Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Tod<>', n<di,cm:w. ,,.i:rv»<k,oc pn>!<g,d"' p<b Lei 11.610 de l ~.0l.J'19ll. f. pruiboda • ropmdu.;,,lo
«~alou r•n:,..I. porqu.a<>q""1' - = • expre,n ..,um<,., da editor,,
Pre/}llraçiíod,.ori1,,-im/Js
Vcr.1F..-im§a
R.i:visâr,
MairadcOlive,r.iAlves
Proietogr.-íficocdi;1gra1m1çiío
TiagoRodr1gul·sdcCasiro
Cap,,
Paola l\crcnstein Jacques, Nioa Schippcr e Tiago Rodni;ucs dt Castro
r,nd"ç,ioediwrwl
J,,qu<>,P•olallcrro,tem.
&1et,codagu,g,,aarqu""""',:!aof••·•l~•••"'"'.:L&ohf-oJ.Hél,<:>
Ot1i<ka/J>..,l;lk,.,,,..,.mJ,..;q"'.,.·-lt.><•dcJ,nmu:C3>ndaPAl.,eo,
2001.
t"Jp.:d., 16~.?Jm,
!S8NU87ll0-O:g
I.Arqmtrn.or..1.Hóh<J0111i:ica
Não q1,ero mais sepur,1r mmha u:per,iJ,rtm du ~·,dn red l. Todn u mjnba
txperi&nci/J na Af1111g11em1, cqm prssoas de todos os 1,pos, ~,smoJ<-me
qut d1f1•ri,,rç;1s s(.1(11.us e i1tldec/1<Jis SJo IJ c.mSIJ d.i mfe//c,dade ... Cn.iti-
l'Hiad, i inereme a qual,1uer um, o .1rt,sta af1tn11s toca f1Jgo r libera as
pess011sdestusc0t1d1(1ó,rJ,,11mtos .••
l:m cana ao nitico londrino Guy Brm, datada de 1968, l!Clio Oitici,a rcnra,·a
ill'finit o s,,ntido de Sr,pr<1-se11soriul. ou o .. gmfíndo de mrnsformar os processos dr
arte cm S("nSaÇÕ('5 de vida. Prts<·mc cm roda a uhm de Hélio, desde' os Nú,;/eo,.
Penerr,ll!e,s e Bólides, a ilh<,a de uma ute 11mb1cntal onde l cstruium da obras,,
d~cnvuh·a e trçl sua rrama <mginul cstâ mumamenre li!(ada à v,vCncia do 11rt1sta.
A prorura de 1m:rlidndcs amb,cnrais, criadas~ cxploudas cm todas as suas ordens,
dewc o mfin1tamcntc pequeno au.' o espaço arquit~fmirn ê erigida tendo cm coma o
~~pccf:tdor~; não um mero asrn;cenr~. mas o ac1on;1dor da vivência. Nos /'enetrJ,,,.,s
P1mmgolis, a "tenda" f o abr,go do participador. o espaço-tempo ambienrnl trans•
furm,~du numa c>: perifnci.i cólt'111.1, rn1widando-u a roma~ o "e!ipectador-obra".
ou"participadur-obrn".
Paola &,...,fl$fdn Jacque! re,·c!a-nos, ne5tc livro. ter dcs.:obcno na obr::i de Hélio
Omoca - que, aliã,, 1·e,o a conh,:cer cm l'ar1s. no Jeu d~ Paume - a rr-aduçiio da
fa,·dacano.a,que por sua veisó hav,a conh~-c,do "dolado dcl,i",posto qucern
cs tudantcdcarqum·turadcunivenidad~v,zinhaiifavel:tdaMaré.
l lâ qua:1<, ni,,; d<!'Cldas Hélio j;i ap(lnf:tn para a complexidade du ambiente da
favela. Os lah1r1ntos propostos em t:tntas obras, as propm.içõ,:s ~ur-e$paço idcnrifü.,.,_
vam a culmrn singular qu" faocma o t,SfTJ.oi;e1m e, pasme. smda assusrn parte dos
cano-:.is que vivrm forn dos morros que cm.:undam a cidade partid~
A pu,ição qul!if' foldórÍMnte, a;11d~ que inrnlumária, (JUC a fol'ela ocupa nu
imagrnirio eario..":I começa a ,ser desumiJa por uma ourra, gnu;a; a tsrudm CQmo o
de Pooln, A arqw1e1ura da faotla é uma no,-a c.itegona ou uma nova m~ne1r.t de 5U
da p(oposição es1f1i,a?
Ahrir-SI' raro o no•o ê compr~ndtr a cidade do Riu 110 St>n11do m3iS amplo.
rarodiando. com a dc~ida l,crnça. HO. nãlJ ~ a aparência que dá a caracteris1ica da
obni. ma~-St'tl s1gnifitado. A ne<:e.ssid.ulc de 1mcgrar a idéia e a obra dt ane deprndc
dcMa poss1b1hd~dc plena de v,v~nc,a, e .1 Estit,cd da gmg;1 vem 110s a1udar a com-
precnder. aprender c apreender o R10 dr 1a111as ~1<"ricas.
Ric1Jrdo A!lldeir11
Sterc1.irio llfomdpal dH Culturas
SUMARIO
Apresentação: O percurso 9
Introdução 11
Arqu11c1ura vcrn:kula
b1~11cadashnda5
F1gur,1sc~ruai,
N~,
Fragmento 21
O, ahn~os tl3ll fa,"la~
A m:Çio de Ff:lgmcmo
Labiri nto 63
Os pc"r(UN>S dai bvda~
Os bb,nnlO!. de Hclio Oir11:icJ
A 1dc1a J.. l.abmruo
,_
Rizoma 103
O crncuncom das íavtbs
O ik,;,,nvulVID>t,mo do pc~mcmo J.. Hélio Omcica
Noms
PaofaBtrr.mtcmj,1,quc.J
INTRODUÇÃO
Arquitetu ra vernácula
1
Estt' lwm 1.:,m como ob,rm a arqw1C1ura. Por ntgaçào. F~1udarcmos as
fu,·d;os. que. consrruida.s por não-arqwtl.'tOS. 5'io uma nãu..irqu11t1ura. Estio
J m~rgem dJ .trquuctura. Pnr 1s~ a i:Kolha dr uma abordagem também margi -
na!: de- tmm:., d::ir ,·ohns pela m.111;1.:m. acaha•K m1çam.lu u c.:m1omo d,1 norma,
que. no nosso c:uo, ta própria arqui1rtura.
Trahalhan:mos com dQIS m•r1s de cnmpm:ru;.lo: de um lado, a qUC'Stfo de
fundo, qLMC g,ra rm tomo dos pnnc,p,O!i da arqu,trrur.i r kv.t a um q11tSnona-
menrn dos fundJmcntm d;i arqu,mur,1 e do urbanismo r;ic1onahsrns 1radi-
cion,11s, que~nonamt:IIUJ nte qur sub1ai I iodo v 1tx10; dt' (IU!ro, a noss.i
pmb!cmatiCJ de bas.,, que pode scr e.xplic11ada como tcm:am..,_ de decifra r u
disp(NUHJ arqmmõni.:o e urb;iuo das r:i~d.as. npaço de,;conhi,,;,du da ma10--
na dos .1rqunnos c urb.:in1s1as.
O f,o coodutor do tC"<IO r a abordagem ntét"3. a <'$trumra q11c 1,g.a as
'3,·rla.'l ;1 ul>ra do amsu 1-id,o Omcica: N1>S.1,;1 h1pó1C'SC principal é a ck que
as favd:u 1fm uma e~1i:t1c11 propna. l'ara dcmommi-la, ui.aremos flgurns con•
ccnuai,-u l r;1gmcm.o,fl Lal•mmoco Ru;om;, - e no,; b~~arcmos oa obra de
l lelio 0111c1n e nos rda1osc ncmos sobre ~U.l§ •·1,1:nc,as no morruda ~lan"
glll'1ra. F: css:.i e51mca das fa,e'3s - ~ n1ét,ca uravés ck Ou,cica - que,
denominamos e~tê1icõl da gmr,;a.
,\ dcc,~ão pda abordagem ~tot,ca pode ser 1m;11fü:ada p(lr uma co1mata
çâu baMJntc-s,mpl~: a C$lt·11ca sempre foi, desde seu ~urg,mtmo como di$<'.1·
plma. um c;ammho p,m:ildo, uma. ahcmama ao racionalismo. Nilo unporta
que 1enha s,do rons1dl'rada - e aind:i. ho!(' o ê - como fun,ldadc log,ca de
conh«1m("nl0 mkrmr; 11quc valt fo5abcr qur da nos pode O';Ut'f. l.oquc nos
emmaMarcJ,mcll('2.:
Figuras conceituais
Alfiguu\coocc11ua1sd.:scnvoln<fasnusc-.ip11uloi;a.q;u1rs.íoumaten1a-
ti.-J dc1.hi,.;,c,.aroqucchamodccs1bl<.'a dasfa,cbs.ou ""Iª•ª esti:aca<ksscs
11
c«raço,0111rosou"t11urosnpaços",hctcrowp1a,r,cg11ndo l·oucaul1, con.nru•
ido. e bbu;i.UO§ pdo ·outro" lnâo-arqu11cu1). A1é pow.:o mnpo, a sing11lamb-
dt, ou melhor, a ~l,nllladc, desSõ c,,p;i.ços d11ui. "1nfonna~· OtJ "SC"l>-;,gcn>"
alo crJ coos,Jcrida pela rnaiona de arqmt<'tOS e utballll,ras, nem mesmo fll'las
f~uld.tdc, de .\rqu111.·turi e Urbarusmo. Ora, ~1 favelas. mcsmu ""n<lo muno
dún'C'ntt·s c1mt ~1, 1~m um~ idenr,dadc CSp3uJI própria e, ao m~mo tempo,
uzcm p.:lf'1C da ci<Ldc, da p;1tsJi,:em urb,111:1. Pan 1merHT Il<'MC um,asocsrJço-
tm1poral, l<K11pl<'t~n1Cntcd1fercmt da ~•<ladr d11a formal, é imr~mdivcl com-
p,ttndcr um pvm.· u mel hor rs,.a, d,forenç::i,.
"""""""is
Propom"" trk fii;:ur.1s cona.1rn.1,s - Fra11mento. Ubmmo e Ruom.- -
p~ra rxphc:,r algumas camc1cr1sn~-as ba:>ic;u do di!ipm1tiYo c1paçn•1cmpor.1l
da!i f:ivrl~ç- Ma i, que o prtlpno cs~çn, E a rcmporulidadc que mJrta a difr-
""S>,
F.11-'t<' n«c:ss.ina, no cnt;mto, uma .1dn·nênc1a. A -aplio.~ão~ de lllll;tirs
t<'On.:aii\art.JUllrmrnéqua'ie~prcproblcmfoca,po1soscont'l:UOS.cmgr-
rnl, "' f:aum opcmtórm~ por analog1J.5 esmtJmcntc form:us - cnmo no caso
da n~on~truçiío Jc Ocrrida" ou ainda d~ DobrA de Delcun-" ,1phrnd.1~ à
ar<1uirc1ura -, t I!. prl'CiSO r1·uu n..i armadilha furnuhsu. Por c!iSC motm:,,
não pnxur.1mos criar nc:m con«uosnp,,nuon05 porg,,lll'rah1..1çlo. nem mode-
los Jormall'illl,i.; roque chamamos de Íigurascuoccm1ais 1amlion n.iio slo nt"Til
ml'tafor.1s arqmrrtúmC;lJ;. nem srmpl~ figur.is formai~. r,,;Jo procuramoi, csrn-
dar n, forma,, mJs ,1m u\ proccw» que J> ltmll\)ÍOrmam. As 1ris hgur.is
d~srm ddini11,:1mcntc uhr·.1p.1s,Jr a csfcn du form,11 rara ·ak.an,;.ir o concc,-
ru.il. !IOqu;111do ~chc,:a :i.o pur:i.mtmccomcuu:1.1.ll ab,,1raçàod, uma teori:a,
équc~ podcfaurum rnomoaorc.11,Sl!a pamrdtsStmommtOJCt.i pcKiaivd
nan.;.,r .i.lgumas idéias hg.-idas :a punc,i d.1 .1rgu11nur.1 e d,:, urb.lm>nlO.
Por U,1,Qc.1mmham0> nosenndoo:Hnr.ino ~o dos form;alisias C' füdC' .arqui-
1c1os que '>C apwrnam de ~11n,ciro-,, Jkm11u, para ;1plil'J•los form.1lmenre à
realida,,k con~rcu 011 a pro1e1o<. l'rcfcmru,>S ir do ~ai ao absfr.lfo, do formal
a,:, ~-onccuua!. f.n1 cada fi~ura, cm oda caritulo. re~'"'°" um rm.::W,mn110
Nstame s1mpln: o ponro de partida siio S<"mprc pcrrtpçõc,s d;, n.'.lhJ;idc .1 qu-c
½~airavisdccnttt,iSfas, fmngr.ifiasc.<;Ohrctud-0,dcnos'I.I rrópna c'l:pc,-
ri(n.:,.1 da, fa,das. F.m scgu,Ja, p:ass.unos 3 micrpmaç.io art1S1"a da up,:,n(n-
~i.1 d~ l l~l,o Omuca n~ ~l.mgue,ra. 3ua,·ê-s de ~uas obr~s e cscntO!o, Em ou iras
p.alJ1;r,u, uti!iumos Q trabalho de Omc,ca como ftrramem.11róric;a. como um
meio parJ ,·,slumbrar um.-, e-.1t110 prórr1;a "~ fa,tla. pr1m,1palmcnu: as dc
morro. A p.1rtir d,;,i, bus.amos unu ~omprttns.io ~1~1cr11arica, ("lUtada cm no-
~'Õl<s u,on,.i. ;1bs1r.tra", do pro.:es.so singular do 1rnan1r1110 do '5"raçu-tcmpo
por parre dos fa,·dados. d~ outrn 111.1nc1ra de consrru1r o L"Spaço que Jifett'
complctamcme da lóg,c~ raéional e bin:ina dt cspaiJ!IStJ5 da arquilc1ora, do
urban,smo" do planeiamcnm urbano-urrnorria l.
Pammos. no pnmeuo t"i!;1g..., dc an.ih,..., de consraraçi,cs fornuts sim-
ples: O!i barracos das fa,·cla) .ão ,-omJ'l-'$!0) de fr;agmmu):s; a aglQmeraç:io de
h;uraco5 forma Libmmos; eJrts. por suJ vu, >C' dc~rwoh·ern pda ,:,dadecomo
ntoma •• tm regm1.b, bu>(:ando ,r alem da s1mplc,, analogia funnal, fomos
procurar no iraballl<:l arti~11~0 de Omcica no,·os :,porte~ qur no-; pc,rmni~scm
,·er além dess.is coru.1a1ai;OO. Na ,·erdade," nnponiin,:ia da m1crm~1açfo Jo
amsta não õt.i na kgu,m;1çio esrcnca, pm> 011,c1~a !tio reprtsCm.n~ formal-
fSTtJICl,DAGINGA,
iii
mc nrc o que vi,·e11Ciou - sua c~p,m1'ru;m n~ Mangue,m -, mas su;i 1mponãnc1a
c.'!:i no fa 10 de que de rnmbém K 1mcrcssav.1 ma,s pelos pruc<"!sos do que f'(la
forma. 1:. t 1u=mc:mc o rr~õp;i~o-remporal - fngmcm,ino. bbirímico c
n wmat1Co - d.is favelas que qurn:mos con«n1.1.1r no u!nmo csc,gio de análise,
pur,lfl1(Cn!C!c"tlflCO,
Avanç.irelllO!i airal'b de mudanças dccsola;;, ~sS<l mOS do corpo (fis,col
~ arquircnir•. r>t> l'l'llgmenco: da arqu11ct ur.1 ao urbano. no l...i.b1m110, e do
ur00110 ao ltmtono. no llu.orru1. F.5§n irõ npi1ul0§.. 1mkpc"odrn1ei: e complt•
nlC'marn. podem M:r lidos Kp;iraJamc,nre, Tambiim podem so:r lidos trlnS\cr-
s.,lmcmc, nos 1ré~ ~uhcapi1ulos , ,orrcsponJemci; 3M 1rCS ôtágms da anáh~e.
o qoe pcmmc mais Ir~ nons !euut3s dittrcmcs: a rd.mn ia favel;;i re;1L a eon-
ctmt'otc il ohra de Oiucic.1, e a pur.imcnte ~=cno3I. Mas, cc,namc:nte. C a
lt11ura completa, scqucn,;1.iL 'lllt poik b ·ar à romrrttnsão <lc toda a rnmpk•
x1dJdedoob~1n~1uJ~do.
.,,.,.,.,..,,
i,
Notas
1
Rdimmu•no, ,i :arqu,rcrnr:a crudu:a e r:,clonal, fc,1~ pelo• :arqwtdO!-."" SC'U• d nos
nfrcis e osc:ala,, <jU~ ~ni;k,bam 1,unl,,;m o urlr.in,smo • :au! mesmo u pbnc1amcn10 urbano
"mn10n:al ,..,J,ciona1S. Afiln di,-o. 1ntt,numo-no,, ""'" pelos fund.imc11101< d:a
uqu111:tur4. pc,la ,d(U dl:: ,orqurrc,rnra, qu<c ptlJ, ul>r•~ c,.,n11ruidli e prOjcH>,,
:arquunón..:as.
' ! lélio Om.:,u fc, parte ,lo qut f,cou ronlH:~1du nu 8ns,1, 11115 nno,i 1960, como
Trop1.:aJo<mo, dcn1Jmmaç30 q11c se p<)pu\~nzou em l!M8, com a c.,n,.ío ,m,wbda
Trop,cJJ,., ik C.euno Vd0><,. N;i vcrd:ade, o no,~ vem WI mst:alaçlo hnmón,ma q""
lh'l,n (l,n(lc:., rulimu nu MA~l do Riodi:- J:anc,rurm 1%7. OTMfl""h>mo n.1o
prc1n1d1:a ,w:r um mnvin1<'nto amsnco; pck> nmtrimo. os ams,as q11e o micunm cr.am
tonlr:a o, •,_,T>ll!,• rm gcr:al. h,ou ª'""' conh«,âo a poslnmn. qu:rndo se- 1orn.u:a
·moda". O faro i qu" 1.i ~ J"'d14 wnsr:atar efrrvN«:mc :asiraç.io cuhur:al ~lllo,nv:a nllrc
19(,~ r 1966, com os c,;pc1.u.ul05, u ,erpoi;,i;;ôe\cos deba,n -op,n,.in" (i.irnholnd.1
rc11-11~n<t"- ~ C<'""'"' e;, dl!ildura). Cons«ler~-w o '1nndc (j67, com a fXJ'IX'~" Nul'il
u&,..1,..,J.,Jr br.1i,l~iril nu MAM <lo R,u, o ,nkio do Tmpi,,.l,.mu. 1-oi n,.._.._. npo-;iç-:io
qut º"'--'"-" opôs fropicJ/w p<l"- primr,ir;a ,u. r no,c: m,,smo "-11<>. \.Kr.1110 Vtl~ !IC
apr"""1t0U no fnt1,·;al de mu,oa d-" R..,;ord ,om a c;a1~io .41<'"'1", ~lcgrw,, 511"- p,1mc.,r;a
mii>ta 1rop..:alwa. C.oncom11;amcnl(Cntç, nos cll>eflUS. cr:t b,içado o Filnl<' r,.,.,., rm
tloul,c,r Rocb.t. uma obr;a pnma doCm,em-" N<.Wo. foi .li.Inda 196"'oanod;,.
f'r'.ltfYde
"'""'ª• no ,urro oric:,na, de O Rtr J., Vcl,. tc"O do guru mo,krn,.1.a OswalJ de
·\nJrodc, etKen,J,., p<lo polinuro Jn,,t Ccl,;,,, ~famne-, Cortii;,, v,., l'iofa Bcrcn,mn
Juques. "A> fa,·dJ), os 1ropicJh1r~i e a, ,1,·im:,,,_, de l l(·hv Omà:a "" ll!oni;ueira", "'
/,r1nf.1~h n· ~- R,odc Janwu, CI A/I.J~RJ. 2001 {no prc,lo).
'.\br. Jnnc.....-,. Q"'rst-,-,. <1""
l'u1hh1qud, P;arL,, G~lhmard. l'illr, p. 20. n·r~duç.fo da
.amor.a.) Ver ramb,ím A. C,. R.iumg..,.n~n. E.,,1htu-1uf, Pares, td . .k l'lkrnc,, l9illl
(pubh,:ado pc-la rnmcu,1 ,n ~m 1-m).
'Dcms Holl..,,., UI p,,s,o dr I.J cM~Jt, Pan,. G.,ll,marJ. 199'3. r- 66. rr.d.~.t
Nnse mnmo ,uw, a c-ump.a.nhnn de, Oswald de, Andn<k. TamL:i do Amu~l. p1111a a
fomm.1 ,rl:i Aforro d,, ,-.,,..,L,,
qut cb QÍC,ec,ea llb,oc C'.c,ndnn. o poda fr:on~<'fq...- f..i
i"i
o. mockrnl'ta> dc>.:ubrucm u morro da favdl1n,-... ;inm l!t20, ho.,. morro d.,
Pm.,Jrocu. 1 ~ fa,cb to, d,rundido o nome.- fa•·db p.or:i. o ~on111nto de- ai;lrnncrJ.,-iit!.
semdhan,~, d.,. çidadt Jc cm ,q;u,do d,· mdo o p,>if), A palavra f.11·c,b só ~n• <k nom~
r,rópr10 J suhs1nnmo 1co,n f mmuKu.lo e ><'m um li no,, torna,s. 3 pam, J,: 1920. :-.:a 10~
u,cl'l,30 ongma1, /J1•~/., dcnon1m~ um• pl:,nrn e~Mc!\to no ~mio. que deu i<:u nome•
um mnrm - da l'J,•olla -, pomo ostrJttgko dos ~<1ld.od, ... 11ue lutuam em C.nuJ111- (,·~•
O, "cmiade Euclidõ da Cunha!. f..,..,s...:,!Jad.»,au ,ulun-m p:,.ra:i.c:ipn.il (H.,o d,,
J•Mm.1f, ,,iooo,p:u o morrod:a l'm,·,dé:nu.1 (cm 189"') e pauam a (h;ururf'S1e lllOfro
de morro da Fa,·dla .,.,, .luúu .lquckd. C.nudn,. \'e, PJolJ l\r11,nsce,nja,<1ucs. ~Ai
fndóUdo kio. os mod,:m,s1,1~t • mílllrn<ta d, Ili•""'
Í.c'ndron~, III lmN{,x,es n· '.', Rio
,kjaMn1>.t.l.AllltRJ.lOOO.p. l8Ç-!.OO.sobttomonodafa,elb,uo,:ano,l9l0,e-u
nsrra\ dc, JrflSl.ll mo,;kml'iU, 1lu~1= .11, l-,,3Jo. por (.~Jr,>r~. como n rróprm L"
(.;orl>l,s..:r,,.,.,, 1929, que d!<f.Ou ,li<" ,1 ,le1,CTih.ar • r.,dl.1 cmxu,,:.1/,,cn
' 1\p,e!.!r Jr A,r,d., h~vtt ~l11umu vuzn d,~namc,; comr.1 J urban,n<;30 ,. a fa,nr ,l:l
n,mn,;io da, fa,·d;,, "'"'" ><' f!Õd• 1·cr r.-crmrn,cn,c 110 ,..iuon~1 "Favela, oc,mrrc" do
j,.,,..,/ ,/,1 llr.1,il d,, lb/1112000 (d. umb6n 11<1'1"1 urhn ruhh,ada no - • o 1umal rm
!5111/2000. F.11,d.ui, U prui:ram.1 Fa,cl..-B.,u-rod.1 S«m,1ria ~h,11ic,ip;,.I d., Hahu,içlo
,b [1n,lcuum da cidaik Jo lho de, Jam1ro, mic,adn c111 l tt4. dmg,Jo por .\bna L1KIJ
Pctcr5nlla1c.?OOO).<i,:,pnmriroJt1KNnalu,>ril,fan,aurb.101z.a,;.iQ.b,f.,.-.:Ja,
u,11 ..1t l«><n •111J.. liru""'""' U<) BID). Ao,rrtomlC1ur ,ó nm,ram ocproin<;U•
,solada,, eomu a pri=,n, mais cu••I'"" r l,,:,m-,,u<cd,J.\ lralvr7. mo.mo atr ho~!. qtlt" t<,,
~ urhan,u,;~o J,, B.-.i, dr Pm• rm 1'168 1cm plcnA d,1,,d11r• 11ul11arl p<I., C.OD[.\C:O.
,,un•ndJda por C~rlu, ,,;,i.un l"rru,n dós Samfil.
" CI. IJn rsp.lul .,.,,,,., conÍ<:rénda de Michd l uu,:-tuh cm P.u-1-. "'" d,a 1• dr març,>
dr 196'.", puhhad:a n:i n.''"'",IMC.ournbmdc, 198 ◄.
"Quanto ao <:aMI do l)ccQn>ttuuv.smo c,m ,uqu,ir1ura cornpar",k, i> i.l,·cl.l~ ,.,, Paola
&rms,c1n J~cquc•, ·F~,d.,/l>k<tnSl'ruai•iWIC', Con1,1~1 c,r q~nonncmen,w,"' 'r=s
Je1S.8nrs n• 2, P~ns. l'Hamunun, auwmne-h,1·tr t'l9Ç/i996. p. !6S- 1--1. t
"D«Qnuru,·nun trop=te ". mTrrrr• a~,
Sig11rs" ~. Pari,. L"Harm,ntan, auru1un~h,vi,r
1996fl9'r',r.ll0-11A.
