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8a Edição

Rio de Janeiro
UFMBB
2019
Copyright © 2019 UFMBB

Todos os direitos reservados a União Feminina Missionária Batista


do Brasil. Proibida a reprodução total ou parcial por quaisquer meios
sem permissão por escrito da editora.

Coordenação editorial e editoração eletrônica:


Raquel Brum Zarnotti dos Santos

Capa: Jolsimar Augusto de Oliveira

Frame, Hugh F.
F813m O missionário que enfrentou um leão: biografia de
8.ed. David Livingstone / Hugh F. Frame; tradução de Lidia Nogueira
de Oliveira. – 8.ed.- Rio de Janeiro: UFMBB, 2019.

32p. ; 21cm. (Série missionária heróis cristãos).

1. Livingstone, David,1813 - 1873 --- Biografia cristã. 2. Missionários


---- Biografia. I. União Feminina Missionária Batista do Brasil. II. Título.
III. Série.

922.6 CDD

Índice para catálogo sistemático:


1. Missões: 266
2. Biografia de missionários: 922.6

Publicação da União Feminina Missionária Batista do Brasil


Rua Uruguai, 514 – Tijuca – Rio de Janeiro – RJ – 20510-060
Tel.: (21) 2570-2848
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www.ufmbb.org.br

8a edição: 2019 Tiragem: 1.000

Impresso na Exklusiva Gráfica e Editora Ltda.


Para você,
oferecemos este livro, que narra as aventuras
de Davi Livingstone.

No século XIX, ele aceitou o desafio de


explorar o continente africano, na época,
considerado o território mais vasto e
misterioso da Terra.

Por sua maneira de ser e viver, levou os


nativos a concluírem que o Deus acerca do
qual lhes falava era bom.

Livingstone soube cativar os africanos, que


muito o amaram e quiseram ficar com seu
coração para sempre.
AVENTURAS MISSIONÁRIAS NA ÁFRICA 7
A CHAMADA MISSIONÁRIA 9
O DESAFIO DE ABRIR CAMINHO 11
A LONGA TRAVESSIA 15
NOVAS EXPEDIÇÕES 17
A LUTA CONTRA A ESCRAVIDÃO 19
A GRANDE PERDA 20
RUMO AO NORTE 21
EXEMPLO DE PERSISTÊNCIA 23
UM CORAÇÃO NA ÁFRICA 26
Av enturaS
AventuraS
issionáriaS
mmissionáriaS
n África
a
na África capítu

01
lo

As noites eram assustadoras na aldeia de Mabotza, na África do Sul,


por causa do rugido dos leões. E a situação ficou ainda mais difícil
quando os animais começaram a atacar em pleno dia.
Davi Livingstone estava ensinando os nativos a cavarem canais para
as hortas e jardins, mas o trabalho foi suspenso por causa dos ataques
das feras.
Estavam todos muito assustados. Haviam concluído que a aldeia era
vítima de algum feitiço. O missionário não sabia o que fazer para que
os nativos não vivessem com medo de feitiçaria.
Os homens formaram uma expedição e foram à procura dos leões.
Não conseguiram capturar nenhum deles. Quando já voltavam para
casa, viram um enorme leão, no alto de uma rocha. Livingstone acer-
tou-o com sua espingarda de dois canos. O animal, enfurecido, saltou
sobre o ombro do missionário.
Um nativo, chamado Mebalue, tentou atirar na fera, mas a sua espin-
garda falhou. O leão, então, deixou Livingstone e atacou Mebalue na
coxa. Um terceiro homem também foi ferido antes que o leão caísse
morto.
O osso do ombro esquerdo de Livingstone ficou estraçalhado. No seu
braço, havia onze marcas de dentes.
Os nativos pensavam que o enorme leão tinha sido encantado por al-
gum feiticeiro de outra tribo, com o objetivo de matá-los. Por isso, fize-
ram uma grande fogueira sobre o animal morto, para queimar o feitiço.

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Encontros com feras, lutas, feitiçaria e crendices foram alguns dos
obstáculos que Davi Livingstone teve que enfrentar em sua aventura
missionária na África. Vamos conhecer melhor a história desse herói?

8
hamada
AAcchamada
issionária
MMissionária capítu

02
lo

Davi Livingstone nasceu no dia 19 de março de 1813, em Blantyre, na


Escócia. Tinha olhos de um azul acinzentado e o corpo forte e sadio.
Começou a trabalhar aos 10 anos de idade, na máquina de fiar algo-
dão. Trabalhava das seis da manhã às oito da noite. Com o dinheiro
que recebeu após a primeira semana de trabalho, comprou uma gra-
mática latina, que passou a estudar. À noite, ia para a escola e, quando
voltava para casa, ainda ficava lendo até tarde.
Já rapaz, Livingstone decidiu continuar trabalhando na fiação durante
o verão apenas. No inverno, ele ia para a cidade de Glasgow, a fim de
prosseguir em seus estudos. Aos 20 anos, ouviu a chamada de Deus
para ser missionário-médico.
Tempos depois, Livingstone foi a Londres para conversar com os dire-
tores da Sociedade Missionária de Londres. Foi orientado a fazer um
curso num lugar próximo, chamado Chipping Ongar.
Pregar não era o ponto forte de Livingstone. Quando foi pregar pela
primeira vez, esqueceu-se completamente do sermão que havia
preparado. Tudo o que pôde dizer à congregação foi: “Amigos, eu me
esqueci de tudo o que tinha a dizer.” Mas derrotas desse tipo não o
desanimavam nunca. Uma pessoa que o conheceu fez a seguinte de-
claração a seu respeito: “Nem fogo, nem água, nem muralha de pedra
conseguiam detê-lo.”
Certo dia, participando de uma reunião missionária, Livingstone co-
nheceu um homem alto e forte, de longas barbas, de olhos bondosos
e penetrantes. Era Roberto Moffat, um dos maiores missionários da-
quele tempo. Moffat pregava o evangelho na África.
Naquela época, a África era considerada a região mais vasta e mais
misteriosa da Terra. Seu interior era completamente desconhecido. Os

