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Ana Margarida Arruda
Necrópoles p roto-hist6 r lcas d o sul de Po rtugal
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Ana Margarida Arru da
Necrópoles proto-histór!cas do sul de Portugal
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Necrópoles proto-históricas do stll de Po rltl gal
Ana Margarida Arruda
nas de um só bico foram e ncon tradas juntO dessas urnas, materiais que pode m con-
correspondam também às sepulturas do 4 r1PO i
ferir antiguidade às sepulturas de ti po 2, Por outro lado, lucernas d e uma s6 mecha
texto da reco lha da gr'.mde maioria d05 c:xe ; apesar de se desconhecer o exacto COl]_
fi mp aro., afirmando ape nas Vergílio Co . forrem também parte do espólio recu perado nas sepulturas d e t ipo 3_
qturas
ue ascom
Ibul;1Spól'
que Iccolhe
. u na necrópole de Alcicer foram _.,.encon tradas quer e m serfCl:lI-
, cs 10 defi llldo, que r avulsamente. (CORREIA, 193Gb: 184). pu Assim, parece importante reter que os matcriais arqtleológiCOS que Virgilio
Correia associou às suas sepultur:ls de t ipO 2 evidenciam alguma antlguidadC, con-
O espólio indiscut ivel me nte ~ol h ido nas sepulturas de tipo""
com reservas, a elas se pod e assoe· a
I
' e aquc e (Iue. cretamente as p róprias urnas (de fipo ~Crul d d Neg ro» , as lucernas de um só bico e
dent ro da Id ade do Ferro que Odl~, aponta para um a d atação relativamente antiga mesmo os ' pratos de pelxe> ou se ja o ,,,,lesto de asado coimbrão, de covo semi-esféri-
a:c., e m crono logia lradi~ional~)I>O;:~t~~~::~::~~n:;~a
o ::eCt.IIO VII e 0_5 inícios do VI co e abas d irc lt as,~ (CORREIA, 1928: 175),
110 apresenta u ma o r igem mediterrânea evidente e o r n r que m ulto desse esp6- Atribuir uma cronologia precisa a esta fase da necrópole não t, como já disse, tarefa
far-se nesse mesmo mundo oriental. , l i tro parece, pelo menos, inspl- fácil, sobretudO porque os matcriais que se lhes referem nunCa fo ram publicados, OUse o
foram não sabemos se integravam os conjuutOS sepulcrniS das sepul tu ras de ti po 2" N~o é,
A o rigem medite rrânea dos escara\"Clhos de Alclce r d ~
no e ntanto , im possível pe nsar que as ltlccrnas publicadas por Susan Fral1kenstein (1997:
ser desmentida, e é hoje seguro que as ânforas de tl o Sal, por cxemplo, nao pode
produzidas na área mcrldional da PenÍl I' [ . po 10.1.2,1. de R.:imÓn Torres foram 330, lAmina 58) se jam as que Vcrgílio Correia refere, sendo mais difícil, m:lS não impossí-
d a ãrea do estreito dc Gibraltar (KM1Ó~l\_I:~='lco~cretam~nte nos cent ros relúcios \"CI, conside rar que os .testos de ti po asado coimb rão> correspondem aos pratos re p re-
mola e de Acebllchal com o mundo .d. I ~' 9!h). Rel aCionar as fibulas de d upla senrados na Mmina 57 do trabalhO da investigadora alemã (ID IO: 329).
do primeiro dos ti{X)S coi Ig men lona nao é também dlficiJ, apesar da dispersão
O<:3r a umas rcservm; a essa relação directa. Apesar de saber que e sta associaç:\o de mate r iais às scpulturas de ti pO 2 nào é
completame nte segura, devo d izer que ela não me parece Impossível, apesar da apa-
O espólio ar<lIlcológico que, indubilavel me nt '
de t ipo 3 possui u ma cronologia, tradiclonal 1.1 e, se pode ~soclar às sepulruras ren te disc repância cronológica e ntre as lucernas e os pratos de peixe. Se os últimos,
e ntre o fina l do século VII e o fi I d , ' q e pode locahza r-se, groljljo modo, pel:lS características morfoló gicas que ap resentam - bordo sub-ho rizontal e muito
ma o s culo VI a C talvez co .- largo (75 mm), depressão central tro ncocónica e fundo côncavo - (f6IO.) pod e m
segunda metade do VI a C Df · ., ' m u ma me ldl! ncia na
. . e acto, se as luce rn ~ s d e um só b ' datar-se de um mome ntO rdalivame nte avançado da Idade do Ferro (segu nda metade
de cinrurâo de garfo podem remeter ainda ara o ln' . ICO e mesmo os fechos
ainda para o final do VI I ,,"b I I p, S ICIOS do sécu lo VI, ali mesmo d o século VI _ a primcirll me tade do V a.c., cm cronologia trad icional), já as lucer n:lS
, 11 U as a nu :Ires perm"te ·d
mais tardia e mbora .llnd a de." o d I m conSI e rar uma cronologia de unl s6 bico indiciam cronologias bastante mais antigas, o que parece causar algu-
" a mesma centúria. ma perturbação. De facto , existem dados suficlen tes par:! considerar antigas as lucer-
Se a relação en tre o s dois tipos de inCinera ao j . . nas d e um só bico, p:lre cendo ta mbém evid e nte que estas do minanl na :irea do Medi-
terrãneo Oriental , enquanto as I\lccrnas de dois bicos, sendo nlais f~uentes no Oci-
fi ca, lo r na-se (Illase impossível 'lval" h. . ç • . fi SItu é, ho)e, relativamente pad-
. ' lar a lpotéuca Sincronia e ntre cI
do tIpO 2, onde um outro rito funerário foi iden ifi ' d ' es e as sepulturas dente, ocorrem prefcrencialme nte cm contexto tardios. No e ntatüo, importa esclare-
e m IISUinUIIl com poste rior de: . , t ca o, concretame nte a c re mação
, pOSIÇ. o cm urn a sendo poss' I ·d cer que lucernas d e um e dois bicos pode m coexistir, sendo ó bvio que a ex istl! ncia d e
hipó u:ses interpretativas No e ' IVe: conSI e rar várias
_, ntan to , e como J:i tive oporl ·d d uma ou duas mechas não constituem indicado res cronológicos seguros.
