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APRESENTAÇÃO

Critica e- pro{"""' do""""" Cotq<,


em N0\'3 Yort. RoiahDd E. Knuss tomou-se, entre os
anos 60 e 70. wn1 du ma1!1 influentes pensadoras da
IX)ntemporonddod~ urtist~et~. Naquele momento. foi
uma das fundadora' da revi sra ONober, uma das pnn..
dpais referências inlclcclllais da êpoca nos EUA. que
editou durante: vários nno11. B. no p11pcl dç critica,l\iu-
doo a eslabeleccc a rtvilltl& Artjbmm como uma da$ prin-
cipais publicações sobre o p:tnorumn artístico interna-
l"ional.
Kmuss é uma das rormul:ldoriH das ceorias da pós-
modcmidade nos Es~ Unidos. A panir de suas lei 4

tuns polêmi<:u c uxn·l doru da p~ de artistas


"""-"""'- lluancio desde • - de 60, cl•
c:oasuuiu wn repa16no unpactank de pc:nsamc:nm
que C$11bclcci.J uma a.~dlde de mudança ao tn-
tendunento dos c:oocci101 de IJ1e que 1r.a.ca am a mt)o
&midade.
Um dos tex:kiS crucia•s de s~ :tutoria, The Orlgi-
nality oflhe Awmt-Garrlr and Other ,\fndernist Mylh.s,
rotiUadO por artigos Ol'iginnlmenle public~ em Qct()-
/Nr c reunidos em lllll Ii\•ro I>C la MIT r~ (Cambridge,
Mass~husctts). (m IC)K(•, da dchenda os "miloi mcr
demos··, nn:ali'i:llll"l n 41tH-a de n•1iStílS consagrados, <:o--

..., ....._ Rodin, ~IM Ra). Goocomctb. ""'""''• !"'·


pilerdeiiUIU6ea1islas~-.c:anoJaehoo
l\)l)od:,, Sol Lewin c Ric:bard Sen'l.. ~pandtndo~•-' no
caminho de uma formulação do pós-modcrni..nlO.
l1lllitando uma moldura crittea ooolcrt..,or:lne3. que
J\l'iUipõe ml1ltiplos instrumentos de mccodolow.iu. ttu!l
como scmiologia, estrutu111Jjsmo, J>ÓS..C.SiruiUrttli'imo
e dcllcon~II'UCào, Krauss fun<~l noções cru<:iaiJt ourn o
entendimento da cultura e arte: conlcmporAnca>. wmo,
pOr e'emplo, a de que a vangu:~r~ é um mito rnockr-
IWilll. enquanto conceitos como auteohcKlad" tomam-se
anacrônicos na medtda em que o IJlW'Ido ~ progra.'IJ·
'filOltnk! o«t~tmdo pc-la produçio de toaM~.
No pmc::ate Ca111illhos da t:sadtvtV modn'11D, Ro-
•IIOd E. Kraussoosrescrva OUII'a5 i~...-prnas
onoe--. Aqui.,.,. rdumulaçio ..,.,W da DOÇio
de ''e(1udM de casos"", ela nos ofcnce datcus~ en-
(U.)Ilitl\ldib e chelb de in.(iglus a rc~1 1 0 de perso-
nJaens da hi~órill da arte que fi tcram da ~ultura
um corpo de materialidade fís1ca c de l<tRcdo leóric.a.
Krflw;s inicia suas discussões occrcn da moderni-
dade ncgundo o tratado do alcmiio ( l(ltlho)d Lessing,
c$Crlto em 1766, q ue estabelece prtmiS.IOI.L~ ~obre o es-
euhum. uiando como paradigma o coa\)unto cscultóri-
co IAot'()Oflf~. encontrado em 1506. em CSCJ\';tÇÕb
fcal» em Rocrtl. A obra é atribuída ao ese-uhor a:rego
Alcundrt Rodes. em~ com~ filho~ F\J.ttdoro
c Atcnodoro.
t.ç...~l.ngafumaqueafSC'ulnua.toCOflcririo da m6-
~ou da poHI&, que . . form.as de ar1C k'mfl(WiiS. ~
ru um• ane un.camecne espacaal Kraur.a contra-1ltgu-
mcnla Tmça.ndo um percurso que LTK'tCia ~·o.luç~
h&.. t\•rlc:l a ~nãhses pontuais de olnas de: art~. a crl11c::a
d(mnn..crn como a tseulrura do século XX .:ap61ap'ie num
\:tuAlnM:"niOde tempo e espaço. Pura ela, n!lo o;;cria pos..
bivt.!l'cllartu' •"~to dois ci.xos. j á que ''todu c qu.1lqucr ot ..
ttunllllçfin c~pacialtraz ea" seu bojo um:• :•l u·maç3o
t<-.:1*..:a1n d:~ narutcza da experiêncw tcmpcwul",
Rosalind ~ p6Moe • pttCOI~t um c::aaW:Ibo am-
plo.rd<mdo ... rep<nónode~de-oomo
Rodin, Booci001. .,.,.,.,, Tatbn, Gabo, Moboly-Nagy.
Duchamp. BI"III>CUSL Calder. Cl""" Olderlburg. J._
Johns. Fnmk Stdla. Oú•,ald Jmld. Dan f'lavin. chegando
à /and arl de Robcn Smith.'iOn e à.'i instalações oontcm·
porâncas de Bnn)C Naumun. No pett.'Urso, a auloro oom ~
p!U".a e con&untà !1\llu. obnu1 em rulaçló ao "\>,~;píri l6 do
tempo", tecendo tbliC'urso~ profundos sobre esses cru-
zamentos cspaç~trotJ)OOIJII, oorpori ficaclo5 a partir t.le
"""lios f'orm,u,.
Como tempero cxua pam um c:oudápio repleto de
dens:ls c 11npomnu:s c:once•waçõcs intelcct~Ws que se
eompacbm numa k::CI&n de pc>eocas. Roabnd Knuss
aiod:a nos ((ll'l)CCC anc:doca$ unpmih~ic; soi:Jre as car-
reiras de '--ários dc$!iCJ .,.~..,e as rdações cnue dcs.
FtCI.DlOS sabc:odo, ror c~mrto, como, antes de ficar
coobec:ido na Rússia, o JO''CM 'lln.tin .JUI1lOU todas as suas
economias para 1r tcntJir a vida e:m Pans e se oferec:cr
como assistente de lllC11..,4iO, lcndo Sido recusado por ele.
Ou como Martcl Duchanl), \•isit;uldo o at)artamcnto do
itticianteAie:xandcr C.ldcr, n.pelidou suas obras de ''mó-
biles". Està tudo aqui.
AGRADECIMENTOS

O prooes50 de rcoonhe«r as dividas imeledua1s


em que: moom:: um aUior ao ciCf'e'\'CI' um livro é idên·
tioo, oio raro, à c:xphcaçJo de como de~ernllnado pro·
jeto se coocrelitou e J)Or qut tomou sua fonn.a parh~
cular. No étlsó do prc~tc 1rubalho, dois g_rupos de
pes~oas aJudurnm·mc o muldnr meu sentidQ da neces-
sidldc: c do prop6$lto de uma história critictt d3 escul-
tura moderna. Em pnmeiro lu.ear. meus alunos do
MJ.T. [Massachu:.c!U lnstitutt of Te<:bnology]. da
Princeton Uni~·er&it)' e do l-lunter CoiJegc-- a quttn bC
destinao."'UD •rucWmcnlc: meu." es(orços por esclarecer
dcternunadas ~ c dcset'l\olver uma lmguagem
descritM.. Sou n ·Klmtemcmt grao P« sua pacitocla
e toleriacia. ~ia&i q~~e •w.o. por&n. foram. sews pene·
t:raDlc:s quc:stiocwncrtiOI c sua rdutância em aceitar
explicações pm:taas que me le\'aram s rcconstder.lr a
adequação do que ttc: podem de-nominar a visão canõ-
nica do desen\LOI\'ImtlltO dn esculTura no sêculo XX.
Em teSJ~1 fi busca de clarCI'Jl por pane deles. e minha.
vi-1uc motivm.la 11 c~lil\:\'1:1' c't~ livro.
'lendo e m vbt" llh.!ulçar c-...sa clare:r..a, recom a di·
\ 'CI"'I-'1 l llllU!'I de sr;u\ll..: flj UJ.I lniCICCIUal: COlegas C
amigos críticos, estudiosos e escollores. Lco Stcin·
bcrg. cujo cns.1io sobre Rodin (oca publicado em Othe.r
Crlterla) eu havia lido no início da década de 60. foi
o prime.iro a demonst.rnr·me a impossibilidade de.uma
concepção <.1.1 esc~• ltura modtma vista como a amite~
se da obra deste artista. Minha abordagem sobre Rodin
nestas páginas deve muito a esse ensaio e. além de o
tl"'11:to t".((nt('r citaç(ies: de lrechos eo~pedficoJ: do prQtês-
sor Stelnberg. quero registrar aqui a influência mais
geral que oofri de sua ooncepçãQ da relaçllo de Rodin
com o modcrnismQ •
.Paf:t oom Anneue Micbelson, tenho uma dh•ida
nilo apeo."\s pelo efeito cumulntivo dos ensaios eriticos
que ..·em publicando sob~ escuJtura e c inema nos últi-
mos dez anos. mas também pelas várias conversas du-.
rante as quais ela critiéou, franca c generosamente, o
meu trabalho. O efeito de seu pensamento teve muito
a ver oom a imponância assumida pelas questões rcla-
tivns :i temporoJidade na discus....OO que se segue.
No â.mbito mais scrnl, a comunicklde de trocas com
oolegas criboos. possjbilitada por meu Cai'b'O de.editoro-
adJunta (b revist.aArt.fomm entre 1971 e 1975,l0j de
um vaJor iJteSlimá.vel. Além do oonl.3to oorn Anneue
Michelson c Jcremy Oltbert·ROLfe. quero registrar a
importãncia de lCJ' tmOOJhado aí com John Coptans e
RobcrL fin(.US· Witten. t\s criticas deste último. pores-
crito ou velbais., chamaram-me constantemente a aten-
ção para alguns aspectos da produc;~io escultural CQn-
temporãne.'l qoo eu (endia a negligenciar.
A tarefa de analisar a escultura da déc3da de 80 le-
vou-me a avaliar m.inha própria ootnpretnsão da im-
portãnçia dessa obra. à luz de conversas com vários
escultores que a criaram, em particular rucho"'rd Serra,
Robe:rt Smilhson, Mel Boclmer e Roberl Mocris. Sou-
lhes extremamente grata. por sua amizade e generosi-
dade. passada e presente.
Partes do presente texto foram lidas, em diferentes

I '
..,;gios ele Seu "-"''~>~Yim<n!O. po< alguos IDlicoa
meus da comurudadc: da h1Réna da Ane. e eom eb
di.scutidas. panu.:ularmentc Nan Ptene, euja obra tccr·
ca do cineuct~ 1110!IU'(MH!t swnamenre esclarece-
dora paro mlm. c Andréc: llayum So\1 profwulamenlc
grata pOr suaJa.ugctiiÔCII, bem como por àquelas apre-
senládas por Karcn Kcnne•ly e a pinlOiit Susan Crilc.
M inh.;l t'rlltorll f\11 V1lr-ina Pre-t~ll, B1ubàrt Ou"'• forne-
ceu a &Juda c o c~imu l o nec~sáti os a um projeto dcs-
:;a natureza. Sou artiW por )êU tato e éOmpetêncta.
Como C!J'C h\rodc:Uifta·ie, em grande parte, a cstu·
d:mtcs, é minha esp.'fllltÇI que reflita o cntcndrmcnto
cbs perguntas r c;uênc115 ~u.~:itadls pdo contato LID·
aal com OO,ecos ~ JCOit A meus p::ns.. ~ lan~ e
Bcnba Epslem. ()) pnn~ a aguçar-me o ~udo
dessa o:pcriêocia. tinto em iOIS aspectos protimw.•·
cos como pra.zcroiOS. dtrijo o meu nw$ profundo .,.a·
decimemo

h!~<t41 .t!~o·.u•"~ •J.•••·•• ..,.. I>JU, .J ll111r~ PIOC~•Ifrw•


'I·'"~'"""'",,.,.., • """"'• t.up ·••I"''"Plàllldr, M"Yk
INTRODUÇÃO

Embora tenha Sido HCnto no século xvm. o v.


t.ado estê'llCO de (Jonhold l..esl.ing. ~Jet•. apll·
ca.se di.retamcnle l dJjtu51Jo da esfilltura nos dias de
hoje. Isso porque, no dceurso de sua argumentaç:Jo.
Lcssing julg.;t n((;csMLI'Io mdngar sobre a natureza da
cscuJtura e c:ons.idcr;tr de quo modo podemos definir
a singular expcriêncl:a dcs~:11 ar1e. Se a formuJaçlk> des-
sas mesmas questões cornou·•u: mais necessária aiJlda,
é porque a eM:Uhusa do ~ulo XX ndotou. repetida·
UK'.nk, fVI"""' que 0 p(abliCO CO!UcmporAnc.o tc:ve di.·
fieu!dade de io.:Vfl)Q'far At SUM idé1:1S con••encio0<1is
:acerca da função tat~C&erist•ca 4bs an-6 plásticas. bso
foi tio \iltdo para OI objelOS criados por Brancm1.
Oucbarnp ou Gabo Q,1 db:ada de 20 c:omo o ê para o
trabalho de \"iOOI dCUIIOfb dos 6himos anos. A
queslào do que oc pode: <OMicknr ~ wn
trabalho de escultura t.ornoll-st cada "'CZ mais proble-
mática. Por conscglantc. l!ief'6 conveatente. ao se em-
preender tlm estudo da e.t~Cu1tura deste sêculo. c:xanu-
nàr. a exemplo do que fez; t.c:sj;mg duantos aoos atrás.
11 categoria ge•'t'l de cxpenêncin em que a escu.lmra se
ltt>érC.
• O\ n~~T~enx ~~~ 'tfl\tl.,_ ~ tiOIM 111,18 *"' 1nloo ~ ~N JJ9
"'""'""'"",
Ao tenw ~t-\o em~ l..oocoolue. Lcs.s:íng
começa por dcfuur- u concb~ lunit.adoras de cada
ane. Indaga se txlSle al&,u!NI dtferença mcrem.e entre
um acontecimento tempor81 e um ollJeto estático e.
caso exista, qual o !leu ;ua:mncado para as fonnas de
ane relacionãdail oom o pnnloeiro ou o segundo tipo de
construç1lo. Ao Jcvant..r cna questão, Lessing incur..
:sioua IN' uquilv "lu..: \ktavuai•u•mllli ' ' lti<..l noorm~ti\'il.
Ele: procum estabelecer nonnas, ou critérios ObJetivos,
que pennitam dcf'imr o que é n:ttuml a um empreen-
dimeolO anistk:o determinado e compt'ééndet quai.s
seus podc:Rs c:specW1 de mar llgnifteado. Asslm. em
rnposca à PftiUOla '"o qut é a escultura?"'. lc:ssJQ&
<kc:bn qw a cscuhun c uma arte relaciooada eom a
msposi<olo de~ no ._., E. JWosseauc. é pre-
ciso distitlgWr entn: c:s...e eafiter csp3cial deftnidor e
a essência das ronna~~o llnbllcas. como a poesia, CUJO
veicuJo é o tempo. Se a rcprcscmação de ações no tem·
po é Mtural para t1 J)()C!\IIl, tu-gumenta Lessing. nAo t
narural para a c:se-uhuru ou a pintura, pois o que earac·
tcriza as art~s visuui.s é o fnto de serem estáticas. Em
decorrência óessiL coodlçl\o, n'\ rduçôes énlrt as partes
i(IQin.dll!; dc.o um obj4ti.Q vit.uol s&o ofir.Joci<bs $imuJJ.a.
11ronrente a seu obsel'\01dor; c.<do ah para serem pcn»-
bi.d:óls e ab;or\1das c:m conJuruo e ao rnesrno ttmpo.
r.i3 dC:cada de 30. t'..e sentido de WD3 opos~çio
narural entre uma ant do 1nnpo e urna ane do cspac:o
lOI'DII"'--sc um ponto de partida b&sic:o pua 3\-'ahar u
n:ah7..3QÕCS ~utgUlarel da OoCulnn. No li\TO Modem
Plastic Arf. o priJncaro a U'Jlaf seriamente da c:scuJtu•
•a do sCculo XX. a 1U1ona, Carola Giedion*\'lelc-kcr,
\'OIIa-se intcirumtnlo IX'f8 o cart\,er espacial do traba-
lho cscuJiural. O ctllusiasmo de Oiedion-Wdcker pelas
renli7:.çõcs modernfl!l> dullhO:l Orle decorre de sua pcr-
ccpç5o d~1 <:rélii."CIIII.: purct.OI c<~m que a escultura IOi
touceutl'<\da em "KII ~.:umt._r cspactal à exclusOO de
quaisquer outras preoc;upaçõu. Em seu mod o d~
,..<r.
os recursos c:s:plciais da eseultun em 1Cm'IOS de t.Jgtu ·
ficado origtnavam-se Otltura lmcnte do f'l.UO de ser
ela
composta de m.'ltéria inene. de modo que sua própria
base unpl ica\a uma: nltO .Sào no espaço e Mo no
~
po, Hll observou. ao longo de coda a escultura mode
r-
na, fOtja r-sc manifcst~menlc um:. relaç lo entre
essa
matéri.\ irttrle cura slstc ma M l'nnf~ m~po
ao
a da, de mod o que liC cstab elcc. a. 00 esraoo eslAt
lOC)
e simuhiinco do cot•po escu lcura l, uma comparaçã
o
tntre duas funnas de qu~tude ; a Sllbstincia ~
c:
1m6\"tl do ob,et o c um sistem31úcido e analíttoO
que
aparentemente lhe h tw ir~ dado rorma. Eln identili<:o
u
doG! arittlde.! ca.minbol por mcso dos qwau essa cnaa
-
maténa fon levada • cabo em fins da &..'ca-
lilaç llo da
da de 30. 011 escultores haviam noali&'ldo o malc
rial
esllitico ··que r atra'lé$ d~ uma delibcn.da slmp
liftea -
çio dos volumes. quer em lCI'mCb cb dcslntegraçolo
da
ma~11n pela luz'"l , A obra de Bmncl.•si
fo1 o ex~:mplo
adocado pela autora da capocidode que cem o escultor
de rcôa i.r o ma•erial à simplicMbde: ,<Jiumêtrica.
ao
pas!IO que S111um Gabo avultava como o mais nh1d
o
expo çnte do uso da lu:t pelo construlo r para
:~brir a
ma.ttr-. .. Ull!Õil ....uue de sua ~r\l0Jl'1..
Contudo, se estt,,·cnnos intcressado11 em examm:u
as dalerenç:•s entre Bmt\Cusi c Gabo. !iei'Í insuficien
te
falarmos ape:lll! dos sis1emas op:liSIOS ~por
00 pana di~ a nut& la no ~ço
tful~,, em
*rato
e snnu1·
qoo. segundo llfC$111T'I trnos., a e11culturu habi·
ta rutural:nletltc. So~ forçadoS. cada ,."t~
la<de -·O......,...,.., maJ" a fa.
da forma por B13DCU" <ub-
ent(nrle urnll eondiç.lio tempoml dlfcrenl<: da de Ootbo
:

..•
seu J<roignific~UI<'I brotá de um conjunto intctramerttc J. llobtrl SIN\I!'I!rl ( 19311-1
di· ~..,.,-. t960-
'~ dt apdM à COn'lt1êocia cpe o
~ tem ~-·-SIII•Ll91
seu 1W'Oprio tempO ao \rivenctar " obra. No úux·ot>lftde ._.~ fllrt. (ooot'"de
e, V>~h ikllo (l...,l'r41t!CD CiOhl "''
Lc'l~ing: cvidcutemcnlé compreendeu
1~-.;o Acre~·
11 ' tou. à 'lln <:i\.~ dutt_nçào erue aru:s semporais
c c:.<pa·
I
...... -""" -· •

c1à1S. uma importante ad\'erlmtla: '1"odos os C<Kpo~


entretan1o, exisccm n.ilo apcnall no espaço máS tarnbém
no tempo. FJcs contumtun c pndem assumir. a qualquer
rn<"mcnto de suu contmuidntle, um aspecto diferente c
~\1l ocar-se em rclaçüc11 dircrentes Ca.da um desses a~
pectos e agrupamentos momentâneos terá sido o re-
sultado de um anterior c poderá. vir a ser a causa~ um
sepm~. cansm uindo , pona n1o, o tcnU'O
de wna J(:io
presente...• ,
A prt"nlissa subjacente ao estudo da e:sculwra m~
dcma que se ~la de que, mesmo em uma anr es·
pacaal. nlo é ~sh-cl sepnrar espaç<~ e tempo para
fins de nnálise. Toda e qualquer OJVOnizacão e<~(\tld:. l
traz no seu bojo wna a(unl JÇio i:mplkita da autur
mL
da e>penênda tempOniL A hos!6ria da escu l.., mo-
deroa eM ará inémnplew sem uma du;cussâo das con-
stqüênc•IL.~ h:mporois de um arranJO particulat da for-
ma. Na YC'fd:ade. a hiStária da c:scultWII moderna
(00)-
cide c:õm o desem-oh imentCl de duali ~oolas de: pensa-
mento, 11 fenomenolOgia e a lingúíslico ti1mturol, em
que: o sianificado ~ tldo como dep(nderue do modo
como qualquer ronna de ser eoot~m 1 cxpenêoncia la-
•eme de !ICU Opo..o;t () a simullaneidadc contendo :.cm-
pre um1 ex.pcnCllcia impUc11a de Mq(lb.cia. Um dos
aspec~a& r'l'taiS ood:\'l:is; da ettWwn. mocJ
ema ~ O mo.
do como manifeJII 3 con!ICt~ocia cadn vez mnior de
seus prJit tarUcs de que a escultura 6 um meio de cx-
pn:ssio p«Uli31mente Sla»d o na jUDÇio cntrt rqKIU •
so e mt'l\ 'lnml O; c-nh9 o temp o ca:pt\IJ"•do c •
~sa·
geo.1 do u:mpo. B d~sa ten~lo, que define: a cond ição
mesma da eSéuhura, que prm·ém seu tnorme poder ex.·
prt'$S Í\O.
A rnct11 do estudo que l'iC segue é crf1ica e teórica,
bem como hist61'i c-lL Minhtl intenção ~ invcstiQar a
organma~;lk> forma) c 8$ prcoc~õc~ «pre
utVM ôe
wn númc:to timltado porém rtpre Slent .tt\Od cobr3 s no

I Jhnbito do desem·olvi.nento da escutturâ modcnw. Por


eonscguinte, o ~odo uUlizado está mais pró<timo dos
-... -de caso- do que doi pro a<! ·- de""
p.100mm:l hiS1ónco. geral. E~es estuc1os VISall l ft ror·'
mar um oonju nto de <:onoeiloil que nJo apenas n,'\relem
as questÚés cscultur.us impUcrlllS nas obras parucuJares
cswdodos. mu qve
do modo·"~'~-...... -
..,bftn-
S« - -
mais ~de . . .
que compõem a h1MMI da e:.culnn do sêeulo XlX
É minha esperanç4 qu~: f.b ganhos obtidos com o
exame de uma obra ou de um grupO de escuJturas ro·
l:.lC1Qnadas compenfit\rDo n» ~rdns que esse ~todo
i.mJ>Iica em termos de uma unãlise histórica global.
NumC>rOSlOS' <"SI.'Il ltt'II'Mi fliW" tnottu :firnm nhr.'l ~ il(' ,'1 11,'1
qunlidadc n.io forum m<:luldos neste texto. ellqllillUO
outros de mérito mfc:rior o forum. 1Dis escolhas for.m1
guiadas peJa dcdsio de abordar 0$ ttspoctcs funda.
mentais que d•ltmgutm a escultur.L moderna da obra
que a arueceõe A,.1m. IK'Il' f"(C1T!plo, a oonrinuaçào.
século XX adentro. dt um nwnerr1o tradkK)Ml da
fogura- olo t lbonloda n<SUS JlÕI'nas ao bdo
dos demais mQII. uncn101 di~ Na mmha op•·
niào. contudo. as questôH reliCioudas à decisão de
representar a forma humana. po1 inrermb:bo de wn
vocabuLário. prim1tl\'i~111, i6Uoo ou arcarco, não são
fundamentais pam o tem:~ do prtSen1c livro. Ha,•'tri
leitores que ''erâo n i~ uma 001\<:epçã<l demasiado
estreita da c~ulturD moderna 'lbd;avia., tOrruu as com-
plexas manifc:liUIÇôts de 'una stnsibili~de modcrn ::~ o
que me propus- l!''(pklftlr t• t~h.o a esperan('a de Qll('
os problemas ex.pO!It~ no texto que se segue funcio-
nem como wn COOJW110 dt inH~Stigacôes significatl·
vas cfctwdas .. p~nde ma!J!S.l tb produção escultural
por me110 da qui ~e deu forma 1 essa sensibilicbde-
I.
CAPITULO 1 TEMPO NARRATIVO:
A QUESTÃO DA PORTA DO
INFERNO

Orttufxo. o q..co allànaoocrtf".oo de E.isellsu!iD


sobre a RC"o'OIUI,"io Ser. ~ttaca. começa com a wmad.a
de uma estátua. friamente ilununada contra um céu
escuro. É a estátua de NtCOI"u 11, o c:mr da Rússia (flg. J),
a qual o cinca_o;ta c:xplorll detalhe por detalhe. cons·
tnundo com ela umlt im1'-'om de poder imperial. Na
oena que se segue a CbSn abtrmra, uma multidão acor-
re (Xlta a proça ocupa<L1 pelo nlQnun~nto. Cingindo-a
d~ corcbs. 01; ,.,..uru.crntoc dorru bsam ";~ ed:itu~ de H'\.1
pedestal. nwn ato pelo qual !2í!ltnstein simboliza a
destruição dá cbn..'tiba d05 Ronl<lAO\
Nessa primelra ctna. Eisenstetn eqlÕe 05 doi~
J'lÓlOS de seu fil:mc - "-'duM rnetãforas opostas que
C1&abekccm tanlo 'UIIn.llbe da h-,gória ('.()mO o ev
raço em que au. iC do.ctu"ola- A muhidào e o espa-
~,:o real em que ela ~~e ~imtn&a slo chamados a n:-
J,C($ltlltal' o bcrót dJ Rc::voluc:lo, 810 passo que o inima-
lo!') ~essa Rcvoluçio ~ rcJ,rescntJdo como uma série de
hleologino; c esp;:tçoll formais, clKia qual simbolizado
JICir meio de c!l.t(ttwts. Nessa n."CI'inção cinematográfica
d.t lutá J'da mtHtllt~Ui,'i\0 do poder imperial na Rússia.
..... \'ll•,;u llum~t hvem a11 ....,.,es de nto~; c: há wna idcn·
II(IC*;Io ~i~ea & icoees puticW.U tom con·
~ polit;cas pomcubNs.
Thmo.. um cJoqüco1c exemplo de»a ICknnficaçlo
qunndn Fisenssein introdta a figura de Ktren:Jli, pre·
Mdcnle clct10 do Govtmo Provi.sóno que a~t~~oumi u po·
dtt-es dtlaloriois. Quando Kercnski c.sl:t post:'ldo na m-
ltll<ltl dit Mtht do trono do P31!icio t.lé lu ~rno. mscnstein
tnlt'tcona a cena, ultcmaodo lotmutas dele com as de
um pavOO. Significalivamctlte, o ObJClOcom o qual Kc·
maski ê companldo n.lo ~ um antmal viw). nem uma
represe&~- de ~..... dipmos. ou de
uma tapeçariA.. O p;do rnocru-ado por E.isc:nstein. ade-
jando uma cintilante plumagem mcti.lica. é um autô-
mato - uma ave moc.~mca de unnnc::ada c::ollStnJçio. E
o que E.istnstein pn:tende que o tspectador ,,eja. no
espaça daquele j/a.r/1 do movimento prec-iso da 3\'C:.
n~ i: umt~ im"ecm (le vflirllttlt> J'I'!Sl\Oal. m a~ !I ~i mbn­
lo de wt• ~cion.aliMUO \!ntpobreddo e obsoleto. Como
autômatQ, a a\'C rcprc5cnt.u o argumento rac:ionali.sta
d3 Grande Cadela da EJtilk.~l.'L, em que Deus. como
Causa Primeira do una' frSO, era equiparado ao supre.
mo rdojociro. Nc:ua uaJop.. a própria existência do
mecm1smo de ~'=""' (•nnboi.....OO a S3pC1Ibde
do anificio bumono) m ·-como J'IO''I do k\ei<O
e "'Bom OcsíJ'plio'" de um mundo inlrinsecamente ju&-
to'. Para E1sc~1em, cüe atgWT~ento idc:ntirJCiva-sc:
com uma ítlosofia J)()IÍltcl oposca às LUudaoças e com
wn propósito de usar as "ooiw como são" pam legi·
cmtat a opressão. Quando Ken=n.o;ld entra na sala do
1rooo, o fa~ para rcincrocholr arena de mo•1e nas lci3
da Rôssia.
l!m outroll tn=cho!l do filme, Eisenstein explora
V~IU~ li!JW d~o: ~uhura. iiiiiiS1:U:t 'k N~l\:iv, r~,gu­
raS de Crisw e ldolos pnmilívOS:. A c::ena altura. Dl06·
tn soldados do sexo fcm1nino, que deftndem o Pilo\~
CIO dto lnvnno do llnlnC1liC IWJUC botcbcvtquc:. A
""""""' du>s obms de Rodon· O />li)<> • O idokJ .,.,_
NO. UsaOOo essou. açu~nns em suas ''erSÕe:S de mir·
~~ F.ism.'ikm f<Koanfa..u de modo que pareçam
m:.cios moniC$ de t:.anlt, que as mulbcres fitam c:om
u•n fak'ínio CtUbC'\ocido e e:<1asiado. Com esse recur-
~~•. 1-:ncnstctn fdmu. um ~limt'nto que ob.,.iamesne
._, ,,,1n m1t~ um:• nrn.t:Lisn• mciOtm d.'l.~ fanta,.iss amoro-
• ... Jlll'\~·dl•"·
cIU'J'L'(Io fundamental dessas esculnttaS - e de toda
•- ulhJhJ pam l•bcn!ltein n.lo é sua qualidade mimé-
uca. nAo ~ Ali capacidadt de imi1ar o aspeao d! carne
em vida. mas seu poder de penomrtcat ideias de a~icu­
dc:s. O ~o búico de F..1s:eosteio é que a esctd-
on. a anc em J<nl t I\JnclameUmcn~e ódeolóp:a.
Um!l das IIOmU do aiUSClt nnual de represtnta-
çõq escukutais cmprtpclo em Oulllbro é a inelus.\o
de Rodm. l.uo porque: .sua carrtin. que •e-. e fim em
1911, exatamente U v~pel'a) da Rco;·oJoçio celebrada
pelo f11me CJe bJCn..o1tem. produziu uma ane intensa-
mctlte ~1i l 10 rncionahj,mo. Vis(a como um todo, •
esculturu de R.cxlin fo1 o primeiro ataque extremo ~o
1ipo de pcn::kl..mcrlto representado pela a\·e mcçãnica,
uml'! idoologaa profulkl<.~mentc arrajgada oa esculturn
noocldn;ica, quo perdurou em q uase toda a csc.uJtu ..
ra onoccnl181rt ltlé ll obra de Rodin. O modelo raei011<1·
lista, ao qual !oC prende o nooclassicismo, traz dentro
de si OOi:. PI'C!I'~11J)OSlos bás-icos~ 1> contexto através do
qu[ll o cmc:ndunemo se desenvolve ê o tempo; c, no
ctuo d1 C!ICuhuna. o contexto natural da radonaJidade
é o rell~\·o.
Os a.rgumtniOI &Ogacos - procedimcruos do tipo
"'!~~e X~ mt.lo r '... tq;um1 um desenvolvimento tempo.
ral. No Amlco deste llpo de nociodruo csá a DOÇ<lo de

-do
cau.,allcbJc:. do "\"ÍN'IIIArn~ <M' ~f<edloc.~ WM ~USG$,
que doepcndttn, pn; !!CU própno nlacionamento, da
tempo. """ >«Wos xvm <XIX. piluo-
rn t ~ui~ amb~~.:IOSOS acc~am sem contestar •
~de que o ~po cn o meió através do qU3.1 • ló-
gtca dJ.!IIn.,llfluçôe!lsoc:iaJs e mora•s se m-c-Ja"\'3- dai
11 po!ti(lo de ~taque que éonfenram ã pintura hi.siO-
rW:a corno &fnc'ro e~ monumen•os htSIÕric"os. A his--
tóri.ll em <:Ompr«-ndida como Urna espécie de narrati~t<l,
en..·olvcndo a Prosr~o de um oonjunco de stgnirica-
do' que 1t< reforç;un e ;c eJtplicmn mutuamente. e que
parecem movtdos por um mecanismo divino rumo a
u1nr• con<:lus:'lo. rumo :•o significa do de um aconte<::i-
mc:nt(l
A5Sim. qnanclo Frw.,.,.. Rude foo incumbido de
t~ma das ocuhldl do Arco do Trianfo. c::c:JflSMk:rou
que ~ trabalho nasccndia a simples representa·
c; io de um momcnlo da Revoluçlo francesa. As asp•·
.,,~,.úe~ j:)('lr tri.« da Mtrf"(t>/lt,..<ra, também oonJ,ecida
t um(l A partltlo dos ~Y)/tmt6rios (flp. 4). de 1833·36.
111.ull ulOI.Icl:.~r a compO!!içlo como uma espécie do
\otiW klllllOI'td cap.1/ de pcll(trar nlé m da dcsónlcm
•I•• tllt.:ltk-"1\h.'~ 11i~t61icoq c revetn.r-lhcs o significado.
.,.
Tll aspo~ ~~-por Rude com...,. COO·
ter~.,orlneos.. fora artiCUlada no final do ticu.lo XVIII
por Gonhold l..c:ssing.. A obra de arte '·rcu.al, '"em s:uss
composições coexistcntcs-, argwncnllr\·a, "ni\o pode
ut•hur mais que um único momc:niO de eçlo c, por-
tunlo, deve t'SCQiher o mai.."i fecundo dele,, 11que!e que
~ maít !IUgcstivo do que ocorreu Mteriom1ente c do
que deverá ocorrer na seqaêncm"'· Na Mtm'l~lltesa,
tt,u(lc consegue captar esse momento. abliOhlti'Unentc:
lê:çundo, de fonnas focaliza~ at~ um ponto de inten..
stdude absoluta donde se verd cmera•.r cntlo o ~tgrufi­
cado, ligando cs.u composição JQ1jcular oos acontt-
cimenkll que formam seu passado e seu furuto.
Pan at1ngi.r esse foco, Rude orpruza 1 cornpo6i·
(lo em tomo dto doiS eixos: um t'ixo hori:Eol'lral~ que
tepr~ra o f'ri:so de so.Jdadc::$. na metade infcnor da obra.
da forma estc::odida da vitóri.a alada que ocupa todo o
ampo superior; e um eixo \-crt'IQl, que apruma o
eapaoo panindo da c::abeçá da vitória. pussando pelo
meio de ~teu corpo e descendo att 1 junçlo dos do1s
soldado~t eentrajs. O siguificado do composição - e,
oonscqUcntemente, do momento q 1.0 rctrllln gim em
tomo do pónto em que esses dois ebtN se imcrcep-
uuu Rude produ2 a senr.:tç:'ln tiP " m n\0\' imento do-
rot.açJo em torno do eixo \'trlic-al. sobrepondo os cor-
pot do campo inferior de modo a formamn um semt..
c1reulo A hnh» dos soldados ~ cntc1'Jir da a~
ma domm, do proprio plano de fuodo do 11<0, <....,...
.. - - pora • &ente ' medida QU< .. desloca
pon a e<qumla. O pooro em que.,... ..,... ele corpos
elin.ec sua c:risu é o ponto de COI.Uio com o eaxo ~oer..
tical. e:nl que as duas í~guru CCillT'IiS rtcOnhccem o
a.imbolo d& vitória. Nessa juoçio. em que eles espe-
lh.1m B 1magcm SUSpensa acima dçlcs, Oi soldOOos
parecem dctec o Ouxo borizontal do mov•mcnto no
l.l!lp:l çO e no tempo. F.x.plorando o rt.'<:urso fomlfll da
t~inlCII ia, Rude cria um ícone que in\ represenlar um
mcwr.entO particular: o su,.PmcntO d:t eanc;ciênc:ta dó
significado da ~bcnl.ade. E enLio. ><guindo pora a .,._
quetda ao longo do frio,o bon7.0n1AI, as figuroH pare.
cem continuar seu n'tO'\'imenlo, dessa yez em dn-eção
ao futuro.
A organizaç3io da Mar.l't'ihesa é ess;enc:i.'llmentc nar-
mtiva. Os diferente!! gttlUS de relevo, QISOlamento dos
fl'l\lmbroe d::ls 11sur'*!l pcll' m lomlotocho 00 pl~nej :lr\"oe'l\lo,
a fim ô: mtcnsificar o efc.:ttO rilmlco dos geSlos dispos-
tos on partS.. a t~nsio cture o movimento lalernl suge-
rido pelas figuras da pane tnfcrior do campo e á rigi-
dez da figura supcnot. ~CmC:ltwtte à de um icooe -
c:udo 1SSO são~ pekb (lu:u~ Rude estrutUra a nar-
ntn<t para o observaJor E o eMC:or::ial para a~
laÇAo dessa oamh\'3 é o fato de a obra ,er em tde\.'0.
ls5o porque, por $\la naturt't.a ~MS~na. o meio de c:x~
pressão do releYO po!:!>Mbthta • lettura da namrtiva.
A frontalidadc do ~IC\'O obriga o obstr\'3dor a se
posictonar dimametUC dianee da oln !)ara vC~Ia e,
dessa forma. assegum que o ef1.1ito d."' oompostção de
modo algum seja dilutdo. Além dt!ISO, o meio de ex·
pressão relc"o dependi! da r~ l n~lio trure as figuras cs-
,.... erubo:; I" tf'u l'l:~nn ,, f11ntln I ltn~ ve;o; que se com-
pOria como o fundo tlu....iomstll de uma pintura. esse pla·
no abre uoo espaço virtual o~tra\'é:. do qual as f~:guras
podem dar a in~ de ,e tnO'Io uneowem. ·~s.se
lllO\-imeuiO - a ap&Rnte crnerséncia do fundo par.ll
·I\"111C -O C101ftor pode: proJetar OS \-alortS temporal5
da •wntro·~-. Mais ampocUntt. o meio Rlevo i:nteriiga
a' lloibilidade dl escultura c • eomprttnsio de seu si&-
IUfK.ado. J)()Io.:, do ponto de ~ç~único, i frente
da cobra, 1mbs a~ irnplicaçllb gesru.us. lodo o .stgmfi-
' .t,ln da fonna scrilo nccess:.namentc transmitidos.
<) rciC\'(1, porlmllo, penmte no t)bsccvador oom-
l'h'•·ndt.-r t-inmiUu'lcluncnee d uu.~ qualid3dcs t:'CCipro·
, •• .1 loJ•tna em :;w. co.·o1udo no espaço do plano de
fuodo c o sipirl<ado do 010111<111o> .,.,.__em
KU c:onrexto histórico. Muito embon o obit'r"\''ldor
nlo te de$:1oque efeci,;vnente c:rn •orno da ~hura..
recebe a itusio de dispor de tiDta lnfom,çSo quanto
tena k pudesse cireunavegar as formas llllvcl mois
a~nda. j â que lhe é dado visualizar. em umn ónicn ~r­
CCp(âo, umto o desenvolvimento das m:.JL"IlS como
IIUil copocidade de exprimir um !tlj!nlf'irudo Se a atl-
tudc do escultor para corn o relevo 6 a de um narrador
onisctcnte a. comentar a rclaçAo de causn c cfeilo dàs
formas, no espaço histórico c pl'stioo. 1 utitudc cor·
~spondence do obser\'ador é ddi.n.idra pela r'lalurua
do proprio rdn--o.: o obscr...dof assumiri uma orus-
amtaa p.v.t.leia em sua latura da obta em .oda 1 luci-
do dtsa.
Com deito. os teóricos ot10CC:011~J que r~
ram acm:a da escutrura Jlf'CS(1'CViam que toda fom\3. s ~ ~ 11...0. 1•1
fosse c l.t independente ou nrto no C)p;li('O, <kvcria al- A (IOffHJ(> it'JIHno. 1110 I
ll!cl!u!t>, S,48 m •l6~ mo ti
cançJlr a cla.reota que parece constilutr 1 cs~ncia mcs- ftll.\t~iM~'"'(II! Atl fi
mn do relevo. "'Todos os detalhes da form~ devem reu- A J. 1\y.Jn. l(JIÓI)otlo d.!t '" 1 h

nir-se tm umn l'onna mais abrangente... CS<:rovc Adolf


von llildebrund, ..Todos os juízos parttcularell de pro·
fundic.l!tdc de\un integrar-se numJulm uniláno. abran""
'..:ntc., ci.:. I)I'OfiuWi..W.J c. De mWv qm:. em OtUma an•\-
ltSe, IQcb a riqu~:.ea da forma de uma flboum aptesenta-
K a nós ClOmO uma continuaç-00 para ri.' de um único
e ~lqllts plano." E :teresoetalt= "'Onde lloljO n5o ocor-
~. ~~o efeito pia:órico umtino cb f'8Ln. \'m.
ftea·~ mtio uma r.eodêocia a dutldM IQUiiO que não
podemos pc1'CCbel • partir do""""' poo"' de,,... ~
~te por meio de uma mudança de po.~çlo Dcíis3 for-
ma. IIOmOS levados a co-otoruar a figur• li.."m q...e ja-
m~t!l ~;e-jamo!i capazes de apreend~la de uma vt'z m.
~ua lolalidade."•
'fi•I. portamo,~ o sentido em que a lave mec:tnica,
o mnômato dourado de Outubro. vuK:ula-se Oescultu-
ra de R.udc n.'l Mltrstdhesa. O auiOmnlo fn1. pa11e de
um lt>l<munho <la ordem do mundo. A copo<ubde do
homtrn de criar a 3\'e é utili'*'- pera proclamar sua
COpa<M!.'Ide de COillpreel>do:r, por an&iOjlll, OI e<forços
do Cnador do mundo: Sua cngcnhos.idade fhe propor·
c:iona uma OO.c.e conceitual segurii na 16atea de um
dctfgmo universal. Da mesma IOrma que • 1wc mecl-
nica traz em si a aspiraçlio de compreender. via imna-
ç.Ao. o funcionamento iOiemo dú nature1.t1, 1\ rf'ilt~vn ri..-
Rudc nspita a eomproe-nd~ c projet.tr o movimclllo do
tempo histórico e o lugar nele ocupado pelo homem.
A 011e Mrrab\--a do relevo é o meto de t ·qm!lls.io de
Rude. o que •orna essa obra um pAtadagma de toda a
b("Ullum do $éculo XIX... exceto a de Rodm.
Ma. por que n3o a de Rodin tuni>ém• • .,...... po-
dcru pet'J\Imat. Em ceno sentido. a tai'TC'II'1 do Rodin
~ IO<almen1< de1mida pelos cstOrços qo< dedicou a om
ún•co projeto, A fXJ1f11 do inforno, mtcaldo em t 880 e 6. llod" A PWtl# do .......,.,
no qua ltrnbaUlou até a época de sua 1nonc - um J>rO- ·~· (. 1880 l~r~• •A\
1 m • 0.63"' uu_llllth, ..
jeto para o qual praticamente toda a sun t-'W"uhura fot (l-OtO ~lt'r' (--.,UI
ol'igintlhnente criada. Tal oomo A Marsdhc.ra, A porta
di, lnfonto (llg ~l é um rele\'Q, unm OOoornçno e<Jculpi-
dll para um conjunto mouumeniJtl de pottas ltue servi·
r~un de tntrttda a um futuro museu'. '1\mbtm como A
Murnlht-~·o, a obm estâ vinculada a um esquema nar-
r.th\ o. kndo !Udo encom.endad:~ como um cK:lo de dU$--
lniÇÕC5 da D;."'-intt COttJidio. de i)Qnk.
No inielo, Rodin scswu. para a Pona~ uma eon-
cepçlo que obedec::ia às (;(lm-cnçôc:s do rtlt\'0 IWT'ID·
~ Seus primeiros esboços arqt,utttÔDJCOS para o pro-
J(tO dwadcm a superficie externa do portal em ou.o
painéas scparacb, c:ada um dos quar5 C()nlcri• ttleo.'Os
NmUi\'OS organizados scqDencialmcntc. Os modelos
C\·idcntcs desse ronnato eram os grond~:11 ponais re-
tUiiCtntistns, panicuk•tmente n Pbrrn dfJ ,mmÚ'o , de
Ghibct•ti, paro o batistério da Ctttodrnl de Flo•-enç.o:~.
Cuntudo, com a oondusâo da terceiro m.aquct<: de ter-
rxoca ts9 ~- fiCOU claro que o unpul.so de Rodin era
no .se1uido de repr~ o flU\O do 1empo seqUeocial.
'lessa maquccc. A) dJ\tii!IÔl~ entre os paioêis isolados
foram suprinu~ pn.ltc.amcntc por oompJe1o. ao pa.Y
so que: um grande icone ~...IAtioo (oi implantado no
meio do espaço dnamttlico. CompOStO por uma barra
horizontal e umll haMe v<:nic:al, encimado peln prée·
mmenté m..'lli:S::i. vct·~i.:u_l du 1\mwmlt»·, essa imagt:'m .-r n.
cirorme tc:m o C'fe1to de ccntrnli,.nr e aplainar o espaço
das pOftlS. sujeitando toda.ii as 11gu:ras â sua prc:sc-nçll
abstrata.
Em S\&li \'trslo fu\1.1. ~ ,.,ra do inferno resjite a
toda$ as teotath~ d.: ._ temprft'ndids como uma
nmn:U\"1. cocrcnte. Otntrc • ~rus3o de grupos de
fiJUr~S. "'l'QQtntc cb• estio dttdammte relaciooados
;\ oarrati\'3 ongtnal da f)f\·ma l'OIMdio. São eles os
grupos Vgolmo t .\t"ld fllhM e Paofo e F~co
Cft9.1J, ambos lutando por c~opaç.o na metade inferior dJt
pona esquerda. 1~ mc11n10 a 5ep11ração e a inteligibili.
dlk.le dessas duas ..CCOil$" n~m comprometidas peJO
f:uo de: a rigunl do rilho moribundo do Ugolino ser
um duplo da fígurtt de 1\ lolo'. &se ato de repetição
ocorre na outra port", em que, na me1t1de da parte in·
ft:riór direila. tl.J IJtdal. podemos ver o mesmo corpo
m::LSCuhno lfiCJ. ~. numa e\tn!m:l di~ diJigindo-
..e p;ara o alto. Em uma de 'luas 11pariçôei. o ator 5U;:,·
tem utna figura (~mtOU'II e~ttrada. As costas dele a,.
t5o arq~ pekl es(orÇO deut gesto. e a tensão ao
klfl~O da supcri"Kte de WO IOnO f: COI'I'Ipletada pdo lnl-
pu)..O fl3rJ tri.~ de - . cabeça e de! seu pescoco. Essa
fi ·wa. quando fundida c o.tblda 1so13damentr do por·
lltl. m:chc u nome de O .filho pródigo (f.g ,). Quando
•tt•rl:tda à ftgur01 fc:muu na e roorientada no espaço
'"111 rçb ,;.-.o no corpo ckla, n fígum masculiná torna-s~
plll h ' d ~..: um grupo in11H1llldO Fugir Amor lllg.ttll. Nlt
••11• 'lku• li.• I'Uli.J dU'til1, o casal que compõe o Fu
I lwul . IJ'.trCt:C dU;.I~ \ICIC!I, ~em nenhuma modifit.::t·
7 [SOJli'OA ~<do li IH
lli""""".."t<ll elo Ooilrd~ I
....., ""'.t.-at_.f .. M
.,._ . . . . A. , """'' ,...,.,
rjl~

..._ -........
• [JiTIIMl Olllrta.... •
.........., t:iltõltle . , . . _

.....- - · ·.......!14
.......
· ~,..,.._.

Uot•·a.·- ..._
.._~
ç.lo. com e~tceç;1o do Gnauto em que C'\ta relacionádo
1;1 plaoo de fundo da obra E~o~ie duplo aparecimento~

n.,u..·d. c a ptópria pm.btlncaa de taJ duplicação Mo


p ~ 'ôt'ftrmpccacDcomo ecldm&al.Anles. pamxdc·
now- o mmpunetii.O do pnncipio da 9ngularid;aôe cs.-
ro;o-tempocal que t tan ~-n:qubiro da oarn~r.-a I~
.....~.uma \-e7 que a dllph~,;.-,;lo ttnde a dot'SU\Iir a~
ththJ:tdc me<oma de uma IICqiiêncut narrativa lógica.
N•llOI)(I da Pnrra. Ro<hn recorre novamente à es·
I• l't}'l·l da rcpcllçOO. A h. A,, m;, sombras (fi9. 111 sàiJ
uuu• ~~r•\:-..-;:ntac;<1o ttllllicc <kl mesmo corpo -trê:. fi·
u•u ,, 1 11kn1u,:as i ••,• tli:uU.kl~'lc o partir do ponto em 4ue
~~~ ht.•,.:•h ~~11U..:Id1r. c..tcndillos se encontram. De~
ta forma. A ... ltiJ J<lnlbtru fimnonam como uma pan)-
d•• da tQd,ç~o de agrupar fi~ tnrhces.. tiptca da
CC('UI!\11'1 ne«Jássica..
'o deicJO de transcender a mformi('.IO parcial que
qu..'IIQuer lbpecto isolado de uma ftllura pOOr tmlhlni-
tlr. o ~hor neoclãssico d1visa cSI •U'~'-~~~~ Jlarnap~·
l)Cntar o corpo humano de m últ•pi~L~ VIStas Seu inte-
rcllsc no~ I)Ontos de obscn•nç.llo m\'•lliololl flro\'em de
umo çonvicção <k que de\-e cncontmr um ponto de
vi~na ideal. q,ue conterá a totJJidadç dJ inf~mn1~0 ne·
~C):~na a um.'l apreensio conccttual do objt-10- Dizer,
fMl' eumrlo. que alguém '"sabe"' o q~.~e C: um cubo. nAo
p4xlc ~agmfieu simplesmente que o 1nd1\iduo viu
&ai objdõ. pots qualquer obs-en·I\.-Jo uru<a de •m cubo
f: ncc~qMamerue partia) C' aaoomrltta o pr.valebs-
mo ~uto dos seis lados e õo.c.e , C"n.~~Cct ~'l<nC't.t1
10 1i~urtcado da geometna do cubo J&nui~ ('IOdeni
k'l H ..... dado por uma o~ aç.io únlc:a. O oonhect-

ll ['S()U(MOA ~~~ A• 11•


SOl*~ !filiO"'-·
1.881TU I.«Jm•O.Jt.m
....sa.IIJ:clll\ Plllll.
mento que se tem 00 cubo deve ser o conhecimento de
um objeto que ll';)nsccndc 1as p1u·ticularid.'ldes de uma
rcrspoctiva úmcu., da <IWtl só se 1>0dem ver, no mbjmo.
três lados. De,•e ser um conhecmt-ento que faculte oo
Uldividuo, em c:crk) 11entido.>, \ll:'r o objeto ~ ~rtlr ri"'
todoo os pOntOS ao meotmo tempo, compl'"«nder o 00.
1CtO até mesmo cnqw.n1o o '""l...
No cla$::.iciss:no. a ~tndtnc 1a do ponto de ' bta
.uaK.'O C'OSQUM\'11 ser 1r'Madl ophciumenre. peb ullh-
.-ção de ftguras ~ nn plt'C$ ou tno:s. de mo-
•lo 'lut a \<i.sta frorul de uma fi:ura tta apresentada
Jll'flUltancamcntc eo.n 1 vista posttnor de sua contra·
I' 1T1~ Sem óeslnur a ~t1ngub:ndadc da fonna indivi·
,tu.d. surge, então. a pertepçlo de ''m ideal, ou um
l!p•~. ~cr1d'ioo de que cwdn figuro •solada ê vista como
p.,ttlufiC; t' a pnrt1r OOli> rcpre!ICnliw:lo em ~üên·
1•••. t•m u1na ~>~ri e de rotm:ôes - o sigtrfficado do eorp<>
e
•hhu io c~abcl ccido. Durante o inlclo do sêculu
XIX. nos 05<UI1Ur11s O«>C!i»Ka. de (1001> e Tbo<·
-.-akh,tn n=presernodaAs trá &rvfUJ 1'9 ,,.,. depa-
ramos com a manutenção dessa CJadJçio JUI'It.amente
eom o significado que lhe é rntpllcito. O obser"ador
nJo vê uma mesma figura em rot•ç5o, mas sim trés
nus femm inM q tae representam o COI'J)O em 1"'1 dngu-
IM dtferentcs. Como I)Wn relevo, e:.sa rcp~scm3Ç.~O
dilltnhui 0.~ I':Ol"J'II'K"' longo J e um pl.11n0 (I'Ontlll \mtoo,
de modo n ser instantaneamente ICQh,·el.
A pcrsist~n<::ia dessa estratéab como umn aspi·
raçlo da escuhum ocorre décadat IJ13J) I.Jt<.k no con.
JUnto d• Carp<:wx pora a fochada da Ópera de Paris.
Ab. na DcmçtJ k '~.de 1868-69. aa du..t.a ninfib qoc
bdtoam. rljUnl - - ~ dcoempenlwn poro
o - - um pap<l rooiiO femclloante lqud< qae
hntam de"""J><Qbado as Graças de c.-~ F~pe­
lh•ndo a postur1 uma da outra, as duu fiiU-f'IS giram
em contraponto, expondo à "ista a. p1ne' ltonllll c
J>OSterior do corpo. A simetria de Sçu movimento pro-
pore tona ao observador saLi.sfuç..io pela pet-cepçAo
coull dll forma e pelo modo como ela se funde com a
IIOCilO dê equtlibrio q ue pcnncia toda o composição.
Muilo emborn rompa com os qualidude'l 'iUf>CrficiaL'I
do ~::~t i lo ~M:o»"-..v, A úunfil m•rutm Mlàll premi'i'I3S
impllcttM e sati.sfltZ, $0b todo:. os IL.'IpctCos, a máxima
de: •hldtbnnd sobre a ne<:ess1dadc de IOda escuhwa
obcck~~.:tr 105 pnnc~ do rdc-.o.
t • n»obedilacia de: Roc111 o....,. pnnciptoo qu<
IOI'NI ...tf rrb s.otffbtus uma obra pcr1Wbadora. ~la
s~mpk:t: n:petiçio da Mil"""' f~.gun. m 'eus. Rodin
renra do grupo a Jdêia de rom~içlo a idt-ia de um
1mtnjo rhmiCQ das form.as. CUJO oqu1lfbrio pretende
fe\·elar o tagnificado latente do corpo. O t,.o de sim-
pl~mtfUC altnbar três exemplares id~n 11 cos dn form:~
humnna, um em seguida ao outro. niio <:Otllém n11da do
11 igni fict~do tradictonal da oomposicào. 1!111 lugM do
4n&ulotângulo iJwers() pn:tencUdo por C.u.nova ou Car-
peaux, Roctin ;.,p<<o àl..,.. Soool><w um cmbowncn-
10 in.Oex:ivel c mudo Fa1 lJ*) com a ch.sposJçiO siJn..
pies, quase prim_rttva. dU 11\.'s c•beçaS no mesmo ní~
\'el. oo com a estranha ~ içJo dos pcdeslais i<lêoh-
oos - porém separados osobre os quais se ctgoe ca<b
membro do &fUpo. 0; en&tnho&OII arranjos de CMO\•a
e carpeaux tln1uun fc1\0 tiS visllls extemas de suas fi-
~;urn$ parecerem lrclniJpiH'OnhMIIl u m Sl:'l)ri(ln rll" ~i en i ­
ficado interno. Contudo. Daparcn•c llimplicidade de Ro--
dio dota suàs ri.gums de um sentido de opacidade. As
Sombras n3o cmam entre s• urro n:laclio que pare<..,~­
paz de signiftCIIIÇ3o.. c.k cnar um 5ipl0 ttanSp31'C'Jl1e 1
.... $igllificado Em lupr di- • rq>etição <bs Som-
bnu mlunda ao criaçio d< um s i g n o - auto-
n:fereo-ze.
Ao daJ a unpreulo de nlo ofere«r ao obscn'ador
nada além da produçio triplice do mesmo objeto,
Rodin subsUtu• o oonjun1o narrativo por um conjun-
to que. nlo conta coiw. t\lguma, além 00 rcpetiti,·o
processo de sua pr6pria criaçâo. A.11 Sombro.s. que
fíguraJ)l como urna inuoduçno ao espó\ÇO do potta1c,
ao mesmo tempo. oomo "'" clima:< desse espaço, s~o
1ão hostis a um impuhlo numHivo quanto as "cenas..
que transcomm na !!Upcrficie 00 portal propriaw~.:u·
te dlto.
O corolário da propo!l•.al çQnf~ narrnti-o.a dt
Rodin é o tdlamt'nto que d! ao rundo real do te1C\'O.
pois o pboo de: fundo da Pbna simpksmcnlc olo t
ooncebióo como • mM:nJ11uUonuta de qoe cmu"U'I
Ollio figuras. O ~\c\'0, como 'unos, deixa s:uspcmo o
'-olurne pleno de wna fie:un a mtio cammho entre sua
projeção luerol acam11. do fundo e sua existência .,.,r
uwl no ·•espaço.. do fundo 1\ çonVC"nçàO do rclc,,o
c~~:igc que nOO se IC"o'C n.o pé da letra o futo de uma
figura cslar npcnas pnrclt\1mentc liber1a de seu sóhOO
tnloruo. Anlcs, (I ru.ndo de um relevo funciona ctliUO
•• r'l'no Jc um quadro, c e mlerprewdo como wn cspn-
·-------------------------------
(O lbMo dll que se eoeontra a atmo;.So da parte de
ris ck um rostO ou de um corpo.
Ao longo de todo o SIXWo XIX. 01 ~hortS bUS·
can.m continuameU1e fomec:cr ao obser\OOor infor-
mações acerta das faces não vi.suts (c evidentanentc
imposslveis de ser) dos objelos in lcttol cmbultdos no
filndo do relevo. t>Jda a incontestávcll'ronl.il lidade do
rl'rll'!w'l, ~~~ infonnaçôe~ tobn! o t~do ocuh o d11 fig ura
dc\.·erilm vir simultaneamente com u ,,ercepçilo de
lUa fucê rrunutl pelo observ1dor. Urru• das e'lmtégi:ts IS CUI(IfA fl•o,..,. L1._111
pon consegui.. lo já foi aa.nunac.Ja por nó.. n n:pn:sen· (18oW--1'91&A ~... C I
Eft:r'0:. 48Jcm' Jl. I em
ta~lo dl tOC.:'lÇào do corpo pot incermédw de uma série

(OC'Q'll(io tambêm en: fomcc1da ~ c:ada ""z ---


""~~ ,.,._,..d "''
de fiauras.. como nas Três gnlfcu. de (at'l()'<la, ESSil m.. ....... J 'NfM:1 . . . . . .

........._,_
maJS. '~ ()ni(lolo& Olllr.A . . .
armu do século XIX - por metO do UIO mtcnciooal 1114t0z;a:d ( I&U IW I......
de sombras reais fii'O:Ieladas SIObrc o plano de fundo •1.11"' u ........... ,...
. .

...,.. ..

pet()) ekmentos figu.rath os em relc\'O ~ ~n:t.fi de


<"'•
Thomas Eatins de éenas de co:slwnes corucmpori·
nc:t"i tt9. l5• ou as placas de Hildelnnd com 1emas da
AmiguidiKie (fl9- "• são marcudos por um impul!iO for-
m.ll umficador. Quer obset\'Cmi)ll :1 obttl de um nrdcn-
lc re••ll•na, que•· a de um decidido clas11icii11n, veremos
que as formal> ~io nrranjadas de modo que aç ~mbras
"'"" da~ proJetadaS (111 ijam a atcnç.1o do OtKervador
pam o~ lados oculto:~ c ul'J·tsi.,-eis d.b Ci~'\lru.'<i.
F.m Wl1l c::!IC.:ultuta de \tedar\lu R~. '"ntc"mpoci-
nte 00 trBbaJ}x) •rticial de Rod:tn para a llwtc1, o uso da
JOmbn prOJf'ta<b fUDt'âona dl ~ ronna que em
Rude. F..alins OU Hiklcbrand. fOI• sua "«r fi/Jaodor-
llftndo tfio. U) conttm não dob. ~ ~ citme'ft1M fi-
I'Jr1alf\'Q!t, O J'llllll(ito é o circulo IC\l"'nen1t avoluru-
do da cabeça tb criança.. O segwuio ~ o -"C11SU1til1ecido
da f1ce feminina, em qoo as fUflnll) c6nco'\•õtS e COfl'\oe-
JCO.i da lestn, bochecha e boca clltào reunidas den1m do
c;c)ntomo ~uuptes do pe-rtil. O terceiro, :JiluJdo entre
11mho11, é o campO da sombra projetodll i')CIO mJe sobre
o rostO do t'ilho. O surpreendente nC'.~:• ~ombra é que
el2 nio fwcjom.. como Nn.l de ~ tspenr, wntroduzu~·
do uma quantidade de ~ \-U.O rm formas cura-
db da escultura. tampouco ilol'nindo como wn fulcz\l
de escuridão em que os doi( \'~.Jlwne,. banhados de luz
::.e equilibram. Lm l u~r tllll.'!(l, a 50mbra produz um
tesleUlullbo visual do ootro lado da enbeça da mulher.
As superlicics t~ I)Q~l"" da~ faces. que çam.t ;:un n
1cmbronço c:ontlnu.J do t()qu~ df'l ~11cultm ~o mod~U ·
lllS, <:onvertem-sc. por cmhn da sombru, M mais in·
tensa e pungente 4r<a de l(l(jUC' o contato emre a face
oculta da m.ic c a tCl>ta i."1\C~tl:t dQ filho. É <:omo ~
Ro:.so ~ que 11.io ba:sta'a ntrair fig~.t."nU do
r,IOdo do rdc'\ú. eh: tambem romctt dados sobre as
áreas de truração ~ de '-11 modo na matéria da
t~c:uhura que nem sros dedoe J)C'I'III.'U\UIIC:I nem nosso
olhar as oonseauiriam ak:aDçar. Scpnmenee faz pclr·
1e do ~1gnificado prckOdado por Rosso o fato de que.
para além do bnlbo de sua mode~em. que penni1e
que a luz exponha e penetre ILII !lupc:rflcleç por ele
criadas, existe uma regliio uwish'CI d..1 runna. sobre a
qunl d e é compelido a foruecc::r iJ~rorrrn•çôes'.
Já n :~ Port-á de Rodin. a 11ombro p•ojclada parece
cnful i.~:ar o isoL1rnt:nto e a in<kp."'ldêncil'l de figums com
('llc::no volume em relação ao fundo do relevo c reforçar
nossa impressão ~ fundo como um objeto sóhdo
à pane. uma etip!Xte de ob.Jt1b que n1o permitir-' a ih•-
são de que alguàn pode Cft\eTglf, att1."és dele.. um cs-
pac:o aiCm.
AJém di580, a 110n1bra realça" unprcssio de que as
(jguras sâolu1cncionulmc:nte fmg:ntentadas e necessa-
riamente iocomplclas. e nllo apcna.<~ perceptiV<"tmentc
ine<>mp1Qil.ll:l. como •m lto11...0 Com fi Pnrtn, '' lluu\o
de um rele\'0 atua peta primcara. \le2. no sentido de seg-
mentar as ftaura~ que com~. de apresentá-Las como
literalmente trunc.a.dlu. de ne&ar·lhes a ficção de um
espaço virtual em q~.~e po«m dar a tpQriocia de se c:t.-
pMidiJenL Putanto. a Awfa é dcspoj~ sim~­
. - . do npoço e do 1<mp0 que """""""de supor·
a: para o cieservobr de uma l'&lfJ'3ti\.'3. O c:spaço na
obra é congtladoe unohtl1ndo; b rtla(:ôest:empan:~
~ c::oodu:vdas em dueclo a uma densa ausêocia de
c1Jre2A.
f..xlstc: aiOOa um outro nivel em que Rodin desen-
' \'Olveu CS$e veio quase pcn·erso da opacidade: o modo
como re~ion:wu, ou dei'(am de relacionar, o aspe<:to
externo do corpo à IUil estrutura üuema. Ol> ge.stOb
H~ic~ produndos pola-41 ngunas de kodin Mo parecem
t'rtgtoor-sc CIO que !liilbelllOS a.-. sube::Struuua do c::squ..:-
ldo que supona o ~mlCflto do <:orpo. Basta oomp;:a-
r .r. por c.liCttlpl\», o JtUp<) de R.odin intitubdo .k nds
#1.·11.- tr-1 ••' eom wna obra maiS no estilo dissico,
1/tn~.J r ÁNnt, de: 1\)!Ja.iuolo ..,._..,.pata percebtr
tomo ~ :o.e dá. fm ambu. uma figura rnasadaoa
nu•. t'm pc, wpor\1 wna stgUnd:l erguida DO ar. O
"'"111(1:1n de hrta mostrado por Pollaiuolo é plena·
nwnlc cwli~.:OO._, em lcnnos do sisletna de sustentação
1111•·• na dll cl'Hpo. A l)fi!Ssllo do bmço de Jlérc.uJcs cm-
iflnolol c e'>m.lgundo Anlcu tm um dctcnninado pcmlo
ok• " ' 1,:~llu nu vcrlcbrul oou~iona uma reação q ue ra~
A111o u ·'hiUCIU ~'It.: e t:-.llmr«; 110 mes•no 1empo que.
hiiV''"''' rua t.. ,.,w lW ombr~ de Hércules.. o faL

dobn~ 1'3n tr.b da fonna rnfcriOf CoadJ .tçOO da$


du..•' rífums •mphca wn impulw e um contr.~-impuho
<ILIIC 1\..'\·clam a resposta do sistema l!!iQUclé'l•co à pres-.
'lltl c-:1\..'fl'lól. Ne:».'l obra. o gco;lo ~ mlitlamcnte um re·
..u11.1do desse SIMCma imet•lOe. ao mtllmt'l tempO, uma
rc'•cla.;-1lo dele.
A d~ de conlotnOI, qae St" pode eooootrar 110
bromx: """""""'~ raleada e eug<nda qualdo"""
''Oitamos pm uma obra hCOCitiS!ea que e:<polon o mes-
mo si.\tema gestual de peso e SUSIC(QÇâo. Hércules e
Llcas, de CaoO\'Jtl!lf XJ>, cxplot'll a f ( laçAo euue dois cor-
po.~ emlulll deutro de um COIUOfllO únK:o. definido mais
tadiçalmcntc :.inda c t1 panir de uma frontalidade aindtt
mtLi3 <:.'1-plte-ita. A :Kllbf11191lo q\W oo tem ao cam:id~r.:u- a
obra de Can(J\•a é a ql)C ad\·ém de uma sensação de deli-
.UÇ.lio - a sensaçlo de que ~ vis5o p;utH..-ular da
obra. quando a obkf'VItnOS de frtntt, penni~e-nos c~
obe<:er com abso1Uia IICJ'ftnça a meclnka do tsfol'\;o
que consome ó& do&.-. c:.urpo. e que illl< esu: a escullun. de
si!lllifado. o..-no que ... r..... rogurasclcí......
nn um úmoo dc1CI\bo cune1fonne - sua cxtmrudade
principal """""""' um ""~"'"" pua a fr<nle. coo1n a
força em sentido oonutno que res•Ste a de.
Essa dare;~;a de COOll)mO e a primeira COlsa que
deixamos de ptr<:cbtr em k sw.t Mil,, pois Rodm o
obSC\trcccu ao umr o peito dn fi ~ura masculina no
torso da Jigura rcminin.t que u primeira sustenta Os
çot·pos são fw1didos. n~~i m , em um únjco contotno
que: torna a reciprocidade de seu gesto altamente anl-
bi~;.'lla. As oosta" arqul!tldaH M pês :~tttstados da t •gu-
ra mascuhr.a indicam que ria tstá ao mesmo tempo
~;lindo em razio do pr..ow Qu.! carrega t ergueodo-r;e
r tra aprrv ou. "'C'JUIW' a outra fi,un.. üdo ao mesmo
te npo como queda c C"tpPSio, o gesto çontém """
-.bi,~ta a qv.al o ClOnhcammto que se tta da
~ln&tun~ corporal nJo t capar de aprttndc:r rac:lrOO&I-
mcme _Analogamente. a ftcura feminina. I'CC1Jn"3da c
• "l'ncndo-liC em uma bola de carne. projeta, ao
ttt\""'"l) ccmpo, uma )CnJAÇâo de peso e Outuaçao. 1'·
uniM'!'ihC1 JX:ntlr<n como que no nltc1eo esqoelêhco
,1.. \ >1'1'" p1uu ck.osCQbtlr () slgmficado desses ges1os.
NA11 é uu~t~ -.tniJ)ICii (l~,t~o de se estar olhando u
1'"1•" \~ ltrtll\n,gulo hlC()tTeto, mas sim a de que. ac'
COnlr6no de caDa\.. 00 1\>lJajtJCMo. a obra de Rodlft

-ia
n1o 1au um •~~;oulo de 'isio que stria o ..com.-co• -
nenhum POIIIO de oósen...to qoe p""sse <11>pr<S1ar

10
h r..,.... A Opl<idade- por Rodu!
fundo do rc~. na Purto, e ao de$cm.'01vintento
dM rd~ natn.ll\"15 sobre we é a mesma Ople'Kia-
de qut lnlpnmc aqui aos corpos de suas f~.gUns: uma
opacidade entre os ,estQJ atravé$ dos QuaL.; el:l-.; ~.
a;an no mllndo tO 115tema IAatômico miemo J)OrCUjO
in1ermédt0 Ncs gestos seriam ..c;q,licados...
Eun op~1cidadc gc.stuaJ em Je s"is bellt- ê ma1s
pronuncul(,)a ninda n:• figura isolada de Adà() (f!~ lO e
em 111111 trfplice urmru;iio. como as Somhrus que enci·
mamA JNH'ta do l'tfemo. Em Ad<lo, podemos obSCJ"Vt•r
o C'ttrtmo alongM1eoto tlo pescoço da figura e o o~wo­
lumamenlo nuu.:iço de .seu onJbro. Vê-se de que modo
CSSil$ dUJJ Pllt'IC$ do COI'J)ó ~O colocadas em Um
plano pra1.c.uncnte hori.GontaL como se um peso enor·
me 11~-es...e puudo' ca~a a1é dcsJocá.fa, de fortn~
que o ombro e:st4 d•stendldo para trás a fim de .aJudar
a $Uo)lcntj.la, E a rdaçio co~ as pernas - uma esri·
CAlb c a oun fkxionada nio produz o efeito ttb·
:urdo do contniPQIIIo. tm que o peso Sapon.ado DOr
uma JK.u.. dl:tu a ourr.t ln.-re pan formar uma be
t un11. Em lupr dJ~. a perna dolnda de Adão e:stâ
sorridl c n:puuda. a w.u alongada a quase o dobro li ""'*'
AoiiiQ. 11110 . . _
'"••Q."••t.n~~n
do COtnptlmtn(O da Ol.ltla. """Ooll"""· ..,tftf~P!t .. 4-1
Que causa C.lema produ.c. essa pcl5tUn aronnentacb
em lldJo? Que at<abouço omemo podemos coocd>er.
30 observar a ligur.~ de rom, capá% de t:<pticar as j)OS.'ii·
bilid:•dts: de sua d•slerulão? NO\Iruneo(e. sentiJno.,D()jõ
contra um muro de mmt.ehgibilidade. F\lis não é como
se exl,ti* um P<'lltO de vista d!frreJJ/e que pudéssemos
procurnr e 11 parhr do qual pudéssemos encontrar e~
Slt« ro!lpo~lo:t. Hxceto um. c nOO é exatamente um lu·
gar do qu11l &e llaa Otmi:No~r n obra - qunlquer obrd de
Rod.1n -. mas. antes, uma~ Padc.Tianw:». ducr
~essa tonebçio é uma m:nça na. ruanift::::tlJ trKIIIJ·
bllubdt: das ~es. o que imphca rcnt.anl.!"• a
cerw noç&s de: cansa. eoq,wKO rdok:KJO:kb ao "il"'
nifteado. ou aceitar a possibilltlítde de Npuf-..~
xm a PfOio'l ou a '-erifJC:aÇio da causa. luo ~IJ.mfa·
na aoetw que os prôprios deitO$ &e apbcam a SI mo..
moi que $ÃO :ilg:nifi~t.,;;. ineiU!f;;"·e n.a .a--.~t'l:ltCI" de\
que se poderia considerar o fundamento k)&too que
lhes dá origem.
é possível avaliou o stg.mficado do que denominei
f(;~a "condição"' pela força com que desafi a 11 imagem
normal que se lem do eu c do modo como esse eu se
reluciono oom outros eus. ISS() porque nornu.lmcnto
consideramos o eu unu subjetividade com um 11~110
espoçial a seus próprios estados de consciência. um
nccsso simplcsm<:nle negado a terceiros externos a
ele Umt1 vez. que cada individuo ~gisua tt!) imprts.-
!IÕO ~soriais 01cdi.a.nte .seus mecams.m<J8 peSMlais
de tato ou visão. aquilo que ''ejo. (lUÇO ou sinto me 6
disponl,·cl com um tipo esptt aal de imedlaçào mdlJ.o
peru.á'"' a qualquer outro. 03 rncvna foriN. I'TIC\t_\
pcm.amentOS pam:cm tr.10.Sp01Rotcs a maAha ma~tc
ClU 8 mtn.Jial toOSCtmaa de UIXI mociO que IOCDCCIIC ll
msm é dm:to e preseoae. A unpn:s&lo que 5C tem C que
" QUI! penso pode apenas ser mfcndo por OUita pel*
- . pode ~~~~~g>-la opcuas iodu<Wnente. oe tu .....-
rur transmitir meus pcnsamtoi.OS.
I ssa ima&em do eu des:frutAIKio uma rd.c;lo pn\'i·
lt~tad~ ~ dueta com (lS conteúdos de sua oonsclêl'll.!IJ
r uma mugem do eu como sendo ~icamcnte pr1\'l•
dn e dt~reto . É uma im.agetn que C'o'OCa todo um C()n·
IUOhl de \·;g,•iflcádos derivados de unm c8rcru de
l'"ll!:nências pri\•tulas às quais cada um de nós ten\ um
m l'IIIIU .,ubje1i>.'O, signific~ôos cssc.sque existem 11n1c·
1101 nll'tlté 11 MS$\ comunicac3o com os outro~ no prc·
f!ol1111' ( \lll"-lilUem. pode-r-se-ia dizer. o próprio runt.kl
mento JObrt: o qual essa comurucaçio de\ t Mf COM-
InlldL o <uMinlO do qual da-. origwr.... ~ oomcn•
te pt'lr ter cu essa txperi!oc:ia antenor • meu contaiO
tOm ouLra l>eloSOa que po5so saber o que ela pretende
di.r.cr com IIUII$ diferentes ações, seus d1fcn:ntes ges-
tos c ICU~ dtfcrcntes discursos.
Se tr~msrerida a obSCfVação para o domínio da ell-
cuhur~~.• a hnpr...~liin que ~ tOO\ i a d9 q ue umr.1 hng1.1B
gen'l ~cul turn l somente pode tornar-se coerente c in-
u:Jiah·cl K estf!.•er direcionada para essas mcsmat; con-
diçõei )UbJaccrues da c:t.periência. Sei qu< meu fO'(IO
aofrc ddennlnadas c:onuações musculares 'lua.ndo c1t-
pcnmtntodore que. porta:nbl. essuoontraçôa u l<lr·
..,. uma ..prns;o d< dor, .... repmeo!OÇio cb10,
p c l l ' - d ..... S<• q u e - -r~
anatonuea, ~odem a drtenrunada~ IÇÕel por
mim pniJCadas.. ~omocammtw. erguer. vtru-mee C"m-
purrar. Pli"C«'na, ponanto, que o tee01~hoc·bnento de
tau configur&ÇÕCs no objeto escultural r~c ncce:s~ ­
rio pam a identificação de seu SISJltficado, que devo
ser CQp.tl.c. de pcrcd>cr. a partir da configumçiio super-
ficil&l. o S\lbscrato an.'ltôntico da possibilid.lldc de um
~~lo a fim de perceber o significado deste. é t,!la to-
m~uJJCaçO.O entre u superlk1c e as protun<Jel.lls an<~lÕ·
mu:1a~ que é fru"ttrnda por Rodio. Ele no~ ofctcte &C41~
tos dc.spr'O'o'tdo§ do SupOrte. das ai~ a seu "uMtn-
10 ..,.lômiCO propio. sestas que o3o podem r<p>nar·
se de rnaoc~n ~a lliDil oossa nptriénl.::&aunenor
rtCCJGhcci"el
\1M e se o stgntficado não depmcln' desse ttpo dt
cx.peritnc:1a antenor'' E se o significado. em lupr de
ante<:cder a «pcrilncia. ocorrer na experiencin" F se
o cotlh«1mento que tenho de uma scrn.aç.1o, a dor,
por çxemplo, nlio depender doe um c:onjuuto de lem·
bt-at~<t..i !ICn'>onais, m.ns for inve•nado de fonnu inédi·
la c 11111~\Jhlr cada vez que ooorre comigo? M:m ainda,
c ~. n l'im de ~xperimcntá·la, eu liver de ioentir 11eu
rqpsuo por meu corpo em n:laçlo .o modo como
pessos me obscn-a e reat.t 1101 meu~ gestos de
01.111'3
dor1 E. no que se refere b sen~ de um omro.
podcnamos indagar se Mo cx.i slc uma certa s:ufici!n·
cia nn expressão ddas J){)l' pa~ t e desse outro. wna
liUficiência que oão roqu~r que co~ul tcmos nosso
léxioo particular de signiflc.aldO~ JUirn compretndê-Jas
so, no. verdad e-, lúl ~.ll.pt!fn.•'lo n (So nmJ)Iis. na10:tto l~xi.
co pessoal, acresccntnoclo-lhc um 1ermo llOI/O, ensl·
nando-nos algo ncwo na própna ori.atnnlidade de sua
ocorNnc-ia
&53 imagem do signifi~ c:nquanto S.IOC'rónico
c:om a experiêoc:ia. e Dio nccc»anammtt anterior a
tia. r.. c~csan-onida por Edmund H_..t ti&S!I-
1938). UID filósofocmll.Í,,idldt llpoeaem ~a car-
mra dt Rodin esla\"'8. nn su.~ m.tundade-". Abordando
o que f01 chamado ..o paradc·rto do alter<;o"', Husserl
queSJionsva a noçiude wn cu essenc:ialmcntc: 1)3Rlcu-
l:u e inacessh cl (sa h·o mdi.r~tlmentc) aos outt'OS. Se
tlc:\ês.<iemos acreditar nc~s" noçAo do eu particular.
JU~u rnentava, cada um de nós scritl uma pessoa paru
nc)Ji e outm pcma pnru o~ outros. Parn qut o cu seja
11ma moma el'ltid;)(le p.ua mim c p:1na meu interlocu·
'<>I' <le\'0 tornar-me tal como me mnnllc:<Jto aos outroS;
m ·u cu deve ser formado n.J JW1t;do entre o eu do qual
ltl'lh•-' ~,;OOSCiêocia c o obJeto cxcerno que \etn à tooa
mlodlti os atos. gtSt.OS c lOO\oÍtnCf'IIOI de meu corpO.
t..l~.~:dtl mlbora Rodm Dio tenha tJdo. aaé onde- se
.,.bc. ncrltun. conuso oom a filok~fia de HUSSC"f'',.
u.u tkUitwas maaife$Qm uma noçJo do na que tal
I I tliOfaa c(lmeç.ara a anvtSt1~ H' ntla\ uma falta de
1 n11 'l11a.;ào. uma falta de conheumenu> pWoao. que
r ltdqx:ndcc imclcciUaJ c emocionalmente dos
h• l' lll(IVimculos d.:t~ riQ:U1'31 no momento em que
1• , c\lcnorizam. Uó ponto de vista nnrr;uivo,
••I .t • 1•11111 mcrgulh.;•-11c na percepção de um acon·
1111 •• ·~ n•• uwmcuio em que Cilc se plasma, sem o
distancitunento com rdnç lo a essv ac.:ontecimcnto que
uma tnuória de ;;uas Clllt u CXlftfcnria. Na Puna CIOmO
Ufl) todo. bem como em ~ figu.
1il mdivldual. ~
delidoot na supcrllcie.
A 'uperOcic do corpo. a hontetl'll entre o que con~
sadcfamos inkf"nn, parucular. c o que reconhc:ccmoe.
como cx&emo c p(,b)jco, é a sede do ,,gruficado na e.
cultura de Rodin. E. é uma suoe•·Ocie <11.. npre .eu
tgu:&l.mtntc os resullados das forç1~ internas c t"Xtet •
oa5. Af. forçu tntem as q~e condicionam a 11U()C
ffiC1e
da flifUra são, evidentem ente, anmómica~. m usculu ~
I rc:5 A:, forças que dão forma à figura
a partir de xu
exterior PfO\am oo aru'ta o ato da maAJpulaçio. o
anific1o, seu processo de claboraçAo.
Certas esculturas de Rodin quallc poderlnm servir
de du>lraW.S pota um maouol de modela&= em
bron lc, tamanha é a claru a com q~ doc~mentam O.!t
protcli..~S de SUII ronnaç11o. Escul turas COmO
O Turso.
de 1877 (fl;g. w. estio crivndas dos acide okt da fundl·
ção ontocioo olo •·edadM eausadoo por bolo u de ar.
rug.oaid3des c bolhas sura.idas no e<;lig jo de molda·
gem o não limadas - umu superOcie mannorizada
com tb ~ do ~ que Rodin n.lo rtmc::JVetL
"'*-" ,,un~·~. ct. modo • ClOn\-cncu..--..~ em le5te LI. o:r-J! A~· hoo •
tnu·
nho..~ viswus dn p;:1ss.aacm do m~::•o de expre 1817.8 !00"' ~,8C•··~
ssão de 19,8 (111 ..,.,_G il f\tltl I
wn e5t~gio a outro. fi'4nt 'IGI>o I~
Tal ~~ da ftitw a No k" bata aos ati-- n l»t1 .....of!YA•
dentcl do bronze derrccido oo proc:esso de t\mdiçõ.o. o,.,..,... •"»>
~
~~~\ l&H lltonlt.
As figuras de Rodin també:m eslilo martada~ com ,.,.. N.ill)l! • (;~lfly, 1,1,\;ljh!t,jl
oah q~ falam de seu5 ri'os de ~m durune o :foto.. ...,..... ,fl(l

es&JgtO de modelagem: o dorso do llomem que anda


(fi~lJ) 1'Ccebcu urnn profunda goivadura
em seu molde
de qila c a rtent:rirlcia JIU:nais foi pn:cncbkla; a Fj..
guru ,(l(d:; wu (llt. 24 ex•br um con ta fxa que~
\'CU p:~rte da pantumlha dn !)ema etten
dida .. mas nc·
nhuma porçilo ndicioo.al de argila subslitutu essa per·
da; • u portes U>f<ri« do OOr.;o • wp<r ior da> node
ps
da mesma 11gura 1.rn1cm a m1u'Ca de um objelo pesado
que raspou a argilu amd11 \unida, aplain.-.nOO e apagan~
do seu deserwolvimcnlo nnatt'lmico. fllzendo com qtiC
a superficic tcstcmuntw.'lo"'l!l unicamente o tino de que
31go passou wbre ela l.k-..baStllndO-a'•.
Rodin obriga o ob:scrvador. em repetidas ocasiões.
a perceber a obra CôrDO o resulwlo de um procc:sso.

