. Comunicação dos dados, através de mapas, relatórios e planos.
D. Computadores de última geração e com bom acesso a internet.

5. O SIG com seu conjunto de funções, deveria ser visto como:


A. Processo ao invés de simplesmente como um programa informático.
B. Ferramenta ao invés de simplesmente como software e hardware.
C. Processo ao invés de simplesmente como software e hardware.
D. Ferramenta ao invés de simplesmente como um programa informático.

6. Ao se afirmar que o SIG é uma ferramenta computacional poderosa,


concebe-se que:
A. É imprescindível uma planificação, desde a sua implantação até a sua
utilização, a fim de atingir os objectivos desejados e explorar tudo que ele
pode proporcionar.
B. O êxito de sua utilização não depende nem tampouco da forma como o
usuário o utiliza.
C. A maioria dos procedimentos em SIG tem aplicações muito mais gerais e
podem ser utilizados de muitos modos inesperados e inovadores.
D. A incorporação das capacidades do SIG dentro de uma instituição requer
um investimento a longo prazo e amplo treinamento e educação da
organização.

7. Das afirmações abaixo determinas as Verdadeiras e Falsas:


7.1. Toda a informação em um SIG é vinculada a um sistema de referência
espacial.
7.2. A tecnologia ligada ao geoprocessamento envolve hardware (programas)
e software (equipamentos) com diversos níveis de sofisticação, destinados
à implementação de sistemas com fins didácticos, de pesquisa académica
ou aplicações profissionais e científicas nos mais diversos ramos das
geociências.
7.3. Com um SIG é possível elaborar mapas, modelar, fazer buscas e analisar
uma grande quantidade de dados, todos mantidos em um diversos bancos
de dados.

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7.4. O Sistema de Informação Geográfica é uma base de dados digitais de


propósito especial no qual um sistema de coordenadas espaciais comum
é o meio primário de referência.
7.5. Ver o SIG como somente um sistema de software e hardware é
crucial na visão de que pode desempenhar em processos de tomada
de decisão.

8. Faça corresponder as colunas abaixo sobre os períodos em que se


enquadram as fases do desenvolvimento dos SIG´s:
I. Elementos ou objectos tomados
como unidades básicas para a A. Dados.
colecta dos dados.

II. Relacionam-se com os atributos,


que caracterizam e fornecem B. Atributos.
significado à unidade estudada.

III. Base para melhor caracterização da


área através do cruzamento das C. Entidades.
informações.

QUADRO DE SOLUÇÕES/RESPOSTAS:
Múltipla escolha Verdadeira e Falso Correspondência
1. B 7.1. Verdadeiro 8. I. C
2. D 7.2. Falso II. A
3. A 7.3. Falso III.B
4. D 7.4. Verdadeiro
5. C 7.5. Falso
6. A

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UNIDADE Temática 1.4. Componentes e Aplicações de um SIG.

Introdução

Embora se pense no SIG como um elemento único de “software”, ele


possui, de facto, como característico a composição de uma variedade
de diferentes componentes (EASTMAN, 1997).

Nesta unidade são apresentados elementos que, geralmente,


compõem um SIG, pois, tem que se ter em conta que nem todos os SIG’s
apresentam os esses elementos adiante descritos, porém os elementos
básicos deverão estar presentes para que seja considerado um SIG.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Compreender: os componentes de um SIG;

▪ Conhecer: todos os elementos de um SIG;


Objectivos
específicos ▪ Demonstrar: a integração dos componentes e elementos de um SIG.

Componentes de um SIG

Um sistema de informação geográfica tem três importantes


componentes: hardware e sistema operacional, software de aplicação
(SIG) e aspectos institucionais do SIG.2 Esses três componentes
necessitam ser balanceados para o funcionamento satisfatório do
sistema.

Uma questão delicada, neste aspecto, consiste em definir qual


elemento é mais importante. Alguns autores chegam a estabelecer a
supremacia da importância do software sobre os demais elementos,
como um componente chave. Esse enfoque parece inadequado, uma
vez que o SIG só pode ser pensado como um conjunto integral em que
as coisas não funcionam isoladamente, mesmo no seu sentido restrito

2
Na bibliografia podem ser encontradas pequenas variações nesse conjunto, ou
mesmo na terminologia utilizada, todavia a ocorrência desses elementos é tida como
consensual.
35
UNISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

de software ele é dependente dos demais elementos. Querer


estabelecer a proeminência de um único elemento é desconsiderar a
visão integrada do sistema, além do que, se isso for inevitável, deve-se
realçar a importância do elemento humano que, no fundo, é quem
produz todo o resto.

Para efeitos de uma visão didáctica são apresentadas a seguir as


principais características desses elementos e analisado sua importância
para o conjunto. Neste sentido, são abordados os aspectos conceituais
genéricos sem a preocupação de atrelá-los à um sistema específico ou
mesmo numa visão singular, são priorizados os aspectos fundamentais
que estabelecem a particularidade de cada um deles.

Hardware e Sistema Operacional

O hardware é o componente físico do sistema envolvendo o


computador e seus periféricos, ou equipamentos auxiliares. Podemos
citar por exemplo: a CPU (central processing unit), memória RAM
(random access memory), hard drive, floppy drive, teclado, mouse,
scanner, mesa digitalizadora, plotter, câmara digital, monitor, fax-
modem, GPS, CDROM, fita DAT, colector de dados, etc.

Vale ressaltar que não existe um conjunto fixo de equipamentos para


qualquer aplicação SIG. Os equipamentos usados variam bastante de
acordo com a aplicação. Por exemplo, em uma aplicação de cadastro de
lotes urbanos, o GPS deve ser uma peça fundamental para testar a
precisão localizacional dos dados. No caso de uma estação de
monitoramento ambiental, o GPS como fornecedor de dados espaciais
seria menos relevante do que a antena para recepção de imagens de
satélite. Além disso, com a integração cada vez maior entre a
informática, e a telecomunicação, torna-se ténue a fronteira que
delimita o que é periférico exclusivo do sistema e o que não é. Por
exemplo, em uma aplicação para levantamento topográfico em campo,
poderia transmitir via telefone celular para um computador desktop no
escritório as coordenadas gravadas. Já existem PDAs (Personal Digital

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INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

Assistants) com toda a electrónica de um telefone celular embutida


para facilitar o acesso a Internet.

Dada a perfeita integração do telefone digital nesses casos, por que não
considerá-lo um periférico fundamental no sistema?

A Internet tem trazido possibilidades de processamento distribuído


antes inimagináveis. A força "cerebral" de supercomputadores em
grandes centros de pesquisa pode ser compartilhada via Internet por vá
rias aplicações SIG em vários lugares do mundo, cobrando uma pequena
taxa pelo tempo de utilização. Portanto neste caso, o componente
hardware está disperso geograficamente, e não é um sistema fechado
e exclusivo de uma aplicação SIG.

Finalmente, é importante salientar o grande crescimento da


participação de microcomputadores no mercado de
geoprocessamento, devido ao seu crescente poder de processamento
a um custo baixo. Claro que isso não aconteceria se os softwares não
tivessem sido reprojectados para tirar proveito da potencialidade dos
novos processadores e novos sistemas operacionais existentes hoje.
Antes restrito aos usuários com o poder de compra suficiente para
adquirir estações gráficas RISC de alto desempenho, o SIG vem se
popularizando rapidamente a medida que seu custo cai
vertiginosamente.

Os componentes de hardware mais comuns para se trabalhar com um


sistema de informação geográfica são o computador propriamente dito
ou unidade central de processamento (CPU), que é ligada a uma
unidade de armazenamento, que providencia espaço para
armazenamento dos programas e dados. Mesa digitalizadora e/ou
scanner ou outro dispositivo de entrada que é usado para converter
dados da forma analógica (mapas, cartas, etc.) para o formato digital, e
enviá-los para o computador, e uma unidade de visualização de
imagens (monitor de vídeo) e/ou plotter ou outro dispositivo de saída
que são usados para mostrar o resultado dos processamentos

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INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

efectuados nos dados. Comunicação entre computadores podem ser


feita utilizando-se sistemas de rede ou via linha telefónica.

Em geral, os dispositivos de saída (plotters, impressoras laser, de jacto


de tinta, térmicas, etc.) e os dispositivos de entrada (mesas
digitalizadoras, scanners, etc.) são considerados periféricos de um
computador.

Os SIG’s podem funcionar com o sistema operacional Windows (95, 98,


2000, 2007, 2008, 2010, etc.), Unix, Linux, Aix, Solares, etc. e em
microcomputadores com configurações diversas, no entanto, que
apresentem um bom desempenho no desenvolvimento de tarefas que
envolvam processamento gráfico.

Uma configuração típica de um microcomputador para rodar software


de geoprocessamento poderia ser:

● Processador Pentium 4, 2 Ghz;


● 256 Mb de memória RAM;
● Monitor SVGA de 17";
● Unidade de disco rígido de pelo menos 40 Gb
● Unidade de CD-RW;
● Placa de rede;
● Teclado e mouse.

Software de Aplicação (SIG)

Um sistema de informação geográfica é composto de forma


simplificada por cinco componentes (subsistemas):

● Entrada de dados;
● Armazenamento de dados;
● Gestão de dados;
● Análise e manipulação de dados;
● Saída e apresentação dos dados (relatórios, gráficos, mapas,
etc.).

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INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

Fig. 2 - Componentes de um Sistema de Informações Geográficas.

Fonte: Eastman, 1997 (modificado).

Observando o esquema acima, pode-se identificar que o sistema central


do SIG é o banco de dados (a), que é uma colecção de mapas e
informações associadas no formato digital. Ao redor do banco de dados
encontra-se uma série de componentes de “softwares”.
O sistema de processamento de imagem (b) permite a análise de
imagens de sensoriamento remoto, de radar e de fotografia aérea, por
exemplo.
O sistema de digitalização de mapas (c) permite a entrada de dados de
mapas em papel e transformação dessas informações no formato
digital.
O sistema de análise geográfica (d) proporciona a análise de dados ou
atributos baseada em suas características espaciais. Por exemplo, para
calcular a distância entre duas cidades e a área ocupada no município
por uma cultura agrícola.
O sistema de suporte à decisão (e) é uma das mais importantes funções
de um SIG e possibilita utilizar ferramentas matemáticas e estatísticas
especialmente desenvolvidas para este fim.

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INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

O sistema de exibição ou visualização cartográfica (f) permite


seleccionar os elementos do banco de dados e produzir um mapa na
tela/monitor do computador ou a saída para uma impressora ou
“plotter”.
O termo Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados (SGBD),
normalmente, faz referência a um tipo de “software” que é utilizado
para a entrada, gerenciamento e análise de dados de atributos. Um SIG
incorpora, além disso, uma variedade de opções para o gerenciamento
de banco de dados (g), composto de componentes espaciais e de
atributos de dados geográficos armazenados.

O sistema de análise estatística (h) apresenta uma série de rotinas para


a descrição estatística de dados espaciais.

Os SIG hoje disponíveis podem ser divididos em dois grandes rumos: os


comerciais e os académicos, sendo os sistemas comerciais são mais
indicados para uso e aplicação em grandes projectos, que manipulam
grande quantidade de informação e são, em grande proporção, mais
caros que os sistemas académicos (MIRANDA, 2005).

Aplicações de um SIG

As actividades humanas sempre são desenvolvidas em alguma


localidade geográfica e, portanto podem ser geograficamente
referenciadas, desta forma, são praticamente infindáveis as
possibilidades de aplicações de Sistemas de Informações Geográficas.
No entanto, serão relacionadas as aplicações mais comuns e
consagradas mundialmente.

Fig. 3 - Aplicações de um Sistema de Informações Geográficas.

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INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

As instituições de gestão de infra-estruturas, tais como serviços


urbanos, telefone, electricidade, água, saneamento, televisões entre
outras, cada uma delas, geralmente possui milhares de consumidores,
cada um deles com uma conexão com a rede de infra-estruturas, além
disso, precisam de fazer a gestão de milhares de quilómetros de fios e
canais (subterrâneos e aéreos), com transformadores, chaves, válvulas,
representando muitas vezes bilhões de dólares em infra-estrutura
instalada. Os sistemas de informações Geográficas aplicados à gestão
de infra-estruturas também recebem o nome de AM/FM (Automatic
Mapping/ Facility Management).

Uma companhia de gestão de infra-estrutura pode receber milhares de


telefonemas para manutenção em um único dia assim, necessitam
gerenciar todas essas actividades, manter informações acuradas sobre
o posicionamento geográfico de todos consumidores, equipamentos e
actividades, manter os registros de actividades actualizados, realizar
avaliações diárias dos serviços executados e ainda fornecer informações
para outras instituições, por exemplo, fornecer as informações sobre a
tubulação subterrânea da rede de esgoto para a empresa de telefonia
que necessita cavar um buraco em uma determinada posição
geográfica.
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INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

No caso de uma empresa responsável por estradas, se faz necessário,


armazenar informações sobre o estado da pavimentação em toda a
rede de estradas, além disso, manter um cadastro de toda a sinalização
vertical e horizontal das estradas e analisar dados de acidentes.
Actualmente, algumas entidades de países desenvolvidos, contam com
a possibilidade de carros contendo sistemas de navegação pelo sistema
viário, contendo mapas digitais de ruas e estradas, conectados a
receptores GNSS (Sistema de Satélite de Navegação Global). Empresas
de distribuição de bens e serviços mantêm suas frotas conectadas a
receptores GNSS e desta forma, realizam o monitoramento e controle
de cada um de seus veículos em tempo real.

No ramo agro-pecuário, actualmente é possível utilizar mapas e


imagens detalhadas, para planear o plantio, a aplicação de insumos
agro-pecuários e ainda planificar a colheita, além de analisar e realizar
a previsão de safra. Actualmente, essa aplicação de SIG é denominada
agricultura de precisão.

No sector florestal, o SIG pode ser aplicado ao manejo de árvores, com


vistas à extracção sustentável de madeira. Todas as árvores produtoras
de madeira são georreferenciadas, e sua volumetria sistematicamente
monitorada. Quando o volume de madeira na floresta diminui a taxa de
crescimento, essas árvores podem ser selectivamente retiradas e sua
madeira encaminhada para a indústria. No entanto, a retirada de
árvores da floresta também é um problema geográfico e necessita ser
cuidadosamente planejado para não comprometer as árvores em
crescimento.

Após a retirada das árvores é realizado o replantio das mesmas


espécies, nas mesma posições geográficas, mantendo assim a floresta
saudável e produtiva. A floresta ainda pode ser utilizada em outras
actividades humanas sustentáveis tais como turismo e extrativismo
(apicultura, extracção de resina, frutos, flores, etc.)

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INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

Um SIG é basicamente composto por um sistema de hardware e sistema


operacional, software e aspectos institucionais que devem ser
balanceados para o seu funcionamento satisfatório. O SIG tem sido
muito empregado por órgãos governamentais, entidades privadas e
não-governamentais, com o objectivo, principal, de integrar dados
espaciais e não espaciais, em seus projectos e estudos relacionados ao
meio ambiente.

de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Um sistema de informação geográfica tem os seguintes componentes


principais:
A. Hardware (sistema operacional); software; e aspectos institucionais.
B. Hardware (sistema computacional); softwares institucionais e Mão-de-
obra.
C. Hardware (sistema operacional); softwares institucionais e Mão-de-obra.
D. Hardware (sistema computacional); software; e aspectos institucionais.

2. Dentre os dispositivos de entrada de dados mais usuais em SIG


considerados periféricos destacam-se:
A. Mesas digitalizadoras; Teclado e Mouse; e Plotters.
B. Plotters e Impressoras laser, de jacto de tinta, térmicas.
C. Mesas digitalizadoras; Teclado e Mouse; e scanners.
D. Mesas digitalizadoras; Teclado e Mouse; e Impressoras laser, de jacto de
tinta, térmicas.

3. Os SIG´s aplicados à gestão de infra-estruturas também recebem o


nome de:
A. AM/FM (Automatic Mapping/ Facility Management).
B. WMS (Supporting Workflow Management Systems).
C. DMG (Data Models alowed to GIS).
D. CIS (Customer Information Systems).

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UNISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

4. Actualmente, algumas entidades de países desenvolvidos, contam


com a possibilidade de carros contendo sistemas de navegação pelo
sistema viário, contendo mapas digitais de ruas e estradas,
conectados a receptores:
A. SAT-NAV (Sistema de Navegação por Satélite).
B. GPS (Global Positioning System).
C. GNSS (Geographical Navigation Satellite System).
D. GNSS (Global Navigation Satellite System).

5. O SIG aplicado ao ramo Agro-pecúario deu génese a:


A. Agricultura georreferenciada.
B. Agricultura de precisão.
C. Agricultura georrefenciável.
D. Agricultural Geographic System.

6. Das afirmações abaixo determinas as Verdadeiras e Falsas:


6.1. Nos SIG é correcto se afirmar que o componente mais importante é o
Software.
6.2. As actividades humanas sempre são desenvolvidas em alguma localidade
geográfica e, portanto podem ser geograficamente referenciadas.
6.3. O SIG tem só pode ser empregado por entidades privadas e não-
governamentais.

7. Faça corresponder as colunas abaixo sobre os componentes dos


SIG´s:
I. Colecção de mapas e informações
A. Análise geográfica.
associadas no formato digital.

II. Análise de dados ou atributos


B. Processamento de
baseada em suas características
imagem.
espaciais.

III. Análise de imagens de


sensoriamento remoto, de radar e C. Banco de dados.
de fotografia aérea.

QUADRO DE SOLUÇÕES/RESPOSTAS:
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INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

Múltipla escolha Verdadeira e Falso Correspondência


1. A 6.1. Falso 7. I. C
2. C 6.2. Verdadeiro II. A
3. A 6.3. Falso III.B
4. D
5. B

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INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

CONCEITOS BÁSICOS DE CARTOGRAFIA PARA UTILIZAÇÃO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA.

UNIDADE Temática 2.1. Formas de Representação de Entidades


Espaciais.
UNIDADE Temática 2.2. Escala.
UNIDADE Temática 2.3. Sistemas de coordenadas e de Projecções
Cartográficas

UNIDADE Temática 2.1. Formas de Representação de Entidades Espaciais.

Introdução

Um Sistema de Informação Geográfica é um sistema destinado à


entrada, armazenamento, manipulação, análise e visualização de dados
geográficos ou espaciais (gráficos e/ou imagens). Esses dados são
representados por pontos, linhas e polígonos aos quais são associados
atributos, isto é, características das feições que os pontos, linhas e
polígonos representam.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Perceber: as principais formas de representação de informação cartográfica;

▪ Interpretar: as diferentes formas de entidades espaciais;


Objectivos
específicos ▪ Demonstrar: como representar diferentes elementos espaciais nas formas
estudadas.

Em geral, qualquer fenómeno geográfico pode ser representado


utilizando três elementos: pontos, linhas e áreas. Por exemplo, o ponto
pode representar locais com risco de desertificação. A linha pode
representar estradas, rios ou outras feições lineares, já o polígono pode
representar feições areais tais como tipos de vegetação, uso da terra,
etc.

46
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INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

● Pontos: - Os elementos pontuais abrangem todas as entidades


geográficas que podem ser perfeitamente posicionadas por um
único par de coordenadas x, y. Sua localização no espaço é feita
considerando uma superfície plana. Os pontos são utilizados para
representar a localização de um fenómeno geográfico ou
representar uma entidade de mapa que é muito pequena para ser
mostrada como área ou linha. Exemplos de pontos são as
localizações de uma cidade ou do pico de uma montanha, em escala,
por exemplo, de 1:1.000.000. Para representar esse fenómeno é
definido um par de coordenadas X e Y, suficiente para descrever sua
posição.

● Linhas : - Os elementos lineares são na verdade um conjunto de pelo


menos dois pontos. Além das coordenadas dos pontos que
compõem a linha, deve-se armazenar informações que indiquem de
que tipo de linha se está tratando, ou seja, que atributo está a ela
associado. As linhas são um conjunto ordenado de pontos
conectados, utilizadas para representar entidades de mapas que
são muito estreitas para serem mostradas como área, por exemplo,
estradas, redes de saneamento, rede telefónica e cursos d’água,
como córregos ou ribeirões, ou entidades que teoricamente não
têm largura, tais como fronteiras territoriais políticas ou
administrativas, uma linha costeira ou uma linha de contorno. As
entidades lineares são descritas por dois ou mais pares de
coordenadas.

● Áreas ou polígonos: Os elementos areais ou poligonais têm por


objectivo descrever as propriedades topológicas de áreas como por
exemplo a forma, vizinhança, hierarquia, etc., de tal forma que os
atributos associados aos elementos areais possam ser manipulados
da mesma forma em que um mapa temático analógico. Na
representação por polígonos, cada elemento tem área, perímetro e
formato individualizado. Estas são regiões fechadas por entidades
de linha, representadas por um conjunto ordenado de pontos

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UNISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

interligados, em que o primeiro e o último ponto coincidem. São


utilizadas na representação de uma extensão geográfica de cidade,
florestas, unidades pedológicas ou lago.

Os elementos espaciais (gráficos) pontos, linhas e áreas podem ser


definidos sobre um sistema qualquer de coordenadas. A dimensão (z)
refere -se ao valor do atributo estudado para um determinado
elemento (lugar). Pode ser representada na forma alfanumérica
simbólica, o que significa que os dados a serem representados devem
estar em escala nominal (classes). Para tanto, valores numéricos
(quantidades) referentes a um determinado atributo devem
necessariamente passar por um processo de transformação, da escala
de razão para uma escala nominal, antes de serem inseridos na base de
dados de um SIG. Já a dimensão tempo refere-se à variação temática
em épocas distintas. Nesse caso, novos níveis de informação (temas)
vão sendo agregados à base de dados (TEIXEIRA et al, 1992).

Esses tipos de representação (pontos, linhas e áreas) consideram


apenas a dimensão topológica, ou seja, a ideia normal de dimensão da
observação dos objectos espaciais e não a sua forma intrínseca
(ABRANTES, 1998), desta forma, eles são condicionados pela escala
adoptada para a sua representação cartográfica. Por exemplo, as
regiões cuja área ou largura são demasiado pequenas para, na escala
adoptada, serem visualizadas com a sua forma geométrica real são,
respectivamente reduzidas a pontos ou linhas. À medida que a escala
diminui, os objectos polígonos de menores dimensões vão sendo
sucessivamente reduzidos a pontos ou linhas.

Ao se trabalhar em SIG deve haver uma coerente escolha das variáveis


visuais mais adequadas conforme a natureza das relações entre os

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UNISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

objectos e fenómenos, capazes de representar adequadamente as


propriedades de diversidade, hierarquia ou quantidade, quando do uso
de tamanhos, valores, cores, orientações e formas, implantadas por
pontos, linha ou área/polígonos.

de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Antes de serem inseridos na base de dados de um SIG os valores


numéricos referentes a um determinado atributo devem passar por:
A. Variação temática dos níveis de informação.
B. Transformação, da escala de razão para uma escala nominal.
C. Representação na forma alfanumérica simbólica.
D. Representação em escala poligonal.

2. Qualquer fenómeno geográfico pode ser representado utilizando:


A. Pontos, traçados e sombreados.
B. Gráfico de barras e coordenadas geográficas.
C. Pontos, linhas e polígonos.
D. Valores numéricos e coordenadas X e Y.

3. Um único par de coordenadas X, Y representam entidades


geográficas de:
A. Elementos pontuais. B. Elementos lineares.
C. Elementos poligonais. D. Elementos topológicos.

4. Os elementos lineares constituem um conjunto de:


A. Elementos pontuais.
B. Elementos tracejados.
C. Pontos sucessivos em forma curvilínea.
D. Pelo menos dois pontos.

5. Na representação por polígonos, cada elemento tem:


A. Linhas, perímetro e pontos individualizados.
B. Linhas e pontos dispostos isoladamente.
C. Um conjunto ordenado de pontos interligados.
D. Área, perímetro e formato individualizado.

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6. Das afirmações abaixo determinas as Verdadeiras e Falsas:


6.1. Uma entidade em um mapa traduz um fenómeno geográfico.
6.2. Os elementos espaciais (gráficos) pontos, linhas e áreas podem ser
definidos sobre um sistema qualquer de coordenadas.
6.3. Os pontos são utilizados para representar uma entidade de mapa que
pode também ser mostrada como área ou linha.

QUADRO DE SOLUÇÕES/RESPOSTAS:
Múltipla escolha Verdadeira e Falso Correspondência
1. B 6.1. Verdadeiro
2. C 6.2. Verdadeiro
3. A 6.3. Falso
4. D
5. D

UNIDADE Temática 2.2. Escala.

Introdução

O termo escala, se analisado superficialmente, pode parecer ambíguo,


possuindo significados diversos, em certos aspectos até divergentes
entre si. É necessário em alguns casos, para se evitar quaisquer dúvidas,
que o contexto onde esteja colocada, seja bastante claro, evitando
assim, possíveis problemas de interpretação. É evidente, para todos
que estejam familiarizados com as aplicações e interpretações diversas
à que a escala está sujeita, dificilmente ocorrerá essa confusão.

Um mesmo fenómeno pode ser representado em muitos níveis de


abstracção ou em várias escalas cartográficas. Toda a representação,
como toda imagem, tem uma certa relação de tamanho ou proporção
com o objecto representado e essa proporção é denominada de escala.

Quando se pensa no termo escala, logo há um transporte para um


universo fraccionário que objectiva identificar quão menor que o
objecto real é sua representação. Esta é a abordagem clássica que as
geociências apontam para o termo.

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INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Definir: o conceito de escala;


▪ Analisar: a escala como elemento útil aos SIG´s;
Objectivos ▪ Entender: a importância da definição de escala para operações em SIG.
específicos

A importância da escala é fundamental em pesquisas de cunho


geográfico, cartográfico, ou ambiental, ou qualquer outra que se realize
sobre o espaço físico de actuação de um fenómeno, espacializando a
sua representação, e seus conceitos serão sempre aplicados em
quaisquer desses estudos.

Em princípio, a escala pode ser abordada dentro de um contexto


espacial ou em um contexto temporal. A escala temporal é importante
para o estudo de uma grande quantidade de fenómenos, sendo muitas
vezes aplicada em conjunto com a escala espacial, principalmente para
a indicação de elementos ligados à factores evolutivos e ambientais,
como seus períodos de ocorrência e actuação.