outro trabalho (ARRUDA , 2002) ,os d a(Ios publicados por v: uTm aC e de referir em
dos com o que An tó nio Cavalc.ro P . 11 ergllo orreia, complet a- Retenho ainda do texto de vergillo Correia a assoc iação que f:IZ entre as umas
d e tipo 2 são pelo me nos e 1 alx o recolheu. pe rm ite m supo r que as scpult uras qtle e ncontrou em Alcácer do Sal e as de Cruz dei Negro. Uma vez mais, LOrna·se impOS-
, m par le , coevas d as d e tipo 3 De f
gráfica e, sobretudo, o es pólio que é possíVel assOCiar-!h~s for::~~t~lSltl:~OSiÇãO topo-
sível saber se as referidas urnas das sepulturas d e tipo 2 da necrópole do SCnhor dos
flH rtires são:lS que foram publicadas po r Susan Frankenstein (IBIO. : 324, 325, lámina
sentido. Le mbro q ue as urnas c lne r:i nas . sao._ d c tipo
. _Cru z del Negro> n e lcações nesse
que as lucer-
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Nec ró poles p roto-históricas do sul de Portugal
Ana Margarida Arruda
48-50) ou A.ntónio cavaleiro Paixão (1970: 238). A info rmação de Vergílio Correia pOUCO pro fu n da e côncavJ. e destinava-se a fornecer estabilidade às urnas, que
. seria
'I ,Ia calçada com pedras de peque nas dimensões. As semelhanças e ntre esta SItuação
quan to a este aspectO não de ve, no e ntanto, desprezar-5e. Independentemente de dcs. ,tn , I md
conhecer se os desenhos referidos correspondem ou não ~s urnas das sepulturas de
e o utras do Ocide nte peninsular é clara, sendo o melhor exemp O o ver Ica a nas
tipo 2, importa assinalar que os ma teriais con.hecldos pelos desenhos publicados silo necrópoles de Iblza.
efecti vamente urnas de tipo _Cr uz dei Negro., Trata-se de três peças ( mIo.) de COlo Para conduir diria que o Olival do Senho r dos Mártires foi utiliz.1do como necró-
alto, cilíndrico ou troncocó nico, corpo ovóide de te ndência bicónica e fu ndo plano ou pole a partir de meados do século VII a.c., e até ao século VI f~ i p.raticada a i~Ci~e-
convexo. As características morfológicas e tecnológicas que estas urnas Cruz de! Negro , I'n situ , nas sepulturas dos tipos 4: (com canal central), pnmclro e 3 (foss,1 Slm-
raç,O d
apresent am merecem ainda alguns comentários. Em primeiro lugar, deve des tacar-se o pies), depoi~. Não é impossível pensar que. a partir de um determinada. ~olll c n.to o
facto das peças de Alcácer não possuírem o tíl)lco co rpo globular da5 que foram encon- século VI a C_, :1 de posição das cinzas c m urna passa, também, a se~ utlhzada, se ~d~
tradas no sitio epÓnlmo. Na necrópole do Alente jo litoral, a pança é 0\-6ide, ad(IUlrin. e ntão coeva da incineração ln situ, em fossa simples, pare<:endo evIdente q ue o ulti-
do mesmo, num dos casos, um perfil qua.-;e troncocónico (FRANKENSTEIN, 1997: 48). mo rito acaba por ser abando nado no século V, ou ainda nos finai s do VI a.c., momen-
Disscmelhanças observam-se també m ao nível das asas, cuja secção é bíflda apenas cm tO em que a incineração e m urna passa a ser exclusiva.
um exemplar ( I BID.: lâmina 49), havendo outro em que a asa é circular (l8JD.: Ió'l mina Esta proposta sobre a sequência dos e nterrame ntos de Aldicer do Sa1levantan-
54). N:I asa da urna da lâmi na 53 (lBID) , o d uplo rolo é apenas sugerido por um sulco do, ai nda, muitas interrogações, permite vária5 interpretaçôes.
centrnl. Mais importante é o facto de uma das urnas de tipo .Cruz dei Negro. de Alcá·
ce r do Sal ser fabricada à mão (lI1ID.: 32 1, 324, lámi na 49). Apena~ numa das peças é Ao admitir que as Incine rações cm urna e ill situ coexistem durante algum
agora visivel urna decoração pintada sobre a superfície externa, concretame nte bandas tempo, é obrigatório que se tente compreender a raz.io ~a si n cro ni~ de dois rituais
sobre o bordo e na parte fina l da pança (lB/D.: lâmina 48). funerários distintos, o q ue manifestame nte não é tarefa Simples. Sena teotador r~l a.
cionar a existencia de dois rituais distintos e coevos com duas realidades étnicas dife-
AS características morfológlea5 das u rnas de Alcácer do Sal (forma da pança e
renciadas, assumindo-se que a incineração in situ, corresponderia ao segmento ~opu.
perfi l dos colos) parecem indicar uma cronologia relativamente tardia, que em datas laCional exóge no, neste caso fenício, uma vez que a tipologia das sepulturas de tipa 3
trad icionais pode ria situa r-se Já no século VI a_C., q uiç.j na sua segunda metade. No
...., à verificada nas das necró poles de Gad ir ( PEDRIGONES
' ,-..." Im".... n '"
e 4 se assemeIh .1,
entanto, não q ue ro descartar completamente a hipótese de a forma destas urnas MORENO, 199 1; PERDlGONES MORENO ET AI.. 1990), lbiza e mesmo da Sard e nha.
poder ser apenas entendida como uma variante local das conhecidas urnas .Cm z dei As incinerações eOI urna seriam pratiCadas peJa população indígena, como sucede
Negro. e de nào adquirir pOrLanto um qualq ucr significado cronológico. nas necrópoles autóctones do vale do Guadalq\üvlr, po r oempl0 em Cruz dcl Negro.
Não pode ria deixar de registar q ue a associação de urnas Cruz dei Negro a lucer· Mesmo admitindo q ue no Castelo de Alcácer do Sal, sítio que indiscutivelme nte
nas de um só bico foi ta mbém verificada no sítio e pónimo, o q ue pode revestir-se de corresponde à necrópole que se tem vindo a analisar, se instalaram grupos de fe nícios
alguma lrnportilncla. ocide ntais (ARRUDA, 2002), e que a população nativa se manteVe no lo: al, te nho
Te nho, no enta nto, total consciência que todas as considerações produzidas a consciência que a hipótese agora levantada carece de dados que as escavaçocs até ao
propósito destas peças, concretamen te qua nto à morfologia e datação, foram realiz:l' momento não proporcionaram_
das sem que te nha qualque r dado que confirm e que el;15 corresponde m às sepulturas As razÕCS da cocxistCncia dos dois ritos funerários, ainda qtle ape nas visível
de tipo 2 de Vergílio Correia. num curto espaço de tempo (relativame nte à utilização da nec ró~1c), pode m ser
Pode ainda deduzi r-se dos dados publicados por Virgílio Correia que as urn:lS várias, e as inte rpretações possíveis para esta d ualidade de rituais nao devem esq ue-
estavam de positadas sobre uma fossa escavada na rocha de base. Essa fossa, seria cer que as diferenças que existem entre as sepulturas de tipo 3 e 4 e as sepulwras de
,..
