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92 • Gusta vo G iovunuoni . Tc '.

X IOH E1H:olhidor1

estrada µasse. E o fi e l Fonlana , qu e já havi a def;trufd o


0
Septizónio (a charnad a Casa de Virgflio) e que ti nha do
Papa plena antoriza çã.o para se valer de antigos materiai~
paTa as novas construç ões, foi encarre gado de executar a
ordem . Mas, contra isso, levanto u-se, com bela audácia
o caTdeal de Santa Severin a, Giulio Antonio Santoriol, 0'
qual, trazendo para o seu lado outros cardeais , tanto fez
que induziu o papa a desistir da vândala empresa e o
Anfiteatro Flávio foi poupado .
Como observa Gnoli ao se referir a tal fato 2 , na-
quele tempo, certame nte, não devem ter falt~do, a esse
benemé rito defenso r do grande monum ento romano, os
epítetos de pedante , de reacion ário, de conserv ador de
inúteis velharia s. Mas, no nosso tempo, o propósito do
papa Sisto - de subordi nar a existênc ia de uma obra
assim gloriosa a uma linha, mal idealiza da, de uma
nova via - não seria mais concebí vel, nem mesmo por
parte dos inovado res mais ardoros os, já que, quanto
ao respeito para com os monum entos da antiguid ade,
foram feitos passos gigante scos. E, talvez, não esteja
distante o tempo no qual o interess e e o estudo dos
quais agora são objeto também os edifício s da Idade
Média e do Renasci mento serão traduzid os - da mesma
forma e com o mesmo atraso que houve para as obras

1. . M d ll B1'blioteca Co rsinia-
Ver Autobiografia del Cardinale Santono ( ss. e a .· .. _ . . _ .
. . U· b .. · (Arquivo Vaticano.
na, n. 808). Ver também alusões em A11visi r mau
Cod. Urb. Lat. 1053, e. 383, 385). I • ·. ctv
. .
2. Ver Domenico Gnoli, "N uovo Accesso m Piazza S. p·ie t10 . " Are 1.ww J · -
'
rico dell 'Arte, 1889, p. 138.
VCIJlHS \,tcladr,A e Nova Co11ut
., .~
" ruçao ur h ana • 93

antigas - en1 u1na análoga tendência conservadora em


direção n esses, 011, n1ais propriamente
, ,., _ d'ireçao
, em ~

àque les qu e terão, nes se momento, f->ohrevivido aos


i.mprevistos atuai s.
O delinear-se desse sentimento nós podemos colher
em outro episódio romano, posterior àquele referido há
pouco, mas não diferente desse. Em 1811, outro grande,
n1uito potente e pretensioso, Napoleão I, tinha (com 0

mesmo decreto que estabelecia a ampliação da Praça


São Pedro e a da Fonte de Trevi) ordenado a demolição
do Palazzetto di Venezia para prolongar em mais um
trecho o Corso em direção ao Capitólio. Mas, em defesa
do edifício, surgiu o enérgico cônsul do Reino Itálico,
Giuseppe Tambroni, e a ele uniram-se os artistas, entre
os quais o grande Canova. Um feroz protesto - cheio de
argumentações não apenas artísticas, mas também jurí-
dicas e financeiras - foi enviado a Paris para combater
"les projets destructeurs des employés français"* e para
opor-se à inútil destruição do edifício quatrocentista,
3
"precioso anel que liga o gosto bárbaro ao moderno" : e
teve pleno sucesso, já que Napoleão - sem dúvida sabia-
mente aconselhado por De Tournon - retirou o decreto e
o "Jardim de S. Marco" foi salvo. Ou, para melhor dizer,
teve a vida prolongada por um século precisan1ente, até
o dia em que as condições visuais e de espaço requeridas

