Você está na página 1de 152

Estética da ginga

A arquitetura das favelas através da obra de Hélio Oiticica

Paola Berenstein Jacques

Ed1!ora Casa da Palavfa / RIOARTE


Copyri1,h r C200 1,í'aolalkrcnsre1nJ.1eque§

Tod<>', n<di,cm:w. ,,.i:rv»<k,oc pn>!<g,d"' p<b Lei 11.610 de l ~.0l.J'19ll. f. pruiboda • ropmdu.;,,lo
«~alou r•n:,..I. porqu.a<>q""1' - = • expre,n ..,um<,., da editor,,

Pre/}llraçiíod,.ori1,,-im/Js
Vcr.1F..-im§a

R.i:visâr,
MairadcOlive,r.iAlves

Proietogr.-íficocdi;1gra1m1çiío
TiagoRodr1gul·sdcCasiro

Cap,,
Paola l\crcnstein Jacques, Nioa Schippcr e Tiago Rodni;ucs dt Castro

r,nd"ç,ioediwrwl

r,aç•FIAf,,,..,55,.,t., \.10$ - {;wdindo,,R>udcJanrirll


cu20031.()50 m(1\Jll10HH/2l1523H
«l,mn1@.:,.,;:.,!;1.l"'l•«a.oom.bt
-..·ww.aJ,,1dJp,bvruum,br

J,,qu<>,P•olallcrro,tem.
&1et,codagu,g,,aarqu""""',:!aof••·•l~•••"'"'.:L&ohf-oJ.Hél,<:>
Ot1i<ka/J>..,l;lk,.,,,..,.mJ,..;q"'.,.·-lt.><•dcJ,nmu:C3>ndaPAl.,eo,
2001.
t"Jp.:d., 16~.?Jm,

!S8NU87ll0-O:g

I.Arqmtrn.or..1.Hóh<J0111i:ica
Não q1,ero mais sepur,1r mmha u:per,iJ,rtm du ~·,dn red l. Todn u mjnba
txperi&nci/J na Af1111g11em1, cqm prssoas de todos os 1,pos, ~,smoJ<-me
qut d1f1•ri,,rç;1s s(.1(11.us e i1tldec/1<Jis SJo IJ c.mSIJ d.i mfe//c,dade ... Cn.iti-
l'Hiad, i inereme a qual,1uer um, o .1rt,sta af1tn11s toca f1Jgo r libera as
pess011sdestusc0t1d1(1ó,rJ,,11mtos .••

l:m cana ao nitico londrino Guy Brm, datada de 1968, l!Clio Oitici,a rcnra,·a
ill'finit o s,,ntido de Sr,pr<1-se11soriul. ou o .. gmfíndo de mrnsformar os processos dr
arte cm S("nSaÇÕ('5 de vida. Prts<·mc cm roda a uhm de Hélio, desde' os Nú,;/eo,.
Penerr,ll!e,s e Bólides, a ilh<,a de uma ute 11mb1cntal onde l cstruium da obras,,
d~cnvuh·a e trçl sua rrama <mginul cstâ mumamenre li!(ada à v,vCncia do 11rt1sta.
A prorura de 1m:rlidndcs amb,cnrais, criadas~ cxploudas cm todas as suas ordens,
dewc o mfin1tamcntc pequeno au.' o espaço arquit~fmirn ê erigida tendo cm coma o
~~pccf:tdor~; não um mero asrn;cenr~. mas o ac1on;1dor da vivência. Nos /'enetrJ,,,.,s
P1mmgolis, a "tenda" f o abr,go do participador. o espaço-tempo ambienrnl trans•
furm,~du numa c>: perifnci.i cólt'111.1, rn1widando-u a roma~ o "e!ipectador-obra".
ou"participadur-obrn".
Paola &,...,fl$fdn Jacque! re,·c!a-nos, ne5tc livro. ter dcs.:obcno na obr::i de Hélio
Omoca - que, aliã,, 1·e,o a conh,:cer cm l'ar1s. no Jeu d~ Paume - a rr-aduçiio da
fa,·dacano.a,que por sua veisó hav,a conh~-c,do "dolado dcl,i",posto qucern
cs tudantcdcarqum·turadcunivenidad~v,zinhaiifavel:tdaMaré.
l lâ qua:1<, ni,,; d<!'Cldas Hélio j;i ap(lnf:tn para a complexidade du ambiente da
favela. Os lah1r1ntos propostos em t:tntas obras, as propm.içõ,:s ~ur-e$paço idcnrifü.,.,_
vam a culmrn singular qu" faocma o t,SfTJ.oi;e1m e, pasme. smda assusrn parte dos
cano-:.is que vivrm forn dos morros que cm.:undam a cidade partid~
A pu,ição qul!if' foldórÍMnte, a;11d~ que inrnlumária, (JUC a fol'ela ocupa nu
imagrnirio eario..":I começa a ,ser desumiJa por uma ourra, gnu;a; a tsrudm CQmo o
de Pooln, A arqw1e1ura da faotla é uma no,-a c.itegona ou uma nova m~ne1r.t de 5U
da p(oposição es1f1i,a?
Ahrir-SI' raro o no•o ê compr~ndtr a cidade do Riu 110 St>n11do m3iS amplo.
rarodiando. com a dc~ida l,crnça. HO. nãlJ ~ a aparência que dá a caracteris1ica da
obni. ma~-St'tl s1gnifitado. A ne<:e.ssid.ulc de 1mcgrar a idéia e a obra dt ane deprndc
dcMa poss1b1hd~dc plena de v,v~nc,a, e .1 Estit,cd da gmg;1 vem 110s a1udar a com-
precnder. aprender c apreender o R10 dr 1a111as ~1<"ricas.

Ric1Jrdo A!lldeir11
Sterc1.irio llfomdpal dH Culturas
SUMARIO

Apresentação: O percurso 9

Introdução 11
Arqu11c1ura vcrn:kula
b1~11cadashnda5
F1gur,1sc~ruai,
N~,

Fragmento 21
O, ahn~os tl3ll fa,"la~

A m:Çio de Ff:lgmcmo

Labiri nto 63
Os pc"r(UN>S dai bvda~
Os bb,nnlO!. de Hclio Oir11:icJ
A 1dc1a J.. l.abmruo
,_
Rizoma 103
O crncuncom das íavtbs
O ik,;,,nvulVID>t,mo do pc~mcmo J.. Hélio Omcica

Noms

Epilogo: Espaço-movimento 149


1'<Xas
Apresentação
O percurso
.\.nu'-~ dt- tntaar. quna n"'Ol.ac r.lJHdamtntt rnro ren:uno 1n...:.ul pon f'k
fot dttttmm,lntc- c-m mmhb n,,;:c,lh,a., po,.rttmcn, Em conrrap.arn,J.,. n.io 'lC'
dine- ~oo,i&u,r C..'< 1c\.to ~omo u.nu rttneup.aç.io t:om a º"-c:m ck uma rd'k--
~n mA. anrn. ,"'OCDO uma \·aloru~.\.> d.a c-~:pc-nêtk..,.a pn-.o,,I. do rrorno
prn.u~ u,mo a mtctoru de um ptfh,;lfflC'l\tU. fa)C' 1r.1b.alho na-..ru. porumo.
da and•l'fl~.io prtr,·o,;;aJA ror dt-. ~001tus: o rnmru-o com ,n f.nda.. do
RK> C' o'iiq!Undo. CotD .a obt.a dr Htho 011K:k.il..
O , cniadnro r",""º Jc: p.a.nW ,um..kk pr«i~tr com o •m-.--iô dr mt'U"
~udc,.. c-111 uqpnnura e- urb;inNno n.a l'nlYt"nidaJl" ttJ,c,r.al Jo R10 dt }Mln•
m . .\ h .... ulJ.aJc: Jc Arqulfe11ar.a e- L,-b,uuvno lfAll lou..l.ll~ no c.:z"'fnd
unnc-Nt.U'k1 J.I llh• Jn hmJlo. Pal'JI .ah 1.:hq,.ar. na ~N,·a rodo\ m d.AS por
um.a p.artt.d.:. f.i,·d.t ~ \brécunb.:1..i&b c•l1110a \íb dojólu. Ac-"-p<"r-lC"fkUdt
.au.a,~-..ar~ p<-~un1a t.ncla rua 1r e 1lr do rrédm mo.kmttJa fAlf, ol,u,
pr1m.a do ;arqwrno Jorp- ,\bdwdo \tOfC'lr.J !QGr te, p.1rrc-d.a rq1..11rr da r-·01~
rodo \tma.tm<> da t-J~~,) Jo RM>. 1,uh onrnu,lQ c:k U CochUM«). iot
NncbnxT1ul JQ~ mnn. Um dculhr. altm do •moJ.trm,mo•tn<> "JCnmJo de
modrmo urdJOI t~rliuco do rriJ,o. gr.andr ~r1.:da dos nu.1" ant~~ J.'IM1o·
t.nrn da h'-U tt.im t.&mbmt protuncbmmtr moJC"mlU-3\... e- õ OKJno d.t 1:.k.oLi
.ain~ tu tund.a.mrnudo no-. rre1.:.c:1h~ modernos ck um urc, de- uqu1mun <'
rnn..:1r.1lmc-ntir de um url-t.anlwno c-ntttnamtme ra..:ionau. A un-1.J .10 bJo
CT.J cuunxnrc -., ..:oatr.anu de rodo o qur ~ m o t na 1:.kol.1. e: o ~•mrin

i.1iv Jc r.1b.tt p,o, tla ..:on1,,[1mta um ..:onfrunco quonJ~no cnrn a r.auonalt-


~&, rtgid.a d.a .i.rqunrn,u nud1~ .ir,cndKb ~ f-kUlcbdt e .a Nf"C"'l~.aJt
onr;u"Ul da a11to,"'Orn.[Ra\lo pc,p.abr.
Toda a mmlu rdlc'(.io ..ot"Ott a .uq1.11tttllfJ. C" o urNIU.Smo crm onti;tm
AC''!,ta Jurb. c11,r,cnén..:ia, qua.st" C"tqwzotrcma:
O
* um Lido. a h~u.L:hdt- •
Arq,urttura. t, Jo oucr,o. as l.J\t::b~ Um qL1n1ton.amen10 cnnco d&.lmr da
m,:rn~J<bdr t d.a compln:uhdc- do t ~ d.Jis tavda~ parircu-mt qu..1.w 1nt-
1,,,art"I rani qu;a~~r arqwtcro. whttruJo fGt.1 aqucb q~ ai:.rf'd1raram n.a
•umr,lk:id.aJr da Juutnn.t rnadtmut.L. ~"' ...u caso, c-stt ourro apo dr C""raçt)
tvcnb!ok1r.a arrmd1u~c-m da compkxtd.a.-dc: f'\:p.aa.al). nrc- c,.r3\0 ·olmo••
..:on'llnuJo e- babt.u.Jo pdo uu1m ,o DJ0-.uqu1tc1ol, me u~uuva muuo nau
que: o a~o >tm su-rr~s que mcuj rrotts~rn .arttKntavam ,Pm adm1~
ra._;io, [vtdc-m"mcntt.. tnuu '<de-uma t.nc.:ina,it, q!H. t.:omo io('111prt• .11tinJ
a .ur.i,io e o mcJo cm n-1.aç.ío ao dest:.onbo:.tdo. o dtfc~n~. o ou1ro. \cntu·
mt .:ompktJm<'nt<' estra nieir., nes;,:- <'ipaço mesmo ~TJ11Jo ah .1.0 bdo: as
fa,·clas er.im par.a mim t.io disuntn t ao mnmo ,cmpo t-ão p,ó,.m1u ..
Oi;tgondt,mouvnapart'Crupou.;on'mpodt-po1,. .l:uac.ib:wade~mudJr
p;ira 11. frJn\·a. e. qua><.' por ac~so. m.- cricon 1re1 n.1 cxpos1,;io reiro,;p..-.:u,·a

mm-ramc da obra do hr-Jstkiru Hélm Om,ka na g.ilttia naaonJI do Jeu d.-


Paum.-. J.i rnnhec1a J obu ~ ari1~1;1. nus como d.a for.a 1lo poUCll n1b1dJ
no Rr.asil (após a monc dt Oin,":a).craa pmTK'tra ,..,tquc:cu a ,-.ae"<post~. t
1!.W .e dl•u como uma gr,mdç rncll\ão. 1: pr~tSO çomprttndcr a1ndJ meu
comum \lllli\Ul.1t: panu1·a pur um r,c,riodo d,fi.il de 11.J.ip1Jç;io .:li ~ultur,1 frJn-
cr:s:i t ,1 c1da<k de PJn~. Quando,hcguei no jcu de homc, um knttmrnto d-,
acolhnncnw 111,-adm-mc, finalmcemc r«onhK1 um luµr fam,hJr. 5('1\Undo-ml'
,cnbde1rJmeme em ,~s~: a ,dcnuíka,;iio com o e~p;iço proposm por O,ncica
fo, ,mcdiJto; ero corno M: a g.:ikna m-.,s§C se 11,11,form.1du, ~ubn:.lmcnu.•. num
pedaço do Rio, lx-m no crn1m dr P,ms. E-1.iv,1 frlrt cumn uma cnan,;a brm-
~•ndo com a an-,a da praia {vtrdade1ro pra7.l'f ffü'IKo!/ l' di\ema•mt ·a obs(o,...
v.,r J rtaç,io do<1 fran~c~s que 1mham d1fi~ulJadc cm emr,1r neslc amb1rmc
uop1CJI; ~1l.rn,Hnt' .in >l'ras ~J~ dficonfon:i,l'L'i ao nrar oss.ip.11os, rj
que era 11l'CC¾3rto cmrar no .1mb1C01l' dcscal.,--o. lo rst.1,'::I ,ompletamtmc :>
vomad.- e 1nrtgr3Ja JO meu demento como um f><'lliC n'.igua, como em m111h.1
cidade naral. R,o. e. ao mrsmo rrmpo, vendo o Jardim dali Tu!iKriJS pc:bs
1.1.ndas da pil'nJ, ~1b1a estar em l':.lns.
Ak'm d1uo. mmha maior )urp=a fo, que o 1rnbalho de OmcKa nlo
aprna, rcprtklllJY.1 o Rm. ~ua c~pcnbi<:ia nCS>ll cidade. 111a~ tambêm, c1n
irandc pan.-. ~ua c,pcrii!nc,a da\ Í~Ydas Jo RIO. Onicica dcpumu tão hem o
'lºc pude chama.- dc,sde cnrlo ck tsU.'l!Cl cb~ ia, ..1.ti., r comprttndi qut n
favclls thn ~uJ propn~ nm,c.i - d1tcrcncc do m.10 da c1da<k -, ,-cndo parte
,m<'l!rJmc desta; a .::ulmra canoca <", pois. íoncmcmc hgada a culrnr~ ~mgubr
d;is favclu. lu mi, ~nua repenuna,ncntc mu11on1-Ui pró11ma da, fuycl;is, ,:01111,
canOC1, 1dennric.JYJ•mc rnm sua culnma; por ourro lado. ts.~ cultura rsr.10
d1rnant<'lltC hgada ,.., '5paço das Í:l'·d.:as., a ~rtl'ic• Jcs..,;,c e1paço "ootru~ qul'
sempre me pa=r~ 1ilo dLSume no rempo c. m que cu amdJ era l'Studamr J~
ar.:iuucturJ. Rcsummdo: foi tm l'an~ e Jrra.-l"J da obro ~ Hcóho ÚnKi.:-J. qt~
tu comprttnJ1. de um l;ado. que a cul1ur:1. c~rtOCJ e-u mt~'tt11..wclm<-n1c. 1,g.id.i
;a~ favclis,c., dt"o1mo, (jUC C.'<l!ilr umJ ,s11!1ia própria its fo,da~ oqul' con~mu,
umaal,eriJade urbana e lll('fl'<:Lll§Crl'Srud.aJo ma1~d~ r,c,rro.

PaofaBtrr.mtcmj,1,quc.J
INTRODUÇÃO

Arquitetu ra vernácula
1
Estt' lwm 1.:,m como ob,rm a arqw1C1ura. Por ntgaçào. F~1udarcmos as
fu,·d;os. que. consrruida.s por não-arqwtl.'tOS. 5'io uma nãu..irqu11t1ura. Estio
J m~rgem dJ .trquuctura. Pnr 1s~ a i:Kolha dr uma abordagem também margi -
na!: de- tmm:., d::ir ,·ohns pela m.111;1.:m. acaha•K m1çam.lu u c.:m1omo d,1 norma,
que. no nosso c:uo, ta própria arqui1rtura.
Trahalhan:mos com dQIS m•r1s de cnmpm:ru;.lo: de um lado, a qUC'Stfo de
fundo, qLMC g,ra rm tomo dos pnnc,p,O!i da arqu,trrur.i r kv.t a um q11tSnona-
menrn dos fundJmcntm d;i arqu,mur,1 e do urbanismo r;ic1onahsrns 1radi-
cion,11s, que~nonamt:IIUJ nte qur sub1ai I iodo v 1tx10; dt' (IU!ro, a noss.i
pmb!cmatiCJ de bas.,, que pode scr e.xplic11ada como tcm:am..,_ de decifra r u
disp(NUHJ arqmmõni.:o e urb;iuo das r:i~d.as. npaço de,;conhi,,;,du da ma10--
na dos .1rqunnos c urb.:in1s1as.
O f,o coodutor do tC"<IO r a abordagem ntét"3. a <'$trumra q11c 1,g.a as
'3,·rla.'l ;1 ul>ra do amsu 1-id,o Omcica: N1>S.1,;1 h1pó1C'SC principal é a ck que
as favd:u 1fm uma e~1i:t1c11 propna. l'ara dcmommi-la, ui.aremos flgurns con•
ccnuai,-u l r;1gmcm.o,fl Lal•mmoco Ru;om;, - e no,; b~~arcmos oa obra de
l lelio 0111c1n e nos rda1osc ncmos sobre ~U.l§ •·1,1:nc,as no morruda ~lan"
glll'1ra. F: css:.i e51mca das fa,e'3s - ~ n1ét,ca uravés ck Ou,cica - que,
denominamos e~tê1icõl da gmr,;a.
,\ dcc,~ão pda abordagem ~tot,ca pode ser 1m;11fü:ada p(lr uma co1mata
çâu baMJntc-s,mpl~: a C$lt·11ca sempre foi, desde seu ~urg,mtmo como di$<'.1·
plma. um c;ammho p,m:ildo, uma. ahcmama ao racionalismo. Nilo unporta
que 1enha s,do rons1dl'rada - e aind:i. ho!(' o ê - como fun,ldadc log,ca de
conh«1m("nl0 mkrmr; 11quc valt fo5abcr qur da nos pode O';Ut'f. l.oquc nos
emmaMarcJ,mcll('2.:

/foumg;,rm, ll rl1<1mo1< de log,ca faculus ;;ogno~•rivac mfcr,ori,. 1-",lwo-


fw dJi grJÇ-1$ I' dJS nmsas, d.:, 11.io ubt!rUJ tll'llli~r mm a raUo, miU
tr;1:. um YJ!Nrun.i/ogoi,qurlr d., nu.Jo. f u <,;n<J,l do co,1bu1mrnlOt dll
rcJ,rrse11t.içào se11sir'f"1s qu~ gJnlM dor.11-u11u o nome Je l::.stt'ttw.

Ora. a d1sflnção m;us rc;;o..ren1e rntre a :.i.rqm1e1urJ erudna e a d,1;1 :i.rqui-


retura ,·em.kul,1' é c1mtame111e de ordem nt1:11rn. A arquue1ur:i (Orno ~,1~ d~
construir, ass,m como em V1mh·io.' d1stmgue-~ da mtra con~iruç-~u por seu
a ,uqu1tl't1tr.i uru o qu,, n,, unr t'd1{,e10 nJo M ref11rl' ao t:t:>tU/rurJo, o
qul! f.,i a co,utru{Jo tscap.,r ao l'sp,,ço p,ar.inrrnrl! u1i/,1.irio, o q1111, "ª
coou1ru{.io,ptrtcnctllord,,,,,,,irit1la.'

Os arqu,tems sempre definiram a .1rqu11ttura como aqu1IQ que, por ~u


lado anímco, vai ali!m da cons1ruç:io comum. Ou "'Iª• a ~rqu11l'tlll'a como
ane com,:,;-a <mdl' acaham, a arquimur.i ,·rmacula. P,1ra rnpondrr il quesrio
Qu.,ndu n,sr,, ,1rq1111t1urilf devenamos l;mç,ir min d.i fú,mula origm.il ~
Ndwn Goodman: u.1~,r arqunttur.i quaoJo aiste an<'. Embora ral n-,p:~i,
d1'1:r.:e a qu~t.io ainda ma,, compku e subJtTI\._., poJwanios diur, ~implifi·
candu il moda do pragmansmo analiuco: exist~ .ane quando h;i amsms qut
rrvduirm ~rtc, ou, em ou1ros 1ermo,,. quando rx,s,e uma 1·onrade ar1ísnc,1
tlíplkn.a. É cs,.;a vo111adc que let;1t11nar1.1 d ,onstruÇJ0 como ane, e consequcn•
tcmcn1e.cnmoarqu1ttTura.
Ct:nameme mio podertlOi afirmar que os constouorn d., arqu11crnra
1·em.icul.a 1cnham ~omades anisn,;asou reflc,.IX'Ses1ct1e;1s, oomo 1Cm o,s.arqu1•
trios. o. fa,·clados que consirocm seus b.arr.1.n-, nas fa1·c-lu o fuzcm com o
tin,co ob1e11~0 d,:, abng;ir sua família. E é rx;,1amc111c porque seria ,·;io falar
em estfnc:1 J.- favel3s sem o ,·it~ de um Mmtd, que mihi.:,"mos como frrra-
mcnra ceóroca a obra dt: H(lio Oi1ic1ca, quc, como art1st11-ou s.-ja, com w1n-
1adc ams11t,1 cxplk,ta - repr,:-scntou rs1c11ce11nc:nfc sua cxpcriCnc1~ das favc•
la). O wudu da obr~ de Omcica fun~1om1 comu Íetrame:nra tcônca p.ara n1a
rema11v.i de rc5g.a1.ir a e)tcn,;-a rrórna Ju espaço das f.i,·cbs ~-anoc:u. Omc,ca
COttstgurn Jcpur:ar de forma bnlh.antc a nttlia das b~d.:u, :sem rcpm;c:nfar
formalmeo1coque ,ncu na ~tanguem1. Reahwu, pualclalll('nre ao m,_balho
de cnaç.io .am5ti<:a. um 1rob,1lho teorn:o e cona11ual conJ1dcr1h-el. A ohra e o
peni.1mcn10 do :1ms1a dô••l'lam rodo um porenc,al ams11co que, n:io st> lnm -
rJndo ~ $1tuaç:i.o c,;pac,al. transborda par.i. a ~t'cr~ so.:ia!.
N.ioconsideramos:n fa,·cb~comoaru, nus rnnm rt~rva dc ane, como
porenc,al arustico que ~nre o am<&1 poJc, mmar v1si,·cl. Por m1crn11<dm
do am~1a-re,cladur e pou,1·el, cnc:io. r~ocar uma cs1ct,ca da arqu11e1ura
,cm.icub, nQ nos,o caso, uma es1"1!'11a du b,·clu. T.il r-·ocaçáo. por s1 só,
11uda a dcMlnknar um pouco ;,[,:um.u de m,u.is ccnczu ,umo arquircros:
dc1nriamo<1 de 1er o monópohu e!;têt«:Q da arqu11e1uu, ~o controle total.
Com:eJer um m,rns t>tét1co :is fa,·elas, .a!t!m d~ nos a1udar a cn1cndcr melhor
o scu d•sposmrn espacial próprio, podc rambcm conmbo,r para pôr tm XNJUC
,1lguns.an11g<K{prt}(mict1!0\CÍll pr6pnanqulll!'luracrud11~,;<m>0d1SC1phn~c
pr.it1<..,.profl55ional.
Estética das favelas

A ~s,a t;,mtt "os f.i1ns. Os (ascbrts dt :iç.2{,Jo e dt 1.JCtt: no1 twdts


-- ;,

da F.Jwla. wb o a:ul <Jbr.J/inc,, sJo /,uos rstiflws.

Om,a/J dt Andr.1dt, Mamfrno Pau-Brasil, 191../, •

Cum rdm,ão à5 faHbs rnriOCJ.s, fe!iuu~11tc a quesriio que se discute i~


nio i m,m a d.li ttmoç.io e rdoc:açào dr seus habitantes para ârcas l,mJI.Ínquas
d:1 cid:1dr. H oje, o direno 11 uh:1m1.açio parea- um d1r-,,10 adqumdo r mcon-
1cs.:avel,' ou sc:1a, a questão 1â nlo é mais s,mpksmcntc !IOCial l' polí111.-:a: ~
também r,or uma dtmensâo ruhural e cs1ê{lc,i. Aprsu dos mUmcros 1rab.alhos
rrahtados sobre h fov..,b;, a questão an1unt1.ôn1ca, espa cial e rs1éucn sc mprr
fo1 muno nl'ftlii:enc1ada pclut pcsquis.'ldOrcs. A Ji111ação polí11a1 t soei a! ante-
rior - arr a atxm,ra polmc;i do mício Jos anos 1980-, qu:1.ndo os fa,·dados
eu:,i,am consun1nn,:nre ~nça<tmm, n:pulS3o, ena o tmu. principal~ gr3nde
ma1or1J da~ pcsqu,~s. Ho1r, com a s1s1rmam.açào da~ urlxmiuçõcs. turgc
um nm-o problrm:i . po,1 uós, arqunetO§ e urbams1a~, nlo klmO§ for1t1;1dc,s
para 1rabalhar cm fovcla.i, r, no m11i~ das veics. dL-s.'.onh«em<>i a arquitetura
des1;as rnmun idadl'S. Depamrno-nos un campo com wn un ,.·trso esp:1.ço-
trmpoul .:omrlrta.mc,ntc d,forentc da.qut>k a q~ cscam05 h;,b11uados. Al;m
disso, as cua~,crisitos cuhur.u~ ttsttfios prúpnu às fa,·dn tornam o espaço
muno difícil dt> su apr«nd,do fomu.lmeml'.
As (/UCJIÕCJ ,:ulruu,s e pri0<:1p.,l~me l"Stf1 1C1\$ d.1s fu~da.~ scmrre foram
um tabu, rmbora todos Miham que o samha e o c;irnJval - e ran1a~ outrns
fes1as popu!:1.~ e religiosas-, k:ones da nos1,:1 cultura popular. K dtSC"nvoke-
ram e ,tm ligação d1re1a mm r>S<"s csp;iços. Ao n~mo tempo, ,•aruts favd;u
foram l"CITl()Y1das por s,c,rem ronmleradas •an11e<te11o.nª .' Em contrJpanida.
mumeros :1.n1stas, ta.mo da própria fa,·cb quan ro d1o cidade d i1;1 fonmal, ou
nu! mesmo estrangeiro~, IJ\nam mflui:rn:c,a da nrqu11enu-:1 ,·rrnácu!a das fu,·r
l:1.scnelubu!lt'.aramm~p1r,1çiio.'Q
Além dt fazerem pane do nosso p;nnmõu,o culrnral t anisrico, u favrlas
do se formando atravf'l de um procnso arqu1tt1õmco e urbaniHKO vem.i·
culo smi;ul.lr, qll(" nfo somente difi:rt do dispo5111vo prôpetual tradtc1ona.l da
arqu11rtura r urbamsmo crud11os - seria mesmo seu oposm -, mas 1ambém se
111vcs1c dt uma es1é11ca própria, com caracrrrísm:a, pcculiare,;, compl eta•
mmrr diíercmc da csrém:a d:1. cida dt d,rn formal.
Do aso niab extremo em que a favela rra removida t ~us halmantes
rdo,;ados em conjuntos lubitacionais cancs,:1.nos modrmis1:1.5, a ir ocaso nu.,s
,.
l!lltncAi».OINCJt.

bmmhi Jmal, cm que os arquircros passaT3m :1 ,mcr\·1r nas fa1·clas cxinl'm<':S


vis:i ndo a traMfom1l-bs trn h;urn.:1', a lógu;J r.1cional dos :1rq,mnos e urba-
m~ as, amda pnorn ina, acaba IJJlptmdo sua própria "'5lh1c:a, quaS(' ~mprt' a
da c,daded,ta fonnal. Parn que"" mml' posi,frd li boa im.,;rnç-,iocomo rc,sm da
cidade, a fa,·cla dc,·c ~ rnrnar um bairro forma! comum .
.\fasas fo,·clJ, 13 não fa1.em ~nc da cidade ha m:115 de: um !i«uloi
S.:r:i =~na essa m1c11nu;io formal? Não ,;,:na uma ,mpos,ç.io aurom.irta
deumacs1Wl.lÍOn11ahMa v,1ando:iumforrn1t.lÇiodoic:cidourb:111o? f'orq uc
r,jo a5SUFnl< de uma \"C1 3 l"i[l'[1C.i IÍas ÍJYda, trm 3> imptl'IIÇÕC$ l'Sli:lll3S,
arqu11c1ôn,-a,e url>an,s11c.asdosatu:1"pro1etosdc urb.1m1.açlo.que:1c:aban1
provo.:,rnJo a dnirui,;ii<'J d.i arquncmra e do llCldo urbano or1gmal da favela
par.1 ..:r,:1r no•·O) cspaç(•s sem ,<lenudad~ pmprm, dos quais, munas vcz6, a
populaç;io IOC11l nio <e apropn:1.e 4'" fici.m rap,J,1mcnu, deteriorados e ~b,m-
donados? Por que o moddo do b.:nrro C- sempre o exemplo a xr x11uiJt1 cm
demmcmo do m,·cnuvo e n•·o. ranro ruhural qoamo furmalrncmc, pru,.-csso
npac,a l da fa,·cbl Por '-Ili" naio b11sçar l'C$J)C'll.tr a npcçifk,da<lc da Í;HcLi,
tem ando arrenda mm ,1 sua romplu1dad~ ,·ulrurJI e nqueu formal?
IJmJ ou1ra forma de aç-.:io, msrirada na C\lc1io. das fa~rbs. podcna xr
1n1ercssJnr~, e não so p~ra as fa1da,, mas para a cidade rnmo um rodo, 1mn
c1palmcn1t r.1ra 0$ hm11cs e frome,ras, onde,~ .uqunetos e urba nista, tendem
a cnCOlllrJt sirias dili~ulda~ de 1ntcrYC11Çio, sobrnudo cm funç.'io da, fJlu,
dcproccd1mcnrosdanq1111e1uracdourban1,moerudnos11dcq~dosan.!i-.Js
sn uaçfi,:s urbana, rnmcmpotânc:1< extrema<, qu.' p<idcmni ch,mtar Jc 1.".t!-OS-
hmi1t. A favda c' 11pcnas 11m dcles.

Figuras conceituais

Alfiguu\coocc11ua1sd.:scnvoln<fasnusc-.ip11uloi;a.q;u1rs.íoumaten1a-
ti.-J dc1.hi,.;,c,.aroqucchamodccs1bl<.'a dasfa,cbs.ou ""Iª•ª esti:aca<ksscs
11
c«raço,0111rosou"t11urosnpaços",hctcrowp1a,r,cg11ndo l·oucaul1, con.nru•
ido. e bbu;i.UO§ pdo ·outro" lnâo-arqu11cu1). A1é pow.:o mnpo, a sing11lamb-
dt, ou melhor, a ~l,nllladc, desSõ c,,p;i.ços d11ui. "1nfonna~· OtJ "SC"l>-;,gcn>"
alo crJ coos,Jcrida pela rnaiona de arqmt<'tOS e utballll,ras, nem mesmo fll'las
f~uld.tdc, de .\rqu111.·turi e Urbarusmo. Ora, ~1 favelas. mcsmu ""n<lo muno
dún'C'ntt·s c1mt ~1, 1~m um~ idenr,dadc CSp3uJI própria e, ao m~mo tempo,
uzcm p.:lf'1C da ci<Ldc, da p;1tsJi,:em urb,111:1. Pan 1merHT Il<'MC um,asocsrJço-
tm1poral, l<K11pl<'t~n1Cntcd1fercmt da ~•<ladr d11a formal, é imr~mdivcl com-
p,ttndcr um pvm.· u mel hor rs,.a, d,forenç::i,.
"""""""is
Propom"" trk fii;:ur.1s cona.1rn.1,s - Fra11mento. Ubmmo e Ruom.- -
p~ra rxphc:,r algumas camc1cr1sn~-as ba:>ic;u do di!ipm1tiYo c1paçn•1cmpor.1l
da!i f:ivrl~ç- Ma i, que o prtlpno cs~çn, E a rcmporulidadc que mJrta a difr-
""S>,
F.11-'t<' n«c:ss.ina, no cnt;mto, uma .1dn·nênc1a. A -aplio.~ão~ de lllll;tirs

t<'On.:aii\art.JUllrmrnéqua'ie~prcproblcmfoca,po1soscont'l:UOS.cmgr-
rnl, "' f:aum opcmtórm~ por analog1J.5 esmtJmcntc form:us - cnmo no caso
da n~on~truçiío Jc Ocrrida" ou ainda d~ DobrA de Delcun-" ,1phrnd.1~ à
ar<1uirc1ura -, t I!. prl'CiSO r1·uu n..i armadilha furnuhsu. Por c!iSC motm:,,
não pnxur.1mos criar nc:m con«uosnp,,nuon05 porg,,lll'rah1..1çlo. nem mode-
los Jormall'illl,i.; roque chamamos de Íigurascuoccm1ais 1amlion n.iio slo nt"Til
ml'tafor.1s arqmrrtúmC;lJ;. nem srmpl~ figur.is formai~. r,,;Jo procuramoi, csrn-
dar n, forma,, mJs ,1m u\ proccw» que J> ltmll\)ÍOrmam. As 1ris hgur.is
d~srm ddini11,:1mcntc uhr·.1p.1s,Jr a csfcn du form,11 rara ·ak.an,;.ir o concc,-
ru.il. !IOqu;111do ~chc,:a :i.o pur:i.mtmccomcuu:1.1.ll ab,,1raçàod, uma teori:a,
équc~ podcfaurum rnomoaorc.11,Sl!a pamrdtsStmommtOJCt.i pcKiaivd
nan.;.,r .i.lgumas idéias hg.-idas :a punc,i d.1 .1rgu11nur.1 e d,:, urb.lm>nlO.
Por U,1,Qc.1mmham0> nosenndoo:Hnr.ino ~o dos form;alisias C' füdC' .arqui-
1c1os que '>C apwrnam de ~11n,ciro-,, Jkm11u, para ;1plil'J•los form.1lmenre à
realida,,k con~rcu 011 a pro1e1o<. l'rcfcmru,>S ir do ~ai ao absfr.lfo, do formal
a,:, ~-onccuua!. f.n1 cada fi~ura, cm oda caritulo. re~'"'°" um rm.::W,mn110
Nstame s1mpln: o ponro de partida siio S<"mprc pcrrtpçõc,s d;, n.'.lhJ;idc .1 qu-c
½~airavisdccnttt,iSfas, fmngr.ifiasc.<;Ohrctud-0,dcnos'I.I rrópna c'l:pc,-
ri(n.:,.1 da, fa,das. F.m scgu,Ja, p:ass.unos 3 micrpmaç.io art1S1"a da up,:,n(n-
~i.1 d~ l l~l,o Omuca n~ ~l.mgue,ra. 3ua,·ê-s de ~uas obr~s e cscntO!o, Em ou iras
p.alJ1;r,u, uti!iumos Q trabalho de Omc,ca como ftrramem.11róric;a. como um
meio parJ ,·,slumbrar um.-, e-.1t110 prórr1;a "~ fa,tla. pr1m,1palmcnu: as dc
morro. A p.1rtir d,;,i, bus.amos unu ~omprttns.io ~1~1cr11arica, ("lUtada cm no-
~'Õl<s u,on,.i. ;1bs1r.tra", do pro.:es.so singular do 1rnan1r1110 do '5"raçu-tcmpo
por parre dos fa,·dados. d~ outrn 111.1nc1ra de consrru1r o L"Spaço que Jifett'
complctamcme da lóg,c~ raéional e bin:ina dt cspaiJ!IStJ5 da arquilc1ora, do
urban,smo" do planeiamcnm urbano-urrnorria l.
Pammos. no pnmeuo t"i!;1g..., dc an.ih,..., de consraraçi,cs fornuts sim-
ples: O!i barracos das fa,·cla) .ão ,-omJ'l-'$!0) de fr;agmmu):s; a aglQmeraç:io de
h;uraco5 forma Libmmos; eJrts. por suJ vu, >C' dc~rwoh·ern pda ,:,dadecomo
ntoma •• tm regm1.b, bu>(:ando ,r alem da s1mplc,, analogia funnal, fomos
procurar no iraballl<:l arti~11~0 de Omcica no,·os :,porte~ qur no-; pc,rmni~scm
,·er além dess.is coru.1a1ai;OO. Na ,·erdade," nnponiin,:ia da m1crm~1açfo Jo
amsta não õt.i na kgu,m;1çio esrcnca, pm> 011,c1~a !tio reprtsCm.n~ formal-
fSTtJICl,DAGINGA,

iii
mc nrc o que vi,·e11Ciou - sua c~p,m1'ru;m n~ Mangue,m -, mas su;i 1mponãnc1a
c.'!:i no fa 10 de que de rnmbém K 1mcrcssav.1 ma,s pelos pruc<"!sos do que f'(la
forma. 1:. t 1u=mc:mc o rr~õp;i~o-remporal - fngmcm,ino. bbirímico c
n wmat1Co - d.is favelas que qurn:mos con«n1.1.1r no u!nmo csc,gio de análise,
pur,lfl1(Cn!C!c"tlflCO,
Avanç.irelllO!i airal'b de mudanças dccsola;;, ~sS<l mOS do corpo (fis,col
~ arquircnir•. r>t> l'l'llgmenco: da arqu11ct ur.1 ao urbano. no l...i.b1m110, e do
ur00110 ao ltmtono. no llu.orru1. F.5§n irõ npi1ul0§.. 1mkpc"odrn1ei: e complt•
nlC'marn. podem M:r lidos Kp;iraJamc,nre, Tambiim podem so:r lidos trlnS\cr-
s.,lmcmc, nos 1ré~ ~uhcapi1ulos , ,orrcsponJemci; 3M 1rCS ôtágms da anáh~e.
o qoe pcmmc mais Ir~ nons !euut3s dittrcmcs: a rd.mn ia favel;;i re;1L a eon-
ctmt'otc il ohra de Oiucic.1, e a pur.imcnte ~=cno3I. Mas, cc,namc:nte. C a
lt11ura completa, scqucn,;1.iL 'lllt poik b ·ar à romrrttnsão <lc toda a rnmpk•
x1dJdedoob~1n~1uJ~do.
.,,.,.,.,..,,
i,

Notas
1
Rdimmu•no, ,i :arqu,rcrnr:a crudu:a e r:,clonal, fc,1~ pelo• :arqwtdO!-."" SC'U• d nos
nfrcis e osc:ala,, <jU~ ~ni;k,bam 1,unl,,;m o urlr.in,smo • :au! mesmo u pbnc1amcn10 urbano
"mn10n:al ,..,J,ciona1S. Afiln di,-o. 1ntt,numo-no,, ""'" pelos fund.imc11101< d:a
uqu111:tur4. pc,la ,d(U dl:: ,orqurrc,rnra, qu<c ptlJ, ul>r•~ c,.,n11ruidli e prOjcH>,,
:arquunón..:as.

' ! lélio Om.:,u fc, parte ,lo qut f,cou ronlH:~1du nu 8ns,1, 11115 nno,i 1960, como
Trop1.:aJo<mo, dcn1Jmmaç30 q11c se p<)pu\~nzou em l!M8, com a c.,n,.ío ,m,wbda
Trop,cJJ,., ik C.euno Vd0><,. N;i vcrd:ade, o no,~ vem WI mst:alaçlo hnmón,ma q""
lh'l,n (l,n(lc:., rulimu nu MA~l do Riodi:- J:anc,rurm 1%7. OTMfl""h>mo n.1o
prc1n1d1:a ,w:r um mnvin1<'nto amsnco; pck> nmtrimo. os ams,as q11e o micunm cr.am
tonlr:a o, •,_,T>ll!,• rm gcr:al. h,ou ª'""' conh«,âo a poslnmn. qu:rndo se- 1orn.u:a
·moda". O faro i qu" 1.i ~ J"'d14 wnsr:atar efrrvN«:mc :asiraç.io cuhur:al ~lllo,nv:a nllrc
19(,~ r 1966, com os c,;pc1.u.ul05, u ,erpoi;,i;;ôe\cos deba,n -op,n,.in" (i.irnholnd.1
rc11-11~n<t"- ~ C<'""'"' e;, dl!ildura). Cons«ler~-w o '1nndc (j67, com a fXJ'IX'~" Nul'il
u&,..1,..,J.,Jr br.1i,l~iril nu MAM <lo R,u, o ,nkio do Tmpi,,.l,.mu. 1-oi n,.._.._. npo-;iç-:io
qut º"'--'"-" opôs fropicJ/w p<l"- primr,ir;a ,u. r no,c: m,,smo "-11<>. \.Kr.1110 Vtl~ !IC
apr"""1t0U no fnt1,·;al de mu,oa d-" R..,;ord ,om a c;a1~io .41<'"'1", ~lcgrw,, 511"- p,1mc.,r;a
mii>ta 1rop..:alwa. C.oncom11;amcnl(Cntç, nos cll>eflUS. cr:t b,içado o Filnl<' r,.,.,., rm
tloul,c,r Rocb.t. uma obr;a pnma doCm,em-" N<.Wo. foi .li.Inda 196"'oanod;,.
f'r'.ltfYde
"'""'ª• no ,urro oric:,na, de O Rtr J., Vcl,. tc"O do guru mo,krn,.1.a OswalJ de
·\nJrodc, etKen,J,., p<lo polinuro Jn,,t Ccl,;,,, ~famne-, Cortii;,, v,., l'iofa Bcrcn,mn
Juques. "A> fa,·dJ), os 1ropicJh1r~i e a, ,1,·im:,,,_, de l l(·hv Omà:a "" ll!oni;ueira", "'
/,r1nf.1~h n· ~- R,odc Janwu, CI A/I.J~RJ. 2001 {no prc,lo).
'.\br. Jnnc.....-,. Q"'rst-,-,. <1""
l'u1hh1qud, P;arL,, G~lhmard. l'illr, p. 20. n·r~duç.fo da
.amor.a.) Ver ramb,ím A. C,. R.iumg..,.n~n. E.,,1htu-1uf, Pares, td . .k l'lkrnc,, l9illl
(pubh,:ado pc-la rnmcu,1 ,n ~m 1-m).

• O amso "Ar'luucmra ,·,em.,cul~" du O,ctl{J""'""''f /'11r/1.JniJl'1a (J'ans.. P.U.F, l.988)


de h-"'1"i'""" C:huay com,,;a """ ~,rt csdar,s;mw,mo, •O ad1euvo vernkulo faz parte do
!Jx,,_o ~ h1111ui~nc.i. ,nd,omJo o q..., ~nr.1<,e a uma hni:u• de unu rt1t1io. Mu po<k ,,,.
inadu como um <ul,,;r,mm-u. O ITTWb opli<a o n-rmo ,,cn.,~ul:J, ,b artes (kx>li,c) e cm
p;,mcular li arqu,muu nracrm,,,.~ de uma rtguo. l:S..- u,o frn m:us r«rnrcmcenf~
1nrroduL1Jn 110 fran..--k. nn quo, ,..,.,,,,kulo f muno ,or,fund,do com pt,puúr". (í.d.a.)
Vcrn.tculu, do l~um l'rnl;lr1</uJ, "ind,g,,ru,,dnmburo", f d,,r,y-;ado de l'r'""· "n:cravo
n•sc,dotm us~·. A~ fov~l,s~m ~ua on11cm cnm 1aml,bn • ~,;1µ d.» anngO'i""'11•<>ll.
Ur,hr.arcmo• (l 1crmo "arqu,1ernm vcmâcula", m~i de urna forma douorc,da, >0brcmdo
p'11'.I tr111ar notar""" P"'<' °'"'""'""dure pammont:il.

O muado de Vi=••o Dt o1rd1lf«lur<1 l,bn dufffl é- a urua ubra ma,or sobtt


aniu,1nur.1 da Am,(9i.da<k (linlCll qw ..,b,cVJ•·eu em """'"' d,as. O •rqi.ut('(O roma""
V,mino nJo lo,. cumo muuos prnnm, o prtme'u-0 a escn,vcr oobre arqwtctura. m.u
,oda. o,, omrus 1ex11>< ,un,i;"' w, p<«lnam. Vn Vioru,,o, Dr "uh11utur.1, pnm<1n
1raduç.iu francesa ili: C. Pcrrauh, 1673; 1,atluçfo frnn~"-1 de A. Cho"r, Paris.de Nobi:k,
1971

'Dcms Holl..,,., UI p,,s,o dr I.J cM~Jt, Pan,. G.,ll,marJ. 199'3. r- 66. rr.d.~.t
Nnse mnmo ,uw, a c-ump.a.nhnn de, Oswald de, Andn<k. TamL:i do Amu~l. p1111a a
fomm.1 ,rl:i Aforro d,, ,-.,,..,L,,
qut cb QÍC,ec,ea llb,oc C'.c,ndnn. o poda fr:on~<'fq...- f..i
i"i
o. mockrnl'ta> dc>.:ubrucm u morro da favdl1n,-... ;inm l!t20, ho.,. morro d.,
Pm.,Jrocu. 1 ~ fa,cb to, d,rundido o nome.- fa•·db p.or:i. o ~on111nto de- ai;lrnncrJ.,-iit!.
semdhan,~, d.,. çidadt Jc cm ,q;u,do d,· mdo o p,>if), A palavra f.11·c,b só ~n• <k nom~
r,rópr10 J suhs1nnmo 1co,n f mmuKu.lo e ><'m um li no,, torna,s. 3 pam, J,: 1920. :-.:a 10~
u,cl'l,30 ongma1, /J1•~/., dcnon1m~ um• pl:,nrn e~Mc!\to no ~mio. que deu i<:u nome•
um mnrm - da l'J,•olla -, pomo ostrJttgko dos ~<1ld.od, ... 11ue lutuam em C.nuJ111- (,·~•
O, "cmiade Euclidõ da Cunha!. f..,..,s...:,!Jad.»,au ,ulun-m p:,.ra:i.c:ipn.il (H.,o d,,
J•Mm.1f, ,,iooo,p:u o morrod:a l'm,·,dé:nu.1 (cm 189"') e pauam a (h;ururf'S1e lllOfro
de morro da Fa,·dla .,.,, .luúu .lquckd. C.nudn,. \'e, PJolJ l\r11,nsce,nja,<1ucs. ~Ai
fndóUdo kio. os mod,:m,s1,1~t • mílllrn<ta d, Ili•""'
Í.c'ndron~, III lmN{,x,es n· '.', Rio
,kjaMn1>.t.l.AllltRJ.lOOO.p. l8Ç-!.OO.sobttomonodafa,elb,uo,:ano,l9l0,e-u
nsrra\ dc, JrflSl.ll mo,;kml'iU, 1lu~1= .11, l-,,3Jo. por (.~Jr,>r~. como n rróprm L"
(.;orl>l,s..:r,,.,.,, 1929, que d!<f.Ou ,li<" ,1 ,le1,CTih.ar • r.,dl.1 cmxu,,:.1/,,cn

' 1\p,e!.!r Jr A,r,d., h~vtt ~l11umu vuzn d,~namc,; comr.1 J urban,n<;30 ,. a fa,nr ,l:l
n,mn,;io da, fa,·d;,, "'"'" ><' f!Õd• 1·cr r.-crmrn,cn,c 110 ,..iuon~1 "Favela, oc,mrrc" do
j,.,,..,/ ,/,1 llr.1,il d,, lb/1112000 (d. umb6n 11<1'1"1 urhn ruhh,ada no - • o 1umal rm
!5111/2000. F.11,d.ui, U prui:ram.1 Fa,cl..-B.,u-rod.1 S«m,1ria ~h,11ic,ip;,.I d., Hahu,içlo
,b [1n,lcuum da cidaik Jo lho de, Jam1ro, mic,adn c111 l tt4. dmg,Jo por .\bna L1KIJ
Pctcr5nlla1c.?OOO).<i,:,pnmriroJt1KNnalu,>ril,fan,aurb.101z.a,;.iQ.b,f.,.-.:Ja,
u,11 ..1t l«><n •111J.. liru""'""' U<) BID). Ao,rrtomlC1ur ,ó nm,ram ocproin<;U•
,solada,, eomu a pri=,n, mais cu••I'"" r l,,:,m-,,u<cd,J.\ lralvr7. mo.mo atr ho~!. qtlt" t<,,
~ urhan,u,;~o J,, B.-.i, dr Pm• rm 1'168 1cm plcnA d,1,,d11r• 11ul11arl p<I., C.OD[.\C:O.
,,un•ndJda por C~rlu, ,,;,i.un l"rru,n dós Samfil.

• Fm rc,..,Jo à "nou mnJ.,• d,>1 am,u> ,l>OOrm,,u,dcde..:nbnra F•vrlL,,. o


Dr. \bu," l'1m.,11Ll, muno mllu,nrr poh1h:arru,u1c na cpo,..i. r,._.,-,:,cu no iornal Wrr~•<>
J.i Ma11/.,.; .k 18/11/1 ~26, "ll.!plora,d t ,...:,,mrrm,.;,·rl, ncf~sm e p,:rigo,o este luhnu
•dqu,ndQ por cem... 1nu,J.,,;1u~" de glun.fi,;ar ~) ta,rb• e. ror w,u ,nvc-NO Jc, 11(>1,!0, de
d,,,,..ubm bdna e pon,:, nr,....,, •1d,111i<:r-.l\M r.io ahi,na, qu~n,o ~nll-dléJS f... 1·.
O .,_,u ;\bno. r,n.,.,,,a do.se: cm ,cu d, ....-...no no N.otarr Club !"hra J rcn,o<kb~ão
do R10.kjaot1ru",ptu11,111c1adoco:1 12111/191(,: •l'.u~rnf'tquc,[ •.• lock:nn,cW11,1
h~"'""' rmf,Lli:t><ll ~omrJ ~ mfN.J,;.io d...mnl,d.a tl.., brlJ, n,omJnh.a• du R,u d,,
J>11tirop<:la rr-~da~fa\"rlla,-kpra iLa .,.,.,.,.., [ ... J-. l~n~m.st11u1Ja,11od1a 1$,u
norn prde,m ,\mõmo Prndo 1ómou pt,,;,.e, e 1,i nrJ tl;a 21, do mc~m.:, mi, ele almov,.1 11<>
R01arl, nndc 1'1anos P,n11:n,a 1nw,11u pana que ele Cl)n!rllfj>><" um url>ani,ra estrang,.·111>
rcnvnudo p;,.ra rcsolvcr os probkma~ prim:1pa,s da odaik, e ,ol,r..rudo.. o probk·ma da,
favdH. Alfttd A~hc, v,...,-~,okntrda,,nc,cJ.,Jc, frJrw;:na dvsurbanu1a1,;. ío1 "niu
~onvwhdo pJrll tncr c,:,nfcrc'n..,J• no Rt<> (cm,cc .-lua oonfttfflaa: ·C..dadr,-.1ardu1s e
f:,,dW". ainda,..,,.,, um.o v1-.io po<10•• dai. b,·c-Lu)" cm ;,q,u,dJ. um pn>trm para•
c1dJ;k-, oo;J.,.iO = ~uc A~ehc 1~ p.,,<:1u • fa«r o lll<'~no 11ro dt diw:un.o h1g><·111M• de
;\bnot l',mmlJ; "Con,iru,<Us c-omra 1<><ktt. <>< p,..,cnus J., hyg1cr>c:. 1,crn c3nalll..l,;i>n dr-
•11ua... m rxga10,_, ""' "'"',çn dr hmprzJ publ!Q ... mordem, com m:irnul hc1c,6duo,
ai fa,dl,ai, consmucm um P'"'II" pc,rn,ancii,r d'mcmd,v e ,nf"'--,;Õõ cp1drm1cn pua
1odus º" ba,rt~,u,..·ridosquaçi, ,.i, ,nfilrr-~m- A ,uJ kp"' •U!3 3 ,mnhanç,a da, pr~10,"
o<, O.urros mu, i,:r;m01',lmcmr dm .. dol. rela natuf<'U, tkipl' Q1 mu«-o• do seu c11m1t
,·crdc1•mcr.:orrooe at~ J• m3rgcn> da matt3 na rr1,;oi,u du s«rao [ ... [ A ,ia Jn1noç.ioi,
1mpon•mr nJo oó SQb Q pomo de, ~lit_. da u,dcm ,0,,,.,1 e d .. Jq1urança. cumn wh o
t
poo10 J.- ,•,-,3 d.a h1i:1tne ga-al d .. c,J3Jc., "'m fabr d.o n,htnc-_.". nulo de Allrrd
Aµchr cm l'.IJO o prnn.,,m diw:ur5o oliruil d,, um u,b;,mull I fJ,·or d., rcmoç-Jo obs
fa,·d3,urio..1,;.pr.inc .. quc"''."""'""'lmto1rttrnv:1<io,1\lc.-mat,c:,mrn1rn.,.an..-
lY60,p,:lo~,mcn11l11M.
,. Pan um l11sró!XO comrkt0 !l'u-,\•mdn 3 p,o,;enç.1. e 0$ vn1ig,m d~s favda• n:, h,smna
d.tnu!uçio mhana do R,o dcjauc,rn l~um os p11nc1p.t1~ pc:ríod0$ pró-rcm('(io e prõ.
,1rh.111iz.a~Jol, na hmona d3 'lnr h'll,ilcirn {prmupahmntc com os nK><krn,S<as d<K anu!l
1::no ro• 1ror..-11lmndo,.1.n<» 1~6Ú)c na h"tv"• da cuhur.1 rnnoa r bruo!c,r.1 ic:m
m-
p:,no,;ubr do .;;im.inl e do ..amh.l!, ,·er Paol., llerrnsmn Ja,qun. L<'I f,wel.u de Rio: un
cullurtl, !'«'Í.tem do- Hc,nn-P,crrc, Jn,d,·. P.l.r1', l.'I l.irm:man (ro.l~·lo "Nouvdla
!'::tud<"S Amhrop,.,log.,q~•i. 2001 t l "6 p.l. P.1.r;, ~c™>CS nu~ rr-;um1d;u rm ponugué-i,
, ..,. P:iut.. Bc,..,..s,rm J.1.cqua., • M fa•·da~ do R,o. os mudu11.,,a~ ( a mfluin.:1.1. de Rla,§C
Ci:nJr.1.~·. 1n J,11.-,[,ues n -. 0/1, tt/., e "A~ fa,·rla,, ,,. trop,ah.ias eu ,,,·~•w:us ~
l ld, u O111<:i,;;1 na ~fangucir•·• ,n /,rtrr(,.uJ o· 8, r,p. m.

" CI. IJn rsp.lul .,.,,,,., conÍ<:rénda de Michd l uu,:-tuh cm P.u-1-. "'" d,a 1• dr març,>
dr 196'.", puhhad:a n:i n.''"'",IMC.ournbmdc, 198 ◄.
"Quanto ao <:aMI do l)ccQn>ttuuv.smo c,m ,uqu,ir1ura cornpar",k, i> i.l,·cl.l~ ,.,, Paola
&rms,c1n J~cquc•, ·F~,d.,/l>k<tnSl'ruai•iWIC', Con1,1~1 c,r q~nonncmen,w,"' 'r=s
Je1S.8nrs n• 2, P~ns. l'Hamunun, auwmne-h,1·tr t'l9Ç/i996. p. !6S- 1--1. t
"D«Qnuru,·nun trop=te ". mTrrrr• a~,
Sig11rs" ~. Pari,. L"Harm,ntan, auru1un~h,vi,r
1996fl9'r',r.ll0-11A.
' Cf. G1//n naruu, U p/1. /c,bn,: ri /e b.,mqur, Paris. US éd111oni dr Mm1.111, 1988:
,-cr umbc-m LI, Ma=r/,,la,:,.. dr L.r,b,.,:.. pmnc1ra ed",ln cm fr~ncrs do- 18.f0.
FRAGMENTO
-o
23
E'..stt capi1ulo t ~ons.,gi--.1do :i. ,d~ia do almtt,o e. con~utmcmc-nrc, a 1cm•
poraJ11fadc tm arqunctura. Olw:r.u a m.:1nc,n, frag.mm1ári.:1 comu .se roro-
troc,m abrig~ n;1s favelas - gcnc,icamcmc, ma< [)(llSJ.t\do na .\tanp.uo:ira do,
,mos 1~60 - fo, u p,1..so mK1at, a que !ir seguiu o em,do d.1. m1erprcr.:1çio ik
l lého Om~,c.1 un rel.1ç,io a cs,;c modo de cons1nur, sohrerudo cm P,mm.~ul,k
hn;ih~o rcnr:111do,,. p.amr da no;.io de Fragmcnro. romprrender teon,:amcntc
~ procõ,O t'>p.l\O-fcmp,11,11 fr~gmtnlJ rio, ~pon1ando dikrmp.~ cm rcl:a-
~,io ;i arqu11c:1ura fcna porarqu,ICIO).

Os abrigos das favelas

Os pr i111cims h;1rrJl'US da, fow:l.1.1 <Jo ronmuldos (Om fraiµntm0$ de


mJtm.ns he1,•ród111l'i. recolhi.dos pc'lo próprio curu.mm,r. F-5.St t<)fl!ólrutor. J\tl
m~is da,,..-i~c o fa1daJo.qut- rt'Cebe .11udi~ n1;1 r.imiha c ikscwc Yiz.mhos,
e sru ob1n1•1> micul t C<lfl!itru•r um teto p.,m abnpr osc Sol'us. ~ pnmc!1ro
Jbrogo. nm:m.:i.mcmt pr«air10, ê a base- de uma l111un1 e>'Oluç.:io. Difrrtmc-
mcrrtc do ho= pnmu1~0. q...., fJbn<:.ln ~ua çJbana com matclUJll rra1ura1.,, n
fa\"dado ,a1 pro-urar rr11 cidadr rcsros dl\'Cl'SOi Jc ma1cnai~ i:kcun~truçlu Qllt
posum ser unl,1..1Jrn': pt'(laços ck 111.1,k1rn e lltôes ~o, cmão, ~~taJos de
canwros de obr.1s e de h;cOO. Uma pmm:ira esrrunir:1 prov1sonJ e r.1pH.bn1en1e
coosm,íJJ, e u rrumr dl"sl!IO t, cm gc-r•I, a mdirra,~o do ttrrtno {quando em
murrusl.que, impõe• «1w,rru.;loi,olm- p,Jm,1. Tio logo• csirurnra dt s,mcnt:ll·
~o C'itC)a 1ru.1aladJ, a~ pL1e;,.~ de ma.k1r;1 - às •C"f.c$ mcYnU de papd.io - r 05
LnÍX'\ apb.111,11!0,, $lo prcg:idos para fomur :u part,k,. e.urmas j(3ch:ad.asl e o
tctn. Í-sfr pod( 1:11nbc111 sei- coheno com pl.i5tKOS e rn1os dr placu om!ulad:a~.
íixndO!ó por rt-dra1. À mcd1d1 QUI' o fJ,cbdo ,a1 cn~omrJndo uuuos m3rcnais
mais ;1drqu.1dos, ,,,u submu1111J o o,, anu ~m. Por oc;u1ào das chu,JS fomas, t
ohrig..,do a fü\»rituí !lfi com rrguLmdJJe. No mie10, o abri,l\u corutstr ~ffipl"C
de um:i ~ imica: qrJ ,1mpl,aJo de acordo l'Um o trmpo e 05 rnnm d!• C()l'IS·
rrutor. que drS<k o COl'Of\"O dc,e pro..,rJ,spor ~ grande car,ic1d.ulc dt ~dJ.p13-
çlo ,.d,c- imaJUfl3Çloc1111stnmva, o Mjc,tinhoM t ,a. rondio,-ão sm,.qu.1 ,wn p;ira ,;e
cOtUtruir um hArrJco numa fnda.
Nunca h,i pro1c10 prchmmar p,ua a co,,srru,,.-io dr um barraco. o~ ma-
ccr,a,s rocolh,dos e rcagrup,1dos S;io o pOrl!O de partida da conuruç.in, que v~,
depender diretamcmc do acaso dus achados, cb dcscobcru de wbras uuercs·
,ame~. Os m.itl'nJJJ !>.io cn,,;nmrados cm fr ..gmcmos hr1crogêncus; a com1m-
çlo. f<'1t1 ,om ~ço,; r 1Knnrr1dos aqui e ah,(: forçus:uncn1c fr1gmcm,ida no
uprao Jonnal. À medida que o ahngo \·J, c•·1tlu1ndo, os pcdJÇOS mcnott• viu
sendo subsmu1du. por ,,u1~ maJOfTS, e o :ISpC'Clo frugmf'll1:1do da conuruçlo
,·ai ficandQ e.ida vez mt n0J evidente. O úlrimo e,r3gio da e,·oluç.ào de um
abrigo pro:cario - a casa em alvenaria, $Ô!ida - já mio ê formalm~mc cio
fngmcmado, muito embora não deixe de ~r fr.1.gmemário: a casa comm11a
evo!umdo. Os barracos são fragmcmudos porque se rrnnsformam coo u -

A5 .:vn~lTUÇÕ<'.$ numa fovda - e, .:onsequ~mememc, a pn.ipria favela -


1:imais ficam de mdo rnnduid.<S. A colei~ de materiais mmb.'m nunca ce;sa.
Ao bdo dos b~rrlc<~, ou se falr.1 ,:<;pa\'o, .subi'\' o !l'l(J, h:í !i<':mprt. uma rcser.'ll de
pedaços,km~dc1ra,Jcpapclõcs,deplast1cos,den1oloscdeiclha>.àespcr:i
dc uma proll,m3 melhoria. A constru~o ~ quai;.c cot,diana; i continua, sem
tl·nnmo previsto. pms \emprc ha,·e.rá mel hona~ ou ampliaçõts a fau:r. A ma-
n~ina de ,·onsrroir, ao comr:írio da conuru;;.io cu,wencional, é ,mphciramcruc
!ragmcmár,,1, em fun\'.i<> des!>l' ,·muínu(J cs1ado dr 1ncomplerndc. Uma eons•
trução co11,·e11ciooml. ou .sc:Ja. uma Atquctcrura f.-na por arquitetos, 1cm um
prnJetu.e ~ .-s,l' projeto que dc1crmm:1 o fim, o momemo de parnr. a conclusão
da oh •~- Qu;indo nâo há prujetu. a nmsuui;âo náo ltm uma fonna fin,11
rrccsmbdn:idae.poris§O.nuncatcrmina,
Daqui pnrd,amc. p(lriJnm. mlLTCSS:I falar de umoutronpode prfoça
consuuuva. que n~o:, arquirerura: a lmcobgem, que tem a ver com o a caro e
,1 1n(ompl~mdc. o. arqullctos•!avdados são, ~me~ de tudo. ex,demc,

lma;ft'llrS, termo u1ili:wUu por Lêvi-!>iraui;s para design.ir o Mpcnsamento .sel-


val(em ~ (primeiro ou mitico) dos povO!I primir,.·os. X~">)'.( C o p.:nsamcmo cm
cs1adq sch-agcm, a rnnsrruç.lo cm C:1tado seis-agem ê. então, br,colagcm. Tal
formadcatmd.1desuh«istfcnrrem>§,l,'l!ardandoa>~-arac1cristicasdecifncia
pnmmn:

No ,e,. srmirlo mmgo. o wrb,, br,colar u apliw <10 iogo rir gude e de
billiar, ,. mça e .i e,1m1.1ção, mas :sempre P"'" t<'fXDr 11m monmenro
mcidema/, da bola qu~ r,a/tJ. du nio que 1·Jg.1 SI'"' r,,mo, do ,.1,,., /0 q11c
SJ1 d,1 /m/1,1 rn1 p.1r.1 ei/1/Jr ,.,,, nbd,ku/u. bn niJS.SOS d1Js, o bricoleur
~o,. r11111,i scndn aq.,e/t que 1r11/Ju/11J com U$ mlJos. r,tiliwnda m,•ius
dcs~i'1llle5 em rclaç,IQ /lo$ em/irtg.1d1,s J1elo l1omem de artes. 1
O aças(l ~ parce mtq,ram,· da ,dEia de bncolagem; r: v ine1demc. ou St'!3,
v p,,quc110 aco11recimemo imprevi<tu, o ~mü:ro-evemo~. que C!iti na origem
do muvimemo. liricolar e. cnWo. ricochetear, enviesar, ,.igue-zai;utar, comor-
nar. O brrcule11r, :au mnuárk1 do ~mrm 1k JMCS (no caso, O arquiteto), jamal5
vai dirc!amrnfc a um objetivo nu ~m ,lm,~fo â miabiladc: ele age ~gurido
uma pr:inca íragmemána, dando volta~ e contornos. numa anv,dade n:io
planificada e cmpirlca. A constrw;.lo com p('daços de rod.1.s as provcniéncias,
a bricol.,gem, i;e-r.i. ponanto. wna arquncmra do acaso, du lan,e de dados,
umaarqui r~ru:raS<'rnpro1em.