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Ana Margarida Arruda Necrópoles p roto-hlst6riCõls do sul de Portu g,ll
ti po
I 2 ult rapassam o ri to p raticado . ASSlffi,
. e nquan to nas sCp Ulnlr.lS de tipo 3 está 2.2. A sepultura do &tio (Slnes)
;;~sa {~:::e:~;u~:sa~m~, Vcrgílio Correia afirma expressamente que .Sob os o~l: o já be m conhecido lcsourodo Gaio constitui, t10 território actualme nte português,
. p e ti po 2 ], n ada de armas dobradas .... (CORnEIA, 1928: 175). um caso particular, n:\o só pela quantidade de peças exumadas em conjunto, como sobre-
y - llSaNiC que os d··
AssIm. poderia tam bém ....... lstmtos ritu ais praticados n;}o se rei- . n ldo pela qualidade e riqueza que o caracteriza. As peças são provenientes de uma única
llum d ircctarn cn tc com a exiSlê J d . ,IClo- sepultura rectangular, de tipo cista, encontrada no decorrer de tf""Jbalhos agrico las na Her-
exd~lslvamCnte conectados con~:;a ~i:!~~~:~~~:~~I~ ~cáccr do 5:1,1, o u não ~St:o dade do Gaio, concel ho de Sines (COSTA, 1966; IBID, 1912). Ao que p arece, esta cis!a fa ria
~;~~7,~Ç)asd~;' nível ~o c:stafl UIO do Inclnerado. Tal comog~;r~;~~:~~ ;::::~t;: parte de uma necrópole ma is \"asta de que nada se conhece (TBJD.).
. d , I .mtQ5 nmalS
sexo lei . .\lfierários podem apen· as tra d U7.1r
. dl,,-ersldade
. ao nh'cl d o o tesou ro integrava algUll135 peças de ouro ( u m colar articul ado, um par de arre·
, a e, ou amda d iferenCIados p :ua marcs na pirâm ide soela.
. 1 cadas e várias contas de cola r) , um con ju nto d iversificad o de co ntas de colar de
Talvez seja essa mes ma d ive rsid ade que explique q ue até no . âmbar, cor nal ina e pasta vítrea, dois vasos d e: pasta vít rea, o que pode co rres pond er
sepu ltu ras se verifi quem d ife re nças :10 nível do espólio recolhido 1~:~~~r."PO
de ao fu ndo de um _b raseiro. e ainda u m en gaste em prata co m escaravelho de cerâm i-
pa recem ser e vide ntes, apesar d b . . •• t ere nças ca. Foi també m reco lhid a uma pu lseira d e b ronze ( /DtO.).
clus6e d d d . • • e sa c r o pe n go qu e co nstit.ui pretende r ext rair co n·
S os a os d1l1u lgados por Vergillo Correia ou das recon . O colar articu lado é formado por 16 p lacas sub-rec t:mgulares, de ouro, que estão
por Sel)u ltu ra realizad as sobre os espólios prop ri;mente di LOS. stlt ulÇôes de cs pó lios
decorad as por m artclagem sob re matriz cm relevo. O rematc tubular q ue possuem na
pa rte supe rior destinava-se, certame ntc . a p er mitir a p:lssagcm do fio de suspensao. A
perm l~:::~~~;i~~:; n~:r:açõcs c~h ldas ~os. lra.balhas de Antó nio Cav~lelro Paix ão
ex tremidade inferio r de cad a uma das placas é bipart ida c está reco rtada. O motivo
da quanti dade de esr0Ji o' r:~~I:l~~~ ; a ~xIs~encm d e ace n tuadas diferenças ao nível decorativo central de c..~Jda p laca é um misto de cavalo e grifo alado, que rep ous:\ sobre
tra d uze m estatutos SOCiais d ist intos ~~pu tu ra. Concl u ir qu e estas dlssemelhanças
d uas palmetas abertas. Enl"re as dil as palmetas é visível uma roseta.
redu cionista, um a vez q ue u ma diferenci~'ç:::::~ :~ :~;:sado e excessivamente
O par de ar rec:ldas de o u ro apresen ta-se com a forma de crescen te lunar. I)Q
também co nsubstanc iar-se desta me:' m', ' o rma. No e n ta nto' por e:xe mplo,
parece· ...... poderia
I corpo central, oco, irf"'J di:lm 14 pequ e nas ca beças b ifronte:s, fe mini nas, das quais pa r-
determin:ldos
> d
me mb ros do g r upo q ue: hab
• itava• em Alci ce r d o 's :11 ter .mmme&,ve
Opor tunqu id e tem 14 n o res de 10[Us, abe rtas e calic ifo rm es. A técn icJ decorativa \Itilizad a foi a
... e, ao morrer, se faze re: m aco mpan 1mr por d eter m inados obiect ,.
"não em vida, os d istin gu iam socialmente. os q ue, usados 0\1 esta mpagem e o re puxadO.
Tanto o co lar art iculado como as arrecadas, a que se podem :linda junt ar contas
situ e Geostaria ainda d e referir qu e, li con fi r mar-se a hip ó tese de as inci ne rações in bi_tron cocó n icas e um pendc1lIe e m fo rm a de b oJara, ap rese ntam carac teríst icas de
m urna poderem te r ocor rido n um mes mo mam n . fab r ico e deco rativas com evid entes conotaçÕes m ed iterr~ n eas e lartéssieas o rie nt:t-
ritu ais fu ne rár ios praticados n ão reflec te I e to da dI acro nia, os do is
que nunca se _ d .... m qu a quer rup tur a cu lt ural. Pe nso tam bém lizaotes. De: facto, o repuxado e a estampage m sobre matri z foi tamb ém a técnica
2 ( urn as Cru:~e~ :cagl::n;:I::~~I"do~ "m"',t~:i:bti~ recupe rados n essas sep ulturas de t ipo u sad a na decoração dos colares articulados do Carambolo e Ébofa (ALMAGRO GOR-
, .... "'-' ICOp ratos d c pe. ) BEA, 1989), sendo óbvia a relação dos motivo s decorat ivos com esse mesmo mundo
Icrísticas orien talizan te . d _ ' Ixe ap re:sc ntam carac-
s III e:sme nuveis, o qu e significa ql e nâ é . - . o rientalizante. A ut ill7.ação do animal fab\J1 oso e dos mo ti VOS fito mórficos, co ncreta-
lhes um a qual qu er o rigem co n tinental Mes mo ad m itO 1 o. posswc\ at nbu ir-
e m uSt r ill\llll foi in trod .d . • llldo q ue: o m u al da inci ne ração mente as palmetas ( IUC re matam a extremid ade in fe rio r, não dei1l:am d úvidas sobre a
UZI o nu m mome n to avançado da u tiliza....lo da -< inspiração o r iental d a ico nografia re p resentada no colar art icu lado d o Gaio.
