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O CRESCIMENTO DA IGREJA NO BRASIL


2 Timóteo 2.1-3

Introdução
O início do século 19 foi caracterizado por um grande interesse missionário nos países
de maioria protestante, principalmente na Inglaterra e nos Estados Unidos. Naquela
ocasião, o Evangelho foi soberanamente impelido por Deus para o nosso Brasil, criou
raízes e floresceu. A história de missões é exatamente a do nosso texto: homens
idôneos transmitindo a outros as doutrinas recebidas do evangelho de Cristo.

Muito antes disso, entretanto, a nossa terra já havia experimentado ensinamentos das
Escrituras, mas, nos propósitos insondáveis de Deus, ele não permitiu a continuidade
daqueles esforços iniciais.

A chamada "Invasão Francesa", sobre a qual lemos em nossos livros de História como
tendo sido uma tentativa da França se estabelecer em nosso território, constituía-se,
na realidade, de um pequeno grupo de refugiados protestantes franceses (chamados
de Huguenotes).

Liderados por Nicolau Durand de Villegagnon, eles permaneceram em uma ilha, no


Rio, até serem mortos ou expulsos pelos portugueses e seus aliados índios, em 1567.
Em 1572, na França, houve o massacre da noite de São Bartolomeu, quando milhares
de protestantes foram mortos, demonstrando que havia razão real para a fuga dos
nossos irmãos daquele país. Entretanto, não seria ainda nessa ocasião que a Igreja de
Cristo se implantaria no Brasil.

De 1630 a 1664 tivemos a chamada "Invasão Holandesa" no nordeste do Brasil. Na


realidade ela foi uma aventura comercial dos holandeses. Apesar da motivação ser
comercial e não religiosa, a Holanda era um país protestante e logo integrantes da
igreja holandesa foram mandados ao Brasil, mediante a solicitação de comandantes
crentes que aqui serviam.

A ação destes missionários poderia ter ficado acomodada aos colonizadores


holandeses, mas a igreja, que era fruto imediato do calvinismo, cheia de doutrina e de
fervor, procurou a evangelização dos índios e residentes portugueses e brasileiros,
chegando a imprimir um catecismo na língua Tupi-Guarani. Não era ainda a hora
divina da implantação da Igreja de Cristo no Brasil, os holandeses foram expulsos, os
crentes perseguidos e dizimados e as igrejas construídas rapidamente transformadas
em templos católicos.

1 - A BASE DA IMPLANTAÇÃO DA IGREJA EM NOSSO PAÍS


Além dos movimentos históricos iniciais, que vimos na introdução, temos uma outra
base que foi preparada pelo plano soberano de Deus para que, sobre ela os
missionários construíssem a Igreja no Brasil. Estamos nos referindo às Escrituras
Sagradas.

O evangelho representa a fiel transmissão da Palavra de Deus e Deus despertou


pessoas fiéis, idôneas e cristãmente motivadas para se dedicarem à tarefa de traduzir
para o Português a Bíblia.

Hoje em dia nem pensamos nisso, vamos até uma livraria evangélica, ou até em uma
livraria secular e podemos adquirir quantas bíblias em Português nós queremos. Não é
assim em todas as línguas.

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Muitos missionários lutam com intensa dificuldade porque além de desbravarem os


campos têm de se dedicar à tradução das Escrituras. Os nossos primeiros
missionários tiveram essa facilidade providenciada por Deus —já encontraram a Bíblia
em Português. Esta foi produzida sob a influência e patrocínio dos holandeses, no
século XVII.

Nosso tradutor, João Ferreira de Almeida, era um padre católico português, convertido
à fé Cristã. Ele foi enviado como missionário à Batávia (hoje, Indonésia), na época sob
ocupação dos holandeses, para trabalhar entres os portugueses que ali residiam. Em
1645 ele terminou a tradução do Novo Testamento, que só foi impressa em 1681, em
Amsterdã.

A Bíblia completa foi terminada e impressa em meados do século XVIII, também sob a
coordenação e patrocínio dos holandeses. Esta tradução é uma das mais antigas e
confiáveis. Ela sofreu várias revisões e atualizações e continua sendo a base da
tradução que é utilizada até os dias de hoje nas igrejas protestantes no Brasil. Este é
mais um motivo para sermos gratos a Deus, por sua providência e cuidado em nosso
favor.

A distribuição da Palavra de Deus teve importante papel na formação do alicerce das


igrejas que seriam implantadas no Brasil. As Sociedades Bíblicas Britânica e
Americana, no início do século XIX, já enviavam muitas Bíblias e porções da Palavra
de Deus pelos viajantes. Às vezes estas Bíblias ficavam retidas e abandonadas na
alfândega, mas terminavam sendo lidas e distribuídas, fertilizando o solo da
evangelização.

2 - AS PRIMEIRAS BASES PERMANENTES DA IGREJA NO


BRASIL
No início do século XIX os ingleses, aproveitando um tratado de comércio e a abertura
dos portos, começaram a enviar navios em missões comerciais. No porto, havia a
celebração do culto protestante, a bordo dos navios.

