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CONHECENDO A JESUS E OS SEUS ENSINOS (9)

A tentação de Jesus: Neste estudo, veremos como Jesus triunfou sobre o diabo.
Também é possível ver que realizar a vontade de Deus fez com que Jesus demonstrasse
a sua perfeição diante da qualidade como sacrifício e representante do seu povo.
Somente a obra de Cristo é capaz de salvar o povo dos seus pecados, pois Ele,
diferente de nós não cedeu as suas próprias vontades (mesmo na calamidade) mas as
suportou para que Deus fosse glorificado através da sua obediência em meio as
necessidades e sem atalhos. Ele foi fiel até o fim.

Leitura em Mateus 3.1-10

1 A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.

Após vermos o batismo de Jesus por João Batista, a narrativa bíblica diz que
agora o Espirito Santo o levou ao deserto. Essa palavra pode ser melhor traduzida por
“Obrigou-o”, “impeliu” ou “forçou” Jesus a ir para o deserto afim de que fosse tentado.
Isso torna claro que a tentação de Jesus não foi meramente ocasionada por Satanás,
mas fazia parte do plano de Deus. Após uma grande vitória, que foi o seu batismo no
Jordão, Jesus agora é posto a prova! O Segundo Adão agora não está no Jardim, mas
está no deserto. E o texto diz: 2 “E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta
noites, teve fome.” Este representante agora não tem mais a sua disposição todos os
frutos da face da terra para se alimentar, ele está com fome. Está com fome pois
passou quarenta dias e quarenta noites em Jejum após seu batismo. Não é dito o que
Jesus fez neste período, mas é com certeza unanime o pensamento de que neste
tempo Jesus passou em comunhão com O Pai. Moisés passou 40 dias no monte com o
Senhor, sendo preparado para seu ministério como líder de Israel. Jesus gastou o
mesmo tempo em comunhão com o Pai para iniciar a sua liderança messiânica.

I. Jesus tinha sido coroado em seu batismo e declarado O Rei que veio em
nome do Senhor, o ungido do Senhor, o Cristo, o Messias. Essa foi uma
grande vitória, e como sabemos, as vitórias podem nos tirar a atenção.
II. A tentação veio para que a grande batalha fosse travada frente a frente,
o rei Messias versus o príncipe das potestades e dos demônios. Fato é
que Jesus realmente é o verdadeiro homem, não apenas existente na
natureza de Deus, mas como vimos anteriormente, se esvaziou e sofreu
as consequências de estar em um corpo formado por carne e ossos. E
por isso, deveria se concentrar na sua missão e não perder o foco.
a) Contextualização

Já reparou que quando as pessoas realizam uma vitória, elas perdem o foco? Pense
nessa imagem: uma criança está aprendendo a andar de bicicleta, geralmente, o pai
segura ela até que as rodinhas sejam tiradas. Em determinado momento aquelas
rodinhas são removidas da bicicleta e o pai não segura mais no banco da criança, afim
de que ela ande sozinha. Quando a criança percebe, a primeira reação é a de
comemoração, mas ela comemora tanto que cai e rala o joelho. A vitória as vezes pode
tirar o seu foco e te fazer tropeçar, já disse o apóstolo Paulo “Aquele, pois, que cuida
estar em pé, olhe não caia.” (1 Coríntios 10:12)
CONHECENDO A JESUS E OS SEUS ENSINOS (9)

Assim acontece conosco, lembre-se do exemplo de Elias. Vamos ler 1 Reis 18.16-46.
Note que Elias impelido pelo poder de Deus foi vitorioso sobre os falsos profetas,
porém, não demorou pouco e ele caiu no pecado do desespero como é possível ver
em 1 Reis 19.1-4. Podemos ver que Jesus esperou por trinta anos o seu
comissionamento, agora que foi atestado pelo Espirito Santo e pelo Pai, o diabo veio
para que fosse rejeitado.

Quem é o diabo? O nome diabo pode ser traduzido por acusador, caluniador
ou adversário. Muitos nomes são dados para ele como príncipe do poder do ar (Efésios.
2.2), deus deste mundo (2 Coríntios 4.4), príncipe deste mundo (João 12.31; 14:30; 16:11)
e como vemos aqui ele também é chamado de tentador. Muitos desacreditam de que o
diabo seja um adversário pessoal, mas é possível notar pela leitura bíblica que ele se
manifesta diretamente com Jesus como uma pessoa, ele possui uma fúria intensa
contra O Senhor e contra todos os seus servos. Ele não consegue impedir os planos de
Deus ou frustrar a vontade Soberana do Senhor, mas ele luta com todas as forças para
que os seus filhos errem o alvo (ou seja, cometam pecados) para que ele os acuse e os
escarneça. Ele luta com todas as forças para que as pessoas não se acheguem a Cristo,
e para isso, usa de diversas artimanhas.

Prosseguindo para o nosso aprendizado, vemos que Jesus foi tentado em três
aspectos:

1. Pelas necessidades básicas baseada na mentira de que Deus não o amava


2. Pela desobediência através de falsas verdades
3. Pelos atalhos para a vitória

Satanás sendo muito inteligente tentou Adão no jardim do Éden possuindo um


fornecimento direto de Deus em todos os aspectos. Lá Adão possuía todos os frutos do
jardim para comer, também tinha um vigor que nenhum de nós jamais experimentou
pois o cansaço só foi experimentado pela humanidade por conta da queda, Adão
também era o cabeça da raça humana. Seu estado era perfeito, sua condição era
perfeita e seu status era de maior representante diante de toda a criação existente.
Ainda assim, o que vemos é um fracasso. Na leitura bíblica correta, podemos ver que
algumas coisas acontecem neste processo seguidos por teste, fracasso e julgamento.
Ele não obedeceu às palavras de Deus, mas deu ouvidos as distorções do diabo e por
isso, foi vencido.

