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INTRODUÇÃO

Então, Jesus se despediu do povo, entrou no barco, e os


discípulos seguiram com ele. Conforme o relato de Marcos,
outros barcos também os acompanhavam.
De repente, começou a soprar um vento muito forte e uma
grande tempestade agitou o mar, de tal maneira que as ondas
começaram a cobrir o barco.
O mar estava tão agitado e violento que aterrorizou até mesmo
pescadores experientes como Pedro, André, Tiago e João, que
trabalharam naquele lugar e conheciam muito bem aquelas
águas.
As ondas arrebentavam com tanta força em cima do barco, que
ele já estava ficando cheio de água, de modo que todos estavam
em perigo.
JESUS DORMIA NA TEMPESTADE
Surpreendentemente, enquanto eles estavam atravessando o
mar, Jesus dormia na popa (a parte detrás do barco), sobre uma
almofada. Essa almofada talvez fosse uma espécie de acolchoado
para alguém ou para o piloto sentar. Jesus aproveitou essa peça
do equipamento do barco para descansar.
Esse é o único trecho dos evangelhos que descreve Jesus a
dormir.
Jesus estava sujeito às limitações humanas. O cansaço, devido à
intensidade do seu ministério, o esgotou fisicamente. Esse texto
nos mostra com clareza que Jesus não só parecia humano, Ele era
plenamente humano, pois sentia sono, cansaço, fome, sede e
dor.
Outro aspecto que precisamos considerar sobre o fato de Jesus
conseguir dormir em meio à tempestade é a consciência que Ele
tinha de Si mesmo e da sua missão. Jesus pôde descansar em
meio à tempestade porque tinha uma percepção clara da Sua
identidade e do propósito do Pai para Ele. Jesus sabia que a Sua
hora ainda não havia chegado e que não seria naquela
tempestade que Ele morreria.
Quando temos uma consciência clara de quem somos, em Cristo,
e do propósito de Deus para as nossas vidas, conseguimos
descansar, mesmo em meio às tempestades da vida.
A ORDEM DE JESUS
Jesus, então, se levantou, repreendeu o vento e disse ao mar:
“Aquiete-se! Acalme-se!” (Marcos 4:39). O vento parou, e tudo
ficou calmo.
A ordem que Jesus deu à tempestade gerou uma ação imediata.
Não houve necessidade de repetir a ordem, pois resultou em
obediência instantânea. A ordem literalmente significava: “Fique
quieto, cale a boca!”
Uma crença antiga afirmava que as tempestades poderiam ser
causadas por demônios, que também tinham poder para
provocar outros efeitos sobre a natureza.
Alguém poderia pensar, então, que a calmaria repentina do vento
e das águas aconteceu porque Jesus repreendeu a força
demoníaca por detrás da tempestade.
Entretanto, apesar disso ser uma possibilidade, não parece ser
esse o caso aqui. O fato de Jesus ter repreendido o vento e o mar,
como se fosse uma pessoa, também não é base suficiente para
afirmarmos isso.
A REAÇÃO DOS DISCÍPULOS
Os discípulos chegaram perto dele e o acordaram, dizendo:
“Mestre, Mestre, vamos morrer!” (Lucas 8:24). O Evangelho de
Marcos traz uma informação a mais sobre essa fala dos
discípulos: “Mestre, não te importas que morramos?” (Marcos
4:38). Há aqui um “tom” de reclamação e acusação. Os discípulos
estavam tomados pelo medo e pela ansiedade. A falta de
confiança em Jesus os levou ao desespero.
Muitas vezes, quando somos atingidos por uma “tempestade” na
vida, e a nossa confiança no Senhor não está tão firme, também
temos a tendência de realizar esse mesmo questionamento:
“Não te importas, Deus?”
Quando isso acontece é importante lembrarmos que o Senhor
está no controle de tudo. E tudo o que está acontecendo pode
estar contribuindo para o nosso bem, mesmo que no momento
não entendamos (Romanos 8:28).

Quem é este homem que até o vento e o mar lhe


obedecem?
Apesar de todas as grandes obras que os discípulos já haviam
testemunhado, este milagre foi tão espetacular que eles ficaram
se questionando sobre quem realmente seria Jesus.
Então, a nossa história termina com os discípulos dizendo uns aos
outros: “Quem é este homem que até o vento e o mar lhe
obedecem?” (Marcos 4:41)
Para confiarmos no Senhor precisamos conhecer o Senhor. Se os
discípulos tivessem entendido que o criador dos céus, da terra e
do mar, estava ali com eles no barco, com certeza, a atitude deles
teria sido diferente. Eles só tiveram essa reação porque não
conheciam verdadeiramente Jesus, o que pode ser constatado no
questionamento final deles.
Se quisermos superar todas as tempestades repentinas, que
muitas vezes se levantam sobre nós, precisamos conhecer Jesus
verdadeiramente e convidá-lo para fazer parte da nossa vida. Se
Jesus está no “barco”, por mais difícil e assustador que pareça,
tudo está sob controle.

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