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enduringword.com/pt-lucas-4
A. A tentação de Jesus.
Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao
deserto, onde, durante quarenta dias, foi tentado pelo Diabo.
a. Cheio do Espírito Santo: Em Lucas 3:21-22 lemos sobre como o Espírito Santo veio
sobre Jesus de uma maneira incomum na ocasião do Seu batismo. Não devemos inferir
que Ele não esteve cheio do Espírito Santo antes, apenas que Ele agora estava cheio
do Espírito Santo de uma maneira incomum e pública.
i. Podemos dizer que na maior parte das vezes, ou talvez quase sempre, que Jesus
viveu Sua vida e realizou Seu ministério como um homem cheio do Espírito, escolhendo
não confiar nos recursos de Sua natureza divina, mas limitando-se voluntariamente ao
que poderia ser feito pela orientação de Deus Pai e o fortalecimento de Deus Espírito
Santo.
b. Foi levado pelo Espírito ao deserto… foi tentado: Depois de identificar-se com
pecadores no batismo (Lucas 3:21-22), Ele então identificou-se com eles na tentação.
Pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas
fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém,
sem pecado. (Hebreus 4:15).
i. As vezes pensamos que as tentações de Jesus não eram reais porque não eram
exatamente como as nossas. Nunca houve uma atração pecaminosa ou uma memória
pecaminosa dentro de Jesus, como em nós. Mas, em muitos aspectos, as tentações de
Jesus eram mais reais e mais severas. Para nós, muitas vezes, a pressão da tentação
só se alivia quando cedemos – e Jesus nunca cedeu. Ele teve que resistir a uma pressão
de tentação muito maior do que você ou eu talvez jamais suportemos.
·Satanás, operando por meio de nossas próprias luxúrias, nos tenta a realizar atos
malignos – uma solicitação ou sedução ao mal (1 Coríntios 7:5 e Tiago 1:13-14).
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·Deus pode nos testar, mas nunca com uma solicitação ou aliciamento ao mal (Hebreus
11:17).
iii. “Esta é a mais sagrada das histórias, pois não pode ter vindo de nenhuma outra fonte
a não ser de seus próprios lábios. Em algum momento ele mesmo deve ter contado a
seus discípulos sobre esta experiência mais íntima de sua alma.” (Barclay)
i. Há paralelos com a forma como Jesus foi testado e a forma como Adão foi testado;
mas Adão enfrentou sua tentação nas circunstâncias mais favoráveis imagináveis, e
Jesus enfrentou Suas tentações em circunstâncias ruins e severas.
d. Durante quarenta dias, foi tentado: Jesus foi tentado por quarenta dias inteiros. O
que segue são os destaques desse período de tentação.
Não comeu nada durante esses dias e, ao fim deles, teve fome. O Diabo lhe disse:
“Se és o Filho de Deus, manda esta pedra transformar-se em pão”. Jesus
respondeu: “Está escrito: ‘Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra de
Deus’”.
a. Não comeu nada… teve fome: Tentar um homem com comida, que havia jejuado por
quarenta dias, parece quase injusto; no entanto, o Pai o permitiu porque sabia que Jesus
poderia suportar.Deus nunca nos permitirá ser tentados além de nossa capacidade de
resistir (1Coríntios 10:13).
i. O fato de que Lucas, o médico, observou que ao fim deles, teve fome, é importante.
Depois de um jejum tão longo, a fome muitas vezes aponta para uma necessidade crítica
de alimentos. Jesus estava começando a morrer de fome.
ii. Jesus estava com fome, mas cheio do Espírito. Às vezes somos exatamente o oposto
– estômagos cheios e espíritos vazios.
c. Se és o Filho de Deus: Isto poderia ser traduzido com mais precisão, visto que Tu és
o Filho de Deus. Satanás não sugeriu dúvida sobre a identidade de Jesus. Em vez disso,
Ele desafiou Jesus a mostrar Sua identidade.
