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2022

R E L AT Ó R I O
ANUAL E
CONTAS

1 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


ÍNDICE

I O Ano em Revista| 11

II Enquadramento Macroeconómico| 21

Mensagem do Governador 3

Sumário Executivo 6 III Política Monetária| 31

IV Desenvolvimento do Sistema Financeiro| 53

Sistemas de Pagamento e Outras Infraestruturas


V 77
do Mercado Financeiro|

VI Governança e Serviços Institucionais | 87

VII Demonstrações Financeiras| 110

VIII Anexos| 228

2 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Mensagem do
Governador

3 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


MENSAGEM DO GOVERNADOR

O ano de 2022 viu a economia angolana a crescer pelo segundo ano consecutivo, a uma taxa de
3,05%, influenciada pelo desempenho positivo das actividades dos sectores primário e dos
transportes, bem como do sector petrolífero. Este último, componente importante da economia
angolana, beneficiou do aumento significativo e continuado do preço do petróleo em consequência
do crescimento da procura devido à retoma das economias à escala mundial no início do ano e,
subsequentemente, das incertezas de oferta geradas pela guerra no Leste Europeu.

Neste contexto económico interno mais positivo, continuámos a trajectória traçada em 2017 para
o quinquénio 2018-2022.

O controlo da inflação manteve-se no topo da nossa agenda e as medidas de política monetária


implementadas permitiram-nos fechar o ano com uma taxa de inflação de 13,86%,
significativamente inferior à taxa de 27,03% registada no final de 2021.

Durante o ano, demos por largamente concluída a implementação do conjunto de reformas do


mercado cambial definidas no final de 2017, que tiveram como objectivo estabelecer um regime de
taxa de câmbio de mercado baseada na procura e oferta de moeda estrangeira e eliminar os
controlos cambias administrativos. O novo regime assegurou o normal funcionamento do mercado
cambial durante o ano com a taxa de câmbio a flutuar conforme as forças de mercado e possibilitou
a extinção do Departamento de Controlo Cambial do Banco Nacional de Angola em resultado da
eliminação dos controlos cambiais administrativos.

Em 2022, continuámos o processo de actualização do quadro regulamentar do sistema financeiro e


do modelo de supervisão prudencial, visando a sua convergência com o que vigora na União
Europeia, no prosseguimento do objectivo de assegurar a robustez e sustentabilidade do sistema.
Com o mesmo propósito, aumentámos o requisito mínimo de capital das instituições financeiras
sob nossa supervisão, medida que resultou na revogação das licenças de uma instituição financeira
bancária e várias instituições financeiras não bancárias.

No âmbito dos objectivos de modernização dos sistemas de pagamento e de aumento da inclusão


financeira, prosseguimos com as reformas necessárias para acompanhar os desenvolvimentos no
espaço dos pagamentos digitais, viabilizando a introdução de novas formas de acesso a serviços
financeiros com custos reduzidos e com potencial para alcançar uma maior parte da população.

Ainda no âmbito da inclusão financeira, publicámos regulamentação que determinou o alargamento


da rede por parte das instituições financeiras bancárias, de forma a facilitar o acesso da população
a serviços bancários.

Nas vertentes do apoio à economia e à sociedade, definimos um regime de crédito à habitação e à


construção, à semelhança do regime de crédito ao sector real da economia inicialmente
implementado em 2019, e que permite a contratação de crédito para as referidas finalidades a
custos bonificados, tornando este crédito mais acessível.

4 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


No plano interno, nos termos da Lei n.º 24/21, de 18 de Outubro – Lei do Banco Nacional de Angola
(BNA) que determina a existência de um Conselho de Administração composto por administradores
com funções executivas e outros com funções não executivas, foram nomeados, em Dezembro de
2022, os membros executivos do órgão de administração e, em Janeiro de 2022, pela primeira vez,
administradores não executivos para o conselho de administração do Banco Nacional de Angola.

Ainda nos termos da nova Lei, adaptámos a estrutura organizacional para melhor responder às
nossas várias missões, destacando-se nesta reorganização a criação do Departamento de
Estabilidade Financeira que tem como objectivo assegurar a estabilidade do sistema financeiro.

Em 2022, fechámos o ciclo iniciado no final de 2017, tendo dado por concluídas com sucesso as
múltiplas reformas que nos propusemos implementar no sector financeiro, no mercado cambial e
na condução da política monetária e cambial.

Vamos iniciar um novo ciclo em 2023, num contexto interno mais favorável, quando comparado com
o de 2017, reflexo também das reformas implementadas, mas ainda com muitos desafios pela
frente e num contexto externo caracterizado por incertezas.

Neste enquadramento, vamos prosseguir o nosso caminho de forma a assegurar que o Banco
Nacional de Angola continue a gerar valor para a sociedade, assumindo-se como precursor da
modernização do sistema financeiro nacional.

José de Lima Massano

5 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


SUMÁRIO
EXECUTIVO
6 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022
SUMÁRIO EXECUTIVO

O contexto económico internacional, em 2022, foi marcado por diversas vulnerabilidades


provocadas pela guerra na Ucrânia, pelo ressurgimento da COVID-19 na China e pelo impacto da
subida das taxas de juros por parte dos principais bancos centrais para combater os níveis elevados
de inflação. De acordo com o relatório Outlook do mês de Janeiro de 2023, o Fundo Monetário
Internacional (FMI) estimou que o crescimento da economia mundial tenha registado uma queda
acentuada em 2022, reduzindo-se para 3,4% face aos 6,2% registados em 2021. A redução do
crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) reflecte a forte pressão inflacionista, os rápidos apertos
monetários e a vulnerabilidade económica provocada pelo conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
De uma forma geral, com as incertezas do curso da guerra na Ucrânia bem como em relação ao
impacto das medidas dos bancos centrais para fazer face à elevada inflação, prevê-se que o
crescimento mundial seja mais fraco em 2023, este deverá cair para 2,9% e, posteriormente
recuperar para 3,1% em 2024. A queda no crescimento em 2023 será impulsionada pelas
economias avançadas.
No mercado das commodities energéticas, em 2022, os preços do petróleo bruto aumentaram de
forma excepcional, comparativamente ao ano de 2021, impulsionados, essencialmente, por
factores geopolíticos económicos e estruturais, relacionados com o desequilíbrio entre a procura e
oferta de bens e serviços, a nível mundial.
Assim, em 2022, o petróleo Brent e WTI (West Texas Intermediate) foram transaccionados ao preço
de médio de 98,90 USD/barril e 94,30 USD/barril, um aumento de 39,69% e 39,91% face ao ano
anterior, respectivamente.
Por outro lado, no período em análise, o índice de preços de alimentos da Agência das Nações
Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) fechou o ano com uma média de 143,7 pontos,
representando um aumento de 14,29% face ao ano anterior. A suportar este aumento, estiveram
as fortes subidas dos índices de preços dos óleos vegetais e dos cereais.
Ao longo do ano de 2022, o Comité de Política Monetária (CPM) reuniu-se seis vezes em sessões
ordinárias, onde analisou o comportamento e as perspectivas dos principais indicadores
económicos, bem como o impacto das medidas de política macroeconómica e estrutural sobre os
diferentes sectores da economia. Neste sentido, o CPM decidiu:
i. Manter inalterada a taxa BNA, excepto na reunião realizada em Setembro, em que
diminuiu em 0,50 pp para 19,50%;
ii. Reduzir em duas ocasiões a taxa de juro da Facilidade Permanente de Cedência
de Liquidez, Setembro, de 23% para 21%;
iii. Manter a taxa de Juro da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez em 15%;
iv. Reduzir o coeficiente em 2,00 pp, sendo a primeira em Julho, de 25% para 23% e
a segunda em das reservas obrigatórias em moeda nacional de 22% para 19% e
de 19% para 17%, em Maio e em Julho, respectivamente;

7 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


v. Manter inalterado o coeficiente das reservas obrigatórias em moeda estrangeira
em 22%;
vi. Adicionalmente, o CPM também decidiu manter a taxa de custódia cobrada sobre
o excesso de liquidez dos bancos comerciais no intervalo de 0,10% a 0,20%.

A nível interno, a economia angolana continua a apresentar recuperação, passou de um


crescimento de 0,7% para uma estimativa de 3,1% em 2022, representando uma inversão de um
período caracterizado por recessão ao longo de cinco anos consecutivos.
No que se refere aos preços de bens e serviços na economia angolana, observou-se um processo
de desaceleração, atingindo o nível mais baixo dos últimos seis anos, equivalente a uma taxa de
inflação de 13,86%, abaixo da previsão (15,00%).
O processo de desaceleração dos preços dos alimentos no ano decorreu dos seguintes factores: (i)
Maior disponibilidade e regularidade de bens essenciais de amplo consumo, reflectido no aumento
anual da quantidade importada em toneladas de bens alimentares (29%) e da produção nacional
de alimentos, tais como: açúcar, fuba de milho, farinha de trigo e óleo alimentar; (ii) Redução da
pressão sobre a oferta de acordo ao índice global de pressão da cadeia de suprimentos (GSCPI);
(iii) Implementação de uma política monetária em linha com os objectivos da inflação; (iv)
Apreciação da moeda nacional face às moedas de transacção comercial com o sector externo.
De acordo com dados preliminares, a posição das reservas internacionais a 31 de Dezembro de
2022, registou uma contracção de 6,18% (957,7 milhões de dólares norte-americanos), ao passar
de 15,51 mil milhões de dólares norte-americanos em 2021 para 14,55 mil milhões de dólares norte-
americanos em 2022, correspondendo a uma cobertura de 6,13 meses de importação de bens e
serviços.
No que se refere à política cambial, em 2022, as colocações de divisas no mercado por parte do
BNA totalizou 1,17 mil milhão de dólares norte-americanos, superior em 71,51% ao disponibilizado
no ano de 2021 (mais 679,73 milhões de dólares norte-americanos). De salientar que a intervenção
do BNA no mercado cambial foi com objectivo de minimizar a volatilidade da taxa de câmbio
advinda primeiramente do excesso da oferta e, posteriormente, da redução drástica da oferta em
moeda estrangeira. Os bancos comerciais compraram (ao BNA e outras compras) um total de 14,23
mil milhões de dólares norte-americanos.
Assim, em Dezembro de 2022, com base nas transacções realizadas no mercado, a taxa de câmbio
do kwanza face ao dólar norte-americano no mercado formal fechou com uma cotação de USD/AOA
503,691 contra os USD/AOA 554,981 verificado em Dezembro de 2021, o que representou uma
apreciação de 10,18% do kwanza face ao dólar norte-americano.
No domínio da estabilidade financeira, a actuação do Banco Nacional de Angola em 2022, no último
ano do quinquénio 2017-2022, foi marcada pela continuidade das reformas ao nível da regulação e
dos processos de supervisão, visando essencialmente aumentar a confiança no sector financeiro e
garantir a convergência do regime prudencial aos padrões internacionalmente reconhecidos. Deste
modo, reforçou-se o capital dos bancos, tendo o rácio de fundos próprios se situado em 28,41%
acima do limite mínimo regulamentar (8,0%).

8 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Apesar dos desafios económicos, o sector bancário continua rentável, ao apresentar níveis de
Rendibilidade dos Capitais Próprios (ROE) e de Rendibilidade dos Activos (ROA) em 22,14% e
2,73%, respectivamente, no final de 2022. E por outro lado, o crédito vencido malparado registou
uma diminuição em 296,24 mil milhões de kwanzas (-31%) comparativamente ao período homólogo
de 2021, traduzindo-se num rácio de incumprimento do sector bancário de 14,40% no final de 2022
(inferior aos 20,26% registados no final de 2021).
No âmbito da prevenção e combate ao branqueamento de capitais, financiamento do terrorismo e
proliferação de armas de destruição em massa (BC/FT/P), no ano de 2022, o BNA realizou o segundo
exercício de avaliação sectorial, com o objectivo de identificar e compreender os riscos do BC/FT/P
a que está exposto o sector financeiro sob a sua supervisão. A avaliação sectorial de risco foi
realizada com recurso à metodologia e guias publicados pelo Grupo de Acção Financeira
Internacional (GAFI) e instrumentos disponibilizados pelo Banco Mundial, que permitiram a
identificação das ameaças e vulnerabilidades dos produtos e serviços e controlos das variáveis.
Relativamente ao processo de Avaliação Mútua de Angola ao Sistema de BC/FT/P, em 2022, a
equipa de avaliadores realizou uma visita on-site à Angola, que visou avaliar a (i) conformidade
técnica e (ii) eficácia do sistema de prevenção e combate do BC/FT/P e manter contactos com as
autoridades governamentais envolvidas e respectivas entidades.
Relativamente à inclusão financeira, está em curso a realização da Pesquisa Finscope, que
fornecerá um conjunto de inputs para a elaboração do diagnóstico sobre o estado actual da inclusão
financeira em Angola e desenvolvimento do sector de microfinanças, de capital importância para o
desenvolvimento da Estratégia Nacional de Inclusão Financeira (ENIF).
No âmbito da adequação contínua do quadro regulamentar e dos processos de supervisão e
regulação às boas práticas internacionais, no ano 2022, o Comité de Regulação e Normas apreciou
54 normativos, dos quais 19 Avisos, 14 Instrutivos, 11 Directivas e 10 Cartas-Circular, com especial
destaque para a política cambial, supervisão prudencial, incluído o Governo Societário.
Em relação ao Sistema de Pagamentos de Angola (SPA), o ano de 2022 foi marcado com a
implementação do Sistema de Transferências Instantâneas (STI), com vista a fazer face às novas
tendências do sector financeiro internacional com impacto nos sistemas de pagamentos.
Adicionalmente, deu-se início à implementação da primeira fase do SPTR 24/7, de modo a
possibilitar a liquidação das operações do Sistema Multicaixa aos fins de semana e feriados. Deste
modo, as transferências realizadas até o final da sessão de compensação do sistema Multicaixa,
às 20 horas, passam a ser creditadas ao beneficiário no dia seguinte.
No âmbito da modernização do SPA, encontram-se em curso acções que visam fazer face à
dinâmica da indústria de pagamentos internacional, nomeadamente, a migração para mensagens
de padrão ISO 20022, a dinamização dos pagamentos instantâneos, a implementação do open
banking, a condução de estudos sobre a moeda digital de banco central, bem como a
implementação da segunda fase do SPTR 24/7.
Em termos de capital humano, no final de 2022, o quadro de pessoal do BNA esteve composto por
1 765 trabalhadores, dos quais 62 são novas contratações.

9 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


O BNA continua a pautar pela capacitação contínua dos trabalhadores, com o objectivo de serem
de excelência no desempenho das suas funções. Assim, em 2022, foram realizadas 131 acções
formativas com 2 692 participações. Por outro, não menos importante, o BNA continua a zelar pelo
bem-estar e qualidade de vida dos seus trabalhadores, mediante a realização de programas de
assistência psicossocial, mantendo um conjunto de benefícios e acrescentou outros, tais como o
day-off de aniversário, a concessão de empréstimo financeiro para aquisição de habitação,
decorrente da aprovação do Despacho n.º 115/22, de 31 de Outubro.
Em 31 de Dezembro de 2022, o Activo do Banco apresenta um saldo de 9,86 biliões de kwanzas,
traduzindo uma redução de 1,98 bilião de kwanzas comparativamente a 31 de Dezembro de 2021.
Por sua vez, o Passivo do Banco totaliza 6,25 biliões de kwanzas, que se traduz numa redução de
2,20 biliões de kwanzas face a 31 de Dezembro de 2021.
Relativamente aos Capitais Próprios, verifica-se um aumento no montante de 220,16 mil milhões
de kwanzas, situando-se em 3,61 biliões de kwanzas.
No exercício de 2022, apurou-se um resultado positivo no valor de 36,53 mil milhões de kwanzas.

10 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


O ANO EM
REVISTA

11
I
RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022
I. O ANO EM REVISTA

1. 2022 em Números

2. Geramos Valor para a Sociedade

3. Destaques

4. Plano Estratégico 2018-2022

12 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


13 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022
2. Geramos Valor para a Sociedade

Sistema de P agamentos Inc lusão Financ eira


Laboratório de Inovaç ão do Sistema de P agamentos
de Angola (LISP A)

6 reuniões
CP M

Sistema de Transferênc ias Instantâneas (STI)

4 reuniões
CEF
SP TR 24/7

14 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Emissão Monetária (2022) Circ ulação Monetária (2022)

93,75 milhões de notas emitidas; 422,03 milhões de notas em circulação;

506,63 milhões de moedas metálicas em circulação.

2,17 milhões de moedas. + 89,28 mil milhões de kw anzas em


circulação face à 2021

15 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


3. Destaques do ano

Janeiro Março Maio

Relatório Anual e Contas 2021


Nomeados Administradores com Malanje Acolhe Semana Global
Funções não Executivas O Banco Nacional de Angola publicou o
do Dinheiro
Relatório Anual e Contas - 2021, onde se
Nos termos do disposto no artigo 60.º da Lei n.º No âmbito da implementação do seu Programa de descreve informações sobre a sua actividade,
24/21, de 18 de Outubro - Lei do Banco Nacional Educação e Inclusão Financeira, o Banco Nacional demonstrações financeiras do exercício, bem
de Angola (BNA), por Decreto Presidencial, de Angola lançou, no Pavilhão Arena Palanca Negra, como o parecer às contas por auditores
tornado público em 10 de Janeiro, o Presidente da na província de Malanje, a 10.ª Edição da “Semana independentes.
República procedeu à nomeação dos Global do Dinheiro”, em inglês “Global Money
Administradores não Executivos para o Conselho Week”, sob o lema “Construa o seu futuro, seja
de Administração do Banco Nacional de Angola, hábil com o seu dinheiro”.
nomeadamente:
Durante o evento, para além das actividades
• Álvaro Teixeira Costa Fernão; profissionais e lúdicas, os estudantes aprenderam Junho
• Clarisse dos Anjos Mendes Figueira; métodos para gerir as suas finanças pessoais,
regras para elaboração do orçamento familiar,
• Daniela Naulila de Almeida Simão; importância da abertura de contas bancárias e,
igualmente, como fazer poupança com o dinheiro Banco Nacional de Angola e
• Hermenegildo Oseias Fernando Cachimbombo; Banco da Namíbia Reforçam Laços
que recebem dos pais e encarregados de educação.
• Jaime Joaquim Pedro Fortunato; de Cooperação

• Luís Manuel Neves. Com vista a assegurar o reforço da


estabilidade de preços e financeira, bem como
a execução de estratégias de modernização
dos sistemas financeiros nacionais, o Banco da
Abril Namíbia (BoN) e o BNA, acordaram colaborar
em várias frentes. Assim, os excelentes laços
bilaterais entre os dois países vizinhos têm
Aviso n.º 09/2022, de 6 de Abril resultado no cultivo de uma aliança duradoura
Fevereiro
-Crédito à Habitação entre os dois Bancos Centrais, o que motivou o
incremento da cooperação. A este respeito, os
O Banco Nacional de Angola publicou o Aviso n.º dois Bancos Centrais prosseguem a visão dos
VI Encontro Nacional de Tesouraria 09/2022, de 6 de Abril, que consagra regimes respectivos governos na promoção da livre
especiais de crédito à habitação e à construção. circulação de pessoas, bens e serviços, bem
O Banco Nacional de Angola realizou, na província
de Malanje, o “VI Encontro Nacional de Tesouraria”, BNA Promove Seminário sobre como no reforço da cooperação bilateral.
evento de periodicidade bianual, que visa abordar Protecção do Consumidor Bancário
com a Banca Comercial e outros parceiros nacionais
e estrangeiros, temas relacionados com a Realizou-se, no Auditório Macuta do edifício Sede,
regulamentação, procedimentos de gestão, a segunda sessão do 3.º ciclo de seminários
circulação e processamento do meio circulante. dirigidos a jornalistas, subordinado ao tema “Direito
à Informação vs. Estratégia de Protecção do
Participaram nesta edição, representantes do Banco
Consumidor Bancário”.
de Portugal, do Banco de Cabo Verde, do Banco de
Moçambique e do Banco do Ruanda, empresas A sessão dirigida pelo Departamento de Conduta
alemãs e norte-americanas ligadas ao fabrico de Financeira (DCF) serviu para efectuar um
notas e moedas metálicas enquadramento geral sobre a estratégia de
supervisão comportamental do BNA, bem como a
formulação, execução, acompanhamento e controlo
das reclamações apresentadas pelos consumidores
dos produtos e serviços financeiros à luz das
melhores orientações internacionais.

16 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Julho Setembro Outubro

Presidente da República da
Encontro com os Principais 3ª Edição da Oficina de Educação
Namíbia recebe em audiência
Operadores Comerciais Financeira
Governador do BNA
No âmbito das iniciativas regulares de O BNA promoveu, em todas as Delegações
O Governador do Banco Nacional Angola, José auscultação do BNA aos importadores e Regionais, a Oficina de Educação Financeira sob
de Lima Massano, foi recebido em audiência distribuidores de bens alimentares, o Governador o lema “Construir Independência e Resiliência
pelo Presidente da República da Namíbia, do BNA, José de Lima Massano, reuniu com os Financeira”, com o objectivo de divulgar o
Hage G. Geingob, em Windhoek, no âmbito da principais operadores da cadeia de importação e conhecimento sobre a gestão de finanças
sua visita ao Banco Central da Namíbia, onde distribuição de bens de amplo consumo. Os pessoais, com foco na poupança e na
foi possível fortalecer as relações entre os encontros de auscultação aos operadores elaboração do orçamento familiar, no seio das
Bancos Centrais da Namíbia e de Angola, bem
económicos, permitem promover a partilha de crianças, jovens e adultos.
como as acções em curso no sentido de se informações relevantes sobre a dinâmica da
intensificar a articulação dos sistemas de Governador reuniu com
economia nacional e internacional, recolher
pagamentos, como instrumento de fomento da contribuições relevantes para a formulação da Subsecretário do Departamento do
cooperação comercial e financeira entre os política monetária, visando a garantia da Tesouro dos EUA
dois países. estabilidade de preços na economia.
O Governador do BNA, José de Lima Massano,
BNA Distinguido no Fórum Global manteve um encontro de trabalho com o
de Políticas para Inclusão Financeira Subsecretário do Departamento do Tesouro dos
Estados Unidos da América para a área de
O BNA foi distinguido e galardoado pela Aliança Financiamento do Terrorismo e Crimes
Agosto
Financeira Internacional (AFI) com o Prémio de Financeiros, Brian Nelson, que teve lugar em
Embaixador de Finanças Inclusivas do Género, no Washington, D.C., à margem das reuniões
7.º Fórum Global de Políticas para Inclusão anuais do Fundo Monetário Internacional e
Inauguração da Ala Norte do Banco Financeira (Global Policy Fórum - GPF), que Banco Mundial, que serviu para passar em
Nacional de Angola decorreu em Dead Sea, na Jordânia, sob o lema: revista o trabalho de assistência técnica que
''Avançar juntos para um futuro resiliente, tem vindo a ser prestada pelo Departamento do
O edifício-sede do Banco Nacional de Angola conta inclusivo e sustentável”. Tesouro dos Estados Unidos da América ao
desde 14 de Agosto, com uma nova ala que amplia
Departamento de Conduta Financeira do Banco
o espaço das suas instalações na Avenida 4 de
Nacional de Angola, em matéria de combate ao
Fevereiro em cerca de 3 mil metros quadrados.
branqueamento de capitais e financiamento do
Designada “Ala Norte”, a expansão do edifício
terrorismo.
permite concentrar os serviços centrais do BNA e
oferecer maior comodidade aos seus Modernização do Sistema de
colaboradores, além das novas áreas de trabalho. Pagamentos de Angola (SPA), com
Assinatura do Protocolo de entrada em execução do SPTR 24/7
Cooperação entre o BNA e a AGT O BNA desencadeou um conjunto de acções em
coordenação com a Empresa Interbancária de
No âmbito do relacionamento institucional e do
Serviços (EMIS) e os bancos comerciais, com
reforço dos laços de cooperação entre o BNA e a
vista a aumentar a confiança e credibilidade do
Administração Geral Tributária (AGT), foi assinado
sistema de pagamentos, com realce para a
um Protocolo de Cooperação Institucional por José
disponibilização de fundos nas contas dos
de Lima Massano, Governador do BNA e José Viera
beneficiários aos sábados, domingos e feriados
Nuno Leiria, Presidente do Conselho de
dentro de um prazo máximo de 24 horas após a
Administração da AGT.
transacção.

17 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Novembro Dezembro

Presidente da República confere


Inauguração da Delegação
posse ao Governador e aos membros do
Regional Noroeste no Uíge
Conselho de Administração
No âmbito da sua expansão territorial e da
De acordo com a nova Lei n.º 24/21, de Outubro –
adequação da sua estrutura orgânica e
Lei do Banco Nacional de Angola, o Presidente da
funcional, à luz da Lei n.º 24/21, de Outubro –
República, João Manuel Gonçalves Lourenço,
Lei do Banco Nacional de Angola, foi
conferiu posse ao Governador e aos dois Vice-
inaugurada mais uma delegação regional, a
Governadores e dois Administradores executivos
Delegação Regional Noroeste , localizada na
do Banco Nacional de Angola.
província do Uíge, que em termos de actuação,
cobrirá as províncias do Uíge e do Zaire, tendo • Governador- José de Lima Massano
como principais atribuições o saneamento do • Vice-Governador-Manuel António
meio circulante, tratamento de dados Tiago Dias
estatísticos, assim como a prestação de apoio • Vice-Governador-Pedro Rodrigo G. de
às unidades centrais de supervisão e educação Castro e Silva
financeira.
• Administradora-Maria Juliana
Carvalho Pereira
• Administrador-Miguel Bartolomeu
Miguel

FMI encerramento da missão


técnica ao abrigo do artigo IV dos seus
estatutos

A equipa do FMI, chefiada por Amadou Sy,


apresentou a sua visão sobre a política fiscal e
monetária do País, tendo reiterado o bom
desempenho que no geral a economia nacional
vem observando. Foram feitas também,
recomendações para a melhoria contínua dos
equilíbrios macroeconómicos, assim como
abertura para novas missões de assistência
técnica. As autoridades angolanas reiteraram o
seu compromisso com a manutenção do curso de
reformas macroeconómicas que conduzam à
estabilidade e ao crescimento económico
sustentável e inclusivo.

18 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


1. Plano Estratégico 2018-2022

Destaca-se que o plano estratégico 2018-2022 do BNA, denominado “NZIMBU 2018 – 2022”, foi
executado num contexto marcado pelos impactos da pandemia de COVID-19 e condições
macroeconómicas adversas. Contudo, observou-se no período um bom desempenho, com os
seguintes marcos:

Limitação da Base Monetária (MN+ME);


Implementação do Modelo de Liberalização do Mercado Cambial;
Política Monetária Melhoraria da Condições de Crédito ao Sector Real ao Abrigo do Aviso n.º 10/2020, de 03 de Abril;
Constituição do Fundo de Garantia de Depósitos;
Perseguição do Objectivo de Inflação.

Revisão da Lei do Regime Geral das Instituições Financeiras (IF) e da Lei de Combate
ao Branqueamento de Capitais;
Avaliação da Qualidade dos Activos das 12+1 maiores IF Activos das 12+1 maiores IF;
Regulação e
Constituição do Fundo de Resolução;
Supervisão
Implementação da Regulamentação Sobre Basileia II e III;
Pacote Regulamentar (Instrutivos actualizados) sobre as IFRS para versão IFRS 9;
Modelo de Imparidade.

Bancarização de 49% da População;


Inclusão Financeira
Encontro Nacional de Formadores de Educação Financeira.

Cooperação Assinatura de 10 Acordos.


Institucional

Comunicação Reestruturação do Site do BNA.


Institucional

Modernização dos Aprovação da Lei do Sistema de Pagamentos de Angola (SPA);


Sistemas Criação do Laboratório de Inovação do SPA (LISPA).
Pagamentos
Meio de Circulante Lançamento da Nova Família do Kwanza Série 2020.

Revisão da Lei do Banco Nacional de Angola;


Governação
Aprovação das Políticas/Normativos de Risco e Compliance;
Corporativa
Implementação do Framework e do Relatório de Governança Corporativa do BNA.

Infra-Estrutura Reabilitação e Extensão do Edifício Sede;


Física Construções de Novas Delegações Regionais e Centros de Custodia.

19 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Upgrade de Plataforma de Backup;
Infra-Estrutura Programa de Transformação do Sistema de Informação;
Tecnológica Implantação da Solução de Vídeo Conferencias;
Implementação da Solução de Impressões e Impressora.

Capital Humano Aprovação e Implementação das Políticas de Gestão do Capital Humano do BNA.

20 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


ENQUADRAMENTO
MACROECONÓMICO

21
II
RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022
II. ENQUADRAMENTO MACROECONÓMICO

1. Economia Internacional

2. Mercado das Commodities

3. Economia Nacional

22 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


1. Economia Internacional

No ano de 2022, o contexto económico internacional foi marcado por diversas vulnerabilidades
provocadas pela guerra na Ucrânia, pelo ressurgimento da COVID-19 na China e pelo impacto da
subida das taxas de juro por parte dos principais bancos centrais para combater os níveis elevados
de inflação.
A Reserva Federal norte-americana (FED), durante o ano de 2022, sinalizando o seu compromisso
em contrariar a tendência de agravamento da taxa de inflação e, consequente, deterioração das
condições económicas, endureceu a sua política monetária ao aumentar sete vezes sucessivas as
taxas de juro, tendo as mesmas atingindo o intervalo de 4,25% a 4,50%, no final do ano. No
entanto, é de notar que a tendência de desaceleração da inflação nos Estados Unidos da América
(EUA), a partir de Julho, motivou, em Dezembro, a Reserva Federal a diminuir o ritmo de aumentos
das suas taxas.
Por seu turno, em resposta ao agravamento da inflação na Zona Euro, em Julho de 2022, o Banco Central
Europeu (BCE) aumentou as taxas de juro pela primeira vez em onze anos. O Banco efectuou quatro
aumentos consecutivos das taxas de juro, que se fixaram num intervalo entre 2,50% a 3,25%, no fim
do ano. O BCE perspectiva que as taxas de juro, ainda, deverão sofrer aumentos significativos a um
ritmo que conduza ao regresso da inflação para o objectivo de médio prazo de 2%.
Quanto ao Banco Central sul africano, este iniciou a sua trajectória de aperto monetário,
antecipadamente, de forma preventiva, diante de perspectivas que indicavam que a evolução da
inflação iria superar o seu intervalo alvo de 3% a 6% e assumiu, por isso, preferir ancorar as
expectativas de inflação no nível de 4,5%. Após a inflação sul africana ter atingido os 5,9% em Março,
próxima do limite máximo da meta de inflação e, tendo em conta a rigidez da política monetária do FED,
o Banco Central sul africano adoptou uma postura mais agressiva na sua política monetária, tendo
realizado seis aumentos na sua taxa de juro passando de 3,75% para 7% no final de 2022.
No Egipto, a pressão inflacionista derivada da guerra na Ucrânia que conduziu a fortes
desequilíbrios internos que levou o Banco Central do Egipto a adoptar severas subidas das taxas
de juro em quatro ocasiões durante o ano, tendo no fim do ano atingido um intervalo compreendido
entre 16,25% e 17,25%.

Tabela 1: Taxas de Inflação

Inflação Homóloga Inflação Homóloga


País/Região
(Dez 21) (Dez 22)
EUA 7,00 6,50
Reino Unido 5,40 10,50
Zona Euro 5,00 9,20
Japão 0,80 4,00
China 1,50 1,80
Índia 5,66 5,72
Brasil 10,06 5,79
Rússia 8,39 11,90
África do Sul 5,90 7,20
Nigéria 15,63 21,34
Fonte: Trading Economics

23 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


De acordo com o relatório Outlook do mês de Janeiro de 2023, o Fundo Monetário Internacional
(FMI) estimou que o crescimento da economia mundial tenha registado uma acentuada
desaceleração em 2022, reduzindo-se para 3,4% face aos 6,2% registados em 2021. A redução do
crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) reflecte a forte pressão inflacionista, os rápidos apertos
monetários e a vulnerabilidade económica provocada pelo conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
Nos EUA, as dificuldades do contexto económico repercutiram desfavoravelmente no desempenho
da actividade económica do país em 2022, registando-se uma redução do crescimento do PIB para
2,0% em 2022, abaixo dos 5,9% em 2021. Ainda assim, alguma resiliência do lado dos gastos
domésticos e a robustez do mercado de trabalho contribuíram para conter um cenário de maior
declínio.
Na Zona Euro, a economia cresceu 3,5% em 2022, diminuindo de uma expansão de 5,3% em 2021,
devido aos elevados custos energéticos em consequência da guerra na Ucrânia, à diminuição da
confiança e ao aumento das taxas de juro.
Na China, o crescimento económico desacelerou fortemente em 2022 para 3,0% em comparação
com os 8,4% em 2021, motivado, em particular, pelas restrições relacionadas com o combate à
COVID-19.
A África Subsariana, também, registou uma redução de crescimento para cerca de 3,8% em 2022
face aos 4,7% em 2021, devido ao enfraquecimento da procura externa, alta inflação e aperto das
condições financeiras internacionais.
De uma forma geral, com as incertezas do curso da guerra na Ucrânia bem como em relação ao
impacto das medidas dos bancos centrais para fazer face à elevada inflação, o FMI prevê que o
crescimento mundial seja ainda mais fraco em 2023, o qual deverá cair para 2,9% e,
posteriormente, recuperar para 3,1% em 2024. A queda prevista do crescimento em 2023 é
impulsionada pelas economias avançadas. No caso das economias emergentes e em
desenvolvimento, estima-se que o crescimento tenha atingido o ponto mais baixo em 2022.

Tabela 2: Taxas de Crescimento do PIB

FMI (Out-22) FMI (Jan-23)


Paíse s/Re gião 2021 2022 2023 2021 2022 2023 2024
Economia Mundial 6,00 3,20 2,70 6,20 3,40 2,90 3,10
Economias Avançadas 5,20 2,40 1,10 5,40 2,70 1,20 1,40
EUA 5,70 1,60 1,00 5,90 2,00 1,40 1,00
Reino Unido 7,40 3,60 0,30 7,60 4,10 -0,60 0,90
Zona Euro 5,20 3,10 0,50 5,30 3,50 0,70 1,60
Japão 1,70 1,70 1,60 2,10 1,40 1,80 0,90
Economias Eme rge nte s e e m De se nvolvime nto 6,60 3,70 3,70 6,70 3,90 4,00 4,20
China 8,10 3,20 4,40 8,40 3,00 5,20 4,50
Índia 8,70 6,80 6,10 8,70 6,80 6,10 6,80
Brasil 4,60 2,80 1,00 5,00 3,10 1,20 1,50
Rússia 4,70 -3,40 -2,30 4,70 -2,20 0,30 2,10
África Subsariana 4,70 3,60 3,70 4,70 3,80 3,80 4,10
África do Sul 4,90 2,10 1,10 4,90 2,60 1,20 1,30
Nigéria 3,60 3,20 3,00 3,60 3,00 3,20 2,90

Fonte: World Economic Outlook Janeiro 2023 (FMI)

24 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Na Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), apenas dois países (Seychelles
e Tanzânia) apresentaram uma taxa de inflação dentro do intervalo de convergência
macroeconómica (4%–6%) e seis registaram valores acima de um dígito. A taxa de inflação média
da região, nos últimos doze meses, situou-se em 9,84%, pressionada, fundamentalmente, pelo
Zimbabwe, Malawi, Angola, Botswana, Maurícias e Moçambique que continuam a apresentar
níveis de inflação elevados. A classe dos alimentos tem sido o principal responsável pelo alto nível
da inflação.
No mercado cambial, em termos homólogos, o índice do dólar norte-americano apresentou uma
tendência de apreciação, no ano de 2022, face às suas principais congéneres, resultado da adopção
de uma política monetária mais restritiva, por parte da Reserva Federal dos EUA, com rápidos
aumentos das taxas de juro a fim de combater as pressões inflacionistas na economia norte
americana.
Gráfico 1: Evolução do Índice do Dólar

Fonte: Bloomberg

1. Mercado das Commodities

C ommodities Ener géticas


Em 2022, os preços do petróleo bruto aumentaram de forma extraordinária comparativamente ao
ano de 2021, impulsionados essencialmente por factores geopolíticos, económicos e estruturais,
que provocaram desequilíbrios entre a procura e oferta de bens e serviços, a nível mundial.
Assim, em 2022, o petróleo Brent1 e WTI2 (West Texas Intermediate) foram transaccionados ao
preço de médio de 98,90 USD/barril e 94,30 USD/barril, um aumento de 39,69% e 39,91% face ao
ano anterior, respectivamente.

1
Do Mar do Norte
2
Dos Estados Unidos

25 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Segundo as projecções do Departamento de Energia dos Estados Unidos da América (EIA) do mês
de Janeiro, o preço do WTI poderá situar-se numa média de 77,84 USD/barril em 2023 e de 71,57
USD/barril em 2024, enquanto o preço do Brent poderá atingir uma média de 83,63 USD/barril em
2023 e de 77,57 USD/barril em 2024. Por sua vez, o Fundo Monetário Internacional, na publicação
do seu Outlook em Janeiro de 2023, projecta um preço de 81,13 USD/barril e 75,36 USD/barril para
os anos 2023 e 2024, respectivamente. Ambas as agências, considerando o contexto internacional,
apontam para preços mais baixos nos próximos dois anos.

Gráfico 2: Preços das Commodities Energéticas

Fonte: Bloomberg

C o m m o d i t i e s A l i m e n t a re s
Em 2022, o índice de preços de alimentos da Agência das Nações Unidas para a Agricultura e
Alimentação (FAO) fechou o ano com uma média de 143,7 pontos, representando um aumento de
14,26% face ao ano anterior. A suportar este aumento, estiveram as fortes subidas dos índices de
preços dos óleos vegetais e dos cereais.

Gráfico 3: Preços das Commodities Alimentares

Fonte: FAO

26 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


A variação positiva do índice do preço dos cereais decorreu das disponibilidades mais apertadas
devido ao conflito entre a Ucrânia e a Rússia, principais exportadores de trigo e milho, à forte
procura local em alguns países exportadores asiáticos e aos movimentos cambiais. O aumento dos
preços internacionais do óleo de palma resultou das preocupações com potenciais de produção
mais baixos, devido ao excesso de chuvas nas principais regiões de cultivo no Sudeste Asiático.
De uma forma geral, para 2023 estima-se que o preço dos alimentos reduza em relação ao período
anterior, resultado das políticas monetárias adoptadas pelos bancos centrais e da redução do preço
do petróleo no mercado internacional.

2. Economia Nacional

A c ti v i d a d e E c o n ó m i c a
A economia angolana tem apresentado recuperação, em 2021 cresceu em 1,2%, e estima-se que
em 2022 tenha alcançado 3,0%3, representando uma inversão de um período caracterizado por
recessão ao longo de cinco anos consecutivos. O crescimento do PIB, em 2022, foi impulsionado
pelo desempenho positivo do sector não petrolífero (+4,0%) e do petrolífero e gás (+0,5%).

Gráfico 4: Taxas de Crescimento do PIB Real

Fonte: INE (2017 – 2021) e PME (2022)

O crescimento do sector petrolífero e gás, depois de nove anos em terreno negativo, deveu-se ao
desempenho do sector petrolífero, sendo que se registou uma ligeira queda na produção de gás.
Na essência, o acréscimo da produção do petróleo bruto poderá estar relacionado com a entrada

3
Segundo os novos dados preliminares das Contas Nacionais Trimestrais referentes ao Quarto Trimestre de 2022 publicados pelo Instituto Nacional
de Estatística (INE).

27 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


na segunda fase do projecto da Total Energies (Projecto Zinia) e do projecto da Eni (projecto Cuida),
cuja produção começou em Maio e Agosto de 2021, respectivamente.

Quanto à actividade não petrolífera, esta manteve-se em quadrante positivo, reflectindo as


medidas em curso para aumentar a produção nacional. Todos os sectores de actividades
aumentaram as suas contribuições. Todavia, destacam-se os serviços mercantis como maior
contribuinte, suportados pelo crescimento da procura dos serviços de transportação e
armazenamento, e da entrada em funcionamento de novas operadoras, no serviço de transporte
urbano, em particular na cidade capital. Este sector foi seguido dos sectores da agricultura, das
pescas e do petróleo.

Tabela 3: Taxa de Crescimento e Contribuição por Sectores de Actividade em Angola

Contribuição Anual (pp) Variação Anual (%)


Sectores de actividade Peso (%)
Dif. Dif.
2021 2022 2021 2022
(pp) (pp)
01. Agricultura 6,2 0,3 0,4 0,0 5,2 3,8 -1,4
02. Pescas e derivados 3,5 1,7 0,4 -1,3 46,4 4,2 -42,2
03. Diamantes e outros 1,3 0,1 0,2 0,0 10,4 0,5 -9,9
04. Petróleo 29,8 -3,6 0,4 4,0 -11,5 0,5 12,0
05. Transformadora 5,2 -0,4 0,3 0,7 0,8 2,5 1,6
06. Construção 9,6 0,5 0,0 -0,5 -6,7 5,5 12,2
07. Energia 0,6 0,0 0,1 0,0 1,8 4,7 2,9
08. Serviços mercantis 36,2 2,3 1,2 -1,1 7,0 3,2 -3,9
09. Outros serviços 7,6 0,2 0,1 -0,1 -0,5 5,9 6,4
PIB total 1,2 3,0 1,8

Fonte: INE

D ívida P ública
De acordo com os dados do Ministério das Finanças (MINFIN)4, o stock da dívida pública5 registou
queda pelo quinto ano consecutivo, fixando-se em 36,43 biliões de kwanzas no final de 2022
(67,18% do PIB), contra os 39,09 biliões de kwanzas (82,77% do PIB) do ano anterior, representando
uma redução de 6,81%, reflectindo a diminuição do stock da dívida governamental e das empresas
públicas. Entretanto, quando avaliado em dólares norte-americanos, o stock da dívida pública
aumentou de 70,43 mil milhões de dólares norte-americanos para 72,32 mil milhões de dólares
norte-americanos.
No que se refere à dívida governamental, cujo stock ficou em 34,13 biliões de kwanzas (62,94% do
PIB), verificou-se uma diminuição de 7,09%, tendo a dívida externa, que representou 70,70% do
total, reduzido para 24,13 biliões de kwanzas (-6,28%) e a dívida interna para 10,00 biliões de
kwanzas (-8,98%). Salientar que 99,32% do stock da dívida externa é de longo prazo e 95,21% da
dívida interna é de médio e longo prazo.
A tendência decrescente do stock da dívida governamental é reflexo da implementação da
estratégia da dívida pública iniciada há cinco anos pelo executivo (que inclui, entre outras medidas,

4
Plano Anual de Endividamento 2022 e Painel de Indicadores Fiscais da primeira semana de Fevereiro de 2023.
5
Agrega a dívida governamental e das empresas públicas.

28 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


o alongamento da maturidade da dívida), bem como da melhoria do défice primário não petrolífero, da
apreciação cambial, do abrandamento dos níveis de inflação e do aumento da actividade económica.
Em sentido contrário, a dívida governamental avaliada em dólar norte-americano aumentou em
2,37%, reflectindo sobretudo o crescimento da componente externa para 47,90 mil milhões de
dólares norte-americanos em torno 3,26%, enquanto a dívida interna manteve-se estável, com um
stock de 19,85 mil milhões de dólares norte-americanos, representando um crescimento de 0,28%.

Gráfico 5: Evolução do Rácio da Dívida Pública (% PIB)

Fonte: MINFIN

M e rc a d o P r i m á r i o d e T í t u l o s P ú b l i c o s
A emissão de títulos do Tesouro em moeda nacional, em 2022, situou-se em aproximadamente 2,00
biliões de kwanzas (6,03% superior ao volume programado pelo Tesouro), dos quais 453 mil milhões
de kwanzas em Bilhetes do Tesouro (BT) e 1,54 biliões de kwanzas em Obrigações do Tesouro Não
Reajustáveis (OTNR). Comparativamente a 2021, o volume das emissões de títulos públicos em
moeda nacional foi ligeiramente superior em cerca de 2,74%. De referir que as emissões visaram
a cobertura de 87,05% do serviço da dívida interna titulada.

Painel 1: Emissão e Resgates de Títulos Públicos

Fonte: BNA

29 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Por outro lado, os pagamentos do Tesouro Nacional decorrentes do resgate de títulos públicos
ocorridos em 2022 totalizaram 2,29 biliões de kwanzas, dos quais 476,71 mil milhões de kwanzas
para resgate de Bilhetes do Tesouro e 1,81 bilião de kwanzas para resgate de Obrigações do
Tesouro. Comparativamente a 2021, em 2022 o volume do serviço da dívida pública interna titulada
foi inferior em cerca de 39,30%, devido, fundamentalmente, à nova estratégia do Tesouro em emitir
títulos com maturidades mais alargadas.
O stock de títulos públicos em moeda nacional, no final de 2022, situou-se em 9,70 biliões de
kwanzas, dos quais cerca de 465,11 mil milhões de kwanzas (4,79%) em BT e 9,24 biliões de
kwanzas (95,21%) em OT. Comparativamente ao ano de 2021, observou-se um aumento do stock
em cerca de 10%.
O efeito líquido das emissões de títulos do Tesouro (BT e OT) sobre a liquidez foi expansionista em
295,95 mil milhões de kwanzas.

Gráfico 6: Stock de Títulos

Fonte: BNA

Relativamente às taxas de juro no mercado primário dos Bilhetes de Tesouro, estas foram em
termos gerais decrescentes ao longo do ano. No final do ano de 2022, as taxas médias de juro
nominais dos BT situavam-se em 8,17% ao ano (a.a.), 9,45% a.a. e 10,98% a.a., para as
maturidades de 91, 182 e 364 dias, respectivamente.
Comparativamente ao ano anterior, todas as taxas de juro nominais dos títulos de curto prazo
apresentaram uma redução considerável de 11,21 pontos percentuais (pp) e 5,04 pp e 6,15 pp,
respectivamente.
Relativamente aos títulos do Tesouro Nacional de médio e longo prazo, nomeadamente as OT em
moeda nacional não reajustadas, operações ocorreram nas maturidades de 2, 4, 5, 6, 8 e 10 anos,
tendo as taxas de juro se situado em 15,00% a.a., 16,28% a.a., 11,91% a.a., 18,90% a.a., 19,47%
a.a. e 20,71% a.a., as OT em moeda nacional indexadas à taxa de câmbio não são emitidas há
quase três anos.

30 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


POLÍTICA
MONETÁRIA

31
III
RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022
III. POLÍTICA MONETÁRIA

1. Decisões Comité de Política Monetária

2. Instrumentos de Política Monetária

3. Impactos das Operações de Mercado sobre a Base Monetária e


Agregados monetários

4. Fomento ao Crédito

5. Preços

6. Mercado Cambial

7. Sector Externo

8. Gestão das Reservas Internacionais

32 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


1. Decisões Comité de Política Monetária

O Comité de Política Monetária do Banco Nacional de Angola, abreviadamente designado por


CPM, é uma entidade de coordenação em matéria de Política Monetária, a quem compete
estabelecer directrizes de política monetária, analisar e decidir sobre matérias com ela
relacionadas, decidir sobre as taxas de juro directoras, onde se inclui a Taxa BNA e os coeficientes
de reservas obrigatórias, visando permitir ao Conselho de Administração do Banco o cumprimento
das suas atribuições.
O CPM tem como objectivo, concorrer para garantir a preservação do valor da moeda nacional e o
alcance de um nível de inflação baixo e estável, conforme consagrado na Lei do Banco Nacional
de Angola.
Ao longo do ano de 2022, o Comité de Política Monetária (CPM) reuniu-se seis vezes em sessões
ordinárias, onde analisou o comportamento e as perspectivas dos principais indicadores
económicos, bem como o impacto das medidas de política macroeconómica e estrutural sobre os
diferentes sectores da economia.
Neste sentido, o CPM decidiu, ao longo do primeiro semestre manter as taxas. Mas, na reunião
realizada em Julho, reduziu a taxa de juro da facilidade permanente de cedência de liquidez, em
2,0 pp, de 25,0% para 23,0%. Por sua vez, na reunião realizada em Setembro, deliberou diminuir
a taxa BNA em 0,5 pp para 19,5%, a taxa de juro da facilidade permanente de cedência de liquidez
de 23,0% para 21,0% e manter a taxa de juro da facilidade permanente de absorção de liquidez
em 15,0%. Na sua última reunião do ano, isto é, em 25 de Novembro, o CPM decidiu manter o
curso da política monetária, pese embora a trajectória de desinflação da economia, fundamentado
no comportamento observado no mercado cambial no mês de Outubro em que se assistiu à
depreciação da moeda nacional em relação ao dólar norte-americano, resultante da redução da
receita de exportação petrolífera no terceiro trimestre, aconselhando-se assim, o alargamento do
período de observação dos impactos das decisões tomadas na sessão de Setembro do Comité de
Política Monetária.
O CPM decidiu reduzir o coeficiente das reservas obrigatórias em moeda nacional de 22,0% para
17,0%, no segundo e terceiro trimestre, e manteve o coeficiente das reservas obrigatórias em
moeda estrangeira em 22,0%, manteve igualmente, a taxa de custódia cobrada sobre o excesso de
liquidez dos bancos comerciais no intervalo de 0,10% a 0,20%.

2. Instrumentos de Política Monetária

No domínio da política monetária para gestão de liquidez, o BNA manteve as intervenções


regulares de cedência e absorção de liquidez no mercado monetário, com a realização de operações
de mercado aberto convencionais e não convencionais (Instrutivo n.º 7/2022, de 27 Junho) e utilizou
os demais instrumentos regulamentares, com particularidade para as facilidades permanentes de
liquidez overnight e intradia (FCO e FCL) e as reservas obrigatórias para o alcance dos seus
objectivos.

33 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


O p e ra ç õ e s d e Me r c a d o A b e rt o ( O MA )
No âmbito da regularização de liquidez por via das operações monetárias, o BNA disponibilizou ao
mercado Operações de Mercado Aberto (OMA) nas duas ópticas, de acordo com a necessidade de
contrair ou expandir a liquidez. O volume global para absorção de liquidez, em 2022, situou-se em
6,99 biliões de kwanzas, que resultou num impacto expansionista sobre a liquidez em 10,35 mil
milhões de kwanzas, enquanto as operações de cedência totalizaram cerca de 566,00 mil milhões
de kwanzas, com um impacto contraccionista de 23,57 mil milhões de kwanzas. Assim, o stock da
liquidez, no final de 2022, situou-se em 107,51 mil milhões de kwanzas, representando um
incremento de 66,8%, comparativamente a 2021.

