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CONHECENDO A JESUS E OS SEUS ENSINOS (6)

João Batista introduz o rei: Na leitura de Mateus 3.1-12 iremos aprender agora sobre o
ministério de João Batista e qual a sua relevância para o evangelho de Mateus. O destaque de
João Batista é enorme, Jesus o chamou de “Lâmpada que ardia e alumiava” (João 5.15) e
também disse que “Entre os nascidos de mulher, ninguém apareceu maior doque João Batista”
(Mateus 11.11). João Batista falava muito sobre pecado, a necessidade do arrependimento, a
comprovação do arrependimento pelos frutos e de que nunca se apoiassem em privilégios da
religião.

A pregação do mensageiro do Rei

1 Naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judeia e dizia: 2


Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus. 3 Porque este é o referido por
intermédio do profeta Isaías: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do
Senhor, endireitai as suas veredas.

Pode-se entender que ao afirmar “Naqueles dias” Mateus ainda esteja narrando os fatos que
aconteceram com os pais de Jesus e com o próprio menino, mas não é isso. Mateus está
querendo dizer que “Nos dias de Jesus (quando este estava aqui encarnado) João Batista
apareceu pregando no deserto”. João Batista tinha pouca diferença de idade para Jesus, cerca
de meses (Lc 1.36). Fato é que João Batista possui algumas características de profetas, ao dizer
“apareceu João Batista pregando no deserto” simboliza o seu zelo por não ser confundido
com os profetas das cidades. Ele estava longe da contaminação do povo. A sua pregação não
possuía distrações para seus inimigos.

Sua pregação era de arrependimento e não de puro sentimentalismo. Note que ele dizia isso
“está próximo o reino dos céus” e isso quer dizer muito, o messias estaria chegando, ele estava
preparando essas pessoas para O Cristo de Deus. Por isso ele referencia o profeta (Isaias 40.3),
e o contexto dessa passagem é a volta do povo do cativeiro. A libertação estava vindo.

4 Usava João vestes de pelos de camelo e um cinto de couro; a sua alimentação eram
gafanhotos e mel silvestre. 5 Então, saíam a ter com ele Jerusalém, toda a Judeia e
toda a circunvizinhança do Jordão; 6 e eram por ele batizados no rio Jordão,
confessando os seus pecados. 7 Vendo ele, porém, que muitos fariseus e saduceus
vinham ao batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira
vindoura? 8 Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento; 9 e não comeceis a dizer
entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas pedras
Deus pode suscitar filhos a Abraão. 10 Já está posto o machado à raiz das árvores; toda
árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo.

As vestes de João Batista te lembram alguém? Veja 2 Reis 1.8, as características de um profeta,
mas também as características do profeta Elias. A profecia de que Elias viria se cumpriu em
João Batista e isso demonstra que Mateus estavam enfatizando o fato de que era chegado o
reino dos céus, como o próprio João Batista afirmou. Esse reino não era um reino político, mas,
um reino espiritual como veremos no decorrer do livro. Quando as cidades foram “ter com
ele” possivelmente esperavam por um profeta que levantaria novamente a nação de Israel,
mas ao chegarem lá, a pregação que receberam foi dura. Mesmo assim, muitos creram nessa
pregação e confessaram os seus pecados.

João ao ver os fariseus e saduceus começou a ataca-los pois conhecia muito bem que raça era
essa. Sua frase não é menos impactante que a sua pregação “raça de víboras”; João deixa claro
que não há nenhum tipo de simpatia por aqueles que deveriam ser os guias espirituais do
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povo. Os fariseus entendiam das escrituras, mas seguiam as tradições orais e davam mais
créditos as próprias invenções criadas por eles. Os saduceus eram céticos, não criam na
ressurreição. Isso demonstra o caráter dos que ouviram a pregação de João Batista, e a
continuação da fala não poderia ser outra: “Quem vos induziu a fugir da ira vindoura?” em
outras palavras “Quem disse que vocês irão escapar do Juízo de Deus?” Eles não estavam indo
se batizar, eles não tinham se arrependido dos seus pecados. Eles estavam ali apenas para se
opor às pregações de João.

Note que eles não foram batizados, para ser batizado por João era necessário produzir bons
frutos de arrependimento. Eles poderiam até se vangloriar por serem judeus e descendentes
de Abraão, mas João acaba com isso e os diz: “Já está posto o machado à raiz das árvores;
toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo”. Fato é que, eles não
estavam mudando de vida, eles não queriam mudar. Seus corações eram duros. Isso
demonstra que a regeneração não é de sangue, mas sim, pela exclusiva vontade de Deus. Os
fariseus se vangloriavam por sua descendência, mas João disse que não precisava deles. Deus
poderia tornar as pedras do riacho do Jordão em filhos para Abraão, tamanho é seu poder!
Não pensem que Deus virá implorar para salvar as pessoas, Ele não precisa disso, Deus jamais
irá se humilhar para alguém.

O mensageiro testemunha sobre o rei

11 Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim
é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará
com o Espírito Santo e com fogo. 12 A sua pá, ele a tem na mão e limpará
completamente a sua eira; recolherá o seu trigo no celeiro, mas queimará a palha em
fogo inextinguível.

João aqui deixa claro que seu batismo é uma preparação para um batismo maior e muito
superior. O batismo de João poderia coloca-los no caminho para a porta, mas essa porta não
era ele mesmo. João os deixaria de frente do rei, mas ele mesmo não era o rei. Ele diz aos seus
ouvintes que o batismo dele era baseado na produção de bons frutos, mas o batismo daquele
que viria depois dele não apenas tornaria publico aquela mudança de vida das pessoas que o
ouvissem, mas também, os introduziria o Espirito Santo. João reconhece sua falência diante
daquele que é o mais rico de todo o universo em poder. Aqui as vezes ocorre uma grande
confusão, mas me deixe explicar o que João quer dizer com Espirito Santo e fogo.

1. Espirito Santo: João diz que aquele que viria depois dele seria capaz de batizar as
pessoas com o Espirito Santo, sendo assim, elas estariam livres do juízo divino e
introduzidas no corpo da família de Deus. Outros profetas vieram falar com Israel para
podar as árvores, mas João Batista disse que sua pregação derrubaria as árvores
infrutíferas. Essa pregação desenterrou as coisas mais profundas do povo, as raízes do
pecado, da superstição e do mal de todo tipo.

2. Fogo: O Batismo com fogo aqui retratado não é no caráter refinador. A bíblia utiliza
sim do fogo para demonstrar uma purificação ou provação. Mas aqui, ele está dizendo
que no fim dos tempos as pessoas que não foram batizadas pelo Espirito Santo (sendo
introduzidas na família de Deus) serão então batizadas com fogo. A palavra batismo
significa imersão, em outras palavras, essas pessoas serão lançadas no fogo do inferno
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onde queimarão eternamente. Essa mensagem tem o caráter escatológico, ou seja, é


uma mensagem sobre as ultimas coisas.

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