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Missões Cartonera
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FERREIRA, José Carlos Farias. Um convite para andar sobre


as águas. Recife: Missões Cartonera, 2020.

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Sumário

Introdução ........................................................................................................ 4
Quando o cansaço nos impede de enxergar o sobrenatural ...... 5
Aceitando o convite ................................................................................... 13

Missões Cartonera
Introdução 4

Introdução

Neste pequeno E-book, baseado no texto de Mateus


14.22-33, e meditaremos sobre um convite para andar sobre
as águas. Leia os textos indicados, lei e confirme o que está
sendo indicado como base bíblica para os argumentos
trazidos no e-book. Nossa oração é que essa pequena reflexão
abençoe sua vida e lhe ajude a ter atitudes que agradam a
Jesus.

“Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a


excelência do poder seja de Deus e não de nós. ” (2 Coríntios
4:7)

Missionário José Carlos Farias Ferreira

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Quando o cansaço nos impede de enxergar o sobrenatural 5

Quando o cansaço nos impede de enxergar o


sobrenatural

Uma definição clássica da palavra “sobrenatural”


significa, de acordo com o dicionário on line de português
(https://www.dicio.com.br/sobrenatural/) “extranatural; que
vai além do natural”. O sobrenatural só é conhecido por meio
da fé.

Uma das passagens mais incríveis do novo testamento


encontra-se no livro de Mateus 14.22-33, que é a passagem de
que Jesus andou sobre as águas, um acontecimento
sobrenatural, assim está na bíblia:

E logo ordenou Jesus que os seus discípulos entrassem no barco,


e fossem adiante para o outro lado, enquanto despedia a
multidão.

E, despedida a multidão, subiu ao monte para orar, à parte. E,


chegada já a tarde, estava ali só.

E o barco estava já no meio do mar, açoitado pelas ondas;


porque o vento era contrário;

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Quando o cansaço nos impede de enxergar o sobrenatural 6

Mas, à quarta vigília da noite, dirigiu-se Jesus para eles,


andando por cima do mar.

E os discípulos, vendo-o andando sobre o mar, assustaram-se,


dizendo: É um fantasma. E gritaram com medo.

Jesus, porém, lhes falou logo, dizendo: Tende bom ânimo, sou eu,
não temais.

E respondeu-lhe Pedro, e disse: Senhor, se és tu, manda-me ir ter


contigo por cima das águas.

E ele disse: Vem. E Pedro, descendo do barco, andou sobre as


águas para ir ter com Jesus.

Mas, sentindo o vento forte, teve medo; e, começando a ir para o


fundo, clamou, dizendo: Senhor, salva-me!

E logo Jesus, estendendo a mão, segurou-o, e disse-lhe: Homem


de pouca fé, por que duvidaste?

E, quando subiram para o barco, acalmou o vento.

Então aproximaram-se os que estavam no barco, e adoraram-


no, dizendo: És verdadeiramente o Filho de Deus.

Essa passagem possui uma riqueza de detalhes, um


relato da divindade de Jesus, que e de forma sobrenatural,
andou sobre as águas, e ainda permitiu que Pedro também o

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fizesse. De fato, o convite feito a Pedro também é feito a nós,


“Vem”.

É um fato inegável, que, andar sobre as águas não é algo


natural, isso é lógico. Foge ao que é natural, foge ao que
acontece normalmente. Embora seja retratado em livros de
fantasia ou em filmes de ficção científica, na vida real, ainda é
uma coisa “impossível”.

Não é de se negar que os discípulos ficaram com medo ao


verem Jesus andando sobre as águas. Quando lemos o texto,
como observadores externos ao texto, por muitas vezes não
nos conseguimos sentir ou ter a noção exata do que aqueles
homens sentiram.

No texto, Jesus tinha acabado de fazer a multiplicação


dos pães e dos peixes, um milagre grande e que deu bastante
trabalho, visto que eles tiveram que ali eram quase 05 (cinco)
mil homens (Mateus 14.21), sem contar as mulheres e
crianças. Os discípulos de Jesus estavam muito cansados pelo
longo trabalho de distribuir alimento a todas aquelas pessoas.

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Em fevereiro de 2018, na festa de aniversário da minha


sobrinha que estava completando 02 (dois) anos eu ajudei meu
cunhado a servir às mesas. Não eram muitas pessoas, eram
aproximadamente umas 40 (quarenta) pessoas no máximo. A
festa durou no máximo 3 horas, entretanto o cansaço que senti
após o fim da festa foi tanto que só deu tempo de chegar em
casa, tomar um banho e dormir. Só acordei no dia seguinte
sentindo o enfado de ter feito aquele serviço que nem foi tão
pesado assim. Isso me fez refletir os quão cansados ficaram
aqueles homens, eram 05 (cinco) mil homens, além de mulheres
e crianças. Associar as duas situações me fez pensar no quão
cansado estavam àqueles homens quando viram um homem
andando sobre as águas, buscaram em sua mente a resposta
mais lógica que encontraram, mesmo que essa lógica fosse
fantasiosa.