' Cf. G1//n naruu, U p/1. /c,bn,: ri /e b.,mqur, Paris. US éd111oni dr Mm1.111, 1988:
,-cr umbc-m LI, Ma=r/,,la,:,.. dr L.r,b,.,:.. pmnc1ra ed",ln cm fr~ncrs do- 18.f0.
FRAGMENTO
-o
23
E'..stt capi1ulo t ~ons.,gi--.1do :i. ,d~ia do almtt,o e. con~utmcmc-nrc, a 1cm•
poraJ11fadc tm arqunctura. Olw:r.u a m.:1nc,n, frag.mm1ári.:1 comu .se roro-
troc,m abrig~ n;1s favelas - gcnc,icamcmc, ma< [)(llSJ.t\do na .\tanp.uo:ira do,
,mos 1~60 - fo, u p,1..so mK1at, a que !ir seguiu o em,do d.1. m1erprcr.:1çio ik
l lého Om~,c.1 un rel.1ç,io a cs,;c modo de cons1nur, sohrerudo cm P,mm.~ul,k
hn;ih~o rcnr:111do,,. p.amr da no;.io de Fragmcnro. romprrender teon,:amcntc
~ procõ,O t'>p.l\O-fcmp,11,11 fr~gmtnlJ rio, ~pon1ando dikrmp.~ cm rcl:a-
~,io ;i arqu11c:1ura fcna porarqu,ICIO).
No ,e,. srmirlo mmgo. o wrb,, br,colar u apliw <10 iogo rir gude e de
billiar, ,. mça e .i e,1m1.1ção, mas :sempre P"'" t<'fXDr 11m monmenro
mcidema/, da bola qu~ r,a/tJ. du nio que 1·Jg.1 SI'"' r,,mo, do ,.1,,., /0 q11c
SJ1 d,1 /m/1,1 rn1 p.1r.1 ei/1/Jr ,.,,, nbd,ku/u. bn niJS.SOS d1Js, o bricoleur
~o,. r11111,i scndn aq.,e/t que 1r11/Ju/11J com U$ mlJos. r,tiliwnda m,•ius
dcs~i'1llle5 em rclaç,IQ /lo$ em/irtg.1d1,s J1elo l1omem de artes. 1
O aças(l ~ parce mtq,ram,· da ,dEia de bncolagem; r: v ine1demc. ou St'!3,
v p,,quc110 aco11recimemo imprevi<tu, o ~mü:ro-evemo~. que C!iti na origem
do muvimemo. liricolar e. cnWo. ricochetear, enviesar, ,.igue-zai;utar, comor-
nar. O brrcule11r, :au mnuárk1 do ~mrm 1k JMCS (no caso, O arquiteto), jamal5
vai dirc!amrnfc a um objetivo nu ~m ,lm,~fo â miabiladc: ele age ~gurido
uma pr:inca íragmemána, dando volta~ e contornos. numa anv,dade n:io
planificada e cmpirlca. A constrw;.lo com p('daços de rod.1.s as provcniéncias,
a bricol.,gem, i;e-r.i. ponanto. wna arquncmra do acaso, du lan,e de dados,
umaarqui r~ru:raS<'rnpro1em.
l'arn Hélio O ,ticira, 1964 fo, um an<H:haw. i,m que ocorreu uma gra nde
v1rodaernsuavidaeohra.dru;enc:Jdeada pordo\sevcmosmaiore~:amortede
seu pai - com qui,m rrabalh:ua nos arqun'OS do Mu ..eu Nacional e com quem
havia apri:ndido o rigor e a nrd,,m - <' a ~obc-ru da ,\1angueira, fovrla
míric.i do Rio. aonde fo1 ltvado pdo e~uhor Jackson R1bt,ro. para pmtar 0$
c;irms al.,;ônco, du d~sfile de camav:i! 1unro do am>ta plãs11co Amílcar de
Úl5trn. do grnpo nenconcre10.'
;:.::,'.:'::~;,:;,:,:~:~:'f;:~;:":.,~:,~:;,:º,:;;,'::~:,~ad'1::~:::~;•c
Ln;,a Pape. iambêm do )l.l'Upo neoconcrl"to e sua am1i.a mu1m próxima. '
no~ coma a mudarnva rodkal no modq de v,da de Om,ka nc.s~a ipoça. que se
deu ,11rn~c'~ da dcscob<-rtn da 11-fongucirn·
Hflm ~r.11<m /0111!>11 ap,ilmro. /JIB 11111 pouto /1ed11111i'. que tr.ilxilham wm
oscupa, nadocumcmaçJo do Muse11 Naci,;mal, 011deap renda, um,1 mcto-
do/,,g,a: l'm r,un/t) org,1m.wdu. d1Sfl/J/11wdu / ... / l,.m l!.16~. sm /1m mur-
rl'll! um amigo 11osm, o Jacksfm. entJo, lcrw1 o Hê/10 p,m, 11 ,\ !a11g11f'iro,
par,1 pfotilr 0.:1 carros . /Oi ai q,u.• de dl'scúbriu um tspaçó diums{.1co,
q11<' 11,fo c011hec,.,. 11.io rml,,J 11 me,mr e:rp=<'>u,.i. P.:1rccw """' ~·irg1.·m qut'
c.im ,lo ourro lado: rle 11.io rrnha ma,fO pm que- pode-na $e,""' $uper-cgo.
Deuobn11, .ii. o r,/mo. 1J r,ui$tCa. hra,, tão e,w,sr.1s111,1Jo que roml'(OU a
;,pre11d~" ,fm,ç.1r, p,ira (Hlder participar dm de5{ilt!$. dr,s crtStJÍ()s: ,., inle·
grou 11,1 l'Mül,1 de wmba, (l't gmmfrs 11111,gos. ,•/,• dN<·ob,111 o sexo, ai
,-,,tJn (o, uma e1bórm,:1 tor.il fliJ ,_•,diJ J,, Ht'lm. tanto 1"" o J11d:.sm, ditJ.J.
ass,m: "N,ida como Sl' perder opa,!". H•'/,o 1,1n,r1 ""'ª º""'l pcsso.1 / .•. /
üso (0"1tf,1 a mter{errr n.i obr.1 di!lc. em 196~. ;\ morte do po.11 (Omâd111
CQm o fim d() muvim~11to ne<IC<Jn,retu. i.i ,,:;u l,m,ia aq11elrs compro-
missos m.,is ortóiloxos. Ai ~/e romcçou a mcorpor;,r essa l':<:{}crrl'l1w1 da
mum1 /L.P. tu11111 rm dri;,/l,,..:1 romo rr.1 a .M,mgr,eirJ na ipoca}. aqmlo
wmcçJ a (a;er pane d<>& (Qn<:etlos dele, da 1.•wi..,cia dele /LP. ,ua lnngcJ·
me11u os Parangol~s eu obr.1 Tr-0r,1dlm como e.xe,,rp/ru desu mrOT{IQ-
r.:1ç,fo J., 110,•;, t.-.:pertb,âa/. /'.Ít' mud,1r;,Jic.1/m~11/e, 111,! diCJme11 //J; dci•r;,
um apo/i,1N) e p.i= a ser Jiomsi"nt-0 /1 .. 1~ d1storre S()/,re ~ descob,.,,t.1 do
U!'<O t da homo.Hc:w.1/111.Jde por 11.0.J Ess.:is b.irmras da 01/t11r;, b,,,.
gr,csa sc rompem /J, /! crm,o se d~ i,esl!Su ""' outro Hêl,o. um JN/,o do
·· ,.mrro~, que {lil$$OII ,1 mt'ildir wdo: s1«1 i-.is;,,j1~1 vrda e su.i obra.'
Hilio Oi1icin dcsc<:>brt" a liberdade tt.:t Mansueirn. Sai de sua rt"doma fami-
línr para viver ,·ssa liberdadt num espaço marginal, numa rnargm:i.lidadc dc-
nn. N:lú se contenta cm ol=rva~ ele quer cxpcrime111ar. Com('Çll porapn,nder
a dançar o samba, 1orna-s,e um pa55is1a da ala V~ i,e emende - a há$. Sol'gundo
1esterm111h,1~, um doi: melhores passistas br:mcos. f.Sfreota la~QSde amlZ3de com
as peswas d,1 CSC()l.1 de 1,;1mh.1 e taml,;m com m.argma1,; da fovda, ~lgm,s, pas-
si>r;,s como clc. St<us novos amigos come1,am a rham:i-Jo pdo a!)(!!ido "Ru,so",
pois ele era o ma,s branco de rodO'i. Dessa forma, perde simbc1li~amrn1e seu
,wrne dt familia burgue-1,;1. ,'-.pa,xona•st, J)fl3 f:n-ela e pelo mundo da malan•
dragcn1. A1,11odcuormn~-SC' "malandm 1·clho de Mangudra~." :\ksmo srm
morJr de faio na fuvda - frcqüem.ava os b.lrracos d0$ amigos. paua,a l'ários
diai.J)Orl:í-.Oittdca,·1,·euvcrdade1ramentcav1d,1domorro:
Paro ,onrefUr, o wmb,1. qut t mt1 mito cQ/1'/li.'O d11 M.i11g,wra [... ]; as
rduç(>es sow,u do pol't, da tomunuiadc da Alanguemi ome 11l11s li com
a .,,crrdaJ,r extema: e a 11rqmu111ra das favelas, as ,;asas conslm rdi.15
pelos prôprio1; hab1t,mus w11, n material do lixo que (Oi e,,co11tradu e
qut eles mfaf!/Jm lil'remen/11úrn-111uessidade e V<mtadt.''
" [... / o terreiro de nmuo d:, !.l,mg11e,r.1 t <-1 seu legendârw boteco Só P"'ª
quem pode /Or.1m parJ n11m as m.1,ore1 ,,-..,/Jçõe., deua com,.nh.:lo e11-
,r, disponibilidade e ambienre ,afJhsados 1Jq11i pe/o samba, qr,em vi1't'r
ais.,l,erJoqued,go~'
A ,déia da pamcip.açilo do tipccrador na obra de 01tidca se dcsenvolnu
a panir deu:a ,·,V.nc,a na Mangue,ra. O espectador não se mma romcme pam-
cipanre lpamcipador, scsundo HOI , roma·sc t~rnhc:m pane da obra quando a
portarne ir1m1,r - niio dó ilu~traçCH$ <.I~ abrii,os dts fovd:u (mimc~e). des
"
ccnament~ S(' msp,rom n~,,;~ nlmgo,;, mcts nâo de modo ~1mphs1:1 e formal.
s,.ru,p,muParangolê11m/.iukm;a11/csd,•mu1s11udJl'itm11,r.ilb'1si(o
nQ co11smmçào do mmrdo dos obittr11- / .••) Esse mrer..sse, p,,u, pela
pri1mtl!'1dad.. amsirn twv popular qm• sô Q(Q,r/ece ,ws pai!idgens urba-
/las, s11/,,,,b,m~. mrms. etc.. obros q11e re~'elam ""' miâ..o cm,:,1mt1111,
prmrário m;isJc 11111 sentido n/111611/ 1/cffr11dri / ••• / O PMangolé 11iío toma
o <Jbwto mte,ro, arvbvdo, tfJtul, mas procura a estru11m1 dü ül!J~to, Vs
prmdpio~ co11s//lu/,r,os dessa esm,tum. lenta u f,mdafdn ob/tfl/.'fl / ••• /
,-..•1:sw prvc11m de um.1 f,md.içiin n/11erw.i, 1/e um n1>w upaço e um 1101'0
tempo mi nbra nQ rspuço a111/,itml<1I, 11/me1a e= snrttdo wnstmtuv do
Parangolé a um:i arttam/1ient,,I /IOr e:ulbzâa, que podtrii.l ()" 11Jv rhe•
gJr ll uma Mqmtd11r,1 rar.uteristir.i
O Pamugolé. corno d121.1 Om.:.,ca. implica ro<lo um prugruma . Va, muno
alêm du ubi~to - as capas, trmb~ nu c:srnndarrc:s. f r:imbem um proce$SO
cumplexn de b11.m1 d~ amh1~nciJ. das fa,cbs ísamba/socicdadc/a rquiwmra),
que não passa pelo formah~mo ~,mpli,u ou ~,m,z.1.mt. Tr:11a•se da prõpri,1
,~mporn!idadt drs~ e..-paço. que é buSC"~da por Oi11cicn. como mo~rra i'.:tlso
FavJrctto:
HO pJrt/111/0 fmJ/ do ano dr 19-.a p.,ra mor;1r rm Not\J lóri r l.i nJQ
qurr1.J l'IL'f!:rolh,mdo o l'sptlho ll'trot·JSQr. As c,1P3s <J/1 rl'<ll1;.JdaJ I' 1nt1-
d.J1 p,,,r Om;1rS.,/om.W, Lm; /-"n,mdoc Rom"o 11gor.i s.1(1 mcmst.JdJs
1ms rdh.Jdus fu/1gmo~s do / .nw f.aJt S,J,. m, "'' fr,:,ur do World Tr,1.k
c~mcr 8111/dmg r)u nu algum pi,:,- ,ln "º Hud$011. Vibram com o msor
d.J mtg.Jlôpo/1s •gr;mde '""fii" I' 11Jo 1r<msp1ram 1l<'lllmmil saudad,. da
m11b1úm.1 d(J "mrro. Noz,os pmo11.1gtns, 1'oms v,1,fflà.11, •IO<'Of dudo·
br.111,mtos. P,mmgolé"' u rorpu np/1."ndr co,no fonte rn,u1·J1'tl,. su.s1,:,1-
1.i1~/ dt pr.:,~ CQnUIIO n1.1/eJ1~J d<' rxtrmw ;;J.1ptJb1/id.1dt1 illl,l /ug.irts
m.1ud1/ntn/fêSnrtrl'J1."
A mud3n,;a n;lo fo1 ~ Jc ernano, fm tambcm dr mlha sonor;i. 0111~=
paisa ~ folar de n1<.k: o rumo muda. IT1J5 pcrman~'« ~ ,dt,a.
/••. Jdeuobr1qoq/Jçoém1,5,c,1tqnumc.:,nJoi"'umJdas,1r1.-s·nr:is
u s111tru da rnnsr411i.nc1.1 d;i dPscobnt.J do <'o,po: /}Or mo o •Ol"J: p.a.
SI' /Qn/OU o mJri imporlantr p;;,u t11 pór rm :uqut dos pmblri,1,1J d,Ji-c
dJ rruçJu (o ~-01&,4""' q ,,,,. 1111c1t1 lli'IO ,umo com l'Ss.J dtsaJ11:11;; do
corpo 110 '"'ª" dos anos 1 ~60, rAUM,Ol l r n.tNÇA nilKttJm ,,,nros r t
rmpt.sswr/ sep,m11 ""' J,-, oiitro), o 1100, f a sínttsr plan1•1ar,,-,.fe11ommill
rltsS.J tltscubr1t.J do corpo."
A id~ia do l'11r.i11golt é ~dapt:ivda d,1crs.usuu.1çoel ei:..cmpn- ~,u~l.
l lo1e &: possívd ,n.:untr.ir na lntcrnn, oo ,ur ,ir/ u'Or/J 011 J111e, o ParJ11gulé
n,1merpttt~do pdo ar11s1-a no,·a-,orqumoJonbn C:rand.ill, os Cybn-fünmg,?b,
.1companha~ da k')(cndJ, •J',ipru O,u.:ica~.
Es_.,;i 1tlé1a de Par,mgo/1, whrerudo ffll sua. rtbçfo com a 1cmporahdack,
idC:1a de- CXl'l'.f,rn,,._,a do mov,mnuo fugmcncino, dl' mudallÇI~ cominu.:1.s pro1·c-
memcs Ju mo,·imcmo, rer=ma rnu,10 bem o proc«~aspaço-1cmpora1 frdg-
rn~umm, Jns abrigo;>S Ju, (;nelas que pretendo, 3qm, a pamr da n~o J~
fragmcmo, dc,cnn,l,·er 1eoricamemc.
A noção de Fragmento
a111 ~ K("ralnu::,ir -l<"l"IJ~ n,, ,,,... ron.:rr.Y ,1n F•-12'-J.r.itn· :1 p,.- ,.,.,,.._. r .1
'<IIJ"Ctt'\llat,li.-.1. "\"o r,-1mr,n,(,1t,0.U t•.1gm,:nt , , !'YL'Í,,."Ot 11~....-i~,
1 ~\:lj du.1., ~T•'l•<.'('l u lharr o tul(t'Ynt,1 n.l pt-r,r,n:t1,·a d.i 1.11uJa,lr :r»
scm.Jo ~i..Í\~i,-o: n.i ""IT'k"Va.~.- r,n.; d,- u,-...-1.W,, ,u oulr-1<,dt ~ .:-opu
Nr.....11"'""-;'l<'\.tn.1. J •t•tu,.;.., p6.x,Ul\',l ;.'u:bcJ..r3(11-ui:m,.,-•o..-u/llf.l .a uni,h-
dc, t J .,11i1uJc q,i, • o •Uf""'l"'SÜll:J u ori)I· ao tr,1!.m•·n.irio,~ou,11kr~dn 1ul~ar.
l'orr 11110. o hofn,~ 10 frJ~ rnc,rr.1r,I) ,~t.i. rr=-r•c :)<" c.b,~ ..:..a,M, 11,11..1 "'7 q,I{'
Q trolj4rm-r,ro é u:anlrJflO i uüu. AO ·tiocr, i.tn,..,- O prul-lmu r.1-JJt t:Y1..1
'lt<"IIU ,u 111anrr:a J.: n-1.....,..,.-ü.r o f-r,.,:.....rro a u,,.._, r-:1,.io !.i 11• ,~('("ÍJ.t t
.\.f;"mr/h.1111e ,7 um,1 Jl('q"<'IM vbm ,li:' <1rre, 1m, fr,1!(me11t<J dn~ se,- tot;i/-
11umU Jt,t.JcJJr, do nmndo ,·m ;uJ ,..,J/J ,. fnh.idu ,,,,{,, m,·,mu ,,,,,,,,
c~"'l''d-" ,~nt., .:.1,1(1r a 16giç,, fr,,gm<:' nr.íri(I a Nrtir d,1 ~~:io onlin;\-
ril c. , 01110l'o11,~,1ur11<.ia. a parrirda obra d<:' artl." ..:orno um,1 Jc SllJ J m.anifrs-
r~,;O('s, Ela llZ :l ~,!àl,~~ do P"""'-'"--'" lr..1~ncrnú1t, ,e ,uh..1r p..1r;,,. o ,;,,.rn po J;,,.
1:,1.-ri..:..l, sohTf'tudo ~cr:w,<s d~ prack.a do cotiJ·ano e J o c~n;.Jo d~ Jo.,·J ,
le3n LL~ i\.w~, <listmgue do" cipn~ ..1ni<,ti.:m <l,- frat:me n1.1,;io: ~1:>e u111
L1,ln, ~ q uccorrcsr,Jndc ao ?,~nero e d. arredo tr.igmcnw. cui.i h i$(Óna $(' t,x:h:i
(!11.i,,,J,, r,,,.fài, .\cl:/;.'gd cum[1..ir .in1 o { r.ii;.,,u:-11/0 .1 " ' " '"'"í"• <1,n(eru
fJ,.. rod..1 ,1 a11rano111!..I. rod.J .i l1111t11dr e toJ..1 a at1m d,1 "Mq1,en.i obr,; de
,lrti:'•. S,m,1'•1/f v µeq11~v (.;;, aqui a dil<rç 1,;,1 <dr< "'"-' ur/e: d:., (mg-
mn rr" " um.1 ,1m, d.1 ~gr.mdP11hr..1 · . / ... / l)ifl"'r.t1Us.'r1"" •f,artaf:,.',ufr•.
tom a qr1JI ago,u J,por;1NJOJ - , que o fr.1gm'1ll.l(ilO /.zr,1/;im .im111c1<11.i.
,\!ais doqutdo ;1111 amlnguo do{nigmmtu, lr.zta-uagoril ,l,i suJ reprodu
fâ<> / .•. / 1-fa,.-,.,, pnrt,mto, duasl'xtrem1d<1dcs do(rilgmemo: umi,1. "º ''!,'O•
f<lml'ulo r "" fim1 ,,J,, OJ</ra "" t'l.'e/ltO e 11,1 upret;t'1ltll(ilo."
fa~~-• duas cxirem,<la<lc~ fat<'ltl parw do Fragm('nto. f: pree,so apreendi'-
lu como um "ouriço- ,,,..o tautônnm('I, ,magmar ~u mundo 1merior difer,m,
dn no~,o t, usim. 1alveicompr«ndcr seu 111L~ginánu (dr 1amais rt">p(mde por
rnaidcnridade;nâuM"m1..m1raJ.
rns,.:om o~c<iboç~ cQm .1s superposiçõe5 cas diversa• forma$ r~u lrnn1esde
ou1rn .:on~tp,;.io ttmp<>ral. O 1cmpu frngmcndno niio ~ linear. podtru1 S<:r
c,rcular, nu m~lhor, l'm t'Spir.11, com diferentes ni>·l'is dt,'!l'm·olvrndo-St' murua-
meme. Nele, o fim e o começo~ m1s1uram, se opõem e se 1uo1am omm vc1..
A arqum:u, ra sempre e,1c,·c hgada ii id{ia do dunh-cl. O búmtm ronsuuiu
sua hi~rória a partir da, ruina., de nutr~.~ ~poc:'I,. O~ po,·(>Sd:1 Antigiiídadec<.m~-
truiam para ~ c1en11d:1dc; a rderênc,,1 temporal era o rempo dos dcuscs. Um
O upaçu d., tempo, '"' w.1 aupr.lo wrreme - mterr•alu medJdo entn
dm, mst,lllte, pn,m,.,,. - é o resu/i.,dn de""' ,nlwlo do umpo. Par esse
,.,/c,,/l). o tempo rrprcse,ir,,d'1 , omo /mh,1 e p,1,Jmrtm, o tempo
11mdm,cnsio11.1/, i ,,,,.J,da par nr,ml't1)$. NcsS.J m,m~ir" de pcmar. o
d1men1in11al dn tempo - t,1tend1do c1,mn pasSll a {13:iW da seqii~nlra dtM
agoro:i - i emprestJdo da repreieiuaçáo do np,1ço como mdmumrm•
11,11."
Q"e u ,lobrJ 110 w1utmJ do npa(a. a1ei1<1ndo rod,i lmS.J lt'mpora/ sob
o co11cMo 1Jhtratu de es/>U(O de /,-mpo. M~tdforo que sr,be,,tmde 11:Jtfa
a111·1d,Je "º 1empo coma""' fio (afro do tempo}, c"liç,,,,Jo s111U figi,r.is
di,•rnas 11:i {omia de urn des,,11/io. d~""' p/a.,o ou dr .,.,,n arqmteluril.
F,t.Jcurti1do1aqu,ral,deau,inc,o1:Sr1ieesquecmze11tos.q11c111J/t<1às,1,1
fo11tt o,i (oru em diri(iiO ao seu fim. Em swuJ. o csp,1(0, marir1,1
{Jtimi,ir,1 do /lf//U! li'lfl,. da a,quit1!111roJ. su/m,e/er, o temJIO â /lfÓ/ma "rs•
si11c1.:, ", e s6 tm/ialh~ (0"1 elt med1J1'/e a mtl!l'f!OStçJo de .,.,,., figurJ
t'sp,1cmf.,.
É muito mai, f.i.cil imaginar U!TUI figur.:1. t!ip:1c1:1I que ,magmar umn figura
tempornl, S1,Jbretudo p.1ra um arqu11r10. O espaço é §Crnpre carnctcm.1docomo
ma1áia prl."Sl.:nte e indmavd, às ,•e1.es. mi,,;mo como um dado; dai a e.~presi;.fo
"dar lupr"_r O c\paço fu1 r~ne das ausas ,·isí,c,s, é co,uin11:untntc "ed1fi·
camc"; pcm·nu â ordem du es~Jbdec,Jo e ã rnúo qut t•difka. O mnpo- n:io
men~ur:ivd-, ao ,omr:irio. fa,; parte do que oio é 1:1ngfrd, do que~ da ordem
docambiamc,dasurrresa;c,assimcomo:1noçãodcFragnn·mQ,a11oç:iodc
1ernpo n;io tem forma c0t1crr1a fixa. i)e (t'rto. tudo ,sso lembra a rrn1~rali•
dadc, o tempo do mo1nen10 (Kairos). e r,,IO o tempo lmcar, o.ikulaclo e previsi•
,·d de Cronos. com ma imagem formal (o quadra me e llln aparelho de medida.
ocronômeiro).
Segundo Hc,degj!;cr." a 1cmpomhd:ldc mio f. da 1cmporah1.a. f'ar:i todos
os que acabam SC~LIIndo o linear ·fio do rempó~ comum. a temporalidade f
considerada demasia dó abs1r;i1a (um ·:i.gora" /; e r 1u,tamemc í~u:-11do absm1-
ção da ti,mporabdadc que a m91or1a dos arq1111c1os ch~1 a concrcm.ar, a
f... f<'sq,.ecrrQ/empf>êaco11d1(,foduc>:crcíaufUJar11u,rewra,n11 111 ed1·
da f'nl que u m,11er,a/ r$paC1JI i pmmou,Jr," ardem de 11rcus,dade. ao
pouso que a tempo se com.r,u ""' figura 11rer.súr1d e 1m:ómmla. ~
Esqurc.-ndo o t~mpc. o homem $C esquece de si me<;mo e, e~urccndo o
homem. :1 nrqui1erurn pcrdc a ratão dc existir. QuJndo a temporalidade não
rem forma. não se deixa m:us •cspaciali7.ar·, a arqutmura não chega mais a
,;r1,1r com o tempo, porque ela só sabe se fCConheccr atravk de funnas sôhdas
e csfâveis. .. A perseg111ç:io d3s formas é apenas uma persegu.1ção do tempo,
mas, !,Jl nâo há form~s cstãvei~. nJo h;i mc,:imn forma alguma.~ ..
