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OLÀVO DE CÀRVALIIO
coleção eixo
NOVÍI STELLÉ
Capa: carlo,, Roberto zibel Costâ
SUllÁRIO
la Edição t 986
Prefácio do autor 7
l. Àstrologiâ e religião ll
3.Lágica e astrologia 3l
coreção Ei,o 4. Introdução ao cooceito de ciências trádicionãis 53
Org. ToD Ccnz
Apenalice ao capítolo 4 6t
t{ova Stel la Editorisl Ltda. geonétrico lt
ÂV. Pâulista 2448 5. Questôes rte sinbolisno
são Paulo sP 01310
Notas 8-l
Telefone:881-5771
256-4316
Prefácio do autor
ll
angústias vulgâres, ou un neio auxiliar para fortâ- Tradição univêrsâl e unânine é o alenro mesmo da vi-
lecer âs tinanças donésticas. No início, o buscador da humana, e que a interrupção da sua cadela de
parece rer descoberto un mundo encantâdo ou a chave transmissão por um instânte sequer acarretaria a su-
do enignã da existência. Mas, poú.o a pouco, as con- pressão pura e simples da humanidade. E estâs coisas
tradiçôes vão se acumLrlando e ãdensándo Lrm novo e não devenr ser entendidas em sentido netafórico.
mais sóriao nuro de opacidades, de modo que a vÍti.a 2e --Não há um esoterismo sem um exoterismo, de
não somente perde de vista a verdáde almejada, como rodo que, hoje coao sêmpre, as rêlisiõês reveladas e
é 1êvada, pelo cansaço e pêIa profusào hipnótica orcodoxás sào a ,jnica porrá de á.esso ã um "soteris-
dos símbolos e das forçás psíquicas que essa ativi- mo vivente, tudo o mais constituindo imitáções bara-
dade põe em jogo, a esquecer ou negar o fato mesmo Las e comércio indevido dê t,agmenros qu" só serv"m
de que possa existir umâ verdade universá1. Entre pará alimentar ambições vãs e fantasias doentes.
abatida e envergonhâda, e1a procura êntão ocultar 3e -- Secundo todas as doutrinas tradicionais do
sê,1 frâ.âssô .ôm fÍãsês ocás sôbre a "relatividade" mundo. esta Iase da nistória humana nào comporta o
ou sobrê a "eterna busca", como se o aumento da fome surgimento de nenhunâ r'nova" religião ou tradição --
constituísse alimento, Como se a insaciâbilidade do muito nênos de áIcançe nundiál --, exceto o simula-
desejo cons t ituisse satisfação cro sisântesco que já é anunciaao às escâncaras pela
versa tolaj do gênero "á ráposa ê as uvas", não fos- vlnda dos falsos mestres e profetas,e que será aqui-
se a negação fornal do quaêrite et invenietis o Io que a tradição is1âmica designa como o reino do
derrotado volta ássim ao mundinho mentáI quê tinha Dajjal ("Impostor") e o cristianismo como o advento
sido o seu ponto de partida, e coloca sobre as gra- do Ánt icris to.
des da velha prisão um cartaz con o chavão que se 4e -- À rêwe1âção da unidade essencial de todas
tornou em nosso têmpo a lápide de tôdas as ambições as religiões, que é o fato mais importante desta fâ-
espirituãis fracassadas:"Cada um tem â sua verdade". se da históriã humana, não teria sentido
o essôtamento das possibilidades êspirituais de veração devesse sêr seguidâ pela dissoluçào das Êor-
alguém que s€ aventure pelo caminho dos "fragmentos" más exrerioreç ritos , dogmas dJ" r.lrsiõec
ó cspantosamente rápido, e as legiões de desarvora- existentes, e pela suá absorçào om algrm "universa-
dos c atônitos que se perderân por entre êstilhaços lismo" vago e sincrético. Pois jústamenre essa ,,ni-
d. csotcrismo formam hoje Eoda uma populâção margi- dade é que ,tâ a razào e a iustificativa prolundas cla
nrl q,,c,nào podendo mais ser recolhida en hospícios, diversidade das formas, Iêsitimando cãda religiào
vii se abrirar.m "conunidades" ou mesno êm preten- totâlidade invioláve1, em si mesma uo sím-
srs ".i(lx(l(.s cs(,tiricas", onde algum vampiro psíqui- bolo perfeito e âcabado daquêIá unidade q"e, ao ní-
co ,lo pr,rporçocs Í,ru xrrtiris,tipo Rajneesh ou ldries vel do conhecin€nto iÍterior, traoscende todâs ãs
Shah, L.rminar; de su8.ll o 9ue lhe resce de vidâ e
der intel igônc ia. 5e -- No que diz respeito às ciâncias Eradicio-
Ante esse panora.rn {l.sal.ntâdor, i preciso, ain- nais, como a astrologia, a gêomancia, a alquimia,
dâ una vez e sempre, advert ir que: etc., é evidente que nenhuÍa dêlas cem a menor pos-
l9 -- o conhecimento esocórico não está "perdi- sibilidade de ser corretamente cômpreendida fora do
do" num passado remoto, nem nêcessitâdo de nenhuma quadro de un esoterismo completo e vivente, ao q,,.1
lspócie de "recuperação" ou "reconstrução" por meios só se te. acesso, precisamente, por meio do compr(,-
vasa renEe arqueológicos ou por qualquêr espécie de nisso com un êxoterismo ortodoxo.
"1,r',;qLrisa". EIê está vivo e presente, de vez que a
12 t3
constatâr. qualquer um que façâ a mais 1êve averigua-
Essas ádvertências vên sendo repetidasr desde o
cào do assunro em fon(es historicamenLe fidedignas'
comeLo do século, Por todos aqueles quP L iveram
i aIiás de r acít imo acesso. se, âpesar disso. eIás
."..;. , álsun esoterismo vivenEe' e quê escreverame sào rào facilmenre esquecidás ou menosprezadâs' isLo
sobre o a.s""to À profusão de livros autorizâdos se dleve tão-sonent" à ctueéaiu espirirual de que fs-
ale-
.ã"?i;'"i. é ..1, q". hoje em diâ ninsuém podetenha
a náo ser-que sua intêlicáncja lei nos parágrafos anteriores. Pare aqueles que ho.ie
-r.'l-"..;".1r,
-".eoria" pera maré igualmenre avassaládorá de são estudiosos da nobre aÍte da âstrologia, a ponde-
iiào ração sensata alo que vou dizer pode'ser o caminho
rivros dã "oc,r1iismo" e de pseudo-esoterismo em ge- pri. aa participação nessá^tragédia, e para
rál o início """.p..
de uma vida esPirituá1 autentica'
Entre os autores que formü1ãram tais adverten- üm dos mais talentoso§ as'trólogos que conheci
para uma idéia da vas-
"i,",'--pãaã-"" "ita', "ó viveu de perto â contradição entre o estudo. dos
tiaãá aà pano'ama, nená cuénon, Ananda K coomaras-
'râr
frâsmentos de esoLerismo -- que const rluen a unrca
rt;,ni., Schuon, Ti(us Burckhârot, l'1i' hel val-
",.'- 's"rr"a mat;r ia oe que hoje são comPostos os Iivros de as-
Hossein Násr. art in Linss' P'erre Cri- Lrolop,iá -- e o imPulso d€ vida êsPiritual Ele des-
"ã"1
.ã., lii",i.. zolla. /ictor Danner' Housron smith' oue o único acesso à espiritual idade e, Êfe-
cai Eaton, Henry Corbin, Jeafl Borel1â, Leo Schavaj ""1'i"
tivamenÉe, através aa religião revelada, e em boa
wirliam Sioddari, Thomas Merton, Bernard Ke1ly' Rama hora se aiasto. alos "ocultismos" e pseudo-esoteris-
P. Coomarasrramy, Joseph Epes Brown, Jean C CooPer' Mi- ià" .. e.r,r tornando-sê cristão devoto .]á era um
oorottea u. l"áa, wttitarr N. Perrv, Jean-Louis PaIlis' bom começo. Mas, não tendo ciao acesso a un esole-
.i.., i.ra lorthbáurne, Tagê Lindblom, Marco
.,]tá".i.á, ele nào reve outro reméaio senão
l,r,.i"u s".i"1i"", Jea. Tourniac, I-uc Benoist ' Gi1- 'i','
abandonar completamente e renegar o estudo dâ astro-
bert Durând, Keith Critchlo\,, Pâra mencionar somente 1ogia. Na peispectiva de- um esoterisÍro verdadeiro,
os nais conhecidos ( e soÍÍente os que têm escrito de
e$
ensi- esie estudo não somente não entra em contradição com
ii.*;;; ". idpnrais l) É todá uma torrente
;;;:;4" .,". .omo umâ chuvá da nisericórdia, orerece n"nt"'n..erigião revelãda,,as, ao co"trário, -- co-
no pretendo ter demonstrado em neu livro Àstro§ e
n" n,,sso aLormêntado sétulo uma ampla oportunidade síio1os -- constitui um Poderoso instrumento auxi-
;,, ,,:;;;" à veraaae eterna e inutáver da rradição -- liar parâ a penetração e aProfundamento do sentido
talvcz prrâ (lúe, mâis o 'rhomem do nosso das revelações.
t,,fl,,," vr,l(, jrs cuctas á umá vêrdade que nem Por
Ern todãs a" civirizações q"e possuíram unâ forna
;,-,,,,,,,, ,, rrr;r,,s"iv, l . r,Pn por dirí(iL é Proibiti-
de um Casta- quâlquer de astrologia, esta nunca foi uma ciência
vi, r' t)r, li'r ,(,rt.iar as vulS'rjdâdes i"or.a. a.to-s,rficiente, mas â simPles aplicação
,,,.,1,, ,,,, .,, tu,rl)i(l( zrrs d( 1rm curdjieff, tal como a " principios universais a uma dada or-
llarrabás a Cristo' de determinados
,,,,,iii,,;,, ,,,t. l'ilxr{is l)t.lcriú e
dem de rÊatidades. Assim, eta sempre surgiu associa-
ver)ha , (orri irmat l liirurla d' IfrithioÍ Schuon: "To-
ala a um corpo ale conheci.mentos científicos trâdicio-
tla religiào i a hist.iria dt r n dom divino e da recu- nais, como po. "*erplo,[Àrtesno caso da tradição cristã,
.. ae..eitá lo". Et tuÍ lucet in tenebris, et tene- o sisteora drs chamadas Liberais", ou triviuD
brâe non coDprehênderunt euú' e qüadriviuú, sobre os quais não me estenderei aqui
aD;s estas advPrrên"ia" ini'iais que ForÍram á
poi jJ r.' (r.dicado dois livros ao ássunto.(2)
,"ra,iã-;"ãi'p."";ve1 dú quê pretendo dizêr, é aindá
que se se- l'oÍ s,rn vr'2, .sse corpo de conhecimentos ten um
or eciso I azer consr ar que âs observaçoes
fund.ntr,rr,, r'sotririco, o que significa que sua ade-
1,,,.* si mesmas óbviás e pat"rrres, como podera
';" ".
