Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ENSINAMENTOS PG.
Apresentação
Prefácio
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Palestra proferida pelo fundador da Igreja Messiânica Mundial no
auditório do “Hibiya Public Hall” – Tóquio, Japão
Eu e a Igreja Messiânica Mundial
O que é a Igreja Messiânica Mundial
A transformação do mundo em Paraíso e o problema referente ‘a
saúde
O mundo isento de doença, pobreza e conflito
Os descrentes e os crentes
SAÚDE
A verdade sobre a saúde
O homem é um poço de saúde
A verdadeira saúde e a saúde aparente
Como tornar as crianças saudáveis
Método para qualquer pessoa engordar
Método para a mulher se tornar mais bela
Medicina desportiva
A bebida e a Religião
Meu método de saúde
O que é a morte?
Morte natural e a morte antinatural
TOXINAS
Análise das toxinas
Os três tipos de toxinas
Toxinas urinarias
A causa do pecado esta nos medicamentos
A causa dos acidentes
PROCESSO DE PURIFICAÇÃO
O tratamento natural
Os pontos falhos da Medicina e a capacidade de recuperação natural
O que é a doença
A verdadeira causa das doenças
O que é a doença? A gripe
A verdadeira causa da doença está no “Espírito”
A causa das doenças e o pecado
O pecado e a doença
O que é o estado ligeiramente febril
Sobre a purificação proporcional
A doença e o caráter do homem
A advertência dos antepassados
A reencarnação
JOHREI
O primeiro mundo
A grande transição do mundo
Transição da Noite para o Dia
Sou um cientista em Religião
O espírito precede a matéria
Espírito e corpo
Medicina espiritual
Princípio do JOHREI
A trilogia dos órgãos internos e o JOHREI
A força absoluta
Minha luz
Quem é o salvador?
NUTRIÇÃO
Alimentação e nutrição
A dietética
A comédia da nutrição
AGRICULTURA NATURAL
Agricultura Natural – Introdução
A força do solo
Princípio da Agricultura Natural
A grande revolução da agricultura
Danos causados pelas pragas
Danos causados pelas chuvas e ventos
A higiênica e agradável agricultura natural nas hortas caseiras
O globo terrestre respira
Posfácio
APRESENTAÇÃO
Esta obra é uma coletânea dos ensinamentos relacionados à saúde, escritos por
Meishu-Sama, nome religioso de Mokiti Okada, fundador da nossa Igreja.
Meishu-Sama afirmou que, em obediência à ordem Divina, iria construir uma nova
civilização, ou seja, o Paraíso Terrestre - mundo de saúde, riqueza e paz. Ele nos
ensinou que a obtenção da saúde seria a condição fundamental para o
estabelecimento desse mundo. De fato, ela é fator de primordial importância e
constitui a base da felicidade e da prosperidade de todos os seres humanos.
Os ensinamentos contidos no presente livro foram divulgados pelo próprio Mestre
através dos periódicos da Igreja. Na época, ele desejava difundi-los o quanto antes, a
fim de poder salvar o maior número de pessoas que estavam sofrendo. Assim, em
respeito ao amor de Meishu-Sama pela humanidade, a nossa Igreja promoveu a
compilação de seus ensinamentos, esperando nova oportunidade para publicá-los.
Felizmente, com o Cinqüentenário da Fundação da Igreja, pudemos concretizar esse
desejo, razão pela qual nos sentimos profundamente gratos, pois se trata de uma
grande permissão concedida por ele.
Neste sentido, objetivando que, por intermédio da obra que estamos editando, o
maior número de pessoas possam despertar para o verdadeiro conceito de saúde e
tornar-se verdadeiramente saudáveis, gostaríamos de conclamar a todos para um
grande empenho na concretização do ideal comum a toda a humanidade - a
construção do Paraíso Terrestre - através da profissão de cada um e das várias
atividades do servir.
PREFÁCIO
5 de fevereiro de 1947
Creio que minha palestra é bastante original. Pretendo tratar de assuntos que nunca
foram tratados antes.
Em primeiro lugar eu gostaria de dizer que muita gente, confundindo cultura com
civilização, diz que a cultura da atualidade é avançada, ou que estamos na Era da
Cultura. Na verdade, porém, cultura e civilização são coisas diferentes. Civilização é
um mundo ideal, sem nenhuma selvageria; a isso nós chamamos de mundo
civilizado. Já a cultura é o estágio intermediário entre a selvageria e a civilização.
Portanto, o que se chama BUN-NO-KE, ou seja, BUNKA (Cultura), é uma sombra, é
um fantasma.
Observando o estado atual da humanidade, notamos que os homens estão
apaixonados por essa sombra, achando que ela é o que há de melhor e que, com o
seu progresso, o mundo se tornará aprazível. Mas o mundo civilizado a que eu me
refiro é diferente daquilo que as pessoas têm em mente.
O que é a verdadeira civilização? Em palavras simples, é sinônimo de vida. Deve ser
a época em que a humanidade possa viver com segurança. Mas, como o Sr. Suzuki
disse há pouco, hoje há coisas realmente temíveis, como a bomba atômica, a bomba
bacteriológica, o Juízo Final, etc. São temíveis porque põem em risco a segurança da
vida. Isso não é um mundo civilizado. É a cultura; a Era da Cultura. Isto é, estamos
na fase de transição entre a selvageria e a civilização. O que vou falar agora não é
sobre a cultura, e sim sobre a civilização.
As doenças e as guerras são o que mais põe em risco a vida. Se não tivéssemos
guerras nem doenças, teríamos garantia de vida, e este seria o verdadeiro mundo
civilizado. Já chegamos à época em que precisamos ir até aí. Daí a razão de ser do
lema da Igreja Messiânica Mundial: o mundo absolutamente isento de doença,
pobreza e conflito. Como a guerra é um conflito em maior escala, propomos a
construção do mundo sem doença, pobreza e guerra.
Todos os infortúnios são decorrentes da doença. Costuma-se entender como doença
aquilo que provoca dores, coceira ou outras reações; interpreta-se sempre no sentido
físico. Mas não é bem assim. Há dois tipos de doenças: doenças físicas e doenças do
espírito. Dizem que este ano a tuberculose e outras doenças contagiosas, a
disenteria, etc. aumentaram bastante e por isso as pessoas estão receosas.
Entretanto, se hoje não se conseguir encontrar solução para esse problema, jamais
se formará um mundo civilizado, nem mesmo daqui a centenas ou milhares de anos.
Quanto à pobreza, sua origem é a doença do corpo. Basta escolher uma pessoa
pobre e procurar saber a causa da sua pobreza. É invariavelmente a doença. São
casos como a perda de emprego devido à enfermidade, ou a impossibilidade de
trabalhar pelo mesmo motivo. A doença, acrescida do fato de não se receber salário,
constitui uma dose dupla de sofrimento. Isso se reflete negativamente não só no
próprio doente como em seus parentes e amigos.
A causa das guerras também é a doença. Trata-se da doença mental. É comum
utilizar-se a expressão "fabricantes de guerras", para aqueles que as causam.
Observando-se a História, encontramos inúmeros exemplos. E eles recebem o nome
de heróis. Esses indivíduos importantes têm força e inteligência, mas no fundo
sofrem de uma espécie de doença nervosa. Por isso torna-se necessário erradicar
não só a doença do corpo como também a do espírito. Quanto à do corpo, as
pessoas acreditam que é possível curá-la através da Medicina e se esforçam nesse
sentido, mas não há nada que resolva a doença espiritual. Para isso, só existe um
meio: a Religião.
Na teoria pode ser assim, mas surge a dúvida: conseguir-se-á, na prática, erradicar
ambos os tipos de doenças? Aí é que entra o JOHREI, ao qual se referiu há pouco o
Sr. Suzuki: ele irá erradicar a doença da mente e a do corpo. Dessa forma, surgirá o
mundo civilizado.
Observando o estado em que se encontra a humanidade e a cultura, concluo que de
maneira alguma isto é civilização. Pelo contrário, é até um estado extremamente
bárbaro. As guerras de hoje são mais terríveis que as da época selvagem. Sendo
assim, podemos afirmar que a cultura ou civilização da atualidade não passa de
aparência; a humanidade está iludida com essa aparência, e as pessoas se sentem
gratas. Analisando seu conteúdo, veremos que ele é selvagem; ou melhor, meio
civilizado e meio selvagem. A cultura contemporânea assemelha-se a uma bela
mulher, vestida com um bonito quimano, com a qual todos ficassem impressionados,
mas que, quando tirasse a roupa, se mostrasse corroída pela sífilis, toda coberta de
pus.
Acredito, por conseguinte, que a nossa Igreja Messiânica Mundial não é uma religião.
Se fosse possível resolver os problemas do homem com a Religião, eles já teriam
sido resolvidos, pois até o presente apareceram importantes líderes e fundadores de
religiões, filósofos, moralistas, etc. É verdade que selvagens nus e de rosto pintado
restam poucos. Conseguiu-se, também, que tudo assumisse um aspecto bonito,
culto. Mas ainda não foi possível garantir a vida humana, porque as religiões que
surgiram até hoje não tinham força suficiente. Tiveram força para tornar cultos os
selvagens, mas não para ir além, ou seja, para tornar os homens civilizados.
Há, ainda, inúmeros inventos que não são utilizados no bom sentido: muito pelo
contrário. Dizem que a bomba atômica pode matar vinte milhões de pessoas de uma
só vez; entretanto, se essa energia for aplicada para o bem, com uma pequena
porção do tamanho da ponta de um dedo, poder-se-á fazer rodar trens ou
automóveis por muitos dias. O avião, sendo utilizado como meio de transporte, não
existe nada mais rápido e útil; utilizado para lançar bombas, não há máquina mais
temível.
Esta é a cultura científica de hoje. Chegamos até aqui com o progresso da cultura
científica, mas falta algo - algo muito importante. Devido a essa falta tende-se a fazer
mau emprego das coisas. Eis o motivo da aflição da humanidade. Para utilizar as
coisas em sentido positivo, torna-se necessário ir às raízes, isto é, ao Espírito.
Mudando o Espírito das criaturas do mal para o bem, elas saberão utilizar tudo no
bom sentido e assim se conseguirá um mundo maravilhoso. Cristo referiu-se a isso
com a expressão "É chegado o Reino dos Céus". Sakyamuni, por sua vez, disse:
"Após a extinção do Budismo, aparecerá Miroku Bossatsu, e surgirá o Mundo de
Miroku". Só que Sakyamuni falou que seria após 5,67 bilhões de anos. Acredito,
entretanto, que ele quis apenas se referir aos números 5 6,7. Se realmente estivesse
profetizando algo para daí a 5,67 bilhões de anos, Sakyamuni não estaria bom da
cabeça, pois não há nenhum sentido em profetizar algo para um futuro tão distante.
Nessa época, a humanidade e a Terra já teriam passado por uma mudança tão
grande que nem se poderia imaginar.
Os messiânicos conhecem bem o significado dos números 5,6,7. Caso eu fosse
explicá-lo, isso me tomaria bastante tempo e aí eu não poderia falar de coisas
importantes. Com relação à profecia de Cristo, ao invés de dizer "É chegado o Reino
dos Céus", ele poderia ter dito "Vou construir o Reino dos Céus". Mas naquela época
o mundo ainda não havia alcançado o estágio necessário para isso, ou seja, o
progresso da cultura ainda era insuficiente para a construção do verdadeiro mundo
civilizado.
No entanto, a cultura material progrediu, chegando ao estágio em que se encontra
atualmente; o progresso foi tal, que se estendeu ao mundo todo. O que eu estou
dizendo pode ser ouvido, através dos modernos meios de comunicação, nos quatro
cantos do mundo. Os meios de transporte se desenvolveram tanto, que é possível ir
de avião até os Estados Unidos num dia. Dessa forma, o progresso da cultura
material já atingiu o ponto em que estão preenchidas quase todas as condições
necessárias ao mundo civilizado. O primordial dessa questão é que a alma humana
ainda não se evoluiu o suficiente para utilização do progresso no bom sentido. Sobre
essa alma, é imperativo empenhar-nos para que as pessoas a utilizem positivamente
e, ao mesmo tempo, para que a humanidade tome conhecimento disso. Em várias
oportunidades falei sobre o assunto, e os fiéis já têm alguma noção a respeito.
A propósito, comecei a escrever, há cerca de seis meses, um livro intitulado "A
Criação da Civilização". Meu objetivo é esclarecer que a civilização atual não é a
verdadeira civilização e que, nesta, a Medicina, a Política, a Educação, a Arte, etc.
serão bem diferentes. A parte que se refere à Medicina já está quase pronta, mas
tenciono escrever, ainda este ano, a parte referente às outras áreas. Quando o livro
estiver concluído, pretendo traduzi-lo para o inglês e tomar providências para que ele
seja lido por professores universitários, cientistas, enfim, por intelectuais do mundo
inteiro. Vou enviá-lo, também, à Comissão Examinadora do Prêmio Nobel, mas
acredito que, no início, não o receberão bem, pois a Comissão é integrada por
eminentes personalidades da cultura material. Todavia, como se trata de um livro que
aborda justamente aquilo que as pessoas eminentes estão buscando, acredito que os
integrantes da Comissão não deixarão de entendê-lo e exclamar: "É isto!" Assim,
poderiam conceder-me dez ou vinte Prêmios Nobel. Quando esse livro for publicado,
eu gostaria que todos os povos o lessem.
Dessa forma, ao mesmo tempo que mostramos como estará constituída a verdadeira
civilização, damos a conhecer o JOHREI. Com o JOHREI as doenças saram
milagrosamente, mas ele não se destina a curar doenças. Em resumo, o JOHREI
cura o espírito, ou seja, o mal que existe nele. Em termos mais claros, o mal é o
caráter selvagem, e este não pode ser removido, pois não se pode viver sem espírito.
O que se pode fazer é mudar a maneira de pensar das pessoas, ou seja, diminuir-
lhes as partes más, fazendo com que as partes boas aumentem. Assim, todos farão
apenas coisas boas, isto é, acharão que devem fazer o bem.
Costumo dizer aos fiéis que os homens da atualidade estão sempre pensando em
praticar o mal. Mesmo que não queiram fazê-lo, acham que é bobagem praticar o
bem, que isso só traz prejuízos, que se deve fazer as coisas de maneira mais "fácil".
Entretanto, essa forma de pensar é o oposto da verdade. Faço tal afirmativa porque
já houve época em que eu também pensava assim. Gradativamente, porém, comecei
a ter melhor compreensão sobre Deus, através da Fé, e vi que estava totalmente do
"avesso". Aí passei a querer praticar o bem e sempre buscava um meio para isso.
Estava sempre procurando fazer algo em benefício das outras pessoas, algo que as
deixasse felizes, satisfeitas. Com essa atitude, minha sorte melhorou. Mesmo antes
de me dedicar inteiramente à Fé, aconteciam-me coisas boas quando eu ficava
nesse estado de espírito. Assim, pensei como seria bom se as pessoas soubessem
os benefícios que nos advêm quando procuramos fazer a felicidade do próximo.
À medida que eu ia acumulando tais experiências da vida real, comecei a ter plena
compreensão de que realmente Deus e o demônio existiam. A partir daí passei por
uma fase de aprimoramento espiritual. Com a ocorrência de vários milagres, pude
compreender a grande missão que me era destinada. Foi assim que instituí a Igreja
Messiânica Mundial e estou desenvolvendo minhas atividades.
Outro ponto que eu gostaria de abordar é o "Juízo Final", do cristianismo, e o "Fim do
Budismo", profetizado por Sakyamuni. Apesar de muitos líderes e fundadores de
religiões terem feito profecias semelhantes, vou tratar, aqui, apenas destas duas.
Que vem a ser o Juízo Final? Os homens estão imaginando que virá um deus para
fazer o julgamento neste mundo, mas isso não corresponde à verdade. É um ponto
de difícil entendimento para os não-fiéis, mas o Mundo Espiritual é uma realidade. O
mundo em que vemos e sentimos a matéria é o Mundo Material; além deste, há o
Mundo Espiritual e, no meio dos dois, o Mundo Atmosférico. Este último já é
conhecido, mas ainda não se conhece o Mundo Espiritual. É como a ordem em que
se dispõem a era do barbarismo, a era da cultura e a era da civilização. Da mesma
forma, o Universo obedece a uma constituição tripla: Mundo Material, Mundo
Atmosférico e Mundo Espiritual.
Há, ainda, os ciclos do mundo: assim como existe transição entre o claro e o escuro,
entre o dia e a noite no espaço de um dia, há a mesma transição no espaço de um
ano. O claro e o escuro em um ano podem ser comparados ao verão e ao inverno,
respectivamente. Os raios solares são mais fortes no verão e mais fracos no inverno,
ocasionando o contraste entre o claro e o escuro. E existem períodos idênticos no
espaço de dez e de cem anos. A História registra épocas de paz e de guerra, que
correspondem ao claro e ao escuro. Refiro-me, portanto, a esse ritmo.
Igual período existe também no espaço de mil e de dez mil anos.
Estávamos até agora na escuridão, no período das trevas; vamos passar para o
período da claridade. Passando-se para o período da claridade, tudo que existia no
período das trevas sofrerá uma seleção. Esses ciclos do mundo, nós os designamos
com as expressões Mundo da Noite, Mundo do Dia, Cultura da Noite, Cultura do Dia.
Assim, desaparecerá uma série de coisas que não serão mais necessárias. Durante
o dia, por exemplo, não é preciso lâmpadas. Tudo aquilo que pertence à Era da Noite
e se tornar desnecessário será eliminado.
O Juízo Final representa a separação do que é do Dia e do que é da Noite. O que for
inútil ficará inativo ou será destruído. A partir de agora, as coisas do Dia irão sendo
construídas gradativamente.
O que acontecerá quando o Mundo Espiritual se tornar claro? Vejamos o homem.
Nele, entre a matéria e o espírito existe a água, que corresponde ao ar. Ela existe em
grande quantidade no corpo humano. Assim, o homem apresenta uma constituição
tripla; dela, faz parte o espírito, a que também se poderia chamar alma. O espírito
está subordinado ao Mundo Espiritual. Tornando-se claro esse mundo, aqueles cujo
espírito não corresponder a essa claridade terão de ter as suas máculas removidas.
Não significa que elas serão arrancadas, mas ocorrerá naturalmente a purificação,
para limpar o que está sujo. À medida que o Mundo Espiritual vai clareando, as
pessoas possuidoras de máculas no espírito passam por uma limpeza, que é o
sofrimento. O princípio da doença obedece a essa explicação. Através dela pode-se
compreender perfeitamente o que e a doença.
Até agora não se conhecia o espírito. Desprezava-se a sua existência. Como o Sr.
Tokugawa disse há pouco, é uma questão de alma. A ação da alma é muito grande.