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mapas daquela região, no centro, tinham enormes espaços em branco,
sem indicações de cidades, nem de montanhas ou rios.
Falando de seu campo de trabalho, Moffat disse a Livingstone: “Há
uma vasta planície ao norte de onde eu moro. Ali, nas manhãs cheias
de sol, eu tenho visto a fumaça de milhares de aldeias, onde nenhum
missionário ainda chegou.”
Livingstone, que pensava em ir para a China, depois dessa palavra do
missionário Moffat, decidiu seguir para a África.
No dia 17 de novembro de 1840, despediu-se da mãe e das irmãs. O
pai o levou até Glasgow. Ali, tomou o navio que o levaria ao continente
africano. Sua grande aventura estava apenas começando.

10
esafi
OOddesafio deo de
caminho
brircaminho
aabrir capítu

03
lo

Já em solo africano, Livingstone não levou muito tempo para descobrir


que, apesar de fascinante, sua aventura seria perigosa. A selva tinha seus
mistérios e encantos, mas o risco de morte estava sempre presente.
Depois daquele incidente com o leão, na aldeia de Mabotza, enquanto
seu braço sarava, Livingstone viajou para Kuruman, onde reencon-
trou-se com Moffat, que voltava da Inglaterra para reiniciar seu tra-
balho missionário.
Quando se aproximou do carro em que viajava a família Moffat, Li-
vingstone viu pela primeira vez Maria, a filha mais velha do missionário.
Davi e Maria se apaixonaram. A festa de noivado foi realizada debaixo
de uma grande amendoeira. Logo se casaram e fixaram residência em
Mabotza.
Com a ajuda dos nativos, eles construíram sua própria casa. Aprende-
ram a fazer manteiga e a fabricar velas. O sabão que usavam era feito
com cinzas de plantas.
Davi e Maria enfrentavam as dificuldades com toda a coragem. Ele fazia
todo tipo de serviço: lidava no quintal, limpando e plantando, era car-
pinteiro e ferreiro e ainda ajudava as pessoas da aldeia, atuando como
médico e enfermeiro. Maria, por sua vez, cuidava da casa e alfabetizava
crianças e adultos. Também ensinava costura e bordado às meninas
e mulheres. À noite, eles realizavam cultos à luz das estrelas, quando
adoravam a Deus e falavam a todos do seu amor.
Quando chegou outro missionário para trabalhar em Mabotza, Livings-
tone decidiu seguir adiante, para um lugar pioneiro, onde não houves-
se ainda quem falasse a respeito de Jesus. Seguiram para o norte, para
a aldeia Chonuane, onde o chefe, Sechele, deu-lhes as boas-vindas com
alegria. Ali, construíram outra casa e começaram a ensinar as crianças.

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Sechele nunca tinha visto livros e não sabia ler, mas aprendeu todo
o alfabeto em um só dia. Ele queria que todos os da sua tribo fossem
cristãos e sugeriu a Livingstone um método para conseguir isso rapida-
mente: “Posso dar ordens para que todos sejam surrados com chicotes
de couro de rinoceronte até que digam que vão adorar a Jesus.” Custou
algum tempo até que ele entendesse que Jesus queria ser adorado por
amor, não por medo.
Ali em Chonuane, nasceu o primeiro filho de Davi e Maria, a quem de-
ram o nome de Roberto, em homenagem ao avô.
Quando a seca atingiu a aldeia de Chonuane, começando a causar a
morte do gado e das pessoas, Livingstone decidiu seguir para as terras
de Colobeng, ao lado do rio. O povo de Chonuane decidiu seguir com ele.
Os arredores de Colobeng eram infestados de feras. Rinocerontes e
búfalos vinham até a porta da casa.
Em Colobeng, Livingstone passou a ensinar os nativos a canalizarem a
água do rio, levando-a até suas plantações.
Depois de algum tempo, o casal Livingstone foi enriquecido com mais
dois filhos. Iriam servir de companhia para Maria, uma vez que Davi
haveria de viajar muito.
Livingstone queria ir adiante. Ele sabia da presença de comerciantes
sem escrúpulos, que estavam enganando os nativos de tribos que
viviam mais ao norte. Eles trocavam quinquilharias por preciosas pre-
sas de elefantes e lucravam muito com a venda do marfim. E o que era
pior: compravam rapazes, que depois eram vendidos como escravos.
O missionário sabia que aqueles rapazes nunca mais veriam suas
famílias e teriam que trabalhar durante toda a vida, sendo tratados
como animais, em terra estranha. Por isso, Livingstone queria chegar
às aldeias antes dos comerciantes, para prevenir os nativos de ataques
de exploradores e traficantes de escravos.
Partiram de Colobeng em junho de 1849. Seguiram por terras em que
nenhum homem branco havia pisado. Maria e as crianças também fo-
ram. Já estavam acostumados com a vida difícil das grandes viagens, os
muitos perigos, as doenças tropicais e as feras. Sabiam comer de tudo,
desde animais silvestres, até lagartas, rãs e gafanhotos.
O grande problema dessas longas viagens era a falta de água. Os na-
tivos tinham um sistema todo especial para armazenar água. Sabiam

