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DFPOSITARIO GERAL
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A RECEJ>ÇÃO A<> t1fE1',E DlJ ESTAI)()
NOS l'AÇ<>S DO CONCELHO
e Senhor Presidente da República visitou oficialmente a Câmara Municipal de Lisboa na
noite de 2 3 de Abril. A rcccpçáo nos Paços do Concelho ao Chefe do Estado -
porventura a m:iis brilhante de quant.1s se verificaram no Município- consticuiu um
acontecimento invulgar, já pela quantidJdc e qualidade de convidados, já pela disnn-
ção da própria cerimónia, já ainda, pelo arranjo primoroso do cdiHcio, patente nos
cuidados decorativos do átrio, escadaria, andar nobre e rod:is as salas. A «Domu~
Municipalis» transformou-se, num momento, do edifício austero de todos os dias,
num palácio de mil e uma noites. Profusamente iluminadas e decoradas com as m:us
Lindas flores das estufas e dos viveiros mumc1pa1s, emoldurando as mais belas «toilec-
tes» dos costureiros de renome, as salas da Câmara nunca tinham sido cenário de tão
sumptuoso e csplendcnre espcctáculo.
Os convidados, em número de mil e quinhentos, foram rc.-cebidos, no topo da
escadaria principal, pelo presidente, sr. brigadeiro França Borges, e sua esposa, pelo
vice-presidente, sr. Aruba! David, e esposa, e pelos vereadores.
Fardas, casacas, condecorações - rodo um conjunto discinto se aglomerou nos
salões, animados pela prcsci1ça de Lindas e ilustres senhoras. Diplomaras com as jaque-
tas recamadas de oiro, prelados eminentes, como o Núncio Apostólico e o arcebispo
de Mitilene, e: quase rocalidade dos membros do Governo, os nomes mais ilustres da
vida pública, da cátedra, da Arre e das Letras, assim como outras personalidades cm
evidência, assistiram à reccpçáo em honra do Senhor Presidente da República.
O sr. almirante Américo Tomás foi recebido à porca do edifício pelo presidente
da Câmara e por uma depuração de vereadores. Ao chegar aos primeiros degraus, uma
orquestra executou o h ino nacional. Assim se assinalou a presença no Muniópio do
primeiro magistrado da Nação. Depois, formou-se um pequeno e luzido correjo, que
abria com um arauro empunhando um bastão, conánuos de grande gala e o almoxa-
riEc. O Chefe do Estado seguiu com a esposa do presidente do Município e o sr. bri-
gadeiro França Borges com a senhora de Américo Tomás. Por fim, iam o vice-presidente
e vereadores. O cortejo dirigiu-se para o gabinete do presidente do Município, onde
já se encontravam os membros do Governo, Nímcio Apostólico, arcebispo de Mitilene
e deão da Sé Patriarcal. Ali, o Senhor Presidente da República assinou o Livro de Ouro
da Cidade.
O sr. brigadeiro França Borges ofereceu, então, ao Chefe do Estado, o livro
«Oiro Séculos da História de Lisboal>. A esposa recebeu, como lembrança da visita, um
pequeno e arcístico guarda-jóias de praca dourada forrado a tarraruga, incrustado num
belo estojo de veludo azul, que lhe foi entregue pela sr: D. Manuela França Borges.
O sr. alm irante Américo Tomás percorreu depois os salões, e foi apresentado
nos convidados. Cerca da meia noite começou a ser servida a ceia. O Chefe do Estado
retirou-se à w11a hora da madrugada acompanhado até à porca principal pelo presidente
do Município e pelos vereadores.
O sr. almirante Américo Tomás não escondeu a impressão colhida na brilhan-
ássima recepçáG, expressando nos termos mais encomiásticos o seu agradecimento ao
presidente da edilidade. Também a esposa do Chefe do Estado, que vestia uma linda
«toilecrc» de renda bordada a «palleté», se manifestou em termos idênticos.
logo a seguir deixou o edifício o sr. ministro da Presidência. D irigindo-se ao
sr. brigadeiro França Borges, o sr. dr. Pedro T cotónio Pereira, declarou: ((Como cidadio
de Lisboa sinto-me deslumbrado e agradecido».
O baile. começou então, deslumbrante de luzes e cores e realçado pela elegância
das senhoras.
A orquestra de Shegundo Galarza iniciou uma série infindável de tangos,
valsas, e «slows». Até de madrugada não dim inuiu a anima~ão.
Eram cerca das cinco horas quando a linda festa terminou.
COMEMlJRAÇOES HENRIQUINAS -
ACTOS SOl I Nf<:, A CARGO DO Ml N ICIPIO DE LISBOA
*
Os holofotes, postados no Castelo de São Jorge e na própria praça. jorravam cata-
dupas de luz. Imensas fogueiras ardiam no T crrciro do Paço. Em redor, a multidão
alvoroçava-se perante o ineditismo do cspccúculo. De longe, a sala de visitas de Lisboa
parecia, toda ela, uma mar de fogo. a que as labaredas e o fumo das piras davam cunho de
realidade. Ao pé. era, se não um mar de fogo, um mar de luz, que se estendia e confundia
com o estuário do T ejo, onde resplandeciam milhares de lâmpadas e archotes, que se
cominuavam para além, na Outra Banda, com a margem do rio franjada de lumes.
E quando, na altura do desembarque da Imagem, miríades de coloridos pontos
luminosos subiram do Tejo e se derramaram na noite--<> quadro tornou-se magnificente.
Tudo, no Terreiro do Paço, foi impecável de organização. Tudo escava a postos
para receber condignamente o grande caumaturgo.
No lado oriental da praça, calmamente, disciplinadamente, iam formando os
elementos que se incorporariam na procissão.
Fez-se o desembarque.
No palanque, em guarda de honra a Santo António, estavam franciscanos e
sapadores bombeiros.
E a procissão, lindíssima, cm que se incorporaram o presidente do Muniápio,
brigadeiro França Borges, o vice-presidente, Aníbal David, e toda a vereação, rodeou o
Terreiro do Paço. Lá ia a bandeira da Cidade.
Desde o Terreiro do Paço ao Largo de Santo António - Largo do Município,
ruas do Comércio, Augusta, da Conceição e de Santo António - dezenas de milhares
de pessoas viram, em impressionante e respeitoso silêncio passar a procissão. Imponente,
escalonado impecàvelmente, o cortejo surpreendeu a multidão. E a Imagem de Santo
António, linda em si própria e adornada de pratas refulgentes e de flores, impunha-se
à admiração e à fé de todos. Os clarins das fanfarras, alternando com o cadenciado rufar
dos tambores, a marcha lenta, certa, firme, dos soldados de Caçadores 5 e dos marinhei-
ros da «Sagres», a dignidade das representações religiosas - tudo concorreu para que
o desfile fosse a manifestação de fé e o especcáculo popular que se previa.
Manifestação de fé e especcáculo, também, de raro sentido humano, ofereceu a
multidão, que se apinhava no Largo do Município, onde, pleno de luz e com os pane-
jamcnros de damasco - armas da Cidade bordadas a ouro, caindo das varandas -os
Paços do Concelho davam guarida a numerosos convidados.
E foi assim por todo o caminho até ao Largo de Santo António, cheio de gente,
onde a Imagem recolheu à sua igreja - à sua casa.
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A FB1: Gu[ s1\ nE s\o JouGE nI~ \ HHo1os
DA CIDAne DE LISHO\
•Qual d mdhor, calar ou falar de
Deus, coisas pias e proveito.as»?
LNz , Calor-MANUDI BnRNARDES.
MDClCLIV - MDCClC
O NOME DA FREGCESIA
São Jorge foi sempre uma das figuras mais veneradas do povo português.
O seu culto alastrou·se ràpidamente pela Itália, no século VI, chegou à Gália
e, dois séculos mais carde, fixou-se na Inglaterra que tomou São Jorge por patrono.
Deste úlcimo país. os cruzados ingleses trouxeram a devoção a São Jorge. para Pormgal,
quando das conquistas, tendo os cruzados domiciliados na Capital, instituído na antiga
Igreja de Nossa Senhora dos Mártires, uma Irmandade em honra daquele Santo, que
se conservou ali, até ser transferida, em 1241, para a Igreja do Convemo de
São Domingos.
A Irmandade permaneceu aqui, por largo tempo, durante o qual, os reis 9ue
sucederam a D. Afonso Henriques, sancionaram, sempre com agrado, rodas as mani-
festações religiosas em honra de São Jorge.
No reinado de D. Afonso IV, invocava-se o nome de São Jorge, nas luras
contra os infiéis.
D. Nw10 Alvares Pereira, apás a batalha de Aljubarrota, mandou erigir no
campo da luta, uma pequena capela, sob a invocação daquele santo e, em Lisboa, o
Senado da Câmara determinou que se organizasse, entre outtas, uma procissão em
louvor do glorioso Márcir, cujo nome foi dado ao secular castelo de Lisboa.
D. João I ordenou que a imagem de São Jorge figiir:1sse, a cavalo, na procissão
do «Corpo de Deus», facto esse, que começou a realizar-se, ainda nesse ano.
Por se tratar de um santo guerreiro, D. João J determinou que fosse atílbuída
a São Jorge, a missão de patrono dos que trabalhavam com ferro e fogo, a saber:
barbeiros de barbear e de guarnecer espadas, fundidores de cobre, ferreiros, douradores,
espingardeiros etc.
O Rei D. João II, ao fundar o Hospital Real de Todos-os-Santos, mandou colo-
car a imagem de São Jorge na capela, e ali se conservou até Novembro de 17 5 5,
data cm que foi destruída pelo terramoto. A que a substituiu, teve o seu altar na Igreja
do Convento de São Bento, donde passou em 1763, para a capela do reEerido hospital,
tendo sido transferida, em 28 de Maio de 1823, para a igreja paroquial de Santa
Cruz do Castelo.
No dia da procissão do «Corpo de Deus», a imagem de São Jorge, ocupando
sempre um lugar de relevo, comparecia, seguida dos representantes dos ofícios, os quais
se apresentavam com as suas insígnias e as suas melhores vestes.
No reinado de D. João V, a procissão do «Corpo de Deus», realizada em
8 de Junho de I 719, revestiu-se do maior esplendor, mas, depois, a sua grandeza foi
diminuindo, tendo sido reduzido o longo percurso da procissão, até que, em 1 91 o, com
a implantação do regime republicano, acabou o pouco que restava cm honra de São Jorge,
passando a procissão a fazer-se, apenas, dentro dos templos.
A ORIGFM DA FREGl ESIA
(') Chrónic11 da Ordem dos Cón•gos R•grt1nles do P111rlt1m1 S11nto Agoseinhe>-2.• pane-p~g. 145.
1
( ) H111órlt1 EclesitJ11ict1 - D. Rodrigo dn Cunha.
Estes homens cegos tinham o exclusivo da venda de livros velhos e papéis avulsos
impressos, concessão especial do Rei D. João V.
O negócio era exercido cm locais vários da cidade. Os confrades percorriam as
ruas com seu moço ou cão, rezando alto pelas port:is (motivo porque se denominavam
cegos rezadores), pedindo esmolas e apregoando cm cantilena, as notícias mais sensa-
cionais. ou armavam tenda onde melhor lhes parecesse, dependurando em cordéis essa
literatura barata, de que resultou, cercamente, a expressão hoje ainda conhecida, de
literatura de cordel, aplicada a livros de pouco preço.
Muito depois do terramoto, em 4 de Fevereiro de 1780, foi fundada a Irmandade
do Arcanjo São Miguel e Almas, na Ermida de Santa Rosa de Lima, que já existia
anteriormente, sob a designação de Irmandade do Senhor Jesus da Pobreza e Almas.
Exringuiu-se cm 1806 e foi novamente erecta em 1820, terminando pouco
tempo depois.