Ontem fui visitado por uma pessoa que eu não via há cerca de um ano. Anteontem
eu tinha pensado: "Como estará ele passando?" No dia seguinte ele apareceu. Aí eu
disse para mim mesmo: "Ah, o espírito dele veio aqui antes! Digamos, por exemplo,
que o Sr. Tokugawa pense: "O Sr. Matsunami está escrevendo com afinco." Então
este pensamento vai até o Sr. Matsunami, penetra no seu corpo e se aloja na sua
cabeça. Aí, ele se lembra do Sr. Tokugawa. É como se a pessoa chegasse, após ter
avisado. Nessas ocasiões, as criaturas se comunicam através dos elos espirituais. O
trabalho desses elos, no caso do relacionamento amoroso, é muito interessante. Mas
o meu objetivo, no momento, não é o problema do amor. O assunto se tornará claro,
para os senhores, quando abraçarem a Fé. O amor é muito bom, mas quase sempre
acaba em tragédia. Para entender melhor esse fim trágico, é necessário conhecer o
lado espiritual, a existência dos elos espirituais. Isso não pode ser menosprezado.
Em vários problemas da vida há mulheres; dizem mesmo que por trás dos crimes
existe sempre uma mulher, ou melhor, o amor. Com a compreensão das causas, é
possível eliminar as tragédias e os males sociais. Mas vamos deixar este assunto por
aqui.
Como eu estava falando há pouco, as máculas do espírito irão sendo eliminadas para
ele corresponder à claridade do Mundo Espiritual. Se isso terminar numa simples
doença, está tudo bem, mas pode acontecer que a pessoa fique gravemente enferma
e acabe falecendo. A doença chega aos poucos, e por isso é que se chama doença.
Se vier de uma vez, a pessoa morre. Juízo Final é isso. Com o clarear do Mundo
Espiritual, a transformação pode ocorrer repentinamente e aí as criaturas não
resistiriam. Haveria mortes em massa. Deus quer evitá-las e por isso manda avisos.
É vontade de Deus que a humanidade seja avisada, para que ela se salve. E Ele me
incumbiu dessa tarefa. Estou, portanto, avisando.
Tanto Sakyamuni como Cristo profetizaram o advento do Paraíso, a chegada do
Novo Mundo. Eles foram os profetas, e eu sou o concretizador. Deus me ordenou
que concretizasse essas profecias, ou seja, que eu construísse o Paraíso Terrestre,
livre de doença, pobreza e conflito. Entretanto, eu não me canso, pois não sou eu
quem planeja. Tudo é planejado por Deus. Apenas dou forma às coisas. Isso
realmente é fácil, mas de enorme responsabilidade. Provavelmente não houve
ninguém com responsabilidade maior que a minha em toda a história da humanidade.
Dessa maneira, as profecias de Cristo e Sakyamuni começam a ter sentido: se elas
não tivessem possibilidade de ser concretizadas, seriam falsas profecias. Falsas
profecias significam mentiras. Mas não seria possível pessoas tão importantes terem
mentido. Por conseguinte, era preciso haver alguém que tornasse realidade tais
profecias, e o escolhido fui eu. Na verdade, me é penoso afirmar um empreendimento
de tamanha grandeza. Não falei nisso até agora justamente por ser uma missão
demasiado grande. Mas o tempo se aproxima, já é chegada a Era do Dia. Para salvar
a humanidade, preciso avisar rapidamente o maior número de pessoas, e é por isso
que estou hoje falando aos senhores.
O Sr. Suzuki falou há pouco sobre o Dilúvio e a Arca de Noé, mas isso é algo
semelhante ao Juízo Final. Há duas versões a respeito: uma diz que choveu quarenta
dias seguidos, outra diz que foram cem dias. Fossem quarenta ou cem, o que
interessa é que choveu durante muitos dias consecutivos. A água foi subindo cada
vez mais e se tornou um dilúvio, salvando-se apenas os que estavam na arca.
Aqueles que estavam em barcos comuns ou que subiram às montanhas acabaram
perecendo; estes últimos, devorados por animais que também haviam subido.
Apenas oito pessoas se salvaram, e dizem que os representantes da raça branca são
seus descendentes. Acredito que, em linhas gerais, essa história não está errada.
No Japão, conta-se a história de Izanagui-no-Mikoto e de Izanami-no-Mikoto. Estes
dois deuses, de cima da ponte flutuante dos Céus, empunhando uma espada,
mexeram algo semelhante a espuma, e daí surgiram as ilhas e os continentes. Essa
deve ter sido a causa do Dilúvio. De acordo com a tese xintoísta, houve ação da
maré alta e da maré baixa. A maré baixa é o recuo das águas, e Izanagui-no-Mikoto
encarregou-se disso. O nascimento das ilhas e das nações significa que se jogou fora
a água do Dilúvio, fazendo emergir aquilo que estava submerso. Penso que essa
ocorrência corresponde à época do Dilúvio.
Com relação ao cristianismo, dizem que João fez o batismo pela água e Cristo fará o
batismo pelo fogo. Agora está para vir o batismo pelo fogo, o extraordinário
acontecimento que promoverá a eliminação do Mal. Isso tem muitos outros sentidos,
mas, como já está se esgotando o tempo, vou parar por aqui.
22 de maio de 1951
A VERDADEIRA SALVAÇÃO
UTILIZAÇÃO DO ESPÍRITO
O que eu acho mais misterioso em mim é que, utilizando o espírito, estou fazendo
com que os fiéis erradiquem as doenças. Os resultados são realmente excelentes.
Cristo e muitos santos e profetas também praticaram milagres em relação às
enfermidades; entretanto, na maioria das vezes eram curas de uma pessoa para
outra. Ora, uma só pessoa não poderia salvar milhões; para salvar toda a
humanidade é preciso que seja concedida a cada indivíduo uma força ilimitada,
capaz de eliminar as doenças. É o que estou fazendo atualmente, com resultados
admiráveis. A expansão da nossa Igreja é a melhor prova do que digo. Como já falei,
é uma obra que nem Cristo nem Buda puderam realizar.
Não pretendo dizer que a minha força seja superior à dos grandes santos, mas
expresso a realidade tal como ela se apresenta, e isso porque; chegado o tempo,
Deus me faz falar sobre o assunto. Quando penso que uma força tão grandiosa foi
concedida à minha pessoa, sinto a enorme importância da minha missão.
Naturalmente Deus não cria nada além do que é preciso. Tudo é criado e eliminado
de acordo com as necessidades. Sendo essa a Verdade, que eu sempre afirmo, fica
bem clara a minha missão, determinada pelos Céus. A mim é dado conhecer todos
os mistérios, sendo-me atribuído, de maneira ilimitada, o poder da Inteligência
Superior. Sob a Orientação Divina, estou trabalhando para levar esse fato ao
conhecimento de toda a humanidade e edificar a nova cultura, a cultura ideal.
Todavia, como o homem da atualidade possui uma inteligência muito desenvolvida,
ele não iria aceitar que lhe dessem uma explicação de maneira simples como nos
tempos antigos. Segundo a Vontade de Deus, é necessário mostrar-lhe milagres
comprobatórios e, ao mesmo tempo, transmitir-lhe as teorias de forma que elas
possam ser aceitas. É por essa razão que Ele faz ocorrer milagres em grande
quantidade. Nesse sentido, por um lado apontam-se os erros; por outro, dão-se
provas através de milagres. Sinto-me, portanto, extremamente grato e sensibilizado
pela grandeza da Providência de Deus.
Observando-se a Divina tarefa que no momento estou executando, não haverá
qualquer margem para dúvidas sobre a veracidade de minhas palavras.
Provavelmente a humanidade jamais sonhou com uma obra de tão grande porte e de
absoluta salvação. Por conseguinte, se uma pessoa, tomando conhecimento dela,
não consegue despertar, é porque é cega de alma e não tem possibilidade de ser
salva pela eternidade. Além disso, se forem submetidos, no futuro próximo, ao
supremo perigo representado pelo "Fim do Mundo", aqueles que não estiverem
preparados serão tomados de pânico e irão se arrepender, mas aí já será demasiado
tarde.
25 de novembro de 1950
Esta Igreja tem por finalidade construir o Paraíso Terrestre, criando e difundindo uma
civilização religiosa que se desenvolva lado a lado com o progresso material.
Não há dúvida de que "paraíso Terrestre" é uma expressão que se refere ao mundo
ideal, onde não existe a doença, a pobreza e o conflito.
O "Mundo de Miroku", anunciado por Buda, a chegada do "Reino dos Céus",
profetizada por Cristo, a "Agricultura Justa", proclamada por Nitiren, e o "Pavilhão da
Doçura", idealizado pela Igreja Tenri-kyo, têm o mesmo significado que o Paraíso
Terrestre a que nos referimos. A diferença é que eles não fizeram indicação de
tempo. Mas eu cheguei à conclusão de que o momento se aproxima. E o que
significa isto? É a hora da
"Destruição da Lei", prevista por Buda, e do "Fim do Mundo" ou "Juízo Final",
profetizado por Cristo.
Seria uma felicidade se o Paraíso Terrestre pudesse ser estabelecido sem que isso
afetasse o homem. Antes, porém, é indispensável destruir o velho mundo a que
pertencemos. Para a construção do novo edifício, faz-se necessária a demolição do
prédio velho e a limpeza do terreno. Deus poupará o que for aproveitável - e essa
seleção será feita por Ele. Eis a razão pela qual é importante que o homem se torne
útil para o mundo vindouro.
Transpor a grande fase de transição, significa ser aprovado no exame divino. A Fé é
o único caminho para obtermos aprovação. As qualificações para ultrapassar essa
fase são as seguintes:
a) tornar-se um homem saudável não apenas na aparência, mas verdadeiramente
sadio;
b) um homem que se libertou da pobreza;
c) um homem de paz, que odeia o conflito.
Deus resguardará aquele que for possuidor dessas três grandes qualificações e dele
se utilizará, como um ente precioso, no mundo que vai surgir.
Certamente não há discordância entre os desígnios de Deus e os ideais do ser
humano. Portanto, haverá um caminho que possibilite estabelecer as condições
requeridas. E como poderemos obtê-las?
Nossa Igreja tem por objetivo orientar as pessoas e transmitir-lhes a Graça Divina, de
modo a criar essas condições.
25 de janeiro de 1949
Que espécie de mundo será o Paraíso Terrestre pregado pela Igreja Messiânica
Mundial? Talvez nem fosse necessário repetir, porque já tenho me referido ao
assunto diversas vezes.
O Paraíso Terrestre é um mundo de onde foram eliminados os três grandes
sofrimentos do homem: doença, pobreza e conflito. Evidentemente, a maior dessas
calamidades é a doença. Portanto, se Deus fosse salvar a humanidade neste
momento, precisaria colocar a solução desse problema em primeiro plano e, daí,
partir para a solução dos demais.
Que felicidade pode haver quando não se tem saúde? A ciência ou a religião, sejam
elas quais forem, que não tiverem força para resolver o problema da doença, são
desprovidas de validade, pois a solução da pobreza e do conflito só será possível
com a solução da doença. Certamente não houve até agora nenhuma religião ou
ciência que fizessem uma proposição tão ousada como a da nossa Igreja: criar um
mundo absolutamente isento desses três males. Além do mais, sendo esse o seu
objetivo, ela não poderia fazer tal afirmativa caso não tivesse plena convicção do que
está dizendo. Se, por ventura, proclamássemos um empreendimento de tal grandeza
sem estarmos absolutamente certos de poder realizá-lo, nos equipararíamos aos
grandes mistificadores ou, então, seríamos loucos varridos.
Como dissemos, a Igreja Messiânica Mundial proclama a solução do problema da
saúde e desenvolve sua atuação tendo como prioridade a erradicação das doenças.
Para levar esse propósito ao conhecimento de todos, sempre que possível temos
publicado fatos verídicos no jornal "Hikari" (Luz )e na revista "Tijô-Tengoku" (Paraíso
Terrestre), editados pela Igreja. Mas as pessoas, principalmente autoridades,
cientistas e especialistas, irão, em princípio, levantar dúvidas, pois, em sua maioria,
são milagres quase impossíveis de ocorrer. É de se presumir, portanto, que, através
de seus órgãos competentes, eles farão uma pesquisa pormenorizada a respeito. Em
conseqüência disso, haverá até o perigo de serem levantadas questões inéditas. É o
caso, pois, de se procurar saber se as inúmeras Experiências de Fé que publicamos
são verdadeiras. Entretanto, chegando-se à conclusão de que são fatos verídicos,
sem nenhum exagero ou mentira, que aconteceria? Talvez, por ser uma questão sem
precedentes em toda a história da humanidade, poderia criar-se uma situação nada
fácil e nunca imaginada.
Mas a realidade é sempre realidade e a verdade é sempre verdade. Nós mesmos,
por que iríamos cometer a tolice de lançar-nos voluntariamente num redemoinho que
poderia gerar um problema de gigantescas proporções? Assim, se retrocedermos um
passo e meditarmos profundamente, veremos que uma obra de tal envergadura só
poderia ser a manifestação de uma autoridade absoluta chamada "Tempo" e
reconheceremos aí o verdadeiro e grandioso amor de Deus.
Como se pode constatar pelos inúmeros relatos de graças alcançadas, há exemplos
de pessoas que, sofrendo de doenças graves, encontravam-se no abismo do
desespero, pois, apesar de se submeterem a todos os tipos de tratamentos, não
obtinham a cura. Logo, porém, que conheceram o JOHREI, experimentaram a alegria
de escapar da morte e retornar à vida, não contendo palavras de gratidão. Como
verão as pessoas esta realidade? Se houver quem a negue ou duvide dela, é porque
não pôde sentir o problema na sua própria pele. Entretanto, caso venha a
compreender, depois de uma pesquisa aprofundada, que não há mentira em nossas
afirmações, qual deverá ser o comportamento do homem? O certo não seria
aproveitar a força da nossa Igreja e lançar-se firmemente à solução dos sofrimentos
do mundo? Se existirem criaturas que, mesmo assim, não movam um só dedo, é
porque lhes falta amor à humanidade, ou porque as circunstâncias em que se
encontram não o permitem, ou então porque são portadoras de doenças mentais.
Não há outra maneira de encarar tal comportamento.
Acredito que expusemos os argumentos acima sem nenhuma reserva, mas para nós,
que agimos de acordo com a Vontade Divina de salvar o mundo, trata-se de um
brado que não conseguimos conter.
25 de junho de 1949
Qualquer pessoa dirá que um mundo sem doença, pobreza e conflito é simplesmente
utopia, não podendo existir na realidade. Nós, porém, estamos convictos de que ele é
perfeitamente viável. Mas em que se fundamenta a eliminação desses três males?
Fundamenta-se na extinção da doença.
Suponhamos que uma pessoa adoeça. As despesas advindas da enfermidade e o
prejuízo que ela tem por não poder trabalhar vão se acumulando com o
prolongamento da doença e normalmente terminam consumindo os bens da família.
As economias obtidas com sacrifício ao longo dos anos acabam por se esgotar, e a
pessoa toma emprestado tudo que lhe for possível, com parentes e amigos. Assim,
nada mais resta do ambiente alegre, harmonioso e estável de tempos passados.
Não são poucos os exemplos como esses na vida real, em que muitas famílias se
vêem na mais triste situação, sofrendo por causa da doença e por problemas
financeiros. Além disso, quando uma pessoa está gravemente enferma, sua família
inteira termina arcando com as responsabilidades. Ela causa transtornos e prejuízos
de grandes ou pequenas proporções a parentes, a amigos e, dependendo das
circunstâncias, até à firma onde trabalha. Portanto, as conseqüências da doença são
desastrosas, pois o sofrimento atinge não só o próprio doente, como também vários
de seus familiares e até estranhos. Se duas ou três pessoas ficarem doentes
consecutivamente e vierem a morrer, mesmo que se trate de família possuidora de
muitos bens, ver-se-á obrigada a mudar-se para cortiços e outros lugares menos
favorecidos, como o provam inúmeros exemplos.
As pessoas juntam dinheiro levadas por duas razões: uma delas é a vontade de fazer
fortuna; a outra é a eventualidade de despesas médico-hospitalares, em caso de
doença. A primeira razão é positiva, enquanto que a segunda é negativa, mas todos
sabem que os negativistas são bem mais numerosos. Se afirmarmos, portanto, que a
principal causa da pobreza é a doença, ninguém poderá negá-lo. Com relação ao
conflito, seja entre países, seja entre pessoas, a maioria é motivada por razões de
ordem econômica. Assim, se queremos eliminar a doença, a pobreza e o conflito,
devemos solucionar primeiro a raiz do problema, que é a doença. Essa é a ordem
correta. Pessoas livres de doenças: eis a questão principal. É a única forma de
salvação: não existe outra. E só há uma força capaz de concretizá-la: o PODER
KANNON. Por isso, nem mesmo Cristo ou Sakyamuni conceberam obra tão
maravilhosa. Podemos afirmar que as pessoas que conseguirem nela acreditar serão
felizes como jamais existiu alguém até hoje.
15 de setembro de 1935
OS DESCRENTES E OS CRENTES
20 de março de 1949
20 de março de 1949
Para explanar sobre o assunto, devo dizer inicialmente que a verdade, em matéria de
saúde, está na adaptação e no respeito à Natureza. Essa é a condição fundamental.
Antes de mais nada, deve-se pensar: com que objetivo Deus criou o homem?
Segundo nossa interpretação, foi para construir um mundo perfeito, de Verdade, Bem
e Belo. É de se esperar, entretanto, que uma teoria como essa não seja aceita com
muita facilidade. Evidentemente, não se sabe se levará dezenas, centenas, milhares
ou até milhões de anos para se concretizar o mundo ideal. Todavia, observando os
fatos do passado, vemos claramente que o mundo vem caminhando passo a passo
neste sentido; ninguém poderá negá-lo. Deus é o espírito, e o homem é a matéria;
ambos, o espírito e a matéria, em trabalho conjunto, estão em infinita evolução,
tornando-se desnecessário dizer que o homem existe como instrumento de Deus
para a construção do Mundo Perfeito. Conseqüentemente, sua responsabilidade é
enorme.
A condição fundamental para a execução dessa obra grandiosa é a saúde. Deus
atribuiu uma missão a cada pessoa, concedendo-lhe, logicamente, a saúde
necessária para cumpri-la. Com efeito, se o homem estiver doente, significa que o
sagrado objetivo de Deus não será alcançado. Tomando este princípio por base,
concluiremos que a saúde é inerente ao homem, devendo ser o seu estado normal. O
estranho é as pessoas serem acometidas de doenças com tanta facilidade, ou seja,
ficarem em estado anormal. Sendo assim, apreender claramente os princípios da
saúde e fazer o homem retornar ao estado normal está coerente com o objetivo de
Deus.
Mas o que descobrimos ao examinar o corpo humano em estado anormal? Em
primeiro lugar ressalta que ele está em desacordo com a Natureza; perceber a real
situação desse estado antinatural, corrigi-lo, fazendo voltar a normalidade, é a
verdadeira Medicina. E mais: tornar possível esse retorno é a forma existencial da
correta Medicina. Passarei, portanto, a explicar o que vem a ser o estado antinatural.
Quando nasce, o homem alimenta-se com o leite materno ou com leite animal, pois
ainda não tem dentes, e seu aparelho digestivo, recém-formado, é muito frágil.