* "Os proje .
. tos d es tn11dores . , . :l , (º .. · ·eses'' (N. dos
d os empregdc os ictnc . , ,,
T). _
· Ph'1l'1pp ·oenge l , "G esc 111·c hte., cJes
:. • "ver
.3 1 ~ Palazzo_ ·•
d1 S. Marco , na. obra de
.
.- 1
· · D l M.
Ph1 1pp enge , ax vor e . D vák He· 1·mann Eg·o·er
o ' Der Palazzo di Venezia,
Wien, 1909, p. 139.
9.i • cu~ l nvo C io vun noni. Tc' XIOH E1,w oll1icloH

iwlo novo monum ento ao rei ViLtorio 11:manucle tornaram


neress ,fria a sua demolição.
Esse~ dois episód ios representam os primeiros sin-
tomas daquilo que, no nosso tempo, no rápido e tumul-
tuoso ampliar-se das cidad es e, por outro lado, com a
difusão da cultura e do sentido de arte reflexo , tornou-se
caloroso debate do dia a dia: debate no qual a sorte que
coroou os nobres esforços do cardeal Santorio ou do revo-
lucionário Tramboni certamente nem sempre favorece a
conservação do caráte r monumental e artístico. Existe m,
naquele momento como agora, duas tendê ncias e dois
procedimentos que se batem de frente quando se trata
de renovar um velho centro e de determ inar as relações
entre o ambiente antigo e o desenvolvimento novo: para
um, quando se excluem as obras de importância singul ar
e os monumentos altamente venerados, todos os restos do
passado não repres entam mais que "obstáculos" na nova
sistematização edilíc ia; para o outro, são, ao contrário,
"pontos de referê ncia" imutáveis.
Essa divergência de critérios tem toda a aparên cia
de um contraste irredutível entre duas concepções opos-
tas, entre a Vida e a História. Parec e que, de um lado,
estão as exigências positivas do desenvolvimento moderno
e do moderno modo de viver, do outro, o respeito pelas
memórias histór icas e artísti cas, pelas condições de am-
biente* nas quais a velha cidad e se desenvolveu. E a luta

* A no çao
,~ l 1e " am 1)tente
· ,, ocupa um lugar importa
· nte na ob.ta ut.
.1, GioV'lnnoni
~- . .
e , P()r l·s, . t ~ .1·1lera l 'F
, so, op ou-se po r sua traouçao
J ) , ·ert:~1·e-se à idem
. or vez.es, t 1 · ' ... ,
\ 1pl} HtH Cid11 d t•1-1 e· Nov a ( :on s t·rução Urhana • 95

. , _. 1:wntc Hobrc 1ni1-1 q11 cHlõcs de princ ípio. () s


. . füuH H pt < < l ~tU -
in . , -1· . 'tll' U!--1 cidudeR não Hão m uHeUH ou arqu1voR,
ndort'~ <i 11.< •
. >\ '
tlll . . J l Jh f
- f' ·t , nttr'l sen-~111 v1v1< as < a m e or m:orma .poss1-
/
nw~ ~i,o ~1 m~ r ' .
, io podemos comprometer o desenvolv1.mento
rcl t' 11 Ó~ Hêl .
J l , ,.11·ar O caminho da civilização, fechando a vida
oe H~ e pcu
. denti·o de ruas estreitas e tristes, apenas por um
no-va
equivocado respeito fetichista ern relação ao passado. As
nossas exigências são complemente diversas daquelas dos
nossos antepassados; e, a essas, nós não podemos mais
nos adaptar - da mesma forma que não saberíamos mais
usar os seus vestidos, pitorescos, mas incômodos. Ar, luz,
comodidade, higiene, isso nós queremos! As habitações,
sejam cômodas e abertas, as ruas, sejam amplas, úteis,
de rápido percurso; e se, em seu traçado, encontram-se
edifícios importantes e obras de arte que não possam ser
removidas (a não ser que não se trate de monumentos ex-
cepcionais), não há outra coisa a fazer além de demoli-los,
e, no máximo, se houver tempo, conservar a lembrança
deles por meio de documentos gráficos.
Respondem os conservadores: a vida não pode ser
movida somente por um conceito material utilitário, sem
um ideal, sem uma busca de beleza; menos ainda do
que ª vida de um indivíduo, pode ser tal a vida coletiva
das cidades, que deve conter em si os elementos de
educar-ão
1
mo-ra·1 e es tetica ~ po de presc1n
,, · e que nao · d'1r da