Em 24 de Junho de 175j, estava a paróquia instalada na Ermida de Santa
Bárbara, do palácio de Inácio Lopes de Moura, que ficava no Largo de Santa Bárbara,
segundo consta de um termo de baptismo onde se lê: «... nesta capela de Santa Bár-
bara. que interinamente serve de paroquial igreja de São Jorge . . . ».
Como a ermida era muito pequena, mudou-se a paróquia para a capela do Se-
nhor Jesus da Boa Sorte e Santa Via Sacra, no Largo das Olarias, freguesia de Nossa
Senhora dos Anjos.
De um termo de baptismo, de I 3 de Fevereiro de 1770, consta: «nesta paroquial
igreia de São Jorge, novamente estabelecida na rua larga das Olarias... ».
Mais tarde, o governo da Nação ordenou que a paróquia de São Jorge, em
tempo instalada no SÍtÍo das Fontainhas de Arroios (actual Largo de Santa Bárbara),
ficasse dentro do seu distrito, e nesse sentido, transferiu-se para a Ermida de Sant:l
Rosa de Lima, da Casa dos Condes de Murça, defronte do :mógo Caracol da Penha
de França, na Rua de Arroios, onde existiu uma fábrica de lanifícios, recentemente
demolida.
Da Ermida de Santa Rosa de Lima, foi transferida a pal'Ó<Iuia para a acrual igreja,
em 8 de Novembro de 1829, dia em que foi conduzido o SantÍssimo Sacramento em
solrnc procissão, da referida ermida para a nova igreja, cuja construção se havia iniciado
em 1820.
Na véspera da sua sagração solene, foi visitada pelo Eminentfssimo Cardeal Pa-
triarca de Lisboa, D. Fr. P atrício da Silva, cantando-se então, um solene «Te Deum»,
a que assisóu o Rei D . M iguel, recebido no meio das aclamações populares.
Ao anoitecer, vinte e quatr0 barris de alcatrão iluminavam todo o recinto, desde
a ermida até à nova igreja. O edifício desta, de aspecto modesto, tinha à frente da 19
porta principal, um adro gradeado e arredondado nos cantos, o qual ocupava toda a
frontaria. As esquinas do templo foram guarnecidas de pilastras jónicas.
Nas traseiras da igreja, em terreno junto à torre, estava o cemitério paroquial e
nele se fizeram os encerramentos durante os primeiros anos, até 1 834, tendo sido, mais
tarde, conscruído nesse local, o edifício da residência paroquial que foi confiscado em
1 91 o, por ocasião da mudança de regime.
O CRUZEIRO DE ARROIO$
Este Cruzeiro foi erigido no reinado de D. João III, pelo Senado da Câmara de
Lisboa, para comemorar a beatificação da Rainha Isabel de Portugal, pelo Papa Leão X,
a insrâncias de D. Manuel, nos últimos anos do seu reinado. ~ um padrão manuelino
de pedra lioz.
A beatificação da Rainha foi muito festejada em Portugal, com solenidades reli-
giosas e festejos populares.
Diz a tradição que D. Dinis, ao dirigir-se para o local da luta, mandou descansar
as suas tropas no sítio de Arroios, onde teria aguardado, talvez, o arrependimento do
füho rebelde.
A Rainha mandara colocar um padrão no próprio sírio onde se encontraram os
dois exércitos ;; ainda hoje existente, junto ao Bairro Social do Arco do Cego, assinalado
por uma coluna.
Passados anos, o Senado da Câmara de Lisboa, em homenagem à virtuosa Rainha,
e em testemunho do aplauso decidido da cidade à bula pontifícia que a elevou ao altar,
mandou gravar uma inscrição comemorativa do acto grandioso da paz por ela ajusrada
entre o esposo e o filho.
O Rei D. João lIJ, desejando perpetuar este histórico acontecimento, fez erigir
um Cruzeiro no Largo de Arroios, do qual fazia parte uma cruz sobre uma penha
de cinco pontas, com a legenda: «ln Hoc Signo Vinccs».
No pé da cruz foram colocadas as armas da Cidade: a nau com dois corvos,
um na popa, outro na proa, em memória da que em 1173, conduziu o corpo de
São Vicente.
A imagem que se observa neste monumento, tendo na mão esquerda as referidas
armas, é a de São Vicente. t idêntica à gravada cm duas moedas de ouro que D. João III
mandou cunhar, por Lei de to de Junho de 1555, uma com o nome de São Vicente,
do valor de 1 $000, e outra com o de Meio São Vicente, do valor de 500 réis.
D. João III ordenou que sempre ardesse uma lâmpada defronte do monumento.
2 Sobre o capice! onde se ergue a cruz, acha-se encostada a esta, a imagem de Nossa
Senhora da Piedade, com o Senhor Morto no regaço. Logo abaixo do capitel, vê-se
a imagem de São Vicente.
As imagens foram executadas no Porto, por um esculror afamado, CUJO nome
se tanora.
" O padrão fora colocado, primitivamente, sobre um tabuleiro, lageado e ciua-
dranP'lllar, descendo dele para o pavimcnro do Largo de Arroios, ciuatro escadarias de
cinc: degraus. Era resguardado por um pavilhão envidraçado, cujo telhado piramidal
descansa~:i em pil:ires de cantaria.
Resistiu ao terramor.o de 1755. Em Setembro de 1837. o Município de Lisboa,
resolveu retirar do seu lugar este curioso monumenro seiscenr:ista, mas ficou sem efeito
a tencar:iva feita nesse sentido, em face da indignação do povo da freguesia.
No mês seguinte, alguns operários dirigidos pelo vereador José Street de Arriaga
e Cunha, foram ali, de noite, conseguindo, então, o seu intento, pelo ciue o Cruzeiro
foi transportado provisoriamente para a Capela da Senhora da Piedade, na igreja paro-
quial de São Jorge de Arroios.
Mais tarde, cm 6 de Fevereiro de 1 848, por diligência do Prior da freguesia,
José António Correia Garcia, e de outras pessoas, foi colocado o Cruzeiro sobre um
altar erecro na referida capela.
Por ocasião da festa anual em honra de São Jorge, este altar era ornamentado
com lumes e flores, celebrando-se, então, Missa Solene em honra de Nossa Senhora
da Piedade.
Quando se fizeram obras na igreja (1895-1897), pensou-se cm levar o Cruzeiro
para um museu; porém, o Pároco da freguesia, Dr. Alfredo César Brandão, prometeu
mandá-lo colocar em local visível.
O Cruzeiro ficou, então, em frente do guarda-vento da igreja, até que, em
Março de 1957, foi removido para o lado direito, junto à entrada principal da igreja,
para melhor aproveitamento do interior desta.
A VILAFRANCADA
No início da acrual Rua Carlos José Barreiros, antiga Estrada da Charneca, havia
uma bica na qual estavam esculpidas e emolduradas as armas da Cidade de Lisboa, com
o seu navio, e as do Reino, à direita, com seus castelos e quinas.
Apesar da singeleza do seu conjunto, esta fonte era das mais antigas de Lisboa.
Inferiormente, estava a inscrição seguinte: «esta obra mandou fazer a cidade à
custa do Real d'Ãgoa Anno de 1624».
Havia outra inscrição por cima da verga da porca da mina, onde se lia: «na
era de 1398. teve principio esta fonte no Campo de Lourenço AHonso Costas, thesou-
reiro do Concelho, sendo escrivão d'elle, Lourenço Duraens e mestre pedreiro do mesmo
Concelho João Gialdi>l.
Segundo parece, o primeiro local da fonte deveria ter sido mais acima, em ter-
renos pertencentes ao dito tesoureiro.
Por determinação camarária, de 9 de Março de 1848, passou a fonre para o
princípio da rua, a pedido do proprietário do palácio do Conde da Guarda, Desembar-
gador João Lopes Calheiros de Meneses, que contribuiu com a quantia de 48$000
réis. A primeira água veio a correr em 6 de Dezembro de 1848, sendo os sobejos
concedidos ao palácio dos Senhores de Pancas, situado no Largo de Arroias, mediante
o foro anual de 50 réis.
Em 1935, foi rudo demolido, visto o terreno que lhe estava junto, ter sido
aplicado à conscrução de edifícios, entre eles, o que tem acrualmcnte o n.• 3-A, em cuja
frenre estava colocada a mencionada bica.
AS PORTAS DE ARROIOS
Apás o terramoto de 1755, uma das primeiras providências tomadas pelo Rei
D. José, foi determinar os justos limites da cidade, os quais foram fixados pelo Decreto
de 3 de Dezembro de 1755 e confirmados pelo Alvará de 12 de Maio de 1758.
Em Arroias, os limites eram: a partir de Santa Bárbara, a delimitação seguia
pela Rua das Barracas, Largo de Santa Bárbara e primeiro troço da Rua de Arroias,
Rua Frei Francisco Foreiro, Caminho do Forno do Tijolo (hoje rua), e Rua Ange-
lina Vidal.
No Arco do Cego, o traçado seguia por um pequeno troço, hoje desaparecido,
da Calçada de Arroias, pela Azinhaga do Pery (Rua Visconde de Santarém e acrual
Travessa das Freiras a Arroias), passando pelo Largo do Leão, até defronte do Convento
das Freiras de Arroias, hoje hospital, e continuando pela Rua Morais Soares até ao
Poço dos Mouros.
Em 1833 existiam quatro portas (Decreto de 27 de Dezembro de 1833). Junto
das porcas funcionavam Casas de Despacho e SÓ pelas portas rcspcct1vas é que se pcr-
m1ua a entrada de géneros na cidade.
As porcas existentes na freguesia, que além do posto fiscal, possuíam também
barreiras ou postos de despachos, eram as do Arco do Cego ou de Arroios. na embo-
cadura da Rua do Arco do Cego e da Calçada de Arroios. do Largo do Leão ou da
Estmda da Charneca, no começo da Avenida Manuel da Maia, a da Estrada de Sa-
c;tv~m. accualmente Rua Quiúno da Fonseca, um pouco para além da Travessa das
freiras, e: a da Travessa das Freiras, junto da Rua Ancónio Pereira Carrilho.
A~ porcas que ficavam no ponto de encontro das actuais ruas Ancónio Pereira
Carrilho e Quirino da Fonseca, possu1am pilares de pedra que suportavam o gradeamento
c º' portóes de ferro, abrindo estes, de verão, às cinco horas da manhã, e de inverno,
as \cts, e fecbaudo ao sol posto.
Por aqui passavam os veículos que demandavam a cidade, bem como as carroças
vindas dos lados de Sacavém, Vila Franca, Vialonga, Póvoa de Sanca Iria, Olivais, etc.,
transportando hortaliças para o Mercado da Praça da Figueira.
Esta passagem possuía fiscalização aduaneira baseante rigorosa. Ali permanecia
constamemcnte urna sentinela da guarda fiscal, destinada a impedir os constantes ardis
uuliLados contra os interesses do Estado. Esta vigilância não excluía as mulheres, para
as quais havia palpadeiras oficiais.
Este e os restantes postos aduaneiros existentes na Cidade, eram chefiados por
funcionários graduados das alfândegas, auxiliados por militares que guardavam as portas
e, por vezes, acompanhavam mercadorias e bagagens até ao ponto de destino, mediante
remuneração própria, pois esses postos eram fontes de receita fiscal.
O edifício aduaneiro tinha patente, numa sua dependência, muitas provas dos
processos usados para ludibriar e lesar o Estado.
A freguesia tinha cinco postos focais - o do Arco do Cego, o de D. Estefânia,
o da Rua Açores, Rua de Arroios, do Largo do Leão e o de Sacavém, ou da Estrada
de Sacavém.
O documento oficial de 1840, citando a linha de separação entre a Cidade e
o sc:u Termo, fola das portas do Convento de Arroios, das do Arco do Cego e das
da Charneca.
O arco da Rua do Ateo do Cego foi demolido cm 1742. O Magnânimo
D. João V adoecera a 10 de Maio de 1742 e, um mês depois, após várias conferências,
os médicos da sua câmara resolveram que o augusto enfermo tomasse os banhos das
Caldas da Rainha.
