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Sermão: A tempestade não vai te afogar

07/06/2020 / JOSIAS MOURA

A TEMPESTADE NÃO VAI TE


AFOGAR
Atos 27:27-44 e 28:1-5
ATOS 27:27-44
27 Duas semanas depois, à noite, continuávamos sendo levados pela
tempestade no mar Mediterrâneo. Mais ou menos à meia-noite, os marinheiros
começaram a sentir que estávamos chegando perto de terra. 28 Então jogaram
no mar uma corda com um peso na ponta e viram que a água ali tinha trinta e
seis metros de fundura. Mais adiante tornaram a medir, e deu vinte e sete
metros. 29 Eles ficaram com muito medo de que o navio fosse bater contra as
rochas. Por isso jogaram quatro âncoras da parte de trás do navio e oraram
para que amanhecesse logo.
30 Aí os marinheiros tentaram escapar do navio. Baixaram o bote no mar,
fingindo que iam jogar âncoras da parte da frente do navio. 31 Então Paulo
disse ao oficial romano e aos soldados: —Se os marinheiros não ficarem no
navio, vocês não poderão se salvar. 32 Aí os soldados cortaram as cordas que
prendiam o bote e o largaram no mar.
33 De madrugada Paulo pediu a todos que comessem alguma coisa e disse:
—Já faz catorze dias que vocês estão esperando e durante este tempo não
comeram nada. 34 Agora comam alguma coisa, por favor. Vocês precisam se
alimentar para poder continuar vivendo. Pois ninguém vai perder nem mesmo
um fio de cabelo. 35 Em seguida Paulo pegou pão e deu graças a Deus diante
de todos. Depois partiu o pão e começou a comer. 36 Então eles ficaram com
mais coragem e também comeram. 37 No navio éramos ao todo duzentas e
setenta e seis pessoas. 38 Depois que todos comeram, jogaram o trigo no mar
para que o navio ficasse mais leve.
39 Quando amanheceu, os marinheiros não reconheceram a terra, mas viram
uma baía onde havia uma praia. Então resolveram fazer o possível para
encalhar o navio lá. 40 Eles cortaram as cordas das âncoras, e as largaram no
mar, e desamarraram os lemes. Em seguida suspenderam a vela do lado
dianteiro, para que pudessem seguir na direção da praia. 41 Mas o navio bateu
num banco de areia e ficou encalhado. A parte da frente ficou presa, e a de
trás começou a ser arrebentada pela força das ondas. 42 Os soldados
combinaram matar todos os prisioneiros, para que nenhum pudesse chegar até
a praia e fugir.
43 Mas o oficial romano queria salvar Paulo e não deixou que fizessem isso.
Pelo contrário, mandou que todos os que soubessem nadar fossem os
primeiros a se jogar na água e a nadar até a praia. 44 E mandou também que
os outros se salvassem, segurando-se em tábuas ou em pedaços do navio. E foi
assim que todos nós chegamos a terra sãos e salvos.
ATOS 28:1-5
1 Quando já estávamos em terra, sãos e salvos, soubemos que a ilha se
chamava Malta. 2 Os moradores dali nos trataram com muita bondade. Como
estava chovendo e fazia frio, acenderam uma grande fogueira.
3 Paulo ajuntou um feixe de gravetos e os estava jogando no fogo, quando
uma cobra, fugindo do calor, agarrou-se na mão dele. 4 Os moradores da ilha
viram a cobra pendurada na mão de Paulo e comentaram: —Este homem deve
ser um assassino. Pois ele escapou do mar, mas mesmo assim a justiça divina
não vai deixá-lo viver. 5 Mas Paulo sacudiu a cobra para dentro do fogo e não
sentiu nada.

1. Introdução
Quando falamos em tempestades é comum lembrarmos de dificuldades. A
visão de um barco açoitado pelas ondas e pelo vento nos traz claramente uma
comparação com as aflições que passamos em nosso cotidiano: problemas
financeiros, familiares, emocionais, entre outros.

Epicteto em seu livro diz: “São as dificuldades que revelam que os homens
são”.

Geralmente quando passamos por tais momentos, a tendência é que sejamos


tomados por sentimentos que querem nos roubar, tais como, o medo, o
desespero, a angústia, a ansiedade, e dos quais Satanás se aproveita para
querer nos afogar.

ILUSTRAÇÃO: A experiência dos salva-vidas diz que muitas pessoas


morrem afogadas porque se deixam tomar por um desespero de tal forma que,
mesmo aquelas que sabem nadar, acabam por serem tragadas pelas águas. E
muitas vezes o que acontece é que pelo desespero aquele que estava tentando
salvar pode até morrer junto; por isto fazem treinamento para salvar sem
serem massacrados pelo que está afogando.

