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Publicado em: 19/05/2012

Categorias: Arauto / O Poder da Oração Coletiva

Arauto - Ano 30 - nº 01 - Jan/Abr 2012

Por: Daniel Henderson

O texto a seguir foi editado a partir de mensagens dadas na Conferência de Oração do Meio-
Oeste do Harvest Prayer Ministries, em outubro de 2011, na Maryland Community Church, em
Terre Haute, Indiana (EUA).

Logo no início do meu ministério, o impacto das palavras de Atos 6.4 mudou a trajetória de
toda a minha vida. Nessa passagem, os líderes da igreja primitiva declararam: “Quanto a nós,
nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra”.

Percebi que, depois de sete anos de faculdade e seminário, eu havia aprendido muito sobre a
Palavra, mas ainda não fora tocado pessoalmente na área de oração. Já ouvira sermões e lera
livros sobre oração, mas não sabia quase nada sobre a prática disso. Então, eu disse: “Senhor,
nem sei o que significa consagrar-me à oração (ou perseverar na oração, na versão Almeida
Corrigida). Ensina-me o que é”.

E ele, de fato, me ensinou. Nos 25 anos seguintes, ele me levou a pastorear três igrejas
diferentes que estavam em situações desesperadoras. Ficou muito claro para mim que a única
esperança era colocar o povo de joelhos. Tenho a convicção de que ninguém conhece o
verdadeiro significado de oração enquanto não passar por desespero. Descobrimos nessas
experiências o privilégio de nos dedicar a períodos especiais de leitura da Palavra, adoração e
oração. Deus sempre tem prazer em se aproximar de nós quando lhe damos toda a atenção.
Cada uma daquelas igrejas deu uma forte guinada e agora estão todas florescendo.

Com isso, tenho me convencido plenamente do poder transformador de oração na nossa vida,
na igreja e na sociedade. Existem, porém, dez fortalezas na mente (ou dez mitos) que nos
impedem de experimentar tal poder. Há, também, dez verdades correspondentes que podem
acender a visão e a paixão pela oração.

Aprendendo a orar

Um mito que muitos pastores acreditam é que os membros da sua igreja já sabem orar. A
verdade, porém, é que precisamos guiar o povo e ensiná-lo a orar por meio de exortação e
exemplo.
É claro que a maioria das pessoas sabe como passar alguns minutos em oração, apresentando
a Deus sua lista de necessidades. Poucos, porém, sabem passar tempo na presença dele,
buscando sua face e sendo transformados. Nossas orações geralmente são mais sobre nós do
que sobre ele, com mais foco nas próprias necessidades ou nas necessidades dos outros do
que nele ou na sua vontade. É perfeitamente legítimo levar os pedidos a Deus, mas há muito
mais na oração do que isso.

Quando comparamos a típica lista de oração hoje com as orações de Jesus, compreendemos
melhor como podemos subir a um nível mais elevado de excelência espiritual na oração. Se
quisermos aprender a orar, devemos observar como ele orou. O que movia seu coração a falar
com o Pai? Ele sempre orou pela glória do Pai a partir de uma base de total submissão à
vontade dele. Suas orações eram a respeito de sua missão e da missão de seus seguidores
(veja, por exemplo, João 17.1-26).

Podemos observar, também, as orações de Paulo. Cada uma das orações-modelo registradas
nas epístolas surgiu de expressões de gratidão, verdades sobre Deus e notas de louvor. Foram
fruto de adoração e de conhecimento íntimo da Pessoa de Cristo. Suas orações tratavam do
crescimento espiritual de seus discípulos, do alvo central da glória de Deus na vida deles
(como, por exemplo, Ef 1.15-21, Fp 1.3-11, Cl 1.9-12). E, quando pedia que outros orassem por
ele, era para que pudesse cumprir sua missão, proclamar com ousadia o Evangelho e exaltar
Cristo tanto na vida quanto na morte.

Por meio da oração, os cristãos individuais e as igrejas deveriam experimentar a presença de


Deus e seu poder de transformação. Isso não está acontecendo, em grande parte, porque não
sabemos como orar. Por essa razão, os pastores e líderes precisam se dedicar com paixão a
ensinar o povo a orar do jeito que Jesus e Paulo oravam.

Ministério eficaz flui da oração

O segundo mito é que não precisamos de uma cultura ou prática forte de oração para ter um
ministério significativo. A verdade é que ministério eficaz não depende só do que se faz, mas
do porquê, do como e de para quem.