l5
14
quada coÍnpr€ensão depênde dê una realizaçào espiri- lacilmente comprêêndidos coro pessoas que adq,ririrrrn
tual pessoal no quadro de um ensinamento espiritual o donlnio dá loBica ícorrespondenre simbot i, ám"nre à
p.Íêra dê Mercurío) s.m dispor dos .onl-ecimênros es-
"âs ciências do tÍiwiuu e do quadriwiuo, pirituais que conecram o pensâmenro discursivo ao
creve nené cuénon --, tempo que represen- ser, e que assim garanrem á honÊsr.idadê ê vera. iddde
távan, em seu sentido exotérico, divisõÊs de um pro- do raciocínio Iógico nedianre a . orrespondencià
grama de ensino universitáriô, erám também, por uma "im-
bólica entre a noção 1ógica da idenridade e a únici-
transposição apropriada, colocadâs em correspondên- dade do ser, (5)
cia con sráus de iniciação." (3) Na extraordinária narrativa de viâgem cetesre
Comô se sabe, cada disciplina das "Artes Libe- apresentada pelo supremo shêikh sufi Mohvieddin ibD
rais" corresponde a um dos sete planetas, e desempe- rArábi (1165-1240). á (ravessiá; êmpr,p
r,tida sinul
nha no conjunto dô triviuD e do quadriviun uma fun- tâneamente por dois posrulantes: un f;r:l nnrç!tnrnoo,
ção que é estruturatmentê homólosa à função desse devoto à Iei corânica e aos e""ina.enro",i".ant,,
pláneta no conjunto do sistemâ so1âr. Profeta, e um "investigador,,mundano c.(irico, nx,vi-
Do mesno modo, esotericámente falandoi cada p1a- do pelá avidez e peta . urio5iddd,., qu. r,j" .- submH-
netâ.corresponde a um ptano ou níve1 da. realidade te.a lei corrnica, p por ránr.o, e"rà inap,,, pa,r
costrrlcá, cula trâvessla represcntá, nás rn1c1áçô€s, Lnrcraçoês suÍis. tm cá,la órbirâ pLanetár iá, .ttss ",
dêterminado nivel de conhecimentos espi- recebem os conhecimentos a que fazem jus. o crente
rituais. encontra-se entao con os protêLasj que. no esorêrir_
Dai o sinborisno dâs "viasens celestes", que, em mo ís1âmico, correspondem sinbolicanente a ôada es-
várias tradições, como por exemplo a flaçonária e o fera planetária -- Jesus en Mercírio, .rosé en vênus,
sufismo (4), representam a escalada espiritual do Aarão em Márte, etc. --, e recebe dete os ênsinamen-
postulante. Na terminologia sufi, cada esfera planê- Eos espirituâis correspondenres, prosseguiâdo sua
tária equivâlê a um "estado espirituâ]" (har). v1âgem âte o trono de Deus, onde aringe a esração
Aqui é preciso lembrar que, no conceitô tradici- espirirual derradeirá, a,,tdenridáde SJprema,, que
ona1, uma ciência ou arte qualquer representa apenas constitui â rnêrá de rodás as inicia\õês. Já o reb;t-
a expressão €xteriorizada e sensivel de un estâdo de, em câda planeta, não se enconrra com um profetâ,
espiriLuál correspoodente, de nodô quê a nestria ma,s con o "espÍrlto,, desse planera, que representâ a
nessa arte não significa em si mesna conhecimento, forçs sutil (mas ainda corporal) posta en movimenro
más n simplcs arcstação po. âssim dizer.siúb;Iicâ dê pela autoridade espiritual do profetá; este ,,espíri-
úm I sll.lr) irrr{,rior. Assitri, aqLrele que aprendesse a toI não dá ao viajanre os conhecimentos de ordem es-
,1.':,, .,,', r",, tr, i,,: ,.rt,.rinre. ê mris ou piritual recebidos pelo crenre, mas técnicas pura-
;r r I r( rrç.o .ôrrespondente, demonstra- mente. matêriais ou psÍquicas refêrences à arie o"
ria isunln rl,. rrnr ,l,nírri,' pir.i.l . (lcficiente dessa crencra que corresponde ào áspecco ,'inferior,, ou
arte, e pol. [ai,,r r1rr, l,)ss,. (,ss,, iloflinio haveria "terrestre'r daqueles conhecimênLos. Evidenrempnre, o
senpre na obrr t,r ,,,loz i,lr tro ,1,',1 d, inarmônico e mu- rebelde nào percebe á menor diÍerença enrre rais
ti1âdo, que nrcstr[;,r ir(, r( r' sido e]a realizada con tecnrcas e os conhecinentos espiriLuais vêrdad.iros
mão de mestrc. l'()r ,.ri irt,l,), os sôfistas gregos -- e, que sáo rêcebidos peto comDanheiÍo de vjagem, ,.n.,-
hoje, seus conr i,,,,,LIt),,,,|, ,tot são os lógicos forma- sim os dois prosseguem en sua jornada atÉ qur,, a,r
listâs e todos r(to' l, ,i (tLre se dedicam a cortar os chegarem ao cÉu de Saturno -- que simbol izn ,, ,,x
ultimos 1âços .!rr r,, l,)r1ica e ontologia -- podem ser tremo limite a sepârar os "pequenos Mistr:ri,!;,' ,,,,,
16 'tl
O\ dddoE sobrê p.lê n.iIrô 'r' b 'r'.i.r.rre
nicosdoS,,GrarrrlesMistórios,,espiriruais das as lradições, o qurlqLr.r t'nltr iv.r (l' 'r''r1Lr'r o"
;;i;; .". srra viar,e int'rrromPidâ e r: precipitado hccrm"olos
no
dcspisrar o rigor clessas oxig'irciJs só c'rnrrihLri p:r
iníerno, apás tcr d!:sistido mesmo{b) dos
nd\ /r1pds arrr' riol.s' 'o rr fortaLecer o aruai .ourtlrrio (l' lrrgs'útos u iill_
rl"urriqo'
--'-;; si ii.rções d.: esotcr isn().
naçoni' J " lausro de
=." múd-, nr t,âdi\.o l'or outro Lado, .nr t{)'tls ls e iv i L i:u açirr qrL.
tjoeEhe, que ó "',,.:,g", possuidor de variâdas tecnl-
"
,-.r.í, rm --r r.,'J. I
.,,._.,.d; ,:'"..,:o , rarejo JP rô \as srr I eLerir-re talta
"*a
lisâdr às iniciações, .ont) r'nl)('nr sur P'lr '':r :i" 'n-
...' ir[r'r''"
n.
:"rJ";,..,t.,,. "- "i'r,PlÔ-
p prP':-dm-nr, ^rrl'-' i'1,."."'l;i- .uir.auo et.,li*n.la lo .or'Po toL'rl Llor I iLoj 'l') t{r
. , ruar !J'. lj --, L lo a ru l^ o rdr\' l-'
" terisao vigertr, .lt n()(lo tl(t. ,r rlirrtrrrLl:r "iui lrinçirr
pranerária" era regrr(ltr . ,lirisidl p'lrr l)ror]'ra-rf'
I
.l,Jo su,lPnIe pêld '',bn,_s;o ' N^rr'á ' u_r " á l'eisoar' ligiào e'Lao. le. i.i r. " i r- '' r"
il..a. ." rr.i.r,, qu. ,i porrruor d' 'i.f r r" i r'vêlJ- .lJ\' p.rn,rr i r ., r'"'''' i
co LaLJr
rra, ou seja, de uln exoterismo' <1o u:l padrão cle siiloiiielções trai'r orr nr"nos tLrLl"r:r'
rortanru, para conhecer e 'oúPreedder o que e
re_
pâra qoda u 3 sociedrJe lru rrttr'
presentâ .àda Pi,Dera no csqÚcnra do iriviun do
"'
iJ' I's dtdd'- rc- ÜLe,tr , "1,..1u :rllo Ll.. lr'ri'r"J 'r"""" r.'
ouadriviuú, ,,..'r I r."r t,lo, vera q,,. -= ,i,- r;."i' rr r'-l'' rl
i,.r-;-' , . .ru- ,rr'" :r"rli' ' oJs tr'rqJor árilLr ' 'r"'
' ''" c' ''r'
;i.;;-.,., ...,."r",,4,,* à "tterivaçào" terrestre dos n.",,',. ,n'y.,-.tn.
.r.- r. i,ru t 5t.ç., d;r/L r',."r l ld_'r
.ont,."i,,""1o. asr:rológit't's, 'tào basta o estudo Êxte- raçio astro!ógica do t:spa'," r'rr'sr'(l
.i"r,; p.".r,. ter pàssadc' PcLos ritos iniciáticos corrD a Lrira orn"
.ur..rpo.a".a.", ou Pelo meoos, 'aso se trate de co- iração ocupa<ia felo lnpcri'r ' b'm
c"ó.i.o, q"" est' conhecin*nto seja aa- ao" ri,ro" a" vi,ta-social scflLrl(lo rrrr'r 'i'li( i
;i;.i#"." "uçio
dr:lc ,rstrol;Licr. lss. niio vi:;'rva ';oLa''LLt' r 'r"rr" r
22 23
são deduzidas ,le princípios seguodos, e não direta- Do mesmo modo, o conhecimento dos primeiros
nente dos universáis. ( I ) princÍpios é uma unificação, acima deles
os princípios caracterizâÍn-se por três.arcas: não há outras ilstâncías â quê possanos remeter-nos,
(ou absolutidade), sua antecedôncia a sabê.loria á então definida como redução à uniaaae
"., "...""iaua.
(ou primordialidáde) e sua universaridade (seja uni- primeira (ou, sob outro aspecto, derrsdeira), acima
versalidade em sentido extenso, como no caso dos e para trás da qual nada existe.
principios metafísicos, seja unívêrsá1idãde deÍtro oia, nisto os primeiros princípios diferem de
de úm cânpo {letêrininado, corno é o caso dos princí- todos os princípios segundos, porque estes poden ser
p ios 1ósicos ) .
princípios tão sonente gnoseológicos, isto é, prin-
Podemos c lass i ficar os princípios, sesundo sua cípios do conhecêt enquanto tal,'mâs os prirneiros
universal idáde, em: princípios não podem admitir nenhuma dualidade, e
devem ser, portânto, simultaneamente princípios do
Princ íp ios metâfisicos e ontológicos; conhecer e princípios do ser. A rigor, conhecer e
Princ íp ios 1ósicos; poden estar completâmente separâdo§, mas,
Princípios cosmológicos; quando se crâta de princípios segundos e derivados,
PrincÍpios (e regras) das ciências particulâres. podemos conceber taI sepâração, por abstração e ad
hoc, por economia de pensamento, e, no caso dos pri-
Evidentementê, não pode haver contradição, entre meiros principios, e1a sêria totalmente contraditó-
nenhum ' desses principios. É fáci1 também comPreen- ria, pois deiÍaria subsistir uma úttima Iranja de
der quê os p.inàÍpio" cosnotógicos só são "princi- dualidade, cuja exclusão é precisâmente o que faz
pios" em relação a seus consequêntes (o§ conheclmen- com que eLes seiam princÍpio. primeiros. e nÀo se-
to. , o'nológiios delês dedu,idos), e nào em rela,,ào gundos.
d çpLs ánrê\eoentps (os princípios Ió8icos, ooroló- A diferença, portanto, entre ciência e sêbedo-
Bicos e netafísicos de que derivam). ria, é que a ciência requer âpenas .,* .étodo d. .o-
A descoberta dos princípios segundos Pode ser nhecer, enquanto que a sabedoria requer um oótodo de
teita através dâ dedução lógica, mas os principios ser- Cono todos os conhecimêntos têÍ sua validade
mraÍí.icos e ontológicos não tên antecedentes, e derivada. êm última insránciâ, da conexào entre o
slo, ,r r ig.r , .h.rÍnados por isso de "primeiros prin- conhecer ê o ser, (odas as.iéncías, em úLtima ins-
tância, der ivam da sábedoriâ.
Ni(' t,(xleu(l,l :;r'r (les.oberEos Por dedüção -- nen, Por isso, êscreve P1ãrão, "o conhecimento de to-
a lorr iori 1,.r ohsctvação, já que a observação ci- das as ciências, sem o conhecimento da melho! de1âs
elt ílicr r, qrrlr dos prjncípios --, os (oue é a sabedoria). náo somenre é inútit como é
pl,trLrr.,s ri,,", it,i.'' .r., .,)rtl,, ridos por um márodo pie jud ic ia l" (ÀIcibíades lI, l44b).
pr,,pri., ,1u.,: ,) n,:tL'i1., JJ sah.Joria ou gnose. Por outro 1ado, a não-dualidade do conhecer e do
Para compreender cm qLrt' consista es-te método é ser requer que sê entenda o proprio coíhecer como uÍn
modo de ser- ,ser homen, é conhecer", escreve frith-
r,.. iso ter "À *.nt. qu. a^tlelrniçào ne.ma de ciên- jof Schuon (2) . E Àristáte1es, tomando a paLsvra
, ií -- ob.êrvaçao dos íênoÍenos a luz de um prLncr-
pio -- estâbelece constituir a ciência umá unifica- "intetisência" como o instrumento da sabedoria,(lu.o8-
ç,,,, da nulEiplicidade. A aplicação dos princípios creve: "A inteligência é mais verdadeirâ do /.r
2 sÍNTESE ] SÍNTESE 3
( tese a) ( tese c)
Todo pensâmento _ discursivo tem, como se sabe,
uma estrutura ternáriâr na 1ógica fornâI, premissa Como o silogismo é a "ünidade mínima" do pensa-
maior, premissa 'nenor e conseq.ência; na dialética mento dlscursivo, uma sequência de três silogismos
hegeliana, tese, antitese e sínt.".. Em anbos os ca- constitui por si, então, unidade, tomada
sos trata-se de, dadâs duas idéias, extrair uma ter- num ptano má is abrangente.
