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ORAÇÕES NÃO RESPONDIDAS

Mateus 27:46 nos mostra a mais chocante oração não respondida da


história da humanidade:

“E perto da hora nona exclamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli,


Eli, lemá sabactâni; isto é, Deus meu, Deus meu, por que me
desamparaste?”

Esse questionamento por parte de Jesus tem um profundo significado para toda a
humanidade:
1º) De fato e de verdade, Jesus tornou-se 100% humano, deixando toda a Sua glória e vindo
habitar com a humanidade:

“Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante


aos homens” (Filipenses 2.7).

2º) Revela que Jesus suportou todo o pecado dessa humanidade sobre os Seus ombros, o que
o fez maldição e rejeitado (naquele momento) por Deus: 

E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à


morte, e morte de cruz” (Filipenses 2.8)

➢ O que teria acontecido se Deus tivesse respondido ao apelo de Jesus?


➢ O que teria acontecido se o Pai não tivesse abandonado o Filho?
➢ O que teria acontecido se Deus tivesse respondido ao desafio dos principais sacerdotes,
escribas e anciãos quando disseram: “Confiou em Deus; livre-o agora, se o ama;
porque disse: Sou Filho de Deus” (Mateus 27:43).

A resposta é a terrível realidade do que nós merecíamos! Cada um de nós permaneceria


morto em suas transgressões e pecados, abandonado por Deus por toda a eternidade. Não
teria salvação para a humanidade. O apóstolo Paulo demonstra claramente nossa posição
desesperançada no livro de Efésios 2:12:  

“Que naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e


estranhos aos concertos da promessa, não tendo esperança e sem Deus no
mundo”.

Se Deus tivesse respondido à oração de Jesus na cruz, não haveria futuro para nós, mas
um perpétuo sofrimento além de uma eternidade no inferno! E Paulo continua:

“Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de
Cristo chegastes perto” (Efésios 2:13).

Assim sendo, para o nosso próprio bem, a melhor resposta para o clamor do Senhor
Jesus foi o silêncio de Deus. Jesus deliberadamente veio à terra com o único propósito de
redimir o homem caído. Sua vinda não foi um acidente, mas fazia parte do plano de Deus para
a nossa salvação.
DEUS SILENCIOU

Agora vamos focalizar nossa atenção no Senhor que foi até o jardim chamado Getsêmani,
afastando-se dos discípulos e ficando apenas com Pedro e os dois filhos de Zebedeu ao seu
lado. Quando Ele ficou sozinho, mais tarde, adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu
rosto, orando. Qual foi a sua oração?

“Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja
como eu quero, mas como tu queres” (Mateus 26:39).

“Passe de mim este cálice” ... Não foi seu iminente sofrimento físico, por pior que fosse,
que levou Jesus a orar assim, mas o fato de o Filho de Deus sem pecado ter de levar todos os
pecados da humanidade e suportar a separação de seu Pai. Jesus não recebeu resposta. O
Pai ficou em silêncio. Jesus voltou até onde estavam os seus discípulos e achou-os
dormindo, e disse a Pedro:

“Então nem uma hora pudeste vigiar comigo? Vigiai e orai, para que não entreis
em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mateus
26:40,41).

Tornando a retirar-se, orou de novo, dizendo:

“Meu Pai, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua
vontade” (Mateus 26:42).

Novamente não houve uma resposta do Pai. Jesus deu aos discípulos outra chance,
voltando, achou-os outra vez dormindo. Desta vez o Senhor não os acordou nem deu outra
instrução. Deixando-os novamente, foi orar pela terceira vez, repetindo as mesmas palavras.
Em Lucas 22:43, revela que após Jesus ter orado, lhe apareceu um anjo do céu que o
confortava. Não nos é revelado como ele o confortava, mas no versículo seguinte lemos que
suas orações tornaram-se mais desesperadas:

“E, posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se em grandes
gotas de sangue que corriam até o chão”.

