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bUARTE RIBEIRO OE MACEDOt
Dllem"Qrg4Ji,r tI,s Artrll'fltll .11 CIISII "
$u"licof•• , CllvtJllejr. Pr,fess. ti.
Ordem tle elar;st., ' C.neella,;,..
~a Pnrntla ti. S enla". lbi
D. Alf.n,. Sea:t••
DE ,.CA.~t-S .
A6 MuiTO ALTO~ EPODER.oSQ
SENHOR
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lJly$se~ do divino HODltro por
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Cone/as4o. duu.»'isf."uo..' .. IOÇI
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l!rtnut-.te peja ,.~, e jiJ4. .~
experimeia, a pos.ribiliâllde
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SfllhQ PoJ#ico , • • " • . 14S'
Diullrso da menlf() , ÁlUhor, , '
,lo/ire. o 'lJaJerun ,'(}.r pa,.t;CIJ:' "
lares com ,sellS COlIselhos J,:
RépÍlblica, ;.". ~ • • .. .l64
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pp. "
S~~)6 . 'EN 80a.
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De V. MAGESTADE
O mai" humilde., 'reverente, e
fiel Vassallo
'.iJntoní, LOllren;oOlltniflhl4
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•
( . )
DI seu R S O I.
D sa o Commerdo
v. que e9tá lastimO'"
IZ-ME S.I
do Reino;
porque as n(),ss:lSM~caaoda~, pot -
falta de' 'tuJor, nia tem sahida,' e
'que os Estrangeiros para se pag~
, rem tias qU'e mtuem no Reino, le-.
vão o dinheiro.. Mal he este, que
pede remooio JM'0rt\P[~; porque se
continua, perder·se-Mo as Coo;"
quis tas J .~' O Rfirie. As Conqui9ras;
o D~
,
porque.8 sua .conservaç~o, he de.
pendente do valor dos frocros, que
nellas se culdvâo, e senao tem va-
lor ,não tem gaste, nem se podem
commurrar pelo infinito número de
generos) de que os moradores deI-
las necessitao: o Reino) porque o
dinheiro he o sangue das Républi-
cas) e' succede no Corpo Politico
com a falta de dinheii'o, o mesmo
que succede no corpo physico com
.a-falta de sangue. Sem dinheiro, ·e
sem Commercio, poderao viver os
homens; mas da mesma sorre que
vivem os lndios no Brazil, e os
Negros em Afriea, dos fructos tus;'
ticos, e natutaes; mas sem Socie.
dade civil, que he.o que os distin-
gu~ d~s.. féras.· Estes principios nao
neceSSItao de prova: passemos de
examinar a natureza do. mal á dos
remedios.
Dizem os Põliticos, que o mal
procede do luxo, e das modas in-
troduzidas no Reino·) dºs gastos
( 3 )
superfluos da Nobreza nos vestidos;
80S adornos das. casas, nas carroças,
ena excessivo· número dos creados;
e que praticando' as Leis sumptua-
rias as prohibiçóes contra os gas·
tos superfiuos, naO' mettêrâo os Es..
trangeiros no Reino mais que o· ne-
cessa rio , e nao sahirá do Reino o
muito dinheiro, que por aqueUe ca·
no continuamente sahe. He· muito
boa razão esta, e foi praticada em
. todos os Reinos..; e Républicas· bem.
governadas. Hedoutrina' derivada
das fontes de Platão, e Aristoteles,
seguida, e approvada de todos· os
Authores, e sobre que se fundárao
'Várias Leis, que adiamos no-Direi-
to Civil. . .
A Lei Papla regutava em Ro-
ma· as c6res, que· as Damas hones-
tas podiáa vestir,· e 'taxava a quan-
tidade de joyas, com que se deviao
adornar•. A LeLFábia' limitava o
custó dos. banquetes, e' a Lei Femi..
lia o JUÍm.ero dos pr~tos, C0111 pe'"
mt; peJ~ transgressão, n~o só a
quem convidava, mas tambem aoS"
convidados. A Lei Julia ordenava,
que se náo fechassem as portas, e-
as janeUas das casas,em que se da..
vao os banquetes, para que pude~
sem ser vistos, e examinados· pelos
Cen~ores, cujo Supremo Tribunal
foi crcado a exec~o das Leis. sum-
ptuarias. He cOJlveniente, e justo,.
que se pratiquem entre nós; l11as ().
!lOSSO mal he de 9ualidade, que'
nao hasta este remedlO para curar-se ..
Dizem os Mercadores, que pro-
~ede este mal dos excessivos direito,:
CJue tem nas DOiSas Alfandegas as:
drogas do Br.!zil, e ainda· as de-
Reino, que os Estrangeiros levão ,.
e argumenrao desta sorte: Os Es-
trangeiros não ganhao nos gemeros-:
. que levâo de Portugal, senão nos:
que méttem, e hlo de p~gar-se deI-
.les, ou em fazendas, ou. em dinhei.
'0: he' tambem certo, que 16'130
~quil1o:l em qu~ meno•. pt't'dem, e-
(r ')
flue Jevto o dinheirô ~' porque pep..
dem menos neUe.. Com que se di-
minuissem os Direitos nas Alfan..
degal, perderião menos nas fazendas~
e as levariâo antes que o dinheiro•.
Esta razao he muito .boa; porque
he certo que se os MerCadores per-,
dem ~ por exemplo, vinte e ClOro
por cento no dinheiro, e Tinte e
quatro por cento nas fazendu, hio,
ele levar· antes as fa-zelidas, que o
dinheiro. Nao reprovo esta razio,.
antes me parece digna de atitender-
se; mas tenho por certo, que n~ó
procede o mal deste principio, e
estes ambos remedias não servid6
mais do que de entreter o achaque
sem o curar:. cortaremos os tron-
, cos;' mas como fica a raiz, na dê
produzir os Mesmos e!"eiros. . , :
Com·mummente gritáo todos ~
~ue se executem as Leis, que pt~
Jiibem aextracç_~o do dinheIro :~e
$e visitem as' NKpg 'que' sabefu dó
Reino: que se castiguem capital 4f
l 6 )
snc:nte OB· ~u1.P3:dos neste delicto;.
mas este retned~ he inutiJ.· Ao ex:...
periencia o tem, mostrac:lo anim,e
tambem a r.azão o mostra; porque
os Mercadores Estrangeiros hâo de
~gar.-se. em fazendas', ou em di-
nheiro, ' e se as fazendas nao basrao
(como prov~rei).hao de levar o di-
nheiro, apezar de todas: asprohibi-
ç6es, diligencias.• e castigos: e, cia..
qui nasce, que deste unko, reme-
dia, nao faço nenhum caso..' '.' .
. ' O primeiro remedio das Leis
sumptuarias curaria o .mal, se o .
dinheiro que nos levao fÓra só o pa-
sarnento .do· que nos méttem super--
fluo; mas como. hecerto. que. mo
l1e só do supedluo, mas do neces-
sario, nio sao aquellas Leis: o re-
medio do mal, além de que.: Qpe
Leis destas vemos observadas? Se
a vaidades dos homens se' c'urára"
faci! execução, tedão aquellas Leis;
m~s como he quasi impossivela.qu ei-
la cxecuçao, esta he a razão parque
L
(7)
Tiberio no Senado reprovava a t'u';
bli~âo das, Leis, que ,só servlâo
de descubrir a impotencia das Leis
contra aguelle vicio de muitos an-
1l0S introduzido,. como refere Ta-
cito.
O segundo remedio de diminuir
os Direitos nas Alfandegas, e o pre-
~o das drogas do Brazil, curaria o
mal, se ellas fossem bastantes, pa'"
r.a pagar aos Estrangeiros o pre-
~o de todas fazendas, que recebe-
mos delles; como pôr exemplo,; se
recebeJIlos oito milhóes, e temos
só quatro que dar em troco, neces·
ariamente havemos de,pagar ores·
toem dinheiro. Nâo he com tudo
para desprezar este meio, por duas
razoes: primeira, porque se os Es-
trangeiros perdem mais em Je var -'
fazendas, do que em Ievar dinheiro
(como affirmao os homens de Ne-
gocio) levao mt'nos em dinheiro,
tudo o que levarem de mais em fa-
zendas, e drogas. A segunda razão.