O brico!eur utâ :1/Jf<> a exemt.1r um g~.1nde mímero de. 111re{<1s di1•i-mfi•


(11.-las, mas. di{ert!nT11111cute do engenheiro, ele ,iJu subo rdina nenlmma
dr.L.is à obte11ç,Jo dl'm.itt!r,as-wmuzsede {crrom,,nt.is, roncebulaseadqm•
r,d.iJ espeu.ilmemc par.1 o pmJeto: seu ""'IICl'50 i {M.hado, e II regra de
seu 1ngo ida s11mprc se arr.1111ar com US "mstmme11tm; de bordo •. isto i,
rom um co11irmw a r.1d11 mSf,mtc JCJbado de {emmtl!tltl.l> e ,mm:riais.
heter6clitos <10 extremo, porque a CQmposipía do cD,i/umo niw se rc/a-
<1mw (Om o proieto do mom~,r/o, ,. mmto mi.'110S (-Om alg,,m proreto
p.1rltc11f.ir: ela êo resultaduc.mti11genude tod.J'l asoeas1óes que seapre-
sent;ir,m1 p11r.i rcnm•arou ermquuer o es1oq1,e or, p1.1 r;i m:,>1té•lo com m
rr$/íluos d<1s comm,çóes ou demoli(ões ,mtcrrorcs!
F.m ,·ez de ~r dc1cm11nado pC'lu projeto, o brzcoltur é definido p<:>r $Ua
111sm1m~111alidade. E, p<>T c~sa raião, ele nunc-J pode parar de colcrnr e guar-
dar fragmentos de malcriaLS de amigasoonstruçôt:s ~ncontradns -111araSQ. Além
disso, JO comr.ino da m.imria dos arquiteto~. o bnc:o/~,r m1balha com ma[c:-
ríai~ de segunda m:io, .om restos do que Jâ fo, u:.."!do cm outra., cun,1nições,
:i5 vnes com oum1s finahdad~~ 1~rnicas. A bricolagc:m i uma reciclagem
arqumi:uralsobr~tudoalc:arôria,quc:n~sceda ÍrJgmcntaç:lodcanuga>atqui-
1ctums. A recompos,çiio desses frngmentos. rcsh)s e pt,d.iços, misturados com
munos outros, 1cm ~mpre corno r~sulrado uma for= compler,1111eme difo-
n:me daqueb de c,ode eles pro,·êm. A ioc("5santc: r,·construção ~·om frai:;men•
IOS de mafcriais já utilizados, de1r:murc, de uma bisuiria construtiva próprb,
con,nimi 3 1emporalidadc dessa ou1ra 1rnme1ra de conmuir. Sua ~podia" re,id<'
10,mmente nl dimeos.io alearórm do rcsultJdo, sempre mc,;p,,radu e mtumr:•
di,ír10. São OS acidcutes do pcrcur~u que cnnslltucrn a forma da coostrução,
pois, me,s;mu b:istindn :r,empre uma intençfo difusa dc construir, 11!10 oi:istt for-
ma deta lhada e p!"roefinida d~ inicio, uma fonn.a a ser aringid3, uma pro jL,;.io:

Vm.i vei rea/1::wdo, est<1r,i me,,,rawfnumte de{il5ado em relação a imn1·


(àO m,cinl /de rrsw, um simplesesqr,effu/, e{em:, q11e os wrre,1/istais rlc110--
,.,;,.,1mm com fdk,Jade dl' •,u<1so ob1etn-1:,". F aim/;i há mms; a poesia
d:1 lmc,ilagem /11e ~'t'"' l<lmbim t, @rl'ludo. J,iquilu f/UI' ela 11<1<! sc
li,11ita 1.1 termm.ir ou ~xccu/c,r. EW "(afa • 11iin ,ome,rte com as co,s.is,
m,u t<1mhém por me,u da, c:o,sas: c:onta. por mc,o d<1s escol/ias (mm
entre possfreis /m111,,do$, o c.irJter ta ,•ida d,• se11 a111nr.'
O /miolcur-favcl.1du q11er 11m 11brigo. cuia lorma defmmva lhe e-sçapa.
Tr:iba!ha com fragmento~, e dt modo rnmbt-m fragmrnd.no. l?. preciso 1cr <;Cfll•
prcrrnrnenteqUt,StcuobJctl\·ommoreabr1g.usuafarnilia<'qllf:1<.x>nstrução
de ~u nbrigo SC' atém, num prim.-,ro mumcmo, ao mmimo ('$!iCncia) para rc~
ponde, a .-~1..1 função primdra de protcç.lo.
O termo ,1brigo ~em d~ almgar lapri(.lrt). que s1gnifin m~uardar dos
rigores do tempo, prot<'gcr. ptlr i'm lugar ~obenu; a idéia de abrigar cqui,·a lc ã
de ~uhnr. de revestir de uma m:11êr1a pHJ r.c protq;cr. dt .~ ~rnndcr 0ll de S<'
«qucnur num imniur. A lôg.u;a da co nmuçiio de um abrigo numa favda é a
mi,sma qur pre,;ide a fabricação de uma ,:okha Jc malhos. feira com pedaços
de tteidM J1,para1ados. cosrnradO§ uns nos Q11trQs 1p.itchwvrk).
Ahr1g,1r~ n1ar um ,menor p;,ra ndc emrar. i: constmur uma dcl1m1taçâo
cmre Cl<INIQT r 1mcrior. F..ss.1 SC'par.ição pode c>:istir cm divcrw) nívc1,;, im
c1ando <:om o rrópno corpo. ou &cja, com o so1e1to .1 ser ahrig;ido: h:i pr,mei-
ramrmc as w ~r,m,:nus, depQi\ as col,;,nas, ú abrigo, a casa. o qu;mc1r,lo, a
cidade. Ê a idéia de rc,·c~t1mcmo de Stmpc,r' adaptada por Adolf Loos:

No """~(!J hmwe.i 1~tm,~w. O hon,,.,n l'Jt.:11u ,m brtK.:1 do que o pm-


rcge.su co,i/ra o ngor do dim.i, prncurm•.i ,;,for, prutrçifo dur,mtc o
$mm, E/1 /!fl'Cr$1Wll j~ colmr. A w/,ert.i t 11 mms a,i/!g.:1 expreosifo dJ
arqwtewr.i.'
Lous propunha rnhnr com m:1dos as paredes internas· dds c:u;as. :-lo
caso dos abrigos d.1s favelas, por füJ. vez, o rc~esnmrmo e n parede se confun.
drm. Assim como os abrigos con5truido$ pelo~ f::ivclndos cstiio m,11s pró,timO!i
da t>ricobgcm (e do v~ruârio) t.juc da arqu11c1ura, sun m,111c1ra de ,·ivcr .'lf'
aprv,:1ma 111a1s da idéia de ahr1g:u que dr hb11.1r. Isso mud~ a rda,;âo de
rcmporalidadc,1â<1ueai:randcdifercnçacmrcnbngarchab11arvrrndofatu
dequenbngar(dnordemdo1empor.inocdoprov1sório,(•11Quamohabi1"rfda
ordem do durávd e do permanente. O abrigo i: prov,sl,rio mõmo qu.:: ek dfva
dur~r para a ct~rrudad~: a habitaçiiú, ao oomrár11;1, é dud,•el, mumo que d
desmoron.ir amanh~. ~ essa rdaç:io cnm a tt'mporahdadr que faz a diferença
Pm rxrmplo. habm,mos nosso corpo cm pcrm~nfncia, mu o abr,pmo,, pro,·i-
soriamom!c com uma ,·ei;nmcnra. Ê a d1fcre~a ~mre o .l,('f e o C5tar. f~ como a
noç:iod~ "se mmar~ faz parte doe$tado prOV1Sr>rio,o:1brigopodev1raS<"
torn.irhabitaçiio.
ff1AôMENT!l
v
A experiência de Hêlio Oiticica na Mangueira

l'arn Hélio O ,ticira, 1964 fo, um an<H:haw. i,m que ocorreu uma gra nde
v1rodaernsuavidaeohra.dru;enc:Jdeada pordo\sevcmosmaiore~:amortede
seu pai - com qui,m rrabalh:ua nos arqun'OS do Mu ..eu Nacional e com quem
havia apri:ndido o rigor e a nrd,,m - <' a ~obc-ru da ,\1angueira, fovrla
míric.i do Rio. aonde fo1 ltvado pdo e~uhor Jackson R1bt,ro. para pmtar 0$
c;irms al.,;ônco, du d~sfile de camav:i! 1unro do am>ta plãs11co Amílcar de
Úl5trn. do grnpo nenconcre10.'

;:.::,'.:'::~;,:;,:,:~:~:'f;:~;:":.,~:,~:;,:º,:;;,'::~:,~ad'1::~:::~;•c
Ln;,a Pape. iambêm do )l.l'Upo neoconcrl"to e sua am1i.a mu1m próxima. '
no~ coma a mudarnva rodkal no modq de v,da de Om,ka nc.s~a ipoça. que se
deu ,11rn~c'~ da dcscob<-rtn da 11-fongucirn·

Hflm ~r.11<m /0111!>11 ap,ilmro. /JIB 11111 pouto /1ed11111i'. que tr.ilxilham wm
oscupa, nadocumcmaçJo do Muse11 Naci,;mal, 011deap renda, um,1 mcto-
do/,,g,a: l'm r,un/t) org,1m.wdu. d1Sfl/J/11wdu / ... / l,.m l!.16~. sm /1m mur-
rl'll! um amigo 11osm, o Jacksfm. entJo, lcrw1 o Hê/10 p,m, 11 ,\ !a11g11f'iro,
par,1 pfotilr 0.:1 carros . /Oi ai q,u.• de dl'scúbriu um tspaçó diums{.1co,
q11<' 11,fo c011hec,.,. 11.io rml,,J 11 me,mr e:rp=<'>u,.i. P.:1rccw """' ~·irg1.·m qut'
c.im ,lo ourro lado: rle 11.io rrnha ma,fO pm que- pode-na $e,""' $uper-cgo.
Deuobn11, .ii. o r,/mo. 1J r,ui$tCa. hra,, tão e,w,sr.1s111,1Jo que roml'(OU a
;,pre11d~" ,fm,ç.1r, p,ira (Hlder participar dm de5{ilt!$. dr,s crtStJÍ()s: ,., inle·
grou 11,1 l'Mül,1 de wmba, (l't gmmfrs 11111,gos. ,•/,• dN<·ob,111 o sexo, ai
,-,,tJn (o, uma e1bórm,:1 tor.il fliJ ,_•,diJ J,, Ht'lm. tanto 1"" o J11d:.sm, ditJ.J.
ass,m: "N,ida como Sl' perder opa,!". H•'/,o 1,1n,r1 ""'ª º""'l pcsso.1 / .•. /
üso (0"1tf,1 a mter{errr n.i obr.1 di!lc. em 196~. ;\ morte do po.11 (Omâd111
CQm o fim d() muvim~11to ne<IC<Jn,retu. i.i ,,:;u l,m,ia aq11elrs compro-
missos m.,is ortóiloxos. Ai ~/e romcçou a mcorpor;,r essa l':<:{}crrl'l1w1 da
mum1 /L.P. tu11111 rm dri;,/l,,..:1 romo rr.1 a .M,mgr,eirJ na ipoca}. aqmlo
wmcçJ a (a;er pane d<>& (Qn<:etlos dele, da 1.•wi..,cia dele /LP. ,ua lnngcJ·
me11u os Parangol~s eu obr.1 Tr-0r,1dlm como e.xe,,rp/ru desu mrOT{IQ-
r.:1ç,fo J., 110,•;, t.-.:pertb,âa/. /'.Ít' mud,1r;,Jic.1/m~11/e, 111,! diCJme11 //J; dci•r;,
um apo/i,1N) e p.i= a ser Jiomsi"nt-0 /1 .. 1~ d1storre S()/,re ~ descob,.,,t.1 do
U!'<O t da homo.Hc:w.1/111.Jde por 11.0.J Ess.:is b.irmras da 01/t11r;, b,,,.
gr,csa sc rompem /J, /! crm,o se d~ i,esl!Su ""' outro Hêl,o. um JN/,o do
·· ,.mrro~, que {lil$$OII ,1 mt'ildir wdo: s1«1 i-.is;,,j1~1 vrda e su.i obra.'
Hilio Oi1icin dcsc<:>brt" a liberdade tt.:t Mansueirn. Sai de sua rt"doma fami-
línr para viver ,·ssa liberdadt num espaço marginal, numa rnargm:i.lidadc dc-
nn. N:lú se contenta cm ol=rva~ ele quer cxpcrime111ar. Com('Çll porapn,nder
a dançar o samba, 1orna-s,e um pa55is1a da ala V~ i,e emende - a há$. Sol'gundo
1esterm111h,1~, um doi: melhores passistas br:mcos. f.Sfreota la~QSde amlZ3de com
as peswas d,1 CSC()l.1 de 1,;1mh.1 e taml,;m com m.argma1,; da fovda, ~lgm,s, pas-
si>r;,s como clc. St<us novos amigos come1,am a rham:i-Jo pdo a!)(!!ido "Ru,so",
pois ele era o ma,s branco de rodO'i. Dessa forma, perde simbc1li~amrn1e seu
,wrne dt familia burgue-1,;1. ,'-.pa,xona•st, J)fl3 f:n-ela e pelo mundo da malan•
dragcn1. A1,11odcuormn~-SC' "malandm 1·clho de Mangudra~." :\ksmo srm
morJr de faio na fuvda - frcqüem.ava os b.lrracos d0$ amigos. paua,a l'ários
diai.J)Orl:í-.Oittdca,·1,·euvcrdade1ramentcav1d,1domorro:

Já em 1965 er, nJ um dó5 prrrwp1.11s pa!Sístas da Maug,u,r.i ed,-s(,/Ji'iJ


com rouf!a dad,, pela tS(o/a /... / Lembro q11t. qum,doa bater1;1 dt' Man-
gul',r.i romeç,w1.1 a tocar. 1'1'11 como se me fmu dada a orde,n para come-
çar a uwa M11s l'<Ki prrcua S<J!Nr que a 1•1da do murru nJo COllS/Sle
apenas em carnm•a/. ,:,. de~Jtn fo,Jcfc,re. {... / O samb.t,$<). não mmsforma
d~ rep,,nu II i,1J.1 Ou a arte de 11mguim. Um d,a LJ eu rmu~gm o q1re
quaia, aq11i/u dú:,:u,. de ser p.iril mim uma rcprtsellf,l(iló, Em /llangucm1,
11
nJ<'tdatlnmorro.rudrsrc,/mume"ra1111nho.
F..ssa c:<puiê11c1a na fa~da mam.m indek.vclmcntc roda a ohrn p<mH,ur
du at'tista; sua \•jda e sua une se mesdamm para ~mprc. As vivências se toma•
ram n chavc de ~u trabalho. e seu amor pcb fa,eb tr::1.rupareda nas suas
criaçõ«. O :mi>rn di,.ia s.cmpro, MC.aJa ci,mimetro do chio de !-tani;ueira eu
amo com a mhma Írll~fü;dddc com que me dedico ao meu trabalho criador~ _u
l'am G11y Brett, a c,,~ri~rn:,a de Omcica na :\bngudro iníluenciou sua arte e
seu~samemocm1rCSaspcctosque!hns:iucara<·tcristicos:

Paro ,onrefUr, o wmb,1. qut t mt1 mito cQ/1'/li.'O d11 M.i11g,wra [... ]; as
rduç(>es sow,u do pol't, da tomunuiadc da Alanguemi ome 11l11s li com
a .,,crrdaJ,r extema: e a 11rqmu111ra das favelas, as ,;asas conslm rdi.15
pelos prôprio1; hab1t,mus w11, n material do lixo que (Oi e,,co11tradu e
qut eles mfaf!/Jm lil'remen/11úrn-111uessidade e V<mtadt.''

De fato, a exprri~ncia na lv!ani;ur1r~ desc-ncadrou cm Oitióca muna~


descobertas simuhãnca~: a dcscoht,rta du samba, qur t 1arnbtm uma dcsc<r
bc,rta do rumo, de uma no•·a tcmporaHJ"de e, sobrnudn, uma descobtna do
corpo; 3 dcscohcna d~ outra forma de sociedade. niio burguna, mui10 ma1'
hvrc. mar, ao mesmo rcmp(l m~~inal, r tamhêm muno menos indi~idualista e
O !'amngo!~, qrwndo ~xrge a p;,m.ipa(ÍÍO prL da,rça, i apr,ras ,m1;,
aJ.1p1,1çJQ J,1 m~sm,1 ,111 $Ull eslmturJ e, ,,,c,,.,.,.,.a, a d., e~/r,,t11r.J ""
d.111ça [..• / O g~m,. o rihnf> /nm,1m ""'" 11r,wa fr,m1;, delenmrr.i,fa pela
ex,gúu,.i da ,sm<111ra do r~nmgoM. sc,rdo J d:mç;, f>"ro i,rdióo drsftJ
pJmapação e5/rlllr1r<1I - 11,iu se tr,u:i de dft~r11w111r 11íi-e1s u.1/oru1tu.-os
para uma e outro t•.,;pre»ao,prm t.Jt,IO unw /a dunca pum/ wn,o a or,tm
(d3"Çúl •rQ rariJngo!éJ .s.io exprcssOO WIJIS. ,.
Paulo Ramos, am,go de Oiucca da Escola~ .5.amha E,;1"ção Prm0m dP
!>-lan}:uCita, emãúdiretor 1;Ultur.1l da =ola, dii que \TStir o Par,mgo/,! l como
1
o ramo do ..,.mba; ' f:'lla da cadência. uma vu qm· f n..-cesciria parn <lançar o
samba ou para 1·cmr os l'ar,:mgolis. ~t:undn Ramos. e pr..-.::,so ter~ gmg.a de
corpo d~ passis1Js ou do,; malandros do morro paro compreender iSSQ. A ginµ
do samba e emrar no rir1no, e ~ do l'arangoli E rntrar na sua c~trumra. Fala
também d:1 emoção e Ju prncr dr ve,1ir os P,mwgolis, compar,il'cl ;i emoçiio
J.- 5.(" famas,a; no carna,·al para de.filar na Mangur1ra. Por omro lado, 0:s
l',mwgo/e5 não podem !ól"T cons1dcrndos apt:nas fantasoa, Jc c:imaval. Ma.,
Oi1kica n.io rea!,(Íl mal quando ,n pessoas comparan1 m (U ParJngolis iis fan-
tasia,, por'-!u~, parn d~, a fonrasia, quando t uma nwrnçiio gn11u1ta e umn
improl'iS..1Çio 1n'v,al, é o que mais 'iC :U!il:mdh.a ao que pode ser um ParJ,rgo/f."
l'ua 1-laro!do <lc Camixn, os /',1r1mg0Us 1-:Í0 "a!ids-deha pau o ê.1:1.;isc~.
El e as~•m deJocou 5CU 1cxrn Hagoromo: ~para 1-lillio Omc,c,;,. m,·entor dns
f'11rJ11golis. mumsta das pergobs ahda,~.'~

/..• } partJ mostr;1r rua artr J,, cor~ t do drse,1mfame1tto tr,,m..,,p,1crJ/


que ham,1 m, Parangnlt n1JJ/e o .,.,,tirio ac,1ba quasr quo se meu,mo~-
fouando mm, pâssaro su,pren1Jen/e e tJt/Ut'fas capas (qur, /1w;lu< rnr
sosscgo,rim1:zp,m;,snasp«101"1sas.1sfed1,,das fqu,,se11mrch:zsdr11m
p.íswrn), de rr.pe11u. r:t,m o muJrio, com o rorpo dv 1,rn,ir,(!, e/Js
csplendem r duo/,1111 (amo um tW mws(igur.idor, ini'<'shd.11 de 1·1d11
pe/i, prU1,r1.1 prese,,ça dn 11swirm e eswa.,dor.
Harold o de Campos faz arndJ ~ rrbçfo com a rxpcnência da danç'-J, do
sarnb~:

/O Parongolé/ ou,o/w CHI',! ,ispt,"f<IS 1/J /eor,a tstCtlCd c1mlempor.inea


1111anllldns pr/J uwti11c1J q11ce/e /rn/,,1 dep:JSS1srd da Mm,gucir~. dn q"e t'ta
na quadra rlti Mang11c1 r,1, "º desfile da Mang,.eirr1, ,w ma1,e1m wmo ""'
wmbista da Al,mi;uóru ":klW oror/)Oem1m/1Jtde111mcu,rom su:swre,)-
/flll(~, im•emJI.W "'' /fitt.mtc. as lirmta(,'in d:z grJmlade, toma11Jo•se l'le
Jmí/)m; '"".J 1'5{'foe dt ser ai.ido: JS r1'1)/1<(ÔCJ d.i porta-b..111d,•1m "comp.,-
nlNIJ,1 pe/o m~$tre-sal.1. wu,, espcoe d~ 11w111ero barbaro e ultJdó."
FIIACMi#TO

Para além da din~nsãodioms1aca dasdiícremes incorporaçõe~ provo,,.--a•


das pda expi;,rí&icia da <laaç-.1, o quc mms fascinJva Oiticia nc.ssu prâ11c:1
"
mítica cr:1 o .:inircr frai;mcmârio" temporal do movimemo da dani,a. o~
1TIQ•·1mcmos do rorp() 'ILIC dança se tran•formam contmunmcmc, como a~ fa.
chada, dos abngos d.1, fo,·l'!bs. Em·omramUi a mesma 1dê1a Jo esiar tcmpo-
r:irio. do csrnr em ro:an~fonnação, do tornar-se.

A t!X/IITiíinci4 ,fo dança (O SJmbi1J Jcu-mr purt/lntO ll aJ/iJ 1Jbu Jo qui•


st!/a crinção p<•lo m o rorpo.-al, a crmtmua 1ro,1sfarn,.1/1dnde. De outrlJ
/ac/(), por""'• rco·elou-mo o q«e chamo do ·es1<1rw das cmsas, m, se1J, a
e.~p,essJocsldt,ca dosr>/J;etns, qutiuqm ogc,1o d.i1m:mh,çwdoa1JJ
corporal cxpu.ssmoq11r se lr-.insfr:mna un, ,NSar. {.•• / FJt.i ai a d1a1'f: do
que ser.i o qut d,amo d,. "11rtc 11n1b1tt11alw: o l'Ur11,m1l'!nU món{
trm11form1frel. '1"" 5t! estrmur.1 pd" J//J dn eSJJUlildnre n tsl.itu;:o, que;
MmWm tnms{ormJvd a seu modo, dependendo do 11mb1en/1' m, que
e1te111 par/Ít:J/l1J1JdO ,01110 ntrutw,1.u

A clc.~Qlx:rrn da imanén,i;i per Qu;c,ca fci -$C. p1man10, (ll')r mter1nédio


dadança,ou,ames,dasimag,·nspro1·ocadaipdo~mo•rn1cn1os-dadança,q11c
mudam con nnuamcnte. pa.sundo P<Jr ,-;iri<l!l esrng1<l!l mt,:-rrned1âr1os (t<Star).
Da fcmpornhdJdc do dança. ou do cincnsmo dos gestos provocados pelo m~
mo do .samba, resulta um~ frngmcnuçfo de ,m~grns que Jc1;esrnbiltza a pró-
pria nOÇão Jc Jnc e de criaçii n am~uai cm Oiricica.

As muigc,i5 s.'io nzm ·eis. ri/p,d;1s. mapree,uivffl- são o oposto do Ít:ont.


cst.i11rn t camcteristu:o d.is arus d,ras p/ihlica, -; em v,..,dade, 11 da,iça,
o ntmo siio o próprio 1110 pl:iwco 11a 111a audn;1 essenâ.1/ - r$/J uí
11prmtod.1 a d1rcç,fo d,1 dcsmbcrt.i da im,mi11âa.1':sse aw. 11 ,mmiio do
mmo, é um puro 1110 cr1111lor. u111.i arte - é 11 m.:çJo dn pr6pri,> ato, d,i
C<J11tm11lllade: ,, 1,1mbém. 'º"'ºº são todos os aros da e:~prl'.ssiio cr1<Jdo-
ra. wn rrrador de imagens - ali.is, p.:m mm,, fm amw qm: rmlll ll(Jll:l"
d(M.oberta di, ,m11gm,, uma rccriaç.Joda 1magm1, ab.:r,""do, ,amo não
/m1ÜrÍil deixar d" Sfr. r1 ,:-xpu,5;i(! plástica na mii,/ia Qbr,1.u
As roda~ de SJmbm e os antigos ensaios da !'$COia, de que Oitkícn 1ant.1s
vcies pamc,po.m na Mang11~1r,:,, ~iiu manif..-staçôt·s coJenvas t 1mprovu,adas.
As pcswas donçam wzmhas, mas dentro de um grupo, trocando pas~os rnm
o~ 0111ro,,, ma~ de improvbo, sem coreogr,1/ias precstahdc.::id~s. A., vc,.es, a
mllSu:a ~ a pc,rcussiu mrnhém são improvisadas. Essa noç-:io de coletividade,
de comunidade, cncontrnd~ na ~fangudni impre:1,iooou prufundamentc
Omnca,
ESJtncADAQt,i(),O

" [... / o terreiro de nmuo d:, !.l,mg11e,r.1 t <-1 seu legendârw boteco Só P"'ª
quem pode /Or.1m parJ n11m as m.1,ore1 ,,-..,/Jçõe., deua com,.nh.:lo e11-
,r, disponibilidade e ambienre ,afJhsados 1Jq11i pe/o samba, qr,em vi1't'r
ais.,l,erJoqued,go~'
A ,déia da pamcip.açilo do tipccrador na obra de 01tidca se dcsenvolnu
a panir deu:a ,·,V.nc,a na Mangue,ra. O espectador não se mma romcme pam-
cipanre lpamcipador, scsundo HOI , roma·sc t~rnhc:m pane da obra quando a

O Parangol~ re,~la Mtiw a <l!U rur ,Ífl'r f,,nd,inumtal de -estrutHra am-

bumtal ". pos,11mdo 11m núcleo prmnpal: o pam'1pador-ob,.,, q11e se


desmm,br.1,,,., "p,,r,mpadl)r". q11:mdoaM1s,e.eem •obm" q11,mdoassis-
//d.1 de fora nesre esp"çv,-1en,po amhlenral. F..sses midi:os 1,a,1iâpador-
obrL1 oo Si.' rc/Jcio11.1rem u11111 amb11'11t,• Jetermitrado emm, ,,,,, "s1$1,•m;1
amb,en ral~ Paranl:!ul~. que por sua nz podi"flll Sl'r oss/Slulo por muros
parru;ipadoresdefora. i•
A noção de autor Je uma obra f: rnm~m pm1a em quci;1ão no momem(>
em que o fJp1:ct:1Jor passa o s,,r pamcip:mrc: d~ s,, torna co•au1or da obra
quando a vCMc. Oi1icica chegou a propor que ÍOSSi:m dados os m;,.tcria,,, aolo
participamc,s. para que eles pudessem prOOuzll' Sua$ próprias obras. A õbr:i do
amsta f,ca, oss1m, comp!ctarnentc inacabada e a~rra: d a dcp1:ndc da pamci-
paç:io do ou1ro. Não tJUMC qualquu pi.mo ex p\icauvo da su:, utih1,açilo, nem
i11dic.1çõe-; pr«,s.u, nem modelo~ prccst;ibt'l«ido~. O pariicipanre é debrndo
mt11lmemclivrctn1s11aação.

Quero {iJUr m irar o Parango!~ ao gêmo a,1ó111mo CQ/eth,o de º "de s11r-


g111, e c,m, i"sw iugar {r,ra oi proh!cminl,as dees1iti,i.1 qur aindo 11sso/11m
nosSll ,,,mgu,irdl'l em s11i.1 ,,1.11/lrW. tra11sform,mdo II peq,,,,11n d~ss,•s prt>-
/1/em<U em algo maior/ ... / ,uzs Es.-c,l.u de Samb.1 nmgui-n, sabf quem {n
,sso (m uqmlo; ,-, importam e ê o rodo onde (ada um dá t>tdO ó que /em,
Mml1a exptriiinrill como p.1ssistu du Mangueira i f1t11d.,me1/tal p"r.i q,u
,.,. me /r,ul,re disto, coJda qual''"' ur, sa mba com 1mprovuo, segundo
s~u modo r 1Jào seguindo modelo$: m que o {aum ugumdo modc/oJ
náosabcmoqursr1aoSJri1b"ousamhar.i.
F.sscmcsmogên,nanôn,mo ern letivupre,;ide:I cunst ruçiiodosabrígo~
das favelas: ê o 3rqu1mo do~ barr~cos. A arqu,tetur3 das fa,·el:,s i de1enni •
n:mu na criação dr PJr,mgolés. Oi1icka romprctnde u muito bem ~cu5 prind-
p1os consu,u,~ni;; apropru:m-scdac1111cepçànedosm2t~riaisde,0M1ruç.:io
dos barraco'>, ~m. no ent;mto, co piá-los formalmente. Os P~r,wgo/is - é ,m-
FMGMENTO

portarne ir1m1,r - niio dó ilu~traçCH$ <.I~ abrii,os dts fovd:u (mimc~e). des
"
ccnament~ S(' msp,rom n~,,;~ nlmgo,;, mcts nâo de modo ~1mphs1:1 e formal.

N.i nrqmtetum dJ f.n,e/n tst.i ,mplicito "'" wrâter dn Parnngnli. wl a


org;;niáda,ü ntn,turu/ tmtrr os elemmtos qur o co,1smum1 e a ârcu/J·
ç.lo mtem,, r o dt'Sml!mbr:imemo .-x1rr110 drn,,s co,,stmçiks; njo J,.i
p11u.1grns bm>cils do qJ<arlo pam a sala nu cnvuha, mas o eue11cral q"c
define t:,1da pmu q"e se liga ,1 ourr11 cnnrmu,d,1dc. Fm wb,ques de obr,u
r.m ro11stmçào ~ dJ o mesma. em omro p/Jno. t. assrm rm todr;» eU;:.$
ru,mtus" w11Mmç&i /10/mlaus, g1milme11/d im/>ml'isad11s, <l"e vemos
todos r,s d,:is. Tam/1(',n (mus, wsas ,fo m;:11Jigos. duoraçilo pop11/m dr
fe,;ras 1m1111as. rd1g1osa;1, cam,wal eu:.r.
As fadut!a, d01i abngo, d::i~ fu,·das são fragmentadas formalmente. mas
n mierior desi,1s construçÕC'S prccãrias t unnám;,, eonstiiuido. no mal.S das
vezes. de uma p~.i Ún)ca, qu<' w d,vi<lc :i none em pc,qu,nn<: i;nm(lctnimemos,
rnm a aiuda tle com nas em tecido ou em pl;hrico (;h ,·ezcs, cortlMS de banhei-
ro), parJ preservar a uu11nPdadc do~ casJ!S que ali durm,;m. Sãu essts mari··
na,s das comn~s int~TI13i que vamus ern:,mtr:ir noi P:,.rangnli>. como~ O111c1ca
tivesse escolhido o m:115 inrnno dos mJ1rria1s usados para rcprestmar com
maior ptninência a idéia tlc abrigo. Ele ~1om::i os fr.tgmt·nro~ de 1r.:idos e de
p1:h1Í(OSdnm1eriordnsharrJcosparafuzcras,.1pas.O1rici;:aconsc:gu1uf11n-
d,r n mtcrinr cn c,<te,;0,-c~p,1<;0 pm•adolcsp.wo pliblico~ dos almgos,cons,.•r-
1·ando a preocupação pnnc,pal. qual sejs. a ,d~i::i de abrigar. T<.Xios os l'ar.mgn/1!~
encerram es!.:l itl<'ia, muiro embora ela s.c1a mais evidente nas 1mda~ que na,
capas,b:111deirns(u1c:-st1rndanN.
Por ocasi:io d1 morte de Oirici<'.11, Clariv::il Va i lares homenageou oarfl>t>l·
mar11mal - <jllC em ~ua vida pouco dialogou cOfll as mm111,ções culturais ofi-
cia 1, - com um discurso no ConsdhQ Frtl,,.ml de Culmr.1. na sesi.:io dt" S de
Jbnl tle 1\180:

E ai d~ {vrmou os u:us mui•ummtos dr J>:imngulf. udmumdu ,i /X)S$1b,-


l,dade de s<1 mmur os f,wefadm do R,o d, Ja,mro, qu1111do rom o num-
mo de dispo111/>i/1d.,dl.', criam, t,m,/Jem, "rtes. \'rr,mâ.1m artes. /ssi, ti
prr,fimd,m1i'lllt! 1-erdadem:,, Bmt/l que se'"'!" q14,mtm; ve::.es /J {"ui,, rnm-
p.,rec.cou ~•15i/'1 /er,,.,;i deurl!stas 0"/11/1/óra dat.Jlcgori.J dos rmom,11/os,
p.ir<J se Si!/111' 'l"e 11Jq11el.1 fig11r11 d.. gca11wmrui..1<ld s1mplt•s dos mom:, s
t,mocas 1J trrnrm ~m SI o prmnjm.> cst,·t1co u,m~rw/ 11a sua arqmret11r,,,
Éfal$0dizrrquc0iucica imitou o,fovdadosouqucs1mplrsrnc111e,lus•
irou JfJ,da 1::rnsua :inc. l !flmO,rn;,•3, ,·omn rnmi-. vi,eu na .\fangur1r.1, 113
su.:1 cscóla dt samba, CXJlt!rimenmu «~ f;i,·fb, vivrnciou•a. Reprodu ziu sub•
1e1,nmeme em S<'ll m,halhô de artl5fa sua t.\.pt'riência de ,•ida numorru, que
i: difercmc d~ J;1qudcs que l:i v,,em, por nunca ter S1do um ve rd:1dem;i fave-
lado. Como ,r111 du excerior - d:1 Zona Sul -, mesmo e5tando demro da
favd:1, guarJ;,v:1 cm rebção a ela uma 1·1sãn externa. V.1lbres, em seu discur-
so. fai rdrn:ncia a ouuos anin:as "da C"J.tegoria dns renom.:1dos~(s1C) que
u1·cnn1 as f;nel3s cnmu t~nu." M.H unrn enorme difrrençu stp:ara t'S!il.'~
~r11s1a.i; de Ülflcica, elu nJo cmrnram de verdade numa favela pua ai vrve-
rem eSsd exp<"riência como Omdc:i fe1.. C)s rmtor~s d nos rfnnmados S-0 fo
wm iluslrações da fa,·el3, de longe, tm seus quadros. Oi11cka. aoeomrârio,
irahalha a r;1rumra dtssas corii;uuçõts !)<)pulares, a :1.mhifocia dcs~c espaço
singular.,\ tstrutura <lo, l'ur,mgulis retoma o cucncial das construções de
favdas. ~ sua <l,fcrrnça maior cm relação âs cons1ruçõcs convenciona,~(: sua
rem))Or.:ilid~dt singu lar.

s,.ru,p,muParangolê11m/.iukm;a11/csd,•mu1s11udJl'itm11,r.ilb'1si(o
nQ co11smmçào do mmrdo dos obittr11- / .••) Esse mrer..sse, p,,u, pela
pri1mtl!'1dad.. amsirn twv popular qm• sô Q(Q,r/ece ,ws pai!idgens urba-
/las, s11/,,,,b,m~. mrms. etc.. obros q11e re~'elam ""' miâ..o cm,:,1mt1111,
prmrário m;isJc 11111 sentido n/111611/ 1/cffr11dri / ••• / O PMangolé 11iío toma
o <Jbwto mte,ro, arvbvdo, tfJtul, mas procura a estru11m1 dü ül!J~to, Vs
prmdpio~ co11s//lu/,r,os dessa esm,tum. lenta u f,mdafdn ob/tfl/.'fl / ••• /
,-..•1:sw prvc11m de um.1 f,md.içiin n/11erw.i, 1/e um n1>w upaço e um 1101'0
tempo mi nbra nQ rspuço a111/,itml<1I, 11/me1a e= snrttdo wnstmtuv do
Parangolé a um:i arttam/1ient,,I /IOr e:ulbzâa, que podtrii.l ()" 11Jv rhe•
gJr ll uma Mqmtd11r,1 rar.uteristir.i
O Pamugolé. corno d121.1 Om.:.,ca. implica ro<lo um prugruma . Va, muno
alêm du ubi~to - as capas, trmb~ nu c:srnndarrc:s. f r:imbem um proce$SO
cumplexn de b11.m1 d~ amh1~nciJ. das fa,cbs ísamba/socicdadc/a rquiwmra),
que não passa pelo formah~mo ~,mpli,u ou ~,m,z.1.mt. Tr:11a•se da prõpri,1
,~mporn!idadt drs~ e..-paço. que é buSC"~da por Oi11cicn. como mo~rra i'.:tlso
FavJrctto:

O Par~ngo!ê i m.m do que a U/tmw ordem do nm/11e111,1/: ,! a mi,,.nçJo


de um3 no1•i.1 fomsa dee,:pr~mio: ""Ili poética drJ im;fantee do gl!$tn; du
prcwn<J e do ~fPmcro."'

o~ Parimgolis furam mostrndosao público p<,!a pnme1ra 1et cm 1965,


na exposição cole1iva Opm,ão ti5. nu MAM du Rio de Janeiro. Na abcmm1 da
~xpmiçio. Oitk,ca cheguu ,·Qrido com um dcs!<:".S PllrJ11gr,lh, acompanhado
d., um conrjo df amigos da õi:Ob de samba dói ~bnJ1,ue1ra. tambcm ~r,ml~
com P11r11ngo/rs, mando batrna. canrando e dJnçando samba. hll um tseln·
d~lo na época. Waly Salomão, sru amigo poeta, na ipoca mais conha:,d o
como SJilormoon, narrou o episód io hm6rico:

O ~llllllJlO ,i.J mrça• ap11rru" purJ ixiK"'!(llf o corno, Hdm O,twca,


JUÍ(rcgo cag,I, rom !ilUJ lrg,Jo de h1<nrn. f.lc rslatJ
progrJmJdo. m.,s niio
daqlU'l.t(nr,,r,;1/,arbas<111l'Chrgo11,tra:rndnnJo1JfNn.JSRUSParJngolb.
"'"' cond11::mdo um cnrteJu q11c m.i,s paruw uma congJd.1 fur,c-,1 com
su;1s tmd.Js, utan,/.Jrus e c.tpas. Qu-r f.1/IJ de boas m,1ttt1r,1s! Os poms -
tas d., tuols J,. sam/,11 Mm,~11tm1, Mosq,uto (mJSWI<' d" 1'Jr1111go/i/,
MmJ, lmu11, l<osc, o prsw,,1/ dJ ,i/,, VI se ,,1w11k rot/0$ gQl.m<lo J,11,11
~•~ln u .i{!rvnru que promow,1m, gentt mupemd.i t sem com'Íle, u,11
terno t u-m gr,n·Jta, sem k,rru ,rrm doc11m.,n1os. olhos esfmg.i/l,Jdos,.
pra:crutus r,1/r.mJo MAM .uln1tro. Um.i n·1d011e111w,d,idtdt .l1<bi'l.'rs.io
de i·.ilorts t wmfH)rlamrntos. Barr.idos no baile. /mpcJ,d,>& de l'ntr-.tr.
lltl,o, lmi,-0110 rnfflim>, duJl<lr,fü1 uu formdOllTSl'"'11 dtp.ilsuró,-s.. .. 11
Onicica r os ra5:li1~1a1 da Mangur1ru foram eferiv:unrnre m1pcdiJ05 de
cmr.irno mt1scu. m,1sosdi;lr,o,; dac'poea rq;1~trarnmquta festa teve \t1.prno
e"<tmor do prédio. 110, pilom prOJ<UdO!I por Rcid)· r nus 1ardins d~nhíld0$
posBurleMnn:

O ,,,., c.i11Juu rralmeme ,mpo1ao no g,,.po foram oi: 1t.ib:1/11m 11prr-


u,,1.iJm por Hif,o 011iâcJ, os q,w,s ele Jc,,ommu" d.- Parangolé. (... }
C.omc,,tJremoJ o {mo dr" d1rt{,Jo do MAM 11.Jo pemullr 11 ex1/11cJ-0 da
"une :i,.,b,enrJ/" no J,m todo. NJo {o, poni,"'l a apr,st,,lil(Jo dos pas-
Ji$ta5, ,o,,,:111d,.,1r>~ !J<)T Hilm O,tmc.1, no murinr do M1m.'11, pur 11m.1
r.1~Jo qur n,l[J conSt"J:t11mos ,nitmder, b11rul/10 doi: pamft,ros, tJrrdmrim
e /rrgtde1r.JJ. Htliu Oit1âcil, rtt'OltJ,lo com 11 prmfnçiin, "''" 1u11/umcnto
com m P.,SSUliJS t (omm u1b1r-s11 no lado de {or.i. ,sto e. ml 1ard,m. onde
(r,,Jm a1,1.t,.J1Jos pelos cn11ccu, Orll$IJJ. ,om:1/1s1.u e parlf do publicn
q,.,. /01.11,;1 us dtpmJh,cl<ls do MAM. u
Os Par.tn,alü foram criados p~ra ~rem n:penmemados, ou a ~5Jo.:a 0$
ve~,r r se mo1·r com drs. ou os v~ cm miiv,mcmo qu.indo eln são Hsudos/
le,·.idos por um outro pamc,p,Hlte. &ão t:'<pcriêncrns.liformto. que fa1.cm parte
dnconccpçãod.101>ra.Ascapas.1cndascb;rndc,ra~.1mó,-ci5.1'3Zias,pendura-
Jas num c-.ib,dc. sio hfcralmcn«, dcsp,du de sua u raetensuca dc /'ar11r,gult.
f. no cnranm. na Dnc11mrnr11 de KnKI de 1997, esu,·rram a»1m cxpmtos;
haHa mHmo um fio de ferro que' 1mpcd1~ o ~blico dr 101,•,Hos. [)(' 1965 a
1997. a, coisa;; não hanam mudado muno no meio arrísuco 1Mntucio11.1\,
m.a", d~ssa ve1~ em Kasscl, n:ío ÍOrJm o, pas.s,stas ns ,mpcdidos de entrar no
mu,eu, a própria obr:t é que fo1 ~,·.1z1ada de seu !óC1111do. Não pud1.:1 mais$<:<
cxpcrimemJdJ P<'lll públrco, que 1ohavJ. assim, ~s.,u5/,1/11sorigin~I dc$1m-
plts CS!)('Ctador, ~m dirtilo .1 qualquer rarridpaçiio.
Parn JWiUÍ1rnr sua dtc1sãn de prn1b1r a apcnência da obra d~ Oi1ici1;:1 cm
Kassd. Catherine David," curadora da expm,çio, deu três r31,00, promctro,
p<)ndcrou que II Doc11m,m1,1 i uma expn,;iç;'io para o grande público, o <tU~

~~;:::::;Í;:~~~a:l:t~~;::f~~I;::~:~:~~~~ ;:;1:;;: :;;,~!;:~:~


das, sem u r,sco de csuai:;ar a,, ur!gma,s. Fm ~u1da. af1rnu:m que a no,;ão dt
c.\'.pt.r u:nciadaob,a.a,·wéénc1a.m'íocra.numpaisruropcu.amesm.1qucno
Brasil, o que~ dçixava 1rmcrõta de -iuç a uhrn de Oi11.:ica fosse tom~da como
algo entre a karq uco!ugiJ .., o luklorc~. uma 1·n que, n.1 Europa, a id~ia do
t:1rna,·al do Rio era cxai;cr.1da1nen1c es1cn:oupad1. Aconu,cc qu~ o~ Punmgo/is
são diretnm cntc llgudos ao samba,, ao carna-·al, mitos do Rio, que n:io ti◊
~folclóric()sw, po,s s.io produto.• de verdadeiras 1·i-êncrns. Para 1ernun.:ir, Q3 ,
1,d achava que era rrcd$<1 h,51ond,.ar,.. obra d.: Oiticiça, o que, sem dúvida ,
<' prcc ili(J faur inevÍl'Jvdmcntt. Mas 11 1diia origina l da ~pt'rit'm:ia dos
P,,r,mgolt!s, cm monmcmo, niin ~r,11 mais ,mcrl'$>amc de"'" i;uardada p11r11 a
h!S!õna que ~..,_pas ,-~,.,as e imóveis. iá d,-,,butadas? Os vídeos das manifesta-
a,-,io.
ções co)e1iv,1s ~0111 O!i f',mrngvfi:s cm ou mesmo as focos dç pi'SSOa, dan-
çando Vl'5t1das com />;1r~ngol1'1 fundonam melhor para e,.~ fim que capas
pc'ndurada.,cmc:ihidcs,cc"adasporumfiodcfe.rro,pareccndomaisuma
in,ralaç.io ruim que uma manifesraç.lu de Pm1111aoll, ~-mrrr muno line e

Oilicica parricipou dt alguo, evenros ,olenvos com css~s Para11gales.


A man1fes1a~ão mai, mtdi.u,1,,ula fo1 J que~ chamo11 Afl(K.JliJwpót~S<!, rcali•
t.ad.a cm 1';168,tambêni 1105 1ardinsdc Burlç .\1J:" no A1cn"odo Fbmengo, com
outros ar11sus. como Ln:ia r,1pe, ,\ntonio M.mucl e Rogtrio Duarte, os pas-
sssras da Ma11g.uf1ra e um ~ande publlco. qut pamt1p.1va a1i,·;1menie, cum
dirc1fo atê a produzir Sl"ui própnus Par,mgn/e. . No meio dcs.se piiblico anôni -
mo. Ou11.:ica nomu a prescnçij de um turista espcci;1.l11mur impres.~ionadn com
o n1cntu, o compus11or John Cagt-. um drn. ~r~pa~ • dn /1;1ppe11i11g, do grupo
Hu>;us ." de pasillge111 pi>lo Rm. E_s,i, evento colct1,·o fm o último an!rs do
endurc,::im1cmo da c.lnadurn m1 \1t,1r no Br.1s1I. com o Aw lnsuwnunal n .5, de
Jnernh rode 1968.
F.m 1969. llé!io Oi11dca r.1r1iu em cxilio voluntario para Lnndre~
Wb11uhapcl fu:pcri'11<:e), mdo depois p.trn Nova Yurk. cmdc fkou por qua:-c
oito illlO!i, de 19i0, 19"."8. Nt'$$3 1empoud~ noo.-ior,iuin.a. ,·riou 1>01·os
Par;mgufb, muno d1kmucs dos 1nflucn<..1ad°' pela 1ua Vl\"ência das lavdas
do Rio. Em Nova York. rk-' .!Ju m~p1rados por urn:. nova pa,Sllgem urbana
A,; nu"11, tapas foram /citas tom matcna1s ,nais sofism:ado• ruam Também
muno m;us form:11~. rigi<Us. i.-stáucas, ,i imagem do~ arrnnh:i..:~u~ d.1 c,d.1d1.",
,iuekrviamdcccnJriO(IU:ISuasfoms.

HO pJrt/111/0 fmJ/ do ano dr 19-.a p.,ra mor;1r rm Not\J lóri r l.i nJQ
qurr1.J l'IL'f!:rolh,mdo o l'sptlho ll'trot·JSQr. As c,1P3s <J/1 rl'<ll1;.JdaJ I' 1nt1-
d.J1 p,,,r Om;1rS.,/om.W, Lm; /-"n,mdoc Rom"o 11gor.i s.1(1 mcmst.JdJs
1ms rdh.Jdus fu/1gmo~s do / .nw f.aJt S,J,. m, "'' fr,:,ur do World Tr,1.k
c~mcr 8111/dmg r)u nu algum pi,:,- ,ln "º Hud$011. Vibram com o msor
d.J mtg.Jlôpo/1s •gr;mde '""fii" I' 11Jo 1r<msp1ram 1l<'lllmmil saudad,. da
m11b1úm.1 d(J "mrro. Noz,os pmo11.1gtns, 1'oms v,1,fflà.11, •IO<'Of dudo·
br.111,mtos. P,mmgolé"' u rorpu np/1."ndr co,no fonte rn,u1·J1'tl,. su.s1,:,1-
1.i1~/ dt pr.:,~ CQnUIIO n1.1/eJ1~J d<' rxtrmw ;;J.1ptJb1/id.1dt1 illl,l /ug.irts
m.1ud1/ntn/fêSnrtrl'J1."
A mud3n,;a n;lo fo1 ~ Jc ernano, fm tambcm dr mlha sonor;i. 0111~=
paisa ~ folar de n1<.k: o rumo muda. IT1J5 pcrman~'« ~ ,dt,a.

~o, rom a M,mg1it1ira qut tu dtscobri qut a J,:mç,1 ia d,mça qu~ u


d.i11ç.i. A 1ini~ difrrr11ç,1 qut /,..1 tntrr samb.: e rock t q11t no s.,mha.
,wi tem q11e KT m1a.1do ntlt. prJ voei poJl'f' 1m1(ru,r dl'SSJ destobma
do corpo JJnç.J11do so;ml•o. ARO'"• t> rodi dl5/H'IISJ <'IM c,t.Jgu, dr 1111cu-
ç4o. An passo q,,.. o SJmbJ i 1m1J ro,sa ma,s ltgJJJ à terra. /1g,,da a
t1J1sas milr(JS d.Js q11il1S o rock p,.,umdt. O rock /J wlltll~ tmlo isso,
voei 1.:I e 1111cwdo dl'S,Ü q11t ,./r te utinl(a. O samba. tu IM' </llt'., .J tl<'.r

/••. Jdeuobr1qoq/Jçoém1,5,c,1tqnumc.:,nJoi"'umJdas,1r1.-s·nr:is
u s111tru da rnnsr411i.nc1.1 d;i dPscobnt.J do <'o,po: /}Or mo o •Ol"J: p.a.
SI' /Qn/OU o mJri imporlantr p;;,u t11 pór rm :uqut dos pmblri,1,1J d,Ji-c
dJ rruçJu (o ~-01&,4""' q ,,,,. 1111c1t1 lli'IO ,umo com l'Ss.J dtsaJ11:11;; do
corpo 110 '"'ª" dos anos 1 ~60, rAUM,Ol l r n.tNÇA nilKttJm ,,,nros r t
rmpt.sswr/ sep,m11 ""' J,-, oiitro), o 1100, f a sínttsr plan1•1ar,,-,.fe11ommill
rltsS.J tltscubr1t.J do corpo."
A id~ia do l'11r.i11golt é ~dapt:ivda d,1crs.usuu.1çoel ei:..cmpn- ~,u~l.
l lo1e &: possívd ,n.:untr.ir na lntcrnn, oo ,ur ,ir/ u'Or/J 011 J111e, o ParJ11gulé
n,1merpttt~do pdo ar11s1-a no,·a-,orqumoJonbn C:rand.ill, os Cybn-fünmg,?b,
.1companha~ da k')(cndJ, •J',ipru O,u.:ica~.
Es_.,;i 1tlé1a de Par,mgo/1, whrerudo ffll sua. rtbçfo com a 1cmporahdack,
idC:1a de- CXl'l'.f,rn,,._,a do mov,mnuo fugmcncino, dl' mudallÇI~ cominu.:1.s pro1·c-
memcs Ju mo,·imcmo, rer=ma rnu,10 bem o proc«~aspaço-1cmpora1 frdg-
rn~umm, Jns abrigo;>S Ju, (;nelas que pretendo, 3qm, a pamr da n~o J~
fragmcmo, dc,cnn,l,·er 1eoricamemc.

A noção de Fragmento

A m.11$ argtll/l' ~s ,m.-s 1mJt a ultr.JJI.Jllolr" /orm.l comt)


1mJ/1J,11f<' e du!ga ,ro frarr:menurio.
T.W. Adorno, T~orw e5ttfJC.J. 1970,

A un.1gcm trudic1on.1! dJ urquu~ura ,;emp,c Nrc1·c hgad.J à ld&a do sólido


e do fom. [ mesmo que os arqu11ttos con1empor,incos apn:!õemcm suu obra,
,·Ofll() ,nsta,·Ms., em pcda.ç~. cm movimmm, c~s perm.1nccem sôlidas, cs1à,·c1s
e fio<. F rossi1·cl. no l'llUnt(l, <imul.u 11m:1 cons1~:io ,m:,g,oana numa rcb
ck compu1atlor e ir moditiundo-a ~ par.ir. dc.:ompondo-3 ao infim1u. o
que redundara cm uma m11!t1plindadc de form:is dêmer,1s, 1m~h·m de
!te(Clll cormru,das em ttmpo rn1,

A[ cstJ m.>ss.i m1ir<J .,,qwu111ro Je hur<', gr,mJes ui.JS jnbre as q11.J11


rcfr:,t,m, dtumos. molüul.u, p.Jrlin,/JS tm moi•m11'nto. NJo I umil u,w
pUb/,e4, um Np;Jço pub/1ct1: s,fo g1ga111tscos U(',JfOS dl' c,rcuLç,Jv, dl'
1-m11/.Jçiia. d<' l'llm1{,(1J(JD c/n,rcr.J.,.
O moHllll'1lfO do 1mó,·el. () mesmo pnncipio crmu u .:,ncma, mo,1ruco-
!Jr a fo1ogn1fia t51J1Ka. r
a 1empot:1hdad<' que d,fercriç,a Lima foro de 11m
filme. A 1cmpur,1lidadt' f mml>érn a d,a,·c da fra1.mcma\ão, dl'S1,;1 vomade
contcrnpol'jnca drquchru,ilt'!.ópcdJçar. pJmr.cxplvd1r,ri;mlgalhar. dividir,
r.1$g.Jf, cm suma, d~ rr,1nsfonnar cm fragmemo.

A (rilgmmt,1fJo, nurca de uma o:,,oinc,a 1Jofortcqu<' Sfl1.J pr«1so JeUI


par.J a1rng1r-u a si mesmo, n.io rx,r um mtl'mJ dupcrro ou
1t ths(ilter
,~ui J,speNJo <rHnunslmu, m,n prlu faurcm pcd.lços (o r-.JSgilr) aqm/o
que"'"''" r:ns11ro 111rtcrwm1ente (de modo rtal 0/I uü.il/ cmnu con1mr10,
11rm, li pi.lrl,r ,11' t/JliJo, p.,derJ se""" 1101-'.Jmemc c111 a/g,mm prcst11Ç/J
(,mm1. O U/>o1ç,inu•,rro de m111J /tt1J/1t.>rr:<1çJo a qi,c, f.1/:J,ml/J111c/J/I', só
lt' l'<lPI.J wmn 1111$(,rru d<' ll'mpo.>e

A fr•grneru.açiu da so.:11;,fadc ~omcmporânta podcr1.1 kr an.1lisada cm !illõl


d,mt'TIUO 1rmpo1"al. Mudançu mu110 rap,d:as s.io unpi:Ksfrr1, de krffll con,:n,n-
tadascm temp() rta!. (l que engendra dcf:15:lg!'m, lntcn·alo. A iksordrm apar.-me
pod( ~r o rtsulmdnde uma ordem que muda r-.ipidodem;us, eo ckst-quilíhno, o
de um cqmlílmo Jinânuco. ,\ desordem se m;wnc num.1 ordc,m mnporal quc
par...,:c compl~,ca. m:u ruja complnidade - bem como a J~'$Cormnuufade, uma
conrmmdade com 1111en'.1los - pode r;c:r observada 11.1s mudam;:15 continuas.
O rmwimcmo córt5tanr~ faz o fim pt'nnanecer mdei~nnmado. O ina,..ilrado st
imP,:,,,. a orJem e ,ru:nmplm e muti>·el. É um tn(l,·,ment<) C'm po1,mi;ial em d,~
i,iio II compktudc ou 11!go como a mc=aa de fumro e a sugeMão de mumcms
pos>1biLd:1dcs Jr pmlun!s'lmcmo. O inacabad<1 tll(na a exploração, :1 de1eobene1.

Os fr,;gmentos. 5.'.io ~p11r,1ções m,uabmlus; o que r/e5 rêm dr mrnmplew.


de m5u{immre, mJ./111/ho da dn:epç,io, i sua Jfrim, o sm,1/ da qm1, '1t'/IJ
imi(ini,·ets, '"'"' co,is15u,ue5, eles st Jrixam Sl'fhl"" p-0, m.irc~ com as
quais u fir,i;wJmMto, au dulin,,r r iJo s;, d"'lirmr, imagim1 w11;1mtus fur•
twos que, (irt1'1.;;11w11te, abrem t fed1,1m 11 ausb,aa 1/e tl!fl/Wltó, m.u:,
defi111/irnr,11mlc f.iscm,ulo. 11:io pJr-.1. scmp,e 11um1,do pela 11111il,11 """'ª
imem,mp;d.,_ Da, 111mpmsil,ilid.ide de dr.,,,,- qt1I! te,rl,,1 h;Jt"1do j,rten'11f),
pórs 01 fmgmentos, dntin<i,lot em p,1rtff .10 bmnco q1<.: ossep.ir.i. encon-
mm1 ,rrssa d,;U11ci.i 11.Jo o q11ff w urmm,1. mas o q11e os prolmrg,1,.i. o
q"e ia os prol,mgnu, fo~mdo-os persn/i, f><>' ma mtomplet1<de, sempri•
prontos a se deixar 11.iba/hJr pela raz.io mr.msiJ,-e/. em ,,ez de perma11ecer
a pal:wr,1 dep,1st11, de1.w1J<1 de /.,do, o segredo $em Se>,7dO que ,re,1/mma
elahnraçJoro,,$l"g11epree11d1er."

Da mrnmpkrnde fragmeiu:íria dcc<:>rre ou tro carnctcrísrica da ~grnndc


,•docidade d,l\ mudanç.,s~, a s.iber, a ~,,f~meridade~. A soc1cd.1di: de consumo
con,1dJ ~ rdlcttr ,;obre a d11rai;.íodcob1rtose de produtos, que1êm vida cada
,·n mai> di'mt'ra. :\lnmo com u desenvolvimento recnulõg,co. os nb1ew,. niio
mais são fcims pJ~J durílr, e sim p.1rn Sl:'rtm .onsumid05 o mais r;ipido p<»si-
,•eL A durabilidadt niio iou.•rCS!i.l m,1i.l. O incompleto é'. a partir daí. o dfmtro.
A d~mcridaJc de uma fum,a,.a ltmt;<> pra,.o, ~ análuga à Jo s~r vivo. A man,-
rniluaçio de uma rnpmra, A 1105ta!gin de uma 11111dadc que, ta lvez. j~mais
teftlla a~-omccidn ,. 4ue cominoará !i<'.m ~com,-rrr. O fragmento é, tm geral.
definido como ped,1ço de umJ coisa que se quebrou, se paniu. A noçlo de
1e1np,ofkaauscmc .•\!auri.:cBl:1ncbo1dáoutrndrfin1ç;io:

Fmgmen/o: para 11/im de qu,:,/q<1cr fmtur.,. deq1w/quero:ploi.io.11 paái'n-


da de p11ra m,p.-mbtd.1, o pouco a prm,o do repentino/ ... / O fr.,gmm-
tJriu, mJiS q<1c a mst,,bi/idJde (a nJo-fixaçim). pmm~/e a w 11fu$Jo. a
ducrJem."
\ •Jn,,...km• e IX~h,iria por.;;"< d for\~ Cu h.1t(n('nfQ r~t.i l"c,.:í"~·
0,lf:Ur->' ....... Sllll pi·1r1t,.'l '1li.i.ldh ,111.,1r-iu1.:.u <IUC' f"'()Y'0,,:::..01 :r'"NIC"I, p ~ ...
t'l'I~ ~•.,muJ,,r-.,r ,1 ..-unlu ..,o ,:Qfll.t1 rn,i"lW~i..a <e ,1 of\l,l"Tn rra,.u1..m.ona romo
mx....,., C"ffl 0011-tnl\.M>. <em Lran~i.;lo, mccrmNi ,Í'i1, t,n ;r.111,to·mJ~lu <;onn•
nu~. O h ,1smrnto i' r'or,., d~qu.lo~u1A 11.1wr,;u :,.in.:n11i'tç,:(',lk),, J,1quíloq..e
n.iu ofrrr,:c Q"'-';"'in,.,. ,:.irJ.nll..i Jr .1ru~l,i.t,;iu. O Fr,1~11c1m1 '""'-1.1 • dú~iW
□e rt~ .r,- um rtJ,...~o, "':~ ~u;,.i nu "m tOCo. ,r, u1.,·t. u uM'lu.u,o d,; li
,,,,....,,.,_ O .,1;::;a...,," ' TUl:.11,. \ ~rQ1,1Hetur~ t,rn ;.r.mJn d1t,,;111JJJ.-,.('m m·
lrcmJ r n, riscru. J n ,l>JW, do i lccHc',r10, du ut-ntrHu), do ím_ltffl<l1fM,u
A.11:11: (~11,;.1odui. rm w~ ol>:J ('.11Mrt m:,,,.J111r,rg,.,.t>1/, .1r,.•nr, udu,b

a111 ~ K("ralnu::,ir -l<"l"IJ~ n,, ,,,... ron.:rr.Y ,1n F•-12'-J.r.itn· :1 p,.- ,.,.,,.._. r .1
'<IIJ"Ctt'\llat,li.-.1. "\"o r,-1mr,n,(,1t,0.U t•.1gm,:nt , , !'YL'Í,,."Ot 11~....-i~,

O ,1m· ,lfr efet:i·,1mr 11fr ,, a/t1<0 ,,m.1r_to d., dnorJrm f,.i:;mrn1,/,i,1 1


Que o.'• ,itmrr.ml pJr/t m lrt"iJ.Jmi·nud,-1p,tg.iJ,1 Jr 1m1 rvdo.Ju -,,YI
;j,u/1:. 11 ,.1 "'""· •._. , ,fo.1f.,.,rUÍnt<"ft?. t, .ilW,> .i,> f•",r dr,$ l,o,rr~,u,.
., ~.,..lf".Í>ICM.nJ.L IJUIJ i .pt, ,;...,L,,ftlNt,1 '"''"',/~.,. -.1wmi,,,d,,:.J
J,u-,,r.i11r"1<111.; /:,um,im.1mi.-,.1I. r,., 1»0. é /irN1h> rc,11/n,.,./o ti>! u·u
/u_i:.1,. I"'"" 11m,1 P<\ol J1• ,prb,.i c.il "('J q11e Jn-•· ,ntr.J• ,1 .p;;Ji;fr••·• ru.••
ltJ1r<1 1.,._h,gtr.,/.'-
"\",:, k~u,.,Jou'°,d<" (', ~o.:omrÁn,..,_ a .xdr1,,_ionr. ~I IJlr'olt·a1, .a :?fml
pm ili,::,,,,ta do mf,n1w, Jo ún:~o r ,b 101.1iKb,k:

O h,..,.1,'IM r ts-v 1,p/,».lf1, frch.iJJ n,i, - - . i . , 11,ii•·:<ii-ei. ., um,.,


,e,;p,.>J4 J d.Jr >J ILl'fliawn,J 1,t:fl:!ft/0. f,lf'WIJ pn{e,t,1,.,..., roru-.i.U hff.
,·,.lJ.h, t!, l<""l,, llf",1 liJ1mn. }~ ;J,, ''-' ,m,;sos, J ,n,1.1r.,.mr11..1.1J~ ,fa
p1(w•J1, ,1 dli rodo.,.

1 ~\:lj du.1., ~T•'l•<.'('l u lharr o tul(t'Ynt,1 n.l pt-r,r,n:t1,·a d.i 1.11uJa,lr :r»
scm.Jo ~i..Í\~i,-o: n.i ""IT'k"Va.~.- r,n.; d,- u,-...-1.W,, ,u oulr-1<,dt ~ .:-opu
Nr.....11"'""-;'l<'\.tn.1. J •t•tu,.;.., p6.x,Ul\',l ;.'u:bcJ..r3(11-ui:m,.,-•o..-u/llf.l .a uni,h-
dc, t J .,11i1uJc q,i, • o •Uf""'l"'SÜll:J u ori)I· ao tr,1!.m•·n.irio,~ou,11kr~dn 1ul~ar.
l'orr 11110. o hofn,~ 10 frJ~ rnc,rr.1r,I) ,~t.i. rr=-r•c :)<" c.b,~ ..:..a,M, 11,11..1 "'7 q,I{'
Q trolj4rm-r,ro é u:anlrJflO i uüu. AO ·tiocr, i.tn,..,- O prul-lmu r.1-JJt t:Y1..1

'lt<"IIU ,u 111anrr:a J.: n-1.....,..,.-ü.r o f-r,.,:.....rro a u,,.._, r-:1,.io !.i 11• ,~('("ÍJ.t t

l·m ,e1. de ,on".!t•,.r o fr.1r.111.nt1Hun11 ,k ~ füu Jo de -cnt1do o :.<'n rido


pcrtu11.=,lnoo ·1,>tloM an ~.iJ tk w•,r,~ - 011 ~,-n o:w..nudo ~J.,..:cr,·r,1do·
-dr $o:°1Kl<l u m•~--ru.-,:,so.,. ..i.m, W:,u rttfnu do· c,;,J,.,- -.i- rndhu,1 ~orNJi:..ar
q..- u l rJi:;n'tc.lO trlTI l"I "1lt,Jn f"l'rno. §nl&;.,Lr, •~rr.-.:w..,.<>. qur- 11.io pod;,,,....
:·111., n,·· 10 , .,,., <,;•~(! 1rn·•; • (I. O m ·, · ·,m,. _>..rlt< 0 ~·,:nemtc bu
,m•.1 fomm ,111~1ilar dr- 1ur.1r o ! ragm<"nto. i-,oLrndo -n. dr-,111m,1d1H) de toJ,i;;
l'""i'""·
.1;. '.1~J\Õt<; c1iu11J<J c~ph.:,u;<,.,, e, )<)iin>tudn. r,'Cu~Jndo JS r<,Ít f't n
ci.is oaa.or,_,; t'tumo1cr .1 ,;.ohclfo ta ~mo rci,·rê-11<.,.1. l:.$:ó.C 1sobmcn10, c.5<:
dc-.at..•n('TITO.~ tnia r e\'c~sario, s,::m !Ombra dc dl.J,·i<la.,1todaçqualq1Jcraboc-
d.1gcm rtl.....:iu:,.«ii .,u 11rmcr-..J fra grnc:ntJm1. d;, "'"~ma iorm.< q utc e n,:.:Q..s.;in o,
mun hbor.irórJO, \s.olar um 1iros in ~·1tro para f')JUdar roeu me-ta111smo p.J.nl1.U
ar, S<-tl merat-o· .s,ro próprio. A. Cauqutlin ,"Olneca s-eu c.ipitulo robíe o FíJ.S,·
m(nto COTJ1 um.t cita~fo d<- F. Schlqtcl:

.\.f;"mr/h.1111e ,7 um,1 Jl('q"<'IM vbm ,li:' <1rre, 1m, fr,1!(me11t<J dn~ se,- tot;i/-
11umU Jt,t.JcJJr, do nmndo ,·m ;uJ ,..,J/J ,. fnh.idu ,,,,{,, m,·,mu ,,,,,,,,

c~"'l''d-" ,~nt., .:.1,1(1r a 16giç,, fr,,gm<:' nr.íri(I a Nrtir d,1 ~~:io onlin;\-
ril c. , 01110l'o11,~,1ur11<.ia. a parrirda obra d<:' artl." ..:orno um,1 Jc SllJ J m.anifrs-
r~,;O('s, Ela llZ :l ~,!àl,~~ do P"""'-'"--'" lr..1~ncrnú1t, ,e ,uh..1r p..1r;,,. o ,;,,.rn po J;,,.
1:,1.-ri..:..l, sohTf'tudo ~cr:w,<s d~ prack.a do cotiJ·ano e J o c~n;.Jo d~ Jo.,·J ,

/ .1,11oc ,!.- sa 11m 1m:.:ili.J•, s1tlx,rdir.,1Jo.., um ;m-..:r,so de ,,m_uw/1;, o


t •·J~mt1•i.lr10 t .-011,!1/ufll'O do tsp.i,o J.1 "ri.-, .1s,im lHln<> é rrmU1/11t;,~,
,l(•;u ourro esp,1ço ,1ue é o d.is nM.<-,1s .iç(,es cmmms ,·... ; O ew,J,, d,1
fox.1. •!"( qrl.jJ/if;c.;r.-1<omocomporr,1111rmo ~,omum • . mo;rr,: si,.i fr,.i,~-
m ,·111..;C:,r,. srus /ogr.< dr sn1ú,[,;, s1/J i11s1.J!11/úkdr: mo<tr.i umf>rm q111'
.111,1; r,,u..ir1,õc; HÍ pó(f.-111 ;r, ,umpre(nd,J.ii ,01110 fa;:e11Jo p:11te dt
11m:: lc:-gic.J .<Wl(Ul.;1r i.. -,' ]lfllll!· <~ J i.<<o qul' o .imor <.10 fr.Jgmenm e,,1 ;i
mr;m,,, .J Jm.1 t lfs11n ,..ã,,, ! u.1 r .-cp!,;siu, Sl'm srr nrcns.úio rdilr ;,,..u,./, , .r
qu.;/,11,.,.'r t,pr,:c ,f,•c~pl11 ,11Jo (01.i de!.-, nu p.1rr,1,111m.1 d.,, « mdii,X',·
nur~;.1, :,1s :. .ilxirJ.1.~1:111 d,u ob,,1; dr .;rt.•....

le3n LL~ i\.w~, <listmgue do" cipn~ ..1ni<,ti.:m <l,- frat:me n1.1,;io: ~1:>e u111
L1,ln, ~ q uccorrcsr,Jndc ao ?,~nero e d. arredo tr.igmcnw. cui.i h i$(Óna $(' t,x:h:i

:•,':~!;~~~~~::~~:,\;I,:~::~~:::i: :!~:~: ~~~,:~:,;.::~:~~,~~ 1:r~::~,:: ,::~·, ,11:-:.:


cor.tc:nporfü:c.i. ,;.1, ~L ,ham,1. J prop:i3ndo ~e do crrmo Jc ~l.lndc:brm. d,
· trn.-rnhdJ.d,;" :

(!11.i,,,J,, r,,,.fài, .\cl:/;.'gd cum[1..ir .in1 o { r.ii;.,,u:-11/0 .1 " ' " '"'"í"• <1,n(eru
fJ,.. rod..1 ,1 a11rano111!..I. rod.J .i l1111t11dr e toJ..1 a at1m d,1 "Mq1,en.i obr,; de
,lrti:'•. S,m,1'•1/f v µeq11~v (.;;, aqui a dil<rç 1,;,1 <dr< "'"-' ur/e: d:., (mg-
mn rr" " um.1 ,1m, d.1 ~gr.mdP11hr..1 · . / ... / l)ifl"'r.t1Us.'r1"" •f,artaf:,.',ufr•.
tom a qr1JI ago,u J,por;1NJOJ - , que o fr.1gm'1ll.l(ilO /.zr,1/;im .im111c1<11.i.
,\!ais doqutdo ;1111 amlnguo do{nigmmtu, lr.zta-uagoril ,l,i suJ reprodu
fâ<> / .•. / 1-fa,.-,.,, pnrt,mto, duasl'xtrem1d<1dcs do(rilgmemo: umi,1. "º ''!,'O•
f<lml'ulo r "" fim1 ,,J,, OJ</ra "" t'l.'e/ltO e 11,1 upret;t'1ltll(ilo."
fa~~-• duas cxirem,<la<lc~ fat<'ltl parw do Fragm('nto. f: pree,so apreendi'-
lu como um "ouriço- ,,,..o tautônnm('I, ,magmar ~u mundo 1merior difer,m,
dn no~,o t, usim. 1alveicompr«ndcr seu 111L~ginánu (dr 1amais rt">p(mde por
rnaidcnridade;nâuM"m1..m1raJ.