O que aconteceu no jardim Getsêmani? Pelo que já vimos, é claro que os poderes das
trevas e mesmo a morte estavam prontos a tirar a vida de Jesus ali mesmo naquela hora. A
separação momentânea de Deus abalou a humanidade de Jesus. Em Mateus 26:38
lemos:

“Então, lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até à morte; ficai aqui, e
vigiai comigo”.
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O SILÊNCIO DE DEUS NÃO SIGNIFICA ABANDONO
Enquanto aparentemente Deus ficou em silêncio diante da tríplice oração de Jesus, as
Escrituras documentam que sua oração, na verdade, foi respondida. Paulo, em Hebreus 5:5
fala de Cristo como o sacerdote da ordem de Melquisedeque: “Assim, também Cristo não se
glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas glorificou Aquele que lhe
disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei”.
O versículo 7 contém a resposta a essas oração: “O qual, nos dias da sua carne,
oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que podia livrar da
morte, foi ouvido quanto ao que temia”.
Esta análise da vida de oração de nosso Senhor antes de sua crucificação deveria nos
ensinar que as respostas às nossas orações podem nem sempre ser o mais importante.
Podemos passar por derrotas, doenças, tragédias e catástrofes. Mas o que realmente deve ser
lembrado é que somos de Cristo e que Deus não nos abandona.

Por essa razão, ao falar de provas e tribulações, o apóstolo Pedro exclamou triunfante:  

“Em que vós grandemente vos alegrais, ainda que agora importa, sendo
necessário, que estejais por um pouco contristados com várias tentações, para
que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é
provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus
Cristo” (1 Pedro 1:6,7). 

Sendo que a finalidade, ou seja, o objetivo da fé ser provada é a salvação: 1 Pedro 1:6,7

DESEJOS X NECESSIDADES

Devemos reconhecer que necessidade não é o mesmo que desejo. Todos nós, em alguma
situação da vida, pedimos a Deus alguma coisa que acreditávamos ser uma necessidade,
quando isso, na realidade, era apenas um desejo.

Necessidade: significa algo que seja essencial ao cumprimento do plano de Deus para a vida
de uma pessoa. Pode ser alguma coisa básica como água, comida e moradia. Pode ser
educação ou treinamento necessário para a pessoa cumprir os planos e propósitos de Deus.

Desejo: tende a ser algo que não é essencial, mas é agradável. Pode ser alguma coisa pela
qual temos um forte desejo, anseio, vontade, esperança ou sonho. Mas não é porque um
desejo não seja algo essencial que não tem importância para Deus. E a verdade é que
Deus é a favor de nossas experiências prazerosas, da alegria e até mesmo da diversão em
nossas vidas.

Muitas pessoas têm enganado a si mesmas transformando um desejo em necessidade.


Por exemplo:

Uma pessoa vê alguma coisa que prende sua atenção e diz: “Aqui está uma coisa que eu
realmente gostaria de ter”. E então começa a justificar a compra daquela coisa com
argumentos como: “Bem, eu não bebo, não fumo, não jogo e não tenho nenhum vício em
minha vida, e além do mais o Senhor quer que eu tenha algum divertimento e prazer na vida”.
E embora a pessoa não tenha condição de comprar aquilo, vai adiante e abre um crediário. Ela
termina em dívida.
Passado o tempo, vai tendo dificuldades em pagar as prestações e, quando a coisa chega no
limite ela volta-se para Filipenses 4:19 e diz a Deus: “O meu Deus, segundo as suas riquezas,
suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus”. E então, Senhor, veja a
necessidade financeira pela qual estou passando em minha vida hoje. Eu peço que o Senhor
supra esta necessidade, e tenho fé que o Senhor irá fazê-lo. E então a pessoa segue tentando
justificar-se perante Deus da mesma forma que justificou-se para si mesma anteriormente.
Este tipo de pessoa transformou um desejo em necessidade em sua mente e em suas orações,
mas na verdade o problema está no seu desejo.

Deus não é obrigado a realizar um desejo que nós transformamos em necessidade.


Faça uma análise de suas necessidades. Elas são necessidades genuínas ou são
necessidades que são frutos de sua busca fútil por desejos? Deus não tem a responsabilidade
de responder um pedido de oração ou suprir uma necessidade que não corresponda a seus
planos e propósitos para você na terra.