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que, embaixo, no fundo do leito de antigos rios que tinham secado,
havia lençóis de água. Então, cavavam um buraco profundo e cana-
lizavam a água através de uma cana oca. Daí, chupavam a água pelo
canudo e com ela enchiam cascas vazias de ovos de avestruz. Essas
cascas de ovos cheias de água eram enterradas. Quando pessoas
estranhas chegavam à aldeia, para disfarçar, os nativos costumavam
fazer fogueiras justamente nos lugares onde estavam escondidos os
ovos cheios de água.
Livingstone aprendeu esses costumes africanos. Em muitas ocasiões,
quando a água do seu pessoal já havia acabado, ele foi socorrido pelos
nativos. Eles repartiam com ele a água armazenada, como forma de de-
monstrar-lhe hospitalidade, pois percebiam que era um homem bom.
Depois de uma viagem que durou oito semanas, no dia 1o de agosto de
1849, chegaram ao lago Ngami. Essa foi a primeira grande descoberta
de Livingstone.
As águas brilhantes do lago Ngami estendiam-se a perder de vista.
A cena era maravilhosa e provava que a África não era apenas um
grande deserto, mas sim uma terra rica, com grandes extensões ainda
desconhecidas.
Acompanhado de sua família, Livingstone voltou àquela região nos
dois anos seguintes. Gostava de ver os seus filhos remando em pe-
quenas canoas nas águas claras do lago. Na segunda vez, porém,
enfrentaram muitas dificuldades. Passaram cinco dias sem água, em
uma região deserta. As crianças adoeceram com febre e desidratação.
O missionário percebeu que estava sacrificando demais a sua família.
Então, resolveu levá-los até a cidade do Cabo, de onde seguiram para
a Inglaterra. Eram quatro os filhos do casal: Roberto, Inês, Tomás e o
recém-nascido William Oswell.
Depois de se despedir da família, Livingstone voltou sozinho para
o interior da África. Sentia uma enorme saudade. Nesse tempo, ele
escreveu para Maria: “Reúna as crianças e beije-as por mim. Diga-lhes
que as deixei por amor a Jesus. Ficarei muito satisfeito, se souber que
todos vocês estão bem na Inglaterra.”
Quando se encontrou com Moffat, Livingstone soube que a sede da
missão, em Colobeng, havia sido completamente destruída. Mobília
quebrada, livros rasgados, paredes derrubadas... O povo de Sechele,
amigo do missionário, tinha sido maltratado. Muitos tinham sido mor-

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tos. Haviam destruído as casas e levado o gado da aldeia. Os invasores
tinham sido homens brancos, que queriam continuar explorando os
nativos e não tinham interesse na descoberta de novos caminhos pelo
interior da África. Livingstone escreveu para a esposa: “Eles resolve-
ram fechar o caminho. Eu decidi abri-lo. O tempo mostrará quem há
de vencer. Ou abro um caminho através do continente, ou morro na
tentativa.”

14
onga
AAllonga
tr avessia
travessia capítu

04
lo

O caminho em direção à costa ocidental da África era longo e perigoso.


Durante essa viagem, Livingstone chegou ao território dos macololos,
que constituíam uma das tribos mais importantes da África Central.
Eles tiveram um papel importante na vida de Livingstone, pois um
grupo de 27 carregadores o acompanhou na grande travessia de costa
a costa.
Em uma aldeia africana, homens e mulheres dividiam o trabalho da
seguinte maneira: Os homens cuidavam dos animais, curtiam o couro,
costuravam as roupas e cuidavam da defesa da tribo. As mulheres, por
sua vez, se dedicavam à agricultura, procuravam água, acendiam e vi-
giavam o fogo, construíam as habitações e amamentavam as crianças.
Livingstone nos deixou uma bela descrição de uma aldeia africana:
“Os prados verdejantes, os animais que pastam, as cabras que comem as
folhas, as crianças que brincam, as mulheres que se dirigem ao rio com
a cesta na cabeça, os homens que trabalham à sombra dos bananais, os
velhos que caminham conversando – tudo é pura beleza.”
Livingstone fez amizade com os macololos. Trabalhou na tribo, cuidan-
do dos doentes e pregando o evangelho. No início, os nativos não en-
tendiam muito bem aquele homem estrangeiro, mas logo perceberam
que ele era bom, o que os levou a concluir que o Deus acerca do qual
ele falava devia ser igualmente bom.
Quando Livingstone contou a Sekeletu que pretendia descobrir um
caminho que fosse até o mar, o chefe reuniu os principais conselheiros
da aldeia e ouviu a opinião deles. Alguns foram contrários, mas outros
concordaram em ajudar o doutor, ou “Nyaka”, como eles o chamavam.
Assim, 27 homens foram com ele. Todos eram trabalhadores bons e fiéis,
que trabalhavam por amor, já que o dinheiro de Livingstone era pouco.

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Partiram da aldeia macololo, que ficava na metade do caminho entre
os dois oceanos, em fins de 1853. Livingstone, que viajara da costa
oriental até a aldeia, teve que fazer uma extensa viagem até chegar à
costa ocidental. Navegou uma longa extensão do rio Zambeze e pros-
seguiu a pé por milhares de quilômetros. Nenhum homem branco
tinha feito coisa parecida até então.
A viagem foi dramática. As chuvas e as doenças, muitas vezes, levaram
os homens ao desespero. A estrada tinha que ser aberta a golpes de
machado, pelo meio da floresta.
Livingstone acreditava que o bom senso e a coragem formavam a
melhor bagagem que podia levar em suas viagens. Por isso, levava
consigo poucas provisões: roupas, remédios, livros, mantas e alguns
instrumentos de navegação, que ele tinha aprendido a manejar.
No fim de maio de 1854, Livingstone chegou a Luanda, cidade portu-
guesa à beira do Atlântico. Lá, repousou durante três meses. Depois,
viajou de volta até a aldeia de Sekeletu. Nenhum dos seus companhei-
ros se perdeu.
A expedição, no entanto, ainda não estava completa. Ao invés de seguir
para o sul, até a cidade do Cabo, Livingstone desceu o rio Zambeze e
alcançou Quilimane, na costa ocidental. Havia percorrido mais de sete
mil quilômetros, cruzando a África do Sul de costa a costa.