Gradualmente, porém, nascem-lhe os dentes, e, à medida que suas funções
orgânicas se desenvolvem, ele começa a ingerir alimentação adequada. Existe uma
variedade de alimentos, cada um com sabor característico, sendo que o homem é
dotado de paladar para comê-los com prazer. Além disso, o ar, o fogo e a água
existem em proporções adequadas à saúde, de modo que tudo está ordenado de
maneira realmente perfeita. Quanto ao corpo humano, vejamos: do cérebro nascem a
razão, a memória e o sentimento; os objetos são criados com as mãos; a locomoção
é feita livremente, por meio dos pés, e o corpo está provido de partes muito
necessárias, como cabelos, pele, unhas, olhos, nariz, boca, ouvidos, etc. Acrescente-
se a isso que o corpo todo, a começar pela face, está recoberto de pele, que ressalta
sua beleza. Um rápido exame já evidencia que o ser humano é uma obra
maravilhosa; analisando-o mais profundamente, concluiremos que ele é um milagre
da Criação, difícil de se expressar com palavras.
As flores, as folhas, a beleza dos rios e das montanhas, os pássaros, os insetos, os
peixes e outros animais não podem deixar de ser admirados como obras
extraordinárias da Arte Divina, mas o homem é, inegavelmente, a obra-prima do
Criador. Principalmente no que se refere ao processo de procriação, como
preservação da espécie, a Providência é tão hábil, que não encontramos palavras
para exprimir sua perfeição. Ora, sendo o homem a obra máxima de Deus, devemos
pensar, séria e profundamente, que erros, que ações antinaturais estamos
cometendo para a ocorrência das anormalidades chamadas doenças, as quais
impedem suas atividades. Homens, eis um ponto importantíssimo, sobre o qual
devem fazer uma profunda reflexão.
20 de abril de 1950
20 de abril de I950
5 de fevereiro de 1947
14 de março de 1951
Acredito que muitas pessoas magras de nascença estão frustradas por não
conseguirem engordar, apesar de haverem tentado vários métodos. Há mulheres
que, embora sejam muito bonitas de rosto, não conseguem fazer sobressair sua
beleza natural, por serem excessivamente magras. Quando vejo mulheres assim, fico
com muita pena, imaginando como seriam belas se fossem um pouco mais gordas.
Provavelmente todos conhecem casos semelhantes. Também observo crianças
magrinhas e raquíticas cujos pais, na tentativa de engordá-las, obrigam-nas a ingerir
vários alimentos e vitaminas, como leite e óleo de fígado de bacalhau, mas não
obtêm os resultados desejados. Provavelmente há muitos pais angustiados com esse
problema.
Existe, porém, um método infalível para se ganhar peso e, ao mesmo tempo,
melhorar a cor das faces. Não é realmente motivo de alegria? Portanto, vou ensinar
esse método.
Examinando-se os ombros das pessoas magras, vemos que eles são rijos como
pedras e têm sempre uma ligeira febre: isso provoca perda de apetite e desgaste das
células. À medida que, através do JOHREI, os ombros vão amolecendo, o apetite
aumenta e, assim, a pessoa começa a engordar. Dessa forma, a salvação de Deus
não só torna as pessoas mais saudáveis como também mais bonitas. Se isso chegar
ao conhecimento de todos, acontecerá um fato muito auspicioso: aumentará cada
vez mais o número de criaturas belas. É claro que as crianças saudáveis também
serão mais numerosas e, desse modo, os pais se sentirão imensamente felizes.
10 de janeiro de 1951
MÉTODO PARA A MULHER SE TORNAR MAIS BELA
3 de setembro de 1949
A beleza feminina pode ser classificada em três grandes tipos: artificial, natural e
sensível. Beleza artificial é a que se obtém artificialmente, através do uso de
cosméticos. A beleza natural é decorrente da saúde; nesse caso, a pessoa é corada
e tem muita vivacidade. Beleza sensível é a beleza de coração; ela atrai o nosso
respeito e estima, e não podemos deixar de ter afeição pela pessoa. Atualmente, as
mulheres procuram mostrar-se mais belas usando cosméticos em profusão, como pó
de arroz, "rouge", batom, etc; agem assim porque se esquecem de que há outras
maneiras de ficarem bonitas, além da artificial.
Existe um método para a mulher se tornar realmente bela sem precisar dos
cosméticos caríssimos que vem usando hoje em dia. Trata-se da purificação do
sangue, através da qual se obtém a beleza saudável, que é a verdadeira beleza.
Muitas mulheres da atualidade apresentam pele enrugada, sem brilho, sem vida,
como a das pessoas idosas, e, além disso, com uma coloração azulada, dando a
impressão de estar inchada. Isso é uma conseqüência da larga utilização de
remédios. Na tentativa de esconder tais imperfeições, elas usam cosméticos
indiscriminadamente. É evidente, porém, que, se os seus corações não forem belos,
não se poderá dizer que a sua beleza seja verdadeira. Aí se nota a importância da fé.
A prova é que as pessoas que ingressam em nossa Igreja adquirem, com o passar
do tempo, uma beleza que as torna, às vezes, irreconhecíveis.
3 de setembro de 1949
MEDICINA DESPORTIVA
5 de fevereiro de 1947
Por que será que os desportistas, apesar de sua excelente forma física e de sua
resistência, têm vida relativamente curta? Isso constitui um mistério até mesmo para
a Medicina, mas agora iremos decifrá-lo.
Embora existam vários tipos de esporte, a maioria das pessoas restringe-se à prática
de apenas um. No caso de o praticarem constantemente, fazendo sempre os
mesmos movimentos, as toxinas existentes em seu corpo aglomeram-se e
solidificam-se nos pontos onde se concentra o esforço físico. Com o tempo, começa
a ação purificadora. Nos desportistas, as toxinas estão mais solidificadas; portanto, o
processo de purificação é persistente, o que torna difícil a cura. Baseado na minha
experiência, posso dizer que os atletas de natação possuem toxinas acumuladas
num dos ombros, formando um nódulo protuberante. Quando ocorre o processo
purificador, aparecem-lhes sintomas semelhantes aos da tuberculose, e por isso, na
maioria das vezes, os médicos diagnosticam essa doença. Assim se explica a
incidência de tantos casos de tuberculose entre esses atletas. Por outro lado, os
praticantes de golfe contraem moléstias renais com muita facilidade, porque fazem
esforço nos quadris, provocando o acúmulo de toxinas na altura dos rins. Além do
mais, ninguém desconhece a hipertrofia do coração dos corredores de maratona.
A meu ver, do ponto de vista da saúde, os desportistas deveriam praticar dois ou
mais esportes. Mas o problema não se restringe aos desportistas. Os músicos
também precisam tomar cuidado, pois há possibilidade de contraírem doenças devido
à unilateralidade dos movimentos que executam. No caso dos pianistas, as toxinas
tendem a se solidificar na região torácica, pois o esforço se concentra em ambos os
braços, tal como o dos violinistas se concentra nos ombros, o dos violoncelistas no
ombro esquerdo e quadris, etc. Os músicos não deveriam menosprezar tais fatos,
procurando fazer outros tipos de exercícios, para conseguirem o equilíbrio.
5 de fevereiro de 1947
A BEBIDA E A RELIGIÃO
5 de setembro de 1948
Há um estreito relacionamento entre bebida e Religião, mas parece que pouca gente
tem conhecimento disso. Passarei, em seguida, a tecer considerações sobre o
assunto.
A bebida ingerida em quantidade normal dispensa comentários, mas o hábito de
beber em demasia é causado por um fator de ordem espiritual. Os espíritos de
"Tengu"(), texugo e, mais raramente, o espírito de dragão, que apreciam muito a
bebida, instalam-se no ventre dos beberrões e, como absorvem a energia da bebida,
a quantidade desta reduz-se a uma fração da que foi ingerida. É comum dizer-se que
ninguém consegue beber um garrafão (1,8 litro) de água, mas há quem consiga
tomar a mesma medida de saquê, como se houvesse esponjas em seu ventre.
Quando um indivíduo se embebeda e põe-se a esbanjar argumentos e críticas,
tornando-se arrogante, está dominado por espírito de "Tengu". Quando fica alegre,
dando gargalhadas, e, em seguida, mostra-se sonolento, é por influência do espírito
de texugo. O espírito de dragão, por sua vez, costuma fazer com que a pessoa fique
de olhar alterado e comece a importunar insistentemente os que estão à sua volta.
De maneira geral, observando-se a fisionomia dos bêbados, poder-se-á notar que
apresentam jeito de "Tengu" ou rosto de texugo; tratando-se do encosto de espírito
de dragão, animal cuja imagem conhecemos através de desenhos e esculturas, os
indivíduos são magros, de olhos fundos, ossos da face salientes e testa angular. Há,
ainda, o caso de pessoas que, quando bebem, perdem a razão e tomam atitudes
violentas, típicas de certos portadores de anormalidade mental. Geralmente, são
pessoas que, em outra vida, tiveram suas células cerebrais danificadas pelo excesso
de bebida. Devido a isso, elas são possuídas por espírito de animais; os tipos
perversos tornam-se violentos e causam transtornos àqueles que os rodeiam.
Assim, o hábito de beber demais deve ser corrigido, pois, como todos sabem, a
pessoa não só prejudica a si própria, mas também é motivo de constante sofrimento
para os seus familiares, destruindo a harmonia do lar e causando transtornos à
sociedade; seu fim geralmente é muito triste. Por outro lado, por mais que o indivíduo
tente corrigir-se, não o consegue, porque a causa do problema está no hóspede
invisível que habita o seu ventre. Torna-se, então, evidente que, para corrigir o vício
da bebida, deve-se utilizar o método espiritual, pois só através da Religião é possível
alcançar tal objetivo. Entretanto, parece que pouquíssimas religiões têm esse poder;
aliás, o método empregado por elas - abstinência pelo rígido autocontrole - torna-se
muito penoso, de modo que não é o mais aconselhável.
Talvez achem que se trata de auto-elogio, mas a Igreja Messiânica Mundial não
recomenda absolutamente abstinência nem redução da bebida. Se a pessoa quiser
beber, pode fazê-lo à vontade. A princípio, os que têm esse vício ficam contentes,
mas, com o tempo, costumam dizer que pouco a pouco passaram a achar um gosto
ruim nas bebidas, embriagando-se mesmo com doses pequenas; por fim não
conseguem beber mais do que a quantidade normal.
Há inúmeros exemplos semelhantes em nossa Igreja. A explicação é que o espírito
do animal alojado no ventre da pessoa se enfraquece ao receber a Luz de Deus e,
conseqüentemente, ela começa a beber menos. Assim, seja qual for a religião, se ela
possui o esplendor da Luz Divina, conseguirá eliminar os beberrões do seu quadro de
fiéis.
() - Ser misterioso que, segundo a crença popular, habita as montanhas. Tem forma
humana, asas rosto vermelho e nariz comprido, sendo possuidor de poderes
extraordinários. Porta sempre um grande leque. É orgulhoso e amante de discussão
e jogo.
5 de setembro de 1948
20 de abril de 1950
Este ano completo sessenta e sete anos, mas tenho um vigor que supera o dos
jovens. Como estou desbravando terras, subo morros constantemente e, sempre que
isso acontece, sou eu quem deve diminuir a marcha, porque os jovens não
conseguem me acompanhar. Muitas vezes eles dizem: "Meishu-Sama, o senhor deve
estar cansado!" Em verdade eu não estou, de modo que fico sem saber o que dizer.
Costumo dormir às duas e meia ou três da madrugada e acordo sempre às sete ou
sete e meia da manhã; durmo, portanto, cerca de quatro horas ou quatro horas e
meia por dia. Em relação ao trabalho, como as pessoas íntimas bem o sabem, realizo
a tarefa de umas dez pessoas, e parece que os jovens se vêem embaraçados por
não poderem seguir meu ritmo. Quanto a isso, porém, não posso fazer outra coisa a
não ser pedir-lhes paciência.
Tenho um método próprio para manter a saúde, mas ele é justamente o contrário do
método que se adota normalmente. Por esse motivo gostaria de ensiná-lo ao maior
número possível de pessoas, como ponto de referência.
Para a preservação da saúde, a medicina moderna recomenda, em primeiro lugar,
que as pessoas não se excedam, que repousem bastante, alimentem-se bem,
mastiguem demoradamente a comida, não usem demasiadamente a cabeça, etc.
Meu método é exatamente o oposto. Em primeiro lugar, recomendo a prática de
excessos, porque, dessa maneira, mais saúde se terá. Entretanto, até certo ponto
tenho evitado exceder-me muito, pois isso me é penoso. Quanto ao sono, há
diferenças de acordo com a idade; na minha faixa etária, dormir quatro ou cinco
horas é o bastante. Com referência à alimentação, sempre me preocupo com os
excessos. Isso porque recebo tantos alimentos que procuro comer pelo menos um
pouco de cada um, uma vez que essas oferendas representam o amor dos fiéis.
Posso dizer, portanto, que sou um bom garfo. Para contrabalançar, costumo comer
batata-doce após o desjejum; antes de dormir, como "chazuke"() e nunca dispenso
uma tigela de "oshiruko"(). Entre os alimentos, existem os positivos e os negativos, e
não é bom pender para um lado nem para o outro. Os negativos são os vegetais; os
positivos são as carnes, entre as quais, a de peixe. A pessoa deve controlá-los, para
manter o equilíbrio. Tenho observado a proporção de setenta por cento de negativo e
trinta de positivo pela manhã, meio a meio no almoço e setenta por cento de positivo
e trinta de negativo à noite. Entre os picles japoneses também há os positivos e os
negativos Os negativos são os verdes, e os positivos, os brancos, como o nabo, por
exemplo; procuro comê-los na proporção de meio a meio.
Costumo não mastigar muito, para não enfraquecer o estômago. Outra coisa: não
descanso após as refeições. Quando acabo de comer, levanto-me e começo a
trabalhar. Esse é um método de fortalecimento do estômago. Graças a ele, fiquei
curado do meu problema estomacal. Também não determino a quantidade dos
alimentos. Meu regime alimentar consiste em comer o que quero na hora e na
quantidade que desejar. Entretanto, como na vida real não posso me dar a tais
caprichos, não o tenho seguido à risca.
Outro princípio fora do comum: uso a cabeça o máximo possível. Trata-se de um
método para preservar a saúde, e as pessoas que o seguem gozam de longevidade.
Entretanto, encher a cabeça de preocupações é prejudicial à saúde. Ela deve ser
usada alegre e descontraidamente. Nesse ponto também podemos avaliar a
importância da fé. Quem tem fé, entrega as preocupações nas mãos de Deus, e,
assim, a maior parte delas acaba desaparecendo. Em outras palavras, significa dividir
a carga com Deus. É um procedimento impertinente, mas Ele fica até contente com
impertinências desse tipo.
Há muito tempo faço caminhadas pelo menos uma vez por dia. Tenho feito isso
mesmo em dias de chuva ou de ventania, andando o máximo que posso. Tomo cerca
de três cálices de saquê; de cerveja, um copo. Quanto ao cigarro, fumo a quantidade
normal().
Eis o meu método de saúde. Evidentemente nem me preocupo com bactérias.
Poderão achar que se trata de um procedimento um tanto descuidado, mas afirmo
que este é o verdadeiro método para preservar a saúde. Qualquer pessoa que venha
a praticá-lo, terá a saúde garantida; jamais se tornará o tipo intelectual de rosto
pálido.
() - Tigela de arroz embebido em chá.
() - Tigela de caldo doce, feito à base de feijão.
() - Meishu-Sama não tragava. Mas deleitava-se com a fragrância do cigarro. Fumava
quatro ou cinco cigarros por dia.
20 de abril de 1950
O QUE É A MORTE
1939
Entre as questões relacionadas à vida humana, nenhuma é tão séria quanto o
problema da morte. Todos o reconhecem; apesar disso, é a questão mais difícil de
ser compreendida. Eu cheguei a uma conclusão a respeito da morte depois de
prolongados estudos e pesquisas em todos os campos incluindo diversas religiões,
experiências espirituais realizadas no Ocidente, etc. Começarei minha explanação
falando sobre a constituição do homem.
O homem não é formado apenas pela matéria, ou seja, pelo corpo físico, como
afirmam os cientistas. É constituído por duas partes essenciais: espírito (elemento
fogo) e matéria. Esta, por sua vez, compõe-se dos elementos água e terra.
Entretanto, apenas com estes dois últimos elementos o homem não atua como ser
vivo. Juntando-se a eles o espírito, sem forma definida, é que se inicia a atividade
vital. O espírito assume, então, a forma do próprio corpo da pessoa. No momento em
que ele se separa do corpo, ocorre aquilo que chamamos morte.
E por que ocorre a separação? É porque o corpo se torna inútil, seja por velhice, por
doença, por ferimento ou por hemorragia intensa; no instante em que isso ultrapassa
certo parâmetro, entra em vigor a lei que obriga a separação. Com a morte,
imediatamente o corpo esfria, e o sangue se coagula em determinado local. O
esfriamento é decorrente da anulação do elemento espírito, isto é, do elemento fogo.
O que acontece, então, com o espírito? Ele vai para o Mundo Espiritual com a forma
exata do corpo. A esse respeito li, há algum tempo, o relato de uma experiência
realizada no Ocidente; corno se trata de um exemplo bem ilustrativo, vou reproduzi-lo
a seguir.
Certa vez, fitando um doente prestes a morrer, uma enfermeira observou que de sua
testa começou a subir uma fumaça esbranquiçada, como se fosse vapor d'água, o
qual se tornava cada vez mais denso. A princípio essa fumaça tomou o formato de
uma elipse no espaço, mas gradualmente foi adquirindo a forma de um corpo
humano; por fim, assumiu as mesmas características físicas da pessoa. O espírito
permanecia a uma distância de aproximadamente um metro acima do morto e
parecia querer dizer alguma coisa aos familiares que choravam à sua volta; logo,
porém, flutuando, saiu do quarto silenciosamente.
Em geral o espírito se desprende do corpo pela testa, pela região abdominal ou pelos
pés. No caso de morte por explosão, instantaneamente ele se espalha em todas as
direções, na forma de inúmeros corpúsculos, mas torna a se reunir de maneira
centrípeta, reassumindo o formato humano; assim, não difere nem um pouco da
morte por doença.
Quando os espíritos se deslocam, por vontade própria, para determinado local,
tomam a forma esférica. É com esse formato que muitas pessoas afirmam tê-los
visto. Com relação à visão da enfermeira de quem falamos, trata-se de uma
capacidade excepcional; aliás, existem criaturas que j á nasceram com essa
capacidade, e outras que a adquiriram através de treinamento. No Japão, desde a
antigüidade registram-se casos verídicos desse tipo, e eu mesmo já tive inúmeras
oportunidades de contatar com médiuns. Conheci uma senhora possuidora de
percepção espiritual fora do comum, a qual me foi de grande valia nas experiências
que realizei.
1939
MORTE NATURAL E MORTE ANTINATURAL
19 de junho de 1936
O que vem a ser a morte? Obviamente, é a extinção da vida. Isso significa que o
corpo material não consegue mais viver. É como uma árvore que seca e morre.
A morte tem várias causas, mas podemos dividi-la em dois grupos: morte natural e
antinatural. A primeira é causada pelo esgotamento natural da vida; a segunda, por
doença, assassinato, acidente ou suicídio. O certo é que ocorra morte natural,
podendo-se dizer que a morte antinatural constitui uma anomalia.
Um fato realmente incompreensível é que, apesar do avanço da cultura, venha
diminuindo cada vez mais a morte natural e aumentando a incidência de morte
antinatural, principalmente a motivada por doença. E por que razão, embora se
registre um grande progresso em todos os campos culturais, só na questão referente
à vida humana ocorre exatamente o inverso? Deve existir aí uma enorme falha..