Entretanto, ~tempornliiar~ a arquitciura não ê nrccssJriamente uma ati-
mde formJl - uma 11rguirw1ra tr:lgmencirta não f forçosamente uma arqune-.
rura fraJ:µ!l<·ntada !IJ sua forma -, ao contr.ino, ~ funna cun11m1:1 3 ser uma
figum cspa,ial. qurr diin. amda uma rnanetra de "npaciali,.ar" o ft'mpo.
t: i•trJa,/e que h.i a/g,.m perigo em 111,hwr rue gim,,o J,. reprl'snttllç.JO
gr.ifíca, /!fus. em todo diiJgranrn geomem,o, o tempo a/>are,erd
e,ig,mosame11te ~p1Jçi.1/rv,Ju /... / A e5paiwl,uiçiio do lrlllfl'J ii ape"a5
1
rmt'1 (orm<l NJ,115 rec.-11/t e 111'115 .011cre111 den;, u·,rdi'm:i:1 """'º 1Jritig,1. '
vna do mesmo lfCIIO. Como dis~ H<'lidito, 1ama,s l10li banhanlO'l dua~ ,·rin
nomcMTIOtlO.
Dessa mugem da õpiral do 1cmp() fragmc:ntáno. 1magffll 1nnporal da
rcp,cuçio difcn:mc e, portamo, da llOÇào dr fragmrmo. passo a oum1 figura
conc-titual:oLahinnto. sto,
l::du
' A,
C.h,
' o.
Ru1
üx
Eug
,.
l'ao
Notas
1
Cbu<kUY1•Srr,1u»,,t.JpcHsrc1,1m•"gc,Pa,i.,P\on, 1962,p.26. (T.d ..a,)
1
J<km,p,2i'.
"1<1rm.p. J2.
• Gunfricd ~mJ)<'r ~ o rcóo.o da a,qu,1nur:a qur, no ~ l o XD., corm,s1ou a troru
v,rruv,an~ da c-.1bana pnmm.-a como 1mgcm d.1 .arquurn.on1.. Pus de. sua <>"1!11="' i. ,hui
e. portanto, nJo crn1>trut;V3. l"'.nm, ~u~ 1ex1<"'• ,·cr p;irticul.armr:tuc: /J,/r Si,/;,. Jc,,
redm,schen ,md r,liumud,n, Kiinstm oJ.., pr.iltriJ<chr ÃJth.-id,. Em / fandbn.:h f;;,
T,d,n,/u-r, Kllm1/c, u,ui 1út1tS,[rtMndt, v. 1. frankfurt a.M .• Ul60. Y. 11, M11nd1n1, 1863,
t uma ()br., r«cmeM>brc o 1enu: /1 pnnnp,o dd rn~s,,m.-1110 - l'rokfu,,......, 1J ,.,,.,
1.10,w dt/1".,,cl,,um,r,1cr,,,t,,,.,p,;,.,,..,-,,.
de GK,.·.1nn1 h,,..11, e Rohenn Gug,ani, Roo,.a.
[dnor:ala,eru,l!J94.
' Adolfl.ooi, "1.c P"'"''f'<' du r,ol~emm,• (04/09/! 898), m p.,ro/~s ,/,:mi/~ ,,,dt, Pm~,
Ch.amp UY«, 1979, p. 72 . (l.d.a.l
' Dnt•)lnlpos d.-..,,s,holid:ideoor1muriv.a Íonnar:am·!o<C noi, anos 1950: umc,n Sio P.111lo-
Rupmr:a -e o outrono Rio-Grupo Freme. O grupo p;iulista.wndrn:1do por Wakll'mM
Cordeiro, 1'1-U•·a lig;adoao, p:,,1a1g11.11,o, i arquncn,r.1. :w dH,i;n e il ann JTiÓCas. A pt)<S];I
e a mu~a con.:m:1 r.unhim nnh.:un p.1pd irnp('Tlanlc no ,oovunm10: nln ,! ~ ro;a que: Oli
,m,a°' H.lroldo e Aui1uMO de CJmpm »o C<lnh«idos tomo ptteuiwr._. (com o suíça
l:ugcn C",011,ronserJ da poes,:1 ~01\U'eta mund,:i.1. O. p,;,uhlita• eram hasmnfl' "ortodoKo,;" ,
rnctonah11a> e rmd.m,.,., :os,i,m romo o. am1t:1,· cQ1k'.rr!OS su~~ e :okmles qut °"
m<J"r:ir.un m,o.o.lmenrc. Ji os can~, mndrn:odos por fttrc1r:a Gull., e MJrio Pedrosa,
cr.,m m;u.i; m111mvo,, J')<>ct..:o5 t wbimwMa. EJc. "l<!"'K1'Jm JIIRflll' nn Sio l'l,ulo, tm 1956,
e no ann 1Cjt111n1e no Rio d,, Ja,....ro, e a.som ln;ll'C3t:lffl a 1ru11jtumç-.io do mov,menro
<:nnrn.'ICI br.u1k,ro. Os amstH e ,ntdtctu.u~ do R,o d1>ungu1ra1THe cada ,·a ma,s dns de
Sin Paufo e, em 1951, a ciolo fo, ofici.alu.ada p,:lo ~bn,bto Ncoo;oncr,,10 dos canoc.1,
q~ lkn.,nci;i.-am. cot r.· <.>111ros ponr0$, o f'<'''llº da ••~a.;-c-rh,,çio r:icitma!im,- dos
paul~••~-Onovo,no,·unemonax:oncm<.>cn"ca a unpesw:ilid.>dcdaarterom:m-.1c
cl:tma por m&I> wt,,ni,·1dadc. ma1s r.<.ponta1>ndadc e. finl lmmtc, maos hbtrdadc. Os
armtu ncoconcn,1<.>J nãio n,mperam aprru,, ,:om os pauh~i,,• mas umllnn o:om uma
"trad~io• a,ncrcim.i ,nr~mxionaJ: do""° liht-mim d.H rrg,u c:writas da anc roni:rru •
dt:wnvolffffl s~ plVpo.,s np,:nmcia,. t Jllili>mtnlc nntc mommto que: a busn por uma
cc,ru"br:,1,1hd,.dc-rc,i.port<""c,0,.1r-aba lhot.neoconcrc101aNrllkinar.1n1,pmmradc
,a..,k-rc • o p,:ilesral Uil C$o."'\lltur.i, p;,ss.~ndo a muar ma,, do am~ntc. F~
dõm1Sn fi<:aram o obietu arti~1..:0 t transfonnarJ~• as rd;ll,,,o .,u«c o 1u1c1t<.> <"' o ob)"{O
,i.n1Sucopormciodc=p,:rltnc,~•t.íu..-o-visu,m,«om;l11ca1tKnS(H'Uisf.KIO rer<KKl, por
rr,e;., d;, nun1pubç;ic• da ohr.i de anr p,:Lo própno~pea.ador: AIDUil nilo st pode íala r Jc:
c.1r.KTc-ri>1:..:-.ü opl1<1t~mc-n1t bras,k,ras ~ por oum, bdo. pode-st ""'ª'a uula.,~ãio de
com caUil ,·~, m:ns qumT~ e IRlptC'~li e a lfflport:inna d.ub ~os contarOJ torponl$. Vtt
P=b Brrensrc,n JàC<jUCS. Ln fa,vLis dr 1/.w: un "'~" tHln.,rf, op. '"· Ver ,~mbii-m
Rcmaldo l!-mo. Nl.'UamcrN,smo, S.'io Paulo: C....X !\'. Na,fy.
· I ICl,o (),i l(',ca r m rcv,stado por Jary C:ardoso ... Um moto vad,o." m fo/lJ11,,,,,
051II1197K.
' l-o, cb qutm o <'fleoJl!rQU aK<>111ZJntc. cm ea.a, Ylllmado p()f um dnT~,m, ccrcbnl. que
uk,ou.imont.
58
'r,utt,.,,1,1 pana autor-~. cm,;:.1);1 dr Lr,:,.. r.1,,.., "" R,u, doa 04/UJ/19!r.
,. l ld10 Omc,c;i mu·,-,uuJ., por h-•n ~.nto.u. "A~"" J'l'.M"11"a•·d de Hdt0 o,,,.,..,.•. 111
foJha<lrS.Puu/o,16/11/11185
tW,oO,ucota, " A Ja,"óa na rnu1ha c~pcnCnc,~• (12/111196.'i), ,n Ar.J, ,,p. c,1 .. p. "<I,
• 1nAopr,.,,JoJ01~x10,SloJ>Julo,P~-.,...,_
" As., D.,/,a ,,..,., "á:t.J!il', rmrc~1,;u par.o Lenora ll,a~ c-uiln:t<> d., OJ'fJ"IÇlO do Jw
ilcP•umr.op.ai .. p. 218.
" Hélio O«inca, Anot.J(,;,,, IObrt o /'.r,J,o,:r,li. umkJso .b exp,i;;,ç.io Op,n.,;,, 6S, r,p. r,/.,
tt\V(iJu,.1Junoc,mil~odan:J>U'l\:ioduJrud,PJum.,,<:>p,c1/.,p.':l6.
:. 1 ld,o (),uc..:a. "mre,·,su, par.1 Mam, B.,r~i~, "Hdio O11,pc-.l: A va~u~rd.1 devo pog.ar
forat)c\lcU.::1smo",inJvm.,/,foCon,,,,,.,.,,.,, 16/0711967.
"P.1ra unla comr~r,,ç.io entre as Qbr~~ m.,p,r-ada d~• t.1,ob~ dos .lmsu~ mudcm1$til.$
dm ano,; 19200 dos amsr~j 1ror«.ll1S1as do. ~nos 11160, •·•r p.,.,1_. ~rtmmn Jac-rL>CS,,
"Ai fa,dJ> do Rm, <l,m,,.krn..i.1~• .l mflofoc,a do 111.lise Cc:n<lran,", op, "'·•"A,
f.a,·1:bs, o-sm•r,..,,1;,t>S e ai v1Yn1~;~, de H~!io On, .. ,~a "" .\fang"•"~•. (1 /1. til.
'' 1h't,o 0111<1,·.1. B.u~ /u,,J.,nrttt/Ju /"''" .,,,.., dr/,,.1,;,W do /'Jr<1ngc.,li. mJ>ffllhro de
1%-1, ,at,dO(!O d.\ upuw.,..io Op1,11,i,, 6( • .,p. til., ll'r«iJu,..Ju no c:111jk1110 da •~pm!Çio
du j<:U de P~umt, op. m., p. 116.
"Cclw Faurmo. ;t m~..-.1(.io.kH,·lw Ot11e,,..,, Slo l'~u1o. Fl)ll~P/fAl'I.W, 199!, p. 105
" Wnly ~ .. l.,mlo, IN/,o Omnw, q11~/ tá o l'~"mJ..'Q/H, tt,o de Jane""· Rdumt í>umarJ,
1\J't6, p. ~I. (Vtr 1010 p. lJfJ -1. )
Cb11J,r O..,,·n.. "!'-Jr.Jll(tOk 11np<...J1Jo no MA\l~. ,n Di:mo Cm,x,1, 14/08/1-.6S.
~!:~:!:
Gu) llrru. Lygu l'dpt, e 1 uci:uin hgu c,rc,,ln, pc:b m1pon,mrc rctrt>SJl«ll\'J umcr,,mc da
lkl,o Onicita, <'lltrç t992 e 1994, da qual fn,a pArto • ,·~r<»1çJndoJei1 de
,. b'S,l nrolh.1 de «>rur obras C' ,un•C>1anl, ntai. no"'"-'" ..s~íhco Jc O1111:1ea. n..io i:
,ioxu,e, p,ar• ele, r,1.11.1 m.tll a 1de,a 'fU"º ob1<10. ll;i actu,,osdtnpo!ioçô-1,i fe,1uan
,w,u 0t1ml', ma• produ71da, p,1< :,m1gos. qur""' N..-avJm ('111 SUA., ,Jo1.11 m11110 p,,-•~•
(teór1<.·a, f. 011...:il::,.., divtma ,om O\ ll'Sll)uJo,, t•.i-.o rnn1•do pt>< Fr.-dcn..--o MorJ~ tm
(onfmnc,a no Ce1um HO, 1111 ltl\1 de Janeiro, dia lS/Ol/1997).
flu:,:u, foi 11m im.wim<1HO ,nrcrni,;ional ,i,..- u dhtn•·ulvw no-s ano,1 t9W. O tttmo
fo< runhado por M.J<"1una<, r~u an11oc1.1r um:, pubhcaç-Jo. O moummtu «,<1.1\,011 de
wna ,., •.•• .,.,...:.i,;]odo IH.IH n..,.. r---udos UnKltJOr rta l:.umpa . F.m No,a ,·ork, ogrupn foi
iormado por Joh,1 Úl(t'. ü,.,chr. l,;Jprow. alem Jo. "'~" 1:ardc. 1'ó.im Junr P~1k, Vo.cdl,
Yoku 0110, Ben, fi11,ou. Vtt J, Hendnd<-.._ f/u.y,a Coda. M'·• York, 19/18 !c.lt.ilogo). e
H.JPl"'"'"K rt Hu.w,s. GalN1t ! !I00-!000. 1989 (01.\lugu).
'"Waly ').,lnm3o. HPlw o,,,r.,e~. """/to Pi>rJ,u:n/i, op. m .. I', l 7. (Ver f,,.,, r- s l.f
Hd10O111.:JC.1,<11tro,."l!,1'1 paniJ~ry Cardoso. "llm miro ,;ull(,~, "I Folbd,m, 0SIII/IY78,
.. Hd,u 0111,,u, ·O q. faço< mu~icaa-. 10 811<,11/ut {,11~. Roo de J1nc1to.
"J,:;:in B.~udr,llud, "L:uu,,., de 1~ ,>ummun,c,.t1on~, m l'~utTe p.ff /M,.,,ri - . PAns,
G~hll<\', 19~7. r- Ili. f].d..1,j
"" M:au,,._-., Bl•11.:h<>t. L'éa,1urc ,fo dl=rrr. ram. Galhn,ard .. 1980, p. 9Y. (l'.d.a.f
"!.km,p.%.
IJ.,m,r,Slltp.17.
''•Scc,,,nhc,:a&icon•murcM'Corurruor!n.d.2.:ttlttinciaaPa11IV:dky.&p,,l,ltOfou
l'arch,ua,. P.ut1. (.:ifümard, 194'1; "Agora eru.,.,du oo,mo pudn1c i..,.,.,,_, .,.,,,.., o"°""""'
coconllf:ctt-p.Sll]ittuo,rek=n10!Cdrma1K11ológ..:aerigor()S:lp.an1quc-..-
ma,11c..h:i.111 U(: pé, pode-se- d,ur que, c,m uq1111nura. o ac■ !l<l nio 1cm lugar.• q"I' a
pt,\rria ~•qu,mura ttptesrnu n an11-....--..so?" Caudr Mnuu, • Ar~bun:11m, fl ha~rJ", ,n
r;,..,,,.,m,e du /J=rd, T"'""™" nº 24.1';1.1», C'-<:ntr• C'.....,rgtS l'on,p,dou, !951., p. 104. {"l.d.11.)
" AnrM' Ca11quel.1.n, Cmm tr~•ti d., fr~g.,,,,., - VJJgn dt l'a><vtt d"art, Pari~ Aub~r,
1986,p.9.tT.d.a. )
"ldtm,p. 10 .
.. ldnn.p. 14.
"-1 ... ] a us.o, com 1<,d;i ,ua wmbologa,t, s,;-rn sombra de duvida,n =lhor rnmplo de
ho:m que se m;.ntim aquc'm deue lim,~r: quem. hotc. ao campra• uma ena. nnag,na quo,
tb seti um d1a lk,trulcfa? A põ<(>;I ~cQmpra par1$1CJl'lf3 ,cus fillros. l:ia""m.o,a Q$<1
i,nd., t YK!a como um Mm 'crrrn<1' \a<1 m,nos t ""'° que k' qu,er crer)." Eno Manvn~
op.m .• p.126.(T.d.a.)
Cf. jKquo Dernda. Kh.;,,., Pans. Gahk-t, 199J, ~Sylv1ane,\g;aan.<lr.~ "Donnc1" hn,·,
,n C.,hins du CC/ - "'"'"" po,,t mUllrt. op.c,t. Segundo lfodrggc:.-. ,n "Tm1p1 cl E.rrr".
op. dt .. p. JS, "Na verdade. a filosofia. dodc u wmcçu. cada vci qu,: incd,u,va ló<>brt Q
tempo. ,ambi:m.., ~rgun,arn onde o 1cmpo nnha ..,u lugar.~ (T.d.a.)
" Momn Hoidegg,r, f.tr" "r temps, l>aris. Gallimard, 1.986. § 6S, ~ A lcmJ)Qr.alu!itd~ não
/:, ab.ulur:.mtn«e, um cMando. !!la nioe, ela.., 10,npornliza~. p. 389. (T.d.a .)
.o Paul Viriho, F..s1 1u511qu~ dt lil d,sp,1r,i,r;m, Pitn!. Galiléc-, 1989, p. lJ. (T.d.a..)
" M,hc Capck , •Trn,ps•upacc plutô• qu'tsp3tt-?cmp, •. D,og,;,,., .,. ILJ, Paris.
&..Uim.,rd. 1983.p.32.(T.d.a.l
""!inlrfm1lproblm1asd<'t"orrcnt"1df:s..,rempnroalem'!Cnndoamplu,dtst:lo,.-><'a
grunJc d,ficuldade de ptn"''o futuro." l'1rrr., Lé"")·. "Lc IM!~ r~I. 1111• ,·ir~
m,n,:ccn<.l.mmk-", m /..a VJtes.s,, - c.:uilOJ,\o da eKpo<i,;iio na Fundu,;,io Caru•r. Pari$,
Flammanon, 1987.p. 133. (T.d.~.i
" Kli.r.l S:ipn. citado por l'aul Viriho. -i·onJr., du jou,·, ,n 1."a,, d/,: rm,pi-r~ards $Ur
/,, q".11r,t!me dimension - e>tilogo da tKposiçiio no Pala,s dn lleaux•Am de Bruni as,
llru~das.. ,\!l,,n M,chd, l 985, p. •U. (td.a.!
'" l\i:11()i1 Manddhm,, l...es Ohfi"U fr,ict/l/$, Paris, Fbmmarion. 19;.i 119751. cf. 11 /:;pong,
de S,crpm~lr,-Mmgn. p. IJ4. A cifo.,,a. i;om ;uas l\(l'V.l!i ,eortU ($1'.>b r~ud1> dtPQi~ de,
Em,tcinl no qltt"COflC<'m• i, ,<ma de npaço/tcmpu. M:mpn· mílU<:OCmu a ar(june,ura,
pdo menos dc,po1s da, '"'111J;Uardas: "A nov:i ciêru:ia st <ku com" de, qui: <.> m11ndo ""''-'
m.> trnlpo, num rcmpu trmegrado como qu:,na dimensão. Tornou-si: din:im11:a e
rermnciou a roda uma oéric de grnn<lc.,,,1 ah,,olutu.• E! Li,,iuky, cimdo por Annie
Ptul,pp<:><-fu:nien, "L'arclinecrurc ct les problc-mcs de, l'csp;JtMcmpS tkpui, k: funmsmc,·,
in /'art .,i /e tem/JS - ,,11:,mh s11r /;, ,1un1r1·m,~ dimr,.sron. ap. clf.• p. 207. jT.d.a.)
"'l\o:m;i rd ~,i-cglcr, ·1:effrondcmcn, tr,;:hno-i,;:ifntifiqu• <lu temps", m Mathm~s
,,m,,dle., T,a,·rni:s n" 44---45, Pari,. Qnrre Gwrgt~ Pomp,dou. 19SS. p. 51. (T.d.a .)
·!,cmprc,~hqi;,, o momento cn, 'l"C o piloto deS<:e de"'-"" '1mulador, cm ljUc u ,,enthfa
:,J,ao,don~ seu ~omputJd.>r, • ,ri;,n~J brg;,i s,,u t<JK<> rk1rú1u,o. um nv,u..,,,m nn qu.,,
rr.wa ~• do ·tnnpo ,..ai' I'"ª w dcfrun,.., ,rnn • rnhd.idc do 1cmru r...,, en,gmA
,um ,,,.10 =orno d.>i ,vn.u, o Temp,~ rn1.0, .e- ~mp." t:dn!MJ Cou<hoi. ·L~
i)•nth~..-Ju wnl"·• m Lnd,....,,ns,/11 ,.,,,,m_C,J,,n-sJu CCI, Pan~. Un1rc,(;.,,~
Pnmpul,ou,19119.p.1!2.ff.d .a.l
• "A ntt<"<><dJd<- de. ,nrcrar a pre.cn.;a, • nn;c•s»daJc de wmpln.ar uma arqunctura ljuc
=.i wmr,..arqmrnur,i -• "I"" ...-a~scm,ltt..r-.i l &r<jUllt1ur•. a ~.,dade<k 'IIH'hru"
fom, riu mm: fonna e fun,;óM~ r" par~ onde ,t- J,,.,..,ona
m,nlu arq1u1nura. F.m...,,
J.,,klC"'-IJl<'n10Wlfu,..,-1urr3J,..,on.,J.minha.arquunuran.iontf\-'qu.rJ,,,·,fu...:,onarH"m
forçOJ:.unc,n1c s,mhnh,_,.r tst.1 lwii;;-lu, "I"" o ..-r-pretcmc f ,rralum·d :i prnença ou ~ """
1,11,110. • l'c<cr r:,..,nman. ·Pos,n:I C..rds.: A rcpl~ 10 J~••I"''' O.:rn1fa". 111 R.t: Worl,mi:
f.m·~m.m,op. ot.• p. ~O.JT.J.a.J
" Andrtw &:n1anun, ~i:,~nmw anJ t.he hou~mJ of rr~diuon", '" ,\rt, "'""cu ,md
.,,,,,,,,.,.,,d~, Luadrn. lloudtJ;:c, 1991, p. l(J'.'",
"· Apcn.u o homem morrr - mo<re ~onnnuamc,,u,, 1lo l<>11fy1mcnte quanto ele h..tb,n
nns:o lrrr.a, 1.io lonpmrnlt q113ntu de hab.iu". M•n1n l l c , J ~ • _ l'hol"ffl<" h3b•tt
en pO<,'IC ... •• m Eu.m .., con/trCHCU. P.tm. r.~11m1.1,J. l 958. p. lJ5. íí.d.a.1
•· G ,11~ O,,lniu, D,ffr,,.H<<' ti rtpr1mo11, P3n,.. P.U. ~.• 1968. p. J&. (T.d.a.f
.. J\c,rna rd Sm:glcr, " 1 'dfondrrmrm l<'.otnnhq~ Ju temps·, ,n ·,-,., •..,,se, n 44/-4S. l'M11i,
Ctt, 1988,p.55.(T.d.3.I
u Ja,qu~ OcmJ.i. ·1 a d,ff<"fwr>ee", m MJ1EtS de/,, 1,/,,/w,,p/,,.,, P~m. ln khnoru dt
Mmu1<,t,72,p.19.(l.d.~.1
Mauno.-..81.tnd,or.ap t1/ p 582.("Id..11
LABIRINTO
N~rt-01pfrulotrotareidanoç.'iodep,<'rcurSót,emsc-guida,datxpcrirn-
da do espaço urb,ino. Começo comparando o cmaronhado de viebs e ~os
das favelas cvrn u labirimo mfri,o dr Cnossos , para depois analisar a vers:io
de Oi11c..:.i dostspaçQs lnb1rinticos,es~111:ia lmen re crn Trup,ciilfa. Parn t<'rmi-
nar. ttnto nprc,:sndrr. a pardr da idéia de Labirinto. o processo labiríntko do
espa.;o urbano .,;pomllne<i. que diforc profundnmcmc do espaç,:, urbano pla-
1uficado dos arquitetos e urbamst.1s
Nosdiscursossobreasfa\·e!u,a figurado!abmnrnconstantcmcntc
apa, ....·e, sobretudo quando s.e trarn da ,·xperi~nl"ia dt penetrar numa ddas e
~r<:orrcr s.eu5 meandros. Nào esf3mOS mais na escab do abrigo, m;1s na do
cunjumo de abrigos. n:t doespa,;o drLXado corre os barracos.. qut forma as ruelas
e os ho«-os das fa,·el,1s. É um espaço cfrrivamcotc bbirínlÍl;o, tal f o emaranhado
do!I carmnhos n11ernos. e, ainda , como mio há sm~li;r..1ção, pluClls, Mimes ou
nümnm, qualquc-r pc,,oa de fora, ali,><' perde faalmrme. 1'.fas, vi,;m de longe
ou de fora, o labirinto nii.Q é percebido como tal; a pesw:i s6 se d:i conta do
que de é - e sempre dt mant1ra fragmemária - quando ndc cmra. nlvcz se
po.-sa afirmar que quem nuou 'iC perdeu nu labirinro-favda nãu sab,, o que
s1gnifie:i. Miar ah. Para nâ<> se pt"rdcr, é prcc1,;o ter ou um guia (um favelado),
ou um mapa.
