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(TGC Brasil)
A palavra de Cristo habita ricamente em quem habita nela tempo suficiente para
descobrir suas riquezas (Colossenses 3:16).
Jesus “fez” os discípulos entrarem no barco (Mt. 14:22). Naquele momento, eles
provavelmente nem pensaram muito nisso. Não era uma orientação incomum do
Mestre. Mas, em retrospecto, ficou claro que Deus os enviou intencionalmente
para enfrentar um vento desfavorável durante toda a noite.
O pedido de Pedro a Jesus foi ousado. Pode ser que essa história seja tão
familiar ou tenha sido contada a nós com tanta naturalidade que nem nos
chocamos. Se isso é verdade, precisamos de novos olhos. Devemos nos
imaginar seres sonolentos naquele barquinho agitado pelas ondas, na calada da
noite, sentindo a brisa do mar salpicada pelo vento em nossos rostos, enquanto
olhamos desconfiados para a coisa mais estranha que já vimos – Jesus de pé,
cerca de 3 metros de distância, na água agitada, como se fosse terra firme.
Imagine que nossos nervos estão no limite da adrenalina, induzida pelo terror.
Será que pediríamos para sair do barco e nos juntaríamos a Jesus, sobre as
águas? Responderíamos melhor a esta pergunta, questionando-nos quão
frequentemente estamos pedindo a Jesus para ter, agora, o privilégio de arriscar
o humanamente impossível com Ele. Jesus pode ter advertido Pedro por ter
“pouca fé” (Mt. 14:31), mas Pedro era um gigante da fé naquele momento, em
comparação com os outros onze. Ele foi o único que pediu a Jesus para fazer o
impossível. E Jesus lhe concedeu com prazer.
Deus se agrada quando pedimos a Ele para nos capacitar a sair da segurança de
nosso “barco”, a fim de fazer o humanamente impossível com Ele; Ele realmente
atende a estes pedidos.
Respondendo-lhe Pedro, disse: “Se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por
sobre as águas.” [Jesus] disse: “Vem”. (Mateus 14:28-29).
Há uma teologia sublime nestas poucas palavras. Pedro reconheceu Jesus como
o Senhor Soberano de toda a natureza, que estava mandando a água sustentá-
lo. Pedro também sabia que caminhar sobre a água exigiria fé, mas ele não
confundiu sua própria fé com o poder que iria comandar a água debaixo dele.
Então, ele pediu a Jesus que lhe ordenasse a vir. E quando Jesus ordenou, Pedro
exercitou sua fé na palavra de Jesus, e Ele se agradou disso. Foi assim que a fé
de Pedro o ajudou a andar sobre as águas. Também é verdade que quando a fé
de Pedro enfraqueceu, ele afundou (Mt. 14:30). Mas seu clamor a Jesus por
ajuda provou que Pedro sabia onde o poder para segurá-lo residia, e isso, por si
só, foi uma expressão de fé. E novamente, Jesus respondeu à fé de Pedro,
puxando-o de volta para cima (Mt. 14:31).
Observe que Jesus não chamou nenhum dos discípulos para se juntar a Ele na
água. Pedro tomou a iniciativa de pedir a Jesus se ele poderia ir. Perdoe o
trocadilho, mas estas são águas teológicas profundas. Se Pedro não tivesse
tomado a iniciativa de pedir a Jesus, este aspecto da história poderia
simplesmente faltar. E em sua história? O que pode estar faltando, se você não
tomar a iniciativa de pedir a Jesus?
Somente Deus tem poder para comandar a realidade, mas Ele nos encoraja a
pedir qualquer coisa que desejamos em oração (Jo 15:7). Ele gosta de responder
à nossa fé, providenciando respostas aos nossos pedidos.
Puxa, há muito mais ouro nesta história para ser encontrado, mas o tempo e o
limite de palavras deste artigo me são restritos. Melhor me conter. Mas você
pode escavar, encontrar e ser enriquecido. Em apenas doze versos descobrimos
quatro pepitas teológicas:
A Bíblia contém mais de 31.000 versículos – tanto ouro e tão pouco tempo. Nós
nunca vamos esgotar o ouro que ela contém durante nosso tempo curto de vida,
mas temos de descobrir tudo o que pudermos. Sobre os três anos que passou
com o Verbo que se fez carne, o apóstolo João disse: “Se todas elas [as coisas
que Jesus fez] fossem relatadas, creio eu que nem no mundo inteiro caberiam
os livros que seriam escritos” (Jo. 21:25).
Bem, a palavra já foi escrita. Mas desta palavra podemos dizer que, se tudo o
que ela revela fosse escrito, nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam
escritos.