( 8)
he, porque 'a faltado eonsnmm~
dos nossos açucares mo pr~e
da carestia delles s6mente, mas das
Fábricas que os Inglezes, HoIlan..
dezes, e Francezes, tem nas ] lhas
da America, e a diminuição dos
. preços dos nossos, junta com a ' sua
bondade, lhes facilirava a sahida,
sendo o seu inferior, e custozo; e
por esta razão ouvi a muitos E~
trangeiros, que por fllcilitarem o
gasto dos seus açucare~) os mistu-
tavão com os nossos.
C A P I T U L O I.
.!2JI6J he " '''''.til da .ta~ju do di-
.. 1Iheiro do Rei1ltl.
C A P I T U L O II.
Este ht o mumo i4m,,0, em file tem
cllhido, e com file se tem em.;
~ . pobrecido C"itellll. .
/
• • ~.. :.. '"4. '"., , " .-...', ~~ - '~
f , ••
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-; -c A. :p I T U"b O~U~
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Este damno ,não he antigo 'no Reino.
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.c A P I T U L O -IV.
!l.!a/ póde· ser o remeJio ~ste
, . . damllo.
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(J1)
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..,' L ~ ~~ / '. J
. ~. 'Â:
.' .PrOV,G \b~ :-evidente. ! As faz~..
~ ~at lavraÀaS', que OIJEs.tran'gel"!
~ m~fte~; ~ Rei.1\O ~ lÃo:u' que .
Wliç:~unen~. fa.,:êm .exc::~der: o.vaIor
40.' q~.lh1; .dim()$'le'Pí tr6co., como-
fiR~' ~dito. :', pelA lntfPd\tQrao du ·A:r.
~eS ; :se; . ev:.ita # in~ucçâo. das f3lf
undas, que. os. ' Estraogeiros mér~
~~ I}O. R,eipo, e teremos com que
p~gar.aSi fa:Z,end~s, e drogas que
~tra«.m,.. ~~q1,: qqe'!jeja necesSario
pagallas, .' -:: ii '". ri' r'. I
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êe, aue invent;tf alguma ,Fábrica
nova: Lei justa, e uril: e porq!le
os Prémios, e Privilegios tudo fã-
ciJirao, de~ois d, haver Artific:es,
será tonveoleJ1te tuidar em premial-
los, o qu. se póde fazer gastando
ft Fazenda Reaf mil cru.zados noS
primeiras annosd-e pensão aos Ar-
tjfices, que melhor obrarem este,
ou aquelle generó, eOrdenJlf'!do Sua
Alteza, .que yara os· DQtes da Mi-
sericordia !ejao preferida~ as mo~as
que fiarem lãs, e -obrarem méas, e
, nttas, etc. Tambem falicirará a es- l
colha dos lugares abundantes dte
aguas, e lás, deis::ando p~ra 'a Pro-
vincia do Minho; Comarca de La-
mego, e algumas Terras da Pro·
vinda de Tps-os-.Montes,. o tr....
balho do linho, é da· sida; que
nella ~e continua. Deixo para çu-
t~o lugar outros meios,que vi pra..
tlcar em Frallça.
f· ','
..... ,. ......~: ~ ~', r'" .•
.•
·r.;
dÜt'flf das
. ~ '.• J' , I ,
.'e'4".F
,..
'-
J..... ....
L ,
~ 'Frirrieiro·mconvelliente ~ se
.O .' :,considéra, je'·qu~ tur COVImiuIÍ
entre os nosSOs Ministros, '1ie' dizer,
:que sé introdlílzimos '~uj A;rt$~ :não
'terao nllida, as no~asl<lro.g~s; ,que'
os Estrangeiros husclÍo a ,troco ~'
'Suas Manufacturas, e J)e~dei'm~
-as 'C-ooqaistu, que s6 com a, sa:)ti'-
da del12s, se conservãd, e a, F~éH
da R-e:HO Direito das Alf3ntl~ga5:'
eànàa tao attendida esta razão:,
que ,se 'te'mpor Gdios! a prática -de'
-introdutir as, Arres PIa opini10' de
muitos; mas deixa ndo pa!f'a outro'
lugar ,a's fel icidades, que com. ellas
se introduzirãO 'no R-eino., e Sl1p;'
(<4; ")
"pon'dO'qu'e '~e ter 'in~nYenientes;
"'respondo a eIles. ' J " •
"'('47'"
· iabaéo nas: IThás dã Ame;içá. ~ f~t~
· lóu a. extrac~~o; )orque'· nao tive-
I rio necessidade destas drqga$; don-
qe se !ê, qU~lléQ1 afa.~!a d~s. :Ar..
tes fOI a causa dó multo gasto,
nem. úlmbem a iritroducção das
Artes', d9 poUc».' o • o. •
: !; ~ ( ~ • - ,', ••
C:A P t TV L :bVIH~ .
,PrlJlViI-.re I}fJe ,;,iJ'O ;.te,t(~,ú{,h'l)ef:ié~
'te; pelo~empH )J4,s, -milIS ,
\ N~fle's ,ti.. JBf,r''1i1;
A,'
~ ~4, , ~ • " •• '. . . , ,.....: "," '.
•
'~, ainda que sejãó co~muns_~a -~ -
das as Naç6es , n~o podem-J~r
dir, nem' ser -,damnosal âQ Com":-
me~cio. Esta hi arado - porqué
t-odas as -N~ç60s bem --goyernadas'
prcicurão ter.~bundanda- de Ar,res ~r
sem qlÍ~, nenhuma teD,la q receado:
4tPno, de qu~ 'a,s'Arte$ lhe' se~
c-onirarias" ~aQ -seú Commercio~, -Ve-'
jamo!1 o _qu~ e11as'pratjcâ,o. _' -- ,
~- Iilglate,rra;.'e Hollaitda nao-te~:_
, ~s, -por<J.~ 'a' Nat~r~ negou,.
~ta prooucçao 'aos seus chmas, 'e
assim as recebem du T erras que-
a~- produzem ~ m_á~ - o' que 'à Arte~
p«Se em obra" destaS matérias, pro-'"
c1;Jno cuidadosaiti61lte' cer em ahu';':
dánda; parque se as fossem busca'r-'
lavradãs para 'Seu uso, 'cús~at;'-lÀes-':
Ju~oilriuitQ: ma(s , 'dó que valém as'
fa~endas, ' e ,drogas. 'luê'coiDmutI.Of
pqr _e1Joi:IS."
1- •
- • " ' " .(." :..
. f --
',' 312')
-
Todas~as la..
HeritiqueIV•. sobre a iDtrodácçã~
da- FáOrie~ da Seda, e: adlci nella~
em. que se fondai.
. tste Discurso. ~S' p'lavras., são a:;
fI:lPlimtes,; tndaZida.. fielmente. De)
~sor:IdiCdlll-, ... " ' ..1 , " . ' .
" r'"
" - --., ...
...... .~
C A. P l· T U L O I.
Que. II Jntrodtlcflú' dAI Ar/ti,
tvi/prd II dllmlJo do IIIX(),'
. t dAI m.tJatiJ.
"
~" ; . ' ,. ,.
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J
. t'. .., 'f
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I
... . . ' . ,J .;.... ' •• ,
.
('
... ~ r:' _ ,
'. '.
C/
) ('
A 'Ociosidade be o inimigo
- - maior, e o mais perigoso dos
Estados. Em Áthena! condemná..
rio os ociosos C'rim" pena· de morte.
