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Eu Creio em Milagres

Kathryn Kuhlman
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação CIP-Brasil. Catalogação na fonte

K96e Kuhlman, Kathryn


Eu creio em milagres : torrentes de curas fluem do coração de uma mulher de fé / Kathryn Kuhlman ;
tradução de Gordon Chown. — São Paulo: The Way Books, 2005.
192p.; 23cm.

ISBN 85-99579-01-0
1. Cura Espiritual. 2. Milagre da Cura. 3. Fé. 5. Religião. I. Chown, Gordon. II. Título
CDU 615.852 (Bibliotecário responsável: João Vitor Hanna de Souza – CRB 10/1649)

EU CREIO EM MILAGRES
Torrentes de curas fluem do coração de uma mulher de fé Kathryn Kuhlman

Copyright © 1962,1990 by The Kathryn Kuhlman Foundation


Publicado originalmente sob o título I Believe in Miracles por Bridge-Logos
Publishers,Gainesville,Florida 32614 USA.
Proibida a reprodução total ou parcial deste livro sem a autorização por escrito por parte
dos editores.
As citações bíblicas são da versão Almeida Revista e Atualizada no Brasil (Sociedade
Bíblica do Brasil).

Traduzido por Gordon Chown


Primeira revisão: João e Edna Guimarães Segunda revisão: Raúl Flores
Projeto gráfico: Magno Paganelli Editor: Raúl Flores

Editora THE WAY BOOKS


Telefones: (11) 3104-6149 / 3101-4879 / 3242-8672 (fone/fax) E-mail:
thewaybooks@hotmail.com
Sumário
Apresentação, por Raúl Flores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Senhor, Faze Isto de Novo!
1. Eu Creio em Milagres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2. Levante os Olhos e Ande! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Carey
Reams Larga as Muletas
3. Enviada para Morrer em Casa! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Stella Turner Vence o Câncer
4. Isso É Realmente Fabuloso! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
George Orr Vê Novamente
5. “Eu Ouvi a Voz de Deus” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 Eugene
Usechek Volta a Andar
6. Eu Acreditei na Promessa de Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
45 Bruce Baker Ficou Livre do Enfisema
7. É Assim Que Deus Age! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 Betty
Fox Sofria de Esclerose Múltipla
8. Cura a minha Esposa, Jesus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
Câncer no Fígado de Edith Erskine Desaparece
9. O Poder da Oração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71 O Nenê da
Sra. Fischer É Curado de Hidrocefalia
10. Jesus Pode Tudo! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79 Rose É
Libertada das Drogas
11. O Amor – a Maior Força no Mundo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
87 Desaparece o Tumor no Pescoço de Mary Schmidt
12. Senhor, Aqui Vou Eu! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93 Bill
Conneway Volta a Andar
13. Eu Quero Ver Jesus! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103 A Visão
de Amelia
14. Vai e Conta Essa História! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
Elizabeth Viu a Cura do Coração da Cunhada
15. Foi um Toque de Ternura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
Amelia Holmquist Saiu da Maca
16. Nenhum Caso É Sem Esperança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
121 Paul Gunn Curado de Câncer no Pulmão
17. Curado pelo Supremo Poder . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
Richard Kichline Anda de Novo
18. A Oração de Uma Garotinha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137 A
Família Dolan Recebe Jesus
19. Verdadeiramente um Milagre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145
Jim McCutcheon Recebe Quadril Novo
20. Por Favor, Faze Que Ele Ande . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153
O Caso do Bebê de Jean Crider
21. Cachorros-quentes e Cebolas! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161
Harry Stephenson Ganha Estômago Novo
22. Aqueles Que Deus Curou, Permanecem Curados! . . . . . . . . . .
169 George Speedy Não Bebe Mais Álcool
23. Qual É a Chave? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 181
Apresentação
Senhor, Faze Isto de Novo!

Desde a minha conversão a Jesus Cristo, em 1981, os temas sobre


avivamento sempre me despertaram a atenção. E hoje, 24 anos
depois, não é diferente. Eu lia avidamente tudo o que caía nas
minhas mãos acerca do assunto, e cedo descobri os grandes
homens e mulheres que Deus usou.

No meu primeiro contato com os livros da irmã Kathryn Kuhlman,


fiquei inflamado e apaixonado pelo seu ministério, pois era diferente
de qualquer ministério similar. Kathryn Johanna Kuhlman nasceu em
9 de maio de 1907, no Estado de Missouri, Estados Unidos. Aos 14
anos, converteu-se ao Evangelho, e logo foi incendiada pelo
ministério evangelístico e posteriormente Deus concedeu-lhe um
ministério difícil de definir: alguns o chamariam de ministério de
cura, outros, de operação de milagres, o certo é que aconteceram
curas espetaculares, reconstituição e restabelecimento de órgãos
doentes, aparecimento de órgãos onde não os havia, e o maior
milagre ocorria: o novo nascimento. Kathryn sempre se preocupou
em deixar bem claro em todos os cultos, que o maior milagre era
uma pessoa nascer de novo pelo Espírito Santo.

Muitos a têm chamado de “A mulher que mostrou O Espírito Santo


como Amigo”. Os cultos eram solenes, reverentes, sem fanatismo
nem histeria, e muitas vezes o silêncio era tão grande que o mínimo
farfalhar de uma folha de papel podia ser ouvido.

Em meio a um profundo silêncio, sua voz se fazia ouvir: “Eu creio


em milagres”, e começava o culto onde a presença poderosa de
Deus era manifestada e o impossível acontecia. Curas e milagres
ocorriam por toda parte, sem ela tocar as pessoas, algumas eram
curadas ouvindo seus programas de rádio, outras estacionando os
carros antes de entrar no salão, muitas eram curadas no culto, ainda
outras saindo do culto ou em seus carros na volta para casa.

Muitos têm tentado imitar a sua voz e seus movimentos dramáticos


enquanto pregam, mas sem resultados. Ela foi exemplo de uma
pessoa que não teve medo de pagar o preço de estar no serviço de
Deus.
Prezado leitor, por que editar um livro que fala sobre milagres?
Possivelmente você pode pensar: está mais do que comprovado
que milagres por si mesmos não resultam em genuínas conversões,
mas aqui está a diferença do ministério de Kathryn em relação a
outros ministérios. Todos os testemunhos de cura e milagres
relatados neste livro invariavelmente terminaram em conversões
autênticas, que foram confirmadas muitos anos depois.

Se você, querido leitor, é daqueles que estão à procura de pão e só


recebe migalhas, ou se está à procura da copiosa chuva de Deus e
encontra apenas uma pequena garoa, prepare-se! Deus nestes
tempos está restaurando ministérios, e não é coincidência que este
livro esteja em suas mãos!

Leia este livro em oração, regozije-se no Deus maravilhoso que


você tem, sinta a unção contida nestas páginas, e se terminar a
leitura deste livro tocado pelo Espírito de Deus orando “Senhor, faze
isto de novo”, ficarei satisfeito pela edição deste livro.

Raúl Flores, editor,


Inverno de 2005

1
Eu Creio em Milagres
Se você pretende ler este livro me “desafiando” a convencê-lo de
algo que não quer acreditar, não o leia. Esqueça-o! Não tenho a
mínima esperança nem espero convencer um cético a simplesmente
acreditar em milagres.

Se você pretende ler essas páginas com espírito crítico, cínico e


descrente, passe este volume adiante para outro leitor, que estiver
com disposição sincera de ler. Afirmo isto porque o conteúdo destas
páginas é muito sagrado para as pessoas que vivenciaram esses
fatos. Suas experiências são demasiadamente preciosas,
demasiadamente sagradas para serem compartilhadas com aqueles
que leriam somente para zombar, e fazer pouco caso delas. Essas
experiências estão entesouradas no coração com reverência, ações
de graças, e profundo agradecimento. Para essas pessoas, estes
relatos são tão reais e maravilhosos agora quanto no momento em
que aconteceram.

Se você acredita que sou contra a profissão médica, contra os


médicos, e contra o uso da medicina, pelo fato de eu acreditar no
poder da oração e no poder de Deus para curar – está enganado.
Se eu tivesse escolhido uma profissão, minha escolha, com toda
certeza, teria sido a Medicina ou o Direito. No entanto, fui escolhida
por Deus para pregar o Evangelho.

Na ocasião em que foi publicado o artigo a seguir, o Dr. Elmer Hess


era o presidente eleito da Associação Médica dos Estados Unidos.
“Todo médico que não possui fé no Ser Supremo não tem o direito
de praticar a medicina”, disse o especialista em urologia, de Erie,
Estado da Pensilvânia. “O médico que entra em uma enfermaria não
está sozinho. Quanto a ele, só pode ministrar ao enfermo com as
ferramentas materiais da medicina científica. Sua fé num poder
superior faz o restante. Se me mostrar um médico que nega a
existência do Ser Supremo, responderei que ele não tem o direito de
praticar a arte da cura”, afirma o médico.

Hess elaborou estas declarações extemporâneas em um resumo


preparado para a abertura da 48ª reunião anual da Associação
Médica do Sul (SMA). Essa Associação, com um total de dez mil
médicos afiliados, é classificada como a maior organização médica
no país, depois da AMA (Associação Médica dos EUA).

“Nossas faculdades de medicina estão realizando uma tarefa


magnífica ao ensinar os fundamentos da medicina científica”, Hess
continuou a dizer: “No entanto, lastimo que a concentração na
ciência básica é tão grande, que o ensino dos valores espirituais fica
quase totalmente negligenciado”.

Toda cura é divina, conforme o Dr. Hess dá a entender de modo tão


enfático. O médico pode diagnosticar, e receitar remédios. Pode
oferecer ao seu paciente o melhor que a ciência médica concedeu a
ele e à raça humana em geral – mas em última análise, é o poder
divino de Deus que realiza a cura.

O médico pode e tem a capacidade de colocar talas em ossos


quebrados, mas precisa esperar que o poder divino faça a
calcificação. O cirurgião pode realizar a mais difícil das operações,
pode ser mestre do bisturi, e empregar todos os recursos do seu
intelecto bem treinado: mesmo assim, precisa depender de um
poder superior para efetuar a cura propriamente dita – pois nenhum
ser humano chegou a receber, em ocasião alguma, o poder para
curar!

Qualquer verdade, não importa quão válida seja, se for enfatizada a


ponto de excluir outras verdades que possuem igual importância,
fica, na prática, sendo mentira. Minha fé no poder de Deus é a
mesma daquela exercida por qualquer médico ou cirurgião quando
crê que seu paciente será curado. O médico aguarda a natureza
(criada por Deus) curar paulatinamente, embora eu também creia
que Deus é poderoso para curar, não somente mediante um
processo feito aos poucos, mas, se for da Sua vontade,
instantaneamente. Deus é onipotente, onipresente e onisciente. Ele
não é limitado a determinado período, nem é limitado pelas
ideologias, teologias, e idéias preconcebidas dos homens.

Se você imaginar que eu acho pecado consultar um médico, tomar


remédios, e passar por uma cirurgia em caso de necessidade – está
sendo muito injusto comigo! Sem dúvida, creio que Deus tem o
poder de curar instantaneamente sem as ferramentas materiais da
medicina científica, mas também acredito que Deus nos concedeu
cérebro para o usarmos! Ele nos deu inteligência
– Ele nos deu a vontade – e espera da nossa parte que usemos o
bom senso incontestável dos tempos antigos.

Se você estiver doente, e ainda não recebeu o dom da fé para crer


nos milagres, consiga para si mesmo a melhor assistência médica
possível, e ore para que Deus opere através do instrumento
humano: ore para que Deus conceda ao médico orientação divina
ao ministrar-lhe o tratamento, e então, tanto o médico quanto você
vão esperar em Deus para acontecer a cura propriamente dita. O
poder de Deus para curar é um fato incontestável, com ou sem a
ajuda humana.

Se você acreditar que eu, como ser humano, tenho qualquer poder
para curar, está completamente enganado. Não contribuí em nada
para qualquer milagre registrado neste livro, nem tive nada a ver
com qualquer cura que tenha sido realizada em algum corpo físico.
Não possuo absolutamente nenhum poder para curar. Tudo quanto
posso fazer é indicar-lhe o caminho – posso conduzi-lo até o Médico
dos médicos, e posso orar; mas o restante fica entre você e Deus.
Sei o que Ele tem feito por mim, e já vi o que Ele tem feito para um
número incontável de pessoas. O que Deus lhe concede depende
de você. A única limitação para o poder de Deus está dentro do
indivíduo!

Leia o texto bíblico: “E qual a suprema grandeza do seu poder para


com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder” (Ef
1.19).
Quando Deus revela a grandeza do Seu poder, não se refere ao
Seu poder, por maior que tenha sido, que criou o universo; ao
contrário, refere-se ao poder que foi manifestado ao ressuscitar
Jesus dentre os mortos. A ressurreição de Cristo foi (e a nossa
ressurreição com Ele será) a maior demonstração de poder – o
maior milagre – que o mundo já conheceu ou que poderá vir a
conhecer.
O apóstolo Paulo escreveu: “E, se Cristo não ressuscitou, é vã a
nossa pregação, e vã, a vossa fé; e somos tidos por falsas
testemunhas de Deus, porque temos asseverado contra Deus que
ele ressuscitou a Cristo, ao qual ele não ressuscitou, se é certo que
os mortos não ressuscitam. Porque, se os mortos não ressuscitam,
também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a
vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E ainda mais:
os que dormiram em Cristo pereceram. Se a nossa esperança em
Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos
os homens. Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo
ele as primícias dos que dormem” (1Co 15.14-20).
A autenticidade da fé cristã depende de um único milagre supremo:
o alicerce no qual se fundamenta o complexo das ideologias
religiosas do cristianismo, no qual ou se mantém em pé, ou entra
em colapso, e depende da veracidade desse milagre – a
ressurreição de Jesus Cristo. No caso de ser falso esse milagre,
então (conforme reconhece Paulo), a estrutura inteira cai por terra –
pois nesse caso a situação seria esta (de acordo com o apóstolo):
“E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa
fé”.
Nenhuma religião já ousou apresentar esse desafio; nenhuma já
ousou apelar aos milagres, nem fazer seu convite basear-se em um
milagre.
Porque Cristo vive, a nossa fé não é vazia – nem é vazia a nossa
pregação; e a maravilha suprema é que essa incomparável
grandeza de poder está à nossa disposição. Não possuímos
nenhum poder em nós mesmos; todo o poder pertence a Ele!
O fato é que o milagre da ressurreição de Jesus Cristo, o Filho de
Deus, é realidade. Deus prometeu o milagre da ressurreição para
nossos corpos mortais no futuro; portanto, é razoável e lógico
crermos nEle quanto ao milagre da cura em nossos corpos físicos
no presente.
Se acreditar que não reconheço os modos sacramentais da cura,
usados em muitas igrejas diferentes, você está redondamente
enganado. O poder do Espírito Santo não é confinado a um só lugar
ou a determinado sistema.
Não ousamos nos permitirmos ser tão dogmáticos nos nossos
pensamentos, nos nossos ensinos, e nos nossos métodos, a ponto
de excluirmos todas as demais verdades de igual importância.
Por exemplo: Deus concedeu o dom do Espírito Santo no Dia do
Pentecostes e na casa de Cornélio, sem nenhuma atuação humana
de “imposição das mãos”; mas no reavivamento na Samaria (veja
Atos 8.17) e no reavivamento em Éfeso (veja Atos 19.6), os crentes
receberam a plenitude do Espírito mediante a “imposição das
mãos”.
Se alguém quiser ser dogmático em favor de uma ou outra
interpretação, ou fazer disso uma questão que provoque divisões,
será culpado de pecado.
Jesus viu um homem que nascera cego, sendo os fatos registrados
no livro de João capítulo 9. Nesse caso específico, Jesus cuspiu no
chão, e fez barro com a saliva, e ungiu os olhos do cego com o
barro, e lhe disse: “Vá e lave-se no tanque de Siloé... Então o
homem foi, lavou-se e voltou vendo”.
No entanto, em outra ocasião, quando Jesus se aproximava de
Jericó (veja Lucas 18.35), havia um homem à beira da estrada,
mendigando. Nessa ocasião, não há o mínimo registro de que a
mão do Mestre chegou a tocar nele, e temos a certeza de que
nenhum barro foi colocado nos seus olhos. Jesus falou ao homem e
disse: “Recupere a visão! A sua fé o curou” – e imediatamente ele
recuperou a visão.
Os dois homens eram cegos – ambos recuperaram a visão – e
métodos diferentes foram usados em cada caso!
O apóstolo Tiago escreveu, sob a unção do Espírito Santo: “Está
alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes
façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor.
E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará; e, se
houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados” (Tg 5.14,15).
De outro lado, o poder do Espírito Santo era muito grande na Igreja
Primitiva: “...a ponto de levarem os enfermos até pelas ruas e os
colocarem sobre leitos e macas, para que, ao passar Pedro, ao
menos a sua sombra se projetasse nalguns deles. Afluía também
muita gente das cidades vizinhas a Jerusalém, levando doentes e
atormentados de espíritos imundos, e todos eram curados” (At
5.15,16, grifos da autora). Isto comprova, de modo conclusivo, que o
poder do Espírito Santo não está confinado a qualquer local
determinado, ou a um único sistema!
Se você acreditar que duvido da espiritualidade de qualquer ministro
do evangelho que não tem o mesmo ponto de vista que eu no
tocante aos milagres, enganou-se de novo, pois está entendendo
tudo errado; a prova da nossa mútua comunhão é mais profunda do
que a verdade no tocante à cura do corpo físico. Baseia-se em algo
infinitamente mais importante – a salvação mediante o
arrependimento e a fé no sangue derramado de Jesus Cristo (veja
Hebreus 9.22).
“Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes
chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor,
uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é
sobre todos, age por meio de todos e está em todos” (Ef 4.4-6).
Toda cura é divina, seja física, seja espiritual; mas dos dois tipos, é
um fato inegável que a cura espiritual é maior.
Nicodemos perguntou a Jesus: “Como pode ser isso?”
É esse o mistério que as nossas mentes minúsculas devem deixar
com Deus. Mas essa não é a única coisa que você não consegue
entender, e que deve deixar por conta da sabedoria de Deus.
Tente explicar a eletricidade; ou você prefere ficar sentado nas
trevas até conseguir dar essa explicação? Ninguém sabe com
exatidão o que é a eletricidade, porém a raça humana não hesita em
lançar mão dela – embora não entenda todas as leis que governam
a sua atuação.
Como os alimentos são transformados em energia em seu corpo?.
Se não souber, você se recusaria a comer?
Como Deus toca um punhado de terra em uma área agreste do
bosque, e, depois do toque divino, o ar fica perfumado de violetas?.
Um dia desses, você pagou com uma moeda um pacote de
sementes. Com dez centavos, você comprou um milagre! Você
possui, pelo preço de uma moeda, algo cujo valor é conhecido
somente por Deus.
Na agitação dos dias modernos, é possível que não percebamos, ou
menosprezemos, milagres que acontecem diariamente em nossas
vidas.
Diga-me o que “coloca o cérebro em movimento e o faz funcionar” –
os grandes cirurgiões do cérebro gostariam de saber isso também.
Eles sabem, isto sim, exatamente qual a porção do cérebro controla
o movimento de cada um dos nossos músculos, mas não sabem
porque é assim que o cérebro funciona. Qual é o princípio que
produz a sua ação, de modo que possa atuar para controlar as
várias partes do nosso corpo?.
O Dr. Charles Joseph Barone, vice-presidente da divisão de
Obstetrícia e Ginecologia do Colégio Internacional dos Cirurgiões, e
médico sênior da diretoria do Hospital Magee em Pittsburgh – o
maior hospital de maternidade no Estado de Pensilvânia – e que já
ajudou profissionalmente no nascimento de 25 mil bebês, não se
cansa de dizer: “O nascimento de um bebê é o maior de todos os
milagres”.
A bagagem profissional desse médico, a sua devoção e dedicação
ao trabalho, deram-lhe projeção de alcance nacional – mas, mesmo
assim, ele é o primeiro a reconhecer que o nascimento está além da
compreensão humana: que é um dos mistérios que estimulam a
curiosidade e a admiração do homem, mas permanece sendo um
segredo inescrutável.
“Os estudos embriológicos da célula humana”, diz o Dr. Barone,
“demonstram as demarcações da futura criança – as balizas que
serão os olhos, ou o coração, ou as pernas, ou o nariz, ou os lábios.
Se isso não é divino, não sei o que pode ser classificado como
divino”.
Eis o recém-nascido! Há nove meses, nem sequer existia. Agora,
possui ouvidos e olhos; um nariz e uma boca; mãos e pés, e um
choro bem forte quando está com fome. Poucas horas depois de
nascer, se alimenta, todo feliz, no peito de sua mãe.
A ciência lhe forneceu uma folha de instruções, que explica o que
precisa almoçar, e exatamente como preparar a refeição? Ele foi
informado, também, como fechar os olhos e dormir, depois de se
sentir aquecido e alimentado? Alguém lhe ensinou, quando ainda
era incapaz de virar o corpo, como bater as pernas e movimentar os
braços para crescer forte?
Não – nenhum livro de instruções nunca foi dado a um nenê no
momento do seu nascimento. Mesmo assim, todo precioso bebê
sabe exatamente o que fazer para satisfazer as suas necessidades.
Deus nunca explicou ao ser humano o segredo do nascimento físico
– por que, então, hesitaríamos aceitar o fato do nascimento do
homem espiritual? Ambos provieram de Deus.
“O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é
espírito. Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo”
(Jo 3.6,7).
O nascimento espiritual concede ao homem uma nova natureza,
novos desejos; as coisas que ele anteriormente amava, agora odeia;
e o que anteriormente odiava, passa agora a amar, por ser nova
criatura em Cristo Jesus.
Como podem ser essas coisas? Quando você tiver a resposta aos
mistérios singelos dos quais falamos, e de todos os muitos outros
mistérios, talvez lhe conceda a resposta para esse último mistério.
Até então, continue plantando as sementes no seu jardim, continue
usar a eletricidade na sua casa; e quanto aos nenês, eles
continuarão a nascer, hora após hora. E com todo o meu
insignificante ser, oro para que você experimente o grande milagre
do Novo Nascimento.
A própria Bíblia é o maior de todos os milagres, e o Filho de Deus é
mais maravilhoso do que qualquer uma das maravilhas que
confirmam as suas reivindicações!
Os relatos que se seguem são fatos reais; são experiências
autênticas de pessoas que têm acreditado que Deus operaria um
milagre, e cuja fé, baseada na autoridade de Sua Palavra, Deus
atendeu. Eles o ajudarão entender por que eu creio em milagres.
Se você prosseguir na leitura deste livro, minha oração será a de
Paulo, quando orou pedindo que o Deus do nosso Senhor Jesus
Cristo: “vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno
conhecimento dele” (Ef 1.17).
2
Levante os Olhos e Ande!
Carey Reams Larga as Muletas
“A SRTA. KUHLMAN, EVANGELISTA, REALIZA AQUI CULTOS DE CURA, CONVER-

TIDO JOGA FORA AS SUAS MULETAS.


O ponto alto do programa foi alcançado
quando um homem amparado por muletas, que declarou não ter
andado sem ajuda desde 1945, foi ordenado a jogar fora as
muletas. Assim ele fez, e andou com firmeza pelos corredores, para
cima e para baixo, atravessou o palco em diferentes direções, e
estendeu os músculos das pernas conforme as ordens que recebia.
Envolta em sorrisos, a Srta. Kuhlman carregou as muletas dele, e
posteriormente as jogou em um canto. O homem declarou, em um
alto-falante, que ficara sabendo a respeito da Srta. Kuhlman na
Flórida, ao ler um artigo numa revista, e que fizera a viagem até
Butler sozinho, exclusivamente para comparecer a um daqueles
cultos de cura.”

Essas palavras foram manchete do jornal Eagle, de Butler


(Pensilvânia) no dia 1º. de janeiro de 1951. Não havia nada de
inventado nessa reportagem.
Segundo parece, o redator-chefe do jornal, ou um dos seus
repórteres, estivera no meio da multidão no Teatro Penn no dia
anterior, vendo, de olhos esbugalhados, a manifestação do poder de
Deus para curar.
Carey Reams, o homem que se livrou das muletas, tinha três filhos.
A filha mais velha, que estava somente com quatro anos de idade
quando o pai saiu para a guerra, tinha apenas a lembrança de como
era seu pai antes de ele ser ferido quase fatalmente em Luzón,
durante a Segunda Guerra Mundial. As demais crianças, mais
jovens, não lembravam de ter visto o pai sem muletas. Pelo que
sabiam, ele sempre fora paralítico da cintura para baixo, sofrendo
dores intensas.
As crianças ouviam, maravilhadas, outras crianças contarem como
seus pais as levavam a piqueniques, passeios nos bosques, e à
natação – e sabiam que, por alguma razão, que não entendiam,
tinham um pai diferente. Sem movimento algum nas pernas, o Sr.
Reams não poderia levá-las a qualquer tipo de passeio. Como
poderia, pois não conseguia andar?
Carey Reams trabalhava como engenheiro químico nas Forças
Armadas, durante a Segunda Guerra Mundial. No dia 1º. de janeiro
de 1945, as Forças Aliadas estabeleceram uma cabeça-de-ponte
em Luzón. A unidade à qual Carey pertencia foi ordenada a abrir
caminho para Manila e libertar os homens que os japoneses haviam
capturado quatro anos antes.
Foi um árduo empreendimento. A unidade foi parar em um pântano.
Conforme diz Carey: “Havia água em abundância, e todas as vezes
que tentávamos sair de lá para a estrada, formávamos silhuetas
contra o céu claro, e os franco-atiradores escondidos nas
montanhas atiravam em nós. Precisamos permanecer dentro da
água durante todo o primeiro dia”.
No segundo dia, um tufão apareceu, e os céus pareciam abrir-se
para as chuvas caírem aos cântaros. No quarto dia, o comandante
da companhia a qual Carey servia foi morto a tiros, a uma distância
de dois metros do próprio Carey. O comandante que o substituiu
imediatamente já tinha seu próprio engenheiro – e assim Carey foi
ordenado a comparecer à outra companhia mais próxima, a uma
distância de 10 km. Foi a caminho para lá, onde se apresentaria
para servir, que aconteceu tudo! A essa altura, a ponte fora levada
pelas águas, foi preciso contorná-la com o caminhão e passar por
um aterro. Conforme diz Carey: “Foi nesse aterro que batemos em
uma mina terrestre. O caminhão explodiu, e ficou em pedaços”.
Carey continuaria a lembrar disso por um longo tempo.
Trinta e um dias depois, ele voltou a si numa mesa de operação,
distante quatro mil quilômetros de onde foi ferido. Nessa ocasião,
não sabia onde estava, nem o que acontecera, mas, à medida que
recuperou a consciência, lembrou-se de ter sussurrado – e até
agora não sabe o que queria dizer com isso – “Realmente tive boa
aterrissagem”. Imediatamente depois de ter falado essas palavras,
recebeu anestesia para a cirurgia cerebral a que foi submetido.
Durante as seis semanas seguintes, Carey pairou entre a
consciência e a inconsciência – e depois foi enviado para casa, mais
morto do que vivo. Foi um dos cinco sobreviventes na companhia
inteira e, ele disse com lágrimas nos olhos: “Hoje, existiriam
somente quatro sobreviventes se eu não tivesse conseguido chegar
àquele culto no Teatro Penn, em Butler, naquele dia 31 de dezembro
de 1950”.
A observação de Carey de ele ter tido “boa aterrissagem”, quando
recuperou a consciência, dificilmente poderia ter sido mais
enganadora.
Estava todo ferido da cintura para baixo, inclusive a bacia; perdera o
olho direito, bem como a totalidade dos dentes; tinha fraturas no
queixo; quebrara o pescoço, e sofrera fraturas nas costas em dois
lugares. A parte inferior do seu corpo estava completamente
paralisada. Suas pernas eram como pesos mortos, ficaram
dependuradas, ele não podia senti-las, mas nas partes do corpo em
que ainda mantinha a sensibilidade, a dor era incrivelmente intensa.
“Qualquer movimento ali”, lembra Carey, “provocava agonia quase
mortal. E se, por exemplo, meus pés esfriassem, e o sangue
subisse, parecia que feria os nervos, e a dor era quase insuportável.
Para mim, não havendo controle do meu corpo, e sofrendo dores
pavorosas, parecia não valer a pena estar vivo – não fosse pelos
meus filhos. Por causa deles, eu realmente não desejava morrer – e
me recusava a desistir”.
Ao mesmo tempo, Carey sofria hemorragia uma após outra, e
emagreceu 27 quilos.
Antes de ficar curado em Butler, Carey foi operado 41 vezes. Estava
por demais familiarizado com o ambiente dos hospitais – dois além-
mar – e depois, no Hospital Geral Letterman na Califórnia – e nos
cinco anos anteriores à sua cura, tinha sido várias vezes internado
no Hospital da Administração dos Veteranos na Flórida.
Embora o corpo de Carey estivesse em condições deploráveis, sua
mente se mantinha lúcida como cristal e, conforme ele diz: “Percebo
agora que Deus estava cuidando de mim o tempo todo”. Muitas
pessoas sabiam que Carey era um bom engenheiro, e que não
podia visitar as obras, portanto lhe traziam problemas de engenharia
e suas plantas técnicas – e embora não conseguisse andar um só
passo e durante muitos e muitos meses nem sequer pudesse sair
da cama, foi este o único meio de sustentar a sua família.
Em dezembro de 1950, porém, a sua saúde entrou em colapso.
Estava quase que incapacitado de ingerir qualquer tipo de alimento;
tinha hemorragias contínuas, e sua vida se desfazia lentamente.
“Sabe”, diz ele, “às vezes só nos resta esperar quando nada sobrou
a que possamos nos agarrar – fiquei exatamente nessa condição.
Agarrava-me à vida apenas por um fio”.
Alguns dias antes do Natal, o médico da Administração dos
Veteranos mandou internar Carey novamente no Hospital da
Administração dos Veteranos, em Bay Pines, perto de St.
Petersburg.
“Esses médicos da Administração dos Veteranos são maravilhosos”,
diz Carey, “e não tenho elogios suficientes a eles e aos excelentes
hospitais do governo. Eles ofereceram o melhor do que a ciência
pode dispor. Mas dessa vez, recusei-me a ir. Lembro-me de ter dito:
‘Não, doutor, se é para eu morrer, quero passar esse último Natal
com a minha família. Faltam poucos dias até as festas. Depois do
Natal, vocês podem fazer comigo o que quiserem’”. “Foi nesses
poucos dias”, continuou Carey, “que vi, por acaso, um artigo a
respeito de Kathryn Kuhlman, numa revista de alcance nacional, e o
li. Na mesma época, recebi cartas de três amigos, que me contavam
a respeito dos cultos de cura em Pittsburgh. Esses amigos me
perguntaram se eu não gostaria de ir a Pittsburgh e participar de um
dos cultos.
“Pittsburgh, Pensilvânia, não me parecia tão longe, pois minha
esposa é de Pittsburgh, e além disso, eu conhecia Clyde Hill, um
motorista da Companhia dos Táxis Amarelos. Brilhou na minha
mente a idéia que porventura pudesse me hospedar com meu
amigo, caso resolvesse fazer a viagem. Quanto mais pensava a
respeito, tanto mais me conscientizava de que ir a um culto de
milagres era a minha última e única esperança.”
A grande dúvida era: como conseguir ir até lá? Além de paralítico,
Carey, também estava tão debilitado com a perda de sangue por
hemorragias que dificilmente conseguia ficar sentado. Achava que
não era capaz fisicamente de agüentar uma viagem até Pittsburgh
em qualquer circunstância. Se tentasse fazer a viagem, uma entre
duas coisas aconteceria, segundo ele bem sabia: ou morreria antes
de voltar à Flórida – ou ficaria curado. Mas, conforme ele mesmo
coloca: “Concluí que Deus não teria me mantido durante tanto
tempo agarrado à vida por um simples fio se não houvesse um bom
propósito nisso. Acreditei, com toda a sinceridade, que ele me
curaria se eu tão-somente chegasse a Pittsburgh – e que, depois de
ficar curado, Deus me daria algo para fazer por Ele”.
Na manhã de 28 de dezembro, bem cedo, em uma quinta-feira,
Carey estava sozinho, ele se arrastou dolorosa e lentamente para
subir num ônibus com destino a Pittsburgh. Aproximadamente 36
horas mais tarde, chegou ao Salão Carnegie para ir ao culto de
milagres, das sextas-feiras. Em frente à porta, sofreu um golpe
esmagador: o culto terminara uma hora antes. Ele não sabia que o
culto começava às nove horas da manhã!
Esgotado completamente, estava à beira de um desmaio por
fraqueza, dificilmente se mantinha em pé, mesmo com a ajuda das
muletas, e sofrendo dores quase insuportáveis, só queria saber se
agüentaria mais dois dias ali, e, então, se seu amigo motorista de
táxi o levaria ao culto dominical que seria celebrado em Butler,
Pensilvânia.
No decorrer das 48 horas que se seguiram, ele tinha em mente um
só pensamento – agarrar-se ao que restava da vida, até chegar à
reunião em Butler. Essa era a sua determinação – a fé de que Deus,
nas suas ternas misericórdias, lhe concedesse forças para
sobreviver por tempo suficiente para chegar ao Teatro Penn em
Butler, em 31 de dezembro de 1950.
Ele quase fracassou nessa tentativa. Faltando menos de 24 horas,
sofreu outra hemorragia, extraordinariamente severa – que o deixou
tão debilitado que não conseguia levantar-se, nem andar, sem a
ajuda de dois homens fortes. Apoiado neles conseguiu chegar ao
Teatro Penn.
Na porta, quase perdeu a esperança, pois lhe disseram que todos
os assentos estavam ocupados, e que não havia mais lugar lá
dentro. Ali estava ele, agarrado às suas muletas, apoiado em dois
homens, exposto a um frio intenso. Tão perto, mas tão longe! E tão
fraco que cada minuto parecia durar uma hora. No momento em que
estava para soltar-se do último fio de esperança, uma mulher notou
sua situação e lhe ofereceu o lugar em que estava assentada. “Eu já
estou curada”, disse ela. Carey, sem ter palavras para agradecer,
entrou no teatro.
Carey diz que no momento em que entrou, não sentiu a glória de
Deus. “Não no início”, ele sorri ao lembrar-se. “Eu estava com tanta
dor quando entrei, que durante os primeiros minutos nem sequer
consegui pensar em outra coisa, mas pouco depois, conheci Jesus
como nunca O conhecera.” “Enquanto me assentava”, lembra
Carey, “a Srta. Kuhlman começou a falar. A primeira coisa que ela
disse foi: ‘Nossa reunião nesta tarde é um encontro para
perscrutarmos a nossa alma, e não para a cura divina’”. Se o Sr.
Reams pensasse antes que suas esperanças estavam no degrau
mais baixo da escadaria, descobriu então que ainda precisaria
descer mais um. Ali estava ele sentado, quase congelado, tão fraco
que usava suas muletas como apoios para mantê-lo sentado, e
então ouviu dizer que aquele culto não seria de cura divina!
“Na ocasião, pensei que estava morrendo fisicamente”, diz Carey,
“mas agora sei que se tratava apenas de morrer para meu próprio
eu”.
“Foi um sermão maravilhoso”, continuou ele ao lembrar tudo, “e uma
bênção para todos, menos eu. Quanto a mim, viajara mais de 1.600
km para ser curado; o culto chegava ao fim, e eu não tinha recebido
a minha cura”.
Muitas almas foram salvas naquele dia, mais de 50 homens
aceitaram o apelo para se entregar a Jesus, e muitas curas
maravilhosas foram recebidas, mas Carey Reams não estava entre
os que foram curados. Ele ficou mortificado e um desespero
profundo tomou conta dele.

O hino de encerramento da reunião já havia sido cantado,


terminaram os últimos acordes, e o teatro ficou tão silencioso que
seria possível ouvir o barulho de uma agulha que caísse no chão.
Conforme disse Carey: “A Srta. Kuhlman levantou a mão para
impetrar a bênção, mas não falou uma palavra, e meu coração se
desanimou. Naquele momento, já se fora toda a minha esperança.
Então, muito lentamente, sua mão foi descendo, e a Srta. Kuhlman
olhou diretamente para mim, e, apontando o dedo especificamente
para mim, disse: ‘Você está vindo da Flórida?’. Minhas esperanças
subiram às alturas, e respondi: ‘Sim’”. Carey continuou, “ela pediu
que eu me levantasse, e respondi: ‘Não posso’ – e ela disse, com
firmeza: ‘EM NOME DE JESUS, FIQUE EM PÉ,

OLHE PARA CIMA, E ANDE!’”.

Carey levantou-se com a ajuda das muletas. Os corredores entre os


assentos do auditório eram estreitos, e ele estava usando um
pesado sobretudo. Naquele dia em Butler, a temperatura marcava
10 graus negativos, e Carey, vindo da Flórida, não estava
acostumado a tanto frio. Ele procurou descer por aquele corredor
estreito, com aquele sobretudo – paralisado e mantendo o controle
das muletas no chão inclinado – tentou não pisar nos pés das
pessoas. Não era tarefa fácil levantar os olhos, mas, de alguma
maneira, ele conseguiu.

“Bem de repente”, relata Carey, “a Srta. Kuhlman disse: “Coloque de


lado essa muleta direita”. “Experimentei fazê-lo, e o resultado foi
bom: minha perna sustentou meu peso – e lembro que fiquei atônito
por ela saber que isso aconteceria”.

Naquele momento, a dor no corpo sumiu instantaneamente.


Segundo a descrição de Carey: “Foi como desligar uma lâmpada, ou
como a tinta de caneta sendo sugada pelo mata-borrão”.

Percebendo que aquela perna suportava o seu peso, Carey deixou


cair a segunda muleta e ficou em pé sozinho, sem ajuda.
“A Srta. Kuhlman então me mandou subir na plataforma, uns 12
degraus muito íngremes. Dois cavalheiros grandes e fortes
colocaram-se ao meu lado para me ajudar, mas eu não precisava de
ajuda alguma. Subi para a plataforma como um pássaro voando.
Parecia que quase não tocava o chão, e não andei em direção à
Srta. Kuhlman – corri.”
“Está surpreso com a sua cura?”, ela perguntou. “Não, realmente
não”, ele respondeu de modo firme. “Foi por isso que vim.”
“Está atordoado por andar sem muletas?”, perguntou ela. “Nada
disso”, Carey respondeu. “Minha esperança era andar sem elas.”
E esta é a resposta.
“Naquele primeiro dia, a Srta. Kuhlman me mandou erguer o olhar”,
diz Carey Reams com um sorriso – “e a partir de então, sempre
levanto os olhos, em louvor e ações de graças a Deus...”.
No dia seguinte após a sua cura, Carey pediu emprestado ao seu
amigo Clyde, dinheiro suficiente para pagar à vista um caminhão
usado. Precisava de um caminhão para transportar os móveis da
sua esposa, que estavam armazenados em Pittsburgh, de volta para
a Flórida. Na mesma tarde, ajudou a colocar os móveis no
caminhão, o qual dirigiu de volta à Flórida!
Um homem, desamparado e moribundo, foi tocado pelo Médico dos
médicos – e foi curado instantaneamente, e no dia seguinte
carregou de móveis um caminhão e dirigiu por uma grande
distância, entre Pittsburgh, Pensilvânia, e a Flórida. Deus é assim, e
Carey Reams é um testemunho vivo do Seu poder.
Três dias depois, chegou, de caminhão, na garagem da sua casa na
Flórida – e caminhando, sem ter avisado de sua chegada – entrou
na sala de sua casa, onde seus três filhos brincavam.
Os três, erguendo os olhos, ficaram boquiabertos quando ele andou
a passos largos. Por alguns segundos, não conseguiram acreditar
no que viam, pois essa era a primeira vez na vida que os dois filhos
mais novos viam o pai andar sem as muletas. Então, de repente, o
pleno reconhecimento do que ocorrera veio a eles – seu papai podia
andar – seu papai fora curado, e, conforme Carey expressou essa
reação: “Todos começaram a chilrear!. Somente crianças
transbordando de júbilo conseguem emitir esse som extraordinário
do chilrear – como pássaros felizes”.
Entre risos e lágrimas, pulavam e batiam as mãozinhas, e depois,
simplesmente olhavam.
“De tão feliz, eu nada mais podia fazer senão olhá-los e me alegrar”,
continuou Carey. “Nem sequer me dera conta de que o meu regozijo
transbordava para além de mim mesmo, e que meus filhos
realmente se importavam tanto assim. Mas como realmente se
alegraram naquela noite! Só queria ter uma foto dos seus rostos
estampados com o júbilo e admiração quando me viram em pé ali
sem muletas, e depois andar até eles, atravessando a sala.”
Daquela dia até hoje (e já se passaram 11 anos), Carey tem saúde
perfeita. É plenamente capaz de andar, correr, e escalar, não tem
indício algum de ter sido paralítico.
Com 17 dólares que sobraram do dinheiro que tomara emprestado
do motorista de táxi – e tendo só isso de capital – abriu um negócio
por conta própria. Desde o início, esse negócio prosperou. Carey é
um engenheiro consultor de agronomia, e recentemente candidatou-
se para o cargo de Comissário da Agricultura do Estado da Flórida.
Agora ele é o proprietário de sua casa, e contribui para a obra muito
mais do que o dízimo estipulado pela Bíblia. Todo e qualquer
centavo que ultrapassa o que é absolutamente necessário para uma
vida singela, ele doa a fim de formar a juventude em educação
cristã.
Por que Carey dedica incansavelmente seu tempo e esforço à
educação cristã da juventude?
Ele explica: “É porque as estatísticas demonstram que 75% dos
moços e moças formados nas escolas cristãs ficam sendo, como
adultos, obreiros e freqüentadores assíduos das igrejas, ao passo
que apenas 25% dos jovens que não tiveram esse tipo de educação
acabam indo à igreja. Quando percebemos que três entre quatro
jovens educados nas escolas das igrejas são cristãos, permanecem
sendo cristãos, e formam uma família cristã, nos parece importante
que eles recebam esse tipo de educação”.
No dia em que Carey Reams foi curado, havia algumas pessoas no
auditório que tinham dificuldade em acreditar no que viam, por ser
tão espetacular e dramático.
Eis o relato de uma dessas pessoas: “Eu, pessoalmente, nunca vira
o Sr. Reams antes; chegara de uma longa viagem, e nada sabia a
respeito dele. A fim de dirimir quaisquer possíveis dúvidas no
tocante à autenticidade dessa cura, mandei investigar
cuidadosamente os seus antecedentes”.
Todos as pessoas que o conheciam (inclusive vários juízes) deram
testemunho do seu bom caráter. Foi averiguado que sua condição
física anterior era exatamente conforme ele mesmo a descrevera, e
seus históricos médicos estão arquivados nos hospitais, e
confirmam as suas declarações. Sua cura é um milagre
incontestável, realizado pelo Deus Todo-Poderoso e Pai das
Misericórdias.
O único filho varão de Carey Reams agora está no último ano do
colégio. Carey tem uma filha que está se formando como
enfermeira, e a “caçula” está com 13 anos. Há 11 anos, essas eram
as crianças que tanto “chilreavam” naquela noite de janeiro.
“Todas as noites, realizamos o nosso culto familiar. Meus filhos
amam a Srta. Kuhlman e jamais a esquecerão. Nunca deixam de
falar a seu respeito”, relata Carey.
E a Srta. Kuhlman afirma: “Jamais vi tamanha gratidão expressada
no rosto de um homem, quanto aquela experimentada pelo Sr.
Reams. Insisti com ele, uma vez mais, para deixar claro diante de
seus filhos que eu nada fiz para a sua cura. Semelhantes milagres
sempre se devem ao poder do Espírito Santo e ao Seu poder
exclusivamente. Se há uma coisa que Deus não quer compartilhar
com nenhum ser humano é a glória divina”.
“Pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém!” (Mt
6.13).

3
Enviada para Morrer em Casa!
Stella Turner Vence o Câncer

Herbert Turner não tinha temperamento emotivo, mas todo marido


fica nervoso quando a esposa passa por uma cirurgia, e Herbert não
era exceção. Andando com passos largos para cima e para baixo
enquanto esperava notícias dos médicos, a pressão que sofria era
aparente.

Já consultara o relógio um milhão de vezes, perguntando a si


mesmo quanto tempo demoraria a remoção de uma vesícula biliar,
quando, então, viu os dois cirurgiões responsáveis pela operação
caminharem em sua direção. Uma só olhada em seus rostos
desanimados o deixou cheio de medo. Antes de ter tempo de lhes
fazer qualquer pergunta, um deles disse: “Lamento muito precisar
lhe contar isso, Sr. Turner, mas sua esposa está com câncer”.

Sentindo-se atônito por um momento, Herbert ficou em silêncio – e


então perguntou: “Onde – onde está o câncer? Conseguiram extraí-
lo totalmente?”.

O cirurgião balançou a cabeça – e então, com tanta delicadeza


quanto era possível, explicou: “Está em todas as partes do corpo
dela – no fígado; no estômago; na vesícula biliar; no pâncreas. Está
generalizado, e está tão adiantado, que não podemos operar”.