AíestáadifcrcnçaemreafuvcbtolahirinromfricodcCnossos:afavda
não tem plano, não é construída a partir de um projeto. O bbirin10 do mito
foi pro1ctado por um arqu,mo. Di-dalo, o ünico a pofisuir sua plama, que 5118<'·
riu a Anadnc a utihuçiio do fio que guiou Teseu. O !uhmnto da fuvcb ê: mu1m
ma,s complexo: ao comrárm do de Dédalo. nelo ê fixo. ac.tbado: esrâ sempre
sc,ndo feim. No ca~ da fa.-c!a, to fiu de AnadnC<jU<' l<X<' o lahimuo, continu a•
mente. E o bbirinto se tom;, um tecido m:t ldvtl, que !ltgue o movi me mo do~
corpos. Voltamos assim à 1dém de (re)vestir, mas o importante aqui é o fato de
quec5.5e)ab1rinronahvclan~Ôtcmautor;nãouis1ea)fimaturadcarquuc10c
nenhum mapa definitivo pode ser traçado. Sõ hã mapas 1n5mntãnco1. Para
fozer um traba lho sobre ;u favela,. faz-se nt"<;,:ss:irio miliiur forogr:ifiu aéreas,
q11c semp,.... têm d~s,:t reno•·~das. t dr) alro que se pod~ ,-~r D simDç.it> g~ral
numdadomomcmo
Quando .\lmostks<;ubtt' a rra,(,':iodt Ot'dalo, que 3I U<lam Ar1Jdne e Tcstu,
dC"C1dc kchã•lo em seu própno labmnfo. Dcdalo. ""m ~u plano dt consm1-
ção, é incapaz dc achar a 5aida, mmando-sc, cm:io, u111 ntrnnho rm -"U PrÓ---
prio labirinto. Ma5 os favfladm nunc~ se pcrd~m numa fo,•eb. Qurm se pr:"rdc
( sempr~o que não a conhece. o n:ío habuuado. o csrr.,nge,ru. o qu" pr~'Clsai
dr mapas pam se: gu iar. O, mapa, ufcrt'C<.'ID um.a nsão não fragmtmrina.
rnral,1..1mc. pocque são icun,; p<;,r quem olhJ do alu;,. V1sm do a Iro, o lab,nmu
deixa de s.:r lahinmu , poi~ a,, said.1.s são f.iulmcmc idtnufic.ívcis, o misttíio
ac.1.ba. O labmnro p,1ssa da de5ordcm /1 ordrm. ,l r,,1.ào; toma-)<: p1r:im1dl'.
N:ío i, por ac-.1..0 que Dwalo sai dt ~u L:ibmmo pelo alto, vcJndo.
karo.sc:ufilhu.n:ioi:t:iu.:autdoso4uamoc,pa,r. ,·oaahodcma1s./\s-
Sllll. (JI de SC"US sonhos. A5-,r,J.11ças dai fa,·cfa,, stm n ,;.ab.-r, lhe rcntkm home-
nai.:m, bnm:ando ~om pipas. Mas ei~1 pipas ~Q. segundo :i lenda do morro.
si,u,s i,~ad(>S pcl"s ru.fi!;:lm<'~ - mmviauro,, do labmnto-Lwc/a - qur, 110 e11 -
tanm, nJo são pris1one1r~; ao ~onrr.\r,o, es,:nnd~m-sc> deliberadam<.'mc no
L-maranhado da1,favdas para ÍURtr dJ polícia (Teseu?). Na própria idéia de
bbir11110 c:ii;i~1r tam~m uma p1r:im1Jt. N1.t(a,,1.tdas fa1r!as Jc morro, O bbi-
rimo também i: rimmidal: vs minorn11r0<·trafi<:anrr1 'li.: r.;eondrm no alm - 50
dt'S 1~m o mapa da~ liaída:1 - e dt• hí 0b>trvam com fo,11iJadc O> po!u;:1a1S-
tcseus submdo o morro flª'ª..., perdnem no, complexos meandro>.
Na fovcla-lJbmmo, o m•\Q - con,o ~ [lmpria fa,·cla - se rdai ,ommi,a -
mnllt. Jovfn~ mocm1es 1,:io sacrificadQ~ como mmQtauros e 1c.scu$, e ~rbdncs-
foveladnll cnnrinuam a ti,çr r 111:1 grande rede colc ri va, que se transforma
pcl"J>l'.m,1memr, sem a ainda dos di'dal0i;-arqu11:tos . rornanJo qu~s,, ,mpos-
sívd o d=nho de um mapa definmvo, que fiu no tempo um proccs,;o espacial
inacabadocaberfo,dcum IJbirintonâoprojetado.
O labinntQ-fa~eb não pode !K'r captado num 5(} olhar quando:;,, está
dcntm ddc. quando,.., está p<:rdiJo. C.ada vida que aparece pode~• 11111 bc<co
<;tm ~ida, mas. quam!o sc trau de fa,·da de morro, de favda p,rarrudal. ~
m:ns f~ctl "-"•r que entrar, uma ,·ri que. parn s;ur. ê nt"Cfss:irio descer sempre e,
do5et!ldo,as$aidas ficam maiscv1deo1es. Éprrci,o. tmiU.Stl(ull"OS limius
com a cidatk formal; C emr:1ndo 113 cidade pl:mcj.1da que se ,,,i da faveb..
511!;,ir é muito m.:1i~ dificil. Um e)tranbo tem de estar acon1panhado de um fío-
guia. um ~nadnc-tn,·dn,io qut lhe mo51re o caminho que lc~a ao alto, ev11an-
do, snhri,iudo, os e~ondcrijos dos mmmauros·trnficant~.
A cxptnéncrn dt sub ir 011 de dt".ICrr 11m.:1 fa,·cla r~v~t~-s.c de uma pcr-
cr,pç.io 5pacial úm.:a. À rutd1da ,:iue se 1·a1 pMsando pch,~ primeiras ·quebra•
da!i", vai -S<!, d~obrinÜ() um ritmo d~ cmunh.ar difcrftlle. imposto pelo próprio
percurso Jas vidas. É o que cham.im de g,inl,\d. PNambu!ando p<"los mcnn-
dro,; das favelas. compreendemos CQIT!O as crianças do morro sakm dallÇa r
() s.~mba ames mesmo d~ ;aber andar dtn."110. Ora, nunca and,1mos cm l111ha
1
rcrn num:1 favela dr mfüro, onde, .ilém dos meandro,; do c-ammho, sempre
~tamus num plane, mchnado. Um fato que 1mprc,sion.1 mm10 é a dc,cnvol-
rnrn dos fuvdados bêbados de ~-..thaça que vão da~ bim,ca< par.i ~US barra-
cos. f. uma cena freqüente. Pare,;e que o c-manmhado das v1cla'i SCAue o çam-
ba!eJr da sua embnaguel, lk:ber até fkar embna~Ju i'. tamkm querer se
p<-rdn. O ~-arna\"al - tpvça do ano c,m que t<.>das a~ bd,«leiras $ão toleradas -
ê rnmbêm o simbolo des:S( de.sc1n de se perder; um molll<!tlto de loucur:1 nmo-
rizada, a loucura ou a embriaguez de l.'Star deliberada I' alq;rl'ml'ntc num lab1 -
rin1<1, um momento cm que~ paP,:i1> $e ahemm e os favelados passam a ser
dcu.1e5, n,omros.
O mi10 do labtrlmo f~lá ttrub,,m rdacitmado l dança. DepQis de ter ma·
tado o /\linotlllro, Te5"u deixa Crc:m acompanhado de Armdne e stus jo1·tns
companhr1ros, a qu~m s.ail'ara do sacrifício. Pnmdro, abandona Ariadne na
ilbadtD1a.iumoaDion1so,o.Jueade.sposa,paradcpoischrgaraDd~,onde,
com ,eus amigos, dança - cm comemoraç,10 à $Ua vitória - uma dança que
im,1ava, com movimtm<h, a sinuosidade do la birim<> de Cnossos. Ü.S3 dança
bbidnt,~a fora cnada por DfJ,.lu, o arquiteto, que a eruinou a Teseu. Dédalo
i:i ei;tarn na or1gem de oufras danças, desde que co,mruira o palácio de Mmos,
lug3r<:ichcodedanças.mui101mpon amcnosrimais-cre1en:;es.
C: tmprc~~iorumw a anal<)gia que pode ser fcitl cntrr a dan.;a lab1rin1ica
cxccuracb por Teseu e seus companhdros.de um lado, e.deourro,a d:m1ta do
SJruba. uma ,·,•1; que os pattista~ par.-.:em rarnhêm se insp,rar nos meandrO!i
das favdas-labirmto. rnmo se rcprochm!SCm os movtmtnlos do corpo ao ir
suh,nd<;> as l.1de1rns da fo1da. A da11~~1 do s.imba es1ana numa relação mimfn.-a
com o rumo das quebrada!.. O ~amba .se d=nvol~c 11a5 fa,·eb5, n0< morros, t
é <laru;adn por mcfa a cidade no carnaval. íluranteo drsfilC"Cdas cs.:olas, os p;H·
s1sras, fumas1ados. a1rnocssam o Samb6dromu dançando cm ZJt,'ll<'1'llgue,corno
num bbmmo ,magin;irio.
O s.1111ba dançado seria. parmnto. uma rrprcM-nrnç:io do pcrcurs.o das
fowlas, a t:,,press:iü da t:,<J)l'Ii~nda ~padal l:il,i,imica que cnnrngia ~ mo,·i-
menius do corpo. Quem dança o s,1mba repete a exJl('riCnc1a física dt· pt'rcor-
rcr os meandro!i das fa,·das;rsscespaçoconfuso,dificildcscrapn-cndldo.
cucomra. assim, sua mdhor rcpr=nta<;:io. N:iu é, p<JI&. por ~Cll50 que Omc,ca
tornou-SI' um dos mdhorcs passistas branC05' da Mangurm1. !'.'isa deliberada
n.'tomada all'g6rica do mim do labinmo gr<'go, nqui feira, ,:,;tá rnmh,Em s,mbn-
lic.1rncmc presente 11.1 grande ma,ori~ dos rral,alhos de Htlio O11icic.1.
"1,.<,,u.(,)Ao 1,R,WDh IM,U!lsTo~ • é a única ftll,;e t-sc-rirn por Oin,·irn ~m seu di:i.rio,
no dia i5dcjan~irodc 1961,umdumingo.
Eksóva1d=obnrovcrdadeirograndelabmntoaqucaspirava-afa,-ela
da 1-,fanguetra - em l 964. Mas. antes n1esmo dcss~ &scobcrra, ames de expli-
citar C'SS(" dc~10 cm 111a frase prcmomrôria, O,ticin já rcJlizava labirimos.
Pôde-w mcsmoafírmar que todo,,eu rraha lho ê bhirínrico, desde 1)1( primeiros
J,,frt111rsqumws(!95i-1'15S).cmqucfariaaindaumapinlllrancoconcrcta,atê
S('US últimos pro1ctos de Pc,mrar:m {1971-19801, parJ parqu.-s püblkos em
Nm·a York.R1odeJane1roou1'.ioPaulo.
Os pnmeir,;,s trabalhos dct1vamcnrc denammJdOS pelo artisrn como la-
birimos saio 06 primeiros l'enetnfrás (a panir dc 1960), proloi,gament0$ lógi-
cos dos Núclefü, iamb.t,m lab,rirmcos, r.ibuas de madeira pimad~s, s11spens.u
por fü.1s dc mi,lon, que descem e, ao tocar o solo, formam paredes - os
l'ene1rãn1s. OiucKa começa. emfo, dei=ndu u campo da pintura - wus Ulti-
mos quadrU$ são os Alo11onom;i/,cos - c111r~ndo no dJ cs.ultura, com os
Rtlevo1 t:sp,1âaiJ e Núcleos, para, enfim. arravt!s do5 Pe,wtri/1,eis, chegar ao
dominiodaarquí1crura.
Como cs1J r11do cl.1,0 agora: q"c a pm11m1 ttri,, dt sa,r Jo espaço, .rer
complctll, nJo ,·m supafía.e, rm af111r(/lc,11, m,1s n.1 sua inlegr1diJde pro
{,md.1. /... / Er•1denrm,en1e t5/a solução es1J de pe de igua/d.1de com a
arquuctura, pots "f,md.i (> tS/)J(O • (G11/larj.A arqmt,-1,.,.:1. i: u smtmr,:n/o
,11blimedeti>da5asi:pociJs,iiJ~•1s.iodeumtstJ/o,iasintesedetod.uas
,,spm,çóes indumlums e a sua iuw(iiaçiío m,ús ,1/ra.'
Oitic1c.i vai si: imeresnr pelo e'ipaço -e, con,eqüenr,,mt'III~, pela arquue-
rum - a pamr da figura do lab;rinto, qur 1ira a arquitcrnra de scu quadro
.remprr emit1co, atwnndo nda uma tensão mtema.
1'."nspnmt'rTO$P<'nerrã,•e,socardrerdclabmlftoparttetlt1ro:a1:oru
dcscm'()/1:c em umo 1!.!lmlum J•fll11nor(J de placas q1te se sJ1eedem 110
tr/1,i,;o e uo umpu {un,i,mdo /,11,m,,u,s, já nos /!Oltcrrores o arâter
m61't'I é que d" o sen/JdO l.ib1rin/Jtu do Penctnhel, siJu IJS d~ plac:Js
,odamrs. Aqw o /,1bmnto rom1, labmmo mesmo 1J nJo ap.1rt>u; ê ape•
,omose fourm a{rcKru mÓVe'U', ,w estala hum.,,w.
nül L',rtwl. / ••. / Sãi,
nr.1s, u m,ns m1(1ortJnte, Pcnctrave1l. A esrr11111ril dJ obr.J só é p~ubida
aptis o 1:omple10 desrrmlamcmo m61'f'I tk tod.JI as su.Js parfts, ocu/1'"
""'ª' 11s OH/rils, sendo rmpouwrl 1-i•las sum,ltilnememe.
Esse grande labirinto de 011icica aimla é efc11vamemc um labmmo como
o de Dtdalu, pen~ado e ptO)<"utdo em d em lhe; st'U moddu .- semdh~ntc a uma
maqu~1c d.- a rquuetura, m~smo ~. como dC' ~revcu: -pelo fato de ser con,·
tltuidQ de obra de ~ar:iter '!u:rico. ras;;alrou logo n seu carártr não uhln.irio e.
cm a-no st't111do. mágico-. O pro1~10 - m~mo n.lo SC"ndo da ordem do uuh-
1ir,oou do func1onal -ua muno racmnal e. raha, demu1adamtn1c J)t'nndo.
!STETTCA OA GINGA
" t amda um labinn10 projetado demais, e Oi1ic1ca logo ,·111 se dar coma disso.
Ek propõe, entâo, um 110,·o Núdto ,mpro,•iw, qu~ i, como o titulo indica,
umtrabalhon.ioprojetddo,un1a,mpro,·1saçilo.
A111ts de mai$ rnida i pru,sQ eularecer que Qmeu mtercsse pefa d,m(il,
ptlo mmo, no meu ,asQ particular<> samb.i. me r1tio de "ma necessi-
dade vu,i/ de de~wtdutu;,/u:,açJo, ~d,"S1111/11ç~i,,tell!t:lua/, da ncu:.si,Llde
"ª
de 11mo forre e.-.:pressiio, ,~ que me sem111 ame11çado mmha expressão
por uma i'XCe$SWól ime/u/11,1/í"ZO(M,. S1m.J II passo def,mtn11 /1am a pm-
,,.,.ido milfl e""'ª mwa fimd.J(Jo dele ".J mi11ha aru. f port,mto, p.ira
num,""'" expcririncia de nwwr 1•it<1/i,l.11/e, ;.,Jiipe11sáVl'I, prlnâ/1.Jlmc,r/e
romodemo/iJ,:,rJd<!prumire,tOJ,e$!t•rcot1pa,iksetc.'"
06cobrr, então, seu r.io dci;epdo muo do bbmoto e, como para Té•st·u.
<1 d~nça lhe serve corno rcpn:semaçãu d~•'\I'. mno. Mas é a dança de Dioniso
A d,111ç11 rambém 1/Jo propõe ,m,.1 (ug.1 destr rmmdc, im.me11te, tni/S Q
Em ~um.,. o ho111e111 logo 1uh<1 "º centro do$ arcil/10$ - templo"" Jal,i.
ri'll<I - o q11t de q11er ad,;1r. At1ii10 fr,•qiiem~mr.ue / ... / r le se e11c,mtr<1
a s1 m,-,mo: gni>thi sc:;rnfónl O Uhm10 ,o,,humumto iode s1 "ll'smo. 11
co,np ree,,sifo do próp rm cu, rtflewl.'I 11.:1 própria conscibma. f. a r;1~0
f,ro(11r,J,1 da prl!Sr11ça freqüente de ""' espel/m no (11.,do do labirmto;
aum,, (l homer,·, que por m11ito wnpo ,e pt:rdei, n{) em;mmlu,do do
A experienâa dn Tropicã\rn fm, para mim, (ut1Mmmt.i/ t1(1 que Wiu lc-
r:ar1mmre.Sem1.i l'll um,i 11cuss1d.ide prrniente dedarambienia,ãoa um.i
shie de !'t'nçtrávcis que L'l?IIIJQ rea/iu,ndo. N<i Projeto Ci;,s de C:,.çn, em
1960, OS Pcric1r.lvci~ c:ruw.m1 uma espécie de J,lrdmr abstrato[ ..• } Agom a
,iete-ssidadedecriarum 11mbiemc tropical do qu..i/ /lor=m Pcnm·.íveis. ,~
Tropicti/W é um amhicntc cunsrin,ido de dois PrnarJue,s - A /mre::,a é
""' »lltOe /mag~rica -. dísposro!i num cenário tropical, com p!:1.111as e araras;
no chão, caminhos de :lrt'ia. de cascalho Ou J., tcrra. que mm,•escond~m poe·
mas-ohie1os (de Rohen:1 Onkica). O primcir(l Pt11etrâ11el f muito simples:
um~ cabine cm madeira, com uma in~riç~o no nucrior - -,o\ pureza f u.m
m,m~. O s.,nridn i e,·ideme, tod.1 a fuse punm, de $CU tralMlho de arti.~t:i
neoconneusra se dcinmnchn depois dn des-ober1a d.1 f,1,·cla, d" v,da dos mor·
ros, onde a "pureta fonnal" efc1i,·am;:nte mc.xi~1t. O segundo l'enn,Ju,·1 i
bem mais eumrl e:,,:o: uarn•si: de um verdadeiro bb,rimo no intcri<:>r de uma
estrurur-a de madeir.1, tecidos, tcl,1 e outros matcriai5 prccários-, com upcnas
uma tmrada/saida . Proe1rar n,•;;S(' labirinto lembra o caminhar numa f.:n·da.
Na extrem;dade do [>l:riCU,SO, e ncontra-!;(' unia rdev,s,iQ permanentemente li-
gada quciusri/ica o 1itulod3 obra: lmagilfra. Es!i-3. obrn ,t, na verdade, um
com.l=do de imag~11s, Je repr~s.,mm;ões. a pani, da de.:<1r:aç:io nopical ex·
rerna. pas,;.1ndo pd.1 alusão direta ii ambif'nci,1 da5 favelas com o percurso
labtríntico e os ma1tria1f t'SCO!hidos, anl ..-:hq;ar à imagtrn da imagtm da tl'la
da telev,s:io, qu~ fundon~ (Orno um c~pelh<:> no fundo do bhinnm (gnôtln
~a,,rón!). Esse ii o primeiro labirinto de Oittcoca influenciado pelJ rxpentllcia
dt])l!rcorrnasvielasdaMangueiraepelaurbanídadedafa,·ela.Éumgén~roJe
labirin1odifcrente,cons1ruido,pro1,welmente,deimpro1·iw,poisniioho11ve
qual,:i11er plano ou maqur1eantenor, mas só es.qutmas Jc montagtm c de drtJ·
lh~s para as dih,r~ntes~xp,m,çiies.
O amb,1mtt cri.ido en1 ob1•1.imc111e tropmil. como que 11u111 fu11do de d1J-
rom, t, o nrau rmporr,mi.-. h.iuJJ a St"nJ.J(Jo de que st n t.1nJ dtrlOI,, •p,.
Jilndo a tcrr.1·. Est.1 St"n"Jil{3Q,
scnlt.l n, antl"llOrmetl/e ao c.1mmh11t pdod
m<WroS,fM/J f.11ieLl.emeunoopncursotk~11n1r, s.,1r,Jobr.8 •~I.JsqUl'-
bNttis• d.i Tmp,dltJ /mrbrJ mmto 11s (:lfflmb/JJJs p,,lo m<iTT'O - kmlJro-
•ru:aqu, d11q11t, um d~. oJ05,.1/1Jrdoómb"s ao pi do morro d.J Alangi,e11\l
oomdo1s11m1gus 111eris, Ram11111doA11udne s11J N(X)$il 1/111.i,,sui ohsmlOf•
dr modugtm.1/; "Tt11l,01.1 senwçJô dt qu,, estou pisando outro 1-cza /erro•.
f:rt., obstml(Jo g111mlr1 par11 Sl!!III/Jrt', pms r~'l'IOU-ml' m1qutlc momrnto
ulgo qut tÜ() wmeg111n.J f,:m,ml.,, , i ~ r de stnlrr t que, ronduí. k'n,.l
/ímd.m,en1.i/ pa,uosq!M"W/ifr-emum *dr1<U1ulit,on:,n,ento·s«1.1I.''
~ upcao 1rop1cal uagl'rado - au' pdo própno mulo - moura a m-
rençlo de Oni<:ic.i. tâ n:pl,c,13 em seus e!iÇr!IOi, de rciomar a Anrropo~agia
dos modcnnsias. faztndo, wmo ele chamou. um~ Supe r•anrropofag.ia. que
con,m1a em exagcr-Jrao cx1re111onsa ,magi,m rropkal para p(K.ler uhrapl~-
sil-l,1, em ,~posta à Am l'op e Op amcm:ana. E:m lugar de Slars 11nd Stripn,
de Maryhn Monroe ou de sop,u C,m,p!Nll's, Om"ca propunha f,nebs. ar-.i.nu
c bananeiras. Alt:lll ck .1-e r,1rnar um eíe,to de mo1fa, isso Jcu un&"m ao que~
,hamuu<leTmpicalismo:
Oinü,a sq;uc fo~cndu refer~nda ii JlO\'a moda tropical que~ reria descn•
c.idad,1 a p,1nir de seu lrJbJlho e que considerava ~..:trnnJmcme ~upcrfieial.
Ma5 ,rJó u esqueçam de que h.i dn.tm/0! a[ qui 11.io poduJo ser
comum1dos po~ esia 1'0r.1c1dade hurgue,,1; e> elem,nto c•u•n,c,a/ direto.
que va, ,1/ém do problema da 1m<1gi'm, pois quem (a/,1 _.,,, rrop11:.1/ismo
aµ;mhiJ d1ret,m,e11te a 1magl'm p,1,a (I <m1$1tm(J, r,/t.-a·S11/Jerfiâul, mM a
1•111êna11ex1de11cu1/cuapa,porsn.ioaposs,1cm-s11acu/tura11indaé
w,werSDl,sta. desesp,m1d.i>1,e111e a /Jusc<1 dt "'" foldore, 011 a mauma
da5IJl!znnema1no."'
Ko interior do l:rbirimo Tr()p1<Jli<I, hã uma m1,l1iplic1dade dcexpcnê:nc1as
refati~as à imagcrn, ~O tJIO - com os e!emenu,~ J S<"rtm manipulados -, ao
visual, pcfa cs,;:olha de rn.11eriais divm;os e coloridos e, sobrrfudo, ao ixrcurso
cm si rnnmo: o barulhu q11e ,,.,m Jo ,mer,or amJa longinquo" indcterrmnaJo
,onvida a J>('nctrar ainda mais e, quando se chtga ao fim do labir,mo, ;i =u-
rid.lo ahsoh,u, o arardho de 1"lcvis.ã<> hi;ado absorve o olhar e -d.:vorn- o
l'spcetadorlpamclpante, como o i\hnQmum 011 o t'Spdhu - nôs mr:sn1os nos
tornamos mons1ros - ou os fodlos antropófagos. Trvp,cJl,a é d,:,r,vamenrc
.ornoOmócaa prod,unava: "aobra1ruais:rn11opoftig,cadaar1cbras1k1ra-,
po1~dcw.1ra;1 prôpria ,rnagcmdo Brasilcdarn,picahdade.
ment:~e;:,:i~o:i:ri::~::~: ::~i;·~:i:o~i:;~3~:~:::::~!:.:n~i~
Manguclrn.
Quando d~ s,,u auto-exiho ~m No,11 York, de 1~70 a 1977. Oít1t·1ca
rcfcz. os bbmntO!i cm niaquetc~. Rcmnmu a 1dé1a dos grandes 1ard1ns labirín-
ticos em p,1rqu~~ urbanos . Esses pm1eios. cm s,,ia maioria para ~rcm construí-
dc» no C(ntral Park,1amnis for,m rca liudn, •.1> Oitidca o~ denominava
Ner1-rork,mes: S11bttmml!i.ln Tropi,J/i,1 Pro;1u:rs.
de Dédalo, não s-.iu fr,ro, para as p,,,s,,as neb ,., P"rdcrem. mas para ali~
11charcm, ,;,: encontrarem consigo mcsm.1s e tJmbém ,0111 os ouiros. São C'.Spa-
çm de corll"í, io, espaços para ,·iver. Ah u que pnmeiro.., p,,rdc ~u os cundi-
dunamcmos sacia,~, os pr«onceitos, as imagens cs1crcotipadaç. Perdemos ali
o que nos prende: dcss~ \'Cl, o fio de Anadne serve para nos d~s.amarmr.
