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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL

RESUMO

A história da educação no Brasil é também marcada pela ação dos padres jesuítas com a
Companhia de Jesus nas terras brasileiras. Essa educação pode ser lembrada como uma das
responsáveis formalidades educacionais no Brasil, pois teve grande importância nos
ensinamentos tanto religiosas quanto políticos, educacionais... Mas é importante lembrar
que não foram os jesuítas que começaram o processo de ensino no Brasil. O texto enfatiza
principalmente como foi a chegada dos padres, o motivo desta chegada e interesse nos
índios, a maneira utilizada para os ensinamentos e logo mais a expulsão da Companhia de
Jesus pelo Marquês de Pombal. Também será abordado sobre A Reforma Protestante que foi
um dos principais motivos dessas missões que tinham como objetivo ganhar fiéis para a
Igreja Católica através do ensino.

Palavras-chave: Padres Jesuítas. Formalidade Educacional. Companhia de Jesus.

1 INTRODUÇÃO

Neste trabalho falaremos sobre os padres Jesuítas e a influência que tiveram na


História da Educação.

Os jesuítas eram padres da Igreja Católica que faziam parte da Companhia de Jesus.
Esta ordem religiosa foi fundada em 1534 por Inácio de Loiola. A Companhia de Jesus foi
criada logo após a Reforma Protestante (século XVI), como uma forma de barrar o avanço do
protestantismo no mundo. Portanto, esta ordem religiosa foi criada no contexto da Contra-
Reforma Católica. Os primeiros jesuítas chegaram ao Brasil no ano de 1549, com a expedição
de Tomé de Souza.

- Objetivos dos jesuítas eram: Levar o catolicismo para as regiões recém descobertas,
no século XVI, principalmente à América;
- Catequizar os índios americanos, transmitindo-lhes as línguas portuguesa e
espanhola, os costumes europeus e a religião católica;
- Difundir o catolicismo na Índia, China e África, evitando o avanço do
protestantismo nestas regiões;
- Construir e desenvolver escolas católicas em diversas regiões do mundo.
2 JESUITAS – O INICIO DE TUDO

A palavra reformar significa renovar ou modificar algo que não serve mais, do modo
como está. Também quer dizer transformar.

Essa foi a palavra escolhida para designar um conjunto de mudanças no âmbito da


Igreja Católica, que deram origem a diversas novas igrejas chamadas protestantes. Algumas
causas são:

Causas político-religiosas

A autoridade dos papas sofreu um forte declínio: de um lado, perderam a força


política com que, embora em meio a lutas e resistências, nos séculos anteriores conseguiram
erigir-se como supremos moderadores nas controvérsias políticas.

Causas culturais

Um vento de novidade percorreu a Europa a partir do século XV: era o Renascimento


que, reagindo à fuga do mundo e à subordinação direta de tudo à religião, típicas da Idade
Média, reivindicava a necessidade da autonomia das atividades humanas, com o risco, porém,
de chegar à separação. Era o início do caminho que levou o homem ocidental ao progressivo
afastamento e até negação de Deus, característicos da época moderna e contemporânea. Ao
mesmo tempo, a teologia perdera o contato com a reflexão dos grandes autores medievais
(Tomás de Aquino, Boaventura) para reduzir-se a discussões vazias, longe da realidade.

Causas religiosas

Além daquelas que apareceram anteriormente, há uma causa que já lembramos: a


corrupção da Igreja. Dissemos que esta não pode ser considerada a causa principal da
Reforma Protestante, mas é inegável que ela tornou mais fácil a difusão da revolta. Os bispos
provinham exclusivamente da nobreza, levavam uma vida mundana, ocupados em ficar cada
vez mais ricos, sem preocupar-se com sua responsabilidade pastoral. Os sacerdotes eram
numerosos, mas constituíam, sobretudo no campo, o proletariado clerical: pobres, pouco
instruídos, em sua grande maioria não observavam o celibato. Também nos conventos,
masculinos e femininos, a situação muitas vezes era lamentável.

