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O Mar da Galileia é um lago com aproximadamente vinte e um quilômetros de extensão. Sua largura
máxima é de quatorze quilômetros. Acredita-se que no ponto em que os discípulos estavam a largura
do lago alcançava facilmente 11 quilômetros. A Bíblia diz que o barco já estava no meio do mar por
causa do vento (Marcos 6:47; cf. Mateus 14:24).
Naquela região é comum a formação de tempestades repentinas. O lago fica numa depressão muito
abaixo do nível do mar, e é cercado por montanhas. Ali correntes de ar frio das montanhas se
encontram com o ar quente que cobre o lago. Tudo isto faz com que ventanias levantem ondas de
quase três metros de altura durante uma tempestade.
A Bíblia Sagrada diz que Jesus viu os discípulos remando com dificuldade, afastados uns cinco
quilômetros da margem (João 6:19; cf. Mateus 6:48). Os discípulos tiveram de enfrentar aquela situação
por algumas horas. Parece que era início da noite quando o vento começou a levar o barco para o
meio do mar, e Jesus chegou até o barco somente quando já era alta madrugada (Mateus 14:23-25).
O modo com que Jesus alcançou o barco dos discípulos foi extraordinário. Eles estavam remando
contra a força do vento quase que numa tentativa inútil de controlar o barco. Então de repente eles
viram alguém caminhando sobre o mar. A figura era indistinta e eles ficaram completamente
apavorados.
Como alguém poderia andar sobre as águas como se estivesse pisando em terra seca?
Os discípulos até pensaram que fosse um fantasma e começaram a gritar de medo (Mateus 14:26).
Mas logo Jesus lhes disse: “Sou eu! Não tenham medo!” (João 6:50). Então Jesus subiu no barco, o
vento se acalmou, e eles chegaram em segurança no destino desejado.
No entanto, Pedro não pediu que os discípulos que estavam no barco lhe jogassem algum apoio. Ele
também não pensou em confiar em suas próprias habilidades para tentar escapar daquela situação
difícil nadando. Pedro simplesmente clamou ao Senhor por socorro. Ele havia vacilado, mas não havia
se esquecido de que em sua frente estava o único que podia lhe ajudar.
Prontamente Jesus estendeu a mão e o segurou. Amparado nos braço de Jesus, Pedro escutou a
apropriada repreensão: “Homem de pequena fé, por que duvidastes?” (Mateus 14:31).
Consequentemente, o milagre em que Jesus andou sobre as águas também serviu para fortalecer a fé
dos discípulos. Eles deviam aprender que quando a fé está depositada em Cristo, o Filho de Deus, não
há nada a temer. Mateus registra a reação dos discípulos em harmonia ao propósito principal desse
milagre. Eles adoraram a Jesus dizendo: “Verdadeiramente tu és o Filho de Deus” (Mateus 14:33).
Quando caminhou sobre o Mar da Galileia, Jesus não tomou conhecimento das leis da gravidade, da
liquidez, da densidade dos corpos ou de qualquer outra lei que desafiasse o seu milagre. Ele
simplesmente saiu da terra firme e continuou caminhando tranquilamente sobre as águas. Jesus
demonstrou que as forças físicas são completamente submissas a Ele.
Em conexão a essa verdade, Jesus andou sobre as águas e mostrou ser Ele próprio o cumprimento das
Escrituras. Quando Deus se manifestou a Moisés na sarça ardente, Ele lhe disse que seu nome é “Eu
Sou” (Êxodo 3:14). Daí podemos entender o tamanho do significado que estava na saudação de Jesus
ao dizer aos dizer aos discípulos amedrontados: “Sou eu (ou literalmente Eu sou). Não tenham
medo!” (João 6:20). Saiba mais sobre os nomes de Deus.
Foi o Deus Trino quem abriu o Mar Vermelho e livrou a Israel dos egípcios (Êxodo 14). Foi Ele também
quem abriu o Rio Jordão para que seus servos pudessem passar (Josué 3; 2 Reis 2). Jó certa vez
respondeu que Deus é Aquele que “sozinho estende os céus, e anda sobre os altos do mar” (Jó 9:8).
Então quando Jesus andou sobre o mar, Ele deixou claro quem realmente Ele é. Por isto foi legitima a
adoração dos discípulos. Eles estavam perplexos diante do verdadeiro Filho de Deus!
Mas o nosso Deus é onisciente. Ele conhece todas as coisas. Mesmo que às vezes as trevas da noite
tentem nos impedir de vê-lo, Ele continua com seus olhos sobre nós. Ele está acompanhando nossa
embarcação do alto de um monte! No monte Sião celestial está o seu trono, de onde Ele governa todo
o Universo (Hebreus 12:22,23; Apocalipse 14:1; 21:10).
Em segundo lugar, esse milagre nos ensina que Deus age no tempo oportuno de acordo com a sua
vontade soberana. Os discípulos passaram horas remando contra o vento. Se fosse de acordo com a
vontade deles, certamente Jesus teria chegado antes. Mas há o tempo certo para todas as coisas, e
nada foge do seu propósito. Por mais que não compreendamos, o fim último de todas as coisas é a
glória de Deus. Ele é o Senhor da história!
Em terceiro lugar, até mesmo uma tempestade tem a sua finalidade no plano soberano de Deus. Os
discípulos precisavam aprender uma lição. Eles precisavam ter sua fé fortalecida no Senhor. Existem
lições que só podem ser aprendidas em plena tempestade.
Porém, não importa se o vento forte porventura acabar nos levando para longe da margem. As águas
do mar da vida não são um problema para Ele. No momento certo o nosso Redentor vem caminhando
sobre as águas.
O profeta Naum escreve que “o Senhor tem o seu caminho na tormenta e na tempestade” (Naum 1:3).
Podemos descansar na certeza de que as mais altas ondas, aquelas que algumas vezes até cobrem o
nosso barco, sempre estarão debaixo dos pés do nosso Deus. Jesus anda sobre as águas em nossa
direção, e nós devemos recebê-lo como o verdadeiro Filho de Deus, de quem somos completamente
dependentes.