Gráfico 7: Evolução da Liquidez

Fonte: BNA

Em termos líquidos gerais, o impacto resultante das operações sobre a base monetária foi
contraccionista em 13,22 mil milhões de kwanzas.

Comparativamente ao ano de 2021, o volume de OMA para absorção e cedência de liquidez em


2022 variaram em cerca de 35,10% e -40,02%, respectivamente, demostrando que a
implementação das modalidades de política monetária por via de OMA em 2022 teve impacto
positivo, tendo em conta os objectivos pretendidos a alcançar.

As taxas de juro médias das OMA, na óptica da tomada, nas maturidades de 7, 14, 30, 63, 90, 180
e 364 dias observaram um comportamento decrescente ao longo do ano, tendo atingido médias
anuais de 1,37% a.a., 8,92% a.a., 11,86% a.a., 9,27% a.a., 10,49% a.a., 10,99% a.a. e 8,50% a.a.,
respectivamente, contrariamente às operações na maturidade overnight que fecharam o primeiro
semestre com uma taxa crescente que atingiu 11,38% a.a.
Por outro lado, na óptica da cedência, foram realizadas OMA para a maturidade de 7 dias, cuja taxa
média anual fixou-se em 23,50% a.a.

F a c i l i d a d e s P e rm a n e n t e s d e L i q u i d e z
Em 2022, o recurso às operações de Facilidade de Cedência de Liquidez (FCO/FCL) permitiu que as
instituições bancárias acedessem ao financiamento overnight do BNA nos termos regulamentares.

34 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


O volume dessas operações no ano ascendeu a um valor médio mensal de 112,82 mil milhões de
kwanzas, para FCO/FCL, totalizando o montante anual de 1,37 bilião de kwanzas.
As operações de Facilidade de Absorção de Liquidez (FAL) foram transaccionadas nas maturidades
de 7, 28, 63, 90 e 180 dias, a partir do segundo semestre do ano, e atingiram um valor médio mensal
de 71,74 mil milhões de kwanzas, totalizando o montante anual de 358,68 mil milhões de kwanzas.
Em termos líquidos, as operações de FCO e FCL resultaram em 2022 na contracção da Base
Monetária em moeda nacional de 176,02 mil milhões de kwanzas, inverso ao efeito expansionista
verificado no ano transacto.
No período em análise, BNA não concedeu liquidez por via de operações de Redesconto.

M e rc a d o M o n e t á r i o I n t e rb a n c á r i o
No que respeita ao mercado monetário interbancário (MMI), verificou-se um aumento ligeiro no
volume médio mensal das operações de cedência de liquidez sem garantia entre as instituições
bancárias, que passou de 334,19 mil milhões de kwanzas em 2021 para 366,90 mil milhões de
kwanzas em 2022, representando um incremento de 9,79%.

Painel 2: Evolução das Taxas do MMI vs. Volume Transaccionado

Fonte: BNA

A taxa LUIBOR overnight, apurada com base nas operações de cedência de liquidez sem garantia
entre as instituições bancárias, observou uma tendência decrescente ao longo de todo o ano, tendo
no final de 2022, se situado em 10,00%, registando uma diminuição de 8,68 pp face a 2021.

As taxas LUIBOR nas restantes maturidades de 1 mês, 3, 6, 9 e 12 meses, apresentaram igualmente


tendência de decréscimo ao longo do período em análise, tendo se situado no final de 2022 em
11,98% a.a., 12,58% a.a., 13,75% a.a., 14,75% a.a. e 15,83% a.a., respectivamente.

35 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


3. Impactos das Operações de Mercado sobre a Base Monetária e
Agregados monetários

O Balanço do BNA, registou em 2022, uma expansão da Base Monetária em 7,00% relativamente
ao ano precedente, situando-se em 2,77 biliões de kwanzas. Esta expansão deveu-se ao aumento
dos Activos Internos Líquidos em 91,58%, influenciado pelo incremento do Crédito Líquido à
Administração Central, Outras Sociedades de Depósitos e Outros Activos Líquidos em 115,57%,
87,05% e 5,13%, respectivamente, sendo que o Crédito a Outros Sectores Residentes diminuiu em
0,27%. Realçar que, o aumento do Crédito à Administração Central Líquido foi, por sua vez,
influenciado pela diminuição de 84,74% das Responsabilidades face à Administração Central
superior à diminuição registada de 5,56% do Crédito à Administração Central. De igual modo, os
Activos Externos Líquidos expandiram em 0,15% (um aumento de 10,35% expurgando o efeito
cambial), influenciados pelo aumento dos Outros Activos Externos Líquidos em 50,53%, enquanto
as Reservas Internacionais expressas em kwanzas diminuíram em 14,85% (um decréscimo de
6,18% expurgando o efeito cambial).
Tabela 4: Base Monetária

2021 2022 2021 2022


Mil milhões de kwanzas T.V.H. (%)
Base monetária 2 586,27 2 767,20 9,54 7,00
Notas e moedas em circulação 568,59 657,85 3,55 15,70
Reserva bancária 2 017,68 2 109,35 11,36 4,54
Depósitos obrigatórios 1 515,59 1 660,12 5,31 9,54
Depósitos obrigatórios -MN 968,28 834,27 -8,67 -13,84
Depósitos obrigatórios -ME 547,30 825,86 44,43 50,89
Depósitos livres 502,09 449,23 34,73 -10,53
Depósitos livres - MN 66,81 101,32 29,04 51,65
Depósitos livres - ME 435,28 347,90 35,64 -20,07
Outras obrigações face a outras instit. monetárias 1 428,12 2 036,98 291,26 42,63

Memorando:
Base monetária em moeda nacional 1 603,69 1 593,45 -3,46 -0,64

Fonte: BNA

A expansão da Base Monetária em 2022 reflectiu-se no aumento da Reserva Bancária em 4,54% e das
Notas e Moedas em Circulação em 15,70%. A evolução positiva da Reserva Bancária está associada à
expansão dos Depósitos Obrigatórios em 9,54%, enquanto os Depósitos Livres diminuíram em 10,53%.

Durante o exercício de 2022, o BNA optou por uma condução da política monetária para garantir a
estabilidade dos preços, tendo o seu impacto sido visível no controlo da trajectória decrescente da Base
Monetária em moeda nacional, variável operacional de política monetária, que contraiu em 0,64%.

Esta contracção reflectiu-se nos Depósitos Obrigatórios em moeda nacional que contraíram em
13,84%, sendo que os Depósitos Livres em moeda nacional e Notas e Moedas em Circulação
expandiram em 51,65% e 15,70%, respectivamente.

36 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Painel 3: Reserva Bancária vs. Depósitos Obrigatórios e Livres

Fonte: BNA

A oferta de moeda em sentido lato, representada pelo agregado monetário M3, contraiu 1,42%
face ao ano anterior, retirando o efeito cambial expandiu em 2,43%.

Tabela 5: Agregados Monetários

2021 2022 2021 2022


Mil milhões de kwanzas T.V.H. (%)
M3 11 518,31 11 355,26 -9,32 -1,42
M3 MN 5 906,41 6 999,75 1,05 18,51
M2 11 513,25 11 355,26 -9,33 -1,37
M2 MN 5 901,34 6 999,75 1,04 18,61
M1 5 720,42 5 776,40 -9,83 0,98
M1 MN 3 631,74 4 009,01 -1,16 10,39
Notas e moedas em poder do público 401,79 494,51 -0,69 23,08
Depósitos à ordem 5 318,63 5 281,88 -10,45 -0,69
Depósitos à ordem- MN 3 229,95 3 514,49 -1,22 8,81
Depósitos à ordem - ME 2 088,67 1 767,39 -21,76 -15,38
Quase-moeda 5 792,83 5 578,86 -8,83 -3,69
Depósitos a prazo - MN 2 269,60 2 990,74 4,78 31,77
Depósitos a prazo - ME 3 523,23 2 588,12 -15,87 -26,54
Outros instrumentos equiparáveis a depósitos* 5,07 - 6,74 -100,00

Fonte: BNA

O agregado monetário M2 totalizou 11,36 biliões de kwanzas face aos 11,52 biliões em 2021,
representando uma diminuição de 1,37% (retirando o efeito cambial expandiu 2,48%), tendo se
reflectido na contracção dos Depósitos à Ordem e dos Depósitos a Prazo em 0,69% e 3,69%,
respectivamente, sendo que as Notas e Moedas em Poder do Público expandiram em 23,08%. A
diminuição dos Depósitos à Ordem deveu-se à diminuição dos Depósitos à Ordem em moeda
estrangeira (ME) em 15,38% (contracção menor de 6,77% retirando o efeito cambial), enquanto a
componente em moeda nacional (MN) expandiu em 8,81%. Quanto à contracção dos Depósitos a
Prazo, justifica-se pela contracção dos Depósitos a Prazo em moeda estrangeira em 26,54%
(contracção menor de 19,06% retirando o efeito cambial), enquanto os Depósitos a Prazo em moeda
nacional aumentaram em 31,77%. Por seu turno, o M2 em moeda nacional, meta intermédia,
aumentou em 18,61% face ao ano de 2021, situando-se em 7,00 biliões de kwanzas.

Em termos agregados, em 2022, os Depósitos no sistema bancário situaram-se em 10,86 biliões de


kwanzas, registando uma contracção de 2,26% relativamente ao ano anterior. A evolução negativa dos
depósitos foi influenciada pela diminuição dos Depósitos em moeda estrangeira em 22,39%

37 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


(contracção menor de 14,48% retirando o efeito cambial), enquanto os Depósitos em moeda nacional
aumentaram em 1,17% (expurgando o efeito cambial, os Depósitos Totais expandiram em 1,74%).

Tabela 6: Síntese Monetária

2021 2022 2021 2022


Mil milhões de kwanzas T.V.H. (%)
Activos externos líquidos 9650,61 8504,97 33,61 -11,87
Reservas internacionais 8606,70 7328,92 51,12 -14,85
BNA 4868,91 4876,11 -15,80 0,15
Passivos Relacionados com reservas 3133,89 2154,05 - -31,27
Bancos comerciais 1043,91 1176,05 -31,67 12,66

Activos internos líquidos 5605,50 5303,11 3,96 -5,39


Crédito interno líquido 9320,83 9160,12 -11,41 -1,72
Crédito líquido ao governo central 4678,81 4710,58 -23,84 0,68
Crédito ao governo central 7466,11 7210,63 -13,34 -3,42
Depósitos do governo central 2787,30 2500,05 12,76 -10,31
Crédito à economia 4642,02 4449,54 6,02 -4,15
Outros activos líquidos -3715,33 -3857,01 -27,57 3,81

Fonte: BNA

Em relação às contrapartes, realça-se o aumento dos Activos Externos Líquidos em 2,36%


(expansão de 12,78% expurgando o efeito cambial) em relação ao ano precedente, enquanto os
Activos Internos Líquidos diminuíram em 5,39%. Realça-se que, o Crédito Interno Líquido contraiu
em 1,72%, que por sua vez, foi influenciado pela contracção do Crédito à Economia em 4,15%,
sendo que o Crédito Líquido ao Governo Central expandiu em 0,68%.

A contracção do stock do Crédito à Economia foi influenciada pela diminuição do stock do Crédito
em moeda nacional e em moeda estrangeira em 1,97% e 18,63%, respectivamente. Retirando o
efeito cambial, o stock do Crédito em moeda estrangeira diminuiu em 5,83%, e deste modo, o stock
total do Crédito à Economia contraiu em 4,15%.

Em termos de concentração do crédito à economia por sectores, registam-se algumas mudanças


comparativamente aos anos anteriores, mas prevalece ainda a forte concentração do crédito no
sector não produtivo da economia com destaque para o comércio por grosso e retalho com um peso
de 22% (25% em 2021), este que somado ao crédito concedido aos particulares totalizam 41% face
aos cerca de 32% que são concedidos em sectores produtivos como: Indústrias Transformadoras,
Extractivas, Construção, Agricultura, Produção animal, Caça, Floresta e pesca.

De notar que de forma geral, em 2022, o custo de financiamento para as empresas e famílias
tornou-se mais barato. As taxas de juro praticadas nas operações activas ao sector empresarial em
moeda nacional registaram diminuições em todas as maturidades, sendo 0,59 pp na maturidade de
até 180 dias, 5,33 pp na maturidade de 181 a 1 ano e 1,57 pp na maturidade de mais de ano. Em
termos médios anuais, as taxas oscilaram entre 16,89% a.a. a 20,12% a.a.

No que toca às taxas de juro praticadas nas operações activas a particulares em moeda nacional,
as mesmas apresentaram diminuições nas maturidades de 181 dias a 1 ano e mais de 1 ano, em
10,91 pp e 5,12 pp, respectivamente, sendo que na maturidade de até 180 dias registou-se um

38 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


aumento de 1,15 pp. Em termos médios anuais, as taxas neste segmento de crédito oscilaram entre
19,75% a.a. a 20,54% a.a.

Painel 4: Taxas de Juro do Crédito e dos Depósitos no Sistema Bancário 6

Fonte: BNA

As taxas de juro praticadas nas operações passivas em moeda nacional registaram aumentos de
0,35 pp e 3,54 pp nas maturidades de 181 dias a 1 ano e de mais de 1 ano, enquanto nas
maturidades de até 90 dias e de 91 a 180 dias registaram diminuições de 1,80 pp e 0,85 pp,
respectivamente. As referidas taxas oscilaram, em termos médios anuais, entre 7,10% a.a. a
10,40% a.a.

Por sua vez, as taxas de juro praticadas nas operações passivas em moeda estrangeira,
apresentaram diminuições em todas as maturidades, sendo 0,09 pp na maturidade de até 90 dias,
3,08 pp na maturidade de 91 a 180 dias, 0,91 pp na maturidade de 181 dias a mais de 1 ano,
respectivamente. Em termos médios anuais, as taxas oscilaram entre os 0,65% a.a. a 3,26% a.a.

4. Fomento ao Crédito

C r é d i to à H a b i t a ç ã o e à C o n s t r u ç ã o
Considerando a relevância de promover a construção de imóveis e de criar condições para que os
clientes bancários possam contratar créditos à habitação compatíveis com o seu nível médio de
rendimento auferido, o BNA julgou necessário a criação de condições para o desenvolvimento e

6
Taxas de Juros no final do período.

39 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


fomento do crédito à habitação para aquisição de imóveis para habitação. Por outro, pode reforçar
o papel da taxa de juro como canal de transmissão da política monetária, num contexto de baixa
penetração do crédito de médio e longo prazo no mercado nacional. Neste sentido, publicou-se o
Aviso n.º 09/2022, de 06 de Abril, sobre o crédito à habitação e à construção, que é de aplicação
obrigatória pelas instituições financeiras bancarias de importância sistémicas no mercado
nacional.

Até Dezembro de 2022, o sector bancário registou um total de 193 processos de créditos ao abrigo
do Aviso n.º 09/2022, de 06 de Abril, dos quais 48 encontravam-se em análise (24,87%), 33
aprovados (17,10%), 70 recusados (36,27%) e 42 créditos efectivos desembolsados (21,76%), no
montante de 2,74 mil milhões de kwanzas.

Gráfico 8: Percentagem de Processos de Créditos por Situação

21,88%

36,46%

24,48%

17,19%

Em Análise Aprovados Recusados Desembolsados

Fonte: BNA

C r é d i to a o S e c t o r R e a l d a E c o n o m i a
No domínio do fomento de crédito ao Sector Real da Economia, o BNA publicou o Aviso n.º 10/2022,
de 06 de Abril, sobre a Concessão de Crédito ao Sector Real da Economia, que estipula aos bancos
comerciais até 31 de Dezembro de cada ano civil, para cumprir com os limites estabelecidos do
montante mínimo a conceder, ou seja, 2,5% do activo líquido dos bancos reportado no ano anterior.
Para este, concorrem o capital em divida de créditos concedidos ao abrigo dos Avisos de fomento
ao sector real que antecederam, bem como o número mínimo de novos créditos a conceder,
conforme o valor do seu activo líquido a 31 de Dezembro do ano anterior.

Tabela 7: Requisito Mínimo De Novos Créditos a Conceder

Fonte: BNA

40 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Neste sentido, até ao final de 2022, ao abrigo do Aviso n.º 10/2022, de 06 de Abril e os Avisos que
antecederam, o sector bancário desembolsou um total de 734,18 mil milhões de kwanzas,
reflectindo um aumento de 206,67 mil milhões de kwanzas (39,18%) comparativamente a 2021, ou
seja, 14,61% do activo líquido dos bancos comercias reportado em 2021. Em termos de projectos
financiados, atingiu-se um total de 520 créditos, superior em 130 projectos (33,33%), face ao
período homólogo de 2021.

Os sectores de actividade económica mais beneficiados, em termos de montante foram, Indústrias


Transformadoras com 552,01 mil milhões de kwanzas (75,19%) e Agricultura, Produção Animal,
Caça, Floresta e Pesca com 151,84 mil milhões de kwanzas (20,68%), reflectindo aumentos de
122,11 mil milhões de kwanzas (28,41%) e 74,74 mil milhões de kwanzas (96,93%),
respectivamente, passando a representar 93,68% do saldo desembolsado, ao abrigo do Aviso N.º
10/2022, de 06 de Abril e dos Avisos que antecederam, até o final de 2022. Entretanto, em termos
de número de projectos financiados, destaca-se o sector da Agricultura, Produção Animal, Caça,
Floresta e Pesca com uma representatividade de 48,27%, ou seja, 251 projectos.

À nível das empresas, observou-se que as mais beneficiadas foram as de grande dimensão com
410,68 mil milhões de kwanzas desembolsados (55,94%), seguidas das médias empresas com
239,11 mil milhões de kwanzas (32,57%) e das pequenas e microempresas com 83,25 mil milhões
de kwanzas (11,34%) e 1,14 mil milhões de kwanzas (0,16%), respectivamente, até ao final de
2022, no âmbito do Aviso n.º 10/2022, de 06 de Abril e dos que antecederam. A supremacia das
grandes empresas, em termos de montante e número de projectos, pode reflectir o nível de risco e
a dimensão dos projectos apresentados por estas.

Gráfico 1: Distrição Do Número de Projectos por Dimensão das Empresas

30,00%

5,58%

19,42%
45,00%

Grandes Empresas Médias Empresas Pequenas Empresas Micro Empresas

Fonte: BNA

Relativamente à distribuição geográfica dos projectos financiados ao abrigo do Aviso n.º 10/2022,
de 06 de Abril, Luanda concentra 39,81% do montante total. Estes projectos possibilitaram a
criação de um total de 46 226 novos postos de trabalho na província, aumento de 23 458 posto de

41 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


trabalho, com destaque para os sectores de Indústrias Transformadoras, responsáveis por cerca de
87,51% dos novos postos de trabalho, comparativamente ao ano de 2021. A hegemonia de Luanda
é explicada pela concentração das empresas na capital do País.

Os resultados do contínuo engajamento da banca, na avaliação e financiamento de projectos


sustentáveis no âmbito do Aviso n.º 10/2022, de 06 de Abril leva em conta as mutações positivas do
mercado angolano, e o Banco Nacional de Angola continuará com o desiderato de estimular o crédito
ao sector real da economia, visando a prossecução do incentivo ao fomento da actividade económica
do sector produtivo e da formalização da economia, de modo a promover o crescimento sustentável.

5. Preços

Índic e de P reç os do Consumidor Nac ional (IP CN)


Em 2022, observou-se um processo de desaceleração dos preços de bens e serviços da economia,
atingindo o nível mais baixo dos últimos seis anos, isto é, 13,86%, abaixo da previsão (15%).
Para o processo de desaceleração dos preços, podem ser apontados os seguintes factores:

i. Maior disponibilidade e regularidade de bens essenciais de amplo consumo,


reflectido no aumento anual da quantidade importada em toneladas de bens
alimentares (29%) e da produção nacional de alimentos, tais como: açúcar, fuba
de milho, farinha de trigo e óleo alimentar;

ii. Redução da pressão sobre a oferta de acordo ao índice global de pressão da


cadeia de suprimentos (GSCPI);

iii. Implementação de uma política monetária em linha com o objectivo da inflação;


e
iv. Apreciação da moeda nacional face às moedas de transacção comercial com o
sector externo.

Tabela 8: Contribuição e Variação das Classes de Despesa do IPCN


Contribuição Anual (pp) Variação Anual (%)
Classe de Despesa Ponderadores Diferença Diferença
2021 2022 2021 2022
(pp) (pp)
01. Alimentação e Bebidas naão alcoólicas 55,66 18,78 7,76 -11,02 33,74 13,24 -20,49
02. Bebidas Alcoólicas e tabaco 1,61 0,38 0,30 -0,08 23,77 19,10 -4,67
03. Vestuário e Calçado 3,55 0,83 0,84 0,01 23,53 24,39 0,85
04. Habitação, Água, Electricidade, Gás e Combustíveis 5,38 0,62 0,52 -0,10 11,61 11,00 -0,60
05. Mobiliário,Equipamento Doméstico e Manutenção 5,15 1,22 0,81 -0,41 23,70 16,17 -7,54
06. Saúde 3,40 0,88 0,79 -0,10 26,02 23,33 -2,69
07. Transportes 6,50 0,98 0,42 -0,56 15,05 7,05 -8,00
08. Comunicações 3,70 0,46 0,28 -0,17 12,40 8,67 -3,73
09. Lazer, Recreação e Cultura 2,35 0,37 0,31 -0,06 15,72 14,58 -1,14
10. Educação 3,03 0,20 0,18 -0,02 6,67 7,19 0,52
11. Hotéis,Cafés e Restaurantes 3,09 0,62 0,43 -0,19 20,20 14,83 -5,36
12. Bens e Serviços Diversos 6,59 1,67 1,21 -0,46 25,38 18,67 -6,71
Inflação Nacional 27,03 13,86 -13,17

Fonte: INE

42 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Dez classes registaram decréscimo na variação anual dos seus índices, com destaque, mais uma
vez, para Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas com um recuo de 20,49 pp, suportado
essencialmente pela diminuição da contribuição dos bens alimentares. No sentido inverso, embora
com acréscimos ligeiros, estiveram as classes Vestuário e Calçado (+0,85 pp) e Educação (+0,52
pp), não permitindo assim que o processo de desinflação fosse mais profundo.

A taxa de variação anual da subclasse “Alimentação” ficou em 13,16%, um decréscimo de 20,90


pp face ao ano precedente, sendo o maior decréscimo desde 2016, essencialmente influenciado
pelo decréscimo da contribuição de todos os grupos que compõem a categoria, com realça para: (i)
Pão e cereais; (ii) Carnes e derivados; e (iii) Peixes, moluscos, crustáceos e alimentos derivados.
Um dos principais factores que pode ser apontado para o comportamento destes grupos, é o
aumento da quantidade importada dos principais produtos dos grupos, tais como a farinha de trigo
(93,85%), cereais (16,61%), carnes e miudezas, comestíveis (11,49%) e peixes, moluscos,
crustáceos e alimentos derivados (23,76%).

O gráfico abaixo ilustra claramente que a trajectória da inflação cheia em Angola tem sido
maioritariamente conduzida pelo comportamento dos bens alimentares. De referir ainda que, a
correlação simples entre ambas as séries no período de 2017 a 2022, foi positiva e expressiva,
fixando-se em cerca de 88%.

Gráfico 10: Taxa de Variação Anual do IPCN e dos Bens Alimentares

Fonte: INE

No domínio das províncias, o abrandamento do nível de inflação foi homogéneo, entretanto, onze
províncias registaram inflação acima da média nacional, com realce para o Zaire e o Cuanza Sul.
Portanto, a desaceleração dos preços da classe Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas, em
particular, os bens alimentares foi a principal responsável pelos níveis de inflação mais baixos em
todas as províncias. As maiores desacelerações dos preços dos alimentos foram registadas nas
províncias de Luanda (-26,06 pp), Lunda Sul (-24,29 pp) e Bengo (-22,03 pp).

43 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Em termos de contribuições, realça-se a província de Luanda (com um peso de 44,15%), como sendo
a que mais contribuiu para inflação nacional (8,37 pp cerca de 60,42%), porém, apresentou uma
queda anual na sua contribuição em cerca de 4,59 pp.

Tabela 9: Contribuição e Variação das Províncias no IPCN

Fonte: INE

Quanto à análise da inflação em termos de categoria bens e serviços, destaca-se a redução da


variação anual do índice da categoria Bens (-15,91 pp), ao fixar-se em 15,08%, equivalente a uma
contribuição de 12,44 pp, isto é 90% da variação do IPCN.

A tendência de desaceleração dos preços dos bens foi impulsionada principalmente pela
diminuição da variação e contribuição da subcategoria bens alimentares.

A outra categoria de desagregação do IPCN é os serviços, que no ano de 2022, também registou
abrandamento no ritmo da variação do índice em torno dos 4,26 pp, a atingir 8,92%, o menor nível
em oito anos, justificado, sobretudo, pela queda da contribuição dos serviços relacionados com
salão de cabeleireiro e outros estabelecimentos de cuidados pessoais e restaurantes, cafés e
similares (incluindo catering).

Na esfera das medidas de núcleo de inflação (inflação subjacente) em uso no BNA, salientar a
desaceleração da variação anual do núcleo de inflação que exclui os produtos administrados e
voláteis, que se fixou em 13,99%, abaixo do ano passado (-13,70 pp), respondendo por 72% da
inflação cheia.
Tabela 10: Contribuição e Variação das Componentes do IPCN

Contribuição no
Variação Anual (%)
Núcleo de Inflação
Período
Núcleo de
IPCN Alimentos Outros
Inflação
2021 27,03 27,69 17,13 10,56

2022 13,86 13,99 5,29 8,70

Fonte: BNA/IN

44 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


A redução da variação anual do núcleo de inflação foi influenciada sobretudo pelo comportamento
da componente Produtos alimentares excluindo peixes e legumes que reduziu a sua inflação, ao
fixar-se em 11,24% contra os 36,06% de 2021, devido à queda na contribuição de oito grupos, com
destaque para o pão e cereais.

6. Mercado Cambial

2022 foi um ano de consolidação do regime cambial flexível sobre monitoramento do BNA. Assim,
no período em análise, o BNA disponibilizou divisas ao mercado num montante total de 1,17 mil
milhão de dólares norte-americanos, superior em 71,51% ao disponibilizado em 2021 (679,73
milhões de dólares norte-americanos). De salientar que a intervenção do BNA no mercado cambial
foi com objectivo de minimizar a volatilidade da taxa de câmbio advinda primeiramente do excesso
da oferta e, posteriormente, da redução drástica da oferta em moeda estrangeira

Por outro lado, os bancos comerciais para além das compras feitas ao BNA, compraram ao mercado
um total 11,06 mil milhões de dólares norte-americanos (50,20% superior às compras de 2021), dos
quais 5,29 mil milhões colocados pelo Tesouro Nacional, 4,65 mil milhões pelo Sector Petrolífero e
1,13 mil milhões pelo Sector Diamantífero. Assim, em 2022, as compras dos bancos comerciais (ao
BNA e outras compras) totalizaram 12,22 mil milhões de dólares norte-americanos.

Painel 5: Compra e Vendas de Divisas

Fonte: BNA

Com este nível de oferta, a taxa de câmbio do kwanza face ao dólar norte-americano no mercado
formal fechou o ano de 2022 com uma cotação de USD/AOA 503,691 contra os USD/AOA 554,981
verificado em Dezembro de 2021, o que representou uma apreciação de 10,18% do kwanza face ao
dólar norte-americano.

Nas casas de câmbio, o kwanza teve o mesmo movimento, apreciou-se no final do ano de 2022 em
relação ao período homólogo em 17,21%, passando de USD/AOA 616,019 em Dezembro de 2021
para os USD/AOA 525,573 em Dezembro de 2022.

45 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Tabela 11: Taxas de Câmbio Final do Período nos Diversos Mercados

2029 2020 2021 2022


Mercado Formal (USD/AOA) 482,23 649,60 554,98 503,69
Variação (%) -36,00 -25,27 17,05 10,18
Casas de Câmbio (USD/AOA) 535,11 689,56 616,02 525,57
Variação (%) -38,15 -22,40 11,94 17,21

Fonte: BNA

7. Sector Externo

D esempenho da B alança de P agament os


A Balança de Pagamentos é um documento estatístico que resume o conjunto de transacções reais
e financeiras entre residentes e não residentes realizadas durante um determinado período
apresentando assim, a posição do País com o resto do mundo.

As contas externas do País reflectiram os efeitos da economia internacional marcado por riscos e
incertezas de vária ordem, que resultaram num aumento dos preços de petróleo, principal bem de
exportação do País.

Assim, os dados de 2022 apresentam um saldo superavitário da Balança de Pagamentos de 886,80


milhões de dólares norte-americanos, contra um superavit de 134,03 milhões de dólares norte-
americanos do período anterior, o que representou um incremento de cerca de 752,77 milhões de
dólares norte-americanos.

C o n t a C o rr e n t e
A Conta Corrente da Balança de Pagamentos registou um incremento ao passar de um superavit
de 8,40 mil milhões de dólares norte-americanos em 2021 para um superavit de 11,78 mil milhões
de dólares norte-americanos no período em referência. Deste modo, a Conta Corrente, em 2022,
correspondeu a 11,38% do PIB, contra o 11,71% do PIB observado em 2021.
O aumento do superavit da Conta Corrente em 40,19% reflectiu, fundamentalmente, o
desempenho positivo da Conta de Bens, cujo saldo superavitário atingiu o montante de 32,77 mil
milhões de dólares norte-americanos, contra os 21,79 mil milhões de dólares norte-americanos
registados em 2021. O desempenho favorável desta conta deveu-se, essencialmente, ao aumento
das receitas de exportação do petróleo bruto, impulsionado tanto pela recuperação do preço das
ramas de petróleo angolano em 43,95% para uma média anual de 101,78 USD/barril, como pelo
volume exportado que aumentou em 0,42% para 395,70 milhões de barris.
Quanto às Contas de Serviços e de Rendimentos Primários e Rendimentos Secundários (que inclui
doações, remessas e outras transferências), estas registaram um agravamento dos seus saldos
deficitários na ordem de 61,02%, 50,35% e 69,71%, respectivamente.

46 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Gráfico 11: Conta Corrente e suas Componentes

Nota: *Dados preliminares


Fonte: BNA

No que tange às importações, o valor das mesmas aumentou em 46,40% no período em análise,
cerca de 5,47 mil milhões de dólares norte-americanos, ao passar de 11,79 mil milhões de dólares
norte-americanos em 2021 para 17,27 mil milhões de dólares norte-americanos no ano em
referência, com realce para o aumento do valor das importações de combustíveis (+2,11 mil milhões
de dólares norte-americanos), bens alimentares (+827,97 milhões de dólares norte-americanos) e
veículos (+588,50 milhões de dólares norte-americanos).

Tabela 12: Principais Produtos Importados

Milhões de Dólares
Categoria de Produtos T.V.H. (%)
2021 2022*
Combustível 1 914,00 4 028,16 110,46
Máquinas, aparelhos mecânicos e eléctricos 2 827,69 3 348,92 18,43
Bens alimentar es 2 061,67 2 889,64 40,16
Produtos químicos 1 000,85 1 523,47 52,22
Veículos 815,52 1 404,02 72,16
Material de construção 903,35 1 143,76 26,61
Plásticos, borrachas, pele e couros 555,08 748,69 34,88
Obras diversas 594,63 725,20 21,96
Texteis e vestuár io 457,91 521,40 13,87
Papel ou cartão e suas obras 334,50 492,02 47,09
Aer onaves e embar cações 100,85 148,93 47,68
Outros produtos 79,63 130,45 63,83
Bebidas e vinagre 84,53 99,34 17,52
Madeira, cortiça 49,49 41,03 -17,09
Produtos minerais 15,16 22,29 47,01
Total 11 794,85 17 267,32 46,40

Nota: *Dados preliminares


Fonte: BNA

47 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


No que se refere aos principais países de procedência das importações em 2022, o destaque vai
para a China, com um custo avaliado em 2,69 mil milhões de dólares norte-americanos (15,56% do
valor total), contra 1,73 mil milhões de dólares norte-americanos registados no período anterior.
Nas categorias de bens importados da China, as máquinas, aparelhos mecânicos e eléctricos, os
materiais de construção e os veículos lideraram com um peso de 30,25%, 14,85% e 14,35%,
respectivamente.

Gráfico 12: Principais Países de Proveniência das Importações

Nota: *Dados preliminares


Fonte: BNA

Portugal com 1,89 mil milhões de dólares norte-americanos (10,95% do valor total) ocupou a
segunda posição, destacando-se a importação de máquinas, aparelhos mecânicos e eléctricos,
bens alimentares e produtos químicos com um peso de 32,00%, 14,15% e 11,77%,
respectivamente.

A República da Coreia, o país que sucede a Portugal, com 1,66 mil milhões de dólares norte-
americanos, representa 9,61% do total importado em 2022. Dentre os bens importados deste país,
o destaque vai para a importação de combustíveis, plásticos, borrachas, pele e couros, e máquinas,
aparelhos mecânicos e eléctricos, com um peso de 92,30%, 2,74% e 2,66%, respectivamente.

Esta recuperação das importações, especialmente das destacadas, pode ser reflexo do reanimar
da actividade económica, especialmente do sector não petrolífero.

A recuperação das importações, especialmente as destacadas acima, pode ser reflexo do reanimar
da actividade económica, especialmente do sector não petrolífero.

C ont a de C apit al e Financeir a


A Conta de Capital e Financeira apresentou um incremento do défice, tendo o saldo se situado em
7,95 mil milhões de dólares norte-americanos, contra um défice de 5,32 mil milhões de dólares
norte-americanos registado em 2021, representando um agravamento de cerca de 2,63 mil milhões
de dólares norte-americanos, explicado essencialmente pelo aumento do défice do saldo do
Investimento Directo Estrangeiro (IDE) que se situou em cerca de 6,18 mil milhões de dólares norte-

48 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


americanos, contra um valor de 3,30 mil milhões de dólares norte-americanos apurados em 2021,
o que representa um agravamento de 87,50%.

De realçar que o IDE mantém uma forte relação com o desempenho do sector petrolífero, na medida
em que os fluxos de entrada deste dependem, fundamentalmente, da execução de projectos
ligados, maioritariamente, a este sector e os fluxos de saídas intrinsecamente ligados à
recuperação do investimento realizado no mesmo sector.

Gráfico 13: Conta Financeira e suas Componentes

Nota: *Dados preliminares


Fonte: BNA

A recuperação de capitais pelo sector petrolífero segundo os dados preliminares situou-se em 13,02
mil milhões de dólares norte-americanos no ano de 2022, contra os 10,88 mil milhões de dólares
norte-americanos em 2021, um incremento de 19,62%.

No que concerne ao endividamento externo público, os dados preliminares apontam para o registo
de uma redução dos desembolsos em 1,30 mil milhões de dólares norte-americanos, ao passar de
9,52 mil milhões de dólares norte-americanos em 2021 para 8,22 mil milhões de dólares norte-
americanos em 2022, enquanto a amortização da dívida externa passou de 8,18 mil milhões de
dólares norte-americanos em 2021 para 7,00 mil milhões de dólares norte-americanos no período
em análise. Assim, o fluxo líquido relacionado com a dívida externa resultou num saldo positivo de
1,21 mil milhões de dólares norte-americanos em 2022, contra o saldo igualmente positivo de 1,34
mil milhões de dólares norte-americanos em 2021.

A Conta Capital tem apresentado valores residuais ao longo dos anos, sendo o saldo da Conta
Capital e Financeira determinado, fundamentalmente, pela Conta Financeira.

8. Gestão das Reservas Internacionais


De acordo com dados preliminares, a posição das Reservas Internacionais a 31 de Dezembro de
2022, registou uma contracção de 6,18% (957,7 milhões de dólares norte-americanos), ao passar
de 15,51 mil milhões de dólares norte-americanos em 2021 para 14,55 mil milhões de dólares norte-
americanos em 2022, correspondendo a uma cobertura de 6,13 meses de importação de bens e
serviços.

49 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Importa realçar que, a partir de Janeiro de 2022, no apuramento das estatísticas sobre as Reservas
Internacionais passou-se a excluir os títulos recebidos pelo BNA em operações de recompra (Repo)
e os depósitos do Tesouro Nacional em moeda estrangeira, isto com o objectivo de as tornar menos
voláteis e assim permitir maior previsibilidade e melhor gestão destas.

Gráfico 14: Reservas Internacionais

Nota: *Dados preliminares


Fonte: BNA

Para melhor enquadramento da gestão das Reservas Internacionais, no terceiro Trimestre de 2022,
foi aprovado o Despacho n.º 75/2022, de 19 de Julho – Linhas Mestras de Investimento, Política
de Investimentos, onde é definido o processo de gestão de reservas que se baseia em três pilares
fundamentais nomeadamente: (i) Preservação de Capital, (ii) Garantir Liquidez e (iii) Rentabilidade.
No âmbito da prossecução desses objectivos, a gestão de reservas deverá ter em consideração a
liquidez necessária para fazer face aos compromissos do Estado angolano e do BNA, bem como a
maximização da rentabilidade, com base na tolerância ao risco definida e na alteração de um perfil
conservador para moderado.
Neste contexto, destacam-se os seguintes objectivos da política de investimento para a Gestão
das Reservas Internacionais:
i. Promover a diversificação da carteira de investimento, em observação dos princípios de
gestão das Reservas Internacionais;
ii. Definir os limites por tipo de instrumentos financeiros e por exposição aos riscos da
carteira;
iii. Definir o benchmark de rentabilidade para a carteira de activos sobre gestão e os limites
de flutuação face à carteira de referência definida (stop-loss);
iv. Reestruturar e reduzir a exposição aos gestores externos e o número de sociedades
gestoras;
v. Ajustar o número de correspondentes de depósitos de acordo com o definido nas linhas
mestres e pelo modelo de avaliação de contrapartes;
vi. Definir as competências de aprovação.

50 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


As Reservas Internacionais são compostas essencialmente por instrumentos de mercado
monetário, títulos de dívida, ouro, entre outros investimentos. No final de 2022, as operações de
mercado monetário e dos títulos de dívida constituíram parte relevante da carteira de
investimentos, com um peso de 42,37% e 44,98%, respectivamente. Estes valores são inferiores
aos registados em 2021, o que revela uma política de maior diversificação da carteira de
investimento.
Tabela 13: Alocação por Classe de Activo

Classes de Activo (%) 2021 2022


Instrumentos do mercado monetário (depósitos bancários e equivalentes) 51,24 42,37
Títulos de Dívida (soberanas, supranacionais e agências governamentais) 39,74 44,98
Ouro 7,72 7,63
Outros activos de reserva 1,3 5,02

Fonte: BNA

Todavia, o Banco continuou com a estratégia moderada nos seus investimentos, com foco na
manutenção de um elevado nível de liquidez da carteira, em concordância com as recomendações
dos organismos internacionais, particularmente do Banco Mundial. No período em análise, o Banco
Nacional de Angola procedeu ao aumento da exposição de recursos financeiros em operações
financeiras de títulos supranacionais, ao aumento da exposição de recursos financeiros em
operações financeiras de títulos supranacionais, particularmente nos emitidos pelo Banco Mundial,
Canada e Zona Euro cujo peso situou-se em 45,61% face aos 21,03% de 2021 do total das Reservas
Internacionais.
Relativamente à exposição por moedas, destaca-se a moeda dos Estados Unidos da América na
carteira de investimentos, no final de 2022, as operações supracitadas correspondiam a 78,68%
das Reservas Internacionais, comparativamente aos 73,30% apurados no final de 2021. Na base
desta situação, está o nível de retorno e de liquidez destes instrumentos comparativamente às suas
principais congéneres mundiais, complementada pelas delimitações determinadas nos documentos
basilares de gestão de Reservas Internacionais.
Em 2022, os investimentos realizados na classe de instrumentos de mercado monetário e de renda
fixa denominadas na moeda dólar norte-americano proporcionaram taxas de retorno acima do
registado pelas principais divisas internacionais.
Outrossim, no final de 2022 a proporção dos activos financeiros denominados nas moedas yuan e
libra esterlina representavam 6,40% e 7,02% das Reservas Internacionais, respectivamente. Esta
situação revela uma ligeira alteração face à configuração apurada no final de 2021, na qual as
moedas libra esterlina e euro representavam 14,12% e 9,94%, respectivamente, do total da
carteira.
Complementarmente, as operações financeiras que compõem as Reservas Internacionais
encontram-se distribuídos em tranches, nomeadamente, Tranche de Liquidez (TL) com uma
maturidade até 1 mês, a Tranche de Transição (TT) com maturidade até 12 meses e a Tranche de
Investimento (TI) com a maturidade até 3 anos. No final de 2022, a TL configurava cerca 7,63% da
carteira de investimentos, enquanto a TT compunha 34,70% do total. No mesmo sentido, o volume

51 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


das operações classificadas na TI correspondia a 57,68% do total. Em 2021, 50,63% dos activos da
carteira de investimentos enquadravam-se na TL, enquanto a TI correspondia a 38,86% da carteira.
No final de 2022, dos instrumentos financeiros da carteira de investimentos do banco 85,76%
apresentava uma classificação de investimento de alta qualidade e baixo risco, intervalo que varia
desde AAA à A-, de acordo com a classificação atribuída pelas principais agências de rating,
nomeadamente a Standard & Poor’s, Moody’s e a Ficth. Este dado demostra uma melhoria face ao
período homólogo de 2021, visto que era de 75,77%.
O prazo médio de maturidade da carteira de investimento situou-se em 4,61 anos no final do ano
de 2022, o que representa um aumento face aos 1,13 anos apurados no final de 2021.
Adicionalmente, o peso dos activos com alta liquidez na carteira de investimento manteve-se
elevado, fixando-se em 88,31%, face aos 83,43% do período homólogo de 2021.
A rendibilidade média anualizada da carteira de investimentos situou-se em 0,90% em 2022,
configurando um aumento 0,13 pp face aos 0,77% registados em 2021. Este aumento foi explicado,
sobretudo, pela elevada rendibilidade anualizada de 1,85% das operações de depósitos a prazo e
de 1,07% nos investimentos sob gestão externa, não obstante a baixa rendibilidade de 0,53% dos
títulos de dívida registada no período em análise.

52 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


DESENVOLVIMENTO
DO SISTEMA
FINANCEIRO

53
IV
RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022
IV. DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA FINANCEIRO

1. Comité de Estabilidade Financeira

2. Conselho de Supervisores do Sistema Financeiro

3. Desempenho do Sistema Bancário Angolano

4. Governação Corporativa e Sistema de Controlo Interno das


Instituições Financeiras

5. Desempenho do Sistema Financeiro Não Bancário Angolano

6. Conduta de Mercado

7. Prevenção e Combate ao Branqueamento de Capitais, do


Financiamento do Terrorismo e da Proliferação de Armas de
Destruição em Massa

8. Inclusão Financeira

9. Comité de Regulação e Normas

10. Licenciamento, Organização e Sanções

54 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


1. Comité de Estabilidade Financeira

No âmbito do exercício das suas competências enquanto autoridade macroprudencial, com vista
ao reforço da mitigação do risco sistémico e manutenção da estabilidade do sistema financeiro
nacional, nos termos do Lei n.º 14/21, de 19 de Maio - Lei do Regime Geral das Instituições
Financeiras, o Comité de Estabilidade Financeira (CEF), em conformidade com o seu regulamento,
realizou quatro reuniões ordinárias. Nas referidas reuniões foram analisados riscos e
vulnerabilidades que promovem instabilidade financeira, ao nível da conjuntura macroeconómica,
sector externo, mercado monetário, sistema de pagamentos e sistema financeiro, tendo deliberado
sobre directrizes estratégicas e tomada de decisões, com vista à condução da política
macroprudencial e mecanismos de prevenção e resolução de crises financeiras.

2. Conselho de Supervisores do Sistema Financeiro


De igual modo, com vista ao reforço da manutenção da estabilidade financeira, o Conselho de
Supervisores do Sistema Financeiro (CSSF) realizou três reuniões ordinárias e uma reunião
extraordinária no ano de 2022. Nas reuniões, foram abordados e apreciados intenções e projectos
estratégicos com vista a dinamizar o desenvolvimento do sistema financeiro, bem como tomada de
decisões e medidas para mitigação de risco sistémico, dos quais destacam-se: (i) apreciação e
aprovação das linhas estratégicas do CSSF, (ii) fomento da literacia financeira; (iii) regulamentação
sobre activos virtuais; (iv) supervisão conjunta entre o BNA e a Comissão do Mercado de Capitais
(CMC) e, o BNA e a Agência Angolana de Regulamentação e Supervisão de Seguros(ARSEG); (v)
memorando sobre o processo de transição dos serviços e actividades de investimento em valores
mobiliários e instrumentos derivados, desenvolvidos pelos bancos para as sociedades
distribuidoras de valores mobiliários; (vi) revisão e actualização dos Planos de Contas com base nas
Normas Internacionais de Relato Financeiro das instituições sob supervisão da CMC, (vii)
comercialização de produtos de seguros pela banca comercial; (viii) estudo de diagnóstico da
actividade de microfinanças em Angola; (ix) processo de transição dos serviços e actividades de
investimento em valores mobiliários e instrumentos derivados, desenvolvidos pelos bancos para as
sociedades distribuidoras de valores mobiliários e por ultimo (x) Sustentabilidade no Sistema
Financeiro (ESG).

3. Desempenho do Sistema Bancário Angolano

No domínio da estabilidade financeira, a actuação do Banco Nacional de Angola em 2022, o último


ano do quinquénio 2017-2022 foi marcado pela continuidade das reformas ao nível da regulação e
dos processos de supervisão, visando, essencialmente, aumentar a confiança no sector financeiro
e garantir a convergência do regime prudencial aos padrões internacionalmente reconhecidos.
De realçar que, ainda em 2022, procedeu-se ao segundo ano do Processo de Análise e Avaliação
pelo Supervisor (SREP7), onde se efectuou o acompanhamento contínuo dos bancos do sistema,
utilizando como principais elementos financeiros e prudenciais, dados estatísticos, resultados de

7
Supervisory Review and Evaluation Process - SREP

55 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


avaliações ao modelo de negócio, governo interno e gestão de riscos (incluindo uma avaliação
temática), posição de capital e liquidez. Não menos importante, implementou-se, pela primeira vez,
os testes de esforço ao sistema que contribuíram para a quantificação das orientações de pilar 2.
Adicionalmente, observados os anteriores montantes de capital social do sector bancário, houve
necessidade de se reforçar o capital social mínimo, tendo como principal objectivo assegurar níveis
adequados de solvabilidade e de liquidez, promovendo deste modo o reforço da solidez do Sistema
Financeiro Angolano (SFA), no quadro das disposições instituídas pela Lei n.º 14/21, de 19 de Maio
- Lei do Regime Geral das Instituições Financeiras, o Banco Nacional de Angola publicou o Aviso
n.º 12/2022, de 4 de Maio, sobre Adequação do Capital Social Mínimo e dos Fundos Próprios
Regulamentares das Instituições Financeiras Não Bancárias.
Por sua vez, o aumento de capital, da rentabilidade dos activos, a diminuição do crédito vencido
malparado, a queda da inflação nacional bem como a diminuição da dívida pública sobre o PIB,
contribuíram para melhoria da estabilidade financeira, reflectindo o impacto das medidas
implementadas pelo banco central.
Entretanto, à semelhança dos demais sectores económicos de forma geral, o sector bancário
enfrenta diversos desafios assentes essencialmente na dinamização da actividade creditícia,
prevenção ao risco cibernético, bem como a monitorização e avaliação da sustentabilidade do
negócio bancário.

C o m p o s i ç ã o d o S i s t e m a Ba n c á r i o
No período em análise, o sector bancário encerrou o ano com 23 instituições financeiras bancárias,
distribuídas em todo o território nacional através de 1 478 balcões e 366 agentes bancários, cujo
funcionamento foi assegurado por 14 850 colaboradores. Junto das referidas instituições, existem
cerca de 18 milhões de contas bancárias abertas. De referir que, do total das instituições bancárias,
seis bancos detêm 68% da quota de mercado.

Gráfico 15: Instituições Financeiras Bancárias em Funcionamento

Fonte: BNA

56 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


A c ti v i d a d e d o S i s t e m a B a n c á r i o
No final do exercício económico de 2022, o activo do sistema bancário continuou a apresentar
tendência crescente, tendo registado um aumento de 968,43 mil milhões de kwanzas (5,55%) face
ao período homólogo de 2021, situando-se em 18,43 biliões de kwanzas, influenciado,
fundamentalmente, pelo aumento do crédito a clientes líquido e do caixa e disponibilidades com
um peso de cerca de 19% e 22%, respectivamente.

Gráfico 16: Estrutura do Activo Total

Fonte: BNA

No que se refere à performance do crédito, no final do ano de 2022, o rácio de incumprimento do


agregado atingiu o mínimo dos últimos cinco anos. Relativamente ao crédito vencido malparado8,
este registou uma diminuição em 296,24 mil milhões de kwanzas (-31%) comparativamente ao
período homólogo de 2021, traduzindo-se num rácio de incumprimento do sector bancário de
14,40% no final de 2022, sendo inferior aos 20,26% registados no final de 2021.

Gráfico 17: Crédito Vencido Malparado sobre Crédito Total

Fonte: BNA

8
Crédito com atraso superior a 90 (noventa) dias.

57 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Por sua vez, o passivo total do sector bancário totalizou 15,61 biliões de kwanzas, inferior em 0,45%
face ao período homólogo, influenciado, sobretudo, pelos passivos subordinados e pelos recursos
de bancos centrais e de outras instituições de crédito. Importa referir que os depósitos de clientes
continuam a ser a principal fonte de financiamento do sector, com um peso de 86,38% sobre o
passivo total.
Quanto aos depósitos por maturidade, 53,30% das captações representavam os depósitos à ordem
e 46,33% depósitos a prazo e o remanescente em outros depósitos. Entretanto, ao nível do
segmento, o sector de particulares apresentou maior concentração de depósitos com 28,03%,
seguido pelos sectores de administração pública e defesa; segurança social obrigatória com
10,43% e actividades financeiras e de seguros com 9,60%.

