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Essas sete parábolas de Jesus em Mateus 13 

nos contam a extensão total do reino de


Deus. Juntos eles nos dizem como o reino começa, como cresce, os vários obstáculos
ao crescimento, o quanto devemos valorizar o reino, e agora hoje com a parábola da
rede chegamos à consumação do reino no final dos tempos. O reino de Deus é seu
governo sobre todas as coisas, incluindo o pecado, a doença e o mal, e a parábola da
rede nos diz como no final dos tempos, os ímpios serão separados dos justos e punidos
por seus pecados.

Esta é uma parábola de advertência. É um toque de clarim para que todos os que
ouvem não ignorem ou rejeitem o chamado de Cristo, mas façam todos os esforços
para entrar no reino de Deus enquanto ainda podem. Sim, Deus permite que o mal e o
pecado continuem no mundo por enquanto, mas o julgamento final está chegando
quando Deus julgará todo o mal e o pecado, e aqueles fora do reino de Deus serão
punidos por seus pecados.

Não gostamos das passagens de julgamento das Escrituras, porque elas nos lembram
que somos responsáveis perante Deus por nossos pecados, por nossas escolhas, por
nossas ações – e não queremos ser responsáveis. Podemos não gostar dessas
passagens, mas elas são uma parte essencial das Escrituras. O julgamento está
chegando, gostemos ou não, mas Deus em sua bondade nos adverte sobre o
julgamento vindouro e nos diz como podemos escapar dele por meio de Jesus, seu
Filho. Então, vamos olhar para esta parábola juntos.

Jesus introduz a parábola contando-nos como o reino dos céus é como uma rede que
apanha peixes no lago. A rede retratada aqui é o que chamaríamos de rede de
arrasto. Esta era uma maneira bastante comum de pescar naqueles dias. Você pegaria
uma grande rede com peso nas bordas. Você pode amarrar uma extremidade na praia
e levar a outra extremidade para a água de barco, ou pode carregá-la para a água
usando dois barcos. De qualquer forma, você arrastaria as extremidades pesadas da
rede ao longo do fundo do lago, prendendo assim qualquer peixe ao longo do
caminho.

A rede era uma imagem comum de julgamento naqueles dias. Por exemplo, lemos no
livro de Habacuque do Velho Testamento: “Você fez os homens como peixes no mar,
como criaturas do mar que não têm governante. 15 O ímpio inimigo puxa todos eles
com ganchos, ele os apanha em sua rede, ele os apanha em sua rede de arrasto; e
assim se regozija e se alegra.” (Habacuque 1:14-15)

Há uma semelhança nesta parábola com o chamado inicial de Jesus aos seus
discípulos, onde ele lhes disse em Mateus 4: “Venham, sigam-me, e eu farei de vocês
pescadores de homens”. 20 Imediatamente eles deixaram suas redes e o
seguiram”. (Mateus 4:19-20)

A diferença é que em Mateus 4 Jesus estava falando sobre evangelismo. Aqui em


Mateus 13 ele está falando sobre julgamento. Em Mateus 4 ele está falando sobre seus
discípulos pegando pessoas para o reino de Deus. Aqui em Mateus 13 ele está falando
sobre os anjos reunindo pessoas para julgamento.

Observe que a rede pega todos os tipos de peixes. Existem pelo menos vinte e quatro
espécies de peixes no Mar da Galiléia. Se você estava pescando um certo tipo de peixe,
você pode usar um tipo específico de isca que o peixe prefere, mas aqui a rede pega
todos os tipos de peixes, todas as espécies diferentes, tanto os bons quanto os
ruins. Quando a rede vem se arrastando pelo fundo do lago, não há discriminação.
Da mesma forma, no fim dos tempos, todas as pessoas comparecerão diante de Deus
para julgamento. Lemos em Apocalipse 20:11-12: “Vi então um grande trono branco e
o que estava assentado sobre ele. A terra e o céu fugiram de sua presença, e não havia
lugar para eles. 12 E vi os mortos, grandes e pequenos, em pé diante do trono, e
abriram-se livros. Outro livro foi aberto, que é o livro da vida. Os mortos foram
julgados de acordo com o que haviam feito, conforme registrado nos livros”. 

No fim dos tempos, todos comparecerão diante de Deus para julgamento, tanto os
vivos como os mortos, tanto os grandes como os pequenos. Não haverá discriminação,
nem exceções. A rede do julgamento de Deus varrerá toda a terra, e ninguém
escapará.

Quando a rede está cheia, os pescadores recolhem os peixes bons em cestos e jogam
fora os peixes ruins
Assim, o reino dos céus é, antes de tudo, como uma rede que apanha peixes no
lago. Então, quando a rede está cheia, os pescadores recolhem os peixes bons em
cestos e jogam fora os peixes ruins. Esta segunda parte da parábola é semelhante a
uma parábola anterior que vimos em Mateus 13: a parábola do joio. (Mateus 13:24-
30)
Na parábola do joio e do trigo, Jesus falou sobre a boa e a má semente. Aqui ele fala
sobre peixes bons e peixes ruins.
Em ambas as parábolas há uma separação entre o bem e o mal. Jesus disse em Mateus
13:30 na parábola do joio: “Cresçam ambos juntos até a colheita. Naquele tempo direi
aos ceifeiros: Primeiro recolham as ervas daninhas e amarrem-nas em feixes para
serem queimadas; depois junte o trigo e traga-o para o meu celeiro”.

Aqui na parábola da rede, quando a rede está cheia, os pescadores a puxam para a
praia. Sentam-se e recolhem os peixes bons em cestos, mas jogam fora os peixes
ruins. Os peixes ruins são aqueles que não puderam ser usados, seja porque eram
impuros ou não eram adequados para o mercado.

