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Olá seja bem-vindo a nossa quarta aula do curso de louvor e adoração

Hoje nós vamos nos aprofundar e entender um pouco mais sobre a música no ambiente de
culto Então vamos à aula.

(Louvor gravado)

Não há nada mais importante na vida do que adoração. Todos nós adoramos algo ou alguém.
A questão é se adoramos a pessoa certa da forma correta. Na minha igreja, nosso desejo é que
toda a vida seja de adoração a Deus (Romanos 12.1-2; 1 Coríntios 10.31). Ele é digno de
receber glória, honra e poder (Apocalipse 4.11). Em particular, queremos que nossos cultos de
adoração no Domingo sejam agradáveis a Ele. Queremos que nossa adoração conjunta no
Domingo inspire e instrua nossa adoração da Segunda ao Sábado. Se reunir com o povo de
Deus no dia do Senhor para adorar perante o trono de Deus sob a autoridade da palavra de
Deus é nosso dever solene e contente privilégio.

É com esse objetivo supremo em mente que nossa igreja mantém alguns valores, quando se
trata da adoração comunitária. Essa lista a seguir está longe de ser abrangente ou completa.
Pelo contrário, é uma tentativa de prover um breve sumário dos princípios mais importantes
que baseiam nossa teologia e filosofia da adoração.

1. Glória a Deus

A adoração é para Ele. Ele é a audiência mais importante em cada culto. A adoração
comunitária é uma antecipação da reunião do povo de Deus no céu. As grandiosas cenas de
adoração celestial em Apocalipse são tanto do presente quanto do futuro: nós direcionamos
toda a nossa atenção para o trono; cantamos sobre a obra de Cristo; somos sinceros e diretos
em nossa devoção a Deus. Nossas reuniões semanais – sejam pequenas ou grandes,
extraordinárias ou regulares – são um doce aperitivo da adoração celestial que um dia
experimentaremos na eternidade.

2. Foco no evangelho de Cristo

O evangelho – a vida, morte e ressurreição de Jesus – é o que torna a adoração possível. O


evangelho é o que proclamamos na adoração. O evangelho é o que cantamos na adoração. O
evangelho é o que chama as pessoas à virem adorar em comunhão, inspira as pessoas a
louvarem e envia as pessoas para viverem em constante adoração. Cada Domingo é uma nova
oportunidade de cantar sobre a cruz, nos gloriarmos no nosso Redentor e nos maravilharmos
com as boas novas de Cristo para nós e em nós. Jesus Cristo está no centro de todo o
pensamento bíblico a respeito de adoração. Ele é o mediador entre Deus e o homem. Seu
sacrifício substitutivo na cruz é a propiciação pelos nossos pecados. Ele é o agente da salvação
e a benção para as nações. Ele é o novo templo onde todos os verdadeiros crentes congregam.
Cristo nos atrai para si na adoração e, através dele, um novo relacionamento com o Pai é
possível. Embora nossa adoração congregacional não seja especialmente focada nos não
crentes (como se eles fossem a audiência que precisamos agradar mais), nosso foco em Cristo
significa que nós certamente desejamos que o evangelho seja apresentado de forma inteligível
e crível aos não cristãos. Somos privilegiados de termos visitantes todo Domingo, dentre os
quais alguns não são convertidos. Uma de nossas orações toda semana é que os não crentes
ouçam o chamado de Cristo à fé e ao arrependimento, e que Deus busque e salve os que estão
perdidos.

3. Bíblica
Todo o culto ensina o povo de Deus, então tudo – as orações, as músicas, a pregação – deve
ser bíblico. Na adoração comunitária nós lemos a Bíblia, pregamos a Bíblia, cantamos a Bíblia e
vemos a Bíblia nos sacramentos. Cada elemento do culto deve ser avaliado com base na
revelação de Deus nas Escrituras: estamos cantando, dizendo e ouvindo a verdade? Como essa
é a nossa convicção, também afirmamos que “o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é
instituído por ele mesmo e assim limitado pela sua vontade revelada” (Confissão de Fé de
Westminster 21.1). Esse “princípio regulador” não deveria ser a fonte de conflitos sem fim e
especulações vazias, mas uma oportunidade para o povo de Deus encontrar unidade e
liberdade ao adorar Deus da forma como ele deseja ser adorado.

4. Edificante para o povo de Deus

A adoração corporativa é diferente da adoração diária em seu foco na edificação. Por causa
desse foco, há muitas atividades que são apropriadas para o cristão em sua vida que não
inapropriadas para o culto. Há muitas formas de arte que podem ser praticadas e
apresentadas para a glória de Deus que, entretanto, não são adequadas para a adoração
coletiva. O princípio de Paulo em 1 Coríntios 14 é que a adoração conjunta deve buscar o
máximo de entendimento comum. Isso significa, entre outras coisas, que o culto de adoração
não apenas será centrado na Palavra, mas também será cheio de palavras.