Os seguintes marcos são importantes na história da nossa igreja:

• Em 3 de agosto de 1812 chega no Brasil o ministro eclesiástico R. E. Jones.

• Em 1816 desembarca o capelão anglicano Rev. Robert Crane.

• Em 1820 já havia um templo construído no Rio de Janeiro, mas os


participantes eram apenas estrangeiros e o culto realizado na língua inglesa.

• A partir da independência (1822), começam a chegar colônias de protestantes


e núcleos se estabelecem em vários pontos do império. Os Luteranos
chegaram em 1823, junto com os primeiros imigrantes alemães, no sul do
Brasil.

• A partir de 1835 as igrejas norte-americanas começam a se interessar pelo


Brasil. Muitos consideram o primeiro missionário o Rev. Fountain F. Pitts,
metodista, enviado pela conferência do Tennessee, naquele ano. Mas estes
primeiros pastores atuavam ainda entre os cidadãos norte-americanos.

• Em 1837 chegaram mais dois missionários metodistas: o Rev. Daniel Kidder,


que, trabalhando com a Sociedade Bíblica, atuava como um evangelista
itinerante, e o Rev. Justin Spaulding, que plantou várias igrejas no sul do Brasil.

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• Em 1855, chegou ao Brasil oDr. Robert R. Kalley, médico e pastor escocês


Congregacional. Ele veio da Ilha da Madeira, onde já era missionário, fugindo
de perseguições. Em 1858 ele organizou a primeira igreja protestante de língua
portuguesa (congregacional) no Brasil — atual Igreja Evangélica Fluminense.

3 - A CHEGADA DE SIMONTON E OS PRIMEIROS


EVANGELISTAS BRASILEIROS
Deus estava trabalhando no coração de um jovem, nos Estados Unidos - Ashbel
Green Simonton. Ele havia tido o seu desejo despertado para o trabalho missionário
por um de seus professores e mesmo quando ainda era estudante, já pensava no
Brasil. Depois do término do seu preparo no seminário de Princeton, de um breve
período de viagens pelo meio-oeste dos Estados Unidos, e de uma época de ensino
no sul ele expressou seu desejo de vir iniciar um trabalho pioneiro no Brasil e assim foi
enviado pela Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos.

Em 12 de janeiro de 1859, no Rio, ele fundou a primeira Igreja Presbiteriana Brasileira.


Sua vida no Brasil não foi fácil. Simonton suportou controvérsias, a incompreensão de
outros missionários e até a perda prematura de sua esposa. Foi sustentado, pela
graça de Deus até a sua morte, em 1867, como mola mestra do crescimento da Igreja
em nossa terra.

Em 1863 chegou ao Brasil outro pregador presbiteriano, o Rev. Alexander Blackford e


em 1864 converteu-se ao protestantismo o padre José Manoel da Conceição,
posteriormente ordenado ministro presbiteriano, a quem muito deve a Igreja brasileira.
Em 1868 o Dr. Kalley enviou a Pernambuco o pregador leigo Manoel José da Silva
Vianna, diácono da Igreja Evangélica Fluminense, para distribuir bíblias e pregar a
Palavra de Deus.

Em 1871 a primeira Igreja Metodista foi fundada pelo missionário americano Junius E.
Newinan, que havia chegado em 1867. Neste mesmo ano (1871) foi fundada uma
primeira Igreja Batista em solo brasileiro, mas em língua inglesa. O primeiro
missionário Batista comissionado a pregar em português chegou em 1881, o Rev.
William B. Bagby. Junto com o ex-padre Antonio Teixeira de Albuquerque ele
organizou, cm 1882, a primeira Igreja Batista nacional, na Bahia.

A dedicação desses sen os de Deus, a idoneidade de suas vidas, o desprendimento, a


coerência doutrinária e a fidelidade à Palavra de Deus, foram fundamentais no
lançamento dos alicerces da Igreja no Brasil. Suas vidas devem ser exemplos para
nós e alvo de ações de graças ao nosso Deus.

Estes irmãos enfrentaram grandes oposições. Por exemplo, em 1902, no estado de


Pernambuco, foi fundada pelo Frei Celestino de Pedavoli, a Liga Contra o
Protestantismo, com o seguinte propósito: "...organizar uma campanha contra o
Protestantismo, de tal forma que ele seja expelido dos domínios dessas dioceses,
onde tem causado tanto mal." O primeiro aniversário desta Liga foi comemorado com
a queima, em praça pública, de Bíblias confiscadas. Não devemos, portanto, esquecer
dessas perseguições.

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4 - MOVIMENTOS POSTERIORES
No início do presente século, em 1910, surgiu o movimento Pentecostal brasileiro, no
estado do Pará. Dois operários suecos iniciaram um movimento na Primeira Igreja
Batista de Belém, resultando na formação das Assembleias de Deus.