Gráfico 18: Passivo Total

Fonte: BNA

No final de 2022, o sector bancário registou resultados positivos num montante de 470,77 mil milhões
de kwanzas, uma diminuição de cerca de 1,35% face ao período homólogo de 2021, devido,
fundamentalmente, ao aumento dos custos administrativos e de comercialização (custos com pessoal).

Gráfico 19: Resultados

Fonte: BNA

58 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


P ri n c i p a i s I n d i c a d o r e s d o S i s t e m a B a n c á ri o
Em consequência do resultado positivo do agregado do sector bancário, os níveis dos rácios de
Rendibilidade dos Capitais Próprios (ROE) e de Rendibilidade dos Activos (ROA) situaram-se em
22,14% e 2,73% no final de 2022, comparativamente aos 26,73% e 2,21% registados no período
anterior, respectivamente.
Por seu turno, a capacidade de cobertura das obrigações de curto prazo em moeda nacional e em
moeda estrangeira aumentou, tendo o rácio de liquidez imediata em moeda estrangeira subido de
29,77% para 37,04% no período em análise, todavia na liquidez imediata em moeda nacional
observou-se o movimento inverso, passou de 22,28% no final de 2021 para 21,60% no período em
análise. E no que se refere ao rácio de transformação, este situou-se em 34,35%, 1,42 pp abaixo
do período homólogo.
Painel 6: Rácios de Liquidez Imediata e Rácio de Transformação

Fonte: BNA

Com a entrada em vigor do Aviso n.º 8/2021, de 5 de Julho sobre Requisitos para Fins Prudenciais,
observou-se um crescimento significativo de 4,17 pp do rácio de Fundos Próprios Regulamentares,
com destaque para o reforço de capital por parte dos bancos e simultaneamente maior
conservadorismo no cálculo dos requisitos de fundos próprios totais. Assim, no final de 2022, o
rácio de fundos próprios situou-se em 28,41%, evidenciando maior resiliência do sector bancário
face aos riscos inerentes à actividade bancária e não só, com um nível de adequação de capital
acima do limite mínimo regulamentar.

Gráfico 20: Rácio de Fundos Próprios Regulamentares

Fonte: BNA

59 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


4. Governação Corporativa e Sistema de Controlo Interno das
Instituições Financeiras

Relativamente à governação corporativa, o ano de 2022 apresentou-se como um período de


desafios para o sector bancário, em virtude dos novos requisitos derivados da actualização dos
normativos sobre governação corporativa e controlo interno. Estes requisitos baseados nas boas
práticas internacionalmente aceites exigem revisões dos modelos de governação dos bancos, bem
como das orientações e procedimentos de governo interno e gestão de riscos relevantes,
decorrentes do Supervisory Review and Evaluation Process (SREP).
De forma geral, o sector bancário continua a apresentar uma tendência crescente, em termos de
formalização dos requisitos de governação corporativa, o que evidencia o incremento da cultura de
boa governação nas instituições e a mitigação dos riscos inerentes à actividade. Entretanto,
observou-se insuficiências relativas às políticas e processos de identificação e avaliação de
transacções com partes relacionadas e de prevenção de conflito de interesses, fragilidade dos
processos de protecção para inibição de acessos indevidos aos sistemas de informação, bem como
na implementação de processos de recuperação de desastres em caso de incidente.
Relativamente ao sistema de controlo interno, o sistema bancário apresenta um crescimento
assinalável do nível de cumprimento dos requisitos previstos na regulamentação em vigor,
comparativamente ao período homólogo de 2021, não obstante existirem bancos onde persistem
insuficiências de recursos humanos capacitados, para fazer face às atribuições regulamentares das
funções de controlo, designadamente, gestão de risco, compliance e auditoria interna.

5. Desempenho do Sistema Financeiro Não Bancário Angolano

A estrutura do sector financeiro não bancário, no final do exercício económico de 2022, era
composta por um total de 75 instituições autorizadas, das quais 66 em funcionamento, 2 fundos
e 1 empresa interbancária de serviços, todas sob a supervisão do Banco Nacional de Angola,
nomeadamente:
i. 34 casas de câmbio;
ii. 16 sociedades prestadoras de serviços de pagamento, sendo que destas, sete já prestam
serviços de pagamentos móveis e duas delas por iniciar actividade;
iii. 1 operadora de infraestruturas do sistema de pagamento;
iv. 20 sociedades de microcrédito, destas 1 por iniciar actividade;
v. uma sociedade cooperativa de crédito;
vi. 2 fundos, designadamente, o Fundo de Garantia de Crédito (FGC) e o Fundo de Apoio ao
Desenvolvimento Agrário (FADA);
vii. 1 Empresa Interbancária de Serviços (EMIS).

A organização apresentada acima é resultante de diversos processos de saneamento, ocorridos em


2022, que culminaram com a revogação de cerca de 41 licenças de instituições financeiras não

60 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


bancárias, nomeadamente, casas de câmbio, sociedades prestadoras de serviços de pagamento,
sociedades de microcrédito e sociedades cooperativas de crédito.
A cassação das respectivas licenças de autorização é respeitante ao incumprimento de deveres
prudenciais e à inactividade por um período superior a seis meses.

C asas de C âmbio
Face à conjuntura que se tem verificado no decorrer dos últimos quatro anos, as casas de câmbio
têm vindo a registar decréscimos sucessivos nas operações de compra e venda de moeda
estrangeira, tendo, em 2022, atingido o valor mais baixo dos últimos anos, resultante do processo
de liberalização do mercado cambial.

No período em análise, o volume de compras de moeda estrangeira efectuado pelas casas de


câmbio atingiu o montante equivalente a 5,20 milhões de dólares norte-americanos, representando
um decréscimo de 50,96% comparativamente ao período homólogo de 2021. Quanto às vendas de
moeda estrangeira, estas registaram o montante equivalente a 4,77 milhões de dólares norte-
americanos, correspondendo a uma redução de 13,63% relativamente ao ano homólogo de 2021.

Gráfico 21: Operações de Câmbio

Fonte: BNA

No final de 2022, o activo das casas de câmbio registou um aumento de 814,00 milhões de kwanzas,
isto é, um incremento de 10,37% face ao período homólogo de 2021, fixando-se num montante de
8,7 mil milhões de kwanzas. Este aumento foi motivado, essencialmente, pelo incremento do
montante da rubrica Outros Valores em 1,57 mil milhões de kwanzas (85,39%), que representa um
peso de 39,27% do total do activo.

As restantes rubricas, igualmente relevantes, tiveram um comportamento inverso, nomeadamente,


a rubrica disponibilidades com um peso de 36,05% do total do activo, registando uma redução de
261,28 milhões de kwanzas (-7,72%) face ao período homólogo de 2021 e as imobilizações, com
um peso de 12,45%, diminuíram em 31,13 milhões de kwanzas (-2,81%). Porém, a variação destas
rubricas, no seu conjunto, não foi suficiente para contrapor o aumento do activo no valor de 814
milhões de kwanzas (10,37%), no período em análise.

61 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


De realçar que a rubrica créditos no sistema de pagamentos representou, em 2022, um peso de
11,40%, sendo o seu valor inferior ao verificado no período homólogo de 2021, registando uma
redução de 515,17 milhões de kwanzas.

Quanto ao passivo, este registou um montante de 6,19 mil milhões de kwanzas, representando um
aumento de 4,70% em relação ao período homólogo de 2021. Este aumento deveu-se ao
incremento da rubrica outras obrigações, que aumentou em 637,10 milhões de kwanzas, sendo que
esta representa um peso de 68,96%. As restantes rubricas, nomeadamente, obrigações no sistema
de pagamentos e outras captações, com um peso de 22,63% e 8,40%, respectivamente, registaram
uma redução em relação ao período homólogo de 7,65% e 31,47%, respectivamente.

Quanto aos resultados, em 2022, as casas de câmbio voltaram a obter resultados negativos, tendo
atingido 363,70 milhões de kwanzas, mas houve uma recuperação em relação o período homólogo,
cujo valor negativo situou-se em 709,95 milhões de kwanzas.

Painel 7: Composição do Activo e Passivo Total das Casas de Câmbio

Estrutura do activo Dez-21 Estrutura do activo Dez-22


Estrutura do activo Dez-22
Estrutura do activo Dez-21

15% 13%
13%
36%
15%
43% 36% 36%
Disponibilidades
43% Aplicações de liquidez
Títulos e valores mobiliários
23% Instrumentos financeiros derivados
Créditos no sistema de pagamentos 1%
23% Operações cambiais 39%
0% Outros valores 1%
39% 39%
Imobilizações
20% 0% 12%

20%
Disponibilidades 12%
Aplicações de liquidez
Títulos e valores mobiliários
Instrumentos financeiros derivados
Créditos no sistema de pagamentos
Operaçõ es cambiais
Outros valores
Imobilizaçõ es

Estrutura do passivo Dez-21 Estrutura do passivo Dez-22


Estrutura
Estrutura do Dez-21
do passivo passivo Dez-21
Captações para liquidez Estrutura do passivo Dez-22
Captações com títulos e valores
mobiliários
26% 23%
Instrumentos financeiros
derivados
26% Obrigações no sistema de 23%
pagamentos
Operações cambiais 8%
61% Outras captações
13% 8%
Adiantamentos de clientes
61% 69%
13% Outras obrigações
69%

Captações para liquidez

Captações com títulos e valores


mobiliários
Fonte: BNA
Instrumentos financeiros
derivados
Obrigações no sistema de
pagamentos
Operaçõ es cambiais

Outras captações

Adiantamentos de clientes

Outras obrigações

Fonte: BNA

62 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


S o c i e d a d e s P r e s t a d o ra s d e S e rv i ç o s d e P a g a m e n t o
No ano de 2022, o volume de remessas enviadas para o exterior do País atingiu o montante de
35,61 milhões de dólares norte-americanos, representando um acréscimo de 40,98% face ao
período homólogo de 2021, tendo como principais países de destino, Portugal e Brasil com uma
quota de 40,71% e 25,36%, respectivamente, do total das remessas enviadas. Este aumento pode
ser explicado pelo regresso à normalidade depois do levantamento das medidas para combater o
coronavírus permitindo o regresso de migrantes para o território angolano, que enviam dinheiro
para as suas famílias no exterior, e envio de dinheiro das famílias angolanas para os seus
dependentes no exterior.

Por sua vez, o volume de remessas recebidas do exterior do País atingiu o montante de 4,11 milhões
de dólares norte-americanos, representando um decréscimo de 69,82% face ao período homólogo,
sendo Portugal o principal país de procedência com uma representatividade de 25,15%, seguido
dos Estados Unidos da América, França, Reino Unido e Brasil com um peso de 17,13%, 11,16%,
8,44% e 6,38%, respectivamente. A queda das remessas recebidas pode ser explicada também
pelo regresso à normalidade depois do levantamento das medidas para combater o coronavírus, o
que permitiu maior actividade económica, diminuindo assim a dependência das famílias no País da
assistência financeira vindo da diáspora.

Gráfico 22: Operações de Remessas de Valores

Fonte: BNA

O activo das sociedades prestadoras de serviços de pagamento, em 2022, registou um aumento


significativo de 16,15 mil milhões kwanzas (503,92%) face ao período homólogo, o seu montante
atingiu 19,35 mil milhões kwanzas. Este incremento resultou, principalmente, do aumento de 16,21
mil milhões de kwanzas da rubrica outros valores que passaram a representar 84,05% no total do
activo. Outrossim, nesse mesmo ano, entraram em funcionamento duas sociedades que efectuaram
serviços de pagamentos móveis.

Salienta-se a redução de 22,94% das disponibilidades e do respectivo peso que passou a


representar apenas 10,33% do total do activo.

63 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


As restantes rubricas aumentaram o seu valor, mas face ao peso, no seu conjunto de 12,81%, pouco
contribuíram para a tendência de subida do total do activo, no período em análise.

Em relação ao passivo, as sociedades prestadoras de serviços de pagamentos registaram, no


período em análise, o valor de 5,65 mil milhões de kwanzas, representando um ligeiro aumento de
86,63 milhões de kwanzas (1,50%), em comparação com o período homólogo de 2021. Este
comportamento deveu-se, essencialmente, à rubrica outras obrigações que registou, no período em
análise, o valor de 1,05 mil milhões de kwanzas, representando uma redução de 3,56 mil milhões
de kwanzas (-77,17%) em relação ao período homólogo de 2021, sendo que representa 18,63% do
total do passivo.

A rubrica obrigações no sistema de pagamentos, registou um valor de 762,13 milhões de kwanzas,


diminuição de 168,95 milhões de kwanzas (-18,15%) face ao período homólogo de 2021, com uma
quota de 13,48% do total do passivo.

A rubrica provisões para responsabilidades prováveis, passou a representar 67,66% do total do


Passivo, tendo registado, o valor de 3,83 mil milhões de kwanzas em 2022, enquanto em 2021 o
seu valor foi nulo.

Painel 8: Composição do Activo e Passivo das Sociedades de Pagamento


Estrutura do activo Dez-21 Estrutura do activo Dez-21

2% 5% 1% 10%
2%
8%
4%
1%

81% 84%

Dispo nibilidades
Aplicações de liquidez
Títulos e valores mobiliários
Instrumentos financeiros derivados
Créditos no sistema de pagamentos
Operações cambiais
Outros valores
Imobilizações

Estrutura do passivo Dez-21


Estrutura do passivo Dez-22

0%
17% 13% 0%
0%

19%

0%
68%
83%

Obrigações no sistema de pagamentos


Operações cambiais
Outras captações
Outras obrigações
Fornecedores Comerciais e Industriais
Provisões para responsabilidades prováveis

Fonte: BNA

64 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


S o c i e d a d e s d e M i c r o c ré d i t o
Em 2022, o sistema não bancário, registou um aumento do volume de microcréditos concedidos
pelas sociedades de microcrédito e pela única cooperativa de crédito em funcionamento, no
montante de 15,86 mil milhões de kwanzas (10,17%), comparativamente ao período homólogo de
2021, tendo sido beneficiados 21 685 micro empreendedores.
As taxas médias de juro anuais praticadas tiveram uma diminuição de 3,95 pp comparativamente
ao período homólogo de 2021 que foi de 67,02% a.a.

Painel 9: Volume e Taxas de Juro do Microcrédito

Fonte: BNA

Relativamente à distribuição geográfica do microcrédito, a província de Luanda continua a destacar-


se com o maior volume concedido, com uma representatividade de 81,20% seguida de Benguela
com 4,80% e da Huíla com 3,87%. A liderança de Luanda poderá ser explicada por esta concentrar
a actividade económica e financeira do País.

Gráfico 23: Volume de Microcrédito por Províncias em 2022

Fonte: BNA

65 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


O activo das sociedades de microcrédito, em 2022, registou uma diminuição na ordem de 917,99
milhões de kwanzas face ao período homólogo (-4,16%), diminuindo assim, para cerca de 21,12 mil
milhões de kwanzas, em consequência, essencialmente, da diminuição das imobilizações em 16,32%.
No ano em referência, estas sociedades aumentaram a composição do seu activo, com a rubrica
créditos no sistema de pagamentos. Com efeito, 78,70% dos activos foram compostos por três rubricas,
nomeadamente, créditos, aplicações de liquidez e disponibilidades, com um peso de 43,90%, 19,46%
e 15,34% do activo total, respectivamente, o que se traduz numa melhoria quando comparado com a
estrutura observada em 2021 (80,85% dos activos eram compostos por 38,66% de créditos, 27,39% de
imobilizações e 14,80% aplicações de liquidez).

Painel 10: Estrutura do Activo Total das IFNB de Crédito e Outras

Estrutura do activo Dez-21 Estrutura do activo Dez-22

7% 8% Disponibilidades 8% 15%
15% 11%
27% Aplicações de 0%
4% liquidez
19%
Títulos e valores
mobiliários
3%
39% Créditos 44%
Créditos no Sistema
de Pagamento

Fonte: BNA

O passivo total das sociedades de microcrédito cifrou-se em 17,28 mil milhões de kwanzas, tendo
diminuído em 2,23 mil milhões de kwanzas, ou seja, menos 11,45% face a 2021. Este decréscimo
deveu-se, particularmente, à diminuição da rubrica outras obrigações, em cerca de 3,38 mil milhões
de kwanzas, representando 16,48% do passivo total.

Painel 11: Estrutura do Passivo Total das IFNB de Crédito e Outras

Fonte: BNA

66 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


O u tr a s I n s t i t u i ç õ e s F i n a n c e i r a s N ã o B a n c á r i a s
De salientar que, em 2022, o BNA ampliou a sua área de supervisão no mercado financeiro, com a
inclusão no seu leque de outras IFNB que já se encontravam no mercado, nomeadamente o FGC, o
FADA e a EMIS.
Relativamente à supervisão destas instituições financeiras não bancárias, dada a importância
sistémica e o risco associado que estas apresentam, está em curso o processo de consolidação dos
actuais Plano de Contas para as IFNB (PCIFNB), num plano único para todas elas.
O Fundo de Garantia de Crédito (FGC) registou um activo de 152, 47 mil milhões de kwanzas, fundos
próprios de 87,94 mil milhões de kwanzas. Os resultados foram negativos em 12,46 mil milhões de
kwanzas e as garantias situaram-se em 213,89 mil milhões, no período em análise.
Importa realçar que os resultados negativos entre outros factores, resultaram da apreciação do
kwanza, sendo que a instituição tem aplicações em moeda estrangeira, agravado pelas provisões
criadas pelo incumprimento dos programas Angola Investe e Projecto de Apoio ao Crédito (PAC).

Gráfico 24: Estrutura Patrimonial do Fundo de Garantia de Crédito

Fonte: BNA

6. Conduta de Mercado

O Banco Nacional de Angola incidiu a sua acção, no ano de 2022, naquilo que tem sido a sua
actuação no domínio da supervisão da conduta do mercado financeiro, no que se refere à (i)
avaliação da conformidade de minutas de contratos de produtos e serviços financeiros e de
campanhas publicitárias, (ii) realização de acções de inspecção, (iii) gestão e tratamento de
reclamações, pedidos de esclarecimentos e denúncias apresentadas pelos consumidores de
produtos e serviços financeiros, bem como, na (iv) monitorização do cumprimento das normas de
prevenção ao branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo.

N ú m e r o s d e P r o c e s s o s d e P ro d u t o s e S e r v i ç o s
No período em referência, o volume de processos avaliados pelo BNA referente aos produtos,
serviços e campanhas publicitárias registou um aumento de 28,14% em relação ao ano de 2021.

Relativamente aos produtos e serviços financeiros remetidos para apreciação e validação, registou-
se um total 134 processos, representando um aumento de 16,52% face ao ano de 2021. Quanto à

67 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


categoria por suporte documental, as fichas técnicas informativas representaram grande parte do
volume de processos submetidos pelas instituições financeiras, com um peso em torno de 64,93%,
totalizando 87 processos.

Em relação às campanhas publicitárias, em 2022, foram analisadas pelo BNA 80 conteúdos,


registando-se um aumento de 53,93% face a 2021. Importa destacar os conteúdos publicitários
disseminados através de cartazes, folhetos e internet, mailing, com um peso de 41,25% e 36,25%,
respectivamente.

I nspecções
As inspecções On-Site são caracterizadas pela presença dos inspectores do BNA nas sedes e
agências das instituições financeiras e podem assumir duas tipologias, as inspecções on site
credenciadas e não credenciadas “cliente mistério”. Relativamente ao período em análise,
verificou-se uma variação negativa de 38,36% em relação ao período homólogo de 2021, as
restrições inerentes ao combate e prevenção da propagação da COVID-19, inviabilizaram a
realização de inspecções On-Site cliente mistério a nível nacional.

Deste modo, no ano 2022, foram efectuadas um total de 368 inspecções on site, com o objectivo
de aferir: (i) as margens cambiais na comercialização de divisas; (ii) as comissões praticadas no
carregamento e utilização de cartões de bandeira internacional; (iii) as reclamações apresentadas
pelos consumidores; (iv) os valores das comissões cobradas nas operações bancárias; (v) os prazos
de execução de transferências de valores em moedas nacional e estrangeira e (vi) a isenção de
cobranças de comissões no âmbito dos serviços mínimos bancários.

As inspecções off site são efectuadas à distância, sem a deslocação dos inspectores do BNA às
instituições financeiras supervisionadas, verificando a informação disponível nas suas páginas de
internet, e a informação reportada ao BNA, sendo que o foco incide sobre: (i) o preçário (tabelas de
clientes particulares e outros clientes), (ii) os tarifários de cartões de pagamento, (iii) o número de
clientes activos das instituições financeiras bancárias, (iv) as fichas técnicas informativas dos
depósitos e créditos, (v) as condições gerais de utilização dos cartões de pagamento e (vi) o
acompanhamento do pleno funcionamento das caixas automáticas a nível nacional.

Em 2022, foram realizadas um total de 185 acções de inspecção off-site em todas as instituições
financeiras bancárias, representando uma variação positiva de 5,14% face ao ano transacto.

G est ão de R eclamações
A análise das reclamações não constitui apenas um barómetro para aferição do cumprimento das
normas em vigor por parte das instituições supervisionadas, mas também como um veículo de
consulta para mensuração de indicadores de importância relevante para as actividades de
supervisão da conduta do mercado financeiro, sendo que estas englobam as reclamações
apresentadas junto das instituições financeiras e reportadas ao BNA, assim como aquelas
submetidas pelos consumidores de produtos e serviços financeiros directamente para análise do
supervisor.

68 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Assim sendo, durante o ano de 2022, o sistema financeiro registou um total de 26 095 processos
de reclamações, correspondendo a uma diminuição de 12,61% o equivalente a menos 3 765
reclamações face ao observado no período homólogo de 2021, que apresentou um total de 29 860
reclamações.

Gráfico 25: Evolução das Reclamações

Fonte: BNA e Instituições Financeiras Bancárias

R eclamações por Est ado


No período em referência, do total das reclamações registadas no sistema financeiro angolano
procedeu-se à conclusão de 22 831, correspondendo a um peso de 87% do total, sendo que o
remanescente (3 264) se encontra em análise.

Gráfico 26: Reclamações por Estado

Fonte: BNA e Instituições Financeiras Bancárias

R e c l a m a ç õ e s p o r T i p o l o g i a d e Ba n c o s
As instituições financeiras mais reclamadas no ano de 2022 por tipologia não sofreu qualquer
alteração, liderada pelos bancos privados nacionais com um registo de 20 689 processos, seguidos
dos bancos públicos com 3 564 processos e os bancos privados estrangeiros com 1 842 processos.

69 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Gráfico 27: Reclamações por Tipologia de Bancos

Fonte: BNA e Instituições Financeiras Bancárias

P ro d u t o o u s e rv i ç o re c l a m a d o
Em 2022, constatou-se uma excessiva concentração das reclamações em cinco matérias,
representando 80,39% do total de reclamações apresentadas (20 979 reclamações), conforme
descrito abaixo:
i. cartões de pagamento: 5 949 processos de reclamação, o que equivale a 22,80% das
reclamações, mas registou-se uma diminuição de 32,00% face ao ano de 2021 com 8 749
reclamações;
ii. contas de depósitos: 5 647 processos de reclamação, o que equivale a 21,64% do total de
reclamações e corresponde a um aumento na ordem dos 42,31% face a 2021 com 3 968
reclamações;
iii. caixa automático e terminal de pagamento automático: 5 318 processos de reclamação, o
que representa 20,38% das reclamações e corresponde a uma diminuição de 12,75% face
ao apurado no período homólogo de 2021 com 6 095 reclamações;
iv. internet e mobile banking: 2 148 reclamações, o que representa 8,23% do total de
reclamações, o que corresponde a uma diminuição de 25,34% face ao observado no período
homólogo que registou 2 877 reclamações;
v. Os créditos: 1 917 processos de reclamação, o que equivale a 7,35% do total de
reclamações, uma diminuição face ao período homóloga de 2021 na ordem dos 24,88% em
que se registou 2 552 processos de reclamação.

70 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Tabela 14: Reclamações por Matérias

Via Instituições
Matérias
2021 2022 Variação
Contas de Depósitos 3 968 5 647 42,31%
Crédito 2 552 1 917 -24,88%
Cartões 8 749 5 949 -32,00%
Serviços à distância
Máquinas de ATM/TPA 6 095 5 318 -12,75%
Internet e Mobile Banking 2 877 2 148 -25,34%
Cheques 60 46 -23,33%
Transferências 1 603 945 -41,05%
Operações cambiais 134 108 -19,40%
Cobranças 96 26 -72,92%
Prestação de serviços 1 339 2 409 79,91%
Operações com o estrangeiro 587 685 16,70%
Outras matérias 1 800 897 -50,17%
Total 29 860 26 095 -12,61%

Fonte: BNA e Instituições Financeiras Bancárias

O quadro acima ilustra claramente uma relativa diminuição do número de reclamações, o que
indicia um crescente nível de literacia dos consumidores de produtos e serviços financeiros e
melhoria dos serviços bancários.

7. Prevenção e Combate ao Branqueamento de Capitais, do


Financiamento do Terrorismo e da Proliferação de Armas de
Destruição em Massa

No âmbito da prevenção e combate ao branqueamento de capitais, financiamento do terrorismo e


proliferação de armas de destruição em massa (PBC/FT/P), no ano de 2022, o BNA realizou o
segundo exercício de avaliação sectorial, referente ao ano de 2022, com o objectivo de identificar
e compreender os riscos do branqueamento de capitais, financiamento do terrorismo e proliferação
de armas de destruição em massa (BC/FT/P) a que está exposto o sector financeiro sob sua
supervisão. A avaliação sectorial de risco, foi realizada com recurso à metodologia e guias
publicados pelo Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI) e instrumentos disponibilizados
pelo Banco Mundial, que permitiram a identificação das ameaças e vulnerabilidades dos produtos
e serviços e controlos das variáveis.

Do segundo Exercício da Avaliação do Sector Financeiro, particularmente, do sector bancário e não


bancário, concluiu-se que o risco de BC/FT/P associado ao sector bancário foi considerado como
médio com tendência para alto, ao passo que, para o sector não bancário considerado como sendo
de risco médio.

Relativamente ao processo de Avaliação Mútua de Angola ao Sistema de PCBC/FT/P, em 2022, a


equipa de avaliadores realizou uma visita on-site a Angola, que visou avaliar a (i) conformidade
técnica e (ii) eficácia do sistema de prevenção e combate do BC/FT/P e manter contactos com as
autoridades governamentais envolvidas e respectivas entidades. A equipa esteve composta por 15

71 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


especialistas de governos membros do GAFI/ESAAMLG, número que varia em função da
complexidade da estrutura do país a ser avaliado.

Assim, no período em referência, o BNA concluiu o preenchimento do questionário sobre


conformidade técnica, efectuando a adequação da estrutura jurídica e institucional das leis e
regulamentação conexa, bem como dos processos e procedimentos implementados em sede de
BC/FT/P, face aos requisitos específicos das quarente recomendações do GAFI/FATF.

O BNA foi convidado a participar nas plenárias de simulação do Grupo de Accão Financeira
Internacional (GAFI) e reuniões de alinhamento com as autoridades competentes onde estiveram
presentes avaliadores experientes a nível de África, bem como participantes de outras instituições
sob coordenação da Unidade de Informação Financeira angolana (UIF).

Entre as instituições a avaliar, estiveram o Banco Nacional de Angola (BNA), a Comissão do


Mercado de Capitais (CMC), a Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG),
os seus supervisionados e entre outras entidades.

Por outro lado, foram realizadas entrevistas às instituições financeiras sob a supervisão do BNA,
nomeadamente, bancos de matriz nacional e estrangeiras, casas de câmbio, sociedades de
remessa, sociedades prestadoras de pagamentos de serviços móveis.

Relativamente às acções adstritas à supervisão em matéria de BC/CFT/P, importa destacar, que no


ano de 2022, se deu início à implementação do Programa de Supervisão com a Abordagem Baseada
no Risco (ABR), com objectivo fulcral de contribuir para o garante da segurança, solidez e
estabilidade do Sistema Financeiro Angolano, através da supervisão em sede do BC/FT/P
consubstanciando-se na defesa e melhoria da integridade das Instituições Financeiras Bancária
(IFB) e Instituições Financeiras Não Bancária (IFNB) sob supervisão do BNA e para a verificação da
efectiva implementação dos requisitos de PBC/FT/P, bem como da qualidade dos controlos internos
implementados para mitigação dos riscos decorrentes da actividade dessas instituições.

No âmbito da monitorização contínua em matéria de prevenção do branqueamento de capitais e do


financiamento ao terrorismo das instituições financeiras, foram desencadeadas acções de
supervisão on-site e off-site. Estas acções tiveram como objectivo proceder à avaliação da
qualidade dos controlos internos implementados pelas Instituições financeiras (IF) de alto risco em
sede da Prevenção e Combate ao BC/FT/P, para mitigação dos riscos decorrentes da relação de
negócio com clientes de alto risco, e identificar riscos sistémicos.

No que diz respeito ao sector das instituições financeiras não bancárias, em 2022, as acções de
supervisão off-site tiveram como foco o acompanhamento do cumprimento da legislação e
regulamentação em vigor em sede de BC/FT/P, foram recepcionados e efectuadas análises dos
manuais de políticas, processos e procedimentos internos disponibilizados pelas IFNB, com vista a
avaliar a sua conformidade com a nova legislação e regulamentação em sede de prevenção do
BC/FT/P.

Relativamente às acções de inspecções on-site, deu-se início ao ciclo de inspecções com base na
execução do plano de supervisão, numa abordagem baseada no risco, as inspecções tiveram como

72 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


objectivo principal aferir in-loco, a conformidade técnica e a efectiva implementação dos requisitos
de prevenção e combate ao BC/FT/P.

Outrossim, foram realizadas vistorias, para o início de actividade de concessão de microcrédito e


prestação de serviços de pagamentos móveis, e para o reinício de actividades de câmbio e
remessas de valores. Os respectivos reinícios de actividades deveram-se à suspensão de actividade
de IFNB, enquanto medida sancionatória por incumprimento das normas prudenciais e de conduta
do âmbito da prevenção do BC/FT/P, e vistorias, com base na solicitação de suspensão temporária
por iniciativa das IFNB solicitantes.

No cumprimento das acções de capacitação, em matérias de BC/FT, deu-se sequência ao programa


de assistência técnica entre a Financial Services Volunteer Corps (FSVC) e o BNA, sendo que foram
ministradas acções de formação entre Janeiro e Junho de 2022, subordinada ao tema abordagem
baseada no risco.

Adicionalmente, ainda no âmbito do programa de assistência técnica em matéria de BC/FT/P, de


Janeiro a Setembro de 2022, o BNA beneficiou de assistência técnica do Departamento de Tesouro
Americano durante 13 sessões, dando continuidade ao processo de capacitação dos inspectores
sobre diversos temas, com particular destaque para as inspecções, supervisão numa Abordagem
Baseada no Risco e, consequentemente, sobre o processo de identificação, avaliação e
classificação do perfil de risco das instituições financeiras sob supervisão do BNA.

Portanto, as acções de formação visaram assegurar o aperfeiçoamento do portfólio de


competências técnicas dos inspectores, melhorando o desempenho técnico, nível de
conhecimentos de supervisão e aprimorar o domínio do quadro jurídico-legal, no âmbito nacional e
internacional, sobre PBC/FT/P.

8. Inclusão Financeira

Para um bom funcionamento do sistema financeiro, torna-se relevante enfatizar que os


protagonistas não são apenas as empresas, bancos, e outras entidades financeiras, mas também
o público em geral que toma decisões. Neste sentido, a inclusão financeira é um factor chave para
a capacitação financeira e para a estabilidade do sistema financeiro.
Para que a inclusão financeira tenha os resultados pretendidos, o Banco Nacional de Angola, está
a desenvolver com os diferentes agentes da sociedade a Estratégia Nacional de Inclusão Financeira
(ENIF) que é um documento público desenvolvido ao abrigo de um amplo e abrangente processo
consultivo entre os representantes das partes interessadas que o envolvem.
Nesta senda, o BNA está engajado na elaboração de temáticas sob a sua responsabilidade e que
são parte integrante das fases de pré-formulação e formulação da ENIF. Para o efeito, este tem
estado a trabalhar com o Banco Mundial e a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral,
no âmbito dos seus respectivos pacotes de assistência técnica. Os trabalhos em curso resumem-

73 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


se na recolha de dados sobre os desenvolvimentos em curso no sector financeiro, público e da
actividade económica, numa primeira fase.
Adicionalmente, está em curso a realização da Pesquisa Finscope9. Estas actividades fornecerão
um conjunto de inputs para a elaboração do diagnóstico sobre o estado actual da inclusão
financeira em Angola e desenvolvimento do sector de microfinanças, de capital importância para o
desenvolvimento da ENIF.
Em 2022, foram realizadas 117 campanhas de sensibilização para a inclusão financeira da
população, durante as quais foram abertas 10 265 contas bancárias, face às 116 campanhas e 14
811 contas no período homólogo.

Gráfico 28: Acções de Inclusão Financeira

Fonte: BNA

C o n t a s B a n c á r i a s Si m p l i f i c a d a s
Até ao final de 2022 estavam abertas 1 443 711 contas bancárias simplificadas10, das quais 1 384
146 Bankita, 48 772 simplificadas para fins pessoais e 10 793 para fins comerciais, proporcionando
um aumento do acesso da população ao sistema financeiro, em linha com os desígnios do objectivo
estratégico do BNA.

9
FinScope Consumer é uma pesquisa de probabilidade com foco no usuário final (individual ou doméstico) de serviços e produtos financeiros. A
FinScope Consumer Survey destina-se exclusivamente a aumentar a compreensão do mercado informal de produtos/serviços financeiros.
10
As contas simplificadas incluem as contas Bankita, as contas Bankita, um produto desenvolvido em pelo BNA em 2011 e comercializado pelos
bancos comerciais com requisitos simplificados de acesso, dirigido a população de baixa renda.

74 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Gráfico 29: Contas Bancárias e Simplificadas

Fonte: BNA

9. Comité de Regulação e Normas

No âmbito da adequação contínua do quadro regulamentar e dos processos de supervisão e


regulação às boas práticas internacionais, no ano 2022, o Comité de Regulação e Normas apreciou
54 normativos, dos quais 19 Avisos, 14 Instrutivos, 11 Directivas e 10 Cartas-Circular, com especial
destaque para a política cambial, supervisão prudencial, incluido o Governo Societário.

10. Licenciamento, Organização e Sanções

Relativamente à organização do sistema financeiro bancário, procedeu-se à análise de um total de


425 pedidos de registos e autorizações respeitantes a instituições financeiras. Nesse sentido,
foram autorizados 180 registos especiais de membros dos órgãos sociais, 60 pedidos de avaliação
prévia à designação para o exercício de funções em instituições de importância sistémica, 22
registos especiais de directores com função de gestão relevante, quatro autorizações para emissão
de parecer favorável à obtenção de vistos de trabalho, duas autorizações para transmissão de
participações sociais, 13 autorizações referentes a alterações estatutárias, das quais se incluem
quatro autorizações referentes à subscrição de aumentos de capital social e uma de diminuição de
participação social.
No que diz respeito às instituições financeiras não bancárias, foram autorizados, 11 registos
especiais de membros dos órgãos sociais, quatro autorizações para alterações estatutárias, 18
registos especiais de directores com função de gestão relevante, quatro autorizações para a
constituição de instituição financeira não bancária, dois registos especiais de sociedades, dois
pedidos de prorrogação para o início de actividade uma autorização para emissão de parecer
favorável à obtenção de visto de trabalho.
Entretanto, no período em referência, o BNA indeferiu 58 processos, nomeadamente, dois para
emissão de visto de trabalho para o exercício de funções em instituições financeiras, 18 registos
especiais de membros dos órgãos sociais, 19 pedidos de avaliação prévia à designação para o

75 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


exercício de funções em instituições de importância sistémica, cinco transmissões de participações
sociais, sete registos de titulares de cargos de gestão relevantes, duas autorizações para a
constituição de instituição financeira, um aumento de capital social e uma alteração estatutária.
Respeitante à actividade sancionatória, no período em referência, o BNA apreciou 497 processos
sancionatórios, dos quais 295 foram instaurados contra instituições financeiras bancárias e 202
contra instituições financeiras não bancárias. Neste mesmo período, foram concluídos 353
processos, sendo que 255 que incidiram sobre instituições bancárias e 98 sobre instituições não
bancárias, permanecendo 144 processos em instrução.
De realçar que, no ano de 2022, foram revogadas 21 licenças para o exercício de actividade, sendo
19 respeitante a IFNB, e uma a IFB, decorrentes da violação reiterada das leis e regulamentos que
disciplinam a sua actividade, incumprimento dos requisitos de capital social mínimo e fundos
próprios regulamentares, bem como por inactividade por um período superior a 6 meses, tendo-se
registado igualmente uma dissolução voluntária de uma IFB. Como resultado, procedeu-se ao
arquivo de 51 processos respeitantes a IFNB e 6 à IFB.
No que respeita às medidas sancionatórias, foram aplicadas 156 multas pecuniárias, num valor
agregado de 2 919 882 930,43 kwanzas (dois mil e novecentos e dezanove milhões, oitocentos e
oitenta e dois mil e novecentos e trinta kwanzas, quarenta e três cêntimos). Sendo que nove
incidiram sobre agentes individuais, titulares de cargo de gestão relevante.
Adicionalmente, foram aplicadas duas admoestações registadas, e a substituição de um auditor
externo.
A título de sanções assessórias, foram aplicadas duas recomendações para revisão do manual de
políticas e procedimentos de controlo interno e, consequentemente, resultaram em publicação, no
site do BNA, de uma medida cautelar de suspensão de execução de operações cambiais por um
período de 45 dias, e uma publicação da medida pecuniária (decisão final) aplicada.

76 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


SISTEMAS DE
PAGAMENTOS
E OUTRAS
INFRAESTRUTURAS
DOS MERCADOS
FINANCEIROS

77
V
RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022
V. SISTEMAS DE PAGAMENTOS E OUTRAS
INFRAESTRUTURAS E MERCADOS
FINANCEIROS

1. Sistema de Pagamentos

2. Superintendência do SPA

3. Projectos e Iniciativas do SPA

4. Regulamentação

5. Perspectivas

78 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


1. Sistema de Pagamentos

O Sistema de Pagamento de Angola é superintendido pelo Banco Nacional de Angola, em


conformidade com o disposto na Lei n.º 40/20, de 16 de Dezembro, Lei do Sistema de Pagamentos
do Angola (SPA), tendo em vista o cumprimento dos objectivos de interesse público definidos na
referida Lei, nomeadamente, Segurança, Fiabilidade Operacional, Eficiência e Transparência.
A figura 1, apresenta uma visão geral da arquitectura do SPA, que inclui os instrumentos de
pagamento e operações, as Infraestruturas do Mercado Financeiro (IMF) ou sistemas e os
respectivos operadores.
Figura 1: Arquitectura do SPA

Fonte: BNA
Notas:
SPTR – Sistema de Pagamentos em Tempo Real
SIGMA – Sistema de Gestão de Mercados e Activos
CEVAMA – Central de Valores Mobiliários de Angola
MCX – Sistema Multicaixa
STC – Sistema de Transferências a Crédito
SCC – Sistema de Compensação de Cheques
SDD – Sistema de Débitos Directos
STI – Sistema de Transferências Instantâneas
CCAA – Câmara de Compensação Automatizada de Angola

No que diz respeito ao processamento no SPA, foram efectuadas, no período em análise, cerca de
1 219 milhões de operações, no montante de 119,99 biliões de kwanzas. As operações do sistema
Multicaixa (MCX), representaram cerca de 98,11% do total de operações processadas e
aumentaram em 14,46% em relação ao período homólogo de 2021.

79 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Tabela 15: Número e Montante de Operações Processadas nos Sistemas do SPA

2019 2020 2021 2022 Var. Anual (%)


Número

SPTR 250 786 237 336 276 676 332 141 20,05%
SCC 131 443 73 211 45 013 22 574 -49,85%
STC 11 480 368 14 034 376 18 727 395 22 639 555 20,89%
MCX 598 278 419 769 099 127 1 044 578 514 1 195 605 316 14,46%
Total 610 141 016 783 444 050 1 063 627 598 1 218 599 586 14,57%
Montante (em mil milhões de Kwanzas)

SPTR 37 414 549 67 634 960 66 593 152 87 480 344 31,37%
SCC 549 295 374 291 256 634 142 660 -44,41%
STC 5 507 455 6 700 107 8 674 252 11 594 019 33,66%
MCX 7 823 729 11 335 437 17 008 803 20 782 678 22,19%
Total 51 295 028 86 044 795 92 532 841 119 999 701 29,68%
Fonte: BNA

À semelhança dos anos anteriores, em 2022, os cartões e as transferências a crédito foram os


instrumentos mais utilizados. Os cheques mantiveram a trajectória decrescente, tendo registado
uma diminuição em número de 49,85% em 2022, comparativamente ao período homólogo de 2021.

Gráfico 30: Evolução da Utilização dos Instrumentos de Pagamentos

Fonte: BNA

Funcionament o do S P TR
O Sistema de Pagamentos em Tempo Real é caracterizado como um sistema de pagamentos de
montantes elevados e urgentes, operado pelo Banco Nacional de Angola e liquida todas as
operações interbancárias em moeda nacional, incluindo as operações de valores mobiliários
provenientes do SIGMA e da CEVAMA, saldos de compensação dos sistemas de retalho,
nomeadamente MCX, STC, SCC, SDD e STI, transferências entre bancos, transferências ordenadas
por clientes bancários, operações de depósitos e levantamentos junto do Banco Nacional de
Angola, operações de compra e moeda estrangeira, operações de facilidades de liquidez e outras
operações, portanto é o sistema central do sistema financeiro angolano.

80 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


No final de 2022, participaram 29 instituições no SPTR, das quais o banco central, 23 instituições
financeiras bancárias, duas instituições do Estado (Ministério das Finanças e Instituto Nacional de
Segurança Social) e três Infraestruturas do Mercado Financeiro (IMF), nomeadamente Câmara de
Compensação Automatizada de Angola (CCAA), Sistema de Transferências Instantâneas (STI) e
Central de Valores Mobiliários (CEVAMA).
Relativamente ao funcionamento do SPTR, este apresentou uma disponibilidade de 99,95%, o que
traduz uma indisponibilidade de 0,05%, níveis aceitáveis, tendo como referência as boas práticas
internacionais e os critérios de disponibilidade estabelecidos pelo Aviso n.º 03/2022, de 02 de
Fevereiro, que estabelece as regras e procedimentos operacionais das IMF.

Painel 12: Evolução das Operações Liquidadas no SPTR

Fonte: BNA

Notas:
Comp. –Saldos de compensação dos sistemas de retalho (MCX, STC, SCC e SDD) e da CEVAMA
Clientes – Transferências ordenadas por clientes bancários, com recurso a MT102 e MT103
FX – Operações cambiais (compra e venda de moeda estrangeira)
Lev/Dep – Operações de tesouraria dos participantes (levantamentos e depósitos junto do BNA)
SIGMA – Sistema Integrado de Gestão de Mercados e Activos (Operações de títulos)
Intrad. – Facilidade disponibilizada pelo BNA, sem colateral, aos participantes com insuficiência de fundos
Interb. – Transferências entre participantes com recurso a MT202 e cedência de liquidez interbancária no MMI
Garantias – Operações de movimentação de garantias para liquidação dos saldos de compensação
Outros – Operações de tarifário e outras operações não identificadas nos grupos acima.

Em termos de operações processadas, em 2022, o SPTR liquidou mais de 332 mil operações no
montante de 87,48 biliões de kwanzas, representando um aumento de 20,05% em termos de
número de transacções em relação ao ano anterior. Por sua vez, igualmente, os montantes
transaccionados registaram um aumento de 31,37% face ao ano anterior, devido, essencialmente,
ao aumento das operações do SIGMA e do Mercado Monetário Interbancário (MMI).

2. Superintendência do SPA

A superintendência do SPA constitui uma função essencial reservada aos bancos centrais e
destina-se a assegurar o bom funcionamento das IMF, zelando pelo cumprimento dos objectivos de
interesse público definidos pela Lei n.º 40/20, de 16 de Dezembro – Lei do SPA, com vista à

81 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


mitigação dos riscos inerentes ao funcionamento das mesmas, contribuindo, deste modo, para a
estabilidade do sistema financeiro.
A função de superintendência do SPA é exercida com base na Política de Superintendência do BNA
por meio da adopção de padrões e princípios internacionalmente reconhecidos, particularmente os
divulgados pelo Comité de Pagamentos e Infraestruturas do Mercado (CPMI) e Organização
Internacional de Reguladores de Valores Mobiliários (IOSCO).
A Superintendência incide sobre as IMF do SPA, operadores de IMF, Prestadores de Serviços de
Pagamentos (PSP) bancários e não bancários, arranjos, serviços e instrumentos de pagamento.
A metodologia utilizada para o exercício de superintendência consiste em monitorar, de forma a
obter de forma atempada dados sobre a realidade, analisar os dados e avaliar as situações face a
padrões de referência e induzir mudanças mediante os instrumentos mencionados na Política de
Superintendência do BNA. Relativamente à sua intervenção, em termos do momento e das causas
da ocorrência, as actividades da superintendência podem ser contínuas, periódicas ou eventuais.

A c ç õ e s d e S u p e ri n t e n d ê n c i a
Em 2022, foram realizadas várias acções de superintendência do SPA, com destaque para as
seguintes:
ü Monitoramento e análise do funcionamento das IMF do SPA e da SADC e instrumentos
de pagamento, nomeadamente cheques, transferências, cartões, remessas de valores
e pagamentos instantâneos;
ü Monitoramento do plano de contingência do SPTR, SIGMA, CCAA e MCX, devido ao
isolamento social provocado pela pandemia de COVID-19;
ü Monitoramento do cumprimento do Aviso n.º 06/17, de 10 de Julho, sobre Níveis de
Serviço da Rede Multicaixa, circular n.º 003/CE-P/2019, sobre Prazos de Migração do
Cartão Multicaixa para norma EMV, directiva n.º 002/DSP/DRO, de 11 de Abril sobre
Prazo de Validade dos Cartões, conjugada com a Circular n.º 001/DSP/DRO/2019,
ü Avaliação do SPTR, SIGMA e CCAA face ao cumprimento e observância dos PIMF e
recomendações do CPMI-IOSCO;
ü Realização de workshop sobre Política de Superintendência para os operadores das IMF
do SPA;
ü Elaboração e publicação de vários normativos, com destaque para os Avisos sobre
prestação de serviços de pagamento, regulamentação das IMF e arranjos de
pagamento;
ü Participação nas reuniões do Comité de Superintendência da SADC (SADC-PSOC);
ü Discussão de cenários de integração das IMF angolanas e namibianas com o Banco da
Namíbia e a Namclear;
ü Discussão com o Presidente do Subcomité de Pagamentos da SADC e o operador da
SADC-RTGS sobre a participação do BNA e a entrada do kwanza como moeda de
liquidação no referido sistema.

82 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


3. Projectos e Iniciativas do SPA

LI S P A
O Banco Nacional de Angola (BNA), em parceria com o Ministério do Ensino Superior, Ciência,
Tecnologia e Inovação (MESCTI) implementou, em Outubro de 2019, o Laboratório de Inovação do
Sistema de Pagamentos de Angola (LISPA), com o objectivo de proporcionar um ambiente adequado
para o desenvolvimento das fintechs, bem como aumentar a inclusão financeira e a oferta de
serviços financeiros inovadores em diversos sectores da economia, como fintech, agrotech,
healthtech, mobilidade e outros.
O LISPA conta com quatro programas de apoio às áreas de inovação, FinTech e InsurTech,
designadamente Incubadora Fintech, Sandbox Regulatória, LISPA Boost e LISPA Jumpstart.
Desde a sua criação, o LISPA teve impacto em mais de 115 projectos de start-ups e 480
empreendedores, tendo gerado 197 postos de trabalho.

Figura 2: Programas do LISPA

Fonte: https://lispa.ao/

S ist ema de Tr ansf er ências I nst ant âneas


No que concerne aos pagamentos moveis, foi implementado o Sistema de Transferências
Instantâneas (STI), em Junho de 2022, com a marca e arranjo de pagamento KWiK, com o objectivo
de assegurar o processamento de transferências de fundos, com liquidação em tempo real, do saldo
da compensação multilateral das instruções de débito e/ou crédito enviadas e recebidas pelos
participantes.
Até ao final de 2022, participavam no STI cinco intervenientes, designadamente quatro bancos
comerciais e uma Prestadora de Serviços de Pagamentos (PSP).

83 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Figura 3: Modelo de Funcionamento do STI

Fonte: BNA

BENEFÍCIOS

Comodidade
Rapidez Participação de
Efectuar Aumento da
Execução e instituições
pagamentos em inclusão
disponibilização financeiras
qualquer lugar, financeira da
de fundos em 10 bancárias e não
em qualquer dia e população
segundos bancárias
horário

S P TR 2 4/ 7
O SPTR 24/7 foi implementado com a finalidade de proporcionar um ambiente de alta
disponibilidade, maior rapidez na execução e disponibilização de fundos, bem como acomodar o
Sistema de Transferências Instantâneas (STI), de forma a permitir a liquidação das operações,
principalmente as de retalho, em períodos não úteis.
Deste modo, foi implementada a primeira fase, em 01 de Outubro de 2022, com a liquidação dos
saldos de compensação do sistema Multicaixa aos finais de semana e feriados e perspectiva-se a
implementação da segunda fase em Maio de 2023, com a liquidação dos saldos de compensação
do STC, SCC e SDD.

84 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Figura 4: Modelo de funcionamento do SPTR 24/7

Fonte: BNA

4. Regulamentação

No âmbito da reforma regulamentar e face ao actual contexto do SPA foram publicados os


seguintes normativos:
i. Aviso n.º 02/22, de 02 de Fevereiro, que estabelece as regras sobre o acesso à
actividade de Prestação de Serviços de Pagamento;

ii. Aviso n.º 03/22, de 02 de Fevereiro, que estabelece as regras e procedimentos


operacionais das actividades das infraestruturas do mercado financeiro;

iii. Aviso n.º 05/22, de 03 de Fevereiro, que estabelece as regras e procedimentos


operacionais inerentes aos arranjos de pagamentos;

iv. Aviso n.º 15/22, de 02 de Setembro, que estabelece as regras aplicáveis às


entidades que exerçam as actividades de adquirente não bancário e de
subadquirente;

v. Aviso n.º 16/22, de 07 de Setembro, que institui o mecanismo de assistência de


liquidez no âmbito da implementação da primeira fase do SPTR 24/7;

vi. Aviso n.º 19/22, de 12 de Outubro, que estabelece as regras do funcionamento da


Sandbox Regulatória, no âmbito do Laboratório de Inovação do Sistema de
Pagamentos de Angola;
vii. Instrutivo n.º 09/22, de 10 de Agosto, que estabelece os termos e condições que
devem ser observados na adesão e participação das Instituições Financeiras
Bancárias no Sistema de Débitos Directos;

85 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


viii. Instrutivo n.º 10/22, de 25 de Agosto, que institui a marca do arranjo do Sistema
de Transferências Instantâneas;

ix. Instrutivo n.º 14/22, de Dezembro, sobre os prazos de adesão e participação das
Instituições Financeiras emissoras de moeda electrónica no Sistema de
Transferências Instantâneas e no arranjo de pagamento KWiK.

