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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia

Disciplina: Geoprocessamento

Aplicações de Geoprocessamento na Agricultura

Timóteo Salomaão Mandlate Código do Estudante: 31220808

Xai-Xai, Março de 2024


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia

Aplicações de Geoprocessamento na Agricultura

Trabalho de Campo a ser submetido


na Coordenação do Curso de
Licenciatura em Ensino de Geografia
da UNISCED.
Tutor: Geraldo Salvador Chimaque

Timóteo Salomaão Mandlate Código do Estudante: 31220808

Xai-Xai, Março de 2024


ÍNDICE
1. INTROUDUÇÃO .................................................................................................................... 1

1.1. Objectivos......................................................................................................................... 1

1.1.1. Objectivo Geral ......................................................................................................... 1

1.1.2. Objectivos Específicos .............................................................................................. 2

1.2. Metodologia ..................................................................................................................... 2

2. GEOPROCESSAMENTO – CONCEITO E SUAS APLICAÇÕES ...................................... 3

2.1. Definição de Geoprocessamento ...................................................................................... 3

2.2. Aplicações do Geoprocessamento .................................................................................... 4

3. APLICAÇÕES DO GEOPROCESSAMENTO NA AGRICULTURA .................................. 5

3.1. Sensoriamento Remoto na Agricultura ............................................................................ 6

3.2. Sistemas de Informação Geográfica (SIG) na gestão agrícola e no planeamento das


culturas ........................................................................................................................................ 8

3.3. Desafios e oportunidades associados ao uso do geoprocessamento na agricultura ......... 9

4. CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 11

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 12


1. INTROUDUÇÃO

O sector agrícola enfrenta constantemente desafios complexos e em rápida evolução, desde a


crescente demanda por alimentos até as pressões ambientais e as mudanças climáticas. Em meio a
essas adversidades, a tecnologia emergiu como uma aliada fundamental na busca por soluções
sustentáveis e eficazes. Entre essas tecnologias, o geoprocessamento surge como uma ferramenta
poderosa, capaz de revolucionar a maneira como compreendemos, monitoramos e gerenciamos as
actividades agrícolas.

O geoprocessamento, que combina conceitos de geografia, cartografia e análise espacial com


tecnologias de sensoriamento remoto e sistemas de informações geográficas (SIG), oferece uma
perspectiva única ao sector agrícola. Ao fornecer uma compreensão detalhada e abrangente do
ambiente agrícola, o geoprocessamento capacita os agricultores, pesquisadores e gestores a
tomarem decisões mais informadas e precisas em todas as etapas do ciclo de produção.

O presente trabalho tem como tema Aplicações do Geoprocessamento na Agricultura, pretende-


se com este trabalho fornecer uma explanação sobre os fundamentos do geoprocessamento e sua
importância na agricultura. Além disso, o trabalho propõe-se a examinar como o sensoriamento
remoto e os sistemas de informações geográficas têm sido aplicados de forma prática e inovadora
na agricultura.

Com este trabalho, espera-se não apenas oferecer uma visão abrangente das aplicações do
geoprocessamento na agricultura, mas também inspirar uma reflexão sobre o futuro dessa relação
simbiótica entre tecnologia e agricultura, na busca por um sector agrícola mais eficiente, forte e
sustentável.

1.1.Objectivos
1.1.1. Objectivo Geral
 Demonstrar as aplicações do geoprocessamento na agricultura.

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1.1.2. Objectivos Específicos
 Definir o conceito de geoprocessamento na aplicação da agricultura;
 Descrever as aplicações do sensoriamento remoto na agricultura;
 Analisar o papel dos sistemas de Informação Geográfica (SIG) na gestão agrícola e no
planeamento das culturas;
 Identificar os desafios e oportunidades associados ao uso do geoprocessamento na
agricultura.

1.2.Metodologia
O presente estudo visa realizar uma revisão bibliográfica abrangente sobre os conceitos de
geoprocessamento, e suas aplicações na agricultura. Para atingir esse objectivo, foi adoptada uma
abordagem qualitativa, que permitiu uma análise mais detalhada e interpretativa dos dados obtidos.
A colecta de informações foi realizada por meio da consulta a livros, bem como à pesquisa de
artigos científicos. Essa abordagem qualitativa permitiu uma compreensão mais profunda das
relações entre os conceitos estudados e sua aplicação na realidade, contribuindo para uma análise
mais contextualizada e enriquecedora do tema em estudo.