-ia
um ato que deu fOfma l fig\ft ao klngo do wnpo. E
ui pcrccpçio comute-« em outro ft~or ~ impor ao
<>~>«n11da< c:oocl><lo • quo .P.., ..rcri: o si@DI·
fw:ackt •Uo precate a cx-penêncl&. mas ocone oo ~
"'~ nlitSlOO da cxpenênc:ia. C(lincKbn na supc-rf'teae
~L1 obra dois scn1idM de pf't'W!csso: nela a exterioriu-
~;o\•) do ges~o cncontr&·!iC com a marca impressa pela
·· ~·,\o ctn m1t~la (I() dar rornu à obra.
l~m ncnhum:t oulm obnl de Ro(lin essa locali:roçiiu
,lu "'~mrkmlo ua :wp..:rficic t le,·OOJ a cabo de ronna
'' ..,, .. dc•~J\il.:rU\! c du'tCI do que no monumtnlO a 8<,/~u·
·:f110 'Sl. que Rod1n produ;.riu por encomenda em 1897,
Emb<n 1)\ ~tl.Jdo\ prthmi~ de Rodin para a obra
~jam de unw fipr1 ou.a. a \us,io f mal ctwoh-e por
complcfô o c:orro do tienlor tm lõC\1 robe. Mal se oon~
wguo tlkntofi~ JM .Jd.wi'u da vesdmeob OS~
~ u ~ •ICilri-la fumemeote~ c o robe meb tio
pautO do corpo o lcctdo cai doo!: ooiJros até <b ~
..... ,,...,..
J.c..c.... -...,.. .....
__,,
ll'tt• .._--.
,_,_~

u m.t.Rpt 'IJ'lM da roupa acc:otualldo a '\'Cftka.lmde ~l*lnl .........


de wa quc:cb que RJil.e fot le\.'ado a ~ 1t . . . . . 19711'11~
Cllbcça do Bul~uc ÇOQl() aJgo tntcir.tmente a parte do
""~ \l.r,;,pt,. u.:... ...
...
,... 'l<do ~~o;w..,, t ....
corpo. A cabeça PQm."l:t "'vi,-cr no õlpice da figura.., lO AC.ItAA À *'tA -.., A 4
e1CI'f'\W R1lke. ••c.:omo ac1uclas bola:; que d.ançrun or.on..G. 1116 C.41111o .....
sobre jo~tos d'óaua"· . M9tll'l c.,t..."'cr.. ,., ..
'I A n•ctMora de Rtlkc, em :ru:t fOrmid:íveJ prt'Cisdo,
oponta 1Mn1 v modo pelo qual Rodi.n engolf.'l ó corpo
00 Ot~l:tiC' em um único gesto que se converte na
repre~;enta~lkt du vomndo da figura representada. Ao
envoh<er-11o em t.ua vcsliment:t, n figura }U:: o corpo
\

do cscntor por meio dnquelc arrnnjo momentâneo.


cicmc:ru da 5upcr0cic. dó à ~nw come a forma de uma
cQtuna de lloUSh.:ntac;llo. como se: o ~;ênio de Ball.ílc,
CQnccntmdo no& feições comrahla-$ do rosto. se man--
ll'.'essc no alto por um \Íillples alO de detcnnuw<,'âo.
t a lntcrfednc•a d~C um.1 (XÇ:l de: tecido enlft o
observador c a f t~tun & ulpkl3 que. tal como no &1.
:ac. caractcnu a obra dt M«iardo Rosso. a que m;u.)
:r;caproxima. em apinto. cb ck Rodti'L Coa1c:~·
nco naiW.O de Rodin. R.oo;,loO passou os úlumos ,-m•t
anos de sua carmf'l na f rança. oode senna uma pro-
tnda ltl\'l.'Ja da C'n:)CCf!lt ~uu(':ào do primeiro. Jul·
rando que boa rJne do!. dl'ruêutos ..origina•s·· da arte
1.k Rodln cslavd JJretocnlc c: e ra at~ auteciJX'Ida na .su.:•.
lhY..~ ad\tl1iu que ele prórrio havia tlev:~OO o ho:.::cttr,,
ou esboço, õ c11tntum de obm ··acabad.'l··. C<msidcr:'""
111K1 prova dio;so <~ua; M !pcrficie.~ Coctl'SJXldas. cloqíkn-
h"" ~:<~m :lS nutrc:l!l de !lc:us dedos impt'eSS<lS ao molil,'t-
W. e"'" ~do g<.wpuo meooda
oaçio do OOIJ>O.
En1reuruo. oomo vimos em Mik " {illto dormiMo,
f-
dt 1883, a produção de Rosso. dc..'ôdc a fu'C mw;;i~J de
wa caneira, mantêm-se na corrcnlc tmdiCI00.1) do rele--
"0 e.....cultural. Por mais que a pele tLI Jdude 4/e tmro.
de 1886 (119- ~ ou dn Mull•er· com ~'éf1, de I893, es:ccja
\luc...q,ada e machuciKia. tnl:! tNpcrfialoe nllo atinscm a
llUI (}o~ufíclênc ia e a opadd:uloc ob4 i da~ por Rodin1:.
Contmmm a referir-se. paro 3lém de ~~ mtsmas, a um
l11do Ílt'.ÍSÍ\'rl, a um momento anterior tia cadeia n:'lrnl-
U\'L a projrtv-sc: para dentro. pva uma cond i~io m»-
etonal•r.rcma. É~ em uma obra t.1ante poiJia'ior
út:r Pwr.'. de 19()6..7,... lJ) que Ror:.o ..e aprac:ima
dolo l't!CUI"SSS ttUIS profuodos dl .-te dt Rodm
A lustôoa que certa essa obra tarda.a Slli.d iUJ on-
$ml em uma Yisita feita por R~ a uns amib.'O!. c:m
Paris. O ese.Itor cotm na o fl\ho menor da fa.ni ha
me.o escondido a~ do conuudo i entrada da sal..
de estar. ouvmdo. tmudo. a con''tT'Sa dos adultos no
lado de dentro. Surpreendido pdo oltutr de Rosso, o
menino recuou rapid;uncnle, le\':uw1o n artistá a des~
cobrir, njlquele emaranhado visual de pano. sombra
e expressão, uma luc;no momentânea de timidez c
curiosidade. NUQUI,ll\l mornenlo fuaa:r.. k osso en leu ~
111 t 1<t11o lh•.,n deu como se manife.)tllva u conjun1o ambivalentc de
(tf..I'Gb' K ntimeutos. Com Ea·e Puer!. ele exprt$S<l ao me~
"" • )11 ""
mo tempo esse etucndrnM.--nto e o :~to de: sua coalts--
cência. As fctçlks da criança tstlo raladas ptlas ~
bns da cortiBa q'~~e 'ukam a 'uperftete de cera da es-
culhml. de modo que altõOikkr da carne é su:r.izada
por uma rep:cscol.IÇiu da rapidtl COID que a 8Jllill1"'
ção se apresc:otou c de~aJ diante dos olbos do
anJsta. Assim. a .SUJ>erfkte que obsc:utece e encobre
a ÍlU3gcm da cna.nç1 cont~m. simuh:ane3mente. o
significado da cxprcs!!Iio do menino Ecu Puer.' oo-
meça e 1ennioa na snpcrHcic; n11da é sugerido p31u
alem dela.
Essa ênfosc na "'upcrfície c o modo como o signi-
fkaJo ~alojado ndu por làtoll:s parcialmente extcr-
nu:. - ~jam ç)ç~ 4 111o.idlnGt., ~idc:nml d~ luz: ou o
•mpressão casual do pol~1:11.r do rutista - não se res~
tnngiram âs ~ aranda J)C'Banlllid:ades da escultura
<~• ukllDO tlé<ada do o,kulo XI X c da primeita do
st<:u.lo XX. Embora Rcxhn e Rosso tenham IC'\'Ido
C'UC aspectO ate ~ mlb pkno trJ;U de sigmfJCado.
C'lli.'OOtm~ iDdJcJO) de uma $CMibilidade c:om::s-
pwtdente nas artc5 dc:ror&li\'U da época. particular·
ln,.ntc na c!tfcra do c»iU1o denonunado art noul1t"ou
•>•·l •c ..teJanl<N. ft06 reftnndo aos tinteiros m~illi oos c
... ~~ ~.:astlçml> de Victor Ilona ou Hcnry Van de Veklc.
t)llt'l 1111 moh1Mno c:utftlhtldo de llccmr Guimard til~
'"· aus \i\,05 d.;.'COI\I<~ de Louis Tiffany ç Émilc
'l•llt "' ''" li.-. fad~ arquii(..'COOic;ns de Antonio Gaudl.
en~.-ontnl.mn!i um e;blo dr dntl" qut nlo Nâ rela·
cion.ado i esntw'1 Dnema do objdo. [m termos ~·
nu~ o art noro"t"aU apreseobl o ''Oiumc com um senti·
do u~hre~nci.ado do mtenor, conccntllllldo-~. (:m lu-
gar diSSO, em s~.m superficie. Tal como n~ c11cuhura de
Rodtn e Rosso, áS supe-rfície~> desses objc•o~ tcscemu-
nhnm um processo externo de fonn3Çilo. Sun execução
.fiO ri/a rle u m mNio f:ll q u t !lf"IUin•ul~ '"~"" 1"\h-lrrvnrvln
ttl&o moldado pela erosão da roch:• pela Ó&\"1, pelos sul-
c:~ dei~ pelas ondas 113 an;ia, ou p.:kl:~ C'itra"-oos cau·
8l'ldo8 pelo \'ento; em suma. por aquilo que aM«inmos
ApL'IS:Icmt de forças rwunus sobn: a supcrflcte da ma·
tina. D:t:ndo fortn:~. a essas subs.tlncw a part•r de seu
...,...,..., uis forças a...., --loalpnapor s<001
I Nrtnra tnk'.ma do matcnal sobre o C,U.I1r.~balham.
Janws ~e podenl encontrar. oo rnobdiínO OrliiOMYau
cnado petos desígn~n fra:ncao ou bclp.~. uma dis·
tu1ç-lo cJammcntc formulada entre membros \-'t"11ieajs.
de 11w:tcnU1ção, e supcrf'~ies borizontcus. A junçJo en-
tre o ~:tmpo e a perna de wna mc111 flu• fomumdo uma
~oimca t urva. que expressa Lào·somcnlt n nplíctu;flo de
11lgum1t cspêc•c de pressão cxlcm:• como o VéniO<:ur·
\'Do junco ou as marés dlo fo• ma oo c11ul<: daló plan-
las a4ud1k:as.
Oa mesma (QI'ltla. os dcscnb015 cou1 \IUt Tiffany
ntl:\ 15 M~perfk:ies de stus objct!Ot:$ de .,KJro oh$curc-
~ .uas divisões funcionaiS ou c~runl, eomo a
JqW~~;lo m.tn ~-corpo. g;upkl e boc• dt: um '-'350-
lupr msso. encon.cramos rftOCJ\'02> dtnv.dos: de
fo..rn
outros 1rcidos nat.unis memb~ pmu. ~.
tesas de aranha. folhas - en.Y;CN(Ios no extenor dtbtado
do ' tdro, ~pressatKto wna p~es!lào wuformc -liObrc a su·
J)Crfkie.
l!nconlrnmos, no trabalho tn dimcll!sJorwl de outro
urli'>Ul do fina l do século XIX, um:~ vi ~lo cocre-,pon-
dcnlc d11 expressão cscuJtural çomo a dooor~l(.. irn- ,O
prcss:• {I supertlcie de recipientes ocos. A tnúior parte:
da<>CU!nn de P•ul Ga...,.... ....U..da ou moddoda.
se di como a apl~lo de r_.... - - a
supcrl1c.e de funnab oca..... I .m conconlioeia coro os•m-
pulsos do ur1 nQII\'ttiU c:m geral, a af1iculação externa
desses roçipicntes como o 1>01e q~ se vê aqui ('i11 m
ou A rard~ d~ um flllmo niloo fornece indicacOO tllgu-
ma da estrutura intcrn:• 00 objeto. de modo que o ar-
riinjo de umll dqtcrmimul.• p1u·1 ~ da f31;"f' do o hj,.Jf'l ~""'
rtlaçãoã QUtra não tmn,milc nenhuma impressàodescr
rnciQnal ou cslrUIUralmcnte irT'I('.I06IO. Os abaulamentos c
protuberâncias de5N5 !luperilcae. (3lam menos de wnill
~ pa$-"'ívcl de )c!f l)f't'lamcntc: conhecida de
maneira lóa1ca do que de fct~;as má~•cns ou primiti-
vas dt-.~<'lberltt~ pelo artista nn ilto de criaçàu da plêia·
de p:•ntcullll' de uu::tgens que COO!pôem Cdda objeto par·
ticular. A c~cullura de Gauguin fuz. referência fl narra•
li\ a ap:l'lo<l$ para l'«lll' um 'JCfltido de imciooalic.bde
ou de ~lério. O art•"• DJII"Ctnta Cb fragsnetllOS de
.ma hi..,.ória. mu KI'D urr. ~õéneia <pe forneça ao
a4cn'3dor o SCDbdo de um ICe'.SO (JI'l'CiSO e c:ompco.
\"i\'el ao ç•g.mfK:Idc> do ICIODt«ltnnno aludido por ele.
(h pmccduncnte»: de qu~ Gaugum se 'ã.le para
n · ,..to obsct,·ador um ICCIIIIO ao signifteOOo nam
11 •I · 'UJ c!õeulluról 110 bo;cnlc:lham itqueles empresa
,j,. I'~'' RCJt.hn mt f~mff dn it!f~·no. Fragmentando
'' ,j, nhtmcntc m; \'t\rlo~~> prt.ICOl,>OOis•as dentro do con·
,,..... ,, ll•••uttw. n.:IOt<ç.uklu a dcsconunuidade c a frag*
u• ,, 111 ~·nm 1.1uc clc'll'iê movimentam peta supe1'11-
cic. u1n relevo como Ap(li.tOnfN'-'· wx;êjkur ó ft/i: (f
g
)Q) su~'Ctte a função J6&1ca U'M1u
:tODJI ~u modab·
dade de tSCUitUI'II".
C'omo vi mo.~;. Rodu1 hu1çou m!o de o u lr'd c:stn.tté·
gi.a ai.nda n:a /Wta ~ ,, • run dt frus:trar o sâgnilica-
do trachctooal da narratJ\... qual..cJa. a de repet ir f1gu·
ras. a c;~;emplo do que rrzera com as Somh tús <f19-H), e
a de apresenta.!' essas- unidades i~ntlcas uma ao bdo
cb ou.,.. ~tapo de .c~ ot111ga a urna
ex.pos:•·
çâo consciente do proccs.~ de usurpar a menção \'O
I~
13da paro a fi nalidade do ob)CtO na narrativa global.
Foi t ) K tipo de n-~t.a ao proc:~ de c:ri~
que
insp1rou a eM:ulmra do mais progressista dos seguido--
res de Rodi n: llenri MtlliSiie.
T....,.lbaodo pn:ponclenooem<n•• _,
bronze em pequena <:sça la. Mahh.'< explomu boa pnne
do ccmt6rio já ooberto muerionncnte por Rodin. A.;
r._ .x
i!U-
perficaes de suas figuro~o seguem o exemplo do art
~
mai• \"elbo em JCU testemunho cbl proçedtn:tent~
da
modela,gem: nll soi\1adu m~ e os acJ\.'ltamcnt()8.. os peque
--
nos :~~~.:résciroo; t! subtlat;ões de maacnal. ~ rrt.ll' ae
de
~e miuo. ao ua ba - 1 "iila. A mclí nlçlo
de Mntt'ISC pnm expn ::..'iSIII a f01m1humanli J'IOf mel(l
de
frngn'lí"ntos an:I1Ôtnico.'l ,~~:nva de Rodin. da mc:sm & rt~r­
ma ~ ~ fWOI.ãn do ~ dc::sle.. UNm
()(lno
.X:noo de \1 ab~o-.c reprodu7 a poe.curn do Jlomu11 qut• m,.o
1/a de Rodin. l:tu\lêm-se cnoontntr. aJém dt!..'lt), escul
t,•ms
de \laiiSSC - oom o o \ u ,... pi ror. btu{ ar ergu
'I(/M
( 1906) e A Sn'/Jt nrlna Cfl• J t) ( 1909 )- em que os bntÇ(
I6
e as p~rnas da.,. figuras i!lo expt~bSOS por rolos indife
-
rmcaa.Jos de arJPla- uma ~ênda db pequ enas
figun'lll de btiiM'inos de Rodin. em que • rq>
~na­
çâo do corpo 11c: detém no primeiro e.stãgio do e.'tboço
feito com rolO'! de 81J11a tflt.-m. Com cfe~to, foâ dnK
~1mo pelo processo que se ongmou •
fonnu.laç.io
•naiK ongirwl c mdical das pos~ti b llidadcll dn escuhura
por \<latisse
Em 1910.13 ~- modtk>u Clll<O \<n6e$ de Wll3
co~>eça l'cmmina. prodownclo 1 o!ne - como
..kanttm~ 1-V Cflvl. n.,., .w.. QllM! organu;a,. em uma pro-
gressão Linear. a aná.ll)t da fonna fis.iooômica pelo
anrsta. !\essa séne. Mutill<~ liC utili;.a da n(l(âo de uma
cadcutlinearde ocontccimcnto" conoepc;ão que vimos
c.hamando de naiTUlivta o 11 reo•·ientr1 <:ón\'er1e11do-a.
em um~ espécie de Cliéritumçn.o analítica que guà.r'da o
rCSJSh'(l de cooccpçÕI!'S c mud.uw;as lormíuS.
Com a scnaliznç~o d:. cabeçn de Jeamrette. esta-
IUOS longe do tipo de c:onccnttaçfto de uma série de
n-,ontentos lustóricos em uma ún1ea unag-em '"fecun-
do\... como na M{,l.fUIM.'W. ck: Rudr: 1'19- 4- Em lugar
dis:JO. somos coo&ontackM com urna pm:epção mica.
proloQgada atm'ts ~ 'ano-. mornmto5 em qoc: se:
dt:serrt'OI\"'e -cada q"'1 projCUdo como uma tmqem
~ .INJurtJtt I· V~ • conelu:sio lógica do que
fora injeiOOo oom a.s SQ,.bnJ.t; 1 1mbição de interpre-
tar ~ condensar o significado cb h•stóns 3bn:viou-sc
numa apresemaçOO das ~:tpas da formação de um
objelO.
APITULO 2 ESPAÇO ANAÚTICO:
FUTURISMO E CONSTRUllVISMO

Esu c wna h»>óna cooi>Cia pelo ,.... fil'I'PO


MarD:m. que: deu a ela a forma de um ~ircuio narr.
th'O. para conter. como um anel. as âccn' dura
oomo pedras. do p••mcuo ~lmrifo'~lo fr.turista. 1!.111 o
inverno de 1909 Mnnnc111 e <~ lgun::. anigos cst:Jvam
Juntos :a ahas horu" da M1lc. O cenárioera a cac;a de
·"larinetti em Milôo. oom seu luxuoso itterior fot'lll íl~
do por lapetes J)Cr'>tb e l~m1>11das filig:anãdas. PaJ\\
todos cl ~. o u.mbu.:nle p.;1rêCI~ contradücr o rumo de
l)Oõ.i:, vi'-'a:t. iw.tawJ~t~ll-v• .,,u ~il ençio. Mil ~apncid.itd.:
de ab3lcar c refletir o •mc:n::tO céu estrdado. os ecos
abafados da Asua dos can:.u~. a agourent: quietude dos
pcaJk1os de pecl111 lntLgM\'2~ a banntni;t que cna-
\'a cóm WM lltha l't'pkq de lc:mbrar.ças da Aal•-
guidade. """' llilla alhc.. ._, forças agutinadon> elo
~ .......
A 000\C~ dos am1gos começou t n:Octir cal.
indignação; mcoc:•onou·c que, para tlê:Ul daquela
sonolenta lranquilidade. havia homen: tr.tbalhando
mesmo àquelas hom\, e mvocaram illllgens de vio-
lenta labula: "( ... ) rocuista!\ "limenumd) as fomallml>
infernais dos grnndcs navios", ou homms abastcun·
do com co•nbu:,ti\>CI!l lO"" de: locomoti'<lS que ru!ljnm
noite tdentro. t.ssc: nn.sc.a do
rumor e da '-elocid.lde.
capazes d"' qucbmr a imobilid
ade do sd~ncio em que
..c sentiam :asfuc:iaôol.. lev t: com
o ~3 o repentino
n udo dos bondes cmbai,.o de
Ma nn eni conclamou.
su.1 janela. Eletrizado.
ao~ brados.
o segut-lo a S)irem de c:arro à ~s compnnhe1ros
luz do al'orec::cr. "'Nio
há nada... pita'\~. '"que po!isa
•.a:ualar o e..qllcndor d:t es-
pa tb verme lba do !õOl. ra..pn
sa e&euridllo mtlf"nm•t'"' do pd 1 pnmeira '~ nos-
Arnontoatam-se ~ aJ;dOI'nC)v
las mns dn cidade. hlC tlu do pel eit e salram a toda pe-
a ~ lodcbdc, \farintni
COl'nCIÇ(N a uN ar po
r um fim da ....abedoria do~l
c:.cl.l''. do que já JOr.1 pe ru.•'ldo. ­
do que já cn conboddo.
C.on-.o que em ~ta. MJa dt!i
tennanou tumultuacLamcnre. po put ' com 11 CXJ)crienci.a
li. 10 daõvlar pcn C\ tta r
um • colu;io. seu CWTO c.•pot
ou num:. vala.
Pa
ta \Aarloetti. C'SSC ch oq tr
desfceho necc~ário dà su a exp ç0 m o peniJO ~m o
eriência: "Oh. \al a ma-
tcm a·', nc lam oo , '"qua~
reple1
Ceio esgoto ruhril! EnSQii teu a de âgualarn:~nta!
&od
tni..me do abençoado s(;t() negro o outrtu,·o: e lan -
de mullw :tma .!luda-
nc$ól .. Quando <W roeu, im
undo e makbeiroso de
ba1-xo do JUll)lllÓ\·cl emhor
c;.tdo , !ICnll o fc11u inc an-
~h:: da ak~ pe rp: ;hg nd o me &l,
com\·lo!.. "iu Mm cm e o
I'W háS fór ia- da CU.spcr.
lçào
um l'assado honrado e d<: uma cor com os ,,,)ore~ de
nd a
rida qua:sc db c'l )t-
em din:çJo a um batismo mdu~..11 nas ilgun:t do
dejeto ind ust ria l- 6 a colo
c~io em prosa das de
f'liiÇ6es do Mamfostofutun.~ta da-
. O próprio M<mifi•sto J)fo
clanu. um amor pel:l veLock -
iade e pelo pcri&o ~1a
um no~·o tuf (ú da bele1.a, no
qual "w n automóve l em
3.1La "doctd:adc. ( ... )é m3 tS bct
o que a lít ôn h d~ Sa-
molnícüt'". Advogo os w lon
:" da ngn~s.'io e da dc:s--
trutÇio. cla ma nd o pd o de
sm ant
bibl1ote<:ase academ.ias de tod cla mc nlo de mu seu s.
as as i.a&ltrWçõc:$ dcldi-
c a d u l _..... ..,~doP"'­
Redigido nn 1909, o Ala111,.Ut1 f01 o prirneirode wna
longa série de proclama(ôes por cujo intennêdio os
fururistas ita1ianos buliQntm 1 fctar o CUI'$0 da arte eu-
ropeia.
AfOra as cspedricidade~ de lK:u contc:ôdo concre--
to, o aspecco extraordinário do Manifostt> nasce du
o:;Uutég.io de !i\11!1 OJ)f'4t>81\taQilO. (tWO J)Orq~•Q!, oo contt&-
rio de outros e..o;critos ~l etieoll - pOderiamos pensar
no Probfenw d4 jormn, de thldc:brand,. ou Abstm-
ção e ~mpotio. de Wc:.rrinaer -,o ti.!'(tO rasga o d~
ro cb argumentação óbjc1i..,a para lançar o leiror no
deseavolvi.roeoto leqxnl da n.lrftlrva. Sc:u veículo t
a história. e i atra'loés do nu'(O lnce5S311lt dos acon~
cimentos ao tempO que o au10r pretendia 0'131' 5CU
1mpaao. O mamfnto pt'Of'Wiarnente dtto surte em um
n}OO)ento espccihC(I dl tu~I.ÓI'Ia. tomando-se o resul-
t.ado objelho, uma. c:xpcn~nch• rt'V'tlad(lra. Como tal.
busca proJelar u 000101no dç um conjunto de aoonte-
cimcntos ou \'ai«cll futuro11. 1\e..<~se senlido. poder-se-
ia oom(Xlrar o Mtmf/,•:Jto, Of)C~nr de c:le ser uma estru-
tura \-trbal. com o rclt.••,ro de Rude, A Mor.~e/hesa (fl9.
4). Isto é. poder·sc-ID oons•deri-lo relacionado ames-
ma C(ll)(leçao de uma narmuw fort~mente desliJada.
oom a diferença que. no lu&ar de uma .seqüência que:
conduz à R:"<'Olu~~,io polhk-a. que consurui seu clíma.,.
Mannctti colcxa. o avanço do •ndt.blrialismo em mar·
chL Sua hi.SlÓna é a du lnt)dórias com.-agcnteS de
sua coosciêotia e: do ~"Oivunento tccnológ.lco.
cujo pôrllO de mt..-necçlo pnha wn contorno flqca-
mente explic11o na •miJC:m de stu mergulho DO es-go-
[0 de uma fãbric. - IICU corpo 1ilera1mente cm·uho
pelos subprodutos do pn1grcsso industrial. O Ma11i·
festo, oolocOOo no centro d.l hi.Mória, resuJu. em um:1
proclamação do conQCÍIO de velocidade como unl
vak>r plástico - a V('locul:.dc com•erteu-se numa mc-
láforu da progrtSSliO tcmporallorn:.da cxplic••n e v1si·
..el O obje to c=m ~unenao 10ma-~ ti
temp o percebido. c o temp o lorna·sc unu
11
Vt'\ivel do espaço, uma vez que o lllovtm··•·•
r.tl assume a forma do rnoWnetlto mcc:
Dada sua niUureza c=státtÇO, o obJ~.:
h•
poderi..1 parecet a instrumento mais Uu(M•~~o
&
tq)rt :SCO tar o de1t nrol ar do kl'nf
mcn to. Ma$ Umberto Oocctom.'Ooatrom ·"' ..
..w
mai.3 d«li~•du .) ·~funnulaç;);o dO e-..ttla•
nSo pcnt i3\'l. a.~tm.. Para c-Jc, o probkn•. 1
dois modos distintos de ser dos qunts o ••hlt"
h•
part icip u. O ptlmeito dcsw s modos cmul
eta estni1Utal e matenaJ do obJCIO- n qu,·
chamar de '>ll35 <:amcteristic-ol$ lncr..-utn 1
+
~feria..• a esse .Lq~etto como '""""'in"'·
O segundo modo era chamado por ck "'"
l6.. U.•IH'ttolowcn 1!88l ·I'H6 • t'tlativo" do objcco. lndu::ava com esse· ,,.,,"
o. -·-
tiO~. 19\l . -9'1'"~
!loJP
. . . , . .....
tcncra COftllngent~ do objeto ao CSi*""''
60,1 C!ll Aoer.o<Jo:o !,1101 K fi"WI 'y q1•e o obscr.,.ador ta mud11ndo de posi(,·uu td '''
l. Wo•)IU!I t:k f., ... 11•1*1 M•t-1 . te ao objeto e pel'<"ebcndo a font\i'lçàn ~~ ''"
~··';
pam etll( b entr e ~ C 05 obje tOS V\l:l nht
OAiwcs.sllo "mO\'tmcnto rchuivo'" refere·~,·'''
1
di!RensÕc:5 e mudança\ de forma ~ 01.-... '
do uma figw a em f"q)( MbO f~ preci f)tl1o lll
ruemo. l:tar:. r~prcS~eDu:u· a siJ\tesc t:lllf (
uhsoluto e rela&.io.'O de tc:r, BocetOai fuJ n 1
di
dade de se cn.-.r ""um fi.tgrto ou, mdh•.,
'
fornu1 singul:tr (Jue subuituisse o velhu \
clivisio pdo DO\ o C<lOCC"I'IO de (Otllíou.M..._'-
'
A pnmeira C~~CUitW'I a empreender l'"~on
+
criada 1>0r BocctOni em 1912 . Com() lllul 1 l
,;.. ,.to de tm1c1 ganu/4 110 npu ço ~
rcza--mort<t compoS1a pM uma mesa. mw• M••
prato c um capo
EAUIOI"dioino pan uma <lbta tobn: • •
objclo~ no fl uxo do esraco e
dll temp·n t
o De:seiiWJilimt:Nto M uma gorrofit _.
~oH c,;ttutut:ado com vb.tuc a
t1l \~·mnumn::leo.'O.c!ICI'domt·
r tlaJura. ioõnic:a. ou. seaundo
r tu Uu..;:cionr. ""'11m .saa;no"'. Po"
:cl>i.b por Boctioru. t forma.
h1 ou c:a...cos em forma de pt·
oue"" romo Cll'Ut dunelu.
' \ h1ne<>a."- no entanto. 1 face
"t.u1 anifihadb foi removida.
111 f' h • hcr :1 relaçiio entre: AI 0: IJ'C•
nucilindros.. o ob..\ctv.ador é
u I' •llhl de ob."c:mtção ~J)cl.llfiOO.
!l h• •••l" que c~ série de csfoli.n,.
P")lle :;cr percebida.
L

-
('YWIIC;O AHoliiJri:O ~ll'iUOE CONSWJJ lf5") SS

Co!ocado dl..,oe do pbno fouul da~ en-


tão. o obsemdor .,.,.,.t>c uma opoo;içlo porneular ma-
urializ;;lda ou rcpreMmtada peJo trabalho a opos)Çio
..·ntte um centro c<.t:.lt&eO. ow. e a representaÇão de wu
c:.:tenor em mtWJmc:nln ('lU camblame. Pois Boc::cioui
modelou os J>erfiJ. c011ados c amnhados das garraf~
de mt.)do a pal\.--ccrclll te•· 110frido ull\ll ligeira rotaç.'lo
uns em relacâo aos outrooc lU I rot.nção «orna-se mai~
pronunciaM c c:.xtr<:ma na direção do tOpo d3 forma.
..mde oo cascos gimm. em c.hr~ntes vclocKlades, en'!
tomo do ci.~o do prplo. H:\ momentos em que se pO-
de imaginar que os ptf(tot oMcuR«riam por~
o centro oc:o do objeto t. OW'05. como aqudc:: captado t
"""""..do po< . , . C(lftfipnoçio porneular, em que
m. cascos dc:lUIIl o «r~lro .:c.uMl à ,-isào. E e:nqum-
10 o:-. i:a"ót~~eros cxtcmOS dó objeto são disposlos de:
nlOdo a formar uma dus&o de moo. imenso contmuo. o
ct"lltrc) mau; recôndtto em IMnO do qual ek:s g~ram t
compreend•do como em con'fllcto n::pou..:;o.
Csse centro, ao contráno dos perfis recortados e
mcnmpletus t.lo t.Xlllrior ~lfl gnrrafa, é. uultl concavtda
de circundada por um pe•lil simples e ininterrupto, c
funciona como umiL fc)l'mn tdcal que ~rece g11ranlir •
mtcgnd.ndc do obj\1tO um11 Oi!(lJH!ci• d~ imu.h:açio 0\1
em.-maçiio n partll dt d~nrro. St vohannos às cate&~
r\a.s de Box•ocu do moo.·&rt'ltf\to absohll() e relati\·o. per-
~.'tbl:n:mocs que ec;..q trnaacm
de imobitidaó:. que ccn-
re pdo mlenot da obra como uma viga.mescra. $C e
como um simbokt ck: in"'arilbthdadc. Ou .seja. o per-
r ai ceotn.l (lf'lden.7.a a o.tmcia tsti'\Jiln) do objtto -
em termos de uma f~ de lf'rftluth·el simphc1dade
que pen;1s:te 1 de~pc 1 10 <b~ mudanças supe:!i~el.a •~
00 "'movimento rd3two··: il\ oonnngênc•as da luz. a
ltlcali7..ac;:ào ou a es~tu:.lldade do pomo dç Vl!:ila do
oh<;cr•lodor.
Ck.\·emvMmctiiO de uma nmnifiJ 110 espaço<:. por-
tanto. umt' obnl ti~ O~l uaciOtW as p reocupa~ões da c:>-
t;:uhura com as preocup3çõe$ acerca de como ., roi·
q , :tlo conb«:ida_c; Procura utcnpaq:ar as informações
pan:-1ais que uma \••do isolAda de um objet o pode fa·
cuhar ao observador Parece origmar4e de uma noçã
o
da pobr<Zo da pcn: cp;lo brua . uma ,., que. em quo~.
qPCl' momento de ob\en·açiio, uma pane oon.c;rcl.tr
ivd
da .;uperHcic: real da garraf3 c:oULrá oc.:ulla à VL'llio Ao
domill3f ~ pobttTa. a gam.f.a pode .:r coef w'trb ('01
tcmlOS de uma plma aprecn..4o rol.lCtitual do objeto,
un111 apreen_\i10 que lrunsceodc u lllCOJJlplc(ude de quaJ
.
quer pcrcep;lo isolld a. -con hece r-a prra fa de\ e$«
-em t~ da \·1slo tdeah~l.a personificada pela
cs·
t.;Uin•ra 1.1 f\mção do um tipo de vis.;io fiiotêtica t1 inte-
itv IOdos ~ llnauloi dt vi.\io parc W. c ininlel•gh'eis
an nA cteUinua. drlm auza um eonfleiO entre
I po·
brc:1• iJlfurmn1wa contida na ve'ião isoi1M'Ia do objclo
e
a v1llào tot.ll, básic;:. paril qualquer prd~nsào Kria dt
..~.. o objeto. Uma du ~1\ll;iJc:i: JlW3 .,_...t
COn·
fluo çurginll l e(lftcamen te st (os!)e I'Cdefinida 11"rea.l
"
IX>'tic;ão do obsc:rr.~dor rdatio,-;unen~ uo objeto:
retta•
tand o sua JKlliç \1) em 1enn ot ck uma uutli gênc
ll infi·
mmmentc móvel, cap u de ab.:1rcar de uma só vez tO·
<.to-. os a"pl!etos d.1 sarra fa. i: essa a 'IOiuç io propos.ta
pda Obra de ~orr-t
Se • fi\)III.Jhd3dc da apre..cn t;~ção, scmelhántc a de
um rt'levo. do ik\<· nt·v>h•iJIIf'IIU> de U'"" gam
,fa nQ
~poço uoobilila fi~c:unealt: 1eU ot:..·r.ador. fiun -
do·lhe a perccpçAo da obra tom unm iJmca r~.1cera.
a
rcrw~~ntaçfto dos pc:rfis em cspital libe:rt
:a·o, em ter·
rrl04 tont: cdua is. ~ po:Sicio rbácamern
e eaiti c:a.
Pemute~the tomar..,c uma inlchgénc
i.1mcorpórca çir·
cuiJndo pOr um espaço idct1J a fim tle apreender
o
obJCCO sunult:aneamcnte de todos o. lagwJooL.
e de:
t\.-dunr ~u curu nave gaçã o t0nce11UILI a um mom
en·
to ~in ico. mfinilámcnte rico c: completo de mtch::.::ção
.
O momento de coot.uo com o c:sculti.ln) é: expondido c
~ d.t modo a ~-w um enoontto preobe d!
um xúmulo de rtlaçõc.'1 ~'e ftdurasem:re ob'icl·
\ -3dor e objeto
Para o~ futuri&-tas. esse domimo intelecrual das co ...
sa~ é delenmnodo !)ela ~iç.)o de!;tas na hiscórit.
CotuO escrc\•cmm c:m 1910: ··Quem pode acredilLr
oinda nu opacidade dos corpos, se n os~ set\Sibilidn<b
og,•çodn c m u1tiplicc.dn jA t)QnGOIMu ~); ób$.c'ural! ny.m -
fcMações do me•o de exr re'ls.)o? Por que haveríamcs
de esquecer. em no~>'l3lf cnações., o poder redobmd:J
!.lo! 1'1(1<;.'1\,'l vulo. ca~ lU: forneçltf n=suJtados anãlt:~gCI'
.ub 005 rai05 X')"'' O CKrt-lnvivvMJJto tk umaxoi'Tl!P
,., espaço ê um emh&ema dessa '":!ltrl6ibilidcklc aguça·
da c muluplicoda" l'llos olo apcnos tn\la o obs<r\-.do<
'"'10m() uma CIOOIICiêncll C2f'l1 ôe abranger o oteriw
do objeto ern um uni!CO ,n,unte. t«nn Ulmbêm garu.
te a urudade e a dlfi!I"A dc~t~ conhec-une:oto. ao factJ.
tar-lhe o ace~so JO miciNt mesmo do objeto. O oo•·
turoo simpl ~. em futma de garmfa, que: residt ro
centro da obc'a .:ttua tflm<> um11 idêia esquetnóticn. s••·
t<:tJ7.ada. da é'..,ll'li1Ut'a dtl gnrrnfa um emblema mtc·
k cmal de sua esllêncio. A reivtndJcaç.Uo futurista d:1
imediação dc<~>ie <:onh«•mento é sublinhada púr ita
reter-cnc:•.a escri1J á vt<OO de ruio X. ao se voltan::'ll
para a ctência a fim d!! ml'IO\'tr 11.11 superfkies mudas,
que tOrnam 15 CO'-"'U mmteJigi\o"elS.. 0 CJesemo/nmM
M de uma gamJ/d renuncia llO ininteligiwl c se tona
uma argumc:nl~Çio 'otllda pera uma in~ligêoca:t dcs·
lor.n-.dcn.
Coowdo. apesar de lados~ ai afirmações do ful\ft.-o
mo de h<h er rechaçado a arte do pJSSado. a ambtç.W
de Bocc10m oom 1\.."'l>e•lO à escuhu.ra darameote nio
tKJ\·a. Tivemoe~ 11 l)ponunidade de vê-la em ato "\11
1.\:
rctxeseut.tcão ncocló~~ten dn figura em lermos W.s
trCs v1l>tu:; -'>itll\IIU.\ncM llf)re<~tmtrtda.s de seu exterior.
tmdcnl(ls ler a seu ~pettO no trntndo de llildebnnd
sobré a JOnna eo~culluml: pudemos encontrá- I.• no in-
d•stin1o tblr nlU Jiho que Rosso dá :\ face
wn objeto CUJO coanecnnenkt ~ leo.'ldo lnferio1 de
a exlslir tm
um a rndt~lúvcl fusão com a foce
frontal\ A nov•da·
de do futurismo l'C'Jidc na 1$501: ia(ã o des
se tdeal.t~
no 1nlcio do século XX, ao ooncci1o
de t~noloa•a.
Sun n oção~ a de 'Jue cncontrarcmo:J.
fuoaonamentO uuerior- das mAquina-., apti..ouonado no
encarmdo rus
prop<JfÇÕt':S entre tng
rt'n.aQens e al:wanca..t~, maleri3IU..Iado
no n~itliC'f1to mccaruoo.. um mod
elo dire to c racaonal
d3 energia prodW'1da pdiiS conquistas
O futurismo lran~forma unla mcd1taclodoc pensamento.
I a bek .a. em uma visão de poder tecnolog
~ tobre
icamenlc in-
formada.
Narurat......, 6 lux da eslndenl< d<fesa
da.~ máquma'i peiOll
da be l=
fl•tur•stAs c de sun profcs!llkla aver-
I são por aquele io\'COtàno de ten w. em
que: 1 IU1c lra-
dJC ionaJ dc~arn SeU$ conjun iOt de pad
rões e vt~Jo
I o uso pór Bocdoni da ootun:.tiHnOtta ~'t
mo base de sua c.c:uttuJ'I pode parecer
rcs.
oeiooal ro-
incongn1cn1e.
( râo i noor~,Gruen tc ccmo o f<Jto de Boc
cioni ter fdto
seu prifk•ro tf'abalho ptcn:un~:n1e rea
lttado em bron-
ze. UJ>"-.'iar de o Mani/(?wo especificar
como priorido1des
da t.:~euhwa. eDite OUbm.. o U.\0 de
ma 'ena J) não-tra-
dicionajs. com o vidro. tul'tttl lmninad
us c lécrica-1 ~) Entrcranto.. a ~~olha n, :~ •\• me o~• lu•
ôo tem a é. 1m1
c.túvlda, um md:ic.io da crcscen1c (amthan
cioni cnm o cubismo. seu re~p<: i to por
dade de 1\oc-
de e d.1periX:Jl'"
çio de que o SUCtiSO dos pin knS
cub istu pM·mha
de kwr crn n t."8bo 11Cu lh&balbo COtno
qw.._ Oesd< o Ullao d< 1911. qu:ondouma fom1a de pe51-
as pnm•n•• oo-
tici u "'b re o c:ubi;;mo chegarnm ã Juilt
:t, 011 f~truri ç•as
ftt:m '.ltn impress.ionados por sab
erem que eSN pesqui-
sa era reahmda com os obje«<ht de na1un:u
mw•s dos a1eliês. O crhtoo itahaoo Sof t-morta c~
l'ici e'>Crew-ra.
1 ra.p tito dt Plc:um, QU1C o artt
«a -rod eia 011 ®Je 10S .
con"uJera-os poetic:.men1e sob lodo
s os ân,gulos. en-
uega..c a suas suo tSS n-a\ ~ e
as traduz.. em
~ c.übe-os em,_, toe~hdade e em sua permanâ).
cia emoctonal com a me1ma libeTdade com que os am-
pl'C'$Siorusw l't])f'OCiul.aa uma única face e um úntco
momento'"'.
No outono cbquclc: ano, O$ futuristas foram rapida·
mente ~ Pa.is ver a nOV<t arte francesa pessoalmente,
ltavando um conhL-cimcnto que foi cwcitado por um
contato ma1s dcnlQmdo no tno seuujnte. Em certo
JoõCnt1d 0. portanto. a Gorrnfa de Ooccioni está fundil·
mentada tanto na.s c:cmv1eç&s própnas do artista qurut~
10 em sua subseqüente :r.il li~lo da iniciati"<l de Picar
q). A Gan»jà ê uma k'ftlíUh·a pen:lal de destacar um

objeto de ifts:piiiÇ".io cubt~a da unn;io plClÓrica a que


~pmxlr:de bma: tN.10ria c mtl'gUibf..io na "ida dl~n­
_ _ clo_.,l<lll.
As •eowi'\U de Bocctaru. fc:rtas no ~ de
1912-13. foram contem!KI'rlneas dts t.\periêoci.;b do
próprio P1casso no I!Cntido de libertar, em sua pintura.
os compooetltes d.1 nnturc-n-morla de: seu CQnfina-
mento lt bidm-.e:n11ionahdndc nbsoluta. A compara(io
llo... relevos de Picam Ç('lm ll Gm·ll!{a de Bocciom
l('ll'na-sc um inlct\::,..\!UltC cxerélcio em tennqs da di·
\CI'gê1~Cia dt premi~ c~t ét•t~L..<~: dois objetos Mo po·
tl.::ri;.un $(;..- mc;noo :tem<llhllntc' em ~.u V(~kl:. "vu-
C:te"tas c seus result;ldot rormaj~. Bocciooj csta\on em·
penh:ldo em rOI'tlle«<' ao ot.crvador est:.tciQI'Iirio como
que um moo de IIÇio conc:c•oa:al sobre seu pomo de -,b,.
u fixo. estruturando. na NUinn. uma ilusão de mo-
\imcoiO CID e:spral, mq\.WIIO P1casso faz $CUS obj~
l())«lt'\'OS tão CILii•CCK c ,mc;,ds como a superfkit
da pa.rc:dc conlra • qual slo oh!otrvack».. Se Boeciom
Oltalhou o centro da &1J1'4fa de modo a criar uma for·
ma disereca. ca-paz de conrerir uma unidólde esse(l(:i.."'tl
ao objeto. as construções de P1C3SSO tf9.. 3e·40) nà() Cuo·
o;cgucm oferecer tS'IC ''SIQ,no•• de unidade por cujo in·
tcrmMio ê ~l vel ~)l't..:udern e;..-.êncin do objeto A'i·
sun. o observador cliCitcionJ\rio do n:le\'0 de Picassu nãu
t hbenado d:t f'ront:ilid:ade do objeto e •mpclido aro-
dc:lr c. lados dele. Edeindo com a ru!ad:ade ~ seu
ro'itf.:tonttmmto e eom a faha dl forma furun"'-1. dt
Cõnhecunmlo dai n::sultanle. Não hl I'K':nhunu form.a
\lllj;:VI:u alojada no nUcloo dc&~ll!t COiltiCruçôcs que o li ~OPICNOIIII81·1il1·1
oMcn·OOor possa ler como a idéia ~..:rlilt it em ação WOI'<o\0. I QH{lu~.., 11n1

1)01' crá'l da d-esOfdem dó$ fatóS pcrceptwos ngrupados -.o·•··


96-.S<m.o66.&v" ...._..
d.Jhu:.
hn lugar disso, Pica~ con•MÓI IC'l~ relevos a
rarur de du.3S espéc1es de nuos rcrccf'lll\'(ko, qut se
mtcrlig.."lm por sobre a supetflcie UJ ubl'l A pn~lra
f uma contbin;)Ç'lo de plõ:~Ptb c: inlc:nalo, preenchi·
cbo por sombras - entre planos. Com ~-.c tru.ameaco.
cp: ocorrr no J7olino, de 1914 .-. Je. por C\l.'mplo. a
fonna do ...,.., -""' COOiomo . . perfil .. perdo
ror completo. E o que eecollltf'llnl.)\ etn -.eu lugar e
alco senw:lhante a um plano C:OrT\1,..00 uma q)per·
Oct'-' que se: adé:nsou com as .suge5CÕcll da C11penência
tilcctl: !óOntbra e textura. Entrcmc!iclada a ~'ia desor.
dcm do sugestões các,cis hâ um &(~undo elemento
vtaual. que se poderia C.'U\lCteriL.~tt oonw peças dec:o-
mctvas excrafdas de uma linguagem dc~critiva- pois
os Ul.'llrumentos musicajs e c)bJCCn<' de n:t1Ure7,.1•morta
COill que PiCAS$0 COOStr(ll SCU5 rdC\'IÃ lfltlt'nl. na
Jupertlcie, fragmentos de uam li113u.aatu1 pictórica.
No C<bO do J-'iolin.o. Pic!WlO decoro aJguno; de seus
plano< com ..,.. ..,.,. de WW. qllo! ......,,. i (unção
dl ho.chW11 tm dtsc:nbo.s ou pnbara ~- ~!:).
~ bldunen.'iJOfWs,. a hachura é Ulthnda para som.
h-ear ou modelar SUpttfic10. conicnndo·lhef uma
tlu l<l de \'Olume. Uma \el que o Iwluro ,, é Lndi-
llll'lbtunal, u sombreado ou hachura lhe: o;fkl ob,>ia·
mt:flh: ..upérOvos. Ao identificar clilkl redundância
hllll't\\lt.tl, o o~en•ador
pe-rcebe 11. hat.:hurn como um
tknwntn \~'ll l'i c~do: o •-cf(lgio da ltnau:~aem dt:sctili·
\'1' tlt• uutm meio d~ expressão (o pintum ou (I dcsc---
nhn) ap.ucm.::mcnte dc~prov1do de funç._'i(l n!t'll em um
trabalho de escultura. Albn diS!iO. Pteuso coloc:t. «.tuat
\:alhas rasas em cada um dos Lados do centro do t1111R»
lho. uma menor e m~i!l buil!.<t que a outra. Rcproscntor-
clo (~S orilicios sono1'011 do Ín$tnunenlo real. CS!Il\~ j)l·
'"·" mangulares funcion.nm também como elemento
da linpagc::m cmpregM.. na plntur:t para ind.ear 1 pn...
lun.bd.ade. ~ 5Ugesa6es da dunmuiçlo de lam:tllhoc
•'- rdaçio obliqm. M~ as formas que oc01 ttm ao""'"'"
lf\1t.ar- objetos st'pai'O'I(foc uns dos outros no esp.lÇo. ()1..
IJ\~ acmplo diSSCI pode iCr V1!IIO na oouSU\IÇIO Gutturtu
111~ J.9), em que Pictl'.IIO dl~tpc)e as cord.'lS de 1..1l modo
' ltH:, em lugar de com::•-em IXttalclamcnte áO k>ngo tW
..uf)C rlkie. como sena o <:aMJ em wn instl\lmcnto nor·
nul. elas cou.,.ergem para um ponto. E essa com·ergêo·
\li c c=ntcndida inequ.I'\'OC:&meOte como um metO pa_"a
'-..t.;_.. uma per.;;p«~ ou SC"JL um trliflcto pn ,_.
t•ur- •• tlusãodc prorundHbdc sobre unusuperfac~tt pb-
'"' I m todos esses eo;so., Oli frngmcntos da hngu~cm
ck~ntl\'3 não íntcgmm os planos isolados da coru.lN·
c;1\n " m um objeto único e coerente. Em sua eol<:ulada
t lk'. 1p.1cklade de fa:rê·lo, a~1.1mcm uma espécie de ex is.--
1 t'(W eoogi!l3da. ~modo mu1tt> semellunLC 10 que
' ; ~12\TaS na$ OObgm.1: cub&i&as. privadas de Wl1 oon•
tr tiO hngõistiro em que~ atuar. K lr.ln'Jfmn.m
\"ai tlb~'WS ~-
1·"'fl:llhados lado • I>Ido nesses rciC\'os, porlanto. há
um nmmjó de matcl'iai$ o um conjunto de elemenlos
~k ~"livos ron;ados a se IQmarem meromente decora·
tl\lltrc porque privados de wa ruoção nonnàl dcnt•'O da
11 l'•co;cnlação, qusl ~e,a. a de meios de t"II'Uiurar a

