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SEMINÁRIO TEOLÓGICO PRESBITERIANO REV.

DENOEL
NICODEMOS ELLER

ABRAHAN NUNES SANTIAGO

ANDRÉ LOPES RIBAS

HUGO CORDEIRO GOMES

RODRIGO EDELBERTO SOUZA DOS SANTOS

RÔMULO HORA SOARES

CRISTIANISMO NA ÁFRICA

Belo Horizonte
2021
INTRODUÇÃO:

Segundo o professor Isaías Lobão1, o Cristianismo na África possui um histórico antigo.


Destacando-se o fato de que nos primeiros Séculos, muitos dos pais da Igreja eram
Africanos, como Agostinho de Hipona. Além disso, na região Norte do continente há
vestígios de importantes manuscritos do Novo Testamento, e outros documentos
importantes da Escola Cristã de Alexandria.

Contudo, o cenário mudou com a expansão da religião Islâmica no século VII, fazendo
com que tanto a Igreja Ocidental, quanto Oriental perderam sua influência no
Continente. Cabe ressaltar que dentro do continente, desde os tempos remotos, no
território Africano, são praticadas religiões próprias de cada País, tribos e etnias, com
características variáveis, sendo místicas, animistas, de invocação de espíritos, cultos
sacrificiais, panteísmo, entre outras.

Em 1402, as Ilhas Canárias foram colonizadas pelo barão Norman e com ele
Franciscanos trabalharam na Ilha. Contudo, somente em 1415, que há um maior
investimento, pois neste ano os Portugueses chegaram em Ceuta, no Norte Africano,
alargando a rota comercial do seu Império e a influência do Catolicismo Romano no
Continente.

Por sua vez, em 1460 os portugueses ocuparam as ilhas de Cabo Verde, ainda que
eventos importantes para a História da Cristandade tenham ocorrido elas foram locais,
posteriormente, a região foi dividida em duas capitanias entre portugueses, genoveses e
castelhanos e até meados do século XVII foi um entreposto comercial com o intuito de
comercializar escravos, o que foi um evento traumático.

Entre o final do século XVII e meados do século XIX os Ingleses assumiram a frente da
colonização do continente africano. Por serem uma potência econômica no período,
com os resultados da Revolução Industrial já consolidados. Um País de Histórico
Protestante e que iniciara uma série de empreendimentos para as missões estrangeiras.

As modernas missões Protestantes na África, segundo Ruth A. Tucker 2 iniciaram no


século XVIII, na Colônia do Cabo com o movimento dos Morávios. E, na transição para
1
Cristianismo na África - Prof. Isaías Lobão Pereira Júnior (monergismo.com)
2
TUCKER, Ruth A. – Missões até os confins da Terra. Shedd Publicações, pag. 169.
o século XIX, a Sociedade de Londres já havia se estabelecido no território do
continente com Robert Moffat.

Os primeiros missionários são alvos de críticas por considerarem os Africanos (ou


quaisquer povos não cristãos) como degradados por lhes faltar o ensino moral Cristão, e
ao evangelizarem estas culturas, terem um comportamento de ensinar as práticas
europeias aos evangelizados. Contudo, mesmo com esses equívocos a vasta maioria dos
missionários era pró-África e sua defesa de justiça social muitas vezes fez com que
fossem desprezados por seus irmãos europeus.

Estes primeiros Missionários não eram clérigos ordenados, antes eram operários,
artesãos, jardineiros, obtendo sustento principal de trabalhos manuais ou de pequenas
doações coletadas.

A contribuição Missionária que mais impactou a Cultura Africana foi a Tradução da


Bíblia para algumas tribos, porém, foram empreendimentos locais e a falta da Bíblia
escrita continua sendo um desafio até os dias atuais.

ROBERT e MARY MOFFAT

Ele foi o patriarca das Missões na África do Sul, sendo evangelista, tradutor, educador,
diplomata e explorador, tinha paixão com pelos africanos e desejava vê-los
transformados pela Graça de Deus.

Nascido na Escócia em 1795, Moffatt era filho de pais Presbiterianos, na sua criação
experimentou pobreza, o que lhe permitiu, apenas uma educação com deficiência.
Apesar das dificuldades, sua mãe lia histórias de missionários para seus filhos. Contudo,
ele não era inclinado aos assuntos espirituais, aos 14 anos tornou-se aprendiz de
jardineiro, e desempenhou este ofício ao longo de sua vida.