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2. GEOPROCESSAMENTO – CONCEITO E SUAS APLICAÇÕES

2.1.Definição de Geoprocessamento
Para Zaidan (2017, p. 198), o geoprocessamento pode ser considerado como um ramo de
actividades, e pode ser definido como o conjunto de técnicas e métodos teóricos e computacionais
relacionados com a colecta, entrada, armazenamento, tratamento e processamento de dados, a fim
de gerar novos dados e ou informações espaciais ou georreferenciadas. É importante observar que
informações georreferenciadas têm como característica principal o atributo de localização, ou seja,
estão ligadas a uma posição específica do globo terrestre por meio de suas coordenadas. (Zaidan
2017, p. 198).

Rosa (2013) define o geoprocessamento como sendo o conjunto de tecnologias destinadas a colecta
e tratamento de informações espaciais, assim como o desenvolvimento de novos sistemas e
aplicações, com diferentes níveis de sofisticação. Em linhas gerais o termo geoprocessamento pode
ser aplicado a profissionais que trabalham com cartografia digital, processamento digital de
imagens e sistemas de informação geográfica.

Hamada e Gonçalves (2007), por sua vez definem o geoprocessamento como sendo a área do
conhecimento que utiliza técnicas matemáticas e computacionais para o tratamento da informação
geográfica. Os autores afirmam que o geoprocessamento é uma tecnologia que influencia diversas
áreas: Cartografia, Geografia, Recursos Naturais, Planejamento Urbano, Agricultura,
possibilitando a compreensão de fenômenos sociais, ambientais e econômicos, por meio da
representação espacial.

Nesta ordem de ideias, pode-se afirmar que o geoprocessamento é uma área que engloba diversas
técnicas e métodos teóricos e computacionais relacionados à colecta, tratamento e processamento
de dados georreferenciados. Esses dados possuem como característica principal o atributo de
localização, estando associados a coordenadas específicas na superfície terrestre.

Por meio do geoprocessamento, é possível gerar novos dados e informações espaciais, além de
desenvolver sistemas e aplicações que permitem uma análise mais precisa e abrangente do espaço
geográfico.

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2.2.Aplicações do Geoprocessamento
O geoprocessamento, uma ferramenta poderosa que integra dados espaciais e não espaciais, tem
desempenhado um papel significativo em uma variedade de setores, desde órgãos governamentais
até entidades privadas e não governamentais. Seu uso abrange uma ampla gama de aplicações,
todas voltadas para a compreensão e gestão do ambiente que nos cerca.

Um dos principais campos de aplicação do geoprocessamento é o manejo e conservação de


recursos naturais. Aqui, essa tecnologia é empregada em estudos de impacto ambiental,
modelagem das águas subterrâneas, análise do caminhamento de contaminantes, estudos de
migração e habitats de fauna, bem como na pesquisa do potencial mineral. Essas aplicações são
fundamentais para a gestão sustentável dos recursos naturais, garantindo sua preservação para as
gerações futuras. (Hamada e Gonçalves, 2007)

Além disso, os autores consideram que o geoprocessamento desempenha um papel crucial na


gestão das explorações agrícolas. Desde o cultivo de campo até o manejo de irrigação e a avaliação
do potencial agrícola da terra, essa tecnologia auxilia os agricultores a otimizarem seus processos
e a tomarem decisões informadas, visando aumentar a produtividade e reduzir os impactos
ambientais.

Para Hamada e Gonçalves (2007), no planejamento de áreas urbanas, o geoprocessamento é


utilizado para diversas finalidades, como o planejamento de transportes, desenvolvimento de
planos de evacuação, localização de acidentes e seleção de itinerários. Essas aplicações contribuem
para uma gestão mais eficiente e sustentável das cidades, promovendo o bem-estar dos seus
habitantes.

O geoprocessamento é também amplamente utilizado na administração pública, com aplicações


que vão desde a gestão de cadastros e avaliação predial/territorial até a conservação e manutenção
de infraestruturas e o planejamento de organizações. Essa tecnologia ajuda a melhorar a eficiência
dos serviços públicos e a promover o desenvolvimento socioeconômico.

No comércio, o geoprocessamento é empregado na análise da estrutura de mercado, no


planejamento de desenvolvimento e na análise da concorrência e das tendências de mercado. Essas
aplicações auxiliam as empresas a identificar oportunidades de negócio e a tomar decisões
estratégicas mais fundamentadas.