r· 'JI<Jo grosseira, de f~ uma """"'"" pu<


lne':IU d3 qua) 0 obwrv.ador coosip ordenar t eot»-
J!ft't'l~f a e'~'• dt ~ mundo. A~ onde h:.as·
" .I!'I«:"...Cnt'I·OOS du;t, Ordc~ de e'(pe:riCnctl, \CUS
• dl'\'clo'l n5o diferem mtuto da Garrafa de O<~c.:iom./\
chH'If~UCi tl - profurtdl\ C \lbSoluta el\lfC (~>." 1\:h.:trc~~loS
• PIC'aS10 c a ocultw11 (uiUnso esli na <XlOCe'pÇio do
rnme1ro q\WIIto à R"llçJo cntrt: as ~ ordens Soe·
' m1 lu\ iJ rcp~tado a ordem c.onc:eitual como a
·•~ t"o(cndcr os matcna.•• da e:'periêncla. como proje-
ul' '"' 1.:cmc dc!>.'.C-" mat~nftt4 es!oer~C&almcnte mertes
p· I '(·on><•éocia em fo•·muhlçt\o do obse.....-ad01. Picas-
•• (Mlt' l)lll m lt•do, enll'tl'ncscla a~ duas ordens. apre-
' uJuu<\n..;•-: 1••11o :1 Indo. cxibht(IO-as ao mesm<> tempo
~ ,.. ,.,, nrdcn:-. pcrct.:plÍ\-'aS e como ocupantes de um c:;.-
• .•' 1tcral. Ch r~IC\(ll't de P1casso não apresentam um
• " Mt <k OfKiHlÍ.G.NiO 411tuado al.ém d3 supc::rficie
·I•• ,...,, tl um I."C'nb'O 1dcac.onal que podemos ocupar
r't(tlc\: 1ualmmte pua c»nfenr ao objero UOl s:sgrur~
k q\it tr.~DMcndc: a pc1oc:pcio que temos dele O ar-
tftit-.k' an qY~t W urna IOg.•ca imancmc' oaqt~tifl
IIVI't'ri"KM: e cm que a~ swge «llD a c:xpe-
~~l 11 c não e utna a.n._,lnc•a anterior a estll ou à parte
'I
I) n t•-a. .nJinário cn~inamemo dos rele"os cubislas
•I 1'11 2-15 é ~nclh:.nl e, 1>0ruuno, ao cnsinamenlo
1t • 1\u'lallt) infi·rn(); o de que a ex,,eriênc•a parcial do
,,1,,, ••• c\:ll'mo JÓ ~ plcnamenle oog,nitiva c que o pt'Ó·
I" •·• ~•~ttiflc:hl o dcllponUl no mundo simull3Jleamcnte
•111 u ( lbjclO l':ar.a ~tnMJtlliUi--lv. Pi...IS~ ~ <'PQck"'
• llll):U.1.:cm que antcnonnenw fom parte do espaço
lltu.&l JU 11\l)IOOI!U'nO confinad;l lktS limites do~­
._\) J'"k'f'tOO t . portaniO. ~do m~J:DC~o real -
tu romu ess~ ,...... hrapgem em um tipOI:IO
du~htcr.d.
t Ot c:ua a tnc acu.l1órta com que deparou o art&
1 'tmO \ l;,..Jumr Tathn. de 28 anos. ao a\1"1\oessar a
I •uuf'A c ...:hctar a !>anil, no final dt 1913. para oonhe-
l'u. ;~<>,_,,, (}. pinlorcs vanguardistaS russos jA. ha
• • ' , · "'mndo f.:onhecuuenln dos n'IOVimentOlS futunsca
olll\, 1.1, n.1 \'Ci'dli~l~. (I r rhnetru Maniji:JU) fitturiMll
I• ·~ 11 .lliUtidn p:uo1 o ru...so e começara a S\u1ir cfc•to
u• d~t..lllliS. 19 10. 0 :ICCI\.."4.1
.u ti'IIÇ(Jlt n10sCO\'iUIS em
dm:toil artt de PtcasltO e Ar-<1qut se f'i7A.:ra possl\'\!1pa-
ra Tadio c Kasi.mir Malevir:b JriÇI S ao pnd e acen-o
c:ontemporlneo de Scrgei Shc:hul..in. e resultou na de-
Cisão de Totlin de visita r Pnd$ e tomar-.se. se posshtel.
aprendiz do artista mal.nguenho. t;.ssa ptOpQ5la não foi
ICtita por P'lcasso. c 1Mlin. pobre demaa~ em 19 t3 pa.
ra manter-se em Pans por mnis de um mês, tco.·e de
contCrttilt•IIC CQnt fn:qüenteJt vi<i11as 110 ~tebé: do
tnol'.
trc que clqe ra. De: "·oha 1 Rú..~~aa em 1914. Tathn
moçou a crabalhar em uma ~rie de '"contra-re inos..
eo-
em folb.'l-<lo-nandl'b . rmpct..'lo c nramc. imitando ~cons­
IIU(õe:s de f•icasso. A e.'\po&i(fào desses rclCtwem I 915
~ T111111. e-m sua C'3rrrira como o m:ais radK:
al ts·
cultor ru&~M>.
É óbv1a lltualmcntc a razllo por que os c.ont.ra~~le­
"0$ causMam tal csdn dakr eles a,-ançam
em uma
d1reção dt&mctrabnemc opo~a ls conetusões a que
chcg.1ram todos os demais cscuJtot-e:. - inclui ndo
Soccioni que sof'rernm a inlluência do cubismo de
Ptc:asso. Boccioot. como V1mo5. ac.nou o desmemtn-
mento e a du;pers..'o cubtsta~ do obJeto e reconstruiu.
"part ir dt.'i!IO. wn •nc><lc lo de lnteligibdidade ideal. Ao
proc:cd<r dt'»a forma. ><w<JOO ,.,. Wnofo elo «po-
~ ~• do muo;;tv .:m que dêtn-ameme nos ll\0\'1-
mtntamós parn in!'tn1â-la fi••mementl) em a~o que
somente (!Ode ser c::.mcrerizado como um espaço «<ftoo
t<llu al. o muod o - - pela Ganu fa IRJ>scalde
pobreza lL• vi~ rarcrnl. É um mundo o.tn1vés do <1ual•
muitas viKôcs são interligada s simeucamcnte, sendo.
~~<""" $ClliÍelo. um modelo pr1ICJilático elo -
cxperiênc11. de um obscn-ador que Bocetom pre...,u-
da
I,Õe essencial a quulq uer enu:ndimento do e51h1ÇO e
dos obJel()(; nele contjdos. Espelhando o eSpaç-O men-
tal da ~ do ~'1dor, o ctpaQ O coc«
nte
da g.arr.afll <~~prescntada :mahtteamcnte 6 destacado do
cipáÇO real do mundo. Etuendc..se que tanto o t~ço
~ como o obj...10 que rcnett- sua K~n~&ma ClóJS-
Ntn altm do dnmin.o dl tnalêril rudimentar Q1K ea--
t...:l n :.a O\.~ lttetii. A iluslo~cm·oh~l G.lr-
•u U...· lkk:óom t. porwno. uma ilus:lo de: mcJ\111lCC'lto
1" \Ut\~IIIUI, l)()t ~~ \'C~ um modelO ôe intcgnçào
e
I •til ''1\U,II, pam q U(I I i lUdO~ COOCftÜZe, ê 1\oCCC'Õ"
''"' ttu.: a g~u mf:a M:jn vi..u~ como a transcender o es·
1'•1-.:t• n:al
.'\ qu:dtd.:•t'c r'.adicul dos relevos de Cõ.lttto de Ta tlin
11 t\1 r du mo,lo como t'\!jeicnm esse esp<l.ÇO trnnscen·
11 n1.1l em ,tol!l '!Cilltdot diferentes: em primeiro lugar,
, utulu">tvmllnlO de 4!U.1. SJtuaçllo e. em sc:g.undo. oo
' 1u l(lk m:arufeslam pat11 oom os manma15 de que
.ao, f~ hlfl. ('Jda n::lt\0 de C3nl0 tt9- ..., ê organuado
momuali.. ;unentc: em ~bl;1o .o c:noortlrO de dou:
I Lino5 de rr.&n.'tk uCIII.zados pOr Tallil como $UpOfiC
th.Ko J.a ntlm. E.»a JnlciR:n arquit~ôoica - o cad.O ,
1111 c •~tllriuM.l do pc:de;tal que o;er,·e de base ao /'ksm·
" J, ''"'.""' dt' unra gamifa, fa7 pane do espaço real
,1" ~n•h 1 tutc .:m que flll conlra-relcvos de\ em ser Vl5"
'" " '' a lunc;lo do pedestal de Bocciom é isolar o
..h,,''' c:~..;ulturul do í!Stl.'IÇO nntural. declarando que
~~~ 1 ~c HJ:ldcim tmtbit~ntttçâo dil'ere de õ.\Jg·um:l formá
•'" IUI''"·k•. oJ~tmitodo ao acaso, de mesas., cadeiras e
1 o1 1,, ,, ao fu,,.,.ao do o1uuo d~ T:ulin C $1. de i~istir ('m
"" ., .d~."'o que ele con~ém apresenta. uma continuj..
J-.; c111 rela~OO ao e'>pa~o do mundo e depe:ode dt~
f'iU"J l(f um "~mhc.:ado .
1\l'\lm. ao cunlrfario do eixo <:dlual da Gorrufo,
1 orpnua 1 obra em klrnO ck um núcleo ima;g.IM·
' u rkmnuo 'a1ecal central do RrletVJ tk NlftC) n--
IA I'C'I .r.~.a~''tc rclaC'tonado ao ...'inco "ertical que:
m u. • ,. c: "ontro das dua11 paredes reais. O Rell!l>O &e
•f ~~ ~~~ .1\:\'lllO um:• proJeçAo frootal a partir desse ele·
lftl nln •uqwlct6tuco C:llpecit •co. A \'ertical c:entrn1 do
li, J, ., ~,. ukl•n:hl.1 tlMn <> c'bsetvador c em ro., na de 1ft·
1111n.• td:Kinnlh\iC com umambu~nte real. maLo; ou me·
'"'" ~ un" ' ·•tlfOI.Illc umn embarcação cortand(l um \'o--
41 \ll.:lcJm• f<ftl" ti88S--19SP
llt+.ofh ~. 191S..km:t.
--1'0~~. 1-1..7011~ 152tliU
Jl6l un~:!Udo: ~~o
hot.t (101~ fr-=k. 1-.l'IJ..
-~~~~O>O'I';Nit
r~ r- Art Uli..l.l:lllns.
..__.....
.,_ Cut-nJ ""-~JM wacu
lwu\ •l 'i1~u:t é comprccndtdn em termos de sua dupla
1, I• I t.:ltlll 0 1<(l)ume encra atádO do qual ê (I
CXll'el'l'li•
k:i,W e c."'OID o meio resJSte t"'te do ()("eeftO q11e
.~ u lo ~eu a'\,tnço inten(!l('ln:d. O (;\to de O Rtl,., .,
de ~u
, 111 1Uoltt a)'f\.~nlar wna !'tmetria em tomo
nú•
' • , mrnl !iubhnba essa quahdade anliideahlUIJ da
.a. numa dcda~açlo de qut o nUcleo nJo C o
''''' ••1.• obta ,, prnffit7ir tlma .sêrie de emanações em
·lu• ._.lu ,,o exterior. Ante.'\, funciona, ao mesmo lcm·
· 'fn•t SUJ)Ool'h: concrt'to da escullut'l c para 4l"'Ccto-
""'-C1 ~ 1 du;u mecadcs aodeptndcateS. Uma
"u
•I ~ unpo-;;si"d dcduz•r a oonfigumc;i1o de um.l de·
1 'uuu 11L1 md.tl k a partir das rcla~õt$ perceptlve1!1 na
• 11 1 '"\P(rit"caa que o obG.er\'ad<w kD1 do
Rdn õ
I I • n 1h tj:rc r~e.h .;a~te (b expen (ncu• dt- conuo -
1• lli!U \'tlunl promovida e permi tida neta Gam l/tl de
li . h•tu r~11in mverteu lieu mOdo de configurar e or·
cb.b. \isuau.. dt modo~ oos.,_(,8 ~·
•• u-. R: I\'\()\ e a de uma consc:têncla mai!t t.gu·
li • •l t llth-.'I~·Jo C.!ipec ificn que habm1m.
I · 1 •I• "" '-lnt()Cna..s des.-..~ coru.ci.t-ncia revisada da m-
lia-1.1 do objeto c.omtruído c da realicbde de
' 1•ntu 11.:ào \'..:lo à luz várioa n'leses depois da prunei·
t~hH.Jn cLns ~on lra-rclev~. Em um11 cxpoí>:iÇ~O de
~ ...,._,<lo"Anodt 191S ''.oplm o.-Mi ll>III U·
' aa....1 um rele"\-o, p.w ele con:Uruido, em uma
111 ,), I qunl jfl rorn afixrtdO um Vtlllllador, quand
o
. , I, ·a.... P.""\lunt:a.ram, em tom de brin.cadclm. se
IIH an. N11t do trabalbo. SquiDdo o e'\an •
•I l11thn. L 1nonm> concluiU que artsp osta IÓJICól
rt .1 lll't' "sun" c reocganh~ou sua conJ~.tru~âo
de mo-
jll 1 '' l'('ol'3f d objeto mo.:ãnico.
<\ :11 r. '-'\lef lol'la çio da. ióp:.a csuutural da.
1 lttlrol um dcstoc.:<"lmento de fO.t04, ex.penmcntal·
"'~-..si\c" · de seu núcleo ideul e iJllcrno 1n1r:1
o
'i'd • m rt'le\o'flll de Tathn f'C'pr t'~ntm n u
11
que ele prop rio dcnotn~n.wa ""uma cultu ra dos ma&c•
riais-. querendo d•zer que a forma dada 1 qlDlquer
l)anc da OOra co•n:,.-pondcria iLot cll:igê-nc~as 1'tajs, CJJ·
trutu rah. deposit.;ldas naq~.ttll park . Se a chapa de
me--
cal adquare uma nwo r fortJ de compres..~ ao ser do·
brnda ou cnrolad••· esse f1110 expl k.1os elememos Cul'•
\'OS txt!llenles no1 OOra. Q\alndo se flll oece:.ll0.1.ru1 uma
Jrande força 1êlbil p3f'8 ._,~ huemen1t <b ek
mtntw: do relevo no espaço, Tttllin emprega() arame.
1-!."Sa atenção ãs prnpned.1<ks estrucumis dos matcn.ai'l
~tá mu1to lonar. ~ claro. do tipo de peuw
naoo que
Bocc iont .11 medi tar ~oobre a l ranstxu~ncia con·
lt\-OU
cenuaJ du uma jlltra fa de bronze !IÓh<lo.
Em 1920. a .....,.r... de M_ ,. ...,. ., <>m pda
f'C\o fóQO cruzado das ideolowas c!tléttca.s. Naum
<ia·
bo, um c.'k:ultor m~ que "e opunha lot.llmentc oo 3\':U.
.
ço de Tadm ..pelo espaço real e petot. mw:ri3.b real'
organiZOU uma campanha rontra o produt1vi'imo.
cu--
mo eru chamada • posição do Tallin., imprimindo cin~.-
o
miJ cõpt;Lo; de um rnanif'e:slO em que dl."Cla:nn-a wu COft+
\ h " ' "'~ e quo fui distnbuído de um extremo a oulro de
lrf, ·•u' ..o\ tJi ...ulgaçào tk'i$C doc-umento &C:.IIITClari.a
I • lfl'i 'O'Q tt"'ftfu:sào dtknnQS.. J\W pOrqU
e Gabo in-
-
hl•ii• •U IIU:i puhhçação Alantfosw l'ftfli:ttu. mUI lO c:snbo
fll• lh•led e um panRe10 em defesa de um llJ'lQ de idea-
l ••· · ooruhuml quejJ. vimt:ll! aru.a.r na obra de Boccio-
1 ' ,.,-jo que Gabo tc:m do ""Raf" Vll!õf\-a ob\ lalllel
lle
1!11111•• um1s n n."\o\!laçao d~ mna sculid!).Jc; tnn~~nd.:n
,,, , 411C à U\lulirestaç~ de uma r~lidade fac-wal. Pa-
• •• .,. C! ~ coo.fu.s.lo ~~ a aaili.se da matéria
"'"f. 1~1 1n1pl•l :l\oll uma coosrruçlkt do objdO a partir
•lt h •h·r,.cc.:-ç~~) de planos hsos s.implctJ.. Oada à clnreza
I "' ' , •V'~~ que Gabo ""''tla"a a escruturn da obra, seus
f1c ~m n'lfoo $tW teoNs: eslll!ocas. p.usaram a
f •'· "'~n.ld<-~ como obras •construttvlstas... embom
o
I 1•11•1~'1\bi MII ivumKI rO('IC. nO in feio dOS all()S 20. o li•
I a.l· 4~ ptlos coJ~ e put1d lrios de TltliJ) para
1.1 •r · ~·u~eoioodt(iobo.(Nopc~ntc
r "''· <'"-"k'l PM•ca. amatmente já estabc:lecidn há qua-
lf u <Jtitnt• .mos. seri nkll~tida. Cha.nlô'ltei as obras
de
• i.ft.. 1\"\ "*'' de CObl rutMS &U. amplr.ando o tcnno
' "''dl• a mdUl r a inHufncia ru.\31 na Baubaus nos
.,., · ~ ·u ç I" ' 111.I1Jio ~ 30, C3pcc,rie,un9nte a obra de
111 ' 111.l;y r I.A."VJO Moholy-Nagy.) O làto de as obras
c~lbo c. 1rnào AntO&AC' Pt\ <"ft' serem ckposilà·
· k~"c tltllk} deo.e-ie AemJgnç5o de ambotti: da
RtJ:s.-
1•1" ll!~'(ll!ll:i(mflna plu-a ll A1em! mha (Gabo ) c a Fnm-
CI'.n ner)'. ('onde o tDhaU10 de!~~ 1 pam:cer
anc •tt hpdo a uma posição «lbic a squndo a
'4""1 a ~.·amslmçllo do objeto de'o·erin apomar em dm:-
' a I•Ul,l f{'(llllctria imc:d1ata e legfvc L
" tem~ primon;L.aJ desse abtolutismo era um
"" lflll' cun rUii\o'O bahn do por Gabo ck
-nler oo-
111.• ( i.1hn npcesenlou c:m conce ito em su" fonna
lllf'kll rur intermédio de um peque no duwa ma
,, :\llntpanh.na urn aniso t'llphc ando a b:ast
I I I

do m~odo f.'flmtnltl\ •.s&a O cl.La;gmrna aprese-nu dual;


Ii ÍlnaJ:c<l• de um cubo colocadas lado • lado. O -cubo
1.. ~ Uln aôtido comum. que. a exemplo dos dtma:t.~o
oi>J..., pot ..,. pcY<ebidos no muodo r<aJ. of.,...,_
OOfJ uma ' tAo pirt:aal de Si. Por ser kchado. tnxerp-
mc)S openu ria de $WU faces. O ..cubo 11-. eweun-
to.. f COil)lruJdo ck: forma d.ifm:flte. Suas qustro fi!Cib
l.at~tn11 loram Nrh(rvido::. ~. em. ~ lug.v, doi~ ~-ti~"'*
dt!IJOn.lu cortam o intmor cb forma. entrecru:.t:ando-
IIC (fYl ln,ulos retos em seu centro exato. Es.scs doi11
pl.•nos em mlefllcçio têm o propósuo simultâneo do
CSlruiUrllr um \'Oiume citb•co - servindo de aml.áçào
ou SUJ)Ofh: p.~na os planos do topo e da ba.se d.'t figura
c pctmlltr um uccsso visual ao interior da formn. O
que o '>C,l;undo cubo. o aberto, revela\'a para Gabo rnlo
ero IIJ)I!ntls o c~IKIÇO normaJme01e deslocado pelos
\'Oi u~ l'ochado11, mas o nl•cleo do obje(o geomi:cli·
co, t-xpollto com a mesma s1mplicida.de que o própno
pru\Cir•o de int~. tOmando a figura comprccn-
iilvel de modo ~~emdh.ante ao que um teorema geomé-
tnco 'iOia c: col,u a I'IOho alcance de1.ennmd$ pro-
1

P<K~ b~I.11Lro rcletentcs aos objetos sólidos.


Gaha em~rw ~ artir.cio ~ Jli
""'191S.- ""no:ç.ua a criar<>cuhura$ frgura-
IJ'V&'\ alftl (\!1'1nib de p;ape:Qo hso c de oompem:ado
Eun pctfn cr• -... • IM atuariam ~re no senhdo de
,,iblr o enctdaçamcnto tndunens.iooal das rormas
pelo in1crtar, ou nudco estrutural. do volume: normal·
mente fctblo. O impulso do trabalho de Ci<lbo, por-
t.1nto, ~tl\'ll .. oltado para a pcocuaçào conccin&al dt
IIX'ma r."'~Cndó dele a contrapartida estrutuml d:'l
"'":lt) de Uocdoni.
1'al Cômo '' (iarrq{a t.le Boccioni. n cscultum de
011bo deve ~r lida como habitando um espaço espc~
ciJI, id~!.ill:r.udo. c dC\'e te\•elar-se conceitualmente tr:ms-
parc•uc. atm.:t.entnnOO no observador estaeionilno umn
sintese de todos os ponto-. de '""' 1_,,,,.,.
diSJ)Oria se circunavega~ o c\1 nu1 •
surpreeodenle. portanto, a dd~n ' 1. 1
de Gnbo criada em 191 Cr 11 (I~ 11•1 •
cauto dciatlin.ntls qual.-; o;c ().N;I," • .t
tCm o <:ontexto 1\lOdelado c,p._..., 1111 11 11
relevo, do qual projeta us pl1u11"~ ~ ·••
1c-t uno do uso do
~k n\Cn iOS cscultu-
pt• ( ~h:\. CUJO dcmeo-
pa.;u ~U'ic::o
tr.tMforrR.Ido em 00\3
'"'"'''"L••,1 lM'II volume o.a-
• ,1 • "'l'·tndu« para
f'l"•k:l • lim t.k ~tlet
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tt• ...t,, ( i.Lho comcçaro
' ,, 1\''
•M''"''~~~~~ ·~àt> lk seu tr.t-
'' · ~o~ dos materiais

·:~::·:;·,;·' ·• I)Cl!ilçâo iutelec-


1 • '''hll'llll dos planos
u • 1 11hua n untl Colwus, de
t' • .wull•~·b material da
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\ftU ter urn rerço a
I { , r~t~' um m·esb-
• ttH •h ~;ndo três gr!n-
":~!':;,'::·~ IIUl' fUIIÇIOilatl3Jn
~ ·\ (\lltl! o.; .~o: tcma da
I douu ~~ptra t ~ a.sct-n-
..,,.,,, tli!l cor•x:~ond c­
e~ lumcll que dcve-
ilo•••·•·•'"'· ' I .tthn planejou
que o vofwnc: inferior. que SC'na um gigamesco tam·
borde 'tdto.. gu-ana k:otamenle. à 'oekx:Jdade de uma
n>Ca<io """Pida poo- ano; o •'Olume ~qW..., de: ror-
ma pnmadal. ~&ma rocação compkt.a a cacb
mk. f'fiQYAIII.O o Yolume superior - wn S3lão cü.iodrico
coroedo ror um hemi.srcno- f:uia uma rotação ~
rlcta a cada dnt
O r"f'f'N'•Jn d.o 'r:.tlm d~ um ••espaço re2l e ma~~••
~11"' n:dunda. ponanto, em um uabalho ideolos-ca
mente Of)O.'íto Am..-.quete de Gabo no que se refere aos
dôt'\ a»pectos que vimos enfati.Gmdo. Em primeiro
lugar, •~• e.!Jlrutura foi removida do interior dQ objcco
píltll o liC:\1c:xlcrior. Ê evidente que-não há aleoessidade
allguma de se penetrar mais além da supcdlcie d~•
cnvol16rio de~. iilé uma região interna que guard!t..
l"in ou oc.:ullaria umõ~ lógica $rutural. Ao conlrário. n
lógic<1 é ~a I:Jela superfície, e a noção de uma
ei~ d~,gli~<t co1re interior e exterior é resolvida por
lmenn&lio de uma unifi~o visual do sigwficado da
earutura cxtema e do centro experienciaJ da obra Em
-.qundo tupr, alorrc de Tathn distingue-se da Cofunu
de Oabo ao pr'Oma\"tf uma atitude complecamoente dt·
'~para COII'II notio do ltiDIIO. A lnlllSpadncia tb
CoiwN> de: Gabo. 1a1 coaoo o cort< -.o da Ganvfo
de Boodoni. ofcrccc ao observador uma $ÍDICSC per-
t'C'pll''J tm que 01 momentos passadcb e futtuos do
anubcb. Uma Uruca "isào do objet:o é apromtada
como a soma de todas as visões possíve'-" cada uma
dcta.•c cntcnd1da çomo parte de uma eirtuoao.~açJo
continua do obJCto que se estende pelo espaço e o
tempo, m.l.li uruflcadas c conttoJadas pdo tipo especinl
de informJç$o que a Cta.nspatência do objeto transmatc
com clare;r.a ~·m o observador. Nessn \'mica vis.lo, u
cxpcd~nci<~ do tempo e do espaço é. ao mesmo tempo.
ll!intcta:r.ud1' c cransccudnla. Em contraste oom isso, 11
10rre de 'l'btlin ~1/1 comp1'0metida O(lf1) .a experi~nci.1
li• 1 11'1'" r~;.a) Seus hnbilnnles iriam ocupar CODJunlOll>
11 ~~o~rar•am k:otamentt no espaço. OsoonJuniOS iriam
I ~ \' rtl&.)$ legl"<bl n• e c::eriJO$ ck uaf01 u.çio
1 l,,. !• (I JOrnais e OC(Idl05 de rádio e cmcma CUJO\
luu, ·•• ~cr u a de d&ngir c rtgistrar o de:~cnvol vimcnto
4i1 111111' lllll.r,tção po1ítica r'e'Volucionâ.ri:.. A torre desti•
1111 • fl~>rtauto. a \rma Qperiênein temporal. cujas dt·
I I • ,,,lo podrm Jier conhecidas de anlmaio. A 101Te
d• 111o11 rt: .prilo aos proc:essos de um de1en'o'Of\1ll'k'ft·
I!! 11 l·u•~•' do que à lrllnscendê:ocia dnte. Par.r. Tatlin.
11 1 'uul"u•a I!'Stâ. vi~t •,oclmente poSUI a totl"fÍQO de uma
.,, uiU.'III I'\!\'OIUCÍOilá fi a por meÍO da qual ti lu.stÓri3 J>O"
t.; • muldada: tXIra G..OO. é: wn modelo de coo.hed-
•·• •' •nluto por meto do qu.aJ o fucuro ~dado enio
tntr do
~" ,1rJarmos atrnagem utila..cb por Ei:seostr:~:n
.. , r ''''"''m u imagem da ave mecfin•c• - pet\ieiJç..
'' 11111 qw: ct:t assume um s•gmfi cado c um.n n:tev[hr
ta pal llo·utarcs em rdacào à escultura 00:, c.:ontempO·
IIÇ':In. .:11• c•neasta. Na otcbciz;ação da t«nologia por
t ...._, rr.:onlnmOS uma coa~ d.u atiludes prr·
tn1lr' .-tl,,s pelo aut6muto. ao passo Q\IC na manipola-
14/iu oi.J h.'..:nologia por Talhn. enconln'IIY'IO.'I uma tema-
••w• 1l • 11111\:\~ l::t p:u1c do processo rlinli'tirn
No ,, ·•o da décadl de 20. esse nr.nlO do coostru·
tn vn> r 10 a que 't'taTIOIS cbamando ...Idealista.. ou
ml 1 \ tu.tl- começar~ a ter f't'pcrtu.•la<:s na E~
'"~o lo w.,l Uma das mtÕ4:S em o fa1o ~ <labo e Pevs·
1u' hu~~rélll 1rocndn n R(tssia pela Ffllnça c a Alemil·
tdlll ··•t\1' t:ontin~nun • construir esc.:ulluras dotadallo
~Ai 11 ' -r rmc:-i.a e dl clareza dos model05 m.atemau·
-. r ,....... A OUIII cna que a aun.de 1dca1isu em
~·· .1 c,~ulrura tomou o rumo do <Xuknte e apor·
lou r\.1 n1\uhau'i., por •nh..'fméd•o dos escrllos c das pin·
h•• 1 1!\· l'l Lissit7k)', cujQ estética "demen121nsm.. ba-
A , 1,.'(10)1) a de (i.:&bó. em forma" d~material iT.a-
das c:oMCnllda:i ~ eallldnCJn.-nlf , .
scçiodcpanoo
A u1fluéncia de: Ussilll.')'Cfq
Oauhau.s com relação à forma ,~. ti
por meto de dois homens que ct•nt,, • •
eul 1921. e nos quais causara um.• I'
silo. O twimciro deles em o"' "'''' IH
Moholy NaQY. qu~ fói parn 11 U.tul!, +
qualidJde de org:mizador e pwh''~' .,
dutótiO de ma1erini~ e de.s1gn O u
dê! Thco \ottn Ooesburg. um pi 111" 1
do C001 n:lac"10 à fonna tnd.uncn 1 •111

-~~~- ·
--~~ti.Q-t9 SI

.....
-~ ... ..n~
(:a.,..~~

~~~'IOri..
4t ALIY~ A (111\Sl.t....,....
'"•lnel' (lee&ol962)c ~
tm o.- 0.0. '941 Bmnn> <ICVil(fO.
111 e-~' '>0 Hm ~4l,B<m
Alllllj'll Kf'l:l;t M o.ruw-,. eur<lb.
"' V I).'U(;IO lho s.a,mout H, Ko!Qo.
~uon. t1t.
lfOIO c.-bfltg.M,Jyi'I<IXJ f!l(_)
~ ACJMA, lXTREM.t. OIIEifA.
tt ..... ou,v · ta90ol9-ll)c
1>oAI .. (Jr01c 1911
n ton'O d.u teoti.as de: Lissit:tit)•. e se reOc:l~m em
de\ br.ao;So dlfC' a esuurura.. dauda de 1924: ""A
lfQllOI.1111'3 e anJrib/Ca. w 3C,a. cl• nio tm•
...._.,.., &J dafcreo~.es cétubs espaciais funciOftalt em
bl.• («h.ado . AnlleS. lança 15 células ttpadai'
• nm t ) ccnuifupmcnte do núdeo do cubo. 1::
""'" ' ti.,.-;_-..."'> meios. altvru. l.argrnu. pmj,m./td.ull r
tJ 11~1 C. uma entid:wk quadricbmenslonal una~)•
, •• u.uw1ha para uma e:q~ress.'io plásuc:a totalmc:n·
'" • n••-. csp~ abertO$, [)essa fonmt.. a arquitetu·
' hl t•u•c u•n aspecto LU3 JS ou menos flutuante:, que.
" un dvcr, :.tlu<'l contrariamente à.s forçtL~ gravno
• ''' n tlt nnaureza:· A dcc:laraçào n:flete 1l det(lrmi
·~. •• Hlll"''"h"•~Lá de que o objeto sc:jn (liC nrqu•·
1 • '"" '' uu f..'""cullur~•l - ap•'Cscnte-se mnis como uma
çoCL\ItU<.:Jo mC'ntal do que como unu coocretude dto-
,. e matcnal <h ,aJon:s (armais de aparerue ausênc1a
de ~ t de n:sislê:ncaa á gr.t\-i<bck dmoum o des..:~
jo de w.a OoelbWJ de QUC" • OClftSirUÇào fosse ass;mu-
ladl ~ ltf'fi'K» •dcadorutS ou cooceituais de um ~~
pa<Onl<nt&l
O impacco ck \'M Doesburg sobre a Bauba...s !111:
deu dC'PQis de 1921. Quando ele e.briu em We~r um
ate-li~ 10 ~o da1 dependmeaas do institulO. Foi sw
~cnç:. en1ro 1921-2.3 que: tornou imper.rtio.·o para
\Valter Groruw. o diretor da Baubaus. com·idar M<r
hc,ly·NRS:)' a inltarllr rua equ1pe. um passo que rco--
rlcniOU o J)Cnsamenlo do m...-tnulo na direção do cons-
lnlliviwno <liOt-- n • n1. O 1rabalho de Max Bill, que foi
aluno do Jl.l1uhnu., após a chegada de Mohoi)'·Nagy.
"''''·'•ca o ciCito tlc:-.:,e oon"trutivismo transplanto ~
'u.- l'l.tltLa escu11uml <rg ~. A <:xtmj>lo da obra de
'"' ,. 1\:l:..t~:•. Bill çl.,bnn modcloo de conccito!l.
..,.,,~..111...:'-'"~ em fonnôl de C!M:Uhul'lll. A intenção do
"' cnar t.u~ obJetos tr:lO dt que apressassem
lnllo.k' mak."''IWI...:o lk pc1UM'" e que impress~
- - > Clb«r\-.do< Cft<jWnlO COO<IIUÇÔC> potalll<O-
tlltlcc'lua.b.Como um autor nprimiu, -~ru Bill
I tca1a dtmlbar b \t.IJJC1ra!i ~ int\l.içio aru."iiica
~l«l:ll'ICOIO (ll"'lllfJCU, [lt \'~I gcomc:tria.. a5 f'C--
IW.'llllall de :Wj>crli.:•ct e lanhas. como o funda-
mo I'C'IIIlurdml de tvda a forma. Ai rts-ide tambCm
t "''' dil cxprcs)<.;.io c!ltét1CI de figuras matemâtjc::~s.
Au .t u 111\lll lvnna concrctu no pcn~nmcnto abstr.ttO
tm•• "''" modelo~ nwlc•n:llic(l$ do esp~wo -, introduz
I " "' \'l cn~ento o;cn"h'!.:l''11•
u "'''" ' n:laç."o :.os
• n h1 ,, de llill e de
~ 111 <õuhtil UUUI J)OSi•
111 • I~< abalbo esc:ul·
IC 1.1ndo corpO ao
.do cano..,..
'"''"' ""'' ""n 1110 tm-esbgari.·
" '' • ~<~o de bomen:;
I IIU Ih li é domi•
u ,~or; , pmj cliw e-con-
1• lllc 1U ~I ~1 C, repetida· ,l 1\0i.IUIO... tAsli(I IAollolf·MIII f
(11~ 19di)l (on~t"'(.aodtl\1'1-'
" '' •l•' 'fiiC-.e afí~rura 1W I I e'IO ~·a. 11411tl
1 1 1.1 na. s..me1na, Jlo;l~~~t~I•..O,IIÓ;),ll~)-~
.... ~,~_... ..... ~AA. N:llll
IL"'::II j SCf'l$1· DNOeM-u sw;
......,~ ... ~s-.­
II(Wttnder
·-·~••fM,;(:II\1::\Jn a. ... ~o ...._.Gf~•Alf:l
ten-
'-4 AM&lo!O MoP 1i11 (llCJS.-): AMI
11•· " ll\,, 3 escultu- f_.ho.,( l)t].~l<adOWI
•lu 1 •JII!,' modcln. vi:l '""' (.dlrt dt;out\tdl:) . . . . ~
O"illlln• J6.1 un • 68.$cnu.l9<m
1 t 11111) d~• obscrvaOOr n
lill\ 1- •Jwcovm
t ~~11119

111••'' '1. u~t•ldt. •kn ullurJ


é comprccn­
Gan»11, Smo!l!"'"_..lt\Jliluflall,
NMN~D ( lfl:4on'*
' ~ " ' ' !I (,;.....,., ( " ' n t.Cu';o""'
l"l "'" do trabalho
~ ......
.l(a.S qu.t--
.-ulnn pode,
t 11 •to uw.b espe~
1, , c
·-...~~~~~~~cimen~
• I t I!I lj ~I C OS modOS
uhw 1 l'I IUII de~vol -
111• d• '~'''" ooLros IK>-
M 1tc:cl Ow::lwnp

~~=:~~"~""' ld•~
! dosig,U·
1~~.: !UIdo
mo tempo. a
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. + • •ti cto ~uJtural

h 111 p •n·ncm. ú para


\uh1u ,1~nr:1.
fORMAS DE READY-MAD E:
DUCHAMP E BRANCUSI

t au nolte em 191 t. ~U'O lnlq;TIDleS d3 , ......


.,.,dJ p.am.teMe comparectftl!l. a uma bizam apre-
,,... ,.o l('atral: Marul Duch.tmp. Gmllawne Apo-
lltM•u Fmnc1s l'lcabia c (Jabrie11e Buffet-P'i<:abia
k •m ,.,-.J,.ura IIIJfJrC.u/J.e$ dQ África. c:spetáçulo ba.9ea..
•••m tllll rou\ancc de Raymond Rousscl. ..Foi c:xtraor-
ll1116rh•' , du·• <~ Ouc.hamp mni~ lfl.rdo, referindo-.se àquc-
a. ,..,,,.. "l luviu no l)t~lco um nl()delo e uma oobrn que
''"'\ uncnl:lv::•levemcnte em a absoluta loucuta 00
....,..,_.,,~, NJo me lembro mulll) do te:<10. Na verda..
• nrn• JlfC"'o1:t.fllOS atençlo nele ..,
A '11)<" [)u..;bamp m•!tíra fOta uma mceoação de
... -""'*'ftn~ ê a tualllfta de uma
\t.Jt"tm~ cb literatura fnneesa.. ~~~
requt:nt2da festa de

t
a.~ ãllnemorw a ~tdun: de l.d re1 :afric:aJIIo
••,. dt '"na n=-çào vWnha derrotada. A fc:s1â..
111 I"'' um grupo de Nufrap europeus que ca-
lmcnu~ do artl:d3:t t•rcçnc:cs e cien11sms. consislC
11ft mn.a \C ti C de c...pcutculo!l, cada qual mais fantásti-
' 'til n m1tro, c o;cm nenhum vinculo narrativo entre
W. l••••••vio, ~ imprc~tSno de d~"SOOntin uidaóe entre
• ',pcttáculos dc11np;•rcco tl1o logo o espectador ou
' •llln,."(nllc o tema '<\tl:'ljace:nte a cada ato do fesl~-
JO. 1:n.r!Caldo """" ...._ • - do ...,. w.;. do
mllqulll3S prinú!JV3S que O'lbolhom pora amw um pro-
du1o semelhllnrr:; cada qual tmOO-c um llllnncado ~
JUntO de mecanismOIS que temu.oam IJrodw:.ndo "ane..
liA, por exemplo, uma mâquina de p1ntura: uma
chllJ'I:'I f(lcossensívtl presa a uma rodl• com vários pin-
c:Cn. Ar. 1magens de paisagens (IUC incidem na chapa
8liO reui~lnlda.li c tmn«mili(b!t 11n mN.•uni~mo c1ue inl-
pulsion:• OIS pincCis.. que. por sua ''Cl, r'\.'Qiiltrumll ima·
&em em tinta sobre 1ela Exi~c. Lilm~m.. uma n\o'lquit\..1
de ml•siCõl: um grande ''crme (a ..c<lbn~" d.u ltmbran·
ç.J< do DIJ<harnp) que despeja gow d '""" do uma ga-
mcb com as carM.J.lsões de seu eorpo. f.~ &0'-l.lt cac:m
an n111icllo tuS cordas de ~.Una cara. rrodUlmdo Nm·
po!ti..6es mu$1cais. Outro ~ arnda ~ a miquina
do,.._,., um....- JJXMdo JlOf pú. ...._por so.
brc um :lll'OiO qye com: como "'um mlitrumcmo mulli-
cal tulencioso. tangendo cordas ou tocando IJ]>Cjos...
enquftnto tece wna 1magem lummoaa e comple-.xa da
c:cna blbliea do Dilúvio
O es1~ço li1erfuio das lmpre.HUt•\' ~ h11hit:.do, por-
tanto, por um grupo de pessoo~ 'I '~ mCCIIIliãlnun 11
rocina da criaç.io arlÍSlica. A$ fo•ças biol 6a:ic:t~s c thi 4

OU:J do que Cltl.:l JK. utili~ t.l!).u.)fVIIIIOUII•I:IC ('UI m.flqul·


n~b 'lue criam im:lgen.s- urogcos 'lut rcconh«em~
como # base da cxpcrienc: ia por nós 1dcnli ficada como
3J'tM! Ao auaorMruarem a produçio artbtaca. no tf\taa·
10. u miquinas cbc:gam a um Rsuhado no qual :a
n&n~1ura da •tr~a~tm esti absolutamence dcsvnx:ubd:l
«11 C::SU\11\n psieológjca c cmoclonal do tndl\idlo que
di ink:io à ane. que põe a máqullJ,I em funcio~mtft ·
lo. Nesse semido, Rousscl pa1-eee C\l&r gcrando uma
\'CI'!I!50 primitl\·a dessa paród1.a cb arle conhecida
como "'pu1rura-por números-. algo llemelhame a um
4

livro f).'lf3 <:olorir, que criaria. ou recriava, obrus-pn-


mas eônhecidas. Se achannos quo um klf contcthlo.
por exemplo, os contornos de uma obra de \1\ln Gog.h.
de 11nu. cc.d anuruç.)b ltCffC'.t da lôcalização
l.a C'Of C tm\3 patódtJ da 1rte. no:»a5 f'8l'!ÕC$ sio
t ~ \lltJli: das PfO\ Cm de tK)'i:P crmça de que
., "l' .. nh• .;Qmpõe a imagem on'inal é uma~
I• ~·utintcllhl'l c pc:nsamcnU)I interiores de seu
1.., ludu<m·W ai :1~ pincelodall do artista - sua
ul••l•• c .,,,n:~io , bom como o fisionomia pe<:u·
. '"'f' 1d;1 puf elite a..w ot\jMnc. t- o;u :l rnrma de
b l u ,, ..:"f':~o (\Ue estes ocup:.1m. A tolálidade da
lur 1 nlli!lllal p:.rccc·nOS CMT'Ci-<'ll o autógmfo de
11 lu J. 1mpOt Uincn• que tem pnn nós reside na
h ~< • k com que w.za m.·vt~ de seu próprio ser.
Kntt\Ju \f.ue ~-.: hl\oer uma correspondêo-
''" o ~o da irna,cm que podtmos n.urpr
~o m1o.-nor. ~(Olôp:o. e, pon.amo, un·ishet,
• tnf d..l m\ilt.('m Jl.a ''t1'dade• ~ O CXlC1Jtm10
1 • ., \ ih:·-"· t.al COIOO o hr. pW'tCe c:"pre"sa.r uma
' ··• ,th~)hn.a n<.~oodo da cxt,.lâlcia necessária
t 111 ' 111~ 11lo •••timo. cllu~J. er~trc um mdf.oidooe sua
lu\·"''- rntrc um pensador e seus pensnmentos, 0\1
•• ,, 1••••t\!Údu llc um.• •ncnce c o cl!p!t~.O poreln pro.
'"' \ lmhlna ~.:~fi pQntu.lda de im.'lg_cus q-ue ndi-
& 11 m \ ml mcion.t.ljj,mo ocidcn1al alioerçado na
•••'""I •~1, de nçxoo; lójliCO'I NO centro (J.3 a ldeia
u h ' un.1 \!-.tlltua de lmm.1.nue1 Kant. rt-tr.Uado
1 u a (;"'fl«ic butbc~ de máquina de pen:sar
,..,.., ·~ l'<-'P ~~~ K ff11101CU'i1 em 0013 ala-
l'fO""'-'l .a C"'otiilua. nccndc·:IIC Jllbrttmcn~ urna
... ol\nS.o de l>lla Ull<UU d<fiiJ'O do crinio do fok\so-
IU l'Mbl.b.. da ofw;eanc.c arnneada da razão.
''.I l>uchan\1), um doti que ass1~ a essa
..,.,...,a, '" In an 1~I I. '-C:'Ilbla ardel', na epoca. seu pró-
• h '" tk mqmct"'"J" c 1mpaci~nc.a eom urna arte
, lo-h'$11\',1 o ratiuna\lo,mo. lhwill aba.ndoru~do re·
11 "'" nlc 11 fauo.-'1!!1110 em f!avor dO<:ubi'lllo, lUaS \tla-
1 u1luu·1H~ <lllcn.•do dtl c<~;lllo recém-adotado. bem
·I··t'Jcllucns (JUC o p mllcavt~m. e 1eoriznva a esse
tapei to, Ouchamp <:Onf3 sobre m1 encontro <:úm M.L'
Jxob e Apofl1naft, doi$ dos principais pona-\'QU':\ c.J.•
C\lb~; "'f..ta ii!IKI"Cdlti\'('l Um deles esta\'J dib."-T...
do CIIC't urna cspoc:tt de angDsua e unu risada domha
(n do11o linda Vt\ 8'll comoesc:ritores do pcriodo Slr
-OU-~\OI.. de 1880.,J>an~...
l'"l:vr.cC!')n eram algo IOblmenle a.pa:n:ado do mundo
de Apollinaarc . ..NJo t'1l!l mailll um111 ~*> de ~:mlb<•
hsmo", obcrvou. ..nem mesmo de MallarmC - Rou...
ltCI n&o conheci• nada dtlíSQ. E ent3ô essa pessoa sur-
preendente \'ivia fechnd:t em si mesma em sua c.ana~o-·;•
na. com &!t coninu feehada5.'..
Um ono nu.i!l 111rde, Duc:hamp oomeçan:t a se afuM.u
do ~.;ubi ..mo. No lnfcio, esse descoatentamento CX )lf.:>i
30u·se liiJavé~ de tcm~•s heré«icos: Ouchtlmp trocou u~<
ancflltON de uatu•'tl..ll·morta e as figura-s hlmlanal> dn
cubismo orlodO.'tO por uma afinnação camctensl"·'-'
mt.nte mcçamcbta. Bm Iugar das ganafas. JOilltlh t:
nu:~ d!: P•c:a.~. Braque e Légcr, 5ll.."b pinturns passa
ram n ser dum•mdob por •magens de clabor-..da... m. ~
qumas b qwll\ ele clwa nomes corno Lo Mané~ ( ·\
"'*-•I e I~ Roj ~~lo R~IM Elf.lbUris tk NIIS Yltt:J (O rtl
e 1 ta~nh.l n-tadt)~ de nus ~loztS~ Em 1913-14. IJu.

. . . . . . -,. . -de
ct.mp ..:M'Oi"C'" X di.ct.u~ COID produtoo;: mdll."-
lrt.;US pop .lcrl:~ chiOS. 810 Cn&T' $Ul$ duas prink'tlõll't
bic;eleta presa..., bonco de
co.nnha ~cana annaçjo par1 secar gam.fas.. prodlujd.,
axncn.:Ltlrnmre. qw de se limrtou a assinar Cf\9 s,.. [m
outru J)lll"ru. unh11 n~ na fase madura de ~ua
('.ilfl'Cira, mW'Ci.ld.1 por uma OOJlSialllC' obsessão pel01 JlN-
aunla: o que "f.u'" um~ obra de an-e?
O po11a-prrafM assinado, seu primeiro n·ód).··mtt·
d~. 101 1mn~lu.n11\do do mundo dos objems ordin.:'~rius
p..lro'l o domin-o da firte reJo s.1mp1C$ fiuo de ter sido~
$inndo J)eiO orli,hl, Nes1e <:aso (bem <:orno no caso dos
rt'tl~ll"'fllu~k.v sub..~Ocmes, como à pá de neve. (1uc 1\!
ccbcu o titulo de /11 Atlwmce ofa Hroke11 Arm lAnh::-.
u .. lo• - •~r.•l qucbr.ulo] lho. ~1. de l915, e o mictório,
ulul.••l••fo,tal,tt• IPuntc i ii'O. !illl, de 19 17), o artista
' .. ,,, 11tt: niln fabficoo ou oon...;tr~•iu a escuiiUra. Em
' .h""o. elegera um objeto tntre o número quase
1nfinilo d.., p•'Odutos: induscrializados que p!'eeudmun
J}.1Sbi\'amenle o esp:~ço de sua expcnéncin <:otidu1n.1
Um OhJCto sobre cuj a feitura ele não 'iveru o mcnm
oontrok. 1\lr conseguinte, nâQ poderia ser tom•<ill etlfll()
porU•dur d:• mar<.:n de um ato erintjll()_ou seja. o ohJí.'·
"li'Jl.a ,oo., algo JW'O'C"ntentc do muaocial de
c n~nr,~ flO."'CJaD do iltCISII.
r ...·n11do, o '"'trabalho"' de J)uchamp ao lançar
1 ui ,..., elo no mu_ndo da IU'le era semdbtl.llte às
l ' ' •njqlllll~s de Row;sel em Impressões do

• , ,, "'"I :t ..obra" de l)uchamp en~ simples:Olcnte


• 1 ''" lll• ...clc(,·Uu. A~i m , Ouchnmp oonverter.H>e em
" ·I'Í"'\: ' "' J 9 c.;,mu111dor d~~tul~do fi rnlnr.:.r f':fn
otll• llid O proc:~~O UllJ)C41Sfl31 de a,eração de uma
I IL !llh! m.u que evidentemente rm guardaria
1 I unw rehçio com-cnctonal not qualidade de
I I' dessa fOr·
()o; nu.Jy-MOfkl IOI'n;lP.nt-SC.
I"' o• o1o """""' de Ouo;homp p;aro fazer dctermi·
ltlll~ dt mg...imcntol «Uad&Kos - tnO\-imeo•
quco tn.am k\•tu q~ !Otn a narurcz.a exata
h .I ~o~'lho.• na a~ -'trabalho de ane'". Evsdc:o.
I UI~ d;JI I"C~t.u lU~oeridas pek:J& rwuly-mo-
11 .1. que um tnlbllho de arte pode nOO ser um
1t\t\·n, tll.ls ..im um" questilo, e que scna possí·
, ~~~~ ttlc-r.u a cn:~çi\o urll'illca. portanto. como as.
umhl" umu hmnn po•r~ttamc:ntc le.;.ítima no ato Clr
ul•th•' 11..: fufulular quéSCÕCS. Ao usar o reody-made
• ,,,l, H lWí'n':t ela naturct:"t do ..U':Ib:tlho.. a.rt.istico.
""I' t fll\otW••.t c:n~ dir~..oçllo 00 extremo rousseha-
' em fmjH\'!)J~ ckt África_
•d
O l1 10, ()uchamp o:w:rgulhara mais
I"""" 31'1(»;
• • t.pte -.e podcna chamar o pc:nsame:alO esua·
,k Row..cl. lio....O rcwquoe o 111ista O)l'lloCÇaR a
•• <ld.,ll UI'! l ''lrnhelhol.••, tl1bofados jOgOS de pala-
fi\ , m· • 1 f~!CS eram consuuidss com a re:peb·
11 '" ,... ào lle um pequeno numero de fonemas
t. ,,~ lr.t-.c~ h(lmofontC.'I~ que Duehamp chama·
R• .VIm'\'. l'or e;ctmlllo· "'Rm.re ~lavy e1 mQi
I 0111 lt•f t•t:dl)IIIONf'.'t de,, f .VIJUinH'.IUX OUX mots

oldiilt ~ 11111 ""' (l:lroJS ê u vida t cu 111ncciamos as equj·


''' ,., '-'"qunn\1:-. d~ )Xll:.wta5 cncanlal.loras.)
A lig3Ç.fto dis$0 com Rws stl t as lmpr eu/Je $ tlll
t({rica se di em um ni\'tl ma&J profUDdo do que o (:()11').
1cúdo manifcsro da encc:naçlo a que l)uchamp assis.
1iu
em 19 11, muito crnbora ru1 imagens expUciln.s da:J
miq uina de Me ÇC)ft5tit~,aam Wll ~o da tum
t-
s•• prod ult'' l que anima. o Cada crech das
Impressões era conslruido a partir du..11 t.ransfutmDQÇÔé'
tflba lhó.
i
de um sexco por meio de: tr'O(Idllhos ou homoron
&.v;wplu di,. . t .., ln:<bO exlr'aido 6e um .-n W
a d<
Viclor Hugo. em Ler Chant;t du ~Jm.,cule lC•nto..o; <k'
crepósculo)'
Ó revttt! 6 k!Qool - Quand l'en.fant de eet bommc
Eut r(ll,'ll PQI,IC hOCII(C b couronl'le de Romc.
(().» I'C'IU' Qw "ccol - ..,.. » • n.. licsse . .
...
itcab d 00.0 c:'ot ikt t CCIIW ck ~~

ltoussel tomam esses vcr'$ô$ e os modificam n.e-


dl:a.J'!te wn ~ fonético. "'EISI tq"W pt:JW
hocltcl la couronnl' de Romt-.. foi trnnsfonnlk10 em
"Ursule hrochet lttC Houronnf' drom~ ". E as palav
ras
raulb:nlcS - "'Úrsula.....solha'.. "lago"', "fndiol: huro
manos- e jhip ó) dromo.. - 1omanun-se os elc:mentlh-
com que conJ.1nnu uma hislória, ou (>3tfe de: uma
tória. em tnrno cb qu~l g~_n,. um ckm cnto po.1ti...uLuhis·
doespetkulodut~·. RouM
C1 te\-e a •dé:•a dc
escrever, c:ntll'o, umn espécie de-jogo para o ((Uni imt'
ainara um conjunto elaborado e obnp tório de ~
E es.w jo&o, OOscado em um ~kio ritmli~IOO
de
forttW" trocadilhos, oom:ct1C-u·.se na obscum c mi~c
­
rlos~ ~Mquína com 1 qual construiu sua obra
Um aem plo orre mo dc:$sa ~tea consmJUva
ocorrera nos contos de Rou!lscl, ern que se pro~'"
• ltttefu de oomc:çar e tenninar a hi5l6ria com a mes:m
r-. salvo pela~ de d.., le<nu. M" "';.~
tc::no mochfte:lldo da narrativa, o segundo ap:u1!Cune
n-
lo da fr-.u~e quase idêntica 11ssumiriu um si,&nific:td
ll
i_nleir.:nncntt div.:no Uma dessas h~ c~
a
a (t.uc ..ta peow ,WJJãn de la fl'llM 1Ut JX!U
.... ~ I• ptlc C:S\etdclda da ame:au um pouco mado-
.. 1 """'na com "'l s pcou ,'MIJrw d~ la brune .wr
....,. I• pele es~rdetdl da nlOt'tn& um pouco
. . . .1 C) (OIUO cngcndl'ldo por Roussel para Ligar
. . . dua'l frases lr'dta de uma bc:ldllde espanhola de
......t...te cujo face empalidece como resultado de
• wt1C'I\U mw.c::rido num pcd~MX~ de fruta".
lun.-nle após a u\QI1e de Rousscl veio a público
t1111u em que o autor revelava o código de suas
tU\•'Iei meçanic1stas. E~~e hvro, Comm.,nt J'ai
l '''·"'" dr M~s LHY'U [Como~ alguns de
lwro;J, r.. publado em 193S- muito dqlois
. . l:ha hl.mp começara a consc:ruir ~ próprios ta-
......,llo-. Mos Du<bamp- conbccia><o·
f"" ..-Kw ~ Rous.f,tl - do c:.ariu=r geral da
• du au10f, e, por intermédio dessas inform;t-
'"' , ..ru de perccb« •Iao da obsessividade da
....... &u ll•usstliana. •·Mal$ do Q\le uma influência, o
.......ulc", <hsse Duchamp, ..era uma alilude de saber
1 l'lr 1u1ha ICilo CudO aquilo c por quê(...)"'
Ar•trnlemeolc. foi a próJ)rin obscuridade da obra
.,......t~ ltue fm;dnou Ouchamp, pois SClL'S livros
..,., ~•~k· produ.~;.ido\t com uma automo.ç1o ~r«no
,._.C' . o .t.rtbücu uma mecaniuçio que rendeu
•• uh.idos intcHeladon.1dos. O prime110 já foi
........ ~nós..-.. qu< • obra l despojada de
k..-c t''"'cnt10011 de oqpifteldo. Pois o signir...
dltn;ooor porte do; ..,.... de anc <Sii olojaôo
.., ''"aranhado de ,c~ew e liftlli:mentos DUtridos
n•k'f do trabalho, pasunc» à obra pelo aiO de
li..,.. f' J.u trans.tmUdo para um &bser"ador ou leitor.
nhr• lltdicion31, portanto, a.~semt lba-se a uma
,~ 1:::~:.:•:unlipatentc , :1travê~ dn qual 00 espaços psi·
t.k' ob:-.o.:Mdor .., do crindc;H' se revelatn
~'"'""'"'< (.'omu ''ÍIIkiS, u mecanização do ato ar·
1,1, n., .,e un1a bam:int ll os11c: direito coovcncio-
ui de acesso e. em sendo ~m. pmdw um quMn
,...,!lado 'Rndo passado por cuna dü fun«<es lr.l<b-
aonais de sjgnjfK:ado. o tntbalho conotnlrl 1od..J a
akslção na Q.n)Sküdt de sua produç:.lo.I\Jr·"todaa slen-
ç.Ao.. refiro-me aqui literaJmen1e 1 loda tnmo • do
oni'l"lil como a do observadot: e por ··curiosu:tade da
produçilo" não me refiro a alsum:• tdiossincrasia ou
p..,.;uliorKiade oessoak ma-. 11im :1 IJ~• r.çt""" M't f• ic-t~ ~
mui lO ""iis abSQiutas. das quaj~ a obrn em questão se
tumu., no mesmo (elllpe). o enunciado ~crnJ e o exemplo
et~peçifíoo
A FfmlaiM, de t9t7 uo. s.o. er.a wn mlccóno que Du-
champ J)tou t\0\"'el'l&a ~us. de modo que o lado que
normalmente estaria conectado i ~ JIU.P o1 k'f
•1001 1 pane infenor ou a base dl esculrura No.:g
sua nova postÇio. o wabalho ro. assJnado oom um
pseudôntmo e datado: ·"R. MuUIJ917... Oucharnp rnv
e:~·cu a Fontafne na moscra dos independentes de Nmot
Yotk. onde- o que não é de surpreende-r foi ehnu-
nada (e,.condida pelos organizadores d~ exposiç..lo),
""' t'tlrôc$ disso foràm, prcsumc..sc. du11. A princit),.il,
tnovavchnente, cru a de q ue~ escuhum n!o em seu:io
urn objeto comum. enquanto a mc:n~ séria tra u de
que. pot .Joer um mi!...tó..iv, v v4.1Jclu vtul.l!VIl 05 Umii-C'S liO
bom aosto. P'.t.ra Duch:amp. todavia. o trab1lho dc'iu-
,. de Str um obJt:IO comum. pon sofn:r1 urna tran::.-
~açio. l.a':U'a um tombo ou sohra uma. in'Vt'nlo
ck modo a f tear lpOQdo nn um pedc:ttal. o que equi
,._~ dizt!" que: fora reposicionado. c talrqKKK'Klna-
mcnto fis:.CC) representa"'* wn.a cmnsformaç.lo que
dt'--'C ser ltda em um nfvcJ metafbaco. h!ie lfO de
uwerdo compreende um momento em que o ob~r­
\·OOor ~ obrigado a perceber que um tUO de trnnlifc-
l'êncaa tew! lugar- um ato em que o objeto foi t ~u\."
t'h.1n11K10 do mundo comum paro o domhuo da arte.
11-.1 montento de pcrcepçA:o é o momc:nco em ttuc u
objeto se: toma ..transparente" o liCU si~tfi c.~~Cto. I·
liintl k'ldo nada m.Jis é ~ a cunos:Kbde da
.ç u n nugma do como e do por qut llo.)()

•""'""'
-\ rucurtt.a ~"iC n:coobccimouo difere daquela da
.aruti\o\<roaa ou c:ubi:sca. Nio te !rlta ck
UII ((ltl
f 1 1 \' "' rniÇào formal do obje1o ou o modo
11 r-"'"' podem rt:bciooar-se ll't\ltu::uncnte na
iooo,,.. ,;a,.,., ,,.,lO\ ou conjuntOS de signifi<OOo. l:. um
1h«•w ·nto que. mu•to embora deflagmdo pelo
,.y'•' 1k: \.'tl l.l fúfma não di:. respeito ao objdO. E..
• .,,,,m•IIII<J\lO, nOOe.stá re-Lacionado ao tempo em
u "" ' ~·t•, tm '>i existe ou em que o observndM o
IW•uu• nt.1uu wmpreendc. fsto é~ ó momen1o nikl "C
m• Ih•~ t\ 1'11'to:agem linear do tempO deCOC"rido entre
1 Ao • .k, ~~hl\:~u e a l•preçnsiio de sa1significado. Hm
'" ~ 11po tlc arco. a forma desse momento tem
mutto rftiaU o c:aráb:r de um artulo 1 ftWma c:ucuJ::v
de ama~.
Curiosamente, a forma ~ por~ momcn-
10 (a de remettt continuamente o t);pt'CCador 00 mic1o
da pergunta "'por quê?"') ~t.á rclac:•onada A fonua llo
••conto" rousseliano, em que:~ (•Jiima fr11'0C é ..idênu-
c::.·• àquela que lhe dá início. 6 uma fonno. <1ue, ironi-
cta~ntc, «~l::afXI o eur.:o "'••nhm•l" do unw Mrmtivu
com oomeço, mel() c fim. VoiiJd:t pam 11i mççma, Cll>.."l
invers.,o da narrativa sub$hcui a estrUié&ia de uma inr-
ci:un'3 autocrrtica para á produçio de um f'C'SuJiado.
E»a forma ciraJlar dada por Ouctwnp i txperiên·
cia da twte bSUme sua tOnna IDatS lih!rl.l Ril.l. pnxb--
ç&s da sáie: Rrose Sé:tavy. que o arnq1 d('li\amtmc
montou em cbscos giralórios. de modo que as frases
homo~ parcces.'ímt oãodq;ar a urn ponto f mal"
(Ver, ro< exemplo. a fig. S1.) 1:.0 lupr dis,o, pode·
riam MT lidas como uma inces~to.~ntc crunsmU1açâo, cJi..
dente, do som: ..L"a.fpiront hubiltJm-t:l c/ moi j'aWii\'
1'/tnhitt> M ~pirt~le ", póf exemplo. l'oi~ "tlt \fJimh·" se
cnlcnde como uma (fllnsposiç:lo dali t~tlabaJi: de ''/';"-IJII
rom" e prorl:\0\'C. assim, a ctcns:u;-11o de que o fin:tl d:.
loCfllença se fhnde Mm h lnfr1n n11 tii"II('Mboe:l nele".
T.al como nn.~ frases de 1odo6 os outiOfl duc():'l:. o 'l:tg
ni(teado des1a é de:- dific1l aprtcnsào. dt.,.1do b du.tor·
çcks grarnatlcais e a ooa esuanho u.w cW rtl~ \~·
bc:Hubswurvo. Em dlxorr(lkÍil daA n('~Url u W ·
pcrlk-te ~ . . . da tcntcAça. 0 ktklfiOUVUllt
~ """""J"do a....,...., ao -.o homotOOooo, ou oro-
cadtlho&., que ema.n3 dos SOftJ du pal.avtti p-onu:~Kia·
da~ F no caso de todos os d15005. 1al &uble~tto é emt1~
co por narun.::z:a". Portanto. os diJCOJ levam a cabo a in·
jun('l\o do p.seudômmo entlwegadO por Duchsmp como
erl~dor dos 1f"(')C..1dilhos, todos eles auinados por seu
nutodc$ignado ~lter-ego ...Rrose Séh1vy" E11~ nome.
ele próprio homQfonicamcmc pronunci:ulo ··f..:mt. <· 't~t
'"'' Il·m§ é a vidal, 'iC 1rudu.z como \Jma declaraçJo
• t '• ··~ual ou do sisn•fi<:udo erótico da v-ida. 1:\ ê
·~ttuhcadó quo não apenas wbjaz á pront'mcaa
''' • 1 do:. discai. como lambêm parece ACOtnpa-
• ,., ""'Ç3 escullural de ""'"os rem/y-modd .
\ , 10 a fQp,dtlk , ., -.. podemos percd:Jer de
MOt!.• uni Sl.lbU"xlo tn\Ctoo !liC f cu 10 objeto por
...,..,m dn rror.~totlilhn VL'"WI su~rido pela forlll<l
t•lojolu em sua novt~ orienuaç!kl. Pois lUa pos1çlo c
.t•tnt ••tu km oefcitu de ancropomorfizar o mictório.
'f'' t.utdu ao dcs<'nho hl.'lliO de seu interior oc::o a
ttüu \l.r uma forma utmna e à sua superRcic: as
-.. ''"JtlkJW 10 corpo ftnunino.
t .~ ..-neste ponto. a obJeção de que. ao SUJfflr·
~ rtbção tnft o eon.o lU fcminiao e 2 forn'WI
u, :t• f,., tn'fflido, e>~ariarl"'I!õ respOndendJ â que);t$()
'""'I''', t'lo.)r Duchamp n s.nber. o que "faz.. urna
n• .1 1nte em fiwor do mC-1fiiOrn. Ou se;a, c:su.mos
11111 h u»l~ o gesto de tmn.sfonnação do urtist41.
· . <~~l de um objeto lnduWial c:m uma imagem
...M., • orno aquilo que oonsciw• o trabalho de cria·
N<ll t:a...nda l(wailw. porbn. o aao c:riaiJro do II'IIJ·
•••, ·'• wmcnre míntmo c • tranr:sformaçlo mc""ii'na
•llb '''''"ment.: insipu(tea.ote (ao dei.ur o mM:tÓno
.r 111• '* •&u::JI a todos oe demais exemplan.>s do
••·•· tltlé, em lugar d:ltmptess.'o de t<'nnos encon.
h• '''" ltt•spo:;ta, devemos oos confrootar <:fim toda
t1 tw.h .~ <~Crie de que!iC~ e.stélJcas A meU! fora cL'I
"' tdn parece tcr "'14o fOfjada Qu fabricada por
hltnp mas sun ~lo ~n-adar. Assim. 1-~ que._
lt\ '"'ra.J..s e~ m n:II!''O * qU*1 i • c-'p«·
•' I\" '""'''"'3do
'' (lU~ que projel.aJJlOS oas obn,., de
as oonctbenlOS como declamçõeoc QU\l
111 11 ;lllSll,itir ou matcrialiUJT algum COCliC(Ido'/
ltm •li ,.,,., se tu I éOnt<:,\do é geradQ por nós mc:!lmOl!>
''' ",,, nec~idadc: & encontrar um signi tJcado •
acriJU.SCar.cado acn:diW1D05 own ,-inadoc..u.....J ck.~ ·
. . tonleudo <001 o criador do ob)C!07
AM:tm. mesmo depots de identir)ÇIJ'm()t a ..dctb-
raçlo" metafõnca dQ roiclório. somos mncttdos de \·oh.ll
à mesn" percepção qoe tínhamos ck'le quando o per·
ceblnmos como um ..mero·· objeto oomercud 1~11.'1 ~.
!lomos rtmel!dos a uma percepçllo do objeto oomu
ulao do~vi ncul ndo de Dud uunp no ~cn c ido l'lC!Sso:al.
oomo algo existente, em lug.1r disso. na tlfcrn da'
ques1ôcs impessoais form.ulad.J:J. Essa tc:n,ao en ~.re
uma mctáfcn eró1ica. fisitameotc earrtpda. e wna
qua.tio conceiruaJ incorpórea correspondc: a outra
rcn,., que sentimos ao confi'Ontar o rmd)""Wílt•. Pót~
I /VnttJiM, C0111 SU3S refU2l."'JDCS~'35C COI'iiiiCUnU dc-
pCII'CC:bna bnlaca. tem ~.~na p:c;;cnça que proo.oca O(KS8
·~' 11Uai ordinária aos~ dl: Wk; wna te-o-
poeta que lmde a piOO)O'\''er um CIUlDlC anahiK:O. C~
mo \'lmcll no caso de outras cscultul'l~. cli,.. onfeh~
em-oi\"C o eSiabelecimento de uma relaç!io e-ntro a f!j: -
lrulum interna e a supcrficie. a deoodaf•cnç!lo dn~o for·
mo.s 10-rnndns visiveis mnh·és de conto~ e (llun~.
ou umn resposta â compo..sição de ma~sa11 c: vn1io" 1\
limUml<'. cntrc...1.U.nto, termina 1)01' fr!J..'Jtrnr tl<ISC impuI
!JO IUl(llliico. Cont"ron.l3doo com o t~o~.l~·-t•lu•l;.·, IW.t c
<IIWkluer tc-ntati\i>l de dec:odtficaçio fOrna.1J n~ é "e-
d;ada l ~w porque. conforme J-ã tOmos ltwdola w-nlat
repccklob \I!"Lts. como nio foi Outhamp q.tt ··pn:tt-n-
dell" .. ~ formais do mlelóno. Mo .. rode.,..,..
pm:nckr o 1~lbo como tendo codiJicado Oi Jt,JJ'Iifi·
c-adc)s \ tiCUiados p« decisões fonnan... A nn.tcyia
dt Dutham.p foi :spre:se:r~tar wn trahafho que at.n.ihsc
fMNLI nlo possa redutir. um trabalho que etik'ja de\-o.-·an·
cul:uln de seus: Sttrtimentos pes.soois e que nfio ofer.:-
Qfi nenhuma resposta aos nossos esforço!! ~m dt<:olli-
fi~ll·l o ou compreendê-lo. Seu lm~al ho n~o pretende
c.Kpor o objeto pard. que seja examinado, mas ~im co;miu
çar o (II'ÓJ)Iio alo da traosfo.nnaçOO ntétk ...
,. uh~ quinze &DO&. swpu uma~ de rnc>-
•1 ,.. ~ fiObre Oocbamp ' . f.ntre outras coiSU. das
h ••te te propõem l.d des't"11damen1o pSican;W-.
•h u nagl~ica de wa obra. Ao faü~lo. prerendem,
1 1 •u• nlc com o .autor d..la Psu:opatologia da 1'ida
l•olllol , t.(UC O oompOt'lrullCniO q ue ra~e inadver~
••·I' rMI:Into. desprovklo de ~·snaficado e, pelo
'I

,,, ·" ~~~. mn j,,dic-lldor tlr ~ ~~ tl"nÇIII•,fl pmfitnda.<i do in·


'' •· l•w t JUC o m:tnifesta. Por consca:uinte, fenôtnenos
""' l.•Jhll<$ verbais. ooloc~o errônea de objc::tos.
1111 •..,Ms ..~rr~·· de p•havnts M correspondên-
l'lfU't.&l. ~ intc:rpn:t.ados. stm clCC(ão,comouma
~~ \elada aa qual os dc:Kjos ou sentimentos
t1mos oaOO cod&ftcadot.. lnnuenei:ados por c:s--

'"1'<1>« fr<udi.- .. · " " " - d< Ouclwr>p


nl.am qut. pOl' maiS que Oi l"r''d)~dn ~-
1•r•h utcmtn1e dissoci•dol da inter.·ençio estêti-
11 I• ·• •naI do artista - c, portanto, do hpo de reve-
,. pt·~·•..._• da personalidade que poderfamos nos
" "' h nltiOO!) t~ cnx.crpr no caráter outogràfíoo de.
h 111111 ~, unw pmtura de Vtm GOQ.1l . a e.scolha deles
• I lth lu :up C t~ seguramente N:V~IádOI'<l de llspcc-
,J u;l t)crwnalida~te quanto QualQuer comporta-
'' , , p••rtntl!mcnte "despi"O'fido de sia.nificado".
t 1 ,J, n:umOO as UJ.')i..'l:tentc:l rtkr~nctas de ~
V *' ~()lltSmo. ICiol UIO tepeUdo cb espiral
um c-mbkma da \'Olca sobre ~ rrcsmo (1'110$ ~
,.,.,.,.e 1105 dboos ópllCOI do filme ÂM'Mit--CiNiftt.
Pmll•k>). ou sua f~io na androglnm em suas
_.,,. ~·omo llro5e ~IJ\')", os csrud~ momantm
.. l!t...a..na·· de Ouch.1mp por m.:.o da qual podem
i,, un bigniTIC:ado em um 1mbalho como a fiHr·
1 " '" (Ss:t luseôl'ia. douun o objeto ex.amrneme
1111"' 1k tii.IJhlllt::ial narrativo que o p1'6pdo trabaJbo
''"' \'"'" lamnnh:l hab•lidade c brilho. !'ois nó caso
I "11•11111·, bem ..:umo no dos outros n.Yldy-nródts. e
1~• u n..S cp: prodnnn 0\acfWJ:Ip pmendla clara--
RUI n. tpr um seatido tradJctenal de narTIII.iva.
A ~ ~de cau.sa e efeuo ou de uma scqüéo 4

,. ' ... t~m.a1 de acootcc•mcntot.. que constatamOS se-


u ' Jll·dr.t de toque da oam1w11 na l ~roeira pessoa,
1 •.1. 111 lorç:-t e morrem quando o ob~rvador confron-
1" ,. ,.,Nh~m(tdc. pois tem a $Cil!I3ÇAO de que este ir-
''''''1 u n~a oorreme do tempo cMtlito de parte alt.mna.
I I•u•l!.nup ce1c:bm·a eSSll lron&pOIIçlo com o que
"' ••utl.i\-a "a bck:la da inthfcn::nça'", tlpftSSâo que tra 4

.,., ' • . 1detcnninaç® em produzir uma arte totalmecr


1 , :ul:.da dos sentimentos pe:510all. Ao efctuar
, nwgl.l radteal no oorpo dl comeft(âo narratn.-a.
h:amp ~ lliúdamc:nlc: aparundo o objeto da
ia cau..<ial - bisl6rica ou ~ - que vimos
n,..lo .. (:ICU)run.a~IIJI::aÜ:IL ~'&. ldc::mais..crian-
Yf'"' ·ttU3ç5o que se: mostrana complt'lament:e opa~
• ' t t('nle ao pressupotiO ci._ICO de que os obje~
1 ,, fcllo.s para serem naturatmm1e 1111nsparentes
"I" • •~o•\es do intelecto. E11t1W.J nurondo o veiculo do
' t. "' · '"~r meio do qual a ci rcu nl~\~aç.llo e a comcn-
,. hlrclll'lgic:<~!'i do objeto txxliam ser ilusionistica:-
t " " '''"'no\·i<Ja.s. Nesse 11e11lido, as pincums de Qu.
h ""f' .. ,!>te: ... idro to•·n.ln"t"".te un1o11 brilh•ntc NJH)$tc ô
11., •o do fundu de rele\'0J' d1tcutlda por nós. ls·
1 wwK". (Orno vimos.. fundo do rclevo n5o é apenas
~ 1 , tl> espacial de onde cmcr&t" o ob_je(o csculpi 4

• 1o~mhnn um ('OOt(""(to de ,:,p,r.cados.. servindo

. . lo-·
.,..,. O«><<ode rclac\lft -~'U AO qual OOjcoo OU
pOdclll .... ~
t "'''' nameu~ a essa noçio. untJ obra c:omo Gli$·
I ' llfo·nant rtn .Móttfút d Eau tn Métaux rh~.tlnG
111 ,,,,,,, ~.:ontcndo wn moinho d'&gw em metais pró-
"'" 1 ~sl" 1913·15 (liiJ stJ, !>us.ptndt " m objeto ilu.-su~
I I. • 111 11111 (undo litCntlmCnte t:rOilSparente. Ü desli-
li u , " mmn ho d 'fagua dl) ll1 ulu sl'lo nprt!)Cntados etn
• , 1 lllt'ralla pcrspccta\'a upheu.da n um pajnel de vi·
dro. úte é monrado,juntamcqc com ouuo painel co-
loc:eclombre a u.&em. em uma ~wa mtti.ILC.a se·
m~II''CUlar pres3 à parede por meio de dobradtças.. O
trabalho gtra então perpendicularmente: a esse plano
de parede. Assim. a imagem do momho d'A~u:t parece
uen objcco soho no e.<>p3ço, preso enlre du11.11 J)e(aS d~
vidro como uma borboleta ou outto cs~c1me btol6gi.
co. 111m::sctllado como wu pcduoo de vida (lue foi ca~
turudo, COtlgclado e suspenso paro o exame cut<L'l cJo..
'10 do observador.
O .. fundo" de vidro do GliSJi~ro runctana como a
aJUIIeie cbttta do fundo ptctónco comeneton:af. con
"·tncionalmenre tnnspare:nte e que: not pcrmttt ltnagl·
IU.f O ~h-imentO tspaClaJ do ob)CIO qye oontrm.
O Nnclo ele: Ducbamp é htcnlmmoe . , _ . , ., dc<-
tnundo a ..SUSpcttsão da iDctcduli<b.tc... potJ o obset.
'-.dor pode aammar de fato o objcco de codos os [n.
~uLot e pe:reeber o espaço delgado e p iMO que ele ~r­
dadc:lmmeme ocupa. AJem d•sso. enqu.11nto o fundo
tradicional fornece um manancial ou contexto namlli·
vo JJatn o objeeo disrjniO daquele em que se encontrn
o ob"ervndot·, o paind trnnspm-cnte do Glio;,\'li!fl> lnnca
por h~t·m (;il:s<t scparnção. Atm\•é$ du 1\mdo de vid.J'O, o
ob~~ervudot' cn~ 3Õ."l:'lpl~çn~ um:. C.OtUÍu u.a..-Ju ~lo.:
:~cu própno espaço. E o cferto disso ~ ~cmdhwue no
d:t coklcl(ào arbitrária do ~Wldy... ,.,nd, no e!lpat;O dt
uma plena: obrip: o observador a conctmar Ria aten-
clo na C"Sit11lbeza do eoa1e.'to csti:ttcopn- <u> Como o
aplot""" ele: boot>olcu, o.., C>ltlico ele .......... ob)<·
'O de .stu contexto real e c:oloci-lo em um contexto
p1c.tónco é ~ibido com 'istu a um curnc ponneno·
"'* Pstéril como matriz 11USIOJUS1a. o fundo de"'
dm t;e atinna como uma malriz. dialetw::a. revelando o
1\ltld.'Untnto de uma lradiçào narrativil, me...~mo ao rt....
jeitj•lll,
Confonne disse, os estudiosos d.<J Duc~t mp têm-se
COIJ)Crth~tdo por r«olocar parte do ••fu ndo" que o pn't-
1rt1~a h:n u. ~hmitwlo. Rurcam ressuprir seus
1111111 d~" ~nno ôe wna nlnmn psicok)gjca
1'!- •nula "ki' t5!!0 ob,~. Fazê-lo. evidente.-
\ tolar a importânc:11 tltralêgjc:~ da obra de:
I~~ l,;all\1'· (,;('ontudo, .a tentaç~ ~ trrcsLStivtL como se
'''' • 1-..c uma. dlll\'C que o JV'ÔJ)tio 11Mi<;la ti, esse
uh ~>1,, 1\ns IJuchamp :afirmou: "meu trabalho ê
11h ·" ' permitindo aos \lli1UdÍO'iOS identificar deta·
ttw• d••wa hlógf<~ft:a como tJertinentcs ao signifieaOO
•• ,,hra. Lm 1923. Ouchamp ··deixou.. de ser
t • 1 c r.......ou a dcditar-.!te ao cnx.adri.sm(l. Ao mes·
• tlll"' no \:nto.lZUO. contnbuiu pGIII':l o dLc;curso estê·
-'Jbmdo JWõl o mundo 01 tmbltmaS do ataque
""''"''u <OOood<>< .,. prodU<io dos rrad}.......d<J. Pn>-
111 ..._ a1.'lun.. uma tmslo entrt a qu:al•d3de Jeod;íria
w.a prn;onahdade. ioC'U cU.I~ de"~ e a forma de
w:'n)htaçâo ~ (C)I'b11l\lll o s•;,nilic:ado maior