Traçando um paralelo com o mundo espiritual, podemos dizer que muitos


cristãos apesar de saberem nadar, ou seja, apesar de conhecerem a
palavra e as promessas de livramento do Senhor, se permitem envolver
com as águas ao seu redor e não se posicionam para viverem a bonança
(calmaria). E muitas vezes ainda levam outros junto com seu peso e seu
desespero.
Hoje é tempo de recebermos a unção do Espírito Santo de Deus e nos
posicionarmos para passarmos ilesos pela tempestade em nome de Jesus!
2. qual O propósito de Deus na tempestade?
– At 20:22-24
22 Agora eu vou para Jerusalém, obedecendo ao Espírito Santo, sem saber o
que vai me acontecer lá. 23 Sei somente que em todas as cidades o Espírito
Santo tem me avisado que prisões e sofrimentos estão me esperando. 24 Mas
eu não dou valor à minha própria vida. O importante é que eu complete a
minha missão e termine o trabalho que o Senhor Jesus me deu para fazer. E a
missão é esta: anunciar a boa notícia da graça de Deus.

O apóstolo Paulo não sabia exatamente o que lhe iria acontecer em


Jerusalém, mas ele estava consciente e desejoso de que à vontade de Deus se
cumprisse em sua vida.
Temos que entender que o Senhor tem o melhor para nossas vidas,
independente das circunstâncias ao nosso redor (Rm 8:28). 28 “E sabemos
que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus,
daqueles que são chamados segundo o seu propósito.”
Era necessário que Paulo testemunhasse acerca de Jesus em Roma, diante de
César, e o Senhor, já lhe havia revelado isso. Ele foi preso em Jerusalém e
passou por terríveis dificuldades, tendo se apresentado ante Félix, Festo e
Agripa, e sendo depois conduzido a Roma. Mesmo fazendo a vontade de
Deus, muitas vezes seremos levados a tempestades. Discípulos no barco em
meio à tempestade haviam sido mandados para aquele lugar pelo próprio
Jesus.
O propósito de Deus é nos transformar e nos fortalecer nas tempestades. O
mundo está em meio a uma grande tempestade. E tenho visto como a
Igreja tem pregado mais o evangelho nesse momento.
Deus também permite tempestades, para que saiamos do comodismo e
despertemos para busca-lo. Quando veio a perseguição a Igreja em
Jerusalém eles saíram de onde estavam e começaram a pregar em muitos
outros lugares. As tempestades servem para nos tirar muitas vezes de uma
posição comoda.

3. Como se posicionar na tempestade?


Paulo estava agora em meio a uma forte tempestade, mas o Senhor já tinha um
livramento preparado.

Vemos que 03 posicionamentos foram fundamentais para que eles não


perecessem:

3.1) Lançar o prumo


Ter o equilíbrio em meio à tempestade, buscando de Deus o
discernimento a cada passo – At 27:27-29 diz: “Quando chegou a décima
quarta noite, sendo nós ainda impelidos pela tempestade no mar de Ádria
(Mar Adriático), pela meia-noite, suspeitaram os marinheiros a proximidade
de terra; 28 e lançando a sonda, acharam vinte braças; passando um pouco
mais adiante, e tornando a lançar a sonda, acharam quinze braças. 29 Ora,
temendo irmos dar em rochedos, lançaram da popa quatro âncoras, e
esperaram ansiosos que amanhecesse.”
O prumo era um instrumento formado por uma peça de metal ou de
pedra, suspenso por um fio, que serve para determinar a direção vertical,
usado para verificar a profundidade e evitar que o navio fosse levado
para águas rasas, onde haveria o perigo de um naufrágio.
Precisamos também de um prumo em nossas vidas, pois em meio à
tempestade o inimigo quer nos fazer perder o equilíbrio ou a prudência,
ou nos ver afundamos em sentimentos ou emoções negativas, para que
sejamos roubados de nossa capacidade de discernir as situações, tomar
decisões, enfim, enxergar a saída que Deus já preparou de
antemão. Precisamos passo a passo da direção do Espírito Santo, ancorando
nossas vidas nEle, para não irmos de encontro aos rochedos.