Tudo fora transformado em 1814, quando mudou-se para Cheshire, na Inglaterra, com a
intenção de trabalhar. Ali ele passou a frequentar uma sociedade Metodista, cuja
reuniões eram realizadas em uma casa de fazenda, em um local próximo. Esta
experiência fez com que ele unisse o “fervor” dos metodistas com sua doutrina
“calvinista” herdada dos pais.
Em 1815, ao ouvir a mensagem pregada por William Roby, um dos diretores da
Sociedade Missionária de Londres, sentiu-se desafiado e vocacionado para a obra
missionária. Entretanto, ao oferecer-se para o empreendimento, Moffat foi rejeitado.
Mas, não desanimou e prestou serviços a Roby, com quem estudou Teologia.

Durante seu último ano como Jardineiro na Inglaterra, ele se apaixonou pela filha do seu
patrão, a Mary Smith, na qual viu um coração ardentemente missionário. O pai da moça
o fez esperar pelo casamento por três anos, quando ela completou 24 anos.

Neste período, ele seguiu solteiro para África do Sul e teve contato com a dura realidade
da obra missionária. Ele se deparou com o preconceito contra os missionários por parte
dos colonizadores ingleses e holandeses, bem como com a imoralidade e dissensões
entre os outros missionários.

Em 1819, Robert e Mary se casaram, e logo em seguida, iniciaram sua jornada em


Kuruman, tendo juntos a esperança de que os residentes em Kuruman fossem salvos. Os
bechuanos, se mostravam hostis ao casal e a mensagem do Evangelho.

Porém, pelo atuar da providência de Deus, com uma onda de invasões de tribos
nômades em Kuruman, no ano de 1823, Robert utilizou suas habilidades diplomáticas e
obteve êxito em estabelecer a paz na região, impedindo a destruição daquele povo. Isto
fez com que ele ganhasse prestígio entre eles e se tornou uma espécie de general Civil.
Isto fez com que ele aproveitasse a oportunidade e pregasse o evangelho com maior
veemência e aceitação.

Ainda assim, os resultados da evangelização foram poucos, e isto se devia ao fato de


que ele não falava o idioma nativo do povo. Em 1827, ele tomou a firme convicção de
aprender a língua, e ficou 11 semanas na mata estudando. Ao voltar, iniciou a obra de
Tradução das Escrituras, que durou 29 anos para ser completa. E, somente no decorrer
dos anos, mesmo debaixo de oposição, ele viu que sua obra não tinha sido em vão, o
núcleo de crentes em Kuruman jamais excedeu 200, mas sua influência fez-se sentir a
dezenas de quilômetros.

Moffat foi substituído por seu Genro David Livingstone.

DAVID LIVINGSTONE
Livingstone nasceu na Escócia em 1813, foi criado em um lar humilde, mas cheio de
piedade Cristã, e ao contrário de seu sogro, sua mente brilhante lhe impeliu a ser um
autodidata, e a buscar uma posição elevada na vida. Mesmo com jornadas de trabalho
com cerca de 14 horas diárias, ele se obrigava a estudar. Durante sua juventude, seus
pais deixaram de frequentar a Igreja Anglicana e uniram-se a uma capela independente.
Depois de sua conversão, ele tinha como objetivo ser médico e missionário na China,
enquanto Deus tinha uma agenda na África para ele.

Sua formação foi medicina e teologia, sendo aceito pela Sociedade Missionária de
Londres em 1839, e no ano seguinte estava pronto para iniciar sua impactante carreira
missionária. Seus planos de irem para a China, foram frustrados por conta da Guerra do
ópio.

Então, a sociedade queria enviá-lo para as Índias Ocidentais, mas ele conhecera Mofatt,
o que lhe fez decidir ir para a África, e logo apaixonou-se pelo continente, mas se
decepcionou com o que viu, assim como Mofatt. Além disso, tivera suas altas
expectativas de alcançar 1000 povos frustradas.

Em 1843, ele dirigiu-se para a região mais arborizada e bem irrigada de Mabosta, que
ficara 300 quilômetros de Kuruman, sendo acompanhado por Roger Edwards. Neste
lugar, ele enfrentou feras e até ferido foi.

No ano seguinte, ele retornou para Kuruman, a fim de pedir a filha mais velha dos
Mofatts em casamento, o que se concretizou em 1845. Neste ano, depois do nascimento
do primeiro filho, eles se mudaram para Chowane, o que durou apenas 18 meses. Uma
seca os obrigara a mudar-se para o Nordeste.