. 1(., "
u, context · '' ( . . . ,. . _ .
". . - . ~> o contexto J o mon umento, as cond1çoes contextuais" ,a
eontextua
"· .
ltza,·ã
v O ") I=> l'fi ..
• or vezes, qua 1 ca positivamente agrupamentos de
arqui te tura ·" , .
meno1 , nomeando um valor, o ·valor ambiental" (N. dos T.).
l06 • Cu ~tu vn Ciovun11oni. Tr x to~ Ei;c 0Jhid w1

m~sin o qtu-n1do n C!--\Hl' va lor u ag i otag1-~ ,n não acrt8Cf~nta-

u.1 seu cod i('ien l c .


*
* *
Por ~orte, neste can1p o, estão avan çand o, a grand ~s
passos ~u1na nova ciênc ia e uma nova arte; de forma que
os critér ios acerc a do modo de se cons idera r os pro-
blem as das cidad es prog ridem rapid amen te e aque les
que eram , ontem , inova dores são, hoje, retrógado s . A
Cons truçã o Urba na* já vem vigor osam ente se delin eando
como um novo ramo do conh ecim ento ao qual diver sas
disci plina s traze m a sua contr ibuiç ão e no qual a cidad e
é cons idera da como uma vasta e comp lexa obra de arte;
e eleva -se sobre a base dos novo s meio s com os quais
:finalmente a mecâ nica mode rna alcan çou o desen vol-
vime nto das cidad es e graça s ao grand ioso patri mônio
de expe riênc ia que - vanta gem não pequ ena no âmbi to
do grand e dano - nos troux e o não feliz perío do que, no
momento, apon ta na direç ão do ocaso .
Um novo elem ento já come ça a ter impo rtânc ia es -
senci al nas cidad es, causa ndo uma revolução nos sistemas
edilícios: o elem ento cinemático. Os rápid os meio s de
comu nicaç ão mode rnos, ferro vias, bond es, automóveis ,
já perm item, à vida citad ina, esten der-s e ben1 longe das
velhas muralhas; permitem, à nova const rução , desce n-
traLizar-se em espaç os vastíssirnos e desen volve r-se em
0
super fícies mais do que e m altu ra. E eis que se clifunde

· 1cnu;õm; sobre u opc;Ho d e ln.Hl11 z1r


* Ver c ons 1c · po t· ('... o 11 ::-·t ru dfo
· ,...', ut1·1·1zw ,

Urba na rw inl rndu ~ão a e::; lu Irud111i ío.


, , . . ... .. . . . •··· -- .. · · · , .,. .. · ,,, .. .., ,.. '"-: d" t J rnan
a • 107

. -'\ls·· cidades- jardins ,la lng lale rra, ond e


npo (lu ~ . . .
os prim eiro s
"
ext~n,plos geniais de Por tsun li ght, de Let chworth , de Bou
r-
nvilh-~se uniran1 à trad icio nal ten dên cia das hab itaç ões
fainiliar es ·"em dire ção ao esp aço abe rto" 9 ; e eis que se
ronstitu e1n, na Ale ma nha , os bai rro s de div ers as clas ses
,
de variada função e de tipo con stru tivo variado, associados
entre si, em várias gra daç ões , do geschlossene* ao offe
ne
Bauweise**, bem coo rde nad os por reg ulame ntos edilícios
precisos10 ; e jard ins e par que s são dei xad os tam bém nas
partes centrais par a con stit uir des taq ue ent re as diversa
s
zonas, benéficas rese rva s de ar e luz 11 •
.Outro cam po de ren ova ção é aqu ele dos traç ados
viários: a ada pta ção alti mé tric a e pla nim étri ca ao relevo
natural do terreno, a sub div isão em rua s de tráfego, am-
plíssimas, e em rua s hab itac ion ais de larg ura mod esta
,
com as qua is se sub stit uiu a uni for mid ade pel o ritm
o
nesses elementos de comunicação, são tendências que têm
principalmente alc anc e econômico, por diminuir, ao tor-
ná-lo mais rac ion alm ent e distribuído , o custo da reforma
,
que se torna sem pre mais pesado, par a os prefeitos, pela

