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O LIBERTADOR – ELLEN WHITE

O Libertador é a história de um audacioso resgate. Ela nos conta como um


Ser altruísta – Jesus Cristo – arriscou tudo para vir à Terra reconquistar este planeta
renegado. Ele não poderia ter feito isso se ficasse no conforto e segurança do Céu,
onde, como Deus, era reverenciado. Ele precisou deixar tudo aquilo para trás e
nascer nesse mundo como um bebê, em uma família simples que lutava pelo pão de
cada dia. Em grande parte por causa disso, durante toda a Sua vida o mundo não O
recebeu nem O compreendeu. As pessoas se opuseram a Ele e conspiraram matá-
Lo.
O propósito do livro é apresentar o amor de Deus como revelado em Seu
Filho, mostrar a divina beleza da vida de Cristo.
Desde os dias da eternidade o Senhor Jesus Cristo era Um com o Pai.
Nosso pequeno mundo é livro de estudo do Universo. Eles verão que, para a
Terra e o Céu, a lei da vida é a lei do amor de quem renuncia a si mesmo. O amor
que “não procura seus interesses” tem sua origem no coração de Deus e é
demonstrado no manso e humilde Jesus.
Com exceção do coração egoísta do ser humano não há nada que viva
apenas para si mesmo. Cada árvore, cada arbusto e cada folha exala oxigênio, sem
o qual nem as pessoas em os animais poderiam viver. O oceano recebe cursos de
água de todas as partes, somente para devolvê-los. Os anjos de glória se alegram
em doar. Eles trazem luz do alto, movendo-se sobre o espírito humano a fim de
conduzir o que está perdido à comunhão com Cristo.
“Não estou buscando glória para Mim mesmo”, disse Cristo, mas a glória
dAquele que Me enviou (Jo 8:50, 7:18)
Satanás fez com que os anjos vissem Deus como exigente e incapaz de
perdoar. Assim, ele enganou os anjos.
O plano da nossa redenção não foi formulado depois da queda de Adão. Ele
foi uma revelação “do mistério oculto nos tempos passados” (Rm 16:25)
Jesus poderia ter ficado com a glória do Céu, mas escolheu descer do trono do
Universo a fim de trazer vida ao que estava morrendo. Cerca de dois mil e vinte anos
atrás, uma voz foi ouvida no Céu: “Um corpo Me preparaste...Aqui estou, no livro
está escrito a Meu respeito; Vim para fazer a Tua vontade, ó Deus” (Hb 10:5-7)
Se Ele tivesse vindo com a glória que tinha antes do mundo ser criado, nós
não poderíamos suportar a luz de Sua presença. Ele era o Deus encarnado, mas
Sua glória estava encoberta para que Ele pudesse Se aproximar de homens e
mulheres cheios de tristezas e tentações. “Aquele que é a Palavra tornou-Se carne
e viveu entre nós. Vimos a Sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio
de graça e de verdade” (Jo 1:14).
Jesus “como nós passou por todo tipo de tentação” (Hb 4:15). E Ele não usou
em Seu próprio favor nenhum poder que não seja gratuitamente oferecido a todos
nós. Como ser humano, Ele enfrentou tentações e as venceu pelo poder que Deus
Lhe dava.
Cristo foi tratado como nós merecemos para que pudéssemos ser tratados
como Ele merece. Satanás decidiu causar separação entre Deus e o homem, mas
ao assumir nossa natureza, o Salvador Se uniu à humanidade por um laço que nunca
será desfeito. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho
unigênito, para que todo aquele que nEle crer não pereça, mas tenha a vida eterna”
(Jo 3:16)
Quando lemos tudo que Jesus fez, o que Ele passou e o que poderia ter feito,
como por exemplo, não sofrer a separação do Pai, mas não o fez por nós, fica a
pergunta, como não amá-lo?
O ser humano muitas vezes é cegado por suas próprias ambições e não
porque o inimigo de Deus nos cega. Temos a tendência de colocar a culpa no
inimigo, nos outros, e não percebemos que às vezes é a própria ganância do ser
humano, que o cega.
Muitas vezes o inimigo, como lemos no capitulo do pecado do homem e a
“plenitude do tempo”, tem seus agentes entre os que se professam cristãos. Na
época de Jesus os judeus com uma falsificação do evangelho, atualmente muitas
denominações fazendo esse mesmo papel, e em alguns casos os agentes de
Satanás estão dentro da igreja de Deus, fazendo do evangelho um grande fardo,
colocando a lei de Deus como impossível de ser cumprida, fazendo de Deus um
tirano, e em alguns casos perseguindo os filhos de Deus.
Mas o universo pôde ver que esse Jesus que o diabo tenta pintar como tirano,
incompreensivo, deixou Seu trono, onde era adorado pelo anjos, pelos outros seres
do Universo, e veio a esse mundo, sem ostentação. Nasceu em uma humilde
manjedoura, onde os anjos anunciaram aos pastores Seu nascimento, e os reis
magos vieram adorá-Lo.
Desde seus primeiros anos, os anjos celestiais guardavam Jesus. No entanto,
Sua vida foi uma longa luta contra os poderes das trevas. O menino crescia e Se
fortalecia, enchendo-Se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre Ele” (Lc 2:40).