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i. A tentação foi basicamente esta: “Visto que Tu és o Messias, por que estás tão
desprovido? Faça um pouco por Você mesmo”. A mesma tentação vem a nós: “Se você
é um filho deDeus, por que as coisas são tão difíceis? Faça alguma coisa por você
mesmo”.
d. Manda esta pedra transformar-se em pão: Satanás tentou seduzir Jesus ausar o
poder de Deus para fins egoístas. A tentação de comer algo impróprio funcionou bem
com o primeiro homem sem pecado (Gênesis 3:6), então o Diabo pensou em
experimentá-lo no segundo homem sem pecado.
i. “Este deserto não era um deserto de areia. Era coberto por pequenos pedaços de
calcário exatamente como pães.”(Barclay)
ii. Com isso, vemos também como a tentação muitas vezes funciona. Muitas vezes, este
é o padrão da tentação.
·Satanás sugeriu que Jesus cumprisse este desejo legítimo de uma forma ilegítima.
e. Jesus respondeu: “Está escrito: ‘Nem só de pão viverá o homem, mas de toda
palavra de Deus’”. Jesus contrariou a sugestão de Satanás com a Escritura
(Deuteronômio 8:3). O que Satanás disse fazia sentido– “Por que morrer de fome?”Mas
o que está escrito faz ainda mais sentido. Jesus lembrou a Satanás da verdade bíblica,
que toda palavra de Deus é mais importante do que o próprio pão que comemos.
i. Jesus usou a Escritura para combater a tentação de Satanás, não algum poder
espiritual elaborado inacessível para nós. Jesus travou esta batalha como um homem
cheio do Espírito e cheio da palavra de Deus. Ele não recorreu a nenhum recurso divino
que não esteja disponível para nós.
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a. O levou a um lugar alto e mostrou-lhe num relance todos os reinos do mundo:
Parece melhor entender isto como uma visão mental ou espiritual. A experiência e a
tentação eram reais, mas não parece existir uma montanha suficientemente alta para
que se possa literalmente ver num relance todos os reinos do mundo.
ii. Satanás é o príncipe deste mundo (João 12:31) e o príncipe das potestades do ar
(Efésios 2:2) pela eleição popular da humanidade desde os dias de Adão.
iii. Como Satanás possui a glória dos reinos deste mundo, e pode dá-los a quem eu
quiser, não deve nos surpreender ver os ímpios em posições de poder e prestígio.
c. Se me adorares, tudo será teu: O plano do Pai para Jesus era que Ele sofresse
primeiro, depois entrasse em Sua glória (Lucas 24:25-26). Satanás ofereceu a Jesus
uma saída para o sofrimento.
i. Um dia, será dito que Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu
Cristo, e ele reinará para todo o sempre. (Apocalipse 11:15). Satanás ofereceu isto a
Jesus agora, antes da agoniada cruz.
ii. Se Jesus aceitasse isto, nossa salvação seria impossível. Ele poderia ter ganho algum
tipo de autoridade para governar, delegada por Satanás, mas nunca iria poder redimir
pecadores individualmente através de Seu sacrifício.
d. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Vai-te, Satanás. Satanás veio com uma poderosa
tentação a Jesus, e Jesus resistiu à influência de Satanás, primeiro dizendo, Vai-te,
Satanás.Nisto, Jesus cumpriu a exortação expressa mais tarde emTiago4:7:Resistam ao
Diabo, e ele fugirá de vocês.
e. “Está escrito: ‘Adore o Senhor, o seu Deus, e só a ele preste culto’”. Pela
segunda vez, Jesus contra-atacou o engano de Satanás com a verdade bíblica, citando
Deuteronômio 6:13. Pode até ter parecido haver alguma vantagem em Jesus evitar a
cruz, mas Jesus afirmou a si mesmo e lembrou a Satanás que a ordem de adorar
oSenhor, o seu Deus, e só a ele preste culto está muito acima de qualquer suposta
vantagem em se curvar a Satanás.