“Quanto tempo de vida ela ainda tem?”, perguntou Herbert, com


uma voz que parecia outra pessoa.
“De seis a oito semanas”, foi a resposta. “Ela poderá sair do hospital
dentro de nove ou dez dias. A partir de então, você nada mais
poderá fazer por ela senão mantê-la confortável até o fim.”
Parecia, naquele momento, que o mundo de Herbert havia
desmoronado.
Herbert Turner, que trabalhava na repartição da Receita Federal em
Massillon, Ohio, havia meses que se preocupava com a sua esposa.
Observou que ela passara rapidamente de 58 para 45 quilos. Notou
também que ela não se alimentava, e até mingau seu estômago não
aceitava – e tinha crises, cada vez mais freqüentes, de dores quase
insuportáveis.
Depois de interná-la no hospital, naquele dia 25 de janeiro de 1952,
ele se perguntava se uma vesícula biliar com mau funcionamento
era responsável por todas as enfermidades dela. E agora o
cirurgião, um dos cinco que estavam presentes na operação,
confirmava os seus piores temores. Stella, com 49 anos de idade,
estava sendo enviada para morrer em casa.
“Você vai contar a verdade a ela?”, perguntou Herbert. O médico
explicou:
“Não lhe contaremos nada de imediato”, respondeu. “Depois de
recebermos o relatório completo do patologista, diremos que ela tem
um tumor maligno que não conseguimos remover.”
Quando contaram exatamente isso a ela alguns dias depois, a
paciente não aceitou o argumento por um instante sequer. Tinha
plena consciência do que significava ter um tumor que não podia ser
removido.
O retorno de Stella para casa tinha data marcada, e seria no
domingo, depois de permanecer nove dias no hospital.
Bem tarde em uma noite de quarta-feira, Herbert, sua filha e sua
cunhada, estavam sentados em casa, depois de terem feito a sua
visita vespertina ao hospital. Estavam em silêncio – constrangidos
pela possibilidade da morte iminente e aparentemente inevitável de
Stella. Então, de repente, a irmã de Stella disse: “Vamos todos
escrever um pedido de oração e enviá-lo a Kathryn Kuhlman”.
Percebendo a expressão perplexa no rosto de Herbert, sua cunhada
explicou-lhe que uma amiga contou-lhe a respeito dos cultos e dos
programas de rádio.
“A medicina já não poderá ajudá-la “, disse a Herbert. “Talvez a
oração, possa.”
Herbert freqüentava com regularidade a igreja, da mesma forma que
a sua esposa – e acreditava na oração – mas nenhum dos dois
ouvira falar em cura divina. “Pensávamos que se tratasse de algo
que ocorresse somente nos tempos bíblicos”, disse ele. “Não
sabíamos que continuava agora.”
Ouvindo a sua cunhada contar a respeito dos cultos de milagres das
sextas-feiras, Herbert exclamou: “Então, o que estamos esperando?
Se enviarmos um pedido de oração hoje à noite, chegará lá a tempo
para o culto da sexta-feira”.
E assim escreveram por extenso o pedido, e às três horas da
madrugada Herbert o levou até a estação ferroviária para postá-lo.
“Não havia outra esperança”, disse o Sr. Turner. “Sabia que
poderíamos colocar nossa esperança somente no próprio Deus.
Acreditava no poder da oração, e se era verdade que Deus
continuava curando hoje, entendia que se todas aquelas pessoas
crentes no salão Carnegie orassem em favor de Stella, talvez
alguma coisa pudesse mesmo acontecer.”
Stella não sabia, ao ter alta do hospital dois dias depois do culto dos
milagres, do pedido de oração enviado a seu favor. Hoje ela
acredita, no entanto, que tendo em vista o que aconteceu, sua cura
começou literalmente ao raiar do sol naquele domingo no hospital,
pois a partir daquele momento, em intervalos de dez em dez
minutos, e por um período de 36 horas, os seus intestinos
funcionaram, e, como ela diz: “levou o veneno para fora do meu
corpo”.
A saúde de Stella, depois da sua chegada em casa, parecia seguir
exatamente o que os seus médicos predisseram. Mas o marido e a
filha – e ela mesma, depois de saber a respeito e ter começado a
ouvir os programas de rádio – mantiveram a firmeza diante das suas
manifestações físicas adversas. Sua fé era inabalável, e ela
acreditava que seria curada.
Estava quase totalmente confinada à cama – demasiadamente fraca
e sem forças para levantar não ser por breves espaços de tempo. A
dor era insuportável sem as doses generosas das drogas
analgésicas que os médicos receitaram para ela levar para casa.
“Quando os medicamentos terminarem”, disseram-lhe, no hospital,
entregando-lhe uma receita, “peça que seu marido avie essa receita
na farmácia”.
Stella não sabia que sua irmã e dois sobrinhos freqüentavam com
regularidade os cultos para orar por ela. Ela mesma foi levada aos
primeiros cultos de cura divina somente cerca de seis semanas
depois de ter recebido alta do hospital.
Nessa ocasião, estava tão doente que duvidava que pudesse
sobreviver à viagem até Youngstown. Vomitava durante todo o
percurso para lá, e, fraca demais para andar, precisava ser
praticamente carregada pelo marido e pelo genro para subir os
degraus do auditório Stambaugh. Seu peso não passava de 40
quilos.
“Senti a Presença naquela primeira vez”, diz Stella; “e experimentei
o poder”.
Todos os domingos a partir de então, por mais doente que se
sentisse, faziam a viagem para Youngstown. Embora Stella não
fosse curada instantaneamente, começou a melhorar
paulatinamente. Durante meses, não conseguia comer mais do que
umas poucas colheres, de chá, de mingau, mas no caminho de volta
depois do terceiro domingo, pediu que seu marido parasse a viagem
para comprar umas verduras frescas. Ele contestou: “Você não pode
comer nada desse tipo!”.
“Posso, sim”, disse ela, “sei que posso”. E naquela noite ela comeu
uma boa salada de verduras, sem nenhum efeito contrário.
Na semana seguinte, pediu que seu marido permanecesse em
Youngstown para ali jantarem juntos; ali, saboreou a primeira
refeição que conseguiu comer e gostar desde o início da sua
enfermidade.
Não havia a mínima dúvida de que ela realmente estava
melhorando, mas a sua dor continuava. Certa noite, no começo de
maio, terminaram os remédios fortes que no hospital lhe
prescreveram, e pediu que seu marido fosse à farmácia e aviasse a
receita.
“Entrei naquela farmácia”, disse Herbert, “e de repente, era como se
eu ouvisse uma voz que dizia: ‘Stella não vai precisar dessas pílulas
analgésicas’. Simplesmente retornei e saí andando, com a receita
ainda na minha mão”. Aquela receita nunca foi aviada. A partir
daquele dia, Stella nunca mais precisou de qualquer dose de
analgésico. Em poucos meses, recuperou as forças completamente,
e, conforme disse seu marido: “A partir de então, ela tem trabalhado
mais do que duas mulheres juntas; limpa as paredes com escova,
apara a grama. No começo, era difícil impedi-la de trabalhar!”. Um
cético pode dizer: “Tudo bem, mas o câncer é uma doença que
muitas vezes passa por períodos de melhora. Como você pode
saber, sem qualquer dúvida, que agora não há câncer no corpo
dessa mulher?”. No dia 1º. de junho de 1955, três anos e meio
depois da cura do câncer, Stella ficou doente, e seu médico
diagnosticou o mesmo problema da vesícula biliar. Stella não teve a
mínima preocupação, porque a essa altura sabia que os que são
curados por Deus, permanecem curados; e seu marido e filha
compartilham essa mesma fé.
Foi para o mesmo hospital, e foi atendida pelo mesmo grupo de
cirurgiões que cuidaram dela anteriormente.
Dessa vez, porém, as coisas eram bem diferentes quando os
médicos desceram do centro cirúrgico para dar notícias a Herbert.
De novo, ele os observou chegando até ele. Ao se aproximarem, ele
percebeu as expressões nos dois rostos, e, de novo, sabia o que
esperar. Mas, dessa vez, não estavam de semblante desanimado;
em vez disso, havia uma mistura curiosa de júbilo e estranheza.
Então? – perguntou Herbert.
Nenhum câncer – disseram os médicos.
Como vocês explicam isso?, perguntou Herbert, ansioso em ouvir o
que responderiam.
– Só existe uma única maneira de explicar – responderam. –
Alguém em um nível superior a nós mesmos cuidou de sua esposa.
Nos lugares onde havia o câncer não sobrou mais nada, somente
tecidos cicatrizados. Os órgãos danificados agora estavam
plenamente restaurados e em perfeita condição. Não ficou nenhum
sinal físico de câncer no corpo de Stella Turner.
Da mesma forma que antes, mandaram fazer biópsias no laboratório
do Hospital Municipal de Massillon, a fim de confirmarem o
diagnóstico, mas, tendo em vista as circunstâncias envolvidas nessa
ocasião, também fizeram biópsia em Columbus, Ohio. Os relatórios
foram NEGATIVOS da possível existência do câncer.
O primeiro diagnóstico foi um engano?
Não – nenhum dos médicos alegou isso – porque cinco cirurgiões
tinham participado da primeira operação, e viram, cada um com
seus próprios olhos, a condição do corpo da Sra. Turner.
Alguns talvez questionem por que ela precisou sofrer essa segunda
operação três anos e meio depois da cura milagrosa do câncer.
Acredito que aconteceu para haver comprovações positivas de que
já não havia mais câncer ali. Somente uma cirurgia assim ofereceria
semelhantes provas àqueles que porventura duvidassem.
Stella se recuperou da cirurgia na vesícula biliar com uma rapidez
que deixou os médicos ainda mais perplexos. Quando voltou ao
médico da sua família, um mês mais tarde para um diagnóstico
geral, ele a abraçou e disse: “Estou tão feliz por você. Você e a sua
família são exemplos vivos para todos nós, no tocante ao que a fé
pode fazer”.
A vida da família Turner é muito diferente depois da cura de Stella.
Como família, desfrutam mais mútuo amor do que em qualquer
época anteriormente, e cada um vive na mais profunda comunhão
com Deus. Freqüentam com regularidade os cultos de cura divina,
além das atividades da sua própria igreja. Stella jamais perde um
programa de rádio de cura divina, e embora Herbert, durante alguns
anos, somente pudesse ouvi-los nas férias, ele já se aposentou, e o
casal acompanha o programa todos os dias, ajoelhados, em oração,
e com ações de graças. Lêem diariamente a Bíblia, e testemunham,
mesmo nos lugares mais distantes, o poder de Deus em suas vidas.
O marido – a mulher – os médicos – a pregadora, ninguém entre
nós sabe o que aconteceu, nem como. Somente sabemos que Deus
o realizou – e não precisamos saber mais do que isso.
Ó Jesus, ficamos atônitos na Tua presença. Não conseguimos
explicar as operações do Espírito Santo. Sabemos, apenas, que
esses milagres são operados pelo Teu poder – e por isso, enquanto
vivermos, prestaremos, a Ti, o louvor e a honra e a glória. Amém.
4
Isso É Realmente Fabuloso!
George Orr Vê Novamente

Era uma manhã de domingo. Para milhares de pessoas, não


passava de apenas mais um domingo, mas para George Orr seria
um dos dias mais incomuns e emocionantes da sua vida.

Vinte e um anos e cinco meses antes desse dia, George sofrera um


acidente na fundição onde trabalhava, em Grove City, Pensilvânia.
Em diversas ocasiões, durante os anos que George trabalhara na
fundição, ele seguia a mesma rotina, sem problemas. Enchendo um
pequeno caço de fundição, a partir da cuba de ferro fundido ao lado
da cúpula (fornalha), ele e dois outros homens levavam o caço (ou
caçamba) de volta à área onde estavam trabalhando, para derramar
o metal líquido nas matrizes a serem preenchidas naquele dia.

Na manhã do dia 1º. de dezembro de 1925, era necessário carregar


o caço (vasilha com cabo) um pouco mais longe do que usualmente.
Na volta à fornalha, perceberam que sobrara um pequeno montante
do metal liquefeito. Apressaram-se, portanto, para devolvê-lo, à
cuba grande, antes que ficasse sólido, pois esta já quase
transbordava com a nova carga de metal fundido que acabara de
receber. Enquanto derramavam, e o ferro entrava na cuba, os
salpicos de ferro voavam.

“Vi o metal descendo”, disse George, “e instintivamente fechei os


olhos”. A pálpebra não serve de proteção contra o ferro fundido,
liquefeito, mais quente do que brasas. “O metal penetrou
queimando, pela pálpebra, e se alojou dentro do olho – torrando-o”,
conforme George descreveu.

Sofrendo dores atrozes, George foi levado às pressas à enfermaria


de um hospital nas proximidades, onde rapidamente removeram o
metal, que já se solidificara e formara uma lasca do tamanho de um
grande grão de trigo. George foi enviado imediatamente a um
especialista em oftalmologia que lhe administrou um analgésico –
depois, ele balançou a cabeça, e disse: “Sinto muito, Orr, mas você
nunca mais enxergará com este olho”.

Os seis meses seguintes foram de muito sofrimento para George. O


olhou infeccionou, a despeito do tratamento e da precaução.
Durante seis longos meses, o sofrimento foi tão intenso que George
não dormia na cama. Dormia (quando conseguia) no chão da sala,
para não incomodar o restante da família.
Durante o ano que se seguiu, George consultou vários médicos,
inclusi

ve um especialista em Butler, Pensilvânia. Esse último, depois de


examinar o olho atingido, internou George, e depois de exaustivos
exames, foi dado o veredicto: nunca mais ele enxergaria com o olho
direito. Em 1927, ele foi indenizado pela perda do olho.

Já era suficientemente ruim perder a visão de um dos olhos, mas


paulatinamente, no decorrer do tempo, ele começou a perceber,
com enorme aflição, que estava perdendo a visão do outro olho.
Tinha cada vez mais dificuldade para ler – e “antes mesmo do
entardecer,” lembra, “precisava parar o que estivesse fazendo,
simplesmente porque não conseguia enxergar. Nunca comentei
nada com a minha família, mas todos sabiam, tão bem quanto eu,
que estava perdendo minha visão”.

George consultou um especialista em Franklin, Pensilvânia –


naquele tempo ele era um dos oftalmologistas mais notáveis do
país. O médico explicou o que estava ocorrendo: com a falta de
visão do olho direito, a córnea coberta de tecidos pesados de
cicatrizes lançou no olho anteriormente “bom” um fardo muito
pesado. Mesmo com a ajuda de óculos, estava muito
sobrecarregado pela necessidade de agüentar o fardo de toda a
visão.

George informou-se, de novo, a respeito da possibilidade de uma


cirurgia para remover as cicatrizes do olho atingido, mas,
novamente, a resposta foi negativa: as cicatrizes estavam profundas
demais para serem removidas. George ficou atormentado pelo
fantasma iminente da cegueira total.

Foi no começo de 1947 que sua filha mais velha, que morava em
Butler, contou ao pai a respeito dos programas que ouvira na rádio,
e sugeriu que ele e sua mãe fossem até um dos cultos.

Em março, eles compareceram ao primeiro culto.

“Não fiquei totalmente entusiasmado naquela primeira vez”, disse


George. “Sabia que muitas pessoas pregavam a cura divina sem
serem o que deviam ser, e por isso fiquei de sobreaviso. Precisava
ter certeza no tocante a esse ministério antes de o acompanhar
totalmente.”

Naquela noite, ele e a esposa conversaram longamente a respeito


do culto. George pensou muito enquanto conversavam, e finalmente
disse: “Sabem, estou certo que Kathryn Kuhlman tem alguma
solução. Quero voltar lá
– e da próxima vez que for, realmente entrarei no espírito do culto”.

Nos dois meses que se seguiram, George diz: “Todas as minhas


dúvidas foram removidas quando percebi o escopo e a profundidade
desse ministério. Sabia que se tratava de uma obra genuína”.

O dia 4 de maio foi um domingo – e o casal Orr estava recebendo


visitas. Dois dos seus filhos casados compareceram, com suas
respectivas famílias, e tinham planejado um almoço festivo de
domingo, para uma hora da tarde.

Ao meio-dia em ponto, chegou ali um jovem casal, amigos do casal


Orr, que estava a caminho para o culto.
“Pensamos que você, provavelmente, gostaria de nos acompanhar,
George. Que tal?”, perguntaram.
“Não”, disse George, “estamos com visitas, e ainda não almoçamos.
Além disso”, acrescentou, “já é muito tarde; nunca conseguiríamos
lugares”.
Os filhos de George, no entanto, sabendo que se não fosse por
eles, o pai iria ao culto, insistiram que o pai e a mãe fossem, e o
casal Orr finalmente concordou.
Entrando no carro dos amigos, com o jovem marido dirigindo,
iniciaram a viagem.
Chegaram lá após o início do culto. O salão estava superlotado, e
eles já estavam resignados a ficarem em pé durante as três horas e
meia ou quatro horas que se seguiriam quando, então, um deles viu
na quarta fileira, na seção central, quatro lugares vagos juntos.
“Parecia que os assentos estavam ali simplesmente esperando por
nós”, disse George. “Simplesmente entramos pela porta da frente e
sentamos.”
Muitas pessoas foram curadas naquele dia, mas parecia que
George não seria uma delas. “E então”, disse ele, “a Srta. Kuhlman
fez uma declaração que eu nunca ouvira. Disse que a cura estava à
disposição de todas as pessoas, da mesma forma que a salvação.
‘É isso!’, pensei, de modo que falei: ‘Deus, por favor, cura o meu
olho’. Não pedi em favor dos dois olhos”.
E essa foi a solução para George Orr. Imediatamente ao ser feito o
pedido para a cura, o olho cego começou a arder intensamente.
Embora possuísse a fé de que Deus curaria aquele olho, George
não entendeu de imediato o significado do que acontecia.
A pálpebra superior, que fora queimada na ocasião do acidente,
tinha o formato de um V. Com freqüência, quando baixava os cílios,
eles batiam na menina dos olhos e causavam dor e uma sensação
de queimadura. George pensou que era isso que estava
acontecendo naquele momento, mas depois percebeu que a mulher
sentada ao lado estava olhando fixamente a frente de seu paletó.
Baixou o olhar, para ver o que ela estava olhando, e viu que o paletó
estava ficando ensopado, com as lágrimas que desciam abundantes
do olho cego.
“Lembro-me que fiquei terrivelmente envergonhado”, diz George,
sorrindo, “e apressei-me a tirar o meu lenço e enxugar o paletó”.
O culto terminou, e quando George saiu do seu lugar e procurou
andar pelo corredor, descobriu que não andava em linha reta.
Voltou-se para o jovem com quem viera, e disse: “Estou com uma
sensação muito estranha. Não consigo explicar, mas algo veio sobre
mim que não consigo entender”.
Era o poder de Deus, que ele nunca experimentara.
Os dois casais começaram a viagem de retorno a Grove City.
“Quando viramos para entrar na auto-estrada”, relata George, “vi os
sinais de trânsito – Auto-estradas 8 e 62. Nunca vira essas placas,
mas ainda não tinha consciência do que ocorrera.
“Subimos uma encosta”, continua George, “então parecia que uma
nuvem pesada que cobrira o sol, desaparecera em um só momento,
e o sol surgiu muito forte e brilhante. Olhei o céu, mas não havia
nenhuma nuvem em lugar algum”. George percebeu, então, que
algo tremendo ocorrera.
Naquele momento, estavam numa parte da encosta de onde se
avistava uma estrada de acesso lá embaixo. George fechou seu
olho “bom” e, com o outro – que estivera cego por 21 anos –
conseguiu ver os automóveis subindo a encosta pelo outro trevo.
“Fiquei boquiaberto”, diz ele, ao lembrar o acontecido. “Não
conseguia acreditar no que ocorrera, e não comentei nada por um
bom tempo. Sentiame totalmente distinguido pela maravilha que se
operara.”
E então, finalmente, ele voltou-se para sua esposa, e exclamou:
“Consigo ver! Consigo ver tudo!”
Quando chegaram a sua casa, George entrou nela de modo
diferente. A disposição da casa é tal que a pessoa entra pelo
saguão e chega até a cozinha. Nesse dia, no entanto, George
passou pela sala de visitas, e atravessou a sala de jantar, em
direção à porta de trás.
“Bem no outro lado da cozinha”, diz ele, “havia um relógio que
comprara, um desses relógios de parede com mostrador pequeno.
Antes de eu me virar em direção ao relógio, minha esposa disse:
“Veja que horas são. Você realmente consegue enxergar com o olho
que estava cego?”
George cobriu o outro olho, e leu no mostrador: “Quinze para as
seis”, respondeu sem hesitar.
Sua esposa sorriu, com júbilo no rosto, e disse: “Oh, graças a Deus,
é verdade. Você está vendo mesmo!”

A Srta. Kuhlman relata: “Você precisa tomar nota de que eu nunca


orara por George Orr; jamais o toquei. A cura ocorreu quando ele
estava sentado no auditório naquela tarde no mês de maio de 1947,
eu nada sabia a respeito dele” .

George voltou ao consultório do optometrista que, havia mais de 21


anos, receitara os óculos para seu olho “bom”. Ele descobriu que o
especialista já morrera, mas seu sucessor estava de plantão.
George lhe pediu que examinasse o seu olho, mas antes do exame,
George disse: “Há uma história notável em relação a esse olho”.

“Pois bem, vamos ouvi-la”, foi a resposta.

Mas antes de contar a sua experiência, George tinha uma pergunta


a fazer: “Você acredita na cura divina?”
“Sim”, foi a resposta. “Acredito.”
Então George percebeu que tinha liberdade para falar, e relatou o
que lhe acontecera.
O optometrista fez um exame eficiente, e no decorrer dele
perguntou: “Onde você mandou fazer seus óculos mais recentes?”
Quando George respondeu: “Bem aqui neste consultório”, o
optometrista disse: “Neste caso, a sua ficha deve estar aqui. Espere
um momento”.
Saiu para o escritório dos fundos, e voltou trazendo a ficha.
Estudou-a e, à medida que lia, erguia os olhos para George,
perplexo.
Em seguida, guardou a ficha no arquivo, e completou o exame. Ele
disse: “Sr. Orr, a cicatriz no seu olho direito desapareceu
completamente”. Perguntou, em seguida: “Você sabia quais eram as
péssimas condições do seu outro olho quando foi examinado na
última vez?”.
George, que se lembrava muito bem do seu receio da cegueira total,
acenou com a cabeça.
“Pois bem”, disse o optometrista, “você recebeu uma cura
maravilhosa, não somente em um dos seus olhos, mas nos dois!”.
Cerca de dois anos após a sua cura, George resolveu pregar uma
pequena peça no médico que o tratara em Butler, tanto enquanto
estava no hospital, quanto depois que recebeu alta; o mesmo
médico que enviara a perícia à junta da indenização – perícia essa
que resultou na indenização pelo serviço social estatal pela perda
de um olho.
Disse George: “Eu sabia que ele não se lembraria de mim depois de
tantos anos, de modo que levei comigo a Sra. Orr, e guardei no
bolso uma ficha: a decisão judicial de me conceder a indenização –
e então entrei no consultório do médico e pedi que examinasse o
meu olho!”.
Depois do exame, George perguntou: “Pois bem, como estou me
saindo?”.
“Em condições excelentes”, disse o médico, “um olho está um pouco
melhor do que o outro, mas isto não é nada. Meus olhos estão
exatamente iguais aos seus. Seu olho esquerdo está perfeito: o
direito tem 85% de visão normal”.
Com isso, George colocou a mão no bolso, e passou ao médico a
perícia da junta de indenizações.
O médico a leu, atônito, e continuou repetindo: “Isto é fabuloso – é
realmente fabuloso”. Ele não fez a mínima tentativa de negar a cura
– nem poderia – pois o registro estava ali na sua frente.
Deus operara um milagre na vida de George Orr.
“Mestre, eu quero ver!”, essa tinha sido a sua súplica. E a mesma
resposta que o cego Bartimeu recebeu quase 2000 anos antes,
chegou até George: “Vai, a tua fé te salvou” (Mc 10.52).
5
“Eu Ouvi a Voz de Deus”
Eugene Usechek Volta a Andar

O cavalheiro, jovem e de boa aparência, entrou orgulhoso no


Hospital das Crianças em Pittsburgh. Chegou ali por ter consulta
marcada com um médico de excelente reputação. Tratava-se de
uma ocasião muito importante na sua vida, pois faria seu exame
físico visando à sua entrada na Força Aérea dos Estados Unidos.

O jovem voltava ao médico que o tratara quando fora acometido


pelo mal de Perthe, aos nove anos de idade.
Nenhum membro da família Usechek se esquecerá daquele ano que
Eugene, o mais velho dos seus três filhos, completou nove anos.
No dia seguinte ao Natal de 1949, a Sra. Usechek foi ao centro da
cidade para aproveitar as ofertas nas liquidações pós-natalinas.
Deixou Eugene e seus irmãos mais novos aos cuidados de um
rapaz de 16 anos de idade, que com freqüência cuidava deles
quando ela se ausentava por algumas horas.
Quando ela chegou em casa no fim daquela tarde, os meninos a
cumprimentaram com sua animação usual, e falavam pelos
cotovelos a respeito das diversões que tiveram com seu “ama-seca”
– principalmente a respeito da brincadeira gostosa que ele e Eugene
fizeram – um tipo de cabo-de-guerra com as pernas amarradas com
um cinto, para ver quem puxaria com mais força.
Não se sabe ao certo se essa brincadeira teve alguma
responsabilidade pelo que aconteceu – mas dois dias depois
Eugene começou a mancar.
A Sra. Usechek perguntou-lhe se sua perna doía, e quando ele
respondeu que não, ela ficou despreocupada. Quem conhece
meninos, sabe que eles estão constantemente em aventuras e que
brincam de modo agressivo – de modo que a mãe de Eugene
naturalmente pensou que o filho tinha somente uma contusão na
perna.
No entanto, ele continuou a mancar, e evidentemente depois de
várias semanas, a mãe ficou preocupada quando a situação parecia
piorar. Então, ela o levou, a despeito dos protestos dele (“mas, mãe,
não tem nada doendo!”) ao médico da família, que imediatamente
chegou à mesma conclusão que a Sra. Usechek: sem dúvida, era
uma simples contusão.
Duas semanas mais tarde, no entanto, Eugene, vindo da escola
para casa, reclamou de dor no calcanhar. Sua mãe examinou com
cuidado o seu pé, mas não viu o mínimo sinal de qualquer lesão.
Durante os dias seguintes, Eugene reclamava cada vez mais de dor
no calcanhar. Sua mãe observou que ele pisava em falso – pelo
menos nunca deixava o calcanhar tocar no chão.
Ela o levou de novo ao médico da família, que solicitou radiografias.
Dois dias mais tarde, profundamente preocupado, o médico
declarou que Eugene sofria do mal de Perthe. Diante das perguntas
da mãe preocupada, o médico explicou que se tratava de uma
enfermidade que provoca mudanças na cabeça do fêmur (osso da
coxa) que resulta em deformidade. Pediu insistentemente que ela
marcasse uma consulta imediata com um especialista em ortopedia
no Hospital das Crianças.
Dentro de poucos dias, Eugene e sua mãe estavam sentados no
consultório do especialista.
O médico fez um exame cuidadoso do menino, e depois convocou
outro ortopedista para avaliação. Eles conferenciaram por alguns
minutos, e depois disseram à Sra. Usechek que seu filho teria de ser
hospitalizado imediatamente. Ressaltaram algo que ela não havia
observado antes – a perna esquerda do menino tinha um
desenvolvimento menor comparando com a direita, e já estava
cerca de quatro centímetros mais curta.
Durante os dez dias de hospitalização, foram feitas mais
radiografias; o diagnóstico foi confirmado sem qualquer sombra de
dúvida, e o menino fez tração, mas não surtiu efeito na perna
encurtada, de modo que foi engessado desde o peito até os
dedinhos dos pés, e teve permissão de sair do hospital.
Isto aconteceu em fevereiro, e quatro meses depois ele voltou ao
hospital, onde foi retirado o gesso e foram feitas mais radiografias.
Em seguida, foi engessado de novo, e deveria permanecer assim
até o mês de agosto.
Foi em fins de junho que a Sra. Usechek ficou sabendo, pela
primeira vez, dos cultos realizados no Salão Carnegie.
“Uma vizinha me aconselhou a ouvir o programa pelo rádio”, disse
ela, “e depois enviar o meu pedido de oração. No dia seguinte,
comecei a escutar, e iniciei meus jejuns e orações em favor da cura
de Eugene”.
No dia 1º. de agosto, ela levou o filho para fazer mais radiografias.
Foi, então, retirado o gesso, e ele recebeu um aparelho ortopédico.
Já tinha sido bastante ruim ficar engessado durante o calor
escaldante daquele verão, mas o aparelho, que se estendia desde
os quadris do menino até os dedinhos dos pés, e que pesava sete
quilos, era ainda mais desconfortável. Eugene, incrivelmente
paciente durante todo esse período, sem nunca se queixar, e que
até mesmo fazia tentativa de jogar beisebol com a turma,
engessado e usando muletas, agora implorava a sua mãe: “Mamãe,
por favor, não posso ter o gesso de volta em vez desse aparelho?”
Esse pedido do filho sensibilizou muito o coração da mãe –
principalmente tendo em vista o fato de que era provável que ele
precisasse usá-lo durante o restante da sua vida, e que a sua perna,
a não ser que Deus tocasse nela, poderia piorar progressivamente
continuando (conforme já começara) a ressecar até ficar totalmente
inútil e deformada.
No último dia de agosto, ela foi sozinha, pela primeira vez, a um
culto no auditório Carnegie.
“Até então, eu só freqüentara a minha própria igreja, e nunca tinha
visto um culto religioso como este”, disse a Sra. Usechek com um
sorriso, “e nunca sequer ouvira falar da experiência do novo
nascimento.
“Gostei do culto, mas não entendi nada a respeito. Mesmo assim,
senti naquele auditório algo que nunca sentira antes, e queria voltar
e aprender mais a respeito.”
Na semana seguinte, a Sra. Usechek levou Eugene – com o
aparelho ortopédico e tudo o mais. Outras pessoas foram
maravilhosamente curadas naquele dia, mas não Eugene. Conforme
diz a Sra. Usechek: “Ainda me faltavam muitos conhecimentos a
respeito de todo o assunto. Era tudo totalmente novo para mim”.
No começo de outubro de 1950, a Sra. Usechek levou Eugene de
novo ao salão Carnegie. Atrasaram-se um pouco na chegada ao
culto, e não conseguiram um lugar, de modo que ficaram
encostados na parede do fundo extremo do auditório. E, de repente,
aconteceu! A perna esquerda de Eugene começou a dar repuxos –
o poder de Deus estava passando por ela. A Sra. Usechek deu uma
olhadela rápida no filho, e viu seu rosto radiante. Abraçou o menino
bem apertado, e começou a chorar. Então, de repente, percebeu o
que faltava fazer, o assunto era entre ela e Deus. Precisava ter fé
suficiente para crer em Deus até o ponto da ação – ação da parte
dela. Orou rapidamente, e antes de chegar ao fim, sabia que Deus
lhe concedera a fé necessária.
Segurando a mão de seu menininho, a Sra. Usechek o levou até a
sala de estar das senhoras. Disse-lhe que esperasse ali por um
momento, e foi procurar um porteiro. Foi até o primeiro que
encontrou, e lhe pediu uma chave de fenda. Sem demora, ele achou
uma; ela o agradeceu e a levou à sala de estar.
Ali, com uma oração nos lábios, desparafusou o aparelho do sapato
esquerdo do filhinho, e o removeu. Depois, fê-lo tirar os dois sapatos
e pediu que andasse atravessando a sala espaçosa. Ele a
atravessou sem dificuldades, e sem o mínimo sinal de mancar.
Depois, ela o colocou em pé diante dela, e percebeu o que
acontecera: a perna esquerda aumentou milagrosamente, até
completar os quatro centímetros que faltavam, e ficou exatamente
igual à perna direita!
Voltaram para casa a pé, juntos, com a Sra. Usechek carregando o
apoio ortopédico.
Na manhã seguinte, ela telefonou ao médico, e ele ficou
completamente estupefato ao ouvir o que ela fizera. O médico lhe
disse que a remoção do aparelho causaria danos incalculáveis ao
filho, e tiraria qualquer esperança que pudesse haver de alguma
possível melhora futura.
A Sra. Usechek ficou francamente aterrorizada, e durante as
semanas que se seguiram, envolveu-se no mais terrível conflito
interior que já enfrentara.
Agira pela fé, e mediante a fé. Acreditava totalmente no poder de
Deus para a cura; sabia, ainda, que Deus tocara em Eugene. Mas,
segundo ela disse a si mesma, sabia que Deus também opera
através dos médicos. Talvez ela devesse prestar atenção àquilo que
os médicos lhe diziam.
Durante as semanas que se seguiram, ela colocou o aparelho
ortopédico de volta, e depois o tirou, pelo menos um milhão de
vezes (na linguagem dela). Quando falava com os médicos, ela o
colocava, e depois de orar com fervor, ela o tirava.
Certo dia, quase imediatamente depois de ela ter colocado o
aparelho, surgiram furúnculos na perna do menino.
“Tratava-se de Deus falando”, ela disse, “e agora sei disso, mas na
ocasião, fiquei por demais perturbada, insegura, e assustada para
ouvir”.
Então, ela tirou o aparelho da perna de Eugene, até desaparecerem
os furúnculos, e depois o recolocou. Dessa vez a perna, quase
imediatamente, e sem causa que se possa determinar, ficou preta e
azul (com hematomas).
“Finalmente”, disse ela, “consegui ouvir a voz de Deus, e percebi a
presença da sua mão em tudo. Tirei o apoio de uma vez para
sempre, e nunca mais o coloquei. Depois de tomar a decisão firme
de realmente crer em Deus no tocante à cura de Eugene, parei de
sentir medo”.
Essa perna, desde o primeiro instante em que ela removeu o
aparelho, no auditório, 12 anos antes, permanece perfeita.
A pedido dos médicos, a Sra. Usechek levou Eugene em intervalos
regulares para avaliação (check-up). Ficaram atônitos diante da cura
dele, e reconheceram que se tratava de um milagre.
Três anos depois da cura, ela recebeu algo que passou a ser uma
das suas posses mais preciosas: uma carta datada de março de
1953, assinada por dois excelentes ortopedistas que tinham
atendido ao seu filho. Pediram que ela levasse Eugene de volta ao
hospital, e se ofereceram para pagar as despesas envolvidas – a fim
de que ele ajudasse aos que não tinham fé para crerem na cura
divina, e lhes provasse que o poder de Deus para curar era real.
O Sr. e a Sra. Usechek doaram ao hospital o aparelho ortopédico
que seu filho usara durante tão pouco tempo antes da sua cura.
Eugene fez o curso superior em Waynesburg College, onde fazia
parte do time de beisebol, e conquistou o troféu de campeão de luta
livre na sua classe.
Depois disso, ele resolveu servir na Força Aérea dos Estados
Unidos, onde as exigências físicas são provavelmente mais
rigorosas do que qualquer outro campo de atividades nos Estados
Unidos.
Antes de o aceitarem em outubro de 1961, disseram que ele
consultasse os mesmos médicos que lhe deram tratamento para o
mal de Perthe, e fizesse uma radiografia. Estava tudo em ordem.
Eugene, agora, é membro da Força Aérea, e serve na Divisão de
Códigos Secretos.
Ao analisar esta história do poder de Deus, eu afirmo com
convicção: Deus é um Deus de milagres!. E eu creio em milagres!
Meu amigo, você também pode dizer que acredita em milagres?

6
Eu Acreditei na Promessa de Deus
Bruce Baker Ficou Livre do Enfisema

Você jamais conhecerá duas pessoas mais cheias de gratidão. Com


freqüência, quando estou em pé na plataforma de embarque, olho
para baixo, para os rostos das pessoas em pé na multidão, e vejo o
Sr. e a Sra. Bruce Baker. Nossos olhares se encontram, e
meneamos a cabeça em mútuo cumprimento; nossos corações se
unem como um só em nossa gratidão ao Senhor pela sua divina
misericórdia na cura de Bruce.

Bruce Baker trabalhava numa grande companhia de engarrafamento


em Youngstown, Ohio. Foi no início do outono de 1948 que a sua
doença surgiu.
Tudo começou com algo que não parecia muito grave: tossidelas
secas, curtas e repetidas. Bruce não ficou preocupado. Achava que
reduzir o número de cigarros que fumava e comprar uma caixinha
de pastilhas para tosse solucionaria o caso. Ao contrário – a tosse
piorou, até o ponto de ele precisar levar para o serviço, todos os
dias, uma garrafa de xarope para tosse, e tomar em intervalos
regulares. Mas as crises de tosse tornaram-se cada vez mais
freqüentes e graves.
Certa noite, em outubro, voltou do serviço para casa, sentindo-se
terrivelmente mal. Estava febril, com os pulmões doendo com a
tosse contínua, e disse à esposa: “Acho que estou com bronquite,
Geneva”. Tratou-se em casa durante uns dias, e depois voltou ao
serviço, sentindo-se um pouco melhor, mas ainda longe de estar
completamente restabelecido.
Três semanas mais tarde, no dia 2 de novembro, voltou do serviço
ao meio-dia – não conseguia manter-se em pé, tão mal se sentia.
Bruce não voltaria a trabalhar de novo a não ser cinco anos depois.
Naquele dia que saiu mais cedo do serviço, Bruce ficou na cama
com febre alta; às sete da noite, sentiu violentos calafrios. A
despeito da bolsa de água quente e dos cobertores adicionais que
sua esposa empilhou sobre ele, continuou dominado pelos calafrios
até depois das quatro horas da madrugada. À tarde, o médico
diagnosticou sua doença como pneumonia viral. Durante 30 dias,
recebeu tratamento para essa enfermidade, e sua situação
continuou a piorar em vez de apresentar melhora.
Todas as tardes, Bruce olhava temeroso à medida que os
indicadores do relógio se aproximavam lentamente da marca das
seis horas. Tinha pavor daquele horário, pois sabia com certeza o
que lhe aguardava. Com regularidade aquela agonia se repetia noite
após noite. Entre as seis e as sete horas, era acometido por severos
calafrios, tão violentos que a cama inteira sacudia, e a batida dos
seus dentes era ouvida no quarto ao lado. Da hora que começavam
os calafrios, alternadamente sentia frio e suava durante a noite
inteira, até as cinco horas da manhã, quando, então, caía num sono
profundo, por uma hora, talvez, e então acordava de novo com uma
crise de tosse. Era difícil dizer qual era a maior aflição: os calafrios,
ou o suor, ou as crises de tosse, pois quando cessavam os calafrios,
o corpo de Bruce ficava banhado de suor, e as roupas de cama
ficavam ensopadas até o colchão. Sua esposa Geneva precisava
trocá-las pelo menos quatro vezes por noite, e isso causava muita
fraqueza em Bruce, deixando o médico muito preocupado. Então, o
sintoma mais assustador de todos tornou-se evidente: todas as
vezes que Bruce tossia no meio de uma crise, não conseguia
respirar, e parecia que nenhum medicamento conseguia aliviar essa
apavorante falta de ar. “Muitas vezes”, relata a sua esposa, “seu
rosto ficava preto, e a língua pendurada na sua boca, enquanto ele
tentava forçar o ar a entrar e sair de seus pulmões”.
E muitas foram as noites que Geneva passava em oração, sentada
ou ajoelhada ao lado do leito de sofrimento, durante toda a noite.
Ela diz simplesmente: “Sabia que só Deus poderia restaurá-lo”.
No fim de 30 dias, prostrado pelos calafrios e suores alternados,
exausto pelas crises constantes de tosse, sofrendo cada vez mais
com a dificuldade de respirar, o estado de Bruce se agravou. O
médico sabia que apenas a pneumonia viral não era a causa para
explicar essa enfermidade.
Durante os meses que se seguiram, em um esforço para chegar às
origens do mal que acometia Bruce, ele passou por exames de
malária, de psitacose (febre de papagaio), de tuberculose e de febre
ondulante. Todos esses exames apresentaram resultado negativo, e
ninguém conseguia diagnosticar a sua doença.
Finalmente, um dos médicos do Hospital South Side em
Youngstown, Ohio, perguntou-lhe detalhadamente a respeito da
natureza do seu serviço antes de ser atacado pela doença. O
médico ficou sabendo que um produto alcalino era misturado à água
na lavadora das garrafas, visando à esterilização. Bruce trabalhava
ao ar livre, usando um pau para remexer a mistura, mas a teoria do
médico era que, quando o vento soprava, Bruce deveria ter inalado
grandes quantidades dos vapores resultantes. O médico suspeitava
da existência de danos nos pulmões, e sugeriu que o paciente fosse
levado à Clínica Blogden, em Cleveland, para ver se esse
diagnóstico teórico seria confirmado. Assim foi feito, e a clínica
descobriu que, de fato, seus pulmões tinham sido severamente
queimados por inalação de vapores alcalinos naquela indústria. Sua
enfermidade foi diagnosticada como enfisema e bronquite asmática.
Ele passou por uma longa série de tratamentos em Cleveland, mas
não melhorou.
Embora muitas pessoas nunca tenham ouvido falar em enfisema,
ela é mais forte do que o câncer dos pulmões e da tuberculose
somados. É difícil de ser diagnosticada, e com freqüência é
confundida com bronquite ou com bronquite asmática.
No enfisema, os pulmões ficam cheios, até a totalidade da sua
capacidade, com ar que o paciente não consegue exalar (a
dificuldade na respiração ocorre pelo fato de não poder expirar). No
decorrer do tempo, os pulmões excessivamente inflados perdem a
sua elasticidade. O diafragma, que sobe e desce livremente durante
o processo normal da respiração, vai lentamente se achatando e
fica imobilizado. Uma pessoa normal, em repouso, respira cerca de
14 vezes por minuto, ao passo que a pessoa que sofre do enfisema
respira até 30 vezes por minuto, e mesmo assim não consegue
oxigênio suficiente. Sofre com a constante falta de oxigênio, seus
músculos se enfraquecem por causa da falta de ar, e também por
não exercitá-los, até chegar o ponto da mínima atividade envolver
um esforço quase sobre-humano por parte do paciente.
Outra característica dessa enfermidade é a incapacidade do
paciente, por mais forte que ele possa tossir, de expelir a secreção
mucosa que causa aflição. Ao tentar expelir inutilmente a secreção,
as passagens bronquiais sofrem rupturas. Inchadas e cicatrizadas,
suas paredes se engrossam e as vias se tornam cada vez mais
estreitas.
Não existe cura clínica conhecida para essa situação – somente
tentativas de tratamento paliativo, que em alguns casos ajuda, e em
outros, não. Todas as suas vítimas, independentemente do
tratamento recebido, estão condenadas a travar, por toda a vida,
uma guerra contra a dispnéia, ou seja, a falta de respiração.
A extensão da incapacidade depende dos danos causados aos
pulmões. No caso de Bruce, seus pulmões tinham sofrido
queimaduras severas e, segundo as perícias médicas, estavam
danificados de modo grave e permanente. Sua incapacidade era
quase que total.
Durante oito meses após o primeiro diagnóstico errôneo de
pneumonia viral, Bruce continuou a sofrer com os calafrios noturnos.
Não mais do que três vezes durante esse período é que por duas
noites consecutivas esteve sem eles. Quando finalmente lhe foi
permitido sair da cama durante breve tempo, sentiu-se incapaz de
caminhar mais do que uns poucos passos sem se afligir com a falta
de respiração.
“Nosso quarto ficava ao lado da cozinha”, ele relata, “mas quando
andava de lá para a cozinha para tomar uma refeição, ficava em
estado de exaustão diante da mesa, e precisava sentar-me e
descansar durante 15 minutos antes de poder comer um só
bocado”.
Os meses se passaram até tornar-se em anos, nos quais Bruce
esteve hospitalizado três vezes em Youngstown, sob os cuidados de
nove médicos, no total. Ninguém e tratamento algum o ajudaram.
Durante mais de quatro anos, não pôde trabalhar – a única coisa
que fazia, segundo ele diz, era “ficar sentado ou deitado”.
Em alguns dias inesquecíveis do verão, no entanto, nesses anos
todos, conseguia andar devagar no quintal, fazendo paradas para
adquirir forças para respirar.
“Permanecia sentado ali”, lembra Geneva, “e me observava cortar a
grama, as lágrimas corriam pelo seu rosto, porque eu era obrigada a
fazer esse serviço, enquanto ele ficava sentado ali perto, sem poder
ajudar”.
Bruce ainda não era crente naqueles tempos, mas conforme diz:
“Realmente sabia que Deus era poderoso para fazer toda e
qualquer coisa”.
Bruce e sua esposa ouviram os programas de rádio, e em três ou
quatro ocasiões nesse período da enfermidade de Bruce, Geneva o
levou aos cultos.
“Não consigo imaginar como fui capaz de chegar até lá, e como
fiquei na fila tanto tempo, esperando as portas se abrirem”, diz
Bruce. “Este fato, por si só, comprova o quanto a presença de Deus
nos acompanhou desde o princípio.
“Na primeira vez que lá estivemos, quando via pessoas sendo
curadas por Deus, soube melhor do que ninguém quão maravilhoso
Ele era. Percebi, naquela tarde, que eu era pecador, mas também
entendi que Deus me amava, e que Ele faria por mim tanto quanto
fizera por outras pessoas. Via como minha esposa orava por mim
noites inteiras, muitas vezes sem sequer se deitar um pouco”,
continuou Bruce, “então me dei conta de que se era para ser
curado, seriam necessárias, também, minhas orações. Eu não era
muito bom na oração, mas esforcei-me o melhor que pude”.
Ao meio-dia de uma terça-feira no começo de novembro em 1952,
Geneva disse ao marido: “Eu gostaria que você escrevesse um
pedido de oração à Srta. Kuhlman. Mas escreva você, e não eu –
porque este assunto é entre você e Deus”.
Enquanto Bruce estava sentado à mesa da cozinha, ela lhe levou
um lápis e papel. Ele escreveu o pedido de imediato, e Geneva saiu
na mesma hora para colocá-lo no correio.
No sábado seguinte – quatro dias depois – Geneva combinara que
trabalharia algumas horas para sua irmã em Masury, Ohio, onde ela
era proprietária de uma loja e um restaurante. Com Bruce
desempregado quatro anos consecutivos, e sem entrar nenhum
dinheiro a não ser, depois de uma longa espera, uns poucos dólares
do fundo de compensação dos operários, o casal Baker estava
tendo dificuldades financeiras, e Geneva estava feliz em poder
ganhar algum dinheiro, sem precisar deixar sozinho por um período
muito prolongado o seu marido doente.
Nesse sábado específico, ela estava muito nervosa ao deixá-lo. Ele
parecia pior (se isso fosse possível) do que estava usualmente, e se
alguma coisa acontecesse com ele, não poderia telefonar-lhe. Não
tinham mais telefone, pois não conseguiam pagar as contas.
Estava tão preocupada que lhe passou a idéia de não ir a Masury,
mas resolveram que ela simplesmente teria de correr o risco:
precisavam de tudo quanto ela poderia ganhar, até o último centavo,
para pagar as quatro cargas de carvão que tinham sido entregues
na véspera, e que estavam empilhadas nos fundos, esperando até o
domingo quando, então, um bom amigo viria (segundo prometeu)
para colocar o carvão no subsolo, trabalhando com a pá.
Meia-hora depois de Geneva sair, Bruce sentou-se na sua cadeira
predileta.
“De repente”, diz ele, “simplesmente soube que esse era o momento
de acreditar na promessa de Deus: “Mas ele foi traspassado pelas
nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo
que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos
sarados” (Is 53.5), de modo que simplesmente levantei os olhos e
pedi que Deus me curasse assim como O vira curar tantas outras
pessoas”.
Imediatamente, Bruce sentiu um calor intenso que se propagou em
seu peito, e depois, foi acometido de intensa náusea. Ele ficou muito
assustado com o que sentia, e conforme ele relata, disse a si
mesmo: “Não tenha medo de Deus. Você está recebendo o que
pediu”.
Ele foi então cambaleando até o banheiro, e se apoiou na bacia
enquanto recuperava o fôlego. De repente, saiu da sua boca o que
ele descreve como “o equivalente a um copo grande de água, cheio
de um fluido pesado e transparente”. Quando levantou a cabeça,
inspirou profundamente o ar fresco pela primeira vez em quatro
anos.
“A sensação era maravilhosa e indescritível”, diz ele sorrindo, ao
lembrar. “Fui para os fundos, e andei de cima para baixo, de baixo
para cima, sem parar – ria e chorava e agradecia a Deus, tudo ao
mesmo tempo.” Quando Geneva voltou da casa de sua irmã
naquele fim de tarde, notou que o monte de carvão desaparecera
quase totalmente do quintal nos fundos. Bruce já transportara com
pá três das quatro cargas de carvão. Geneva, ao entrar na casa,
chamou: “Tudo bem, querido?”.
Diante da resposta rápida e afirmativa dele, ela perguntou, indo ao
quarto: “Quem é que teve a bondade de colocar nosso carvão no
subsolo durante a minha ausência?”.
“Fui eu”, veio a resposta.
Foi então que Bruce saiu andando para a sala, para cumprimentar a
esposa. Ela deu uma olhadela no rosto dele, e percebeu o que
acontecera. Juntos, de joelhos, renderam graças a Deus.
Naquela noite, no jantar, Geneva perguntou ao marido: “Querido,
como é que você deixou aquele montinho pequeno de carvão ainda
ali fora no quintal? Você ficou muito cansado antes de colocar tudo
lá dentro?”. “Não”, respondeu Bruce, com um largo sorriso: “Mas
Noble planejou vir aqui amanhã e colocar o carvão para dentro da
nossa casa, e não queria que ele chegasse aqui sem achar nada
para fazer, de modo que deixei para ele aquele montinho!”.
Dois dias mais tarde, Bruce Baker, que durante mais de quatro anos
não conseguira dar cinco passos sem sofrer uma crise intensa de
tosse, e sem ficar ofegante pela falta de ar, andou a pé a distância
de quase quatro quilômetros entre a sua casa e a cidade. Parou em
frente ao fórum e olhou para cima – havia quatro andares e,
conforme ele bem sabia, tinha elevadores, mas ele optou por subir a
pé. Respirou profundamente, entrou com firmeza no prédio, e,
quase sem diminuir a velocidade, subiu os quatro lances de
escadas, e depois desceu.
É assim que Deus trabalha.
Já faz dez anos que Bruce Baker está curado. Os médicos não
conseguiram verificar nele nada mais de errado, e testemunham o
fato de seus pulmões estarem em excelente estado.
Agora ele está seguindo a carreira de jardineiro como atividade
profissional, e acompanha o cortador motorizado de grama para
cima e para baixo nos declives das oito horas da manhã até, com
freqüência, as três horas da tarde. “Ninguém consegue trabalhar
tanto sem ter ótimos pulmões”, diz Bruce, com um sorriso.
E então, ele passa a dizer, radiante de alegria: “Realmente não
existem palavras para dizer como nos sentimos quando Deus nos
cura. Geneva e eu damos graças a Ele todos os dias, e procuramos
fazer algo como prova de gratidão a Ele”.
Exercer a fé é acreditar em Deus até o ponto de colocá-la em
prática. Bruce diz: “Senti que chegara o momento de crer na
promessa de Deus”.
Sempre me emocionei com o relato deslumbrante de Josué e os
filhos de Israel fazendo aquela marcha final ao redor dos muros de
Jericó. O Senhor lhes prometera a cidade. Chegou o sétimo dia,
seis vezes tinham contornado a cidade, nenhum tijolo se deslocara,
nem sequer houve uma rachadura no muro, mas Deus fizera a
promessa!
“E sucedeu que, na sétima vez, quando os sacerdotes tocavam as
trombetas, disse Josué ao povo: Gritai, porque o SENHOR vos
entregou a cidade!” (Js 6.16).
Não havia a menor rachadura no muro, e nenhum tijolo tinha caído!.
“Ao som das trombetas e do forte grito, o muro caiu. Cada um
atacou do lugar onde estava, e tomaram a cidade.”
O segredo da vitória foi esse grito de fé que reivindicou a vitória
prometida, segundo a autoridade da Palavra de Deus! É quando a fé
intensa acredita em Deus até o ponto de agir, que algo
inevitavelmente tem de acontecer.