(Iue até esse mo mento as inci nera,õ-, ,." '.h , ... • nec.u po le, e
... I 1 oram exclusivas pa I
matr iz cult ura l mediter rânea se mantém ,ain da a p" ' Ir . d os, c u Io ' Vl a.C.
rece c aro que li As ar recadas, c u jo melhor paralelo pe ni ns ul:lr é certamen te o par do tesou ro da
Aliseda (BLÁZQUEZ, 1975; AL MAGRO GO RBEA, 1977), apresemam ca racteríst icas
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Ana Margarida Arruda
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Neçrópoles proto-hlstó ri cas do sul de Po rtugal
fo rmais, tecno lógicas e decorativas perfeitamente assimiláveis à o ur ivesaria do A necrópole do Gaio, e conc retamente o seu . tesQllfOt, permi te afirmar que naque-
mundo me rid ional tanéssico e/ ou o ricOIalizanle. A forma , as flores de lotus, as la regiào exiSli ria um povoado o nde um segmenlo da população tomou a seu cargo as
cabeças bifwllles, fi estam pagem e o repuxado tradu ze m com clareza uma inspiração relações com 05 grupos exógenos que f~uentavam o lilOral em que se localizava I'oi cer·
mcd iterr~nca, q ue viria a afirmar-se no te rritório me ridional da Península Ib t'! rica na tamente um membro de ssa elite que se feL acompanhar na morte pelo _tesouro>.
11 metade do I milénio a.c.
Fica assim demonstrado qu e não foram apenas os grandes estuários as áreas
De pasta vítrea, fo i recolhido um ampIJoriskose um fundo qu e pertenceu a um tocadas pelo comérciO e presença fenícios, mas qu e no litoral ocidental português,
a/l/bus/Ton. e ntre o Promonforiuffi Sacrume o Sado, não foi infrequen te o contacto com o mundo
o primeiro apresenta as típicas características do grupo I de Hardc l1 (UBIiRl1, o rie ntal. Penso qu e é inquestio niíveI que esse contacto foi promovido pelos fenícios
1993: 476) - linhas amarelas fo rmando espirais no ombro, no colo e na parle inferior ocidenlais qu e se deslocavam entre Gad ir e a fo7. do Mondego.
d a p ansa; linhas ziguezaguean tes ve rd es e amarelas na área meslal do corpo.
O fundo de alabastron integr;l'se, certamente, no mesmo grupo ti pológico, 2.3. Sepulturas do Casal de 5.Joào (Torres Vedras)
apresentando o fundo linhas 7.igue7A1g11eantcs de cor branca.
Junto ao actual cemitér io de Torres Vedras, foi escaV'J.da, nos anos 60, uma se pul-
05 llngucntários de pasta vltrea do Grupo I de Harden são frequentes em toda tura de tipo cista qu e fo rn eceu um oinocllOc e as duas asas de u m _braseiro. (fRIN·
o orla me diterrânea entre o sécu lo VI e o séclllo N a.c.. contando-se exe mplares na DADE c FERREIRA, 1965). Ambas peças são de bronze.
Sardenha, em Ibh:a e na própria Fe nícia (1810.). Os exemplares do Gaio não destoam ,
O oinocllOe integra-se no tipo Bt de GRAU-ZIMMERMANN (1978). Tem forma
quer form alme nte quer do ponto d e vista d ecorativo, dos típicos ungu entárlos que
geral piriforme, co r po globular alongado e colo tron cocÓnico. O fundo é plano, em
Harde n inve ntariou e classificou. Uma c ronologi a de meados do I milénio a.c. parece
põlstilha, acusado exte riorme nte por um bourreJe f. A separa ção en tre o colo e o bojo
assi m ser a mais ace itável.
está indi cad a por um cordão em relevo . O que resta d a asa, frac turada na par te su pe-
o escaravelho é de cer:lmica p intad a e girava num engaste de p rata , de forma rior, per mite verificar «ue era b ipartida. Uga-sc: ao corpo , no cordão q ue separa o
elipsóid al. No cart uc ho, é visível o nome do fa raó 1110Ulmõsis III, d a XVIII d in ast ia. corpo do colo, at ravés de u ma palmeta em re levo , constituída por pétalas rad iais, colo-
As características do conjun to das jóias do Gaio, associadas :l05 reSlantes materiais, cadas sobre duas VOlu l:lS im'ertidas.
nome-.ldamente aos unguentários de vidro polícromo e ao escaravelho, não deixam dúvi- As :lsas d a pát~ra, V'.!SOS tradicionalmente cllamados . braseiros>, são de secção clrcu·
das sob rc o carácter oriental do espólio da sep ultura em que foram recolhidos. A locali. lar e movem-5C dentro de dois pequenos aros, que fa%.em parte de uma peça rígida, arre-
zação mi costa ocidental portuguesa daqu ela nccrópole torna claro qu e aquclas peças che- dondada nas extremidades, qlle terminam em duas mãos es tendidas. Se se atender aos
garam ao local por via marítima e quc as viagens e a permanência no litoral portugl.lês de paralelos conhecidos, esta peça fixava·se ao bordo de uma p~tcra através de remates cm
fenícios ocidentais foram respons:l.veis pe lo se u aparecimento no concelho de Sincs. forma de roseta. O _braseiro. de Torres Vedras pertence ao Grupo 1 de Cuadrado (1 <)66).