Entretanto, ao invés de levantar dúvidas, o homem, que mostra um interesse ilimitado
por outros assuntos, permanece totalmente apático, conformado, acreditando, talvez,
que na questão da morte não existem alternativas. Tal atitude se explica pelo fato de,
até agora, como todos sabem, nenhuma religião ou ciência ter conseguido resolver o
problema. Portanto, é de se imaginar que o homem pensa em deixá-lo à mercê da
natureza, como única solução.
Mas, pensemos: Deus Todo-Poderoso criou o homem como animal do mais elevado
nível, e não há nada mais conflitante com a Vontade Divina que o reduzido número
de mortes naturais em relação às mortes antinaturais, número esse que está
diminuindo progressivamente. Ora, se Deus é Todo-Poderoso, cedo ou tarde Ele
deverá trazer o homem de volta à sua hierarquia espiritual de origem. Evidentemente,
Deus não fechará os olhos, por muito tempo, à anomalia ocorrida com a vida
humana. Refletindo sobre tudo isso, não será motivo de espanto que Izunome-no-
Okami, isto é, Kanzeon Bossatsu, o deus que recebeu do supremo Deus a
incumbência de salvar o homem, esteja prolongando a vida humana, isto é,
erradicando a morte antinatural.
Pelas razões expostas, o homem deve conscientizar-se de que está próxima a
chegada do Mundo da Divina Luz, ou seja, o mundo isento de doenças pelo qual a
humanidade vem ansiando há milênios.
19 de junho de 1936
O que é toxina? Em última análise, é o mesmo que sangue sujo e mácula espiritual.
As máculas se originam do pecado, e este, naturalmente, tem origem no mal. Todos
sabem que essa visão do pecado é quase que um monopólio das religiões desde a
antigüidade; entretanto, agir simplesmente como se tem agido até agora, dizendo que
não se deve fazer isso ou aquilo porque é pecado, já não convence as pessoas da
atualidade, pois a maioria é muito inteligente e raciocina em termos científicos. Deve-
se, portanto, basear a teoria em fatos e argumentos sólidos.
Este mundo em que vivemos é formado pelo Mundo Espiritual e pelo Mundo Material.
Da mesma maneira, o homem é formado de espírito e corpo, e ambos, numa relação
íntima e inseparável, têm por princípio a identidade espírito-matéria. Sendo assim,
quando as máculas do espírito se refletem no corpo, o sangue se suja;
reciprocamente, quando isso se reflete no espírito, torna-se mácula. Como este ponto
é de importância fundamental, pediria que o levassem em consideração no decorrer
da leitura.
Explicando do ponto de vista espiritual, se o homem pratica más ações, esse pecado
gera máculas no espírito; quando o acúmulo das máculas atinge determinado nível,
sobrevem a ação purificadora, na forma de doenças, acidentes ou penalidades
legais. A parte que não foi atingida pela lei dos homens é punida espiritualmente,
pela Lei de Deus. Entretanto, como Deus é absoluto, se a pessoa escapar habilmente
a essas penalidades, o castigo se refletirá na matéria através de sofrimentos maiores.
Evidentemente, as doenças sobrevindas nesses casos são malignas e, na sua
maioria, colocam em risco a vida da pessoa. Quanto mais cedo ocorrerem as
penalidades, mais brandas serão, podendo-se compará-las a empréstimos ou
dívidas, que, quanto mais se demora a saldá-los, mais aumentam, devido aos juros.
De fato, se um malfeitor conseguir escapar em vida aos
julgamentos de Deus e do homem, quando morrer e o seu espírito passar para o
Mundo Espiritual, irá cair no chão do Inferno, devido ao peso dos pecados. É
exatamente o "Inferno Avíci" (reino de ilimitado sofrimento), citado no budismo, e o
"Reino do Fundo do Inferno", mencionado no xintoísmo. Trata-se de um mundo
absolutamente sem luz e calor, onde o espírito nada enxerga, permanecendo
congelado por centenas de anos; por isso, não há malfeitor, por pior que seja, que
não venha a se arrepender. Para as pessoas da atualidade, talvez seja difícil
acreditar em situações como estas, mas gostaria que me dessem crédito, pois são
fatos que me foram transmitidos diretamente pelos espíritos, nas pesquisas por mim
realizadas, e posso garantir que não existe nenhum equívoco.
Voltando à minha explanação, em conseqüência dos pecados começa-se a sentir
peso na consciência, e esse sofrimento já é uma leve purificação. Seria bom que
nesse momento as pessoas se arrependessem, mas isso é difícil. Assim, na maioria
das vezes, os pecados tendem a se acumular. É claro que a quantidade das máculas
é proporcional à maior ou menor gravidade dos pecados, mas há também outra
maneira de criá-las. Quando se faz alguém sofrer, a pessoa atingida se enfurece,
sente ódio por aquele que lhe causou o sofrimento, e esse ódio é transmitido, através
do elo espiritual, como ondas de rádio, ao espírito do malfeitor, gerando-lhe máculas.
Ao contrário, quando se pratica uma boa ação, as pessoas se alegram e sua gratidão
se transmite, na forma de Luz, ao espírito do benfeitor, o que fará diminuir as
máculas que o cobrem. Entretanto, mesmo quando se trata de boas ações, quanto
mais elas forem praticadas sem que os beneficiados saibam, maiores serão as
bênçãos de Deus; essa é a inviolável Lei dos Céus.
O que acabamos de expor é o mecanismo do Mundo Espiritual. Como representa
uma verdade absoluta, a única alternativa é crer e obedecer. Portanto, já que as
doenças e outros infortúnios são decorrentes da ação purificadora das máculas, o
homem, se quiser alcançar a felicidade, deve deixar o mal, praticar o bem e esforçar-
se para não macular seu espírito.
Passarei, agora, a falar do ponto de vista material.
A origem da doença é o sangue sujo, que, obviamente, tem como causa os tóxicos
dos medicamentos. Todos os medicamentos, por natureza, são tóxicos, mas durante
muito tempo, por desconhecimento dos princípios da ação purificadora, vieram sendo
erroneamente interpretados como remédios.
Baseado na minha experiência, posso afirmar que há casos de reincidência da
doença depois de algum tempo, mesmo em pessoas que já obtiveram melhora
através do JOHREI. Chamo a isso de repurificação. O que acontece é que o JOHREI
promove a eliminação das toxinas em processo de dissolução, e com isso o doente
tem uma melhora temporária; entretanto, logo que ele retoma suas atividades, já com
vigor razoável, surge uma ação purificadora mais intensa. Resumindo, com a
purificação a pessoa ganha saúde, e com a saúde surge a purificação. Pela repetição
desse processo é que se obtém o completo restabelecimento da saúde.
A repurificação manifesta-se relativamente intensa, através de febre alta, tosse forte
e eliminação de antigas e solidificadas toxinas em forma de catarro, sendo isso
perceptível pela densidade deste e pelo cheiro de remédio. Obviamente alguns casos
são acrescidos da perda de apetite e do enfraquecimento do corpo, podendo, às
vezes, o doente partir para o Mundo Espiritual.
Deus fez do homem o senhor da Terra e por isso criou alimentos suficientes para a
sua subsistência, atribuindo sabor a cada um deles e, ao homem, o paladar.
Portanto, comer com satisfação aquilo que desejar é suficiente para o ser humano
manter a saúde, sem precisar preocupar-se com assuntos complexos como nutrição.
Assemelha-se ao desejo sexual, cujo objetivo não é fazer outro homem; todavia,
apesar do objetivo ser outro, inconscientemente ocorre a procriação. Sendo assim, o
homem não deve ingerir nada que não esteja determinado como alimento, ou seja,
deve excluir tudo que é insípido ou que tem sabor desagradável, pois essas
características já definem aquilo que não é comestível. Por desconhecimento desse
princípio, costuma-se dizer, desde a antigüidade, que "o bom remédio é sempre
amargo", o que constitui um flagrante equívoco.
1° de dezembro de 1952
A origem de todas as doenças são as toxinas, que podem ser hereditárias, urinárias e
medicinais.
Que são toxinas hereditárias? São heranças dos tóxicos contidos nos medicamentos;
esses tóxicos, após passarem por várias gerações, transformam-se numa espécie de
toxina.
As toxinas urinárias são decorrentes da urina que não é eliminada, em conseqüência
do atrofiamento da atividade renal.
Não entrarei em detalhes sobre as toxinas medicinais, pois o assunto já foi abordado,
mas vou explicar como elas se manifestam. Seus principais sintomas são febre,
dores, coceira, diarréia, vômitos, dormência, mal-estar, etc. A febre é proporcional à
quantidade de toxinas e pode-se até dizer que não se observa a ocorrência deste
sintoma entre pessoas que nunca tomaram remédios. Quanto às dores, as
produzidas pelos medicamentos ocidentais são mais agudas, podendo ser, por
exemplo, picantes (como picada de agulha), perfurantes e rápidas. Já os
medicamentos chineses, quase todos, produzem dores brandas.
5 de fevereiro de 1947
TOXINAS URINÁRIAS
1939
Já me referi várias vezes à facilidade com que as toxinas tendem a se acumular em
locais de alta concentração nervosa. Quando faz esforço físico, o homem força a
região dos quadris, ó que provoca a acumulação de toxinas à altura dos rins. Uma
prova disso é a alta incidência de problemas renais entre os praticantes de golfe. As
toxinas acumuladas pressionam os rins, atrofiando-os. Se os rins normais
conseguem eliminar, por exemplo, dez unidades de urina, os atrofiados eliminam
nove, sendo que uma unidade permanece no organismo sem ser eliminada. Essa
unidade de urina retida constitui a toxina urinária, a qual tende a se acumular, da
mesma forma que as outras toxinas, em locais de alta concentração nervosa, como
na região dos rins e da barriga, nos gânglios linfáticos da região das virilhas, no
peritônio, nos ombros, no pescoço, etc. O maior acúmulo de toxinas no lado
esquerdo ou direito depende do maior atrofiamento de um dos rins em relação ao
outro.
A quantidade de resíduos das toxinas hereditárias é limitada, e a das toxinas
medicinais também se restringe ao uso dos medicamentos. As toxinas urinárias,
porém, são produzidas, dia e noite, ininterruptamente; portanto, são as que causam
maiores problemas. Essas três toxinas são responsáveis por todas as doenças.
1939
Provavelmente o título deste artigo cause muito espanto, pois nem em sonho as
pessoas poderiam imaginar que haja relação entre o pecado e os medicamentos.
Entretanto, por incrível que pareça, há bastante relação. Vou explicá-la.
Sempre digo que remédio é veneno. Quando ele é introduzido no corpo, suja o
sangue; sujando-se o sangue, o espírito se macula; como seu espírito está maculado,
a pessoa sente-se irritada. Isso é perigoso, pois, quando ficamos irritados,
esbravejamos com facilidade, o que acaba resultando em conflito. Se estamos de
bom humor, ainda que sejamos provocados, as coisas se ajeitam entre risos; ao
contrário, se estamos mal-humorados, estouramos pelos motivos mais
insignificantes. Dessa maneira, o homem depende do seu estado de espírito para
tornar-se alegre ou triste. Não podemos menosprezar tal aspecto, pois ele também
tem grande relação com a sorte ou o azar. No relacionamento diário entre as
pessoas, não há nada mais importante que os sentimentos, pois deles pode resultar
a separação de um casal, brigas familiares, atritos entre namorados, perda de
emprego e até casos piores. Ninguém desconhece, também, a grande influência dos
sentimentos sobre a confiança dos superiores em seus subordinados, nas empresas
ou repartições públicas, ou sobre o bom relacionamento entre colegas de serviço, a
preferência dos fregueses por determinado comerciante, o desempenho de um
técnico, o êxito nos estudos, etc. Essas situações são habituais, mas, com o seu
aumento, pode haver conseqüências graves.
Muitas pessoas comuns, que não passaram por suficiente aprimoramento, acabam
procurando estimulantes na tentativa de disfarçar sua irritação. Os mais freqüentes
são a bebida e o jogo. Ultimamente, a moda das corridas de cavalos, da loteria e
outras podem ser explicadas dessa forma. Há indivíduos que, por ganharem bem e
ocuparem certa posição social, vivem luxuosamente e buscam estímulos em
diversões na companhia de mulheres. É claro que isso acarreta despesas, e eles
acabam procurando obter dinheiro por meios ilícitos, incorrendo em apropriação
indébita, fraude, corrupção, etc. Mas o mais grave é que existem pessoas que matam
até mesmo por quantias insignificantes. Observando tais fatos, muitos dizem que na
sombra dos crimes sempre há mulheres, mas eu diria que atrás deles estão os
medicamentos. Devido à procura de estímulos cada vez mais fortes, proliferam as
diversões de baixo nível, que, atualmente, ao contrário dos tempos antigos, tornam-
se facilmente acessíveis, devido à facilidade de locomoção. Acrescente-se que, em
decorrência da abolição das classes sociais, muita gente acha tolice levar uma vida
séria e honesta.
Falei acima sobre aspectos superficiais e visíveis da sociedade, mas quais serão os
seus aspectos interiores? Temos uma situação bastante séria, a qual, em grande
parte, é causada pela doença. Como o homem moderno toma remédios, as doenças
proliferam, crescendo o número de criaturas mal-humoradas e irritadas. Dessa forma,
aumentam as despesas médico-hospitalares, que, aliadas à falta ao trabalho,
diminuem a receita das pessoas, levando-as a fazer empréstimos e causar prejuízos
ao próximo. A vida, assim, vai se tornando cada vez mais desagradável. Como não
se trata o mal pela raiz, a doença tende a se prolongar e, nessa angústia, muitos
praticam furtos; os indivíduos de caráter fraco acabam se suicidando, sendo que, às
vezes, ocorre o suicídio de uma família inteira. Tragédias desse tipo têm
movimentado o noticiário dos jornais, e as mais freqüentes são causadas pela
tuberculose.
Analisando sob esse ângulo, podemos concluir que a causa do crime é a doença, e a
causa desta, o remédio. Assim, espero que tenham compreendido o título do
presente artigo.
6 de fevereiro de 1952
16 de julho de 1952
O TRATAMENTO NATURAL
1935
O homem é a obra-prima da criação de Deus, não havendo nada que se lhe possa
comparar. Segundo a Bíblia, ele foi feito à imagem de Deus, o que é uma verdade
inegável. Sua estrutura mística é um mistério que jamais será desvendado pela
Ciência. Quando muito, esta o conhece superficialmente ou em pequena parte;
assim, é impossível afirmar se levará milhares de anos para desvendá-lo ou se nunca
irá conseguir isso. Pensemos com calma. O funcionamento de vários órgãos do
corpo, a sutileza da vontade-pensamento, a expressão dos estados de satisfação, ira,
tristeza ou prazer, a extrema sensibilidade do tato a ponto de a pessoa sentir coceira
quando é picada por uma pulga, a capacidade de exprimir todas as idéias através do
código lingüístico e de distinguir o sabor dos alimentos, a misteriosa diferença na
expressão fisionômica dos l,8 bilhões de habitantes do globo terrestre, cujos rostos,
que não medem mais que um palmo, nunca são iguais, todos estes mistérios e
maravilhas fazem-nos louvar o poder do Criador. Não há palavras principalmente
para expressar a capacidade da procriação, da qual é dotado o homem, e o mistério
que envolve o processo da formação de um ser humano. É óbvio, portanto, que a
Ciência nunca poderá desvendar o mistério da vida, pois o homem não é criação sua,
como os robôs.
Quando a pessoa adoece, logo se inicia, nela própria, uma grande atividade
destinada a eliminar a doença. Dentro de seu organismo começa a ser fabricado o
seu próprio remédio. É como se houvesse, no corpo humano, um grande laboratório
farmacêutico e um professor em Medicina. Se o corpo é invadido pela impureza
chamada doença, o médico que há no seu interior faz imediatamente o diagnóstico e
ordena que o farmacêutico prepare o medicamento, iniciando logo o tratamento.
Aparelhos e medicamentos, todos eles são ultra-eficazes, e a cura é maravilhosa. Se
comemos algo nocivo, a farmácia existente dentro do corpo imediatamente produz
um laxante para provocar a diarréia e eliminá-lo. Se entram no organismo bactérias
nocivas, o tratamento asséptico baseado na febre entra em ação. Se ocorre uma
intoxicação alimentar, produz-se uma reação na pele e, através de calor e coceira,
procura-se neutralizá-la, a fim de que ela não atinja os órgãos internos. Dependendo
da intoxicação, os rins entram em grande atividade, processando uma lavagem com
líquido, o qual é eliminado na forma de urina. Quando se inspira uma grande
quantidade de poeira, ela é eliminada na forma de escarros. E assim por diante.
Realmente, o corpo humano é de uma infabilidade extraordinária.
Em geral, as doenças se curam naturalmente, à mercê da Natureza; entretanto, por
desconhecimento deste princípio, as pessoas recorrem aos medicamentos e aos
tratamentos através da Ciência, fazendo com que a doença se prolongue, pois são
impostos sérios obstáculos ao processo de cura natural.
Mas será que com o tratamento natural a Medicina não perderá sua utilidade? Não é
bem assim. Entre seus ramos, existem alguns que são muito úteis, como a
bacteriologia, uma parte da higiene, a cirurgia no tempo de guerra, a odontologia, as
clínicas de fraturas, etc.
1935
25 de julho de 1951
O QUE É A DOENÇA
1° de janeiro de 1953
1° de janeiro de 1953
5 de fevereiro de 1947
O QUE É A DOENÇA?
15 de agosto de 1951
A GRIPE
A própria Medicina reconhece que o homem tem, "a priori", várias toxinas. Elas são
eliminadas por um processo fisiológico natural, que nós chamamos processo de
purificação. Primeiramente as toxinas se concentram em vários locais, notadamente
naqueles onde há mais atividade nervosa. No homem, isso ocorre na metade
superior do corpo. Quanto mais próximo do cérebro, maior a concentração, porque,
enquanto se está acordado, o cérebro, os olhos, os ouvidos, o nariz, a boca, etc.,
trabalham ininterruptamente, mesmo que os braços e as pernas estejam em repouso.
Portanto, as toxinas tendem a se concentrar nos ombros, no pescoço, nos gânglios
linfáticos, no encéfalo, na parótida e em outros pontos. Com o passar do tempo, elas
vão se solidificando gradualmente. Quando o acúmulo ultrapassa determinado limite,
começa o processo de purificação. Aí podemos ver o benefício que a Natureza nos
proporciona. A solidificação das toxinas provoca má circulação sangüínea, rigidez dos
ombros e do pescoço, dor de cabeça acompanhada de sensação de peso,
diminuição da capacidade visual, auditiva e olfativa, entupimento do nariz, inflamação
dos alvéolos, enfraquecimento dos dentes, falta de fôlego, flacidez dos músculos dos
braços e das pernas, dor nos quadris, inchação, etc. Tais fatores determinam uma
acentuada diminuição da atividade, de modo que o homem fica impossibilitado de
cumprir sua missão. Foi justamente por isso que Deus criou o excelente processo de
purificação denominado doença.
Conforme dissemos, se a doença é o sofrimento decorrente da eliminação de toxinas,
ela é processo de purificação do sangue, indispensável à manutenção da saúde.