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Por fim, na saúde pública, o geoprocessamento é utilizado em áreas como epidemiologia,
distribuição e evolução de doenças, distribuição de serviços sociais sanitários e elaboração de
planos de emergência. Essas aplicações contribuem para uma gestão mais eficaz da saúde da
população e para a prevenção de epidemias e crises sanitárias.

Hamada e Gonçalves (2007), afirmam que embora as aplicações do geoprocessamento possam ser
classificadas em diferentes áreas, muitas delas possuem um carácter multidisciplinar, reflectindo
a sua natureza versátil e sua capacidade de abordar desafios complexos de forma integrada. Assim,
o geoprocessamento continua a desempenhar um papel crucial na compreensão e gestão do mundo
que nos cerca, contribuindo para um futuro mais sustentável.

3. APLICAÇÕES DO GEOPROCESSAMENTO NA AGRICULTURA

A relação entre a agricultura e o geoprocessamento representa uma simbiose crucial para o


desenvolvimento e aprimoramento das práticas agrícolas modernas. O geoprocessamento, como
disciplina do conhecimento, utiliza técnicas matemáticas e computacionais para o tratamento de
informações geográficas, enquanto a agricultura busca constantemente métodos eficazes para
otimizar a produção de alimentos, preservar recursos naturais e garantir a sustentabilidade do meio
rural. (Assad e Sano, 1998)

As ferramentas do geoprocessamento são relevantes instrumentos usados para o levantamento de


dados do espaço geográfico, propiciando um entendimento, mapeamento, interpretação, análise,
correlações e planejamentos de áreas, dessa forma, é necessário compreender os conceitos do
geoprocessamento junto a suas aplicações, buscando sua utilização pelos profissionais
interessados (Castanho, 2006 apud Reghini e Cavichioli, 2020).

Assade e Sano (1998), defendem que as aplicações do geoprocessamento na agricultura são vastas
abrangendo desde o planeamento das culturas até a gestão eficiente dos recursos naturais

Uma das principais aplicações do geoprocessamento na agricultura segundo os autores é o manejo


e conservação de recursos naturais. Além disso, o geoprocessamento é amplamente utilizado na
gestão das explorações agrícolas.

Outra aplicação importante do geoprocessamento na agricultura é o monitoramento das condições


climáticas e hídricas. Utilizando dados de satélite e estações meteorológicas, Isso auxilia os

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agricultores na tomada de decisões relacionadas à irrigação, manejo de pragas e doenças, e
programação de atividades agrícolas, garantindo uma melhor adaptação às condições climáticas e
maximizando os resultados da produção.

Além disso, o geoprocessamento também é utilizado na gestão de propriedades rurais, no


planeamento de culturas e na análise de mercado agrícola. Através da análise espacial, os
agricultores podem identificar áreas com maior potencial de mercado, avaliar a viabilidade
económica de diferentes culturas e planear a diversificação produtiva. Isso contribui para aumentar
a competitividade do sector agrícola e promover o desenvolvimento rural sustentável.

De modo geral, verifica-se que o geoprocessamento oferece uma gama de ferramentas e


tecnologias que podem ser aplicadas em todas as etapas do ciclo agrícola, desde o planeamento e
manejo das culturas até a gestão dos recursos naturais. Uma das principais aplicações do
geoprocessamento na agricultura é a análise do ambiente agrícola, que envolve a avaliação de
factores como solo, relevo, clima e drenagem.

3.1.Sensoriamento Remoto na Agricultura


De acordo com Reghini e Cavichioli (2020), o sensoriamento Remoto é a aquisição de informações
a respeito de um objeto mediante análise de dados levantados por sensores remotos. Esses
dispositivos conseguem coletar energia proveniente do objeto, convertê-la em sinal passível de ser
registrado e apresentá-lo em forma adequada à extração de informações sobre o referido objeto.

Na visão de Novo (1995, p. 1) citado por Castanho et. al. (2004), pode-se definir sensoriamento
remoto como, a tecnologia que permite a aquisição de informações sobre objectos sem o contacto
físico com eles”. Já para Loch (2001, p. 87) apud Castanho et. al. (2004), a técnica de
sensoriamento remoto caracteriza-se pela captação à distância de registos, dados e das informações
das características da superfície terrestre, sem o contato directo. O mesmo autor (2001, p. 88),
segue seu raciocínio complementando a conceituação de sensoriamento remoto, quando afirma
que o mesmo é o conjunto de actividades, cujo objetivo reside na caracterização das propriedades
de alvos naturais, através da detecção, registo e análise de fluxo de energia radiante, reflectido ou
omitido pelos mesmos. (Castanho et. al., 2004, p. 163).