Volt ri ao fragmemo, upeJ,;r de ,,,m,m ur U11iw. n,io um /1mi1, ex/em() -


o fora nudl! l'le c,u 11iio t uu lmu,;r -, ,, ao mtsnm ll!tl!/JII, n.ir> lm1
lim1taçiio mt,ma (niir1 e Q ""'IÇO fecl,,;Jo tm s, mumo/: 110 rma11m.
alxo d, eMmo, nJo por c,mm dr sua brl't.•i,fad,. M.e /mdc 1;e firC!longm
corno a agom.J). mas por c,ms,i do es1r,w1mtmtO, d'J e5tr.1ng,,l.w,enlr!
i,1./f J mpwra: os e/')s u 1.me/;entiJ,.11>1 {eles r,Jo f.J~em fi,1./Ti,1.), N,,d.i di,
ple11it11Je.11,1d.1d1111Júo ....
A rrbç,lo imtrna do Fr;,gmcmo com d~ mrsmo tnum-rtfcri:ncial não fai.
pane Jo qm· podtmQli ver. r nconte.r for:i dr toda hg;içiin com o rxtrrmr. Ou
~IJ, o Fragm~nu,1 rnn.mu, um nnrndo il parir, um Sl!ótem,1 amóoomo, difki\
dt!,('r.:aprndo.mJsn.'iototJlm<'ntefo:ch,1dorm~i,uqueol'erraétranspo11ívrl.
porqut inJ~-;ibaJo. Um parndox,;,. Fntrc!JnlO, um fragmento n.io ~xi.m, para
~ignifirnr o qur qun qur seja, ma, parn S<.' d1..,;1g.nar a si m~mo r. a,ra,·k de
*º~ lmum;, dclhn,u r o mundo cm tomo d~"· Ê preciso. sobretudo. aceimr
ess,, val.!od~sii:míit:i,;ão r,:_,suhamc d~ auto-referência e renund~r a qualqutr
linr.md;1d~. N:1 lóg1C11 Íragmcnniria. ,,,mui, .:onfn.1mad0$ com O acaso. o a Ira
rórin, o o,,;~,io,m l, v dêmcr<> l' ,um II in.:omplctudr. Ma_, o qu, mfo tem fim t
mmbém d~ ordem do infinito, A ª"u!aç;io do "ame~~ e Jo ·dtpô1s~,!lnmenre
a cons,d.-uçfo do ponn,~1. do dei:tlhc: Fragmento. Ocsquecim,nro do prin-
cipio de ·com'\'o·me10-c-fimM . A f)OeSl.ll do ,nc omplcto ~ tamhim ilimnada.
A 1n..:nteia ~ prolonga e a 1en<::in i;c mstala. f. uma pr.i1ica d<:' dnlig,1mtnto,
quesc,afasmde1odalógitacaU1ial.detodalig;iç.'iocoer,.me.O,·erd:ideiro
Fragmento n.10 quer '<e religar -a nada, nem mesmo a muro imgmento: nunca
va1 em illrcçiio à urudJde. l5so cri,1 um fr.,gmenrn •~llado, em d,ss!di':ncia, cm
dr..umân.cmmterrupçio.

"frai;mmw •. >10me com a for{a de verbo e, todoJi•fa, aus,,,itt, r.uh.idur,1.


ra.1trm Jem ,c,to,. mterrnpflio como pala!lm qua11do o unar d.i
mtmmtf11ç1.i niio piim o de1•1r, m,15, .:zn WNtTJrm, o /irOl'Ol'il 11.:z ruptura
qucac/epcrtmrt ....,
O Frngmemo rroclama (l silêncio e uIJLl \·erdadc SBnprt nucma, d1en1ro
de~• mem,o. Seu espaço e o do niiQ-lug.u, o lugar do ml'>O, o loc:il deslocado,
em susp,,nsiio, transitório . cm co,isrrnção. Uma ccrtn distân.cia é oecessár,a
par.i com l'rc,cnder o e~paço fragmcndrio. F.!~ 1m~ o ,nrcr'"a lo, a suspc,nsio.
O espaço do "ma~." como um prmcíp10 icn. O Fmgm,:,mo surge agoru do
vuió, ~usp<·nso num tempo e num espa.,;o prúpm,>S, sey:undo uma !ú.!Pca s111-
gular. Pnm ClpMr o racioc1mo fr.1gment:ÍrtO, e necessârio rcnunc1ar ii t.1u,ali-
dadc.àcxphcaç;íoporcausasrcfcilos.ãc,ide1adodcscn,ol,urn:moconccp1ual
t', ld>hreruJo, a quah.Jut'r cronolng,a. Tram-se d~* familianzar com :u nll~lll·

rns,.:om o~c<iboç~ cQm .1s superposiçõe5 cas diversa• forma$ r~u lrnn1esde
ou1rn .:on~tp,;.io ttmp<>ral. O 1cmpu frngmcndno niio ~ linear. podtru1 S<:r
c,rcular, nu m~lhor, l'm t'Spir.11, com diferentes ni>·l'is dt,'!l'm·olvrndo-St' murua-
meme. Nele, o fim e o começo~ m1s1uram, se opõem e se 1uo1am omm vc1..
A arqum:u, ra sempre e,1c,·c hgada ii id{ia do dunh-cl. O búmtm ronsuuiu
sua hi~rória a partir da, ruina., de nutr~.~ ~poc:'I,. O~ po,·(>Sd:1 Antigiiídadec<.m~-
truiam para ~ c1en11d:1dc; a rderênc,,1 temporal era o rempo dos dcuscs. Um

:::c::ti:;:r~~;~:?º;:c~; :::~:s~;~:~d~OC;~:3 c:::t:t::c~:~c;~~::


1
moi; ainda cm uma consrrução resis11:mc. foica para durar. '' Con.<,rnr:i.mos que
ci• arquitetos têm uma preocupa,;-.in prática com u tempo, tfm o prnur de
de,;.afiar Cr1m~ e, mh·c,,, ainda. uma a trn çi'io mtg;i\<im,lna pelo eterno. P(Jr
ourro lado. o que ma,s p3mculanncmC' nos 1mcrrssa da nuçfo de hugmcmo ,,
da ordem do l'Íi'ml'm e do mconstanu - do momemo - Kmms. O rrmpo
ltmpor:írio, hc1erogt"'oeo, nlo mtnsurá,cl ou dç,mcdido.

O tempo JÓ ememur.ivcl qu.,11do t comtwudo eomll ho11wgê11co. As-


s,m, u tempo i um drsenro/,1, rl<J.JS et,q,.Js Jtl m1c-1/íg,1m c,m.1s às (m/roJ,
s..g11mdn., rd,,çíio do 1mtl!'J wm o d,·pws. Tudo ,mtFJ r tudo d,:PQ1s
pode ser deren11mwdo .o p:imr do "gnr,,, q11e. no cm,wto, I enr u mesmu
arlmrJrio. {... f Firn cfaru. an m,:,smo 111mpo, qu<' ,1 qucs/Jo d1i q11.wll -
dade de r~»J/HJ, " q"Pn<io d.J d11n1ç.fo e do q1m»J<> - se a {uhmJade ~
1·erd<1dc,ram11nt11 o /c-mpo - der,11 pcm11m11cffr II deve {ic,H {om de
mf11s,,n1cõrs.Jo

A p,1rt1r do momcmo em que nos d1stanc-iamos da~ rrcocupaçôc:s trmpo-


rais oh1ctiva5 da priuc:i arqum1ural, nilo mais as,umindo o concrno d,:, tem-
po hgado como o C'ncadt1amento prc,·"•vel d3s horas d~ um rdóg,o (ttmpo
~me11sur.ivcl ~ 1, constatamo. que o cona:110 de espaço e geralmente considerado
priQrirário t~n rl'~l<;âó au de l<'IT1!)0 no pem,:imono .1rquneiuml. i\k:;;mo q~ di-
vcNl.!' vc,.e5osarqui1e1rn: 1cnhJm afirmado o enmrJrio, não i ~i,•d negar uma
ci,rt:1 píNlom,niru:i3 do i,spaço. Uma i,v,&naa: n3 e.-.:pussào "spm;o-1empo. o
csp.1i;o ~cnncre111~ ,·em e m prmu,tm lug,,.r, prn• ~ mais t:rngivd que o tempo
~al,,;1n10~, sq;undo cm ,mporcUncia. Ass,m tam~, na expressão corremc
~um cspJçode tempo":

O upaçu d., tempo, '"' w.1 aupr.lo wrreme - mterr•alu medJdo entn
dm, mst,lllte, pn,m,.,,. - é o resu/i.,dn de""' ,nlwlo do umpo. Par esse
,.,/c,,/l). o tempo rrprcse,ir,,d'1 , omo /mh,1 e p,1,Jmrtm, o tempo
11mdm,cnsio11.1/, i ,,,,.J,da par nr,ml't1)$. NcsS.J m,m~ir" de pcmar. o
d1men1in11al dn tempo - t,1tend1do c1,mn pasSll a {13:iW da seqii~nlra dtM
agoro:i - i emprestJdo da repreieiuaçáo do np,1ço como mdmumrm•
11,11."

Q"e u ,lobrJ 110 w1utmJ do npa(a. a1ei1<1ndo rod,i lmS.J lt'mpora/ sob
o co11cMo 1Jhtratu de es/>U(O de /,-mpo. M~tdforo que sr,be,,tmde 11:Jtfa
a111·1d,Je "º 1empo coma""' fio (afro do tempo}, c"liç,,,,Jo s111U figi,r.is
di,•rnas 11:i {omia de urn des,,11/io. d~""' p/a.,o ou dr .,.,,n arqmteluril.
F,t.Jcurti1do1aqu,ral,deau,inc,o1:Sr1ieesquecmze11tos.q11c111J/t<1às,1,1
fo11tt o,i (oru em diri(iiO ao seu fim. Em swuJ. o csp,1(0, marir1,1
{Jtimi,ir,1 do /lf//U! li'lfl,. da a,quit1!111roJ. su/m,e/er, o temJIO â /lfÓ/ma "rs•
si11c1.:, ", e s6 tm/ialh~ (0"1 elt med1J1'/e a mtl!l'f!OStçJo de .,.,,., figurJ
t'sp,1cmf.,.
É muito mai, f.i.cil imaginar U!TUI figur.:1. t!ip:1c1:1I que ,magmar umn figura
tempornl, S1,Jbretudo p.1ra um arqu11r10. O espaço é §Crnpre carnctcm.1docomo
ma1áia prl."Sl.:nte e indmavd, às ,•e1.es. mi,,;mo como um dado; dai a e.~presi;.fo
"dar lupr"_r O c\paço fu1 r~ne das ausas ,·isí,c,s, é co,uin11:untntc "ed1fi·
camc"; pcm·nu â ordem du es~Jbdec,Jo e ã rnúo qut t•difka. O mnpo- n:io
men~ur:ivd-, ao ,omr:irio. fa,; parte do que oio é 1:1ngfrd, do que~ da ordem
docambiamc,dasurrresa;c,assimcomo:1noçãodcFragnn·mQ,a11oç:iodc
1ernpo n;io tem forma c0t1crr1a fixa. i)e (t'rto. tudo ,sso lembra a rrn1~rali•
dadc, o tempo do mo1nen10 (Kairos). e r,,IO o tempo lmcar, o.ikulaclo e previsi•
,·d de Cronos. com ma imagem formal (o quadra me e llln aparelho de medida.
ocronômeiro).
Segundo Hc,degj!;cr." a 1cmpomhd:ldc mio f. da 1cmporah1.a. f'ar:i todos
os que acabam SC~LIIndo o linear ·fio do rempó~ comum. a temporalidade f
considerada demasia dó abs1r;i1a (um ·:i.gora" /; e r 1u,tamemc í~u:-11do absm1-
ção da ti,mporabdadc que a m91or1a dos arq1111c1os ch~1 a concrcm.ar, a
f... f<'sq,.ecrrQ/empf>êaco11d1(,foduc>:crcíaufUJar11u,rewra,n11 111 ed1·
da f'nl que u m,11er,a/ r$paC1JI i pmmou,Jr," ardem de 11rcus,dade. ao
pouso que a tempo se com.r,u ""' figura 11rer.súr1d e 1m:ómmla. ~
Esqurc.-ndo o t~mpc. o homem $C esquece de si me<;mo e, e~urccndo o
homem. :1 nrqui1erurn pcrdc a ratão dc existir. QuJndo a temporalidade não
rem forma. não se deixa m:us •cspaciali7.ar·, a arqutmura não chega mais a
,;r1,1r com o tempo, porque ela só sabe se fCConheccr atravk de funnas sôhdas
e csfâveis. .. A perseg111ç:io d3s formas é apenas uma persegu.1ção do tempo,
mas, !,Jl nâo há form~s cstãvei~. nJo h;i mc,:imn forma alguma.~ ..
Entretanto, ~tempornliiar~ a arquitciura não ê nrccssJriamente uma ati-
mde formJl - uma 11rguirw1ra tr:lgmencirta não f forçosamente uma arqune-.
rura fraJ:µ!l<·ntada !IJ sua forma -, ao contr.ino, ~ funna cun11m1:1 3 ser uma
figum cspa,ial. qurr diin. amda uma rnanetra de "npaciali,.ar" o ft'mpo.

t: i•trJa,/e que h.i a/g,.m perigo em 111,hwr rue gim,,o J,. reprl'snttllç.JO
gr.ifíca, /!fus. em todo diiJgranrn geomem,o, o tempo a/>are,erd
e,ig,mosame11te ~p1Jçi.1/rv,Ju /... / A e5paiwl,uiçiio do lrlllfl'J ii ape"a5
1
rmt'1 (orm<l NJ,115 rec.-11/t e 111'115 .011cre111 den;, u·,rdi'm:i:1 """'º 1Jritig,1. '

Um.1 arq11i1ernr,1 wbrerndo "1empmal1Uda~ seria possível a partir da


valuriiaç:io da 1cmptiralidade !iCnl, nrcCM.iriam<:nte, rn~no~prezar o ~spaço.
mas com a 1emann d~ inwm,r a ordan habitual ~a npacial1z.iç:io do tempo
torna•~n·u::rnpOrJh1.1ç-,i.o·dne1paço.

A tmtatm; de Hmdúng (Ct, eomo L'II dizia, de tspiJt:ia/,z_,r O li!mpo.


Pod~-sr 11!'1/ar espadaliwr n t:f/HIÇO, l'<'r qwais Wo os /enóme.,os
,rreuerswt:JS q1<6 podl!tlt dJr origem ao cS{Uço-tempo.'·'

O asp,:cfO tempora l da noç.io de frJgm<-nto, o tempo fragmencirio, não


pode ser cond~nsado em um só C()n,r.ito; ele pode, sim, sr,r desdobrado ('m
duRs posiçõcVh,pôtl'St'll dive<J;l'ntl'!j: d(' um lado, a 1dêia de ~tempo real~: dl'
ou iro. ~ de "tempo diferido~ , concc itode.sdohrndo, o 1empa do m,10 de Pro-
meiru e de seu duplo.1:p,mcr~u.•l ,\ noção de tempo rral faz pane do dis.::urso
contempof"\1neo a propfunn da velocidade e da acclt"raç:io de no~sR ~poca.
Isso tl"m a ver 1:1mbem com a evolução das tdecumunicaçõe~ e da inform.iuc-a,
a televisJo, a intdig(nc,a anificiaL o h1pnrexto, a m~er:1çiin glohahzad3, a
1rnru.111issJo das iníormaçõcs imediatas, a lmcmc1 etc. Estamos na idade d~
s,multant1t:ladt, do acomecimcnm 1mcd,a10. O rempo, stndo ínfimo e n,IO
podendo mais iN perc<-hado, a sensação de espaço pcrrnrrido n.in mais e>eme.
~ a ,docidade pode s.er 1;onsider.tda ~tr.tnsi:endenuJ· . Ni\l há mais percurso,
diH;indas c1 v.-nc~r. A ,eloddade dilata o tempo no insrnme cm que cio estrtna

o csp.1.~o.'' IJéi,1' cientitic.u S<-mdhantl$ podr.m Mr cncorm:ula~ na., teo rias
da complcx1<ladc, nas teori.1.s da arus1rofe, do c.>nJ nu amda na troria dos
fr.1.cta, s de lknoit Malddtlr01 e, mais pamcularmcml', no prmcip,o da frai;-
me1uação 111finim d,1s dimcn•Õl.'S ...
AJim d1SS0, u dcbatl' nentífico a cS!il': propómo nt:i muuo longe dt n1:ir
/i,chad<J. cmlx,ra a rcndCncu conrmut a ser a de cnar moddos 1m~~mo quan-
ciQ pJS!ó.'1 a tcmar modd1zar o acas.o, o caos l'tc.) •cmprc espacial,untes
tforma hsias) . .'\ noção de •tempo n,aln exig1r:i sronõmetros rndo 1·cz m,11s
pm~ntc>. e a iJ~i:1 de um tempo que tscQJ 111fim1ame111e cstâ !it:mp~ pn:s1,me,
mesmo que o tempo esteja cadJ \'CZ muis acclcrndo. f.s~ tcm[l(l i:onrinua en-
tão J fotcr p:mc da noçin (omm11 do tempo lo tempo mcnsuril-~l). e essa
noç.in d.- ·rempo rea l· - apesar de estar muno cm ,·oga .nua!nwm,-. de ser
p.me dos discursos sobre a frni,.,ntma.,-ãu ,fa wc1edadc .-onfcmpor.inea - não
corrt.'>ponde ao que con~i<kro s,:r /l 11oi,-~o de Fragm<:'nto. poii se 1r·J1a d" um
1emposemprcçronolôgicoeregular.

N,1 téom:a •nvdenw, a a,ir11c1paçJo 1e11Je,1 ie redu:::ir /l 11m c,1/rn/o re.ili-


wdo tm tempo rc;i/: esw "1,•mpo ri:a/M; a ques1ão para a r<•~,iíw moder-
"" - ela oculra,;Ji, d(, temfr(i camo eS5"1Jâafo,e1Jlf Ji(cndo, d1(erimç<1.
ep,tcmctéi,1.•-
A noç;io de ttmpo Mdifmd()M, cm compensação, n:nuncia a essa hnc-ar1-
dadc rrmporJl.31oda t'tôs.i crcmologrn possi,•e l, ~ ordem csrnbdcc,Ja: prr,,;,n-
te/pl~sadolfutum. fases difcrcm<:'S tempos se envul,·m, mutuamente, C'lót:iu
cnrn:laçados, dobrados uns 110$ umros e formam n que pl)drmM chamJr Jc
«-mpu cid~o com mudJnças continuas. ou mnpo ~espirafado", um tt!mpo
cm npmll. ~ O tempo da repeu.,;.io sem volta ao me~mo, e sim co111 voha ao
otnro- Mo mesmo mddimdamtntc olrerodoM -•• uma ,·olt:1 ii dikrcnça. o 1cmpo
da diferença,
Paul \lirilio evoca um .tempo ,m~n•."·u ~,ue :s,,r.i capa~ de supl.rn1,1r O "m•
p(l C.11'.ttnswu dns- ralend.ir,us e d,1 hmona. Um rcmpo que se dr5l'nrola no
m1cr1or dele mesmo, como o ounço de Xhlq;cl, m11> ,em que aquilu qu,, "
cerca 1mpe~-;i !tu desenw,l,·,mento; E mais uma ~nõmJdcM dclcuiiana-~ que
um~mõnadclc,bn11iana.
'kr1a possil·d reter d~~a ,dêia uma valoma,~o do pn:si:mc, mas de
um oucro prtSi'n(e, aqudc que,: o lugdr da mtcnsidadc, que co111ém o passado
e o fuuuo rmstur-a.dos. O pli5,1d11 é' ainda pre~mc na memória. as.nn ,orno
o futuro. l>l'mprc começando a se reah1..1r. É o t~mpo do m<;1m~nm [K:ziro$), o
mupo dO!. ,1.:omc,:;menros, o tempo eventual. .. O acomec,rncnto.
O ,uo,1tr<1mtnto ,.;o e <1 tl'1'lug,m i o mCOlm!munh'tl do dug;,ra todo
e qw1l-111n tl',-l11g .. ,, o mcnme'ISMráir,e/ do .-sp.lç.amemo, d;, rtproduçJo,
do tl1eg.ir II todo tsf);Jço d1Spmto 110 prtst.11te d, um<1 aprts4'"11l(Ju. /•.. /
O acuutccimr.,110 ser.i a ap ,esem<içJo como gestoº" como moção, ari
,0.,10 ,moc,fo. ,. como tx-pos,ç.Jo /r.Jctal: a apreum1,,çJo tQmO frag-
mer,t.i(Jo.~'

A,omu1me111n, mâJe111e, o,:or,incw: /lilrtt de progr.JIM,,. OJi acomu1-


men/01 11.1 arq1<1tnt1r;, podem conter cntOI' 11SO$. funçõ,s purt,a,/,,,e~
OM atu:1d,1dtJi ,roL:iJas. Abr.mgon OJi momemos de pa,xJo e 1;1111/wm o
mome1110 d<i morte. Os aco11ttnmtlll0$ 1êm si,;, prdpn.J mdt{n!miiinr,a
e JHJ pr6/mJ /6g,ca. Raramente Silo" .:011seqUbrâa dr. .um ro"ux/o º"
Jec,re1mst.i11á1siisua,,o/1".·:
ru.i An~• lkn1,1.m1n. o a;;:ontr'C1flll,OIO Ema1$quc uma 01:om?ocWfato: o
acon1tt1mento ttm uma •sobrev,da•. Sobnv1vc, continua a t51ar prncotc.
O aoomeomcn10 r o prncmr estão ~mprr l,g:idm. mas o tempo e pen~Jo
1
fora da cont in111 daJc histórica, a hiJforicid:,dc: Andrew lknjam,n mos1r.1
omra lógica.~ do dom, daquilo que já fo, dado (que cst.l sempre ~nJu dadol
t u-pl,ca que a 1cmpor-,1!,dade da repcuçiio nlo é :1 rep('ação do -?'esmo, ~ a
rcpct1ç:io do Ttlm. Kcpct1çlo !tcnrnva, <('gundo Pe1cr El,cnm~n.
A rtpct1çiio é um modo de pensar o 1em~ de manura diferente, a rcmpo-
l'!llid:ide !itndo mmn~ ao acon1rnmen10, f CX11tarnmtc a oportunidade
da arq111tffllra !"(Jf)tnmg forardmeturc•), segundo Andrcw lkn1am111, a opor-
turudJdt ~r-,1 oacon1«iltl<'Cntoda arqunttura. pa!ll a cxpcnência arqu1rctur1.J.

&ri.l poH(u:/ umJ arq111tehm1 do aco11ttt:ime,rtof ~ o qut 11ru d,rgJ :l5


Jm1 ,rJo vcm dt fnrJ, óu, ,mri•s, se ts$C {oru nm comp~omtlt mm aq111~f
mtsmo q11t JCmlM, /i;,nrw ,,,,, u!(Ora du urqu1lt•furJi E tm q11t se,mdof
StgwndoanOÇ3odr1~mporcal.rmqucnàohama1spercursop<IS!iivd,a
t'lper,~nc1a d~ arqunm1ra mma-sc paradoxal. S.,na p<>Mi,·d falar de arqune-
tur.i ~mual. ,·,n11almcn1c cm mo,,imcnm, cm J1reç;io a seu própno intcrio...
ou de uma arqu11t1ur~fescul1ura. qu:,ndo o espaço 10ma--st abcnura t sua
es1rutura c:srâ ~11spcn,;;i. Em cQmpcns.:içiio, o rcmpo é esscncia!mcmc ·J,fcri-
Jo". difcrcnrc, d,fcrrnc1ad,1. O que chamamoii Jc ltlllpo real 5er,~ "nfo.. difo-
r1do" c. m~mofa1cndo par1e de nossa 1·,da,esia ,unda luniie dc~r a rri;ra no
co11diano. Na realidade, apesar dt todo doe-111olv1mtnto teí:nolõg,,o, o Mi-
mem continua 6Cmprc a ter seu rorpo e ~ua m,lut;hd matcria!iJ.adc r. ass,m,
dt conscna h:í.bnos pnm11i1·os. t:1.is c1>mo o dr consnuir wn.1 cas;1 para nd.1
habnat.-
Segm11do a n()Ç.lo dt tempo difundo, a fórmu la dt Andrtw lkn1.umn -
cm prtsença. de novo/pela primeira vu-"' pock S<"T 1mtrprt,tada Como n "dt
nm·o" rtprtsemando a n:l}C'tu;.:io, to "pc[J pruntira ve,;", a diferença. l11tru---
dur.1r a temporn!idadc m:m1cndo Tilns. Ma~ que 51:ra o Tii/os Ja :m1uitctum?

O Tl:IO!i da 1m1m1c1mu u,,,.-,.fo r, 1mr111nto, ta 11rticulaçiio do trabalho


rlo1J dado. E.x,1/1t1 "'" emrrllçam1mroq1<tmur(/l a /1.Jrtiâp:1ç,fodo Tflos
da 1:1rqm1~mra 110 p,oc=o u111XJ prupno de sua ex,sti11t1,J, quer dr~~
s,m e{e1>1·11çJo. A {,mçJo d1> Ti'los i {cmreur w m11d1ções de pornbili•
dad~ prüpr1.1 iJ urqmietura e tambêm /Otn.Jr /IOS$Í1·d nii.a Hm1eme {J
~xpuiii11âJ d.1 arqml<'fur.i. mJs f.Jmbhu a e.,:periê""ª da arqmlelllm
como tal. F.ssu wl;1t11çJ" niio t "'" s,mpli:s sup/em~mu ....
F 3 1dêia ong,nal de arqmtctura que eu:í cm 1ogo, o 11rcl,é da tum,a, a
ÍUn\-;'io da arqmtt'turn w de se mamrr como tal. O Ttlo, concerne ao habuar
(a arqunemra ~loj~. arc!111cc11,re houses)," e Q habuar só cxmc cm;.ua rela,-ãu
como tempo.
A n,)Ç:ió de Frogmcn1oé bastada na ltmporaliJade, no tcml'(I fmgmemário
quec.,1:i,porsu:1vcz,b>1SC'adonarepc't>Ç.iod,fcrcnte,cu1aima1;einéat'>;p1ral.
füm figura. di,ersamerite da docircu~J,écomposta pur moo repmçii,1queabr:111gc
a diferença e que, pQr 1\SO, nio pode S<!'r uma •irnple~ rcp<:liçjo do mesmo.

De tod.i m,metr-J.u rcprl1çiio éa di{l'rt'"(ª 5em co11re1ro. Mas 1mm ,aso,


a dt{t'Tc"fª i somente fnm,uli,d,, tomo cxurror uo conceuo. dif"1'enç,:,.
cntreobretos represemados por um mesmo (Qnu,10. c,mrdo wbrea md1•
fem1,a do esp11ço f do 1em/11J. Nu 01ttm caso, a di{l'r~"'ª t m1mor ,i
idéia; el.i w ,lestlobrd wmo puro mom,11:1110 criiJJpr //1' um ~s/mço e de
mu ttmp1, dmiimrco1 que corresp<mdm, n ,dàa. A prmtrir;i r;,petiç.Jo t
repe11,,io do J\1es11w. que~ e.tplu:a pe/J 1d1m11dadc do ama,10 tm da
1cpro$em:1ç,lo;aseg,mdnraqueabra11ge,1d,f,,,e11ç,,esecolJ(;ebeas1
men11a ,1,J a/terid11de d.i rdl,.i, 11,1 h,urogc111•1d1:1de de 11111,1 "Jp~ma•
çào •. Um.1 i ncgutwa, pela f.-,/1,, do ,o,,críto, " (111/ril afimi:wt•a, J,dr,
txassu1fa,di,;i.Um,1iilnpotéllG:J.aowra.c111,,gór,ca.Um;,i11srd1ica,,1
º"tra. dmJm1ca. Un~, i- "'l'et,çào mJ efe110, a (>11/111, na WU5/l. UimJ ~
extwswa, a omm, mtensi\'i1, Uma J comum, a imtra. i•.,:traordmtirta e
úng11/Jr. Um,1 i l1or1~om,1/, u v,1/111 wrllcal. Um.i i dc,envo/J.'lda, txp/i-
wda; n outr.i, {tchada. preà/;/J str i11lerprer.idil. Uma II rem/11/iua. <1 w,.
rra, e,,olutim. UmiJ ti igualdade. co111n1.mr.i/,i/;d,1dl', sm,nnn; a óltlro,
{unda,fo 111> n.Jo ,gual, no mcomr,m1rtivd. rm 110 d,ss,mhnro. Uma é
m.-,reri.il,no111m,e~p;,;,,,.,J/... }'1
A .set;unda r.-pc,n,-ãu d.- D.-l.-un: {! a que ma,s imen:s'ill. me§mo qll1.' c:!ilej11•
m~ cons,;iflllt'S" de que as duM rep,:1iç~ niio .Ião de muJo algum ,ndepm•
d<'mesumadaourracdcqutumafazpJTfedaourra.Arep,:riç.lOdiferenteta
que compreende .t 1emp,oraliJ.1de.

Efetw,d11Je wncrt/J do 1ogo profl11co 1/Js marrin, mra1.'<is do q11.1/ /,:j


,q,nii,·Jo. 11<1/ta ao /wUJJo q"e estli sempre /,resm1e. O sen1iJo dl'sSJ
a1,ltl1p11ç.io q,1e rn.'iim m1z o ,rume de t'Jlimetéia: saher pos1erlom,,.111e,
quer diz,:r, diflt'ranu 11,i d,fer,,i,;a. O /empo s6 pode ur di(tmdo: rhfe-
rellfl!me11re e d1ferl!'ICIJÇiÍO ...
Emramos ,·m.'iú no CJ.mpo da d,ffiranu de Demda, que quer reforç3r o
••~pt:c!n rcmp<iral d,1 nnçio da diknnr;a. A dif{ér,:111çe rnmprccmk· os doi$
!.l'nr1d<;,s apartm~me d1,1imos do verbo diferir: ~1 ... 1n diferir com<> discerni•
b,hdadc, tlmmçJo, ,für.in.-:ia, d,aStt·ma. <!>paçamcmo, co diftnr como d~•·w .
11
adiamcnio, r~<;;:rva, t~mpon,.açâo~.
:-.ossa e~pira!sed, portamo, a imagemdcumíl rcpe11çáodifcrcntc,quc
ahrangc o espa(,"amccmo e a u,mponuçiio (ou mnporal1dadc). Pode-se dizer
que a c"prt:1-!>.io ~re~riçiia diferente- f rleonásriru, mas um pl~o113smo não ê
ou1rocois.:iqu<""n.'iournarcpc nçiio.S<:gundosualôg1Cafragmenrária.um.i
repetição .scrii s,,mpre d,fcrcnre, cnmo ê tl caso do tntro, ondec:ida apresenra •
çãoé um no~o rspcláculo: a cada rc-pellç,io seopcr.i uma mudançi. pnnc,pal -
mcmc a mudança du publ,cQ ..\hurice B!:111c·ho1 d11,quc sempre ê pr«-• ~o faL1r
dua~ vczc1: -:,.1açporque duas? Por que duas fala$ Jl313 dizer 3 mtlma coi,a?
Por que aquclc-qu<"" a diz f ~mprc o oum).'"
~. com eÍl'llO, ,tmpre uma quc>13o de ahcndadc. de ahcndadc cm an1u1•
1etura. 1\ qnest.Í(} tem a ,·cr com o que fo~ a difrrença emrc a hncolagem do~
fave!adO!i ta arqu,rcmra dosarqu1tcms, enrn! o barraco e a casa. Hélio Oiriciea
nos mwrru11 com(" P<1rJ11golts que a chave con<.'t'imal do abrigo t-51.Í na 1em•
p,oralidJdr. !!, p<>rtanlo. a tcmJ)Ornlid.Jde que d,ferenaa denvam~nl(' a 1dêia
de a!mgu da Ue habuar, da nOÇ"lo de habitaç.'ío pcrmancnfe, 1mpomrntc pilar
con5111UllVOdaprópn ,1 onfologfadaarquiteturaocidcma!.
Ai,:randedistinç3ocntreamanciradctrarnroespa,;11d1>sÍ;iveiadoscdus
arquitetos decorre tamhê.m de sua rdai;ão com a 1emporalidadc: conforme a
idéia !ót'Í3 de abrig~r ou de habitar, há um proces!iO espai;o-t~mpura! diferente.
l'odemus diier. então. que os arqu11c10s tém o hiib110 de espaçiali,.ar o tempo.
enquamo os favdado5 agtm rnaÍ5 tcmpura!izando o t5paço. ES!ia orosiçâr, é
e, idente quando co111pJrJmos, por e"emplo, a mant,Ínt de c(mcebcr O c~paço
drn; arqu,mos - qu~ pamm de projetos, de projeções de furnro cs-padais e
form.i•~ - :l drn: fuvdados, que nio 1~m pro1ctos prt.'t'S1abelrddos e qut só vão
1rndo o comomo da forma do espaço cm oonmuç3o à medida qLK' a do Nc
m1·tsundo. Alrnl disw, nos pro,cros arqmr~ur.ns, a fimrudc da forma 1l ~ prc-- 1
dcfimd• c fixa, ao passo qul°, na., fnvdas, os abrrg,)j 11uasc nuoc;i tsnio tcrm1• c1
nJdo5 nem têm forma fixJ. O pro1c1ar implica 13ml,cm, na maioria do, cai<>~.
um planc1:1mtcnm. uma rac1onall:t.açiu, rm outros 1crm~ uma rc:pcuçâo do
mamo. No ,;aso d;1 favela, is,,o ~ 1mpossivd. po11 n.iio se pode brrcolar dU3i
.,.
'!d

vna do mesmo lfCIIO. Como dis~ H<'lidito, 1ama,s l10li banhanlO'l dua~ ,·rin
nomcMTIOtlO.
Dessa mugem da õpiral do 1cmp() fragmc:ntáno. 1magffll 1nnporal da
rcp,cuçio difcn:mc e, portamo, da llOÇào dr fragmrmo. passo a oum1 figura
conc-titual:oLahinnto. sto,
l::du
' A,
C.h,

' o.
Ru1
üx

Eug

,.
l'ao
Notas
1
Cbu<kUY1•Srr,1u»,,t.JpcHsrc1,1m•"gc,Pa,i.,P\on, 1962,p.26. (T.d ..a,)
1
J<km,p,2i'.

"1<1rm.p. J2.
• Gunfricd ~mJ)<'r ~ o rcóo.o da a,qu,1nur:a qur, no ~ l o XD., corm,s1ou a troru
v,rruv,an~ da c-.1bana pnmm.-a como 1mgcm d.1 .arquurn.on1.. Pus de. sua <>"1!11="' i. ,hui
e. portanto, nJo crn1>trut;V3. l"'.nm, ~u~ 1ex1<"'• ,·cr p;irticul.armr:tuc: /J,/r Si,/;,. Jc,,
redm,schen ,md r,liumud,n, Kiinstm oJ.., pr.iltriJ<chr ÃJth.-id,. Em / fandbn.:h f;;,
T,d,n,/u-r, Kllm1/c, u,ui 1út1tS,[rtMndt, v. 1. frankfurt a.M .• Ul60. Y. 11, M11nd1n1, 1863,
t uma ()br., r«cmeM>brc o 1enu: /1 pnnnp,o dd rn~s,,m.-1110 - l'rokfu,,......, 1J ,.,,.,
1.10,w dt/1".,,cl,,um,r,1cr,,,t,,,.,p,;,.,,..,-,,.
de GK,.·.1nn1 h,,..11, e Rohenn Gug,ani, Roo,.a.
[dnor:ala,eru,l!J94.

' Adolfl.ooi, "1.c P"'"''f'<' du r,ol~emm,• (04/09/! 898), m p.,ro/~s ,/,:mi/~ ,,,dt, Pm~,
Ch.amp UY«, 1979, p. 72 . (l.d.a.l

' Dnt•)lnlpos d.-..,,s,holid:ideoor1muriv.a Íonnar:am·!o<C noi, anos 1950: umc,n Sio P.111lo-
Rupmr:a -e o outrono Rio-Grupo Freme. O grupo p;iulista.wndrn:1do por Wakll'mM
Cordeiro, 1'1-U•·a lig;adoao, p:,,1a1g11.11,o, i arquncn,r.1. :w dH,i;n e il ann JTiÓCas. A pt)<S];I
e a mu~a con.:m:1 r.unhim nnh.:un p.1pd irnp('Tlanlc no ,oovunm10: nln ,! ~ ro;a que: Oli
,m,a°' H.lroldo e Aui1uMO de CJmpm »o C<lnh«idos tomo ptteuiwr._. (com o suíça
l:ugcn C",011,ronserJ da poes,:1 ~01\U'eta mund,:i.1. O. p,;,uhlita• eram hasmnfl' "ortodoKo,;" ,
rnctonah11a> e rmd.m,.,., :os,i,m romo o. am1t:1,· cQ1k'.rr!OS su~~ e :okmles qut °"
m<J"r:ir.un m,o.o.lmenrc. Ji os can~, mndrn:odos por fttrc1r:a Gull., e MJrio Pedrosa,
cr.,m m;u.i; m111mvo,, J')<>ct..:o5 t wbimwMa. EJc. "l<!"'K1'Jm JIIRflll' nn Sio l'l,ulo, tm 1956,
e no ann 1Cjt111n1e no Rio d,, Ja,....ro, e a.som ln;ll'C3t:lffl a 1ru11jtumç-.io do mov,menro
<:nnrn.'ICI br.u1k,ro. Os amstH e ,ntdtctu.u~ do R,o d1>ungu1ra1THe cada ,·a ma,s dns de
Sin Paufo e, em 1951, a ciolo fo, ofici.alu.ada p,:lo ~bn,bto Ncoo;oncr,,10 dos canoc.1,
q~ lkn.,nci;i.-am. cot r.· <.>111ros ponr0$, o f'<'''llº da ••~a.;-c-rh,,çio r:icitma!im,- dos
paul~••~-Onovo,no,·unemonax:oncm<.>cn"ca a unpesw:ilid.>dcdaarterom:m-.1c
cl:tma por m&I> wt,,ni,·1dadc. ma1s r.<.ponta1>ndadc e. finl lmmtc, maos hbtrdadc. Os
armtu ncoconcn,1<.>J nãio n,mperam aprru,, ,:om os pauh~i,,• mas umllnn o:om uma
"trad~io• a,ncrcim.i ,nr~mxionaJ: do""° liht-mim d.H rrg,u c:writas da anc roni:rru •
dt:wnvolffffl s~ plVpo.,s np,:nmcia,. t Jllili>mtnlc nntc mommto que: a busn por uma
cc,ru"br:,1,1hd,.dc-rc,i.port<""c,0,.1r-aba lhot.neoconcrc101aNrllkinar.1n1,pmmradc
,a..,k-rc • o p,:ilesral Uil C$o."'\lltur.i, p;,ss.~ndo a muar ma,, do am~ntc. F~
dõm1Sn fi<:aram o obietu arti~1..:0 t transfonnarJ~• as rd;ll,,,o .,u«c o 1u1c1t<.> <"' o ob)"{O
,i.n1Sucopormciodc=p,:rltnc,~•t.íu..-o-visu,m,«om;l11ca1tKnS(H'Uisf.KIO rer<KKl, por
rr,e;., d;, nun1pubç;ic• da ohr.i de anr p,:Lo própno~pea.ador: AIDUil nilo st pode íala r Jc:
c.1r.KTc-ri>1:..:-.ü opl1<1t~mc-n1t bras,k,ras ~ por oum, bdo. pode-st ""'ª'a uula.,~ãio de
com caUil ,·~, m:ns qumT~ e IRlptC'~li e a lfflport:inna d.ub ~os contarOJ torponl$. Vtt
P=b Brrensrc,n JàC<jUCS. Ln fa,vLis dr 1/.w: un "'~" tHln.,rf, op. '"· Ver ,~mbii-m
Rcmaldo l!-mo. Nl.'UamcrN,smo, S.'io Paulo: C....X !\'. Na,fy.
· I ICl,o (),i l(',ca r m rcv,stado por Jary C:ardoso ... Um moto vad,o." m fo/lJ11,,,,,
051II1197K.

' l-o, cb qutm o <'fleoJl!rQU aK<>111ZJntc. cm ea.a, Ylllmado p()f um dnT~,m, ccrcbnl. que
uk,ou.imont.
58
'r,utt,.,,1,1 pana autor-~. cm,;:.1);1 dr Lr,:,.. r.1,,.., "" R,u, doa 04/UJ/19!r.

'"Mel,uOiuo,ca cmre,,'1a00 ro• Nonn,1 Pc:<rin Rego. "Mani;ut,r.> t Londn-. nJ rot.i",


,n (·11,..u 1~1,,1, >ll01/1'J70.
" !drm.
"c.. ado p.ir Frnkn,o Mo,,11~ ,u ;irn,wma~~" <k Asp,,o "º p.indr Wbirmlo
ldo,-A>,1n1c \Gf/,S..lc1.iod.-tt..-tusf/\1Si·/961').ory,:on11.;1dApurl..._,ano h gut1rcdo,
l.VJtl,1 P~r,, e W.ili· !wonüo, Ru, dr J,1nmo, R0<:<u, 19S6

'' Ca1.:il1,g<'d.i l'Ip0f,l~áo1k ll d1vO111<:i..a n..i W111tnh,1pd G•ll••l, lonJrtt. IYf>\I


T.d,a.J
"N•,·rrdi.k,ap;ila11a"Par.ingull,"nJon-n,d,,,.ramcm,Jafaveb.m.a,W:um~
,·m11m,çJo démcr~ q11c 0111,1e• ,u, il~um tcmp,., amts de w11h,'<.w • \fa,. gutirll,
O uu~t~ narr• a dcscobt-ri., "J.-,, eu <kscolm na rua, ..-.,a pJ!an" m:igm,. l'orqut tu
1rah•lha,·a no \foku Na,1<mJI na Qumu com mtu p,u. t·m d,a.cu ...un ,11Jo dt
õn1hu~ e na pr:,çi d., B.rndcira h.:n-u um mrnd1RC> 'I"" !n nsun uma c,pé,...., tk ro,s.i
ma1> lrnda do mundo; u= or,«•c de ~onmuçlo. ~o d,J S<"jl.um1c j.i h,.,·,i 1kup.1m:1dn
1---1 1_,... um tcrr-onu b.,ldio, com um m:mnho. e r,nh., H.u .l:m,.,,. que o c:1r.1 est;o,.o-u e
l,..ruuJ,p,orak,R11.u.dehodcb.,rb;,.n1cdc,(im.oa IM.i,n. l\c,n, rc11iss,mo.Eh:&,·1a um
pcda~o de •n1agffl1 Pf"lt-'Jn num dé!sc-< harh:m,:« q1M' J1Z1• 'aqu, t ... · e• un,u w,1-,1 qut
tu t111<·11J1,quc: e.ta"' csa-110, fm ~ J>•IJvr~ 'PatJíljlOlt.. A, ru J,.-,.., ~cs,.a a pJl•vu."
Lnm:\1>!0 p.,ra J"'!I-" Cu,nl~ hlhu. "A 11lnm• """"''"ªdr! lo!m Omaca". m ln1tr1·1r,,,,
rt11,dcJanc,ru,abrilJe1980.

! ld11, 0rtlC1C"J, An,,fJf<-,.... WHt o l'arJng,'#, ~• •~lvgo dJ f;;p<><u;io Op1mJo 6(. Rm


J., j~MlfO, MAM, 1%S. r<:pruduuJo nC>cmi.k.,j\o J;i npos'{;iO 1unct.mtc d., obr~ de
Hd,n 0111".IQ (Ronnd~. l'Jris, 11-a,~do,u, 1.,.boa, \hnncJpol,-. cm..- \Jl';ll r 1\1'1~).
Par1<, leud<'Pau"".1~2.p.9l.

,. l ld10 Omc,c;i mu·,-,uuJ., por h-•n ~.nto.u. "A~"" J'l'.M"11"a•·d de Hdt0 o,,,.,..,.•. 111
foJha<lrS.Puu/o,16/11/11185

tW,oO,ucota, " A Ja,"óa na rnu1ha c~pcnCnc,~• (12/111196.'i), ,n Ar.J, ,,p. c,1 .. p. "<I,

"l:mre,11,1a t>"r.l Rn,a11gelJ dJ Co:st~ Mon~, na \\J.nguma, d,~ IJ/0811?96.

" tkbol};u,;i,;J(rl!tt,1,;u-õopor h·an<'.a,Jw.1, ·Aa"• l'ffltO"ll"I de lléliu011""J·.op. at.

• 1nAopr,.,,JoJ01~x10,SloJ>Julo,P~-.,...,_

" As., D.,/,a ,,..,., "á:t.J!il', rmrc~1,;u par.o Lenora ll,a~ c-uiln:t<> d., OJ'fJ"IÇlO do Jw
ilcP•umr.op.ai .. p. 218.

lldro011= . ·A daio,ç• na m,nh rxptrltOC1a.~on,." ( IOJ0-1/1966/, 111 AGI .. up. r<I .•


J>· ~s.
•• 1.i..m,p.73.

'' l l~hu Omcica, •1>rog,.,.m;i •mbwnral", tn AGI_ ,....,niduliJ0 no tatJlogn da n~,çio


d0Je-udc:1'Ju.n1<e.np.rr1.,p.lO'i,

" Hélio O«inca, Anot.J(,;,,, IObrt o /'.r,J,o,:r,li. umkJso .b exp,i;;,ç.io Op,n.,;,, 6S, r,p. r,/.,
tt\V(iJu,.1Junoc,mil~odan:J>U'l\:ioduJrud,PJum.,,<:>p,c1/.,p.':l6.
:. 1 ld,o (),uc..:a. "mre,·,su, par.1 Mam, B.,r~i~, "Hdio O11,pc-.l: A va~u~rd.1 devo pog.ar
forat)c\lcU.::1smo",inJvm.,/,foCon,,,,,.,.,,.,, 16/0711967.

• Hd,o O111<:1n, BJs.-• f1mdilm<"1JII p,m, nmil ,ltfimrdo Jo p.,,,,,.gn/t, noH•mhro de


1964, ç;;11il0f,O da npos,çjo Opm,Jo 61. op. w., r1:prod1121do no ut~k'll<l da npoi;,çiio
doj1:11 dC' !'.IUrtl<', "(1.
(li., p. !17,

"P.1ra unla comr~r,,ç.io entre as Qbr~~ m.,p,r-ada d~• t.1,ob~ dos .lmsu~ mudcm1$til.$
dm ano,; 19200 dos amsr~j 1ror«.ll1S1as do. ~nos 11160, •·•r p.,.,1_. ~rtmmn Jac-rL>CS,,
"Ai fa,dJ> do Rm, <l,m,,.krn..i.1~• .l mflofoc,a do 111.lise Cc:n<lran,", op, "'·•"A,
f.a,·1:bs, o-sm•r,..,,1;,t>S e ai v1Yn1~;~, de H~!io On, .. ,~a "" .\fang"•"~•. (1 /1. til.

'' 1h't,o 0111<1,·.1. B.u~ /u,,J.,nrttt/Ju /"''" .,,,.., dr/,,.1,;,W do /'Jr<1ngc.,li. mJ>ffllhro de
1%-1, ,at,dO(!O d.\ upuw.,..io Op1,11,i,, 6( • .,p. til., ll'r«iJu,..Ju no c:111jk1110 da •~pm!Çio
du j<:U de P~umt, op. m., p. 116.
"Cclw Faurmo. ;t m~..-.1(.io.kH,·lw Ot11e,,..,, Slo l'~u1o. Fl)ll~P/fAl'I.W, 199!, p. 105

" Wnly ~ .. l.,mlo, IN/,o Omnw, q11~/ tá o l'~"mJ..'Q/H, tt,o de Jane""· Rdumt í>umarJ,
1\J't6, p. ~I. (Vtr 1010 p. lJfJ -1. )
Cb11J,r O..,,·n.. "!'-Jr.Jll(tOk 11np<...J1Jo no MA\l~. ,n Di:mo Cm,x,1, 14/08/1-.6S.

1-.n<tn>-r.i ~•• a amorJ.(ffi t,:_,,-..,Ldu lJ/09/199~. 0JHd conhn.., mu,10 ~mo


,,...bc>llm d., 0111,,u: to. uma du pnncip:11> rnpon!>.i"'"· 1umamrn1r u,n, C.hris Dtt,;on,

~!:~:!:
Gu) llrru. Lygu l'dpt, e 1 uci:uin hgu c,rc,,ln, pc:b m1pon,mrc rctrt>SJl«ll\'J umcr,,mc da
lkl,o Onicita, <'lltrç t992 e 1994, da qual fn,a pArto • ,·~r<»1çJndoJei1 de

,. b'S,l nrolh.1 de «>rur obras C' ,un•C>1anl, ntai. no"'"-'" ..s~íhco Jc O1111:1ea. n..io i:
,ioxu,e, p,ar• ele, r,1.11.1 m.tll a 1de,a 'fU"º ob1<10. ll;i actu,,osdtnpo!ioçô-1,i fe,1uan
,w,u 0t1ml', ma• produ71da, p,1< :,m1gos. qur""' N..-avJm ('111 SUA., ,Jo1.11 m11110 p,,-•~•
(teór1<.·a, f. 011...:il::,.., divtma ,om O\ ll'Sll)uJo,, t•.i-.o rnn1•do pt>< Fr.-dcn..--o MorJ~ tm
(onfmnc,a no Ce1um HO, 1111 ltl\1 de Janeiro, dia lS/Ol/1997).
flu:,:u, foi 11m im.wim<1HO ,nrcrni,;ional ,i,..- u dhtn•·ulvw no-s ano,1 t9W. O tttmo
fo< runhado por M.J<"1una<, r~u an11oc1.1r um:, pubhcaç-Jo. O moummtu «,<1.1\,011 de
wna ,., •.•• .,.,...:.i,;]odo IH.IH n..,.. r---udos UnKltJOr rta l:.umpa . F.m No,a ,·ork, ogrupn foi
iormado por Joh,1 Úl(t'. ü,.,chr. l,;Jprow. alem Jo. "'~" 1:ardc. 1'ó.im Junr P~1k, Vo.cdl,
Yoku 0110, Ben, fi11,ou. Vtt J, Hendnd<-.._ f/u.y,a Coda. M'·• York, 19/18 !c.lt.ilogo). e
H.JPl"'"'"K rt Hu.w,s. GalN1t ! !I00-!000. 1989 (01.\lugu).
'"Waly ').,lnm3o. HPlw o,,,r.,e~. """/to Pi>rJ,u:n/i, op. m .. I', l 7. (Ver f,,.,, r- s l.f
Hd10O111.:JC.1,<11tro,."l!,1'1 paniJ~ry Cardoso. "llm miro ,;ull(,~, "I Folbd,m, 0SIII/IY78,
.. Hd,u 0111,,u, ·O q. faço< mu~icaa-. 10 811<,11/ut {,11~. Roo de J1nc1to.
"J,:;:in B.~udr,llud, "L:uu,,., de 1~ ,>ummun,c,.t1on~, m l'~utTe p.ff /M,.,,ri - . PAns,
G~hll<\', 19~7. r- Ili. f].d..1,j

"" M:au,,._-., Bl•11.:h<>t. L'éa,1urc ,fo dl=rrr. ram. Galhn,ard .. 1980, p. 9Y. (l'.d.a.f
"!.km,p.%.
IJ.,m,r,Slltp.17.
''•Scc,,,nhc,:a&icon•murcM'Corurruor!n.d.2.:ttlttinciaaPa11IV:dky.&p,,l,ltOfou
l'arch,ua,. P.ut1. (.:ifümard, 194'1; "Agora eru.,.,du oo,mo pudn1c i..,.,.,,_, .,.,,,.., o"°""""'
coconllf:ctt-p.Sll]ittuo,rek=n10!Cdrma1K11ológ..:aerigor()S:lp.an1quc-..-
ma,11c..h:i.111 U(: pé, pode-se- d,ur que, c,m uq1111nura. o ac■ !l<l nio 1cm lugar.• q"I' a
pt,\rria ~•qu,mura ttptesrnu n an11-....--..so?" Caudr Mnuu, • Ar~bun:11m, fl ha~rJ", ,n
r;,..,,,.,m,e du /J=rd, T"'""™" nº 24.1';1.1», C'-<:ntr• C'.....,rgtS l'on,p,dou, !951., p. 104. {"l.d.11.)
" AnrM' Ca11quel.1.n, Cmm tr~•ti d., fr~g.,,,,., - VJJgn dt l'a><vtt d"art, Pari~ Aub~r,
1986,p.9.tT.d.a. )
"ldtm,p. 10 .

.. ldnn.p. 14.

•· 5c-,,_. 1n1eressan1• 1"'n!.>rcon1 h;,.-., na qumlio formul~dJ pm Pierre V. .lun;o,ffll "Lc


tonm11i>1nc Jc frio:drich Xhl•Kel: une Dkon,;trucuon ••·ant Li kmcr. m La
Dl-cwut,,,r,,o.,- """ am'l""· r.,.._
11.U.F. 1994, p. 15-20.~O ptt,urnen,u fnag,ncn,~rio,
,nac~bado dos romàm~os nçp ;1. idl'u rK10nal1S1;o e h"ll<'lwm Je que conccm,r univocn,i
poik-m 10,,ur roda =l,<Udr mu>Spattnrc. Bem amct Ja Dticun.'>fn>Çâo. ulllstc n~
produ,,.,d;idc indõmna dJ liniua, que., p,,,rru ttstdor par:idonl=n•• Dl')S clu01>-C1Cufflf
e.p.,,umo.1~mbfm1130p,1,Mbdc",p. 18.(T.d.L]

• Jun-1.u..N;,RC)~Lcsemdumonde,l'ul!,Galik-.,, 199J,p. 19J.(f.d.,i.)

., ~buricc lltind,<11. <1p. m., r• 78. (N.d .a.: µ,fo no!w)


'' Maun.:c nlandior, L'mtrnk11 m(im, Pans. GallimarJ, 196,, p. 45 t. (T.J.a.J
"-{. .. ] nc,;senpa~<1do 'ma', os íragm,,n,os de um l<'~I ~mm,i~J" .cio r«:Qmpc,,!109
_n,c ~undou ltu;dc nouodnc:10, dr rK>Si3 CnMlÇlO 1--•l F..- prazer d<11mcr~alu,
nse ui.:...,..,11, ra,g.ir na trama do mundo. essa ,·..-ogiom e d"·tná<1c<mstan1.,. do 1u1c11<1
e do =I são chamados de 'ma' 1---1 r....,. 'nu,', ,n..,,..,aJos de espaço• de ,cmpu, k'pólralll
o,, c,m,.,. pnr.id<>!i d,, rr:fc:rêna:,u e ll1.uu;un tu liUprfflC.e plan.1 'i"" nosso espimo ,·i,
r.-org•.miur >qsundo sua cmo,;Jo • "<'li b,o. ~ Sc~ Ml~l, ~1•ardmn:turr 1apo11~,k'
comolt' thi:=". ,n Artbt1tttNrr,l'Au1ourd"/,111 n· 250, abril dc !9ij7, p. 53. jT.d.a.)

Fx,ctuandu 1. M. Pe, • sua p,rinud~ dr ,·,dro 011 l.uuvrr. Mu o vidro d=mpcmha um


1.1.
p.11pelopo:,uoaodapedra:ifr.íg1l,sequd11;1,nii<1da,imprtS"lodo:..,rdunivrl.

"-1 ... ] a us.o, com 1<,d;i ,ua wmbologa,t, s,;-rn sombra de duvida,n =lhor rnmplo de
ho:m que se m;.ntim aquc'm deue lim,~r: quem. hotc. ao campra• uma ena. nnag,na quo,
tb seti um d1a lk,trulcfa? A põ<(>;I ~cQmpra par1$1CJl'lf3 ,cus fillros. l:ia""m.o,a Q$<1
i,nd., t YK!a como um Mm 'crrrn<1' \a<1 m,nos t ""'° que k' qu,er crer)." Eno Manvn~
op.m .• p.126.(T.d.a.)

,. \brr(u Hr,J<t,;grr, "l.c conctpl dr tem~·, ,n C,1,,,.. dt /"/frrnc (con,-agr.,do a


Hfidtsi;rr),Pans.1983.p.1.9-.JJ.(T,d.a.)

"Martm 1 1 ~ "Tempo et l':cre" , m Q,.,..,,o,r, IV, P.n,<, G.ilhrnartl, 1976. p. JJ IT,d.a.1


'ÃnrM'Ú"'lu,,l,n, "L:oubhdu trmp1<". ,n C.,h,n1d.,<.;CJ-Mes"upo11rm.,.,r,-
.,,rl,,t<'<fl'TI' d phi/Qwpht. CA-nrrt ~rges r omp,dóu, 1987, p. 69. cT.d.~.)

Cf. jKquo Dernda. Kh.;,,., Pans. Gahk-t, 199J, ~Sylv1ane,\g;aan.<lr.~ "Donnc1" hn,·,
,n C.,hins du CC/ - "'"'"" po,,t mUllrt. op.c,t. Segundo lfodrggc:.-. ,n "Tm1p1 cl E.rrr".
op. dt .. p. JS, "Na verdade. a filosofia. dodc u wmcçu. cada vci qu,: incd,u,va ló<>brt Q
tempo. ,ambi:m.., ~rgun,arn onde o 1cmpo nnha ..,u lugar.~ (T.d.a.)

" Momn Hoidegg,r, f.tr" "r temps, l>aris. Gallimard, 1.986. § 6S, ~ A lcmJ)Qr.alu!itd~ não
/:, ab.ulur:.mtn«e, um cMando. !!la nioe, ela.., 10,npornliza~. p. 389. (T.d.a .)

" AnneCiuqueli11.np.01 .. p.69 .

.o Paul Viriho, F..s1 1u511qu~ dt lil d,sp,1r,i,r;m, Pitn!. Galiléc-, 1989, p. lJ. (T.d.a..)

" M,hc Capck , •Trn,ps•upacc plutô• qu'tsp3tt-?cmp, •. D,og,;,,., .,. ILJ, Paris.
&..Uim.,rd. 1983.p.32.(T.d.a.l

Uya rrigogmc, "Temp• ii ,·cmr, À propos de l'hmu,rc de, 1emp,;~. e<>nÍcrinda


.i.
pronunci.>.danndia?4/U9/I\I\IJ.nnMuscudaC1vihz.açõo,cmQucbec.cd.F;tw..;, 199J.
A grandr m;1iQ<la J..tl trono , cictnifia• c<lnu:mr><">r.'inea$ iruiste cm rspaeiahur o tempo
comoHawkmg.
., Ideia tk..,nvolvida por &mard S11<:glo-r na ~n,fa pane de /.a 1-,,;!miq1rc et /e uwps -
l.a f,1rr1• d'Ep,mirhh, l'Ans. G.,!iltt/CSI, l 9,94,

""!inlrfm1lproblm1asd<'t"orrcnt"1df:s..,rempnroalem'!Cnndoamplu,dtst:lo,.-><'a
grunJc d,ficuldade de ptn"''o futuro." l'1rrr., Lé"")·. "Lc IM!~ r~I. 1111• ,·ir~
m,n,:ccn<.l.mmk-", m /..a VJtes.s,, - c.:uilOJ,\o da eKpo<i,;iio na Fundu,;,io Caru•r. Pari$,
Flammanon, 1987.p. 133. (T.d.~.i

" Kli.r.l S:ipn. citado por l'aul Viriho. -i·onJr., du jou,·, ,n 1."a,, d/,: rm,pi-r~ards $Ur
/,, q".11r,t!me dimension - e>tilogo da tKposiçiio no Pala,s dn lleaux•Am de Bruni as,
llru~das.. ,\!l,,n M,chd, l 985, p. •U. (td.a.!
'" l\i:11()i1 Manddhm,, l...es Ohfi"U fr,ict/l/$, Paris, Fbmmarion. 19;.i 119751. cf. 11 /:;pong,
de S,crpm~lr,-Mmgn. p. IJ4. A cifo.,,a. i;om ;uas l\(l'V.l!i ,eortU ($1'.>b r~ud1> dtPQi~ de,
Em,tcinl no qltt"COflC<'m• i, ,<ma de npaço/tcmpu. M:mpn· mílU<:OCmu a ar(june,ura,
pdo menos dc,po1s da, '"'111J;Uardas: "A nov:i ciêru:ia st <ku com" de, qui: <.> m11ndo ""''-'
m.> trnlpo, num rcmpu trmegrado como qu:,na dimensão. Tornou-si: din:im11:a e
rermnciou a roda uma oéric de grnn<lc.,,,1 ah,,olutu.• E! Li,,iuky, cimdo por Annie
Ptul,pp<:><-fu:nien, "L'arclinecrurc ct les problc-mcs de, l'csp;JtMcmpS tkpui, k: funmsmc,·,
in /'art .,i /e tem/JS - ,,11:,mh s11r /;, ,1un1r1·m,~ dimr,.sron. ap. clf.• p. 207. jT.d.a.)
"'l\o:m;i rd ~,i-cglcr, ·1:effrondcmcn, tr,;:hno-i,;:ifntifiqu• <lu temps", m Mathm~s
,,m,,dle., T,a,·rni:s n" 44---45, Pari,. Qnrre Gwrgt~ Pomp,dou. 19SS. p. 51. (T.d.a .)

'"Je•n•LucNancy,1Js~,ud,,,;,,,.,J,.,,.p.ti1.,p. l90. (T.d.J1..)


•• Paul v.,;l,o. "Un jour. lc 1our vimdr.i <Ju le Journt .,,...,drn pa.·. in ,_,, iour. lc.r~mps,
TriJ,,i,r«•s u· J.'i, Paris. Qmre Gcorg~s l'omp,dou, 1985, p. 5-10. M~• o 1empo, paro ele,
é ~mpt<, ctónul<\~;,t:ó ou, cm ,uo.s pal.an:,s. dro'1t<1/6gico.
" Cf. G1lle< Dc]eu,c, Lt' 1,/1 -1...c,bmt e/ I• bM~J<c. !•ar!$. lc,s cd,nons de Mmmt, 1988.

'' J"•n-1.ucNancy, l...c<t'md1t monde. op. cir .• p. 192. (T.d.a.)


1
' Bernard Ti,;:hun,,, OtJ TrJ.,scriplS a Li, Villert• ~ T,-.,:ti,, Pa,;i/W.,. - ,m~l<.>g<.> da
<'Jq>0>1ç-do n<.> lnsr,rnt Fr~nç~1sd'Arch,u,..-rmc, 1985, p. 9. (T.d.a .)
Andrn, 8m1.l1111n. •f,cnr. T,=. k,,pnmon ,n ('.nlumhu, Oo,,llmttl,s·. in A,ch,1nturt
.JnJl'l,ft>f')'n·-4, 199-4.p. lJ'I l ◄ -': " 1',rn •c,dc,pmuto1cmrndurrc>e:n1r-mo,bhduLr
1cmr,or•I 11l<'XTna~d=n1c con..-cuda ao r.=10- n 11u.: .s.,.., ~• rn:onti«ido f • p.,rtt do
'I"" dJ ao pm,c,ntt ,u_,. ~JM.-;.1f1c,J~lk. quci -;c-u l'"'P"º t~ •dadn." (T.d.a.J
·• l'cm l.ikurrum c,,ire,,s1ad,1 por Andn,w flc:n1amin m Rt-u.,.,,1.-ms F.is~nman. LonJr""·
Ac.idtn,, cJ11,uns. l~J.p. lF, •IJma rcpeo.;lowmptooé<k-oimesmo.mqu•m•,•
ucr•\.:ío~ un,a reptttÇJo ,.hÍ~•~n1e". (l d..l.)
",\ temrorahda<k. •11ui. n.io • JUplcmnuo nem n,en~o, apan:-.--,:, 11tn1•h e IU
,_,.mb,m, pane d, ª"''"'""-;iodo própnn c<m1<,-. Andre"· A. llc-n1•ou11, uJI. at. ff.d.a.J
·, J,-·qucs Uttr,da. "Pmn1 de Í(•hc - m.untcnant l'.i.n::11,rC<.ture·. ,n Ps:y,:bt- ln••amo,u Jt
/'J111rt, l'in!i. G:il,ke, 1'187, p. 47ij_ (T.d.a.j \árJmkm P,ml.l Ilo.-rrnnemjacqu.r,,
"l .1,·d•<ID,,,..,,i.,n,ctn·11n,e. ("~,m,,11 et qUHtW11nen1tr,c", oJ,. m.

·!,cmprc,~hqi;,, o momento cn, 'l"C o piloto deS<:e de"'-"" '1mulador, cm ljUc u ,,enthfa
:,J,ao,don~ seu ~omputJd.>r, • ,ri;,n~J brg;,i s,,u t<JK<> rk1rú1u,o. um nv,u..,,,m nn qu.,,
rr.wa ~• do ·tnnpo ,..ai' I'"ª w dcfrun,.., ,rnn • rnhd.idc do 1cmru r...,, en,gmA
,um ,,,.10 =orno d.>i ,vn.u, o Temp,~ rn1.0, .e- ~mp." t:dn!MJ Cou<hoi. ·L~
i)•nth~..-Ju wnl"·• m Lnd,....,,ns,/11 ,.,,,,m_C,J,,n-sJu CCI, Pan~. Un1rc,(;.,,~
Pnmpul,ou,19119.p.1!2.ff.d .a.l

'.\ndrcw lkn11rrun. "b·cm, Timr, Rcprm,nn", "P· nt .• r- 142: ~wha, """n,akcs


rl~,~.,g~,11 !or 1hc t,,.,,, nme"
... And~w &itfarlUn. "An;·hm-cturcn ,nn1r.1,nn•", m Omn,!ns 11· 17, 19'12, p. l~I. IT,J.;a.)