Ih 11\llt'<' ~1rt1s.lfi cujtl C:trrc.rn ê ~xatamente con-


"'"'" 14 ·' "~'' ;i de Ouchl'U'Ill), inidOOil no fm1 da ptimci.ra
~ttlt dl• sL'clllO XX, ntlngindo o flpice no princípio
11nu ~I) e pa~audo dcpoi~ 1.1 produ2ir preponde-
IKIII ·nu; VlJJt:hr..-. ,...ulÍ.I de. im4gcn:. j' estobo:-Jcci
1,11 \.,,mo [)uc::hamp, c~ç IU1lsta promm•eu uma
"''' · •tu.:a pOt d~tri.t~ da qual se movuncnta"-a e
''11" wuennedto emtha ckcbnw;ões aforishcas
. . ant F h:i tlrrlbbll uma tnm.pntc separaçio
• cua avra de nuto pc:MOII e 1 q~.~a.bdlde dc:sper·
IIWihta&La de <oU~ ane. E,i.ie homem é C(lOSWltin
III1QI.l•II,1K"-'rC: O q!AI Sub~· Oe1s- escrevett: "'(...}a
• lk BrOLOCu!ii. a malJ lnltf:ll e a m:us n:·oerne. ê
'\
~·•· ·~1.• de e!<ldo, Pude ob!OC'r\'ar que as escultur.ts
l(fti-Jhnct\tC ncec.ssttam uml'l~ d.'lll outras, mas prcs·
ln•l~ 111 \t.l c!IC\IIIor fiU de "un pcrsotutlidade. A anula·
• ,,,,eu ~ conhecida n:.'l IU'IC como a caN!ctcrística
•1•1~• !U1i -.l a ctt\...icu: no <:~:<tO de Brancusi. é a sua
U&~narura.. Ek tn.'ilsna cc:m f'reqObcta n1 wkts de que-
't~n todas u COISaS bâ Ul'a. pr'OpÓYto Para apreenckl-·
lo é JW'OCISO tranSOendtt a si própio• ••u
Pode parecer que os rtcuJ,-..maJc.,. tk Ducham1)
~teJDm tJo longe.quantO se p<»sa imogínar das reah·
c!OC"Ihu;\is de Bmncu.'>i. Os IY.'t~d)•·mndt>s silo
t.JIÇÔC:II
niiO·CTAb..'llhado...:; e. em sua maiorit~. nrui-reJnscnt:•
c:iotl:tis. Si\o objetos orutmn~ 1r.11itl n~ !Wirll 11 ootr~n c..•
do di<tcufllo estético. oonw umu sê:nc de Qll~tôes pum
as quais nt'lo há respo5ta precisa. BF.tncullt, por outro
lado. mant~ sua arte oo ttTRno da fl.s\lraçâo~ a
t:\cmp&o de "'irios OUliOS ac.:uhorC$, trnb;\1\.1."1 a ques-
tJo da wmelhança de wna 00.. com u ronnos .......,_
R.l~ OU IIUI"IWS.. Além disso. quase mcude de 5U1 pro.
duelo C1M)}'\""CU o ea&alhamcmo chrdo dl pedra ou cb
madttfl. fazmdo da lard'a de tnmforma.t 1 maten3
bruca um trabalho árduo e paciente. Meuno quando
moldDdos l'tn bronu, os objetos mun çuuJadosarnen
te polidOft J>Or Braneusi até sua!i ~ru~ dleu.•s ot insi~m
um ~tellbanlt.nto lustro!io que proporctonlill!lc um rdlc--
xo pet fetto. Somos temados. porlanto. o coiOC:IU' eS."'"18
duo~ ptt'SOf\ltlidades. Brancusi e Duch ~mp , em Ot>Ost-
çlo mlttua - Duehamp como um inquicuuuc dktlêttco
o 01 4n~ou..'lt ..uuau v \:HaUur c.k: ubjctcJ$ q ue convloam il
<.:ootcmplaçdo.
TCKb\'ta. quando pensamos nos obJCCOS cn!Kb por
8t1ncusJ allmim prancamtnte inflt:Uvcl do PJ.J.w.,
ft') 110 nptrÇO 0'9- "1. 2 sua,-e f0m11 0'\-'Ulat do Rn-hf
ttalddo, a cimples oadadeu:a de O JWnt ,..., tn, o ct·
hndro PfOJtüdo do Tono tk Nllt pwn petcc:bemch.
q~ e.-:i.st.c aJgo peculiar na nature.r.a ~ coenanpta.
çilo 1 que o objetO nos convida. Porque se trata de uma
con1C:tnpl ~o não-receptiva â anâhsc. d.t mc!Uha ma·
nctra que a!i superfícies de mármote polida ou bronto
s!kl •'Cceptiva~ â pcnetr;J.Çâo. Dad.J u qualubde "nili<:J
da das fot•mas isoladas. sejam elas O"ótdC)., '>emelhlln-
u,:s •• lli•dadeiras ou em \'Oiu1as. nflo h:\ como intcrpt-c..
f ml. drncnk.. decodtficaro conjunro de SU3S Tt·
u·tttmu. pob. ralando de maat1ra <itaplc:s.. mo
••.~~tft'b~
t tu~r de wna dJaálmca formal pant por par1e.
••""''~'1'1')1• na cscuhul"'. d.: llmncusl o que: poderia-
. I u· n111\Jr a ddlexio de uma geomecria ideal.
11 10m~ tolocarmOli dtnmc: de \'ânos de seus
.u.~~ , tl·m~K a nntJ!'e'>St\o ~ eStar \'cndn simples
• '' "''' lthndr1)~ ma chpslude<o que .sorrernm algum
,., ·'-·t••rm~.ão. E:o,...:l dclt1m\.i1Ç:io é hbteim o bag...
"* ran nJo perturbar a qualw.!adc elo ,ofumr ~
mcmc:o romo um lodo- uma quaJMSadt uMiria c-.
scncialmcme nio-ana1isâ,el (como é p!bJ.t\elanah~r
formalmente um círtul(). pOr t.llemplo? como <oe pode
dctmcmbri·lo nas panes que o C()mpõc:m'!). NOO ot,i~
t:tntc, 11 dcjOrm."'IÇão é gml)de o bas.lrune l)llrll tt.rmn..:ar
o \'O lume do dóminio da gcomdria puru c imtnl!\-lo no
mund.o vllniivd e I:'IIS.'llllll du c:oonllnsonle, Á1111im, gm h•
Sl'r de uma chpsóide puro. apt-esentada como utn óbjc·
to ubstniO compreendido indcpendéntc:mc:ntc dtL'\ p:tr·
htuiJnd:ade.'\ de sua colocação ou d~ ,_ua onetn:~·Jo
(poli! nlo tem uma supetf~ie de ..topo'' ou d.:: "'ba.x").
ou do m:uerial dt que é feit\. Bro~DCUS~ ofCftiCC 10 ~·
'-.dor O ,.r«ípio do .....do ( 1924). 1-'1 I'ICIM tKUiru
ra ~.. Q). A co10C3Çio e rudo.
Pohdo ah.~ adqlhrit a lisura de um bl)Ciho. o -O\ o"
de bronze é colocado no centro de um d!t100 me1~hca
O cfeuo ~q sunçio eom o objcco e a supernc-ie em
que estA apoiado é garantit•wna dif~rent.:ll entre o hp~•
de rcnex~» reg:is.trudos na par1c mfcrior cl:l form.'l c
nquc: le~ de ~a pane supcriQr. P'n::nhc de fOI'IllO~ di"
torcidos de h•t c sombra reiletidal! a pa_rtir do ombicn·
u: em que o objelo é conlemplado. n fo1111a l1"1t d:t
nu:U.hl e :.1Jpertor e oontorc1dn por uma ('lf'OIU$30 oe
•nc:•den1e:5 visuais cambtantc:s. A p.trlt: inferior, pu1
0\ltrO lado. limica-se a tefletir o di!Ko que: tcr\·e d.:
bluc. c tal ~nao tem o Ouxo h.annórncoe tninctmip-
&o de uma gradu3l tttmção da IUI. Al1 onde O ubj..-to
t.oca o di'K'O. o ref1e1:o que reube f a t101nbra ck S<U
prôpnO lado inferior projetada ck ,-ola; na sua supcr-
llc•e. C('lnM'I que por uma ação captiJr_ (~ça fi)!P\ll
pcl"(;cbc-mos a fJoe inferior do Prl~tdplo tio ,,.,d,,,
dclinelkla nwna Q;(:Uridào aveludad•. c:umo u1na cun,t
dlt~tintamcnle nrn:dondadn em contfito,:tc: com o :.UI)o.;r
Oc1o lltapcl'ior da forma. cujo con1orno 6 npl ninn~h) l'e-
ln hm'-'lo da luz. Eesse diferencial <1ue c.•mp•-e:Ja 11 gt.~•·
melna dfl forma uma espécie de qunhd:~dc c:mc"t~lu,::t
I 1111 ~ a ~o de uma cabe('a apoiada pesa~
,., num t rmte!i!JCITO, cnq~nlO o R)!itO Outua, b-
,j, \rrnvidu de pca.o. em dircçOO ao sono tflg. n ).
A\ ,,ntttltpluc;.1o o q ut~- no11 convida a obra de Bran·
• I"'' hu"o, c!ltâ klt1gc da to.refh de desmantelar n
""' tM• .r anillt!i<lt !>\la~ r"lac(les internas. Ames. é
''"' ' 110: pàl<l quo..: reconheçamos o modo especifi.
co pdo qual a ma.ttna se mwre no mundo o modo
peto qual a coloc:aç:ic)te\>t:b a&ttudet de ser -. de JOf1t
que um homem dormindo parece. lantO ptr'l ia mesmo
como pars os outros. muno diferente de quando estA.
di&amO!i, oonendo. e estas parocem ser diferenças nã<l
llJ)C'IUt! de posnua. mas da essênciu de liUíl forma.
Ornncusi pare« estar sempre i:Xp<.>ndo o si&~\iricaOO
de umfl c~u.ltuu\ u..-. l'>ituUI,àu p•• t•...ultu 'I UI: ,lç~ç
modificar os absolutos de sua fotnw. goométric.n.
Encontramo-nos. ncs,c ponto. em uma rc:gi!lo etn
que Orancusi t Oucbamp se c.onfuodcm de um modo
quase cn~. Isso porque. a e\t'mplo do rmdy-ma·
tk, a fonna ovóíde do Prindpto do"""""',.."'
obJtiO preexis:rerde, ama forma que. m1 um $t'rmda
t um
real. e dada 1 Braocasi e Blo por ete an\"tN:Ida Da
mc:una forma. o ato c:stétlco a:rra em tomO da c:oloc3
çlo desse objeto descoberto. que o lt'ln~ ra1111 um
con1c:'ltO panicular em que scri ..lido"' OOtno at1e.
R~Cllpitular o longo e "agai'OSo dc!lcnVOI\'Jmcnto da
carreirn de Drancusi. em direção ao momento em que
c:onClcbc•·in c aceitaria O pril•clpJQ do mtmdo corno uma
"Obrli", é perceber a série de dccisõc~t (JOO o escultor "e
\IIU fO~a<IO {l tOmar 30 p$r'<:Orn,it 0 ll'l\i•tO fl'lr'e WUil
concepção oitocennsta d3 escultura e 11 ~ic;11o n11dical
de su:l maruridade. ~começar por IQ07, C()M
uma ett\llnn intitulada T()f'mtnro tt.e &oQ. uma ca~a t
de Q'IIIJIC;a. oom a pane superior do l<lf<O rnndeloda ...
....... • fundida.., broatt.
Timo no tema oomo em $1.11 e:wu~ura fonn;d,
TOI'"Mn!to ~netc a mfluCocia de \1tdardo ROOoloO". t'IOi">
Oi.sa tntagcm da criança fmcamcntc h,gnll:ni.Bda c
cmoctonalmcn•e isolada em seu ,,róprio mundo de ~"Ur­
prcsa ou medo traz à lembrança o f;ccc Pu~rlcfoo .111
Do ponto de vista eS1nnuraL. Turmc11UJ lcmbrn ttunbCJn
Mlit' t' jllhn dormindo (rtg m e, par1iculanncnte, A
t 'llrm· tlm OIIJI'O.f ou .J.1eniJJo Ône111e (llt ~. ern que a"
rortnaló esculturais (ocaliz.:un uma cll!fl.lf'il intm or, ex-
phcatamc:nte ocultn sob 3 strpçrf1<:it: <l..t COf~<l. 1bnnell-
lú &iro an tomo do contrnste estruturul t'IWre e:<tcnnr
c interior, m rre o que está a.lxno 1\ âm\!)llpçtio e. por-
twto. pode ser \'IStO, c: o que$"~ 10(\ame c:. nn
~é""\~aptflôlllpata.O~to"' ~lbt+
..S "aln de Bnncus., a cab<l;o da~,.... opos-
coço, p1r1 trás e para o lado. a f 1m de enoontrw o ombro
dimto C<l01Il>rticlo e d•vado. Assim. o lado uqumlo da
criJnça é um ~ e aba1o eixo ,'a'bea) un contorno
ll nt.'llido c:m que o crânio. a orelha. o J)C,4iC()QO e o ombm
podctn ier vistos, toc!Qs. distintamente. No ~o direitcl,
c~às r..1nnàs se contraem ronnandoo eix01.)Uil!lí: hon·
zon1nt criado entre a face e o omb•-u. io. fW!'Ç,'-Il compt-cs-
sllo lh.ea da forma quc as supc:rlicics c:.~tU~rnas da nK.1.1
f(:ltlof AS Ol llADt .\W)f ~ f lltNIC\J9 111

I 11 11 1 tln LY~rpo tlcliUp.IN<:CIIl,ICmbrando a insistén-


,, • 111.1 n,1 ptl..,••cido1dc C!I~~Cnc •al do eu.
1I 1••u!)cm uma importante comparaçi'lo a ser fe1ta
1 ''"fil!u_mçiO e o 1ra1am~10 do corpo que
• l'll.,., lrnbalhoc de Amttdê Maillol. em
I t Br1nl"U)I dera 1nk.o 4 su:t c~ira prari-
1 m 1"- nuJo pan1 · Prrt lQ/ftNfl() .., ck 1902 ~
c\tfl~P)o. \.-mft~:a-..e n...a rMSma compressão
1 • ta ran~ do corpo. com a cabeça da frgu-
"'• .a h-.c.Jr o tóra.' t 1 c<"I'*,I'CSI.lltmdo no ajus-
' a um '·ohm-.e '00~1\ot'~rico "llllphficado e
'lu Ao cn ar um pa.m1eh~o en1re a disposição
I' u tlt\ flgtU<I c o pcl'fH cUbiCO do conjunto,
4 1111"1 t •KK\:nlf<• noss.1 \llcnçl\o em umn consonância
11 'ru••w•• m1c1·na d() c;orpo e sua forma externa.
• • u c 1.1 ,-áhJo para " e-;cui1Um neoctâssica, t:1l
su1pmocbde trxbca uma Cf'CIIÇII de cpx. por ~i1:n
d:b ~ies dos ob~. t'bldc 1 snm•~ orgaru-
IJIOOrJ da quaJ eles extraem ~ "~'~'ftcado. A»i.m
também.. u aj us:te du volwne em d1reçi0 tt forma'i gco·
11\tlricas suuples é um esforço por t iluar tsse signifi-
CPdo em um mundo de formns idcnl~. Em 'lbnJWJJto,
Omneusi havia .nodilicado O$ tennOtt do IOeU uso de
\IIU• ~lmtun. 1ntcma, troc:.ndo a trAtlc~ lckKlli,;l.;a \J;.o
\1alllol pelos interesses mais p<iu:olósicolõ de Ro\s..).
Contudo. TonMmo (que existe em du.h \l~r~ões lhCt"·
rt"nto) sena apenas a primem• tk: um.'l longa ~c 'k
mc~ht:u;:ões sobre a forma da lnfolncia 111• •n.
Em lt)Jl.es.sa ~ soth:n un111n11Udim;3 mdical_
At.-.im como ProlotMU Cito-. a c.abc:(a da cria.o(a (1'1.'1' •
deu seus cmbros c ~ 10n0. rnlll1.Cndo lf'C'I'Ib wn h!:·
1'1'a'!IO do 1:.c soo.;o mcbnado, proo. orcno 1 CIUda de: -nn.;a
pb. a cabeça otCnca. Os chftn!n•es planos do
1 rcQM §UI\ouado6,, de modo I produzir uma SU·

tku 'k mânnorc: de COil\c:..icbdc quase: unpc:n:ur·


M, I c» rclnu c:~ttn:mr.mente ra1o0 do plano do narit
,t. to -'• t:tlntra .. c~h·id.tdc ocular e a bochecha tem a
'4WIIIIul.t,k de um tUtUIIJO regastrndo impemlanentc-
uto ~~~~rc :• surcrfidc, como se. f'osse a única som-
* 1'"'1'-·ta~lt• ll()b~ o nua.na ro&ular dl\ pedra. Nc33C
ntnh (I 4.'""tuflorexploro~ un\.1. ooç3o doe decalhe C!Y
Ih•• •1 4.'(101() algo lnl JlO"iiO CIO n1undo a partir do e."t-
" \IUC se ~L>SCmclhll .1 doccberta tardia de Ros-
lfl.mb .& 11 l~rlólJ)ç&J do C!Of\le'I,;(O 60 Ú ( f P"w!
N.) l'p.~t.::acm que Bnna~a rndu:11u o ProMetf!ll de
nu·r p.ua o bronze polw.b ~ - . eM:as tênllt$
..,..., de pbno quo prod"""" wna pen:eJ>Çio
llw\1 da' fc!Ç()cs fo.am donunadas por \Ml -.dc:5e-
•llltn l-u3lmal!i ah801UIO: o deitO do rdlexo que
~l4• ~11 nu Pmrcipw do rmmdo. Na \'tfSkl polida.
I• ,, -'\Ite• t.l<t~ luZ(~ c cscul'th tcflctidos d•Siingue os
• h· lllhló.!rtO!' da cabeça de um modo correspon-
111 ,, "'" ptl\iciónnrt.ento c. po11:uuo, seu significa-
l•u lug.•lt de expro~u a composiç:ão do rosto
• •• ~ll*lo dll e•lr\IIUrll mleorn:.a, r~l, do crlmó.
uutura bt1alen•lrnentc 1umétrie.1, • composição
i Oe""' rec•stra uma q,rprecndente sunema.. A
m!ak'l', h..a e pc-c:.cb. da eztbeça d3 criança•
., 1• t. 111Chnada wrna _.upcrfktt: hclltioou.l. parece
...,urc~ d1fn\.'ftlc da pane wperior. que di a Un-
,....aodc' C"'MII\TCdi ali'IÇio gnt\'ltacional Tal op>
' ~IC' uma d'ên~ hnlu divima entre ®b
......... 1- '"~''tenda o tb cnança dependente, por de-
(,' ·•I "li! me<.~no pllm su~enlar a própria cabeça,
dt m••a dL"'.-açOO \'Uiunt6rin do corpo, em que o po-
t;;;:::;·~l;·;.,-\una ...-e•1i<:<llid:•de nutoponante pode ser m-
1 n\lllt) um 11imh<11n lln•ndcrcndência essc:n.
d. \ot<llokiC
Em 1911. ponao10. BrancuY halo la sunplesmeot~t
mudldo o rumo para a 'IU'I o r,.,..,.,.rn parecia e:qar
\'Oilado. Em OUtraS pabW'Ib.. de b:r\'11 preftgurado a
noçlo de um arcabouço interno em c:cmsonâoc•.a
com a subcstruwra óssea do 1)1'6pno QOfPO em tOIIlo
do qual organiur o figum c~culp 1da. Iht\•ia, •gu:d·
mente, rejeitado os significado:, que u.l org.an i.a•(,·õ~)
intomn tondt~ u p•·omover. F.m tuww dhuo, odot<n• Wl\.11
concepção de es.trutur.t como nlgo entontrodo pcl:1
na\J.ra em um (Olttexto I)Qtlicular. e o que percebemt,r.,.
ortgu~ar-...e dessa deci'lão é uma ~pécie de c:on•cU(.!l•
coe~te com tal exterm.huc;:io d. ~crurura. O fah•
de o Protwlf'V nos parec:er vma obra cocnpJcu e rã•
o fnemem<>de um corpo (<01110 woa cab«a c:onadal
at();la a JUto-suficiênc1a do 1rabalho. uma auto-sufi-
ci~ntia que~ toma posshel tJo luco o obJrto é lik"T·
to de: 100M as rcfcrêncaas ao an:.abouço a.natÕ!n•t.·v
interno de que o Tormento depende.
é no se•nido do q ue venho c:hanl.lndo ''desenhu
con cc~ c ual" que os ObJetos de Br:ul<;u...t dis:tingucrn-M:
de modo mais radical dat1uele11 de oui i'Q!I escultore:-
quc tntlxtlhavrun. por essa época. com o corpo huma·
no ~•rwk dl' f(\nn3s 311hun ('nll.• 'unrhfl('•d:u~ ou f•C~S·
mentldas. O desenho nas obm de (i:L,con ltteh.'ll.,~.
pot eu·mplo. pressupõe q~ u )ubtJh.i,õo, anatônu·
c.u ~ m.a.nifcstai;Õe$ de uma C"'lruiUta afllema qu..:
ak<mça o cucnor em pooto5 opc:cif~ p.tn: fn=:ar t.lu
..u)tiw os \Obnosos CXJrPO' que J'll'«<m NM iC'
inflando em dRÇâo a uma or;;unrhadadc esférica •
Jat, Ou, na escultura de. Amcdoo Mochg.hani. Wl que
a'* irK"1GÕeS beln rasas em bloco. dt caldrio delincoiam
:t fiçionomi:t da cabeça (de uma fflrllla q~JC serviu \k
11prendizado pard. o próprio Br.:.ncuii). cliSC dcscnh~'
Q.rava u pedfa oom unw Bngual,\~m l)rinulivista cfiu '"
(.'omo tnl, o rlcscnho impnme no trub:llhtl um :\i~t cm:1
de sinais ( JUé é tudo. menos contcxcwal.
I m I'li 'i.. HrnncU:N cew~~icb p~e a lade-
IKII d.t ......_""' cn~uaaco objc10 contido em M
•'· nu U11.balbu dtlXMnii'\IC.Io O reciru-~Ulj.(jdo CtliJ
..,. I 1k me<>mo o llCIIICOÇO rudm'IÇinar do Ptomt-
' • ..,.. 1111 ~l•t1Jdo a fim dt dei'(ar o oomomo da es-
• uu , ..,n '""'' rutnt.'l o~<·nl nwt e inintem.~pta As Um-
l ""'Jiltc:u;<\co; que ndmilc: n e11~ nvótdc hso siio o
h•u.uncnl~) de um:1 "hnc:hrrha'' 1\n intuito <le r-ri111r
~ k \ ··~·;_ll•...cmcltwnl~ "' um degnlu. ao longo t.lo
'" ,.,,. ~1c um do-.l.1do1 do obtctO. e n rcmoc;ão de
1-t "' c n.:ular qua!KI completo pró.ximo a uma das
I olJ·' 'Sda eiJpbe. S~o~atnndo uma imagandó ros.-
r«ft· ~"'doc;oolorc-ado pot um soooro choro'~.
"Uhml ~ o nivel bem mais pri-
• cu• q a 'ld.l tem on&tm na dM.skt de uma
IIO••>cottlu.a·
I ""'• n~eultura () ll."tUtNtaO:C'fdO, Bf'IDC\Isi decla-
-"• almcr•tc que a obra~ um ob;eco semelhant.e a
lu I,,, qut: e~oti\ $iCpotrado, em lermos de: seu con-
.,.,., d t t'!ltrutura do corpo intd t'O. Podemos ouvrr,
• ~•l:u ncn t(l rio corpo com rel ~o à figura, nes-
lllillt h .1 rcjciçi\o do arcabau!iO irllemo e de seus
...1.... dáll~koll, um eco d~t descrição de Rilkc
"''"'' tk Ru~llll (1'9 l'lt, IIV liC n:f~fir ia l;illx\:õ.l \.VUlV
.,..... r·•rt..:1:1 '"VJ\'Cr no 'picc da figun. oomo aque--
1.1•••' Wnç-arn tobn: jatos d'água... Pois Rilkc
w rc-tenodo a um:l pen:epçio escultural do
,..... do rr-lpiO de~ o ltgnif"""*'
cqur\;t,k ~ wa t:Wulur1111Utõmica. Se a sua-
da eteultun de Brucusi em sua
fl.'ro.;c rc1Nd1ar <b excessos das ~rfi·
Lal"''''d.&' c Cl~·roJI\'U de Rodin. se as fonnas
Br.lntUIII p:tre0e1n opor-!ie aos contornos
...~o,,,. f,,,,, e reHlrc:id~ de l~odtn, é ~penas uma djs.
" 'I"'' l•çtal do e.!ohlo. O 1>róprio Bra.ncusi a.fir-
1111" ·,l lll li<: d ~o:!lc.:obcrttls de Rodin, meu t:rab<tlhu
•mJ-,..,~shcl... " Na verdade, s.-io incvitã"cis os
paralthQllQIIi t"ntR: ~ rnten('in dt cto•ar de signif•-
c:ado uma superfkie separada da C"f'Cnência ammur
de um núc-leo esqueléttco que •dcnllfltlmos tan1o na
ane de Rodin como na n()Çlo c(lnU:\IW!il dJ forrn.a pc.u
tl..,rw:usi.
A linha de deSén\'Oivimcnto, que le\'a do 1f>nn.·nw
((g 64) ao Prome1eu (l';g W), c, dcp01 ~. no Rl'<'tlm-tw.,u-
tln tl!o n•. e que tcrminn n11 t'11pri""""i\ rr•tb1tnn, finr1l
do Prlntfpiu do mundo lfig. UJ, t,."'n'll!itc c:m p:~~SO$ ~i'
temahcamentc dados ao longo de um pcrkxJo tJc d\.'·
l.Otto anos. O mesmo crabalbo pJ(icntc, c:stenchdo P'''
um periodo dt quinle átlót;. produnu a tén~ que rem
i:nk~ com o primeiro pW:aro an pé de Brlntu.'!.l. o 1\•
wwa Maia$tm (1910), e Jttft&'! o apoeeu oom o rn·
Mro PdssaroiiOnJJO(O de br'oftu cJq2J). -.-.1 de...·•
\Oh·imt't11o também parttu de um ulbllho esuunwadu
como massas amculadas scparad.b.. relacionadas ax ui
me-me wtte si (fisl t)). alé chegar 1 unu~ expn=s.são f1na1
un11.Aria e, pOrtanto. hoslil u uma análiqe pa11c po••par·
te-. e não se permite ser in1erpre111d0 em termos tl~o•
art11bouço interoo (fi11 •601.
A forma de bronze. semc:lhonlc: a um!l ch.1ma, <il'
PáuartJ 11oespoçn parocc altc:r.U">bC con1inuamenk cou
fvuuç 111 lw, juçi«J.,; Uô.1 alUI~ii!J..a. V~Wt:Xidac:le da '\Uptr
tlcle d<1 escultura. Ao atingir a fc.'lrma tubuiJt, n lu.t
ttnde a dissolvc:r os contornos \-a1k::tiS em um briUM
ampm=oo t tnsti\-el. fnlamentLntJo Q()bõl pm:q:M;.II
de SlD forma a.bsoiUl&. O rwopno BtMCUS~ bu.o;,rou
essa dissipação do cOCl&orao da otn no modo c:oo•u a
tknnmou ms f040gnfias que 1irou pcan publical.'io
•"• .._ Além disoo. a superlic1e ~A eoncc:mrJ a
sombras do e:>-paço circundant~ em uma fai'\1 c:,..ur.•
que desce \<erucalmcntc pelo otni i'O lpi'Ollimudo dl•
lmbalho. Inda 3 insuabilidadc dtl!lilll sombrn vcrlll':ll
co'" tel ~o à massa de bronze. tl~lllc>c.lmdc).-!:>C c m~·
dificando-se sobre swa &-atl:x:rilclc 11cgundo ~ me.•\' I
mc:ntO'\ do observador. e dado ~r elo 130 obviamcntl·
:õlll.l do: fora-~ a otn. ~ nio projetada do lnte-.
• C'M.I foC afigura qua\C como uma paródia do arca·
~;"·':ai~ mtl!mo da escultura figunul\'a tn1dtc~
1 1 1 raródia lcm con1inu•dallt nas OOses criadas
" Ih uh ... , p;.ua villios de !ICU~ pas!Wiros bases que
' 11 nn em fonnn.s empiiMOOs 0\1 amontoadas umas
""' ,, , t~tllt:t">. O l••rútcr mdepl•ndente dessas fOml:IS-
" h,, h•c"-'1~d!l, l"'dm~t or\lc:iro""~~. mlirnwr.:- dlln.
k" \' uma deélatacOO de que mcll'mo os fundos de
• n~o.· 'l<1Cm as c:M:uhuna• '~ <;ep.1ráveis. reartanJá-
' "•ttm~o:cntes. Em outra• pa.lavms, não existe oe·
, • , r,c r...:tonal pn:c"tlbckcldll para sua confi-
lu l:m um pu eAtrcmo, o pá:J.u,ro M e$P"ff
w,..;.. "' • ..
~""'"" tont.. de RedU., 10 .._
uas;'-..la.;ia escultural do totJIO ""Indo a 1oaa em
q..-. t'l1l $1 me,.n~ t\.~>q.m 001 momc:nto
·r~ w· t.U a lomuçilo do eu
I ~oi pnl.Xmcmcnle de sua linhagan estética. no
,.,, 11 /'úumv no.-~pãfU! um grande obJClO me-
l uluhuklr de mtng;:antcaimJ)Iicidade. Em 1926. foi
.l.ul \ uuc e seis cseullurn~ enviudas da França por
111 ''"'· tlc navio, 1mra serem expostas na Brummer
11 '' ,)..• f\.ova Vork. Os l'uncion.1rJOS da aJfãodcga
uu,·r• ~~;~m:a que c:lmtninavam lb Objetos para que
•m c111rar no pais lhrt1 de taxas, por se trruat
.-_.. ~-. arte. ckraln u_n\1 olhada no Pónaro no
,••i" ~ I'C'Kcbmun u ac::mcltunl;as que ti.nba com a
wn.• hei~~~;~ ou alpm oatrO objeto UdJ:slrial.

i'-.;~::=;.:t"'lnfC\.-u..~«
'"'P'l' A obra um.'\ uxa
cunc:rc:ml de
• acnditar q~.tt se tnb:\'3 de

A ' I· on •n de 101Ja a M.llt "arrcim - .ao polir fanatica·


• .,., 1 ~ •ll..:rfk•c~ i.le 'cu:\ bn>nze-s 11 fim de elimt-
•'- h • ,, ulcn(lr vc,lígio ~objeto artesanal produ-
"' u1d1e Br:mcu1;i )ltrscgum o ucabámento dos
1111""" IU\Iusttiaill feitos p<~r mhquina!\. I~ obvituncn-
•·•\.1 mlulo a bdt:lll ~a i>tt"•vidade <l<lS formas
m.."tmicart:Jentt func:.arw..'-. Sua 1nq~lnc:ia tm nn~;oo
por- cada uma de: suas e5JCUltu~ do n~ JXIra o
bron>< policio põe po< cem a ode>~ de qU< «•lCCI>c--<
&e\IS tmbalhM como wna cclcbrnçkt da densidade ttMI ·
nolihca da pedra natural ou uma raclonalv.açOO do bln-
eo rle m:innore. A ;me de Orancu) i de modo n1gum
era orientada por um etos da "fidehd<•dc MS m ~lt..­
ritus" ao Qwtl. juntamente com llcnry Mnrm... ,. n ,•.__
cultura de Arp. seria postet•iormentc l.lotS()I;iado' . 'I ~t: ­
nico d04ado que tr.L. Br.u1acu c~ploruvn as propriedo.Kl..-'
n.aturais dos matcriai$ com que tmbo1hll'<;a Assim. qu.ln -
do rnulbQu o TC)I'$() dt '"" pYm til• n•. um tmn~ u
etlfndrico apoiado em do~ "-ntig101 de pernas.. ~"..
lh<u Ulll pt<llo;» de mado.-ua - bofur<ado I"'
lo dcsm\Qh·imemo de seus plho\ tntrtunto. CXKtu
ma:'' lg.ir. c:om igual úeQGbh:aa. ftO tenttdo de '~J'
1$ projriedades aparentes de &CU \dculo n-.ico 1\,...
s1m. na• ,·ersões em mán~ do Pth~Qro nn ..-sfltJ\c•.
c-çculp•u a junção entJe a base e a coluna tão tcnu..-
menu~ que foi preciso guarnecer cssa!l obra~ eom umu
hn~e metálica interior ante$ que pudeS!ICM scr subnll.~­
tidnl\ A:•çiin do cinzel. E no CtlM> do Tonm tlt> 11m jo
~'cem (I"J ~. essa ltansJ,Xlsiçâu d.:• fo•·ma em matleir<~
ji4ttl v lnuuJ.o:: 'c-~~w~...,~~ 1:1 I.(UaktuCI ~·~Ptlncu..Ju f1Jf1'11.11
que podma exisor na c"ploroçolo do <kloen,·oh•utk.'1llu
natur2l da m:ldein. A ,.ersào nw..'1..11ia n3Q c~a no
nhum dos fundamentos nl+CIOIU.IJ do onainaJ tttlJlh:
do A~junçôcseob'l! os ~niOli dt pem;a.-.co klf'ill
ttm toda a~.. de encanlr'IC'ntos. c o con·
Junto alwnentt polido tem a hnl!'O'a acrochn.imk:a de
wna peça industnal.
Rivaliza com a aura moc.Snica que envol~ l"'"'
eliiCUitura .a qualidade erótica de acu de~JCnho. ;\o (ll.l-'
lilic.'l1 a obra éómo ..o pn mcim tnnw 4"1UfiiWIItJ oht,•-
to" de Oruncusi, Sidney Oeist cham\1 a fltcm,·ào p;u:,"
11\lo de esse torso masculiJlOse-r de:!~l)rOvidn de c·l·-g;·w~
&cnitoli:-., acreSétlllándó que ..0 1(},() dt• um juw:m e.
11 onUIIn~. ~ comblnaçlo do mcciniro COM
r u outro p.aralch~mo a mda entn: Brancu.si e
I n I' l lm paroklismo indlCado pela quest.io :Ufan-
•"• ,...,.,.olvcndo o P(u.mm no e.f/HPÇtl e acentuado
'-• r h• 1 1~ que. doi ~ ano11 MJ)Ó.C n NJntni11e de Duchamp
1.1.' ·, •' n ' ''r;"l:a" na ..,~t pnltiçlin tlr! Nn\'a Vork. u ma
t 11 1 PmtN?.Wl X, de 9nmcu:.i. cuusava um escàn·
rl.ió do~ Lndcpcndcnc~. em Pans., e era reti-
•· • "i
1' •I• !!f.tlcn.ls. A~im como o Tor.w de um jovem, a
w \ ""' m c uma riaut~ parcial, cujo coajunto
lnc\l&a\elmtnt.: um ob)cco filiro. Os \'isitanlt$
iÇlo protn&MIID C()alrl SUl presença por cotl-
~~ ctbKma
n \ftdadaro ~tdo em que~ ~Í\"'tl encoo..
't. 1c,nllnadol comum entre os dois homens ao
1111 '' de\t'n\'uhunento W escullura no sêcuJo
...
1 ••nthM os....umimm a melimlt pOStura diruue
1.h• d11 n:u mtiva esculnu't\1, Ambos rejeitaram
f • • 11 ,1., au.Uise em bl\!101 tCCI\OiógiC3S d.'l cscultu-
•1 Hhlu nbr.rs cjut: qut:&iionovom a própria função
'' utma 1\iLfrJII\'3, tendendo no q ue é unitoirio e
l de o;er anali~01U4.1 A obfa dl: ~tnW:~, VU'I htn·
oli):;Cm da tcndÇn<:l.t que seguimos, do futu·
•'-• ubhmo .1. c..cuhun construtivbta - uma

:
:•;~~;:,• su~tull' a n.vnll\il bJStÕnC'3 ou psicok>-
~;.uuiaçón. de uma ~\postclo c:pnse ..cien-
• otpr'lll'.açjo CS~n~tun.J da forma.
le1nnc que se,.
o nh"el de: ruh73Çio de sua
• d• UrancuM d a.burad.l de modo do rermado
I• ,, \ic nuchamp tão agreMir\1l ~ improvis3da
"'" tk \ t·.lu l'orm:tl , ambot ~rluam-se à parte
u • 1111h: mporânu~ d.., uma maneira semelhante.
u'" tl!htm\ a csculturu IIUt n:ahito, que se dcscn·
u tua dl"t:.ldll de lU, h:nhll cxplomdo determina·
I' 1.. ~ d11 ubhl d~IC!I. ~ objcnvos do su.m:ali~
rM mm de tal on.iem que ~ 1'-"rte do <r-Jt m ma•~
r.dtcal na c:oncepçio que [)uch.amp t Bt~neasi li·
nham da CS(Uinn roi quer igooracb. quer tran;fomu
da. Na \erdade. foi apenas na d6cada de 60 qllt' o anl~­
res:oe de Ouchamp pela escullura como uma e'r~·._.,._.
de estralégia estética. e o mtt-I'C&..<.e de nrnnCtl\t pd:1
(OI'Illtl COQU.31UO nt.'Ulif estaÇJIO da ~uperRcie, 3sMJIIH
1\Un uma posição cenl.rdl no pc;llll(lltiCi1t U dt.' umn nu'\·a
;crutão de tseultorts.
UM PLANO DE JOGO:
OS TERMOS DO SURREAUSMO

..
._--.......
-~ ... ~
~ ntc<lcndc dar ao teU J"'tt''l.

I ! ' •I I• I lnc.btd!l'WI'IelliC Cll(k ('lllll"l11


• • I 1C' n•lt't ~·.all cnl nm )l!.;('l,
I , 111<'111~·

" I lll Ul)l f\.'\:(IHC ilj!(.~ I) ~1110


• • .... ~ l elto;ll~••ncncc
11L111 rJI' fl\IC S(Jir,lnl 00 811Cn
f 1-''" w ,,,,r~..,:..:r.i o.:l'nl '"Od.
11m «"" tolur tk; Ulh111111 OI!IINII.Misde ~
.. . . . . . . . tf:nulrol ,J..,~. t\IÔ qc •·oulprttlllihd b ~

TRJSTA.."i 17.AilA

I'' 'O. quandG 1 rl\tn.n Tura ebCre....eu essa ro-


l' •• ...,.,npor poc11ia por mc•o da d•o;posiç3o ca-
tl h t.o.t.ménlo<t e-le fr:t\Ciõ llrados aleatoriamente de
... '' •k P<lj)..:l, u movimentn li:tdni!i.tn, então com
'"'' "'de cxi.,tênci:• c do qu:tl etc era o empresít-
llm.,u., •• .mgc de 'u·• lnOuêncm. Fm ~ris, cxb.·
tum "'ciJ pcnódJCOS nos quai!. c:terisore:. t 11\liW 00
d.Jd,al..,llO nl'lpReodi3m um 1nc.&rlÁ\'CI ._ue a uma
1:1otehCI da mc:H:Jnalidade: OU, OOlllO dJYC Jean Arp. -o
tbdll~;n-.o pretendia destruir os cm~t es da rvJo e
dc.·"iCCbnr um:a ordem clcsanazoáda'"1_.
Se umll cs.tnlh.LT3 ordenada ê o me10 de dotar de an-
t<:h&ibilidade uma obrn de arte_. um.a quebn• da Clilru-
turn é um modo de alenar o observado•· qwuuo à futi-
lidlldc daan:iht~e. É um meio de ó tilhaçor a obra como
r\'llltxo das faculdades racionai5 de xu o~r.·OOor,
um mdo de ru.rvar a transparinci.a entre cada J:upc=rti-
C:le do objeto e seu significado. tornando •mpoqi..·d
10 obocr>'lldar I\'COOS!ituir cada ld de ...., L<J><C105 por
i~ho de uma lcittn: U:mca c c:oncon.L112k A com-
p»içlo por mcio do acaso llJillpc: • poM~b•hda& de a
ubn ter pmntada por wna lioba ou um núcleo ~­
rentet que garantam sua inteligibilidadc de dentro pa·
ra fora. O uumrgo do dadaismoert Oó prion'_. o poder
da m•lo e, m.'li'l: pa.rnadarmentc, a nmlo como veículo
de fiOd.Y. I ~S<l porque o dadnismo era um 1novimento
nuscul~) do hot·ror di;uue da dcslruiç;.'o cau,nda duran-
h: 11 I Ouerm Mundial. que era vbta como o pl'oduto
c.:omhan:.dn de uma tecnologi<• prc~unço:~a e dns mcn·
IÍrtu• d,) flll>llli'IRlt•lnu') burg~. "'An ori~orw do dada i~
l'l'lo''_. c~k'.. eu T7ara._. ..n.'lo foram a.<~ Ofagc.:m da arte,
•na~ da a..c-f"i..io."'
A\"lm. "C •dcnnr~ em flO''iOII h.,U)n..l tsquc-
mattt:a da c~:ultura do utkio do k'culo XX ..ma cisio
em "-ur...l n~ unu escu!tura da ru.io c uma ($Cllllu-
n d:l ""W\"âo. ~ pe:nxbet de que modo o da·
dllhmo !loC alinha com a segunda. O dadal~mo_. que se
dc~em·oh·eu oo mesmo te1npo que a ane de Duchamp
<: 13mnc.-u~o~, unha em comum com cslcll do11 a rn«:ma
nti1Udc pum ctHn a oondiç.ào estrumral e ccmpora1 dos
objeto-.. l'íll!\ lanhlDuchamp como Bmncu11i produzi-
r.am nbjt.-tos que são. em sua surpreendente in1clrcza e
Ol)~teidJdc, rc:sis,cntes ã análise:. Não 11110 concebidos
em torno de. um ""'D.údeo.. ccxn o qual suas difm:ntt."
- -... "''"'"'"10das
um "'ftúciC<:>.. nos moldc:t da..}uelelpois
quen3o dispõetn do
p;adcmos •fkn-
tlficar em outros tnabaJ.hO$., sejan' t$teS do neoclassJ-
cismo, de Boc:c•oni o~• de (inbo; e a silenciosa opaci-
dade de suas supcrfic•e~& tende a repelir qualquer pc·
netrsção analitiCú. Alttn disso. Ouch.-.mp e Brancusi
.;-ilmm•m i;u:IR t>scullllm!l nn Amtmo de uma oondicão
temporal sem a menor relltçllo com a narrativa anali-
ttca. A tcmporahdadt d~ rt:átl)'-mllde é a da charada
ou do enigma: como tal. f: tempo espcculati,·o. E a
tc:mpcxalidade da escuhun de Or11ncl.di é wn produto
da situaÇio em que o nbelho é instrido - 06 n:Rexos
e C(H'IQ'8-n:0e:tos que \UK'UIIm o objdO ao seu lugar
com-cneodooo oo p<Odulo do «ppÇÇ real em que o
observador o cnoontrL Ao contmlo do tempo analit:l-
oo, nn que o obset'\·ador aprtft'ldoe 11 estrutura aprioris.
tic:a do objeco. decif'hlndo • rel:açJo ent~ suas partes c
relacionando tudo com uma causa eqruturnl lógJca uu
romeira, a ahc:tTUltivu J)fOJ>OSta separadamente por
Brancusi e Oucham() é" do tempo real, ou tempo ex-
perimentado. Bo tcmJX> vi\iido, ao longo do qual de-
pantmos com o eni.w.m.a. uocrimC'ntando suas C\'aS.i..
va.s e de$vios. sua rcsbt6lCtl 3 própria idCia dt ..solu
ção... Ou. então. é a c;\pcrimtia da. forma.. quando esta
se 1Jl06tra aberta à mudanct no cnnpo c: no espaço a
COJC>tin.,o<ocia ela ronno como funçõo cb ~
S. voltartno<às .~doTzaraponacompo­
s.çãodopocga _..,.,...,la. CUJO~ prmnpal
é o acaso- perc:ebtremo• que fiUI operação de eAtrair
os versos "'um a~ o outro" t wna es.ucuêgia r.:tdtcal
para obng.ar o eM:ntor a abarcar o tC'mpo cxpenmcn•
taclo. Considemndo o interesse anterior de Dutham1l
tm oom.por I>Or meio lL1~ "'lct$" do ueaso•. t~ ccndl:ociu
de 1i»ra a esse n~lO® ullo <: surpreendente. C'ontu!M•.
em relação átJ precedente de l)uchnmp tilg. 71», o anlc ·
l"=nuh1100 \UW das ~de Tzara ~ M·
l'"""''•knct Pois Tzara o:n:tui que o pocrn1 cRido pe..
l;_1 r<ll "" por de descnta "'se prarecer.) to~n voeé'", seu
auMr P~-.;e sunp&es pressuposlo. da parte de Ttal'\1, de
cwr 11 obra de ane rcOCtlrã dessa forma o !teU criador
t:onlmdaz a ~i çâo duchampiana de que o elo cnwe
o 1.>je1o e crindor é tOOIJmente arbitrário. Dueh1unp ac~
lhe e.''$:1 orbiiJariedade como uma form" de rumlllr a
rm~l"d 11cmclhança entre o obj eto prOOululo c seu
t:riador. Asiim_. •·o poema se parecerá com~·· é uma
tli~rtolo mti'Qduzida por Tzara na o.rgumenttçio de
Ouchamp sobre as ..leis do acaso"', fuendo eom que
• .,. d<u< d< ~une,.,.... como """' m6qWll4 poro du-
pcnonahnr a obn: de arte.
C...udo. 1920- quando Tzua rubi-..,. fl>r-
mW. para a elaboração de: um poema (1)1 o ano on
que transfcnu sua base: operacional de ~ue para
,,._,'- Fo• o momentO em que «m:JObdou t~~eu do com
o~)0\·ens poc1as parisienses que ed•tll't·am c C8Crevulm
=• rt\'i~tca Lln~mht": Louis Amgon, André Brelon e
Phillpr)e Soupault f"oi tambCm o momento em que
Orcccm <'lé tlpropriou pela t>rimcira vez do cenno ".\'flr.
t'l"ttliMt.•", qUQ fo!ll cuuhado por ApoiJitta.ire n.1 pcç11 Les
,\/,mw:llc<t de 1fr<és(~. A<J l..:tugv !.lu:. li C& üHI.X'Il40:l'uiu ~
tell, Orccon se eo,oheriá cada va m~us com o tcntido
rM«-:tdot que atnDuLa a esse ~amo. •dtn11rte.\ndo
fl('k (I rundamento da nova po$~ e<"-têltca que \ma
a dthnc:ar no Mcmifeslo SJIT1t(liLJitl de 192.& O ano dr
192'0,110rUintO. que rDil't:l a afiliadio deTlWI a 8~
11-.n .: '-'" detnaa. foi o i:ak:io de uma JWO:•<do com
c:l~"1nl·nttll que diferiam em c:ssênna das Otl&cns do
d .•,Lti,mo tom base c:m Z.unque. F sua receita para a
t·bhtii"Ut,;lill de um poems re\'ela, nas palavrat ··o poe·
tnllloé f'IU"C..:cni com \'Ocê.., a i.nfi ltraç~o de uma ltnha
ti~ l)t n ~o.uuçnto unl lanto exótico.
P11ru (illllprecnlknnos a oricntnçJo \k.".!!Sü linha de
(X'II'IIU11~1Un, ~ ri~ÇiSO lembrar QUC á c:xpcriencill vi\•i·
dl P." Brtton duraate a guerra en muno dr\~Cn:a do
N•lllmcnco de Tz:ara u oeutra Suka. ~ U\<ú
'<f\'~ CQmO enfmneuo em um hospi~ de: Names
11.1n1 o tn~tamento de neuroses de: guerrJ. Ali. com
b3M: em afg.um conhecimento da hrtcrprcto('llQ do$
S()llho.v, de Freud, Breton passara longas honu oonver-
:-..mdo com S(lldados gra\·cmen(e perturllo:tdos, eriando
wma I)Íi uaclk> c.om q u e J'l~ pmj('f,.'Õc' iJ)Cúftiloionl te decl
lC!i lornavam-se mais aoessl\ei.li do que sentml no•··
malnM:'ntc. S.tindo ~'>ll experiência com umu fi rme
c.-onvicçJo de que o inconsciente opeN CQm um llpo
de cnergt.acou.bnc:nte di"\'USO daquele do conj(IC'fUe
lcnbado refazer 1 rn!idade sepado 5Cib própnos e
rna&J e'(tftmal: desejos an lugar de bwtc.r lpttender
ranona.lnttnle a esll'uiU:nl do real c:omo algo fixo e
prtdettnn•nldo Bretoo esü:\1'1 tom'COCido da ,'Cfdl.
de da poia('lo ps.1~nalítica de Freud.
hliO npliC<'I. polS, a diferença entre a \'iltoio (UrftA·
hsta do uca~ c a de Ducham.p Duchamp vtm no ae~~·
<>o urn meio de reforçar a despcrson.altT.•açâo do obje-
10, O ncnw cru uma dcllttt várias cslr:llégiru~ u1tl11..11di1S
p:u,1d~:..wi ncul n.r a person:didade do cril.r.lor do C:loiN·
tu•'ll do objeto cri:)do O uso si.stcmáljco do ,.,.,uf)o..m,.
''~era oulm Embora os ready-madf'.$ Rô1 -.erd:adc ros-
<~cm tdcctonados por Ducbamp. de nlo considcnM
f."'_'\4: ato de escolha uma projeção ck seu g<bto peüO&I

nnpnmtndo ao objeto a n:mca cb pcnonahcbdc de


~ 0.:~ mas. em \'e:Z diuo. um rtS»tro cb
""hck-ta da lndtfermça... Bmon, cotrdaa.to, ftll\1l on
~ç~.••u ··,lhjl"''i\'0", que ji era algo dlf'c:rmt.e,
1\ IU~:ÍO de ac:a.3iO ··objeli\'0" (ei'O óngcm I)() filiO de
..~ cnc."lttkt~ lk> 1noonscienre funcionarem com 1lf'Op6si-
to <'11\)\IUI\ rt:-:tlidade. Ela prevoê que a libtdo. ug.indo do
inttltur do inc.hvidoo, darã forma à realid~tde de acordo
~uu1 M&/1'4 pr(tprb." ne<::essidadc:s., cncolllrliJ~Io na reali-
~.adc o (ihJch~ tlc llcu desejo. A:s.sim, Brcton c:<m'C em
.\mljd:--"' poss;rio.,... de t!Ü dias..., que""'
,.ejam ire vir. no funda tllrck, pe:lo BoolC\wd ~­
.Vmtt>tlle. enue a IJPOiTIOI do Mari" e o Boul~urd lk
SmJSbourg. Não se• por que meu~ pa~ me Je..,am
pa.ra lá. que qu.íiSt se1n1>re me \'CJO perambulando sem
um rumo delmido, sem Md"' detisivo a não ser eSS<"t
obscuw premissa, qua l IICJil, a de que irá acontecer
ali"\ Ellíl<: "úOOllt.;:cinwlllO" oonu:•mph'l<lo por Src«.m é
algo desconhecido m~s CSJNnldo, o cnconlto oom un\
fr.t.,gntcnto do mundo que 1e eomporó para ele sob a
fonna dC' um signo, l"t\'otlando e ao mesmo tempo oo~
ftrmaodo as forças de 5U3 própn."1 ,oqnlllde. O c:ncootro
esperado por R<Cton pode 1<t com unu pessclQ 0<1 ((1011
um objdo: seu cartler Kri. dtn!IICO tm ambos os ca-
lOS. hlec:eri Uueinmcnte fornu10 e. ., mesmo t.en)oo
po, pkno de Slgmftcado. Pan:ccri a Drctoo uma m'C-
1ação preparada ~r.• ele por Sc:US próprios desejos ln-
oon.scierues. O pl'oduto l'e''cbdor do ICIL$0 objet:i-.'0 será
scmelbante, portanto, àqueles desejos e nessa oc:or-
rência casual e mistetiOII{l o individuo experirnenL'lrá
·•o maravilhoso".
Epreciso entender que, t,:om ellliO semelhança entre
n det:ejo e o 11eu p.-odu toOnl n:> C1 otw,e.I"V:\dor ~o OOj.-.-
(0 que apatentemente e$l\':"l ~ eçper.tndo por ele •
não estamos de: volta Atemel~ oonstrutivism en-
~o objeto rnciooal e • con~dlncia formadora Isso
pOrqUe a relaçOO c::ollWUl"""''
aú boseacb na noção
de wna idenudade furdamcmal entre a e:s&niiiW'a da
~ia subjetiva e a <>lrututa da realidade objc·
ti\'a. Ademais.. essa tdcot1dade. como condição de to-
d::t eq>eriéncia, obviamente ante«de a experiência c ê
1mpermeir,:el à Vónt'lde hum:uu,, A semclh:mça sur·
realista, por outro lado, 6 enn-c: o desejo irracional. in·
consciente, c a est.ranha münifclitttçlo d c~t e no mund~,
externo- uma manirc!if:JÇ~O quo C~crve comn provot d.:
que o tnWldO e~terno é. ele pr()rl'io, 11\ltt\fhnnavd. ~1uc
c:t1a.1c om~ po<qbJI•dade. oculta oele, de wn1 realtda-
lk ..llh.:mah\i!i, ou. como insisna Breton, um1 iurrea-
lidadc•.
O rom:.n<:c documental de BreCOt), L'Amour NJ,,,_ é
um t....,hldo dos mecanismos do acaso ObJdwo. No Ini-
cio da m\l'rmivtl, Breton c Alberto Gmcomem estão
rx:rambulando por um merc-ado de pulga$ onde CIKii.l
um çompraa um objcto sem saber oor quê. t>CI'ttbc-nOO
11umcntc mat' rardc que o objeto. enoonlmdo por tu:a-
'IO. era " ~posaa :1 uma petg\Ulta que esth.éta incons.-
{k.-nt,· A p.."'flur.u de Brecon. fOrmulada pcb ~
J.:uvc•ro Cinderela'", pndmda ck fanna MMm.\ltca.
lli.lll!' u ~ara antm:ontKntc. c~ à for-
mubda •ncorucimtc de $CU próprio ~JO de &mor;
c a,..,,.,...., ('(Wn ~unho P1i 1t11 que encontrou no rner-
,,.,~~., lt ·• nllu 'e fllrJ ele o ~gno duplo mediar~ te o qual
ll<'tlt. 1 t!l•·ntlfltnr e~ desejo .e acrtdttW' que conqut-
n t ll. l~"'·ltj,.' ·l cl O obJeto de ÚllliCOnlCttlr;crvut rnr11 fi-
u.tlit.u \llllól cs..:ulluru.
Na M,•~ttl·• de J(l. tii11oome11i inshlia \:Ih que o o~
Jch• c!lcllhufttl que flf'Oduzia não tratin indh:iu nlgum
tk tnlll fll;tnt(mkl\ào nçm de Séu toq11e fl~uco. nem de
seu cá.Jcu&o estético formal Oevta 11."1' urna proJeção
do deseJO c nio o produto de al;o (Oij-ado ou e:smeta•
damente moldado lil como oom ~J encontro oom a
colher com ~linho.·-... c~~eultuns'", escre,.-eu, "'a{'rc·
sentaVam-se il minha mente intctnunente prontas·•. E.
a.~sim, no toc.ame ao lrabulho do mnteriaJ, "era quase
um cofack.> fa1.ê-lo. Pt"t:till..wa vê-la:~ realizadas. mas t1
I C:<'Ili~l!V30 (li)) ~Í. Cl.., Ín ·ÍI.:antc, r~ e3<:Kn C:tal q ue (u m (l
vez) feito o modelo de ~esso. elas fossem reali'Z:ldas
por um etxtmsta (eu a5 rctO<:ta\'ll depois. caso bou"-es~
se necessidade), de modo qut tu p~!dessc vf.las total~
mente prootu. <:omo 11mo1 pro~.. É e5(t o caso da
Bolo .suspt.nSO 014 ••1.
uma et(V.Itura de 1930-31 aa
qual as panes de mackirl Solo lu.adu até ari.Qiirem o
~to unifortJX c i~I de uma mobilia.
Com suas ímplicaçõco <tótocas. &la susp<nSQ foó
muito admirada pelot ~UrrtahStU, po1s tinh.s a quatf.
dade de: objetivar a el'lefill libidinosa do inoooseten·
te. O U'abalbo se compõe de tl'!s e lementos simples:
umJ gaiola abcr1a com un11 pJataJorma em scu Inte-
rior, ~ a qual n:pou51 uma cunha em forma de
mei;a..lua c uma bolá eom un\1 fend:l em forma de cunha
em sua pane i.Lúcnor, euc U.lhn\0 el~nent.o pendendo
~uma barra no topo da ~iol a. O mo...imemo pcndu-
lar da bola e a rdaçll.o da fenda com a meia-lua suge.
re o possivel afago de uma ronna t>ekt outra- uma
possibilidade fnJiUtad.;t l)c:lo fnto de o fio que sush':m
a forma esférica sc:r eurto demais paro que os dois eJc..
mcntos dá obra cfcth·amcnlc se toquem. '"Todos os
que vir.un esse objeto em hu,ctonamenlo'•. escre-.·cu
Mauriçe ':~dcau...t ...periment.'Lf'1m um1 emoçào se·
xual forte mas Uldcf•na\"Cl. relacionadil com dc:sc~
incoosa:ntc:S. A emodo de modo algum era de s;atls-
r.;lo. mas de--...,.,....,..
imtaute c::oo.sciénaa do ff"'C&l.)()_~
prodo!Dda pelo
Á pane seu erot1smo c.<cplierto, h6 d....s cancten.s-
ticas da Bola S'fiSPCMtt qut: fa1em dela um objeto ccn·
md da escultura surrealiS'Ia A prtnlCIIlt esti relacionad;

........
~
com o tipo de mo'•imcnto que incorpora. pois, ao con·
trário do f)esem'OI1>imeniQ 1/a mnu ~:armfu no tJJ)U< r
ctl(l. 1fiJ. de Boccioni. que t>rOjcco cnl tomo do trabalhe
uma ilusão de movimento gr:K;n!lt açao da espiral d~
!oll~a·rolh~ 4 fffll<r ;~tt.:~pt•n.ur i!mpntend• um tnc)VImen.
to n:àl. Como cxpheou Gincomcm, ··apesar de todO!
05 meus tsfOtÇOS. cra~me impossl't'el tolerar então urno
tse:Ufnn. que desse wna1luslode fDO't.imemo. wm rc:r
na ~se. wn tnco CfJUido ou uma c:abeç;
olhando para o lado. [u 16 podeNI cnsr esse m<n i
mano~ de. f~ ral c conemo. TambCm queria da
a scnsaçio de: um ~ uncn~ que pudesSe ser ltldun
do..". Coruo o movuuen10 na Bola wr:pensa é real. •
\·eiculo temporal em que ele !it dá t, corrcsponJentc
mente. htcmL }ljàQ M' 1mta do momento fecunOO d
I hldtbrand e Rude. ou \lo tempo annlitko de l)o~,.:utl
ni e (iabo o insWnte oompaCh) em que uma scqucu
ci.a de momentos aulcuo•c!l c po..-.t~riore~ estilo cHnh
dm t' a1u n~mer~1e proJCtaclos. Trm-~.10 contri--
nu. do k."TnJlO real da «periêocia. alxno c ~f..::.­
mente n~~;ontplcto. Tal recurso ao mt'J\unen~ real e ao
l«:mJ'U bteral e uma funçio do sigmfícado da IWTelh·
d.:tdc, que tem lug_ar ao longo e dentro do mundo em
~t.:nt Kio amJllo, panilhando as condições temporAd as
ll c,~c niUndo, mlt'\ sendo moldada po r um11 nc<:c!lllidll· 8l AIIAIK.O M.« I "
de intel'inr. ~10011'-V<\ •
E o fato de ser moldada pelo desejo responde pela Cf.Jelle~·····
I'ICIIIr' L\tftN,.,
scgundll cumctcri!ltjca da C!)cultura. que a tornot q'*in- •oor~(AmJ!
t'rt f.a.lmojlo (
tclJM!"'CtUimcnte surreallSUi: ao çoloc:~r a bola su~n· Ollll".A c.- •
sa e a meU-lua no inttrior do ""Oium.e c:Ubi<:o d.1 ptola.. 4~0."'"-A
G1aaxnctli pamue-sc um subtafúgJo quanro i 4Ítua-
çio do obJftO amerido em um espaço l*nl Pmnite'-w -~·
111c.l4i.:-
u--otu--
f:lmdckumponicipe 3!!lhi>'lleoledo<Sj )O(Odomun·
do. no I!Ciitdo que. ao mesmo tempo que !ICU mownen-
to Cob'vtamcntc hte:ral. seu lugar no mundo e~ con..
raMdo ao 1»loo e:spec:ial de uma gaiola et&j il!IOII!!do
d:ls ooi~ queo.tAo I} sua volta. A gadJ hmcicmll. por-
lanto. p:ttn J)t'OCIIImar o carStcr CSJ>CCtal de su:t Sttuaç!lo,
pnra t mn~;rotm.A·-I <l em uma espécie de bolh;'l de v1d1'0
impene1nh·el a flutuar no reservatório ~t•cial do mun·
du~l.
Av 1\ul:l\.'111 paH~ 00 .::spaçu real e, no ~ol.mto, c:i"
t;u~m <I!.! alauma fornu. alijados dote, .a bol:a sulipen
a;a c: a me.a-lua buscam abnr uma físswa n:l ,upcrfl-
ctc: C(IOtinua da realidade. Assim. a esc:ultarn enq1a
uma 1!'\ptft~nc-ta que h '~ &crn~M. oa '1da IIC'Of\b.
ela. wna apenêncu de dc:scontunacbdc cnue dt(c:-
rcnlc" t'tapncn1os do mundo. Virios "en.,I05 acor-
n,:m l m-..·ntc Um dtles se dtu oorrugo qUHdo me
tlll'ontrn\·ll 1\11 companhia de alguns amu;:os em um
pequeno '-'CI!tibulo, p~tes ~ entrar em urnn llftla
m•ic•r umll' já ttnha começado um OOI)Ce•to de musi-
C:I~ c:ll:trilntc:ll, l luvíamos todos parado por umuu.tan·
te jtuuc•A J'llllll, nJuo;t:lndo nossos o lhos :i ntdn·lll/ dfl
c~ora~·• ~.:n~u mto procuJávamos lugares para l1Cil111L
Durante essa. pausa. pcn:cbt um JOVtm segurando um
lrombone contra os lábios. suas bochechas expandin·
do·:te c: contrnindo-ac: t;.Om o at, 1.71"1\lollnlo sue miio
e~qucrda m~n:imcntava a var:l do Instrumento. Com-
plmmeote: eooc:e:ott:.do. o homm1 rocava silenciosa-
mente seu trombone. MC\d &m!.p nio o viram. Eles
e todos os dema.~s ~a,-am atKonM no 50111 c:Jeuõni-
co que era o foco do aenc;lo 00. ~t<S do sala. a
rv.ào para est:arem ali. l,;m momano an1es cu csti\'C-
ra uruda a eles naquele esraço companilhado intcn-
ClOnal. mas agora est.a\-ll J)resa :\ eACCUçi\o silenei~
do tromboni.sta. que ó colocava totalmente à parte do
resto do·cspaço. enquanto !IC:U corpo t~ l ;mç:l\'a num
tinno diferente. Isolado de tudo fi mais a seu redor,
e le abriu uma fendá na n:alidnde cuntíuua llc meu
(."SJl.'IÇO.
Sos: ~ Nodjd e L'AI«ttOIr Fo.. Brc:!on rclm
virios ~ do gCnero em iUI t\pcnéncia pes~
soal. "'!\\UD fi m de tarde no 1100 pai$$11do-, cscn.."''t,
..nas coxias later.tis dó •P.tlilcio EJi'lrico •. uma mulher
nu.. que deve ter entmdo ve11indo ~penas seu sobre-
nlCIQ, vagu"a lívida, de uma f• le1m de cndeir'ólS a ou~
tra.ttt• A imagem de Brcton é 1'1 de uma sile•,ciosa rup--
lurn do C3pt'IÇO 4'Q\ô(umo lro d<~w.it oinem~ - com ~ua
consciência subttamcntc deivinda. do flu,c.o ela aten,ão
d.1. p1a~éia voltada parn a teiJ Na estranh."'l natrali\'3
piccôrica La Femme 100 Tit~s (A mulher 100 caOO.
çaJ). Max Emst projeta urna wne de eoJagens de ih~
trações..,_ . . dinglda:; pn • mc<ma omsaçkJ Focma-
cbs por gn» onsdo oé<ulo XIX. <»-lSCOlageos ofm:.
cem ao obsen'ador um "~Cnudo C'tftl de coonrmidade
b()acial. assim como uma pa-sp«~jva de traçado tra•
diciooal estabelocc as coonknadas s imple5 de uma pa•~
sagem ou de um interior De um modo extremamente
furtivo. Ernst introdu.t então nesli3s cenas elemento.'>
que lhe:~ s.'o e.•nmnhos. por vezes objetos cxttoJdos de
m.ttJW.Ii~ c.Jc: COj<:OhaJia. OU detali'lb de cat'k
lsos
de
rnoc:b obJC'IOS cuja tc"'tun e escala distinguettt-IXK
do rundo da col1'1gtm, ~ICIOS oom rclaçlio ao<~ quats. Q5
ocuronl~ daqu ele e:.."p;~ço estão ab.<õOiutameJUe
alheios.
0 ~IL'Ido é a tnans:f(lf1}1ôlÇio do (IOnCatO
de uma sa-
b. ~ ass.~m. oonnal no espaço f lSic;amc:nte fra-
cionado do cinema de Bn::ton. Ao proceder dl.ll>.<õt~ fo,...
nm, Cn....,l ao• upc u c:omtnuldade nltial isica
do espaço
sem <Mp t ou IUIUiar ..., prolimdodade.
Ex.•ue. é claro. wna cAperiên~;•a bem n\Zus fre-o
qücntc dessa 1uptur a de um mumlo comp.~rtilbado:
.ma e.w~riêncll qut tem o prosaíSinO e a scn~ da
rc:alidade, ao met;mo tempo qUI: ~. no entanlo. toeal·
mente privada. Trnla-sc ria expcnê~iu do sonho. ~ra
Brewn. o sonho era a pcdru de toque cb surrc:altdô:lde.
pOis, o IUI1'eal m (()l'tiO wn saoho IC'Onbdo - um
fragmento do Cfol:~ço real slt.:rado.J>O•.s e criado pelo
desejo daque le que sonh:~ mas se upn:sento simulta-
neamtm~e a este como iDikpeodc:n~e de
sua vont1dc:,
aJgo eom que ele aperub topou por acaso.
É por éllSa mzfto que Ot~MX~mcui se referiu a seus
craba.lhos como ''proJCÇôe'J"' que almcJa..-a "-c-r coocre.
tiz.ada ao mund o obict1VO- mu quf' niin poetend~.a
fabm:ar ptssoahnente•t. é: por es!;3 nu:ão que ~le os
cQflfi iUt n wn pequeno palco scp:u-ado e lJlK: Jbes
t-
propno, mesmo qwmclo bus<a pram ir que pom:crão
cmtmuos ao ~o do n:al. Um dos tipos aenCnoos
que Giaoometci Ulilt.r.a com e:s•.<>a finalidade 6 ll cscul-
luill ""01'00 tabuleiro. Fim de j<Jgo (1932). Homem.
tmúlk T ~ crloJ t(O (193 1) e Cím1 1tô ptiiTJ *Ma
proço
( 19' I) mclucm· '>e nessa categoria (t~ et-o._ F.xiste.
ne'><>c" l mlxl l ho~. a nw:sma relação fi~icamemc oontí-
rwa ~trr eb e o ~ da Bi>lo saspciUO -
a
não "Cf p!)o faHl de que nos tabuleiros o lnO\>'Itne:nt
O
pendul.n da bota é suhsllt"fdo pel o~ "jogada"" que o
~n•ldor pOOç f:azer com as ~M da
escultura.
lllQ\-\.'tldo de um lado para outro ao lona.o de sulcos no
plan o ôo oabulc:iro. Ao filar ôo """' ime mol i""'l
""'
CXtCl<l ne~ tntbalhos, Giooomeuj oorcscentou: "que
-
ria que fosse possi,.'eiiiCntM na e'lcuJturu., cam.inb.t.r so-
bre da e rte()l!ltlr~ oda- .'.1\i oabl ' uma aculhn.
como
!ie ~la fosse um jogo de xadrez e w:n
ev•dcnte co•Mte
a Wà espb:ic de imcdLa.çãQ ll4õica.
Smv.dtaoumence. ~ o próp rin bhnk ~
ea a sensação de uma ewanha paisagem sepatro rada da
r<Y.~Iida.de conlinua. em que {IS relações
de causa e
ef~110 cstiio imph cit.lm Mte suspensas.
. com o no caso
de IIOffJt'm. mwllw!r I! t"ria llfll (t19- ·~· em que o• dife-
rentes sulcos em que llil três "peças.. se mcwem hnpe-
dcm que c~ se cnccntn:m. Com sua costuu-.einl
ambn-:t~ia. esse tt1ba tbo ~
srtuar-st oo fadQ
da I'C'Jiidadc materioJ.
Muito embora Guw:ometb exclua a maior pane de
suas escultura5 do ~ em ~ ~imulando uma
reahcbde "'proJetada" - usando g3~~s ou a csarutégia
do tabuleiro - , a~ olns foram insc:rida.s de modo
maes di:rào na cc:n mtt du e:spi(O ~te. -'11Jitcr
com n gtrrg (mln cortada. de 1932 trog m,
(oi um1ntba-
lho colocado diretamente no ~;hJo, a fomt.:• huma
na for-
ml'Wh • p:utW dot um. m.i3tura de aC'VQt.t
ll~ ~
mdh:ancti:Me 1 uma p1lha de tr.lstcs ''tlho s na qual o
ct.p;."Cu'Cior podena U'Opeç.v. Objeto J,...,·n~;mdú\<t·l.
de
19) I ifllfl.a ). uma fOf"nla fâJiea de lllôldl:n com pc:qv
e-
nas ~ilhas brotando na extm nidad c:, dts1i
na,11·~ a
ser t.'Ulorodo em cnua de uma me.o;a, como wn ul cn.~>i­
bo ll<>mCslioo que aLauém pud.i;ll~ peg;ar por cagano. A
- • - " " ' ma última obn rroje la c a de um obje-
to qu.hc comum tomado pertul1>ador por uma c.slmnha
<.kfttlrn:•çOO. Nesse setlli do. a obra inclui-se em uma
<Ok>""" <'I'C"i31 da J"'IÔ ÔÇii ...... ...... . da CfiOI
'an~,'ó tnll.-pn,nte~ do grup o panic-ipav
am - a talcgoria
dt~ '\,bjcl n~ liurrcaho,l.ils". ou. como
0!1 cba.m:r.~l SaJ-
..~. lbJi. ~de F.;J o Sob ól.ca -.
Ongi nária~ da noçlo de ''rrady-mude assiStido- dê
Ou~o:hamp. diaS obm;; roram criadas enxCrlood<rSt"
uma pele cbsparatad.J ou um dc:ulhe estranho oo cor·
pode um obJetO comum. Como re Bola S~tSpMtQ de
Giacomeui, enton lt3100 3 llmÜ)df. uma temporrdidadoe
Literal nesses objetos- um O)l)o.•inle11lo real que r.incro·
nUa • cxistbw:ia dc:ks cora aquela dia ~nda do
obw.."nõldor. A •·~nw tk M1lo com ''f.n~las, «h! l)ltí, de
1930 tfi 9, n>, e um (leliSCS -:xcmplos. ~.: o Obj<.tv"" sC'r
dl'"ffruído. de Mao Ray, de 1923 ttiQ.to), é outro o pri·
metro. uma ~una em geMO ~o R:'lo't:Sti:mcnlO cor·
póreocstá fJt•ado de modo quea laum u rt&J~ da. SUo-
pernt lc são transform.,d.'IS em frentes de g<wct:u q ue
podem .ser aber1as por mero de pequenos pwtadorcs
guamecidos de tub; o tit'gUDdo. um tDCO'ÕnOmO com
:a roto recortnda de um olho afixado~ 4 extrmudJde: do
bmço pendular. t:ot{ando,scm corpo, o espõlço 1r.o ritmo
do tempo real.
Ntal sempre era o monmcnEo re;al q~ N;&\'3 em
quc:~tào. truas sim o que k rtoden.'l denominar
o 31gnt·
ficado que b1'0la da metáiOrn. Nes~ s casos , uma sim·
pies coojunçlo roloca.na em [1"10\'ltucnto cack.a s de
~lnc ~a ou
&:»>Cl:açào narratn-a como oa Mit11 de'
d,.... .-lr:un:mct~menle suueridas peht fiJeira de prego s
fixOOQs. com ll'l pontas para fota, no fooe infcnt H' de
um fmo de pbsa " em ~Mille. de Man Ray, de 1911
tflll tl). ou no CTOti.smo or.\l.sugerido pda X~Mn~ rn-n-
ridu tfepele, d!l Mcrd Oppcnheim. de 1936 tffCI t2), f..m
COil~eqúêncitt <kssa asg()Cia(âo de duas entid1
des dis-
pere5.. o objtto f nnd1 o na tc:mpOfahdade da fantas
ia:
pode aet o rec•ptet~te @ C).per iêoç~ ~ampli ada do obser~

vador que projcw. sobre a ~u perficie do objeto 1111as tiS·


soc1açôes I)C'WIOais. As ligações melafórieas a que o
ob)Cto .se. prt'!-11 estinwl:l.m as prO,eções incon\CM:'ntt-.
do ubservndc:w COO\'td.lm~no a ch.1mar 3 com..:têncu
mhcci·
um1~ narr.11ivn funtás•jc:a interna a1 ~ cntlo dc~;u
di por ele. O ttmpo dedtea.do à ohscr vaçio d~1 ol'ojc·hl
dt"\C ~"f eo.tn1turudo em termos da!~ condições tempo-
r.u~ p;:culc.H\:!1 fi fam•sl.t O cnconw prO\'OC<\do pelo
"'uhjelo "u•R:ah~c.il'•, ponanto. ~a connuência de do1s
:1r1.:0s h~cn pn nu<~ que, U{) fnc5mo lempo que têm um ca-
r:ctcr niu r.:Uc\oo, e<~tBt) (oo eontr:\c·io da ficção trndicio-
nah rcl;u•u•nnclo<~ u Cll"ci()S imprevisíveis e eausas des-
conhecidi,llclc lllltémno. Rl\.'tón dasscra cxpliciLamcme
no .\/Giti,fosloSIIrrtoluto de 192"' q~ o romance oito-
cmtisu m.. para ~k. um ~ rqK~ISh'O. ConSJdt-
fl\'3oO de carntc::rJ'O'lti~ e. ponmno.como wna fUI-
cão do -raciona1ismo I:Jurgues''. 1'\'l'to oblitanle, confOI'IJte
olbero.•ado por certo autor. 01 a.t1e ~oun'éalisu• ..preserva.
a seu modo. a crrcun.sl.áJieiuiKiõ.ldOdo romnnoe·~·. A m»
táfora, que é a juuçiio de duas ldêm1 distinta$.. j á se f.:z
cAvlic,ita m<:ntc d r.lmAtic.ll, c portanto tcmporol. na f"r~·
il:: de Lautréamont qu<: B~on e os demais Jrurrcalis-
1~$ gosta..am dt citar: "belo oomo o encontro C<lStlal de
um gW.tda<hU\':1 c: uma ~r~*!UIOa de co&nll'll num:~. me--
sa de d1ssecaçào"'.Mam . a metMon. pua eles. fora
cant:JnUnada pela "af<Ul'.....,talidod<" do tempo.
Ao ....-planno< o< obj<1<» analkicos de Boc·
cioni e Gabo. pat:tbemos 1 amponan1e função do
--nuctco· da:.~ a fonn1 ou principio es&ã:i·
oo ideal que reside no âma~t.o ckh. diferentes uabaJOOS
Com os ..ob)Ctos sUJTUI ~t.asM, ('llCOn~ramos. caso após
caso. a dupla transform>lçio dc•s:a noção de núcleo.
Em primeiro lugor, n metMora é Jnoduzida na super·
flcic OOs objetos. romo $C ro•ncce'~!le um re•,.estimen·
ta protetor tapaz 00 se•· cn-<cttado em SéUS corpos É
iileO, t'lcima do tudo, q'•o t<:fun;-111 a im~~siia Q\W" te·
deles como ,·olume"'O QCO' i:, como tals. dcspr(r•l·
lt'l()$
dosdt um RÚCko estniWml c C'(I:.Utco. A Vênw d~ !/1
lo. de Dali t'flt..., o 1/orWcupo. dt Mareei Jean (lrg. "~
e tf m:dht!r. dr: MJ.gtitte .,... ,.... ~ e'«ftlplos em que
mesmo uma tepce5mlaÇJo rd.tto-unenec n:alisu. da ror·
ma bumaDa é pm-.do da ""')I)<odade dt .,;cotar urno
estro'lura mtema. Em .wa:;urdo lupr. 1 metâfora é 5U~
ntuida pelo eloo\CI\to ~tuml do obJeto mas. em lu
gttr de aroar como supot'le a.l.lltic(), funcionJ no scntt•~n
de ali.nr a escuhwa 010 nuxo dn:un~1mlctnl do tc.-mpo.
A maioria d.'lS flcçôcã provocados t 1.t•..,1C1lhltl·"
pela escultura surrc:ali~Ut é d\! nnhlfl.../:1 hg..:1mtuc11h.'
pornográfica e sádica. O tema rtCCWI\.'ftlc da \WICn~o.· '·'
ntá 1'1'\.~cnte 1ld:.s., desde Presente, de Man R.ay cr.g
.. 11. c M1tlher rom 11 gargmrttl coruula, de
Oiacoructu
~
· . .,, ..e $0.1 _\#(lo prna «'*• 9». on q~ os ~ na
(etrtfilndcm com :t~ mgn!f t:tJit'f lS de uma poque rn;\-

liUill:l que podc:m ser girada!! pelo ob'icrvador


, e a &Ó-
rit' de llans Rellmer de bonecas dos anos 30. em que <'I
fom'lll .11')3lômiCI do brinquedo é tr3JUforma da C'IJ) d..
t~tph­
ft-ti'nlcs fornt~s ttcnitais, ~nto sugerida$ como
cilns. 1'odavia. o objeto assim psicol ogt~.:•do ttn c.n ~ua
m.:m~ o emblema de wna irrncionahdade fonnrU
i\'3-,
Atra\ ts de- soas d&St~ o objet o toma -st e-mbk-
Olál•co de um processo psiquioo que \'lUde encon tru à
contemplação rac:ional suse: it<~da pelno bjeto analluco
do oon~'·ismo.
~ em:otvuneok> por pane dlb )Urrcali~ com
o tempo psicolóatoO enquanto -velc:ulo" d."l csc:ul1\lr'3
recebeu wn mati1 hgeitamcnte d.i-..·coo no trabalho do
:uruu ..nt1'ica:nu Joseph ComeU. r'.Hii.'OOtrtlmOI. cn
SU1 nc-ultur'd, um contcú® psioológtc."' b;!se2do em
fa1lttl~io~ uostâlgicns e adolesce!ltes. Ctltruturado
por
w:na orpn izaçi o fon1u l que ooostj wi uma su•·pr cen·
denr~ 'anaç io da c:sua~a do t..--.buktrO de G.aco
-
n·•eni (U,. 9G). As ca•xas de ComeU com seus oomp;.utl·
mçntos 1\\505 ntrovês dos quais devem rulru bOI!LS d~o:
madt•ra. ou com -ruas lrilha s parald.is de metal ao
longo ~ '~'"'' de'lotm <l«llW' :mtl~. combiMm-:oe
com o obse....·ad,)l' de forma 5e'IJ)dh~mc à da obn de
Giacornetti : t ia~> pedem paru ser direlamente m._mu-
-w ou mampuladas O ...,. d>do p..- C001<1l a oo
uma ~r1e ~...n c;::ai;ta$ ..~-11iqut'lj,..., C<lmV
Coçu·11lqueis MN.IIci lllll. tfJ :Kimit~ exphe1tamc nte 1l
modo ptlo qual a escul tura func iona no tempo 1\',11 e
em~ uned&ata ao toque do ot.cn ador l·a trc·
tanto, o espaço 011".1\>és do qual esses ch:mcnu~ lk.' mo.
'<ime:ntum. tal como o csp1.•co d<l e-.cultura de ( i L1~:t•·
mcni. ~ docbr ado oão intearame:nte cuntÍLHIO ,1u ç,l\.•
~ PA,(;IM.t, AO '-'DO p..-..
MqtV(l!9t-t91'1) ...........
1m~ plfl4 1,,,_.
~ Halr'y ~ , _ . -..rt
f<IIO(i D ~
9S 4NIIDGtff..., .... ..-.
19:tl ~,...- SJ,ca,.
-.u. ~""' Mlte
~f<xfii'M~
lllnQiit ,_~ CQ,o:r._~
!6. JIOUt. bltjl> " ' " " :11a-11t
H:JI'"t•'9" #IOOilf_.Q.
1W ~dl!l"oii!)onot:JIIIO..tC4
de~twlllk\ 10.16-t"' •
tvcn • 11,1,.,,. • ....,.l
f~ &Co..,...,._. 'fDik ,.(.._..
11'010 tk Pdlr.ml
,. <Jv .,.,..,,'ildot o. OOt<looli- d< Comcll--
bcm um ftf:OÇO m~lo 1meitamenre seu. c:pe: ~
COftiO • um plk:o tm miniatura. dt modo que as parti:$
~ c:ompõtm o C:IÇI-ntquei~ ~ sospensas nn SleU
amb.,!e prOrno. como~ boo!óg,cas guarda.
das em um1 redoma dt "•dro.
No mtcnor deJst ambtente 1em lugar uma c:stranha.
OQuahado t"l'l l l't" ~J("'Ot. do 1ipos CttlJ'C:mo.mcu.Lc dh·
palb. Uma bú~a e um~o de bocha de Vl."rdade são
justapor;tol 11. um m3pa do monte Palatino e á reprodu-
cão do um qWidm do pintor renascemista Moroni. Em-
bot'a. po•· ~oun lado, o m111)a e a reprodução scjsm obje-
tos t'COÍII, como o silo 11 bússola c a boln, c.onstiruem,
J>Or ou1ro lado. objetos de um tipo cspectnl. Sào tnm-
bém rt'fJI"C!t'l'nUI(V'X:.Y de umn realidudc dislantc - dis~
Conte no tempo e no e~pnço. E.o;sa qualitativa dircren-
ca entre o mc:nu1o rep~nutdo, o mapa esquemático,
n búSM~IJ e ojoso de bo<:ba logra <listing\Jir também o
jogo de boc.'h:t t a bú~sola wn do outro. Isso porque e~
dou objdos, no ~mo tempo quc nlo são reprcsmta- t1 c~•· _...
144.;' (01"&1'~
çõc:s. dafcr,'flt tocb\ I.J no wnt1do dt qut: a bússola me- Ja.A1 <-'" t I I
do um.> rul•d.ldc que s6 pode ocup.r &.ciorocbmeue. w~ ee.,.,.., • ""
Úlrt'tan•o. por ma.or Q~ sc;p a d~ de e'..-- ........... _
k ' "- ,_ .._ '

la. funç-ão e n.i'\cl de Pfe'otl\\'a ((lftQ'cf3 dos: clCf'OC'Dtos


que cootêm., a nllUr(".ca dl caiu de Comell c a de
const~ruu wn cqua.IIDdor m.ígM::o de 1odls essas c.bte-.
I"C'flÇ'M Ou SC'JL dtntto do espaço cb caixa.. oo palco,
toda" ~as nnt;cnt.'objttoJ adqurrem o mesmo grau
de l'f'C"C:nça ou den).uiade rodos parecem iguaJmeo·
te 'rCJ.i~'".
Par.• &:nal' Cll~ !iCnlu1o de equ,p::.ração, Comcll de·
pende do car.:'tttr CCiniXII'hl d;1 C(trutura do t:Jbuleiro ou
do \!tll,'ll· n lqth.:ut como o;cu veiculo escolhido. Porque
I~J..'>tl lhl' JK:ftnth.~ liU~l.'lir quo o ltml>ience espacial da
c:•i:.:a ê 11 objcttl'ic>tçilo de uma Ciip&;:ie de proces$0
pSICtll~i<:,\ \IUC IIIIJil M:Q0endtdmeme - atraVéii do te m -
pó- paru produnr e!lsa iJusân de equi\tdcnc1a enen: ç).·
periêncies profundamente divers.'lS. l:.íipec irtcamci!IC,
o dima da caiu~ anikleo aô pt'()CCU()da ffil"'nt:
\.
o auwo. ~ qual ~li a)
ria h'IIUNI -um ~icui do
de d•krerues graus de renh:r.*"11o (como a rteordaç!kl 00
roslO d~X amjgos, de cenas de livros, de converSas c:om
OUU"'S OU de sonho s) podem llaagi r um mdiO O
Slmi:W
ele prellenca expn:~fi"a c d(' ímportinc1<1 Neste ca-.o.
Com tll t~e apodern do ''eíéul o ~rrtntisl:t da tenll)('lr:•·
I
\idade e utiliu.-o IW'Il explonar não o w •tll<'. m:b u
acesso eo passado llkaJiçado pela mem6ria. Tal como
tabuleiros ou~ '"ObJetos de Função Simboh<:a... a c.u-
xa ê um.u tentativa de projct3•· extem3mc:nte. no t!i.l)a~
I J
ço da real1dadc. a 61ru1ura de wn (li'QCt'!iM) psi.colófpro
Tn1bllh:ando em L'IOiamefWo '"'kmmário em fl..bbrt'@-
Novll Yotk. Come li desem-ol"cu a estrutura bãs•co dç
sua ane n3 dCcada de 30. Ali romes de maJor impor-
tância r:n sua (:()noc pçàO da ta.IU ft-el. ._ como \CÍ·
eulo esp~ço--tempon.tl fornm • obra de Ouc:bamp e os
ronu•nc~·colagcns - como u, Fcmmc IQQ Tête.v
de

JO.-...-' -' -....