É tam bém importante registar<lue o aparecimemo, numa úniC-dsepul tura, do desou- Ambas peças possuem uma evide nte flJ iação orientaI, estando bem docum enta·
ro_e videncia que o in umado que se fazi:l acompanJlat por aquelas peças te ri:l, CCrlame n- das na Pe n ínsula Ibérica e m áreas o rie ntalizad as, nomeadam e nte nas necrópoles dos
te, um estanllo social distinro dos fCSt:IIlICS me mbros do gnlpo em que CStaV3 inserido. Alco res, send o :Ii nd:l abunda mes na AndaÍuzia e Extremadura es panhola. Se os protó-
Mesmo $:Ibc ndo que se desconJlece tudo das restantes sepultu ras da necrópole do Gaio, tipos destes o bjectos se devem p rocurdr no Medite rrll neo, concre tameme no seu
não parece p%Sível admitir que espólios si milares fosse m comuns a tQdlS as resta ntes eis- extremo o riental, é muito provável que as peças hispãnicas tenham sido produ1.idas
tas, O q ue obriga a pensar numa leituta soclll daquela realidade arq ueoI6gic.t. em oficinas locais (indígenas o u fenkias), a p artir de modelOS orientais, como j~ foi
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Ana Margarida Arruda Necrópoles proto-histÓricas do sul de Portugal
I)wposto (AUBET, 1984). A assoc iação das duas que apresentam outros monume ntos conslruídos numa fase poste rior, como é o caso
facholda o cide nta l atlântica revc:stese de fi ' 'fr:e~as numa mesma sepulrura d a de Fe rnão Vaz, C hada e niscoitlnhos, em que aos monumentos circulares se adossa-
em que os dois rec ipientes razem '-)M te ,U! s lgm lca o multo pa rt ic ular, na me dida ram outros de distinta tipologia. Fo ram aliás os trabalhos arqueológicos efecnrados
. , untamente com o s tllym/:l.le /. ,
dos <se rviços rituais. da área tartéss'lea, parecendo
, r ./, (OS cham./_ nestas três últimas necrópoles re fe ridas que, permitindo obsc rV'J.r a existência d e
desempen h'l r, ' "
ritual que va loriza a libação. ' )apc (e relevo nUITI monumentos de diversas plan tas, possibilitaram, através de uma análise cuidadosa,
ve rificar a cxistência de lima evolução tipológica, necessariame nte de acordo com
distintos momentos da diacronia.
3, O Btlixo Alentejo
Ainda desta primeira fase, mas de um seu momento final, da tariam os monu-
Durante a segunda metade do século XX o IIltenor ' , Sul do terr' tó - mentos se midra!lares, d e q\le é co nhecido o da necró po le do Cerro do Ouro, a q ue
português, concretamente a região d O - _ • TIO actualmence também se adossava m monumentos de outros t ipos.
l>ecção e esc:1'~....:IO trab Ih e uClque, fOI alvo de um imenso trabalho de pros-
' ...... , a o esse que resultou na descobe d ' Deve ainda destacar-&e que o monumento de Casarão se destaca no conjunto dos
de povoolmento proto-histó rico, que Inclui não ~ í ' n a ~ u m Importame núcleo monumentos com t(lIllulOS circulares. Neste caso, a cinlarJ. sel)ulcral. de planta sub-<Iua-
necró poles (IIElRÃO 1986) _ , s tiOS de hab,wc COlllO as fCS l>CCtivas
, . As caractenstlClS do espólio lh'd .. drangular, apresentava um co rredor semelhan te aos que os monumentos megalíticOS p0s-
que a esta região interior tinham che"'ldo n ., d . reco I o penlllllmm concluir
O"' aterlalS e ongem medlt crrã ne , suem, d ifcrenciando-se (lestes, bem como do monumento da Roça do G.'lSal do Meio, por
ba~clas (esessobreocar:íctero"'e
, I n ta j"'l1.ame destrl Idade cio l'crro. a,scncoes taa
exemplo, pela técniclI construtiva da câmara sepulcral, que é do tipo cista.
Assim, é nccr:ssário comeÇlr por referi r ' . . A estes monumentos de planta circular encostaram-se túmulos quadrangulares,
~iãO de Ou rique está, directa ou indireCtameni~lea a gr:'nde rnalOfl3 das necrópoles da com câmara funerária ce ntral bem destacada, de planta quer rectangular, quer elll>-
nucleos de habitat, que em outro trabalho fo
"
.~ ~lada a um conjunto de pequenos
mm I a vo de estudo (ARRUDA, 2001) . sóidal, coberta ou nilo por lages. A esta fase 2 COrresl)(mdem os monumentos: I da
Parece também importante não esquecer . - necrópole do Meal h a Nova; I do Pa rdieiro e 2B da Cilada .
da arq uitectu ra funer:'iria da ......, '30' ,?ue.a tIpologia e a Cl'O[uçilO cro nológica
• • -01 or.lm pc a p nme.ra \"Cz abord d Ca MaiS tard ios, illserindo-5C na rase 3, são os rcslantes monu me lllos quadrangulares,
( 1986), tendo sido alvo de sínteses mais rece -ã a :JS por e tano Beimo sem dúvida os ma is fre<luentes monumentos funer:'i rios da região de Ourique, surgindo,
lo passado (CORREIA, 1993, SILVA E GOME~:1~2; 7~~:~;:I~.ltima década do sécu- por exemplo, na Vaga da cascaUleira, Fonte Sam a, Pêgo, Favela·a-Nova e Biscoitinhos.
De , acordo com Virgílio Hip ólito Co rre .la, os diversos eS<lllemas cons trutivo" Neste momento, é frequente existirem, rodeando os (utnull, •. ,.degr:uls, muitas "C'les redu-
ob,
erva, os nas es tnlturas funerárias do 6a11.:o Ale ' . - ~ zidos a um pequeno soco, de uma ún ica fiada de pedras.. ,' (lBlO., 359).
fases qu e se sucedem no tempo b d ntCJo cOflespondem a diversas
,o se rvan o-se no en tanto ca I' . 0 momento rina l da evolução da arquitectura fl lnerârla é representado por peque-
toda s elas, co ncre ta mente o " " , raCter Sllcas eomuns a
• ... uso SIstemátICO de monum e nto s c -d nos monumentos sub-<luadrangulares, que apafCcem uormalmente isolados (casos da Ata-
tulllllli ou caims sobre as sepulturas .... (CORREIA, 1993: 356). onstnu os co mo fona, Carapet:a! c Mestras), (llas que em dois casos aparecem na periferia de necrópoles
mais antigas, nomeadamente os mo numentos 9 do Pardieiro e V do Pêgo> (IBlo., 360). It
,"ç_Adarquitecrura fune rária desta re,Fio
,p ee
neste
nvu '-_. . ..
o ImCIOU-se com
r :10 e lllOnumentos funerári .... ~ d e p ' anta Circular
V'>
. de ,nod, , d ' - a cons- nesta fase, com monume ntoS e m Pi, que se data o início d as incineraÇÕC5 em urna_
cnu-e o s 5 e os 7 5 l i ' , S ametros, va riando
- m. Sles tumu/, continham câmaras fi ã' - Um dos aspectOS ma is su rpreendentes que ress:llla do csnrdo das necrópoles d~
rectangular, o u , mais frequente mente quad I I~er nas, cistóldes, de planta Ourique é a aparent~ coexistência dos rituais de inu m:tção e incineração em todas as fases..
mação. Surgiram isolados (Mon te dc', l' ,randgu ar. O ~uual pr:atlcado er:a o da inu-
. UlS, o Casarao do Pego d Sob Os dois rituais não parecem se r, portanto, mu tuamente exclusivoS e surgem C•••cm qual-
IMonte do Coito, de Cruzes e do Car'l' ' ' a relra, do
,pet~ l [I), ou Integrados em conjuntos funerários qucr dos tipos de deposiç:to ritual de mobiliãrio, em datas muito diversas- (IlllD.,:356).