Isso, porém, não deve fazer esquecer que, já antes de Lutero, havia notáveis
iniciativas de reforma em toda a Igreja por parte de religiosos, bispos e leigos.

Causas sociais

Sobretudo na Alemanha, duas classes sofriam com a crise econômica surgida após a
descoberta da América: os cavaleiros e os camponeses. Os primeiros tinham perdido seu
antigo poder e procuravam o meio para recuperá-lo: assim, a posse dos bens da Igreja poderia
oferecer-lhes uma cômoda e fácil oportunidade. Entre os camponeses, ainda na condição de
escravos, há muito estava incubado o fermento revolucionário, que já havia explodido com
violência em revoltas que, periodicamente, sacudiam a Alemanha, desde o final do século
XV. Eles esperavam a hora da própria libertação.

Todo esse conjunto de fatores religiosos, culturais, políticos e sociais constituía um


imenso material explosivo. Bastava uma centelha para fazê-lo estourar. Lutero foi o estopim,
com sua personalidade forte e inspirada. A data exata do começo desse processo foi
estabelecida a partir das 95 teses de Lutero, publicadas em novembro de 1517.

A Igreja Católica viu-se obrigada a reagir diante do avanço do protestantismo; à essa


reação deu-se o nome de Reforma Católica ou Contra – reforma. Neste período foram criadas
várias ordens religiosas, destacando-se a Companhia de Jesus que foi fundada em 27 de
setembro de 1540, através de um grupo de estudantes liderados por Santo Inácio de Loyola.
Por meio de uma profunda experiência de Deus e de uma adesão incondicional a Jesus Cristo,
esses jovens tornaram-se apóstolos, colocando-se à disposição do Papa para servir em
missões de evangelização na Igreja. Ela foi uma arma eficaz da reação católica; fundada pelo
Espanhol Ignácio de Loyola em 1534 e reconhecida pelo Papa Paulo III em 1540, a Ordem
seguia uma disciplina militar e sua missão principal era combater infiéis e protestantes.

Com sólida formação cultural, disciplinados e devotos, os Jesuítas atribuíram grande


importância à educação, monopolizando as instituições de ensino de diversas regiões com o
objetivo principal de difundir a ideologia católica romana e tornando-se o braço mais forte da
Igreja no movimento de expansão marítima das nações modernas.

3 COMPANHIA DE JESUS

Aprovada pelo Papa Paulo III em 1540, a Companhia de Jesus era formada por
poucos, mas ardorosos, membros preocupados em revigorar a fé católica. Os primeiros
jesuítas chegaram ao Brasil em 1549, junto com Tomé de Sousa, liderados pelo Padre Manoel
da Nóbrega. Eram pobres e pouco recebiam da Companhia para sobreviver. Comiam com os
criados de governantes e contavam, mensalmente, com um cruzado em ferro para sua
manutenção. Essa quantia era aplicada por eles no ensino dos meninos indígenas. Foi em São
Vicente que o Padre Leonardo Nunes construiu, em 1549, a primeira escola-seminário para
os meninos brancos e índios que, ampliada em 1553, tornou-se o segundo Colégio dos
Jesuítas no Brasil. Eles estavam sempre mais suscetíveis às doenças, pois eram mal-
alimentados, mal-abrigados, viviam sem higiene e andavam pelo meio das matas e rios para
irem de uma aldeia à outra. A situação era tão precária que, em 1552, o próprio Padre Manoel
da Nóbrega ainda vestia a única roupa que havia trazido consigo três anos antes.

É certo que o trabalho missionário produziu bons frutos na Vila de São Vicente e
também na Vila de São Paulo de Piratininga, principalmente porque os religiosos percorriam
as aldeias distribuindo presentes, socorrendo enfermos e ensinando músicas e brincadeiras às
crianças. Porém, a interferência dos missionários em relação ao trabalho escravo indígena
começou a gerar problemas para os jesuítas. Isso porque, cada vez mais, os colonos tratavam
os índios com exagerada brutalidade, contrariando a Bula do Papa Paulo III, segundo a qual
era vontade do Espírito Santo que se reconhecesse os índios americanos como verdadeiros
homens.