ceira. só que no caso da lógica formal as duas Pre- Cada síntese é, po' s"a vez, una passagem de
missas pod€n diferir âpenas segundo a "quantidade" e plano, uma subida de nível, seja no sentido da maior
a I'quâ1idâderi, enquanto que na 1ógica dialética têÍn concrêtude, seja no da maior generalidade, seja em
de ser duas idéias contraditórias. Mas o ternário anbos os sentídos. A síntese 3 é, assim, aquilo que
está presente en âmbos ôs casos. correspondê à tese inicial l, num nivel mais eteva-
se tivermos em conta que cada síntese resolve e do. Ela encerrá um (iclo que é em si mesno um micro-
contám em si a tese e a antítese que a precedem (a- cosmo, composto de três níveis ou planos de realida-
dotando aqui, para simplificar, sonente a terminolo-
gia dialética), notaremos que três silogismos diaté- Orâ, o conjunto de três §ilogismos contém, no
ticos em sequência formam por sua vez ün novo silo- tota1, sete propos içõe s distintas:
gismo, con a prineira síntese desempenhando o Pâpel
dÊ resÊ, á segundá de antítese e a lerceirá de sin- l-
tese A sequáncia de três silogisnos: 2- ant Í tese I
3- s ínte se l
ANlTTESE 1 ANTITESE ÀNTÍTESE 3 ant itese 2
5- s íntese 2
6- ant íte se 3
7-
TESE S ÍN1r.rsE I SÍNTISE 2 Isso é razõcs 1r'las rlrra is, na simbólica
uma das
('l( sc 2) ( tese 3) (rese 4) tradicional, o sete é consi,l, ra,t,, unr oúmero "comple-
co" (outra razão é que ele ,i,, rr,lmcro totál de e1e-
mentos dá cruz de seis p(,ntas, que representa as
"s i logismo sintético": seis direções do espãço parl indo de um centroi que e
o sét imo elemento). (3)
36 37
solar, o sétimo signo, que é t'ibra,
ora, senalo o Zodíaco uÍn ciclo complêto de trans-
No Zo,líaco tormações (como se vá. p", exempto. no ' urso das es-
representa iustamente o Ponto de inflexão de um ci- racôei). cada passásem dê um "i8no soIár pará ouLro
numa di-
ctà,ru., t.niro essotâdo st13s possibilidades (como
por ,"i"."."t. una transposjçào dp níveis, áquiIo oue os
I'sa1to
t.'nau.á a tomar a direção oPosta aiàléticos heselianos chamam êrr:oneamente
'eção,
exeúplo o ciclo ânua1 das estações, onde o calor
'r 'J, rr" - paIrir do primeiro signo de Primâvera, cualitativo": o crescinenLo da, vegetação ávança em
p.og.e""ão durante o signo de Áries e, quando orraL- ci-
. "nJo .csotádo >uás po.'ibiIídádês no ult imo ifo an"af entra ern Touro, o processo sofre uma
siano tsrivá1, Virgo, é substituído peLo frlo cres-
^r,. teração qualitativa" com o nascimentô das fLores A
.,.,. n ouí ir do pr imei'o sieno ou(ona-. libra)' .".""i..-cása iunãr equivale, aqui, à síntesei que
À r.rJaaura L"rnária do silogismo i representada faz una conexão entre um P1áno de realidade € outro,
co nais clareza no ZodÍaco lunár - cÔmposto de 28 e que representa um recomeço do processo dêsde um
sienos, dias, "nrora,las" ou "estações" (em árabe, ua- nível mai s alro.
mzít), cadâ um de aproxinâdanente 12Ô 48' de arco, Mâs, como parâmos êm 80 24' de louro, nao temos
superpos ição ao zodiaco solar' ainda um ciclo compl€to e fechado, o que so ocorrera
entênder o que se segue, e Prêciso sabeÍ ouando os dois Zodía"oc viêrem â corncidrr novamêntP
.',,. ',, 'imbóli, á I rddi.ioná1, o Sol gerálmenLê re- O' de Áries.
; " ,.l " loÀos. ou á lntêlic;nciá divjná subjacen-a "".. Prosseguindo,
"* a quartã câsa lunar (antitese 2)
te á todo o real manifesio, e que â Lua representa vai de 8Ô 24'dê Touro a 2la 12t de Touro Esta eta-
inrêlieen-ia h(tmana q'r. retlerê o Logos em padroes pa é particularmente importante se considêrarmos os
dir"r"iciado'. rl Logo. " ".inrático" ê "sinultàneo", i.a" 'p.ir.i.." signos solares .como etapas dialéti-
..nquaír. â intpligáncia hutráná é direrenciâda, "ána- cas, o segundo representarà, evidentemente, a antl_
lÍri.,"./ôu "sucessjva". É este " sinbolismo que t""á. O'r, esta casa lunar ocuPa o Deio do §igno do
se reflete ná dualidâde dos -Zodíacos. o movinento meio, sendo portanto, no processo tota1, a antítese
âparentê do SoI demarcâ pârá nós as direções do es- Sendo rouro o signo da resistência'
paço celeste! formando por assim dizer o quadro per- ""''.:<."1a".ir.
àa opo.ição (número z, lãt. dúbitare, al zseí-
manentê e estático dêntro do qual o movimento da Lua fêln = "duvidar", eEc.), (5), â quarta etapa rePre-
diferencia tenporalmênte as 28 estaçôes. A inteli- sentará o núcreo mesmo ila ant ítese no processo to-
sén.ia humana. ácsim. opera dêntro dê marcos Pre-lr- taI.
iuaor. q,. consr;LUen o princípio instituidor dá sua A quinta casa looar corr'çr tnr 21" l2' d' Touro e
do mesmo modo, toda a nosss demârcação de termina em 40 0' de Cameos; tr(iv'B 'r( ' r srI]t('sc o-
"".rui"iu;
cempo se fáz dentro de um marco espacial fixo, que perou una Passagem de nív' l '
são as seis diÍeções do esPaço. (4) À sexta casa 1unár começr r'nr 4" 'l( (intros e
A s,,cessio dâs casas lunare§ represênta a suces- terrnina em 160 48' dê cêmeos À "ltirt|r"a "rneça
sào dos pa.s.s or .raPâs rle rrnr raciocínio. Acompa- em l6ô 48' e LêrÍ'ina en 2qÔ ]b' d" Ur'tr! " r. "r:' I r r'rn
:,,'. I)r ')f,í( ssi() | do o primêiro quadrante do Zôdíaco solar " r 1'r rrr i-
A pr i n.irrr rasrr lurrtr I) r, (l.0" do signo soLar ;" .;;;", do mes runar. Em rodos os car' r,rrir i" r'r-
de Árics r. l( ,nrirr ,,I l?" /tu' ,le Áries. A segunda ..r." . ""t"""a. da ú1tima casa é arredonda'lr' so-
l2r'4tir {1, Ár i, , e tcrmina em 25o 36' de mándo-se aos l2o 48' os 0o 24' que faltam p rrr (l)c-
Ári es . A ti r(, ir r , (rn, çâ cm 25o 36' de Áries e, sar a 0" d, c;nf r (rrinêiro siBno estival)' l''crJ
sisrro solar 'Jo grâus, ultrapassa o limite ditêr, n(r 1, tr latrb-m un "iínbol'ismo. que e ascr r "x
de Áries pára ri.'[,,,.,r .n 8^ 2L' de Touro.
-lc
38
plicâdo no esotêrismo nuçulmano: entre o plano da le siSno Áries Tese têse na tese - 1ê
univêrsáIidâdo pura (representâdo pelo Zodíaco so- 501êr - 2ê casâ lunâr
lar) e sua representação nâ mente hunana (zodíaco
lunar) não podê háver coincidência pêrfeita, senão 2e $itgno Iourc Antítesê
inexistiria diferença de planos na realidade e ambos SoIar
sêriâm â Íesna coisã. Isto não vale só pârâ este câ-
so, flas pára todâs âs passá8êns dê plano nâ cosno- antítese na êntítese - 4r casa lunar
losia tradicional. En termos de 1ógica, diríamos que
a diferenciação 1ógica em sete j"í'os reflete, mas re Siqno Lêneos SÍrtese síltese .à ântilê<e 5e câsà lunar
não perfeitâmentê, aqúi1o quê foi apreendido sinte- Solar tese na qíntese
ticamente nas t.âs sínteses; e dai o caráter "obscu-
ro" e sempre um tanto álusivo o sinbólico de todo antitese na sÍntese - 6ê casâ lunãr
raciocínio dialético, por êxenplo em Heger (que ali-
ás faz amplo uso de símbôlos para expor seu pensa- síntese na slntese _ 7Ê casa lunar
mento e erã un l€itor atento de Jacob Bohme, exposi-
tôr dá .osmoLoBia trermética en ternos cristãos). rm
suma: âo passarnos da âpreensão sintética pera a di- Compreende-sê, assim, por que o esoterismo mu-
fercnciação analítica, algo se perde. Este algo é çulmano encêrava o Zodiâco como o "modelo por e).cê-
"compensado" nos quatro ângulos, de modo que um ci- 1ência de todos os sistemas dedutivos", seguirdo â
clo conpleto de 28 juízos (encerrando os l2 sisnos máxima de Platão de que as configurações celestej
do zodíaco solar) poderá recuperar novamente.o sen- são o paradigma da intêligência humana ê o mod€lo
tido de totalidade da intuição originária,ou tese 1. formel dê tôdos ôs nossos conhecimentos cien,:ífi-
sendo o 4 o nL;m"ro oa oposiçáo por excelência e o J cos. (7)
o númpro da sequáncia diá1éticâ que pela síntese re- Por outro 1ado, e para completar êste parte, o
cuperâ á unidade da tese e da antítese, o número 12 estudo alos números envolvidos no processo é bastante
(=3 x 4) representa assin a estrutura aritmética mí- significativo. No esquema tradicional das artes li-
nima de un raciocínio simultaneamente sintético-ana- bêrais, a Lógica é atribuíaa ao planeta Mercúrio
1ítico, que âlguns autores hoje em dia denominaram (como se diz, por exenplo, no convívio de Dante)(8).
"slobal", outros "siÀtêmico'r, outros, ainda, "con- uercúrio tem, tradicionalÍÍente, dois "donicílios"
creto". É a conciliáção dê todos os aspêctos nâ astrológicos: Cêmeos ê Virsem, o terceiro e ô sexto
"ínLese do ciclo rotâ1. Como há quarro quâdrántes, signos. À corresponc!ência cntrc o 3 eoe éótvia
este raciocínio g1obal tem de partir dê qnatro prê- pelo esquema dos "nímeros trirngulâres", que consis-
missâs, representadas pelos quatro signos cardinais, te em somar o nímero totâl d(' unidades implícitas
ou de qúatro âogt,tos de enfoque. numa contagem qualquer: §lr contaros l, 2, 3, isto
Os 01) 14r que são compt.nsados nos quátro qua- implica, prineiro, uma unidade, depois, duas unida-
drâfltcs fstào airrrla associados ro simbolisno da "pe- des, depois, tÍês unidâdes, portânto 6 unidades no
dra dt, iinBrrlo" (lu( ,1.s{nrtrnlr()u ún papel tão impor- total, e por isto na matemática trâdicionê1 6 é o
tante no cilcrrli, r' rra , r,rrst rrrçào das catediais góti- "triangular" de 3. Mas a correspondêncie não Pára
cas. (6) ai, porque o exame dos simboLismos visuais e nitoló-
O processso irrt , Enr I d. um quadrante do gicos confirma a correspondônc ia.
pode ser resumid() r1i:i,,j,,inte esquema:
40 41
O signo de cêmeos é representâdo PeIa figura: [, sativás. Isso tudo Pôde enrim ser resu[tido na sen-
isto é, duas barrás horizootais e duas verticais. Às iença de schuon: "A lógica é a ontologia do micro-
duas verticais representâm os dois 8êneos, Castor e é a razào humana".