Portanto, podemos considerá-la a maior bênção que Deus nos concedeu. Se a
eliminarmos, o homem irá enfraquecendo gradativamente e, por fim, estará até
ameaçado de extinção. Os leitores poderão achar que se trata de uma incoerência,
pois eu sempre afirmo que construirei um mundo sem doenças. Entretanto, não há
nenhuma incoerência em minhas palavras, visto que, se o homem se livrar das
toxinas, não haverá mais necessidade de processo purificador; conseqüentemente,
as doenças desaparecerão. Vou expor minha teoria de maneira mais aprofundada e
de modo a facilitar ao máximo sua compreensão.
Logo que uma pessoa contrai gripe, sobrevem-lhe a febre. Para facilitar a eliminação
das toxinas, a Natureza faz com que elas se dissolvam através do calor. Na forma
líquida, as toxinas infiltram-se rapidamente nos pulmões. Trata-se de um processo
realmente misterioso. Do mesmo modo, quando as dissolvemos através do JOHREI,
elas penetram imediatamente nos pulmões, atravessando os músculos e até os
ossos. Se as toxinas se encontram solidificadas em um ou dois pontos, as doenças
são leves, mas estas se agravam na medida em que é maior o número de pontos. É
por isso que uma gripe que a princípio parecia fraca, vai se agravando cada vez
mais.
No caso de serem pouco densas, as toxinas liqüefeitas são eliminadas
imediatamente, na forma de catarro; ao contrário, quando sua densidade é maior,
ficam temporariamente nos pulmões, aguardando a ação de bombeamento
denominada tosse, e aí são eliminadas pelas vias respiratórias. Isso se evidencia
pelo fato de a tosse ser sempre seguida de catarro. Obedecendo ao mesmo princípio,
o espirro vem sempre seguido de secreção nasal. Assim, as dores de cabeça e de
garganta, a inflamação dos ouvidos, dos gânglios linfáticos, das articulações dos pés,
das mãos e da região inguinal decorrem da dissolução das toxinas e do seu
deslocamento em busca de saída do corpo. Esse movimento pressiona os nervos,
provocando a dor.
As toxinas líquidas estão divididas em concentradas e diluídas. As concentradas são
eliminadas na forma de catarro, secreção nasal, diarréia, etc., e as diluídas, na forma
de suor e urina. A ação purificadora se processa de modo tão natural, que não
podemos deixar de louvar a Providência do Criador. Foi Deus que criou o homem, e
por isso não haveria razão para lhe proporcionar sofrimentos e atrapalhar sua
atividade através da doença. O ser humano precisa estar sempre saudável, mas ele
próprio cria toxinas e, com base em teorias errôneas, faz com que elas se acumulem,
surgindo então a necessidade de eliminá-las. Eis, portanto, o que é a doença. No
caso da gripe, se a deixarmos desenvolver-se sem nenhuma interferência, por conta
da Natureza, a purificação decorrerá normalmente e a cura será completa,
aumentando, assim, a saúde da pessoa.
Por incrível que pareça, e não se sabe desde quando, o homem interpretou de
maneira inversa o referido processo de purificação. Dessa forma, quando a doença
se declara, ele emprega todos os recursos para estancá-la. Confundindo-se no
tocante às dores do processo, acha que elas são decorrentes do agravamento da
doença. Baseado nisso, trata de fazer baixar a febre. Com a diminuição desta,
interrompe-se a dissolução das toxinas e diminuem os sintomas, como a tosse, o
catarro e outros. Parece, então, que está ocorrendo a cura. Em outras palavras, faz-
se retornar ao estado sólido as toxinas que tinham começado a se dissolver. Essa
solidificação é promovida pelos tratamentos médicos, entre os quais se inclui a
aplicação de compressas, bolsas de gelo, remédios, etc. Quando ocorre a completa
solidificação das toxinas e desaparecem os sintomas, as pessoas ficam contentes,
julgando-se curadas. Mal sabem elas que estão prendendo a mão que executaria a
limpeza de seu corpo. E os fatos o comprovam. Fala-se muitas vezes em recaída,
mas esta nada mais é que o resultado do choque entre duas ações: a do corpo, que
procura executar a purificação, e a do tratamento, que tenta impedi-la, provocando,
assim, o prolongamento da doença. Isso pode ser constatado pela reincidência da
gripe que se pensava ter sido curada. Posso afirmar, portanto, que o tratamento
médico é apenas uma forma de adiar a doença e não de curá-la. O verdadeiro
processo de cura consiste em eliminar as toxinas do corpo, purificando-o, ou seja,
acabando com a causa da doença.
A verdadeira Medicina é aquela que, ocorrendo o processo purificador, acelera a
dissolução das toxinas e faz com que elas sejam eliminadas na maior quantidade
possível. Não há outro tratamento além deste.
15 de agosto de 1951
A VERDADEIRA CAUSA DA DOENÇA ESTÁ NO "ESPÍRITO"
1935
1935
A causa das doenças são os nódulos constituídos pela mistura de sangue sujo e pus,
os quais se formam como reflexos das máculas do espírito. Mas de onde surgiram e
como vieram essas máculas? Elas se originam dos pecados.
Há dois tipos de pecados: os gerados nesta vida e os hereditários. Estes últimos são
o acúmulo global dos pecados cometidos por muitos antepassados; os primeiros
representam a soma dos atos pecaminosos praticados pela própria pessoa.
Nós que vivemos atualmente, não somos seres surgidos do nada, sem relação com
nada. Na verdade, representamos a síntese de centenas ou milhares de
antepassados e existimos na extremidade desse elo. Somos, portanto, seres
intermediários de uma seqüência infinita, formando uma existência individualizada no
tempo. Em sentido amplo, somos um elo da corrente que une os antepassados com
as gerações futuras; em sentido restrito, somos uma peça como a cunha, destinada a
firmar a ligação entre nossos pais e nossos filhos.
Para explicar as doenças causadas pelos pecados dos antepassados, preciso falar
sobre a vida após a morte, isto é, sobre a constituição do Mundo Espiritual.
Ao deixar este mundo e passar pelo portão da morte, o homem tem de despir a roupa
denominada corpo. Este pertence ao Mundo Material, e o espírito, ao Mundo
Espiritual. Quando o corpo, devido à doença ou à idade avançada, torna-se
imprestável, o espírito abandona-o e vai para o Mundo Espiritual. Aí ele deve se
preparar para renascer no Mundo Material, ou seja, reencarnar. Este preparo
constitui o processo da purificação do espírito.
A maior parte das pessoas carrega uma quantidade considerável de máculas,
originadas dos pecados. Assim, quando são submetidas ao julgamento do Mundo
Espiritual, feito com absoluta imparcialidade, a maioria acaba caindo no Inferno.
Devido ao sofrimento da pena imposta, o espírito vai pouco a pouco se elevando,
mas os resíduos da purificação dos pecados fluem contínua e incessantemente para
os seus descendentes que vivem no Mundo Material. Isso é como uma lei redentora,
baseada na causa e efeito, em que o descendente - resultado da soma global dos
seus antepassados - arca com uma parte dos pecados cometidos por eles. Trata-se
de uma Lei Divina inerente à criação; por conseguinte, o homem não tem outro
recurso senão obedecer a ela. Esses resíduos espirituais fluem sem cessar para o
cérebro e a coluna vertebral do descendente, e, penetrando em seu espírito,
imediatamente se materializam na forma de pus, que é a origem de todas as
doenças.
Agora vou falar sobre o segundo tipo de pecados, isto é, os pecados individuais, que
todos entendem com facilidade.
Ninguém consegue viver sem cometer pecados. Estes podem ser graves, médios e
leves, admitindo cada um desses tipos uma infinidade de classificações.
Exemplificando, há pecados contra a lei, contra a moral ou contra a sociedade;
pecados de natureza carnal, que se evidenciam nas ações do indivíduo, e também
pecados psicológicos, cometidos apenas na mente da pessoa. Conforme disse
Cristo, só o fato de desejar a mulher do próximo já constitui crime de adultério. É uma
afirmação correta, apesar de bastante rigorosa. Portanto, embora não se esteja
violando nenhuma lei, pecados leves cometidos no dia-a-dia, os quais ninguém
considera pecados, como ter raiva do próximo, querer que alguém sofra ou desejar
adultério, se forem acumulados por longo tempo, acabarão assumindo proporções
consideráveis. Vencer uma competição ou alcançar sucesso na vida, condutas que
envolvem disputa e acabam provocando a inveja e o conseqüente ódio do perdedor,
também constitui uma espécie de pecado, pois envolve o ódio. Matar animais, ser
preguiçoso e desperdiçado, agredir as pessoas, não cumprir os compromissos,
mentir, dormir demais pela manhã, etc., tudo isso são pecados que as pessoas
acumulam sem saber. Essa infinidade de pecados leves, acumulando-se ao longo do
tempo, refletem-se no espírito em forma de mácula. É comum pensar que os recém
nascidos não possuem pecado algum, mas não é bem assim. Todos os homens, até
se tornarem independentes, vivem sob a tutela dos pais e por isso devem dividir com
eles a carga dos pecados. Poderão entender melhor este raciocínio fazendo uma
analogia com as árvores: os pais constituem o tronco, enquanto os filhos são os
galhos, e os netos, os galhos menores. Assim, é impossível as máculas dos pais não
exercerem influência sobre os filhos.
Os pecados gerados nesta vida tornam-se bem claros através de exemplos. Vou
expor alguns deles.
Conheci duas pessoas que, após enganarem a terceiros, ficaram cegas. Uma delas
era um especialista em confecção de painéis chamado Kyoguin, o qual residia em
Senzoku-cho, Assakussa, Tóquio. Ele produzia quadros falsos com uma técnica
aprimorada e fazia painéis novos parecerem antigos, vendendo os como autênticos.
Em poucos anos acumulou considerável fortuna, mas foi acometido de cegueira
incurável, vindo, mais tarde, a falecer. Lembro-me de que quando eu era criança ia
brincar em sua casa e ouvia as histórias diretamente dele. O outro caso ocorreu em
Hanakawa-do, também em Assakussa, onde havia uma casa de móveis e utensílios
chamada Hanagame. Certa vez, o bonzo responsável por um templo de Shizuoka
expôs em Tóquio a imagem principal do templo. Acontece que a exposição foi um
completo fracasso e, ficando sem meios para voltar, ele tomou dinheiro emprestado
na Casa Hanagame, deixando a imagem como garantia do pagamento da dívida.
Após conseguir o dinheiro, foi devolvê-lo, mas Hanagame, o dono da loja, que
vendera a imagem, por altíssimo preço, a um interessado, cinicamente alegou que
nunca a tivera sob sua guarda. No auge do desespero, o bonzo acabou se
enforcando no teto da referida loja. O proprietário investiu a vultosa quantia obtida
com a venda da imagem na ampliação dos seus negócios, que foram de vento em
popa. Em pouco tempo ele estava milionário. Entretanto, na velhice, ficou cego e seu
herdeiro acabou esbanjando toda a fortuna com bebidas e mulheres. Por fim, em
estado lastimável de profunda decadência, Hanagame perambulava pela cidade
conduzido por sua mulher, também já idosa. Lembro-me de tê-los visto algumas
vezes e de ter tomado conhecimento de sua história por intermédio de meu pai. O
que ocorreu, só pode ter sido causado pelo profundo ódio do bonzo.
O exemplo que se segue diz respeito ao reflexo dos pecados dos pais sobre os filhos.
Refere-se a uma empregada que eu tive, moça de dezessete ou dezoito anos
aproximadamente, a qual era cega de um olho. Perguntando-lhe eu a causa desse
problema, ela me disse que o filho de um casal para quem trabalhara havia disparado
acidentalmente uma espingarda de pressão, atingindo seu olho. Indagando maiores
detalhes, eu soube que o pai dela havia enriquecido vendendo coral falso. No início
da Era Meiji, por volta de 1867, utilizando látex, ele fabricara gemas falsas de coral.
Levando-as para o interior, conseguira vendê-las a preços altos, como se fossem
verdadeiras. Acredito que o ódio das pessoas enganadas se refletiu em sua filha, que
acabou perdendo uma vista. Pareceu-me realmente uma pena, pois ela era muito
bonita e, se não tivesse esse defeito, teria progredido bastante na vida.
Outro caso é referente a um ancião que veio me procurar por causa de uma dor que
sentia no pulso. Ministrei-lhe JOHREI por mais de dez dias, mas ele não apresentava
melhora. Intrigado, indaguei-o a respeito de sua fé, e ele me disse que venerava
certa divindade há mais de vinte anos. Vendo que estava aí a causa do problema,
convenci-o a parar com as orações. A partir desse dia, o ancião começou a melhorar
gradativamente; após uma semana, já estava totalmente curado. Portanto, professar
uma fé errada ou venerar falsas divindades provoca paralisia ou dores nas mãos,
impossibilidade de dobrar os joelhos, etc. Casos desse tipo ocorrem com certa
freqüência.
Através dos exemplos citados, podemos ver que não se devem menosprezar nem
mesmo os pecados cometidos sem querer. As pessoas que sofrem constantes
acidentes ou são acometidas de doenças precisam refletir sobre seus pecados e,
encontrando-lhes a causa, regenerar-se imediatamente.
1936
O PECADO E A DOENÇA
23 de outubro de 1943
Gostaria de esclarecer que não pretendo desenvolver este tema sob o aspecto
religioso, como se poderia pensar. Vou abordá-lo sob o aspecto moral. O termo
pecado é bastante usado pelos religiosos, mas o que explicarei a seguir não é
hipótese nem imaginação, e os leitores hão de concordar comigo, após a leitura.
Conforme já dissemos, desejando mal ao próximo e praticando más ações, o homem
acumula máculas em seu espírito, as quais, pela constância das práticas maléficas,
tornam-se cada vez mais densas. Quando a densidade das máculas atinge certo
limite, ocorre uma ação natural para eliminá-las. Evidentemente ninguém pode
escapar a isso, pois se trata de uma rigorosa lei do Mundo Espiritual. Esse processo
de purificação manifesta-se mais na forma de doença, mas ocasionalmente pode
assumir outras formas. No caso da doença, de nada adianta esgotar os recursos da
Medicina, porque não há resultados, e isso se deve ao erro de querer curar com
remédios e instrumentos algo cuja causa é de natureza espiritual. Existem pessoas
que pedem ajuda às divindades e o pedido surte algum efeito. Como, por natureza,
essas divindades são espíritos, é claro que com sua ajuda se consegue razoável
eliminação das máculas. Entretanto, quanto mais correta for a divindade, mais justa
ela é; assim, tratando-se de pecados acumulados ao longo dos anos, ela não deixa
que tudo se resuma à redução do sofrimento. Exemplificando, as pessoas que
infringem as leis do país não são perdoadas por mais que se arrependam. O máximo
que conseguem é a redução da pena.
Às vezes dá-se a eliminação de máculas antes de surgir o processo purificador
natural. Nesse caso, são máculas relativamente de pouca densidade, e o processo
de purificação é brando. Essa eliminação é decorrente do arrependimento, ocorrendo
por determinado motivo, que, entre outros, pode ser o despertar espiritual através da
leitura de alguma história religiosa, como as da Bíblia, ou de experiências de pessoas
ilustres. Seria até desnecessário dizer a influência de bons livros, palestras, filmes,
peças teatrais, etc. para o despertar da alma ou do lado bom das pessoas.
Mas que acontece com o espírito do homem quando este desperta? No centro do
espírito há a consciência e, no centro desta, a alma. Assim, por natureza, ele está
formado de três camadas. Originariamente a alma é pura mas fica como se estivesse
maculada, devido às constantes influências externas. Ela é uma bola de luz como o
sol e a lua. Entretanto, se a consciência, que é mais externa, se macular, o esplendor
da luz da alma ficará anulado e ela adormecerá. Por essa razão, quando se atinge o
estado espiritual semelhante a um espelho ou lago cristalino, a alma brilha como o
sol e a lua no céu límpido.
Quando o homem desperta, significa que a sua alma recomeça a brilhar. Até hoje, os
únicos meios disponíveis para se conseguir isso têm sido os métodos de natureza
moral, como histórias ou leituras. Com o despertar da alma, seu brilho dissipa as
máculas da consciência; em seguida, o espírito é purificado. Assim, os três elementos
- alma, consciência e espírito - estão em constante equilíbrio de luz ou escuridão. O
nosso método, porém, é o inverso desses métodos. Através de uma ação externa,
purificamos o espírito; com isso, eliminam-se as máculas da consciência e, assim,
queira ou não, a alma despertará. Despertar a alma e a consciência através dos
métodos de natureza moral, gera sofrimento para a pessoa, decorrente do
autocontrole, o que por sua vez se reflete no espírito, dando origem à doença e
outros sofrimentos. O nosso JOHREI, no entanto, além de proporcionar a erradicação
da doença, desperta a alma sem que a pessoa o perceba; por conseguinte, é o
método ideal de reforma do corpo e do espírito.
23 de outubro de 1943
Provavelmente não há ninguém que não apresente um pouco de febre, mas muitas
pessoas nem têm consciência disso. Esse estado ligeiramente febril exerce uma forte
influência sobre o homem. Vejamos.
O indivíduo sente dor e peso na cabeça, sua capacidade de concentração diminui,
torna-se disperso, sua memória enfraquece, não faz nada com afinco, tudo lhe
parece difícil, sente o corpo pesado e por qualquer coisa vai para a cama. Além
disso, quase não tem apetite, mostra muitas preferências e restrições em matéria de
comida, toma muito líquido e irrita-se com facilidade. Como nada lhe vai bem, passa
a encarar as coisas com pessimismo. A histeria também é motivada pela febre
branda. Essas pessoas são passivas em tudo, preferem o tempo chuvoso ao tempo
bom, contraem gripe com freqüência, ficam com o nariz entupido, ouvem zumbidos,
suas amígdalas inflamam facilmente, perdem o fôlego ao subir ladeiras ou quando
andam rápido, e suas pernas ficam pesadas. Em rápida análise, esse é o quadro que
se apresenta, e que não é nada desprezível.
Com tudo o que dissemos, é fácil deduzir que tais indivíduos não se dão bem com os
amigos. Aliás, não se dão bem com, ninguém, nem com os próprios familiares. No
lar, isso se reflete no mau relacionamento entre o casal e entre pais e filhos. Eles
tentam impor seus pontos de vista, agem de maneira egoísta e ainda procuram
apresentar razões para a sua conduta. A justificativa mais alegada é o liberalismo.
Como acham desagradável a vida no lar, facilmente abandonam a família.
Ultimamente muitos rapazes e moças têm fugido de casa, e a explicação deve ser a
que estamos expondo. Os casos mais trágicos acabam em suicídio coletivo da
família.
E não fica por aí. No tocante ao convívio social, muitas pessoas procuram
justificativas egoístas para suas condutas e dessa forma criam desarmonia ao seu
redor, discutem por motivos insignificantes e brigam sem nenhuma necessidade.
Tudo isso é causado pelo excesso de egocentrismo. Parece que tais ocorrências são
freqüentes entre os políticos. Mesmo nas associações, em caso de discussão de
determinado assunto, há muito falatório, levando-se um tempo enorme para chegar-
se a um acordo. Parece que as pessoas não conseguem perceber a causa desses
fatos e também não têm interesse nisso.
