Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
(27:29b). Eles precisavam mais que tudo de uma bússola - um instrumento confiável
que, apesar dos ventos uivantes e dos mares encapelados, em resposta a uma força
invisível fixa, pudesse cortar o temporal furioso e indicar-lhes o caminho da segurança.
Sem isso, esperavam que a luz do dia revelasse a sua exata situação. A espera deve ter
sido enlouquecedora. Para a maioria, um sentimento cada vez maior de pânico
instalou-se. Até os marinheiros mais experientes estavam sombrios e silenciosos ao
esperar pela luz do dia. Enquanto isso, a única esperança deles eram aquelas quatro
âncoras atiradas da popa, resultando numa luta inexorável contra a força poderosa das
ondas bravias (27:29).
Enquanto lemos os detalhes de Lucas sobre a perigosa viagem de Paulo a Roma, queremos
examinar não só o que está registrado, mas também o que se acha nas entrelinhas. E ali que
encontramos mais elementos da verdadeira história. É onde testemunhamos a fidelidade de
Deus, que cumpre as suas promessas ao o servo humilde que se agarra à âncora da sua Palavra
eterna. Ocultas no registro dessa história, há lições para as nossas vidas. E é do relato não
escrito que extraímos forças para enfrentar nossas tempestades perfeitas sem medo e
desprezar nossos sentimentos de pânico. As tempestades que suportamos podem durar dias,
semanas, meses ou até anos. As tempestades perfeitas da vida são, em grande parte,
imprevisíveis. Elas se abatem sem, aparentemente, ter fim. Quase sempre parecem
absolutamente incontroláveis.
Não é por acaso que está no lugar em que se encontra, e você não está sozinho. Deus não está
ausente nem indiferente. Você se acha exatamente onde ele planejou que estivesse neste
exato momento. Ele poderia ter acalmado a sua tempestade em qualquer ponto, mas não fez
isso. A sua situação pode parecer praticamente impossível de vencer. Como os marinheiros e
passageiros do infortunado navio de Paulo, você deve estar torcendo as mãos, esperando pela
luz do dia. Repito, isso não é acidental. Permita que passe da espuma que varre o convés do
navio mencionada em Atos 27 para a tempestade real que você pode estar agora enfrentando.
As perguntas surgem à media que o medo cresce no seu íntimo. Pensamentos de pânico o
constrangem. Como você age? O que faz, por exemplo, quando está no hospital, as luzes são
apagadas e você está tentando acreditar nas notícias que recebeu? Fica ali deitado, sozinho. A
família foi embora dormir. Tudo está quieto, exceto os seus pensamentos. Como irá enfrentar
o tufão de amanhã? Por ora, é só você e Deus... ondas inesperadas de dúvida batem sem parar
em sua alma. Como continuar? Mais importante ainda, como substituir o pânico pela simples
verdade?
O que faz quando seu cônjuge vai embora e você fica sozinho? Vivendo meses, até anos, na
esteira de conseqüências causadas por você? O que faz quando a vida vira um deserto? É
possível que furiosas e ameaçadoras nuvens de tempestade tenham começado surgir no
escritório. Os céus antes claros do sucesso a longo prazo parecem agora perigosamente
escuros. Você sente que o pior está por vir. As possibilidades são várias. O que fazer, então?
Vou dizer-lhe o quê: como a tripulação do navio condenado de Paulo, você lança a âncora. Na
verdade, lança quatro. Essas âncoras irão certamente mantê-lo em segurança.
ÂNCORAS CONFIÁVEIS PARA A SUA ALMA BATIDA PELA TESMPESTADE
Ofereço-lhe estas quatro âncoras para ajudar a estabilizá- lo em meio à sua tempestade
perfeita. Se o céu está azul no momento, isso é ótimo, mas posso assegurar-lhe que vai
precisar delas algum dia. As nuvens tempestuosas irão inevitavelmente surgir e você vai tatear
em busca de terra seca. Vai precisar dessas âncoras quando chegarem as notícias de que
algum ente querido morreu, ou quando seu filho adolescente não aparece certa noite, ou
quando sua filha foge... novamente, ou quando a febre do nenê não abaixa, ou quando o dano
parece irreparável. Vai precisar dessas quatro âncoras para impedir que caia no desespero.
Primeiro, necessitará da âncora da estabilidade. E, não aparecendo, havia já alguns dias, nem
sol nem estrelas, caindo sobre nós grande tempestade, dissipou-se, afinal, toda a esperança de
salvamento. Havendo todos estado muito tempo sem comer, Paulo, pondose em pé no meio
deles, disse: Senhores, na verdade, era preciso terem-me atendido e não partir de Creta, para
evitar este dano e perda. Mas, já agora, vos aconselho bom ânimo, porque nenhuma vida se
perderá de entre vós, mas somente o navio. Porque, esta mesma noite, um anjo de Deus, de
quem eu sou e a quem sirvo, esteve comigo, dizendo: Paulo, não temas! E preciso que
compareças perante César, e eis que Deus, por sua graça, te deu todos quantos navegam
contigo. Portanto, senhores, tende bom ânimo! Pois eu confio em Deus que sucederá do modo
por que me foi dito. Porém é necessário que vamos dar a uma ilha. Atos 27:20-26 A âncora da
estabilidade o mantém firme quando o seu sistema de navegação falha. É fácil perder-se na
tempestade. Você não consegue encontrar o caminho em meio às circunstâncias que enfrenta.