Sua vida fora marcada por exploração, na localidade de Lopeole, viveu com o chamado
povo dos Crocodilos, descobriu um leito seco de um rio, e cavando mais profundo, a
água começou a jorrar, afastando o feiticeiro que explorava os indígenas.

Em 1852, a família foi levada para a Inglaterra, mas Livingstone permaneceu na África.

Seu objetivo era partir do extremo norte do deserto de Kalahari, abrir caminho em
direção ao oceano e encontrar locais para instalar as Missões. Ao chegar em Kolobem
encontra o posto destruído pelos bôeres, colonos holandeses em conflito permanente
com os ingleses.
Na travessia do deserto de Kalahari, chega até o rio Zambeze, onde descobre uma
magnífica catarata que deu o nome de Vitória, em 1855. Em seguida, atravessa a África
meridional, de um extremo a outro. Em 1856, viaja para a Inglaterra, onde é
homenageado pela Rainha Vitória e nomeado cônsul britânico na costa oriental da
África, com sede em Moçambique.

Nesse mesmo ano, publicou um livro que o tornou célebres “Viagens Missionárias e
Pesquisas na África do Sul”.

Em 1858 retornou à África, à frente de uma expedição patrocinada pelo governo.


Enfrentou uma série de obstáculos à navegação no Zambeze, mas em compensação
descobriu o lago Niassa, no Mlaui, e uma rota para o interior.

Em 1862, Mary falece na cidade do Cabo e David entrega-se ao trabalho. Em 1866


estava novamente chefiando uma expedição com a finalidade de descobrir as nascentes
dos rios Nilo, Congo e Zambeze.

Em 1867, a descoberta de diamantes no território de Orange, estoura um grande conflito


entre a Inglaterra e a república dos bôeres. Com seu espírito científico, continuou suas
expedições tanto para a coroa como para sociedades científicas.

Em seguida, descobriu os lagos Muero e Bangueolo. Em 1869 chegou a Ujiji e em 1871


chegou nas proximidades do rio Lualaba, que desemboca no Congo, onde encontrou
Stanley, um jornalista do New York Herald, enviado para verificar se Livingstone ainda
vivia.

Juntos, exploraram durante quatro meses o extremo norte do lago Tanganica e


concluíram que não integrava a bacia do Nilo. Apesar de Stanley insistir que
Livingstone retornasse à civilização, ele preferiu continuar em busca da nascente do
Nilo.

Em 1872 iniciou outra expedição desbravadora, mas na época das chuvas perdeu-se na
região do lago Bangueolo. Com grande esforço atingiu Ilala, no sul, já com a saúde
abalada pelas doenças tropicais.
David Livingstone faleceu no pequeno povoado de Old Chitambo, atual Zâmbia, na
África, no dia 1 de maio de 1873. Seu corpo foi embalsamado e sepultado com grandes
honras na abadia de Westminster, em Londres, em 1874.

GEORGE GRENFELL (1849 - 1906)

Primeiros Anos

Nasceu em Sancreed, perto de Penzance , Cornwall. Depois que a família se mudou


para Birmingham. Ele foi educado em uma filial da escola do Rei Edward. Embora seus
pais fossem anglicanos, ele logo se juntou à Capela Batista da Heneage Street, onde foi
admitido como membro pelo batismo em 7 de novembro de 1864. A perda de um olho
no início da vida em nada prejudicou sua energia, que inspirado pela vida de
Livingstone, decidiu servir o Senhor na África.

Trajetória Missionária - A África: Cemitério de homem branco”

2.1 República dos Camarões por três anos (1874 – 1878).

Depois de vários anos servindo como ministro leigo, entrou no colégio Batista de
Bristol para se preparar às missões.

Em 1874, aos 25 anos ingressava na mesma missão de William Carey 80 anos antes,
Sociedade Missionária Batista, servindo em Camarões.

Um ano depois, retorna à Inglaterra para casar-se com Hawkes, e no ano seguinte,
ambos na África, ela vem a falecer, e George se culpa por ter a levado às missões.

Em 1878, dois anos depois casa-se também com uma viúva das Índias Ocidentais. Em
Camarões ficou por 3 anos.