7
É Assim Que Deus Age!
Betty Fox Sofria de Esclerose Múltipla

Nunca me esquecerei da primeira vez que a vi – uma das mocinhas


mais graciosas que já conheci – quase 1,60m de altura, com olhos
castanhos emoldurados por cílios longos e escuros. Entendi
rapidamente por que a chamavam de “Betty Boop” (personagem de
gibi) no restaurante onde trabalhava em Rochester, Pensilvânia.

Foi difícil acreditar que ela não era tão “mocinha”, mas sim a mãe de
um filho já adulto. Sem dúvida, seria ainda mais difícil para os que
não tinham se familiarizado com o poder de Deus, acreditarem que
não muito tempo antes, essa mulher vivaz, cheia de alegria e
saudável esteve nas etapas finais da esclerose múltipla.

Betty Fox sofrera durante anos com essa doença impiedosa para a
qual ainda não existe cura clínica conhecida; trata-se de uma
enfermidade que, a despeito de medicamentos paliativos e períodos
de falsa melhoria, que causam certo encorajamento, segue seu
inexorável caminho progressivo debilitando totalmente o paciente.

Betty chegou a esse ponto já na primavera de 1950. Havia meses


que não saía do seu apartamento no quarto andar, a não ser
quando o marido a carregava no colo ao médico – nessa época ela
ficou completamente incapaz de andar.

Quando o marido estava em casa, ele cuidava de Betty e a


carregava no colo como um nenê. Na ausência dele, ela
engatinhava pelo chão até onde precisasse ir, mas mesmo assim
não conseguia ir muito longe, pois seus braços já tinham se tornado
quase inúteis.

Sem dúvida, alguns dias eram um pouco melhores do que outros –


é o aspecto característico dessa enfermidade – e ela, nos seus
“bons” dias, sentia-se com alguma disposição, o que quer dizer que
nesses dias conseguia, apoiandose na perna de uma cadeira e na
perna de outra, fazendo manobras tortuosas, andar uma distância
maior.

As pernas de Betty estavam sempre frias como gelo, e sem


sensibilidade alguma, da mesma forma que os braços até os
cotovelos. Suas mãos eram inúteis, não conseguia segurar nada.
Durante um longo tempo, precisou ser alimentada – tarefa esta que
vizinhas amigas revezavam-se para realizar todos os dias ao meio-
dia, horário que o marido dela estava no trabalho.

“E quando tentavam me alimentar”, lembra Betty, “muitas vezes eu


tremia tão intensamente que não conseguiam colocar a colher na
minha boca”.
O diagnóstico de Betty nessa época era muito ruim. Além da
esclerose múltipla, seu coração inspirava cuidados. O médico disse
ao marido e ao filho de Betty que o coração dela não agüentaria por
muito tempo os maus-tratos que sofria com o constante
entorpecimento que sua enfermidade causava.
Em certo dia de abril, seu filho, que trabalhava no mercado Kroger,
disse: “Mãe – que tal ir àqueles cultos no lado norte da cidade, onde
Kathryn Kuhlman está pregando? Quando passo pelo auditório
Carnegie na ida e volta do serviço, vejo pessoas saírem andando
até as ambulâncias nas quais tinham sido levadas aos cultos. Já vi
pessoas andar, carregando as suas muletas. Que tal ir, e descobrir o
que vai acontecer?”.
Betty respondeu sem hesitação: “Ora, querido, eu já sou um caso
perdido. Todos os médicos dizem que não há absolutamente nada
mais a fazer”.
“Escute, mamãe”, disse o filho com firmeza, “já vi pessoas serem
levadas de maca, e as vi sair andando. Se acontece assim com
outras pessoas, pode acontecer com você, também”.
O filho continuou insistindo com sua mãe, até ela finalmente
concordar em ouvir os programas de rádio diários, mas isto foi mais
fácil dizer do que colocar em prática, pois ela não conseguia sequer
apertar o botão para ligar o rádio.
Cada dia, antes de sair para o serviço, o marido a colocava no sofá,
ou numa cadeira confortável, com o rádio ao seu lado. Mas ali ela
era obrigada a ficar – incapaz de fazer qualquer coisa – até alguém
chegar para ajudá-la.
Numa sexta-feira, pela manhã, no começo de maio, uma amiga
passou na casa dela poucos minutos antes do horário do início do
programa de cura.
“Betty”, disse ela, “enviei por carta um pedido de oração por você, e
quero que o escute hoje”.
Ela ligou o rádio para Betty, e ficaram sentadas no sofá, ouvindo o
programa, mas o nome de Betty não foi mencionado.
No dia seguinte, no sábado, dia em que não havia esse programa,
outra amiga passou para visitar Betty. Elas estavam sentadas na
sala, conversando, quando, de repente, aconteceu.
“Pensei que se tratava de mais uma das crises normais de
tremedeira”, relata Betty, “então comecei a tremer tão forte que me
conscientizei que era algo totalmente diferente. Minha amiga ficou
apavorada e voltou para casa. Ela me disse, depois, que pensou
que eu estivesse morrendo. Fiquei com medo, e comecei a arrastar-
me através do saguão, e ali encontrei minha cunhada que estava
chegando para me visitar, ela me levou até a sala.
“Fiquei sentada ali”, continua Betty, “com um tremor tão intenso que
imaginei que fosse cair aos pedaços, mas tremia de maneira muito
diferente! Minha cunhada achou que talvez um cigarro me ajudasse
– de modo que acendeu um e o passou para mim, mas
simplesmente não consegui fumá-lo. Então, de repente, como se
alguém tivesse desligado uma chave elétrica, parei de tremer”.
O sobrinho de Betty, um menininho de três anos de idade, estava na
sala naquele momento, e perguntou: “O que aconteceu, tia Betty,
por que você parou de tremer assim tão de repente?”. Quando ele
fez a pergunta, ela já sabia a resposta: “Eu... eu acho que Deus me
curou”, respondeu ela, e estava com razão.
Naquele momento, Betty recebeu a cura, nunca mais teria de sentir
aquelas tremedeiras. Os braços recuperaram instantaneamente a
sensibilidade normal, da mesma forma que as pernas, ela
imediatamente recobrou o pleno uso das suas mãos. Sem o menor
esforço, inclinou-se e desligou o rádio, e pegou do chão um livro que
por acidente derrubara com toda a agitação.
Somente em um aspecto sua cura não foi instantânea. “Precisei
aprender a andar novamente”, diz ela, “e como uma criança, aprendi
a subir e descer escadas, mas isso não demorou muito tempo”.
Betty ficou tão emocionada com o que aconteceu que convidou
todas as pessoas naquele prédio de apartamentos para virem vê-la
– e quando, em poucos dias, conseguiu andar para cima e para
baixo, todos os moradores que nunca antes a tinham visto andar,
ficaram perplexos, sem saber o que dizer.
O médico que a examinara exatamente quatro semanas antes da
sua cura ficou estarrecido quando ela entrou andando no seu
consultório no final de certa tarde – estando ela com sua
coordenação perfeita – e, conforme ficou evidente, capaz de fazer
todo e qualquer movimento com o corpo, pois ela lhe contou que,
naquele dia, limpara a casa, lavara e passara as roupas, e por duas
horas trabalhou no jardim!
O médico fez um exame geral, e não encontrou o menor sinal da
esclerose múltipla nem da doença cardíaca e então, conforme relata
Betty: “Ele me disse para andar para a frente e para trás na rua
principal de Rochester, em frente ao seu consultório”.
“Ele me observou com uma expressão muito estranha, e disse – da
mesma forma que continua a dizer – ‘você certamente está com
sorte, e deve estar transbordando de gratidão. Eu não esperava vê-
la sobreviver, quanto mais estar fora de uma cadeira de rodas.
Nenhum de nós pode receber o menor crédito por isso. Somente
Deus pode ter realizado esse milagre’.”
Betty tinha plena consciência disso e, profundamente grata a Deus,
aceitou a Jesus como seu Salvador, e lhe entregou seu coração e
sua vida, para que Ele usasse em Seu serviço.
Ela não lembrava mais a última vez que entrara numa igreja, era
fumante inveterada havia 22 anos. Depois da cura, mudou
completamente o seu modo de viver. Uma das primeiras coisas que
fez foi deixar de fumar, pois, conforme ela diz: “Ninguém sabe, a não
ser depois de ter passado muito tempo incapaz, como a pessoa se
sente ao voltar a ser normal e saudável. E sabendo que sua cura foi
enviada por Deus, é impossível louvá-lo suficientemente, e nada
que se faça é o bastante”.
Quase todas as pessoas em Rochester conhecem Betty, pois ela
trabalhou por muito tempo ali em um restaurante popular – e,
segundo ela recorda, um pouco constrangida, a maioria dos
freqüentadores regulares a chamavam de “Betty Boop”. Por
intermédio de seu testemunho, muitas dessas pessoas têm sido
levadas a Cristo.
Antes da cura de Betty, ela e seu marido jamais freqüentaram
qualquer igreja. Agora, porém, freqüentam a Primeira Igreja
Metodista de Rochester, todos os domingos pela manhã.
Conhecendo muito bem o poder da oração, ficaram encantados ao
verem o ministro dessa igreja orar sempre pelos enfermos – sendo
que ele mesmo se ajoelhava diante da mesa da comunhão e
convidava os membros da congregação que assim desejassem, a
irem à frente para orar em silêncio pela cura física ou espiritual.
O ministro visitou a família Fox, depois de eles freqüentarem a igreja
por algumas semanas para convidá-los a afiliar-se à igreja.
Conforme diz Betty: “Meu marido, tanto quanto eu, testemunha com
entusiasmo, a respeito da minha cura, e ele quase não conseguiu
conter essa alegria ao contar tudo ao Rev. Stump”.
O Rev. Stump, que acredita realmente na cura divina, ficou
profundamente interessado. No domingo seguinte, ele fez um
questionário no boletim da igreja, e distribuiu durante o culto, pediu
que fosse preenchido e colocado na bandeja da oferta.
Nesse questionário, o pastor reiterou sua fé pessoal na oração e na
cura divina. Ressaltou que o modo de sua igreja orar pelos
enfermos era apenas um dos meios de cumprir a ordem de Jesus:
pregar, ensinar, e curar, pediu que sua congregação expressasse
sua opinião a respeito de: a) o método de oração que estava sendo
usado, e b) se os membros queriam que essas orações
continuassem a fazer parte do culto regular da igreja. A maioria
absoluta da congregação de 400 membros votou a favor de
continuar as orações.
Os pais de Betty tinham sido maravilhosos, e ela recebera uma boa
orientação cristã na juventude. Embora tivesse se desviado da
orientação e da igreja, em seu coração sabia que Deus tinha poder
para curar. Ela reconheceu esse fato quando seu filho mencionou,
pela primeira vez, os cultos no auditório Carnegie.
Betty afirma: “Não imaginava, no entanto, que Ele me curaria,
porque não me considerava merecedora, e sabia que não estava
vivendo corretamente. Mas enganei-me. Deus, na sua misericórdia,
realmente me curou”. Se Betty soubesse mais a respeito de Deus
antes de ser curada, nunca teria cometido o erro inicial de pensar
que Ele se recusaria a curá-la porque ela “não era digna”.
Você já imaginou como Deus é realmente? A única revelação
perfeita que Deus fez de si mesmo, Ele a fez através de Jesus
Cristo, e se você quiser olhar para Deus por intermédio de Jesus
Cristo, saberá que tipo de Deus Ele é realmente, pois Jesus disse:
“Quem me vê, vê ao Pai” (Jo 14.9). Você já ouviu o relato a respeito
da vida de Bartimeu, o cego mendigo, que estava sentado à beira
do caminho quando Jesus passou? A multidão não deu a mínima
atenção àquele mendigo, a não ser quando ele começou a
exclamar: “Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim”. Os
discípulos o repreenderam com energia, mas o Mestre ternamente o
chamou e lhe disse: “Bartimeu, está recuperada a sua visão”. É
ASSIM QUE DEUS AGE!
Você percebeu a Sua compaixão pela multidão faminta, que era
como ovelhas sem pastor? Jesus disse: “Tenho compaixão da
multidão, porque já estão comigo faz três dias, e não têm o que
comer: Não os despedirei em jejum, para não desmaiarem pelo
caminho”. É ASSIM QUE DEUS AGE!Você o viu chorar de compaixão por
causa de Jerusalém? Se você pensa que Deus é vingativo e se
agrada em deixar um homem ir para o inferno, você não conhece
Deus. Observe Seu coração transbordar de misericórdia, ternura e
compaixão quando Ele exclama: “Quantas vezes eu quis reunir os
teus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das
suas asas, mas não quiseste”. DEUS É ASSIM!
Você ouviu Jesus falar à pobre mulher com a mancha escarlate de
pecado na sua alma – a mulher que foi pega em flagrante adultério
– a prostituta arrastada pelos seus acusadores diante da presença
Dele? A multidão queria apedrejá-la, mas Jesus disse: “Vá em paz e
não peque mais”. DEUS É ASSIM! Uma única palavra caracteriza a
pessoa de Deus, tudo quanto você precisa fazer é juntar quatro
letras e escrevê-las repetidas vezes do começo ao fim – a palavra
AMOR – E É ASSIM QUE DEUS É!
Lembra-se de Betty, aquela jovem mulher – com seu corpinho frágil,
atormentada de dor por causa da implacável esclerose múltipla –
uma mulher que não freqüentara a igreja por muitos anos, que
nunca realmente servira a Deus um único dia da sua vida; tão
ignorante no tocante às coisas espirituais que, quando o poder de
Deus veio sobre o seu corpo, a cunhada, querendo ajudar, acendeu
um cigarro e o colocou em sua boca de mulher sofredora,
imaginando que isso fizesse cessar a “tremedeira”? O Mestre, na
sua terna misericórdia, e com sua grande compaixão, tocou naquele
corpo e o restaurou. Meu amigo, DEUS É ASSIM!
Um Deus que compreende; um Deus que conhece cada uma das
nossas fraquezas, cada uma das nossas falhas, cada um dos
nossos pecados – no entanto, Ele continua a nos amar e a derramar
a Sua misericórdia sobre nós. Ele nos ama, não porque somos
fracos; não por causa dos nossos fracassos; não por causa dos
nossos pecados; mas porque somos os seus filhos. E Ele ama cada
um de nós como se fôssemos o Seu filho único.
Naquele momento, Deus honrou a fé singela, a simples confiança
de Betty Fox, que ousou estender a mão desamparada para tocar
Naquele que tem todo o poder no céu e na terra. Quando sua fé
entrou em contato com Deus, algo aconteceu: algo sempre
acontece quando a fé singela encontra-se com Deus.
Quando o poder de Deus passou pelo corpo de Betty Fox, faltavam
os conhecimentos espirituais a ela, que não tinha a menor idéia de
que o poder sobrenatural de Deus fluía em seu corpo. Ela jamais
vira pessoa alguma curada pelo poder de Deus; jamais em sua vida
vira um milagre, e nunca chegara a me ver. Ela viu Deus, e isso lhe
bastava!
Algumas semanas atrás, exatamente dez anos e sete meses depois
da sua cura, Betty voltou a um dos médicos que consultara. Ele
constatou sua excelente saúde, sem sinais da esclerose múltipla.
E o médico lhe disse: “Nenhum simples período de melhora jamais
chegou a durar tanto tempo, e não há o mínimo sinal de que você já
teve essa enfermidade. O bom Senhor cuidou de você quando nós
não conseguimos fazê-lo”.
É ASSIM QUE DEUS AGE!
8
Cura a minha Esposa, Jesus
Câncer no Fígado de Edith Erskine Desaparece

No telegrama estava escrito “Por favor, ore para que não chova
amanhã!”.
Ri sonoramente. Os telegramas usualmente dizem: “Por favor, ore
para a cura do câncer ou, por favor, ore pela cura de outra coisa”.
Mas este!
O telegrama chegou no sábado, e no dia seguinte havia o culto
dominical em Butler. Aparentemente, esperava-se de mim que eu
tocasse no trono de Deus, e pedisse que Ele refreasse as nuvens
de chuva de modo que não chovesse no dia do culto! Sentindo-me
encurralada, só podia levantar os olhos para cima e dizer: “Pai
celeste, tu sabes tudo a respeito disso. Seja o que for que estiver
envolvido, por favor cuida de tudo”.
Este é o relato do modo maravilhoso de como Deus realmente
cuidou de tudo em favor da família Erskine.
Mais tarde, eu descobriria quem enviara aquele telegrama e por
quê.
“Fiquei desesperada”, disse Louise, a jovem filha casada de James
e Edith Erskine. “Mamãe estava no hospital, morrendo de câncer. As
autoridades do hospital tinham dito ao papai e a mim, seis semanas
antes de eu enviar o telegrama, que poderíamos tirar mamãe do
hospital por algumas horas – somente o tempo suficiente para levá-
la até um dos cultos que você realiza em Butler – mas tão-somente
se houvesse bom tempo. Se chovesse, o risco de ela se resfriar
seria muito grande.
“Choveu cinco domingos consecutivos”, Louise continuou dizendo,
“De modo que não podíamos levá-la. No entanto, mamãe piorava, e
sabíamos que logo seria tarde demais. Por isso, depois de visitá-la
naquele sábado à tarde, passei no correio e lhe enviei aquele
telegrama”.
Louise e seu pai tinham movido céus e terra para conseguir
permissão do hospital em Tarentum para a Sra. Erskine se ausentar
o tempo necessário para ir àquele culto. O pedido deles era
totalmente contra os princípios normais, e somente pela influência
do Dr. Cross, que vira outros pacientes seus curados
milagrosamente pelo poder de Deus, é que a permissão foi
concedida. Em cinco noites sucessivas de sábado, Louise tinha ido
de carro até o hospital a fim de pentear os cabelos da mãe e deixá-
la totalmente pronta para o culto no dia seguinte, e em cinco
domingos sucessivos pela manhã, James Erskine se levantara ao
raiar a aurora, e ia até Butler, para ficar na fila durante muitas horas
a fim de garantir um lugar para a esposa, quando Louise chegasse
do hospital. E em cada um desses cinco domingos, choveu uma
hora antes do início do culto. Daí, você consegue entender por que
aquele telegrama foi enviado!
Quando Louise e o Sr. Erskine se levantaram naquele último
domingo de manhã, a primeira coisa que fizeram foi olhar ansiosos
pela janela. Sua visão foi saudada por um céu claro, sem nuvens.
Ficaram cheios de alegria – obviamente, a oração para que
houvesse um dia de tempo bom foi atendida. Enquanto James
começava a viagem para Butler, e Louise saía de casa para buscar
a mãe no hospital, seus corações estavam cheios de gratidão a
Deus. Finalmente, Edith conseguiria chegar àquele culto!
Louise levou a mãe do hospital ao culto, conforme fora planejado, e
o Sr. Erskine a trouxe de volta depois do culto. Assim que
atravessou com segurança a porta do hospital, a chuva caiu
pesadamente.
Foi no começo da primavera de 1951 que pai e filha souberam que
Edith estava com câncer no fígado. O Dr. Cross explicou: “O fígado
dela é semelhante à velha cortina de renda da sua avó”. Mas, o
médico advertiu: “Façam o que quiserem, menos contar que ela está
com câncer, senão ela entregará os pontos imediatamente. A
verdade, no entanto, é que nada poderemos fazer senão administrar
medicamentos para aliviar a dor. É possível que ela resista ainda
algum tempo, ou pode morrer rapidamente. Não há como prever
isso”. Nessa ocasião, ela estava com 32 quilos, um grande
problema para quem já teve 77 quilos.
Poucas semanas antes de Edith ser hospitalizada, ela e Louise
tinham começado a freqüentar os cultos no Salão Carnegie. “Foi ali”,
diz Louise, “que a Srta. Kuhlman me ensinou o valor do jejum, e
explicou que era uma expressão do fervor das nossas orações.
Lembro-me de certo culto específico, em que ela citou o rei Davi, de
Israel, como exemplo. Explicou que, após as suas orações, ele se
prostrava em humilhação e desprendimento, e que nesta atitude
estava a força de suas orações: Ela disse também como ele se
dedicava intensamente à devoção e às petições, e não sentia fome.
“Agora, com mamãe tão desesperadamente doente”, continuou
Louise, “tudo quanto a Srta. Kuhlman já dissera a respeito do jejum
voltou à minha mente. Mamãe realmente não poderia morrer. Eu
tinha três irmãs mais jovens que necessitavam dela – três
menininhas que precisavam dos ensinos da mãe, que precisavam
do seu amor, e de um lar. Se havia uma hora apropriada para o
jejum, a hora era essa”.
A partir do momento que ficou constatado que a mãe estava com
câncer, Louise ia todas as sextas-feiras à tarde ao culto de milagres
– e jejuava desde o raiar da manhã até o pôr-do-sol. Ela não
pensava nela mesma, quando implorava diante do trono de Deus,
pedindo a recuperação da sua mãe, mas, sim, nas suas três
irmãzinhas em casa. Quando soube que elas também estavam
jejuando durante o dia inteiro, todas as sextas-feiras, sentiu-se
comovida e tocada.
“E nunca me esquecerei, enquanto viver”, disse Louise, “a primeira
manhã em que, quando fui preparar uma maleta com lanche para o
papai, ele me pediu que não colocasse nenhum alimento – somente
uma garrafinha de água. Ninguém sabe o quanto isso significa para
um mineiro de carvão. Somente quem já trabalhou nas minas sabe
como é trabalhar sob a terra durante horas sem comer”.
Durante cinco longos dias, James Erskine desceu nas minas de
carvão Ford Collyer, levando como lanche somente água, mas
nenhuma só vez pensou nisso como um sacrifício. Em nenhuma
ocasião disse estar com fome. Nunca passou por seus lábios uma
palavra de reclamação. Ele ACREDITAVA QUE DEUS CURARIA a sua
esposa. Ele acreditava em um Deus que não mente.
Aqueles dias foram árduos para James. Ele cuidava sozinho das
três crianças. Cozinhava, limpava, lavava e passava as roupas
delas. Ia do serviço para casa verificar como elas estavam,
retornava ao trabalho e depois voltava para casa novamente a fim
de preparar o jantar; e então ia ao hospital onde usualmente ficava
até a meia-noite, e às vezes passava ali a noite toda.
“Com freqüência”, diz sua esposa, “quando eu abria os olhos eu o
via de joelhos ao lado da minha cama”.
Edith, por mais doente que estivesse, se alegrava e se regozijava ao
vê-lo louvar a Deus – pois isso era uma experiência inteiramente
nova e maravilhosa. No início, a família Erskine não se
conscientizou de quão maravilhosamente Deus a conduziria, como
família, passo a passo, preparando-a e aguardando que todos
estivessem preparados para o milagre que seria operado em favor
de Edith.
“Papai sempre tinha sido um bom pai”, disse Louise, “mas estava
longe de ser um homem religioso. Nunca freqüentava a igreja, e eu,
como filha, não consigo lembrar de vê-lo abrir a Bíblia”.
Sem dúvida, James Erskine recebera educação religiosa quando
menino, pois seu pai tinha sido um cristão dedicado que acreditava
implicitamente na cura divina. Mas, embora tivesse sido criado na fé
completa, havia muito tempo que perdera o interesse por tudo que
era religioso.
O Sr. Erskine muitas vezes se perguntava por que sua filha
freqüentava os cultos no salão Carnegie, e o que poderia ser tão
maravilhoso a ponto de justificar que alguém permanecesse em pé
durante cinco horas seguidas, conforme ela sempre fazia, quando
não conseguia um lugar.
Certo dia, para satisfazer a sua curiosidade, ele resolveu conferir
por conta própria. De modo informal, como quem não quer nada,
ofereceu-se para acompanhá-la.
Foram juntos, em direção ao auditório, mas, ao chegarem em frente
às portas, James mudou de idéia. Recusou-se totalmente a entrar
no edifício. “Realmente não queria chegar tão perto de qualquer
coisa que fosse religiosa”, diz agora, lembrando-se com um sorriso.
Irritado consigo mesmo por ter feito a viagem, pensou em voltar
para casa, mas decidiu que seria melhor esperar Louise. Assim,
quando o culto começou, foi sentar-se do lado de fora nos degraus
do auditório.
“Naturalmente, não conseguia ver a Srta. Kuhlman”, diz ele, “mas
podia ouvir sua voz, lá fora onde me sentara, e de repente eu a ouvi
dizer: ‘O método segundo o qual Deus transforma uma vida
encontra-se no livro de Efésios: “e estando nós mortos em nossos
delitos, nos deu vida juntamente com Cristo – pela graça sois
salvos, e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar
nos lugares celestiais em Cristo Jesus” (Ef 2.5,6). Ressuscitar
significa “dar vida”. Se estamos mortos, precisamos de vida, e esta
é a vida que é dada quando alguém aceita a Cristo como seu
Salvador. Deus não faz remendos na vida antiga, nem faz
determinados reparos na vida passada; Ele concede uma vida nova,
mediante o novo nascimento.
“‘Deus proporciona o MILAGRE da experiência do novo nascimento –
Ele proporciona o poder – Jesus oferece o perdão, mas nós
devemos oferecer a disposição! Deus não pode ajudar uma pessoa
a não ser que ela esteja disposta a se entregar completamente a
Ele, com o desejo de ser liberta do pecado, e desejando isso mais
do que qualquer coisa. Toda pessoa que orar, com total sinceridade,
a oração singela que se segue: Creio que tu és o Filho do Deus
Eterno, e eu Te aceito como meu Salvador, não somente será por
Ele perdoado, mas estará livre do poder do pecado e lhe será dado
vida mediante o Espírito Santo de Deus.’
“Pois bem, eu ouvira meu pai dizer a mesma coisa vezes sem fim”,
diz James. “Era uma sensação estranha. Sentia-me como se
voltasse a ser um menino, escutando meu pai me falar a respeito
das coisas de Deus.”
A influência de um pai (ou mãe) piedoso nunca é vã. Sentado ali nos
degraus do salão Carnegie, escutando uma voz cuja dona não era
visível, que de modo curioso para ele se tornou como a voz de seu
pai, James Erskine reviveu a sua juventude. E relembrou a morte do
seu pai muitos anos antes.
A grande tragédia numa mina de carvão na Virgínia Ocidental
ocorreu em 1927. Quando a Mina de Everettsville, da Companhia de
Combustíveis e Transportes da Nova Inglaterra foi destruída por
uma tremenda explosão, em 30 de abril daquele ano, supunha-se
de início que todos os homens presos lá tivessem morrido de
imediato. No entanto, essa teoria foi dissipada quando foram
achados os três últimos cadáveres, dos quais um era o pai de
James.
Em uma maleta foram encontrados recados rabiscados, dirigidos à
esposa de um dos mineiros encurralados. Esses recados estavam
escritos num único papelzinho, talvez não houvesse outro disponível
dentro da mina. Foram escritos num derradeiro fôlego de vida; as
palavras provinham do coração e mente de um homem moribundo:

20 de abril – Horário 6h20. Querida esposa – ainda estou vivo, mas


o ar está muito ruim – ah! como amo você, Mary – pai querido,
partirei em breve. Estamos sentindo muito frio, e o ar que chega é
nocivo, pois estamos do lado onde o ar retorna depois de passar
pela mina inteira. Nós nos encontraremos com todos vocês no céu.
Temos bastante tempo para fazer a paz com o Senhor. Assinado, H.
Russell.

Logo, estaremos partindo desse mundo. Fique nos Estados Unidos


e ofereça um lar para nossos filhos. Sinta-se livre para se casar de
novo, e que Deus lhe abençoe e aos nossos filhos. Assinado, H.
Russell.

Tenho paz com Deus, e querida Mary, conte a papai que fui salvo.
Também à família Erskine. Não estamos sentindo nenhuma dor.
Procure permanecer na Virgínia Ocidental. Transmita meu amor aos
filhos. Assinado, Russell.

Estamos indo ao céu. Temos bastante tempo para fazer as pazes


com o Senhor. Assinado, H. R.
Estamos ficando fracos – nossos corações batem depressa – adeus
a todos. Assinado, H. R.
Não estamos nos sentindo mal – só estamos pensando em nossas
famílias.
H. R.

Mil lembranças passavam rapidamente pela cabeça de James


Erskine enquanto estava sentado ali nos degraus do salão
Carnegie, e ele sabia, melhor do que qualquer pessoa, que não
estava pronto para se encontrar com o seu Deus!
Sentado naqueles degraus do auditório, James se lembrou,
vividamente, das horas que seu pai passara lhe contando a respeito
do amor e misericórdia Deus. Lembrava-se como seu pai lhe dizia:
“Viva com Deus, filho, e conhecerá durante toda a sua vida a paz
que excede a todo o entendimento”.

E, mais do que tudo, ele lembrava das orações feitas por seu pai,
para que seu filho recebesse a experiência da salvação.
Nesse momento de tantas lembranças, despertadas por uma voz
que repetia verdades quase esquecidas e em grande medida
descartadas, alguma coisa aconteceu com James. Naquela mesma
hora, as orações do seu pai – talvez as mesmas orações proferidas
naquela mina antes da chegada da morte – foram atendidas.
Os anos se passaram, mas Deus nunca se faz de surdo diante das
orações de um homem sincero. Muitas águas tinham rolado debaixo
da ponte, mas Deus nunca se esquece, e naquela tarde, 24 anos
mais tarde, Deus atendeu à oração de um homem piedoso em favor
da salvação do seu filho.
“Enquanto eu a ouvia naquele dia”, diz James, “Fiquei, de repente,
faminto por Deus. Deixara de freqüentar a igreja 18 anos antes, mas
agora queria voltar. Durante aqueles anos, bebi muitas bebidas
alcoólicas – de dia e de noite – e embora eu sempre conseguira
sustentar a minha família, gastava uma soma muito grandes nessas
bebidas, às vezes até mesmo 40 dólares em um fim de semana.
Oprimiam-me as lembranças das minhas bebedeiras e de todos os
meus outros pecados e, de repente eu queria, mais do que qualquer
outra coisa, ficar livre de todos eles. Bem ali, naquele momento,
curvei a minha cabeça e pedi que Deus me perdoasse. Sentado
naqueles degraus, entreguei o meu coração e a minha vida a
Cristo”.
Naquela noite, no caminho para casa depois do culto, Louise
esperava ansiosamente que seu pai dissesse algo: talvez
reclamações por ter de esperar; talvez uma repreensão porque o
culto demorara. Mas ele não disse uma única palavra sequer.
Depois de chegarem em casa, ele voltou-se para ela e, com toda a
sinceridade e fervor de uma pessoa cuja vida acabara de ser
transformada pelo poder de Deus, disse: “Foi exatamente como
ouvir meu pai falar de novo esta noite. Tudo quanto a Srta. Kuhlman
disse foi exatamente o que meu pai me ensinou. Pedi que Deus
perdoasse os meus pecados, e aceitei a Jesus como meu
Salvador”. Uma semana mais tarde, com lágrimas de alegria
correndo em seu rosto, Louise diria: “Temos um novo papai. Volto
para casa agora e, em vez de o ver com um copo de bebida
alcoólica na mão, o vejo lendo a Bíblia”. Não houve, da parte de
James, nenhuma tentativa de negociar com Deus a respeito dessa
cura. Ele não disse: “Cura a minha esposa, Jesus, e eu crerei”. Ele
creu primeiro. Sua alma foi salva enquanto a sua esposa estava
morrendo, pois não era de seu conhecimento que ela tivesse sido
curada no culto em Butler. A salvação de James foi o primeiro
milagre a ocorrer na família Erskine; o segundo aconteceria em
breve.
“Na noite de quarta-feira”, relata Louise, “papai levou um pequeno
rádio ao hospital para mamãe poder ouvir o programa da Srta.
Kuhlman na manhã seguinte, ele pensava que isso contribuiria para
fortalecer a fé da esposa e para dar a ela a fé que lhe era
necessária”.
O Sr. Erskine, ao deixar o hospital naquela noite, tinha esperança
que Edith captasse o programa no dia seguinte. O pequeno rádio
era muito antiquado e fraco, e durante a maior parte do tempo só
emitia sons de raspadas e pipocadas, mas mesmo assim ele o levou
ao quarto de Edith no hospital, para ver o que aconteceria.
“A Srta. Kuhlman não tinha a mínima idéia do que acontecia”, diz
Louise, “Enviáramos um pedido de oração em favor da mamãe
vários dias antes, e, por maravilha, naquela manhã de quinta-feira a
carta foi lida no programa, e houve oração a favor “da Sra. Erskine
que estava morrendo com câncer no Hospital Tarentum’”.
Louise, escutando o rádio onde morava em Bakerstown, ficou com
muito medo que sua mãe tivesse escutado seu nome através do
programa, e de que assim descobrisse, pela primeira vez, a
natureza da sua enfermidade. Correu até o hospital, preocupada
com o estado emocional em que encontraria Edith.
Dito e feito: pela primeira vez, o pequeno rádio tocou sem crepitação
nem estalidos, e o programa tivera recepção tão nítida quanto o
tocar de um sino. A mãe não perdera uma só palavra.
Quando Louise entrou, a mãe lhe disse: “Ouvi o programa, e sei a
respeito da mulher morrendo com câncer do fígado”, e então
começou a chorar: “Não tenho medo de morrer; mas nunca deixe as
crianças. É a única coisa que me preocupa”. Com isso, fechou os
olhos, e não disse mais nada.
No dia seguinte, no horário do programa, Louise estava com sua
mãe, ajoelhada ao lado da cama, quando ouviram a Srta. Kuhlman
dizer: ‘Sinto-me impulsionada para orar de novo pela mulher no
Hospital Tarentum, que está morrendo com câncer no fígado’”.
E, de repente, aconteceu.
“No meio da oração”, relata Louise, “o poder passou pela minha
mãe, e não consegui mantê-la na cama, porque ela tremia
intensamente, e chorava. Uma enfermeira veio correndo, e lhe
aplicaram injeções. Não sabiam o que havia de errado com ela, mas
é claro que eu sabia o que estava acontecendo. Minha mãe estava
sob o poder”.
A partir daquele momento, Edith começou a recuperar-se. A dor foi
embora; ela começou a comer avidamente, e de imediato começou
a ganhar peso – até um quilo e meio por dia, no máximo. Os
médicos, que se sentiam francamente incapazes de acreditar no
ganho de peso registrado pelas enfermeiras, passaram a pesá-la
pessoalmente.
Ela recebeu alta em alguns dias, cheia de saúde e bem animada.

Quando Edith foi internada no hospital pela primeira vez, o Dr. Cross
tinha sugerido à família a possibilidade de levá-la à Clínica Lahey
em Boston. Se os médicos ali achassem ser apropriado, poderia
fazer-se uma cirurgia, na esperança de salvar a sua vida. Tinham
sido combinados os pormenores, mas quando o quadro clínico de
Edith agravou-se, a viagem a Boston, e a possível cirurgia,
obviamente ficaram fora de cogitação.

Agora, no entanto, a situação era diferente. A Sra. Erskine parecia


estar curada. Conforme o Dr. Cross diria posteriormente:
“Certamente aquela mulher pregadora deve possuir algum dom”. No
entanto, em termos médicos, era impossível semelhante cura. Na
eventualidade, portanto, de a cura aparente não passar de um
período de melhoria da enfermidade, o Dr. Cross instou com ela
para ir à clínica em Boston. Ressaltou que os médicos ali já estavam
familiarizados com o caso dela, e que, depois dos devidos exames,
talvez achassem mais aconselhável operá-la, apesar dos evidentes
indícios de que ela estava curada.

No início, ela e os familiares discordaram. Sabiam que ela estava


curada pelo poder de Deus – e, além disso, quais seriam as
despesas envolvidas? Pelas suas estimativas, achava que o custo
giraria em torno de três mil dólares para ser feita essa operação que
era desnecessária, segundo acreditavam.

Surgiu, então, a notícia de que o Serviço de Bem-Estar dos Mineiros


financiaria a operação. Edith acabou concordando, e disse: “Tudo
bem. Se desejarem pagar três mil dólares para descobrirem que já
não tenho câncer, que prossigam! No final, isso provará para
qualquer pessoa que duvidar, que Deus realiza milagres de cura”.

Edith foi levada a Boston pelo marido, que ficou com ela durante o
período inteiro, embora faltasse 19 dias ao serviço. Devido às
circunstâncias extraordinárias do caso, o próprio Dr. Lahey fez a
operação. Nenhum sinal do câncer foi achado em parte alguma do
corpo dessa mulher – somente sobraram tecidos de cicatrização
que indicavam que a cirurgia já tinha sido feita. E realmente tinha
sido feita – pelo próprio Médico dos médicos, que chegara antes do
Dr. Lahey.

Edith Erskine recebeu a sua cura há 11 anos. Hoje, tem saúde


perfeita, e pesa 77 quilos. Cuida de todos os serviços de casa, e
com freqüência ajuda suas vizinhas a lavar as paredes e a fazer
limpezas pesadas.

Esse é um milagre da parte de Deus, mas um milagre ainda maior é


a transformação maravilhosa que sobreveio à vida do homem que,
tendo estado anteriormente tão longe de Deus, estava sentado nos
degraus do salão Carnegie, e foi transformado instantaneamente
pelo poder divino.
Há pouco tempo, a família Erskine mudou-se para a Califórnia do
Sul, onde James conseguiu um novo emprego. Deixaram sua casa
em Pittsburgh visando a um único propósito: ficarem perto do seu
filho não salvo na Califórnia – a fim de exercerem sobre ele a sua
influência cristã para que ele, também, fosse levado a Cristo.

Deus nunca inflige doença, mas Ele permitiu o câncer de Edith e fez
uso dele para que toda a família Erskine se convertesse a Ele.
Ainda defendo que o maior milagre do mundo é a transformação de
uma vida. A cura do câncer da Sra. Erskine foi realmente um
milagre, mas o maior dos dois milagres foi a cura espiritual que
ocorreu na vida do seu marido.

Que a palavra ficará,


Sabemos com certeza,
E nada nos assustará,
Com Cristo por defesa.
– MARTINHO LUTERO

9
O Poder da Oração
O Nenê da Sra. Fischer É Curado de Hidrocefalia

O culto nunca era programado para começar antes das 19 horas.


Mas todas as tardes, às quatro horas em ponto, podia-se ver uma
menina de cerca de 12 anos de idade, em pé no meio da grande
multidão que ficava do lado de fora do auditório Carnegie. Assim
como as centenas de outras pessoas entre as quais ela estava,
essa criança esperava que as portas fossem abertas, e nesse
momento da abertura, ela invariavelmente se precipitava
freneticamente à procura de um lugar. Ali ficava durante três horas,
e nunca deixava seu assento por um momento sequer, seu único
movimento era virar de vez em quando para olhar as portas do
saguão.

Às sete horas em ponto, uma mulher entrava, com um nenê no colo,


cuja cabeça estava sempre cuidadosamente coberta, mas nem
assim ficava escondida uma deformidade horripilante: a criança
padecia da temível enfermidade da hidrocefalia (água no cérebro).

Tão logo a menina de 12 anos via entrar essa mulher com o nenê,
ela se colocava em pé e acenava. A mulher, vendo a mãozinha da
sua jovem filha acenar para ela, caminhava cuidadosamente pelo
meio da multidão, até a fileira de cadeiras onde a filha esperava por
ela. A jovem, então, cedia à mãe e à sua irmãzinha o assento que
lhe custara tanto tempo para conseguir. Ela mesma permanecia em
pé durante as três horas inteiras do culto.

Não fiquei sabendo, a não ser meses depois, que a menina de 12


anos, Helen Fischer, era a filha mais velha de uma família de sete
meninas. Helen vinha diretamente da escola até o auditório, sem se
alimentar, enquanto a mãe em casa preparava o jantar para o
restante da família.
Helen, no entanto, sabia que sua mãe nunca conseguiria um lugar
no culto, por causa da multidão que sempre comparecia. Se ela
esperasse terminar o jantar para então sair para o culto, não haveria
a menor possibilidade de sua mãe ficar na fila lá fora por longas
horas, com uma criancinha pesada no colo. Helen, portanto,
cooperava, ao chegar horas antes a fim de garantir um lugar para a
sua mãe.

Na realidade, tratava-se de consideravelmente mais do que simples


cooperação de sua parte. Em um sentido muito real, era uma
doação que Helen fazia de si mesma em nome de Jesus, visando à
cura da sua irmãzinha.