Um das ideias prevalecentes, hoje, é que se deve ter uma visão bem ampla a fim de mobilizar
todos os membros a contribuírem para fazer a igreja crescer. Infelizmente, esse conceito
substituiu a liderança do Espírito Santo. Quem precisa esperar em Deus e passar tempo na
presença dele quando podemos gerar, nós mesmos, uma grande visão? No entanto,
precisamos mesmo é gastar tempo na presença do Espírito Santo.

Precisamos ser líderes de Atos 1, que perseverem unânimes em oração (v.14), para que Deus
faça acontecer Atos 2 (Pentecostes).
Jim Cymbala (pastor de Brooklyn Tabernacle em Nova York, EUA) nos adverte que, quando
estivermos diante do tribunal de Cristo, ele não nos perguntará o tamanho da nossa igreja,
mas a qualidade. Nosso trabalho tinha algo a ver com a maneira como ele queria que a igreja
fosse edificada?

Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo.
Contudo, se o que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas,
madeira, feno, palha, manifesta se tornará a obra de cada um; pois o Dia a demonstrará,
porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará.
Se permanecer a obra de alguém que sobre o fundamento edificou, esse receberá galardão; se
a obra de alguém se queimar, sofrerá ele dano; mas esse mesmo será salvo, todavia, como que
através do fogo. 1 Coríntios 3.11-15

Hoje, é muito fácil ter uma igreja grande e impressionante sem oração. Podemos fazer muitas
coisas impressionantes no nome de Cristo, porém sem o seu poder. O que acontecerá, porém,
quando tais obras forem provadas pelo fogo? Precisamos ter certeza de que tudo o que
fazemos está sendo realizado por Cristo, e não por nós mesmos.

Oração coletiva é essencial

O terceiro mito é que oração individual é mais importante do que oração coletiva. A verdade é
que as duas são essenciais. O Novo Testamento ensina que oração coletiva é essencial para um
cristianismo autêntico. No entanto, na cultura atual, praticamente a abandonamos.

Se eu fosse o diabo, eu faria todo o possível para impedir que os cristãos orassem juntos. Se eu
fosse o diabo, eu saberia pela história bíblica o que acontece quando o povo de Deus clama a
ele coletivamente. Saberia da história da Igreja que os maiores avanços contra o meu reino
aconteceram quando os cristãos oravam juntos, provocando avivamentos.

O autor Gene Getz, no livro Praying For One Another (Orando uns pelos outros), chama
atenção ao fato de que há muito mais referência no livro de Atos e nas epístolas a oração
coletiva do que a oração individual. As exortações à igreja primitiva sobre oração eram
compreendidas principalmente como ordens para orar em conjunto, e não individualmente.
Porém, na nossa cultura, estamos acostumados a pensar mais em termos de “eu” e “meu” do
que de “nós” e “nosso”. Consequentemente, reinterpretamos e individualizamos muitas
referências à experiência coletiva no Novo Testamento. Nossa preferência por individualismo e
independência pode nos privar da plenitude que Deus quer nos dar.
Até a invenção da imprensa, a única forma de receber verdade era por meio do ajuntamento
de cristãos. Quando os cristãos primitivos “perseveravam na doutrina dos apóstolos e na
comunhão, no partir do pão e nas orações” (At 2.42), eles experimentavam essas coisas de
forma coletiva.

Aprendemos a ter essas disciplinas na vida pessoal depois que sentimos seu efeito vital nas
experiências coletivas. Aprendemos a adorar junto com a igreja, a amar a Palavra de Deus, a
ouvir os ensinos, a testemunhar a transformação de vidas – tudo na convivência comunitária.
Depois, sentimos vontade de praticar as mesmas coisas sozinhos.

Infelizmente, porém, a maioria das igrejas nunca teve experiências significativas de oração
coletiva e, por isso, os cristãos não são motivados, equipados ou treinados para desenvolver
essa experiência e serem eficazes na oração individual.

Liderança no ministério da oração

O quarto mito que muitos pastores aceitam é que o ministério de oração em suas igrejas
crescerá sem a sua liderança. A verdade, porém, é que os pastores não podem apenas indicar
o caminho; precisam mostrar, indo, eles mesmos, à frente.