5. Perspectivas

No âmbito da modernização do SPA, é necessário dinamizar a indústria de pagamentos com


soluções inovadoras e inclusivas. Assim, face à dinâmica internacional e aos objectivos para o SPA,
o Banco Nacional de Angola perspectiva o seguinte:
i. Implementar a segunda fase do SPTR 24/7, com a liquidação dos saldos de compensação
do STC e SCC;
ii. Criar mecanismos ou políticas para redução da falta de notas nos caixas automáticos (CA)
da rede MCX;
iii. Garantir a dinamização da utilização dos débitos directos por via do SDD, com base no
Instrutivo n.º 09/22, de 10 de Agosto, facilitando, deste modo, os débitos automáticos de
pagamentos, proporcionando maior comodidade aos clientes bancários;
iv. Garantir a dinamização da utilização do STI/KWiK, quer a nível dos serviços quer a nível
de a participação dos PSP de forma a aumentar os níveis de inclusão financeira e,
consequentemente, dos pagamentos móveis;
v. Continuar a acompanhar e dinamizar as actividades do LISPA visando a promoção da
inovação tecnológica e eficiência do sistema de pagamentos;
vi. Conduzir estudos tendentes à implementação do open banking, com vista a proporcionar
maior liberdade na aquisição de produtos e serviços em diferentes instituições;
vii. Concluir a migração das mensagens MT da SWIFT para o padrão ISO 20022, de modo a
cumprir com a exigência internacional feita pela SWIFT, mitigando assim, os riscos
operacional e sistémico;
viii. Efectuar estudos e pesquisas relativos a moeda digital do banco central, com destaque no
domínio dos acordos de cooperação, assistência técnica e/ou formações vigentes e
futuras.

86 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


GOVERNANÇA
E SERVIÇOS
INSTITUCIONAIS

87
VI
RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022
VI. GOVERNANÇA E SERVIÇOS INSTITUCIONAIS

1. Governança

2. Planeamento Estratégico

3. Organização

4. Capital Humano

5. Comunicação e Marca

6. Gestão de Risco e Compliance

7. Central de Informação e Risco de Crédito

8. Meio Circulante

9. Educação Financeira

10. Museu da Moeda

11. Relações Internacionais

88 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


1. Governança

O Banco Nacional de Angola (BNA), reconhecendo a importância da implementação de boas


práticas de governança corporativa, tem dado especial foco à implementação e cumprimento dos
mais altos padrões a nível de todas as actividades da organização, observando sempre os pilares
base da governança, nomeadamente, autonomia, responsabilização e transparência.
De ponto de vista legal, destacar que o framework de governança corporativa do BNA é instituído
pela Lei n.º 24/21, de 18 de Outubro, Lei do Banco Nacional de Angola, que define o Banco como
uma pessoa colectiva de direito público, dotada de autonomia institucional, administrativa,
financeira e patrimonial.
Neste âmbito, importa realçar que, ao longo de 2022, ocorreram algumas mudanças de relevância
a nível da governança, nomeadamente:
i. Conclusão do período de transição do Modelo de Governança Corporativa instituído pela
Lei n.º 24/21, de 18 de Outubro – Lei do BNA (redução do número de membros com funções
executivas de 7 para 5 e alterações como, os tempos de mandato entre outras);

ii. Aprovação dos Regulamentos dos vários órgãos do BNA nomeadamente, Conselho de
Administração (CA), Comité Executivo (CE), Comité de Política Monetária (CPM), Comité
de Estabilidade Financeira (CEF); e Comités de Suporte ao CA - Comité de Remuneração e
Comité de Auditoria (Despachos n.º 13 – 17 /22 e Despacho n.º 22/22, de );

iii. Optimização da estrutura orgânica e funcional do BNA, mediante a criação, extinção e


fusão de algumas Unidades Organizacionais (UO), visando tornar a instituição mais
dinâmica e eficiente.

Modelo de Governança
No que respeita ao modelo de governança do BNA, o mesmo é composto por um Conselho de
Administração (CA), um Comité Executivo (CE) e pelos Comités de Política Monetária (CPM) e de
Estabilidade Financeira (CEF).
O CA tem como membros, o Governador (que é o preside), dois Vice-Governadores, dois
Administradores com Funções Executivas e seis Administradores com Funções Não Executivas, é o
órgão colegial responsável pela governação e definição das políticas do Banco Nacional de Angola
e pelo acompanhamento e supervisão (oversight) da actividade de gestão corrente exercida pelo
CE.
O CE, é o órgão responsável pela implementação, funcionamento e gestão das políticas do BNA e
é composto pelo Governador (que é o preside), os dois Vice-Governadores e os dois Administradores
com Funções Executivas.

89 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


O novo modelo enquadra-se no modelo supervised11,, onde o CA actua como um órgão de oversight12
(incorporando membros com funções executivas e não executivas – sendo os não executivos estão
em número superior) responsável pela governança do banco e pela instituição de mecanismos de
controlo e o CE pela tomada de decisões no âmbito da gestão corrente do banco.
O organigrama do BNA abaixo ilustra o modelo de governança do banco e como as suas Unidades
Organizacionais (UO) encontram-se organizadas:

Figura 5: Modelo de Governança BNA tendo como referência a Lei n.º 24/21 de 18 de Outubro

Fonte: BNA

Comités do Conselho de Administração e do Comité Executivo


Ao abrigo dos Artigos n.º 63, 68, 69, 72, 74 e 75 da Lei n.º 24/21, de 18 de Outubro, Lei do BNA, o
BNA pode criar Comissões, Comités e Subcomités, sobre aos quais pode delegar poderes visando
a descentralização e bom andamento dos serviços da organização. Neste âmbito, o BNA tem
instituído os seguintes comités no âmbito do CA e CE:
Comités do CA
i. Comité de Auditoria (CAU) - Comité responsável pela supervisão dos mecanismos de auditoria
interna e externa, processos e relatórios de reporte financeiro, do sistema de controlos internos
e da legalidade nos termos previstos na Lei do BNA.
ii. Comité de Remunerações (COR) - Comité responsável por aprovar o relatório técnico que fixa
o estatuto remuneratório para o Governador, Vice-Governadores e Administradores com Funções
Executivas e Não Executivas do Banco Nacional de Angola. Este Comité é composto na totalidade
por membros externos ao BNA.

11
Modelo Supervised - Bancos que têm instituídos dois conselhos, um responsável pelo lado operacional (gestão) do banco e um outro que tem o
papel de supervisionar o banco (governação).
12
Órgão de Oversight – Órgão de Supervisão.

90 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Comités/Subcomités do CE
i. Comité de Gestão de Reservas (CGR) – Comité responsável pela definição, análise e
aprovação da estratégia de investimento no mercado financeiro internacional. Adicionalmente,
foi criado no âmbito do CGR o Subcomité de Gestão de Reservas (SCGR), o qual tem como
objectivo prestar suporte operacional ao mesmo.
ii. Comité de Aquisições (CAQ) – Comité responsável pela validação, monitorização e controlo
dos processos inerentes à realização de despesas correntes e de investimento com cabimentação
orçamental, sem prejuízo de situações não previstas no orçamento.
iii. Subcomité de Mercados (SME) – Subcomité de suporte ao Comité de Política Monetária
(CPM), responsável pela definição da estratégia de actuação do mercado monetário e cambial,
em linha com as orientações do CPM, e procede ao acompanhamento da implementação das
decisões tomadas no CPM e demais decisões do Conselho de Administração no domínio da
política monetária.
iv. Subcomité de Inclusão Financeira (SIF) – Subcomité de suporte operacional ao Comité de
Estabilidade Financeira (CEF), responsável pela definição da estratégia de actuação e políticas no
domínio da inclusão financeira.
v. Comité de Normas (CRN) – Comité responsável por estabelecer as directrizes e estratégias
para a manutenção da estabilidade e inclusão financeira, visando a definição de medidas e
instrumentos de supervisão e regulação do Sistema Financeiro Nacional.
vi. Comité de Governança Corporativa (CGC) – Comité de carácter deliberatório no processo de
tomada de decisão sobre as diferentes temáticas no âmbito da Governança Corporativa. Este
comité integra cinco subcomités, nomeadamente:
i. Subcomité de Gestão de Projectos (SGP) – entidade de suporte operacional
responsável pela gestão e acompanhamento da Carteira de Projectos do BNA.
ii. Subcomité de Gestão do Risco (SGR) – entidade de suporte operacional em matéria
de Gestão do Risco, visando assegurar um sistema de controlo interno adequado e eficaz.
iii. Subcomité de Governação de Tecnologias de Informação (STI) – entidade de
suporte operacional na formulação e implementação de estratégias, políticas, e planos de
Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).
iv. Subcomité de Gestão do Capital Humano (SCH) – entidade de suporte operacional no
processo de definição e acompanhamento das políticas e práticas de gestão do capital
humano, visando elevar a competitividade e o valor da instituição.
No entanto, no fim de 2022 face à Lei n.º 24/21, de 18 de Outubro, Lei do BNA, decidiu-se pela
extinção do Subcomité de Ética (SET) e instituição da Comissão de Ética que vem substituir o
referido subcomité.

91 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


2. Planeamento Estratégico

No âmbito da monitorização do Plano Estratégico NZIMBU 2018-2022, definido com base nos
pilares e objectivos estratégicos ilustrados na figura abaixo, as Unidades Organizacionais do BNA
tiveram como referência as Acções Estratégicas com marco temporal de 2022 para a execução dos
seus Planos Anuais de Actividades.

Figura 6: Síntese NZIMBU 2018 – 2022

Fonte: BNA

Para o último o ano do ciclo quinquenal do NZIMBU 2018 – 2022, foram definidas 114 entregas de
carácter estratégico enquadradas nos objectivos ilustrados no gráfico abaixo:

Gráfico 31: Conclusão de Entregas por Objectivos Estratégicos 2022

Fonte: BNA

92 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


O NZIMBU 2022 registou um grau de execução de 94%, destacando-se:
i. Sociedade – 99%;
ii. Sistema Financeiro – 99%;
iii. Processos Internos – 89%;
iv. Aprendizagem e Crescimento – 92%.

Figura 7: Grau de Execução do NZIMBU 2022

Fonte: BNA

Importa igualmente, realçar 20 projectos concluídos na carteira de projectos 2022, nomeadamente:


i. Ampliação, Remodelação e Requalificação da Delegação Regional Sul (Huila);
ii. Biblioteca e Mediateca do Museu da Moeda;
iii. Construção do Centro Documental;
iv. Definição do plano de gestão da Segurança Cibernética do BNA (DPGCyber);
v. Estrutura de custos de produtos e serviços das Instituições Financeiras Bancárias;
vi. Implementação do aplicativo para gestão da tesouraria em moeda estrangeira;
vii. Implementação do aplicativo de previsão da vida útil das notas;
viii. Implementação do SapSucessFactors;
ix. Implementação do Sistema de Contabilidade Analítica do BNA;
x. Inquérito sobre a qualidade dos serviços bancários na óptica do consumidor;
xi. Optimização do sistema de gestão na ferramenta Bloomberg AIM;
xii. Painéis interactivos e lúdicos do Museu da Moeda;

93 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


xiii. Programa de reestruturação funcional das UO de Supervisão (DSB/DRO);
xiv. Reabilitação da extensão do Edifício Sede do BNA;
xv. Remodelação e requalificação da casa de função e da Delegação Regional Norte
(Cabinda);
xvi. Requalificação da Delegação Regional Nordeste (Uíge);
xvii. SAP BPC;
xviii. Sistema Integrado de Apoio a Gestão – SIAG;
xix. Upgrade da plataforma de Backup;
xx. Upgrade de plataforma SWIFT.

Gráfico 32: Ponto de Situação da Carteira de Projectos 2022

Fonte: BNA

3. Organização

No âmbito da organização, destacam-se a adopção de normas e instrumentos de gestão interna,


nomeadamente:
i. Regulamento do Comité de Remunerações do BNA;
ii. Regulamento do Prémio de Desempenho e Menção Honrosa;
iii. Regulamento de Concessão do Crédito Habitação;
iv. Regulamento de Assinaturas Autorizadas;
v. Regulamento de Tomada de Posse;
vi. Framework de Governança Corporativa;
vii. Política de Continuidade de Negócio;
viii. Política de Gestão de Risco;

94 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


ix. Regulação do Comité de Regulação de Normas do Sistema Financeiro;
x. Revisão do Regulamento do Comité de Política Monetária (CPM);
xi. Revisão do Regulamento do Comité de Estabilidade Financeira (CEF);
xii. Revisão do Regulamento do Comité de Regulação e Normas (CRN);
xiii. Revisão do Regulamento do Subcomité de Governação de TI (STI);
xiv. Manual de Comunicação Interpessoal;
xv. Matriz de Substituição Funcional do Comité Executivo;
xvi. Código de Ética do Auditor Interno do Banco Nacional de Angola;
xvii. Programa de Garantia e Melhoria de Qualidade da Auditoria Interna;
xviii. Carta de Auditoria Interna do Banco Nacional de Angola;
xix. Metodologia do Planeamento da Auditoria Interna Baseado no Risco;
xx. Metodologia de Elaboração do Relatório de Auditoria Interna;
xxi. Preparação da revisão das normas impactas pelas disposições da nova Lei do BNA,
em particular aquelas com impacto a nível da Governação Corporativa:
• Aprovação dos regulamentos do Conselho de Administração (CA), Comité Executivo
(CE), Comité de Política Monetária (CPM), Comité de Estabilidade Financeira (CEF) e
Comités de Suporte ao CA - Comité de Remuneração e Comité de Auditoria;.

Em 2022, procedeu-se à melhor adequação da estrutura orgânica e funcional do BNA, com enfoque
para o seguinte:
i. Criação do Departamento do Museu da Moeda (DMM), resultante da
reestruturação do Departamento de Comunicação e Marca (DCM);
ii. Extinção do Departamento de Controlo Cambial (DCC);
iii. Criação da Delegação Regional Noroeste (Uíge - BRE);
iv. Criação do Departamento de Mercados (DME), resultante da Fusão do
Departamento de Mercado de Activos (DMA) e do Departamento de Gestão de
Reservas (DGR);
v. Alteração da Estrutura Orgânica e Funcional do Departamento de Segurança
Integrada (DSI);
vi. Alteração da Estrutura Orgânica e Funcional do Departamento de Risco e
Complaince (DRC);

95 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


vii. Adequação da Estrutura Orgânica e Funcional do Departamento de Regulação e
Organização do Sistema Financeiro (DRO);
viii. Criação do Departamento de Estabilidade Financeira (DEF);
ix. Reestruturação dos Departamentos de Estatística (DES), Departamento de
Auditoria Interna (DAI) e Departamento Jurídico (DJU).;
x. Revisão de Manual de Organização Administrativa do Departamento de
Tecnologia e Informação (DTI).
No âmbito da revisão e adequação do sistema normativo foram emitidos e normalizados um total
de 137 documentos, de comunicação interna e externa, sendo 19 Avisos, 15 Instrutivos e 103
Despachos, distribuídos conforme quadro abaixo:

Tabela 16: Normativos em 2022

Normativos 2022
Organização 48
Nomeações 12
Fim de Comissão 9
Despachos
Projectos 5
Concursos 23
Circulação Monetária 6
Política Monetária e Cambial 6
Avisos Sistema Financeiro 8
Sistema de Pagamentos 5
Política Monetária e Cambial 5
Instrutivos Sistema Financeiro 7
Sistema de Pagamentos 3
Total 137

Fonte: BNA

4. Capital Humano

O Banco Nacional de Angola prima por um quadro de pessoal de excelência que mantenham os
mais elevados padrões éticos no desempenho das suas funções, sendo um dos objectivos
estratégicos o reforço da cultura de missão e competência do capital humano da instituição.
Neste sentido, os valores da instituição visam inspirar os trabalhadores e equipas a crescer e
desenvolver às suas competências, bem como proporcionar um ambiente onde o espírito de equipa
e a capacitação permanente sejam fundamentais para os desafios profissionais e pessoais, de
forma a atrair e reter os melhores talentos, alinhados com os objectivos estratégicos e os valores
definidos no BNA.
No final de 2022, o quadro de pessoal do Banco Nacional de Angola, estava composto por 1 765
trabalhadores, destacando a contratação de 62 novos trabalhadores. Deste total 1 057 são do
género masculino e 708 do género feminino, sendo que 61% do efectivo está com idade
compreendida entre 31-50 anos.

96 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Painel 13: Distribuição de Funcionários por Género e Faixa Etária

Fonte: BNA

No ano em referência, passaram para reforma efectiva 81 trabalhadores e perspectiva-se que


durante o ano de 2023 a efectivação de 92 reformas que representa 5,21% do efectivo. Importa
realçar que a gestão da componente de custos associada aos pensionistas do BNA, tanto por
reforma como por sobrevivência, transitou, em Janeiro de 2022, para responsabilidade de um Fundo
de Pensões.
Em 2022, um total 345 trabalhadores tinham cargos de gestão e coordenação, dos quais 58% era
exercido por homens e 42% por mulheres.

Tabela 17: Número de Funcionários por Funções


N.º de
Função
Trabalhadores
Governador 1
Vice-Governador 2
Adm inistrador 4
Adm inistrador Não Executivos 6
Director 34
Assessor 7
Subdirector 28
Chefe de Divisão 112
Chefe de Sector 151
Técnico Espercializado 520
Técnico Operacional 900

Fonte: BNA

Relativamente à distribuição do efectivo por grau académico, cerca de 46% dos trabalhadores têm
formação equivalente e acima da licenciatura, dos quais 52% são do género masculino e 48% do
género feminino.

97 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Gráfico 33: Distribuição dos Trabalhadores por Grau Académico

Fonte: BNA

A Política de Gestão do Capital Humano, em 2022, pautou pela implementação (i) do Plano Anual
de Formação (PAF) 2022 e (ii) da Política Social. Relativamente à formação, em 2022, foram
realizadas 131 acções formativas, das quais 123 ao abrigo do PAF (executado em 87,23%) e 8 em
formato Ad-hoc.
Tabela 18: Formações em 2023

Acções Acções Nº de
Bloco Descritivo
Aprovadas Realizadas Participações
Institucional 8 4 1080 PAF 2022
Bloco Técnica Geral 4 3 257 PAF 2022
Bloco Técnica de Banca Central 60 68 366 PAF/Cooperação
Bloco Técnica Específica 48 28 472 PAF 2022
Programa de Gestão e Liderança 5 4 112 PAF 2022
Programa de Certificações e Pós-
16 16 67 PAF 2022/ PAAI
Graduações
Total PAF 141 123 2 354
Ad- Hoc 8 338 AD-HOC
Total Geral 131 2 692

Fonte: BNA

No âmbito da Política Social, o BNA continua a pautar pelo bem-estar e qualidade de vida dos seus
trabalhadores, mediante a realização de programas de assistência psicossocial, mantendo um
conjunto de benefícios e acrescentou outros, tais como o day-off de aniversário, a concessão de
empréstimo financeiro para aquisição de habitação, decorrente da aprovação do Despacho n.º
115/22, de 31 de Outubro.
No ano em referência, 13 trabalhadores beneficiaram de empréstimo para habitação na modalidade
de escolha livre e quanto ao fundo social, foram registados 158 beneficiários dos quais 96
trabalhadores activos e 66 reformados.

Relativamente à remuneração dos membros do Conselho de Administração, em cumprimento ao


disposto no Artigo 68.º da Lei n.º 34/21, de 18 de Outubro – Lei do Banco Nacional de Angola, foi

98 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


instituído o Comité de Remunerações, que aprovou o Estatuto Remuneratório dos Membros do
Conselho de Administração.

5. Comunicação e Marca

Em 2022, com o intuito de promover a credibilidade do Banco Nacional de Angola e fortalecer o


relacionamento institucional, visando dar maior visibilidade às acções estratégicas das suas áreas
de missão, o Banco Nacional de Angola planificou e realizou vários encontros temáticos,
seminários de capacitação e conferências que contaram com a participação de especialistas
nacionais e peritos internacionais de instituições congéneres, para discussão de temas actuais
relacionados com a missão e funções dos bancos centrais.

Além destas acções, o Banco Nacional de Angola, enquanto entidade responsável pela garantia da
estabilidade de preços na economia, de forma a assegurar a preservação do valor da moeda
nacional, promoveu e organizou seis conferências de imprensa para divulgar tempestivamente ao
público em geral as decisões do Comité de Política Monetária e dar a conhecer o comportamento
e perspectivas dos principais indicadores económicos.

Por outro lado, o Banco Nacional de Angola promoveu a actualização do Website institucional,
mediante o desenvolvimento da sua versão em língua inglesa, bem como a modernização do Portal
do Consumidor que passa a designar-se Portal de Educação Financeira, canal especializado para a
divulgação de informação sobre inclusão e educação financeira.

Neste Portal, disponibiliza-se informação sobre planeamento e gestão do orçamento familiar,


hábitos de poupança e investimento, principais características e riscos dos principais produtos e
serviços financeiros, medidas de prevenção e gestão de situações de incumprimento, gestão de
reclamações, bem como instruções sobre a prevenção de fraudes.

No âmbito do movimento de transformação digital dos processos organizacionais, foi


implementada a solução de gestão documental, projecto que visa garantir maior padrão de
desenvolvimento nos processos de gestão documental. Assim, foi concluída a operacionalização
do módulo de gestão de pagamentos de facturas e gestão de assinaturas electrónicas de actas
resultantes das sessões do Concelho de Administração, bem como a primeira fase do processo de
digitalização e gestão electrónica de todos os arquivos (corrente, intermédio e morto).

Procedeu-se à revisão da estratégia de comunicação do Comité de Política Monetária, que visa


promover a compreensão dos fundamentos subjacentes às suas tomadas de decisões e aprimorar
os mecanismos de divulgação das referidas decisões.

Por último, efectuou-se a elaboração das propostas de política de comunicação e política de acesso
à informação e gestão do arquivo do Banco Nacional Angola.

99 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


6. Gestão de Risco e Compliance

O Banco Nacional de Angola, no âmbito das suas funções visando o alcance do seu objectivo
principal, está susceptível a riscos financeiros e não financeiros, provenientes de factores internos
e externos que podem colocar em causa a consecução dos seus objectivos estratégicos.
Em 2022, a colisão geopolítica entre a Rússia e a Ucrânia e as suas consequências imediatas na
cadeia de abastecimento, ampliaram as incertezas quanto à evolução da economia e dos mercados
financeiros e exacerbaram os riscos para a economia mundial. Esta situação exigiu prudência por
parte das instituições de crédito e das autoridades de supervisão bancária.
Foi neste contexto, que o BNA conviveu com a probabilidade da materialização de diferentes riscos,
que poderiam influenciar os factores internos e externos e, impactar directamente o alcance das
metas estrategicamente definidas.
Assim, o BNA procurou gerir de forma eficaz os seus riscos, sendo esta de extrema importância
para o alcance da missão e objectivos definidos, concretamente, assegurar a preservação do valor
da moeda nacional.
Durante o ano em análise, no âmbito da gestão de risco e de compliance, o BNA realizou várias
acções, destacando-se a elaboração, implementação e aprovação pelo Comité Executivo (CE) das
Metodologias de Gestão de Riscos Estratégico e de Riscos de Projectos, bem como algumas
iniciativas de compliance, mais concretamente as Avaliações de Risco Ético e do Risco de Crimes
Económicos. Por outro, reforçou-se a disseminação das políticas de compliance e a capacitação
dos trabalhadores nestas matérias. Os demais processos vinculados aos riscos financeiros, não
financeiros e de continuidade de negócios tiveram seu curso normal.
Decorrente das suas características enquanto Banco Central, o BNA mantém o seu apetite ao risco
Conservador, conforme estabelecido na Declaração de Apetite ao Risco e isso implicou que toda a
sua actividade fosse realizada em conformidade com a referida Declaração.

7. Central de Informação e Risco de Crédito

Considerando que a modernização do sistema de gestão de informação sobre o risco de crédito é


fundamental para contribuição do aumento da inclusão financeira, a concessão de crédito
responsável e sustentável, bem como a mitigação do risco sistémico e a promoção da estabilidade
financeira, o Banco Nacional de Angola prossegue com o processo de actualização de algumas
regras e critérios de validação e alguns códigos das tabelas de referencia da Base de Dados
reportados na Central de Informação e Risco de Crédito (CIRC), CIRC 3.0, com vista a melhorar a
qualidade da informação que é reportada, assim como uma melhor leitura na análise da informação
que é devolvida, com o objectivo de não apenas aumentar o número de entidades credoras a
reportar informação na CIRC (aumento da quantidade de informação), mas como também o número
de variáveis (melhoria da qualidade de informação).

100 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Com efeito, é notável o progressivo aumento do número de registo de mutuários apresentados na
CIRC, aumentando concomitantemente o grau de cobertura do registo de operações, positivas e
negativas, de crédito a pessoas singulares e colectivas.
De acordo com critérios específicos de cálculo, o grau de cobertura de registo de crédito se refere
ao número de entidades, indivíduos e empresas listados num sistema de registo de crédito, com
informações sobre o seu histórico de empréstimos dos últimos cinco anos, bem como o número de
indivíduos e empresas que não tiveram histórico de empréstimos nos últimos cinco anos, mas para
os quais um credor solicitou um relatório de crédito (informação sobre responsabilidade no sistema
de registo de crédito).
No final de 2022, houve um aumento do número de devedores acumulados, registados na CIRC 3.0
de 209 862 mutuários (21%), passando de 1 006 919 mutuários em finais de 2021, para um total de
1 216 781 mutuários em 2022. Com efeito, o grau de cobertura do registo de crédito, em termos
cumulativos, situou-se em 7,47% em finais de 2022, tendo em conta a população adulta (faixa
etária da população entre 15 e 64 anos em 2018, de acordo com dados dos indicadores de
desenvolvimento do Banco Mundial).

Gráfico 34: Grau de Registo do Número de Mutuários na CIRC 3.0

1 400 000
1 216 781
1 200 000
1 006 919
1 000 000

800 000

600 000

400 000

200 000

0
2021 2022

Fonte: BNA

8. Meio Circulante

No âmbito da emissão monetária, no ano de 2022, assegurou-se a disponibilização de notas e


moedas em qualidade e quantidade desejadas pelo mercado.
O BNA, em 2022, com vista a maior disponibilização de moedas metálicas à população, realizou
uma campanha de distribuição a nível nacional, aos principais centros comerciais e aos
comerciantes de um modo geral.
Nesse contexto, durante o período em análise, o BNA emitiu em termos quantitativos menos
71,08% de notas em relação ao período anterior, com a emissão de 93,75 milhões de notas contra

101 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


331,70 milhões de notas emitidas em 2021, devido à estratégia do banco e a durabilidade das notas
em circulação, justificado pelo facto de quatro das cinco denominações foram impressas em
polímero. No que concerne às moedas metálicas, foram emitidas 2,17 milhões de moedas
contrariamente ao ano 2021 em que não se emitiu moedas metálicas.
Assim sendo, em termos monetários, registou-se uma redução no valor emitido em 72,10%, sendo
144,34 mil milhões de kwanzas da emissão de notas e 434,00 milhões de kwanzas da emissão de
moedas metálicas, ou seja, menos 374,13 mil milhões de kwanzas, em relação ao montante emitido
em 2021.
Ainda no período em referência, o BNA realizou o VI Encontro Nacional de Tesouraria, um evento
de periodicidade bienal, que visa abordar temas atinentes à gestão do numerário, auscultação dos
bancos comerciais e experiências dos bancos centrais convidados. O evento contou também com a
participação de representantes das empresas fornecedoras de equipamentos de tratamento de
notas e moedas metálicas.
No âmbito das acções de Inclusão Financeira, nomeadamente, Global Money Week, Semana da
Poupança e no encontro nacional de formação de quadros da inclusão financeira, prestou-se
informações ao público sobre as notas e moedas e o seu ciclo de vida.
No final de 2022, a circulação monetária repartiu-se em 422,03 milhões de notas e 506,63 milhões
de moedas metálicas, equivalente em termos monetários a um total de 657,87 mil milhões de
kwanzas, constituída em 98,00% por notas (644,70 mil milhões de kwanzas) e em 2,00% por
moedas metálicas (13,17 milhões de kwanzas).
Relativamente à circulação monetária, comparativamente ao ano de 2021, verificou-se em termos
quantitativos, uma redução na ordem de 3,18%, justificada por um lado, pela retirada em circulação
das notas da série 2012 e, por outro, pelo aumento verificado no último trimestre, dos depósitos de
notas de menor valor facial, mormente notas de Kz 200,00 e Kz 500,00 equivalente a uma entrada
em circulação de menos 13,87 milhões de notas. Quanto ao número de moedas metálicas, registou-
se um aumento de 5,64%, ou seja, mais 27,05 milhões de moedas em circulação que no período
anterior. Financeiramente, verificou-se uma expansão de 15,70%, ou seja, mais 89,28 mil milhões
de kwanzas em circulação.

Gráfico 35: Emissão Monetária

Fonte: BNA

102 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


9. Educação Financeira
Em 2022, foram realizadas 555 acções de Educação Financeira nas 18 províncias do país e
registados 29 385 participantes, face às 412 acções e aos 14 866 participantes em 2021. As acções
realizadas foram destinadas às crianças, adolescentes, jovens e adultos de instituições públicas e
privadas.
Dos participantes acima referidos 5 348 foram formados como multiplicadores em Gestão de
Finanças Pessoais e Familiares no âmbito dos Protocolos de Cooperação com os Ministérios da
Acção Social, Família e Promoção da Mulher (2 977) bem como com o Ministério da Juventude e
Desportos (2 371), respectivamente.
No período de 21 a 27 de Março, foi realizada a Semana Global do Dinheiro, na província de
Malanje, sob o lema “Construa o seu futuro. Seja habilidoso com o seu dinheiro". Durante esse
período, fizeram-se presentes na Oficina 68 Instituições Escolares, com 3 384 participantes, dentre
os quais crianças, adolescentes, jovens e adultos.
Por ocasião da comemoração do Dia Mundial da Poupança em Outubro, realizou-se, a oficina de
educação financeira, sob o lema “Construir independência e resiliência financeira”, em Luanda e
nas Delegações Regionais do BNA. Durante o evento, foram realizadas actividades didácticas e
lúdicas nas quais participaram 2 937 visitantes, dentre os quais crianças e adolescentes.
No período de 14 a 18 de Novembro foi realizado o Encontro Nacional de Técnicos de Educação
Financeira, na província do Huambo, visando o reforço contínuo das suas competências em
matérias de educação e inclusão financeira bem como a partilha de experiências com as
instituições nacionais e internacionais afins. Além destes, foram partícipes as Unidades Orgânicas
do BNA e instituições nacionais e internacionais com destaque para a Comissão do Mercado de
Capitais, a Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros, Bancos Centrais de
Moçambique, Cabo-Verde, Portugal e Brasil, perfazendo um total de 158 participantes, dos quais
os 34 técnicos de Educação Financeira do BNA.

Gráfico 36: Acções de Educação Financeira

Fonte: BNA

103 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


10. Museu da Moeda

Foi aprovado ao abrigo do Despacho n.º 11/2022, de 1 de Fevereiro o Departamento do Museu da


Moeda (DMM), cuja missão é de assegurar a gestão, valorização e divulgação do acervo
numismático nacional, bem como contribuir para o fomento da inclusão e da literacia financeira da
população.
No mesmo ano, destaca-se a certificação do Museu da Moeda junto ao então Ministério da Cultura,
Turismo e Ambiente, com aprovação do seu Estatuto Orgânico.
Relativamente à gestão do Museu da Moeda, igualmente no ano 2022, foram requalificados os
painéis interactivos, inserção do acervo bibliográfico existente na biblioteca mediateca, no sistema
Nyron, bem como a reabertura da sala de exposição permanente ao público. Por outro, foi retomada
a marcação das visitas guiadas em grupo e a realização de várias actividades no âmbito da sua
missão que estavam impedidas devido às medidas de confinamento e isolamento social impostas
pela COVID-19.
No período em análise, realizaram-se duas palestras, uma em alusão ao sexto Aniversário do
Museu da Moeda e outra no Dia Internacional dos Museus, uma actividade lúdica alusiva ao Dia
Internacional da Criança e Uma exposição temporária subordinada ao tema “Kitadi Kia Angola”
com a primeira edição do “Cantinho do Coleccionador”, constituído pela colecção de notas de vários
países, do coleccionador Roberto de Almeida.
Ao longo do ano de 2022, o Museu da Moeda registou um total de 32 272 visitantes, dentre eles
provenientes de 283 instituições. Dos visitantes, cerca de 31 850 eram nacionais, correspondendo
98,68%, e 422 eram cidadãos estrangeiros que corresponde 1,31% com destaque para os seguintes
países: Portugal, Brasil, Inglaterra, EUA, Indonésia, China e Espanha.

11. Relações Internacionais

O BNA participou nos tradicionais fóruns de cooperação a nível do Comité dos Governadores dos
Bancos Centrais da SADC (CCBG), segunda reunião do grupo de trabalho do Banco Internacional de
Pagamento (BIS) sobre Política Monetária na África Subsaariana, encontros a nível da Comunidade
de Desenvolvimento da África Austral (SADC), Reuniões do Instituto de Gestão Macroeconómica e
Financeira da África Austral e do Leste (MEFMI) e na Reunião do Grupo Consultivo Regional (RCG)
do FSB para a África Subsaariana.

No âmbito da sua condição estatutária às instituições multilaterais, o BNA participou em vários


eventos, com destaque para as reuniões da Primavera das instituições de Bretton Woods (FMI e
GBM), a reunião anual do BIS, encontros da Associação dos Bancos Centrais Africanos (ABCA),
reunião anual e o fórum de política global da Aliança para Inclusão Financeira (AFI), fórum de
discussão do RAMP (Programa de Consultoria e Gestão de Reservas) e um conjunto de eventos
realizados no âmbito da cooperação institucional existente entre os Bancos Centrais dos Países de
Língua Portuguesa (BCPLP).

104 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Ao nível do relacionamento institucional interno, realça-se a consolidação da relação de trabalho
com a representação do Fundo Monetário Internacional em Angola, culminando com a realização
da apresentação e exposição pública do Relatório do FMI sobre as Perspectivas Económicas
Regionais da África subsariana: “Vivendo no Limite”.

Neste mesmo contexto, o BNA desenvolveu, dentre outras, as seguintes acções:

i. Acções de partilha de conhecimento com entidades locais e organismos de supervisão


nacionais, bem como outras organizações no domínio da protecção dos consumidores
de serviços e produtos financeiros, estabelecendo novas parcerias institucionais com
o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Administração Geral
Tributária (AGT), Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros e Comissão
de Mercados de Capitais, os dois últimos no âmbito do Conselho de Supervisores do
Sistema financeiro;

ii. Com vista ao melhoramento da relação de trabalho com a Procuradoria-Geral da


República (PGR), realizou sessões que culminaram com a elaboração da proposta final
do futuro acordo de cooperação institucional;

iii. Na dinamização dos protocolos de cooperação institucionais em vigor, o BNA


participou em grupos de trabalho conjunto com a Agência Geral Tributária (AGT),
Centro de Investigação Científica da Universidade Católica de Angola (CEIC-UCAN),
Instituto Superior Politécnico de Tecnologia e Ciência (ISPTEC), Faculdade de Economia
da Universidade Agostinho e outras entidades nacionais, com destaque para o
Ministério das Relações Exteriores.

105 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Situação Patrimonial e Desempenho Financeiro

1. Situação Patrimonial e Desempenho Financeiro

Principais Variações na Composição do Balanço

Tabela 19: Balanço


Balanço 2022 2021 Variação
Mil milhões de Kwanzas Montante %
ACTIVO 9 856 383 11 835 241 (1 978 858) -17%
Ouro 544 723 601 896 (57 173) -9%
Activos sobre o exterior 7 558 565 8 754 654 (1 196 089) -14%
Activos internos 1 470 758 2 174 978 (704 220) -32%
Activos tangíveis e intangíveis 167 107 112 994 54 113 48%
Outros valores activos 115 230 190 719 (75 489) -40%
PASSIVO 6 248 679 8 447 694 (2 199 015) -26%
Notas e moedas em circulação 657 852 568 589 89 263 16%
Reservas bancárias 3 007 310 3 244 465 (237 155) -7%
Mercado monetário interbancário 1 139 017 886 673 252 344 28%
Conta Única do Tesouro 88 621 548 390 (459 769) -84%
Fundo de Garantia de Depósitos 47 998 34 490 13 508 39%
Outras responsabilidades internas 313 286 1 179 350 (866 064) -73%
Outras responsabilidades externas 858 010 1 806 302 (948 292) -52%
Outros valores passivos 136 584 179 435 (42 851) -24%
CAPITAIS PRÓPRIOS 3 607 704 3 387 547 220 157 6%

Em 31 de Dezembro de 2022, o Activo do Banco apresenta um saldo de 9,86 bilhões de kwanzas,


traduzindo uma redução de 1,98 Bilhões de kwanzas comparativamente a 31 de Dezembro de 2021.
Esta variação negativa de 17% é explicada, essencialmente, pelos seguintes factores:
i. Diminuição na posição do “Ouro” em 9% (3,07 milhões de dólares norte-americanos),
explicado por dois efeitos, designadamente, i) pela apreciação do kwanza face ao dólar
dos norte-americano e ii) pela desvalorização da sua cotação no mercado em cerca de
0,28%, passando de 1 829,20 dólares norte-americanos em 31 de Dezembro de 2021
para 1 824,02 dólares norte-americanos em 31 de Dezembro de 2022;

ii. Variação negativa de 1,20 biliões de kwanzas, cerca de 14% dos “Activos sobre o
exterior”, explicado essencialmente, i) pela apreciação do kwanza face às outras
moedas estrangeiras ii) pela diminuição da posição activa junto do FMI justificada pela
apreciação do kwanza face ao DSE, iii) pela diminuição da exposição dos activos
geridos por entidades externas em cerca de 3% é justificada essencialmente pelos
desinvestimentos (CARLYLE e ATRIUM) e variação de justo valor; e iii) pela diminuição
da posição em moeda estrangeira dos depósitos à ordem em cerca de 70,4% (994,29
milhões de dólares norte-americanos);
iii. Diminuição de 704,22 mil milhões de kwanzas (-32%) dos “Activos internos”,
justificado essencialmente, (i) pela transferência de Títulos do Tesouro Nacional

106 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


denominados em kwanza no valor nominal de 177,65 mil milhões de kwanzas como
parte do aporte inicial do Fundo de Pensões, em virtude da passagem da
responsabilidade dos trabalhadores reformados do Banco para aquela entidade (ii)
pelas vendas e vencimentos de Títulos Tesouro Nacional denominados em dólar norte-
americano, e (iii) aos resgates de títulos antecipados;

iv. Aumento de 54,11 mil milhões de kwanzas (+48%) dos “Activos tangíveis e
intangíveis”, justificado essencialmente i) pelo incremento de obras em curso, ii)
aquisição de equipamentos e de licenças de utilizadores dos sistemas de tratamento
automático de dados (Software);

v. Diminuição de 75,49 mil milhões de kwanzas (40%) dos “Outros valores activos”,
justificado essencialmente, i) por operações pendentes de regularização, ii) pelos
valores a receber junto do MINFIN, e iii) Pelo valor do superavit do Fundo de Pensões
para o plano de Benefícios definidos, resultante do facto de este apresentar, nessa
data, um nível de financiamento superior a 100%; e iv) Pela redução dos depósitos de
transgressões cambiais.

Por outro lado, o Passivo do Banco totaliza 6,25 bilhões de kwanzas, que se traduz numa redução
de 2,20 bilhões de kwanzas (-26%) face a 31 de Dezembro de 2021. As principais variações no
Passivo são explicadas pelos seguintes factores:
i. Diminuição de 237,16 mil milhões de kwanzas (-7%) das “Reservas bancárias”,
explicado (i) pelo efeito da apreciação do kwanza;

ii. Aumento de 252,34 mil milhões de kwanzas (+28%) das operações do “Mercado
monetário interbancário”, explicado pelo aumento de operações ocasionais de
absorção de liquidez, decorrente das políticas monetárias adoptadas pelo BNA;

iii. Aumento de 13,51 mil milhões de kwanzas (39%) do saldo do “Fundo de Garantia de
Depósitos”, decorrente das contribuições das instituições financeiras para o FGD, bem
como de rendimentos decorrentes da sua actividade;

iv. Diminuição de 459,77 mil milhões de kwanzas das responsabilidades Conta Única do
Tesouro (-81%), justificada essencialmente (i) diminuição da posição da CUT em
moeda estrangeira em cerca de 96% (691,18 milhões de dólares norte-americanos) e
(ii) pela diminuição posição da CUT em moeda nacional em cerca de 52% (74 581,00
milhões de kwanzas) pelas operações de esterilização;

v. Diminuição de 866,06 mil milhões de kwanzas (-73%) das “Outras responsabilidades


internas”, explicado essencialmente i) pela reversão de provisões para garantias
prestadas e compromissos assumidos e provisões para o risco sistémico do sector
bancário ii) pela transferência do remanescente de 500 milhões de dólares norte-

107 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


americanos do Fundo Soberano de Angola para a Conta única do Tesouro no âmbito do
PIM, e iii) aumento exposição do “Fundo de Garantias de Depósitos” em cerca de 39%
(13,51 mil milhões de kwanzas), justificada essencialmente pelos depósitos dos
bancos comercias e pelas aplicações do FGD no BNA;

vi. Diminuição de 948,10 mil milhões de kwanzas (-52%) das “Outras responsabilidades
externas”, explicado essencialmente alocação de DSE pelo FMI a Angola e ii) pela e
pela apreciação do kwanza face ao SDR em cerca de 33,37%.

Relativamente aos Capitais próprios, verifica-se um aumento no montante de 220,16 mil milhões
de kwanzas (6%) justificado pelo seguinte:
i. Aumento das "Diferenças de reavaliação”, em 185, 67 mil milhões de kwanzas (-
1112%) justificado essencialmente, pelo i) aumento das Diferenças de reavaliação de
justo valor dos “Activos financeiros ao justo valor através do outro rendimento
integral” e do “Ouro” e ii) pela transferência para resultados das valias efectivas da
venda dos títulos de divida soberana;

ii. Diminuição do “Resultado transitado e remensuração dos planos de benefício


definido” em 176,07 mil milhões de kwanzas (-6%), justificado essencialmente (i) pela
transferência de Resultados do exercício de 2021 e (ii) pelo registo dos “Desvios
actuarias” referente as responsabilidades com o Fundo de Pensões do plano de
benefício definido;

iii. Aumento de “Outras reservas” em 200,58 mil milhões de kwanzas (1415%), justificado
essencialmente pela distribuição do resultado realizado de 2021;

iv. Resultado do exercício 36,53 mil milhões de kwanzas.

Evolução dos resultados

No exercício de 2022, os principais indicadores da conta de resultados evoluíram como é


apresentado na tabela abaixo.

Tabela 20: Demonstração de Resultado


Demostração de 2022 2021 Variação
Resultado Mil milhões de Kwanzas Montante %
Margem financeira 164 166 217 264 (53 098) -24%
Comissões líquidas 22 857 27 230 (4 373) -16%
Resultados em operações financeiras 53 497 49 608 3 889 8%
Resultados operacionais (547 986) (790 441) 242 455 -31%
Resultados de exploração 343 991 522 890 (178 899) -34%
RESULTADO DO EXERCÍCIO 36 525 26 551 9 974 38%

108 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


No exercício de 2022 apurou-se um resultado positivo de 36,53 mil milhões de kwanzas, sendo a
variação face ao exercício anterior explicada, essencialmente, por:
i. Diminuição de 53,10 mil milhões de kwanzas (-24%) da “Margem financeira”
justificada essencialmente i) pela diminuição dos ganhos obtidos nos Títulos de dívida
pública nacional em virtude da diminuição do stock de operações; ii) incremento dos
rendimentos das “Aplicações em instituições de crédito” no exterior em virtude do
aumento das taxas de juros das aplicações no mercado; e iii) pela diminuição dos juros
de financeiros concedidos ao Estado, em virtude da redução dos financiamentos em
dólares americanos efectuados em 2022;

ii. Redução de 4,37 mil milhões de kwanzas (-16%) nas “Comissões Líquidas” decorrente
da diminuição de comissões recebidas por operações realizadas com o Ministério das
Finanças e redução de comissões pagas por serviços bancários prestados por terceiros;

iii. Aumento de 3,89 mil milhões de kwanzas (8%) dos “Resultados em Operações
Financeiras”, justificado essencialmente i) pelas mais valias dos resultados de activos
financeiros valorizados ao justo valor através de resultados em 18,01 mil milhões de
kwanzas e ii) pelas perdas de justo valor dos resultados de activos financeiros ao justo
valor através de outro rendimento integral em 21,99 mil milhões de kwanzas;

iv. Aumento de 242,46 mil milhões de kwanzas (317%) nos “Resultados Operacionais”
decorrente essencialmente da diminuição dos resultados cambiais, decorrente da
apreciação do kwanza face às outras moedas estrangeiras e pela redução de
operações cambiais;

v. Aumento de 178,10 mil milhões de kwanzas (-34%) nos “Resultados de exploração”


decorrente essencialmente:
o Aumento de 47,22 mil milhões de kwanzas nas “Provisões líquidas de reposições e
anulações” em resultado das reversões efectuados nas provisões para o risco
sistémico do sector bancário, e garantias e compromissos assumidos;
o Diminuição de 115,55 mil milhões de kwanzas nas “Perdas por imparidade líquidas
de reversões” decorrente essencialmente das reversões efectuadas nos i) activos
financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral, ii) títulos afectos
para cumprimento de reservas obrigatórias em moeda estrangeira e iii) activos
financeiros concedidos ao Estado.

109 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS

110
VII
RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022
VII. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

O Banco Nacional de Angola (adiante designado por “BNA” ou “Banco”), Banco Central de Angola,
está mandatado por lei a promover o bem-estar económico e financeiro do País. O BNA está
comprometido em manter os angolanos informados sobre as suas políticas, operações e
actividades.
Nos termos do artigo 91.º da Lei n.º 24/21, de 18 de Outubro, são apresentadas as Demonstrações
Financeiras do Banco Nacional de Angola, relativas ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2022,
que compreendem as Demonstrações da posição financeira, as Demonstrações dos resultados, as
Demonstrações do outro rendimento integral, as Demonstrações das alterações nos capitais
próprios, as Demonstrações dos fluxos de caixa das operações em moeda estrangeira e as
respectivas notas anexas às Contas, aprovadas pelo Conselho de Administração em 30 de Março
de 2023.
A preparação e apresentação das Demonstrações Financeiras alinhadas com as orientações
técnicas e os princípios consagrados nas Normas Internacionais de Relato Financeiro (IAS/IFRS) foi
definido como um objectivo para o BNA, reflectindo o sentido da trajectória seguida pelo seu
Conselho de Administração, tendo em vista a modernização do Modelo de Governação e de Gestão.
Este objectivo consubstanciou-se na adopção do plano de contas aprovado pelo Conselho de
Administração no exercício de 2013, conforme mencionado na nota 1.1 Bases de Apresentação,
que está alinhado com as IAS/IFRS, sendo as excepções mais relevantes descritas na nota 1.2
Excepções de Normas e Interpretações.
As Demonstrações Financeiras são apresentadas em milhões de kwanzas.

111 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Demonstrações da posição financeira em 31 de Dezembro de 2022 e 2021

ACTIVO Notas 2022 2021 PASSIVO E CAPITAIS PRÓPRIOS Notas 2022 2021

Ouro 2 544 723 601 896 Notas e moedas em circulação 11 657 852 568 589
Responsabilidades para com instituições de crédito
Activos sobre o exterior nacionais relacionadas com operações de política monetária
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 3 210 780 784 057 Reservas bancárias 12 3 007 310 3 244 465
Aplicações em instituições de crédito 4 2 769 066 3 271 232 Mercado monetário interbancário 12 1 139 017 886 673
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 5 553 800 572 892 Responsabilidades internas para com outras entidades
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 5 3 017 081 2 890 895 Conta Única do Tesouro 13 88 621 548 390
Fundo Monetário Internacional 6 1 007 838 1 235 578 Fundo de Garantia de Depósitos 13 47 998 34 490
7 558 565 8 754 654 Outras responsabilidades 13 39 788 330 845
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional 6 843 807 1 249 818
Activos internos Recursos de instituições financeiras 14 - 556 484
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 3 44 761 50 556 Responsabilidades com pensões e outros benefícios 15 - 159 122
Operações às instituições de crédito relacionadas Provisões 16 273 498 689 383
com operações de política monetária 8 66 888 701 598 Outros valores passivos 17 150 787 179 435
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 5 1 347 223 1 405 842 Total do Passivo 6 248 679 8 447 694
Outros activos internos a receber 7 11 886 16 982
1 470 758 2 174 978 Capital 18 170 000 170 000
Diferenças de reavaliação 19 202 362 16 692
Outras reservas 20 214 753 14 171
Activos tangíveis 9 165 630 109 836 Resultado transitado e remensuração dos planos de benefício definido 20 2 984 064 3 160 133
Activos intangíveis 9 1 477 3 158 Resultado do exercício 36 525 26 551
Outros valores activos 10 115 230 190 719 Total dos Capitais Próprios 3 607 704 3 387 547
Total do Activo 9 856 383 11 835 241 Total do Passivo e Capitais Próprios 9 856 383 11 835 241

- -
As notas anexas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras.