O Impc:~dorValente ~ epm a per-
da da' liberdade•.' SalU$tlo aconse-
lhou, como p.rim~ihf necessidade
do Goyerno, buStarem que occu':'
par os homens. Cicero affirmava ,
que' durou a gloria· de Roma, em
quanto se observámo as Leis contra
a ociosidade. Marco Antonio man-
dava, que todos os homens trouxes·
. sem, sobre si hum signal da profis-
s~o , que rinhão; e qu~m o n~o tra-
ZIa ,era condemnado a servIr nas
Obras Públicas. Naçãó houve en-
ue a qual se nao dava de cear aO$
~'~~ )
moços, que nao mostrassem o tra-
balho, em que haviao.occupado
aquelle dia. Entre os Egypcios
hõu veLei, , qtle ob~a,a a ca<k\hum
dos lioméns -á mostra'r aos' Magis...
trados' o qe qu~ viv,êra, eLc!ll que
se occupár;a aqueIle anno. .
,. : J.>as~u ,da ~l1tigul.dade· acJJJ ~os
'Q~ r,mpos. tao', ~pprov~do ~ste. mo.
dQ' de gqv.erilQ, qq~ F~l.jpp~ .II;, con.
4emºou . OS; :ociows,a. g;l1~s1;: ps
Chinas nap. c~~l1q~ I .9
ocióso, e busçaQ occupa~áo: a't~o pa-
o ra,,aquelIes IlQm"ns ,a quem ~s~...
fer.ql~dades Wdiao isentar legitiJD.3'"
men~e do trabalho; .. porque P' q~e I
nao tem maos, trabalháo com. 01
pés, e os que nao tem pés, . traba-.
lbão. com as maos, até os cégos
rrabalhao, e de sete annos de idade
bUleio em que exercitar os .Meni-
n~.. f\ esta imitação ha em. Parls
hum Hospital, em que reç:olhem
08 mendigos , e a todos dão occu..
P.~9~ EIIl A1Jlsterdao sao suspr:i..
(69 )
tas, como deshonestas, as mulheres
OcIosas,de qualquer qualidade que
sej~o. Este h~ o. viela .da ociosi,
4,ade; e he para admirar, que naQ
tenha entre nós pena especial. Be~
considero, que ha entre nós muit~· t>
e><;iosos, porque não. tem em qu.
trabalhar, ,especialmente, as mulhe. '
res na maior parte do B.eino, e, que
a quem lhes co~demna~ a ocicisid,-
d~,.podem resp()nde~ com osObrei-.,
tos-do Evangelho: Nemo 1Io.r C()lI-
JiI,'Xit. Com a introducç~· das 1\r;
te$pao' poderáli dar. eSfa resposta
()~ ociosos; e a~épuhlic~, dando.
occ~p~çáo aos VassaHos, tem di ..
ieito para castigar a·, gciosidacW-
delles.· ,
. ,Se tod:J a lá que ha DO. Rehio
se J~ vrar no MesOlO Reino , darl
sustento" e 'o~é:.I.1par.'o a infinito
Dú,mero de gente. oq~~ facil~~Il
te Tê· quem· laQ~' a ~nskieraçãG
á,s muitas maos, ~l~e se occu~ e~
c:_ard~r); ,fiar J t~cer, e tingir ~f~
~ ,_ t~
materia , . quevendemoscrtJa lás
Estrangeiros, e depois de fabrica-
da aos muitOs hpmens) que se oc;.;
tupárâo, e viv~rãó do Contracto
della. .. ....
, Já disse, que 56 em' Samerd·o,
se sustentado, e viviâo da Fábrica·
~! Sarges, Wais de ~ez mil pessoas,
cUJo ga~to passa umamente a Por-
tugal. Só· de ·fitaa ha em ParIs mil
e quinhentos Mestres,· e alguns gue
tem a dez tea.-es:,-;porque os· Mes-
tres não fazem Óláis, que armar os·
teares; e contando seis ob,eiros
a cada Mestre, se acha que occu-
pa esta Fábrica nove mil pessoas,
sem contar os muitos Tendeiros
que as vendem., e os mui~os ho-
Dlens de· NegOCIO, que ai comprlo,
para as mandar a differentes partes.
O Padre Antonio Vieira me di..
se·, que conhec~ra hum Mercador
Genovez, que dava seda em Gene-
va, e pagava a dual ·mil mulheres,
que por sua conta fazião méas de
.gu1lia.
'( 7 1 )'
"
,/
.' ( . < ' "~o ./ '"
c ,A P I t v L, O: III~
As Ãrte.r IZlIgmentáQ, o. ;tJÚmero 44
, , gente,.e se povoará: (J ,Reino. '
·
O ,
,N.úmero dps:Vass~Úos , e a
Dumerosá pov~~ão dos Rei~,
nos, .he a' Qlaior fel~~idade delles ,
e o fundamento mais. só1ido ,da sua
conserv:aiao; .como. pelo contrario,
tudo faIra aos Estados, onde- falta
gente. Esta hc a felic::id~de que-pro-
mettia DEOS ad, ~,eu Povo· pé la ba-
Cil de hum Profeta~:, Du~ ego &011-
'V"ltIr IZd "lJOS ~ el. multipliclZbo . iII-
'Vobis; e pelo contrario, quando.
lhe propÕe castigos, lhe diz: Re-
'htlme6iti.r pllllci numero.
. Roma, e Áthenas, entendérâo
que toda a lua grandeza consistia
. na ,c6pia numerosa de Cida~os.
Assim o Mmas Das Politicas de Ari~
(.7~ )
,t6teJ.es. e PJ;l~ãoJ nos Detretol ~
~perador~I:" e ~o Conselho de t9-
~' 01 ~g~~,Ql"~s. 4e huma;, CJ 'OU~
tra .Cldade. . , . . ' .. "
~.: ,Re, gra9d~. ~te ,uDic:obe~ .d~
penden~e .d;l.!~ ..teai pôde bastar. poli
. próya a e~p...ienc:ia do que' vêmol
DO$; ReinQ& .. is~nhos. Hespanh~he
maior na eJtenilo de ferre .. que
Ftan~a, ~ igual,-ente.abundante,
e. ferrH; m=tl ,na -poMoaçlo-. he -tãa
desigual, que noanllQ de. t6~o c~
t~vaH~~aMasei~milb6es .« .l~
mas, e Fra!1~qua(Q;I'Ze. Dir~ que
isto procede. da fec;u'ndidade-.dat mu-
lheres, muit~ maior nas terru 'luea.,
t~ Se isto assim fÓra, PoIoni.,
que he 'm~9.r .q~e F.raoça;t:iYéra.
mais: gen~e') .0 qu, .nao he awim.
A differenç~, s6 consiste em· qué.
França: t~1l\ ~is. Artifices ,. e 'mais
.Artes que }lo.iP=Jnha:,. e, P~()nia.' ~ ~ ,
.' . Hollal\dlJ:.!\e ,h\Jma pe'JU'JHl-Pro-.
llinda, cu.ja ;terra 1'I.e só· abunda",re,
.'
~_pastos, defct"dida c:ontra as i~
(74 .,
nundaçlSes Com hum contínuo' tra-
ba lho' de vallas, e àiques , 'e pos-
.uid:r desta sorte-,. como em precá~
• rio; mas he tllo povQada t 'que ·s~
nite -acha .outra em 'igual distancia l'
coljl' igual número de' moradores~' e
quem, comparar'neUes '.os Artificel
oom'·os~ Lavradores,' áchará 'vinte
Artifices- para cád~Lavtad6r.' ,
-' O, pequeno Estildo de GenOfa
h.;a -parte dOe Iraliá, 'em-que:lia màis
gente, 'em igual 'distanCia dé ParÍJ ~
e commummente se sabe~ que o seu
mar "náo produz peixes ,'.e os seus
montes nem 1enhll produzem, e sâo
as Aites que a sustentao; muito ri-
ca, e povoada de 8Orte~ que he es-
ta a terra de lavor, tao celebrada
dos' Authorés Latinos', e tao abun-
dante· dos bens da natureza.