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i. Novamente, Jesus respondeu a Satanás com o mesmo recurso disponível para cada
crente: A Palavra de Deus usada por um crente cheio do Espírito. Ao resistir a estas
tentações como homem, Jesus provou que Adão não tinha que pecar; não havia algo de
falho em sua constituição. Jesus teve que enfrentar algo pior doqueAdão, e mesmo
assim nunca pecou.
O Diabo o levou a Jerusalém, colocou-o na parte mais alta do templo e lhe disse:
“Se és o Filho de Deus, joga-te daqui para baixo. Pois está escrito:
Jesus respondeu: “Dito está: ‘Não ponha à prova o Senhor, o seu Deus’”. Tendo
terminado todas essas tentações, o Diabo o deixou até ocasião oportuna.
i. Segundo Geldenhuys, o antigo escrito judaico Pesiqta Rabbati (162a) registra uma
crença tradicional de que o Messias se mostraria a Israel de pé no telhado do templo. Se
Jesus tivesse feito o que Satanás havia sugerido, ele teria cumprido a expectativa
messiânica de sua época.
b. Joga-te daqui para baixo: Satanás não poderia ele mesmo atirar Jesus do pináculo
do templo; tudo o que conseguia fazer era sugerir. Então ele teve que pedir a Jesus que
se jogasse no chão.
c. Pois está escrito: ‘Ele dará ordens a seus anjos a seu respeito, para o
guardarem’: Desta vez, o Diabo conhecia e citou a Escritura em sua tentação (Salmo
91:11-12). “Vai em frente, Jesus; se o fizeres, a Bíblia promete que os anjos te salvarão,
e será uma autopromoção espetacular”.
i. Quando Satanás diz: “Pois está escrito”, ele nos lembra que Satanás é um
especialista bíblico e sabe como distorcer passagens bíblicas e tirá-las fora de contexto.
Infelizmente, muitas pessoas aceitarão qualquer pessoa que cite um versículo bíblico
como se ensinassem a verdade de Deus, mas o simples uso de palavras bíblicas não
transmite necessariamente a vontade de Deus.
ii. Alguns sugerem que Satanás é tão um especialista bíblico porque passou séculos
procurando falhas.
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d. Jesus respondeu: “Dito está: ‘Não ponha à prova o Senhor, o seu Deus’”.Jesus
respondeu ao mau uso da Escritura por Satanás com o uso adequado da Bíblia, citando
Deuteronômio 6:16. Como Jesus rejeitou a tentativa de Satanás de distorcer a Escritura,
Ele dividiu corretamente a palavra da verdade, interpretando-a em seu contexto.
i. Jesus compreendeu de Seu conhecimento de toda a vontade de Deus (At 20:27) que
Satanás estava distorcendo esta passagem do Salmo 91. Jesus sabia como manejar
corretamente a palavra da verdade (2 Timóteo 2:15).
ii. Jesus entendeu que Satanás tentou seduzi-lo a dar um passo de “fé” que realmente
testaria (tentaria) Deus de uma forma ímpia. “A tentação pode ter sido a de realizar um
milagre espetacular, porém inútil, a fim de forçar algum tipo de maravilha e crença”.
(Morris)
e. Tendo terminado todas essas tentações, o Diabo o deixou até ocasião oportuna:
Quando Satanás viu que não podia chegar a lugar algum, ele saiu de cena por um
tempo. O Diabo sempre procurará voltar em uma ocasião oportuna, por isso nunca
devemos dar-lhe essa oportunidade.
i. “O mal não tinha mais nada a sugerir. A intransigência da tentação foi a completude da
vitória”. (Morgan)
ii. Satanás não é estúpido; ele não colocará continuamente seus recursos limitados em
batalhas ineficazes. Se você quer que Satanás o deixe em paz por um tempo, você
deverá resisti-lo continuamente. Muitos são tão atacados porque resistem tão pouco.
iii. Jesus resistiu a estas tentações porque Ele caminha segundo a Palavra e pelo
Espírito; estes dois são os recursos para a vida cristã. Muita Palavra e pouco Espírito e
você se ensoberbece (no sentido de orgulho). Muito Espírito e pouca Palavra e você
morre. Com a Palavra e o Espírito juntos, você cresce.
