Você está na página 1de 10

EXU E A PEDAGOGIA DAS

ENCRUZILHADAS
EXU
ψ Divindade mais próxima daqueles classificados como humanos, é o dono do nosso corpo e de
suas potências, é o princípio comunicativo entre os seres, as divindades e os ancestres.
ψ É ele o princípio dinâmico que cruza todos os acontecimentos e coisas,

ψ Uma agenda política/educativa antirracista e decolonial, uma teoria exusíaca.

ψ Yangí (Exu ancestral) nos concede elementos para a reidinvincação da noção de ancestralidade
(Umbanda, candomblé, capoeira, jongo, samba )
ψ Nas sabedorias versadas nos terreiros, costuma-se dizer que ele é aquele que precede as
criações, participa, integra e as desfaz, para que sejam novamente reconstruídas.
ψ Exu existe nesse lado de cá do Atlântico, múltiplo no uno, para nos mostrar que o mundo não se
sustenta em uma ordem dicotômica.
ψ Exu (Yangí), traz a potência do imaginário em África como uma força plástica, poética e mítica de
inúmeras possibilidades de recriação.
EXU

• Para os iorubás, Exu é o princípio do movimento como um todo, e o seu caráter


enquanto potência de mobilidade é representado tanto pela boca, quanto pelo
falo ereto.
• o falo ereto como princípio da mobilidade, da vivacidade do ser enquanto
elemento individualizado e a sua potência na atividade de procriação e seus
vínculos com a continuidade e o inacabamento da vida. representação de seu
poder, enquanto princípio do movimento que é, causou pavor
Pedagogia das Encruzilhadas, A intenção é direta: sucatear
a lógica colonial.
Exu é um princípio ontológico,
epistêmico e semiótico negro-
africano, transladado e
redimensionado na diáspora, que
aqui se manifesta como prática
de saber e filosofia da
ancestralidade. Assim, um ato de
decolonização cosmológica me
possibilita o enveredamento pela
decolonização do
ser/saber/poder

Exu nos ensina que as presenças, os saberes,


Homem, planta, bicho, pedra, água, fogo, as invenções e suas textualidades se
terra, ar, palavra, movimento, memória, assentam no mesmo princípio. Assim, o orixá,
ordem, desordem, caos só são possíveis
porque cada um deles tem o seu próprio Exu, aqui invocado como potência a ser encarnada
ou seja, é encarnado pelas potências assentes por uma pedagogia antirracista/decolonial,
no signo compreende-se como uma problemática
ontológica, epistêmica e semiótica.

Exu versa acerca da


radicalidade dos seres,
segundo os princípios
explicativos de mundo
iorubanos.
Assim, como na narrativa popular, o colonialismo acreditou que, ao
construir diabos e aprisioná-los nas garrafas, os manteriam cativos e
servis a todos os seus desejos.

Porém, como narra o mito popular, para mantê-los aprisionados, as


nossas almas serão cobradas como contrapartida, padecendo nos
lajeiros do inferno, profundezas das ignorâncias abissais do colonialismo
ocidental que crê que, ao manter possibilidades engarrafadas, cativas,
servis, reinará de forma absoluta nesse mundo dividido entre o bem e o
mal, entre o pecado e a salvação, entre Deus e o Diabo.

Ao abrirmos as garrafas, emergem imagens desestabilizadoras e


respostas que implicam outro senso ético/estético, poético/político.
REIVINDICANDO ESSAS POTÊNCIAS A NOSSA POLÍTICA É TAMBÉM EXU, SENHOR DO MOVIMENTO,
COMO ELEMENTOS POÉTICA TRAMADA POR UM PROTOMATÉRIA DA EXISTÊNCIA,
CONSTRUTORES DE UMA REPERTÓRIO VASTO E INACABADO, LINGUISTA E TRADUTOR DO
PEDAGOGIA AQUI REIVINDICADO EM SUA SISTEMA MUNDO
ANTIRRACISTA/DECOLONIAL, INTEGRALIDADE, A MULTIPLICIDADE
CUSPIREMOS ESSAS OUTRAS NO UNO, O SER/SABER EM SUAS
POSSIBILIDADES EM FORMAS DE PERFORMANCES E
VERSOS, GINGAS, SONS E INACABAMENTOS.
TECNOLOGIAS.
Enugbarijó, a boca coletiva dos orixás ou a boca do universo; a
boca que tudo engole e vomita o que engoliu de forma
transformada.
É a pulsão transgressiva e
Constructo espiritual e
Aquele que nasceu antes resiliente que nos possibilita
A primeira estrela criada, materialmente arrebatado
mesmo da própria mãe, rasurar os limites impostos
pelo substantivo racial.
pelo colonialismo,

Exu organiza, desorganiza, faz a


finta, brinca, esculhamba, mente, Exu, aquele que samba no Aquele que nem mesmo
Elemento que serpenteia nas descortina, abre, faz e encarna
fio da navalha e mora na quatorze carros de lenha
barras do tempo, caminhos, se mostra de forma
múltipla para que cismemos das casca da lima. cozinham a sua gambá
histórias que nos foram contadas.

Linguagem nos oferece as


O menino que engole a mãe,
coisas ao olhar, mas numa
o mundo e ao mesmo tempo
visibilidade tão brilhante, que Aquele que não diz dizendo
fiscaliza os limites do visível
essa própria visibilidade e diz sem ter dito.
e do invisível, ajudando nas
esconde o que ela tem para
tarefas de seu pai.
dizer e a vida para mostrar

Você também pode gostar