Assim, o sensoriamento remoto tem se estabelecido como uma ferramenta fundamental na


agricultura moderna, proporcionando uma série de aplicações que contribuem significativamente

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para o manejo eficiente das actividades agrícolas. Por meio da análise de dados levantados por
sensores remotos, é possível obter informações detalhadas sobre as características das áreas
cultivadas e monitorar o desenvolvimento das culturas de forma precisa e em larga escala.

Uma das principais aplicações do sensoriamento remoto na agricultura é o monitoramento da saúde


das plantas. Utilizando imagens de satélite e drones equipados com sensores específicos, os
agricultores podem detectar precocemente doenças, pragas e estresses hídricos nas lavouras,
permitindo a implementação de medidas preventivas ou corretivas de maneira mais eficaz e
oportuna. Isso não apenas reduz perdas de produção, mas também minimiza o uso desnecessário
de insumos agrícolas, promovendo uma agricultura mais sustentável.

Além disso, o sensoriamento remoto é amplamente empregado na avaliação da cobertura vegetal


e na estimativa de produtividade agrícola. Através da análise de índices de vegetação, como o
Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI), é possível mapear a distribuição espacial
das culturas, identificar áreas com potencial de produção e monitorar o crescimento das plantas ao
longo do ciclo vegetativo. Essas informações são fundamentais para o planejamento de plantio,
manejo da fertilização e colheita, permitindo uma otimização dos recursos e maximização dos
rendimentos. (Morreira, 2001)

Outra aplicação relevante do sensoriamento remoto na agricultura é a gestão de recursos hídricos.


Através da análise de imagens de satélite e dados de sensores, os agricultores podem monitorar a
humidade do solo, a distribuição de chuvas e a evapotranspiração das plantas, auxiliando na
tomada de decisões relacionadas à irrigação e ao manejo de áreas sujeitas à escassez de água.

Em última análise, o sensoriamento remoto também pode ser utilizado na detecção e no


monitoramento de mudanças no uso e na cobertura do solo. Através da comparação de imagens de
satélite em diferentes períodos de tempo, é possível identificar alterações na paisagem, como
desmatamento, expansão urbana e conversão de áreas agrícolas, fornecendo informações valiosas
para o planeamento territorial e a preservação ambiental.

Em suma, o sensoriamento remoto desempenha um papel crucial na agricultura, fornecendo


informações precisas e atualizadas sobre as condições das lavouras, recursos naturais e ambiente
agrícola como um todo. Ao integrar esses dados com outras tecnologias, como os Sistemas de
Informação Geográfica (SIG) e a Agricultura de Precisão, os agricultores podem tomar decisões

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mais informadas e estratégicas, contribuindo para a melhoria da produtividade, eficiência e
sustentabilidade do setor agrícola.

3.2.Sistemas de Informação Geográfica (SIG) na gestão agrícola e no planeamento das


culturas
Segundo GONÇALVES (2002), Sistemas de Informação Geográfica (SIG) são sistemas
automatizados que manipulam informações a partir de dados geográficos, para realizar diferentes
tipos de análises e obtenção de resultados, e actuar como sistemas de suporte às decisões nas
actividades de planeamento e gerenciamento de recursos.

Rosa (2005) citado por Reghini e Cavichioli (2020), distingue SIG e geoprocessamento, afirmando
que o geoprocessamento é um conceito mais abrangente e representa qualquer tipo de
processamento de dados georreferenciados, enquando um SIG ou GIS processa dados gráficos e
não gráficos (alfanuméricos) com ênfase em análises espaciais e modelagens de superfícies.

De acordo com Moreira (2001), as ferramentas que são utilizadas no geoprocessamento constituem
um conjunto denominado de Sistema de Informação Geográfica (SIG), o qual permite a interação
do usuário com os dados obtidos.

Os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) desempenham um papel fundamental na gestão


agrícola e no planeamento das culturas, fornecendo ferramentas poderosas para análise,
visualização e tomada de decisões baseadas em dados espaciais. Como afirma Gonçalves (2002),
os SIG são sistemas automatizados que manipulam informações a partir de dados geográficos,
permitindo realizar diferentes tipos de análises e obter resultados que actuam como suporte às
decisões nas actividades de planeamento e gerenciamento de recursos.