Não há nada de errado em termos desejos contando que estejam dentro dos limites
do propósito e vontade de Deus para nossas vidas.

Paulo escreveu em Romanos 8:32: “Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou,
antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com Ele todas as coisas?” As
coisas boas que Deus, o pai, tem para Jesus, tem também para nós. 
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OBSTÁCULOS À ORAÇÃO

Obstáculo é qualquer coisa que permanece em seu caminho impedindo-o de interceder


com eficácia. Existem vários motivos pelo qual nossa oração não é atendida por Deus.
Devemos identificá-los e eliminá-los de nossa vida para que possamos viver uma vida plena de
comunhão com Deus, através da oração.

Dentre outros, os principais impedimentos à intercessão eficaz são:

1. DESOBEDIÊNCIA (REBELDIA): 1Pe 3.12 (Porque os olhos do Senhor estão sobre os


justos, e os seus ouvidos atento à sua súplica; mas o rosto do Senhor é contra os que fazem
o mal) e 1Sm 15.23 (Porque a rebelião é como o pecado de adivinhação, e a obstinação é
como a iniquidade de idolatria...).

Outro importante obstáculo que nos impede de receber resposta às nossas orações é
nossa desobediência (rebelião). Quando insistimos na desobediência, ela interrompe nossa
comunica-ção com Deus. A chave para receber as respostas de Deus às nossas orações é
caminhar em obediência a Ele e a Sua Palavra.

“e qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a receberemos, porque guardamos os


seus mandamentos, e fazemos o que é agradável à sua vista” (1Jo 3.22).

Quando caminhamos em desobediência, limitamos o que Deus pode fazer por nós, mas,
quando nosso coração é limpo e puro diante de Deus, sabemos que Ele nos ouve e fará o que
pedimos: “porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seu ouvidos, atentos
às suas orações; mas o rosto do Senhor é contra os que fazem males” (1Pe 3.12).
Quando nos humilhamos e arrependemo-nos da desobediência, Ele nos perdoa e ouve. O
Deus com quem temos aliança promete-nos:

e se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a
minha face, e se desviar dos seus maus caminhos, então eu ouvirei do céu, e
perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra (2Cr 7.14).
2. ÍDOLOS NO CORAÇÃO: Ez 14.1-3 (1 Então vieram a mim alguns homens dos anciãos de
Israel, e se assentaram diante de mim.2 E veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:3 Filho
do homem, estes homens deram lugar nos seus corações aos seus ídolos, e puseram o
tropeço da sua maldade diante da sua face; devo eu de alguma maneira ser interrogado por
eles?)

A idolatria não se limita ao ato de curvar-se diante de ídolos de madeira ou pedra;


idolatria é tudo que toma o lugar de Deus [em seu coração] – suas posses, seus
passatempos, hábitos (vaidades)e até entes queridos. O Senhor quer ser o primeiro em sua
vida. Se você colocou alguém ou alguma coisa a frente de Deus, de Sua Palavra, se
adorou ou orou a outrem que não Ele, arrependa-se disso e peça ao Senhor para perdoá-
lo.