. ,Ha' ~Ssénta e <tua ti"? annos ~ue
ai FÁbricas da Seda se liltroduZlflo-
em França, e, no dec~rso delles
crese~rão mais de metade do núme-'
ft) de casas, e moradores, as Cida~-
( 7; )
~es de Li~o, e ,Toprs, IS ViUas dI!
Saneto Estevão, ,e S. Chaumont.
_ Vêmos, em fi m, por experien...
çia, que as terras CJ'le mais florecem
s~o as mais povoada.; vej~mos' a
ruão. ' , .
Londres he huma das, Cidades
populosas da ~rQpa; mas à m;lipl':
parte dos se,us mor~dores são Arri~
fices. No temP9 ela. suas guerras
c:ivís, quandQ 91 obreiros, aprendi-
zes só~ente, tomário as Armas, for-
mário hUOlCorpo, a que se nio, po-
dia opp6r o resto dos moradores.
. J060, Botero pergunta qual se-
r! a .causa, porque, huma Cidade:
que CODteçou, pQf. exemplo, no aA-
110 de 6oó, com duzentos morado-
res, creaceo a dois mil, até ao an-
no ele 800; e depois de oito secu-
ler, nao passou de 2.COO moradores?
Parece, aegt;ando as raz6es naturaes,
que havia de crefCer em mil annos
a :10000 mora~,,: ao ,menos, se,:"
guodo O cálculo· de em dois secu"
(: 'ifi )
iOs passarem de 100 mora3ores ~
1.000; ,masest·a'experiencia em qua..
si toda's as Naçóes dó Mundo mos-
rra"o 'contrario; a razao he porque',
as Cidadesnão"crellçem mais em
nú~ero de gente, ~o que o seu ter-
titorio póde sústen'tar,:' e daqui vem,
d~z ó 'mesmo Aurhor,: que o Mün..
do ~em mil aonos' depois do' Dilu-
vio, 'tevc=..tanrá ,gente ;como hoje
, rem,; fallando- em geral do Mundo,
e; ntio;desta ou daquena' Provincia;':'
. " ':Mas contfàesta itífalHvel tàzao
'de .João Botero:, pareC'ê "que 'estci
huma expetiendatatbbem certá, e
he', que vémosmuiras Cidades, 'CO-
mó àdma fica mõstrado, de' terri-,
tório fertil serem máis- povoadas
que outras deigúal territorio; ,mu
eSte Mila'gré ó'btaç·ali Artes, pot~
<lUfO preço dellit' é~iTe abuild'ánte·
mente á súbsislenCiá' dos te'rritotios
- yisinhos', ou'dos Reinos estraphO!'~
se he maririmo -ó lugar onde se 'fa-'
- t1rk~o. . -.. ,"
-: (/ "
( ,,,
::;/'
),
"..
.y'
/ ( ,{ " ,..
/
C A P I T 'U L O ,IV.
COlltil,ú" " ntts';'lJ 1II41n-ü,. .
·" Ejam08
V outra razão ,mais na;';
tural. iO'co'rumum dos homens
"ive, ou da I',. eu das Jnouras;
ou do trabalho das Artes, de sone,
que os meios geraes da subsistenci"
dos póvos sâo a cultura da lerra J
e a F~brica das Artes: e assim,
onde mais, se cultiva a terra ha mai,
Lavradores,' e· onde mais se fabti..r
c:a ,. mais Artifices; mas estes' doi.
tneios de subsistencia se ajudâo
do reciprocamente, que' n~o póde
haver muitos Lavradores onde nlia.
:houverem muitos Ãrtifices, e pelo-
contrario, ha muita abundanc:ia des-
tes onde as Artesftorecem.
,Os Lavradores cttItido a terra'
até tirarem delIa os fruçtos, que ~
( 78 )
dem gastar, e de que podem tirar
o necessario para vestir suas fami ...
lias, para comprar instrumentos de
lavo~ra, reservando huma porção
para tornar á terra, de modo, que
ven~~"do os fruetos, restituem o
dinheiro ás Artes; pelas roupas, e
instrumentos, de que nec~itão; mas
se estas obras da Arte vem de f-ó-
18, Dão são Os Artific:es' os que lhes
gastão os fructos; e odiohelro, que
lhe dérao })or elIes passa a ser uti-
lidade dos EstrangeIros.
Mas supponhamos que se intro-
duzirão as Artes. na Cidade, onde
vivia este Lavrador, e que o nú..
mero' dos Arti,fices aug~entou o
número dos moradores de mais 'J.~
pessoas; crescia, necessariamente o
gasto dos fructos t e o ·Lavrador,
que 'pOr exemplo, não lavrava mais
que dez moios. porque s6 a esta.
quantidade achava gasto, procura-
m cuidadOsamente tirar da terra to-
dos 01 mais fruetos, cujo gasto lhe
(:79 )
'egura o maior número da gelltt
da Cidade.
. . Seg~e-se daqui, que. o Lavra~
dor, que se acha com maIS cabedal;
o restitue ~s ~rtes; porqqe. vestp,'
mais lim pame~te à sda família, c
crescendo na lavoura, compra maii
instrumentos p~ra. eUa; e por: con':'
scquencia os Arti6çel Crescera o e~ •
nÚlllero, p9rQqe cresceo por. este
mesmo caminllo o gasto das Fábri':'
cai,. e se aperfeiçoaiio no trabalho~
Passemos mais adiante. O La~
yrador que se vê com cabedal? pas:
sa naturalmente dó necessarlO ao
si1perfluo; e vêndo. ná Cidade. ~~
~r.tes" e obras de que se contenta: ;
servindo-se, por exemplo,. de ba~
cos até então, com pra cadeiras, e
~gualme~te . todas aqueIlas cousas,
9,ue servem áo à!~at~, e não á neccs~
sldade , e daq~~ nasce que achàndo
huns, e outros utilidade na vida
que tem, e ségura a sua subsisten':
c:ia no trabalho, se applicao a: elle}
I .
t 86 )
! se anim~o' todos li ter Fàiniiias, e
a casar suas filhas~ -
. Pàra confirinaç~o destes argu-
mentos, se riâo necessita de mais
pr~va. ~aste !a#çár a ~on:Side~ação.
aos multos, Andíces, que entre ai
~açÕes Estrarigeiras seoccupâo em
~avrar as ~~zendas ,.e t.ener~s ~ de
que necesslt,m~, ,e ttelIes r~ceb~
~os. Supponhamos que ha hum
iriilhã9 de "e~so~s, que. ~e ~us~e~ã?
tom moda mente no Remo; se nelJe
se obrarem aqu~lIasFábricàs,- eres·
cerá o gastó. áps frucros, sustêritar-
• se-ha, muito ináior número dé gen-
te 1 e o Reino logrará' a grande fc.
li cidade de sé~illuitti máis rico ie
~ltitó .mais pOvoado.
t :Br)
t À p t f ti L Ô V..
.i1 falta das itrtu he ,clzllsá dJ
fil/ta de gent-e em Ca.rulla.
.
.A. P~vâ
,-"
)- ...
.
. ,
.
-
ti
.:. :... .
C A P I T U L O VI.
IJ!I"I he " Cllflsa Je se p"Jtre",
as .Arles em He.rp"1lh". .'
.
mellhr,prefo doa que' as pediat> dar
os ATtificts d!e Hespnha-, romeçá-
der a- ter: g~Ad'e- g<Ht9, ftláo' só nas
~.I pt"'. 004e '~l>~a.sa.
('9)
~IS -eltt He9ipaftfta. '- Para isfo-.aj~:
~ou' o ordiAario errO, .com ,!lie"~n';'
~~ que rudo o que ,.em de
f6ra he o fIlelhor! Com eSte cilga.:.
no foi insensivéliriente faltando· o
gasto ~ rodos os g~neros, que se fa ..