2.2 República do Congo (1879 - 1906).

Seguindo as pisadas de Stanley (999 dias de viagens), inicia um trabalho pioneiro com o
propósito de colocar vários postos nas margens do rio Congo. Esta hidrovia de 4.000
milhas no coração da África potencialmente oferece acesso a 25 milhões de pessoas.
Constrói o próprio barco, Pearce, pois os três engenheiros contratados morreram. Sendo
uma espécie de casa barco, leva toda a família consigo.

No Congo, apenas 25% dos missionários sobreviviam ao seu primeiro ano. Quatro de
seus filhos faleceram, inclusive sua filha Pattie, que viera ainda adolescente da
Inglaterra para ajudar na missão. Sua oração a Deus era para que enviassem
trabalhadores a sua seara, para que não fosse infrutífero todo seu labor.

Os desafios além das enfermidades, eram as tribos canibais, pois não se sabia quando
podiam mudar de ânimo e atacarem, sem qualquer motivo.

Choque de realidades George x Sam Lapsey. Para Lapsey, George se escondera em sua
fortaleza no barco, com medo dos inimigos, as tribos hostis a quem fora pregar as boas-
novas. Também sua incapacidade em lidar com a coroa, ao presenciar um grupo de
homens brancos açoitando negros no barco e todos famintos e George não sabia o que
fazer.

O fato é que George estava entre a cruz e a espada, de um lado as tribos canibais e do
outro, o rei Leopoldo da Bélgica, considerando o Congo seu terreno privado, inclusive
seu barco, o Pearce, foi confiscado pelo rei.

Para Sam, George foi incapaz de ajudar os povos africanos das atrocidades cometidas
pelo rei belga, daí os nativos quererem ele morto.

Para George, após vinte anos de labuta viu os postos missionários alcançarem grandes
vitórias, em 1902, escreve uma carta entusiasmado com o crescente anseio dos povos
em ouvir o evangelho.

Um dos testemunhos foi que 20 anos atrás tribos que o receberam a flechadas e tivera de
fugir rapidamente, eles o receberam com hinos de louvores ao Senhor Jesus.

No fim, foi impedido pelo governo belga de continuar a estabelecer postos missionários
pelo Congo, mas continuou a tarefa até morrer por febre africana, em 1906.

2.3 A Vida de Explorador

Em 1881, cooperando com o Rev. Thomas J. Comber e outros, ele estabeleceu uma
cadeia de missões em Musuko, Manyanga, Vivi, Isangila, e outros pontos;
Em 1884, explorou o Congo até o equador . Ele estabeleceu a sede em Arthington, perto
de Leopoldville. Também explorou os rios Kivu , Kwango e Kasai , descobriu o Ruki ,
ou rio Negro, e ascendeu a Mubangi por 200 milhas (320 km) até Grenfell Falls , na lat.
4 ° 40 'N.

Em 1885, explorou com Curt von François outros afluentes do Congo, notadamente o
Busira, ao longo do qual ele encontrou povos Pigmeus Batwa.

Em 1886, examinou o Kasai, o Sankuru , e o Luebo e Lulua , e fez registros cuidadosos


dos Bakuba e Bakete tribos.

Em 1887, foi premiado com a Medalha de Ouro do Patrono da Royal Geographical


Society por suas explorações nos Camarões e no Congo.

Em 1891 foi nomeado plenipotenciário da Bélgica para delimitar a linha de fronteira


entre as possessões belga e portuguesa ao longo da fronteira de Luanda.

Em 1903, ele protestou junto ao rei Leopoldo contra a recusa consistente das
autoridades do Estado Livre do Congo em apoiar o avanço batista além de Yakusu no
Alto Congo, mas sem efeito.

De 1893 a 1902 Grenfell permaneceu principalmente em Bolobo, no Congo, onde um


forte posto de missão foi estabelecido. Após uma visita à Inglaterra em 1900, ele partiu
para uma exploração sistemática do Rio Aruwimi e em novembro de 1902 chegou a
Mawambi, a cerca de oitenta milhas do extremo oeste do protetorado de Uganda.

WILLIAM SHEPARD

Um missionário bastante esquecido nas histórias é William Shepard. Ele era um


afrodescendente americano que foi ser missionário no congo no final do século XIX.
Ele estava incluído em um plano feito por pessoas brancas do Sul dos EUA para
"recrutar Missionários da raça africana" combinando com um tipo de movimento de
volta as origens.