470 471
•
---------------------------------
NecrópoLes proto-hlstór icas do sul d e Portug;li
Ana Margarid a Ar rud a
, m"'smo os provenientes das nec rópoLes, apresentam uma enol'me pobreza tanto
Ainda q uan to aos ri tos fu nerários, é necessál'io ter também c m ate nção o mobi· lO, ... lo os co mparamos com
de variabilidade CQmo de qu alidade, se por exemp
"
liá1"io de positado. em ter mos nhe cem das necrópoles do restante Sudoeste . La Jo)'11., se[efi!~a, Ac~eb~
Assim, deve destacar-se a gra nde quantidade de objectos de adorno, muito especi:ll_ o s q ue se co AI -< ...er do Sal ou Gaio só para citar algumas, sao, obJccll-
chal Medd li n, ou mesmo ....".. ' . II 'd
mente as con tas de coLar, devendo notar-se q ue e m alguns casos esta deposição foi cxdn- , t ' u-mp aráveis com as de Ourique, tanto quanto aos espó hos reco 11 os,
va men e , I .......
siva (poEgo: monu mcntos I, V e VI). Em outros, as co nt as de colar, de p as ta vítrea oculad a~, como quanto 11. própria arq u itectura funerár ia.
de resina, cornali na ou cerâmica su rgiram associadas a o utras jóias (cscara,,-eJhos, botão de: m u erer d ebruç aI'-me, com q uaL quer profu nd idade sobre o ~ema, ~arece
im o:s~vdq neste contexto, esquece r que ti es te mundo (unerário es ta assocl~da a
ou ro, ou amuletos de p rata) e mesmo a o utros objectos como armas e vasos cerâmicos.
A deposição de armas nas necrópoLes de O uri que est1 tam bém testcm unh ada, p , h 'da de l:\ pides e estc!as co m escrita do Sudoeste . A origem
ma io r co ncentração con ecl . d d nte mente de a
devendo realçar-se que se trata, maio ritari amente, de pon tas de lança (Chada, sector mediterrân ea do sistema utillzado parece I nqtlestIOn~vel, m e pc n e
A T 2; sector B T l), estando tam bém prese ntes as facas afalcatadas. Importante p are- área concreta a que possa associar-se os sig nos conheCidos.
ce ser re fe ri r que estas armas, qu e apresentam ti pologia muito simples, fora m al vo do
O que se par a a regiãO d e Ourique dos restantes ~chefados ~rl.t;;~~:~~s·'I~;~'
rit ual de in utililaçiiO prévia à de posição, n omead am e nt e p ela qu eb ra da pont a d:! ~ dos illVes tigadores qu e estud:\rarn a reglao "
Latlça, cu ja cxt re m ld:!de não é normalme nte de positada. Este r itual está docu ment ado usa r a ex prcssao _ de ser igno rado A p ró pria
CORREtA, 1993) , ass ume d ime nsões t1\o am p las que nao PO, . . e Inte r la-
no mo num e nto " do PoEgo, por exe mpJo.
ão de sta re alidade com árclls relati vame nte: próxI mas e 19ualmen t .
A primeira observação que o:; dado:; sugerem é o momento TardiOem que as infl uê n· co mparaç I 'pode de ixar de imp ress io nar, dad a a fique·
, _, como Castro Ve rde, por e xemp o, nao
cI:IS or ien tllis S.1 0 sentidas na região. Como Já por d iversas ""e2.CS refe ri, o <Iue a culn lra " '- 0 ap rese nta .
' rSl" d a d e d, '-cul tu ra ma te rial que esta u' I t I ma regia
la c a d ive
material evidencia é o facto d e a 1<lade do f'erro pareccr te r início, nesta região apen as no Por outro lado, gostaria de deUrar claro que é absolutam~nte Indesmel.ltíve Lque a
~c\llo VI a.C. Esta constatação é também conflnnada pelas datas de rad iocarbono obtidas ' ;1. d e Ourique recebc\! estímulos o rientahu ntcs, n13tenalIZ:ldos no
para as necrópoles de: Fm!ta Nova (2375 ± 50 BP, cal a.c. 475-395, GAMTfO, 1991) e Pego Idade d o Ferro. d a re~, . o _" pol_' c também na planta do habitat de Fernão Vaz, pare-
pólio recoUlldo nas suas nec ru ... . '
(2425 ± 40, cal A.C. -575 - 415, ibidem) e não é desmentida pelas datações realizadas cm : ndo adequada a utilizaÇ"iO do conceito que Martin Almagro introduZI U e que rOI reccn-
f-e rnão Vaz (BE1 RÁO e CORREIA, 1991; BEIRÁO e CORREIA, 1994).
temente redescoberta por Jlmenez Ávila (2000) de pos-ori entali7:ante.
Não vejo também qu aisquer motivos para co nsiderar que os monumentos fune r1- Parece-me aSSim , ser possível considerar que a região de Ou rique: pode ter cons-
rios de p lan ta d rcular (fase I de Virgílio Correia) datem do século VIII a G.. Considerar a , ã.rea m arginal na acepção q ue She rrnt ( 1993) forne-
dalaÇ"io de radiocal"bono da necrópole da AtaJai a ( KN-1.20\ . sob m ad eirn carbonizada - Tlt uí do, d urante esta época. li ma d T ' o 10 :nade!o dos .Slstemas l\lund ia\s•. Deste
2750 ± 50 Il.P. 1105 - 800 a,C) co rno uma da ta ante q uem para esse ma memo da arqui- cell ao conceito de margem, quan o Ull l l: I d t da d as rd ações existentes
modo a área cm an:\lise estaria, efcctivamente, escone<: a • pou
tectu ra f\lneliria no BaiJroAlentejo não pOSl.ui q ualque r base denúfica real. ....s slmili tudcs , . adenda co nside rar·se qu e: o s .Centros. corres -
arq ui tectó nicas e ntre os mo num entos fun erários do Bronze 11 do Slldocste c os túmuLos en tre o s .Centros, e a .Perlfe na. , p . à coló nias fe nícias oei·
5 I da i'eníns\lla lbén ca, conc re tamente 5
de Casarão, J>ego da Sobre il""J, Monte do Coito, Cruzes, Car.lpetal ll, S. Luís e f't'.rnão Vaz são, d lam, .neste, c7~ ~~e~ltartéSSica, e a . Per ire ria. aos ter ritórios ind ígenas forteme n te
de facto, evidentes, mas n1l0 considero qu e permitam afirm:lf, taxa tivamente, qu e estes
ÚLtimos se seguem, de imediato, aos primeiros.