José de Lima Massano Dilson Sebastião Costa


Governador Director do Departamento de Contabilidade e Gestão Financeira

Maria Juliana de Carvalho Pereira


Administrador do Pelouro Financeiro

112 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Demonstrações dos resultados para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2022 e 2021

Notas 2022 2021

Juros e rendimentos similares 22 315 379 367 737


Juros e encargos similares 23 (151 213) (150 473)
Margem financeira 164 166 217 264
Rendimentos de serviços e comissões 24 25 083 31 191
Encargos com serviços e comissões 25 (2 226) (3 961)
Comissões líquidas 22 857 27 230

Resultados de activos financeiros valorizados ao justo valor através de resultados 26 36 306 54 405
Resultados de activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 27 17 191 (4 797)
Resultados em operações financeiras 53 497 49 608
Resultados cambiais 28 (539 875) (779 763)
Custos relativos à emissão de notas e moedas 29 (5 230) (14 375)
Resultados de alienação de outros activos 30 195 12
Outros resultados operacionais 31 (4 554) 3 685
Resultados operacionais (549 464) (790 441)

Custos com pessoal


Remuneração e outros beneficios 32 (64 201) (57 713)
Fornecimentos e serviços de terceiros 33 (27 443) (22 422)
Amortizações do exercício 9 (11 650) (8 506)
Provisões líquidas de reposições e anulações 16/17 422 385 469 607
4/5/7/8/
Perdas por imparidade líquidas de reversões 26 378 141 924
9/10/34
Resultados de exploração 345 469 522 890
Result ado do exercício 36 525 26 551
As notas anexas fazem parte integrante destas demonstrações.

Demonstrações do outro rendimento integral para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2022 e 2021

2022 2021
2022 2021

Resultado líquido do exercício 36 525 26 551

Resultado líquido do exercício 36 525 26 551


Itens que poderão ser reclassificados posteriormente para resultados
Variações da diferença de reavaliação de justo valor de:
Itens que poderão
Activos ser reclassificados
financeiros ao justo valorposteriormente para
através de outro resultadosintegral
rendimento 66 093 (125 177)
Variações
Ouro da diferença de reavaliação de justo valor de: (38 174) (32 574)
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral (Nota 19)
Variações da diferença de reavaliação cambial
191 270
-
(125 177)
-
Ouro (Nota 19) (5 600) (32 574)
27 919 (157 751)
185 670 (157 751)
Itens que não poderão ser reclassificados posteriormente para resultados
Itens que não poderão ser reclassificados posteriormente para resultados
Desviosactuariais
Desvios actuariais(Nota 15) 17
(2306
038) 19
19344
344
17
(2306
038) 19
19344
344

Rendimento /
Rendimento / (gasto)
(gasto) reconhecido
reconhecido directamente
directamentenos
nosCapitais
CapitaisPróprios
Próprios 45
183225
632 (138
(138407)
407)
Rendimento integral
Rendimento integral do
do exercício
exercício 81
220750
157 (111
(111856)
856)

As notas
As notas anexas
anexas fazem
fazem parte
parte integrante
integrante destas
destas demonstrações.
demonstrações.

113 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Demonstrações das alterações nos capitais próprios para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2022 e 2021

Desconto da Reservas Resultados Resultado


Capital emissão de Reservas transitados + do Total
Desconto da Diferenças de reavaliação Outras reservas Resultados
capital RPBD exercício
Resultado
Capital emissão de Justo valor Cambial Reserva legal Reserva livre Reserva Especialtransitados + Total
Diferenças de reavaliação Outras reservas do exercício
capital RPBD
Saldos em 01-01-2021 270 000 (135 900) Justo174
valor443 Cambial
2 637 010 Reserva legal
2 086 Reserva livre
1 975Reserva Especial - 265 984 25 273 3 240 872
Saldos em 31-12-2020
Movimentos decorrentes da adopção da IAS 21 270 000- (135 900)- 174 443 - 2
(2637
637010
010) 2 086 - 1 975 - - - 265 984773
1 903 25 733
273 237 3 240 872 -
Movimentos
Movimentosdecorrentes
decorrentes da correcção
da adopção dados
IAS activos
21 - - - (2 637 010) - - - 1 903 773 733 237 -
financeiros
Movimentos ao justo valor
decorrentes da através
correcçãodedos
resultados
activos - - - - - - - - 273 695 273 695
Saldos em 01-01-2021
financeiros (reexpresso)
ao justo valor através de resultados 270 000- (135 900)
- 174 443
- -- 2 086
- 1 975
- - - 2 169 -757 1 032
273 695205 3 514
273 695567
Saldos em 31-12-2020 (reexpresso) 270 000 (135 900) 174 443 - 2 086 1 975 - 2 169 757 1 032 205 3 514 567
Transferência de resultados de 2020 - - - - - - - 1 032 205 (1 032 205) -
Distribuição de resultados
Transferência dede
de resultados 2020
2020 - -- -- -- 5 055
- 5 055
- - - 1 032(25
205273)(1 032 205) - (15-164)
Distribuição
Diminuição dode resultados
capital socialde 2020 (100 000)- -
135 900 -- -- 5 055 - 5 055 - - - (25(35
273)900) - - (15 164) -
Rendimento
Diminuição integral
do capitaldosocial
exercício (100 000)- 135 900- (157 751)
- -- - - - - - - 19 344
(35 900) 26- 551 (111-856)
Rendimento
Saldos integral do exercício
em 31-12-2021 170 000- -- (157
16751)
692 -- -
7 141 -
7 030 - - 3 19
160344133 26 26
551551 (111 856)547
3 387
Saldos em 31-12-2021 170 000 - 16 692 - 7 141 7 030 - 3 160 133 26 551 3 387 547
Transferência de resultados de 2021 (Nota 20) - - - - - - - 26 551 (26 551) -
Transferência
Distribuição de resultados
de resultados dede 2021(Nota 20)
2021 - -- -- -- -
175 399 -
20 146 5 -037 26 551582)
(200 (26 551) - - -
Distribuiçãointegral
Rendimento de resultados de 2021(Nota 19 e 20)
do exercício -- -- -
185 670 -- 175 399 - 20 146 - 5 037 - (200 582)
(2 038) 36- 525 220- 157
Diminuição
Saldos do capital social
em 31-12-2022 170 000- -- -
202 362 -- -
182 540 -
27 176 -
5 037 2 984 -064 36 -525 3 607- 704
Rendimento integral do exercício - - 27 919 157 751 - - - (2 038) 36 525 220 157
Saldos em 31-12-2022 170 000 - As44 611anexas 157
notas 751
fazem 182 540 destas demonstrações.
parte integrante 27 176 5 037 2 984 064 36 525 3 607 704
As notas anexas fazem parte integrante destas demonstrações.

114 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Relatório Anual e Contas de 2022

Demonstrações dos fluxos de caixa das operações em moeda estrangeira para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2022
e 2021
2022 2021
Actividades Operacionais
Proveitos de títulos e valores mobiliários 53 062 81 854
Proveitos de aplicações de liquidez 25 528 7 096
Pagamentos de custos administrativos (9 852) (5 357)
Despesas de produção de notas e moedas (2 756) (9 397)
Custos de financiamento (15 299) -
Outros pagamentos e recebimentos (15 011) (62 433)
Fluxos de caixa de actividades operacionais 35 672 11 763
Actividades de Investimento
Investimentos em:
Aplicações geridas por entidades externas 4 570 46 040
Operações cambiais (494 048) (1 220 563)
Títulos de dívida soberana estrangeira (407 512) 1 301 498
Aquisições e alienações de imobilizado (12 788) (13 527)
Fluxos de caixa de actividades de investimento (909 778) 113 448
Actividades de Financiamento
Diminuições (aumentos) de depósitos de residentes:
Tesouro Nacional (307 210) 428 004
Instituições Financeiras - Reservas bancárias 1 081 493 1 887 178
Operações com acordo de recompra (506 778) (1 562 037)
Juros de Financiamentos - -
Fundo Monetário Internacional - -
Aumentos (diminuições) de notas e moedas estrangeiras (1 076) 23 366
Fluxos de caixa de actividades de financiamento 266 429 776 511
Efeito da variação cambial em caixa e equivalentes de caixa (489 008) (681 034)
Variação de caixa e seus equivalentes (1 096 685) 220 688
Caixa e seus equivalentes em moeda estrangeira no início do exercício 4 105 213 3 884 525
Caixa e seus equivalentes em moeda estrangeira no fim do exercício 3 008 528 4 105 213

As notas anexas fazem parte integrante destas demonstrações.

De acordo a decisão do Conselho de Administração as demonstrações dos fluxos de caixa, apresentadas acima,
incluem apenas as operações em moeda estrangeira, excluindo os fluxos em moeda nacional no valor global de
127 437 mil milhões de kwanzas correspondente a gastos com pessoal, fornecimento de serviços de terceiros e
despesas com investimentos, nos montantes de 70 717 mil milhões de kwanzas (actividade operacional), 13 616 mil
milhões de kwanzas (actividade operacional) e 43 103 mil milhões de kwanzas (actividade investimento)
respectivamente.

Nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, o agregado “Caixa e seus equivalentes em moeda
estrangeira” apresenta a seguinte composição:

Caixa e seus equivalentes em moeda estrangeira 2022 2021 Variação


Caixa e disponibilidades em inst it uições de crédit o (Not a 3)
Notas e moedas em moeda estrangeira em caixa 39 953 43 663 (3 710)
Depósitos à ordem em moeda estrangeira:
No exterior 210 780 784 057 (573 277)
No país 3 491 3 770 (279)-
Aplicações em inst it uições de crédit o (Not a 4)
Depósitos a prazo
No exterior 2 754 304 3 273 723 (519 419)
3 008 528 4 105 213 (1 096 685)

115 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


PARTEÀS
NOTAS VIDEMONSTRAÇÕES
– NOTAS ANEXAS FINANCEIRAS
ÀS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS

1. Bases de apresentação e resumo das principais políticas contabilísticas

- 1.1 BASES DE APRESENTAÇÃO

As demonstrações financeiras do BNA para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2022 foram preparadas no
pressuposto da continuidade das operações, com base no plano de contas aprovado pelo Conselho de
Administração no exercício de 2013. Este plano segue na sua globalidade as orientações técnicas e os princípios
consagrados nas Normas Internacionais de Relato Financeiro (IAS/IFRS) emitidas pelo International Accounting
Standards Board (IASB), sendo as excepções mais relevantes descritas na nota 1.2 Excepções de Normas e
Interpretações.

O Banco procedeu ao alinhamento do seu plano de contas às IAS/IFRS, pela primeira vez no exercício findo em
31 de Dezembro de 2013, considerando para o efeito os requisitos previstos na IFRS 1 – Adopção pela primeira
vez das Normas Internacionais de Relato Financeiro, as quais foram aplicadas retrospectivamente para todos os
períodos apresentados.

A Lei Orgânica do Banco determina a estrutura de apresentação das demonstrações financeiras que o Banco
deve adoptar. Desta forma, de acordo ao ponto n.º 2 do artigo 86.º da Lei n.º 24/21, de 18 de Outubro – Lei do
Banco Nacional de Angola, “As demonstrações financeiras do Banco Nacional de Angola devem ser preparadas
em conformidade com as normas contabilísticas internacionalmente reconhecidas e de acordo com as políticas
e procedimentos contabilísticos adoptados pelo Conselho de Administração”.
As políticas contabilísticas apresentadas nesta nota são consistentes com as utilizadas nas demonstrações
financeiras do período anterior.

As demonstrações financeiras do BNA em 31 de Dezembro de 2022 e 2021 encontram-se expressas em milhões


de kwanzas, tendo os activos e os passivos denominados em outras moedas sido convertidos para a moeda
nacional, com base nas taxas de câmbio médias do último dia útil do ano que se seguem:

Moedas 2022 2021


1 Dólar dos Estados Unidos (USD) 503,691 554,981
1 Euro (EUR) 537,438 629,015
1 Dólar Canadiano (CAD) 371,975 436,410
1 Rand da África do Sul (RND) 29,707 34,900
1 Libra Esterlina (GBP) 607,048 749,918
1 Yuan Renmimbi da China (CNY) 72,649 87,490
1 Direito de Saque Especial (DSE) 670,332 776,746

116 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Durante o exercício de 2019, a taxa de câmbio do kwanza face às restantes moedas foi fixada em regime de
câmbio flexível e monitorizada. A taxa de câmbio apresentou variações significativas de Janeiro a Dezembro de
2022, tal como se infere quadro acima.

Em 31 de Dezembro de 2022, a taxa de câmbio DSE/AOA foi calculada com base na interpolação das taxas
DSE/USD e USD/AOA.

- 1.2 EXCEPÇÕES DE NORMAS E INTERPRETAÇÕES

Considerando as especificidades da sua actividade enquanto regulador do sistema financeiro e responsável pela
execução das políticas monetária e cambial do País, bem como pela gestão das reservas internacionais, as
demonstrações financeiras do BNA são preparadas com base no plano de contas aprovado pelo Conselho de
Administração no exercício de 2013, conforme mencionado acima. Este plano de contas segue na sua
globalidade as orientações técnicas e os princípios consagrados nas Normas Internacionais de Relato Financeiro
(IAS/IFRS) emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB), sendo as excepções mais relevantes
descritas abaixo:
- Divulgação instrumentos financeiros (IAS 32 – Instrumentos financeiros (Apresentação)): O Banco classifica na
categoria activos financeiros ao justo valor através de resultados os investimentos geridos por entidades
externas, que incluem diversos instrumentos financeiros, incluindo derivados, cuja posição destes instrumentos
encontra-se compensada na mesma rubrica da demonstração da posição financeira (i.e. incluindo o justo valor
negativo de alguns instrumentos financeiros).
- Provisão para risco sistémico (IAS 37 – Provisões, passivos contingentes e activos contingentes): O Conselho
de Administração define anualmente as dotações para a constituição ou reforço de provisões destinadas à
cobertura de diversos riscos, ou da ocorrência de outras eventualidades a que se julgue necessário prover,
conforme previsto no n.º 2 do art.º 86 da Lei n.º 24/21, de 18 de Outubro – Lei do Banco Nacional de Angola.
Esta provisão para cobertura do risco sistémico, conforme divulgado na nota 16, constitui uma excepção à norma
IAS 37 – Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes.
- Activos e passivos do Fundo monetário internacional (“FMI”) (IAS 32 – Instrumentos financeiros
(Apresentação)): Os saldos do Estado angolano com o FMI, intermediados pelo BNA, são registadas na posição
financeira do BNA de acordo com as indicações contabilísticas dadas por este órgão, que consideram as
características específicas das relações financeiras dos países membros com as posições do Fundo.

Estas excepções na aplicação dos requisitos das normas e interpretações das IAS/IFRS continuaram a ser
aplicadas nas demonstrações financeiras do Banco no exercício findo em 31 de Dezembro de 2022, à semelhança
do que ocorria em 31 de Dezembro de 2021.
Ao longo das notas anexas são descritos os princípios contabilísticos e critérios utilizados pelo BNA no processo
de preparação das demonstrações financeiras.

117 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


- 1.3 NOVAS NORMAS E INTERPRETAÇÕES APLICÁVEIS AO EXERCÍCIO E NORMAS,
INTERPRETAÇÕES, EMENDAS E REVISÕES QUE IRÃO ENTRAR EM VIGOR EM EXERCÍCIOS
FUTUROS

A descrição das novas normas e interpretações encontra-se apresentada na nota 39.

- 1.4 RESUMO DAS PRINCIPAIS POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS

Além dos princípios contabilísticos aplicáveis a certas rubricas das demonstrações financeiras, descritos
especificamente ao longo do presente anexo, de uma forma geral, o BNA utiliza na preparação das suas
demonstrações financeiras os seguintes princípios contabilísticos e critérios valorimétricos.

- 1.4.1 ESPECIALIZAÇÃO DE EXERCÍCIOS

O Banco Nacional de Angola adopta o princípio contabilístico da especialização de exercícios em relação às


rubricas das demonstrações financeiras. Desse modo, os proveitos e custos são reconhecidos em função do
período de vigência das operações, sendo registados à medida que são gerados, independentemente do
momento do seu recebimento ou pagamento.

- 1.4.2 TRANSACÇÕES EM MOEDA ESTRANGEIRA

As contas do Banco são preparadas na divisa do ambiente económico em que opera (“moeda funcional”), sendo
expressas em kwanzas.
As operações em moeda estrangeira são registadas segundo os princípios do sistema “multi-currency”, isto é,
registadas nas respectivas moedas de denominação, sendo convertidas para kwanzas com base nas taxas de
câmbio em vigor na data em que ocorrem. Os activos e passivos denominados em moeda estrangeira são
convertidos para kwanzas mediante a utilização da taxa de câmbio média publicada pelo Banco na data de relato
financeiro.
Os custos e proveitos relativos a diferenças cambiais, quer sejam negativas ou positivas, são registados na
demonstração dos resultados do exercício em que ocorrem, nas respectivas rubricas de “Perdas e ganhos
associados a diferenças cambiais” (nota 28).

- 1.4.3. INSTRUMENTOS FINANCEIROS

1.4.3.1 – Definições
Custo amortizado de um activo financeiro ou de um passivo financeiro - A quantia pela qual o activo
financeiro ou o passivo financeiro é mensurado no reconhecimento inicial deduzida dos reembolsos de capital,
acrescida ou deduzida da amortização acumulada usando o método do juro efectivo de qualquer diferença entre
essa quantia inicial e a quantia à data do vencimento, e, para os activos financeiros, ajustada por eventuais
imparidades para perdas.

118 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Desreconhecimento – A remoção de um activo financeiro ou de um passivo financeiro anteriormente
reconhecido do balanço de uma entidade.

Justo Valor – O justo valor de um instrumento financeiro corresponde ao preço que seria recebido pela venda
de um activo ou pago para transferir um passivo numa transacção ordenada entre participantes no mercado à
data da mensuração. O BNA adopta os guias definidos pela IFRS 13 – Mensuração do justo valor para o cálculo
do justo valor dos instrumentos financeiros consoante as suas propriedades.

Método do juro efectivo – O método que é utilizado para calcular o custo amortizado de um activo financeiro
ou de um passivo financeiro e na atribuição e reconhecimento do rédito de juros ou das despesas com juros nos
resultados, durante o período relevante.

Taxa de juro efectiva – A taxa que desconta exactamente os pagamentos ou recebimentos de caixa futuros
estimados ao longo da duração esperada do activo financeiro ou do passivo financeiro à quantia escriturada
bruta de um activo financeiro ou ao custo amortizado de um passivo financeiro. Ao calcular a taxa de juro
efectiva, o Banco estima os fluxos de caixa esperados considerando todos os termos contratuais do instrumento
financeiro (por exemplo, pré-pagamento, extensão, opções call e semelhantes), mas não considera as perdas de
crédito esperadas. O cálculo inclui todas as comissões e pontos pagos ou recebidos entre as partes do contrato
que são parte integrante da taxa de juro efectiva, os custos de transacção, e todos os outros prémios ou
descontos. Existe um pressuposto de que os fluxos de caixa e a duração esperada de um grupo de instrumentos
financeiros semelhantes possam ser estimados fiavelmente. Contudo, quando tal não é possível, o Banco usa
os fluxos de caixa contratuais durante todo o prazo contratual do instrumento financeiro (ou grupo de
instrumentos financeiros).

Teste SPPI – Avaliar se os fluxos de caixa contratuais decorrentes do activo são apenas pagamentos relativos
a capital e a juros calculados sobre a quantia de capital em dívida.

1.4.3.2 – Classificação e mensuração dos instrumentos financeiros

A) Activos financeiros – Instrumentos de dívida

Na data de reconhecimento inicial, os activos financeiros do Banco são classificados numas das seguintes
categorias de mensuração:

- Activos financeiros ao custo amortizado;


- Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral; e
- Activos financeiros ao justo valor através de resultados.

A classificação e mensuração dos activos financeiros reflecte as características contratuais dos instrumentos
em termos dos seus fluxos de caixa, bem como o modelo de negócio do Banco para a sua gestão.

Aquando da aquisição de um activo financeiro, é efectuada uma análise às suas condições contratuais de forma
a aferir se estas dão lugar a fluxos de caixa em datas específicas, que são apenas pagamentos de capital e juros
(teste SPPI – Solely Payments of Principal and Interest). Nesta análise, o Banco avalia também, entre outras, as
condições contratuais que, no momento do reconhecimento inicial, tenham um efeito mínimo sobre os fluxos de

119 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


caixa ou dependam da ocorrência de eventos excepcionais ou altamente improváveis (como a liquidação por
parte do emissor), o que por sua vez não impedem a sua classificação nas carteiras ao custo amortizado ou ao
justo valor através de outro rendimento integral.

Em relação à avaliação do modelo de negócio, esta não depende das intenções para um instrumento individual,
mas sim para um conjunto de instrumentos, agrupados em carteiras, tendo em consideração a natureza dos
activos.

A.1.) Activos financeiros ao custo amortizado

Um activo financeiro deve ser mensurado ao custo amortizado se as seguintes condições forem verificadas em
simultâneo:

- Se o activo apresentar características SPPI, ou seja, as condições contratuais do activo resultam


em fluxos de caixa em datas específicas e que são apenas pagamentos de capital e juros; e
- O activo for detido no âmbito de um modelo de negócio, cujo objectivo consiste em deter activos
financeiros para receber os fluxos de caixa contratuais.
Os activos financeiros ao custo amortizado são reconhecidos inicialmente pelo seu justo valor, acrescido dos
custos de transação, e subsequentemente são mensurados ao custo amortizado. Adicionalmente, estão sujeitos,
desde o seu reconhecimento inicial, ao apuramento de perdas por imparidade para perdas de crédito esperadas,
as quais são registadas por contrapartida da rubrica “Perdas por imparidade líquidas de reversões”.

Os juros dos activos financeiros ao custo amortizado são reconhecidos na rubrica de “Juros e rendimentos
similares calculados através da taxa efectiva”, com base no método da taxa de juro efectiva e de acordo com os
critérios descritos na nota 23.

Os ganhos ou perdas geradas no momento do seu desreconhecimento são registadas na rubrica "Resultados de
activos e passivos financeiros ao custo amortizado".

120 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Sempre que a estimativa de pagamentos e cobranças associadas a instrumentos financeiros valorizados pelo seu
custo amortizado for revista, o respectivo valor de balanço é ajustado por forma a reflectir os seus fluxos de caixa
revistos. O novo custo amortizado é apurado calculando o valor presente dos fluxos de caixa futuros revistos à taxa
de juro efectiva ajustada do instrumento financeiro. Este ajustamento no custo amortizado é reconhecido
directamente na demonstração dos resultados.

Relativamente aos instrumentos indexados, a projecção dos fluxos de caixa futuros, no cálculo do seu custo
amortizado, é efectuada com base no valor nominal do instrumento considerando o valor do indexante na data de
referência.

A.2). Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral

Um activo financeiro deve ser mensurado ao justo valor através de outro rendimento integral se as seguintes
condições forem verificadas em simultâneo:

- Se o activo apresentar características SPPI; e


- Se o activo for detido no âmbito de um modelo de negócio, cujo objectivo seja alcançado através do
recebimento dos fluxos de caixa contratuais e da venda deste activo financeiro.
Os instrumentos de dívida ao justo valor através de outro rendimento integral são reconhecidos inicialmente pelo seu
justo valor, acrescido dos custos de transação, e subsequentemente são mensurados ao justo valor. As variações no
justo valor destes activos financeiros são registadas por contrapartida de outro rendimento integral e, no momento
da sua alienação, os respectivos ganhos ou perdas acumuladas em outro rendimento integral são reclassificados para
uma rubrica específica de resultados designada “Resultados de activos e passivos financeiros ao justo valor através
de outro rendimento integral”.

Os instrumentos de dívida ao justo valor através de outro rendimento integral estão também sujeitos, desde o seu
reconhecimento inicial, ao apuramento de perdas por imparidade para perdas de crédito esperada. As perdas por
imparidade estimadas são reconhecidas em resultados, na rubrica “Perdas por imparidade líquidas de reversões”, por
contrapartida de outro rendimento integral, e não reduzem a quantia escriturada do activo financeiro na demonstração
da posição financeira.

Os juros, prémios ou descontos dos ativos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral são
reconhecidos na rubrica de “Juros e rendimentos similares” com base no método da taxa de juro efectiva e de acordo
com os critérios descritos na nota 23.

A.3) Activos financeiros ao justo valor através de resultados

Um activo deve ser mensurado ao justo valor através de resultados se não apresentar características SPPI, ou se o
modelo de negócio associado à sua detenção não se enquadrar como “para receber os fluxos de caixa contratuais”
ou “para receber os fluxos de caixa e vender” ou ainda se a sua mensuração ao justo valor através de resultados (de
forma irrevogável) eliminar ou reduzir significativamente alguma incoerência na mensuração ou no reconhecimento
do activo financeiro (mismatch contabilístico).

121 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


O Banco classifica nesta categoria as aplicações geridas por entidades externas e fundos de investimento, conforme
identificado na nota 5. As fontes de valorização destes investimentos têm por base a seguinte informação:

- Reportes realizados pelos gestores externos;


- Informação financeira auditada relativa aos fundos de investimento;
- Valor de mercado, para os títulos cotados;
- Outra informação disponível, nomeadamente para investimentos ilíquidos.

B) Activos financeiros – Instrumentos de capital

Os instrumentos de capital são obrigatoriamente mensurados ao justo valor, com as variações a serem reflectidas
em resultados, i.e., são classificados ao justo valor através de resultados.

Contudo, no reconhecimento inicial, o Banco pode optar irrevogavelmente, e numa base de instrumento a instrumento,
por apresentar as variações do justo valor do instrumento de capital em outro rendimento integral (“OCI Option”).
Esta opção é aplicável somente a instrumentos que não são detidos para negociação, e em que não se verifique uma
retribuição contingente reconhecida por um adquirente numa concentração de actividades empresariais à qual se
aplique a IFRS 3. Os instrumentos de capital são considerados como mantidos para negociação quando o Banco tem
a intenção de negociar as posições com vista a realizar um lucro a curto prazo.

Esta opção é exercida numa base casuística, investimento a investimento e está apenas disponível para os
instrumentos financeiros que cumpram a definição de instrumentos de capital prevista na IAS 32 – Instrumentos
financeiros (Apresentação), não podendo ser utilizada para os instrumentos financeiros cuja classificação como
instrumento de capital na esfera do emitente seja efectuada ao abrigo das excepções previstas nos parágrafos 16A
a 16D da IAS 32 – Instrumentos financeiros (Apresentação).

Quando o Banco opta pela “OCI Option”, os ganhos e perdas nos investimentos em instrumentos de capital
mensurados ao justo valor do instrumento de capital em outro rendimento integral são reconhecidos em outro
rendimento integral e nunca poderão ser reclassificados de capital para resultados (mesmo quando os mesmos são
desreconhecidos).

Os instrumentos de capital ao justo valor através de outro rendimento integral são reconhecidos inicialmente pelo
seu justo valor, acrescido dos custos de transacção, e subsequentemente são mensurados ao justo valor. As variações
no justo valor destes activos financeiros são registadas por contrapartida de outro rendimento integral. Os dividendos
são reconhecidos em resultados quando for atribuído o direito ao seu recebimento.

Não é reconhecida imparidade para instrumentos de capital ao justo valor através de outro rendimento integral, sendo
os respectivos ganhos ou perdas acumuladas registadas em “Diferença de reavaliação” transferidos para “Resultados
transitados” no momento do seu desreconhecimento

122 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


O Banco reconhece os Fundos de Investimento na categoria de Activos Financeiros ao Justo Valor através de
Resultados.

C) Passivos financeiros

Os passivos financeiros incluem notas e moedas em circulação, depósitos de outras instituições, outros instrumentos
no âmbito da política monetária, Recursos de Outras Instituições de Crédito e da Conta Única do Tesouro,
Financiamentos obtidos junto do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Outros Passivos Financeiros.

Os passivos financeiros são registados na data de contratação pelo respectivo justo valor, deduzido de custos
directamente atribuíveis à transacção, sendo posteriormente valorizados ao custo amortizado.

Qualquer diferença entre o montante recebido líquido de custos de transacção e o montante a pagar na maturidade
é reconhecida na demonstração dos resultados durante a vida do passivo através do método da taxa de juro efectiva.

D) Método de valorização

Apresentamos abaixo de forma ilustrativa o método de valorização dos activos e passivos do Banco, a 31 de
Dezembro de 2022:

Activo Método de avaliação / Fonte de informação

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito Custo amortizado


Aplicações em instituições de crédito Custo amortizado
Activos financeiros ao justo valor através de resultados Justo valor com base nos extractos das entidades externas
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral Custo amortizado
Fundo monetário internacional Custo amortizado
Outros activos externos a receber Custo de aquisição
Activos financeiros recebidos no aumento de capital Justo valor com base nas taxas do m ercado prim ário
Investimentos em associadas e outras entidades Custo de aquisição
Operações de financiamento às instituições de
crédito relacionadas com operações de política monetária Valor nominal
Activos financeiros concedidos ao Estado Valor nominal
Outros activos internos a receber Custo de aquisição

Passivo Método de avaliação / Fonte de informação


Notas e moedas em circulação Valor facial
Títulos do Banco Central Custo amortizado
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária Custo amortizado
Fundo monetário internacional Custo amortizado
Recursos de instituições financeiras Custo amortizado
Operações de venda com acordo de recompra Custo amortizado
Responsabilidades internas para com outras entidades Custo amortizado
Outros depósitos Custo amortizado

Por rubricas do balanço, a seguir apresentam-se as bases de mensuração utilizadas:

a) Caixa e disponibilidades em instituições de crédito

123 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


São classificadas nesta rubrica os valores em caixa constituída através de dinheiro físico, utilizado para efeitos de
gestão do fundo de maneio e da liquidez a curto prazo e ainda os valores activos que o Banco detém em outras
instituições de crédito incluindo operações activas remuneradas. Esses activos são mensurados ao custo amortizado,
sendo os juros reconhecidos no resultado pelo regime do acréscimo.

b) Aplicações em instituições de crédito

São classificadas nesta rubrica Investimentos Financeiros de curto prazo e com elevada liquidez em Instituições
Financeiras Internacionais. Estes activos são registados ao custo amortizado, sendo periodificados os respectivos
juros.

c) Operações de financiamento às instituições de crédito relacionadas com operações e política


monetária (Activas e passivas)

Conforme previsto na Lei do Banco Nacional de Angola, o Banco pode conceder créditos ou solicitar financiamento
às instituições financeiras bancárias solventes, que enfrentem problemas temporários de liquidez, por período não
superior a 180 dias, renováveis uma única vez e por igual período, mediante prestação de garantias adequadas e
suficientes e, quando apropriado, sob a condição de adopção de medidas correctivas, nos termos e condições
definidos pelo Conselho de Administração.

Estes financiamentos são registados pelo seu justo valor no momento inicial e, posteriormente, ao custo amortizado.

d) Activos financeiros concedidos ao Estado

No âmbito de reforço à tesouraria do Estado, os activos financeiros concedidos ao Ministério das Finanças previstos
na Lei do Banco Nacional de Angola são reconhecidos em balanço pelo seu justo valor no momento inicial e,
posteriormente, ao custo amortizado.

A 31 de Dezembro de 2022 o Banco não registava nas suas demonstrações financeiras qualquer operação desta
natureza.

b) Outros activos internos a receber

São classificadas nesta rubrica os adiantamentos a fornecedores e os valores a receber de instituições financeiras
bancárias.

f) Notas e moedas em circulação

As notas e moedas em circulação são registadas pelo seu valor de emissão (valor facial) na rubrica de “Notas e
moedas em circulação”. Os encargos com a sua produção são reconhecidos linearmente como gastos ao longo do
período de vida útil das notas e moedas, na rubrica “Outros encargos e gastos – emissão de notas e moedas”,
actualmente estimada em 5 anos.

g) Responsabilidades para com instituições de crédito nacionais relacionadas com operações de


política monetária

124 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


a. Operações passivas de mercado aberto

Os fundos captados das instituições financeiras, decorrentes das operações de absorção de liquidez são
registados na rubrica de passivo “Responsabilidades para com instituições de crédito – Mercado
monetário interbancário”, sendo os respectivos juros a pagar reconhecidos à taxa efectiva durante a
vigência do prazo das operações.

b. Reservas Bancárias

Parte das reservas bancárias no Banco, a 31 de Dezembro de 2021, encontravam-se constituídas por
depósitos de Instituições Financeiras Nacionais. O Instrutivo n.º 02/2021 conjugado com a Directiva n.º
07/DMA/2021, de 10 de Fevereiro e 06 de Julho, respectivamente, previam que os bancos comerciais
possam constituir parte das reservas obrigatórias com títulos em moeda estrangeira. Estes encontravam-
se registados pelo valor nominal, na linha de balanço das reservas bancárias com reflexo na linha do
balanço” Operações de financiamento às instituições de crédito relacionadas com operações de política
monetária”. A 31 de Dezembro de 2022, na sequência da nova Directiva n.º 11/2022, já não é possível a
constituição das reservas obrigatórias com títulos em moeda estrangeira. Conforme divulgado na nota
12, durante 2022 os títulos utilizados pelos bancos comerciais para cumprimento das reservas
obrigatórias foram liquidados pelo Ministério das Finanças.

h) Fundo Monetário Internacional

O reconhecimento das transacções e saldos com o FMI segue as indicações dadas por esta instituição, que
consideram as características específicas das relações financeiras dos países membros com o Fundo.

As posições junto do FMI são denominadas em Direitos de Saque Especiais (DSE) e convertidas para kwanzas à taxa
de câmbio à data de referência, sendo os activos e passivos registados separadamente. Adicionalmente, todas as
variações cambiais potenciais das posições junto do FMI são reconhecidas, assim como os juros e comissões pagas,
decorrentes da relação mantida com esta entidade, na demonstração dos resultados.

i) Operações de venda com acordo de recompra

São classificadas nesta rubrica operações de venda com acordo de recompra realizadas com entidades externas.

A 31 de Dezembro de 2022 o Banco não registava nas suas demonstrações financeiras qualquer operação desta
natureza.

j) Responsabilidades internas para com outras entidades

O BNA recebe depósitos de várias entidades públicas e do próprio Estado angolano, dado que de acordo com a alínea
d) do n.º 1 do art. 18.º da Lei n.º 24/21, de 18 de Outubro, o BNA é o banqueiro único do Estado.

Estes passivos financeiros são inicialmente reconhecidos ao justo valor e subsequentemente ao custo amortizado.

A base de mensuração associada ao Ouro pode ser consultada no ponto 1.4.4.

125 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


A base de mensuração associada aos activos financeiros ao justo valor através de resultado pode ser consultada no
ponto 1.4.3 – A.3.

A base de mensuração associada aos activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral pode ser
consultada no ponto 1.4.3 – A.2.

A base de mensuração associada aos Activos financeiros recebidos no aumento de capital pode ser consultada no
ponto 1.4.3 – B.

E) Reclassificação de instrumentos financeiros

As reclassificações dos activos financeiros são resultantes das alterações dos respectivos modelos de negócio, de
acordo com os requisitos da IFRS 9 – Instrumentos financeiros. As reclassificações são feitas de forma prospectiva a
partir da data de reclassificação. De acordo com a abordagem da IFRS 9 – Instrumentos financeiros, geralmente as
mudanças no modelo de negócio ocorrem com pouca frequência.

De acordo com a IFRS 9 – Instrumentos financeiros, não são permitidas reclassificações de instrumentos de capital
para os quais tenha sido incluída a opção de valorização ao justo valor por contrapartida de outro rendimento integral
ou para activos e passivos financeiros classificados ao justo valor no âmbito da fair value option.

Os passivos financeiros não podem ser reclassificados entre carteiras.

1.4.3.3 – Modelo de Negócio e Teste SPPI

A) Definição do Modelo de Negócio

O modelo de negócio refere-se à forma como o Banco gere os seus activos financeiros a fim de gerar fluxos de caixa.
De acordo com a IFRS 9 – Instrumentos Financeiros, a geração dos fluxos de caixa pode resultar da:

a) Recolha dos fluxos de caixa contratuais;


b) Recolha dos fluxos de caixa contratuais e venda; ou
c) Outros (e.g. venda dos activos financeiros).
O modelo de negócio é determinado a um nível superior de agregação, isto é, não constitui uma abordagem de
classificação «instrumento a instrumento». A definição do modelo de negócio não é feita com base em cenários que
o Banco não espera razoavelmente que ocorram, tais como os denominados cenários «mais desfavoráveis» ou «de
crise».

O Banco tem em consideração todos os dados pertinentes que estejam disponíveis à data da avaliação do modelo de
negócio, nomeadamente, entre outros:

a) A forma como o desempenho do modelo de negócio e os activos financeiros detidos no


âmbito desse modelo de negócio são avaliados e comunicados ao pessoal-chave da gestão
do Banco;

126 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


b) Os riscos que afectam o desempenho do modelo de negócio (e os activos financeiros detidos
no âmbito desse modelo de negócio) e, em particular, a forma como esses riscos são
geridos; e
c) O modo como os gestores do Banco são retribuídos (por exemplo, se a retribuição se baseia
no justo valor dos activos geridos ou nos fluxos de caixa contratuais recolhidos).
Os modelos de negócio definidos pelo Banco para a gestão dos seus activos financeiros são detalhados no manual
“Estratificação de instrumentos financeiros em carteiras homogéneos”.

A.1) Vendas no âmbito do modelo de negócio de recolha dos fluxos de caixa contratuais

Não obstante o modelo de negócio do Banco para a gestão de uma carteira de activos financeiros ser o de recolha
dos fluxos de caixa contratuais, o Banco não necessita de deter todos esses instrumentos até à sua data de
vencimento. Assim, o modelo de negócio do Banco para uma determinada carteira pode ser deter activos financeiros
para recolher fluxos de caixa contratuais mesmo quando ocorrem vendas de activos financeiros ou quando se espera
que ocorram no futuro.

Vendas pouco frequentes ou pouco significativas, próximas do vencimento do activo bem como as vendas motivadas
por aumentos do risco de crédito dos activos financeiros incompatíveis com a política de investimento do Banco ou
para gerir o risco de concentração, entre outras, podem ser compatíveis com o modelo de deter os activos para receber
fluxos de caixa contratuais.

Entendem-se, portanto, como “frequentes”:

i. Transacções que ocorrem pelo menos 2 vezes num período de 30 dias corridos; ou
ii. Transacções que ocorrem pelo menos 3 vezes num período de 12 meses corridos.
Da mesma forma, entendem-se como “significativas” as transacções que representem cumulativamente 5% do valor
nominal da carteira, na data da operação.

Consideram-se vendas perto da maturidade aquelas que têm lugar 3 meses antes da maturidade, para activos
financeiros com maturidades inferiores a 3 anos, ou 6 meses antes da maturidade, para activos financeiros com
maturidades superiores a 3 anos. Neste âmbito, consideram-se que as vendas perto da maturidade não colocam em
causa o modelo de negócio se os proveitos resultantes da venda se aproximarem daqueles que seriam recebidos
tendo por base os fluxos de caixa contratuais remanescentes.

A.2) Avaliação periódica da adequabilidade dos modelos de negócio

Periodicamente (em base anual), o Banco procede a uma análise da adequabilidade dos modelos de negócio definidos
no âmbito do Comité de Gestão de Reservas e no Comité de Política Monetária, tendo por base o comportamento das
várias carteiras de activos, a qual inclui nomeadamente o seguinte:

127 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


1. Informação de contexto, explicando que se trata de um exercício de avaliação anual, que visa avaliar a
estabilidade dos modelos de negócio e a respectiva consistência face ao seu comportamento ao longo do
período (ano anterior);

2. (Re)análise do modelo de negócio adoptado pelo Banco relativamente à carteira de activos classificados no
âmbito do modelo de negócio de recolha dos fluxos de caixa contratuais;

3. (Re)análise do modelo de negócio adoptado pelo Banco relativamente às carteiras de activos classificados
no âmbito do modelo de negócio de recolha dos fluxos de caixa contratuais e venda;

4. (Re)análise do modelo de negócio adoptado pelo Banco relativamente à carteira de activos classificado no
âmbito de outros modelos de negócio (e.g. venda/ negociação).

B) Teste SPPI

Caso um instrumento de dívida seja detido no âmbito de um modelo de negócio, cujo objectivo seja alcançado através
do recebimento dos fluxos de caixa contratuais ou alcançado através do recebimento dos fluxos de caixa contratuais
e da venda deste activo financeiro, o Banco deve avaliar se os fluxos de caixa contratuais decorrentes do activo são
apenas pagamentos relativos a capital e a juros calculados sobre a quantia de capital em dívida (teste SPPI). As áreas
originadoras do negócio/risco são responsáveis pela verificação do cumprimento do SPPI a cada operação de
aquisição.

Quando o Banco efectua o teste SPPI considera que:

a) o capital é o justo valor do activo financeiro no reconhecimento inicial; e


b) os juros consistem numa retribuição pelo valor temporal do dinheiro, pelo risco de crédito
associado ao capital em dívida durante um determinado período e por outros riscos e custos
básicos da concessão de crédito, bem como numa margem de lucro.
Uma característica de fluxos de caixa contratuais não afecta a classificação do activo financeiro se apenas puder ter
um efeito de minimis nos fluxos de caixa contratuais do activo financeiro. Para fazer esta determinação, o Banco tem
em conta o eventual efeito da característica dos fluxos de caixa contratuais em cada período de relato e
cumulativamente durante a vida do instrumento financeiro. Além disso, se uma característica dos fluxos de caixa
contratuais puder ter um efeito nos fluxos de caixa contratuais superior a um efeito de minimis (num único período
de relato ou cumulativamente), mas se essa característica não for genuína, não afecta a classificação de um activo
financeiro. Uma característica de fluxo de caixa não é genuína se afectar os fluxos de caixa contratuais do instrumento
apenas na ocorrência de um acontecimento que seja extremamente raro, altamente anormal e muito pouco provável
de ocorrer.

O teste SPPI é efectuado no reconhecimento inicial de um activo financeiro e, se aplicável, na data de qualquer
alteração subsequente nas características contratuais do instrumento (aplicável quando o instrumento financeiro se
qualifica para desreconhecimento).

128 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


O Banco (por via da área originadora do negócio/risco, o Departamento de Mercados) formaliza a análise SPPI dos
novos activos financeiros adquiridos através da checklist desenhada para o efeito. Sempre que o Banco conclui, no
âmbito do teste SPPI, que o activo financeiro não dá origem a fluxos de caixa contratuais referentes apenas a
pagamentos relativos a capital e a juros calculados sobre a quantia de capital em dívida, classifica mandatoriamente
o mesmo ao justo valor através de resultados.

C) Benchmark test

O valor temporal do dinheiro é o elemento dos juros que constitui uma retribuição pela mera passagem do tempo,
isto é, o elemento de valor temporal do dinheiro não constitui uma retribuição por outros riscos ou custos associados
à detenção do activo financeiro.

Em alguns casos, o elemento de valor temporal do dinheiro pode ser modificado. Seria esse o caso, por exemplo, se
a taxa de juro de um activo financeiro fosse periodicamente redefinida, mas a frequência dessa redefinição não
coincidisse com o prazo de vencimento da taxa de juro (por exemplo, a taxa de juro é redefinida todos os meses como
uma taxa a um ano) ou se a taxa de juro de um activo financeiro fosse periodicamente redefinida para uma média de
taxas de juro de curto e longo prazo específicas.

Em tais casos, o Banco avalia a alteração para determinar se os fluxos de caixa contratuais representam apenas
pagamentos relativos a capital e a juros calculados sobre a quantia de capital em dívida. Aquando da avaliação de
um elemento de valor temporal do dinheiro modificado, o objectivo consiste em determinar o quão diferentes os
fluxos de caixa contratuais (não descontados) poderiam ser relativamente aos fluxos de caixa (não descontados) que
surgiriam se o elemento de valor temporal do dinheiro não tivesse sido modificado (os fluxos de caixa de referência).
Se o elemento de valor temporal do dinheiro modificado for susceptível de resultar em fluxos de caixa contratuais
(não descontados) significativamente diferentes dos fluxos de caixa (não descontados) de referência, o activo
financeiro não cumpre com o critério SPPI e, por conseguinte, não pode ser mensurado pelo custo amortizado ou pelo
justo valor em outro rendimento integral.

No âmbito da avaliação referida anteriormente, o Banco considera a utilização do seguinte indicador:

O Banco assume que os fluxos de caixa contratuais são significativamente diferentes dos fluxos de caixa de referência
se, no âmbito da referida avaliação, resultar um threshold relativo superior a 5%. Se os fluxos de caixa contratuais
forem significativamente diferentes dos fluxos de caixa de referência o Banco conclui que o activo financeiro não
cumpre com o critério SPPI.

1.4.3.4 – Desreconhecimento de activos financeiros

A) Princípios gerais

O Banco deve desreconhecer um activo financeiro quando, e apenas quando:

a) Os direitos contratuais aos fluxos de caixa resultantes do activo financeiro expiram; ou

129 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


b) Transfere o activo financeiro tal como definido nos dois parágrafos seguintes e a
transferência satisfaz as condições para o desreconhecimento (ver parágrafo infra sobre
avaliação da retenção dos riscos e benefícios decorrentes da propriedade de um activo).
O Banco transfere um activo financeiro se, e apenas se, se verificar uma das situações seguintes:

a) Transferir os direitos contratuais de receber os fluxos de caixa resultantes do activo


financeiro; ou
b) Retiver os direitos contratuais de receber os fluxos de caixa resultantes do activo financeiro,
mas assumir uma obrigação contratual de pagar os fluxos de caixa a um ou mais
destinatários num acordo que satisfaça as condições previstas no parágrafo seguinte.
Quando o Banco retém os direitos contratuais de receber os fluxos resultantes de caixa de um activo financeiro (o
«activo original»), mas assume uma obrigação contratual de pagar esses fluxos de caixa a uma ou mais entidades (os
«destinatários finais»), o Banco trata a transacção como uma transferência de um activo financeiro se, e apenas se,
todas as três condições que se seguem forem satisfeitas.

a) O Banco não tem qualquer obrigação de pagar quantias aos destinatários finais a menos que
receba quantias equivalentes resultantes do activo original. Os adiantamentos a curto prazo
pelo Banco com o direito de total recuperação da quantia emprestada acrescida dos juros
vencidos às taxas de mercado não violam esta condição.
b) O Banco está proibido pelos termos do contrato de transferência de vender ou penhorar o
activo original que não seja como garantia aos destinatários finais pela obrigação de lhes
pagar fluxos de caixa.
c) O Banco tem uma obrigação de remeter qualquer fluxo de caixa que receba em nome dos
destinatários finais sem atrasos significativos. Além disso, o Banco não tem o direito de
reinvestir esses fluxos de caixa, excepto no caso de investimentos em dinheiro ou seus
equivalentes (tal como definido na IAS 7 Demonstrações dos Fluxos de Caixa) durante o curto
período de liquidação entre a data de recebimento e a data da entrega exigida aos
destinatários finais, e os juros recebidos como resultado desses investimentos são passados
aos destinatários finais.
Quando o Banco transfere um activo financeiro, deve avaliar até que ponto retém os riscos e benefícios decorrentes
da propriedade desse activo. Neste caso:

a) Se o Banco transferir substancialmente todos os riscos e benefícios decorrentes da


propriedade do activo financeiro, a entidade deve desreconhecer o activo financeiro e
reconhecer separadamente como activos ou passivos quaisquer direitos e obrigações
criados ou retidos com a transferência.
b) Se o Banco retiver substancialmente todos os riscos e benefícios decorrentes da
propriedade do activo financeiro, o Banco deve continuar a reconhecer o activo financeiro.

130 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


c) Se o Banco não transferir nem retiver substancialmente todos os riscos e benefícios
decorrentes da propriedade do activo financeiro, a entidade deve determinar se reteve o
controlo do activo financeiro. Neste caso:
i) Se o Banco não retiver o controlo, deve desreconhecer o activo financeiro e
reconhecer separadamente como activos ou passivos quaisquer direitos e
obrigações criados ou retidos com a transferência;

ii) Se o Banco retiver o controlo, deve continuar a reconhecer o activo financeiro na


medida do seu envolvimento continuado no activo financeiro.

A transferência dos riscos e benefícios (referida no ponto anterior) é avaliada por


comparação da exposição do Banco, antes e depois da transferência, à variabilidade
das quantias e momentos de ocorrência dos fluxos de caixa líquidos resultantes do
activo transferido.

d) Considera-se que o Banco reteve substancialmente todos os riscos e benefícios decorrentes


da propriedade de um activo financeiro se a sua exposição à variabilidade do valor actual
dos fluxos de caixa líquidos futuros resultantes do activo financeiro não se alterar
significativamente como resultado da transferência (por exemplo, porque o Banco vendeu
um activo financeiro sujeito a um acordo de recompra a um preço fixo ou ao preço de venda
acrescido de uma remuneração do mutuante).
e) Considera-se que o Banco transferiu substancialmente todos os riscos e benefícios
resultantes da propriedade de um activo financeiro se a sua exposição a essa variabilidade
já não for significativa em relação à variabilidade total do valor actual dos fluxos de caixa
líquidos futuros associados ao activo.
Frequentemente, será analisado se o Banco transferiu ou reteve substancialmente todos os riscos e benefícios
resultantes da propriedade e não haverá necessidade de efectuar quaisquer cálculos. Noutros casos, será necessário
calcular e comparar a exposição do Banco à variabilidade do valor actual dos fluxos de caixa líquidos futuros antes e
depois da transferência. O cálculo e a comparação são feitos usando como taxa de desconto uma taxa de juro
adequada do mercado corrente. É tida em conta toda a variabilidade razoavelmente possível dos fluxos de caixa
líquidos, sendo atribuída maior ponderação aos resultados com maior probabilidade de ocorrência.

A questão de saber se o Banco reteve ou não o controlo do activo transferido, depende da capacidade daquele que
recebe a transferência para vender o activo. Se aquele que recebe a transferência tiver capacidade prática para
vender o activo na sua totalidade a um terceiro não relacionado e for capaz de exercer essa capacidade
unilateralmente e sem necessitar de impor restrições adicionais à transferência, considera-se que o Banco não reteve
o controlo. Em todos os outros casos, considera-se que o Banco reteve o controlo.

131 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


B) Regras de desreconhecimento

No âmbito dos princípios gerais listados no ponto A) deste capítulo, e tendo em consideração que o processo de
modificação contratual pode levar em algumas circunstâncias ao desreconhecimento dos activos financeiros originais
e ao reconhecimento de novos, o propósito do ponto B) é definir os critérios e circunstâncias que levam ao
desreconhecimento de um activo financeiro.