Não só Jesus, mas os seus discípulos estavam muito


cansados do trabalho de alimentar aquela grande multidão. O
texto narra que Jesus lhes pede para que sigam em frente e
peguem o barco. Jesus ficou e despediu o povo.

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Os discípulos estavam tão cansados da obra realizada


que sequer questionaram como Jesus ia ter com eles, apenas
seguiram, entraram no barco e foram-se.

Jesus, após despedir a multidão de 5 (cinco) mil pessoas,


além de mulheres e crianças, ainda vai ao monte para orar. A
demora deixou os discípulos certos de que não veriam o
mestre nem tão cedo.

Jesus ficou só e já era tarde. No livro de João 6.19, ao


narrar a mesma história afirma que o barco estava cerca de
5.000 a 6.000 metros de distância de onde Jesus estava. E o
barco era açoitado pelos ventos contrários. Após um dia
cansativo ainda estava navegando contra o vento, o que
tornava ainda mais difícil a navegação e requeria muito mais
esforço dos discípulos.

Note que o fato de haver no barco aptos pescadores e


que sabiam navegar, visto que era um pré-requisito de um
pescador, a viagem que deveria ser tranquila, estava pondo à
prova àqueles homens exaustos.

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Quando o cansaço nos impede de enxergar o sobrenatural 10

O versículo 25 narra: “Na quarta vigília da noite, foi Jesus


ter com eles, andando sobre o mar.” A quarta vigília da noite
era entre as 03:00 da madruga e 06:00 da manhã. Nesse
período da noite, onde eles estavam, era bastante escuro. A
visão ficava difícil, e os ventos contrários balançavam o barco
de modo que ter uma visão nítida do que estava acontecendo
era muito difícil. A reação dos discípulos seria outra se o
tivessem visto pela manhã, ou tarde.

A narração continua e aqueles discípulos ao verem


àquele fato não natural. Suas mentes chegaram à conclusão
mais lógica “É impossível andar sobre as águas? Sim!” eles
estavam testemunhando algo impossível, uma coisa que fugia
à lógica, porque alguém andar sobre as águas é impossível
(impossível para o homem, mas não para Deus, não para Jesus).

O versículo 26 diz que ao “E os discípulos, vendo-o


andando sobre o mar, assustaram-se, dizendo: É um fantasma.
E gritaram com medo.”

Aqueles homens que tinham acabado de viver um


milagre, de ver os pães e peixes sendo multiplicados e tudo
quanto Jesus já havia feito, diante daquela situação
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inexplicável aos seus olhos, aqueles homens, 12 homens


adultos e experientes tiveram medo.

Talvez, o mais supersticioso do grupo foi o primeiro à


gritar “é um fantasma!” seguido do coral de homens cansados.
Àquela era a resposta mais certa para aquele momento,
embora estivesse completamente errada.

O cansaço, por vezes, limita a nossa visão e não nos


permite enxergar o sobrenatural de Deus. O cansaço nos
paralisa! Por vezes é uma vida secular atarefada, outras vezes
é um cansaço que vem do trabalho na obra de Deus, como foi
o caso dos discípulos; em outras situações de saúde,
problemas familiares que nos deixam cansados. E, quando
menos esperamos aparece em nossa frente algo que não pode
ser explicado, Jesus andando sobre as águas.

O mesmo Jesus que havia multiplicado os pães e peixes


estava diante daqueles homens, mas aqueles homens não o
reconheceram por causa do cansaço, por causa da escuridão
da noite, pelas ondas do mar e ventos que batiam fortemente
contra aquele barco. E o mesmo acontece em nossas vidas.

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Há momentos que estamos vivendo os milagres e


maravilhas de Deus, mas quando a tempestade chega, quando
os ventos são contrários, e quando a escuridão cobre nossos
olhos, igualmente aos discípulos nós tememos, nós gritamos
porque duvidamos de que aquele que estamos vendo sobre o
mar é o nosso Salvador.

Diante da situação e do medo daqueles homens Jesus diz


“Tende bom ânimo! Sou eu. Não temas!” (versículo 27) note
que Jesus não disse seu nome. Por que ele não disse seu
nome? Porque um pastor é conhecido pelas suas ovelhas pelo
som de sua voz (João 10.3), o som da voz do pastor acalma sua
ovelha.

Diante de nossas tribulações e medo Jesus diz “Tende


bom ânimo! Sou eu. Não temas!” Jesus vem ao nosso encontro
de forma sobrenatural e nos acalma. Jesus veio não para nos
trazer medo, mas para entrar em nosso barco e navegar
conosco. Veio para nos dar animo, para acalmar as nossas
tempestades.

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Aceitando o convite 13

Aceitando o convite

O texto continua e Pedro, o discípulo mais afoito e


corajoso do grupo, externa a dúvida de todos os doze,
inclusive a nossa: “E respondeu-lhe Pedro, e disse: Senhor, se és
tu, manda-me ir ter contigo por cima das águas.” (versículo
28). Para alguns, a pergunta de Pedro pode soar como
duvidosa, não vejo assim.