Mandaram-se consertar todos os caminhos que iam de Lisboa acé lá e esperar
que ficassem à altura de poder rolar sobres eles, a carruagem real. 5
Passados alguns meses, o Cardeal da Cunha meteu-se num coche da Casa Real
e partiu para ir benzendo até às Caldas, as estradas por onde havia de passar El-Rei.
Foi encio que se reconheceu, à passagem <lo Cardeal pelo Arco do Cego, que a
larga estufa de viagem, em CUJOS almadraqucs, D. João V se recostava, não podia,
de modo algum, caber por arco tão estreito e que, não só os capadoiros das rodas,
mas a própria caixa, esbarrariam de encontro aos pilares lacerais. As ordens não se fi-
zeram esperar. e a demolição começou cm 7 ou 10 de Setembro de 1742.
O velho arco caíra sob o picão dos alvenéis para D. Joiío V passar; mas o sacrifício
dos seus braços de pedra foi inútil. A estrada alargou-se; o coche real nunca passou.
Com data de 29 de Maio de 1 846, elaborou-se um projecto e orçamento da
nova escrada da circunvalação do Município de Lisboa, que passaria pela Quinta do
Manique, ao Arco do Cego.
Pelo mesmo decreto, foi extinto o Termo de Lisboa, tendo passado a zona extra-
-muros de São Jorge de Arroios, cortada pela linha da circunvalação, para o novo Con-
celho dos Olivais, enúo constituído.
O muro e a estrada da circunvalação tinham por obiectivo, fins aduaneiros, para
a cobrança dos direicos de consumo e do real de água. mas nesta delimitação, não
foi cornada em consideração, a divisão paroquial.
2b
(') Uvro d.u DtsobrigdS da FregHtsla de Síio Jorge, 1/0 ano de 1839.
(') Homem Oitto - Nold$ d11 mmb• uuú t do mt11 umpo. vol. li.
Na Quinta do Bacalhau, situada na antiga Estrada de Sacavém, ficava a Capela
de Sio Joio Baptista, que, cm tempos idos, pertencia ao Desembargador João Marques
Bacalh:tu e. em 1804, era de Manuel Vicente de Sequeira Barreto(').
A Capela de Santa Bárbara foi fundada junto do palácio que o Desembargador
Inácio Lopes de Moura, possuia no sítio de Santa Bárbara, entre as ruas de Arroios e
P:1ssos Manuel. Este pequeno templo foi demolido em 1885, o mesmo nconrecendo
:10 pal:ício. cinco anos mais tarde.
Na Quinta dos Ciprestes, à Azinhaga da Fonte do Louro ficava .a Capcln de
Santo Anr.ónio, e na Quinta do Andrade, à Estrada de Sacavém, havia outra, também
dedicada a Santo Ancónio. Esta última tinha tal designação por ter pertencido, nos
fins do século XVIII, a Luís Alvares de Andrade.
Na Rua de Arroios existia a Capela de Santa Rosa de Lima, pertencente ao
palácio dos Condes de Mesquiteln. Vier.t este palácio, da herança de Afonso de Albu-
querque, filhc, e depois, passara ao morgadio dos Senhores de Murça (condes desde
1826), transitando para os Costas Mesquitelas (de Azeitão), armeiros-mores do Reino.
Esta capela foi sede da freguesia de São Jorge, por Provisão de 2 3 de Janeiro de 1780.
Em 24 de Setembro de 1798, faleceu na Rua de Arroios, o Reverendo Padre
Desembargador e Inquisidor, Pascoal José de Melo Freire dos Reis, célebre juriscon-
sulto, que foi sepultado na Ermida de Santa Rosa de Lima, a meio do templo e junco
à parede, do lado do Evangelho.
N:isceu em 6 de Abril de 1 738. Doutorou-se cm Leis, na Universidade de
Co1mbrn. em 3 de Maio de 1757, sendo, pouco tempo depois, nomeado lente subs-
tituto da Gdeira de Direito P:ítno, e efcctivo, em Ouwbro de t 781.
Na sua campa foi colocado o seguinte epitáfio:
A a:tcrnz mcmori:r:
P:ischalis Joscphii Mcllii Frcirii
oprimi Civis
Ct
immortalimi dignissimi
sacrum
postrtd1c nonas aprilis
MDCCXXXVIll
dulcm1mo ª''Unculo suo
bcncmerenci
p<l'uic
Franciscm Frc:inus Silva Mellius
29
(•) Liuro das Desobrigas da Frogut1ln de São /orga.
Desde Agosto de 1873, os seus restos mortais rePousam no Cemitério dos Pra-
zeres, em jazigo que, proPositadamcnt:e, a Associação dos Advogados mandou construir
nesse ano.
A Câmara de Lisboa, desejando colaborar nessa perpetuidade, dedicou-lhe uma
rua da freguesia.
Na Calçada de Arroios ficava a Capela de Nossa Senhora do Pópulo, pertença
do palácio dos Condes de Linhares. Por morte do último titular, foi vendido este edi-
fício, à Casa Palmela, que o cedeu aos Padres da Congregação da Missão de São Vicente
de Paulo, mais conhecidos Por «Padres Lazariscas», que, na Páscoa de 1902, insta-
laram ali, provisôriamcnrc, o seu colégio de preparar.órios (Escola APosr.ólica).
Por ocasião do movimento revolucionário de 5 de Outubro de 1 91 o, estes padres
foram bastante maltratados. Dois deles, o Padre Provincial, João Bapcista Alfredo Fragues,
e o Dr. Bernardino de Barros Gomes, foram bàrbaramentc assassinados nesse dia.
O Estado romou conta do edifício que albergou, Por algum cemPo, os Invá-
lidos da Grande Guerra, e foi demolido em 1937. para dar lugar a uma ma e a cons-
truções modernas.
Por altura de obras cfcctuadas na igreja paroquial ( 1895-1897), celebraram-se
lá, os acros de culto da freguesia.
Depois. na Posse dos padres da mencionada congregação, a capela passou a ser
dedicada a Nossa Senhora das Graças ou, melhor, à Virgem da Medalha Milagrosa,
cuja Imagem estava na capela-mór.
Nos altares laterais foram colocadas as de São Luís, Rei de França e da Virgem
Poderosa, respectivamcnrc do lado do Evangelho e da Epísrola.
No final da primeira década deste século, Arroios era o fim da cidade. A Lisboa
boémia quando queria divercir-se, abalava até Arroios, freguesia bem lisboeta, onde
abundavam os retiros «fora de portaSl>. Ali se escondiam as quint:ts e hortas, refúgio
de poetas, prosadores, artistas, homens de espada e gente de algo, que não faltavam
a tais reuniões!
Na Estrada de Sacavém, que começava junto da igreja paroquial, cx1saam
quintas célebres como a da Maria José, com a sua ápica nora (no local hoje ocupado
por parte da Alameda D. Afonso Henriques), e a do Filipe (entre a Praça do Chile
e a Alameda D. Afonso Henriques), e retiros como o «Papagaio», o dos «Pacatos»,
o «Mexe. Mexe», a «Perna de Pau».
Encosudo a um muro da antiga Azinhaga das Freiras, boie travessa, encon-
trava-se um modesto estabelecimento conhecido pela «Tasca do Barão do Nabol>.
As carroças que então encravam na cidade. estacionavam por ali, aguardando a
hora da abertura das portas e, ao alvorecer, os condutores desses transportes de horta-
liça, cm que predominava o nabo, entravam na loja e tomavam uma caneca de café,
de dois decilitros e meio, por dez réis, um quarto de pão simples por igual quantia,
acrescida de vinte réis, se levava manteiga, e um cálice de aguardente, por dez réis.
À luz ténue do gás, o homem sadio do campo ingeria aqui o seu primeiro ali-
mento, entremeado de conversas da maior simplicidade.
De madrugada, um homem apregoando:-«Cá está, ó vizinhança»-, percorria
o sítio da Estrada de Sacavém, nas imediações das porus, empurrando um pequeno
carro de mão que suportava fogareiro, cafeteira e garrafa com aguardente. Tinha farta
clientela saloia, que fornecia a cidade, de produtos dos campos, cultivados nos arredores.
...
.. A Estrada de Sacavém, mercê da sua privilegiada situação, tornou-se preferida
tanto pelas camadas populares, como pelas élites, e as suas hortas apetecíveis, acarinhadas
pelos seus frequentadores, triunfaram brilhantemente.
O poeta Bulhão Pato dedica-lhes significativas palavras. Diz: Vamos para as
bandas de Arroios; vamos para as hortas... que estão a desaparecer.. . Ali há alguma
coisa m:us do que o desenho e a luz: a nora gemendo, m bordões e as primas da
guicarra nacional, na mórbida cadência, acompanhando a letra onde há versos que re-
bentam do coração, como estes:
Puz um pé ru ..cpulrurJ
Uma voz me respondeu:
Ah! cruel, que: csds p1u11do
U rn amor q uc J.Í f01 teu! » (')
Se foi Alciccr-Quibir
A perda da nossa glória
T ai nome ho1c rcpr~nta
A mais completa vitória
34
No «Retiro dos Pacatos Velhos», de que foi proprietário, o João de Assunç:.=ío, ren-
deiro da Quinta da Assunção, onde se encontrava o retiro, eram notórios os bailes das
festas dos Santos Populares. A Quinta de Nossa Senhora da Assunção ficava do lado
ocidental da Estrada de Sacavém e ánha grande área predominando nela o cultivo das
vrnhas produtoras de :ifamado vinho.
Mais adiante, o «Zé dos Pacatos», com largo rort.ío de madeira, possuía vasto
r<..'Cinto, à entrada, para alojamento de viaturas e animais que conduziam para lá os
numerosos clientes.
Após a refe1ção, uma das distracções então cm voga. era o jogo do chinquilho.
À no1cc predominava o dominó e o chamado liques, sendo raros os conflitos devidos
a excessos libatórios, de pronto serenados com a presença do dono da casa, José Joaquim
Pereira Caldas, que gozava de grande presógio, raramente invocando e imrondo 0
supremo argumento: - «estamos na c:isa dos ... pacatoslii.
D. João da Crunara era o animador e conversava muito com o <cZé dos Pacatos»;
ciuando este fechava a casa, dizia-lhe, batendo na resta: « isto de estar aqui todo 0
ano, também cansa a cabeça».
As opcraçóe.~ mentais do coelho guisado, acompanhado da alface, deviam cfec-
civamcnre esgorar o sistema nervoso do Popular hospedeiro.
*
Continuando pela Estrada de Sacavém, Já no Areeiro, ficava o «Retiro da Basalisa11,
onde havia grandes sessões de fado. O nome passou a ser mais tarde - «Tanoeirol>.
Por detrás do cc Tanoeiro» encontrava-se o Casal Viscoso ou Quinta das Ameias,
que data do século xvn e era dos Abreus e Castras, sendo considerado um local de
ares lavados e privilegiada situação.
Outro retiro - «O da Varanda» - recorda a figura esguia e magrizela do Manuel
Serrano, que marcou rosição de destaque, entre os cantores de fado corrido da sua éroca.
Urna quadra da sua predilccção:
Nas traseiras da «Perna de PaU>> ficava o «Retiro da Montanha», que era bastante
36 frequentado, deliciando os clientes com bons petiscos e esplêndidos vinhos.
Adiante da «Perna de Pau», do lado esquerdo, a caminho do Pote d'Agua,
existia o «Retiro das Feiteiras», dirigido pela Gertrudinhas das Feiteiras.
Já em plena Portda se encontrava um cstabdecimc:nto à direita da Estrada de
Sacavém, pertença de Manud dos Santos, que prestava amávd acolhimento, servindo
bons petiscos e vinhos de bom lote.
Havia um dia consagrado pelos artistas dos nossos teatros à merenda nas hortas.