. bri,avao em Hespanh~, e por con~
~equencia perdendo-se os Artífices,
porque nao podiâo fabriçar o que
nao ga~ravão; e todos se póissdrãQ
ás Indias a buscar outro modo do
vida. . .,
. Não se reparou neste damno,
que pudéra ter facil remedio nQ
principio, e ficou Hespanha sem
Artes, e sem os muitos homens,
que das Fábricas, e uso deI1as se
alimentavâo, O' dando :l$ Naçóes
Estrangeiras pelas roupas, todo o
puro, e f>rata que navegavao das In~
dias. Queqt DaO dirá, que este foi
p castigo das crueldades, que· 0$
Castelhanos executárao nos inno~
centes; moradores daqueUe vastQ
~~~, e qge des,povoando\aquçh
~ . .\
r 90'
las Regiôes de seus, antigos mora....
dores ~ cahio sobre. eIles aquelle.
'castigo
ItIn',. ..... Remanebitis plll/C; nll..
'. i
I .
•• J "
-. .
I ,..~
C A .p' IT U L O VII.
Qtte IlPortuJtJl, 1ntzis que II tJfÍ"
. trll Naf'" ali EuroPIl, he
11111, t lIetUstiri4 II 1,,-
trDlluCfão all.t Arte.t;.
. ! • ( . • -t ...... , • ~: _. 1.... 1
to "'. '. , ..
... ," - .. ~
., J
, "
... ,4,.
( 99.):·
, .
C Ap ·I T U L O VIII•.
I
!2.!e /I Introdtlcfão das Artes fll~.
. ri· tre/cer IIS . Ren411s Rellu.,
París de ,de
\ ,
~
,e '103 )
'.' ,,' \" 4
/ "'{ ..... '~4!", ..... ""'- , . • .,;.. ~ l
• • L ~ L
( toS' )
, Esta proptYtiçâo de Gn.sit'f de..
penou. cm mim o de8!,jo de nbtt' e '
razão, cm que se fundava. 'propo;.
.içáó de F:l~a.ei da GIi-!r",anha t
plíté<let1do-me que ~viio ta!am..
\las o mamo fund.mento, e <Ia
pela mesma radp) que Sua Ma...
gestade, (I) por ser Senhor, do
• BrazU, poderia destruir 01 HpJl~n..
dézes, rm opiniio' deste Príncipe;
p9(ieri.a a' Çompanh,a' Octidcultat
desrruk I da lDi!ia; mas de\lla se~
a c~uja occulta, porque. esta pto.-
cbravd • mina dalJUclla, segundo
àizia GmesN>.
. Foj.me fàtcil ~!umar • MOa...
teigt\ li fladoO., qlle ICID !reparo a},..
guml1le disse omamo cpíe'eu.oai-
lia.. ; ln,":tom Jmm fortíssimo :at'foo
gUrBeMo. '0 fio cravo .(di.e) tem
fórma du c:ta,n" e t)teuo' de.~
[;
-'
(r06 )
la, óque mostr,a que a terra que
o produz., poderá facilmente pro-
duzir a canéla, e cravo; que sen-
do as melhores drogas, de que os
Hollandezes tir.ao riquezas immen-
. sas, se as produzisse o Maranhão,
poderião os Porrugu~escom faci!
custo de Navegação vendellas em
Europa. a ,tal preço, que ·os Hol-
landezes as não pudessem navegar
da lndia, e perderião 'por conse-·
queneia o grande interesse que ti~.
rão dellas.
Não me pareeeo conveniente fa",
zer a Gro.ssio a mesma pergunta,
assim porque sendoelle homem en-
tendido me não havia de dar a ta..
zao., se fosse a mesm3.t que eusus~
peirav,', como porque não entrasse
em ciumes', parecendo~lhe que· eu
penetrava, este' grande, e. importaD"
te segredo, vaU-me com tudo do
meio seguinte. .
. Esta va em ParIs o <;Onde Mar-
lot, ,Cavalheiro Hollandez, casado-•.
( 107 )
t 'naturaJisado de' muitos annos em
França, que depois da gU,erra EI..
~ Rei o, maMOU "prender no CasteJIo
de Amboise, por suspeitas de 9ue ,
"Se communicava com o PrincJpe
d' Orange; e com occas~ão de hum
filho, seu ter servido em Portugal n~
Regtmento do Conde Schomberg; ,
de quem he amigo, .teve couiigo
amizade, e havia este Fidalgo as.
-sistido á convers;lção: feféridâ .com
Grossio, com quem jarit-à-va:'ordi~
.\ nariamente; hum dia, lembrando- ,
lhe o que tinha mos ouvi~ó, lhe pedi'
perguntaSse a Grossioa razao por-
que a Companhia OrientaI pfoéura-
va a'ruina da Occideiltal, -m~stran
do-lhe levemente,· que só me mo-
via a curiosidade de o saber. Fez.
lhe a pergunta, sem fallar-Ihe em
mim, e Grossio lhe disse a razao
se~ fazer algum reparo, ,o qu~ attri"
bUl, ou a ser feita depoIS de Jantar,
·ou a que Grossio ocçupado nosim-
portantes Negocios, que entao tra~
, .
( ~~~ )
aia eott4: mi.,s .. nj(j) fez ~ ~t4
pel'gunt~, Al~l11 o~servO\l nlt~ueli •
.bora i1 .1mportaOCJa ~Ua. A R,es-
posta' f~t ,que os F~t.or~ 4" C~m.. I
panhia Oçcidental haviã.o cuhlvalio
anil, e QÓS moscada .no Bra~il, 1:
.q.ue ik~tal a prpdu.cçáo <lest's iJrq.;.
~.s, . que ;l CõDllpa:nhia Orien~.al e...
j
alra va em r~oeiQ de~t;le,o ~a~l ....
~ie. prodp~r .as JlUJ~,qLJç yit1ií.
d.o;.Odent:e,. ,e. ~r c~c:n~per.
der .a .CQm.pa~hia da Alia ·fOdG fi
~uÇQmAlercio. .
Esta pr0pGSifão -@ El-Rei d.
I
.Gra'7Bret..anha, oe e,ste tf:mor d.
,CQJ~anhia. da ...aia ~m Jiolhtnda"
"'me f~z r.uidar que tliRi1ad~..bcJ:loó
to " .Fédra Pb.ilosofal; fOrn\le .nikJ
ha dúvida." ~U<: ,se () '&aúll'rPdll-
• ~lSe crall~, tPi~nta. 'a8é~ fC ..(0-.
das :aS4n'~eJapclas, qt;~ a Nat","ez/l
pr~ •. e a A... ~e~J,ti\'ianoOnWo
F....;~IU. riquer,a ,mais ,uúl ,- -I! mt>õ
.. _. cu~tQft ·que.a ~s M:ãnas... ·dG Po-
. ...., • &fála,f.rar..,n:-lláo '«IOf
,
( ro, )
"dois mezes de Navegação à Lisboa; ,
colhidas da primeira mão, aonde as
.irão buscar todas laS Naç6es d li.
Európa, convidadá'-s do bom preço,.
e da , bond6d~ dos g~eros j PQt~ue
a f~il NaVe~içlQ ás tt~t~ mais pu..:
t08, bem ·ãc-endicionádos, e mais
, baratos; e será unicarlrente nosso o
ÚlÀmerblo deUe.-f com a 4Hteren;.
Çá de qQe JWs.,Mo ~ éusttretngue
no ' Btl~il, ~ i!ein_'()t naufragió&, qut
tIos ·éUSttt a NàWgáÇdo dél~ da Iii"
dia ~: rftts esfe: ififete'se !tão rtecessi-
: 1á de-'lmwa, e S'Ó 'siiDà St2ppos.içllo
de qüe () Brazil produzirá abundan-
temente ,tôd0s ítq'l'tll1e~ ' ricos rr~
-ct~ , 0 que a ~u fêt ' nâ~ t~mdu. ,
'Vida ,pela scgmote cbndti5â~
"
,
• . , . : ~. ', 1
( rIo)
...