16
No vas
Novas
Ex pedições
Expedições capítu

05
lo

Quatro anos tinham se passado desde que Livingstone se despedira


de sua família. Estava na hora de voltar para casa. Quando chegou a
Londres, descobriu que estava famoso. Foi recebido pelo Príncipe em
uma audiência. Os cientistas o convocaram para fazer conferências. Os
jornais falavam a respeito de suas aventuras. As pessoas o aclamavam
nas ruas e tinham interesse em ouvir suas histórias extraordinárias,
que falavam de um continente desconhecido e de povos de costumes
estranhos.
Livingstone aproveitou esse período para escrever seu primeiro livro,
intitulado “Viagens Missionárias”.
O governo britânico autorizou a organização de uma expedição para
o prosseguimento das explorações. Desse modo, em março de 1858,
Livingstone embarcou para a África novamente, levando consigo a
esposa e o filho mais novo, Oswell.
Nos seis anos seguintes, Livingstone e seus companheiros usaram uma
lancha a vapor para explorar o rio Zambeze e outros rios do centro e
do leste da África. Descobriram o lago Niassa e estabeleceram postos
missionários, escolas e rotas comerciais.
A expedição enfrentou grandes dificuldades. O calor, as febres, os mos-
quitos e a umidade afetaram a saúde de todos. A lancha enguiçava com
frequência e gastava muito combustível. Mas foi durante a navegação
pelo rio Zambeze, justamente o motivo pelo qual a expedição fora
organizada, que enfrentaram as maiores dificuldades.
Em suas viagens anteriores, Livingstone tinha ouvido falar das catara-
tas de Kebrabasa. Segundo os nativos, todos os que haviam tentado
atravessá-las, não tinham voltado para contar a história. Livingstone
pensou que fosse exagero, até o dia em que esteve diante delas. For-

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mavam uma cachoeira de nove metros de altura, que se precipitava
com grande estrondo sobre as rochas. Foi preciso voltar.
Para Livingstone e toda a equipe que o acompanhava, esse foi um gran-
de desapontamento. Mas o experiente missionário não desanimou.
Ele orou a Deus assim: “Seja qual for a tua vontade, eu me submeterei
a ela para fazer o que for melhor.”
O grande explorador, que não era homem de se entregar, deixou a
lancha “Mãe Roberta” e navegou com um pequeno grupo pelo rio Shi-
re. Tinha ouvido falar de um grande lago. Primeiro, descobriu o lago
Shirwa, que tem mais de cem quilômetros de comprimento. Os nativos
lhe disseram, porém, que a “grande água” ficava mais ao norte. Então,
prosseguiu viagem, apesar dos ataques das sanguessugas que infes-
tavam as águas frias do rio. No dia 17 de setembro de 1859, chegou
ao lago Niassa, o segundo lago africano em tamanho, que cobre uma
extensão de 30 mil quilômetros quadrados.
Livingstone tinha pedido outro navio ao governo britânico. Além disso,
ele próprio havia mandado comprar um outro barco, com o dinheiro
que tinha ganho pelo livro que escrevera em sua última viagem à In-
glaterra.
Enquanto aguardava a chegada dessas embarcações, Livingstone teve
o que chamou de férias. Foi a Tete, onde alguns dos seus companhei-
ros da tribo macololo o esperavam. Alguns queriam se estabelecer
ali, e Livingstone ajudou-os a construir engenhos de açúcar, dos quais
passariam a obter o seu sustento. Outros queriam voltar para a sua
aldeia, no interior da África. Livingstone foi com eles e depois voltou.

18
uta
AAlluta c o n
contra at r a
escravidão
aescravidão capítu

06
lo

Durante todo o tempo que viveu na África, Livingstone se preocupou


com o problema da escravidão.
Os principais traficantes de escravos eram os árabes, que entravam
território adentro e voltavam com grandes caravanas de escravos.
No início, Livingstone não entendeu quão sério era esse problema. Ele
pensava que só estrangeiros capturavam e vendiam escravos. Depois,
no entanto, descobriu que os próprios africanos capturavam e ven-
diam jovens das tribos vizinhas.
Quando a caravana de Livingstone se aproximava, as aldeias entra-
vam em pânico, pensando que eram mercadores de escravos. Todos
fugiam e se escondiam. As crianças gritavam apavoradas. Depois que
descobriam que aquela era a caravana do “homem bom”, ficavam seus
amigos.
Certa vez, quando Livingstone viajava com alguns missionários ingleses
que tinham ido instalar uma missão no interior, encontrou uma longa
fila de homens e mulheres acorrentados pelo pescoço. Os traficantes
se assustaram com a chegada da caravana de Livingstone e fugiram,
deixando os escravos ali. Foram todos libertados e puderam voltar
para suas casas.
A escravidão era um comércio terrível. Estima-se que 19 mil escravos
eram levados até a costa cada ano. Cerca de 90 mil pessoas, incluindo
velhos e moços, eram mortos nas expedições de captura.
Durante toda a sua vida, Livingstone combateu o comércio de escravos.