Em lutar de pn!iÕh, csS<."> !abtrinrossão npaços inacnbados, ~mpre aber-
tos à~ expt,riêncins. Sio cx:atamente o ,;ontririQ d·a pris.io, s.lQ espaç05 de li-
btrdadc total. Tem-os até a possibihdad" de mio parricipar. d,• nãu fazer a
t
CJ!pf'r1 ~11aa do l'Sp:!~-0 labirímii:u. ~ ,dêia d~ experiência csp;1cial e !.,nsorral,
completamente mdq,.,ndcntc de um pbno o\l de um projeto prccsubdectdo,
q"corrub.1lhodcHél100n,crcaprop,k.Etêdaapm:1quescg11!ITIOSnaq111luque
chamamo~ Jç id~ia de Labinmu.
Oiricicagostav:tde re~tir unu fórmula dr Pcdro!kl, que lhc:11rib11ia a
proposr~ de um "exercic10 ~xpenmrmal da liberdade~. " Essa fúrmul.i. de furo,
reo;umc muno bem o 1roha!ho do amsta, cm Su3 busca mcess3n\c pdn enn:í-
Ciú da likrd3dc, ílfravis de c1<pc:rri'ncms ada ,·c1. mais mdica1s, dcs\1gando,o
de roda esp&ie de formalismo t: d~ csteusismu, l,b;,nando.-u da obro de nrtc
~nmo objtto. Com ele, o arn;m pas~ a ~cr menos Q criador - o autor - e m,1i'i
aquele que propüc a cr12ç:io colcm·a. comfl 1·(·remos dculhadamem~ ~m ""'"s
1rabalhospostcnorr'ienodesenvulvimenrud~.1cu pen13mcnro
A idéia de labirinto
D-ym11sos,
Sc,kl1<K,An..1drrel ...
Du lmst k/cmt Ohrcn, du lias mmrc Ohwr
Muu ,mm s,ch mdit en;t /i:,ssim, u."e1111 m,m sid, /1chc,i so/U...
/ch/n,,dew /.abyrmth ...
/D1<vriso, Si m~o.foc/, Amrd,rci ... /7i, tem orell1..1s peq,,e,,ds, tu te,rs 1111-
1111.is Qrr//1,u, 1Ja//..111111..1 pal.11•r,1 ~11S1J11J!-I Nilo i pruiw comrç.ir nos
o.limtd<l St 1101 d,•,-emru am.irf I Eu wu S~1< labrrmto ... /
P,mpodcrpcm'lrnrnofabirinfQ.percvrrê"l<;.fat-sen~cirio.:11,(,,-lil,.,gui.r,
com os paw,s,, a mfilu:a Jus ilCUS mtandros. Em lugar~ andar, é pra:iw s:.ibcr
danç.ir.Ocspaçoda,·cmgernfotspaçodan\,-ado;t'luuarompanh.'Ullos,oucai-
mos no vazio. Para doitunJt o bblflJlto, C prC.:l50 vo.,r. ma$ anr~ de aprmdcr a
,·oar, e =sã.rio aprenili,r a dall\'ar. O labmmo implica o aprendizado da danç.:i.
Oespaçolahirlnncof<1t!óp3\0em mo,·1mc1110.
NJo i 11m t:.iP-'fO ><.,guro; i o esp;,ço d=rwnt;,du d,, '/"tm /Jl'rdl'u o ,.i-
mmlm. ~ja por f,'T tidu a uporl1mid;.11fr de tr,m;fam,.ircm da,rça Q {IJ5$V
de SIJJ t,imm/iada, SfjJ p or u, t1,r deixado dewí,ir por tom<I rmbriagur:.
d1•c$/J:l(o,1Jlilbim11oioespaço/Jébmio."
A partir de um.J e,:t rcm.J complr1:,dade, o ser ,mpõei1 reflex<io ma15 que
a precarred.ida J,,. um<1 ap.iréncw f11g,11w; mus 1'"5511 ccmplex,dadr, des-
locando-sr gmd11;lml'"n/e, passa a sn. (mr s11;1 <'ti. o ll1/11n1,to <mdl'aq11,,/e
q,usur1Jiuestr,mh.1menteirperdc:'
A complexidade do lab1m110 é 1cmporal; quem se P"rdc E aqudc qu~
ac~b~ de surgir. que desaparece riu dtpressa quanto surgiu. E o aS[J«tnde~o·
nhecido du por>·Írque,;na a estr~ nheu; e ocs1ranhoC 1ambêm oes1r.mgc1ro,
o que no~ é e,mmho, o que não dominam~, porque drs..:onhecemns. Conht-
«r um labinmu exige ndr pc,ncmir, nd( ~ pc,rdfr, para descobrir as armadi-
lhas dn caminho. F.m c"d., escolha, a dUv1da: ·Po1fo se, que 1im, pode ser qur
não".'J J:i.ma,s S;Jbe111os se c~rnmos nu bom cummho: na reahd.ide, nân h.i
bum caminho. A 11Kutez:1 dn cnminho é intrins«a ao l:i.birinto. O percUt!,Q i,
orrõrriol:1b1rm ro.
Paradesararacomplnidad.-doptr.;uri;o,êncc(ss:írioumaaur.énciadc
ohietivo.Êavomadcdes.iirdolabinn1oquefa1.apcssoa$cpcrd,·r.Oc,;rndu
bbintHIOO é o cst.1do de qutm vaga, um estado rmincu. O percurso - au
contrirn, du qu,, ucurr~ em um mncr.irio j;i pbnejado - impõe a dispon1b1h-
dadc para \'ag.ir. Vagando ,10 ac~so. a dU1·ida des.1pare.:c. São os -iuc duvidam
osqucst"ptrdem.
As l"'mmbula~<>es dU5 ~urrtalisrns, Sl'gumdo o que cb chama.:am de
-ac11sooli1c11vo",ouadem·aurbat1adossnuac10msms-1:ínosanosl960-
com a idê,a de uma Mpsicugeoi,;raffa" foram pr.illcas da erdncia urbana, prâ-
ricas laf11rinticas dn cidndc.
Um,, embriaguez 10111.i con/.1 de quem, sem destmo, ragrm por longo
ts,n,po f/1</as me1s (•.. / Ess.:t rmbr1/Jgu~~ .111.111mC1ica. q,w :.compa,r/,.1 o
íl:ineur ~\lg,mdo ('l!la r:idad,, 11ilo ~ó s,: 1111/rt do qucé p,·ruptli,r/ ,ia m.i.
m.u também se 11propna do sm,plts saber, dos d.idos ,m:rr.s. que 71as-
sam a ser e11tJn alJ,"' 1•u·1do, ""'" ~:rpn,i!m:,a."
A ~>Cpt.°rttlncia de flanarpcbs ruas da cidadc,a ,·ag.1bund;igem urbana,
inu; c<;1m eJJ a embriaguez e " êxt'1.SI;' do Labmmo. pois. sem rre, segundo
lknjamm. '" a cidadt E:1. reali1.ação do ~nnho antigr, da .~umanidadt-, o la birimo.
O f/Jm•ur St: ,o n5:lgr~ S<'m osabtr a es,~ realidade.-
.\ c11pcriC ntia do lah,rinri, ,,e hga ã 11_:,uo!'.ínci3 ou â incencz3 de se estar
dentro ou fora dem.·. O labirinto tS{Ú, ao mesmo temptJ. no mfcrior e nu e:,:re-
rior; a dicmomia cntn: .-»:IS duas oo,,;iio:s rspaá,is não foncion.i m,115 ..A, .-idade·
Jab,rimo, o csp~ço urbaoo labirinrico, s,:guc ri,a me.sm.i lógica, da n:i<) ltm
e;.,:ala precisa, f ao mesmo tempo arquuelUrn e "p.11~grm-. !kn jJmtll cnt:on•
trnu nas p.is,;;r.~en, coh,,nas paris,cn><-s do século XIX a ilosm1ç:io m~•s evi-
drmc dcs5e rsraço urOOno intcrmC'diirin enITT 01erior e inn:nor. cmrc público
eprivad,>.
ESTtnc:o.OACINC.,O
90
Pois, da m(sm,1 (omm que ,1 "flanJncia" Jmdt· (iJlt'T de f\m.> um mt,:,,o,,
um apart,m1r11t{) <u1os dmm1/os s.io quarteirões - como os cômodos,
upar,1dos mu dos outros POf' wláms -, D <idade, rm rontr.írio, pod,.
tambim .se ofcruer ao passantt', por todM os se11s /Jdos. wmo uma
p.magm, d~spro1·1da J,. solctriJ.s.
Uma(laiwgem ... i/Jcm1m:,q11el'..iris.sr1omapamol1:ineur.Afm.>exa-
1amenre, l'le 1~ a á d<Jde se tindir em dn1s pólos d,a/rt,cos. P,ms ,,. abre
{JiJta de como paisagl!m e o rnurra como se fosse um qu,mo."
F..u.i1nddin1ç:fodeõ.::alat'pMteiutcgrantcdanoç.iodcLahirínto.Pode-
rmmos d!Zl'r qul' é iambtm o passante, o fl:incur, aquele que in,·em;1 o bb1-
rinro na experi~n,:ia dr Q pcrc,;,rrcrr que fai 5urg1routta. ,d(,ía d~ pa .....igcm.
d,fercnrc da .:onccpç:io ro111.i.mi~J d~ pa1)Jgem na1ur;1I, a pai!oagcm url>ana.
Ainda i;ci::unJo Bênjamin, ~a cidade é o rerrcno ,·crdadeirameme sagrado da
flanincia"," A t:idadr é, ;10 mesnu) !cmpo. r,a1.,ag,•m,. abngo, como uma
arqu11cnir:1 do corro social, cofo·1ivo. s,mu ltaneaml'ntc fe.dmd.1 e ahc:rr.,, um
rspa,;:o (jU~ se dn<lubra l'ntn as ,:on<trm;:ôcs. na n,a, espaço público por
ex~dência.
/\1r,. ser mmpru11did.1, a 110(,io de,,.., 11,Jo {}Qde st co,1fw1drr com i1 t1Q-
ç,io mJ.is 1/n//Jpi de ~rnmm/10". Siio dwu cOJ>.75 bn,, di/l'rentrs quw,ru iJ
sua 11.Jmrt;w m110/ó;:icJ. O (1mm,Jm ln:1 "'""' i,/e us krrore.s da mJnr1J,
'I"~ d,.,--er,, trr u torn,,do il CQTQII 1/0'$ cht/rs d.ss mbru 11õmadcs. AmJi,
hoJr, qualqul'r<ammh,mtr so/it.íno /lt!<Ü $i!ltl!r, 11.is ullltJse dl!s,1ms r:,:,prr·
thosos dos run1111hos. u poder d.is a,mg,1, m:Hruç&s dJd,u às lmrdJs
nm111~. Em r.ompr1,saçirO, aq11clr qm11•.,i m11m1 ma n,iô prrc1m, af1Jrrn·
temmll', J,. uma m,l() rim, o ,m)11sdbe m, gmt. Não ê ã trrii11ú:1 qul 11
homi-m 5ll l'ntrtg;s n.1 m..i: 1111 ,nntr,fri,,, sutumlie à fuscmaç:io dD monó-
10,w (ir" de 11.>(alM c11,r ~ d1JS<111ro/J diaml' dt-lt. O /ab,rmtu ,~,,,i,y,.w,
rodJ!'IJ. a smttse dt.ncs dms 1,pm de terT()r, e""'ª errJ11ria m,:motona."
A pt-rambulação rn!unliria ach.a st>mprc seu camrnh.o: o fio. ~ o fio, de
mesmo, que m:e <i per.:urso. O te<::ido, ao comrár10 da foa do asfaho, rê sempre
instrivcl e maleável, wmo uma ,·e~llmcnfa. O lc-cido urbano de uma cidade-
!abirnuode,ena r.imbém ~r flexfrc\ ou incrno. Pois ê a ccnci~ de um p<'n:urso,
de um tumc a ~1ing1r, qu~ uan,forma n bbirimo cm pirâmide.
fragmentJria. S., chey,;1ssc:mos ~ ,·cr o labimm.> num unico olhar; em lug.1r drn;
11:ihituai, frasmc111os d,· ,·,,.,io.
rcrramoso rlan-o, dom1nariamos o labmnw. que
n.io mais Stna bh,rinu,o. O verdadcir<:> l11birinto n:io icm ,mag=i fixa, é im-
P,.l!>~i,·cl cariá-lo wialmemc, pois l'S1.i L'm mo"'menm. O lah,rinm il o pcn:11rso.
o fio qur, percorrendo-o, n tr<:c. O j'll'tcul""-1 ~ sempre frag.mc:m.irio: o plano.
tuutano, tmal11.anrc, po•s cde qur transforma o Jab,rimo em pris.io. O bf>,rmm
sc: tom~ p1rjm1de. lu_gar fochado. Tl'S1denc1a d05 monos. O lab,rnuo é um
lug:1rdtYida,d~surrresa.Op/Jno1mpede,1s11rrrcs.,.ma1aa1·1dad,1L1birinm.
f,:ch.anillH1numa pir,imidc.
~;;~~-r;s;:::~:::n~;:r:i~:-e::~1;;i:~ ~~a•n:;:1::i~;.:p:1~
vista do alto do cume dJ p,r.im,de, a \i,;.;io 1oral, ou scj~. ~ impo!>Sibihdade da
f.\pt'rii:n~!J dobbmmo, A 1htur1.i lponto de •iS!a) trin,furma o~ atorTs, p3r-
m1panrt-S, cm ~impl« espectador~.
""''""'··
Poderi!m°" rÍetl\·ar1icntr Jiur qur Q Lah1ruuo t' .HT!IJlri:. ck a!gwna man"!;
ra. b,:i/'I'Ot;Q ou,sc-gu11doo-1rnnosdcJcan•P1errcUDamcc, ·harmqmsro·.
l'odrriamo5 ver seu~ mundros comu duhras dr ,cswn~111as, dr 1rcido~; o
J..abirmm seria o amfo1,~o 1r<.:1do urh,rno li\ rc.
' IJem,,lmk-m.
" l lélio 011icJG1, ,IGL. op. l 1/, p. 74, texto Jr 12/1111965, "A ddn,;a na mm ha
c~pcnêncfa".
10
!dcm. p. 99. 1c~1odc !S/05/1967, ªPcrguni;u;c r,:spo,111, p.1ra 1'.Hnu llaram".
'' Waly Salomão, Hi/iQ Om,,c.,, Rm de J~nc,ro, Rclumc Durrurni. i 9!J6, p. ~2.
:oSoh,c a Amrupnfog,a modcn!L~ta <: ,ua ttmrrutda ~los trop ical ma, (Supcr-
anrropufa11,a). ver Pa\Jb R.:ren~mn j,cque<, La f,,.,,.w, dr Rto, " " ,.,,,~r• cu /111,,./,
op.c,1.
' ' Para um l11~1<'inr.:o do que foi curuidt r:ido comn Tmp,cah,mo na• artH, nr Paor~
llctcnsicm Jacques, • A~ fo,·da~, M tropicalista~ e n ,•,vind~~ d, Hélm Uincic-~ na
M.1ngUC1,.,.~. op. ,11.
" Hd1001t,,:,e.i,A(;L, np. m ., p. l06, ,exmdc04/0Jll968.
" 1dom.ib1dcm.
" ld<-m,,b,.Jem.
" 1dem,,b,dem.
"o;u~ica dissr ainda uma ,·c:.om om,ovisu :i fUNARTE,~m !9n: ~T,i<b, c,1sa>1co,..,.)
da 1m.a.gon1 6b,·ia da Tmp1rnlidadc, .:iuc 11nha aru;1~, planr.u. aro ia. n~o nam para ,,..rem
..,-,a_, c1>m11 um:, c,;co/a , como uma coisa pam ser rependa depo,.. mdo qu,- unha
"l,"c.,~" e Caffi>t'n Mlt.mda se romo11 ~imbo!o do l'rop,eal.smo, tX3tLtmcme o oposto do
qu• eu prem,di.1. Fr-op,c,íl,., crn exdu1memc para acL1Mr com is..-,. cr;1 um pouco llAll~.
nc,<1-llAflA,aimagcn,p,llcmc,opa1<111cúh,·iu ... •
" l ltlio O,tk,c-_., , .. tâlogo d, c><()USÍ\iio do Jcu de Pau me,,.,,,. m .. p. 143, tcl<lo dr
,..,,=ihrodc 1971."Sub1crr.tn•m1TropKâlial'ro1=·-rr.J.a.)
" Ver M.ír,o Pedro.a , M,mdo, /,on,~m. mu ~"' crise, S..ô Paulo. Pcrsp«ttva. 1975, e
Do, n,r,r,ii, ,k l'urtm1Jri "°';;,;(,.,~,>$de B,.,s,1,.,, Sin P~ulo, l'~rfp,:~-.;,.,,, 198 l.
'" Gillei; Ddeuz1\ Nin:,uhect /.i /ihi/1>1ophir. Pari,, l'.IJ.F. 196!, p. 2 16. (T.d .a. )
" l'rocdrich Nictzs.:hc, L~ er;puM.ule d~, ,Joles, f./ai,eri« d'u,r ma,rt11,d S 19. a=,.,,,r,:s,
Pans, Robert L:ifíonl, 199J.rnmc2. p. 1.001. (T.d.~./
" Fraedn,h N1ewsche, A,ns, par/;m 7..,m,lhoustr.i (Ili/, CE,,nu, op. ,:u.• tome 2. p. 436.
(T.J.a.l
'' 0nm Holher. Ln pmr ,ü //1 m,rrnrd,:. Paris, G:,.lhm~rJ, 1974, p. 1 11. iT.d.~.)
E5n-r,ç.,.pA,Gfi'l(;A
wõ
"'1t,br1m !leideggr~ Nrdljch~. , orne 1, l'•n<. Gilhmard, 1971, p. 101. (T.J.a.1
''MFurs,, eh si, fots,, ck no", fo,;c •~p«><lu,.da ac> l<>np:u da, alê1M do labmnto no reto
~ um.1 ,\J!n dn p.aLkio durai de 1'1ânma: d. P. San1,m:a.,gd,, J,,. /wu Jes Lll>:,rmrbrs,
np. cit .. r, JH • !iguu XVU.
«Guy Ddx>rd, Thfor,e de la dfme, il.S. n· 1, di-c. Sll). m /ntcrn,1/wu/o
Si111.1tionms1,,, Pari•, Anh~me Fai·ord, 1997, p. 55. Vct uml,;m a tcntanu de
orgamzaçào de uma derova .:ol,·11Va em Amstcrd~ • a rr~nsformaç.ào das salas do
S1,dc/ijlt. Al11srum em lobmnto e>:JWr•m~nt1'1 em D•< We/1 Ais LJl/,yrmth (/.S. n" 4.
1unhvde 1960),(T.d,a.)
"111 /'ot/.1uh n' 9/l0/11. ~&º"º de 1954. rcprodu>Jdo<m G"Y DfiHmi /m!se11101'01/.11d,
(19J4-/9$7), hns. <:;,11,nwd, 1996, p. 71. 11'.d.o.)
"' Wa l!er lwn1~n1m, f'11ris, Cil/11t11f<d" XIX<. sW<.1~. Pari~. 6:1. du Cerf, 1989, p. -I H-43$.
(T.d.a.l
,- ldcm,p.4-18 .
., W.<lter Ben1;i.nun, P.1m, ,·ap,1.1/c <f,, X/Xe, si~dc. oi, . .,,,., p. -140.-13.'i. S.,r,a ,more=me
rdacinnJr e~•~ id,'iA de B.!nj~m,n com• d,sm,ç.1Q mun,;, ,inguln <'nln, ,•spaç,o pri,·ado e
públ,co n~, fa,da,. A fa~da ,meira como uma casa, pmrdlU.Jçiio do p,iblico, e, ,u,
"'"',no temp<>. •• caS,1' aberras. púhl,~$ durante o d,a. fechadas em ma preciri~
pri\rJCtdad~ dura me~ noolc, Cf. Paola Jl.cnon>tcm Ja~'ljue.<. Lu fai•ela• ,/e Rio, "" n11~u
cult11rtl,np.c,r.
,.WJhcrlkniantin,o/i.âl.,p.4.l9.
" ldcm,p.44\
"1dem,p. lJ(>
" Gillr.,; Udeuu. ",\1)'$tl're d'Ananc !'Cl(ln Nie1=hc". m Cn11,111r ri dmu/uc, Paris, U$
idi1i<,n,,Jet,. h mm. !9~J.p. lJ2.(T.d.o.)
" 1<10111,,b,dfrrt •
'' Ou rnc,lhor. um me1(l-!ugat Cf. raob. lkr,ns,t:in Ja,;(.jUCS N alii, ·Tnal'-'!!u,: licu, mi-
1,~u, n<'.m lo,u ~, m !.,,.,"" e<mt,m(Hmmlí, DcM.:artcsl!o.'.Cte. Pa«s. ! 99;, p. 1lS• UJ.
" Jorg" Lws &.r~•• cmr,vi_,rndn por llfari:> faih.r V3,,.1uc, m llo~s - ln•~J;N. 11,alogues
.,iw,,,·m,l'f. ran~. ~uil, !9$S, p. í2. IT.d.a.)
" J<•,W: l u,.1 Borges, "l.',mnwm,!", m EI Al,ph, l'an,. Gallimard, !967. p. 23, publicado
tambfm ,m L.,bym,rhr.s, l'~"~-
Gallim~r<I. 1953. (t:d.•.)
., Jorge Lu,. llorg~. "l.:i b,bliorhtquc ik llaber. in 1-'icr,rmf, Puis. GallimMd, !%.'i,
p.71.Cf.d.a.l
'·' 1dcm,p.8I .
.. Cf. Tbt ,dr.1 o/ 1/u l,bymul, - trom d:.rnral an1iqu11;• thrrmf!I, th~ ,mddle <>i;ts. New
York,CornellUnwer,i1yP«.,_S. 1992,p.9.
.,. ·,;,, o b~rr"oo ~ lkfi"" pcl~• dobra. que, ,--;io ao mfimfo, cm que sirnplc,mrntc d-,..,
n:cunh,cd Hc ..- r=hece no modcfo r,;.,m1. tal CQmo o ,ugctt J m~,h,a ,•esflda ... •,
,dom. p. !6-4. ( 1.d.a. J
A!i fo,·dali s.lo ;1,1mb ma,s romplt'!.as qu, u cidades d11as natura1~. na
\,·,g,c-J da s.cmi•trdi1,a dt Alcxandcr, uma vu que :u fJ•das nrdo cm cum1amc
form,i\"\l~,. nunca terminam ~u d!.'1iCm'Uh unenm, nlo crss.,m de crcs.:tr e, so-
brnudo, não siio t:in fixu como a; c,d~J~ d,ms forma,s, amfic,a,s ou n~tu-
r::us. pl.i,..,tJda, ou nlo. ,\ complcx,d;idc, nra~.il das fa,·da.s y: mescla a de sua
1tmporal,d:ide. Tr:u,1-!lf! 1;1,mbém de uma d1fercn,;a Je nm11.u.111C'mo. A c1d;ide
pro1c1;1da - a cidJde-ál'\·orc,, corno a árvort" e o pc:numenw c,m :irvort' - rs1J
foriemmtc enr,uuda nums1S1cma-ra11, 1m;igcmJa ordem;~ ci,bJc ruiOL"llmple-
lamrnie proictJda. a .:1dJde arhusrn. fun.:1on,1 como um~i,rema· r.1dkul:.1 ma,s
cnmplt'xo; e a fa,da. c,d,1rlc s,:m pro1cto, a cidudc•mJm. ~uc o ~b!cma
ri1omJ, que Alunnder icna mmu difkuldade pua dcmon~,r~r cm ~cU\
d lagram:1$ m~1cm.111co-geot,,-rific_os. qu~ fina lmenre 1amhc'm são rac,ona,s, <:ar-
Drtnta urtc «m,·tmo:al. nJJa rc,r/,o" ,,v conr ,1r1c conu,t•JI. Ptlo ,an-
mirw, mru /rJb.1//,0 é .,/go mwrttv, tvm<J tal. ~r., mm, o ro,ru1tv f'
"º
nmJ rtJ/IJ, como O$t'mo,~J/. o1mh1tm.1/, nc. qur (unJos.llJ co,1ur1os
/Jm/x:m: o 11ut ,,cho mim ; .,,..,,,da o co,ra,1" i truMdo rc,mo oli1t10·
f,m Jr/w,co, t1 pJs~ 11 str rtd11mfo1n1~ fuh,mdu-$1/ cm s, mt•m".
Adc-mai1, Omci.~ ntg;:1 su,1 panK1paç;io n.io r,omcme 1JJ am· .:mi.:cnuJJ,
mu em todo e qualquer mo, m1cnro ani~11co 1mem;1c1oual Ju qual ~li ,r~ba-
lho po~Ja ~r 3PfO.\lllt.ldo - e tJrlJ$ •e~ li fo, - como. por urniplo. a Ane
Pu,era. Om.:1u «111sideun J "dnJ p(l\cr.1 anc i1.11fün.a~•· a própria cJpt1.d1-
z.i,ção d.1 ,déu ck pohrez.a . .a su.1 !r3lliform.tção em com,umo • .a subhm.açloda
pohra.:i. que na. ~.1ild.1dr eu. fcn;i. ck forma ~ nt.t.
