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COMUNIDADE HISTÓRIA DE PAI PARA FILHO

A HISTÓRIA DA COMPANHIA DE JESUS – AULA 06

Generalato de Santo Inácio de Loyola

(1541 a 1556)
SÃO PEDRO FABRO

O padre Fabro deixa Roma em outubro de 1540, por ordem

do Papa Paulo III, para acompanhar Dom Pedro Ortiz,

representante de Carlos V, na Dieta de Worms.

Dieta de Worms

São Pedro Fabro participa da dieta de Worms sob o título

de teólogo da Santa Sé, para participar da reunião proposta

pelos luteranos.

Estas conferências haviam sido idealizadas e divulgadas

com bastante alarde pelos hereges, como um retumbante

desafio ao Santo Papa e à Igreja.


Carlos V, Imperador do Sacro Império Germânico

Porém, durante a conferência, percebia-se que muitos

representantes de Lutero a abandonavam e outros, cansavam a

inteligência dos teólogos católicos.

O padre Fabro, vendo o intuito dos seus adversários,

dedicou-se a outro ministério, pois vendo que o avanço das

ideias de Lutero na Alemanha, devia-se principalmente à má-

formação daquele povo, e principalmente ao mal exemplo de um

clero entregue às suas paixões.


Na cidade de Worms havia somente um sacerdote, digno

do sacerdócio, que sendo Vigário-geral, estava desmotivado a

ponto de abandonar a cidade, pelo avanço da heresia e pelo

escândalo provocado pelo clero.

De Worms a Sipra – 36 km

O padre Fabro consola esse sacerdote e o reanima para a

missão, mostrando o seu zelo e coragem, e os dois em conjunto

colocam-se na busca das ovelhas perdidas.

De Worms, São Pedro Fabro vai à cidade de Spira, onde

colhe numerosos frutos do seu trabalho de evangelização, e

nesse momento é convocado à Ratisbona, para assistir ao


sínodo que irá reunir, católicos e luteranos na presença do

Imperador Carlos V.

São Pedro Fabro, no mesmo caminho seguido por Santo

Inácio de Loyola e São Francisco Xavier, durante o caminho

cuidou da vida espiritual da comitiva que o acompanhava.

A Dieta de Rabisbona foi em todos os aspectos

semelhantes à Dieta de Worms, e o mesmo comportamento

repetido pelos representantes protestantes impossibilitou

qualquer resultado concreto.

Catedral de Ratisbona
De Spira a Ratisbona

O Padre Fabro novamente entrega-se a um ministério mais

frutuoso, que foi a pregação e deu os EXERCÍCIOS

ESPIRITUAIS, aos bispos, embaixadores, príncipes, membros

da corte, enfim a todos os participantes da Dieta de Rabisbona.

Isso deu-se de modo que todos juntavam-se ao redor de seu

púlpito e entregaram-lhe a sua consciência, até mesmo Carlos

de Savóia, príncipe e filho do Imperador Carlos V.

De Rabisbona dirigiu-se para Nuremberg, local onde

começou a colher frutos de toda a sua pregação. Neste momento

é convocado para dirigir-se à Espanha.


Ratisbona a Nuremberg

Santo Inácio de Loyola não poderia deixar os campos

abertos na Alemanha, explorados e em seu lugar envia Claudio

Lejay e Nicolau Bobadilha.

O padre Fabro, na Alemanha, havia evangelizado a muitos,

principalmente à classe nobre e ao alto clero, porém não teve

tempo de evangelizar o baixo-clero, o que foi capitaneado pelo

Padre Lejay.

Nesse momento há um levante na Alemanha protestante,

onde muitos hereges gritavam “Morte aos Jesuítas”, e planejam

lançar o Padre Lejay no Rio Danúbio, ouvindo a seguinte

resposta: “O que me importa ir para o céu pela terra ou pela

água”. Continuou a sua missão com grande êxito.


O Padre Bobadilha fora enviado às conferências de Viena

por Fernando I, rei dos romanos, onde pregava todos os dias em

italiano e em latim, e mantinha-se em discussão com os

principais representantes dos hereges.

O Padre Bobadilha acompanha o núncio do papa à Dieta de

Nuremberg, e depois para Spira e por fim e novamente um

Jesuíta vai à Worms.

Após essas passagens e a vitória incontestável de seus

argumentos, o padre Bobadilha é disputado por todos os bispos

para combater os hereges em toda a Alemanha, porém acaba

acatando a convocação do Rei e volta à Viena para reformar o

clero desta localidade.

O padre Bobadilha emprega uma grande e frutuosa reforma

do clero de modo de modo que é nomeado teólogo do Papa em

uma nova Dieta em Viena em 1543, de modo que arrasa com os

argumentos protestantes, e confirma a Fé nos corações e vai à

Dieta de Ratisbona, onde encontra o Padre Lejay, sendo que este

último é enviado a um Sínodo em Salzburg.


Todos os bispos presentes no Sínodo admiram-se com a

sabedoria do pobre Padre e pedem-lhe que elabore um resumo

dando seu parecer em cada ponto argumentado pelo Imperador,

sendo adotado por todos os prelados.

A situação na Alemanha era muito grave e por maiores que

fossem as atividades dos Padres Lejay e Bobadilha não era

suficiente para todo o caos criado por Lutero.

Muitos príncipes e bispos solicitavam a volta de Pedro

Fabro, que havia sido enviado para a Espanha, desse modo o

papa ordena o seu retorno à Alemanha.