• "A ntt<"<><dJd<- de. ,nrcrar a pre.cn.;a, • nn;c•s»daJc de wmpln.ar uma arqunctura ljuc
=.i wmr,..arqmrnur,i -• "I"" ...-a~scm,ltt..r-.i l &r<jUllt1ur•. a ~.,dade<k 'IIH'hru"
fom, riu mm: fonna e fun,;óM~ r" par~ onde ,t- J,,.,..,ona
m,nlu arq1u1nura. F.m...,,
J.,,klC"'-IJl<'n10Wlfu,..,-1urr3J,..,on.,J.minha.arquunuran.iontf\-'qu.rJ,,,·,fu...:,onarH"m
forçOJ:.unc,n1c s,mhnh,_,.r tst.1 lwii;;-lu, "I"" o ..-r-pretcmc f ,rralum·d :i prnença ou ~ """
1,11,110. • l'c<cr r:,..,nman. ·Pos,n:I C..rds.: A rcpl~ 10 J~••I"''' O.:rn1fa". 111 R.t: Worl,mi:
f.m·~m.m,op. ot.• p. ~O.JT.J.a.J

" Andrtw &:n1anun, ~i:,~nmw anJ t.he hou~mJ of rr~diuon", '" ,\rt, "'""cu ,md
.,,,,,,,,.,.,,d~, Luadrn. lloudtJ;:c, 1991, p. l(J'.'",

"· Apcn.u o homem morrr - mo<re ~onnnuamc,,u,, 1lo l<>11fy1mcnte quanto ele h..tb,n
nns:o lrrr.a, 1.io lonpmrnlt q113ntu de hab.iu". M•n1n l l c , J ~ • _ l'hol"ffl<" h3b•tt
en pO<,'IC ... •• m Eu.m .., con/trCHCU. P.tm. r.~11m1.1,J. l 958. p. lJ5. íí.d.a.1

•· G ,11~ O,,lniu, D,ffr,,.H<<' ti rtpr1mo11, P3n,.. P.U. ~.• 1968. p. J&. (T.d.a.f

.. J\c,rna rd Sm:glcr, " 1 'dfondrrmrm l<'.otnnhq~ Ju temps·, ,n ·,-,., •..,,se, n 44/-4S. l'M11i,
Ctt, 1988,p.55.(T.d.3.I
u Ja,qu~ OcmJ.i. ·1 a d,ff<"fwr>ee", m MJ1EtS de/,, 1,/,,/w,,p/,,.,, P~m. ln khnoru dt
Mmu1<,t,72,p.19.(l.d.~.1
Mauno.-..81.tnd,or.ap t1/ p 582.("Id..11
LABIRINTO
N~rt-01pfrulotrotareidanoç.'iodep,<'rcurSót,emsc-guida,datxpcrirn-
da do espaço urb,ino. Começo comparando o cmaronhado de viebs e ~os
das favelas cvrn u labirimo mfri,o dr Cnossos , para depois analisar a vers:io
de Oi11c..:.i dostspaçQs lnb1rinticos,es~111:ia lmen re crn Trup,ciilfa. Parn t<'rmi-
nar. ttnto nprc,:sndrr. a pardr da idéia de Labirinto. o processo labiríntko do
espa.;o urbano .,;pomllne<i. que diforc profundnmcmc do espaç,:, urbano pla-
1uficado dos arquitetos e urbamst.1s

Os percursos das favelas

Nosdiscursossobreasfa\·e!u,a figurado!abmnrnconstantcmcntc
apa, ....·e, sobretudo quando s.e trarn da ,·xperi~nl"ia dt penetrar numa ddas e
~r<:orrcr s.eu5 meandros. Nào esf3mOS mais na escab do abrigo, m;1s na do
cunjumo de abrigos. n:t doespa,;o drLXado corre os barracos.. qut forma as ruelas
e os ho«-os das fa,·el,1s. É um espaço cfrrivamcotc bbirínlÍl;o, tal f o emaranhado
do!I carmnhos n11ernos. e, ainda , como mio há sm~li;r..1ção, pluClls, Mimes ou
nümnm, qualquc-r pc,,oa de fora, ali,><' perde faalmrme. 1'.fas, vi,;m de longe
ou de fora, o labirinto nii.Q é percebido como tal; a pesw:i s6 se d:i conta do
que de é - e sempre dt mant1ra fragmemária - quando ndc cmra. nlvcz se
po.-sa afirmar que quem nuou 'iC perdeu nu labirinro-favda nãu sab,, o que
s1gnifie:i. Miar ah. Para nâ<> se pt"rdcr, é prcc1,;o ter ou um guia (um favelado),
ou um mapa.
AíestáadifcrcnçaemreafuvcbtolahirinromfricodcCnossos:afavda
não tem plano, não é construída a partir de um projeto. O bbirin10 do mito
foi pro1ctado por um arqu,mo. Di-dalo, o ünico a pofisuir sua plama, que 5118<'·
riu a Anadnc a utihuçiio do fio que guiou Teseu. O !uhmnto da fuvcb ê: mu1m
ma,s complexo: ao comrárm do de Dédalo. nelo ê fixo. ac.tbado: esrâ sempre
sc,ndo feim. No ca~ da fa.-c!a, to fiu de AnadnC<jU<' l<X<' o lahimuo, continu a•
mente. E o bbirinto se tom;, um tecido m:t ldvtl, que !ltgue o movi me mo do~
corpos. Voltamos assim à 1dém de (re)vestir, mas o importante aqui é o fato de
quec5.5e)ab1rinronahvclan~Ôtcmautor;nãouis1ea)fimaturadcarquuc10c
nenhum mapa definitivo pode ser traçado. Sõ hã mapas 1n5mntãnco1. Para
fozer um traba lho sobre ;u favela,. faz-se nt"<;,:ss:irio miliiur forogr:ifiu aéreas,
q11c semp,.... têm d~s,:t reno•·~das. t dr) alro que se pod~ ,-~r D simDç.it> g~ral
numdadomomcmo
Quando .\lmostks<;ubtt' a rra,(,':iodt Ot'dalo, que 3I U<lam Ar1Jdne e Tcstu,
dC"C1dc kchã•lo em seu própno labmnfo. Dcdalo. ""m ~u plano dt consm1-
ção, é incapaz dc achar a 5aida, mmando-sc, cm:io, u111 ntrnnho rm -"U PrÓ---
prio labirinto. Ma5 os favfladm nunc~ se pcrd~m numa fo,•eb. Qurm se pr:"rdc
( sempr~o que não a conhece. o n:ío habuuado. o csrr.,nge,ru. o qu" pr~'Clsai
dr mapas pam se: gu iar. O, mapa, ufcrt'C<.'ID um.a nsão não fragmtmrina.
rnral,1..1mc. pocque são icun,; p<;,r quem olhJ do alu;,. V1sm do a Iro, o lab,nmu
deixa de s.:r lahinmu , poi~ a,, said.1.s são f.iulmcmc idtnufic.ívcis, o misttíio
ac.1.ba. O labmnro p,1ssa da de5ordcm /1 ordrm. ,l r,,1.ào; toma-)<: p1r:im1dl'.
N:ío i, por ac-.1..0 que Dwalo sai dt ~u L:ibmmo pelo alto, vcJndo.
karo.sc:ufilhu.n:ioi:t:iu.:autdoso4uamoc,pa,r. ,·oaahodcma1s./\s-
Sllll. (JI de SC"US sonhos. A5-,r,J.11ças dai fa,·cfa,, stm n ,;.ab.-r, lhe rcntkm home-
nai.:m, bnm:ando ~om pipas. Mas ei~1 pipas ~Q. segundo :i lenda do morro.
si,u,s i,~ad(>S pcl"s ru.fi!;:lm<'~ - mmviauro,, do labmnto-Lwc/a - qur, 110 e11 -
tanm, nJo são pris1one1r~; ao ~onrr.\r,o, es,:nnd~m-sc> deliberadam<.'mc no
L-maranhado da1,favdas para ÍURtr dJ polícia (Teseu?). Na própria idéia de
bbir11110 c:ii;i~1r tam~m uma p1r:im1Jt. N1.t(a,,1.tdas fa1r!as Jc morro, O bbi-
rimo também i: rimmidal: vs minorn11r0<·trafi<:anrr1 'li.: r.;eondrm no alm - 50
dt'S 1~m o mapa da~ liaída:1 - e dt• hí 0b>trvam com fo,11iJadc O> po!u;:1a1S-
tcseus submdo o morro flª'ª..., perdnem no, complexos meandro>.
Na fovcla-lJbmmo, o m•\Q - con,o ~ [lmpria fa,·cla - se rdai ,ommi,a -
mnllt. Jovfn~ mocm1es 1,:io sacrificadQ~ como mmQtauros e 1c.scu$, e ~rbdncs-
foveladnll cnnrinuam a ti,çr r 111:1 grande rede colc ri va, que se transforma
pcl"J>l'.m,1memr, sem a ainda dos di'dal0i;-arqu11:tos . rornanJo qu~s,, ,mpos-
sívd o d=nho de um mapa definmvo, que fiu no tempo um proccs,;o espacial
inacabadocaberfo,dcum IJbirintonâoprojetado.
O labinntQ-fa~eb não pode !K'r captado num 5(} olhar quando:;,, está
dcntm ddc. quando,.., está p<:rdiJo. C.ada vida que aparece pode~• 11111 bc<co
<;tm ~ida, mas. quam!o sc trau de fa,·da de morro, de favda p,rarrudal. ~
m:ns f~ctl "-"•r que entrar, uma ,·ri que. parn s;ur. ê nt"Cfss:irio descer sempre e,
do5et!ldo,as$aidas ficam maiscv1deo1es. Éprrci,o. tmiU.Stl(ull"OS limius
com a cidatk formal; C emr:1ndo 113 cidade pl:mcj.1da que se ,,,i da faveb..
511!;,ir é muito m.:1i~ dificil. Um e)tranbo tem de estar acon1panhado de um fío-
guia. um ~nadnc-tn,·dn,io qut lhe mo51re o caminho que lc~a ao alto, ev11an-
do, snhri,iudo, os e~ondcrijos dos mmmauros·trnficant~.
A cxptnéncrn dt sub ir 011 de dt".ICrr 11m.:1 fa,·cla r~v~t~-s.c de uma pcr-
cr,pç.io 5pacial úm.:a. À rutd1da ,:iue se 1·a1 pMsando pch,~ primeiras ·quebra•
da!i", vai -S<!, d~obrinÜ() um ritmo d~ cmunh.ar difcrftlle. imposto pelo próprio
percurso Jas vidas. É o que cham.im de g,inl,\d. PNambu!ando p<"los mcnn-
dro,; das favelas. compreendemos CQIT!O as crianças do morro sakm dallÇa r
() s.~mba ames mesmo d~ ;aber andar dtn."110. Ora, nunca and,1mos cm l111ha
1
rcrn num:1 favela dr mfüro, onde, .ilém dos meandro,; do c-ammho, sempre
~tamus num plane, mchnado. Um fato que 1mprc,sion.1 mm10 é a dc,cnvol-
rnrn dos fuvdados bêbados de ~-..thaça que vão da~ bim,ca< par.i ~US barra-
cos. f. uma cena freqüente. Pare,;e que o c-manmhado das v1cla'i SCAue o çam-
ba!eJr da sua embnaguel, lk:ber até fkar embna~Ju i'. tamkm querer se
p<-rdn. O ~-arna\"al - tpvça do ano c,m que t<.>das a~ bd,«leiras $ão toleradas -
ê rnmbêm o simbolo des:S( de.sc1n de se perder; um molll<!tlto de loucur:1 nmo-
rizada, a loucura ou a embriaguez de l.'Star deliberada I' alq;rl'ml'ntc num lab1 -
rin1<1, um momento cm que~ paP,:i1> $e ahemm e os favelados passam a ser
dcu.1e5, n,omros.
O mi10 do labtrlmo f~lá ttrub,,m rdacitmado l dança. DepQis de ter ma·
tado o /\linotlllro, Te5"u deixa Crc:m acompanhado de Armdne e stus jo1·tns
companhr1ros, a qu~m s.ail'ara do sacrifício. Pnmdro, abandona Ariadne na
ilbadtD1a.iumoaDion1so,o.Jueade.sposa,paradcpoischrgaraDd~,onde,
com ,eus amigos, dança - cm comemoraç,10 à $Ua vitória - uma dança que
im,1ava, com movimtm<h, a sinuosidade do la birim<> de Cnossos. Ü.S3 dança
bbidnt,~a fora cnada por DfJ,.lu, o arquiteto, que a eruinou a Teseu. Dédalo
i:i ei;tarn na or1gem de oufras danças, desde que co,mruira o palácio de Mmos,
lug3r<:ichcodedanças.mui101mpon amcnosrimais-cre1en:;es.
C: tmprc~~iorumw a anal<)gia que pode ser fcitl cntrr a dan.;a lab1rin1ica
cxccuracb por Teseu e seus companhdros.de um lado, e.deourro,a d:m1ta do
SJruba. uma ,·,•1; que os pattista~ par.-.:em rarnhêm se insp,rar nos meandrO!i
das favdas-labirmto. rnmo se rcprochm!SCm os movtmtnlos do corpo ao ir
suh,nd<;> as l.1de1rns da fo1da. A da11~~1 do s.imba es1ana numa relação mimfn.-a
com o rumo das quebrada!.. O ~amba .se d=nvol~c 11a5 fa,·eb5, n0< morros, t
é <laru;adn por mcfa a cidade no carnaval. íluranteo drsfilC"Cdas cs.:olas, os p;H·
s1sras, fumas1ados. a1rnocssam o Samb6dromu dançando cm ZJt,'ll<'1'llgue,corno
num bbmmo ,magin;irio.
O s.1111ba dançado seria. parmnto. uma rrprcM-nrnç:io do pcrcurs.o das
fowlas, a t:,,press:iü da t:,<J)l'Ii~nda ~padal l:il,i,imica que cnnrngia ~ mo,·i-
menius do corpo. Quem dança o s,1mba repete a exJl('riCnc1a física dt· pt'rcor-
rcr os meandro!i das fa,·das;rsscespaçoconfuso,dificildcscrapn-cndldo.
cucomra. assim, sua mdhor rcpr=nta<;:io. N:iu é, p<JI&. por ~Cll50 que Omc,ca
tornou-SI' um dos mdhorcs passistas branC05' da Mangurm1. !'.'isa deliberada
n.'tomada all'g6rica do mim do labinmo gr<'go, nqui feira, ,:,;tá rnmh,Em s,mbn-
lic.1rncmc presente 11.1 grande ma,ori~ dos rral,alhos de Htlio O11icic.1.

Os labirintos de Hélio Oiticica

"1,.<,,u.(,)Ao 1,R,WDh IM,U!lsTo~ • é a única ftll,;e t-sc-rirn por Oin,·irn ~m seu di:i.rio,
no dia i5dcjan~irodc 1961,umdumingo.
Eksóva1d=obnrovcrdadeirograndelabmntoaqucaspirava-afa,-ela
da 1-,fanguetra - em l 964. Mas. antes n1esmo dcss~ &scobcrra, ames de expli-
citar C'SS(" dc~10 cm 111a frase prcmomrôria, O,ticin já rcJlizava labirimos.
Pôde-w mcsmoafírmar que todo,,eu rraha lho ê bhirínrico, desde 1)1( primeiros
J,,frt111rsqumws(!95i-1'15S).cmqucfariaaindaumapinlllrancoconcrcta,atê
S('US últimos pro1ctos de Pc,mrar:m {1971-19801, parJ parqu.-s püblkos em
Nm·a York.R1odeJane1roou1'.ioPaulo.
Os pnmeir,;,s trabalhos dct1vamcnrc denammJdOS pelo artisrn como la-
birimos saio 06 primeiros l'enetnfrás (a panir dc 1960), proloi,gament0$ lógi-
cos dos Núclefü, iamb.t,m lab,rirmcos, r.ibuas de madeira pimad~s, s11spens.u
por fü.1s dc mi,lon, que descem e, ao tocar o solo, formam paredes - os
l'ene1rãn1s. OiucKa começa. emfo, dei=ndu u campo da pintura - wus Ulti-
mos quadrU$ são os Alo11onom;i/,cos - c111r~ndo no dJ cs.ultura, com os
Rtlevo1 t:sp,1âaiJ e Núcleos, para, enfim. arravt!s do5 Pe,wtri/1,eis, chegar ao
dominiodaarquí1crura.

Como cs1J r11do cl.1,0 agora: q"c a pm11m1 ttri,, dt sa,r Jo espaço, .rer
complctll, nJo ,·m supafía.e, rm af111r(/lc,11, m,1s n.1 sua inlegr1diJde pro
{,md.1. /... / Er•1denrm,en1e t5/a solução es1J de pe de igua/d.1de com a
arquuctura, pots "f,md.i (> tS/)J(O • (G11/larj.A arqmt,-1,.,.:1. i: u smtmr,:n/o
,11blimedeti>da5asi:pociJs,iiJ~•1s.iodeumtstJ/o,iasintesedetod.uas
,,spm,çóes indumlums e a sua iuw(iiaçiío m,ús ,1/ra.'
Oitic1c.i vai si: imeresnr pelo e'ipaço -e, con,eqüenr,,mt'III~, pela arquue-
rum - a pamr da figura do lab;rinto, qur 1ira a arquitcrnra de scu quadro
.remprr emit1co, atwnndo nda uma tensão mtema.

Q,r,mdo rraliw n1.1quctas 011 prr;/et0$ da maq11etas, /;,lmm105 por cxcr-


lfncw, qurro que aestn.t,m111rq11itetõnic,1 rr:aie.e incorpore oesp1,ç-0 "''''
m1mes/,,1çadrtua/,estétiCQ,t1111mtempo,qut:i:tJmbimestétrco.SerriJ
a 1e,,ta/nu dedlraoesp,1ço real,,,,, umpo, uma vwi',,011 tstit,ca, uprox,-
mando-u au,m dv mtJg,c<>, tal u ,eu ,ardter 1•ital, O pr,,.,nm mdício
dmnio,ar.,t~rdelabirmto,q11tt.•ndeaorg.i11ifi,aroespa(adeum.1
111,wtir.J abstratJ, rsfau/u.,rd<J-l.> e 11,mdo-lhc 1m1 ,a,Jrer no,,o. dr w1iàõ
muma. O labrrmt,1.fmrcm, ,(mm l.:bmt1to, amda éa ,dé~; a/1slrat,, m,m
µr()X,mado1arqu1teturaeM11r1,a11ocspJ(o.Scri.111111Jarqu11e11m1,ts1J11-
CiJ desenl'O/vem/o-se Mi /Om/JT-!itl t5{1acial, S,.r,11 r,or/a11to ll pvule par.i
1m1.T urqml~/11,u es/1<10.il, .irwJ, m, tspaç•H~mwm,1. 1
On,~,c~ va1 CJdJ vct mais longe: incorpora - no ~nndo de procurar o
corpo dn cor - o ~ulo t· o 1t·10 dos /'e,i~tt,frtil e fahria pbcas girdtúri3s ~
ponas rodam~ rm madei ra. O e.p«r.1dor. q.ic jâ pod... enu-ar nos se.is traba•
lhos, a partir de entio, poderia t:1mbétn nun1pulá•IO'i e esi.:olhl"'r $1.'U próprio
per.urro, mvd1fü:ando a posição d.-!<5aS pbc.is. O, ~p,,c1adorcs 1omam•se
pamc,panr.-s e panam a SC'r tn. con~tr utorei de seus próprios labmnws. Os
Pcm:1r.ivru se mrnam. ao mesmo n,mpo, fnrmJ lmcmc m<"nos l.,.h1rin11n,s t
,·inualmc,m.- m:us l:ib1rinncos.

As maquetas que u succdtm <IOS prm~l10$ /JbmntQS JJo nUIIS s,mpla.


nJo m.m /Jb,rmlrn no unt,Jo utmo do temU> ni.u 11rt1<J lmmtc o JJo.
O q"e i mais 11nport,m/c. As portas roda,rta lhe d:io OUITJ drmtllsiio.
1un1,m1r,i1e ,on, os sulcos. m,m con1plrxa r fJro(,mda. 1\ mllqwe1a t m,m
,,,,1u.:l,11iiot<J11tn/,,l'liri1110,pori11,mQ1•imtn/octmsào,1<.1m,mdoass1m
umJ d1mrns.J-0 que tem/e a ur lmm,ida. O tspa(o to ttm(JO u casam
cmdtf,mtwo.•

Umndo divrrsos Pt11rtr.iu1s-Labmntos. Onicica cria os Pro1crus. Iks-


M"S1 O mal5 conhl'cldo, o Pro1e10 Cãu de Caça, foi ~posro rm maqll(ll"' no
:,.tuSC'u dr Arte .\1odcriu do Rio de Janeiro, cm 1\161, mas nun,-a fo1 rons-
truído. Tratav:i-se da maquctc de um Jardim, um grande labirinto. compos10 de
cmcoPenflrâ11eJs,dol'otm11entc"adodtt"erre1rnGu!Jarcdo Te.,1ro/111rgr,1/
de Rc)·na ld<) Jardim. l:.sSt! labiri1Jto ê de um grau ma.15 corup]e,co, ptM abnga
em seu 1n1crior uulr~ labtrim~ e obra~ de 0 1mos ani>tas de d"·crsos dom!-
n11:,s t"S!itil:os. O rro~10 tem trk said.a.JJcmr,du, e os peri:ursos possi~ris fo-
r:t.m profonda111cmc estudados pelo ~,rn,,a.

1'."nspnmt'rTO$P<'nerrã,•e,socardrerdclabmlftoparttetlt1ro:a1:oru
dcscm'()/1:c em umo 1!.!lmlum J•fll11nor(J de placas q1te se sJ1eedem 110
tr/1,i,;o e uo umpu {un,i,mdo /,11,m,,u,s, já nos /!Oltcrrores o arâter
m61't'I é que d" o sen/JdO l.ib1rin/Jtu do Penctnhel, siJu IJS d~ plac:Js
,odamrs. Aqw o /,1bmnto rom1, labmmo mesmo 1J nJo ap.1rt>u; ê ape•
,omose fourm a{rcKru mÓVe'U', ,w estala hum.,,w.
nül L',rtwl. / ••. / Sãi,
nr.1s, u m,ns m1(1ortJnte, Pcnctrave1l. A esrr11111ril dJ obr.J só é p~ubida
aptis o 1:omple10 desrrmlamcmo m61'f'I tk tod.JI as su.Js parfts, ocu/1'"
""'ª' 11s OH/rils, sendo rmpouwrl 1-i•las sum,ltilnememe.
Esse grande labirinto de 011icica aimla é efc11vamemc um labmmo como
o de Dtdalu, pen~ado e ptO)<"utdo em d em lhe; st'U moddu .- semdh~ntc a uma
maqu~1c d.- a rquuetura, m~smo ~. como dC' ~revcu: -pelo fato de ser con,·
tltuidQ de obra de ~ar:iter '!u:rico. ras;;alrou logo n seu carártr não uhln.irio e.
cm a-no st't111do. mágico-. O pro1~10 - m~mo n.lo SC"ndo da ordem do uuh-
1ir,oou do func1onal -ua muno racmnal e. raha, demu1adamtn1c J)t'nndo.
!STETTCA OA GINGA

" t amda um labinn10 projetado demais, e Oi1ic1ca logo ,·111 se dar coma disso.
Ek propõe, entâo, um 110,·o Núdto ,mpro,•iw, qu~ i, como o titulo indica,
umtrabalhon.ioprojetddo,un1a,mpro,·1saçilo.

O míd<'O m,pro,•1,0 Wr1$.Ut n.J reali~,:1ç.io do midro "º esp,:11·0. sem


m,1qul!toJS anteriortJ, 1111 d11bor11Ç,W demorada, pois h.i nuí'ssidadt dt
re11/1;,d·/o r.Jpi,lamentt, de!de II s.-u corte ati a cór, ccmm qu,- de rm/JTO-
mro. Essa rrt'uss,dudc de 1mpm111wr,; '"'"' das car,:1,-rníst1ca, ,11ms ,m.
purtame.1 da Grlf cnnre:mf}Qr,fofa, mesmo do.,/ro ,1,- ""'º cxpressiio que
se ha.1e1,1 ".J e/aboro(~O. Derrtro de.1so l.'~·pr«sáo mes,.,o, <10 sedese11V<)I
i'l'ream,11iurun.t1,mprm•1saçà<J rl,ega"o "'"me,r/opru1so,o"dea
preoeupaçiiu fom,.,/ p st" s11prro11 <''" um ronu1to dr ordem l!ác. d,-
npaço e tempo, 11/mgmdo um 1111111 m.J1s ,mwcrfdl de e,<press.i<l. / ... /
O m1pro1•1.10 ,,Jo W111fl<lr/a "t'tl' maque1as nem estudos, 11osce, 1m,p/rs•
m,•mc. / ... / O mrprov1.10, peqm·110 e npont,foeo. seri.i /,or º"tro /11du
rrco r sinlillcO; nJo admiti! de,•.Jncios, i1/1e,11r dde me-smo se rea/i;:ur
como 5e for.i um d1!1.'1111e,o; o ,,,.,,saml.'1110 aqm trm o pnvilêgio de ~
wlt.irdes1mesmo.°
O11irn:a J.i se nua a ncc~s,dade d~ ·d~•mtde,;tuah:,,~çiio", um dcst")O das
coisas rspumâneas, imprc,vis1as, uma füuia de h~rdadt, de nO\·J~ expenfo•
das, mcnns forrnalisms e mN1os titetuames. Tudo b,u dc vai c:qx,rimenur
quando dr:s..-obre a fu1da, o n,urru da ~fanguc,ra e o umb~. o ritmo e, prmd~
palmt'llle,a dança.

A111ts de mai$ rnida i pru,sQ eularecer que Qmeu mtercsse pefa d,m(il,
ptlo mmo, no meu ,asQ particular<> samb.i. me r1tio de "ma necessi-
dade vu,i/ de de~wtdutu;,/u:,açJo, ~d,"S1111/11ç~i,,tell!t:lua/, da ncu:.si,Llde

de 11mo forre e.-.:pressiio, ,~ que me sem111 ame11çado mmha expressão
por uma i'XCe$SWól ime/u/11,1/í"ZO(M,. S1m.J II passo def,mtn11 /1am a pm-
,,.,.ido milfl e""'ª mwa fimd.J(Jo dele ".J mi11ha aru. f port,mto, p.ira
num,""'" expcririncia de nwwr 1•it<1/i,l.11/e, ;.,Jiipe11sáVl'I, prlnâ/1.Jlmc,r/e
romodemo/iJ,:,rJd<!prumire,tOJ,e$!t•rcot1pa,iksetc.'"
06cobrr, então, seu r.io dci;epdo muo do bbmoto e, como para Té•st·u.
<1 d~nça lhe serve corno rcpn:semaçãu d~•'\I'. mno. Mas é a dança de Dioniso

qm· lhe imcr~S5,1. improvis~da, srm pr111~to..:nreogr,1fia,

A d,111,.J é por e.ue/í!11cw fJ bJ<SCiJ dv aw rxpr~s.m-o d<reW, da mw,811cra


Jrs•t ato; mir, a d1111ç,1 de ble. 'l"e i exuss1vamellt.· mrclec111.1/iz.id<1
pda mserçJo de um<1 corer.,gr.i/ia t 11u~ b11sC<1 a trunscmdhimi Je55ea1n,
,m1s 11 d11nço1 J,onisi.1ca, q1..i 11as,;e do ritmo imerior do col<'lll'O, qu,- se
exter,,11 wmo ,aracteriStic:;1 degni/,w populares, naç(ies elC. A 1mprov1-

So1çilo rema aq,ii lugilr da roreogr.ifi,1 organiwda: cm 1.'Crdtide, 1/'"mto
ma,s livre u 11r,pro1•1Sil(il<I mdlm r: bá ,:omo q11e um.r ,m,,,Wo "º ritmo,
uma 1dem1(icaç,fo /Jllill rnmp/da 110 ~tslo, do 1110 com o mma. 11,n.1
(lwfocia 011de o imelectn f,crma,re,e como que n/Jsmreadopor uma /orç,1
mít,c,, iutem.1 mdw1dual e cole//1.'<l."
Para Oi ticica. a desrobcrra da dança miti~..,. (: a dricob.-ria do b:m!il:', no
senmlo Jo ,astar fora de si; o artis1a ~ai de ~u muadn imelecri,ali,:ado e hurguê5
l"'ra de,;,;ohr,r um outro ben1 popubr; nn embn~gucz 1fa dcsooberm, atra,·M
do ,,:unba. cncomra nova lucidt-z. a lrn:,dez da ,man~nci.a.

A d,111ç11 rambém 1/Jo propõe ,m,.1 (ug.1 destr rmmdc, im.me11te, tni/S Q

rm,c/acm toda 11 s,u, pfomtmlc- o l/"escr1.:1 µ,,r,1 N,ct;:s,;hea ~cmbr,ag,,,.,


dmmi{ac,, • e ,m !'nd;1Je mm, ~/ucuieiexpressmi d1J <111.111ir<a11 doarott.ª
O mito do labmnro ê muno frcqüc111cmcmc rdaoouado a um rito de
pas.agern. an caminho m,ci.in,o; em rrnmas CiYili7.a~ôes, o labinmo f ,, ~• m·
hol-0 da~ difíceis proYaçõo- pelas q1rni~ se deYc rílsSM para peneirar num novo
mundo ou num nO\"t'IC>1ado dtcspiri10. f. !uims ,·r:u~c.&> nutost acompanha
dn idêia de rena:ll'imemo, resu l1.1do da P:,.W•gem pelo bbirmto, da 1dé1a de
que ê preciso morrer pJra nascer de no,·o. Ami,·~r o IJbmtllo- travessm qnc
muiias vcus t comparada ii do dcs.;rm - sui uma prova de1~múnan1e para
um novu com~n. Finalmente, o que t,1u;onrramos no labirin1o t nossa própria
un~gem.

Em ~um.,. o ho111e111 logo 1uh<1 "º centro do$ arcil/10$ - templo"" Jal,i.
ri'll<I - o q11t de q11er ad,;1r. At1ii10 fr,•qiiem~mr.ue / ... / r le se e11c,mtr<1
a s1 m,-,mo: gni>thi sc:;rnfónl O Uhm10 ,o,,humumto iode s1 "ll'smo. 11
co,np ree,,sifo do próp rm cu, rtflewl.'I 11.:1 própria conscibma. f. a r;1~0
f,ro(11r,J,1 da prl!Sr11ça freqüente de ""' espel/m no (11.,do do labirmto;
aum,, (l homer,·, que por m11ito wnpo ,e pt:rdei, n{) em;mmlu,do do

c.111,111/10. descobre, qu.111do (ina/.,,emr atinge o (1m dl.' &u.1s pcrtgrm.·1·


r&s,qi,e oii/111,,nmis1{-r,od,•s11,1!,11sr,1, odei,sahscondiru~,m o mcms·
1ro,er;1e/emesmo.' 1
Omc,ca va, rl'f'nco11trJr o mno t se rl'f'ncomrar na txpt"ni'nc,a do labin nm•
Mangutira. Mas is,o niín acont~ sem dor: todos- <>S rito> de i11iciação sio
d ,fkcis.c até para ap render a dançar O$amhlt, a passagem por un\a ,n,c,aç3o
{: lll'l."cs,iria. Máriu l'~drosa. cmicu d~ ara e amigo peswa! de 011icica, npli(:a
efararncmecssa,rnciaç~o:
MU comport.imrmu sub1tamC11/t mudou: um diJ. d~a ,..., tOrTt dt
mar(im.st1u,wudio,tmttgm·st11Wt.s1aç1foPr1mtir.i.ondefn,s11.irmcw·
ção popr,/a,. dolor<.1J/I r gnw... Q(IS pb do morro da M.1nguwa. ,imo
carioca. Ao rrilrtJJJNt', enriio, ,1 um 1'tl'da1/e,ro mo dr mu111çJo, Cllrre-
gou. ,:mrttamo, co,wgo paril o s.:imba da Mangurm.1 r ad/ilcim:Ws mrdt
a "bwrril" li C0tlS/il,r/r;mt,1/e "ptUldil". Jt-"I 1r,1ptmtr:ntr: mumfommmo
tstet,co. /••• } h» dur/lntr a ,mrlQfJo au samba, que o a1t1S/J P.,JKJU J;,
cxpmi,,c,;;1 1•u1111/. tm Su'1 purt..J, p,ir,1 um.1 txptr,incw do l.iM, dn
mrw,mento, dJ {m,çJo Sl'"511.JI dot maltrUIII, tm qur n corpo mtt1ro,
amts rtn,m1do ms amto.cr.ici.i d1sun1e do 11isuill, mm, como fontr 1ot,1/
/UJ u .. son.1/,,/adr. [... / O mcun(r,mmmo esri11co, pecado foâferumn, t
o mwll{orm1smo ps"I"''º n>c,11/,~coldO mdw,dua/, se fundem. A mrdul•
ção p.im essa 111111/irose de dms inco11fonmsm"' nmmqurss/Js (oi II csc<>la
dt SJn,b,1 d,1 M,mgurmr."
Onici,a 1nn conscifo,,a du v;ilnr ckssc mo: dr o h115Coo t st1 buSC\l 1;im•
btm, tntrcpndD--'SC drlibi:r.ubmtmc ao mu.al. Qu,,r st1 desligar de s..uscund1•
c,onamenms 'i<JC1,11s. quer poder ,cr do exteroor, do •ho, o labirinto r tambtm
ioda a -,edade, como lc·am t Ocdalo. Mas faz o carnrnho 1nrenor; descobre
o mapa c1qxrimcmando o l11birimo. Odiberadamcme, de$<' perde. para dr:-
pol$ mclhor K ern:ontrilr,

A dermbad.i dt p,nonu,tr>s $-Ot'ÍJJ1S. das barr,1111s dr grupm. d.issrs


etc;., srrl+J mt1•11.Z,·rl r tutn(wl ,us rt.iltwçJo dtua rx~ni11CJJ 1·1111/.
{ •.. / O wnd,uonJmemo b11rgmis II qur estat\J submttido desdt que
nasn desfu·st com<> por enca11to. [••• } C,r,o q11c a dm3mic,1 d,rs tsrru-
turas S0<1ais rci-el<lr,;m-se aqu, p11r,11mm,,., su11 crude".J, n,1 Sllil t:cprts•
s,fo ma,s m1td1:z1a. ad,wdJ dcun prousso .tt de;icrid,tu mu rnm.idas
,oci,11s; ,iJc:, qr,r com ,,frre tu su.i tx111i,ic:111, 111<u sm, que p1m1 ,,,,,,, st
fonw,.im como qu, tJ'IUtmâuc.u, ar11{icia1s, como sr, de r,pcntt, i•,sst
ru dt uma all11r,1 suptnor o seu m.ipa, o JCu riq11cm.1, for<J dtl.is - a
m3rgm.r/1~çjo./il qurtx1slt no.irtWil 11;,turJ/mtnJt, 1omou-u (11nJ,1.
mt.,rU/1'Jr-.1,mm."

O resulrndo dr sua ,•l\·énc,a na Mangueira, dt ~ua cx~riinc,~ com o


!>.lmh.i, a dt'$Cobr::na da dam;,1, a dcs.:oben;i dncnrpo. a pJssagcm de uma arte
apolínea le ,;eu nome Htlio vem de Hé'lios, ou Apolo, o dcu~-so!) par~ uma
anc d1oni~iaca, de uma ~rcc amda 1nn=ndemal para uma ane de imanénc1a,
Jc\C .amo consequência dirc,a a cn;a'-30 dos Para11g<>lis. Hélio Omcin vai
lru.r amdJ mais longe o que coou,;011 a dnc1wolvcr cornos Pa,,mgolis num
n-010 r,m:rr.ii-el-Ulbrrmtfl, dot.1 ve,, um Pt,it/rJ,.,./ ,n5p1r.1do no morro da
M.a.ngucira,dímax de sua obra Trop,cJ/i..-pr!a pr,meim vez expom,
de Arre Moderna do Rio, em 15167. na t'Xp()Siçiio Now ob1e111,idade.
r>0 f..1uscu
- 75

A experienâa dn Tropicã\rn fm, para mim, (ut1Mmmt.i/ t1(1 que Wiu lc-
r:ar1mmre.Sem1.i l'll um,i 11cuss1d.ide prrniente dedarambienia,ãoa um.i
shie de !'t'nçtrávcis que L'l?IIIJQ rea/iu,ndo. N<i Projeto Ci;,s de C:,.çn, em
1960, OS Pcric1r.lvci~ c:ruw.m1 uma espécie de J,lrdmr abstrato[ ..• } Agom a
,iete-ssidadedecriarum 11mbiemc tropical do qu..i/ /lor=m Pcnm·.íveis. ,~
Tropicti/W é um amhicntc cunsrin,ido de dois PrnarJue,s - A /mre::,a é
""' »lltOe /mag~rica -. dísposro!i num cenário tropical, com p!:1.111as e araras;
no chão, caminhos de :lrt'ia. de cascalho Ou J., tcrra. que mm,•escond~m poe·
mas-ohie1os (de Rohen:1 Onkica). O primcir(l Pt11etrâ11el f muito simples:
um~ cabine cm madeira, com uma in~riç~o no nucrior - -,o\ pureza f u.m
m,m~. O s.,nridn i e,·ideme, tod.1 a fuse punm, de $CU tralMlho de arti.~t:i
neoconneusra se dcinmnchn depois dn des-ober1a d.1 f,1,·cla, d" v,da dos mor·
ros, onde a "pureta fonnal" efc1i,·am;:nte mc.xi~1t. O segundo l'enn,Ju,·1 i
bem mais eumrl e:,,:o: uarn•si: de um verdadeiro bb,rimo no intcri<:>r de uma
estrurur-a de madeir.1, tecidos, tcl,1 e outros matcriai5 prccários-, com upcnas
uma tmrada/saida . Proe1rar n,•;;S(' labirinto lembra o caminhar numa f.:n·da.
Na extrem;dade do [>l:riCU,SO, e ncontra-!;(' unia rdev,s,iQ permanentemente li-
gada quciusri/ica o 1itulod3 obra: lmagilfra. Es!i-3. obrn ,t, na verdade, um
com.l=do de imag~11s, Je repr~s.,mm;ões. a pani, da de.:<1r:aç:io nopical ex·
rerna. pas,;.1ndo pd.1 alusão direta ii ambif'nci,1 da5 favelas com o percurso
labtríntico e os ma1tria1f t'SCO!hidos, anl ..-:hq;ar à imagtrn da imagtm da tl'la
da telev,s:io, qu~ fundon~ (Orno um c~pelh<:> no fundo do bhinnm (gnôtln
~a,,rón!). Esse ii o primeiro labirinto de Oittcoca influenciado pelJ rxpentllcia
dt])l!rcorrnasvielasdaMangueiraepelaurbanídadedafa,·ela.Éumgén~roJe
labirin1odifcrente,cons1ruido,pro1,welmente,deimpro1·iw,poisniioho11ve
qual,:i11er plano ou maqur1eantenor, mas só es.qutmas Jc montagtm c de drtJ·
lh~s para as dih,r~ntes~xp,m,çiies.

A prrípria arquite11m1 1m1•frs<JIÍd da f,u-.ila, as d1o1madas •q,.i'brt1dlll-


porqueas ruas, qm:ro du;ara~ i•rtdas, buos sa,, saida, nunr:<1 ~gmmr um
aJmí,1/10 /bicar, i um amimho nwndriámui e a seu modo re(,mdu, IIQ
Hé/1<1 a prri/ma 11/éia de labrrmtc,, tJIJ (lri'unt,: no traballm-desc10 dde. ,.
Onicica j~mms esc<.mdeu a u,fluência direw da Mangueira no $CU novo
trabalho. uma cspé.:ic de prolongamemo dos l',mmgolis, iambcôm inspirado
na arqui1erur,1 das fa.-c:las. Mas aqui de muda de e~la: cm lugJr di:, abrigo
par-a o corpo, cm !ui;ar do barraco, rcprwnia o morro inmro em Tmp,cúlia.
Tudoromt(OM coma (orn,açâodo PJr.111,golémi 15164, rom 1od.ia mmhJ
upminaa com o s.1mba, rom II dtscobnt,1 d()fl morros, d.:i urq111u/11r,1
orgâmca d.JJ {,n'l!l.:is c.ino,:,,s t prmc1palmt,.lt das rnmtnr(Ól.'J npv.rtà-
ne11,. anón,mas, "°' gmndes u..troJ urbm,m - a arte da.! nu1, d.u· cOlJ.IJ
maraWJ,,s, dos /erwros baldios ru. Pamngole (01 o 1mâo. a Sfflleme,"
b(-,,1 qu~ amd., m,m p/a,w de idéias 11ni1't'rs.il,s1a du c,mwtuaçilo da
No,·a obJct1>idaJe t d.1 Tropic.í~a."
O anma compm:ndeu bem que exisu:- um.a fmmeir.1 ~,mbóli,.i cmre a
fnela e 1 ,·1da 11,11.hcio11al, r,<"r<:cpu,·cl no momcnio cm que :;e dcnra o asfaho
csc pasu para a terra batida, p;1ra oscammhos §Cm rc,·õrnncn10. Em Trop,C.Z/u
i1amhêm1'iSOoqueornrrc.

O amb,1mtt cri.ido en1 ob1•1.imc111e tropmil. como que 11u111 fu11do de d1J-
rom, t, o nrau rmporr,mi.-. h.iuJJ a St"nJ.J(Jo de que st n t.1nJ dtrlOI,, •p,.
Jilndo a tcrr.1·. Est.1 St"n"Jil{3Q,
scnlt.l n, antl"llOrmetl/e ao c.1mmh11t pdod
m<WroS,fM/J f.11ieLl.emeunoopncursotk~11n1r, s.,1r,Jobr.8 •~I.JsqUl'-
bNttis• d.i Tmp,dltJ /mrbrJ mmto 11s (:lfflmb/JJJs p,,lo m<iTT'O - kmlJro-
•ru:aqu, d11q11t, um d~. oJ05,.1/1Jrdoómb"s ao pi do morro d.J Alangi,e11\l
oomdo1s11m1gus 111eris, Ram11111doA11udne s11J N(X)$il 1/111.i,,sui ohsmlOf•
dr modugtm.1/; "Tt11l,01.1 senwçJô dt qu,, estou pisando outro 1-cza /erro•.
f:rt., obstml(Jo g111mlr1 par11 Sl!!III/Jrt', pms r~'l'IOU-ml' m1qutlc momrnto
ulgo qut tÜ() wmeg111n.J f,:m,ml.,, , i ~ r de stnlrr t que, ronduí. k'n,.l
/ímd.m,en1.i/ pa,uosq!M"W/ifr-emum *dr1<U1ulit,on:,n,ento·s«1.1I.''
~ upcao 1rop1cal uagl'rado - au' pdo própno mulo - moura a m-
rençlo de Oni<:ic.i. tâ n:pl,c,13 em seus e!iÇr!IOi, de rciomar a Anrropo~agia
dos modcnnsias. faztndo, wmo ele chamou. um~ Supe r•anrropofag.ia. que
con,m1a em exagcr-Jrao cx1re111onsa ,magi,m rropkal para p(K.ler uhrapl~-
sil-l,1, em ,~posta à Am l'op e Op amcm:ana. E:m lugar de Slars 11nd Stripn,
de Maryhn Monroe ou de sop,u C,m,p!Nll's, Om"ca propunha f,nebs. ar-.i.nu
c bananeiras. Alt:lll ck .1-e r,1rnar um eíe,to de mo1fa, isso Jcu un&"m ao que~
,hamuu<leTmpicalismo:

Tropmi/,.,ia prm1e1nssmw 1e,11.ltm1 co11S<ll!!nle, nb1ehw, de ,mpor umJ


imagem r:,b~•sllmenu "brusde1r.1" ao rnmexto 1111,a/ dd 1.•a,rgm1rJa r tias
mam(rstaçõrsm1gcn1/daarrenac10,1,1I,"
~ f;k1I entontrJr no Ji14uou dc Oiurn;1 a infloênç1a de Oswald de
AndrJdt-, que, quan:nra Jno. am«, j.i ha.-i.i clJmJdo, da mesm.i forma comun-
den1e, P<'b .:ri:u;3o de um:i inr br.uileir.1 ~ contr;i a llllpon:iç.ão direta, sem
1randorma,.io.daartccs1nngc1r.1.
Creio que a Tropici!ia t'l'ID comr,/.iusr fortemmte para essa obfetivaçJa
de J1ma imagem bntsi/eira total,parn 3 derrr,b,1da do mito uni,eers.,/i51a da
cult,1ra brorilem.1, toda calcad:1 "ª Emopa e ni1 América do ,\lorte, mm,
<lTiJnismo m.1Jmürinl aqui,"ª ••erdad" quis eu'""' a Tropicilia "i."
o i,mo da miu1gmaçilo-romor negn;,i. ím/i()d, bra11ctlS, tudo ao mesmo
tempo-, nasra cult11r,1 ,rada 1,,,,, a uer cum a euwpiui, rl/U'Mf dl! l'tlür
,ui bofe<1 ela mbmmJa, ró o "'K"l e o i,,d,o não capi111/aram a da. Para
" m,1çíio dJ 1,erda1if!irtt cult11ra brarsltira, car.icterímca t fortt, ex;,res-
ril•,1 au 11r<•nm, t1Sil maldita hero11ç<1 l!Uffl/J~Í,1 e Qml'r,c,ma t~r,i q1,e oer
abson·,da, ,mtropofag,camenle, pe/J 11egm e fod1,1 da 11ossa terra.que na
verd;ides.io 1u1imcafstg11i(,c<1111•,,s. 11

Oinü,a sq;uc fo~cndu refer~nda ii JlO\'a moda tropical que~ reria descn•
c.idad,1 a p,1nir de seu lrJbJlho e que considerava ~..:trnnJmcme ~upcrfieial.

E agora o que 5e !'é? Burgueses. submtdectmm, tr11tmos d~ tndu espécie,


a pu~ar 1rop1calismo, rropicá/1<1 (nrou mod,1!). E'1/im. o 1tamfom,11r
tm cuns,.mo algo qu~ nân s,ihem dire,tn o que i. Ao me,sos umJ comi i
,erw: os q11e f.1~1.1msrnr und orripcs/J fStJofa:enJosuas(Jrur;is, su115
bammcimstrc., ou estJo ,mcreH11dos ..,,, f.;,1-c/,is, e,cofas dt $Um/xi, mJr-
gmJ1> u,,1,-l,ero1s /C',am de C'.-a\'alo v11·011 mmf.i} eu."'
,\tas Oitoc1ca s;,1,e que , pHa além do problein~ da imagem. de que m11ou
,·m Tr()pw:il,a. o que c~r:i prc..,ore {, a ""P"'nêm:ia dns,, cspaço. c í, "'"-'""'ªI
entr;ir no 13birinto, cxpcrimctlfâ-lo, par:, poder ,ompri:endê:-lo. No ~u traba,
lho,h.ídoiscspaçV5distintos-cdoi~ni1·cisdcin11::rpr<'IJÇãomucspondcn1c$:
ocx fé.riur, iróni<;<l<'SUpcrfiáal,coimnior, qucquc.,riuna ma,sprofun,J;,,-
mcntc e ,mpcdc o consumo imediato d~ obro e dt sua ,magem. Aluis, é multo
d,fíc,I fa.zcr fotografias Uu filmar no intermr c:<IT<'lltaml."nu-cxiguodr Tr<.i/úail,D,
çomo, de resro, ocorrr no ini~rior de uma fovcla .

Ma5 ,rJó u esqueçam de que h.i dn.tm/0! a[ qui 11.io poduJo ser
comum1dos po~ esia 1'0r.1c1dade hurgue,,1; e> elem,nto c•u•n,c,a/ direto.
que va, ,1/ém do problema da 1m<1gi'm, pois quem (a/,1 _.,,, rrop11:.1/ismo
aµ;mhiJ d1ret,m,e11te a 1magl'm p,1,a (I <m1$1tm(J, r,/t.-a·S11/Jerfiâul, mM a
1•111êna11ex1de11cu1/cuapa,porsn.ioaposs,1cm-s11acu/tura11indaé
w,werSDl,sta. desesp,m1d.i>1,e111e a /Jusc<1 dt "'" foldore, 011 a mauma
da5IJl!znnema1no."'
Ko interior do l:rbirimo Tr()p1<Jli<I, hã uma m1,l1iplic1dade dcexpcnê:nc1as
refati~as à imagcrn, ~O tJIO - com os e!emenu,~ J S<"rtm manipulados -, ao
visual, pcfa cs,;:olha de rn.11eriais divm;os e coloridos e, sobrrfudo, ao ixrcurso
cm si rnnmo: o barulhu q11e ,,.,m Jo ,mer,or amJa longinquo" indcterrmnaJo
,onvida a J>('nctrar ainda mais e, quando se chtga ao fim do labir,mo, ;i =u-
rid.lo ahsoh,u, o arardho de 1"lcvis.ã<> hi;ado absorve o olhar e -d.:vorn- o
l'spcetadorlpamclpante, como o i\hnQmum 011 o t'Spdhu - nôs mr:sn1os nos
tornamos mons1ros - ou os fodlos antropófagos. Trvp,cJl,a é d,:,r,vamenrc
.ornoOmócaa prod,unava: "aobra1ruais:rn11opoftig,cadaar1cbras1k1ra-,
po1~dcw.1ra;1 prôpria ,rnagcmdo Brasilcdarn,picahdade.

F.l! ,1ui:r,.1 11eue l'cnetr:h·d f,1u1 um (Xl!l'âcfo 1!.1 1m.igcm em 1od1Js as


srt.Js forma5: a estmtur.1 gcomrfTIW (ixa, <15 mrag,:115 tJu1s, u s1mt,do d.:
Jienorrcr<' a im..1grm rde~·1s11•.J. O rcrríz•d :senmmtlllo '1"ec11 nw no St:11
rmerior (Q1 de est.zrsendr> dc1'or>Jdo prln tr.zhal/Jo, cmm, st este fó5se 11111
r11ormcanin1,1/."'
Uma ~pcriéncia que v,v1, cm março de 1997, mcrrcc !,L'r narradai: quan-
do d.1 rctrospc::_tw;, do am~t.1 no ,,mio rKem-mallgllrndu Centro de Artes
Hdm 01m:ica." no R,o d,: Jant•uo, ao cnirar 0;1 Trop11,,ib,1 pela en~1ma \'C7
p.ir,1 tenrnr fmograf.i•b fora do horário de exp,15içào, uma surpr~,s.a mr 3guar-
dava no fina! do labirinm: um gu;,rda do n111sc=11 scnmdo nn chàu cm frcnte i
tdevl~ii<,, a.~sisnndr, a 11111:l nn~da. Cenamcmc se stmiu q11est1onado p,or meu
olhar, po•5 d1s!óe tr.rnquib • naturalmente, "l'a,. deconu que eu faço partt'da
obra-. Pergumá-lhe, emào, como ele S<'lllla n ohm, ao que rttp<)nd.-u: -A
~nhor;i ul>t. eu moro numa faveb, me ~uno m11i10ã ,omade aqui. me sinto

Em Ka,s;,], na Al,•manha. o que ,;e J>assou foi 111namen1c o comr.irio. F,r,1


nnposs1vcl ta7er ~ CXJll'rl(m;i;i da ohra, que. de fam, n:io esra,·a l:i: na C"JCpos,-
~,iu só St" v,a a ,ma,l).em dess.1 obra. A;, fotO(!l,lfÍaS do cat:ilogo d:1 Whit~bapd
Gallery, .1rnp1iadas rm grandtes.:ala, oc upavam wna par«lc 111mrn. Acumd,:,m
da ~?f>Sii·~o fill.'Ta a =olh~ de- sr atc-r a um prim~iro ni,·el, Su)'>l'rficial. da
obra, a um nini n,J_;:.:iuni.-.1,i da própria imagem do Brasil, ev.itameme o que
Omc,ca n.10 qunrn. Pmr a111da fo, mlocu. lado a lado. a fo1ogrofia do e:,ae-
rmr de Trop,r.J/,a {' uma foto"drn; b.1rrílcos da Moni;ueira, se~umdo d m\'SrtLl
mom;igtn1 unliwda no c,1:ílogn da upos,,iio realiz.ida em 1969 em Londres.
A diferença csrj tm que, no e,·cnm londrino, Trnpit,íli:1 l~m,·a aposta. e a
n:p,,riên,:i.:1,·rnpo~sí,·el.
Ora, nJ Documc,,tJ de Kassel. a assoc,açào 1m1.1S rvidcnre ad,·mda da
apro1umJçiodasduasu,1Jgenser,1odequ~setrarJ,·adeu ma rcprn.:ma,;-:fo
de um barraco da fa,·eb. o que~ !mciramcmc falso. rois como i:í vim,}S, n
obra rtprem11a o percurw do lahirinro d.,s Yidas dtmro da fo1·.:b. Como
dis,,: " próprn.> OiudcJ. cJntmameme Tropr.-Jl,.1 s,: p.u.-ce ma,s com cas.is
1ap<;1ncs.:1~ que com barracos da favel~. Questionada a respeito da escolha que
fei, Dal'ld,., rxplicou que bu'iCarn compor o <'Spaço r=rvado para Omdca na
cxposiç;io alem~ com o do seu v,~inho,o arqu,felo Rcm Koolhaas, que cJ<ibia
tnormtS fotografias da smmção urbana na China, cm paredes inteiras. O rc-
sulrJdo: a ,magem da imag~m cfa imagem, ou :;eja, a sua dis.rolução.
d1srnmc do ideal de Omc1ca ma~ muito cm ,·oga nos dias de ho1c e dcnva-
Muim
mrmc bem próximo do ideal W'.bano de Rcm Koolhaas: uma no,·a Tabula r.Jsa
p;ua ,·unstruir ~,idades &enl'rkas" como a~ a.1iâ11cas que d e ali CJ<punha.
tprcc1so insistirqucaobradcOn1ckakfundanasuavivência,quc
di: u•ma pas~ar para o e:sp,..'Clador, 1omandó-0 participam\', no m111i1odc 411~ de
pos~a. por sua ,·cz., ,·1.-c•nçiar cs.~a cJ<pcnênc1a e>pacia l e sen~mal. A v1vênc1a
cs1<::oca vai além da cxpcriCncm mera me me ,·1sual. Niío bas1a olhar a obrn. ver
sua unagcrn, sua fa~hadJ: Oínórn n1is,onvida smcmati<":tmemc a entrar nela,
a cJ<pcrimcntã•la. Em cn rrcvis1a a Guy Brm, Oi11cica f,11, uma de suas mclho.
resintcrprctaçõesdcTropicJ/u:

E11 r,nha a idê,a de mt awopri.Jr de /11g<1res qul! e" amam,, dt lugares


reais, onde.,,. me ~nlra 1•11v. Na realidade. o 1,ent1rJ~-e/Trnpicilía, na
rn,1 ,,,,,/tipl,âdadt de idéi;,s trop,áis, tr.l ""' tipo de cmtde.,saçiiri de
/ugwres rems. Trop,citia é um tipo dt mapa. Um mi.lpa do Rio e um
mapa d.i mmba mra,;maçifo. Í,. um mapa ,ül!lm do qual .s,- 1mde l:'1·
m,r.,,,

ment:~e;:,:i~o:i:ri::~::~: ::~i;·~:i:o~i:;~3~:~:::::~!:.:n~i~
Manguclrn.
Quando d~ s,,u auto-exiho ~m No,11 York, de 1~70 a 1977. Oít1t·1ca
rcfcz. os bbmntO!i cm niaquetc~. Rcmnmu a 1dé1a dos grandes 1ard1ns labirín-
ticos em p,1rqu~~ urbanos . Esses pm1eios. cm s,,ia maioria para ~rcm construí-
dc» no C(ntral Park,1amnis for,m rca liudn, •.1> Oitidca o~ denominava
Ner1-rork,mes: S11bttmml!i.ln Tropi,J/i,1 Pro;1u:rs.

F.sr;. si!'ie de pro1etos me rirmt/e ao meu t><.1/;,a/ho ,mumor, realiuido a


p,m,rdt1959.110scn1idodt<Jm•l'lcµodeserio11s1dera,/o1m1.1con$e-
qüinw1da111uençãod,>Jtesqueb11tiuidel'encmiveis{a/t-Os 1960)::1
partir desu mome1110. meu trab.11/10 fo, wn desr.111'◊/mnemo com1a11te
da desmt~gr.J(ão de m11a,ws (arma,il duarte. µe/o q11rs1w11,m1e,,10 d.1
1111/,irew da ~obra dr arte"~ pela /ITQGIIT/l de uma forma de ,;ont(lro nJo
contempl:Jtwo; u p<1rticip<1çJa do espatmlor (part1âpa11te), que 1liio 50-
me,rte podt pmetrar 111) mu,iot das f/1'(.JS miJS tt.lmbém pode ui,;J-/as
83
f...J f:.. 111tJJ ,1.-g.:çJo do artist..J como criador de
ob;erw, uu pap11/ teria
nuis d11proporprJticas, suas1diws .-desuibertasJJoaber1ases1<ti!-
""'me suge,,das na real,za,liu des5'ls pr.wcas. Isso exp/ic.i por que esses
pro1rtos s.Jo simples e generruos, n,io "'nda defimdos.,. siio mos1r<1dos
cm11(!51/11aç60/1Jr:1sertm11u·1das.'J

Os novm f'enetrá1•eis labirínrkos são. portamo, prop,mas abertas para


incitarnovassimaçiit,scriarins.Oincic:ipassaàcriaçâodeespaçosinae:ibados
que tornam pos.~fre1s di,·crsa,,; experiência;,, de acordo .:om 3 disponibilidade
criatwa das ~,oas que neles c111rn m. Ele sugere usos possln·is dos tspm;os
crrndo.\,deixan<lo-os ab.:nos a 1<>das a5 prOPQStas por parte dos urih;,.;:,dores
ou. SJmplcsmcmc. dos ra=ntcs. Es~m do pública pt,rlumiancc~, deixa ~pa-
.;us vai,(Js para que das aconteçam. t\o conrrãrio do que f.,z um arqui1cto
convcnóonal, Oitic,ca, em vet d~ criJr wn espaço para determinado progra·
madc usoscfunçõei.,propôcoe5paçopara,cm St"guida.dcum.rqucsciam
dC$i:Qb!-nusosusosc funçõn po$sivcis. Propõe uma cxp<:rifnc,a doespaço,dc
diferentes tipos de cspaÇO§" poss1wis, incomuns, tspm;os labirintimi..
Nacmrcvisrnquccmiccdcua l.conoradc Barros,paraojornal /ir,/hide
S. Pa1<ló, Haruldo di.'" Campos fala sobre O!i bbmntos de Oiric,ca,
Q q1j.- s.:ío 05 Labirintos do Hêfi<Jf .ç,,11 âmb,tos q,u, e/.- Cúllltró, e
deswnstrúi. ,rDJ qu.sis e11c,:m1r1J um habn.ir ,wturul às .suas mve1,çi,1u
p<lrtu:u/.ires (... ) Nri WJO do Hdw, a UlbmnW i o âmbito o,rde p.iirom,
11.ifllmlmenre. 05 uus 1m1Ji05 sem pJswro, ""'f q"f pediam, pela ,msbi-
âa do páswro,o 1•0<l quc depms ele iu ramwr a esses mnl1os. através do
Paran11,olé;o,rdeoa11senlc/1ássam/>llild111crawscomasquoi1dcprc11dc
o u" i'OO; enfim, os Hirios tipos de obietos 011 dcsconstmçóe$ q11c tfo
faw1 t que ,x,gum, ur /)alpados, ur 11w,mw1dos pelo absen,.idor, pelo
L•mta!lU deite e:;paça, estão ai, prese11tes. de 11ma {-arma 011 d,-0,.1,.:1 J... J
Ele çri,,m ,,e,dade11os amb1tl!/e1, 11erdade1ros domiâlim g1J/at,cos 011de
esses obietos, et.ses c11tre-ôbjetQs, ts:w1 imw,ções 1ra,rs-es11aci<1is mro11-
1rorn,m a S//J (lOusada e o,,de e/aJ /mdenem ur fruM,,s. 11/ilhadas r
go:,,da,. d1g,1mos flSSim,porquehauil.l wn e/e.,,enwgozosn t,w,/Jim lll'Hll
prâllca ortim,o, pelo e1pectador. que una. "ºe.isa.um 1X1participe do
próprio (,u.u. do próprio elaboriJr aparentmrmte mcm,cfo~os, n,,a
prrfaçúo. 011 f.e/J. l11i<> deuurolar si,p,,.1ha o prtswç<l do outro. o dcse;o
1/oor,tro:s11pw,hJ alt~id.ade.l<
Os Par.i,,golb iá eum considcradoi; como asas - ra!vn as as.as d~ fcaro -
que Omcica tinha criado para poda üir do lab,rinm, sair de seu prôprio
lah,rinro, rnmu DMalo. Mas os lab,.rinros de Hélio Oi11cica, an conmirio du
.
ESTtfCADAC\NGA

de Dédalo, não s-.iu fr,ro, para as p,,,s,,as neb ,., P"rdcrem. mas para ali~
11charcm, ,;,: encontrarem consigo mcsm.1s e tJmbém ,0111 os ouiros. São C'.Spa-
çm de corll"í, io, espaços para ,·iver. Ah u que pnmeiro.., p,,rdc ~u os cundi-
dunamcmos sacia,~, os pr«onceitos, as imagens cs1crcotipadaç. Perdemos ali
o que nos prende: dcss~ \'Cl, o fio de Anadne serve para nos d~s.amarmr.
Em lutar de pn!iÕh, csS<."> !abtrinrossão npaços inacnbados, ~mpre aber-
tos à~ expt,riêncins. Sio cx:atamente o ,;ontririQ d·a pris.io, s.lQ espaç05 de li-
btrdadc total. Tem-os até a possibihdad" de mio parricipar. d,• nãu fazer a
t
CJ!pf'r1 ~11aa do l'Sp:!~-0 labirímii:u. ~ ,dêia d~ experiência csp;1cial e !.,nsorral,
completamente mdq,.,ndcntc de um pbno o\l de um projeto prccsubdectdo,
q"corrub.1lhodcHél100n,crcaprop,k.Etêdaapm:1quescg11!ITIOSnaq111luque
chamamo~ Jç id~ia de Labinmu.
Oiricicagostav:tde re~tir unu fórmula dr Pcdro!kl, que lhc:11rib11ia a
proposr~ de um "exercic10 ~xpenmrmal da liberdade~. " Essa fúrmul.i. de furo,
reo;umc muno bem o 1roha!ho do amsta, cm Su3 busca mcess3n\c pdn enn:í-
Ciú da likrd3dc, ílfravis de c1<pc:rri'ncms ada ,·c1. mais mdica1s, dcs\1gando,o
de roda esp&ie de formalismo t: d~ csteusismu, l,b;,nando.-u da obro de nrtc
~nmo objtto. Com ele, o arn;m pas~ a ~cr menos Q criador - o autor - e m,1i'i
aquele que propüc a cr12ç:io colcm·a. comfl 1·(·remos dculhadamem~ ~m ""'"s
1rabalhospostcnorr'ienodesenvulvimenrud~.1cu pen13mcnro

A idéia de labirinto
D-ym11sos,
Sc,kl1<K,An..1drrel ...
Du lmst k/cmt Ohrcn, du lias mmrc Ohwr

Muu ,mm s,ch mdit en;t /i:,ssim, u."e1111 m,m sid, /1chc,i so/U...
/ch/n,,dew /.abyrmth ...

/D1<vriso, Si m~o.foc/, Amrd,rci ... /7i, tem orell1..1s peq,,e,,ds, tu te,rs 1111-
1111.is Qrr//1,u, 1Ja//..111111..1 pal.11•r,1 ~11S1J11J!-I Nilo i pruiw comrç.ir nos
o.limtd<l St 1101 d,•,-emru am.irf I Eu wu S~1< labrrmto ... /

F. 1'1c11,s.;hc, "Lammração dcAnndn~". m f./ei;1..1 de Diomro.

O próprio O,om,o r~presema () grand~ Labmmo, m3i• da Mdcm da mii-


~ica ~ da d3nÇ3 guf da ordtm d.1 ~rqu ,cewr~ e do urbanisnio. Antes de ser
forma, o Labinmo t. um c11ado sensorial. Ames d~ s,,r espaço, i, um çam,nho.
Ame, de .s,,r, dev~ fnm3r•s,, l.at'1rrn11>.
D,m11$<J i o lllbmntu e a 1011ro, 01Wrme o wr, mas o dt1•irq11c W iSl'r nJ
,,,ed1d., l'm que ,,,,, c,firm1Jfiio é, efa mesmJ, ufirm,iJJ ( ... } A. ore/lia i
/J/mmtiai, u ord/iJ I o /Jbirmto do dc~•,r ou" enwm11hamenw du a/ir-
m11çii(). O la/mm/o ,; o qu,. ,ws le,,a uo ser, só exlS/e o ffT do denr. W
rx1s1eoserdopr6prrolabirimo."

O m,v,do ,memo ~ chama iambérn /Jb1rinro, J)Qr ia:r formado d~ ,:anais


lab1rimicôS. O conjunto da.~ ca vidad<s ~muos:;i ~ ,mcrnas do ouvido forma o
/ab,ri1110, e é dde que depc,nde o ei"o de nossa orienraç:i.o. A !abmnme. mfla-
ma,;,io do labmnto, provoca a perdJ. de oncntJç,IO, dc rcferênc1a no espa\(I,
pro\'OCU o dc.scquilibrio. O ~paço bh1rinurn é o espaço da ,·enigrm.

"Oh Dioniw, di1•ÜIO. por q11e me pu.,as as orelh,uf" - pergrmtou r,m


dia Arwd11c a sl'u f,losó(i(.o amant~, """' dos rifobns duiloi;os sobre a
de Naxos. "/ la algo 1mgmça,io l'm s11.1s orelhas, .Arr,,dne. Por qr,,e
11/111
efa>n.iosiioaindom,11Slm1x,-1s? "J"

P,mpodcrpcm'lrnrnofabirinfQ.percvrrê"l<;.fat-sen~cirio.:11,(,,-lil,.,gui.r,
com os paw,s,, a mfilu:a Jus ilCUS mtandros. Em lugar~ andar, é pra:iw s:.ibcr
danç.ir.Ocspaçoda,·cmgernfotspaçodan\,-ado;t'luuarompanh.'Ullos,oucai-
mos no vazio. Para doitunJt o bblflJlto, C prC.:l50 vo.,r. ma$ anr~ de aprmdcr a
,·oar, e =sã.rio aprenili,r a dall\'ar. O labmmo implica o aprendizado da danç.:i.

l'orq11c es1<1 t rnrt1hJ do1<tmw: q"cm que, um dw aprmder a 1'1'l111 dti'f'


1l/)re11Je111 s,e mm,ur em pi, u ,mdi.ir, ,1 ,orrtr, li cs,a /.;r tu drmçur: t1m-
gJ1ém. dl' prmwmi. fJprcndc fJ 1.~,ar!"

A d3nça cundcfüa a ruUsica Cdilui n arqunetura. A dançn lransform~ o


upiço em movimento: temporafü.11 u t,t;pa,o. A mW.ic;,. disciplinJ 1emporal. ç
arq,m,•rurn. dlsc:iplma espacial. se ca~am ru danç:i. di~iplin.J do movimcmu.
;i

Oespaçolahirlnncof<1t!óp3\0em mo,·1mc1110.

NJo i 11m t:.iP-'fO ><.,guro; i o esp;,ço d=rwnt;,du d,, '/"tm /Jl'rdl'u o ,.i-
mmlm. ~ja por f,'T tidu a uporl1mid;.11fr de tr,m;fam,.ircm da,rça Q {IJ5$V
de SIJJ t,imm/iada, SfjJ p or u, t1,r deixado dewí,ir por tom<I rmbriagur:.
d1•c$/J:l(o,1Jlilbim11oioespaço/Jébmio."

O cspa,o bbirfntico s,,rfa. entio, o t<Spaço fbno, a tmbnagun do espaço


se r~m~-ontraria no l..abinnco. Os eixos de orirma,-;io ptrd1do<; na cbri,xbde
s,lo r:11nhém 11 r-,encuntr:tdo,. Quem csd tmb riag.1d o n.io ~e pcrdr, p(H~ o
próprio ~paço já está bêbado. E a t=hriagw:i t um htado c,mitico. Do dt'$C
qmlihno nas.ce o hrn><'. O tmbtl~<fomcntu provoca uma s.1id,1 de s, (d,.t,ms).
e é sa,ndo de nns mrsmn, qur sa,mos do Labmmo.
Hcidtggt'r CSCtt'vt'u que, para Nieru..he, Mo ~udo i:sritico fundamcnul
êac mlmaguc:z~."'
Para haver arre, para haver de alguma forma uma arivid:ide e um~ visão
q
estf'tku, uma '°.ndiç.io fis'.olôgka ê melut:ivel: ~a embriaguez] ... ] cssencial.
1
na cmbnJguez, e a Kn5açao de força mtem16nda e de plemrude~.

A embriague: é, pc:,rtamo, mm, co11dirão fiswl6JJ1ca, uma se,1s..ção. Isso


m,p/1ca11>11rorpoquesrnll'",um.-stado{is,copart,c«lar.Aartedolal,i-
rintO estJ n:i ebriedaJ,,., nu priiprro i.,,t.,$e, m1 pcrd.~ de s, ,. do eswdo
(Qrpora/11om1J/.