:~~t:~:I~Z:~:~, co mo os q ue se reconhecem, no litOral. A esta;'~l;~;:: ~::~;:' ~;:~
d iame nte e através d o comércio, ce rtos ob jectoS, ou :ess~ransformações socio-eco-
Um outro aspecto que consegui rete r d o con juntO analisado di..: res peito aos n o\ógicas, mas a região par(."CC ter ficado d margem. a
espólios recoLhidos tanto nos /!abirars co mo nas necrópoLes da área de Ouriqut!. nómica5 que se o pe raram nas , Periferias.,
Te ndo ape nas por base o mate r ial que esl~ publicado, atre vo- me a d izer <Iue o s espõ-
Ana Margarida Arruda Nec rópole:s proto-hlsróricas do sul de Portug~l
- - - --==-"'-'-
4.0A/ga rve
ouro Trata-se de um d ·ISCO deco rado , com 3.2 cm de diâmetro e orifício cenlra!.
d ponA
. - .
decoraçao IOscreve-sc cm áreas li mitadas por_.
circulos
.
concêntricos
"
e consta e •
Os dados sobre o mundo funerário algarvio são muito escassos, resumindo-se tos, e:s pirais e linhas que defi nem objectos nao Ide nuficl\els.
aos que resultaram dos trabalhos levados a efe:ito por Estácio da Veiga e San tos Rocha,
no final do século XIX. bé rcfe:r!r que das seis lápides epigrafadas encontradas na necrópole
Importa Iam m . essupõe: uma sua se:gund;1
A necrópole de Fonte Velha d e Bensafrim, concelho de Lagos, foi identificada
da Fome Velha uma cr-J. parte Integrante de um~cIs~a, ~ ~:~.:~r Este factO fO;
também verl-
utilização certamente depois de esgotada a sua nçao TI , .
por Sebastião Philippe Martins Estáclo da Veiga, que se deslocou ao local no segui. ficado ~ necrópoles de Ourique:, como por exemplo pego e Fonte Santa.
mento da descoberta de lápides epigrafadas
O que ressalta da an~lise da necrópole da Fonte Velha d e B~nsafrim é;. ~t:;:
O mesmo arqu eólogo viria a proceder a escavações arqueológicas na referida lado, a sua cxte nsão e, por outro, a relativa pobrez,1 dos seus es pólios, quase 1m
necrópole (VEIGA, 1891) e Amónio dos Santos Rocha continuaria, em 1897, o trabal-
aos adornos de pasta vitrea
ho de campo do arqu eólogo alg.1rvio (ROCHA, 1975).
.
-
An a Margarida Arruda Necrópoles p roto-hlstÓri cas do sul d e Po rtugal
476 477
Ana Margarida Arruda Necrópoles proto-hlstÓricas do sul de Portugal
Algarve q ue desenvolvc u um certo barroquismo na utilização dos signo~ e utilizou dional espanhola ultrapassaram as meras trocas comerciais, tendo-se também con-
grande va ri:lbilidade nas fÓrmu las (CORREtA, 1997: 274). substanciado na adopç30 de rituais fu ner.'irios de tipo oriental.
Parece ser portanto apenas ao nível dos espólios que podemos encontrJr annidades. Tudo indica, no entalHO, que o orientalismo que, ao nível do eSPólio~ se detec-
De facto, os materiais, sobretudo os adornos, recolhidos em ambas áreas evidenciam uma tou nas necrópoles do baixo Alentejo é um fcnómeno tardio, e que t~rá ai chegado
origem ou filiação <:omum, mas exógena, Deve, conUldo, reconhecet'-se que apesar da atnlVés de um proccsso de contactos com as áreas ribeirinhas, ~traves do curso do
eSCaSsa variabilidade e mesmo quaHdade e quantidade dos materiais reco lhidos nas necró- d
Sao,p ode com facilldade atingir-se a região de Ourique, onde, aliás nasce aqucle rio.
._ til 'do
polcs de Ourique, por exemplo, estcs silo In(.Xlmparave!mcnte mais numerosos c variados, Faz scntido trazer de novo ii. colaçào a hipótcse de que esta reglao se ter cons Ul .-
(juer formal quer tecnologicamente que os algarvios, sintação que se torn:lria ainda mais neste processo, numa _Margem., .Margem. essa que esteve, li partir de um determi-
evidente se nesta avaliação induíssc:mos o litoral alentejano. nado mome nto, em cont'acto com a _Periferia.,
Po r Outro lado, ao nível dos rillm!s praticados ve rifi ca,se q ue, na 2" me tade do I A complexid ade d o mundo funer.'irio proto-histÓrico do Sul de Portugal é vasta
milén io a.c., a incincração e m IIslritlllm é comum às duas regiões. ESta apare nte uni- c ultrapassa em m\lito :1 breve síntese que aqui se cnsalou,
cid ade, conferida através da prese nça. neste amplo cspaço, de urna cinerãrias, estã
Parece, no entanto, possível ad miti r que as áreas litorais e Intc,rio res aprcscntam
também presente na chamada i Idade do Perro, quando as inciner:lçõcs in situ fica-
evidentes divcrsidades nos cenários da morte, pelo menos ao n1\'eI da concepção
ram demonStradas, mas não pode escamotear-se o facto de no interior e neSta fase a
arq uitectónica das suas necrópoles.
inumaçào ser aind a praticada c m larga ese~la,
Para terminar, gostaria, portanto, de chamar a atcnç~o para o facto de os dados das
Deve ainda referir'sc que é no li toral que se concent'ram as melhores evidências
necrópoles mostr~rem, eles também, que o território que constitui ho!e o Sul de Portu'
de presenças e/ou influências mediterràneõls. Nào só os espólios das necrópoles de
gal não correspondeu, durante a Proto-história, a uma unidade homogenea, nem em ter-
Alcáce r do Sai ou Gaio apresentam, glObal mente, óbvias características orientais, . ncm SOCIaiS, .. In d'p,ndentcmente de , na Idade do Ferro, parecer dar:l a
mos culmrals
como os tipos de sepul tura e nconWldos na primeira most ram muitas afinidades con-
. tênda de um:1 oemid:lde mediterrânea_ comum. Que: essa cntidade se reveste de
ceptu:lis com realidades fo r temente colo nizadas po r pop ul:l.ções com o rigem na exlS
uma expressh.. .• ~ d.v .....,idade é o q ue ressalta dos elementos d ispo níveis, sendo quase
I .....
fachada sirio-palesliniana, como por exemplo a Sardenha ou Ibiza. Neste COntexto
redundante recordar (IUC esSo'! diversidade resu ltou, certamente também, de num tão
parece (Itil lembrar que o esmãrio do Sado corres po nde a lima unid ade geográfica
amplo espaço geognifico se ler movinlentado U ~l:1 constelação de grupos, human~
onde a presença de navegadores/comerciantes o rientais, com o rigem em G<'idir, está
organiz.ados em distintos sistemas sociaiS e tradUZidos em diversos esquemas culturaiS.
muito bem documentada tam bém ao nível do povoamento, podendo destacar-se os
sítios de Abul, Castelo de Akáccr do Sal e Setúbal (MAYET e SILVA, 1993, 2000).