Dentro do contexto espacial, a escala estará sempre presente a


qualquer nível de estudos geográficos e cartográficos, sendo
considerada como factor determinante para a delimitação de espaço
físico, grau de detalhamento de uma representação ou identificação de
feições geográficas. Dentro deste contexto, surgirão já alguns conceitos
que serão opostos, como a escala geográfica e cartográfica.

Os mapas, dentro de um trabalho clássico e tradicional, representam


um meio permanente de armazenamento da informação geográfica. A
escala é o primeiro elemento cartográfico, ou transformação a ser
considerada na entre a informação geográfica e a informação
cartográfica. Toda representação cartográfica terá envolvimento com

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UNISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

um ou mais factores de escala, dependendo da projecção cartográfica


adoptada.

Funções de aproximação (zoom in) não farão aparecer mais detalhes do


que os captados no documento fonte. É bastante diferente e diverso do
que é permitido em determinados sistemas (Atlas GIS, Geomedia), que
a função executa uma mudança de documento, coerente em detalhes
e generalização com a nova escala de visualização. Da mesma forma a
função de afastamento pode trazer um detalhamento excessivo,
podendo inclusive haver colapso na apresentação visual.

A escala é, portanto, a relação entre o tamanho dos elementos


representados em um mapa ou carta e o tamanho correspondente,
medido sobre a superfície da Terra.

O conceito básico encerrado no termo escala é de simples


entendimento e, de uma maneira geral, é de domínio público; os livros
didácticos primários trazem essa informação de forma simples. Em
cartografia sua aplicação é matemática e é obtida através da razão
entre um elemento representado na carta ou documento cartográfico
e seu correspondente do mundo real (CASTRO, 2000).

Percepções de Escala

A percepção de escala é diferente, conforme seja abordada por


diferentes usuários, como também até pelo tipo de fenómeno que
esteja sendo representado. Para alguns fenómenos geográficos, por
exemplo os ambientais e geoecológicos, a informação só será percebida
se visualizada em uma escala, dentro de sua área de actuação, ou
dentro do seu contexto espacial, integrada com outras informações e
percebidas por suas propriedades e pelos seus relacionamentos. Dessa
forma, muitas vezes pode ocorrer que a generalização, em vez de
simplificar, possa adicionar mais informação ao mapa. Nesse aspecto a
escala representa um limite de informação que pode ser incluída no
mapa, bem como um nível de realidade que pode ser visualizado.

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Esta diferenciação ocorre principalmente devido ao processo de


generalização da informação. Em princípio, quanto menor a escala
cartográfica, maior será o grau de generalização aplicado, buscando-se
a clareza e legibilidade da representação. Como a redução de escala é
aplicada à qualquer representação cartográfica, pode-se inferir que os
processos de generalização também serão aplicados a todas essas
representações. Assim, quanto mais generalizada for uma
representação, mais distante da realidade poderá estar.

Como o mundo é muito grande e não é possível representá-lo em


tamanho real, utiliza-se o artifício da escala, reduzindo-o a uma
dimensão compatível à sua visualização. No entanto,
independentemente do que for apresentado, a existência e a dinâmica
do mundo real não está condicionado ao que o homem projecta. Dessa
forma, se o objectivo é representar o mundo e sua inerente
complexidade, é fundamental a adequação dos métodos de
representação à dinâmica local.

Cartograficamente, quando se utiliza o recurso da escala, formas


geométricas são relacionadas ao espaço, mas as relações do homem
com seu lugar não podem ser reduzidas a tal formato. A maneira pela
qual o ser humano interage com o ambiente que determina a dinâmica
espacial (CASTRO, 2000). Portanto a abordagem estritamente
matemática da escala é uma visão extremamente simplista de um
conceito de vasta amplitude. Não parece razoável dissociar a
representação da coisa representada. Assim, a chamada generalização
com fins de modelagem não deve ser tratada separadamente da
generalização cartográfica.

As escalas gráficas utilizadas para representação dos elementos do


terreno, determinam sua forma, dimensão e complexidade. Muitos
elementos que em uma carta têm posição de destaque podem,
simplesmente, ser descartados quando da redução do factor de
representação. Eles são dotados, além da característica geométrica, de
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INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

atributos abstractos que não são tão facilmente analisados e que


podem tomar diferentes conotações para escalas distintas, como é o
caso de uma baía, que deve sempre estar aberta ao mar.

A escala numérica ou fraccionária é apresentada por uma fracção, cujo


denominador representa a dimensão natural ou real e o numerador a
dimensão que corresponde no mapa. Por exemplo, a escala 1:50.000 ou
1/50.000, indica que uma unidade de medida no mapa (1 cm no mapa)
equivale a 50.000 unidades da mesma medida sobre o terreno (50.000
cm no terreno ou 500 metros).

Definir a escala de trabalho em um projecto de SIG é muito importante.


A sua escolha depende principalmente da informação que se deseja
trabalhar e do nível de detalhamento necessário para se atingir os
objectivos do estudo, pois, por exemplo, quando se diminui a escala de
um mapa ou carta, é difícil, ou mesmo impossível, manter o nível de
detalhe com que os objectos são representados.

Assim, a decisão de representar ou não um elemento que fisicamente


existe vai muito além de uma simples dimensão geográfica, perpassa
por um caminho da significância, relevância e finalidade do trabalho em
que a representação está inserida.

Padrão de Precisão

O padrão de precisão de um mapa é relacionado ao valor do erro


gráfico, 0,2 mm associado à uma determinada escala. Este valor é no
entanto caracterizado como o valor final obtido através de uma
propagação dos erros, durante todo o processo de construção do mapa,
a partir da fase de aquisição de dados. Confunde-se muitas vezes o erro
gráfico como um padrão de precisão para aquisição de dados.
Evidentemente, se existe uma propagação de erros associada ao
processo de construção do mapa, a precisão da fase inicial de aquisição
terá, necessariamente, de ser mais precisa que a precisão final definida
pelo erro gráfico. Associar o erro gráfico como precisão da aquisição é
um erro inaceitável, pois deixa de considerar todas as fases

54
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intermediárias do processo de construção, tais como transformações


projectivas, processos fotogramétricos, de sensoriamento remoto
(georeferenciamento), desenho, digitalização, impressão, etc.

Definições de Escala

Escala Cartográfica ou topográfica

A primeira e mais imediata definição para escala é dada pela conotação


cartográfica, através de uma simples razão de semelhança, indicando a
razão entre comprimentos no mapa e seu correspondente no mundo
real. Pode ser considerada como a transformação geométrica mais
importante que a informação geográfica é submetida. Todas as demais
transformações terão alguma ligação com esse processo.

Resolução

Bastante relacionado à escala cartográfica está o conceito de resolução,


apesar de terem significados bastante diferentes. Segundo
(GOODCHILD, 91), pode ser definida “como o menor objecto ou feição
que pode ser distinta em um conjunto de dados”. Essa conotação de
menor ou limite, que associado ao erro gráfico, estabelece a
aproximação com a escala de um mapa ou carta.

Escala Geográfica

O conceito de escala geográfica se contrapõe ao conceito de escala


cartográfica, sendo traduzida pela amplitude da área geográfica em
estudo. Esse conceito estabelece que quanto maior a extensão da área,
maior será a escala geográfica associada. Assim é mostrado o conceito
antagónico existente com a escala cartográfica: quanto maior a escala
geográfica, menor será a escala cartográfica aplicada.

Escala Operacional

O último conceito a ser estabelecido é o de escala operacional. Este


conceito relaciona-se directamente com a escala geográfica de
actuação ou de operação de um determinado fenómeno. Por exemplo,

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INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

a escala operacional da poluição ambiental de uma fábrica isolada, será


menor que a escala operacional de um distrito industrial como um todo.

Cabe a consideração que a escala operacional de alguns fenómenos


pode aumentar sensivelmente, levando-se em conta a sua ocorrência
temporal. Por exemplo, um breve período de tempo de lançamento de
esgoto “in natura”, (horas ou dias), terá uma área de actuação bastante
menor do que se considerado um período de tempo maior (semanas ou
meses).

Os dois conceitos iniciais, escala cartográfica e resolução, possuem uma


definição geométrica precisa, não deixando margem à dúvidas quanto
ao seu emprego. O seu principal problema é o relacionamento para se
determinar a melhor a escala mais coerente para representar as
diversas informações geográficas. Já para os conceitos subsequentes,
existe uma razoável carga de subjectividade.

Como fazer para se estabelecer uma boa definição do que seja uma
escala grande ou pequena, para uma determinada ocorrência.
Dependendo do fenómeno, o que pode ser definido como escala
grande para um, pode perfeitamente ser escala pequena para o outro.
Isto é particularmente verdadeiro para fenómenos ambientais ou
geoecológicos. Uma boa conjugação das propriedades da informação,
suas características geométricas e subjectivas, permitirão a definição
integrada dos conceitos emitidos, estabelecendo qual a melhor escala,
associada com a escala geográfica e operacional da melhor forma de
visualização,

A Escala e a Representação do Mundo

Na representação do mundo real é de fundamental importância o tema


da escala para que se possa analisar, processar e visualizar os dados.
Mapas podem apresentar diferentes níveis de abstracção do universo
estudado e são calcados em propósitos específicos.

Escalas cartograficamente maiores representam um nível de


detalhamento maior que em escala menores, abordando por sua vez

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uma área geográfica menor. Isto, por sua vez, leva também ao
estabelecimento de um nível de detalhamento da própria informação
que esteja sendo representada. Assim a informação poderá ser
visualizada segundo diferentes níveis de detalhamento, ocasionando
diferentes possibilidades de interpretações. De uma certa forma, sob a
visão cartográfica, não existe erro ou representação errada da
informação, porém questionasse até que ponto esta diferença entre as
representações ou interpretações da informação, é aceitável.

Por outro lado, a escala é o principal factor da generalização


cartográfica. Em princípio, uma escala menor será sempre menos
detalhada que uma escala maior. A escala menor sempre representará
uma maior área geográfica do que a contida em uma escala maior.
Quanto ao nível de detalhamento, a representação em escala maior
sempre terá um nível de detalhamento maior que a escala menor.

Dessa forma, a descrição do mundo está directamente relacionada ao


conceito de escala, pois à medida que se deseja uma visão mais geral
do tema em estudo, reduz-se a escala, aumentando, assim, sua
abrangência. Há, no entanto, um compromisso com o detalhe, uma vez
que a visão global exige a exclusão de detalhes que não são compatíveis
com escalas reduzidas.

LINDEBERG (1994) apresenta o conceito de escala interior (inner scale)


e escala exterior (outer scale). Esta é a mínima área que contém todo o
objecto de interesse, enquanto aquela representa subestruturas do
elemento, com um nítido aumento de detalhes. Dependendo do estudo
que se deseja efectuar certo nível de detalhamento é requerido. Este é
um estudo que deve ser feito cuidadosamente, pois é neste ponto que
se define quais as feições do terreno serão efectivamente apresentadas
no produto final. A manutenção de um nível de detalhamento
inadequado com a escala do trabalho pode apresentar insuficiência de
dados ou, no caminho inverso, excesso de dados, que podem mascarar
as informações que são realmente importantes.

57
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INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

Evidentemente, a primeira e mais óbvia conclusão que se pode tomar é


sobre a importância da escala em todos os trabalhos que exijam a
representação ou apresentação gráfica da informação geográfica.

Os tipos de escala geográfica, operacional, cartográfica e resolução


mostram-se como conceitos subjectivos e objectivos que deve ser
analisados para permitir a determinação da melhor escala de
representação de diversos tipos de informação geográfica, com perdas
mínimas de informação, causadas pela generalização cartográfica que
será aplicada.

A utilização em SIG, de documentos fonte em diversas escalas, levanta


o problema de de diferentes escalas, cabendo portanto, um estudo
também integrado e inter-relacionado, sobre resolução, generalização
cartográfica e melhor escala de representação integrada das
informações.

de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Uma Escala pode ser abordada dentro de um contexto:


A. Local e Regional. B. Temporal e espacial.
C. Virtual e Real. D. Ordinal e Cardinal.

2. Toda representação cartográfica envolve um ou mais factores de


escala, dependendo da:
A. Área geográfica representada.
B. Informação geográfica representada.
C. Forma de representação adoptada.
D. Projecção cartográfica adoptada.

3. Durante o processo de generalização da informação, têm-se como


princípio:
A. Quanto maior a escala cartográfica, maior será o grau de generalização
aplicado.

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B. Quanto menor a escala cartográfica, maior será o grau de generalização


aplicado.
C. Quanto menor a escala cartográfica, menor será o grau de generalização
aplicado.
D. Quanto menor a escala cartográfica, maior será o grau de representação
aplicado.

4. Uma definição completa de Escala pode ser:


A. Razão entre um elemento representado num documento cartográfico e
seu correspondente do mundo geográfico.
B. Relação entre o tamanho dos elementos pontuais, lineares e poligonais
contidos num mapa que representa uma dada superfície terrestre.
C. Relação entre o tamanho dos elementos representados em um mapa ou
carta e o tamanho correspondente, medido sobre a superfície terrestre.
D. Razão entre elementos representados em um modelo SIG e medições
sobre a superfície terrestre.

5. É correcto se afirmar que “quanto mais generalizada for uma


representação”:
A. Mais distante da realidade poderá estar.
B. Mais próxima da realidade poderá estar.
C. Transmite de forma clara a realidade.
D. Não transmite nada que possa ser encontrado na realidade.

6. Das afirmações abaixo determinas as Verdadeiras e Falsas:


6.1. A escala é o primeiro elemento cartográfico, ou transformação a ser
considerada na entre a informação geográfica e a informação cartográfica.
6.2. Os mapas, dentro de um trabalho clássico e tradicional, representam um
meio permanente de armazenamento da informação geográfica.
6.3. As funções de aproximação (zoom in/out) podem substituir
satisfatoriamente as funções da Escala.
6.4. Quando se diminui a escala de um mapa é difícil, ou mesmo impossível,
manter o nível de detalhe com que os objectos são representados.

7. Faça corresponder as colunas abaixo sobre a Escala:


I. Quanto maior a extensão da área,
A. Escala cartográfica.
maior será a escala associada.

II. Quanto maior a escala geográfica,


B. Escala geográfica.
menor será a escala aplicada.

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III. Escala de actuação ou de operação


C. Escala operacional.
de um determinado fenómeno.

QUADRO DE SOLUÇÕES/RESPOSTAS:
Múltipla escolha Verdadeira e Falso Correspondência
1. B 6.1. Verdadeiro 7. I. B
2. D 6.2. Verdadeiro II. A
3. B 6.3. Falso III. C
4. C 6.4. Verdadeiro
5. A

UNIDADE Temática 2.3. Sistema de Coordenadas e de Projecções Cartográficas

Introdução

Para localizar um objecto na superfície terrestre é necessário conhecer


sua posição geográfica e para isso sua localização tem que estar
determinada numa rede coerente de coordenadas, então quando se
dispõe de um sistema de coordenadas fixas, pode-se definir a
localização de qualquer ponto na superfície terrestre.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Perceber: o contexto dos sistemas de coordenadas em SIG;


▪ Analisar: a importância do sistema de coordenadas para o SIG;
Objectivos ▪ Entender: qual a aplicação de cada sistema de projecções cartográficas.
específicos
Os sistemas de coordenadas dividem-se em sistemas de coordenadas
geográficas ou terrestres e sistemas de coordenadas planas ou
cartesianas.

Segundo CÂMARA et al. (1996), no sistema de coordenadas geográficas


ou terrestres, cada ponto da superfície terrestre é localizado na
intersecção de um meridiano com um paralelo. Meridianos são círculos
máximos da esfera cujos planos contem o eixo dos pólos, sendo o
Meridiano de Greenwich o meridiano de origem. E paralelos são
círculos da esfera cujos planos são perpendiculares ao eixo dos pólos,
60
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sendo o Equador o paralelo de origem dividindo a Terra em dois


hemisférios, Norte e Sul.

Esse sistema representa um ponto na superfície terrestre por um valor


de latitude e longitude. A longitude é a distância angular entre um
ponto qualquer da superfície terrestre e o meridiano de origem.
Latitude é a distância angular entre um ponto qualquer da superfície
terrestre e a linha do Equador (vide figura 4).

O sistema de coordenadas planas ou cartesianas baseia-se na escolha


de eixos perpendiculares, usualmente denominados eixos horizontal e
vertical, cuja intersecção é denominada origem, estabelecida como
base para a localização de qualquer ponto do plano. Um ponto é
representado por dois números, um correspondente à projecção sobre
o eixo x (horizontal), associado à longitude, e outro correspondente à
projecção sobre o eixo y (vertical), associado à latitude (CÂMARA et al.,
1996).

Fig. 4 - Sistema de Coordenadas Geográficas.

Fonte: Adpatado pelo autor.

Todos os mapas são representações aproximadas da superfície


terrestre, que projectam cada ponto do globo terrestre em uma
superfície plana. Para obter essa correspondência, utilizam-se os
sistemas de projecções cartográficas (CÂMARA et al., 1996).

61
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A escolha de um sistema de projecção cartográfica é realizada de


maneira que o mapa venha a possuir propriedades que satisfaçam as
finalidades impostas pela sua utilização. O ideal seria construir um
mapa que reunisse todas as propriedades, representando uma
superfície rigorosamente semelhante à superfície da Terra. Nesse caso,
o mapa deveria possuir as seguintes propriedades:

● Conformidade (manutenção da forma das áreas a serem


representadas);
● Equivalência (inalterabilidade das áreas); e
● Equidistância (constância das relações entre as distâncias dos
pontos representados e as distâncias dos seus correspondentes).

Essas propriedades seriam facilmente conseguidas se a superfície da


Terra fosse plana ou uma superfície desenvolvível no plano. Como isso
não ocorre, torna-se impossível a construção do mapa ideal.

Quanto ao tipo de uma superfície de projecção adoptada, classificam-


se em: planas ou azimutais, cónicas e cilíndricas (vide figura 5), as quais
representam a superfície curva da Terra sobre um plano, um cone, um
cilindro tangente ou secante à esfera terrestre, de modo normal,
transverso ou oblíquo.

Fig. 5 – Sistemas de Projecções cartográficas.


Cilíndrica cónica plana/azimutal

Segundo CÂMARA et al. (1996), na projecção plana ou azimutal,


constrói-se o mapa imaginando-o projectado num plano tangente ou
secante à Terra. Na projecção cónica, pode-se imaginar que o mapa é
inicialmente projectado sobre um cone tangente ou secante à
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superfície terrestre, que é em seguida “desenrolado” sobre um plano.


O mesmo ocorre na projecção cilíndrica, onde a projecção é imaginada
sobre um cilindro. Em todas as projecções cónicas, os meridianos são
rectas que convergem em um ponto, e os paralelos são circunferências
concêntricas a esse ponto. Em todas as projecções cilíndricas, os
meridianos e os paralelos são representados por rectas
perpendiculares.

Cada sistema de projecção apresentará distorções diferentes no mapa


final, pois no processo de transformação da superfície esférica para o
plano ocorrem distorções que não podem ser completamente
eliminadas, logo não existe mapa perfeito nem livre de erros (vide figura
6). A solução é construir um mapa que, sem possuir todas as condições
ideais, possua aquelas que satisfaçam a determinado objectivo.
Portanto, ao escolher o sistema de projecção é necessário considerar a
finalidade do mapa que se quer construir.

Fig. 6 – Perspectivas dos Sistemas de Projecções cartográficas.

Fonte: http://earth.rice.edu/mtpe/geo/geosphere.html acesso em 10.10.2016.

A Tabela 1 mostra as características principais de alguns sistemas de


projecções cartográficas mais importantes. As aplicações descritas
referem-se à situação de uso das projecções em diversos países,

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incluindo Moçambique. O sistema UTM, o mais utilizado, será descrito


a seguir com mais detalhes.

Tabela 1. Sistemas de projecções cartográficas: classificação, características


e aplicações.
Projecção Classificação Características Aplicações
Preserva área e
Mapeamentos temáticos;
Substitui com
Cónica Mapeamento de áreas com
Albers vantagens todas as
Equivalente extensão predominante
outras cónicas
Este-Oeste.
equivalentes
Preserva ângulos e Mapeamento das regiões
Estereográfica Azimutal
tem distorções de polares; Mapeamento da
Polar conforme
escala. Lua, Marte e Mercúrio.
Mapas temáticos; Mapas
Cónica
Lambert Preserva ângulos. políticos; Cartas militares;
Conforme
Cartas aeronáuticas.
Cilíndrica Cartas náuticas; Mapas
Mercator Preserva ângulos.
Conforme geológicos; Mapas Mundi.
Preserva ângulos,
Mapeamento básico em
Cilíndrica Altera áreas (porém as
UTM escalas médias e grandes;
Conforme distorções não
Cartas topográficas.
ultrapassam 0,5%).

Fonte: Hamada & Gonçalves, 2007.

O Sistema de projecção UTM

A projecção UTM (“Universal Transverse de Mercator”) foi desenvolvida


durante a 2ª Guerra Mundial. Esse sistema é, em essência, uma
modificação da Projecção Cilíndrica Transversa de Mercator, onde o
cilindro de projecção é secante à superfície de referência, conforme
mostra a Fig. 7.

Fig. 7. Cilindro secante – projecção UTM

64
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Fonte: SILVA,1998 (adaptado)

O sistema UTM possui como característica a projecção conforme, na


qual conserva os ângulos e a forma de pequenas áreas. Nesse sistema
a Terra é dividida em 60 fusos de 6º de amplitude longitudinal, limitados
ao norte pelo meridiano 84º N e, ao sul, pelo meridiano 80º S. Cada um
desses fusos, numerados de 1 a 60 no sentido leste começando no
meridiano 180º é gerado a partir de uma rotação do cilindro de forma
que o meridiano de tangência divide o fuso em duas partes iguais de 3º
de amplitude.

Moçambique localiza-se entre os paralelos 10° e 27′ e 26° e 52′ de


latitude Sul, e entre os meridianos 30° 12′ e 42° 51′ de longitude Este.

O meridiano central de um fuso é representado em verdadeira


grandeza. A fim de minimizar as variações de escala dentro do fuso
aplica-se ao meridiano central de cada fuso um factor de redução de
escala igual a 0,9996. A redução máxima ocorre no meridiano central
(0,9996) e a ampliação máxima ocorre nas bordas dos fusos
(aproximadamente 1,001) (BLATCHUT et al., 1979).

De acordo com Silva (1999), deve-se tomar bastante cuidado quando os


dados ultrapassarem a amplitude do fuso ou quando parte da área em
estudo está contida em dois fusos. Nesses casos, são necessárias
correcções para que as distâncias e as relações angulares correspondam
à realidade. Para evitar valores negativos na intersecção do Meridiano
de Greenwich com o Equador, são acrescidos 10.000.000 m às abscissas
do hemisfério Sul e 500.000 m às ordenadas.
65
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A localização geográfica da Carta Internacional ao Milionésimo (CIM),


utilizada para a identificação de folhas topográficas, foi obtida com a
divisão do planeta em 60 fusos de amplitude de 6º, numerados a partir
do fuso 180º O a 174º O, no sentido oeste-Este. Cada um desses fusos,
por sua vez, estão divididos a partir da linha do Equador em 21 zonas
de 4º de amplitude para o Norte e com o mesmo número para o Sul.

Existe um sistema referencial de localização terrestre baseado em


coordenadas métricas definidas para cada uma das 60 zonas UTM,
múltiplas de 6 graus de longitude, na Projecção Universal Transversal
de Mercator e cujos eixos cartesianos de origem são o Equador, para
coordenadas N (norte) e o meridiano central de cada zona, para
coordenadas E (leste), devendo ainda ser indicada a zona UTM da
projecção.

As coordenadas N (norte) crescem de S para N e são acrescidas de


10.000.000 (metros) para não se ter valores negativos ao sul do Equador
que é a referência de origem; já as coordenadas E (leste) crescem de W
para E, acrescidas de 500.000 (metros) para não se ter valores negativos
a oeste do meridiano central.

Observar que enquanto o sistema de coordenadas geográficas,


angulares, em graus, minutos e segundos é de uso geral para referenciar
qualquer ponto da Terra, o sistema UTM, alem de limitado pelos
paralelos 80o S e 84o N, deve contar com a indicação da Zona UTM pois
as mesmas coordenadas métricas N e E repetem-se em todas as 60
zonas.

As projecções de linhas meridianas geográficas em mapas próximos das


bordas das zonas (múltiplas de 6o de longitude) mostram ângulo com as
linhas cartesianas do sistema UTM.

Exemplo de coordenadas UTM: Zona 23, N 8.569.300, E 645.750 o que


significa que o ponto referenciado acha-se entre 36 e 48o W (zona 23),
145.750 m a leste do meridiano central (no caso 39o W) e 1.430.700 m
a sul do Equador.

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Os sistemas de coordenadas usuais em SIG são denominadas Sistema


de Coordenadas Geográficas ou Terrestres. Neste é possível
representar qualquer ponto/espaço geográfico no Planeta Terra
através de uma rede coordenadas que conjugado ao Sistema Cartesiano
atribuem-no uma projecção em eixos horizontal e vertical que
correspondem a uma Longitude e Latitude, respectivamente.

Este sistema de coordenadas é usual sob ponto de vista de aplicação


utilizando-se sistemas de projecções cartográficas, cuja escolha é
realizada de maneira que o mapa venha a possuir propriedades que
satisfaçam as finalidades impostas para sua utilização, podendo ser
representado na forma plana, cónica e cilíndrica. Desta o sistema mais
usual é a Projecção UTM que deriva da Projecção Cilíndrica Transversal
de Mercator.

de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Os sistemas de coordenadas dividem-se em:


A. Sistemas de coordenadas terrestres e sistemas de coordenadas
geográficas.
B. Sistemas de coordenadas geográficas/terrestres e sistemas de
coordenadas planas/cartesianas.
C. Sistemas de coordenadas geográficas/ cartesianas e sistemas de
coordenadas planas/terrestres.
D. Sistemas de coordenadas planas e sistemas de coordenadas cartesianas.

