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ENDIVIDAMENTO PÚBLICO

RESUMO

A manutenção de superávits primários expressivos e uma melhora na composição da dívida


mobiliária são essenciais para a sustentabilidade no endividamento público.

Palavras-chave: Endividamento Público; Distribuição de Renda; Política Fiscal.

1 INTRODUÇÃO

O Endividamento Público, segundo Pereima-Neto e Oreiro num modelo pós-keynesiano


demonstra a taxa de juros paga pelos títulos do governo é suposta uma função crescente do
endividamento como proporção do estoque de capital; de forma que uma elevação do grau de
endividamento deveria produzir uma redução do investimento desejado pelos capitalistas em função
do efeito deletério desse maior endividamento sobre a taxa de juros.

2 ENDIVIDAMENTO PÚBLICO

A taxa de juros paga pelos títulos do governo é exógena, em consonância com a hipótese de
que a função de oferta de moeda é horizontal no espaço taxa de juros-quantidade de moeda. A
invariância da taxa de juros com respeito ao grau de endividamento do setor público não nos parece,
contudo, uma hipótese realista a ser feita, principalmente num contexto de elevado endividamento
do setor público. Com efeito, sendo válido o princípio do risco financeiro crescente de Kalecki, os
demandantes de títulos públicos devem exigir uma taxa de juros cada vez maior a medida em que o
endividamento do setor público aumenta. Em outros termos, o prêmio de risco exigido pelos
demandantes de títulos públicos deve ser uma função crescente do endividamento público de forma
que a taxa de juros paga pelos títulos do governo deve crescer com o endividamento do governo.
Uma tentativa de incorporar o princípio do risco financeiro crescente num modelo pós-
keynesiano de crescimento e distribuição de renda foi feita por Pereima-Neto e Oreiro. No modelo
apresentado por esses autores, a taxa de juros paga pelos títulos do governo é suposta uma função
crescente do endividamento como proporção do estoque de capital; de forma que uma elevação do
grau de endividamento deveria produzir uma redução do investimento desejado pelos capitalistas
em função do efeito deletério desse maior endividamento sobre a taxa de juros. O consumo dos
capitalistas, no entanto, é positivamente influenciado pelo endividamento do governo; uma vez que
esse endividamento dá origem a um fluxo de renda-juros para os capitalistas, os quais utilizam uma
parcela desses rendimentos para financiar os seus gastos de consumo.
Nesse contexto, demonstra-se que se o nível de endividamento estiver abaixo de um certo
nível crítico; então, um aumento do endividamento público (causado, por exemplo, por uma política
fiscal expansionista) irá resultar num aumento do grau de utilização da capacidade produtiva (efeito
multiplicador convencional). Contudo, se o endividamento estiver acima desse valor crítico, um
aumento do endividamento publico irá causar uma redução do grau de utilização da capacidade
produtiva, ou seja, uma expansão fiscal ira resultar numa contração do nível de atividade
econômica.

3 ENDIVIDAMENTO DO SETOR PÚBLICO BRASILEIRO

O endividamento do setor público brasileiro tem apresentado um crescimento significativo. Após


ter encerrado 2000 com um valor correspondente a pouco mais de 49% do PIB, a dívida líquida do
setor público consolidado atingiu 52,5% em julho de 2001, na esteira da depreciação contínua do
real e da reversão na trajetória dos juros básicos. A persistirem as incertezas associadas à evolução
do cenário externo, agravadas pelos eventos da última semana nos EUA, é pouco provável que o
crescimento recente na relação dívida-PIB possa ser revertido ao longo dos próximos meses.
Projeções relativamente otimistas apontam uma elevação da dívida líquida para um valor próximo a
55% do PIB no fim de 2001, com a trajetória a partir de então dependendo fortemente da evolução
da taxa de câmbio.
No entanto, mesmo num cenário de relativa estabilidade cambial, os riscos de aumentos adicionais
na relação dívida-PIB não são desprezíveis. Simulações feitas com valores plausíveis para os
principais determinantes da trajetória da relação dívida-PIB, indicam que a sua estabilização após
2002 dependerá crucialmente da postura fiscal a ser adotada pelo próximo governo. Uma pequena
redução no superávit primário do setor público consolidado a partir de 2003, de 3% para 2% do
PIB, por exemplo, poderia ser suficiente para colocar a dívida pública brasileira em trajetória
explosiva e precipitar uma crise de confiança.
A manutenção de uma postura fiscal adequada não representa o único desafio associado à
administração da dívida pública para o próximo governo. Mesmo que seja possível assegurar a
continuidade dos superávits primários observados recentemente, a gestão da dívida será dificultada
pela composição da sua maior parcela, a dívida pública mobiliária federal interna.

4 CONCLUSÃO
O presente estudo com ênfase a Endividamento Público, concluiu que a taxa de juros paga
pelos títulos do governo é exógena, em consonância com a hipótese de que a função de oferta de
moeda é horizontal no espaço taxa de juros-quantidade de moeda.

Conclui-se também que a invariância da taxa de juros com respeito ao grau de


endividamento do setor público não nos parece, contudo, uma hipótese realista a ser feita,
principalmente num contexto de elevado endividamento do setor público.

5 REFERÊNCIAS

www.econ.puc-rio.br

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