\.1ax Em!il.
No<.... bf..
hxido um llpo de obJetO escult ural que parecia incor-
poror qualidades J'ISICOiógicall. no trazer, em sua o;upcrw
flcie. a •narta cb 'C\.Yaücb~ ou. com maii fn::qi.iénd.l,
<b dor E~ aspec tO ~omsta contt&Jou grande
par1e do• produção dew détlkiJ. mesmo 11 escullura
produ:nda por artaitas oom fJOUCa ou ••ç,,hum.n lilla
ção Côln o 811JPO ~urreal:i.sta. Cobeço. c:nada por Ju.ho
Gonzãlo. em 1935 (t.g. !llf, é um ~ casos. F\:n.:c ·
bemos nqu.i a fi~iouom.i a do ros(o rctorciOO ror uma
espéc ie de essar 8\!tu..."'-<<dor, organizado em 1011~ 1 tlc
olhos em IOnna ck: tolos. e ..-bl >ubs- · 1'<1"•
sentadu çomo trnaa s Contudo, ao l'llNl'I O tcmpi' qu..:
tem t11&0 do efei10 do objeto 11urreall~a. :1 C(lht·tt t llt·
Gonz:.ifC~ C inflUCnC:i.tda. de JUódO bem 111,.11!'
> rlldll.~&l,
f'('la atrulur.a da CSICfCOil'letri de: a..bo. loo porqut, •
CM,~ '*"' 1•iluci:rosa obrac:stabc-lcce
w. ""'"' wdaa f'ôt ....
Gabo ou de s.a Cvlu.
toBO$ de
uma imJ'II'C"$5âo
de\ nlume \"Jnual, cn.ada pela intencçiocm Angulo re-
I<~~, .. dfltli J)lanot. princip3iS invish·eis,, Umr.mein·lua
a;n.utdc:c nhertJI ~rregando tufoscnçadosdc cobelo em
um:1 d~•"' êxlrl!midades e uma boca semelhante 11 uma
hll"ltli6'1 nn nu11':1 i"~hot;~m o crânio em J)~rf•l. N• j'K'ne
ml~r11.1 d~• mc:i:"t·fua. wn disco formado por um mo..~i~
L'Q de t\!~os. coklcado em ângulo rem com e:"~ p..."'tfit.
~tJt hciKc a largura do rosto. O \"Oh••mc dJ cabeça. no
er.taruo. t .;ri.ado prlncipabnentc pelo JJ, ur~<ntaOO e
mo1<1oo» pd.,. vctORS dos ptaoo, _.,.to. q"' o com-
pôc:m. Cnnrudo.. taJ como DI ptíllal da cstcn:omc1ria
~Gabo. a 11'1~ liocral do ob)dOf WNl em·
pk-s mani(c~açio cb trUSparêocia CODFXllml subja-
«nnc. J~;"'IQ porque a ausência de um.a m;u.aa ou do um
\"Ohm"IC contmentc garante que a relação entre 11 par-
te.. do unbalho e~.leJa com.pletamente obcrtJ â tn~rt-sll·
IUIIc;.lO ~~ pnt11r de qualquer ãn.guJo. e 6 ltJ)f'CCndendo o
~igni(te.t do abslmto dessa relação que rec;rinm<"~ll o volu-
me llllatômico.
11&. na Ctú'l(!(·u de Gonzálet. umn unjJu entre 111en..
l•flk!tllo sur~ah'>t.1 e estrutun. estef"C()III4!in~.:a em que
" ~·Rnd"tt;;ndo original de cada prot6t.ipo se: perdeu A
C':'lc:n:omm\a empresta à C.aheça um '"nU..:ko'" raç~
rl:31 e rmcdiM::ltnmte pelctpth·el: cntn:tanlo, o lraç:ado
J"'D,:(llop:o ~ ttprcss.lOm$13 do objeto detpJ;I-o da
aw-a mcc.."1••üua do c-onstnm\1.Sm0. O 'unullsrno
hm~ ~ t•mu de Br~on contra o positJVlSMO. '-111 (orma
de wrnl)>jh."f a '"rac:Mlnahdade: burguesa'".l..ma v~1 que
u '-''1"14''"'\"i!t!llO de Gabo tem tocai tde.Jlltl1c:nç00 com
'' ' '''"·um.d1~mo. os dois JnO\'imtntoo; ~io immtgos
•dc•\I-'IJfiCI)" cviduntes. l'oder~sc·in U.iur ti~ '' C"flht-ça
ck (nulll\lcz, :q~spcnsa. .:ntre Oli tkns. não obn.Uti:l: ns
c'"'""'lil~tw.:t.l '\ lílgtc.a-; d( nenhum.
Originalmcnt< fonoado """"enmlbodoc de pedra.
Goru:áiez se famillanzan onm a ..oldagem de IJKU.IS
ao trabalhar em uma das Bhri<:a\ d3 comp3nhia Re--
nau1t durante: a I Gucrr.s Mumli31. A1e os anos 20. a
escultura em melal•~lrin~vm·I'C à fundi,5o de R\o'llo.
riai.s derretidos, como o bron1..e, dê modo que o pro*
duto final distava :«:mJ>rc muitM Cl 11pas dn criaçOO ori·
gi.L,~l do mo<klo ..lc gciJ:IO o l.li'CI lhe imp()SC~. em rmd{\
de limitações técnic:.u, um:a Ct:l'lll. de•lsidadc da for-
ma'". No f mal dos anoa 20. Oon2áJez aperfeiçoar.~ uma
Cécoics de cnar c:SC\IhUtiS Clf!l\'d'i c: pcnn.anentes por
sokbgcm direca de lãnu~ c ha.'ô!es meâ.Ji~ dJspc:n-
sando o processo de fuodl(So • tomllldo possh<l um
estilo b<m nws fr.lgile w- "ProJ<Iilr e clestnlwoo
.,._ ooma ajudo de""""' ~odo>-. ""'"'"' Goo-
Látez. "'utilizar esse QpiQO e constrUir com de. c:ocno
se esli\'éssemos hd.a.ndo com algum materia1 J't~Cém­
adquirido - nisso se ~umcm 1odM as miflh.ls tcnta-
ti\'aS.'"1, E nas mõos de: Gont./llc:z., a inovação técniC{l
da escuJrura em "mi:Utl dirclo"' 1..,7-ia eonsjgo a diretri7.
de criar escui1Ut':lS l m n!IJ).1tentoli ou abcrUJS, ou, nas pa-

I
hwr.l.S de Gon~lc-L. " dc11cnhar "o esp:.ço...
liq):anhoL GõtU:ii~J t'fil tlnlign ti.- Pi t-:1~0. l'l:lr:t. o
qual trabalhou por um b~c: pcriodo oom<l assistente.
Foi Goftzãle:zquc. em l9JO. se i.ncumbtu efcti-..'á.Jllen•
te da sokiagcm da ~1111('00 d~ ul'fflflr tfie. m semc-
Uun~r a uma grade. conccb1da por Picuso an 19'29.
Assim como a ÚllJ!tfa de Gonz.ále-z Cflit. • · a COIU·
~ ÔC: PICUSO. IOienOr a da, é um t:..~icio de
\'()1ume virtuall maoetra de Cabo, usna \o'lriaç:ão do
método coostrutivLS~a da tratbiXIrfllCI&..
Uma ttehç.a trid.imen'>ionnl de hastes mecálica. :~
obra sugere <l pn::scnçu de um volume. CUJa fnnna
externa C u de um pnwna trinngu1nr de bibe rewngu
lar. Entretanto, a IOrnw rc:-.ultante também pJr..."t:c: uma
projeção externa do; uma coMigumção central qw:
....... do d<twJo .,... fora. . . - - - cb obra.
I~' m pant interna da escultura encontra·~ um
ttillntuln aloni;iJdo df\'tdido ao meio que faz b \·e7e5
lia c:..runt\.1 e dos braços de wna figW't. CUJOS braços,
4110 <;Q C!IICI'Idem para a frente a partir cks41a mmri.t: de
li~U corpo. "''o repetições triangulares deMa premilisn
anntômica. P.sse'l braços.. mauifcslándo 01 doi11 lados
1'-"~fiii i"IM dh r•·i ~ma. prOk:Jn~m~ com (Uroç-l\o ll ("oe
frontal do \'Oiume, onde se fucam a duas h.aMt"l ltl'õoCll-
mcnte rtcur.·OOas A sugestlo e'Vidtnte é que a fta:ura
C.\li cl'e-11\amenlt segurando rédeas c que: 1 obfl como
um todo~ um• cspéc•c: de paródia em ba:,tc:J da c:ocul-
hn cl~ m.1t5 especiftc::amenle do Aurip dt LNJ..
'"' Nlo do 1peaas as -micos" que l'fO'I'O'Cm .,, ...
'«ia~;lo, camo wnbém o uso. por Plc:a""SO, de fonnas
ceomttncas rnminas: a parbt das quau contma • C$o-
tuhura. bnn como sua aftnnaÇão fOrmal da rcc•rmc•-
dltde entJ"t os suportes esqucletaas do corpo e a 'i~"M­
tno do \'Olumc 56hck) em que cs1e se cxte•ioriza. A es-
culturn funcionn, portanto, como uma c•·hlc.'l direta e
c11pÍI i1uosa da trnn.sparência cQmo meio do cxpre~.:;no
,la esculturít. Revdn que a traosp;;1rêocia conercta d:.1
w.mdc tnduncnsional ê essencialrntnte a mc!lrmt que a
tr..n..parcncla conoeilual da figum claSlStca, que. etl'lbO-
r,t m.t..:tÇG em ..u de abcna ã pcnctrnçOO '\isUJI. em-
bom monolítica em \'C:Z de tonStruída a par11r de: uma
mie de hnhas. tem cambém como prcm1ssa o metndi-
mcokt ~k-....entar da. rdação ractOI'tll cottt: cscrutura c
Wr'l(l'lk"IIC
Ac' nlt'Q'nO •empo que crii\.'3 sua parodut cri1tc:a da
(',trucurJ c~~oica, Picasso rmaCl:pnlênciJ\ com •
nu\.t\1 "''r~ahst:t da escrurura pela metifon. a,raç'~ i
qu.tl .t c""'ulturn se ill1roduz. no OYXo tempotnl. Jt\ em
l\114, P ic.t~st• introdt.u:ira um objeto comum em sua
CC\tttp\f~tt;àt l t.oscuftuml. 0 C()J)O cfe ltbJflltO (flg. 100)•
u111.1 muu t..culll maqucte de bronze. lrtt.Zi:t uma colher
tlc eM ~ct\lit dCtrá tl.it abertura entre OS planos frag:-
nknladooi do ob.,tetO ~ e o twate r estnn ho
oonfl"ndo à obr:'l pela 1m'M~ do tt.ILI na esfera do du·
Wrw motivou JJrcton a incluir a obm na c:xposição de
ObJCI~ .su.rrcallSinscle 19)61'".
C'cabqu dl ''"''/terClil ,.,). ama figma em pé cri•·
cb por Pica~ em 19JJ. Ct;J>IOra a VJCU1dade natural
de um obj eto aéhndo no 3cntKio de pnvnr a fonna hu·
Olln.'l da lmp~ de- um..a c$trUruta subjactntc
Ao
li.pr _. bomid .no:s ck do.' w..Ju ra 1ncUlkOS 1*'*
formar o c:rinio da figura.. Pass o reforça a imp:lC'IJn-
ciJ• da supertlc:ie medianle o uso de um elemento lllC·
t.1lico. plano<: 0\'al. ao 1ntU1tO de sugerir o rosto como
a1,o ""J>U3(1o. ou que t -1• el scpomr. do resto do
~ - como unu m3scar1. Por caus:a dessa scpera·
ç-do rc.ul com rc:laçào ao conlô que se enco nr~ por •rlis
dela, a máscara funciona. nessa escultura. oomo uma
ncpçA o do pnn<ipio c - scgUIIdo o ..,ai a super·
ncie de wna forma conswui o efcrto e:xtemo de uma
cau ~:a i:ubjnccntc. Aplicat.la de modo arbilrário, :a más·
cam n.1o tem nenhuma li.pç4o lógica com a forma de
"'" 'IUpC)Itt: . . . . . ckmoruoaçào da opocidade das ....
perficaes. A fiaura criada por Ptca.sso em 1931 CXJ>tes·
sa 1 IIC()o'l.r.'lçâo dn másc.arJ em dois nh'<:IS! o plano do
rQj(Q dc:'I;ViRI'ul•-~e do ..,oi um• Jn cobcç• 100 ()IIIJIA fl\t,.....,
cxi.steJJb;l por ~
tni.\ dtlc c opi)e-lle a ete: e 01 COidores furaWs. por for- ..._....,...lt!-4
_I GolIWf'
uwtan 1.1n bulbo OCô, parecem conter o ''01u:me crama-. ~I;II!Mf
"'J(n-N (ll! !IIMIIIII
no, ttn mesmo tempo q ue nJo revelam coisa algurno de 101 (XIIIf.lotA(lll>.!l"',
sun estruturo ("~ .1111..\'i-•, I o •
lloll...,. 1000'1'1> 1
N.\., primc1nu cclcb raçôn do irral;.on:d por parte .........
du" ..bda:iS&aS., u má.sc::a.ra.\ 11\"tfit m o papel de wn un-
port;wte occs~. Nas primeiras apresentaçõe s dn"
dahl !~. no 0:1lxaN \bltai re, em Zurique.~ SXtttielpa.nte!l
u"onam mái<uu, &aolo como alusão ao peosamc:nro
pnn•1!1\0. n:.O...rac.:iort.2L oomo para cclcblar um a\>Mir·
do Jli\'M:ftte em que um:1 6uperf'icic dr•norcid.tl )JUdia
harr;u· a ()CIX:CJX;,lo de uma C"1rutum r;1cionaP•.
Jean Arp deu forma inicialmente ã llu..1 e-.~.:uhhl '
~cvundo o pnncíp10 da máscara em 1916, mc'uu' .111•'
e m que se integrou oo g;rupo dadablà do C.1h;u~ Vil!
1mrc. Sobrepondo várias camadas de form a~ imnn\'11
dll'l. I\!COr1t~ das com uma serra fico·tico, suhr~· Ulil
fundo oval em JOC'R\3 de máscara. conferi" tl ~ulll\ l l·
'l•l•hctMc: ta.ohÁI que detmnillata a.t
.....'""''"de
ii
......,..,..,.,...,. de-·
.,)C) « .41~ sombras- rmu10 •
,. ..,, o1>n em formo de aW<on. Arp
_,_ • c<>mpot ex>lagens por lll<10 das

lllfii•lo ~l1 1111udc: dt T.mra com relação ao


anli(l l("oaf11 a compó$tç1o a UllUI st·
1 .:u \:n;~dor. Alp C::On.!lldcr•\'3 o acaso
1 .ua doc~\lntUiiU' t obra da pc:nonaliza·
t ""'mie "0Citn'<'Oivi maãs a colagem...

~~~ jl\ll1~1o .,~ pc<;U$automaticrunente. sem o


1l• H•nt.ldt l)c, a Clli!le ()roccs.o;o <> nome
• I•• ~~ ~~ ntnS()', A ' lc1 do at.::aso·, que abarca
I 1 "~ lllê'ltrut(lvel. wmcnte po<k ser cxpe-
PI'' •ntc•·nu':di(l da <:omplcla devoção 30
StbtCJilovn que lodo uqutle que obede- 102. IJ:.MA À KQUDIDA jt\lfl A•p
1 1 ,. t,l\'1\ crlando t)U:ra vida."» Muilo embo-- (l-7·1966.\ A9--fi'W JOmbo.u
~uc .\rp 11nha do MC8.!10 diferisse da de ll!tt•lll de JolSYII f»o, 19111
~ pf'!iÁ. 0.7 O'tii(*Cftl
, 11t. ~mrctanto. t~t"mdhanle l de l)uchamp. ~ I.Mit' ~~~ ,l,rp ,lt!U)
O......to V.~ j\j,wll!
1.10 lrt•~ por Afl' 001no a "criar pura
1o-1 (UBA.OIOA nQut.1Dl4,
1mhl dJ e~pknt.Ao do objeco de arte oomo Sn:l~.,..... ttu ..-w,,
* d'"'""'•
fom"da.r quoaôa accn;a da oatlllUa da
.AI f' '-A.IIli«bM o objc:lo de ..-te
~.·~·~1'-~""
,.__,~Mtbrl ...
.,.,.I'._on>e doo obJC'OII .,.......,, - um ...-loci· e;,.,~r.,...hfd

10 IMtnUno ~ formas nawt31$.. -A arte


do homem. como o fruto broaa
\IUC: brol1
r l.u ta, como uma craançl. do útero da mk"'.
t lu referindO··~ 6s t$ultur1U uidimensionaili
..,.., ,.,a cnar por volta de 1930, denorn~
~~~,',~:~~:: "Conc:rcçlo dc:ugna wna solidiftea·
t da tledrl. a plant.:l, o ammal, o homem.
.: ai).lo (\Ue brotou Quena que meu traba·
111•""'""'''" seu luQ::tr humilde nas Oorcsttts, nas
~. f\41 1\llhlfC/.!l,".ll
pcuncim da!l e~tcu lturni indcpcndcnles de Arp
IM ltg:u;fWl <:OIIl os sm·rcalilllób o a década de 20.
quando. JYntamtn~ com T7.2rn, <lt-t
dirt'Çio à franç~. Tal ('()IDO Gial."l'lflk1h
lêgaa do tabu.lc1t0, Arp di~põe c" o •!IIP:
rurais .sobre uma 'iuperficie hori.II'IU.11
obseJVador à npromnaç.lo; c::~l C.Xllllt•,
realistas", IJOre«tn ocupante~ npén.,
modificados <L• ~ phuafOrmns.. scnk;ll ·" ''
sobre o~ qulllll lll'lllf'l/liAm r.nnlo(! ..... cl ,
de uma natui\:La· morl.n, Tnmo Sma c n
como Gllntltu c• t1111hlJ.(tJ •'"a lmJ. <U11h•,
suem e~ c~le ck: pl3u.!nbil•t-LuL.:.
cos ~sas C'JC.uJtul'1l$ .aparecem l'll) ;i_p ht
de uma a.tn kiatk $U8Crida, eomo
co~ nldla t.ndtja e lc\11d.l:s :11
como no caao dcM ..Clb;te1tb SU~"Te:~lhl.a
cies dewn cortl!MH"-"f''lh parcc:em nh.Sd.tdA
tasia proJC1Jdt do obs.:n'ldor ou du madl
alisadas 1 ponto de como .h panC'\ '"'"''"''•
Bola suspc11sa, de OtOOOfnt"ltt - sugctl h "
lhança ou uma anniOi:;io com órg~ h"u
animadns. ou dôfnd11t de qualidades ~", ·I
essa analogia. No ClL'IO de Cabeç11 mm ,,,,
modos (llg. 104~. t'iSJ explt)mçiio de fl•l n •
lioos <:ombln;l·M. ...v u• u 1u l.ipu 1.h: ~,;ompa •
e
á ordcnaçio dJ.s furm:Jll deixada a cat}:•'
géncl.n_.; do t4!mpo real Lsso porque IH d
incôiJlOCb"' podem kY ooloc:3do$: em ~IIO>l.ftl
ptlo ""'"""""'· lnm.lnda. de$sa fon..., •
k:D:SÍ\-cll, tndinl\:6ts de OUD'tm que ""''o •LO"
a.tttudc de Arp no tocat~e l composiç:\.• 1
104 MI,I.AAO!Aio()4~ ~
semelhante i •mbu,,-~ dt Giacomeni IX' 11
.n ..fo.._,, o...iJ&. IUO llolllt. de movimcn1n C:"JXIL de ser induzida".
JU 1111 I mal'I,V'.!tm.
f..m Gnn'(ttU 'mul~1gu (*lg.I O!õ.l. 1'101\:tll, ~ 1
{•Atolo '"'''""'" l'.w
."ltl<ll••"'" ,,.,.,.,.,\,~ de sut1 aparcn1c cOnhnutdade em relaçil•• ,, 1 ,
10'• N fol/1 .,,, I "•!MI.1l' urri'>o11), l..l I um encontro <:lelllt-o, algo e.slrunho an '111 1
t.blt••• l •i.t lo !)1 o,,.,.., .~~
Ú'.-«tlo •••• I introdu7ido. Ao contrário do "objeto \llrt\'llll 1
díldeir.unente IWTCtne~do no oontexto n:it• p11
do c:liPI'QC) real. essa narurez:rmona 6 conwuida ru•~•
'Cf ~de um único p0010 de "ista. É. porunw..

fnKllll; c• ., coolririo da froot:ilidade c:b mbeara 4k


·~ cbda.isca qiX o:ada SU:."U' a«tCa da ~h
cbdc cx•Mnk anis ou. além de 51 -. essa fro.ualtd:kk
~ •nfCRncJal. um pouco à maneira de Bocdoni e Gabo
LJ!..i...tk!, "J"''"'nlC!'nloM~. um pnndpio g«ador '1'"""" _.,.
pll1lk para o a1c:nor. itdo do menor dcmenco •neciro
da ~ rara o maior.~ toei!» e-=t dcmcn-
~ o:~orno a f\Mmula de unu .séne algébnca. pro.ntin-
dc."'. 1 panar ele unu visão frontal, wn conhoc:irnc-nto das
ull.;.'ft."Qnexõell rormais de t~s as partes. A obm como
um todo dl!.lil'rwolve-se eomo um conj unto d<l vana.c;ôe11
sobre um circulo: o objeto mais interno ê uma edéra
(QU\1 1\rp <~iJflZI como umbago. ou umbllint.v}: n t()r..
1113 dJ Wrlt'o"ULl é t."tlmposta por dois CircufOS fundadO!!.;
o bojO que 05 C01Uétn é um hcm.isfêrio; c O pcdcSWISó-
brt o qual rq>ousa a narureza..morta f: wnJ. coluna Tal
como no núcleo mc.-tafórico ou oo no c» f.lft&.bw o;ur-
mahscu.. C~~Se ttma da circulandadc oon_(~ l obra cu-
., pu de -..onlidade.ls ;o-cado por!< da ...
tul'rl.a·tnnrta ~uma dcm-açio lllellf6nc:a da pane
nnnha. Ao COI'Itrário da t.emponilidade IIWT"Cllha. c:on·
tudo. I meuunori~ de Arp traz em ~>i um t.cnudo de
cx:mcdo racaonal entre cada causa dmb e tleU efdto.
Sugere unl:l e<~pécie de desem·olvamenlo oo klngo do
tem1>0 que assoc1nmos ao fenômeno do desenvolvi..
mcnto oomo uma planta progredindo alra v~s dos e~
tágios morfológicos de seu ciclo de vida, modlfle.'lndo
$UG IVttt•<~ do l!Ctm:utc:- l)lliOJ bw\u e:: bot.lo.lr.uçndo den-
tro de 5t a unidade essencial de sua vida <q1nica. A:s-
•im. em ckMt 1Ul06 de nbalho <:om cscuhuras •ndcptn-
cknoe.. Arp J>U"l"" do ...-realismo a uma pco~io bo>-
acada RI tdba do cloc-m.dvirnmco cwpúco. manttdo
a tidA• de emlo ror suas*c:oocJeçôes...
n~ucle mommto m~ daao1e. mui1o embora Arp
Jam.Jt,tc-nh:\ rompido formalmenle com Bl'c.con e co•
llnuJ.!I:< a cxJlOr oc:asionalmel'l1e 00m O!l !lurreftllln~s.
31)h_ I \U II(lU-lte de OUIT'OS CifCU)OS de ani111ób Clll Pltl"ii.
l'luiMlU n 11Wll1tàr seu tr.t.balho em meio ao de w,rupoJ>
comu u Ahmuaum·Création e o C"rcfC! C!t Clu•rt},
:tmb~ os qu.•i" cmm intlC](jyeis çm conl!idcrnr a nbs-
traç.iio o meio ptml o desenvolvimento de no\'AS for-
mas. O c:scultor na equqMrado nlo a um cri3dor qual·
quer, mas ao Cnodo< oripl, q11< nlo produzia .,;pio
eas de objetos.. mas aauoentll\"l ob)e'OS 00\us ao
reperlõriO da nat:uret.a. Ao proeeder dessa form.1.. o
escultor rtaliza\'3 um ato CC)rfelõpondcnte à pOSicão
vitalista SlLstcntada. por dctermin1•doii biólogos oit~
centistas, segundo a qual a p!'Óprio vidn era crnnprecn 4

•litb. como uma rn:Uêria ÍIICJte imtlrtJUUlda de uma


es...iência ''ital que lbe cunrmn organtcidade, numa
explical;ào da c:apGCtdadc <La.t cCiu las vivas de $C m:mtc·
n:m a. si mesmas. se $Ubdi..,·khrem e se recuOOarem
Embora a moderna b•olosJa tenha desem-oJvido. J)OI'
1nttrmédio da pd(l\Úsa etcuoqulm•ca. a c:oooepçio
~ dos orpn.M'M» ""M.
tomando obsoleta
a c:reoça dos VIWisW em uma -rorça 'igJ.. mislc:no-
u.. o 'italismo pc:rmaneccu Wl\J poderosa meúfora
para descre'\'u o aco de cnaçio como o momento em
que a Olaléria 1net1c ~ \.! wb1tamentc imptegrusda
das propriedades runmadas da ronna viva. No inicio
do sêc"lo. Henri Bergson hnvi1• explorado o sentido
dn mensagem vim lista paro p lrtl~lo~ univerSit:irias em
Paris. E o ensáio "ENoluçlio Crimivn.. (1907) é uma
argumentação c:omplemCillllr em fllVOI' dos pressupos·
tos contidOS t.a exprtsslkl ~lan ~<llal"'
A medula que se <k:acnvol v.a no decorrer cb di:c...J;,)
de 30, o mabalbo de Arp continuou ba~ na$
~ias do deserro-uh·tmmto c da trunsf~ COI.'IX)
lml dupla f"1ldâfora tJ'9 tOIID. OI ,;u:r.'6 bojos e Cortt·
duras nu supo:rficoes h>D doo ob)CIO' >Ug<relll q11< •
subsdoria in<qinoca. como o nWnoon: ou o l>ron7<.
cscá possuída intmuamcncc por uma força animada: ~
mesmo tempo. essa q~8\·e t)Uitõaçlo partte owrrer no
interior de wn oonlil)cnlc que ~~e encontra. ele prOp• io.
em Ou-,co - pa$Sando da v•da ve,etal à anim:tl, uu de
ntllleria óssea a lecido oraAnl<:o. Suge1C um ocrltlliJM.I
de i.nstabilid!tde ou nuxibtlidlttle ~b l>1.1pc..ncic. tun:• cnn·
fhnnacão da membrun... c~ tenor do \'~)lume esculluml
.....,no;ul>da da~ de um Oli<lco nJido l'toJC-
tando ""' 'IC'mldo de pressão ftuida a partsr do ink'nOf
do COA(UJtftte \"'iwnélrico. 8S 9JperfiCIC.'!E rteorcldaJ:
ck A1p a)malern•se em nnagens de nnabthdadc: e
mud.tn\·111.
Qu.uhlo .11 efi(:ultora inglesa BIUbara lletJwonh
\ '"''ou t•an!l em 1932, fiCQu impressionada com o era~
balho d~.: A rp ··/\ id~ia - o conceito mwguulliYO nn
\CI\ IJJt \lcl lu ll\l vida e vitalidade o material", ciiCf'C'•
VCll "Qu,mtlo ditemos que uma grande escultura tem
''UIÔU. t'Utl~:t, \illalltbde. escala. porte, rorma uu btle-
n. nio c::swno5 DOS ~fmndo a ambutos frsicos. :\
"iubdadc: não é wn atnbuto orpniC"' da HCU!twa t:
~ üda espUlbJ.t) ini.Crior-- ·
No fmal dos anos 30 e durante os 40, Hep"-'011h c
l lenry Moore fOttttawm a ala tnglesa da escullura
vitalista. Ao eontráno de Arp, entretanto. a obra de
ambos parece le'o'ar a meu1foru a uma espécie de tfltcn-
t1im.:ntn eom a es.técica oomMutivi11ta Isso t)Orquc, em
lugar de compor uru.á &u~rilcic ab<Kllutamente t1uida,
Moon: c Hep..-..'Orth cntalhav-Jm \o'Oiu~ com superti-
cies bem mais esuutura~ c fncetadas, de modo que
cacb parte da forma e\tema podc:na stf V\sra como
~plicitamellte nbciOnJda 1 um n6cko central dgido.
Ambos 05 e!<UIIORS .,.,..,., preo<upodoo. tambénL
em <k:Jw seus trabllho6 de '"na ~ia c:onc:re--
m. fat.t:ndo uso de plaoor. c:otblnl:klos com b-es urdi-
duras de aramt~ de modo • ftath.ar ao obsc:n-"3dor o
acesso i esuutura interna do objeto, 1mpemdo a. sensa-
ção de que a suptrf"ttie externa e o arcabouço interno
são correlatos. Tel)lOS, tlOI'Itlnto. uma mcionalizaelo da
me1MOra do crtS(.imento no l!entido de transfonná-la
em uma esptcic de análise oon..,II'Utivi"ta, estr\11\md,
das imagens da matén11 viv11,
f\IIJ ..:uu•c:~r..•<a \Ovlll c.,cuhul"h indc-pcndent~ qu•
guardavam unm afmidade com • tmtativa surreahsta
de introduzir o obJeto no fluto do tempo real. Desse
tst:âg)o. passara à maçio dt uma imagem capu i.k
projecar a ilusão de tempoflhcbdc mediíU'Ile o c:oncC"1-
•• d< muclimça .,.P..... Nu nllos do Mooce e Hep-
Wtlflb. essa ooçlo de tempo dra~ OUtrl modifi~ll
ainda. quando eles rdomaram uma \<t:;. mais ao fllOdl,
cláss.ieô de tcmpomhc;bde. O obpn·o da esc.ultur.l
{)31\.""Cia estar concentrado novamente no destm'Oh-'1·
.nento do vo1wne. destmado ll umtltridrmcns-imwlill,,
de raci00:)1izada, eada foccca d" qual era conçcbul.•
como uma varhtCilo wbt\: urna 1Hcmi-;~a ~~t•utur.. l
guardada mtemamente, com ,01.1"~ Ih l"'cct:ls c:<'••wr
J.Uklo JU11 uma ãna cxa::tpção slnldtea. qua~
que: fc,..~ o ponto ftxo de que $lt obsenoo 1 obrl.
Ao contnirio de Gabo e ~-sner. Moorc: trabalha\'1
mu1t0 m.ai, com um il.b"ti.oto de eotalhador do que de
oon~;tn•1 0r de volumes a partir de deli~ J)lanos
t;:comCtracos. As extremidades das f1guras rcclinndas
de Mol)tc (ffQ.1~ terminam explicitamente nM llm11CS
illl n\11<0..., nne,i n~l do m-:.lerial t:m que $1~ l'i.am\\tl rom m
t:alhlldM. Corn as borda$ externas de bnços. perna!J..
çostall t cabcçn em conformidade com a aeomctna
prim1t1va do bloco inicial, e a parte <:e~Urul d.J figura
cS<:a\"ada de modo a formar um vu•o em form;~ de
blOCO kK:aihzado no interior da rtgUII squndo am
et'o p!fpendtCUbr à chroçio de sua ~~J.~..Ua prtdomi·
oant~. 1 obra tc)I"NN \i\Si'->tl uma re:laçio cootrapontbli-
ea cncrc 1 forma do nódeo oco e a forma ct. figura
n.~tan~e. As formas tscultwa:Js dio a imrre<do ck
lerem :\e ~'OI\ldo a psrtU' da~ ;cométri·
ca do m:.Cieo oro. O resultado é um~ unpru;.lo de
\ulurwo"a rcc1proeicbde entre a forma do continente
e a t.lo .:ooudo- a massa extcnor en,oh,cndo o v:tliO
m:-.tnlndo em seu cenuo como um ôr'gão \•itttl. o aa
fonna cj() Vii/.ÍO ,,(igurando-se éomQ~ cssC.nCifl d ll ror.
mo c.lcsc:nvolvidft dõ conjunto "KJ tO!Il,
As duas idéio!~ originadas pela pr.íticu de Mooru nu
campo d.1 c~~euhum parecem. à primcua \iÍStJ. untu,g6--
nic-'.LS il •dcolog:Ja mee-.anici.c;ts do consttuh\o'lmtO A
prunc:im delas era um credo tb .. fidelidade 10 tn.1te--
n..,r· a.eaundo • qual a forma orgin•ca do ob,jceo
escutptdo e o dcserr--ohimcnlo c:qio.ico do m:wcnal
em que fora a'llalhado seriam mosuacto. como truer-
dcpcndentb Os "~ do mirtnort:, as ~ri~ doca)..
cano ou os nodutos da madeira tal como fomqda na
n.aturn.a. I(WmrJm·SC os mapas que 05 inscnunentos
de entalhldura de Moore seguiam no crnl).1lho do
:u1tsla direuunerue sobre o bloco ~>ôli do, penetrando-o
em t.lin:çBo ao cct\11'0. Por causa õesse liJ)Ode scn ~l b i­
lidadc alc•·ta, o rt suhiKio era ..fiel" U li Wl b:~'IC mate-
na!. ''C.:ldli matc•·ial'', declarou Moorc, "lcm su.1:. qult-
li daJtt~~r prôptÍM o individun.ill. Apcnól$ q ~u\lv v \:~ut­
tor tnbr.lh~ dtrtCII'IlCntr:, quando M wna rcl:.ç:.O MÍ\<'3
cc•m 'CU mactrial, é que este pôde: tomar pane em dar
r.._.u~ a uma tdêi.a-00)0 EnlreWlto, pmnaoec:t o bro de
qYC • ..,dtaa·. qualquer que seja o makiUI que • lra-
dtu..a. tanto a ~ curvilloea dos aneu. arw.is da
made1ra como as rig;das ~ ela ~ttatJficaçlo
da ''-"ha. e uma idéia essencialmcn~e an.ahtMa. Um li·
ro de lnllhJJtUfnC'ia conceitual semelhante determina·
rn .1(<'llll'f""•çlo da Gtmtifo de Bocc1oni !fig K.l c a CQ·
lmw ~k <i11ho «r'9 461, oom a d1fcrcnça de <JUC Msora C:!i~
lruu,.,p.ut:ncm ll\lmOn.'itru que a m.até.ria .s61ido dn natu·
rcru 6, dl\ J)rl•Jlria, formada pe.Jos mc:$lll0!; prmcfpiOll
Si.'\ltt~ tricoll <Jue uma inteligência ra.<:i onal lt~tt i sua
r-.~- De um sô to~pe. a Opra ~ o matcn:al I»"
dem ser qa:zidos pan1 o âmb1to da mesma ap«:ensão
conceitual.
A segunda noçõo PI'O''O<ada pelo trabalho d<
Moore refere--se a cs!>l. pOSIUbihdade de o \.dume rne~o·
nali:.r:ado ser um modo de se "nprccnder.. a idéia escul-
tural. Tmta-se de wna noção qnc remonta à t.actilida-
tl<" idr.:d que Hildcbrand dc:scrtvcrli como "um julga-
mento unitário, abraogc:ntc:, da 11rofundidade'•, rela·
cionando o observador com • obra de lJ.I modo que
pudesse '"apn:cndê-b. (... )em aua totalidade". O con-
ceito de esc:ulrura di:fcndido p« Moore dirige--se: ao
wnrido de tato do obsemldor como t extrnsão instin-
tt\""a e sensml de sua capac1dadt de conccitD3I;âo.
C0100 Sir Hed>en Rod o n - . -a esculon t
uma arte de pt;Jipoçdo - urna anc: que dá satisfação
pelo tO<p.Je c o manu.se•o de obJ~... No entender de
Read. Moore é o supremo csc:ultor, qut ..obtêm a
forma sólida como so esla e!>tr\·c:t~sc em sua cabeça~
ele pensa nela, seja qwJ for o s~u tanumho. como se
n envolvesse 1>0r mtc:im nll pulmn etc .su.1. mão. Ele
vi!lullli.za mentalmente uma fc,rmo C()lnplexa de wdru
os seus ãngulos: t le se idcncilit.~l com o ccnlro de gra-
vidad.: da fuUUU., ~Uill IIIU:o.'Wl, ,KU IJCIA.:., ptfo;C~ $CU VQ-
Iutne' como o espaço dc:siOCIKio pela fUfmik t\O ;~;r'~.
O:a mtsma forma que a '"fidelidade ao matc:riar• dU
respettO ã m'Ciação da geomet:na na formaç:io da
maléna. as idéias de Rcad aectea da ~de \'0-
tume.. são uma t);terulo da ~~ na formac:kt
das satisfações de: uma pcw.c conce•Nil c:onsuutinll---
ta. a uma posse tániLmagulada. Nlo hi nadl na decla-
ração de ReOO sobre a fonna que: não possa ser apli~
cado, com a mesma e.xntidàt>, ao I'H$enmMmen/o J1•
uma garmfa no espaço.
A g,r.lnde difel'enç:~ entre u• figura' reclinad:as de
Moore e a fJoltt :m.SpetH'a de Ghatt'melli se 1\:~IUI 11
uma diferençn da e.spêctc.: de h..'1lll)() t)liC cal1..1 um •
ocop\1 .: da rclacl.o que cada uma guar41 eom o~
~ ctn:u ndan tt, As rtg.UrU de Moort: ~,.,_em no me;
mcnto recunOO do tellll)o l'3Cional, seqOcncial. Além
disso. \Ao talhad.&s como se ~aC!Cistir(lQJp
on­
'os de 1ntersec<jo de urn2 grad e axial continua. Ness
senti e
do. parecem ser Orqlaesrrnções de um espaço con·
ccbido geoolttricamentc, ao p.llll o que o tmbaiho
sur·
ftalistlsc refere: • CJI.dJa onleln de: pe«:epçJo. ~um
cor~
1)() é~>'tranho ~ 1ntromctc1"-6C oo totld o <lo e~paço real -
form ando Wtla c:<~rranhll ilha de ~peüêuci
a que rompe
um ...,,ido """"'w de CMISal.bdc , um bob lo pe-
culiar de "objetividade, para o qual o opõtreclmeJUO
sonâmbula nua 1'10 cinema chamou a atcnçlo de Bretoda
E seu rempo. 10 eoo uino do \cn'lpO da mferêac1 o.

cional a partir de uma causa d<~da, é o vuaaroso dtsera-

~ol vi mcnto de uma experiência n.lb.llf0811
UTI3da, lt pOr-
tanto , 1 proj eçlo do tempo "'Vldo para fora
- a •mpo
sH;ão desse tcm1)() ao conte:\:to mAterial do mundo. -
IULO 5 TANKTOTEM:
IMAGENS SOLDADAS

li
li
Em 1950, D,a, 1d Smith construru ~ TallkrOJf'm I I
(fi-:1. 1101 . Ao cortar noss<' hnh ~ de visio, o composiçâv
da ~ultura.. semelhante a uma lâmina. exibe um
achatamento QUI~ agres sho- uma insistc:t:Ue quah -
dade pl.:ma que iU5el tou em seus primeirw obsen a-
dores um sentido imcd1ato de estr:m hcua. Conll'(l o
paoo de fundo de wna ob~11ivt preoc:upaç~o com o
"'otwnr: (seja ele rnl ou \inu.a l). qu.e forma a tnch-
ção da escuhum no Kculo XX. o TanAiole.m /5e apre-
scnt.'l com a mSu 'IU~-ntabili<Ln cJe ele um r~:u. E c c 1u 1,,..
pe:J cr" 11CJI
Com seus dots demeru01 em forma de disco IIW-
peOSOI em wn g.runde suporte vertical, a obra ckm.~
seu título do fato de evocar ll amagcm lL1 figura huma..
o.a. O daiCO infenor. moldado a pan1rda tampa de urn
tal'lqtJC oa de uma caldeira. corres;pondc: ApQRC 1r
Jc-

rior do torso da flaura. enqu.-.nto o disco 5Uf1Criuf rc-


maUI a e;cuJt Uí.l com uma l'tprcscnl~o. scml' lh 11\IC
a um n.o,e. c:b cabeça IMêmica. l::nlretanto., ns 1'11'()+
pria m;&neira pd4 qual I WI(;U Q C rnada. ltmn ' a
impres~3o de estar diante nlkl t.anto de um suh , tthl ~\'
da presc.nç:a figumll\'ll, 1nas de wn signn abslrillu ~llll'
a tepnc wta. Tal qu.ahcbde cmbkm.'ltk·• rror-c
In' di cx:onomiack formas com que a fil'ft ~ rnnnu·
ladl ,,., do modo oomo as basle$ de IÇO que b'm:lm
o •ur«1c .;c ff'11belectm como hneare~. ou dt'>cnha·
Ôll., do que de uma bJdimcnsronahdade extrema que
1.-onkrc a.n rrabalh<l o insistente aspeçto de algo como
um po ..tc stnalizador aleatoriame-nte ul • t;~lodo em
noo;so espaço. Tanktotem I foi o pnmeu'O de:! uma
lu n~ta ~él'ie bl!atizndn por Smitb de "totem... 1'hl oomn
todo1 o" dcmats objet()oS da série. o tmbnlho situn ·~t
em um t:.tmnho limiar, a mdo caminho entre ll figu-
ra hunw.na e o ~·sno abstrato.
Ne<~~~ deu~ aspectos - o inkrn.sc pc:lo tottm ê o
tratamcTUO do mtuerial no sentado cb cnl(ic) de um
embkma ou SIJI'IO -. a obra de Smltb nd tnllma·
mcme bpda lOS in1eresse:s da g.cn~~;lo de anlotra\
amcnCIInM da qual fuia pane - os c~pt\."ükxu~l.b
alhtntO\ [m algum momento de ~~ollb cam:am~.
t;cralmcntc no inicio, a maioria dos çontc:rn)l('lrlneôs
de Smtth, t'11Cuhores e pintores igualmente, triarnm
obJCIO$ o que chamavam "totcnl' ou CUji)J titulo11
indi~a\·am, de iorma indireta. um envolv1mento com
1:1 pt\iticn totemica Nesse sentido. podemo~t JlCn!lar
no' c ...cultorcs Louise Nevdsou fliQ 1111. Dnvid llare
(f" Hl), Sçymour Lipton ~ 11)), 1-Mw w Nv..lol\.hl \1'9
1111: e Loui~e Bourgeois <f~g. m). e n05 pmton."t J3d..·
soo Pnllock <'I nlil. Adolpb Gouhd:l ffog m1. Marte
Rothlo. CI)IT«d Sull c - ,..,. ..... Encontr>-
n~ c...p:c&ahnente: envt: os pintores. W'D peN'>'tn~
wtera.\e pelo embltmL para Roth.koc Goabeb o em.
bk.-ma, ,,w.punto tal, lOf'OOtt-Se uma db bucl de ~
ptnlUJ'I em !iltU pcriodo de: maturidade - no <ref'lltdo de
qw: '~lmpunham seus trabalhos suspendendo unl.l for·
111.1 ~UHJ'Il's t frontalizada em uoo eSJ)açQ neutro c ln-
thl~,•l'\"nl.'llll~), 1\ exemplo de outros emblemiLJ ma11 fa-
luilbn.:~> 11cru7 vcrmelha, pOr exemplo, Oui\II JJittCl\11
ti\! pcr.~u ..:m unta rodovia -.o emblema em seu tra·
b.1lhl• u.lu tem nenh,,m COLUato direto fol'tnal <:('1m as
---
IIJ A('-"' A ('SQUIIM.o-:1
-.(lltU·)_,dD

ICU.) ••• -.,,.,_ •M-. ~


n. ...._.1(;4 ......... ""' ....
,_
.... ltlo.:.- CID-

bordoU! do Cltnl()O em que ocorre. Alêm di~Ml. o emble- 11• Olltl.I\Ah..,.,~


IIOOJ.. I l.fo1,...,..
m.l ~ cC'Impretndido como a repousar wbrc" ' "l'crn- 19f;) l"'lp:>~ ,_.,,

ctc d,lf.IUdc c•unp(} c, ao ootnrário dn...'i 1mu.gcn'i lt'pre- 16,hm Colo·\•• <li
scnln c ionni~. quo podem retratar objet o~ reais l!m uma
••oto llutkipllll•• •h
11? (l(Titli~A 1 11111
~c.alo1 nl.'lior ou menor que nquela du ubJclo mesmo. o lleui,IWf> 11 ~li
~.l'NI
181).~ 0'1 . ltc....:o ...
~Ar!.tbooo
....,..,-'!III'Cntorl f
cmhlcm,l h:uu,1em t~o:i.stir na C'iellla em que manifesta 1'1) AOUA .~.>I·"'
1191: :061 o,.... .,.
a s1 prt'r••u e no material c~ que é f~tto. )Ob-.1Pio\ 111,1 t!!! I
Tolltlli cliNI~ quolidnde' frontal idade., centrali.at 4
lfotoouo f ""'"''"'
çào c l,unauht• c t.uperlicu~ litcmis caracterizam u
lrnbtllho nmaduR-ciclo dn m11inrta dos pintores expres.-
.SIOtWitas al:>õlotmlt)ll; me..me> <L,qucles que, como Pollock
c: NC9omtn ~ temnnsssem pOr a~.nd«mr. lj:un"
de..c;ses alributow emblemilticos, oontiooat;_\•n u tr=•h:•lh.u
com o aspecco mais central do stgno tiO t:mbkml\ 1 1:
este o modu d..: o emblema dirigir·se au uiJ:.~• ~.•~i.õu 1•, ,,.,
ao mc:;mo 1Citll)0 ~1 ue podemos CQC\.'tilk• ill qu~· 11111 tiLl.l
dro ou um n:trutotn.di<:ionais criam uma •~In\ Ih • \'1111\'
..... ~ ubJdo.. que etl$le iodepcodeo&emmr,c de obftT..
\.lolf'C'I. nAo ~ drrigindoa oinguc:m em puncutar. de·
Hm~h con~iderar que um signo ou anblcrna cuwe es·
pl"'l •fl~anle!ll e em relação a um receptor. AMumc: 1 for~
m11 de uma diretriz dcstmada u alguém. uma d1renü.
qu\1 t.•d\t~. por assun dizer, no esp;'lço de confrontaçl5o
~nll-c o signo ou emblema. e aquele que o ob•u:lrva,
A lnnu.,l'lci:l dn f::U.f'l"fo"lllit>mo sobl'9 David Smith
rws d écada.~ de 30 e40 voltou a atençlio do nr1i ~Ul pam
uma cscuhurft lmbulda de uma q.tratêgi.a de confron-
tação e para ttmas cnvolvcodo objetos n~1Cot como
f'd.ícht$ c: totens. A ooofroolação é wn dos principais
n:au101 de MulMr cON a grugcut/0 ~.de 0•3--
C\lmdll .,._ rn; o ktich1Sm0 é onipre.scme na otn de
IJ<IImc< ou O.li. Pomn, W como scuo COIII<mpori·
Df:iM do mmdo da pinn.tra, Stmtb retrabalbou por c.om-
pk'lo essas fontes. Cnoo. a panir dt:lü. uma dccla,...
çlkl ucultural que se totoou uma contrapanidafiwntt,/
do que Smith considem\'ll a essência do próprio IOtt'-
mi~m o. As:nm, a fortnll de seu trabalho c u noçOo de
li.Mem oonvc11cram·se em duas mclároms int..:rlí~•das
e rccl1>rocas a tlpOntar para um mesmo aspoc1o: uma
dcclam~io acerca de como a obra não podin ser poli~
~uidla' l"'rn qoe se perceba o modo como i)M) ttC pro..
du~ t pn."'Ciso e~inar primeiro o que Smath c:ntend1a
cun:10 a estrutura do rotemismu e. em scauJd3.. o tipo
de upn:s.,ao formal com que: ~a 5e daal\vl\'il em
... ol>ra
~ codcmoo de"""- clao ....
rq,~mu a~ rtferentes a t5CUftutal c c:nagmil;t-
..o.""""'
s..;lh
c.... C\ln"\!Jics da$ JdéL&S que o intert:SA\am, encon.
U'olmc>!! ~nhCJI.(I de objetos c.Jassificados oomo '"'lotem"
c rcfm!ncia!l a textos psicanaJiticos. C.om.idemndo o an..
I C~\"' de Srmlh DO crabaJbo de Freud. 6 pro\'áVCI que
su.:avali,10 d<l tolcmismose baseasse csscuciolmenteem
Tntm11 C' filha, um lcxto que ,.•inc:uJava insililcntcmell1c
as pn'llic.Js pnnutavn.$ à estrutura moderna das rciiQI)e:~
ws C(W1lO desaiW pc:.. rat.nãfbt:. Para Smttb. por·
tanto. o 10ICm não cta um obJc'to ll't4KO. mas sim uma
c:xpR:!õsio poderosamente abre\·uada de um rompJ.:,o
dt sentimentos e de-SCJOS q® rer«bia atuante<> nele c
na sociedade como wn todo.
Em poucas palavms, Frcud ~creveu o modo co.
mo o totemisn\<1 atunva no IICIO das sociedndes pntuiw
ilVA~; éomo ~·m s.istrm" f'll•"* (\MW.,-,..\'er o incesto. ao Ji!:ü~
mntir que os membros de wnn ddcm1ináda tribo ou clã
nJo se C!lsanam entre si nem conbttariam. m.'LS s.enam
obripdos a buscou panxlrot fora de ql:).i famíli~CS tri
bais. Cada tribo <;e idc:nbri~;aria C\lm um objeto~~­
co putio:u!ar - do rinino um lli\U1l&l • cada .,.,.,.,.,
da u i b o - o nome: do IAI objdo. de modo que ho-
mem e ro4em se fazaarD um. Cnada a tdeatif.eaç:io, r.
kis cp.~e se apbC-a\am 10 :"umat f04êmico passl\'am a
aplicar-se logicamente ao mdividoo humano que por·
la\-a o seu not\lC. ~ leu. 01t taM, eram em sua m~uo·
ria proibitivos. protegendo o tC'Itcm e tomando-o lnvio·
13\'el. O totem 11."10 crn cst~tbelcc•do apenas como u10
obJeto sagtado ou vcncl\1do: ora tombém colocado:)
parte de todos os demais obje1os que pOderiam ser li·
'I
<::ir.:unentc aproortadoe. Nonnulmc11te o ani.Lnal csco-
ll'lkto não podklSCf morto, actVIr <li! abmerUQ. nem n-.."' I
mo :.er toeaôo. Para &]&umoa." tnbl.a. o tabu cheg.t\a n('l
pOiliO do proibir que OI......,.,... da uibo se """"imar
stm oo até olbasitm pw~ o totem. Uma w-z que 0$ t.o.
mcll$ e~ da tribo 11nhlm o nome: do~ tan-
bém. as leis do \lbu aplicavam«. por oumãP. a c: te-..
tomando a uni1o li)Cest\1011. unla ' JOiaçi(l dlTda da lci
tribat Freud VIa nó totenuuno 1 mamfo.Ltção t.k um
desejo particular agregado a um fi:t<,tema par3 •mpt:dtr
sua consutna('ào.
Aos olhos de Smith. tNill C!ICt\llur:u;àcl do rd.• ~·L\l·
ruunento de doi~ membr~ de um ~rupo de C{~ I mtllln
que a apropriação ou " viol~n.n d~ um pelo nutm ~
pme.crita ganhou importinci:a na
década de 40, taniO
por mz.ôC'\ J)Cl'S<l;)Í) como pol íti
cas. Grassava a 11
Gu ma \hmdaal. c Smith idcnta
ficava sua carmftcina
em h:nnos st"li.Uais e canibalillt
i<XU que I«Da\·am o
to~ subtt:amenr.e
rdeo.'Uite. O que começou :1
ter lugar na arte de Smtlh fot 1
formuJQÇio de wn a
cstratégja da deu hu ra no ~udo
de traduzn 01 rabult
do IOt tmi sm o numa linllu.n.aem
tia fõm1ll ~ • mc::t.t
dth e Cif orQ O fOI'mAI ~•. apa
rentcmen1e. trarugredtr
Oli tntercl\lllbtos eot.,o
e:~tobeltei<bo: entre obs
e OO,~o C$Cu.hural, que. confor ervador
me vtmoli. havaom-sc
I.Xlnver1ido em um 41iitema quer
<k aprornaçlo in&e--
kcr ual . camo no construtwism
o. quer de pos~ l'iC fl·
Su.;tl , COIIlO tta obr a de
Henry \fo on :
fm 1~9·~ Sm tth con solida
ra ess a linguagem
forrnaL bn wn aaOOibo mtitu.l
Jdo 8~,.,_ C"Gn.çdo
ck ""'fr't Trl ro trla1Klh:, dc:'\crc\"t!
un\A sinta."te Q~.:ultural que 1e pod a fisura human.n com
eria qua lir.ex de gn •
IU IU do di~Junçâo visWII cx1rem
a. Tal disjunção ,se
ap6la oo fato d.: ser iltlp0)$1\d rela
c:K~nar a• d. s priD-
ctplus vt'itas d.1 ob n uma â ou tra
- 1 fronwl rr.11 ••aa1 o
a de perfil,.._ ,._ pelo modo CC
Qtt\JtJ\ 1!111 da cnn.-
parfnc&a tntcma, que se tornam
o pnncipút rer""o da
CO illp !)Sl (a(i C'ctultur.l
l Jb«tra.U 10 kwlgo cbs QU 3tn>
dC..:ada~ .ilntertn~
Podctnos enc ont rar o tipo de tnn
do llOr 8/t~ekburn. po r exemplo, spu êtl cia evita·
on Figu,.a criada em
1926 (1.;1. llt. ftll illt por Jacqu
n lipc
o JHincipio de con su· uçl o é tns l'litz. Ne sa obra,
enr dWt!\ silh uetas
pncicwnco.•c tdt ®e as tm incuto
co,l;~c;; tl'l vislali apn:.se
reto, de modo que
nlem un) conjumo ~tnelha.nte
de lornlól~ 1aas; pctfis. q~o~
e lembram os dos. i•H
g1nlos Je unw cor« nte, se afiaura erli·
m tom o a m1nife" 11. . e 1 * $a11t1.
l~io nte ma de uma ~. ""' ,..,;:.;:;,;:\<
'"'c:es'\lo
c:-.sfericlh, A~11un, d.• ooe~ ma form tmema de v:\ZJO~o ~II<Si. 1941l·SO '"" "'
a 'lue slo id~nti ca41 117 470 ""•1
tod as as '-iSlob de uma ~fern, ~ t ...,...~­
uma \C'Z que todas são
Out.bv"1'
grndas pela rq><U~ de umo,.,...,. forma~
U'1C4, os \uios inlnlOCU \'IIÍ\'tiS do T<wwt ôe Lipebill
parecem '"'hados para todcMI: os lado!> da obra rgua1·
mente. Em termos VJsu.au. o trabalho é um sastema de
intel'ligaçio no qual as viJOIBII de perf1l podem ser de-
du.zidas com base n;~ vio;ua frontal. enquanto esta pode
ser determin~da ru rntq;t·n alrtiVCs do simples exame
hucml da obra. N'-'SSC !l(:nLido. suol Flkltra atende li~
exigêocias de cntc-mlimcnto c dta orgnnizaç.ào concei-
tual que já •;lmos atuar nu e~cultuta tUtunsta 4! cón~
truti\'ista.