Sheppard naqueles tempos teve o raríssimo privilégio de ter conseguido uma boa
educação. Foi o primeiro no Instituto Hampton de Virgínia, entre outros destaques,
incluindo o Colored Theological Seminary (Seminário Teológico para Negros). Ele se
tonou pastor Presbiteriano e depois de servir em Atlanta, se voluntariou para ser
missionário na África pela Igreja Presbiteriana do Sul. Mas apesar de ser um pastor
preparado e maduro, Sheppard teve que esperar dois anos para ir para o campo, não por
um entendimento de que ele precisava servir na igreja, ganhar maturidade ou qualquer
coisa do tipo. Ele teve que esperar porque a igreja só permitia que ele fosse na condição
de estar acompanhado por um outro pastor branco para exercer o papel de seu superior,
mesmo que Sheppard fosse o mais velho.

Mas apesar desse contexto, ambos trabalhavam bem juntos. Os relatos de Lapsley,
parceiro de Sheppard, são de que ele era um homem muito vívido e constante." Homem
de graças incomuns e pontos fortes de caráter". No entanto, a parceria de ambos não
durou muito. Lapsley contraiu febre africana e faleceu no campo. Mesmo abalado
Sheppard continuou a ser bem-sucedido no trabalho. Um detalhe é que os relatos
contrastam a imagem dele com a dos demais missionários, que pareciam sempre
carrancudos e sofridos, enquanto ele parecia sempre alegre e se divertindo.

Com sua personalidade contagiante e sua pele negra, Sheppard se descobriu


repentinamente uma pessoa prestigiada no meio dos nativos, mas não apenas como uma
pessoa comum, mas como um espírito reencarnado de um rei morto. Ele foi o primeiro
forasteiro a conseguir conversar com o Rei Kuba, o recebeu em sua corte.

Ao sair de licença, Sheppard se tornou muito famoso ao dar algumas palestras em


Londres, chegando até a se tornar membro da Sociedade Geográfica Real. Voltando aos
EUA, ele deu mais algumas palestras em Princeton. La ele e casou-se com Lucy, uma
professora que ele conheceu quando ainda era um estudante, e teve dois filhos com ela.

De volta ao campo, à medida que o tempo passava, Sheppard foi confrontado cada vez
mais com os danos do colonialismo na África, em especial, dos saqueadores de borracha
que haviam se mudado para a bacia do rio Kasai, onde ele havia se estabelecido. Mesmo
sendo conhecido por ser uma pessoa que denunciava injustiças, no início, ele teve muito
receio em lidar com esses homens que pertenciam ao governo branco no Congo. Mas,
incentivado pelo seu novo diretor de missões, Sheppard foi conhecido por ser o
primeiro a denunciar os abusos no Congo, e mesmo com as ameaças de morte e os
processos por difamação, ele se manteve firme.

No entanto, a vida de Sheppard também foi marcada por algumas controvérsias e


escândalos. Devido a esses problemas relacionados a processos. ele foi forçado a
abandonar o seu posto como missionário e voltar para os EUA. Ele confessou diverso
adultérios com mulheres africanas e, um desses casos resultou no nascimento de um
filho. Depois de um tempo de suspenção, ele foi restaurado ao ministério de uma
pequena igreja presbiteriana, a qual sua esposa cuidava do coral e do ministério infantil.

ALEXANDER MACKAY

Sua Vida

Reverendo Alexander Mackay (1849-1890), nasceu em 13 de outubro de 1849


em Rhynie (é uma vila em Aberdeenshire, na Escócia), sua primeira esposa, Margaret
Lillie. Trabalhou em Uganda até 1890. Ele era filho de um ministro da Igreja Livre da
Escócia que tinha sido encorajado a seguir seu pai para o ministério. Ele ficou doente
com febre malária e morreu quatro dias depois, em 4 de fevereiro de 1890, com apenas
40 anos.

Sua Educação

Estudou na Escola de Formação de Professores da Igreja Livre em Edimburgo, depois


na Universidade desta cidade, e finalmente foi educado como engenheiro em Edinburgo
e Berlim. Ele demonstrou uma grande aptidão para a mecânica, e passou vários anos
como desenhista na Alemanha. MacKay.

Sua Missão

Mackay decidiu se tornar um missionário depois que Henry Morton Stanley foi


informado por Mutesa I de Buganda que Uganda queria missionários. Ou seja, ele seria
um missionário pioneiro em Uganda.