Pollux, dos quâis, como se sabe, o primeiro á de o- encre as leis da tóeica e a realidâde cósnica
rigem divina, o segundo, de origem humana. As barras ná. portanro, um I iame analósico, que Por ."'19 "i.
hôrizontais repreêentam, portanto, os dois mundos pode ser manipulâdo corretárnente sem a conscrencra
dos quais prorê, o" qênêôs: o Céu e a rerra. 0 Céu. do oue seiam a anâlogia e o simbol ismo. Isto
(
contrr-
rradi.ionatmente, esrá Iigaao às id;ias universais, ., . ..r;i". sacro dâ ciência dá lósicê Il'
enquanto a Terrá aos entes particulares, de modo que
o sisno, com seus quatro eleEênto§ gráricos, repre-
senta-a cor.espondôncia (proporcional, nas não idên- 3
tica) entre os universais e o§ pârÊiculares. o signo
de Gêneos está tanbéín associado tradlcionalmente ao Pâra estudarmos esta paÍteJ devemos partir das
novinenro (se,, núm"ro, o ], rePresenta rambÉn a an- seLe laculdádes cognitivas mencionadas no esorerismo
dadura ternária da marchâ humana), donde se vê q"e o muçJlnano p na ÍiLosofia "scolást ica' e das qua;s já
desenho, atém de seus quár rô eLemenros- gráricos evi- faiei em trabalhos anteriôres, motivo pelo qual me
donres, comportá I ambém á idéia de dois movimento" dispênso de explicá-1as âqui..Bâsta dizer que estas
verticais, um ascendentê e um descendente, coÍn o que sete faculdades sáo as seguintes, con suas corres_
completâmos um rorat de seis eLementos Por isso e pondências numéricas e astrológicas:
q,e às v.zes es(ê siBno; dêsenhádô desta maneira:
!. para indicar que os dois mundos nào estào lsepâ- l Intuição Sol
rados, mâs Iigados por um mov;mento \ onsLante que 2 nspirito vital Lua
movinento é este? É o novimento da Íente humana, 3 Pensamento ou discurso Mercúrio
representâda pelas duas meias-luas. (9) 4 Imáginação e nemória vênus
o terceirà signo, se junraímos o s"" nú,er" pr- 5 Conjetura ou opinião Marte
dinal ao número dos grafismos que o compõem, contem 6 Júpiter
já em si os 3 x 4= 12, que compôem o zodÍaco tota1, 1 Razão
o que siqniÍicá quê, no seu próprio pfano' que é o
do raciocínio discursivo. a Lóeica é ura rePÍesentá- Se as faculdades cognitivas são, na estrutura
ção analógica perfeitâ do ciclô total das tran§for- inLerior do homem, §êce modoc dP,ônhP.er. á pr"'i-o
."çõ." sirnbolizailo pelo Zodiaco. que, na estruEurâ do real extcrno, lhe§ corresPondam
""i"e.""i",
os seis eixos de signos zodiacais, quando dis- ;utros tantos oodos de ser. st lc onl('(lrreí d' qu'r
tribuÍmos entre eles o So1 e a Lua (positividâde e a nossâ inteligência É ^os
capaz a rr'Íli'l'(le ('xt'rior
negatividade) dão um total de 64 coflbinações possí- responde oferecendo sere insrrl'rs 'rr sr'tI r''nrr(lns
veis, o que É me"." número do I Ching, evidente-
" .osmolóBí(ô int(r8ÍaI que contem ên Não tem csbimento discutir aqui rlrral 'lor rkris larlos
mente uín nrc(lclô tem prioridade: interno e extorrro sa'r rlrrnj lrr'es (lâ
si â chave tanlo rln (litrlrir ic. histórica quantô dâ mesma Verdâde que, Para manifestar-s", !"1''a(lohrá
hereditâricdad,' hri xrn,r, Por cxemPlo. (10) No canpo en lnrelieência, de um lado, e PresUtr!n '1""'r r"'
da 1ógica, isto corresponde precisamente aos 64 si- os seie modos de ser sào chahâdôs, rt ,,!r, r,'rrl-
logisÀos q"e sl po(l('nt obter dâs combinações de Pre- nente. categorias ou antePredicaEêntoÚ (l()r'Lrinâ
mlssas universáis ,' p,rticulares, afirmativas e ne- ^
das categorias foi codificáda no ocidenrt por Âris-
42 t\3
tótele$, Ínas cen umá origem muito mâis antiga, como uma rhodalidade de ser", e isto é precisamente a de-
se vô pelo fâto de que e1a está registrada nos tex- tiniçào de câtegoria. A qualidade é uma das catego-
tos da ló8ica tradicionâl hindu, ou xyaya ( 12) rias, tanto no sistema' de Aristóte1es como no siste-
Enfo.sndo as categorias como contrâpârtê objêti-
va o exterior das funções cognitivas, temos então os Do nesEo nodo, posso catalogar cão como mamí-
s.t(' plânetas cono sete rrregiõesrr do Ínundo iraginal "m como ser vivo,
fero,o mamifero coÍno ânimal, o ânimal
(lJ,,q,,e á o mediâdor entre o interior e o exterior, o ser vivo como ente, e o ente como "s,rbstância in-
onrre o intelectuâI e o real, formândo um ternário dividual". substância -- existência subsisteftte nuna
<lc correspondências: lorma própria individuál -- é outra caEegoÍiâ, nos
dois sic(emás apontâdos. E se perSuntarem o que á
l'l ano intelectual ou 1ógico sete funções cognitivas substância, teremos de responder que é... uma moda-
lidade dê sêr.
Plano imaginal sete formas iÍnáginais o sistema de AÍistóte1es assinala dez catego-
rias, que os escolásticos, suprinindo as redundan-
Les, reduzirâm para oiro. As duas útiimâs c€teSorias
Plano ontológico sete câtegorias ou do sistema escolástico -- espaço e tenpo __ podem
ser resr.rmidas nu. ú"ico conceito do sistefla hindu,
que é â categoria da ausência (15), porque todas as
. Claro que esses ternários poderiám ser postos em coord€nadas que fixam um ente no espaço e no tempo
correspondências com outros tantos ternários -- Céu, não fazem mais do que situá-1o negativanente, isto
Terra e Homem, do taoismo; Spiritus, Àniúâ e corpus, é, pefa sua relação con os lugares e momentos onde
da escolástica (e, no ptano da psique, atÍná inte- ele não está. Sê enfocamos um ente como substância,
lectiva, alma volitiva e alna sensitiva) e assim pôr ao contrárioJ estanos vendo o que há nefe de reâIi-
diante. Mas estas associações são por denais eviden- dade positiva e própria, no sentido mais pteno e â-
tes e não é necessário iflsistir fte1as aqui ( l4). firnativo. Â "substância" e a "ausência" (ou espaço-
Quanto às c€reSoriásr elás sào âo mesmo lempo tempo) sào, portanto, os dois extremos da cádeia das
.conceitos _1ógicos e conceitos ontológicos. Do ponto categorias: de uo lado, a nais direta, positiva e
de vista logico, que e o náis faci1, elas podem sêr afirmativa, de outro, a mais indireta, relacional,
definidas coro Íos gêneros de todos os gêneros", is-
to é, como ês mais amplas claves de classificação Mediante este ârranjo propiciado pela comparação
concebíveis, a classificação de todas as classifíca- do sistema de Aristóteles com o sistema hindu, temos
então sete categoriasl
Por exemplo, se desejo classificar o conceito de
"azu1", posso enquadrá-1o na clâsse "cor". o concei- Substânc iâ
to de "corr', por sua vez, pode ser câtalogado como Quantidade
"fenômeno ótico", e o fenôneno ótico cabe na classe Qual idade
dás 'iqualidades sensiveis". ;á as qualidades sensÍ-
veis podem ser enquadradas na categoria da "qualida- Ação
de" (qualidade em sentido amplo e genérico), e con Paixão
isto chegamos ao fim da 1inha. Se desejo definir o Ausência (espaço-tempo)
,;rre é quaLidade, o máxino que posso dizer é que é
45
 pãlavta gregã kathegorein, que é a origem de A prova mais evidentê de que as categorias efe-
I'categorias", significâ "atribuir" ou (predicarÍ. As tivamente abrangen tudo o que podemos predicar é que
cates;rias são d;terminaçõês primordiãis, senéricas, elas definem tambén os limites da linguagem: a cada
que podemos atribuir â todo e quãlquer categoria corresponde também um gênero de palavras
antes de sãber o que sejâ; daí suâ denomináção lati- (categorias morfológicas) e um tipo de função quê
na, ant iprâedicamenta, que quer dizer aquilo que vem pode desempenhar na estrutura dâ frase (funções sin-
antes da predicação. são precondições de toda Predi- táticas):
cação. Tudo o quê pôssaros pledicar, túdo o_que pos-
samos atribuir a um ente, há de estar incluido numa L À cátegoria da substância corresponde a ca-
das categoriâs. Indepeodêntemente do que seja pro- tegoria norfológica do noúe, ou substantiwo, que é
priaÍnente un ente qualquêr, dele já sabemos, eÍn 'precisaúente a designâção mais genéricá dâ formá
pr lnc rpro, que:
55
1. ,.il,o:, q"" .já.é propriamenLe a merarísica; é companha -- pela cultura do Ocidenre. Nasr, que
nessá drsLrnçao hierárquíLa de campos qup se
baseia decáno da Acâdemiá rmperiát rranianá de foi
-;
dos pequeoos Histérios e crandes tíis_ rtrá"Jrir.
noJe considerado um dos mais aurênricos po.t._,or""
Eerro§ das rrádiçoes ocidenráis. Apênas é preciso
ressalrar que o primeíro desses Ínovimentos s;rve ao do pensamento tradicionat.
'"q,"9" " a eie esrá submêLido, pois a unidade é o
prrn(rpro e o íím de rodss as coisas, e as.i;ociás
!râ9icionais têm por sua meta e jusrificariva o fato 2
de ílustrarem sensivetmente a metarísica d";.;;;_
rarên pâra a inruição nerafísica. Oe rnodo"que,-oesta De un ponro de vista nais,,interno',, a ciência
ou naqu.la civilização tradicional poae esiar-ausen_ rladicion"t . a nodcrná direren aindá quánto áo cri_
te uma ou outra c,iência tradicíona1, mas â metafísi_ Ierro oe unrdade do .onhe.imento.
ca e jusramente o que é conum a todas. Na ciància moderná, o padrào de unidade
somênEe_peIo objêto do coohecimento __ a
é dado
,,, Por isso. en rodás ês civilizaçàas rrádicjonáis unidade do
ra), pôr máis vâr iádos ê ámptos que fossêm mundo.Íísico, do mundo hisLórico-culrural, conrormê
de rnt€resse. de obsêrvaçào e o. prática dasos camDos á pre ierenc i a visenre.
divàr_
sas crencrês e arre., iamais
"e veriti.ou Jm ienôFe_ . 0 postulado
moderná
dê objetiwidade que funda a ciência
esrabelece a existência de un mundo material
l::.,9.9 da p,.olif.raçào anárquica d" rút(iptas objetivo, acessíveI ao conhêcimenro pelos senridos e
"especrátizáçóes',. mu,J.tme,rEe excludenre,
pressllposrosj métoaos e conctusões, f""ôr".;em seus regidn po- lêis mátênáricas, ou natemaricamente ex_
;;;;
transforma a cultura noderna numa cotorida fei_
_que
'rá de escolas, correntes e reorias, que O_ enfoquê rradicional concordaria co. o
dispurá; a matemático do mundo objêtivo -- que atiás
ca.áre,
preferência púttica at.avés do movimento editoriat
ej apos um brilho de presrígio fugaz! reronbam "ã" a ;;,
lnvençao moder:naj nas una herança do conhecimento
esquec rrento. O reftexo de.se 1"n5,"no
n; tradicionáIj por.exempto arravés do pirá8orismo.
dos-indivíduos no psiquísmo que nao poderra e (oncordár com á ourra parrê O
o: Í",. ,""..",,
(onsciencia
aEêrracror de Írasmen_
Potese de basp, que rende -- ora de nanpira
dá hj_
:"ç:... humáia. resisrraao nos ora ôstensivâ -- a idenr iÍicár ,,objet iviaaa.,, "ur il.
^""".. escriLos ja na primeira "ãrsos
mêrade do sé_ rlsens.ri alidader, ou , on
ilrl,' "mâterialidâde,,.
jetos matemáticos não são acessive;" É"i".