Outros movimentos semelhantes surgiram simultaneamente no sul do país, como a


Congregação Cristã do Brasil. Esta foi o resultado do trabalho do missionário italiano
Luigi Francescon no Paraná e em uma igreja Presbiteriana, em São Paulo, da qual
saíram vinte membros para formar a nova denominação.

Mesmo com as peculiaridades doutrinárias que os diferenciaram do curso principal do


cristianismo histórico, os pentecostais provaram-se hábeis plantadores de igrejas,
sempre seguindo à frente das migrações, construindo templos nas mais remotas
regiões e vilas.

5 - O PENSAMENTO E A ESTRATÉGIA DE SIMONTON PARA


PLANTAR IGREJAS
Muito podemos aprender quando estudamos o pensamento deste pioneiro homem de
Deus. A sua confiança na soberania divina fazia com que utilizasse o melhor dos
métodos, mas sempre confiando e encomendando os resultados a Deus. Isso está
retratado em um sermão pregado por ele em 1867, com o seguinte título: "Os Meios
Necessários e Próprios para Plantar o Reino de Jesus Cristo no Brasil."

Simonton apontou cinco meios dados por Deus ao seu povo para a eficaz propagação
do evangelho no Brasil e para o plantio de igrejas:

1. A vida santa de todo o crente, seria o meio mais eficaz. "Na falta desta pregação os
demais meios não hão de ser bem sucedidos: os crentes são o sal da terra."

2. A disseminação da Palavra de Deus: a Bíblia, bem como livros e folhetos religiosos.


"Deste modo, pode-se dar notícias de Jesus a muitos que não querem assistir ao culto
público ... a imprensa é a arma poderosa para o bem"

3. A transmissão oral pela pregação aos amigos, conhecidos e vizinhos, e o convite


"ao culto público". "Cada crente deve comunicar ao vizinho ou próximo aquilo que
recebe até que toda a sociedade seja transformada."

4. A pregação do evangelho "por pessoas para isso designadas e ordenadas" -


pastores.

5. O estabelecimento de escolas para os filhos dos membros das igrejas.

Podemos ver como Simonton dava importância ao desenvolvimento de líderes locais


para a igreja. Ele diz: "Para Deus nada é impossível. Ele sempre acha os instrumentos
que carece. Se eles os quer de longe, não lhe faltará meios para trazê-los.

Se ele os quer achar perto, a seu tempo fará ver os seus escolhidos. Se estes obreiros
vêm de países estrangeiros são obrigados a aprender uma nova língua e acostumar-
se aos usos d'uma nova terra. Este fato per si faz crer que a maior parte dos obreiros
no Brasil têm de ser do país."

Simonton tinha uma visão totalmente bíblica da conversão. Neste sermão, ele disse: "a
força eficaz para obrar a conversão dos que ouvem vem do Espírito de Deus. Quando
se trata de regeneração da alma, Deus é tudo e o homem é nada."

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Toda a ênfase da pregação é na aplicação dos meios e ações colocadas nas mãos
dos homens por Deus. Simonton está ativamente envolvido, aqui, em planejamento
eclesiástico, mas em nenhum momento ele se esquece que a regeneração é um
milagre de Deus e não fruto da persuasão humana. Quanto aos resultados, ele diz
textualmente: "O resultado do emprego destes meios, como também as forças
dependem de Deus", ou seja, não seria ele que iria arbitrá-los ou projetá-los.

Olliando, mais uma vez, retroativamente na História, podemos aferir os resultados do


trabalho de Simonton, pela graça do Espírito Santo e dar graças a Deus pela sua visão
e concentração nas ações que Deus lhe comandou.

IGREJA BATISTA
Os missionários William Bagby e sua esposa Anna Luther Bagby embarcaram para
o Brasil no dia 12 de janeiro de 1881, após sua nomeação como missionários da
junta de Richmond, aqui chegando no dia 2 de março de 1881.

Imediatamente partiram para Santa Bárbara, em São Paulo, onde entraram em


contato com os batistas norte-americanos que ali moravam e que tinham vindo para
o Brasil em virtude da guerra de secessão em seu país.

Sentindo que a missão para a qual foram enviados era a de abrir trabalho
missionário entre os brasileiros, o casal Bagby mudou-se para Salvador, Bahia. No
dia 15 de outubro de 1882 organizaram a Primeira Igreja Batista do Brasil,
juntamente com o casal Zachary Clay Taylor e o ex-padre Antonio Teixeira de
Albuquerque. Começaram, então, o trabalho com muito fervor, e as primeiras
conversões foram de três mulheres.

No dia 22 de junho de 1907 era organizada na Bahia a Convenção Batista Brasileira


(CBB). Foi com a organização da CBB que se deu, oficialmente, a criação da
denominação batista no Brasil.

(extraído de "O Jornal Batista", colaboração: Celso Mastromauro)

AUTOR: NÃO INFORMADO PELA REVISTA

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