Um pastor contou para mim que, num determinado ano, ele pregou 52 sermões sobre a
oração, mas que isso não fez diferença nenhuma no nível de oração da igreja. Na verdade, ele
concluiu que teve efeito contrário, pois os membros sentiram que aumentou a distância entre
o que sabiam e o que praticavam.

Dois anos depois, o mesmo pastor começou a dirigir reuniões de oração. No início, era uma vez
por mês, depois passou a uma vez por semana e, no fim, tornou-se um grupo forte de oração,
muito além do que havia esperado. Você não pode apenas indicar o caminho; é preciso guiar,
indo à frente.

O nível de oração da igreja raramente ultrapassa o nível de compromisso e o exemplo dos


líderes principais. Infelizmente, muitos pastores têm dificuldades para liderar na oração.
Existem pelo menos cinco motivos para isso.

Em primeiro lugar, poucos tiveram experiência de estar numa igreja de oração. Conhecem bem
uma igreja que ora – pois toda igreja ora (pelo menos um pouco). Uma igreja de oração é
diferente.
Segundo, quase todos os pastores foram treinados num processo educacional desprovido de
oração. A maioria dos institutos bíblicos e seminários não dá ênfase nem treinamento em
oração.

A terceira razão é que vivemos numa cultura sem oração, focada no sucesso, na qual as
pessoas querem um pastor que seja um CEO, um administrador que dirige programas,
desenvolve atividades. Se o pastor disser que deseja ser um homem de oração, estará
totalmente fora da onda. É preciso ter muita convicção e decisão para viver as prioridades que
os apóstolos estabeleceram em Atos 6.1-6. Embora reconhecessem a importância de suprir as
viúvas, eles delegaram essa responsabilidade a outros que estavam cheios do Espírito Santo e
de sabedoria, a fim de manter seu foco na oração e no ministério da Palavra.

Em Êxodo 18, temos outro grande exemplo de estabelecer prioridades para os líderes. Moisés
estava sobrecarregado como o único juiz que resolvia disputas entre o povo, e seu sogro o
aconselhou a concentrar-se em três coisas: representar o povo diante de Deus (orar), ensinar-
lhes os estatutos do Senhor (ministério da Palavra) e escolher homens capazes para julgar
causas menores (capacitação de líderes). São as mesmas prioridades de Atos 6: oração,
ministério da Palavra e capacitação de outros líderes. Entretanto, um pastor precisa ter grande
determinação para colocar essas coisas como prioridades diante da expectativa de uma cultura
que busca sucesso e não oração.

O quarto motivo da dificuldade para liderar em oração é que os pastores, muitas vezes,
sentem dificuldade em sua própria vida de oração.

E o quinto motivo é que o pastor que ora torna-se um alvo especial do inimigo. O diabo não se
sente ameaçado por um pastor talentoso, inteligente ou com alto grau acadêmico. Ele tem
medo de um pastor que ora, porque este já aprendeu a usar as armas espirituais e acertou
suas prioridades. O diabo não precisa destruir o líder, só precisa distraí-lo.

Cresça enquanto ora

O quinto mito é que o pastor precisa ser um gigante de oração antes de poder ensinar o povo
a orar. O diabo é um acusador dos irmãos e procura desanimar-nos por apontar nossas
fraquezas na oração.

Entretanto, a verdade é que a melhor forma de levar as pessoas a orar é simplesmente


começar a praticar e a crescer nisso. Quando começa a orar com os outros, você também orará
mais. No processo, todos crescerão e, assim, calarão a boca do acusador.
Motivação de oração

O sexto mito é que o fato de orar faz com que minha motivação seja pura. Uma das questões
que Jesus abordou no Sermão do Monte, em relação aos fariseus, foi mostrar justamente que
a motivação na oração nem sempre é pura. É muito fácil ficar envolvido na religiosidade
daquilo que estamos fazendo e fazer tudo certo, mas com motivação errada.

A verdade é que precisamos descobrir e abraçar a motivação pura e efetiva da oração.

Às vezes, oramos por causa de um sentimento de culpa. Sentimo-nos culpados se não


orarmos. Outras vezes, oramos para obter aprovação. Achamos que se orarmos mais, teremos
uma imagem de bom líder ou bom membro de igreja. Era por isso que os fariseus oravam, para
conseguir aprovação, para serem vistos pelos homens.

Às vezes, oramos pelo crescimento da igreja. Um pastor pode raciocinar: “Se eu orar, Deus me
abençoará. E se ele me abençoar, a igreja também será abençoada e crescerá. E se a minha
igreja crescer, os outros me reconhecerão e eu me sentirei bem comigo mesmo”.