\
.,. ...,loo """ da. BIO<i<bwro pro,... -
'"' ''lfW
humano oomo uma espk1c
• ,.., .•. em que 1odos os delalbes cscuJtu·
''' ~o1do empurrados para a pmfcna do
""'"'" em ~eu interior um \'az:io aberto,
r•nlc ~tru,tssar f#eitmcnte até o es~
punle) de visão, a obra se mostra como
111\ltAii c:~ dA li.g\lr.l hunútnil. rront~ li "'"'
,,.,,c u\oorpõrea- o corpo reduzido a
,.,,. h.l:-.tts de aço dobradas. O elpa<;u
•" ··m:ia de seu interior. con~l.a oom M
- . ; 111~u. de aço (cootrapioos. dobmdJ·
cn-;unlr.tm em alguns pontOS ao lonJO de
'''"no.. Ao oonmírio da &otl.&aüdade da
'" ..._ cb G"""fa de Botto001 •• ,.
.t. l ('Chtll, a ' 'i$1.1 frontal de Bl~
1 ._-.rco.·eladora. Nio prepara o obscfvl·
IOJII"'"'""""Em
as outras pcn;.,.,aiva> do obj ..
LuJo~.
8/ucAburn é $1mplcsnle1Ue
ttllllhl~ pre.,.is.ào acerca das dcma•s vifo.
p.1rt<:C ter atxandonado o cuidado obsc:s·
1 tn1Cmll3Çio que identificamos em oucms
l''' '"'ruidas.
t n~·l c:tlculnr a visOO latetal <1e IJ/m.k•
· na frontal é porque a pnmeiro oontim

~~~~:~~dc~""~pres
I 1111 ~ I l'ilb \.4)d'itl: '9-
sões aoVisco
. ""
~._.,
I'JH..)O ...._ l ll o""
segunda. da ~tento
mc:smo tc:mpo ,_.,... lll#'IO ·~ ~ ., ~ .lt\
c cum~JIIuado por uma série de inca•
"';,~~:::::·
• l preeoehido po< UDlll ~loo de
como • prateleira de uma ofteuY
1l'k-11 de f«rameat:as velhas e peç~ D0\'3S.
e~~,.upada por uma irregular sobrepoMçào
,, '<li>Ut lateral transmite a imprc5SilO de
..k:-.ntdcm, ll(l passo que. vislo de frente.
r '"'':crh :wcrcno e n::~da CQnfuso. A rc.:lnç!lo
,t,•,'l\ e o corpo é diferente em cada Indo
· I m lug;ar dtt ckctaraçâo frontal de si me--
I
l tot A~U"iHOS ~ l\l..t.liU AA MOI)I'~NA

ttll, •~mos.. na lateral , um deilocarnen1o acCnt ncO da


cal:h.:~;a, q~ acentua a ricn tensão gernda pelo perfil
llo tr.1baJho. Ao dcpa.rannos com o perfi l de Bl.acldm'"·
t..:mv1 mcnQ$ a unpn:ssio de: estar C<IOitmpiando u.rna
OUtrll 1$ta do nhl-lb o do que de emr d•ante de outro
trnbalho.
Se Smith :•ccitou a afirm.açào totêmica da presen-
ça burruna oomo tmta de 8/actburn. também rtjc1tou
aquela dotíuu çao da ~ amplk ata . . , apaw na •» ·-~
fi'gura de Lrpth iu oomo mmbém em toda esculwro <Ir ......\ ...9.
30,<11 (I" I. 2:.• Ot!
con:Hrutivi~a: I)C$Sas ob1a11 a presencit repous
avü no Cole(.lO óOWIW .
~uabelccimer'lto de um <:entro ou nlidco temáti
co que
gannte a toda u facetas di obn. o~ de drri\'3-
çõe.. lógtcas Ctrt'Undar tt.lias obras 6 experimentar
uma oontimu d ad~ ao longo do tempo c algo sc:me-
lh.anlc a ou' ir-"e o descn••olvunento de um kma 1'1\11·
••cal Em Blocf.bttm. Smitll r<jctta ..,. qualid ade de
CO'Imnuidadt ronnaJ. subsuturnOO.a por uma sensaçJo
de rom))imento entre wna fllceta e a t~CVUime. de acl)l\o
do cocn o princ:lptO da de.n.Y)nlinuidadt radicaL
t peb inwst ênda ncua de:scon.tinuidade que
Slnath ~pta em BIDCkbvm, e mc::orpon i obra.. a lc:1
fimdomentál do totemi.smo, em lugar M simplc~;men ~
te ,.,;~suscitar o prim.itivi•unn ~~~'kiQoJ de $Mil (l)r
ma,; onJina.i,s. O tatcmiso:M) attia'\--a, DO IC'nbdo de dl•
bck« r lei$ de dJStaociamerno entre o objetO c 4peU
ob\oervador, de criar tabus contra a possível aproplin~
çilo do (Otem ou de S\1.1 contrnparlidn human.i.. de:
Rlàllt<r o objeto do tabu e<>mo algo 6 pcwte. Em ,..
nx .a tm dotw a obra <b tne\'tu lnhda de cbs relaç&-1
fo1 Ul.IIS que idcnlilicamos no cons.trutavuo:mQ- sc&un-
do not quai:s n c:scuhw'3 eta cn1rcgue à IIJ'reensào UllC>o
IC(.:tual do c~pcc:u.dor - Smitb ánuna a sua pr6pna
d•rm.-ncQçio ~&ica.. 'óe:be sennd o. ~ua obra atA
ton~c d.1 pJ'OtcçAo paterna do construtn-ismo,
~ob a
liUiil lmb<'l.lhavmn muitos de seus colegas; pói.!l &CUS
COCih:lrtpOTâm.'lo''i runenc:mos. como Se)mo ur ltpton c
fbram ~. dr.im pro~uirncnto A prulu;.t d·'
\'olume vlrwal e~ consuução estereumtlt ic:.t ~k <,,,
bó. Berrr, 111' cMit'lús. de Lassaw lfi11 . 1ll», uhm ..:na~.l.'
en\ 194\), mt::\nl<'l ano de Blad<bur11, c:!->l~ hmi!c t.Lt
arbitrarieda~ e d:1 mcoerência pranct.líwda t.lc <;nuth
por su..l ri.aorolla prd)Cup;IÇiio com a unidi'de l.n1
Bnto Jt ~!itrda.t. o principio de i:ncersoçio ah.ta ""'11n
nik:leo ckb planos que dele se irradiam Ao obser\Ju u
obra de WA face "'fromaa'". pe~~ que. 1oe eo.t.1
fo.e par em &ornO de seu eixo X ou de ~ C''"\
contalll.llril a e:·ubu a mesma mfortnado qu:mto t ,.,.
t~ A obedJentr estereomettia cb obra fa.r deLa
um1 fillla l<iJtmiA do diagrama -lllado (l<Jt Gat..•
em 1'137 (lie. "2). Em COOll'JSh:. a tmuborduuw;âll doe
~mhh erJ otpn;$tit u.iu ~ fonnaln~1Wõl. pot' .u.1
reJc•c;in.> do.s rrinclpios da organiz:3çio ~·e<~mkru.;a.
~omo t.arnb\.'m no nspeeto temático. Isso pc>rque,ll) "'
\ülcrdo tema do totcnusmo, Smith coloca uma d1stún·
c;itt cni.N s1 próprio e o tipo de oonte(!do te<:oolótrt'-ll
que c.anh:teriZa"o'it o construtivu;mo ortodo~o.
No pcriodo oomprcc:ndjdo enlre 8/mJ.burn c lW
uhlmos anos tL. cancira de Smjt1l, as nltsma.s p1'Cocu
p;.lçôc:-s forma is c cslétjcas continuaram a dar fonn ~ \1
.cu lr<~balho. 1·~8 XXIII (1%3), por exemplo, rejl'll.!
da rne:.\lUI forma qualquer relaç5o prtvislvel entre
, .•""'frontal r;,. m ,., e de perfil Cf~ 121 bl Vao,.t.a de fkn..
te. a otua adqUire um caráter de vt"rucalidadc: c pl.an~.t­
ra hlCfáte&.'i scmelbaotcs aodeBiuc.khurn, t'nquanto'"
v•a.1altral m'Cla as relações ex.dntncas de um eqtu-
llbno ~o. em que suas panes estio ddcOftiC'at.
em 111.'111101 de W'll çeocro fu.o.
Do ponto de ,,ista tem::irico. V-8 X.\111 wnhált
tna ad.l.mae o tn~ de Sonth pelo totermvno c
pela proteção do obpo contra sua Vlol~ ou ...-~
(W'I~Ao 1'-.o;o porque a i.magem em J':.B XXIII kw ~lmil
hi'ltbn.t t~ longl c duradoum na obra de Smith t.lulln
10 1 r1aura totêmica. Consiste em uma lm-'8"'11'1 111
form.o~ humana- ou. pelo menos. URl ft:te;mt:uh' tle""'
ll'l'illllada em uma espécie de altar, tendn P.'' t.•kt1u
tnnto fi ncutralid.'ldc de umól oompos1çilo de nulltrç/ 1
mot·ta como a aura de muulação associada"' um uhJl'
10 "ncn fi~ l . Vll>U> de freotc, o empilhamento \'l't lll ai
de umn chapa retangular. a fuoe. an fnrum d~ di m 1111(,
de uma viga dupb-T e a .amp1 C:ll"CUt.. de uma cal-
dtn sugm::m o torso de uma fiaura. a.pouda em um
po<~es~al .., romu<1< .......
Essa int<lgem. de um tono como natuttza-mona
n.io apenas está relacion:I<L1 1 outru$ trabalhos d()é;
anos 60. como Cubn.v XIX. ruas wm~m remonta uo
inicio da dêcad.'l de 40, nns váriM vcuões da Cabeçt'
como "'"" natu,'ézá·mt)rlff <"t 122• c nn CJteHcita Mc·w
torsQ (llg. mt, de 19421• Enquanto mctálora, a ima·
gem do obJeto sacnfic:al atua como a mmgcm totCm1·
ca. no sentido de que 10eu conte\ado diz. respeito a
ntuais primitivos que l''<pr«sam unu v1ol.a~o fisica.
Til como no caso da irna.eem totemica, Smtth utiliza
a~ da vitima SJcri(aJ tanco pua tomar cons-
e~êocia dos desejos II'ICOIUC'tCGict de posse fisi<:3
como para consuuir uN pro1bçio formal c:onua as
PQ6s•b•hd3.dcs de eaJ ato E. cal oomo o tctcm. essa
imagem sacrifica], '"~no• a e~tnléa,ia de proibição
formaL tra pane integrante d.J h<:nan(a arcistica de
Smith, té:ndO despotltldo CX)m() um doll temas predo·
minanlcs d1l escultura ~u rrcoli~lt' Ali. todavia - co-
mo na Mesa c:rinda por Oiocomcui em l932 111g. · ~
ou e.m sua Bolú suspt>nsa, de 1930·3 1ffi9 ••> •a oom-
po~>:içlio figura hum:ma ,. ~J"'"'fmr<U~ t':l'1ll u lili7;u1a
como um estimulo. nAo umn restriçtc), • pos.~. Como
pudemos obsen'llf' antl!riornlCnte, a ob-ra de úiaro--
metti se e.~sa nos próprios tcnnQo) da posse se·
xuaJ - amo um problpmc:nto narnli\'0 daq~
r.....,.. dr .X..jo que 1'8 XYIII..u dc<aminado
• ~jeitar.
O smal taJ,-n até mt<;;mo o ~'10, da mação por
Sm•th de uma lif\1\.agem formal qu-.: atua:;se no senil·
do de frustrar os impuJsos sumah$tõ15 de p<K~ fm u
fató de 3 obra do artiSta, ~m liu.J fa~ niaduro. lCr Sl\11)
COffil>rccndids por l<mlu h~111po C(ltntl um:t cscuhum
puramente absl/ata. Ao longCI do,. nnu-. 50 e (,C), :.~•:til
p1 inci)XIjs obras se afi~u•t•vaun, !'O~ outm<~. nàlHCiln"
11'- ESOJt.,. \!nt!l+ I
196! Np !N)t!G~f tiiJ
14,0 0n Nfl"\o llu ••• +~

1964 ··-c..<ost.,.. ..•


Wi OllfiT4 ~~~~~

!iS.l&r~ r••,
I+

.;o
que af\lrt'n~mcnte f01 causado par
n..,.ilo> do rnndp>O de <boonlmwdade•
.,..la& hi\Unlc entre as dJbm'es
paoOII a 1tuar no Unbllo de qualquc:r
\'JSIU

-=~~ no '!<nlldo dt romp.'1' a coc:riocia


111 tWbdos. de rmpcdir que o obscr•
.ltundiNJt p.tm formar uma imagem
Outllmc mu110 tempo, Cubo$ fot assim
• ultmLl 'tC'ric na quotl Sm•th montou
ntnn~nta~'J u11hzando elcmcni()S de relu·
, , ,J,h'CI por t i.: fobncado,., As superfi.·
1 l't.•nns de:<~8111 ó~>CuhuraS cmtdavam com
1111111'u di: u.nu ro<L1 de carbonntdo c 1rra·
Íll '"'""'"' de dol'l\\çilo ópt1ca, u•n.a impressão
uhn.,..'flln e perdida sob uma chapa delga-
l'l"dmi i>Ohd:.• ()c criticos se viram tenta•
nm3 :uwlfll:-11\ enlrc a!l bupertTcies dos
'I~;;;;~~;,~desprovida de im:.gcns. de Jad:son
.I C'r1hm: VI (f.g 1m não é um traba- 1n ~ lligN. 1!161 NA l.CI 11111
t unltnWI clluamcnle o lema da f•gura ~­ ~ 2!l,.9Utu ltl 0'11 Lf'V_v'· r...IM
.,. h f't!icrn'tll9 Arll. ~-- ~
""'"l,uuli.t.ando o bli.lho da supcrficie pob- f</0 Dewj s.---.
"''"'"' adiCoonal poro_,.;.-""' $C'Ill>do
formal entre oblcn"ador e obje4o. Oa mes-
<..bros .\1X "• ue ~e\~ .chlok:. nesse tra-
:~~~~~=~•~akar
e da mesa~
neutn. de ~a 5U3:S
11W1 f'SCU!tunlS ~ mantêm SIIN os
,coourn>mÍ·•"" ..ftú"'"''· de Smllh. O impocto
• ,.,r, corn1nU3 1 nna;ar n;a c5fcra das unageos
111 lXI'~ vi.CIIenta c a ~'\1 rcpltdio- Em Zig IV
o r\'P,."'ftónO de iC011lctriu.s d."l.S chap;íS cun<lS
dr 1ni..:tõ pareee t'\!)htír a qualquer ínterpret:l-
·• d~ abJtlmç3o puru; cnli'CQnto, vemos
rr.._·,lfter, tatnb~m n(lui, 110 limitado grupo de
\!tu; d\Jrta forma 1\ ac-u trabalho desde a dêc.1-
«J ~C'I-"'C caltO. porém. c~u.rnos d tante de utü
trahot,hn do quaJ o ckmento humano foi banido~ en-

1<. ck1-
cnmnr.n~... em .;,eu lugar. uma esqutmãõc:a referência
a '"" canhjo - -.ma rm.gem que traduzia drretamen-
dali. ...~ação pe.sooJ < politia de s..dt
totn 1 'k'lllmcq
Em /11 JJ • . .. peça$ curvas de aço, que formam
d1fa'mld JWb rubu.J.a.res. projctam-.se de uma plata-
forma u~hnade em fOnn..l de diaman~.susrentada por
urn vc\1....;-u de "IK<t (te aço eolotacb sobre rodas. O
cnri1cr de lrldt\itria dcsS'l moot.agen1.. tnmbém J)rc'scn-
l<e nn Zig.' l'fl c Jl/11 Cl9b.l). 1em sua gênese- nos trn-
baJit~ da clb.:adot de 40. que expressavam. de modo
h.1.,:1an1c direto, o honor de Smllb il guerra. Ent Clõ(UI-
mras como ..C ,;ota,-do tf1t ,. , lt.utorai'Ml de J:lh.Ym.
Pãssaro J•~rü.ni«J c FlUitas""' do guuro (todu dt
1945), Smtl\:a fa1 do c:anhJ.o wn sbnbolo do roc-k-nn
militar e atribui a de o J)."t~l de mutilador.
Ncssa..o; ~\lltUI'III Clltmnhomeote O~S"IV:l" t l l'il
a nos 40, S'llith tr.m~formll o canh?io de ohJCh) em
ator. uma rn(l.quina ck~u.d~• de cnracletls,ica~ animk ·•
pecul ~rcs. ~empre dM:.Ildo-o densa~. Smilh nt~1m .1 1
mmre monta 1 boca do c.anhJo sobre rocb:s. lll3$ por
,,y~, Ih~ da pernoa c pés humanos. Em cada ca$0, a
bol~a 00 conhlo ~ I'Cfllllltlld..1 como um obje10 fàllco, <k
modo qu~" ' 'iOiêncaa publk<~ da b'UCrra é representa-
da t:otlloo um,t rran~~5Jo m.1is prh.'<'tda. o estupro.
F,M" cauMC'I o1ado 'ICXu.ahzOOo '>utgtu pela primcn'3 vez
em umu lléta~ de quin1c medalhões intiMada Me-
du/Jm~ 1/u ~lnoma ( 1 939~40) tr;;,. 12:9). O fu ndidor com
qu~.:m Smhh cmh,tlhuu ucssa. .série presenteara-o <:erln
vez com uma estranha lembrança de seu relacion ~­
mento profissional: uma pequena réplica, em prata.
de um falo alado clássico, um objeto que o arcjsta h·
nha viSto em Pompéia nos anos 20 e que contjnuava a
fascinil lo. Smith ton10u essa forma de ori_gem antiga
4

e fez dela a base de seus canhões.


Umà \'eZ que essas primeiras C$CU!tum s com moti ~
vos de canhões são um retrocesso ã tradição natuT'3lis-
ta, oirO«nhsta, da cstntuária modelada em mi.n.iatura.
é pequt.no seu interesse fOrmal para nós. Sua impor-
tãnci~. antes, é de ordem lem.ática, dado que oos per 4

mitem vislumbrar as fontes do interesse de Smitb pela


questão da violência. O testemunho dos cadernos de
aootaçõcs pessoais e esb~os de Smitb (lig. 1)0) sugere
que ele se identificava fortemente com ess.'l imagem
da má.SCI.I)inidade voluntariosa c violenta, que est;.l
objetivava o que mais o aterroriza"\"! em seu próprio
mundo de fantasia e em s.ua relaçâo oom os demais
seres humanos, Encontmmos. portanto, nessa imagem
cstrnnhamente compósita. wn dedo apontado para
fota, pai'~ a sociedade, bem como utna adntissilo de
culpa pessoal voltada para dentro. O que equivale a
di7..cc que o <:anhão foi conv-ertido em ator no palco da
viol~nc i :~ públic2, ~ o me;:mo teMpo que~ a<'4.'ito pm
Smilh como uma representação de seus próprios im·
pulsos. destrutivos. Smilh identificava essa destrulivi-
dadc a«': mesmo na aparente neutralidade da cscolh.a,
p0r ele, de seu meio de cxpre!>são: '·Possivelrnctlte "
grande b<:le.za do aço"~ escreveu, "$C deva a todo o mo-
vimento associado a ele. à sua foi'Ç<l e Jl.mçõcs (...) 1(,.
d:wia. ele é lalnbém violento: o estuprador. o ;J.Ss::IS..-<;i ·
no e os gigantes que negociam a morte são também
seus fmto.5 .....
Sentimos.. de alguma forma. que foi essa idcntifi·
cação pessooJ com a brutalidade que conferiu à ob•tl
madura de Smith SUá força expressiva ma1s p rolltndoL
Seu desenvolvimento de um.'l lingu;.lgem fOrmal ap:t·
UI~ C.t 1<\,
DIU!tA~.. ..tJIIto
--~r.·
l4U<a •1'\\


Ul rQ.tt.)lt
<1- --~ ...
o-..... '"··
c~,_.....,
AWIC:mcnte tem r"'r obJetiVO n:jl:itar c derrotar. no
IIW\C'I ntrutu~ mab. bâsico. a polh:ic:a cR ~ re$UI-
tWliC de seu próprio ciclo l)tiõ'IOO I de desejo~ rrmor·
so. Os comandos Cricos e formnis que sua obm busca
codil 1c-nr esrJo. por1anto. inccr.rdacioRJ<bii~ a eficl1J.
cia deles c::omo nrulh lm depe-nde de: sua rnaauac;io
simuhãnea Cf~;~~ m• e U1tt. No tnicio doi ano~t SO, o
J\!ahsmo oompiu '3IÍ\O desses 1mmeiros tmbnlhos com
o c11nhllolfaJo ~ ab$0rvido na eomrrKk.iio cunu•terisri
ca c.la!i peças mcciniças que formam as fiiPJras do
Tmd.Jou.,.
Conforme apontei. e na rrloriio entre Jl auHa.xe dtS·
juutiva dessa composição c o materia l temático que
r't~idc u origmalidade de Smith - e o que o coloca a
parte de seu' contrmpor&xlol: runericat'IOIIo Poas ~
DCMa ~!ação que ck COõStgUe quali(JCar o sasn•ra.
do que as imagena como o cotem ou o obJCio Sllcrifi-
cal tem em sua obm.
Na~ mb de Lrpton, Fcrbc:r c Harc. tcrn~ muito
semelhantes foram elaborados rm forma dt csculn n.
.,.. ele ,.. modo oinda dqJenclen•• das r~ estên-
caa qht moldarmn a formuh•çRo surreahlifl ongjnal
por ))IU'Ic deles. Zeus surr (J(.'/(Jillll 11. criado por Ferbc•·
em 1947 éflg. u~. nlo apeniU pede. por 100.--nn&:ho de
~~~para .... ~.,Ju uu QJIIIIC::UO dO OX)-
vunc:ncO europeu. comG também abSOn·e a linguagem
f<'rm~l de cdttda c contenção qui! carac•crizu a cscul-
1uta de Giaoomrtti dos aoos 30. Com sua protraída
c5{)(nha dorsal tan:undada pcLb fortl'.IIM obcm:s,. di.
c:arnc wper11CLII, k'mdhantc:s a \oageGS• ./..nl'~ pa:reoc:
uma \-êrsiio da MrJ/her oom a gtugan ta Nmnda, de
<Ji,1 ~;omcui (fi~J-11), erguida do c.h:lo para se •ornar vc:T-
ucttl Ao longo dcH. anos 50. Kbcr trabalh'l)l.l t:om um
f<WP\.I kl de es..:ukur.t que consi \te em coutineme abcr.
10. CO!n as tua~ m~:liJicas rtlorerdas que formam seu
intcrrttt col~dllO: explicitameme em lcnsdo oonll'a a
ronnllt.;\lerna do \'Oiume que 11 Clrcunda. A medida
!fie as tiras mec'-litb mtcmu 1c: 110rnam fWO:$te\."n a·
mente ftcxhet$. SUl IClturl. ~UI\ita~Ja pela. aplicaç."'k•
de ~ntos de nkp.acl c chumbo lisos ~ a
evocar tiras de ctme. O e'lpn:~ionismo apnsionadv
que se debate em Ci1hgmfiu t•njllulm/o com penca n.•
1 e trabalhos si mllare~ do mlcio dos anos 60 revi..·em
o drama sunealista dn posse. O eontcúdo de Fabcre ••
linguagem tbrmnl que utilila f)ara expres.'iá·lo '>âo
pen:epdveL'> rw Ql:)ra Oc 11.1rc c Lltnoo lgual.Juerue.
Ollma-.dtH'Spí'ru, de fiare (194-4), concebe o corpo
humano prcc-isamcrue n011 tennos da .sinistra oc:rcn
que se \"Íu nos obJd<M fcdchmas de M•&riue. Dali e
Giacomeui e o mesmo 1e apbca a O "UVJJ(), de Liplon
(1951).
Em O 11141JJO ~'-"'a fl.1ur.a tolêmica ~ CODStnÚ·
da mediaa•e o agrup1mento "~acal de formas seme--
lhantes a "~ge11\., ~~delas rftkh~ para m.-clar
uma coluna 1.ntcnnr qltf percorre: o wu centro. O cOn·
j'mlo da figura é emtxunh.1do por d01s '>emicihndr...,...
que pore«m oomprimir ou conter a figura e que tra-
zem á lcmbranç.n 11 imau.c:m su•n;;Jiista da jauJa. En-
conu•tunos tambén1 n11 obm, t>Orém. um diálogo cmrc
o contidQc o rcvclndo, t, nc~"' to.(:tltido. O mmJto che~
j,;l\ qualle a con"tiiuir umA rcd"bo•·~o 410\eJ i...:au" \1.1
1olémica Figuro,t."Ti..tda em 1925 por Upchit7 lfog• 11'-
• t t"'l. poiS tem a dcsemba 1açada eo~nbinaçâo das ima-
gens surreahstH com • um..1coc~.a coostnlli._.isca em
que ê possi"el «1m~ o auclco rndado COI'IliO o
gaador da forma e,1ema d.l ohra.
Essa fusão et"lb'e C<'RMI'UII" I"'TTI e surrea.h~ pro-
duziu. DO u-abalbo dt LJ)..-.11\\ c llppold obJCI(l'. tfUC
tmçam uma aoaJogia emrt u l«nulúgK..-o e o mav•~''
m. gtumetrltLS que 'ie imlduun de um n(ICico ou ~.:cuau
são fçitas de <lra111e L1ppold l[lrandtJ no nr um cntu:
Lac;amcnto membro no~ e 11 iduuctlS•oual J~ funmt\, -c
Ul$.);ólw forjando volmnc11 a p.:u'1 i r d-e gralk~ cmn.-.;.·•1•
zaW e nde11sadas com lig.amcntos so1d.l.dos. Os dois:
bomcftll têm em comum um faschtio pelo cosmos
(o
Sol, de lippold. e a Via Láctea, de LaN w), ao H
Jc:s-
mo tempo como uma pr~seoça lnansparente c como
um mnténo DlcH'ktOftllizá:,"CI.

Smith baviu b~dO fontes de signi r.cado na con 4

diçio formal da disjunçic). hra M f!V":I•1~ amw



eanos Cfile segutam o ~~CU exemplo, no inicio dos anas
60. u idéia de disJunçllo tomou-se um poderoso íns-
trumtnto gcrador4 Tal como Sm1th. tmdJam a lnltl t
estuh\lra c:omo un\ \Olume irrac•onal: um eonjwno dea
elementos penféncos privados da lógica de um núcle
o
coo'Jirutivista Ch~ fQ,() Se.n::o Eul')'dicr. criado por
Matk di Su\"'Cf'O em 1959 tfõs, tU.. por exemplo. t um
aglo mtmdo do madcu'tiS peS~cl:l~ inclinadns paru fOra
ao k.Ja&<> de 11ft eit.os drvergc:n1.e'- de modo a se ele--
\11re m bem aama d3 c:abc ça do observa&>
r TJ\.~ di
Suvero enf.1t1Zil.do as bllSCS geométricas de sua c&lm-
tura &ua fonna de pi.ri\mide invm ida -. ('llt Farô
t~
ria MSumido a ~lidade de modtlo de Ul"fta ldêta
de
volume que condicionn a anc: construtiw ;ut A dimen-
são ptnjculár do tr;~,bálho e seus m:ueriouJ espeeUieo!~i
1en1 m sado ab5orvidot pdo fiandamenlO racio
nal do
q_ual tlt se afi.surana rao-somcntt <:orno uma dcmr
váriiL.'I possh'Ci'l e-<preiS!Jes. Thl como é, no entanto. o
e
oenttO de CM Faró JW'ttt mmos um po~~.to de
cone-
xão cture seus 1~s brnQos do que uma bancira ou rup-
tur'.t vi'iuaJ. de 1101tC que <:ada wna da" part d pareo
e dcs-
vlft.:ulad.t c caindo pallllong.e da-i ClUU'a1o Somos ror 4

çadoo. a expcnmcntar, ponanto, o peM> e "ditnenlll


lo
reaU dns madeiras e o e<1ráter precário de ~ua relaçlo.
Como d1 Suvcro, David von Sé:hlqc11stgwu t.Slot
rumo da arte de Smtth que oonduz. ao gesto expte~~i·
vo (II!J tl6), Contudo, outros escultores l"(spondcr.'lm
m:u' à posstbthdadc - umb ém prtftgJJnda em SmJt
b

lU Mrt6 ~'-'' 11 l Clw


lóliOSt'ou.t Í<.oeylfo-~ l'NJ M•ft'fl
11 10!1'0, 21J (JI\l 114 "" ~ ~ 1' "'
~111 Colc.otlO\ li""" '11~- lln(U
JC.Idollffi lkl'l.lh~t~h
-de wna reku;lo cambiante e ilusónJ entre a 'urcrt i-
cie de um \•ohmle e o seu <:entro. ll..:verly Pertx: L pv•
tump lo. escte\-e: ..Os tubalb Qs de aço moxidaH·I po-
lido fCJlOS por mun no final &:>:, anos 60 atu'l~lram
c:Xiie hpo de du~ l ismo funlliln•ent;~lmenté pelo a.ca~­
menlo espelhado de: sua) ~upcrficies. Tais supe~llctcs
aw;n-am no sentido de m f•tizar a dtmidade e o peso
tt:aíj \lo aço, ao mesmo tempo que: penn inm que o
cerne li!iico d!l <:seultum se esconde~ atrãs oc um:'
nu,·em de full\3Ça de rtllt.~ôcs. Sob dclcrminadas cc:m-
<hçélcs de 1w< • • pomr de de«nn inodo s âoguiO<. essa
reflet•-.·•dade abson-c o arnbte:otc em que se en~omra
a eiiCuhura (... ) o que lev:• o trabalho pratic~uncutc a
desaparecer; de modo que tudo QLWtto se mantém
...lshel c a trama criada pda ma c:spo."UJJ do e.vnaflt!
aZ\1Indo a ind1cnr as fa<:êl internas da& form:.u V•Sltb
de nutros âna,ukJb. as SUJ)el ficieS rcnelc m -SC Un\II.J nas
Ot.C.Ib. k'\<mdo ao apar«~nto de ~ que
. . faam pane do fonn.1to rutoo do trabalho ..... 1\:Jr
con"t gujnte. o imporlante tm um:l c:K.Uhum corno
lt--nr:la BIU liio m>. ck 1968. não ~ sua sc=leçl'io do
matr:nala pan•r do ~«abulano de uma al'3n( ada Ice·
naloc1a 00 metal, m3S:. hnguagem formal a que c~
\'OCabulário foi lc1to para ~oCrvu.
Bmn00 tJ\..-IIMlodo tfi9 ueo. criado por Joltn C'ham-
boial ll em 1962. aia \UTl aot~lido de ~'Obne imcto
oal
nlo pt lo conéU110 de urna "'flc:"<.ão dc:~or icntad om. ma-.
e'IJ'IIlndindo superflciesde 1tQ0 am.illt..."lldas até fornmrcm
cmpaça.s md:uneoskloaa maciças. O ftiO e\'*r ·tc de
a b;ult ura stt oca pan1 e que não '.:m:oos !>la ...._!p.'f-
llcie lnateri.,) como a m.anifl.'!stação externa de um :m:n·
bouQO ou núcleo intem()JI Oonakl Judd descl\~\·eu t:liSC
dolO romo -aJ.ao relacionado ao voh.mc cp- ~'1."-'de a
estruturo (... ) A estruru.ra cnmó qu~ IIC 1110'.-\!' nu..ll-,.;.1
mente tX>r esse w,n..uu)e espaço·•. A OM."Inplo da~ U~<~lk •
ras de: da SU\oero, ponaoto, ~' c;upc'rRnc' rnc=UI~ .l; ,., ,
pedac;•t:t\ dt Ownbetlaln oJo são oferecidas com um
pnncip.o ~I comrrutn'O. ~Jo são dotadas da jus-.
ttratn-a eu...-r:a dt um obpo IOm3do IUcido por in·
- doo ~ ona!Jti<os vlsubs.
Ê esse manrfC!-10 dbprc::co pela an3hsc o ekl muc-
a escu111it8 de C'hambcr11m e • de Smith. mas Hrulh"'
av~lruiDÓ() tem outras qt•ahdadeJ que disnn~t.k.'1n t•
Lrabalbo dos dois IU'Li!illlll A im1'West..liO que se 1c 111 d1'
obrn como um volunt( n\lltlço e qu:.'ISC nilO·Ilrti, ul;l\l.c•
alinha-a com a sensibilltll:ule tiUC ~
tclrllà\'il m:u11 t'
mais a~rcntc no inicio dos ml(lo..>. 60. "~:-i.-n ,,o., 1•111•
I
I
13? ACfoot.\PII,,,.
AIM~'OS, 1966 I•• <I
ll)(fl'lo 2l6.:HII< I
lhcNn1Ft9m (, •~<~ N
*-'lu~~l.-•·""'

__
140, • 14)) llm!'""l
i'WI!l' <f ~11'0 I• '

,
19GO o\ÇO" I'Wú •
ln.S ll'l'loa,t
Wller): ~ 11:11
doo Unidos como na la; gb
urr
lhos de Philip KiJtS. por exe a Os pri~iros tra ba -
mplo. tam~m pessucm
essa qualicbóe de: um \o'Oium
e totahzado. uniillrio, que
dispensa um arcabouço intern
çio a roneentrar.sc na cla
o. obritPndo IOda a aw:n-
bomçik'l de sua $Uperflcie <f"9
uou O tipO de 6CUhun que .
: Cbambertain c K.tng es14•
vam criando dnha ·lle introd
u.tido. po rta nto , oo ter r.. _
rio Ollêlico que: pasMa • ser
oo.nhcc:iOO ma~ Ulrtle como
art e minunallita. Se Jud
d. um do s princ;,.lfl..,.,..tic•"-
,es ç o vvt uH'02 do mmirnaJi
smo-. dcmousuoo interes-
se pela ob tl de Cbambertain
foi pc:>lqUe ''~U nel~ a pos..
siblltdadc de um toWJ realmh
.1.mCnlQ da Jritica c:scultv--
r:\ l ~ RIOr'gantlal;lo vtrta
a ter
a escala, u coloeaçio e os ma profundos tfett()S 501Jre
tenais da esatltur1. bem
como sobre Oli proecdimco
iO.'i do sua t l!lbornç®. Mais
importarde. V1ria a mo dirtc~
r noo;sos ~to~;
ao siQ.mficado de wna Cieultt.n. quanto
COI'lbldo. an tes de da,...
c:uttr os tcnno s dessa mudança, 6 ncccs..~n
o cxruninar-
mais um exemplo da. perm
m< li
Smith na ~1da de 60 anente 1nfluência de

No fin.aJ \lo outooo de 1959


. Oavad Smith eon~
ceu um jm'C'Jll ~ullor brl
lú.nico cuja obra PQteti.a
e"<isllr, n1 superftcie. c:m
uM espaço e!)tétioo
tfrçt;~nto do .seu. Au
lhuny Caro lOMI W&Sienle ck muito
~ioore c. no periodo Hcl'l')
entre meado.4l e o fin;d d:1déc
de .lO, trabalb:ata a<gun.Jo. t~da
lraW<Io de Moon: figura -
tiVa do bronze 1\aJ)(hdo. To
duvia. apesar cL'l di.stâoc:iol
técnica de Ca ro co m rtl aç
lo
e$CUhu.-a de metal ~l<bdo à smtaxe estmtt~ml da
de Smitb., c:om sua con~
tru ç!o fra.gmcntadA c sua
rcuntOO de clemcnto'l e lor
nlii.'S dispa.rts. Caro pateca -
a pre pa rad o para çaprar a
rropncdude fundamenlnl
do trabalho de Sm ith - wa
t:s tnf q;i a forma1 de
desconnnuidadc. Qtumdo
voho u â lnglalerru. na prima Caro
Vera dC" 1960. co me ço u a
fv.c1 O:Jll!ru~-ntlas oom sol
dngem. centnndo ab,orvc-ro
c:osi::taameoto formal que o tnbalho de Smich lbe tran!o'-
nutira.
Sua pri:rnein escultlft coi'IJtnlída, embora wn taft..
to rudimentar, é IUI'pf'Ccndeotemcntc direta em seu
modo de captar ô'l ~stnc in forma 1da arte de Smitb. In.
titu1ad3 Jlinte e quatro ltort.li. é uma oomposiçOO de
plano$ seométrioos tumplc• recortados em cb.apas de
aço c ag.rupados de m1anc:ira a formar uma imagem
I
li umtãna, agressivamente fronlal.
c.ar.ltcr 11Unullinco de uma fon que ~onfero á obm o
e
um .stgno m1.11erml . Tal como na prexnça fbi ca e de
obra de Smilh.. n s.im-
pli~id;adt: c a apa rtm e
fu:1dtz db rda çõc s ent re os
ci('IUC:IIIOS dll tscUJiura quando
Vl4ta dC f.n::nle C1i9- I~
q: JtlOI.bflcam qua ndo
Obscr.-ada 1aten1mcnle tr'll 1«t
Q.; pfm)t)s se áfàswm ang i),
ulannenrt um do outro, abr il). .
do a 'magem abmata e cocnpacu
f11mwJ de modo a mclu•r r.. tias form11da pela \'1sta
c.lo esp;.ço.
t\iJII'erllcmf'!nl'". 2 wlo c.d
Q& c a da" '-n nlf tl(a o com
que ("uro apreendeu o 'lignjfic.a
do fonnlll da escultura
de Sm ítb dq'x:oderam d.1 pró
pria ~pcriênc • a do pri-
meiro com a de~condnuidadê.
que- vm.h.a procurando
f:'(preoilo&f com me~os
pli suc os mais rradicionaill.
Cl'itioo Mkh!Lel Fried apontou O
o fato ôe que IS pn me i-
"'"" figurao; de Ça:ro CO.IJvam cm
;ar un1.1experiê:ncta do corpo napc:nbndlt$ em C'\JJre.s-
cutar obriga as panes ..eparndasaq!W uma açi o t-r ti-
strcm peroeb idll~; de
formn dcsi.@.ual (fiG. 1.41)- ··f m H()
ll/tf7ft ttl"
altJo a cam
.t·
10. por exemplo, a dc'~PI'OIXlr~o entre n <:Obeç•• pe-
qO<Da • OS br.IÇOO p< >d x pm
cl<itabelcccr uma equi\'ulém:i.• oorcnd c, .O qu< po r= ,
n a concent•'a(ao da
f11U(a. em uma açi o na qual
O> ~"" fazem 1odo o
crabalho e a cab~ça c~lá ger
a lmente otr apa lha nd o:'
(m oolras palr.TaS, Caro
l'tf'l'eSC'nta\'a a forma hnma.
n.:~ n.i.v tio mOdo como
esta H Qpr\:st-nta..·a no e.'t.W:rior.
C\.JCn <>UitS propor._;
~ lixada!> ~e'lwamenle,
modo como se :J('II//u por den mJ S do
tro. com SW II rel;açôcs
roodx10Dilda:lo subje1wamen1e
. Tà1 st'ntido subJetivo
flC'dcria ser compurado à cxpc:ri
ência que x tem CQ m
um me mbro nu~ch~do que rouba
nossa atençlio. f:.ltcndo oom J)()r CO«nJlleto
qUe: o resao do corpo
p.lf"CÇI des aj» rec cr n11 tt)o nni
dad e da do r que oblite-
ru toda.i! :u dem;~.i~ seniô\ÇÕel.
7'\a.• escuhumll que se ~cgw mr
n n Vint(' e q11u1rv
/rmus. Caro c-omtÇOU a dc
~tr árn s ('m ~ sua
..~.·n ...,h•hdad\1 diYergta d.tt de Sm
ith. Começou a percc-
bcr. poc <>m>plo. que noq- a anr ele Smidl «~:~·
bclccia ou m:w~tmtsa uma daiciotia irnpo5ta co~ obs.:r •
\'adore escultura. urru. dulllnc-ia c:uj.a essincia ~~~·
dia d3 rtlaçilo di~o>isadn entre a csçultura e a fonna hu
mana (sendo á ~uln1t1L cxpcnmcntacb como urn..• ~,..
péctc de substituto do eorpo humano), sua percepç:k•
pesso;;"~l não cxig•tt essa mesma presença torémicn. A
deS(()tltinuidadc que CI\I'C' nlmcjava projetar em m(liS
rclacionacta a seu prOI)I IOcorp() recapituJmK1o o lipv
de cx.pcriênci.a subjeti\'A da desigualdade entre IL~ p-.r·
ces do corpo exprew nos broMCS que criara no rn.o;~
sado.ISto é, em vu de reconhecer uma distãocia entre
eu e osdem.ais. adtstlnc:ia proJNda era entrediferetl·
1es a.~ dt um nte'l>mo cu ~bronzes eta.boradc.l:lo
oo passado apontavam o modo como o çorpo do •nd•·
' idoo. eraegue a su;a., dafefQII.a ,-ues ou sentimentf•
tsabdos. cria W1U IMI&m' que custe de CMO modo .I
parte do fato fuico ~ tólido (~'..c mesmo corpo...1\,r
exemplo... cxplic~.tu Caro. '\tuando estamos dcitad~.
sentint<HlOS ~dM; nob(l peso nos faz sentir :ach:l-
tndo$ e pressionado<~ !Klfll bluxo.'' Em wn njvel abs-
trato, L'>liO se 1oma umn QlM.'111i\<) de c~pressar a desun•·
da<lc entre 1t iiTUI~>em \'ivii.W c seu suporte factual ou Ji.
letaL. e fOi ~se nivd llblltrliiO que Caro posoou a atu:lf.
Um amanhlT(1" (flti1.U •I 6 uma escultura monum....,..
taJ (com ITI3lli de 6 m dt t".:IC~No eptre frente e fundc.1).
criada por C.aro em I %2. Com bi'.s o.oe('ÕeS. IOdc.'r-. c•
elemen1os do trabalho~ t\~ mmo ~
ans f.ISieas. SUas ' .,._ c-.c:;u t caMieQs são d;..p.~
tas a 1Dia\2b ~k ~ao longo de- um
elemento boozonlaJ com 6 mdt lar~ur1. su:stmLu.k1 p."
eles mais ou m.:r~ IX'tfiO IL.<~ pernas de uma me:s1 'llf""
tam seu tampo. E:SSil aNIQ&.Ia com uma ~TH:Sa e . . u~\."''
d.1 também pelas d~i grundc11 chapa.:; de ;t~.'() q~•"' ltll'
mamo princlp;í!l plano heon tOtll<tl, t:u11bê:m stL-..h:nl.uli•'
pelas est.~as \'fftientot c 'CJ'lKt..:tntlo a ocrc:• lk= c,<l t'm
acuua do ehào. As OOfte"(~"" ClllfCtudns c1s dcmc••••~ •I•·
-
- -
-
..,.., do nbiolbo ~..,....,.de lloaú<U> l.fh ~ 1.0.
--~ 116.!
,_. '--

q11e - - pon oossa ~ia dl aeulun ~ CQ. la 0111 I 6l't


~ l:I.Gol.., ~
Çfll'n o um objeto racional c fi51co. Cem~~ ~u.
d;a c:~niiWU, adqwrimos wn fortt: 5efi1Kio do <!UI! wgn...
l•..:o l'an.l um objetO c.:onsliruído de partes d•'ICI'd3!11Uin.
tt•• IUII.l \'l'fttl-;~hdaóe- colocar-se c:m pé. l•.ll.)l(lf}IO d~
te cll• nt.s ~L.'• o.s1stema do tipo viga e oolun:1, <:omum (I
mui\\1 ll.•rh: lk: uosso ombiente: COOSin 1ldo.
Ccmo mtotiOnta. pcnm. ta m elemeot~ nn
v• amalf.Mct'r que ,Ao ~uptrtluos i suaestrulw~
enquantO ob,jc=oo fbiCO 0 J)C'II'J'ICIIO é Ulll3 grande ch.t-
pa '-'tltic:a.l em canu de du:ts "'pernas- numa das e'l.ln=·
mtdades do tratxllbo, como um velame fi.1o. O segun
do C uma viga el~õlda, pan.-.;cndo um mastro. qui!
corta o suporte \'crtu:ul na ~.\lrcmidJdc <>!>Os.la li••
escultura. E o ccroci1'0 ~ um pllr de tubos finos dohm-
doll que se projo1om nll mollldc: do '' plano <W mesa'\
num ineWo apro:Wnado de 4~. Ê a~ ~ trts
clcrac:~ nio-estnmni.s Qtr Caro abotd.a 1 qucsrão
tLt ~•cal Idade - porém de um modo mu1CO divnso
l.b n:aiKUde das \'igas e colun:15
O ripo dto: \MJCahdadc 1 que me refw- c que
diftre muito cbquele obhdo com sa'ikln.ib de pews c
sustcataÇÕe$ fJs~ - i a \ert1caiKbde da pin1ura
Pois o que ob)tr\·arnot em um1 pintura ê um Sistema
de expressão gnifica, SC&Undo o qual todos os elemen-
tos do espaço real, incluíndo os bom.ontaa., silo con-
vertJdos em formas SU'~ICntlldas pela superfldc vmi-
cal da cela. f:m umn píncum. todas as dimensões dn
,.~ l'f'..:ll rlevcm ~ reduJ..idas a um 11lano ach.a1ado
c vcrocal; e tm Um tulllmhetcr, Caro contrót wn mo-
delo dessa experiência de um mundo comprimido na
\'erticalidade da pinruta. Se o o~n--ador se colocar
em uma das extrttmdldct do trabalho. de modo que o
plaftosemd.hanle ao wbnw CUbt.ltua o ek:men10 mats
afasoaclo. .,,..."""'""-de raoo. o cspoço oaipOdo pe-
b. obra oomo enormemcn•t: red&Wdo ou oc:.1múdo t.-.,.
1.&2 ... A superfície ma1, ao fundo $C assemelbarã oo
plano de um quadro. contra o qual a hnba horiz<Jntll c
os tubos delgados proJctllldof ~~~:tomam importantes e&e-.
mentos li.nea.rd.
Existem, portanto, dua11 manctras de nos reklc;to-
narmos a u,, (Utlflnhf'N•J', A J)rimcira é experimemar
o trabalho como umu comuruc!lo llsica. e qualquer
posição que tomrtrml.h em rch!Ç.ào a ele, salvo aquela
descrita ill.:itu•• IK:•uuli&~ ,..~~.,, ç)(pcriê:ncia. A &e&\ll'U.'n
alternativa surge q~J~ndo nu11 \.'U1ocamos di.tecamellt\'
defrootc ="D tmbalho e, ~q fonna.. o e'q)enment.a-
100! p~. A fl(".anha dr l.ilft allfQRÁ«'~ rt·
suJe não apenas no falo de oferecer ~"35 duas pô!-,1.
biltdades,. como wnbfm de mor.uar que são mu:hJ.l
meore iocompaú,~. Da "'i..tenl''. o obstrt-ador olh.\
JXU'8 a cORSUl.do de modo liCmt:iloUe ao que olharia r-•
m uma mC$a ou qUíllqucr rcça de mobiliimo. Ele ~"'-"
cebe a obr.t em termos~ m:LSII3. porqu~ esta OCl•P·• o
mesmo espaço que ele e e'\Ui cltuamcnte relat:itlll.lll.l
~ um fundo que é (I IUCilmó \jUC o dele. Dl "frente'",
essa orient:nçiio vo.lt:ula paro 11111 fiukllt hue'i.roru:t1v..· IH\ I
d•rK"a por completo. O tnbatbo se tama uma cc:wnpc..
IICio><na~e.,.. .. ..,...,.,._deWacle.,..oeupa.
do pelo obscrvadoc Eu&ameole como cxU1e um abis-
mo cntn: o espaço do observador c o C5P3(0 dt uma
p~nmra uma quebra cntn:: o fundo do obKrVIIdor,
que ele enxergá ao ba•xaros olhos em di~çlo nos pés..
e o inlc1o clcJ ftmdo do espa~o do qu:.dro, que ele so-
mente pode en:tergar erguendo a cabeç-..'1 , também o
CSIIaQO oictól'izado de Um (.lnUIIIhecc:r 6 oercchidn n:'ln 144. A(IIAA (41« fi•
apc.•uu1 como MJ>lainado. mas oomn irrc:vog•welmcnLe -III('Nio.. 1966 /lq• ·~·
afllSu~do. Os elementos tubularcs delgado11 torn•m-c 11S,S(mot1?$.l <lltol
oç princitJais fa.tores visuais nessa pttipC'Cir.'a do ln· C.oi>(Jo. ~ """'~
f()IO~( .....
OOlho. em parte porque sua eonfi_gur.çlo em forma de lU.~• .. .

leque f'll"<l« _.,.essa .......,..iç;lo de honzoo. I M6 Jtt» pout.oj


CJhli).}(JII ~
til) mJ \~ • que: me referi en1enonnenrc ClOfllO ~ "-''l ,... ft
o rato da Cnaçâo pk:cócica
E... ....., IJJIW da peça é uma <Cil6<QGfncu lclw·
« do ~l&nlficado da obra. que está. cone:atnado em
um Wfllldo da incomp;ttibilidadc múnu das duas con·
du:&~ de um objeto escultural construfdo sao impb-
CII que a Or&anizaçào é -agom .. incompalivel oom a
oxperiCncia de uma mZ~ssa HsicatridimenlltOfllll. Digo
''fiJ:OI'il", porque paro ootras fõnna$ do c~ultura Ull
incompnllbilidade nOO se aplica. Nos relevO$ eluaUu.-
do•, por c~mpl o. aa duat~ cxpc.-fel.._id~ ~v" l'lu•~
uma di outra, As formas r.ba:. orgamtadas sobre a
'uperfle~ de uma pedr.t são dotadas de un1 ..corpo"'.
ou ma~. corno tl:pressôes da ma.tri2 fisK"a. dtnaa, da
qual .lo rwtialmc:n1e despendidas Como Cfle~e
Adn:a.n Sdct C1D 71te Stonn ofRilff.út' "'Uma forma
cnqlhada, por na.ai.s abstntra que sej3., f: -,.i,u. como
prrt~ntcntc em ~nela a uma !I'UhsLintla particular
(.. ) uma f•gurn cnt:llbada na pedra scri uma cnl.alb..
duna de qaa:•lldade quando thrermos n impmJsilo de
que nl\n u riguru. n1.1:s a pedra, por meio d:a figura.
gunhm1 vl(l.ll," A C.1C~riência lisica do m ~ucnnl e a
mlcliftClndu cxprcw oo de.o;enho ou nta compO..'ilçlo
consruuem. po", upcctos da mesma -.ist.a d3. obrs.
C'oo1udo, r~~ ch:110 do relevo entalhado depende d:s
1\."'1)1'\:~ntaçllo e d.1 •lu'lâo, c Clm amanlu!«l' põe por
te• 1-a e:-... . e lillO de:: 1lus:lo. O eixo ao longo do qual nos
relacionamos com o trabolho enquanto objeto fisico
sofr.:: unw. rocoçao de 9011 em d1rcçõo oo eixo que esta-
belecê '\CU \IQ.n!lit<~do como im:tgem. A mudanç.1 de
hnfllnnllll l'nrn vcnlcal (: c:c.prtss:t oomo uma mudan·
~·· nu cm•<hçilo, uu rn• \!Xistenc.:ia.
O uso da cor por C'nro nc~ uabalho 1u:cnh1' "
sen~aç-iio de separacão cnm,) seus dois tnockm de t.:ll.l~
tir )X'IfiL o observador. A \'ibrantc tinta vcnnl.llh.l que
oobre sua superlic11: reforço a coerência m:uc:rml do&
e~o~.ultura "i.sta como objelo fisico~ a cor umfic.:J o.,
ckmcntoS algo clí..,.- do onbalbo, dccluond<> .c
~ todos ek:s ~ da rDe"\m3. {"(N$0. Ao ~
tempo. porém. a cor atende ao aspecto do rrabalhô "tk!
túnc•ona como lnUtaern r .... • 'lli$&4 çompnmtda . rK'·
tón<:a. do 1rabalho, a cor ofcm::e um tipo de coe~n~.:t:l
diferente daquele que 011 ObJclos fisicos. intOift'll\, cêm
stmplcsmente. 1'rata-~ d.1 coerência da irnavem t.:on·
figuroti\'8, em que difc~lCS elementos sio J U '~lllflo!l·
101 ou interligados wbre uma superficie plana • ftm
d< procluzJrem um .,,.,r.c:odo.
Uma das últmtb etnlturu de Quo C'tl\ que c,....,..
li$() da cor se ~tm dOtll mais di~ l Rf'Pm'"'
lcrmclhQ, de 1966Cfl0 t<M), em que: o fulgor da suncr-
fic•c pintada alia-se a umn estrutura de pen;pc~.:.h\'a
imcrtJ<l:l que serve ,,..," c~wbelecer um c1o cnux: u
ll(ftlldo imagético do trabalho e seus cOlnpontnh!"
COilÇfctoS.
l\o f mal dos anos 60. C.uo forçou cada ,'(;J ....
rad.Katmc.u: o su~IO ma1l'rial de '"iCU tnNII"' a
i'W.mlt u nu. es~c1e tk pu;tóf'ia1i<i:mo. tm t 01. ft, de
1966 (nt- ,.~.por e,emplo. uma haste long;~ ~ l•l:clr.l-
mc:nte recurva a interli~r ~dois plano) ">t:('l"rMio., d\t
trabalho fUllCJOna expli<:ltOmcntc como uma li1lh11 ln.l
çada. t'IO passo que Oil retAngulos em tela~ •ncl('h"""
q~ prteOC"bcm as dl,l.l.l. metades planas a.... um '"' .1
quabdadede hac:huw ou unbfeados.. l>U!lCI1t--"t ltJ.,;
'lot>livc:lmeote • prttenç'l ck 11m3 ~u~ r~<~~ctel
mn,_i,.el à qua1 poderio aderire lembr.tndn uru fl"'':Uf
:tQ )Imitar adotado por P1c:asso em sua nllhlt\u, ,
1-'ioiiM, de 1914 •'19· m
f!...ssa eli..igência de un1 plano bidimcnstt•n id l'lll tJU\'
lllfnagcm da eçcullur;'l rudes~ cslaln lll.tr- '~l ltllt' •
• Kr atcndKI."l de um.1 forma progrns~·ummte mak-
rial nmõ CSCUfl\11'35 de lllC5a cn3dtts por C~1 t0 a partir de
1967. Ú$ clcmcncos eurvQS do tmbalho silo construi-
do~> no tampo de umn mesa cr.,_ 1461, de modo li a;e p~
kmgarem para além de sua borda e se derramarem até
um ponto infenor, como o;c fossem arpn•zac.los em
turno de :algo como um:a luW. de horizonte. F'm OW'as
p;.l.n.rns. a borda cb mesa C$tabeiecc um aspecto ngi-
damcntc frontal dcnno do quaJ a •mabonn ~ Otl!lõ'lnim-
d .. t", um:. \'C7. f'llte ~,, frontohd:ldc contém c:m SI um
ponao medjo lltorizor'IIIJ, ttll 6 lembnoça I CUI11J'liSI•
(lo c5p«iftea de paJS3.1trb ou de nati.JreZ:b·mt•rt.a'
n:a, pmturas Ne:s~ tipo de plctorb.listno. o "int.:uiH
oom o espaco ocupado pelo corpo do obscrvttdf>r, c u
t cn~1o dai rt~ultatue oomec;um a desaparec-er dos tru
001~, E com o recuo desu tens.1o, os elementos cur·
sh'OII - os tubos rccur\·os. as delgadas meias·IUI.h de
mct&lllminado, as pequ~nu treas n:tieuJadaJ tiMJ~
mnn um caráter decoraiI\'O que: não possaWn '*tnl•

""""" de oté Clllllo.


Lt..c pi~riolismo doc:or:.tr.'O era um n,.eo ... .,unu.
do pela geração mnis jmtm de escultores ingle"'cll fllte
seiuiu os pnssos de Caro em dire(;ào à esculmm con~
11 u'dn c pmtnda. uma gcroçiio ern que se incluiomTim
Soou.. M•c:bael Boh.1s. Wi lham 1Uckcr e l)a.,.id AnM,Ic)'
.., ''*"·1:. Pbilip K •na priMOU proJrCSSi'\'a.mentc de um
mtcrolise inicLal pelos volumes cscultur
1etr1n (éom O em Atnn~ tf,g ,,,, p:ut~ ais ~ e
esse modo pie:·
tórico tti9 ,...,,
~JAtiOJ Je Sa&n.r. cna da
por T1m Scoil tm
196$tf•g.l49J, podçna figurar com
o um exemplo gera l
das prrocupl((les desse 'rupo de ac:
do-sc a uma altura de 2,30 m c estende ,... &Juen-
ul.
n
por 4,SO m, é um trabalho queju~ d~se no chJ o
COQ !ll.ft 1em cft.
te a ~'3$13 fJOI"Çio de espa~ que
ocupa ao wsistf:tUe
p ictod~ J ismo da relação Ct1lr e
em torm:a de quadrifóüo ou Z.1gw11
sua." pmf,...; A "'tnaturo
e t soc:
um OOMJUnto ele accssónos embuti<bs nas l\"ada por
centro do trabalho. por t'(tm p(,o . a C'Ct fornm... No
ft:mte.bd= plana
de um elemento de remate tem um
ncaOOmerllo de
espelho. Ctia·se. dtSsa fc:xma. uma sup
erf.cte !Wbrt a
qua l out ra CW C:m tdad e plana. colo
c!Wta em ãngu1o
reto côm a t>rimdro. é rcne(ida, de: mOO
o que o segun..
do el<m<nt<> - pro loo lpr- <e poc um copaço na
verdade ine,:isrentc, pm :ncbcndo a
l t~cuna do espaço
aberto fOO'Tl.:ldo p:ta esb'\1tura «"DCr.ll
do trabalbo. ela
própJ •a na furma de um comomo pirn
gmus rcito t.k: tubos de aço Son\0$ obr
ntidul em de·
igado~ a ~'tr o
profundo nqatn-o do espaÇo aberto com
positiva chota, silh uetada ~l o plano o unu form.tl
clOCUro da extn>-
midadr: n:ung;ular c: seu rdlexo. Uma ~1!2.
l)ru'eccm r:' ~'ar t11rús de(I!IC c"J)o-,.u, \la que ambos
mesnlll forma
que urna cer ol p3.._"-ia e continua aut l de
que alá à sua fftntc. o espaço em si ê pcr< wna i.r\1We
uma fOrrw~ opo.c:a a obhcerar nossa :c:hrdo como
,..js5o do plano
c:ontinu o.
A estetica da runbigütdadc vtsual pers
trah:llho c:s&1 cstret~c aM~Xtada
eguida Oe$..W:
i'l estnuégja.'li da
colagem cubt~a. nn qual um dctcrmj nad
« dclltO<ar... pelo - l mcdoda que oo plan ob>cn~
ó pore-
escolhe entre um orn o nlunero de lci1
urtL!' ou inretp•c-
taçõc" po~lveis dt sua locali_r.tção
O
Soou num~ essa e.paren1e l~e de lf'laba,lbo de
tnlC'JPf't'll<lr que
plano se encon.tra na rrmre ou atr.1s de oulro. qu~ p.u-
te da obm deo.-e ser perceb•da em um contexto de ~t·<t
ttc.nlidnde c qlL'll p.1rtc em rdê:rCnci:l à hori;-ontnl ti~'
cMo. o que ê ..fundo" neuii'O c o que é IOr,.u:. lk''~•t•
>11.1Joo tollódo pormáodor<flexoque produ;. a IC>bre-
,..oç~o--. acima e. ~cloo pionoaho-
n1'Clntlu nos suportes ihlslonJSQ:S de ronnu vn11eaís..
O uso <b Ç()(, que COn\'erte os etemtn101 e.<tl'\llutalJ nos
perfi~ c:ttlcos das formas relxionais. é outro mc1o de
rwodu~.r essa :unbivaJêncis. Essas tntnsfiJC'ruo~çõca fun-
eion:uu. em rtSmno, no sentido de 1ransronnar nws5as
Osic:as em plaJU)S pictóricos e es!Nlunu tubulares em
anii)OS de liJlhas tra<:ejada.s.
0~ viJj..:tivus do pi ctoriallsmo do S<:OU, (jUe emer·
gc do de Caro e é oont(nuo a c:s1e, oonctnlrwn•sc na
5epai'JÇJo entre o modo como percebemos as re lt~çõcs
do 111balho c nossa experi:Cncia de SUl ~trull.n. sua
c~~:a~lncla flsica. Se os motivos de tal Stparaç'o tn·e-
'"m ongcm no trabalho de Caro pew . . -_,._
tadas acuna -a saber. um sentido de dooonlmwdadc
entre • cxpmlncia S\lbjetna de l'lo05SO ccrpo e a rw~
det c:ompantJVa de seu aspecto CXkmO - , tJes coati.
nuam na c:scuhurn dos artistas m:u-t JC)\'ei\S (Scott.
'T\Ickc:r, Bolus. Annesley e o Kma pó!!· I%$) em ler·
m001 ligc•romcnte djverSO$. Pois, no ptCIOIItan.·m a
tKultur'.l, esses artislas visam umn di ~hnçilo mais
acn1l: proe-ur:un estabelecer a difcro:nço entre um
objeto Cilcuhur:tl e qu:~ l quer ou1ro objeto oomum. Até
osanollo 60 não houvera, muito si mpl~mcntc, o menor
p1vld"uau. çu1 ~te; li•l!liug.uir ..:ntre essas d~!\ c: la~scs 00
OOÍ:,.U,j. O material d3 escultura, seu modo de Ullnsfor-
maçlo. seu isobmcnto com relaçlo .a espaço co--
mW'I'I. tudo era uma garantia de q~ nJo Jcria c:om-
J)fl!fttcilda ou tnltada como .n objtto comum. Nar.
rnlmcnt<.jj em 1917 Duchalq> .,..., Ílllrodlmdo a poo-
''btlldlde de:s$a coofusão ao inscmer SUõl ForlkiiJW tftt.
flh o mktório assinado, em M\1 et~içlo. Ate o lnÍ-
cto dos anos 60. contudo. es..~ poss1bilida<k! ~e ltl.lnb-
vcm la1cnte; cast.do de uma idêia il e~ de uma mu-
tl.u)l;;l dll es1açüo pam se rQmpcr.
l'ilf uma sêrie de mzões - que os Ctlphulosllc:gum-
IC'I 1rno itwc~ti.gar - , e.ssa mudnnça elimdtioat havia
cbeg.ado. E os escull~ ataVam ,,odo a pUbbco pro.
por CIOOlO obra sua ob;etos em que o pco<;e$SO de:
uans(OI"IDOÇio ronnol nlo bovUo .. dado de ..,...,.
lruliOeira evidente Ao c:ltkkrizar CS5e$ nbaltto.
como •·arte minutu.lis11.., Rachard Wollbeim afirmam
ooc:n::a desses objcco~ ••que eles têm um oonteúdo
artlstico mJnimo, no senttOO que ou ~ão tn(JJfcrcncia-.
dos em si mesmos n um &mu cxu-çmo e. portanto.
possuem um COtliCl1do fnfimo, scia este de que elipé-
c:ie fOr, ou a diferencinç4o que exibem, a qual pode SCI'
bastante cons.iderãvel em alguns casos. não provém
do artisaa e ~m1 de uma fonle nlo--artíst.iea, como a
natureza ou a indúgria''"
Os escu110re:S que JC: enquarh\'Bill na c:aJegoria de
&t1e mimmalrsta de WoltbcUD eram OromJd Judd.
Robert Monis. 0.. Flal;m. Cari Andn: e Tooy Snnlh.
Além de seu trab.l.lho dcmonscrw uma a:ndifm:ociaç:io.
os elementos~ oompunh.-'W os objdos por eld cri.-
dcs u:..m e:nrnldO& do rtptrtório dós artigos m:u~
comuns: painéis de madeira compcn.o;ada, l:imp:td::ts
fluorescentes. tijo108 ~fl'lláriQ5.. cordas e reltr'O it\dus-
trial. Em sua npa•-cnte recusa ob~tiJ,at.la a transfomUir
o lugar-comum, os escuhoreg minimalista.o; prodUlinm
ln\balhos que pnrcci.um M(Jiru.r il condiçâo de Mo-Me,
ao rompimento do qualq~ diatl,çio cn~ o mundo
da anc e o mundo dos objet~ cotidianos. O que o tra-
balho deles pareeia ter em comum com esses objeiOS;
... uma pclllli1Cdade rundolll<lli>JIIIlis profundo qu< .
~ liro da banalidade""' .......... ~
f'ode..Sie desc::rncr essa propriedade como a c:óslêocia
inaniculada do objcoo: o modo como o objeto dá •
1mpn:ssão de simplesmtn~ perpetuar-se no csp.lÇO e
no tempo em termos dwi oc~1ÕC!I repctada.o; de seu lhO
De modo que podcrínm~ d17cr, :w.:etC3 de wna ca<k•-
m ou uru~ mc'ia, que n!kl M outro meio tle se "cnp1.1r
seu significado" :a l ~m de conhecer-lho n função. P.•m
o aduho que toma (liltlo n1• ~:~tpcnéncia c~•ll urt~ l , lllicl
cll.-e ura único momemo em que desponee uma e<lm-
..-.Ao dos obpos dessa ca1qona. l·ln ,;,.,..,..
mente cc:rsrem DO tempo do próprio u....-uArio; 1114 ~IS-­
te-ncia ronslSte na mdeíuU(io temporal de 'leu U!.O~
CIClo fu1,cm pAne do fluxo contínuo da dul'll(Ao.
Dada a aparente inarticulaç!lo de w11 cubo de mo-
dCII"il compensada de aoto1·ia de Robcrt MorriJt ou utn
conjunlo de Jâmt)a00s lluorcscenre!i. l'l'l~~tln t')('ll' 0 2n
Ha\•in, 11eria possh•el estender a t.le~nçio da C<ldentl
ou da mesa a esses objetos escuhur.us lnmbtm. e
dJ.ter que a txperiência ddcs C uma qucstilo de cncon-
ll't'l1 repttulos, em que nenhum eneontro ifldiVIdual
parttt ~br coisa alguma a ma.~s ou IÍpufiauwa-
mcnlc di'lotna de qualquer Oliltro. lk modo que elo
C'(~. para eles. assim como para os objetos comum,
nenhum momemo úmco. que ec:hpse a todo. ~ de-
m&ll, em que do -compreencbdos-
F.m uma esculru111 como a de Catv encomramos
um~ críuca 1mpl1c-ita à oondiç;lo cuis1fic~da da anc
minimahata. Thl critica msiilt na extSiencua de uma
llirc:rcnça css:encial entre a natureza da arte e a nntu-
I'C73 dos objttos, diferença est.a cuja preo;c•·vnt;:lo enbe
parhculnmlcnte ao escultO(', O ponto ervcinl dtS'\a dl·
f~rttn91l oeitll, acs;undo C$$ ~du d~.: vistll, em retirar O
trubtJho do âmbno da dW1lçio, uma vez que. su~~n­
tart.a. Caro. c:JnSle nas obras de arte '"" momemo de
tlll<ftdom<n<O, .., obj<ri>.. de 11pl'<n.Jo pon O Qual
«JnCCrmD IOcb$ as relaçôes CXJstales DO 1r*lho. no
llbttnle ún.co de dareia c:m que se ltm ul'nll fu..Jo m-
,. oo dtmall"' e seu oitplifJCado. ~essa Qllldoçlo que
co1oc:o oobj<tode..,. i"""!\"'" do ml81dodl dunlçilo,
uma t0nd1ção "de existir- c:. N vtrdndc, de se~repr
ou C(ltUitiiUJr- num contínuo e pc:rpttuo prl!llente..".
Se C)(!Ste wna forma arllstica C3J>'I~ de servil· de
mmlclo ))llrll esse tipo de ''presenll\'idadc:" ~ ll pnuurli~
poi'\ é e.'lllcnc;i:d à bidimensionalidat.le da pmt\ul) o (hto
tlc IICU11 comcUdos es1arem disponh·els no obser\'iKIOr
em qusk{uer momento cildo. com uma imecliaç3> .:
uma mtesrv.;t que DCDhumli.ne tndiml."nS.Jonal ,anw ..
podcri ter. E bastcamcnte apol.ldos msso que C.aru e
os escuhorcs que o 5qucm defmdem o tipo de pict~
rialismo cada \·et ma i ~ prt:ponderanu:: em seus tralxa·
lhos. Eles parecem acb1u· quo npenas com fonnas ahu-
meme Oexionad3s c o ttpo de c!ICrulur:ts aberta,. que
criam imagens bidtmcns.ionai~ podcmn,mcular 1mm es-
cultura que seja mals que um ··mero" obJc•o- ou seja.
uma eSéuhura formada de &ignifacado.
CAPITULO 6 BALÉS MECÂNICOS:
LUZ. MOVIMENTO E TEATRO

Abrem-se b corttnu. 'u tcntro do palco 'tê·lC


w:u coluna e~ldt'Mc 't'CrtKalmencc a 2.-10 m de
altura. com 60 em de lado. rcltl de compmsado pmu-
do de c1n:za. 'lo há tmb n.am no palco. Durante tri
minutos c ~lo, n.-.da oconlc~: nmguém cnttn ou s:ai.
Súbito, a coluna dl)l'.1h:• P;assam-se outros trb. mi-
nutos e mem. Fechalll•tiC: 111 cortmas..
O autor tanl n de'\1\a llJ'H'c!lcnlnção, de 1961, q uanto
de seu ·•ator'' foi o e10euho1' l~oben Morris'. Embora ti
coluna liveli.Se sido cri.Hia para uma ambienli1ç:1u
e.o;mlamente te:tuul, e rnuJtu pc:quena a diferença, .:m
Ltnnos ,·isWii->. ..:nlre tia tf.o ,,... e o~ trabalhos ~uin­
te-s aprescmJOO.. l'l" \tnms crn galeri.b ou mu.....:u~
OOIDO escultura (J'I.lf C\ttllp'IO. I fig. 1981. "o ~"tliC"U·
dl."'f de: ddc=nni~ t.:tiii«JJI, portm. nio IOi afii:A&'i.
srmp:icUbdc: monolilg dl coluna que f01 n~
para a produção ultmor de Moms, mas t;ambem um
conJunto de componentes tcatnu.s ur~ic1t~ u 1U1
1mp~âo l.k qul! t1" 'runJ~'11 funnll!l t.lul<b qui! M· 1n1 ,
pas:sou a criar po<õsuíam uma \::-rél.:tc de rl'\:,cu,il
<:ênicõ.l, como o da colun,l Sw.1-. vhr.•-. f)()st.:rivn·" nol"
se retirav:un parn um t"pn.;o c~tétll'O, 'iéiXU:wll) d;J,IU
I< elo espccudo<, mas, em 1 -dis.;o, o~epeo"".," 'b·
ramesue de i.lml S~IUIÇio em que aqude que cook'rn-
pla\.11 os tBbalhos. foNt \'tfdadeuamente sua pf:tl('la
Em 1967. C"\~a anOOmotb xnS<"~Çào de que o t~;tlto
un<ldtra o domínio da e-;culcura conceotr"OU--SC on um
ataque direto. Naquela Cpo..:a. ~hchael Fried escm~u
(...) qllero fa-rer umu. 11firmo.ç;Ao ~uc n~ J'Kl&:ro c~·
rar pro..,ar ou coocrt1i:a1', ltl3" lltté, 1'1\\o obslame. :ltC:re·
dito ser \'et<bdclril o ICilii'Q c 11 u:;ur;lli<.lllde ~ em..-. ou•
tr:lrn hoje em dia c•n 116 de gucna, oiio upenil.os c<»u 11
pinmra modC'mi'UI (ou 1 p1nlura c a escultura modcrns-
taS ~ mas rom a ILI'tc t'nlll e, alt o ponto em que ali d 11;.-.
reni.C$ artes pl(km att dcxnt.u como modttnl!ô'l.t~~
CIOOl.;en..J"'bahcbdt modtrna.u an fi 1.-) O~ nt•
~ • ~".,:...-,. M IW10.. ptw.ou 11 dqwttdn
eM •w _ , • sw c.,.."'-" Jr '~o~

Essa é a tese cenrral dt ''t\rle e ObJeru.dt:-, um en-


sa•o sobre cscullura qU< conta oom uma longa tra<h
(âo crinca que remom.1 tao atculo XIX. c:omeçaudc.•
por Mauhew Arnold c cr:m ~mtindo. atr:roé$ de l. S
.,a
Eliot, uma tmdiçfto que n11arte essencialmente um:\
fonn:a de deckuaçno mornl c parte do principio tk
uma sepatatlo ~bi!Oiu ta e c:la•~mentc definida entre ali
llrld. 'Pmttlnto, I;ÔMf'nt~ ,,. mcdid~ em qt•<t llmrt In,·.
ltl3 a11l..<~t1ca particular tdcnllfica·se consigo me.;0\.1,
ao eooontrar sua .rróprla e,...wcua
uTtduthel (a pm·
priedade que '>tJ*'I a pu)lura da músiCa. di~ ou
a músiCa da panaa)'. e q~ wa pritica e sua pc..'1\."\.1'·
ção pocrm totn!lr~ um modelo da pritica e cb p:r
cepçio de dJStlt'l(6eot II'MlniS. Ou. como M.c:hacl frk"ll
msiste em ~ tnsa1o· ""'(),; concettos de qu:dulsdr t
\-alor - c, na prororçlo (tu qUe: e,tes ~ flU~I.M,.:n
tais para a ane. o oonccno da própna arte ~,. s•tm
fi<:ati~os. ou inteintmCuh.: bigniíh.::.th\Ol'>, :-.omcllll' ;, ..
àmbilo diL'I artcJt lnt:hviduíli:,, O q~ te.,it.J..: l'"'n ll'l
art-.15 C teatro ...•
1\o que$:' refere à esçuhura. o aspecto que rn.an:a
a d•"-'~ tnc:rt ~lato kOtrO é, pan Fricd. o c:ooct~•
kl dt: tm-.po. Trata-se de u:ma temporalld•de eSttuiJi·
d,a. uma fi.t"*l da cxperiêncan te•npoml da e5euhura
tom o tempo real, qut impele as artt"S plástic3s em
d1m,o\o à modali dade teatral Ao paMO que~ ~
te ~ COOCC'1tO.. dt: ""preSl:nc;a e inslant wlctda de que a
llintura c a e3euhura modcrni~Hb vencem o teatro..'
i\luaJmentc, n.,o há dúvida de que um ,l!randc nú·
mero cte escultores europeus e omtricano. do pós-guer-
ra 1.-ri.::aram um lftlrl'e.< St tanto pc:&o teatro awno pda a·
pcnCncia eslenchdl do tempo. que part'!Cll fazer pane
da1 COJJ'Vtnçôc~ do palco. Tal interesse deu origem a
algumas escuiiUra.s para M:f(lll usadas c:omo adereço
em produções de cbnça e teatro (fiQ. •su. al1umas pam
fvw:nm as '"WSdeMoc1::al•lariDOS, oulrti pua figu· I),_ JCN,A .. ··- · · • . ,
rarcm no JH!ICO como geradoras de cfc1tos cCo.iços ll 111111 PfOdt,•t. ' ' ~ '
{otOOg~!ol tlr ~1.-1 01
ainda que, sem otwlr em um contexto e.~I1CCtficamentc Aoef\Ot. \lrho llf .rhll o
•..:atrai, CCftl~ e.;c~•lturns ~ttnowam-sc n tc:~tmJizar o

-·-
ti'Oio Mir!lt" 1...., 1
C!I!PÇO em c:p: ~ exp:ll!iCM projetando \ft ~ caJJ)o !Sl ~· ~•
bWnt de hu:Q no espaço OU usando m."Uf'!!iiS OOIUO tV( S... .....,. "~
alto-falantes ou momtores de \'Ídoo :a fim de imerl•gar """ - .
\llt IJanes SCjKiradns de um espaço ém uma an:na for·
m.lda, em oontTJponto. pela npresent;~Çio. Quando o
tnbllb o aio t.JV*\~ trnnJ.(U f"mV s a(llta.l.d adc de • •
~o ambu.11k em um con1.,:10 teatriJ Ol.l dramát

co. freqüctl1emcntc: imemahr.nva um senhdo de teaJm·
hdnde- projetando. oomo &U.'l ruiso11 d 'im..•• um senli·
do de si mesmo oomo lltOr. como ageut< do IDO\' iJnen..
IR Nà.sc wnttdo. pode te ~ lodo O e:spcctro
tJa e.cultl.l1'3 emetiea como vmculado oo c:onoeno de
lca~rnlidade.
r•or con..,c,uintc...,eati""Jiidadc'• é um termo de- scn·
tKin amplo. qut 'W! pode "n"':ubr tanto t ~ tioêtica
'~'""' ã arte Oc lu1eS.. e i C'ICUlrura amtn~tal e II(K
qu uJros vivo11, t~ l ém de fi~ artes performâllcas mal'
\'\lllicilns., ('OIIM'I os lr<1ppt't~f11J:.'1 ou O.'i nc..:.,sónos céni·
tot C(lft)lruídos por Robtn Rauschrnbetg P"- ;1 ' cu·
~mf1a..c; de Merce Cunnmgtwn. Porem.
c,:(lmcl 'tç 1
trahcW.dc" tomou ...~ um termo polêmlco na crítu.:u ti 1
CIICUhum m o derna- u m termo oondenátório. C(lllllllltt
en.,rno de 1-ricd. ou enalloccdor. nos lábios doll de-kn·
_,..,.,...
~tieiiJJ fiO!'« dc~ti \'ârias iOICJill\'11.~ • de\'CffiOS procut iil ~'­

...-·
C)Jre«r 1 noção de: acatraltd.ade. )c;..<;O por 3itf da de~
'"'"
l.ftll)·~
m.blado densa c coa~ f 'ta n:pleca de (()fl[hd~\\c5
1nt<m.u. de moci'os c mtcnçõn C<IQfhamt.es.. A qtk
1Ju u-., t $o11xr ,.: dc::-tcrrm"*"lo a ortl~~ p,...~loirnm
ap.xlcr~u·-sc do espaço do palco ou explor3r o tcmpu
drtllluhico projetado pelo movunento real; a qu c:l!.l ~o é
1J.11bcr J)l)l' q~e pretenderinm eles :t)lOdcrar-se ou f.lt.cr
u10 dc~sas coisas e tom qoo obJe1wos es:tétic<K.
Ao pôr ordem ne(.q confw.Jo. ê preciso votw.l .,.,.
por.t ~ prooóljpoo da «Nhn "tauar' do""""' do
o:culo XX. ... pntn6nliclo da- do: k-. por~··
tm !lUa flngmt a po.mr !l: c:ons~ acerca do a;pJ
to cl!fiko. Dois cxcmpk!S IIQ)frem à mente: o Ac..•náno
rk llt:. de Moholy-Nagy «1-;J.IS-l~. concluidoem 1930, th:...
tinuvn•o;e Ufunciottal' dUI'MIC UlliO ll)>t'C5e:Otaçâo 0011 10 UIn iI
P'f()JCIOI' mscalodo no p:tlco.l«Cndo em tomo de R'U ccn-
b'O n.:JCai.M) um largo •ecido de luz. e SOl'lin. O~~
<riodo po< Pic>bia pon Rtl.idw ... ,.._ pmdo®> I"~'
o..u.. s~ er.a lftt f*'D • oo.:-. fi-1m,... lM "''lrll\
eacla qual rdàrçado p(lr um rdkcor de met.\1, No 1n1t.:...,
00 ~ndo ato. a plattla cna IC"ouda qu3SC à cq:ocu.1
qunndo aquele arscnnl de lut \:111 :teC!Kl.
Amho-. os anl:.LaS ctiunlm trnbalhos tx))(CI;:ii\IHCIIh:
destmados ao palco c CX~Iuidcro' an1 a funç.ão doi.· .1 "
a!s;,."C) inumameoa= hgado ol<l ~rolar dos .t~."C ~~ 1
nk... ll;b I~UJpOiais ~ dr&mÁhCt>~ sobre- C»e pi..."'-'; alo-
ma~ ambos ~-vn a luz C(ll1lO eneq:u. nlo
como uma mõlSsa cstitk:a. t, (l'llrt;mto. corun ~ "' 'ek u
lo em <~i mesmo temporal. Por conS4.'guinh.;, rh,.,kiii•J
SCI' lcvudos a in1erlig.a•· uto ll<'btllllo.' de ;nnll<l'l 1 111.1
\1."1 l.jlll' ,.. llll) hc como o oenârio de
o o.f(1"SM.Ín'o rl~
Rt-ffi., h.•liC "'-"'-"m do~ da tuz elétrica para sol~
o "'""" li<JCO do objeto quo é • rorue deSS< brii!Jo.
nr!oruldo o r... de""' •Lu se projeu pua klr>&< de
$la fCJfll~ c per com: o~ ar~ ttpow::tr a uau certa
dência do propr;o obJcto ""' lupr oeupodo ...,._
bem J)(lo ~ - . podcriamos ser leDl3dos a Jtll
g;lr que ftiC& tnbalhot cboobriram. JtW. me:rmn 'm-
tltf,) u.. rc-.. a•b•l•do.d~ foro~ W rw: como melo cte
t'l(prtss;lo da c~ultura. Estari.amos, porêm, cometendo
um equhoco porque o ACC!Ss6rio de luz faz as "eln
ck um1a ~a. é um ator rtuma roupagem IIXOOiógt-
c.a, o que 11J1J é o Clil!Q da sêric rle J10spo1S de Pirobia
Em k:rnJO> de dc1eabo~ o Aa,)()rlo .ü 1.: c um~
,er-..o ctabomd:a da C.oJuna de G:lbo h .o Sua: '"S-o
tt\lhn pnnQpal dcptnde da conjunção lk 1rb plt~noi
\U'htal~ tnbbpatentt:S para cntu um \Oiun" JfGI'\.,1~
ou '\o'trtual !\o intrnor das três pill1'I!S ~tSultar~-. dauo
llltll.liumc. que gira em torno de: um eixo ttr.lr:ll ("''k:tlt,.
tr.un·~ \·úrios discos e plMOSjXrfuradas <~Ira\·~\, dn.,
(J\Wi' um jogo de luz ~.-"Tia uma ambtcntac;~M J\· kll~;
xo11 e sombraS- À medida que o Act<s.\útio tf,•IJJ 11•r·•
tcn\0~ n:1o urn. mas dois grupos d.: ttvcsllm~·llht· r
l(.'f'I~OS a 1rafcgat em tomo do csquck1o:ahcrlü ''l' "' •
~1 uin.a gimtóriá. O primeiro é :KJUC:le d·n' dt~··•s t•pl.t
noll de lc1tt nu:,ãUca, que vão possmtdo, ~111'11""' ~· 'k"l'
par.x~~.·nJo de' 1111.:1 para file lornate"m um
re''C(;timcato
Cõ.lmbwnte porém permanente a oomplelár o<:;:I!>U&o ime~
di.ato d.."' trabaJho O SCJ;.~ndo é Wf'I'IP05tO ~ projc -
~ ~ p.-loA~-~ nas paredes
do paloo. uma
fo1ma cambJante que descreve o volume do t':'oPIU.:Oem
que u objeto '!C encontn1 mstab do. como um recinto
di.áf;u.O manh do pela C'llC'IJPll e: a ~do .kC':S.S6-
rio d'" t1c, Tal oomo uma f•gura humana, o Arxss
ôrlo
de lu: dispõe de uma c:~nnum int,~mJt qut.> af~~ sw
~pcc10 externo~. de manetra maU crucial. uma fon~e
1rnema de e:ner;,ta que J'0'5ibilita "t.'\1 mO\l mtnt o. E.
tal como um ..gcn1e humu no. o tmbalho p1~1 ende afc·
tar seu tspét;o Ok"'diantc os ~estos rtala ndot pot de
ao
loogo do: um dde~ periodo óe 1nnpo O falo
de e.~~es gestos - as funnRs de lu7 projetod;t c as for·
mas cambiante~ (IUé se relacionam por roda SU."'l
estru-
tw"a lnltrm - 'lt modit"Kan:m ao kJrco do &crnp
o e pM·
mirel n um J!I'01Z't'lf'!UI cornpkl(o ronf"ere ao obJrt n uma
quahd.1de amdn mais humana - (>01'\lue apat'CIIIcmen·
te -..-olitiva. Ac;~ím. por m;us al>m ta$ que SCiiUU suas
fonrw e $UI (unçio. O Aro'1t.$Õno de. hc C uma e'SPé·
cie de robô: u lug.AI' Que ..e destm.1vn a ocupar n() paloo
era o de um olor mcc:ànko.
Nt'"" sel)j~. o .;k~u,;,o W /tc. é hmle iro •
uma ti"Sch çlo quo ~ • .,... l.sl'> l'dtl CJla!i ele ano11
na htlllót'ia da muomaçno. Pur tr:t<~ dele há um persill-
tentc ímputso mimêcico. uma PQtd o por imicar não
8p(GI D O aspec to da criJIU P'I 'i\"a. rnaJ pc.-
rcpro duw
igualnlCnce sua llnjmação, seu dt41ogo com o pas:M~•
gem do tempo. Em seu livro Beyond Modi!I'Jt Sculp·
wn. Jack Burnham óerende a Kk1a de que: a ambtÇio
nlal~ fundamcn1al da escuhura., dcldt' os SClb
pnmó r·
dios. é a de ser Umtl rCplttll do vid.t. Se até muito rcw
cc-nlcllk."ntc e'l...a ambiç-Jo preci~ rt::.""lrinsir«-. no
âmbtlo das bela,•aneot.. • rtprc scnta çio fid poril
n
cscãt t~,• de figuNill humanii.S ou ammats, as
mtcs nte-
uurc<~ ''u populat"t.'S abriKoJram., de longa
dãtu, lt ntati·
\'1)!1 de romper os lim1t~ ~:la imobiJjdadc <h MJtll"