Na quarta-feira de Cinzas era sabido que, quem desse um passeio àqueles sítios, os
encontrava floridos de caras conhecidas, ausentes dos palcos, na noite correspondente.
Igualmente apareciam ali os foliões que, durante o período carnavalesco, anga-
riavam import3ncias com que sacisfaziam os encargos de vescimentas, sendo o restante,
consumido em alegre confraternização.
Cartazes de corridas de touros lc~adas a efeito na demolida Praça do Campo de
Sanr'Ana, ornavam as paredes dos retiros, reclamando o predilecco espectáculo que
então consrituia o maior divercim~co da época, sendo ~ Largo de Arroios, local pre-
dilccto de reunião de numerosos fidalgos e outros apreciadores de couros, em seguida
às touradas realizadas na velha praça.
Caíram desmantelados os saudosos reciros, desaparecendo, quase por completo,
a velha Estrada de Sacavém. As modificações operadas nesta zona periférica da cidade,
precipitou 0 Gm destes poéticos recintos dos arrabaldes alfacinhas, para 5llrgircm amplos
bairros que o lisboeta prcsentemenre ~oncempla. Tudo evoluiu; aparecem, agora, novas
ruas e prédios modernos. Esramos a dizer adeus ao passado... !
Em 1959 foi:
A IGREJA PAROQUIAI
brado Missa Solene, o Dr. Alfredo César Brandão, prior da freguesia, e pregando ao
Evangelho, o Padre José Lopes Semedo. A tarde cantou-se «Te Deum>> a grande ins-
trumental. Posteriormente, têm sido feitas várias reparações, nunca se deixando de rea-
lizar os actos de culto por tal motivo.
Mais recentemente, a capela-mor da igreja foi beneficiada pelo alargamento à
custa de duas dependências laterais, resultando, assim, uma maior comodidade para
os fiéis.
A igreja paroquial rem durante o ano, por várias vezes, solenidades em honra
do Sagrado Lauspcrene, sendo uma, por ocasião das festas do dia do orago da freguesia,
em 2 3 de Abril.
Ainda se mantém, bem viva, na memória dos par09uianos desta freguesia, a visita
da Virgem Peregrina, cuja Imagem se demorou por aqui, entre 1 8 e 31 de Maio
de r959.
Grandiosas foram as festas em homenagem a Nossa Senhora. Em verdadeira
comunhão de ideais, caridades civis e eclesiásticas da freguesia, trabalharam com entu-
siasmo e fé.
Uma solene procissão percorreu as ruas principais da freguesia .
Foi celebrada Missa Campal pelo Bispo Auxiliar, D. Anténio de Campos, no
Colégio do Sagrado Coração de Maria, tendo o Presidente da Junta, recitado no final,
o Àcto de Consagração da freguesia, a Nossa Senhora.
A veneranda Imagem, ao regressar à igreja paroquial, fo1 colocada no altar, pro-
positadamente armado, em frente do Posto Clínico da Junra, a cujas instalações, o Bispo
Auxiliar lançou a Bençáo, na presença do Governador Civil de Lisboa e de outras enti-
dades oficiais.
O Largo de Arroios teve iluminação feérica, bem como a frontaria da igreja,
edifício da Junca e rcspectivo Posto Médico. Os habitantes da freguesia associaram-se
às festas. ilwninando profusamente as suas janelas e assistindo, em grande número, às
solenidades religiosas.
*
Circunstâncias vanas têm modificado a denominação de certas freguesias de
Lisboa. Um:is desapareceram, há muito; outras passaram a ser conhecidas por nomes
diferences; algumas, ainda, foram incorporadas cm freguesias vizinhas.
A de São Jorge. não obstante os muitos mcidcnccs sucedidos através dos seus
quase oito séculos de existência, jamais abandonou a sua primitiva designação.
O glorioso Mártir da Província da Capadócia reria, assim, tomado sob a sua
protccçdo. a velha paróquia, cujos descinos espirituais, o Bispo D. Gilberto lhe entregou,
intchgcncemenre, logo nos primeiros tempos que se segmram à conquista de Lisboa.
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42
O TERRA~IOTO, PO~IBAL E O CO~IÉRCIO
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( turismo não deve ser apreciado só com o carácter meramente nacional. mas sim inter-
nacional, pois que pelo seu desenvolvimcnco presente abrange todos os países.
A sua expansão- e seu alcance são bem notórios.
Assim faz turismo todo aquele que se desloca de Lisboa à Província, ou ao
Escrangciro e vice-versa, com o intuito firme de se divertir e adquirir maior cultura,
semeando divisas que têm importância na economia do país a que respcic:i.
As disponibilidades, principalmente moneclrias, ligadas ao impetuoso desejo de
viaj:ir; a curiosidade de ver e observar tudo quanto estiver ao seu alcance; tudo que 7
outros lhe: indicaram, ou conseguiu ler cm qualquer livro, são elementos a considerar
para se fozcr bom turismo.
Dentro de cada país, o engrandecimento dos portos e aeroportos e os serviços que
eles possam prestar também muito tem contribuído para o seu cada vez maior aproveita-
mento, facilitando desta forma o seu uso para fins turísticos.
Igualmente as auto-estradas, ou suas semelhantes e os caminhos de ferro também
desempenham um papel idênàco.
1-:m tempos idos, nos tempos da mala-posta, quer devido aos meios de transporte,
quer pelas vias de comunicação, exíguas carrcteiras, só se deslocava de um local para
outro quem ànha precisão de o fazer, sujeitando-se a rodos os incómodos, contratempos
e percalços que às vezes roç:ivam pela tragédia.
Foi só no século passado, com os maravilhosos inventos do caminho de ferro e do
navio a vapor, que os cransportes por terra e por mar passaram a ter maior desenvolvi-
mento, permitindo acelerar a marcha, ao mesmo tempo que os c:iminhos ( estr:idas) er:im
melhor:idos, p:ir::i aqueles que :iinda aproveitassem as rodovias, usando então da tracção
anim:il.
Estes factos levaram a uma maior aproximação entre os povos e assim, como
exemplos, as Expcsições de Paris cm t 900 e a de S. Luis (nos Estados Unidos d:i
América) em 1904, mostravam bem o papel que desempenharam, naquelas époc:is,
sob todos os aspectos, principalmente social e económico.
Mais carde todos os meios de transportes rápidos se desenvolveram com o emprego
corrente do automóvel, avião e grandes paquetes, para se torn:irem no que hoje são,
onde milhões de passageiros percorrem por ano todo o Mundo, quer como turistas,
quer como negociantCS, quer como congressistas, ou oucras ocupações.
Tudo isto levou as autoridades de todos os países a intervir e regularizar a prática
do turismo, criando organismos próprios que empregam baseante pessoal ao seu serviço
dando trabalho a muita gente.
Entre nós existe o «Secretariado Nacional de Informação, Culrura Popular e
T urismoi> (SNI).
Na Ic.-ília há a «Ente provinciale per Ü Turismoll.
Em França existe o «Bureau Naóonal de Rcnscigncment de T urisme>i.
l:.m Espanha «Oficina de Informacion de la Direcion Generale dei Turismoi>.
E aparece-nos assim o turismo tal como hoje é considerado, um simples vocábulo
gramaticalmente falando, mas que na mente de cada um encerra uma complexidade de
factorcs, que o tomam um assunro de difícil solução.
Viajando, alarga-se o mundo dos nossos conhecimentos, dando-se mais um passo
para melhor conhecimento do universo;
Viajando, o rurista satisfaz a sua curiosidade pelo que se Lhe depara diante dos
seus olhos, extasia-se perante aquilo que o seu espírito vê, parecendo-lhe, por vezes,
que esd sonhando;
Enfronhado nos encantos de um livro que crate de viagens, mais lhe apetece viajar
e bastas vezes é levado a tentações, como seja uma viagem pelo espaço, num avião, ou
teleférico, em vez do confortável e rápido automóvel, para colher novas sensações.
Ver coisas novas, sentir a impressão que essas coisas produzem na sua alma, variar
o meio em que esses momentos passam na sua vida, são tudo factores a ponderar.
*
O turismo pode scr exercido em grandes, ou pequenos grupos, como uma família,
ou mesmo o indivíduo isolado.
Tratando-se de turistas em avião, ou paquete, as visitas só atingem os portos de
escala e os locais a visitar limitam-se a pequenos circuitos realizados em automóvel, como
por vezes acontece entre nós com as visitas a Fátima e Nazaré e circuitos dos arredores
de Lisboa.
Quanto ao caminho de ferro, já há uma maior liberdade de acção, pois os turistas
podem rcaÜzar o seu. passeio em várias etapas e efectuar pequenos circuitos em lugares
escolhidos, utilizando então o automóvel, o que será exemplificado mais adiante.
São em geral as agências de viagens que organizam estes circuitos.
Outros turistas servem-se do automóvel ligeiro, quando são poucos, ou do auto-
carro sendo em maior número, efectuando o que se cem designado por excursão.
O hábito de viajar e as suas possibilidades já apareceram há algum tempo, como
tive ocasião de relatar, em artigos desta Revista, mas a palavra turismo só apareceu
modernamente. com as viagens ulcra-rápidas e em maior escala.
O verdadeiro turismo, aquele cuja curiosidade mais prende o rurista, é o realizado
em terra e principalmente de automóvel ligeiro. O caminho de ferro não pode galgar
montanhas e, em terreno acidentado, como em Itália por exemplo, passa de tÚneis
a viadutos e desces novamente a túneis. O automóvel, sim, esse atravessa serras,
passa por desfiladeiros, leva-nos a todos os pontos de interesse turístico; por essa
razão só passaremos a tratar para diante deste meio de transporte e nos grandes
deslocamentos.
Quando se trata de excursões, no que respeita a alojamento e alimentação há
duas modalidades. O organizador da excursão encarrega-se de todas as despesas como
sejam, além das duas já citadas, o pagamento cio transporte, bagagens, gorjetas, entradas
em museus, etc.
Neste caso o turista não tem quaisquer preocupações e poderá talvez ter mais tempo
disponível.
Na outra modalidade o organizador cobra sàmente a passagem no autocarro,
ficando todas as restantes despesas a cargo do turista.
Nem todo o rurisca se preocupa demasiado com algumas comodidades, como
aconrece com indivíduos da classe média que procuram divertir-se com um menor dis-
pêndio de dinheiro, procurando instalações de categoria inferior. Outtos, pelo conttário,
desejam ter codas as comodidades possíveis, ainda que tenham de pagar mais, procurando
bons aloiamentos.
*
São condições a considerar para que o curismo desempenhe cabalmente o seu
papel, as seguintes condições características: publicidade; facilidades nas fronteiras e
consulados; boas comunicações e abastecimentos de carburantes; conforto nas instalações;
escacionamento dos carros; ambiente; velocidade a dar ao carro; clima; visitas, etc.
A publicidade não deixa de ter grande importância dada pelos organismos oficiais,
ou pelas agências de viagens para todos aqueles que conseguem meios de viajar, o que
os torna muicas vezes indecisos na direcção a tomar. Faz-se, através de cartazes, dos jornais,
do livro, da foco8r2fia, no cinema, na radiodifusão e na televisão. Faz-se, realizando
Exposições, ou Feiras, nas quais se cfecn1am festas com nacionais ou esttangciros, usando
folclore, ou não; faz-se, utilizando todo aquele que se sentiu bem disposto, depois de
uma viagem e transmite a outtem as suas impressões; faz-se, realizando passeios nuís-
cicos, aonde se levam congressistas, entidades de elevada categoria, ou representação.
As facilidades são sempre bem vistas pelos turistas, como sejam a aboliçao dos
vistos nos passaportes. Outtas são a accuação das alfândegas nas passagens das fronteiras.
As atenções prestadas pelos sinaleiros. A sinalização bem feit:1, etc.