"..".i_
.".,iaã",
Things fall apart. . . *.".".r""!. à iorelisêocia, c se ô .onha.: ".i imcnro do
ltre c€ntre csnnot hotd- mundo objetivo reside em disccrn;r as jeis matemá_
Lrcas que o reB.m, i,t,,s s,i l,,,,r,.rirm en(rar em
^s scnr
:ogo. na ciên.ia, c,,m., , ,.i.,, ,,,t i,,v.,,,r,.c s,.cundários:
Seyye9 Hossein Nasr, no seu livro
xatureza (5), demonsrra como as questõesO*ri";r;.á_
-- rloEeo e a
:ss9nciaI seriá
:matenatrcâs, a P,r., iDr,.tir,l,r,.ia aas relasô"i
ticas da.humanidade preseore e os far.,, .,t,,,,.rv .r,,s peto, senriaos
crise ecoló_ teriam no r,,áximo o valor (t,, rx,,nrplos, e ounca de
8r(ê, so.parâ_cirar um exempjo ao quat a pooulacào provás. Nêsse caso s obi,,r,vi,tn,tê do mundo nào con_
,n,versrtária e párticutármêrre ,"""ir": _--"à. i;.
ser enfocadas sem a referência à sua ca"sa srste ná sua ,,sênsoriati,tnit,,,,, n,á, na suá ,,natpmári_
inrel.ctual mâis profundâ, que é a perda da metafí-
c id adÊrr
do coro de ciências rladicionais que a a_
56
Embora sejâ isso o que efetivamente Por outro lado, se ô conhecinênto e umá cerra
prática científica, os cientistas mesmos parece que "presença" do objeto à inrel isência, a única possi-
nunca se dão plena conta dessa "transferência de ob- bilidâde de conhecinento de um mundo dêfinido cono
jeto" que desnaterializa o nundo ântê suas barbas. ecsen.iàlmertê spnsorial s, ri. . presensa @ciça e
uma ciência que levasse até suas últimas consequân- Daterial de todo o un;verso anre a percepçào senso-
cias as constatações acima, teria Íatalmente de re- rial huDana. À hipórese ó absurda e aberrànte, mas
duzir o papel da "observação" ao de uma simples e- nem por isso elâ deixa de .rstar ná base e na moEiva-
xemplificação casual de verdades universâis obtidas \ào de Loda a p"sqri"a Lrpltíri.d ,nrd,,ná, soo I
pela intuição direta das relações mátemáticas, e forma de um pressuposto inconscience ou inconfessa-
que, contendo em si mesmas sua própria evidência, do. Por esse motivo a ciônc ia acába se Lrâosformando
não necessitariam de qualquer outro tipo de prova, numa ocupação trágica c urópicâ, desrinadá ã aringir
exceto a Eítu1o didático. Mas com isso já se lrata- um conhecimento qu€ por d.,finição é impossivet, e
ría de ciência tradicional, e não moderna. que por isso acabâ seodo rran6ferido párâ as caten-
os chamados cientistas "de vanguarda" filosofam das gregas e substiruído, na vida presente, pela
muito sobre esse assunto, mas suas consideraçôes a "pesquisa" erisida ên finalidâde em si mesma. rodo o
respeito nunca ultrâpassam a especulação imaginâti- mundo científico contemporâneo alimenta-se da fanra-
va, isto quando, ao constatarem a precariedade dâs sia do "progresso infinito do conhecimento,,, tida
bases do seu saber,não descambam para as formas mais como dosna indiscutível e jústificativa suprema da
primárias de misticismo ou pseudo-religião. En hipó- vida culturál, como se não fosse umã sinples auto-
tese alguma imaginam a possibí1idâde de reverter suá contradição, isto é, como se a infinitude mesmá do
parâmetro adotado não abotisse qualquer possibitida-
"ciência de obserwação" pâra fufldá-1â en princípios de de progres"o. qJat;rárivo ou quênLicarivo.
univêrsáis ê áuro-êvidenEes. A provâ dessa recJsa é
que continuâm julsando as leis matemáticas como se não fosse, entreranroJ o propósito de,,ter
"abstrações", e os dados dos sentidos como ,fatos todo o nundo mâterial anre os othos',, que iusrifica-
I iva terianr oor exeírpto. a" viagpns ecpa. :ais, ás
con(reLos". Pode-se pergunLar entào: se o caráter
básico do mundo objetivo não está e. sua sênsoriali- sondagens submarinãs, e rodas as aEividades cientí
dade, mas em sua matemâticidade, como poderia esta ficas destinadas a esrender indefinidamenrc o (:.tuDô
ser abstraíaa daquê1a? Em termos escolásticos: como de ôbservâç;o. no cênrido do grdno, o.,,t, p,.q,,,.,)úl
poderia a substância ser abstraída do seu acidente? Não se investem muito mais dótarcs n.ssas at ivi(ra-
Anrpç a nátpmat ícidêde é que deveriá se- enrpndida des do que em goalquer o,,rro I il)o ,1,, osÍ,)r!,) itrre-
como "concreta'r -- cômo dê fâto se entende nas ciên- lectual? Não há nisso uma sot;l i,,r (),,rr,n,rivl idcnri-
ciâs trádicionais, onde a própria noçãô de mãtéria ficação entre a exr,'nsào (lo {.nrJ,,) ,t,, ,,t,s,,r vaçào e o
provÉn da noçào dc número (6) -- e a sensorialidadê "progres so do conh.( in(ut(,"?
como átributo ácidental que d.,ta se abstrai. Mas com De um ponto do visrl I rx(tr( i,,,Lrt, ro contrário,
isso derrubariamos não só o tenplo do "rnaterialis- o aumento do número (to (,1, i, r,i:r ,tt, (,sLo.lo, longe de
também o do pseudo-espiritualismo que se representar por si nusnr, Lr t)r,,ll,{ sso do conhecimen-
the sucedeu nâ mentalidade cientifica contemporânea, to, e apenas uma oxrr ,,,i,, ,lrr i11norância ao.s casos
e que muitos estudantes ma1-avisados tomam como uma Par L iculares que a , on,ri,,, , senpre, mesmo
verdadeira e auspiciosa "aberturaÍ dos cientistâs para o mais sátio aos r,or,.,i:,. em Dúmero indefinido.
para as dinensões transcendentes (7).
58
3
Contudo, qualquer que seja o volume dos fatos
Dârriculares que nào sabemos explicar, isso em nada Um exenplo de como a ampliação do campo não é
àr..." , variaaae aos princípios universâis, Pois rromó1oga ao p..e."""" do conhecimento é dado peLâs
estes inalepenalem do que câda homen ou grupo de ho- viagens interplanetárias, triPuladas ou nao, quê nos
mens connàça ou desconheçe, enteÍrda ou não êntende'
Por isso o homem tradicionel terie Preferido conhe_ t.ou*"t"*, nos úttimos anos, mais informações do que
cer relaLivamente poucos objetos, em exrensào hori- qualquer ser hunano, de qualquer temPÔ Ôu lugar, se-
zontal, más âter-se ao domínio dos principios que tía capaz de abarcar e compreender.
urn conhecimento rigoroso em sentido "verti-
r,taitin r,ings(8) observa qüe os céus planetários,
".r.irem
isto é, o conheclmento daquilo que verdadeirá- em todas as tradições, representâram sempre dêgrâus
iaI", de iniciação, isto é, de proximidade relativa entre
mente imPortâ.
O argumento de que â extensão do cenPo de obser_ o homem e o Lo8os. A ascensao aos ceus representava,
l,ução p.ã.,é* de um áesejo de,universalidâde é falso, assim, a rravessia dos múlriplos esEados do conheci'
poiq,re'" r.ir"t"aIidade não é quântitativa e não se menro e do ser, em direçào à universalidade. suPri-
conzunae com a simples "generalidade" Essa anPlia- mida, porém, do panoramâ ocidental essa nodaLidade
inversào do curso ale conhecinento, o que sobrou foi a Possibilidade de
ção procede, antes. de uma sutil que ao invés de valo- u.a ascensão *...t."t. corPoral e imitativa, que não
i.",i a. inielieànria huÍnaná,
rizar o çonhecimento passa a lalori'z3j- a dúvida, só não representa em si mesma nenhum Progresso da
primeiro como estimulante, mâs dePois como finâlida- intelieência, corno ainda Pode_ser realizada Perfei-
dê em si. tamente ben por macacos ou cães, ou ainda, o que
segundo um enfoque Eradicioná1, un dado que nâo talvez é pior, por uin idiota dotado de conhecimentos
oo".. ã". inteiramenre assimilado pela intel igênciâ, técnicos, Há ,.,.à a."p.opo.ção tragicômica entre a
'isro é, t"fa";onuda aos princípios universais' não grandeza dos meios quà tais viagens põem em operação
r"p.."ánt. conhecimento de espécie algumâ, tanto e a pobreza do significado intelectual que delas re-
quanto não o r.ePresentam os fragmentos de conversas sulta.
Do mesmo modo que .ma ascensão siínbólica e ini*
i"..""*." que ouvimos quando caminhamos pe1âs rua§' ciática aos cáus planetários -- tal como, por exÊm-
o que é verdadeiramenae abismante é o volume de re- olo- é descrira ná oi"i,. cooÉdiâ -- já nào é n"m
cursos financeiros e humaÍos que o mundo modêrno in-
wêste na descoberta de fatos dessâ natureza, que so mesno imagináveI para o inteLeLrual modPrno. ássim
se compáram, enr sua profusão desordenadâ e incom- também os esq,.r".as cos.ográficos antieos, de nature-
p'.en'iver. áos esrilhá(os dê percepções qYe.jnvadem zâ puramenc; simbólica e netarisjcs, passarã" a ser
a mente indeleca de um delirante esquizoÍrênico No interpretâdos literalmentc ., conr() tsis, declarados
indivíduo, uma tal di"per'ào da a("nção arráves das ê..ádos. Nesse senlido o (onlrtcintento noderno pode
ftiríades de detalhes qúe lhe são trazidos a cada mo- sêr dito menos inteLecLual do qu( imaginativo, Pois
nento pela percepção sênsorial sê'i ã considêrada um tem uma atração viciosa P.ln iüraBem material e.sen-
índice alarmante de desasregação da inteligência e sive1, que confunde a ascensÀo da Escada de Jáco coln
ã,--p"."."rria"a.; p., q"" .aá razemos um juízo i- a subida de ArmstÍong à t,,,,, e q,,e de certo úodo-se
gu.t^e.,t. severo q"ànao é uma pseudo-ciância univer- orgulhá do seu primarisnki. [n suas manifestaçoes
q".t nos convida a uma viagem suicida e sem .uI" u*.."*"", essa mentalidaae não hesitárá em ver
"itári.
fim pelo oceâno do não-significântê? em Jacó um "ptecursor" de Armstrong, saído dos sub-
terrâneos do "inconscientc coletivo" e prefigurando
60 6l
as etuais conquistas da astronáutica en Iinguagen Por isso, não é coincidência que Jacques uonod,
mítica; as aberraçôes de um von oaniken, por mãis no seu livro O Acâso e a necessidade, tenha feíro
desagradáveis que pareçam aos cienrisrás "sérios,,, dêpender todo o edifício cientifico de ufl Ípostulado
são u.a conseq"ência 1ógica e inevirávet da nentali- oê objêtividade" que. n;o Dodêndo ser provado, nào
dade c ient ífica vigente. é em si mesmo nem lógico, nem científico, nen obje-
tivo,mas resulta de uma "êscolha ética"(!), isto é,
úrti.a anárlse, dã senrimenralidade individuâI,
4 a qua1, na ausência do conhec imenro Ínetafisico, tor-
na-se a Jttima ráUua de salvaçao LIJ ordêm conr ra o
Para encerrar estas considerações sobre o áspec- ordem que coo. em qr" 'e crá.
to quantitativo do conhecimenro, cabe observãr que o Eis onde terminâ, em pleno sentimentalismo suplican-
volume de trabalhos ciencíficos realizâdo en dife- te, a caminhadã dê quatro sécuros de "rácionalidade
rentes cefltros ê sen nenhuma co"exão metóaica entre científica", caminhádá esta que começou no dia em
si já sendo inabarLável por quáIquer ser hunâno reat que um cavã]hêiro francês, aposentandô-se dá Aroada,
desde há tos anos. o chámado "conhê. inenLo huma-
mui lpz umâ promêscá à virgem de Lorero párá que thê
no" iá é possuíao por quên quer quê seja. e per-
não concedesse a grãça de descobrir una provâ deduriva
nânece arquivado em bibliotecãs e instiruros de pes- da existência de Dêus; o métoao pa.a obter essa pro-
quisa, em estado virtual, como um segundo Íundo su- va ocorreu-1he po,:cos dias depois, ê ele cumpriu a
pêrposLo_ áo mundo dos fdLos. ê esperando quê áIgum promessa, subifldo de joelhos as êscâdariâs da Isreja
diá êl8uem o oe.iÍrê. IsLo sem .on(ár que os proces- de Nossa Senhorâ de Loreto, sem suspeitar que seu
dê catalosação e ordenação de infornaçôes métoao seria o ponto de partida da "ciência moderna"
-- destinados inicialmente á Íornecer uma cerra or- e da negação da religião da qual e1e era devoro. O
dem ao nenos formal e externa a essa nassa descomu- câvalhêiro erá René Descartes, e êlê;
na1 de palavras -- já "progrediram,, rânto que nenhun considerâdo geralmentê um nodelo de sagacidade!