3. ESPÍRITO DE INCLEMÊNCIA (INTOLERÂNCIA, AMARGURA, RUINDADE): Mc 11.25,26


(25 Quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que
também vosso Pai que está no céu, vos perdoe as vossas ofensas. 26 [Mas, se vós não
perdoardes, também vosso Pai, que está no céu, não vos perdoará as vossas ofensas.]) e
Mt 5.23,24 (23 Portanto, se estiveres apresentando a tua oferta no altar, e aí te lembrares
de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,24 deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai
conciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem apresentar a tua oferta).
Uma das causas mais frequentes de a oração não ser respondida é a inclemência
(Mc 11.25,26). Hoje, há muitos cristãos que não recebem resposta a sua oração porque
não perdoam, guardam amargura e ressentimento em seu coração em relação àqueles
que os feriram. Jesus disse que, se não estivermos dispostos a perdoar os outros, nosso Pai
Celestial não nos perdoará. O perdão é mencionado na Oração modelo que Jesus deixou aos
seus discípulos, quando eles foram a Ele pedir-lhe para ensiná-los a orar. Para que nossa
oração seja agradável e aceita por Deus, nosso coração deve ser terno e compassivo
para com os outros. Quando somos, de alguma maneira, tratados de forma injusta ou errada,
devemos guardar nosso coração contra a inclemência.
Jesus disse que, em vez de tornar-nos amargos, temos que orar por aqueles que nos
usaram/trataram de forma desprezível (Mt 5.44: Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos
e orai pelos que vos perseguem). Paulo confirmou que precisamos perdoar como Deus nos
perdoa (Cl 3.12,13: 12 Assim, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revesti-vos de
um coração pleno de compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência.   13 Zelai uns
pelos outros e perdoai-vos mutuamente; caso alguém tenha algum protesto contra o outro,
assim como o Senhor vos perdoou, assim também procedei.). Quando caminhamos em amor e
perdão em relação aos outros, recebemos perdão de nosso Pai Celestial e podemos ir
corajosamente diante Dele com plena certeza da fé, sabendo que Ele nos dará qualquer coisa
que lhe pedirmos.

4. MOTIVOS ERRADOS: Tg 4.2,3 (2 Cobiçais e nada tendes; logo matais. Invejais, e não
podeis alcançar; logo combateis e fazeis guerras. Nada tendes, porque não pedis. 3 Pedis e
não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites).

Tiago nos permite perceber um importante motivo para não recebermos resposta às
nossas orações. Ele disse: “Cobiçais e nada tendes; logo matais. Invejais, e não podeis
alcançar; logo combateis e fazeis guerras. Nada tendes, porque não pedis. Pedis e não
recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites” (Tg 4.2,3).
A Palavra mal [em pedis mal] é a tradução de um termo grego que significa algo injusto,
errôneo ou inapropriado. Quando pedimos coisas que estão de acordo com a vontade de Deus,
nós as recebemos, pois pedimos de forma correta. Contudo, se pedimos pelo motivo errado,
para nossa gratificação egoísta, não as recebemos.
Nosso Pai deseja operar em nosso favor e conceder-nos coisas que precisamos e
queremos, mas nossa verdadeira motivação subjacente para fazer o pedido deve ser a de que
Deus seja glorificado ao responder a nossa oração. Jesus revelou claramente que o propósito
dele ao responder a nossa oração é que o nome do Pai seja glorificado no Filho. Jesus
declarou:

“e tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado
no Filho” (Jo 14.13).

Peça a Deus para examinar o seu coração e revelar qualquer motivo errôneo que você
possa abrigar. Talvez, você esteja pedindo coisas que sabe que Deus quer dar-lhe, mas esteja
pedindo por motivos egoístas. Arrependa-se, e peça a Deus para purificar sua motivação.

5. TRATAMENTO ERRÔNEO PARA COM O CÔNJUGE: 1Pe 3.7 (Igualmente vós, maridos,
vivei com elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais frágil, e como
sendo elas herdeiras convosco da graça da vida, para que não sejam impedidas as vossas
orações).

Pedro ensinou que homem e mulher devem honrar um ao outro e edificar seu
relacionamento sobre o fato de que ambos são herdeiros da graça de Deus (1Pe 3.7).
O tratamento errado de um cônjuge [para com outro] atrapalha sua oração. O marido
rabugento, duro e tirano no trato com a esposa, ou a esposa raivosa, implicante e irracional
com relação ao marido, não podem esperar que suas orações sejam respondidas. Se o marido
não trata a mulher com a mor e respeito; antes, é egoísta e indiferente para com ela e suas
necessidades, tem suas orações bloqueadas. O mesmo é válido no trato da esposa para
com seu marido. Se ela é desrespeitosa, ressentida e recusa-se a viver em submissão a
ele (o cabeça de sua casa), tem suas orações bloqueadas.