Quando em 1958 atravessei as fronteiras de Espanha, França e Icllia nos dois
sentido~ observei a pouca atenção que nos postos de fronteira, incluindo os nossos, se
preocupam as alfândegas com os passaportes e bagagens. Somente a Polícia Internacional
se limitava a tomar noca dos nomes das pessoas, para o que bast:1va um quarro de hora,
desde que se levassem uns impressos já preenchidos.
Boas comunicações e abastecimento de carb11rantes-Qu.1nto a este assunto temos
que o dividir em duas partes: na esttada, ou nas povoações. - Na estrada, ao turista
só interessa a auto-estrada, ou estradas de r .• categoria. Abstraindo dos panoramas que
se disfrucam e que em geral outtos meios de locomoção não possuem, o cunsca procura
vencer a distância no menor tempo entre dois locais a visitar.
Foi nestas condições, passando por Espanha, França e Itália e os percursos das
fronteiras a Lisboa, que percorri cm 32 dias a distância de 7. 300 quilómetros em auto-
móvel ligeiro com atrelado.
Em França e Itália, utilizando esplêndidas estradas, usa-se e abusa-se das velo-
cidades, mas havia sempre o cuidado de não infringir as regras do trânsito. Principal-
mente nas curvas a faixa de rolagem est:í assinalada no asfalto a amarelo ou a branco,
como cm Portugal e nunca notei um automobilista sair da sua mão.
t frequente, devido ao enorme consumo de gasolina, encontrar nas estradas carros
com combusóvel e com um e até dois atrelados. T amhém encontrei c:unpos cheios de
sucata de centenas de automóveis.
Nas estradas e acé cm lugares pouco ou nada povoados existem cst:içóes de ser-
viço, al~umas servidas por mulheres. Muitas destas estações chegam a ter bar-rescau-
rante, boas instalações sanitárias e pequenas oficinas. Nunca a polícia de trânsito nos
pediu documentos, ou nos mandou parar. Nas povoações existem, na extremidade do
passeio, bombas de ferro com água tirada à manivela.
~ natural em tão grande percurso que tivessem lugar acidentes com automóveis,
mas nada vimos que tal justificasse.
Não se encontra um carro de tracção animal, porque este serve-se de estradas
secundárias, como em França, principalmente utilizadas nos serviços rurais.
Por toda a parte se encontram pessoas cm bicicleta, até crianças e pessoas idosas.
Se ~e encontrar alguém a pé é porque próximo existe um povo:ido.
Em França tom:un-sc como auco-estrada as largas e bem conservadas estrndas que
de toda a parte, como Baiona, Perpinhão, Brcst, Chcrburg, Lillc, etc., se dirigem a
Paris. A passagem é gratuita. As auro-esrradas não têm passagens de nível, nem atra-
vessam povoações. A nossa estrada Lisboa-C:iscais pode-se comparar com as estradas
francesas de 1 •• classe.
Na Itália as auto-estradas são guardadas; :i sua utilização é paga e nada barata.
O acesso é feito somente em poucos sítios e nelas só transitam vi:iniras motorizadas. Tudo
o mais é proibido.
Em Itália dificulta-se o acesso às au~tradas, deixando-as em desnível com o
terreno ad1acente. Algumas, como a de Génova a Rapallo (50 km.) t.êm cúneis e
vi:idutos.
Percorri as seguintes auto-estradas italianas: Pádua-Veoesa (30 km.) na qual
não se paga o acesso por ser a única via existente; Bréscia-Milão (97 km.); Milão-
-Génova (160 km.); Lucca (perto de Pisa)-Florença (37 km.).
Os estrangeiros, canto em França como na Itália, têm redução no preço de gaso-
lina. Em Itália só se concedem 30 litros por dia.
Em Portugal SÓ existe uma :tuto-cstrada Lisboa-Estádio Nacional (Ribeira do
Jamor). Prcsemcmcnre está outra em construção de Lisboa a Vila Franca de Xira.
Aquela tem dimensões bem menores que as de Itália, quanto à sua extensão.
No nosso país, as estradas que das fronteiras do Caia e Vilar Formoso se dirigem
parn o interior, têm sido alargadas e possuem hoje melhor visibilidade nas curvas que
outrora.
A estrada Lisboa-Porto, a mais importante do país, não está nas condições de 1
ser comparada às auto-estradas, apesar de ter grandes melhoramentos. Não tem sido
reconstruída com os requisitos que as auto-estradas devem possuir.
Na Itália paga-se para percorrer as auro-escradas, como se disse, mas como são
reccas, ou quase e permitem grandes velocidades, poupa-~e tempo e despesa no carburante.
No que respeita às comunicaçx)es dentro das povoações, este assunto está ligado
com as dificuldades no trânsito.
Devido ao grande acréscimo da população verificado nos meios urbanos, quer
pela multiplicação dos habitantes, quer pelo maior número de operários que aUuem às
instalações industriais, quer pela menor mortalidade infantil, ou por maior longevidade
das pessoas idosas, seja por todos estes motivos, ou outros, o que não resta dúvida é o
aumento de ano para ano do número de habitantes das urbes e o número de automóveis
que lhe é inerente.
Assim Lisboa nos últimos 50 anos viu duplicar, ou mais, a sua população. Hoje
da anda por 900.000 habitantes. Conclusão: dificuldades cada vez maiores no trânsito.
Insàruíram-se os polícias sinaleiros e os sinais luminosos: demarcaram-se os sinais
de passagem para peões; empregou-se o sentido único, ou faixas separadas principalmente
cm largas avenidas para a rodagem dos carros; empregaram-se grandes espelhos coloca-
dos a 45º em importantes cruzamentos; também em cruzamentos e para chamar a atenção,
como entre nós já se utiliza no Largo do Corpo Santo, usam-se lâmpadas amarelas com
luz intermitente, em geral, s11sp6n.sas. Em suma uma série de providências de modo
a atenuar, ou diminuir o número de desastres devido ao trânsito.
O acréscimo de automóveis contribui para uma existência maior de estações de
serviço, oficinas, garagens, casas de venda de carros e seus pertences, etc., o que dará
emprego a bastante gente e grandes lucros às empresas, favorecendo os automobilistas.
Quer as povoações seiam grandes, ou pequenas, torna-se necessário sinalizá-las
convenientemente às entradas ou saídas desses locais. Em França, Itália e Espanha encon-
tram-se letreiros com as indicações necessárias para se conhecer no meio dos arruamentos
qual a direcção que devemos seguir. O princípio realizado é colocar o sinal quando há
mudança de direcção. Não aparecendo o sinal o motorista segue sempre em frente.
Admite-se que na antiguidade o aumento progressivo de qualquer cidade se foi
cfcctuando partindo de uma pequena regíão para a periferia cm cod:ts as direcções por
meio de r:idiais, ligadas entre si por arruamentos que no seu conjunto apresentam formas
arquiadas e tomam o nome de circulares.
J; esta a fisionomia, ou o aspecto topográfico das povoações.
Paris tem a sua «Cité» com os boulcvards interiores ligados entre si, facilitando
assim a circulação e radiais. Estas, como sejam: os Campos Elísios e Rua Rivoli para
oeste; Rua de St. António para leste; Boulevard S. Miguel para sul; Boulevards Sebas-
topol e Strasburgo para norte. Como circulares há: S. Germano, lt:iltanos, Montmart:re,
Tem pio, etc. Outras circulares mais afastadas formam outra rede.
Em Milão, na Itália, há com o nome de Corso, largas avenidas formando radiais
e circulares. Roma não é bem assim, devido à sua grande antiguidade e às preciosidades
que contém um tanto espalhadas, não pade ter o aspecto das anteriormente citadas. No
entanto tem radiais como Nova Via Ap1a, 20 de Sercmbro, etc. Em Madrid a partir
do velho bairro de Santo Isidro e Praça Maior temos a Avenida José Anr.ónio e da Prin-
cesa. Calles de T olcdo e Alcalá, Pasco de la Cascellana, etc.
Assim se obcem passagens facéis para se sair das partes mais antigas cheias de
ruelas estreitas e tortas (sinuosas).
N:is zonas mais afastadas do centro das cidades de maior importância em qual-
quer país, encontram-se ntas bem largas e praç.1s amplas, não havendo dificuldades para
o trânsito, o que é de bom agrado dos turisras.
Para atenuar as dificuldades no trânsito em cidades como Nápalcs e Génova
existem bastantes Euniculares. Em Li~boa temos sómente três (Glória, Bica e Lavra),
mas fozem falta mais dois pelo menos: um na zona do Castelo e outro para a Senhora
do Monte, os quais serviriam respcctivamentc os habitantes do Castelo e Graça e os
turistas que se deslocassem a pé. Também entre nós existem em Lisboa bastantes viadu-
tos entre: cruzamentos da via pública e que prestam excelentes serviços, como na: Rua do
Alecrim; Avenidas Fonccs Pereira de Melo e Roçadas, etc., facilitando :mim o trânsito.
O que não ternos em Lisboa e se encontram em Nápales são passagens cm
grandes túneis, evitando-se rampas e partanto o acesso mais diHcil. Na cidade do Porto
temos o n'mcl junco ao tabuleiro inEcrior da pantc: D. Luís !. Em Lisboa ainda se não
abriu um túnel dos Restauradores ao Martim Moniz, sob a colina da Pena; do Martim
Moni:r. ao Terreiro do Trigo, sob o Castelo de S. Jorge e dos Restauradores 30 Corpo
Santo, sob o Bairro Alto. O túnel d3 Estação do Rossio, com 2.800 metros, é bem
m3ior c1ue 3 zon3 dos outros três mencionados.
Lisboa para acompanhar o progresso teve uma mão de mestre que gi:r.ou um
grandioso plano com circulares e radiais formando uma extensa rede de largas avenidas
e ruas que permitem mais eficazmente o e.'>Coamenco de automóveis através da cidade
e que l lausmann o orientador dos boulcvardes de Paris, não faria melhor. Algumas partes
d3s circul:ire.s j:í existem como: Mosc3vide-EnC:trnação; Rorunda do Aeroporto da Por-
tela-Cabo Ruivo; Avenid3s dos Estados Unidos da América e :i.8 de Maio; a amiga
estrada de: circunvalação e mais a Avenida Infante Santo-R3to-Conde de Redondo-Sapa-
dores-Santa Apolónia. As principais saíd3s, ou entradas na cidade são as radiais que seguem
a MosC:tvide e Encarnação e se reúnem cm Sacavém na direcção do norte; Lumiar diri-
gindo-se para Loures; Benfica e Carnide para Sintra; auto-estrada e estrada m:lrginal para
Caseis e Estoril.
Em Portugal, a ligação com o sul do p:ús é um caso especial a tratar e de C:tpital
valor para a Capital. Como se sabe, o csru:írio do nosso principal rio e que tanto tem
conmbuído para o engrandecimenoo de Lisboa, é 30 mesmo tcmpa de um valor impor-
tante pelo papel que desempenha no fomoso e formoso porto. 3
Mas não deixa de ser um grande obstáculo difícil de transpor, principal.mente
durante parte da noite, ou em ocasião de nevoeiro.
Lisboa sente a imperiosa necessidade de se ligar à outra margem, devido ao acrés-
cimo da população não só pelo desenvolvimento do comércio e indústria, mas também
pelo facto de muitos terem cm Lisboa as suas ocupações e a residência na região de
Almada.
Para os turistas tem alto significado a e.'<Ístência de transportes para Cacilhas para
se conduzirem cm auto ao sul do país, ou à península de Secúbal. De outra forma teriam
que atingir a ponte de Villa Franca.
Porém, parece estar para breve o começo dos crabalhos a fim de se dar realização
à grande necessidade de haver um meio contÍnuo de ligação entre as duas margens do
Rio Tejo por uma ponte monumental a conscruir entre o Praga! e o Alto de Santo
Amaro aproximadamente. Com este cmprcendimenco ficaria cm destaque toda a zona
turística de Caparica e T rafaria, cujo progresso já hoje é notório.
