Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
*
A ~ OUISI O
PQ TUGU A
Pelo Di ANTÓNIO JOSt S
Publicaçoes
E UROPA-AMERICA
A INQUISIÇÃO PORTUGUESA
' .
..
;
OUTRAS OBRAS DO AUTOR
Gil Vicente e o Fim do Teatro Medieval - 1942.
Para a História da Cultura em Portugal - 1946.
As Ideias de Eça de Queirós (Prémio da Academia) 1946.
A Escola - Problema Central da Nação 1947.
A Obra de Júlio Dinis e a sua tpoca - 1949.
A Evolução do Teatro de Garrett - 1949.
Herculano e o Liberalismo em Portugal - voL 1, 1950.
História da Cultura em Portugal - vol. I, 1950; vol. o, 1955.
Fernão Lopes - Colecção «Saber> - 1953.
O Caprichismo Polémico do Sr. António Sérgio - Porto,
1952.
Herculano Desconhecido - Porto, 1953.
EDIÇ{}ES ESCOLARES:
-
A INQUISIÇAO
PORTUGUESA
por
ANTÓ:\IO JOSÉ SARAIVA
PUBLICAÇõES EUROPA...Al\-ltRICA
45, RUA DAS FLORES
LISBOA
NOTA PMVIA
O AUTOR
CAPITULO I
INTRODUÇÃO
. ,.,
10 A INQU!SJÇAO PORTUGUESA
OS CRISTÃOS-NOVOS
2
18 A INQUISIÇAO PORTUGUESA
'
25
OS CRISTAOS-NOVOS _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
'
«... e .porque as [fazendas] com que pela maior parte se
sustentam [os reinos e senhotios de 1Portugal] são as dos
homens de negócio e gente de nação, assim da que reside
e mora no mesmo reino e suas conquistas, como nos outros
reinos e iprovincias que com ele têm trato ie correspondên-
cia; as quais, 'J)Or 'eStarem sujeitas a cooifiscaçãQ. é nec~
sário segurarem-se, .para o iconrerclo se ;pode~ <Sustentar,
progredir e aumentar ... >.
,,
OS CRISTAOS-NOVOS 35
\
36 A INQU!SIÇA.O PORTUGUESA
.,
42 A INQUISIÇAO PORTUGUESA
•
CAPITULO IV
'
CAPITULO V ,
O PROCESSO INQUISITORIAL
'
O PROCESSO INQUISITORIAL 61
5
66 A INQUIS/ÇAO PORTUGUESA
prios 1filhos. J;: de crer que o rijo velho, ciente das de'Clarações
do.s lfHhos, tivesse iconduído que era !Preferível salvar a vida,
aceitando-as, evitando uma condenação à morte como «nega-
tivo ipertlnaz:>, que a nenhum deles aproveitaria. O processo
aptoxim&va-se 'Cio rfim. Bm 10 d e Maio de •1682 rea:lizava-se o
auto-'de..fé "em .Lisboa. António Serrão de Castro, ipor ter feito
todas as rconfissões pedidas pelos inquisidores, era condenado
a abjuração e cárcere .perpétuo, sendo os seus bens 'Confiscados.
Seu •filho iPedro, que não fizera .co11fí.ssões, foi relaxado ao
·braço secular, oganotado "e queimado; os outros, > Luis e Teresa,
que !haviam ,fieito confissões, foram, .como o •pali, admitidos à
recon·ciliação e co!l'denado.s a cárcere ,perpétuo. No mesmo auto
saíram várias outras pessoas >presas ~lo nresmo 'Processo.
Quando <leixar'am os cárceres do Santo Ofício pa:ra a >luz do
Sol .se viu que o velho Serrão tinha quase completamente <:e-
-gado e os seus dois filhos que haviam denunciado o pai e os
irmãos <estavam dementes. Serrão de Castro ficava ipela sen-
tença obrigado a artas devoções e a usar sempre o hábito
.penitencial ou sambenito. Dava--se-lhe >por cárcere a cidcrde de
-Lisboa, cárcere .bem grande, onde não tinha um t<e<:to. Privado
dos seus bens, que tinham ido engr'cssar a IFaze!l'da inquisitorial,
só restava como modo de vida ao antigo boticário, que tinha
a seu 'CaT90 uma irmã viúva e os filhos de:orentes, a esmola
>pública. Ma-s o sambenito que ·tinha de usar ,provocava as
atenções e os apupos da genre da rua - <o que o impossibilita
>para <buscar o remédio que há mister>, diz o ipoeta num reque-
rimento 001 que ipede ao Santo Ofício, .pelas cinco .chagas de
Cristo, qll'e, t'usando com cle réu daquela misericórdia ~ .pie-
daode que -com todos costuma usar», o dispense de trazer wstido
o hábito ipeniteacial. O requerimento rfoi atendido e o ancião
de 73 anos 'l)ôde, enfim, esmolM à rvontade nas ruas de [,isboa.