19
A gArgrande
ande
capítu

07
lo PePerda
rda
Maria e o filho mais novo do casal, William Oswell, estavam com Livin-
gstone na África desde que ele havia retornado de sua última viagem
à Inglaterra. Quando lhes nasceu mais uma menina, Maria passou um
ano em Kuruman, longe do marido. Depois, voltou a vê-lo por pouco
tempo, pois contraiu uma febre e veio a falecer. Era abril de 1862.
Livingstone ficou muito abatido pela dor dessa grande perda. Passava
dias inteiros junto da sepultura da esposa amada, que fora sua cola-
boradora tão fiel. Nesse tempo, mandou o filho e a filha caçula para a
Inglaterra.
Tempos depois, o missionário decidiu visitar as tribos entre as quais
havia trabalhado. Para sua alegria, pôde ver que seus esforços, bem
como os de sua amada Maria, tinham dado resultados positivos. As
igrejas que haviam fundado estavam progredindo, as crianças iam à
escola e o povo em geral demonstrava ter melhores noções de higiene.
Ainda refazendo-se da grande perda que sofrera, Livingstone entre-
gou-se a uma nova tarefa: O barco que tinha encomendado precisava
ser levado até o lago Niassa. O missionário se empenhou nesse traba-
lho, e isso o ajudou a suportar a tristeza que sentia com a falta de sua
querida esposa. Quando chegasse às cataratas, teria que desmontar o
barco e levá-lo por terra ao longo de 30 quilômetros aproximadamen-
te, para depois construí-lo novamente.
Livingstone estava abrindo estrada ao longo das cataratas a fim de
transportar o seu barco, quando o governo inglês o chamou de volta à
sua pátria. Desistiu, então, de levar o barco até o lago e voltou com ele,
viajando até Bombaim, de onde partiu para a Inglaterra.
Junto dos filhos e demais parentes, o missionário pôde consolá-los pela
morte de Maria e, ao mesmo tempo, sentiu-se consolado.

20
Ru mo
Rumo
Norte
o Norte
aao capítu

08
lo

No início de 1866, Livingstone iniciou uma nova expedição à África.


Ele sempre quisera descobrir as fontes do Nilo. Pensava que assim
o comércio europeu poderia chegar desde o norte até o interior da
África. O governo britânico e a Sociedade Geográfica lhe forneceram
os recursos básicos e lhe deram uma carta de apresentação para o
sultão de Zanzibar.
Nessa viagem, Livingstone subiu o vale do Rovuna a pé, levando
consigo 34 nativos, seis camelos, três búfalos, dois burros, quatro
jumentos e algumas cabras. Pretendia testar os jumentos, para ver se
conseguiriam sobreviver aos ataques da mosca tsé-tsé, que matava
bois e cavalos.
O missionário enfrentou obstáculos desanimadores. Um mercador de
escravos árabe disse a um dos ajudantes de Livingstone que havia um
chefe selvagem esperando pela caravana do missionário, com planos
de matar todos os seus integrantes. O nativo, assustado, contou a
história mentirosa a outros carregadores. Durante a noite, nove car-
regadores fugiram e foram até a costa, onde espalharam a notícia de
que Livingstone havia morrido.
Ao ser informado das notícias que corriam em torno da morte de Li-
vingstone, certo inglês chamado Young partiu para a África, a fim de se
certificar dos fatos. Quando lá chegou, ficou sabendo que o missioná-
rio havia partido para o norte. Voltou, então, para a Inglaterra, levando
a boa notícia, que deixou o povo alegre.
Livingstone nem ficou sabendo desses boatos e das preocupações que,
sem querer, estava causando em sua pátria. Ele prosseguiu sua difícil
viagem. Sentia muita saudade dos macololos que o tinham acompa-
nhado em suas primeiras expedições. Contudo, contava com alguns

21
carregadores fiéis e continuou avançando, cheio de coragem em sua
mais recente e desafiadora aventura.
Os caçadores de escravos tinham deixado a terra como um deserto.
Não havia plantações, nem gado. Só conseguiam encontrar milho. Li-
vingstone comia milho cozido no leite das cabras que levava consigo.
Um dia, porém, as cabras foram roubadas e a alimentação da caravana
ficou ainda mais precária. No seu diário, Livingstone escreveu que ti-
nha comido o seu próprio cinto até o terceiro furo, para matar a fome.
Entre os carregadores fiéis, havia um moço africano chamado Baraka.
A ele foi confiada a caixa dos remédios, em que estava o quinino, me-
dicamento que Livingstone usava para o tratamento da malária. Certo
dia, um outro carregador ofereceu-se para ajudar Baraka a levar a caixa
por algum tempo. Tiveram uma surpresa desagradável: Esse carrega-
dor aproveitou para fugir, escondendo-se na mata com os preciosos
remédios.
A jornada foi muito difícil. Livingstone estava magro, doente, sem as
cabras, sem sua caixa de remédios, faminto e abandonado por seus
próprios carregadores.
Parecia ser o fim do grande missionário, mas a solidariedade do povo
africano mais uma vez lhe socorreu. Chegou à aldeia do chefe Chita-
pangua, que o recebeu com alegria e até mandou tocar tambores para
homenageá-lo. Ali, encontrou alimento e descanso. Dessa maneira,
renovou suas forças para prosseguir em sua jornada.

