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COMUNIDADE HISTÓRIA DE PAI PARA FILHO

A HISTÓRIA DA COMPANHIA DE JESUS – AULA 07

Generalato de Santo Inácio de Loyola

(1541 a 1556)
SÃO FRANCISCO XAVIER NA ÍNDIA E NO JAPÃO

São Francisco Xavier

Enquanto seus discípulos confundiam os hereges


por toda a Europa, tais como São Pedro Fabro, Padre
Laynez, entre outros, Santo Inácio de Loyola escrevia
as constituições da sua ordem e fundava em Roma
obras importantes.

O Santo fundador inicia uma obra de


catecumenato para os judeus que queriam abraçar o
cristianismo, e essa admirável obra não cessou de
produzir frutos.

Fundou o mosteiro de Santa Marta, para abrigar


mulheres que buscavam refugiu e não receberam o
chamado para a vida religiosa.
Iniciou também um local para aquelas donzelas,
cuja virtude estava em perigo pela sua pobreza, que
recebeu o nome de Santa Catarina, juntamente com
dois orfanatos, um feminino e o outro masculino.

Santo Inácio de Loyola era incansável, cuidava


pessoalmente da formação dos noviços, orientava as
missões e dirigia todas as casas da ordem, por meio de
correspondência.

Recebia muitas consultas de soberanos da


Europa, bispos, cardeais e era sempre chamado à
presença do Santo Padre.

Santo Inácio concede em deixar o padre


Rodriguez em Portugal e a Providência Divina faz com
que São Francisco Xavier parta para a Índia.

O Papa concede o título de núncio apostólico de


todo o Oriente à São Francisco Xavier, partindo então
para a Índia em 07 de abril de 1541, aos 35 anos, sob
olhares pesarosos de toda a cidade de Lisboa.
Os três Jesuítas partem a bordo da nau S. Diogo,
a nau capitânia das cinco naus da frota comandada por
Martim Afonso de Sousa, que ia tomar posse do cargo
de governador na Índia.

Em agosto ancoraram na ilha de Moçambique, e


pela quantidade de doentes de escorbuto na frota, que
impediram a continuação da viagem, permaneceram ali
durante seis meses.
Retomada a viagem, ancorou em Goa, a então
capital do Estado Português da Índia, em 6 de maio de
1542.

Em Goa, São Francisco de Xavier, em um primeiro


momento anima-se com a quantidade de igrejas e os
indianos que se converteram, porém percebe que
continuam a praticar o Hinduísmo, e que os
portugueses, apesar de defenderem o cristianismo não
davam exemplo das virtudes cristãs, portanto, em um
primeiro momento, dá-se a converter os próprios
cristãos.
Quando iniciou as conversões, dedicou-se
primeiramente às crianças, e a visitar as prisões, a
tratar dos doentes no Hospital Real e dos leprosos no
Hospital de São Lázaro.

Escreve nesse momento um catecismo que veio a


ser traduzido para várias línguas asiáticas.

Em 20 de setembro de 1543, parte na sua primeira


missão na “Costa de Pescaria”, a norte do Cabo
Comorim, território dos paravás, que era um povo
discriminado pelos hindus pela prática da pesca, e
assim estava muito receptivo à pregação cristã.
Permanece entre 1544 e 1545 nessa região,
dedicando-se à evangelização das crianças e retorna à
Goa, sendo acompanhado por alguns paravás, que se
deram a estudar no seminário, tornando-se
missionários.

Em outubro de 1545, aportou na Ilha Malaca e em


1 de janeiro de 1546 para as ilhas de Amboina, onde
permaneceu até meados de junho.
Visitou outras das ilhas Molucas, Ternate e
Morotai, sendo que após a Páscoa de 1546, regressou
às ilhas de Amboina e, posteriormente, a Malaca.

São Francisco de Xavier entre 1546 e 1547,


trabalhou nas ilhas Molucas, batizando milhares de
pessoas.
Depois de partir desta região, o seu trabalho foi
continuado por outros, sendo que em 1590 já havia
entre 50 e 60 mil católicos na região, sobretudo na ilha
de Amboina.

Em dezembro de 1547, em Malaca, Francisco de


Xavier conhece o escritor Fernão Mendes Pinto, que
regressava do Japão e trazia consigo um nobre
japonês de nome Angiró, natural de Kagoshima.

Angiró
Angiró é batizado por Francisco Xavier e adota o
nome português de Paulo de Santa Fé, sendo ele
samurai, tornar-se-á um valiosíssimo mediador e
tradutor para sua futura missão ao Japão.

“Perguntei a Angiró se os japoneses se tornariam


cristãos se eu fosse com ele ao seu país e ele
respondeu-me que eles não o fariam imediatamente,
mas que primeiro me fariam muitas perguntas para
saberem o que eu sabia. Acima de tudo, que eles
quereriam saber se a minha vida corresponderia ao
meu ensinamento”.
Regressado à Índia em janeiro de 1548, passa os
quinze meses seguintes com variadas viagens e
tomando medidas administrativas na Índia.

Partiu de Goa a 15 de abril de 1549, parou em


Malaca e visitou Cantão, na China.