Guy Breu afirnrn que a obra de Oi11drn comum~0U"SC com muiros Cl>I'
rrnrb dJ .tnr: con1crnpor.ioca, Anr .\1111,m.1.li~ra, Earth Art. An:c Gn;;ucu,
f,r1•1ronmt'nt.il Art, l'ocsi.t Concre1.1.. BoJy Art. Anc Conccetuul, Pt'r(or-
11
m,mu, O crir,co de ;,.ne chi:µ J considerar Omcica como p=un.or da Bc~iy
Arte da F..irth Art, ma, Omc,c:i. nq;a t'S5'1S dua;, pa1cmid.1.dcs. Fie con:,ideru
que su.:is proposra~ difcnm du d.1 3nr corpor:il, puis são •a descoberta do
própnomrpo. e não Jocorpocurnosupc:me• cquc -~ BudyArrsctornou um
prccio>t>mo·. No..a cnirevi~t-a. 011icÍ\;a nega. rn s,Jo •prc,;ur50r dessa coisa:
bmh ll''mk• .'' A artt' de 0111.ica pode mé 1n: se rcbct0nado com 6$n mo~i•
mcmos da i,f!<X2 [Zc11ge,sr). mas o am51a bm,tkuo não pani~1pou tÍl.'1i•·~-
menrr de nenhum mo,·im~nio nrtistico desde o fi,n do Ntocoucreri~mu no
&-a,;11. Ai. prop()$1:i~ e O) no~m cnn.:ci1os dt Omcia cr~m ~·,ub 1·a =~ abertos
r 1amaij podcriu1 se enquadrar num mo1,m,,mo prt'd~rmm.1.do - cada 1·u
mais de ~e Rprnxun,t•a da fórmu la de •~u Rm ,go Mino Pcdn,s;i: "o c.vcrdc10
cx~nmem.i1 da lil-crd.:ide".
P9u Omci.:a. = bu""a da l,berdaJc rass;,. forçoumcmc ~lndt.'Sl"n1·ol-
,.,men10 da 1dti,1 dt part1c1paioão ;i11v:1 do cspe.:iador: o armia, mcflOI' que
Jquck que cria, C qurm pro~. motiv,;1 e oncnm a criação. O ams1a nin;,
m.1.is o qut as.,in.1 a obra. mn o que dl>sencadria orcriffl("iu ~olrliva~. Da
pamcipa,;aio do C~f'C<;lador, Oiurn:a ~ -•~a para a .:naçiio colt-r1"a; o que clr
faz t M'll pri,rno «iarum como uris1J se mrnam cad,1 1·cL m~~ dificc1,; de
d.ts.,tfi,ar.
Te,,l,o tambim algo qu, com,de,o ••,te,/ pilrJ o d~1,o/~·r111,ntu dt: ml'll
pens.im1ml0: ,m1J s.ila di: b,/11,~r - u111<1 sal., d" b1/ho1 o,rde a cor d11r1J o
1.m,b1emr t (JS p.irtmp,mtes do 1ogo wstsrJo camuas co/oridu.s t11ogarão
/11/l,,u nor111,1/m,:11te / •.• / )ti aqm a 111,111,fe.stação t-SIJ 110 u/rmro oposto
da r1111ra obról--Obnr: tiq,11 n, cnl.'t o umbit!nre prttoncrl,,do que 1lt:$t!!J•\'I
- nJ OlllrJ. oJd10 algo qut1 a re1·1du a<,s poucos e 11,W pr<'cwrctbo. Tanto
Não ocupar 11m t..g-1r esped/ico, 110 espuç11 011 1H1 umpo, aJ.Srm como
o pm~cr ("' ,iJo .saber 11 /Jor.i da preg,11ra, t" pode 1er a am•,dade
l.'I<'"
q1<e ~ emregue ""' "cnJdor•. /... / Os qi,e ,,,io .se defrom,m, com o
11
CrdaZt'r ndo u p<Jdlm w/ur, n~m CYT qm: ,~possa,.;,,..,. Jrm 11m "pe,is,i,
me,i/u" que ~'Cm a pnori s.,_•mprr e que foi a gl6rlil do mu11do oâdctr/u/,
O Crd:iztr ; .:riJr do l.:i:::i!T 011 arr ,w /11;:er! - n:io sri; 1u/ii« os dor:;,
p.zrq11e,ves1mdo-se11t1pl.111/<1,'1Ql/1{!/1,,wsensodo1mmdo.'"'
.....
Jerônimo. morador dJ i\lani.uc1sa. m1 um 31mgo próximo, p~ss1St.1 da
csi;ola de s.1mba, com<> 0111cic~. Qu~ndo ()mc,c~ voltou ao R,o, vmdo de
Lnndn:-.;, no micio de 1970, cm 1·is11J l favel~ wube, com grJndc pc..,r, qu~
Jerónimo fora a~sas~inado.""
&,111es11111emaiw11proJung;im,mwdt11oss.spl'itmdil'irl,w/.par11arma-
:em,r I' canaliwr muso (,1/vr t nossa r,u:rgw /!tUO(US, a l,a/mJçiió i
,.,,, Hll.'10 w/Ntuo de obter, p.1ra ~ f,.m1111a º" parJ O gn,po, O mesmo
,cfúgmdurameos,mcr.·aloscntreoscnrst1,,umaC$p,..-ciedc,.,iladccom·11·io.
Deyoi~dcmnopcríodonoRio.pamu cntiiopara Nova Yurk.onikmon
1011 a ci/uls-Ro1mu.io 11' l, no MO.¼A, para a ~posição colem·~ /tiform11tl(>n,
au ,crào dr !970. Seus !S nmlms diamaram a att"flçâo, sob!'t'tudo tkpois do
...,.,ãnJ.110 rncd,aru:o qu..- ~u,;,,:11aram, quJ11-0o Nelson Rockcfdlcr, na abenura
da e-.pos1ção, v1sita1ldo os, Nmho>, abnu uma da, •.:;c;Jula.5--.::<imp,ort.11ncn10~ e
.,.. 1.kparuu com um .:asai taicndo 3nlor. A propôsíto de~ cpi;ódl(}, Onicica o
co!\5idcr.i o m:ii<imo cm 1~m1>'i J., parri.:ip:1ção do cspa:mdor."
f:m 1970, Q,11dt.1 ganhou f;in1bêm uma bolsa Ja hmthu1fo Cuggcnheun
e M 111s1alou t'm No1·a York. Alugou um /o{r na 2' A,·cnu:la, ond~ mru;truiu
~u• Nmhns, Ah ck mOraYa, tnbalha~-a e ho§P<'da~a seus amigos. Pas.,;ou a
,h:1mar seu ,1p;1rrnme1110 de R.,/,)'lm,aH lnrnhos de Babi!ôml). 8..:ri1ores r
critirns d.o circulo do ams1a - Décio P1gna1an e Sih·i,,no ~nr1ag<1 - a~im
descrc,·c:r,1mnffo/J>·lrmests,
O pumC> de pamd:i para Oin~ica criar os Nmlmt ainda era suJ (xpenén-
c,a na Mangue,ra, foram JS "obscr~ai;OC-s barr11co§ n111h.1g(m mangueira q
<leu 11,:mç-.io".,. Os Nmhm prupô<:m não s.urn~me um outro t'!ipaço, mal5 orgâ•
111-:0, maÍ5 abc-nn e ramlxm m~is ,·ivu que os <:on<truidrn. pda arqui1cmr.1
1rad1ciona l, m,1~ t,1m~m. e iobrctudo, uma 1dfia de vida própria desse,~ i:sp;,;-
\0>, como se tles tossem capaus d• 'I<' l't'!"'<>du1.1r. d~ se mulnp!icar e dc se
d=n•·ol,·er 1ndtpendmtcmcnrc, como OS ,1bngo5 das l.,vchs do R,o.
A ui~,., dm 1'1nh(H s11rgm J/J Wh11«h.1pd f.xpcricn~t e mm e/J ru rhe-
gurt 11uast' J/J /11111/1' de tudo, J nea½irl.Jde dedescmxili'M tad,1 n•~ m.i,$
a/gn q,u S,,/il e que ser.i oJ!ém d.i rxp&i(JO, a/tm ÚJ ubr,,, ,J/gum.i ,msJ
a m,115 qu,• um Dbietu PJrflU/Nlll.'I:>. um wmexto par,1 o comprirt<lmM·
10. p,,m., 1•1d.J: <IS Ninho, prup(,rm w1i.11dé,a 1fo mnl11J,/,<e.içJo, de rr•
p11x/11çiio, dr drum,:1/i•1me,r/o p,Jru J trnmm,daJr."
.J.. rarnr do momemo cm que 0111ô,;,1 romep J moror na sua ,·='llobr11
1/J/,.)'lont'j/.i, os crmcos o rnmpJram :l oum,,; arrisr,,s Jo micio du lkulo que
também trar,sformar:im ~ua C3sa/;udii- rm obra de arre. Omcica, en tretamo,
nio ,ons1der.:tvJ mJiS M·u~ ft3balho,. como ohras de ~nc, ma> como prup,.,.,rns
al>c-rtas, e 8Jbylm1uu era um,, rropo,ia de ourn m:m~ira de hahu;,r, Oitic,ç,11
di.,,a qu~ a <likrenç:1 cnlrt de l' O!> JOÍStils com o, quais o compard\'lltll era
que de n.io procura,·J mais õll'llur o espa,;:o: pelo contrJno, q11<,ri:& o cspar;r,
como uma base oi-utra p3rn :J..> mais d1,..:rs:u exper,~ncias. Exphc~ as dilcr<-n-
ç;1s <lc ~u traba lho cm rdJ,;:ão 3 ,Jt,3 de Dhra..;~sa do, ar1isras modun<.»
Mondr~,n t' &hw111~r~, ,·um oi; '-Iliª" era com;t;lmememc ,ompara<lo:
NoJ <IIJOJ 1960 <'li Jtrodu~• 111u1/o IIQ Rr.rs1/ c SC1J/1 11cce$$1d11dc de dar
drre,;..;,i a ruJu .iqm/o. Lis.i ordm;iç,fo de 1dt>1,1s. o Conglomcr:tdo, com
o r111,lo gerei/ NcvqorkaiS<"S i di,·,d,Jo an b/ocus. "'
fnT;,nw /);1/,/,m d,1 uJ.iJr Jiio brm 11ws INI& qur w pJraitn 11(10 o
,l ll'rro d.i GforriJ 110 Rui, a d1Jm,1.la trtCll(J dos 1,irdms ~ un,.1 /JfillJ•'
q,ie ,le1•er1<1 ,uab.,,. oJ Jvrqurs úu bt·m mms IH"loj qmimlo ab,mdo-
n.1dos pvrq11<' s.io 111.11s 1w.11s ...
O JllJJr d ,1 Jc1, ,,/,~rf.1 •JIII.' r, mr.l.ir p.ir.1 mm1 l!J<J I.' ;o... Qu,w,/.i l.'11
,mdo "" pmp<1nhu qJ<t ,u p.-sw.u .imkm dmtru ,lt ,m, Pcnctnhd cr,111
Jr~,;1 ,. pr.lrm/.o.u... ru rsr,,u ~111c11:.smfo <1 r,1111/,.i tXJJ<>mma.i ,f.i dtsc,r
hrrw d.J m.i .itr.i1't1 dn .inJ.,.,... du e1(1J(o u,b,mo .itr.1res d!, dr1.dht, d<l
.ir,J.i,.. do drt.illit Jmrn11 dí1 .ind.ir. O ~lino 3mbula1óno. qu.mdo
11.:io lf pmológ1co ti ww1 CQISJ <1ltamclll/J grur,f,c.111t,:. Tndns ns Jli'd.1ços
dó Rro d<! /m,r,ro têm p,,r,, ,mm um s1gmffr,1do concreT() I! ('11.'0, um
""
sigm(iod,1 .,,.,, gcf'il f"5SJ cmw ,1ue â1.1mo de "1/dirw rom;n?to ·, ,, p~Jru
Jv "ftic.1r l'.!ro/.;, " ,mtolúgicil úmml Jo Rr,nil, .1s miJ.5 em 1'fllt" d.1
ú:ntraf do Br.1fil. 110 umro, os morros do R1v, SJo ~rios. F.wel:i. !,!an-
g11c1>,1, Jurame11to, cnes lug,ares .1um, que cm,beço nw,s de f~rtl). fütü
,mm pnmc,r(> o Rio em um n//10, c11 1mh,i m,11/11:,,do de dc tal ma,r,:ira
qui• m t11'tq11c s:m dde ,, /Mswre.sses,mm rodos foro, p.m1 ,lescobrtr qur
dc/1ms dt> pmctsso de miti(íca,;iiu '"'m •• J,, 1frsmi11f,c.:1,;Jo (11J1, ,,mf,m-
d1r dcmutifica,;ão rom drsnmt1{icuçJo; ape5dr d" segundo fa~rr parir
Jr,fmmr1101.A1~11drscr,lmq"eoproas50Jer,mi{1c.içJoe1rm1/<11mpor-
ramr, m.Js de ,em que 1•ir aromp~nh.1do çom n de: des1111t1fica,;â1>."
da elice d:1 7,ona Sol do R,o. A dcsm m fica.,io da c,dade lt'.vuu Omcic~ a urna
cxnnçâo dr frumc,rn~ ,:-nm: tcrruónos norm:1lmcn1t fechad0$; o Jrtisu miQ
..nmcnte r,a-.s:i de urn tnritorio a uurrn, ma~ iamhém faz uma ponrc cnrreck~
.111·;ivt, de seus am1gos. As pcs~s da \ L111guc1ra - Don,1 Zica, Dona Nu1ma,
Prnlo R.1mus, entr<;, outros - vieram ao llord ,\!i,ridirn t conheceram seus
Jm1gos dos'h;urros mais ricos d~ cidade, Todos dizem q11e a c,.dade ne,;ceu
dq1<)1s que conheceram Omc,ca. A~s,m 1ambém fo, com O> Jn'l1g0$ da Zon.1
Sul, que v1s11Jram a favela arroveiundu a filmagem de 110, curta-muragem
de Ivan Cardoso sobre Hélio Oiticica. rodad11, cm grnnde pane, na Mangw.,1ra,
cm 1979.
l\'o final desse mesmo ano, em rcbi,io aus deslucamcmos na udadc e à
,upri·~sfo dos !unir,-., C)paci.11s, O,rim:~ fuz ~u primeiro "c,·emo p(>e1ico ur-
ba,10· ou ~comra-b<",lide", com 4 ~ç,iu KIN:m.i11ui, chamada Der,o/i•t'r D um.i
,i l1'1'r.1, quc 1evc a pani~1paçio dc muims .1rrí~rns.
A.1:oru cs1<1u mi' prep,mmdu p,ir,i " Ma11g11e1rJ. Um ei-,,mo ,,,.,fq f'àr,vs
num i ,,.e/h1Jr lr1•,1r .1 dnrobcrlJ ,lo mb,mn j
Jt/15/.lJ pilt/1<1/•.ir.1,,. P.itJ
{.it>elsJu qut n 1., p.ir.1 (,nn um /1/mr. lm/111 umJ t.ibu., dt 6ox(,o. Vou
(!"'ª
(0/,x.1, uns fudnllm• ,,~L., ro1 llftJ l'<lt {11111'.lon.zr cwrraarrJ n1Jqurtt
r arru /m:J/. l·m.i rn15,1 mmr e m,,x, 110 mrrmu ien,po. Qo,ero col,i.:.zr
r.ut -1uJdr.1,ln l.zdr,/1,Jdr, mmi dttemrmild1J /(KJ/ (' dl'Llllr l.i por ""'
dnnm,n.z,fo lrmpo. Drprns trilns{,ro p.itJ um 111,1,0 lug.ir. f:m uxwd,.,
lrJ,O p.1,.i rJSol JfO (rm do di.J. \l.i1s J./umlt t/t 1,.11 srn-ir /ur.i rµr/ril
{inJ/1dJJr. /-icJol5S""'am<1>1mrsµ"ç"/,m/til1lo·dmut.ido. ·:
bn vu de lt,·Jr 1errJ -m111enal que rcpreo;cnra,an fa,·du- para all!um
trrrcno .1h.1ndonJ,Jo d.1 r,Jadc, 0111,1.:.1 tr.111J !JJrilhos- ma ferial d.1 c,dadc -
p.1rJ a fa,cb. f.m lugarJo qu.aJr,1do de, rerr.1. prnpunh;i Jgora um quadr;uio
dcl~dr1!hrn. A poss,bdrdadcdcdeslo,.J.mc:ntnd~quadradn lcsa ~ uma nfo
fü,.,ç;io do "cuntm•OOlidr". que p;i,,sa <U fowl;i à t1d1de e a~;,m pnr d,amt.
lnfrlumtme,, 11npossi1·rl !o:abcr aonde 1am ~~• ~ s Ul)<'riMK:1:1~ urbJOa):
J morte prtmJ1uu do ~m\'!il dt1'1:01J qu....uics como nS.t Stm R<ipôSl'1-. Por
da elice d:1 7,ona Sol do R,o. A dcsm m fica.,io da c,dade lt'.vuu Omcic~ a urna
cxnnçâo dr frumc,rn~ ,:-nm: tcrruónos norm:1lmcn1t fechad0$; o Jrtisu miQ
..nmcnte r,a-.s:i de urn tnritorio a uurrn, ma~ iamhém faz uma ponrc cnrreck~
.111·;ivt, de seus am1gos. As pcs~s da \ L111guc1ra - Don,1 Zica, Dona Nu1ma,
Prnlo R.1mus, entr<;, outros - vieram ao llord ,\!i,ridirn t conheceram seus
Jm1gos dos'h;urros mais ricos d~ cidade, Todos dizem q11e a c,.dade ne,;ceu
dq1<)1s que conheceram Omc,ca. A~s,m 1ambém fo, com O> Jn'l1g0$ da Zon.1
Sul, que v1s11Jram a favela arroveiundu a filmagem de 110, curta-muragem
de Ivan Cardoso sobre Hélio Oiticica. rodad11, cm grnnde pane, na Mangw.,1ra,
cm 1979.
l\'o final desse mesmo ano, em rcbi,io aus deslucamcmos na udadc e à
,upri·~sfo dos !unir,-., C)paci.11s, O,rim:~ fuz ~u primeiro "c,·emo p(>e1ico ur-
ba,10· ou ~comra-b<",lide", com 4 ~ç,iu KIN:m.i11ui, chamada Der,o/i•t'r D um.i
,i l1'1'r.1, quc 1evc a pani~1paçio dc muims .1rrí~rns.
A.1:oru cs1<1u mi' prep,mmdu p,ir,i " Ma11g11e1rJ. Um ei-,,mo ,,,.,fq f'àr,vs
num i ,,.e/h1Jr lr1•,1r .1 dnrobcrlJ ,lo mb,mn j
Jt/15/.lJ pilt/1<1/•.ir.1,,. P.itJ
{.it>elsJu qut n 1., p.ir.1 (,nn um /1/mr. lm/111 umJ t.ibu., dt 6ox(,o. Vou
(!"'ª
(0/,x.1, uns fudnllm• ,,~L., ro1 llftJ l'<lt {11111'.lon.zr cwrraarrJ n1Jqurtt
r arru /m:J/. l·m.i rn15,1 mmr e m,,x, 110 mrrmu ien,po. Qo,ero col,i.:.zr
r.ut -1uJdr.1,ln l.zdr,/1,Jdr, mmi dttemrmild1J /(KJ/ (' dl'Llllr l.i por ""'
dnnm,n.z,fo lrmpo. Drprns trilns{,ro p.itJ um 111,1,0 lug.ir. f:m uxwd,.,
lrJ,O p.1,.i rJSol JfO (rm do di.J. \l.i1s J./umlt t/t 1,.11 srn-ir /ur.i rµr/ril
{inJ/1dJJr. /-icJol5S""'am<1>1mrsµ"ç"/,m/til1lo·dmut.ido. ·:
bn vu de lt,·Jr 1errJ -m111enal que rcpreo;cnra,an fa,·du- para all!um
trrrcno .1h.1ndonJ,Jo d.1 r,Jadc, 0111,1.:.1 tr.111J !JJrilhos- ma ferial d.1 c,dadc -
p.1rJ a fa,cb. f.m lugarJo qu.aJr,1do de, rerr.1. prnpunh;i Jgora um quadr;uio
dcl~dr1!hrn. A poss,bdrdadcdcdeslo,.J.mc:ntnd~quadradn lcsa ~ uma nfo
fü,.,ç;io do "cuntm•OOlidr". que p;i,,sa <U fowl;i à t1d1de e a~;,m pnr d,amt.
lnfrlumtme,, 11npossi1·rl !o:abcr aonde 1am ~~• ~ s Ul)<'riMK:1:1~ urbJOa):
J morte prtmJ1uu do ~m\'!il dt1'1:01J qu....uics como nS.t Stm R<ipôSl'1-. Por
O conceito de Rizoma
l:lí!mome$mOsorri$O,mligo
Q11e 111.,,rom pcsm o pr;mciro oi/,.,, Jo prmw1ro homem
Q11fusv1u11p~•eculisrlhl!!il&u1</et'eme1rte
r.1ra1'l:r$l!t/,1sf,1/,wam ...
(,,lle, Dckuuc Fdu. LuJlt;rn cr.iru.r..irnum .i mt1aíoro1 \·egc1.il Jo ruuma
f'm mncc,m f,losófim. cm Rb1io,.,,. dl' 1976. r.. romado nu" tarde em M,llt
1'/Jtr.1u.r.Jl' l980.Fl~SC'llpó<'m,,omode!Qarborcs.:cmcf'unlláriodopcnsa
m,·11w (p1r,1mida!), ao s1,1cm,1 án·Mc•r.uz ou m<lirn!a, e propõem ou1ro ,1,1c•
m;1. h;1.se,aJu na mul11ph{1dadi:. cham.td,1 R170m;1
BtJmos c,msadns d,1 Jn"Vre. ,'1.i<, dt!r't'tl/0$ >11.J~ CTl"f n.:,s Jr,-r,res, no11
ro1ius. n.1s r.uli<u/Js; 1J s,lf,mms.,,11,M. To.l,111,ultur,1 Jrb<irtscl!nlt ts/J
fUnd,1,IJ ,,c/,1s, JJ J,w/og~ <l lmg1tml<'a. Ao ,ontr<ino, ,ud,1 t' /,riu, ""d,1
t Jm11T<IS41. 1~i.lJ i pn/it,co. a rui,i u-, OI ctmlts 11<l1terr.ínros, as r.11u~
i·· ~ b~- l'rmc,pm da canogri1fia td,1 dl!c.1/romam.·1, rim rizoma 11Jo cJl<.1
iuw1tu a aç.io dl'q,.,.fq,wr modelo esrr111m,1/ º" gentT<JllfV:J. É r~tr1111hv a
q11.1/queridd,1.lrrixogl'net""""'ürstrnturupro{m,d,1."
Toda 1dé1,1 cstrutur~I de eixo gt'llcra1ivo umonrn ,1 um sistcrru1 ou moJdu
arburcsccme.qucscgucalúgicado(ddcalquc,oust)a,alóg1cadarcpro•foçâo
sem hm (rcpcn,;àu Ju mr1im0}. O calque ,:,;t.i mmbt-m fortemcmc lig:uio a
1dc1,1 dt proJtto, sobr..-mdo nn arquncrur:i e urbam~mo, por m..-io da unh,a-
;,-ão Jc papd ,egctal lrnlqur. cm franch). Ao cumr:ino Jo calque, ou d;, d«al-
com~nia da árvurc,e.xistt a cana ou a car!Ografia do RtlOrn:l: '"l-azcra .;arrn,
e nãu u (dc}calquc•·. O c:.ilq11e n,lra sempre ~ao mesmo~, R0 comnirm da
c:,rra, que ~'IIC asd1ÍCt('lll,_..is; é um~ rrpençâo diferente. O c,ilqut· i: um modelo,
como a .1rvorc, cnqu.rnlõ a C3rta fa:,, pane do R1wma: é proccs>o. A cana t'i
abula, modificáve.l. adapt3vd, çonc-c1:ivel. !"em ~rnf.r.1d:JS múlnpl.b ~ e tam-
bêm múlúpla~saiJ~;; pdas linhas de fug,1. O CJ!quc urganila, ordena, csu-
bJiza. qucbn as mu lrip!idda,:l,,s "'· ddsa forma, cc-ss.1 o mnvimt'.nro.
No conce:i tQ de ll.i1.(>ma, 3 q11e.-1:io pnncipa l r o tnQ\'!llll'HI0. O m.110, a
panr m;>•~ ,•is,vcl do riznma, mo,,tra l>SO bem. O h rotar ê o transb<irdamrmo.
O ma/n 5<Í rxistr Mlr<' NPllfV.S 11Jo cu/tn-,1dr.J$. Ele pru11che os v,iuos.
Cresa cll/re, 110 mew de <,u/rns to<SilS. 1\ flor ê bdu, o refmllm é util, u
p.1po11/,1 cn/o,,q,.eu. Mas o m,,n, ê mmsbord11m1•mo, é 1m1,1 /1ç,ijo de
mor.i/.'-'
O tr.msMrdamemo unpli,.i ramhi,m a idéin de mfihr.1.çâo, de 11m &"00·
mmw que prcen~he u;; VJZIIX, de i:'-' rnmhos sub1err-lnros e de possibilidades dt
erupções. O mato. j:i ,·,mos, nio t("f)l cum<\U nem fim; ele éc sempre o móo e
brota pd~ mrio, ~\~1m cumo hrutJ nu meio de 01mos 1em1órios e cm meio~
1
a,h·e™iç. I' u ,;aço du mMo que ..-:res,:c cnue a~ pt'<lra~ Jo c:alp.menru, nu
meio do asfalto ou elltre os re.c.,rimemo• da~ccm,;trtiçõcs, ,mm esforço heróico.
l'.1rutlénmu.urnrcrreno:1bnndon:1doniioium(crrcnode:sV11iorindo.
ao conrr.irio. ~ um t~r,-,rw muito rico, ~um lugDr de , idJ e:nrcma - :ut' d~
n,e:sw ao dimax~. F.m SUJ proposta dc trnn,fonnar o terreno l'o:tldio cm iar-
d ,m, kJ (una ace11,1~du clú aç:iso. <l.:i 111,·:1.tio (tr:insN)rdJnmuol. da dCS<)rdrm.