Até o dia de hoje, continuo crendo que essa mocinha foi a chave
para a cura notável que seria realizada.
O casal Fischer já tinha seis filhas quando apareceu a Billie, cada
uma delas foi muito bem recebida, e o nascimento de cada uma
tinha sido motivo de grande alegria, como se tivesse sido a primeira.
Billie não era exceção; fora a sétima a nascer, sem dúvida, e
também a sétima filha, e houve tanta alegria com a chegada dela
quanto houvera quando Helen nascera há 12 anos.
Breve, entretanto, ficou óbvio, que havia algo de terrivelmente
errado com o nenê recém-nascido, e ninguém, senão outra mãe,
pode entender a agonia da mamãe Fischer quando lhe disseram
que seu novo bebê era vítima de hidrocefalia congênita.
Helen mostrava um chacoalho ao bebê, mas aquela mãozinha não
se estendia para agarrá-lo. Deixava um brinquedo com cores
brilhantes diante da menininha, mas esta não correspondia. A mãe
entrava no quarto, ou dele saía, mas a cabeça do nenê nunca se
virava para seguir os seus movimentos. Não havia o menor sinal de
reconhecer qualquer pessoa ou coisa.
Quando o bebê completou dez meses de idade, a Sra. Fischer se
viu obrigada, com mágoa difícil de esconder, a reconhecer que sua
a filhinha era cega e deficiente em todos os demais aspectos. Ela
não conseguia sentar-se, nem segurar a sua própria mamadeira,
nem se virar no berço.
“Em qualquer posição que a deitávamos no berço”, diz a Sra.
Fischer, “era nessa mesma posição que ela ficava”.
A cabeça da criancinha era globular na sua forma, e enorme – com
uma circunferência – 56 cm maior do que a cabeça de tamanho
normal de uma criança da mesma idade; e o rosto era
desproporcionalmente pequeno. Os olhos ficavam completamente
afundados, e virados para cima. Conforme a descrição da mãe:
“Sua cabeça era tão enorme que parecia um telhado, e quase não
conseguíamos ver os seus olhos”.
A essa altura, Billie foi levada para ser examinada por um renomado
neurologista em Pittsburgh. Foi feita uma punção na cabeça, e ficou
confirmado o diagnóstico original de hidrocefalia. O médico deixou
claro que a única esperança para a criancinha seria uma operação.
A cirurgia foi marcada para a terça-feira seguinte, à tarde. Na
segunda-feira a Sra. Fischer levou o bebê ao hospital, e sua cabeça
foi raspada para tirar a penugem que tinha, em vez de cabelos,
como preparativo para a cirurgia.
“Algumas semanas antes disso” a mãe lembra, “eu já começara a
ouvir os programas de rádio da Srta. Kuhlman, e antes de levar Billie
ao neurologista, eu freqüentara dois dos cultos dela, e assim sabia
de que se tratava o seu ministério”.
Antes de levar Billie ao hospital pela manhã naquela segunda-feira,
a Sra. Fischer enviou um pedido de oração. “No programa da terça-
feira de manhã”, disse a Sra. Fischer, “a Srta. Kuhlman leu em voz
alta esse pedido, e orou através do rádio a favor da minha filhinha”.
“Na mesma terça-feira, fui à tarde ao hospital a fim de estar
presente na operação de Billie. O médico veio ao meu encontro e
disse: ‘Alguma coisa aconteceu com a sua filhinha. Não vamos
operar hoje. É provável que façamos a cirurgia na sexta-feira, de
modo que é só deixá-la aqui, e veremos’.”
Na tarde da sexta-feira não houve operação, tampouco, e assim
continuou durante cinco semanas: a cada semana, se fazia um
cronograma teórico de uma operação, e todas as vezes, a operação
era adiada.
Cinco semanas mais tarde, a Sra. Fischer levou o bebê para casa,
com permissão do hospital – com a cabeça com uma redução de 25
cm, mas ainda monstruosamente grande. Os médicos disseram:
“Vamos esperar mais algum tempo. Se continuar a diminuir o
tamanho, a cirurgia não será necessária”.
Mas antes de a Sra. Fischer levar o bebê para casa, os médicos lhe
deram talvez a notícia mais devastadora que ela já havia recebido a
respeito da filhinha. Tendo como base os exames feitos no hospital,
chegou-se ao diagnóstico de uma enfermidade que nenhuma
técnica médica poderia corrigir: sua filha tinha deficiência mental, e,
segundo a opinião dos médicos, assim permaneceria.
Insistiram que a mãe tomasse todas as medidas necessárias para
enviar a criança à Escola Estadual Polk – um internato para crianças
com deficiência. Mas a reação instantânea da mãe foi de revolta. Já
tinha seis filhas saudáveis, normais, e encantadoras, mas, conforme
costuma ocorrer em circunstâncias parecidas, essa criança
pequena, cega, malformada e mentalmente deficiente era, de todas
as suas filhas, a mais próxima do seu coração de mãe. Ela não
poderia – ela não iria – enviar a filhinha a uma instituição pública; e
permaneceu firme na sua posição contrária aos médicos, no sentido
de que se mantivesse essa criança numa casa cheia de crianças
normais provavelmente haveria conseqüências muito desagradáveis
sobre as meninas.
“Minha convicção era que teria de correr esse risco”, diz a Sra.
Fischer. “Tudo quanto conseguia dizer ao médico era: ‘Não. Nunca
poderei mandá-la embora. Amo-a demais para isso. E se ela não
tem consciência de nada neste mundo, ela de alguma maneira
sentirá o meu amor. Enquanto Deus me der forças para cuidar dela,
eu mesma vou cuidar’.”
Foi nessa ocasião que a Sra. Fischer resolveu levar a filhinha ao
salão Carnegie, orando de todo o seu coração e de toda a sua alma
que a mão de Jesus, que cura, tocasse nessa criancinha indefesa e
defeituosa, deixando-a tão sadia e perfeita quanto ela deveria ser.
Mas, ao buscar a cura para essa única criança, a mãe não poderia
abandonar as demais. Foi assim que se deu conta do problema de
como poderia freqüentar os cultos e, ao mesmo tempo, cuidar do
restante da sua família. Comentou casualmente a questão com a
sua filha mais velha, e a jovem imediatamente se ofereceu para ir
diretamente da escola aos cultos no salão, e reservar um lugar para
a sua mãe. Ela não somente faria isso, mas também disse à mãe:
“Eu vou jejuar, sem cessar com você”.
E assim, semana após semana, assim procederam – a filha mais
velha reservava o lugar no auditório, enquanto a mãe cuidava das
demais filhas em casa, então se vestia e à sua filhinha, e de bonde
fazia a longa viagem até o salão Carnegie.
Depois de cada culto, o tamanho da cabeça da criança parecia
diminuir um pouco, e após as primeiras semanas, todos os
membros da família começaram a observar mudanças, não somente
na aparência física, mas também nas reações físicas.
Ela começou a tentar segurar a sua mamadeira. De início, parecia
haver um impulso quase imperceptível para movimentar as mãos
em direção a ela, e depois, em certa manhã inesquecível, realmente
estendeu as mãos à mamadeira, os dedos se fecharam ao redor
dela, e ela levou à boca sem ajuda.
Certo dia, a mãe deixou a filhinha no berço para sua soneca da
tarde. A Sra. Fischer tinha certeza de tê-la deixado de costas, mas
ao voltar ao quarto momentos depois para pegar algo que
esquecera ali, deu uma olhada no berço, e viu que a pequena Billie
estava deitada de bruços.
De início, a mãe imaginou que talvez se enganara – que afinal de
contas, deixara a filhinha de bruços quando saiu do quarto. Então, a
virou suavemente de costas sem acordá-la. Quando foi buscá-la,
depois da soneca, percebeu que a filhinha estava novamente de
bruços – de modo que teve certeza. Não tinha havido engano –
Billie conseguira literalmente virar-se.
À medida que as semanas se passaram, a cabeça de Billie
continuou, gradativamente, a diminuir o tamanho, os olhos já não
pareciam enterrados na cabeça, que antes era enorme e
protuberante, e não rolavam para cima. O dia mais emocionante de
todos talvez tenha sido quando Billie olhou sua mãe, reconhecendo-
a, e sorriu para ela!
Nunca, em um momento sequer, a menina Helen duvidou que sua
irmãzinha seria curada por Jesus; e ninguém, nem mesmo a mãe do
bebê, ficou mais emocionada do que essa irmã de 12 anos de
idade, quando viu ser curado o estado de saúde tão doloroso da
pequena Billie, de modo lento, porém preciso, mediante o poder de
Deus.
A pequena Helen jamais se impacientou; em nenhuma ocasião
queixou-se de abrir mão de todas as suas atividades nas horas
livres depois das aulas a fim de chegar cedo ao culto; nunca se
queixou de estar com fome em seus jejuns de dias inteiros – isso
provavelmente porque, da mesma maneira que Davi, seu anseio
espiritual era tão intenso que não sentia a falta dos alimentos.
Esperar três horas antes de cada culto para guardar um lugar para
sua mãe; ficar três horas em pé em cada culto, ajudar a mãe a
cuidar da pequena Billie – levar a mamadeira da irmãzinha até as
instalações reservadas para as senhoras para esquentá-la se o
bebê estivesse com fome – era o tipo de fé em ação que Deus
honra. Ele não se omitiu diante dessas demonstrações de fé
oferecidas por uma menina de 12 anos de idade.
O maior poder que Deus tem concedido aos homens e às mulheres
é o da oração, mas é preciso sempre lembrar que Deus também
estabeleceu a lei da oração e da fé. Orar é ter consciência da
necessidade, ao passo que a fé supre essa necessidade.
Sem que a fé esteja presente, a oração não obtém nenhuma
resposta de Deus; e, da mesma forma, a fé não recebe nada da
parte de Deus a não ser que a petição seja feita em oração. A
oração e a fé cooperam em harmonia entre si
– as duas são necessárias em suas distintas funções, mas são
muito diferentes entre si quanto à sua natureza. A oração é a voz da
alma, ao passo que a fé é a mão. Somente mediante a oração é que
a alma pode estabelecer comunhão com o seu Criador, e é apenas
através da fé que as vitórias espirituais são alcançadas.
A oração bate à porta da graça, ao passo que a fé abre essa porta.
A oração entra em contato com Deus, ao passo que a fé obtém a
audiência com Ele. A oração faz uma petição, ao passo que a fé
força o caminho através das multidões a fim de tocar na orla da
roupa de Jesus, e, da generosa mão divina, recebe a cura. A oração
cita a promessa, ao passo que a fé proclama com ousadia o
cumprimento dessa promessa. Deus ouviu as orações de uma mãe
– e Ele agiu em correspondência à fé que ela demonstrou.
Ninguém, a não ser o próprio Deus, conhecia a fé perfeita no
coração dessa menina, e Ele honrou essa fé.
Poucos meses depois, a Sra. Fischer levou sua filhinha ao pediatra,
no Hospital Geral de Allegheny.
O médico ficou perplexo diante da mudança na aparência do bebê,
e muito mais ainda depois de tê-la examinado e constatado que
estava perfeita. Chamou o neurologista que antes cuidara dela, com
mais outros médicos, todos totalmente conscientes do caso. Eles
também a examinaram, e ficaram igualmente espantados ao
averiguarem que a menininha estava perfeitamente normal em
todos os aspectos. Alguém ouviu o neurologista comentar: “O
Homem no andar de cima recebe o crédito integral por isso”.
Essa criança, que tivera a cabeça quase duas vezes maior do que o
tamanho normal, tão deformada que alguns que a olhavam quase
desmaiavam: essa criança cujos olhos ficavam anteriormente
escondidos na cavidade ocular, e ninguém sequer sabia sua cor –
quer castanhos, quer azuis: esse bebê que tivera deficiência física
que nem sequer se virava no berço e sem esperança alguma de um
dia andar: essa criança cujos exames revelaram deficiência mental
incurável – agora tem 12 anos de idade.
“Ela é a mais inteligente de todas as minhas filhas”, diz a mãe, feliz
e agradecida – “Na escola, só tira, direto, a melhor nota. E ela é tão
bonita quanto inteligente. Tem visão perfeita, e perfeitas também
são a sua mente, a sua condição física, e a sua coordenação.
Todas as filhas na família Fischer têm estreito relacionamento umas
com as outras, mas o relacionamento entre Billie e sua irmã maior,
Helen, que agora está com quase 25 anos de idade, é mais
próximo, especial e extraordinário.
Conforme diz a Sra. Fischer: “Deus as atraiu mais perto um
pouquinho uma da outra, do que com qualquer outra pessoa”.
Deus honrou a fé de uma menina de 12 anos de idade. Ele, na sua
misericórdia, tocou no bebê defeituoso, e Ele a tornou perfeita e
saudável em todos os aspectos, a fim de que ela viva e trabalhe
para a Sua glória.
“Eis que eu sou o SENHOR, o Deus de todos os viventes; acaso,
haveria coisa demasiadamente maravilhosa para mim?” (Jr 32.27).
A resposta é NÃO! No âmago de sua fé – no âmago da nossa fé – há
uma pessoa; a pessoa de Jesus Cristo, o próprio Filho do Deus vivo.
Dele é o Reino, e o poder; todo o poder; o único limite ao seu poder
está em você, como indivíduo. Dele é todo o poder – E DELE DEVE
SER TODA A GLÓRIA.
10
Jesus Pode Tudo!
Rose É Libertada das Drogas

Este é o único capítulo neste livro em que estamos usando um


nome fictício. Você vai compreender, ao continuar a leitura, a
extrema delicadeza da situação, que torna isso necessário. A
mulher envolvida é membro de uma família muito conhecida. Ela
atualmente ocupa um alto cargo com possibilidades infinitas, e não
queremos constranger sua família, nem atrapalhar a sua carreira.

O vício das drogas é uma tragédia que causa aflição e que há muito
tempo está sendo profundamente preocupante para mim. Quando
recebi, recentemente, uma série de três cartas comoventes, que
uma adolescente escreveu a favor de si mesma e da sua “turma”,
considerei de vital importância incluir o testemunho de Rose. Minha
impressão foi que, ao agir assim, muitos que estão na mesma
situação desse grupo de adolescentes – muitos que, como eles,
estão procurando desesperadamente a libertação do vício das
drogas – sejam ajudados.

As cartas a que me refiro foram escritas em sábados sucessivos, e


chegaram às minhas mãos exatamente no mesmo dia por três
semanas seguidas. Todas foram assinadas com um “X” – pois,
segundo dizia a autora: “Minha mãe e meu pai são pessoas de
destaque. Não sabem que uso drogas, e não posso humilhá-los com
essa vergonha. Por isso, entenda que não posso assinar o meu
nome”.

A primeira carta começou assim: “Há muito tempo estou querendo


escrever para você, mas vivo com medo de todas as pessoas. Mas
agora, Srta. Kuhlman, preciso mesmo de ajuda, de modo que resolvi
que, visto que Deus a tem usado para ajudar tantas pessoas, talvez
eu também possa ser ajudada”.
Essa moça estava com 18 anos de idade quando se envolveu com a
turma errada; e com a “turma errada” ela não se refere (e deixa
claro) a “um monte de jovens desviados”. Todas as suas amigas
eram provenientes de bons lares, e, conforme ela diz: “Todas nós
temos boas mães e bons pais. Não é por culpa deles que usamos
drogas”.

Tudo começou com uma pequena aventura inspirada pelo desejo de


se divertir – mas já no final daquele ano, essas adolescentes já
estavam “viciadas”. Já não era mais “diversão” para elas: passou a
ser pura tragédia. Conscientizando-se disso, fizeram grandes
esforço para largar o vício, mas ele já estava entrincheirado demais;
elas estavam escravizadas, sem esperança de livramento.

A moça que escreveu a carta relata como sintonizou, por acaso,


nosso programa na rádio. Ele tocou seu coração, e ela sentiu, pela
primeira vez na sua vida, a realidade do amor e compaixão de
Jesus. Dificilmente ousava acreditar
– mas talvez – somente talvez, Jesus na Sua misericórdia ajudasse
a ela e às suas amigas.

Ela ouviu em segredo em casa todos os dias por uma semana, com
o rádio ligado bem baixinho no seu quarto e com a porta fechada,
porque não queria que seus pais soubessem.

Durante esses sete dias, sua esperança pelo livramento cresceu dia
após dia, e começou a pensar que se Deus curava um canceroso ou
um alcoólatra, também poderia curar uma viciada em drogas.

A senhorita X sentia constrangimento e relutava contar às suas


amigas que ela estava ouvindo um programa religioso, mas certo
dia, quando discutam o problema terrível, ela disse: “Escutem,
meninas – segundo vejo, temos uma única esperança – que é
Deus”.

Diante dos olhares de espanto delas, contou-lhes sobre os


programas diários de rádio, e então todas começaram a sintonizá-
los – às vezes juntas, e outras vezes sozinhas, cada uma no seu
próprio quarto.

“Eu oro”, escreveu a senhorita X, “mas acho que não sei orar
corretamente. Se tão-somente pudéssemos ir até você, e pedir as
suas orações em nosso favor. Queremos muito freqüentar esses
cultos”, continuou, “mas estamos com medo. Temos medo da
polícia. Se formos apanhadas e presas, seria uma vergonha para os
nossos pais. Realmente, eles não podem descobrir que usamos
drogas. Seus corações ficariam partidos”.

Até eu fiquei com o coração partido, e continuei a ler:


“Sei que você é de Deus, e acredito em tudo quanto diz, e nisso
confio.

Mas acho que essas palavras, provenientes de uma viciada em


drogas não significam muita coisa para você – não é mesmo, Srta.
Kuhlman? Mas dentro em breve, algum dia destes, vou parar de ser
viciada em drogas.”

Ela concluiu sua carta com um pedido para eu não lê-la no ar no


programa de rádio.
“Estou com muito medo”, disse ela, “mas ouvirei o seu programa
todos os dias. Por favor, ore por nós”.
Orei por elas na quinta-feira que se seguiu, e em sua carta seguinte
(uma semana mais tarde) ela me agradeceu.
“Quero que você saiba o quanto as suas orações nos ajudaram”,
disse ela. “Na sexta-feira passada orei como você nos ensinou, e
pedi que Jesus me perdoasse e entrasse no meu coração.
“Creio que Ele assim o fez”, continuou a carta, “mas ainda não
consegui parar de usar as drogas. Por favor, acredite em mim
quando digo que fiz o máximo esforço, mas mesmo assim, não
consigo parar. Não quero a droga, mas sinto necessidade de usá-la.
Estou com muito medo, mas não sei o que fazer”.
A senhorita X estava muitíssimo preocupada com a sua mãe e o seu
pai. Amava-os demais, e percebia que estava chegando o momento
em que seria necessário contar-lhes tudo.
“Mamãe está percebendo que algo está errado”, escreveu. “Mas
ainda não sabe do que se trata.”
O aniversário dela seria na quinta-feira seguinte, e ela me pediu que
o hino Foi um Milagre fosse cantado no programa de rádio nesse
dia. “É esse o presente de aniversário que mais desejo”, disse ela.
Sua carta terminou com as palavras:
“Sei que você está orando por mim e, por favor, não pare”.
E eu estava orando mesmo por ela, e por todas, do fundo do meu
coração.
Depois chegou a carta que seria a última, na qual me informou que
estava mudando com a sua família para outro Estado.
“Não vou escrever mais para você”, disse ela, “mas não se esqueça
de que ouvirei o seu programa. Só vivo por esse culto pelo rádio,
embora eu nunca a tenha visto pessoalmente. Se tão-somente eu
tivesse tido a coragem para ir a um dos seus cultos!”.
A seguir, ela fez uma pergunta que me levou a escrever este
capítulo. “Alguém já chegou a ser realmente libertado das drogas
nos cultos de cura divina que você dirige?”.
Como resposta a essa pergunta, apresento a história de Rose,
exatamente como aconteceu. A única coisa que não é real é o nome
dela.
Foi um culto de milagres, numa tarde de sexta-feira e, de repente,
conscientizei-me que uma moça estava andando, dos fundos do
auditório, avançando pelo corredor principal – lentamente no início,
mas depois de prosseguir certa distância, quase correu.
Sem esperar por isso, fiquei parada em pé, observando a jovem,
curiosa para saber exatamente o que ela faria, e qual o motivo de
ela agir assim.
Quando chegou aos degraus da frente, na subida até a plataforma,
em vez de subir por eles, ela parou diante do primeiro degrau, e
ajoelhou-se, aparentemente sem perceber outra pessoa no
auditório, e sem notar a minha presença. Cobrindo o rosto com as
mãos, começou a soluçar até o corpo inteiro estremecer de emoção
– suas lágrimas escorriam pelos braços até caírem nos degraus
diante dela. Enquanto eu viver, nunca me esquecerei esse quadro,
pois se eu já na vida vi uma alma arrependida – se já alguma vez
testemunhei a sinceridade genuína – se já vi o desespero – foi
nesse momento.
Lentamente, andei até onde ela estava ajoelhada, e ficamos de
joelhos lado a lado. Naquele momento, tive a convicção de que
qualquer palavra que eu falasse seria supérflua, visto ela já ter feito
seu contato com Deus. Com ternura, coloquei o braço ao redor dos
seus ombros, e sussurrei: “O que você quer que Jesus faça a seu
favor?”. A resposta à minha pergunta foi uma única palavra:
“Drogas!” e ela não falou mais nada.
Nós duas ficamos totalmente alienadas da existência de outra
pessoa por perto, e naquele momento era como se o próprio Jesus
se tornasse tão real que só precisávamos estender as mãos e tocar
Nele. Então, com suavidade, sussurrei-lhe: “Você e eu sabemos que
Jesus pode fazer tudo e qualquer coisa”, e ela respondeu: “É por
isso que estou aqui”.
Continuando, falei: “Farei uma oração singela, e você pode repetir
comigo, e ao orar essas palavras, que elas sejam a expressão do
desejo sincero de todo o seu coração.
“Querido Jesus, confesso que sou pecadora”, e ela repetiu as
palavras comigo.
“Entrego-me à tua misericórdia – ajuda-me, por favor! Coloco-me
totalmente nas tuas mãos – tira esse desejo pelas drogas – remove-
o pelas próprias raízes.” Cada frase que pronunciei, ela repetia com
firmeza, de modo nítido, claramente com renúncia de si mesma a
Deus. No momento em que terminou as últimas palavras dessa
oração singela, parou de chorar; não havia mais soluços; não havia
mais emoção – a comunicação tinha sido completada
– e nós duas sabíamos disso.

Qualquer pessoa que porventura estivesse em pé por perto não


poderia ter visto ou ouvido absolutamente nada mais do que isso.
Mas fora feita uma comunicação que foi testemunhada pelo céu
inteiro, e acredito que até mesmo os próprios anjos foram
testemunhas daquela cena, pois ocorreu a maior comunicação que
um ser humano pode experimentar. O fato real que Jesus morreu
tinha sido concretizado no corpo e na vida dessa jovem mulher: Ela
foi liberta, não somente do pecado, mas também do próprio poder
do pecado.
Tenho certeza de que essa experiência inteira não demorou mais de
cinco minutos, e, com o rosto manchado de maquiagem, ela
levantou-se com a aparência de um anjo. Ri, rápida e
espontaneamente, e falei-lhe: “Você parece ser uma pessoa
diferente” – e com igual espontaneidade ela respondeu: “Eu sou
uma pessoa diferente!”

Com firmeza, confiança, com a certeza do perdão do pecado, e com


um senso completo da sua libertação, fiquei ali em pé, e a observei
ir de novo pelo corredor principal, e subir até seu lugar na galeria, de
onde viera.

Prosseguimos o culto dos milagres. Eu nada sabia a respeito da


história por detrás daquela experiência maravilhosa: nem sabia que,
ajoelhada ali naquele momento estava uma mulher jovem que
estivera em todos os hospitais em Pittsburgh, com uma única
exceção. E, além disso, estivera em cada um desses hospitais, não
uma vez só, mas muitas, e também fora internada no Hospital
Estadual Mayview, onde esteve quase um ano em tratamento.

Os dez longos anos de dependência das drogas tinham sido um


pesadelo na sua vida. Ela queria parar, mas era incapaz disso,
apesar de toda a ajuda médica que recebia. Todas as vezes que se
internou no hospital, foi com o conhecimento médico da sua
condição de viciada em drogas, e Deus sabe que os médicos
fizeram o que era humanamente possível para cuidar e ajudá-la.

Tudo começou de modo muito inocente, com um simples resfriado,


que levou tempo demais para passar. Uma amiga que ouviu por
acaso Rose tossindo disse: “Tenho algo que fará sua tosse parar de
imediato”.

Ela passou para Rose uma garrafinha de remédio. E este foi o


começo.

Aquele “algo”, carregado de narcóticos, aliviou a tosse e relaxou os


seus nervos – e ela pediu mais para a amiga. Ao chegar ao fim
dessa garrafinha, Rose se viu irrevogavelmente “viciada”. Durante
os dez anos que se seguiram, ela foi uma viciada em drogas.

Rose, uma jovem mulher e solteira, não demorou a perder o cargo


excelente que tinha – por causa de ser “nervosa” e não confiável.
No início do seu período de viciada, procurou trabalhar, pois
precisava do dinheiro para comprar as drogas, mas embora
conseguisse emprego, só o mantinha por poucas semanas.
Finalmente, desistiu de trabalhar, e se isolou totalmente da
realidade, e passava boa parte do seu tempo trancada no quarto.

Rose, com ou sem emprego, conseguia dinheiro de alguma


maneira, assim como conseguem todos os viciados, para comprar
as drogas, e, como todos os viciados, não demorou muito para que
nada pudesse detê-la – e muitas vezes furtava dinheiro da bolsa de
uma parenta enquanto esta dormia.

Seu médico a encaminhou a um instituo de recuperação em duas


vezes distintas, mas já que não se tratava de uma internação
obrigatória pela família, tinha liberdade para sair conforme quisesse,
e ela “fez a sua escolha” depois de poucos dias, saiu em duas
ocasiões. Por causa do status da família, e das conexões políticas e
sociais que tinha, Rose não foi, em ocasião alguma, internada à
força nessas instituições.

No entanto, sua péssima condição física continuava. Não se


alimentava, e já perdera mais de 14 quilos. Até a essa altura, já se
retraíra quase totalmente do convívio humano, nem sequer com os
membros da sua própria família queria contato, sendo que eles,
conscientes do problema, queriam lhe servir de escudo e proteção.

Finalmente, diante dos conselhos urgentes do médico, foram feitos


planos para ela ser internada numa instituição (quase um
manicômio) pela terceira vez. Dessa vez, no entanto, seria uma
internação formal por ordem da família, e ela não receberia alta até
completar toda a série de tratamentos.
Os documentos foram devidamente apresentados, e só aguardavam
os médicos assinar, o que ocorreria no sábado pela manhã. Então
ela seria imediatamente internada.

Na tarde anterior à internação combinada, ela veio ao culto, sabia


muito bem que Deus era a sua última esperança – o único raio de
esperança que lhe sobrara – antes da sua internação formal como
viciada em narcóticos. Esse foi o motivo do seu desespero: era
basicamente uma questão de vida e morte para ela, quando desceu
andando pelo corredor no auditório e se ajoelhou diante do degrau
mais baixo; por essa razão ela ficou completamente alienada da
multidão, pois Jesus era a sua única esperança, e se Ele não a
atendesse, nada mais lhe restaria.

Deus vê o que nenhum ser humano pode ver: a sinceridade, a boa


disposição, a entrega total, o desejo – pois cada átomo dessa
pessoa clamou a Ele por ajuda e livramento.

“Assim como um pai se compadece dos seus filhos, assim o Senhor


se compadece daqueles que o temem.”
O médico ficou perplexo, e perguntou, em seguida: “Você quer dizer
que ela não está apresentando nenhum sintoma de abstinência?
Nada?”
“Alguma coisa estranha está acontecendo nesse auditório! Tenho
um paciente que era alcoólatra por muitos anos, e foi libertado
instantaneamente da mesma maneira. Acho que tudo se resume
nisto”: continuou ele, “é que Deus pode fazer tudo e qualquer coisa”.
Quando o médico na instituição para viciados foi informado a
respeito do que aconteceu, ficou perplexo. “Essa é a coisa mais
maravilhosa que já ouvi”, disse. Mas depois acrescentou em tons de
mau agouro: “Mas ela ainda voltará para cá”.
Isso aconteceu há cinco anos, e Rose nunca “voltou para lá”. Desde
então, ela teve livre acesso às drogas em um hospital local no
período que trabalhou ali: não sentiu o mais remoto interesse pelas
drogas, e muito menos experimentou a mínima tentação.
Foi um momento de emoção extrema, e de gratificação, quando
recebi uma carta de um senador do Estado – amigo querido, de
longo tempo, da família de Rose – isto porque a carta era totalmente
inesperada. Parte da carta dizia: “Em gratidão a Deus pela cura
milagrosa de Rose, queira aceitar essa Bíblia sobre a qual prestei
meu juramento ao assumir o meu cargo”.

11
O Amor – a Maior Força no Mundo
Desaparece o Tumor no Pescoço de Mary Schmidt

“Vocês acreditariam que, há uns poucos dias, essa mulher estava


com o volume de seu pescoço tão grande que ameaçava sufocá-
la?” perguntei à congregação.

Em pé ao meu lado estava Mary Schmidt, que sofrera mais de 35


anos com um enorme tumor, tão grande que se projetava para além
do nível do seu queixo, e a deixava com uma aparência
extremamente grotesca.

Foi pouco tempo depois da morte do marido que Mary Schmidt foi
ao primeiro culto. Sem dúvida, ela precisava com urgência da cura
do seu corpo, mas havia outra necessidade, ainda muito maior: a
cura do espírito atribulado e do coração despedaçado.

Parte alguma do seu corpo se livrara dos efeitos de seu pescoço


disforme, e muito menos seus nervos, que havia muito tempo
estavam em péssima condição, causada pela enfermidade.

O marido foi vítima de morte acidental, e esse choque emocional


extra provou ser demais para ela. Fisicamente doente, deprimida,
nervosa, ficava quase fora de si, achava que não agüentaria a vida
solitária, doentia e destituída de propósito que agora estava diante
dela. Em um momento, ela chegou a pensar que havia somente
uma única saída para um futuro que parecia intolerável: o suicídio.

Mesmo assim, lutou contra esse impulso para retomar sua vida.
Criada na igreja, sabia que pôr fim à vida era um pecado grande, e
talvez imperdoável. Apesar disso, o medo que a dominava – o pavor
que sentia diante da vida e de tudo que esta lhe oferecia, parecia
ser maior do que podia suportar. Uma vez após outra lhe passava a
idéia de que somente a morte poderia lhe dar a libertação. Tinha
pavor de tudo. À noite, sentia tanto medo, que, ao entardecer, uma
amiga ou vizinha sentava-se com ela durante horas seguidas,
procurando acalmá-la.

Certa noite, em novembro, enquanto ela andava de um lado para


outro, aflita e sem esperança, lembrou-se das palavras de uma
vizinha: “Que tal você freqüentar os cultos no salão Carnegie?”. “Sei
que você receberá ajuda ali. Fui curada de pólio, mas, mais do que
isso, encontrei o Senhor.”

Quando Mary ouviu pela primeira vez essas palavras, elas não
tiveram o menor impacto sobre ela. Freqüentava a igreja à qual
pertencia; para que ir a um culto religioso lá no lado norte?

Mas agora começava a ter dúvida. Precisava encontrar ajuda em


algum lugar. Precisava obter socorro – algo em que pudesse se
agarrar – senão, conforme sabia, simplesmente não poderia
continuar.

Na manhã seguinte, ela já estava num bonde a caminho do salão


Carnegie.
Quando desceu do bonde em frente ao auditório, ficou espantada, e
um pouco perplexa, diante da enorme multidão que estava ali,
esperando que abrissem as portas. E conforme ela diz: “Achava que
nunca chegaria ao topo da escadaria. Sentia-me como se subisse
em uma grande montanha. Minhas pernas doíam, eu tinha muita
dificuldade para respirar, o estado do meu coração era delicado.
Quando cheguei ao último degrau, o coração batia fortemente, e
fiquei tão sem fôlego que pensei que teria um colapso antes de
passar pelas portas que acabavam de ser abertas”.
Ela estava perplexa e desgostosa com o que viu. Acostumada ao
culto tradicional, nunca ouvira falar no “poder de Deus”, e muito
menos O vira operar, e ao olhar cada pessoa tocada por esse poder,
seus olhos arregalaram-se espantados, sem saber como interpretar
tudo isso.
Ocorreu, depois, algo estranho. Enquanto observava tudo de onde
estava, em pé nos fundos do salão, sentiu alguma coisa passar por
ela desde o alto da cabeça até a sola dos pés. Parecia uma espécie
de calafrio.
“Já não agüento mais esse lugar”, pensou, “e tenho problemas
suficientes para pegar gripe aqui”.
Ela olhou para ver se estava ao lado de uma janela que talvez
estivesse aberta, mas não havia nenhuma por perto. A porta ao lado
da qual estava parecia bem fechada, mas ela se afastou dali,
imaginando que talvez uma correnteza de ar proveniente dela
estivesse causando aquele calafrio. Mesmo assim os tremores
continuaram – sintomas difíceis de descrever, nunca sentira nada
assim.
Conforme ela diz: “Está claro que o poder de Deus estava tocando
em mim, mas naquela ocasião eu era tão ignorante das coisas
espirituais que não tinha no momento a menor idéia de que se
tratava”.
Então ela ouviu, pela primeira vez, um sermão a respeito da
salvação.
“Nunca ouvira algo semelhante”, diz Mary, “embora freqüentasse a
igreja com regularidade. Quando a Srta. Kuhlman falou em ‘nascer
de novo’, tampouco conseguia entender. Calculei que eu estava
com certeza no lugar errado, mas, já que estava ali, resolvi ficar até
o final.
“E então”, continuou Mary, “a Srta. Kuhlman disse que nos
ajoelhássemos e nos arrependêssemos. Eu não sabia como deveria
orar, nem sabia o que dizer, mas pensei: ‘Pelo menos poderei
chorar, sem ninguém ver’”.
Mary ajoelhou-se, e as palavras lhe vieram, singelas, breves, e do
fundo do coração: “Oh, Jesus, perdoa-me”, foi essa a sua oração.
E quando se levantou, já experimentara o primeiro milagre pela
misericórdia de Deus, porque nesse instante ela percebeu que
perdera para sempre todo o medo.
Quando ela voltou para casa naquela noite, uma vizinha a visitou a
fim de sentar-se com ela como usualmente fazia.
“Agradeço muito”, disse Mary com um sorriso, “mas já não sinto
mais medo. Não preciso mais de ajuda. Já recebi o meu socorro
nesta tarde”.
Naquela noite, ela dormiu a noite toda pela primeira vez em muitas
semanas – tranqüila e sentindo-se segura. Na manhã seguinte,
tomou um café bem completo, sentindo o delicioso sabor de cada
bocado, e o alimento se manteve em seu estômago, também pela
primeira vez em muitas semanas.
A razão desse estado emocional de Mary foi a total falta de
esperança; seu desespero completo; deixar-se abater pelo
desânimo, pode resumir-se em uma única frase (dela mesma, aliás):
“Eu freqüentava a igreja, mas ainda conhecia bem pouco a Bíblia;
sabia a respeito do Senhor, mas não o conhecia pessoalmente”.
Ela já começou a conhecer Jesus visivelmente naquele primeiro
culto. Agora, Mary examina a sua Bíblia e a lê repetidas vezes.
“Eu a levava ao auditório todas as vezes que ia ali”, diz ela, “e
quando a Srta. Kuhlman pregava, eu marcava o capítulo por ela
mencionado, e quando chegava em casa, o estudava, e quase não
conseguia esperar minha ida ao próximo culto!”.
Mary sofrera 36 anos com a sua enfermidade. Na ocasião descrita,
o pescoço tinha um diâmetro de 42 centímetros. Faltava-lhe o ar,
não podia subir uma rua sem parar três vezes cada metro para
recuperar o fôlego. Seu corpo todo sofria com a doença. Não
somente seu coração ficara debilitado, mas ela também sentia fortes
dores nos braços e nas pernas.
Ela e o marido tinham despendido uma pequena fortuna em contas
médicas, esperando (além das possibilidades da esperança) que
algum médico, em qualquer lugar, pudesse ajudá-la, mas não houve
a possibilidade de ajuda alguma. O tumor estava tão profundamente
arraigado, e tão enraizado entre as suas glândulas, que operá-lo e
removê-lo custaria a vida de Mary.
Depois da morte do marido, ela foi ao médico e implorou que ele
removesse o tumor; na ocasião, ela não se importava se viveria ou
não. O médico, logicamente, recusou-se a fazer uma cirurgia
dessas, pois sabia que seria morte certa para ela.
À medida que Mary passou a conhecer Jesus, perguntava-se como
pôde viver tanto tempo sem Ele, e como foi capaz de pensar em
tirar a própria vida
– em destruir de modo irresponsável o que Ele lhe tinha dado.
Quando despertou espiritualmente, seu único propósito na vida era
freqüentar a igreja. Mas não demorou muito para esse propósito
passar a ser servir a Deus de todo o coração e com a sua vida.
A primeira vez que esteve em um desses cultos, ela nada sabia da
cura física operada por Deus. Naquele primeiro dia, só pensou em
receber ajuda espiritual. Mas agora, à medida que via tantas
pessoas curadas de modo maravilhoso, crescia sua fé no sentido de
que ela também poderia ser curada.
A essa altura, Mary freqüentara os cultos durante vários meses, e
embora tivesse melhorado visivelmente no sentido espiritual, sua
condição física parecia piorar. A falta de ar aumentara a ponto de
ela ter dificuldade em andar mesmo em terreno plano. Estava
ficando cada vez mais difícil engolir, e sua alimentação já era muito
restrita. Sabia que se Deus não a curasse, morreria, conforme
ocorreu com sua mãe e sua tia antes dela, que tiveram a mesma
enfermidade.
Em uma quinta-feira, em maio de 1949, Mary foi ao auditório como
de costume. Tivera uma noite péssima e não conseguira dormir, e
lutou para receber o ar, durante a noite inteira. Nesse dia, levou um
pedido de oração ao auditório.
O culto estava quase no final, quando ela sentiu uma forte dor na
parte de cima da cabeça e, simultaneamente, sentiu repuxões em
seu pescoço.
Instintivamente, colocou a mão na garganta. Não havia sinal algum
do volume!
“Oh, Senhor”, disse ela, com lágrimas de alegria e gratidão correndo
pelo rosto, “É realmente verdade?”

Era.
Ela apalpou repetidas vezes o pescoço, e então correu de volta (já
não sentia falta de ar!) à sala de estar das senhoras para olhar-se
no espelho. Era difícil reconhecer a mulher que via refletida ali; isso
porque, por 36 anos, vira sempre um pescoço enorme e deformado,
e agora ele estava normal, e bonito.
Conforme diz Mary: “Durante os três dias que se seguiram, fiquei
por demais emocionada para dormir ou comer. Não sentia sono; não
sentia fome; não conseguia fazer outra coisa senão apalpar sempre
o meu pescoço, e olhar no espelho, e dar graças ao Senhor”.
Quando Mary voltou ao médico, este ficou perplexo. “O que
aconteceu?”, ele exclamou.
“Você acredita na oração?”, perguntou Mary.
“Com toda a certeza, sim”, veio a resposta. E Mary lhe contou o que
acontecera.
Ele a examinou com cuidado, e constatou que a saúde dela estava
perfeita; a enfermidade cardíaca que inspirava cuidados tinha
sumido completamente. Esse mesmo médico encaminhou muitos
outros pedidos de oração, desde então.
Hoje, 13 anos mais tarde, Mary Schmidt desfruta uma boa saúde
física, e trabalha cinco dias por semana. Conforme ela diz: “Posso
respirar; consigo dormir; posso fazer qualquer quantidade de
trabalho, sem sentir dor ou algo semelhante”.
Mas, muito mais importante, Mary é uma mulher espiritualmente
transformada. Isto porque, não somente sabe a respeito de Jesus,
ela O conhece.
Nesses testemunhos do poder divino existe uma ternura e
suavidade divina que impressionam mais do que o próprio milagre, e
que revelam a compaixão divina, o amor divino, e, realmente, a
autoridade divina!
O mundo quer nos fazer crer que o maior poder conhecido do
homem é a força; o Senhor tem provado que a maior força no
mundo é o amor!

12
Senhor, Aqui Vou Eu!
Bill Conneway Volta a Andar

Deixaram-no para morrer. O projétil atravessara todo o seu corpo.


Faltava muito tempo para amanhecer, o frio era intenso na
madrugada de dezembro de 1944, quando a patrulha saiu para
fazer a ronda. Havia sete no grupo, liderado por Bill Conneway, de
19 anos de idade. Sua missão era destruir plataformas móveis e
canhões, antes de serem capturados pelo inimigo, que irrompera
repentinamente pelas linhas aliadas.
Com a missão cumprida, e antes de clarear, os homens
caminhavam de volta. Quando chegaram a distância de algumas
centenas de metros das suas próprias linhas, três membros do
grupo foram na frente como observadores para ver se o caminho
estava livre. Pelo que observaram, estava livre mesmo, e fizeram
sinal para os demais avançarem. Bill e seus três companheiros mal
começaram atravessar o campo, quando aconteceu! Uma saraivada
de balas veio de não se sabe onde. Um projétil atingiu os quadris de
Bill, e rasgou cartilagens, nervos e músculos ao atravessar como
arado o seu corpo, entrando pelo lado direito, indo até o lado
esquerdo, onde saiu. O impacto do projétil fez Bill rodopiar
descontrolado, e o jogou com força ao chão.
Quando voltou a si, viu que outro membro da sua patrulha estava no
chão ao seu lado, com as duas pernas arrancadas pelo projétil. Bill
falou com ele em voz baixa, mas não houve resposta. Falou de
novo, mais alto, e então percebeu que o rapaz morrera.
Bill ficou deitado ali, paralisado – congelando e sofrendo dores
cruciais. Seu ferimento, do tamanho de uma moeda de um dólar,
sangrava profusamente, ele sabia que, se não houvesse maneira de
estancar o sangue, a vida se esvaeceria antes de chegar socorro –
se viesse.
Como patrulheiro, Bill levava estojos de primeiros socorros, inclusive
sulfa. Com um esforço quase sobre-humano, conseguiu abrir os
estojos, e colocou um em cada lado da ferida – “mais ou menos
estancando o ferimento”, segundo a expressão dele, “a fim de parar
o fluxo de sangue”.
Hora após hora, com o colega morto ao lado, ficou deitado ali. Não
havia nenhum som; nenhum sinal de qualquer ser vivo. À medida
que o dia passava, Bill orava como nunca orara antes. “Achava que
morreria ali”, diz ele, “e tudo quanto já fiz na vida apareceu diante de
mim”. E havia bastante tempo para ele fazer um retrospecto da sua
vida, pois ficaria deitado durante todo o dia, e durante toda aquela
noite, e durante parte do dia seguinte – horas intermináveis que lhe
pareciam mil anos, cheios de tortura e medo. Deitado ali no capim
endurecido pelo gelo, desesperado e ferido, Bill quase perdeu a
esperança quando, de repente, ouviu o som de vozes se
aproximarem. Recobrou o ânimo rapidamente, e queria gritar por
socorro, mas as palavras não saíram de sua garganta – quando as
vozes se aproximaram, percebeu as sílabas guturais de quem
falava. Não eram norte-americanos, mas alemães. No instante
seguinte, um corpo pesado caiu sobre o seu rosto, ameaçando
sufocá-lo. O líder alemão tropeçou no jovem líder da patrulha norte-
americana, que o capim alto escondera da vista.
No momento em que Bill reconheceu as vozes dos alemães, perdeu
virtualmente qualquer esperança de salvação – isto por saber que
os alemães já não levavam prisioneiros àquela altura da guerra.
Resignou-se para aceitar o inevitável. Tinha plena certeza de que
seria fuzilado ali onde estava. O sargento alemão o levantou do
chão, olhou firmemente para Bill, e então chamou os demais
membros do seu grupo. Discutiram em voz bem alta durante vários
minutos. Bill não entendia a língua, mas de vez em quando captava
alguma palavra, e, conforme ele diz: “Era óbvio que alguns dos
soldados não queriam que me levassem”.
Depois de um período que parecia interminável, mas por certo não
poderia ter durado mais de cinco minutos, o sargento, que era o
oficial responsável pelo seu grupo, mandou que se calassem. Para
grande surpresa e alegria de Bill, ele deu ordem, não para fuzilar
Bill, mas para resgatá-lo.
Obviamente, os homens não tinham maca, de modo que um deles
agarrou as pernas de Bill, e o outro, os ombros, e o levaram a um
prédio escolar onde havia uns poucos soldados ingleses, e três ou
quatro outros norte-americanos. Nenhum tipo de atendimento
médico foi dado ao rapaz que estava gravemente ferido. “Acho que
nem sequer tinham nada para nos dar”, disse Bill.
E então, ele foi colocado num vagão de carga e levado a um campo
de concentração alemão.
De 21 de dezembro até o final de maio, foi jogado como peteca de
um campo de concentração para outro. Durante esses cinco meses,
nenhum tipo de medicação lhe foi administrado. Não havia mais de
um poço de água para três mil homens, de modo que a água era
rigorosamente racionada – um quarto de litro por dia. Bill bebia
apenas o suficiente para se manter vivo – usava o restante para
lavar sua ferida. Milagrosamente, nenhuma infecção se
desenvolveu, e embora a ferida não sarasse, escorria durante todo
esse período. Mais tarde, os médicos disseram que foi esse
processo de drenagem que salvou a vida de Bill.
Quando chovia, os homens tinham água suficiente para se lavar,
mas durante cinco meses não se barbearam. “Às vezes”, relata Bill,
“cortávamos os cabelos um do outro com uma pedra afiada ou com
qualquer pedaço de lata que estivesse ao nosso alcance.
Simplesmente pegávamos os cabelos do colega e os levantávamos
com as mãos, e assim o cortávamos. Todos ficávamos sem cabelo
na parte de cima da cabeça, mas ao redor da orelha o cabelo
permanecia comprido”.
Quando os russos libertaram os aliados que estavam nos campos
de concentração alemães, Bill foi enviado a um acampamento
russo, onde a situação permaneceu exatamente a mesma.
“Eles gostariam de nos tratar melhor”, diz Bill, “mas eles não tinham
nada nem para si mesmos”.
A ração diária de alimentos continuou sendo a mesma que recebiam
dos alemães. Consistia de um copo cheio de sopa de beterrabas,
uma vez a cada 24 horas. Os homens suplementavam a dieta da
sopa aguada com capim e com cascas de árvores e, conforme diz
Bill: “Ficávamos contentes em conseguir essas coisas”.
Cerca de 55% dos homens morreram de doença e de fome durante
aqueles meses, mas Bill, terrivelmente ferido, e sem tratamento
médico, conseguiu sobreviver.
A Batalha de Bulge custou 40 mil vidas norte-americanas antes de
derrotarem e colocar em fuga os alemães. Deus tinha um propósito
ao salvar a vida de Bill. Conforme ele diz: “Deus certamente estava
comigo do princípio ao fim”.
Ao chegar aos Estados Unidos, mais morto do que vivo, Bill pesava
41 quilos, a metade do seu peso normal. Foi levado diretamente ao
Hospital Newton D. Baker, em Martinsburg, Virgínia Ocidental, onde
ficou internado durante três meses.
Já não estava mais paralisado, pois assim permanecera por 60 dias,
e embora sofresse dores contínuas, conseguia andar – o que deixou
seus médicos perplexos. Um deles disse: “Não sei como isso é
possível”, depois de examinar as radiografias que mostravam onde
o projétil passara.
Depois de ter alta do hospital, Bill tentou voltar a trabalhar na sua
profissão de pedreiro – casado em 1943, tinha uma esposa para
sustentar – mas as conseqüências de seus ferimentos se tornavam
cada vez mais evidentes com o decorrer do tempo.
Desde o início, não conseguia andar por muito tempo. Não tinha
flexibilidade para andar, arrastava uma perna, na tentativa de aliviar
a dor constante. Conforme ele mesmo diz: “Nunca houve um único
dia sem sentir essa dor desde 1944”. Entrou e saiu de hospitais
diversas vezes, mas nada pôde ser feito para ajudá-lo.
Em seguida, teve artrite nas pernas e coluna, e a dor piorou,
principalmente nas costas. Quase entrou em desespero. Isto
porque, além da esposa, Thelma, tinha uma filha pequena, Susan,
para sustentar, e estava virtualmente incapacitado para trabalhar.
Sentar-se – deitar-se – levantar-se – tudo provocava dor intensa na
coluna.
Em 1955, foi internado de novo no hospital, e então lhe informaram
que, além de artrite, estava com hérnia de disco. Aconselharam uma
operação para aliviar a dor. Mas essa cirurgia era arriscada e,
levando em conta os demais aspectos da sua condição física, não
garantiram a Bill que haveria melhora substancial depois da cirurgia.
Nessa ocasião, ele não estava disposto a fazer uma cirurgia de risco
(como se fosse um jogo) pois o resultado, no seu caso, era
imprevisível.
Para melhorar a artrite de suas costas e pernas, Bill teve a idéia de
ir ao Arizona para uma breve estada – na esperança de o clima
quente surtir o efeito desejado, talvez a dor diminuísse e ele
pudesse realizar algum tipo de serviço.
Quando voltou para casa em Elizabeth, Pensilvânia, realmente
parecia estar melhor. Mas a atividade de assentar tijolos exige muita
força, e ele desde o início trabalhou por longas horas esforçando-se
muito. Em junho de 1956, “minhas costas pareciam entrar em
falência geral”, segundo ele diz.
O simples levantar dos braços provocava dor intensa, não
conseguia curvar-se nem girar o corpo de modo algum. Havia
muitos meses que já não conseguia dirigir um automóvel, e agora,
nem sequer podia entrar num carro a não ser apoiando-se com as
mãos e os joelhos. Não dava para baixar a cabeça o suficiente para
entrar pela porta.
Não podia levantar-se, de modo algum, nem se apoiar na perna
direita, tampouco ficar em pé por mais de alguns minutos seguidos,
sem precisar deitar-se. Não podia dormir em uma cama, mesmo
com a prancha que mantinha embaixo do colchão por 12 anos, para
firmar a cama. Agora, deitava-se no chão. Sentar-se numa cadeira
era absolutamente impossível, obviamente.
Em julho, foi levado ao Hospital dos Veteranos em Clarksburg,
Virgínia Ocidental, onde o deitaram de costas por cinco semanas.
No final desse período, lhe disseram que, embora não houvesse
possibilidade de garantir sucesso, não existia alternativa senão
realizar uma cirurgia. Já a essa altura, Bill estava disposto a
experimentar qualquer coisa que tivesse a mínima possibilidade de
aliviar a dor e, assim, capacitá-lo a trabalhar de novo.
Ele pediu uma licença de 30 dias antes de comparecer à operação
marcada, a fim de tratar de assuntos pessoais em casa antes de
realizar a cirurgia.
Antes de sair do hospital, ele recebeu um aparelho cirúrgico, os
médicos o proibiram de tirá-lo sob qualquer circunstância. Seu corpo
estava desalinhado oito centímetros ou mais, e sem esse apoio ele
tombaria para o lado como se não houvesse a coluna. Foi
determinado, também, que ele ficasse deitado a maior parte do
tempo, sem andar não mais que uns poucos minutos cada vez.
Recebeu, ainda, orientação no sentido de não entrar em qualquer
automóvel. Com essas condições para cumprir, voltou para casa até
a data do procedimento cirúrgico.
Sua mulher, Thelma, conforme era natural, havia longo tempo que
estava extremamente aflita e preocupada a respeito da enfermidade
do marido.
Thelma escutava com freqüência os programas de rádio e fora a
vários cultos de cura divina. Mulher de grande fé, tinha a convicção
de que Bill poderia ser curado por Deus. Mas Bill “simplesmente não
acreditava nisso” – e a esposa não conseguia persuadi-lo a ouvir um
só programa, muito menos ir a um culto.
No dia 9 de setembro de 1956, exatamente sete dias antes de
terminar sua licença de 30 dias do hospital, um amigo de Bill passou
na casa dele, esse amigo freqüentara muitos desses cultos, e sabia
muito a respeito da oração e do poder de Deus para curar.
Foi antes de despontar o sol no domingo pela manhã que ele
passou pela casa dos Conneway. Tão cedo assim, obviamente não
se tratava de uma visita social. A visita tinha um único propósito:
levar Bill – quer ele quisesse ir, quer não – ao culto naquele dia no
auditório de Stambaugh em Youngstown, Ohio.
Era muito cedo, sem dúvida, mas Bill não estava dormindo, porque
não podia dormir por causa da dor. Estava deitado, quase sem
possibilidade de movimentar-se, no chão da sala de estar. Al era um
amigo íntimo, e quando ele entrou, Bill ficou muito feliz em vê-lo,
mas certamente não lhe agradou a perspectiva de ir ao culto.
“Eu sempre repetia as minhas orações”, diz Bill, “mas não era muito
crente, e não tinha a mínima fé que seria curado. Só conseguia
pensar naquela viagem de automóvel, de três horas e meia de
duração, até Youngstown. Já sofria fortes dores sem empreender
uma viagem dessas”.
Entretanto, a insistência do seu amigo – sua fé total no poder de
Deus para curar – finalmente persuadiu Bill, e este se arrumou para
viajar, mas com muita relutância.
Thelma, que estava doente nessa ocasião, queria muito
acompanhá-los, mas não conseguiu. Ela e a filha Susan, que estava
com dez anos de idade, ficaram em casa, e as duas assumiram o
compromisso de jejuar e orar o dia inteiro.
A viagem de automóvel foi tão ruim quanto Bill previra. Estar
obrigado a permanecer sentado por tanto tempo era
intoleravelmente doloroso. Além disso, chegaram ao auditório umas
boas duas horas antes de as portas abrirem
– para conseguir lugares. Esperaram no automóvel, o que acarretou
mais duas horas de grande desconforto. Na maior parte desse
tempo, Bill olhava fixamente para os degraus íngremes que levavam
ao auditório, e perguntava-se como faria para subi-los, e se
realmente conseguiria.
Quando as portas se abriram, Al teve de quase carregar seu amigo
no colo para tirá-lo do carro. Com ajuda, Bill foi subindo devagar,
bem devagar os degraus que lhe tinham causado tanto pavor.
Encontraram dois lugares na sétima fileira, e para Bill o problema
seguinte era como agüentaria ficar sentado todas as quatro horas
do culto.
“No meio do culto”, disse Bill, “comecei a sentir queimaduras em
todo o corpo, como se estivesse em chamas. A seguir, senti muita
náusea”.
Bill não sabia o que acontecera, mas seu amigo, sim. Al olhou para
Bill, e viu que o poder estava passando pelo seu corpo. “A dor já se
foi?”, perguntou, sorrindo, uns poucos minutos depois.
Bill parecia assustado e, com o rosto totalmente pálido,
simplesmente confirmou que sim.
“Venha”, disse Al, “vamos até a sala de espera dos homens para
tirar o seu aparelho ortopédico”. Bill hesitou – respirou fundo – e
com o amigo foi andando sem sentir dor, pela primeira vez em 12
anos. Ficou muito emocionado com o que acontecera, mas se sentia
apreensivo e tinha dúvidas diante da idéia de retirar o aparelho,
porque o médico lhe admoestara que não o tirasse em hipótese
alguma.
Apesar disso, um tanto envergonhado e fortalecido pela fé sem
limites do seu amigo, sentou-se em uma cadeira, e, ao retirar o
aparelho, disse para si mesmo: “Senhor, para afundar ou para sair
nadando, aqui vou eu!”.
O aparelho ortopédico foi totalmente retirado, e Bill não caiu de lado,
conforme anteriormente acontecera. Agora, não havia mais dúvida
de que possuía uma coluna dorsal – pois ficou sentado tão
aprumado quanto uma vareta de espingarda. E permaneceu
sentado mesmo, sem o menor vestígio de dor ou desconforto.
Voltou andando animado ao auditório, e observei que, à medida que
se aproximava de mim, seu rosto estava radiante. Levantou os
braços. Desceu correndo pelo corredor. Abaixava e torcia o corpo
em todas as posições que pudesse imaginar. Subiu e desceu
correndo os degraus da plataforma, sem o mínimo sinal de dor. Em
seguida, ficou em pé sobre a perna direita, que poucos minutos
antes não suportava nenhum peso, e a perna sustentou
perfeitamente o peso do seu corpo inteiro.
Bill Conneway foi completa e instantaneamente curado pelo poder
de Deus. Ele diz em retrospecto: “Não se tratava da minha fé.
Tratava-se da fé tremenda do meu amigo, e da minha esposa e
filhinha que estavam jejuando e orando em casa, e de todas as
pessoas no auditório, sendo que cada uma orava em favor de todas
as demais.
“Isso me fez reconhecer”, diz Bill, com uma sabedoria recém-
adquirida, “que cada um de nós tem uma grande responsabilidade
para com o próximo – pois as pessoas ao nosso redor são com
freqüência mais responsáveis do que nós mesmos, pelo que nos
acontece”.
Bill nem sequer agüentou esperar até chegar em casa para contar à
esposa: telefonou para ela de Youngstown. Quando ela ouviu a sua
voz, sua primeira pergunta foi: “Você recebeu a bênção?”. E ele
disse: “Sim – certamente recebi!”.
“Quando ele me contou isso”, disse Thelma, “Susan e eu
começamos a chorar, e simplesmente choramos e choramos de
alegria”.
Parecia tão longa a espera do retorno de Bill, mas finalmente o
automóvel parou na calçada da casa. Bill saiu rapidamente, e
andando entrou na sala de estar, e se sentou em uma banqueta.
“E”, disse Thelma com um sorriso, “falou a tarde inteira, e ele não é
muito de falar!”.
Os vizinhos dizem que não parou de falar desde então!
Bill ainda tinha uma semana de licença, antes de ter de voltar ao
hospital – mas não para operar a ruptura do disco vertebral, mas
seria somente para ter a sua ficha médica limpa e ter alta! Durante a
referida semana, levou uma rotina totalmente normal, lavou o carro
e o dirigiu, aparou a grama, e fez um sem-número de tarefas em
toda a casa.
Ele entrou no Hospital dos Veteranos andando no dia 16 de
setembro, levando consigo o seu apoio ortopédico. Quando o
médico indagou por que ele não estava usando-o, Bill interrompeu e
disse: “Olhe, doutor “não preciso mais dele”.
O médico achou difícil acreditar, e o examinou cuidadosamente
depois disse: “Você está certo! Não há absolutamente nada de
errado com você. Pode ir imediatamente para casa!”.
Uma semana depois, Bill Conneway já estava com emprego de
tempo integral como pedreiro, e desde então, sempre o manteve.
Depois da sua cura, Bill faz exames de rotina nos médicos das
companhias de seguros, que asseveram que ele desfruta saúde
física perfeita, e há vários anos marcou também consulta com um
dos neurologistas mais conceituados de Pittsburg, que não o
conhecia, nem a sua história, e jamais o vira antes. Esse médico
atestou perfeita saúde, e então Bill contou-lhe sua história anterior e
sua cura milagrosa. O neurologista simplesmente sacudiu a cabeça
e disse: “O Médico que cuidou de você certamente sabia o que
estava fazendo”.
Seis anos mais tarde, Bill Conneway diz: “Você sabe de uma coisa?
Tudo a meu respeito foi transformado quando Deus me curou,
exceto o meu nome. Só gostaria de não ter sido necessário 31 anos
para experimentar o que Deus realizou”.
O que aconteceu com Bill naquele domingo em 1956 foi muito mais
importante do que a simples cura do seu corpo, que sempre é (e
era) um plano secundário à cura espiritual, que é muito maior. Você
não pode sentir o poder de Deus passar pelo seu corpo sem ser
transformado como indivíduo, sem algo ser realizado dentro da sua
personalidade. E este é, de longe, o grande milagre.
“Vou viver para Deus a partir de agora”, disse Bill, imediatamente
depois da sua cura, e ele tem cumprido a sua promessa.
Bill contribui generosamente com o seu tempo e energia para
demonstrar o poder de Deus, e seu testemunho convence
inteiramente, em todos os aspectos.
Passou a freqüentar regularmente a igreja com sua filha, e seu lar é
verdadeiramente cristão, com todos os membros transbordando de
amor ao Senhor.
Bill sabe que seu corpo e sua alma pertencem ao Senhor. Sabe,
também, que a conversão é mais do que deixar Jesus entrar no
coração. Trata-se de dar a Jesus não somente o coração, mas
também o corpo, como sacrifício vivo.