A partir de um.J e,:t rcm.J complr1:,dade, o ser ,mpõei1 reflex<io ma15 que
a precarred.ida J,,. um<1 ap.iréncw f11g,11w; mus 1'"5511 ccmplex,dadr, des-
locando-sr gmd11;lml'"n/e, passa a sn. (mr s11;1 <'ti. o ll1/11n1,to <mdl'aq11,,/e
q,usur1Jiuestr,mh.1menteirperdc:'
A complexidade do lab1m110 é 1cmporal; quem se P"rdc E aqudc qu~
ac~b~ de surgir. que desaparece riu dtpressa quanto surgiu. E o aS[J«tnde~o·
nhecido du por>·Írque,;na a estr~ nheu; e ocs1ranhoC 1ambêm oes1r.mgc1ro,
o que no~ é e,mmho, o que não dominam~, porque drs..:onhecemns. Conht-
«r um labinmu exige ndr pc,ncmir, nd( ~ pc,rdfr, para descobrir as armadi-
lhas dn caminho. F.m c"d., escolha, a dUv1da: ·Po1fo se, que 1im, pode ser qur
não".'J J:i.ma,s S;Jbe111os se c~rnmos nu bom cummho: na reahd.ide, nân h.i
bum caminho. A 11Kutez:1 dn cnminho é intrins«a ao l:i.birinto. O percUt!,Q i,
orrõrriol:1b1rm ro.
Paradesararacomplnidad.-doptr.;uri;o,êncc(ss:írioumaaur.énciadc
ohietivo.Êavomadcdes.iirdolabinn1oquefa1.apcssoa$cpcrd,·r.Oc,;rndu
bbintHIOO é o cst.1do de qutm vaga, um estado rmincu. O percurso - au
contrirn, du qu,, ucurr~ em um mncr.irio j;i pbnejado - impõe a dispon1b1h-
dadc para \'ag.ir. Vagando ,10 ac~so. a dU1·ida des.1pare.:c. São os -iuc duvidam
osqucst"ptrdem.
As l"'mmbula~<>es dU5 ~urrtalisrns, Sl'gumdo o que cb chama.:am de
-ac11sooli1c11vo",ouadem·aurbat1adossnuac10msms-1:ínosanosl960-
com a idê,a de uma Mpsicugeoi,;raffa" foram pr.illcas da erdncia urbana, prâ-
ricas laf11rinticas dn cidndc.

l::ntre os dwer.10$ /!r0<:tdm,e11/Q$ s,t.,,1c1rm1M/ls, a dum.i u /lPrt'St'llt.l


como uma técnica da passagem r,1prd<1 atr.inis de ambiê11c1a1 mnadas.
O co,rceilo d~ dern'tJ estJ mdr$5<1l1n'rimen/e l,1<,1<lo ao reconhNmrml(l
de 4ei1os de 11at,ire:a (ma)gl'ogrti{ica, bem como a afirm.i(.ão de um
Cilmport,mw,10 /Udico-romlr>IIIZ'O, (J q"<'- i'ffl rodm m aspectos,s,, vpik
as noções clàssiws de m3gen1 e de p11sw10. Um<1 ()11 dii-ers.1s penr.J<1S se
e111regm1doà Jem'/J r1•mmc13m, por"'" tempu mms 011 m,mw longo.:,,
co ,rbe,:ida,sr.1zO<'>parilsedesfocartp3r.1agir.à1rei.lçõrs,trabalbost
!,uer que //,es siiQ próprms, e .1e d,·,xam ff d1,wrn d.:ss s()/1maçãts tlo
/crrcnr, r dos1mwmros rorresponde11tes a essa5 wl1c,taç6es {•.. / Na /1r6-
pr1a arqmtetum, o gMro (Ida der,m ll'lu <1 preccm1zar todas at cspic,es
de11Q1'11sformasdel,,birm10."
A idêia ,Ja deriva e do Lahiriruo, uos sirnacionistas, estava di~iamenre
ligada a uma valori1.aç-ão do jogo, do iogo urbano, da citfaJc como cspa~o de
lºl!º'
.1~1,\DNI. dllH1PR/"G~/lA, Prid,m,os deMobr,r, num" só o/linda. a ordc•
>1,1(.io cartni.m.i do preunso "lab1rmto " do Jardm drs Pl,mtu e dn
111scr1côo que o ,1m111c1.1, "JOl;O~ ~o fROJBIVO~ NO ú!BIJIJ,..,ru•. Sena
1111pouwe/ f'IICOllfror um resumo m,u, claro do rspmto de toda ""'ª
cwiliza,,io."
O homem que pcr~mb1,la pefas ruas - o f/J.,rcur de que fab\':J Walter
fk:njamm. msp,rndo cm Bauddaire - é raml;r,ém um bom exemplo da deri.-a
lab,rím,,,1; n (/Jneur expcr,mcnm :1. embriaguez de :indar stm destino:

Um,, embriaguez 10111.i con/.1 de quem, sem destmo, ragrm por longo
ts,n,po f/1</as me1s (•.. / Ess.:t rmbr1/Jgu~~ .111.111mC1ica. q,w :.compa,r/,.1 o
íl:ineur ~\lg,mdo ('l!la r:idad,, 11ilo ~ó s,: 1111/rt do qucé p,·ruptli,r/ ,ia m.i.
m.u também se 11propna do sm,plts saber, dos d.idos ,m:rr.s. que 71as-
sam a ser e11tJn alJ,"' 1•u·1do, ""'" ~:rpn,i!m:,a."
A ~>Cpt.°rttlncia de flanarpcbs ruas da cidadc,a ,·ag.1bund;igem urbana,
inu; c<;1m eJJ a embriaguez e " êxt'1.SI;' do Labmmo. pois. sem rre, segundo
lknjamm. '" a cidadt E:1. reali1.ação do ~nnho antigr, da .~umanidadt-, o la birimo.
O f/Jm•ur St: ,o n5:lgr~ S<'m osabtr a es,~ realidade.-
.\ c11pcriC ntia do lah,rinri, ,,e hga ã 11_:,uo!'.ínci3 ou â incencz3 de se estar
dentro ou fora dem.·. O labirinto tS{Ú, ao mesmo temptJ. no mfcrior e nu e:,:re-
rior; a dicmomia cntn: .-»:IS duas oo,,;iio:s rspaá,is não foncion.i m,115 ..A, .-idade·
Jab,rimo, o csp~ço urbaoo labirinrico, s,:guc ri,a me.sm.i lógica, da n:i<) ltm
e;.,:ala precisa, f ao mesmo tempo arquuelUrn e "p.11~grm-. !kn jJmtll cnt:on•
trnu nas p.is,;;r.~en, coh,,nas paris,cn><-s do século XIX a ilosm1ç:io m~•s evi-
drmc dcs5e rsraço urOOno intcrmC'diirin enITT 01erior e inn:nor. cmrc público
eprivad,>.
ESTtnc:o.OACINC.,O
90
Pois, da m(sm,1 (omm que ,1 "flanJncia" Jmdt· (iJlt'T de f\m.> um mt,:,,o,,
um apart,m1r11t{) <u1os dmm1/os s.io quarteirões - como os cômodos,
upar,1dos mu dos outros POf' wláms -, D <idade, rm rontr.írio, pod,.
tambim .se ofcruer ao passantt', por todM os se11s /Jdos. wmo uma
p.magm, d~spro1·1da J,. solctriJ.s.
Uma(laiwgem ... i/Jcm1m:,q11el'..iris.sr1omapamol1:ineur.Afm.>exa-
1amenre, l'le 1~ a á d<Jde se tindir em dn1s pólos d,a/rt,cos. P,ms ,,. abre
{JiJta de como paisagl!m e o rnurra como se fosse um qu,mo."
F..u.i1nddin1ç:fodeõ.::alat'pMteiutcgrantcdanoç.iodcLahirínto.Pode-
rmmos d!Zl'r qul' é iambtm o passante, o fl:incur, aquele que in,·em;1 o bb1-
rinro na experi~n,:ia dr Q pcrc,;,rrcrr que fai 5urg1routta. ,d(,ía d~ pa .....igcm.
d,fercnrc da .:onccpç:io ro111.i.mi~J d~ pa1)Jgem na1ur;1I, a pai!oagcm url>ana.
Ainda i;ci::unJo Bênjamin, ~a cidade é o rerrcno ,·crdadeirameme sagrado da
flanincia"," A t:idadr é, ;10 mesnu) !cmpo. r,a1.,ag,•m,. abngo, como uma
arqu11cnir:1 do corro social, cofo·1ivo. s,mu ltaneaml'ntc fe.dmd.1 e ahc:rr.,, um
rspa,;:o (jU~ se dn<lubra l'ntn as ,:on<trm;:ôcs. na n,a, espaço público por
ex~dência.

As nms s.io o apartaml!"10 do colem-o. O colettvu t WH U!f C<.>1ISta11tl'·


rnl!ntem, mônmrnto, umpre,ig11.,Jo. qur 111·e. r.-rf11mml'llf!l. ~on/;rre e
int't'/Uil l.ml.:ss coisas r11tTt ,u f"cl,ad,11 Jns 1111Ót'flf qr1,mto o /Jz o 111,l,-

1•iduo 11n iJlmgn dr suas quJtro pauda. '"

Fm .:ompc,ns1çlio. J partir do momenroi.'m que a ,:idade ~e f,,:,1 compltrn


mente. o m151friü do labirmm va, progrcss,vaml'llle Úl"iilpMrce/\do na mono-
tnn1a du, rr,,çados n:gularcs. Os mcl'r!Os cammhos dr 1rrr:1 são suhsmunln«
pc:)o Jslalto das ru~~ planc1adJ$; (l IJhmnto sobrcv,.·e, mas íl ""r<"riênc,a de
ll'l'rcurrt'-lu d~o/3 c.le ~er da me~m.1 ordem.

/\1r,. ser mmpru11did.1, a 110(,io de,,.., 11,Jo {}Qde st co,1fw1drr com i1 t1Q-
ç,io mJ.is 1/n//Jpi de ~rnmm/10". Siio dwu cOJ>.75 bn,, di/l'rentrs quw,ru iJ
sua 11.Jmrt;w m110/ó;:icJ. O (1mm,Jm ln:1 "'""' i,/e us krrore.s da mJnr1J,
'I"~ d,.,--er,, trr u torn,,do il CQTQII 1/0'$ cht/rs d.ss mbru 11õmadcs. AmJi,
hoJr, qualqul'r<ammh,mtr so/it.íno /lt!<Ü $i!ltl!r, 11.is ullltJse dl!s,1ms r:,:,prr·
thosos dos run1111hos. u poder d.is a,mg,1, m:Hruç&s dJd,u às lmrdJs
nm111~. Em r.ompr1,saçirO, aq11clr qm11•.,i m11m1 ma n,iô prrc1m, af1Jrrn·
temmll', J,. uma m,l() rim, o ,m)11sdbe m, gmt. Não ê ã trrii11ú:1 qul 11
homi-m 5ll l'ntrtg;s n.1 m..i: 1111 ,nntr,fri,,, sutumlie à fuscmaç:io dD monó-
10,w (ir" de 11.>(alM c11,r ~ d1JS<111ro/J diaml' dt-lt. O /ab,rmtu ,~,,,i,y,.w,
rodJ!'IJ. a smttse dt.ncs dms 1,pm de terT()r, e""'ª errJ11ria m,:motona."
A pt-rambulação rn!unliria ach.a st>mprc seu camrnh.o: o fio. ~ o fio, de
mesmo, que m:e <i per.:urso. O te<::ido, ao comrár10 da foa do asfaho, rê sempre
instrivcl e maleável, wmo uma ,·e~llmcnfa. O lc-cido urbano de uma cidade-
!abirnuode,ena r.imbém ~r flexfrc\ ou incrno. Pois ê a ccnci~ de um p<'n:urso,
de um tumc a ~1ing1r, qu~ uan,forma n bbirimo cm pirâmide.

bsa fr,g.i rm dtrrçUo 110 Wmf> (q "e, dmmn,mdo m próprios tmptirios. ,!


11 compost(.íO d<l s:i/Jer) i apet1d.1i um dm fH!tC/Jt"$OS do "l.7b,rmrn ". Ala$
dt m;we,rJ 11/guma podemos eu1r.ir tsst perw.-st) que, de engmro em
e11g.i,m, d1'1~mos sempfl' percorrer à pm.:11r.1 da "ur" / ...} O erw. a
murleZJ. o sen/11110110 de que o poder~ vão, a faruld.1de que co11urw-
mas de ,magm.Jr uma altmu fuprema acm,11 do /1rmtt•,ro cume camn-
lmem fiara a co11/usilo f.!$1'1rc1,1/ ao /~b1m1m. N.io podcmus diurque ele
sr sirnc aqui"" W. /Em"'" rrrt11 5e,mdo, ,~i,wis ser/J ~tmgido/'
,\ puimidc fuz pane do bbirmro. rcprrs.:m11 a fuga. o ,'Õ<), a ,;afda. Pam
dommaro bbin11ro,éprcc1sopnh.ir11hura. a limdc poder; documed;1 p1rimi•
de. per,;cbcr •> seu mapa. ,\la,. a partir do momemo em que 1·cmus a mrahdade
do bbinnm. h1e dc,xa de sc:r !.1birín11co, 1m:nando•~ p,r.rnudal. O lablrmto sô
i' !ah,rinticn se é fr11gmem.ánu: ~ mra!idi,ck rLin foi pane do esmdo lab,rinm:o.
11 Tf11alid.1de é d.J ordem da pir,;mide. Só :ie PQ<k t~r do labirinto um~ Yi!-ão

fragmentJria. S., chey,;1ssc:mos ~ ,·cr o labimm.> num unico olhar; em lug.1r drn;
11:ihituai, frasmc111os d,· ,·,,.,io.
rcrramoso rlan-o, dom1nariamos o labmnw. que
n.io mais Stna bh,rinu,o. O verdadcir<:> l11birinto n:io icm ,mag=i fixa, é im-
P,.l!>~i,·cl cariá-lo wialmemc, pois l'S1.i L'm mo"'menm. O lah,rinm il o pcn:11rso.
o fio qur, percorrendo-o, n tr<:c. O j'll'tcul""-1 ~ sempre frag.mc:m.irio: o plano.
tuutano, tmal11.anrc, po•s cde qur transforma o Jab,rimo em pris.io. O bf>,rmm
sc: tom~ p1rjm1de. lu_gar fochado. Tl'S1denc1a d05 monos. O lab,rnuo é um
lug:1rdtYida,d~surrresa.Op/Jno1mpede,1s11rrrcs.,.ma1aa1·1dad,1L1birinm.
f,:ch.anillH1numa pir,imidc.

S,:- qwsósanm t~11t.1r uma arquirtmru em ron{ormu//ldt rom /J 1w.tutr::J


dt 11ossa ,,/m;, (Sl)mos mmt() 11egligemes J1<1r.i ,ssr,), !'l lu/1mntr, deV(!rlu ser
11wso modelo! A 11ws,(.J '1"e "m é pr,;pr,u e if"e 110s exprm1e 1,erdade,,
r.w,,.,,,1,, 1,í " Je,xa "dwml,.,, (pms. 11,1 música, os home11s u so/1,1111.
1mrq,.~11.1.,J,,,quFmte11h1Juo·ap.1crdadede1.•i•los.1JtlCjm,:-s"'<>s.Sl)/,,1
s"am1isicil}."
A músiC'.1 ~ ltmpornl. a,sim como a arqunnura t espacial; a rnú,ic-a é
mais labirintica, :1nirn ,orno J arquimura t mais piramidal. A arquueturn
e, sobrcTUd(), o urbanismó ~:ioa,mbbirinm:os; exi,t~m para ~vitar o labirinto,
a d~r,km e o caos ~pac13J. Ch arquncios 1m·tm-.ir3m 3 linha reta. o ániulo
mo, n quadricul3do, a cidade re1icubda {dnde .\hle10). O 3rqm1tm e, sobre-
rudo, o urh.tmsr.1, n13m m-.il°l'OG, p\Dnos, mapas; transformam continuamente
OS bbmntn• em por;i1mdc'S. A p1r.i1111de tum rsraç(> ~guro; De~tnm.trD. p1r.i•
modal. ao conrr:i.rio da bbirumc:i, S<'mpre fo1 cortes muJus. O verd,1deiro
bb1ru11<J nio ~ .irqu1mõnicc,, f m11s1C1I, 1oc;, dtn:tamcnre os ouvidos.

O l.1b,r111to nJo t ,n.:i,s a,.,u,tdur.i, 1ornou-u wimro, tomou-~ m"su:,z.


(... } P.lr.i q"e" nrusu" 1e l,bue.sn" ,r«t:ISJrio P=• p.ir.1 o o«lm /.ido,
1.io,rdeos1art1,ir10,rrnnem.011,aan1wtttur.1isedesnwrr,h.1m.liionde
os eihu, u m,s11,r,m1, 011de emerge ""' (oT/t c,mro d.i Ttmz, o gr.inde
rcfrJo qur tr,wsmu/a rridn, os ares qurtlt traz e (.i: ª'º"'«trem. Diomso
,,_;o conhue,m/r;1 ;1rqw1rtur-.1. que ,rJ,).J dw p,•rtUNliSf dos lr,11e1w. ""
O bbmnro t o P"rt'Ut!-0,
o tfil.J~!O, '" reP"ll~;io
Jiftrenre dos um1nh0!>.
'kgundoDdeuze. ·o l3birnuo n30~ m,zisocammhoondea pn5-0a se pt'tde;e
o lJnlmho que reiorn;i". Pertence, J'OI!., ao t~[lO fr3gírl<'m:i.r10, :i ™- ~-
pirai Temporal. po,~ o 1.111e morna n.in; o mesmo. O retornar difcmHl" é da
ordem do drseonh~1do, d~ ,urpre.'<.I. O retorno aherildO r o própno dnir.
O m1ntrio do labmmo rc,,1Jc ncsscscammh~ que reiornum sempre diferi:111~.
f por isso qu~ n~nhum mapa pode s.:r traçado, e .ohrerudo nenhum planouu
pro1ctopodcM"rrcahndo.

t. o átoJU<' J SJ1,IJ! 1/Jrm,.,,.,.,! T;1lt't'l, m:,1 d,Luer.imr. A s..,,d.if B,m.1-


me proturJ•/J: "" rum, in.-ru. digno d.- pma, s.z1J.1 (ora Ju {JTOJ<'fr1,(o,.1
JJ mntad.- dt s.z1r! Po,q,,,. o pro,e10 ta priSJo de qu.- quno ~c.Jp.,r:
aic,opro,etodt("l!"dopmJrto!,.
A nrdadc1ra pmãu mio f o IJbinnm, mn, n próprio proretu. Este~ i1ind3
p,or que o nupa, ptns o m.ipa, ao lunrràrio do pro,c10. pu<lc l<'T feno a posU•
riur, (s.1rtog..1fias); o pro1c10 corrJ o dnu. 1odJ, as po,s,b1hda<lt-S r mmstor-

~;;~~-r;s;:::~:::n~;:r:i~:-e::~1;;i:~ ~~a•n:;:1::i~;.:p:1~
vista do alto do cume dJ p,r.im,de, a \i,;.;io 1oral, ou scj~. ~ impo!>Sibihdade da
f.\pt'rii:n~!J dobbmmo, A 1htur1.i lponto de •iS!a) trin,furma o~ atorTs, p3r-
m1panrt-S, cm ~impl« espectador~.

l:.m oposlç,ir1 .i p,r,inmlr du ru.Jo, (.li c.i11/us o/1sc,,ro1 d.i exJ11.'néflci11


são cm11Qwn /,,bmmo, ondt tud.Js;1Js,>115,1ç,}<'S". mdOJ oss,,1111111.-nf(,sJJn
;1mp/1iJduJ, m.11 de 011Jç ,,Ja ~ ltm qu.1/<1,u,r L'l$Ja dt CQnJUnto p.zru
uulrc.i, o /ug.,, d.1 w,J.,, /... / F,,L,, do Lubitmlu <' de su., pr.u:u s,gm(ica
mmtír m, ,c.,s aspcctm su/,1eW'Os, rle €pessoal, pt!de """' c:,p,>ribui.J
,medwt:i. "

,\pena> a rxpcn(n~13 do e-spa~o lah1rimico no,;; m1e~a. O su1c11u


wlubmnrndow .; m.1i5 1mponamr que o próprio ob1cto lah1rin1n. Mas a
m:ncrialidadt tspati2l do labirimo f mevn,hel (m=o qur, u ~czcs. se1a
1mangfrcll. .!)Sim como a m~Jerialidadt ~ nOS'iO própno corpo !:1peur de
~ ptnsadorc'i do v1rrual e do ~1empo rral" con~tan:~mentt .e csquec~rcm
d1s'i0) plra que sc,1a pms11el a expcriênc1a do espaço. Para T~chum1. o bht•
nnro I! o c-,;paço 5tnsonal, e wo espaço C: real porque de afi,ia meus senudos,
ames Jc .1.fcur m,nha ru::io. A ma1cnalidade de m'"u corpo oomc,dc cl)ffl a
n1.11eri,1lidaJc do csp;iço, ao mc,mo 1cmpo em que luu comra ela .... Ele fala
rambi,m da cxpt:nência •,;e11sual" do labirinto. 1\ mc1:Horn ~ró1ka do labi-
rmro t mr1·i1avrl. po,s mm1 -!><' dr uma cxperii-rn:11 scnwrml. corporal e
ur.auc.adocspaço.
Peneirar nu b.birnun. ÀJ ,·ru.s, entramos i;cm si,ber. úsa mqu,crndc cm
rclaçiioii !merioriJadcràcx1crior1dadccon,1irui a próprfo txpt"néncia:não
gl,c-mos 1;1ma1~ se- ali "1tramos 011 .nio, pois ~ la~1rimo n:io 1em comcço_nem
1
fim fixos,, ele C!IGI sempre no me,o, e um meio. Tao logo nos •'tmos prrd,dos.
1·cm a ccncu de que .,,. ir;uJ dc um e5paço bb1rimi,·o; m,u o espaço n:io e
fr..:hado - a nômade de Ddriac cm luµr da mônada de L,,ibm1, -, au con1r.i-
rio, t pontu~dode abenur.u, ma~ nunc;i sabcmoo; ~elas nos lc,,m ao ,mwor
ou ao exterior - ou" lupr nrnhum. A scns.ição de se puder r'!õta 1mplic11;1 na
exp,,rienc1a bbm1111ca, al~m da Sl'ns;lção de i:s1 reucza, a ,mprcssiio de que o
espaço nos dcfora. O n~ço labiríntico passa a -.cr dr mesmo o Mmmauro.
~orno se nfo fôs§C"m05 nós que nm;hsc~ m.35 o próprio Libmmo que nns
;i~pir:llSI.' p;1ra o Sl'u inrcrior. A C'í~ni1Ki:1 bbmn11rn SI' fn 1~1candn. cm
lrnl~l!vas divers.1s; _,;em m~r,.-... prccu~. wrnJmo•nos Ct'g0$ no ~,paço, como
somosnacscundio.Somo,,obrigudosaavançaru1eando.
A ,diiJ do Libirm1ot, pon~mo, nulida ordem ib cxpc-nência suhrcuu
'-luc dJ do próprio lahinmo como ob1cru, apesar de ambos C!;lan:m mcmavd-
mcnte hgad~. As,,un cnmu na noçio de Fragm~mo - que i·onsiduu mms im-
ponan1e o fragmcmânodo que o próprio fr.igmrn111-. 11:1 noçio de Lab,mno,
mtcrnsa m:us o lab1rintKo que o bbmnro como forma. t m;11s rdcvame a
,de,a da labirm11re (desonrmaçào) do i;cr labmmado (que pcn:orreu o labmn-
rn), que a Jo labirinto formal 1~spaço Íisico). ,\ 1di1a do L,bmmo é a do
esudo l:ib1rfm1co. rd.aoonado o.ão n«<"'is.ariamcme à forma do lab1rin10, mu.

tx1s1cm, mmudo, muims npos de labmnr~ que podem dC'iCncadcar ase


cs1ado !ab1rinrko ligado A de-soriem~çfa. Tomem~ um cuntra-ucmplo par•
chegar com uws clareza, por <:>SI" desv,o, ao bbinntQ que nos imcressJ. Fis um
luhin111n lnrr:ino. ('Xtrt.'ltlamenfr arqu,mural, de Jo(llt Lu1• 11<:,rgc-s:

I'.n-.i t'Xf'licJr tflól ,,,.,-plf'x1d,1,fr, comp,1nht11u dt 1,.,J,:1 mmhJ o:1Sl~1tâJ,


que {a: com que "'"/los dos mcu/i aios stJ,lnl p.;r,:1 "'"" mesmo
mf...:f,lrcu,·~•s. tswl!m o 1,mbolo Jo lahmnto; or, nw/1,or, o fobm1110 st
mrfJiJea 1mm,f'{m ll 1d/!1/l dt uma rnnslmç.iodt/ib;;r,.Jd.imtnlt /e,t., p,1m
'I'" a pt!isw se ptrc.J; o sm,/H>lo mtlut,11-e/ 1L ~rpl.-x,d,idt.' 1
O l.1.bmn10 ,Jc Borg('S; uu1 bhmnto dr JrQu11e1~. cons1ruido a pamr dt
um plano dc1;ilhado, de um pr0Jc10 anterior; i comp.ir,hcl à arQuitc!Ur~ da)
pn,;ií,cs.oudosgrandcsi:on1\lmoshab1uc,ona,srnot.ltrntS.r.u.pro1ei.1.J~c(ln•
forme o n>CSfflQ~urma. t
uma arquuc1UrJ de .1.ngúsn;1 cdC' perdil,comrJria
il do bbmmo rspomàncu d;u mi.ides n;iu pm1n;1da~. uu Ja, ravcbs. que i.
.tntc-s, uma Jrquucmra - ou um urban,~mo SC'ltl planc1,1mc1110. 5'C' ~ 11ur ,sm
pode cxisur - da Jr<;coberia "da ,urprc~. "Um lahmnto f algo desenhado
p.ira confundir os hom.-ns; sua arquu~'t\lr.t, próJ,ga cm sunc1r1as, ontota•~
pJu <:\Se ,nruuo.•"
Ao <'Omuno do bbmmo da surprtSa, ood<= o rsp.:iço r ""mprc incspr·
rado, o labmnm dt 1:kirgr• rodo dtlduhra"1<'mo - ou da )Ubdivisiio - dos
compoutntrs 11rqu1tetõm«>1 mv;u1ávtt!i, dt uma ~•!t1111 SHU('tria. O labirinw
'iC' compôt dC' 11d•~ôcs mfiniras - ou mdetcrmuud:u- .Jt ÍT.tgmcnms :1rquuc·
1ura,s1guJ1'1,.céauruform,d;1dedoõpaçoq1,1t1mpcJ.,:aorieo1ação.l:cht>gJr
ao rxtrcmo da arquimura d;1 lioh.3 rct11, da ortogonal, da grade rcucular.

(J\ bd,lwtu.,J se wmfxH! dt "'" 11r,mtto ,,,J.,fimdo. e t:ihy,~ mfimro. de


g,1/e11JS huJJ:OlfillS ( ... / Dt cadu um dn5n htxJgonos, ptrttbm101 O.f

rs1Jg1os m/n.orrsts.,pn,o~. mdtf,n,JJmmft. A JwnúmçJo dilS g.ile•


rws i mv,mJnl. \'mie lnng.Jst$l.lnle$,â ,;:r.Jo de cmro por LJdo, wJ,,,.,,,.,
,,s pJredi•s, com ~xução de ,l,.,is; / ... } C..,ll u111<1 d1u f<1us l111rti J., P"nJ
um C0rrt,dort$lrtlto, qr,c J,:$('mboc<1 em outrJ g.i/tr,.,, 1J,;n11c.iu primti-
nl ta todJs. / ••• } l'rôx1ma, ,srJ" n,:,;,J., rm tsp1rJ/, q.a dN<t r sobr"
ptrdrr dt 1•,stJ. No corrt&,r h,1 "'" Npclho, qur dup/,ca fie/mi-mi! aJ
,1p11ri,,cw1...

O labmmo de Borgc:'i é o Ja r.1c1unahdadc total do projcm e da própna


arqu11nur.1, como rm alguns pro1nos u1óp1eQ1; (ou uUntcoi como o N(ntop
City, 1969-1972 do@:rupo Ardu.roorn.O pl'Óprl<l LrCorbus,crunha um pro-
jcmdc 19J6 p;ir~ um muM""ude-crcs(1m1:111u 1hm,tado-). Ac,dadc(ou a arqui·
t,·tur.11 <Clll fim. 3 r~prtiç.:io do mtlimo aJ m/imtwn.
Se bm,L"eSlf! Mm 1'1.J//J>IUt!ll! T>IO par., atr,11 -eu.,.r/.1 B,b/ro(U;J/ r,n Rnlld<J
Hmto, OI silwlos 11c,1.ban.1m por /1,t msilt.rr qur OI mamos 1'()/ume1 M"
rq,eum M"mpre,,., ml!Sltl<' JewrJn,1 - qm:. repetiJ,1, u /rJrttJnJ uma
o,i/('m:aOrdtm.' 1
Uma e5rnuura que po<lccr~cr 1nfini,amente;, r.aml>cm ererna: c,pa~o
e 1.,mpo. nela. s.iu anulado!>. ,\ ri:produç.iio s1s1cn1Jt1,;:a de fragmcmos sem-
pre: 1gu;m anula qualquer upo de marrn. t tamhém a~ p(»!>ibilidadt> dt expt·
rii'ncia. pois cm tal tstruiurn 1udo se pau.a como SI!' esnv6's,:,mos ~mprc no
mesmo lugar e no m~mo uutJnlc, dentro de um fragmcnu, 111finuumn1l dt
um ttpaço mím,,amtnto: repc1,do. Quand!'l rudo e mcuculoumcn1c 1~ual.
em lug~r da ei;p1ral fra)ltnCn1ár;a, vnlt,imos para o circulo: cm lui;ar da rcpt -
r,~•ão d1fcrcmc, rctornnnw, :i. rcpeuç,io 101alilan1c do mesmo; cn1 lugar do
dtS-Ordcm aparculc, ,ohamo~ par.1 a m~is pcrfwJ ordem. Os frJgmrnm•
n:pi:ndos não s:io m:u, cquho.:os, rnu sempre ,Jê111i,;:os e, ass,m. uma visão
1QLUIZJl\1<· i: m~1Jlmt'm" possi,d, 1NS1no (IUI' n.io 1rnh1n0$ qiulqucr plaoo.
F..»c bbmnto dn s,mctn:as - o ts!M'lho oio esta Jh por .icuo! - anub ,am•
bc:m o mov1n1cnco: a pc:rip«fl\·a é sempre a mcSmJ (no uu1m labirinto, i:
qua!il' 111,pvssi,cl 1mpr pt"n-pe-c1ú-11s. a n.io ~rcumu as de Piranesi ou b..htr);
a jus1,1po11içâo dt tkmc11tos scmdhames em 1orno de um mesmo e1>:o anula
1.:11nb..-m 1l m1il11ploc1J3dc do percurso. O bbmnto se torn:i, d.- ml$mO. 11111
mapa, uma Vlliht do 3ho, com um rraçado. ro111I: um m,nocosmo comrnuí-
du de fr~entos perfeitos logadO!i a uutrü) Ír.igmtnlOS perfcm'5, um~ rcprr-
Sl!'ntaçio do rodo - ou do um1·crso. como qutna 8orgtS. Dci-.:a, pois, dt S<".r
um bl.minru, nuSC'lltidocnmo o cmeoJtmos. l.1h,rínncu.r se 1orrra !;C'U opos10:
uma ptr.im1dr.
Em cmnpensaç~o. :1 prupnJ idéia de Lnbmmo ,ocorpora o p:aradoxo: O•
opostosnclu!il'aÍ,rmamsimuirn,:;;ea rne.111c, poisap,r.im ,defozp:1ntdol.1h1 -
rmm. l'arn Ptne!ope R«J Doob. a 1dc,a de l.ahmmo sena n,rno uma aporra
de Dcrrida, em quc as comradições rtS1dr.m numa ml$llla noção: a ordem/a
dti;orikm.3 pnsão/a liberdade, a cl.>rc-tala com pl cx,dadc,a es1ab1lidade/a
1ns1.1b,hdadc nc. Mas tts:i noção geral de Uhmmo st oomuru, u a p;irnr de
diverso,; modelos de labmnto: nsua, •. arquunura,~. lncr:irios ou mi11co~. e o
que nos iml:'rrssa i mai- o proa:-sso que o modelo formal, mesmo sabendo que
os dois$" inrerrelaáoomn. NO$j,O processo 51:'r.Í !óemprt o da rcpcur;;io diferente,
o lahinn10 d1.J pcrcu~o. da dcscobc,rm, dJ surpresa, da rxperiêncm. da mulr,-
pl,c,Jdader, sobrc1udo,dJ liberdadc. lno udu1 mu11os<1unc»11posdclJhi-
rmtoi; - oi; q~ t:ão ,mpos1os. pl3IK')ados, profCC!Jos e, p;utiC1Jlarmt.n1r, o~ q~
~.io on<>gon J1s, rac1onalis1as, ou 5eja, cam,siaoos.
Unr /Jbmtttn ; rmmder<1dn ,nr,/t,pfo. rt,nr,Hoguc.m,t'n/t'. porqu(' un,
mu,1.11 dr,bras. O mult,p/Q n.io ; son,rni, o que um 11m11Js ('JtUs, ;
l<Jm/Jtm o qui"; Jo/1r..Jdo J,. d1t'CJ'S.Jf ,u..Jm-.r.11. Unr /Jh,,mto corrtsp<>r,•
de p,ec,~""'11//!11 (.ZJ,-, rSt..Jgm(smu1mdmled11 nw1érwl dobr.i d,1 alm<l):

o labirmto dn wmmuo muttrr.:i e s1111s partes, o /J/nrmto J,1 lrbt-rdadc
IIJ alma tJ m1s pri"d,c.idos. & IRsca,us nJo os roube ,~ol1'lft fo, po,.,,,,.
proc,,rt;tu o ~g,tdo do C(m/m110 nos ~m,i,os ,mlmeos,. Q da /1bndD-
~ m,nw rttul.J,i d., a/nu. 1gno,ar,,/0;1 mdilu1JoJJ,i/ma t'll amu111rod.,

""''""'··
Poderi!m°" rÍetl\·ar1icntr Jiur qur Q Lah1ruuo t' .HT!IJlri:. ck a!gwna man"!;
ra. b,:i/'I'Ot;Q ou,sc-gu11doo-1rnnosdcJcan•P1errcUDamcc, ·harmqmsro·.
l'odrriamo5 ver seu~ mundros comu duhras dr ,cswn~111as, dr 1rcido~; o
J..abirmm seria o amfo1,~o 1r<.:1do urh,rno li\ rc.

O ,rmt! õ ri.l{rJidms.snto tb,ebn-s!••. """' les Liúyr1nthn ptt'TKu:c d'une


rJp1lJ/i,,K1nt,llrmf'11t dl'S hoilrs.nplosmn dt lamemn, 1'(lu:i ites lt (eu
J·u,1,f;ct1 dt /J düsst L1bmt!
{Ob no,te! QI, trr,,11 re{usc<111tes! ... 1101 I..Jlwm1w (Je(ÍTl'gosus de Ulllil
n,p,1,,/, cm/1/Jm ntrcl..Js, cxplosJo de /anrtr11Js, smsus fogos de 11rt1flaa
d11dcMJL1/,erdJdt!f..,,
UmJ 1101·a d1."°f!hna ~Pª'C.""' ,om a modcm1z.:u;ãu das cidades no fim do
stculo XIX, o urh.imsmu. que 1:S na5ec moikmo e com a finahdade de chm1·
n.ir a 1dc1a do L.ahmmo. Oi urb.illl$llicurncçar.1m aí a 1ra~ar map:is rrgulan:•
e planO'l rrgub.dor.-, para as c1J.:i.dcs que unham, lle$.<C" momrmo na l:.uropa,
um desr1wo!v1mtntD mai> urg;imco <". sobn,mdo, mJ1s empincu, romo <Xor-
r1J nas c,dadcs mcd1,.1•a1~. 111a1omadamcmc lah1 ri11t1c:u. O rlan<"1Jmcnm
urbano surgiu, ponamo, parn com rolar cspt"tifinuncmto ~rcsdmemo de l11bi-
rn11os nas c1dad1-s 1:a ex,ucnrcs e para tYn.ir ~ crin~io Jc ou1,m lahimnos
urb.inO'i. propondo. em seu lugar. oovas cidades raóuruilmeme planeialbs, o
p;•mr de plallOS e prOJctO!, pri:v,os. Dril:a maneira. as colôllllli =pc'iu na
Amirica. pnnc1p:ilmc111c as espanhol'" e a ,n,-lcsa, j;i na"'tm modernas.
A nc)Çk, unlr.ina dtcidadc plaoc,ada coma um C1"1JU11to rariorul /n,)ap:imr
- lembn,mos o pldno rrgular Jc cidJdesanug:as, o s1s1ema de Hipo,bmos- em
oposição ~s aglomerações mcd1c•"a1s fmg.mrn!-:írm• e bhmnucas. As ,·idade\
mu,:krnas ma ,s bem-sucedidas numa lóg,ca umdna, as que 11:io ciugtm ma15 o
uwde um 111Jp;1 para q11e;1 pc,swa ;;eor,rnit., nasi:cramcum !-CU propno
mapJ; ~o cidado p1r~midais, n:u qua,s o emangciro n.io chcg:i a w: pc,rd,r:
os ~am1nhos5âo claro. c- 16g1cos, 011Qf!ooa,sc, .ii ,·~zes. numerado!! de aturdo
com um~ gradc modubr. O rtiul1aJo extrtmo Jc.ss.i r.monahdJdr, em sua
homogcneiJadc e sua5 rrpcriçõcs de espaços ~mc!lmmes, provoca, algumas
''<"lCS, uma esp&.:ie de dcsonmração - como no l:ibinmo de fü:•r~ ou n0$
i:rande, cun1unrn, habit;1cion:11s modcrnmas -. qu<' é o prôprio controno do
t$tadobb1rímico.
O ~srndo l:ibirmrko ocguc a lógic:1 írngnmu.iria. De resm. a id~ia do
Labirimn c a nl)Çllo do Fragmemo fazem , mexrrk:avdmentc, parte um~ da
tmrra. O Llbmmo é .:omr.írio a roda ,wçâo 1.mllâría. no plano. a uma repre-
S<'ntaçio e5t:inm do rodo, que seriam S(us piores inimigos. ComrJ a pr.inca
do planciamento urbano. a 1dJia do Llb1J"Jmu n(» ,ugcrr uma volr~ i carm-
gr:ifia, que reflete uma ~1maçlo, acompanhando os movnnenms de 1ransfur,
ma~·.fo da paisagem. F.m lugar das cartografias l'lua,e) milirnru do esp:1ço
real, pi,,drrnos ,·cr ascartogr:1ft.as da c:sp,:ril:neia do ~p~ço, cartografias sub11:-
11vas, do própno mov1memu. C.arrografiJ5d:1 tcmpornlidJJe, e não do tl"mpo
cronol(,gico. como as anamoi:fosc:s. Não sãocarrografias da forma do pc1curw,
masdacxprriê11c111 doprrcllIS(J,daaçãudcpcn:orrê-lo,dedescobn•lo.
A grande Jifcrt>nça entre o labirinto improvi5.ld0 e as cidade$ modcn'IJS
pbmc1adas c:r 111/11/0 seri.i essa mvcrsão da suuaçâo; em c:i;paços labirínticos
comoosquev1mo'i-a pamrJoespaçojidado-rodocqualquerlllilpasô
podr ser produzido <1 posrerlon; oo que conctrnc :is grnndes plaruficaçúes
urbJn.1s, ocorre o conmírío: os mapas existem a1mes da cidade, em plJnos e
proJCIO!;, \/imos, a1tavé, dos labirinto:; de Hél io Oiikica, que a txperi~m;:ia
cspac1alpcssoalcrolcm·.1éprimordíalpar.1tonstírn1rumlabmntucquc é
1rnp<)ss1,·dter-scqualqucrpr,•vitlo(pro1no)Jessacxpcr,ênóa.cnsormlcsub-
lCIÍVa do ci;pa~o. No entanto, a própría exis têncía da d,sc,plina urbanisuca
tndicu,n:11 , como estratfgia • .1índa i: em grande pJrtc oric1lfad:1 pHa a ca<,.1
ao~ labirimo'i, Ou k'ja, p:1u a ordrnaçân formal e r.1cio11;1I do Cipaço urbano,
dcformaaunpedirarxpcr11?nc,alab1rinuca.
Vamos, agora. passar da esca la do orb:1no - qua~ ,..,mprc pro1crodo na
cidodc formal-âescala ma1$Complcxadoterrirórro.p\anejadoainda,ma,
algumas Vf"Ll."S d~pms Ja ocupação: a rnvasão stndo. ela mesma, ato de dem11r--
raç;io. Do espaço lab1rlm1co urbano, pas~amos ao mu,·imento complexo do'i
proce.sos,tambêmf111gmen1áno,elah1rínt1co.J,Mtrrrnoriali2aç.ão,valendo-
no,deourrs figuraconceitual:oRizoma.
N o tas
'Sobn,•rnar uma favda de hdicOJHtt0 ITlQirro bem quão 1rre3I ~ ess,; ,·,são dv altv; é um
scnun1<:nru ,r.,n..:cndcn,c qu• nada tem a ver rnm a ,x·, 0 x:,a 1man.,me d.. realrm,nn, ,e
p<'rt\Jr«'T unu fu,da a pi, (com a ciJ.:nk d,1.1 form.,l ocu=o """"'º
m.tS em ootrn escal.i).

'Aqu,. pen,;,, mev1t~•·clmc11tt ,u máxima carw,a~,u de l..c Corhusier: •o homem andJ


em linhJ r,,ta porque tem um ob1ffl••o; !'li>< 3011dc va,. D<.-.:,diu ir a 3lgum !ul(3.r • ~!Ida
,,,o. O a,!lO onda ,m 2.lguezague 1---r
~u- dmrun dN :i,,..,;, !e dH'min d<:5 homrne> ••
,n V,J,.,,.,sm~. Pan,, Flammariuti , 1994 !(;, G~ •• C,e. 192.S). (T.d.a)
' E«a ÍtaSI' tornou,.,., ~H,hrr depOiJ da pub!ica,;ào du liw\J póstumo d, te,m,, cscolh1d\>$
AJ/m1Ja,;;Gr;mdrlAl,irmtu,vp.dt.
'Hêlu;, 01tic>.:.a, AGI., up. ~,t., p. 19, tnto d~tJJo de ll/02Jl961.
1
ldem,1b1dcm.

' IJem,,lmk-m.

Idem. p. 36, n,~todo: lS/Ol!/1961 • ..,,1,,.,.,


proim>dt:ôc,, de,-oç:,", ,e1ornadn no
c~ciloi:odacxpo,u,.àudojcudel'~umc,t>p ât.,p.57.
' 1dcm,iludem.
1
!dcm,p.J'.',m,·to~27/12/l':161.

" Idem, p. n.rutnde IZ/ 1!1!':165, "-" drnpna mlflharxptrii'ocia" ,


" ld,m, 11,rdenL
1
' rdcm.ib1dm1.
uPoulo) SanrnrC"~i,gdl,, U /,~,. drs labyrml/JPS, imlotrr ,J'r,11 m}111r <'/ d'rm symbolr.
f'~n•,Gal l,mard. 1974,p. 2 18. iT.d.~-l
'' J\.l ü,o f'cd,osa, "Ane amb,rnt.11, ane pos-modcma, 1!cho O,uoca~, m C,,rrr,o d11
Mm,/,J, l6/06/1966- ,cpublieado em Mino Pedrosa. Dos "'"'"" Jc Port11,.,,; IJO<
dr Rrólsilw. Sãn PaL1ln. f'cri;p,xm2, 1981 .
t:i{lil(l>S

" l lélio 011icJG1, ,IGL. op. l 1/, p. 74, texto Jr 12/1111965, "A ddn,;a na mm ha
c~pcnêncfa".
10
!dcm. p. 99. 1c~1odc !S/05/1967, ªPcrguni;u;c r,:spo,111, p.1ra 1'.Hnu llaram".

'' Waly Salomão, Hi/iQ Om,,c.,, Rm de J~nc,ro, Rclumc Durrurni. i 9!J6, p. ~2.

" H~ ,a Oi11m:a , AGI.. op. ru .• p. 106. ,c~od,, 0➔103/1968, "Trop..:ãliA", t<'!om.ado no


f,ªi'!!:1.º/;;~::t,:":d1~f~~l~;:;,urM, op. ôt. 199.?, p, 1H.

:oSoh,c a Amrupnfog,a modcn!L~ta <: ,ua ttmrrutda ~los trop ical ma, (Supcr-
anrropufa11,a). ver Pa\Jb R.:ren~mn j,cque<, La f,,.,,.w, dr Rto, " " ,.,,,~r• cu /111,,./,
op.c,1.
' ' Para um l11~1<'inr.:o do que foi curuidt r:ido comn Tmp,cah,mo na• artH, nr Paor~
llctcnsicm Jacques, • A~ fo,·da~, M tropicalista~ e n ,•,vind~~ d, Hélm Uincic-~ na
M.1ngUC1,.,.~. op. ,11.
" Hd1001t,,:,e.i,A(;L, np. m ., p. l06, ,exmdc04/0Jll968.
" 1dom.ib1dcm.

" ld<-m,,b,.Jem.

" 1dem,,b,dem.

,_.Hého Om,;ica, cat:llogo da expos,çJu em l.nndrc,, cm 1969 . ,u Whi1c-.:hapd Gallery,


(T,d.•.J
10
lnallj\un1du nu dia l0/09/1 996, n,;, ccmru da cid•d•. ,m lugu muito btm neolhido,
que 0111CJ<:a ma ~dorar: no meio da 1.ona d, prosmuiç.io d,. Pn"3 Tir.tdcnt<!S. (Onk'.ko.
ora am1g,;, de ,-~nas prosmurai da rq,:.,fo da ümral do B,~,.1.1

"o;u~ica dissr ainda uma ,·c:.om om,ovisu :i fUNARTE,~m !9n: ~T,i<b, c,1sa>1co,..,.)
da 1m.a.gon1 6b,·ia da Tmp1rnlidadc, .:iuc 11nha aru;1~, planr.u. aro ia. n~o nam para ,,..rem
..,-,a_, c1>m11 um:, c,;co/a , como uma coisa pam ser rependa depo,.. mdo qu,- unha
"l,"c.,~" e Caffi>t'n Mlt.mda se romo11 ~imbo!o do l'rop,eal.smo, tX3tLtmcme o oposto do
qu• eu prem,di.1. Fr-op,c,íl,., crn exdu1memc para acL1Mr com is..-,. cr;1 um pouco llAll~.
nc,<1-llAflA,aimagcn,p,llcmc,opa1<111cúh,·iu ... •

" 1:.nirn·ist:1. pana 3 autor_., d,a 21/09/1997, cm Ka=I

" ln s,,,Jm lntem:10,m;,I, =•><> de 1%9. (Td.a .l


" Sudy R0<1uk. ,cgundo idt,~ d.e l'oh GuatMn, C,rU,grJ{,<l M<"t/mpnt;J/, Sio Paulo.
l:Suçi<.>I il>trd~Jc, 1989.
11
Um des,n pro1cro" aoba ele"'' conmu,do no antigo pk.:id,iro do Muscu do Açude,
Alto d:i Bo..vl!ld, K.io de j dnciro (rnradoru Jc;\Ltrcio Oúi..1or,. o CisarO,u= Folho,
l'rol"fnHO).

" l ltlio O,tk,c-_., , .. tâlogo d, c><()USÍ\iio do Jcu de Pau me,,.,,,. m .. p. 143, tcl<lo dr
,..,,=ihrodc 1971."Sub1crr.tn•m1TropKâlial'ro1=·-rr.J.a.)

" l !aruh.ludcC,mfl<J,, fo/l,.,dcS.1'.,ulu,26/0711987,momadonoatlllogoda


" "l"-"içãodojcuJ..Paume.op.m.. p.221.

" Ver M.ír,o Pedro.a , M,mdo, /,on,~m. mu ~"' crise, S..ô Paulo. Pcrsp«ttva. 1975, e
Do, n,r,r,ii, ,k l'urtm1Jri "°';;,;(,.,~,>$de B,.,s,1,.,, Sin P~ulo, l'~rfp,:~-.;,.,,, 198 l.

'" Gillei; Ddeuz1\ Nin:,uhect /.i /ihi/1>1ophir. Pari,, l'.IJ.F. 196!, p. 2 16. (T.d .a. )
" l'rocdrich Nictzs.:hc, L~ er;puM.ule d~, ,Joles, f./ai,eri« d'u,r ma,rt11,d S 19. a=,.,,,r,:s,
Pans, Robert L:ifíonl, 199J.rnmc2. p. 1.001. (T.d.~./

" Fraedn,h N1ewsche, A,ns, par/;m 7..,m,lhoustr.i (Ili/, CE,,nu, op. ,:u.• tome 2. p. 436.
(T.J.a.l

'' 0nm Holher. Ln pmr ,ü //1 m,rrnrd,:. Paris, G:,.lhm~rJ, 1974, p. 1 11. iT.d.~.)
E5n-r,ç.,.pA,Gfi'l(;A

"'1t,br1m !leideggr~ Nrdljch~. , orne 1, l'•n<. Gilhmard, 1971, p. 101. (T.J.a.1

"Fncdridl N/e,u,che. Lt c,;p~culcd/'$ idol.s.m.,do por~!. l!dJell!Cer, op. m •• p. l 10.


('l.d.d. j
., G«,rge1 Ba1~1II<. /.e 1,,/,:,r,,,t/u, in Cf,wrcs um1pli1~,, tome 1. raris, Galhmard. 1970,
p.436.IT.d.a. l

''MFurs,, eh si, fots,, ck no", fo,;c •~p«><lu,.da ac> l<>np:u da, alê1M do labmnto no reto
~ um.1 ,\J!n dn p.aLkio durai de 1'1ânma: d. P. San1,m:a.,gd,, J,,. /wu Jes Lll>:,rmrbrs,
np. cit .. r, JH • !iguu XVU.
«Guy Ddx>rd, Thfor,e de la dfme, il.S. n· 1, di-c. Sll). m /ntcrn,1/wu/o
Si111.1tionms1,,, Pari•, Anh~me Fai·ord, 1997, p. 55. Vct uml,;m a tcntanu de
orgamzaçào de uma derova .:ol,·11Va em Amstcrd~ • a rr~nsformaç.ào das salas do
S1,dc/ijlt. Al11srum em lobmnto e>:JWr•m~nt1'1 em D•< We/1 Ais LJl/,yrmth (/.S. n" 4.
1unhvde 1960),(T.d,a.)

"111 /'ot/.1uh n' 9/l0/11. ~&º"º de 1954. rcprodu>Jdo<m G"Y DfiHmi /m!se11101'01/.11d,
(19J4-/9$7), hns. <:;,11,nwd, 1996, p. 71. 11'.d.o.)

"' Wa l!er lwn1~n1m, f'11ris, Cil/11t11f<d" XIX<. sW<.1~. Pari~. 6:1. du Cerf, 1989, p. -I H-43$.
(T.d.a.l
,- ldcm,p.4-18 .

., W.<lter Ben1;i.nun, P.1m, ,·ap,1.1/c <f,, X/Xe, si~dc. oi, . .,,,., p. -140.-13.'i. S.,r,a ,more=me
rdacinnJr e~•~ id,'iA de B.!nj~m,n com• d,sm,ç.1Q mun,;, ,inguln <'nln, ,•spaç,o pri,·ado e
públ,co n~, fa,da,. A fa~da ,meira como uma casa, pmrdlU.Jçiio do p,iblico, e, ,u,
"'"',no temp<>. •• caS,1' aberras. púhl,~$ durante o d,a. fechadas em ma preciri~
pri\rJCtdad~ dura me~ noolc, Cf. Paola Jl.cnon>tcm Ja~'ljue.<. Lu fai•ela• ,/e Rio, "" n11~u
cult11rtl,np.c,r.
,.WJhcrlkniantin,o/i.âl.,p.4.l9.

" ldcm,p.44\

"1dem,p. lJ(>

"Gt,ori,:c< Batdtllc. / ',::,cp,:r,,:nc, mtir,cr,r,, Paris, Galhmard, 1978, p. 101. IT.J.~.)


11
h,edm;h NicDxhe,A11r,:,,.-S169.(f,u•res,10m,: l,op.ât.p, \ .071, (T,J;:i,)

" Gillr.,; Udeuu. ",\1)'$tl're d'Ananc !'Cl(ln Nie1=hc". m Cn11,111r ri dmu/uc, Paris, U$
idi1i<,n,,Jet,. h mm. !9~J.p. lJ2.(T.d.o.)

" 1<10111,,b,dfrrt •

., Ge<•~• Rclta,Ue. L'c:rp,.,,,-,,u imcr,,:urc, P~m, Gall,m~rd, 195-1, p. 7.l. n.d.~.J


'" ldem.p.59.
"llcrnord T~hunu. •Quri;ll(l<l'i of ~pacr, Th~ MJ11m1Jc ~nd 1hc bbyrmth lor tk
archi1<-ctmal p;,.r~dox)" • '" St11d,a /ml!r,wf,on,1/, .,ltmbmloumbro Jc 1975, p. 140.
('l.d.a.)
" É ~•,d,m, qut -.lo 1maginH1'1111'mt poui\•fiS omras ucpcr,éflçús l~b,r!mios, n\3S a(l111
c>tamo, lra..,ndn da éxpcn~ncia cspac,al,da <X1"'T1Cncia fi<o,;a d<.> cop.,ço,Sobr, os
.sonhos l,1bmnrn:os.. n'l Gastun Bachl'iaHl. L.:r rrrrr er leJ rh'n,rs Ju rt•pru, 1'.sns.JoS<"
Cum.!948.p.210-260.
"' llrrnardT,chum,.op.m .. p.140./T.d.a.l

'' Ou rnc,lhor. um me1(l-!ugat Cf. raob. lkr,ns,t:in Ja,;(.jUCS N alii, ·Tnal'-'!!u,: licu, mi-
1,~u, n<'.m lo,u ~, m !.,,.,"" e<mt,m(Hmmlí, DcM.:artcsl!o.'.Cte. Pa«s. ! 99;, p. 1lS• UJ.
" Jorg" Lws &.r~•• cmr,vi_,rndn por llfari:> faih.r V3,,.1uc, m llo~s - ln•~J;N. 11,alogues
.,iw,,,·m,l'f. ran~. ~uil, !9$S, p. í2. IT.d.a.)
" J<•,W: l u,.1 Borges, "l.',mnwm,!", m EI Al,ph, l'an,. Gallimard, !967. p. 23, publicado
tambfm ,m L.,bym,rhr.s, l'~"~-
Gallim~r<I. 1953. (t:d.•.)
., Jorge Lu,. llorg~. "l.:i b,bliorhtquc ik llaber. in 1-'icr,rmf, Puis. GallimMd, !%.'i,
p.71.Cf.d.a.l
'·' 1dcm,p.8I .

.. Cf. Tbt ,dr.1 o/ 1/u l,bymul, - trom d:.rnral an1iqu11;• thrrmf!I, th~ ,mddle <>i;ts. New
York,CornellUnwer,i1yP«.,_S. 1992,p.9.

•· G,l lesOclcu,.c,l.t'p/1,/e,hmzc//cbJroque.op.rn .• p• .'i.\T.d.a.l

.,. ·,;,, o b~rr"oo ~ lkfi"" pcl~• dobra. que, ,--;io ao mfimfo, cm que sirnplc,mrntc d-,..,
n:cunh,cd Hc ..- r=hece no modcfo r,;.,m1. tal CQmo o ,ugctt J m~,h,a ,•esflda ... •,
,dom. p. !6-4. ( 1.d.a. J

"••Oobrar.des<lobrar, r,dobrar'; cs.., éo programa J,,1a corrente qu~. Je..dc l9SS.


propu, ch;irn3r de huroqu"mo" . Jcan"PiNrc l..c, Oan,ec. D~d~le lo I,~. P3nS, Ralbnd.
1992.p.140.(T.,b.. )

--. r.ha rlr,, Raudolmre. "l.c Spl,-.:n de l'ar,~". m PcotspoimN en /1"""·


·, lldef<.>nw ~,d:í. ~rqu,mo rc1pom;àvel p,:lo plano pum llar....,,)Qn~ de 1 i:l.'i~. cn11u cm
1867 o termo 11r/,Jmu,c1<>1' Ido bum ,,,bs, cidade!. cm s,u Trot1/l ge11eral de
/'urb~m;::1~,ón, pani llome3r ucna "°''li
d,sc~plrn:1 ,km/fie" que es,a,·o >1.1')lmdo &
"'""""ª •'-"' ,"de m1,n,cnm. o uri:-:•~•smo.
RIZOMA
F.ste capim lo i ,(ms.,grndo (1 ide,~ de l.'.'<"$<'.imcntn, :1 «upaçlio do,; cerre.
nos,•• u.mscqücnu:mcmr-. il formação de 1crmóri0\ urh~nos. A partir da co11~·
fa!a~iosirnples dt que o cresc,mtntO das fuvdas aSSl'mdha-S{, ao do mato qut
cresce nos rcrm,ru baldms d:1s cidades, examino os 1ilnmos 1rabalhos de Hélio
Om_-i,a, ~m pam,ubr, fd"" t B.1m1cii1, • .:!Jram~me man;ados pda5 prnpo~-
rn.s ,'Omun11,irms (de 1crr1tori111idodci do artista. Tento mo,;trar, rcoricamenfc,
com base 110.:0110:110 dt Riwma. o que d1fcrern::il o proctswde terruori~h:i~ào
das 1xupa,;ões namr.11s c ~~tkag,ms~ Jos tcrri'nos ,agos, das org,uuaçõe,
tcrmonn1s 1mpos1as e modd17..adas por cspec-rnhsta>.

O crescimento das favelas

Alj!lll!las favelas 1êm nom~ dt árvores. rorno o .'ltani;ue,ra. t o proprw


termo [<ll'i!la vem do nome de um arbusto, c1cnrificamcnfe conhec,do ,;omn
Jaihop/,a phy!laC1mlh.1. tu favelas, no mmnro, st de'S<'nvol\·em mais como o
maio qu<' brorn nos trrren<>s baldios.' Os abrigos das fo,clas ocupam 11m 1cr,
r.-no vuio da mc-;ma forma qu<' o maro qu<' na~.- discrctamtnlc nas bordas e
logo acaba ocupando a to1aJid9dc do 1trrc110. A invas:íodc terrenos pelos
favelado~ - que qua~.- stmprt se mobd,zam em grupo, 1mli11idos de np1rito
~omun11~rm-st d.i dumme ;1 noJlt; a Co1da m,1nhii, cnqu.11110 a o:1dad<' tradi -
~ivnal dom1<•. di1·<'rSOs :1.briftO> viio surgindo nas bordJsdos l<'rrcnosab.lndo-
nad(»'. E.s5" tipo de (IC1.lpa,;.:in gera uma sirua,;:io npo,ra I da cidade dita fonna!,
po1~, nas f,n-eLu, n pcrifcriJ dos tcrrc110s ocupados é gera lmente mais valQri -
,ada que o c.,n1ru. A~ fa,·cbs siio :1.cénmc:isou. ames, eJ1cê:mricas. A pcnfona. 3
linha '1110: i;,:pam a fa,·cb dn resto da cidadt, mrna•sc o centro s,mhólico. E o
<crnru nfa i: mais um pomo fixo, i: uma linha que se duloca.
O matag-1I qu.. en,;omrnmos 11<.15 t('rTCl105 baldios d" uma ôd.tck fu:,_ parti'
J,1s fo,·d~!i do R,o,qi,.:, cm w~ gra"di: ma1or1a. hrot~m em rtr,.,nosaliandon .,-
J<>!>da uJade.em todos o. l'Spa,;os J('.!Xlldos vatiO!ó pda •máquina ,mob,!iiria~,
o,m lug.1r,:,, onde cun,1ruir ,,,_,ria imp<mívt:I 011 caro demais: murros l'.ill esc-.1rpa~.

irrrcnos inund:l>·ci~ trrrcmx cm litígio iudici.irK> (te. As favcla1 ji ap.irectr.11n


~m qua!.t, rodas as pam.-s i.la ci,ilJc, em <'Spai;os púb!IC()S muri!iz.1<los: .:kbau:o J~
p()flt<!S e rn1du1os, n:1 bc,ra de can.1i<, de certas nus eoc.'O, abrigos surgmm cm
mno à ,:,Jade. ~·nm: os ba,rros con,·l'OcioRaJS. exatamcore como o maio que
crl"See rntn, ,,s l"'dras do,~lçam(mn ou no rne1t) do asfaho, formandoi,ocla,·l'lo,
ou ~ia, mocro-tcmrórios rio imcrior dt ou1r~ rn.iiorc::!i, A im.1s.lo Je um •~=no
, ago e st,J ocup3çfo por ahn!(ns fonna um novo r~mt6no JU cidade.
Om, a~ favelas ultrJpa.1-S.lm os lmme;do;; tfrrcnos ~ur ocupam. No pr,riodo
da dnadurn. quJndo mu,ta5 fa,·ch!> for-am removidas. era 1mpres11o(lame ver
n rnpid•~ dõ~ dB!01;-:J.]iuçâo (l)u "de51crri1oriali~aç-.io~). Num dia, a fovcb
rrn ~omp!cr:unentc nrrar.iida e.m <letermmado lugar; no dia segu inte, i:i r~nas-
c,a um pom:o ma,s longe. Hok, as fo,·das continuam a ,r alim d,. seus limues
pormc1odasrtlaçõcsquccsrnl>c!ecemcoma,id.1de,àsvues,,u lrnrnis,colc-
ri,·n~. cl'HT!O o 5amba e o carnaval. Mas tias exuavaum, wbrcrndo. por meio
de du~ que 'i<' õtahde.:,.m de mane.ir., mais <;uri] ,. penetrante, de. um modo
mais Msuhterr.inM": em rtlaçõ,c,. md1v1duais, i~ que a m,1ior1a dos favtbd""
1raba!ha no> bairro> formais da c,dadr, :ts l'l'Zes, como empregados domesucos
que mm.,m, durante a stmana, tm apartam~mos d<K hairros n..:os.
A ocupaç,1o das fo,·cl;,s se fo1., portamo. em niç 11ivtís: «-up,,ção prn
priamcmcd11adctcrrcnos,·ajlosnacidade;ddlo,:-amcmosdefavdasnacida-
dt: rebç('i,;s do~ fa,·clad<)~ com a cidade tormal. F.slit'~ três nlH1s de ocupaç.iu
e de d=m'Olvimrnto !óCSUCm a \õgi,;-,1 do mato, cm oposição ã lógica da ~rvorc e
doarbustoda~sidade1;co111·rnciul13is il<Jjll,a pu:1.m,dal).
Clmsmphcr Akrnndn, em seu te>:m - qua~e um manifcsrn - cnmra o
urbani5mO mOOmu.,, 11 City Is Not il Tru, de 1965, faz uma aproxmm~áio
emrc :t~ cMrutura> de pbnqarncmo das ~,d ade>~ as l'Strnmras arbore~cmC$
do pensamento. Sua cri Ti.a ,·i5,1 as pr1rnc1ra\ cons!ruçõn das cid,1dcs moder•
na~, que ele .:han1J de Jmf1cia1s, e vai cm dcfr5,a da~ ddadcs na1ura1s, 011
seja, <las cidades vernâ;:ulas, não projc1adu. Seu t~ro intcrc~~, sobrem do,
p<>rtemMcOmprecndcra lógirnqucc5tr11tur.11,m,1cidade:Stg11ndodc,ll
ló1,1ca Jaan·orc, para acid9dtpro1ciada,l'adasemi-1rehr;a (s~.,,,./at/Jcc),
para ascidade~n:ioprn1crndns(ounJoto1almemep!aneiadas}.Otcxtocn·
mc~J J.SSim:

A árvor.•â qu.JI o titulo{;,zu/11são 11Jo li m11.1áw<)rc 1·m/e, mm fo/li;,s:


li o nume dr um.J rstrnlum J,,. pensam~/1/o. Scn1Hrrl1(.i i- o ,wmc de
omrn es/r1111rro. m,m ,omp/rx;J, P,m1 rdacrrmar esws 1!5fr,,wrns abstr,1•
/,15 comu essb1c1<11W cid,1de, {om11,l.src1, a pr111dp10. ""'" dmmç,Jo m,r.
pies. Oiam,1,ri dr ddmlts ,iat..r.Jis ,u q,re u dl.'$e111,o/~w,m1 dt m,meirn
m<11S ou ""'"OS 1•s/>011/,1neiJ e no drairrcr de um lorrgo pe~mdo, 1,. (hiJ,
m.1re1 de (ld,1des ,mifkm,s ,is (ld,idei: 011 purte~ de rnl,1des que foram
cr,,1i/,u;dehberadaml!1111'flf/rarq,.itetmt'11rlwmstas.'
Akxdndl.'r WIIJ pro,,~r p<ir mt,o Jc- dwgrnmJs que J$ cid;idts Ji1a5 am-
fidai.,. ~urm cfctinmcm•' uma estruturn de :inorc ~ que ,1s di1;1s namr.lÍs
seguem a t':>trumra l"m .'l<!mi•ndiça, m~1~ cumpk-=a.

Q,,;,/ r. ent,Jo,;, nawrew 1i11tm<J, o /lrmcipm wg;,m;:,:,d,1r 'I"<' di<tmg11e


a c1d.1d,• arti{ic,.JI d,i cid11de 11.1rrm1/i Voâs de1•cm 11!1' udwmli<1do /1rlo
me" 1í111/u r, que acho qut St'/J o pr1ndpio orgJmuJor. Creio que ,1
c,JaJe 11J1urJ/ se º'l""'~ i-m 1tm1-trrliçu. ao p,:,sso li""• qu1mdo õrg,:,-
111w1>W& ,uuJ t:tdade amfic,almellte, 11ós a orgam~mos tomo "'""
aruore. 1
l'.1r.1 Alexander. os arqune!os e, urha111SfJSOl)(anium a c:,da de como uma
arvore porqut eMlo habm,ados ao ~isrrnia IH' JX11$3mtnro que fun..-ioru no
.-sq11rn1a d.1 árvore. Es~a forma de, pens;inle:mu t b~\Wlfe simpln., bm.ina. e
os :irquiu:r~ se romar.im mcapne.<1 de, refiem dt forma mais complen. mlil-
upla, qut' !lena .1 de um smt'llla dt' ixnsamenro em l,t'TTIÍ-rrdi<,a.

Agm11, por q1te 1,mtos a,q.,1t1:t11s <unubuam aJudts p>1rt(ldJs mm


ár11ores, se a estmtl'ril 11Jt1,rJ/ é semprra de $mu-tre/içar ro, dtl,be,ada•
mcnte,pe,,s.,11do q,,,.a esrn,wr.1 em ur1ure scrvma mcllmr a111 l1ab,t,mtes
d;, c,daJel Ou {o, porq11t des 11.io /XXÍlilm f.,ze,- d1{trtlllt. por SLrtm
pr,s.,011l'1ros J., um bJb,to me,tfJ/,priJIOnt,ros Wlllf't dt 1tmJ mJlll'trJ de
fu"(Iº"""'""'º do rirebro, por 1/Jo m11stgmrtm ,onabn a complex,-
d.ldt dt uma semr•lrtliça tffl ncnbunu fmmJ qNt se,il mentJ/mentr COII•
l'fmtme. 11m.1 <~t q11t o cértbro /tffl 11m.1 prtd1spos1fdo rs ..us,s1/or,1
p,1r,1 1-n, onde o/liamor, esmm,r.is tm <iri'Ore t niío pude tSCil/mrá <mr-
'""'º
,cpçJ1J (ia <in,o,...fTt11111m (ótll 'CH Ci·lm dequ, ,! tmr t'l$,I U'gllll<Í,I
qut (0111m profl()St.is e,onstruid,udworn•cid.ldcs: qutt! fl')r i$s.>que ru
arqm1,11,s, /1m1wlos. t:Olll(J ,r,,, dt str. pc/J (Jp.1c«fildt dos càtb,vs dr
/orm:ir utruturas mt111tn'ilml''1/f!;JUSSic-c11, n..io pud.,,,, ro11ctbntm 11m
.s<.i uto mtntal u comp/ex1thde d,1 um11-trt/1ç.1."