Numa sociedade complicada como a que acabamos de mencionar, as criaturas estão
crivadas de problemas e, logicamente, procuram fugir dos aborrecimentos. Aí vem a
bebida. Deve ser por essa razão que, por mais que esta suba de preço, seu consumo
não diminui. Além disso, na ânsia de fugir dos problemas, as pessoas acabam
procurando diversões que lhes proporcionem fortes estímulos. Os jovens procuram
cabarés, discotecas, fliperamas, etc. Os indivíduos de mais idade, desde que tenham
algumas posses, procuram refúgio em concubinas ou em relacionamentos de caráter
leviano. Assim é que, no mundo atual, proliferam diversões insanas.
Se a origem de um quadro tão sombrio, conforme dissemos, é o estado ligeiramente
febril que as pessoas normalmente apresentam, não há nada mais temível que esse
estado. Mas qual é a causa da febre? São as toxinas medicinais, as quais se
encontram solidificadas em vários pontos do corpo, determinando um processo
brando de purificação. Para eliminá-la de verdade, não há absolutamente nada a não
ser o JOHREI. À medida que aumentam os fiéis de nossa Igreja, tende a desaparecer
o quadro sombrio que descrevemos, não havendo, portanto, a menor dúvida de que
surgirá uma sociedade extremamente agradável. Esta é justamente a imagem do
Paraíso Terrestre.
5 de setembro de 1951
22 de abril de 1950
1936
5 de fevereiro de 1947
A REENCARNAÇÃO
23 de outubro de 1943
23 de outubro de 1943
O PRIMEIRO MUNDO
4 de julho de 1951
4 de julho de 1951
Vou explicar detalhadamente como nasceu o JOHREI criado por mim e a razão pela
qual ainda não se descobriu a causa das doenças e os erros de quase todos os
tratamentos.
No Grande Universo, a começar do espaço, que se estende infinitamente, até as
mais minúsculas existências, impossíveis de serem detectadas mesmo com uso de
microscópios, todas as matérias, sejam elas grandes, médias ou pequenas, cada
qual obedecendo à Lei da Concordância, nascem, crescem, unem-se e separam-se,
aglomeram-se e espalham-se, destroem-se e constroem-se, numa seqüência infinita
na cadeia da evolução. Além disso, existe o positivo e o negativo em tudo, a
diferença entre o frio e o calor durante o ano, entre o dia e a noite no espaço de um
dia e num período de dez, cem, mil, dez mil anos, e assim por diante. Por essa razão,
em vários milhares ou milhões de anos também há, naturalmente, períodos de
transição da noite para o dia. Atualmente está se aproximando esse tempo.
Encontramo-nos no momento correspondente ao alvorecer. É provável que, fixados
na idéia da existência do dia e da noite no espaço de um só dia, muitos leitores
estranhem o que estou dizendo. Dessa forma, a explicação torna-se muito difícil, mas
creio que ela poderá ser compreendida por qualquer pessoa.
O mundo em que vivemos, como já expliquei minuciosamente, é constituído de três
planos: o Mundo Espiritual, o Mundo Atmosférico e o Mundo Material. Poderíamos
também separá-lo em dois planos, pois o elemento água, do ar, e o elemento terra,
do globo terrestre, são materiais, ao passo que o espírito, ou seja, o elemento fogo, é
totalmente imaterial. Se distinguirmos o espírito da matéria, teremos o Mundo
Espiritual e o Mundo Material.
Para mostrar a relação entre o Mundo Espiritual e o Mundo Material, é importante
entenderem que todo acontecimento ocorre primeiramente no Mundo Espiritual e
depois se reflete no Mundo Material. Fazendo uma comparação, é como se aquele
fosse o filme, e este, a tela de projeção. Essa é a absoluta Lei do Céu e da Terra.
Quando o homem movimenta os braços ou as pernas, por exemplo, a vontade,
invisível aos olhos, é que age primeiro e, pelo seu comando, os membros se
movimentam. Analogamente, o Mundo Espiritual representa a vontade, e o Mundo
Material, os membros.
A transição da noite para o dia, que, segundo dissemos, advém em vários milhares
ou milhões de anos, é um fenômeno ocorrido no Mundo Espiritual. Assim, o mundo
até hoje encontrava-se num longo período noturno, mas agora está iminente a
transição para o Mundo do Dia. Isso está simbolizado na abertura da Porta da Rocha
do Céu, que consta no "Kojiki" (coletânea de histórias antigas do Japão). O
aparecimento do deus Amaterassu Omikami também constitui uma grande profecia
do advento desse mundo. Acredito que a expressão "Luz do Oriente", usada no
Ocidente desde a antigüidade, refere-se à mesma profecia.
23 de outubro de 1943
5 de fevereiro de 1947
Se eu, um religioso, disser que sou também cientista, todos estranharão, mas estou
certo de que, ao término desta leitura, hão de concordar comigo.
Sempre digo que a Ciência atual ainda está num nível muito baixo, nem podendo ser
considerada como Ciência. Sua importância reside, sem dúvida, na descoberta e no
estudo de corpos microscópicos. É claro que isso se deve ao aperfeiçoamento do
microscópio, graças ao qual o avanço nesse estudo é impressionante. Conseguem-
se distinguir corpúsculos extremamente pequenos, frações da ordem de um
milésimo, milionésimo ou bilionésimo. Trata-se de um avanço contínuo, chegando-se
ao extremo do microscópico; atualmente se está quase prestes a entrar no mundo do
infinito. A palavra espírito, muito empregada ultimamente, deve estar indicando esse
mundo.
É evidente que o conhecimento do mundo do infinito não se deve a experiências de
natureza científica; entretanto, ao aprofundar-se nos estudos científicos, o homem
levantou uma tese hipotética sobre ele, baseada na dedução. Se não fosse assim,
acabar-se-ia num beco-sem-saída. Ora, o mundo a que nos referimos é justamente o
Mundo Espiritual, o que significa que a Ciência, finalmente, está chegando ao lugar
certo. Dessa maneira, deixando de lado os subterfúgios, ela, que por tanto tempo
insistiu em negar a existência do espírito, acabou derrotada. Caso venha a apreendê-
la com precisão, elevar-se-á a um nível mais alto e terá dado mais um passo em
busca da Verdade. Sendo assim, tomará como objeto de seus estudos o espírito e
não mais a matéria, de modo que a ciência que até agora raciocinava com base na
matéria será considerada como ciência da primeira fase, e a ciência baseada no
espírito, como ciência da segunda fase. Com isso haverá uma mudança de cento e
oitenta graus no rumo da Ciência. Em termos mais claros, será traçada uma linha
demarcatória no mundo científico: a ciência da matéria ficará situada abaixo, e a
ciência do espírito acima. Esta é uma visão no sentido vertical; no sentido horizontal,
a primeira seria a parte externa, e a segunda, a interna ou conteúdo. Em outras
palavras, significa que haverá uma evolução da ciência do concreto para a ciência do
abstrato, o que é realmente motivo de alegria.
Mas aqui se apresenta um problema: não adianta apenas conhecer a existência do
Mundo Espiritual; é necessário apreender sua natureza e colocá-lo a serviço da
humanidade. A ciência da matéria não tem meios para isso, pois, para o espírito, o
meio deve ser o espírito; todavia, é possível superar esta dificuldade. Aliás, ela já foi
superada: tenho obtido resultados admiráveis na resolução de problemas espirituais
através do espírito. Refiro-me justamente à questão das doenças. Explicando de
forma sucinta, a causa de todas as doenças são as impurezas acumuladas no
espírito, tornando-se evidente que, se eliminarmos tais impurezas, as doenças serão
erradicadas, de acordo com a Lei do Espírito Precede a Matéria. Meu método
consiste na irradiação de um espírito específico que pode ser considerado como a
bomba atômica espiritual para queimar as impurezas. Esse método, denominado
JOHREI, constitui uma fórmula científica de alto nível. Não se limitando apenas ao
campo da Medicina, ele consegue resolver problemas que nenhuma religião ou
ciência conseguiu. Se isso não é uma superciência, o que será?
A ciência que trata da matéria ainda se encontra em baixo nível, evidenciando-se
que, através dela, é impossível resolver problemas vitais de um ser de tão elevado
nível como o homem. Isso se torna claro ao observarmos que doenças graves,
consideradas incuráveis pela Medicina, estão sendo vencidas facilmente, por meio do
JOHREI. Dessa forma, a ciência do espírito pode ser considerada como o suporte da
ciência da matéria.
A natureza do Mundo Espiritual é constituída pela essência do Sol, da Lua e da
Terra, que, na Ciência, correspondem, respectivamente, ao oxigênio, ao hidrogênio e
ao nitrogênio. O Mundo Espiritual, segundo a doutrina messiânica, é a junção do
elemento fogo, do elemento água e do elemento terra. A Terra é a natureza da
matéria; o Sol é a natureza do espírito, e a Lua é a natureza do ar. O elemento fogo e
o elemento água controlam a atmosfera que preenche o espaço terrestre. Embora o
elemento fogo seja o mais forte, por ser extremamente rarefeito, não foi possível
detectar, através da ciência da matéria, a não ser suas propriedades de luz e calor,
razão pela qual sua natureza como espírito ainda não é conhecida. Assim, a Ciência
tomou como objeto de estudo apenas os elementos água e terra, e por isso a cultura
está baseada nesses dois elementos, o que constitui a maior falha da civilização
atual.
Agora devo falar sobre um acontecimento extraordinário. Como já explicamos, os
fenômenos do Mundo Material são produzidos pela união dos elementos Sol, Lua e
Terra. A distinção entre o dia e a noite é decorrente da alternância do Sol e da Lua.
Acontece que no Mundo Espiritual também existe dia e noite. Evidentemente, a
ciência da matéria não consegue compreender isso, mas a ciência espiritual o
consegue. O acontecimento extraordinário a que me refiro é a grande mudança que
está para ter início no mundo. Um acontecimento surpreendente, jamais imaginado
pela humanidade, isto é, um fenômeno histórico: a Transição da Noite para o Dia.
Para entendê-lo, torna-se necessário um estudo do ponto de vista Tempo.
No Mundo Espiritual há transição da noite para o dia em períodos de dez, cem, mil ou
milhões de anos. Portanto, assim como a Terra é formada pelos três elementos
fundamentais - o fogo, a água e a terra - o número três é a base de todo o Universo.
Isso constitui uma lei imutável. Mesmo o dia e a noite são formados de três, trinta,
trezentos, três mil anos e assim por diante. É claro que, dependendo do caráter das
coisas e da sua grandeza - maior, média ou menor - elas se refletem do espírito para
a matéria com maior ou menor rapidez, mas o essencial move-se com precisão.
Agora está justamente ocorrendo a transição de um período de três mil anos;
estamos no alvorecer de um novo período. Já me referi a isso antes, e até a data
acha-se bem definida. Foi a 15 de junho de 1931 que o Mundo Espiritual começou a
se transformar em dia. A mudança se processará até certo tempo e gradualmente se
refletirá no Mundo Material. Gostaria de dar uma explicação mais profunda, mas vou
abreviá-la, porque teria de entrar no campo da Religião. Entretanto, é preciso
acreditar no que estou dizendo, pois se trata da verdade absoluta.
O fato de o Mundo Espiritual estar se tornando dia significa que ha uma intensificação
do elemento fogo. Apesar de ser uma mudança gradativa, já está se projetando no
Mundo Material. Assim, o mundo em que a água predominava sobre o fogo, tornar-
se-á o mundo em que o fogo predominará sobre a água. Através da ciência da
matéria não se pode perceber tal fenômeno, mas as pessoas dotadas de alta
espiritualidade conseguem percebê-lo plenamente. Com essa mudança, todos os
problemas para os quais não se encontrava solução, serão resolvidos de maneira
clara e precisa. Com base no que acabo de expor, vou criar a Verdadeira Civilização
elevando o nível da Ciência atual.
7 de abril de 1954
15 de agosto de 1951
ESPÍRITO E CORPO
10 de setembro de 1953
MEDICINA ESPIRITUAL
23 de outubro de 1943
Mostrei, sob diversos ângulos, que a Era do Dia é o mundo em que o espírito
precede a matéria. Aplicando isso ao corpo humano, as toxinas - causa de todas as
doenças - são matérias estranhas acumuladas no corpo. Mas, nesse caso, como se
encontra o espírito da pessoa? Nos locais do corpo espiritual correspondentes aos
pontos onde se encontram as toxinas, estão as máculas. Quando se procura anular
as toxinas promovendo apenas a sua eliminação do corpo, isso terá um efeito
temporário; com o passar do tempo, elas surgirão novamente, de acordo com a Lei
do Espírito Precede a Matéria. Assim, para eliminá-las radicalmente, devemos
eliminar as máculas do corpo espiritual.
Como todos os métodos utilizados até agora basearam-se unicamente na eliminação
das toxinas ou então na sua solidificação, tomando apenas o corpo como objeto do
tratamento, é óbvio que eles propiciassem uma cura passageira, mas jamais a cura
radical, o que está bem caracterizado pelo uso da palavra recaída. Conforme já
explanei, os métodos empregados pela Medicina são dois: a solidificação e a
remoção cirúrgica. Entre as formas populares de tratamento existe a solidificação por
meio de banhos de luz ou eletricidade e a queima através da moxa, método este que
consiste em queimar determinados pontos para concentrar neles o pus e eliminá-lo.
O nosso JOHREI, todavia, fundamenta-se na eliminação das máculas do corpo
espiritual. O método consiste em irradiar, pela palma da mão, uma espécie de ondas
espirituais, que têm como agente principal o elemento fogo. Por ora, vou chamar
essas ondas de raios misteriosos. Todas a pessoas os possuem em determinada
quantidade, ou melhor, esses raios existem em número ilimitado no espaço aéreo
acima do Planeta, isto é, no Mundo Espiritual. Mas por que será que ninguém
descobriu antes esse método que consiste na eliminação das máculas através das
ondas espirituais? Foi porque, conforme j á dissemos, era noite no mundo, ou seja, o
mundo estava às escuras. Como luz, existia apenas uma claridade semelhante à da
Lua, e por isso era impossível obter-se a força para curar as doenças, ou seja, raios
misteriosos em quantidade suficiente para apagar as máculas. Não é que eles
fossem totalmente nulos, tanto assim que alguns religiosos e ascetas procediam ao
tratamento das doenças e até certo ponto tinham êxito. Como é do conhecimento de
todos, os fundadores de algumas religiões ganharam considerável fama. Acontece,
porém, que o principal componente da luz da Lua é o elemento água, e por essa
razão a força para curar as doenças limitava-se a algumas espécies ou a efeitos
temporários. Com base no elemento água, essa luz é de natureza fria, e por isso sua
aplicação torna-se um tratamento solidificador. No JOHREI, entretanto, o principal
agente é o elemento fogo, capaz de queimar qualquer mácula; por conseguinte, ele
apresenta efeitos extraordinários. O principal motivo que me levou a descobri-lo foi o
conhecimento sobre a Transição da Era da Noite para a Era do Dia e o conseqüente
aumento de partículas do elemento fogo, que, concentrando-os no corpo produz-se
uma poderosa luz purificadora. Irradiando-a, então, no local afetado, há um efeito
extraordinário.
23 de outubro de 1943
PRINCÍPIO DO JOHREI
30 de maio de 1949
PRIMEIRA PARTE
SEGUNDA PARTE
TERCEIRA PARTE
QUARTA PARTE
Convém falar aqui a respeito de Kanzeon Bossatsu. Dentre muitos budas, Ele era
considerado o mais oculto. Há nisso um profundo mistério, mas não posso divulgá-lo
totalmente, pois ainda não chegou o tempo certo. Pretendo fazê-lo tão logo Deus me
permita. Sendo assim, escreverei apenas sobre o mistério relacionado com o
JOHREI.
A atuação de Kanzeon Bossatsu vem desde o advento do budismo, mas daquela
época até pouco tempo atrás Ele promovia tão somente a salvação do espírito.
Evidentemente, através da oração conseguiam-se graças, mas estas eram
extremamente limitadas. A razão disso está no fato de que a Luz era formada pela
união do elemento fogo e do elemento água, mas faltava o elemento terra. Como
havia apenas dois elementos, a força era insuficiente. Entretanto, chegou a hora de
uma grande mudança no Mundo Espiritual: é o Final dos Tempos, o Juízo Final
citado na Bíblia. Tornou-se necessária, portanto, uma força poderosa e absoluta que
salvasse toda a humanidade. Essa força é constituída pela união do fogo, da água e
da terra; a força da terra é o elemento da matéria e corresponde ao corpo humano.
Ao passar pelo corpo, a Luz é acrescida do elemento terra e daí nasce a força da
trilogia, ou seja, o PODER KANNON. Explicando de maneira mais acessível, a Luz
emitida pelo "Nyoi-no-Tama" de Kanzeon Bossatsu, passando pelo meu corpo,
manifesta-se como PODER KANNON, o qual, através do corpo do messiânico, torna-
se a força purificadora.
Exemplificarei o que acabo de dizer. É sabido, desde a antigüidade, que orar diante
da imagem de Kanzeon Bossatsu traz como benefício a solução das doenças e dos
infortúnios, mas os fiéis da nossa Igreja têm obtido resultados várias vezes mais
poderosos com o JOHREI. Isso porque as ondas de Luz emitidas pelas imagens ou
estátuas de Kanzeon Bossatsu são constituídas apenas pela força dos elementos
fogo e água; nelas não está incluída a importante força do corpo. Outra razão é a
grande transição a que eu já tenho me referido várias vezes, ocorrida no Mundo
Espiritual. Ela teve início em meados de junho de 1931. Até essa data havia muito
elemento água e pouco elemento fogo no Mundo Espiritual, mas a partir daí a
quantidade deste último começou a aumentar gradativamente. É verdade que a
grande transição já havia se iniciado dezenas de anos antes dessa data, mas o
elemento fogo ainda estava bastante rarefeito. Se a Luz é forte, significa que há
maior quantidade de elemento fogo. Da mesma forma, no caso das lâmpadas
elétricas, quanto mais intensa é a luz, maior é a quantidade de calor emitido.
Outro exemplo é a existência de uma massa de elemento fogo em meu ventre. As
pessoas falam que minha temperatura é bem mais alta que a das pessoas comuns.
Praticamente todas as noites fazem-me massagens nos ombros, e todos dizem que
de mim emana muito calor. No inverno, sempre acabo tirando um ou dois agasalhos.
Se permaneço num cômodo durante algum tempo, as pessoas acham que ele ficou
aquecido, e muitas vezes brinco dizendo que substituo o aquecedor. Mesmo em dias
de frio costumo ficar uma ou duas horas de pijama, após o banho. Além disso, gosto
especialmente de banhos mornos. Isso obedece ao princípio do aumento de calor
quando se joga água no fogo, e do frio mais intenso nos dias ensolarados de inverno.