13
Eu Quero Ver Jesus!
A Visão de Amelia

A menininha de quatro anos de idade acabara de chegar em casa


após o culto de milagres. Ao entrar em casa, correu até o quadro da
Santa Ceia.
“É Ele, vovó”, exclamou, indicando a personagem em pé na pintura.
“É Jesus! eu O vi hoje, lá na Srta. Kuhlman.”
Naquela tarde, a menininha fora levada ao culto pela avó – uma das
poucas vezes que saiu de casa por muitas semanas, pois sua
aparência era assustadora.
Cerca de oito meses antes, a pequena Amelia acordou com algo
que parecia brotoeja úmida formando manchas nos seus braços e
pernas. Antes de findar a semana, o corpo inteiro estava coberto de
úlceras.
O médico diagnosticou a enfermidade como eczema, prescreveu o
tratamento, mas a enfermidade continuou a piorar.
No decorrer dos dias, as úlceras começaram a sangrar
abundantemente, e todo o corpo de Amelia teve de ser envolto em
panos. Ela não podia ter contato algum com água, e a limpeza era
feita com azeite. Ataduras foram enroladas em seus braços, e como
não podia mexê-los, ficavam pendurados ao lado dela. Conforme diz
a sua avó: “Sua pele ficava aberta com rachaduras. O sangue e o
pus escorriam constantemente. Ela sofria dores contínuas, e era
uma sessão de tortura quando os curativos eram trocados. Ela
gritava se alguém se aproximasse dela”.
Era impossível pentear os cabelos da menina, porque o couro
cabeludo estava totalmente coberto de úlceras. Não tinha nenhum
sinal de sobrancelhas, e seus cílios haviam sido absorvidos pelas
úlceras. Suas orelhas estavam realmente apodrecendo, e uma delas
parecia estar literalmente caindo por causa da enfermidade.
Nas primeiras etapas da enfermidade, ela brincara com outras
crianças, mas agora sua aparência causava aversão a elas, e não
somente a evitavam totalmente, como também eram proibidas de
visitá-la, pelos próprios pais.
Antes de seu rosto e sua cabeça sofrerem tantos danos, a mãe
saíra com ela de bonde, mas mesmo assim ninguém queria sentar-
se ao lado dela, e relutavam até mesmo em se sentar nos lugares
próximos a ela. Mesmo tendo somente quatro anos, Amelia tinha
consciência do horror patético que causava às pessoas. Não sabia
por que as pessoas a olhavam fixamente, e depois viravam as
costas, com uma expressão estranha no olhar que ela não entendia.
Isto a deixava muito infeliz. Ela chorava com freqüência, e
perguntava à mãe: “Por que ninguém gosta de mim?”. E assim foi
até chegar o momento de quase não sair mais de casa.

Enquanto podia, brincava na sua casa. Quando a mãe a deixava


ajudar com as tarefas domésticas, para mantê-la ocupada, ela se
sentia feliz e orgulhosa. Mas até mesmo atividades simples tinham
de cessar, pois era cada vez mais doloroso para a criança
movimentar-se, e impossível dobrar os braços.

Um médico após outro foi consultado. Eles discordavam entre si


quanto ao diagnóstico, mas concordaram unânimes em uma
questão apenas: seja qual for essa enfermidade, é o pior caso de
doença de pele que já vimos na história da medicina.

Finalmente, um dos médicos envolvidos no caso sugeriu à família


que Amelia fosse levada à clínica do câncer. A avó lhe dissera
naquele dia: “A oração ajuda, também”, e o médico fez um gesto
com a cabeça concordando.

A essa altura, enquanto aguardavam uma consulta na clínica, vovó


expressou um desejo que estava sentindo havia longo tempo: pediu
licença à mãe de Amelia para levar a menina a um dos cultos
realizados pela Srta. Kuhlman.

Católica devota, da mesma forma que a família inteira, a avó se


interessara pelo ministério da Srta. Kuhlman ao ouvir os programas
de rádio. Ela mesma freqüentara vários cultos, nos quais se sentiu
grandemente ajudada.
A mãe de Amelia não somente deu permissão para levar a criança,
mas também concordou em orar em casa durante as horas que
durasse o culto no dia seguinte.

A menininha fora criada num lar religioso, e tinha fé singela e


completa em nosso Senhor e na capacidade de Jesus de operar
milagres. Ela foi ao culto naquela tarde confiante e cheia de
esperança de ser curada de modo que já não mais sentisse dores, e
que pudesse brincar de novo com as suas amiguinhas, fazer
passeios com a mãe, e andar em bondes, e que as pessoas
sorrissem e quisessem sentar-se ao lado dela, sem lhe virar as
costas com expressões estranhas no rosto, mas, acima de tudo,
conforme ela confidenciou à sua avó: “Quero ver Jesus”.

“Quando pedi ao meu filho que nos levasse de carro ao culto” a avó
me contou mais tarde, “ele fez objeções: ‘É impossível levá-la com
aquela multidão, com a aparência que a menina tem’”, disse ele.
Mas eu respondi: ‘Eu certamente posso – aquele lugar existe em
função disso. Eles não acharão ruim’”.

Mas o tio de Amelia não tinha tanta certeza. Ele aguardou por elas
lá fora, na eventualidade de precisarem do carro.
Uma vez no auditório, até mesmo a vovó procurou cobrir a cabeça
da menininha o melhor que pôde com o seu agasalho, para não
assustar as pessoas que a vissem – pois conforme lembra: “Sua
pele estava tão rachada que era possível colocar um alfinete em
cada abertura. Os poucos cabelos que ainda tinha na cabeça
estavam grudados no couro cabeludo, e suas orelhas ficavam
penduradas, como se fossem cair”.
Amelia e sua avó sentaram em seus lugares naquela tarde, no
fundo do auditório – as duas totalmente desconhecidas para mim.
Durante os cânticos, próximo ao término do culto, Amélia cutucou
sua avó: “Olhe, vovó”, exclamou em voz alta, “Vejo Jesus ali em
cima!”.
“Onde?”, sussurrou a avó.
Cabeças no auditório se viraram quando a criança disse: “Lá em
cima! Ao lado da Srta. Kuhlman! Olhe para Ele – Jesus está lá em
cima! E veja – Ele está com as mãos estendidas”.
A avó baixou o olhar para Amelia, e seu coração começou a bater
como marteladas. As úlceras no rosto da menininha tinham secado
completamente. Não se via em lugar algum a mínima evidência de
sangue ou pus. Seu coração transbordava de alegria e gratidão.
Quando saíram do auditório, o tio de Amelia esperava por elas. Deu
uma olhada na menininha e quase desmaiou.
“Quando chegamos em casa”, relata a avó, “ela nem podia esperar
para contar a todos o que acontecera. O fato que ela contou era que
ela vira Jesus. E seus familiares viram que todas as úlceras tinham
secado. O pai olhou e exclamou: ‘É um milagre!’”.
A avó afirmou: “Eu não disse nada a ninguém – só queria ter certeza
de que tudo saíra bem, antes de comentar a respeito”.
Na semana seguinte, Amelia foi levada de novo ao auditório. No
meio do culto, as crostas que cobriam o seu rosto e corpo
começaram a cair. “Saíam como flocos de neve que caem”, disse a
avó – “e eu fiquei constrangida – pois foram parar na roupa de uma
senhora. Mas acima de tudo, eu sentia gratidão, e louvei ao Senhor
durante todo o tempo.”
Foi assim que Amelia recebeu a cura completa e permanente. Ela
ficou grata a Jesus, do fundo do seu coraçãozinho, mas para ela
não foi surpresa, de modo algum, porque sabia o tempo todo que
Jesus poderia realizar o milagre, e que iria realizá-lo.
A pele da menininha agora não apresenta a menor imperfeição. Não
ficou sinal algum de úlcera; não há nenhum indício de crosta, nem a
menor marca ou cicatriz. Em pouco tempo, seus cabelos lavados e
penteados formavam uma auréola ao redor do seu rostinho radiante.
Suas sobrancelhas ficaram inteiras e marcantes; seus cílios e
orelhas foram totalmente restaurados. Milhares de pessoas viram a
situação dessa criança e são testemunhas da cura que os médicos
definem como um milagre.
O caso de Amelia me comoveu mais do que qualquer que já ocorreu
nesse ministério, e não somente por causa da cura física, que já vi
tantas, igualmente notáveis, mas por causa da sua fé incondicional;
pela sua inabalável certeza da visão de Jesus; e a firmeza que se
apegou, nos sete anos depois da sua cura, à narrativa original
conforme descreveu no início desta história.
No começo, as amigas e as vizinhas, embora não pudessem negar
a realidade da cura, diziam que a criança inventara a história, ou
que a avó tinha colocado essa idéia na cabeça da menina.
O pai e a mãe sentiam convicção de que tudo era produto da
imaginação hiperativa da criança. Conversavam longamente com
ela, e a interrogaram detalhadamente, mas nada que lhe dissessem
conseguia diminuir a insistência dela de que realmente viu o Senhor.
Amelia continua vindo com freqüência aos cultos, e de tempos em
tempos eu, também, a incentivo com perguntas.
“Você realmente viu Jesus?”, perguntei recentemente à menina, de
11 anos de idade, radiante, e de belíssima aparência, que ela se
tornou. A resposta veio clara e firme: “Sim”.
“E onde estava Jesus?”
“Ele estava em pé bem ali, ao seu lado!”.
“Qual era a aparência Dele?”, perguntei, ainda.
“Como o quadro do Sagrado Coração, e seus braços estavam
estendidos”, respondeu ela.
“Você está certa que realmente O viu?”
Ela, com o rosto radiante, respondeu: “Oh, sim, é o acontecimento
mais real em toda a minha vida!”
“Quanto tempo Ele ficou em pé ali?”
“Pelo menos cinco ou dez minutos”, veio a resposta, “muito tempo
depois de terminarem os cânticos e de você fazer a oração”. Ela
sorriu em seguida, e disse: “Oh, Srta. Kuhlman, nunca me
esquecerei disso enquanto eu viver!”.
A experiência dessa menina, claramente, não foi imaginação ou
alucinação ou ilusão, mas uma visão verdadeira. A uma menininha
de quatro anos de idade, cheia de fé, que desejava mais do que
qualquer coisa neste mundo ver seu Salvador, Jesus se revelou.
Para os que persistem em acreditar que é a minha fé que, de
alguma forma, é responsável pelos milagres que ocorrem nesse
ministério, e que as minhas orações são mais influentes do que as
orações de outras pessoas, eu apresento o caso de Amelia como
apenas um entre muitos que servem de refutação a essa idéia
totalmente errada.
Ressalto que na ocasião da cura dessa criança, eu nem sequer
sabia que ela estava presente ao culto, e por isso não orei
especialmente a favor dela. Nunca a vira senão depois de ela ter
recebido a sua cura – quando, então, ouvi uma voz exclamar: “Olhe,
vovó, estou vendo Jesus lá em cima!”. Foi somente então que voltei
o olhar rapidamente pelo auditório para verificar de onde vinha
aquela voz, penetrante, e finalmente a vi, nos braços de uma
mulher, uma menininha que gesticulava em minha direção.
Por intermédio das orações dessa criança, e não das minhas, é que
o poder de Deus foi liberado. Em atendimento à fé singela de uma
criança, e não à minha, Jesus impôs a mão no corpinho dela. Peço
a Deus, com tudo que há dentro de mim, que ninguém veja Kathryn
Kuhlman nesse ministério, mas somente o Espírito Santo.

Querido Deus, concede-nos a fé singela que as crianças pequenas


conhecem
– a fé que crê na pessoa viva de Cristo e no seu poder: a fé que
confia em milagres nesta Terra. Pois, se usarmos essa fé singela,
seremos abençoados como as crianças são abençoadas, e então
não somente saberemos A RESPEITO DA VIDA – mas também
saberemos COMO VIVER A VIDA!

14
Vai e Conta Essa História!
Elizabeth Viu a Cura do Coração da Cunhada

“Vim aqui como uma descrente” – essas palavras de verdade e de


confissão provinham dos lábios de uma mulher que é bem
conhecida nos círculos sociais e médicos, e igualmente conhecida
hoje na Conferência da Igreja Metodista em Pittsburgh – pois a Sra.
Gethin é Secretária de Vida Espiritual da Sociedade Feminina de
Serviço Cristão.

Elizabeth Gethin formou-se na Universidade da Pensilvânia, em


Filadélfia, e na Universidade de Alabama, em Tuscaloosa. Além
disso, é enfermeira padrão, formada na Escola de Enfermagem da
Pensilvânia Ocidental, com trabalhos de pós-graduação em
enfermagem pediátrica no Hospital Bellevue, em Nova York.

Já ensinou enfermagem clínica pediátrica, ciências sociais em


enfermagem, e foi conselheira das enfermeiras no hospital
universitário em Birmingham, Alabama.

Com esse currículo, talvez não fosse surpresa que, quando foi ao
primeiro culto de cura divina em julho de 1955, sentisse-se cética no
tocante aos “milagres”.

O problema não era falta de fé em Deus. Ela acreditava em Deus.


Era muito dedicada como membro da Igreja Metodista, considerava-
se uma boa cristã que confiava com firmeza no poder da oração –
ou seja: num tipo generalizado de oração que de algum modo seria
atendida.

Servira na Comissão de Religião e da Saúde do Concílio de Igrejas


em St. Louis, e não hesitava em reconhecer que Deus cura
mediante a ajuda dos médicos, das enfermeiras e dos remédios.
O que ela não aceitava era que qualquer pessoa podia ser curada
instantaneamente pelo poder direto de Deus. Ela não acreditava que
Deus operasse milagres de cura hoje do mesmo tipo daqueles que
aconteciam no ministério terreno de Jesus – pois com certeza
(pensava ela), o que ocorreu mais de dois mil anos atrás não seria
aplicável a essa presente era científica.

Foi, na realidade, por causa da sua cunhada, Dolly Graham, que a


Sra. Gethin compareceu, relutante e incrédula, ao primeiro culto de
milagres.
Dolly sofrera durante muitos anos de um leve mal cardíaco, mas no
outono de 1948, foi acometida por uma enfermidade severa que
provocou danos irreversíveis ao seu coração. Quando recebeu alta
do Hospital Magee, em Pittsburgh, naquele mês de novembro, foi
avisada que ficaria semi-inválida pelo restante da sua vida.
Ao chegar em casa, imaginava por que os médicos tinham usado a
palavra “semi”, visto que o mínimo esforço a deixava sem fôlego,
quase incapaz de respirar, e até mesmo alimentar-se era uma luta.
Era obrigada a repousar a maior parte do dia, e o marido a
carregava do quarto no andar de cima, até o sofá da sala de estar,
onde passava curtos períodos. Dormia com quatro travesseiros –
praticamente sentada na cama – e com freqüência acordava de
noite com tosse, cuspia muco e sangue dos pulmões. Sua pulsação
era de 126 batidas por minuto, e usava remédios para diminuir a
pulsação.
Dolly tinha sido supervisora de música nas escolas públicas, e
amava muito essa arte. Seu passatempo principal no período em
que ficou confinada à cama, a maior parte do tempo, foi ouvir todos
os programas de música que sintonizasse no rádio.
Certo dia, ouviu no rádio uma música de órgão e de piano, que
descreveu como encantadora. Acomodou-se para desfrutar a
música quando, então: “Ouvi uma voz feminina dizendo: ‘E vocês
estavam me aguardando?’ Sintonizei rapidamente outra estação”,
disse Dolly, “mesmo assim, todos os dias voltava à estação para
ouvir aquela música. Certo dia, escutei alguém dando o testemunho
pelo rádio. Não me lembro agora os pormenores, mas chamou a
minha atenção, e comecei a ouvir o programa inteiro”.
Dolly freqüentara a Escola Dominical e a igreja, mas nunca ouvira
falar da cura divina, e, conforme ela diz: “Eu pouco sabia a respeito
de Deus. Eu o imaginava bem distante nas alturas dos céus (se
existisse semelhante lugar), e tinha certeza que Ele não se
interessava por nós, neste mundo aqui e agora. Quanto aos
‘milagres’”, continuou, sorrindo, “acho que depois de me formar na
universidade, simplesmente me considerei por demais inteligente e
‘intelectual’ para acreditar nisso”.
Mais depois de ouvir um programa de rádio após outro, Dolly
começou a questionar se haveria, porventura, algo real por trás
dessas curas que ouvia. Finalmente, pediu que sua mãe a levasse
ao auditório Carnegie. Foram juntas, pela primeira vez, algumas
semanas mais tarde.
Dolly lembra: “Jejuei o dia inteiro, e já na hora da saída do auditório,
sentia-me tão doente que nem sabia o que fazer, mas tinha visto
coisas maravilhosas acontecerem diante dos meus olhos”.
Quando seu marido lhe perguntou naquela noite, com as
sobrancelhas soerguidas com expressão de dúvida, se ela fora
curada, ela disse: “Acho que não. Mas algo está acontecendo ali
que não compreendo, e preciso voltar lá”.
No dia seguinte, Dolly se sentia bem melhor como não estivera por
longo tempo antes, mas, como ela diz: “Ainda não estava pronta
para a minha cura. Continuava sendo ignorante demais nas
questões espirituais”.
Em uma ocasião, mais tarde, ela e a mãe foram a um culto de
milagres. Durante o culto, uma menininha muda, em favor de quem
a congregação estava orando, foi curada de imediato.
“Eu sorria e me sentia muito feliz”, relata Dolly – “Quando então, de
repente, algo parecia me segurar e tive a sensação de alguém me
apertar inteiramente. Ao mesmo tempo, uma luz brilhante parecia
atravessar o teto, e fui obrigada a cobrir os olhos para protegê-los
do clarão mais ofuscante que vira na minha vida. Comecei a chorar
muito. Ninguém mais viu aquela luz, por isso ninguém entendia o
que estava acontecendo comigo”.
A partir desse dia, Dolly ansiava pela Palavra de Deus. Ouviu todos
os sermões que podia sintonizar no rádio; passou a ler a Bíblia, pela
primeira vez em muitos anos, e voltou a freqüentar a igreja.
Ainda não conseguia segurar o hinário, pois era muito pesado para
ela, e outra pessoa a ajudava, mas, mesmo assim, ainda não
conseguia cantar umas poucas palavras sem ficar ofegante, com
falta de ar. Mas, conforme ela mesma diz: “Minha cura já não
parecia ser o mais importante. Encontrara a paz”.
Nessa ocasião, Elizabeth Gethin e a sua família voltaram para
Pittsburgh. Dolly disse que conseguiu convencer Elizabeth a
acompanhá-la a um culto, pois Dolly e sua cunhada sempre tinham
sido amigas dedicadas, e ela queria compartilhar com Elizabeth o
que encontrara.
A Sra. Gethin disse que acompanhou Dolly ao culto, pois, como
enfermeira, tinha certeza da gravidade da enfermidade cardíaca de
Dolly, e achava arriscado a enferma ir sozinha ao auditório.
“Ela estava sendo medicada”, relata Elizabeth, “tinha cianose e
dispnéia. Não se deve esquecer que estava sob cuidados médicos
rigorosos por oito anos, por causa da doença severa do coração, e
incurável para a medicina. Eu, simplesmente, não ousaria deixá-la ir
sozinha, pois temia que ela desmaiasse – eu precisava protegê-la
da multidão. Eu me sentia relutante, e um pouco impaciente, em
dedicar um dia inteiro para satisfazer um capricho de Dolly, o seu
desejo de ir a um tipo de culto religioso o qual eu sabia que
pessoalmente não gostaria, pois não acreditava nisso. Mas fui
obrigada a levá-la, pois era o meu dever”.
Foi bem no princípio do culto, quando as orações estavam sendo
feitas a favor de uma mulher com esclerose múltipla, que, o poder
de Deus alcançou Dolly. A Sra. Gethin, colocando em primeiro plano
sua formação em enfermagem, observou todos os pormenores do
que estava acontecendo. Notou, inicialmente com curiosidade
científica, e depois com reverente temor, a transformação de sua
cunhada, que ocorria diante dos seus olhos. Ela descreveu
vividamente como a cor das unhas dos dedos de Dolly mudou de
imediato de azul para cor-de-rosa saudável; como a cor inundou o
seu rosto como se estivesse havendo uma transfusão de sangue;
algo semelhante a uma corrente passou pelo corpo inteiro de Dolly,
e obviamente a curava e a restaurava. “Enquanto observava Dolly
debaixo do poder”, diz Elizabeth Gethin, “sabia que era Deus
agindo, pois Dolly é uma pessoa extremamente realista e pouco
emotiva. Além disso, a cura que vi forçosamente veio de Deus – não
há outra explicação.
“Naquele momento, eu fiquei sabendo que nunca, até então, tivera
uma visão verdadeira de Deus. E enquanto observava a cor sadia
do rosto radiante de Dolly, parecia que o Espírito Santo falava
comigo, e me dizia: Você está aqui para poder contar esta história.”
A cura de Dolly, tanto física quanto espiritual, foi realmente um
acontecimento feito aos poucos. Ela precisava aprender muito a
respeito do Espírito e, conforme ela disse: “Se eu tivesse recebido
de imediato a minha cura, acho que nem sequer teria sentido
necessidade, nem ficaria tão disposta a me aprofundar nos
caminhos de Deus”.
Foi como se, à medida que se consagrava cada vez mais a Deus, e
andava cada vez mais na sua luz, ela recebia cada vez mais da
graça divina para curá-la.
Dia após dia, ela adquiria mais forças e, conforme diz: “Quando
comparecia aos cultos, recebia ainda mais essa força. Parecia que a
cada vez que fazia esforço para dar um passo de fé, tanto mais
recebia a cura”.
O apogeu de sua cura foi numa ocasião muito importante, ocorreu
naquela tarde quente de julho, há sete anos. Nesse dia, que ficará
marcado para sempre na memória de ambas, Dolly e Elizabeth
conheceram o pleno poder transformador de Jesus Cristo.
“Eu sempre imaginei que era cristã”, diz Elizabeth, “mas percebi
,então, que nunca crera completamente. Entretanto, a partir daquele
momento, jamais tive qualquer dúvida que Deus ouve e atende
diretamente à oração individual. Acima de tudo o mais, sei agora
que todas as coisas são realmente possíveis para Ele. Esse
reconhecimento não somente transformou a minha vida, mas
também a de muitos membros da minha família, Dolly e eu nunca
mais seremos como antes”.
Lembrando-se das suas dúvidas, Elizabeth Gethin tinha plena
certeza de que ninguém que conhecia acreditaria no fato
maravilhoso que ocorreu naquele dia de julho de 1955. Mas,
conforme disse Elizabeth, “Eles foram obrigados a crer” – pois já faz
seis anos que Dolly desfruta saúde perfeita. Agora dirige o coral na
sua igreja, e testemunha o poder de Deus em qualquer ocasião ou
lugar em que possa ajudar ao próximo. Seu cardiologista, ao
examinála depois da sua cura, declarou que ela já não precisa de
tratamento e a liberou de qualquer medicação. E, conforme o
médico da família disse mais tarde: “Sim – eu sei o que aconteceu
com você. Em muitos anos de prática médica, já vi Deus operar
muitos milagres”.
Mas não foi somente a cura comovente de Dolly que convenceu os
amigos de Elizabeth que algo maravilhoso ocorrera. O milagre que
aconteceu naquele dia no coração de Elizabeth, que necessitava
tanto da cura divina quanto a que Dolly recebeu, não é menos
maravilhoso, e dificilmente menos óbvio para as pessoas ao seu
redor.
Elizabeth nunca deixou de obedecer à determinação que o Espírito
Santo lhe dera naquela tarde de verão no auditório Carnegie. Ela
realmente tem “ido e contado a história”, e seu testemunho tem sido,
e continua a ser, uma inspiração e fonte de encorajamento para os
cultos de cura já existentes, e especialmente para alguns outros
cultos recentes em várias igrejas pertencentes à convenção da
Igreja Metodista em Pittsburgh.
Mas, embora seus esforços para glorificar a Deus e para promover o
Seu Reino surgissem inicialmente da cura da sua cunhada – não se
limitaram a esse fato mas ela tem falado da sua experiência com o
poder de Deus.
“Um dos aspectos mais maravilhosos da cura”, diz Elizabeth, “tem
sido a grande avenida de oração que ela abriu”.
Durante seis anos, um grupo interdenominacional de oração se
reúne todas as quartas-feiras pela manhã, principalmente na casa
dos Gethin; um grupo de oração, segundo narra, “onde o Espírito
Santo é o poder orientador. Os que comparecem – realmente
chegam com alegria e ações de graças, e com espírito de grande
expectativa, sempre com esperança de ver naquele dia a ação de
Deus. Ele nunca nos decepcionou, mas certamente tem atendido às
orações de modo glorioso. Cremos que a alegria e a gratidão são o
segredo de uma reunião de oração feliz e bem-sucedida”.
Como resultado direto disso, agora existem muitos grupos desse
tipo que se reúnem semanalmente para orar, em todas as partes da
cidade de Pittsburgh e nas vizinhanças.
A Sra. Gethin traz aos cultos muitos dos membros do grupo de
oração, e entre as pessoas curadas maravilhosamente por Deus
está sua irmã, Jeanette, que foi curada de imediato de surdez,
quando veio da Filadélfia visitá-la.
Ainda outra área foi aberta, através da qual Elizabeth e Dorothy
estão trabalhando para a glória de Deus.
Há poucos meses, as duas foram aceitas pelo Rev. Alfred Price na
Ordem de S. Lucas, na Igreja Episcopal de S. Estêvão, na Filadélfia.
Esse grupo de clérigos, médicos, enfermeiras e leigos que crêem no
poder de Deus para curar, coopera em conjunto para trazer a cura
espiritual na igreja organizada.
“Nunca cessarei de agradecer a Deus por ter me permitido ver
minha querida cunhada curada naquele dia no salão Carnegie”, diz
Elizabeth Gethin. “Aquele dia mudou totalmente o meu mundo –
pois eu realmente conheci a Jesus Cristo, não somente como meu
Salvador pessoal, mas como o Grande Médico.”
“Jesus, porém, não lho permitiu, mas ordenou-lhe: Vai para tua
casa, para os teus. Anuncia-lhes tudo o que o Senhor te fez e como
teve compaixão de ti” (Mc 5.19).
Na sua gratidão a Deus, Elizabeth Gethin tem feito exatamente isso.
Querido Senhor, como somos gratos a Ti pela maravilha do Teu
amor por nós. Tu és nosso Salvador e nosso Senhor, o grande
Médico do corpo, da mente, e do espírito. Lança mão de nós e faze
uso de nós, para a Glória de Deus – Em Teu Nome. Amém.
15
Foi um Toque de Ternura
Amelia Holmquist Saiu da Maca

Trouxeram-na numa maca, com o corpo pateticamente magro, mas


ela estava toda vestida! Ela estava com tanta certeza de que sairia
daquela maca – com tanta segurança de que Deus a curaria – tão
convencida de que aquele seria seu grande dia, que pediu ao
marido que a vestisse antes de os atendentes a levarem até a
ambulância que a aguardava. Amelia Holmquist estava, nessa
época, totalmente debilitada pela artrite; todos os nervos do seu
corpo foram afetados.

Ela era de origem sueca e luterana, mas, conforme tem o cuidado


de dizer com considerável orgulho – e com um sotaque tão gutural
que é difícil entender o que diz: “Sou cidadã norte-americana”– e
depois de uma breve pausa, acrescenta, sorrindo: “Mas acho que
posso dizer que, acima de tudo, minha cidadania é lá em cima –
com o Senhor”.

Passaram alguns anos antes de Amelia observar que suas juntas


pareciam enrijecidas e inchadas. Finalmente as dores a obrigaram a
consultar um médico, e ele diagnosticou a enfermidade como uma
forma de artrite.

O médico receitou o tratamento habitual – calor, massagem,


remédios, determinados exercícios estipulados para manter o
funcionamento normal das juntas – mas tudo parecia que não servia
para nada. A dor continuava, e a rigidez aumentava. Estava cada
vez mais difícil levantar os braços ou movimentá-los. Somente com
o máximo esforço conseguia afundar-se numa cadeira, e uma vez
sentada, cada vez mais, era quase impossível levantar. Ela andava
muito firme, mas agora passou a manquejar dolorosamente, a ponto
de nem mais poder se locomover sem a ajuda de bengalas. A essa
altura, todas as suas juntas estavam grosseiramente deformadas, e
chegou o dia que ela ficou totalmente incapacitada, completamente
confinada à cama.

“Foi nesse estado”, lembra ela, “que uma vizinha veio me fazer uma
visita. Trouxe consigo um livrinho vermelho chamado O Toque
Curador do Senhor, escrito por Kathryn Kuhlman, e ela me contou
que a Srta. Kuhlman dirige programas de rádios diários, e que eu
deveria ouvi-los”.

Amelia leu o livrinho e começou a ouvir os programas pelo rádio e,


conforme ela diz, outro mundo se descortinou diante dela.
“Eu freqüentara a igreja por toda a minha vida”, diz ela, “Mas até
então não sabia que Deus cura hoje da mesma forma que Ele o
fazia há mais de dois mil anos, e eu nunca soubera algo a respeito
da fé genuína até ler aquele livrinho e começar a ouvir a Srta.
Kuhlman”.
Já nesse tempo Amelia Holmquist era totalmente incapaz. Não
podia virar a cabeça, nem por um centímetro, e não conseguia
movimentar qualquer parte do corpo. Sofria dores quase constantes,
com o corpo inteiro tão dolorido que não podia tomar um banho
normal, mas somente ser suavemente limpa com algodão e óleo.
Seu peso passou de 65 quilos para 45 quilos, e estava à beira da
morte por exaustão – o que acontece com cerca de 2% das vítimas
de artrite que chegam ao estágio avançado da doença – no qual ela
já estava.
À medida que lia o livro e ouvia os programas, sua fé aumentava.
Pela primeira vez, em muitos anos, começou a despertar no seu
coração, que por longo tempo estivera sem esperança, a certeza de
que poderia voltar a ter uma vida normal.
Certo dia, depois de ouvir o programa, ela perguntou ao marido se
ele a levaria, no domingo seguinte, de ambulância ao culto que seria
celebrado no auditório Stambaugh em Youngstown, Ohio. Ele se
recusou – primeiro por falta de fé, mas também porque estava
genuinamente convencido que a distância envolvida na viagem era
grande demais para ser empreendida.
“Por isso, então”, diz Amelia, “Comecei a pedir a Deus para Ele
trazer a Srta. Kuhlman para mais perto de Akron, de modo que eu
pudesse chegar até ela, e Deus atendeu à minha oração. Um mês
depois, foi marcado um culto em Canton, Ohio, e eu sabia que podia
chegar até lá sem dificuldade”.
Foi providenciada uma ambulância e, cedo naquela manhã de
domingo, Amelia acordou o marido e pediu que ele a vestisse. O
marido ficou muito espantado.

“Para quê, as pessoas não viajam na maca de ambulância com


roupas de passeio!”, ele disse.

“Porque”, respondeu a esposa, com o rosto radiante, “eu sei que


hoje é o dia que serei curada. Vou me levantar da maca e deixá-la
para trás, e quando isso acontecer, precisarei estar usando roupas”.

Com desaprovação e descrença, mas querendo fazer a vontade


dela conforme faria com uma criança exigente, passou a virar o
armário em busca de um vestido que pudesse ser abotoado pela
frente – pois ela não podia conseguia fazer o menor movimento com
os braços, e muito menos levantá-los acima da cabeça. Finalmente,
o marido achou um vestido apropriado, vestiu a esposa e penteou
os cabelos dela. Ela ficou pronta assim que a ambulância
estacionou em frente à porta.

Eles a colocaram com cuidado na maca, fazendo um grande esforço


para não provocar nenhuma dor. Era difícil evitar alguma dor, pois
só existiam dois pequenos lugares nas costas onde era possível
tocar nela e a levantar sem causar grande sofrimento. A seguir, a
levaram para fora, e a colocaram em segurança na ambulância, com
o marido ao seu lado.

A ambulância ia iniciar o trajeto quando, então, ela chamou o


motorista: “Oh, espere – não vamos ainda. Esqueci o meu casaco”.
O marido olhou para ela, não acreditando no que ouvira. “Seu
casaco”, disse ele. “Para que você vai querer o seu casaco? Você
está envolta em cobertores da cabeça até os pés!”.
“Sim”, respondeu ela. “Mas não vestirei cobertores quando eu voltar
para casa. POR FAVOR, PEGUE O MEU CASACO.”
Ele olhou espantado para ela por um momento, completamente sem
voz, entrou na casa e voltou trazendo o casaco dela dobrado no
braço.
A atitude de Amelia Holmquist nesse fato ilustra um dos requisitos
da cura divina; a firme certeza de que a cura acontecerá. Amelia
Holmquist possuía esse tesouro importante que chamamos de FÉ.
Não se trata de algo que possamos levar ao laboratório e analisar;
não é algo que possamos “produzir e estimular”. É UMA DÁDIVA DE DEUS.
“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de
vós; é dom de Deus” (Ef 2.8, grifos da autora).
Todos nós devemos orar, pedindo esse dom inefável. Pois se trata,
de fato, de um dom de Deus, ninguém entre nós merece qualquer
crédito pessoal por crermos em Cristo ou por qualquer porção de fé
que porventura possuirmos. Precisamos dar a Deus toda a glória,
mesmo por aquela porção de fé que manifestamos e possuímos.
Naquele domingo, que nunca será esquecido por Amelia Holmquist,
nem pelo seu marido, a ambulância estacionou em frente à porta de
trás do auditório. Os atendentes carregaram a maca, na qual a
mulher estava deitada, e a colocaram na plataforma.
“É possível que eu tenha sido curada até mesmo antes de chegar
ao auditório”, diz Amelia em retrospectiva – “porque não tenho a
mínima lembrança de estar sendo levada para dentro. Sem ter a
mínima idéia de como estava, de repente, ali na plataforma, eu
sabia que se tão-somente pudesse chegar àquele palco e
permanecer ali, ao lado de Kathryn Kuhlman, que Deus me curaria.
Eu simplesmente sabia que Ele o faria”.
Enquanto estava ali, deitada na maca, exatamente quando começou
o culto, ela teve uma visão. Ora, muitas pessoas alegam ter visões
e, na minha opinião, a maioria delas são o fruto da imaginação,
devido ao emocionalismo excessivo, mas essa pequena mulher – e
faz muito tempo que a observo de perto – é uma das pessoas
menos emotivas que já conheci. Ela é uma pessoa simples,
inimaginável, além de ter grande integridade. Não posso deixar de
acreditar que o que ela viu foi real, verdadeiramente do Espírito
Santo.
“Algo me levou a olhar para cima, para um canto do auditório”, relata
Amelia, “e mesmo enquanto olhava, tive consciência de que o
Senhor já dera movimento ao meu pescoço; pela primeira vez em
muitíssimos meses, eu conseguia virá-lo. Sei, agora, que há uma
lâmpada naquele canto, mas para mim, naquele dia, não havia
lâmpada. Vi, ao invés disso, algo como uma janela, e tinha um
homem em pé ali – não consegui ver o seu rosto – estava vestido
num manto branco e, numa mesa ao lado dele, havia um livro no
qual escrevia.
“Eu nunca tinha ido a um culto”, continua ela, “de modo que nem
sabia o que esperar. Voltei-me para meu marido e perguntei: ‘quem
é aquela pessoa ali em cima? Gostaria de saber’, e ele respondeu:
‘Nada há lá em cima senão uma lâmpada grande’”.
Amélia ficou sabendo, então, que somente ela tivera o privilégio de
ver o Personagem vestido de um manto branco.
“Quando olhei novamente”, continuou ela, “percebi que todas as
páginas no livro ao lado dele estavam escritas. O homem parecia
virar, revirar, e voltar a virar aquelas páginas – e então me ocorreu
que o livro dizia respeito a mim, e que as páginas estavam repletas
dos meus pecados. E então, enquanto continuava olhando, todas as
páginas pareciam ter-se tornado brancas. Era como se Deus tivesse
apagado todos os meus pecados, e me concedera outra
oportunidade para recomeçar”.
Aquele foi o primeiro sermão real que Amelia Holquist recebeu
sobre a salvação. Não fui eu que o preguei; mas o próprio Espírito
Santo o transmitiu. O sermão era para ela, a respeito de nascer de
novo.
Ocorreu o que Amelia sabia que aconteceria. Depois de o Senhor a
libertar, capacitando-a a vê-lo, uma das obreiras no culto foi até ela
e disse: “Você quer acompanhar-me agora?”.
Ela respondeu rapidamente, sem pensar: “Mas não consigo andar”.
E, imediatamente, acrescentou: “Oh, sim, posso! Sei que posso” – e
naquele momento teve a nítida sensação de que alguém a levantou
da maca.
“Foi um toque de ternura”, diz ela, sorrindo ao lembrar-se. “De muita
ternura!”.
Com Amelia já em pé, a obreira a levou até onde eu estava. Ela se
virou, e andou meio caminho, sozinha, da maca, até onde eu
estava. Coloquei uma cadeira para ela na plataforma, e ela se
sentou ali sem o menor esforço.
“Antes desse momento, por anos”, disse Amélia, “eu não conseguia
sentar-me. Depois, levantei-me sozinha da cadeira e caminhei à
Sala de Estar das Senhoras. Não consegui encontrá-la, e na
procura, andei por todas as partes do auditório, inclusive desci pela
escadaria ao subsolo, e subi de volta. Tudo completamente
sozinha”.
Esta foi a proeza de uma mulher que, 30 minutos antes, estava
prostrada em uma maca, totalmente incapacitada: esta foi a proeza
de uma mulher a respeito de quem seu médico dissera: “Ela será
incapaz e dependente de medicação durante o restante da sua
vida”.
No final do culto, os atendentes da ambulância voltaram para buscar
Amelia, da mesma maneira que tinham entrado com ela. Ficaram
boquiabertos, perplexos sem poder acreditar no que viram.
Perguntaram se ela queria voltar para casa na maca, e ela
respondeu, com toda convicção: “Não – decididamente não. Vou me
acomodar na frente”
– e com isso subiu os degraus íngremes da cabina da ambulância e
se acomodou no lugar. Só havia lugar para três pessoas no assento
da frente, de modo que um dos atendentes foi obrigado a ocupar a
maca na viagem de retorno.
Amelia disse que não parou de falar durante toda a viagem para
casa, por estar muito emocionada. O mundo inteiro parecia tão belo
e novo que não poderia recuperar-se dessa tamanha surpresa. Esta
foi a sua experiência do novo nascimento.
“A partir desse dia” diz ela, “entreguei-me ao Senhor, e não
desejava qualquer outra maneira de viver. Amo mesmo esta vida
que estou vivendo, e tudo é muito maravilhoso”.
Ao se preparar para dormir naquela noite, Amelia fez uma pergunta
ao seu marido emocionado.
“Você se lembra”, disse ela, “ali na plataforma no culto, quando saí
da maca?”. Ele acenou com a cabeça, confirmando. “Pois bem,
quem me levantou?”. Ele parecia assustado.
“Ninguém”, disse ele. “Ninguém levantou você. Você se levantou
sozinha.”
Ela sorriu, apenas. Sabia, então, por que o toque que ela sentira
fora tão extraordinariamente terno.
Na manhã seguinte, Amélia estava lá fora nos fundos, cuidando das
suas roseiras. Sua vizinha da casa ao lado, vendo-a pela janela do
cantinho onde tomava café, saiu, e disse: “É esquisito. Você se
parece tanto com a Sra. Holm”. E, então, percebeu que era mesmo
a Sra. Holmquist.
A mulher ficou pálida e abalada, como se tivesse visto um fantasma,
e nada mais conseguia fazer senão repetir, incansavelmente: “Não
posso acreditar nisso. Realmente não posso acreditar!”.
Depois de ter recebido a cura, Amelia não passou mais um dia
sequer doente, nem mesmo tomou uma aspirina. Em quase dez
anos, não precisou consultar um médico.
Este é um milagre de Deus – feito por Ele para atender à fé
expectante de uma filha sua.
Trata-se de “Não por força nem por violência, mas pelo meu
Espírito, diz o SENHOR” (Zc 4.6).