22
Ex empldeo de
Exemplo
ersistência
PPersistência capítu

09
lo

Depois de dois anos de viagem, Livingstone descobriu o lago Tanga-


nica. Fez todas as anotações necessárias e prosseguiu viagem. Tinha
prometido descobrir as nascentes das águas e completar o mapa. Em
julho de 1868, descobriu o lago Bangueolo.
Certo dia, passando por uma caravana de escravos, Livingstone pre-
senciou uma cena surpreendente. Os homens, unidos uns aos outros
por cadeias e cangas, cantavam. “Como é que eles podem cantar nessa
situação?” – perguntou o missionário a alguém. “Cantam a vingança” –
foi a resposta que lhe deram.
Os mercadores árabes não podiam entender a letra da canção que os
escravos cantavam. Era uma canção de amargura, ódio e desejo de
vingança. Dizia o seguinte:
“Somos escravos e morreremos.
Quando morrermos, nosso jugo cairá.
Nossos espíritos voltarão.
Apareceremos e mataremos quem nos vendeu.”
Aqueles escravos não podiam fazer nada, nem Livingstone podia aju-
dá-los naquela ocasião. Ele estava doente e dependia de um mercador
de escravos árabe para conseguir alimentos.
Mohammed Bogharib, o árabe, tratou Livingstone muito bem. Deu-lhe
bolos, mel e café. Ele se dispôs a levar o missionário até a aldeia de Ujiji,
às margens do lago Tanganica. Ali, Livingstone esperava encontrar
cartas, remédios, roupas novas e notícias da Inglaterra.
A viagem foi penosa. Livingstone estava com febre e pneumonia. Foi
carregado em uma liteira. Depois de doze semanas, chegaram a Ujiji.
Que decepção! As encomendas do missionário haviam sido roubadas.

23
Livingstone estava em dificuldades. O sultão de Zanzibar, que se dizia
seu amigo, na realidade, não queria que o missionário saísse vivo de
sua aventura. Ele sabia que Livingstone podia mobilizar a opinião pú-
blica e o próprio governo inglês contra o tráfico de escravos, que rendia
muito dinheiro aos governantes africanos.
Os mercadores árabes também não tinham interesse em manter vivo
um homem que ajudava as populações das aldeias, ensinando-as a
ler e escrever e preparando-as para enfrentar o contato com os que se
diziam civilizados.
Livingstone estava só! As cartas que mandava para a Inglaterra não
chegavam. Ninguém sabia do seu paradeiro. Muitos pensavam que
ele tivesse morrido.
Em julho de 1869, com a saúde recuperada, Livingstone iniciou uma
nova viagem, a fim de explorar a terra de Maniuema, onde havia um rio
chamado Lualaba. Seria a nascente do Nilo ou do Congo?
A descoberta das nascentes do rio Nilo era o grande desafio que Livin-
gstone queria vencer. Estava resolvido a cumprir essa tarefa, conforme
o compromisso que assumira com a Sociedade Geográfica.
Nesse tempo, apenas três carregadores eram da completa confiança
do missionário: Susi, Chumak e Gardner, que permaneceram com ele
até o fim.
Distante de seus filhos e parentes, Livingstone sentia-se solitário. Es-
tava há muito tempo sem receber cartas e sem falar com pessoas de
sua terra de origem. A Bíblia foi sua grande companheira nesse tempo.
Leu-a de capa a capa quatro vezes.
Para manter sua disciplina pessoal, o missionário barbeava-se regu-
larmente e conservava seu corpo limpo. A sensação de limpeza física
e a paz de espírito que a leitura da Bíblia lhe proporcionava davam-lhe
condições de prosseguir em seu trabalho. Ele continuava fazendo ano-
tações científicas nos seus cadernos de apontamentos, que guardava
com todo o cuidado, onde quer que estivesse.
Durante o período em que precisou viajar junto com os mercadores
de escravos, Livingstone presenciou o massacre de uma aldeia. Todos
os moradores que não foram levados como prisioneiros foram assas-
sinados. A cena trágica de velhos, crianças e mulheres sendo mortos
e de suas casas sendo incendiadas permaneceu na memória do velho

24
missionário, causando-lhe imensa dor. O único consolo que lhe restava
era escrever. Desse modo, registrava em seus diários as atrocidades
que tinha presenciado, apelando para que o povo de sua terra se sensi-
bilizasse e agisse. Livingstone não pensava apenas numa ação através
do governo. Via também a necessidade de colocar missionários em
pontos estratégicos, para orientar o povo.
Quando tentou prosseguir viagem sozinho, levando consigo apenas
seus empregados fiéis, Livingstone descobriu que estava sendo caça-
do. Ao longo do caminho, havia armadilhas e emboscadas de todo o
tipo. Não queriam que ele sobrevivesse para contar o que tinha visto.
Susi, Chumak e Gardner transportaram o velho missionário em con-
dições desesperadoras através de pântanos, com o lodo à altura dos
ombros, lutando contra mosquitos, crocodilos e sanguessugas. Final-
mente, em outubro de 1871, estavam de volta a Ujiji. Mais uma vez,
Deus o preservara com vida.