Ingressou na Sociedade Missionária da Igreja em 1876, chegou a Zanzibar em 30 de


março de 1876, período em que a sociedade mostra seu interesse de receber
missionários cristãos, onde seu rei (Mutesa) havia manifestado interesse em recebe-los,
Mackay respondeu ao apelo da Sociedade Missionária da Igreja para ir a Uganda.

Suas Contribuições

Ele traduziu o Evangelho de acordo com Mateus na língua Luganda. Ele usou suas
habilidades de engenharia para ajudar a construir estradas, barcos e casas. Ele ensinou
várias habilidades ao povo ugandense, incluindo carpintaria e agricultura.  Ele foi
chamado de Muzungu wa Kazi pelos ugandenses. O nome significa "homem branco do
trabalho". Além de ensinar o evangelho cristão, ele trabalhou como agricultor,
carpinteiro, construtor de pontes e estradas, diretor de escola, impressor e tradutor.

Desenvolveu uma biografia voltada para crianças de Murdoch, publicado pelo


Movimento dos Jovens Missionários em Nova York, o livro foi concebido para inspirar
as crianças e os jovens interessados nos esforços missionários. Ele inclui ilustrações,
uma lista de palavras em uganda e suas pronúncias e um mapa da África Oriental
Britânica e da África Oriental Alemã mostrando as principais viagens de Mackay. O
livro foi escrito por Sophia Blanche Fahs Lyon (1876-1978), uma autora, editora e
ativista religiosa americana, que tinha um interesse especial na educação religiosa de
crianças.

As Controvérsias

A situação era difícil e havia uma convergência do pensamento protestante, católico,


árabe e ocidental. MacKay foi capaz de construir boas relações, onde passou quase 14
anos, em Uganda. Se pois em oposição às missões católicas, e procurou a intervenção
britânica.

Após a morte do rei Mutesa em 1884 e o martírio dos cristãos (protestantes e católicos)
em 1886, mudou-se para o sul do Lago Vitória, onde permaneceu o resto de sua vida.
Ele era um homem de grande compreensão espiritual e habilidades práticas.

Suas Bibliografias

 Alexander MacKay, O Herói Cristão Que Mudou a Face de Uganda,por J. J.


Ellis, Pikcering & Inglis, Lodon, (sem data)
 O Mago do Grande Lago,de D. McFarlan, Cruzada da Literatura Cristã.
 O Homem Branco do Trabalho de Uganda, Uma História de Alexander M.
MacKay, de Sophia Lyon Fahs, Movimento missionário de Educação dos
Estados Unidos e Canadá, Nova Iorque, 1907.

MARY MITCHELL SLESSOR (1848 - 1915)

1. Primeiros Anos
Mary Mitchell Slessor nasceu em 2 de dezembro de 1848 em uma família da classe
trabalhadora em Aberdeen. A família mudou-se para Dundee em 1857 em busca de
trabalho. Seu pai era sapateiro treinado, mas devido à sua luta contra o alcoolismo, a
família sofreu muitas privações, inclusive lançava Mary as ruas à noite. Eram uma
família de sete irmãos e todos moravam em uma casa de um cômodo em uma favela de
Dundee.

Mary, aos 11 anos, tornou-se uma moça na fábrica Baxter Brothers and Co. Ltd. Lower
Dens Mill e frequentou a escola de meio período da fábrica. Juntamente com sua mãe e
seu irmão mais velho, Robert, trabalhavam nas fábricas para sustentar a família. A Lei
de Educação da Escócia de 1872 incentivou os empregadores a fornecer alguma
educação para os filhos que empregavam. Isso significava dias de trabalho muito longos
para as crianças, que frequentemente frequentavam a escola por seis horas depois de
terminarem o turno na fábrica. Aos quatorze anos, Mary era uma tecelã de tear
mecânico de linho, um trabalho especializado, cerca de 10 horas por dia. E, continuou
por 13 anos, passando a ter o maior salário da família.

Ela se tornou uma leitora ávida e, como David Livingstone, lia quando podia durante
seu dia de trabalho, com um livro apoiado em seu tear. Tendo a igreja o seu lazer e
alívio de sua jornada sofrida, exercendo a função de professora na escola dominical, e
aos 20 anos passou a servir nas vizinhanças de Dundee, na Missão de Queen Street,
cujos desafios eram as gangues de rua e os malandros que tentavam dificultar suas
reuniões ao ar livre.

