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INSTITUTO SUPERIOR DE ESTUDOS DE DEFESA

“Tenente General Armando Emílio Guebuza”

Curso de Licenciatura em Ensino de História

Cadeira: História de Moçambique II, até Séc. XVI-XIX

2º Ano

TEMA:

Resolução da Tarefa sobre o Padre Gonçalo

Turma: A

Discentes:

 Felizarda Eduardo Guila Machane

Docente:

Msc. Anastácia Rita Quitane

Machava

Abril de 2023
Vida e Obra do Padre Gonçalo

Padre Gonçalo da Silveira (1521-1561), foi um importante missionário e protomártir da África


Austral, cuja vida e obra se destacam não apenas pelo seu martírio naquela região, mas também
por suas significativas contribuições durante sua estada na Índia. Nascido em Almeirim, Portugal,
em 1521, Gonçalo perdeu os pais ainda jovem e foi educado por sua irmã. Ingressou na Companhia
de Jesus em 1543, aos 22 anos, e destacou-se como excelente orador, influenciado pelos exercícios
espirituais de Santo Inácio de Loyola.

Após cursar Teologia em Valência, Espanha, Gonçalo da Silveira foi enviado à Índia em 1556,
onde se tornou provincial da Companhia de Jesus, sucedendo a São Francisco Xavier. Sua missão
na Índia foi marcada por pregações, confissões, visitas aos doentes e preocupações com a formação
dos jesuítas, bem como a melhoria das condições de vida dos habitantes locais, incluindo os
prisioneiros. Além disso, ele se envolveu em questões político-militares, incitando à luta de
libertação de Chaul e participando diretamente na conquista de Damão.

Durante seus três anos na Índia, Gonçalo demonstrou interesse em conhecer as escrituras sagradas
do povo hindu e colaborou na tradução de obras importantes. No entanto, enfrentou dificuldades,
incluindo tensões com outros religiosos e resistência por parte dos judeus locais.

Sua missão na Índia foi fundamental para a historiografia missionária portuguesa, evidenciando a
dupla missão religiosa-política que muitas vezes caracterizava o trabalho missionário sob o
Padroado Português. Apesar de seu curto período na Índia, Gonçalo da Silveira deixou um legado
significativo, não apenas como um pregador dedicado, mas também como um líder preocupado
com o bem-estar das pessoas sob seu cuidado e com o avanço da fé cristã.

Assassinato do Padre Gonçalo em Moçambique

Padre Gonçalo da Silveira chegou à África em 1560, desembarcando na Ilha de Moçambique, um


importante ponto comercial entre a Índia e a costa oriental da África. Ele foi enviado para
Moçambique com o objetivo de iniciar uma missão evangelizadora na região, especialmente nos
reinos de Tongue e Mwenemutapa. Sua chegada foi motivada pela abertura das portas para o
cristianismo nessa região, bem como pela necessidade de expandir a influência portuguesa e
promover o comércio. Sua missão incluía a conversão dos nativos ao cristianismo e o
estabelecimento de relações amistosas entre os portugueses e os reinos locais.
Gonçalo da Silveira chegou no império de Mwenemutapa em 26 de dezembro de 1560,
inicialmente buscando evangelizar a população local. No entanto, sua presença logo despertou
suspeitas entre alguns líderes do reino, que o acusaram de ser um agente político enviado pelos
portugueses para explorar a região em busca de riquezas.

Apesar das acusações, Gonçalo da Silveira conseguiu estabelecer uma relação de amizade com o
imperador de Mwenemutapa, que inclusive permitiu que o missionário realizasse batismos e
pregasse o evangelho no reino. No entanto, as tensões aumentaram quando Gonçalo administrou
50 batismos em um único dia, o que irritou o imperador e desencadeou sua ordem para a execução
do missionário.

A morte de Gonçalo da Silveira, ocorrida em 15 de março de 1561, é envolta em controvérsias e


diferentes relatos. Alguns sugerem que ele foi enforcado e seu corpo lançado ao rio, enquanto
outros falam em crucificação. A verdade exata sobre sua morte permanece incerta.

Ouro e Marfim e seu valor na era colonial

Na era colonial, tanto o ouro quanto o marfim desempenharam papéis significativos na economia
e na sociedade, especialmente em regiões como a África e a América Latina. Ambos os recursos
eram cobiçados por potências coloniais europeias, que exploravam esses territórios em busca de
riquezas para enriquecerem a si próprios.

O ouro era altamente valorizado por sua raridade, beleza e utilidade como moeda e ornamento. O
ouro era extraído principalmente em África em grandes quantidades e enviado de volta para a
Europa para enriquecer as metrópoles coloniais. O ouro era usado para financiar guerras, construir
palácios e financiar o comércio internacional. Sua importância econômica era inegável, e as
potências coloniais frequentemente dedicavam grandes recursos para extrair e monopolizar o ouro
das colónias.

Por outro lado, o marfim também era altamente valorizado, embora por razões diferentes. O
marfim era extraído de presas de elefantes africanos e era altamente cobiçado na Europa e na Ásia
por sua beleza e utilidade em esculpir ornamentos, joias e objetos de arte.

Comparativamente, enquanto o ouro era mais valorizado como uma forma de moeda e riqueza, o
marfim era mais valorizado por sua beleza estética e utilidade em objetos de luxo e arte. Ambos
desempenharam papéis importantes na economia colonial, mas o ouro pode ter tido uma vantagem
em termos de valor económico directo devido à sua função como moeda e reserva de riqueza. No
entanto, é importante reconhecer que o valor de ambos os recursos era subjectivo e variava de
acordo com as demandas do mercado e as práticas comerciais da época.

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