A!i fo,·dali s.lo ;1,1mb ma,s romplt'!.as qu, u cidades d11as natura1~. na
\,·,g,c-J da s.cmi•trdi1,a dt Alcxandcr, uma vu que :u fJ•das nrdo cm cum1amc
form,i\"\l~,. nunca terminam ~u d!.'1iCm'Uh unenm, nlo crss.,m de crcs.:tr e, so-
brnudo, não siio t:in fixu como a; c,d~J~ d,ms forma,s, amfic,a,s ou n~tu-
r::us. pl.i,..,tJda, ou nlo. ,\ complcx,d;idc, nra~.il das fa,·da.s y: mescla a de sua
1tmporal,d:ide. Tr:u,1-!lf! 1;1,mbém de uma d1fercn,;a Je nm11.u.111C'mo. A c1d;ide
pro1c1;1da - a cidJde-ál'\·orc,, corno a árvort" e o pc:numenw c,m :irvort' - rs1J
foriemmtc enr,uuda nums1S1cma-ra11, 1m;igcmJa ordem;~ ci,bJc ruiOL"llmple-
lamrnie proictJda. a .:1dJde arhusrn. fun.:1on,1 como um~i,rema· r.1dkul:.1 ma,s
cnmplt'xo; e a fa,da. c,d,1rlc s,:m pro1cto, a cidudc•mJm. ~uc o ~b!cma
ri1omJ, que Alunnder icna mmu difkuldade pua dcmon~,r~r cm ~cU\
d lagram:1$ m~1cm.111co-geot,,-rific_os. qu~ fina lmenre 1amhc'm são rac,ona,s, <:ar-

F.m 1cm111s d, bot:inica, o nzoma éoc~uk subrcrd.nro das ht,rb;icns sob


d,1·cnas formas (bulbo. rubérculo), e t. d,fcrenrc dJs ram:-'i e r.1dkub,. l:.A1\-
ESTrnc,t.0-.GNlA
;õã
IC'm 1ambém pbnu.!i 1ropi,;a,1 qu,, rtm ntOIIl.3S acreot (»mamb.a,a,;;). O g<"ngi-
brt é um riwma, por cxcmplu, como rambcm ola ava Jamnha.
O -$i~tcma de (l('nsam<'mo-• d.i crva/nzoma é o oposm du <la ,ir.-ord
r;liz. cnq11Jn10 o ~1~trma arbu.ro/radi.cula, por ,ou,crvu a e~irutura
arborc-.ccntc, se caractcm.a pm uma falsJ mul11plicidaJc. O sistema erv'J./
niomJ é o pcns.amcnro Ja mu111ph.;1da<lr, cm opu~,çio ,10 p«l);IIDenm b1n;i-
r10: é unu, cultura acr111raJa e 1n>u,el, cm oi,osiçjo;i; .:uhura JrborrKcn1ee
cnra1t.1da. Por outro lado. o Sl'ltma cn,3/nzom;i n;iu 1cm moddo: e 11.io w
1rJ1a ~1mpksmc:mc <lc ~ukmu,r J ,m.ag.,m da an·orr pc'la ,m.agcm domam
no C>pirim d.n ~,;o;is ou Jc ,ub>t1ruir a busc~ das r,íus e das origens pela
bu.,a do rtwma e Jo mcm. O nwma n:lo rtm imagem precisa. O que 1mpur-
1a ê ma,5 o proccsw <,Uc D 1ma11rm formal.~ n próprio mov1mcrm,, o germi-
nar, u~r~..;1mcn10, 111mpctu.

O desenvoMmento do pensamento de Hélio Oiticica


S111ro que ,r.1') tst,,u m.11.1 no prr.,cusv de J1genr a5 co1s.1s t qut /oi fJOS$O
1or1~1r {u,mdo o ;nn/J,n,tr r o mundo "º uu wdo atrJ•~s dat forças
crwmvs, como u as idé,as (ossrm u mc11/ts ""P"~cs dt R,rm,mar r ars-
ccr. J,!_,m/nmilu formJ r sr ,dru,wvft,r11do tomo ,,,.,.., /,/a11tJ wmplrx:J
whrcJ/Opolo,:o:aJaumt
() dnt'nvol~irncn10 das 1dici,u de Hêho Omcin npós :a descobcrr.i dJ!i
f.webs - t, co11~uememen1c. dJ cri.:iç.io dn< PorJ,rgolls - ln·a o ams1a :a
rnhar um rrab;.lho c:1d:1 ,·t'l ma,~ cnncr1rual. cm que a 1dic1a de obra <k- :ane
,·as d(";olpar«cndo 1:r.u.lualmenrt cm prow,m d.a 1Jéia nr.115 ampla de cx~n-
mcnr,11,J.o Jn1mc:i.. Omc~a cri,, cuncc,tos, mulr1rl1C11•0!; e os torn.i complexos,
ndac1on~ndo-oscntrcs1,n1ccon$tmnrumvocabulàrioprópr10:a1111ar1~.apro•
prmçõcs. supra-semm1JI, crd.u.t"r ci.:. Mas tlc nlo se co1mdcra . por 1»0. um
.irll\lJcorKcitual:

Drtnta urtc «m,·tmo:al. nJJa rc,r/,o" ,,v conr ,1r1c conu,t•JI. Ptlo ,an-
mirw, mru /rJb.1//,0 é .,/go mwrttv, tvm<J tal. ~r., mm, o ro,ru1tv f'

nmJ rtJ/IJ, como O$t'mo,~J/. o1mh1tm.1/, nc. qur (unJos.llJ co,1ur1os
/Jm/x:m: o 11ut ,,cho mim ; .,,..,,,da o co,ra,1" i truMdo rc,mo oli1t10·
f,m Jr/w,co, t1 pJs~ 11 str rtd11mfo1n1~ fuh,mdu-$1/ cm s, mt•m".
Adc-mai1, Omci.~ ntg;:1 su,1 panK1paç;io n.io r,omcme 1JJ am· .:mi.:cnuJJ,
mu em todo e qualquer mo, m1cnro ani~11co 1mem;1c1oual Ju qual ~li ,r~ba-
lho po~Ja ~r 3PfO.\lllt.ldo - e tJrlJ$ •e~ li fo, - como. por urniplo. a Ane
Pu,era. Om.:1u «111sideun J "dnJ p(l\cr.1 anc i1.11fün.a~•· a própria cJpt1.d1-
z.i,ção d.1 ,déu ck pohrez.a . .a su.1 !r3lliform.tção em com,umo • .a subhm.açloda
pohra.:i. que na. ~.1ild.1dr eu. fcn;i. ck forma ~ nt.t.
Guy Breu afirnrn que a obra de Oi11drn comum~0U"SC com muiros Cl>I'
rrnrb dJ .tnr: con1crnpor.ioca, Anr .\1111,m.1.li~ra, Earth Art. An:c Gn;;ucu,
f,r1•1ronmt'nt.il Art, l'ocsi.t Concre1.1.. BoJy Art. Anc Conccetuul, Pt'r(or-
11
m,mu, O crir,co de ;,.ne chi:µ J considerar Omcica como p=un.or da Bc~iy
Arte da F..irth Art, ma, Omc,c:i. nq;a t'S5'1S dua;, pa1cmid.1.dcs. Fie con:,ideru
que su.:is proposra~ difcnm du d.1 3nr corpor:il, puis são •a descoberta do
própnomrpo. e não Jocorpocurnosupc:me• cquc -~ BudyArrsctornou um
prccio>t>mo·. No..a cnirevi~t-a. 011icÍ\;a nega. rn s,Jo •prc,;ur50r dessa coisa:
bmh ll''mk• .'' A artt' de 0111.ica pode mé 1n: se rcbct0nado com 6$n mo~i•
mcmos da i,f!<X2 [Zc11ge,sr). mas o am51a bm,tkuo não pani~1pou tÍl.'1i•·~-
menrr de nenhum mo,·im~nio nrtistico desde o fi,n do Ntocoucreri~mu no
&-a,;11. Ai. prop()$1:i~ e O) no~m cnn.:ci1os dt Omcia cr~m ~·,ub 1·a =~ abertos
r 1amaij podcriu1 se enquadrar num mo1,m,,mo prt'd~rmm.1.do - cada 1·u
mais de ~e Rprnxun,t•a da fórmu la de •~u Rm ,go Mino Pcdn,s;i: "o c.vcrdc10
cx~nmem.i1 da lil-crd.:ide".
P9u Omci.:a. = bu""a da l,berdaJc rass;,. forçoumcmc ~lndt.'Sl"n1·ol-
,.,men10 da 1dti,1 dt part1c1paioão ;i11v:1 do cspe.:iador: o armia, mcflOI' que
Jquck que cria, C qurm pro~. motiv,;1 e oncnm a criação. O ams1a nin;,
m.1.is o qut as.,in.1 a obra. mn o que dl>sencadria orcriffl("iu ~olrliva~. Da
pamcipa,;aio do C~f'C<;lador, Oiurn:a ~ -•~a para a .:naçiio colt-r1"a; o que clr
faz t M'll pri,rno «iarum como uris1J se mrnam cad,1 1·cL m~~ dificc1,; de
d.ts.,tfi,ar.

/no ; Rc,11,1/. A nr.rncmJ como as pcsio;ls st rt{trtm a num i tJtrmo.


Algum m1t chanwn1m Je 11mtnr, omnJJ J,. r1eu/1ur. F, p,u, a,11da. mt
cbam.:u,;1m ~ arqruf,.t,;,1 F isso theg()I, av m,1.r1mo no progrJn,;s do
C.:h..1(rml1a, que mt d,amcm ilttosh,rc1ro. NmgumJ ai:ha umJ dtfmiçJo.
Ah.Ah.Ah!''

O11,c,c.1 ~ dassificna como m,Tmor e niio como :lill!ilJ pbsuco, ele v


,füi:t "dedanch:idordc esr~dosdc m,·en1-.,o·.

O a,t,st.J,tJp,tr,r/ drlt, i dul.1nclJJT,,op.,rt,aJI.Jdor.q11c rioa~spccwlor.


o ar.ido dr m1~11ç<10. O arrma d«Lmch..1 no p.,,1,apador o tst.ido dr
mtJCNçáo f... j Eu dultJ11cho o grande rs1,1do de m1·t11fJO /... / 1u prssoos
nonrw,s u trons{onnmn em /ITIISI.JS p/iist1C01 / •.. / r,j decl.J11d10 /•.. } t"
n,io mt lr,ins(om1e1 11un, ur/,s/u J1/,ut1to. ru n1t /'T.insformt• num
1led.m(/,,1Jor dt cst.1dos dr '"'""fJo."
Em lieUS 1n1os de 1966- Propostas 66 e PoJ/çJo t prop,mw - Omcica já
fu,J umJ reltnmJ muno pcswal dl) rnnccuo Jc- anuanr ba!ieado na pam.:i-
pJçiiu dl) e.sp«Udor:

A purlirí/iaçJo do f.5pe,t.i,for i (lmdilmi'111al aqm, t o fm11âpio qut ~


fX,dtnichan1Jr "pro~/J,3r.JiltrW(,lO~,q,.t,ubm11J 1Wq1<t{um111-
lr1 como tllllwr/t. N.io u trata Jr i,,rpu, um aun ..:, dt idnai r ttlmt11r;11
uab,,J.u IIO np«tJdor, mas de pnxur.Jr prlJ dtJ«ntml,wçJo d.i 11r/t,
{H'loikl/oca111t11todoq~Kdtssg,raromoarte,do,:;i.mpo1melu1ui1/ r.1<10•
na/pJr.1od.i prop<>s1ç.:ioautm1 m'fflc1Jl;,Lraohum=r, ao mdll'fd,,odt
ho1t. <1 J1oss,brlrd.iJt dt ,:.-pn,mmt,,r" m1ç-Jv. dt th:swimr {H'I.J p.1r11ri-
1?Sto1 dc d11ff$i1l ordttts, 11/go q11t J1.irn tle possua 1,g11i{rr.ido. '•
p.1ç,i<,,,

A1111.irtt•cm11prer11sJo t ra~.in dt urdo art1s/J, 11Jo mars 'º"'° um UUl·


dorparJuco111tmpl.1ç.WmJscomoummot,~'3dorparJ.1<r1.:1çJo-1J
arJçJo romo tal u c(tmp/l'f.i p,-/.1 p.irt,,,p;.sçJo d,Mm,,a do tS{kc1aJor,
ugor.1<wrndcr.1dop;.srt1npi1Jor.Jl.11turtt SCTllf uma ctm1pkuçJoda nun•
s1dJdr wlttw,1 J,. uma am·1dmltcm1dnr.J Wttmt. qur sn,a mot,~•,1J,1 dt
11m det1!T111111ado mt>do (Hlo art,JIJ: f,r,im porr.1111,-, ,,,,..,/id.1d,u us flOSt·
çàts m~wfis,ws. mtdutu3/i,1;;1S e ts/1·//'1s!as (.•. ) i /loss 11111,1 rt,1k.1ção
cn.itwu o q"<' propritoarll!l/J, rra/,wç.iot:st,11sent,1 dt: prmus.ws mor.J1s,
m1tlu111Ju 011 ts1tt1rus - ., a11t1Jrte ts/J 1St11/J dm-0 -. I uma sm111les
posiçJQ du hon11·m 11rlt mesmo t 'lilS Ili.JS />f}$Slb1/1dadr1 CTlillnvu r•1f.J1J.
O «,.Jo ach.1,~ i t.1m/xm Um.:J p,1111op.1çãQ 1mpn~Jnft.''
A 1dé1a do.ichado,.151,ul {d<' MachJrM oudc "nlQ achar«)quc-apar«e
aqui pela pr,mroro ,·c1 ,a1 M" 1ornar fr«jiicmc n~ últimos rraha!hl'>5 do amsia,
1,11hrerndo cm suas pruposms 1,rban~. Sioverdadmu M,1pruprfa~õcs": O111, ...-J
v,1i se npropriar dos objc10~9utcoco,ura na cidade ou dos p,:daço~ dao,fadc,
até me.mo de regiões uuciias, como o morro da ~fallg11"m>. E.Ir COflKÇl k'
aproprian.:fo do,,; bn'itHo,:has•J~-fogo que ~inaliu~am u ohr;u na udadc do
R,odtJanc1rodur:1ntca 11011c:

Na mmh,, rxp,mfoci.i, ltnho "" progr.1ma t 1,1 rmaei a qut: chamo dt


apropmiç-ül's: acho um obietoou ron1unto~w10 fn,mado d~ p.z,tts ou
nJtJ, t dclt tomo po.ut comn algo 1111t pomu /IJIJJ ,mm um Jrgmf,cado
qu.1/qutr,,s1ot',tr.;11sformo--0<'mobm,u11111l:Jti1<'a11tc11dnólen,aoq1111/
i posto fogo, ded11ro-d obm. dela tomo posse: p.Jrri m1111, adqmrru o
ob1ttu11m.1t1trn/111JJ,m/Ôno""1(••• JÚ>Jcomp,,.,.,.sãod.Jma/t:,1b,lid.JJe
1igm/,co1/11\J dt c.;J,i obr,1 i q,.,. canul.i a prtltnsào de 'l""" dar U
mtsm.J prttt1rss.Js dt d,<..,nilf onftnS; mornis, estélius etc."
A t:cflmincu da lat.l·{oto a/J em 1od.J par1t: svi,1ndo dt u,w/ /,.,n,-
11uw p;Jra a no,tt - ,; a abrü q11t: eu ,$0/,, no,1nommmo dt: swi º"f!."''' -
~:nslt a, como q11r 11ma apropr~1çJo gt!rill, qw:m 11111 :J /.JIJ·fogo 110/JdiJ
romo 1111M nbrn "'iupodmi d,•txJr d.-1,mr/.mu q11t!; 11111:J ",)br,1" ;/O lff, ""
cal11/11 J., ,,om•, as (m/rilS t$palha,/,J.s romu m!Jis c6s,m,<Jj, sms/x,/icos,
pt:fa adJdt': 11m.J dt! mJos post,u qut ...idil ,:;xsst,: dr mil1s tmoao,wllte
do qut! tuas latJS SW. ,lumm.Jndo a no,tt (o fogo qu,: ns,nca a/)df,il) -
sJo uma ,/,.slmÇ<ffl da ,..,,a,o fogo duro r dt1 rtptnlt lt t.l('JgJ um dia.
mas t'nquJnfO d11ra l t'tl'fno. ••

O,tici,;a fn umbêm apropriações ~mb~m.m. Apropna~. p<>r ucmplo.


dur.imc algumas horas, de um camciro no mr10 de uma rua do Rio de Janeiro,
e o .:an1t1ro lt')rna•Q' obra. 1\ m~mfesta ção e a cnaçilo de amb1cmes e o que clt:
chama d,, "obra-obra•. l'.lc traba lha amda ROKm,do in,•astJ.Cn.indo "amb~n-
tts" mspiradl>S no que viu na5 rua~;~,;,,~ oca.soda ula de bilh.ar; aprnc111,1da
no .\I.Af,I do Rio de- Jant1rocm J.966 tin~p,n<la no quadro,~ ca{édt: nmt. de
V.rn ('~). trn que- reproduziu a •mbifflCia de um pogo dt btlhar cumum t:
popular. muno prtstmt nas favd.1~ ate mf!smo a céu ab,:m,. nas ruas.

Te,,l,o tambim algo qu, com,de,o ••,te,/ pilrJ o d~1,o/~·r111,ntu dt: ml'll
pens.im1ml0: ,m1J s.ila di: b,/11,~r - u111<1 sal., d" b1/ho1 o,rde a cor d11r1J o
1.m,b1emr t (JS p.irtmp,mtes do 1ogo wstsrJo camuas co/oridu.s t11ogarão
/11/l,,u nor111,1/m,:11te / •.• / )ti aqm a 111,111,fe.stação t-SIJ 110 u/rmro oposto
da r1111ra obról--Obnr: tiq,11 n, cnl.'t o umbit!nre prttoncrl,,do que 1lt:$t!!J•\'I
- nJ OlllrJ. oJd10 algo qut1 a re1·1du a<,s poucos e 11,W pr<'cwrctbo. Tanto

uma pm,çJo como o,,Jru sJo dr mJ:w,w 1mporrJn(1a n - sttur de t:x•


ptrii-n,u ambmual."'
A mf!ui:n~,a das m:1mfcs1:1ç~s popubr~ló fo, mart:1111e cm Oinciu. Pen•
sou rni crfar, depol~ do bilhar, a amh1C11C1a de um9 partid:1 de fu1c bol, o que
nuoca rt'al1lOU, Dis5f mtsmu qU(' a '"d=nhcrta ck manifntJÇÔClo p<>pul•rcs
orgJn1~dJ, -~las ck s.:amh.a, r:mch0$, Íl'C'VM, furcbol. fcira~ fcs1u de toda
ordem, e as co;p11n1ãnC3S ou os acaJOS (arte das n,.u 011 anuanc surg,Ja do
Jcaw)·" cn, m;poM,il·e1 por sua 1t:ndêne1a 3 tuu colell\a e anõmma.
Um c>remplu dessa 1di1a dt obra n.1ltuv~ C ~ c>rpenência fcr111, ã f'JMic:1,
pelo crí11co de arte Fredmco de Morai•, n.1 Unwcrsidadc Federal de Minas
Gc:r&,s. MQr~,~ criou obr~s de Oiticic-J., ~m 5ua prt,~m,-a, mas com seu cu11sc11·
11mcmo. buscando na ra1iagem urb3na elementos 1useetivc1s dr csrre.~ponder
u propos1as do amsra, p.,r., reahur um~ tspk1c de /,.:,p(Nnmg. A 1dt1a e a
e..,pc,i~nn:i da obra se 1ornam ma,s unpor1ame~ q~ o obJcto prod111.100, em·
boraaproduçio{hus..a,acbJdoldenh1e1osnãodcup3r.-çacomplct.omtme.
O que wnJ e11r.Jou ob1emf U..u ,ro,u (Jl~ "'' um;J 1101u mJ11e1r.1
de ~rdJ propoJ1çJocittfUJ! A"'"' llt'T, ilf}N,.lrdt' i,1mbenr pülJU/r uus
dw, u-n1,d01, ,i fm,;pm,çjo ,,,,m 1mport,mtedo ohieto, dos (auJureJ Jo
ob1r1u, Sf'riJ II dr u,,1 IIW'O wmpnrt;mrrnro prr<eptJJ.Jo, crL1do ,w pJrl,
â/1<1f.io t adJ 1•c;: maior do e,pa:t.idM, cheg.imlo•u a uma ,uperoção
dri r,/iirtucumo fim da txpreJ.Jou1it,c,1, P.Jr.11tum. ""m,nl•.i e110foçJo,
o obµ-ro (m umJ pllss.,i:em (>Jr/J ex~r1<'nrr.JS c.,d.i l't'; mJ/1 compru,ut•
lld.1$ mm o rompurt1>mento md111Jua/ de c.iJ.s (}Jrf1Ctp,1Jor: f;,çu '/lleJ•
1:u, Jeuf,rnu, q11e nJn 1111 aqw1 a fJTOCUril d,: um ,mm e1md1r,o=mento
p,1r.1 o p.trt111p,1Jor. mas mna d=uW,1,, J, tndn tmrdwonammto par.i
a /Jl'(};.'ur.1 dJ /,l>t:rd,,dr 1•tdwi.Ju.1/••11r,1r•es de pmposl(ón r,1d.J 1't': m.1,s
abertas.n

. A p;irnr de 1967, Ou,e,ca desenvolve de for,na oda 1·e,~ mai~rad,c:il as


rdé1Js ia cxpl't'u;i., no Esq1tem,1 ger.1/ d,, 111;11·.i ob1efll•1d.ide. quando da cx-
po~1,;lo do m~mo nome. onde TropmJ/1.1 foi :1.rre~mJd:1.. í. a própria ,déia
de ~no•·a ob1em·idadeª que va, rngn.dr3r novos conctno~ como o •supra
~nwrul".

O ctmu,to da "1101'11" ob1crr,•1d.1de n,m 1•ua, como /Jt11sam mmtos.


d,/mr ,u tS/rUlllfJJ, m,u 1/Jr•/11<•s 11111 J~ntido 101,1/, n,prrur n t'Jlmtr, ro-
/1smo crtJda pd,11 pro/J(»ifÜU da arte al.,strotJ, (ilzt11do-o ITCJctr fHJt
todr,s m L,do,, cnmo """' pl.:1111.1, au ,1/.,.Jrc.ir a idtiiJ conu11tr.1dJ ""
hbod.11/t dn md1ndur,, {lTO{IOrcro,r,1,rJo,/he propo1,(i,n aber/JS ao g,,
txncic11, mwg1n.11wo, mtnroT-WJ scrw um., d.u m,1ntm:is, propurcm-
n.sda ntsir c.un ;wln 11nis1.1. de d,sal,r11.sr o md11"1duo. d,, tom.s•lo 00,e·
m-o,,os,:r,c,1mpor1amr11/oit1to-rsp.1c1.1/.0pruprm(.1:nd.10/.,r,1$i:r1,1
,•miado. .l$S1m lomr," "e!.1bor.1cJo" mtmor, 1J qmro nrr,l.idr,m "f,1ur"
seru a 1wi,ina do mdw,duu. Chegue, e111Ja ao cm,u,to q1tt (ornw/e,
como s,.p,.i•SMKmJI."
O rnn,;e,to de "supra·!M:noonar pode, !ótt comp.irado ais C"-p,.:riêocu~com
drog3s alucinógtnu. aç,i hus.:.i da ·..,pr;1-!óC'ngç~n• r de uma pr,n:cpçJo 10,
ll'll do ind.-iduu. '• Omc11:~ propõe novas form.H ck ~omport.1mcmo hgadn
ao coud,ano p.,ra liberar os md1viduos Ju que ~pnmc ~uas púuil,,hd.ad/!$.
\eu tr,1b~lho fica, nesse momi·nto, muato prô>:1mo da d,mcn.Jo dinK1l e das
propuiras·ter~pi~s de su~ a1mga Lyg,a Cbtk. cum qu~m m,mr,nha cot~~pon•
d~ncia tm que narra•a sua., rróp~!as •1>Í'ncia~, ,, reaç~~ dm C$f~cudorcv'

0111c1-a r,rocura,·a conduzir o opccrndor. por ,u~ Jl-lmc,p;iç:iu, i ·pura


J1~pomb1hdade criadora. ao IJier. ~o pr.tUT, ao mno de ,·,~u, onde o que
agora é sccrcto pos~a se revelar cm sua própria existioci.1, no dia-a-dia~," o
que ,·;i1 lcv~-ln a um no,·o concciro -o Mcrr!azcrM. mistura de crinr, crer I lar.tr.

Não ocupar 11m t..g-1r esped/ico, 110 espuç11 011 1H1 umpo, aJ.Srm como
o pm~cr ("' ,iJo .saber 11 /Jor.i da preg,11ra, t" pode 1er a am•,dade
l.'I<'"

q1<e ~ emregue ""' "cnJdor•. /... / Os qi,e ,,,io .se defrom,m, com o
11

CrdaZt'r ndo u p<Jdlm w/ur, n~m CYT qm: ,~possa,.;,,..,. Jrm 11m "pe,is,i,
me,i/u" que ~'Cm a pnori s.,_•mprr e que foi a gl6rlil do mu11do oâdctr/u/,
O Crd:iztr ; .:riJr do l.:i:::i!T 011 arr ,w /11;:er! - n:io sri; 1u/ii« os dor:;,

A propo~rn do "aela~er" é uma conseqii~nç,a do ·supra-.!;C11Wri~I", rro--


po~ia amda m~1s a\lc:rw de uni "h11.cr·praicr-faur", ou 5'!1"· de. um lawrcria-
dpr, n:iorcpn,~)ivo, um ,·~rdadtiro ucrciClO dn cxptni:nôa da lih-crd,1de torai.
Scw; eonce1t('I!; vão ser po,;t~ cm prânca quamlu da "xpu,.,.,·.iu da Whittchapcl
Gallery, de Londres, cm 1969, no que clcch.~mou de \f.lb1t,:ch.iprl ,:;<:peT1c11u.
f. nbsa experiên.:ia em Londres que Oíticirn •·at ,onsmnr seu tde11, um
con1unto dc cabine<, pcncrrivc;~, tendas e ninho)s; Can11mJ e Grl (1tnda
Sunoriiada com a músicJ desse~ c.1ntorcs-compos1torcs. en1â11 exilado, em
l.ondres):Gam,.,/,,,11111lp:i lhanochâo);Lo/ol1a>1a(folhasnochiloJ; le»umiti
(pcnct ravcl de :igua. po,s lcnmnjá é a dinndad~ d:is águas nu c:rndumb!~J; 71'1
C,ma (c~hmc mm inn,nsu - o .amba nas..--.:u na .::.isa dt Ti~ C1,1r,i, na ptqutna
Afric.i do Rm. a ;i11tig:1 Praça XI): Ur:w (pt,nc1r.ivcl com colchôe$ no eh.lo);
A lirta aberta do m,10 (tapt'tc no d1iio) cte, F.de11 é um ambiente ab<,no a mu11.as
vm:nc1.:1s e cxperi~ncus :;e,isot1a1s. Para nele cmrar. é preciso estar descalço
paraS{'nnrochâodascabincseaarc1adispvs1acntreosdifncmc.-scspaços.
\'.1Icundadns de um lado apcuas Por uma Mtru1ur:1 ~m palh~ chamaifa Taba
1comooco11juntodcixa.~mdigenaJ.na floresru.1rop1call.

Nu ,•.'ff!eriêlrna WIJJ1ed1<1pefi,111<1 us 5mumtei; do l:drn f1rupi,,r/,.im "1•1·


sões" :m Crdnrr; o 1Jólid,•·cam.1011dest miro e$Cde11a wb.in1mt11r,,
de /Ulll: u cQ11(Cu1r.ição do W:.er, qJ,c ~ tende a f,xar. O troJ/cto do pi 11J1
S<)hrea1Jrcia,que.se11uerromperom assi,cru111,1s mtmdas 110s pt'11e1rtir·cl$
de àgir.i: lcma11J.i, de (úll>JS, Lulohana, de palha. Ornnab1anl'l [... / os
/',,mhos, 110 fim do ~den, wmo iJ saida para o a/em•""'b,e,r/e, 151() é. a
amlnenr,,çiio nJo mtnessa como 111/orm,1çJo pJr.i md1Car .ilgo: i" Mo-
umbient1Jç4o, " powb,l,dade de wdo 51' (T1ar das âbi l.is t'Jtias, r:mde
se buuJria •,rni11'1.1r-.!lJ", ao st:o"ho da r.ons/rnfii" de tot.21,dad,"5 q"r se
crg11em '"'"º bul/1Js de poJ.S1bilidoJdes -o s<Jnl,o de 111,r.i llOVfl vi/LJ, que
se pode alternar entre o ar,to-f,mdar e o supr<1-f,md:ir m1s,:1do íl'/111, no
ESTtTICAOAON;lA
118
11in/10-laur. onde a 1dt'W de Crdaur promete erg,.er um mm,do 011Je
ei,,ooâ, IJÓJ, ct1d.:I q1MI t' o cilui.1-ma/e~JO
fÀ<>n é a cnnseqiiêne1,1 dm:tn das propo,tas amenoro:s inspiradas nas fu.
velas, l'ar.zngo/ês e Trop,.:al,.z. Ara.-y .... mara! considera que a habuaçfo da
fuvda csti na origem de todos cs>es trabalhos: ~t otss.i arquitetura urgãnica.
fundada no comunillirio, qut ~e pauta ioda J uposiç.io Oitiei,a na
Wh1rccbapd~." Omdca cunscna a idéia de abrigo dm l'arangolis e a do
fl"t<·ursode 1'rop1r1ili.J, mas pas~ para omrn e.scala. GU)' Brrn diz que Oindea
pass.i de manc1m muiro s1ml da meráforn da dam;a/músw:alcorpo à da arqu1tc-
turnlurbanismo c, depois, a da pai-agem/tcrritório.11
A rcíluii.o principal de OuiciC3 cm ê,J~n gir.i em torno da id~ia de conm·
nidadc ligada ~ da liberdade do indi,·iduo. mspirada ccm1mcn!f cm sua np('
r1êocia na Ma111;ueirJ, mas umhém cm sua breve rsiada cm Londri,s, cmrtr ,,s
/,i(1pitr• dus anos 1960. O armia diz,a que si: mtegrava completamente ao
a111l:o1emc onde e51ava -nnha aprendido muno com m; ~sso.1s do morro ma~
também c(lm os li,pp,1!$ de Londres. " 11 precrso acrtsccmar 3 isw uuu-a$ m-
ílu~nci.1s sohre Oiric1c.1, prmc1palmcmc sua~ 1.-iruras, c,:ph,itadas em seu$"
tcJ<tos, dt hnoscm voi:a, na t'poc!l como: Erou CÍ!'1/,zação . de Herbert r..brcuse;
Le 1(!11rn11/ dt Oi/1/ormf, de Edgar Morm, ou U,iderslóJndms media. de ~\a,;ha!I
;\k !. uh,1n. Oiticiea também "~'~ fa,;,;maçâo pda experiência de vida cornum-
tária de um grupo d.- artistas de Londres: o Expfodi11g Gall,1X}'. dingído por
Da,·id Mcdalla. fde,i ,e fundarntnta detivami,nte = i sua cxperi~neia eornu·
n1dr1J na MJngueir.1., mas é 1mpress,onante ob;.ervar a, stmclh~nças entre a
manc,rade,i,·ndusfaveladoscadcmu110scomumdade-sd11asahema11vru;
011111ôp1ra5dC"SSatpoci,l'Obrnudonoqueconcc,mcPosprindp1osdel;bc:rdadc,
dr coltuYidadc, de prazer. de mMgmalida<k etc. A difrreoça, ~mruamo, si:
manr~m: 0S favd,1dos vivem llS1illll lrul.Í) por <IL'(c~sidadr, por uma questllo de
sobrc,·ivênci3,Queporfilo,ofiadc,·,d.io11qualqurro'11tra ideologia. No catá•
loi;u ,fa expu,i~'io em Londrn, elaborado pdo própno amsra, podemos en-
conrrar, ai fo1ogi-Jfi.1s da Mangwir.i. das r«f.u de umh.:i, do umaval e de
outras rdcrênda~: Rck nci publi.:a1b ~ fmografu1 de uma cabana Kird1 do Livro
,\rdiitc,:;turc u,,tho,1/ ardmects, de &mard Rudofsky, e uma cita~-:i1;1 do Triste$
1rop1qucJdl'lhi-Strauss.aprupôsuod.,s001s,al<'mdcumafotodcumfu11cral
irnliima dn mesmo hm, uma ,·a que '/1/m si: apn:sema como uma tll.ba.

O WC.'< i um campo c.tpuime11ral, "m tipo de /Jba, o,rJe 10i11Js JS e:,;pe,


ri<'11nrJS lmmamJ.S s.io pnm111Ja$. ê um tipa dt Íll,~ilf mit,crJ paru ~ntir,
f>iJr,:, agsr. pura f,i~er coisas t construir
e, a.smos ,mumr de cada ""'•

trnlilo, p.11111,7/, pru/J{islçi'tes abm11s são feitas, e meimo algum mJ/erra/


para se fa::,.:r,aisas, o qua o p11rl1(1pontl! pode fa~u. Eu mm(,d e,tii.~ tiio
(d,z '/UJIITO com WL\". E11 mi' sinto completamen/1!. /i1•rt, d!! tudo, mes
mo dl! mm, mesmo. Isto "'" vem d..sde as nows idêim a rtspe1to do
,011u1w d, supra-se1uorn1/ que rtsultou uni ,.,,, untido supm-sensoruJ/
da ,,ida, de se rmn${,;,rmar proussOJ artíst,cos m, Hnllmttmos dl' 11rdo.,..
A Wlml',hape/ Exper,enu i um mQITT<'ntO im~namtt no per,urMJ anis-
lÍCQ dt Hélio Oiticica, é a pdm~ira cxposiç:ío internacional" tambfm a última
H,z ljlll.' de reafü.a um pruje10 Ja ampliiud .. d.- Édl!n. E pn:-~'iSo fri,,ar que t:SSI!
tlpQ dr experimemaçiio artfmea. ncsY época. nJo nnha esr~ço no Brasil por
~~.Iu>II do enduredm<'ntO progrcs~1vo da ditadura mil11ar. Omcica, cn!Jo, par-
tiu pam Londres," di:pois v;i.i exilar-se cm Nova York.

O c.-.ilio levou-o à radicafü.ação dt sua~ propmtas, dcsenc:idcad~ por


Jifen:-.nças culturais. amJa mais evid~ntt'S <.jUI.' aqut'las qu,• de experimentava
ao entrar com 5eus amigos da Mangueira no Mu>eu dt Arte Moderna do Rm
dl' Janmo. Éden fo, conmuído em Londres. para o espaço da Whircchapel.
ondl',dizOitki.:a:

o cumr,ortamemu sr abri!. p.ir.1 quem ehc-g11 a sr J,.bmçJ no am{mm/11


,rr.ido, do fr,o d,is mfü /,:,11dr11UJ5, repetidas. ful,adt15 e mom,mr11lim. e
se recnu ,omo d( 11()/1.1 iJ 1'JtureUJ, ao mio, m(;i,m/ dr>( dr1:car abror-
,,.,,. 11u Úl<T<J Jr, esp3(ü aberto ((J1!5lmiJo. </""· nu,; l(t</1 "g.1/,•ria" º"
·abrigo•.eru ..ueespJ(o."
A propósito dos cltmc111os coomtuuvos de Éden. Celso Favarc1to cscrr -
,,.,. que $ão ·r~epracull/s, ab,,m" âs viv~n.:i~. i produ(Jo d..- novr,s S1{1.nifica-
dos, ,;;lo lug:1rn que mulnplicam comporrnmcntos, â im~gem da reprodução
celular~.'" Oiri~iúl f.113 ddti efenvamcme e:m re:rmo,; de "c:s1ruiuras gcrmi-
nJtivM". dr ~células-<:omponamcnto• ou Jintb de ·comunid1dc gcnmnati,•a~.
Trnbalh1 a, Ídfias d..- reprodução, de mulnplicaç:io t de crescimento, até por·
que a expc,rii:ncm da Wh,rc,bapd lo, par d ele o germe d.- um proiero muno
ma1,;va~10:08.1rraâio.

O f.dcn "ª"(5/iÍ sr,bmii;sn ~"tret,mmu um,, forma acabada, mas ,i pro-


pos,cilo ptrmJmm/1!. dü Crrbzer. As propos1í6es uusum ttu.-sum 11das
mesmas ,. nout>Us - a ,deia J,. coustmç.ao do Barracão re (rgut mais
"mo 1-e~ como ,mm ponrbi/,dadl!. urge11te, como a crmso/id11çJn de 11m
pms.,mrllfO torrr, 1!.spmha dorsal do que ch,11110 Cre\azcr. 1'
O Bilrrncf;o ~ um pr<1je10 cumuni1:irio mópico que Oi1icíca jamai, con-
sqiuiu rcahur complttamcntt. A proposta era bastan1e ,·aga: rnnsi~ria em
propor diferentes amb,emes, comu em f!.d1m, porém m3!S abtrros I! mais
colllplcx~ paro t~pt<r,Cnc,as hnes e colenvas. Via nesse novo pm1eto unu
evulu~:io n3mral de §1.>us ann11-os trabalhõS, 1'1mmgolés e frop1c.ill.J. e do que
elt chamou~ Nrfir de emâo de "rni1-B•~~;1·, ru11 aherta, esiru1ural. mas n:io-
úprc>s,m1. um.1. raiz não demasiJdamenu.• enraiuda, mas 1ransformável, c:am-
b1anfc e ai'>!:rta, C(!ntr:I uma 1m;igl'm fixa. çongdad.1. f' fr"<:hada.

I\Jrrado - Form11/,1çt10 da idh.1 dc Parangoli nu r964, r.m:. r.z,;: b"m-


lnr.z tm a (,mtllçJr1 M r.i,: Br.zs,I rm ú/J(H1(ií(,ii. {QJc/or1:.,i(,faduw m,nl'-
rwl miz - a foldoriUJção n.zsu d11 cam11f/agcm opres,11'1: ·mostrar o
q11ee1Josso,osnossos,·.:1/ores ... • -.111fli,(mrwd:iarupr,m1111"',er~.-
hra11a;;ulé Je ergue dtjdf' r 964 wntra nsa A,ld<1ri;wção oprcssiw t ,mi
o mumu m:1ttr1al qur .eria 011/rOrJ (ok-llnwl tomo rwela('1u Je um.:
real,dadc mmhJ-r.11;;, - }trim,mú. 11,1 {ull) l'tstmdo J c.zp,1, rrz'l'.la 1odu
""'ª sínt,s~: é mtxp/,rJ1'1'.I II q1111 se pa= aí: o modo wm q11e SI' l'f'SI<' 1w
p/muu e ,,este r1 r,ip« l dudo pcfa pos,Ç<lo ge#mzl-f.i ,,.,/ q1111 rxp, ~ss,,
m.2,s du q11eum 1,mp/~1 "p,;,w,-, r IJr.:is,l-rwt. mlrJns/rríttel, mas não se
lm11t<1 .1 um,l "imagem Brastl", Cr.i1:i;-i:stru/11lll e i nJO•ó/lrtsW,}11 (t0rqut
rt1'í'l.1 por1mcwli,fade 1111•,1 dr um., c,1/11,r,1 em (omrJriio: digo cu/111,u em
(orm11çii1i tr.mro a pmsi/,r/idi1Jr abtrtiJ de uma rultur-.z.,.
Onicicadi,·crs.as\'ezesÍll1,alutiQâfo1odcJcrõnunoqucfo1u1ilizad:ina
c:ip8 dt s,,u ca t:ilogo da Whntchapcl. foto -ssa qur rcsuml' a idéia de r.111)
pbnra que de tema dei;c11voker,

J· <t.mU.xto-i,,da, "' sou a r.11:/nlo-f,;//:)nlo-011tlq11t t;; ra,~ scnJor, que


vgolde mmifno m111,do/?I ã suces.;lo de f,,n,r:is, 11wdns-dJs, 11.io /1"twço:
"~"' púp-vp-(popufor, ta/i,e~ p.irtes so/1.:11-ôr.ss, nras ,i /ou~"m de ,·11•er
- por <l"e niio se ,i.wp m;,,s nr= tem1? d,a t n,;rtc, o corpo no a,r1,o:
s.·mprequisqucpar.z11goli(osJeJll/cgrj.l11ocorpo, o,orpo,,.,d,mça.
/JTJ ie ,,,m,, (nâo i·rr. m.is faut), mmo )er6mmo 1mm d,.:i de rol, 110

p.zrq11e,ves1mdo-se11t1pl.111/<1,'1Ql/1{!/1,,wsensodo1mmdo.'"'
.....
Jerônimo. morador dJ i\lani.uc1sa. m1 um 31mgo próximo, p~ss1St.1 da
csi;ola de s.1mba, com<> 0111cic~. Qu~ndo ()mc,c~ voltou ao R,o, vmdo de
Lnndn:-.;, no micio de 1970, cm 1·is11J l favel~ wube, com grJndc pc..,r, qu~
Jerónimo fora a~sas~inado.""

l'Jrangolé ,í a de$róbemi J;1 rm:..ihena pela pnme1ra llt'.! - Tmp1<;ilia (a


m1J!,'l'r>HSIN1t11ro./ I' ll.lmciio (romport.i111en10-esmmm1/ s.:io as ewlu-
çéil's ,rat,mais d1sw 1iu o do 1miprir1 pru1et11 d.2 lll•;-Brusil. a lmsca imediiJ-
t.z do qur d1mommc1 Parangolé; propor propor em a w,idiçdu prm,e,ru
ESlTIJCAOAONôA

de 111dO; Tropk.iliafo, a pro/Jl)$içilo de umJ condição a/Jrrra e1letc<xNrta


de= r.11;-~strut,.ra-proposiçliode umcompktílam/J1e11tt-com/ll,rtil111hlto
-aidéi.11itRarracioubsorve,coma11mmper-"1J/a•borrJo,estrut11rJt
partirq,.zçJ0+prrlp!)S1,;ân,,.oq11r,:hümOdcwmpurtamtnlO-l'Slmluro;a
descoberla do Crelaur como tue,.w,I J i;ouc/11.,ão da parltâpaçJu-
Jm;pos,çiio, a c.1ta/ir.,1çi'in das elll'T[,.1JS não-<JpreiSw,1s e a propruiç.Jo do
laurligadrJatlas."
O Harr;1cãr., t, tnt.io. uma con,;.c-qüfocia natural do desenvolvimento d:i~
idéias j:i cnunciadu desde n~ Parilngolés; O11ici.:a d.il que go>1;ma de -('Slcn-
der par~ um con1c,m;, arqu,tctõn,co Yl\'Cncial o pn)h lcma da capa"'." Em 011•
tro 1,xro. mmulado -Mumlo-Abrigo~, Omcica rdaciona a 1dê-ia do Barr<1cJo
com o que ele chama de mundo-;1hr1gn, n11m,1 ,merpreração tropical da a!dcia
globaldc;l.kluhan.Oi11ckan.iocscondcelr..iiníluénci;1carfdi,;qvco1:.1pi-
111lo -Hm1>mg~ do lil'f0 LJ11d1•rst1111do:1 mrdia d~\·crta ser m1tm11ncn1c citado
para demonstrar os seu, argumentos. O rnpm, ln cornl."Ç3 assim:

&,111es11111emaiw11proJung;im,mwdt11oss.spl'itmdil'irl,w/.par11arma-
:em,r I' canaliwr muso (,1/vr t nossa r,u:rgw /!tUO(US, a l,a/mJçiió i
,.,,, Hll.'10 w/Ntuo de obter, p.1ra ~ f,.m1111a º" parJ O gn,po, O mesmo

rtmlt<1d(J. ,1 hab,taç:i(>, wmu almgo, i 11m prolot1game-nto do S/$/t'mJ


termo-ri,gu/Jdar do corpo - uma pefo r;,u ,mw vemmell/il co/etmJ,1.
A$ âdadr, prr,lr.mi;,1111111nd11 mJis os ÓrJiiiOs da corpo p;1ra rl.'spo,11/tr <Is
ntccmdadtl d~ grupos nmnertJV/S.u

fasa progressào cm nmdançn de CS.."llla da idéia de abrigar de /1,k Luhan


~corpo/ ,·csnmenm I habna,;ão / c,d~de- ~ darJlllClllt observável na c1·o lu-
',1io da ubrn d~ Omcica, mesmo que O§ limilcs enm: OS f~rm,;,s ll"-IIl :,emprc
s.:iam mvun hem defimdus. Poderiam!)~ dt1.cr, n:,10111ánJo a idéia de Guy Brcrt,
que Oitidc,, paua de uma es<.:ala corpo/dançJ. i.obr(tudo com os l'ar,mgo/is.
para a .,scala da ar<1uuc111r:Uurbani~mo, cspccialmemc tom TropicJlw, pam
chcg.:,r â esca la ligada oo pa ,s:ig,smuhcmtor10 com t.dl'ri e mJ\S aind~ con1 o
Barracão. Essa ú!t,ma prop,osiçfo comêm uml>êm J 1dêia Je mul!iplirnçãu e
de rcpmdu;;iio celular. ba..::ub nu <jUt de ,h3ma de cflub~-comport,lm(nto,
cCJuln. que podmt germinar cm qu.al11ucr lugar, i, im.1gcm dudes.,nvo!vimcmo
dasfunl,u,num1~rrtno,·agoenaprópriac1dadc.

ç;J,,/11-wmpnrwmr11m ~ a ,mpombilid,,Je d,u i:.i11w,/11s de "represc11-


1arão" ttmergirtm como ;1/go vi110 -;, i:uisa l'Wi1 em si. 11J sua ci/.,/.i-tW,
qm· se manifesta 110 mmport1m1en10 q11a i cri;1dor d.i v1d;1 e do m11ndo ~
ci/0,/,1 de quH ,clu/,.1, D que u nw/r,p/m, n<l de~emlundo. ,ro n./0 for-
mu/i,Jo, p()iS como p()S.lo {Qrmu/ar o compor1111111mto mdil'id,111/? se 1J
âlula i: o /JÍ <'5/ar no ,mmdo, q11t e ser, l.'iuer - ,,ii/,,.,,umdo-criaçJo. :\oln
L·elb.15 d1$tmciiu q"" !do umJ célulil: o comport;m,cllfo, que realmente
agora.ni5lO,cn;sJnmlllp/1rn,iJooue:r:p;snsJou/u/;ir- f;sço1Jdlula-
m1Jtnz dQ &!rrncão; mas o comfmrtame11to e o cre,âmemo dela eq"e
form,,rão a df,,/.i-mJc, 1mubstitu{vt!I- gente+umpo~a pos.s1bllid,1de Je
trp,insiJo -a idiiia dt {ürmD e tstm 1r1r.1 n,io ,:xistfrJ, o pass.JÚ<J de ,reu~-
jJJ,,J,. ~strutural (U:Uc para o 11gor-.1 de erJS/iJncW ou ,,ifo, algo 1'$-f>•ma
a possib,/1dade de se mam{eMar t 11g11.1rd.i - ultr.1xuar,Jii.• 1
O projeto 8.immlo c~d explicirameme ligado '1~ fu,·ela~. como ~u nome
md,ca: os favel~dus chlm~vam ~u abrigo de harr:itio, como 5<' vê em muitas
letras de 5ambds... A propos1a dt t-siru tura'i orgini.::is ahc-nu às ex~riência1
n:io-Opn':SJll'3i ~ dirernmcnr,· b,u.eada na l'Xp,,nfocia comumtiina, altern,ttiva
~ marjtlnal que O,raciça v,vcu na Mo1111uem1. O artista se 1nspua 1ms favflas
p~ra propor 3mblemes ondr 1i<'" possam , i.-cr exp,.-rii'ndas parecid3s com 3,
que 1·1vcu C rtconh~..:e o urbanocumu exputmemalm~rm·mals ~pto :u C."<j'IC"rii:n-
~Í:1) cv!erivas.

11,1~,u.o lú, oulo do ,mm~ q mc 11em da monid1.i na MV[U i oq eJJ queri.1


como M11/go q mHU Ju ema e$lml1m1d;1 no$ müddo$ cm,lieâdos~,
&t!Ut.td O nJoscna M1miMreltr11111m-espaçodn MtrUc.il)do morro": ,uo
11:r:.1 lwma pnr 11.io /101suirmos o tipo dtrcxpcr,imci111g11,1I à do morJ-
dar do morro m;s,; reme/11,1111e à dele; o q me atr.iía emJo tra a nJo-
Jw,sJo d(J ij~l\~Ar:.1.0 '1/J {unm1/idade da .--,u.1 mJ> a (,gaçiio orgiimcu
cmr, as dwrfllls p.1rru fimciQ1J.11s m;, np,1çu mtanu~xternu do mtwm:
<1 blVU..t q é cmmwid.idc {nrn,,1d.i d.- ,MUAC/'IH ; de ,gu;i/ moJo

, org.1111/icada ma,s tribal q o q M( 1 !,'IM// rl1.1,iw dt ',as... de ,,spaçC1 q,t.2-


drodo' urba11a tom esp11çodw1d1do II coui fimc,Õt!s espeâ{,caJ,1rctc. e,,.,
MH1.~ a seqüfocui de 11.0.K.Kôff i à, ,•i,;:cs ch,,m;,d.J dr tr.-m q mmr.7
iden1ifk.1(.io com o espa,;u dn trrm q co11d11; endomre J endm11fl': dr
,,,.,.,c,m m,m otgJmc,1 do 1/ a da casa ÚI! ts(hl,;u q11adroJo - srU l!H.._.'<
apw1t;1 cnnm o friJNllllg ,,,rn:1/ da ca,,, de 1·sp,,ço (/"admdo t L"<il<'1l-b11;,11r
110 comrJr,o d.i morad1.:1 de povfü >JJo-letrildos etc. - h.:1 portJn/o "ª

mmba id,;ü dr l!AJ11t,1ciO r>MI ex1g;;,,c,., imcia/ ,obre upiJço-ambrc11te,


Qi.:,r r5paçn-.amb,enltr•fa~rr q u (Qlldm,r a ""' upo dr atu•,dad( q .,Jo
st. fragmrme tm t:stmwru.s prr.owdicionad.15 e q w, ú/11m.i mstii11c,.i sc
apro:wne dr um.1 ,cl.JçJv w,-po-ambiente ra,fa tn maior."

Omót",1 chamou ~eu /JamuJo de "pro1eto--comumd,1de para meu grnro


do R1off. P,1m ele, a ideia de grupo não unha nada a \·crcom a d~ fumiha, po,s
o yupl> f ,1lgo "mut,h•d"; di1.ia que queria reali~,ir es>c profe10 nu seu pais
p(lrq11c "é nu Brasil que Q prnje1u Jev~rá ter si,u ,·erdadtiro cadter~:• ma1s
pamculJrmcntcp<'nodoR10:

u ob1c1,i<1s,r,,z u decon~trmr ,mu (ll.Sil ,,m nJ.Jd1.•m1 a,n,<,as dJ5 /J1•das,


onde as penoas a Sl!tmrinm como se fosse o lug.,r d~Us, /J/1~•~ ni,5 mm,-
1,ml,M perto dtJqm. ande o "'(li gmpo ma parJ fu~er COIS<IS, ,mwerwr.
<tmhe;ur pe,;~1 /•.. / TodJ a mml,a cx/nerib,na na M,mgr,.-,m. com prs•
so.rs de rodos Of upo;;, mecnsrn(m quc siioos difc~11ç-as soóars //! mtele,-
t11J1s qr,t ta11wm mfr/1(1dade.'

faidcnt~mcme o projm, LHópK'.o e idilko de Oi1ici<;a n,lo p<x!tria vir :i


hun0Bra.il~badimdur.1nuli1.1r,queobr1gouoprópr1oan1St11asee'"1lar.
Mas, tinalm,•nre. ~•Sll imj')O'J,~lh1ltJade de concrenzar o Barr1mfo resulwu cm
11míl ab1traç~o do pro1e10, que passou a ~remão uma ~circunsriinci.~ aberra"
ouum"prog.ranuparaJv,da".

~UR~C~O 11âo seflit n/1,'0 q se /'"de.se ,,.duz!r u "arqwlt!WM e_'(perim<•n/Jr


nuis como q l'.§/r,,tur:, 1mn;{orm,il.-el segundo as a1w1dadcs ex:perm1c11tms
de r,m drtm1J11<adv gmpo 011 mesmu dt: ""' mdwiduu (11 q s,.•ru 11m;1
supremJ 1rom.i); MKk.ltÃú seri.i modelo e.-.:pcrmrl',ital do l.i.:er cw11,:, .iti-
11,J.ide fmsm,w ••= ,m,·"LJJ,. tJt,m.i lt!{,1da n.i rmxem ti 11run11iadc dr
assumir e tom.ir de aS>ll/ro 1\ oomport;,mcmo 'º"'" elcmcnt<J /mnupal
,w,anrtt n.i c."Cpenmrm,il,Jade, t'ssc gmpo ê o q de mil is l'Jmfod r h,pott·
t,cn .se poU1J pm'l'r: n,,1 t-erdade c1.1mo r11 pe11wr;1 tt 11wsem mio o foi; u
sÍ/1<.1(01Jgero/d1rdr.smU'gr;,1çiiodoqcie.-.:pt'rrme11/:1{11u $.U.m tl,/nJ0111tn·
p=fi.,./ r ;umdu u upminc1,1; t me /e~ i..:r algo, q osc11t1do e11 n,1/urc&
do proJe/a-8/,~UCA<J ê a de estmtur:, ad,.pt.ir..,./ e ci11.1• m,gens e dirNm.lS
pudm, d;,r urrgem ,r erir•r a cxpt!rii-na;,1 w, outras crrnms1i1"c,11s n:il)
l11mt,1dus a lugar 011 tm1/1rJ: >I' o q l,011n no SWII. c.1srrm1" exp~ribrci.l
;,1mda im, proJrlO e~ romosemem,r q i nJo se 1/mitu ,11'5$.1 ôramst,incr.J-
/imilt': ela ê '1tt'1mst,i11c,.J .,/,crt.J: pt0JetO cmcum/a,ro,1/.-q ê a n.J/llre::.;,
mesm<1 dcl<I: s~ n /.,;n t011ud,, cmm, exper,n1eme1f,dade t'5f.i s,ib..,,sso u
cirnmst.i,rnas de ordm, S0(;1,1/,rt1c,;>-po/111e<1 an dw•a•Jia n,1 rmi[,rw sc·
q11t'11.ia de 1•,d;,1 dos md11·,",l111JS q ntW se rm'll/1,rm t q iiem S;lb.•m Si' li
jeq11cr po~túd sn r,.~pnin1e11tildn mesmo 110s J,ri11(tj1i1M i,:er.:iis r mesmo q
dr modo sufwfiri.JI SC/J ulx:mf.1do MIJu 1Wo st f'(liÍB q,ierer hm1l:1•lu .i
progm,uu lm111,1dn .1 JM,llmrs mesmo q amplls: ,± progr;mu pr.i 1'1da. <i'

/1 panir d~ c'"pcr1C11c1a da Wh1tcd1ard, Oirwica nii~tur;, cada ve,; ma,s


c1u.:1 Jrte e ~ua ,ida, arf ,;011fund1-L1s 101a/memc e v1vu dem·amrntc 511,t artr
no coudiano. quando de seu exílio cm Nova YPrk. Depm., da mnporada cm
""'"'
Londr<'~. fo, cum,iJadu ixia SUS!>t:'.~ Um,·crslfy (Brightun, Inglaterra) para uma
estadanoco1111pusdaunil'C'rsidadc,ondeconsll'lliucomc,sc,1u,fantt'$aci/1,/,1.
Barr,:11:Jv 11·1. Rt1oma aí sua 1dC:1a e a C$fmtur;, dt11 Nm/Jos - ji apr=mada
110 fim de Éde" -, niando um ambiente dc:- laar coletivo para O!i ntudanre~. 1u11

,cfúgmdurameos,mcr.·aloscntreoscnrst1,,umaC$p,..-ciedc,.,iladccom·11·io.
Deyoi~dcmnopcríodonoRio.pamu cntiiopara Nova Yurk.onikmon
1011 a ci/uls-Ro1mu.io 11' l, no MO.¼A, para a ~posição colem·~ /tiform11tl(>n,
au ,crào dr !970. Seus !S nmlms diamaram a att"flçâo, sob!'t'tudo tkpois do
...,.,ãnJ.110 rncd,aru:o qu..- ~u,;,,:11aram, quJ11-0o Nelson Rockcfdlcr, na abenura
da e-.pos1ção, v1sita1ldo os, Nmho>, abnu uma da, •.:;c;Jula.5--.::<imp,ort.11ncn10~ e
.,.. 1.kparuu com um .:asai taicndo 3nlor. A propôsíto de~ cpi;ódl(}, Onicica o
co!\5idcr.i o m:ii<imo cm 1~m1>'i J., parri.:ip:1ção do cspa:mdor."
f:m 1970, Q,11dt.1 ganhou f;in1bêm uma bolsa Ja hmthu1fo Cuggcnheun
e M 111s1alou t'm No1·a York. Alugou um /o{r na 2' A,·cnu:la, ond~ mru;truiu
~u• Nmhns, Ah ck mOraYa, tnbalha~-a e ho§P<'da~a seus amigos. Pas.,;ou a
,h:1mar seu ,1p;1rrnme1110 de R.,/,)'lm,aH lnrnhos de Babi!ôml). 8..:ri1ores r
critirns d.o circulo do ams1a - Décio P1gna1an e Sih·i,,no ~nr1ag<1 - a~im
descrc,·c:r,1mnffo/J>·lrmests,

Em i,,.1 C<,1$.1, l!m lornil de um údidw, mo11/ou um pcm:/r-11,el am/;1l'nl<'


de nm/10 /1;1r,mgolti - uma 1c1;1-/J/1iri"1" lm.·oladi.J de todas as cot1gcns.
,uusci,I,; dt tod.i um.i p,1ra{emt1lm m{orm:u,,;m1.J JO a/rJnu J;I mJo·
d<1 /jpi., ,m Jrquu'O. do /J(Jare/llo J,. som a 1e/e1·1são. r,m sem/1rc l,g;1dr;,,
11
0111m sempn! sem snm, fro~s-frmi.1 pdo trio.

, ( ... / um,, espü:ie de btliche de na1•io. 11.wrwuJo de {ifó, q"t ao mes11m


1,•mpo J:s,'i.J a srns.içào ,ie a,,,,,d,f'gn m;,tcrmJ r /"""'ª J .,.., o ao-redor
rnmn 1/"C f'>{wni.lçaJo. Ntss.3 qlocJ Halm er,1 pmrtr:rmrellff' ,:/;,rrÔmC().
Ali. nOJ nmlx;s. fi,aa·,1 d1.1f mte,m,;. cc,m :SUJ mdisp,msàtlf'I rc/e1·1siiu, ,:,i-
;:~,:;:t~11r.ifiú1,f>rOJt.tordeJ/ide5.gmt<1dor..fit.istamte, t~le{one. [umo

O pumC> de pamd:i para Oin~ica criar os Nmlmt ainda era suJ (xpenén-
c,a na Mangue,ra, foram JS "obscr~ai;OC-s barr11co§ n111h.1g(m mangueira q
<leu 11,:mç-.io".,. Os Nmhm prupô<:m não s.urn~me um outro t'!ipaço, mal5 orgâ•
111-:0, maÍ5 abc-nn e ramlxm m~is ,·ivu que os <:on<truidrn. pda arqui1cmr.1
1rad1ciona l, m,1~ t,1m~m. e iobrctudo, uma 1dfia de vida própria desse,~ i:sp;,;-
\0>, como se tles tossem capaus d• 'I<' l't'!"'<>du1.1r. d~ se mulnp!icar e dc se
d=n•·ol,·er 1ndtpendmtcmcnrc, como OS ,1bngo5 das l.,vchs do R,o.
A ui~,., dm 1'1nh(H s11rgm J/J Wh11«h.1pd f.xpcricn~t e mm e/J ru rhe-
gurt 11uast' J/J /11111/1' de tudo, J nea½irl.Jde dedescmxili'M tad,1 n•~ m.i,$
a/gn q,u S,,/il e que ser.i oJ!ém d.i rxp&i(JO, a/tm ÚJ ubr,,, ,J/gum.i ,msJ
a m,115 qu,• um Dbietu PJrflU/Nlll.'I:>. um wmexto par,1 o comprirt<lmM·
10. p,,m., 1•1d.J: <IS Ninho, prup(,rm w1i.11dé,a 1fo mnl11J,/,<e.içJo, de rr•
p11x/11çiio, dr drum,:1/i•1me,r/o p,Jru J trnmm,daJr."
.J.. rarnr do momemo cm que 0111ô,;,1 romep J moror na sua ,·='llobr11
1/J/,.)'lont'j/.i, os crmcos o rnmpJram :l oum,,; arrisr,,s Jo micio du lkulo que
também trar,sformar:im ~ua C3sa/;udii- rm obra de arre. Omcica, en tretamo,
nio ,ons1der.:tvJ mJiS M·u~ ft3balho,. como ohras de ~nc, ma> como prup,.,.,rns
al>c-rtas, e 8Jbylm1uu era um,, rropo,ia de ourn m:m~ira de hahu;,r, Oitic,ç,11
di.,,a qu~ a <likrenç:1 cnlrt de l' O!> JOÍStils com o, quais o compard\'lltll era
que de n.io procura,·J mais õll'llur o espa,;:o: pelo contrJno, q11<,ri:& o cspar;r,
como uma base oi-utra p3rn :J..> mais d1,..:rs:u exper,~ncias. Exphc~ as dilcr<-n-
ç;1s <lc ~u traba lho cm rdJ,;:ão 3 ,Jt,3 de Dhra..;~sa do, ar1isras modun<.»
Mondr~,n t' &hw111~r~, ,·um oi; '-Iliª" era com;t;lmememc ,ompara<lo:

Dr Mo,,Jri,m nn di;mu, p<1s.s.mdo pi!IO proMcm,, d.i .1bsvr(J1.> am&,m-


lill d.a t-'1'1/,.15 CJUg<ma5 d1'.irte,p,1r., u do propos,;-;;,, abert<>, o cilrmnho
(oi gr,md~ I' d1eg,mló$ cumu qur ,w o;msto du qr11' ele se prupm11i'1: ,i,i
t'l'rdadr f.lu11Jri.m e /ichwm,•rs, com seu Mcrz!J.,r,, (1rop,mh.1m a r,,iw.
uhriJtUmnJrt;1/i;,;ç,IUdl,,trc.1diJL'1d.i,ouse/J,i1ap/1r,1çãódcum,1
dctcrm111<Jd'1 l'Mr1tlt1r,1, q,w 51'TM 1.111,a,s 111111•ersal poss1t't!I (ur1ugw:.if d,•
Mr,iulnm/: ll'tmido J um tomport.imento 1Jdequ,,do ai o1dqmrrdo, riu
q,u fr,ss;r res11/t1Jdo de 111n wmfmrt.ime11tu cmft1w ,,., rnf1.1 (u lmc()/Jr
d11s cois.1s ad,,1d,,s {,1:cc,1do o .\lrr::l><l11 d,:, Sd,u•lll,•1$) J... / H,, cnt,fo.
lungJ e JiJul,,111um1,•,1te• ., f!JSSJg<'m Jc.ya f1os1ç,>o 1/c querer aiar 11m
m1mdo es1e11ro. m1md,,..ir1~. superpos,(Jo de"'"" l'Slnll/1"1 subrcu,,,1,-
d1,wu. p.1ru a d,: deJCOÚnr· OS elrmmros de~ nitrdmmi, do w mporta-
men/() lmm.it10. e rrm11/(mm1-/o pc,r s11JS />l'<i/1ri.fs /ris, por proposições
.1bcrt1Js,11Ju-<:tmd1ciunad.Js.,1111mmrioposs11't'lromo{J(11J/od,•p"rt11/.i
/i.lf.J/$$0, ..

:..tuor05cru1cos. pamctpamtscamiios uuhzararn a mct.ifora pj1cológ1rn


<lo r,·turno au utcru par:i n:pli.ar a npc'rii:ocia do,; Nmb,is; Omcu:11 jama,s
com~tuo t>sal JpmximJç~o cm rd,1ç,in .ao que podemas COl1$idrrnr com() um
grau uro da idéia de abrigo, Ele qum.a w: apro><1mar do que chJruou de "mun·
do-ahrigu". ·mundo-1',dttr" ,:,u ,un<l.i ·mundo-p/Jygro,md". Dur~nt~ '"ª
ar.i<laem Nm·a Ynrk,nns11111hmdo8Jl,y/onu1.1 {d,:sc, 111udoucm 1974para
() l-ferrdr,xsr$), o amstJ fn uma csp«,r Jcauro-a n,,lm:. Po1 um perio<lo miros-
Jl'l"-rivo, durnm~ () qual \cu muno -!.Obrc1udo jJmtsJo)·.:c-, pJs<;Ou II rs.:rrvrr
d,; íonna cad:1 1•,;1, mais fr:1i:mcm.iria - frcqiicn1rmen1e m,srurando d1vcr>Js
linguRs -, para rcaliur u que Lhamou de Co,ig/oml'r.idu, jamais publicado.
A 1dl:ia era aglomerar viiriO\ hl~m dr tr:>.t<l!I' pam fumur um hvro, n11s1u-
rnndo .-.,u, 11.•.~w, u,,.",ncos. níucos e seus proicros - u1na forma de livro ma1<
ou mcno~ comn a do M,/1,. 1,l,111:,mx ck DckutdGua11ui, publicado alguns
anu, mm~ 1atdc. cm l 980, m,is com t,l<JC(»; no lugar dn"> pbtlh.

Nesse "'"" rrl'g<..:ni do rurr8/i,mu.ido, quó'T J1ur. e um /1no que >1,io i


um /,no, i ccmglomer.ido. Nrle, em ,..,...: de tl'T seçr>t's 011 p;lrtN ,1,. 1mr
lrl•ro.mrhamode/J/oros.''