2. O sistema que representa um ponto na superfície terrestre por um


valor de latitude e longitude é:
A. Sistemas de coordenadas planas.
B. Sistemas de coordenadas cartesianas.
C. Sistemas de coordenadas cartográficas.
D. Sistemas de coordenadas terrestres.

3. O sistema que representa um ponto na superfície terrestre por eixos


horizontal e vertical, dispostos perpendicularmente, é:

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A. Sistemas de coordenadas cónicas.


B. Sistemas de coordenadas cartesianas.
C. Sistemas de coordenadas cartográficas.
D. Sistemas de coordenadas terrestres.

4. A obtenção de correspondência entre pontos na superfície terrestre


e superfície no Mapa serve-se dos:
A. Sistemas de coordenadas planas.
B. Sistemas de coordenadas cartesianas.
C. Sistemas de coordenadas cartográficas.
D. Sistemas de coordenadas terrestres.

5. Os sistemas de projecção cartográfica podem ser classificados em:


A. Planas ou azimutais, cónicas e cilíndricas.
B. UTM, cónicas e cilíndricas.
C. Lambert, Mercator e UTM.
D. Planas ou azimutais, cónicas e Albers.

6. Os sistemas de projecção UTM são uma modificação da Projecção:


A. Cónica Lambert.
B. Cónica Albers.
C. Azimutal Estereográfica Polar.
D. Cilíndrica Transversa de Mercator.

7. Das afirmações abaixo determinas as Verdadeiras e Falsas:


7.1. Os mapas são representações aproximadas da superfície terrestre, que
projectam cada ponto do globo terrestre em uma superfície plana.
7.2. O sistema UTM possui como característica a projecção conforme, na qual
conserva os ângulos e a forma de pequenas áreas.

8. Faça corresponder as colunas abaixo sobre as propriedades do Mapa:


I. Manutenção da forma das áreas a
A. Equivalência.
serem representadas.

II. Inalterabilidade das áreas. B. Equidistância.

III. Constância das relações entre as


distâncias dos pontos representados e C. Conformidade.
as distâncias dos seus correspondentes.

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9. Faça corresponder as colunas abaixo sobre os sistemas de projecção:


I. Preserva área e Substitui com vantagens
A. UTM.
todas as outras cónicas equivalentes.

II. Preserva ângulos e tem distorções de


B. Albers.
escala.

III. Preserva ângulos, Altera áreas (porém as C. Estereográfica


distorções não ultrapassam 0,5%). Polar.

QUADRO DE SOLUÇÕES/RESPOSTAS:
Múltipla escolha Verdadeira e Falso Correspondência
1. B 7.1. Verdadeiro 8. I. C 9. I. B
2. D 7.2. Verdadeiro II. A II. C
3. B III. B III. A
4. C
5. A
6. D

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CAPTURA DE DADOS PARA SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA.

UNIDADE Temática 3.1. Processo de captura de dados para um SIG.


UNIDADE Temática 3.2. Armazenamento e Estrutura de dados em SIG
UNIDADE Temática 3.3. Modelagem de dados em SIG.

UNIDADE Temática 3.1. Processo de captura de dados para um SIG.

Introdução

Nesta unidade discutem-se os principais métodos de recolha de dados


para um Sistema de Informação Geográfica, onde se vê que a escolha
de um ou outro método está em função dos custos e dos objectivos a
que os dados a obter irão servir. A forma como se opera na captura de
dados é que vai determinar a qualidades de dados a obter e tem
influências fortes no processo de manuseamento e fiabilidade da
informação geográfica obtida.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Identificar: os processos de captura de dados para um SIG;


▪ Relacionar: os métodos de recolha ou captura de dados em função do objectivo;

Objectivos ▪ Conhecer: algumas fontes de dados para um SIG;


específicos
▪ Demonstrar: como funciona cada um dos métodos de recolha de dados.

A escolha de um método de captura é definida principalmente pelo


orçamento disponível e pelo tipo de dado de entrada, segundo
MEADEN & KAPETSKY (1991). A aquisição de dados digitais para a
construção das bases utilizadas em SIG, pode ser efectuada através de
diversas metodologias, entre elas:

● Levantamentos de campo, tanto através dos métodos


tradicionais de topografia, quanto através da utilização de
aparelhos de GPS;

70
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● Sensoriamento remoto;
● Digitalização de dados;
● Entrada de dados através do teclado do computador.

3.1.1. LEVANTAMENTOS DE CAMPO

Compreende um conjunto de actividades que visam, através de


medições de campo, determinar posições relativas de pontos sobre a
superfície terrestre. Desta forma, permitem a representação de
porções da superfície com seus acidentes naturais e artificiais,
complementações e actualizações de mapeamentos existentes,
localização de pontos, colecta de dados, bem como apoio a projectos
de engenharia, estudos geológicos, hidrológicos e ambientais de
qualquer natureza.

Topografia

Os levantamentos topográficos são realizados sobre o “plano


topográfico” também conhecido como plano do horizonte, que consiste
em um plano tangente à superfície terrestre no ponto central da área
mapeada. A Topografia, portanto, desconsidera a curvatura terrestre,
restringindo assim a extensão da sua área de actuação a uma porção da
superfície. As discrepâncias daí decorrentes são consideradas
desprezíveis para os estudos realizados.

A extensão do plano topográfico está relacionada à precisão desejada


para o levantamento. Em geral, uma extensão de 50 km2 é tida como
limite para a maioria dos estudos.

A Topografia é dividida em Planimetria e Altimetria. A Geodesia, por sua


vez, procura através das medições de campo, determinar os parâmetros
geométricos da forma da Terra. É adoptado o elipsóide de revolução
como superfície matemática para desenvolvimento dos cálculos. Os
levantamentos geodésicos dão apoio à cartografia nacional e regional e
aos levantamentos topográficos.

71
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INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

São utilizados os métodos convencionais de poligonação, triangulação


e trilateração e mais recentemente com o avanço tecnológico, o
posicionamento por rastreamento de satélites artificiais com utilização
do sistema GPS (Global Positioning System).

GPS – Sistema Global de Posicionamento

Sistema Global de Posicionamento (GPS) é um sistema de


posicionamento contínuo e determinação de velocidade, baseado em
satélites e operado pelo Departamento de Defesa dos EUA.

Consiste de três segmentos:

● Segmento Espacial: Sistema NAVSTAR – GPS (Figura 37), com as


seguintes características: 24 satélites, 3 planos orbitais com 8
satélites cada, altitude 20.000 km, órbita circular, período de 12
horas e elipsóide – GRS-80, Datum World Geodetic System WGS-
84.

Para permitir que de qualquer lugar da superfície da Terra, em qualquer


hora do dia seja possível determinar a posição de um ponto foi
estabelecido um esquema orbital (vide figura 8), de tal forma que
sempre exista um mínimo de seis satélites electronicamente visíveis.

Fig. 8. Constelação de satélites do sistema NAVSTAR GPS.

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Fonte: PINA & SANTOS, 2000.

● Segmento de Controlo: Consiste de estações de controlo


localizadas no EUA e que monitoram todos os satélites GPS,
fazendo as correcções orbitais e determinando erros nos
relógios atómicos a bordo dos satélites.
● Segmento Receptor: Envolve os receptores (aparelhos de GPS)
e antenas que recebem as informações dos satélites e calculam
a sua posição precisa e a velocidade (vide figura 9).

Fig. 9. Posicionamento GPS.

Fonte: ANTUNES (s/d).

A determinação da posição precisa de um ponto é feita através da


medição da distância desse ponto até um conjunto de pelo menos
quatro satélites. A distância do ponto ao satélite é estabelecida pela
medida do tempo de viagem do sinal de rádio emitido pelo satélite.

Os sinais de rádio emitidos pelo satélite transportam informações sobre


a posição precisa do satélite e a hora em que o sinal é transmitido,
determinada por relógios atómicos de altíssima precisão. O receptor
GPS, ao receber o sinal determina o tempo exacto que o sinal levou no
percurso e o cálculo da distância percorrida é realizado multiplicando-
se esse tempo pela velocidade da luz.

73
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INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

Cada satélite GPS transmite dois sinais de rádio: L1 – 1575,42 MHz e L2


– 1227,60 MHz. O sinal L1 é modulado com dois ruídos pseudo
randómicos: Pcode e C/A code. O sinal L2 é modulado somente com o
P-code. O código de precisão P-code, pode ser encriptado para fins
militares. O C/A code não é encriptado. A maioria dos receptores civis
usam o C/A code.

3.1.2. LEVANTAMENTOS POR SENSORIAMENTO REMOTO

Sensoriamento remoto pode ser definido como sendo o processo de


capturar informação sobre algum objecto, sem contacto com esse
objecto (daí o nome – remoto), usando sensores que podem ser
transportados a bordo de satélites (sensores orbitais) ou a bordo de
aviões (câmaras fotográficas). O objectivo do sensoriamento remoto é
estudar o ambiente terrestre, pelo registro e pela análise das
interacções entre a radiação electromagnética e as substâncias
presentes na superfície terrestre.

Sabe-se que todo material (natural ou artificial) sobre a superfície


terrestre está constantemente reflectindo e emitindo radiação
electromagnética. As imagens digitais são registros de cenas focalizadas
por sensores com respostas em faixas de frequência bem definidas do
espectro electromagnético. Assume-se como verdadeiro que alvos
específicos (tipos de solo, rochas de diferentes eras geológicas, várias
espécies de vegetação), devido a diferentes composições químicas e/ou
à propriedades físicas, vão emitir, transmitir e absorver de forma
selectiva a radiação electromagnética, caracterizando o que
normalmente se conhece como assinaturas espectrais. Isto é, alvos
distintos, presentes na superfície da terra, tendem a apresentar
comportamentos diferenciados ao longo do espectro, passíveis de
registro pelos sensores espaciais que operam em determinados
intervalos espectrais (MOREIRA, 1994).

As imagens de sensores a bordo de satélites são obtidas por


rastreamento da superfície terrestre (scanning) como apresentado na

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figura 9, enquanto para as fotografias aéreas a obtenção da imagem da


superfície é feita instantaneamente (framing), figura 10. Por esta razão
é errado chamar “fotografia de satélite” ao produto dos sensores
orbitais, sendo o termo correcto, imagem de satélite.

Fig. 9. Técnica de obtenção de imagens orbitais (Scanning).

Fonte: PINA & SANTOS, 2000.

Fig. 10. Esquema de obtenção de fotografias aéreas (Framing).

Fonte: PINA & SANTOS, 2000.

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Imagens de Sensoriamento Remoto

Uma imagem digital pode ser vista como uma matriz, de dimensões n
linhas por m colunas, em que cada célula (pixel) dessa matriz possui um
valor numérico correspondente ao valor de brilho, proporcional à
reflectância do alvo na respectiva posição, e que varia do branco ao
preto.

Cada alvo particular na superfície da Terra apresenta uma maneira


característica de interagir com a radiação incidente, descrita pela
resposta espectral do alvo, constituindo as chamadas assinaturas
espectrais.

Sensores

Os sensores são os equipamentos capazes de colectar a radiação


electromagnética proveniente das substâncias, e de transformar
alguma forma de energia em um sinal a ser convertido em informação
sobre um ambiente. No âmbito do sensoriamento remoto, essa energia
é representada pela radiação electromagnética.

Os sensores podem ser classificados em:

● Activos - são aqueles capazes de produzir sua própria radiação,


que irá interagir com objectos da superfície terrestre. Por
exemplo, os radares de visada lateral são sensores activos,
sendo também conhecidos como sistemas de microondas. A
imagem resultante é função do sinal de retorno e não pode ser
interpretada com os mesmos critérios utilizados para imagens
obtidas por sensores passivos. A grande vantagem do radar
consiste na possibilidade de operar no escuro e até mesmo sob
condições meteorológicas adversas. Ex.: Sistema de radar
● Passivos - colectam radiação reflectida ou emitida pelos
objectos da superfície. Ex.: fotografia aérea.

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Os sensores podem ainda ser classificados de acordo com o tipo de


produto que geram em:

● Não-imageadores - não fornecem uma imagem da superfície


observada (ex. radiómetros – saída em dígitos ou gráficos).

● Imageadores - como o próprio nome diz, fornecem como


resultado uma imagem da superfície ou a variação espacial da
resposta espectral da superfície imageada. Os sensores
imageadores podem ser classificados, em função do processo de
formação da imagem, em:

● Sistemas fotográficos - são câmaras fotográficas,


focalizando a energia proveniente do alvo sobre o
detector, que no caso é um filme.
● Sistemas de imageamento eletro-ópticos - os dados são
registrados sob forma de sinal eléctrico, o que possibilita
transmissões à distância. Os componentes ópticos do
sistema focalizam a energia proveniente da cena sobre
um detector, que produz então um sinal eléctrico. O
detector tem a função de gerar um sinal eléctrico, que
será transformado em valores numéricos e armazenado
em formato digital.

O sistema de radar emite energia na região de microondas do espectro


electromagnético (Figura abaixo) e capta a energia reflectida pelos materiais
que estão sobre a superfície terrestre

Espectro electromagnético

Fonte:

77
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Os materiais apresentam comportamentos distintos ao longo do espectro


electromagnético para diferentes atributos (ex.: emissividade, reflectância,
absortância, transmissividade, luminescência, etc). Desta forma, sensores
operando em diferentes intervalos espectrais (sensores multi-espectrais) são
capazes de discriminar determinados objectos ou fenómenos sobre/sob a
superfície terrestre.

O espectro electromagnético é muito amplo e nem todos os comprimentos


de onda são adequados para fins de sensoriamento remoto. Por exemplo, os
intervalos de comprimento de ondas verde, vermelho (visíveis) e também o
infravermelho apresentam baixa interferência atmosférica, possibilitando
uma boa oportunidade para medir as interacções com a superfície terrestre.
A maioria das imagens produzidas via sensoriamento remoto para aplicações
relacionadas com SIG são obtidas nestes intervalos.

Existem diversas propriedades básicas para um sensor electromagnético, as


principais são: resolução espectral; resolução espacial e resolução temporal.

Resolução

Resolução é um conceito bastante difundido em sensoriamento


remoto, representando uma medida da habilidade que um sistema
sensor possui para discriminar respostas próximas espacialmente ou
semelhantes espectralmente. Desdobra-se em quatro tipos: resolução
espectral, espacial, temporal e radiométrica.

Resolução espectral - é um conceito que está relacionado com as


imagens multi-espectrais e define-se pelo número de bandas espectrais
que um dado sistema sensor comporta e pela largura do intervalo de
comprimento de onda coberto por cada uma dessas bandas
(CROSTA,1992). Quanto maior o número de bandas e menor a largura
do intervalo, maior é a resolução espectral do sensor.

O conceito de banda pode ser exemplificado no caso de duas fotografias


tiradas de um mesmo objecto, uma em preto e branco e outra colorida.
A foto em preto e branco representa o objecto em apenas uma banda
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espectral, enquanto a colorida representa o mesmo objecto em três


bandas espectrais, vermelha, azul e verde que mostram o objecto em
cores, quando combinadas por superposição.

● Resolução espacial - é uma medida da menor separação angular


ou linear entre dois objectos, ou seja, representa a capacidade
do sistema sensor de “enxergar” objectos na superfície
terrestre: quanto menor o objeto passível de ser visto, maior a
resolução espacial ou o poder de resolução (Crosta, 1992).

Dizer, por exemplo, que um sistema possui resolução de 30 metros,


significa que o tamanho de cada pixel é de 30 X 30 m e,
consequentemente, objectos distantes entre si menos de 30 metros
não serão distinguidos pelo sensor.

As imagens resultantes de satélites de alta resolução, que até há pouco


tempo eram usados exclusivamente para fins militares, começam a ser
disponibilizadas para o público civil, aumentando muito a
potencialidade de utilização de imagens de satélite em inúmeras
aplicações de SIG.

As imagens resultantes de satélites de alta resolução, que até há pouco


tempo eram usados exclusivamente para fins militares, começam a ser
disponibilizadas para o público civil, aumentando muito a
potencialidade de utilização de imagens de satélite em inúmeras
aplicações de SIG.

Em Setembro de 1999 foi lançado o satélite IKONOS II, nos EUA, e as


primeiras imagens do Brasil já começam a ser disponibilizadas. No
modo pancromático, as imagens chegam a 1m de resolução, ou seja, é
possível identificar objectos a partir de 1m2, como se exemplifica na
Figura 11. Repare nos detalhes de veículos circulando nas rodovias! Até
então tal nível de detalhe só era possível através de fotografias aéreas.

Isto não significa dizer que as imagens de satélite podem substituir as


fotografias aéreas em todas as aplicações, mas que aumentam muito as
possibilidades de análise de quem precisa de um detalhamento rico,

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mas não requer uma grande precisão cartográfica, como na maioria das
aplicações de SIG na área da Saúde.

As imagens de alta resolução são uma alternativa mais económica, mais


fácil de adquirir e um modo mais fácil de manter as bases cartográficas
actualizadas. Os testes quanto à precisão cartográfica destas imagens
ainda estão sendo realizados e não são conclusivos. As novidades
podem ser acompanhadas no site: http://www.ikonos.com.br.

Fig. 11: Imagem IKONOS, pancromática. Resolução espacial: 1m

Fonte: www.ikonos.com.br

● Resolução temporal - diz respeito à frequência com que imagens


de uma mesma área são obtidas.

● Resolução radiométrica - é a capacidade do detector de


perceber diferenças no sinal recebido e é dada pelo número de
níveis digitais, representando níveis de cinza. Quanto maior for
o número de níveis, maior será também a resolução
radiométrica. Em geral, o número de níveis de cinza é expresso
em função do número necessário de dígitos binários (bits) para
armazenar digitalmente o valor do nível de cinza máximo. O
valor em bits é sempre uma potência de 2, deste modo 8 bits
representam 256 níveis de cinza.

Sistemas Sensores Orbitais

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As imagens obtidas por sensores orbitais, transportados por satélite,


são normalmente multiespectrais, ou seja, aquelas em que uma mesma
cena é reproduzida simultaneamente em diversas bandas do espectro
electromagnético. Actualmente os mais utilizados sistemas orbitais são:

● SISTEMA LANDSAT - Desenvolvido pela NASA-EUA. Transporta


dois sensores (MSS e TM), com uma resolução temporal de 16
dias, o que significa dizer que uma mesma área da superfície
terrestre é mapeada a cada 16 dias. O sensor MSS
(Multiespectral Scanner) possui 4 bandas espectrais (4,5,6,7), a
área de uma cena é de 185Km X 185 Km e sua resolução espacial
é de 80m X 80m. O TM (Thematic Mapper) possui 7 bandas
espectrais (1,2,3,4,5,6,7) – vide tabela 2, a área de uma cena é
de 185Km X 185Km e sua resolução espacial é de 30 m (excepto
na banda 6=120m). Resolução radiométrica de 8 bits, ou 256
níveis de cinza.

Tabela 2: Aplicações das bandas do sensor TM-Landsat.

Faixa
Banda Espectral Aplicações
(mm)
Adequada para o mapeamento de águas costeira,
1 azul 0,45 - 0,52 para análises de uso da terra e características de
vegetação.
2 verde 0,52 - 0,60 Reflectância de vegetação verde sadia
Uma das mais importantes bandas para
discriminação de espécies vegetais.
3 vermelho 0,63 - 0,69
Isso se deve ao fenómeno de absorção da luz
vermelha pela clorofila presente nas plantas.
Detecção de biomassa da vegetação, identificação
4 infravermelho
0,76 - 0,90 de culturas agrícolas, delineamento de corpos de
próximo
água.
5 infravermelho Medidas de umidade da vegetação, diferenciação
1,55 - 1,75
médio entre nuvens e neve.
6 infravermelho Útil ao mapeamento de estresse térmico em plantas
10,4 – 12,5
termal e em outros mapeamentos térmicos
7 infravermelho
2,08 - 2,35 Diferenciação de formações rochosas geológicas.
médio
Fonte: PINA & SANTOS, 2000.

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Em Abril de 1999 foi lançado o Landsat 7, que tem mais uma banda
pancromática, com resolução de 15 metros. Mas recentemente fora
lançado o Landsat 8, porém maior parte das imagens produzidas
servem ainda a interesses militares adjudicados a NASA e muitas delas
podem ser adquiridas por outras entidades mediante pagamento de
uma taxa de concessão.

● SISTEMA SPOT - É um satélite de um programa espacial francês,


que leva a bordo 2 sensores de alta resolução (HRV) que operam
no modo multiespectral fazendo a aquisição de dados em três
faixas do espectro electromagnético e no modo pancromático.
Uma das características mais importantes do sensor HRV, é a
possibilidade dele ser direccionado, de modo a se observar
cenas laterais à órbita em que se encontra o satélite num
determinado momento. A resolução temporal é de 26 dias,

Os sistemas de processamento de
podendo ser diminuída se forem usadas visadas laterais. O
imagens são softwares sensor HRV-Spot (Hight Resolution Visible) possui 3 bandas
desenvolvidos para resolver
espectrais, resolução espacial de 20 metros (10 metros no
problemas específicos de
tratamento de imagens obtidas pancromático), resolução radiométrica de 8 bits e pode imagear
remotamente, sendo que alguns uma faixa com até 475 Km para cada um dos lados da órbita.
SIG possuem módulos acoplados
que permitem ao usuário realizar ● IKONOS II – É um satélite americano que leva a bordo sensores
um conjunto, normalmente
de altíssima resolução, fazendo a aquisição dos dados em modo
limitado, de operações envolvendo
pancromático e multiespectral, fazendo a aquisição em 4
bandas do espectro: azul, verde, vermelho e infra vermelho
próximo. A resolução espacial é de 1m no modo pancromático e
4m no modo multiespectral. A resolução radiométrica é de 11
bits, ou seja, 2048 níveis de cinza, o que aumenta muito o poder
de contraste e de discriminação das imagens. O tamanho de
uma cena é de 13KmX13Km.

3.1.3. PRINCÍPIOS DE PROCESSAMENTO DIGITAL DE IMAGENS

Como já visto, sensoriamento remoto é a técnica capaz de transformar


os dados de radiância de uma cena em informações sobre os objectos

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ou elementos que a constituem. A partir do momento em que se obtém


uma imagem bidimensional de uma cena, após processamento dos
sinais captados por um dado sensor, tem-se um produto que pode ser
analisado, isto é, a própria imagem, de onde é possível extrair
informações.

A análise das imagens se realiza a partir de procedimentos para análise


digital de imagens e procedimentos para análise visual de imagens. A
interpretação visual de imagens (fotointerpretação) é realizada sem o
auxílio de computadores.

Com o avanço das técnicas de computação e o surgimento de


computadores digitais capazes de armazenar e processar grande
volume de informações, de forma extremamente rápida, passou-se a
utilizar técnicas de processamento digital de imagens especialmente
concebidas para o processamento e análise de imagens digitais.

Correcção Geométrica e Registo

Imagens geradas por sensores remotos, sejam fotografias aéreas ou


imagens de satélite, são sujeitas a uma série de distorções espaciais,
não possuindo precisão cartográfica quanto ao posicionamento dos
objectos, superfícies ou fenómenos nelas representados. No entanto, a
informação extraída de imagens de sensoriamento remoto necessita,
muitas vezes, ser integrada com outros tipos de informações,
representadas na forma de mapas em um ambiente de SIG.

Correcção geométrica – é a correcção das imagens segundo algum


sistema de coordenadas, de modo que a imagem incorpore as
propriedades de escala e de projecção de um mapa.

O método mais utilizado para corrigir as distorções geométricas, que


podem estar presentes em imagens digitais, consiste no
estabelecimento de funções matemáticas, relacionando as posições
dos pixeis da imagem com as coordenadas de posição dos pontos
correspondentes no solo (isso é feito através de um mapa).

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No caso de imagens multiespectrais, cada banda necessita ser corrigida


geometricamente. Para tanto, são necessários pontos de controlo no
terreno, identificáveis na base cartográfica e também na imagem a ser
corrigida. Tais pontos de controlo são localizados nas imagens por suas
posições, nas linhas e colunas, e na base cartográfica por suas
coordenadas.

Registo - é o ajuste do sistema de coordenadas de uma imagem ao


sistema equivalente em uma outra imagem, cobrindo a mesma área.
Um exemplo comum da necessidade do registro é na integração de
imagens de diferentes sensores (por exemplo, SPOT e LANDSAT.) sobre
uma mesma área.

Técnicas de Realce de Imagens

As técnicas de realce tem como objectivo melhorar a visualização de


uma imagem para que a imagem resultante, após o processamento,
esteja mais adequada do que a imagem original, para uma dada
aplicação ou estudo específico. Uma das técnicas de realce mais
utilizadas, é a de manipulação de contraste. O contraste de uma
imagem é uma medida do espalhamento dos níveis de intensidade dos
pixeis que a constituem.

A primeira etapa, no processo de modificação de contraste, consiste em


analisar os histogramas das imagens obtidas em diversas bandas
espectrais. Tais histogramas descrevem a distribuição estatística dos
níveis de cinza em termos da frequência, para cada valor digital,
segundo a resolução radiométrica considerada.

Classificação de uma Imagem

Consiste em atribuir a um objeto uma entre diversas classes de


interesse. Uma imagem classificada nada mais é do que uma outra
imagem (resultante da original) em que cada pixel da imagem original é
rotulado como pertencente a um determinado tema ou classe. Esta
classificação se dá através da utilização de diversas técnicas. Um
exemplo de uma imagem classificada é apresentado na figura 12.

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Fig. 12. Imagem temática obtida a partir de imagem orbital TM Landsat .

Fonte: MELHORAMENTOS, 1998.

3.1.4. AEROFOTOGRAMETRIA

Voo fotogramétrico, é um voo tecnicamente executado, com o


objectivo de se obter cobertura aerofotogramétrica de uma área. A
cobertura aerofotogramétrica visa obter a representação de toda a área
em modelos estereoscópicos obtidos pela superposição de duas fotos
sucessivas (Figura 13).

Fig. 13. Sequência de modelos estereoscópicos utilizados em


aerofotogrametria

Fonte: PINA & SANTOS, 2000.

A aerofotogrametria permite que se extraia das fotografias aéreas


verticais (figura 14), os componentes planimétricos e altimétricos para
a construção de um mapa. Os vôos são planejados em uma escala,

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objetivando atender a determinadas demandas de reconhecimento e


mapeamento final. A relação entre as escalas da foto e do mapa, pode
chegar até a ampliação de quatro vezes, ou seja , o mapa final restituído
a partir de um conjunto de fotografias pode ter uma escala até quatro
vezes maior que a da foto

Fig. 14. Fotografia aérea vertical utilizada em aerofotogrametria.