9 . Ver Ales sand ro Schi avi, " Villa ggi e Città -giarclino
in Ingh ilterr ~", Nuov~
Anto logia , 1909 , IV . Ver ta mbé m os perió dico s: The
Garden-City, Muni-
cipal ]ournal , Der Stad teba u etc .
* Conj unto (N . dos T.).
** Estil o ao ar livre (N . dos T.).
lO . Ver Jose ph Stüb ben , "De r Sti:id tebau ", Hand buch . .. . •1 h
der Architektur, l\ T ·
9Bd .
. .
11· · Ver o estud o d e H é nard no Vll. Congr esso l terna eion al de Arqu itetos,
n .
r
Lond res 1906 (Tmn sactw • 382) ual são tamb ém mter essan-
, ns e tc ., P· na Lq .
,
. . ,
tes as prop ostas para a adoç ao- l , ·d. à redans nos quais mmto::.
. . . . de bou evar ,s . . . ' . , :l .. d·
Jardm s deve riam ser cnad. . . ...{' ias dos limites frontai::, e e cct a
os nas men ti anc
edifí cio.
C n 1ndt· fnrjndoru
d<~sscs <~H I tid o ~ •~
d cHHUH t<~n ta ti v
foi n :\ le 1n nn h a~ o n d e (~ x po s iç õ e s
a8
t ~ e o n ~ n~ H Ho
Yá ri o~ nrµ: un1Pnto s 8 8 0 h r~
r<:-' l a t i v o H à. c id a
d e já oc o rrt~m to d
a n o ~ u n u.1 c o rn p le ta o
li te ra tu ra d e im p o
p~riód ico~ fé rt e is fa rt a n te s o b ra s e de
z d e la suj e it o e x c lu
si d a d e s tê 1n lá c u rs sivo. Oito u n iv e r-
o s c o m p le to s so b re
q u e st õ e s e d il ícias
e os Ministé rios d o
s T ra b a lh o s P ú b li c
o s fazem u m gran d
nú n1ero d e se u s té c e
n ic o s se g u ir ta is c u
rs o s. Tod a h o ra são
a n u nc ia d o s c o n c u
rs o s p ú b li c o s (e n tr
e os q u a is o mai s
imp o rt a n te foi a q u
e le p a ra a Gross-B
d e e x p a n sã o o u d e erlin * p a ra pla nos
o rg a n iz a ç ã o d o s b a
se g u in d o a tr a d iç ã o ir ro s, n o b re m e n te
it a li a n a dos c o n c u
nós q u a se e sq u e c id 15 rs o s a rt ís ti c o s, p or
a • E , ju st a m e n te ,
il u st re S tü b b e n , e m p ô d e , p o rt a n to , o
u m a c o n fe rê n c ia n
A rq u it e to s e m R o m o Congresso d os
a , e m 1911 16, afirm
nova a ti v id a d e , q u ar q u e to d a e ss a
e a p o n ta p a ra u m
ra c io n a l e b e lo , é novo tipo c it a d in o,
e sp e c ia lm e n te a ti v
c e rt e z a n ó s n ã o p o id a d e a le m ã . Co m
d e rí a m o s d iz e r, in
fe li z m e n te , q u e é
a ti v id a d e it a li a n a .
Não se rá in o p o rt u
n o , p a ra to rn a r as
abstra tas, se ja il u st id e ia s menos
ra r e ss e s si n a is fu
exemplos, trazidos gazes c om a lguns
d e p la n o s d e novíssi
mo s b airros ou de
* Crand e 13e rlim (N. do s
T. ).
] S. Nas outr as na<;
õe s os eo n eu rs os de
· p re se · n t am A nt ué r pi a. de M ar
r~ n es st~s u' 1.t11· 11 0s se lh a, d~ B an:d om
an os as e1·1sp ut as t.
P1o, na l la.-: 1·tu , ue ,1 ·
nHH S no t.a, ve 1::-. · •. LI11ú ·u t' xe m -