A experiência de viver na pobreza e lutar para sobreviver ajudou Mary a desenvolver a


resiliência, o impulso e a determinação que seriam inestimáveis em sua vida posterior
como missionária na África.

2. Trajetória Missionária

Os primeiros anos na Missão Calabar, no sul da Nigéria (1876-1879)

Entrou na vida dela com a morte do irmão, único que ainda vivia, cujo sonho da mãe era
ver seu filho servindo nas missões estrangeiras. Mas, sua morte, tornou-se um incentivo
de realizar seu desejo de ir às missões, bem como deixar a tecelagem. E, com a morte de
Livingstone, decidiu inscrever-se em 1875 à Missão Cabala, que aceitava mulheres, e
um ano depois, com 27 anos foi recebida.

Serviu na cidade de Duke, na escola missionária e aprendendo a língua enquanto


visitava os africanos. Rapidamente se adaptou ao novo ambiente, abandonando alguns
dos estilos de vestimenta vitorianos que os missionários da Grã-Bretanha ainda usavam,
mas eram impraticáveis para o trabalho ativo em um clima quente, de forma que cortou
o cabelo curto e passou a comer a comida local. Muitos missionários comiam alimentos
transportados da Grã-Bretanha, mas eram caros. Ela economizar o máximo possível de
seu salário, pois mandava o dinheiro de volta para Dundee para sustentar sua mãe e duas
irmãs, as únicas vivas da família.

A rotina na cidade era entediante para ela, uma operária, ao mesmo tempo era mal vista
pelas outras mulheres da missão por seu jeito despojado. Dizia: “Não é preciso uma
graça especial para capacitar-nos a não fazer nada. É tão difícil esperar”, seu anseio era
partir para o interior, mas precisava de permissão. Depois de três anos, com sua saúde
fraca por várias malárias retornou de férias a Escócia.

2.2 Entrando mais para o interior da Nigéria (1880-1883)

Assume um novo posto na Cidade Velha, junto ao rio Calabar, 5 km mais para o
interior. Sua função era supervisionar as escolas e distribuir remédios, mas foi além,
começou a intermediar os conflitos entre as tribos, e após 3 anos tinha conquistado um
respeito ímpar que nenhuma uma mulher jamais conseguira.

Aos domingos era pregadora itinerante, viajava quilômetros através das matas, indo de
povoado em povoado, pregando à cultura espírita e feiticeira largamente alicerçada.

Um dos testemunhos dessas religiões era o assassinato de gêmeos, pois criam ser uma
maldição, daí matavam as duas crianças brutalmente e a mãe era exilada da tribo. Mary
lutava contra essa cultura pagã e seus líderes, ariscando sua própria vida inúmeras vezes
para salvar os gêmeos e a mãe, todos acolhidos por ela.

Passado outros três anos, estava debilitada e precisa retornar a Escócia, todavia leva
consigo Janie, uma gêmea de 6 meses que salvara da morte. Isso teve um impacto muito
forte na sociedade e para a missão, pois todos queriam vê a criança e ouvir o
testemunho de Mary. Nesse interim ainda cuidava da mãe e da irmã doentes, tendo já
enterrado uma outra irmã.

2.3 No interior da Nigéria (1885-1915)

Em 1855, retornou à África, com o foco de ir ainda mais para o interior do continente.
Um dos principais desafios para os missionários que desejam trabalhar mais na região
era a falta de estradas, pois a viagem era feita de canoa pelos rios Calabar, Cross e
Creek, ou a pé por muitos quilômetros através da densa floresta tropical e pântanos.

Após sua chegada em Duke, recebera a notícia da morte de sua mãe e três meses depois
sua irmã também falecera. Tal dor e solidão, trouxe um senso de liberdade para ir mais
avante, tal qual a morte de Livingstone, uma vez que não havia mais ninguém que se
preocupasse com ela.

Okoyong, uma terra selvagem que matava os missionários, tornou-se seu alvo, e após
várias visitas, cria que o pioneirismo feminino seria mais bem aceito do que por
homens, visto como uma ameaça pelas tribos. Assim, em 1888, o rei e amigo da Cidade
Velha ajudou a seguir.

Durante os 20 anos seguintes, conseguiu o que nenhum homem havia logrado êxito.
Não só sobreviveu, mas tornou-se uma mediadora de conflitos para várias tribos,
espalhado sua fama por toda a região, sendo posta como juíza.