6. SENTIMENTO DE SUPERIORIDADE MORAL e RELIGIOSA: Lc 18.10-14 (10 Dois


homens subiram ao templo para orar; um fariseu, e o outro publicano. 11 O fariseu, de pé,
assim orava consigo mesmo: ó Deus, graças te dou que não sou como os demais homens,
roubadores, injustos, adúlteros, nem ainda com este publicano. 12 Jejuo duas vezes na
semana, e dou o dízimo de tudo quanto ganho. 13 Mas o publicano, estando em pé de
longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: ó Deus, sê
propício a mim, o pecador! 14 Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não
aquele; porque todo o que a si mesmo se exaltar será humilhado; mas o que a si mesmo
se humilhar será exaltado).

Na parábola do fariseu e do publicano, o fariseu fez uma oração hipócrita, agradecendo a


Deus por não ser como o publicano, um pecador, um pecador. Este, no entanto, clamou a
Deus por misericórdia e perdão.
Em Isaías 64.6, é dito que nossa justiça é como trapo da imundícia, trapos sujos.
Imagine alguém aparecer diante do Rei do universo vestido com trapos imundos! É isso que
fazemos quando oramos com espírito de superioridade moral. Todavia, nosso Deus quer trocar
nossas vestes sujas em vestes de alegrias, vestes de glória: “Então falando este, ordenou aos
que estavam diante dele, dizendo: Tirai-lhe estes trajes sujos. E a Josué disse: Eis que tenho
feito com que passe de ti a tua iniquidade, e te vestirei de trajes festivos” (Zc 3.4).

7. DESCRENÇA: Tg 1.6,7 (6 Peça-a, porém, com fé, não duvidando; pois aquele que duvida
é semelhante à onda do mar, que é sublevada e agitada pelo vento. 7 Não pense tal
homem que receberá do Senhor alguma coisa).

Tiago disse que, se titubearmos e não orarmos com fé, não receberemos o que pedimos
(Tg 1.6,7). Paulo afirmou: “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe, porque é necessário que
aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que é galardoador dos que o
buscam” (Hb 11.6).
A oração de fé não precisa ser longa. A mulher siro-fenícia (Mc 7.24-30), os dois cegos da
Galileia (Mt 9.27-31), o cego Bartimeu (Mc 10.46) e os dez leprosos (Lc 17.11-19) não fizeram
orações longas. Em seu desespero, cada um deles simplesmente clamou: “Jesus, filho de
Davi, tem misericórdia de mim” (Mc 10.47). As palavras que pronunciaram não foram tão
importantes quanto seu clamor de fé. Quando eles clamaram a Jesus, esperavam receber sua
cura. Eles tinham a fé inabalável de quem não desiste até receber o milagre de que precisa.
Abraão tinha 75 anos quando Deus prometeu abençoá-lo, multiplicar sua semente e
torná-lo Pai de muitas nações. Vinte e quatro anos depois da promessa, quando Abraão
tinha 99 anos, o Senhor apareceu a ele e confirmou a promessa de dar a ele um filho por meio
de Sara. De acordo com a ordem natural, seria absolutamente impossível para Abraão ser pai
e para Sara conceber e dar à luz.
Contudo, enquanto Abraão esperou que Deus cumprisse Suas promessas, sua fé não
vacilou. Ele não questionou Deus. Ao contrário, sua fé ficou mais firme (Rm 4.19-21). Enquanto
vacilar ou duvidar, suas orações serão bloqueadas, e você não receberá as respostas que
espera do Senhor. Você não conseguirá apoderar-se do impossível (Hb 11.17-19: 19 julgando
que Deus era poderoso para até dos mortos o ressuscitar...”).

8. NÃO PERMANECER EM CRISTO E EM SUA PALAVRA: Jo 15.7 (Se vós estiverdes em


mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será
feito).

Muitas pessoas mencionam somente uma parte desse versículo: Pedireis tudo que
quiserdes e vos será feito. Mas é o versículo inteiro que nos fornece a chave para
recebermos [a resposta às nossas orações]: Se vós estiverdes em mim e as minhas
palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito (Jo 15.7).