30 de maio de 1949
6 de agosto de 1949
A FORÇA ABSOLUTA
16 de janeiro de 1952
16 de janeiro de 1952
MINHA LUZ
25 de maio de 1952
Escrevi, sobre o budismo, muitas coisas que ninguém até hoje havia explicado. Os
leitores talvez se surpreendam, mas todo o meu conhecimento eu o obtive através da
Revelação Divina. São revelações que não tinham sido feitas até agora devido ao
fator Tempo. Ainda não se havia chegado ao grande marco de épocas que é a
Transição da Noite para o Dia, ou seja, o desaparecimento do prolongado mundo das
trevas para dar lugar a um mundo esplendoroso de luz solar. Entretanto, embora
fosse um mundo de trevas, podia-se enxergar alguma coisa, pois existia a luz da Lua,
e o homem se contentava com esse pouco. Essa luz eram os ensinamentos da
aparente verdade da Lua, isto é, o budismo.
As coisas não podiam ser enxergadas nitidamente porque a intensidade da luz da
Lua é cerca de 1 /60 da luz solar. Durante a noite, é óbvio que nada se enxergava
direito, inclusive as religiões; por isso os homens estavam desorientados e não
obtinham a verdadeira tranqüilidade. Com a chegada do dia, sob a luz solar, tudo
sobre a face da Terra ficará visível e não existirá mais dúvida alguma. Assim,
cabendo a mim a missão de criar a Civilização do Dia, é lógico que eu tenha
conhecimento de tudo.
Vou aprofundar a relação que existe entre minha pessoa e o Mundo do Dia.
Meu corpo abriga a bola de Luz Divina conhecida desde a antigüidade pela
expressão CINTAMANI (palavra sânscrita que serve para designar a fabulosa bola
com poder de atender a todos os pedidos do homem). Já me referi a isso antes, mas
vou explicar mais detalhadamente.
Falando-se em Luz, os leitores poderão pensar na luz solar, mas não é bem assim.
Na verdade, trata-se da união do Sol e da Lua. Como a natureza da Luz que se
abriga em meu corpo é constituída pelos dois elementos extremos, forma-se a trilogia
fogo-água-terra, já que o corpo é constituído pelo elemento terra. Mas será que as
pessoas comuns são formadas apenas por esse elemento? Absolutamente. Elas
também possuem luz, embora pouca e fraca. Minha Luz, no entanto, é
extraordinariamente forte: é milhões de vezes superior à de uma pessoa comum,
ultrapassando os limites da imaginação; chega praticamente ao infinito.
Tomemos como exemplo o OHIKARI, que pode ser de três tipos: HIKARI (Luz),
KOMYO (Luz Divina) e DAIKOMYO (Grande Luz Divina). Colocando-o junto ao corpo,
manifesta-se imediatamente a força capaz de conseguir a erradicação das doenças.
Isso se deve à força da Luz irradiada da palavra escrita por mim no OHIKARI.
Entretanto, nunca precisei rezar ou fazer qualquer coisa especial para escrevê-la.
Simplesmente escrevo rapidamente, palavra por palavra. Levo em média sete
segundos em cada uma e escrevo facilmente cerca de quinhentas por hora. Com
apenas essa folha de papel, milhares de doentes podem ser beneficiados; doravante,
mesmo que eu conceda milhares ou milhões de OHIKARI, o efeito de cada um será o
mesmo. Creio que com isso poderão compreender o quanto é poderosa a força da
minha Luz.
Possuindo tal força, não há nada que eu desconheça. Como os fiéis sabem, nunca
tenho dificuldade em responder a qualquer pergunta que me é dirigida. Às vezes
recebo telegramas solicitando-me auxílio para pessoas distantes e muitas obtêm a
graça apenas com esse pedido. Isso ocorre porque, no momento em que tomo
conhecimento do problema, minha Luz se subdivide e liga-se a essa pessoa. Assim,
através do elo espiritual, ela recebe a graça. Dessa forma, é uma Luz muito prática e
eficiente, pois pode aumentar milhões de vezes e alcançar qualquer local, por mais
distante que ele seja. Para melhor compreensão, a Luz irradiada de mim é como se
fossem "balas" de luz. A diferença entre ela e uma bala de fuzil, por exemplo, é que
esta mata, mas eu dou vida às pessoas; aquela é limitada, ao passo que eu sou
infinito.
A explicação acima corresponde apenas a uma pequena parte da minha força. Não é
fácil explicá-la totalmente. O ideal seria que os leitores acompanhassem atentamente
o trabalho que vou realizar daqui para frente. Se forem ágeis de inteligência, poderão
entender até certo limite. Do ponto de vista da fé, as pessoas compreendem de
acordo com o seu nível espiritual, e por isso o melhor a fazer é polir a alma e deixá-la
sem máculas, pois aí terão sabedoria para compreender a virtude do meu poder.
25 de maio de 1952
QUEM É O SALVADOR?
20 de outubro de 1948
Acho o título acima bem inusitado, e sem dúvida os leitores pensarão da mesma
forma. A propósito dele, pretendo fazer uma análise psicológica da minha pessoa.
Gostaria, porém, de deixar claro que se trata de uma análise objetiva do meu interior
e que não há nada inventado ou fictício. Portanto, espero que leiam com esse
espírito.
A palavra Messias, ou seja, Salvador, é muito usada no mundo inteiro, sem distinção
de tempo e de lugar, tanto no Ocidente como no Oriente. Com exceção de uma
parcela de pessoas religiosas, a grande maioria considera que a vinda ou o
nascimento do Salvador tão esperado, possuidor de poder sobre-humano, não passa
de um grande sonho, ou uma grande esperança utópica. É verdade que já
apareceram pessoas que se autoproclamavam Messias, mas, com o passar do
tempo, acabaram desaparecendo, donde se conclui que ainda não surgiu o
verdadeiro Salvador.
Devo confessar que não gosto de afirmar que sou o Salvador, mas por outro lado
também não posso dizer que não o seja. Sendo algo tão sério, inédito em toda a
história da humanidade, a vinda do Salvador é um assunto que não pode ser
discutido de maneira leviana. Contudo, não se pode também afirmar que se trate
apenas de um sonho, nem deixar de acreditar na sua viabilidade, pois a Segunda
Vinda do Cristo, a Vinda do Messias e o Nascimento de Miroku foram previstos por
grandes profetas e santos.
Há muito tempo venho pensando na condição número um que deve ser preenchida
pelo Salvador. Antes de tudo, ele deve ter força para livrar as pessoas das doenças.
Por conseguinte, além de conceder-lhes o método absoluto para obterem plena
saúde e completarem o tempo de vida que lhes foi predestinado, ele deve possuir
força para a concretização desse objetivo. Essa é a qualificação fundamental do
Salvador.
É óbvio que a saúde do corpo deve acompanhar a saúde do espírito. Cristo disse que
de nada adianta o homem ganhar o mundo se vier a perder a vida. Parece-nos que
essa afirmativa evidencia a verdade acima. Assim, as religiões e os líderes religiosos
que não possuem força para eliminar as doenças da humanidade, têm valor limitado.
Eu sempre abracei essa tese, e certo dia, mais de dez anos após entrar na vida da
fé, obtive conhecimento sobre o princípio fundamental das doenças e a sua solução.
Ah, ninguém poderá imaginar o espanto e a alegria que senti naquela hora, pois
nunca ninguém fizera uma descoberta tão importante! Se a compararmos com as
grandes descobertas ou as grandes invenções, estas não chegariam a seus pés.
Realmente eu sou uma pessoa que nasceu com um destino misterioso.
20 de outubro de 1948
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO
Junho de 1935
Gostaria de alertar aos especialistas que não há nada tão errado quanto a
alimentação e a nutrição da atualidade. Eles transformaram-nas em teorias
acadêmicas, demasiado distantes da realidade. Durante mais de dez anos fiz
pesquisas profundas sobre o assunto e, surpreendentemente, os resultados obtidos
foram exatamente o oposto do que a Dietética recomenda. Vou explicá-los partindo
da minha própria experiência.
Até cerca de quinze ou dezesseis anos atrás, eu era um grande apreciador de carne,
e o meu jantar consistia quase sempre de comida ocidental à base desse alimento,
ou, eventualmente, de comida chinesa. Esse tipo de alimentação, segundo os
nutricionistas, é o mais próximo do ideal, mas naquele tempo eu era magro e ficava
doente com a maior facilidade. Vivia sempre gripado, com problemas de estômago, e
não havia um só mês em que não fosse ao médico. Na tentativa de melhorar meu
estado de saúde, experimentei todos os tratamentos que estavam em moda, na
época, e mais outras práticas, como respiração profunda, banhos de água fria,
meditação, etc. Eles fizeram algum efeito, mas não a ponto de melhorar minha
constituição física.
Quando eu soube que a carne não fazia bem, voltei a alimentar-me de comida
japonesa, que consiste em verduras e peixes. Então meu peso aumentou de 56 para
60 quilos em dois ou três anos; ao mesmo tempo, tornei-me resistente às gripes.
Acabei até esquecendo que sofria do estômago e dos intestinos e pude sentir pela
primeira vez a alegria de gozar boa saúde. De lá para cá, e isso já faz mais de dez
anos, tenho trabalhado sempre com bastante disposição.
Resolvi, então, experimentar o método em mais de dez pessoas da minha família,
inclusive meus seis filhos, e obtive bons resultados, conseguindo banir do meu lar o
fantasma da doença. O mais interessante foi que experimentei ministrar-lhes uma
dieta pobre em elementos protéicos. Assim, mandei que minha mulher e minha
empregada dessem refeições pobres às crianças. Foi utilizado arroz 70% refinado,
bastante verdura e, de vez em quando, peixe, mas apenas salmão salgado, sardinha
seca e peixes comuns. Além disso, "ochazuke" (arroz embebido em chá) ou
"shiomussubi" (bolinho de arroz com sal) acompanhados de picles japonês, ou, ainda
"norimaki" (bolinho de arroz envolto em alga marinha) feito em casa, etc. Do ponto de
vista da Dietética, uma alimentação carente de valor protéico.
O resultado foi surpreendente: durante os cursos primário e secundário meus filhos
tiveram porte físico dos melhores. A nutrição foi boa porque, começando pelo mais
velho, de dezesseis anos, até o mais novo, de quatro anos, nenhum teve doença
grave. Todos os anos eles monopolizavam o prêmio de assiduidade, por não terem
faltado um dia sequer às aulas.
Aproveitando a valiosa experiência obtida através dessa prática, tentei o mesmo
método em centenas de pessoas que me procuraram desde que comecei a tratar de
doentes, há oito anos. Os resultados foram excelentes, sem exceção. A alimentação
à base de verduras tem sido muito eficaz principalmente no caso de pessoas
portadoras de problemas pulmonares e pleurite. Gostaria, portanto, que os médicos
pesquisassem como essa alimentação é benéfica para tais casos.
Pelos fatos que expus, poderão ver que a Dietética, cujo progresso é vertiginoso em
nossos dias, apresenta um erro fundamental. Não me acanho de apontá-lo, pois
constitui um sério problema do ponto de vista da saúde. E estou alertando
firmemente não só os estudiosos do assunto como também as pessoas em geral. Se
esta nova alimentação que tenho defendido se tornar uma prática comum, será uma
grande boa nova, até mesmo do ponto de vista da economia nacional. Os
agricultores do nosso país possuem resistência física ao trabalho porque têm uma
alimentação pobre; caso eles passassem a se alimentar de carne, cujo valor protéico
é muito alto, garanto que não suportariam o trabalho da lavoura.
Junho de 1935
A DIETÉTICA
5 de fevereiro de 1947
5 de fevereiro de 1947
A COMÉDIA DA NUTRIÇÃO
20 de abril de 1950
20 de abril de 1950
AGRICULTURA NATURAL
l° de julho de 1949
INTRODUÇÃO
Em geral as pessoas não conseguem aceitar minha tese sobre a Agricultura Natural.
Ficam pasmadas com ela, pois acham que é uma visão completamente diferente em
relação à agricultura. Mas a verdade é que não só os produtos agrícolas, mas o
próprio homem se encontra intoxicado pelos adubos.
Muitos depositam confiança na tese por ser minha. Apesar disso, colocam-na em
prática meio temerosos, experiência confessada em todos os relatórios. Antes,
porém, da colheita, ocorre uma surpreendente mudança na plantação e conseguem-
se excelentes resultados, superando todas as expectativas.
É desnecessário afirmar que "mais vale um fato que cem teorias". Creio que, em
conseqüência dessa importante descoberta, não apenas ocorrerá uma grande
revolução na agricultura japonesa, como também poderá haver, um dia, uma
revolução na agricultura em escala mundial. Sendo assim, esta grande salvação da
humanidade será uma boa-nova sem precedentes; para a nossa Igreja, entretanto,
cujo objetivo é a construção do Paraíso Terrestre, não passará de algo mais do que
óbvio.
Para explicar o que é a Agricultura Natural, vou partir do seu princípio básico. Em
primeiro lugar, o que vem a ser o solo? Sem dúvida, é uma obra do Criador e serve
para a cultura de cereais e verduras, importantíssimos para a manutenção da vida
humana. Por conseguinte, sua natureza é misteriosa, impossível de ser decifrada
pela ciência da matéria.
A agricultura atual, sem saber, acabou tomando o caminho errado e, como
conseqüência, menosprezou a força do solo, chegando à errônea conclusão de que,
para se obterem melhores resultados, deveria haver interferência humana. Com base
nesse raciocínio, passou a utilizar estercos, adubos químicos, etc. Dessa maneira, a
natureza do solo foi pouco a pouco se degradando, sofrendo transformações, e a sua
força original acabou diminuindo. Contudo, o homem não percebe isso e acredita que
a causa das más colheitas é a falta de adubos. Assim, utiliza-os em maior
quantidade, o que reduz ainda mais a força do solo. Atualmente o solo japonês está
tão pobre, que todos os agricultores lamentam o fato.
Vou mostrar como são temíveis os adubos artificiais:
1 - O maior problema, talvez, é o aparecimento de pragas. Sem pesquisar as causas
dessa ocorrência, concentra-se todo o empenho no sentido de combatê-las. Mas é
provavelmente por desconhecerem a causa das pragas que os agricultores se
empenham na sua eliminação. Na verdade, elas surgem dos adubos, e o aumento
das espécies de pragas é decorrente do aumento dos tipos de adubos. Os
agricultores desconhecem, também, que os pesticidas, ainda que consigam eliminá-
las, infiltram-se no solo, causando-lhe prejuízos e tornando-se a causa do
aparecimento de novas pragas.
2 - Absorvendo os adubos, as plantas enfraquecem bastante e tornam-se facilmente
quebradiças ante a ação dos ventos e das águas. Como ocorre a queda das flores,
os frutos são em menor quantidade. Além disso, pelo fato de as plantas alcançarem
maior altura e suas folhas serem maiores, os frutos acabam ficando na sombra, o
que, no caso do arroz, do trigo, da soja, etc., faz com que a casca seja mais grossa e
os grãos sejam menores.
3 - A amônia contida no estrume e o sulfato de amônia e outros adubos químicos são
venenos violentos que, absorvidos pelas plantas, acabam sendo absorvidos também
pelo homem; mesmo que seja em quantidades ínfimas, não se pode dizer que eles
não façam mal à saúde. A própria Medicina tem afirmado que, se suspendessem por
dois ou três anos a utilização de esterco como adubo, o problema de lombrigas e
outros parasitas deixaria de existir. Também nesse aspecto verificamos o fabuloso
resultado da Agricultura Natural.
4 - Ultimamente, o preço dos adubos tem aumentado muito, de modo que a despesa
que se tem com eles quase empata com a receita oriunda da venda da colheita, o
que acaba forçando a sua venda no mercado negro.
5 - O trabalho que se tem com a compra e a aplicação de adubos e inseticidas é
excessivo.
6 - Os produtos obtidos através da Agricultura Natural são mais saborosos e
apresentam melhor crescimento, sendo maiores que os produtos obtidos com
adubos. Sua quantidade também é maior.
Com o que acabamos de expor, creio que os leitores puderam compreender como
são temíveis os tóxicos dos adubos e como é melhor o cultivo que não os utiliza. Não
seria exagero afirmar que se trata de uma revolução jamais vista na agricultura
japonesa.
Vou, agora, mostrar em que consiste o método e os resultados que obtive através da
minha própria experiência e dos relatos feitos por pessoas que já experimentaram
esse tipo de cultivo. Antes, porém, gostaríamos de perguntar: quantas pessoas
conhecem realmente o sabor das verduras? Diríamos que pouquíssimas. Isso porque
não há verduras em que não tenham sido utilizados adubos químico e esterco.
Absorvendo esses elementos, os produtos acabam perdendo o sabor atribuído pelos
Céus. Se, ao invés disso, fizermos com que absorvam os nutrientes da própria terra,
eles terão seu sabor natural e, portanto, serão muito mais saborosos. Como
aumentou o meu estado de felicidade após conhecer o sabor das verduras cultivadas
sem adubos! Além do dinheiro e da mão-de-obra que se poupa, fica-se livre do mau
cheiro e da transmissão de parasitas, as pragas diminuem e o sabor e a quantidade
dos produtos aumentam. Enfim, matam-se sete coelhos numa só cajadada.
Não posso me calar diante de problema tão grave. Gostaria de comunicar esta boa-
nova a todos e compartilhar dos seus benefícios.
Qual é a propriedade do solo? Ele é constituído pela união de três elementos - terra,
água e fogo - os quais formam uma força trinitária. Evidentemente, a força básica
responsável pelo crescimento das plantas é o elemento terra: o elemento água e o
elemento fogo são forças auxiliares. A qualidade do solo é um fator importantíssimo,
pois representa a força primordial para o bom ou mau resultado da colheita. Portanto,
a condição principal para obtermos boas colheitas é a melhoria da qualidade do solo.
Quanto melhor for o elemento terra, melhores serão os resultados.
O método para fertilizar o solo consiste em fortalecer sua energia. Para isso, é
necessário, primeiramente, torná-lo puro e limpo, pois, quanto mais puro o solo,
maior é a sua força para o desenvolvimento das plantas. Acontece, porém, que até
hoje a agricultura considera bom encharcar o solo com substâncias impuras,
contrariando frontalmente o que foi exposto acima, donde se pode concluir o quanto
ela está errada. Para explicar esse erro usarei a antítese, o que, penso eu, ajudará a
compreensão dos leitores.
Desde a antigüidade os adubos são considerados como elementos indispensáveis ao
plantio, mas a verdade é que quanto mais os agricultores os aplicam, mais eles vão
matando o solo. Com a adubagem, conseguem-se bons resultados temporariamente;
pouco a pouco, no entanto, o solo vai ficando intoxicado, tornando necessário o uso
de mais adubos, para a obtenção de boas colheitas. Assim, quanto maior for a
quantidade de adubos, mais contrários são os resultados.
Quando a colheita do arroz começa a declinar, os rizicultores acrescentam-lhe terra
tirada de locais onde não foram utilizados adubos. Com isso, a colheita melhora
durante algum tempo. Nessas ocasiões, eles se baseiam num raciocínio errado,
interpretando que, como cultivam ano após ano, a plantação absorve os nutrientes do
solo, causando o empobrecimento deste. Esquecem, entretanto, que isso ocorreu
devido à utilização de adubos. Como nas novas terras a força vital é mais intensa,
podem-se obter bons resultados. Deixando de lado as teorias, vou explicar, na
prática, as vantagens da Agricultura Natural.