NoJ <IIJOJ 1960 <'li Jtrodu~• 111u1/o IIQ Rr.rs1/ c SC1J/1 11cce$$1d11dc de dar
drre,;..;,i a ruJu .iqm/o. Lis.i ordm;iç,fo de 1dt>1,1s. o Conglomcr:tdo, com
o r111,lo gerei/ NcvqorkaiS<"S i di,·,d,Jo an b/ocus. "'

E.11 lrJ/JJ/1,fi com nruilCJJ


proitlus (t·itus. ddi11t,1dM. I\ maioná 1/,1s .-01·
5<11 s,fo (r11'/s ti(> paptl. º""' d1:n. c11
N/0" q,urcn,fo pub/,c,1r t5$11 {Otsa
tod.:r qu;_• "" c/J.:rmo dt Conglomerado. parq"e ino <li foi ""'ª {<11s11 in•
1mriom1I. de n.1[) fiwr crr.mdo oh,ctn, ...
O,ucica aprovenou 1ambcm sn.1 rsud.1 cm Nova Y,:,rk par~ oomcç;u um
rro.:c.sso de desnu11fleaçfo de ~eu trab11lh1>• .1rra,·~, <la rcflrxlo 1córicJ sobn:
>u.u obras anugas. tais C(lmo Bólidos, Par.:mgolis e Tru(n(.i/,iJ. CSS<' proctsso
de dt.),f!Hnfo;a,;âo er.i, pam de, um prclU<lto ao no1•0: tudo o q~ vc,o anrr,
desSl" proce1,50 de dcsm11ilicaçâu ~.-. era "um prdúd,o au que c,;ia,·a por vir".''
Voltando p'1(';,I o Rio cm 19:'S, 01ricica declarou, "TuJo o que fiz a1~ hoje era
o prci1(l1_1;0. O·imp<1n.1ntec>r:iconie-,;andoagor;1",._.F insi~ia ram~m em diier
quc.aorctomaraopaís,rt.'io,·..lr:1v:1ll.r.1iu~:·air:ti1.esfornmarr.1nc.1da,,e
01
qucnn:1d.1.>hamuno1cmpo."
Quando de ~ua wha ao Rio. Outcic,1 pers,,guiu ainda m:11,. :l)~1dua~
menu• $<CU pro.:cssv de dnmi1ifk;ição d,: 1udo o que :mie,; havia mmfk;ido: as
manifr~1açi,cs popularts, o sJmba r o carnaval e, ~brt:tudo, o C)j13ÇO urbano
- a cidade do Rio e, r>'idenremcntc, o morro da Mangur1ta. Pmpi" cumo
m~trumcntu dt'. d,'Snudf,.;,ii,;~o o que chamou de Dc/írr,, 11mlml.itór10. F.m sua
primeira pani-1paç-.iu num c,·emo ar11s1iro nacional, em S~() Paulo. cm ;l.-11/os
1',11/ruf,num.1tcntad,--..dc"p<.1<"tlla rourb.1no",OnicicJChcgacom"fr.,gmen-
l(>~·lohns~, tt!rra do morro da Mangurira (favela mili<:a), areia da praia de
Ipanema (ha im, mir,co ,la Zona Sul)c um ped3Çodr ~sfulto da avcmda l'r~s1-
d~n1e Vari;as lamJi:a Praç:a Onze, berço miuco do s.a.mba).
l:.11 d,uulma~wn1.-,,1 r~Jud.J rUJcomo que eu /.i(f)i unr.i coisa
.,,,,. tu Jllrltlr..o n,1 ulru de Delino JmbulatilOfl. O n.rgóno JSS/m d.r
,rnd.i, peús "4JS e um.1 coisa, que oJ meu l't'f, me illmu,nt.1 nrurtO t t'U
,.,,w,,tro. mi rcJ/rd11,I,. d,z mmh;11-0/1;1 aü IJnm/, {u, U/IJ.J rspt'Clt' .Ir t'II·
comro mmcr, com as ru.u do 11.,v. ,..,, e11co111ro 11/J/t(O Jâ de!.mlllj,cudo.
A,1tc• "'"' JIH>I , 960 {o, J const,u{J<J d.i mr11{,c;1(,io J.,. m,1, m,tr{,cil\•"-'
IÍ.J d,m(4, dJ M.ingunr.1 • .igr;rJ ; um pnKcJSu dl' desm1t,ft(J(JO, /U/1/r,
com J mmf1cu1jo, unJJ r = /J vem r,11110 com oulrJ: 1'11/ü,, ..,. ~go
a5S1m ped.Jços ,lt .n/,Jltada ,n~:d.J Prcs-dtntt \\Jrs.i.s.antcs dt 1Jp,1rrm
o /,u,.uo do mcmi ... Qu,mdo eu apanhr, HseipeJaços deasfa/ro, ru mt
l,n,brn '/'"' c,u J:<\tO UmJ r·n (.-~ ,.,,~, 1111mc.i. que d,sit 111C qur pensou
rm mm,. q,i1• (J/Jm o r1tg,X:ir, iló.l "r,cu/,1 de sanr/,a prm,~rra rir M,111
K"""J p.,:;~ cm ruJs /.:irg11s, pJilJ por b,11x11 d.1 PrrsiJrme Varg,it•."' ÂI
cu pe,ise, ussmL 11ssa prJ,1ço1 de .,.4;1/10... J<)/IQS, qut' cu pcg1m tomu
(r.,gr,,mtm t ln.,,, p;,,;1 C"5;J, .. agorJ, aqur/;,, a1't'md.i n1ar·.i esbur.1ad.1
por baixo, I' 11;1 re;1/1d.Jd,a es1.içJupr,111m,1 dr M.i11gu"1rJ t.11 (IJS$.lt por
b,wro ib Prtsrdnlll' V.i,g.is ... um.1 "'.,~ q"t l!rJ i•mu,;z/ qu.indo, .u HMI
(l'i:, mus,cJ, dt repmte IH' lrilns{,mm,u rm 11m tÍl'lmo conrrrto ... ,, d,d,.
110 0111/ir,/,11om, i• um dclmu concrrtn.'
O,n.:i,:;11unmu ,:-oseç peJa<;o• dr asfalto ;1 oum,s ped~,;o,; de .:alçada nu
IMnh~,ro ,.l,· ~u ;1p;mamcn1u, rar;i rc~h.tar u q.u chamou de )Jtdim, o "1;1r-
d1m l'ft's1Jcme \'aTJ1,J~·K•·01"0-GJud1". O j;1rdim de mtulhu~ nu b.,.nhrim t
e~pl..;110 cm su;1. ft'la<;lo com J c,teuca dos i-Jrd1n~. 1\um '""'° anrigo ti,:- IJ
dit1Jquc:

fnT;,nw /);1/,/,m d,1 uJ.iJr Jiio brm 11ws INI& qur w pJraitn 11(10 o
,l ll'rro d.i GforriJ 110 Rui, a d1Jm,1.la trtCll(J dos 1,irdms ~ un,.1 /JfillJ•'
q,ie ,le1•er1<1 ,uab.,,. oJ Jvrqurs úu bt·m mms IH"loj qmimlo ab,mdo-
n.1dos pvrq11<' s.io 111.11s 1w.11s ...

'iua rdkri.u sohre os parq~ ptibli.:,;,s e os j;1rJm1 tb ,,d~dc mostrJ um


m1en:~)(' p.1muiln pcloe~rJ,'O ruhliro urbJno. qut e~ lfl'ldCKObr1a com"'º
Dr/mo ambubtório. ou k'lól, C(lffl a cxp,mCn,;ia do cipa~o urb.,nu. n,m _.
de,rn1tif1u~du do mlf0, .:om n -,mrliei; andJr; pé p,:IJ, ruas.

O JllJJr d ,1 Jc1, ,,/,~rf.1 •JIII.' r, mr.l.ir p.ir.1 mm1 l!J<J I.' ;o... Qu,w,/.i l.'11
,mdo "" pmp<1nhu qJ<t ,u p.-sw.u .imkm dmtru ,lt ,m, Pcnctnhd cr,111
Jr~,;1 ,. pr.lrm/.o.u... ru rsr,,u ~111c11:.smfo <1 r,1111/,.i tXJJ<>mma.i ,f.i dtsc,r
hrrw d.J m.i .itr.i1't1 dn .inJ.,.,... du e1(1J(o u,b,mo .itr.1res d!, dr1.dht, d<l
.ir,J.i,.. do drt.illit Jmrn11 dí1 .ind.ir. O ~lino 3mbula1óno. qu.mdo
11.:io lf pmológ1co ti ww1 CQISJ <1ltamclll/J grur,f,c.111t,:. Tndns ns Jli'd.1ços
dó Rro d<! /m,r,ro têm p,,r,, ,mm um s1gmffr,1do concreT() I! ('11.'0, um
""
sigm(iod,1 .,,.,, gcf'il f"5SJ cmw ,1ue â1.1mo de "1/dirw rom;n?to ·, ,, p~Jru
Jv "ftic.1r l'.!ro/.;, " ,mtolúgicil úmml Jo Rr,nil, .1s miJ.5 em 1'fllt" d.1
ú:ntraf do Br.1fil. 110 umro, os morros do R1v, SJo ~rios. F.wel:i. !,!an-
g11c1>,1, Jurame11to, cnes lug,ares .1um, que cm,beço nw,s de f~rtl). fütü
,mm pnmc,r(> o Rio em um n//10, c11 1mh,i m,11/11:,,do de dc tal ma,r,:ira
qui• m t11'tq11c s:m dde ,, /Mswre.sses,mm rodos foro, p.m1 ,lescobrtr qur
dc/1ms dt> pmctsso de miti(íca,;iiu '"'m •• J,, 1frsmi11f,c.:1,;Jo (11J1, ,,mf,m-
d1r dcmutifica,;ão rom drsnmt1{icuçJo; ape5dr d" segundo fa~rr parir
Jr,fmmr1101.A1~11drscr,lmq"eoproas50Jer,mi{1c.içJoe1rm1/<11mpor-
ramr, m.Js de ,em que 1•ir aromp~nh.1do çom n de: des1111t1fica,;â1>."

l,m 19i9, Oirici~':I ,;un.11rúi no Horel Mtr,ditu Ju Rio dt Janeiro um


amh,enn: pcnc1r.ivd qu" thJ.ma de R,1,mne:,.,, nnmc m~p1r,1du nu livro dc
Jtimcs Jo)-t Fnmeg,1ru \'t'.ike. mi<tunrndo Rio dc janeiro e Rivicm, cllmo o
amsrn f'J.i'S"- a chamar a cidade du lliu. A uhra oi uma mtseb. de Trop1coJ/ia t
F.Jc11 lt de matcn:us doo Ni11h<>JI, uma sintr5e, segundo ele, onde n:io rntam
~pa,;,l!. ome os diti:remcs kx.1115 prupo$10'i, rasYmDS de um ~ outro dm~u-
mcntc. sem hm1lr( pl"1:hm-, Nu d,a da abermra da C"p<:r.,;i~'io, ,:s1a,~m A:'UT\Í·
do.. num ITT<')IIIO c&paço. muno rchiudo • .eu, amigos umh1s1as da ~1Rnguc1r:1,
:l& am1i;a, prosnrma,; du renno da udade <' O> a,rugus ,mck,-iuais ou umsms

da elice d:1 7,ona Sol do R,o. A dcsm m fica.,io da c,dade lt'.vuu Omcic~ a urna
cxnnçâo dr frumc,rn~ ,:-nm: tcrruónos norm:1lmcn1t fechad0$; o Jrtisu miQ
..nmcnte r,a-.s:i de urn tnritorio a uurrn, ma~ iamhém faz uma ponrc cnrreck~
.111·;ivt, de seus am1gos. As pcs~s da \ L111guc1ra - Don,1 Zica, Dona Nu1ma,
Prnlo R.1mus, entr<;, outros - vieram ao llord ,\!i,ridirn t conheceram seus
Jm1gos dos'h;urros mais ricos d~ cidade, Todos dizem q11e a c,.dade ne,;ceu
dq1<)1s que conheceram Omc,ca. A~s,m 1ambém fo, com O> Jn'l1g0$ da Zon.1
Sul, que v1s11Jram a favela arroveiundu a filmagem de 110, curta-muragem
de Ivan Cardoso sobre Hélio Oiticica. rodad11, cm grnnde pane, na Mangw.,1ra,
cm 1979.
l\'o final desse mesmo ano, em rcbi,io aus deslucamcmos na udadc e à
,upri·~sfo dos !unir,-., C)paci.11s, O,rim:~ fuz ~u primeiro "c,·emo p(>e1ico ur-
ba,10· ou ~comra-b<",lide", com 4 ~ç,iu KIN:m.i11ui, chamada Der,o/i•t'r D um.i
,i l1'1'r.1, quc 1evc a pani~1paçio dc muims .1rrí~rns.

Pam cQmrmomr o ,;tlllr,,Jrio J,r Kl.-e r1, fiz o wntr,1,/xj/id,, q11rchamr1


<1:iSl//1 po,qul! Ç t;JtJt;;imellle 1, /mx.cUQ 1m'f'rso do búlidl!. l'ci;uá 1.,r,.i t·m
J:1curcpoJgu.i, r rm 1..:; de e,rcerror a tcrrJ 11uma cuba, ptguei tJ tcrm e
lri'C'l l.í p.1r" uÁll'l'roik Lu·odn Vl/H. N,,nr /11g11r ondtlml•.i um n~mnho
n1>Wro, ro/(/quti wnJ {orm" Je BOd{bi/0, t wloquti a 1trr.1 dtmro ,fo
molde qu.1Jr.1,fo. d,epo,, 1'1tl 11 forn,a t' (rwu oliflldt qu"Jr.,J" de trtrJ
l.i. Ch,1mo f!fJ.1 ~,~.,,;t,;J dt O.,voh-rr ,1 tn'r;i ~ l<'rr;i. F,., ""' lllu fnX·
rrrn ...

A ,deu dc de•o!,·cr ,1 rnr~ :Í ttrr.t 1cm rc~-~ão d,rtl~ ,om H t.n·cb,;,


1,1lvcz mesmo unw dde'Sól d.1, 1.1,cL:" p,c,lo anisu. A frorucirJ terntoroal m,1,~
r,ri:cisa cmre ,1 c1dJd<- (onn•n..:1on,1l e ,1 fa-rb é 111~1,11111-ntc ,1 p.1.,s;:igcm du
,1;fol111 p;n,1 11 teuJ: t(llll ~li ·con1ra•hul,dc~, 011ic,n 1<..:J a qucs1ào do an
<lar .whre ~ tcrrJ d,u t,11cl~, e tJmhrm a dl r,rorrord.1dc d:, t<'rra. que n.lo
ixncn(l' .1,-... t,n·dJdOS. Jl~rn de frJzcr a 1dl.'<J dn tfi:mcro d;i• cnmtru~ÕC• .,,.
brc;i rcrrJ b,111d..a.S..,u "c1·cniopu1.-ri.1Hnluno· n:1.h1Nn,11·cr-rnmoclc
mamoconhrmou-rnm oqut,;c(ha1J1J•a Urtb Art ou l..i,rJ ;l,t, quc,qun-
Jo ele. mm~\·J ,1 !rHJ ncu1rJ e d1sporu1·r!. uma rspec1r de volta., natureu
() 'Cgundo •c•cmu pocn~o•urbam,~ ou ••on1ra-bcihdc z• - que ,,rnlirma
csSJ rd,1,;;i11 entre os "umtr.i·húlidc-;" r as fa,da, - comC\;<>u nJ \fo11gue1r:a
logu .1n= d11 ,;am.mtl Je 19Rll, e~ Jum,1,·a f.s.,ucn/J µ.1rJ o !/"'ilt'J!. l'o, o
ulnmo uabalho - inacabado - de Hn«:,a Jntc~ de suJ morte.

A.1:oru cs1<1u mi' prep,mmdu p,ir,i " Ma11g11e1rJ. Um ei-,,mo ,,,.,fq f'àr,vs
num i ,,.e/h1Jr lr1•,1r .1 dnrobcrlJ ,lo mb,mn j
Jt/15/.lJ pilt/1<1/•.ir.1,,. P.itJ
{.it>elsJu qut n 1., p.ir.1 (,nn um /1/mr. lm/111 umJ t.ibu., dt 6ox(,o. Vou
(!"'ª
(0/,x.1, uns fudnllm• ,,~L., ro1 llftJ l'<lt {11111'.lon.zr cwrraarrJ n1Jqurtt
r arru /m:J/. l·m.i rn15,1 mmr e m,,x, 110 mrrmu ien,po. Qo,ero col,i.:.zr
r.ut -1uJdr.1,ln l.zdr,/1,Jdr, mmi dttemrmild1J /(KJ/ (' dl'Llllr l.i por ""'
dnnm,n.z,fo lrmpo. Drprns trilns{,ro p.itJ um 111,1,0 lug.ir. f:m uxwd,.,
lrJ,O p.1,.i rJSol JfO (rm do di.J. \l.i1s J./umlt t/t 1,.11 srn-ir /ur.i rµr/ril
{inJ/1dJJr. /-icJol5S""'am<1>1mrsµ"ç"/,m/til1lo·dmut.ido. ·:
bn vu de lt,·Jr 1errJ -m111enal que rcpreo;cnra,an fa,·du- para all!um
trrrcno .1h.1ndonJ,Jo d.1 r,Jadc, 0111,1.:.1 tr.111J !JJrilhos- ma ferial d.1 c,dadc -
p.1rJ a fa,cb. f.m lugarJo qu.aJr,1do de, rerr.1. prnpunh;i Jgora um quadr;uio
dcl~dr1!hrn. A poss,bdrdadcdcdeslo,.J.mc:ntnd~quadradn lcsa ~ uma nfo
fü,.,ç;io do "cuntm•OOlidr". que p;i,,sa <U fowl;i à t1d1de e a~;,m pnr d,amt.
lnfrlumtme,, 11npossi1·rl !o:abcr aonde 1am ~~• ~ s Ul)<'riMK:1:1~ urbJOa):
J morte prtmJ1uu do ~m\'!il dt1'1:01J qu....uics como nS.t Stm R<ipôSl'1-. Por

<JlllrU lado. umJ ubu crugmu..:a de 1'1"'8-19~9, o RtJ1/y-Cunstru<llblt n·· 1


{clr rraliwu 1~mhc:m um~ ser,~ de, Tr,poJ,,g,c.i/ 1eady-m.idtl;m1!,"'pe), r mu1
10 sign1fic11111·~ quanm ~ mas 3mb1,õrs es1e11,a~. alem de i,e, 1ambém
premo1111llri,1 da nJ(}'fnuh1,1~Jo d,: s-ru r,rór,rin tr.1ba!ho. C. como cs.:rc,·ru
11.:io lf pmológ1co ti ww1 CQISJ <1ltamclll/J grur,f,c.111t,:. Tndns ns Jli'd.1ços
dó Rro d<! /m,r,ro têm p,,r,, ,mm um s1gmffr,1do concreT() I! ('11.'0, um
""
sigm(iod,1 .,,.,, gcf'il f"5SJ cmw ,1ue â1.1mo de "1/dirw rom;n?to ·, ,, p~Jru
Jv "ftic.1r l'.!ro/.;, " ,mtolúgicil úmml Jo Rr,nil, .1s miJ.5 em 1'fllt" d.1
ú:ntraf do Br.1fil. 110 umro, os morros do R1v, SJo ~rios. F.wel:i. !,!an-
g11c1>,1, Jurame11to, cnes lug,ares .1um, que cm,beço nw,s de f~rtl). fütü
,mm pnmc,r(> o Rio em um n//10, c11 1mh,i m,11/11:,,do de dc tal ma,r,:ira
qui• m t11'tq11c s:m dde ,, /Mswre.sses,mm rodos foro, p.m1 ,lescobrtr qur
dc/1ms dt> pmctsso de miti(íca,;iiu '"'m •• J,, 1frsmi11f,c.:1,;Jo (11J1, ,,mf,m-
d1r dcmutifica,;ão rom drsnmt1{icuçJo; ape5dr d" segundo fa~rr parir
Jr,fmmr1101.A1~11drscr,lmq"eoproas50Jer,mi{1c.içJoe1rm1/<11mpor-
ramr, m.Js de ,em que 1•ir aromp~nh.1do çom n de: des1111t1fica,;â1>."

l,m 19i9, Oirici~':I ,;un.11rúi no Horel Mtr,ditu Ju Rio dt Janeiro um


amh,enn: pcnc1r.ivd qu" thJ.ma de R,1,mne:,.,, nnmc m~p1r,1du nu livro dc
Jtimcs Jo)-t Fnmeg,1ru \'t'.ike. mi<tunrndo Rio dc janeiro e Rivicm, cllmo o
amsrn f'J.i'S"- a chamar a cidade du lliu. A uhra oi uma mtseb. de Trop1coJ/ia t
F.Jc11 lt de matcn:us doo Ni11h<>JI, uma sintr5e, segundo ele, onde n:io rntam
~pa,;,l!. ome os diti:remcs kx.1115 prupo$10'i, rasYmDS de um ~ outro dm~u-
mcntc. sem hm1lr( pl"1:hm-, Nu d,a da abermra da C"p<:r.,;i~'io, ,:s1a,~m A:'UT\Í·
do.. num ITT<')IIIO c&paço. muno rchiudo • .eu, amigos umh1s1as da ~1Rnguc1r:1,
:l& am1i;a, prosnrma,; du renno da udade <' O> a,rugus ,mck,-iuais ou umsms

da elice d:1 7,ona Sol do R,o. A dcsm m fica.,io da c,dade lt'.vuu Omcic~ a urna
cxnnçâo dr frumc,rn~ ,:-nm: tcrruónos norm:1lmcn1t fechad0$; o Jrtisu miQ
..nmcnte r,a-.s:i de urn tnritorio a uurrn, ma~ iamhém faz uma ponrc cnrreck~
.111·;ivt, de seus am1gos. As pcs~s da \ L111guc1ra - Don,1 Zica, Dona Nu1ma,
Prnlo R.1mus, entr<;, outros - vieram ao llord ,\!i,ridirn t conheceram seus
Jm1gos dos'h;urros mais ricos d~ cidade, Todos dizem q11e a c,.dade ne,;ceu
dq1<)1s que conheceram Omc,ca. A~s,m 1ambém fo, com O> Jn'l1g0$ da Zon.1
Sul, que v1s11Jram a favela arroveiundu a filmagem de 110, curta-muragem
de Ivan Cardoso sobre Hélio Oiticica. rodad11, cm grnnde pane, na Mangw.,1ra,
cm 1979.
l\'o final desse mesmo ano, em rcbi,io aus deslucamcmos na udadc e à
,upri·~sfo dos !unir,-., C)paci.11s, O,rim:~ fuz ~u primeiro "c,·emo p(>e1ico ur-
ba,10· ou ~comra-b<",lide", com 4 ~ç,iu KIN:m.i11ui, chamada Der,o/i•t'r D um.i
,i l1'1'r.1, quc 1evc a pani~1paçio dc muims .1rrí~rns.

Pam cQmrmomr o ,;tlllr,,Jrio J,r Kl.-e r1, fiz o wntr,1,/xj/id,, q11rchamr1


<1:iSl//1 po,qul! Ç t;JtJt;;imellle 1, /mx.cUQ 1m'f'rso do búlidl!. l'ci;uá 1.,r,.i t·m
J:1curcpoJgu.i, r rm 1..:; de e,rcerror a tcrrJ 11uma cuba, ptguei tJ tcrm e
lri'C'l l.í p.1r" uÁll'l'roik Lu·odn Vl/H. N,,nr /11g11r ondtlml•.i um n~mnho
n1>Wro, ro/(/quti wnJ {orm" Je BOd{bi/0, t wloquti a 1trr.1 dtmro ,fo
molde qu.1Jr.1,fo. d,epo,, 1'1tl 11 forn,a t' (rwu oliflldt qu"Jr.,J" de trtrJ
l.i. Ch,1mo f!fJ.1 ~,~.,,;t,;J dt O.,voh-rr ,1 tn'r;i ~ l<'rr;i. F,., ""' lllu fnX·
rrrn ...

A ,deu dc de•o!,·cr ,1 rnr~ :Í ttrr.t 1cm rc~-~ão d,rtl~ ,om H t.n·cb,;,


1,1lvcz mesmo unw dde'Sól d.1, 1.1,cL:" p,c,lo anisu. A frorucirJ terntoroal m,1,~
r,ri:cisa cmre ,1 c1dJd<- (onn•n..:1on,1l e ,1 fa-rb é 111~1,11111-ntc ,1 p.1.,s;:igcm du
,1;fol111 p;n,1 11 teuJ: t(llll ~li ·con1ra•hul,dc~, 011ic,n 1<..:J a qucs1ào do an
<lar .whre ~ tcrrJ d,u t,11cl~, e tJmhrm a dl r,rorrord.1dc d:, t<'rra. que n.lo
ixncn(l' .1,-... t,n·dJdOS. Jl~rn de frJzcr a 1dl.'<J dn tfi:mcro d;i• cnmtru~ÕC• .,,.
brc;i rcrrJ b,111d..a.S..,u "c1·cniopu1.-ri.1Hnluno· n:1.h1Nn,11·cr-rnmoclc
mamoconhrmou-rnm oqut,;c(ha1J1J•a Urtb Art ou l..i,rJ ;l,t, quc,qun-
Jo ele. mm~\·J ,1 !rHJ ncu1rJ e d1sporu1·r!. uma rspec1r de volta., natureu
() 'Cgundo •c•cmu pocn~o•urbam,~ ou ••on1ra-bcihdc z• - que ,,rnlirma
csSJ rd,1,;;i11 entre os "umtr.i·húlidc-;" r as fa,da, - comC\;<>u nJ \fo11gue1r:a
logu .1n= d11 ,;am.mtl Je 19Rll, e~ Jum,1,·a f.s.,ucn/J µ.1rJ o !/"'ilt'J!. l'o, o
ulnmo uabalho - inacabado - de Hn«:,a Jntc~ de suJ morte.

A.1:oru cs1<1u mi' prep,mmdu p,ir,i " Ma11g11e1rJ. Um ei-,,mo ,,,.,fq f'àr,vs
num i ,,.e/h1Jr lr1•,1r .1 dnrobcrlJ ,lo mb,mn j
Jt/15/.lJ pilt/1<1/•.ir.1,,. P.itJ
{.it>elsJu qut n 1., p.ir.1 (,nn um /1/mr. lm/111 umJ t.ibu., dt 6ox(,o. Vou
(!"'ª
(0/,x.1, uns fudnllm• ,,~L., ro1 llftJ l'<lt {11111'.lon.zr cwrraarrJ n1Jqurtt
r arru /m:J/. l·m.i rn15,1 mmr e m,,x, 110 mrrmu ien,po. Qo,ero col,i.:.zr
r.ut -1uJdr.1,ln l.zdr,/1,Jdr, mmi dttemrmild1J /(KJ/ (' dl'Llllr l.i por ""'
dnnm,n.z,fo lrmpo. Drprns trilns{,ro p.itJ um 111,1,0 lug.ir. f:m uxwd,.,
lrJ,O p.1,.i rJSol JfO (rm do di.J. \l.i1s J./umlt t/t 1,.11 srn-ir /ur.i rµr/ril
{inJ/1dJJr. /-icJol5S""'am<1>1mrsµ"ç"/,m/til1lo·dmut.ido. ·:
bn vu de lt,·Jr 1errJ -m111enal que rcpreo;cnra,an fa,·du- para all!um
trrrcno .1h.1ndonJ,Jo d.1 r,Jadc, 0111,1.:.1 tr.111J !JJrilhos- ma ferial d.1 c,dadc -
p.1rJ a fa,cb. f.m lugarJo qu.aJr,1do de, rerr.1. prnpunh;i Jgora um quadr;uio
dcl~dr1!hrn. A poss,bdrdadcdcdeslo,.J.mc:ntnd~quadradn lcsa ~ uma nfo
fü,.,ç;io do "cuntm•OOlidr". que p;i,,sa <U fowl;i à t1d1de e a~;,m pnr d,amt.
lnfrlumtme,, 11npossi1·rl !o:abcr aonde 1am ~~• ~ s Ul)<'riMK:1:1~ urbJOa):
J morte prtmJ1uu do ~m\'!il dt1'1:01J qu....uics como nS.t Stm R<ipôSl'1-. Por

<JlllrU lado. umJ ubu crugmu..:a de 1'1"'8-19~9, o RtJ1/y-Cunstru<llblt n·· 1


{clr rraliwu 1~mhc:m um~ ser,~ de, Tr,poJ,,g,c.i/ 1eady-m.idtl;m1!,"'pe), r mu1
10 sign1fic11111·~ quanm ~ mas 3mb1,õrs es1e11,a~. alem de i,e, 1ambém
premo1111llri,1 da nJ(}'fnuh1,1~Jo d,: s-ru r,rór,rin tr.1ba!ho. C. como cs.:rc,·ru
G11v Br,.n. Mno lim,t,. entrl' o .. ~.ahado e o m.1,abado·. ·., Como os abr1g0$ das
fa..,das. eternamente cm ohra5. quc tr«.im ;n pl.icai. de mJ.dc1rn por Hiolos, o
Rc.1J>•-t.m,~tmc1rl,/c 11 1 ,;, ao mes.mo ll'mpo. 3~rto e fechado, Íllll'nor c
e.\:terior. abrigo,. percu~. Sem ,:-sc-,.J,i_ pamrular, <lemon.ura um m&odo de
(.'Onscru,-.in. um .. e;;qudcm~. como di1_01tk1ca: -e1qudc10-c1quc!cm, c5quc-
k10-f.wda e Fa,·eb. do Esq11de10·.·• ~ cfo1wamentc o esqueleto de um pen<:.1-
mcmo. um3 sm1csc do devir do tl':1halhQ inat'~badu de Omc,t.t.

o ar.tfll' rt>l,TIJIUL'TIBt.FÍ sr,bsMui-herd,1 o rnnallo/ de ~hllll' M~ml U•o1.,-


cilc/r msra11r.lÍ ~1-•WIA Ht,,çl)ff{ 'irM nr.(,J/ /r.11) .iB'ICII (,'!'a/: /1,.,-J 111'1-0llfl
u de.rtmc ofor.1I hu,r-cfosl aboto-fuh,1<folabcr/Q-.,bt'rtolful,.1dv-{ed1.i-
dn /.. ./ ts,;,. Rum· al,\l.\Tlll'CTIBU .,•. l/ é o o.:rrââo mro ertrcmo nim:l o
RMl!Yl'Ol,Vl~ll,\l)O/es/nm,m/dc1ermm.1dascmr.r,meç,;,-meio-{tm:lrm/JOS·
sibilu!.1dd e rm,1/ i/,.,dar.1çilo de q ,1 cxm(.rci.i 1fo ""'"' po,.si11el atfil1HUl,
f)f)ss.J /tr imtiifo/ ,ws dias J,., 1x.,,.,, f11cultur,1I mo,rum.:-111c.-arq11itl'fl<fil
/i/T.1tm1al siio todos «111a1tm (raro, e 11lrr;111;1wiJus/ ptJr e= prt.,pru!al q
JIJII f.1:;. pms.1r l'ml UQ!-'I.LHU (t!SqUeieto•tSq11tleto ~ l'Squrlcto•{;111c/i1 e
r,1r,1.11m ~'IJWlnnJ.ir, l wi.sas,,estmlumsd1s1m1.1s)I.. J1,mexeráw,dt'
co.rITTçàoJr, nJoem,dmdo, ou il propos/,1 Jeestnm,nu detemww,l.isJo
t,'(erci,iu do imhtemú11.JJ0. /. .Jo llÀt)) r,,~·,u~·c..nau .'<. li q f,md,1 esp.1-
(o/ se rrgut 1mm terrt110! (1,11111-111;;:,;1 /,:rrcw.J 1.1 q e alg<J sem i,scJ/.1/1
IMrrenro wmo s.: fom a/8(1· mo/dJdo rodo ,IJ mõ»w m;1s5/l; como/ u
fora (eoé/ a/g<.>md<"1,•rmm,1dul.rifos.1b.mdu onde a»1Jcç;1/ (o,, por onde
u cumeç,1/I () W/1do e o ,1rem,so/ e quem sal,;, o q t 11uJ1mil mr u 1·crl
/;1,,,,1./iquidD!I 01,eJruguwl cxerc1âo dei 11Jo-p.1is.1gi:;mol Jqmlo qlf,md;1
r.sp;1çorst..i1üoW11/,:mle,:,,m1m11m,·"olp..uS1Jg1sma!ICamcorpvmçJo/
, (i11-a,rpomç,io} tu/o// ,J,J1jJ11/0 q ~e ns/mnbr,1tW utr/eli wmo amhu-111<1/,0'

O conceito de Rizoma

l:lí!mome$mOsorri$O,mligo
Q11e 111.,,rom pcsm o pr;mciro oi/,.,, Jo prmw1ro homem
Q11fusv1u11p~•eculisrlhl!!il&u1</et'eme1rte
r.1ra1'l:r$l!t/,1sf,1/,wam ...
(,,lle, Dckuuc Fdu. LuJlt;rn cr.iru.r..irnum .i mt1aíoro1 \·egc1.il Jo ruuma
f'm mncc,m f,losófim. cm Rb1io,.,,. dl' 1976. r.. romado nu" tarde em M,llt
1'/Jtr.1u.r.Jl' l980.Fl~SC'llpó<'m,,omode!Qarborcs.:cmcf'unlláriodopcnsa
m,·11w (p1r,1mida!), ao s1,1cm,1 án·Mc•r.uz ou m<lirn!a, e propõem ou1ro ,1,1c•
m;1. h;1.se,aJu na mul11ph{1dadi:. cham.td,1 R170m;1

BtJmos c,msadns d,1 Jn"Vre. ,'1.i<, dt!r't'tl/0$ >11.J~ CTl"f n.:,s Jr,-r,res, no11
ro1ius. n.1s r.uli<u/Js; 1J s,lf,mms.,,11,M. To.l,111,ultur,1 Jrb<irtscl!nlt ts/J
fUnd,1,IJ ,,c/,1s, JJ J,w/og~ <l lmg1tml<'a. Ao ,ontr<ino, ,ud,1 t' /,riu, ""d,1
t Jm11T<IS41. 1~i.lJ i pn/it,co. a rui,i u-, OI ctmlts 11<l1terr.ínros, as r.11u~

O R1l0111a. J0C0mrJr1u da lirvo reerlo arbu,ru {-i,m1•rrcl!Çll dr Akx.1nilcr).


n:in i um moddo formal, ojo,: u,n >trJade1fO \ÍS1tn1a: f. am~l>. um processo
qur pullc ser dm;nguido por ,ena.. -u,:1e1cri\11~a, Jrru,:1nu1tus-, d<>1, pnn
dp11"' cnumcrJ~ JIOI Dckun e GuJu;m:

I '" 2.· - l'rmc,p,,,s de rn11e.,:.io t hetl"fU!,!f'l'lf'ld.1,I~ qiulqu..., /1<1nto J,


um rr:,m~, pode~, cnnt"<1Jd(J ,.,,,. q11J/q11f't (mtro, e dr1't!' $r-lo. f ",:"'
/u d,ff'rrt,lt d" JTl'Vrt u11 Ja r.i,z qur f1rr""' mn fmnto ,m1.i ordem

O R11.0ma .:on,;umi. porrnnro. uma n:do; com ~k se- (juthr::i. a i<l.'ia -


própm1 cinorl" - dr or<km t dt h,~n.rqu,a. Ma\. difotcnrl·mcme de outros
llpos dr ....J..s. o R11om3 nlo t >Unémrn,,: hl'lttoi;ênco, v1~1oquc ;1.scono:xUC•
~ fa,rm por :icaso. na dc,.,,rJt"m. O. pontm Jc um mon1:1. n:iu ...io foros.
dt"Sloom >f'. fonn;in<HJ lmha,. -1,nha, dt fug..,- ou d,: -JCl,trmroriJliu\.iO~
O R1mnu íunnona pôt .Jr.... t'IUrah,.i~OO tm J1frr•nt..., dtmrnWõ. Ao conmt•
r,o JJ tinore. nãu .r prrocup;t com ongrns lou rofu-sJ, ~ -;in11•i;i,ll(';ilóg1ço~.

3"- J'nnnpm J., m,i/11µ/,ml.ide, o m11/t1p/o, ~á qu,mdo f t(1'ln'1Jmt'11lf!


/r;11.id11 (Omo ,,,b~t,wtwn. m,no nm/11p/1c1d.1dl!, d,:u.i dr tt'r qu,l/qutr
rd,1çJocom o l/m ,!)11ms111t"1toUN conm ult,no, como rruli.Udt i,;mm1/
rn, rspm11~/,<Qm(l ,n1;1gnnr ,.,,.,,,lo. N n111/r,p/u;uúdessJo r,wmállrilS
e dcnunnJm .u pscud,-,.,.ml,rp/,c,,J,1dts ,1rbcwtict'11ta. ·•

F pr«isam,me õiJ mulnpht:idad<' <1"'-' n:in p:irJ de mu,hr de na1ureu.


muh1rh~a11du ~u.:,s ~one~ik• n11m m,mmcnco perpétuo (me.mos.:, ;h ve7.t" du
paret;a unóvd). que 1r.1n~furm;1 O'i pomos tm Lnh.n. A pa"'r do momc:nto em
que a no;:io de umdJ.UI:' f 5ubsmuidJ pdJ. de mu1nrlicidadc. o Si!itcma pa~u a
ser Jber10. mltado rarJ o otcnor, As hnh-ü de luµ ou~ dcs.r."mmm.lu.a,;,>o
ôdin<"m as muluplicKbdci; ~lo IJdo de fora.. Um -plano dec()llSl'>!foaa~ delmt
o e.x,erior de todas~\ mul11phod.JJ~~. que se trJnsformam i.eguinJo ;u lmb.,.
O riimna con,1iui..;c de "aneis abl,r1os~ dt diversa;; d1mcn~ ao conmmo das
m1criondadr::,; !rch,1das, forma<la~ pelas d1vm>Cs hmârias do s1s1ema cm :írvort.

4" - /'rmáp,o d11 ruprurri .~ss1gn1fica11te: ,:0111,11 os cor1e1 n,mto


sigm{i,:amn. q1<e se(1Jrmn JS c~trrm,r.is, ou <1tr11nu//111 um.1 dd,u. Um
rizor,1,1 pode ser ,0>11p1Jo, qucbmdu cm q11.1/qu11r /ug.ir, que, cm segmd_::.
ele relo11111 essa cm aq1,e/a de suas lm/Jas e. em uguu/11. O/llr.15 /mbas.
O Rltorna cst:i sempre prestes a se consmu1r e, portanto, a se reconstituir
depois das rup1urns. !sw é JXISSívcl por de «:r form;ido, ao me'>m0 1cmpo, de
lmh;is dr M:gmc-11raridad~, t<'rnturiafüadas. c,lt linh.1~ de dr,rnri1ormlila~ão.
,cmpre ~m fug;i. pôr onde de foge inccss;intem1:n1c. A dL-s1rmt0ri~l11.ação i: ,;,:m-
prc seg1nJa d~ 11m4 rc1trri1ori.1!iz.içiio que. ror sua •·c1., si, ,.k'l>tcrrncmalaará,
e tso;.cs processos. rndcp,endcnto,..~. não ~~s'i.ilm. bzcr Rizoma significa de:,en·
,·ul"n wu u,m1óno por drs1er!,11ori~li1.aç;fo, dc<eovolver a hnh3 de fug,i Jté
cot>nro pbnodt~on~1Mêti,,a.

i·· ~ b~- l'rmc,pm da canogri1fia td,1 dl!c.1/romam.·1, rim rizoma 11Jo cJl<.1
iuw1tu a aç.io dl'q,.,.fq,wr modelo esrr111m,1/ º" gentT<JllfV:J. É r~tr1111hv a
q11.1/queridd,1.lrrixogl'net""""'ürstrnturupro{m,d,1."
Toda 1dé1,1 cstrutur~I de eixo gt'llcra1ivo umonrn ,1 um sistcrru1 ou moJdu
arburcsccme.qucscgucalúgicado(ddcalquc,oust)a,alóg1cadarcpro•foçâo
sem hm (rcpcn,;àu Ju mr1im0}. O calque ,:,;t.i mmbt-m fortemcmc lig:uio a
1dc1,1 dt proJtto, sobr..-mdo nn arquncrur:i e urbam~mo, por m..-io da unh,a-
;,-ão Jc papd ,egctal lrnlqur. cm franch). Ao cumr:ino Jo calque, ou d;, d«al-
com~nia da árvurc,e.xistt a cana ou a car!Ografia do RtlOrn:l: '"l-azcra .;arrn,
e nãu u (dc}calquc•·. O c:.ilq11e n,lra sempre ~ao mesmo~, R0 comnirm da
c:,rra, que ~'IIC asd1ÍCt('lll,_..is; é um~ rrpençâo diferente. O c,ilqut· i: um modelo,
como a .1rvorc, cnqu.rnlõ a C3rta fa:,, pane do R1wma: é proccs>o. A cana t'i
abula, modificáve.l. adapt3vd, çonc-c1:ivel. !"em ~rnf.r.1d:JS múlnpl.b ~ e tam-
bêm múlúpla~saiJ~;; pdas linhas de fug,1. O CJ!quc urganila, ordena, csu-
bJiza. qucbn as mu lrip!idda,:l,,s "'· ddsa forma, cc-ss.1 o mnvimt'.nro.
No conce:i tQ de ll.i1.(>ma, 3 q11e.-1:io pnncipa l r o tnQ\'!llll'HI0. O m.110, a
panr m;>•~ ,•is,vcl do riznma, mo,,tra l>SO bem. O h rotar ê o transb<irdamrmo.

Dclenzrota l l~nr) .\11ller:

O ma/n 5<Í rxistr Mlr<' NPllfV.S 11Jo cu/tn-,1dr.J$. Ele pru11che os v,iuos.
Cresa cll/re, 110 mew de <,u/rns to<SilS. 1\ flor ê bdu, o refmllm é util, u
p.1po11/,1 cn/o,,q,.eu. Mas o m,,n, ê mmsbord11m1•mo, é 1m1,1 /1ç,ijo de
mor.i/.'-'
O tr.msMrdamemo unpli,.i ramhi,m a idéin de mfihr.1.çâo, de 11m &"00·
mmw que prcen~he u;; VJZIIX, de i:'-' rnmhos sub1err-lnros e de possibilidades dt
erupções. O mato. j:i ,·,mos, nio t("f)l cum<\U nem fim; ele éc sempre o móo e
brota pd~ mrio, ~\~1m cumo hrutJ nu meio de 01mos 1em1órios e cm meio~
1
a,h·e™iç. I' u ,;aço du mMo que ..-:res,:c cnue a~ pt'<lra~ Jo c:alp.menru, nu
meio do asfalto ou elltre os re.c.,rimemo• da~ccm,;trtiçõcs, ,mm esforço heróico.

F/ ;;rmb,1/ es ri rt{le.n:i Je nurslro 1.-J,r,./ ,1.1,s p.1$0j d,md,t,1,011/ p,,mdo


ikm J fÚ!.1r ri honumtr/ y quedi enl~ lllS r.JM) c11.1dn,;,./.1d.is r11
""wz,i,1;;sl di{ermtr.s e 1gu,,ll's/ romu s1 [i,erun tod,ts d/Js/ 11wn<Jto11us
uo.erdos repet,llvosl de ""ª $1,/;; ma11w,r;;.( E/ J,,;st,1,1 prumm.f
des.>1,er.ime11/e espero,r;w.JoJ w/p1'<ml las p1edrus Je /,i r,il/e {. .. ]

/Os11bur/,mt' o rc{k.tt>d,• 11=0 td,o.l Me«spJm)S rl.mdirur.iml,111.md<J


,,,m {mar o lmrrnm1r/ e /iqu,i t11trr as c,1s.1sl fuli11Ji.1$ ,:m /,/ocos/ di(e·
remes e 1g11.l,sl como sc fossem todas ,,/a$( mom,tuna, lembnrni;~s

;,::~:~::~~/;;:::,~ :!r;:fm~ ;,:ª~:::7._:i;riar10! dm5p,•radm.,mte es-


0 mato s,:mprc csc:1pa ao projeto: tlen~._. onde n;iost: ~ptra, insraur,1
J ~urpriesa. Ao cnnmírio do calqur - que reprodui, Ttp!:U.'" a> forma; ou u~
espaços çonhc-,;ido,; - , o mJio cria u111ros novos, furm;i_m.!n ur1,H !«:mprc
mu1a,•c,s. Uma canogr~fia da dcs1crnmr,al1Za\o'io, dõ tr:rnsbordmncnto, Jo
,:s.;:oamemo ou da ,nílltraçâo. O mJto formJ encra,·cs. ttrmllrio, ,·egcia,s •
.:omo f o aso das ervas dnas daumhas.
O pais:1gi~1a Gill,c5 C lt'mcm propõe criar ~judins cm mo,·imemo", uti!i-
1.indo cxa!~memt tli.1 caracwri,uca móvd, ou Jcsternrnrializ:1ntc, do maio e
d~sp1 Jm.tsch3ma<las<lcKvag.ahundas",Osiardmstrád1c1ona,s.,eSQbrctudo
os 1ardms ~ frnnccs.i, t.M~o fom:mcmc ligados à m,ç:io df ordcm e, amf'S dc
1udo. ia orJcm es1auca. A pr6pria ,<léu de jJrdin\ impl,e essa 1111~ pcrf"'rua
conrrn o nuwim~nto n3 t UrJI, con1r~ a dewrdem "bi{>lôgi;:a", i.110 é, contra o
csiado ·sel•-agt"mv. O 1rnbalho do 1anlinc1ro rr~1de prL>ci.,amem;, nessa manu-
rcnç:in da nrJem :nra,·e, d.1 ~;,men,;.io amfk,al dQS fluxos narura,s.; tudQ o
quctrJosU<lrda opro1e101n1cialdo1ardundc,·esercom1do. podJdoou
trr.1dicado, JS.1,m como devem ~ arr.incadJ> a.1 pl;m1as ·e-;ponr,ineas", que
n~o tenham sido prni.1ta.1. A iJéiJ rratli.:ional do 1ardim bastia-sc no dominio
ou vdomcsucar;-Jo" da n,1ruren. Clt"niem rro~ 0111m conc~p,,'ão d~ jan.lim,
bJst'"Jda no mov,m~mo e msp,rada pelo opo,,m duq ue r n 1ard 1m, o terreno
ba ldio. inculro,abandnnadn. E!efarQvdog1odo1erreoo baldio" (i/oged~l.i
fndiel e reali.t.a a cxpcrífo.:ia de tr.mdormii•IO cm um jardim :u,guin<ln ~u
""""
Íl9
mui 1mc1110 nmuru!. Às va.,s propô<-. cri~, um prdun como um 1crreno baldiu.,
und,· o mam cre:s~c nuur~lmcn1c, de formo. e~por11.'i11ea.

01mn1tmd.1de: n 1crre11n b1,1/J,o I" e.\'t5/,'. Inunç..iu: :u,gmr o f/u.to Jus


vege1ais, SI' mscrc, ·c r n,1 r-0rr1mtc bwlúsm• que 11111m,1 rJ /11gJr e orre11/<1-
/J. Não c,,,11sideror J f1l,1n1,-, '"""" ob1cto awb<Jdo. N,fo u 15-0/.1r do Ntt-
/c,,;to que" f';,; l'xist1r. R,-su/t.ido, o /ogo Ji• /rJnsfOmw((,,.s Je,.1rdct111
rnmta11/cmcn le O ,lrn•nb<.> Ju 11uJim. T11dn estti ,us mjo, do ;.ir1/mcm.,.
E de qm•m wnube. O .110\'IMn.rn~ Csua /errumf!ttt.l, o mmo srw maf<I.
,;,,,,,1•1daKHH/l!/iu,mcH/O."-' .

l'.1rutlénmu.urnrcrreno:1bnndon:1doniioium(crrcnode:sV11iorindo.
ao conrr.irio. ~ um t~r,-,rw muito rico, ~um lugDr de , idJ e:nrcma - :ut' d~
n,e:sw ao dimax~. F.m SUJ proposta dc trnn,fonnar o terreno l'o:tldio cm iar-
d ,m, kJ (una ace11,1~du clú aç:iso. <l.:i 111,·:1.tio (tr:insN)rdJnmuol. da dCS<)rdrm.
NJo M' tnrn de um pm1ero prt'CÍ'<l de pa1sagisrn: i' o 1ardm~,ro quem ,.,.,
de.cnkanduo j;ird1m. paulMmamcmc; d<' aprvYC1T3 Q r,,tadn di11~m ,rn e org:i.
nico de um tcrrcnQ mcuhu. em prmc1r10 uhandonadu 11 de mtsmo. em esiado
de drscnvol~imcmo cspo111,inco e mvolum.ir10. Sc:u mi'u)do i: ,in1plcs: fa7_e11do
intervenções mmunas. s<'Jtuir u mo\'1mcnto e ao m~mo tempo oricnd -!o.

,\/1. onde u a11Jmv omrn,. miv se ,m,l,1 m.i11: ""• m,dr nân 51" p;,ss.:1•.1
rn.11~. ho/1' lt p,11s.,. É .i p,:rpi/11,1 mo.f,fic.içJc, dos up.:ços de tirc11/JçJo
e d/J 1.•,•g,•taçJr• que 111st1fu:.i o trrmo mo1,1mc11M. ,, ,; o (.it/J Jr grrtncr.ir
o '"O!'Jmemo que J/lst,(,ra u wmm 1,1rdm,.'-
O qüt Jiforcoc,a u jardm1 cm ITTO\"ÍTT!('fllO do 1crreno abandonado i! u ):l'-
renciar u movm,cnto, ou sc1a, oricmar ~i:undo uma ,·onradc i,stc11ç:i. 011
fu11ci(lnal. m'rsmo st·m pm/~m pret~tah<:ltddo. O que C lc'mtnt propõe. em
rnumo. seria fn~r dds C-drr.1s vegc1,us uma cartografi.1 aberta do jardim e da
paisagem, em lugar do Jcca.lqut tios modd<.>$ b1,m en'lu.1dr,1dos do~ jMdrns
rr,1chc1ona1s. O terr~no baldio i o 1ar.!1m•nzoma em dc,·ir. Clémcm o ,•:1loma
mm~formando-n reahncme tm r~rd1m, conr;trvimdo ~,rn esuurnra rizum:i1ica:
'll'gutsuaslinba~dtfugaeapr<"·enaa"don-rritoriali7.;iç<>C$.P.ir:1 prescrvJr0
nioma, ~ pn·ciso. portanto. prc<;ervar o mo,nncnro. seguir O!ó fluxos. Altm
dessa ,dé,a de jard nn , Clcmtm apréSCma conn,p!,Ô<:-' smgulare< de pats.igem.
num M"mido ampli:J.do. scgumdo u que de chama de ~am: involumana":

füra q1tn11 quu t•u, tudo ,l arte. A n.ihm:~.,. ô1J,.J~. (1 homem, a p,.iisa-
D~ mml,a p.irte, co,,s,drro c:omo arte 11woh1111,ir1i1 o rtsultiJdo
l(l'/11 { ..• ]
fel1ldt11m;,combmafJom•f}rtl'ist,.identu,,ç6;,srmdenb1etosQrg,m1-
liSTETICAOAGINGA

140
~.Ji/01 emre Ji seg,mrio rtgms ,lt h,mnom<1 J,wd.is pefo ar.:iso /... / fas;1
Jft~. i d,IN), ,i /Jnl',l<ÍJ, dt au/'1r idim11(icJ,.,,./. S..m O pts() ,ÍJ ussm.:111tr.:i.
mn.Jobr.i lugufk,.1 let'l!,seoferuewzmh<1 t prop(X II quem querenJ,m.i-
lu 1'1/IJ µmermd.:idt dt tstmtaç.lo.'
-~ ,déia d~ ar~ invnlum.ma ~ parndo,--al, n:1 mt<l1da em que sohsmu,. J~
,nicoo. J noçiiodc ,·ontade ou~ imcnçfocstêtic~ pcln de acaso; t' h:1s1,m1e
di,rnll,·d. ~mhor.i po,,a fw1civnar no ;Ímbno Ja pais.igcm, sobretudo~ mn-
sidtmmo~ que o J.~J.W <tmprc foi consfitull~O d~ uma paisag~m, natuml 011
amfü:ial. ~fas a ,·onradc (uàn do a,aso) C'(is1e ~mp rt: quando çr =nlhe o
enquadr:1menm Je uma pa»ai;~m nu,... Jernrmina e cbss1fo:a (arran's dl' fo-
ro., drwnhoÇ ou rtlatosl a anl' du,a ~involunr.im~, J~ se exerce, pelas esc<r
lha>, uma i;rJnde parir de n11ci1ç:io i,,1~11ca. Na rcahdadc, Q~mcm rep;:nnria
no <en Tr1111~ rna;i11n J, l'iJN ml'okmmi,,. (1-ratJ.Jr, sulmlu ,J.i :,rtt' 11111t1/m,1.iri.J/
mar~-a~ 011 tra~o,; - m.m.--J.S de prescnçaç - ~bre o term(mo, e,n ,ua ma1nr
putc J1rodul1dos pelo bomrm. labrK~Ções "mrnlumãna~~ de p:ma~ens.
Por outro lado, o i:on..eno de R1wma e mai, uma guest.iu de 1enm\no
que de pa!S3gi:m. embora ~mrri: s e ~ afimiJr que um3 paisagem fai parrc
de um tnrnóno, 011 '-lllt faicr um jardim ~ t~mh,àn unu forma de org.muar
um termóno, de 1ran>forma•lu. O 1mpc)num,:-, 1odav~1. f ~ rrandnrm(l,;iio de om
1arnório. a tcrmonahzaç.io, qol' mmJ posm·d a descermonalizJção e a
re!emtorialiuçio. e ~•sim por diante, fa,.u R,mm.1 é pre.:isameme ;111menrnr
sc:u 1nri16rio Jtm,ó de múlupla~ e succ,;~iv3s dc,,temtoriJlí7ações.
A panir du mum~1m, cm que o mato m,,1dc um ier!'l'nO abandonJd<l,
form,\ un, 1erntór10 ,·egetal, demarca sua prúpna p~ença eu n11n1enu. por
meio dr seu movnnrmo e de .eu trnnsbord:unemo namr:il. Se um passarinho
vem apanhar pequena~ haste•~a• par.i fa1.erum mnho,ele, por sua Vi'"L,
11rr1bém dcm.irca um tcrmóno, anJtnat. e n.io f por ;,aso que 0111cic3 fa1.1n
ninhos, forrmrndu, assim, 1crri16rio5. A mdificaç.io t uma fomm de 1rrri10-
n,1h,.ttçii<'I. f.. poMilnto. a demar<::lç;Í<! que con.stuu, , qu( d=nha. um termUno.
As marcas 1ermorrn1s podem ns~urmr múlfiplas formJs; o odor da. urina para
certm animal$, o som de um C;Jnto, a cnreugmfia de um3 <lança 1111, 3inda, 3
prôpriJ cor. Scgundu Dtleutc e GuanJri, es~J marcas siio como a~sin~turas
o:pr(Hi,,a,, modos Je expreS!oão. e 1~m um caráter e;tdico.

O f111ar T. o {iJ/or f<>rmor1;1/,~111e, dei'f' ser br1sc;1do t!m 0"1111 p,mr, preâ·
,._u,,,.,,r~ 11{1 i/,.1,ir,.r.cpr=uv do filmo ed11 ml'lodu, o,, !il/J, ,1..i emngin.-ia
d..i, qw,/id.idts pr6priiJs (ror, o,/vr, wm. sdlmrt,1 ele.). fudcrcmo, th1m,,1r
dt ,\rtc eHI' dti:ir. tssa murgê11t1.il O trmtor,,;, seria <l 4:/r,to da a,t~.
O arnsw. o pnmr1ro hcm,m, que 11', ,mta um /mr,/i, º" (a.: um m.irm ... "
A ar.1mt~'lura eu urban,smu s,,nam as disciplinas pur .-xcelência, comu
pr~1i.:as, da cvnwhdaçio des-cs marws 1trrirori11Ji,:,1ntes, d., consolidação das
form.1~ de expressão ror ,miro, ou rclhado,s." li.las, ao contrário de ou1rJs
pr,iticu arti~1icas cfi:rncras (mUsica e d.inça. parnculannrmeJ, a dcmar..:,tç:io
torna•sefoG1,nlohamaisfugas,aslmh:1sdcdes1crrnoriahza\iíOestfocoug1:-
lada~ em .si,u mu,· imento, o pbnu d.- ~uns,sri'ncu e!ólâ l,ma~du por fronrt"",rus
m.itcrmts. PtlJ conwhda;;:io, o rizoma si: 1ransform.1 mc"navdmemc tm :ir-
'º'"• a.,,~,m ~umu o labinnm se 1rarn.formB ""' pirãmidc.
Por outro lado, .u marca$ 1errirori.11iT..int~ p<:><lcm ~r rit<.UnâticaJ ,;e:
clJs con....::rv.11n os faioro ou as luihas dcs1crrnorta'!iza111e5, mesmo que nAo
desterrimnalucm. A própria idéia de 1uri1(mo não tem l'Sl:ab, ~ da ordem du
q1,e ~onsider.imos o Mesr.u em ~";'ls,,M. Pode ,,mar: terri1orio d,;, proprio corpo,
LOrp<> w.:ia l. um grupo l~pc,cífico (rnmumJadc). b:urroc as.iro por<liame.
~.i ....

Podem'-"' 1rrntnriahz:1r r, que hem entendermo~. Tra;ar um tumóm) sena,


cnrlo, Mmarcar füns d1s1;incias• ou <lemnrc~r,.sc d~ outros. O nu,s terri-
e
!O(aJlúaJo n.'io o ruais consohdado. ao Lonrririo. as consol1daçãõ demons-
rram: subretlldo, falta de ,eru,.,,a cm relação ,i cOn5utuiçâo de u m tcmtório.

lim tcrr,/Ôrro e5td s~mp,e em ,.,iJs de du!c",t"ri..ilt.ilfJO, :iu mc110G ..,,,


pl')trm:1,1/, ~, J'J<IS de (l,Jss,igem .:; Oli/ro arr.Jll/O l.lScnccmcnf/, mc!mo
q11r o outro .1rr,m10 uper( 1,m.i rrt,•rr,1,m.1/,wçik, (,J11,1/q1,er ,ms,1 qr,t
M,,,,//,,,MoMe1MremcaJJ~) ••• "1
A rix:us;i :a dcsii,rriroriah~çJo, uma m;1rca do môddo arh(>r\'<ecnfe, 1nria
a (O!buliJaçiío qut' ,-st:i pr~semr no cnarromcmo (Orno fim <'S5cndal. O pro-
a~!.O r11om3n.:o, an cnnfrnrio, actmrndo a dcstrrr,rorubaç.io pmenc,al,
dcmarc-a-S{' pelas abcn.urus. No modelo da :ínorc. há stmpre a idéia fonc de
raii, idba de'fumh\;io, de Sl!denrnni;,ção, qul.' p,.,de adesão, pcrunên.-ia .1 uma
1crrn le não mais a um território), a um solo prte>S<;>. O rirnma, ao 5e dC'!i1er-
ritOriahz.1r. nào csi.i mais !,gado a uma 1crru prtc1sa, 1na§ a um 1em1ório qur
phs3 a ser mm·d. As«m comn o tcrmono dep,,nd,:, de um ato de cna\.iO, nu
~m,do d,:, que cr,a,nos nosso prúpno termório. a noç:io de term depende de
um.11udefu11da,;.'iu.
Dckuzr r Guatrari rnam PJu l Kltt, J quem 01ticka iJ ba,·ia rc,ndid,;,
hum~na~m cm 01'1'0/1•er.., ll'rr'1.., terr,i;

Klu d1:; q,u Mp,1r-.J dr.:oMr da rerru, ex.:rcl.'tm)l um ~;sforçn P<)r 1mp11l-
;os", ,1ue M·11os rli-1'<lm1J1 so/Jn i-1..i wb o mip,710 d.is fnrças .:,•11m/11.~.is,
que tr11m{am d.i gr,w,Jadr". l\(l'tKCWil q"" u Jrl!Stil começa pr,r r,//1,1r
e,,, .-0/1,, ,fr/r, par.i todos OS 11,ems, 11 fim de 11pra11der O s111a/ d11 crJJçifo
110 <rtJdO, dJ 1/;J/urtw nJ/U~JnU ,r.1 nJ/Jtrr;.,., 11.imr,1d.1:,: depm:1, ms/,1-
/,md11-1e ~,ws limites dJ rerro~, ,,f, it! mt"usa pela ,mcrmcdpico, pelos
n,sr,m, J,r/.as ,,mJec,dJs, pdm '1/Nuos e p.1r1irn/Js, 11Jo 11dJ co11{<1m11-
dm/,• acm,f,c.1, 111.u J!elr) mm,m,mto, ,wdJ m,11$ q11,: pelo moi•1mc11tu
1mane11/i!.••

Voham~-ernpn: 90 que d.tli,rçru:ia d,; man.,u:, d.-t!\·aoproc=odo RiwmJ


do mui.Ido i.ld ã,,,urc, o nmv,mcn!ll. O mov,memo, ddin,do gcr~lmemc por
1m1.1 mud.:inça de posiçiln no espaço tm fun~Jo do ltrnpo .. i' iffi;Jnc,ne;:,, uma
s,rn.1~.lo c-sp.iço-ttmporn..1. f rcspun"'1•d ~lo p1.m,rn;1J! de rransfonnaçfo da si·

A d,fi,l'l'n.,.., rorr~mo, mt~ !» 1crrm'mv1 urbanos Ja5 cidado ,;onn·n-


cion~is tas ocupm;õcs "sch·~gen~" tlcv., tcrr"-111>!1 p,:l.1~ fo,·dJs ~ o o.r.itcr mo,"l'l
dJs linhJSdc fo~,, ~ J.-sicrruorühr.aç.lo. Omciu no> mO:Strov,wbmuJo.:om
B.1rr,1.:,fo, o qu.11m, essas hnhas &iv ~ut1> e profunJamc1m· h~d:i.s à id~,:t de
.:riaç.fo d~ ul)la comumdaJc. Sii<J ai; co'lulas ;;um11nir:ina1 (que brnl:tm e ,;e
rt·pmdutem) os wnbJe1ro~ ,·ctorr, d:t ,11)crmr,1 e do mo,·1m(mo (1cm1on.1h-
1,u;âo·dntnrimrialiiaç,iol. Por o um, l.1Jo. iOOJ vri,:.minçiiu ttrrnnr,al n.lo
tspomá11c.1 se ba><.·1;! 11a dcm:trc.iç~ofixa 1~ frrquentemcntc m~1cri,1h1..1,:fo), no
fücham~mo "· cm con><:quénc,;,, no cl"Ssar J05 mo,·,mtmos prl'~xi,1~m<'>,
Para ir:1oencomrod:ts11p<.11ót:t ,n1~111;:iudaprcir1tm'1doR1odcJ.1nciro,dc
"pr~en·,Lr~ :tS fa,·t:la;.. !! que ,n,_, ntt,:<;s,írio pr<'StnJr ê Stu própno rno\"I•
mcnm. Po,kr·<e-ia, ror C'i'trnplo. seguir o mt1t!L!i> do,; KjarJrns rm mu,-,m~nu,~
de Ckmrnt, propondo Ktrrmônos cm mm1mrn1ow. uu, mdhor ainda, Kha1~
~m muv,mcmow [para retom~r o numc do programa of1C1:1.l: f..we/.J-fJ.11rTO).
Seria o rnso dt proc,:-,kr am11·é,; d~ quaSL- nãv-m1,·nc11<,t..11.-,;, uu ~eia, de 1n1crvrn-
\l"'' rmnima~ qu~ .'iiigrn.'>.scm /1!. fluxos natur~i, e cspo1mine~. a, lmh.1, dr fuga
r as linh~s dt drsrcrrimriah:ai\'ào das Í.l\'da, j;i. ex Menu;~. Tr.nJr•*"' UI' p.i,;s:ir
;i. a\-ãu n•,ptcmimlo 11.1.u ,nmcmt "carJtn nwm;in,o, ma~ rambêm lab1rín11co r
frJgmcnt..mo da~ favckis, ou seia, Mf;lll!lclo o proc.:s:;o e a t511't1ca d_i5 fa,·das
uliciados pelo, fa,·r,la<lo~, a d<'>p,:nu da IÓl,;ica pn.-..u1uuda p<,r arqwrntos, urba -
nbtas ~ pbnc1adurc> em gua!.
Notas
'Cf. r•aob il<!r~n•1cU1 Jacq,,c,,, ªO«<>n,.rn.:11on <mp,~~k". ,n r,,,,,. d~$ .~'W"'' n• 4, nl.
l'HJ1rnu"an.Por1>.3u1omnc•hc\cr. t996/1997
l'~r~ um h,~t<mc<> Jo dcwnv<)h·1mcmo Ja, f:wdas no R10. ver l'aola 1kren11c,n Jae<jl!,:S,
l.,s {11,,r/,u d,- R,o:,, "" mim rnlwr,1, op. nr
, 0 u!,jcm·11 dm órgâ<.» ofi<,a1s de: ncrn<lÇ!o de fa1-.,!-1, (LHl!,A).1/COl·lARI cr-1 de:
rcmm·cr ~m fum/ha1 por d,a. rnnoralmcntc d.:tl árc;is ,:<,n,; ,dcrad~, nol,n,., ,!a c,daM
!,c,gundn ÍOnte'l' ot,c,a,s. tmrc 1%-1 e 1974. foram rcnm,·,da,oncnu (;ivda.s. 26.123
1"1rr:icos foram dc<,truid,,. ,- 139.211; pessoa~ toram Jc~ada à fon;:a p3ra.conjunH'.JÇ
h,1l,1!i"'°"ª""ªl''''ifer,aloni;inquadocidodc.
'C:hn,tuphor Alo"''ºdcr. ·A Cny 15 r-.0, ,1 lttt", ,n Ardmuwra/ For.1111.111,nt d.- 19t.I.
!T.d.a.)

Idem.
Idem

- Ver as p<)lêm,ca, da rpoc:, cn1 rd.1,.in ~e_....'""""' e, r~n,.ul~rmcm.-, o ft')IIO de 1966


do "f':1.1 c-piruw,I" J,,.. "'!"'«'!<IS do S'"I"' An:h,iv~m. Odr,,· l'nct: •N.'io tc,nho naJ.o
,utllr,, J ,J.;,a de, propor uma cspcc,c de f'l;(enograí,a dJ com:ep,,;~O opo:r.m::,r,a, ma> é
pr«~• d"tmguir uma ...,,,nogrnfb que se lirnn:.1 n os.::bre...--.,,. ou u rt:fon;:;ir ns processos
M ~n<.1monto c,m rcl,,~~io a um.1 ,n«:ra~;iu ni,ccs;;Jría <k uma t>tmoi;.raíía qlle. le,·Jd:i
~:~:•r~~~•~"~:r:,';;~;,:1.'r:;~: ~'.;~~;•,~•10
~~.í•:d}:.t:;~u,::•,~~~f~~:P~:,~
rrrh,.» ou,,,~ d, qualquer f,\nuula m.11,nrin .. n .•. ", m ,\,ch,g,Jm 11• 1. Ve,- umbém ~

~l~:dv~: ~;.,t.r;~~::: :t:u:1;~:•~.;:,.~~:o~.::~,~~~";.:.i:~;:_r;~::~"u'::,ãrnb,


ordc,1Jmcntu qut. rnupurtunamem,. mgrr," arvnrt:. lnopt>rtuM111en1c, pt>rqu• um.1
·'"'""'· "'-' fim c a,:, ,-abo. ndo é uma ,ír,.•ore ""m .._.u5 h.,bn.1nt""- J lal,uantc:\ - ,,.
p.-i>ur.x, (>!. l,ichos, ,,.. in,m,. - ,1ue fo,cm wm que um árvorc sc1n taml>ém uma-·
trd,~a. De n:sio, umA cid~d• i t.lo puUCll uma irvorc,, qui, c,13, dccididnn,,-mr, n.'io fuma
an'ore. l$S<.> d1SJ>"D>-• p:,lnvrnn, ma1,ntá1ic.,s". in UU<'IIJ Jd 1., ,,d!,, Pan~. S.-ml, l 969.
p. 111 .(T.d.n.)
loman10, n termo ·,.,C<·ma"' d,: A/ronde-e, m;" vrrcn,o,, •;<1bmu.Jo mm o ,011<1'1tu de
R1(Qma, que n ~><P•""i.⺠""'"' aprnpn:id,, ~n., ·rroc~!<o d,- pensamento-.
l lclio O,u~i<:-~. extrato J., ama end..rc,,'ll Ja" Gur tlrm. dawda dr 02/04/1 ~68 .
reprudui,da no..:it.ílug<.J doJcu de l',mm.-. op. (ti .• p. !JJ. IT.d,a.!
Hélio Oit1cka.,--ar1a a Atacf AnMral ( l )/0.S/19-21,c,t..>WI m (;,,/á,1u.,, ilrUsn• 11,
L,~boo. fc,·crciro dc 19•3_
"Hélio Oiticin. ,-an-;a a L~~a C!.,r~, in /fr//u 01tiáu•l)•g,., CJ.,,k. C.m,,s /96-1/1974,
ltio,.kjanrim,W.llf"RJ, 1996.
Gu,· Brc11. "lldm Ou,~1<•: Rc,croc and Rc,·ult", rn Arr m Amcri~J. 1ane1md,, 1!1H!I.
''bnrn-,.,~ pa,a JofJ:IC G,11nlc F,11,n. ~A ulnma rn1rce,st3 ,1., Ho'h<>OmcK.-.,". ,n
/,11,,,.,,,~,,,.
abr~ dc 1.ilijO_
!dem

"!:nrrc,•m~ ~om Ivan Card<:>M.>{111""9), -A Mtc pcnctr,1\'cl de HdioOuici~a-, in fo/1,., dt


.~. f';,u/o, 16111/!\INS.

"'! khuOi1i,c;,-..,,tGL,'-'P· ru.,p. IIIJ.

r l!c'ho Omoc,, A(;L.ap. m .. n:prod,mdo,,arn,alogodojcu dl' r...umc.op. trr_ p. 100.

" IJcm,,l>,drm.

• 1W,u On,c«-... -rwg.ranu... mb,toul", m ,tCL. op. (tf ., rcproduzid111111 c~rlilogo do


lcodcP,mmc, "P·c//.,p, 10-'I
~ IJ,·m,p. lfl'i.

"Hého º""''ª· LS411r"JiJ ~tr.il d.i ,,,,, .., ul,/€tw1J.iJ-,, ud.l»gu da c,<po,içlo • .\lA.\! do
llio dr Jancm,. 1967. n,pmdu,idv nl/Qt.illJl;ll JujnJ ,k r_.um~. op. âl. p. l 18.

ll<..onfc,i11e1dÔtf,,.,dcncock Mmaisno Ü,n tfodtArtcsHól,u('l1t,rn;,>,nuJ,a


.'.5/0311\1\1-,noll.ioJcJancim.