9. HIPOCRISIA, ORGULHO, VÃS REPETIÇÕES: Mt 6.5 (E, quando orardes, não sejais
como os hipócritas; pois gostam de orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas,
para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua
recompensa) e Jó 35.12,13 (12 Ali clamam, porém ele não responde, por causa da
arrogância os maus.13 Certo é que Deus não ouve o grito da vaidade, nem para ela
atentará o Todo-Poderoso).

Se quiser exemplo de como não orar, estude as orações dos líderes religiosos do tempo
de Jesus. O Mestre os chamou de hipócritas e afirmou que Deus não ouve esse tipo de oração.
10. NÃO PEDIR EM NOME DE JESUS: Jo 16.24 (Até agora nada pedistes em meu nome;
pedi, e recebereis, para que o vosso gozo seja completo).

Somos ordenados a pedir algo a Deus em nome de Jesus. Essas são as orações a que
Deus responde. Pedimos algo a Ele (Deus) com base na autoridade de Seu filho. Comece a
usar o nome de Jesus regulamente quando orar.

11. OBSTÁCULOS SATÂNICOS: Dn 10.10-13 (10 E eis que uma mão me tocou, e fez com
que me levantasse, tremendo, sobre os meus joelhos e sobre as palmas das minhas
mãos.11 E me disse: Daniel, homem muito amado, entende as palavras que te vou dizer, e
levanta-te sobre os teus pés; pois agora te sou enviado. Ao falar ele comigo esta palavra,
pus-me em pé tremendo.12 Então me disse: Não temas, Daniel; porque desde o primeiro
dia em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, são
ouvidas as tuas palavras, e por causa das tuas palavras eu vim.13 Mas o príncipe do reino
da Pérsia me resistiu por vinte e um dias; e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes,
veio para ajudar-me, e eu o deixei ali com os reis da Pérsia) e Ef 6.12 (pois não é contra
carne e sangue que temos que lutar, mas sim contra os principados, contra as potestades,
conta os príncipes do mundo destas trevas, contra as hostes espirituais da iniquidade nas
regiões celestes).

Leia o relato de Daniel 10.10-13. As orações de Daniel foram ouvidas desde o momento
em que ele começou a falar com Deus, mas a resposta foi bloqueada pelas forças demoníacas.
A perseverança de Daniel foi recompensada com a resposta às suas orações. Deus se
agrada de ver-nos em constante oração. Isso move a mão de Deus contra o inferno e
destroça as forças malignas.

12. NÃO PROCURAR PRIMEIRO O REINO: Mt 6.33 (Mas buscai primeiro o seu reino e a sua
justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas).

De acordo com esse texto bíblico, só quando procuramos primeiro o Reino de Deus e a
Sua justiça temos a garantia de receber outras coisas que precisamos. Busque primeiro a
glória do Reino de Deus na oração, e tudo o mais que pedir ao Senhor lhe será acrescentado.

13. FALTA DE LIBERALIDADE NA DOAÇÃO: Lc 6.38 (Dai, e ser-vos-á dado; boa medida,
recalcada, sacudida e transbordando vos deitarão no regaço; porque com a mesma
medida com que medis, vos medirão a vós); 2Co 9.6,7 (6 Mas digo isto: Aquele que
semeia pouco, pouco também ceifará; e aquele que semeia em abundância, em
abundância também ceifará, 7 Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não
com tristeza, nem por constrangimento; porque Deus ama ao que dá com alegria) e Pv
21.13 (Quem tapa o seu ouvido ao clamor do pobre, também clamará e não será ouvido).