A situação se agravou quando os padres procuraram influir nas autoridades locais.


Além disso, receberam grandes propriedades por meio de doações dos donatários e,
desafiando os colonos, decidiram passar a administração das terras para os índios. Em certo
tempo, oficiais da Câmara de Vereadores chegaram até a expulsar os missionários da
Capitania.
Nesse período, os índios também começaram a se rebelar contra o trabalho escravo e
passaram a atacar as lavouras agrícolas espalhadas pela Vila de São Vicente. As tribos
invadiam as terras, destruíam a plantação, quebravam as ferramentas e ameaçavam os
colonos. E esse foi apenas um de muitos problemas que os agricultores tiveram que enfrentar
aqui.

4 O SISTEMA DE EDUCAÇÃO JESUÍTA: DIRETRIZES E BASES

O método de ensino intitulado Ratio Studiorium, elaborado pela Companhia de Jesus


no final do século XVI, foi utilizado para catequizar no Novo Mundo, servindo aos interesses
da empresa da colonização e da Igreja contra-reformista. O Ratio Studiorium surgiu para
fornecer às instituições de ensino da Ordem uma base comum e as experiências pedagógicas
das diferentes regiões onde esses religiosos atuaram acabaram colaborando para a construção
do documento final publicado em 1599.

Compunha-se de trinta conjuntos de regras, num detalhado manual que indicava a


responsabilidade, desempenho, subordinação e o tipo de relacionamento dos membros da
hierarquia, dos professores e dos alunos; tratava também de organização e administração
escolar. O documento apresentava, ainda, o conteúdo e a metodologia a serem utilizados
pelos professores. De modo geral, o programa dividia-se em três cursos: Letras ou
Humanidades, Filosofia e Ciências, Teologia ou Ciências Sagradas.

A avaliação deveria ser feita diariamente, observando-se o interesse, o envolvimento e


o desenvolvimento do aluno durante as aulas.

As características da educação da Companhia de Jesus incluem a capacidade de


responder às necessidades reais da sociedade em cada época, insistência no valor da pessoa
humana e acentuada colaboração entre jesuítas e leigos. Atualmente, os jesuítas mantêm
extensa obra educativa no Brasil. Atualmente, existem cerca de 200 instituições de ensino
superior jesuítas no mundo todo, com 2,9 milhões de alunos.

5 POLÍTICA DE ALDEAMENTO
Educação nos aldeamentos indígenas do Brasil Colônia: objetivos, metodologia e
conteúdos A preocupação básica do colonizador português nos séculos XVI e XVII era a
difusão da língua; mesmo a organização da língua geral tinha esse objetivo. A instituição dos
aldeamentos prevenia um mal recorrente no trabalho educacional, catequizador e de expansão
da língua: devido à mobilidade de muitas tribos, os Jesuítas não encontravam povos
anteriormente visitados, não podendo, assim, dar continuidade ao processo.

Dentro desses espaços delimitados, o grande objetivo, mesmo a nível educacional, era
a conversão dos gentios. Os Jesuítas introduziram, a priori, o ensino profissional, seguido do
ensino elementar, constituído de classes para ler, escrever, soletrar, rezar em latim e contar.

O público-alvo era preferencialmente as crianças, pois com elas os padres recolhiam


material para a organização da língua e expandiam sua obra catequizadora, ensinando-os as
cantigas pias, repetidas para os parentes em sua própria língua. O menino indígena foi, afinal,
o eixo da atividade missionária no Brasil Colônia. Ali, gradativamente, o ensino foi
organizado através de várias metodologias.