Jesus voltou para a Galiléia no poder do Espírito, e por toda aquela região se
espalhou a sua fama. Ensinava nas sinagogas, e todos o elogiavam.
a. Jesus voltou para a Galiléia no poder do Espírito: Jesus voltou da Sua provação
mais forte do que nunca. Embora Ele já estivesse cheio do Espírito (Lucas 4:1), Ele
continuou a caminhar no poder do Espírito depois de experimentar a vitória sobre a
tentação.
i. “Aquele que, pela graça de Deus, resiste e vence a tentação, é sempre melhorado por
ela. Esta é uma das maravilhas da graça de Deus; que as próprias coisas que são
projetadas para nossa ruína total, Ele as torna instrumentos do nosso maior bem. Assim,
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Satanás é sempre enganado pela sua própria estratégia, e pego pela sua própria
astúcia”. (Clarke)
b. Para a Galiléia… e por toda aquela região: A região da Galiléia era uma região
fértil, progressiva e altamente povoada. Segundo os números do historiador judeu
Josefo, havia cerca de 3 milhões de pessoas povoando a Galiléia, uma área menor que
o estado de Connecticut. Mesmo considerando qualquer possível exagero da parte de
Josefo, ainda indica uma área altamente populosa.
i. Josefo, que já foi governador da Galiléia, escreveu que havia 240 vilarejos e cidades
na Galiléia (Life 235), cada uma com uma população de pelo menos 15.000 pessoas.
c. Ensinava nas sinagogas: O foco de Jesus no ministério era ensinar e, neste ponto
inicial de seu ministério, não havia nenhuma oposição organizada contra Ele (e todos o
elogiavam).
Ele foi a Nazaré, onde havia sido criado, e no dia de sábado entrou na sinagoga,
como era seu costume. E levantou-se para ler. Foi-lhe entregue o livro do profeta
Isaías. Abriu-o e encontrou o lugar onde está escrito:
a. Ele foi a Nazaré, onde havia sido criado: Visto que aqui era ainda o início do
ministério de Jesus, não havia passado muito tempo desde a época em que Ele vivia e
trabalhava em Nazaré. As pessoas daquele vilarejo O conheciam, e Ele provavelmente
tinha prestado serviço como carpinteiro ou construtor para muitos deles.
i. Pouco antes disso, Jesus havia se mudado de Nazaré para Cafarnaum, às margens do
Mar da Galileia (Mateus 4:12-13).
b. E no dia de sábado entrou na sinagoga, como era seu costume: Era seu costume
se reunir com o povo de Deus para adoração e a Palavra de Deus. Se há alguém que
não precisava ir à igreja (por assim dizer), era Jesus; ainda assim, era seu costume ir.
c. E levantou-se para ler: A ordem habitual do culto em uma sinagoga começava com
uma oração de abertura e louvor; depois a leitura da Lei; depois a leitura dos profetas e
depois um sermão, talvez de um visitante instruído. Nesta ocasião, Jesus era o visitante
instruído. Como esta sinagoga era em Nazaré, Jesus já a teria frequentado com
frequência antes, e agora Ele lia e ensinava na sinagoga de sua cidade natal.
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E recuperação da vista aos cegos,
Para libertar os oprimidos
E proclamar o ano da graça do Senhor”.
a. O Espírito do Senhor está sobre Mim: Aquele que fala nesta passagem de Isaías é
o Ungido; o Messias, o Cristo.
b. Ele me ungiu para…: Nesta profecia, o Messias anunciou que Ele veio para curar os
danos quíntuplos que o pecado traz. O pecado causa um grande dano, portanto, deve
haver uma grande obra de redenção.
·Para pregar boas novas aos pobres: O pecado empobrece, e o Messias traz boas
novas aos pobres.
·Para curar os corações partidos: O pecado parte o coração, e o Messias tem boas
novas para os de coração partido.
·Recuperação da vista aos cegos: O pecado nos cega, e o Messias vem para curar
nossa cegueira espiritual e moral.