Devemos analisar todas as circunstâncias em que


estavam os discípulos:

Em primeiro lugar, estavam muito cansados e o cansaço


mexia com suas forças; o cansaço mexe conosco e por vezes
tirar o nosso vigor de prosseguir. Quando o vigor nos falta,
ficamos propensos a não enxergar o sobrenatural de Deus.

Segundo, o barco estava navegando em vento contrário,


o que requeria mais esforço deles que já estavam cansados e
exaustos. Não é fácil está numa tempestade, nem mesmo para
pescadores experientes.

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Aceitando o convite 14

Terceiro, Jesus tinha ficado lá no outro lado, e sequer


tinham pensado como Jesus iria encontrar com eles, por isso
que pensaram que se tratava de um fantasma; o texto ainda
afirma que depois de despedir a multidão Jesus subiu ao
monte para orar. O texto confirma que Jesus passou um bom
tempo orando, ao ponto de chegar até o barco apenas à quarta
vigília da noite.

Em quarto lugar, estava escuro e o vento batia contra o


barco, o que os impedia de ter uma visão clara da situação
(quando estamos no barco, e os ventos são contrários, e há
escuridão nossa visão, a realidade não é clara); muitas vezes
queremos enxergar o sobrenatural de forma natural, e sem fé.

Em quinto lugar, os que eles estavam vendo era


impossível, uma pessoa andando sobre as águas; sexto, os
discípulos nunca tinha visto Jesus fazer aquilo: andar sobre as
águas (Jesus faz o que quer na hora que quer sem precisar
justificar nada).

Mas, Pedro parece reconhecer a voz, mas ainda não tem


uma visão clara da situação, pelas circunstâncias descritas
acima. Observe que ele diz: “Se és tu, Senhor, manda-me ir ter
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contigo por sobre as águas.” Queremos ver o agir de Deus com


nossos olhos e da nossa forma, do nosso jeito. Se aparecer
assim é de Deus... Se não for assim não é de Deus...

Diante da pergunta de Pedro Jesus lhe faz o convite para


andar sobre as águas. Vem! (Versículo 29). Jesus não reclamou
pelo que Pedro questionou, ou muito menos se sentiu tentado
por suas palavras, apenas lhe diz “vem!” ou “se queres pode vir,
você pode andar sobre as águas também. Você pode fazer o que
estou fazendo”.

Poucos agem hoje com Pedro agiu. “E, Pedro, descendo do


barco, andou sobre as águas foi ter com Jesus” (Versículo 29).
Desde cedo aquele homem estava naquele barco lutando para
chegar ao seu destino, com ventos contrários e naquele
momento estava escuro por causa da hora, ele decide, ao
ouvir a voz de Jesus, sair do único lugar “Seguro” naquele
cenário: o barco.

Você teria coragem de sair da sua zona de segurança?


Sair do seu porto seguro? Você deixaria o barco, por ouvir a
voz de Jesus?

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Aceitando o convite 16

Ainda hoje é possível ouvir Jesus dizer “Vem!”.

E, Pedro sai do barco e começa a andar sobre as águas. E


foi ter com Jesus, e enquanto mantinha os olhos em Jesus ele
andava sobre as águas. Enquanto mantermos nossos olhos em
Jesus nós andaremos sobre as águas. Nós viveremos o
sobrenatural. Aceitar o convite é confiar, é sair da zona de
conforto, é deixar o barco, o medo, e se entregar à voz daquele
que sempre nos amou, e que quer entrar em nossos barcos,
acalmar as nossas tempestades.

Então, por que não temos vivido o impossível e milagres


de Deus em nossas vidas?

Porque temos tido a atitude dos onze discípulos que


ficaram no barco. Diante das tempestades esperamos o tempo
passar... Um dia vamos chegar... Essa prova vai passar... Vai que
é um fantasma mesmo? Deixa eu aqui no meu lugar quieto...

Jesus veio para entrar no barco onde estavam os doze, e


trazer calmaria (versículo 32), mas só um, Pedro, viveu o
impossível porque saiu ao encontro da voz de Jesus. Só um

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teve a ousadia de querer viver o sobrenatural, Senhor, manda-


me ter contigo por cima das águas.

Alguns criticam Pedro porque depois de te andado sobre


as águas começou a afundar (versículo 30 e 31) ao olhar para
as forças dos ventos, mas ainda assim ele foi o único que
andou sobre as águas. Nenhum outro discípulo viveu o que
Pedro viveu.

Ouvir a voz de Jesus é ter a oportunidade de viver o que


ninguém viveu, é ter a oportunidade de viver o sobrenatural.

E todos o adoraram “Verdadeiramente és filho de Deus!”


(versículo 33). No final das contas Deus é glorificado, esse é
um dos propósitos dos acontecimentos sobrenaturais e
milagrosos, glorificar a Deus. E Jesus glorificou ao pai!

Creia que Jesus continua a nos chamar para andar sobre


as águas. Chama-nos para vivermos o impossível, para isso é
preciso reconhecer o som de sua voz, e não apenas confiar no
que os nossos olhos veem.

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Ei ai? Está pronto para andar sobre as águas?

Vem...

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