Uma das características distintivas dos SIG é sua capacidade de processar tanto dados gráficos
quanto dados não gráficos (alfanuméricos), com ênfase em análises espaciais e modelagens de
superfícies, (Reghini e Cavichioli, 2020). Essa capacidade permite aos gestores agrícolas integrar
uma ampla gama de informações, como dados de satélite, mapas de relevo, dados climáticos e
informações sobre solos e culturas, para avaliar as condições do ambiente agrícola e tomar decisões
informadas.

Além disso, conforme apontado por Moreira (2001), as ferramentas utilizadas no


geoprocessamento, permitem a interação do usuário com os dados obtidos. Isso significa que os

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agricultores e gestores agrícolas podem acessar e manipular os dados geográficos de forma
intuitiva, através de interfaces gráficas amigáveis, facilitando a análise e interpretação das
informações.

No contexto da gestão agrícola, os SIG são amplamente utilizados para diversas finalidades, como
o mapeamento de áreas cultivadas, a delimitação de zonas de manejo, a análise de produtividade
e a identificação de áreas propícias para o cultivo de determinadas culturas. Por meio da integração
de dados espaciais e não espaciais, os gestores podem identificar padrões e tendências, realizar
simulações e cenários futuros, e planejar estratégias de manejo mais eficientes e sustentáveis.

No planeamento das culturas, os SIG são utilizados para optimizar a alocação de recursos, como
fertilizantes, irrigação e defensivos agrícolas, levando em consideração as características espaciais
e variabilidade do ambiente agrícola. Além disso, os SIG permitem realizar análises de risco,
avaliar a viabilidade económica de diferentes culturas e identificar áreas de potencial conflito,
contribuindo para a elaboração de planos de cultivo mais eficazes e rentáveis.

3.3.Desafios e oportunidades associados ao uso do geoprocessamento na agricultura


O uso do geoprocessamento na agricultura apresenta uma série de desafios e oportunidades que
moldam significativamente a forma como a atividade agrícola é conduzida e gerenciada. Ao
mesmo tempo em que essa tecnologia oferece ferramentas poderosas para optimizar a produção e
promover a sustentabilidade, também traz consigo uma série de desafios que precisam ser
superados para maximizar seu potencial.

Uma das principais oportunidades associadas ao uso do geoprocessamento na agricultura segundo


Perreira (2023), é a capacidade de realizar análises detalhadas do ambiente agrícola. Através de
técnicas como sensoriamento remoto e sistemas de informações geográficas (SIG), os agricultores
podem mapear características do solo, relevo, clima e drenagem, permitindo uma compreensão
mais profunda das condições de suas áreas de cultivo. Isso possibilita a implementação de práticas
de manejo mais eficientes e sustentáveis, visando aumentar a produtividade e reduzir os impactos
ambientais.

Além disso, o geoprocessamento oferece oportunidades para melhorar o monitoramento e a gestão


das culturas agrícolas. Utilizando imagens de satélite e drones equipados com sensores remotos,
os agricultores podem acompanhar o desenvolvimento das plantas, detectar pragas e doenças

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precocemente e realizar o manejo de forma mais precisa. Isso não apenas aumenta a eficiência da
produção, mas também contribui para a redução do uso de pesticidas e fertilizantes, promovendo
uma agricultura mais sustentável e saudável. (Perreira, 2023).

No entanto, o uso do geoprocessamento na agricultura também apresenta desafios significativos.


Um dos principais desafios é a disponibilidade e acessibilidade dos dados geoespaciais. Muitas
vezes, os agricultores enfrentam dificuldades para obter dados precisos e atualizados sobre suas
áreas de cultivo, o que limita o potencial do geoprocessamento em fornecer insights úteis para a
tomada de decisões. (Ibrahin, 2014 apud Perreira 2023)

Ibrahin aponta como outro desafio a capacitação técnica dos agricultores para utilizar as
tecnologias de geoprocessamento de forma eficaz. Embora as ferramentas estejam cada vez mais
acessíveis, muitos agricultores ainda enfrentam dificuldades para interpretar e aplicar as
informações geoespaciais em suas práticas agrícolas. Isso ressalta a necessidade de programas de
treinamento e capacitação para garantir que os agricultores possam aproveitar ao máximo o
potencial do geoprocessamento.