·Para libertar os oprimidos: O pecado oprime suas vítimas, e o Messias vem para
trazer a liberdade aos oprimidos.
i. Felizmente, Jesus não veio apenas para pregar a libertação ou mesmo para trazer
apenas a libertação. Jesus veio para ser liberdade para nós. Cristo veio para ser a
libertação para nós. “Cristo era o grande inimigo dos laços. Ele era o amante e a luz da
liberdade”. (Morrison)
i. “Jesus veio para pregar o ano aceitável do Senhor, uma referência ao ano do Jubileu.
É possível que a razão pela qual Jesus voltou à sua cidade natal tenha sido porque era o
ano do Jubileu”. (Pate)
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ii. Onde Jesus parou de ler de Isaías nos ajuda a entender a natureza da profecia e a
sua relação com o tempo. A passagem de Isaías continua e descreve o que Jesus faria
em Sua segunda vinda (e o dia da vingança do nosso Deus, Isaías 61:2). Esta é uma
vírgula de 2.000 anos entre as duas frases.
b. Hoje se cumpriu a Escritura que vocês acabaram de ouvir: Com estas palavras,
Jesus respondeu a duas perguntas.
·“A respeito de quem Isaías escreveu?” Jesus respondeu: “Isaías escreveu a meu
respeito”.
c. Estavam admirados com as palavras de graça que saíam de seus lábios: Isto
parece significar que Jesus continuou a falar sobre o tema que acabou de mencionar, e o
fez com palavras que foram literalmente cheias de graça. Eles sentiram a bondade e a
graça de Deus no anúncio de que o ministério do Messias estava agora presente.
d. Não é este o filho de José? A resposta de Jesus a seguir mostra que este não foi um
comentário imparcial. Após o espanto inicial do povo, eles começaram a se ressentir de
que alguém tão familiar (o filho de José) pudesse falar com tanta graça e afirmar ser o
cumprimento de profecias tão notáveis.
Jesus lhes disse: “É claro que vocês me citarão este provérbio: ‘Médico, cura-te a
ti mesmo! Faze aqui em tua terra o que ouvimos que fizeste em Cafarnaum’”.
Continuou ele: “Digo-lhes a verdade: Nenhum profeta é aceito em sua terra.
Asseguro-lhes que havia muitas viúvas em Israel no tempo de Elias, quando o céu
foi fechado por três anos e meio, e houve uma grande fome em toda a terra.
Contudo, Elias não foi enviado a nenhuma delas, senão a uma viúva de Sarepta, na
região de Sidom. Também havia muitos leprosos em Israel no tempo de Eliseu, o
profeta; todavia, nenhum deles foi purificado — somente Naamã, o sírio”.
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a. Faze aqui em tua terra o que ouvimos que fizeste em Cafarnaum: Lucas não nos
diz diretamente que o povo disse isto; talvez o tenham feito e Jesus citou suas palavras
de volta para eles. Ou, é também provável que Jesus tenha entendido e explicado a
objeção deles. Eles queriam que Jesus provasse Suas afirmações com sinais
milagrosos.
ii. “Eles sem dúvida argumentaram: ‘Ele é um nazareno, e é claro que ele está no dever
de ajudar Nazaré’. Eles se consideravam como sendo de certa forma, seus donos, que
podiam comandar seus poderes a seus próprios critérios”. (Spurgeon)
b. Nenhum profeta é aceito em sua terra: Jesus entendeu que é fácil duvidar do poder
e da obra de Deus entre aqueles que nos são mais familiares. Era mais fácil para
aqueles de Nazaré duvidar ou rejeitar Jesus porque Ele parecia tão normal e familiar a
eles.
i. “Aprendi, com este incidente na vida de nosso Senhor, que não é tarefa do pregador
procurar agradar a sua congregação. Se ele trabalha para esse fim, com toda a
probabilidade ele não o alcançará; mas, se ele conseguisse ganhar isso, que sucesso
miserável seria esse”! (Spurgeon)
c. Contudo, Elias não foi enviado a nenhuma delas, senão a uma viúva de Sarepta,
na região de Sidom… nenhum deles foi purificado — somente Naamã, o sírio: O
público de Jesus queria favores especiais porque Ele estava em sua cidade natal. Jesus
ressaltou que isso não importa para Deus, usando como exemplos a obra de Deus entre
os gentios nos dias de Elias e Eliseu.