ser humano as domina em suâ totalidadê, e consriruem
já uma terceira camada dê opacidádes superposrás ao
mundo renomenlcô. 5
Cláro, o ciênrista modÊrno podÊ reLrucâÍ quê o
que ele deseja não é apresentar à sua inreligência a ciência tradicional, o qu. .stabelece á
Iodo o mundo marêriaI em sua exrensào horizonral, unidade do conhecimento não ; a "nidê.I. -- mais que
mâs sim apenas as leis matemáricas quê o ordenaÍn e contestáve1 -- do mundo sensoriàl coq,, nto tà1, nem
sintetizam. Mas con isso vôIrâríamos à constataçào muito menos a vaga s.nt i!n.Itn I id.(1. q,,o Monod subs-
de que, se o conhe.imenco não se dirise a um mundo rilu; áo mundo s.n\,'r i.rl , vrr(s,.,.rrr. . Lr que aá sua
sensoriã1 nas a leis e proporções máremáricas que em coerência e inteireza .r() (,)nh,.;ntrnto É a unidãdê .iô
si mesnras nada rôn dc s.nsorial. a marematicidâde á sujeito cognoscente, nrrs .il(, n,rm sentido kanriano,
a sub"ta,r. ir , n ,, rIs,'rrnti,L,,I, o áLidente. oào se pois não se_tratâ aqui (l(, suieiro individuaL -- ou
jusriri(itl,l,, x .,,1. r,, ,l, r r,,\ .lidoç aareriais Dârá seral, que e uma sinples .xt(,rsáo do individual -- e
des.obrir ,,,is.r- ,;rr,, 1',,t, r i.roro" .onsrárár pe.feita- sim do sujeito identificâ{1,, ( reintegrado ao Absolu-
mente bÊm pela iutúi!l(, uraremácica. Isto é, volranos rol é a unidade da inr, lrli,.,,, ia ne.ma. nào enquanto
â escolastica e a cir,rrr ia tradicional. manifestação individuât mns eoquánto participação no
Intelecto Agente, à objet ividade plena porranro! e,
62
a fortiori, à verdade nesma. A unidade do mundo te1 e fenonânico, mas em seu significado essencial,
repousa na unidade do lntelecro' ou Logos, que é a seguramente não terá aptidão para a metafísica, pois
unidade de Deus. a netâfísi€a tellr seu ponLo {:lê partida justamente
Evideotemêntenão cabe aqui uma exposlção da nessa coincidên.íá en(re o \pr " , onhecer, cu^ J a
doutrina tradicional quaflto ao Intelecto, mas Pode- " alma
base mesma da noção de verdade. "^ é tudo quan-
mos aproximar-nos dela pelo estudo do seu reflexo em to ela conhece"; díz Âristóteies. E á inaptidão ne'
nós, que é a inteligência. tafísica certanente fechará as portas das ciôncias
A inteligênciâ náo é a razão. Razão é o conjunto tradicionâis, pois estas dêrivam da merafísica como
ou sistema de estruturas --1ógicas, analógicas, lin- a razão hurnana deriva do Logos.
guísticas, etc. -- que fornecem un meio de simboli- Parâ esclarecer essas noções, podc s€ recorrer
zaçào, de suporte formâl, "materia1", por assim di- ao simboLismo da percepção visual e ao simbolismo
zer, pata a atualização dá intê1isência. A inteli- geométrico. O olhár hunáno psrr'.rurd a p"y."pçáo vi-
gência é a faculdade de compreender, isto é, de atu- sual nun quadro ên torno de um foco. À medida qtle o
alízar rc ser a realidade do objeto, na nêdida em foco se dês1oca de um lado para outro, o quadro se
que essa facuLdade é considerada eÍn si mesma e inde- desmonta e se remonta em torno de1e, por meio de ufl
pendentenente das estruturâs simbóiicas en que se rápido jogo de subsr ituisões dos pádrões geonétrico.
apoie nun caso ou noutro. É a inteligência que con- ao redor de pontos significativos- (TLldo quanto o
preende um mito, como é a inteligência que compreen- mundo moderno conseguiu fazêr con esse sinbol ismo
de uÍna demonstração geo,ét.ica ou as hârmonias musi- foi basear-se nele para inventar ã televisão). o fo-
cáis, embora os processos s;mbólico. em cau'a sejam co, entretanto, é em si nesmo invisíve1 e sem dimen-
tôrálnentê di stintos êntrê si nos vários .asos. são, ele está forâ e acimá do câmpo da percepção vi-
Vivenos, moweno_nos e somos dertÍo dessa inte- sual; fora en sentido sensorial e acina em sentido
1igôncia, pois, suprimidâ a inteligência, já "ão te- lógico, do nesmo nodo que o diretor de cena, no tea-
mos identidade hunâna nenhuma, e somos nada. Se tro, está fora do pâ1co, corporalmente, e acima dos
"ão
sms a inteligência, não exercenos a inteligên- atores j hierarquicâmente .
cia (o que suporia uma separação entre "ós e nós Por esse simbolismo podemos dizer que l] inLeli-
."s'os), .." somente certos mecanismos subsidiários gência é o foco d.rr razão (do me,smo lro.lo que. ÍrLa
de representação, que permitem "reali-zar" essa sepa- física é o foco das ciôncias rradic;onàis), ; a 1a
raçào em nodo imagináriol porLanto. sim- culdade suprá-racio.rál .m torno Já q,,nl J rrloú ri i,
bo I ízaçàesecpeLhjsmos. ánalogias, represenraçàesr
. seus padrões simbóIicos, num sentido des.ondente ern
exercitamos nossa razão, en suma. direção às distinções e precisôes mais particulari-
Crdr um de vocês podê, ênrrêtanto, con mais ou zadas à medida que se aproxina do mundo fenomênico,
Ínênos facilidade, recordar o monento, c€ntrã1 para a o que podenos representâr sob a fornâ de uD cooe:
consiituição do seu senso de identidade, em que per- INTELIGÊNClA ( fOCO)
cebeu que percebia, entendeu quê entendia, isto é,
descobriu-se como intêligénciu, como a8ênlê consLi-
tuinte do significado do nundo. Esse momento é ine- RAzÃo ( Padrôes simbólicos)
diatamente sêguido de um rrestrânhamento" em relação
à passividade "muda", à prêsença escática das coi-
sas em torno. Esse momento podê teÍ sido fugaz, mas
quem não se lembrar dele, não em se" detalhe aciden- MULTlPL]C]DADE FENOMÊNICA
65
I
6a 69
siDbolismo nuúérico
1. neta: a verdade, Deus
2. t ipos de veldáde :
a) de Deus (diretâ)
b) das co i sas (reftexa)
5
3. etápás do conhecimento:
a) nas coisas ou sonbres
b) na alma ou imagem Quêstõês de siobolisEo geoútrico*
c) conhec imento direto
"momento" ao métoao: I
72 1)
ciênciâ enquanto tal -- era uma atividade destinadâ
a €orrigir os desvarios da inente humanar modelândo-a una fâse do ensino sapiência1 -- os "Pequenos Misté-
pela -certeza infalíve1 dos arquétipos, simbolizados riosrr referindo-se ao ensino das leis do cosmos e do
nos numeros, nas harmôniâs musicais, nas figures devir,os "Grandes Mistérios" ao conhecimento de Deus
geométricas e nas esferas ptanetárias ( I ). À razão, e dâ €ternidade. Tratândo-se de ensino, é evidênrê
portânto, conduzia o homem até o portal do rnístério. que nen os pequenos nen os srandes Mistérios tinham
nada derrmisteriosoÍ no sentido atual do tÊrmo.
Mas esse mistério diferia profundanente do abis- Em terceiro 1usar, o retorno cíctico aos misté-
no de perplexidâde ae que é o ponto de partida e dê rios não tinha o aspecto dê r{]petição intermináveI,
chegadâ da logica e da matenatica moderna. n"m cíiculo fechado que a iusto título se poderiâ
Em primeiro lugár, se a razào nâo era o ponro considerar uma imagem do inferno, porque se tratava
terminal, mas apenas o meio on o câminho para levar justamente de retornar dêsde a realidade nanifesta,
a unâ outra coisa, o Íilósofo antigo não teria mais e portanto finita, ao mundo dos arquétipos, e por-
motivo pâra assustâr-se ao chêgar à fronteira do su- tanto das possibilidâdes eternas, e daí ao Absô1uto,
pra-racional do que o teria um viajante que, tendo saíndo definitivanênte de todo ciclo de transforma-
tonado un Erem para dirigir-se ã certa cidsde, visse ções (samsara).
aproxinâr-se o fim da vi.agem. Longe de encarar essa o retorno aos princípios tinha, assin, como fun-
perspectiva como o fim do mundo, ê1e â encararia ção, por um ladô, reassegurar a submissão das pãr-
simplesmente cono a passagem do provisório ao defi- res a um núcleo.encrál e superior, e, por outro,
nitivo, do meio à finalidâde. pernitir que essa intuição central novamente irrádi-
De fato, já o rome mesmo de filosofia pressupõe âsse sobre Eodo o canpo dos conhecimentos e âplica-
a existência de un conhecimento supêrior à própria ções particulares, fecundando-os e renovaado-os.
filosofia, isto é, ae una sabedorie terminâ1, de- Cada retorno trazia, portãnto, u.a regeneração
finitiva, "âpós a obtenção da qual não há mais co- do mlndo, e, nesse sentido, o rêtorno periódico da
nhecimento a ser obtido"(2). Eora essâ hipótese, se- ciéncia a çqu" princípios rinhá uná funçào anátoga à
rá preciso admitir que os filósofos se definiram, .dos ritos de renovação do tempo que todas as Tradi-
desde o início, como anantes do inexistente. ções senpre realizaram no êncerramento e abertüra
A passâgen da Íilosofiá à sabedoria é tem marca- de cãda ciclo temporal (3), e dos quâis as festas
da na estrutura dos diáIogos platônicos, onde à par- âtuãis dê fim de ano representam un resíduo carica-
te dialética -- preparatória ou propriamente filosá-
ficá -- se segue semprê o re1âto mÍtico, isto é, a
transnissão simbólica de um conhecinento efetivo e
conc lus ivo, de natureza sapienciaL 2
Em seaundo 1usar, a patavra ,,mistério,, só muito
receotemente -- a parcir do Renascimento, áo que me O ponto, scaúDdo sr.rliz, ri iq,,ilo que não tem
constá -- veio a sisnificsr o inintetigivel. Anres, dimensão nem ext cosiro ,1,. ,,r'1,,1, ir alguma. Ora, uma
dêsi8n.Bv.s pr,.cirrmnnto nlgo atravis do quál o conhe- dimensão é nadá mais q,,i, ,,u i,istcmá de direções que
cimento se rovelnva, s. tornrva visíveI. Se não fos- definê as várias extoncor,s sr'sundo as quais umâ fi-
se assim, conlo fxpl irxr (lle essa palavra tenha sido gura admite ser .nfo.nrln (,,, m.dida. Conforrne o núne-
usada como nome d. ,rn gênero teatral, pedaeóeico e ro mínimo de diroç<,r's (t,,,'definam uma fisura, tâ1
popular, como os "rnistr;rios" medievais? Ántes disso, será a sua dinensão. tlmn r( tâ é definida por una ú-
porém, o termo mi,t,ir io já desjgnavá propriamente nica direção (dois senr idos); um plano, por duas; um
74 1\
so já assinalado de a soma de elementos inextensos
só1ido, por rrês. acabar produzindo extensão; ao passo que um princí-
 geornetria euclidiana admite apenas essas três pio formativo contém necessariámenrê êú si a ct,ave
dinensões, mas podenos utilizar o simbolismo geomé- de todos os fenômenos que produz, não precisando so-
trico, ou espacial, para representar realidades que que quer que seja para produzi-1os, ê pêr-
não são em si nesnas espaciais nem geométricas; por tencêndo mesmo a uma orden de rêâ1idâde distinta e
exemplo, quando usâmos o movinentô dos ponteiros de superior àque1a onde se dão esses fenônenos.
um relógio pâra assinalar o tempo; Possuindo, assin, todas as dirÊções e dimensões,
representação geomátrica implicará nâis de três di- o ponto contén também â chave formâtiva de todas âs
mensões, embàra no desenho elas tenhan de permanecer figuras. Estâs, portanto, não poderão formar-se por
implícitas, por ássin dizer. Está claro que nenhum so â de pontos, nas, ao contrário, por supressão de
sistema simbólico pode dar conra da rotalidade do direções e dimensôes do ponto.
real, e por isso os antigos articulavam vários sim-
bolismos uns aos outros, anexando por exemplo -- no llma reta será, assim, definida como uma única
quadrivium -- a núsica à geonetria; de fato, um re- das muitas direções que âtrâvessârn um ponto; um plâ-
1ógio é uÍna representâção simultaneamente geométri- no, como duâs; o espaço, como três. Âs várias dire-
ca, musical e astronônica do rempo; e quaLquer um çõês e dimensões poden ser âssim consideradas como
pode verificar que a ausência de qualquer dessas pontos-de-vista segundo os quais o ponto pode ser
três representações tornâriâ impossÍve1 a existênciâ enfocâdo; e as figuras geométricas, como conbinações
dessa síntese simbólica denoninada "re1ógio". e arriculâçôes de s ses pontos-de-v i sta.