111.11-.>s mecânicos c~ trcmamcnte inttincóldo:. Cll>l\k•~ n,,


M.~ulo XVIII pOrVaucan.'iOil li\~ram Ol'igcm num i 11..:..
ce::.~ktJde. a qual1ogtaram Jatis(a:r.cr. de 3J>erfeic:(•ar .1
aparhcta de fidelid~ • Vlda l"'a criatura mcdr~k-.i
"""''">- •1S'~·
Aodescre\u -(S)t ramo dl ""s&b::scuctt-. Blxlll am
~tfirm:t que -a h1srán1 ~ aut6matos rorreu iefnpn;
pU'IIIlel:~m.."ft' ;\ cl"l tccnol~.l-. Pur con~int~. Hur.
nh:~m \ê as aspiraçôç1 cn-..oh·cndo n criaçiio de n.•M,"
"e roodificar~m il mtdi(L'I que a própria tecnofiiOt;Ja ~
~lc:iéll\'Oiv~. Se o robô ain~ 1\J\>e.!ite a exccu<;flo mccll.na·
Cl de cJctcnninacbS funç.ôetl em um invólucro (!UC .JIUar•
da al.gwna semclhança OC'M'11 um agente humano. obtem
outra' maqnius que .JmuJam a atividade hwnut.~ pa·
n aa q..au esse tipo de k"1l1Cihança estl oompf«..me n·
t~ rom de prop&~ito. "o c.~.W c.k» compu~s.. -..,...
t6matos não-antropOmótf•cCl'l''. por exemplo. 1 •m1u·
14\c;t\o do organismo vivo conrenttoo~sc na al11flcaah·
)'Oçio d l.llnteli g.ênci~.
A t~ de Bumham e a de que o ·'objccivo di~tun·
te.. da escultura e assimilRr·sc na complexa lccnoloa;i:i
dl cabtrnc.'UCl. Panintlo ckt.~ sua idéia das asru11~iloc"
prucrtlts c passad.u da ac:ulrura -a ambtÇào dt um·
tar, 'lmular t:. pua fíu"l ...~b..tdult o ~u•mo hum
no • de pce-.ê um Muro CUJO& obj$\•os sen\o •·hau~l.l
nos", Fa.l.a dos a.rtista!l e dos ctc:ntistas que C01Tip;u'li·
lh.tun um mesmo "ài\SCtO irrefreit"el de arrnn~ar tl.t ~
mOO<; de Deus os segredM d11 ordem natural ~o:fMn ,,
ob)e'li\'0 mconsciente Lle controlar o destino h11m,mu
t;e não o de se ~ ,'tfd.ldc:iramente o l'lft"S"~n"
~ A máqÁU. ob\.1arncme.. é a cb.a\'1! ~ 11 tft.J•
feteocu dC" pOdef. Se cb consttOi o nos.-oo deu••,.• ru-o
de, no mimmo. tcfn.1J'« o \etculo por CUJU mt,·rm
dto nossa arte se reali11"
Mt\5 será a tscnltura f\mdamculalmcruc 1111111 'Ih i '
Tc1'11 ela necesc;:triamcnlc I)UI ttbjehw a u mtll\1111, "
~m111laçio e a tttriaç ào n,k.-bioló{!ic:a da vida'! E se
l'ifi ltHfOI) Sdwh '
n;1o fotem cs~ os seu~'> objetivo•• o que de\tm os ~1016.1•
po,:n<~.ar sobre 1 (ê5t.' de Bumh:un? ~P~J!I!Iillo
(f« o oo I
H.- or"-. QftOw . .
Orm. é a •<knte que: C&ti objctr\011 tstivttam ~­
M;11e.. em ali:Wlll~> 00:1'311 escutruraas. em plu1aetlfar " ""'
•••h I1JbaJho11 CJUCBumham considcm com mais BJ)ri.l-
\'3Çào. Contudo, trandt pir1ce da C$CUihn nio dun-s-
pcitoa oenhuru forma demnTICh'UllO Omrn:a-.nhr.ts
mais ou Jne'll(b tonh.--nt~.o de A'-""nl<irio tk lu.;.
podemo5 apontar ,._, t.:<'n,tf\1\ÕC& de Ptca.uo (fttl. li. t
'"~'os mu/.o,."'tmlll-t!1 de Oudt.Jmp tt"" 5S. S6 e58:. ou <~
torre de Tatlin tfi9- 4 1•, e ofirmar, com ~untn<;a. qu~
n3o se enquadram na!t pi'OpOIItçôcs de Sumham nccr-
Cõ.l da Mtllteza rttndamenlnl Oll dos objetivos OOIX:'-"á·
n rto; r!JI ,.sru ltma A 1/om rflll'\fl l"'"l~· •nn~ lt'mhfllr lt ;mtl-
lise da escultura claborndn por Eiscnslcm ao longo <k
seu filme Or1tulnv, e1n l.jUIJ dmll1.il.\'"<.~ u atenção p:ua o
papel Kleológioo de lOda arte. Como função de uma dc-
acnninaoda ideologJ&.I.ot obras lk :~ne ptOjdam uma jma·
tesn particular do nMJndo, ou de oomo f: tstar oo mun-
do: nesse ~ porem. ""mundo- C oompttnduk..,
como fiJn<l3mclll...,_< do l'<n:ru qoundo obs<n'><l<•
de diftrtn!b pomm de ''~ kito~icos. E esse~ pon-
tos de \õ(Stl lll(!l~ 'llo IOLllmcntc cstrurumdos por
sisccmas de valores, ou ..:~(io lof:.lmcntc impregna.d~"'
destes. de modo que, nehC sentido, ú arte nunca é mo-
rnlmentc nctttm.ma<~ ~ envolvrda, voluntanamcntc ou
nOO. na defesa ou no m.:'tnulcnç4o desses valores, ou
em <:ertos casos C)(ln:-moll em ku dt-safio ou subn.T-
s.io. Para Eisensacm. o Bulômato dooraOO do !Xt"iin mc-
canlco roi ctiaao o servlco dl.' uma pos.i~ào idealbta.
Na proporção em que o P'fVâu 1: Kercnska servi.:un de
imagem um do OU1K\ ali\ c Mmboh7.aw um si51em:t de:
pensamento consi&."nldo pc:~ Rt!''OI~ R\bSa '-"-lf"' ~
seu irumigo. E.i9cnstctn ~~ em qua:. por mais qlll:'
o pa\'io p:uttei$C um bnncp..K-do tm&al. nioera um ar·
&eraao newo_
A premissa tecnocritaca de Bqvnd MoJ.-rlf
Sculpturr considera a ll.Splr.l~iiu de: rec-nar a ,. ida. "\1,
controlar o dcstmo hum.uno", maturul t;.tnto na ~.:h: n..· .a
como na arte e, portnnto, tnornlmcnlc nculr:a. < 1•11
tudo, muitos hislonadorcs c fJ IÓIIufos Ml"llus, hlx•mu
e mar:tiSta..'>. se empenhamm liO M!lllldn de prnnu 41111'
ta• .. t.bJ~timo; Ct..·,;nocrátieos nada têm de neuuos. ma"
:-.:io produtos do um sistema SOC·illl e ocooômioo ~l o
qual o -controle'' desse tipo é o corol6rio lógic.o•. O
l1\ru <k &mlw a e uma do "pos.t çõcs: mais t-xtc:nsa
e ckulhad.tml:nlc: discu tld» da escuhura 1 sen·tÇO de
umJ ,. .•s:lo lllCcanicista do mundo. Tal vi~ào. pOrem -
lon11c de ser nece-ssária -, ~ precisamente o que boa
pattc da tseuflU I"' eontempcd~ (e a arte em )tC:fll)
almeja ).ub\' akf
O cenário dl..l Rrlnc lteé um exemplo. Quando aque-
le a i'I'MJO inerte c deco•-ativo de glob(llll de cristal d••-
pataa, ~pcntlna c iuadverttdamente. mill'wes de htJttf
em d1n:çáo ~ urna plat.êia que n.lo .st.Upc:"na de nada,
ele p3r1icipa do gênero de rerrorisn1Q a que Anlonin
Ar111ud se rcfcm ill em ''() T~11itro da Crueld.'lcf.e'•, qu.un-
do du: ..0 teatro. n e:{emplo dO$ sor'lbol, dt\<-e ser...,.._..
pcrdO e ~·.. As ~.ai qu:ahcbdts CS'õe:ncl •~
alojadas na COI1111J de luz de l"lcabia l!Sio seu cat'Óter
abru1Mo c o ata<1uc. A ptirhcam delas llc!ltrói o prc:~~tu ­
pó$10 dll platé1a de que o dc)ên.,·oh.·~mento do ~t6-
cuJo obedece a um cuno ptc'\;Sio. ~enciooal. Ao
contrário da a.tuac-Jo do AcC'.\'\6nodc lu:, que se d~n·
rota de manc1ra l'ltmica c 5e1n surprc!IO&. o movinu:n-
to c:w.ecutado f'\(' I" t•.-nârio ck R~liit:Ju: OQOI'l'C t:aNólu t•·
mente ..-.em DC'DbWD Jllt'J*D dramábco ou narnun-o, é
ln-n: de motl'\11ç:So e granulo. Rompe a 1d6a do espec.-
tador de que lhe "erá COJlCodido algum nh·el de con·
trolc sobre os acontecimentos q,uc se dio uo palco púr
sua racukbdr: dt prn-er o rumo cp: a aç.lo ri k.XJW,
O drama COCI\ encaooal coloca o espcoctador Amlf"8cm
do liCX'IIlteclmen10 cenico, l:a.zendo dele "In
•gnorodn pelos utores. EN afa!>tamcfllo CQm rei.Jçlo
obscn.~dot

ao ltu:<o fisicu ela ec;lo qw:: w desenrola oo palco eon·


krc .o obscn-.dur unu r:spéctc de~ e11ttr·
na ._1ue promO\<e MJa postçGo sn;;~JJtiea c mdepel\dente.
O •kt·~.\'Úrio ç/c lia SUSlenta esse afa..'~tllm cJUO: a :~odo
qw nl."Cut:l dtl ~spcito a si ptópn o. Jd. o oe:nirK.l de
R~liiche 5e lança diretanwn~ .otn a rlat~ia aP.M·
,~... conotntRPdcHc nclJ ao ilwninã-b. A~•m.
a platéia ê cegada TUCSUO q\llndo C11umuuda. ~ CS.Q
funç!o dupla demoLbtfl Q!Joe uma va que o obscn.J-
dor Cinoorporudo fihicamentc ao es~culo, sua vi.s.àu
ofuscada lllio é mau~ QJ)at d~ liUpcrvisionar O$ i)oÇ:<'IIl
te<:imentos.
M uitv •.aut..v-11'1 o Ao ~.-.11Hif~ de luz c Q cenário J..o
Re/âche sejam nmbostclltruis. t;.lo e!ipecies larg,ao\Cil
te dispares de objetos O pru'l'lCitO é uma cootriblllç<it'
tecnológtca ao ~r'ltido convcncu>nal do espaço c dv
tmlpO dramálicos. mquanto o wgundo está en,oh idn
em um ll'ltOI>imcnkJ ôet1:1rlalb a racbcali.z.ar a n::lação
Cf\1ft o tntto c l>tll rtatal 0 Al"f'UÓtii de bc mc:t.,..
nu:ado mantêm o modo anaht~isu. dl c..-
~~ao passo que a' dfncaa do ctnário de Rt'iU~
~ atrne.Ja dcsacredJW •~ 1\JCJnJ) llll"gU!ldo as quais iam
gmamos compreender o prorriedadcs dos objet~.
Em termos da ljf,)rtsticaçlk> de su.1 tecoologl3. ti
Ace5s6rio de lu; silu{l·IIC a meio caminho no cspct:IJV
da utilização do .-mwime1uo pelo onista, a fim de
dotar o objeto escultural d.1~ qualidá.dei aOJmadas do
lli Or hum~. No 8J(lTCPmt'l ITI:IItl rrimitivn t~r-<;,.,. f"'-!)l'l.'
tto, poder[aroos 'lituar o tmb.1lho de Alexandoer Calder.
urn (C)Cltemporaneo arnmcano de Moboly-.'\:ag;y. UltJ
simphcKiade medn1ca ~fkt~ a dlrtção •nginUõl
humorística de: 'CU toalcUdo No oouo extmuo. rn;ns
compk'<o. ~ 'tiUir o tr.Jbalho de ~lk.'TD
oomo Nicolas ScbõtTa. cuja ut 1hl:IÇJo dt compota&.,
rc-s toma o COOJUnto QCU){\If\111 ''1~\'cltn:nte ~·thivcl :a
seu ambiente Cfit. 1W ao ponto que utna pcç.l t:c•mtt
CYSP f {t:onscruç3o c•bemético~s.raco<~··(hn.amu.:atull
liza dispositi\tOS de Collli'Oie rarn permitir que l'l :\Ir:! II
jo escultura) t't$pOOdôl A.•• mud1ulÇn-. 1to t<t•m c n.:t ltlllllll
\))entes. ''Coces dtferentcs fh:rcm l'Uít" ht mnl.l-. if:U, tH •u
rapidamente ou pctn\JJW.'tc~m c!\t:t~o:w"Mdrut'-. 1111•\~ t 111
196G ~-'DI\·
,....,
~OQi!'OI\
. . .,. .
. .do"""··
151. AIIAIXOO!!OI'o>•~ 11117$- )
W~.\mofc» arN·· .
_,..,.......,..
• l"~uhur:t pdo chão, fon narem 1ingu!os
carem ln"Wvei' A escuridao c o s.il2ncio agudo11 ou fi.
animam 1 es-
cuJI:um. .tllpas!IOQUC 1 fum mos idJ dt
e o b;irul.hoa dú
xum iJUÓ\'CI. o~ csthuulos :uub~uos
(.••) prodwern a
1ttprauibtlldadc: de um orp nism o.'..
.,
Schõffer (juntamente com Jean ·rlll
.lluely. T•k.is c
0<1 escuh(\res da 00\o.. tlen
dmcia) nnplanta a. e:seuJ..
tura sorr,lie ab djsposjti\IQ>'i de.sUn.'l.d~
P"' ''"* ' d~ qu• tteu mov m"K nlu (ui
a cn:u a im·
mo d\a do por al
,um aspecto de seu ambiente. titthzan
do-se de uma
tecnololti" bem menos claboroda. Cold
er conscs.ue pro--
duzir'"""-- · ·
Os móbilcb de 0 1lde r (lfli cmdos
em I\>32) atin
~<'"'• em sua forma dcSCII\·o
hid a. um eqmlibrio ddi~
cacto o bastante paru ~cr perturbado
e movimcmado
pelo ven to. por (Orrcnte$ de ar que
percorrem o am-
hn:nte em QOC' c-.:tào <tU~pen~ou ptlo
toq ue de nlguns
dl) seus ob!icrvador eq A espinha dors
:aJ. xmclluu:lte 1
um r11aancnro. de sua arrutut~ i! composaa por
eata de uma ta)ooo
v•sas de ftrame em balanço, nlixadas em
um dc-
tcnni.nado ponco ao cltmc:nco linear acu
na
o"tm, ao dem~nto Jm1.:diatamentc ubaix.o del a\ e. em
ISIU. Para C3Jcular e11ses equilibrios na cade•atrisJ
di! dois PCW'IIO"'.
Ca "kr k\-a em tonMderaçào o~ de
to dad v llt:tcmllnadO quotr por
cada clcmen~
seu comprimento n:at.
quê r pela força mecânica .tditiona
J 11!1'ultantc de um
dlliCOmetáiiCQ r•rIXadoà su.1excrcn•i
d.1dc 11\'re a fim
de obfet O COftJUftlO dt ~
f'ICiCeb.mO pam rea.
l1r..11r a (t'lnstn•~5o em •odú n sua eJoõtcnSI
1
dtl( percebe c:.o~•a extensão do móbile o. O obsetv<~ ·
como uma falia
:"~ a pt:rCtliTa' o espaço. uma
amplitud.: \'ilii\'Chnenl!.:
1\J:oultau tc de suu estrutura lósica inte
roa
klC2f'llelrto e: da rigide7 Da1urJis de uma c não do de$-o
massa ~lida.
Além dim . o dc~nho dê Caldcr
asscyuro n cap:~­
t.:~>~l:k.le de qualquer um
~ bracos liocart:s gn r em
r( I<I\5o .tus dcmat!;, uma vez q ue
o cnt
uu, iro ~ feito rora se JOOto•tmen&ar. PoU adc.:lmenlo
o i~ dl:
l'i'--A'!I.IA,h• ,!•Aiofi4
SlOJhl i •H·• M~ .Y •1
(III~HOlob•l l"ilo Nu"4'" 1 '''" •
71<mJ. \"'"''lo<)!'"' "'
c~...,"''' •111'1 ~.....
( .1lckr ê que. wna ,.oo: em 100\ imento - girando lenta·
nk:'nte em tomo de sc:u..• pomos de conedo • ases
' ' 1~ •solados aoquem no obscn-ador um IC'I'!hdo
ck· \olum.: \rirtUJ f'9 '*b•4. O filo de Ci.:ta mação
d~~ um 'ulumc ap3rentc 1oCr consmnivasta an sua ra1z
t do.;nunci<:~do pela (lfirmaçllo de caJdet de que "(lu:tndo
utthtn dois círculo:~ de unuuc a se inteteél~orcm em
A•~&.U~ retos.. isso para mm1 é uma esfera (.. 1u 4 ~
prodtUJO oio ê preeiameute o que: tenho tm JJk n'IC'
mo. uma espêcie de~ uma .apn:na-n,..-1., l.abt.-
cac.t... . [ ê esse sentido ~ndo de ~oh~ tfl•~ 1u ,au.
m6b•lc:!l uma metáfóm do <:orpO <lO dc-.l.,.,:.u c P·l\"
mu um corpo esboçado II!{Oru reto crnço h•w.tr ti• •\,
t•·utivis mo em ter!llO!I de Ullll\ ...u rp1X:CIM~1tt t.• 11 m~p .1
ri'nc1a. Graça!>, essa ml!RSJtarência. 06 mMiles ton"•m·
se tnmbém m1.1gens da ~J)()ilta do oor1>0 A,grnvidade,
da JQnle" in1crna de sua ClpO'Ifi~ em "CU resolulo em·
p-nho por se rD('I\.imcnJX 'CS..'ie seotido. t0ma1 1m uma
boa d1-c;lâncaa do purismo dl Consli'Uplo cinétiCo ~.;nll­
da por (i(lbo em 1920 (f 9 160), uma c:xpcri~nt ia de v<>-
l um~ •nrtual cnlldil pela O!iCilaçã(l mocori1ada de u.ma
ÚII.IQ haSk' tbhi' l p;mo~ rr'lar a aludo eM um11 cüf$n
a
c:otun1 perpeodacular à sua bl~ sóbda. A trajetóna dos
mób1le:o. de Cald..:r ootlduZ. JJ311indo da...: gc:omet.rili.S 11!»
trutas de Gabo, *'conteúdo u.nlropomóf(i.c.:o da açio m·
temut ente do corpo.
'o senndo de 'P' dts ... uma des<nçJo de liSI'<'CIOS
do corro. no lõCOt ldo de que seu movim.'fliO é mtennuen-
cc c n.1o mecanN:.1mcnteoondnoo. no .xnt1do de que nos
~••mos impehdos a colocá-._, em ~·~ a lim
de que "desc mpmh e" a t\onçio de P""'nc her e ocup. u
sua propria esrt.~cta lidade. o môbile 10itua seu sigrufi·
cado eiiCuhural como uma espécje de ator í'iv 1111.
Com ereito. IUI origem ~moro aos peqoroos bna-
q...edos de ;uame cons~Nid"s por Calda' pan. teu
"'cirt().., pouco ckpm.s de ~ua chcg.:1du a Pru·is em

-
160. (;;oi..-. (0'!11'~ """
1927, cujas apre'lcnca<:ôe $otrnfam mufti(IM.;. ~ lU1 i ~­ 1!120 14,hl~mt1.lllc.l • ..
---•.C 'il .) ...-.. "'•'•
ta5 ~: mús:icos pllr.l seu qu;arto em Montpam:.as.sc:. Fm
meados da deada de 30, \lU1ha Gnlw n pm;<bcu
~ mobil es a dramatic1dad e inata de sua atuaç3o e
en-comendou uma srrie OOie., em fOrma ompliad;a. pa-
ra fuocQlárcm como "inK'TI(adios pláslacos" dwaftlc as
-oa çõe s de ,.,. oompoMia de dança. AU>cla <m
mcoulos dos ano!l 30. Calder des.:nhou um cenário J)ll·
r11 uma produ-ç!lo do SOcm ttt de tric Salie, quand
v de
kã encc-R31Cão no Wads' A«th Atbencum em Har1f0td.
Coon«tJcUC A ocult un de Catder chmsn z:a seu mc>-
vimmlo no mc:!lmo sentidoQI.Ii! oAreS.\'6riod e lu:, pois
prol{lngn a t04:olul:.dc de seu \i'Oiume adquil'ido por meio
de uma scqU.:nc ia temporal qur: $C desenrola leo&arncn-
te, saliifai.ÕriJ em sua 16gica. em s.ua previMbil
i{tu.lt•
O aspetto dnm iheo ~ inlcnsificado pela llcubtb.:
,,~,~
de ta mud~n que proJ<:Ut à medida q,tc ~:if)OOI.1C
caprichos de sua forÇa motora, que apen n' fixa C'M'