Nestas condições é de esperar que dentro de um curto espaço de tempo, Caci-
lhas, Cova da Piedade, Almada e Praga! consciuiram um espaço único formando a
Nova Lisboa.
.Mázio Xavier de óazlto.
(Continua no próximo námero).
74
FEIHA HE BE~EFICl~~Cli\ DA ESTllbL \
abertura da Feira de Beneficência ela Escrela na véspera de Santo António, foi
tun aconrccimenco de interesse popular de Lisboa. Milhares de pessoas se deslocaram
:ité :io lindo parque, onde sabiam que haveria numerosos mocivos de entretenimento.
E tinham razão. As especracivas confirmaram-se amplamente. O parque de diversões
apareceu com o sentido exacto gue a palavra feira encerra: divertimentos sem conta,
locais de recreio, barracas de géneros diferentes, recintos de baile, iluminação a jarros,
um teatrinho ao ar livre para sessões de cinema e especcáculos culturais e de variedades,
restaurantes e inscalaçócs de propagand:i comercial. Por sobre mdo isto, cm arranjo
cuidadoso e sempre com 1eito educativo, as n•as principais estavam ornamcncadas no
sentido dominante do período henric1uino, isco é, com motivos dos Descobrimentos,
evocativos das páginas mais brilhantes da Epopeia. Conseguiram o p:morama decorativo
- e alcançaram-no com gosto inexcedível - os arriscas José Espinho e Fred KradolEer.
que mais uma vez deram testemunho de compcrênc1a e bom gosto, como alds a Feira
documentava a cada passo, a começar pela série de padrões dedicados aos [eiros da
incomparável aventura marítima dos porcuguescs.
Na véspera da abertura ao público, o recinto fo1 inaugurado oficialmente, com
a presença dos srs. Ministro do Interior e Subsccret:Írio da Aeronáutica, embaixador do
Brasil, governador civil de Lisboa, representantes das Associações Comercial de Lisboa
e Industrial Portuguesa, além de outras individualidades, que foram recebidas pelo
~r. Aníbal David, vice-presidente da Câmara Municipal acompanhado por vereadores,
dircctores de Strviços e outros funcionários superiores municip:m. Muitos convidados
escavam acompanhados de senhoras de família. a quem foram oferecidos manjericos
com os tradicionais cravos, terminando a visita com a exibiçiío do conjunco folclórico
angolano «Fogo Negroll, apresentado por Lufs Montês. em danças, cantares e mÍ1Sica
da nossa província de Angola, o qual despertou viva curiosidade e geral agrado. A volca
pela Feira causou a melhor impressão. A cada passo, os convidados paravan1, para admi-
rar os pormenores das decorações, que a todos mereceram palavras de muito apreço.
José Espinho foi justamente cumprimentado, pela inteligente direcção dos trabalhos de
embelezamento do jardim.
Outro aspccco do recinto, que despertou muito inccresse, foi o aprove1camenco
da Feira para o prosseguimento da polírica de divulgação cultural cm que o Município
anda empenhado. No Teatro ao ar livre, o público teve ocasião de assistir a cspcccáculos
gratuitos, ou mediante o pagamento de.: cinco escl1dos, de folclore, de teatro e varieda-
des. Em vinte dias, contados desde 1 1 a 30 de Junho, registaram-se exibições do maior
agrado, sempre presenciados por público numeroso e entusiasta. O grupo «Fogo Negroll,
com o exotismo curioso e inédito das canções e danças nativas da província portuguesa
de Angola, maravilhara quantos assistiram ~s aprcscncaç5es, feitas nas noites de 1 1 e 2 2;
juncamente com o Rancho Mirandês de Duas lgreias, exibiu-se ainda em 1 )· Na noite
seguinte. o espectáculo foi preenchido exclusivamente pelo grupo de Trás-os-Montes,
voltando «Fogo Negro» ao teatro cm 15, 16, 17, 18, 19 e 20. Apés três sessões
de cinema educativo e de cncrecenimcnco, os demcmos do já conceiruado conjunco do
Teatro Experimental representou com inteiro agrado a peça «Ü Burguês Fidalgon, de
~foliere, nas noites de 24, 2 5 e 26. Finalmente, o Minho colorido e exuberante teve
no grupo de Sanca Marca de Porcuzelo, dos mais famosos de Portugal, um intérprete
extraordinário, sobrenrdo nas incompar:íveis danças regionais, e os seus crês cspecc.ículos,
cm 2 7, 2 8 e 2 9, consticuiram outros cantos êxitos, SLtblinhados pelo público com inequí-
vocas manifestações de agrado.
RAÇ-AO
l"IFANTIL D<
A E RELA
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M liR O
A " ...
M nvo' 1 RATIVm \{)(_ANDO
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A AR
...........
Posturas, Regulamentos
e Editais
Deliberações e Despachos
De 12/5-N.0 89/6o-F02 público que a praceta designad• por Rua A, do bairro de casas
econ6micas do V ale Escuro, ingressou na Ruo T cixeira Pinto e tomou esta denominação.
De 15 /6 - Faz público que foram atribuídas denominações a várias vias públicas do bairro ttsÍ·
dencial da Encosta do Restelo.
ul::um::.M\....U
1 DE ABRIL A 30 DE JUNHO DE 1960
N.0 7 .520, de 22/4 -Despacho n.• 74, de 18/4-Ddcgn no Director dos Serviços Técnico·
·Especiais a correspondência com determinadas entidades.
* Despacho n.• 75, de 18/ 4 - Autoriza o Director dos Serviços Técnico-Especiais a delegar no
Com:>ndanre do B. S. B. a correspondência com determinados serviços e entidades.
N. 7.555, d e 2/6-Despacbo n.• 8o, de 27/5-Fixo normas para o cumprimento das determi-
0
5
nações contidas no Capitulo XIII do Regulamento Geral da Con$trução Urbana para a Cidade de Lisboa
(projecros d:LS edificações urbanas).
N.0 7.563, d e 14/6-Despacbo n.• 83, de ll/6-Rcgula, quanto a época própria, o goso da
licença graciosa.
Leis, Decretos e Portarias,
Despachos, Circulares
e Ojicios. Acórdãos
l DE ABIUL A SO DE Jl 1\110 DE l O
1
De S/4-Decr.to r1.• 4".9"3-Inclui duas mbricas na tabela anexa às instruções aprovada.< pda
Portaria n.0 6.o65.
De 9/4-Decrett>-lei n.• 42.914-faclarcce a incrcprccação do artigo único do Decreto-Lei
n.• 41.696, de 27/6/958, (resciruição das contribuições ou impostos indevidamente cobrados). (Diário do Gt>-
uerno n.• 83, l Slrie ).
D e 11/4-Poriaria n.0 17.666-AproVll as normas p•rn o foncionamento da Comissão do Plano
Din:ctor da Região de Lisboa. (DiJrio do Goum10 n.• 84, l Slri~ -RectiflcafÍÍO ao Diário do Gouerno n.• 116,
1 Slrie, de 18/5).
* PortarlA n.• 17.667-Aprova as nonnas para o funcionamento do Gabinete do Plono Director da
Região de Lisboa. (D/Jrio do Gouerno n.• 84. l Série).
De 12/4-Decr«o·Lei n.• '12.919-Auroriza a Direcção-Geral d• F:tzcoda Pública a ceder, a
óculo definitivo, à Câmara Municipal de Lisboa, vários imóveis simados na Rua da Graça, cm Lisboa, para
prolongamento da Avenida General Roçadas até ao Largo da Graça. (Diário do Gounno n.• 85, l Série).
D o Ministério d o Inu rior -PortAria de 11/4-Aucoriza a Câmara Municipal de Lisboa a
alienar duas parecias de terreno. (Diário do Goucrno n.• .9"• 11 Sóri., de 16/4).
D e 20/4-Decrew-Lei n.• .p.933-Aprova o C6digo do Notariado-Dá nova redoeção~ alínea 11)
do artigo 68.• do C6digo de Siso e do Imposto sobre Sucessões e Doaçoo e revoga várias disposições do
Decreto n.• 17.070 e dos Decrcto~Lcis n.°' Jl219 e 40.6o3, bem como quaisquer oucros p~tos legais que
contrariem as suu disposiçÕC!S. (Díário do Gou=o n.• 92, 1 Slrie).
De 25/4-Decreto-lei n.• 42.m-Regula as condições em que é permitida • afixação de
anúncios nos autom6veis pesados de passageiros de serviço público. ( Dúrio do Gou•mo n.• 96, 1 Série).
De 27 /4- Decreto-lei n.• 4-'·9"7- Estnbelcce o regime do liquidação ~s pessoas de família n cargo
dos servidores do Estado, civis e militares, dos vencimentos, salários ou quaisquer outras remunerações e=,
correspondcnrcs aos lugares que os mesmos ocuparam e cm relação tanto ao mês cm que se der a morte
como no mês seguinte.
* Decreto-Lei n.• '12·95' -Embelece as condições em q ue n ôiixa Gcr.il de Dep6sitos, Crédito e
Previdência (Caixa Nacional de Previdência) pode aplicar os seus capitais afcctos ao Fundo Permanente
na aquisição e construção de imóveis destinados aos funcionários do Estado e dos corpos administrativos. ~
* Decr.io-lei 11.• '12·953 - Toma extensivo ao cônjuge e descendentes a cargo dos servcnmários
do Estado o direito ~ assistência na cubeiculosc, estabelecido no Decreto-Lei n.• 40.)65. (Diário do Goucrno
n.• 98, 1 Slric).
Do Ministério das Obras Públicas - Portam de 27/4 - Dcclara a utilidade pública e a urg&,cia
da expropriação de vários parecias necessárias para a construção do grupo escolar de Campo de Ourique, na
pracmi da Rua Silva Carvalho, cm Lisboa. (Diário do Gouemo n.• 105, de 4/5 - Diário Municipal n.0 7.536,
de 11/5).
Do Ministério do lnterior - Por14ria de 29/4 - Autoriza a Omara Municipal de Lisboa a
alienar à Coopcrntiva Prc<Üal Portuguesa, pelo preço de 100$oo o mcuo quadrado, dois lotes de terreno na
Célula B da 2.• fase da urbanização da Encosca do Restelo. (Diário do Gouerno n.0 1o8, de 7 f 5 e Ditírio
Municipal n.• 7.543. de 19/5).
De 28/S-Portaria n.• 17.747-Torna 0<tensivo às ~osóes de aposentação que, no todo ou cm
pari;e, constituem encargo dos corpos administrativos, as disposições do artigo 1.0 do Decreto-Lei n.• 42.950,
de 27/4/~ (revisão das pcosócs de aposcntaçiio, reforma e invalidez). (DUírio do Goumio n.• 125, l Série).
D e 1/6-Deereto-~i n.• 43.000 - Modifica o regime de equiparação de habilitações a exigir nor-
malmente, nos termos do artigo 21.• do Decreto-Lei n.0 26.115, na nomeação par.i os lugares acima do Grupo T
da escala geral dos funcionários do Estado, dos corpos administrativos e dos organismos par.i·cstatais. (Diário
do Gouerno n.• 128, l Sbie ).
D o Ministério do lnterior -Por14ria de 28/ 5-Autoriza a Omara Municipal de Lisboa a
permutar vários lotes de terreno. (Diório do Gouerno n.• '3'• li Série).
D o Minislério das Obras Públicas- Portari.i de 27 / 5- C.Onccde um subsidio à Ornara Muni-
cipal de Lisboa corno comparticipação nos encargos com a execução dos trabalhos resultantes da transferência
do Bairro da Quinta da C1lçada. (Diário do Gouerno n.0 133. li Série).
Do Ministério das Obras Públicas- Portaria de 27/ 5- C.Onccde à Câmara Municip:il de Lisboa,
pelo Fundo do DC5Cmprcgo, uma comparticipação para a execução de trabalhos resultantes da transfcrêncio
do Bairro da Quinta da CalÇ11da. (Diário do Gouerno n.• 133• li Série, de 6/6 - Diário Municipal n.• 7.568,
de 21/6).