O primeiro recurso metodológico utilizado para auxiliar a educação nos aldeamentos


foi a música; através dela conseguiam despertar a atenção e a simpatia dos nativos, utilizando
seus próprios instrumentos e elaborando um repertório no estilo indígena, cujas letras
falavam do Deus cristão.

Outro recurso pedagógico empregado pelos Jesuítas para atingir seu grande objetivo
foi teatro. Com ele, os religiosos promoveram a educação e evangelizaram os silvícolas,
apresentando peças em tupi ou em português, chamadas autos, que versavam sobre a vida de
santos e personagens das escrituras; apresentavam, também, textos de obras clássicas,
devidamente adaptadas pela Igreja. Também a dança foi usada com fins pedagógicos. Era
adaptada da tradição indígena e passava a fazer parte de festas religiosas católicas como a do
Divino Espírito Santo e a de São Gonçalo.

Em 1630, nos vinte aldeamentos que abrigavam por volta de 70.000 indígenas, os
conteúdos ministrados eram basicamente os incluídos no ensino elementar – ou seja,
rudimentos de leitura, escrita e aritmética – além de conteúdos de artes, oratória, ciências e
aqueles ligados à doutrina cristã. Entre as artes desenvolviam trabalhos nas áreas de música,
pintura, escultura e arquitetura.

6 A EXPULSÃO DOS JESUÍTAS

As novas concepções filosóficas e científicas se difundiam por quase toda a Europa,


atraindo os portugueses mais esclarecidos. Devido ao atraso intelectual e empobrecimento
econômico, produzido talvez por uma série de causas, entre elas, o fanatismo religioso, as
perseguições do Santo Ofício, levaram o Marquês de Pombal, em 1759, a expulsar os jesuítas
do Reino e dos seus domínios, inaugurando com a sua política radical uma série de medidas,
adotadas pela França, 1763; Nápoles e Sicília, 1767; e outros governos, e que culminaram na
total supressão da Companhia de Jesus pelo Papa Clemente XIV. Assim acabou, no período
colonial, com a expulsão da Companhia, a obra dos missionários que em mais de dois
séculos, educaram os jovens brasileiros e auxiliaram os portugueses a colonizar o Brasil,
amaciando os rudes e ásperos costumes em uma época de violências, espalhando a fé,
temperando com caridade, ajudando a implantar a ordem e a disciplina.

Em 1759, com a expulsão dos Jesuítas, o Brasil não sofreu uma reforma do ensino.
Houve a destruição pura e simples de todo o sistema colonial de ensino jesuítico. Uma
organização escolar se extinguiu sem que se tomassem medidas imediatas para atenuar os
efeitos ou reduzir sua extensão.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Enfim podemos dizer que os jesuítas tiveram grande importante para a expansão da
educação brasileira, seu método contribuiu para que novas formas nascessem a partir daí.
Embora ainda exista esse tipo de educação nos dias atuais, esse método é pouco procurado
porque ele é mais voltado pra quem quer exercer sua vocação na área da religiosidade. Mais
enfim o método de educação dos jesuítas deixou algum tipo de aproveitamento que é
utilizado nos dias atuais, mesmo que não visto ou observado ele esta presente, ainda que não
fosse valorizado ele estará presente sem que percebessem nem que seja uma pequena parte. E
assim concluímos que esse método de ensino esta presente nos dias atuais de alguma forma e
juntamente com outros formam o método atual que cada vez mais proporciona sabedoria e
muitas outras qualidades para formar mais profissionais e pessoas com intelecto aprimorado
para um futuro de sucesso.

REFERÊNCIAS

www.portalsaofrancisco.com.br, acesso em 07 junho 2010

www.saovicente.sp.gov.br, acesso em 07 junho 2010

www.cerescaico.ufrn.br, acesso em 07 junho 2010

www.riototal.com.br/coojornal/academicos, acesso em 07 junho 2010

www.unisinos.br/cultura_jesuita, acesso em 07 junho 2010

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