Qualquer sisteÍna sinbólico é, assim, inplicita- Se um ponto, considerado em si mesmo, ten todas
Eênte nultidimensional, e a seometriá não teria co- as dirêções, considerado como um 'relenentoÍ de uma
mo escápár disso, admitam-no ou não os geômetrás ro- reta passará a ter uma única direção, em função,
precisamente, da Iimitação unidirecional que define
ora, um pon(o, se nào tem extensào, tem, no en-
tanto, dimensão, ao contrário do quê se crô, pois As dimensões e figurâs são, desse modo, e por
ele tem dê estar en algumê direção, sob pena de não assifl dizer, "subjprivas" em relação ao ponto. pois
estêr em par:te alguna, isto é, de não\existir. constituem apenás maneiras ae encará-1o, enquanto o
Pois bem, em quantas direções está um ponto? Es- ponto é rrobjetivo", pois, contendo em si todas os
tá en todas ss direções eo uê§ro teupo, pois qual- pontos-de-vista, não depende de nenhum deles para
quer 1iÍha que se imagine, eÍn qualquer p1áno que es- existir.
teja, terá sempre umâ paralela que passe necessaria- Com isso, livramo-nos do carátor peiorativánente
mente por ês se Ponto. "abstrato" da geoEetria e restituímos sou tiame or-
O ponto é assiu,a figura que, não pgssuirdo ex- gânico com a p"r."r',,ào n,,,mxl l,',nx,n", .,á ,", q,",
teneão, está sirrltaoearcote eo todás ss direções e na realidade sensível, nrio po<t,.rnos "ver" um ponto, a
possui, portanto, a totalidade das dioênsões. não ser cono intersecçr'io ,l(, lilllrns, do mesmo modo
Nesse scntido ri qrc o ponto representa o princÍ- que.não podemos "verrr úm ohi(,1r, "en si", isto á, na
pio 1ó8ico e ontol<i8i(o de onde emersem as fiauras, simultáneidadê d' t,,Jrc xr ,,,r.r' dimênsões, ÍÍas ape-
e não apenas um "rlerncrrto" constitutivo destâs; pois nas segundo um ou alSurrs I,()r!tos-de-vista, que serão
utn elemento, para contribuir à tormação dâ figurâ, precisamente a(tucler t,,.1(,s 9uâis o encaramos. A in-
deveria somar-se ou xrt icular-se a outr:os eleneÂtos visibilidade do porrto.ri a iovisibilidade dê qualquer
da mesma espécie, con o que cêiríamos no contra-seÍ- obieto tomado c,)nro totalirla<le "em sir'; sua visibili-
76 77
dade, a de quálquer objeto enquadrado -- e por isso dem quantitativa, ( à qual o Absoluto é transcerder-
mesmo limitado -- por um dado sistemâ de perspecti- te) e portanto, embora representando o Absoluto, e1a
vas (4). De nodo quê os aparentes paradoxos sobre o
ponto se reencontram em qualqner objêto sensíve1, as figuras, a mais semelhantê ao ponto
De todâs
não cabendo atribuir aos objetos geométricos um ca- é, pois, a esferâ, porque, as figuras diferencian-
ráter nem mais nen menos "misterioso" da que s todos do-se pelo seu nú,ero de_direçôes, rânto o ponto
quanto â esfera ten indefinido de dire-
Assim, como as figuras fornaÍn-se por particula- ções. O mesmo se poderia dizer da circunferência,
rização -- e portanto linitação -- das possibilida- num s imbol i sno p1ano.
des do ponto, está claro que a totalidade das figu- Jâ a reta e, de todas, s figura mais diferenre
ras possíveis será manifestação integral dessas pro- do ponto, por ser a mais limitâdâ quánto ao número
priedades e, portanto, o correspondente, nâ ordem da de direçõps. O ponto e a reEa tormam, porranro, os
manifestação, àquilo que o ponto é na ordem dos dois êxtrêmos de uma "escala" dentro da qual se dis-
tribuem as váriás figuras geométricas segundo o nri-
l"so é simbolizaco na relaçào entre centro e nero dê suás direções. Como o ponto, entreranto, não
circunferência, pois a circunferência representa, no é propriamente uma figura,e sim ele mesrno é o prin-
plano, o mesmo que a esfera no espaço. sabemos que á cípio das figuras, pode-se dizer que e1e está fora e
c"rva é aeterminada pelas-suas tangentes; a tangen- acina dessa escala e que, portanto, a primeira figu-
te, sendo uma reta, contém umâ direção (dois senti- ra -- a mais multidirecional da escalâ -- é a esfe-
dos). Portanto, a circuoferência, sendo a única fi- ra, seodo assim a esfera e a reta os dois extremos.
sura que se define por ter un número infinito (ou Em sentido decrescente, essa escala iria da esfera,
melhor, indefinido) de tangentes equidistantes do através dos sóriaos c"rvos -- supe!fÍcies topológi-
centro, tem a seu próprio nível, uma das proprieda- cas -- para os poliedros regulares, destes para as
des do ponto, que é a de possuir um número "infini- figur.as planas e destas pâra os se8nentos de retas e
to" de direções; a diferençs é que a circunferência as retas, mais ou nenos assim:
tem direções "infinitas" no plano, enquanto que o
ponto âs tem no espaço,,sendo e1e mesno, assim, o Escala das fisurâs
princ ipio do espaço (5).
Quanto à esfera, ela Eem um número indefinldo de 1s Esfera
retas e planos tan8entes em todãs as direções, e po-
deria ser considerada totâlmente igual ao ponto, se 2e só1idos de supertír:ies planos ran-
essas tangentes fossern também tangentes ao centro; gences não equidistantcs do centro.
ora, a distância que vai do centro ao p1âno tángente
da esfera -- o raio - não é em si mesma una tangen- 3e Poliedros com tr 1ados.
te da es[crâ, e por tânto â esfcrá ten todâs as dire-
ções possivcis mnos as.lir.,çõos dos raios, sendo, 4e Poliedros com n-l 1ádos
portaoto, "nx.is liurít dn" (tú. o ponto: trata-se de
duas indefinitú(l(.s, nurs tlt' "támanhos" diferentes. 5e ...ne Poliedros com tr-2, n-3
Há entre o p,,,,r,, r ,r .jr1.râ urna relação tromó1oga à
que há, na netalisica, intre'rÁbsoluto" ê "Totalidâ- na + I FiCuras planas com curvâs
de"; a total i(ls(i. iorr)Lica uúâ consideração de or-
18 79
I
n9 + 2 Eiguras ptanas regulares com tr lado§ as retas ao pontoj ou seja, ae todos os relativos a
ne + 3r4,5 ,..n FiguraE planas com n-|, o-2, Assim, cada segmento pertence, simultâneamente,
n-3,... Iados 1e ao ponEo que oÍigina a recâ a que pe.tence; 2e a
1 esta reta; 39 ao plano total; 4o a cada umá dâs re-
ns + n9 Se8úentos de reta. tas que atravessam o ponto e se espâlhan pelo plano,
porquê,se o segmento pertence a total;dade do p1ano,
n9 + ? Reta pertence também a cada umá de suas pârtes, {lesde que
estes não tôm existência senào pela totalidade.
Essê escala é o símbolo dá totalidade dos esta- Temos portanto aí um sinsolo <la participação si-
dos do ser, segundo o seu progressivo "afa§tâmento" multânea dos entes em vários estados de existêocia
do ser püro. À retâ simboliza o princípio de divisão (representados, no caso, pelas direçôes).
-- a substância. o enEe participa do seu próprio êstado através
Por un ponto pode pessar um número indefinido de da direção em que está ê, portantô, da distinção en-
retas. Cada segmento dessas retas ten um tipo de re* tre essa direção q as demãis; êssa distinção se faz
alidade duplâ e simultânea: pode ser visto enquanto a partir do ponto. i!Íâs êIe participa do Todo atraves
parte de uma reta ou como parte do p1áno total, que da união de todas as direções no ponto. E participa
é e.anação do ponto-e no qual a retâ a que pertencê também de cada uoâ das outrds oireçàes atravi" das
esse segnento é senão u. ponto-de-vista entre rnui- figuras geornétricas que estabelecem re1âçôes entre
tos. Do mesmo modo, cada ente pode ser visto ora co- segmentos.
mo nenbro da sua própria espécie, ora sinplesmente O simbolisno do .írcrrlo p dr r. rá .oni-m, Llr rá-
como um ente irdividuar. neira resumida, a doutrina dos estados múrcipLos ao
Ora, dada uma reta e, ne1á, um segmento, este ser. Cono o símbolo dâ Unidade, o ponto representâ
segmento n{o poderá ser medido -- comparado -- com evidentenente o lado êssência1 da rnanifestação toma
um segmento de outra reta a não ser que suponhamos a da como um todo. se, porém, tratamos dos entes ên
existência de um plano conum a ambas. particular, o ponto -- representando a totalidade
(Aqui é preciso abrir um parônteses pârâ exPli- dâs possibilidades -- passará, muito na.uralmente,
car que duás paraLelás nào poderian, Por si. deter- perâ inversão que sempre mudãnça de plano
minar um plano, pois ou há distâncjá enrre eIas. ou -- a representar a "subscância" de que são feitas as
nào há; neste útr i," .aso, anbas sào a mesma retá, e fisuras, e a reta a essência, ou seja, a aquilo que
só reca não determina um plâno;no caso anterior, determina a qualidade particular dessas figúras. A-
"ma
é rorçoso supor entre eias un número indefinido dê 1iás, isso é claro pelo fato dê que, por um lado, o
s.,grnentos de retá de i8ua1 extensão, perPendiculares que define as figurâs, quando retilíneas, é a <lire-
a ambas,e assim não §ão duas retás apenas que deter- ção e o "ú.e'o de suâs arestas, e, quândo curvilí-
minam o plano, mas elas oais pêlo menos um segnên- neas, a dirêção de suâs tangentes; en ambos os t asos
to. Assim, duas retas bastam párâ determinár un pLâ- são retas ou segnentos de reta que det.'rmir),rri{, r
no desde que não sejam paralelás. ) forma -- isLo é, a quaiidád,
ora, se falamos em plano, rePortamo-nos imedia- -- das figuras. Por outro 1ado, sendo as Iirlrr|t'; rr:r
tamente ao ponto de origem e cruzamento das retas. da mais qr:e "pontos-de-vista" sohr'( ,, t),',,1,', ,,nri,
Assim, a mediação --comparação -- de segmentos pres_ vimos, está claro que âs figuras ri,, 1r'i r ,r" rlo 1,,,rr
supõe a existência do plano e a referência de todas to, a Partir do ponto que ó s,r,r ,,,,1,,,1Ir,), r,i, :i,!rdo
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mais exato dizer ísto do quê efirmâr, no plure1, co-
no seralmente se faz, que sào feitas "de pontos", o
que, além de levar à contradição que iá assinalarnos,
contradiz a unidade de sub.tância no plano cosmoló-
gico.