São Pedro Fabro é acompanhado por Dom João de Aragão

e Alvarez Alfonso, dois nobres espanhóis que entraram para a

Companhia de Jesus, pois a humildade e a santidade do pobre

jesuíta pareciam-lhes bem mais atrativo do que a riqueza e os

pecados da corte.

No mês de outubro de 1542, Fabro estava em Spira, e sua

chegada lançou um temor no clero local, de modo que achavam

que viria para convertê-los e regenerá-los, fato que era verdade.


A doçura, a paciência e a caridade de Padre Fabro

adentraram aos mais duros e espinhosos corações de modo que

lhes persuadiu a fazer os Exercícios Espirituais de modo em

que, pouco tempo depois, a cidade e o clero estavam

convertidos.

Padre Fabro, após o trabalho em Spira, logo foi convocado

para Mainz, pelo arcebispo, de modo que se repete o sucesso da

missão.

Spira a Mainz
O arcebispo de Colônia, Hermano de Weiden, arraste-se

para as doutrinas fáceis de Lutero, colocando-se em um abismo,

com o risco de levar consigo as suas ovelhas. Em resposta ao

pedido do povo, São Pedro Fabro corre para lá a tempo de salvar

o povo, e este mantém-se na Fé Católica.

Mainz a Colônia

O príncipe Felipe, filho de Carlos V, iria desposar Maria,

filha do rei de Portugal João III, e este pede ao Papa Jesuítas

para acompanhar a princesa ao reino de Castela, e deseja o

Padre Fabro, preferindo-o.

O Papa São Pedro Fabro, deixa a Alemanha e corre para

Lisboa, em obediência ao Papa e a Santo Inácio.


Passando por Louvain é tomado por uma febre persistente

e os noviços que estudam na Universidade cuidam de Padre

Fabro com a máxima devoção, e neste momento, no meio da

agonia da doença, põe-se a ensinar os EXERCÍCIOS

ESPIRITUAIS àquele povo.

COLÔNIA A LISBOA

Foi a Providência Divina que não possibilitou a sua ida a

Portugal, pois obrigado a voltar a Colônia, e ao chegar, encontra

o arcebispo favorecendo os sectários, que após um embate

fogem da cidade.
São Pedro Fabro, vendo a necessidade de Colônia em lutar

contra a heresia, estabelece um colégio jesuíta na cidade e

nomeia Kesser como reitor e fazia parte do colégio o grande São

Pedro Canísio. O Rei de Portugal o convoca e ela é obrigado a

partir novamente em 12 de julho de 1544, para Lisboa.

São Pedro Canísio

Em Colônia, os hereges vendo que São Pedro Fabro havia

deixado a cidade, voltam com mais ímpeto, e o próprio arcebispo

passa às fileiras inimigas, porém São Pedro Canísio responde

ainda com mais força. Os hereges, vencidos no argumento,

partem para as armas.


Os sectários, arrancado junto aos juízes a Ordem de

expulsão dos Jesuítas de Colônia, terminam com seu colégio e

sua casa na cidade, porém, esses religiosos, para não

abandonarem as almas, distribuem-se em diferentes mosteiros

da região.

Parece, que tais perseguições anima o espírito fortalecido

desses homens, de modo que exercem o Sagrado Ministério

com tanta devoção como nunca. Os juízes, comovidos pela

santidade desses homens, e vendo a injustiça praticada

retornam a eles o colégio.

Esse acontecimento mostrou a má fé dos hereges, e São

Pedro Canísio é enviado a levar as queixas dos católicos ao

Imperador e ao arcebispo de Liege, Jorge da Aústria, tio de

Carlos V e filho de Maximiliano I.

A missão teve êxito, de modo que o arcebispo de Colônia,

apoiador dos hereges, é despojado do cargo eclesiástico e

excomungado da Igreja pelo Santo Padre.

O padre São Pedro Fabro chega à Lisboa e encontra o

Padre Antônio de Araoz, que trouxe os jesuítas à Espanha, cujo

eloquência atraia as multidões. O Padre Fabro foi a Évora para

encontrar o rei.
Após encontrar o Rei e visitar o colégio de Coimbra, que

formava a elite da intelectualidade de Portugal, Padre Fabro e

Padre Araoz, atravessam a Espanha, sempre na sua missão de

pregar e evangelizar, com as suas virtudes.

Esses religiosos, conservando a humildade que faz a sua

glória e a pobreza que faz a sua riqueza, apesar de amados pela

nobreza, hospedam-se sempre em locais muito simples, o que

os faz serem amados também pelo povo.

No meio de toda essa luta contra a heresia e contra os

erros, São Pedro Fabro é convocado a abrir um dos Concílios

mais importantes da História da Igreja, o Concílio de Trento.

Concílio de Trento
Padre Fabro estava muito doente neste momento, por ter

consumido toda a sua vida na luta contra a heresia e na busca

da verdade, é aconselhado pelos seus amigos a não ir para o

Concílio, e a eles responde: Não é necessário viver, mas é

necessário obedecer.

Padre Fabro parte de Barcelona e chega a Roma em julho,

e em 01 agosto de 1546, morre nos braços de Santo Inácio de

Loyola.

São Pedro Fabro, Rogai por nós!


FONTES BIBLIOGRÁFICAS

DAURIGNAC, J.M.S. – A História da Companhia de Jesus, Editora


CDB, 2020.

DANIEL, ROPS – A História da Igreja de Cristo – Volume V

Pollen, JH (1910). Santo Inácio de Loyola. Na Enciclopédia


Católica. Nova York: Robert Appleton Company. Recuperado em
7 de janeiro de 2021 de New
Advent: http://www.newadvent.org/cathen/07639c.htm

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