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Política Fiscal
A gestão fiscal tem sido, em geral, prudente, apesar dos repetidos choques, mas os défices
de financiamento são significativos e cada vez mais financiados por dispendiosas
emissões de divida interna.
A resposta fiscal resulta das autoridades que ajudaram a resistir aos choques recentes, mas
as pressões fiscais permanecem. Apesar das pressões da pressão de despesa resultante da
pandemia e da situação humanitária e de segurança no Norte, a gestão fiscal tem
permanecido geralmente prudente. Estima-se que o défice orçamental global tenha
diminuído para 4,5% do PIB em 2021, contra 5,7% em 2020.
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Com este desempenho da receita e a lenta execução da despesa de investimento, os saldos
fiscais (excluindo donativos) melhoraram um pouco em 2021. Estima-se que os
diferimentos do serviço da divida ao abrigo da iniciativa de suspensão do serviço da
divida (DSSI) em 2021 tenham atingido 1,1% do PIB. No entanto, os donativos dos
doadores diminuíram para 2,2% do PIB (de 3,6% em 2020), com os défices cobertos por
levantamentos dos depósitos de mais-valias passadas e pelo aumento das emissões de
divida interna.
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Refletindo uma recuperação parcial no sector mineiro e o crescimento do volume de
eletricidade, a contribuição dos megaprojetos nos sectores extrativo e energético
aumentou 40 por cento em termos nominais, expandindo a sua parte nas receitas totais
em 2 pontos percentuais, atingindo 10,6% das receitas totais.
Segundo o Banco Mundial (2018) refere que “os atrasos devidos a fornecedores do sector
privado também continuam a constituir um desafio”.
A dívida pública total diminuiu para cerca de 104% do PIB em 2021, a partir de 120%
em 2020, mas principalmente devido à apreciação da moeda. Para além das pressões
colocadas pela COVID-19, os níveis elevados da dívida interna refletem as necessidades
de gastos na defesa para enfrentar a situação de segurança e humanitária em Cabo
Delgado, as necessidades de financiamento a curto prazo das empresas públicas com mau
desempenho, e o serviço da dívida em obrigações do tesouro.
“O fortalecimento da gestão das receitas é cada vez mais urgente. Embora sujeito aos
constrangimentos de uma economia mais fraca, o esforço de receitas tem demonstrado
um certo nível de robustez, ajudando a manter Moçambique entre os países com maior
rácio de receitas/PIB na região. No entanto, ainda há espaço para melhorar e simplificar
o regime de tributação, bem como para aumentar o esforço de receitas” (FMI, 2018).
Referente as medidas de política fiscal, no medio prazo, estas serão orientadas para
garantir a sustentabilidade fiscal com a implementação de medidas que visam,
incrementar os níveis de arrecadação de receitas; assegurar maior controlo dos gastos
correntes; e garantir melhorias na gestão da divida publica.
A medida fiscal no âmbito da política tributaria, esta estará voltada para a melhoria dos
processos, trazendo mais eficiência, equidade e justiça social na arrecadação das receitas
do Estado de modo a reduzir o gap de financiamento as despesas do Estado e permitir
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desta forma melhorias na provisão de serviços sociais bem como reduzir o nível de
endividamento público.
Também, no período entre 2022-25 a política tributaria terá o seu enfoque na melhoria da
eficiência e eficácia na cobrança de receitas através da continuidade na implementação
das medidas de reformas de políticas reformas administrativas, que incluem, a reforma
do IVA; alargamento da base tributaria do IRPS com a TSU; e medidas administrativas.
Fora das medidas no âmbito da política orçamental e tribuária, também é urgente resolver
o problema do desempenho insatisfatório no sector das EPs, o que irá envolver a
reestruturação da carteira de empresas que se encontram em situação precária e a sua
concentração num número mais pequeno de empresas estratégicas com bons
desempenhos.
Banco Mundial, (2018), "Strong but not broadly shared growth. Mozambique Poverty
Assessment", Banco Mundial: Washington DC.
FAO (2018), "Global Information and Early Warning System on Food and Agriculture
Country Brief– Mozambique", Maputo, Moçambique.
FMI, (2018), "World Economic Outlook: Cyclical Upswing, Structural Change", FMI:
Washington DC.