25
Um cUmocoração
ração
na na
capítu

10
ÁfÁfrica
lorica
Na Europa e nos Estados Unidos, muitos pensavam que Livingstone
tivesse morrido. O proprietário do maior jornal americano da época,
o “New York Herald”, resolveu investigar o paradeiro do missionário.
Chamou o seu melhor jornalista, Henry Stanley, e o encarregou de
localizar Livingstone na África, colocando à sua disposição todos os
recursos necessários.
Stanley chegou à África em 1871 e logo organizou uma expedição, sem
se preocupar com as despesas. Contratou 192 homens, entre eles dois
brancos, um capataz, 23 soldados e 153 carregadores.
O equipamento da expedição de Stanley pesava seis toneladas. Eram
armas de fogo, munição, dois barcos desmontáveis, tecido, alimentos,
cobertores, medicamentos, vasilhas, tendas e outros utensílios.
A viagem foi dramática. Stanley enfrentou chuvas torrenciais, febre
e ainda a rebelião dos carregadores. Sua equipe ficou reduzida a 53
homens. Mesmo assim, ele não desistiu. Animava-se com a notícia de
que, em uma aldeia junto do lago Tanganica, havia um velho homem
branco.
No dia 3 de novembro de 1871, Stanley entrou triunfalmente na al-
deia de Ujiji. Um de seus homens marchava ao seu lado, carregando
a bandeira dos Estados Unidos da América. Quando chegou diante do
veterano missionário, estendeu-lhe a mão emocionado e só conseguiu
dizer: “É o Doutor Livingstone, eu presumo.”
Ambos tinham muito que conversar. Stanley trazia pilhas de cartas. Li-
vingstone selecionou algumas muito especiais para ler primeiro. Eram
cartas de seus filhos. Os documentos dos cientistas e líderes podiam
ser lidos mais tarde.

26
Os remédios e os alimentos chegaram em boa hora. Livingstone re-
cuperou as forças, comendo quatro boas e fartas refeições por dia.
E a companhia de Stanley foi providencial. “O senhor me trouxe vida
nova” – dizia-lhe Livingstone várias vezes. Ficavam conversando horas
e horas em frente à choupana do missionário, que, com um olhar ma-
roto, narrava ao amigo as histórias engraçadas e movimentadas das
suas aventuras de explorador.
Durante quatro meses, Stanley e Livingstone conviveram como bons
amigos. Chegaram a fazer juntos uma viagem pelo lago, quando Stan-
ley pôde constatar que havia muitas tribos hostis nas proximidades.
Com medo dos mercadores de escravos, os nativos ameaçavam matar
qualquer estranho que se aproximasse de suas aldeias.
Stanley queria que Livingstone viajasse com ele até a Inglaterra. O mis-
sionário, no entanto, sentia que sua tarefa ainda não estava cumprida.
Queria chegar às nascentes do rio Nilo. Sua filha Inês, inclusive, lhe
havia escrito: “Desejo muito que o senhor venha para casa, mas prefiro
que acabe o seu serviço. É melhor que o senhor esteja satisfeito, do
que vir simplesmente para me satisfazer.”
Stanley repartiu com Livingstone os alimentos e remédios. Antes de
partir, prometeu ao missionário que mandaria carregadores para a sua
nova expedição. A separação dos dois amigos foi dolorosa.
O jornalista cumpriu sua promessa. Chegaram à aldeia 57 homens,
com os quais, no dia 23 de agosto de 1872, Livingstone partiu para uma
nova expedição.
Às margens do lago Tanganica, o calor era escaldante. Já no lago Ban-
gueolo, encontraram chuva. O tempo esfriou. Havia enchente por toda
a parte. Já não conseguiam fazer fogo à noite, pois a madeira estava
toda encharcada. Os alimentos foram escasseando, e os nativos não
queriam ajudá-los. Viviam desconfiados, devido às caravanas de mer-
cadores de escravos.
Apesar de todas as dificuldades, Livingstone continuava realizando os
cultos aos domingos, levando aos seus companheiros a mensagem
do Salvador. A fibra do velho missionário, no entanto, não resistiria
por muito mais tempo. No dia 21 de abril de 1873, ele registrou em
seu diário: “Tenho sido obrigado a ficar deitado. Eles me levaram
exausto até a aldeia.” E seis dias depois, escreveu: “Meu coração está
dilacerado.”

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No dia 4 de maio, às quatro horas da manhã, ainda chovia na aldeia
de Ilala. Estava tudo muito quieto, só se ouvia o ruído da chuva caindo
sobre o telhado de palha. Susi foi até a cabana do seu patrão, para ver
se ele estava bem. A vela estava acesa. O missionário estava ajoelhado
ao lado de sua cama, com a cabeça entre as mãos, sobre o travesseiro.
Susi já o encontrara orando daquela maneira muitas vezes. “Senhor” –
murmurou Susi. Não houve resposta. Davi Livingstone estava morto.
“Morreu o Homem Bom!” – foi a notícia que correu de aldeia em aldeia.
Os amigos de Livingstone embalsamaram o seu corpo. Antes, porém,
tiraram-lhe o coração, que enterraram na África, a terra a que ele ver-
dadeiramente pertencia.
Começou, então, o cortejo fúnebre mais longo de que se tem notícia.
Entoando hinos que Livingstone lhes tinha ensinado, os nativos ini-
ciaram uma marcha de nove meses até a costa. Depois, partindo de
Zanzibar, um navio britânico transportou o corpo para a Inglaterra.
No dia 18 de abril de 1874, Davi Livingstone foi sepultado com todas as
honras, na Abadia de Westminster. A Rainha Vitória elogiou publica-
mente o missionário por sua luta contra a escravatura.
No túmulo do corajoso missionário, está escrito:
“Trazido por mãos fiéis, por terra e por
mar, aqui repousa Davi Livingstone.”