Observe que a rede não é puxada até que esteja cheia. Lembre-se, esta parábola está
falando sobre o julgamento no fim dos tempos. Jesus voltará na plenitude dos tempos,
quando esta era estiver completa.

Em seguida, ele explica a parábola da rede. Não é uma explicação realmente detalhada


como a que temos com a parábola do semeador ou a parábola do joio. Mas,
novamente, esta também não é uma parábola detalhada real. É menos uma parábola
histórica e mais uma simples comparação do reino dos céus com os pescadores
pescando com uma rede. Veja Mateus 13:49-50 onde Jesus nos diz:
A parábola é sobre o fim dos tempos
Os anjos separarão os ímpios dos justos
Eles lançarão os ímpios na fornalha ardente onde haverá choro e ranger de
dentes (dor, luto e arrependimento)
Jesus encoraja os discípulos a ensinar essas parábolas do reino a outros (51-52)
Jesus acabou de compartilhar todas as sete parábolas do reino. Agora ele encoraja os
discípulos a ensinar essas parábolas a outros.

Vejam que houve progresso no entendimento deles, assim como em qualquer assunto
uma pessoa pode progredir: no v. 10 nós lemos que discípulos não sabiam nem porque
Jesus ensinava por parábolas. Depois, do v. 18 em diante, Jesus passa a explicar para
eles o significado da parábola do semeador. No v. 36, eles pedem que Jesus explique a
do joio e do trigo. Mas agora, no v. 51, depois destas últimas parábolas, eles dizem ao
Senhor que já as entendem com maior clareza.

Queridos, há várias semanas que em nossos cultos, temos meditado nestas parábolas
de nosso Senhor. Ainda que de modo retórico, pois penso conhecer a resposta, eu
quero perguntar a vocês: “Vocês entendem esta última parábola de Jesus”? E se você
entende, então veja o que Jesus respondeu a eles, diante de sua resposta afirmativa (v.
52):

Então, lhes disse: Por isso, todo escriba versado no reino dos céus é semelhante a um
pai de família que tira do seu depósito coisas novas e coisas velhas.

Aqui Jesus está usando uma palavra antiga, mas que era nova em relação aos
discípulos: “escriba”. Os discípulos estavam se tornando versados, isto é, pessoas
entendidas nas coisas do reino dos céus, e seriam os seus novos escribas.

Porque digo que está falando deles? Porque eles é que seriam os mestres, os
intérpretes do reino dos céus.

Ele primeiro se certifica e garante de que eles entendam as parábolas (51)


“Você entendeu todas essas coisas?” Jesus perguntou. “Sim”, eles responderam.
E para dizer como eles deveriam pensar sobre si mesmos, Jesus conta mais uma
parábola: um escriba versado no reino dos céus é como um pai que tem um solene
dever: providenciar o que é necessário para a família; então ele tem uma despensa
onde guarda as provisões, e na hora certa ele tira o que for necessário para dar aos
seus.
Meu querido irmão, você, que tem recebido a Palavra de Jesus; você entende as coisas
que o Senhor tem lhe ensinado? Então eu e você somos chamados para sermos
escribas de Jesus.

É uma pessoa que entesoura coisas do reino de Deus


Jesus diz que é como um pai de família que tira coisas do seu depósito. As versões ARC
e NVI trazem “tesouro”, transliterando a palavra usada no texto grego. Tesouro
significa aquilo que é depositado, aquilo que é guardado, e também o lugar onde é
guardado.
Toda casa, por mais humilde que seja, tem um lugar onde as provisões para a família:
algumas têm um cômodo em separado, algumas um lugar na cozinha, outras, algum
lugar no armário da cozinha, mas sempre há um lugar onde os alimentos são colocados
para serem retirados dali na hora certa para cada coisa.
O escriba de Jesus é também uma pessoa que dispensa, isto é, distribui as coisas do
reino de Deus
É como um pai de família que entesoura, e dali tira coisas novas e velhas, conforme a
necessidade. Naturalmente que o pai de família não estoca os alimentos e depois os
deixar apodrecer na despensa. Ele também não os distribui de uma vez por todas,
porque não podem ser comidos assim, e também porque precisa fazer provisão para o
futuro. Os alimentos são guardados para serem distribuídos na hora certa.
Assim também os escribas de Jesus tem este duplo dever em relação ao dispensar as
coisas do reino.
É uma pessoa que tem um solene senso de dever
O dever de um pai de família é distribuir a provisão para o sustento dos seus. O escriba
de Jesus tem o dever de dispensar o reino dos céus.
Muitos cientistas, muitos ateus, muitos intelectuais de plantão dizem que não haverá
um fim do mundo conforme a Bíblia diz. Dizem que Jesus estava errado.
Mas nós cremos diferente: A fé é a certeza das coisas que se espera, convicção de
fatos não se veem[3].
Jesus disse que ele voltará com seus anjos, e todos os homens serão julgados. Como os
peixes impuros eram separados dos puros, os maus serão separados dos bons, os
justos dos injustos.
Eu sei que a imagem é desconfortável (é horrível a ideia de se sentir como um peixe na
rede), mas o dia do “grande arrastão celestial” está chegando, e todos os homens
serão levados à presença de Cristo: os grandes e pequenos; os ricos e os pobres;
jovens e velhos. Sem distinção de sexo.
Diante disto, nosso dever é duplamente solene:
Cuidar de nós mesmos
Preocuparmo-nos com os que não conhecem a Deus

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