r ee e nl e ª11 1e u, - ·
l ºl
7 ·r ·
l , 1::m u n
rn . pa ra a or ga n1 ·
:a o n esse c am po
1 u nt.1·µ;a 1")·
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f ue h a d· a, l -1ep · , 1 n. 1, - . .
lé en i<:o rn un i c ip a1 o 1::, l o q u ct l l F~ sl 'n t6 no
re to rn ou ''o s se us
l 1c.>- Ve r J\ 1,1,1·, <l di re ito s" .
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19 ] :-t tt1. · Rom · a Rom a.

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d,, cin vu n, nln ,•i\ p t'\ l t'rtl il ). tllH ~ nii o pat a d1 ••~t·n, h;.ir:ir· ..,r
·1
n ·aln w tll (' H '.I.P ll :t cen t ral.
\ :m Bt-' rl im , ao con trár io. a solução foi dnda r,f•I<>
1

de~ loca men to do cen tro d e gra vid ade da met


r6pol P. qt 1P
aco n tece u nat ura line nte com o des e nvolvir
ne.n to do~ no-
vos bai rros (Ch arlo tte mb urg , Wil hel msd orf. Ber
lin-W).
não igu alit aria me nte par a tod os os lad os. mas
. prevale n-
te men te, em dire ção ao sul e ao oes te, de
tal forma qut>
o atu al cen tro não se enc ont ra mai s - com o
até uns ano s
atrá s - no enc ont ro Fri edr ich stra sse - U nte
r den Linden .
mas já se enc ont ra em dire ção à Pos tda mer
pla tz; ali em
torn o, agr upa m-s e, ago ra, os bai rros de cas
as sen hor iais ,
os ban cos , os edi fíci os púb lico s prin cip ais;
ali che gam ,
até as esta çõe s da Nol len dor f-P latz e da
Wit tem ber g-
-Pla tz, as nov as via s sub terr âne as e os cru zam
ent os com
as via s pre exi sten tes.
Ber lim é exe mp lo gra ndi oso des sa solu ção
. Menor,
con tud o mu ito mai s com ple to e típ ico , é
o exe mp lo de
Est rasb urg o, no qua l tod a a N eus tad t* foi
des env olv ida
em torn o aos nov os nós prin cip ais, com o os
edif ício s dos
Min isté rios , a Uni ver sid ade etc ., com ple tam
ent e a lest e
e a nor te da anti ga cid ade , que per man ece
u inta cta uo
as p<~<:to <:ara c t.erí s tico do seu pov oad o,
que ~e agr up~t t'tll
l orn o da ~ra nd ~ ca lP-dr al.
l•~i,., st~ s i st t~rnu dt~ d .-~sloc nm t"' Ul n do ct·ntr
o pa rt't't '.
c om<> {: fú <:íl rnl11 '. 1uln r, dt• apl icw,;üo tH\O i1~ iL ma~ pü~~í-

~' C: id 11d1'. 11, 1v11 (N. drn, T.) .