NJo M' tnrn de um pm1ero prt'CÍ'<l de pa1sagisrn: i' o 1ardm~,ro quem ,.,.,
de.cnkanduo j;ird1m. paulMmamcmc; d<' aprvYC1T3 Q r,,tadn di11~m ,rn e org:i.
nico de um tcrrcnQ mcuhu. em prmc1r10 uhandonadu 11 de mtsmo. em esiado
de drscnvol~imcmo cspo111,inco e mvolum.ir10. Sc:u mi'u)do i: ,in1plcs: fa7_e11do
intervenções mmunas. s<'Jtuir u mo\'1mcnto e ao m~mo tempo oricnd -!o.
,\/1. onde u a11Jmv omrn,. miv se ,m,l,1 m.i11: ""• m,dr nân 51" p;,ss.:1•.1
rn.11~. ho/1' lt p,11s.,. É .i p,:rpi/11,1 mo.f,fic.içJc, dos up.:ços de tirc11/JçJo
e d/J 1.•,•g,•taçJr• que 111st1fu:.i o trrmo mo1,1mc11M. ,, ,; o (.it/J Jr grrtncr.ir
o '"O!'Jmemo que J/lst,(,ra u wmm 1,1rdm,.'-
O qüt Jiforcoc,a u jardm1 cm ITTO\"ÍTT!('fllO do 1crreno abandonado i! u ):l'-
renciar u movm,cnto, ou sc1a, oricmar ~i:undo uma ,·onradc i,stc11ç:i. 011
fu11ci(lnal. m'rsmo st·m pm/~m pret~tah<:ltddo. O que C lc'mtnt propõe. em
rnumo. seria fn~r dds C-drr.1s vegc1,us uma cartografi.1 aberta do jardim e da
paisagem, em lugar do Jcca.lqut tios modd<.>$ b1,m en'lu.1dr,1dos do~ jMdrns
rr,1chc1ona1s. O terr~no baldio i o 1ar.!1m•nzoma em dc,·ir. Clémcm o ,•:1loma
mm~formando-n reahncme tm r~rd1m, conr;trvimdo ~,rn esuurnra rizum:i1ica:
'll'gutsuaslinba~dtfugaeapr<"·enaa"don-rritoriali7.;iç<>C$.P.ir:1 prescrvJr0
nioma, ~ pn·ciso. portanto. prc<;ervar o mo,nncnro. seguir O!ó fluxos. Altm
dessa ,dé,a de jard nn , Clcmtm apréSCma conn,p!,Ô<:-' smgulare< de pats.igem.
num M"mido ampli:J.do. scgumdo u que de chama de ~am: involumana":
füra q1tn11 quu t•u, tudo ,l arte. A n.ihm:~.,. ô1J,.J~. (1 homem, a p,.iisa-
D~ mml,a p.irte, co,,s,drro c:omo arte 11woh1111,ir1i1 o rtsultiJdo
l(l'/11 { ..• ]
fel1ldt11m;,combmafJom•f}rtl'ist,.identu,,ç6;,srmdenb1etosQrg,m1-
liSTETICAOAGINGA
140
~.Ji/01 emre Ji seg,mrio rtgms ,lt h,mnom<1 J,wd.is pefo ar.:iso /... / fas;1
Jft~. i d,IN), ,i /Jnl',l<ÍJ, dt au/'1r idim11(icJ,.,,./. S..m O pts() ,ÍJ ussm.:111tr.:i.
mn.Jobr.i lugufk,.1 let'l!,seoferuewzmh<1 t prop(X II quem querenJ,m.i-
lu 1'1/IJ µmermd.:idt dt tstmtaç.lo.'
-~ ,déia d~ ar~ invnlum.ma ~ parndo,--al, n:1 mt<l1da em que sohsmu,. J~
,nicoo. J noçiiodc ,·ontade ou~ imcnçfocstêtic~ pcln de acaso; t' h:1s1,m1e
di,rnll,·d. ~mhor.i po,,a fw1civnar no ;Ímbno Ja pais.igcm, sobretudo~ mn-
sidtmmo~ que o J.~J.W <tmprc foi consfitull~O d~ uma paisag~m, natuml 011
amfü:ial. ~fas a ,·onradc (uàn do a,aso) C'(is1e ~mp rt: quando çr =nlhe o
enquadr:1menm Je uma pa»ai;~m nu,... Jernrmina e cbss1fo:a (arran's dl' fo-
ro., drwnhoÇ ou rtlatosl a anl' du,a ~involunr.im~, J~ se exerce, pelas esc<r
lha>, uma i;rJnde parir de n11ci1ç:io i,,1~11ca. Na rcahdadc, Q~mcm rep;:nnria
no <en Tr1111~ rna;i11n J, l'iJN ml'okmmi,,. (1-ratJ.Jr, sulmlu ,J.i :,rtt' 11111t1/m,1.iri.J/
mar~-a~ 011 tra~o,; - m.m.--J.S de prescnçaç - ~bre o term(mo, e,n ,ua ma1nr
putc J1rodul1dos pelo bomrm. labrK~Ções "mrnlumãna~~ de p:ma~ens.
Por outro lado, o i:on..eno de R1wma e mai, uma guest.iu de 1enm\no
que de pa!S3gi:m. embora ~mrri: s e ~ afimiJr que um3 paisagem fai parrc
de um tnrnóno, 011 '-lllt faicr um jardim ~ t~mh,àn unu forma de org.muar
um termóno, de 1ran>forma•lu. O 1mpc)num,:-, 1odav~1. f ~ rrandnrm(l,;iio de om
1arnório. a tcrmonahzaç.io, qol' mmJ posm·d a descermonalizJção e a
re!emtorialiuçio. e ~•sim por diante, fa,.u R,mm.1 é pre.:isameme ;111menrnr
sc:u 1nri16rio Jtm,ó de múlupla~ e succ,;~iv3s dc,,temtoriJlí7ações.
A panir du mum~1m, cm que o mato m,,1dc um ier!'l'nO abandonJd<l,
form,\ un, 1erntór10 ,·egetal, demarca sua prúpna p~ença eu n11n1enu. por
meio dr seu movnnrmo e de .eu trnnsbord:unemo namr:il. Se um passarinho
vem apanhar pequena~ haste•~a• par.i fa1.erum mnho,ele, por sua Vi'"L,
11rr1bém dcm.irca um tcrmóno, anJtnat. e n.io f por ;,aso que 0111cic3 fa1.1n
ninhos, forrmrndu, assim, 1crri16rio5. A mdificaç.io t uma fomm de 1rrri10-
n,1h,.ttçii<'I. f.. poMilnto. a demar<::lç;Í<! que con.stuu, , qu( d=nha. um termUno.
As marcas 1ermorrn1s podem ns~urmr múlfiplas formJs; o odor da. urina para
certm animal$, o som de um C;Jnto, a cnreugmfia de um3 <lança 1111, 3inda, 3
prôpriJ cor. Scgundu Dtleutc e GuanJri, es~J marcas siio como a~sin~turas
o:pr(Hi,,a,, modos Je expreS!oão. e 1~m um caráter e;tdico.
O f111ar T. o {iJ/or f<>rmor1;1/,~111e, dei'f' ser br1sc;1do t!m 0"1111 p,mr, preâ·
,._u,,,.,,r~ 11{1 i/,.1,ir,.r.cpr=uv do filmo ed11 ml'lodu, o,, !il/J, ,1..i emngin.-ia
d..i, qw,/id.idts pr6priiJs (ror, o,/vr, wm. sdlmrt,1 ele.). fudcrcmo, th1m,,1r
dt ,\rtc eHI' dti:ir. tssa murgê11t1.il O trmtor,,;, seria <l 4:/r,to da a,t~.
O arnsw. o pnmr1ro hcm,m, que 11', ,mta um /mr,/i, º" (a.: um m.irm ... "
A ar.1mt~'lura eu urban,smu s,,nam as disciplinas pur .-xcelência, comu
pr~1i.:as, da cvnwhdaçio des-cs marws 1trrirori11Ji,:,1ntes, d., consolidação das
form.1~ de expressão ror ,miro, ou rclhado,s." li.las, ao contrário de ou1rJs
pr,iticu arti~1icas cfi:rncras (mUsica e d.inça. parnculannrmeJ, a dcmar..:,tç:io
torna•sefoG1,nlohamaisfugas,aslmh:1sdcdes1crrnoriahza\iíOestfocoug1:-
lada~ em .si,u mu,· imento, o pbnu d.- ~uns,sri'ncu e!ólâ l,ma~du por fronrt"",rus
m.itcrmts. PtlJ conwhda;;:io, o rizoma si: 1ransform.1 mc"navdmemc tm :ir-
'º'"• a.,,~,m ~umu o labinnm se 1rarn.formB ""' pirãmidc.
Por outro lado, .u marca$ 1errirori.11iT..int~ p<:><lcm ~r rit<.UnâticaJ ,;e:
clJs con....::rv.11n os faioro ou as luihas dcs1crrnorta'!iza111e5, mesmo que nAo
desterrimnalucm. A própria idéia de 1uri1(mo não tem l'Sl:ab, ~ da ordem du
q1,e ~onsider.imos o Mesr.u em ~";'ls,,M. Pode ,,mar: terri1orio d,;, proprio corpo,
LOrp<> w.:ia l. um grupo l~pc,cífico (rnmumJadc). b:urroc as.iro por<liame.
~.i ....
Klu d1:; q,u Mp,1r-.J dr.:oMr da rerru, ex.:rcl.'tm)l um ~;sforçn P<)r 1mp11l-
;os", ,1ue M·11os rli-1'<lm1J1 so/Jn i-1..i wb o mip,710 d.is fnrças .:,•11m/11.~.is,
que tr11m{am d.i gr,w,Jadr". l\(l'tKCWil q"" u Jrl!Stil começa pr,r r,//1,1r
e,,, .-0/1,, ,fr/r, par.i todos OS 11,ems, 11 fim de 11pra11der O s111a/ d11 crJJçifo
110 <rtJdO, dJ 1/;J/urtw nJ/U~JnU ,r.1 nJ/Jtrr;.,., 11.imr,1d.1:,: depm:1, ms/,1-
/,md11-1e ~,ws limites dJ rerro~, ,,f, it! mt"usa pela ,mcrmcdpico, pelos
n,sr,m, J,r/.as ,,mJec,dJs, pdm '1/Nuos e p.1r1irn/Js, 11Jo 11dJ co11{<1m11-
dm/,• acm,f,c.1, 111.u J!elr) mm,m,mto, ,wdJ m,11$ q11,: pelo moi•1mc11tu
1mane11/i!.••
Idem.
Idem
" IJcm,,l>,drm.
"Hého º""''ª· LS411r"JiJ ~tr.il d.i ,,,,, .., ul,/€tw1J.iJ-,, ud.l»gu da c,<po,içlo • .\lA.\! do
llio dr Jancm,. 1967. n,pmdu,idv nl/Qt.illJl;ll JujnJ ,k r_.um~. op. âl. p. l 18.
"1 !êl,n Omc,01 • .;acill")\n Nrm1 ob1~1w,d.,,k, .\!A~1 do R,n de Janc,m, 1967.
rrprudu,.uJo nuc•-;ua!ugodnJeudcPnurrn:,<>/1.t1t.,p.110.
- /1~/,o Oürrü.J - Lyg,,_, Clarl:, C.m11s /~64/1?~~. R,odc jAncm,. cd. UFRJ, 19-96
''l',un,,•ist.J pu~ /!.1.irm ll,ua1.1115/0\/1%7J, in ,IGL, op. cit .. p. 100.
"1 fol,u Oiuc,,,a, •cn,la,crn, ,u RN'1$1.t \"o:e,, Ntról'(lhl, i'J:'0, reprod'11.iJo no c.,t.ilogn
do.kt1dcPdumc,up ,·,t.,p. lll
Hcho 0,11,.,.:.,, ·,h l"'~"b,ltJ:iJ,-. úu Crda,~,·. ,,, Rcr•u/11 l'n:N, ~'-°''° Je 1970,
n,pn,du:m.fun-0,ArjlogodoJoudrP,rnrnc,11µ.,,1.,p. IP.
"Ar.1~y Amaral, -1frlm O,rn:ica-, m Cul<Jq,,1<, .Jr1r, n' 11, ("'-.-n:,ro d~ !973. l'.Jr,wgoMs
e Tr,:,pi,·.i/1J i,s,avam ,~mb,n, •~post0$ nJ •~~•;;ãuJ~ Wh1tcchap<•I C:~111:r,,, crtt 1969
'' c;uy Brrn. "Hd,n Umrnca: Re,·rne~nd ll.c,·ol1", m Art m Amrr,rn, Jan,·,ro de 1989,,·
cnrrov,.ra p.1ra J autora, na .:a&1 do C.U> lirc«, em Londres, d1.1 01/05119% (Gur Bn,n
""""de,,,.,.~ tornado •migo pc,,~~• d<' OmCKJ., foi o =pon~vd inJ,mo pcb
t~l'O'lÇionaW'lurn:h,pcll.
1 khv Omrn:a, ·A~ pon,l>,I,~ Jo Crdun·, m 11.r"~'" Vous, ;,.g<1H11 <k 19"0.
,.-produz,do110carJl<>1:<>doJcuckl'aumc.op.(rl.,p. l.l6.
" Hdil) Ouid,., •.'iau l'ivlhró.J, 1.-xto mf.ino gcm,lmcmc ccd,do por Lu.:,ano rigu.-,r~do
!Pn>)<"fn!IO).
"C. rta a Amq Am.l.r1LW,a.b dcO l/0'4/1972, cuad.1 ..,,, Am.:y Am.1ral, "l ld1110111.:1n·,
.,,Colo.iw0Ar1u11 11,fe,·crtirodcl97J,
'' Hi'~o0,11c..:.i, "\lumlo--abrigo", m t.1rUloitn da c~p()l,ção /lfomlo-ubr,g,o, Lak-ri.1 110,
Artt(<>nn-mponinr:J, R,odr J:i11t,ro, nu.emhro de 1989- t,exro....-mo rm 197.l,
"M:i.,.t,:111 :\ld ulu.n. LJ,,Ji:r~1.>ndi11g Mníw, N<>•.i York. ;\kCr:iw H,U. 196-4
' lld,.,On...:i,.i. "] ON", m Rn •WJ \'t1u-1, "llll'IU<.k l':1-0, rtprodundo nn ~ilt.it,~, do
J.:uikP:1umt,<1p. <11 .• p. 117,
.. O.,rrn, na c~kb«- 8JrrJ,Jo dt [ u,s Amon,n: ".-\( B.irr:i~l<'I/ P,e11Jur~Jo t,, nu murro/ .I'.
pcdmd<l "°'Ofr<W A rnbdr: JOl 1oC:U> ~ A, llarrJd<WTu:i vo,. niioe,curo/ NJo IC f<qu«;o
um mmut<W p<.,rque ,e, qut 1u 6/ l\Jtrad.n ik ~umi Tr~di~.ío do nu,u p:i,sl.. J", Ou
"""b A,'1' \i,,r,~ no mor.n de I knvdu, Mamn<: "B.arraclo ck z11>c(J/ S.m 1db;,dol Sem
pmrur.v' LA no morro/ Rarr.ido t' l;,.;rng;,I& l.í nlo uo5te/ kh~,,J.,J,, J~ ,1rranh;Héul pi,1<
quem mor.> li no morml vwe puunho do ciu/..J". P:1n um .,.n,do wbr,e :1 arqu,1c•uua
das fa•·d:o,, nJ, krra, Ut, i,amb;,, ,.,.,. J'Jola lknn,mn J••'l""" LLs /ilrr:l.u d, Rio,""
,,.1,ur.,/um,l.op.r,f
C,,U,.. Ddeuu e ~d•~ Guan:;t,n, .\IJ/,. P/..Jre;,ux, Pms, l.cs N1tittt1> de Mmuu, 191:10,
r.H.rT.d.1!
ldcm,p. l i.
..,ldcm.p.H.
ldcm.p.1/; .
., D.:k:11,d(;11a1<a <r cuam Lt.rloo ústaiicda, ,., M,11~ r/.,u.i,u. Qp. nl .. p. 1\1: ~r,ime,ro
•.i l rua pm,,..,.,. piam~ e 411 omff•• atrmun,en,e rnn\O, dcs.., ponm, wrr~ a :i.i;ua do
m.:ttu.nn..J. A thu,·• ucni tr~n•r<><udo _.. sc111ontn p;,ra lonlt<", Sc-J(lk" .>t •·J1lls que• •!;"ª
,a,·ou, ª'"m <:11Corurar.ls li d.,.,...;..,Jn c:i,,.o.u,~1110. l',oain. 0111.>IJ, a planta qoce. nt5i3
d,rc,;!n ,e a~ha ma1> il,...,nro WI ma. TuJ.1\ .1, qul' n.,~= ~,u,.. essa• d"»..;., nu,.
,\ta" l"rdc. <111ando "'"'" ,',lnrrui, nv~n,n,, por su:i ,.,..,._ stm<cado mda, a,; SU2S ..,.,,.,nrc,s,
poder.is. ..,gurndo o ~urso das águas a P'"'" do ,:,~Ja uma de<.<a, pbnta<, ~umonr;tr teu
torr,tóno." L'/,o,bcdu dub/,,;1 Wpct,r~ ["mu. <\L d" S<,hl Nv,r. p. 160. ff.d.~l
"Çf, Pwh l\i,rc,nstem Ja~quc,. /)1irot1stru~riu11 1'ó/11CJle" Tn;,Jo11ur. Lu,11. ,,,,./,.,,, "''"'
lre11.op.01.
"'Gillcs C!om"'"· Tr~llrsun:mct de /':,ri mv,,/um~ire. ~ns & 'fonka. Pari<, 199~. p. 11
(T.d.a)
"' r.illi:s íit·ku,.cc Fd,x Guattar,, Ahl/e l'/Jte,11,x. op. rll., 1'· 402.
"lJrm,p. -416
""-=
"'9
EPILOGO
Espaço-movimento
füu.J ""'" borbo/d" por d1,J11/t dr n11m
E pr/.J pnmttr.J 1-ez 110 Unu-nsa til r,:p.,,o
Q,u ,;1i; hurVUlct.JJ 11,io ti:m cor.,,,,, mo1•1mcnro,
Anmr (01111> as flúrts n.lo tnn p,:r/wur mm, cvr.
Acoriquer.•mcor11.1sarosdalmrl10ll't.i,
No rnoi•uutnto d,, borbolrfa u monrntmr, ~ i,ut u mm-e{ ..• /
1\, rré) 1tg11ras con-c:cmiai, que acaNm()) ili: opor - fragmcnro, Libtru110
e R1w1n~ - e:51~0 ligadas cmre fil p.-l.1 1J~1a d( muvuncnto, pr1n.::1pahncou das
f.1,·cla,, n que 101 tào hc,m c11plorJdn por l ld10 01ucit:'a cm sua$ nhr.n e cscri -
10-.. /\ c~rc11.:a n:-suhanie da c:-..per1Cnc1a Jc,i>('i c~paç0$ - fragmcntJJos,
lab1r1n11,:os e momau,o, - I', consequcmcmcnrc. um.a C:5rcnca C:5pac,al do
mo,·imcmo, ou melhor, Jn c>pa\--o-movmwmo.
Sl:1tund<) Oel1'Utt, ~o nuwimeu10 f unw uansbçáo no ~p.1,;o" .' A 1nur<k•
pcnd~nlld do movnnento ~um o espa,;o. onde•~ o rno,·,mc:mo que >t' mo,·c·,
e u1clm,1,·tl. lkq:son nos mosira :.u difc~nç.u rnm: o ~p,1ço. mfim,amcmt
dm.~i,·d. e o m,wum:mo. ,ndiv1~1,d. usto q~ ...- 1ransfomu qu.rndo dividi•
do.· l'ua L>elc-u,e. a pr11n.:1r~ e ma,~ c~lcbrt 1cst de fkr1tson se rl">u- na 1<kia
de que ·n mm·untmo njo ..... confunde com o csp;iço pi,rrnmdo. O cspa,;o
pcrcnrriJo é passado. o mo,•1mcmo p«~me ~ o arn dr o percorrer".·
A pm<1"1hdade de um õraÇO•nu.mmMtO 11aso:<:' dma 1esc "bcrg~m1s1a" .'
hpda ~ c.,.ÍstCn<:i3 de ...spaços que csliio cm mnvm1m10, em 1nnsformaç,-..,,
comi,ma~ em r1cmoo. d,,.lucanlf'rllOS. em suma. t;,p.1ços tm fuga. O cspaçcy.
mm unrnm 11:io~riJ m.ns lig.iJosommre ao propno c:sp:H;o lis1co. ma~. M>brc-
rudo, ª" mo,·,memo do pcrcu~i. a cxpeni:nc1a dr percorrê•lo, o que ! da
urdem do v1v1do e, s,n,uluocameme, ao mov1menru do próprio c>paço em
rran~furmaç:io, ,, que f dJ ◄ miem do vi,·o, D,amc disso, só podemos eon~,ik•
r.ir a fa~·da como um t~i»v>-mov,memo.
O cspaço-mo1tl!lffllo e J,reummte bi:;ido • SC\15 ~mrrs (su1c,1os da :1<,.io),
q"" sJo rJmo aqudn que l)C'rcorrtm cs= npa~o~qulnt<) aqueles que oscon,•
troem r rn, ,ransformam commu~m.-nrc. t'-o ~~w da~ fa,cllr., m do,r. ~t<:>rn-
r,odc.in cs1ar reunidos em um ,ú: o morJd<Jr. que 11.-r~!m.-me tamll<'m to cvn~-
mm,r dos.eu proprio e>(»ÇO. A própna idt,a du <'IJ')ÇO-movuncmo ,m~ a
noçdo dr J\fo. ou melhor, de p)n,ç,p"{io . ,\o çonrrdno dos hJb1r3mn pus1-
1·os. sunples ,._pecrador.,s dns tspaços quase rsd11cos e fixoo (pbntiados. pro-
j...1,1dns e acahadf>S). o morador. Ou u sunple, v15ttJnte, no cspaço-mov1mcmo,
torna•!C :;cmprt! amr, cu-aumr e partic1pJnte, ~s&un como o~ c5pecradorC':'i p:u·
,am a )cr part icipa mes e it!i ,·eu,, m<".Smo ro-au1t1res das ohra~ de Omcka,
que, cm sua g.randr rna11ma. ~n 1-ndadc1ro5 C':'ip,1,;os-mo1un,•mo pmp<hto-.
pc'IO amsra; na~ palavras de Hd lo: eonvm·s parJ. "va•Enc,asw,
Qu;1ndo. ao 11rt>am2ar favd= sc.-dese1a presen<H 5ua 1dcnr1dadcprópna.
~ua cspei:ificidadc nmi,a, ê rreów pcMar e m rnnsi;rv,1r a n,l\,,ão dt panáci-
ra~.ão ,.• au mc,mo rempo, cQnS<'n·ar os t>pa\o,•mu1 ,menu,, A idéia é para-
doxal: como f posswd C(>ns,.•nar u que 'i<' mu,·e, pa1rnno111.ililar o movim.:mo!
Vohamos a lkrw,un, üu .sc,p, .1 ,déia de que o u,ovuu.·mo no np~çu só pode
~r rnn...,n-.,dn si: n.io for d1v1d1do. u>rtJdu cnmo o próprio o:5paço. Em outro~
termos, .i,ó se p«k cOrlS~nar n mm•irnemo !,e dc1~,muo,. ju~1arntmc, que ek
se mo,imenre. lsw nos leva a p('füJr na nu,;:>U de patrimônio de outr:i form~
que nfo il <la WMólidaçãO cuhurnl d~mm de l!m,l lógica con~rvadora de
mu">Cificaçlio, ·O proprm muv1menrn pnde ser propos10 como piltnmUmu a
wr ,on,crvado. Me-smn <jLIC essa ,dem pare\a ~JCtremamen\e con1mdi1ória cm
rebçãn :h fovd~~ fi,a clan.1 qu~. ,,.._. existe ,1lgurn !lpl) de mtrnçlio patrimonial
- no >l:nt1Jo de prelnvar d identidade cuhura l e ,-,1i,1"a desses (~paçm -
quanJodaurtlan,1.a(.io.u,mponantcaseprrscrvarniiodcvcna!,Crncm)ua
arqu11crnrn,osbarracos,ncm,euorl,an1sm<,1,,1s,1das.ma,oprupriomQVl•
mcnrodasfa,clas,atra,·ésdcscu!lature),U'iprópriosfuvdadrn;.Ou""!ª•º
qur ...... dr,cnaprc1e11dcrprc,;.ervar~arar11cip.1çlioati,adol,Jbi1anmládadãu
na cons1ru\.lO de x,u próprio espaço/cidade, como ocom.• cm dif~rentn nivei,
nosespdi,;OS·mo,·1]TI('nl0.
De qualquer rorma , i, 1mpnss1vcl rr~ndormar espaços-movimento em
mUSt'us, p<1is, como nos mosnararn lkr~n • o~lenz..:, os ~paços·movrn,cmo
nn1tfam de na1un·~,1 4u3ndu i.ãu fix.1do,, dc1xJ11do 1mc,hrt1 ,111a·nt ~ 1k ~e, f~pa ·
ço~-mo, nnemo. A~ fu,·ela~ mnda n,lo corr,-m (l ns.:111med,atQ de serem f,mrn
du como s1110> turí~11cos mu!it1fi,-aJ~-11u,~m11 i.í ii~nra ndo cm c'artÕ<'$·11QSt31S
rhawndoosKfa,cla-rrmrs",excursõesturisuc:isqucpropôt'maa,·enrurade
v,~mi-1,ls· - sohrerurlo porque amda ts!:lo muiru v"·as, 'i<'mprc marnbad,1s.
prec.iria~. e. cm ,;çu prnicip,u fo11damemal, tm translormaçào p<:rman~me.