/
( íit )
• , . , to··
, ,
( II;' )
Lorukes, de que se vestio EI-Rei
da Gri-Bretanha, e esperão os In:-
glezes tirar des~a tra.nsplant~â~
mpito grandés intere.sses.' _
O Imperador Carlos V. mandou
le.ar ás Canarias plantas das vinhas
•dol\·him, e MO só produz!raó bem '~
nias melhor, de tal sorte, que ex-
cedem hoje as do Rhim; e -fez esta
trans.P.~antação ricas aquella-s Ilhas ~
vind() a. ser de pobre's, que erao; aa
~ajs opulent~s qo Oc~ago.· '. .-
!F '$1.
(' 116 )
.' $ 5J bi .P
D'. as
'Eixada~a1le]!:perieJlci~s ~ih~i~ ~
cJame~t ic~s f)o~ pod~m ~ni .. '
mar mai~ que todt\s, P Itlf.aat, ~
:Henrique de incHti m~alorj,a, 9~
pois ,do De$c~h,.iJn"nt~ .<}~ Ilha 4il
Mad~ira, e obs~vada ~ boIKiad,
que lhe referÍrão da terra, mandou
vir de Sicilia plantas de açucar, e
Officiaes de EngenhO$, e "foi tal a
I producção, e bondade, com' que se
culrivárao, que he o a~ucar da Ilha
o melhor do Mundo, e sem () Bra-
zil sq esta planta trollxéra á Ilha,
grande riqueza. ' ,
Ha pouco~ annos quç vivia nos
Rios (I) hum Portuguez, naturótl
.t... Cllw;W:lIt, o.
b~r.a r~a,ol ~
tQMe <H\ cfiJit" n~r\V,~, q\K ~
parecem vir de caq~o~~91t~. N~
~ .A,,~~. '.t ~n,l: prW~to ~um,
l-traade. ~ia ~. 'lP'fo,t ~~Jlb~lF q
MtáQc!q. d~ QMb,ci~~f-.. ~" ;th~~~ <Ji\
I Les~4'O Oc~fo, e o"tfQ-," ~ que~
~~er· ,hU,llllS. P.eatlula ÇQ~~oVÍl~en...
• 0 sefuro: "wbre o .~r., '
L~:Q.ttl3 Llvr9 QQJll ." ~uri..o~hiade ,.
.3 que convida,,~ a materi" ,. ~.8çnt,
achar descuberto neHe o segredo
d...tsD~r~,~· ~ ~~,f~i ~ter.s
o qUfQlet q~ pepa J e ,m.e fez ,cui-
dar no p"figQ ~'s .nO$~,lU .Conquis~:
tas. Na ,: Parte, Sess~ 28. tem o.
lCguiBt*, ,As' .a rvqre. ,se' Jl')d~~ 'me-
lpQfill' 'P~l;l .raB&plarH~~ão; .PQr.el
,qui:•. {JjlduC~R fi,l d.eli~eC.apjtlJrf
la~ Jcm1 'lidA ~;q11et~..~~it ~ e~c~
.Qqf~f: Cf PQr: fJe~"rt~.~ ,e'p'-rie9f
,~~ia§·(diz () A.,,~~~4~ tivrQ) S4
, «~Q_~ 'f;perf,iç.~r, ~fOb.fe"~.
t"ç~..., I!l: TJ'an.pl~mA,uIQ c!"hu'!
., mi, !tfÍ'll 1\ :OU'I" __ ·tlUt " . •
(lU)
tlmen.. ..tareza, e tirll.'" tftS-
fi peito do clima. A. cxpcrieaci..
.. do Oriento, as. DOTas Colonia da
•• Amtrica, etc. sio boa prova, •
' .. neahumarazio de difforCll9a ..
"póclc dar, p8!a que eU. proepe.
"rem onde o Sol DalC:e. ~ 010 01\4
"de o SeI se ~, arando debaixo
t, da melma iduencia do Sol, •
"doI outros Corpos Celeste., • Cll~
"ja visinhaop se attribucnt .. ri-
" ai producç6es do Orientcr." Até
agui o Allthór nfe.rido sobre I rta ...
plantaÇ'io ele bum clima a OUtro.
lnesma aaturez3 T no fim date' C••
pinrlo contjJJ'tJa o segui me.
'" Até 2goJ& todas as e'Xptriewt
.. ciu de cruspJaD111Ç8Q ~ fimio
f' em bso, e pP~al, <}llé'wrv mel.
"de ~navo aes Jardins', mait fIM
"lnnna cu.rit>tid'iQe .-devel, quo
"por alg1nat .FI.idade- clfet:riva;
a-r..!'-"
" mas- le C1nEIept'St'l'll
r_e_. pt•
.. interes., • prevcriro n farit ~
'''~ di: ....; . .
~ meMà. as riquezas; e pa,a. DOI
'"' animar a dIas· bastaria v~r entre
&, nós o exemplo' das laranjas da
"China de pouco' tempo trazida.
Cc a Portugal., . onde só de Lisboa
" tir.amos o inlporce de 1Iuma gran-
"de· Renda. ,"-
Este Livro nos· pénuade não
s6 a fazer as experiencias; mas t!o
promptamente, que possamos pre-
yenir.-nos aos Inglezes. ..
Tendo acabado este papel, achei'
. no Jor.nal, ou Diario dos Sábios de
Parls de 3 de Junho de 167;, hum
extract.o. do Jornal' de Inglaterra,
onde se referem t"dos os mezes o
I
/
t h
cu4)"
..
Ao M Soberano ,Denhum no
'. . MW1do que, tenha as.commódi-
ciad. qQe Sua M~esta. tem. para-
r.u... as 6perienclu desta grando
Qbra. Ho. Sua Magestade Seahor-
de todo o· Brazjl, come~~ndo do
RiQ d.as Amazonas, que está a hum
gráo .da Linha, até á CapitanIa de
S. Paulo, que está fóra do Tropi~o
de tipricornio, em que correm
mais de 700 léguas. de Costa; éheias
de pórtos capazes, cortada de infi-
nitas ribeira" terra a mais sadia
que ha em toda a America, diffe"
rente nesta felicidade de Costa que
corre do Norte, que quasi toda he
contraria á saude dos nomens, com
'( U,t)
I \1telos :palll 'td!it .. lmija 'toda. -'-5
p.,lantas, 'e nangaU. íacihliénte ao
Brazil.
" Pt'kitril 'dfte~ 1Jlie EJ--k.i de
.C'asrena mIl,~. -da .IM!SIM sittJ8..
tifo, fJdrqCle ÍIlaCosN ~lo .ar" ,
,Snl tem ~s .~sfbn.,e~Diaóo·~
(Jestla do ':l'Q1'I'eNutte 'tem. ,. .es~
m,rdi.mra!lU:'iQ la'á foTtropico. di: Cahlo
~tt) 'he 'tert()'ptJ~n,. alélada 'ftp
ronll'RglfÍl l :di ti açtar ·Caltedha'-
. 118, 'qw'Gl;me~arirar1Bl'JIi'JáA;
tm :I41cU!Aio lia '(JlCeis :U1S Ca!te--
tbcUlU1!l , ftleQl . , mar ide Std a»
dI iA 'na"t..'~ãt) I.a clregas) q-ut
aq.ut~la IC~Sta,pt611~ lJWOÀ~r~ .