i. Jesus fez pelo menos dois pontos. Primeiro, o fato de eles não terem recebido Jesus
não tinha nada a ver com Jesus, mas tudo a ver com eles. Ele era verdadeiramente de
Deus, mas eles não O receberiam. A rejeição deles dizia mais sobre eles do que sobre
Jesus.
ii. Segundo, mostrou que o poder milagroso de Deus opera de forma inesperada e
soberana. Pessoas que muitas vezes consideramos imerecidas e talvez estranhas, são
muitas vezes recipientes do poder miraculoso de Deus.
iii. Spurgeon ressalta que era verdade que a cura de Naamã foi um exemplo de graça
soberana e de eleição em ação; mas também poderia ser interpretado para dizer: “Todo
leproso estrangeiro, pagão, que viesse a Eliseu e fizesse o que ele pedisse ao buscar o
Senhor, era curado e recebia uma bênção”. Isto também era verdade, e pode ser
colocado ao lado do primeiro aspecto.
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iv. Naamã foi curado pela graça soberana, mas observe como isso aconteceu. Primeiro,
ele ouviu uma palavra que ele poderia ser curado. Em seguida, ele respondeu a essa
palavra com fé que estava ligada à ação (o ato de viajar para Israel). Então, Naamã
obedeceu à palavra do profeta para lavar-se no Jordão sete vezes, e o fez com
humildade, entregando seu orgulho à palavra de Deus através do profeta.
i. Jesus não procurou principalmente agradar Sua audiência e não usou a aprovação
deles para medir Seu sucesso.
i. Lucas deu o tom para toda a história da vida de Jesus aqui em Lucas 4. Jesus veio,
sem pecado e não fazendo nada além do bem para todos – e eles queriam matá-Lo.
c. Passou por entre eles: Eles queriam um milagre e Jesus fez um inesperadamente
bem na frente deles, e escapou milagrosamente.
i. Nesta situação, Jesus poderia ter recuado do precipício e ter sido resgatado por anjos
– como Satanás sugeriu na terceira tentação. Ao invés disso, Jesus escolheu um milagre
mais normal, se é que existe tal coisa. “Como um segundo Sansão; seu próprio braço o
salvou. Isto pode ter convencido seus adversários, mas eles estavam loucos com
malícia”. (Trapp)
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uns aos outros: “Que palavra é esta? Até aos espíritos imundos ele dá ordens com
autoridade e poder, e eles saem!” E a sua fama se espalhava por toda a região
circunvizinha.
i. A autoridade de Jesus não era apenas evidente quando Ele ensinava, mas também
em Sua vida. Isto seria demonstrado no encontro com o homem possesso por demônios.
c. Ah!, que queres conosco, Jesus de Nazaré? É irônico que os demônios soubessem
quem Jesus era, mas o povo escolhido, aqueles de Sua própria cidade, não apreciavam
quem Jesus era.
i. Vieste para nos destruir? Esta pergunta “reflete a crença de que o advento do Reino
de Deus levaria ao fim do controle demoníaco sobre o mundo”. (Pate)
d. Sei quem tu és: o Santo de Deus! O próprio demônio testemunhou que Jesus era
santo e puro. Os demônios admitiram que suas tentações no deserto não corromperam
Jesus.
e. Jesus o repreendeu, e disse: “Cale-se e saia dele!” A maneira de Jesus lidar com o
demônio nesta passagem é uma clara demonstração de seu poder e autoridade sobre o
reino espiritual. As pessoas ficaram maravilhadas com a autoridade de Sua palavra tanto
no ensino quanto na vida espiritual.