Em resumo, tanto o regi mento como os processos mostram
que o acusado se encontrava inteiramenl'e à mercê dos inqui-
sidores, se·m quaisqll'er garantias de derfesa, rp odendo únicamente
tentar a misericó~dia inquisitorial. Mas iesta era um rprémio
corrcedirclo apenas aos que e:olaboravam icom a Inquisição. Regra
O PROCESSO INQUISITOR.IAL 69
OS AUTOS-DE-Ft
•
72 A INQUISIÇAO PORTUGUESA
1 ISub,9titu!mos " fótmulci dada em inglts pe-lo autor por uma outra u-
AS VITIMAS DA INQUISIÇÃO
6
82 A INQUISIÇAO PORTUGUESA
..
AS VITIMAS DA INQUISIÇAO 83
. '
92 A !Nó.UISIÇAO PORTUGUESA
)
94 A INQUISIÇAO PORTUGUESA
7
98 A lNQU/SlÇAO PORTUGUESA
gui.u evitar que esta sua obra fosu também posta no índice em
1581. Mais tarde foi reeditada, co:n as amputações inquisito-
riais. No indic'e de 1624 figuram também as comédias de Sá de
Miranda e António Ferreira, onde se manda{ll cortar alguns
passos anticlericais e outros considerados licenciosos. Por este
último motivo foi expurgado também o Cancioneiro Geral, de
Garqa de Resende, já no índice de 1581. Um exemplo muito
característico é a (proibição, n este mesmo índice, da Menina e
Moça. de Bernardim Ribeiro.
Neste livro não se encontram nem os ataques ao clero, nem
os erros de fé. nem a nudez feminina, que em geral provoca-
vam a intervenção da censura. Nem por i.sso a Inquisição se
deixou iludir pelo sentido profundo da obra, onde a força ima-
nente da natureza é incompatível com qualquer concepção
transcendentalista. A Menina e Moça criou também fundas
raízes no público portugués. e po~ isso, decerto, a proibição
era levantada em 1645, daia em que se publicou nova edição.
Cópias manuscritas ca Menina e Moça do final do século XV1
sugerem que estl' livro tev;: uma vida clandestina sob a vigên-
cia da proibição inquisitorial.
Um dos aspectos capitais do Humanismo é, como se sabe,
a revalorização da Bíbiia, sobretudo dos quatro Evangelhos e
dos Actos dos Apóstolos. Os Humanistas viram nesses textos
o essencial do Catolicismo e empenharam-se no trabalho de o
editar, publicando novos manuscritos •gregos, de o comentar e
de o traduzir. Mas o texto evangélico em tradução acessível aos
leigos .fora já proibido •pela Igreja durante a Idade Média. O
concilio de Trento, como vimos. deixa aos bispos e inquisidores
a faculdade de o autorizarem ou não. No entanto, a atitude
da hierarquia eclesiástica vai endurecendo, até que, em 1713.
Clemente XI condenou como um erro 'C!e fé o uso da Bíblia
pelos leigos. Na Península Ibérica a recomendação do concilio
de Trento foi aplicada com grande severidade. que culmina
com a proibição no índice espanhol de 1640 das traduções da
Bíblia em conjunto ou de qualquer fragmento dela, assim como
qualquer sumário ou compêndio. Em Portugal, onde se pubH-
A CENSURA INQUISITORIAL IOI
,.
104 A !NQUIS!ÇAO PORTUGUESA
A « LIMPEZA DE SANGUE»
..
CAPITU LO X
8
114 A INQU/SIÇAO PORTUGUESA
..
118 A INQUISJÇAO PORTUGUESA
Nota prévia 7
CAPITULO VI - Os Autos-de-Fé .. .. . .. . . .. . . . .. .. 71
A CENTELHA DA VIDA
O melhor romance do autor depois do seu famoso
liuro «A Oeste Nada de Nouo».
0 8 /1 5
(A REVQLTA DO CABO ASCH)
Um grande romance, o maior sucesso de liuraria
na Alemanha depois da segunda grande guerra. Uma
sátit'a mordente ao militarismo alemão.
MANUEL ROJAS *
F ILHO DE LA DR ÃO
Um impressionante romance de um dos maiores
escritores da América do Sul.