" iiflio On"'ic-', "Apa=uncmo do ~upra-s<:nsonAI". m GAM n~ 18, ~,u dcjan;.~w.


1?ii8. rcproJu,odo 110 cualO!(ú <lu Jcu ,k Paumr, <1p, âl., p. 117.

"1 !êl,n Omc,01 • .;acill")\n Nrm1 ob1~1w,d.,,k, .\!A~1 do R,n de Janc,m, 1967.
rrprudu,.uJo nuc•-;ua!ugodnJeudcPnurrn:,<>/1.t1t.,p.110.

" Htbo Omcoca, "Aparn-,mmto do Supra-,.,nsor,al-, m GAM n' t 8. ri/1. c,r.,


rerrod,uufo no <~<~logodojcu d, l'11um<", op. cit .• p. 118.
• 0Hici.:a unh3 um~ ,d.,çâo nrn.110 ~so.,I c<lm a, drog:,,: nunca escondeu su~s
pn:lecêr1<:1~•p,-\J11113conlu1 (ronstru,u wtip,,nctci,·r-l WnJ1,1b1Jn.tnoime-r1ordtfulr.,Je
pela c.,c~,n~. a p~rn, de sua c,n"J. cm 1',;o,·a York (te,. pr<>)tlil• d~ obras ,n,p1rndM no
p6 bran.:o - U/.fmMQc.,,)_ ~13:i n.io gnira,·a muir.) J.- falar J i,so: -Fu ~choque n
~r<il11i.:1a d:, drogo ou condcn1ç;io do drog;, üo ~ n>C':lma bobagem, uma e outra .ã<>
err2d,1s. S,ú a l""S""' que 1oma Jn'!','14uc podc~b.:t-a rda.,~o dda .;um 2 droga.que não
pode i;c,r gu,a para mngucm. de mo,do qu• ~ um ~•sumo .,fucnem mtcrc,i,2 falar,·, ·Um
mn o,nd,._.~,•m~,ts<Jparajarvt.ardoso,,nk,/l,er,,,,Jc0S/1111978.

- /1~/,o Oürrü.J - Lyg,,_, Clarl:, C.m11s /~64/1?~~. R,odc jAncm,. cd. UFRJ, 19-96
''l',un,,•ist.J pu~ /!.1.irm ll,ua1.1115/0\/1%7J, in ,IGL, op. cit .. p. 100.
"1 fol,u Oiuc,,,a, •cn,la,crn, ,u RN'1$1.t \"o:e,, Ntról'(lhl, i'J:'0, reprod'11.iJo no c.,t.ilogn
do.kt1dcPdumc,up ,·,t.,p. lll
Hcho 0,11,.,.:.,, ·,h l"'~"b,ltJ:iJ,-. úu Crda,~,·. ,,, Rcr•u/11 l'n:N, ~'-°''° Je 1970,
n,pn,du:m.fun-0,ArjlogodoJoudrP,rnrnc,11µ.,,1.,p. IP.

"Ar.1~y Amaral, -1frlm O,rn:ica-, m Cul<Jq,,1<, .Jr1r, n' 11, ("'-.-n:,ro d~ !973. l'.Jr,wgoMs
e Tr,:,pi,·.i/1J i,s,avam ,~mb,n, •~post0$ nJ •~~•;;ãuJ~ Wh1tcchap<•I C:~111:r,,, crtt 1969

'' c;uy Brrn. "Hd,n Umrnca: Re,·rne~nd ll.c,·ol1", m Art m Amrr,rn, Jan,·,ro de 1989,,·
cnrrov,.ra p.1ra J autora, na .:a&1 do C.U> lirc«, em Londres, d1.1 01/05119% (Gur Bn,n
""""de,,,.,.~ tornado •migo pc,,~~• d<' OmCKJ., foi o =pon~vd inJ,mo pcb
t~l'O'lÇionaW'lurn:h,pcll.

" biu-.-vis1.1 1'1ra Norma Per.-,n. Rcg.o. m 0/t,nw /lo•~. 1 1I01/19i0.

" H,%:, 0,1,cic•. nn ".1131ogo da eJtpO,;i,;,l.o d:i Whnc~k•pd Ciallcry. Lo11du~, de


l5/02/1969~06/0../ 196!:l.(T.d.~.)(Vcrfuio,p. ll'4. llS. 116.- JJ'4.)

' lld,o Onw:oc.1, "Apoc'-hP<>pó(""""• 111 AGI,. 0/1- m .. p. JJO.

(".-1,u F,,-..r<110. A ,,.,...,.(.it; J, Hil,o O,1,nc,,, F.du,p. Sio P.1ulo, l!W2

1 khv Omrn:a, ·A~ pon,l>,I,~ Jo Crdun·, m 11.r"~'" Vous, ;,.g<1H11 <k 19"0.
,.-produz,do110carJl<>1:<>doJcuckl'aumc.op.(rl.,p. l.l6.

" Hdil) Ouid,., •.'iau l'ivlhró.J, 1.-xto mf.ino gcm,lmcmc ccd,do por Lu.:,ano rigu.-,r~do
!Pn>)<"fn!IO).

"Em,.-,,,.,.._ u,m Nonn.i f'lorein R,to, ,n 11/ttm.J 1/orJ, J 1/0111!:170.

•· Hd,oO,n°""', "B.arn.do". ,n Rn•rm, V,,:n. •JW'•Odc 19'.'0, ttproduLrJo nu ,ar.i~


doJcu<kPamne,op.c,1.,p.U7.

"C. rta a Amq Am.l.r1LW,a.b dcO l/0'4/1972, cuad.1 ..,,, Am.:y Am.1ral, "l ld1110111.:1n·,
.,,Colo.iw0Ar1u11 11,fe,·crtirodcl97J,
'' Hi'~o0,11c..:.i, "\lumlo--abrigo", m t.1rUloitn da c~p()l,ção /lfomlo-ubr,g,o, Lak-ri.1 110,
Artt(<>nn-mponinr:J, R,odr J:i11t,ro, nu.emhro de 1989- t,exro....-mo rm 197.l,

"M:i.,.t,:111 :\ld ulu.n. LJ,,Ji:r~1.>ndi11g Mníw, N<>•.i York. ;\kCr:iw H,U. 196-4

' lld,.,On...:i,.i. "] ON", m Rn •WJ \'t1u-1, "llll'IU<.k l':1-0, rtprodundo nn ~ilt.it,~, do
J.:uikP:1umt,<1p. <11 .• p. 117,

.. O.,rrn, na c~kb«- 8JrrJ,Jo dt [ u,s Amon,n: ".-\( B.irr:i~l<'I/ P,e11Jur~Jo t,, nu murro/ .I'.
pcdmd<l "°'Ofr<W A rnbdr: JOl 1oC:U> ~ A, llarrJd<WTu:i vo,. niioe,curo/ NJo IC f<qu«;o
um mmut<W p<.,rque ,e, qut 1u 6/ l\Jtrad.n ik ~umi Tr~di~.ío do nu,u p:i,sl.. J", Ou
"""b A,'1' \i,,r,~ no mor.n de I knvdu, Mamn<: "B.arraclo ck z11>c(J/ S.m 1db;,dol Sem
pmrur.v' LA no morro/ Rarr.ido t' l;,.;rng;,I& l.í nlo uo5te/ kh~,,J.,J,, J~ ,1rranh;Héul pi,1<
quem mor.> li no morml vwe puunho do ciu/..J". P:1n um .,.n,do wbr,e :1 arqu,1c•uua
das fa•·d:o,, nJ, krra, Ut, i,amb;,, ,.,.,. J'Jola lknn,mn J••'l""" LLs /ilrr:l.u d, Rio,""
,,.1,ur.,/um,l.op.r,f

•· l lí:l,o Ontac,1. ".\ lunJn..ahnJl(I", puhhudo p.:m:iaJm,.mr: no ,;,,t..ill'lg<) da upo~i,;cio


\1,mdo•~lm~'<J. (;;>leria ! 10, Am Conrrmporlllfll, R,n dr J11nc1to, nun·mbrodr J':IS9-
1c~10 e.,;,::runcn1 l~" .J. (T.d,a.J

.. llo!hoOi1idu, "A obr;i, KU cud1crobjet.1l".o,...,mpommw,mo, ,n AGL, op. ril., p. !Zl.


,. Llr,3., Cur ll,n1. d;uad~ de Ql,\).(/1968, r•rwdu11W c c,ud~ no cnilogo do J•u de
r ,um,e,vi,.01.p. lJS.(T.d.~)

l ld,o 01n.:K'.il. M,\lvndo-abrijt<>". no ~n.ikll(o d.a cxposiçaiô f,ú,ndô-<!lmK(>, Gakn.1 l 10.


·\11,- Cu,,1,mpor.inu, R,., Jc, j3fl<•rro, OOYfml>ro dt 1989 ~ 1c,1u n,.;nm c,m 1•r13
"F.mre~i,1,1 com JortcCu,11k hlho, "A u1umi rn<rnhlJ OC llehoOmou", 111
/n/<'11·,m1 ,!mi d,• 1980, ou cmrt"",-fa no O l'""I'"'"· d,, 06J08l\~70. IT.d,,-,)

"0ttio P,gru,,.n. ·Hc~oO111.:1<J1 e a "-nedn •J:1'"'", 111Jmn.i/d;1 T,mk-. 0lAM/IYK0


l>il,-,,...., )Jnn•8'-' audo por Fredcnco ,\lnr•"· m í'tqu,:,,u ,.,,ltn'O rro,w/oj!CO d.Js
"""'"(fH'I ,/e r-ldm Ouuc,c.i, d1~mhu1do por oc:11lio <k um d.,., ""1n1n.iuo, muH,tmdos
ror Mtm11<, no C"11t10) dr Aries ! lél,n O,n~,.-~, e,n ni.,rçu dt l ~Y'.". (Ver fnm p. 116.)

'•11d,., Om.ci.:,. ·110 111 ptogrl'SC•·• ,n Rolt1m, Ju c-..-1r-,u,ode 19'."3/19~4


1kl,o O,r'"',ca, cu:ilogo d• UJ"'>•Çfo /n/omt.7/1011 d<, !Pll!r0 ~ 2111'1/19~0. \-IOMA.
Nm':IYork.(f.d.~-1
"O,uci<-a 111un-a, ,·e••• ,,._mti.,111 fo, rompu.,dn c<)m :unnas J.i 1ua 1-pv,,;,,. wnm H.nti.,n
~muh.wn •· p,:imcularmc:1m·.Jvwph lku1·, l'!Ue p,:imc,~r•m ,amhfm da upm,,,~o
ln{,,=1,011, 1uma1no1n, ~om ou1ro. oomo llan G,ah.111, R,çh•rd l.ong, Robc,n .\-IQms
l.'ft.11'u•urn.iuu:lcnitcomn,,u1,,.-,;.iode,..u1r.1h,!hon.1ce11a,n1crr1:1,;ionald,
ipoe,., ,er J,c,1.n l'ranç01, CJ,e~rin. //~ \'i',ff /01,7, {,r,m ,m ol,1tc1< tu pr,b/rc 1/,,H,ts, n,-
''J'"'""'" "" 1l,~,-onquc11 of •fl'lr~. B3t,dona, h,rnfación ''""""º TapJt1i, 1997, p. lt>l
!64, P.1r.i JJtomp::1.n,tin,um Bcu1·-.w:r(,\J\· Breu, ,n,I p~,.,Joxt>(ru1t1J111111~11r.op.
c'1.,et Sus:an H,11•~ ·F... nh. ,..,nJ ~nd h...,", m f,1.,-:~ n 7, tm~tmbru-d<,,,:mbrode 1~2.
t ,-ndaJe q11<" 3> du.n ohr.lS tio J1ticffl do ~L,,.,l,ur e '!Ut os J.,,. 3tnstu 11nham
~n.,l,Jadn fonn t ,art.m~n.;ai., lll-"' uma p<"qurn:1 çontu!oio <' te,u - IOhretuJ.., cm
lunçiu J,, m:iK1m,1 d,: f\c,-un "üd,a kn=m f um ams,~· {/t,fcr .\lr11..,J, m tm /o:u11stlul
- cum ns t~lria~ ,fo par1,.-11•~1lo d~ Omm::1. I'"" ..-, brevt, Bcu)·• n>3Jltmh., ~ postur:i do
Jm>ta·proh"'"-''· cnquamo On,.,._., st v,a "'·"' wmo o am.,ta cn-~ono~ qu• "'""• os
r:<p<'("Udo<flàp.>n><1p.,çio.

l klK>0.1,o;a, "A<>b<a.j,t\l car~1..-úl>i<,a1,orompon.uru,nro", mAGL. op. ~,t.,


p.1191120.

"Fnm,v,111 par~Jary Catd<)l,(l. "Um muo y3J,n", m Foll1crm,, 0511 l/1978

"f.n1n,·,stJ pa,a Ganl,;mJ (;u-,1, •O amila d• tcrn:,ra mJrgem", "'Artt Hoit,


IJIIOl19"~

"'En1rc,·,-1a r••~ Jorx• Gu,nk ftlho, •A úluma cnlrt!\'IJ;ta de! Mm O,ru:,_,.-, ,n


/mer,·1m•.ahnlde19Sll,
., Hd,u Ouoc'"'J puhlic_.dn ~m Ub1rrn n.J ,.,,,., HtJsil JIIOS 6'). 'i.io bu.lo. fAAP. 19-8,
c1udopo,h,·uc11<>.1>p.'1I •
.,1'.r,,..,-,.,a r•r.o (,udirna (,~rcw, -o 3n ..1J dJ. tcrccir., m•rgtm", in Artr Mo~.
\Jil0/19-8.
•· r.m!'l',-,,u p.,r.o (J.,..,3 ~l.ori.o, •He~o O111d<• r1u ~~oh.,". 1n}om.JI Jo 8,.,.,/,
0t1/031197!1

.. \..aot•no \'d<>)Q, lnr:, J~ nou•= ·EnquJntu"'u Lobo nlo ,.:m", nodlS<'.\1-nun,fc-<rQ


trop,c:dtstA de, 1%8, Tn,p,,;,1/tJ "" P.,,.,. ri (',.,.,.,,;,.. Par. um hi,ióri.::o ,....u,mJn do
Jn0Trt'.lp1,.1h,11u, n~•Jn..s lpnuc,palnicmo na IT\U"'" e anos pU><<cu!, 1n l'au!a
~rcn>1ci~ J•c-1u..s. "As fa,d,.., o, nnpi..ol"u'" ,, vi,·<:u.,~• d,· 1lêlio Ou1c,,;3 n•
,\bngu,,111",np.01.
•' Enm.'>1$ta P"r.1 lun l:,1rJ/J1\011979). "A ~n• f)ffldrasd d., HchoOul<'.g", ,n f(Jll,,1
JrS..P,1u/o.16/111198'i

"Hd100moc.1, "PrlJ8r~m• ~mh,cm.i.l", in ,tG/.• up. r,1, rcrrodundnnotar.ilogodu


J~udtPuume,op.nr,p.104.
fm«:•'"f';t par• 1,·un úmlo,o \1979i. • A ant r,enttfa>'cl de Hd,u Oni.·,.:i", ,n /'r,/1,.,
dc$.l';,,./r,,1l,Jl l l1911'i.

Fnr~,u, p.,.-;1 ,1 autora iu ~l.inguo,ra (19971200 1)


l:nm,,·1~-u p.1ri Ju•l'I• Lumk- hlho. "A tilnma n,rrn·,um dr, Hd,o O,nci.:.>·, ,n
'""'"''"'-'· abnl dr, 1980. Ver r.a11nbfm O,uclQI, ,t,,,.,.,..,
,.,b,c l>EH•l• •.a" /UIM A n ~
meu rm UH.\1.-1~1-• ~ /Sllll/079 "" OtJu. cat.ilogodojcu de P~umc. "f>· til •• r- 202.
T,...., .i,.f..,,J,Ja por G1,l llr-on cm "A parnJo~ oi Comain.n,cnt", ,n Ç;J/,,,, /112, C.,m,..
Winc ili' W.1h, Ru11NJJ, 19~4. Durnnt• e~p(,,i,,lo <c:tro,pc,.,mA nincr;tMt da ohru Jc
Htlio Omcin l199!J l \19'4), ~r=cm~d•""' M.oimJJ, Pari,, Baro:1011.>, L11bo;t t
\11mk"apolli.; ~ Up!'n<"'"' <k <k-,·,il,cr .> cttta il 1trr;1 tu, rcpruJ111...bt cm uda adode.
O "n11n.l" 1amhtm fo, Nepc-udo quando d.1 uhrnun do <.:entro CM' An~ 1kho Om,;,c-.1,
noR,o<kJrnc1<0,cmlffi
• 01tKC~ murrt11nod1Jl2Jcma~o<k 1980. ',u\<"11rmerro.1o,.k,,o,sc,1,-,m,!«)'-.<k
diferem~ lui;ar~ da ~,J:idc 1\bnt1,u,:1r.1/(.r11u-of/ona S11II.., im<:0111r-Jr1m stguindo o
c11rtr10 fúneb«' mmado pdu ~un:lu de Bira ~hnw (ÍIHio do célebre ~omp05unr de., samba
P~•Hk1rinlwl J1 Ma1111uo1u. A b,mde,ra 1.fa r...:ola i:k !>:t.mba da M,mg11c,r,1 cu~nA"
c-Jiüoduam>ta.
Emn,nsta rar• Jor~ C.umlc Filho. • A til11mi ontrc,.,.,., Jc, l ld,o Ou,, .... •, 111
lmrn•,~u•.abn1<k1980
'cf. "A p.v:,dox of Conrammcn,•. ,n C.,l,,n 1 2. Ctnt,.. v;;m, ,lç W,Ut. Ronmll, 199'1.

' 11,·cla qut f1.-av,i na frcotc<l• 1'bngueir~. nottq~kiodl constr11t;Jo doc,1mpuJ da


UfRJ.
• Héhu Qn ,,ic,,, An,ita'iÕCS ,wb,.. o ,r... m n).\·,-nu,nm~. 11, ,atj]ogo <111 Jcu de P~umc.
np. ~,r .. p. 199-200, ,c~to de 21/0811978 rdc O~/! l/lr9. "uh,mo tiioloco\oudo rm 6
<knu,·embrode 197'1,a~ 1•hn".(Vrrfo,op. IJJ,I

C,,U,.. Ddeuu e ~d•~ Guan:;t,n, .\IJ/,. P/..Jre;,ux, Pms, l.cs N1tittt1> de Mmuu, 191:10,
r.H.rT.d.1!

ldcm,p. l i.
..,ldcm.p.H.

ldcm.p.1/; .
., D.:k:11,d(;11a1<a <r cuam Lt.rloo ústaiicda, ,., M,11~ r/.,u.i,u. Qp. nl .. p. 1\1: ~r,ime,ro
•.i l rua pm,,..,.,. piam~ e 411 omff•• atrmun,en,e rnn\O, dcs.., ponm, wrr~ a :i.i;ua do
m.:ttu.nn..J. A thu,·• ucni tr~n•r<><udo _.. sc111ontn p;,ra lonlt<", Sc-J(lk" .>t •·J1lls que• •!;"ª
,a,·ou, ª'"m <:11Corurar.ls li d.,.,...;..,Jn c:i,,.o.u,~1110. l',oain. 0111.>IJ, a planta qoce. nt5i3
d,rc,;!n ,e a~ha ma1> il,...,nro WI ma. TuJ.1\ .1, qul' n.,~= ~,u,.. essa• d"»..;., nu,.
,\ta" l"rdc. <111ando "'"'" ,',lnrrui, nv~n,n,, por su:i ,.,..,._ stm<cado mda, a,; SU2S ..,.,,.,nrc,s,
poder.is. ..,gurndo o ~urso das águas a P'"'" do ,:,~Ja uma de<.<a, pbnta<, ~umonr;tr teu
torr,tóno." L'/,o,bcdu dub/,,;1 Wpct,r~ ["mu. <\L d" S<,hl Nv,r. p. 160. ff.d.~l

"G,lle, O..heu~ • rei, ,· Gu.o.u.:1n, M,/1., /'/;,r~"""· op. m .. p. 19.


'' Idem. p . .l.9, lknrJ M 1llcr, 11.imlet. Corrê.:,. p. ~8-49. C11ado iambêm em D,o1/ogues
lcvm CI~"• P,n,.·tl, l'lamm~non, !'aros. 19~.

"Çf, Pwh l\i,rc,nstem Ja~quc,. /)1irot1stru~riu11 1'ó/11CJle" Tn;,Jo11ur. Lu,11. ,,,,./,.,,, "''"'
lre11.op.01.

,. Jorge Lu,. llorge,i.. "Arrabal", ,n l'en~,r de Rucwt Au.-s.


" Gill"" Cll:m•m. U' i"'dm "" ,,,,,,,,_,n,,,,,,, _,le /.:, V.i/lf.r .iu f'il" /i,rdri'-C.itroic"• Scn, &
Tonk:a. Pari,i..!'i'N.p.S.IT.<hl
.. ldom , p.19.

"'Gillcs C!om"'"· Tr~llrsun:mct de /':,ri mv,,/um~ire. ~ns & 'fonka. Pari<, 199~. p. 11
(T.d.a)

n Gtll(•S lkl.u~c o frh~ Guattar,, M,11, Pl.imm;r, op. ai._ p. .1~$.


•• É muno )1nmm~n<:u <l ~taqut defens,vo do um huumildor o ~ríti.o d, ar~u1101un:i
tomo ManfreJo Tafuro -omrn o çonauo Je Ri,oma: "Q"" não ~ai~ mal•<'f>tmd,do. Nio
quen,mos o:anrar hmos 40 crrnnonal ou mtcrprnar fe,xts ,doológKcos em suas mtrraçõts
complexa. C<imo 'nmm,1.-' t,lo e.aro~ a Drlcuu t Guan:m. Nlo i: por n(a<O que 4<eh3ITl<>t'
nc:<:c,.. ánll 'não fozer nzumas· ik= Ío.ixc,.~ ~fariír<:Jo Tafuri, "l.o 'I'ruict' h15!(mqoc",
,n AM C n~ 54/JS. 1uilho:,-,..,.c,nlm.> de 1981, 1,r;cro ruM,udo or,gm.,lmcnic na uuroduçlo
"''""il"·"''"'
ik LJJ •f~r;1 ~ d /J/1Jn11ro: e ;,rr/mcm,r,1 ,fa /',mne;,1 JBli ,,,,,,,·-o. Turin,
(õiuliuEit.1r1d,, !980. tT.d.a l

"' r.illi:s íit·ku,.cc Fd,x Guattar,, Ahl/e l'/Jte,11,x. op. rll., 1'· 402.
"lJrm,p. -416
""-=
"'9
EPILOGO

Espaço-movimento
füu.J ""'" borbo/d" por d1,J11/t dr n11m
E pr/.J pnmttr.J 1-ez 110 Unu-nsa til r,:p.,,o
Q,u ,;1i; hurVUlct.JJ 11,io ti:m cor.,,,,, mo1•1mcnro,
Anmr (01111> as flúrts n.lo tnn p,:r/wur mm, cvr.
Acoriquer.•mcor11.1sarosdalmrl10ll't.i,
No rnoi•uutnto d,, borbolrfa u monrntmr, ~ i,ut u mm-e{ ..• /

frm:mdoP<SSQ:l{All>cnoCat1ro), Oi,,,.mlldordcrrl,;,1dlo$, 1111,-19,i.

1\, rré) 1tg11ras con-c:cmiai, que acaNm()) ili: opor - fragmcnro, Libtru110
e R1w1n~ - e:51~0 ligadas cmre fil p.-l.1 1J~1a d( muvuncnto, pr1n.::1pahncou das
f.1,·cla,, n que 101 tào hc,m c11plorJdn por l ld10 01ucit:'a cm sua$ nhr.n e cscri -
10-.. /\ c~rc11.:a n:-suhanie da c:-..per1Cnc1a Jc,i>('i c~paç0$ - fragmcntJJos,
lab1r1n11,:os e momau,o, - I', consequcmcmcnrc. um.a C:5rcnca C:5pac,al do
mo,·imcmo, ou melhor, Jn c>pa\--o-movmwmo.
Sl:1tund<) Oel1'Utt, ~o nuwimeu10 f unw uansbçáo no ~p.1,;o" .' A 1nur<k•
pcnd~nlld do movnnento ~um o espa,;o. onde•~ o rno,·,mc:mo que >t' mo,·c·,
e u1clm,1,·tl. lkq:son nos mosira :.u difc~nç.u rnm: o ~p,1ço. mfim,amcmt
dm.~i,·d. e o m,wum:mo. ,ndiv1~1,d. usto q~ ...- 1ransfomu qu.rndo dividi•
do.· l'ua L>elc-u,e. a pr11n.:1r~ e ma,~ c~lcbrt 1cst de fkr1tson se rl">u- na 1<kia
de que ·n mm·untmo njo ..... confunde com o csp;iço pi,rrnmdo. O cspa,;o
pcrcnrriJo é passado. o mo,•1mcmo p«~me ~ o arn dr o percorrer".·
A pm<1"1hdade de um õraÇO•nu.mmMtO 11aso:<:' dma 1esc "bcrg~m1s1a" .'
hpda ~ c.,.ÍstCn<:i3 de ...spaços que csliio cm mnvm1m10, em 1nnsformaç,-..,,
comi,ma~ em r1cmoo. d,,.lucanlf'rllOS. em suma. t;,p.1ços tm fuga. O cspaçcy.
mm unrnm 11:io~riJ m.ns lig.iJosommre ao propno c:sp:H;o lis1co. ma~. M>brc-
rudo, ª" mo,·,memo do pcrcu~i. a cxpeni:nc1a dr percorrê•lo, o que ! da
urdem do v1v1do e, s,n,uluocameme, ao mov1menru do próprio c>paço em
rran~furmaç:io, ,, que f dJ ◄ miem do vi,·o, D,amc disso, só podemos eon~,ik•
r.ir a fa~·da como um t~i»v>-mov,memo.
O cspaço-mo1tl!lffllo e J,reummte bi:;ido • SC\15 ~mrrs (su1c,1os da :1<,.io),
q"" sJo rJmo aqudn que l)C'rcorrtm cs= npa~o~qulnt<) aqueles que oscon,•
troem r rn, ,ransformam commu~m.-nrc. t'-o ~~w da~ fa,cllr., m do,r. ~t<:>rn-
r,odc.in cs1ar reunidos em um ,ú: o morJd<Jr. que 11.-r~!m.-me tamll<'m to cvn~-
mm,r dos.eu proprio e>(»ÇO. A própna idt,a du <'IJ')ÇO-movuncmo ,m~ a
noçdo dr J\fo. ou melhor, de p)n,ç,p"{io . ,\o çonrrdno dos hJb1r3mn pus1-
1·os. sunples ,._pecrador.,s dns tspaços quase rsd11cos e fixoo (pbntiados. pro-
j...1,1dns e acahadf>S). o morador. Ou u sunple, v15ttJnte, no cspaço-mov1mcmo,
torna•!C :;cmprt! amr, cu-aumr e partic1pJnte, ~s&un como o~ c5pecradorC':'i p:u·
,am a )cr part icipa mes e it!i ,·eu,, m<".Smo ro-au1t1res das ohra~ de Omcka,
que, cm sua g.randr rna11ma. ~n 1-ndadc1ro5 C':'ip,1,;os-mo1un,•mo pmp<hto-.
pc'IO amsra; na~ palavras de Hd lo: eonvm·s parJ. "va•Enc,asw,
Qu;1ndo. ao 11rt>am2ar favd= sc.-dese1a presen<H 5ua 1dcnr1dadcprópna.
~ua cspei:ificidadc nmi,a, ê rreów pcMar e m rnnsi;rv,1r a n,l\,,ão dt panáci-
ra~.ão ,.• au mc,mo rempo, cQnS<'n·ar os t>pa\o,•mu1 ,menu,, A idéia é para-
doxal: como f posswd C(>ns,.•nar u que 'i<' mu,·e, pa1rnno111.ililar o movim.:mo!
Vohamos a lkrw,un, üu .sc,p, .1 ,déia de que o u,ovuu.·mo no np~çu só pode
~r rnn...,n-.,dn si: n.io for d1v1d1do. u>rtJdu cnmo o próprio o:5paço. Em outro~
termos, .i,ó se p«k cOrlS~nar n mm•irnemo !,e dc1~,muo,. ju~1arntmc, que ek
se mo,imenre. lsw nos leva a p('füJr na nu,;:>U de patrimônio de outr:i form~
que nfo il <la WMólidaçãO cuhurnl d~mm de l!m,l lógica con~rvadora de
mu">Cificaçlio, ·O proprm muv1menrn pnde ser propos10 como piltnmUmu a
wr ,on,crvado. Me-smn <jLIC essa ,dem pare\a ~JCtremamen\e con1mdi1ória cm
rebçãn :h fovd~~ fi,a clan.1 qu~. ,,.._. existe ,1lgurn !lpl) de mtrnçlio patrimonial
- no >l:nt1Jo de prelnvar d identidade cuhura l e ,-,1i,1"a desses (~paçm -
quanJodaurtlan,1.a(.io.u,mponantcaseprrscrvarniiodcvcna!,Crncm)ua
arqu11crnrn,osbarracos,ncm,euorl,an1sm<,1,,1s,1das.ma,oprupriomQVl•
mcnrodasfa,clas,atra,·ésdcscu!lature),U'iprópriosfuvdadrn;.Ou""!ª•º
qur ...... dr,cnaprc1e11dcrprc,;.ervar~arar11cip.1çlioati,adol,Jbi1anmládadãu
na cons1ru\.lO de x,u próprio espaço/cidade, como ocom.• cm dif~rentn nivei,
nosespdi,;OS·mo,·1]TI('nl0.
De qualquer rorma , i, 1mpnss1vcl rr~ndormar espaços-movimento em
mUSt'us, p<1is, como nos mosnararn lkr~n • o~lenz..:, os ~paços·movrn,cmo
nn1tfam de na1un·~,1 4u3ndu i.ãu fix.1do,, dc1xJ11do 1mc,hrt1 ,111a·nt ~ 1k ~e, f~pa ·
ço~-mo, nnemo. A~ fu,·ela~ mnda n,lo corr,-m (l ns.:111med,atQ de serem f,mrn
du como s1110> turí~11cos mu!it1fi,-aJ~-11u,~m11 i.í ii~nra ndo cm c'artÕ<'$·11QSt31S
rhawndoosKfa,cla-rrmrs",excursõesturisuc:isqucpropôt'maa,·enrurade
v,~mi-1,ls· - sohrerurlo porque amda ts!:lo muiru v"·as, 'i<'mprc marnbad,1s.
prec.iria~. e. cm ,;çu prnicip,u fo11damemal, tm translormaçào p<:rman~me.
Que .i no,~3 propo~ta fiqur m,m dara: náo quer~múS prr$~rvar as fa1·c-
las como um rorulo com n•n.ino f1xn, ma~ ~im como c,p,1ços•mov1mcn10.
No lui;ar de prcserrnr as prôpnas inel~~, p,c...,rva..sc•l3 aquilo que 3~ rur-
113 um cspaço•mm·,menro. Ou si:j~, guardar-S<,-1am .is <l1fer~n1,·3s dessa ar-
qu1tc1ur,1 vcrmicula com re la ção :13í<jui1c1ura eu urbJntsmo 1rJdiriona1>,
atravh do rcspti10 ;is ~uas carc1~rrrí~ric,u fugmcm.iria~ , bbiri,,ucJs e
"""'°
is,
ri,:oma. u.:as e da prr~n3 ção dessas i:aract<'ri511cas. A imcn-en~lo S<"g111ria
as linhas de fu~a. as dcstcrmonahaçÔt'), mm u par11cir aç~11 ia cx 1s1cn1c
dtl5 hah,M!\Trs, que passariam a ~ orientados por um ouuo upo ~ arqun<'W.
Q .1rqu11c1u-urbano.

O arqu11cm-W'bano SC'~ aqurlc que- pauana a m1cn tr nCSSlls d1fcn'lllt"i


urhamdadcs cxrrcm;as j:i. txis1cm,:,,;. ne,"'s 1101;1.s si1uaçf~ urban;a~ 1.i ,;uns-
1rurdas com 1drn11dadc propna,UUS<'JJ,aquclc'lucscocurariaJ1Hl"SPaços-
mo~ nncmu. 'ieu papd seria o dr orgaruuros ílu,rn~. Da mc$ma forma que u
pape! du ~nm.1, p.v,1 Oml1.:,1, é ~suscnar nu pan1..-1pamr. qu<' é o cx·Cllp«ta•
dQr.. til.idos dr mH"nçio". o arquncrú-urb3no wr1a o su.cuador. o iraduror e
u .:,l\;1hs.:idor dl)'j <i=1<M dos h.1b1tanrrs. Pan,rt.a d.1 ,dr,a dr olTI fa,Uf',-/Jrff
orgamudo: parrina. por tumplo, do principio <li: qut a melhor m.1nr1r;i de sc-
.:nar um .:am,nho de pedeiire, cm mn grJmado é <"Spo,rar para ccr a mlhJ

l\ão !i<' 1ra1a snnpln.mcmc de 1rOC1r um ripo dl'" ;,rqune10 por outro, que
,·om,nuJru ;a m;amero comrolc wul sobre, a con~1ruçio da ,·,d;,de, mas ~,m
de muJ.1r o modo de amar n.i cidade, o própno p;,pel d<>" arquH<"ftlS. [550 não
querd11H que a popubç~o não prc..:i.a mais dr arquntms. Ao conrrano, ~•sm•
fia '-lll<' os ,1~u 1rc1os rnmb,,•m precisam da parnc,pJç.i" da popufaç.10 p.:,.ra
que .i cidade ~1ª dt fato um,1 con11ruç:iocoleu,-a. Use outro tipo d.. arquac10
tcn.i. um n<w<> papt>I: promo,·cnl e poçs,b,htar,a um.i pamcipaç.io .-fe111';1 da
p<1pul.i',ào. n5o só loc:,l. ma~ dt tu&. a ,.,daJ.,, t paSl.lna a s,:r um upo dt 1nlet'·
loouor que rnloc-.i. cm nrg<1e1:i.,ão os d1Í<'rt'flfn a tore> urban~ <' que )tCrtncia
os Mflu~osM de m,wmu:mo 1J C'l:1.\lfmrs no rsp:1ço. E o ru.,m 1mporumc, o
.1rqu1rcui-urban(l 1m>~ana II fatrr 1mervençl'ld dis.:rctas, pou.:o v1s1,r,s, ~m
cun.s1ruir verd1u.t~1rJS Mobr:is nrq,, ,rccônicas". ~m culncar a sua •11~smJ111ra"
formal de aí-qunc10. O tr;abalho n:io 1eria uma •,w1ona ~ pr«,n. passando a
ser rc.1lmc111c coln1\o e 1nón1mu, como 1á o f 11a favela.
Os arqu,ref~•urbanos. 110 momcmo dt urban,nr as b,·cbs. scgu,n;1m
os mo,·unemos 1.1 começados pelos mOr3dor ..,, para -em ,·ez dl' fí:.Jr os esra•
ços. cnJ udo <'nfadonhos ba1rrn~ ordin,hios -coru;rr,~.1r o 1nov1111C'm<> eimtemc,
o que f cx1ra-ord1nano. Ou ,eia. pna rrc!>\'f\'ar J própria .ida das fnrlas,
qua1,r <rmprc mais 1111en5,1 <' .c(lmunicina do qur a do,, bairros formais. tlu
,·,da das fovelu pas,.ana a conramm.u1:imbcm o,i h..,rr,- forma,s ,,:unhas.
Ass,m cnmo no rnw dos M1ard1ns cm mov,m<'nfO~ de Gil1~ Cl~ment - nn que
o pJ1sagM,1 M'l(UC o pr6pno 111ovun~ino narur:il da~ plantas p.1ra tr;msformJr
terrenos bald,os em 1ardin;, qu .. 11.1nd>1.mlam 1\,HUrJlm .. m c o.. 1crrcno,;. avan•
çandorela, bordas - , oa r'lunc10-urbanof'Cgu1ria o mov,mcnto urbano das
lindas p;irJ .:n:u algoc,imo •bJ1n.,,; em mo1·,m<'moM.
ESTtl'ICADAOH.A
iS2
o~ an1u11c1os•urbanistJS frad1c1onab. como os iardmc,ros, cm geral,
lu1.1.m ua1amcmc comr,1 l'S$l' 111()\'Uncnm p,e~xmm1e,c0<11r,1 as rrv.u d.1ni•
nhas. com a finahd.ldc d1' otubde.er uma prttms:a ordem formJIMa a.a ciJ;i.dc.
O, arqu!ICIO!HtrO,rnrK, dO ~orur JrlO, 1cmar1Jm gcnr o mov1mcmo. uncm,i-lo
so,gundo uma vomadc tslL'ttiJ e a1t' mei.mo JurK1onal fsob"'tudn t~nK':ol, ><m
n«tso:.1n.1mcn1c lançar m:io de um pro1cro prt"õta~lcudo, conn•nc,onal.
Este, como 1:i 1·,mo<, t J grande anoa du, arquuno,-urbamna. 1rad1~1ona,s
contra o 111<11·imcn10 Jc,,cs csr,~~u,, uu Kld, ,ontrn n Fra)tmcnto. o L1b1r111ro
e o RllOma. O pro1c10 co1wc1K11>n,d. no caw tk quJlqutr espaç,:..monmcmo,
acaba con1 a~ pot<"T1C1.1lidJdõ 1m.1nm1c~ do 1.i oci.initc, fi~a íonna• por .irm,-
cip3Çlo, im~ açõei 11nprn1~1.1- e, whrctudo, impede urna parm::tpJçiu n-.11 e
cfc11vada,occicJJdc.
O tspaço-mo1·1mcmu nio ~IJ hµdo a l"Ol('IO'l, mas ao dia·a-dw urbano.
O cn11d1i110 pode sc-r ~ Nsc de m~n~iha~fo lJOIO da pam~1pJçio quamo da
alicnai;~o da soc,cdadc, e a cons1ru~Jo do t-;pa,;o urbano 1,:-m rC"Spon.,Jb1hd;1,-
de dc1crnnname nc~sa tsculha. Contn a bana\idJde do ,ofldiano, 1knri
l.dtb1re.' por nrmpk>, propunh.1 uma 001101ruçio de momemos. 1 ~ que foi
dõ.:n•uh ida pdu, \l fu.tCÍOlllirJ~. • ura ...5 di. ,dt'1;1 de COIISlruçiU de s,ruaçõtJ.
Uma s1maç.iocunm111da -.cria, rcla.1ddmiçõcs~1roacionis1a~{/S. nº 1. l!J.581,
"momcmu d1 vida, ,nn.crrlJ e dd1~radJmcnte comrruido pela urg.1nua~.io
colcr,v.i de um .1mb1core umrar10 e de um 1~0 de .:a~om.-.:,mcnws·. o~
s,nmcton,~tas rropunhm ,, 1d~1a de um no,u hpo dr urb:m1~mo. o UU \Urba•
msnlll Uuuáno) - u1111.ir10 no ..eimJo d~ yuc l" contra a S<'grep.açfo do wumx
,nuJcrno-:um url,,1n1smuahamcmc pani.:iram·o, feitopcl\»~·1J~d.io>.anri-
hm,,onah.\ta e ~oluc1on.mo. A verdadetra urn~fl"tlÇ30 tk Jo11uaçõe<; funn.u~~
b~ urbanismo n.:mnpr1acular, S<'m prn1,1ocon,c(l(mnal ou modelo tormal.
P;u;i r,rc~rv;1r o t!.p,1ço--mo• 11ncmo, o uqul! N:o--úrb:mo rrntJrlJ agir !'em
um prott'IO C0111·enciama!. !il'.ll1 modelo lunnal. anundo por mu.:ro-inrcrvrnçõcs.
ou ~a. UllCf\"cnçóes nunu11;11s qu,c~m-.icm o ílu:<u runrr.d e espnnt~nf'Oquc li
e~istc no prf,pnocsp.1,u•movuncmo. Nn ca\<:t <"[X'ciÍlco da fovda, isto .ii:mfica-
n:1 r~~pr11ar a~ d,forença, d= ~rqunctul'J ~ urba.ru;mo ,·cmJculos ~ populam,
atnun d~ pr~nJ,;lo de JUJl .:ar.lCltT~lllJI - ÍraKfllt'nlanas, la.b1rint11:Jt e
ru.(lmau,..u ~. qumdo a õi,:n..a 1.i nta~l«1da prki!, propnos 1D(}[.1dure<, rm
,-cz de k: 1~nna.r impor Um.t õttt,;,u e uma tóg,.a da ~rqu11M11rJ r do urb.trui;mo
erud u~ que '"io fomm ncn1 pcus:id<.>!i, Mm ~,crmrmcmc ~dJpt.tdO'l 1>3ra C'\SC
upo de •1uw~o urb:uu c,1n:1IJJ. ou para quJlquc-r 0tmo 11po dr CliO-hmnc
'lo ~u c.ild>rc /lf.m,futo ,lo m,,{o rm1/ri1 u Ti1C1QntJl1srtro n,1 arqrutct,mi
(Versrhm,m~ln Mon,frsr) ,k 1958, · o arf151J aumfoco I lundcrrwa~scr 1,1 dma
cm ~lm e bom wm·
""""'
A 1,ub11,1b,l1d<1de müte,ia/ das f.11,.,Lis i pre(erwel il i,rab,tab,1,dade moral
da arqwtcmm útil e frme,on:i/. N() q11e Ô•llm'1m<JS de (JJ 'l'las. o liomrm
"'
sú pode paduer f,s1CJ111en1e, enqi,,rnro que,"" <1rq1<ilet11r,1 planeiad,,,
,,,,., se prtter,de Jl'/J proret.i,-1.J p.,,., de, ,,/e ,,.,Jca mor.1/me,,/r (p,•rde a
alma}. f ,r11,fo v prmc.lpu, da {il!'l:la, ou se1a, dtu,1 1,rnli/er<1fiio
ari1u1tet11ra/ se/,•,1g,m1, q"e e (Jrenso melhorar e 1omar romo h.Jse (po.,tn
de par11d:i). e n.lo a arquiut,ir,1 f,móm,al.
Aned1um11s que !;Oei3 po~sívd ·urhaml.llr~. 110 sc:nudo de mclhoru o 11r-
bano. presc-r,·.1ndo a alrcridadeda~favcbs,atravésdc umou1ro11podcmeto-
dnlúg1.1 d,.. açàD, :.cm pro1c10 co1iv<'l1ciona L m\pirada na própria tlóll't1"1 da
(;nd~. E m~1s, esso outra forma dl' ,mcrvenç.'io - rambérn frâgmcnt~rrn,
!~b,rlnnca e n.<Omâ!tca - pode e deve sc,r Uni até me,;mo par., M" amu na
própria cidade dit" formal, pnnc,pa lmcmc nal ~n:;is de co1m1to (que na roli-
JaJr são murm P5icológiw~ que pr~i5arn s,,r dnrubados) com o,, $1.·u$c~sos-
lim11cs. e a fa,da ~ s(, um ddrs. Ai, O'> métodos rr.id1nona1s da arqunl'tura e
urhJn,smn ha muno t<'rnp<> 1.i niio funcionam mat~.
F..ss.:t outra maneiro de fa~er d$ 11.i.o--arqmtl'IQ'i. de imL'ttrJr SUíl própria
çi<ladt-, pt>d~ ~ugcnr uma nQ1·a m,rncirJ de fahricar A C1<fadc dr amanh~ . Uma
Qutra 111,111,ira de~ P"nsar a ciJaJe poJe s ~ da romprctnsiodr call0!;-1im1-
1<-s. cumo <) dai favelas c,inocaç_ Num mnmmto de cru., d;a própna no,;.i.o de
ctdadc cm quc nos enrnnmtmus lwf(' - com as 1dé1u de niio--,;,1dadc, cidades
globais. url,an i,.~ç5o gt~r~li~da, cidadt 1,'l'nfoca crç. -, e,;~ SIIUJÇÕ('s cxtrc-
ma, de alm1dade urbanJ podl•m r,os a1u1br a "'f'C'"s;lr nossas própr,ru. dcflni-
ç1ioes de cidatk, d~ urhamdJd~. de formasc0111cmporirn:as dr v,dJ cm ;;oc,n;!.1d".
Na r"a \idade.a• dua,;; rnrrcntcsdo p.-n,;.:,mrnto urban,;;11,:0 co11tcmporà-
nc1, ma,., ~m vuga 1mrrnac1onalmcnte. llJ trorm mns famhém na prnlK'a do
urbanismo, fipc•ar de serem qun!,te anmizômrn~. chcgJrn d um rcsulrndo mum,
par«ido. N{"nhuma das duascon,;ey.uc rcsoh·cr de maneira sat.,,futória os ca~-
limire, dns cidades. e o que é pior. ambas amqudam o que <.:hamamos di,
~Spaç<rmo\"uncmo. Tanto a ~urrt'ntc ma,, <:onwrvadora. pos-modcrm51a mr-
d1a e rnd,cal. quc pre<:ornza à pcmfic.1çiio do espa<;n urhar,o. pri.nc,palmcmc
d,·centros h,stórico!i (mu,;e,fk:u;ão, pammunmlm1çiio. ód.:tdr-p,1rquc-rrm:iti<ll
uu disacy!andtlaç.l.o), qu3n10 a wrrtme d,m prngre~si.u, nev-moJcrnisra t
nrolil>erJl,qucfaz3apologiodostspaçl15urbanmc.ióocos,p,incip.:,.1m<·nte
pcnfü1cos ou dc rniades d:1 rcr1hria mundial (Jurrk$paccs, ~1d'1dcs i,scncnc-as,
c,JaJ{"s•shoppmgs ou espaços 1crm,'1ais do ,--ap1ralismo s,.:lrnij~nl), destroem o
espaço-movimenm. A pnm~ira. a1rn1·b d<" uma csir~rég.ta de msntuc1unaha~-:i.o-
congd:u11et110 do cxis1('nlc, e a ourra. na J,m;ão im·ersa, p('ld dcs1rmç.io-
füb,rnuiçio do cxhm11~ atnl''Ei d<" uma nu,·a Tabula Ra$J.
ESTÉT!CADAGINGA

E'.m mais um momcmo de crise na h151ona das L'Ídades - e a h,~16na no~


m(>stra que ,1 sempre api!'> uma crise que l>cl'lrrCm a~ 1ra11.,formaçô,:o; -, com
..-su ~irn,1.;:iô tcônco-.concruual t>Squuofrêmca das doumnas 11rb:r.n,1scomem-
pnriinras !rudu ou nada, cons,,rva\.in totJI uu dcstrmçio mtal), acred1t:1mo,
que c...:1s1e um omro cummho poss,1·tl. um cammho mtcrmcdiâno que n•me-
çari:r. por algum:i, r11udança> 11na1eriau. (de iw,smrJ e mcntJlidade). Ncio :;e
trarn C'<.Cllamcmc de uma proposta 111(,pio.'l n.io c.siam,~ propondQ uma no,-~
C"ifltc1c de i:1d.tdc ou de soc1cd,1de. nem me,mo 11ma nova d1sc,plina urbana.
11
ma> ~im um ou1ro upo dr "prof,ss,unal~ urhano.
..\.:-rtd,wm,r; que, para começar a mud,1r a noss.1 s<tuaç,fo urh.Jn:r. contrm•
por.l11c:r., rrimc1rame11te ~n:r. 11,:,,:c-.s.irm QUf o~ arqu,1r1us-urb:r.m;tõJS de,x11,-
scm dt lado UJl1.:I certa po~rura dem1úri;ica 1110 s.:ntid!,> platônico do termo)''
para que puJ=m seguir ni.11~ modestameme Oli processos já cxisre111~ nesses
cspaços-movunrmo. Ame> de propor ah~rnr a estrutu ra da cidade, ..ena n
~<IS<) Je tem ar mudar a rntntahdade dos arq11\leto~·principes contemporãneos
por ,,m c.~mdo de espirn,1 de ,1rq1111ctos-cida,iã()S, ou como us chanrnmos.

AI. Mtuaç()f) urbanas e~remas. os u5í>s-hm11e5 e os opaço,-mov1memo.


das c1dadr.; contemporânea~- e, prmc,palme,m. Ja,; pu1fonas nlJI)\lllais (OU
ITTM):l'll'> penf.:ri,·as) Jas ~•Ja<ks. que também C$tâo margmal,~~das nn perifc-

,;a do mundo globalm1do, como é o ca~o da maior,J das .::,dad,•s bras1lm:r.s -


pM«rm implorar pelo surgimento (!,>u pela lci,:mma~·io. r«onh.-cimenm ~
formaçluldesseoutronpodfarqu11e10.
O nqu1 tero-urhano procuraria outros nlf'10S de mu:u, imrrag,.r e mt,'f> 1r
ncs.:r.s snuações~ont~mporâneascm que os pro<:td1mentM usuai~ j:i n~o abrnn•
gcm ma,s roda l rnmplcxidade urbana. F.le prc.:,sana desomuralilar esses pro-
ctJ11ncmus, ~ub,·enê•los e. J pamr da,, n:,iavc,mi -fus. Tentaria contaminar
prmdpios hc1:~mi,mco~ com seus próprios .;,rmtrnponfOs: proporia o outro no
luga r no mesmo, ~?ltmdadc no lugar da !(eocrahdadc, a pamc1pação no lu-
gar do e,p1:t:iculo, O mu11memo nu lu!(ar dtl munumemu, a ,mpm,•,s:içào no
lni;ar do rm1em. ~ deriva •• no lug:,r do m~p.,, n fr,,gmcnto no lugur da unida-
de. o bbmnto no lu1;3r da p,r:im,dc, o rizoma nu lugar da árvore, mas 1:r.m
b,\m hus..-ana tncontr:r.r o que ex1Stt de r:arli priodp10 d = no outrn, ou
melhor, fer,rana vislumbrar umJ rrbção po,si,·d. uma tensão con~1ru11,-a, emrr
dt'S.
o~ hm,tc~ ,.,rn.:tmm,s ,e tornam ma,s flexi,·t•~ as_,im como os própníl'i
limnes C"ipac,ais dos ,:s:p,1ços--monmemo slo m,•nos rígidos: emn 1kmro e fora,
privado e púbhrn, ,menor e extcnor, mform:r. l e formal, aqu, t lâ. A questâo
prm,;1pal não e~1;i mais nem de um lado nem do omro, mas no cmri:, enire drns
t:sp.1,;os disrimos, mas não no remro, como a erv3 (daninh.1 ou niio) da qual 1105
fula lx-leuu: "A ena não sumente cr,:i;ce no meio das co~a~, da 1ambc:m
1
crc~e pelo meio. [.. ,IA erva tem !iU,1 lmha de foga. mas n:io ê enra1uda.· ·
O frx:o de mrercssc pa,!i;l a '>l'.J"e.Sserspa,odo entre, ca quc&t:io.sena a da
in,crs.io dos limite,;, ,bs fromtir;u, 011 melhor. a ação ma,s urgeme pas~ria a
•cr o arr.1vc<<,ar, o desloc~r. o des1crri10naliur. E isso prc,;i<aria ser feno cm
do1, ni•·ns, ou S<'j,1. d<·~1c,-,ituria[Íz;\J1do ou ,nr:iv~sando (p3s:1.amlo 3ua,·ts
de ) mnm os [pre)concenos v1i;e111e5 dn pr:il!ca da arqunemr.1 e do urbanismo
eruditM n~dic,on,IIS quJoto os !inute, dos própru~ espa\os·mov1menro.
O :1rqu11ct0-11rbano ...cr1J enr5n aquele que tr.ibalhJ nesse~ hpmes, trnba-
lha com o cmrt, n~<tt c<paços do cmrc. cspaçm S<"mpre na bc:1ra, no hmm:·.
Enar c-ntre n.io s1gnifo:.a. aqui. estar 1s1,!Jdo de l'm bdo e de omro. mJ1 s,m
cs1ar .10 mesmo 1,•mpo nos dr11~ lados, n,1 mters.eç;ío. Ou ~ia. s1g111ti~a umJ
pns.-,ib,lidade de aherrura, uma ponte. orn c..pa~•ó de p:isugem tJn!o p;1rn um
b.dn quan!O pnrJ o 0\HrO. O arq1111do-urbano, ,10 propõr lroc:t!i I.' negucia-
ÇÕ("~ cmrc os mai~ diversf)'I" atnre,; url:,an05, pos,1l>ihmria a t,>tx1~tt'ncia de

diícrentl'li conccpçõe!i e imcrpretJÇôe,, LJrl:,Jnas, promm-cndo a pamcipaçào


de todos na construção col~m·a ,fa c1d.1dc. Fie IJmlxm stna aquele que~
St-n~í,-d a todo~ os fluxo,; doscspaços•monmcntu. re!>p,,1rnndo as 111.1111 dl\<.""r-
$.aS rebçõcs e diferenças pos,i,·ei!>, ~pd,;o-tempora1~ t outra,. e. conscqu<.""nte-
me,ite. ,·alurúando a prórria .tlt~ridadc e ú1ver.sidaJç 113 orqu,rernra urban~.
Notas
'G,l lo,, Dt:len,,,, /_',r,ra,~e,r,rr,u,..,,,,,,.,,,, P~ri,, lrl l'.ili"""' de .\!mw,, 19~1. p. IM. O.d.a.)
'Henri lkrg;on, M111,;,,-<1 ri ""<'l>IOlf<', l'~n,. P.U.F., 1990 (19l9), d. prmdp.,lm<:me <'I
cap.lV,"Dl'l,,délunnauone1delah;s.at10nd... 1mai;:es·

'G,1t.s0d<'U>.<' , op.<'it .. p.9.(T.d.íl.)

'ct.Gill.-;DdfüU',Ll'Bcrgro,U<111<,l'ari.1., l'. U.E. 1997!1966).

' C[. Hmr,, Pirrrr Jtud)·. ,\frmorre, Jo, w,:1.i/, l'am, ['.U.~.. 1986, <' L.i Marbmrr,r
P,Hrmw.,u/r, P3ns, s.,,,.
& Tonb, 2001,

• o, arqwtr<O$ dito• partic1p3cmn1Stll;. .:a partll' do,; anor, 1\160-Je l,w1<arlo d.e Corlo
(reim X/• 1 11c1en Kru11, p,1>,.:rndu J'l"b c>:pen<11oi., <k Orct:im d,, Chrmophcr Alexand•r -
~romrnrnm mmta d1ficul,l,1Jr rm P"'!'ô' a p..;rt,.,,p,1.;:ão d<!:i l\.lh,mm~ pnnc,f"'I=« ""
c:ll<)dr11Q,·asconstruções,poisl)Jrnquc<$J<'1Lpõ!k-nperiênciipo<sa,..,bcm,5ucrdida.
un1;1 r.dr ,,,eia! pr,:c..c,.temc <' lund~u1<:m:tl (mu, umdadr <;<insmuid~!- No "'1W dos "'I"''°'
autncon;trmdo;, ,1 qu,stôo f qu,1<,t> mvrr"'1, l' qu,, fo, ,t ptÓpn.:1 pupul.1çlo q,,r ,:Um1tm11
~-..,.. õpa~or, "'"' qn'11'1ucr a1uda c~lcma ,m_,,.I, A c~pc:f"lC11c·1a llJ urb;im>..:,._:..'i" ,k Br:'ii df
l'm.1 por údos Nelson Fcrmra dos Santos~ um bom r>«:mplo, apesar Ju med<., do,
la,d.tdos dr strcm rrnio,·td<M \fn, plr,1.1 duaduu mi~Mrl, que pro•·~u um., ctt1.1
nq:>çã<>dacuhur.:1cd.,..,.,,(1i.u,J.,f,n-.:bf"irp;,ned."pn",prin,-luh11an1"'1,l\Uen.fo
qucri~m ma" que a fa,·da fr,,se ,lkmiru...id., como tal p,m, que o fan1a,m.1 d:r. rrn1r11,~.lu
,l...,p,t~ d,, vcz. A pamap.a,;.'io rfeuv.1 «i pode o.:orrr, de fato m1dr h.i um,
"'"';nd,ca,·fo mnH11udru pr«ffirn,c à. 'l'"' lqurr 1,po de rn1en·cn~o.

·o; fo.-cl~ ,-1,,..,s n• ,·crd.,d~ n.i,, ,.lo nm·,dadc. '.\o,"""" 1910 i~ lrn,rn u..·uts<>é,.Je
MtJSta ► <' ,mdt<tuar~ mvdrnn~u~ ~u morTQ da r~wfü (Pn.>, id,'l><'.1,1). Pcrcn,iar css.1>
;,,._..,,,sões 1k pes,;o;i-' d< fora da f.vrb 1run,,.,_. ou h,baantes da c,dadr d,1-1 form,11 <.>u
rll<'>Jno dr ouu-.1, rnmunid~<ksJ, Mra,r ,,.,ramc5 r p.u,:rntes para •ntrar na f.n·da, sem
muK1fü:a,u11eu,••p.,,ofrs1cu,man1<•nJ,,,.,,,.r.,,o-muoin1<n10,,.,riarcalnit:111c
mtrr~s.rnte. S.,n.1 cssc, r não• umfomm.ação do trcido orbam,, u ponh>ch;1>·r ""
.,,dhon• du dito 1mddo urbano, não'><> d• fa,d.1 nUli da própna c,Jad.e cgmo um mdu.
Uma non1 openén,.,., que NH'<:< ,r n<»J d,r~,.;,,, por olfict,vM ,mcn" n.io ~m<nl<' na
fa1-.,!a como taml><m ""..-u lmmo com II baorro ,·mnho, rropondu uma pr,inc rntr<
••= dois <'<paço~< o dtu.11 pro1<to rm d=m·olv,monto para mtcr-·on;,.ão ,,, b,·cb d<>
Jn,.-~rc,.11hu. áamaJ,:, Célula UrbanJ ko11,·ênio Bauluu$/Pr<forura dJ c,dad< do R~, de
Janoiro, Jmi.,Jo por \bn~ 1 uci~ Pr<rr<cn r Dicunar ~nirl.:<). l:.:.<e pro,cco tr-Jz tamb,;m ~
1nt<tt'l...,,nt< ,d<'M <k- cr;u ""'ª
c<é h, ld d,· mdht>n~, ' I"< f".dcní M.'t n11mdUJ.ld.i
n,uur.1ln1,:tl!<'.

'E m ,ua ml,-,:ia ,', «;,i,;tr1<fj,1 d11 ,,,(i.,


,·<1rdi.i11,1: o pnn,ciro hvro, for,Q<i.,a,~"" /11
rr,ri,1u,• ,Í~ /.i ,,,., ,7uc.r,r.me, é puhl11.'àdo t 1n l 94~: o ,,c~u ,,do, (:.i,,t,q,te d~ l., n~
qr,Qrirlmm~, em J'l/,J: e o í,lnmn e n,~., ,:onh,..:,J", 1-l '''<
q11<it1d,,: ,me 1Lms /~ mo11d.r
.,,,uJem~. rn, ! ':16~.

',\ l111<m.1, mnal Sauai.:mni,ra era um i;rupo de i<>•~n• .,m,ra,. l,JcraJ<1' JXlo ,11,cJ\1"
Gu)' Dt:bord, qut lu,a,·a ~omra o ~JXdcu1o, a cultura esperncubr, contri ,,
e5pctaculam.~ç.lo.1:c11cr:1 h,,nda,nos,,1a.,nmr:ianin-paru1.-.paçlo.an.io·1ntrrvmç-lo,
Contra a i),JSS1va!a,lcC ~ nl,rn,,loda ""''~d., IU'. J:m 196.7, o.'borJ puhh<.-a u><u liHO·
man,fe;ro L:, mâ,·u du 5/Jta.ic/r, o RJuu1 \'a""'ll"ºm puhhrn Tra,tê ,le s..,,.,,r 1-wrv ,i
/' u.,,gc Jc, /t:1111~• g<'1'<>r.Jflart•- Emtt a, publica~ s1ruac!Ofl>SLJS. uma bwchura
d,am~Ja Dr /,1 ,rr,;h,; f'/1 ,..,/,-,a ituJU.1.111. €o'ms,Jerü. WMS ,1,,püts ÜOlllll/ltq""• fH,lmque.
psy,·ln,lui:1q1u. ,ex,,../ ri notumm;•,,i intdluiu,;I ri de qur/qutJ mt>)'"ffl pou, )' ,,.,.,,i../,cr,
foi um dos o,aoprns prrnc1pa1s da~ man,f<"Staçóes dcMa,o ik 1968 rm l'anJ. O g.rupo
pub[l("ou 1amhbn 12 mlmc:ms d" um jornal homómmo, /111,m1,1/rom1/r Suwu,ommtr
(l.S.),cn1tt1958c 1969.

,\ ~n·r,a .<11u,m/m1m1 dó urhan"m" rn,,d,,nw ·" " Ja,-.,•·~~•"-mrn1r p,:l,1 c,ir;ircr ann-
p.unc,p~m·o dn1c, e o inter•~ dos suuaciumSl3) pdas qu~1õt$ urlunas, pe-\o
comclr,o. O<"<lrna pe'l.a ,mponâr\Cia dadii por dts ~o meio urbano como trHrno dr açlo.
dr produ,io de ciova~fonnas J,, part1Ctp~,lordc lurn rnnrra a p3.<'1vidadc <LI
cird~,!.-.Umarquu~10,11u ac1<, ;· ,nhr:' nd" r<>··st:rnr,ch O at " ,1prnporum
muJdv Jo cidad<,, !\rw fl.ibrkm (!'lm·~ liab,16nml, fazendo mo1qu,·1e.s r pl~nr.i~. o que ío,
v"·.o.mcmf' qur,a,on..,do pdo g,rupo M t'poca /0.bord briga com Consfant e 3c:,bJ s-,
de,l,µndu da I.S.). ()~ ,11u.:i .. ,uni>1as, e prn,upalmcmc Dd,urJ, ncrcJi,a,.o.,n q.,,.
'<>Tl><.viitr a ccvoluç~o .,.-,.:1;,t) e cultur~I cngcndrnn> a reniluçã(> urhan~. e nJo o CQ!llr:irm.
como os :irqum•fos modernos dcrffi,rnvam.
11
fa~ man,fono foj •~rnu no f"'rlo.:lo Í,[l,11 do mornn.,nto mud~no, fa~ de"'"
degndaçàot•·ulganzaç:íope'l<Jrx<ess.Qr:moMhs.uefunc,onah~t.o.domodtn111mo
1,uJ,o. Os pt1ndpi<>< n1oJ<:rnns dos .O.rt1Stc1> forJni »1 l1>t11uld,i,;-por vulµto..< mvdc:rmsn1.s
pdusrc,n""r.un,,1.,habaaç.lupopubt,rrnnsfunna n/JuosunhucallfUP'ªOO'arquttrtos
modornOi M rrl)te realidade d., hahitJ,;-Jo popular modemliU com "'"' ~on1untn,,
hah1t:1c1<mai) ,m~IDai• (que mui1as ,..,,..... foramcmmruidos p•rn <uh:;muir am,µs
fo,daL<, nú mun<lo ,nwt<>I. :,,:,-s,a cp<)n, dno) ,,,,,.e,ji se man,fi:~•:i•·~n, ..-imtr,1 ,-ss:o
orq,mciura onrem.lmmlr raaonal. como o Tcam X. que fazia a crillc-J de ik-ntrQ dos
(JAM {C~•ios ln1ern2c,o,1;1,s d" Arqu11erura Modern2- l l ed,çõ,:s d.. 19lfi 3
1\1591, ou,,. suu:icu· . como 1· ,·11nx, que rnn1ll<!m e er.un ••· .,_d,c, cúroo
"'"" Jc V3,"'~"cm de 1961: MS.: us ru\Ll>l:li riv<Ucm conh,-.:,do ,,.; urb~!\1>!:ts
,um•·n1pvr.inc'm. ele,; rcri.tm nan~fonnado oi; ••nnpos de ron...,,ntra\".iO f'm wniunms
h~b"""'º"""· Av,!,O ~o, con<1ru1ore1 M rumas: U1 urban,.,~, -'<'rãosuMmuidos !)O'k>s
ulttm/>5 sch~g~n~ d-M fo,·das. E~"'" i1,:1htrii1> .;onsttuLf. O, pm·il~,3dtl~ dos 4'(tnjum01
e c,d.1d<:"1Hlonmtorn"' ,;cí p,;><.k:Tilu dc$<ru1r." !1.S., n• i;). (T.<l.a.)

,. Apc,ar Jr ,;,;t~r convl!Oc,da Jr •1•w "º'"'


IU(lp;,s s.lo ,:;,(I~ ,w ma,~ noccss;ír,a,,,
pnnç1palmeme n~,-, mom,n10 am~I cm qll" o ••m= • o sa!'\C:l$mo par...:om ter"'
1otru1do ~ ult1ma 111,ornam-.1 poss"·cl di.1mc do .caos urhai,u com,mpori,iw globahzad<J.
d. Rcm lü,olh.1as, •C.cn.:ric~ny• ,n 5.M.LXL Mnnacell, l'r6~. 1995, ou ll cn1.ilo11od.1
up<X1ção Mut,:,t,uns. Are cn Rcve/Ac~M. 2000. O urbamuno rraJ ,,ional r,o,k rt.tlmcnU!
rcr ,hcg:ido a si,us li mnc,; Opt,n\tom>J. pr innpalmcntr nv qu< chamamos de C,tSl»-L;m11c,,
nas mcrrópol~~ SL1bd,..,nvol,1d3._ ,n.u a 3,·cntura urbana hun1.1n.1 ?J.fC.::f' estar longe de
1rr .:ho:w,(!<> ml fun,., 'i<,,hrr ~,e Jch.11c, em ""'" p,:r~l)«IW~ d,111lob3l11..,,10 (,om uma
,·,s.iu um pouco ma" vnmm.,), ,·er "'Ww.levapvrcno.,irg '-"' o livro 1..- V~/mrrrtu--
Urgmu l'er111,111~me. ~n, &: Toni.a, 2001 [no prelo 1.

' ' Annt C,auq»el u,. t:,....,,


dt Plnlr,soph,~ Ut(,,,,,,,, P~r,., l'.U.~: 1982. <ntre ,·.ino,s outr,)!.,
COS<Ll ···on,en1a·provdVcl-l1,i·l,,1rnf,s.,ion~csnnml,norc3ç"o .>rxcnoo
drprri~' vaç:io r uht ;,i<> mudcma, ,,r<l'iv ·,n,1'ultonn 3 oba= · ·13,
J,....,crlmas. ''-'"'º
no Rcnasdmrm<.>. par r~cmpl9. e ,·oltana a !i<r. 30 mesmo tempo.
pnuor. =uho,, :1.rqu1,cto. paisa{!ista, filósofo, matrmáliro. mfuko etc.
ESltncAOAOl'<(lll

"Ou •·ohclT"~ ao .«:cmdo or1grnal do ,ermo demmrgu que vem rrc,.;11.1mc,nc do g.r<'go
dt'mwurgoJ - -~rqu!tol<>", "arttiã<>" -, h«r:,.lm,me "que lmbalha p.,ra opuhhco", da
fam,b~ do termo grego dimot, em sua or1scm: "p~rt• de um lerrHóno que pertcnc~ a
umR C(>m1mid;1Je" (au ~<>ntrJnn do ,ar:ltcr mq;alomimco da u111i1.a,.ao du 1ormn p()r
Pbtio no T""''"• e cm .«:11111da por P!uuno. p,n d-,s,gn.ir a doYmd•d• 'Xll"mMdura do
un ..·c,so."ol>tu,arqunctodoUn"wso•) .
., ~:,p,1,kulo no ><nudo J.t,ord,an<J. d. G"J' Dd,,Jrd, L, J&.•d~ du ~f>~t.,de, 1'.uis.
Bm:he1-\...1<1d, 1967.
'•Oc:m·• n,:, .«:r,uJo rnu~cinnma. d. ·Thk>n• (k 1~ Dcm·c", in /111,,.-11.itú,i,J/e
~,w.,m,,mmrnº!.1958.

Você também pode gostar