Jesus saiu da sinagoga e foi à casa de Simão. A sogra de Simão estava com febre
alta, e pediram a Jesus que fizesse algo por ela. Estando ele em pé junto dela,
inclinou-se e repreendeu a febre, que a deixou. Ela se levantou imediatamente e
passou a servi-los.
a. Foi à casa de Simão: Jesus fez um milagre público na sinagoga. Agora Ele exibiria
seu poder em um ambiente privado. Jesus não era um simples animador das multidões.
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b. A sogra de Simão: Simão será mais tarde identificado como Pedro, o líder entre os
discípulos de Jesus. Isto mostra que Simão Pedro era casado. Clemente de Alexandria,
um escritor cristão primitivo, disse que a esposa de Pedro o ajudou no ministério,
atendendo às necessidades de outras mulheres.
i. Comentário de Barclay sobre a frase, estava com febre alta, “cada palavra é uma
palavra médica… o termo grego médico para alguém totalmente acamado com uma
doença…Lucas sabia exatamente como descrever esta doença”.
d. Que a deixou. Ela se levantou imediatamente e passou a servi-los: Isto não foi
apenas a cura de uma doença, mas também a concessão imediata de força.
Normalmente, uma pessoa não passa de uma febre alta para servir aos outros logo em
seguida.
i. “Aquele que a curou da febre não precisava dela para ministrar a ele; aquele que tinha
poder para curar doenças tinha certamente poder para subsistir sem o ministério
humano. Se Cristo pôde levantá-la, ele devia ser onipotente e divino. Que necessidade
então tinha Ele de um serviço feminino”? (Spurgeon)
Ao pôr-do-sol, o povo trouxe a Jesus todos os que tinham vários tipos de doenças;
e ele os curou, impondo as mãos sobre cada um deles. Além disso, de muitas
pessoas saíam demônios gritando: “Tu és o Filho de Deus!” Ele, porém, os
repreendia e não permitia que falassem, porque sabiam que ele era o Cristo.
a. Ao pôr-do-sol: Isto marcava o início de um novo dia, o dia depois do sábado (Lucas
4:31). Livres das restrições do Sábado às viagens e atividades, as pessoas vêm a Ele
livremente para serem curadas.
b. E ele os curou, impondo as mãos sobre cada um deles: Jesus trabalhava duro
para servir as necessidades dos outros, e colocava a necessidade do povo à frente das
Dele.
c. Não permitia que falassem: Jesus impediu que os demônios falassem sobre Ele
porque não queria que o testemunho deles fosse confiável.
i. Por causa do fato que os relatos bíblicos do ministério de Jesus são comprimidos, com
ênfase principalmente nos eventos importantes e excepcionais, é fácil pensar que Jesus
encontrou mais pessoas possuídas por demônios do que Ele realmente encontrou. Na
verdade, as Escrituras registram menos de dez indivíduos específicos libertados da
possessão demoníaca no ministério de Jesus, mais duas ocasiões gerais em que se
descreve pessoas sendo libertadas. Isto não parece ser tão fora do comum, durante um
período de três anos entre uma densa população pré-cristã.
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4. (42-44) Jesus continua seu ministério de pregação na Galiléia.
a. Foi para um lugar solitário: Jesus sabia o valor da solidão com Deus, o Pai. Ele
passava a maior parte de seu tempo ministrando entre o povo, mas precisava de tais
momentos em um lugar solitário.
i. A grande obra que Jesus fez em seu ministério não se baseou no recurso de sua
natureza divina, mas em sua constante comunhão com Deus Pai e em seu poder dado
por Deus pelo Espírito Santo. O tempo em um lugar solitário era essencial para isso.
c. Porque para isso fui enviado: Jesus via o Seu ministério principal neste ponto
pregando o reino. Os milagres faziam parte dessa obra, mas não eram o Seu foco
principal.
d. E continuava pregando nas sinagogas da Judéia: Esta era a ênfase clara da obra
de Jesus antes da grande obra de expiação na cruz – Ele era um mestre e um pregador,
tanto ao ar livre como em casas de culto. Sua obra de milagres e curas era
impressionante, mas nunca foi sua ênfase.
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