Você está na página 1de 5

35 - O TOQUE DE JESUS

Texto: Mt. 8: 1-3.

Introdução:O homem é um ser dotado de grande capacidade


de raciocínio e armazenamento de informações, mas em
contraposição, usa muito pouco este potencial, segundo as
pesquisas científicas, utilizamos no máximo 13% do total da nossa
capacidade de raciocinar.
Desta maneira, ocorre que, somos dados a uma grande
capacidade de esquecimento, somos capazes de esquecer até
mesmo as coisas mais importantes de nossas vidas. Muitas vezes
nem sequer refletimos o quanto a nossa família é linda e
importante, o quanto nosso trabalho é desejável e agradável, o
quanto a igreja é boa, necessária e tão única em nossas vidas.
Isto tudo mostra uma coisa, o quanto o ser humano é social,
o quanto dependemos um do outro para viver. Precisamos ser
ouvidos, ser olhados, ser desejados, precisamos ser tocados. É
comprovado cientificamente que uma pessoa ao ser tocada várias
vezes, seja num aperto de mão bem forte, um abraço fraternal, ou
num toque carinhoso, a probabilidade de se ter um ótimo dia é
muito grande, a probalidade de se ter um mau dia ou um dia
estressado é mínima.

I - A vida sem o Toque - (Seca).

Existiu um homem que estava vivendo exatamente esta


circunstância, ficou privado de todos os seus bens maiores ao
contrair lepra, uma doença incurável na época.
Os irmãos me permitam, pois quero imaginar primeiramente
como era o dia-a-dia, a vida normal daquele homem antes de
contrair a doença e, depois da contração.
Antes, tinha tudo: família, igreja e trabalho, era feliz e não
sabia. (= vida seca).
Depois, privação total de tudo e todos, condenado a morrer
dolorosa e gradativamente.
A lepra era a pior doença que existia naquele contexto, pode
ser comparada ao câncer ou a AIDS hoje, e ainda era contagiosa.
Naquela época quando alguém fosse acometido desta
enfermidade, teria que passar por uma série de procedimentos:
1º Tinha que se apresentar ao Sacerdote para verificar a
ocorrência;
2º Ao ser realmente constatado a doença, o sacerdote dava o
veredito de que estava imundo e agora o leproso deveria viver
separado, a margem da sociedade, longe da família, da sinagoga e
das pessoas numa colônia só para leprosos.
3º Tinha que colocar um sininho no pescoço, para que ao
fazer barulho as pessoas identificassem a passagem do leproso e
se distanciassem.
4º Tinha que bradar em alta voz: “Imundo, Imundo”, também
para que as pessoas o identificasse.
Assim foi com aquele homem, a palavra do sacerdote
confirmou a fatalidade já com olhar de condenação, pois a lepra
era sinônimo de pecado, de imundície espiritual segundo a
tradição judaica, ou seja, todos entendiam que o leproso estava
naquela condição por que estava em pecado, ele ou seus pais.
Quando ele saiu da sinagoga, rumo a saída da cidade e em
direção a colônia dos leprosos, já teve que gritar “imundo,
imundo” e o sininho fazendo barulho, o olhar de preconceito e
discriminação das pessoas com as mãos no rosto, os olhos
arregalados, todos se distanciando, os filhos escondendo-se atrás
dos pais, todos estavam mais preocupado com a distância do que
com os sentimentos do enfermo, para ele eram como apunhaladas,
ele sabia que de agora em diante esta seria sua rotina, o seu fim
era certo, não havia outra alternativa.
Na colônia amargava dolorosamente o desenvolvimento da
doença, as úlceras iam se alastrando pelo corpo, a dor, a fraqueza
e o mau cheiro era insuportável, seus nervos se atrofiavam, os
membros perdiam a sensibilidade, chegando até mesmo ao ponto
de se definharem, perdeu as orelhas, ponta do nariz, pés e mãos
inteiras. A lepra era uma doença que matava aos poucos,
centímetro por centímetro. Seu futuro estava fadado ao fracasso e
morte inevitável.
Diante daquela situação terrível e desesperançosa, ele
lembrou de alguém que tinha ouvido falar, seu nome era Jesus, o
Filho do Deus Altíssimo, que tinha poder para fazer surdos
ouvirem, mudos falarem, cegos verem, coxos andarem e mortos
ressuscitarem. A esta altura, só havia duas possibilidades, ficar
ali e morrer milimétricamente ou ir ao encontro de Jesus e viver.
Graças a Deus ele tomou a decisão mais sábia, difícil e corajosa,
pois teria muitos obstáculos pela frente, cujo o principal era seu
estado físico.