Quão bem conhecemos a verdade dessas palavras! Do fundo do


nosso coração, agradecemos a Deus por essas maravilhosas
manifestações do seu poder, e prometemos que daremos a Ele o
louvor, para todo o sempre.

16
Nenhum Caso É Sem Esperança
Paul Gunn Curado de Câncer no Pulmão

Na primeira página do jornal Pittsburgh Press, do domingo, com


data de 1º de junho de 1958, estava a manchete: MÉDICOS PROIBIDOS DE
DIZER QUE CASO DE CÂNCER É SEM ESPERANÇA. Veja o artigo:

“Ontem, os médicos da região receberam a ordem para dizer aos


pacientes ‘incuráveis’ de câncer que não há esperança para o caso
deles. O Pittsburgh Medical Bulletin, publicação oficial da Sociedade
Médica do Condado de Allegheny, advertiu os médicos contra
querer ser árbitros do destino, visto que ninguém pode saber de
antemão quando alguém vai morrer. Mesmo quando todas as
evidências médicas indicam que não há esperança para um
paciente, declarou o referido boletim, o médico precisa lembrar-se
de que a vontade de Deus, bem como mecanismos pouco
compreendidos do corpo humano, podem intervir em benefício do
paciente. As atividades fisiológicas do corpo humano, bem como a
vontade de Deus, segundo declarou o boletim, podem permitir a
continuação da vida e certo grau de conforto e bem-estar em alguns
casos nos quais o exame patológico e as evidências clínicas
excluiriam a existência da esperança. Portanto, não sejamos
árbitros do destino, nem enunciemos um prognóstico de desespero
total, embora pareça haver evidência nesse sentido, porquanto
existem poderes e fatores que estão além do nosso entendimento,
que talvez permitam a existência razoavelmente confortável, a
despeito das evidentes controvérsias.”

Não é demais acreditar que o crescente reconhecimento dos


médicos pelas curas do tipo que Paul Gunn recebeu, inspirou as
declarações do médico mencionadas anteriormente, que então era o
redator daquele boletim de medicina.
Paul Gunn é vigia noturno, trabalha há muitos anos na Companhia
Mesta de Máquinas em Pittsburgh.
No dia 28 de setembro de 1949, Paul Gunn foi acometido de
pneumonia viral, e levado ao Hospital Presbiteriano. Ali, o seu
estado de saúde não melhorava; a despeito do tratamento, parecia
que seu pulmão esquerdo não saía do quadro infeccioso. Os
médicos começaram a duvidar do diagnóstico, e requisitaram uma
série de exames de laboratório, que incluíam 15 radioscopias, duas
broncoscopias, e um broncograma, mais três testes de catarro, de
24 horas de duração cada. Os resultados de cada um desses
exames deram positivo, o que levou a um diagnóstico incontestável:
câncer adiantado no pulmão esquerdo.
O pulmão já estava por demais comprometido para usar terapia não
cirúrgica – e os médicos sugeriram a remoção imediata do pulmão
infectado, bem como de cinco costelas.
Paul não precisava de exames de laboratório nem de médicos para
convencê-lo que ele estava desesperadamente doente. Seu peso
baixara de 91 quilos para 54. Cuspia sangue o dia todo, e à noite
engolia sangue em grandes quantidades, o qual urinava pela
manhã. Sofria dores contínuas.
“Meu pulmão ardia durante o tempo todo”, lembra ele, “como se
houvesse um maçarico dentro de mim. Sentia-me como um
engolidor de fogo do circo. Cada vez que o ar saía pela boca, ficava
literalmente surpreso por não sair chamas junto. Se alguém
apertasse o lado esquerdo do meu peito, a sensação era da carne
sendo pressionada por cima de uma chama. Não conseguia
carregar o menor peso, nem sequer um lencinho de papel no bolso
do pijama. Ficava sentado, mantendo o paletó do pijama longe do
peito”.
Enquanto Paul estava no hospital, muitos amigos o visitaram.
Apavorados com sua aparência e com seu estado, alguns deles lhe
contaram da obra maravilhosa que Deus estava fazendo no
reavivamento que estava acontecendo no lado norte de Pittsburgh,
no auditório Carnegie.
“A cura divina não era novidade para mim”, disse Paul, “de modo
que eles realmente não precisaram fazer marketing das bênçãos
disponíveis. Eu sabia o que Deus podia fazer se nós tão-somente
exercêssemos a nossa fé. Mas a fé sem obras é morta, de forma
que me perguntaram se eu concordaria em enviarem um pedido de
oração a Kathryn Kuhlman”.
Paul não somente concordou, como também ele e sua esposa
enviaram, na mesma ocasião, seu pedido de oração pessoal.
A essa altura, a saúde ficara muito pior, e seus familiares não
tinham esperança que ele sobrevivesse, com ou sem orações, com
ou sem cirurgia – até completar mais um ano de vida no dia 23 de
outubro… Os médicos tinham deixado bem claro que a remoção do
pulmão não era garantia da sua recuperação; tratava-se
simplesmente do único tratamento possível que poderia salvar a sua
vida. Por isso, para ter certeza de que Paul comemorasse mais um
aniversário, a esposa fez para ele um bolo pequeno, e o levou ao
quarto de hospital, com todas as velas acesas, uma semana inteira
antes da data.
No dia seguinte, Paul perguntou aos médicos que o tratavam até
que ponto a cirurgia do pulmão precisava ser “de imediato”.
Disseram-lhe que a operação forçosamente deveria ser feita nos
sete dias que se seguiriam. Se fosse adiada, o consenso médico era
que Paul não teria a menor esperança de sobreviver.
O Sr. Gunn, então, fez um pedido incomum: por mais doente que
estivesse, literalmente mais morto do que vivo, pediu licença para
sair do hospital durante a semana que antecedesse à cirurgia
agendada. Apresentou dois motivos para o seu pedido: o primeiro,
tinha vários negócios que precisava deixar em ordem; e o segundo,
e o mais importante, queria buscar a cura da parte de Deus – queria
uma oportunidade para ir aos cultos no auditório Carnegie.
O hospital cooperou com ele, e lhe deu permissão para sair
temporariamente, e a vaga no quarto do hospital ficou reservada
para seu breve retorno, dentro de sete dias, para a cirurgia.
O paciente foi diretamente do hospital ao escritório do seu
advogado, onde cancelou o processo de seu testamento, e
imediatamente do escritório de advocacia foi ao culto de milagres no
lado norte da cidade. Somente sua confiança inabalável de que
seria curado podia capacitá-lo a agüentar a dor no peito, e lhe deu
forças para chegar ao salão.
“Eu manquejava com duas bengalas, tão fraco estava que com
dificuldade ficava em pé – e tinha dores terríveis”, diz ele, “mas no
mesmo instante que entrei naquele salão, comecei a sentir a
presença de Deus, e me conscientizei de que Ele estava para fazer
algo por mim. Seu Espírito estava operando maravilhosamente ali, e
eu sabia que eram operações verdadeiras da parte de Deus que eu
estava vendo naquela noite”.
Mas Paul Gunn não foi curado naquele primeiro culto: “Fiquei por
demais ocupado olhando as demais pessoas”, diz ele, sorrindo, “e
orando a favor daqueles que pareciam estar em piores condições do
que eu”.
Paul foi a um total de quatro cultos naquela semana, jejuou e orou, e
no quarto culto, depois de ter jejuado durante 48 horas, Deus tocou
nele com a mão divina que cura.
Algumas senhoras bondosas tinham guardado um lugar para ele, de
modo que não precisou forçar caminho entre a multidão, e pôde
entrar nos últimos momentos antes do início do culto. Estava
sentado na quarta fileira, no quinto assento a partir do corredor,
naquela noite maravilhosa. “Nunca me esquecerei de pormenor
algum de tudo isso”, diz ele.
“De repente, o poder de Deus desceu. Ele me atingiu, e por um só
instante, a sensação de fogo ardendo no meu pulmão era mais
intensa do que tinha sido em qualquer momento anterior. Eu
imaginei que não resistiria. Essa sensação me fez lembrar a história
dos três jovens hebreus na fornalha de fogo, com a fornalha
aquecida sete vezes mais quente do que nunca.”
“E então”, continua Paul, “tudo se acabou – em um só instante”.
“Você sabe”, explica ele, “como, quando você toca fogo num papel,
tudo se desfaz em cinzas? Pois bem, sentia como se em meu peito
tivesse sido colocado um papel aceso por um fósforo. E então,
parecia-me que Deus simplesmente estendera a mão, e tocou o
monte de cinzas, de modo que desaparecessem, e a partir desse
momento, não havia mais sensação de queimadura, nenhuma dor,
nenhum incômodo. Não houve mais sofrimento a partir desse dia
até o dia de hoje”.
O tempo aproximado que durou a realização desse milagre foi de
meio minuto.
A menor dúvida não passou pela mente de Paul Gunn no tocante ao
que acontecera: ele sabia que fora curado instantaneamente pelo
poder do Espírito Santo. A data foi 27 de outubro de 1949. Ele saiu
andando do salão Carnegie naquela noite, alinhado e saudável. Já
não precisava mais das suas bengalas para apoiar-se, pois estava
forte no Senhor.
Dois dias depois, o Sr. Gunn retornou ao hospital. Seu leito o
aguardava, e a cirurgia estava marcada para o dia seguinte. Não
precisava mais de nada disso. Entrou andando no consultório do
seu médico, e declarou ter sido curado.
O médico, perplexo, insistiu, conforme era de esperar, que fossem
feitos os exames e a repetição de todos os testes de laboratório que
tinham sido realizados – e, entre eles, foram pedidas mais
radioscopias e outra broncoscopia.
“Antes, quando me fizeram a broncoscopia”, disse Paul, “eu desci
do centro cirúrgico sangrando abundantemente, e continuei
sangrando durante o dia todo, e cada vez, depois de terminada,
pensava que não viveria mais duas horas. Certa vez, ao ver meu
rosto num espelho, tive certeza que não sobreviveria.
“Dois dias depois da minha cura, no entanto, entrei andando e tirei
minhas roupas; subi sozinho na mesa de operação, fiz o exame de
broncoscopia; e desci da mesa sem ajuda. Não houve nenhum
sangramento, e eu me senti muito bem!”.

Depois de completarem os testes, Paul desceu andando o


quarteirão entre o Hospital Presbiteriano e a Quinta Avenida, passou
em um restaurante para tomar uma xícara de café, e andou vários
quarteirões para visitar um amigo que estivera com ele no hospital.
Então, pegou um bonde, foi para casa, e naquela tarde voltou ao
culto no salão Carnegie – dessa vez para agradecer publicamente a
sua cura.

Os resultados dos novos testes de laboratório foram todos negativos


– não restou o menor sinal da tão mortífera enfermidade maligna.
Em poucos dias, Paul Gunn estava de volta à Companhia de
Máquinas Mesta, sendo que o médico da firma o aprovou para o
trabalho. Estivera ausente do serviço três meses e meio, e tinham
contratado um substituto para ele, mas o receberam de volta e o
colocaram na sua antiga função.
Na primeira noite de retorno ao serviço, dois mil homens na fábrica
foram até ele e apertaram sua mão, dando os parabéns com largos
sorrisos. Nenhum deles tinha esperança, em momento algum, de
vê-lo de novo com vida. Um operário falou em nome de todos, e
disse: “Quando apertei a sua mão lá no hospital, pensava com
certeza que você estaria morto antes que eu soltasse a sua mão”.
Paul não somente recuperou rapidamente o peso perdido, como
também, em pouco tempo, precisou de uma dieta para perder peso!
Muito tempo antes mesmo de ele ter câncer, tinha sofrido
continuamente com muitas dores. Depois da sua cura, em 1949, no
entanto, nunca mais teve qualquer dor, e trabalha oito horas e meia
toda noite, seis noites por semana.
“Se você der um só passo em direção a Jesus” diz Paul, “Ele dará
dois passos em direção a você. Toda e qualquer pessoa pode
receber do Senhor tudo quanto pedir com fé em Deus”.
O rosto radiante de Paul dá testemunho das suas convicções, e o
testemunho maravilhoso que ele repete incontáveis vezes a
inúmeras pessoas tem levado muitas almas a Cristo.
Se for necessário comprovar a sua cura, ele tem em sua casa
cópias autênticas de todo o seu histórico médico, exceto as
radiografias, que ainda estão no Hospital Presbiteriano.
Dois exemplos do excelente estado da sua saúde são o fato de ele
ter doado, nesses últimos 12 anos, 21 frascos de sangue, e
renovado cinco apólices de seguros. Paul tem passado por todos os
testes que a ciência médica conhece, e não há qualquer evidência
de câncer no seu sangue.
Na linguagem humana, a cura de Paul foi um milagre, mas a palavra
milagre não consta do vocabulário de Deus, pois todas essas curas
são parte integrante da natureza divina. O preço delas foi pago no
Calvário.
Quando Jesus exclamou: ESTÁ CONSUMADO do alto da cruz, Ele estava
dizendo, em outras palavras: “Tudo foi comprado e pago. Está tudo
à disposição, para qualquer homem ou mulher que quiser chegar
até ele e reivindicá-lo”.
A fé não pode ser fabricada. Uma das nossas principais dificuldades
é não percebermos que a fé pode ser recebida somente à medida
que for transmitida ao coração pelo próprio Deus. A pessoa tem fé,
ou não a tem. Não é possível fabricá-la... não se pode produzi-la por
meios externos. Você pode acreditar em uma promessa e, ao
mesmo tempo, não ter fé para se apropriar dela. A crença é uma
qualidade mental, mas a fé é espiritual... há confiança, é essencial...
vive e pulsa e seu poder é irresistível quando é transmitida ao
coração pelo Senhor. É com o coração que o homem crê para a
justiça.
“Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que
não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com
moderação, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um”
(Rm 12.3, grifos da autora).
Quando conhecemos a verdade, já não precisamos mais passar
horas repreendendo, ordenando, exigindo, lutando... em volta das
pessoas doentes, é por causa da nossa falta da verdade e do
Espírito Santo, que trazemos vergonha ao nome do Senhor!
Há lugar para a intercessão – mas não no exercício da fé. A
intercessão e os gemidos do coração podem anteceder à operação
da fé, mas quando a fé da parte de Deus é dada a conhecer, o único
som ouvido será a voz das ações de graça e do louvor.
A mulher que tinha o fluxo de sangue lutou para conseguir a sua
libertação por meio de uma atitude mental correta. Tudo quanto ela
queria era chegar até Jesus.
Tudo quanto fez aquele pobre miserável na estrada de Jericó foi
compactar, naquele grito de romper o coração, a história do seu
desamparo e da sua fé no amor, poder, e compaixão de Jesus de
Nazaré!
Quando Deus concedeu a Paul Gunn uma medida de fé, demorou
aproximadamente meio minuto para a fé produzir o resultado: um
corpo completamente curado do câncer pelo poder de Deus!
17
Curado pelo Supremo Poder
Richard Kichline Anda de Novo

A esposa do pastor da Primeira Igreja Evangélica Reformada em


Vandergrift, Pensilvânia, tinha acabado de contar o milagre na vida
do seu jovem filho Richard quando, então, uma pessoa totalmente
desconhecida ficou em pé no auditório e disse: “Srta. Kuhlman,
tenho certeza que a mãe do Richard não me conhece, mas sei que
todas as palavras que ela acabou de dizer são verdadeiras. Isso
porque minha filha foi enfermeira no Hospital Presbiteriano quando
esse milagre aconteceu, e ela me contou tudo a respeito, assim que
ele ocorreu”.

No dia 15 de maio de 1949, Richard Kichline, que estava com 16


anos de idade, e estudava no primeiro ano do colegial, foi acometido
de paralisia.
A paralisia começou certo dia, quando Richard tropeçou sem motivo
aparente, e então sentiu grande dificuldade em erguer os pés. No
dia seguinte, ao andar, parecia se precipitar para a frente de modo
extremamente fora do comum, e seus pais, o pastor e a Sra.
Kichline, ficaram muito alarmados. Telefonaram para o médico da
família, pela manhã, e este veio imediatamente, mas, depois de
examinar o rapaz, ficou perplexo e não conseguiu apresentar
nenhum diagnóstico. Nas 24 horas que se seguiram, Richard piorou
muito, e no terceiro dia já não conseguia levantar da cama: suas
pernas estavam completamente paralisadas e a enfermidade
continuava sua obra mortífera.
O casal Kichline orou para que o médico conseguisse deter esse
fato horrível, e desesperou-se ao observar a paralisia avançar,
subindo pelo corpo do filho. Depois de algum tempo, Richard não
conseguia sequer segurar uma xícara de chá. Respirava, segundo a
expressão da mãe: “somente uma respiração, sim, e outra, não”, e
precisava ser alimentado e vigiado como um nenê.
Depois de duas trágicas semanas, a paralisia aumentava, foi feita
uma consulta, e Richard foi imediatamente levado de ambulância ao
Hospital Presbiteriano em Pittsburgh.
Sua mãe, Laura, o acompanhou na ambulância que o levou a
Pittsburgh, enquanto o pai foi na frente com o carro da família.
Disse Laura: “Ele conseguia falar, e sua mente estava tão lúcida
quanto a nossa, mas até então a paralisia tinha avançado até o
pescoço. Da cintura para baixo, ele estava totalmente paralisado, e
começava a ficar paralisado quase inteiramente da cintura para
cima”.
No dia seguinte ao da internação no hospital, seus pais falaram com
o médico chefe, e receberam a trágica notícia: Richard era vítima de
mielite transversal aguda – um tipo de paralisia.
Essa enfermidade temível começa no cérebro, mas as
manifestações externas tornam-se evidentes primeiro nos pés. O
mal vai progredindo de baixo para cima até chegar à cintura; em
seguida, atravessa o corpo e atinge os órgãos vitais acima da
cintura. Na forma aguda dessa enfermidade (o tipo que acometeu
Richard), a morte pode ocorrer rapidamente quando a enfermidade
se estender na parte da medula espinhal que está ligada ao coração
e aos músculos que auxiliam a respiração.
Antecipando semelhante contingência, um pulmão de aço tinha sido
colocado de prontidão, caso Richard precisasse.
O Rev. e a Sra. Kichline ficaram totalmente atordoados quando o
médico lhes revelou a gravidade do estado de saúde do filho.
Parecia-lhes que o mundo acabara naquele momento.
Richard era filho único – concebido e levado a termo com grande
dificuldade, anos depois do casamento dos seus pais.
“Richard veio até nós”, diz Laura, “como resposta ao meu anseio e à
minha oração de que Deus me concedesse um filho, visto que
,quando mocinha, sofri um acidente e, segundo disseram, não
poderia ter filhos. Finalmente, fui operada para poder ter um nenê, e
lembro até hoje da minha alegria quando o cirurgião me disse:
‘Agora, você conseguirá ter o filho que está desejando’. Cinco anos
depois, nasceu Richard”.
O nascimento dele foi a realização do sonho que a mãe tanto
acalentou por longo tempo, e seu desejo mais profundo. Nunca
mais, depois dele, poderia ter outro.
Todas as esperanças e aspirações do pai e da mãe estavam
investidas no rapaz de 16 anos de idade, agora totalmente
paralisado e em risco de morte iminente, que a medicina não
poderia impedir.
“O que faremos?”, foi o grito angustiado de Laura, voltando-se para
o marido depois de ouvir o veredicto médico.
Antes de este responder, o médico, sábio e bondoso, influenciado
pela sua fé cristã, respondeu-lhe com muita ternura: “Você terá
bastante tempo para orar”.
Ele explicou, então, que Richard ficaria hospitalizado a maior parte
do ano, e que então seria levado ao Lar D.T. Watson, em Leetsdale,
Pensilvânia, para a reabilitação. Foi somente mais tarde que o casal
Kichline ficou sabendo que o filho estava destinado a ser
paraplégico, caso sobrevivesse, e isso ninguém podia afirmar, pois
não dava para dizer antecipadamente se seu coração escaparia das
incursões da paralisia.
Laura Kichline era cristã desde menina. Aos 18 anos de idade,
consagrara plenamente sua vida ao Senhor para tudo quanto Ele
queria que ela fizesse ou fosse. Mas, foi somente poucos meses
antes de seu filho ter sido acometido pela enfermidade, que ela vira
o poder miraculoso de Deus literalmente curando corpos
danificados.
Em novembro do mês anterior, seu marido freqüentara um culto no
auditório Carnegie, e, conforme Laura conta: “Ele chegou em casa
muito entusiasmado, cheio de louvor pelo ministério da Srta.
Kuhlman, e comentou a respeito da maneira maravilhosa de Deus
operar através dela”. Quando, portanto, dois meses depois, uma
jovem amiga em Vandergrift fretou um ônibus para a viagem até o
salão Carnegie, Laura resolveu ir junto.
Sentou-se na galeria no primeiro culto de cura divina que já fora, e
de início, ficou perplexa com os acontecimentos.
“Eu nunca antes vira o poder de Deus operar visivelmente”, disse
ela. “É claro, tinha certeza, que Deus fizera maravilhas na minha
própria vida, mas nunca vira o seu poder operar nos corpos das
pessoas, conforme via aqui. Houve muitas curas maravilhosas
naquela noite”, continuou ela, “e percebi que estava orando com um
fervor que nunca conhecera antes, a favor da nossa igreja. É
impossível dizer o quanto fiquei emocionada quando senti o poder
divino passar pelo meu corpo enquanto estava no auditório. Estou
certa, agora, que Deus estava me preparando para a tristeza, a
perplexidade, e a angústia de coração que surgiriam no meu futuro
próximo”.
E Deus ainda continuaria a preparar o caminho de modo belíssimo!
Certa noite, enquanto o casal Kichline realizava seu culto familiar,
sentado no leito de enfermidade do filho, Laura abriu a Bíblia. Seus
olhos pareciam ter sido guiados até Lucas 1.37: “Pois nada é
impossível para Deus”. “Não conseguia tirar os olhos daquelas
palavras”, lembra ela, “era como se Deus estivesse literalmente
falando comigo, e recordo de ter dito (e em voz alta, acho): ‘És tu
falando, Senhor?’”
Sim, Ele estava – pois nessa noite Laura foi levada a crer naquelas
palavras das Escrituras, e isso de todo o coração e alma.
Conforme ela diz: “Eu não vira milagres de cura operadas pelo
poder de Deus no auditório Carnegie nos cultos dirigidos pela Srta.
Kuhlman? Segundo bem sabia, não eram curas imaginárias. Eram a
realidade. Vi verdadeiramente o poder de Deus operar através de
sua serva, sem ter a mínima consciência, na ocasião, de que no
futuro próximo nosso lar precisaria tão desesperadamente da ajuda
divina”.
Naquela noite, Laura e seu marido pastor escreveram para mim,
pediam orações pela cura de seu filho.
“A Srta. Kuhlman sugeriu”, relata Laura, “que concordássemos em
orar juntos com base no Evangelho de João: ‘Se permanecerdes em
mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que
quiserdes, e vos será feito’” (Jo 15.7).
“Agarramo-nos com firmeza a essa promessa, reivindicando-a como
nossa”, continua ela, “e embora não possa provar, mas pela fé tenho
por certo, que quando começamos a confiar realmente em Deus e
depender dessa promessa, a paralisia parou pouco antes de chegar
ao coração de Richard”. Nesses dias, Laura nunca perdia um
programa de rádio, e jejuava com regularidade – “Isto por já ter
aprendido o valor do jejum para as coisas espirituais”, disse ela,
“depois de ter ido ao culto e visto os resultados”. O Rev. Kichline
também conhecia bem o valor do jejum, mas devido a uma
operação séria que sofrera em fevereiro, precisava recuperar suas
forças físicas muito rapidamente – forças essas que estavam sendo
abaladas, não somente pelos seus deveres pastorais, mas pela
enfermidade de Richard. O consolo por não poder jejuar nesse
período, ele encontrou nas palavras em Isaías 58.7, interpretadas
como: “E não se esconder da tua própria carne [família]”. À medida
que o casal Kichline orava junto pela cura de Richard, Laura
perscrutava diligentemente o seu próprio coração, sabendo que: “Se
eu no coração contemplara a vaidade, o Senhor não me teria
ouvido” (Sl 66.18).
Ela fez o seguinte voto: se Deus achasse por bem atender à oração
deles, a Ele sempre daria toda a glória.

Certa manhã, num dia próximo ao final de junho Deus, mediante o


Espírito Santo, operou para atender às muitas orações e a grande
fé.
Richard estava em decúbito dorsal na cama, conforme ficara por
muitas semanas: “Um peso morto”, segundo ele relata o caso,
“como chumbo. Os médicos testavam a sensibilidade no meu corpo,
da cintura para baixo, me picavam com alfinetes, mas eu nunca
sentia nada”.
Nesse dia, que revelou ser o mais importante na vida da família,
Laura tinha jejuado por um período de tempo excepcionalmente
longo. Ela, e muitos amigos da família, estavam seguindo a prática
usual se ajoelhar em oração por Richard enquanto ouviam o
programa de rádio.
E, às 10h55 da manhã, aconteceu. Um dos médicos estava ao lado
do leito do enfermo, então o poder ressuscitador da parte de Deus
envolveu o corpo paralítico de Richard, e a vida começou a fluir em
seus membros e órgãos.
“Senti o poder de Deus passar pelo meu corpo inteiro”, disse
Richard, ao lembrar a ocasião. “Comecei a estremecer de modo
violento e incontrolável. Suponho que isso durou uns quatro ou
cinco minutos. Então, parou, e quase imediatamente comecei a
sentir minhas pernas.
“No dia seguinte”, continuou Richard, “o poder me alcançou de
novo, no mesmíssimo horário – 10h55 da manhã.
“Mas, imagine”, disse ele com um sorriso, “eu não sabia realmente o
que acontecera. Veja bem: eu nunca fora a um culto de cura, e foi
somente depois de começar a freqüentar com regularidade os cultos
dirigidos pela Srta. Kuhlman, depois da minha cura, que percebi ter
experimentado o poder de Deus no meu corpo”.
Em um tempo muito breve, depois disso, Richard teve alta do
hospital, e em setembro voltou à escola, já como veterano.
Tudo quanto a ciência médica e a fisioterapia pudessem fazer, tinha
sido experimentado; mas o que nenhum conhecimento e perícia
humanos podia levar a efeito, o Criador desse rapaz sabia fazer, e o
fez.
Os melhores médicos e fisioterapeutas, bem como as enfermeiras,
tinham dado o seu o maior esforço, com o máximo cuidado e amor,
mas se referiram a Richard Kichline como “o paciente que foi curado
por um poder superior”.
A cura total de Richard não foi instantânea, mas quando ele saiu do
hospital, tendo aprendido de novo a andar, com a ajuda de um
andador, muitas pessoas que tinham se familiarizado com seu
estado reconheceram que Deus continua reinando no seu trono, e
que a era dos milagres não está relegada ao passado.
Quando o Rev. e a Sra. Kichline agradeceram os médicos no
Hospital Presbiteriano pelos seus esforços esplêndidos em favor do
filho, a resposta dos médicos foi rápida: “Não agradeçam a nós.
Dêem graças a Deus. Ele fez tudo”. E a família Kichline, entre todas
as pessoas, é a que mais reconhece a veracidade dessas palavras.
“Quanto mais o tempo passa, mais fico maravilhada”, diz a Sra.
Kichline – “como Deus se importou tanto conosco a ponto de enviar
dos céus Seu poder para curar, a fim de atender às nossas
necessidades desesperadoras”.
Como sinal de apreço da compaixão divina, um pequeno grupo de
cristãos dedicados, pertencentes a diversas denominações, reúne-
se todas as quartas-feiras, no final da tarde, na igreja do pastor
Kichline, para louvar a Deus e orar por todos quantos
encaminharem seus pedidos por toda e qualquer necessidade.
Durante os anos depois da cura de Richard, Deus tem atendido
graciosamente às orações sinceras desse grupo de cristãos
consagrados, ao outorgar bênçãos inefáveis a muitas pessoas,
numerosas demais para serem contadas.
E muitos dos que têm acompanhado essas reuniões chegaram a
receber o Senhor Jesus Cristo como seu Salvador pessoal. É óbvio
que este permanece sendo o maior de todos os milagres.
Richard é testemunha viva do poder de Deus. “Por causa dessa
cura”, declara Laura, “pessoas têm vindo de outros Estados,
distantes ou vizinhos, para freqüentar os notáveis cultos de Kathryn
Kuhlman. Ali, são instruídos, em primeira mão, sobre o que Deus
pode fazer, e que Ele realmente o faz”.
Doze anos e meio já se passaram desde a data em que Richard
Kichline foi curado. O jovem de 16 anos de idade já se tornou
homem de 29 anos. Tem mais de 1,80m de altura, e fisicamente é
muito forte. Não é menos forte na sua dedicação a Deus, e tem
consciência de sua dedicação. Trabalha, atualmente, na Companhia
de Órgãos Hillgreen-Lane em Alliance, Ohio, fabricando órgãos de
tubos, com cuja música o Nome do Senhor será louvado em muitas
igrejas.

Mil línguas eu quisera ter Para entoar louvor


À Tua graça, excelso Deus, Bondoso Salvador.
Ó mestre amado, meu Jesus, Ajuda-me a contar
A todo o mundo, todo ser, O Teu amor sem par.

Carlos Wesley
18
A Oração de Uma Garotinha
A Família Dolan Recebe Jesus

O selo postal estava invertido. A letra de fôrma – de uma criança –


foi escrita a lápis. O único endereço no envelope era: À Senhora
Pregadora, Pittsburgh.

Reconheci de imediato que nenhuma mãe permitiria que aquela


carta fosse colocada no correio, se ela tivesse visto o envelope.
O bilhete dentro do envelope foi escrito por uma menininha, e era
breve e específico. Ela pedia que eu orasse, por favor, para Deus
fazer o papai e a mamãe dela não beberem mais, e então me
convidou para passar o Natal na casa deles. A carta foi assinada por
Audrey – e não havia nada mais, A NÃO SER O P. S., que estava
assim: “Esqueci de lhe contar onde moramos. É só você descer do
ônibus, e nossa casa é a terceira casa branca grande na esquina”.
Achei tão engraçadas a carta e o envelope, que a li no meu
programa de rádio, e descrevi a tentativa da criança de escrever em
letras de fôrma. Enquanto lia o bilhete inteiro, inclusive o pós-escrito,
não tinha consciência de que Ann Dolan, a mãe da criança, estava
por acaso, naquele exato momento, em casa, e ouvindo o programa
no rádio.
Conforme ela me disse mais tarde, ficou chocada até perder a voz
ao ouvir as palavras do pós-escrito transmitidas no rádio: “É só você
descer do ônibus, moramos na terceira casa branca grande na
esquina”.
Ann lembrou-se, então, que dois dias antes, sua filhinha estivera às
voltas com um dicionário, e que então, nada conseguindo,
perguntou à mãe, inocentemente, como soletrava SENHORA PREGADORA.
“Por que você quer saber?”, disse a mãe.
“Oh, só para saber”, foi a resposta.
Tomada por pânico, Ann correu à escola de Audrey para encontrar-
se com a filha assim que terminassem as aulas. Quando Audrey
saiu, a mãe, frente a frente, lhe perguntou o que mais consumia
seus pensamentos: “Você convidou a Srta. Kuhlman para passar o
Natal em nossa casa?” A criança não titubeou nem por um instante.
Fitando os olhos da mãe respondeu: “Sim”. Quase entrando em
crise nervosa, a mãe disse: “O que você imagina que vai fazer
quando ela vier?”.
Veio a resposta em tom firme: “Brincar com ela, é claro!”. A intenção
daquela preciosa criança era algo bem mais profundo do que
apenas querer brincar com a Senhora Pregadora; o que a
menininha realmente MAIS QUERIA era uma nova mamãe e um novo
papai. Sem dúvida alguma, amava a vovó – amava-a tão
profundamente quanto qualquer menininha pudesse amar a sua
avó. Mas, apesar disso, por mais maravilhosa que fosse sua vovó,
nunca substituiria a sua mãe e o seu pai.
A pequena Audrey tinha sido criada, grande parte, pela avó, pois a
mãe se ocupara com outras coisas, sua vida social exigia uma
parcela tão grande do seu tempo, que era demasiadamente
atarefada para cuidar de uma menina pequena. Ainda mais: como
poderia levar uma menininha a reuniões sociais com coquetéis?
Havia, ainda, o pai da menina – é claro que ele amava a pequena
Audrey, amava-a com toda a ternura, mas simplesmente não se leva
crianças ao Clube dos Esportistas, e o que se pode fazer com uma
menininha quando a mãe e o pai não estão em casa a maior parte
do tempo?
Então, um dia Audrey ouviu eu dizer pelo rádio que o culto de ação
de graças seria celebrado na “mesquita síria”. Cheia de esperança,
Audrey pediu que a mãe a levasse ali. Ann jamais ouvira falar em
Kathryn Kuhlman, nem lhe dava a mínima importância, mas afinal,
para apaziguar a criança, concordou em levá-la.
Audrey ficou doente antes do dia de ação de graças. Ann se
ausentou de casa por três dias e deixou a menina com sua avó. No
fundo do coração, porém, ela amava a filhinha: quando saiu, fez a
Audrey uma promessa e, por alguma razão que não conseguia
entender, pareceu de importância tremenda para a criança – de
modo que retornou para casa pela manhã no dia de ação de graças,
a tempo de levar Audrey ao culto.
Nada aconteceu. Assim, Ann descreveu aqueles momentos: “Nada
parecia ter me emocionado. Pensei que aquilo tudo era bobagem.
Meu conceito da vida era agitar bastante e muita adrenalina. Vinte
anos da minha vida passei com a mesma turma, e acho que todos
tinham essa mesma idéia do que era a vida. No entanto, tendo em
vista o que aconteceu mais tarde”, continuou ela, “acho que naquela
tarde fui atingida pela convicção espiritual, embora certamente não
tivesse consciência disso na ocasião”.
Foi então que chegou a época das festas de Natal – a carta com o
selo de cabeça para baixo – o convite para a casa branca grande, a
terceira depois da esquina.
Quando não fui à “casa branca grande” no Natal, Audrey implorou,
repetidas vezes, para a mãe levá-la ao culto à luz das velas, da
véspera do ano novo. Por vários dias, o pedido da menina caiu em
ouvidos totalmente insensíveis. Ir ao reveillon no ano novo em um
culto religioso? Nem sonhando! “Além disso” Ann recordou, “tinha
um compromisso importante em Nova York, no clube Stork, para
essa noite. Marcara esse compromisso no mês de agosto passado,
e não estava com a mínima intenção de decepcionar essas pessoas
na sua grandiosa festa da véspera do Ano Novo. Minhas roupas
para a festa já tinham sido despachadas para Nova York. Nada me
impediria de comparecer ali.
“E foi então”, continuou ela, “que Audrey me pediu, pela vigésima
vez, no mínimo, e até hoje não entendo o que aconteceu – por certo
era algo realizado pelo Senhor, pois, repentinamente, telefonei para
Nova York e cancelei minhas reservas feitas, com muita
antecedência, e, ao invés disso, reservei lugares em um dos ônibus
fretados para o culto à luz de velas da véspera do ano novo”.
Com um sorriso, Ann continuou, em tom quase triunfante: “Posso
me arriscar a dizer que minha reserva foi a única a ser cancelada no
clube Stork, naquele reveillon”.
Naquela tarde da véspera do ano novo, o tempo estava horrível.
Nevava fortemente; as ruas estavam cobertas de gelo, e muitas
pessoas já estavam isoladas pela neve. Não havia possibilidade de
o táxi fazer a subida até a casa da família Dolan, de modo que Ann
foi descendo com dificuldade a ladeira coberta de neve, sendo que
Audrey, que estava com sete anos de idade, ia, em êxtase, a seu
lado, arrastando os pés na neve; seu coraçãozinho batia mais forte
do que nunca antes, e seu corpinho vibrava de entusiasmo e
expectativa. Conseguiram chegar ao ônibus no último instante da
partida.
Essa véspera de Ano Novo foi certamente diferente de qualquer
outra que Ann já passara. Revelaria ser a data mais importante da
sua vida, pois nessa noite entregou seu coração ao Senhor e sua
vida foi transformada para sempre.
“Gostaria de ficar em pé na montanha mais alta e proclamar ao
mundo inteiro a experiência gloriosa de nascer de novo”, exclamou
Ann com lágrimas de alegria brotando nos seus olhos escuros. “Mas
trata-se de algo que a pessoa precisa experimentar, e não é
possível explicar inteiramente a outrem. Uma coisa eu sei: Ele
concede vida nova através do novo nascimento.”
Cristo não explicou o “como” a Nicodemos. O processo é um
mistério, como se observa em João 3.8: “O vento sopra onde quer.
Você o ouve, mas não pode dizer de onde vem nem para onde vai.
Assim acontece com todos os nascidos do Espírito”. Embora suas
causas estejam encobertas, seus efeitos são manifestos. O Senhor
opera misteriosamente, mas seus resultados são incontestáveis.
“Mas eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim.” E
quando Jesus, fixado por pregos na cruz, é levantado diante dos
olhos dos homens, por algum poder estranho que desafia a análise,
morrendo, Ele lhes dá vida; amarrado, lhes dá liberdade; sofrendo,
os redime da maior agonia que a alma pode conhecer: a agonia do
desespero sem alívio; e amando-os com amor eterno, Ele os
desafia, e os reivindica para si, e nunca abrirá mão deles até os
tornar Seus para sempre.
Quando o pai de Audrey, Red Dolan, voltou de uma festa no seu
clube, cerca de oito horas da noite, trouxe uns brinquedinhos para a
sua filhinha – o tipo de coisa que sempre a alegrara. Mas Audrey,
nessa noite específica, não se importou com nenhum deles. Era
como se já tivesse recebido tudo quanto queria da parte do Senhor.
No entanto, mais um ano se passaria antes de ela receber tudo
quanto queria Dele, pois o pai demorou todo esse tempo antes de
aceitar a Cristo. Mas, no transcorrer daquele ano, outro membro da
família Dolan seria maravilhosamente tocado e curado pelo poder
de Deus – o vovô!
O pai de Ann tinha sido um alcoólatra por 60 anos. “Nunca me
recordo ter visto meu pai sóbrio”, disse Ann.
Ele era músico, e com freqüência ficava fora de casa três ou quatro
semanas seguidas. Ao chegar em casa, muitas vezes estava tão
prostrado que deitava no gramado em frente à casa, incapaz de se
mexer. Nesses períodos, parecia que cada vez demorava mais
tempo para ele se recuperar da embriaguez.
Antes de Ann e Red se casarem, Red procurara remediar a
situação, mas o vovô não podia, ou não queria, mudar os seus
caminhos. A essa altura, todos os médicos em Carnegie,
Pensilvânia, o conheciam, eles o trataram com amor, e procuraram
ajudá-lo. O veredicto deles era unânime: algo precisava ser feito
pelo vovô!
Poucos meses depois da conversão de Ann, o vovô se entregou
àquela que se revelaria ser a sua última farra com bebidas
alcoólicas.
Bebeu e bebeu muito semanas a fio. Na última vez em que alguém
o viu, parecia um “vagabundo” típico – usava uma bota e um sapato,
ambos sem cadarços; na cabeça, o boné imundo de alguém, e
perdera os óculos, de modo que não enxergava nada. A essa altura,
estava tão bêbado que nem sua calça se mantinha no lugar, e
segurava um pedaço velho de corda. A vovó, quando saiu para
procurá-lo disse a Ann: “Acho que papai está quase acabado. Não o
vejo há cinco dias inteiros. Ele estava muito abatido quando saiu de
casa, e receio que tenha se matado. Faz dias que não come nada –
só bebe o tempo todo”.
Era uma noite de sábado, e Ann disse: “Amanhã irei ao culto da
Srta. Kuhlman. Não se preocupe, mãe, pois vamos orar pelo papai.
Você mesmo em casa ore por ele, também”.
Na noite seguinte – e na próxima – papai ainda não voltara para
casa. Três noites depois, a mãe de Ann desceu e disse: “Acho que
papai está no celeiro”.
Olharam todos os cantos do celeiro, mas não conseguiram
encontrar o menor sinal do vovô. Já passara das nove horas da
noite, e por isso Ann e Audrey voltaram para casa, orando ao longo
do caminho. De repente, Audrey disse: “Estou ouvindo algo
descendo a estrada”.
Ann reconheceu o som dos passos do seu pai – um andar com
dificuldade, que significava que ele estava enfraquecido demais
para erguer os pés. Em seguida, ele apareceu na curva da estrada.
Vovô parecia não reconhecer a filha nem a neta, mas Audrey foi
encontrá-lo no meio da estrada, e disse: “Vovô, amo você; e você
não sabe o quanto Jesus o ama”.
O homem estava tão fraco que mal conseguia manter-se em pé. A
única coisa que queria era dinheiro para mais uma dose de bebida.
Então Ann disse: “Papai – vamos simplesmente nos ajoelhar aqui”.
Os três ajoelharam à beira da estrada, e Ann orou com muita
singeleza: “Senhor, toma-o. De jeito que Tu quiseres, toma-o,
apenas”.
Nesse instante, o avô se levantou, subiu a ladeira com uma força
surpreendente, entrou em casa, tomou um banho, e fez a barba.

Cristo entrara no seu coração, e em Jesus o vovô se tornou uma


nova criatura – “As coisas antigas já passaram; eis que coisas
novas surgiram!”.
Dois dias depois, o vovô foi ao culto no salão Carnegie, e
reconheceu publicamente a Cristo como seu Salvador. Jamais
beberia novamente – nem desejaria sequer – outra dose de bebida
alcoólica.

No entanto, Red Dolan lutava contra as suas próprias convicções.


Passaram-se meses desde a conversão de Ann, e depois, do pai
dela. Red achava maravilhoso a esposa ter entregado seu coração
ao Senhor. Maravilhoso para ela, ele pensava, mas certamente isto
não era para o próprio Red.

Deus sempre atende às orações das garotinhas!

E então, aconteceu! Certo dia, em pé num canto de um bar, depois


de pedir uma dose de bebida alcoólica, mas sem tocar nela, ocorreu
algo com Red Dolan que até este exato momento ele não consegue
explicar plenamente, era, porém, a força mais poderosa que já se
apoderou dele.

De repente, viu-se conforme Deus o via, um pecador – miserável –


um infrator contra Deus; um homem que não merecia o amor de
uma garotinha preciosa; um homem que precisava ser purificado de
toda a sua iniqüidade, e que necessitava ser liberto de todo o poder
do pecado.

Independente de sua vontade, caiu de joelhos num canto do bar –


um salão de bebidas, e exclamou, sem sentir vergonha: “Deus, tem
misericórdia de mim, pecador”.

Foi só isso – uma breve oração – mas veio de um coração sincero e


arrependido; veio do coração de um homem que se enojava do
pecado; de um homem que desejava a realidade de Cristo na sua
vida – a experiência que sua filhinha recebera, e a real presença de
Jesus, conforme via refletida na vida de Ann. Ele já vira o que
aquela experiência fizera na vida do vovô, e sabia que era real!

Ele insiste em dizer que sua oração não teve outras palavras – mas
naquele momento, o maior milagre que um ser humano pode
conhecer, aconteceu. Red se tornou nova criatura em Cristo Jesus,
e foi liberto das bebidas alcoólicas, em um instante, completa e
permanentemente.

A família Dolan tem um lar novo – um lar cristão – o qual desfrutam


juntos. Audrey tem novos pais – com suas vidas dedicadas a Cristo.
Estuda há dois anos no Instituto Carnegie de Tecnologia, e a fé que
Audrey tem é tão segura, tão sólida, tão sadia e tão singela quanto
quando ela colocou o selo, de cabeça para baixo, naquele envelope,
e escreveu sua carta à Senhora Pregadora.

É A SSIM QUE DEUS AGE: na galeria de um auditório, uma mulher se


dedicou ao Senhor, no final de uma estrada rural, seu pai O aceitou;
em um bar superlotado, seu marido entregou a Jesus o seu
coração. E tudo porque uma menininha orou – por amor a Jesus.
19
Verdadeiramente um Milagre
Jim McCutcheon Recebe Quadril Novo

Segurando a radiografia, e indicando com o lápis, exclamou: “Um


milagre – só posso chamar isto de milagre! Em todos os meus anos
de prática profissional, nunca vi nada semelhante a isso – um
pedaço de osso cresceu onde não existia nada antes. Esse osso
está sustentando o seu peso, e é por isso que você consegue
andar”.

Isto é o que disse o médico particular, de longa data, de Jim


McCutcheon.
Poucos dias antes, Jim passara no consultório para pedir uma
injeção contra gripe. Como um favor pessoal, o médico pediu que
Jim tirasse essas radiografias – e ele mesmo pagaria. Por quê? Ele
sentia-se dominado por uma curiosidade científica. Familiarizado
com o histórico médico de Jim, e tendo estudado cuidadosamente
as séries anteriores de radiografias feitas antes e depois das cinco
operações malsucedidas para corrigir o quadril quebrado de Jim, o
médico sabia que havia uma separação óssea que impossibilitava,
segundo a medicina, que Jim andasse. Como e por que, então, ele
andava assim mesmo? Era isto o que o médico fazia questão de
saber.