Do Ministério do Interior-Portari.I de 28/5 - Autoriza, ao abrigo da última porte do § 3.• do
artigo 358.• do Código Admini.srrativo, a Ornara Municipal de Lisboa a adquirir um lote de terreno situado
entre as Avenidos 28 de Maio e 5 de Outubro e a alienar dois talhões, situados nos Olivais a poente da
Avcn.i<Li Infante D. Henrique e um talhão, cm Alvalade, no cruzamento das Avenidas de Romo e da Igreja.
(DitÍrio do Goum10 n.• 132, 11 Sbie, de 4/6-Diário M1micipal 11.• 7.563, de 14/6).
De 3 /6 - Deercio-Le; n.• 4y>03-Auroriza os corpos administrativos a aplicar aos seus scrvcn·
tu:írios as disposições do Decreto-Lei n.0 42.947, de 27/4/~, que csubclece o regime de liquidação dos
vcncimcnros, salários ou quaisquer tcmuncraçóes certas correspondente aos meses do faleçimcnro e seguinte
dos servidores do Estodo, civis e militares.
* Decreto-Lei 11.• 43.004- Trnnsformo cm cessão a título definitivo à Câmara Municipal de
Lisboa a cessão a ótulo provis6rio do terreno do Estado que constitui uma serventia de ligação entre a
Estrada de Bcnfic.1 e a propriedade denomin•da «Quinta d:1s L.1rnnjeiras» em Lisboa. (Diário do Gouerno
n.• 130. l Stri• ).
D e 6/6- Lei n.0 2.105- Promulga disposições rclaàvas a rcmuncr:içõcs, acumuloçóes e incompa·
cibilidades dos membros dos corpos gerentes de certas empresas-Revoga o artigo 27.º do Decreto-Lei
n.0 26.1t 5 e o § 1.0 do artigo 6.0 do Decreto-Lei n.0 40.833, bem como rodas as leis que disponham diferente-
mente do estabelecido na presente lei. (Diário do Gouerno n.• 132, l Série).
Do Ministério d as Obras Públicas-Porcaria de 6/6-Dcclorn a utilidade pública e a urgência
da expropriação de uma parcela neçcs$lÚia ~ realização da obra de construção da Proç• de Sc:tc Rios e prolon-
gamento d._. Avcnid... 28 de Maio e C.Olumbano Bordalo Pinheiro. (Diário do Gouerno n.• 137• li Séri•
-Didrio Municipal n.• 7.571, IÍ• 24/6).
De 28/6-D•creto-Úi n.• 43.033 -Autoc:iza a Di~o-Geral da Fazenda Pública a ceder, a
ótulo definitivo à Omara Municipal de Lisboa um prédio situado na Rua da Cruz a AJcâmau, cm Lisboa,
com destino ao arranjo urbanístico do local. (DiJrio do Gouerno n.• 148, l Série- Diário Municipal n.• 7.585,
dt t1/7).
Do Ministério do Interior -Portaria de 22/6 - Autoriza a Omara Municipal de Lisboa a
alienar duas parcelas de terreno com a área de 150'" e 186..,6o, respcctivamcntc, a Maria Goud~ncio da Si!vn
Afonso e Pompeu Braga Soares Fortunato. (Diório do Gouerno n.• 149, li Sbie, de 28/6-Diário Munici'(>lll
n.0 7.585, de 11 /7).
II
DESPACHOS CP'rol .. \ ~·· E o ::-' f • ~ • 1 /'"\e 110 GOVl RNO
1 DE ABRIL A 30 DE JUNHO DE 1960
De 1/4-N ° -:.1 {6o. P.• Z-1 /"6, Livro 25-A. 2 .• Rtf"'rtiçio Tendo-<e verificado que u cer-
tidóe5 das actas das rcunióe5 das câmaras municipai<, contendo dclibo-aç&s sobre outorga de poderes forenses
aos rcspcctivos presidentes, Crcquentcmcntc não mencionam q ue a act• tenha 'ido aprovada, chama a atenção
do< referidos corpos administrativos para a nc:ccssidndc de sc fozcr constar clnqucln< ccnidóe5 • reunião cm
que sc verificou a aprovação nos termos do artigo 354.• ou do sc.-u § único, do ~igo Aclminisuativo, n
fim de que as aludidos ddibtt:i~ possam considerar-sc cxccutórios, confom1e o disposto no artigo 355.•
do mesmo Código.
De 7/4-N.• n /6o, P.• Z-1/'/Ó. Li.ro 25·A. 2.• &p.rtiçio-Rcporundo-sc o Circular n.• -:.1/6o,
com -:.s rcferincias ~ margem, de 1 do corrente, tnnsmite ôs câmaras municipais que onde na mesma Cir-
cular se lê: «nos termos do artigo 354º ou do seu § único, do C6digo Admmi,t.rativo>1, dever& ter. ..,, "nos
cermos do artigo 354.• ou do >CtJ § r .•, do Cldigo Admmistrativo•.
D e 9/4 N.• 24/6o. P.• T-4/1, L.vro 25-A, 2.• Rtp•rt•fdO -- Pretende o Gr~mio dos Arma
dores da Pesca do Bacalhau, Sordinha, Arrasto e Baleia realizar um inquérito geral destinado nos enut!ns
sobre comerciafüaçiio do peixe cm Portugal e, paro o efeito, solicitou n este Ministério a colnboraçJo dos
câm:lr.1.S municipais.
Por despacho de 7 do corrente, manifestou S. Ex.• o Ministro do Interior o maior intc:rcssc em
que os rcfcridos corpos administntivos e, designadamente, os chefes das n.-spc:cuvas secretarias prc:strm
ao mencionado Grémio a colaboração que este vier a solicitar-lhes, nomeadamente no que sc refere às
rcsposus a dar ao qucnion..irio que lhes será opanunamcnte cn•'Í"'1o.
Eis o que, de harmonia com o aludido despacho, rccomcnd.t às cimaras munic;ipais. .
D e 9/4-N.0 23/6o. P.• D-6/3, L.vro 25-A, 2.• Reputtçio-Para os devidos cforos transmite
às clmaras municip•iJ que • 1.• Rcpartiçio da Oim:çõo-Gcral das Contribuições e Impostos, ouvido sobre
dúvidas suscicndns acerca do liquidação do imposto do sclo respeitante a alguns papéis e actos rclncionndos
com o sccviço do nota1indo privativo dos oludidos corpos administtativo!, se pronunciou nos termos do
scguintc parecer, que mereceu a concordSncia ele S. Ex.• o Subsecrcclrio de Estado do Orçamento, por
despacho de 1 do cortentc:
T r:1W1do-sc pon'm, de documentos ou papfo passados pelas câmaras mumcipais, tais como certidões
de deliberações, planta<, etc., por das entregues ao• rcspc:cnvos not.lrios privativos para que os •rquive,
•figura-se que os mc<mos deverão considerar-~ i!<'ntOs do selo do referido migo 89.• da T •belo, por se
considerarem abrangido< pela verba XIV do C.1pítulo «Outras isenções» ancx•• Ã referida Tabela.
91
Mos se o< clocumcnto~ entregues niio ÍOr<'m passados pelas próprias dmorns mas por outra entidade
a quem tenham sido .olicitndo< será então, ao que sc 111\go, devido j~ o aludido selo do anigo 89.• da Tabela.
[JI -Selo 11 liquidar nas ucriwriu de simp/u iransferêncin de responsabilidade, sem menfiio de valor:
.. .S. Ex.• o Subsecretário de Estado das Finanças, por seu despacho de 12 de Julho de 19"8,
dignou-se sancionar a doutrina cstabdecida no sentido de se considerar passível do selo do artigo 94.• da
Tabela a craosferência de responsabilidade, visto que este neto constitui um novo aval correspondente a uma
nova fiança, de que é devido imposto.
Prl>priamentc quanto aos casos cm que as escrituras de simples craosf~ncio de responsabilidade não
mencionam o valor desta, afigura-se que será de observar o disposro no artigo 266.0 do Regulamento aprovodo
pelo Decreto nº 12.700, de 20 de Novembro de 1926, onde se esrabclece:
«Nos contratos cm que não seía determinado o valor da fiança o sdo proporcional referido no
artigo 93.º-A da Tobda (hoje 94.º) serlÍ pago em relação ao valor que por declaração das partes for arbitrado
no respcctivo contr.1.to 1 ou no acto cm que pcs.sa tornar-se conhecido esse valor, ou par arbitramento que
constam do rcspectivo conmito entre o fiador e o afianpdo.11
Parece, pois, que nas escrituras de que se trata, além do sdo do artigo 93.º acrcsccrá o do artigo 94.•,
ambos da Tabela, observando-se na liquidação deste último o disposto no transcrito artigo 266.0 do Regu-
lamento.
!V - Conmllos de fcrrnecrmencos por parttculares, ftitos pelos corpos administraciuos:
... tendo-se apreciado o assunto da incidência de >elo nos contratos de fornecimentos feitos por
pan:iculares a uma dlmara 01unicipal, foi mandoda nplicar a doutrina que dimana do despacho de S. Ex.• o
Sub.«<ret&rio de Estado das Finanças de 27 de Agosto de 1954, no procc:s.<0 n.º 39/7, Livro 14-S/725, onde
ficou esclarecido que
«... são passíveis do selo do artigo 61.0 da Tabda cm vigor os com:rntos de fornecimencos realizados
por •iustc particular (contrnto dirccto) tribur:ando·sc os que forem precedidos de conmrso púb/;c0 ou
/Imitado, pelo artigo 23.º da mesma Tabda.>J
Esta doutrina foi confirmada pela Circular n.0 417, S&ic A, de 25 de Março de 1959, da Direcção-
-Geral da Contabilidade Pública.
V- V ettda de te"mos a particulares:
De harmonia com o artigo 50.º da T abda, as operações de compra e venda ou cessão oneros• de
bens ou direitos mobiliários ou imobiliários, por escrito particular ou por escritura ou instrumento com
intervenção de oocirios ou secreúrios das câmaras munidpoi.s são passíveis nlém do selo de 2. º/ º(l' nli estabe-
lecido, do dos ortigos 92.º, 93.º e 100.º, um ou outro, confonne a natureza do átul0>> ...
De 20/4 -N.• 26/6o, P.0 Z-r/a, Livro 25-A. 2.• ~partição-Teve esrn Direcção-Geral conhe-
cimento de que algumas c.ímaras municipais exigem dos doentes pobres e indigentes, a favor dos quais
cnútcm guia de responsabilidade para trotamento hospitalor, o pagamento das import5ncios correspondentes no
escalão de porcionista cm que, cm face do respcctivo inquérito assistencial, são cl:usificados, chegando algumas
a condicionar a passagem das oludidas guias ô prévia cncrega, pelos interessados, de verbas vari~vcis.
Outros municípios houve que, ap6s receberem dos estabelecimentos hospitalares a conta da dcspesn
que, nos termos do § r .• do artigo 8.• do Decreto-Lei n.º 39.8o5. de 4 de Setembro de 1954, lhes cabe
$Uportar nos encnrgos de imernamcnro de doentc.s munidos de guia municipol, exigiram destes a entrega
nos cofrc.s camarários das importâncias que lhes foram debitadas, e são da sua exclusiva rcsponsabilidodc.
Também Já se verificou a emissão de guia cm benefício de indivíduos que não podem considerar-se
pobrc.s nem, consequentemente, indigentes, com o fim de lhes tornar aplidvcl o regime nssistrncial mois
favorável que vigora para os porcionisr.as.