Em primeiro lugar, uma das características desse tipo de cultivo é a menor estatura
das plantas. No cultivo com adubos, elas crescem mais e têm folhas maiores;
tratando-se de plantas leguminosas, como dissemos antes, isso faz com que os
frutos fiquem à sombra e não tenham bom crescimento. Ocorre, também, a queda
das flores, trazendo como conseqüência a menor quantidade de frutos. No caso da
soja, quando não se utilizam adubos consegue-se o dobro da colheita, e nenhum
grão se apresenta bichado; além disso, seu sabor é incomparável. Evidentemente,
em outras espécies como ervilhas e favas obtém-se o mesmo resultado, e a casca é
bastante macia.
Outro aspecto digno de observação é a não-ocorrência de nenhum fracasso. Muitas
vezes um leigo resolve plantar batatas e colhe-as em pequena quantidade e tamanho
reduzido. Nesses casos, é costume a pessoa se lamentar, dizendo que a colheita foi
péssima, mas ela não percebe que isso resultou do uso excessivo de adubos.
Interpretando os resultados de maneira errada, ou seja, atribuindo o fracasso à pouca
utilização de adubos, passa a usá-los em maior quantidade, o que faz piorar ainda
mais a situação. Quando indagados a respeito, os especialistas e os orientadores,
que não percebem a verdadeira causa do problema, respondem de maneiras
totalmente desconcertantes, como por exemplo: "A causa está nas sementes, que, ou
não eram boas ou foram semeadas fora da época apropriada". Ou então:
"O problema foi causado pela acidez do solo".
As batatas plantadas sem adubos, no entanto, são muito brancas e cremosas,
possuem bastante aroma e agradam logo ao primeiro contato com o paladar. São tão
saborosas que, a princípio, pensa-se que são de alguma espécie diferente. O mesmo
acontece com o inhame e a batata-doce. Esta última deve ser plantada em canteiros
altos e em fileiras, entre as quais deve haver uma boa distância, de modo que a
planta receba bastante sol. Assim, conseguir-se-ão batatas enormes e deliciosas,
capazes de impressionar qualquer pessoa. Aliás, parece que os próprios agricultores
não costumam adicionar muitos adubos ao solo quando se trata de batata-doce.
Agora tecerei considerações a respeito do milho. Seu cultivo sem adubos tem
apresentado ótimos resultados. Gostaria, portanto, de dar-lhe um destaque especial.
No início, por um ou dois anos, a colheita pode não satisfazer as expectativas, visto
que as sementes ainda contêm as toxinas dos adubos, mas no terceiro ano os
resultados já começam a aparecer. Sem toxinas no solo nem nas sementes, o milho
cresce com o caule bastante forte, e suas folhas apresentam um verde vivo. Caso
cresça num local onde não falta água nem sol, apresenta espigas longas, com os
grãos tão bem dispostos que não há espaços vazios entre eles; logo na primeira
mordida se percebe que são macios e doces, apresentando um sabor inesquecível.
Quanto aos nabos, são branquinhos, grossos, consistentes e doces, o que os torna
muito saborosos. A aspereza e a acidez dos nabos são decorrentes das toxinas dos
adubos. Aliás, as verduras produzidas sem adubos apresentam boa coloração,
maciez e um aroma que abre o apetite, sendo livres de pragas. Evidentemente, são
mais higiênicas, pela não-utilização de esterco.
O que eu também gostaria de recomendar são as berinjelas. Elas apresentam
excelente coloração e aroma, casca macia e realmente dão água na boca. Em minha
casa ninguém consegue mais comer berinjelas produzidas com adubos.
Tratando-se do plantio de arroz, mistura-se palha cortada ao solo alagado, que,
assim, se aquece, pois a palha absorve o calor. Há, ainda, outro detalhe, já bastante
conhecido: a água fria das montanhas faz mal à plantação. Por isso, devem-se fazer
as valetas o mais rasas e longas possível, a fim de aquecer a água. Não se devem,
também, fazer lagos no trecho intermediário, pois nestes, devido à profundidade, a
água não esquenta de forma adequada.
No caso do pepino, melancia, abóbora, etc., obtêm-se resultados como jamais
haviam sido conseguidos. Quanto ao arroz e ao trigo, têm estatura baixa e
apresentam excelente quantidade e qualidade. O arroz, sobretudo, tem brilho e
consistência especiais, além de excelente paladar, sendo sempre classificado como
arroz de especial categoria.
Eis, portanto, as vantagens da Agricultura Natural. Não poderia haver melhor boa-
nova, principalmente para quem tem horta caseira. O manuseio de esterco não só é
insuportável para os amadores, como também traz o inconveniente de indesejáveis
larvas de parasitas acabarem se hospedando na pessoa. Até agora, por
desconhecimento desses fatos, trabalhava-se muito e no fim se obtinham maus
resultados. No meu caso, por exemplo, apenas semeio as verduras e não tenho
maiores trabalhos a não ser, de vez em quando, remover o mato que começa a
crescer. Assim, obtenho excelentes verduras, e não há nada tão gratificante.
Como eu já disse, não há necessidade de adubos químicos nem de estrume, mas é
preciso usar compostos naturais em larga escala. O mais importante, em qualquer
cultivo, é ter cuidado para que as pontas dos pêlos absorventes cresçam livremente;
para isso, deve-se evitar o endurecimento do solo. O composto natural deve estar
meio decomposto apenas, pois, se o estiver totalmente, acaba endurecendo. Aquele
que é feito somente com capim decompõe-se rapidamente, mas o de folhas de
árvores demora muito mais, devido às fibras e nervuras, que são duras; portanto,
deve-se deixá-lo decompondo por longo tempo, até sua suficiente decomposição. A
razão disso é que as pontas dos pêlos absorventes têm o seu crescimento
prejudicado pelas fibras das folhas utilizadas como compostos orgânicos.
Ultimamente dizem que é bom arejar a raiz das plantas, mas isso não tem sentido,
pois se é um solo que até deixa passar o ar, nele se processa o bom
desenvolvimento das raízes. Na verdade, o ar nada tem a ver com isso.
Outro ponto importante é o aquecimento do solo. No caso das radicelas e dos pêlos
absorventes das verduras comuns, basta fazer uma camada de composto natural
com mais ou menos 30 centímetros, numa profundidade aproximadamente igual.
Tratando-se de nabo, cenoura, bardana ou outros vegetais em que se visam as
raízes, a profundidade deve ser compatível com o comprimento da raiz de cada
planta. O composto à base de capim deve ser bem misturado com a terra, utilizando-
se o composto à base de folhas de árvores para formar o leito abaixo do solo, como
já foi explicado. Esse é o ideal.
Ultimamente fala-se muito em solo ácido, mas a causa da acidez está nos adubos.
Portanto, o problema desaparece quando se deixa de usá-los.
É muito comum evitar-se o uso do mesmo solo para culturas repetitivas. Entretanto,
eu tenho obtido ótimos resultados através delas(). E os resultados têm melhorado a
cada ano. Pode parecer milagre, mas há uma boa razão para isso. Como tenho
afirmado, para vivificar o solo e ativar sua força, é necessário fazer culturas
repetitivas, pois, com elas, o solo vai se adaptando naturalmente à cultura em
questão.
Quanto às pragas, com a eliminação dos adubos seu número poderá não chegar a
zero, mas reduz-se a uma fração do atual. Os próprios agricultores afirmam que o
excesso de adubos aumenta as pragas.
Com relação ao fumo para charuto, sabe-se que o melhor é o produzido em Manila e
Havana. Não apresenta folhas bichadas e tem excelente aroma; certa vez eu ouvi um
especialista no assunto dizer que na sua produção não se utilizam adubos. A
inexistência de insetos em folhas do mato e o excelente aroma que algumas delas
possuem são decorrentes da ausência de adubos.
Há um aspecto que deve ser observado: quando se introduz a Agricultura Natural
num local já tratado com adubos, não se obtêm bons resultados durante um ou dois
anos, porque a terra está intoxicada. É como um beberrão que deixa de beber
abruptamente e por algum tempo fica meio atordoado. O mesmo problema acontece
com os fumantes inveterados quando, de repente, suspendem o fumo, ou quando os
viciados em morfina ou cocaína ficam sem estes entorpecentes. Deve-se, portanto,
ter paciência por dois ou três anos; nesse espaço de tempo e com a diminuição
gradativa das toxinas de adubos no solo e nas sementes, o solo começará a
manifestar sua força.
Com as considerações que acabamos de tecer sobre a Agricultura Natural, os
leitores deverão ter compreendido o quanto a agricultura tradicional está errada.
Evidentemente, o novo método não tem nenhuma ligação com a fé, bastando apenas
utilizar-se os compostos naturais para se obterem resultados revolucionários. Devem,
contudo, reconhecer que, somando-se a esse procedimento a purificação do solo
através da Luz de Deus, conseguem-se melhores resultados ainda.
() - Além do solo, vários fatores influenciam os resultados das culturas repetitivas; por
isso, para a sua prática, torna-se necessário um bom planejamento.
l° de julho de 1949
A FORÇA DO SOLO
5 de maio de 1953
No início, a utilização de adubos traz bons resultados, mas, se essa prática continuar
por muito tempo, gradativamente começarão a surgir efeitos contrários. Entre outras
conseqüências, as plantas vão perdendo sua função inerente de absorver os
nutrientes do solo e mudam suas características, passando a absorver os adubos
como nutrientes. Se fizermos uma comparação com os toxicômanos, poderão
compreender isso muito bem. Quando alguém começa a fazer uso de tóxicos, sente
uma sensação muito agradável e durante certo período seu cérebro se torna mais
lúcido. Por não conseguir esquecer esse prazer, a pessoa cai, pouco a pouco, num
vício profundo, do qual é difícil se livrar. Entretanto, quando o efeito do tóxico acaba,
ela fica em estado de letargia ou sente dores violentas. Como a situação é
intolerável, ingere tóxico novamente, embora saiba o mal que isso lhe faz. E chega
até ao roubo, para obter os recursos com que comprá-lo. Histórias com este
seguimento são constantemente noticiadas nos jornais. Aplicando tal esquema à
agricultura, podemos dizer que, hoje, todos os solos cultiváveis do Japão estão sob
os efeitos de tóxicos e, por isso, gravemente enfermos. Todavia, tendo-se tornado
cegos adeptos dos adubos, os agricultores não conseguem libertar-se deles. Ao
ouvirem minhas explicações, esperançosos, resolvem suspendê-los, iniciando o
cultivo natural. No entanto, como nos primeiros meses os resultados são
insatisfatórios, eles concluem, precipitadamente, que o mais certo é desistir da
mudança e voltar à prática habitual.
O nosso método de cultivo está baseado na fé, e por isso muitos o praticam sem
duvidar do que eu digo. Assim fazendo, chegam à total compreensão do verdadeiro
valor da Agricultura Natural.
Descreverei agora a seqüência dos fatos que ocorrem com a mudança da agricultura
tradicional para a natural. No caso do arroz, ao transplantar-se a muda para o arrozal
alagado, durante algum tempo a coloração das folhas não é boa, e os talos são finos;
geralmente o visual é bem inferior ao de outros arrozais. Isso dá ensejo à zombaria
por parte dos agricultores das proximidades, o que leva o plantador a vacilar,
questionando se está no caminho certo. Cheio de preocupação e intranqüilidade, ele
começa a fazer promessas a Deus. Entretanto, passados dois ou três meses, os pés
de arroz começam a apresentar-se com mais vigor, melhorando tanto na época do
florescimento, que o agricultor se sente aliviado. Finalmente, por ocasião da colheita,
estão com o crescimento normal, ou acima dele. Ao se proceder à colheita, a
quantidade do arroz sempre ultrapassa as previsões; além disso ele é de boa
qualidade, tendo brilho, aderência e sabor agradável. Geralmente é um produto de
primeira ou segunda classe, podendo-se dizer que não aparecem tipos abaixo desse
nível de classificação. E mais ainda: seu peso varia de 5 a 10% acima do peso do
arroz cultivado com adubos, e, o que é especialmente interessante, devido à sua
consistência é um arroz que não se reduz com o cozimento, antes duplica ou triplica
seu volume. Sustenta tanto que, mesmo comendo 30% menos, a pessoa se sente
plenamente satisfeita. Logo, há uma grande vantagem do ponto de vista econômico.
Se todos os japoneses comessem arroz cultivado pelo método da Agricultura Natural,
teríamos um resultado igual ao que se obteria se a produção fosse aumentada em
30%, tornando-se desnecessária a importação de arroz. E como isso seria
esplêndido para a economia nacional!
A SUPERSTIÇÃO DOS ADUBOS
5 de maio de 1953
27 de janeiro de 1954
PARTE I
PARTE II
Examinando os relatórios provindos de várias regiões sobre os resultados da
Agricultura Natural no ano passado, constatei que alguns agricultores, infelizmente,
por ser ainda muito cedo, não puderam efetuar colheitas. Entretanto, como tenho
dados suficientes, passo a relatar minhas impressões.
Visto que a Agricultura Natural, antes de tudo, dispensa os adubos, até agora
considerados como a vida dos produtos agrícolas, todos os tipos de censura lhe
foram feitos pelos próprios familiares dos agricultores e por pessoas de suas aldeias,
terminando por torná-la alvo de gozação e risos. Mas os praticantes do método
suportaram tudo isso em silêncio e persistiram. Ao ler esses relatos, lágrimas de
emoção me sobem aos olhos; sinto, também, um aperto no coração quando penso
que, não fosse pela sua fé, eles nada teriam conseguido. Entretanto, partindo de
pessoas que descendem de longas gerações totalmente dominadas pela superstição
dos adubos, essa descrença de muitos é natural. Tudo isso me faz lembrar certos
descobridores e inventores que a História registrou, cujas obras ainda hoje prestam
serviços à humanidade, e que, mesmo sofrendo por mal-entendidos e opressões,
continuaram lutando para ver reconhecidos os frutos de sua inteligência e trabalho.
Esse difícil procedimento não poderia deixar de nos comover.
Com base nisso, eu estava certo de que a Agricultura Natural encontraria, por algum
tempo, oposição e dificuldades, mas também acreditava que ela não tardaria a
mostrar resultados surpreendentes, bastando ter paciência durante certo período.
Como eu esperava, posso notar, através dos relatórios chegados às minhas mãos,
que finalmente o cultivo sem adubos está despertando interesse em vários setores.
No início, as circunstâncias eram muito desfavoráveis e` como os próprios
agricultores não tinham muita confiança no novo método, foram poucos os que
abertamente começaram a praticá-lo; a grande maioria começou a experimentá-lo
naquele estado de "confiar, desconfiando". Além do mais, como a terra e as
sementes ainda estavam muito impregnadas de tóxicos, no primeiro ano as plantas
apresentavam folhas amarelas e talos muito finos, de modo que os plantadores
chegavam a achar que elas secariam. Segundo suas próprias informações, isso os
deixava tão inseguros e impacientes, que só lhes restava orar a Deus por um milagre;
entretanto, diante dos bons resultados na época das colheitas, eles ficaram mais
tranqüilos, embora só viessem a receber a coroa da vitória depois de ultrapassada
essa fase difícil.
5 de maio de 1953
São três as preocupações dos agricultores: o elevado preço dos adubos, os prejuízos
causados pelas pragas e os danos decorrentes dos ventos e das chuvas. Como já
expliquei, em capítulos anteriores, os malefícios dos adubos, passarei a falar agora
sobre os danos causados pelas pragas.
É importante saber, de forma conclusiva, que as pragas se originam dos adubos.
Aplicados ao solo, eles acabam tornando-o impuro, modificam suas características,
fazem regredir sua capacidade e, ao mesmo tempo, deixam sujeiras como resíduos.
É óbvio que todas as matérias sujas apodrecem. Aí aparecem larvas ou ovos,
juntamente com bactérias. Se essa é a lei da matéria, nela se enquadram as plantas.
O aparecimento de vermes nas fossas comprova o que dizemos. As várias espécies
de pragas originam-se dos diversos tipos de adubos. Dizem que ultimamente
surgiram novas espécies, mas isso nada mais é que uma conseqüência do
aparecimento de novos adubos. O fato é evidenciado pela afirmação dos agricultores
de que existem muitos insetos nocivos em locais próximos às fossas.
Outro ponto importante é que, quando aparecem pragas, utilizam-se defensivos
agrícolas para combatê-las, o que é extremamente prejudicial. Os inseticidas são
venenos e matam os insetos, mas, quando se infiltram no solo, acabam
contaminando-o e enfraquecendo-o ainda mais. Assim, o que nele for cultivado
sofrerá os danos causados por mais um veneno, além dos tóxicos dos adubos. O
solo, da mesma forma que o homem, perde a resistência, e as pragas se multiplicam.
É realmente um círculo vicioso. Nesse aspecto, inclusive, pode-se notar o quanto a
agricultura tradicional está errada. Além do mais, ingerindo alimentos que
absorveram substâncias venenosas como o sulfato de amônia contido nos
fertilizantes, o corpo humano sofre os seus efeitos; e é óbvio que isso faça mal à
saúde, pois suja o sangue. No caso do arroz, por exemplo, que se come diariamente,
mesmo que a quantidade de veneno ingerido em cada refeição seja ínfima, ela vai se
acumulando ao longo do tempo e torna-se a causa de doenças.
15 de janeiro de 1951
Os danos causados pelas chuvas e ventos tendem a aumentar de ano para ano, e
tanto o governo como o povo estão bastante preocupados em evitá-los. As obras
preventivas são de altíssimo custo, de modo que, no momento, adotam-se apenas
soluções improvisadas; todavia, alguma coisa deverá ser feita, já que os prejuízos se
repetem a cada ano. Atualmente, não há outra alternativa a não ser procurar diminuí-
los.
Com a nossa Agricultura Natural, entretanto, as raízes das plantas se tornam mais
resistentes, a incidência de quebra dos caules é mínima, e não ocorre queda das
flores nem apodrecimento dos caules após a irrigação. Mesmo quando as outras
áreas de plantio são afetadas consideravelmente, as da Agricultura Natural sofrem
danos irrisórios, o que as pessoas acham muito estranho. Observando as
extremidades das raízes, vemos que elas apresentam formações capilares mais
longas e em maior quantidade que as das plantações convencionais, circunstância
que lhes proporciona enorme resistência nessas ocasiões.
Estabelecendo analogia com o homem, está comprovado que as pessoas que
comem apenas alimentos frescos e sem tóxicos são sadias. O mesmo acontece com
as plantas, e isso não se limita ao trigo ou arroz. Segundo os agricultores, as plantas
de baixa estatura e folhas pequenas são as que oferecem as melhores safras, as que
dão mais frutos. É justamente o que ocorre na Agricultura Natural; pode-se ver,
portanto, como ela é ideal. Além do mais, seus produtos apresentam excelente
qualidade e sabor, reconhecidos por todos aqueles que já a experimentaram. A razão
disso é que, quando se utilizam adubos, os nutrientes são absorvidos na maior parte
pelas folhas, o que as faz crescer demasiadamente, afetando a frutificação.
Acrescente-se que a quantidade de arroz obtida através da Agricultura Natural é bem
maior; já se conseguiram até cento e cinqüenta brotos com uma só semente,
resultando em cerca de quinze mil grãos - recorde admirável. Outra característica do
arroz produzido por esse método é que a sua palha se apresenta bastante forte e
fácil de ser trabalhada.
15 de janeiro de 1951
30 de março de 1949
POSFÁCIO
1947