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Lição 4 – A VITÓRIA QUE DEUS NOS DÁ NA TENTAÇÃO

Textos bíblicos: Números 14.20-24; Hebreus 4.11

Introdução
De uma maneira muito clara, a vinda de Jesus ao mundo foi para trazer de volta
a comunhão com Deus, a vida plena que havíamos perdido, desde o Éden. Ele disse:
“Eu vim para que vocês tenham vida e vida plena” (Jo 10.10). A expressão “vida plena”
significa viver todo o potencial da vida e a realização ofertada por Deus. O propósito de
Deus é que seus filhos vivam em vitórias constantes. A vitória é uma experiência que
os filhos de Deus podem e devem desfrutar sempre.
Na plenitude dos tempos, Deus enviou Jesus Cristo, que na pureza de sua vida,
derrotou o Diabo, a tentação e o pecado. Jesus veio para isso. O episódio vivido por ele
na tentação do deserto nos mostra um Cristo grandioso vencendo a tentação, não
usando seus super-poderes, mas fazendo menção da poderosa Palavra de Deus. O
texto registra que “passadas que foram as tentações de sorte, apartou-se dele o Diabo,
até momento oportuno” (Lc. 4.1-13). Em razão desse fato, somente pela fé em Cristo –
ou por meio de sua graça – o ser humano tem a condição de vencer diariamente a
tentação.

1 – O que é tentação?
O dicionário Silveira Bueno, define tentação como sendo: “disposição ou ânimo
para a prática de coisas sedutoras ou censuráveis; desejo veemente; provocação ou
impulso que nos leva a fazer uma coisa má”, mas esse “impulso” ou “desejo mau”
encontra força por meio daquilo que nos atrai: “Cada um é tentado pelo sua própria
cobiça, quando essa o atrai e seduz” (Tg 1.14). Existe uma fonte externa da tentação
que procura estimular o ser humano ao pecado justamente naquilo em que ele é mais
vulnerável, por exemplo, na área sexual (1Co 7.5).
A Bíblia identifica o Diabo como “tentador” (Mt 4.3; 1Ts 3.5), ou seja, ele é a
origem externa da tentação. Em momentos de provocação ou lutas, Satanás surge
para nos induzir ao pecado, desobedecer aos mandamentos que Deus nos ordena em
Sua Palavra. Procura nos levar a questionar a ordem bíblica – como fez a Eva (Gn 3.1-5)
– ou duvidar do cuidado de Deus, exatamente como tentou o patriarca Jó (Jó 2.7-10).
A fonte interna da tentação é conhecida como “carne” ou “velho homem”, e o
objetivo do discipulado de Jesus Cristo é justamente o de neutralizar essa fonte por
meio da santificação (1Ts 5.23). Assim, precisamos ter compromisso com certos
hábitos ou exercícios espirituais para que consigamos “matar” ou “crucificar” essas
inclinações naturais para o pecado que existe em cada um de nós (Cl 3.5). Precisamos
entender que Deus e o Diabo buscam a nossa lealdade, mas devemos responder a nós
mesmos: a quem devemos atender? Podemos não estar sendo observados pelos lados,
mas se “olharmos para cima”, constataremos um Deus que nos vê a todo instante (Pv
5.21).

2 – A tentação tem consequências


Canaã ou Terra Prometida ilustra pelo menos duas verdades: 1. O descanso
espiritual em Cristo (Hb 4.9-10; Mt 11.28); 2. Nossa herança em Cristo ou descanso na
Pátria Celestial (Jo 14.2-3; Hb 11.16; Tg 2.5). Apesar dos espias terem apresentado
várias coisas boas da terra (Um gigantesco cacho de uvas, por exemplo – Nm 13.23), a
atenção do povo se concentrou apenas nos problemas, e essa foi a principal razão de
Israel ter perdido a oportunidade de conquistar a terra.
Aquela geração que saiu do Egito pereceu no deserto. Eles perderam a
oportunidade de possuir a terra, de viverem uma nova vida de paz, fartura e liberdade.
É exatamente isso que a tentação vai produzir no exato momento que transgredimos a
Lei de Deus. O pecado na vida do cristão rouba a comunhão com Deus e, por certo, a
paz, a alegria e o prazer verdadeiro pela vida.
O povo de Israel deu ouvidos ao relatório dos dez espias infiéis, os quais o
Diabo usou para produzir medo e falta de fé. Em contrapartida, eles se recusaram
deliberadamente a ouvir a Palavra de Deus proferida pelos dois espias fiéis (Nm 14.7-
9). Em razão disso, Moisés declarou que eles não obedeceram à voz do Senhor (v. 22).
A tentação sempre vem para dividir ou anular a nossa lealdade a Deus.
A Bíblia afirma: “Não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual fostes
selados para o dia da redenção” (Ef 4.30), mas é precisamente isso que ocorre quando
cedemos à tentação, quando desobedecemos à voz gentil e insistente do Espírito
Santo que nos exorta e avisa na hora da tentação. Ao cedermos à tentação, pecamos
contra a santidade de Deus. E esse pecado (moral) vai deixar uma marca em nossa
reputação que nunca será apagada, mesmo que Deus nos conceda o perdão (Pv
6.32,33 e Sl 51).