Quando ocorreu o acidente, Jim trabalhava como mecânico chefe


em uma obra de construção em Lorain, Ohio. Estavam construindo
um pátio ferroviário de cargas ligado a um porto para minérios, e
Jim, na ocasião, estava ensinando a um funcionário novo a dirigir
uma máquina de terraplenagem.

Era quatro horas da tarde em fins de outubro – na hora de parar a


máquina. Jim estava em pé num dormente de linha férrea, fazendo
sinais ao condutor, e ele inexperiente não viu o sinal, ou o
interpretou errado, pois deu uma guinada errada. O bulldozer bateu
na viga de madeira onde Jim estava. Esta subiu rapidamente, bateu
em sua perna, e ele foi projetado três metros de altura nos ares.
Aterrissou no chão duro, com seu peso sobre o quadril direito, e
ninguém sabe se o golpe feito pela viga causou o dano, ou se foi o
impacto do peso de um homem de 95 quilos.

“Nunca fui nocauteado na minha vida”, diz Jim, com um largo


sorriso, o golpe não o deixou inconsciente. Ele levantou-se do chão,
pegou um cabo de enxada de um operário que estava por perto e, o
usou como bengala, andou uns três metros, e então, caiu. Dessa
vez, não conseguiu levantar-se, e foi levado em uma maca até o
hospital S. José em Lorain. Ali, descobriram que a cabeça do seu
fêmur tinha se separado do osso com quebra total e visível,
“exatamente como se alguém a tivesse separado com uma serra”.

Dois dias depois, ele foi engessado, e seis dias mais tarde, no dia 6
de novembro de 1947, foi realizada a primeira das cinco operações,
sendo que cada uma parecia mais dolorosa do que a anterior.

Um parafuso, com rosca, feito de cádmio, aço e prata, de 11,7cm de


comprimento e 8mm de diâmetro, foi inserido no fêmur do lado
superior (osso do quadril) atravessando a cabeça quebrada do
fêmur.

Jim ficou seis semanas no hospital, sofrendo muito. Em seguida,


voltou para Pittsburgh, e depois de várias semanas de dores, foi
pedir exames ao seu médico particular.

Foram feitas radiografias que revelaram que o parafuso no quadril


era comprido demais, e que a ponta ia além da cabeça do fêmur,
para dentro da cavidade. Por isso, cada vez que movimentava a
perna, o parafuso arranhava profundamente a cavidade. Além disso,
as radiografias mostravam que os fragmentos do osso não tinham
sido ligados: havia uma separação claramente visível entre o fêmur
e a cabeça do fêmur, e a descalcificação já se instalara nesse local.

O dia 19 de janeiro de 1948 foi o 25º. aniversário de casamento dos


McCutheon, e Jim o celebrou com a internação no Hospital
Columbia em Pittsburgh para realizar sua segunda cirurgia, na qual
foi colocada um parafuso menor.

No entanto, Jim continuava incapacitado de andar depois da


cirurgia, as radiografias revelaram que o segundo parafuso não
alcançava a cabeça quebrada do fêmur. Três semanas depois, foi
preciso uma terceira operação, e um terceiro parafuso foi colocado.
Este não conseguiu, tampouco, ligar os fragmentos quebrados do
osso.

A quarta cirurgia de Jim, em março de 1948, consistiu em remover o


terceiro parafuso, que já começava a soltar-se, e colocar no
paciente um gesso inteiriço, em todo o corpo, menos nos dois
braços e uma perna. O objetivo era manter o gesso assim por dez
semanas, mas ele deslocou depois de alguns dias, e os médicos o
retiraram.

Jim continuava sem poder andar. Sofria dores contínuas e intensas,


e estava muito preocupado a respeito de quando poderia voltar ao
trabalho – se um dia chegasse mesmo a voltar.

Os médicos, a essa altura, estavam certos que, segundo suas


radiografias mais recentes, ele deveria estar andando melhor do que
estava.
Mas o quadril era de Jim, e ele sabia que simplesmente não
conseguia manter-se em pé na sua perna direita, pois ela não
suportava o menor peso. Para Jim, era demasiado óbvio que aquilo
estava errado desde o princípio e continuava a estar.
De repente, lhe ocorreu que as radiografias mais recentes tinham
sido tiradas somente com ele deitado. Ele disse isso ao médico, que
pediu que mais radiografias fossem feitas, mas dessa vez com ele
em pé. Assim fizeram, e comprovou-se que Jim tinha razão: quando
estava em pé, a mesma falha ficou claramente visível; como antes,
não havia conexão entre a cabeça do fêmur e a cavidade do quadril.
Em agosto de 1948, Jim passaria por uma cirurgia que revelou ser a
última
– no Hospital Geral Allegheny, em Pittsburgh. O médico, dessa vez,
em vez de reabrir a antiga incisão no lado do quadril, fez um novo
corte que atravessou a parte da frente do quadril. Um pedaço de
osso foi removido do fêmur superior, e colocado diretamente sobre a
quebradura – e fixado com um pino.
Jim foi engessado novamente e totalmente, e dessa vez ele
permaneceu assim por dez semanas. No final de tudo isso, a
cirurgia de enxerto ósseo revelou ter sido um fracasso, por causa da
descalcificação. O osso simplesmente não soldava.
Dessa vez, Jim entrou em desespero. Dez meses de dor incessante
e severa, cinco operações, e ele, além de não sentir-se melhor,
estava em pior condição do que quando fez a primeira cirurgia, e
isto por causa da progressiva descalcificação.
Foi quando visitava o marido no Hospital Geral de Allegheny, que
Alma teve sua atenção atraída para os cultos. Todos os dias, a
caminho do hospital, ela passava de bonde pelo salão Carnegie, e
via as multidões e ouvia os cânticos.
Sua curiosidade acendeu, e ela fez uma parada no auditório certo
dia, a caminho do hospital. Era crente praticante, e uma mulher de
grande fé, e entendeu o que se passava ali. De imediato, enviou
vários pedidos de oração, sem Jim saber, pois, segundo ele disse:
“Eu pertencia a uma igreja, mas não era muito crente, e Alma sabia
que eu não acreditava na cura divina”.
Os médicos chegaram a dizer a Jim que sua única esperança era
substituir totalmente a cabeça quebrada do fêmur por uma peça
artificial de plástico e de prata.
Essa sexta operação já fora marcada quando, então, a irmã de
Alma, em cuja casa os McCutcheon estavam morando na ocasião,
juntou suas forças à de Alma, e as duas imploraram para Jim ir a um
culto. Jim concordou, sem muito ânimo. “Um dia destes, iremos”,
prometeu ele.
Mas ao pensar na questão, resolveu que se tivesse de acontecer,
seria melhor ir logo – antes da data marcada para a sua próxima
cirurgia.
“Estava tão desanimado com tanta dor, e ainda com a perspectiva
de mais uma cirurgia que poderia ser, novamente, um fracasso, da
mesma forma que todas as operações anteriores, que estava
disposto a experimentar qualquer coisa – até mesmo um desses
cultos”, ele diz, sorrindo.
E assim, na semana seguinte, ele foi sozinho ao seu primeiro culto
no salão Carnegie.
Incapacitado de manter-se em pé por mais de dois minutos sem
apoio, usava uma bengala pesada, em vez das muletas que eram
mais desajeitadas, mas mesmo com essa ajuda, permanecer em pé
qualquer período de tempo provocava-lhe intenso desconforto. No
dia marcado, ele ficou em pé por três horas, aguardando a abertura
das portas, e quando finalmente entrou no salão, viu que todos os
lugares tinham sido ocupados. Até essa hora, já estava esgotado,
desanimado, e sofrendo intensas dores, ele voltou para casa para
contar à esposa o que acontecera.
Na semana seguinte, sua cunhada ofereceu-se para levá-lo, e ele
aceitou a oferta. Dessa vez, para não haver o mesmo risco, levaram
cadeiras dobráveis.
“Entrei pelas portas com uma bengala grande e pesada em uma das
mãos, e a cadeira dobrável na outra”, lembra Jim, “e antes de
perceber, já estava sentado na plataforma. Jamais saberei como
cheguei até lá. Por certo, devo ter sido levado e empurrado com a
multidão”.

Jim fora fumante inveterado durante 35 anos, e antes de começar o


culto, desceu até a sala de espera dos homens para fumar um
cigarro. Ele não sabe explicar exatamente por que, mas depois do
culto deixaria de lado seu maço de cigarros, e nunca mais voltaria a
fumar.

“Foi muito curioso”, diz ele, “porque a Srta. Kuhlman não falou uma
única palavra a respeito do fumo, nem a favor nem contra”.
Jim realmente não sabia o que pensar do culto. Nunca vira nada
semelhante, e observou simplesmente como espectador, pois
entendia bem pouco o que acontecia.
Sua filha mais velha, casada, que ouvia regularmente os cultos pelo
rádio, estava muito ansiosa para ir ao salão Carnegie para participar
de um culto, de modo que, na semana seguinte, Jim foi com ela,
enquanto Alma ficou em casa cuidando das crianças.
Dessa vez, conseguiram lugares no meio do auditório. De repente,
no meio do culto, “senti um grande calor”, diz Jim. “Tive a sensação
de haver um fogaréu embaixo de mim, e, simplesmente, transpirava
copiosamente.”

A mão de sua filha estava sobre o joelho dele, e ela diz, lembrando-
se: “Ondas de eletricidade pareciam passar da sua perna para
dentro do meu braço”.
Antes de Jim perceber o que estava acontecendo, e para grande
espanto, ele estava em pé, no corredor, com a filha ao seu lado.
Sem a menor hesitação, dúvida ou medo, ele foi andando, sem
ajuda, descendo o corredor até a plataforma. Sem hesitar, subiu os
degraus íngremes até a plataforma.
“Quando cheguei lá em cima”, ele disse, “a Srta. Kuhlman me
mandou erguer bem a minha perna e bater forte no chão com meu
pé. Assim fiz, e a partir de então sempre o faço!”
Isto aconteceu em 5 de novembro de 1949. Desde esse dia até
hoje, ele nunca mais fez uso de bengala, nem teve o menor
problema com o seu quadril ou perna. Ele pode correr e pular, e
comprova a resistência da sua perna direita ficando em pé sobre
ela, de modo que ela tenha de sustentar o peso dos seus 90 e
tantos quilos. A única evidência de ter ocorrido algo de errado no
passado está no fato de ele mancar levemente.
Ele entregou seu coração ao Senhor naquele dia em 1949 e,
mediante o seu testemunho, trouxe a Cristo muitas pessoas – entre
os quais seu sobrinho que foi um dos primeiros.
Quando chegou em casa naquele fim de tarde, ainda tinha
dificuldade em acreditar no que acontecera. Para a sua esposa, a
surpresa foi menor – pois havia muito tempo que ela conhecia o
poder de Deus para curar – mas não ficou com alegria menos
intensa. A família foi convidada para a celebração de ação de
graças. Foi organizada uma festa de gala, pois a estação de caça
acabara de iniciar, e o genro de Jim chegara em casa, carregado de
caça miúda.
O sobrinho de Jim, entre todos, talvez tenha sido o que mais se
surpreendeu com o que acontecera: não somente por ver Jim andar,
mas diante da restauração repentina dos músculos da perna, pois
havia muito tempo não era movimentada.
Ele apalpava e dizia: “Olhe só que músculos você desenvolveu tão
de repente”.
Com freqüência, nas semanas que se seguiram, descia ao
apartamento do tio, no primeiro andar, e, com uma expressão
perplexa no rosto, apalpava a perna de Jim. Em virtude da
maravilha dessa cura, não muito tempo depois ele entregaria seu
coração a Jesus.
Jim conseguiu emprego imediatamente numa firma de consertos de
automóveis até 1956, quando, então, retornou à firma onde
trabalhava na ocasião do acidente. Mais tarde, essa firma foi à
falência, e Jim voltou a consertar automóveis. Ainda trabalha como
mecânico.
“Trabalho pesado”, diz ele. “Existem bem poucas pessoas da minha
idade que conseguem trabalhar tanto quanto eu, e depois de
trabalhar oito horas por dia na oficina, volto para casa, onde também
faço serviços pesados. O último trabalho que fiz, por exemplo, foi
fazer uma escada de cimento nos fundos, e tirei toda a terra
sozinho.”
Jim trabalha cinco dias por semana, mas o dia que ele não trabalha
é a sexta-feira. Trata-se do dia do culto dos milagres – o dia da
semana em que foi curado. Todas as sextas-feiras, haja o que
houver, Jim é um dos introdutores dos cultos no salão Carnegie.
Desde a sua cura em 1949, até 1960, Jim nunca se deu ao trabalho
de voltar ao médico para fazer mais radiografias. “Eu sabia que
estava curado, e isso bastava para mim. Não preciso de nenhuma
confirmação disso”, diz ele.
No entanto, sabendo que os incrédulos querem que haja
comprovação científica, obteve um conjunto inteiro de radiografias
que registravam quadros de antes e depois de cada operação. Em
1960, obteve as últimas radiografias, que mostravam o pedaço de
osso novo que crescera entre a cabeça do fêmur e o fêmur superior,
e que assim ocorrera a solda entre os fragmentos que antes
estavam separados, e formara um único bloco sólido e forte de
osso. Esse é o osso que agora, e, aparentemente desde o momento
da sua cura, tem suportado todo o seu peso.
“Inevitavelmente foi o Senhor quem o colocou ali”, diz Jim, “não
haveria outro jeito”. E com isso, seu médico concorda
enfaticamente. “Este é verdadeiramente um milagre”, foram as suas
palavras.
Jim, um homem alto, robusto e determinado, orgulha-se
abertamente do fato de que nada, nem sequer a queda que sofreu
no acidente, chegou a nocauteá-lo.
“Mas essa não é bem a verdade”, diz ele agora, sorrindo. “O que eu
deveria dizer é que nunca fui nocauteado na minha vida, a não ser
pelo poder do Senhor!”

20
Por Favor, Faze Que Ele Ande
O Caso do Bebê de Jean Crider

A mãe levantou-se, segurando nos braços o nenezinho que tinha o


pé deformado, pensando em matar-se, e sabia exatamente como
faria isso: ela se jogaria com o nenê debaixo de um bonde em
movimento. Achava que não poderia deixar seu filhinho viver como
aleijado. Ela já vira muitas crianças deformadas e desamparadas, e
a idéia de seu próprio filho viver nessa condição era mais do que ela
podia suportar.

Desde tempos passados, dos quais Jean tinha lembrança, ela


sempre quisera ter filhos, e esperava ter um menino e uma menina.
Depois do nascimento da filha Nancy havia seis anos, Jean passou
a orar para que breve viesse um menino. Cinco anos depois,
quando percebeu que estava grávida de novo, fez uma oração
espontânea: “Ó Senhor, que seja um menino!”

Quando chegou a hora do parto, essa oração ainda estava nos seus
lábios e no seu coração, e parecia que sua taça de felicidade
transbordava, mas ao acabar o efeito da anestesia, ouviu seu
marido dizer: “Você ganhou seu menininho, querida”.

Somente uma mãe pode compreender totalmente os sentimentos,


as emoções, o impacto tanto para a mente quanto para o corpo
quando, com um sentimento profundo de perda, que Elmer Crider
sentia – com a maior ternura que qualquer homem já sentiu; com
seu espírito tão esmagado que dificilmente conseguia falar, ele
segurou a mão da esposa e lhe contou, suavemente a verdade.
Havia algo de terrivelmente errado com os pés do nenê.

Quando a enfermeira entrou no quarto de Jean, uns poucos minutos


depois, percebeu a situação com um único olhar, “Você contou a
ela?”, perguntou a Elmer. Quando ele assentiu com a cabeça, ela
saiu do quarto e, pouco depois, o próprio médico levou o nenê à
paciente.

“Abri o cobertor que abrigava o recém-nascido”, lembra Jean, “e


olhei para seu pezinho, e só queria morrer. Perguntei: ‘Por que, ó
Senhor, isso não foi comigo?’”

O pezinho do nenê estava virado para trás, a ponto de seus


dedinhos tocarem no seu calcanhar, e onde deveria ter osso, só
havia carne.
“O que se pode fazer em um caso desses?”, foi a primeira pergunta
agoniada de Jean.
“Teremos de colocar-lhe um aparelho ortopédico”, disse o médico.
“Ele conseguirá andar, vai dar tudo certo?”, Jean queria saber.
“Bem” – respondeu o médico, “precisaremos ver. Um caso destes
leva tempo, você sabe”.
Dois dias mais tarde, colocaram o aparelho ortopédico no nenê. “Ele
era digno de comiseração”, diz Jean, “chorei ao olhar para ele.
Simplesmente não sabia o que fazer. ‘Traga-o de volta para uma
consulta quando ele estiver com quatro semanas de idade’, disse-
me o médico – ‘e então veremos como ficará a situação’”.
Quando Jean saiu do hospital levando o pequeno Ronnie, não
voltou para casa feliz com um filhinho perfeito. Ela foi para casa
como mãe, de coração partido, de um menino deficiente físico,
provavelmente, sem esperança de recuperação.
Em três semanas, Elmer levou o nenê de volta ao médico, que
receava em fazer um diagnóstico preciso.
Quando Ronnie chegou às cinco semanas de vida, a mãe o levou
para uma terceira consulta. O médico retirou o aparelho ortopédico,
pois o nenê já havia crescido. “Deixe-o nenê sem o aparelho”, disse
ele, “até mais ou menos seis meses de idade, quando ele começar a
ficar em pé com a ajuda das grades do berço”.
Era patético ver o contraste entre as perninhas – uma delas tão
gorduchinha e forte; a outra, lastimavelmente tão magra e, a essa
altura, muito fraca.
O médico orientou Jean quanto ao cuidado com a fisioterapia a ser
aplicada, e ela, com assiduidade, massageava a perninha e o
pezinho do bebê em casa, mas com pouco resultado, pois
continuava havendo somente carne onde deveria haver osso, e o pé
ainda estava virado para trás.
“Tenha cuidado”, disse o médico. “Não o deixe encolher a perna.
Não o deixe fazer força contra você, ou contra seu carrinho ou
berço, pois então piorará a postura do pé, e ele entortará ainda
mais.”
Ronnie era extremamente ativo, e a única coisa em que Jean podia
pensar era: “Como vou lidar com ele a fim de ter certeza de que não
haja nenhuma pressão em seu pezinho?”
Ronnie era um nenê maravilhoso – ativo, robusto, e com uma boa
aparência, com um sorriso muito cativante. Para cada pessoa à sua
frente ele gesticulava, e os desconhecidos vinham muitas vezes até
Jean, quando ela saía com ele, para brincarem com Ronnie, e para
parabenizá-la por tão lindo bebê. Jean sorria, mas seu olhar sempre
voltava rapidamente para os cobertores, que invariavelmente
escondiam a perna aleijada do filho. Sorria, mas sentia o coração
partido.
A lembrança da última ocasião em que levou Ronnie ao médico
ficará para sempre com Jean.
Ronnie estava com cinco meses de idade. Além de ter o pé
disforme, a perninha estava também consideravelmente mais curta
do que a outra, que era normal.
“Quando ele começar a ficar em pé com a ajuda das grades do
berço”, o médico disse anteriormente, “consideraremos a questão
da cirurgia. A operação envolverá o quadril e o pé. Uma perna ficará
inevitavelmente mais curta do que a outra, mas pelo menos ele
conseguirá andar”.

Jean olhou para o belo nenê deitado na mesa do consultório.


Andar? Sim, talvez, mas nunca correrá, nunca jogará futebol nem
beisebol, e nunca será igual às outras crianças.

“Ninguém é capaz de imaginar como me senti naquele dia”, disse


Jean, confidencialmente. “Quando saí do prédio da Arcada Jenkins,
carregando Ronnie nos braços, eu queria, mais do que qualquer
coisa no mundo, protegêlo. Sentia-me tão incapaz. Podia imaginá-lo
passando pela vida como deficiente – magoado e complexado
porque seus amigos zombariam dele. E eu sabia que não havia a
menor possibilidade de poupá-lo de tudo isso.”

Nesse dia, Jean planejou jogar-se com o bebê debaixo de um


bonde. O que a impediu de fazer isso foi o pensamento voltado para
a sua filha Nancy, de seis anos de idade, que estava em casa. O
que seria dela? Quem cuidaria dela em sua ausência?

“Acho que realmente era Deus falando ao meu coração”, diz Jean.
“Ele me impediu de fazer aquilo que pensava fazer naquela tarde.”

Durante anos a fio, Jean ouvia, todas as manhãs, o programa Arthur


Godfrey enquanto fazia suas tarefas domésticas, mas, por alguma
razão que não entendia então (embora saiba agora) na manhã após
a consulta ao médico, mudou a sintonia de estação e “de repente”,
lembra, “Ouvi uma voz que dizia:

‘VOCÊ ESTAVA ESPERANDO POR MIM?’”

“Parei imediatamente onde estava, e respondi de maneira audível:


‘Sim, estava’. A voz que ouvi era de Kathryn Kuhlman.”
Aquela foi a primeira vez que Jean ouvia o programa de rádio. Era
quinta ou sexta-feira, e um culto foi anunciado para aquela mesma
tarde. Jean não parou para pensar duas vezes. Arrumou Nancy e
agasalhou bem Ronnie, com cuidados especiais (como sempre o
fazia) para os cobertores que abrigavam suas perninhas
encaixarem-se bem para não se soltarem com o movimento, e todos
saíram para o salão Carnegie. Sentaram-se em um cantinho da
galeria, cercados por pessoas do tipo que (segundo diz Jean agora)
ela nunca imaginou que existissem – pessoas que estavam no culto,
não somente para buscar ajuda para si mesmas, mas que também
compareciam ali porque queriam ajudar a carregar o fardo do
próximo.
“Todos brincaram bastante com Ronnie”, disse ela, “e a única coisa
que eu podia pensar era: ‘E se virem o seu pezinho e a sua
perna?’”.
Jean voltou para casa com entusiasmo e cheia de alegria por causa
do que vira e sentira no auditório Carnegie naquela tarde. Não
consegue descrever o quanto ficou emocionada por ter visto algo
que era inteiramente novo para ela: o poder de Deus em ação.
Quando Elmer chegou em casa naquela noite, após um dia de
trabalho, Jean o esperava à porta, transbordando de felicidade e
esperança. O marido não a via assim desde o nascimento do
pequeno Ronnie.
Ela lhe contou a respeito do culto, e lhe pediu licença para escrever
um pedido de oração para a cura do filhinho. A resposta de Elmer foi
instantânea: “Certamente – vá adiante”, disse ele – “vamos escrevê-
lo juntos agora mesmo!”.
Assim sentaram-se e escreveram o pedido. Nunca tinham feito nada
semelhante antes, e não sabiam ao certo como fazê-lo. Mas, depois
de concluírem a carta, sentiram o impulso de se ajoelhar e orar a
respeito, pedindo o socorro divino.
Em seguida, Elmer saiu para colocar a carta no correio.
Daquele momento em diante, Jean ajoelhava todas as manhãs,
durante todo o programa do rádio. Ajoelhava-se ao lado de Ronnie,
segurando nas mãos a perninha defeituosa dele e o pezinho torcido.
“E todas as vezes”, diz Jean, “dava para sentir a perna e o pezinho
repuxarem e pularem à medida que o poder de Deus literalmente
passava por eles”.
Jean disse que, à medida que ouvia o programa, aprendia coisas
que jamais tivera conhecimento.
Freqüentara e até mesmo ensinara na Escola Dominical, mas
jamais teve verdadeira consciência dos seus próprios pecados.
Agora, ao acompanhar os programas do rádio todas as manhãs,
conscientizou-se da necessidade de receber o perdão de seus
pecados.
“Certo dia, bem ali na cozinha em sua casa”, disse Jean, “ajoelhei-
me e confessei a Deus todos os meus pecados. Pouco a pouco, eu
larguei a bebida e o cigarro. Entreguei a minha vida totalmente a
Deus, e disse que faria tudo quanto Ele quisesse. Prometi dar a Ele
o louvor e toda a glória, acontecesse o acontecesse”.
Ronnie foi melhorando sua saúde cada vez mais. Quando estava
com cerca de um ano de idade, conseguia ficar em pé, mas sua
perna continuava torta para fora. Jean continuava a orar, confiante
de que sua cura não demoraria a ser completa. No entanto,
enquanto orava, seus olhares se desviavam constantemente para a
perna defeituosa de Ronnie, como se esperasse ver o milagre
acontecer diante dela.
Foi Elmer quem observou algo importante. Ele disse à esposa:
“Talvez você esteja lidando com isso da maneira errada. Talvez deva
parar de olhar para a perna dele durante o tempo todo em que está
orando. Você age como se estivesse questionando a promessa de
Deus de curar; é como se O estivesse desafiando a se apressar;
como se talvez estivesse com receio de Deus não o fazer. Acho que
você deve pensar e crer que a perna já está curada. Você sabe”,
continuou ele, “que a Bíblia diz: “POR ISSO, VOS DIGO QUE TUDO QUAN-

TO EM ORAÇÃO PEDIRDES, CREDE QUE RECEBESTES, E SERÁ ASSIM CONVOSCO” (Mc


11.24).

Elmer tinha descoberto, sem saber disso, e expressado diante da


sua esposa, dois preceitos básicos da cura divina: creia que a obra
já foi feita, mesmo enquanto está orando por isso, e focalize a sua
atenção, não na enfermidade, mas em Jesus Cristo.

Jean prestou atenção ao marido e, conforme ela diz: “Percebi,


então, que ele estava com a razão, de modo que simplesmente
entreguei o caso a Deus e orei: ‘Ó Deus, por favor, tira de mim o
medo de a perna não ser curada’”.

No dia seguinte, durante o programa do rádio, Jean ouviu com a


máxima atenção cada palavra que falei durante minha pequena
preleção de coração para coração, e por certo foi o Espírito Santo
que me levou a dirigir a palavra àquela mãe preciosa, pois fui
enfatizando, repetidas vezes, que o medo é o inimigo maior que
uma pessoa pode acolher na sua vida. Ressaltei o fato de que
perdemos nosso medo fixando a atenção, não na coisa temida, nem
no medo de ter esse medo, mas em Cristo que nos liberta do medo.

Sem saber que existia uma mãe na cozinha de sua casa, que
estava atenta a cada palavra que eu dizia, continuei: “Tire os seus
olhos das circunstâncias; tire seus olhos das condições; tire seus
olhos da aflição e fixe seus olhos em Jesus, pois no âmago da sua
fé há uma pessoa, o próprio Filho do Deus vivo, cujo poder é maior
do que qualquer inimigo que você tenha à sua frente; maior do que
as circunstâncias; maior do que os problemas na sua vida”.

No mesmo instante, Jean Crider pegou seu filhinho nos braços, e o


colocou em pé sozinho num cantinho do cômodo. Ajoelhou-se, e
com seus olhos fixos em Deus e não no nenê; seu olhar em Cristo e
não no pezinho deformado, levantou os olhos e orou: “Oh, Senhor –
POR FAVOR, FAZE QUE ELE ANDE – por favor, que seus primeiros passos
sejam retos e fortes”.

Ao levantar-se, olhou para Ronnie. Sem realmente parar para


pensar, estendeu os braços para ele. E aconteceu o milagre. Ele foi
andando em direção a ela – com perfeição – as duas pernas e pés
fortes e retos, e aquelas perninhas têm estado fortes e retas até o
dia de hoje. Este, amados, é o poder de Deus em ação – este é o
poder de Deus, liberado como resposta a uma fé simples no Senhor.

A cura de Ronnie foi realizada em 1952. Esse menino, que hoje tem
dez anos, é completamente perfeito, e é o campeão de corridas da
sua classe na escola. Quando lhe perguntaram recentemente o que
ele gostaria de fazer quando crescer e tornar-se um homem, ele
respondeu rapidamente: “Um introdutor nos cultos de Kathryn
Kuhlman!” Ali mesmo, naquele instante, eu lhe prometi que lhe daria
esse cargo tão logo ele tivesse idade suficiente!

Em toda a minha experiência, não recordo de criança alguma que


tivesse mais consciência da misericórdia de Deus na cura recebida;
de um jovem com mais profundo entendimento das verdades
espirituais; com tamanha gratidão por ter duas pernas e dois pés em
perfeito estado do que ele. É como se Deus tivesse ungido essa
criança com discernimento bem específico das coisas espirituais
quando Ele, na Sua terna misericórdia, endireitou o pezinho
deformado.

Quando Ronnie nasceu, a família Crider sabia pouco a respeito das


coisas de Deus. Agora sabem, e vivem como cristãos totalmente
dedicados, cujo primeiro pensamento é sempre de Deus, e cujo
anseio principal é glorificar a Ele nas suas vidas.

Eles aprenderam que existe um P ODER que o ser humano pode


exercer quando o socorro humano é vão – que existe um amor que
nunca falha quando as forças humanas fracassam: este poder é a
ORAÇÃO em nome de Jesus Cristo o Senhor; e este AMOR é o próprio
Deus, a Mão que movimenta o mundo para ajudar a uma alma
solitária.

21
Cachorros-quentes e Cebolas!
Harry Stephenson Ganha Estômago Novo
“Cachorros-quentes e cebolas, e nunca saboreei coisa tão gostosa
na minha vida!”.

Virei-me para o homem e falei: “Você está querendo me dizer que,


depois de não comer nada durante 30 dias, nem sequer tomar água,
você comeu cachorros-quentes e cebolas? Isto é o suficiente para
matar até mesmo uma pessoa com plena saúde!”.

“Sim, senhora. Comi três cachorros-quentes com todos os


acompanhamentos. Estava com fome e com bastante lugar para
preencher.
“Lembro-me de como minha mulher olhou para mim e disse: ‘Não
sei como pode fazer isso depois de tudo quanto sofreu. Mas agora
sei que o Senhor realmente curou você’.”
Essas palavras foram ditas por Harry Stephenson, que tinha sido
enviado do hospital para casa, para morrer vítima de câncer nos
intestinos e no estômago. O revestimento do seu estômago tinha
sido completamente destruído pela doença maligna.
No começo, sua enfermidade tinha sido diagnosticada como úlcera
nervosa. Todos os tratamentos possíveis foram administrados para
cicatrizar a ferida, mas ele continuou a piorar e, à medida que
piorava, e o desconforto físico aumentava, ele enfraquecia cada vez
mais, era muito difícil para ele continuar no emprego de encanador
de tubos condutores de vapor, que exigia bastante esforço, na usina
de aço.
A enfermidade de Harry havia muito se prolongava. Funcionário, de
longa data, da Companhia Carnegie de Aço, em Duquesne,
Pensilvânia, onde desfrutava grande estima, tinha passado, no
decorrer de 11 anos, a maior parte do seu tempo livre nos
consultórios médicos. Ninguém poderia dizer que lhe faltavam bons
médicos para cuidar dele, visto que, ao todo, nesse período, uns 28
médicos tinham sido consultados.
Afinal, cinco anos depois de acometido pela enfermidade que
nenhum tratamento clínico fora eficaz, seu médico, então, insistiu
em uma hospitalização. Ele preencheu os formulários necessários, e
Harry foi internado no Hospital Administrativo dos Veteranos em
Aspinwall, Pensilvânia. Depois de exaustivos testes de laboratório,
novos tratamentos e medicações foram usados em uma tentativa de
formar um revestimento em seu estômago, visto que a essa altura
essa proteção natural tinha sofrido total desgaste.
Depois de os médicos terem aplicado tudo quanto era
cientificamente possível, Harry recebeu alta do hospital, sem estar
melhor do que quando entrou, e no transcorrer dos três anos que se
seguiram, sua saúde piorou com rapidez alarmante. Em um estado
delicadíssimo, foi hospitalizado pela segunda vez.
Harry Stephenson já parecia um fantasma – uma simples sombra de
quem tinha sido. Antes, era um homem alto, robusto, com peso
cerca de 86 quilos. Agora, pesava somente 50 quilos.
Sofria dores contínuas, a despeito dos analgésicos que tomava. Por
algum tempo, sua alimentação tinha sido um copo de leite de cabra
somente. Agora, nem sequer conseguia reter água no estômago, e
para manter-se vivo, sorvia a água de cubos de gelo.
Outra vez, foram feitos testes importantes de laboratório, inclusive
biópsia de amostras de tecido. Finalmente, baseado nesses testes,
chegou-se a um diagnóstico firme e definitivo, e foi tão ruim quanto
poderia ser: câncer no estômago e nos intestinos, sem possibilidade
de cirurgia.
Os dez médicos da junta do Hospital Administrativo dos Veteranos
(onde seu histórico está arquivado) não tentaram abrandar a notícia.
Contaram a Harry exatamente qual era a situação: que tinham feito
por ele tudo quanto a medicina podia fazer por um ser humano, mas
que, na opinião deles, não havia esperança para o seu estado.
Sugeriram que, talvez, se ele fosse até o hospital do câncer em
Nova York, seria uma esperança, uma chance quase nula, algo,
quem sabe, pudesse ser feito por ele ali.
Foi assim que ele recebeu alta do hospital da Pensilvânia, com os
médicos lhe dando a expectativa de vida de mais um mês,
aproximadamente. Doente demais para viajar, e confiando
totalmente na palavra dos médicos que o tinham atendido em
Aspinwall, nem considerou sequer a possível ida a Nova York. Já
que estava para morrer, queria morrer em casa.
Cada dia das três semanas que se seguiram parecia mais torturante
do que o que antecedera. A dor era insuportável, e as doses cada
vez maiores de morfina que Harry tomava eram ineficazes. O mau
cheiro que caracteriza alguns tipos de câncer terminais tornara-se
nauseante e Harry era incapaz, não somente de dormir no mesmo
quarto com sua esposa, mas nem sequer no chão ao lado de outros
membros da sua família. Precisou dormir em uma cama de lona do
exército que um amigo lhe emprestara; ela foi colocada no andar
térreo, num ponto distante da casa.
A família Stephenson estava desesperada. A filha, Audrey, que fora
salva em tenra idade, orou desesperadamente a favor da salvação e
da cura do pai.
Numa quarta-feira, Harry estava em condição pior do que em
qualquer ocasião. Urrava como um animal, sofrendo dores que
nenhum remédio conseguia aliviar. Sua esposa, assustada, tentou
em vão entrar em contato com o Hospital dos Veteranos. Sabia que
ali havia melhores condições para ajudá-lo do que ela podia
oferecer em casa. Mas não conseguiu completar a ligação por
telefone com o hospital.
“Reconhecemos agora”, diz Harry, “que foi o próprio Espírito Santo
que impediu que nossos telefonemas ao hospital fossem atendidos,
pois foi naquele mesmo dia que uma amiga nossa, que é
enfermeira, e que sabia desde o início que eu estava com câncer,
passou em casa para nos fazer uma visita”.
Foi essa enfermeira que contou à família Stephenson a respeito dos
cultos dirigidos por Kathryn Kuhlman e sobre o poder de Deus para
curar.
“Que tal mandar um telegrama para ela, Mildred”, falou a enfermeira
à Sra. Stephenson, “e pedir as orações dela em favor de Harry!”.
Os Stephenson nunca tinham ouvido os programas pelo rádio;
nunca tinham freqüentado um dos cultos; e, realmente, nunca
sequer tinham ouvido falar no nome de Kathryn Kuhlman antes
disso. Eram francamente descrentes a esse respeito.
“Pois bem”, disse a enfermeira, “vocês já experimentaram todas as
demais soluções, e não existe mais nada na área dos tratamentos
médicos que possa ajudar Harry. Por que vocês não experimentam
esta solução?”.
No dia seguinte – numa quinta-feira – o telegrama foi enviado.
“Sexta-feira”, diz Harry, com o rosto radiante ao lembrar disso,
“revelou ser o dia mais abençoado da minha vida. Foi o dia do meu
novo nascimento, da minha vida em Cristo, e da promessa da vida
eterna”.
Naquela manhã, a dor era intolerável. Estava deitado no sofá no
jardim de inverno, ouvindo o rádio. Mildred trabalhava na cozinha, e
Audrey ficara no seu quarto, no andar de cima, orando pelo pai.
“Então”, lembra ele, “pelo rádio ouvi a voz de Kathryn Kuhlman dizer
meu nome, em uma oração fervorosa”.
Quase sem ter consciência do que fazia, Harry começou a orar com
ela: “Querido Senhor, tem misericórdia de mim. Perdoa-me por tudo
que fiz de errado durante toda a minha vida”. Num gesto
inconsciente de súplica, estendeu a mão, e implorou: “Que seja eu
um daqueles que Tu tocares hoje”.
“De repente, o poder do Espírito Santo veio sobre mim, e a dor
partiu instantaneamente e de modo completo”, lembra Harry. “Eu
comecei a tremer e soluçar e gritar alto. Minha esposa e filha não
sabiam da obra do Espírito Santo em mim, e quase as matei de
susto!”.
Elas pensaram que Harry Stephenson estivesse morrendo. A filha,
que agora é professora, subiu ao quarto, pegou a sua Bíblia e
começou a orar. Mildred, em pânico, queria chamar um médico
imediatamente, mas Harry a impediu.
Não percebeu de imediato que era a ação do Espírito Santo que
estava havendo, pois nunca passara por igual experiência. Mas
sabia que já não sofria dores, e que verdadeiramente não estava
morrendo. Achava que algo de maravilhoso estivesse acontecendo
com ele, e estava mesmo; não somente ele estava recebendo para
seu corpo físico a cura da parte de Deus, mas estava ocorrendo um
milagre ainda muito maior – a salvação da sua alma.
“E então”, disse ele, “ouvi a Srta. Kuhlman dizer: Coma em nome de
Jesus”. Harry ficou espantado. Comer? Comer toda e qualquer coisa
que quisesse depois de ter ficado quase morrendo de fome longa e
vagarosamente, e depois de 30 dias nos quais nada, nem sequer a
água, tinha se mantido no seu estômago?.
Depois que os tremores pararam, e após o poder sobrenatural ter
deixado de sacudir seu corpo, Harry virou-se para a esposa e disse:
“Sabe, Mildred, estou com tanta fome quanto você possa imaginar.
Por favor, prepare alguma comida para mim”. Respondendo ao grito
de “O QUÊ?” que ela soltou, assustada, ele disse: “Sim, e você sabe
o que quero? Quero ovos fritos!”.
Harry estava tão fraco que dificilmente conseguiria andar, mas
esforçou-se para levantar do sofá, e com muito cuidado, caminhou
até a cozinha, onde sentou-se à mesa pela primeira vez em muitas
semanas. Comeu uma fatia de torrada, dois ovos fritos e tomou uma
xícara de chá. Seu estômago aceitou tudo isso e, conforme Harry
diz com largo sorriso: “Jamais saboreei algo tão gostoso em toda a
minha vida!”.
Quando anoiteceu, na hora do jantar, a esposa perguntou o que ele
gostaria de comer, e ele respondeu: “Cachorros-quentes com
cebolas, e com todos os acompanhamentos, pois estou com uma
fome tremenda! É melhor você me preparar três”. Ela os preparou, e
ele comeu tudo.
“Se eu pensara que os ovos fritos eram gostosos, aqueles
cachorros-quentes eram do outro mundo!”, disse ele, sorrindo.
Mildred o olhava, perplexa: “Como você consegue, de repente,
comer assim?”, perguntou. A resposta de Harry foi simples:
“Porque o Senhor me tocou”, disse ele.
Isto aconteceu exatamente 21 dias depois de Harry ter sido
mandado embora do Hospital Administrativo dos Veteranos para
morrer em casa.
Os vizinhos ficaram admirados com essa cura, mas uma pessoa
havia, entre as que conheciam Harry, que possivelmente tenha
ficado ainda mais surpreso que todas as outras.
Três dias depois da sua cura, Harry estava na frente da sua casa,
lavando o seu automóvel, quando passou de carro um dos médicos
que disseram que ele não viveria mais do que um mês depois de
sair do hospital.
“Não sou capaz de descrever a expressão no rosto daquele homem
ao me ver”, disse Harry com um largo sorriso. “Ele ficou totalmente
pálido, como giz, e olhou tão fixamente para mim que quase
provocou uma colisão automobilística.”
O médico freou o carro, desceu e foi até onde Harry estava. “O que
mesmo aconteceu com você?”, perguntou, ofegante. Quando Harry
contoulhe que se tratava da obra de Deus, o médico ficou pensativo,
e depois concordou com um gesto de cabeça. “Sim”, disse,
“forçosamente foi isso, visto que nada poderia ter ajudado você,
senão o próprio Deus”.
Harry recuperou o peso perdido – e, realmente, não demorou muito
tempo antes de chegar aos 89 quilos, e precisar perder peso,
porque senão, teria dificuldade nas subidas e escaladas que seu
trabalho exigia!
Depois da sua cura, que ocorreu há 13 anos, Harry, segundo ele
mesmo se expressa, “nunca mais senti sequer uma dor de cabeça.
A partir daquele dia até hoje, diz ele, “nunca mais precisei de
médico. A única vez que consultei algum é quando sou obrigado a
ser examinado pelo médico da firma para fins trabalhistas. Além
disso, desse dia até hoje, sempre como tudo quanto é servido à
mesa!”.
Bem conhecido no vale onde ele mora e trabalha há tanto tempo,
muitas e muitas pessoas testemunharam pessoalmente a maravilha
do que pode ser chamado a ressurreição desse homem. Sua
aparência de saúde renovada e vitalidade passou a ser testemunho
vivo e conseqüente do amor e do poder de Deus.
Conforme diz Harry, ser curado quando estava à beira da morte foi
algo extraordinário e glorioso.
“Mas ainda mais grandioso”, diz ele, “foi ter a consciência de que
minha alma tinha sido salva do pecado na mesma ocasião em que
meu corpo foi curado do câncer. Depois de muitos anos de fumar,
beber, xingar, e de cometer todos os pecados possíveis, fui
transformado instantaneamente – fui feito nova criatura em Cristo.
Meu único desejo a partir daquele momento foi servi-Lo com todo o
meu ser”. E isto Harry continua a fazer.
Mediante seu testemunho e sua vida transformada, já levou muitas
pessoas a Cristo, inclusive toda a sua família.
A história de Harry Stephenson é a história de um milagre. É
comprova que eu, Kathryn Kuhlman, nada tenho a ver com essas
curas, pois esse homem nunca me viu, nem sequer estava no
auditório quando Jesus o tocou.
Assim é o poder de Deus. Não podemos analisar Deus – só
podemos aceitá-Lo com gratidão e acolher na nossa vida, com
ações de graças, o Seu poder maravilhoso – e dar a Ele todo o
louvor e toda a glória para sempre.
Em nossos tribunais de justiça, as causas de máxima importância
são com freqüência julgadas exclusivamente na base do
testemunho. O depoimento de uma testemunha de reputação e
competência é levado invariavelmente em consideração, e os
tribunais, reconhecendo seu grande valor, não hesitam em aceitá-lo.
Os milagres operados por Cristo e pelo poder do Espírito Santo
ficam sendo críveis para nós, não somente por testemunho
fidedigno; não apenas por testemunhas confiáveis, mas também por
evidências circunstanciais incontestáveis, do tipo das que estão
contidas nos registros médicos pormenorizados.
Em que base, portanto, repousa a asseveração de que não se pode
crer em milagres? Falta-lhes o apoio de testemunho? As
testemunhas não são competentes, nem fidedignas? Deve haver
repúdio às evidências circunstanciais de incontáveis históricos
médicos?
Aqui estão registrados tipos de milagres que são comprovados tanto
pelo testemunho humano quanto pelas evidências circunstanciais.
Foram tão públicos que se tornaram o centro de atenção, foram de
tal natureza que excluem totalmente a possibilidade de ilusão e de
fraude.
O leitor deve ter observado que todas as curas registradas neste
livro remontam a muitos anos. Poderíamos ter mencionado curas
que ocorreram ontem ou na semana passada, mas optamos por
relatar curas de longa data, e isso visando a um propósito
específico: Refutar qualquer idéia de que essas curas envolvem
histeria passageira e, portanto, não suportam as provas impostas
pelo transcorrer do tempo.
22
Aqueles Que Deus Curou,
Permanecem Curados!
George Speedy Não Bebe Mais Álcool

Foi no culto do dia de ação de graças, enquanto eu esperava para


subir à plataforma, que um introdutor me trouxe uma orquídea, e
disse que um cavalheiro pedira que a entregasse a mim, para eu
usá-la durante o culto.

Abri o cartão que acompanhava a flor, e li: “Em gratidão pelo que
você fez por mim – ‘Speedy’”.
Fixei a orquídea no meu vestido com um alfinete, subi à plataforma
e anunciei o primeiro hino. Depois de cantar o hino, interrompi o
culto, li o cartão diante da congregação, e pedi que a pessoa que o
enviara viesse à frente.
Desceu pelo corredor entre os assentos um homem que aparentava
uns 40 anos, o rosto envolto em sorrisos. Quando ele se colocou em
pé na minha frente, falei, “Speedy – posso imaginar que esta é a
primeira orquídea que você já comprou na vida”. Rapidamente, veio
a resposta: “Não somente a primeira orquídea, Srta. Kuhlman, mas
a primeira flor. Mas sabe”, continuou ele, com largo sorriso “durante
muitos meses os donos dos bares em Warren, Ohio, achavam que
eu era floricultor. Isto porque trabalhava numa funerária, e eu as
entregava nos cemitérios. Então, pegava as flores frescas colocadas
nas sepulturas novas. e depois, passava a fazer a ronda dos bares
dos botequins, e lhes fornecia flores frescas em troca de me
servirem bebidas alcoólicas!”.
George Speedy nunca teve a intenção original de ser alcoólatra; já
houve alguém que a tivesse?
Assim como a maioria dos jovens, ele bebia para sentir a adrenalina
que provocava, e pelo sentimento de confiança que lhe
proporcionava, só que começou um pouco mais cedo do que a
maioria. “Aos oito anos de idade”, relata ele, “eu saía até a garagem
para beber os restinhos das garrafas vazias de uísque do meu pai –
ou furtava um pouco de sidra alcoólica do barril do meu avô”.
Quando Speedy estava com 14 anos de idade, a família se mudou
para Warren, Ohio, onde não demorou a fazer novos amigos, os
quais, da mesma forma que ele, achavam grande diversão em
conseguir uma garrafa de vinho ou de conhaque sempre que
possível.

Quando ele se casou aos 20 anos de idade, estava bem avançado


no caminho de se tornar alcoólatra – e com freqüência alardeava
que podia beber em uma farra até deixar a maioria dos homens
inconscientes debaixo da mesa, mas, por ser ele jovem e forte, com
um apetite saudável pela boa comida, ninguém adivinhava que
estivesse no caminho da sua destruição.

Ele e sua jovem esposa Kay eram muito apaixonados, e ele


trabalhou pesadamente por um bom tempo depois do casamento
deles, embora, conforme ela diz: “Raras vezes vi algum dinheiro.
Tínhamos apenas as necessidades básicas – o restante do dinheiro
era gasto nas bebidas alcoólicas”.