ttiO\ lmc:d o cu'- ~sun:rnentc como wna


nwUfora I!
~~~4
ativid:-~dc \'oht w. Como de hã.bi1o. Duchamp
fnn-
tou o rapei <b nl.:ns sagaz analista. Rclembmndo a --\
..,. M lhu)o cnktJ \'0 ck$s Q objet ivos, Cald cr de:scn
çu
un·
o pnm dro encontro de Oucb amp com ele.; -Ptt~
tela ele que tipo de nome cu pod\!ria dar n essa..o ; l)ni+
sasc ele de pont o respondeu 'móhtJe•. Além dedclli~w
w :algo que se moo.'C', também s.tarufita 'JUQti\u' n.
Fmnça." ''
Concudo, os cscultort".~ viriam a descobrir que, lll·

depcndtnternente da 'o.ariaçio DQ bpO de eqtrilíbrk
O>S pelo "-ento lendi:tm u
cmpreu;uto, os objetos muvid
proctu:àr lÍJli)S muito Sltm clbanlt! de rilm ol c padn)l'"
de"" " uneao. Embora o-g . Ri<Ley ~ "'J>luro·
do a c~lrultlra du tipo cu1e1o.fi•lcro em wu trab3Jhv

cinêllco (fislt~ e -;ub!itiruldo o \'ocabulá.rio curv illnc1
c
do. mób da pot woa g<um etN plaoa. ., ~
oscllaçõcs ~'lcll eleme-nto& pt'OJ~<~...atn um oont..:udl.1
expre11slvo muuo semtlhantc ao de Calder. No âmh1
4it4$ q1oc.- ..
10 ela tn~ pruduçilv \k C3<W huru eit'IÓ
deu nos aoos 60. a mttt~m.mção mtcm a fo. ubhzikLt
1
)!~'i~
fin\ de permitir que o objeto em atuação !IC colo!
os da emo çló. O tr.th~t ·
em difem nes pon~. do dp« trr
lho de Ltn LY"• por c-x.tmplo. pi'OJN OCib ltlfl3J mc:n

um -.cnttmcnto de \'1olência c ngre::.são como o I>Hh


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produto drun lboo do má\·i.menta brusco das f()l
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em d1reçà(; lKit IÍDlJIO dos \'Oha mc:s
pelo ar. Autonmlicam~nto prognun.ada c l:!!ipc ctllt.l l

menl e montada como tipctáculo , cs.sa t~·ultum


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~lar- a 51 mesrn:a. ~..... pa~ln1
tende 1 dl: I)('
ao descrever seu An:o. dc: 1963 (IIJJ •M:
161 (SC)..EIIPACIItlrr All>·•*"'•·
1968 Mitle'i'<\•fill'fle',t.~•~~
1111!\aiiCO!o. 112 tl'l\ Atl'f'>lt .....
M.M'It"'o! ~n ""· ,.,.,.\, V.•l
ooatao d~ iltlhlil
ltJ A(,l.o'.II.Goorfe" II.O"f jiCul I
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29.1 em. lolln Wl'*' (,...,.,., N,.,_
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(lO',IIfiiOo'fdtof"'olll:)('o. \96) di>CQI!fO!,IO}"'<'"'· l
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"-"'"""'' <..lle!yel , , . . 0\~ A<oHWodollh~ YriU!!OI'V fl.l>1· 1!1!! 1 j
iiOIO C.OOI!ft'Y O>mll'm)
11/f'oonr.,.,~,, lf •~1 '"'' ''""-~
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Mo~·um«IA"..'' ,.,,.., !ldro
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to, 1om:~ a for~N de: u.u.. ciru IIÇOiada emm de comp•imcn·
.... pw v JIO"e-
nar """ ,. baK tmtp:u:'liJ:adL A açjo
corncça qunndo 01o
uuils c:IJR
:gttdOII puu m o :anel de aço
oQaw... repcnuaaa.rnk. li-a m pcwr(!Gra baixo c. ~poLS.
fni'I O'Ia r .i"i
n.JIUral, 11 cin1a de ;)ÇO AO l.am,:a parn o fom)l
alto
um cxtrtmo a aurro Cúfl 'lll'li (Wtm atllo t ti c.mbflkia do
t
o~~~ fc- .. dt
wl~ c: balan(•M, j\lt'lduz
indo mt~nsos 1\:l'kxot~ p1ra o
obiiCf\'ildOr e cmiliudo c•Lru\·fl~te•
•i)oaJ•~ l\>"""io........,
qw pua... nbn ic8b <lll e com O
WN . (}ea$iQNbn""c:·
qLtllllCJo n duniltldo Jfl'(" (} atiniJc sua
ulturJ máxima. colide
~!Jm lllm bolá $ldl peti N. ~
• eam r um aiiO
tl ._p .
ai diferente I)OI'êm ban'llÕ!uell, de mod
o que elo d.inÇ ll
!IC8undo unw C'tiCraobtl t tremulante Cl'mpcl't
Çáo crilda por
Jri!ono."
Em opos~ào â oub era llte cahs.1eru
lye . pod~:mol! rensar nos gc:~os l&utoco me dni ea de
ndcnatórios l.le
Jea n T'ulgucl) e:tp re» os por ob,tdos eteu
ltur
ait qut
parec:em pouco mat!l que &:ucata :mimod
lllm bém esse. lTabal kos erw ü ...aos coma. Contudo.
o atores de
etpetãculos etpeelfi~,;os, o nui s cele
bre deles encenn..
do em 1960 no jardim do Museu de Arf
( Moc.kma de
N~-a YOftc por uru C§CU)tur~ rm.
ramada para 5t aut(.}-
dKtrujr i'l , , .,.),
11 O 111•llalbo oe l'ol t1ury excmpllfica
um outro estado de npi rito ain4a -
a t'f.C'rt;)çio sen·
1:;ual reprunjda, Explora p.1drôcs <IUas
c unpertcpliwi.s
l.lc: movimento. como a sup erfi Ctt dr:
uru.
parede q~ tremem eom uma c..~1>écic n:k \os ck
de anunaç.iio
liUbliminar. ou os ekmC'otos d.;: uma
acu hur a iDôe-
prnden1c que ..e agt am uns con1m os
outros ti•o 1M).
Uury fuln na "jo rnad.1'• de um objeto c não em
sua
.;.io., afimaando que ""aS Jornad.a..
eHtam a 'progra·
mi~:ação' no gmu em que s:lo
dotadas de uma quaJ
i<J.à..
d. de lentidão, auneem- por fim, uma
I)U fic-lic•a. urna liberdad
'iberd..1ck real
e que atu.n po•· cont1 própri.,
t ram n <w:u pn)prtu praz
er ( .)"
Corno o momneoiO dl cscutrurl lk But) f"" ra
imediatamente úc.ima do hmite d.1 pt"rocpu' •da,k,
Bumham se re'll:unta se é possh-·el realmente d.•,lltl'i
4

car tSSt" trabal ho na me-stn1 catr&oria que as &mal!io


e~ltur.lS cintt1cas.. FaJ~ da auS\.'ncl.a de drarn:r
t...:II.L
de en1 qualquer objetO dcU;t'I UJnado e do scntKi o em
Qüe este estimula as n:ip(l:) las cinestéticas do oi'Joicr4

\."t~,.
~~o'lldor 81)e'UJS pcnfcriearnanc. Mas A.hJf az« ao
~~que o obJeiO se: qw.lif ica como cmC'b co :"-l rr·
flt.1ir que '"a expcnCnciJ de todo um tmb1e nte repleto
d.;! 'burys' é algo diferente Através do ~Uêncio, é JJOS•
$1\el st:nn"r o ru.ger de cordas, carre&Cis e fc>nn.a'
ínt4!1'l.tg3Cbs.. \todo de tocl.a\ as~- Para aJtm ck~
cantos dos oiMs, centena~ de tnO\'imcntbS muh•ll-.:n-
sua•• têm lugar imperceptivelmente. TaJ como no \1.1'!1·
oo de um ,-eJdro, madeira~ força contra madeu-. cn 4

quanto os tkmcn iOS se compimem coama o ClW'f'O


Vl\'U de vigas e pranchas cuvJlbadas. Sem a mterr"ren-
d.- de oul.rOS vic.hantes humanos, uma (!!;ala com ~cu I-
~ 'bur)·s· bllaoç a ao •bor de uma 1livid ade
'-Ut'oli 4

nunar-.
Pcrccbcmot-, na dtsc:nçio de Bumham. uma l!utal
c~ui ­
m utlan(~ de di~çl\o- rle um posic:ionrunento da
4
Nrl como o ator ~icJto oe: uma exll>lçao dn~li'-"1"'
ra uma posiç lodc n:atUrtza dntrS&. '\ieue~~·, p
te-nor. uma sala rtpleca de: 'bul')*'' cngenllm um ambh:n-
te muito especial de alerta scn5ual, um nmbtcntc t11...: t e<~
uahz.a o espaço ao pOt'I.IO em que o yh,~,vaJqr f'"~"" :1
ser o ator em questi o. O drama do mM llmt'nl tl .,
dmma oomplct.ldo pelo c~ctador ou 1n-.p~•p.w c
to ao tmbalho em seu C:OnJunto. sua purticip.-.ç.lu tk
sc:mpcnbando. ~ larp escala ou em ~~;,.tCK c\.rli··•t••'
a -.ti\ 1d:lde subhmmar"" tUJUtda ptln tr.tbalht• -\
culturn fat do obser\·ad<'lr um cllmph..:c da dm·~o 1, •
~>Ua "jornada" otravés do tempo; uu ..~; r MJ.;I pl.ltr•-
•· il
tspect.ador "~ oom·erte. automatican~o·nt~· cu1 ..,,. ,,,. ·•
Nesse ~lido. pockmot pensar • escuhura do
gOOero quadro ,n, como o trabalho de <irorJ!c
Sega1 tr.g. ,~ uu Ed"ard K•enholz - como tea.tQI,
CIDbora nenhum me<:~min\0 interno leve o~> ah.tt~:•
esculpidos a "atuar"' em tempo. ~ antes o movuncntu
do obscn-aclor oo cummh:ar em torno do dmrumu
escultural ou se deter pura interpretar o sigttitíCallo
nl'lrrtttivo dos thl'erettlllll di>tllllhM rln flu~rl m Vi\'n que
empresta a dises lrtJbalhos um tempo dram:itko. O
uso de banheil'a;), mtll'quh.es de teatro ou lettus hospl-
talares de \'tfdadc no~ quai$ O'! nunequin.) de g~~,,
m instai~ a.;entw o acntulo de oonti.ouidack: entn
o mundo do obKrndor c • aanbieolaç;ão do trabaii'M'
A escullUI'I de: Claa Oldtnburs também se ocpnlhl
em amblentn uu quadRK Yl\'05 c recorre igualmeut~:
a imagens extraidM do nlul'ldo nio-cstcrili.zado tb
cultura popular. Ela trabalhJ com o mobiliãno dC'
"suires·· tf-9. lr.cl._ ~t.lnauuios. 1eltfones, hambtlrgueres.
batatas fritas ou pontas de cigarro.
Ma.s o que deYemOII IlCn~ar de uma ponta de d~ar·
ro com mnis de 1.20 m de CQmprimemo ou um suni
tãrio de lona l"on.-.do com palna wo 110)- OOtblrui(l,,
t"i'lmi'l um tm\'Cll:.cdiO elaborodo c murcho? Tais obJc·
tos. mootad~ oomo h'&Muhres obstruÇÕes em no~~l'
es~. sem dU\·1W teatndillm seu ambiente. sem
dú' ida r~cm de: DÓI (IOttÍCipcs ou at«eS do dr.am.a
que aprcsc:o&adl M.. que npo de IIORS e em que
CSj'écie ele.,....,...•
-. Os dou pnDCi~ rea.nos formais ~.ldt"'
pof Oldcnbwg rara cran.. fonnar o ob,teto comum ~
as estra1églas do Q.JganlhmO C•'OIJ d3 ma6c-l. 1 k•
constitUem ob.\lrw.,·~ do e~~:paço do obsen·ad~'' 1lt•l
terem-se totnndo vJuiaçõcs coJoss:.is de -.uo.l ç,~,_,,~;,
natunl1 c por pmnl()\'CI~IR um scnli,lo de intc, ,n,.h, c n
que o observador é um panidpante. :~cnd~l 11 mii'IM,
dos objetos \."'ruMuídu em tc1mo..lS que \lhtl't(lll u
curpu liCic próprio - llexivel e macio. como a cam
t.
O u~'ador é fon:ado a recoMc:cer. ~ doh.
fa·
tos ··rsts s sl4 as n11nlttLf COJS II\- os ol>jetos que uso
di;uiruncntc'"', e "eu me J)Qrt ço com ele!!"
O ~umálumo (puucu.btmence oa pantwa) r««
·
reu a noteotas a.hct11çôcs de e&c:ab a run de abnr uma
fcod:1 uo pluno de: fundo condnuo da I"C\llidade, e
o
sentado de mal;~. de Oldeoburx ob\ iamenle est.i ~la·
c1on.1do a e5sa fonte. Purem, 5C\b ~ üo dlfa-
en-
lcs e o eqUilíbrio entre platéia o objeto •P•'i:~ta uma.
s.utal modifJCIÇ!o. Bn:too ()()nai,Mtefa\·a u altc:neôes
oo mundo nttm o confirrnaçõe~ obJd H as de al&Uina
parto do eu do al1tor - ~u as n ecessidade~; inconscten
-
tes ou seu$ dc:.<Jejos. O cnconuo wne alu• a era conce
--
bido eomo uana csp«.te de pr'O\'I de que os ob;J~
os
pochom ser moldado" JX>r esse .-specto do cu. Os ohjt ·
tos. port:uttó. emm m11nifçsraçôes do eu em seu pmoJe ..
W·t c para fora '. Eram o cumrn:memo da
prev1sio de:
.,
(.~
~

:~()~~~
..... ~.
....... .....
Tzara sobre (') poema, de que cs1e ··11e J).:uecen:\ com 11 M:.fi.<w·
vocC... oode por ••vocC" !lubentende-se o autor. Ma,~; a
reaç~o à obra dc: 01cJmburs J.D'o me es;sc:) : '"'llnCI!), t\....,n..
tando na assctÇio ·'eu me pareço com eles". em que o
"eu" é o espcçUidor e "eJes''. os obje101 b3naiJ que
"""uiU'l1 o seu espaço use mM tr é acompaobado
de
um.a percepçio que <n•.nac bem nuus profundamenle
uma
"is.3o npt'iotbtica do cu. segundo a qual Clik é tjdo c~>
mo e.~. em seu iiê'nbdo nws Nnda rncat al.. an--
tenormente à t:\pcriênc.a.a.
Ao disculinnos a obm de Rodin. fahunQS de uma
a.ltcmali\'3 a essa noçl o 1• Rcft~ a uma
'i~
qun do a qu,l sen.a. possh·el considc111r o conh~Xi·
mento de alguns dos confinsmtull íntimUoS do cu como
tenchl'íido adquirido com 00$: no comportamc:niO de-
ten:c•ros - em seus ~os de JOfri.mtnlo, por c:Acm
·
ptv. ou de nmor. Falamos dll u1versão por Rodtn da
fhnh,: de sil!.nl/icado do gesto, 10 lr.Ulsftrit seu wnti
·
do do c:eaLro da lisura ptlm sua pele
. tom:
po ssl vc luw ..,. ~. pr or mdo-~. se é
Clal. Stn nmOJ; um cen o tc:ITOf q uando
-. .e s.opnf'~
pensamos no eu
como coowuklo IW expcriCncia e olo
lerrOf porque ê preciso nbd icar de algu aoltriof a e:ta.
ma:~ noÇôc.s de
conuolc, porqut: ai~ «<WZB$ ace
rca da foote ou
da funçlo do conhecimento deverã
o ser modiftcadas
ou relbrmul•das. Coeuudo. o otinuJM
O na obra de
kod1n bro ta du fõ:tto de que , altM
I de eonta~t.. a fotmA~
çi'lo do gesto pda e;q>c:ri~nci:J é alg
o ainda humano.
C«D Olõ enb urg . o &om .,.; torna sardóni
co c a cin ugi a
intelectual mais r:tdical. porque a ifn3
&:cm da i.nnuio-
cia sobre o cu t ~ de:: objetos.
Emhorn suavi:ta.ckt e velada pela it'O
nia. a relaçào
do llabalho do Old<nburJ com ..,..
pi>!Cia t do aares-
slo. A mactez das cscullura.s nbala as
con
euruaura raclOOJI. e s.uu assoe~. pan venções da
a o obk r\'3 -
dor. atRCam os pressupostos deste de
<1ue ele: é o a..:en·
te conceitual do ckw O\'O I\'!m eiU O lcln
pom.l do n1:nto.
Quando Ptcabta dtngiu 010 holofnaes
,,ara a 1Jiaté•B de
R~lâclt~. seu ato de inc orp ora
ç'lo fot,
po, um ato de terroris.:uo. Se o trnbalhoao me sm o lt:m -
de Oldenburg
é teal flll. ele o é no .sel)tido de ~e
tnM M te-:ttro oom cnc ton ol,
alo 1106 ter·
~ucr ess es term os seJam
realizados pelo movin:M:nto do An~
n6rW d~ lu:, de
Mohoi)I·NliJY, qu « pelo na!UI'<za <>llÍ
t!CO do quadro
eseuhural v1vo.
O elo <DU< o tn1balbo de Oklenl>u'll
e u noç õas de
um ..lciHro da crueldade:" for ro•jndo
no f'waal dos anos
SO e .nk lo dos 60. medaante a par
uca
tor JJ:Jli nuuufesuu;õcs temrnis conhec paçio do C$CuJ.
idas como lr.tlp-
~ning,••. Os ltapprniRgJ cm
n ac( )nte cim emo s dr'3·
m~·hicos enoenado~. em
&Wl mnioria. em Nova York,
J)<lr arti.s~ e seu.s am.i~ que
atui i\W l\ em sillios..
~U~1enas. ou. como no caso de
Oldeob urg, roohadlb de
luj:.s (11 nu Conforme obs cf\o u
Susan Son tag . três
carnctcristicas hptcns do llappmmg ,.,nruJam-l'lt• a
concc:pc;.ão annudiána do 1c:.atr0: "em prtmeiro htrnr.
seu ttaltllllenlo t.uprapeswal ou impessoal da' l"!:t-
SOb;em segundo, sua ênfase no ~ulo e no w: ~.
com um desdem pela paJ:wra: e. em tcn:caro. M:U pn-..
objetivo de tom ~r a platéia de assalto.. ". Au
f'e11~do
de~re\'Cr esse úllhno aspecto. Sontn~ escreve:

liaht'l s cartKkri~ ._.., &wptccQde~U do ,.,.,...


mn.g fCja o muamcmo (e es1~ it o Unico IC.Tmo cabivtl) qt.c
di~nsa à pl:•t~ia. Os JKU1tetrumlcs podem espirra• Al!llll
adl.. ~'W 11)()eda$ Gil ~ dder;m tt- em pó ~uc
,.,. ... _..,.A~ poda6 .-..... ......, ...,... ...,
dores em um lambclf" de óko ou agnar ""' maçanco do t~.:c·
tile•w cro direo(no •os t:~pe<:Uldorés. Ums rort.liO (lo nWI~
podc1n estar lttpdO!I ao lllC.'SIIlO lcmpo. A rlatéia pode: M.'r
o4w\pda " se ..~ lkicoafon;a-I'Cltnc!I.IIC em unu aab
ap•ntwt41. di:sparw um lugar w fl(;llt dt pt ~ tãbw, w-
kxmdn!l em algul\t> ccntimc:tro'l de ~· Nio hã o tt~ntw
t'nlJIC:nbo em ttc!nder ao ~jo d.1 pJi'Utlll de ver lu(l(l Na
\'ttdldie. O l)'l;li.J; dti rt.l.di eiwe 6estjo ~ cleLt:crdn\t11t..-
Q;~'"
~. quer pda cti(IC:I'I I(',io de alpns IICO
dcse:nrobr ~•multã ot<> lk"lt~
na aemi.oe$4.-uri4.3o. qtaer pelo
en1 11mbtí:mes diversos. Em Um lutppf!llltJS d.: pl'ltml h''''·
de A llan l<..llpro\lo, apresc:naoo o,. uuasw \k 1961 n.~~ """
bom Galluy. ot cspeç&adrorcs rlt"~'U:I COt&(tnados no ti -
riot dCt uma ~l'llrn semr:lhantc a uma tal\1, qut kmho
vu um ''llgio de gudo; as p:1rcd~ de mnddrn desse n.""1111c,
lbutm PC'O\'.cb!l ck: ori.fK:iOS por o..X Oli e~pec.tadtWII ro
chm tt acc::."'dlr patt ft!' o. .ecattt illlCli1 Cd qut " ,j,
sntfOi a\UI do lado tk fOR, quudo O ~· knll
"1\, 1111 partôet vtnhnm aba• ~Cl o osesp«:1.1dores eram c•l\u-
ladoll p).nt fora por ;,~~uém que mancjav!A um
1.."0111.."'' d('

grlmll a motOf •

Se o ataque com o cortodor de ~r1ma etn I tlf

lwppe tlülg dt: fJi'lmaw:ro anunctava ~~ liu:.l do '-'""'nh•,


mui10S /sappt'mngs nio <bvant à rl.!lii.J mch• .tt,l't.U
l

-
-

17J. *IXO A l$0tf~OAIW:«t 174 ACIMA ll"'~'l"•i•


) ltfl~. ~.1110,1'> dPI'Y>!OI+~' (I •'
11~191!925-
""'""",•'Ho 'Noow ~... r tm fTQikll'lll~~ M•«•f
2'.>(W :0\lllr 1966. W.,!$'NIUJICn
oc (1010~ Moo't)
alguma de que ""' .......IÚI>Ido. Desproyidos de qual·
~ qpo dto an-o nArnt1YQ """ druuiticlo.. deSpn:Moos
ck lll'il'ft*: ou ntrwura. DOnnalmcwuc deixa''3Jll suas
pbt<w ~. cspmndo algum lcmpo depoJs de já
...... •odo -•uodoo de r.... "O ,.._ing 8IJJa pela
criaç.lo 4Ü ume red.l anunétric,:a de 5W'J)n:sas, sem cli·
nrt1t ou «•thumaçlo; ltlta~" da IÓ;gJCõl dos $Ollbos e não
da lógtea qt~C" prtdonuna n.1 arte. Os sonhos sâo despro-
vJdo'l de um Jênlldo de tempo; o mesmo se dá C'()ffi os
ht~ppr'llngv. IM.--ntos d~ 1.1111 cn~e um discurso rac~
rol continuo, ~;lkl io;cnt~ de p~:1sado.'":.! E essa ausência
de UntliCnii(IO de cstrutur.:~ é, <~c .sublimac.Ja, uma agres-
f;i\o 1\ plmóul na mesma ,,ropo('(,'ào que a amçaça física
dt• cor1;'1(klr motorit.•do.
Oulro a.~ do ltuppt"ff..,.. -~u traummkl m-
prapessoal ou nnpe:51J011 d..u ptsiOIS... um uma n.ila~.t.
impc::rn.ãnc1a pua o penwnento de Otdeoburg c:c ll
respeilO à e!>eulturt. N~ ~~~l'~"i"Kf· os rartióranh:"
muitas vezes eram envohO'o> em sacos de esto!Ãl ~·u
embrulhados em pa.pcl de modo tt J:NUtQen:m obj~h~'·
fa:~:iam as vezes t.ll! :.tccbSÕrtO" innnimndos tfl;l. m>'· ._,u
ueiant como .se f<>SbCnl ,n_..trumenlos despe rso•'•'h"<~·
dos eram erguidos. ~··rcmesstulos, emrurmdos e got
pc3dos...Outro mo<lo de cm~ar as J)CSS()a.'l é na tJ~,.-:-.
coberta ou no uso N!pctJIJ\'0 e apai.Jtonado de mál..:ri;.u•
roc' MLU ~ scnson:a..$ e nlo por 1UU fun·
ÇÕI."" '-"'""'rt'lt"ltlftii.S: drixar cm pedaços de ('lio em uma
luld d'ilttUJ. anwnar a mesa para uma ~fc1çJtt. fuer
fvl;u um imenso aro dt papel pelo chlo. pendumr rou·
p;1s nd \Jrat."-,.
Nc,.-;e Uhuno aspecto. os hapfMrln,p fllit~rwlNC ~
umo 11-adu;no da dança que se desenvolvia •imuhone-n-
•••cnl~. OPIU'tlr da'l comoe,rt~fí:eot ti,. h.k-n......_. C'mu1ingh:;lm,
em c1ue lê Vénficnva um.a crescente insistência nJ COI·
•uficoçlo do moo.·imento. Ao descr~t:r ~ ObJCtl\'~ da
''1\0\ll d.1nça'" e rdxionã~Jos àqueles da t.:;~,;ulcum em
"""od""' do< anos 60,"""""" M"=txl""' ck<l..,. •·fun-
dJmmt:\1 pam ~" considtraçõcs era a dl)tu~lo m-
tR" lol1\ IC'mpo que poclcri;amos c:bamar 'lnlitk'\l tm opo--
•açio a W!llcntpo opcrac1oul. o tempo cb npm(noa.
de DOIAM~ ao mundo""!!! Aponta. a qv.tr. q~ a
meti "'"'um do< bodan-ljpdos ao Judaoo Thca!re •
..l!ra o c<~rahc'lecimento de uma econom1a rad!Cihntn-
h: nova do nw.."im~mo. O que exigia utnli c:r111C11 siqe-
m.ítica da •-ecórka, das convenções. da,. hlernrquias es.
h~liCii!l impot't~s pelas fonnas de dança lmd•çlonois ou
~láslloiCil'i, '1111 retórica foi. na vrrd.1<Je, iJM.'tt•da, dco:ll·ul-
da. no que Pl•<~sou a ser conhecido como n cbi)Çn da
'lulaua~;~.c:m c(lfllum· e do 'desempcr<hn (IP ,,""r~, ... Aç
tatcf.ts que constin•jam a trama de~ c.lm(n como
DlO\·tr colcheks. earrega.r tijolos ou obcd<~~;c:r it regm
de umjt"\,""'0 akndtm a uma dupla r:-;tr:U~IJI- tubtti·
tUir o lt'..l>kllllsmo pdo tempo rmf' e d.bp.K-oJogu.'lr
o JC'U C\'-<çuatnl~.
Ao n.."ft'\cr SJOin sea próprlo tnb~i~Jk), Y~oone
Ranm tmi~lll nos pan.Jdos entre a wn~íb1lu.bde:
da
01"1\~ dantt r: a da esc"!Jh:ur1 mirunl3bsta (fog ,.,.....
L. C(l!M
cfc110, no momento em que o trabalho de: Oldc::nburg
~.:"'m..:ça•.-1t o nnre~r na amb1entaçio lcau-al de. ltiip·
~~·,m•J.:· um •ntertsse pela atuação no contexto da nova
lLinçu mokllwa nlgumas das atitudes que ..urguun na
t)hru li..: Robcrt Morris. Tal como dc:,<:rito no 1nkio
ek...tc l.'aphuln, Morris teve rcservadot~ actc m•nutos
poro uma a..........., i..,,. oolodooo Li>~ Thc.ltn:
em 1961. O "'ator- cxolhiOO t COI'l'SUUido JlOI" de fo1
uma coluna oca q~ lpiiU&a so:ânha oo palco. fJC'al
do na ..·ertical por uit mmu1os c mdo, a coluna era 1~:4
v#da cntàu a 1ombar no (MO, Mele: Jl(:nnane<:ia, hon·
zontal, pelo intcrv<l)O de tempo rescan1e.
A coluna foi :1 h:\~ de &rflnde parte do peosamcn
to ~~eqüeot{' (Ir Morri~: c:nhre a C$CUitura. Fic:m1u~
impressionados. poltm. com os paralelos entre da e o
trabalho de Oldenbur,g pur mais que tc::nb.am .sMlü
concdndos diferentemente. Sendo um ator. ê a.ólt01~l­
morfllada- CQn\crhdJ em um.a e$pêcie de modelo do
eu - ao IDC$tnO tempo que. tendo um objew, corq:tlc~
tameOlC" aoapn!$.51\"1"". 1.. W como o S3!litário mac ..l.
im"'C:Ste <:Oiltra as ick.a. COft\tneiortsis do obsef'\'3dor
sobre como se fonna a C'q)C'nência. A coluna cumpn:
esse papel com wrprcc:ndente 5imphc1Cbdc. Isso 1)01 •
que sua única ..açio"' no 1r.ti\SOOrtt:r do espe:tâculo ê
mudar de J)QStçOO. t.:.la IOmha. Ao fazê-lo deixa de '>CI
um objeto em pé pam 11c trnnlifonnar num objeto d~:l·
tado. Nossa idóit' nm·•n11l com1\':spcitQ a essa ·•aç~o"l'
que ela n3da modifícu. ou que nada modific:l de
Pll.~.endal nn objeto. O objeto pconnanecc ao longo dil
tempo c do t:iopaço o mt'.tmo. Na "erdadc:. o traboiJ\4,
ulterior de Mom'l-. que C.\ptor~ cs....e tipO de- mudru11;.1
de p05içio $0fnda 1>0f uma mesma forma,..,. t~. r111
descritO em tc:nrl06 ~ ptCiprib leori:lS do cual~·
mc:nto que a coluna ~ de$2-ftu. ~ tr.\Miho.~
fonun ôescntoJ ccmo todntlh.udes • -maoipob(ju dt
fonnas por uma cflll'ta. c:omo ~;e fos:s.em mtcns.~~ l''
gos de: montar A 1nmCnc:11 de 111crar, de cnM:rl-"•'' .1
muitas pOSSÍbJhd!Kic:s tncrente!l a uma rfl.oi!'lll:-t h'IIIM,
é típica da v1s1io s•ncré11C:ft d~t cn ilnÇíL. sq,.'l.Jild~l.l quul
o aprcncb:t.lklo de u!T'11~ ft'lrnm e:-.veclf~ r1oc.k !<oo.:l 11.-u
fendo para qm\lquc:r \rOtl!~:lo dcssn mcsnli• lurmu""
Contudo. o motivo J)Uf QU"-' o 1kM:nçà~.1 ;~~;imo~ I'·'"'' 1
I

lll.l(lcqunda ~ que c: la não se cocátKa em nossa txJ)c..


riéndil <.:oncre1n da coluna. tn Mr.o·r.. tu. .v. •··•• •
1'#1"'P"'+'· c..., •.,.,,,n.,
F111 pé, a columt p1ux:c;c leve e delgada. seo cará1er ~nMO!H (l<tlt! li"" ....
e•~tn part."Cc: •mpc:,lurbado pela pressão exercida para
baixo por 11cu peso. l>ttrece Ouida. linear c: dC...,Ilf'O\ •da
de massa. Quando em p<>sjçAo hotizonl.ul. IX>•'Cm, •
cohma .wf~ uma mudm ça de M/alre :D. Paneo: 11111(
~lo fk-"!'wwt
(i.l. contraidJ c pesada; parece tklvm inada
O &igniticntivo na coluna, rorlllnto, não I! cl :~ ser u
n'ICSina ao longo de ··qualquer ..~ação de~ mcsn1-1
forma... rn~s ser tla d1fctea1e E n.:,a difeR:nça aün
•m dlll"•n A Í(lêia de (IW o sentido de um<l fonna dc:'c
~~er encontrado em S<:U t:lráter nblltrato, ou em sua
-a:
puabilidade. em seu i)C)Jamen1o oom rdaçl o a umu
~rtuaçào eor.u eta.l\ a pow,ibilicbdc que ltmOJ
de tnn
f.:n-la, inl~Cta, de um dc:tcnninJdo local c oneatat,liu
paro outro Merleau-1\)01)'. em ilua Fenrmu·twlogitr t/11
prffffJfüt>. combate JU).I.amcnte e~ ooção dos a..c;;~·
toa dos sena.OOS que: se pOdem a~uair. 10 ~~
sobn: o modo como n cor. por c~empJo, lnart~rnite nm
,\'lgt1ificadn:
EsP !Jn '~h que,• .., llpCflt ~ ~ ,'mJ11dtta C111
"1rtude de urna sombrJ ~1 11e l:q)QU .• ao loo~ dela~ 5ll:l qu.•
h~lade só é ,,crccptiv~l em relaçiio ao ;o&o
da h1.t. sobn: ..-1.-
c. J'(lr ~Qt.r., ('Cifl'' deme nto ck uma Ctinf !pn\ tu
alli.U lft Alt
~~- A~ 4as$O. pock-tt: diJtt que a e« K
An:o de detcmunlldl'llam;~nho, :>el'll 1
...-.._1en1e <t: ~tlJX' um:1
impossivcl dc11crew:r um.• á~cJu.:CMJ\tcn.cmc p~.:,, u~,.,,,
nt'!oM'S temm1. For frm, ~sse \'C'Itnclho 9el"ll lilr:rabn.•nl
o "'\-um dho laaoso ~ ck n taptto
o.tUO. caso lâo fosse

É somc nle eLn umn lobela dr:: cores queM! p()(krm


considef'<lr que o "ennelbo de wn tapete c tl ,·c-rm
lho de uma~ do a mbm a ror. Por c~111
tç, na labeiJ de core~ - ou, anh!3,paro a t.lhd;.l de'''
rcs- o l'lrÓJ>rio concc ilo de \'ermclho h~lll um \l!tlll
facado d1fcn:n1e.
En.'t rpr a coluna C'OmO stndo a me~-ma. ap.; u ,.
1iU:.l mu<lanc;a de pOS.ç;lo, é imagm;;~r qu\! n,,!l..,., \:(''""
cimento do espaço 1mnsoc:mk il'> csp~dfl,·hl.l tk" dt
tj
IJlb.Sõl ptnpt CÔ\'1 , <p! O CspAc;d C'tn ,j !kt
ud o como uma tta de idc at
Elp
tcmR'S dessa Sflldc. racionalil hcllmos o espaço em
;Jndo o modo como teUS
bnlçOto pan.lelos: pam:::en1 COn
\o'C'f'gl f na pro rundjdade
oo ntJ'i irna@,i.uarmo5 malposic .
tcmaôos P'U ' cn xc rpr a
&radc po r intcun . Ttntamos
Oliclo
éontradiçio imaa.ioando-uas ~ n:ccl' css.1 upareme
de afu nd o comgir os ·'distorçõpor sobre a 11'1.·
es·
ci\'1 e recupcru o cw b:: r absolu • de nossa pt:t.5P'!C·
total Ma !l' 1mpo3alw l ç,.,.;~u to ck- seu parak-hsmo
ut~r o sentido da prof'uD
d>dade em algllma pane dcisa tuS -
pmsào. "Quando olho
para uma estrada que corre à
1ni
ao horizonte-. adwrte Mer1eau· nha frente em du t:( io
nem que a.. laterais da esu-da
Ponty, ...ulo devo d•zcr
me são a.prtSCQLid:as co.
mo ~entes nem que me
sllo :tpre$tntndns com<>
p.'l.rlllelas· ela$ lào J}lf.UU{t/~
>lo on perspectrva não é po "'" JH'D/'MndidilJ~. A vi·
stuladll. ma r tampouoo o
é o paralehsmo. Sou ohson-ido
pd a pró pn o ~qroda e
ft ela me 11pego JJo•· mc
m de sua di.5torçJo vi.Jtual. e 3
profundukwle t essa tn,r:PÇio
rne
nem o PTOJeçâOem perspecrl\•a sn1J, que oilo postula
d3 escrikb nem a esa a.
cb 'rc:al'." 11'1 ~ Wl '\tll 11'N I
A noção de coordenadas axiom c~. l'~fii.JO r.(O·

mr te canoebcr • nóft mesan


itu::as. que nos pe r· oact.•• "" 'ooo dt .. ·~
QS como cap.1.1es de recon~ 1'W ~1• ~•.-1 ltf c.'fl • nu
t•ruiJ· o objeto. a par tir de nad
rt'll l» em C(' ft[a nossa
o à sua \ôl ta- vm lew r Jl:nil,t
I'X)sJÇilo p.'lrticular, ou a dO obj
'"'*..........
fktl <~ d• (,.,,.~

é uma rtOÇ;lo ""e:


~ tão-tomente áe.v
prt len dt esqucc::er que o sig
eto,
nificado
111 1:10Siç1ln e tlt>Sia per;pcctiva;
que nio :~e ttm o conbecunen'o e
~~ coisa5 de antc-
ml io, A coluno instSCt! cul
que somente os fanl!lSti'UI
apari."C'Cm par a ... \'ft io sâncút S
ic~
dQ ~ tSpa<:lfico e e uma função C mas .'ft!U ~~o~gnirica~
dó tempo \oi\· Ido.
Duas coiSM do unponantct: a
combtltc dcultur<al a uma exp 1,-Lmcira é (IUC e~sc
licaçio Clh.Áifl:a de c:omo
" eo tus chegam ao conhec1m
11:1 obra de Roditte Bras:ICusi - ento tem precoden1es
o que mo sigmrtcaque
t''li."J•l suhord•n:..do :1
de11, mu~ apcna..<> que dl con
Jluid:ulc a uma torre-nte pn>fun ti·
d:a e ;rnporum:c narra·
Jll~ >Nlf' .U AAUO" ""'

du;ão da escultura I'JK)de.rna; 11 srgw1da é que roi a pró-


prl~ <k.~ do 1eauo eam rebç lo a um1 situ .
ç.\o vam l\cl que foi cap u de pmi"itOnar e romp
er as
çon,·cnçÕI:.'I do çl.l~ictsmo. ~o proJ\111damentc 1rrai~
~wb.~ em <~U3S ,arii ,·tis do~ XX. DO fullr ismo .
n<t COO!o&n11i\ismo c em !IUl\ extem'IOes tecnológ•c
as.
l•:m meados do$ :.nos 60. l'icc•m cvidt:nciJdo que tea·
truhd3de c awaçJo pode tiam prodwir maa Q, i:são
VJQ •ion ll mtte o 04)jtto CiCU!tural e as prC·c
.:unccp-
ções acerca do wnhecm1CIIhl que o observado•· pode
-
ria ter do objeto e de si mtllm O
A mul oçâo de Brut t Nauman n.1 Wilckr O.ll<ry
( IQ70}. por txemplo. exerce uma p1\:a.)no sobre lltdein
qu~ o ob&ervador tem de si mc,·mQ como
"'a.otiomati(".r
mence ~.. -como Hlá' -d e imuq ,cl em c
pua bÍ mc~mo. A rn~talaçOO cons1.stc em dots corrcdo-
1-.!~ l ong~» t: c,stn:itO!> arrnv l\ dos qu.1is
o o~'lldor
-t desloca,.,_ 1P41 I"-'~ a gniiWc attlua na
J"'IIII"CÔC'.
em uma <b• extrc nuda do do corredor há um:.
tâmc-
rtl de vidco. enqu.:mto no outro cxiJ\:tOO, colocado no
dllo . bá um morukW que li'WI!Vniie a r"'-lg an ilfteld
:ta.
\4 capradl pela cimcra. Esta. obvLatncm
e. é a unagcm
do observador em M!U trajc(O pelo corredor em
dir~­
ç~o il tela 00 monj!Qr. Ma' • 1m"~ de
s.i nwo-ti'IO ~
dl~ à qu.al o ~*-'or eanunha
é uma IR\It,ocm
de COSlllll~ c à med1d" que ele se apro.xima de~ prô-
rno rd1c'<O. a 1m.1~m de '"<~i mc«mo•· vaj rteu: tndo
Qu;m to nua r1e ac apro:Orn:t, men or '-ai fican
do •
1magem. urru~ 'ez que eslá IIC afas(nndo da c!lmera, o
f<lllle da •magem I ·(oçe scnt1d0 de um c:entro \.'m movi-
ment o klali zado no corpo do próp no obscn"lldo
rc
c.!Urra i~ Ida c01Ut11 as com-enÇtk:\ da eM:ullura. t.1l
.:nmo fonun mantidas oo longo do século. A obediCo-
·u a esta.'. no trnbt .lbo de k)tb uma pma de ~o
­
c.·,._ e om tnna a ~ al>oniJdo no cc.1,frulo SC'J:Uuue. O
huo CS!lc11Ciil1 no mflm.ento. porém . t que o tipo de tea-
tr tliJouk: c.tU< enco 11~ no tmbolho de Oldcnbur
~P
MOIT'ii c N~ e crucW pua a refonnula~r,in ckl (UI
pn:aldntlaiiO esculttnl o que é o obJeto. de .-c ,.....s.,'
o- • o que sogDÔICil "COilbed-lo".
Al,..,m, ôeiDos wn giro de 360-e ''OitlmM i pult.:
rmca c:ootn. o ~ que deu início :t este e;.pttulu
Fned IÚII'tlW'& q~ a ceatralid:lde de\ e awar tm ô:tn·
IPI:I*) da a;~,;ultum - tw'\-ando o sentido da ""'"''~
..maul.&r da cS~.:uhura. pri,'3fldo-a. dessa forma. de utS\
•usruficado que era f.'-~cttJn.l'tJ/ e prtv-~ ""' mc.1'"''
ttmpo. de scnct.lalk. Porém. a escultur.l que acabo~
abordar basc•a·se numa impressão da insufici~nci:1 d~'
((ut eo1n a c:sc.ulturo. porque fundame-mnda em um
mito idealista. E ao tentar descobnr o que 11 ~uhm.t
1!. ou o q1.1c 1wdc: ser ela, ulilizou-se do teatro c: lle IIIUt
t\llnçâo com o contexto do observador romo umn li: f
ramcntu paril destruir, itwestigar e reconstruir.
CAPITULO 7 O DUPLO NEGAnVO:
UMA NOVA SINTAXE PARA
A ESCULTURA

Em 1969, unt JOW'm c:scuhor chamado Ritbanl


Serra realizou Mdo ~1nw1J.J clt111nbo fi9.- 179J.. um
fUme de três mmuros. rtpdlh\0, austero e quase sem
enredo. Estendendo-se da dtrelta tb tda. até ocupor
quase codo o campo \'13oUJI vCem~5C uma mão e um
antebraço que k encurreanm da tOiaJidade da ação,
que consiste: na.~ ttnllll1V111 de SeNil tl!:<irrar uma su·
cessão de tirns mcu\lien'l que cacnl pelo espaço da
imagem. O ri1mo pulsante t-nlrc míio aberta e punho
t:('rrado. à medida quo ~ll'rtll bu11c;a dQt.,.r oe obj&loc
em queda. é a úmca pontu.Jt:io cb seqüência espaço-
cempora.J. do filme Por \'C'tts sua mlo erra o ah'O e o
chumbo passa rapidammL~ por tia. Por \'eZCS a mio
C'OflSitgUe ......,., dttendo a 11m por um iasc.arue.
ant~ de 10mata abri-la 1 (am de pcrmmrqueodtum -
bo c:<llltinue eaindo. O filme t 1nk:lrame1ne compos-
to dessas tentat•ws bem.cucec.hdas e frustr3dns de
agarrar- bem como 00 ~1111du t.l.3. mten.'ill concentra·
ção da milo. ''isualmeute dc:.pruvtda de um corpo. em
sua ação.
Um dos aspectos &-urpreendcntcs desse filme é sun
incansá.,.· d persLo;tén ci~ - I'CIIhlar uma lklerminadn t:t·
refa repetidas vezes. 'lem e:ons1dtnu o ··s.uc~so" um
clilna!t particular qualquer. t.lmplesmtntc atrtS«~lW
uma IdO tspec1 ftca à squm te, tal oomo um niutalo
vai ll(;ft!'S.Ot:ntando câmaras à ~ua conch.'l, J\o considc·
rar ~ repctiçilo um..1 forma de compor, Umtl demonscru·
çào de quase •urda. t(:D;Ic;•d.'lde. o filme de Sem se
insac \e em uma tradtçãio da escultura q~ laC dexn·
vol-v~ra nos ~e ou 0110 anos que an1ecedc:rnm s~•.a
rea·
lizaç!kl E não apcn.'lS o seu filme. como 1ambém ui~
gum;;~_, escultuta1 que produ.liu 03qUflf ano
ip11-
u-.:nK . ~como 1'\_ofd lrltJidadd.,. ..,. produ ·
zida &f"f'Cmessando cbwnbo derretido no ftn.gulo for·
mado entre o piso c a parede, arrancando l.l f0fmi1 cn·
dum.: ida c coiOC"ándo-a no çentro d3 saL.L. d~pois repe-
tindo o gesto. Jomun õo. - ronua. ....suoe>Wo
de t1r1~ de ébumbo, soqiiaK•ais e mu110 parcc•da~. •
como o~ ondas que se sucedem uma$ às outras em d•·
reç~o t\ praia
Ean 1964. llooald JUdd falo u-"" '" Qllll....... de
rq>et1çOO tanto ~m w.aa. própria ~hufl ffio. 111) como
nas pmturns de fnlllk StciJOIII9. 196). ..A ordem ... escn.!·
\'eU. "nnO é rocio•Ja.l•~ e SUbJilCtnte, 01il'§ é "unplesn•cn·
lt' ordrm. como • da cmtinuadadt; uma oa~sa dcpMJ~
da
outm ... Algum 1Cmpo depoiS, em mna enlrevtsaa oole·
tiva. ele c: Stella dt!lcorreram ma•" a fuudo ~bre o in·
teré$5C de ambol l nessa. COmpn'llç~n fito. "11ma coija ct.
poi.\ our.ra'". Tra&a-wa~. atinn. .nm. de: urna estn*i !il8
..
p3r:a ~ i compos;;çio rdac:IOD&I que Identi
fica·
vam oom a arte e-uropéia...A conc:epçlio deles bascut ·
se toda no oqUIJfbrio'', ob6crvoo Stella com rcspcilo
ao rormah.<;mo e\lJOpe'lL ""\OI:l: ru uma COt-..a num c:an·
tO e a cqmlibn com aJ&uma COIU llO ou.tro ean1o.., ;\o
exphcar os motiVO !t por que t:e opunha l compos•ç~O
rcl:1ciOrU1I, Judd r\tforç.oo: "Ú <1ue eles cs•:lo hgados a
uma fi losofia o rKiooalOOIO. a fib.úl'i.1 rxioo aJ.,.
la(._) Toda essa arte es&ã baacada em '*qema.s conJoo

tnudos de antcmJo, sistc:m:l'> npriorif;.11cos; eles C:\·
prcssam um dc:tennmado 111>0 de pcnsamc1\lo e de Jóai~
ca ampbmea_le desatrtditllcb hoje em dl:a como meios
de descobrir como é o mundo_-
Portaoto. a idtb de '"Uma COI~ dcpol.~ ourra.. era
uma forma de funar·se a hL1belec:er rtlações. Esta'\'3
pt~ntê' na:. pm tum~ c:nadaJ por Stella depois de
1960, com suas filc:tm conc:êntnc.n.s ou paralelas de
fajxas idémicas. que p1eend tiam a tela com o que se
of igur<wu como umn I'<J')CIIII\'idadc IU\:Cànica. t; pos-
3i\'ç:l cuco•ur&-lo na CJ~c-u ltu•·~~ produTidn. 110 i.ojdo do:.
anos 60 por Donald Judd. w fileiras de catxas aftXa•
das a paredes ml QliC a mrçmicc das w1idades e a re~
gulari.dade dos intervalo' entre das parCC'iam expulsar
do ato de di "PPr' ou Ol)pn wr u formas qwJquer pos-
Sibilidade de um "<ltpllfocado" O ouo. p0< Oan Fb-
"in. de~ Oucn:.:cn~ ~industrial ­
mence lf'og.li:D ,iftba na ble~ra dl abordqcm de Stella
c Judd. Tal CQmO a f.1i\l tk lO em de latgura prosai-
çamenre pintada ou a c:ui~• comum pn..~fabric:ada. lb
lâmpadas nilo recebemm nenhuma forma ou sigmfi-
cado especial por parcc: do orli!ll;.t. A rtsistêncta ao .sig-
njficado. uma cnructcrhtic:o d~ tâmpadJ isolada, é
transposta pam as conlpOSÍQÔI)II cnadas por Flavin o
partir de grupos: de Ilimpadas. Elas são afixadas à p3-
rede em ~~üêne1as; lilmrl~: u ma l il mpad~ ioobd:..
dcpo•s um espa(O, depoi-. um f'llr de Lâmpadas c, cn-
t.io. ao ftm de outro mtm·alo M pa_~\XIe. wna unidade
lriplic:e. t:m traço c.arxterigfca da abordagem dos ts-
cuTtores minimalbu3. ~ a t~ortçio de obje!os en-
oocrtrados ao aca'i()., uul~ como e~ de uma
estruOJra que lloC' ~· fsw nlo se apltca someme h
obras que~ th: ~"Cr. mas também tis filei·
""de Carl Andre il>nnoàu por bloooo de espuma de cso-
reno CfiQ. l&Jt ou tijolos re f~tA.noe.. bem ec>mo as pilhas de
chapas de vidro klminado c:riildas poc Robcrt Sm1th.son
tf9. 111~ . No final dos uno..~ 60, cnoonlmmos o mesmo
J)rincipio igualménle em nlgunJt trabalhos de Sem e
110 Ut;\IUIOo\ 1!11'14 ~ l-8l tST~~> 1'.4G....._ AlrO D.oR fWtl
"''ld,o lqf'J (~t(l, lO (m
,.~ Cl'l1l- ): A ~1'10111\'lol\lki•Yol•
:. !>JI em • 1tJ (1'01 ~ti.OJWtnk Gui~~ 00~ 111111-64
Ó'll""''") tJQI<ol'l!-1~ •Aot.-.•twt~ U·d~t~
\.fO(ml.dl~~~ ~" 'ftrl) «.tii(O·It<!OU6., 24l (,., ~ 470 (o• •
UU 'M'•tli\AOLADO, MlO u> em .k:h\ 'ffl.tlef ~ ~ Noo>~
't'tllk,(toll)~~· (\;l..;i
~Arlllll.llll ):Stmti.Uo
toj,IOIIO (.IIU~~I, 1116'!. lfti'O 183 t"itA PAGitto.. f~Al'(0 ("fi
Q:lollr\llÓ t lllhMI NC1 pflleeb, Amj~(I9)S. ) ""'"•~. 104';11
1).81..1!! • )!18\!'n o 76.l(M «
6S CNp;y; 4le MPUM• f"t,.IIO,
tolk,olo 19'1ltl ~~~. '}O,Son 11 lU<m • 2'>.• tfll
(<t"Y..<Ih;l lfotl)lfO(W('II IOI'I'IWI>bllf Gillk'ly, ~~--k
C..otw,l Oolc Joly! 'Mbt• Gllto"ol
DO uso. por Md Dochner. de numcros manuscmos: que
se prol-.,. uma <adc1o ao loogo do espoço c1<
wn:.1parede (l5f.- ·~ "'Uma""~ dcpoas cb OL"'IT3- mt
~.Una idéia iot~\·tlme-nte ~tesente tomo estratégia
composicion~l. m:~... qu~ pud~~ ~...,. como diz 1udd.
-um meio de d~rir rua fc içôell do mundo... é bem
mais duvidoso.
Isso porque lemO!! umu 1 cn~nci:• a llCnl)ar que o
ato de descobrir como 6 deiCI'Ininada coisa significo
conferir a c1a uma forma, propQr Jli:Ua ela um roodelo
ou imagem capaz de oryanh:.ar o que. Yisto supcrfi·
c&almeotc:, pl.h.'\. 'e Ulllll llDjo iocoe rmle de fenómcao
EliUI, evide ntt"lflente, tnl a COIJ\'ICçiio dos ~-onstrt•ti vtll~
tall quand o pa~saram n claborUI' modelos abstratos por
cu;o intrrmbjio pude :txm repn:-.cnw a Ofl.l niuç lo
tJ. rN1&ia. for OUtro 16do, ""uma COISa depoiS da OU•
tra" parece ó ~rn nsturM.'I dos d~n.s, que simpJe...:;mento se
sucedem um ao outro ~m que nada lhes tenha conre-.
ndo uma fotma ou uma direçio. k'fl1 que )e)UD habt·
taôos. vi\,idof;: ou imbuidos de 31gni ficado Com 111ilie
PIJIL'iUJllCnt n rnril:riam0tii>4U'Ieo~«doo • i.ndn&;u :,c
Juo.kl
olari a propondo, com tj,SI. fileira de~ &õêa b;u,
uma analog&l com a matêria u-.cne - com l..'oisss uuo·
c-~1dus peJo J)Cn'\ameuto ou nâ().mc<liad.a..'l pela pcrso-
nal•d:lde. Ao razc:r a P'!rxunta rk.""'..es cermoa., oomcça~
mos a dexo hrir um ' ineuk> entre o proctdunento de
Judd co•u CltSM fileirus ou pilh1111 de cabw.:; e o proce-
damcnto de Ouchamp, quase cin<Jlknta anc.; antes.. com
S<ID frDd r-ln.
Por essa .,U!l tendêncut ~ tmJ'tfCgar elcmernoJ~ ex·
trnfdo:l do un1verSo comercial, a nrtc oilllirnalisla tem.
portanto. UJft!l foruc: C'm comum eom a ark pop.
~,Un
mk'f tise retém-desrenado peto rMdy .maJ r ducbam· '11 " ......... ...... .
lJI*>'!I'IIII~ '11.11>
pumo, que o lrabalho de Jas-pcr Johns, no ilnal dWI

--
914<1 l!rlO, Itl•,.'
anolC 50. tornara aces.."hel aos artistas do inicio da dt- "l'll~ , ........ ..~
...... *-'lt ft
cadl tqt\li ll•t (k. f t_Conr:odn h i uma uftp<~onnnte d•
fC'rcnç:a ealrc t'l atitude dos art1111ns mrnimah!i1as e JJOP
parti com o n·ady..,,uJ~ cultural. Os arta'lfrti pop tra-
brafhl'íllll c:om im:!geos já altaa entc difi...tacbs -. ,.,
como fotos de artisLaS de cincmJ ou i~cns de h• ~·
IÓfli'll. em quadrinhos. ao passo q" e os mmhnaJis
tns SC!
,·aliam de c1tmeotos IOii qt.:Ws nenhum tipo espc:d t1·
co de oontcudo fora conferido. Por ~ rviio . con~·
guiam tratar o re(ld)'-mndt> como uma un icladc ab~Hl·
ta c conoco1rar ll atcnçft.a 113$ que~ mais gen.é
rita'
n:l.-tl'\-as a como St poderia dnpo r desse. Sua pr.J&tica
eon••st•a em C'Xplorat u idêLa 00 rt'udy.moúe de uma
fof1R' bem menos aned6tica do que os artattu pop.
~ .ntes suas iJ:rlplic..aç6e t:SUUnamts do que
- ,m()lk."a(Õe$ temáticas.
f\ pnmcrra delas dtl respeito ti ur'llidadts bcbK:aJ
de..,.. C!;Cultura e i descobena dt que dcttrrnJnados
)cme"IOI!I tiJOim refratirios, por e-\Cmplo r'Qt511-
~ uo "PC'tto de manipulação. A idtta de nlo terem
s:.do (,1brie:ados pelo :mista. mas sim para aI&um outro
'.... 11•1 wc•cdadc em sentido amplo - na eonstruçào
•~
de e<Jillctos, - , con ,.ert' a esses c I ememo:t umn ·• •
vviiCUrl ·
ctatk ""h1r1•l ~..rn difidl, em OllffM ().'l l m;l';\~. int.~r-
ctA•IOL'l sob uma perspectiva iluswni.sta ou idemJfi.
P~ t~ciCI 1 olus:lo a uma \•ida uuenor ~ forma (da
~''" como a pedra erodida ou caJh.1da no contexto
de'-""' e~Cultura pode aludir a f~s biol6c;icu intcr-
..,1 f.111 lupt dtiso. os tijolos "'fhdriot ,......,..
cttn .,cxtwa\'thnt'llle cxtaoos, COl'DO objtc~ de ~e
110 (lCIII'O \"CCCUIO.S de ~ NtMe llnUdo. os
Jtr0C11D I'NJ)-m<kk sâo tapó'lin de! rmns.mtar, em
ern 111,'(1 puramente abstrato, a idé1a de $tmpiQ c:\IC-
~Ond.,dt
AC) cornbm:ar v&rlos desses elemtnt06 de modo 11
forn1ar um a&ruparnento que pu<k.sse ser chami!do de
Ollli)I)Siçâo C!ICUILumJ, O$ artistas nümm.aliliiiiS expio·
;uttlll' oulrn 1mplicaçâo ainda do elemento rromo J)ara
\ $- A produção em massa garante que cada obJCLó
0 im1.1C\limJv
..i. ,111111 funnll ç um l1UU"'u l1v li.l4"tfiMJJo.,
'
• h'Jcmrqu1
tJIIqUCI' n::It('OO
I<•• .ca entre eIcs. •- vr eon»
:V 1n1e. u ordens composicionais que, partu, de\."em
8:1 da tq'Ctle» ou
~ para c.~ wtidades são
da~ ... S<OC: ordem~. . . q.... de
.,..... roca.. logicamente detenninlodo<. q..., de li·
itet t'lti'DOIS d1lldos in-remamen1e. Ji t'arrunarnos
m,uu~Jo dos trununa.listas pda $imp~ rtpc:Liç:lo co-
~ pWtodo paro evítar as wterfe-n.'nci:~1 da compo5i·
iO r<:laoM:Imd. Ligar elementos em seqlí~nda a~~.'1n um01
~pfa)C ou uma tcnnina('âo 16gie-u equivale cl~trumentc
04l(A'I:O NrGIItnll> UMA ~A SHTI.XF I'AAA I. ESCWUAA JCU

a demnar s ideis de wn ceeuro ou foco para cuja dire-


ção as formas es:cJo ''Oilad.u ou em relaçio oo qWLI
são c:or>5tnJidas. Ch<pmns a umo modabdode ele oom-
pi)Siçio d:a qui • tdtu de nccn.sidadc inll!nta foi re-
movida: a idéia ck que: o o.pi)QI.-ào para uma cooft-
pração partkular de forllllls ou textunts na superfkie
de um objeto ~c ser ~a em sc:u centro. Em ter-
mos estruturais ou abstmtOJ. 05 e,'(pe<bentes composi-
civos do..o; minimalistail nqpm a importàntia lógjca do
espaço interior das formas um espaço interior que
rorl celeb1'ado J'Of boo I"U'II'\ í l'l ~r:nl tum do !léculo
XX ati: então.
A importãnc&.a l.unbólica de um espaço interi-or,
oc:ntral. de Olldc proo.·ém a energia da matêria 'ri\'3. a
p;arrir do qual sua orgamza,çlo 1e desém-oh-e c:omo os
Wis ~ qut tnNlmcntc se formam tm d1·
rcçào ao exterior a part•r do oUdeo consti1Uido pdo
ttonco ela"'""'·'"'"' clc!cmpeohodoom 1"1"'1 ctU-
çlal na C'$Cll)tura modema. Isso porque. na medida em
que a escultura do Kculo XX rejeitou a n:prcseotaçio
n:alista como sua princtp.a.l~amb1çOO e ..-oltou-se para
jogos bem mais &ené'ricos c abstrotos da funna. surgiu
a possibilidade- o que nJo w deu com a esc-ultura na-
turalislà de que o ohjc:to esculpido fos~ visto como
nada serüio matérin incl'lc. Se Uenry Mo01-e e Jean
A.rp foram not1h<eii no uso da pc:dru erodjda ou do blo-
oo de madeira deSbastado'"' •.,, 1Liv fvi l,:t)tn u iului-
to de oferecer esses m•tc:rilLJ. n.lo..tronsformadO$, ao
obsef'\-1ldor de ~us tnbalhoL hm lugar disso. prt&en•
di.am cnar a 1IU$âo de qut. no ca~tro dtssa matéria
inerte. existia uma fome de c~ que da\-a forma c
\"lda a ela. Prn!ndtam eqabclcccr wna analogia em~
a ''1garos:;t form.,çio dcb esttatos de rocha.. ou db fi.
bras da mad:eira. t o ~ímato da vida org.iruca a
panir da minúscula semente que é seu pOntO de parti·
da. Ao usar a escultura par:1 cnar essa mctiifora, esm-
vam estabelecendo o Jig.nificado abstrato de seu tm-
,. nQI..(~ .....

J0\.6 cn •
UICM-GMU~o
,_1
f1fill'-oJiifar·
c-. ~r....,
"'* ...
Cicf!!bol kl<'tU.,
luall4.

.
, . Olll'ltA Mo.,.. · -
"'""""" .......... ' ..
l61,6cn:ao,l,o4u" A
-~C.....rw:fl•~ ......
~""l>'dl'll.......... .
"'Q'#-'"'1 ,.,., o
tfr:u~ Ci.,.......f
bolho; ....,.... úmnando qU< o proces10 ck: CN<.lo
da forma e, para o cseultor. \lffi3 mecbtaçlo ..,ͧU.ll eo-
hrc lllógica de.> próprio dcscn\ról,imemo o~üuco.
No caso de artistt\§ c()mo Oabo e 1\:vsoc•·· q\IC cm-
prc~ram um voc.nbuh'lrio bem m.ai$ geométrico c ~~e
Ul1h.t111um dos matel'ioi'J do• cn in<hmri.al, o conteúdo
itnroiato do trabalho é difermtc. porém o ..-ign•f.cldo
r..ndomcrnal é ....,.lhonlt. A <>CUiluB ck: Oobo ••
ttat e Pe\sner Mo gtN t,., lnntô do plá$nCO. do a.xn·
P"'>óódo e da fo!ha-do-fl.~ mms do que a ck: M~
glrr1 ""' l()rno dO calc:Miu uu \lv t.""W ~ullw. PM• ~ ru,-
Ml5, á lógic~ da connrvçOO. dirigi.nckH!C simdnca·
mente paro fora n p<u1ir de ccnlros re\1e1ados, m uma
forma de apre~--ntar vi~ou~ hncntc o poder crl:ulvo do
pc:nllllt'ltnto, uma meocht1~1k> sobre o cresc1mento c o
deccmohimento d3 ldt1a. Pbr trás da su~cie de
•'* formas absln:W ha"' ll sanprc: a indicaçlo de um
\ida da cs.--
•ntcrKW'. e era desse tmenor que ema:IJ3\'lla
alltum. Eta C$SC o t•ra de ordem. ou poneípto C()nS-
trutivo. a que Judd :!;C rof~nrn como "'mc1on~h ...tll e
liUbjaccnte.., c vinculado o um<~ filosofia icle.'lli..-ht
Conlrtlriamente ao11 procedimentos de 0!'1bo ou
Moorc. os escultorts minnnah'>tas.. tanto em suu cliCO•
lha dor materiais como em seu mdodo de O& compor,
tmham por objeâ\'0 nqar a U.erioridadre dt forma a-
rutruda - ou ao mc:n()6 rq)ucbar o inlerior das ronnas
tomo ronu: de seu sa;.nifi.:ado. Sua noção do real ~·s·
nafi~ado de se descobnr ··c.-omo é o mundo" ex.clul:a a
pO!isibalidadc de formulôlnnos qualquer h1pfl1c:l!oe cs·
téuca segundo a qu:.111lud0l;."Scmos investigar em pro-
fundu:lade o centro d3 mat~ria c dar-lhe vida mctafo-
ncamC'I'Itt.
Nõo é c1t .....,.....-q ue tal posrura reMI af...OO
a ~-lo desseS artiSZD 10 tmbtlho de seus contcmpo-
rincol. Esc:rt'\--cndo 10M a o."Ulwra de M:ut: ds Su·
\CfO lfl9. 191), por exemplo. Oonald Judd ohJcl:a\'tl que
.. (eleJ ullhza vigas como '>e fossem pinceladas. 1mi~
tando mOOrlmauo. i mõlfu.--ira <Ir' Frnnz K.linc:. f).., n
rWs nunca ~ntam 'Cu fl10111'imen10 prtirri.1 U
"iP empurra. um. peça ck fi:rro acomp...tu
gesto; JUDiaS. cLu fonnam uma f~ oalv~nU
antropomórfta.,..
No tnkeo do~ •n<"t. 60. QWindo Jodd c:mi1iu,.
gamenLo ne)tlilf\'0, o pUblico da escultUI'1 m<-xlt·n
sua ma)(Kla, C..'Oillil<krou os termos de ~ua cniJ\·,, .1
mente pcn·\::r~a.. Se. argumenta~·run. o signili~·'''''i'
deve brotor da iluttlkt do ruovuncnto humaul), r•u ti~ 1
c~ligêncta humonn artxu.ndo·1c ~o m4tetiu.la"·h• I" ~>.1
de o escultor cr·i.rr mct4foras. <::orno podcr;i ,, ;~t 't
arte tl'afflcrncb' o,ua condiçlo de simple:\ mal~·~~ • 1
te e dcspi'O'r'U.I:t d< liet'thdo') Não estará Judd 11
ttca. oq.ando i QI.:Uitum 1U3 dnica fonte t.k M ·n•l
do? Não csWÍ ddendcado a Klé1a de QU( .a r•.,.
l: ID&almcnk de:~ida de Jtpifteadu~ ( 't'llr t
esse
tm a~
__..,ele""' o llllllUnafumo "'"e.."
I própna pot.... ibilidade de Sl}:-tltlt~JCL
artetonstJturu • ba!õe dl.ro~ inK::i.al a.• nua 1
mo - t.anto por ~u;. adepco11 OOrTKI por lM:U.' ~ki• 1
O próprio lermo muli mn li ~mo apontu p.11;1 •. •
de wna r"t:duçlio du tuce a um ponto de .....,w •
exemplo do$ 0\ltroll lcnnos, como ·•n~..~~tllu l itl '"'
"'niilismo''. utiliL<ldoll J>.1rn carac1eriwr a ~~h• ·•
:mistas'.
tntrecanto. Judd n:Jo e:stll'o'a sendo p..· '"•
niili.'ita em '100 flprcc•açdo de d1 Su,·c:rro I·
plesmen~ enf(k.;íindo o aabalbo <k um <•YII<i,...
oeo segundo um ''->tl!'ft'll <k \11~ int.t.••r.
\'0. Para c~-.:ndn- a nattnza da ub;cdl, tk
~ de$$3 forma. pcm:bef oom mau~ dartll o
miJtimJ.h'mo bVICII\"J ltl\'atll(':ftiC '-~li-lnf
pO!iitJ\''0 de um nO\oo concerto de es.:ultw ~ t.GI
con\'cniente CXJLnurtJrmos 00\lliU~nh: ,, ·i
sobre di Suvtm. O element(}.chnn· n:t ••I rc<l"'"'
1udd é su.a rcfcrtncia ..r fmn-r. Kline ~ 11 J• u
1'90 nQUUIIO.t. Gelo< ~
......,~~ . (. . . . . «<t''""'*"lt' J

lfto;1 M\lll!fS
lltl ~O do~· í-.:M
"*'""""'
IOtll.$2 MI)'J.!rôl l!' AA l90cr!l
(O@UI> tf.: l'!!i"'
fohmon,
( «f'o><htiiL lfoto Amlo""
"''' lt\t!!;ll)


traÇa catre ü pinceladas de tinta~ mbre um fundo
branoo r..... ..... - < as jusuposoç&s de •ipo ele
aço e modo,.,. pelo pnmcm>.A ocusaçio de Judd. uo-
e.ando em mnldos.. i a de que nio t mais poNhtl h ·
balhar segundo a mórKa da arte de Kbne uma n:tc)..
nca idcnt•fic:ld."l com os amstas americanM d<K ;~~
50, os Cl{prl:blonbtas abstratos- pots.. p~lléjlue Jud-.1.
..(uma I htraa parcelo de seu sigo.ificado é ind1gnll de
crédito"\
O tugniric:.lldo nlcncionado por Jucld como ;'india·
no de cred1to" ê um ~:>i gnificado mribuido nto ex:prtll-
stOOiimO a~llõ\IO por alguns de seus primeiros ckrcn-
sorc:ll Harold Rosenberg, por exemplo, desc:l't\cu tal
StgJuflcado como á tr.utSCriçào das emoções tntenon:il
de um artuõla por melO de um -a!o.. piclórioo ou c:KW-
Iunal . ..A punura que é \D.JAO-, escm.-aJ RosmbtrJ.
-~ Í~\cl da btogl"a("0 do 111Í$l3.. A pinrunt em 11
é um 'momtoto· na trustura adultftada de sua \'Klt."'
Ou 01mcb· "'A arte(•. .) ('t1()fD3. emdmçào 6. PJIIIUII por
intenntdta da pslcOIGg~a. Como \Vallaee SIC\-cnll dJl
acerca drt poc~m. 'é um processo da persotl.11idadc: do
poe:t11';'•
Ao ral1lr nc11~ tc-nnos, Roscnbcrg está oquipamn·
tio à llrÓf>lin plnturn ao oorp<> fisioo do m•tista que ú
criou. Do IUOliiiUl forma que o artista é f~lo f)Or um
Ollpn~ fh,onúmioo exterior e um C'J'IK.ÇO pt~icoi6Qi('o
inlerior, 1 pu1tu1-a consiste em uma superlkic matc:nal
e um mLenor que se revela tlusiônisticamente por ris
~'~ wpc:ri'lae.. Essa a.oakJgja ~ o m1erior ~M:"A>-
16&ioo do áltl!i&a c o aaacrior ilusiorusu da pumn per•
mlk que ~ '\C)a o obpo ptctôric:o como uma mccafo-
ra dos cmoc;olC'J humams que ......,.... d>a proJUndt. 1'U Wl-0t~ ... ~~
zas dewa cbs espaços interiores (Xlnlclot. w., "» No l'llo':'óflWI'aO~ T'JW ( I •
,.._lOlOI'Illln.ln•-"
caso do t:tp~55ionl'>mo abstraiO. Roseobcq enUfJa illf'Mio:to"JM~ .......
Nl, No<~ Vll!lo;. t'ooil\.'o d "
cada liiR.III sobre a leia OU cada po$1CIOnameniO OI\&~
l:lr de um1' peça de aÇ:(I no comcxro de untJ inLt:nsa
txpêriencia iol'-!fll.IL Pllra de, a superf1<:1C ClUCI'na d.1
...
d<lll't \W<IJI"' Ulr--·um d
.._. ,
A~il'\ Ar: (fom 0.•01 .....
obra e~.icia QUe te Ntw.-~ 1*'1 ela como um mapa que
pcnrulb.•\t • latun. cl... CQTCI'ltc.\ inlimlb que Mn\es-.
~a p!nOa;tl~ una c:apécie de~ do
cu inlerior e tft'\ ioU\cl do atUG. L ma \"CZ que a cscu.t-
tura ou a pantura cnm c:omproendKias como llm ».Kle-
dànto 00 Jrbst'.l. que ac uhhza da lmJWI8Cill da forma
JXr.l trarbmlht 'MI.'l t:'peri.mc.:iA, U~S signifiCados pcroe-
bJ<b no «:prb,IOftl \nlO ;~bo.trato depel'ldiam da anal~>
g1a ent~ a tn.1C(:S!tlbllul.adc do c"P:.ço ilusiooist3 e a
in1en.11a exn~llblCUl da P"''lk:idadc do eu mchvidual.
Qu.1.ndo aflrnYl <iut lais 'ignifi~dos não são mais
tHgnc>s de c~ito, Juckl C'illl rcjc11ando uma noção do
eu and.,.·M:lual que supõe l>cr;onalid&de. e(ll(IÇ!Ito e sis-
rofteado oomo demen:o. cus&l"ftiCS em cada um ck
• sefXII'OOaull;.opte. Como ~:mo de: sua ft'JtJç io a
esse •nodclo d" cu, Judd pretende- repuchar um.1 arte
que baseia SC\&1 sjgmficados na iluo;:So (::()O'Kl uma ror;:.
oàfon <bqudo -~ privil<zi>do(pOt·
qll< privodo).
Ao reOct •nnos sobre esse ataque à credibilid.'lde de
wn modelo iti.I..S&OOis&a (OU interior I de si"'if1cad0 na
arte. serã J~RAC•toso CXIRsidtrNmol as fon11e'\ •media-
ta~ do nliui1 md•omo. ~n piU'ti.eubr o ttaOOlho tle Jlb-
per Jobns, dcllcnvolvido em meados da déc:lda de 50
c que c:lOru>tttwu uma eritt<:a nad.W ao c:xpre-.--.Kllllsmo
absU'Ico. No que se refere .l escullura. ma criltc:a rea-
li7:ou-se em obras como ns !AleM de t-er\<eja Ale. de
1961) liiQ. 191), em que Johns fundi u duas latas de cer-
\'ql Ballaalinc Ale an broaze e dcpol S p1Mo u
suas
supu fic•cs . tk: modo 1 n:pro dn:nr o asptt to da.s 131»
origmais. Na pintura, JQhn!> uli1i70u um método sc:-
l~
mtlha nte. Em A/1() ("()fJt ll''atr o ro.\.UH, de 19SS (119-
por ev:m plo. o desmho do armu 'impl.c-smc nte re·
produ7 as d•"ío;(lcs intCfn.<b de um objeto pi'\XlU 2ido
ce>mca-cialmcntl!; sua (Xploroçâo do desenho t.lc um
•I\ o plano que se acha •u> comercio nega à P•ntura o
upo npc:c í[k:O de~ ilusionrlla. ~ qc..:: c::oo-
tnminam a nn:"' americana do pós-a:uctra.
O Al\'0 do Jobns . ou liU:.LS l.afil,\ (/e ct'n 't'Ju Ale:. <10
nepm n a int~:malidade do quadro C\prc ssion •u a\Js..
rnuo, ~1111\ ao mblll O ~a u~dadt õc seu
e!ipaço e o ear.\ter part•~ular do '-'U para o qual esse
~paço setvhl t.k. ulodelo. A rojeic;Jo por ele m:uuf
esta-
da rcfma-~ a um espaço ideal que e'(i"ii t aoccnur-
mcnle i ecpentncis.. ttp.'T Udo pua ser ~bi.do. ~
a um modelo psicolóllJI.'O se&\)ndo o qual o cu aistt
repleto de seu~ significados. anttti unnente ao conta-
to C'OID saJ mundo. O lhlam ento do n:4d\~ por
J"'hfl.'l rtforça\a sua QPl))•çâo a 10I.b a idt da am
como pura c:tpress\>; MU cntmdimer:'uo deste ~
.tin nJo ml drn:ção, m~ !'. p.ua louge. da exprt.,,Jo do
cu Na '\•trd:lde, Joh.ns vm oo reudy-made a in<h<:ncào
do (tllOde não ser necess!\l'io \'ÍllCUio JU>nlwm cmn: uau
objelo de :u1e fina l e a malri7 1~iook'>giea de onde 1)1"0--
"cm. uma \'ez que. no ta~ do rrody..mode, tal ~1bi·
hdade é 1m'Wo~l desde O pnncip;o. A RJnlainL cr>e tN.
JkW (!~lo. Mo foi ren;a por ~ """ lpc:n;b
J~dooooacb por tk Pt'lr COI'btgUinte, não h.i mci!Ot de
o mi<:lóno po<1et -exprt!t"'r' · o anJSQ.. É como \ luw ~~ ..
tença d1ng1dá ao mundo sem que seja sancionada pela
voz de tl m orador pos.tndo utrá~t dela. Uma vc'l que o
crindor do objeto e o artu11a llào evidentemente di11tin·
101, n.io b.i meios de o mu.:lório SCI'\rir de C.Atcriotita·
ç1o do es&ado ou esti!C;Ios de: e.p
irito
du;rir li obra, f., por não nmcionar UOdo an•sta ao pro-
m.itiea da pcn ona lkb de euétaea. f moldes du gra-
pod
que a Ftmtainc estahclec:c mna dist e-se considerar
.~ncia entre a:i e a
l10(3o de pe -M lod < p<r H.
John.111 e o11 llrt1 513..<i muumalistas
ins
du.Lir obras que refut2.Uctn o car .ba istiam em pro-
)mgu1ar. pnvado
e inll«MMivel d.1 experiência. Tc•l rcft
oo dmbõto das an.:s vtSU>is, a qUC>t& naçào 132:1• eco.
sd o )c\·ant adiUI pei~Y.l fiiA~ofo
s que ba• wn
11 !ntei"C$:utdv:. •Jo mOdo
pelo qua l a lin pag cm VCfbal com
ooica um 1 e:xpc~
cil unema. pebOal. A obra de Lud
en1 sua (alie final. por e.xemp!Q, q\ICwig Wingcnstein
"4.ana a 1diia da
~h:cl ni~Cncia de algo que
pu~-~semM cla!lsifi-
c.:u· como w~1.J linguagem p:trticular Ul'b
a lin Jua tem
em que o sigmfic:adc> é decenmnad
gular da experi~cia int mu do ind pelo cm'áter sin-o
i\i(duo de tal mo do
que, se IC)$ OUIJ'OS nlo é dado f <"f
ess.•npc116nc1 1, não
lhe11 é dndo con~r venladeirtme
nw o que delenni..
nada ~ cks ipa com as pa)
dc.scrcv6-lo. avms quo usa parn
C.onoeo~ m ltnguag
cm da resp~ta p'I:JOOo
Jôgica - a$ palavrall empregadns p.1J
ll ~rever im-
~ dos KO iidM , una
SC"b meauus e sensacôes
pcltSOai• -, perguntou se scw1 verdad
~',.,.. qld .lqu c:r YC:riJ'....~
elramcnlc imPOS•
ClOema do ~bdo das pala-
\'flUI que crnJ)rcgamos pma indica r
no.~sa experiência
pe~soal. lle o s.ignificadc> pro
priunecnc dito de\ U'I I ser
n::ft:m dnqucle video rnd1viduaJ de
unpressôes regis.-
trudas pela 1ell do mo nik lt mcl'l4a
l de cacla um. Pots.,
se 1sso fosse ,-crdade, a hllb'lla.vcm
uma es.p(cie de !iiOiiP"SZDO no qual oe11tari.a n1oladu em
da.'i pala\·ras ser.a conferido a clns 11pifacado "m r
por
scparadamenle. Se:o~~ sentido. me cada um de nós
u ..,"Udc.. e manha
•dcJrde cabeça.. ind1canam aqu 1lo
qgo eu wj o c sinto.
da mesml form:tque o "\-erdc-" e
a '"dor de cabeça"' de
out tm' l designariam apenas
o que é pen.:cbido por
001.ft0a64o t() UIM tc:M. '·"''Nil ....._A~ )IJ

este. ürru~ ~n que nenhum dos dois d1spôe dt meio


l'llsum para verific:tr t~ d.ldos mdividuais mdicado&
por CSl!DS palavras, nenhum dos: cl<m pode venficor o
sianJficado delas. e. porumto, M vocàbulos que nhmm
êm um C5p~OO público pu:,sando entre os indt\·iduoJ
- tãn JCU sig.ni.fteado confmdo a elas a partir do que
~ 1111 .,erdaôt, um ~ pArtJallar no intttior de
c:o.la onodo<.
bli:l q11•··~t:it'l rla lin;uru."t"m e do Significado ajuda·
ncx-~. por MalogJa, a perceber o l.tdo posttl\'0 da produ·
çào m\nhnalista. pois, no &c n:cusarem a 001ar u obra
de arle de um ceu1ro <Ht um inccrior ilusionistac:, os ar·
u~aJ 1niniooalistas estio simplesmente ~aval i ando a

-que
lógica de wnafortte pu~icular de signi.fK:ado e nJo no--
podo um Slguifoc:odo ao oi>J<to es~ébco "" abooluto.
lisiJo .. o "~~~"roc:odo oqa ....., «>mm
onauWio para C$tmd...'tl1\05 a a.oalogia com • hnp-
ccm - de wn espaço pUblico e oão priv'.J.do.
Pam que se \'cja como iJ!IO se clã em um meto de
cxprcllSão visual, tal\'e:l' sej:t proveitoso cxnmimu· um
exempk. pictórico anie,. de abordarmos a c<JCUIIUra
produz:Lda pelos minintahttti e peJos artistas que os
IOICCdetam oo mkio doi.,.. 70. O ttabalho do: Frank
SitUa prcSIOU um tmpOC1&0fe 5(:n-iço j escultura ao
nt<bUaC <IC que mudo aQ ... ~ívcl ~roo.'Cilar o uco
por Johtb do ob:feto c:uhu.ral n.'Dáy-motk pam fins maat
nbs1ruttn, mais amplamente gcncruliudo s.
Dlc fàhne H<Jchl (nt. ~~. U.Lll.'l pinturu pre1a ct i:tda
~"W>r Slclla em l9S9, esh\ rel~aci.onada â explnraçAo por
JohM do ~made como uma cst.rurura e,;tçnulmcn-
oe dado. em panicular a o!rie doso: baseada .. bondeo·
ra americaDa. Toda\ ia. em I~ de utilizar wn mode--
lo do: boadeita conh<ci&>. Soeila chega a uma conr,....
rado própria. atnundo um pgdrão de fai.Jt.a1 do rato
ext~mo, fis1co, do formato da ptópria «ela. lnicaando
no11 pontos iutcnn ~iários do" lados horizont.o i ~ e wr-
ltCAtll, 1mpôe às t:tb:n!( umn doclaraçlio repc1itiw c
ítlíncmupta do coq>an.Jo elo< - quadrani<S da ,.,.
turu em um oonjumo duplo de •musões espelh3(bJ.
N!L.\ pu\luras posterion:CI em tinta de alum{nJO.. em que
ali telas $00 tOnnndá!> por chanfraduras reool'lodns do
rtt6.n~ul o pictórico tmdicsooal, as faixas cxeroem mna
f'C\~ mais a1.1.10-ev•denl.e para denuo a partir da
ronna do quadro ., c~o...,. ,..,.,.._ pa=cm dcpondcT
mau abe• ta:n'l(Oft ainda •~\11 carac:•erisuca hltnl
do _,... pocumc:o o cfc.co desse tipo de super(~<~<.
pvui.......S... \.OntmUAmo,;-1'11\} pgt.. mate:.\ de ~rua 4!1(11'f'm•tb..
de. ''a.rrc de $i o espaço 11~iom!õota. atingmdo umn qua·
!Idade plana que constihu uma ineJ{I)fável apl'e"~:nta.c.~o
do c:~~paço pictórico eomo algo tOO..So-mcnle exttl'nó.
Contudo. as marcas ft~lkntc:s nas primeirtUI puuv-
ru liSU'adas de SitUa do nll.i> que .simples C:JCprt'kWei
dt q J b formas lnmtiJt ou do c:ariler pl:ano de -.u. su~
P'.11'tcJC. DW Fdhll~ llot:lt' (~ c:omo mUdas OUIIIs
tetas de Stdla) chega ll uma configuração p;arttcul.ar,
n conri@\il';\Çio de um:~ cruz. Poderiamos quJhOCJr o
fluo de acidental, é claro, da mi!Snw fonna que pode-
,;amos ooneeber como acidental o fato de u c•-uz t>rn--
pnan1ente drta esw rtlacu.)l)8(1a ao mais prim1t1\'0

ra pro)Cbda (;(latra a h•
MJI'IO de um objeto no tt-J'IÇO: alinha \'t'rt.ic:al da ftgu-
de borizoo.l~ de um fundo
unplkiiO. \las a rtla<lo 1111'01"' amalgamad a oo lonio
d.1 "upcrfteie hSb'lkb tt..-....\0 quadn:kS c u:ma csptde tle
arJumcnttlçio em fa...or da haação lógica entre o carô-
lc:t cruc1forme de toda pic1oric,dade. de toda intcnçio
de localizar uma coisa llC!ite mundo, e o modo como o
slano conw.>nci<lnal ncMc caso. a cruz c=merge n.atu-
ralnw:ntc de um refere"t·•al nutente no mundo 1 n-
1

COntraiDI)o-QOS.. em cdu e mlli telas. na ~· de


um emblema putic:ular. ~traido do repmório comum
de: ~lJPOS- estreb$, c~ flit 1m. eolldaçam.:adO em
anel etc.-. parte de uma hnguagcm que ptrtc:nc:e. por
IIS.\Ím d12er. ao mundo c não à capacidade cn!Wõra
pat·ticular de Stctla de mvcnt11r formas. Aquilo de que
~ltlla nM e:onvenec 6 w:na expHcação da gCnese de:s-
se!i o; içnos porque pcrotbcmo&. oess.as pinturas. de
que fonna elell'\bc'mt por rDC"'O de uma série ck ope-
rar;&s m~nntJ e lóeJCaS

-
-10.
A ~ótica da O>ln&lon """'J>'<>ti>a, é mos-
Inda ....,. iNqlOii,d da JOan do SÍjiDO. Cada ama
rHpOnJcr pela Olll1l c, ao r..t-lo, solicotam-
OOOQU<~a bo>ló<ia .-..Ida tin~cm
ptttón(l como tal_ O vcrdatk•ro mérito dessas pmtu-

197~~ .... ~
~·'*-,...... .._
~~iN, )41.1Cfllo 1111&
<~wt ..a"hl<lrl t
COIIOWC'UCII! lh"r -,,.,.111

'"""'"'
198 Al10UI.Jnta. "•''""-''
.m U. l!lfiS Ccmp..tY~tJ I"'"'
1<~l.l<m • 2o..a~,.,, .1... 'lt
~) <Cif!Yto l'ldp """'1"
COI'IIen("' /Fui" lluth>i<•'•
""""'-
ra... é terem me•gultwdo pút' completo no siil\Pificl&do,
mlb IUKia OOflSCi:Uirem rlll(:r do significado rm fj:II.II'U.Ii
f\lDÇio da superfk;ie do espaÇO ex1emo. pUblico. qUe
de: modo a]~ . .. . _ . ... cooteúdos de: 11111 -
.,..o~e parto<Uiar. O signifiCado olo "l>llr·
KO do ilusionismo por Slella é inin1eligivtll<'nào pot
~e propósito de alojar todos os signtficadol dentru
dali coLwençõcs de um csp:lQo pltblioo.
A impooUne,. da one ""iida oos &tad... l!oloJ,
oo inino dM lnOI't 60 consasae em 1cr- cb pr.~UCõkJ.•
pela pr<áslo de 11111 madelo de upf~ .....
das~ de q,itun...a.ctc de um eu par1h u t 1
é o sentido em que C:.S!CS arustas comprcc:nd ''
ambiçjo <:omo tllrcladJ 1 um 110'\'0 corpo Jc I' "I'
ções sobre '"como é o mundo". Dessa form;~, "~· 111
pre«armos o trnbalho de StclJa, Judd, Moni, ,.,
F'la\'jn ou LeWitt ~ÍmJ>k<~merue como porte-~ d-..· wu t.
to de reOrJt~~n wuçno IOrmaJ. c~õtan..""ffifs neyh.,•l'Ut • ... t
o signilicado mats fund t1TlC11tal de seu tmh.1lh·•
Os ese-ult01'1:& mmunalill.tas oomoçaram c:um
procedimenlo para d6.;1ara.r a cxlerna.Iidat.lc tJ,, ••
íteado. Como ,.rnlOt. CS~~ca artiSla:; reagiram •:oan
ilusioruqoo beultlnl que COD\mc cada material
saanifieador ck- o-mo: 1 pedra. por e:umplo, nn
- um ilusM;Jru<~~mo Q!Jt I"CUU11 o obJetO escultura1 do
paço hteraJ e o ~.ali em um espaço metal·••~o I
SCS af'tbUb l"e(!U'Iil\'lm I Utih.tação de o:lnlt.lfll ,_ f Jt
nos pam dar forma n. u.m ub)Cto ck modo que ~u11•
gem externa SUJ.CrÍ'I:IC um princípio de COI;',,u, •"
ordem oo ttnlliio subj:tccntes. Tal como 11<.1 "'' .f, 1
está implícito nc,~r~n o•dem u fato de ela 1\:Mdu •I 1
dos simplc-: O~JlCCtOS c.-:tcmos do objeto su' I• n
ou subslància • dotandn n IPf~ri.tn ohjN(\ <k '"''
péc:ic de oentm lntcndon.IJ Qu pnvado
Essa ex1rao1'1ilfl!na deptndência oom n·J.,~t· lli
a.spectcl$ tto:lenore. de um objeto. a fim de dr1
nar n qw ~~~ ;, ocom.- na t$CU!tur:1 sem litulo e
rada por Rohm \forru em I 965 t que !'C uh I
crts grande< L> de c:ompcn>a<~o. !\<»e ''*'""
1915)., Mc:Jt1'b aprnen1a cri-. formas rdénii~,.'U t'm
remes pos1çcko! ~:om n:l.a.;.ào ao piso. O pn~""' un I
\ertical, o segundo )C up6r.a na latemJ c o h."H .. ,.
apôia. em su:b du.u e>:trc:midndes. Tal di'>fll"''-·1•• 111
ra visualmente CIUL'l unw. Ws forma~. udcn.-.<m1l•• •• "'
mento inferior d!l primei•·n unidade ou em\ .uuiH •
da terceiro OcliA~ fonna. por mals clarnmenu.-
~ ~ cnNnút.·r que os ttês 1-11
são idenl~
,frurura e dnna1.1ões). f ·~.J\-cl m.\t'flá-1
os
uula mcw a ronm, Por c~--gu mte. Mom s pa-
oar ditm do que o "fato" da similitude: do,. objc -
l~ i
rlmC C I uma k'lp :a Q'llt aiit e tm
oo mom ento d.1 cxpc ri~cia,
lj>•·••~<U<>O: 1M porq ue,
, e\:J* "tnc ia. ("' l..s dc:nota.m eqa lógica e tor·
-difcn:n&o... S\la -'iguaJda dt.. pc:rt tnet lào-so-
. a uma ll!lhu tu•-' tdca l \lm :;>)r inter ior <l'w- nlk)
10s en'lttrt,;ar. Su.o diferença prnence a ..eu cxte·
ao ponto em que desp(•ntan no muado púbtic::o
''' ~, e.xpc.wiencta. t·:&Sa ..dtf~rença'" oonsiste em seu
'1cado e&euJtural: e tal ~igni.fíciW.Io depende do
lo dessa_, ~ COOl 0 Csp1IÇO dl. C.\:p erien cia.
N1\ pmpOfção em que a e"cultura t<;tá connante
·
fonna.ndo uma analogia com o corpo humano.
halho de Moms diriJe--se ao SJgmfQd o proj eta-
f!\ li" no:s.stl$ próprio" corpo11. quesuonando
o reta·
' d~·)>sc S.Í#niftcado com a idéta de tmvacidade psi·
"'"'"<3. O arusta ~~~ sogenunodo que os SJgntf'ieados
\'rULmos c expr e~sa por intermédJo de nos-
' orpos e nosSO!i eestos - dependem p0r comple·
o!. ~ ÔC: CUja
ti• OUTJ'O' ~res JMt1 0$ qUII S 05 Cfl3m
dependemOS para que C:~ Slgn tfitad Oll rnç>lm
"""' '"'· E&tA wgt nnd o que 1 unag cm <10 eu como
:OOo cont•do (t n. ~e lfX U~ pva si mesmo
OI''""" \'CtdoJdeS que 6 cap.1.t de con,tJtuir) se dcsin-
da.an1e do aJo de: ..."i.ncular·se e. outros eu11 e ou·
..:nteS As "VÍg3ll c:m L de Mom " 1\m ciou m <»-
cncia
'"" un>a çsp~c1c de <:OiJlato d~8Sa frn nca ~ndcorp o no
tr:DÇ"ào c: do s.ignif'ic:ado com relaç.A.o 11.0
ao mue do em cada paru ·
nto em que doeotponta
tOS e gr:~I O! - isto
cool.u·u.lade e.ocrna de seus mO\' Imell
J,, ~que: 1e faz enlcnder 1penas 1\4 expc:ri~"cia.
Ao can« ntra r-se no mom mto an que o tnba
lbo
uwal ida o
atHcsetltt enl um e11paço p(lblieo, Morris
..,....-.....,
. . . .4 . . . . . . . <*~·
Jh•Otoóo.ll9.3 (1111a.
mCldo em que a JUpttfkk. na escultura nd)C.ono.l. f
cntend.Hla como o ~fk'o de um arcabouQo ou uma
I 9 em o UO.I IJ" lq,~oôlto
\211,& em.,; l\S.9 O"' li c<)trutura iorema preai$-ltnte. Em suas esculturas dcs-
I ~l'-!!'('ll.li!O~ ~ mont(l\rcisd e fibm devidro criudasem 1967.aera um
h;~ G.ill.-,:MOI'4 V<lr~ (fOI~ b
J:.,:Wt•lllh..rl.-~lllt) ttpo t.le cs.trutum (#ig1. •tk. b • d desprovida de (JtUtlquer
o•'dem interna fixa. uma \'t~ que cada esculrum pode
~~tt(e era) continuamente rwrgaruzada1 ronanto. a
noçio de um arcabouço õntemo rígido. capo> de ..nc-
IU o .-up0o eu do obs<n Jdo< - r..- no lnlt&J'a
antmormente i cxpcnb'lc:•a -. deSmOrOOa com a c:a-
pa.cidat.le d<ls dJfc:rcnt~ partes para mudarem de po51-
ç!io. pora formularem umu tdéia do cu exi.st~ntc upc·
momento de cxternalidade e no #hnbitu
n a~~o 11aquele
dnqu('/o experiência.
Atlrl'f5"tk /l.,..lodoiC<mcfqdecortus~de 1%9
do - dá - m c n J O 10 pro<CSIO do uabolho de
\1om, cooua a esculrun tomo metáfor.t de um ccwpo
dt\uhdo etllle intenor e t"tc:oor. em que o si,ptfica·
do dellst corpo depentle d.t ulé•a de um eu ínremO.jXtr-
ticul<lt. A simphctdnde do forma d3 escuhuril 5\lgcrc
inle i.. lmcote a preilel\(~ de um arcabouço i~ l subja-
«ote. poiS a.sume a 001lfi1UJ111Çio de: um
c:ubo. forma
que parece ptnencer a uma lóaica
::ucmpoml c ntlo ao
momento ck uma cxp ene otl L O
obj eti\ '0 de Serra.
pOfém. 6 invnlirl:.r n pT'Óf)rill noç
.lio de~ hle all!ltno ou
dessa atcrnporalidade. e fue r ckpeod
tr a rrõPru ni !r
téncia. da escultura de cRd:.\ momento
esse tün. Serra cocwóã o Out;olo ti~ passt~&eiro. Com lCJl Dl8 t.l
tart tJJ apoeando ' - l "* -'
quatro placas de chumbo. de 250 kg ~ ICfli lt'lbd o t.W.I
cttda, UITUI contra
\1
~~'l c.....-t~o. •l'-'""' •··
a outr:~, criando poatos de: contatO
tOI Dt'n ft em seus li .. . . . . . . ~...
_

can1os ~upenores e sem utilrzur me
aum p.1Ja fuó..las tm su pos~Jo. io permanente al- .......,
.-..-~"'" ~'ILO"l ,.,

Dessa fonna. Serra lllll AClUA A! s- ...


cn.a uma imagem da e~>culturn com 1f}I)Col)!~ l1.7 t"'• 1
mente compelido a reoovu sua iotqo algo conMII.ntc · Yor4o 11.2 em. leo t.u~ G.ot••...., "
ridadc: esuun.nt ~ ,,.: ...1 ....,
tnantendo lCU equrllbno Se m
subsrittr• o cubo en-
quanto ''idêia" - lk:tcnninada a
prll H'i pelo ~
como CXJste:n1c- cnando a SI própno
tul dependência com rel..~Çâo 10.'0 no 1cmpo, om 10-
asp«tOf de sua SU•
perficoe em left Silo .
Serrn parece dec larar. nesse: tra.balh
u...,. o.
somos como o .Adereço. Não 50mosqut" nt. l"nC$
um conJUn·
to de si-&:mficados pri-...-ac.Sos que pod
tre IOr Ut ou não púbhco eos oun
em os e."C olber en·
os. SomtM a sorna de
nossos gestos vish-eis. Somos cilo uet
ti'O l quatno a n6s rne1on:1ot1. ssheis aos ou·
No «)S ~os ,;~.eli!\ pro-
pri os. formados pelo mundo p~ibliCQ
. por suas oonvcn-
ç& s. ..... ,., .,. .,.... . o rtpcn<l
rio de .... . emoç.'l<s••
partir dos qu.1is aprendemos 011 nol!
sos.
so. Monis t Se m prt)du21:am no cu•o. Nlo por aca.
que os roman<:istiu franceses de<: lan momen1o em
crevo: eu s.ou escnto... wam : "Eu 11io es-
A smb1çi'lo do minimtlismo. pon
ar:uo. c:,.
relocat
as on gcn s do significado de:
w11n escultun• pam 0
tst nU ura na pri \a-
extcno r. não ma1s moddmdo sua s sim na n.aturc~.:a
ridade do espaço p~cológico.
ma
que poderíamos dm oo u.
co•wcncional. púbhca, do _inimalls·
a ÍW ). 05 cn
aa r esp.-k.'O cul tur al Cortl viS1.u
ero de c:strntéguu com-
tas adotaram um grande núm
po~ctrva!l Utna ~d~ m
uri liu r sh tcm u com·encio-
tlinar a composiçilo.
uais de ordenação parta det(.'ft siJ no s CO ft\' tn·
ad o de
As:,•m cuu 1v no e.340 ds uti liz
~ tell i ~tem a uma int er-
cio naj s po r Stc:lla., tai s sjllt cma
I

li pretação como algo que: emcr&e de


dentro da pc•'S()-
nalidadé do escultor e. por ntc :ns io,
de dco tro do
corpo da forma e~teu1tural. Em luga
r disso, o si~l ema
de ordeuaçlo é reconhecido com
o proo.enicnle de:
ron do uabolbo.
A c:sc\lltura mural de Judd com o
uso <k progNs.-
IÕe l aritoaé1K:as t119 ll:lt) é um bom
~ disso. A
própna progres~>.~O de1cnnin11 o tam1wh
I tos. que: s.e ptQjd;un em sme. dos
matorcs. pele
o dO& elculen·
meoorcs para os
~tensão cS. eseulrum. A me:
una pf01rts-
ri sào d(!Cerm ina (mAA t!m otd em hw
e.-) o tNawuhu dos
202• •J02 b SOilf"llrll ( 1~11
c...,_.....,_
~...,
o
CSJ10Ç'OS ~entre OS dem ~ ..__ ,. l""* b, !!a1
.•
cm01o.
pret.1ção v1sual dns dua l progrtSSÕc• - própria lnfCC·
A I
1 ~2.4 ' "' • 151,• em Ac«' 'IA.
~ de volu- Glillfly(o! Ontallo. C•M:~o ~~~~· t
mes. a out r1 de "-azios · COO\~se num ....... D ~• . _ ...."cG Ud
dependência da cscultu•-a com relaç-Jo a m<tafora d3
às condiçôt.'1 do
csp ato e:o<tcmo. po&s é UllpO:ta(\el
dde rm lur se é o
volume p<Mnivo do 'rabalbo que gerA
os inlerv-diOS ou
se~ o ritmOdos 11'1AtrvalOS que
es.tlbela:e os ooot..lmOS
do uabolbo. Deo sl fonna. lucld ~
repreoeolando a
rec• tuocfdudc entre o corpo mtcgroJ
da c:IICUilUia e o
esp.ço tull unl qut a rodtia.. Os Sl51
tmas de pe-rmuta
expiOrádos por Sol t.c\Vin t'ID' lOJ•
escultura dos anoo 60 .00......., -lo dcoM
20.!'bt em 5U3
gia de t);tema)izar o s•gnificodo d.a a.. ,,. é-
Obrcl.
Pnra Carl Andre. dc.'lpojar a escuJtur
a d:L!S impJtc:a-
çõe s de um c=spac;o u:.emo o:lo era
"'na simples ques.
cao do oonlpOO.t..-l'iu t.:umuJaOva. n•as. env
ma ue e.-<p&orar o peso reaJ dos nuttria ot\li.a i,s,uaJ.
ls.. Oi.m te de
um dos ''l<~petcs.. de Aodre-, Clll que I)
laca
s lle difcn=n·
"'' ""' ""' do dup oot .u bonlo • bor da
man:m quactradDç planos e atongad().)de - . 10<-
PQ!IIOS du-eta-
mcntc no chão (llo 203) , o obsemador
1: ln•ado a pen:c·
bc:r que o C$P1Q0 an1erno está h1eralr
nentc sendo es.
premido plllll fora do objefo ~l tund.
A cstr:uég.ia cJes..
se-~ C.Z.:.cloJ>C'Omna ~domalenol. mes
mo enquanto os pr6pri01t matcrints partoem -
. pamdwtal·
.... ... privodos de .... ... o """'"'
pbno dos -
-
MO
lU
elun '"" <~<>= e>culrur..,lOdo c qua lquqwL~<~u
«- de 1"1>-
er ~~ ·
fundJdadc ou densidade e. portMto. toda c
gestikl de in1erior ou crow' A o cootráno. pa!"l):em C$-
teader -.e coojunr.ameote com o próprio pt., e:o que te
cnoontna o obscnildor. Coontdo. a dlfc~a pc:rccbld;a
de placa para pl::tc:at r.:fcre·~ à cor e à teflttJVJd3de do11
rlifcrtnlcs metaill.. de •nodo que o que enxergamos ~'IO!I
trabalhe. é o ~do matcnal como uma c:;ptc:i~ de
abscl'*' A quolidode de peso .,..,.,.,Uoco. dos~
pr~ exrn:.id~s porcad" placa de met~l tOtllr.l o P•su.
expul,n cL-1 escullum o espoco ilusKH.usta.
_,. .;:,Qle.,...._
OOVIIID" Md-. ~
l9X
._O.,O . • teQC. a tl.
Gencrativo de: &raoek pat1c do q,ue era uoportlbtc
pan ~ arUSi b mau jolo-ms.. I obra de Andtt; SUSCiua
ollfO"<e'o\~ ft<IN1; """
espe<:ul~es :.certa d:t composição t"lCUI~r<d ~
~"" não fO~l!C nem rclaci<lnal nem baséad.'l no principio de
,.. ...
'llol A(IU.6.1... 1"\'Y>t lltl&-}U >
~- •tM fD-• clt v"">
~~
~- - ,~~CII
.<~ur·'2'·' '"' ~ -<~
""UO\I coisa depot!l l dá ()Utra." , em utt\3 CJdci.a poten.
cWmc-ntc iRfuuta. Em lugar dL\o.iO. seria po»iv d •i·
lizttr 111!1 propried:ldo 1nerentes a aJgum m.'lt«ia.l C1pc·
' ~ .._ 'l'tô
....... \lltta' Íl""f.
eira para çompor a obra. como se o que esJI\'tSte
SMCio abordado rosse a oMureZa como objeto pron1o
para o aso c Mo IJgum aspecto da cutnn. E.u.: trat.-
lho. que rassana a 5er c:onhecido como ane pi"'CQ-
su.al e qut tud11. em Eva Hc:sse um de ~--us princ1p.~.jj
proponcntos (~ »t), tmha no principio de n ns-forma·
çiio uló.:ica obscrvá•ocl do t:raba]ho". Os tipoc de trlmt-
fol'm!ac;Jo cmpreg<~dos eram principalmente 3Quele~ de
que a~ culturas se utilizam paru incorporar u.s rnm~·
rlas~prlmn~ llnnaluJeta, wmv ~ l iyucr~iiu. ~N~n vb1"'
ao rtfino, ou o empilhamento. com vista!\ à conmuç5o.
Trabalhando com os processos de liquefaçOO c: lami~
ç:io, ou de hquc-f•çào e modelag....~. Hesse dota ~ur.
~os dt 1nug.cns an1r0p0)6gjcas. como 91: 1 at.enc-!lo
ckdkada lOOidooça U1Kial do brurD.,.,. • .,....,......,
a CD'kil.ll.baC para um ~ csculunJ: em SJ mc.v~-.
cxtn:man'llmk aJCaiCO.
Da mbma forma, o trabalho de Sma eom etumbo
de-rretido esd t:m'Oivido com as formas cri~ cJuran.
tt a solid1ficac;;io do nlôittrial. muito m~bom.. conf«·
me vimos nntcriunnentt. o arranjo d:ts ondta5 de c:hu.n·
bo solidificndnJ em sua Pero nwldada csti~ menos
~ltlc ionJUi o llspropried.."ldes inerente!\ do metal do <(UC
3(1 rccurw COnl()()Sictonal da rcpetiç.~o. Tod1win, ns
peça!\ de nco Cfnl>ilbadas. feitas p0r Se1ta nla111 t1ardc
naquele n~u•v IHIV. u..~•ullimuu o UM) do puo por
Andre, a f1m de expulsar da obra o jJI.l5ionlKmo, com
um uso dM propncdades evtderues do mlltenal pan
deltnn1N1r, de dentrO da escultura. onde sua~..
(3o ,.,.,,. Pots Platw d<""' ~. ei<UIIv•
ra criada por Serra em 1969 tJ9. ll!l5). termina no pooiO
em que o ~ de Ulll3 únics pbca 10 tot~;unto
.-:arm:ana o deseqw.libno e a dr:struiçào di esattrum.
Como a resposta de atd:t placa à gra-.id3de to lintCO
nspecto tsUtb1hzador (e poteoéialnltlue descs&ablll.lla·
dor) da ~ulturJ, o trabalho de Serra estil hnlit.1do pol' lOS S!!".J kõ~~r $1 .l(l)
<'-"V-'v..,~. 10611 AQO. 600.~>•" •
outro 0(1~-Ao c'lc Andrc oc.erca de como f37.Cr da c:umpo. 14J.8 tm • )Q-1,8 (m uoc ...!oil
~ NO>'!) 'iOlt
siçlio cscullut·ul wna nuiçOO dos materiaa11: "Mtu pri·
eoc:ootn::r un' eon~
meno probtem..... diz: Andre. ""'foi
JWliO de~ um COOJUUIO de uni~ t , depois.
COO>btnA-lu quoc1o las especiroeas a cada ponkub
t nlo sq:undo uma lei aplicada i totalidade do con)u~
to. como colar. rdHW ou soldar...,
Apesar da se-meUwnça de seu prtncipio - o prind~
pio d4 Aderfncua n;'io..artiftcial das vArias unidiKic:s do
lrab;lho , lU Placas de aço emplflutdlt.s de Scrru <: w
peços de Andrc: po.•aas no piso são gmnUIIi c~ll men tc
dis1inU1s, O tmb·alho de Serra parece habil<lr o mundo
du \'CI"bo U1:111:,hJYQ, COlll SUa imagem de Jlti\'KIIXIC e CICI•
lo. ao f111&80 que a escultur.t deAndre OCUJla um Clilal.lo

que dtpanmoo"'"' um3loop ÜSQ ·-por


inQ'IUllillavo: mmeriais percebidos como txpre"~ de:
$U3 pr'ÓJ'Iia cltiMCnc:ia. Por essa razâo, é SJem IIU2'pfC.UI

"''""'""""""' 1967-68- ,_anotação de: ttabalho,


em auo ank.o !I(: ae-
Sem

IWL\Jt
VINCAR
DOBAAR
AllMAZa4AR
('URVAR
ENC'Uk'rA R
TORCER
TRANÇAR
MANCHAR
MANCI IAA
f'S\tJGA.Ui>\R
APlAlNAJt
RASC"lA_R
I.ASCAJt
""km
COnAR
SEl'AJWt
SOU'All"

Ao contcmpldl' c:s:sc- encadeamento de verbos tr.ltl·


sitivo,.c, c.nd1• qu.1l especificando uma aç.lo p;.macuiM u
ser desenvolvida !SObre um m;:uerial nào-e11pocific!WIO,
percebemos a dtst.lnc~ conccítual que o ~oq~
oormalmeDte ~ eocoo t.rar no ca lâ
~ de um escultor_ Em lug;11 dt um ~~ no
de ronnas. Sernt reg.istra Ull'UI relação de llllhs v :
partam eotaJs . j\tl'tcb cmos, C01Uudo, que CSS , ,
do. elb própnol.. os gtndo res de fonnu =a11o:
são como m:iquu~ que,~ mt functÇ. ":;
têm 11 capacidade de consarulr ..um trabalh o. ·~.m
d , - ,, Mqumma
Iem•-
.... anca a a muaçao '-"= 0 ucuo.•np pc:NU 1R~l
A. ,AA

""<riO<Io ....... .. _... sa. 001' RO)moo> ' .


em lnlpfTSSiin ~lu Africo, e da insbrênc•a J ~o
Ouchamp em um~ atthlde espccu1ativa com re~
J'rocedimc::ntos de dnbor a(i\o, Nesse sentJ(~)l
. de Sem -
eleme nto postM « da I1sta -.,r
\'tt a úlwna indic açio- ''tolta r"- combn~a6

ll:lO a 1magem dupln que deu origan oo filme J


~m um
ar -~
Taoagur-
rtmá(} ch11mbo (fio 179t. _ ( ,
mao \'I·
Ao te medt w o;obre 1 atwidade de wna kn
S\lahnt:nte) ~Ida de- corpo, o filme n' un\11
1
defímç.ào muito P.,1rticular do oorpó humwu ao r""' l o
, , ' ' A .. ao am ~.
dOS IreS l111UU10S t 1C sua prOJC(o ~O, O llSliiMU . d
°
cultor em sua &an: ra c cemo. a sensação de q,te.
te e~ tempO, o corpo do n11111.1 é essa tareft:
00
compan11hamos o tempo real da COOC'{':Illl'al d Clt-
ur:
se; P
pno sc:r cstit '<!Sel)t3
rep1 do por essa dernon i:'~° Cll·
tema de comportamento contraída a1e uma urur• ~v­
trtmidadc:. O 1empo dess-e fitme ê o~~tO·
ool" d:' "'nO'o71 danço." descm:. no Capín.lo 6. e S: tmr
gem COI'j)()m) é, de fonna f'emelhaote. dclir~ ~ ~
"cumprimento de uma t.arefa•· COI)l() o Ad.!n?Ç0O
,_,odo de Sem !oo os .m 1.5 de \1om:•· filme
apre-.enta l~~ imagc:m do cu tomo 3l~o o.c~:~he­
b~
ga. ul1110 defmulo em c,.agrnças _ ~I\Ctil
~ expcn .
__ _._.:- • , )atam ..-m
r&fl miodo corpo, O UUll'l: \K

Brancus•: a frogmcntação do
~lllõl

de ll'ftlli ção ~nada anttno nnent e por R


corpo ~
pii11

uma 1
CI~
.e
n:mcrra
r:
libcfUlr o significado de um gesto f'Jarlicul.nr de wna
ímpreo.>io do que o.,.. .... e ~ pela
e:sttutura subJ•Cente so tofPO, compreendido como
um todo coen:nlo. Muito embora seu estilo seja muito
dif~te. MriD agarmndo chumb o tl!m um signif
ica·
do mwto pról.•mo ao de obras como o ~ ,..., ~

em que Rod1n hbetta vi"'•J imente a cabeça do pedes.


tal de seu corpo, ou o To1wo de um Jow:m ttlg,. 'IS e 76).
ent que Braucu.... repre~~e:nta. a figura adoksot •Uc co.
mo ura momento de puro erotismo pelo IdO de um
fnlt::lll~lll\1 .
Se apn::~ntei a té aqui o trabalho minima li ..la dos
útnmot~o de1 anos como um deselt\'Oh·ime:nto radical
na hu1ória da CM:ultura. t1110 se de-. c ao :ocnpmeoro
professado por ele com rel.ação aos esc1los domman·
1~ que o precedem lmediatamenlc e ~o carAtcr 1~
!in•-·......
um tlutro CÚ'\'CI ctn
de
qt:~e
'""'"""'!>Çlo'·.
r!l5e trabal ho
Emte .jXRm ,
pode ser c:nc:a.ra-
do como uma rcn~ção e um~ contmuaçiO do pensa-
nletUo dessa s duas figumJ' decisi\'BII (>araa história dn
esaa.hura mc:td..·ma em 3ot'U.' primónhOJ: Rochn e Bran·
eu.'' A arte de ambQ.<I n:p~l'ie1liOO uma reloc~io do
p0n1o de origem do sign1fi cndo do corp o- de ~~~eu nú·
deo interno para • supcrlleie -.um ato rachcal de dcs-
C:C'nt talaaç ào que-: i:ndu1na o e5p'(' O em qot
o corpo
se fiLI:iJ presente e o momento de seu d-paf'e (unento A
i ç quo a ~ul ­
te'te que venho deten dem1o ;,ué aqu "..k:
tura de nos~ tempo di c:ocui nuidad e a ~se pu)jcto dt
­
~-cnualizal.io mediante um \-oc:abulirit radk~almeo
tc 11b11U'ato da (\l'rma. O carnter aOOroto do m•nun a1is·
mo t.IJfieu1tt' o reconhecimento do C:<'lr po humano rtts--

-eles>.
sn 1~ c. pon:uuo. dificult• AO!'~ proj('!Çlo no
<>cultunl, do.....OO III>CtOSIOdoo OS nos-
llln!l ~-julgam\!ntos jâ scdtmentadOf\. Cnlretanto, nosso
oorpo e nos!la experiência de nosso corp-> cootmuant a
).~.""f o tana ~.. e:S~CUinn mesmo qumd o uma
obra
t (unnad:! por '.lflt i ctmc:n.&S de IO"'Ielall:u de 1ern.
O Dupfi) ntgalh'O ~9' - . e~ uma IC'frlplana·
&an 04"Uitut~l de: \tic:bael Hc:JUr. foi cnadocm 1969
""cbmo ck 'k\ada. c...,;.,. em clJ3s fendas. cada
qual com 12 ,. ck profundidade e 30m ck COinpnrn<n-
•o. esce'lklu no COpo de doas mesew s.~tuad.al um.1
defronte .I out.nl e separacbs por um desfiladeiro pto-
fundo Dado1'i IS aua:s dunensões ~e a 'IU.tloc~:~4
li-roç~o. a ún1ci"' forma de: se expcnmemar o trubalbo 6
c~.:uulo dentro dele hábitã· lo :i mane1m eomo imQ·
ginanlO~ hubit.•r o espaço de nossos CflrJXIS. Pottm, n
unngcm q1.19 t~,om \J/) 1h; uo:s:sa própria rclaç:to com no~·
so oorpo é u de ~uu·mos certtrados no int~rior dc'ltC,
o conheci~nento que temos de nós mesmos ~tlUJ·no~t.
por ft§.,un d•ur. em nosso uúeleo absoluro; somot to-
ca1mt-nle ttaMparentes a nossa ptópia OONoc.Cneia. de
wna forma q\ae DOS pemurc dllft':' "'sei o que: n perho
c s•nr.o. IDa) r/~ Aio.. N'csse senttdo. Dtqtlo lltg'fltu'O
rUo~ W1"Dtllwlç. com a imagem que 1tmOii do m()o
do como ha~1:amos nós mc:srJ)l)$. Pois.. mtborn ~J• ,j.
mêtnco e poA'W.l um centro (o ponto intnmcc:h~tO do
de.•liilndctro que ~a as duas fend.:ls), C impo:s,h•cl
oc:uparmo'i t$~c ccnti'Q, POOemos apenas no. col-ocar
em um dos t5J)acos fendidos e olhar parn n frente em
din::çlo no ouuo. Nu verdade. é somente olhondt> pal'f1
o 0'111'0 que podemos formar uma imagem do c:;paco
no qual no" enc::onltamos.
Ao •mpor·nos essa posição excêntnea l'tiJtÍI. 11· .
menle ao oen1ro do trabalho. o Duplo lf<'gflfii'O suge·
re uma alternam.. para a imagem q..e terMl de not.'-0
conbecm'CT'IW) de DÓIS mesmos. Le\'J-OOS a mc:d!W Ker·
a do cunhe\':imento de nós mesmos formado ptla til·
tud< ck ,. oUw""'" feno em busca das ~dos
OlJClOi. ao nos dnoherem esse olhar. E tma mcclfor.a
do eu td como conbccido mediante $Ua opari'nda Pll"l
o outro
O efcuo de t>uplo nq;atil'Q é de<:lamr o exccnlri<:i·
dade d:a posiçiio que ocupamos refatl\•amente a nos11os
fls:ic::os e psico~ Eou~a01o. w1 att mH-'
c:entftb
nK) al&n dasso. Uma ,ez que é nccessario ollaar 1tr"'•
vês do doflbdeiro para en.xcrgartD05 a Unaecru rcflo-
tida do espaço que ocupamos. a extensão do dcsfil.,
deu-o tm s:i de\"e ser incorporada ao recinlo form:fdo
pela ~sculrura. f'or conseguinte. a imagem de Hci7Cr
reproduz a intervenção do espaço c:xtcmo ná ex1~an.
Clll int~rior do cocpo, ati se alojando e formando sdlt!l
molivacões e seu!> significados.
Tanto 11 noção de cxocnlricldade como a idêi
a da in-
..,~--\o deum mundo ao c:spaco focbado da forma M
..
parecem c:m outra tcrrnplnnagcm c:scu1tural,
concebida
na mesma época que Duplo ~t~gath-o. mas nm
oo ano soguin1c no Gn nde Laso S.llf'do
.cJ da
em UUth. O
Q11ebrtHflhr espiral, de R.obcrt Smittwon
( 1970). é um.; t
lrilba fonn >da ptlo xúm ulo de b...OO
e atcia. com
4,$ m de largurn e que uvança 45
m em espi t'al pelas
áSWS ..,mnelbas do la&o o:n RozcUe Poi
Tal como Duplo negatnn, (1•1ttbro..nm,.
nt,. .. l ~ _ ,
NfH tul ~ti­
m ·k a ser fiskamentc pmeltUdo. Só é
poss
c1ar o tnlba1bo ~ seus an::oc, queJ ..-el apre-.
se ~trei­
tam à medtd{l que nos fll)roximarnos do
firW I
ScOOo uma ttpi ral, essa oooflgllnÇio )>O$
$W no-
~tõariameme um cencro, que nós. como es(>OOtadOfC:s.
podemos efetivamente ocupar Coatudo
. a expenênr..
do trabalhO é a de esta rmO S sc.ndo oont•nu
cc:ncrali..wdos em meio à vasta extc~o deamente dcs.-
la&o e du
O pnlp rio Smitlbon. ao esc:revtr ~
seu
contato com o local desse tnlxlJbo. eo.·o pnmeuo
ca a rea(!lío
ven 1gi. noq ao tê per cdx r descentrall2
:1do: "'Cook:m-
plando o 1ocaJ, ele I'C\'I!rberava pam os
bori
g<:nndo um ciclone imóveL enquanto a llQ 10ntcs su-
bruxulean-
te fatia e-oru que a pal.iil~em uue~ra Jl
ll~ sa.cudtr.
Um terremoto dormente Pftli)OQ:I.Ya-"e ['W"ol'
unta imt n
,. cUcuJ.ndadc o.... - guol6no SUIIIU • ros·
S:tbllidadc do (}uebrtunar e•piral. Nen
huma id6ta,
concerto. \lStema. cstn tlur a ou abscraçio
tentar-se dtante da reahcbde daquela pi'OV iam sus-
pod
8 fenomeno.
1 6~ica.''
11

A ""'pfv\"3 fcnat1'1Cn1:146gica.. que deu


ori.&cm à 1dfla
de Sm1thson pam o Qu(!bro-mar resu iUlv
a n.;)o apenas
do a5pCCIO 'i>..l do l4t>. QJm O wn b&n
do que po·
deritunos chamar sua amb ientação mtto
Jó~)C:l, a que
Smithson &e n:fcre com seus termos ..c:JCiont
~· er
e ..espaço giratóricf'. A exiS1êncta de
um tnlCflSO lngo
salgado Interior parecera, durante séculos. um., ex·
CC":otricidade da rururtta, e os pnmeiros babitanzes
buscaram no mito uma caplic aç\o pera o fato. t;m
) ~!llsotl ~...,_...,... desses mitos era o de que: o lago e$W.Y1 originaii'Mnte
fot•J·o'~OI.,IIr.J; M lia 2)
ligado ao Oceano Pac.:lfioo atrnvé$ de um giganltsco
'"' ~nlr.JOOI c;o.vorit
. \ .i
' \
l<*l•l<a ~. ""'~
(fo;atah•, Nvo• ~. t"'* • ~
ilffo!O, b teGY, cltll\)dQhl)ll!,;õ~ 11•
b@Ot' r~OIM de pedras. A1,9 01'1•
2?11,4 Cll'\ "J/.9 tm. I.W'W d<J.VIkU
Oi';Jio\ lllhtl 'o\~bet ~
m rtJIAiltO u~ l.o1Cr'\-uo. " "
"'-""*~ .....WI\IIa ~-·
--.... .....'*;"'•,.. ~
,.,...... "~ ~.... , , " . 0011
~ . . . . . d(CIIf:II!IIICk•--1
M, lh•"'«<l crf "",.,......_, Jli(ltl!t,~
(fotoWIItro -1
A(&U. A.ltc),fi:IA
.,._ ...._.., ..__ ,, ·'1
curso d'água subctntnco, CUJI ~ lc:w\'111 for.
~ '"*""',.. ..... ~ moç3o <1< ""'"""' redcmotmos oo centro do lago.
.!Cifl~--- Ao utilizar a fomr.t da espunl pnra iJmtar o rtdemot-
.,
rt'IO . . .eilot ~(,-'>­
nho mítico dos colono•. Smrth500 incorpOra a exi,_.
tu 2111) ~lit Dlwo tência do mito ao C'ipaço da obm Asstm procedendo,
J!I...:!I.MI, 11110-?1
• 1r'!IO, ttn pii!IIM !•l't"""" expande-se pela natun:J.a daquele espaço externo lo-
'U,4 tl!l l ~(>, n (M ltiiWI calizado no e<:nlf·o do n~os corpos. que fora pru1e da
Jrootl'o'O do •""..• '"" C:!ti'. 1;1"(6'~
cto b, G~~t!l!fintO GOIQDm) imagem de Dupln lli'Jl(lt},YJ, Smilhson <:ria um~ ima·
gem de noss.l reaç-llo l))).iéológ~ ao lempO e do modo
éOnlO escarno5 deternti ntKIU~ • \..UutlulJt•IO pel4'1 cria·
çào de t8.nta<;ias hr~1órica1 Todavia. Quebra-mar esp;-
l'fl.l busca supbntar as fónnuW h.tstóricas com a e:xpe-
riêocia de unu PI"'FF&"" n011a110 a momeato atr.J\·k
do_.,edol<mpO .
E.s.sa. icWi:a de: ~· com cfc:do. é uma ~
são da escultura modtrna. EncootranM>-Ia DO Conr-
d(),.de Nauman tfól ,,., no Lo/lmnto de Moms(io.lot),
no LÀ'.sl-iO de Sl:ffl. ~ 211um110c oo QuebnJ..mar de
Smithson. h, com es~1 tmasm~ de PQssagem. a tmn.'i·
formação d.a ~u11urt de um ve1culo estático e ldea~
lizado num vt"icu'o tr:mpond e material - . que b:\"e iní·
cio com Rochn, •un.ac au.a plc1utudc. Em cada um dos
cas06. • imagtm da pass.aacm scr\'c para coiOCM tanto
o obSO'VIldor como o arti§la diante do trabalho. e do
mundo. em umst autudc de humildade fundamental a
fim de cncommrcm aprofimda reciprocidade entre: ca-
da um deles e a obm
Não há muln de: 110'(() nc11:,..1 leulátiva, Prousl refe.-
re-se n Olll em um incidente no qunl o Marcc1ndulto
cxperimtnta a NdeleiM c, graças à memória in\o-
tunúna dt~ por esse obJeto. reY~\'C sua ••
Bnclll em Comtny_ Prousl nos coota que tc:awa com
~nL'l3 oontrolar essas kmbraoça5.. \lu. afii'Ma
ck: c:om n::speito à mcmólia voloo.Wla. ..é carac~Q'b.
uco que .. informações que ela f0111«" do .........
nlo guanbm o menor v-estígio dele.,. ~
consMStrar as r«ias cl.Assicas de org.aruz.aeão formal
Mmn uma espêcte de memória voiWlliria. que nio
parda ··o menor vestíg.io" da e.xperi~ia tal oomo
vi ..·ida. E poderiamos estabelecer uma analogia cotrc
011 modos de cogmçio fonnulados pela escultura mo-
derna e o encontro com a madeleine. Essa escullum
convida-nos a experimentar o presente da maneiro oo--
m'• Proust encoo(ra o passado: "Ele: está oculto. fura
do seu domlnio c do seu alcance (da intcligêm.:i1). n.LI
gum objeto mmeria.L(na senStlção que nos d.Jtá CliM!
obJeto múteriaJ) que nós nem suspeitamos. Esse obje--
to, 116 do áé.aso depende que o encontremo!! ante!l. de
momr, ou que não o encontremos nunca"''.

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