3 – A tentação pode ser vencida


Precisamos entender que a tentação não vem de Deus e que ela segue um
ritual milenar, ou seja, tudo depende daquilo que acalentamos de errado em nossos
corações (Tg 1.12-15). Em razão desse fato, o primeiro passo para derrotarmos esse
mal é cortar toda “fonte de alimentação” para o pecado que particularmente nos atrai.
A Bíblia nos exorta a “fugir da imoralidade” (1Co 6.18; Pv 5.8). O pecado sexual
é estimulado pela pornografia; o pecado da maledicência é estimulado pelo
descontrole daquilo que se fala; o pecado de toda impureza é estimulado pelo foco no
“amor ao mundo e naquilo que no mundo há”; o pecado da corrupção moral é
estimulado pelas “más companhias”... Enfim, o pecado sempre tem uma “fonte e um
foco”. É sempre útil lembrar que por ocasião da traição de Judas, Jesus se encontrava
em oração no monte do Getsêmani, mas seus discípulos vacilavam de sono. Foi então
que o Mestre advertiu: “Vigiai e orai para que não entreis em tentação; o espírito na
verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26.41). Então, a receita para vencer a
tentação foi-nos oferecida pelo Senhor Jesus.
Mas, como vencer a tentação se não vigiamos? Vigiar é o mesmo que estar
alerta, precavido, acordado, pois a tentação é traiçoeira. É preciso vigiar o que
toleramos em nossa cabeça, o que ouvimos, vemos, participamos, com quem falamos
em nossas rodas de amizade e com quem andamos (Sl 1.1-2). A prática da oração e da
leitura bíblica são excelentes maneira de vigiarmos, pois elas nos colocam em contato
com a nossa fonte de resistência e é desse modo que nos fortalecemos no Senhor e na
força do Seu poder (Ef 6.10). É útil lembrarmos que Jesus também foi tentado, mas
nunca tentou. Em razão disso Ele se compadece de nós e cria formas de escaparmos
dos laços da tentação (Hb 2.18 e 4.15). Ele é fiel em providenciar um escape para seus
servos (1Co 10.13).

Conclusão
O alvo da tentação é a nossa completa destruição, pois Satanás tem total
interesse em nosso fracasso espiritual. Ele é cruel e “veio para matar, roubar e
destruir” (Jo 10.10). Para garantir a nossa vitória, precisamos seguir fielmente as
instruções que o Espírito Santo nos dá para cada dia. Obediência, fidelidade em seguir
o que Deus ordena em Sua Palavra é outra forma de derrotarmos a tentação. Josué e
Calebe preferiram caminhar pela fé – a despeito das aparências – por esse motivo a
Bíblia relata que eles foram os únicos daquela geração que deixaram o Egito e
tomaram posse da Terra Prometida (Dt 1.35-38). Toda a nação de Israel poderia ter
entrado na terra, mas cedeu à tentação de seguir líderes humanos rebeldes (Nm
13.31-33). Em razão da desobediência à Palavra de Deus foi impedido de viver as
delícias daquilo que Deus havia prometido quando tomasse posse daquela terra.

Para pensar e agir


1. “Há caminhos que ao homem parecem direito... Mas o seu fim é a morte”. Isso
é uma referência à tentação?
2. Quais as ferramentas poderosas que Deus coloca à nossa disposição para a
nossa proteção eterna?
3. Comente: “Fui tentado, mas venci!”. Como se deu o processo?

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA


Segunda-feira: Mateus 4.1-10

Terça-feira: Daniel 1.1-8

Quarta-feira: Gênesis 13.10-18

Quinta-feira: 2Coríntios 11.1-4

Sexta-feira: Tiago 1.2-18

Sábado: 1Coríntios 10.1-13

Domingo: 1Tessalonicenses 4.1-12

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