Um dos obstáculos mais negligenciados referentes à oração envolve nossa oferta a Deus.
Jesus ensinou claramente que receberemos de acordo com a medida que damos:

Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando vos


deitarão no regaço; porque com a mesma medida com que medis, vos medirão a
vós (Lc 6.38).
Deus libera Seus dons e Suas bênçãos em nossa vida em resposta a nossas orações
por intermédio da mesma porta que usamos para ofertar em Sua obra e para os
necessitados. Muitos cristãos não percebem que, ao ofertarem de forma tão comedida,
deixam de receber grandes bênçãos de Deus.
Em Fp 4.19, muitas pessoas reivindicam a promessa: O meu Deus, segundo as Suas
riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus, mas elas
não levam em conta o contexto e não percebem que há uma condição envolvida para terem
direito a essa promessa, que foi feita aos cristãos de Filipo que ofertaram com liberalidade
para que o Evangelho, através do ministério de Paulo, fosse pregado (Fp 4.18).
Quando orar para Deus liberar Sua provisão em sua vida, a fim de satisfazer suas
necessidades financeiras, certifique-se de que você oferta com liberalidade para a obra de
Deus e para satisfazer as necessidades dos outros. A Palavra do Senhor nos informa
claramente que, se fecharmos nossos ouvidos ao clamor das pessoas necessitadas quando
elas precisarem de ajuda, Deus não nos ouvirá. “O que tapa seu ouvido ao clamor do
pobre, também clamará e não será ouvido (Pv 21.13).
Como o Senhor concederá abundância financeira para alguém que em vez de multiplicar
seus talentos sendo canal de Deus, os enterra?

14. PECADOS DE QUALQUER TIPO: Is 1.15 (Quando estenderdes as vossas mãos,


esconderei de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as
ouvirei; porque as vossas mãos estão cheias de sangue); 59.1,2; Sl 66.18 (Se eu tivesse
guardado iniquidade no meu coração, o Senhor não me teria ouvido); Pv 28.9 (O que
desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração é abominável ) e Jo 9.31 (sabemos
que Deus não ouve a pecadores; mas, se alguém for temente a Deus, e fizer a sua
vontade, a esse ele ouve)

É claramente revelado ao longo da Palavra de Deus que, em muitas circunstâncias, Deus


não responde a nossas orações por causa de nossos pecados.
Deus falou com os israelitas por intermédio de Isaías:

“Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem
surdo o seu ouvido, para que não possa ouvir; mas as vossas iniquidades fazem
separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados esconderam o seu
rosto de vós, de modo que não vos ouça (Is 59.1,2)

Os israelitas pecavam contumazmente contra Deus, adoravam ídolos e desobedeciam


aos seus mandamentos, e reclamavam contra o Senhor porque eles participavam dos rituais
de oração, da oferta, de sacrifícios e das ofertas queimadas, mas Deus não ouvia mais as
orações deles. Embora o Senhor lhes tenha respondido na época de Moisés e de Elias, não
lhes respondia mais.
Isaías lembrou: Não, a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar;
nem o seu ouvido, agravado, para não poder ouvir...O problema não está em Deus. Está em
vocês. São as [suas] iniquidades [que] fazem divisão entre [vocês] e o [seu] Deus, e os [seus]
pecados encobrem o seu rosto de [vocês], para que [os] não ouça.
Em seus momentos a sós com Deus, dedique parte de suas orações à confissão.
Humilhe-se diante do Senhor. Peça-lhe para examinar seu coração e revelar qualquer
pecado oculto. Transforme a oração de Davi em sua oração:
“Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus
pensamentos; vê se há em mim algum caminho perverso, e guia-me pelo caminho
eterno” (Sl 139.23,24).

Quando Deus revelar qual é o pecado, seja rápido em confessá-lo e livrar-se dele. Não
permita que o inimigo consiga uma brecha para impedi-lo de receber respostas às suas
orações.

COMO ELIMINAR ESSES OBSTÁCULOS


Lembre-se que só identificar os obstáculos à sua oração não é suficiente. Você também
deve pedir a Deus para eliminá-los de sua vida.
Você quer realmente receber unção para oração profética na consumação dos séculos?
Então, deve permitir que Deus o perdoe e purifique-o de tudo em sua vida que é
desagradável a Ele. Peça-lhe para revelar qualquer atitude errada em seu coração e as
fortalezas em sua mente que precisam ser quebradas. Se você tiver ódio, inclemência, ou
ressentimento em relação a alguém, confesse-os e peça perdão a Deus e às pessoas
envolvidas. Elimine cada impedimento e não dê oportunidade alguma para o inimigo, nem
você, impedir sua intercessão.

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