Quando o pagamento era de 15 em 15 dias, a situação não era


muito ruim, mas depois, Speedy arrumou um emprego que pagava
semanalmente – de modo que, após cinco dias úteis, havia dois dias
perdidos – o dia do pagamento, o qual ele celebrava, e o dia
posterior, o qual ficava de ressaca. Mas, a despeito das suas
bebedeiras, era um excelente trabalhador em qualquer emprego que
arrumasse, e por causa disso, seu empregador sempre lhe dava
uma chance após outra. Era essencialmente um bom homem,
sempre disposto a ajudar um amigo necessitado, mas ressentia-se
amargamente de qualquer crítica às suas bebedeiras, e insistia que
não estava prejudicando a ninguém, senão a ele mesmo. Recusava-
se firmemente a enxergar o que a bebida fazia com seu casamento.

Conforme diz a sua esposa: “Nossa vida em casa passara a ser um


inferno na Terra antes de acabar tudo isso. Speedy chegava em
casa bêbado, noite após noite, isto significava brigas, os filhos
ficavam com tanto medo dele que disseram, mais do que uma vez,
que gostariam que ele nunca mais voltasse para casa”.
Seu dinheiro desaparecia muito tempo antes do dia do pagamento,
pois as farras do fim da semana já não lhe bastavam; as bebedeiras
já tinham se tornado a rotina de todas as noites.

No final, começava a entrar pela porta da oficina de máquinas onde


trabalhava, marcava ponto e atravessava o prédio andando até
chegar à porta dos fundos, que dava para um botequim do outro
lado dos trilhos, então tomava um ou dois “tragos” para poder
enfrentar o dia. Depois, voltava para dentro, e começava seu
serviço. Trabalhava com rapidez e eficiência, apesar de todas as
suas bebedeiras, e seu chefe sabia do passeio matutino, e nunca
comentou o fato.

Chegou a ponto de não conseguir dormir à noite se não tivesse


certeza que lhe sobrara álcool suficiente na hora de dormir para
uma dose bem forte pela manhã. Muitas vezes, sentia tanta ânsia
de vômito pela manhã, que a bebida não parava no estômago, mas,
com as mãos trêmulas que era difícil manter uma pequena dose de
álcool em um copo grande sem o derramar, continuava as tentativas
até por fim o uísque parar no estômago.

A sua necessidade de álcool estava lentamente se avolumando, até


afinal chegar a necessitar de bebida alcoólica de duas em duas
horas.
Speedy aprendia com rapidez e eficiência toda e qualquer tarefa
que assumia – no entanto, era basicamente inseguro, e sempre com
medo desesperado de não conseguir ser aprovado. Tratava-se de
um círculo vicioso. Perdia empregos por causa da bebida – e suas
bebedeiras aumentavam à medida que diminuía a confiança em si
mesmo.
Foi quando trabalhava em uma firma de laticínios que os primeiros
sintomas de alteração mental começaram a se manifestar. Agora,
com freqüência, ficava deitado no sofá, estendia a mão para
acariciar seu cachorro. Seu modo de dirigir se tornou anormal, ele
recorda de como, em certa vez, sentiu um impulso quase
incontrolável de pular do seu caminhão de leite, e foi obrigado a
agarrar firme no volante, e forçar tal pensamento a sair da sua
cabeça para refrear o impulso.
Nessa noite, entrou em sua casa, parecendo completamente sóbrio,
exigindo ver sua mãe. Esta já morrera havia 15 anos.
E então, sua personalidade começou a passar por uma mudança
drástica. Voltava-se contra pessoas das quais antes gostara, e
ofendia todos quantos chegassem a sua casa, até afinal ninguém
mais ir até lá, nem sequer seus próprios parentes.
Certa noite, Speedy levantou-se de um só pulo da mesa do jantar, e
acusou seu enteado, Bill, de 15 anos de idade, de estar olhando
para ele de modo estranho. Bill subiu correndo pela escada, com o
pai correndo atrás, e Kay se interpôs entre eles. Speedy a agarrou
pela garganta, e começou a estrangulá-la.
“Seus olhos estavam fixos em mim”, ela se recorda, “mas eu sabia
que ele nem sequer estava me vendo. Em vez de lutar, fiquei sem
forças, e ele finalmente me soltou, mas não antes de me deixar
totalmente sem fôlego”.
Este episódio assustou Speedy tanto quanto sua esposa, e
finalmente ele parecia disposto a procurar ajuda.
Ele foi para a Cruz Vermelha que o ajudou quando esteve no serviço
militar, e ali foi aconselhado a se internar no Hospital de
Acolhimento em Youngstown, Ohio.
Somente depois de estar internado, dentro do prédio, é que
percebeu que estava em um hospício.
Furioso por estar ali, prevaleceu contra a opinião de Kay, para que
esta conseguisse tirá-lo dali. No final de cinco anos, ele foi levado
para casa, de modo contrário à recomendação do seu psiquiatra,
que advertiu que seu estado era grave, e seu alcoolismo
provavelmente incurável.
Não demorou muito tempo para Kay ter consciência de quanto ela
se enganara. “Se antes eu pensava que ele estava em estado ruim”,
diz ela, “realmente não havia visto nada”. Speedy saía em direção
ao serviço manhã após manhã, mas somente chegava até o
primeiro botequim. Mais tarde, voltava para casa alucinado com a
bebida.
“Todas as noites, ele implorava por mais uma chance, e todas as
manhãs, eu deixava seu almoço pronto na marmita, mas ele sempre
o jogava fora e voltava para casa cambaleando. Não demorou para
perder o emprego, e então tivemos de ir buscar ajuda no Serviço de
Assistência aos Soldados.
Um assistente social tentou desesperadamente, mas sem sucesso,
recuperar Speedy. Este era atendido por um médico muito
conhecido em Warren, que lidou com ele por longo tempo e com
muito esforço, mas finalmente o abandonou como caso perdido.
Ele tentou os Alcoólatras Anônimos, e por meio dessa organização
conseguiu um emprego com uma companhia siderúrgica, onde seu
empregador era membro dos AA – mas não demorou para Speedy
perder completamente o controle ali. Gritando para seus colegas de
serviço mantê-lo imóvel no chão, finalmente o levaram ao Hospital
dos AA, com delirium tremens.
A permanência máxima nessa instituição era de cinco dias – pois o
hospital existe com o propósito exclusivo de desintoxicar o paciente
e recolocá-lo em circulação. O Hospital Administrativo dos
Veteranos não queria mais interná-lo a não ser que a esposa
consentisse, por ordem judicial, de modo que não pudesse mais sair
de lá, uma vez que fosse oficialmente enviado para internação.
Pela primeira vez, George Speedy parecia reconhecer plenamente o
desespero da sua triste situação, e concordou com a sugestão da
esposa e da irmã de ele ir para Pittsburgh a fim de receber o
Tratamento Keeley para o alcoolismo.
Foi bebendo durante a viagem inteira até Pittsburgh, e sua irmã que
ali morava, estava à sua espera. Ela o levou diretamente ao médico
no Hospital Shadyside, para fazer o exame médico que sempre era
necessário antes de fazer o tratamento. O médico, no seu relatório,
o declarou nas etapas finais do alcoolismo – numa situação tão
desesperadora que não esperava que sobrevivesse para o
tratamento.
Apesar dos protestos violentos de Speedy, pois este passara duas
horas sem álcool, e desejava fortemente uma dose, foi internado
imediatamente no Hospital Shadyside, e colocado na cama. Duas
horas mais tarde, a enfermeira que fazia a ronda costumeira viu que
a cama estava vazia. Foi dado aviso de alarme, e Speedy foi
encontrado circulando a esmo no andar de cima, vestido com o robe
do hospital, sofrendo alucinações. Ele foi colocado de volta na sua
cama, mas a essa altura já estava delirando.
Ele foi amarrado na cama do hospital, com correias de couro
prendendo seus calcanhares, cintura e pulsos. Completamente fora
de si, ficou tão violento, e puxou tão fortemente as correias, que elas
penetraram profundamente na sua carne e ele sangrou.
“Até essa ocasião”, diz Speedy, “sempre pensara que a conversa a
respeito de pessoas tendo delirium tremens que viam cobras não
passava de conversa, mas acreditem em mim, é a verdade, e as
cobras são totalmente reais para quem diz que as vê.
“Naquela noite vi aquelas cobras – elas mastigavam meus pulsos e
meus tornozelos e os faziam sangrar. Lembro-me de ter gritado para
alguém as tirar de cima de mim, e ninguém me deu a mínima
atenção.”
Durante seis dias, Speedy ficou deitado na cama, amarrado a ela.
Hoje recorda, e ainda com horror, que parecia estar em uma faixa
estreita de terra entre dois rios, com um penhasco íngreme de cada
lado. As cobras se arrastavam continuamente para fora dos rios,
subindo até ele para mordê-lo – ao passo que Satanás, tão preto
quanto a meia-noite, ficava em pé em um dos penhascos, rindo
diabolicamente, e no outro estavam sentadas muitas pessoas, todas
em fileiras de bancos como se estivessem na igreja. Não falavam
nem se movimentavam – apenas, olhavam.
“Eu chorava e xingava e implorava para que alguém me
socorresse”, relata Speedy, “mas o diabo simplesmente continuou
rindo, e o ‘povo da igreja’ simplesmente continuou sentado e
olhando”.
Essa seqüência, que durou muito tempo, foi a mais aterradora de
todas as suas experiências. Quando finalmente recebeu alta do
hospital, sentiu-se perdido e totalmente sem esperança – isso
porque, longe de ter sido curado, agora fora classificado como
totalmente incurável, e advertido que se tomasse outra dose de
álcool, isso lhe custaria a vida.
Estava muito ansioso para sair do hospital – não para ver a família,
mas para conseguir bebida. Meia-hora depois de sair do hospital,
estava em um botequim.
Durante a semana que se seguiu em casa, sentia muito medo e
profunda melancolia.
Em uma das suas crises de melancolia, ficou muito tempo no andar
de cima – tanto tempo que a esposa subiu para verificar. Ela o
encontrou sentado à beira da cama, com a cabeça nas mãos – e
notou de imediato que a espingarda já não estava no lugar, perto da
cama.
Ela não ousava deixá-lo perceber quão aterrorizada estava, mas
sentouse ao lado dele, procurando tranqüilizá-lo e tocando
levemente seus braços com uma das mãos, enquanto a outra
tateava embaixo da cama.
A mão dela alcançou a arma, e ela começou a puxá-la lenta e
vagarosamente, enquanto continuava conversando com o marido e
acariciava seu braço, até convencê-lo a deitar-se. Quando ele se
acalmou e fechou os olhos, Kay pegou a espingarda, e a segurou
horizontalmente do lado oposto dela de onde o marido estava, para
ele não enxergar caso abrisse os olhos. O tempo todo, ela orava
silenciosamente para conseguir descer as escadas antes de ele
perceber a sua ausência.
Tão logo chegou em segurança no andar térreo, removeu o ferrolho
da arma e o escondeu – e foi por um triz – pois um segundo depois,
Speedy desceu cambaleando.
Ele rogou e implorou pelo ferrolho, pois achava que iria entrar no
delirium tremens de novo, e disse que preferiria morrer a passar
novamente por aquilo. Foi procurando ansiosamente o ferrolho, sem
nunca o achar. Durante dias, levava dois cartuchos de espingarda
no bolso, ainda pedindo pelo ferrolho, continuava a procurá-lo.
“Em mais de uma noite”, a esposa recorda, “ele me fez amarrar
suas mãos à cama, porque tinha certeza que teria delírio de novo, e
temia o que pudesse fazer”.
A vida parecia apresentar um panorama desesperadamente sinistro
para a família Speedy. O marido, alcoólatra incurável e perigoso; a
saúde da mulher severamente precária pelos longos anos de tensão
nervosa que passara; nenhum dinheiro senão o cheque da
Assistência Social aos soldados, e ninguém de quem pudessem
depender para ajudar.
A família de Kay já fizera tudo quanto podia, mas sua paciência
chegara ao fim, e insistiam que Kay deixasse o marido, mas ela
ainda o amava e realmente não poderia abandoná-lo. O que
aconteceria com ele se ela fosse embora? Os pais dele já tinham
morrido; a irmã e o irmão tinham medo de acolhêlo nos respectivos
lares; e a única recomendação do médico era deixá-lo
permanentemente num manicômio. O golpe final parecia ter sido
desferido quando até mesmo o pastor recusou-se a fazer-lhe visitas.
“Somente restava o Senhor para me ajudar”, diz Kay, “e parecia que
Ele também não me ouvia”.
Foi então que ela pegou um serviço de tempo parcial – três horas
por dia cuidando de uma pequena mulher vitimada pela artrite. Kay
não tinha a menor idéia de que esse trabalho seria, em um sentido
muito real, um degrau em direção à recuperação de Speedy.
“Você já ouviu Kathryn Kuhlman no rádio”?, perguntou a Srta. Minor,
ela estava em sua cadeira de rodas, e conversava com Kay em seu
primeiro dia de trabalho.
“Não”, disse Kay, a pergunta entrou por um ouvido e saiu pelo outro.
Mas todos os dias, com a regularidade de um relógio, a mesma
pergunta era feita: “Você ouviu Kathryn hoje?”.
“Fiquei tão cansada de dizer ‘não’, que resolvi que ouviria a fim de
poder dizer ‘sim’, para variar”, diz Kay, “E que mudança! O programa
dela me atingiu como um raio vindo do céu azul”.
A primeira vez que sintonizou o programa, ouviu o testemunho de
um ex-alcoólatra e, em muitos anos a verdadeira esperança voltou a
arder dentro dela. Já que Cristo livrara alguém como Speedy, talvez
– havia a possibilidade
– de Speedy poder ser ajudado, também.
Com fé renovada e cada vez maior, passou agora a ouvir o
programa todos os dias – de joelhos durante cada transmissão do
programa.
Foi mais ou menos nesse período que os Speedy mudaram para um
porão com laje que os parentes de Kay tinham construído, com o
plano de levantar uma casa no local, uns oito quilômetros fora da
cidade.
Havia água, eletricidade, e uma pia no porão, e nada mais –
nenhum divisória, nenhuma outra instalação de encanamento –mas
não havia aluguel a ser pago, e estavam gratos por terem um lugar
para morar.
Kay tinha a esperança de que morar no campo ajudasse Speedy –
porque sem carro seria difícil ir à cidade e chegar a um botequim,
mas ele dava algum jeito, e sempre conseguia: às vezes andava os
oito quilômetros, e com freqüência pedia carona pelo caminho.
Ninguém sabia onde ele conseguia dinheiro para as bebidas depois
de chegar ao bar, mas sempre tinha o bastante para uma ou duas
doses, e depois, alguém lhe pagava mais algumas.
Ele já chegara a um estado de estupor durante a maior parte do
tempo. As tremedeiras eram tão fortes que dificilmente conseguia
segurar um copo ou uma xícara. Não comia quase nada, e cada
novo dia começava com uma dose de vinagre ou extrato de
baunilha.
A essa altura, Kay estava à beira de um esgotamento nervoso, e a
única coisa que a animava era ouvir os programas religiosos. Certa
noite, doente e exausta, chegou ao fim dos seus recursos. Suas
orações pareciam não ter dado resultado em nada – por algum
motivo, Deus não estava ajudando. “Decidi aquela noite deixar
Speedy – esqueceria Deus – e cuidaria da minha própria vida”,
disse ela. E então as palavras de Cristo chegaram a mim com muita
clareza, parecia que Ele falara em voz alta: ‘E o que você fará
quando vier a aflição? Pois ela virá – nada mudou, e você não
esquecerá a necessidade desesperadora de Speedy, simplesmente
indo embora. Para quem você vai pedir socorro?’
Essas palavras eram tudo o que Kay necessitava.
“Sem a força de Cristo”, disse ela, “sei que não poderia ter vivido
sequer um dia do pesadelo que minha vida tornou-se por tanto
tempo. Decidi, aquela noite, confiar Nele em tudo – e ali mesmo,
naquele momento, entreguei Speedy a Ele, em todas as
circunstâncias – prometi que jamais brigaria com Speedy quanto às
bebidas, mas seria tão gentil e compreensiva quanto possível, e que
deixaria o restante nas mãos de Deus.
“Por certo, o Senhor estava esperando que eu tivesse essa atitude”,
continuou ela, “pois no dia seguinte apareceu no programa de rádio
de Kathryn o testemunho que levaria de modo indireto à conversão
de Speedy”.
O testemunho foi de quatro ex-alcoólatras, todos libertos
instantaneamente das bebidas alcoólicas, eles moravam em
Warren, poucos quilômetros distante de onde moravam os Speedy.
Kay ficou tão emocionada que tropeçou em si mesma tentando
achar lápis e papel para escrever seus nomes e números
telefônicos. Em cinco minutos, estava falando com um deles – Paul
Winyard. Quanto ela orou, para persuadir Speedy a conhecer Paul!
Sua oração foi atendida, pois, de modo bastante surpreendente,
Speedy concordou em ir naquela mesma tarde. A viagem durou
quatro horas, pois havia botequins ao longo do caminho. Mas,
finalmente, chegou ali – não em muito bom estado, mas ainda com
capacidade de assimilar o que Paul tinha a dizer. Naquela noite, os
quatro homens de Warren oraram por Speedy e lhe contaram suas
experiências. Foi emocionante ouvir tudo isso, e Speedy disse: “Já
que o Senhor fez isso por vocês, talvez haja esperança para mim
também”. Era uma noite de sexta-feira, e o próximo culto seria no
domingo. Speedy, muito emocionado, concordou em ir.
No dia seguinte, no sábado, ele bebeu durante todo o dia. Era
desanimador, mas ele finalmente voltou para casa bem tarde na
noite daquele sábado
– muito embriagado, mas ainda com planos de ir ao culto na manhã
seguinte.
No domingo bem cedo, levantou-se e se vestiu, estava com uma
ressaca terrível, e tremendo como uma folha ao vento, mas pronto
para ir quando os homens de Warren viessem buscá-lo, providos
com amoníaco líquido caso ele precisasse.
Por haver uma multidão de pessoas, eles chegaram cedo para
terem a certeza de conseguir lugares – de modo que tinham ainda
uma hora para esperar antes de começar o culto propriamente dito.
Speedy estava muito impaciente, e sempre que ele se levantava do
lugar para dar uma volta, um membro da “turma” também se
levantava e o acompanhava para evitar que ele se afastasse
totalmente.
E então começou o culto.
“Quando você me convidou para ir à frente, eu queria fugir pela
porta dos fundos”, relata Speedy. “Estava em péssimas condições –
tremendo tão forte que era difícil me manter em pé. Não esqueça
que eu precisava de uma dose de álcool de duas em duas horas
para conseguir me agüentar. Pois bem, havia passado três horas no
auditório sem álcool. Estava caindo aos pedaços, e não tinha muita
fé que algo pudesse me acontecer. E então, pensei: ‘Estou aqui
para isso mesmo, é agora ou nunca, esta é minha última chance’.”
Foi assim que Speedy, cabisbaixo como de costume, foi até à frente
do Salão, com três mil pessoas olhando (e ele jamais agüentara
multidões).
“Sentia-me muito insignificante”, lembra ele, “Quando você me
mandou ajoelhar ali, eu obedeci. E você orou comigo, a oração era
tão intensa, algo que senti mais do que ouvi. Eu também orei, e pedi
que o Senhor me perdoasse. Recordo como você batia nos meus
ombros enquanto orava, enfatizando cada palavra, o suor escorria
em mim como chuva.
“Esta foi a primeira vez na minha vida”, continuou Speedy, “que senti
como se um grande fardo tivesse sido tirado de cima de mim. Tão
logo me levantei, sabia que algo acontecera. Sabia que nunca mais
desejaria uma dose de bebida alcoólica – sabia que tinha sido
liberto.”
E realmente foi isso mesmo que ocorreu – daquele momento em
diante.
Quando se levantou de novo, parecia ser uma pessoa diferente.
Mantinha a cabeça erguida; seu rosto era sereno, e a alegria
brilhava nos seus olhos. A tremedeira cessara por completo. Foi um
longo culto, que durou quase seis horas, e quando a Santa Ceia foi
servida mais tarde àquela multidão de mais de três mil pessoas,
Speedy permaneceu ali, com seu copo pequeno de suco de uva
quase totalmente cheio – sua mão estava tão firme que não
derramou nenhuma gota. Esse era o mesmo homem que, por tanto
tempo, precisava colocar seu “trago” no fundo de um copo grande
para não o derramar com o tremor.
Esse era o homem que entrara em delirium tremens em Shadyside,
por estar menos de três horas sem bebida alcoólica. Esse era o
homem que, segundo disseram os médicos, entraria em delirium
tremens violento se lhe tirassem todo o álcool de repente.
Esse era o homem, com o corpo despedaçado “sem esperança”, o
cérebro gravemente danificado pelo álcool, e agora ele estava em
pé, firme e livre – agora era herdeiro de Deus e co-herdeiro com
Cristo Jesus – instantânea e completamente liberto do alcoolismo.
Sua enfermidade mental foi completamente curada, seu corpo físico
totalmente restaurado; e parecia 20 anos mais jovem do que
estivera antes de se ajoelhar minutos antes, pedindo perdão ao
Senhor.
É isso que o Filho do Deus vivo faz em prol de um homem ou de
uma mulher: esse é o resultado do maior poder no céu e na terra.
“O Senhor sabia que somente Ele me libertaria do álcool”, diz
Speedy, “visto que eu mesmo não tinha qualquer força por minha
própria vontade. Se Ele não tivesse tirado esse meu desejo, eu
sozinho jamais teria conseguido”.
Doze anos se passaram – anos cheios de alegria para a família
Speedy, cujas vidas têm sido dedicadas a Deus – procurando
glorificá-Lo em tudo quanto fazem.
Os que são curados por Deus permanecem curados – e desde
aquele dia até hoje, Speedy nunca mais sentiu a mínima
necessidade ou desejo pela bebida alcoólica; jamais pensou em
“decepcionar o Senhor” e tomar um trago.
Em poucos meses depois da sua libertação, Speedy reconquistou o
amor dos seus filhos e tornou-se merecedor do respeito e
admiração de todos os seus conhecidos, antigos ou novos.
Além disso, conquistou a confiança das pessoas – seu perfil de
crédito, que antes estava na estaca zero, agora era excelente –
conforme descobriu quando o casal foi comprar uma casa, e o
banco averiguou seus antecedentes financeiros. Por algum tempo,
as chances do casal de conseguir um empréstimo pareciam bem
pequenas, então, um oficial do banco, que conhecia Speedy e sabia
de sua conversão, levantou-se e deu testemunho do bom caráter do
mesmo.
“É difícil descrever o quanto significa”, diz Speedy, “desfrutar o
respeito e a confiança do próximo, quando você nunca teve esse
privilégio”.
Em todos os lugares onde Speedy trabalha nas obras de
construção, entre os Estados de Ohio, da Flórida, e Dakota do Sul,
desfruta muita popularidade e faz um serviço extremamente bem
feito.
Um dos serviços mais recentes tem sido a construção de uma base
de mísseis em Dakota do Sul – tarefa esta que envolve grande
responsabilidade e confiança. Enquanto durou a empreitada,
Speedy e sua esposa moraram na casa de campo do senador E. C.
Murray, de Dakota do Sul, e fizeram serviços de jardinagem e outras
tarefas para o senador, em troca do aluguel.
Talvez o momento de maior realização de Speedy tenha sido
quando o senador escreveu: “George é sempre um cavalheiro, e
não somente é fidedigno, como tem considerável capacidade de
realizar quase toda e qualquer tarefa. Gostamos muito dele e da sua
esposa, e esperamos que continuem conosco por muito mais
tempo”.
Speedy orgulha-se muito dessa carta, sem dúvida – mas nem por
um momento sequer se esquece de Cristo, a quem deve todo o
crédito. O maior milagre neste mundo é a transformação de uma
vida, literalmente: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova
criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas”
(2Co 5.17).
Os químicos da Companhia de Petróleo Gulf conseguem pegar os
resíduos pretos, sujos, imundos e fedorentos da refinaria e
transformá-los em parafina pura, branca e transparente – trata-se da
engenhosidade do homem, com a ajuda do poder da ciência.
Mas nem o homem, nem a ciência, podem atingir um coração
humano preto de pecado e torná-lo limpo e puro; o homem é
incapaz de transformar um ser humano alienado mentalmente, e
imundo pelo poder de Satanás, em um instrumento poderoso em
favor da justiça. É necessário um poder divino, o próprio Deus, para
fazer essa transformação!
O meio ambiente, o poder da mente, o poder da vontade – todos
podem fazer maravilhas, dentro dos limites do seu alcance, mas só
conseguem chegar até certo ponto, sem alcançar mais além.
Nenhum poder do homem tem força de vontade suficiente para
parar de beber instantaneamente – e não sentir mais desejo pela
bebida alcoólica desde então – um livramento instantâneo e
permanente!
A ciência médica também concluiu o fato de que, se o corpo
humano estiver saturado de álcool por muitos anos, o abandono
instantâneo do vício poderia provocar tão grande choque, que o
corpo não resistiria. É por isso que quando alguém recebe a “cura”,
usualmente, há um processo de “diminuir a bebida gradualmente”.
Deus, porém, pode lidar com um homem e lhe conceder a cura
espiritual, na qual este experimentará um livramento instantâneo, e
literalmente será uma “nova pessoa em Cristo Jesus!”
Para redimir a humanidade dessa maneira, é necessário alguém
maior do que o homem! Se quiser explicar semelhante
transformação do caráter humano, à parte da poderosa força do
Espírito Santo; se tentar explicar semelhante livramento à parte do
poder milagroso de Jesus Cristo, estará forçando o sentido do
próprio raciocínio, e desprezando o nome e a pessoa de Jesus
Cristo que os salvou.

23
Qual É a Chave?
O pouco conhecimento e a superabundância de zelo sempre
tendem a ser prejudiciais. No âmbito no qual se envolvem verdades
religiosas, isso pode ser desastroso.

Não faz muito tempo, uma pessoa bem-intencionada pintou meu


retrato em tinta a óleo. Para o artista, era uma obra-prima, mas o
nosso radialista, que, por acaso, estava no escritório quando
desembrulhei o quadro, deu uma olhadela, e comentou, com o seu
jeito sossegado: “É uma superabundância de boas intenções, mas
sem nenhum talento!”.

Com freqüência, minha tendência é reagir da mesma maneira diante


daqueles que têm muito a dizer a respeito da fé, aqueles que
alegam ser autoridades no tocante ao assunto, que se fazem de
donos de todas as respostas no que diz respeito à cura divina, até o
ponto de julgar os que deixam de receber a cura da mão generosa
de Deus.

No começo do meu ministério, fiquei grandemente perturbada com


muitos fatos que ocorriam no campo da cura divina. Estava confusa
com os muitos “métodos” que via sendo empregados, e indignada
com muitas das “encenações” irrefletidas que eu testemunhava –
sendo que não conseguia associá-las, de modo algum, à atuação do
Espírito Santo, nem à própria natureza de Deus.

Com muita freqüência, eu via pessoas enfermas arrastando seus


corpos cansados e enfraquecidos de volta para casa, depois de um
culto de cura, após lhes dizerem que não foram curadas,
simplesmente, por causa da sua própria falta de fé. Meu coração se
condoía por essas pessoas, pois eu sabia como faziam enorme
esforço, dia após dia, na tentativa desesperada de ter mais fé, e
como examinavam o quanto de fé já possuíam, na tentativa de
analisá-la, desesperavam-se para descobrir qual deficiência ainda
havia nelas, que supostamente as mantinha excluídas do poder de
Deus para curar. E eu sabia como era inevitável sua derrota, visto
que, sem perceber, elas estavam olhando para si mesmas em vez
de olharem para Deus.

Mas qual era a resposta? Repetidas vezes, eu me fazia a pergunta:


por que alguns eram curados, e outros, não? Não havia bálsamo em
Gileade?
A fé era algo que a pessoa podia fabricar, ou elaborar dentro de si
mesma? Podia obter-se mediante a bondade ou o status moral da
própria pessoa? Era algo que podia ser conseguido em troca de
servir ao Senhor, ou por intermédio da benevolência? Eu sabia que
Deus não mente, pois Ele fez a promessa; eu sabia que a cura
existia, pois eu tinha visto as evidências daqueles que realmente
haviam sido curados. Era real, era genuíno, mas qual era a chave?
Eu não enxergava a mão de Deus na superficialidade das respostas
dos homens, e percebia o dano que estava sendo feito ao atribuir
tudo à “falta de fé” do indivíduo que não recebia a sua cura. No meu
íntimo, sentia-me esmagada: meu coração dizia que Deus podia
realizar tudo e qualquer coisa; minha mente me dizia que, por causa
da ignorância e da falta de conhecimentos espirituais, havia aqueles
que lançavam opróbrio em algo que era sagrado, maravilhoso e
acessível a todos. Nenhum pregador precisava me dizer que o
poder de Deus era real, e que Deus não conhecia essa coisa
chamada de MILA- GRE propriamente dito, pois eu recebia a certeza
desses fatos, à medida que lia a Palavra de Deus. A Palavra ali
estava, a promessa fora feita: por certo, Deus não mudara de idéia,
e certamente não houve o cancelamento da promessa!
Acredito que ninguém já desejou a verdade mais avidamente do que
eu
– nem a tem procurado com tanto afinco.
Lembro-me bem da noite em que saí de uma grande tenda de lona,
onde estava sendo realizado um culto de cura divina. Vi os olhares
de desespero e de decepção quando o pregador lhes disse que
somente sua falta de fé os mantinha longe de Deus. Isto iria me
atormentar por semanas.
Agia assim, o Deus de toda a misericórdia e grande compaixão?
Recordo aquela noite como, com lágrimas rolando em meu rosto,
levantei os olhos e exclamei: “Levaram embora o meu Senhor e não
sei onde o colocaram”. Lembro-me de ter ido ao meu quarto, e
soluçando perante Deus, apresentei tudo o que estava no meu
coração – pedi, em oração, luz sobre a verdade.
Felizmente, eu já aprendera uma lição espiritual bem valiosa no
início do meu ministério – lição essa que me ajudaria agora: sabia
que a única maneira de chegar até a verdade é ir com sinceridade à
presença do Senhor, e deixáLo conceder as revelações benditas da
Sua Palavra, e através da Palavra, tornar real a sua Presença, e
conhecida a sua verdade.
Em nenhum momento da minha busca eu professei estar usando o
manto da infalibilidade. Não buscava como uma pessoa dogmática,
nem como pessoa de mente fechada, mas apenas como quem
estava aprendendo diariamente, disposta a ser guiada pelo Espírito
Santo, ansiando para ser ensinada pelo Pai – faminta por
conhecimentos espirituais profundos, não da parte do homem, mas
de Deus.
Esperei com expectativa a resposta, e ela veio.
Certa noite, durante uma série de cultos que dirigi, uma senhora
cristã muito distinta levantou-se do seu lugar no auditório e disse:
“Por favor – antes de começar o seu sermão, posso dar uma palavra
de testemunho a respeito do que aconteceu ontem à noite enquanto
você estava pregando?”. Fiz um gesto afirmativo com a cabeça, e
rapidamente tentei lembrar o que dissera na noite anterior. Não
havia nada de incomum no sermão; tinha sido uma mensagem
simples a respeito da pessoa do Espírito Santo. Relembrei com
clareza o conjunto e a essência da mensagem:
Deus Pai está sentado no seu trono, e é o Doador de todo dom
perfeito e bom. À sua destra está o Filho, mediante o qual
recebemos a salvação e a cura para nosso corpo, e em quem são
satisfeitas todas as necessidades da nossa vida. O Espírito Santo é
o único membro da Trindade que está aqui na Terra e que opera
com o Pai e o Filho. Ele está aqui para fazer por nós tudo quanto
Jesus faria, se estivesse pessoalmente aqui.
Passei a ouvir, enquanto a pequena mulher falava:
“Enquanto você pregava sobre o Espírito Santo”, disse ela,
“dizendo-nos que nele está o poder da ressurreição, senti o poder
de Deus fluir por meu corpo. Embora uma única palavra não tenha
sido dita a respeito da cura dos enfermos, soube, de modo
instantâneo e específico, que meu corpo estava curado. Tive tanta
certeza disso, que hoje fui ao médico e foi constatada a minha cura”.
O Espírito Santo, portanto, foi a resposta: uma resposta tão
profunda que nenhum ser humano consegue a plena extensão da
sua profundeza e poder, e tão singela que a maioria das pessoas a
deixa despercebida!
Entendi aquela noite por que não havia necessidade de uma fila
para a cura; nenhuma virtude terapêutica num cartão de pedido de
oração ou num determinado pregador; nenhuma necessidade de
exortações exageradas para as pessoas “terem fé”.
Foi assim que começou esse ministério de cura que Deus me
entregou; para alguns, um ministério estranho, visto que centenas
de pessoas têm sido curadas simplesmente sentadas, em silêncio,
no auditório, sem sensacionalismo, e até mesmo sem
admoestações para ter mais fé. Isto acontece porque a presença do
Espírito Santo tem sido tão abundante, que pela Sua simples
Presença, os corpos doentes são curados, mesmo enquanto as
pessoas aguardam, do lado de fora do prédio, as portas se abrirem.
Muitas têm sido as vezes em que senti vontade de tirar os sapatos
dos meus pés, sabendo que o chão em que pisava era terra santa.
Muitas são as vezes em que o poder do Espírito Santo está tão
presente no meu próprio corpo que tenho de me esforçar para
manter-me em pé. Muitas são as vezes em que a Sua Presença
cura corpos enfermos diante dos meus olhos; minha mente é tão
submissa ao Espírito, que sei exatamente qual corpo está sendo
curado: qual é a enfermidade, a aflição e, em alguns casos, o
próprio pecado na vida dessas pessoas. Mesmo assim, não
pretendo explicar todos os por quês ou os comos!
Desde o princípio, até hoje, tive plena certeza de duas coisas:
primeiro, que eu nada tinha de ver com o que acontecia, e em
segundo lugar, eu sabia que se tratava do poder sobrenatural do
Deus onipotente. Alegro-me em deixar o “por quê?” e o “como?”
com Deus, pois se eu soubesse as respostas a essas duas
perguntas, eu mesma seria Deus!
À luz do grande amor de Deus, da sua ternura e compaixão, o
Espírito Santo revelou minha própria falta de merecimento,
desesperança e fracasso do meu próprio eu. A grandeza de Deus é
avassaladora; eu não sou mais do que uma pecadora, salva pela
graça de Deus. Dele é o poder e a glória, e essa glória, a glória
Dele, Ele não compartilhará com ser humano algum.
Se você conseguir tão-somente entender o conceito da Santa
Trindade, muitas coisas que talvez o tenham deixado perplexo no
passado tornam-se claras. As três pessoas da Trindade, Deus Pai,
Deus Filho, e Deus Espírito Santo são uma unidade. São
coexistentes – infinitas e eternas. As três Pessoas estavam
igualmente ativas na obra da criação, e estão igualmente ativas e
imprescindíveis na obra da redenção. Mas, embora as três operem
juntas como uma somente, cada uma tem, ao mesmo tempo, sua
própria função distinta.
Deus Pai planejou e tencionou a criação e a redenção do homem, e
Ele é o Soberano. Deus Filho providenciou e comprou no Calvário o
que o Pai planejou na eternidade. Ele tornou possível a realização
do plano eterno de Deus. Tudo quanto recebemos da parte do Pai
forçosamente provém de Jesus Cristo o Filho, e é por isso que no
âmago da nossa fé há uma Pessoa – o Filho do próprio Deus.
Quando oramos, comparecemos diante do trono do Pai em Nome
de Jesus. Não conseguimos uma audiência com o Pai, a não ser
quando vamos até Ele em nome do Seu Filho.
Mas o Espírito Santo é o poder da Trindade. Foi o Seu poder que
ressuscitou Jesus dentre os mortos. É aquele mesmo poder da
Ressurreição que flui através de nossos corpos físicos hoje, curando
e santificando.
Resumindo: quando oramos em nome de Jesus, o Pai nos enxerga
através da perfeição completa, da total santidade, da retidão
absoluta do Seu Filho Unigênito, sabendo que somente através Dele
foi pago o preço integral pela redenção do homem, e Nele está a
solução de toda a necessidade humana.
Deus honra a obra redentora do Seu Filho, ao nos dar, através Dele,
o anseio do nosso coração. Portanto, embora seja o poder do
Espírito Santo para a Ressurreição que realiza a cura propriamente
dita do corpo físico, Jesus deixou perfeitamente claro que devemos
olhar para Ele, o Filho, com fé, pois foi Ele quem tornou possível
todas as coisas.

Volumes têm sido escritos, e outros volumes têm sido comentados,


a respeito dessa coisa indefinível chamada fé, mas, em última
análise, realmente sabemos bem pouco sobre o assunto.

A fé é aquela qualidade de poder, mediante a qual as coisas


desejadas se tornam as coisas possuídas.Esta é a definição que
chega mais perto daquela atestada pela Palavra inspirada de Deus.

Você não pode pesar a fé, nem confiná-la a um receptáculo: não se


pode pegá-la a fim de examiná-la ou analisá-la: não se pode tocá-la
com o dedo especificamente e afirmar: “é isto”. Explicá-la de modo
preciso e sucinto é quase semelhante a definir a energia em uma
única declaração completa. No âmbito da física, somos informados
de que o átomo é um mundo dentro de si mesmo, e que a energia
em potencial contida neste pequeno mundo é tanta que ensandece
a mente da pessoa mediana. Tente defini-la, e encontrará
dificuldades. Assim acontece com a fé no âmbito do espírito. Mas
embora não seja fácil explicar exatamente o que é a fé, sabemos
exatamente o que ela não é.

Um dos erros mais comuns que cometemos nessa questão é


confundir a fé com a presunção. Devemos estar constantemente
alertas ao perigo de confundir uma com a outra, pois existe grande
diferença entre as duas.

Na praia, por exemplo, há o grão de areia, mas a praia é mais do


que o grão de areia. Quando este assevera que é a praia, dizemos a
ele: “Você é pretensioso demais”.

Existem muitas pessoas que misturam os ingredientes de sua


própria atitude mental com um pouco de confiança, uma pitada de
segurança, e a mão cheia de egoísmo religioso. Depois
acrescentam alguma crença, com muitos outros ingredientes e,
misturam tudo num crisol espiritual, ao resultado total etiquetam de
fé. Na realidade, o resultado dessa mistura heterogênea tem maior
probabilidade de ser presunção do que fé.

A fé é mais do que a crença; é mais do que a confiança; é mais do


que dar crédito, e, acima de tudo, jamais é jactanciosa. Se for a fé
pura, a fé segundo o Espírito Santo, nunca operará de modo
contrário à Palavra de Deus, nem operará em oposição à sabedoria
e vontade de Deus.

Já houve momentos quando senti a fé permear de tal modo todo o


meu ser, a ponto de eu ousar dizer e fazer coisas que, se tivesse
dependido do meu entendimento ou razão, jamais as teria realizado.
No entanto, essa fé fluiu através de palavras e atos, de maneira que
eu literalmente fico maravilhada diante das obras poderosas do
Senhor. Disto eu sei: em você e em mim, separados de Deus, não
haverá ingredientes nem qualidades que misturados ou combinados
entre si, seja como for, produzirão uma quantidade de fé bíblica com
o tamanho de um grão de mostarda.

Pense comigo de modo bem simples: se eu quiser atravessar um


rio, e não houver outra maneira de alcançar a outra margem senão
de barco, o mais sensato a fazer seria conseguir um barco. É muita
estultice tentar fazer a travessia do rio, sem procurar o meio de
transporte necessário e correto para chegar até lá. É só arranjar o
barco, e ele o levará.

Agora, onde buscar a fé que nos levará ao outro lado do rio? A


resposta a esta pergunta é evidente e incontestável!

A fé é dom de Deus ou um fruto do Espírito, e seja dom, seja fruto, a


fonte e origem da fé permanecem sendo a mesma. Provém de
Deus, e é dádiva de Deus.

Se a sua fé está destituída de poder, não é fé. Não pode haver fé


sem resultados, da mesma forma que não pode haver locomoção
sem movimento. A coisa que às vezes chamamos de fé é simples
confiança, e embora confiemos no Senhor, é a fé que tem a ação e
o poder.

Um homem pode confiar muito no Senhor e na Sua promessa de


que, um dia, o mesmo será salvo e de que, um dia, ele aceitará
Cristo com o perdão dos seus pecados: pode confiar no Senhor o
suficiente para acreditar que Deus tem a capacidade de perdoar aos
seus pecados. Mas somente se esse homem tiver uma fé ativa,
cheia de poder para a salvação, que poderá “nascer de novo”.

“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de
vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef
2.8,9).
A graça e a fé estão estreitamente relacionadas entre si, que não
pode haver separação entre uma e outra. A maravilha de tudo isso é
o fato de que, muitas vezes, a fé é concedida quando nos sentimos
menos merecedores. Mas a fé não é produto do mérito, pois
nenhum ser humano merece a salvação, e nenhum ser vivente
merece a menor das bênçãos de Deus: é por isso que as duas
palavras: graça e fé, estão tão correlacionadas.
A fé concedida ao pecador para a salvação é exclusivamente o
resultado da misericórdia e graça de Deus. É uma dádiva. A fé que
é outorgada ao indivíduo para a cura do seu corpo físico é, também,
a conseqüência da misericórdia de Deus; o transbordar da sua
grande compaixão e graça. É um dom. Você não ora, pedindo fé;
mas busca o Senhor, e alcança a fé.
Os discípulos e o Mestre estavam nas águas da Galiléia. Era um
belo dia; o lago era calmo e sereno, e quase não havia nuvem no
céu – quando, de repente, surgiu uma tempestade tremenda! Os
pobres discípulos ficaram aterrorizados. O vento soprava com toda
a sua fúria, o barquinho estava para afundar, e tinham certeza de
que suas vidas estavam em perigo.
Finalmente, desesperados, acordaram Jesus, que dormia. Com toda
a calma, e sem se perturbar, Ele fez uma única pergunta: “Onde
está a vossa fé?” (Lc 8.25).
Onde estava mesmo? Eles a tinham deixado na praia antes de
entrar no barco? Ela sucumbiu nas profundezas do mar no qual o
barquinho navegava? Tinha fugido na força da tempestade?
A fé que os discípulos tinham repousava na popa do barco! A fé
estivera com eles o tempo todo: não se afastara deles por um
instante, sequer. Ele era a fé dos discípulos; mas o erro que
cometeram foi o esquecimento da Sua Presença enquanto
enfrentavam a tempestade! Esse foi o significado das palavras de
Jesus quando Ele disse: “sem mim, nada podeis fazer”. Ele,
portanto, é a nossa fé.
Sofremos derrotas quando fixamos os nossos olhos nas
circunstâncias, nos nossos próprios problemas, nas nossas
fraquezas, nas nossas enfermidades físicas. A forma mais certa
neste mundo de fracassarmos é focalizar a nossa mente em nós
mesmos. A tempestade afundará o nosso barquinho – podemos ter
certeza disso, entretanto, permanece a verdade de que nossa fé
para conquistarmos a vitória está mais perto de nós do que nossas
mãos ou pés.
Nenhuma pessoa jamais precisa ser derrotada em um único caso;
nenhuma pessoa precisa ter falta de fé. Olhe para cima, conforme
fez Carey Reams, e veja Jesus! Ele é a sua fé, Ele é a nossa fé.
Não é a fé que você precisa buscar, mas sim o próprio Jesus.
O Doador de todo bom e perfeito dom é o Autor e Aperfeiçoador da
nossa fé!

CREIO

Creio que a Bíblia Sagrada é a Palavra do Deus vivo; que é a


Palavra sobrenaturalmente inspirada; que foi escrita por santos
homens na antigüidade conforme foram guiados e inspirados pelo
Espírito Santo; que é o único fundamento verdadeiro da unidade e
comunhão cristãs. Que é o tribunal eterno por cujos padrões serão
julgados todos os homens e nações.

Creio na Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo, como três pessoas


distintas; iguais entre si em toda a divina perfeição.

Creio em Deus, Pai onipotente, Criador dos céus e da Terra, cuja


glória é tão excessivamente brilhante que os homens mortais não
podem olhar para a sua face e viver. Sua natureza transcende de tal
maneira os padrões humanos de comparação que é impossível
definir. A fé começa onde a razão e a lógica terminam!
Creio que Jesus Cristo é o verdadeiro Filho de Deus, coexistente e
coeterno com o Pai, e que foi concebido mediante o Espírito Santo e
nascido da Virgem Maria. Tomou sobre si a forma de homem, e
mediante o derramamento do Seu sangue, fez expiação pelo
homem caído.

Assim como a profecia é o argumento incontestável no âmbito das


evidências externas, assim também a Pessoa de Jesus Cristo é o
argumento incontestável no âmbito das evidências internas. Não
somente sua vida inteira cumpre perfeitamente as profecias do
Antigo Testamento, mas Sua Pessoa, por se exaltar acima de
qualquer outra, é inexplicável a não ser que O reconheçamos como
verdadeiro Deus além de ser verdadeiro homem.

A vida milagrosa de Cristo é um argumento incontestável em favor


do Seu nascimento milagroso!
Creio que o Espírito Santo é uma pessoa, e uma pessoa divina, e
não apenas uma influência divina. As marcas de personalidade são:
conhecimento, sentimento e vontade, e qualquer ser que conhece,
pensa, sente, e exerce vontade, é uma pessoa, quer possua um
corpo, quer não. Todas as marcas distintas ou características de
personalidade são atribuídas ao Espírito Santo na Palavra.
Como membro da Trindade eterna, o Espírito Santo ajudou na
criação da Terra e das suas formas de vida. Estava presente na
criação do homem. Daí as palavras: “Façamos o homem”.

Creio que pela desobediência e transgressão voluntárias, o homem


caiu da inocência e da pureza, para as profundezas do pecado e da
iniqüidade.
Por causa do estado caído do homem, julgamentos tinham de ser
enfrentados, a lei tinha de ser cumprida, penalidades tinham de ser
pagas; tudo isso era exigido pela santidade de Deus.
Jesus Cristo o Filho, através do Espírito Santo, ofereceu-se a Deus
Pai como propiciação pelo pecado; é por isso que Cristo é referido
como “O cordeiro morto desde a fundação do mundo”.
O sangue de Cristo é tão eficaz, que não somente purifica de todo o
pecado, mas um dia, o efeito desse sangue derramado em
Jerusalém há mais de 2000, removerá de toda a Terra a maldição
do pecado.
Seu sangue inocente é expiação suficiente para o nosso pecado!
Creio na salvação como uma experiência específica – uma
experiência através da qual o indivíduo já não está debaixo da
escravidão ao pecado, mas “passou da morte para a vida”,
transformado pelo Poder do Espírito. Literalmente, “uma nova
criatura em Cristo Jesus”.
O pecador culpado torna-se justo mediante a fé singela, crendo no
Filho de Deus, e O aceitando como seu divino Salvador.
Creio no grupo de crentes “chamados” do mundo, composto de
judeus e gentios, e de indivíduos de toda raça, povo, tribo e nação,
que teve sua origem no Pentecostes, conhecido como “O Corpo de
Cristo”.
Creio que a única maneira de Jesus, que agora está à destra de
Deus como Grande Sumo Sacerdote, poder se manifestar ao mundo
é através do Seu Corpo, a Igreja.
Creio que esse Corpo, que consiste nos que foram lavados no
sangue derramado do Filho de Deus, será a Noiva de Cristo e
reinará com Ele na Sua glória milenar.

EU CREIO EM MILAGRES!
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thewaybooks@hotmail.com

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