Porque esres procedimentos são manifestamente ilegni5, podendo o que em úlcimo lugar se indica
afcctar as receitas dos cstabdocimenros hospitalares, rogo • V. Ex.• se digne esclarecer M dlmaras municipais
desse distrito do seguinte:
") A responsabilidade municipal por encargos de internamento é fixa e corresponde ôs percentagens
estabelecidas no S 1.0 do artigo 8.0 do Decreto-Lei n.• 39.&5, de 4 de Setembro de 1954, calculadas sobre
o preço das diárias e com rdação ao número de dias por que se mantenha o hospirnlização;
b) Em caso algum é lícito às c~mara< municipois cobrarem dos doentes quaisquer importâncias, dado
...
1 que, mesmo quando ao assistido se reconheça responsabilidade por parte dos despesas que o seu incern:unento
origine, a percentagem com que, de harmonio com o escalão de porcionista cm que for classificado, tiver de
participar em tais despesas, é sempre devido aos e.<tnbdecimentos hospitalares, aos qu:ús cxdusiv:uncote
compete a sua arrecadação;
e) A emissão de guias• favor de doentes que não paSS3m considerar-se pobres (porcionistas), qumdo
não rcrultc de simples erro, constitui verd>deit'll fraude 1 lei, e não clcsoncra • Câmara da responsabilidade
assumida, visto oão Uic ser possível exigir dos doentes beneficiados o importância que lhe for debicada;
tJ) Mesmo quondo o proccdimenro referido nn al[nca anterior resulte de erro, provocado por deEi-
cicntcs informações obtidas quondo da realização do inquériro assistencial, n C.'lmara scrlÍ respons&vd, conforme
se esclareceu já na Circular n.• Z-1/2, Livro :.,-A, de :z.6 de Abril de 1958.
As considerações precedentes não bngam - é evidente- com o reconhecimento por parte desta
Direcção-Gern.I das graves dificuldades de muita< c5moras municipais - mesmo, por vezes, quando autori-
zadas a lonçor derrame nos termos do ttrtigo u.• do Dccrcro-Lci n.• 39.8o5, de 4 de Setembro de 1954-
p•ra sup<>rtar a rcspons;ibilidadc que, neste aspccto, lhes tem sido exigida.
De 10/5 - N.• 30/6o, í'.• Z-1/39, Lwro 25-.d, 2.• Repartif.ÍO- Pela Circubr n.• 0-2/34 de 28
de Agosro último, chamou esta Direcção-Geral a atenção para o disposto no artigo 5.• do Decreto-Lei
n.• 4"·~46, de :z.3 de Dezemb'." de 1958, que tomou extensivo oo pcssool dos corpos administrativos o disposto
no artigo 21.• do Decreto-Lei n.• 26.1 15, de 23 de Novembro de 1935, segundo o quol a nomeação para os
lug~ ?ª escola geral ~o ~cionalis~o d~ Esta~o ~cirna do gm~ T (accuais ord~_ado: de !·?<x>$oo), se niio
for =givel curso especai, nao podera rc:c:ur cm Ulclivfcluos que noo possuom • bab1htaçao 1U1n1ma do 2.• ciclo
dos liceus, ou equiparada.
Suscitnram-sc, porém, dúvidas quanto ao Smbito da aplicaçiio dn novn disposição legal ao pc.<soal
de carteira dos Serviços Municipalizados, designadomcnte, qu•nto à admissão n concursos de promoção l
categoria imediata dos servcntu:lrios admiCldos postcriorrncntc a ' de Jnneiro de 1936, sem aquelas habilitações,
por se haver entendido que aos concursos para lugares de ingresso nos quadros do pessoal maior (pessoal de
carteira) dos Serviços Municipaliz•dos poderiam ser admitidos cmclitfatos que possuíssem, apenas o 1.• ciclo
dos liceus ou o curso dementar das escolas comc:rcirus.
Submetido o assunto à olta consideração do Conselho de Miniscros, foi, em 21 de Abril último,
proferido o seguinte despacho:
«0 Conselho de Ministros considera que o disposta no artigo 5.º do Decreto-Lei o.0 42.046, de
23 de Dezembro de 1958, é aplicável •os funcionários dos Serviços Municipalizados dns câtruiras municipais,
que no entanto poderão ser promovidos a lugares superiores nos do grupo T, independentemente das habili-
tações mínimas exigidas nn 1.• porte do artigo 21.º do Decreto-Lei n.º 26.115, de 23 de Novembro de 1935 ,
quando hojam sido admitidos antcriormente à data da publicação do referido Decreto-Lei n. 0 42.046.»
Nestes termos, quanto ao preenchimento dos lugares de ingresso ou de acesso nos quadros do pessoal
de cortcira, dcvcnl obsetVat-sc o seguinte:
56 poderão ser admitidos a concursos os candidatos que possuam, pelo menos, o :z..0 ciclo dos liceus,
ou habilitação julgada equivalente, nos termos legais.
Poderão ser admitidos os funcionários da classe imcdi•tamcnte inferior, com, pelo menos, dois anos
de bom e efcctivo serviço no aludida clnssc, independentemente das habilitações acima referidas, desde que
tenham ingressado no quadro anteriormente 3 publicação do Decreto-Lei n.0 4"·046, de 2 3 de Dezembro
de 1958.
• De 3/ 6 -:-:N_·º 34/6o, P.• Z:1 f87, Liur~ 25-.d, 2.• ~e~artífíio-Pn'." devido observância por parte
das camaras muruap:us e para que deem eonbcamcnto no publico, pdos meros ao seu olcancc, das medidas
que vão ser adoptados com o fim ele impedir a circulnçno de veículos cujos aros não obedeçam às condições
legais, evitando-se, assim, o recurso à aplicação de sanções contra os infracrorcs, transm<te o seguinte oficio
enviado a esru Dirtcção-Gcrol pela Direcção-Geral de Transportes T crrescrcs:
O n.• 8 do ttrtigo 37.º do Decreto-Lei n.• 39.6]2, de 20 de Moio de 1954 (Côdigo da Estrada) esta-
belece a largura mínima dos aros mct:llicos das rodas dos veículos de tracção animol, que são aliás as mesmas
que já se encontravam 6xadas na alínea b) do artigo 20.• do Código da Estrnda anterior, aprovado pdo
Decreto n.• 18.4o6, de 31 de Maio de 1930.
Por seu turno, esta última disposição concretizava, para os diversos tipos de veículos de cracção
animal, as dimensões das larguras aúnimas do aro dos rodados cm contacto com o solo n que aludia o
artigo 2.• do C6digo da Estnida de r928, aprovado pelo Decreto n.• r5.536.
H:I por conseguinte mais de 30 anos que se arrasta a tcnuciva do cumprimento de uma disposição
legal relativa a um pequeno aumento de largura no aro dos rodados dos veículos, com a finalidade de evitar
os graves inconvenientes que resultam da sua adopção na danificação dos pavimentos das estradas, em
especial das de revestimento betuminoso.
Sempre, porém, que se intensifica a 6scolização do cumprimento daquela disposição legal, verifica-se
grande reacção dos proprietários dos veículos que acabam sempre por conseguir o patrodnio, para as suas
reclamações, das respectivas dmaras municipais e dos próprios Governos Civis.
N3o se desconhece, é certo, que se trata elo meio de trànsporte, mais vulgarizado e acessível, dos
pequenos proprietários de mei.os rurais cm que é d ura a luta pela vida, mas julga-se que-decorrido cio
longo período - alguma coisa mais se poderia ter conseguido nesta matéria, uma vez que entretanto
devcr.ío tct sido fabricados ou reconstrufdos muitos veículos de tracção animal cujos rodados continuam a não
satisfazer à!i prescrições legais
Sendo indispensável sair desta siruação, pcrruito-01c sugerir a V. Ex.• que se providencie no sentido
das câmaras municipais nlio autorizarem, de futuro, a matricula de veículos de tracção animal providos de
rodados cujas dimensões não satisfaçam à!i prescrições estabelecidas, visto a lei não permitir a sua circufação».
Da Direcção-Ger al de Administração P olítica e Civil -N.• Z-1/•7, de 9/ 6 - C>m a publi-
cação do Decreto-Lei n.• 42.953, de 27 de Abril último, foi tornado extensivo aos c8njuges e descendentes
a cargo dos servidores do Estado o regime de assistência na tuberculose estabelecido para estes pelo Decrcco-
-Lei n.0 40.365, de 2.9 de Outubro de 1955. De harmonia com o que me foi solicitado pelo Instituto de
Assiscancia Nacional aos T ubcrculosos, cumpre-me tranS01itir, para conhecimento dos Governos Civis, das
Administrações de bairro e dos corpos administrativos, aos quais o benefício cn1 causa se tomou aplidvcl,
por força do artigo 2..0 do Decreto-Lei n.• 43.003, de 3 do mês cm curso, os seguintes esclarecimentos:
r .• - De futuro, todos os requerimentos de assistência para familiares dos funcion:írios deverão ser acom-
panhados dos documentos comprovativos dos requisitos enunciados nos artigos 3.• e +• do primeiro dos
mencionados decretos-leis. Facifüar-sc-á, deste modo, a conclusão dos rcspeccivos processos, com a vantagem
decorrente de, mais cedo, os doentes passarem a ser assistidos; 2.• - No que rcspeira ao rastreio radiológico
e tubcrculínico, a que se refere o § 1.• do artigo r.• do mesmo diploma, encontra·se cm escudo .o rcspectivo
plàno, a submeter 3 apreciaçiio superior, depois do que serão dadas, pelo referido Instituto, as necessárias
instruções. (Düírio Mu11icip11l n.• 7.575, de 29/6).
Da Direcção-Geral da Con tab ilid ad e Pública -N,• 1-49• Série A, Je 4/4-Assunto: Rendas
de c4111 - Entidade a favor da qual deve ser processada quando, por falecimento do propriec.írio, tenha sido
aprcsenuda apenas cópia do testamento.
Resolu(io: - A que consta do seguinte parecer, sancionado por despacho de S. Ex.• o Subsecret:lrio
de Esc.1do do Orçamento de 30 de Março último, que se transccl-ve:
a) A prova de propriedade deve fazer-se através de certidão de registo predial;
b) Até que se disponha desse documento e para recebimento de rendas, deve fazer-se o processa·
meato a favor dos herdeiros do falecido, funcionando a procuração passada pelo extinto;
e) J;. da máxima vantagem conseguir quanto antes que as rendas se paguem ao actual proprietário.
(Proc. 1.86g/6o). (Diário Municip11I 11.• 7.532, de 6/5).
* N.• 450, Série À, de u/5-Assu11to: Coixa Gemi de Aposencações - ôllculo da quou ades-
contar aos assalariados.
Resoluçiio: - S. Ex.• o Subsecrct:lrio de Estado do Orçamento, por despacho de 29 de Abril, p. p.,
dignou-se concordar, depois de obtido parecer fovor:lvcl da Repartição do Cadastra da Caixa Nacional de
Previdência, com • seguiore maneira de proceder: - Niío deve ser alterada, mesmo nos anos bisscxros, a
f6rmula de clkulo da quota para a Coixa Geral de Aposeacaçõcs, a que se refere a circular dCSt3 Direcção-
-Geral n.• 384, Série A, de 10 de Março de •958. (DiiÍrio M•micipal n.• 7.56o, de 8/6).
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Registo de publicações
com interesse municipal
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E.\.f JUNHO
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e Seruifos M 1m1C1pllliuáos Je ÂgH• e Elecin<:iáaJe J.r Ctm«ra MunlClpllÍ Je V .rlongo - Rd•t6rio e Contas
de i95!)-
Alb<1no C•nh• Juri.•prudência d"-' Relações - Ac6rdãos das Relações de Lisboa, Porto e Coimbra -
Tomo 111 -Ano 5.•- 1959.
' " ""' Ger..J Jo D111riio Autónomo Jo Funchlll - Boletim n.0 10 - Outubro de 1959.
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C'OMPOSTO E IMPRESSO
NAS OFICINAS GRAFICAS
tlA CAMARA MUNICIPAL 01! LISBOA
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