Fonte: PINA & SANTOS, 2000.

A cobertura por fotos aéreas é feita em faixas superpostas (que por sua
vez, são constituídas por fotografias também superpostas), de maneira
a abranger toda a área, compondo-se blocos de fotografias (Figura 15).

Figura 15. Esquema de plano de vôo com superposição de faixas de fotos.

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Fonte: ROBINSON, 1995

Na figura 16 apresenta-se uma fotografia e o trecho do mapa


correspondente à sua restituição. A utilização deste tipo de produto
atende, principalmente, à área cadastral e de construção de cartas
topográficas no nível municipal e nacional.

Fig. 16. Fotografia aérea e mapa correspondente à sua restituição

Fonte: MELHORAMENTOS, 1994.

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3.1.5. APLICAÇÕES DE SENSORIAMENTO REMOTO

Os produtos provenientes de sensores remotos orbitais são mais


fortemente utilizados nas diferentes áreas temáticas voltadas aos
estudos ambientais, em aplicações que não necessitem de grande
definição de escala. Apesar do recente lançamento de sensores de
resolução de até 1m (IKONOS), a grande utilização de imagens de
sensoriamento remoto ainda é com resoluções espaciais em torno de
10m a 20m, uma vez que estas imagens são mais económicas e existem
disponíveis para praticamente todo o território nacional.

As imagens de satélite oferecem uma rica fonte de dados ambientais,


que tende a ser cada vez mais importante e solicitada pela crescente
comunidade de usuários da tecnologia de geoprocessamento. O nível
de informação, possível de ser obtido nestas imagens, é variável e
dependente de uma série de situações relacionadas directamente com
o tipo de sensor utilizado, embora a principal delas seja vinculada às
resoluções inerentes à captura do dado. Do ponto de vista técnico-
científico, imagens de sensoriamento remoto provenientes de bases
orbitais, vêm servindo de fonte de dados para diversos estudos e
levantamentos. Acima de tudo, estas imagens passaram a representar
uma das formas mais viáveis de monitoramento ambiental em escalas
locais e globais, devido à rapidez, eficiência e periodicidade que as
caracterizam.

Um exemplo é o monitoramento de áreas de queimadas, como


apresentado na figura 17, onde é possível obter-se uma ideia da área
queimada de um parque (em verde mais escuro). Repare-se que é
possível identificar as áreas que estão ardendo (em vermelho) e a
fumaça.

Fig. 17 Imagem de satélite Landsat de uma área com queimadas.

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Fonte: INPE

As imagens de satélite, quando devidamente processadas, podem ser


usadas como um mapa (carta-imagem) ou como um atributo de uma
feição de um mapa. É muito comum o armazenamento de produtos
derivados destas imagens em bases de dados de SIG e a sua integração
com dados vectoriais da mesma área.

3.1.6. DIGITALIZAÇÃO

Existem dois métodos principais de se efectuar a digitalização de dados:


a digitalização manual e a digitalização automática, também chamada
de rasterização.

Tornou-se de uso comum, a utilização da palavra “digitalização” para se


referir ao método de digitalização manual, enquanto a palavra
rasterização se tornou usual para referenciar a digitalização automática.
É, no entanto, importante deixar claro, que a digitalização é um
processo de transformação de dados em formato digital, não
importando qual dos métodos foi utilizado. Assim, quando se pretende
contratar um serviço de digitalização, é importante especificar qual dos

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métodos deverá ser utilizado, caso contrário, a empresa contratada


definirá aquele que melhor lhe convier.

Equipamentos para Digitalização

Pode-se dividir os equipamentos utilizados para digitalização de acordo


com os métodos empregados.

Para digitalização manual utilizam-se:

● Mesas digitalizadoras, que podem ser encontradas desde o


formato A4 até ao formato A0.
● Restituidores digitais, que são equipamentos utilizados para
restituição de modelos aerofotogramétricos, através da
utilização de pares de fotografias aéreas tiradas a bordo de
aviões.

Para digitalização automática utilizam-se:

● Scanners, que podem ser de diversos tipos e formatos, desde o


A4, até ao A0.

Métodos de Digitalização

Os métodos de digitalização dizem respeito ao modo como os dados


são convertidos para o formato digital que pode ser manual (Vectorial)
ou automático (Matricial).

Não existe uma definição objectiva do melhor método de digitalização


a ser utilizado. A escolha deve ser direccionada considerando-se uma
série de parâmetros, entre eles: tempo de aquisição, custo, natureza
das aplicações e fontes de dados disponíveis.

A estrutura de dados (matricial ou vectorial) eleita para a manipulação


das bases digitais, não é necessariamente uma condicionante na
escolha do método de digitalização dos dados. A maioria dos programas
de geoprocessamento, permite a transformação entre formatos
matricial e vectorial e vice-versa. Assim, um dado pode ser digitalizado

90
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num formato, e armazenado ou manipulado noutro formato, de acordo


com a aplicação a que se destina.

Digitalização manual

Pode ser realizada através de:

● Mesa Digitalizadora - A superfície da mesa digitalizadora é


composta por uma finíssima malha de fios, que forma o sistema
de coordenadas de mesa (figura 18). A distância entre esses fios
determina a resolução da mesa e é um importante parâmetro a
considerar quando da compra do equipamento. Um gerador de
corrente eléctrica activa todos os fios gerando um sinal no par
de fios (x,y), mais próximos à posição do cursor, enviando as
coordenadas de mesa ao computador. O processo de
digitalização consiste num “redesenho” de todas as funções do
mapa, utilizando-se o cursor.

Fig. 18. Eixos do sistema de coordenadas de uma mesa digitalizadora.

Fonte: PINA & SANTOS, 2000.

A transformação entre o sistema de coordenadas de mesa e o sistema


de coordenadas de mundo é feita simultaneamente à digitalização,
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utilizando-se parâmetros calculados na etapa de orientação. Ë


importante efectuar essa transformação de coordenadas para garantir
que o produto final esteja georreferenciado e, portanto, seja
compatível com outras bases de dados relativas à mesma área,
permitindo assim a sua integração no ambiente de SIG.

A operação de digitalização é simples (porém demorada) e não


necessita de grandes recursos computacionais ou de hardware. A
digitalização através da utilização de mesas ainda é o método mais
utilizado para aquisição de dados digitais, a partir de documentos já
existentes em formato analógico. A grande desvantagem é que sua
execução consome muito tempo (já que o mapa é todo redesenhado) e
sua eficiência depende, não só, do equipamento e dos programas
utilizados, mas também e principalmente, da habilidade do operador e
do número de horas por ele trabalhadas.

● Instrumentos Fotogramétricos - A digitalização utilizando-se


instrumentos fotogramétricos é realizada directamente sobre o
modelo estereoscópico, devidamente orientado em relação ao
terreno. Os dados originados deste processo possuem precisão
maior do que aqueles oriundos de digitalização em mesa. O
operador percorre com a marca índice do restituidor, todas as
feições da imagem. A informação gerada é armazenada em meio
magnético, na forma vectorial spaguetti (lista de coordenadas).

Após a digitalização é necessário realizar revisão dos trabalhos


executados para garantir que todas as feições foram digitalizadas de
forma correcta. O controlo é feito utilizando-se plotters que
redesenham o mapa em papel que é comparado visualmente com o
documento original (por exemplo, em mesa de luz). Quando não existir
a disponibilidade de um plotter, o controle pode ser feito directamente
na tela do computador.

O processo de digitalização deve ser o mais cuidadoso possível, no


entanto, durante a aquisição de dados geralmente ocorrem erros. A
edição consiste no processo de validação e correcção dos erros
92
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oriundos da digitalização. É geralmente realizada de modo


semiautomático, com parte das correcções feitas automaticamente
pelo programa de edição, de acordo com algumas tolerâncias pré-
estabelecidas, e parte apresentadas ao operador para a correcção
manual.

A figura 19 apresenta alguns erros mais comuns durante a digitalização:

Fig. 19. Tipos de erros de digitalização mais comuns.

Fonte: MARTIN, 1991.

● Surgimento de pequenos polígonos (slivers) entre polígonos


vizinhos;
● Linhas que não atingem o ponto de cruzamento (undershoot);
● Linhas ultrapassando o ponto de cruzamento (overshoot);
● Duplicação (ou ausência) de labels em um polígono;
● Ausência de feições, devido a falhas na digitalização;
● Digitalização duplicada de feições;
● 7 e 8. Falhas na digitalização; e
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● 9. Imperfeições na junção de linhas provenientes da


digitalização de mapas vizinhos.

Digitalização automática

A digitalização automática, ou rasterização, utiliza o scanner para dividir


o mapa em unidades homogéneas (pixel). Os dados resultantes desta
digitalização apresentam-se no formato matricial.

O scanner é um dispositivo óptico-electrónico, composto por uma fonte


de luz e um sensor óptico (fotocélula) e o seu funcionamento consiste
na emissão de um feixe de luz sobre a superfície do documento a ser
digitalizado, cuja reflexão é registrada pelo sensor.

A definição da resolução na digitalização de um documento se dá em


função do menor detalhe que se quer digitalizar, da capacidade de
armazenamento, do tempo de varredura, da definição gráfica do
documento e da precisão que se deseja alcançar.

Para ser rasterizado o mapa necessita de um preparo prévio que


consiste na identificação de no mínimo três pontos de controlo, que
servirão para georeferenciamento da imagem raster.

Por mais perfeito que seja o original utilizado na rasterização, é


impossível eliminar totalmente a presença de ruídos na imagem
rasterizada. Assim, após a digitalização, procede-se à edição da imagem
que corresponde à eliminação dos ruídos (pixels isolados), suavização
de linhas, eliminação de informações marginais e união dos arquivos
(mosaico). O processo de edição pode ser feito manualmente ou
através de software específico, dependendo da complexidade da
imagem.

Um dos grandes problemas da aquisição de dados via scanner é o fato


dos arquivos resultantes serem muito grandes. Por exemplo, um
documento de 24”x 24” (tamanho de uma fotografia aérea) rasterizado
em 400ppp, com 256 tons de cinza, produz 25Mbytes de dados. Este
problema pode ser diminuído utilizando-se programas de compressão

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de arquivos, cuja eficiência está ligada directamente à complexidade do


documento original.

Vectorização

Para determinadas aplicações de SIG, o formato matricial apresenta


restrições na manipulação, principalmente no que se refere à
associação das feições com bancos de dados não-gráficos e à
construção da topologia. Nestes casos, a melhor solução é a
transformação dos dados de formato matricial para o formato vectorial.
A essa transformação dá-se o nome de Vectorização.

A escolha do método de vectorização deve se baseada nos seguintes


aspectos:

● Tipo de documento cartográfico a ser vectorizado (mapa


altimétrico, planimétrico, temático, etc.);
● Estado de conservação do mapa (limpeza, nitidez das
informações); e
● Tempo a ser gasto na vectorização para cada um dos três
métodos.

A vectorização pode ser executada através de três métodos:

● Vectorização Manual - Este método dispensa qualquer tipo de


pré-edição da imagem raster e consiste em percorrer a feição
com o cursor, directamente no monitor do computador, num
processo muito parecido com a digitalização em mesa, porém
muito mais trabalhoso. As principais desvantagens do método
referem-se à dificuldade de vectorizar as entidades raster pelo
centro do pixel, o que provoca uma baixa produtividade.

● Vectorização Semi-Automática - Este método consiste na


identificação manual, pelo operador, do ponto inicial de uma
determinada linha raster a ser vectorizada. Em seguida a linha
vai sendo rastreada e vectorizada automaticamente pelo
sistema, utilizando técnicas de processamento digital de

95
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imagens, até encontrar algum obstáculo, como por exemplo


cruzamento de linhas. Neste caso, o operador volta a intervir
para reposicionar o cursor sobre a linha. É aconselhável realizar
um preparo prévio do documento cartográfico adaptando-o às
condições do processo de vectorização, a fim de se diminuir o
tempo de edição posterior. Essa preparação pode ir desde o
realce das bordas dos polígonos temáticos, até ao redesenho
total do mapa, dependendo do documento e da finalidade a que
se destina.

● Vectorização Automática - Este método utiliza técnicas de


processamento digital de imagens para rastrear pixels acesos
(pretos) de uma imagem raster binária e convertê-los para a
estrutura vectorial. O processamento é feito de forma
totalmente automática, sem a intervenção do operador. É um
método extremamente rápido, no entanto, os erros cometidos
podem acarretar um tempo de edição tão grande que acabe
inviabilizando-o. É aconselhável, sobretudo, para vectorização
de mapas que não possuam cruzamento de linhas (por exemplo,
mapas temáticos) e de preferência que estejam livres de textos
e símbolos. A preparação prévia do original é fundamental,
eliminando-se todas as informações do arquivo raster que não
serão vectorizadas, tais como: legendas, textos, símbolos, etc.

Os métodos de captura consistem em informações digitadas em forma


de dados tabulares capturados através de um Levantamento de campo,
tanto com recursos a métodos tradicionais como levantamentos
topográficos, uso de teclado de um computador; utilização de
aparelhos de GPS, fotografias aéreas, até aos modernos como produtos
do sensoriamento remoto (imagens satélite). Estes dados são depois
trabalhados com recurso ao processamento digital e manual podendo

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ser digitalizada ou vectorizada (com o uso de mesas digitalizadores, por


exemplo, que é normalmente utilizada para capturar informações de
mapas; Scanner e plotters).

de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Segundo MEADEN & KAPETSKY (1991) escolha de um método de


captura é fundamentalmente definida pelo:
A. Cronograma de actividades e fonte de dado de entrada.
B. Dado disponível e Orçamento de entrada.
C. Volume de trabalho e tipo de dados disponíveis.
D. Orçamento disponível e tipo de dado de entrada.

2. São metodologias de aquisição de dados digitais para a construção


das bases utilizadas em SIG, EXCEPTO:
A. Sensoriamento remoto.
B. Levantamentos de campo.
C. Impressão através de Scanners.
D. Digitalização de dados.

3. A determinação da posição precisa de um ponto é feita através da


medição da distância desse ponto até um conjunto de pelo menos:
A. Dois satélites.
B. Quatro satélites.
C. Oito satélites.
D. Doze satélites.

4. Sensoriamento remoto pode ser definido como sendo o processo de:


A. Capturar informação sobre algum objecto, sem contacto com esse
objecto, usando sensores que podem ser transportados a bordo de
satélites ou a bordo de aviões.
B. Descrever algum objecto, sem contacto, usando sensores que podem ser
transportados a bordo de satélites ou a bordo de navios.
C. Capturar informação sobre algum objecto, mantendo contacto com esse
objecto, usando sensores que podem ser transportados a bordo de
satélites ou a bordo de aviões.
D. Descrever algum objecto, mantendo contacto, usando sensores que
podem ser transportados a bordo de satélites ou a bordo de navios.

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5. Equipamentos capazes de colectar a radiação electromagnética


proveniente das substâncias, e de transformar alguma forma de
energia em um sinal a ser convertido em informação sobre um
ambiente:
A. Sensores. B. Satélites.
C. GPS. D. Teodolitos.

6. Das afirmações abaixo determinas as Verdadeiras e Falsas:


6.1. O objectivo do sensoriamento remoto é estudar o ambiente terrestre,
pelo registo e pela análise das interacções entre a radiação
electromagnética e as substâncias presentes na superfície terrestre.
6.2. Cada alvo na superfície da Terra apresenta a mesma maneira
característica de interagir com a radiação incidente, descrita pela resposta
espectral do alvo, constituindo as chamadas assinaturas espectrais.

7. Faça corresponder as colunas abaixo sobre a digitalização:


I. Método de digitalização manual. A. Matricial.

II. Método de digitalização automático. B. . Restituidores digitais.

III. Equipamentos utilizados para


reposição de modelos C. Vectorial.
aerofotogramétricos.

8. Faça corresponder as colunas abaixo sobre métodos de vectorização:


I. Consiste em percorrer a feição com
A. Vectorização
o cursor, directamente no monitor
Automática.
do computador.

II. Consiste na identificação manual,


pelo operador, do ponto inicial de
B. Vectorização Manual.
uma determinada linha raster a ser
vectorizada.

III. Utiliza técnicas de processamento C. Vectorização Semi-


digital de imagens para rastrear Automática.
pixels acesos (pretos) de uma

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imagem raster binária e convertê-


los para a estrutura vectorial.

QUADRO DE SOLUÇÕES/RESPOSTAS:
Múltipla escolha Verdadeira e Falso Correspondência
1. D 6.1. Verdadeiro 7. I. C 9. I. B
2. C 6.2. Falso II. A II. C
3. B III. B III. A
4. A
5. A

UNIDADE Temática 3.2. Armazenamento e estrutura de dados em SIG.

Introdução

Após serem colectados os dados espaciais são processados pelos


métodos que acabamos de ver na Unidade Temática anterior e devem
ser armazenados cuja estruturação no armazenamento dos dados é
diversificada. Esta Unidade ocupa-se das principais abordagens
utilizadas na estruturação dos componentes espaciais associados às
informações geográficas.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Analisar: as diferentes estruturas de armazenamento de dados espaciais;


▪ Entender: como se representam os dados na forma vectorial e matricial;
Objectivos ▪ Diferenciar: a estrutura de representação matricial e vectorial.
específicos
Ainda que existam várias maneiras de representar os dados espaciais,
quase todas as variações produzidas são sobre dois tipos básicos de
representação.

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INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

Considerando só as coordenadas espaciais os modelos produzidos via


computador podem ser tanto bidimensionais, quanto tridimensionais, os
primeiros podendo ser matriciais ou vectoriais, os últimos podendo ser
apenas vectoriais.

Uma é a estrutura conhecida como raster e a outra vectorial. A principal


diferença entre estes dois tipos de estruturas está no modelo de espaço
que cada uma pressupõe. As estruturas vectoriais se baseiam em um
espaço contínuo que se comporta segundo postulados da geometria
euclidiana enquanto, as estruturas raster dividem o espaço geográfico
em elementos discretos, requerendo a adopção de uma geometria
própria que poderíamos chamar de geometria digital.

3.2.1. ESTRUTURA DE DADOS RASTER

Trata-se do primeiro e mais antigo dos formatos de dados - formato


raster ou estrutura grid (grelha). Esta estrutura se consegue mediante
o uso de uma malha quadriculada regular sobre a qual se constrói célula
a célula o elemento que está sendo representado. Cada célula
corresponde a um elemento ao qual é atribuído um código, de tal forma
que o computador sabe a que elemento pertence determinada célula.

Modelo Raster - O modelo matricial ou raster define-se como um


conjunto de células localizadas em coordenadas contínuas,
implementadas numa matriz 2D. Cada célula, também chamada
elemento da imagem, elemento da matriz ou "pixel", é referido por
indexes de linha e coluna. Neste modelo por exemplo as duas grafuras
seguintes representam a imagem da mesma pessoa. A imagem a direita
– modelo vectorial e a esquerda modelo raster.

Fig. 20. Modelo de representação raster.

100
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INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

Fonte: Adaptado pelo autor.

3.2.1.1. Vantagens do Modelo Raster


Os dados possuem uma estrutura simples; operações de superposição
são facilmente e eficazmente implementadas; altas variabilidades
espaciais são eficazmente representadas; operações de modelagem e
simulação são facilitadas porque cada unidade espacial tem a mesma
forma e tamanho.

3.2.1.2. Desvantagens do Modelo Raster

A estrutura dos dados ocupa muito espaço de memória; as relações


topológicas são difíceis de serem representadas; transformações de
projeção consomem muito tempo; O uso de grandes pixels, para reduzir
o volume de dados, pode significar que estruturas
fenomenológicamente reconhecíveis podem ser perdidas.

Na representação raster cada célula é individualmente integrada ao


sistema por suas coordenadas. Torna -se fácil entender, se imaginarmos
o espaço assim representado como uma matriz p(i, j), composta de i
linhas e j colunas, onde cada célula tem um número de linha; um
número de coluna e um valor correspondente ao atributo estudado .
Um ponto é representado por uma única célula. Uma linha é um
conjunto de células vizinhas arranjadas numa determinada direção e,
uma área é um aglomerado de células.

A superfície bi-dimensional sobre a qual os dados estão sendo


representados não é uma superfície contínua, mas sim discreta. Esse
aspecto interfere na avaliação de áreas e distâncias, principalmente

101
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quando o tamanho da célula é grande com relação ao tamanho do


fenômeno representado.

A estrutura raster assume que o espaço pode ser tratado como uma
superfície cartesiana plana, onde cada célula está associada a uma
porção do terreno. A resolução do sistema é dada pela relação entre o
tamanho da célula no mapa e a área por ela coberta no terreno. Dados
raster são armazenados numa grade , que é referenciada a um sistema
de coordenadas (exemplo, latitude e longitude). O tamanho da grade
pode variar, contudo a resolução espacial dos dados é determinada pela
dimensão da grade. Pelo facto da estrutura raster usar um plano bi-
dimensional, apenas um atributo pode ser representado por vez. Assim,
para a representação do mundo real, um conjunto de planos supe
rpostos deve ser usado.

Dados raster são facilmente manipuláveis computacionalmente. No


entanto, requerem grande quantidade de espaço (em disco ou fita
magnética) para o seu armazenamento. Dados digitais de
sensoriamento remoto (imagens de satélite) são um bom exemplo de
dados no formato raster ou grid. Rios, Estradas, Solos, Elevações.
Espaço tridimensional para representação do mundo real.

3.2.2. ESTRUTURA DE DADOS VECTORIAL

Os dados geográficos também podem ser representados pelo formato


vectorial ou polígono. Neste caso, é usada uma série de pontos
(coordenadas x, y) para definir o limite do objecto ou feição de
interesse. É uma tentativa de reproduzir um elemento o mais
exatamente possível. Assume-se o espaço como contínuo, o que
permite que todas as posições, distâncias e áreas sejam definidas com
um grau de precisão muito maior.

Modelo Vectorial - São baseados em elementos geométricos básicos -


chamados de primitivas (linha, círculo, polígono, arco), situados num
sistema de coordenadas bi ou tridimensional, e produzidos por meio de

102
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sua descrição matemática. As primitivas geométricas servem de base


para a criação/composição de modelos mais complexos e elaborados e,
uma vez possuindo seus pontos referenciados em X, Y e Z (ainda que o
Z seja zero, no caso dos modelos em duas dimensões), para isso podem
ser manipuladas por meio de operações de transformação.

Fig. 21. Modelo de representação vectorial.

Fonte: Adaptado pelo autor.

3.2.2.1. Vantagens do Modelo Vectorial

Possui uma estrutura de dados compacta; Permite uma codificação da


topologia de forma eficaz; A recuperação atualização de gráficos e
atributos são realizados de forma eficente, etc.

3.2.2.2. Desvantagens do Modelo Vectorial

Estrutura de dados complexa; operações de superposição difíceis de ser


implementadas, etc.

Os métodos vectoriais assumem que as coordenadas dos pontos são


matematicamente exactas. Além disto, usam relações implícitas,
permitindo que dados complexos sejam armazenados em menos
espaço no computador. No entanto alguns cálculos são dificultados e
consomem um ma ior tempo para sua resolução.

3.2.3. COMPARAÇÃO ENTRE AS ESTRUTURAS DE DADOS

103
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A estrutura de armazenamento de dados pode ou não incorporar


informações topológicas, descrevendo não somente a posição de um
objecto, mas também as relações espaciais entre o objecto e os
objectos vizinhos. Informações topológicas são importantes em muitos
tipos de análises, incluindo detecção automática de erros, janelamento
para análises, apresentação gráfica, aplicações em rede, operações de
proximidade, sobreposição de polígonos e outros procedimentos de
inserção. No entanto, se sua aplicação não necessita de informações
detalhadas sobre as relações entre os objectos espaciais, a criação de
uma topologia para tal fim pode dificultar a criação e atualização da
base de dados. Por exemplo, uma estrutura vectorial pode ser
perfeitamente adequada para tarefas de visualização dos dados.
A tradicional vantagem e desvantagem da estrutura de dados raster
versus estrutura de dados vectorial foi bastante documentada por
diversos autores. Basicamente isto inclui volume de dados (ou eficiência
de armazenamento), eficiência de recuperação, robustez para
perturbação, eficiência na manipulação dos dados (ou processamento),
acurácia e precisão dos dados e visualização dos dados. Algumas dessas
diferenças, no entanto, são menos importantes nas implementações
modernas de Sistema de Informação Geográfica.
A principal vantagem das estruturas raster está em sua simplicidade,
não exigindo programas muito complexos para a manipulação dos
dados, facilitando a elaboração de aplicações específicas. O problema
no uso desta estrutura refere-se à precisão dos mapas digitais obtidos,
uma vez que esta depende directamente da resolução da quadrícula,
acarretando sérias dificuldades na representação de manchas
pequenas ou padrões lineares como rios e estradas. A solução nestes
casos é o refinamento da malha, porém exige meios de armazenamento
mais potentes.
Outra limitação da estrutura raster, quando comparada com a vectorial,
refere-se à qualidade visual de apresentação dos produtos finais (ma
pas), produzidos em impressoras e/ou plotters, assim como a precisão
obtida. A estrutura vetorial permite uma apresentação mais adequada

104
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dos dados, não só do ponto de vista estético mas também pelo facto de
que o produto final assemelha-se muito mais à forma analógica
(convencional) de elaboração de mapas.
Os modernos SIG's possibilitam acessar, armazenar, manejar, recuperar
e visualizar dados de ambas as estruturas (raster e vetorial), assim como
a possibilidade de converter dados de uma estrutura para outra.
Normalmente, para o processo de entrada de dados (via mesa
digitalizadora) utiliza-se a estrutura vetorial, e para o processo de
análise e cruzamento de mapas (temas), a estrutura raster.