Entre os judeus, os 12 anos de idade eram a linha divisória entra a infância e a
juventude. Mantendo o costume, Jesus fez a visita pascoal a Jerusalém com José e
Maria, quando chegou essa idade. Jesus sentou-Se aos pés dos eruditos rabinos,
Ele questionava aqueles mestres sobre profecias e eventos que estavam ocorrendo,
os quais apontavam para a vinda do Messias. Os doutores da lei passaram a Lhe
fazer perguntas e ficaram impressionados com Suas respostas.
Vemos Deus preparando o caminho para Jesus. Ele enviou um filho a
Zacarias e Isabel, João Batista, que seria o precursor de Jesus. E tudo se cumpriu.
Embora Jesus e João Batista fossem primos, não tiveram contato um com o outro.
Isso era parte do plano de Deus. E quando Jesus veio para ser batizado, João
reconheceu nEle uma pureza de caráter nunca vista antes em ninguém. Como
poderia ele, um pecador, batizar Aquele que nunca tinha pecado?
Jesus não recebeu o batismo como confissão de Sua própria culpa. Ele Se
identificou com pecadores, dando os passos que devemos dar e fazendo a obra que
devemos fazer.
Foi tentado no deserto depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites.
Quando vemos as tentações que Jesus passou, vemos a estratégia de Satanás,
usando a Palavra de Deus de forma distorcida para tentar Jesus, mas Jesus
respondia com a Palavra de Deus, mostrando que precisamos ter pleno
conhecimento para não sermos enganados. Muito interessante também é a última
tentativa de Satanás para com Jesus. Oferecendo ao Próprio Senhor do ouro e da
prata, o Senhor do Universo algo que na verdade já era dEle, “Ao Senhor pertence
a terra e tudo o que nela se contém o mundo e os que nele habitam” (Sl 24:1). Ouvi
algo que foi dito pelo nobre Pastor Siqueira, que tudo que Satanás tem para nos
oferecer, ou já somos ou já temos e isso é a mais pura verdade. Vemos claramente
nas tentações sofridas por Jesus. Por isso devemos estar alicerçados na Palavra de
Deus! Ela é a espada!
Vemos Jesus operando milagres, o primeiro nas bodas de Caná, mostrando
a nós que mesmo Jesus estando conosco, teremos problemas, mas se permitirmos
que Ele aja tudo será resolvido.
Jesus esteve aqui, ensinando, repreendendo, como no caso da corrupção do
templo, onde viu os pobres sendo afligidos, pois não tinham dinheiro para comprar
animais para o sacrifício, viu a religião sendo convertida em comércio, lugar santo
virando profano, então se manifestou com autoridade e ninguém ousou
desobedecer.
Veio trazer paz ao aflito, descanso aos cansados, saúde aos doentes, vida aos
mortos (Lázaro, por exemplo), alimento as famintos, visão aos cegos, audição aos
surdos, curou, perdoou, amou.
Jesus estava familiarizado com a pobreza, o sacrifício e a necessidade. Nosso
Salvador compartilhou a condição de pobre. Os que têm uma verdadeira
compreensão de Sua vida nunca vão achar que os ricos deveriam ter honras
superiores aos pobres dignos.
Se dispôs a aceitar a pobreza para nos ensinar como podemos andar bem
próximos de Deus em situações simples da vida.
Tanto ao trabalhar na banca de carpinteiro como ao fazer milagres, Ele estava
a serviço de Deus.
A maior evidência do caráter divino de Jesus é que Seus milagres foram a
benção da humanidade. Foi isso que levou os judeus a rejeitarem o Salvador. A vida
de Cristo revelava o caráter de Deus. Ele fez a obra e falou as palavras de Deus.
Uma vida como essa é o maior de todos os milagres. Em nossos dias muitos, como
os judeus dizem: “Mostre-nos um sinal; faça um milagre”. Deus não nos concede
poder para provar nossas afirmações ou satisfazer as exigências da descrença e do
orgulho. Mas não é um milagre que possamos nos libertar do cativeiro de Satanás?
As pessoas que pediram um sinal para Jesus haviam endurecido o coração.
Recusaram-se a ver que a missão dEle cumpria as escrituras: “Se não ouvem a
Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão convencer, ainda que ressuscite
alguém dentre os mortos” (Lc 16:31)
Quantos milagres Jesus já fez em nossa vida, mas endurecemos o coração e
questionamos o inquestionável, o amor de Jesus! Jesus Cristo é o único que pode
satisfazer os mais profundos anseios do nosso coração.
Através de Sua vida, morte e ressureição temos a esperança da vida eterna.
Ele é a porta da graça, e através dEle temos a oportunidade de vencermos o mal e
estarmos preparados para estar com Ele quando retornar para nos buscar. Ele é o
Caminho, a Verdade e a Vida!
Onde o pecado aumentou, a graça de Deus aumentou ainda mais. A Terra,
campo que Satanás afirma ser seu, será honrada acima de todos os outros mundos
do Universo. Aqui, onde o Rei da Glória viveu, sofreu e morreu, será o lugar onde
Deus habitará com a humanidade, e “o próprio Deus estará com eles e será o seu
Deus” (Ap 21:3).
Maranata!

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