O Banco considera que uma modificação nos termos e condições de uma exposição irá levar ao desreconhecimento
de uma transacção e reconhecimento de uma nova quando as modificações resultam em pelo menos uma das
seguintes condições:

i. Alteração da moeda, a menos que a taxa de câmbio entre a antiga e nova moeda seja
fortemente correlacionada;
ii. Eliminação ou adição de uma característica de conversão em capital a um instrumento
de dívida, a menos que não seja razoavelmente possível o seu exercício durante o seu
prazo;
iii. Transferência do risco de crédito de um instrumento para outro credor ou uma alteração
significativa na estrutura de credores dentro do instrumento;
iv. Alteração do devedor ou alteração significativa nas condições do devedor.
A verificação da aplicação das regras de desreconhecimento é da responsabilidade do Departamento de
Contabilidade e Gestão Financeira.

Se as condições de um activo financeiro forem modificadas, o BNA avalia se os fluxos de caixa do activo modificado
são substancialmente diferentes.

Se os fluxos de caixa forem substancialmente diferentes, os direitos contratuais aos fluxos de caixa do activo
financeiro original são considerados expirados e aplicam-se os princípios descritos na nota 1.4.3.4
Desreconhecimento de activos financeiros.

Se a modificação de um activo financeiro mensurado ao custo amortizado ou ao justo valor através de outro
rendimento integral não resultar no desreconhecimento do activo financeiro, então o BNA recalcula em primeiro lugar
o valor contabilístico bruto do activo financeiro aplicando a taxa de juro efectiva original do activo e reconhece o
ajustamento resultante como ganho ou perda de modificação em resultados. Para activos financeiros com taxa
variável, a taxa de juro efectiva original usada para calcular o ganho ou a perda da modificação é ajustada para
reflectir as condições actuais do mercado no momento da modificação. Quaisquer custos ou comissões incorridas e
comissões recebidas como parte da modificação ajustam o valor contabilístico bruto do activo financeiro modificado
e são amortizados durante o prazo remanescente do activo financeiro modificado.

132 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


1.4.3.5 – Determinação das perdas por imparidade em activos financeiros

1.4.3.5.1- Classificação em estágios

Em termos de perdas por imparidade, o Banco classifica todos os seus activos financeiros que sejam mensurados ao
custo amortizado bem como ao justo valor através de outro rendimento integral sob “estágios” de imparidade. Estes
estágios são definidos de acordo com as alterações no risco de crédito das entidades devedoras ou dos instrumentos
em causa desde a sua aquisição, de acordo com o seguinte:

Estágio 1 - Activos sem aumento significativo do risco de crédito desde o reconhecimento inicial

São classificados em Estágio 1 os activos que não registam um aumento significativo do risco de crédito desde o
reconhecimento inicial, ou activos com baixo risco de crédito.

A maioria dos instrumentos financeiros do Banco, no momento da sua aquisição são considerados como estando no
Estágio 1, devendo subsequentemente ser efectuada uma análise ao comportamento do seu risco de crédito de forma
a aferir se há necessidade, ou não, de serem reclassificados para o Estágio 2 (ou ainda para o Estágio 3).

Estágio 2 - Activos com aumento significativo do risco de crédito desde o reconhecimento inicial

Conforme anteriormente referido, sempre que for determinada a ocorrência de um aumento significativo do risco de
crédito da contraparte deve ser equacionada a transferência do(s) respectivo(s) instrumento(s) financeiro(s) para o
Estágio 2. Exceptuam-se do referido os activos que se considera apresentarem um baixo risco de crédito.

Estágio 3 - Activos em incumprimento (incluindo os adquiridos ou originados com imparidade)

Inserem-se neste estágio todos os instrumentos financeiros para os quais tenham sido verificados eventos de
incumprimento de acordo com a definição apresentada mais abaixo no ponto relativo aos conceitos de incumprimento
e de cura.

Para os activos financeiros classificados no Estágio 3, os eventuais juros a receber, a reconhecer em resultados, são
apurados face ao custo amortizado líquido das perdas de crédito esperadas. Por outras palavras, todos os activos
financeiros em Estágio 3 têm impacto negativo directo na margem financeira, no montante do incumprimento. Por
outro lado, importa salientar que a exposição na data do incumprimento é líquida do justo valor de eventuais
colaterais e garantias associadas.

1.4.3.5.2 – Metodologia de cálculo de perdas esperadas

O Banco estima as quantias equivalente às perdas de crédito esperadas num prazo de 12 meses. Todavia, em cada
data de relato, o Banco efectua a mensuração de perdas por uma quantia igual às perdas de crédito esperadas ao
longo da respectiva maturidade residual, caso o risco de crédito associado a esse instrumento financeiro tenha
aumentado significativamente desde o reconhecimento inicial. O cálculo dessas quantias deve obedecer a uma das
seguintes metodologias:

133 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


A. Crédit Default Swap (CDS) spreads

O cálculo das perdas esperadas por imparidade tem por base os CDS spreads para o emitente. Os CDS spreads sobre
a contraparte constituem uma evidência sobre o risco de incumprimento percepcionado pelo mercado (um aumento
no spread do CDS representa uma deterioração na percepção da qualidade creditícia da contraparte). De acordo com
esta metodologia, as perdas por imparidade são calculadas, para cada estágio, tal como se segue:

Onde:

ECL – corresponde ao montante da perda por imparidade estimada (Expected Credit Loss);

– CDS spread para 12 meses (ou para prazo ajustado à maturidade residual do activo, se inferior);

– CDS spread forward em cada período anual futuro (ano i);

– exposição ao incumprimento no período i (ano i) (Exposure at Default);

𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇 – taxa de juro efectiva do activo financeiro;

n – número de períodos anuais (tendo por base a maturidade residual do activo financeiro);

𝑄𝑄𝑄𝑄 – quantia escriturada do activo que se encontra em incumprimento;

𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 – fluxo de caixa gerado pelo activo no período i (depois de entrar em incumprimento)

Relativamente às demonstrações financeiras do exercício findo a 31 de Dezembro de 2022, a metodologia de cálculo


das perdas por imparidade esperadas tendo por base os CDS spreads foi aplicada aos activos externos (i)
Disponibilidades, (ii) Aplicações em Instituições de Crédito e (iii) Títulos de Dívida Soberana Estrangeira.

B. Probabilidades de Incumprimento (PD) e Perdas dado o incumprimento (LGD)

Sempre que não exista informação publica sobre os CDS spread para determinada contraparte as perdas por
imparidade são calculadas tendo por base as probabilidades de incumprimento (PD) e perdas dado o incumprimento
(LGD) associadas a cada contraparte. De acordo com esta metodologia, as perdas por imparidade são calculadas,
para cada estágio, tal como se segue:

Onde:

ECL – corresponde ao montante da perda por imparidade estimada (Expected Credit Loss);

– probabilidade marginal de incumprimento no período i (ano i) – (Probability of Default);

LGD – corresponde à percentagem de perda sobre a exposição, caso o incumprimento se materialize (Loss Given
Default);

– exposição ao incumprimento no período i (Exposure at Default);

134 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇 – taxa de juro efectiva do activo financeiro;

n – número de períodos anuais (tendo por base a maturidade residual do activo financeiro);

𝑄𝑄𝑄𝑄 – quantia escriturada do activo que se encontra em incumprimento

𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 – fluxo de caixa gerado pelo activo no período i (depois de entrar em incumprimento)

No exercício findo a 31 de Dezembro de 2022, a metodologia de cálculo das perdas por imparidade esperadas tendo
por base as Probabilidades de incumprimento (PD) e Perdas dado o incumprimento (LGD) foi aplicada aos activos
internos que corresponde (i) os Títulos de Dívida Soberana Nacional, (ii) e (iii) Outros Activos e Exposições
extrapatrimoniais com risco de crédito associado.

C. Análise individual

Para as exposições em instituições de crédito nacionais, o Banco procede a uma análise individual de imparidade
tendo por base uma ficha desenvolvida especificamente para o efeito.

1.4.3.5.3 – Conceito de Incumprimento e de Cura

A. Conceito de incumprimento

No âmbito do modelo de imparidade IFRS 9 – Instrumentos financeiros, o Banco considera que existe incumprimento
quando se verifica pelo menos uma das condições a seguir identificadas:

i. Existem pagamentos contratuais em mora por um período superior a 90 dias;


ii. Violações de outras cláusulas contratuais;
iii. Dificuldades financeiras significativas do mutuário;
iv. Desaparecimento do mercado activo para o activo financeiro devido a dificuldades financeiras;
v. O mutuante, por questões relacionadas com dificuldades financeiras, ter concedido ao mutuário facilidades;
vi. Reestruturação da operação por dificuldades financeiras do mutuário;
vii. Falência provável ou outras reorganizações financeiras;
viii. Compra ou criação de activos financeiros a grande desconto que reflicta a perda de crédito incorrida.
ix. Rating representativo de uma situação de default (por exemplo, rating “D” na escala da agência de rating
Standard and Poor’s); e
x. Se ao nível do devedor houver pelo menos uma operação em default, toda exposição do devedor cujas
operações apresentam características semelhantes a operação de em default é considerada em default
(cross default)

135 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


B. Conceito de cura

No âmbito do modelo de imparidade IFRS 9 – Instrumentos financeiros, o Banco considera que existe evolução de
cura preconizado no Instrutivo n.º 08/2019, de 27 de Agosto quando se verifiquem simultaneamente as seguintes
condições:

i. Uma melhoria da situação do devedor, sendo expectável, mediante a análise da condição financeira, o
reembolso total de acordo com as condições originais do contrato ou modificadas;
ii. O devedor não apresenta qualquer valor vencido; e
iii. Decorreu um período de quarentena de 1 (um) ano, após o primeiro pagamento de capital, em que o devedor
cumpriu com as suas responsabilidades regularmente, ou seja, em que o devedor liquidou um valor
significativo de capital e juros do contrato sem que tenha apresentado qualquer exposição vencida por um
período superior a 30 (trinta) dias.

1.4.3.5.4 – Indícios de Aumento Significativo de Risco de Crédito

O Banco tem devidamente especificado, em documento próprio, critérios de suporte à análise da qualidade creditícia
das contrapartes para as quais apresenta exposição, nomeadamente ao nível da sua alocação pelos três estágios
de risco previstos na IFRS 9 - Instrumentos financeiros.

- 1.4.4. OURO

O ouro é valorizado em dólares norte-americanos ao preço de fecho diário disponível na bolsa de Nova Iorque. As
valias potenciais provenientes da valorização ao justo valor são registadas em contas de “Diferenças de reavaliação”.
As valias efectivas e potenciais são registadas na demonstração dos resultados, no momento da alienação das
posições de ouro detidas. As valias efectivas resultantes do justo valor são registadas nas rubricas “Ganhos em
activos não financeiros” ou “Perdas em activos não financeiros”, consoante tratar-se de mais ou menos valias,
respectivamente. As valias potenciais resultantes da reavaliação cambial do custo de aquisição são registadas nas
rubricas “Ganhos associados a diferenças cambiais” ou “Perdas associadas a diferenças cambiais”, consoante tratar-
se de mais ou menos valias, respectivamente, conforme divulgado na nota 28.

Com referência à data de relato financeiro, o Banco avalia a existência de situações de evidência objectiva de
imparidade, considerando para o efeito um declínio prolongado e significativo do seu valor ao longo do tempo.

Quando existem indícios objectivos de que o ouro está com imparidade, a perda potencial acumulada na rubrica
“Diferenças de reavaliação de justo valor” é desreconhecida do capital próprio e registada nos resultados do período,
sendo que posteriores variações potenciais negativas de justo valor são sempre reconhecidas em resultados.

A política contabilística prevê a existência de indícios objectivos de que o ouro está em imparidade, quando a variação
do valor do mercado situar-se abaixo de 30% do custo de aquisição por um período cumulativo de 12 meses.

136 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


As perdas por imparidade registadas em ouro são revertidas através de resultados, se houver uma alteração positiva
no justo valor do activo resultante de um evento ocorrido após a determinação da imparidade.

- 1.4.5. ACTIVOS TANGÍVEIS

Os activos tangíveis encontram-se registados ao custo de aquisição, sendo deduzido das respectivas amortizações e
perdas por imparidade acumuladas. Os custos de reparação, manutenção e outras despesas posteriores ao
reconhecimento inicial, associadas ao seu uso, são reconhecidos como custo do exercício. Os custos incorridos com
benfeitorias que permitam um acréscimo dos benefícios económicos futuros estimados inicialmente, bem como um
aumento da vida útil do bem são capitalizados no valor do activo.

As amortizações são calculadas com base no método das quotas constantes e de acordo com a vida útil estimada,
correspondente ao período em que se espera que o activo esteja disponível para uso:

Anos de vida útil


Imóveis 50
Equipamento:
Mobiliário e material 10
Máquinas e ferramentas 10
Equipamento informático 3 a 10
Instalações interiores 10
Material de transporte 3
Equipamento de segurança 3 a 10
Outro equipamento 10
Obras em imóveis arrendados 3a5
Os terrenos e o património artístico, detidos pelo Banco não são objecto de depreciação.

As despesas com obras em imóveis arrendados são depreciadas por um período compatível com o da sua utilidade
esperada ou do contrato de arrendamento.

Se existirem indicadores de mercado que possam levar a identificar evidência de imparidade em activos tangíveis, o
BNA realizará testes de imparidade. Sempre que o valor líquido contabilístico dos activos tangíveis exceda o seu
valor recuperável (maior de entre o valor de uso e o justo valor), é reconhecida uma perda por imparidade com reflexo
nos resultados do exercício, na rubrica “Imparidade de outros activos”.

O imobilizado em curso encontra-se registado pelo valor total das despesas facturadas ao Banco, sendo transferido
para imobilizado firme quando está disponível para ser utilizado, iniciando-se então a sua depreciação.

137 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


- 1.4.6. ACTIVOS INTANGÍVEIS

Esta rubrica compreende, essencialmente, custos com a aquisição de sistemas de tratamento de dados utilizados no
desenvolvimento da actividade do Banco.

Os activos intangíveis são registados pelo seu custo de aquisição, deduzidos de amortizações e perdas por
imparidade. As depreciações são registadas pelo método das quotas constantes, ao longo do período de vida útil
estimada dos activos, o qual corresponde a um período de três anos. Anualmente, é efectuada uma análise para
apuramento de eventuais perdas por imparidade.

Se existirem indicadores de mercado que possam levar a identificar evidência de imparidade em activos intangíveis,
o BNA realizará testes de imparidade. Sempre que o valor líquido contabilístico dos activos intangíveis exceda o seu
valor recuperável (maior de entre o valor de uso e o justo valor), é reconhecida uma perda por imparidade com reflexo
nos resultados do exercício, na rubrica “Imparidade de outros activos”.

- 1.4.7. BENEFÍCIOS A COLABORADORES

a. Benefícios de curto prazo


Os benefícios de curto prazo tais como os salários, os subsídios de Natal e férias são reflectidos em resultados na
rubrica de “Custos com pessoal - Remuneração e outros benefícios” no período a que respeitam, de acordo com o
princípio da especialização de exercícios.

b. Plano de benefício definido


O Banco estabeleceu, em 2010, um plano de benefícios definidos, assegurando aos seus empregados, ou familiares
destes em caso de morte, o pagamento de pensões de reforma complementar, pensões de sobrevivência e subsídio
por morte. A esta data, este plano contempla apenas reformados e pensionistas, pelo que não terá novas adesões.

O Banco assegura igualmente aos reformados e respectivo cônjuge o pagamento das despesas com assistência
médica e medicamentosa. Adicionalmente, o Banco oferece anualmente aos seus reformados uma compensação de
Natal.

A responsabilidade do Banco com planos de reforma (planos de benefício definido) é estimada anualmente, com
referência a 31 de Dezembro de cada ano, sendo o seu cálculo efectuado por actuários independentes. As
responsabilidades com serviços passados são calculadas utilizando o método Projected Unit Credit e pressupostos
actuariais considerados adequados.

A responsabilidade do Banco relativa ao plano de pensões de benefício definido e outros benefícios é calculada
separadamente para cada plano, através da estimativa do valor de benefícios futuros que cada colaborador deve
receber em troca pelo seu serviço no período corrente e em períodos passados. O benefício é descontado de forma a

138 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


determinar o seu valor actual, sendo aplicada a taxa de desconto correspondente à taxa de obrigações emitidas pelo
Estado angolano com a mesma maturidade ou maturidade semelhante.

O custo de juros com o plano de pensões é calculado pelo Banco multiplicando a responsabilidade com pensões de
reforma/benefícios de saúde pela taxa de desconto utilizada para efeitos da determinação das responsabilidades
atrás referida. Nessa base, o custo de juros inclui o custo dos juros associado às responsabilidades com pensões de
reforma / benefícios de saúde mensurados com base na taxa de desconto utilizada no cálculo das responsabilidades.

Os ganhos e perdas de remensuração, nomeadamente, os ganhos e perdas actuariais, resultantes das diferenças
entre os pressupostos actuariais utilizados e os valores efectivamente verificados (ganhos e perdas de experiência)
e das alterações de pressupostos actuariais, são reconhecidos por contrapartida de capital próprio na rubrica de
"Resultados transitados".

O Banco reconhece na sua demonstração dos resultados um valor total líquido que inclui (i) o custo do serviço corrente,
(ii) o custo de juros com o plano de pensões, (iii) os custos com serviços passados e, (iv) os efeitos de qualquer
liquidação ou corte ocorridos no período. Os valores a reconhecer na demonstração dos resultados são reconhecidos
como custos e proveitos consoante a sua natureza.

Na sequência da entrada em vigor da nova Lei Geral do Trabalho relativamente ao artigo 262.º - Compensação de
reforma, o Conselho de Administração deliberou, a 27 de Dezembro de 2016, a continuação deste benefício para
todos os trabalhadores admitidos antes de 13 de Setembro de 2015.

Todavia, na 10ª Sessão Ordinária do Conselho de Administração ocorrida a 29 de Outubro de 2019, foi deliberado o
cancelamento deste benefício para todos os trabalhadores que passassem à reforma após 31 de Dezembro de 2019.
Desta forma, este benefício foi descontinuado desde essa data.

Planos de contribuição definida e benefício definido

Durante o exercício de 2015, mediante a publicação do Despacho n.º 335/15, de 27 de Outubro, foi constituído o fundo
de pensões dos trabalhadores do BNA, para cobrir o plano de contribuição definida, constituído no exercício de 2015.

Para o plano de contribuição definida, as responsabilidades relativas ao benefício atribuível aos colaboradores do
Banco são reconhecidas como um gasto do período quando devidas.

Um plano abrange todos os colaboradores que a ele tenham aderido. Para este plano, designado contributivo, são
efectuadas contribuições mensais pelos colaboradores e pelo Banco, nas percentagens definidas no regulamento do
plano.

Em Janeiro de 2022, na 11ª Sessão do Conselho de Administração, deliberou a transferência das responsabilidades
dos trabalhadores reformados para o fundo de pensões gerido pela ENSA, para o plano de benefício definido,
conforme divulgado na nota 15.

139 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


c. Créditos a colaboradores

No âmbito da sua política social, o Conselho de Administração deliberou a concessão de apoio financeiro aos seus
trabalhadores para aquisição de habitação nas seguintes modalidades:

i. Aos trabalhadores admitidos até 31 de Dezembro de 2019, inclusive, é concedido um empréstimo no valor da
habitação a adquirir a taxa de juro 0%; e
ii. Aos trabalhadores admitidos após 31 de Dezembro de 2019, é assegurada a comparticipação de até 50% no
pagamento dos juros contraídos, reflectidos em contrato de crédito à habitação celebrado unicamente ao abrigo
do disposto no Aviso N.º 09/22, de 06 de Abril.

- 1.4.8. PROVISÕES E PASSIVOS CONTINGENTES

Uma provisão é constituída quando existe uma obrigação presente (legal ou construtiva) resultante de eventos
passados relativamente à qual seja provável o futuro dispêndio de recursos, e que este possa ser determinado com
fiabilidade. O montante da provisão corresponde a melhor estimativa do valor a desembolsar para liquidar a
responsabilidade na data do balanço. De acordo com o n.º 2 do artigo 86.º da Lei Orgânica do Banco, o Conselho de
Administração pode criar outras reservas e provisões destinadas a cobrir riscos de depreciação ou prejuízos a que
determinadas naturezas de activos ou operações estejam particularmente sujeitas.

A rubrica “Provisão para riscos diversos” e “Provisão para risco de crédito de garantias prestadas” inclui provisões
para cobrir potenciais responsabilidades de natureza específica, nomeadamente execução de garantias prestadas ou
outros compromissos, abertura de contingências relativas a questões cambiais e outras responsabilidades ou
contingências legais e fiscais.

Caso não seja provável o futuro dispêndio de recursos, trata-se de um passivo contingente. Os passivos contingentes
são apenas objecto de divulgação, a menos que a possibilidade da sua concretização seja remota.
No âmbito do seu papel de supervisor, o Banco Nacional de Angola deve sempre avaliar o risco sistémico a que o
sistema financeiro nacional está sujeito. Adicionalmente, tendo em consideração o contexto macroeconómico actual,
a supervisão do Banco Nacional de Angola tem-se revelado cada vez mais necessária junto do sistema financeiro.

Assim, de forma a espelhar nas demonstrações financeiras do BNA esta preocupação, dever-se-á registar uma
provisão do risco sistémico do sector financeiro. Nesse sentido, o seu apuramento assenta num modelo scoring que
visa essencialmente avaliar a exposição das instituições financeiras bancárias ao risco e considera na sua base de
cálculo o total dos passivos financeiros, deduzido das disponibilidades líquidas das instituições financeiras bancárias.

- 1.4.9. OUTROS RISCOS REGULAMENTARES GARANTIAS PRESTADAS E COMPROMISSOS


IRREVOGÁVEIS

As responsabilidades por garantias prestadas e compromissos irrevogáveis são registadas em rubricas


extrapatrimoniais pelo valor em risco, sendo os fluxos de juros, comissões ou outros proveitos reconhecidos em
resultados ao longo do período de vida das operações.

140 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


No âmbito da adopção da IFRS 9 – Instrumentos financeiros, o risco de crédito das garantias prestadas serem
convertidas em obrigações é registado como uma provisão, de acordo com o modelo de apuramento de perdas
esperadas adoptado pelo Conselho de Administração.

- 1.4.10. IMPOSTOS

Nos termos do artigo 97.º, da Lei n.º 22/21 de 18 de Outubro, o BNA encontra-se isento de pagamento de impostos,
taxas, emolumentos e custas judiciais, nos termos da legislação.

Neste contexto, não sendo os seus rendimentos sujeitos à tributação em sede do Imposto Industrial, o BNA não se
encontra adstrito à submissão da Declaração Anual de Rendimentos do Imposto Industrial (“Declaração Modelo 1”).

Não obstante as isenções estabelecidas na Lei do Banco Nacional de Angola, o BNA encontra-se, ainda assim,
obrigado a proceder à liquidação do imposto devido por via da retenção na fonte (na qualidade de substituto tributário)
e a entregar o imposto devido ao Estado, nos casos em que recai sobre este, tal responsabilidade, nomeadamente:

a) Imposto Predial: O Banco é responsável por, aquando do pagamento da renda relativa aos imóveis arrendados,
efectuar a retenção do Imposto Predial à taxa de 25% e a entregar o imposto retido na repartição fiscal da área
do imóvel, até ao final do mês seguinte àquele a que respeita o pagamento da renda.
b) Imposto do Selo: Sobre os contratos de arrendamento incide Imposto do Selo, competindo ao Banco efectuar a
retenção de imposto à taxa de 0,4% sobre o valor da renda mensal paga e sua posterior entrega ao Estado.
c) Imposto Industrial (Retenção na fonte): O Banco é responsável por, aquando do pagamento da factura de
fornecedores de serviços (pessoas colectivas residentes e não residentes), efectuar a retenção na fonte do
Imposto Industrial à taxa de 6,5% residentes e a entregar o imposto retido na repartição fiscal até ao final do
mês seguinte àquele a que respeita o pagamento.
d) Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho (Trabalhadores por conta própria): O Banco é responsável por,
aquando do pagamento da factura de fornecedores de serviços individuais por conta própria, efectuar a retenção
na fonte de Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho à taxa de 6,5% e a entregar o imposto retido na repartição
fiscal até ao final do mês seguinte àquele a que respeita o pagamento.
e) Imposto sobre o Valor Acrescentado: Após implementação do IVA em Angola no dia 1 de Outubro de 2019, a sua
adopção foi deliberada pelo Conselho de Administração do BNA no dia 3 de Outubro de 2019. Nos termos da Lei
do IVA (Lei n.º 7/19, de 24 de Abril, conjugada com a Lei n.º 17/19, de 13 de Agosto), o BNA enquadra-se no
Regime geral do IVA previsto no Código deste imposto enquanto sujeito passivo cadastrado na Repartição Fiscal
dos Grandes Contribuintes (cf. alínea a) do n.º 2 do art. 3.º da Lei n.º 7/19, de 24 de Abril). Neste contexto, o BNA
deve cativar 50% do imposto contido na factura ou documento equivalente na transmissão de bens ou prestação
de serviços efectuadas por fornecedores residentes em Angola (cf. n.º 2 do art. 21.º do Código do IVA), sendo o
restante 50% entregue a estes fornecedores. Adicionalmente, quando as prestações de serviços forem
efectuadas por fornecedores não residentes em Angola, o BNA deverá (auto) liquidar o IVA angolano quando tais

141 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


prestações forem localizadas, para efeitos deste imposto, em território angolano (cf. n.º 2 do artigo 29.º do Código
do IVA). Considerando que o BNA é um sujeito passivo misto, porquanto realiza operações sujeitas e operações
isentas em sede de IVA, o IVA incorrido nas aquisições de bens e serviços deverá ser deduzido com base no
prorata.
- 1.4.11. CAPITAL SOCIAL

Os aumentos de capital são reconhecidos na rubrica do capital próprio de “Capital”, no momento em que são
subscritos pelo valor nominal, sendo o montante não realizado é registado na rubrica de “Capital subscrito não
realizado”. No caso de o aumento de capital ser efectuado com a entrega de títulos por um valor diferente do seu
justo valor, a diferença para o justo valor dos títulos recebidos, à data da sua realização, é registada na rubrica
“Desconto de emissão de capital” (nota 18).

- 1.4.12. RESERVAS E RESULTADOS TRANSITADOS

As reservas do Banco são constituídas e movimentadas de acordo com o estabelecido no artigo 88.º da Lei Orgânica
do Banco e dividem-se entre (i) reserva legal, (ii) reservas especiais e (iii) reservas livres.

Os resultados transitados representam resultados de períodos anteriores que se encontram a aguardar aplicação por
parte do Conselho de Administração.

De acordo com o n.º 8, do artigo 89.º da Lei do BNA, o remanescente do dividendo decorrente da afectação prevista
nos números anteriores do referido artigo, será imputado, em primeiro lugar, aos créditos sobre o Estado não
reembolsados e o restante é distribuído ao Departamento Ministerial Responsável pelas Finanças, como receitas
para o Orçamento Geral do Estado.

- 1.4.13. DEMONSTRAÇÕES DOS FLUXOS DE CAIXA DAS OPERAÇÕES EM MOEDA


ESTRANGEIRA

Para efeitos da preparação das demonstrações dos fluxos de caixa das operações em moeda estrangeira, o Banco
considera como caixa e seus equivalentes em moeda estrangeira todos os depósitos à ordem e todos os depósitos a
prazo, partes integrantes das rubricas “Caixa e disponibilidades em instituições de crédito” (nota 3) e “Aplicações em
instituições de crédito” (nota 4).

- 1.4.14. PRINCIPAIS ESTIMATIVAS E INCERTEZAS ASSOCIADAS À APLICAÇÃO DAS


POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS

Na preparação das demonstrações financeiras do Banco, são utilizadas estimativas e valores futuros esperados. Estas
estimativas são subjectivas por natureza e podem afectar o valor dos activos e passivos, proveitos e custos, assim
como de passivos contingentes divulgados. As estimativas com maior impacto nas demonstrações financeiras do
Banco incluem as abaixo apresentadas:

142 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


a. Pensões de reforma e sobrevivência e compensação de Natal e assistência médica e medicamentosa dos
activos e reformados
As responsabilidades por pensões de reforma e sobrevivência relativas ao plano de benefício definido, são estimadas
tendo por base avaliações actuariais efectuadas por peritos externos. Estas estimativas incorporam um conjunto de
pressupostos financeiros e actuariais, nomeadamente a taxa de desconto, tábuas de mortalidade, invalidez e
crescimento das pensões, entre outros.

Os pressupostos adoptados correspondem à melhor estimativa do Conselho de Administração quanto ao


comportamento futuro das referidas variáveis.

As responsabilidades com subsídio de Natal e assistência médica e medicamentosa dos activos e reformados são
estimadas tendo por base avaliações actuariais efectuadas por peritos externos, tendo por base pressupostos
actuariais e financeiros, nomeadamente a taxa de desconto, a taxa de inflação e as tábuas de mortalidade. O Banco
considera que as responsabilidades registadas nas demonstrações financeiras reflectem de forma adequada a melhor
estimativa na data de balanço dos montantes a desembolsar.

b. Perdas por imparidade


O Banco efectua uma revisão periódica da sua carteira de forma a avaliar a existência de perdas por imparidade,
conforme referido na política contabilística descrita respeitante às exposições com risco de crédito, nomeadamente:

- Disponibilidades em instituições de crédito


- Aplicações em instituições de crédito
- Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral (Activos sobre o exterior e internos)
- Operações de financiamento às instituições de crédito relacionadas com operações de política monetária
- Outros activos internos a receber
- Outros activos (incluindo empréstimos aos trabalhadores)
- Garantias financeiras prestadas

O processo de avaliação dos activos financeiros, de forma a determinar se uma perda por imparidade deve ser
reconhecida, é sujeito a diversas estimativas e julgamentos. Este processo inclui factores como a probabilidade de
incumprimento, as notações de risco, o valor dos colaterais associado a cada operação, as taxas de recuperação e as
estimativas quer dos fluxos de caixa futuros, quer do momento do seu recebimento.

Metodologias alternativas e a utilização de outros pressupostos e estimativas poderiam resultar em níveis diferentes
das perdas por imparidade reconhecidas, com o consequente impacto nos resultados do Banco.

c. Provisões para risco sistémico do sector bancário

143 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


No âmbito do seu papel de supervisor, o Banco Nacional de Angola deve avaliar o risco sistémico a que o sistema
financeiro nacional está sujeito. A provisão para risco sistémico assenta num modelo de scoring que visa
essencialmente avaliar a exposição das instituições financeiras bancárias ao risco, considerando o total dos seus
passivos financeiros líquido de provisões deduzido de caixa, disponibilidades e aplicações em instituições financeiras
bancárias, conforme divulgado na nota 16.

d. Determinação do justo valor dos instrumentos financeiros

O justo valor baseia-se em cotações de mercado, quando disponíveis, e na ausência de informação de mercado, é
determinado com base na utilização de preços de transacções recentes, semelhantes e realizadas em condições de
mercado ou com base em metodologias de avaliação baseadas em métodos de fluxos de caixa futuros descontados,
considerando as condições de mercado, o valor temporal, a curva de taxa de juro e outros factores, em conformidade
com os requisitos da IFRS 13 – Mensuração ao Justo Valor.

O Banco classifica na categoria de Activos Financeiros ao justo valor, através de resultados, os montantes geridos
por entidades externas e fundos de investimento. As fontes de valorização destes investimentos têm por base a
informação recebida das entidades.

Consequentemente, a utilização de diferentes metodologias ou de diferentes pressupostos ou julgamentos na aplicação


de determinado modelo, pode originar valorizações diferentes daquelas reportadas e resumidas na nota 36.

2. Ouro

A 31 de Dezembro de 2022 e 2021, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2022 2021
Oz (*) Montante Oz (*) Montante
592 901 544 723 592 901 601 896
(* )
1 onça de ouro fino = 31,103481 gramas de ouro fino.

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, o Banco detém 592,90 mil onças de ouro (Oz) a um preço médio de 1,68 mil
dólares norte-americanos, sendo o seu valor de mercado nestas datas de 1,82 mil dólares norte-americanos e 1,83
mil dólares norte-americanos, respectivamente.

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a rubrica “Diferenças de reavaliação de justo valor” em capital próprio referente
à posição do ouro, inclui uma menos valia potencial que ascende a 38,26 mil milhões de kwanzas e 43,86 mil milhões
de kwanzas, respectivamente (nota 19).

144 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


3. Caixa e disponibilidades em instituições de crédito

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2022 2021
No exterior
Depósitos à ordem 210 780 784 057
No país
Depósitos à ordem
Em moeda estrangeira 3 492 3 770
Em moeda nacional 1 308 2 300
Notas e moedas em caixa
Em moeda estrangeira 39 953 43 663
Em moeda nacional - 811
Fundo de maneio
Em moeda nacional 8 12
44 761 50 556
255 541 834 613

Durante o exercício de 2022, a rubrica de “Depósitos à ordem no exterior “, registou uma diminuição de 573,28 mil
milhões de kwanzas face a 31 de Dezembro de 2021. Esta redução é essencialmente explicada, pelos (i) pagamentos
em nome do Tesouro Nacional, (ii) pagamento da REPO III (Acordo de Recompra) conforme mencionado na nota 14 e
(iii) Venda de divisas.

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, os saldos apresentados na rubrica “No país – Notas e moedas em caixa – Em
moeda estrangeira” encontram-se maioritariamente denominadas em dólares norte-americanos. Fazem parte, os
meios físicos existentes nas tesourarias nas unidades de estrutura de Luanda e de cada uma das delegações
regionais, sendo o seu controlo efectuado regularmente por meio de inventários físicos, assim como os valores
apreendidos no âmbito da operação Caranguejo (em moeda nacional e estrangeira), que se encontram à guarda no
BNA, conforme mencionado na nota 13.

4. Aplicações em instituições de crédito

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2022 2021
No exterior
Depósitos a prazo
Valor aplicado 2 754 304 3 273 723
Juros a receber 23 638 755
Perdas por imparidade esperada (8 876) (3 246)
2 769 066 3 271 232

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a rubrica “No exterior – Depósitos a prazo” representa as aplicações do BNA
em bancos internacionais, com prazos máximos até um ano e remuneradas a uma taxa média anual de 1,66% e
0,88%, respectivamente.

145 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


A variação registada nessa rubrica é essencialmente explicada pela valorização do kwanza face ao dólar norte-
americano e a redução de aplicações junto de instituições de crédito.
A 31 de Dezembro de 2022 o Banco tinha constituído uma operação junto de uma Instituição Financeira Bancária
Russa no montante de 170,83 milhões de dólares norte-americanos, cujo vencimento ocorreu em Janeiro de 2023.
A composição da rubrica “Depósitos a prazo – Valor aplicado” em termos de prazos residuais até ao vencimento é a
seguinte:
2022
Até 1 mês Entre 1 a 3 meses Entre 3 e 6 meses Mais 6 meses Total
Depósitos a prazo (valor aplicado)
No exterior 595 045 1 060 155 881 954 217 150 2 754 304
595 045 1 060 155 881 954 217 150 2 754 304

2021
Até 1 mês Entre 1 a 3 meses Entre 3 e 6 meses Mais 6 meses Total
Depósitos a prazo (valor aplicado)
No exterior 847 324 1 099 158 660 344 666 897 3 273 723
847 324 1 099 158 660 344 666 897 3 273 723

Os movimentos ocorridos nas perdas por imparidade nas aplicações em instituições de crédito são analisados
conforme segue:
2022
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3

Saldo inicial 3 246 - - 3 246


Movimentação do período -
Activos financeiros originados ou adquiridos 5 316 - - 5 316
Variações por alteração na exposição ou
-
parâmetros de risco
Activos financeiros desreconhecidos excluindo
-
write-offs
Variações cambiais e outros movimentos 314 - - 314

Saldo final 8 876 - - 8 876

2021
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3

Saldo inicial 2 660 - - 2 660


Movimentação do período -
Activos financeiros originados ou adquiridos 1 227 - - 1 227
Variações cambiais e outros movimentos (641) - - (641)

Saldo final 3 246 - - 3 246

146 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


5. Outros activos financeiros ao justo valor

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a rubrica de Outros activos financeiros ao justo valor apresenta a seguinte
composição:
2022 2021
Activos sobre o exterior
Activos financeiros ao justo valor através de resultados
Instrumentos de dívida:
Dívida pública e corporate 191 492 211 824
Dívida estruturada 60 754 64 349
Instrumentos de capital:
Fundos de capital de risco 288 274 272 073
Depósitos e outros activos monetários 7 496 16 167
Outros instrumentos de capital 5 784 8 479
553 800 572 892
Activos financeiros ao justo valor através de outro
rendimento integral
Títulos de dívida soberana estrangeira
Emissores públicos estrangeiros
Valor nominal 2 467 448 1 580 622
Variações de justo valor (Nota 20) sem risco de crédito (58 451) 15 076
Prémio ou desconto 13 684 (1 154)
Rendimentos a receber 16 237 6 615
Perdas por imparidade esperada (2 865) (561)
Operações de venda com acordo de recompra
Valor nominal - 628 580
Variações de justo valor (Nota 20) - 8 763
Prémio ou desconto - (1 828)
Rendimentos a receber - 2 378
Perdas por imparidade esperada - (193)
Organismos financeiros internacionais
Valor nominal 588 925 650 726
Variações de justo valor (Nota 20) (12 398) (3 872)
Prémio ou desconto 1 102 3 144
Rendimentos a receber 3 399 2 599
3 017 081 2 890 895

3 570 881 3 463 787


Activos internos
Activos financeiros ao justo valor através de outro
rendimento integral
Obrigações do Tesouro
Valor nominal
Obrigações em moeda nacional não reajustáveis 1 353 885 1 695 527
Obrigações em moeda estrangeira 184 729 294 162
Indexadas à taxa de câmbio do Dólar dos Estados Unidos - 13 770
Variações de justo valor (Nota 20) sem risco de crédito 234 599 (47 134)
Prémio ou desconto (436 865) (551 623)
Rendimentos a receber 32 784 49 177
Perdas por imparidade esperada (21 908) (48 037)
1 347 223 1 405 842

4 918 104 4 869 629

147 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Activos sobre o Exterior

Em 31 de Dezembro de 2022, a rubrica de Balanço “Activos sobre o Exterior - activos financeiros ao justo valor através
de resultados” no montante de 553,80 mil milhões de kwanzas (31 de Dezembro de 2021: 572,89 mil milhões de
kwanzas) é composta por duas carteiras de activos financeiros, uma gerida por gestores externos e a outra gerida
internamente.

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, o detalhe por portfolio é como segue:

2022
Fundos de Out ros Depósitos e
Dívida Dívida pública
capital de inst rument os outros activos TOTAL
est rut urada e Corporate
risco de capital monetários
Gestores Externos
BANCO MUNDIAL - 107 281 - - 1 421 108 703
UBS - 84 211 - 5 784 (5 282) 84 713
CA INDOSUEZ 60 754 - - - 2 925 63 679
AT RIUM - - - - 8 431 8 431
Fundos de Investim entos
GEMCORP FUND LIMIT ED - - 286 532 - - 286 532
RIVERSTONE - - 1 742 - - 1 742
CARLYLE - - - - - -
Carteiras sob gestão interna
Magenta Limited I - - - - - -
Magenta Limited II - - - - - -
Magenta Limited V - - - - - -
GOLDEN ASSET - - - - - -
GOLDEN ASSET - ABD - - - - - -
Q. PLAZA - - - - - -
Tot al 60 754 191 492 288 274 5 784 7 496 553 800

2021
Fundos de Out ros Depósitos e
Dívida Dívida pública
capital de inst rument os outros activos TOTAL
est rut urada e Corporate
risco de capital monetários
Gestores Externos
BANCO MUNDIAL - 119 847 - - 2 650 122 497
UBS - 91 977 - - 4 316 96 292
CA INDOSUEZ 64 349 - - - 8 459 72 808
ATRIUM - - - 8 479 742 9 222
Fundos de Investim entos
GEMCORP FUND LIMITED - - 259 529 - - 259 529
RIVERSTONE - - 2 172 - - 2 172
CARLYLE - - 10 373 - - 10 373
Carteiras sob gestão interna
Magenta Limited I - - - - - -
Magenta Limited II - - - - - -
Magenta Limited V - - - - - -
GOLDEN ASSET - - - - - -
GOLDEN ASSET - ABD - - - - - -
Q. INVESTMENT - - - - - -
Q. PLAZA - - - - - -
Tot al 64 349 211 824 272 073 8 479 16 167 572 892

148 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Gestores externos e fundos de investimento

Durante o exercício de 2022, o Banco Nacional de Angola, procedeu à venda das suas participações no montante de
17,82 milhões de dólares norte-americanos e 1,63 milhões de Euros que detinha junto da entidade Carlyle Partners
V, Carlyle Global Financial Services Partners I, Carlyle Asia Partners III, Carlyle US Growth Fund III, Carlyle Strategic
Partners II e Carlyle Europe Technology Partners II (os “Fundos”).

Os activos financeiros geridos por gestores externos incluem posições que se encontram sob gestão discricionária da
contraparte, o que significa que as decisões de investimento são tomadas pelas contrapartes mediante determinado
perfil de risco previamente atribuído na assinatura do acordo de gestão, incluindo a Gemcorp Fund I Limited, apesar
da % significativa detida pelo BNA sobre esta entidade.

Carteira sob gestão interna


No exercício de 2019, o Conselho de Administração do Banco Nacional de Angola (BNA) iniciou um processo de
desinvestimento dos activos ilíquidos, formalizando desta forma a venda de um conjunto de activos, reconhecidos no
Balanço por um montante nulo, dada a reduzida informação disponível e consequente fiabilidade de mensuração.

A 31 de Dezembro de 2022, o Banco Nacional de Angola ainda dispunha de um conjunto de activos remanescentes
provenientes do processo de desinvestimento dos activos ilíquidos. Não se inclui neste plano de desinvestimento a
participação detida na Gemcorp Fund I Limited.Na sequência do acordo de compra e venda promulgado pelo BNA,
denominado Projecto Magenta o BNA, dispõe no exercício de 2022 de um conjunto de activos das carteiras
anteriormente sobre gestão da entidade contratada, sem liquidez no mercado e para as quais nesta data estima que
o valor de mercado ascenda a zero que inclui a Q. Investment e Q. Liquidity.

Adicionalmente, o acordo promulgado também inclui a opção única e exclusiva por parte do BNA de alienação um
conjunto de Hedge Funds, anteriormente geridos por uma entidade externa (Golden Asset).

As responsabilidades futuras assumidas pelo BNA para chamadas de capital, decorrentes de investimentos em
fundos de investimento alternativo junto de gestores externos (Atrium e Riverstone), registadas em contas
extrapatrimoniais – compromissos perante terceiros não residentes, ascendem em 31 de Dezembro de 2022 e 2021,
a aproximadamente 19,46 mil milhões de kwanzas e 47,81 mil milhões de kwanzas, respectivamente (nota 21).

As mais ou menos valias realizadas e potenciais destes instrumentos são reflectidas na rubrica da demonstração de
resultados “Resultados de activos financeiros valorizados ao justo valor através de resultados” (nota 26).

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a composição da rubrica “Activos financeiros ao justo valor através de outro
rendimento integral” - Títulos de dívida soberana estrangeira – Valor nominal” em termos de prazos residuais até ao
vencimento é a seguinte:

149 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


2022
Até 1 ano Entre 1 a 3 anos Entre 3 e 5 anos Mais de 5 anos Total
Títulos de dívida soberana estrangeira
Emissores públicos estrangeiros 1 012 083 1 304 257 151 107 - 2 467 448
Organismos financeiros internacionais 377 375 151 107 60 443 - 588 925
1 389 458 1 455 365 211 550 - 3 056 372

2021
Até 1 ano Entre 1 a 3 anos Entre 3 e 5 anos Mais de 5 anos Total
Títulos de dívida soberana estrangeira
Operações de venda com acordo de recompra 398 896 1 181 726 - - 1 580 622
Emissores públicos estrangeiros 260 841 389 885 - - 650 726
Organismos financeiros internacionais 109 609 518 972 - - 628 580
769 346 2 090 582 - - 2 859 928

Os resultados potenciais da valorização da carteira de activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento
integral - títulos de dívida soberana estrangeira ao seu justo valor são reconhecidos nos Capitais Próprios na rubrica
“Diferenças de reavaliação de justo valor” (Nota 19). Os resultados realizados desta carteira, são registados em
resultados do exercício na rubrica “Resultados de activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento
integral” (nota 27).

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, os títulos de dívida soberana estrangeira são remunerados a uma taxa média
anual de 0,90% e 1,7% respectivamente.

Os movimentos ocorridos nas perdas por imparidade nos títulos da dívida soberana estrangeira são analisados
conforme segue:

2022
Total
Está gio 1 Está gio 2 Está gio 3
Saldo inicial 754 - - 754
Movimentação do período
Activos financeiros originados ou adquiridos 1 204 - - 1 204
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco 1 037 - - 1 037
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs (164) - - (164)
W rite-offs - - - -
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências para: -
Estágio 1 - - - -
Estágio 2 - - - -
Estágio 3 - - - -
Variações cambiais e outros movimentos 33 - - 33
Saldo final 2 863 - - 2 863

150 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


2021
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3
Saldo inicial 2 079 - - 2 079
Movimentação do período
Activos financeiros originados ou adquiridos 316 - - 316
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco (1 171) - - (1 171)
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs - - - -
W rite-offs - - - -
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências para: -
Estágio 1 - - - -
Estágio 2 - - - -
Estágio 3 - - - -
Variações cambiais e outros movimentos (470) - - (470)
Saldo final 754 - - 754

Activos Internos

Em 31 de Dezembro de 2022, a variação negativa do saldo da rubrica “Activos internos - Activos financeiros ao justo
valor através de outro rendimento integral” é principalmente atribuível (i) à transferência de Títulos do Tesouro
Nacional denominados em kwanza no justo valor l de 133,87 mil milhões de kwanzas como parte do aporte inicial do
Fundo de Pensões, em virtude da passagem da responsabilidade dos trabalhadores reformados do Banco para aquela
entidade (ii) às vendas, resgates e vencimentos de Títulos Tesouro Nacional denominados em moeda estrangeira no
montante de 156 milhões de kwanzas (sendo que 104 milhões de kwanzas vendas e 52milhões de kwanzas) e 7,25
milhões de dólares norte – americano respectivamente, e (iii) ao resgate de títulos antecipados no montante de 27 072
mil milhões de kwanzas.

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, o saldo da rubrica “Obrigações em moeda nacional não reajustáveis”, inclui
Obrigações do Tesouro emitidas pelo Ministério das Finanças para realização de parte do capital social subscrito no
exercício de 2011, tal como definido na Lei 24/21, de 18 de Outubro. Estes títulos, com maturidade de 20 anos,
caracterizam-se por não apresentarem remuneração associada (taxa zero).

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a desagregação por prazos residuais do valor nominal das Obrigações do Tesouro
classificadas nas rubricas de “Activos internos - Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento
integral” é a seguinte:

151 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


2022
Até 1 ano Entre 1 a 3 anos Entre 3 a 5 anos Mais de 5 anos Total
Activos financeiros ao justo valor através de outro
rendimento integral
Obrigações do Tesouro
Obrigações em moeda nacional não reajustáveis 185 181 316 600 12 354 839 751 1 353 885
Obrigações em moeda estrangeira 184 729 - - - 184 729
Indexadas à taxa de câmbio do Dólar dos Estados Unidos - - - - -
369 910 316 600 12 354 839 751 1 538 614

2021
Até 1 ano Entre 1 a 3 anos Entre 3 a 5 anos Mais de 5 anos Total
Activos financeiros ao justo valor através de outro
rendimento integral
Obrigações do Tesouro
Obrigações em moeda nacional não reajustáveis 69 167 422 169 190 000 1 014 191 1 695 527
Obrigações em moeda estrangeira 4 023 - 290 139 - 294 162
Indexadas à taxa de câmbio do Dólar dos Estados Unidos 13 770 - - - 13 770
86 960 422 169 480 139 1 014 191 2 003 459

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, os títulos de dívida pública nacional são remunerados a uma taxa média efectiva
anual de 17,61% e 19,3%, respectivamente.

Os movimentos ocorridos nas perdas por imparidade das obrigações do tesouro são analisados conforme segue:
2022
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3
Saldo inicial 22 693 25 344 - 48 037
Movimentação do período
Activos financeiros originados ou adquiridos - - - -
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco (27 780) 58 - (27 722)
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs (690) (512) - (1 202)
W rite-offs - - - -
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências para: -
Estágio 1 - - - -
Estágio 2 - - - -
Estágio 3 - - - -
Variações cambiais e outros movimentos 2 795 - - 2 795
Saldo final (2 982) 24 890 - 21 908

2021
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3
Saldo inicial 44 994 34 554 - 79 548
Movimentação do período
Activos financeiros originados ou adquiridos 3 362 20 084 - 23 446
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco (25 663) (22 469) - (48 132)
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs - - - -
W rite-offs - - - -
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências de estágios: -
Estágio 1 - - - -
Estágio 2 - - - -
Estágio 3 - - - -
Variações cambiais e outros movimentos - (6 825) - (6 825)
Saldo final 22 693 25 344 - 48 037

152 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


O diferimento do prémio/desconto das Obrigações do Tesouro Nacional é reconhecido na rubrica da demonstração
dos resultados “Juros e rendimentos similares” (nota 23).

6. Fundo monetário internacional

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, as posições activas e passivas junto do Fundo Monetário Internacional (FMI) têm
a seguinte composição:

2022 2021

Fundo Monetário Internacional SDR Kwanza SDR Kwanza


Quota FMI 740 496 113 740 574 870

Direitos de saque especiais (DSE) 763 511 725 851 660 708
Posição activa sobre o FMI 1 503 1 007 838 1 591 1 235 578

Contas nº2 0 (43) 0 (29)


Atribuição de direitos de saque especiais (DSE) (627) (423 780) (982) (763 114)
Depósitos de conta corrente do FMI (631) (419 985) (627) (486 675)
Posição passiva para com o FMI (1 258) (843 807) (1 609) (1 249 818)

Em 31 de Dezembro de 2022 a Posição activa para com o FMI – verifica-se uma variação essencialmente justificada
pela reavaliação cambial resultante da actualização da taxa de câmbio entre DSE/AOA, conforme mencionado
anteriormente o Banco apura a taxa DSE/AOA no final do ano tendo em conta a interpolação das taxas DSE/USD e
USD/AOA.