Tabela 3: Comparação entre os modelos matricial e vectorial

Modelo Matricial Modelo Vetorial


Vantagens:
1. Estrutura simples de dados. Vantagens:
2. Operações de overlay são 1. Estrutura de dados mais compacta.
implementadas com facilidade e 2. Relacionamento topológico mais
eficiência. eficiente. Adequado para operações
3. Uma grande variabilidade espacial é que requerem informação topológica,
representada com eficiência. por exemplo, análises de redes.
4. Eficiente na manipulação e realce de 3. Saída gráfica mais apropriada.
imagens digitais.
Desvantagens:
Desvantagens:
1. Estrutura pouco compacta. Compressão
1. Estrutura de dados mais complexa.
de dados ajuda esse problema.
2. Operações de overlay são mais difíceis
2. Relações topológicas são mais difíceis
de implementar.
de representar.
3. A representação de uma grande
3. Saídas gráficas são pouco estéticas.
variabilidade espacial é ineficiente.
Pode-se melhorar aumentando o
4. Manipulação e realce de imagens
número de células, entretanto isso cria
digitais não pode ser realizada.
arquivos maiores.

Fonte: Adaptado de ARONOFF (1995)

De acordo com Barbosa (1997) Os dados geográficos descrevem os


objectos do mundo real, a partir de:

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● Localização geográfica - posição em relação a um sistema de


coordenadas conhecidas;
● Relacionamentos espaciais ou topológicos - relações espaciais com
outros objectos;
● Atributos temáticos - propriedades medidas ou observadas.

Com base no tratamento e da análise de um banco de dados geográficos


são produzidas informações geográficas. Em um SIG, os dados
geográficos são estruturados em planos de informação, também
denominados de camadas. As camadas, quando geograficamente
referenciadas (georreferenciadas), ou seja, referenciadas ao sistema de
coordenadas terrestres (topográficas, geográficas, geodésicas ou
cartesianas) podem ser sobrepostas e representam o modelo do mundo
real (Figura 22).

Fig. 22: Estrutura de dados dispostos em camadas.

Fonte: ESRI (2004)


Para que ocorra a correcta sobreposição entre as camadas, é necessário
que elas possuam projecção cartográfica, sistema de coordenadas e
sistema geodésico (datum) comuns e tenham sido geradas em escalas
próximas.

As camadas são compostas por uma colecção de elementos


geográficos, denominados também como entes ou entidades espaciais
ou objectos, relacionados a um único tema ou uma classe de
informação. Conceitualmente, em uma única camada não devem existir

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elementos que se sobreponham espacialmente, pois como a camada


contém elementos de um único tema, não é correto que um elemento
pertença a duas classes do mesmo tema simultaneamente. Por
exemplo, um elemento não pode pertencer a ambas as classes floresta
e área urbana, em um mapa de uso e cobertura do solo.

A sobreposição de camadas pode se dar tanto em arquivos raster ou


vectoriais. Na estrutura raster, as informações processadas geram de
igual tamanho aos arquivos originais, já o arquivo vectorial sofreará um
acréscimo substancial (dependendo da quantidade de informação
presente). Veja por exemplo fig. 23:

Fig. 23. Sobreposição de planos ou camadas de informações.

a) Sobreposição dos planos de informações.

b) Composição final de informações.


Legenda:

- Cursos de água - Áreas pantanosas - Estradas

Os elementos geográficos representam e descrevem os eventos e os


fenómenos do mundo real através de duas componentes:

● Gráfica ou espacial – descreve (1) a localização registrada em


coordenadas geográficas, coordenadas de projecção ou
coordenadas rectangulares com uma origem local, (2) a geometria

107
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contendo informações sobre área, perímetro e forma; (3) a


topologia.

● Não-gráfica ou não-espacial ou alfanumérica – descreve os


atributos temáticos e temporais, representados em forma de tabela
estruturada ou de um banco de dados convencional.

Tipo de dados geográficos

Os dados geográficos podem ser classificados, segundo o conjunto de


técnicas e métodos empregados no seu levantamento, nos seguintes
três tipos (adaptado de Rodrigues, 1990):

● Plani-altimétricos – determinam a posição do objecto em relação à


localização (x,y) e à altura ou altitude (z). Os métodos de
levantamento podem ser divididos em quatro grupos descritos a
seguir:

- Os levantamentos topográficos são baseados na medição de distâncias


e ângulos e a aplicação de relações trigonométricas, através de
equipamentos analógicos e, mais recentemente, por estações totais.
São utilizados em levantamentos com extensão de
aproximadamente 30 km, onde a curvatura da Terra não necessita
ser considerada.

- Os levantamentos geodésicos são similares aos topográficos, porém


destinados a levantamentos de maiores extensões, onde a curvatura
da Terra deve ser considerada. A determinação da localização
planimétrica dos pontos pode ser feita por triangulação, poligonação
ou trilateração e a altitude através de nivelamento geodésico.

- Os levantamentos aerofotogramétricos utilizam-se de fotografias


aéreas para determinação da posição dos objectos. Estes não
prescindem dos dados levantados pelos métodos anteriores, pois é
necessário ter pontos de controlo com coordenadas conhecidas para
a transformação dos pontos das fotos em valores das coordenadas

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- Os levantamentos por posicionamento por satélites fundamentam-se


na utilização de rastreadores geodésicos que recebem ondas
electromagnéticas emitidas de posições conhecidas, permitindo a
determinação da posição do objecto na superfície terrestre. São
exemplos deste levantamento aqueles realizados com o auxílio de
sistema de posicionamento por satélites artificiais, como o GPS e o
GLONASS.

● Ambientais – colectam dados qualitativos ou quantitativos de


fenómenos, bem como a sua expressão espacial, a partir de uma
variedade de métodos que podem ser agrupados em dois grupos:

- Nos levantamentos contínuos, os dados são colectados de forma


contínua no terreno, em geral remotamente, ou seja, sem
contacto directo com objecto, como é o caso do sensoriamento
remoto, e fornecem a expressão espacial e a categoria do
atributo. Devido à possibilidade de colecta temporal contínua, é
possível fazer o monitoramento espacial do fenómeno estudado.
Exemplo: Mapa de Uso e Cobertura do Solo.

- Os levantamentos pontuais baseiam-se na colecta dos dados em


campo a partir de uma rede de pontos de amostragem que visam
medir a magnitude do fenómeno. As estações de colecta de dados
como as estações hidrometeorológicas podem ser inseridas neste
grupo, porém a possibilidade de que as informações sejam
enviadas por telemetria reduz a quantidade de visitas a
campo. Nestes levantamentos, podem ser obtidas séries
temporais contínuas gerando uma série histórica de dados e,
assim, permitindo a análise do comportamento do fenómeno
estudado. Os levantamentos remotos propiciam a colecta de dados
de áreas extensas e de difícil acesso, enquanto os de campo podem
fornecer mais detalhamento.

● Cadastrais – definem o número de ocorrências (contagem) e os


atributos destas ocorrências. Estes levantamentos podem ser feitos
por amostragem, nos quais parte representativa da população é
109
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levantada, ou por censo, onde todo universo da população é


levantado. Os métodos de levantamento podem ser por observação
ou por entrevistas. Os levantamentos cadastrais, como o fundiário
e o imobiliário, são exemplos dos métodos de observação. As
pesquisas domiciliares demográficas e socioeconómicas são
exemplos dos métodos baseados em entrevistas, onde os atributos
são obtidos através da aplicação de questionários.

Representação espacial dos dados geográficos

Os dados geográficos podem ser representados espacialmente


como (Câmara, 2005, adaptado):

● Modelo Numérico de Terreno (MNT) ou Modelo Digital de Terreno


(MDT) – representa a distribuição espacial da magnitude (grandeza)
de fenómeno, através de uma representação matemática
computacional (Felgueiras, 2005). A magnitude é expressa por
valores numéricos obtidos no levantamento ambiental pontual,
levantamento cadastral e levantamento plani-altimétrico. A
primeira etapa para a geração de MNT corresponde à aquisição de
amostras, representadas por curvas de isovalores (isolinhas) ou
pontos tridimensionais, compostos pelas coordenadas (x,y) e pelo
valor da magnitude (z) (Figura 10). A etapa seguinte consiste na
modelagem propriamente dita, que tem como resultado a geração
de uma grade rectangular ou triangular (Figura 11). A primeira
corresponde a uma matriz (raster) com espaçamento fixo, onde
cada ponto da grade apresenta um valor estimado a partir da
interpolação das amostras. A grade triangular é formada a partir da
conexão entre as amostras utilizando, em geral, a triangulação de
Delaunay, representada por uma estrutura vectorial do tipo arco-
nó. Os MNT podem ser aplicados para representar espacialmente a
magnitude de qualquer tipo de fenómeno, como
hidrometeorológico, geofísico, geoquímico e altimetria; este último
recebe uma denominação específica: Modelo Digital de Elevação
(MDE). Com base nesses modelos é possível:

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● Calcular volume e área;


● Traçar perfil e secção transversal;
● Gerar isolinhas e mapas de declividade, orientação de vertentes,
sombreamento e visibilidade;
● Visualizar em perspectiva tridimensional.

● Mapa Temático Ambiental – representa dados qualitativos,


gerados nos levantamentos ambientais contínuos. Os mapas
temáticos podem ser representados por arquivos matriciais ou
vectoriais. Quando representados por matrizes, os atributos dos
pixels correspondem a um código que está associado a uma classe
de tema. No modelo vectorial, o elemento geográfico representa a
ocorrência espacial da classe do tema em estudo. Como exemplo,
têm-se os mapas geológicos, pedológicos, de uso e cobertura do
solo.

● Mapa Temático Cadastral – representa dados quantitativos ou


qualitativos, gerados por levantamentos cadastrais, que formam
um banco de dados alfanuméricos associado a uma unidade
territorial pré-definida, como município, bairro, sector censitário
etc, diferentemente dos ambientais onde a ocorrência espacial do
atributo não é pré-definida. A estrutura vectorial é o formato mais
apropriado de representação. Os atributos são expressos
espacialmente de acordo com simbologia definida a partir de
intervalos de classes. São exemplos destes mapas: demográficos,
socioeconómicos, cadastro de imóveis etc.

● Redes – armazenam os elementos geográficos em modelo vectorial


com topologia de rede (arco-nó), representado por um grafo onde
os arcos armazenam atributos sobre o sentido dos fluxos e os nós
sobre a capacidade. A ligação com o banco de dados é
fundamental, pois as principais operações requeridas por esta
categoria de dados consistem na consulta ao banco de dados e na
definição de melhor caminho. Este tipo de representação é
apropriado para informações relacionadas a serviços de utilidade

111
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pública, como água, energia e telefone, redes de drenagem e vias


de transporte. Numa rede eléctrica, por exemplo, as linhas de
transmissão são representadas como arcos, enquanto os demais
componentes (postes, transformadores, subestações, linhas de
transmissão) representados como nós.

Nesta Unidade Temática discutimos sobre as diferentes estruturas de


armazenamento de dados espaciais e vimos que a representação de
dados espaciais pode se efectivar na forma vectorial e matricial.
Sendo esta ultima a mais antiga e mais simples, acarretando menos
custos para os trabalhos a desenvolver dentro de um SIG.

de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Apesar de existirem várias maneiras de representar dados espaciais,


incidem sobre dois tipos de representação que são:
A. Representação bidimensional e tridimensional.
B. Representação Vectorial e matricial.
C. Representação cartográfica e cónica.
D. Representação geográfica e topográfica.

2. O tipo de estrutura que se baseia em um espaço contínuo que se


comporta segundo postulados da geometria euclidiana é:
A. Estrutura Raster.
B. Tridimensional.
C. Estrutura geométrica.
D. Estrutura vectorial.

3. O tipo de estrutura que divide o espaço geográfico em elementos


discretos, requerendo a adopção de uma geometria digital é:
A. Estrutura Raster.
B. Bidimensional.
C. Estrutura geométrica.
D. Estrutura vectorial.
112
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4. Considerado o primeiro e mais antigo formato de dados espaciais:


A. Vector. B. Raster.
C. Mapas temáticos. D. Cartas topográficas.

5. São Vantagens do Modelo Raster, EXCEPTO:


A. Estrutura simples.
B. Operações de superposição facilmente e eficazmente
implementadas.
C. A estrutura dos dados ocupa muito espaço de memória.
D. Altas variabilidades espaciais são eficazmente representadas .

6. Das afirmações abaixo determinas as Verdadeiras e Falsas:


6.1. . A principal diferença entre as estruturas raster e vector está no modelo
de espaço que cada uma pressupõe.
6.2. Na representação raster cada célula é individualmente integrada ao
sistema por suas coordenadas.
6.3. Uma dasvantagem do Modelo Vectorial é o facto de possuir uma
estrutura de dados compacta.

7. Faça corresponder as colunas abaixo sobre a Estrutura de dados


Espaciais:
IV. Corresponde a um elemento ao qual é
D. Modelo Raster.
atribuído um código.

V. Conjunto de células localizadas em


coordenadas contínuas, implementadas E. . PIXEL.
numa matriz 2D.

VI. Também chamada elemento da imagem. F. Célula.

QUADRO DE SOLUÇÕES/RESPOSTAS:
Múltipla escolha Verdadeira e Falso Correspondência
1. D 6.1. Verdadeiro 7. I. C
2. C 6.2. Verdadeiro II. A
3. B 6.3. Verdadeiro III. B
4. A
5. A

113
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UNIDADE Temática 3.3. Modelagem de dados em SIG.

Introdução

Os dados armazenados nos Sistemas de Informação Geográfica


constituem uma ferramenta útil na geração de modelos para previsão
de dados distribuídos espacialmente (precipitação, erosão, escoamento
superficial, etc.). Um modelo é uma estruturação simplificada da
realidade que suposta mente apresenta, de forma generalizada,
características ou relações importantes.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Analisar: os principais modelos de dados espaciais utilizados em SIG;


▪ Entender: a estruturação de modelos de entidades espaciais.
Objectivos
específicos
Ao se adoptar o SIG como a ferramenta de tratamento e análise de
dados em um projecto, o primeiro passo a ser efectuado é gerar um
modelo de análise que represente o objecto de estudo e que seja
baseado no objectivo do projecto. Este modelo deve conter os
seguintes componentes:

● Base de dados – deve ser definida a base de dados necessária para


alcançar o objectivo proposto, tanto a componente gráfica quanto
os seus atributos. Nesta etapa, também devem ser identificadas: as
propriedades cartográficas dos dados (escala, projecção, datum), o
modelo geométrico de representação (vector ou raster), a unidade
territorial de integração dos dados (ou análise de dados), as fontes
disponíveis de dados e os métodos de colecta.

● Processamento – as operações de tratamento e de análise da base


de dados no SIG devem ser especificadas. O tratamento dos dados
destina-se à montagem e à preparação da base de dados,
consistindo em operações como: conversão dos dados para o
formato digital (digitalização), adequação da base de dados às

114
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propriedades cartográficas, construção das tabelas de atributos e


especificação dos geocódigos. Com a base de dados montada, o
processamento seguinte consiste em operações de análise que se
destinam a atingir o objectivo do projecto propriamente dito.
Algumas destas operações estão descritas no próximo item.

● Resultados – durante o processamento dos dados, serão gerados


resultados intermediários e, sobre estes, serão executadas novas
operações até atingir o resultado final. Tanto os produtos
intermediários e o final devem ser definidos no modelo de análise.

Uma boa dica para a geração do modelo de análise é construí-lo com


base em um fluxograma. A Figura 24 representa um modelo de análise
de dados cujo objectivo é a identificação de áreas urbanizáveis a partir
do mapeamento da legislação ambiental e urbanística.

Figura 24: Etapas de tratamento e análise para o para o mapeamento das


restrições legais à ocupação urbana.

A quantidade de operações que um SIG pode executar é numerosa,


podendo ser classificadas em três grupos. No grupo relacionado à
produção cartográfica, estão inseridas operações como: representação
gráfica dos elementos geográficos (cor, espessura e tipo de linha,
símbolos), inserção de elementos de um mapa (legenda, norte, escala,
grade, título, toponímia). No grupo das operações relacionadas ao
gerenciamento de banco de dados geográficos, está inserida a operação

115
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de consulta. Já a análise espacial dos dados gera novas informações a


partir da base de dados existente. Neste item serão apresentadas as
operações de consulta e análise espacial de dados aplicada a uma base
de dados de modelo vectorial.

As consultas espaciais são formuladas a partir de condições baseadas


na localização, na forma e nas relações topológicas dos elementos
geográficos:

● Proximidade – determinada pela distância entre elementos. Com


esta condição, é possível seleccionar elementos tendo como base à
distância entre eles.
● Adjacência ou vizinhança – estabelecida a partir da existência de
limites comuns entre elementos. Com esta condição, é possível
seleccionar linhas ou polígonos que apresentam vértices comuns.
● Pertinência – estabelecida pela condição de elementos estarem
contidos em polígonos ou de polígonos conterem outros elementos.
● Interceptação ou intersecção - estabelecida pela condição de
elementos (linhas e polígonos) cruzarem com outros elementos.
● Geometria – definida pela existência de elementos que apresentam
geometria idêntica.

Os modelos são aproximações altamente subjectivas, por não incluírem


todas as observações ou medidas associadas, mas são valiosos por
obscurecerem detalhes acidentais e por permitirem o aparecimento
dos aspectos fundamentais da realidade. Desta forma, podemos
conceituar modelo como uma apresentação formal de uma teoria que
use os instrumentos da lógica, da teoria estabelecida e da matemática.
De modo geral, um modelo pode ser definido como uma expressão
formal de relações entre entidades definidas em termos físicos ou
matemáticos.

Um modelo pode especificar três tipos de variáveis, juntamente com


um conjunto de características de funcionamento (ou funções) que
unem essas variáveis. As variáveis de entrada são independentes do

116
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modelo e permitem que os valores associados a estas variem. As


variáveis de saída, por outro lado, são inteiramente dependentes do
modelo, e procuram mostrar as saídas como resultados de
características de diferentes entradas. Um modelo pode conter,
também, variáveis status que especificam certas condições
importantes, mas que são mantidas constantes durante o
funcionamento do modelo.

Em geral os modelos são classificados em modelos físicos, analógicos e


matemáticos. O modelo físico representa o sistema por um protótipo
em escala menor, na maioria dos casos. Os modelos analógicos valem-
se da analogia das equações que regem diferentes fenómenos. Os
modelos matemáticos ou digitais são os que representam a natureza do
sistema através de equações matemáticas, e são os que mais utilizam
dados de Sistema de Informação Geográfica.

O desenvolvimento de um modelo envolve a simulação de fenómenos


complexos utilizando a combinação de informações espaciais e não-
espaciais. Esta abordagem tipicamente requer um especialista na área
de conhecimento. Na simulação existe, em geral, três fases que são
classificadas como ajuste, verificação e aplicação.

Ajuste ou calibração - é a fase da simulação onde os parâmetros devem


ser identificados e avaliados. Para se obter os valores dos parâmetros,
os métodos se baseiam na disponibilidade dos dados históricos e nas
informações sobre as características físicas do sistema.

Verificação - é a utilização do modelo já calibrado, com dados diferentes


daqueles já utilizados no ajuste. Na verificação é necessário conferir a
validade do modelo e do ajuste para as diferentes condições em que o
mesmo deverá ser usado.

Aplicação - é a fase em que o modelo é usado para representar


situações onde se desconhece a saída do sistema. Um bom exemplo de
uma modelagem espacial é a avaliação de um habitat ideal para
determinada espécie animal. Um especialista no assunto poderia

117
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utilizar vários planos de informação de vegetação, altitude, declividade,


estradas e cursos de água.

O modelo poderia combinar estas informações com um peso para cada


plano de informação, definindo áreas próprias e áreas impróprias para
preservação de determinada espécie animal. Uma das grandes
aplicações dos Sistemas de Informação Geográfica é na modelagem e
no desenvolvimento de modelos hidrológicos de bacias hidrográficas
para previsão de enchentes. Nestes tipos de modelos as características
físicas das bacias hidrográficas (tipo de solo, cobertura vegetal e
declividade) são armazenadas no SIG como planos de informação e os
dados de precipitação, escoamento e infiltração são as entradas do
modelo para calcular a vazão do curso d'água principal. As informações
de saída do modelo são então utilizadas para prever situações de
impactos, permitindo assim a tomada de medidas preventivas contra
esses impactos.

Um outro exemplo prático é a estimativa da perda de solos através da


equação universal de perda de solos (USLE), que consiste em estimar a
perda anual de solos em uma determina área partindo das informações
dos factores representativos de clima, erodibilidade dos solos,
topografia, uso da terra e práticas conservacionistas.

3.3.1. MODELOS DIGITAIS DE ELEVAÇÃO

Qualquer representação da variação contínua de dados físicos no


espaço (temperatura, pressão, altitude, população, etc.) é conhecida
como modelo digital de elevação (Digital Elevation Models - DEM's). O
termo Modelo numérico do terreno (MNT) é também comumente
usado. Esta representação é feita por um sistema de coordenadas (x, y
e z), onde o par de coordena das (x, y) representa a superfície
bidimensional e a coordenada "z" representa a variação do dado físico.
Os modelos digitais de elevação são utilizados em diversas áreas.
Algumas das aplicações básicas de DEM's são as seguintes:

118
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● Armazenamento de dados de elevação para mapas


topográficos digitais.
● Problemas de corte e aterro em projectos de estradas e em
outros projectos de engenharia civil e militar.
● Visualização tridimensional de formas de terreno para
aplicações militares (orientação de sistemas de armamento) e
para projectos de terraplanagem.
● Análises de visibilidade entre pontos (aplicações militares e
para localização de postes de linhas de transmissão).
● Localização de áreas para construção de represas.
● Análise estatística e comparação de tipos de terrenos.
● Elaboração de mapas de declividade, mapas de aspecto, e para
desenhos de perfis, como intuito de auxiliar em estudos
geomorfológicos, ou para estimativa de erosão e escoamento
superficial.
● Como um fundo para visualização de informações temáticas ou
para combinação de dados de relevo com dados temáticos, tais
como solos, cobertura vegetal e precipitação.
● Geração de dados para simulação de modelos de imagens do
terreno.
● Representar a variação contínua de um atributo, tal como
população, níveis de poluição, custo e muitos outros.

A representação da superfície pode ser feita de várias formas. Ela pode


ser calculada através de uma equação matemática ou por um conjunto
de pontos ou linhas de uma imagem.

O método matemático consiste em calcular uma função tridimensional


capaz de representar as formas complexas da superfície com grandes
variações de inclinação. Os métodos de imagem utilizam os modelos
lineares e pontuais de representação dos dados. O modelo linear mais
utilizado é o modelo digital do terreno gerado a partir de um conjunto
de isolinhas. Como as folhas topográficas possuem dados de curvas de

119
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nível, elas constituem a principal fonte de dados para geração de


modelos digitais de elevação do terreno. As curvas de nível são
armazenadas no SIG utilizando-se mesas digitalizadoras ou scanners.
Nos modelos pontuais de imagem, os dados são tratados como uma
matriz com grade regular, onde cada célula representada pela coluna i
e linha j armazena o valor do atributo.