A associação do <braseiro com asas de mão. e do ojnjkh~ numa mesma sepul-
I\lra em Torres Vedras deve também ser valorizada num quadro de relações intensas
entre o litoral ocidental português e a ~rea tartéssica. Ambos os recipientes, que inte.
g ralll os serviços rituais desta última, parecem ter desempcnhado um importantc
põlpel num ritual fu nerário onde a pr.'itica da libação era constante. O apareci me nto
e m To rres Ved ras, em d aro contexto fu nerã rio, das duas peças associadas permite Notas
penS:tr q ue os contactos existcntes entre o litor:tl ocidental portugues e a região meti-
I I!wwigado", d. UNlARQ, (.",.,'" d. A"Iuto/agia. Facu/dad. dt úl",S, /600-114 Lisboa. I'vr"'KI'I,
"m, ",ruda@maiJ,dIXJI,ul.pl
47'
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Ana Margarida Arruda
Necrópoles proto-histórlcas do sul de Portugal
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9 , . Locallzaçao. na P&nlnsula lb&r1ca. dos sítios citados no !extoa .
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Fig. 3. Escarave lho da necrópole do Senhor dos Mártires (Alcácer do Sal), posslV9lrnente recolhido em
sepu lturas da Ilpo 3 00 4. Segundo Pa i,,:lo, 19&3:2.85 , F~. 6.
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res /Akttcef do Sal). Segundo Paixao. 19&3: 280--81. FIg. 4
Fig. 4- Escaravelho da necf6po!e do Senhor dos Mé.rtires (A~ do Sal), poI&~mef1te recolhido em
sUplJ ~u ras de tipo 3 ou 4. Segundo Game r·Wal\ert e palllAo, 1983: p. V I, Fig 2.
485
-
Ana Margarida Arr uda
Necrópoles proro-hist6ricas do sul de Portugal
•, ".
Fig, S' Anlora da necrópole ,da Senh()r dos Mártires (Alcéwr do Sal), possivelmente recolh ido em supoltu. Fig. 7- Fecho de cintarao - macho - de tipo "tartéss.lco~, tipo 4a de Cuad rado, proven iente da necrópo le
ras de tipo 3 ou 4. Segur>do Frenkoostein, 1997: p. 325, lâm in a S do Sanhor das Mé.rtlres (Alcécer do Sal), possive lmente recolhido em sepulturas de tipo 3 ou 4.
Foto VlCto!" S. Gool;8Jves.
FIg.e.- Flbulas da necrópole n&erópo~ do Senhol dos Mártires (Alcécef do Sal), possfvelmenle racolhH:lo em Fig. 8 _ Factlo de cintarlO -fêmea- de tipo .\artéssloo~, Upo 4a da CuadraOO, provenNrnle da necrópole
sllPOlluras de Ilpo a ou 4.SagUrlÓO Ponle, 1985: p. 150, n° 1-4, do Sentlor dos Mártires (Alc.o.c&r do Sal), possivelmente recolhidO em sepu~urss de tipo 3 004.
Foto VIctor S. GoflÇslves.
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Ana Margarida Arruda Necrópoles proto-hist6ricas do sul de Pormgal
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Fig. 9· Lucernas de uma só mecha provenlEtnlEts da necrópole do Sanhor dos Mártires (AIcáC(l r do Sal). e 00 Se nhor dos Mártires (Alcécer do Sei), possivelme nte Inte·
posslvEtlmEtnle reco lhidas em sepulturaa de Upo 2. Se-gundo Fran kenstein , 1997: p. 330, lAmina 58). Fig. 11 · Urnas Cruz dai Negro da necr6pol rodo Fran kenste in. t997: p. 324.325, lámnas 48-50.
grantes das sepu lturas de tipo 2. S&gu
•,
Ag. 10- Fecho de cioh.lrêo. de tipo 0111 de ~rdel\o Serrano. p!"O\tenier!1e da necr6poIe do Senhor dos Már- Senhor dos Már1ires (AlcéCEtl" do Sal). pOS sivelmenle das seputtu·
tir" (Alcécer do Sal). POSS~ente .ecoIhk1a5 em sepulruras de ti po 2. Falo Vk:tor S. Gonçat\rila. F~. t2 . f'falOS da peixe da '''!'"''ópo!,~~'nclo Frankenstein 1997: p.329. lAmina 57.
.as de 1'IlO . ~,,~ ,
,.. 489
Ana Margarida Arruda
Necrópoles prolo-históricas do sul de Portugal
Fig. 14 - Amphorlskos de
pasta vílrfla (Gropo I da Hardarl .
(Sines) F...... 'A~ __S ) que .,tagrava o chama.... "
. "',u Y""", • GOl1çaJves. uu· SO\JfO~ do Gaio
F.g. 17 . Asa do .. braseiro. da s8plJ~ura do Casal de S. Joio (Torres Vedras). FoIo VK:\of S. GonçalveS.
'90 491
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Ana Margarida Acmda
Necrópoles prolo-hlstórlcas do sul de Portugal
'm
Fig. 1e . Planta da sepultura de Pego da Sobfelra (Ourique). Segundo Correia. 1993: p. 372, Est. II, n' 2. ~";""""I de Flwe la Nova. Segu 000 Dias e COOlho,
. E -'1'- d9 um túmulO d9 Incineração da n"",....,....,.e
Fig. 20· s........... 1983: p. 202.
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FIo- 19· Planta do sador b da necrÓpole da Chllda (OI.w;qlle). Segundo Beirão, 1986: p.84, 11g. 21b.
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Fig. 2.1 . Lanças e teçe da necrópole da Chade. Segundo 8elrAo, 1986: p. 88. 9().fJ4.
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Ana Margarida Arruda
Humanos en la mesa de los d loses: la escatológica fenieia }·I05 frisos de Pozo Moro.
S mundoftD"" ...... kIns dellll $emillorlo ltúemadQlwJ sobre Temas FIIn/dos. A//t;anle, 2004, pp. 495-'38
CO_CELHO OE lAGOS
PU1-·I .. lN: HIJ\S..J FHIU
rONTE VElHA
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