Que .i no,~3 propo~ta fiqur m,m dara: náo quer~múS prr$~rvar as fa1·c-
las como um rorulo com n•n.ino f1xn, ma~ ~im como c,p,1ços•mov1mcn10.
No lui;ar de prcserrnr as prôpnas inel~~, p,c...,rva..sc•l3 aquilo que 3~ rur-
113 um cspaço•mm·,menro. Ou si:j~, guardar-S<,-1am .is <l1fer~n1,·3s dessa ar-
qu1tc1ur,1 vcrmicula com re la ção :13í<jui1c1ura eu urbJntsmo 1rJdiriona1>,
atravh do rcspti10 ;is ~uas carc1~rrrí~ric,u fugmcm.iria~ , bbiri,,ucJs e
"""'°
is,
ri,:oma. u.:as e da prr~n3 ção dessas i:aract<'ri511cas. A imcn-en~lo S<"g111ria
as linhas de fu~a. as dcstcrmonahaçÔt'), mm u par11cir aç~11 ia cx 1s1cn1c
dtl5 hah,M!\Trs, que passariam a ~ orientados por um ouuo upo ~ arqun<'W.
Q .1rqu11c1u-urbano.
l\ão !i<' 1ra1a snnpln.mcmc de 1rOC1r um ripo dl'" ;,rqune10 por outro, que
,·om,nuJru ;a m;amero comrolc wul sobre, a con~1ruçio da ,·,d;,de, mas ~,m
de muJ.1r o modo de amar n.i cidade, o própno p;,pel d<>" arquH<"ftlS. [550 não
querd11H que a popubç~o não prc..:i.a mais dr arquntms. Ao conrrano, ~•sm•
fia '-lll<' os ,1~u 1rc1os rnmb,,•m precisam da parnc,pJç.i" da popufaç.10 p.:,.ra
que .i cidade ~1ª dt fato um,1 con11ruç:iocoleu,-a. Use outro tipo d.. arquac10
tcn.i. um n<w<> papt>I: promo,·cnl e poçs,b,htar,a um.i pamcipaç.io .-fe111';1 da
p<1pul.i',ào. n5o só loc:,l. ma~ dt tu&. a ,.,daJ.,, t paSl.lna a s,:r um upo dt 1nlet'·
loouor que rnloc-.i. cm nrg<1e1:i.,ão os d1Í<'rt'flfn a tore> urban~ <' que )tCrtncia
os Mflu~osM de m,wmu:mo 1J C'l:1.\lfmrs no rsp:1ço. E o ru.,m 1mporumc, o
.1rqu1rcui-urban(l 1m>~ana II fatrr 1mervençl'ld dis.:rctas, pou.:o v1s1,r,s, ~m
cun.s1ruir verd1u.t~1rJS Mobr:is nrq,, ,rccônicas". ~m culncar a sua •11~smJ111ra"
formal de aí-qunc10. O tr;abalho n:io 1eria uma •,w1ona ~ pr«,n. passando a
ser rc.1lmc111c coln1\o e 1nón1mu, como 1á o f 11a favela.
Os arqu,ref~•urbanos. 110 momcmo dt urban,nr as b,·cbs. scgu,n;1m
os mo,·unemos 1.1 começados pelos mOr3dor ..,, para -em ,·ez dl' fí:.Jr os esra•
ços. cnJ udo <'nfadonhos ba1rrn~ ordin,hios -coru;rr,~.1r o 1nov1111C'm<> eimtemc,
o que f cx1ra-ord1nano. Ou ,eia. pna rrc!>\'f\'ar J própria .ida das fnrlas,
qua1,r <rmprc mais 1111en5,1 <' .c(lmunicina do qur a do,, bairros formais. tlu
,·,da das fovelu pas,.ana a conramm.u1:imbcm o,i h..,rr,- forma,s ,,:unhas.
Ass,m cnmo no rnw dos M1ard1ns cm mov,m<'nfO~ de Gil1~ Cl~ment - nn que
o pJ1sagM,1 M'l(UC o pr6pno 111ovun~ino narur:il da~ plantas p.1ra tr;msformJr
terrenos bald,os em 1ardin;, qu .. 11.1nd>1.mlam 1\,HUrJlm .. m c o.. 1crrcno,;. avan•
çandorela, bordas - , oa r'lunc10-urbanof'Cgu1ria o mov,mcnto urbano das
lindas p;irJ .:n:u algoc,imo •bJ1n.,,; em mo1·,m<'moM.
ESTtl'ICADAOH.A
iS2
o~ an1u11c1os•urbanistJS frad1c1onab. como os iardmc,ros, cm geral,
lu1.1.m ua1amcmc comr,1 l'S$l' 111()\'Uncnm p,e~xmm1e,c0<11r,1 as rrv.u d.1ni•
nhas. com a finahd.ldc d1' otubde.er uma prttms:a ordem formJIMa a.a ciJ;i.dc.
O, arqu!ICIO!HtrO,rnrK, dO ~orur JrlO, 1cmar1Jm gcnr o mov1mcmo. uncm,i-lo
so,gundo uma vomadc tslL'ttiJ e a1t' mei.mo JurK1onal fsob"'tudn t~nK':ol, ><m
n«tso:.1n.1mcn1c lançar m:io de um pro1cro prt"õta~lcudo, conn•nc,onal.
Este, como 1:i 1·,mo<, t J grande anoa du, arquuno,-urbamna. 1rad1~1ona,s
contra o 111<11·imcn10 Jc,,cs csr,~~u,, uu Kld, ,ontrn n Fra)tmcnto. o L1b1r111ro
e o RllOma. O pro1c10 co1wc1K11>n,d. no caw tk quJlqutr espaç,:..monmcmo,
acaba con1 a~ pot<"T1C1.1lidJdõ 1m.1nm1c~ do 1.i oci.initc, fi~a íonna• por .irm,-
cip3Çlo, im~ açõei 11nprn1~1.1- e, whrctudo, impede urna parm::tpJçiu n-.11 e
cfc11vada,occicJJdc.
O tspaço-mo1·1mcmu nio ~IJ hµdo a l"Ol('IO'l, mas ao dia·a-dw urbano.
O cn11d1i110 pode sc-r ~ Nsc de m~n~iha~fo lJOIO da pam~1pJçio quamo da
alicnai;~o da soc,cdadc, e a cons1ru~Jo do t-;pa,;o urbano 1,:-m rC"Spon.,Jb1hd;1,-
de dc1crnnname nc~sa tsculha. Contn a bana\idJde do ,ofldiano, 1knri
l.dtb1re.' por nrmpk>, propunh.1 uma 001101ruçio de momemos. 1 ~ que foi
dõ.:n•uh ida pdu, \l fu.tCÍOlllirJ~. • ura ...5 di. ,dt'1;1 de COIISlruçiU de s,ruaçõtJ.
Uma s1maç.iocunm111da -.cria, rcla.1ddmiçõcs~1roacionis1a~{/S. nº 1. l!J.581,
"momcmu d1 vida, ,nn.crrlJ e dd1~radJmcnte comrruido pela urg.1nua~.io
colcr,v.i de um .1mb1core umrar10 e de um 1~0 de .:a~om.-.:,mcnws·. o~
s,nmcton,~tas rropunhm ,, 1d~1a de um no,u hpo dr urb:m1~mo. o UU \Urba•
msnlll Uuuáno) - u1111.ir10 no ..eimJo d~ yuc l" contra a S<'grep.açfo do wumx
,nuJcrno-:um url,,1n1smuahamcmc pani.:iram·o, feitopcl\»~·1J~d.io>.anri-
hm,,onah.\ta e ~oluc1on.mo. A verdadetra urn~fl"tlÇ30 tk Jo11uaçõe<; funn.u~~
b~ urbanismo n.:mnpr1acular, S<'m prn1,1ocon,c(l(mnal ou modelo tormal.
P;u;i r,rc~rv;1r o t!.p,1ço--mo• 11ncmo, o uqul! N:o--úrb:mo rrntJrlJ agir !'em
um prott'IO C0111·enciama!. !il'.ll1 modelo lunnal. anundo por mu.:ro-inrcrvrnçõcs.
ou ~a. UllCf\"cnçóes nunu11;11s qu,c~m-.icm o ílu:<u runrr.d e espnnt~nf'Oquc li
e~istc no prf,pnocsp.1,u•movuncmo. Nn ca\<:t <"[X'ciÍlco da fovda, isto .ii:mfica-
n:1 r~~pr11ar a~ d,forença, d= ~rqunctul'J ~ urba.ru;mo ,·cmJculos ~ populam,
atnun d~ pr~nJ,;lo de JUJl .:ar.lCltT~lllJI - ÍraKfllt'nlanas, la.b1rint11:Jt e
ru.(lmau,..u ~. qumdo a õi,:n..a 1.i nta~l«1da prki!, propnos 1D(}[.1dure<, rm
,-cz de k: 1~nna.r impor Um.t õttt,;,u e uma tóg,.a da ~rqu11M11rJ r do urb.trui;mo
erud u~ que '"io fomm ncn1 pcus:id<.>!i, Mm ~,crmrmcmc ~dJpt.tdO'l 1>3ra C'\SC
upo de •1uw~o urb:uu c,1n:1IJJ. ou para quJlquc-r 0tmo 11po dr CliO-hmnc
'lo ~u c.ild>rc /lf.m,futo ,lo m,,{o rm1/ri1 u Ti1C1QntJl1srtro n,1 arqrutct,mi
(Versrhm,m~ln Mon,frsr) ,k 1958, · o arf151J aumfoco I lundcrrwa~scr 1,1 dma
cm ~lm e bom wm·
""""'
A 1,ub11,1b,l1d<1de müte,ia/ das f.11,.,Lis i pre(erwel il i,rab,tab,1,dade moral
da arqwtcmm útil e frme,on:i/. N() q11e Ô•llm'1m<JS de (JJ 'l'las. o liomrm
"'
sú pode paduer f,s1CJ111en1e, enqi,,rnro que,"" <1rq1<ilet11r,1 planeiad,,,
,,,,., se prtter,de Jl'/J proret.i,-1.J p.,,., de, ,,/e ,,.,Jca mor.1/me,,/r (p,•rde a
alma}. f ,r11,fo v prmc.lpu, da {il!'l:la, ou se1a, dtu,1 1,rnli/er<1fiio
ari1u1tet11ra/ se/,•,1g,m1, q"e e (Jrenso melhorar e 1omar romo h.Jse (po.,tn
de par11d:i). e n.lo a arquiut,ir,1 f,móm,al.
Aned1um11s que !;Oei3 po~sívd ·urhaml.llr~. 110 sc:nudo de mclhoru o 11r-
bano. presc-r,·.1ndo a alrcridadeda~favcbs,atravésdc umou1ro11podcmeto-
dnlúg1.1 d,.. açàD, :.cm pro1c10 co1iv<'l1ciona L m\pirada na própria tlóll't1"1 da
(;nd~. E m~1s, esso outra forma dl' ,mcrvenç.'io - rambérn frâgmcnt~rrn,
!~b,rlnnca e n.<Omâ!tca - pode e deve sc,r Uni até me,;mo par., M" amu na
própria cidade dit" formal, pnnc,pa lmcmc nal ~n:;is de co1m1to (que na roli-
JaJr são murm P5icológiw~ que pr~i5arn s,,r dnrubados) com o,, $1.·u$c~sos-
lim11cs. e a fa,da ~ s(, um ddrs. Ai, O'> métodos rr.id1nona1s da arqunl'tura e
urhJn,smn ha muno t<'rnp<> 1.i niio funcionam mat~.
F..ss.:t outra maneiro de fa~er d$ 11.i.o--arqmtl'IQ'i. de imL'ttrJr SUíl própria
çi<ladt-, pt>d~ ~ugcnr uma nQ1·a m,rncirJ de fahricar A C1<fadc dr amanh~ . Uma
Qutra 111,111,ira de~ P"nsar a ciJaJe poJe s ~ da romprctnsiodr call0!;-1im1-
1<-s. cumo <) dai favelas c,inocaç_ Num mnmmto de cru., d;a própna no,;.i.o de
ctdadc cm quc nos enrnnmtmus lwf(' - com as 1dé1u de niio--,;,1dadc, cidades
globais. url,an i,.~ç5o gt~r~li~da, cidadt 1,'l'nfoca crç. -, e,;~ SIIUJÇÕ('s cxtrc-
ma, de alm1dade urbanJ podl•m r,os a1u1br a "'f'C'"s;lr nossas própr,ru. dcflni-
ç1ioes de cidatk, d~ urhamdJd~. de formasc0111cmporirn:as dr v,dJ cm ;;oc,n;!.1d".
Na r"a \idade.a• dua,;; rnrrcntcsdo p.-n,;.:,mrnto urban,;;11,:0 co11tcmporà-
nc1, ma,., ~m vuga 1mrrnac1onalmcnte. llJ trorm mns famhém na prnlK'a do
urbanismo, fipc•ar de serem qun!,te anmizômrn~. chcgJrn d um rcsulrndo mum,
par«ido. N{"nhuma das duascon,;ey.uc rcsoh·cr de maneira sat.,,futória os ca~-
limire, dns cidades. e o que é pior. ambas amqudam o que <.:hamamos di,
~Spaç<rmo\"uncmo. Tanto a ~urrt'ntc ma,, <:onwrvadora. pos-modcrm51a mr-
d1a e rnd,cal. quc pre<:ornza à pcmfic.1çiio do espa<;n urhar,o. pri.nc,palmcmc
d,·centros h,stórico!i (mu,;e,fk:u;ão, pammunmlm1çiio. ód.:tdr-p,1rquc-rrm:iti<ll
uu disacy!andtlaç.l.o), qu3n10 a wrrtme d,m prngre~si.u, nev-moJcrnisra t
nrolil>erJl,qucfaz3apologiodostspaçl15urbanmc.ióocos,p,incip.:,.1m<·nte
pcnfü1cos ou dc rniades d:1 rcr1hria mundial (Jurrk$paccs, ~1d'1dcs i,scncnc-as,
c,JaJ{"s•shoppmgs ou espaços 1crm,'1ais do ,--ap1ralismo s,.:lrnij~nl), destroem o
espaço-movimenm. A pnm~ira. a1rn1·b d<" uma csir~rég.ta de msntuc1unaha~-:i.o-
congd:u11et110 do cxis1('nlc, e a ourra. na J,m;ão im·ersa, p('ld dcs1rmç.io-
füb,rnuiçio do cxhm11~ atnl''Ei d<" uma nu,·a Tabula Ra$J.
ESTÉT!CADAGINGA
' C[. Hmr,, Pirrrr Jtud)·. ,\frmorre, Jo, w,:1.i/, l'am, ['.U.~.. 1986, <' L.i Marbmrr,r
P,Hrmw.,u/r, P3ns, s.,,,.
& Tonb, 2001,
• o, arqwtr<O$ dito• partic1p3cmn1Stll;. .:a partll' do,; anor, 1\160-Je l,w1<arlo d.e Corlo
(reim X/• 1 11c1en Kru11, p,1>,.:rndu J'l"b c>:pen<11oi., <k Orct:im d,, Chrmophcr Alexand•r -
~romrnrnm mmta d1ficul,l,1Jr rm P"'!'ô' a p..;rt,.,,p,1.;:ão d<!:i l\.lh,mm~ pnnc,f"'I=« ""
c:ll<)dr11Q,·asconstruções,poisl)Jrnquc<$J<'1Lpõ!k-nperiênciipo<sa,..,bcm,5ucrdida.
un1;1 r.dr ,,,eia! pr,:c..c,.temc <' lund~u1<:m:tl (mu, umdadr <;<insmuid~!- No "'1W dos "'I"''°'
autncon;trmdo;, ,1 qu,stôo f qu,1<,t> mvrr"'1, l' qu,, fo, ,t ptÓpn.:1 pupul.1çlo q,,r ,:Um1tm11
~-..,.. õpa~or, "'"' qn'11'1ucr a1uda c~lcma ,m_,,.I, A c~pc:f"lC11c·1a llJ urb;im>..:,._:..'i" ,k Br:'ii df
l'm.1 por údos Nelson Fcrmra dos Santos~ um bom r>«:mplo, apesar Ju med<., do,
la,d.tdos dr strcm rrnio,·td<M \fn, plr,1.1 duaduu mi~Mrl, que pro•·~u um., ctt1.1
nq:>çã<>dacuhur.:1cd.,..,.,,(1i.u,J.,f,n-.:bf"irp;,ned."pn",prin,-luh11an1"'1,l\Uen.fo
qucri~m ma" que a fa,·da fr,,se ,lkmiru...id., como tal p,m, que o fan1a,m.1 d:r. rrn1r11,~.lu
,l...,p,t~ d,, vcz. A pamap.a,;.'io rfeuv.1 «i pode o.:orrr, de fato m1dr h.i um,
"'"';nd,ca,·fo mnH11udru pr«ffirn,c à. 'l'"' lqurr 1,po de rn1en·cn~o.
·o; fo.-cl~ ,-1,,..,s n• ,·crd.,d~ n.i,, ,.lo nm·,dadc. '.\o,"""" 1910 i~ lrn,rn u..·uts<>é,.Je
MtJSta ► <' ,mdt<tuar~ mvdrnn~u~ ~u morTQ da r~wfü (Pn.>, id,'l><'.1,1). Pcrcn,iar css.1>
;,,._..,,,sões 1k pes,;o;i-' d< fora da f.vrb 1run,,.,_. ou h,baantes da c,dadr d,1-1 form,11 <.>u
rll<'>Jno dr ouu-.1, rnmunid~<ksJ, Mra,r ,,.,ramc5 r p.u,:rntes para •ntrar na f.n·da, sem
muK1fü:a,u11eu,••p.,,ofrs1cu,man1<•nJ,,,.,,,.r.,,o-muoin1<n10,,.,riarcalnit:111c
mtrr~s.rnte. S.,n.1 cssc, r não• umfomm.ação do trcido orbam,, u ponh>ch;1>·r ""
.,,dhon• du dito 1mddo urbano, não'><> d• fa,d.1 nUli da própna c,Jad.e cgmo um mdu.
Uma non1 openén,.,., que NH'<:< ,r n<»J d,r~,.;,,, por olfict,vM ,mcn" n.io ~m<nl<' na
fa1-.,!a como taml><m ""..-u lmmo com II baorro ,·mnho, rropondu uma pr,inc rntr<
••= dois <'<paço~< o dtu.11 pro1<to rm d=m·olv,monto para mtcr-·on;,.ão ,,, b,·cb d<>
Jn,.-~rc,.11hu. áamaJ,:, Célula UrbanJ ko11,·ênio Bauluu$/Pr<forura dJ c,dad< do R~, de
Janoiro, Jmi.,Jo por \bn~ 1 uci~ Pr<rr<cn r Dicunar ~nirl.:<). l:.:.<e pro,cco tr-Jz tamb,;m ~
1nt<tt'l...,,nt< ,d<'M <k- cr;u ""'ª
c<é h, ld d,· mdht>n~, ' I"< f".dcní M.'t n11mdUJ.ld.i
n,uur.1ln1,:tl!<'.
',\ l111<m.1, mnal Sauai.:mni,ra era um i;rupo de i<>•~n• .,m,ra,. l,JcraJ<1' JXlo ,11,cJ\1"
Gu)' Dt:bord, qut lu,a,·a ~omra o ~JXdcu1o, a cultura esperncubr, contri ,,
e5pctaculam.~ç.lo.1:c11cr:1 h,,nda,nos,,1a.,nmr:ianin-paru1.-.paçlo.an.io·1ntrrvmç-lo,
Contra a i),JSS1va!a,lcC ~ nl,rn,,loda ""''~d., IU'. J:m 196.7, o.'borJ puhh<.-a u><u liHO·
man,fe;ro L:, mâ,·u du 5/Jta.ic/r, o RJuu1 \'a""'ll"ºm puhhrn Tra,tê ,le s..,,.,,r 1-wrv ,i
/' u.,,gc Jc, /t:1111~• g<'1'<>r.Jflart•- Emtt a, publica~ s1ruac!Ofl>SLJS. uma bwchura
d,am~Ja Dr /,1 ,rr,;h,; f'/1 ,..,/,-,a ituJU.1.111. €o'ms,Jerü. WMS ,1,,püts ÜOlllll/ltq""• fH,lmque.
psy,·ln,lui:1q1u. ,ex,,../ ri notumm;•,,i intdluiu,;I ri de qur/qutJ mt>)'"ffl pou, )' ,,.,.,,i../,cr,
foi um dos o,aoprns prrnc1pa1s da~ man,f<"Staçóes dcMa,o ik 1968 rm l'anJ. O g.rupo
pub[l("ou 1amhbn 12 mlmc:ms d" um jornal homómmo, /111,m1,1/rom1/r Suwu,ommtr
(l.S.),cn1tt1958c 1969.
,\ ~n·r,a .<11u,m/m1m1 dó urhan"m" rn,,d,,nw ·" " Ja,-.,•·~~•"-mrn1r p,:l,1 c,ir;ircr ann-
p.unc,p~m·o dn1c, e o inter•~ dos suuaciumSl3) pdas qu~1õt$ urlunas, pe-\o
comclr,o. O<"<lrna pe'l.a ,mponâr\Cia dadii por dts ~o meio urbano como trHrno dr açlo.
dr produ,io de ciova~fonnas J,, part1Ctp~,lordc lurn rnnrra a p3.<'1vidadc <LI
cird~,!.-.Umarquu~10,11u ac1<, ;· ,nhr:' nd" r<>··st:rnr,ch O at " ,1prnporum
muJdv Jo cidad<,, !\rw fl.ibrkm (!'lm·~ liab,16nml, fazendo mo1qu,·1e.s r pl~nr.i~. o que ío,
v"·.o.mcmf' qur,a,on..,do pdo g,rupo M t'poca /0.bord briga com Consfant e 3c:,bJ s-,
de,l,µndu da I.S.). ()~ ,11u.:i .. ,uni>1as, e prn,upalmcmc Dd,urJ, ncrcJi,a,.o.,n q.,,.
'<>Tl><.viitr a ccvoluç~o .,.-,.:1;,t) e cultur~I cngcndrnn> a reniluçã(> urhan~. e nJo o CQ!llr:irm.
como os :irqum•fos modernos dcrffi,rnvam.
11
fa~ man,fono foj •~rnu no f"'rlo.:lo Í,[l,11 do mornn.,nto mud~no, fa~ de"'"
degndaçàot•·ulganzaç:íope'l<Jrx<ess.Qr:moMhs.uefunc,onah~t.o.domodtn111mo
1,uJ,o. Os pt1ndpi<>< n1oJ<:rnns dos .O.rt1Stc1> forJni »1 l1>t11uld,i,;-por vulµto..< mvdc:rmsn1.s
pdusrc,n""r.un,,1.,habaaç.lupopubt,rrnnsfunna n/JuosunhucallfUP'ªOO'arquttrtos
modornOi M rrl)te realidade d., hahitJ,;-Jo popular modemliU com "'"' ~on1untn,,
hah1t:1c1<mai) ,m~IDai• (que mui1as ,..,,..... foramcmmruidos p•rn <uh:;muir am,µs
fo,daL<, nú mun<lo ,nwt<>I. :,,:,-s,a cp<)n, dno) ,,,,,.e,ji se man,fi:~•:i•·~n, ..-imtr,1 ,-ss:o
orq,mciura onrem.lmmlr raaonal. como o Tcam X. que fazia a crillc-J de ik-ntrQ dos
(JAM {C~•ios ln1ern2c,o,1;1,s d" Arqu11erura Modern2- l l ed,çõ,:s d.. 19lfi 3
1\1591, ou,,. suu:icu· . como 1· ,·11nx, que rnn1ll<!m e er.un ••· .,_d,c, cúroo
"'"" Jc V3,"'~"cm de 1961: MS.: us ru\Ll>l:li riv<Ucm conh,-.:,do ,,.; urb~!\1>!:ts
,um•·n1pvr.inc'm. ele,; rcri.tm nan~fonnado oi; ••nnpos de ron...,,ntra\".iO f'm wniunms
h~b"""'º"""· Av,!,O ~o, con<1ru1ore1 M rumas: U1 urban,.,~, -'<'rãosuMmuidos !)O'k>s
ulttm/>5 sch~g~n~ d-M fo,·das. E~"'" i1,:1htrii1> .;onsttuLf. O, pm·il~,3dtl~ dos 4'(tnjum01
e c,d.1d<:"1Hlonmtorn"' ,;cí p,;><.k:Tilu dc$<ru1r." !1.S., n• i;). (T.<l.a.)
"Ou •·ohclT"~ ao .«:cmdo or1grnal do ,ermo demmrgu que vem rrc,.;11.1mc,nc do g.r<'go
dt'mwurgoJ - -~rqu!tol<>", "arttiã<>" -, h«r:,.lm,me "que lmbalha p.,ra opuhhco", da
fam,b~ do termo grego dimot, em sua or1scm: "p~rt• de um lerrHóno que pertcnc~ a
umR C(>m1mid;1Je" (au ~<>ntrJnn do ,ar:ltcr mq;alomimco da u111i1.a,.ao du 1ormn p()r
Pbtio no T""''"• e cm .«:11111da por P!uuno. p,n d-,s,gn.ir a doYmd•d• 'Xll"mMdura do
un ..·c,so."ol>tu,arqunctodoUn"wso•) .
., ~:,p,1,kulo no ><nudo J.t,ord,an<J. d. G"J' Dd,,Jrd, L, J&.•d~ du ~f>~t.,de, 1'.uis.
Bm:he1-\...1<1d, 1967.
'•Oc:m·• n,:, .«:r,uJo rnu~cinnma. d. ·Thk>n• (k 1~ Dcm·c", in /111,,.-11.itú,i,J/e
~,w.,m,,mmrnº!.1958.