A vida segue suavemente quando, de repente, os mares engrossam. Problemas invisíveis
ocorrem. Eles não constavam da previsão do tempo. Nas palavras de Lucas: “Toda esperança
de salvamento” (27:20) é abandonada. Esses são momentos traiçoeiros, quando chegamos ao
ponto de abandonar a esperança. Nesse momento difícil, Deus diz: “Não tenha medo, eu
tenho um plano.”
Antes que os companheiros de viagem de Paulo chegassem a esse ponto crítico, ele ofereceu
lhes esperança, exortando-os a “ter bom ânimo”. “O navio vai naufragar, mas nós seremos
salvos!” Isso é o que eu chamo de lançar a âncora da estabilidade. As pessoas que enfrentam
adversidade intensa acham difícil voltar sua atenção para qualquer coisa além das enormes
ondas e ventos furiosos. Paulo anuncia firmemente: “Agora, vos aconselho bom ânimo, porque
nenhuma vida se perderá.” Encontramos estabilidade nas tempestades mediante a palavra de
Deus. Sua tendência será voltar-se para outra fonte de poder em vez da palavra de Deus. Não
faça isso. A única âncora de estabilidade que o manterá firme, não importa quão intenso seja o
poder dos fortes ventos das tempestades, é a palavra de Deus escrita. (Is 43:1,2).
DEUS É FIEL
A cena expressava medos que ameaçavam a vida. A imaginação corria solta. Paulo sabia que se
permanecessem juntos seria a receita da sobrevivência. A tentação de abandonar o navio e de
deixar cada um pra si era muito forte. A medida que a água ficava cada vez mais rasa, o medo
do naufrágio se intensificava. Porém, Paulo advertiu que, se fosse permitido que os homens
fugissem, a morte seria certa. A aplicação espiritual é obvia. A nossa tendência nas dificuldades
é fugir a toda pressa. É mais fácil livrar-se de um casamento perturbado do que enfrentá-lo e
esforçar-se para a sua reparação. A natureza humana quer retirar-se para um lugar onde cada
um de nós pode ficar totalmente sozinho, fechar a porta e descer as cortinas. Afastados,
afundamo-nos ainda mais na depressão. Alguns, tragicamente, voltam-se para a bebida, as
drogas ou, pior, para um revólver. Se isso descreve você de algum modo, precisa do apoio da
família, dos amigos e especialmente do povo de Deus. E mais fácil baixar o barco salvavidas e
pular nele sozinho. Quero advertir você contra a fuga. Em vez disso, insisto em que fique com
os outros a bordo. Não salte nem tente fazer as coisas por conta própria. Cruze os braços.
Fique em contato com aqueles que mais o amam, que estarão a seu lado aconteça o que
acontecer. Você precisa da presença do povo de Deus ao seu redor quando chega ao fundo do
poço. Apesar do que imagina, é duvidoso que possa vencer por si só.
Isso me leva à quarta âncora. Em meio à sua tempestade perfeita, você vai precisar da
âncora da realidade. Atos 27:41-44
A âncora da realidade diz: “Pule imediatamente. Envolva-se. Não seja passivo. Participe da
ação!” A única maneira de fugir da tempestade vivos era que todos caíssem na água e fossem
até a praia. A realidade ali incluía um navio que estava se partindo. Não havia helicópteros
pairando acima deles para resgatá-los do mar. A realidade os instigava a agir. E foi exatamente
isso que fizeram. Vamos fazer um intervalo para calcular. Quantos começaram a viagem?
Resposta: 276. A quantos foi prometido que se salvariam? Resposta: 276. Quantos chegaram a
salvo na praia? Resposta: 276. Como já disse, Deus éfiel. Todos os que estão atravessando uma
tempestade devem participar do processo. Não há uma fórmula mágica de fuga. A passividade
é inimiga da fé. Não é uma opção aceitável cruzar os braços e esperar que o temporal passe.
Para você, pode significar trabalho árduo. Pode exigir que se humilhe diante de Deus e de
outros. Pode ser necessário ter de admitir que cometeu várias atitudes erradas e ter de buscar
reconciliação, enquanto faz os devidos acertos. Qualquer que seja o caso, você precisa
participar. A realidade ordena esse tipo de resposta amadurecida. Faz parte do lançamento da
âncora da realidade e de confiar em Deus para levá-lo até a praia. Todos os que foram salvos
daquele navio ao encalhar nos recifes tinham uma coisa em comum ao chegar à ilha: estavam
completamente encharcados.