Cantão - China

Foi acompanhado por Angiró, pelo padre Cosme


de Torres, pelo irmão João Fernandes e por outros dois
homens japoneses que estudaram em Goa.
A comitiva cristã chega ao Japão em 27 de julho
de 1549, porém, somente em 15 de agosto é que foram
autorizados a aportar em Kagoshima, o principal porto
da província de Satsuma, na ilha de Kiushu, sendo
hospedado pela família de Angiró até outubro de 1550.
Entre outubro e dezembro desse ano, residiu em
Yamaguchi.

Pouco antes do Natal, partiu para Kioto, mas não


conseguiu autorização para visitar o imperador,
regressou a Yamaguchi em março de 1551.
Francisco foi o primeiro jesuíta a ir em missão ao
Japão, levando consigo pinturas da Virgem Maria, que
o ajudaram a explicar o Cristianismo aos japoneses, já
que a barreira de comunicação era enorme.

Com a passagem do tempo, a missão de


Francisco Xavier no Japão pôde ser considerada muito
frutuosa, tendo conseguido estabelecer congregações
em Hirado, Yamaguchi e Bungo.

Xavier continuou a trabalhar durante mais de dois


anos no Japão, tendo escrito um livro em japonês sobre
a criação do mundo e a vida de Cristo, até a chegada
dos jesuítas que o vieram suceder, cujo
estabelecimento supervisionou.
Regressando à Índia, uma tempestade força-o a
parar numa ilha perto de Cantão, na China, local onde
encontra o rico mercador Diogo Pereira, um velho
amigo de Cochim.

Diogo Pereira mostra-lhe uma carta proveniente


de portugueses mantidos prisioneiros em Cantão,
pedindo um embaixador português que intercedesse a
seu favor junto ao Imperador.

Continuando a viagem passa em Malaca em 27 de


dezembro de 1551 e retorna a Goa em janeiro de 1552,
sendo que em 17 de abril parte com Diogo Pereira a
caminho da China.

São Francisco Xavier apresenta-se como


representante da cristandade e Pereira como
embaixador do Rei de Portugal.

Tendo perdido suas certidões que o confirmavam


como representante da Igreja Católica na Ásia, em
Malaca, é confrontado pelo Capitão Álvaro de Ataíde de
Gama e se recusa a reconhecê-lo como representante
da Igreja Católica e que exige a Pereira que resigne ao
seu título de embaixador.

De volta a Goa, Xavier envia para várias regiões


da Índia, os muitos grupos de novos jesuítas recém-
chegados, com o objetivo de fundarem missões.

Ocupou-se também com a direção do Colégio de


São Paulo em Goa, que formava catequistas e padres
asiáticos, promovendo ainda a tradução de livros
religiosos para as línguas locais.

Apesar da intensa atividade, Francisco Xavier


acalentava o sonho de converter a China, onde era
proibida a entrada de estrangeiros.
Parte em 14 de abril de 1552, convencido de que
conseguiria infiltrar-se secretamente e cativar chineses
para o cristianismo.

Desembarcou na ilha de Shangchuan e, quando


se encontrava em negociações com um mercador
chinês que prometera levá-lo consigo, foi atacado por
febres violentas.

São Francisco Xavier morre a 3 de dezembro de


1552, numa humilde esteira de vimes, abraçado ao
crucifixo que o velho amigo Inácio de Loyola lhe dera.

Foi primeiramente sepultado em Shangchuan,


mas, em fevereiro de 1553, os seus restos mortais,
encontrados incorruptos, foram transportados da ilha e,
temporariamente, sepultados na Igreja de São Paulo
em Malaca.
Depois de 15 de abril de 1553, Diogo Pereira vem
de Goa, remove o corpo de Xavier e, a 11 de dezembro
desse ano, o corpo de Xavier é levado para Goa.

O seu corpo está hoje na Basílica do Bom Jesus


de Goa, onde foi colocado numa caixa de vidro e prata,
em 2 de dezembro de 1637, e se tornou lugar de
peregrinação.
Um osso do úmero direito de Xavier foi levado para
Macau, onde é mantido num relicário de prata. Esta
relíquia destinava-se ao Japão, mas a perseguição
religiosa na região levou a que fosse mantida na Igreja
da Madre de Deus em Macau, cujas ruínas são
atualmente conhecidas como Ruínas de São Paulo.

Hoje em dia, é na Igreja de São José, em Macau,


que está depositada essa relíquia sagrada de São
Francisco Xavier.
São Francisco Xavier consegue os mesmos
resultados das pregações dos apóstolos, e por sua
poderosa palavra e missão, os mais brilhantes
prodígios foram confirmados, e o cristianismo
estabeleceu-se no Oriente.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS

DAURIGNAC, J.M.S. – A História da Companhia de Jesus, Editora


CDB, 2020.

DANIEL, ROPS – A História da Igreja de Cristo – Volume V

Pollen, JH (1910). Santo Inácio de Loyola. Na Enciclopédia


Católica. Nova York: Robert Appleton Company. Recuperado em
7 de janeiro de 2021 de New
Advent: http://www.newadvent.org/cathen/07639c.htm

https://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Xavier

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