II – EM BUSCA DO TOQUE

Praticamente sem forças nenhuma para caminhar, sua


profunda fraqueza e feridas dolorosas dificultavam muito seus
tímidos movimentos, sem parte dos pés e mãos sua locomoção era
minúscula e vagarosa.
Mesmo diante de toda dificuldade, a vontade de encontrar
com Jesus falava mais alto. Assim ele foi, lentamente e
sangrando, tentando se escorar em algum tipo de cajado, com a
costa curvada e a cabeça meio baixa, o semblante desfigurado e
irreconhecível.
Ao se aproximar da multidão, ainda meio de longe as
pessoas visaram aquela imagem estranha, mas ao ouvir o barulho
bem baixinho do sino já imaginavam o que deveria ser, quando
chegou mais perto, alguns visualizaram aquela fisionomia
monstruosa, sem orelhas, sem a ponta do nariz, mãos sem dedos,
cheio de manchas, feridas e um mal cheiro muito forte, logo
alguns gritaram, “imundo”, ele não os culpava por toda aquela
situação. Toda espantada e temerosa a multidão recuava
preconceituosamente a cada passo do leproso. Em seguida, abriu-
se um grande corredor e ficou só Jesus no meio, então de
imediato o homem percebeu quem era o filho de Deus, o que não
se espantou, não se esquivou, mas o olhava compassivamente e
com alegria, como se o aguardasse já desejando aquele encontro
a muito tempo.

III – RECEBENDO O TOQUE

Quando foi chegando perto de Jesus, a multidão sem


entender indagava a si mesma: “É um leproso, será que ele não
tem medo de ser contagiado? O que ele está pensando? O que
será que vai fazer?”.
Da boca daquele homem saiu um som praticamente
incompreensível, ele fez uma afirmação em forma de pedido, mas
foi com tanta submissão e fé que era irrecusável a concessão. Ele
não chegou para Jesus reclamando e nem exigindo nada, somente
disse: “...Senhor, se quiseres podes tornar-me limpo” (Mt. 8:2),
diante do pedido, Jesus não se conteve por somente falar com ele,
mas se aproximou e tocou-o, já havia muito tempo que ninguém
mais o tocara, agora Jesus o fez e disse: “ Quero, sê limpo...” (Mt.
8:3), suas palavras foram tão amorosas e profundas quanto o seu
toque.
Seu poder inundou o corpo daquele homem, imediatamente
sentiu brotar forças na fraqueza atrofiante, as feridas iam se
desaparecendo e começou a nascer uma nova camada de pele, os
dedos das mãos e dos pés também ressurgem, suas costas
endireitaram-se e sua cabeça levantou, se antes só enxergava as
coisas a meia altura, agora conseguia ver plenamente e
contemplara a face sorridente do Mestre.
A multidão ao presenciar tão grande sinal, muitos creram que
Jesus de fato era o Filho do Deus vivo, glorificavam e louvavam a
Deus.
A alegria foi tanta que o homem curado deve ter saído
correndo e pulando de tanta alegria tamanho milagre. Agora
poderia reencontrar a família, rever os amigos, trabalhar, estar na
igreja e servir a Deus de coração.
É interessante observar que o leproso não pediu a Jesus
para ser curado, mas para que fosse limpado, isso demonstra sua
consciência de pecado daquela época, mas o que valeu foi a sua
atitude de humildade, que foi o mesmo que dizer: “Senhor perdoa
meus pecados, salva-me, e eu sei que de todo serei sarado”. Isto
nos deixa uma importante lição, quando nos humilhamos,
reconhecemos nosso pecado e sinceramente pedirmos perdão,
muitas outras bênçãos chegará em nossas vidas.

CONCLUSÃO: Tenho certeza que depois que o homem com


lepra foi salvo, sua vida teve uma nova ótica, sua família agora
tem outro valor (mais tempo junto e atenção com a esposa, mais
lazer e brincadeira com os filhos), o trabalho agora é desejoso e
agradável, ir a igreja e fazer a obra de Deus é tão necessário e
com outro sabor, que a cada dia é como se fosse o último.
Irmãos, que não venhamos ser acometidos de uma lepra
tenebrosa, para buscar O Toque de Jesus, agradecer a Deus pela
família, agradecer e ajudar a igreja e o trabalho que temos. Estes
são os valores maiores que o Pai coloca em nossas vidas, o que
adiantaria se tivéssemos o maior capital do mundo, mas não
pudéssemos ter família para usufruir com ela, o que adiantaria se
tivéssemos o maior capital do mundo, mas não fosse fruto de
nossos trabalhos, o que adiantaria se tivéssemos o maior capital
do mundo, mas não tivéssemos a igreja para nos alegrar em Deus.
Jesus está aqui, talvez nossa família também, a igreja está aqui,
vamos viver o toque do Senhor Jesus diariamente em nossas
vidas. Ele pode e quer nos tocar, busque O TOQUE DE JESUS.

Você também pode gostar