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Série: Em busca do pleno avivamento

Estudo 1 – Da frieza espiritual para a intimidade com Deus


Igreja Presbiteriana do Parque Industrial

Texto bíblico: 2 Crônicas 34.1-9; 14-21; 29-33

O cenário de frieza espiritual tem sido comum. Muitos não se envolvem,


nem ao menos frequentam a igreja com regularidade. Quanto mais orarem e lerem a
Bíblia regularmente. A Bíblia se tornou apenas um livro para ser levado para uso
durante os cultos na igreja. Levar alguém para Cristo? “É algo que não consigo fazer”.
Todos esses são sinais de frieza espiritual. E diante desse cenário, faz-se necessário
o surgimento de um avivamento.
Mas o que é o avivamento? Não é algo místico, voltado para movimentos
involuntários ou experiências simplesmente emocionais. Também não é trazer fogo
para uma igreja que não é animada o suficiente. Avivamento é um chamado para um
despertamento da igreja para ser quem ela deve ser.
Segundo Martin Loyd-Jones, o avivamento

É uma experiência na vida da Igreja quando o Espírito Santo realiza


uma obra incomum. Ele a realiza, primeiramente, entre os membros
da Igreja: é um reviver dos crentes. Não se pode reviver algo que
nunca teve vida; assim, por definição, o avivamento é primeiramente
uma vivificação, um revigoramento, um despertamento de membros
de igreja que se acham letárgicos, dormentes, quase moribundos.
Quando há esse impacto da obra do Espírito de Deus na vida da igreja,
os resultados imediatos do avivamento são sentidos no povo de Deus:
senso inequívoco da presença de Deus; oração fervorosa e louvor
sincero; convicção de pecado na vida das pessoas; desejo profundo
de santidade de vida e aumento perceptível no desejo de pregação do
evangelho. Em outras palavras, a igreja amortecida e tristemente
doente é a primeira a ser beneficiada pelo avivamento.

Assim, o avivamento é fundamental para uma igreja que quer de fato ser
despertada para uma renovação realizada pelo próprio Deus que leva a transformação
de pessoas, da igreja e da sociedade que a cerca. Desta forma, estamos em busca
do pleno avivamento. E o primeiro passo para viver esse avivamento é sair da frieza
para a intimidade com Deus.
Uma igreja fria é aquela forma por pessoas que: 1) Deixam de orar, porque
confiam mais em si mesmos, em seu trabalho e capacidade de resolver as coisas
(humanismo); 2) Deixam de ler a Bíblia, pois não a valorizam de forma como palavra de Deus,
mas um livro cheio de coisas ultrapassadas e até mitos (liberalismo).
O texto que lemos revela um cenário de frieza espiritual. Um contexto cheio de
idolatria, com adoração a deuses como Baal e Astarote. Também vivam uma moral pervertida,
com a presença da prostituição cultual nos templos. Apesar dos princípios de amor ao
necessitado, o contexto era de opressão aos pobres. Realizavam até mesmo sacrifícios dos
filhos, tais como fizeram os reis Acaz e Manassés. Por fim, desprezavam a Deus e sua Lei, a
qual já não era lida, o que levou a ser esquecida dentro do templo (2 Cr 34.14).
Nós também temos visto um cenário de frieza. Na Inglaterra, 20 igrejas são
fechadas por ano. Na Dinamarca, 200 igrejas foram consideradas inviáveis ou subutilizadas.
Série: Em busca do pleno avivamento
Estudo 1 – Da frieza espiritual para a intimidade com Deus
Igreja Presbiteriana do Parque Industrial

Na Alemanha, 515 igrejas católicas fecharam nos últimos dez anos. Na Holanda, a tendência
parece ser a mais avançada. É estimado que 700 igrejas protestantes fechem nos próximos
quatro anos. Mas isso não tem a ver apenas com a Europa. Nos EUA, várias igrejas também
têm sido fechadas a cada ano.
No Brasil, o movimento é inverso. Isso poderia soar de forma empolgante. Mas
não é o caso. Abrir uma igreja se tornou muitas vezes um negócio. Os evangélicos são vistos
como ignorantes, intolerantes, hipócritas etc. Com 40 milhões de evangélicos e quase 1/5 da
bancada ser composta de evangélicos, o Brasil não parece ter nenhum impacto positivo de
sua presença.
Se havia idolatria na época de Israel, hoje o dinheiro, o sexo, o poder, a
autoimagem, entre outras coisas se tornaram ídolos. A moral é depravada, com cada vez mais
forte acesso a pornografia e o enfrentamento de forma natural com o “jeitinho brasileiro” e a
“síndrome de Gabriela”. Os pobres até são atendidos, mas bem menos do que poderia ser
feito com tanta presença evangélica. Na verdade, o foco maior é em si mesmo e benção que
podem desfrutar. Há um desprezo por Deus, tanto pelo foco no trabalho e dinheiro, como
pelas redes sociais, séries, TV, etc.
Porém, é no cenário de crises que o avivamento costuma acontecer. Ainda há
esperança para que vivamos um avivamento que nos desperte como igreja para que essa
presença seja sentida no Brasil, na cidade de Campinas, no Parque Industrial. O grande
problema é que abandonamos o primeiro amor (Ap 2.4) e temos vivido de forma morna no
relacionamento com Deus (Ap 3.15-16). Devemos buscar em Deus mudar isso, para que Ele
nos vivifique e avive sua obra (Sl 80.18, Hc 3.2). O avivamento nos faz viver uma nova sede
por Deus (Sl 42.1-2, Sl 63.1).
Assim, para viver um avivamento, precisamos começar pela intimidade com Deus.
Para isso, precisamos refletir que 1) A oração é a chave para o avivamento. O texto nos
mostra que Josias desde os 16 anos “começou a buscar o Deus de Davi” (2 Cr 34.3) e que
pediu para que o sacerdote consultasse a Deus diante da situação de achar o livro da Lei (2
Cr 34.20-21). Josias colocou como prioridade seu relacionamento com Deus em oração.
Apesar de ser uma chave, a oração não mostra que temos o poder em nossas
mãos. Na verdade, oração é uma mostra de dependência, pois o mover de Deus é uma ação
soberana dEle. O Avivamento não é produzido por técnicas, como uma campanha
evangelística, mas pelo poder de Deus que atua quando ele quer. E temos que buscar viver
na dependência de Deus em oração. Assim, como diz Hernandes Dias Lopes “O grande sinal
do avivamento é que o povo sempre quer mais de Deus [...] Todo avivamento é precedido de
oração”. Também afirma Jonathan Edwards: “Quando Deus tem algo muito grande para
realizar em favor da igreja, o desejo dele é que esse seu ato seja precedido por orações
extraordinárias do seu povo”. Alguns textos bíblicos também reforçam essa ideia (2 Cr 7.14,
At 1.14, At 2.42).
Podemos ver alguns exemplos da importância da oração no avivamento. Lutero
priorizava a oração: “Na verdade, eu tenho tanta coisa para fazer hoje, que passarei as três
primeiras horas em oração”. Os morávios viverem um período de 100 anos de oração
ininterrupta. Evan Roberts foi um jovem que foi usado por Deus para um grande avivamento
no país de Gales, começando com uma pequena reunião de oração. Na Coreia, uma reunião
de oração realizada trouxe um grande avivamento; e continua em suas orações constantes
pela madrugada.
Série: Em busca do pleno avivamento
Estudo 1 – Da frieza espiritual para a intimidade com Deus
Igreja Presbiteriana do Parque Industrial