5. Ênfase nos meios de graça

Deus pode agir de diversas formas, mas ele se comprometeu a estar conosco e nos
transformar através de certos “meios de graça”. Ele comunga conosco por meio da oração, da
palavra e dos sacramentos da Ceia do Senhor e do Batismo. Nossos cultos enfatizam esses
meios ordinários pelos quais Deus promete nos dar mais graça. Nos reunimos para adorar para
dar glória a Deus, mas também para nos encontrarmos com ele e recebermos as bênçãos de
suas mãos (Números 6.24-26). O ato central do culto de adoração é a pregação da palavra de
Deus. Nós cremos que isso é melhor realizado por meio da exposição da cuidadosa da
Escritura, guiada pelo Espírito Santo. Normalmente, isso significa passar verso por verso de um
livro da Bíblia. Independente da abordagem, todo sermão deve fluir claramente da Escritura e
proclamar o evangelho de Deus. Por meio disso tudo, esperamos que cada adorador possa
clamar “o Senhor está neste lugar” (Gênesis 28.16).

6. Canto congregacional

Escolher a composição musical e o conteúdo lírico da adoração congregacional é uma tarefa


que requer atenção cuidadosa aos princípios musicais e mais cuidadosa ainda à fidelidade
teológica. Cremos que há canções novas que podem ser cantas para Jesus. Também cremos
que há uma grande herança musical na igreja que devemos abraçar. Não vemos problema em
projetar letras em uma tela. Mas também cremos no valor que existe em usar e aprender de
um bom hinário. Nossos cultos usam músicas de diferentes gêneros e diferentes séculos.
Usamos uma variedade de instrumentos, desde guitarras e bateria ao órgão. Em tudo isso, o
som mais importante é o da congregação cantando.

7. Liturgia (sem exageros)

Praticamente toda igreja tem uma ordem de culto e um padrão familiar de fazer as coisas, o
que significa que toda igreja tem uma liturgia. Mesmo que não sejamos muito rígidos em nossa
liturgia, ainda assim queremos que ela seja rica, sólida e bíblica. Nosso culto tem quatro
partes: louvor, restauração, proclamação e resposta. Nós vemos esse padrão nas cerimônias
de pacto e aliança da Escritura e em diversos encontros divinos. Em Isaías 6, por exemplo,
Isaías comparece diante de Deus e o adora; então ele confessa seu pecado e busca
restauração; Deus então proclama sua palavra a Isaías; finalmente, Isaías responde com seu
compromisso a Deus. Esse também é um padrão do evangelho: nos aproximamos de Deus com
admiração, vemos nosso pecado, ouvimos as boas novas e respondemos em fé e obediência.
Nossos cultos não são o mesmo toda semana, mas também não tentamos inventar algo novo
todo Domingo. Dentro desses quatro “atos” (louvor, restauração, proclamação e resposta)
podemos encontrar elementos litúrgicos básicos como uma oração de confissão de pecados e
certeza do perdão, uma longa oração pastoral, leitura da Escritura e o Batismo e a Ceia do
Senhor.

8. Tradição reformada

A igreja tem pensado em como adorar por séculos. Nós queremos aprender com nossos
antepassados espirituais e construir em cima de seus fundamentos. Queremos que nossos
cultos contenham mais do que um “momento de louvor”, um sermão e uma música para
encerrar. Como igreja queremos que nossa adoração seja cativante, isso é, sem ser arcaica ou
arrogante, enraizada em nossa herança histórica e fiel à Escritura.

9. Oração

Nossos cultos incluem diversas orações diferentes. Às vezes temos uma oração de confissão,
pois pecamos toda semana e necessitamos da misericórdia do evangelho toda semana.
Normalmente temos uma oração congregacional mais longa, um tempo importante para
orarmos pelas necessidades da família da igreja e pelo mundo. Outras orações também são
comuns: uma oração de adoração no início do culto, uma oração por iluminação antes do
sermão e uma breve oração após o sermão. Regularmente temos um culto de oração no
primeiro Domingo do mês, no culto da noite. É difícil que o povo de Deus entenda que eles
devem orar, ou veja que podem orar, ou aprendam a como orar, se a oração não é parte
significativa do que fazemos quando nos reunimos para adorar.

10. Excelência que não distrai

Na adoração corporativa, o foco deve ser no evangelho e na glória suprema de Jesus Cristo. Se
as guitarras estão desafinadas, o sistema se som está com microfonia, o pregador gagueja em
cada frase e quem conduz as músicas deixa todo mundo meio nervoso, então nosso foco
estará no lugar errado. Como fazer as coisas com decência e ordem ajuda os outros e é
agradável a Deus, devemos buscar adorar com excelência (1 Coríntios 14.40). Mas essa
excelência não pode ser algo que distrai (para usar uma expressão do John Piper). Se o
guitarrista começa um solo fantástico, o sistema de som possui um sub-woofer embaixo de
cada assento, o pregador exala eloquência estética e os que conduzem as músicas parecem
fazer você se sentir aproveitando uma performance, então nosso foco estará igualmente no
lugar errado. O objetivo é liderar de tal forma que não somos nem desastrados nem espertos
demais para que não nos esqueçamos da glória de Deus.

Por: Kevin DeYoung. Copyright © The Gospel Coalition 2015. Original: A Theology of Worship.

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