Um dos meus mentores, Peter Lord, me fez esta pergunta certa vez: “Se Deus lhe prometesse
duas coisas: 1) que você iria para o céu quando morresse, mas 2) que ele nunca mais o usaria
no ministério – será que você continuaria orando?”

Estou pedindo que Deus me use para minha própria satisfação? Por mais que a multiplicação
de membros na igreja seja um objetivo válido, Deus não vai reduzir algo tão sagrado quanto a
oração a uma nova estratégia de crescimento, movida pelo egoísmo.

Talvez nossa motivação seja buscar um avivamento. Porém, mesmo assim, devemos lembrar
que existe grande diferença entre buscar um avivamento de Deus e buscar Deus por um
avivamento. Pode ser que desejemos todos os benefícios e a empolgação de um avivamento,
mas será que realmente estamos buscando a Deus?

Só existe uma verdadeira e efetiva motivação para orar: que Deus é digno de todo e qualquer
esforço para buscá-lo. Essa é a base da oração que procede da adoração e não de fazer
pedidos. Se sua atitude fundamental é pedir, sua motivação passará por altos e baixos, de
acordo com a percepção de necessidades ou crises.

Porém, quem ora com base na adoração não sofre tais flutuações porque está fundamentado
na realidade da Palavra de Deus e de quem Deus realmente é. Oração gerada por adoração é o
único tipo de oração que permanece para sempre. Quando estivermos no Reino eterno, não
oraremos mais pelos enfermos, pelos perdidos ou por missionários, ainda que sejam orações
importantes agora. Pelo contrário, estaremos dizendo: “Digno é o Cordeiro que foi morto!” (Ap
5.12).

Deus é digno de ser procurado, e nosso objetivo deve ser buscar sua face, e não apenas suas
mãos. A mão representa o que ele faz; a face representa quem ele é. Se buscarmos sua mão,
podemos perder sua face. Contudo, se buscarmos sua face, ele terá todo o prazer em estender
a mão. “Quando tu disseste: Buscai o meu rosto, o meu coração te disse a ti: O teu rosto,
Senhor, buscarei” (Sl 27.8).

Um método poderoso

O sétimo mito é que, desde que eu esteja orando, meus métodos serão efetivos. Já estive em
reuniões de oração em que o líder começava dizendo: “Cada um pode orar conforme sentir
orientado por Deus”. Isso parte do pressuposto de que as pessoas em geral sabem o que é ser
guiado pelo Espírito Santo.

A verdade é que precisamos aprender e aperfeiçoar uma forma bíblica de conduzir as pessoas
em oração. O princípio chave é que a oração precisa ser alimentada pelas Escrituras, baseada
em adoração e guiada pelo Espírito.

Sendo assim, quando nos reunimos para orar, a primeira coisa que o dirigente deve dizer não
é: “Alguém tem um pedido de oração?”, mas: “Vamos abrir as Bíblias. Deixemos a Palavra de
Deus moldar nossas orações hoje”.

Uma sequência poderosa para seguir é o padrão 4/4: para cima, para baixo, para dentro, para
fora. Pode ser facilmente exemplificada pela oração do Pai nosso, que começa com o
movimento para cima: “Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome” (Mt 6.9). A
ideia central é reverência. Numa reunião de oração, a primeira coisa que devemos fazer é abrir
a Bíblia, ler uma passagem e perguntar: “O que este texto nos diz sobre Deus e seu caráter?”
Podemos interagir com outras pessoas sobre essas verdades e, depois, passar um tempo sem
pedir nada para Deus, mas simplesmente refletir sobre a passagem, adorando a ele e
oferecendo o que ele realmente merece.

O segundo passo, movimento para baixo, é uma resposta ao primeiro. Como podemos não
responder? Adoração é a resposta de todo o meu ser à revelação de tudo o que ele é. Nas
palavras da oração de Jesus, esse movimento é: “Venha o teu reino; faça-se a tua vontade,
assim na terra como no céu” (v. 10). A ideia aqui é de entrega, esvaziamento de si mesmo e
rendição. Começamos a orar de acordo com a agenda de Deus e não com a nossa. Precisamos
desesperadamente que o Espírito Santo nos mostre como fazer isso. Precisamos que ele
governe e controle nossa mente e pensamentos de tal forma que oremos de fato segundo a
vontade dele. Não saberemos como orar enquanto não tivermos adorado de verdade e nos
rendido a ele. Enquanto adoramos, estamos alinhando o nosso coração com o dele.