Em 1892, assumiu o cargo de vice-consulesa para Okoyong, ficando por muitos anos,
agindo como juíza e solucionando casos oficiais de disputa de terras, dívidas, assuntos
familiares dentre outros, cujos métodos eram nem sempre ortodoxo aos padrões
britânicos, mas culturalmente ortodoxos para os africanos.

Passou muito tempo longe dos estrangeiros, vivendo anos isolada entre os nativos, mas
muito estimada tanto por estes quanto por aquele me razão de suas grandes habilidades
e benefícios alcançados entre os nativos.

2.4 Testemunho e legado a nação da Nigéria


Em 1893, uma repórter britânica, não cristã, Mary Kingsley, reconheceu sua
importância ímpar naquela região, descrevendo-a como alguém que governava todo o
distrito de Okoyong como uma verdadeira chefe, pois conhecia tudo sobre os nativos de
forma extraordinária. E, sozinha conseguiu, depois de anos, acabar com muitos dos
costumes maléficos das tribos que causavam grandes matanças, em perpétuas guerras
fraticidas, e finaliza dizendo: “Nenhum homem é capaz de avaliar plenamente a
quantidade de bem que ela faz”.

Vida sentimental. Viveu solteira, quando se interessou por um jovem professor


missionário, Charles Morrison, 18 anos mais novo, exigiu que fosse junto com ela para
o interior. Infelizmente sua saúde ficou frágil demais e não puderam se casar, tendo
retornado para Inglaterra.

De fato, ela não foi feita para o matrimônio, seus hábitos a descredenciavam, ajustando-
se mais aos costumes africanos que ingleses. De sorte que imaginar uma dama vitoriana,
vestida de trajes flutuantes, conduzida pomposamente por nativos em uma canoa pelas
úmidas florestas africanas, é tudo o que você não verá nessa ruiva, descaçada, mau-
trajada, trabalhadora, vivendo em uma cabana entre os nativos, com o rosto coberto de
tumores e frequentemente sem dentadura.

O Ministério com poucas conversões não a frustrava, pois cria que sua obra serviria de
base para os futuros missionários que viriam, pois construiu escolas e estabeleceu rotas
comerciais, certa infraestrutura que possibilitaria o desenvolvimento e expansão do
evangelho.

Em 1915, morre em sua choupana, depois de 40 anos de trabalho entre os nativos. A sua
dedicação ao povo de Calabar e o respeito e apoio por eles como indivíduos, tendo uma
preocupação genuína com o seu bem-estar, foi uma experiência completamente nova
para eles. Seu trabalho para tentar impedir assassinatos gêmeos, resgatar crianças
abandonadas, melhorar a vida das mulheres e desenvolver laços comerciais entre tribos
teve um grande impacto no desenvolvimento futuro do país. E, seus colegas de missão a
reconheciam como uma grande mulher de Deus.

CRISTIANISMO NA ÁFRICA HOJE


A partir de 1950, foram fundadas muitas igrejas independentes foram fundadas, sendo a
maioria de origem pentecostal, que ao longo dos anos têm se tornado em
neopentecostais.

No ano 2000, havia cerca de 380 milhões de protestantes espalhados pelo continente em
53 países, o que dá cerca de 40% da população Africana.

A Nigéria possui cerca de vinte milhões de Anglicanos em seu território, tendo a maior
Igreja da denominação do mundo.

Nosso irmão Eliseu tem trabalhado na preparação de pastores em Angola.

Nosso Seminário RDNE recebe irmãos Africanos.

A obra Continua.

Referências

 Disponível em: Homem branco de trabalho de Uganda: uma história de


Alexander M. Mackay - Biblioteca Digital Mundial (wdl.org). Acesso em: 12.
Mai. 2021.
 Disponível em: Alexander Murdoch Mackay - Wikipedia. Acesso em: 12.
Mai. 2021
 Disponível em: Alexander MacKay (ugandamission.net) Acesso em: 12. Mai.
2021.
 Disponível em:
http://www.grenfellhistory.co.uk/biographies/george_grenfell.php. Acesso
em: 11. Mai. 2021.
 Disponível em: https://www.bmsworldmission.org/heritage/africa/. Acesso
em: 11. Mai. 2021
 Disponível em: http://maryslessor.org/2015/06/becoming-a-missionary/.
Acesso em: 11. Mai. 2021.

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