3.3.1.1. MODELOS DIGITAIS DE TERRENO

Estruturas de Dados
Espaciais
⚫ para representar os objectos reais
definem-se dois tipos de estruturas de
dados espaciais
– modelo vectorial, em que se utilizam
objectos geométricos para representar os
objectos reais de natureza discreta
⚫ pontos: localização de jazidas arqueológicas...
⚫ linhas: rede eléctrica aérea, rede viária...
⚫ polígonos: vegetação, usos do solo, litologia...
– modelo raster, onde se representam as
propriedades das localizações espaciais
cobrindo o terreno mediante um mosaico

Modelo de dados raster


⚫ É um modelo de dados 250
baseado em localizações
1 2 3 .... m
cujas propriedades são: 200 1
– a superfície divide-se 2
mediante uma matriz regular 150 3
de células
.
– cada célula ou pixel 100 .
armazena o valor da variável n
para essa localização 50
espacial
– a resolução espacial é função 0
do tamanho da célula ou 0 50 100 150 200 250 300
quadrado da malha

Zij Zi,j+1 célula ou pixel

120
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Utilização dos modelos de dados


Modelo vectorial
– o modelo vectorial é apropriado para representar
variáveis nominais de distribuição descontínua
– estas variáveis podem tomar valores agrupados em
classes discretas entre as quais polígonos de
delimitação
Modelo raster
– o modelo raster é apropriado para representar
variáveis quantitativas de distribuição contínua
– estas variáveis assumem valores com variação
contínua sobre o terreno e não é possível traçar
limites claros entre classes

O Modelo Digital de Elevações

MDE

MDE da Austrália representado em pseudocôr

121
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Conceito de
Modelo Digital de Elevações
⚫ Um MDE é uma estrutura numérica de dados que
representa a distribuição espacial da altitude da superfície
do terreno
⚫ O terreno real descreve-se como uma função contínua
bivariável
z=  (x , y)
⚫ Aplica-se sobre um domínio espacial D : MDE = (D, z)
⚫ Normalmente no MDE a função resolve-se segundo
intervalos discretos de x e y pelo que é composto por um
número finito de cotas
MDE = (D, )x , y

As estruturas de dados no MDE


⚫ As cotas organizam-se VECTORIAIS
em estruturas de dados
CONTORNOS
CONTORNOS
– as estruturas vectoriais
representam entidades ou TIN
objectos definidos pelas TIN
coordenadas dos nós e
vértices RASTER
– as estruturas raster MATRIZES
MATRIZES
representam localizações
que têm atribuído o valor QUADTREES
QUADTREES
médio da variável para
uma unidade de superfície
ou quadrícula

122
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Estruturas vectoriais:
curvas de nível
⚫ O MDE está formado
por linhas de altitude
constante ou isoipsas
⚫ As linhas representam-
se como um vector de
pontos
⚫ Cada ponto representa-
se por um par de
coordenadas (x, y)
⚫ O modelo pode
completar-se mediante
pontos cotados (linhas
de um só elemento)

Estruturas vectoriais: TIN


⚫ O MDE compõe-se
duma rede de
triângulos adaptada
ao terreno
⚫ Os triângulos são
irregulares e
definem-se mediante
os três vértices
⚫ Cada vértice
representa-se por
um terno de
coordenadas (x,y,z)

123
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Estruturas raster :
a matriz regular
p p3
2
⚫ O MDE é formado por uma
matriz sobreposta ao terreno

columna n
⚫ Cada célula ou quadrícula
representa uma unidade de
superfície y fila n

⚫ A cada célula associa-se o p4

latitud
valor médio de altitude da área
coberta p1
⚫ O MDE não representa x longitud
objectos mas sim tesela
propriedades de localizações
espaciais pi j centros das quadrículas
pn limites do modelo

Estruturas raster :
a matriz regular

124
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Exemplo: Geração de Modelo Digital de Terreno

MODELO RASTER

interpolação sobre pontos interpolação sobre TIN

Exemplo: Geração de Modelo Digital de Terreno

MODELO RASTER

interpolação sobre pontos interpolação sobre TIN

125
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Exemplo: Geração de modelo raster

MODELO RASTER

interpolação sobre pontos interpolação sobre TIN

Exemplo: Geração de modelo raster

MODELO RASTER

interpolação sobre pontos interpolação sobre TIN

126
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Exemplo: Geração de modelo raster

MODELO RASTER

interpolação sobre pontos interpolação sobre TIN

Exemplo: Geração de modelo raster

Interpolação da grid sobre o TIN

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A construção do MDE :
geração da estrutura
MODELO MATRICIAL
⚫ O MDE constrói-se a partir
DISTÂNCIAS
DISTÂNCIASPONDERADAS
PONDERADAS
dum conjunto de informação
prévia:
KRIGING
KRIGING
– dados de altitude em forma de
contornos ou pontos cotados
– estruturas auxiliares como CONSERVAÇÃO
linhas de inflexão e estruturais, CONSERVAÇÃODADA
CONTINUIDADE
CONTINUIDADEHIDROLÓGICA
HIDROLÓGICA
zonas de altitude constante, etc.
⚫ Os métodos de construção do
MDE variam em função da
estrutura de dados adoptada MODELO VECTORIAL

TRIANGULAÇÃO
TRIANGULAÇÃODE
DE
DELAUNAY
DELAUNAY

Dados auxiliares
⚫ Os dados auxiliares permitem introduzir
informação complementar à contida nas curvas
de nível
– pontos singulares -vips-: cumes, fundos
(depressões), colos…
– linhas estruturais com valores de altitude: estradas,
cumeadas…
– linhas de rotura: rede hidrográfica (fluvial)
linha de rotura
– zonas vazias, com neve ou inundadas
– zonas de altitude constante: aterros
– zonas de recorte: limites

rio

Distâncias ponderadas
⚫ A altitude de cada célula estima-se em função dos
dados vizinhos com um peso inversamente
zi

proporcional à distancia :

dados dentro de r
d ij
zˆ j =
z i
k z
2 z
1
1
dado fora de r
z
d

j
1j

ponto problema

i d ij
z
 exponente de ponderação
n
raio r z i altitude do ponto i
d ij distância entre os pontos i e j

128
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Kriging
⚫ Os pesos de cada dado estimam-se com ajuda
do semivariograma, que mostra a variação da
correlação espacial em função da distância


variância teórica

variância real
 = variância
h = distância entre dados
n = número de dados
distância, h

A conservação da
continuidade hidrológica
⚫ Trata-se de um método concebido especificamente
para gerar MDE sem falsos sumidouros (poços)
⚫ Os passos básicos são os seguintes:
– identificação dos pontos que parecem ser sumidouros
– análise da vizinhança para localizar um colo (ponto com
perfil côncavo numa direcção e convexo na perpendicular)
– modifica-se a altitude do ponto problema para permitir o
desaguar pelo colo
⚫ O método permite incorporar a rede hidrológica de
forma explícita

Triangulação de Delaunay
⚫ A construção dum TIN realiza-se mediante a
triangulação dos dados

D D D
C C C

A A A
B B B

O ponto E vai ser inserido Comprovam-se os triângulo Os triângulos CDE e BCE


na rede dentro do triângulo recém formados e observam- superam a prova já que os
ABD, para o qual se divide se que os círculos inscritos círculos inscritos não contêm
traçando segmentos em BCD e BDE contêm outro ponto da rede: aceita-se
radiais a partir de E outros pontos da rede: o lado a nova triangulação
BD não é válido

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A informação nos MDT


⚫ Os MDT contêm informação de dois tipos:
– informação explícita: expressa mediante um conjunto
de dados que o compõem
– informação implícita: relativa às relações espaciais
entre os dados, à distância e à distribuição espacial
⚫ Ambos os tipos de informação permitem a
descrição e / ou análise das formas do relevo
– com objectividade, devido ao carácter digital dos
dados e ao uso de algoritmos para a respectiva análise
– com exaustividade, já que se aplica à totalidade dos
dados

A parametrização do relevo
⚫ A tradução das formas do relevo a índices ou
variáveis denomina-se parametrização
⚫ os parâmetros devem ser:
– interpretáveis: deve existir uma relação compreensível
com os processos que geram e modelam o relevo ou
com os respectivos resultados
– gerais, evitando a construção de variáveis ad hoc
– independentes entre si, reduzindo ao mínimo a
informação redundante e a multiplicação dos índices
– independentes da escala ou, em cada caso, deve
analisar-se a relação existente entre a escala e a
magnitude da variável

Modelos derivados básicos


⚫ Os principais modelos derivados do MDE
descrevem variáveis de natureza topográfica
– pendente, MDP: inclinação do terreno
– orientação, MDO: sentido da máxima pendente
– curvatura, MDC : concavidade / convexidade da
vizinhança
– rugosidade, MDR: irregularidade do terreno
⚫ Os modelos derivados constroem-se mediante
algoritmos a partir do MDE que, em muitos
casos, se baseiam em operadores ou filtros de
âmbito local

130
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A pendente
⚫ A pendente num ponto do terreno é o ângulo
entre o vector normal à superfície e a vertical
⚫ Os métodos de cálculo são diferentes
– pendente máxima local
⚫ com os 4 vizinhos mais próximos (Idrisi)
⚫ com os 8 vizinhos mais próximos (MicroDEM)
– pendente do plano de ajustamento ao terreno
⚫ mínimos quadrados com os 4 vizinhos mais próximos
⚫ mínimos quadrados com os 8 vizinhos (operadores de
Prewitt e de Sobel)

Os componentes do gradiente
⚫ os componentes direccionais da
pendente são a base para o
cálculo de outros modelos digitais

MDE
a10
-1 0 1
-2 0 2
-1 0 1

1 2 1
0 0 0
-1 -2 -1
a01
operador de Sobel

131
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O modelo digital de pendentes

rio Ibias 0º 70°


MDE

a10 a01

tg−1 a10
2
+ a01
2

MDP

O modelo digital de orientações


0º 359°
MDE

a10 a01

tg −1 ( a10 a01 )

MDO

132
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O modelo digital de curvatura


convexo   cóncavo
MDE

-1 0 -1
= 0 4 0
-1 0 -1

 d2

MDO

O modelo digital de rugosidade


 MDP MDO 
liso rugoso

xi = sen  i  cos i
yi = sen  i  sen  i
zi = cos  i
R

( x ) + ( y ) + ( z )
2 2 2
i i i

n/R

MDR

Formas elementares: ladeiras


⚫ A pendente deve ser
não nula (moderada
ou forte)
⚫ A curvatura deve ser
moderada em todos os pendente não nula
sentidos
⚫ Podem existir ladeiras
com diversas
combinações de
concavidade /
convexidade
⚫ A rugosidade é baixa
curvatura reduzida
em ambos os sentidos

133
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Formas elementares: canais

⚫ A pendente não é um
critério determinante
⚫ A curvatura é nula no curvatura nula
sentido do canal
⚫ A forma geral é
côncava no sentido
das ladeiras
⚫ A rugosidade é média
ou alta concavidade
a pendente
pode ser não nula

Formas elementares: colos


⚫ A curvatura é côncava
no sentido do festo
⚫ A curvatura é convexa concavidade
no sentido das
ladeiras
⚫ A pendente não é um
critério determinante
⚫ A rugosidade será
média ou alta

convexidade
a rugosidade
é significativa

Formas elementares: picos


formas convexas em ambas as direcções
⚫ A curvatura é
convexa em todas as
direcciones
⚫ A rugosidade é
média ou alta
⚫ A pendente não é
um critério
determinante
rugosidade não nula

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Formas elementares: poços


⚫ A curvatura é
convexa em todas as
Concavidade em todas direcções
direcções
⚫ A rugosidade é
média ou alta
⚫ A pendente não é
um critério
determinante

rugosidade não nula

Sistemas de decisão
⚫ As formas anteriores podem reconhecer-se
mediante um sistema de decisão baseado
em regras
NÃO PLANURA
PENDENTE SIM NÃO LADEIRA
CURVATURA SIM
DE IGUAL SINAL

POÇO SIM
CUME NÃO CÔNCAVO SIM
NÃO

COLO SIM
VALE SIM NÃO CÔNCAVO / CONVEXO
FESTO NÃO CÔNCAVO / PLANO

Regras flexíveis
⚫ Os sistemas baseados em regras podem
manejar conceitos de lógica difusa para torná-
las mais flexíveis
PLANURA
p 1-p
0.8 0.2
VALOR

1
VALOR

0.7 1
0 0
0 45 90º OPERADOR  -1 0 +1
PENDENTE CURVATURA

LADEIRA
p = 0.14

135
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Nesta Unidade temática percebe-se que o primeiro passo ao se adoptar


um SIG como a ferramenta de tratamento e análise de dados em um
projecto é a geração de um modelo de análise. Sendo que os mais
usuais e simples em SIG são os Modelos digitais de Terreno que fazem
uma leitura tridimensional do espaço geográfico.

de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Ao se definir a Base de Dados a usar num dado projecto deve-se


considerar o seguinte, EXCEPTO:
A. Unidade territorial de integração dos dados.
B. Conversão de dados para o formato digital.
C. Modelo geométrico de representação.
D. Propriedades cartográficas dos dados.

2. Um SIG executa as seguintes operações, EXCEPTO:


A. Produção cartográfica.
B. Gestão de banco de dados geográficos.
C. Consulta e análise espacial de dados.
D. Colecta de dados geográficos num determinado território.

3. Em geral, os mdelos são classificados em:


A. Físicos, cartográficos e matemáticos.
B. Geográficos, analógicos e geomáticos.
C. Físicos, analógicos e matemáticos.
D. Geográficos, cartográficos e geomáticos.

4. Na simulação existem fases classificadas como, EXCEPTO:


A. Ajuste. B. Verificação.
C. Certificação. D. Aplicação.

5. Um modelo digital de elevação é conhecido como:


A. Qualquer representação da variação contínua de dados físicos no espaço.
B. Representação feita por um sistema de coordenadas espaciais.
C. Visualização bidimensional da superfície terrestre.
D. Forma complexa de representar os fenómenos espaciais num mapa.

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6. Das afirmações abaixo determinas as Verdadeiras e Falsas:


6.1. Os dados armazenados nos SIG constituem uma ferramenta útil na
geração de modelos para previsão de dados distribuídos espacialmente. V
6.2. A vizinhança é estabelecida pela condição de elementos estarem
contidos em polígonos ou de polígonos conterem outros elementos.
6.3. O desenvolvimento de um modelo envolve a simulação de fenómenos
complexos utilizando a combinação de informações espaciais e não-
espaciais.
6.4. A representação da superfície pode ser calculada através de uma
equação matemática de apenas um conjunto de pontos.

7. Faça corresponder as colunas abaixo:


VII. Permite seleccionar elementos tendo como
G. Ajacência.
base à distância entre eles.

VIII. Permite seleccionar linhas ou polígonos que


H. . Intersecção.
apresentam vértices comuns.

IX. Condição de elementos que se cruzam com


I. Proximidade.
outros elementos.

QUADRO DE SOLUÇÕES/RESPOSTAS:
Múltipla escolha Verdadeira e Falso Correspondência
1. B 6.1. Verdadeiro 7. I. C
2. D 6.2. Falso II. A
3. C 6.3. Verdadeiro III. B
4. C 6.4. Falso
5. A

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A BASE DE DADOS DE UM SIG.

UNIDADE Temática 4.1. Aquisição de dados espaciais


UNIDADE Temática 4.2. Entrada, manipulação e conversão de dados
UNIDADE Temática 4.3. Visualização de dados

UNIDADE Temática 4.1. Aquisição de dados espaciais

Introdução

Os dados utilizados em um SIG podem ser originários de diversas fontes,


que podem ser classificadas genericamente em primárias
(levantamentos directo no campo ou produtos obtidos por sensores
remotos) e em secundárias (mapas e estatísticas), que são derivadas
das fontes primárias. Nesta Unidade discutiremos sobre as principais
fontes de aquisição de dados espaciais usuais em um SIG.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Conhecer: As principais fontes de dados de um SIG;

▪ Classificar: as diferentes fontes de erros na aquisição de dados espaciais;


Objectivos ▪ Caracterizar: o processo de manipulação e análise de dados.
específicos

As principais fontes de dados espaciais (na forma de cópias em papel)


são as folhas topográficas em diferentes escalas.

Outra excelente fonte de informação são os produtos obtidos pelos


sensores remotos, especialmente as imagens (digita is e/ou em papel)
obtidas pelos satélites da série LANDSAT, SPOT, ERS, CBERS, TERRA,
AQUA e RADARSAT, e outros, assim como fotografias aéreas
pancromáticas.

Nos dias de hoje o GPS (Sistema de Posicionamento Global) é


certamente a novidade mais espectacular no campo da Cartografia. Ele

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nos possibilita calcular com precisão de centímetros, a posição


geodésica de um ponto qualquer na superfície terrestre, sem ser
necessário usar a rede de representação geodésica existente.

O sistema GPS que tem-se destacado é o NAVSATAR (Navegation


Satellite Timing and Ranging) . O sistema é composto por 24 satélites,
com órbita circular, altitude cerca de 20.000 Km e período de revolução
de 12 horas siderais. Esses satélites emitem um sinal em dois
comprimentos de ondas, no solo, uma estação móvel, de pequeno
porte, recebe os sinais. A posição no solo pode ser calculada em três
dimensões, desde que receba o sinal de quatro satélites.

O princípio de funcionamento do GPS é simples. Conhecendo-se a


posição no espaço de cada satélite no momento da emissão do sinal,
basta então medir o tempo de percurso entre a emissão do sinal e a sua
recepção em um determinado ponto no solo. Esta medida de tempo é
particularmente precisa (um relógio atómico é colocado a bordo do
satélite e outro dentro da estação). Além disso, é feita uma comparação
entre a frequência do sinal emitido com a frequência do sinal recebido.
A diferença de frequência indica a velocidade relativa do satélite com a
estação, obtida através do efeito Dopller. A distância entre o satélite e
a estação é então obtida multiplicando-se a velocidade da luz pelo
tempo decorrido entre o momento da emissão do sinal e o momento
de sua recepção na estação, corrigido do efeito Dopller.

A precisão do sistema depende do modo de utilização. Os chamados


GPS de navegação oferecem uma precisão que varia de 10 a 20 metros,
enquanto os sistemas GPS mais sofisticados podem oferecer uma
precisão de um centímetro para 10 Km e 25 cm para 1.000 Km. No
entanto, esta precisão pode ser melhorada através da utilização de
receptores de bifrequência, que permitem corrigir as deformações do
sinal através da ionosfera ou, pelo conhecimento da posição do satélite
em relação a sua órbita pré-determinada.

Uma vez que todos os dados necessários foram colectados, os mesmos


devem ser registrados em uma base cartográfica comum. Essa etapa
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pode ser cara, consumir uma enorme quantidade de tempo e ser


frustrante. Porém, técnicas de análise, tais como sobreposição,
modelagem e análise de redes não podem ser iniciadas antes do
processo ter sido completado. O conhecimento de como cada mapa é
criado é de fundamental importância para o sucesso económico do
Sistema de Informação Geográfica. Antes de um novo dado ser
colectado, exaustivas pesquisas deverão ser feitas de forma a verificar
se não existem dados que o substituam.

Os dados espaciais são a essência de qualquer Sistema de Informação


Geográfica. 80 a 90 porcento do dinheiro e esforço requerido para um
SIG funcionar é usado para aquisição, entrada, actualização e
manipulação de dados. Portanto é imprescindível que o usuário do
Sistema de Informação Geográfica tenha um bom entendimento de
todos os aspectos relacionados com a aquisição e manipulação dos
dados, antes de aprender a usar o sistema.

Um importante aspecto em dados espaciais é o registro da superfície.


Falhas no registro da base de dados espaciais podem causar sérios
problemas nos estágios de análise e avaliação desses dados. Portanto,
é de fundamental importância entender bem esse processo.

Disciplinas como a Geografia e ciências da terra têm geralmente


dedicado menos atenção à localização precisa no registro da superfície.
Por exemplo, no caso do registro de uma base de dados cadastral para
diversos usos (multifinalitário), problemas de localização precisa de
feições da superfície podem representar sérios inconvenientes durante
a análise nos últimos estágios do projecto.

4.1.1. FONTES DE ERROS E QUALIDADE DOS DADOS

Para o efectivo uso de qualquer SIG é importante que o usuário conheça


os erros associados com a informação espacial. Estes podem ser
divididos em três grupos: erros comuns, erros resultantes de variações
naturais ou de medidas originais e erros de processamento.

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Erros comuns - São erros mais directamente associados ao controle do


usuário e, mais fáceis de serem checados. Os erros mais comuns estão
relacionados:

● Idade dos dados;


● Cobertura areal (parcial ou total);
● Escala do mapa/carta;
● Densidade de observação;
● Relevância dos dados;
● Formato dos dados;
● Acessibilidade dos dados;
● Custo na colecta de dados.

Idade dos dados - São raras as vezes em que todos os dados são
colectados ao mesmo tempo, para uso em um determinado projecto.
Muitos planejadores e agências ambientais são forçados a usar dados
publicados na forma de mapas e/ou relatórios, os quais não
necessariamente são os mais recentes. Como exemplo podemos citar
os produtos obtidos por sensores remotos (fotografias aéreas e
imagens de satélite), as quais estão quase sempre desactualizadas
quando chegam à mão do usuário.

Cobertura areal - É desejável que, quando se estuda uma determinada


área (bacia hidrográfica, distrito, município, estado, país, etc.), se tenha
uma cobertura uniforme de informações. Frequentemente isto não
acontece. Em muitas regiões, para cobrir toda a área a ser estudada, o
pesquisador tem que recorrer a dados obtidos em diferentes datas e
até mesmo em escalas diferentes.

Escala do mapa/carta - Muitos dados geográficos têm sido gerados e


armazenados na forma de mapas temáticos e somente nos últimos anos
o desenvolvimento dos sistemas de informação digital tornaram
possível colocar a disposição dos usuários as observações de campo,
originais, para futuros processamentos (principalmente nos países mais

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desenvolvidos). Mapas de grande escala não somente mostram mais


detalhes topológicos (resolução espacial), como normalmente possuem
a legenda mais detalhada. Por exemplo, um mapa de solos na escala de
1:25.000 apresenta mais detalhes (tanto topológicos quanto de
legenda) do que um na escala de 1:250.000.

Densidade de observações - A densidade de observações na elaboração


de um mapa pode fornecer o grau de confiabilidade dos dados.
Resultados de pesquisa demonstram que se aumenta a confiabilidade e
a precisão dos dados , utilizando-se técnicas geoestatísticas para se
estimar o número de amostras, por área, necessárias para a elaboração
do mapa em função da escala desejada.

Relevância - Nem todos os dados usados para o processamento da


informação geográfica desejada são diretamente relevantes para o
propósito com que eles são usados. No entanto, eles foram usados
porque os dados desejados não existem ou porque a coleta dos mesmos
é muito cara.

Formato - Três aspectos no formato dos dados são importantes. O


primeiro está relacionado com os aspectos técnicos de como os dados
serão gravados (fitas magnéticas, disquetes, CD-ROM, etc.) para serem
transferidos para o computador. Isto inclui considerações como:
tamanho dos blocos, número de trilhas, bits por polegada, tipo de
caracteres usados, tamanho dos registos, etc. O segundo aspecto está
relacionado à forma com que os dados estão arranjados ou, em outras
palavras à estrutura dos dados. Por exemplo, se os dados estão na
estrutura raster e/ou vectorial. O terceiro aspecto está mais
relacionado aos dados e refere-se a escala, projecção e classificação.

Acessibilidade - Nem todos os dados são igualmente acessíveis. Por


exemplo, em função de problemas militares, dados sobre recursos do
solo e subsolo, especialmente em escalas grandes, não são disponíveis
em alguns países. Outros problemas de acessibilidade referem-se ao
custo e ao formato dos dados.

142
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Custo - A colecta e entrada de dados novos ou a conversão e


reformatação de dados antigos pode custar muito dinheiro. Custos de
digitalização (entrada) assim como de impressão (saída), em
equipamentos de alta qualidade, são extremamente altos.

4.1.2. ERROS RESULTANTES DE VARIAÇÕES NATURAIS OU DE


MEDIDAS ORIGINAIS

Estes erros estão relacionados com a variabilidade da informação


espacial e a correspondente acurácia com que foi adquirida. Esse tipo
de erro normalmente é detectado quando se estiver trabalhando
intimamente com os dados. Esses erros podem ser:

● Acurácia posicional;
● Acurácia do conteúdo;
● Fontes de variações nos dados.

Acurácia posicional - A importância da acurácia posicional nos dados


geográficos depende fundamentalmente do tipo de dado. As folhas
topográficas são normalmente levantadas com alto grau de acurácia
posicional, que é apropriada para uma boa definição de objectos tais
como estradas, casas, limites de parcela de solo, e outras feições que
são registradas. Com as modernas técnicas de levantamento
electrónico, a posição dos objectos na superfície da Terra pode agora
ser registrada com acurácia de centímetros.

Em contraste, a posição dos limites de vegetação, por exemplo, é


variável, pois estes dependem muito do microclima e dos regimes
hídricos. Erros posicionais podem também ser resultados do processo
de digitalização.

Acurácia do conteúdo - A acurácia do conteúdo do problema pode estar


ligada aos atributos dos pontos, linhas e área na base de dados

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geográfica, a qual pode ou não estar correcta. Nós podemos fazer uma
distinção entre uma acurácia qualitativa, a qual se refere às variáveis
nominais ou rótulos (por exemplo, a área em um mapa de uso do solo
pode estar codificada erradamente, onde era milho, temos soja) e a
acurácia quantitativa, que se refere a um erro na estimação do valor
assinalado (por exemplo, um erro na calibração de um planímetro pode
estimar erroneamente o valor da área).

Fontes de variações nos dados - Variações podem ocorrer nos dados


geográficos devido a vários factores. Podemos ter diversos tipos de
erros:

● Erros resultantes de enganos na entrada de dados;


● Erros de medida;
● Erros na colecta dos dados no campo;
● Erros de laboratório;
● Erros devido a variações espaciais e qualidade do mapa.

Erros resultante de enganos na entrada de dados - são os mais comuns,


embora nas fontes originais estes possam estar correctos.
Erros de medida - poucos dados podem resultar em dados sem
confiança, sem exactidão ou observações tendenciosas.
Erros na colecta dos dados no campo - um bom procedimento de
colecta dos dados no campo e uma padronização adequada dos
mesmos ajudam a reduzir observações incorrectas.
Erros de laboratório - esse tipo de erro está associado principalmente
à qualidade e precisão dos equipamentos usados, bem como dos
procedimentos de análise empregados.
Erros devido a variações espaciais e qualidade do mapa - muitos mapas
temáticos, principalmente os que representam fenómenos ou feições
naturais como solo ou vegetação, não mostram fontes de variações
localizadas (específicas). Consideram as diversas categorias
homogéneas, quando na maioria das vezes isto não acontece.

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4.1.3. ERROS DE PROCESSAMENTO

Erros de processamento são aqueles inerentes às técnicas usadas para


a entrada, acesso e manipulação da informação espacial. São erros mais
difíceis de serem detectados, requerem um íntimo conhecimento não
só dos dados, mas também da estrutura de dados e dos algoritmos
usados. Podem ser subdivididos em: erros numéricos no computador,
falhas associadas com análises topológicas e problemas de classificação
e generalização.

Erros numéricos no computador - Referem-se às limitações do


computador na representação de números. A habilidade do
computador em processar e armazenar as informações com o nível de
precisão requerido ainda é um aspecto crítico na maioria dos
computadores. A precisão tem importantes consequências no registro
de números, operações aritméticas e armazenamento de dados e
depende basicamente do computador que se está usando.

Números pequenos e/ou com muitas casas decimais podem apresentar


diferentes resultados em diferentes computadores. Além do mais,
muitos sistemas usam o formato raster para processamento. Isto causa
problemas de acurácia na estimativa de áreas, perímetros e distâncias.

Falhas associadas com análises topológicas - Muitos procedimentos


comumente usados no processamento da informação geográfica
assumem implicitamente que:

● As fontes de dados são uniformes;


● Os procedimentos de digitalização são infalíveis;
● Sobreposição de mapas é meramente uma questão de
intersecção de limites e reconexão de linhas e/ou redes;
● Os limites podem ser facilmente definidos e desenhados;
● Qualquer algoritmo pode ser aplicado;

145
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INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

● Os intervalos de classe definidos por uma ou outra razão natural


necessariamente são os melhores para todos os atributos
mapeados.

Essas ideias nem sempre são verdadeiras ou correctas. Isto tem


apresentado grandes dificuldades técnicas para os projectistas do
Sistema de Informação Geográfica, mas raramente estes problemas
têm sido resolvidos.

Problemas de classificação e generalização - Muitas irregularidade na


entrada de dados em um SIG são também atribuídas aos métodos
usados para classificação e interpolação de dados, ou seja, aos
procedimentos usados para transformar um dado pontual em areal.

A generalização cartográfica é o processo de transformação dos dados


geográficos em uma representação gráfica em determinada escala com
um propósito particular mantendo a clareza, simplicidade e a
confiabilidade nos dados. É uma componente essencial na criação de
representações cartográficas. Quando produz-se um mapa em pequena
escala a partir de um mapa gerado com uma base cartográfica de
grande escala ou, quando muda-se o propósito do mapa enfatizando
diferentes conteúdos, necessita -se tomar a decisão de que feições
deverão ser mantidas e que feições serão suprimidas.

A regra mais importante no processo de generalização cartográfica é a


que preserva a estrutura básica e características dos dados geográficos
mantendo sua legitimidade. A generalização é necessária quando o
conteúdo do mapa excede a capacidade de representação gráfica, isto
envolve uma série de operações desde a escolha do conteúdo
apropriado do mapa até um reagrupamento ou rearranjo das feições do
mapa em relação as possibilidades da apresentação gráfica.