Pedido3 ao editor
P U BLICAÇÕES E U ROPA - AMgR I CA
COLECÇÃO
ESTUDOS E DOCUiVIENTOS
*
Pedido$ ao editor
PUBLICAÇOES EUROPA-AM~RICA
Este livro foi composto e impresso
nas Ofidnas da Bditora Gráfica
Portuguesa, Lda., Rua Nova do
Loureiro, 18 a 34, em Lisboa, para
Pubhcações Europa ~ América, e
conduiu~e 'e'm Fevereiro de 1956.
.,.
\
J
O AUTOR
António José Saraiva, Doutor em
Letras, antigo assis~nte da Fa<·ul-
dade de Letras de Lisboa, não ca-
rece de ser a;:iresentado ao 1público
iportu<;1uês e brasileiro, É o autor' da
História da Literatura Portuguesa
(3.ª !edição), N.• 7 da Colecção
SABER, e de Fernão Lopes (estudo
e an~logia), N.º 22 da Colecção
SABER; publica actualmeote. em
fascículos, uma História da Cultura
em Portugal (2 volumes já comple-
tos) e a sua bibliografia, pela quan-
·ti'Clade e ipe)a Qualidade, é a .sua me-
lhor apresentação. Autor de ensaios
como Gil Vicente e o Fim do Teatro0
Medieval (•1942) e A Escola-Pro-
blema Centeal da Nação (!1946). de
estudos 'Como Para a História da
Cultura em Portugal (1946) e As
Ideias de Eça de Queiroz (1946),
A Obra de Júlio Dinis e a sua Epo-
ca (•1949). A Evolução do Teatro
de Garrett, António José Saraiva é
um investigador, um crítico e um
historiador da cultura que ocupa •lu-
gar de mere<:ido relevo nos meios
intelectuais portugireses.
*
VOLUMES PUBLICADOS
1- HlSTóRIA DAS nCNICAS, por Pierre Ducassé
2- HISTORIA DO ONEl\lA, por Lo Duca
3- A GRAFOLOGIA, por Herbert Hertz
4- OS SONHOS, por Jean Lhcrmittc
5- AS ORIGENS DA BURGUESIA, por Régine .~~cnoud
6- A BATALHA DOS TitUSTS, por Henry Peyret
7- llISTóRlA DA LITERATUHA PORTUGUESA, pelo
Dr. António José Saraiu.2 (3.• edição).
8 - 00 ÁTOl\10 A ESTRELA, por Pierre Rousseau
9 - HISTóRIA DO TEATRO, por Robert Pignarre
10 - AS GRANDES CORRENTES O.\ FILOSOFIA, por
Pierre Ducassé
11 - OS REGIMES ALl'.\IENTARES, por P. Chéne
12 - A GtNESE DA BIDIA~ IDADE, por C. Arambourg
13 - AS IITAPAS DA GEOGRAFIA, por René Clozier ,
14 - HISTóRIA DA VELOCIDADE, por Pierre Rousseau
15 - A POLICIA CIENTIFICA, por léon Lerich
16 - AS GRANDES DOUTRINAS ECONÓMICAS, por
Arthur Taylor
17 - PASTEUR E OS MICRóBIOS, por Albert Delaunay
18 - 0 OCULTISMO PERANTE A CrnNCIA, por Marcel
Boll.
19 - CONTABILIDADE, por Jean Pourastié
20- A ADOLESCE:NCJA, por Maurice Debesse
21 FERNÃO LOPES, por António José Saraiva
22-A VONTADE, por Paul Foulquié
2l - A CA 'IÇÃO POPULAR PORTUGUESA, por Fer-
nando Lopes Graça
24 - A I NTEUr.E:NCIA, por Gaston Viaud
25 - A REVOJ fJÇÃO FRANCESA, por Paul Nicolle
"26 - A HEREDIT-ARJEDADE HUMA A, por Jean R1»tand
27 - A ARTE DE PINTAR, por Tristan Kling:ror
28 - DISCURSOS PARJ.AMENTARES, por Almeida Gar-
rett.
29 - A ORIGEM DAS ESPtCIES, por 8mile Guyénot
30- O VOO NO ESPA(:O C'.óSMICO, por A. Stern/eld.
31 - ~ INQUISIÇÃO PORTUGUESA, pelo Dr. António
fosé Saraiva.
sr.rle Especlal 1
1 SE - AS t'l'APAS DA MATEMÃTICA, por Marcel &li
2 SE - A REVOLUÇÃO INDUSTRIAI., por T. S. Ashfon
Preço de cada volume de Série Vul1ar1 Ese. lSSOO