Em segundo lugar, outra coisa a pensar sobre a intimidade com Deus é que 2) a
Palavra é a base para o avivamento. No texto que lemos, ao ser encontrado o livro da Lei, e
lido, este rasgou suas vestes e procurou ao Senhor (2 Cr 34.19-21). Ainda, leu a Lei para
todos o povo (2 Cr 34.30). Ele viu a importância que todo o povo tivesse consciência do que
a Lei dizia sobre o que estavam vivendo. A falta da Bíblia trouxe um impacto para a frieza e
idolatria. Quando não estamos em contato diário com as Escrituras, ficamos frios
espiritualmente e nos distanciamos de Deus.
Talvez nossa desculpa seja por falta de tempo. Porém, o brasileiro é o terceiro no
mundo que mais gasta tempo na internet: em média, 9 horas e 24 minutos por dia. Como diz
John Piper: “Uma das maiores utilidades do twitter e do facebook [e do whatsapp, instagram,
youtube, etc.] será provar no último dia que a falta de oração [e leitura bíblica] não era por
falta de tempo”1. Outra coisa é que a Bíblia é vista como algo “chato”. Mas será que é chato
pensar na carta de amor de Deus para nós? Nós apenas amamos alguém, quando
convivemos mais com a pessoa. Mergulhe nas Escrituras, você vai se surpreender com toda
a beleza do evangelho e o quanto Deus te ama.
Deixar a Bíblia é deixar de viver o avivamento. Como diz Hernandes Dias Lopes:
“Onde a Palavra de Deus é deixada de lado, o Deus da Palavra é rejeitado [...] É preciso
deixar claro que, em épocas de avivamento, a igreja é renovada em seu amor pela Palavra”.
Kevin DeYoung também diz: “O avivamento forjado por Deus traz um fervor pela Bíblia, que
nós devemos viver, sentir, cantar, orar, trabalhar e adorar de acordo com a Palavra de Deus”.
O Salmista espera ser vivificado pela Palavra (Sl 119.25). Vemos a utilidade da Palavra para
nossa transformação (2 Tm 3.16, Hb 4.12).
Através da pregação de 40 mil pregações de John Wesley (média de 800 por ano)
e de 30 mil de George Whitefield (mil por ano), ocorreu o Grande Avivamento dos EUA e da
Inglaterra.
Por fim, podemos ver o impacto que a oração e a Palavra trouxeram para o
avivamento ocorrido no período de Josias. Enquanto ele viveu, o povo não se desviou de
seguir o Senhor (2 Cr 34.33) e eles celebraram a Páscoa como nunca havia acontecido antes
no período dos reis (2 Cr 35.18).
Todas essas histórias de avivamento no mundo trouxeram grande impacto. No
País de Gales, através daquela pequena reunião de oração, em uma semana, isto era o
acontecimento da cidade. Em seis meses, 100 mil pessoas se converteram.
Na Coreia, através da oração ao meio dia, hoje existem mais de 10 milhões de
presbiterianos, que são 27% da população do país, com igrejas gigantescas.
No grande avivamento dos EUA, no início da colônia, 1 em cada 3
norteamericanos haviam se convertido, além da Inglaterra escapar de viver um caos como
aconteceu durante a revolução francesa. Tudo isso, especialmente através de John Wesley,
Jonathan Edwards e George Whitefield.
Para refletir e praticar: Será que não podemos nos considerar uma igreja fria?
Será que temos tido realmente sede de Deus ou mais sede dos nossos próprios interesses?
Será que gastamos tempo suficiente em oração e leitura Bíblia? Será que temos sonhado
com algo novo de Deus em nossa igreja (avivamento)?

1 Adaptação minha.

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