4.1.4. MANIPULAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS GEOGRÁFICOS

As técnicas de extracção de informações numa base de dados


armazenada num SIG podem ser subdivididas em técnicas de
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manipulação e técnicas de análise de dados. As funções de manipulação


de dados referem-se às técnicas que envolvem o manuseio de objectos
para um propósito particular e as funções de análise dados referem-se
às técnicas que envolvem os princípios gerais de sobreposição e
cruzamento de dados.

Manipulação de dados - Dentre as principais técnicas de manipulação


podemos citar: mudança de projecção, mudança de escala, remoção de
distorções (correcção geométrica) e a rotação e/ou translação de
coordenadas.

Mudança de escala - Na definição de um projecto, utilizando SIG's, o


primeiro parâmetro a ser definido é a escala de trabalho. A definição da
escala de trabalho é muito importante para dimensionar o grau de
detalhamento da colecta dos dados para elaboração dos mapas básicos
(folhas topográficas, mapas de solos, mapas de cobertura vegetal, etc.).

Geralmente se utiliza mapeamentos básicos já existentes para criar a


base de dados nos Sistemas de Informação Geográfica. Nesse caso, a
escolha da escala de apresentação dos resultados irá depender
exclusivamente da escala dos mapas básicos, ou seja, a escala de
apresentação deverá ser menor ou igual a escala dos dados originais.
Alguns Sistemas de Informação Geográfica apresentam a possibilidade
de se armazenar as informações em várias escalas diferentes,
conservando a resolução espacial dos dados originais.

Remoção de distorções - Consiste em aplicar uma função matemática


através da qual as coordenadas de cada ponto do mapa são
recalculadas. Um dos problemas mais frequente de remoção de
distorção é a rectificação de imagens de satélite, feita através do
registro de um conjunto de pontos identificados na imagem e no mapa.
As coordenadas de cada ponto da imagem são recalculadas através das
coordenadas dos pontos registados.

Mudança de projecção - Objectiva converter dados espaciais,


representados segundo um determinado sistema de projecção

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cartográfica, para um outro sistema de projecção. Este tipo de


conversão geralmente é requerido na fase de importação ou
exportação de dados de um Sistema de Informação Geográfica para
outro, ou quando deseja -se particionar ou juntar mapas.

Rotação/Translação de coordenadas - A rotação de coordenadas


consiste em alterar a posição do mapa em relação aos sistemas de
coordenadas. A translação de coordenadas consiste simplesmente em
acrescentar um dado valor nas coordenadas dos pontos. Geralmente as
operações de manipulação são feitas antes de executarmos operações
de análise, uma vez que necessitamos de corrigir as distorções, exibir os
mapas no sistema de projecção e escala de interesse antes de
efectuarmos as análises de interesse.

4.1.4.1. Análise de Dados

As técnicas de análise geográfica consistem em operações espaciais


primitivas, que podem ser aplicadas a um ou mais planos de informação
com objetivo de criar novos planos de infor mação ou de calcular
medidas. A combinação destas operações são feitas, na sua maioria,
utilizando os recursos da Álgebra Booleana, o que requer o
conhecimento básico da. Matemática.

4.1.4.2. Principais Operações de Análise de Dados

As operações de análise mais comuns nos SIG's podem ser subdivididas


em: reclassificação, sobreposição , ponderação, medidas, tabulação
cruzada, análise de vizinhança, análise de rede e consulta a banco de
dados geo-referenciado.

Reclassificação - A reclassificação dos dados é feita geralmente quando


se necessita de melhorar a apresentação visual dos dados ou quando os
atributos dos dados originais não são apropriados para a análise do
problema em questão. Por exemplo, as categorias dos tipos de rochas

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de mapas geológicos podem ser muito detalhadas para um propósito


particular, como no caso em que um Engenheiro Civil necessita saber se
um determinado terreno é apropriado para construção de uma
barragem. Nesse caso, as classes de rochas do mapa geológico
poderiam ser reagrupadas em menor número, indicando as áreas aptas,
aptas com restrição, e áreas inaptas para a construção de barragens.
Um outro exemplo é a reclassificação de mapas de uso da terra.

Sobreposição - Frequentemente se deseja extrair dados de dois ou mais


mapas (por exemplo, deseja-se saber onde um tipo de uso ocorre num
tipo particular de solo). A informação de solo estará contida num mapa,
e a informação de uso do solo em outro. O método clássico de resolver
este problema é fazer uma cópia em transparência de cada mapa e
através de uma mesa de luz traçar em papel transparente as áreas
correspondentes. Isto é um processo que consome muito tempo além
de ser impreciso. No entanto, através da aplicação dos operadores
lógicos da Álgebra de Boole, os SIG's oferecem a facilidade de realizar a
superposição de dois ou mais mapas. Por exemplo, suponha que
desejamos conhecer áreas indicadas para preservação ambiental em
uma microbacia hidrográfica. A partir dos mapa de cobertura vegetal e
uso antrópico, de declividade e de solos, da microbacia, podemos
definir as áreas indicadas para preservação permanente como as áreas
que tenha uma declividade forte (>10%) ou que sejam cobertas por
mata ou cerrado ou que tenha presença de solos hidrmórficos. Na
prática este problema é solucionado através da álgebra booleana, ou
seja, o mapa final (X) é definido seguinte expressão lógica:

X = (A ou B) ou C ou D, onde:
A = Categoria de cerrado no mapa de cobertura vegetal natural
B = Categoria de mata no mapa de cobertura vegetal natural
C = Categoria de declividade forte
D = Categoria de solos hidromórficos
X = Áreas indicadas para preservação ambiental.

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Ponderação - Operações de ponderação consistem em gerar um mapa


a partir da média ponderada dos planos de informação contidos na base
de dados (solos, relevo, geologia, cobertura vegetal, etc.). Um exemplo
típico de ponderação é a geração de mapas de aptidão agrícola das
terras, a partir de vários planos de informação. O valor de cada classe
do mapa final pode ser definido como o somatório do produto dos
pesos.

(P) do produto dos pesos, ou seja:

V = _ (PI . PC) ou V = P (PI . PC), onde:


PI = Peso de cada plano de informação
PC = Peso de cada categoria
V = valor de cada categoria no mapa final.

Partindo-se dos mapas de cobertura vegetal e uso antrópico, de


declividade e de solos da de uma determinada microbacia, e através de
uma operação de ponderação dos três mapas (atribuição de um peso
para cada mapa e para cada categoria dos respectivos mapas),
determinou-se as áreas inaptas, com aptidão boa, moderada e fraca
para a cultura da soja, por exemplo.

Medidas - Existe uma grande variedade de medidas possíveis de serem


obtidas utilizando os Sistemas de Informações Geográficas. No caso de
dados no formato raster, a precisão das medidas é limitada pelo
tamanho da célula; já no caso de dados no formato vetorial a precisão
das medidas é limitada pela precisão da localização dos dados
armazenados. Os principais tipos de medidas possíveis de serem
obtidas através dos Sistemas de Informação Geográfica são:

● Distâncias;
● Perímetro;
● Área;
● Volume.

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Distâncias - Medidas de distância são importantes em muitas


circunstâncias. Pode-se determinar a distância entre duas linhas, dois
arcos, dois pontos, ou dois polígonos.

Perímetro - Para dados no formato raster o cálculo do perímetro da


área de interesse pode ser feito pesquisando-se o número total de
pixels que têm valores de atributos diferentes dos pixels vizinhos (pixels
dos limites do polígono). O perímetro é então calculado multiplicando
o número de pixels dos limites pelo tamanho do pixel. No caso de dados
no formato vectorial, o perímetro é calculado em função do
comprimento dos arcos que delimitam o polígono.

Área - O cálculo da área para dados no formato raster é feito


multiplicando-se o número total de “pixels” pela área de cada “pixel”.
Para dados do formato vectorial, o cálculo da área de uma região é feito
a partir das coordenadas dos pontos que delimitam a área de interesse.

Volume - Uma das técnicas de cálculo de volume muito utilizada nos


projectos de engenharia é o cálculo dos volumes de aterro e de corte
de uma seção transversal.

Tabulação cruzada - A operação de tabulação cruzada permite calcular


a área das intersecções entre as classes de dois planos de informação.
Geralmente, os SIG's requerem os dados no formato raster para realizar
esta operação. Além disso os dados dos dois planos de informação
devem ter a mesma resolução espacial, o mesmo número de "pixels" e
estarem no mesmo tipo de projecção e coordenadas. Para variáveis
nominais ou ordinais, uma tabulação cruzada compara as classes de
dois planos de informação, determinando as áreas de intersecção das
classes.

Operadores de vizinhança - Esta função selecciona uma área localizada


a uma certa distância de uma feição interesse. Geralmente o usuário
pode especificar um critério de distância (raio, cota, etc.) de um objecto
contido no plano de informação, e esta função gera um novo plano de
informação contendo a zona de impacto em torno do objecto

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seleccionado. Por exemplo, a partir do plano de informação contendo


as curvas de nível de uma determinada área pode -se gerar, através
dessa função, um novo plano de informação contendo as áreas que
estão dentro de um determinado intervalo de altitude. Um exemplo de
aplicação da operação de vizinhança é determinação de áreas de
protecção ambiental em torno de cursos de água e de reservatórios.

Análise de redes - Existe uma variedade de tipos de análise que são


baseadas em redes. As aplicações principais são a determinação de
menor caminho, funções de fluxo e hidrologia. A função de análise de
rede mais complexa consiste em separar bacias de drenagem, a partir
do cálculo da direcção de escoamento superficial utilizando os mapas
planialtimétricos. Um outro exemplo interessante de análise de rede é
avaliar a estrada alternativa para veículos de emergência, baseado na
combinação da distância total do caminho, e do congestionamento
antecipado, que é dependente do horário do dia.

Análises estatísticas - Vários procedimentos estatísticos são


comumente utilizados em Sistemas de Informação Geográfica, seja para
assegurar a precisão dos dados durante o processamento, seja para
apresentar um relatório resumido do banco de dados, ou para gerar um
novo dado durante as análises. Estes procedimentos incluem:

● Estatística descritiva - A média, a mediana, a variância,


covariância, etc., dos valores dos atributos dos planos de
informação (ou a delimitaçã o de uma área dentro de um plano
de informação) são frequentemente utilizadas para variáveis
contínuas. Por exemplo, pode ser necessário conhecer a
altitude média de uma área específica, ou a variância da
densidade de vegetação num campo.

● Histogramas - O histograma de um conjunto de dados é a


distribuição da frequência de ocorrência dos valores dos
atributos. Ele nos mostra qual o valor do atributo que tem a
maior probabilidade de ocorrência.

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● Valores Extremos - A localização dos valores máximos e


mínimos dos atributos numa área específica é frequentemente
útil. Como um exemplo, em um banco de dados de batimetria
nós podemos necessitar encontrar o local de maior e o de
menor profundidade num corpo d'água. Essa informação é
também de vital importância no pré-processamento dos dados,
para assegurar que valores de entrada no banco de dados
sejam aceitáveis.

● Correlação - As análises de correlação objetivam calcular a


distribuição espacial dos atributos de dois ou mais planos de
informação, util izando geralmente um coeficiente de
correlação ou uma equação de regressão linear, quando se
trabalha com intervalos ou razão entre variáveis.

Consulta a banco de dados geo-referenciado - Um banco de dados geo-


referenciado consiste de um banco de dados, onde as informações são
referenciadas espacialmente, através de um sistema de coordenadas.

Através do mapa e do banco de dados geo-referenciado, armazenados


em um SIG, pode-se fazer pesquisas. Por exemplo tomando o exemplo
um mapa e um banco de dados geo-referenciado por municípios, pode-
se responder às seguintes questões:

● Quais os municípios que tem uma densidade demográfica igual


ou superior a 5 Habitantes por km2.
● Localize no mapa as cidades e Estrada de percurso mais viável
para a tua Escola.
● Qual a distância entre a sua casa e a Universidade onde estudas
na cidade/distrito onde vives?

Além das funções de pesquisas no banco de dados é possível, através


do Sistema de Informação Geográfica, elaborar cartogramas e localizar
determinado dado no mapa.

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Nesta Unidade Temática pode-se perceber que as principais fontes de


dados espaciais podem-se subdividir em primárias e secundárias. As
primárias são quando se recorre a levantamentos directo no campo ou
produtos obtidos por sensores remotos e as Secundárias quando se
recorre a folhas topográficas em diferentes escalas. No entanto, estas
fontes estão susceptíveis a erros comuns, erros resultantes de variações
naturais ou de medidas originais e erros de processamento. Tais erros
devem ser tomados em conta no uso de técnicas de manipulação e de
análise de tais dados.

de AUTO-AVALIAÇÃO

1. São fontes de dados primárias as seguintes, EXCEPTO:


A. Cartas topográficas.
B. Imagens Satélite.
C. Fotografias Aéreas.
D. Informação de um GPS.

2. São fontes de dados secundárias as seguintes, EXCEPTO:


A. Cartas topográficas.
B. Mapas temáticos.
C. Imagens Satélite.
D. Dados do CENSO Populacional.

3. 80 a 90 porcento do dinheiro e esforço requerido para um SIG


funcionar é usado para:
A. Construção de Base de dados geográficos num Computador.
B. Aquisição, entrada, actualização e manipulação de dados.
C. Compra de dados numa Instituição Governamental ou Privada.
D. Correcção de erros adquiridos no processo de aquisição de dados.

4. Os erros comuns na aquisição de dados estão relaccionados à,


EXCEPTO:
A. Densidade de observação. B. Custo da colecta dados.
C. Relevância dos dados. D. Tipo de GPS.

154
UNISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

5. Um erro de medida pressupõe que:


A. Um bom procedimento de colecta dos dados no campo e uma
padronização adequada dos mesmos ajudam a reduzir observações
incorrectas.
B. Os mapas temáticos, principalmente os que representam fenómenos ou
feições naturais como solo ou vegetação, não mostram fontes de
variações localizadas (específicas).
C. Compra de dados numa Instituição Governamental ou Privada.
D. Poucos dados podem resultar em dados sem confiança, sem exactidão ou
observações tendenciosas.

6. Das afirmações abaixo determinas as Verdadeiras e Falsas:


6.1. Os dados espaciais são a essência de qualquer Sistema de Informação
Geográfica.
6.2. Dados defeituosos geram informação não fiável ao serem armazenados
numa Base de dados sem o devido cuidado.
6.3. Erros numéricos no computador referem-se às limitações do computador
na representação de símbolos.

7. Faça corresponder as colunas abaixo:


I. Inerentes às técnicas usadas para a entrada,
A. Erros de medida.
acesso e manipulação da informação espacial.
II. Variabilidade da informação espacial e a
B. . Erros de
correspondente acurácia com que foi
Processamento.
adquirida.
C. Erros resultantes
III. Podem resultar em dados sem confiança, sem
de variações
exactidão ou observações tendenciosas
naturais.

QUADRO DE SOLUÇÕES/RESPOSTAS:
Múltipla escolha Verdadeira e Falso Correspondência
1. A 6.1. Verdadeiro 7. I. B
2. C 6.2. Verdadeiro II. C
3. B 6.3. Falso III. A
4. D
5. D

155
UNISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

UNIDADE Temática 4.2. Entrada, manipulação e conversão de dados

Introdução

Antes dos dados geográficos poderem ser utilizados num SIG, os


mesmos deverão ser convertidos para um formato vectorial adequado.
Sendo este um processo relacionado com a conversão de informações
analógicas em digitais, tarefa que consome muito tempo e de custo
elevado. Nesta Unidade ocupamo-nos pela discussão de aspectos
inerentes a entrada de dados numa Base de Dados, sua manipulação e
conversão em função da sua finalidade.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Demonstrar: os processos de entrada de dados numa Base de dados;


▪ Analisar: as diferentes formas de manipulação de dados espaciais;
Objectivos ▪ Entender: os principais processos de conversão de dados espaciais.
específicos

O processo de conversão de dados a partir de mapas em papel para


arquivos em computador designa-se por digitalização. A tecnologia SIG
mais moderna permite automatizar este processo de forma completa
para grandes projectos, utilizando tecnologia de "scanning"; projectos
de menor dimensão poderão requerer digitalização manual (em tela ou
utilizando uma mesa digitalizadora).

As informações são provenientes de diversas fontes, como por exemplo


fotografias aéreas, imagens de satélite, folhas topográficas, mapas,
relatórios estatísticos e outras fontes de informação.

Este módulo é responsável tanto pela entrada e actualização dos dados


não espaciais (atributos) das entidades geográficas, quando pela
entrada da localização geográfica e outros dados espaciais dessas
entidades. A entrada dos dados espaciais é muitas vezes feita a partir
da digitalização (usando a mesa digitalizadora) de mapas analógicos
(em papel), mas actualmente esse método vem sendo substituído pela
156
UNISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

varredura óptica com o uso de um scanner, seguida por um processo de


vectorização semi-automática. Isso tem sido possível devido à queda
significativa no preço de scanners de alta resolução nos últimos anos, e
pela evolução dos softwares de desenho profissionais existentes no
mercado nesse sentido.

Ao contrário da cartografia digital (como no CAD), onde a simbologia


gráfica utilizada para representar as entidades é definida previamente
ao trabalho de edição, o Sistema de Informação Geográfica exige
apenas que as entidades geográficas sejam classificadas utilizando
formas primitivas geométricas que mais se aproximam de sua
representação no mundo real. As formas geométricas básicas mais
utilizadas são ponto, linha e polígono. A simbologia gráfica das
entidades no SIG é definida posteriormente com base nos seus
atributos, podendo ser alterada com muito mais facilidade.

Vale a pena destacar que nos últimos anos, tem se registrado uma forte
tendência, na criação de formatos de arquivos espaciais abertos, ou não
exclusivos/proprietários de apenas um desenvolvedor. Anteriormente
era muito complicado converter mapas digitais criados em um software
para serem utilizados em outro software, porque a estrutura de
armazenamento dos dados espaciais de cada software era guardada
como segredo da empresa que o desenvolveu. No entanto, o mercado
vem exigindo essa facilidade de integração, e hoje existem inúmeros
softwares de conversão entre formatos de Sistema de Informação
Geográfica, além de muitos Sistema de Informação Geográfica já serem
capazes de ler arquivos em vários formatos.

Uma consequência dessa tendência, é possibilitar que esse módulo de


entrada e actualização possa ser delegado a um software de desenho
profissional, aproveitando-se do seu custo mais baixo, e deixando a
estação do SIG para tarefas mais nobres como a geração da topologia
de um mapa e análise espacial. Vários softwares originalmente criados
para o desenho técnico, aos poucos procuram incorporar funções de
Sistema de Informação Geográfica, na tentativa de se inserir nesse novo

157
UNISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

mercado para aplicações geográficas. O mesmo pode -se dizer de alguns


softwares de tratamento de imagens que passam a executar funções,
antes exclusivas de SIG na manipulação de imagens raster. Muitas vezes
essa combinação revela-se um óptimo casamento, onde os dois
softwares executam tarefas complementares, cada um na sua área de
excelência.

Hoje já existem muitos dados geográficos em formatos compatíveis


com os SIG. Estes dados poderão ser obtidos junto dos produtores de
dados e carregados directamente no Sistema de Informação
Geográfica. A Internet vem possibilitando o aparecimento de
bibliotecas enormes de mapas, como por exemplo o USGS (iniciativa do
governo americano) e a própria TerraServer (iniciativa privada), que
tem contribuído para a rápida disseminação da cultura do
geoprocessamento nos EUA, com uma enorme redução de gastos para
a sociedade, advinda do compartilhamento e reaproveitamento de
informações espaciais por todos os usuários, poupando-os da custosa
tarefa de digitalização de mapas os mais diversos.

4.2.1. ARMAZENAMENTO DE DADOS

Está relacionado com os dispositivos de hardware destinados a guardar


(armazenar) as informações inseridas na fase anterior. Estes
dispositivos podem ser: discos rígidos, discos flexíveis, fitas magnéticas,
CD’s RW, etc.

4.2.2. GERENCIAMENTO DE DADOS

Consiste na inserção, remoção e/ou modificação/actualização nos


dados, efectuados através de um sistema de gerenciamento de banco
de dados. Um banco de dados geográficos armazena e recupera dados
geográficos em suas diferentes geometrias, bem como as informações
descritivas. Tradicionalmente os SIG's armazenavam os dados
geográficos e seus atributos em arquivos internos. Esse tipo de solução
158
UNISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

vem sendo substituído pelo Sistema de Gerenciamento de Banco de


Dados (SGBD), para satisfazer à demanda do tratamento eficiente de
dados espaciais e não-espaciais (tabelas) cada vez maiores. O uso do
SGBD permite com maior facilidade a interligação de banco de dados já
existentes com o Sistema de Informação Geográfica.

A dificuldade do armazenamento e gerenciamento de dados


geográficos advêm não só do grande volume de dados, mais
principalmente, da sua grande variação ao longo de uma região. Os
SGBDs relacionais actuais têm ainda muita dificuldade de armazenar
eficientemente dados tão irregulares. A linguagem de consulta (SQL)
deverá ser expandida para incorporar operadores espaciais, e uma
estrutura de índices espaciais que permita encontrar rapidamente a
localização de entidades a partir de uma consulta definida sobre valores
de atributos, e também retornar atributos de entidades existentes em
uma localização definida por uma consulta.

4.2.3. ANÁLISE E MANIPULAÇÃO DE DADOS

As análises oferecidas pelo Sistema de Informação Geográfica exigem


que os dados sejam manipulados de diversas formas. Um Sistema de
Informação Geográfica deve possibilitar por exemplo, a selecção,
classificação, agregação, identificação e derivação de novos dados
geográficos, seja através de expressões lógicas de uma linguagem de
consulta, ou através da manipulação directa e interactiva da interface
gráfica.

Os procedimentos operacionais e tarefas analíticas que são


particularmente úteis para a análise espacial incluem operações
espaciais sobre um único mapa temático, ou sobre múltiplos mapas
temáticos, e servem para fazer o modelamento espacial, análise de
distribuição espacial de pontos, análise de rede, análise de superfície,
dentre outras análises.

159
UNISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

A criação de zonas de buffer, por exemplo, é uma operação efectuada


sobre um mapa. Todavia, a sobreposição é feita sobre múltiplos mapas.

O modelamento espacial objectiva construir um modelo que facilite a


compreensão de um fenómeno geográfico, além de permitir a
projecção futura do seu comportamento com base em cenários
estatísticos. Por exemplo, o fenómeno das inundações, envolve a
conjugação de diversos factores temáticos como a topografia do
terreno, a vegetação, o clima, etc.

A análise de distribuição espacial de pontos lida com as relações de


proximidade ou de intensidade de algum atributo associado a esses
pontos.

A auto-correlação espacial de um conjunto de pontos distribuídos


espacialmente, é tanto maior quanto mais houver concentrações
densas de pontos em pequenas partes da região total. Essas
aglomerações, por exemplo de espécies da fauna, podem indicar a
existência de factores favoráveis a sua sobrevivência naquela região. Na
agricultura, um conjunto de amostras de solo retiradas regularmente
ao longo de um campo, podem derivar vários mapas temáticos, sendo
um para cada um tipo de mineral, representando o seu nível de
incidência, facilitando assim, a visualização das áreas mais propícias
para o cultivo.

A análise de rede é tradicionalmente exemplificada pelas aplicações de


optimização de rotas de frotas de veículos em uma zona urbana. Essa
análise se baseia no relacionamento topológico da conectividade entre
as feições geográficas. Existem várias aplicações: análise de melhor
caminho entre dois pontos, melhor caminho entre vários pontos,
delimitação de área de atendimento com base na distância e no tempo
de deslocamento, etc.

A análise de superfície lida com informações espacialmente distribuídas


modeladas através de uma estrutura em 3 dimensões. A superfície pode
representar uma variedade de fenómenos como população, crime,

160
UNISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

potencial de mercado, topografia, dentre outras. Existem várias


técnicas para a geração dessa superfície. Destacam-se as mais
conhecidas: USGS Digital Elevation Model (DEM) e Triangulated
Irregular Network.

4.2.4. SAÍDA E APRESENTAÇÃO DOS DADOS

Este subsistema é responsável pela saída de dados nos dispositivos


periféricos do sistema. É através dele que são feitos os relatórios, os
layouts, mapas, tabelas, etc. A apresentação final resultante do
processamento pode ser exibida no monitor, impressa em uma
impressora ou plotter, ou pode gerar um arquivo para ser utilizado em
uma apresentação multimídia.

4.2.5. BANCO DE DADOS

Um banco de dados pode ser comparado a um arquivo de aço onde são


armazenadas fichas com múltiplas informações. Nesta comparação, as
gavetas seriam as tabelas, onde você irá concentrar as informações
comuns. Dentro das gavetas você tem as fichas. As gavetas são
chamadas de registros e o conjunto desses registros é chamado de
tabela. O registro é composto por várias informações. Cada espaço
alocado para digitação dessas informações é chamado de campo.

4.2.5.1. Tipos de Banco de Dados

Sequencial – As informações são armazenadas em registros organizados


sequencialmente, um após o outro. Ex. Número de Parcela, Endereço
da parcela, Proprietário, Endereço do Proprietário.

Hierárquico – Os registros são classificados como país e filhos. Um


registro pai é associado a vários filhos que podem ou não ter seus
próprios filhos. Ex. Em uma quadra, os talhões de terrenos são os filhos
desta quadra.
161
UNISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

Rede – As informações são relacionadas entre si por apontadores. Estes


apontadores formam pares de entidades e, de par em par, conseguem
expressar relacionamentos do tipo 1 para 1, 1 para vários, vários para 1
e vários para vários. Ex.

● 1:1 – no ocidente, cada marido só tem uma esposa e vice-versa;

● 1:n – numa empresa um empregado trabalha num


departamento, mas um departamento tem vários empregados;

● m:n – um empregado trabalha em vários projetos e cada


projeto pode contar com vários empregados.

Orientado a objectos – A unidade fundamental de recuperação e


armazenamento de informações passa a ser o objeto. O objecto é uma
estrutura de dados que contém, além de suas informações gráficas e
alfanuméricas, informações sobre o relacionamento deste objecto com
outros objectos.