Notas
capírulo I
6b- Estê trabalho iá estava escrito desde muitos me- 7- No sentido amp1o, não limitativo e "guénoniano"
ses ântes, quando tivemos o dêsgosto de 1er, no su- da palavra.
plemento rolhetin, da Folha de São Paulo de 15 de
fevereiro de 1986, um artigo assinado por uma ex-a- 8- Este ponto já foi exaustivanente denonstrado em
1unâ nossa, no quat não aPenas se cometia essá nesma inúmeras obras de aucores tradicionais (por exemplo,
confusão, mas sê utilizavá como instrumento Pâra co- Rená cuénon, "Necessité de 1'exotérisme traditio-
.etê-la o mesmo texto de São Tomás de Aquino que ha- nne1", em Initiatioo et Réalisation sPirituelle, Pa-
víamos utilizado para preveni-1a. Tratâ-se do texto ris, Editions Traditionelles, 1975), ben como em
referido na nota ânterioÍ. No referido ãrtigo, a âu- nossos trabalhos ânteriores, rnas semPre surgen pes-
torâ, ao discutir a etiologia das neuroses, afirmava soas iludidas, que se acreditam portadoras de não
que ôs movimentos dos p1ânetâs não são car-rsas desses sei que dom especial que as hâbilita â tornar_se ex-
ástaaos mórbiaos, de vez que, "segundo São Tonás de ."ções a ."gta, Podendo ter acesso à realizaçào es-
Aquino, os astros não influen no nosso entendimen- piiituar sem .ut."t"'-"" à lei rel igiosa É uma do-
to". Ora, isso é precisamente o contrário do que ençá.
pretende dizer S. Tomás. De acordo com o Doutor An-
gélico, os astros não influem no entendimento huna- 9- Cf. Frithjof Schuon, L' EsoterisDe come Principe
no, mas podem obstar ao sêu funcionamento normal et come Voi€, Paris, Dervy, 1978, P. 142.
at.avés dai paixões, que êles Provocam através aa
influência quê exercen sobre o corpo. ora, o que l0- cf. René Guénon, La Grande rrisde, Pâr is, Ga11i-
chãmamos hojê de neurose êvidentemente se enquadra mard, l957, Chap. xIlI, esP. P. il7.
na categoriã dos distúrbios a que São Tomás chamaria
"passionais", que obstâm ao exercício do entêndimen- ll- o neio regular e normal de participação na cráça
to, e tais distúrbios "ão exata-ente aqueles quê ele senrlo a pertinência a uma tradição regular, por cer-
diz serer causâdos pelo§ úovioentos dos platretas. 0 to nâda impede que a Graça desçâ sobre um homem des-
que s. conclui é q,,. a a"tora não leu o texto que ligado de !uarq"er Lraailão, mas eIa o rará porque.
cita. Nos tcrmos do probleÍnâ qúe estamos estudando splritus ubi vult spirat, e não porqu" esse indiví-
no prrs(rt,' erpírrrlr,, ( 1, rPlicotr indevidamente ao duo Eenhá estudádo seu proprio mapa âstral...
campo tlá nstr()1,)tix nÍrt,rr.l (i tiologia das neuroses)
um princípio (rl, <1rrl os .art ros "ão inflúêo sobre o 12- A rigor, toda ciência de observação dev. ter um
campo definido e claramente circunscrito. (loox), no
entendimento) r, l,'r,'nrl i astrologia espiritual. (lrro
Talvez tenha si(1,) l, vx,lr . isto pela confusão, fre- câso da astrologiâ, esta âbrange nadá menos Lodo
quente nos ps i cri t ,,8os e ps icoterapeutas , entre o o orbe do úundo sensível, não se pode laz( ' tlrl cir-
psíq,rico e o est)ir ir rí I , ou p€lo desejo não nuito cunscrição senão a partir do conho.inxolr) rlos muotlos
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supra-sensíveis. Como esrê conhecimento está siruado 5- Sobre â simbólica dos números, ver Mário Ferreira
"para alóm da êsfera de sâturno,,, e como êstar por dos Santos, Pitágoras e o teEa do núrero, São pau-
sua posição 1imítrofe, marca âssin u pr"""gá, ào" lo. l4arese, I965, pp. t67-18/, e conparar
"Pequenos Mistérios" aos "crandes uistéitos,,, con- qenciá dos sipnos do Zodiáco.
preende-se que,en suâ estrutura mais amp1a, a astro-
logia só pode sêr donináda por alguém que tenha con- 6- René cuénon, S),Dbotes de la Scietrce Sâcrée,
pletado a inici:ção de itequenos Misrérios,, e esre- Chap. XLIII.
ja, portanto, reintegrado na posição de ,,Homem Ver-
dadeiro"(Cf. René Cuénon, La crao(le Triade, op.cit., 7- Tiúâeus, 1oc. cit.
Chap. XVIII, sobre as hierarquias espirituais). Fora
d:s\o. o esrudanrê de asr rologia, se nào quiser cair 8- Dãnte, Convívio, trát II, cap. XIlÍ
nas tánLâsiás ma;s extraváganres, aeverá Iimitâ,-se
ao donin:o dêharcádo pejo êxoEerismo Eradicionat a 9- Cf. Titus Burckhardrj AlquiDia, rrad. espanhola
que pertença, não se aventurando mais a1ém eltr suas cit. , pp. 89-92.
conjeturas. Para o caso cristão, por exenplo, São
Àquino expôs
romás de com muito riior . ei"gá""ia l0- Cf. Martin Schombnberger, I Chiog aüd the gene-
cssas delimitaçôe Suma contra centites, tic code.
cáp. LXXXII ss.
ll- Se as leis da Iógica, enquânto reflexo do Inte-
l'] Dcs ev.nos dlBo dê"se nêopagánismo lecto.Divino, são sacras, a redução da lógica a uma
trabalho "Astrologia e asrrolâtria,,, em Asrros e mera combinatória fornal sem alcance oniológico, e
ríOor"s, op. ciE., cáp. Vrr. sua con§equente utilizãção como insrrunento de des-
truição dâ intetigência humâna, ra1 como se vê no
nundo moderno, represenram uma inversão dá tógicâ,
devendo, porranto, ser atribuíaas propriamênre à ,'o-
capítulo rrr bra" da contra-iniciação. A1iás, se a rógica não
fosse uma ârte sacrâr se eta não fosse a garanrja dã
unidade e integridâde do pensamento humano, por que
l- P latão, Tinaeus, 47 c. cer(âs pêssoas sê ,om ránLa dedicaçào em
"mpenhar iám
2- Todos os fi1ósofôs que procuraramr em todas as é-
npgá-1a ou deLu, pá-la I Com sua
habiruáL a.uídade,
pocas, discernir as esrruturas fundamentâis do dis-
Mario Fêrreira dos Santos nào oeixou de rêparár no
caráter "satânico" da 1ogística contenporâne; (Cf.
desde a silogísrica de Aristóte1es até o Grâtrdezas e nisérias da logistica, São pauto, l,Íare-
"rriâng,,to de |eir..',, passando petâ dialéticâ de se, 1966), e hojê em dia tambén trá muito aisso em
HeBel .l'.rnranr, ,m,ittima anátise. a um ternário_ certas concLusôes que os,,fitósofos', do saranismo
extraem das descoberras da neurofisiotogia (Cf. Ar-
3- Rentl c,r,lrron, t,c siEbot isoc d(' t, croix, Chap. IV. thur KoestIer, Jâno- IIDa sitrops€, trad. brss., São
Pâu10, MelhoramentosJ l98l; e Robert ornstein,.Ih€
4- René Cuénon, t.. Rcsno íro ra quantité e les signes Psychology of Conscionsness, Loodon, r'reom.cn, t972;
des Temps, Chrp. V. Ed$ârd de Bono, The líechalrisú of üind, l,on(l()n, Jona-
thân Cape, 1969, e ourras malrrqrriccs,l,r gincro). É
88 8g
importante, neste assuntor ter em mente á âdvertên- 3- v. Apêndice deste câpitulo, "Resuno dâ filosoÍia
ciá feila por René Guénon, en Fonres Treditionelles de São Boaventura".
€t Cycles cosriques, (Paris, GaLlimard, 1970, pP.
112)t há, diz ele, r'una ântiga trâdição" sêgundo a 4- Para uma explicação do conceito de civilização
quâ1 â dialétice de Aristóte1es tem, a1én do seu trêdicioÍal, v. René cuénon, r,â crise du rronde Ho-
sentiao ólvio e êvidenre, um senLido secreto que só deÍtre, Pâris, callimard, 1946; para o estudo de uma
poderá ser descoberto e utiLizêdo Pelo Anticristo, civitizaçào trádicional, a Lí(ulo de anosLrá, v Ti-
no fim deste cic10. Depois que a propaSânda sublimi- tus Burckhárdt, Lâ Civitizscíotr Ei spano-Árabe, trad.
nar, a nanipulação e a 1âvagem ceÍebral se substi- espanhola, Madrid, Al ianzâ, 1977.
t"íram à antiga ietórica (cf. olivier Reboul, Lá Ré-
thorique, Paris, P.V.F., 1984) e dePois que arrlo- 5- Seyyed Hossein Nasr, xÂn snd Nature, Íhe sPiri-
gística" us"rpou o lugar da antiga 1ógica forrnal, tual Crisis of ríoderr lían, London, Ceorgê Allen and
a "técnica" oue um Idries shah denominá únwin, 1976 (ná traaução brasileira, pela zahar).
'.'á ."e
"juaô iing"ístico" -- q," é precjsamente una dialá-
tica, más anputada de qualquer intenção de verâcida- 6- v. René Guénon, 1,e Regne de la Quantité et leg
de e posta feroznente a serviço da confusáo -- la sigoes des TeEps, PâÍis, Gallimard, 1945, pp. 37-47.
não é ao menos un ensaio dâ dialética do Ànticristo
,'ã"1"..-0.' c"é"o": p.' outro 1aão, a dialética, 7- Ao fazer certas críticas à ciência moderna, em
como diz Aristóteles, é urna arte de raciocinar sobre ambientes universitários, invâriavelmênte escuto a
o incerto e o provável; e â hábil manipulação de objeção de que as correntes "nais modernas" ou "mais
massas ale incertezas e imprecisões pelas técnicas ."r"ç.a."" da física,por exenPlo, vêm se encaninhán-
das organizações contra-iniciáticas é o que produz, do num sentido "espiritualista". Cita-se rominâImen-
nas vítimas de seitas aberrantes como Rajneesh, te o'àaso da cnose de Princeton. Por um 1ado, essas
Moon, etc., o novo quâdro ctínico a que os Psiquia- correntes científicas nào apresentam senào uma gros-
tres, nui precisamentê, denominaram "psicose infor- seira coütrafação da êspiritualidade legitina e, Por
ná t ica" . o,rtro, não deixa de ser engraçado que venhâm citer e
cnose de Princeton, no sentido de rnostrar que os al-
l2- cf. Aristóte1es, Dâs Cetêgorias, tradução, notas sunentos tradiciooáis se refereE a um tipo de ciên-
e comefltárioE por Mário Ferreirâ dos Santos, Sào cia já s"peraao no próprio terreno científico, jus-
Paulo, Ilarese, rôeS, e nené Guénon, htroduction Gé- taúente á alguém que foi, document âdamente , o pri-
nérale à f'Étude d€s DoctÍires Eindoues, psrte III, meiro a escrever sobre o assunto neste País (V. o1a-
Châp. IX- vo de CarvaLho, "A gnose de Princeton'r, Pleúeta n9
57, junho de 1977 ; antes disso so.ente o repó.rer
Rui veiga tinha registrado a existência dessa cor-
Capi tu Lo lv rente, nunâ nota publicada no JorEal da SeDana de
São Paulo; êssa notâ) aIiás, foi redigida mediante
l- v. f,ená curlnon, l,s Cránde TÍiâde, Paris, Celli- intornações rornecidas por nim mesmo. p,'i' na tll,'.a
lrrd, 1957, pp. lt3 rs. não era outro o diretor de redsçÀo dossi jornal).
Àcrescente-sê, a ben (!s vor<lad(', q,,t' .() e sÜ, v( r so-
2- Id., ln, Synbolisne de 1a croix, Pari6, Vége, bre a Cnose de l'rin(r'lorr .nrl,flrrllt i n(, nx 3 () etrtrrsi-
t93t. asno enganoso (ln(lrrel,'i (1,,,' ni{,,tll l xl)r.i'rnlrn'.omo
90 ')t
exêmp1o da e spir itual idade científica. CONHEçA OS LÀNçÂMENTOS DÁ IIOVA STELI,A
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