 Nesta questão em pauta, agora o processo é diferente. Jesus – o segundo Adão –


agora está em uma condição de calamidade, não possui nada para comer e está
desfalecido pelo tempo que passou no deserto. A primeira tentação se baseia
justamente neste aspecto, o diabo diz para que [Jesus] “transforme estás pedras em
pães”. O diabo sabia quem era Jesus, da mesma forma que sabia quem era Adão.
Jesus é chamado de Filho de Deus pelo tentador, indicando sua consciência a seu
respeito. Satanás utiliza-se dessa expressão para dizer “Se tu és o filho amado de
Deus, porque ele o deixou com fome?”. Mas, Jesus não se entrega aos desejos que
possui e que não são pecaminosos (visto que comer em meio a fome não é pecado,
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a gula o é, pois, a pessoa come estando já satisfeito), antes, ele diz o que é o cerne
do seu ministério: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que
procede de Deus”. Em outra parte, Ele afirma “Disse-lhes Jesus: A minha comida
consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra.” (João
4.34). Jesus poderia ter transformado as pedras em pães, mas teria trabalhado sem
depender do Pai e o Filho veio justamente para obedecer ao pai.

 A segunda tentativa do diabo se concentra na utilização das escrituras, como se ele


dissesse “Então você sabe de bíblia? Então vamos lá!”. Note, se Jesus se atirasse do
pináculo (que possuía grande altura) e fosse salvo pelos anjos, as pessoas com
certeza acreditariam nele, o proclamariam como o Messias de imediato. Mas Jesus
cita deuteronômio indicando a riqueza da palavra quando utilizada da maneira
correta! O diabo omite a frase do salmo 91 que diz “Em todos os teus caminhos”
indicando que Deus cuida daqueles que o obedecem. Deus não trabalha em meio
as contradições, como por exemplo, não podemos dizer que Deus cuidará de um
diabético que não se alimenta da forma adequada para cuidar de sua saúde. Isso se
enquadra em tentar à Deus para que cuide de nós de maneira miraculosa.

 A última etapa da empreitada de Satanás contra Cristo se baseia no fato de que a


autoridade era dele. Mas, Jesus sabia que ao beber do cálice (por mais amargo que
fosse) o único culto, a única adoração e honra seriam concedidas ao pai. Isso exigia
que Cristo cumprisse fielmente todas as profecias e sofresse a ira de Deus em favor
dos pecadores. Satanás oferece um atalho! Satanás sempre quis adoração pois
sempre quis ser Deus: “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como
foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! Tu dizias no teu coração: Eu
subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono e no monte da
congregação me assentarei, nas extremidades do Norte; subirei acima das mais
altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo.” (Isaías 14.12-14)

Jesus não optou pelos atalhos. Na verdade, ele se submeteu a toda vontade de Deus.
Satanás tinha autoridade para oferecer os reinos à Cristo, mas ao invés de aceitar a
barganha, Cristo o expulsou: “Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora
o seu príncipe será expulso” (João 12.31). Satanás se apartou de Jesus por algum
tempo (Lucas 4:13), mas depois de um período tentou novamente Jesus através de
Pedro “Desde esse tempo, começou Jesus Cristo a mostrar a seus discípulos que lhe era
necessário seguir para Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais
sacerdotes e dos escribas, ser morto e ressuscitado no terceiro dia. E Pedro, chamando-o
à parte, começou a reprová-lo, dizendo: Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo
algum te acontecerá. Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda, Satanás! Tu és para
mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens”
(Mateus 16.21-23). Também cogitou estabelecer o reino de Cristo através das
multidões alimentadas (João 6.15).

b) Aplicações
CONHECENDO A JESUS E OS SEUS ENSINOS (9)

I. Deus permite as provações e tentações para que os nossos membros sejam


calejados. Assim como na musculação que você começa pegando 1 Kg, 2 Kg e
após alguns anos o peso que você suporta é muito maior. Deus usa dessa
didática para que seus filhos sejam fortalecidos.
II. Não podemos confundir o sentido das palavras, pois, como Tiago diz:
“Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode
ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta.” (Tiago 1.13). Neste sentido,
Deus não induz ninguém ao pecado. Deus utiliza meios e maneiras para que
seus filhos sejam fortalecidos pelas provas e pelas tentações, mas de maneira
alguma Deus faz com que as pessoas sejam levadas ao pecado.

III. Todas as respostas de Jesus foram baseadas no fato de que “Está escrito”. Isso
deve nos ensinar que ao nos depararmos com as tentações, o nosso socorro
deverá vir da palavra de Deus, da escritura, da fonte de águas vivas que jorram
deste imenso e infinito mar de conhecimento e sabedoria do alto. Nada jamais
neste mundo deve ser o objeto do nosso apoio em meio as tentações, senão, a
soberana palavra de Deus. Por isso o salmista diz “No meu coração tua palavra
escondi, para não pecar contra ti” (Salmos 119.11).

IV. Devemos rejeitar as coisas terrenas e fazer como Cristo, recorrendo as


espirituais. Não devemos ficar presos em necessidades básicas, pois Deus
realmente nos ama. Não devemos testar nosso Senhor achando que milagres
acontecerão para nos livrar do mal, pois Ele também usa as coisas ordinárias
(como remédios, médicos e pessoas) para cuidar de nós. E também não
devemos buscar atalhos para conseguirmos vencer as dificuldades. Temos que
nos apoiar totalmente em Deus, Ele é “Nosso refúgio e fortaleza”.

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