Relacional – Os diversos arquivos (ou tabelas) são ligados entre si de


forma apenas lógica. Cada arquivo contém diversos “ campos “ (ou
colunas) e, para se relacionar com outro arquivo, basta que este novo
arquivo tenha um destes campos em comum. Ex. No arquivo de
proprietários, existe o campo “Código do Proprietário”. No arquivo
lotes deverá existir também o campo “Código do Proprietário”. Desta
maneira as tabelas estão relacionadas.

4.2.5.2. ESTRUTURAS DE BANCO DE DADOS

Uma boa estrutura de banco de dados é a base para a criação de um


banco de dados que execute tudo que você espera dele de maneira
eficaz, precisa e eficiente. Os passos básicos para estruturar um banco
de dados são:

● Determinar a finalidade do banco de dados;


● Determinar as tabelas que farão parte no banco de dados;
● Determinar os campos que são necessários na tabela;

162
UNISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

● Identificar os campos com valores exclusivos;


● Determinar o relacionamento entre tabelas;
● Redefinir a estrutura;
● Adicionar dados e criar outros objectos de banco de dados.

Determinar a finalidade do banco de dados - O primeiro passo na


estruturação de um banco de dados consiste em determinar a sua
finalidade e como ele será utilizado. É necessário saber que tipo de
informação você deseja obter do banco de dados. A partir disso, você
pode determinar os assuntos sobre os quais precisa armazenar
ocorrências (tabelas) e que ocorrências que você precisa armazenar
sobre cada assunto (campos das tabelas). Converse com pessoas que
irão utilizar o banco de dados. Discuta sobre as questões que você
gostaria que o banco de dados respondesse. Faça um rascunho dos
relatórios que você gostaria de produzir. Reuna os formulários
actualmente utilizados para registar os seus dados. Examine bancos de
dados bem estruturados semelhantes ao que você está fazendo.

Determinar as tabelas que farão parte no banco de dados - Determinar


as tabelas pode ser o passo mais complicado no processo de
estruturação do banco de dados. Isso sedeve ao fato de que os
resultados que você espera do seu banco de dados – os relatórios que
você deseja imprimir, os formulários que deseja utilizar, as questões
que espera terrespondidas – não, necessariamente, fornecem
indicações sobre a estrutura das tabelas que os produzem. Não é
necessário estruturar suas tabelas utilizando um banco de dados. De
facto, seria melhor fazer um esboço e trabalhar manualmente sua
estrutura no papel. Ao estruturar suas tabelas, divida as informações
tendo em mente esses princípios fundamentais de estrutura.

Tabelas não podem conter informações duplicadas, e as informações


não podem ser duplicadas entre tabelas. Quando cada parte da
informação é armazenada em uma única tabela, você actualiza em um
único lugar. Esse procedimento é mais eficiente, além de eliminar a
163
UNISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

possibilidade de duplicar entradas que contenham informações


diferentes. Cada tabela deverá conter informações sobre somente um
assunto. Quando cada tabela contém ocorrências sobre apenas um
assunto, é possível manter informações sobre cada assunto
independentemente.

Determinar os campos que são necessários na tabela - Cada tabela


contém informações sobre o mesmo assunto, e cada campo de uma
tabela contém factos individuais sobre o assunto a que a tabela se
refere. Por exemplo, uma tabela de matrículas pode incluir campos de
nome do aluno, endereço, cidade, estado e telefone. Ao projectar os
campos de cada tabela, tenha essas indicações em mente.

Relacione cada campo directamente com o assunto da tabela.

Não inclua dados derivados ou calculados (dados resultantes de uma


expressão). Inclua todas as informações necessárias. Armazene
informações em suas menores partes lógicas (por exemplo, Nome e
Sobrenome, em vez de somente Nome).

Identificar os campos com valores exclusivos - Para que um SGBD acesse


informações armazenadas em tabelas separadas por exemplo, para
acessar um aluno com todos os seus dados, todas as tabelas do seu
banco de dados devem incluir um campo ou conjunto de campos que
identifique cada registro na tabela. Esse campo ou conjunto de campos
é denominado chave primária.

Determinar os relacionamentos entre tabelas - Agora que você já


dividiu suas informações em tabelas e identificou campos de chave
primária, é necessário informar ao SGBD como apresentar novamente
informações correlatas de uma maneira que faça sentido. Para tanto, é
necessário definir relacionamentos entre tabelas.

Redefinir a estrutura - Depois de estruturar as tabelas, campos e


relacionamentos que você necessita, é preciso estudar a estrutura e
detectar qualquer falha que possa ter restado. É mais fácil modificar a

164
UNISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

estrutura do seu banco de dados agora, do que depois de ter


preenchido as tabelas com dados.

Utilize um SGBD para criar as suas tabelas, especificar relacionamentos


entre as tabelas e inserir alguns registros de dados em cada tabela. Veja
se você consegue utilizar o banco de dados para obter as respostas que
deseja. Crie rascunhos de seus formulários e relatórios, e veja se eles
apresentam os dados que você esperava. Procure duplicações
desnecessárias de dados e elimine-as.

Adicionar dados e criar outros objectos de banco de dados - Quando


você achar que as estruturas de tabelas atendem às metas de estrutura
aqui descritas, é hora de adicionar todos os seus dados existentes às
tabelas. Você poderá criar qualquer consulta, formulário, relatório,
macro e módulo que desejar.

O gerenciamento de dados através de um SGBD permite ao software


lidar eficientemente com um grande volume de dados característico
dos SIG’s. Os dados espaciais, pela sua natureza complexa, se adaptam
melhor em um banco de dados orientado a objectos. O mais importante
de um SIG é a ligação lógica entre o mapa cartográfico e o banco de
dados.

A mudança no atributo população de um município por exemplo, é


reflectida automaticamente em um mapa temático de população
daquela região. Da mesma forma se os limites de uma região são
alterados, a área daquela região na tabela é automaticamente
modificada.

4.2.6. ASPECTOS INSTITUCIONAIS DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO


GEOGRÁFICA

Os cinco subsistemas de um Sistema de Informação Geográfica indicam


o caminho com que a informação geográfica será processada, mas não
garantem que um de terminado Sistema de Informação Geográfica será
usado efectivamente. Para usarmos efectivamente um Sistema de
165
UNISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

Informação Geográfica necessitamos de um lugar apropriado no


contexto institucional e de pessoas qualificadas (Peopleware) para o
manuseio do sistema. São necessários grandes investimentos não só na
aquisição do hardware e software, mas também em treinamento de
pessoal. A implantação de um SIG em uma organização exige das
pessoas participantes neste processo, um aprendizado de vários
conceitos de geografia e informática. O software deve maximizar a
facilidade de uso, rapidez na aprendizagem, flexibilidade de integração
com outros softwares e variedade de funções espaciais, pelo menor
custo possível.

A equipe deve ser multidisciplinar com mais ênfase em uma ou outra


área, dependendo da aplicação. Por ser um sistema multidisciplinar e
em alguns casos multi-institucional, a implantação de um Sistema de
Informação Geográfica em uma organização é um processo longo e
complexo. É fundamental o apoio político e financeiro dos dirigentes da
empresa para que o SIG e as pessoas que trabalham na sua implantação
não sejam desacreditadas durante a fase em que os benefícios ainda
não começaram a aparecer. Essa fase, dependendo do tamanho da base
de dados, pode demorar um ano ou mais.

O sucesso da implantação depende em segundo lugar da qualidade e


competência da equipe de geoprocessamento, que deve começar por
definir um bom plano de implantação com um cronograma de metas
onde os resultados desejados, assim como os seus prazos, devam ser
bem definidos.

É importante procurar adiantar ao máximo algum resultado, como um


projecto-piloto de uma área reduzida, mas representativa do todo, para
servir de vitrina para os mais cépticos e garantir a continuidade dos
investimentos.

Supondo que o software e hardware escolhidos para a aplicação, foram


bem dimensionados para atender as necessidades de toda a
implantação e funcionamento inicial do SIG, o último factor
determinante para o sucesso é a construção da base de dados. A base
166
UNISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

chega a custar mais de 80% a 90% do custo total da implantação. Com


o passar do tempo a base torna -se mais valiosa enquanto o software e
hardware tendem a depreciar-se. Portanto, todos os esforços devem
ser direccionados para reduzir os custos de criação da base sem
comprometer a sua qualidade. O erro de precisão nos dados é inevitável
em qualquer processo de discretização do mundo real. Mas deve-se
trabalhar para mantê-lo num nível aceitável, que não interfira com os
objectivos práticos da aplicação.

A implantação de um Sistema de Informação Geográfica é um processo


de transferência de tecnologia dentro da empresa. Portanto, alguns
funcionários da empresa devem participar activamente de todo o
processo, ou os conceitos do Sistema de Informação Geográfica não
serão totalmente entendidos e assimilados, e o sistema estará fadado
ao fracasso logo que a consultoria se desligue da empresa.

Os custos de treinamento e aprendizagem são muitas vezes


subestimados ao se planear a implantação de um Sistema de
Informação Geográfica em uma instituição. Os Sistemas de Informação
Geográfica são sistemas complexos, com muitos conceitos de lento
aprendizado. Estima-se que o tempo para adquirir eficiência na
operação de um Sistema de Informação Geográfica seja de seis meses
a dois anos de dedicação integral.

A escolha e implantação de um Sistema de Informação Geográfica em


qualquer instituição deve ser encarada como uma tarefa de médio a
longo prazo. A simples aquisição do hardware e software não é
suficiente para resolver todos os problemas e o sistema funcionar. A
melhor maneira de implantar um Sistema de Informação Geográfica é
seguir as seguintes etapas: identificação das necessidades do usuário,
levantamento detalhado da instituição, detalhamento dos produtos
necessários, escolha do sistema de geoprocessamento, execução de um
projecto-piloto e implantação do sistema propriamente dito.

Identificação das necessidades do usuário - trata-se da tarefa mais difícil


na escolha e implantação de um Sistema de Informação Geográfica.
167
UNISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

Sem esta etapa estar claramente definida e entendida não se deve


prosseguir adiante na implantação do sistema. O usuário deve
identificar precisamente as aplicações que atendam o seu universo de
actuação.

Levantamento detalhado da instituição - deve-se levar em consideração


o nível de informatização da instituição, equipamentos, softwares, base
de dados existente e qualificação técnica do pessoal.

Detalhamento dos produtos necessários - deve-se especificar os


produtos cartográficos a serem produzidos (precisão, qualidade, etc.) e
necessidade ou não de ligação com banco de dados. Esta etapa é muito
importante para a escolha do sistema de geoprocessamento e dos
dispositivos de entrada e saída de dados.

Escolha do sistema de geoprocessamento - deve atender as


necessidades do usuário, identificadas nas fases anteriores. Um bom
SIG tem que ser composto por programas de alto nível, genéricos ao
máximo, e capazes de preencher as necessidades de cada projecto, mas
mantendo sempre um bom desempenho. Tem que ser capaz de operar
em ambiente multiusuário e multi-tarefa, possibilitar a integração de
dados oriundos de diversas fontes e nos dois formatos básicos, vectorial
e raster, além de possibilitar a ligação com um sistema de
gerenciamento de banco de dados (SGBD). Na aquisição de um SIG deve
-se levar em conta também o custo do software, hardware e
peopleware. Deve -se considerar os problemas de suporte técnico e
verificar se o fornecedor tem condições de apoiar o uso operacional do
sistema.

Execução de um projecto-piloto - após a escolha do Sistema de


Informação Geográfica, o mesmo deverá ser implanta do em uma área
piloto. Na experimentação, através da execução do projecto-piloto é
que comprovaremos a qualificação e a funcionalidade do sistema.
Todos os usuários devem participar e opinar sobre seu funcionamento.

168
UNISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

Implantação do sistema propriamente dito - nesta etapa é que o


sistema encontra-se operacional, ou seja, está pronto para a execução
de todos os serviços especificados na primeira fase e já
redimensionados em função do projecto-piloto.

Nesta Unidade Temática pode-se perceber que antes dos dados


geográficos poderem ser utilizados num SIG, os mesmos deverão ser
convertidos para um formato vectorial adequado por meio do processo
da digitalização, sendo que em SIG a mais simples é o processo digital
denominado “sacanning”. Esta informação é posteriormente
armazenada em dispositivos podem ser: discos rígidos, discos flexíveis,
fitas magnéticas, CD’s RW, etc. Portanto para usarmos efectivamente
um Sistema de Informação Geográfica necessitamos de um lugar
apropriado no contexto institucional e de pessoas qualificadas para o
manuseio do sistema.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
1. O Armazenamento de dados é feito em:
A. Computadores de última geração.
B. Dispositivos de Hardware.
C. Softwares especializados.
D. Plottters.

2. São tipos de banco de dados os seguinte, EXCEPTO:


A. Sequencial. B. Rede.
C. Hierárquico. D. Ordinal.

3. São passos básicos para estruturar um banco de dados os seguintes.


EXCEPTO:
A. Determinar a finalidade do banco de dados.
B. Determinar as tabelas que farão parte no banco de dados.
C. Determinar os campos que são necessários na tabela.
D. Converter dados de um GPS até ao Computador.

169
UNISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

4. Das afirmações abaixo determinas as Verdadeiras e Falsas:


4.1. O erro de precisão nos dados é inevitável em qualquer processo de
discretização do mundo real.
4.2. Estima-se que o tempo para adquirir eficiência na operação de um Sistema
de Informação Geográfica seja de 24 meses a cinco anos de dedicação
integral.
4.3. Os custos de treinamento e aprendizagem são muitas vezes subestimados
ao se planear a implantação de um Sistema de Informação Geográfica em
uma instituição.
4.4. O primeiro passo na estruturação de um banco de dados consiste em
determinar a sua finalidade e como ele será utilizado.
4.5. Um banco de dados pode ser comparado a um arquivo de aço onde são
armazenadas fichas com múltiplas informações.

5. Faça corresponder as colunas abaixo sobre aspectos institucionais de


um SIG:
I. Equipamentos adequados. A. Software.
II. Recursos humanos qualificados B. Pepleware.
III. Sistemas informáticos adequados. C. Hardware.

QUADRO DE SOLUÇÕES/RESPOSTAS:
Múltipla escolha Verdadeira e Falso Correspondência
1. B 4.1. Verdadeiro 5. I. C
2. D 4.2. Falso II. B
3. D 4.3. Verdadeiro III. A
4.4. Verdadeiro
4.5. Verdadeiro

UNIDADE Temática 4.3. Visualização de Dados

Introdução

A Visualização de Dados consiste no uso de interfaces interactivas, a fim


de representar, com mínima entropia visual, um conjunto de dados
para um usuário final. Ou seja, a visualização de dados é caracterizada
por ser inter-relacional, transformar dados "brutos" em informações
relevantes, buscar ter o mínimo de perda de informações, e chegar aos
usuários que interagem, transformam e interpretam essas informações.

170
UNISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 30 Ano Disciplina/Módulo: SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

O principal objectivo da visualização de dados é comunicar a


informação de maneira clara e efectiva utilizando meios gráficos. Isto
não significa que a visualização de dados necessita ter um visual muito
sofisticado ou bonito.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Demonstrar: diferentes formas de visualização de dados;


▪ Analisar: as perspectivas de visualização de dados em SIG;
Objectivos ▪ Entender: os principais aspectos da visualização de dados num computador.
específicos
A Visualização de Dados é responsável pela representação do conteúdo
visual (dados) para facilitar a compreensão, interpretação,
processamento e comunicação desses conteúdos através dos recursos
visuais. As representações gráficas de dados ou visualização de dados
são construídas com unidades gráficas elementares como linhas,
pontos, áreas (superfícies e volumes) com cores planas ou com
unidades gráficas complexas como as unidades icónicas capturadas ou
de desenho, ou incolores.

Entre os benefícios da Visualização de Dados está a possibilidade de


observar grandes quantidades de dados rapidamente, facilitar a
compreensão de um problema e a descoberta de novos conhecimentos,
ajudar a criar uma visão compartilhada de uma situação. Em suma, a
Visualização de Dados ajuda na transformação da informação em
conhecimento e idealmente deve comunicar com clareza, mas deve
também incentivar a participação e atenção do espectador.

4.3.1. VISUALIZAÇÃO DE DADOS GEOESPACIAIS

A informação geográfica se distingue de outras informações por referir-


se a objectos ou fenómenos com uma localização específica no espaço
e, portanto, tem um endereço espacial. Devido a essa característica, os
locais dos objectos ou fenómenos podem ser visualizados, e essas
visualizações, chamadas de mapas, mostram como os objectos do
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INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

mundo real, como casas, estradas, campos ou montanhas, podem ser


abstraídos como um modelo de paisagem digital, de acordo com alguns
critérios pré-determinados, e armazenados em Sistemas de
Informações Geográficas (SIG), com pontos, linhas, áreas ou volumes.

O tipo de visualização mais apropriada para cada situação está


relacionado à representação de dados. A informação geográfica se
distingue de outras informações por referir-se a objectos ou fenómenos
com uma localização específica no espaço e, portanto, tem um
endereço espacial. Alguns autores explicam que devido a essa
característica, os locais dos objectos ou fenómenos podem ser
visualizados, e essas visualizações, chamadas de mapas, mostram como
os objectos do mundo real, por exemplo: casas, estradas, campos ou
montanhas, podem ser abstraídos como um modelo de paisagem
digital, de acordo com alguns critérios pré-determinados, como pontos,
linhas, áreas ou volumes.

Visualização de camadas vectoriais: Visualização de camadas vectoriais


representam objectos geométricos na forma de pontos, linhas e
polígonos. As camadas vectoriais mantêm semelhança com os
elementos clássicos de um cartógrafo em um mapa.

Visualização de camadas raster é uma camada vectorial de polígonos:


Visualização de camadas raster é uma camada vectorial de polígonos.
Se para cada polígono que faz parte de uma camada raster é atribuído
uma cor, o mapa resultante é equivalente a um mapa coropletas.

Visualização tridimensional: A terceira dimensão torna mais fácil


interpretar uma grande parte da informação mostrada, assim a exibição
fica mais acessível e fácil de compreender. Em comparação ao mapa
impresso ou a representação na tela bidimensional, a representação em
três dimensões é muito mais intuitiva e real. Para ser mais natural e
próximo da realidade que representa, um mapa tridimensional é
percebido menos como um elemento simbólico e mais como uma
realidade.

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INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

Quando a informação geográfica é apresentada na tela e no contexto


de um SIG, diferente de um mapa impresso, ela apresenta
interactividade. Quando visualizamos qualquer informação geográfica
ou de qualquer elemento gráfico na tela de um computador, ele está
sendo usado para transmitir uma linguagem visual. O uso correcto da
linguagem pode comunicar grandes quantidades de informação e se
tornar uma ferramenta muito útil. Exemplos da utilização de atributos
visuais podem ser visualizados na Figura 24.

4.3.2. ATRIBUTOS VISUAIS

Posição: No caso de um mapa, a posição já está associada com a


informação a ser transmitida, isto é, a posição real na zona geográfica
do referido objecto que está sendo simbolizado.

Tamanho: O tamanho refere-se ao tamanho do símbolo. O tamanho


determina a percepção visual de outras variáveis, especialmente
quando se trata de pequenos tamanhos.

Forma: A forma se aplica principalmente aos símbolos específicos, o


posicionamento de uma determinada forma sobre as coordenadas
exactas do ponto a ser representado.

Cor: A variável cor é a mais importante das variáveis visuais, e que exige
um maior grau de detalhe em sua apresentação, devido à complexidade
que apresenta e as possibilidades que oferece. A cor usada deve ser
escolhida levando em consideração as limitações que os usuários
possam ter.

Textura: A textura refere-se ao preenchimento de um símbolo, por


algum padrão.

Orientação: Aplica-se em símbolos específicos, sempre que eles não


apresentam simetrias, de maneira que pode haver um problema na
percepção da orientação correcta.

173
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INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

Texto: Nos casos em que é necessário incluir texto, ele deve ser legível,
concreto e preciso, de preferência horizontal e susceptível a uma
aplicação directa sobre os elementos do gráfico ou diagrama.

Figura 24: Exemplo de utilização de atributos visuais: posição, forma,


tamanho, cor, textura e orientação

Fonte: OLAYA, 2012.

Para transmitir ideias efectivamente, tanto a forma estética quanto as


necessidades funcionais precisam estar equilibradas, promovendo a
compreensão de um complexo conjunto de dados, comunicando seus
principais aspectos de uma forma mais intuitiva. No entanto,
projectistas muitas vezes não conseguem alcançar um equilíbrio entre
beleza e funcionalidades, criando lindas visualizações, que no entanto,
deixam de servir ao seu principal objectivo - a comunicação de
informações.

A visualização de dados está intimamente relacionada com os gráficos


de informação, visualização científica e com gráficos estatísticos.
Actualmente, a visualização de dados é muito prática e uma área vital
de pesquisas, ensino e desenvolvimento. O termo une os campos da
visualização científica e da visualização da informação.

4.3.3. OS DADOS GEOGRÁFICOS NO COMPUTADOR

O modelo geométrico base para estudar o processo da formação da


imagem está baseado no modelo de câmara, neste modelo o centro de
projecção do sistema imagem coincide com um sistema de coordenadas
tridimensional. O sistema de coordenadas para pontos dos objectos que
pertencem à cenário é o espaço tridimensional expandido pelos
vectores unitários x, y e z que formam os eixos dos sistemas de

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coordenadas. Um ponto na cena tem coordenadas (x,y,z). A coordenada


x é a posição horizontal como visto desde a câmara, a coordenada y é a
posição vertical como visto desde a câmara e a coordenada z a distância
desde até a câmara algum ponto no espaço ao longo de uma linha
paralela ao eixo z.

Fig. 25. Geometria de formação de imagem


i

Fonte: OLAYA, 2012.

Relações entre a geometria da formação da imagem e sua


representação na tela do computador.

Um ponto da imagem (x,y,z) pode ser projectado sobre o plano imagem


em bidimencional (2D) para um novo ponto (x',y') , observe na fig 25.
que ao trasladar a imagem virtual , na parte positiva do eixo z, sua
projecção muda de tamanho, quando a imagem virtual se encontra na
parte negativa do eixo z esta ademais de mudar de tamanho é invertida.
Dos triângulos semelhantes em azul da fig. 26. se pode inferir que ( x'/x
= y'/y = z'/z = r' /r ) combinando estas equações se pode obter x' = ( z' /
z ) x e y' = ( z' / z ) y que corresponde as coordenadas do ponto de
projecção no plano imagem.

Uma imagem raster representada na tela do computador é um arranjo


2D de pixels, cada pixel tem associado dois índices inteiros geralmente
chamados (i,j) como é de uso geral na álgebra de matrizes e seus valores

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INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

máximos representados por as letras m,n correspondentemente. O


origem do sistema de coordenadas deste sistema inteiro IJ é localizado
na esquina superior esquerda da tela, assim a coordenada horizontal
crescera do origem para a direita e a coordenada vertical de encima
para baixo. Observe que um ponto de projeção (x',y') no espaço X'Y' tem
suas coordenadas números reais. As coordenadas do ponto
de projeção (x',y') podem ser calculadas no espaço IJ pelas equações :

m. x = j - ( m -1 )/2 e y = - ( i - ( n-1 )/2 )

Fig. 26. Diagrama para o cálculo do ponto de projecção (x', y')

Fonte: OLAYA, 2012.

A apresentação visual de dados permite uma melhor compreensão por


parte dos usuários. Nesta Unidade aborda-se sobre aspectos relevantes
da visualização de dados em SIG, nomeadamente: tipos de visualização,
atributos visuais, mineração de dados, entre outros aspectos. Além
disso, é importante continuar com o desenvolvimento da pesquisa
sobre os métodos de Visualização de Dados e os atributos visuais para
representar melhor os dados em mapas. A Visualização de Dados,

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INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

representa neste tempo um grande desafio da gestão de informação,


incentivar as pesquisas nesta área e divulgar seus resultados, pode
gerar muitos benefícios.

de AUTO-AVALIAÇÃO

6. As representações gráficas de dados ou visualização de dados são


construídas com unidades gráficas elementares como:
E. Linhas, Pontos e Áreas.
F. Superfícies e volumes.
G. Geoprocessamento e Digitalização.
H. Áreas topográficas e Áreas de vegetação.

7. A visualização de dados tem como benefícios os seguintes, EXCEPTO:


E. Ajudar na transformação da informação em conhecimento.
F. Comunicar a informação geográfica com clareza.
G. Consulta e análise espacial de dados.
H. Incentivar a participação e atenção do espectador .

8. A informação geográfica se distingue de outras informações por


referir-se a:
E. Mapas temáticos com uma localização específica no espaço.
F. Objectos ou fenómenos com uma localização específica no espaço.
G. Cartas topográficas com uma localização específica no espaço.
H. Elementos naturais com uma localização específica num dado mapa.

9. O tipo de visualização mais apropriada para cada situação está


relacionado à:
A. Representação de dados. B. Qualidade dos dados.
C. Informação geográfica. D. Fonte de dados.

10. Das afirmações abaixo determinas as Verdadeiras e Falsas:


10.1. A Visualização de Dados é responsável pela representação do
conteúdo visual para facilitar a compreensão, interpretação,
processamento e comunicação desses conteúdos através dos
recursos visuais.

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INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

10.2. Quando a informação geográfica é apresentada na tela e no


contexto de um SIG, diferente de um mapa impresso, ela apresenta
interactividade.
10.3. O uso incorrecto da linguagem pode comunicar grandes
quantidades de informação e se tornar uma ferramenta muito útil.

11. Faça corresponder as colunas abaixo:


D. Visualização
IV. Camada vectorial de polígonos.
tridimensional.
V. Representam objectos geométricos na forma E. . Visualização de
de pontos, linhas e polígonos. camadas raster
VI. Torna mais fácil interpretar uma grande parte
F. Visualização de
da informação mostrada, tornando-a mais
camadas vectoriais.
acessível e fácil de compreender

QUADRO DE SOLUÇÕES/RESPOSTAS:
Múltipla escolha Verdadeira e Falso Correspondência
1. A 5.1. Verdadeiro 6. I. B
2. C 5.2. Verdadeiro II. C
3. B 5.3. Falso III. A
4. A

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GEOGRÁFICA

BIBLIOGRAFIA

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