Vcllw:-1 Ciduclc~s e No va Con :-1 truc;ão Urhana • 123

1 ,
pnoern • ,
ser consi<lerados simpl es episódio s, geniais ou trá-
_
. , ()" ·and10s0
proJ·eto de Júlio César, que tinha idea-
o·wo:;. 0 ti·1 .
~zado O desvio do Tibre e a inclusão , na cidade, da zona
de vale, o atual bairro de Prati; ou o incêndio neroniano,
movido, como agora parece demonstrado, pelo desejo de
desapropriar de forma rápida a grande zona de terreno
necessária para a domus aurea 24 •
Chegada a Idade Média e, com ess~, a pobreza e o
abandono, interrom pidos os aquedut os, reduzida a po-
pulação àquela de um vilarejo, a cidade restringe-se aos
bairros pobres, em torno ao Tibre, em direção ao Regola
e sob o Capitólio, e eis que, de fato, vê-se o mercado
mudar de lugar e, ultrapas sando o monte Capitolino, do
Fórum romano transpor tar-se aos pés da Igreja de Ara-
coeli25. Novamente se desloca no início do Renascimento
e chega à Praça Navona seguindo o vigoroso incremento
edilício, que sob Sisto IV (como um século depois sob
Sisto V) decidida mente e conscien temente se adequa ao
sistema da mudanç a do centro de construção. Em direção
ao Vaticano, no Borgo, nos bairros de Parione e de Ponte

de 400000 ou 500000 (ver Piero Castiglioni, Della Popolazi~1.1 e di ~o~a,


. _. R 1878) As cifras de vanos nulhoes
dalle Origini ai Nostn Tempi, orna, · · . )
. . . d ff• ·k além de oi to segundo Voss10 etc.
(d01s nulhões e me10 segun ° oc '
- ·elegadas a lendas.
e:l evem ser, en tao, 1
Le Fonti e L Temp1.. dell.'l ncen , d'o Neroniano, Roma,
. .
.. -. .L
24. Ve r Att1ho Profumo, '· . e . lt .. . ~s·-•Jo J. á que das qua-
l · d Nero 101 u rnpc1:s '"' ,
1905. Com ce rteza O e eseJO e . . f a ·am Mas a cidade fo i logo
·- d R . talvez se te se mcenl 1 1 .
torze reg10es e oma e • • • l · . . . mas com população tão densa
. 'd . ruas muito ma1:s ,uga:s, . . .. . d
1econstrm a com d nstru ção parece mais m~alul)le . o
1 méto o eIe co . . , '
como antes e co m un . )
T' ··to Ann. XV, .38, 43 . . u b,
que antes ( ac1 ' . St ria di Roma nel Medw Evo . vertam em
. d Greaorovw s, 0
25. Ver Fer dma n °. b
le Adinolh. Roma ne
·
ll 'Età di Mezzo, Roma, 1881, vo • I.
l

Pas qu a
!32 • Gust1-1vo Giovn nnoni. Tt '.X l o H EHcolh ido1-1

rida. HO escopo podP,ria~ e le ass :i m conclu i, Her ohtj-


do 8 partir de un1 concurso intern ac iona l , único meio
adequado pura obter 'o rne lhor'; por qu e só o m.elhor f
<li Do-no de Ro111ar'.
.Algun1as dessa~ geniais propostas de Stübben estão
reproduzidas (cedidas em cortesia) nas figs. 7, 9, 11, ao
lado dos corresponde ntes traçados do plano municipal
(figs. 6, 8, 10); e são, precisament e, aquelas relativas aos
bairros de S. Pedro, S. Pancrazio e Praça de Armi. E o
confronto , parece-me, não precisa de comentário.
Mas, retornando dessas observações especiais ao
exame integral do plano adotado pelo Município de
Roma, em relação ao agrupamento dos bairros em si e à
sua ligação com o centro, pode ser diverso o juízo sobre
as propostas de tipo variado: se se mostra providencial e
racional a repartição do sistema de ocupação nas diver-
sas zonas, se é consideráve l (mas incompleta) a tentativa
de colocar um plano de organização das redes de bonde
e ferro viária paralelo àquele da organização viária, ao
contrário, não parecem resolvidas as questões que se re-
ferem à posição topográfica dos novos centros de constru-
ção, cada um dos quais é ampliação de um bairro já exis-
tente . Novamente, portanto, o desenvolvimento edilício
circunda, por todos os lados, a cidade, cujas condições
de viabilidade interna não poderão certamente resultar
melhoradas, apesar de um insuficiente e incompleto anel
que se ligou entre o Lungotevere e os Viali delle Mura e
apesar da imensa linha exterior.

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