Em seguida, vem o movimento para dentro, em que levamos nossos pedidos ao Senhor.
Existem duas categorias de pedidos. A primeira envolve recursos: “o pão nosso de cada dia dá-
nos hoje” (v.11). Recursos são as coisas que precisamos, tais como um emprego, um carro,
sustento para missionários, força para alguém que passou por uma cirurgia, etc. A segunda
categoria é relacionamentos: “e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos
perdoado aos nossos devedores” (v.12). Todos os pedidos de oração podem ser classificados
em uma dessas duas categorias.

O último movimento na oração-modelo é para fora, e traz a ideia de prontidão. “E não nos
deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal” (v.13). É o momento para se preparar para a
batalha. “Senhor, não vou conseguir vencer essa batalha, mas tu tens os recursos para me dar
a vitória.” A melhor maneira de estar pronto para lutar é se armar com a Palavra de Deus, a
Espada do Espírito. Você pode tomar posse de uma promessa do mesmo texto que acabou de
usar para guiar suas orações.

Termine no mesmo lugar em que iniciou, com um movimento em direção ao alto. “Pois teu é o
reino, o poder e a glória para sempre. Amém!” (v.13). O verdadeiro objetivo da oração é a
glória de Deus. Termine seu tempo de oração em adoração.

Treinando outros para liderar

O oitavo mito é que mais líderes de oração surgirão automaticamente. A verdade é que
precisamos treinar líderes se quisermos que o ministério de oração cresça.

Como pastor sênior, tenho dado treinamento para líderes de grupos de oração três ou quatro
vezes por ano, apesar de ter bastante atividade de oração na igreja. Mesmo que você esteja
liderando um grupo de oração, treine outros para que o ministério cresça mais ainda. Ajude-os
a adquirir confiança como líderes de oração, para que façam parte do poder transformador de
Deus na igreja.

A resposta pode demorar

O nono mito é que multidões virão para fazer parte desse ministério; basta abrir o caminho, e
elas virão. A verdade é bem diferente, conforme disse A. W. Tozer: “Não espere multidões
quando Deus for a única atração”. Jim Cymbala enfatiza o mesmo ponto quando observa que
as pessoas pagam caro para ir a um show com um artista cristão, mas não querem ir de graça a
uma reunião de oração com Jesus.

A realidade é que, por ser oração, você pode não ver uma resposta muito dramática em
termos de participação do povo. Mas não desista. Se suas orações tocarem mesmo em Deus,
gerarão vida, e é para isso que você deve lutar. Mesmo produzindo vida, pode levar algum
tempo para as pessoas corresponderem. Enfrente o fato de que será um caminho árduo.

Guerra espiritual

O último mito é que o ministério de oração é fácil e prazeroso. A verdade é que, embora a
oração produza alegria e intimidade com Cristo, ela também traz guerra com o inimigo. Como
diz John Piper: “Enquanto não descobrirmos que a vida é uma guerra, não saberemos para que
serve a oração”. Quando você começar a levar a oração a sério, o inimigo se colocará contra
você. Estamos em guerra. Na oração, você começa a lutar contra o diabo em outro nível. Não
desista. Fomos chamados para sermos ameaças ao diabo por meio da oração.

Quero dar uma palavra de advertência sobre uma das formas sutis em que o inimigo trabalha.
Quando a oração começa a crescer e se fortalecer numa igreja, o diabo entra e procura criar o
que chamo de clube do orgulho. As pessoas que ficaram empolgadas com a oração podem
começar, inconscientemente, a considerar os que não estão participando como inferiores.
Aqueles que não se envolveram podem sentir isso e se tornar mais resistentes. E, de repente,
aquilo que começou com tanta pureza, beleza e poder pode ficar contaminado pela armadilha
do inimigo.

Persevere na oração!

Um dos maiores chamados e privilégios que podemos ter é o de conduzir o povo de Deus à sua
presença. Por isso, precisamos rejeitar as coisas que não são verdadeiras e abraçar verdades
que estimulem ambientes de oração que possam mudar a vida das pessoas e transformar a
igreja de Jesus numa casa de oração. Precisamos transformar nossa mente todos os dias e nos
render, com determinação, ao chamado do Espírito para orar – até o dia em que o virmos face
a face.

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