3.2) Alimentar-se
Veja o que diz At. 27:33-34: “De madrugada Paulo pediu a todos que
comessem alguma coisa e disse: —Já faz catorze dias que vocês estão
esperando e durante este tempo não comeram nada. 34 Agora comam alguma
coisa, por favor. Vocês precisam se alimentar para poder continuar
vivendo…”!
Enquanto amanhecia, Paulo rogava a todos que comessem alguma coisa,
dizendo: É já hoje o décimo quarto dia que esperais e permaneceis em jejum,
não havendo provado coisa alguma. 34 Rogo-vos, portanto, que comais
alguma coisa, porque disso depende a vossa segurança..”. Era um momento
de muita tensão física e emocional e o apóstolo Paulo sabia que aqueles
homens debilitados não teriam forças para superar o mínimo obstáculo
que surgisse. Eles precisavam se alimentar e recobrar suas forças, reunir
energias para vencer o desafio que estava por vir.
Do mesmo modo precisamos nos alimentar das promessas do Senhor para
sermos fortalecidos e enfrentarmos e superarmos os obstáculos.
O diabo quer que nós entremos num jejum, onde deixamos de nos
alimentar da palavra para nos alimentarmos de sentenças malignas e
pensamentos de morte e destruição. É tempo de nos alimentarmos de Jesus
Cristo o pão da vida, a palavra de Deus encarnada, e revigorar nossas forças
nEle – Jo 6:48-56.

3.3) Aliviar o Navio


Em tempestades antigas era muito comum aliviar o navio de fardos e pesos
para que este mais leve não afundasse rápido.

Da mesma forma precisamos lançar fora as deformações de nossa alma


para não naufragar em meio a tempestade.
Apesar de Jesus Ter dito que o Seu fardo é leve e suave, muitos cristãos
têm levado cargas pesadíssimas que obviamente têm sido determinantes
para que o barco afunde.
Que cargas são essas? São deformações da alma, como traumas,
negativismo, incredulidade, medo, falta de fé, etc…, que roubam o fluir pleno
do Senhor em nossas vidas; nos roubam a verdadeira liberdade no Espírito
Santo e nos impedem de realizar e conquistar.
Lance fora hoje todas as deformações e se aproprie das promessas dEle em
Sua vida conforme diz I Pe 5:7: “…lançando sobre ele toda a vossa
ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.”

4. COMO VIVER BEM após AS


TEMPESTADES?
Depois de viver o livramento da tempestade a graça de Deus trará sobre a
tua vida conseqüências poderosas:
Após aquela tempestade, Paulo, que havia sido tomado como um
assassino, agora é colocado em honra e é usado como instrumento para
que aquele povo fosse curado.
Em lugar da vergonha haverá dupla honra. Vemos isso nas palavras que
Deus declara para seu povo em Is. 61:7 quando diz: “A vergonha e a desgraça
que vocês passaram eram duas vezes mais do que mereciam; mas agora
vocês viverão no seu país, onde receberão o dobro de riquezas e serão felizes
para sempre.”
Os náufragos daquele navio em que Paulo estava, ficaram 03 meses naquela
ilha, e após este tempo Deus providenciou o livramento(At.28:11). Nesse
meio tempo, eles foram supridos com tudo o que precisavam para a viagem.
De modo semelhante nós estamos também há cerca de 03 meses em uma
situação de isolamento social. Assim como Deus não deixou faltar nada para
aqueles que estavam naquela ilha, também acredito que fará o mesmo pelo seu
povo.
O seu livramento pode parecer estar custando a vir, mas virá no tempo certo.
Espere em Deus.

5. CONCLUSÃO
O propósito de Deus é nos transformar:

ILUSTRAÇÃO: Assim acontece com a gente. As grandes transformações


acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo, fica do
mesmo jeito a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza
assombrosa. Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o
melhor jeito de ser.

Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação
que nunca imaginamos: a dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder
um filho, o pai, a mãe, perder o emprego ou ficar pobre. Pode ser fogo de
dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento, cujas causas
ignoramos. Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo! Sem fogo o
sofrimento diminui. Com isso, a possibilidade da grande transformação
também.

Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro cada vez
mais quente, pensa que sua hora chegou: vai morrer. Dentro de sua casca
dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar um destino diferente para
si. Não pode imaginar a transformação que esta sendo preparada para ela. A
pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo
poder do fogo a grande transformação acontece: BUM! E ela aparece como
uma outra coisa completamente diferente, algo que ela mesma nunca havia
sonhado.

Bom, mas ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca que se recusa a
estourar. São como aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se
recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do
que o jeito delas serem. A presunção e o medo são a dura casca do milho que
não estoura. No entanto, o destino delas é triste, já que ficarão duras, a vida
inteira. Não vão se transformar na flor branca, macia e nutritiva. Não vão dar
alegria para ninguém.
MORAL: Algumas lutas vem para nos transformar e nos fortalecer. “Milho de
pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre.” Mas, quem
passa pelo fogo amadurece e ressurge transformado e fortalecido por Deus.

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