Em 31 de Dezembro de 2022 a Posição passiva para com o FMI apresenta uma variação essencialmente justificada
pelo repasse ao Ministério das Finanças de 50% de DSE atribuídos a Angola pelo FMI em 2021, correspondente a
354 milhões de DSE (650 milhões de dólares norte - americanos). Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a taxa de
câmbio de 1 Direito de Saque Especial (DSE) para kwanza corresponde a aproximadamente 670,33 e 776,75,
respectivamente.

7. Outros activos internos a receber

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2022 2021
No interior

Valor a receber de instituições financeiras 34 332 34 332


Imparidade - Valor a receber (34 332) (34 332)
Valor a receber de entidades não financeiras 18 879 26 143
Imparidade - Devedores diversos - Fornecedores (6 993) (9 161)
11 886 16 982

153 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Em 31 de Dezembro de 2022, o saldo apresentado na rubrica “Valor a receber de instituições financeiras” corresponde
ao valor de duas instituições financeiras (Banco Angolano de Negócios e Comércio e Banco MAIS) que não dispõem
de licença bancária, o BNA procedeu à reclassificação dos saldos a receber para esta rubrica, mantendo a perda por
imparidade sobre a totalidade do valor.

Os movimentos ocorridos nas perdas por imparidade “Valor a receber de instituições financeiras” são analisados
conforme segue:

2022
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3
Saldo inicial - - 34 332 34 332
Movimentação do período
Activos financeiros originados ou adquiridos - - - -
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco - - - -
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs - - - -
W rite-offs - - - -
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências para: -
Estágio 1 - - - -
Estágio 2 - - - -
Estágio 3 - - - -
Variações cambiais e outros movimentos - - - -
Saldo final - - 34 332 34 332
2021
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3
Saldo inicial - - 34 332 34 332
Movimentação do período
Activos financeiros originados ou adquiridos - - - -
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco - - - -
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs - - - -
W rite-offs - - - -
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências para: -
Estágio 1 - - - -
Estágio 2 - - - -
Estágio 3 - - - -
Variações cambiais e outros movimentos - - - -
Saldo final - - 34 332 34 332

Em 31 de Dezembro de 2022, os saldos registados na rúbrica “Valores a receber de entidades não financeiras” inclui
valores pagos no âmbito de contratos que foram celebrados para a aquisição de activos fixos tangíveis, bem como
para a prestação de serviços que apresentaram indícios de irregularidades nos exercícios anteriores, sobretudo por
não ter sido comprovada a aquisição de bens ou contrapartida de serviço. Os valores registados decompõem-se como
se segue:

154 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


2022 2021
Valor a receber de entidades não financeiras
Fornecedores de activos fixos tangíveis 16 049 23 161
Prestadores de serviços 2 830 2 982

Imparidade - Devedores diversos - Fornecedores (6 993) (9 161)-


11 886 16 982

Em 31 de Dezembro de 2022, o valor a receber de entidades não financeiras diminuiu cerca de 7,26 mil milhões face
a 31 de Dezembro de 2021, fruto das acções de negociação do BNA junto de fornecedores. Neste sentido foi possível
efectuar o witre-offs 2,12 mil milhões de kwanzas.

Os movimentos ocorridos nas perdas por imparidade Devedores Diversos - Fornecedores são analisados conforme
segue:

2022
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3
Saldo inicial - - 9 161 9 161
Movimentação do período
Activos financeiros originados ou adquiridos - - - -
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco - - (47) (47)
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs - - - -
W rite-offs - - (2 120) (2 120)
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências para: -
Estágio 1 - - - -
Estágio 2 - - - -
Estágio 3 - - - -
Variações cambiais e outros movimentos - - - -
Saldo final - - 6 993 6 993

2021
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3
Saldo inicial - - 9 917 9 917
Movimentação do período
Activos financeiros originados ou adquiridos - - - -
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco - - (756) (756)
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs - - - -
W rite-offs - - - -
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências para: -
Estágio 1 - - - -
Estágio 2 - - - -
Estágio 3 - - - -
Variações cambiais e outros movimentos - - - -
Saldo final - - 9 161 9 161

155 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


8. Operações às instituições de crédito relacionadas com operações de política monetária

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2022 2021
Mercado monetário interbancário
Títulos
Títulos afectos para cumprimento de RO-ME - 685 340
Perdas por imparidade esperada - (9 959)
Instituições Financeiras
Operações de redesconto
Valor cedido 256 963 256 963
Perdas por imparidade esperada (256 963) (256 963)
Juros a receber - -
Operações ocasionais de cedência de liquidez
Valor aplicado 4 000 28 000
Perdas por imparidade esperada - (1 853)
Juros a receber 2 70
Perdas por imparidade esperada (49) -
Facilidades de cedência de liquidez - Overnight - -
Valor aplicado 62 833 -
Juros a receber 101 -
66 888 701 598

Em 31 de Dezembro de 2021 o saldo da rubrica “Títulos afectos para cumprimento de RO-ME” correspondia a
Obrigações do Tesouro entregues pelos bancos comerciais com o valor nominal no montante de 1,23 mil milhões de
dólares norte-americanos, para cumprimento de reservas obrigatórias em moeda estrangeira, de acordo com o
previsto no Instrutivo nº 02/2021 e na Directiva n.º 07/DMA/2021, de 10 de Fevereiro e 06 de Julho.

Em 31 de Dezembro de 2022, a redução verificada na rubrica Títulos afectos para cumprimento de RO-ME é explicada
pela alteração introduzida pela Directiva n.º 11/2022, que apenas prevê a constituição através dos saldos da conta
de depósitos, após a liquidação do Ministério das Finanças do principal título (AOTNME710D15) que se encontrava
a ser utilizado pelos bancos comerciais para cumprimento de RO-ME, assim como pela reversão da imparidade
decorrente da alteração do cumprimento efectivo da exigibilidade para cumprimento das RO-ME.

156 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Os movimentos ocorridos nas perdas por imparidade nos títulos afectos para cumprimento de RO-ME são analisados
conforme segue:
2022
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3

Saldo inicial 1 673 8 286 - 9 959


Movimentação do período -
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco - - - -
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs (1 504) (7 447) - (8 950)
W rite-offs - - - -
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências para: -
Estágio 1 - - - -
Estágio 2 - - - -
Estágio 3 - - - -
Variações cambiais e outros movimentos (170) (839) - (1 009)

Saldo final (0) 0 - 0

2021
Total
Está gio 1 Está gio 2 Está gio 3

Saldo inicial 13 726 101 818 - 115 544


Movimentação do período -
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco (10 780) (87 250) - (98 030)
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs - - - -
W rite-offs - - - -
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências para: -
Estágio 1 - - - -
Estágio 2 - - - -
Estágio 3 - - - -
Variações cambiais e outros movimentos (1 273) (6 282) - (7 555)

Saldo final 1 673 8 286 - 9 959

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a rubrica “Operações de redesconto” apresenta a seguinte distribuição por
instituição financeira:
2022 2021
Valor Rendiment os a Imparidade Valor líquido Rendiment os a Imparidade Valor líquido
Inst it uição financeira Valor cedido
cedido receber Acumulada de Balanço receber Acumulada de Balanço
Banco Económico 256 963 - (256 963) - 256 963 - (256 963) -
256 963 - (256 963) - 256 963 - (256 963) -

157 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


As operações de redesconto visam ceder liquidez por prazo mais alargado às instituições financeiras bancárias, e são
concedidas a exclusivo critério do BNA, mediante solicitação formal da instituição financeira, nos termos
regulamentares, sendo realizadas com o compromisso de recompra dos activos dados em garantia.

Em 31 de Dezembro de 2022, o saldo apresentado na rubrica “Operações de redesconto – Valor cedido” corresponde
a operações de assistência de liquidez realizada em 2016 ao Banco Económico, S.A. no valor total de 256,96 mil
milhões de kwanzas.

Nos termos do n.º 2 do artigo 24.º da Lei do BNA, o BNA pode conceder créditos às instituições financeiras bancárias
solventes, que enfrentem problemas temporários de liquidez por um período não superior a 180 dias. Não obstante,
devido às dificuldades de liquidez desta instituição de crédito, esta operação foi sucessivamente renovada até Março
de 2017, mantendo-se na demonstração da posição financeira até a data.

Os movimentos ocorridos nas perdas por imparidade nas “Operações de redesconto” são analisados conforme segue:

2022
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3

Saldo inicial - - 256 963 256 963


Movimentação do período
Activos financeiros originados ou adquiridos - - - -
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco - - - -
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs - - - -
W rite-offs - - - -
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências para: -
Estágio 1 - - - -
Estágio 2 - - - -
Estágio 3 - - - -
Variações cambiais e outros movimentos - - - -

Saldo final - - 256 963 256 963

158 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


2021
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3

Saldo inicial - - 256 963 256 963


Movimentação do período
Activos financeiros originados ou adquiridos - - - -
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco - - - -
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs - - - -
W rite-offs - - - -
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências para: -
Estágio 1 - - - -
Estágio 2 - - - -
Estágio 3 - - - -
Variações cambiais e outros movimentos - - - -

Saldo final - - 256 963 256 963

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a rubrica “Operações ocasionais de cedência de liquidez” apresenta a seguinte
distribuição:
2022 2021
Rendimentos Imparidade Valor líquido Rendimentos Imparidade Valor líquido
Instituição financeira Valor cedido Valor cedido
a receber Acumulada de Balanço a receber Acumulada de Balanço
Banco de Comércio e Indústria - 25 500 63 (22) 25 541
Banco Económico 4 000 3 (49) 3 954 2 500 7 (1 831) 676
4 000 3 (49) 3 954 28 000 70 (1 853) 26 217

Os movimentos ocorridos nas perdas por imparidade nas “Operações ocasionais de cedência de liquidez” apresenta
a seguinte distribuição:

2022
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3

Saldo inicial 1 831 - - 1 831


Movimentação do período
Activos financeiros originados ou adquiridos - 49 - 49
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco - - - -
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs (1 831) - - (1 831)
W rite-offs - - - -
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências para: -
Estágio 1 - - - -
Estágio 2 - - - -
Estágio 3 - - - -
Variações cambiais e outros movimentos - - - -

Saldo final - 49 - 49

159 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


2021
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3

Saldo inicial - - - -
Movimentação do período
Activos financeiros originados ou adquiridos - - - -
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco 22 - 1 831 1 853
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs - - - -
W rite-offs - - - -
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências para: -
Estágio 1 - - - -
Estágio 2 - - - -
Estágio 3 - - - -
Variações cambiais e outros movimentos - - - -

Saldo final 22 - 1 831 1 853

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a rubrica “Operações de cedência de liquidez- Overnight” apresenta a seguinte
distribuição:
2022 2021
Rendimentos Imparidade Valor líquido Rendimentos Imparidade Valor líquido
Instituição financeira Valor cedido Valor cedido
a receber Acumulada de Balanço a receber Acumulada de Balanço
Banco de Poupança e Crédito 42 579 101 - 42 680 - - - -
Banco Regional Keve 15 551 15 551
Banco de Comércio e Indústria 4 703 - - 4 703 - - - -
62 833 101 - 62 934 - - - -

As operações de overnight visam ceder liquidez por prazo de um dia às instituições financeiras bancárias, e são
concedidas a exclusivo critério do BNA, mediante solicitação formal da instituição financeira, nos termos
regulamentares, sendo realizadas com o compromisso de recompra dos activos dados em garantia.

Durante o exercício de 2022, o BNA emitiu o Aviso n.º 16/2022, para assegurar a disponibilidade operacional do
Sistema de Pagamentos de Angola, de forma ininterrupta e durante 7 (sete) dias da semana, em 2022.

Em 31 de Dezembro de 2022, o saldo apresentado na rubrica “Operações de cedência de liquidez- Overnight” – Valor
cedido” corresponde a operações de assistência de liquidez aos bancos no montante de 62,83 mil milhões de
kwanzas, sendo que deste total inclui o montante de 3 mil milhões correspondente a cedência no âmbito do
Mecanismo de Assistência de Liquidez.

160 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Relatório Anual e Contas de 2022

9. Activos tangíveis e intangíveis

Os movimentos ocorridos nas rubricas de imobilizações corpóreas, incorpóreas e em curso durante os exercícios de 2021 e 31 de Dezembro de 2020
foram os seguintes:
Saldos em 31-12-2021 Movimentos decorridos no exercício de 2022 Saldos em 31-12-2022
Abates Transferências
Reversão ou
Valor Amortizações Valor Amortizações do Valor Valor Valor Amortizações Valor
Imparidade Aquisições (Amortizações) (reforço) de perdas (Amortizações) Imparidade
bruto acumuladas líquido exercício Bruto Bruto bruto acumuladas líquido
por imparidade
Activos tangíveis
Imóveis 31 729 (7 433) (5) 24 291 4 145 (835) (1) 1 (0) 3 - 35 875 (8 267) (5) 27 603
Equipamento 44 454 (18 942) - 25 512 11 273 (7 809) - - - - - 55 727 (26 751) - 28 976
Património artístico 66 - - 66 - - - - - - - 66 - - 66
Activos tangíveis em curso 59 967 - - 59 967 49 020 - - - - (3) - 108 984 - - 108 984
136 216 (26 375) (5) 109 836 64 438 (8 644) (1) 1 (0) 0 - 200 652 (35 018) (5) 165 629

Activos intangíveis
Softw are 10 023 (6 865) - 3 158 1 325 (3 006) - - - - - 11 348 (9 871) - 1 477
146 239 (33 240) (5) 112 994 65 764 (11 651) (1) 1 (0) 0 - 212 000 (44 889) (5) 167 106

Saldos em 31-12-2020 Movimentos decorridos no exercício de 2021 Saldos em 31-12-2021


Abates Transferências
Reversão ou
Valor Amortizações Valor Amortizações do Valor Valor Valor Amortizações Valor
Imparidade Aquisições (Amortizações) (reforço) de perdas (Amortizações) Imparidade
bruto acumuladas líquido exercício Bruto Bruto bruto acumuladas líquido
por imparidade
Activos tangíveis
Imóveis 30 098 (6 757) (71) 23 270 1 631 (676) - - 66 - - 31 729 (7 433) (5) 24 291
Equipamento 27 580 (14 106) - 13 474 16 874 (4 836) - - - 44 454 (18 942) - 25 512
Património artístico 66 - - 66 - - - - - - - 66 - - 66
Activos tangíveis em curso 50 794 - - 50 794 9 173 - - - - - 59 967 - - 59 967
108 538 (20 863) (71) 87 604 27 678 (5 512) - - 66 - - 136 216 (26 375) (5) 109 836

Activos intangíveis
Softw are 7 456 (3 871) - 3 585 2 567 (2 994) - - - - - 10 023 (6 865) - 3 158
115 994 (24 734) (71) 91 189 30 245 (8 506) - - 66 - - 146 239 (33 240) (5) 112 994

Durante o exercício de 2022, foi possível reverter perdas por imparidade no montante de 0,13 milhões de kwanzas, pelo que em 31 de Dezembro de
2022 o total de perdas por imparidade sobre activos tangíveis (imóveis), corresponde ao montante de 5,00 milhões de kwanzas.

161 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Relatório Anual e Contas de 2022

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a rubrica “Activos tangíveis em curso” refere-se às seguintes obras em curso,
por delegação:
2022 2021
Luanda 95 330 54 400
Moxico 3 732 3 732
Kuando-Kubango 1 095 1 095
Cabinda 649 601
Benguela 81 81
Huila 53 53
Huambo 5 5
100 945 59 967

A variação positiva verificada no ano de 2022 nas rubricas “Activos tangíveis em curso” decorre essencialmente das
obras em curso, em Luanda projecto Cash Center e delegação Regional de Cabinda nos montantes de 40 mil milhões
de kwanzas, 48,32 mil milhões de kwanzas, 271,88 mil milhões de respectivamente.

10. Outros valores activos

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2022 2021

Devedores e outras aplicações


Pessoal
Empréstimos cedido 61 763 60 415
Perdas por imparidade esperada (4 482) (4 120)
Devedores diversos 22 087 27 032
Responsabilidades com plano de benefício definidos (nota 15) 5 105 -
Adiantamentos a fornecedores 344 1 741
Despesas com encargo diferido
Emissões de notas e moedas 16 497 19 371
Fornecimentos e serviços de terceiros 2 572 2 954
Outros activos
Depósitos de transgressões cambiais 7 098 8 006
Economato 981 2 339
Venda de divisas a prazo - -
Contas de regularização 3 265 72 981
115 230 190 719

162 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Relatório Anual e Contas de 2022

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, o saldo da rubrica “Devedores e outras aplicações - Pessoal” pode ser detalhado
da seguinte forma:
2022 2021
Fundo social
Projectos habitacionais 14 715 15 241
Apoio social 5 6
Compra da dívida dos trabalhadores 4 536 3 361
Empréstimos aos empregados 3 499 3 990
Custos a diferir 39 008 37 817
61 763 60 415

Perdas por imparidade esperada (4 482) (4 120)


(4 482) (4 120)

57 281 56 295

No âmbito da política social vigente no BNA e por forma a prestar apoio na obtenção de habitação própria, o Conselho
de Administração decidiu conceder empréstimos à habitação aos seus colaboradores, assegurando uma correcta
alocação de recursos financeiros face às demais responsabilidades da instituição. Neste contexto, o saldo das
rubricas “Empréstimos aos empregados” e “Projectos habitacionais” representa o montante em dívida que se
encontra a ser reembolsado pelos trabalhadores.
A rubrica “Compra da dívida dos trabalhadores” corresponde à compra da dívida dos trabalhadores junto das
instituições financeiras bancárias, que se encontra a ser amortizado periodicamente pelos trabalhadores a favor do
Banco.
Em todas as modalidades de crédito concedidos aos colaboradores a taxa de juro associada é de 0%.
No âmbito da IFRS 9 – Instrumentos financeiros, a 31 de Dezembro de 2022 o Banco apurou perdas esperadas aos
créditos concedidos aos trabalhadores no montante de 4,48 mil milhões de kwanzas.
De acordo com a IFRS 9 – Instrumentos financeiros, no momento do seu reconhecimento inicial, todos os instrumentos
financeiros devem ser registados ao justo valor. Atendendo aos créditos concedidos aos colaboradores, a IAS 19 –
Benefícios aos empregados assume-se como um benefício (uma vez que todos os financiamentos aos colaboradores
do Banco são à taxa de juro zero, ou seja, uma taxa de juro inferior ao mercado). Este benefício faz parte da
remuneração do colaborador. Desta forma, a diferença entre o valor nominal e o justo valor é reconhecido na
Demonstração da posição financeira na rubrica “Custos a diferir” (por contrapartida da redução do valor do crédito
concedido), sendo depois reconhecido em resultados durante o período mais curto entre (i) a duração do crédito ou
(ii) o número de anos que medeia entre a data de concessão do crédito e a data legal em que o colaborador se reforma.

163 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


O Banco efectuou o apuramento do justo valor dos créditos concedidos aos colaboradores à data da sua concessão,
sendo que a 31 de Dezembro de 2022, o valor por reconhecer em resultados ascende a 39 mil milhões de kwanzas.

A movimentação da imparidade reconhecida no exercício é como segue:

2022
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3
Saldo inicial (58) 1 020 3 158 4 120
Activos financeiros originados ou adquiridos 4 14 324 342
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco -
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs 9 11 - 20
W rite-offs - - - -
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências para: - - - -
Estágio 1 - - - -
Estágio 2 - - - -
Estágio 3 (313) (3) 316 -
Variações cambiais e outros movimentos - - - -

Saldo final (358) 1 042 3 798 4 482

2021
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3
Saldo inicial 29 899 2 510 3 438
Activos financeiros originados ou adquiridos 110 199 331 640
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco (19) (68) 129 42
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs - - - -
W rite-offs - - - -
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências para:
Estágio 1 0 11 (11) 0
Estágio 2 (1) 1 0
Estágio 3 (177) (20) 197 (0)
Variações cambiais e outros movimentos - - - -

Saldo final (58) 1 022 3 156 4 120

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a rubrica “Devedores e outras aplicações – Devedores diversos” apresenta o
seguinte detalhe:
2022 2021
Outros valores a receber do MinFin 21 819 26 884
Outros devedores diversos 101 126
Cauções a receber 150 17
Crédito Físcal 17 3
Valores repatriados Banco Namíbia - 2
22 087 27 032

Em 31 de Dezembro de 2022, o saldo da rubrica “Outros valores a receber do MINFIN” diz respeito ao valor de juros
e comissões a receber do Ministério das Finanças creditados na conta de haveres em DSE pelo FMI no âmbito do

164 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


acordo de entendimento entre o BNA e o MINFIN do Programa de Financiamento Ampliado. Estes montantes
encontram-se a ser regularizados numa base trimestral.
A rubrica “Devedores e outras aplicações – Adiantamentos a fornecedores” corresponde integralmente aos
montantes adiantados às empresas de produção de notas e moedas nacionais.
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, o saldo da rubrica “Emissões de notas e moedas” apresentam a seguinte
distribuição:
2022 2021
Notas 15 086 17 149
Moedas 1 412 2 222
16 497 19 371

No decorrer de 2021, o BNA emitiu as notas da nova série de “2020” que circulará juntamente com a série “2012”
até ao dia 31 de Dezembro de 2021, de acordo com o Aviso n.º 16/2020, de 06 de Julho (nota 11).
Nos exercícios de 2022 e 2021, foram reconhecidos custos relativos à emissão de notas e moedas nos montantes de
5,22 mil milhões de kwanzas e 14,38 mil milhões de kwanzas, respectivamente (nota 29). A redução verificada na
rubrica “Notas e Moedas” é essencialmente justificada pelo registo dos custos diferidos.

A rubrica Responsabilidades com Plano de Benefícios Definidos (PBD) registava, a 31 de Dezembro de 2022, o
superavit do Fundo de Pensões para o plano de Benefícios definidos, resultante do facto de este apresentar, nessa
data, um nível de financiamento superior a 100%. Em 2021, esta posição líquida era passiva, estando assim incluída
na rubrica Responsabilidades com pensões e outros benefícios (nota 15).

Em 31 de Dezembro de 2022, a rubrica “Contas de regularização” sofreu uma variação de 69,72 milhões de kwanzas
dada a liquidação tardia de um título de dívida pública estrangeira, maturado em 2021, no montante de 100 milhões
de dólares norte americanos.

11. Notas e moedas em circulação

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, esta rubrica apresentava a seguinte composição:

2022 2021
Emissão monetária
Notas emitidas 854 124 885 949
Moedas emitidas 15 514 15 080
Notas e moedas para circulação
Notas (209 439) (328 978)
Moedas (2 347) (3 462)
657 852 568 589

165 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Esta rubrica representa a emissão de notas e moedas da série 2020 que o Banco Nacional de Angola colocou no
mercado como instrumento de facilitação das transacções comerciais do País, deduzido dos valores faciais que o BNA
detém e que aguardam a entrada em circulação no mercado.
Os custos associados à depreciação anual das notas estão reflectidos na rubrica “Outros valores activos – Despesas
com encargo diferido” (nota 10), os quais são reconhecidos linearmente em resultados do exercício, após a sua
emissão, ao longo da vida útil estimada das notas.
Nos termos da Lei n.º 7/2020, de 30 de Março que autoriza o Banco Nacional Angola a emitir e colocar em
circularização uma nova série de notas do kwanza, denominada “Série 2020”, o BNA, emitiu o Aviso n.º 16/2020, de
06 de Julho com objectivo de fixar o calendário da introdução da “Série 2020” e retirada de circulação da “Série
2012”, no âmbito do qual ficou estabelecido o seguinte:
– As notas da “Série 2012” manter-se-ão a circular juntamente com a “Série 2020”, até ao dia 31 de Dezembro de
2021;
– A partir do dia 1 de Janeiro de 2022, as notas da “Série 2012” deixam de ter curso legal e poder liberatório,
cessando, assim a obrigatoriedade da sua aceitação como meio de pagamento ou liquidação de quaisquer obrigações
pecuniárias, e serão retiradas de circulação;
De 1 de Janeiro a 30 de Junho de 2022, as notas da “Série 2012” poderão ser depositadas em contas bancárias de
qualquer banco comercial;
De 1 de Julho de 2022 a 31 de Dezembro de 2026, as notas da “Série 2012” serão aceites para troca na Sede e
Delegações Regionais do Banco Nacional de Angola, assim como nos bancos comerciais que venham a ser
autorizados.

166 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


12. Responsabilidades para com instituições de crédito nacionais relacionadas com operações de
política monetária

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2022 2021
Reservas bancárias
Em moeda nacional
Reserva 1 833 551 1 576 541
Em moeda estrangeira
Títulos - 685 340
Reserva líquida 1 173 760 982 584
3 007 311 3 244 465
Mercado monetário interbancário
Operações ocasionais de absorção de liquidez
Operações com instituições financeiras
Valor absorvido 868 310 676 839
Encargos a pagar 25 763 8 936
Operações com instituições não financeiras
Valor absorvido - 200 000
Encargos a pagar - 898
Operações permanentes de absorção de liquidez
Valor absorvido 242 930 -
Encargos a pagar 2 014 -
1 139 017 886 673
4 146 328 4 131 138

A rubrica “Reservas bancárias - Reserva” representa os depósitos em moeda nacional e moeda estrangeira
efectuados pelas instituições financeiras bancárias nacionais, visando satisfazer as exigências legais relativas
aos níveis mínimos de reservas obrigatórias definidos pelo Banco, as quais não são remuneradas.
Esta rubrica de reserva bancária inclui igualmente, o saldo de reservas obrigatórias dos bancos em que se
encontram em processo de liquidação.
Em 31 de Dezembro de 2022, de acordo com o Directiva n.º 11/2022, de 12 de Dezembro de 2022, que revoga a
Directiva n.º 07/DMA/2021, de 10 de Fevereiro e 06 de Julho respectivamente, são elegíveis para o cumprimento das
Reservas Obrigatórias em moeda estrangeira, os saldos da conta de depósitos em moeda estrangeira aberta no Banco
Nacional de Angola, em nome de cada Instituição Financeira Bancária, deduzido do correspondente 100% dos
depósitos em nome do Governo Central, mantidos nas demonstrações financeiras da Instituição Financeira.
Deixam de ser elegíveis para o cumprimento das reservas obrigatórias em moeda estrangeira as Obrigações do
Tesouro em moeda estrangeira pertencentes à carteira própria registada no Sistema Integrado de Gestão de Mercado
de Activos (SIGMA). Estes títulos (OT em moeda estrangeira) estavam contabilizados, a 31 de Dezembro de 2021, ao

167 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


custo amortizado na rubrica “Operações às instituições de crédito relacionadas com operações de política monetária”
(nota 8), tendo sido, na sua maioria, liquidados no final do ano de 2022 pelo Ministério das Finanças.
A rubrica “Mercado monetário interbancário” inclui todas as operações ocasionais de absorção de liquidez realizadas
em moeda nacional, destinadas a gerir a liquidez do sistema bancário nacional.
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, as responsabilidades do BNA pela realização de “Operações ocasionais de
absorção de liquidez” em mercado aberto com instituições financeiras apresentam a seguinte distribuição por
instituição financeira:
2022 2021
Valor Encargos a Valor Encargos a
Instituição financeira Total Total
absorv ido pagar absorv ido pagar
Banco Angolano de Investimentos 380 801 14 406 395 207 184 590 1 863 186 453
Banco de Fomento de Angola 171 058 5 208 176 266 124 624 1 914 126 538
Banco Internacional de Crédito 139 146 2 741 141 886 75 626 1 228 76 854
Standard Bank Angola 85 581 1 264 86 845 119 006 1 356 120 363
Banco Caixa Geral Totta de Angola 20 252 381 20 633 - - -
Standard Chartered Bank de Angola 17 628 195 17 824 13 928 209 14 137
Banco Comercial do Huambo 10 520 502 11 022 16 928 277 17 205
Banco de Negócios Internacional 9 932 392 10 324 4 669 98 4 768
Banco da China Limitada 6 985 180 7 165 - - -
Banco de Crédito do Sul 5 387 35 5 422 8 779 62 8 841
Finibanco Angola, SA 5 089 55 5 144 24 703 519 25 222
Banco Privado Atlântico 4 997 111 5 108 - - -
Banco Comercial Angolano 4 622 221 4 843 10 503 193 10 695
Banco Sol SARL 3 037 3 3 041 46 919 473 47 392
Banco VTB Africa 1 538 27 1 565 28 177 487 28 664
Banco Valor 1 002 18 1 019 5 817 57 5 874
Banco de Desenvolvimento de Angola 736 24 759 7 094 150 7 244
Banco YETU - - - 4 024 39 4 064
Banco BAI Micro Finanças SA - - - 843 0 843
Banco Regional do Keve - - - 607 12 619
868 310 25 763 894 073 676 839 8 936 685 776

A média do preço unitário de compra (Purchase Unit Price) destas operações ascende a 102 742,9 e 102 435,50 de
Kwanzas em 2022 e 2021, respectivamente.
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, as responsabilidades do BNA pela realização de “Operações ocasionais de
absorção de liquidez” em mercado aberto com instituições não financeiras apresentam a seguinte distribuição por
instituição financeira:
2022 2021

Valor Encargos a Valor Encargos a


Instituição não financeira Total Total
absorvido pagar absorvido pagar

Administração Geral Tributária (AGT) - - - 200 000 898 200 898


- - - 200 000 898 200 898

168 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Em 2022, o BNA efectuou o reembolso de uma operação de mercado aberto no montante de 200 mil milhões de
kwanzas que mantinha com uma instituição não financeira.
Esta rubrica engloba operações de absorção de liquidez no montante de 200 mil milhões de kwanzas (ver nota 35.6 –
Transacções com Partes Relacionadas)
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a composição da rubrica “Operações ocasionais de absorção de liquidez em
instituições financeiras – Valor absorvido” em termos de prazos residuais até ao vencimento é a seguinte:

2022
Mais de 6
Instituição financeira Até 1 mês Entre 1 a 3 meses Entre 3 a 6 meses Total
meses
Banco Angolano de Investimentos 82 317 266 903 31 581 - 380 801
Banco de Fomento de Angola 58 477 73 731 11 047 27 803 171 058
Banco Internacional de Crédito 52 662 33 568 37 499 15 416 139 145
Standard Bank Angola 42 375 12 468 30 738 - 85 581
Banco Caixa Geral Totta de Angola 18 179 2 072 - - 20 251
Standard Chartered Bank de Angola 6 129 4 135 7 365 - 17 629
Banco Comercial do Huambo 7 825 2 695 - - 10 520
Banco de Negócios Internacional 2 314 6 618 1 000 - 9 932
Banco da China Limitada 2 757 2 670 1 558 - 6 985
Banco de Crédito do Sul 520 - 4 867 - 5 387
Finibanco Angola, SA 3 024 - 2 065 - 5 089
Banco Privado Atlântico 1 997 - 3 000 - 4 997
Banco Comercial Angolano 1 586 2 732 304 - 4 622
Banco Sol SARL - - 3 037 - 3 037
Banco VTB Africa 1 538 - - - 1 538
Banco Valor 1 002 - - - 1 002
Banco de Desenvolvimento de Angola - 736 - - 736-
282 702 408 328 134 061 43 219 868 310

2021
Mais de 6
Instituição financeira Até 1 mês Entre 1 a 3 meses Entre 3 a 6 meses Total
meses
Banco Angolano de Investimentos 5 168 179 422 - - 184 590
Banco de Fomento de Angola 31 038 93 586 - - 124 624
Standard Bank Angola 24 049 94 958 - - 119 006
Banco Internacional de Crédito 18 038 57 588 - - 75 626
Banco Sol SARL 11 463 35 457 - - 46 919
Banco VTB Africa 7 603 20 574 - - 28 177
Finibanco Angola, SA 7 535 17 168 - - 24 703
Banco Comercial do Huambo 3 789 13 139 - - 16 928
Standard Chartered Bank de Angola 5 393 8 536 13 928
Banco Comercial Angolano 751 9 752 - - 10 503
Banco de Crédito do Sul 4 123 4 656 - - 8 779
Banco de Desenvolvimento de Angola 3 143 3 951 - - 7 094
Banco Valor 2 195 3 622 - - 5 817
Banco de Negócios Internacional 2 180 2 489 - - 4 669
Banco YETU 526 3 498 - - 4 024
Banco BAI Micro Finanças SA 843 - - - 843
Banco Regional do Keve - 607 - - 607
127 836 549 002 - - 676 839

169 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a composição da rubrica “Operações permanentes de absorção de liquidez –
Depósitos “overnight ” apresenta a seguinte composição:

2022 2021
Instituições financeiras Valor absorvido Encargos a pagar Total Valor absorvido Encargos a pagar Total
Banco Internacional Crédito 65 300 670 65 970 - - -
Banco Comercial do Huambo SA 28 630 210 28 840 - - -
Banco Valor SA 500 10 510 - - -
Banco Angolano Investimento 25 000 310 25 310 - - -
Banco Fomento de Angola 109 500 815 110 315 - - -
Banco Millennium Atlântico 14 000 - 14 000 - - -
242 930 2 014 244 944 - - -

13. Responsabilidades internas para com outras entidades

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, esta rubrica apresenta a seguinte composição:


2022 2021
Conta Única do Tesouro
Em moeda estrangeira 15 661 400 849
Em moeda nacional 68 787 143 368
Valores a devolver a CUT 4 173 4 173
88 621 548 390

Fundo de Garantia de Depósitos 47 998 34 490

Outras responsabilidades

Fundo Soberano de Desenvolvimento de Angola - 277 652


Outras responsabilidades 33 568 35 841
Instituto Nacional de Segurança Social 6 220 17 352
39 788 330 845

A rubrica “Conta Única do Tesouro” está inserida no âmbito do protocolo celebrado em 2002 com o Ministério das
Finanças, referente à gestão da Política Fiscal e Monetária, na qual o Tesouro Nacional deposita, entre outras
receitas, as resultantes dos impostos da exploração de petróleo e dos financiamentos obtidos. A remuneração desta
conta apesar de prevista no protocolo nunca foi implementada, sendo convicção do Conselho de Administração do
Banco que a referida remuneração referente ao exercício de 2022 e exercícios anteriores não seja exigível, dado que
o protocolo ainda se encontra em revisão.
Em 31 de Dezembro de 2022, a variação do saldo da rubrica “Conta Única do Tesouro” é explicada por dois efeitos,
designadamente, (i) pelos diversos pagamentos efectuados por instrução do Tesouro Nacional e (ii) pela apreciação
do kwanza face ao dólar norte-americano e (iii) pela liquidação dos títulos de dívida pública de 2015 maturados em
Dezembro de 2022.

170 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Em 31 de Dezembro de 2022, a variação positiva verificada na rubrica “Fundo de garantia de depósitos” é
essencialmente explicada pela constituição de depósitos à Ordem e a Prazo do Fundo junto do BNA. Estes Depósitos
são remunerados à taxa básica.
Em 31 de Dezembro de 2022, a variação negativa verificada na rubrica “Outras Responsabilidades” é essencialmente
explicada por dois efeitos, designadamente (i) diminuição do Fundo Soberano de Desenvolvimento de Angola (FSDEA)
decorrente da transferência para a Conta Única do Tesouro (CUT) o valor remanescente de 500 milhões de dólares
norte-americanos para materialização do Programa Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), passando o saldo
a 31 de Dezembro de 2022 para zero e (ii) registo dos valores transferidos pelas empresas, Estado e BNA no decorrer
do ano de 2022 para a rubrica do Instituto Nacional de Segurança Social, ainda que o saldo desta entidade tenha
diminuído durante o ano de 2022.

14. Recursos de instituições financeiras

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2022 2021
Financiamento Encargos a Financiamento Encargos a
Operações Total Total
Obtido pagar Obtido pagar

Operações de venda com acordo de recompra - - - 554 981 1 503 556 484
- - - 554 981 1 503 556 484

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a rubrica “Recursos de instituições financeiras - Operações de venda com acordo
de recompra” apresenta a seguinte composição:
2022 2021
Financiament o Encargos a Financiament o Encargos a
Inst it uição financeira Tot al Tot al
Obt ido pagar Obt ido pagar

GemCorp - - - 554 981 1 503 556 484


- - - 554 981 1 503 556 484

Em 2022, a rubrica “Recursos de instituições financeiras - Operações de venda com acordo de recompra” regista uma
redução na ordem de 100%, justificada pela liquidação da última operação REPO III junto da Gemcorp no montante
de 500 milhões de dólares norte-americanos, em Novembro de 2022.

171 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


2022

Data de Periodicidade de
Data de inicio Financiamento Acrescimo de Valor a pagar Valor a pagar
Entidade Financiamento Moeda maturidade pagamento de Taxa de juros
(Desembolso) MN juros ME MN MN
(reembolso) juros
GEMCORP - -
- - - - -

2021

Data de Periodicidade de
Data de inicio Financiamento Acrescimo de Valor a pagar Valor a pagar
Entidade Financiamento Moeda maturidade pagamento de Taxa de juros
(Desembolso) MN juros ME MN MN
(reembolso) juros
GEMCORP 1 000 USD 01/12/2017 01/12/2022 Trimestral 3,25% 554 981 3 1 503 556 484
1 000 554 981 3 1 503 556 484

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a taxa média de remuneração dos “Recursos de instituições financeiras -
Operações de venda com acordo de recompra” é de 3,25% e 3,3%, respectivamente.

15. Responsabilidades com pensões e outros benefícios

O Banco assumiu o compromisso, a título voluntário, de conceder aos seus empregados, ou às suas famílias,
prestações pecuniárias a título de complemento de reforma por velhice, invalidez, reforma antecipada e pensões de
sobrevivência. Neste sentido, as responsabilidades com pensões e outros benefícios consistem em provisões que o
Conselho de Administração decidiu constituir a partir do exercício de 2010, com o objectivo de cobertura das
responsabilidades com serviços passados relativas a pensões por velhice, reforma antecipada e de sobrevivência dos
seus colaboradores, com base num plano de benefícios definidos.
O BNA atribui igualmente aos seus reformados e respectivos cônjuges um benefício de assistência médica e
medicamentosa, através do qual proporciona o acesso a um conjunto alargado de serviços de saúde. Estas
responsabilidades são igualmente reconhecidas no balanço do Banco através do registo de provisões.
Em conformidade com a Deliberação da 11ª Sessão do Conselho de Administração, em Janeiro de 2022, o BNA
procedeu à transferência das responsabilidades dos trabalhadores reformados para o Fundo de pensões gerido pela
ENSA correspondente aos anos posteriores a 2022 no valor global de 151,01 mil milhões de kwanzas pagos de duas
formas (i) em numerário no montante 17,14 mil milhões de kwanzas e (ii) em títulos do Tesouro Angolano ao justo
valor no montante correspondente a 133,87 mil milhões de kwanzas.

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a estimativa das responsabilidades por serviços prestados relativamente aos
reformados e à população activa do Banco elegível ascende a:

• Evolução das responsabilidades e activos do Fundo de Pensões

172 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


2022 2021

Responsabilidades totais por serviços passados

Reformados BNA
Pensões de reforma e sobrevivência 117 029 92 387
Plano de Saúde 40 602 35 561
Compensação de Natal 2 941 3 659
Subsídio por morte 2 582 1 705
Trabalhadores do BCI
Pensões de reforma 2 749 3 220
Falecidos (C.M.)* 156 -

Responsabilidades por serviços passados de colaboradores no activo

Ativos BNA
Plano de Saúde 12 911 16 087
Trabalhadores do BCI 134 180

A. Total das responsabilidades por serviços passados 179 104 152 799

B. Situação patrimonial do fundo de pensões 184 209 151 009


C. Excesso/(Insuficiência) de cobertura (B-A) (Nota 7) 5 106 (1 791)
D. Grau de cobertura das responsabilidades (B/A) 103% 99%

(*) Corresponde aos participantes reformados falecidos, mas para os quais ainda não existe informação sobre os beneficiários.

De uma forma geral, as responsabilidades sofreram um aumento de cerca de 17%, passando de AKZ milhões 152 009
em Dezembro de 2021 para 179 104 a Dezembro de 2022, justificado essencialmente pelas alterações dos
pressupostos actuarias e financeiros.
Em 31 de Dezembro de 2022 o valor estimado das responsabilidades do BNA é superior à capitalização do Fundo,
conforme apresentado no quadro acima no montante de 5 106 milhões de kwanzas.

a) Participantes

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, o número de participantes abrangidos pelo plano de benefícios definidos é
apresentado no quadro seguinte:

Número de participantes 2022 2021

Activos 1 804 1 838

Reformados BD & saúde e sobreviventes 2 168 2 134

Ex-trabalhadores do BNA alocados no BCI 84 84

Total 4 056 4 056

173 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


As principais alterações demográficas ocorridas nos planos de benefício definido é o seguinte:

Reformados e
Trabalhadores no EX-trabalhadores do
refo rmado s
activo BNA alocados ao BCI
antecipadamente
Número total em 31 de Dezembro 2020 1 883 2 126 88
Saídas (72) (62) (8)
Transferências - - -
Entradas 27 4 4
Número total em 31 de Dezembro 2021 1 838 2 068 84
Saídas (100) (69) (5)
Transferências - - -
Entradas 66 170 5
Número total em 31 de Dezembro 2022 1 804 2 169 84

b) Metodologia, pressupostos e política contabilística

• Pressupostos actuariais e financeiros utilizados

As responsabilidades decorrentes do plano de pensões de benefícios definidos foram determinadas com base em
estudos actuariais elaborado pela ENSA, utilizando o Projected Unit Credit Cost Method (método do crédito unitário
projectado), em conformidade com os princípios estabelecidos na IAS 19.
Os principais pressupostos actuariais e financeiros são os seguintes:

Pressupostos actuariais e financeiros 2022 2021


Taxa nominal de juro (taxa de desconto) 18,90% 25,00%
Taxa nominal de crescimento dos salários 9,86% 18,00%
Taxa de crescimento das pensões 9,86% 10,30%
Taxa de inflação 9,86% 18,00%
Data de retroatividade do plano 01.01.1987 01.01.1987
Data de referência 31.12.2022 31.12.2021
Tábua de mortalidade/sobrevivência PF 60/64 PF-60/64
60 anos de idade com 60 anos de idade com
Momento de atribuição
mínimo mínimo
da pensão de reforma de 5 anos de serviço de 5 anos de serviço
Moeda de referência do cálculo Kz (Kwanzas) Kz (Kwanzas)

A taxa de inflação foi considerada para a estimação do crescimento do custo médio com o plano de saúde e a
estimação do crescimento da compensação de Natal.

174 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Considerando este impacto, procedeu-se a uma análise da sensibilidade no valor das responsabilidades com pensões,
fazendo variar o valor dos principais pressupostos, cujo impacto é analisado como segue:
Ex-trabalhadores do BNA
Activos Reformados Outros
alocados no BCI
Pensões de
Assistência médica e Compensação de Assistência médica e Subsídio por Compensação de Pensões de reforma e Falecidos
Análise de sensibilidade em valores em 31 de Dezembro 2022 reforma e Total
medicamentosa Natal medicamentosa Morte Natal sobrevivência (C.M.)*
sobrevivência
Cenário base 12 911 - 117 029 40 602 2 582 2 941 2 883 156 179 104
Alterações
Alteração na taxa de desconto
Acréscimo de 0,5% 7 787 - 91 330 31 587 1 807 2 241 2 190 - 136 943
Redução de 0,5% 24 985 - 161 239 56 096 4 139 4 154 3 938 - 254 552
Alteração da taxa de crescimento dos salários
Acréscimo de 0,5% 12 911 - 132 653 40 602 3 104 2 941 3 938 - 196 150
Redução de 0,5% 12 911 - 104 184 40 602 2 180 2 941 2 508 - 165 326
Taxa de inflação
Acréscim o de 0,5% 25 663 - 117 029 56 833 2 582 4 212 2 883 - 209 201
Redução de 0,5% 7 345 - 117 029 30 672 2 582 2 170 2 883 - 162 681
Tábua de mortalidade
+1 ano - - - - - - - - -

Ex-trabalhadores do BNA
Activos Reformados
alocados no BCI
Pensões de
Assistência médica e Compensação de Assistência médica e Subsídio por Compensação de Pensões de reforma e
Análise de sensibilidade em valores em 31 de Dezembro 2021 reforma e Total
medicamentosa Natal medicamentosa Morte Natal sobrevivência
sobrevivência

Cenário base 22 559 - 92 387 35 561 1 705 3 659 3 400 159 271
Alterações
Alteração na taxa de desconto
Acréscimo de 0,5% 12 719 - 76 012 27 578 1 298 2 732 2 573 122 912
Redução de 0,5% 49 158 - 117 975 49 431 2 427 5 314 4 867 229 172
Alteração da taxa de crescimento das pensões
Acréscimo de 0,5% 22 559 101 722 35 561 1 972 3 659 3 411 168 884
Redução de 0,5% 22 559 83 511 35 561 1 491 3 659 3 390 150 171
Taxa de inflação
Acréscim o de 0,5% 49 890 - 92 387 49 736 1 705 5 351 3 400 202 469
Redução de 0,5% 12 080 - 92 387 26 934 1 705 2 658 3 400 139 164
Tábua de mortalidade
+1 ano - - - - - - - -

A evolução das responsabilidades com pensões de reforma, benefícios de saúde e subsídio por morte é apresentada
como segue:
Ex-trabalhadores do BNA
Activos Reformados Outros
alocados no BCI
Pensões de
Assistência médica e Compensação de Assistência médica e Subsídio por Compensação de Pensões de reforma e
Evolução das responsabilidades reforma e Falecidos (C.M.)* Total
medic amentosa Natal medic amentosa Morte Natal sobrevivência
sobrevivência
Responsabilidades em 31.12.2021 16 087 - 92 387 35 561 1 705 3 659 3 400 - 152 799
Custo do serviço corrente 843 - - - - - - - 843
Custo dos juros 4 022 - 21 329 8 438 425 915 812 - 35 941
(Ganhos) / perdas actuariais -
Alterações de pressupostos (2 496) - 28 059 5 016 840 (521) 718 - 31 616
Alterações por experiência (5 545) - (9 772) (4 581) (374) (1 112) (1 722) - (23 106)
Contribuições dos empregados - - - - - - - 156 156
Reformas antecipadas - - - - - - - - -
Pensões pagas - - (14 974) (3 832) (14) - (325) - (19 145)
Responsabilidades em 31.12.2021 12 911 - 117 029 40 602 2 582 2 941 2 883 156 179 104

A evolução dos desvios actuariais em balanço pode ser analisada como segue:
Movimento nos ganhos e perdas actuariais 2022 2021

Ganhos e perdas actuariais em 31.12.2021 (25 816) 11 883


Perdas actuariais relativas a pensões (3 196) (19 694)

Ganhos financeiros relativos a pensões 38 407 1 111

Perdas actuariais relativas a cuidados de saúde e subsídio por morte (4 658) (19 989)

Ganhos financeiros relativos a cuidados de saúde e subsídio por morte 3 773 873
Ganhos e perdas actuariais em 31.12.2022 8 510 (25 816)

175 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Em termos gerais verifica-se uma perda actuarial de AKZ milhões 8 509. Esta perda deve-se essencialmente ao
aumento de responsabilidades com reformados e pensionistas e com o plano de saúde, condicionado pela diminuição
da taxa de desconto bem como pelo aumento do custo médio anual com saúde para idades acima dos 65 anos
considerado para o mesmo.

A composição dos ganhos e perdas actuariais com pensões podem ser analisados como segue:
Composição dos ganhos e perdas actuariais com pensões 2022 2021

Alteração de pressupostos actuariais:

Alterações da taxa de desconto 41 447,0 (323,0)

Alterações da taxa de crescim ento dos salários - -

Alterações da taxa de crescim ento das pensões (1 860,0) (11 349,0)

O utras Alterações (7 972,0) 3 106,0

Alteração da tabela salarial com impacto em pensões e salários - -

Alterações na população (2 187,0) (1 414,0)

Desvios de mortalidade:

Por saídas (3 008,0) (2 982,0)

Por perm anência (17 910,0) (12 854,0)

Por pensões de sobrevivência e orfandade - -

Total 8 510,0 (25 816,0)

• Valor patrimonial do Fundo de pensões de Benefícios definido


Em 31 de Dezembro de 2022, a redução verificada nas responsabilidades dos planos de pensões de benefício definido
é essencialmente explicada pela transferência da responsabilidade dos trabalhadores reformados, do BNA para o
fundo gerido pela ENSA no montante de 151,01 mil milhões de kwanzas (i) numerário no montante 17,14 mil milhões
de kwanzas e (ii) Obrigações do Tesouro Nacional ao justo valor no montante correspondente a 133,87 mil milhões
de kwanzas, e em conformidade com a Deliberação da 11ª Sessão do Conselho de Administração.