Da 'pa11te • .Norrt todia • eo..
u, "'PIe ~tUioO're Jhé imprde'a pm-
à1cçAo :de ~odas ,.48 ;plamas aimo Ao
.'''-, ! '10
"
(H6 ,
. "e;"", se poJ~in J14.r t1jtprtliÚIi .
estllS experzetlttlls.·
, Para poder pôr em prática esta.
experiencias, Ordenará Sua MageS-
tade ao Viç~Rei da lndia, que
procure tecolher • Goa sementes f
.estacas, 'e pequenas arvotea, e pIan-'
tas, que se trazem por Commercio'
á Eu'ropa. As semenres em vidros'
bem tapados, as eStaCas em sacco.
'com terra, em que venhão mettidas
até aO' meio, e ás arvQres da mei~
ma sorte, que se levao de humal'
Provincias a oütras as laranjeiras,.
e com o mesmo cuidado de serem:
reparltda's das incleni'endas do rem-
po, e ainda que venháo arvores,
estacas, e plantas, que ~gão de'
estaca, de todas venha a maior guao-
tidade que se puMr ajuntar de se-..
mentes, e que observem as que frlJlol
. cti6câo mais em lugar bailO, e hJ;l-
mido, ou secea;' e'Dl monte, ou
em campo J e a que posii~o dG-
.(, í1.7 ),
Sbf', ~ ou viraç~o Sfo mais ltiçosas,'
e'tõdat' ãâ ourr!s particuIltridades J
que 'os' ~atllFânstas observa o ; ,e ,
qUê- se· puder" ser, venblo alguns
lfomens muuraes' das mesmás' ter;';
ras·, e' práticos 'na cultura de todas'
as sóbtedi tás~tas , 'e com eIles
partirá huma Náà., em direitura· á
Bahia, donde o Governador man-
da-ráeom- dil.igeneia o cravo, e ca'::
. neIla ao Maranh'o;' e as mais plan.
tas as repartÍrá pela altura que tem
a- terra- a respeito da Linha,. e do '
, L~gar donde se co~duz, como por
exemplo.' -As' que nos vem a 1 I
gráos da parte do Norte, seplan-
tarao nas que tem a mesma altura '
da' parte do Sul,' guardando as Sa':'
26es da Primavéras, e Outonos; 'e
para segurança dos tempos, se irao
plantando todos 'oS mezes,nas Luas
novas, seguindo o exem pIo, que
fica '. apontado, do trigo seiueado
em Sena.' . . - , . ,
i_ AIt sementes;' estacas, ou arvo-
M
~~~
te~~1ao C;\q~,l, . . . _
n~p" S41'A9i t~~ d~ t~1f. •• ~ b
ffrq.u~Seijáq, dNP~c;~v.e~la ~nçJ,.~
!~ra,~l~I~' ~~~ e1i1lrp'QdeP, ~
'lj.ollap~,e~lJ ~mo~ ~I~rt,
~~~.cjP, d~~;,~.l1.\c,~,; d~ ,q~ ,el,l'§l
upJ~~n~ :sa~ ,seph~~H.~.. On
prélJl~~, _el,O;,l~,[~Qleit. f"Cll~,,~
e~~a:djf.fi~4~~.O (faVO ~ ~.
r41.~aYer\'Pf'J ~c;J(lr dO'tH»~~:1
2~~ qq~ va~ ap ..M~labilrh. qW ~
e~AA mo.r~d,.9f~ ,n~ltl~.:~j~.(t; .e.t.
<]l4~flqo a}hftiqJd "JCj~ 11l~.cllq- i
"el,,. ~e., wPer..ár, t.i'~eI'; a, da.: te.rr. i
vi;sinl~as, dç ~JUPl\, q.ue ,pod~l'á.
11lçJ bprafo, e ser.- tâq ,bO.tlr COJl1p. 4' :
d<,!,Cei~o ~~s: terta.s do. M a.r;tnlW 0:, , ,
c _P",4 ~ COpJO ,mais' v,isinhas .:d~:,.li! '
n4a qt4~.C~~jnl: ..'.
, , P;()d~rá., dlltj~-&~ seo,.cr:'~.(.
p~oçiuz~r~ no ~n~iDeJ1te:doBr~~;j"
. p~d\lz!ndo no,O{ieQte,só nas I1tl~(.
1vf.;lluç<ls, e parrjçuh~rfD.~~1te ,n~,
quellas; que estão debaixo. da.:L~: '
tiILa." . as.:RLJáe~·.
. \
~ã9) árjda~-;;.c
. P4?tl.éO
(t·., )
tapa_ • outru ~; teâdo
tàIo o irazil fcrrril, e abunudte.
IltI;Onde-..c,.qn o ·Maranbâo· _
na.. • lIlt!nos .dI· dois gráas da Lia
... " e1lellll~ fado ha .fJ8t'Ique
... deixe da fBtr huma apetiencia ,
Cf.ue tanro promeue, ll1ai .para BI~
tlIÂlaer a todó O' CC)mpufo.· SUá
Magestade heo unico SOMNno ~
e senhor de bunta Ilha ~ .cottadà da
Liltha, e de duas mais vi,ilihas a,
. tUa, ·que se dedomi~o s.. Thomé •.
e a' de Princ:ipe f queélt~iname...
taa .Itura r' 'e com IS mesmas :cir-
enrtlstancias, C· qUdlidâd6 que •
tORlidetâooaqueHa Ilha, onde ..
-pdde plantar o oravo, que ·terá sem
dúvida,' abundanre produc~~9io •
DCfe fncommendar ao V1C:e-Ret
faça fSt'é negocio c(jm roda. cau-
fé I. f e segurã~; .porque se 01
.H"l1and~ea o penetrarem, se hio
dê·opPÓt a elle, e o hão de impu ..
~n"f tómo ma1eria de ultitna too-
scquénda patá fUn CQ"~s, âJAl
Mo a
( 13°)
ddel Pilquc' pudér a· fórça;- 'e' ~
iôdúStrja; porque se ai plant811 não
produúrem o primciroanno (~que
não d~ve desanimaI:) .nos seja fiei!
na vegallo; s~gunda , ·e terceira vn.
..~stando escrevendo este papeL,
e.ou\.muniquei a matéria delle· aS)
Reverendo Padre Antonio Vieira.
ijue,me: respondeo em Carta qe 2.8
de Janeiro ~este anno.; o seguint~
" .u Ha .muitos aon05; qu~ sei st
f' dá no Brazil pimenta; e todas as,
~~·mai8 ..drogas da lndia; como "
"experinlellr6U nos príncipio,sdo
.u Descobrimento; cEI-Rei D. ~
.'~ noeI.. por ,onservar à Conquista
f' do Orit>nte, mandou arrancar tQoo
"das as plantas Indicas com ki
~, Capital, que nioguem as culti-
,~ \:'aS$~; e assim se executou; fi..
~,cando sómente ° .gingibre ,~ue
u.t:(l010 h~ raiz, dizem no Bra~il.
" se mc:ttco pela terrad,ntro. ~i.q1'
"da se. co.nserya 11 .prol1ibi~ão. e
b 'Qmtl·s~~poJ .perdida. ' " .• '.
i..~
<13' )
i)!': p •• Com ~ esta 'not>icfa aeonse-rhri
ua,EI.. Rei, que'está noCeo,man•
... daase do·-BraziI á India, ou que
ada Incliafosse .oanzil hum Na•
• (vio càrregado' das dita.s pIamas,
.'jánascKlas, e acom.panhadas 'de
'cf"pessoas prátr.rslla sua ctt,lr~ra.',
U.e que em diversos Jugares.~, ~ tem . .
•" pos do "anno, as fossem trans...
~pla.ntando" ou, lemeando'; 'para
*
4.« que cxpedenda ~ mostrasse em
-',' qual cHmadaqueJle vasto .Jmpé-,
.~ rio se· dav§o melhor,' de que 'se
•.seguiria,. que 'huma vez que- ril-
,'~ vessem abuooancia das ditasdr~
,.,.gas,' ,e, conduzidas a' pC)ftugah,
"com a viagem ,e dispendio: de
~tanto menor, que as que nave-
"gaoos Ho11andezes, 'vendendo-as
.e a muito menos preço, fica vão el-
"les perdidos, e a lndia, restaura ..