Ibrahin (2014) citado por Perreira (2023) destaca que erros ou omissões na análise de dados
geoespaciais podem ter implicações significativas nas decisões agrícolas, ressaltando a
importância de uma abordagem meticulosa e precisa. Além disso, a integração de diferentes fontes
de dados e a interoperabilidade entre sistemas de informação representam desafios técnicos que
precisam ser enfrentados para maximizar o potencial do geoprocessamento na agricultura.

De modo geral, o uso do geoprocessamento na agricultura representa uma ferramenta poderosa e


promissora, capaz de enfrentar diversos desafios e aproveitar oportunidades para melhorar a
eficiência, a produtividade e a sustentabilidade desse setor fundamental para a humanidade. O uso
do geoprocessamento na agricultura oferece uma variedade de oportunidades para melhorar a
gestão dos recursos naturais, aumentar a produtividade e promover a sustentabilidade. No entanto,
é essencial enfrentar os desafios associados à qualidade dos dados, à interoperabilidade e à
capacitação dos profissionais para garantir o sucesso e o impacto positivo dessa tecnologia no
sector agrícola.

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4. CONCLUSÃO

Após analisar os aspectos sobre o geoprocessamento e suas aplicações na agricultura, torna-se


evidente o papel crucial que essa tecnologia desempenha na modernização e optimização das
práticas agrícolas. O geoprocessamento, juntamente com ferramentas como o sensoriamento
remoto e os Sistemas de Informação Geográfica (SIG), oferecem oportunidades sem precedentes
para os agricultores melhorarem a eficiência, a produtividade e a sustentabilidade de suas
actividades.

Ao longo deste trabalho, observou-se que o geoprocessamento na agricultura não se limita apenas
ao mapeamento de áreas cultivadas, mas abrange uma ampla gama de aplicações, desde o manejo
e conservação de recursos naturais até o monitoramento das condições climáticas e hídricas,
passando pela gestão de propriedades rurais e pelo planeamento das culturas. Essa tecnologia
oferece dados valiosos que permitem aos agricultores tomar decisões informadas e estratégicas,
contribuindo para uma agricultura mais eficiente, sustentável e robusta.

No entanto, também identificaram-se desafios significativos associados ao uso do


geoprocessamento na agricultura. A disponibilidade e acessibilidade dos dados geoespaciais, a
capacitação técnica dos agricultores e os desafios técnicos relacionados à integração de diferentes
fontes de dados representam obstáculos que precisam ser superados para maximizar o potencial
dessa tecnologia.

Portanto, é essencial continuar investindo em pesquisa, desenvolvimento e capacitação para


promover uma maior adopção e uso eficaz do geoprocessamento na agricultura. Ao superar esses
desafios, pode-se aproveitar ao máximo as oportunidades oferecidas por essa tecnologia para
enfrentar os desafios futuros da produção de alimentos, garantindo a segurança alimentar e
promovendo o desenvolvimento sustentável do setor agrícola.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Assad, E. D., & Sano, E. E., (1998). Sistema de Informações Geográficas: Aplicações na
Agricultura. Brasília: EmbrapaSPI / Embrapa-CPAC 2ª Edição.

Castanho, R. B. et al. (2004). A modernização agrícola e o uso de técnicas de geoprocessamento


no uso da terra em dois distritos de Palmeira das Missões-RS. Geosul, Florianópolis, v. 19, n. 38,
p 159-183.

Hamada, E., & Gonçalves, R. R. V., (2007). Introdução ao Geoprocessamento: princípios básicos
e aplicação. Embrapa Meio Ambiente Jaguariúna, SP.

Moreira, M. A., (2001) Fundamentos do sensoriamento remoto e metodologias de aplicações. São


Jose dos Campos: INPE.

Perreira, T. C. B., (2023). Revisão Bibliográfica sobre Geoprocessamento, Sensoriamento Remoto


e Agricultura de Precisão Focados no Município de Avaré. Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia de São Paulo, Avaré, SP.

Reghini, F. L. & Cavichioli F. A., (2020) Utilização De Geoprocessamento Na Agricultura De


Precisão. Faculdade de Tecnologia de Taquaritinga (Fatec) – Taquaritinga – São Paulo – Brasil.

ZAIDAN, R.T., (2017). Geoprocessamento Conceitos e Definições. Revista de Geografia –


PPGEO - UFJF. Juiz de Fora, v.7, n.2.

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