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avaliação
Avaliação
Assinale com X a resposta certa:
1. Em que país nasceu Davi Livingstone?
( ) Inglaterra.
( ) Escócia.
( ) Alemanha.
( ) Estados Unidos da América.
2. O que aconteceu a Livingstone no início de sua aventura na África?
( ) Foi atacado por canibais.
( ) Sofreu um naufrágio.
( ) Foi atacado por um leão.
( ) Foi ameaçado de morte.
3. Em que trabalhou Livingstone para pagar seus estudos?
( ) Na fiação de algodão.
( ) No cultivo de rosas.
( ) Na plantação de arroz.
( ) Na venda de cereais.
4. Quem influenciou Livingstone em sua decisão de ir para a África?
( ) O missionário Adoniram Judson.
( ) O cientista Jorge Washington Carver.
( ) O missionário Roberto Moffat.
( ) O médico Bill Wallace.
5. Enquanto seu braço sarava, Livingstone viajou para Kuruman. Que
surpresa ele teve ali?
( ) Conheceu Maria, com quem veio a se casar.

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( ) Foi atacado por uma onça.
( ) Recebeu a visita do sultão de Zanzibar.
( ) Soube que seu pai estava lhe enviando um barco.
6. Quando chegou outro missionário para trabalhar em Mabotza, o
que fez Livingstone?
( ) Passou a trabalhar com seu sogro.
( ) Voltou para a Inglaterra.
( ) Passou um ano na Escócia.
( ) Seguiu adiante, para um lugar pioneiro.
7. Qual foi a primeira grande descoberta de Livingstone?
( ) As nascentes do Congo.
( ) As nascentes do Nilo.
( ) O lago Ngami.
( ) As cataratas de Kebrabasa.
8. O que fez Livingstone ao perceber que estava sacrificando sua fa-
mília?
( ) Mandou a esposa e os filhos para a Inglaterra.
( ) Desistiu de explorar o continente africano.
( ) Passou a atuar como médico apenas.
( ) Viajou com a esposa e os filhos para a Escócia.
9. Por que os macololos tiveram um papel importante na vida de Li-
vingstone?
( ) Porque recebeu deles um barco para suas expedições.
( ) Porque, através deles, descobriu as nascentes do rio Nilo.
( ) Porque contou com a ajuda de 27 carregadores dessa tribo.
( ) Porque, com eles, aprendeu a se defender das feras.
10. A que conclusão chegaram os macololos acerca de Livingstone
depois de conviverem com ele durante algum tempo?
( ) De que ele era um homem bom e que, por isso, o Deus acerca do
qual ele falava devia ser igualmente bom.
( ) De que ele era um bom construtor e poderia orientá-los na cons-
trução de suas cabanas.

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( ) De que ele era apenas um explorador interessado em descobrir as
nascentes do rio Nilo.
( ) De que ele era um bom médico e estava na África com o objetivo
de cuidar dos nativos em suas enfermidades.
11. O que fez Livingstone quando foi a Londres para estar com sua
família?
( ) Fez um curso de especialização em doenças tropicais.
( ) Construiu um barco para usar em suas futuras expedições.
( ) Escreveu seu primeiro livro, intitulado “Viagens Missionárias”.
( ) Comprou uma casa para nela morar quando se aposentasse.
12. Com que sempre se preocupou Livingstone enquanto viveu na
África?
( ) Com os relatórios que precisava prestar.
( ) Com o problema da falta de água.
( ) Com a saúde de sua família.
( ) Com o problema da escravidão.
13. O que Livingstone descobriu acerca do tráfico de escravos na África?
( ) Que os árabes eram os únicos traficantes de escravos.
( ) Que os africanos capturavam e vendiam jovens de outras tribos.
( ) Que esse era um problema que jamais seria solucionado.
( ) Que os principais traficantes de escravos eram os alemães.
14. Em abril de 1862, que acontecimento abateu Livingstone profun-
damente?
( ) A sede da missão, em Colobeng, foi completamente destruída.
( ) Maria, sua esposa amada, contraiu uma febre e veio a falecer.
( ) Seus amigos macololos foram capturados por traficantes de escravos.
( ) Seu barco foi roubado por traficantes de escravos árabes.
15. O que Livingstone sempre quis descobrir na África e não conseguiu?
( ) As nascentes do rio Nilo.
( ) A cura para certas doenças.
( ) Os lagos Niassa e Ngami.
( ) Um remédio para a malária.

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16. O que fez Livingstone numa ocasião em que não tinha o que comer?
( ) Saiu à procura de frutos silvestres.
( ) Bebeu muita água para encher o estômago.
( ) Comeu seu próprio cinto.
( ) Dormiu para não sentir fome.
17. Quais eram as intenções do sultão de Zanzibar com relação a Li-
vingstone?
( ) Não queria que o missionário saísse vivo de sua aventura.
( ) Queria fazer do missionário um de seus governantes.
( ) Pretendia prestar uma homenagem ao grande explorador.
( ) Planejava expulsá-lo do continente africano.
18. Com quem Livingstone pôde contar em seus últimos dias?
( ) Com um nativo chamado Mebalue.
( ) Com três carregadores: Susi, Chumak e Gardner.
( ) Com Sechele, chefe da aldeia Chonuane.
( ) Com o sultão de Zanzibar.
19. O que fez o proprietário do maior jornal americano da época, o
“New York Herald”, quando foi informado de que Livingstone teria
morrido?
( ) Viajou para a África, decidido a investigar o paradeiro do missio-
nário.
( ) Sugeriu ao governo britânico que prestasse uma homenagem
póstuma a Livingstone.
( ) Chamou o seu melhor jornalista, Henry Stanley, e o encarregou de
localizar Livingstone na África.
( ) Publicou em seu jornal uma extensa reportagem em torno do
grande explorador.
20. Quando Livingstone morreu, como a notícia foi dada de aldeia em
aldeia?
( ) “Morreu nosso grande defensor!”
( ) “Morreu nosso herói!”
( ) “Morreu o homem branco!”
( ) “Morreu o Homem Bom!”

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