'C da, s~m gUt'rra; e o,mesmo aooft-,
.4' selhel aSua Magcsrade que DEOS
,4' guarde. Esra, he, Senhor Meu,
.~~ ~ 'Péd[aPhHO!oph~l, em que, cuir,
( 131 )
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~ ,' .. ; . ' -.,,):, f';-
<.; • ."
SONHO POLITICO.
breve D;rttlr~o dar p4rt~.t di
' '1111 perfeito Juiz, que Dffert- .
ce a. Senhor D. Rodrigo di' Me-
nezer, DUllrte Ribeiro de MiI-
cedo, etc.
SENHOR:
,'
,
T-Em tao
. . ' da ·humana
fa~i1 entràdanamaU...
as 'qQ~tÓes errlPr
.du, qué de oreioatio asveRl~ijp.
trodU2idas ,&'em' 'dilige.ncia , ,etegui~
das sem p ..etUm~Ç'âo.",Trábath"rio
os Legisladores em buscar fórmas
para a observancia da Justiça, 01,
PhiJo..sofos em descobrir meios para'
en~inar as Virtudes Moraes; s6 8()J
vicios, e erros não fôrao necessa-
rios A ut horei, e Mestres. .
He o erro achaque do enteftdi-
mento, entra sem que se sinta, e
vagarosamente larga; assim como.
por natureza da --enfermidade huma-
na no composto physico do homem,
.âomais vllg~rosos os remedi os ~
que os maJel~
(~;'f6S'~
~OfttÍi '\ ''-\FéTdá~e \1h 'R ~i ~ &
Christa se mô"!fãó las' ignbt:;ú[,il
\!é Atrió-;'ehâBàlharâb 'aS dHigen..
-elis; (Já Igré.f.i' ooveceatOs 'afinos.
" Nà§cêi"fÍo icdni iicios !iis heresiát
, ~db 'Nbi'te-, ,~ senrl6 o que tO~tr.rdi
·zem ã méSR.t.i 'vH8ade, dtl.râbem.
·éoHHh\(o 'êsi:3h6à1() 'da. piedade' Ca:..,
,tholiéa.
. '()ti~r, Seribôr, que se .repedll,.
·'érifre' nBs :huni mál êntendido Afrl-
listno' nestas qua,tto paJ'à\'rái, Glo ..
ritiitt ",tlim lilúri nó"dil'ho. Fot~o.
"pt~úiidas pem bbca, da vérdade:t,
'e 'lcddvorteo-.as&ínalicia 'humana.
'erit éredito 'da mentira.
, He muito q~é, tetner se prati-
que, porcfuehê e'rro, .e qu~' possa
~éontiriuár cdmÓ' érifermida'de; são-
tão p«!rÍgasas as consc!queAtias des-
'ta ~oe~ià.; que: d.evemo~ fugir-lhe
como VICIO, é pteseverar-nos- deffa
como contágio-. ' .
Aclrá, dii Tàciro, a m~ldad~·
'infdizi1l~,Jit~ ~~tada ÇompétÍ~,
.,esna,imitaçáo·, -que ~rá ,se. se YÍt
recebida, e poderosa.? . ' . .
, . Dizem que nasceo elD,AJ~m~
nha a 'vencl.lOsa doctrina. d~tas ~ rn~-
.
t:l:Jmas,:e .. h . I
n~; ~jm}l~~o; atera-se
, ,éf>l.nprqposiçóes ~ ver9a,deira Poli:-
,t.J.Cade,huina,P.rO,vi~cia, que pertur-
bou com erros a verdadei~a ~eligiâq.
: São as -iIlaçóes 'deste A(orisma:,
,que aquelJes: que,.uR~~elU.slflll es-
peranças ,de ,'m ...~r" ~ 'não de,v.eQl
a_lcan)~r às, victpriàs, para ,0$ que
governâo; e ,sahe,rido o inferior al-
gum 'p]eio ,4e render, Praças" ,ou
lQgraf suçcessos gI o~iOs~;,9s:,nâo
devedescohrir, s~m que<.ofa~â9
,Senhor da~cçâo;. . , '".: ~,'; .
Sqa v ~ião' e,llte ,axioma, dizendo..,
que não'devénlO'~ :J .outre~ as',glo.-
:rias ~ ", qu~ 'P9d~.os, guardar: par~
nó~; ":c!U he justp ':pÔ~ o nosso tSa.-
balho, sendo, só di>s,'gqe governao
as útilidãMs dó triunfo." '
.' !Par~ r~.rutaras· her~sias, diz S.
:ai~roni~o}~"a~~~~.~ advertir:J q~e
,
té'(J..,pdelnà9 fim· di, Re-H~;:'Ht'
~tas: :hluna'fJas~ tão :a8; ~mençat
destê- :prolóquio .,'e- ·SÓI •aêiTqtindo ~
CJ~e en~d~trâ? .os int~nt~~ . ~~ ~UtDl
. serve ~ as· refutamos.· ) .... >. ~
:; ,Sio fn! guerta;diyeFs~ ~S?fiM
dos soldados·de.Róll1e;!~,~;OO
o servi~o. a~tende s,ó á gl~r'ia. ;,.do
Monarcha, e defen~1Í() I da Patrur,
. ou displSe. '0· mereCimento 'Pflra
conseg uir os PÓStos :malotes;· A hum
e .ourro.'finr: se opp6tm ':.,.o.~ errOl
desta opinilo. ' I- \ .
.
~mF~?, ,qnn~~'~~~e a g~Vé'r-
tialdatt... '-", . ", '..., ",'
._..r..-.. . .
. ;,:: OltOfficiaelquebbe4eCftM, ajiP-: '
" ~~",....
~ 'l:'J<ti ... ,;,,: -..K6I&. '
...,..~.~~~-
( 169 )
.-; ,'" .. ' fàr;approvada ."mi.t_
de desenc.minhar as vicforill, .potIor
~ rtãcJ seja'8lofia all1eil;.t.uan-
-do c:ht~o a 'mandar ~b
t'Ontegtur .UC11et1ot ,Io~
<Eaém' K'Vé! fundado ~esra
"opfl.."\
" ~
.fti~o t
ha de «Offrer 'mal, qae ~'ftim.
-Iheobedeçlo, quando go,etne',
e he ignorancia ..lio sabe, ser,ir 101
Generatts, comole q1.dzera· ~,vido .
nndo General. . ' " , , ; , ;',i
" , , São os E~eR!irol huma Ré""" '
llli~a porta til , I que '~raz tontfn~
-da a dJedlencia; e thegandG& ift'!
, ttoduzir..seest~ :.opihilo: f -(abati
:jnf~lIivehl1e.nte '. ordem;, com.-e
"e 'sustentio ,:porque n~opode.
ldeixat· de queret os,lnferiontà' I g~
-ria do Su~f, llledl,' que f~lte.
na ohediencia. ' . ; .:
, S«!Il1PÓ~~ Ot Exet'C~ de-
-úpn9ft .e'manda. -é<.,Jia<MI~\fc
ébedecém. TâO"llttemdoil sãfi '(jIf
..certos ' . go.wno·, tomo J\â 'obe-
.,ti*.u.j '... '-4f"I-'SOUa,e -obfdfttr
if~r'lO)
. .e,i.r~ j qQe, i~faU:ivelmen.te, sabRi
J'tL;~IU.; itll~nd~l'•. ~ ..'. .... , J
. ,
F IM~ ;'
.' ,l
; E
.~. 8 L. , so-
nhar, kilJ-u, son··
dar.
li 17 !!I~ria, /eilJ-st, veria.
13 17 recridao, leia-se, vas-
tidão.
t) '4 Chimica , leia-u,
Physica.,
2t :2.3 faces ,Iei!,z-.u, fazes.
3" leia-se " vale.,
301- , lle-
71
IOl
u6