Os limites por classe de activo previstos pela política de investimento do fundo de pensões resume-se no seguinte:
2022 2021
Liquidez 9% a 30% 9% a 30%

Imobiliário 12,5% a 40% 12,5% a 40%

Obrigações de taxa fixa 22% a 70% 22% a 70%

Obrigações de taxa variável 22% a 70% 22% a 70%

Acções 16% a 50% 16% a 50%

176 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Em 31 de Dezembro de 2022, os activos do Fundo de pensões do plano de benefício de saúde apresentavam a seguinte
decomposição:
Fundo de pensões Plano de saúde
Descrição dos activos Total
(Reformados ) (Activos )
Numerários e depósitos Bancários 4 521 242 4 763
Títulos de rendimentos fíxos
O brigações do Tesouro 121 512 56 134 177 647
Títulos de rendimentos variáveis
Unidades de participação 800 1 000 1 800
Total 126 833 57 376 184 209

Durante o exercício de 2022, o movimento ocorrido no fundo pode ser apresentado como se segue:

Movimento na situação patrimonial do fundo de pensões 2022


Situação patrimonial do fundo de pensões no início do exercício 151 009
Contribuições efectuadas
Pela instituição -
Pelos colaboradores -
Rendimento líquido do fundo de pensões

O utros 48 844
Desvio de rendim ento dos activos 3 502
Pensões pagas pelo fundo de pensões (19 145)
Situação patrimonial do fundo de pensões no fim do exercício 184 209

16. Provisões

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a rubrica de Provisões ascende a:

2022 2021
Para risco sistémico do sector bancário 214 436 590 688
Provisões para garantias prestadas 55 779 96 323
Para riscos diversos 3 284 2 372
273 498 689 383

177 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Nos exercícios de 31 de Dezembro de 2022 e 2021, os movimentos ocorridos na rubrica de provisões foram os
seguintes:

Provisões
Responsabilidad
Risco sistémico
Garantias es c/ pensões e
do sector Outros riscos
prestadas outros
bancário
benefícios

Saldo a 31 de dezembro de 2020 819 594 352 767 - 1 459 1 173 820

Dotações do exercício líquidas de reversões (228 906) (216 477) - 914 (444 469)
Utilizações - - - (1) (1)
Diferenças de câmbio e outras - (39 967) - - (39 967)

Saldo a 31 de dezembro de 2021 590 688 96 323 - 2 372 689 383


Dotações do exercício líquidas de reversões (376 252) (31 671) (15 407) 945 (422 385)
Utilizações - - - (33) (33)
Diferenças de câmbio e outras - (8 874) - - (8 874)

Saldo a 31 de dezembro de 2022 214 436 55 779 (15 407) 3 284 258 091

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a rubrica “provisão para risco sistémico do sector bancário” corresponde à
exposição das instituições financeiras bancárias ao risco e considera na sua base de cálculo o total dos passivos
financeiros líquido de provisões deduzido de caixa, disponibilidades e aplicações em instituições financeiras
bancárias. Tendo por base o scoring atribuído a cada instituição financeira, que considera os seguintes indicadores
regulamentares (Rácio de solvabilidade, Maior devedor, Rácio de liquidez, Posição cambial, Concentração dos
depósitos, Rácio de crédito vencido/crédito total, Rácio do imobilizado, Limite dos grandes riscos, Governação
corporativa e Controlo interno), o Conselho de Administração definiu um intervalo de ponderadores em função do
scoring. Esta provisão enquadra-se nas funções determinadas pela Lei Orgânica, nomeadamente zelar pela
estabilidade do sistema financeiro nacional, assegurando, com essa finalidade, a função de financiador de última
instância.
Relativamente a 2022 as principais variações ocorridas dizem respeito à Redução nas disponibilidades líquidas e nos
passivos dos bancos comerciais, consequentemente redução na base de incidência do risco sistémico, melhoria nos
ponderadores de risco e adequação dos fundos próprios regulamentares (FPR). Adicionalmente, o Banco no
apuramento com referência a 31 de Dezembro de 2022 considera apenas os Bancos de risco sistémico àquela data
(em 2021 a provisão era calculada tendo como base todas as Instituições Financeiras) e considerou um factor zero
quando não existem incumprimentos nos indicadores referidos acima (em 2021 as Instituições Financeiras que
tivessem em cumprimento nos indicadores referidos acima tinham uma provisão mínima de 2,5%). Estas alterações
decorrem de uma evolução positiva do sistema financeiro de Angola ocorrido em 2022 assim como do crescimento
do Fundo de Garantia de Depósitos.

Em conformidade com o plano estratégico do BNA e no sentido de assegurar, de forma permanente, a estabilidade
do sistema financeiro nacional através de uma efectiva regulação e supervisão das instituições financeiras, o BNA

178 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


procedeu, em 2019 (com referência ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2018), à avaliação da qualidade dos
activos das principais instituições financeiras bancárias. Como conclusão desse exercício, verificou-se que 7 (sete)
instituições financeiras apresentavam necessidades de recapitalização. No entanto, actualmente o Conselho de
Administração do BNA já não considera este indicador dado que o ciclo de supervisão de 2022, já teve início, tendo
como acções estratégicas o acompanhamento as recomendações emitidas nas cartas do processo de análise e
avaliação pelo Supervisor (sigla em inglês SREP: Supervisory Review and Evaluation Process) do ano transacto, bem
como a realização de avaliações temáticas de, (i) Corporate Governance e Gestão de Risco e (ii) sobre a qualidade da
informação, reporte e suporte tecnológico das instituições financeiras.
Durante o exercício de 2022, efetuou-se uma análise que permitiu estabelecer requisitos particulares para cada
instituição, em linha com 2021, através da definição de requisitos de capital e liquidez específicos, para além de
requisitos de outra natureza, de forma a assegurar a viabilidade e sustentabilidade a longo prazo, o SREP (Supervisory
Review and Evaluation Process), adicionalmente foi concluído o processo de recapitalização e de estabilização, nos
níveis regulamentares dos fundos próprios dos bancos alvo de avaliação, conforme mencionada acima. Perante a
situação, o Conselho de Administração decidiu, reverter a provisão para o risco sistémico do sector bancário no
montante de 228,91 mil milhões de kwanzas, que constitui a melhor estimativa do Banco para prevenir choques ao
sistema financeiro bancário.
Nos termos das disposições combinadas das alíneas d) e f) do n.º 1 artigo 31.º e do n.º 1 do artigo 54.º, ambos da Lei
n.º 24/21, de 18 de Outubro Lei do Banco Nacional de Angola, conjugados com o disposto no número 1 do artigo 16.º,
da Lei n.º 12/2015 de 17 de Junho, Lei de Bases das Instituições Financeiras, o BNA emitiu o Aviso n.º 02/2018, de
21 de Fevereiro, com objectivo de estabelecer o capital social mínimo e fundos próprios regulamentares.
A rubrica “Provisões para garantias prestadas” refere-se à provisão constituída no âmbito da adopção da IFRS 9 –
Instrumentos financeiros, em que o BNA reconheceu um montante de provisões no valor de 55,78 mil milhões de
kwanzas, correspondendo a uma reversão no exercício de 2022 no montante de 31,60 mil milhões de kwanzas,
justificada pela liquidação do financiamento ao China Development Bank (CDB) e pela redução da exposição com o
Eximbank. Esta provisão foi calculada com base no modelo de imparidade adoptada pelo Conselho de Administração.

O saldo da rubrica “Provisão para riscos diversos” corresponde ao montante estimado para cobertura de potenciais
responsabilidades de natureza específica, nomeadamente, responsabilidades ou contingências legais e/ou fiscais e
cobertura de risco de crédito das garantias e fornecedores.

179 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


17. Outros valores passivos

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021 esta rubrica apresenta a seguinte composição:


2022 2021
Credores e outros recursos
Outros passivos 76 129 88 195
Credores diversos 54 939 41 407
Impostos a pagar 5 324 (79)
Fundo social 310 171
Banco Mundial 80 80
Adiantamentos de instituições financeiras 57 57
Contas de regularização 6 137 25 943
Dividendos a entregar ao Tesouro - 15 164
Encargos a pagar 7 811 8 497
150 787 179 435

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a variação na rubrica “Outros passivos”, o saldo diz respeito a reserva de tranche
em moeda estrangeira com o FMI.

A rubrica “Credores e outros recursos – Credores diversos” apresenta o seguinte detalhe:


2022 2021
Fornecedores 28 246 14 628
Outros credores 15 047 12 648
Depósitos de transgressões cambiais (Nota 11) 8 260 10 301
Cauções de empresas 3 386 3 830
54 939 41 407

Em 31 de Dezembro de 2022, a variação na rubrica “Fornecedores” é explicada fundamentalmente pelos acréscimos


de custos e registo de facturas de fornecimentos/prestação de serviços.

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a variação na rubrica “Outros credores”, parte do saldo resulta da reavaliação
cambial associada ao excedente dos títulos em moeda estrangeira do MINFIN em 1,6 mil milhões de kwanzas.

A rubrica “Credores e outros recursos – Fundo social” corresponde à estimativa do Conselho de Administração para
financiar investimentos imobiliários e outros fins de cariz social, em conformidade com o disposto na Lei Orgânica do
Banco. Em 31 de Dezembro de 2022, o Banco tem uma provisão para fundo social no montante de 310 milhões de
kwanzas, a variação do saldo da rubrica é essencialmente explicada pelo reforço no montante de 138 milhões de
kwanzas da conta Fundo Social, decorrente da deliberação do Conselho de Administração.

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, o saldo da rubrica “Credores e outros recursos – Banco Mundial” corresponde
integralmente ao valor do aprovisionamento da conta BIRD – Banco Internacional para Reconstrução e
Desenvolvimento.

180 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


A rubrica “Credores e outros recursos – Adiantamentos de instituições financeiras” corresponde aos depósitos
adiantados de instituições financeiras bancárias e não bancárias para realização de parte do Capital Social.

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a rubrica “Encargos a pagar” corresponde essencialmente à especialização do


subsídio de férias, de Natal e do prémio de desempenho a atribuir ao pessoal e aos órgãos de gestão. Considerando
que o montante de subsídio de férias atribuído em determinado exercício é um direito adquirido no ano imediatamente
anterior, o Banco releva contabilisticamente, no final de cada exercício, o valor deste subsídio e respectivos encargos
sociais entregáveis. Os prémios de desempenho a pagar ao pessoal e aos órgãos de gestão atribuídos são registados
como custo no exercício a que se referem, embora sejam pagos apenas no exercício seguinte.

18. Capital

Nos termos do n.º 2 do artigo 165.º da Constituição da República de Angola, a Assembleia Nacional aprovou a Lei nº.
24/21, de 18 de Outubro, Lei do Banco Nacional de Angola, que revoga a anterior Lei do Banco n.º 16/10 de 15 de
Julho. O artigo 4.º da referida Lei define que o capital do Banco Nacional de Angola é 170 mil milhões de kwanzas,
integralmente realizado pelo Estado, não podendo ser deduzido, transferido nem onerado.
O capital do BNA pode ser aumentado por incorporação de reservas, deliberadas pelo Conselho de Administração e
ratificadas pelo Titular do Poder Executivo (Lei n.º 24/21, de 18 de Outubro). Em 31 de Dezembro de 2022, a rubrica
“Capital” ascende a 170 mil milhões de kwanzas.
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2022 2021

Capital 170 000 170 000


170 000 170 000

19. Diferenças de reavaliação

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

Reavaliação do Perdas por


2021 2022
justo valor imparidade

Ouro 43 859 (5 600) - 38 259


Activos financeiros ao justo valor através de
(27 168) 191 270 24 018 164 103
outro rendimento integral

Titulos de dívida soberana estrangeira 19 966 (90 463) (2 111) (68 345)

Titulos de dívida soberana nacional (47 134) 281 733 26 129 232 448

16 691 185 670 24 018 202 362

181 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


As perdas por imparidade reclassificam de reservas de justo valor para a rubrica perdas por imparidade líquida de
reversões conforme política contabilística descrita na nota 1.4.3 Instrumentos financeiros.
A variação verificada nas “Diferenças de Reavaliação de Justo Valor” é justificada pelas valias potenciais da
valorização da cotação do Ouro, pelo justo valor dos títulos de divida soberana, bem como pela transferência para
resultados das valias efectivas da venda dos títulos de divida soberana. O aumento das reservas do justo valor do
títulos de divida soberana nacional decorrem da redução generalizada das taxas de juros.

20. Outras Reservas, Resultados Transitados e Remensuração dos Planos de Benefício Definido

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2022 2021
Outras reservas
Reserva legal 182 540 7 141
Reserva livre 27 176 7 030
Reserva especial 5 037 -
214 753 14 171

Resultado transitado e remensuração


dos planos de benefício definido
Resultados transitados 2 978 641 3 152 672
Desvios actuariais 5 423 7 461
2 984 064 3 160 133

A variação positiva verificada em outras reservas no montante de 200,58 mil milhões de kwanzas, de acordo com a
acta da 2ª. Sessão ordinária do Conselho de Administração do BNA é essencialmente explicada pela distribuição do
Resultado realizado de 2021 (225,76 mil milhões), conforme (i) reforço da Reserva Legal em 175,40 mil milhões de
kwanzas (ii) constituição de Reserva Livre e Especial no montante de 20,15 mil milhões de kwanzas e 5,04 mil milhões
de kwanzas, respectivamente. Este valor não é directo do resultado líquido dado que o Banco não distribui a totalidade
do resultado sendo apenas distribuído o que esta previsto na Lei do BNA.

Adicionalmente a variação ocorrida na rubrica de resultados transitados no montante de 174,03 mil milhões de
kwanzas é explicada essencialmente por: (i) transferência do resultado realizado remanescente após constituição das
reservas no montante de 25,18 mil milhões de kwanzas e (ii) pela transferência do resultado não realizado negativo
no montante de 199,21 mil milhões de kwanzas.

Em 31 de Dezembro de 2022, a diminuição verificada na rubrica “Desvios actuarias” é explicada pelo registo do
movimento referente as responsabilidades com o Fundo de Pensões do plano de benefício definido referente ao
exercício de 2022, conforme detalhado na nota 15.

182 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


21. Contas extrapatrimoniais

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, as rubricas extrapatrimoniais apresentam a seguinte composição:


2022 2021
Responsabilidades por prestação de serviços 11 687 196 13 398 414
Garantias prestadas e outros passivos eventuais 1 117 516 1 548 924
Notas e moedas fora de circulação 107 984 250 038
Garantias recebidas 69 673 44 187
Compromissos perante terceiros
Não residentes 19 459 47 810
Residentes (1 793) 36 252
Compromissos assumidos por terceiros
Residentes 26 831 26 831
Operações cambiais e instrumentos derivado
Serviços prestados por terceiros - -
Serviços prestados por terceiros - -
Serviços prestados por terceiros 665 665
13 027 531 15 353 121

Na rubrica “Responsabilidades por prestação de serviços” encontram-se registadas as responsabilidades do


BNA actuando enquanto custodiante dos títulos emitidos pelo Ministério das Finanças e depositante das notas
promissórias emitidas pelo Ministério das Finanças a favor do FMI no âmbito dos financiamentos obtidos. Esta
rubrica apresenta a seguinte decomposição:
2022 2021
Responsabilidades por prestação de serviços
Obrigações do Tesouro em moeda nacional 7 563 712 7 857 128
Obrigações do Tesouro em moeda estrangeira 1 731 502 1 649 215
Bilhetes do Tesouro 465 117 453 149
FMI - Custodia 1 927 676 3 438 922
11 687 196 13 398 414

No exercício de 2022, no âmbito da reconciliação saldos o BNA efectuou o desreconhecimento de um saldo 1,51
bilião de kwanza referente a notas promissórias e garantias cujo prazos encontravam-se vencidos.

Na rubrica FMI- custódia encontram-se registadas as compras de DSE efectuadas ao FMI ao abrigo do Programa
de Financiamento Ampliado, os ajustes cambiais da valorização dos depósitos (CVA) junto do Fundo no montante
global de 1,71 biliões de kwanzas.
Em 31 de Dezembro de 2022 a variação verificada nesta rubrica é explicada pelo desreconhecimento (i) das
Obrigações do Tesouro Nacional emitidas pelo Estado angolano a favor do FMI para aumento da quota de Angola
em moeda nacional junto do Fundo e (ii) desreconhencimento das notas promissórias decorrente da actualização
cambial dos DSE.
O valor total do programa de financiamento ampliado ascende a 3,21 mil milhões de Direitos de Saque Especial
A rubrica “Garantias prestadas e outros passivos eventuais” refere-se essencialmente a garantias e avales
prestados, perante entidades estrangeiras.

183 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, esta rubrica é decomposta em:
2022 2021
Garantias prestadas e outros passivos eventuais
Garantias institucionais prestadas
Financiamento da China 1 117 516 1 520 141
1 117 516 1 520 141
Promissórias a favor de outros - 28 783
1 117 516 1 548 924

Estas responsabilidades encontram-se suportadas pelo Protocolo sobre a Gestão da Política Fiscal e Monetária
celebrado com o Ministério das Finanças. Este protocolo identifica o Ministério como o responsável pelo seu
pagamento. A actualização do valor das garantias é efectuada consoante a informação recebida do Ministério das
Finanças e das respectivas contrapartes.

O BNA apresenta um montante de provisões no valor de 55,78 mil milhões de kwanzas. No presente exercício, o
Banco reverteu e reconheceu em resultados 31,7 mil milhões de kwanzas factor principalmente atribuível a redução
da responsabilidade com o Eximbank e pela liquidação total da dívida junto do China Development Bank.

2022
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3 Total
Garantias prestadas e outros passivos eventuais - 1 117 516 - 1 117 516
Provisão para risco de crédito de garantias prestadas - (55 779) - (55 779)
- 1 061 737 - 1 061 737

A movimentação da imparidade reconhecida no exercício é como segue:

2022
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3

Saldo inicial - 96 323 - 96 323


Movimentação do período -
Activos financeiros originados ou adquiridos - - - -
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco - (27 734) - (27 734)
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs - (3 937) - (3 937)
W rite-offs - - - -
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências para:
Estágio 1 - - - -
Estágio 2 - - - -
Estágio 3 - - - -
Variações cambiais e outros movimentos - (8 874) - (8 874)

Saldo final - 55 778 - 55 778

184 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


2021
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3

Saldo inicial - 352 767 - 352 767


Movimentação do período -
Activos financeiros originados ou adquiridos - - - -
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco - (216 477) - (216 477)
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs - - - -
W rite-offs - - - -
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências para:
Estágio 1 - - - -
Estágio 2 - - - -
Estágio 3 - - - -
Variações cambiais e outros movimentos - (39 967) - (39 967)

Saldo final - 96 323 - 96 323

A rubrica “Notas e moedas fora de circulação” é constituída integralmente pelos impressos de notas da nova família
de kwanza (Série 2020) que se encontram prontas para emissão.

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a rubrica “Compromissos perante terceiros – Não Residentes” corresponde aos
compromissos futuros assumidos pelo Banco para chamadas de capital, decorrentes de investimentos em fundos de
investimento alternativo junto das entidades externas onde o BNA detém carteiras de gestão discricionária, que
ascendem ao montante de 19,46 mil milhões de kwanzas e 47,81 mil milhões de kwanzas, respectivamente (nota 5).

Em 31 de Dezembro de 2021, a rubrica “Compromissos assumidos por terceiros” é constituída integralmente por juros
de operações a receber de uma instituição financeira que se encontra no estágio 3 no âmbito da IFRS 9.

185 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


22. Juros e rendimentos similares

Nos exercícios de 2022 e 2021, esta rubrica apresenta a seguinte composição:


2022 2021

Activos financeiros ao justo valor através de


outro rendimento integral
Títulos de dívida pública nacional 207 501 237 583
Títulos de dívida Soberana estrangeira 46 199 73 023
Aplicações em instituições de crédito
No exterior - Depósito a prazo 44 493 6 222
Operações às instituições de crédito relacionadas
com operações de política monetária
Operaçoes ocasionais de cedência de liquidez 2 396 3 806
Operações overnight 4 255 617
Activos financeiros concedidos ao Estado 300 43 347
Devedores e outras aplicações 2 369 2 417
Disponibilidades em outras instituições de crédito 1 983 459
FMI - juros de DSE 5 883 263
315 379 367 737

Todos os juros e rendimentos similares foram apurados de acordo com o método da taxa de juro efectiva.
A rubrica “Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral” representa o ganho obtido pela
especialização do prémio ou desconto, e dos juros a receber dos títulos de dívida pública nacional e estrangeira. A
diminuição dos ganhos obtidos nos Títulos de dívida pública nacional é justificada pela diminuição do stock de
obrigações.
O aumento da rubrica “Aplicações em instituições de crédito”, é essencialmente, justificada pelo aumento dos juros
de depósitos a prazo no exterior em virtude do aumento das taxas de juros das aplicações no mercado internacional
e do maior número de operações.
A diminuição da rubrica “Activos financeiros concedidos ao Estado”, é essencialmente, justificada pela redução dos
financiamentos em dólares americanos efectuados em 2022 ao Ministério das Finanças.
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, parte do saldo na rubrica “Devedores e outras aplicações”, inclui os benefícios
a empregados.

186 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


23. Juros e encargos similares

Nos exercícios de 2022 e 2021, esta rubrica apresenta a seguinte composição:


2022 2021
Recursos de instituições de crédito 144 693 113 196
Juros de DSE 6 499 258
Outros juros e encargos similares 15 37 019
Juros de empréstimos 6 -
151 213 150 473

A rubrica de “Recursos de instituições de crédito” diz respeito aos custos incorridos com os juros das operações de
absorção de liquidez realizadas pelo BNA e aos juros decorrentes das “Operações de venda com acordo de recompra”
realizadas com a GemCorp. No exercício 2022, os juros referentes as “Operações de absorção de liquidez realizadas
com as instituições financeiras” e “Operações de venda com acordo de recompra realizadas com a GemCorp”
ascendem a 124,64 e 13,65 mil milhões de kwanzas respectivamente.
A rubrica “Juros de DSE” incorpora o montante de juros de DSE pagos ao Fundo Monetário Internacional.
24. Rendimentos de serviços e comissões

Nos exercícios de 2022 e 2021, esta rubrica apresenta a seguinte composição:


2022 2021
Comissões recebidas por operações
realizadas por conta de terceiros
Ministério das Finanças 25 019 31 135
Comissões recebidas por serviços prestados
Sistema de Pagamentos em Tempo Real 64 56
25 083 31 191

A rubrica “Comissões recebidas por operações realizadas por conta de terceiros” refere-se integralmente a comissões
arrecadadas em consequência das transferências bancárias efectuadas em nome do Tesouro Nacional, nos termos
do protocolo celebrado entre o BNA e o Ministério das Finanças

187 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


25. Encargos com serviços e comissões

Nos exercícios de 2022 e 2021, esta rubrica apresenta a seguinte composição:


2022 2021
Comissões pagas por serviços bancários
prestados por terceiros
Instrumentos financeiros 921 3 823
Depósitos à ordem 1 298 134
Por operações realizadas por terceiros 7 4
2 226 3 961

Nos exercícios de 2022 e 2021, esta rubrica ascende a 2,23 mil milhões de kwanzas e 3,96 mil milhões de kwanzas,
respectivamente, dizendo respeito ao reconhecimento das comissões cobradas pelas entidades externas onde o BNA
detém carteiras de gestão discricionária, comissões de custódia dos títulos de dívida soberana estrangeira, comissões
pagas decorrentes das relações mantidas com o FMI e comissões de manutenção de contas à ordem.

26. Resultados de activos financeiros valorizados ao justo valor através de resultados

Nos exercícios de 2022 e 20201, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2022 2021

Ganhos em activos financeiros ao justo valor através de resultados 406 441 374 647

Perdas em activos financeiros ao justo valor através de resultados (370 135) (320 242)
36 306 54 405

Nos exercícios de 2022 e 2021, esta rubrica totaliza ganhos de 36,3 mil milhões de kwanzas e 54,4 mil milhões de
kwanzas, respectivamente, representando o resultado líquido das mais e menos valias potenciais de justo valor
associadas às posições das carteiras geridas por entidades externas. A desagregação do resultado em 2022 e 2021
pode ser verificada no quadro abaixo:

188 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


2022
Valias Dividendos Total
Gestores Externos
CA INDOSUEZ (2 097) - (2 097)
UBS (2 517) - (2 517)
BANCO MUNDIAL (1 971) - (1 971)
ATRIUM 401 101 502
Fundos de Investim entos
GEMCORP FUND LIMITED 46 347 - 46 347
RIVERSTONE (357) - (357)
CARLYLE (3 885) 126 (3 759)
Carteiras sob gestão
Quantum PLAZA 158 - 158
GOLDEN ASSET - - -
GOLDEN ASSET - ABD - - -
Quantum Liquidity e Investments - - -
Total 36 079 227 36 306

2021
Valias Dividendos Total
Gestores Externos
CA INDOSUEZ 1 628 - 1 628
UBS 1 313 - 1 313
BANCO MUNDIAL 967 - 967
ATRIUM 641 - 641
Fundos de Investim entos
GEMCORP FUND LIMITED 26 262 - 26 262
RIVERSTONE (7 016) 21 440 14 424
CARLYLE 2 373 6 928 9 301
Carteiras sob gestão
Quantum PLAZA - 756 756
GOLDEN ASSET 2 - 2
GOLDEN ASSET - ABD (890) - (890)
Quantum Liquidity e Investments - - -
Total 25 280 29 124 54 405

27. Resultados de activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral

Nos exercícios de 2022 e 2021 esta rubrica apresenta a seguinte composição:


2022 2021
Ganhos em activos financeiros ao justo valor
através de outro rendimento integral
Títulos de dívida soberana estrangeira 3 192 4 678
Títulos de dívida pública nacional 22 126 975
25 318 5 653

Perdas em activos financeiros ao justo valor


através de outro rendimento integral
Títulos de dívida pública nacional (8 127) (10 450)
(8 127) (10 450)
17 191 (4 797)

189 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


A rubrica “Ganhos em activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral” inclui um ganho de 7,8
mil milhões de kwanzas e 4,6 mil milhões de kwanzas referente a resgates e vendas de títulos do Tesouro.

A rubrica “Perdas em activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral” inclui uma perda de
justo valor resultante da venda de títulos no mercado nacional no montante de 1,7 mil milhões de kwanzas.

28. Resultados cambiais

Nos exercícios de 2021 e 2020, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2022 2021
Ganhos cambiais
Ganhos associados a diferenças cambiais 21 649 942 3 593 058
Ganhos em operações cambiais 59 520 93 152
21 709 462 3 686 210
Perdas cambiais
Perdas associadas a diferenças cambiais (22 206 988) (4 423 561)
Perdas em operações cambiais (42 349) (42 412)
(22 249 337) (4 465 973)
(539 875) (779 763)

Nos exercícios de 2022 e 2021, esta rubrica totaliza perdas de 539,88 mil milhões de kwanzas e 779,76 mil milhões
de kwanzas, respectivamente, representando as mais ou menos valias em operações cambiais e associadas a
diferenças cambiais. A variação negativa verificada na rubrica é justificada pela apreciação do Kwanza face às outras
moedas estrangeiras e pela redução de operações cambiais.

29. Custos relativos à emissão de notas e moedas

Nos exercícios de 2022 e 2021, esta rubrica ascende a 5,22 mil milhões de kwanzas e 14,38 mil milhões de kwanzas,
respectivamente, sendo composta pela especialização dos custos relativos à emissão de notas da série 2020.

A redução verificada nesta rubrica face a 2021 é essencialmente justificada pela retirada das notas da série 2012,
em 31 de Dezembro de 2021.

30. Resultados de alienação de outros activos

Nos exercícios de 2022 e 2021, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2022 2021
Ganhos com alienação/abates de outros activos
Ganhos em activos não financeiros 196 12
196 12

Perdas com alienação/abates de outros activos


Perdas em activos não financeiros (1) -
(1) -
195 12

190 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Nos exercícios de 2022 e 2021, o saldo das rubricas “Ganhos em activos não financeiros” e “Perdas com alienação
de outros activos” correspondem aos ganhos e perdas com os abates de activos tangíveis.

31. Outros resultados operacionais

Nos exercícios de 2022 e 2021, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2022 2021
Outros rendimentos e receitas
Supervisão
Multas e penalidades 12 882 11 171
Outros 2 273 6 636
15 155 17 807

Outros encargos e gastos


Quotizações e donativos (513) (6 644)
Rendas de locação operacional (1 150) (1 509)
Outros encargos e gastos diversos (6 421) (1 308)
Impostos
IVA (11 627) (4 661)
(19 709) (14 122)
(4 554) 3 685

Nos exercícios de 2022 e 2021, a rubrica “Supervisão – Multas e penalidades” corresponde às coimas aplicadas pelo
BNA a instituições financeiras pelo incumprimento de disposições legais em vigor.
A rubrica “Quotização e donativos” corresponde integralmente a doações concedidas pelo BNA às diversas
instituições locais.

32. Custos com pessoal


Nos exercícios de 2022 e 2021, esta rubrica apresenta a seguinte composição:
2022 2021
Remuneração dos órgãos de gestão 1 611 1 057
Remuneração dos empregados 45 799 42 283
Encargos sociais obrigatórios 6 068 5 418
Responsabilidades com pensões e outros benefícios - 998
Segurança social 3 477 2 869
Encargos com fundo de pensões 2 266 1 340
O utros 325 211
Encargos sociais facultativos 10 235 8 286
Seguro de vida e saúde 4 670 4 405
Custo diferido do justo valor do crédito a colaboradores (Nota 11) 3 150 3 427
O utros 2 415 453
Outros 488 670

64 201 57 713

191 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Nos exercícios de 2022 e 2021, a rubrica “Remuneração de empregados” inclui o reconhecimento das
responsabilidades com empregados correntes.

Nos exercícios de 2022 e 2021, o número de trabalhadores activos é apresentado no quadro seguinte:

2022 2021
Trabalhadores activos
Orgãos de Gestão 11 7
Direcção 78 66
Chefia intermédia 280 263
Técnicos 1 504 1 502
1 873 1 838

O valor da rubrica “Remuneração dos empregados” a 31 de Dezembro de 2022 é explicada pela contratação de Capital
Humano durante o exercício 2022.

A rubrica “Encargos sociais facultativos” a 31 de Dezembro de 2022 apresenta um valor de 10,2 mil milhões de
kwanzas (31 de Dezembro de 2021: 8,3 mil milhões de kwanzas), que decorre essencialmente (i) do seguro de saúde
dos activos no valor de 4,7 mil milhões de kwanzas e (ii) do custo diferido do justo valor do crédito a colaboradores
no valor de 3,2 mil milhões de kwanzas (nota 11).

33. Fornecimentos e serviços de terceiros

Nos exercícios de 2022 e 2021, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2022 2021
Fornecimentos
Outros fornecimentos de terceiros 640 353
Água, energia e combustíveis 238 256
Material de higiene e limpeza 150 125
Material para assistência e reparação 100 113
Publicações 51 51
Material de consumo corrente 39 36
Material de decoração e conforto 3 1
Serviços
Serviços especializados 17 331 15 859
Conservação e reparação 5 723 2 915
Deslocações, estadas e representação 989 661
Comunicações 1 025 838
Transportes 467 476
Publicidade e edição de publicações 230 375
Rendas e alugueres 345 261
Seguros 113 102
27 443 22 422

192 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Nos exercícios de 2022 e 2021, a rubrica “Serviços – Serviços especializados” apresenta o seguinte detalhe:
2022 2021

Consultoria e auditoria 5 814 7 308


Licença de utilização de usuários 6 260 5 246
Informática 3 782 2 383
Limpeza 302 257
Segurança e vigilância 275 183
Recrutamento de Pessoal - 160
Avenças e honorários 65 108
Desinfestação de instalações 48 62
Outros custos com trabalho independente 35 58
Outros serviços especializados 86 39
Serviçoes de tradução 69 30
Jardinagem 5 11
Avaliadores externos 43 10
Judiciais 546 4
17 331 15 859

Nos exercícios de 2022 e 2021, a rubrica “Consultoria e auditoria” regista, essencialmente, os custos relativos a
serviços prestados no âmbito de projectos de consultoria bem como de serviços de auditoria externa às
demonstrações financeiras do Banco.

Nos exercícios de 2022 e 2021, a rubrica “Licença de utilização de usuários” regista essencialmente os custos
relativos a licenças de utilização dos colaboradores do BNA dos vários sistemas utilizados pelo Banco nomeadamente,
SAP, SWIFT, Bloomberg e OPICS.

34. Perdas por imparidade líquidas de reversões

Nos exercícios de 2022 e 2021, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

Reforço líquido
Reforço líquido de
de (reversão) Regularizações Regularizações
Saldo em Reavaliação Saldo em (reversão) por Reavaliação Saldo em
por Utilizações e Utilizações e
31-12-2020 cambial 31-12-2021 contrapartida de cambial 31-12-2022
contrapartida Transferências Transferências
Resultados
de Resultados

Aplicações em instituições de crédito (Nota 4) 2 660 1 227 - - (641) 3 246 5 316 - - 314 8 876

Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral


Activos sobre o exterior 2 079 (855) - - (470) 754 2 078 - - 33 2 865
Activos internos 79 548 (24 686) - - (6 825) 48 037 (23 333) - - (2 795) 21 909
Operações às instituições de crédito relacionadas com operações de
política monetária (Nota 8)
Crédito a Instituições Financeiras 291 295 - - (256 963) - 34 332 - - - - 34 332
Tituos afectos para cumprimento de RO-ME 115 544 (98 030) - - (7 555) 9 959 (8 950) - - (1 009) -
Operações de redesconto - - - 256 963 - 256 963 - - - - 256 963
Cedencia de liquidez - - - - - - 49 - - - 49
Operações ocasionais de cedência de liquidez - 1 853 - - - 1 853 (1 853) - - - -
Activos financeiros concedidos ao Estado (Nota 9) 21 642 (21 522) (120) - - - -
Outros activos internos a receber (Nota 7)
Devedores diversos - Fornecedores 9 917 (528) - (228) - 9 161 (48) - (2 120) - 6 993
Activos tangíveis (Nota 10)
Imparidade de Imóveis 71 (66) - - - 5 - - - - 5
Outros valores activos (Nota 11)
Perdas por imparidades dos empréstinos colaboradores 3 438 682 - - - 4 120 362 - - - 4 482

526 194 (141 924) - (228) (15 611) 368 430 (26 378) - (2 120) (3 457) 336 474

Durante o exercício de 2022, o BNA procedeu ao registo das perdas por imparidade apresentadas no quadro acima,
cujo enquadramento se encontra apresentado nas notas em detalhe.

193 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


35. Transacções com entidades relacionadas

As entidades relacionadas do Banco com as quais manteve saldos ou transacções nos exercícios findos em 31 de
Dezembro de 2022 e 2021 são as seguintes:
35.1 – Ministério das Finanças

O Ministério das Finanças (MINFIN) representa o Estado enquanto único accionista do BNA, constituindo a principal
entidade relacionada do Banco.
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, os saldos ou transacções mantidas com esta entidade podem ser apresentados
da seguinte forma:

2022 2021
Act ivo
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral (nota 5) 1 347 223 1 405 842
Titulos afectos para cumprimento de RO-M.E. (nota 8) - 685 340
Outros valores activos (nota 10) 21 819 26 884
Total do Activo 1 369 042 2 118 066

Passivo (nota 13)


Conta Única do Tesouro
Em moeda estrangeira 15 661 400 849
Em moeda nacional 68 787 143 368
Valores a devolver à CUT 4 173 4 173
Outros valores passivos (nota 17) 15 047 27 812
Total do Passivo 103 668 576 202

Capital próprio (nota 18)


Capital 170 000 170 000
Desconto de emissão de capital - -
Total dos Capitais Próprios 170 000 170 000
Valor líquido de balanço 1 095 374 1 371 864

2022 2021
Resultados
Juros de activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral (nota 22) 207 501 237 583
Juros de activos financeiros concedidos ao Estado (nota 22) 300 43 347
Comissões recebidas (nota 24) 25 019 31 135
AGT - Impostos (nota 31) (11 627) (4 661)
Total dos Resultados 221 193 307 404

194 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Apesar de não se encontrar no quadro acima, existem também resultados associados a mais valias de títulos
resgatados antecipadamente pelo MINFIN (nota 5).

2022 2021
Extrapatrimoniais (nota 21)
Responsabilidades por prestação de serviços
Custódia de títulos emitidos pelo Tesouro
Obrigações do Tesouro em moeda nacional 7 563 712 7 857 128
Obrigações do Tesouro em moeda estrangeira 1 731 502 1 649 215
Bilhetes do Tesouro 465 117 453 149
FMI - Custodia 1 927 676 3 438 922
Garantias prestadas e outros passivos eventuais
Garantias institucionais prestadas 1 117 516 1 520 141
Promissórias - 28 783
Total das Extrapatrimoniais 12 805 523 14 947 338

A variação verificada no FMI custodia é decorrente da variação cambial.


Nos termos do n.º 2 do artigo 35.º da Lei n.º 24/21, 18 de Outubro - Lei do Banco Nacional de Angola, o Banco pode
abrir ao Estado um crédito em conta corrente até ao limite equivalente a 10% das receitas ordinárias do Orçamento
Geral do Estado arrecadadas no último ano.
Importa referir que no final de 2022 foi concedido um empréstimo ao Ministério das Finanças no montante de 400
milhões de dólares, liquidado em 2022.

35.2 – Conselho de Administração do Banco

Representa o órgão com o poder exclusivo de tomada de decisão no Banco, sendo actualmente composto por 11
membros.
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, as remunerações atribuídas ao Conselho de Administração do Banco, bem como
outros benefícios atribuídos, nos termos do respectivo regulamento, ascenderam a 1,61 mil milhões de kwanzas e
1,06 mil milhões de kwanzas, respectivamente (nota 32).

35.3 – Fundo de Pensões

Em 2022, o BNA efectuou o aporte inicial dos reformados para o Fundo de Pensões dos trabalhadores do BNA,
efectuado uma parte em numerário (AKZ 17,14 mil milhões) e a outra em títulos (1 776 470 quantidades de títulos ao
justo valor de AKZ 133,87 mil milhões).

195 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


35.4 – Fundo Soberano de Angola

Em 18 de Julho de 2019 foi aprovado através do Decreto Presidencial n.º 222/19, de 18 de Julho de 2019, a
transferência de recursos financeiros do Fundo Soberano de Angola no montante de 1,00 mil milhões dólares norte-
americanos, no âmbito da implementação do Programa Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM).
Em Março de 2022, o BNA efectuou a transferência do saldo remanescente na conta do Fundo Soberano de Angola
de 277,65 mil milhões de kwanzas (500,29 milhões de dólares norte-americanos) para a Conta do Tesouro Nacional.

2022 2021

Fundo Soberano de Angola (nota 13)


Depósitos a prazo
Valor aplicado - 277 491
Juros a pagar - 161
Total Fundo Soberano de Angola - 277 652

Durante o exercício de 2022, o BNA reconheceu juros de 532,5 milhões de kwanzas (cerca de 1,05 milhões de dólares
norte-americanos).

35.5 – Fundo de Garantia de Depósitos

Em 2022 e 2021, os saldos mantidos com o Fundo de Garantia de Depósitos é de 47,99 mil milhões de kwanzas e
34,49 mil milhões de kwanzas, respectivamente.

2022 2021

Fundo de Garantia de Depósitos (nota 13)


Depósitos a prazo
Valor aplicado 39 000 33 300
Juros a pagar 2 030 619
Outros depósitos 6 968 571
Total Fundo de Garantia de Depósitos 47 998 34 490

Com o sentido de reforçar o sistema bancário angolano, garantindo a estabilidade financeira e a salvaguarda dos
interesses dos depositantes, foi criado o Fundo de Garantias de Depósitos (FGD), pelo Decreto Presidencial n.º 195/18,
de 22 de Agosto.

O Fundo de Garantia de Depósitos visa assegurar, dentro dos limites e nos termos da lei, o reembolso do dinheiro
depositado pelos aforradores em caso de insolvência de uma instituição financeira bancária depositária que nele
participe.

196 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Os recursos financeiros do Fundo de Garantia de Depósitos resultam, no essencial, das contribuições iniciais e
periódicas anuais das instituições financeiras bancárias participantes bem como dos rendimentos das aplicações
financeiras, produto das multas aplicadas e liberalidades.

O saldo da rubrica “Fundo de Garantia de Depósitos (FGD)” corresponde às contribuições dos bancos comerciais para
o FGD, bem como de rendimentos decorrentes da sua actividade.

Durante o exercício de 2022, o BNA reconheceu juros em resultados no montante de 5,86 mil milhões de kwanzas.

35.6 Administração Geral Tributária (AGT)

Em 31 de Dezembro de 2021, no âmbito da autonomia administrativa, patrimonial e financeira, a AGT, através do


banco comercial participante do Sistema de Gestão de Mercados de Activos (SIGMA) e do Sistema de Pagamentos
em Tempo Real (SPTR), procedeu à aplicação numa operação de absorção de liquidez junto do BNA no montante de
200 mil milhões de kwanzas por um prazo de noventa (90) dias renováveis, a mesma não foi renovada.

2022 2021
Administração Geral Tributária (nota 12)
Valor absorvido - 200 000
Encargos a pagar - 898
Total Administração Geral Tributária - 200 898

Durante o exercício de 2022, o BNA efectuou o reembolso da operação de mercado aberto e registou juros em
resultados no montante de 3,85 mil milhões de kwanzas, resultante de operações com um banco comercial.

35.7 Instituto Nacional de Segurança Social (INSS)

Em 2022, o saldo da conta do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) no BNA é de 6,22 mil milhões de kwanzas
(nota 13).

O Instituto Nacional de Segurança Social tem como missão inscrever segurados e contribuintes, receber e garantir o
pagamento das contribuições de Segurança Social, gerir os recursos, activos, conceder e pagar as prestações sociais
da Protecção Social Obrigatória, nos termos da lei.

A partir de 2021, o INSS passou a fazer parte do Sistema de Pagamentos de Angola e nesta rubrica encontram-se
registados os valores transferidos pelas empresas, Estado e BNA.

197 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


36. Divulgações relativas a instrumentos financeiros

A gestão de riscos no Banco Nacional de Angola (BNA) visa assegurar a sustentabilidade e


rendibilidade da própria instituição, salvaguardando a sua independência e assegurando a sua
efectiva participação no Sistema Financeiro Nacional. Assim, o BNA segue uma política de gestão
de riscos rigorosa e prudente, traduzida no perfil e grau de tolerância ao risco definidos pelo
Conselho de Administração.
Esta nota não inclui os outros valores à receber e à pagar e as contas de regularização, por entender
que a não a apresentação não distorce de forma material a apresentação dos quadros.
Gestão das reservas internacionais
No âmbito das atribuições conferidas ao Banco Nacional de Angola (BNA), nos termos da Lei n.º
24/21, de 18 de Outubro – Lei do Banco Nacional de Angola, compete-lhe definir, conduzir e
implementar a politica monetária, definir, conduzir e implementar a politica cambial de acordo com
o regime cambial estabelecido no País, sendo responsável pela negociação, aplicação e
investimento da carteira de activos que compõe as Reservas Internacionais junto dos mercados
financeiros internacionais.
De igual modo, foi aprovado o Despacho n.º 75/2022, de 19 de Julho – Linhas Mestras de
Investimento, Politica de Investimentos, onde é definido o processo de gestão de reservas que
baseia-se em três pilares fundamentais nomeadamente. i) Preservação de Capital, ii) Garantir
Liquidez e iii) Rentabilidade.
No âmbito da prossecução desse objectivo, a gestão de reservas deverá ter em consideração a
liquidez necessária para fazer face aos compromissos do Estado angolano e do BNA, bem como a
maximização da rentabilidade, com base na tolerância ao risco definida.
Considerando a necessidade de optimizar o desempenho e concretizar os objectivos estratégicos
do BNA, a Política de Investimento e as Linhas Mestres têm promovido o desenvolvimento do
sistema vigente, definindo limites/restrições relativamente à exposição das reservas
internacionais, dos quais se destacam:

- Definição de limites por tipo de instrumento financeiro;

- Definição de limites por contraparte, atendendo a sua qualidade creditícia;

- Definição de limites por moeda;

- Definição de prazos médios de investimento;

- Definição de benchmarks de rentabilidade e de limites de flutuação face à carteira de


referência definida (stop-loss);

- Definição de uma delegação de competências para os investimentos sob gestão.


No âmbito da gestão discricionária das carteiras do Banco é assegurado nos contratos
assinados entre as partes este alinhamento.

198 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


A gestão dos riscos financeiros dos investimentos associados as reservas internacionais é
responsabilidade do Departamento de Mercados (DME), sendo executado nos termos do Manual
de Organização Administrativa (MOA), aprovado pelo Despacho nº /2022, de 22 de Junho, do
Conselho de Administração do BNA.
A relevância da gestão de risco reside na volatilidade das variáveis financeiras, dentre elas podem-
se destacar a taxa de câmbio, taxa de juros e preços das commodities. Neste âmbito, o risco é
definido como “a probabilidade de um investimento ou empreendimento registar uma perda, ou de
não alcançar o retorno expectável”.
A protecção dos activos requer a definição de políticas, procedimentos e sistemas de gestão de
riscos adequados.
Neste âmbito, os riscos inerentes ao investimento dos Activos Externos são classificados nas
categorias de risco de mercado, crédito e liquidez, sendo monitorados de modo a permitir ao Banco
antecipar e mitigar o impacto de potenciais eventos adversos que possam significar retornos abaixo
do esperado e eventualmente perdas.
A avaliação e o controlo do risco de crédito, liquidez, mercado e operacional são efectuados de
acordo com as directrizes de investimento e perfil de risco espelhadas na Política de Investimento
e Linhas Mestres aprovadas pelo Conselho de Administração.

Gestão da política monetária e cambial


Durante o exercício de 2022, o BNA optou pela manutenção de um quadro de política monetária
restritiva, como garante da estabilidade dos preços, tendo o seu impacto sido visível no controlo
da trajectória decrescente da Base Monetária em moeda nacional, 4,62%, até a penúltima semana
de Dezembro, tendo terminado o ano com uma variação nula, 0,01%, da base monetária.
A taxa de inflação atingiu 15,24% em Novembro contrariamente aos 18% perspectivados no início
do ano, resultante do efeito combinado da implementação de uma política monetária prudente,
bem como do aumento da oferta e regularidade de bens de amplo consumo na economia, tendo
sido capaz de influenciar positivamente a preservação do poder de compra da moeda nacional, e
dando sinais claros da persecução do objectivo de médio prazo para uma taxa de inflação de um
dígito.
No domínio da política monetária, manteve as intervenções regulares no mercado através de
instrumentos de absorção e cedência de liquidez como as operações de mercado aberto (OMA)
convencionais e não convencionais, com a inclusão de entidades não bancárias nas operações de
mercado aberto; as facilidades permanentes de liquidez Overnight e Intradia, (FCO e FCL) bem como
as reservas obrigatórias.
Por outro lado, no primeiro semestre do respectivo ano em análise, introduziram-se os Avisos n.º
09 e 10/2022, de 06 de Abril, cujo primeiro bonifica o crédito à habitação, e o segundo reforça
aplicação do Aviso n.º10/2020, de 01 de Abril, e no segundo semestre ano assistiu-se à redução
do coeficiente das reservas obrigatórias em moeda nacional de 22% para 17% e manteve-se o

199 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


coeficiente das reservas obrigatórias moeda estrangeira em 22%. A taxa de custódia manteve-se
no intervalo de 0,10% a 0,20% cobrada sobre o excesso de liquidez dos bancos comerciais.
Paralelamente, o mercado cambial, registou avanços a nível dos processos de operacionalização,
nomeadamente a revisão de metodologia de cálculo da taxa de câmbio, nas regras e procedimentos
a observar nas negociações de compra e venda de moeda estrangeira pela plataforma FXGO,
alargamento do leque de entidades que negoceiam moeda estrangeira directamente na plataforma
electrónica (não financeiras), o ajustamento dos modelos de previsão e acompanhamento da taxa
de câmbio, bem como, o alinhamento às leis e regulamentos nacionais e internacionais por meio
de uma legislação que regula a entrada e saída de moeda estrangeira, como prevenção ao combate,
branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo.
Relativamente ao comportamento da taxa de câmbio ao longo do ano, pode-se aferir que foi
marcada por oscilações, tendo a mesma passado de USD/AOA 554,981 em 2021 para USD/AOA
503,691 em 2022, o que culminou com uma apreciação da moeda nacional de 9,24% face ao
período homólogo. Os bancos comerciais para além das compras feitas ao BNA, compraram ao
mercado um total 13,06 mil milhões de dólares norte-americanos (50,20% superior às compras de
2021), dos quais 5,12 mil milhões colocados pelo Tesouro Nacional, 4,63 mil milhões pelo Sector
Petrolífero, 1,95 mil milhões por Outros Sectores e 1,35 mil milhões pelo Sector Diamantífero.
Assim, em 2022, as compras dos bancos comerciais (ao BNA e outras compras) totalizaram 14,23
mil milhões de dólares norte-americanos (+51,74%).
No que se refere ao conjunto de medidas tomadas com o objectivo de fortalecer os instrumentos
de transmissão da política monetária, inverter a trajectória da inflação, reduzir as distorções no
corredor da política monetária e melhorar as condições monetárias para uma actividade de
intermediação financeira mais eficiente, verificaram-se os seguintes factos:
a) O primeiro semestre ficou marcado pela manutenção da taxa básica de Juro (Taxa BNA) em 19,5%,
da taxa de juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez (FCL) 21%, FAL7 de 15% e
manutenção do coeficiente de reservas obrigatórias em moeda nacional de 22% para 17% e manter
inalterado coeficiente de reservas obrigatórias em moeda estrangeira em 22%, como resultado do
ajustamento da evolução dos agregados monetários, desagravamento fiscal sobre bens
alimentares, estabilidade dos preços, e a devida prudência e estabilidade na condução da política.

b) Para a regulação de liquidez, foram realizadas operações de mercado aberto de absorção e cedência
de liquidez nos montantes de 6,99bilhões de kwanzas e 566,00 mil milhões de kwanzas
respectivamente, tendo o seu efeito líquido na base monetária sido contraccionista em cerca de 13,22
mil milhões de kwanzas, o que corresponde a 98% da contracção prevista. De realçar que as operações
de absorção foram praticadas nas maturidades Overnight a 364 dias, cujas taxas médias anuais
variaram entre 1,37% a.a e 10,49% a.a, e as de cedência na maturidade de 7 dias a taxa de 21% a.a.

c) Ainda para o mesmo efeito de regulação de liquidez, o BNA efectuou igualmente operações de
facilidade de absorção (FAL) nas maturidades entre 7 e 182 dias, e cedência de liquidez overnight (FCO),
cujos montantes ascenderam 364,43 mil milhões de kwanzas e 1,134 biliões, respectivamente.

200 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


d) A LUIBOR overnight registou uma diminuição considerável de cerca de 8,68 pontos percentuais (pp)
se comparada com o período homólogo, tendo fechado em Dezembro de 2022 a 10% a.a. De igual
modo, a LUIBOR para as maturidades de 30, 90, 180, 270 e 360 dias, tiveram semelhante tendência,
variando entre 7,42 pp e 8,83 pp, tendo as mesmas se situado em 11,98% a.a., 12,58% a.a., 13,75%
a.a., 14,75% e 15,83% a.a, respectivamente.

e) Ao longo do segundo semestre, o BNA optou por alterar a taxa básica de Juro (Taxa BNA) para
19,5%, da taxa de juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez (FCL) 21%, o coeficiente
de reservas obrigatórias em moeda nacional de 19% para 17%, e manter inalteradas a FAL em
15%, e o coeficiente de reservas obrigatórias em moeda estrangeira em 22%, dado o cenário
optimista verificado pelo abrandamento dos preços dos bens essenciais, inflacção com percurso
decrescente, no fim do ano, apreciação do kwanza em relação às principais moedas utilizadas nas
transacções com o exterior, e o aumento da oferta de bens essenciais de amplo consumo.

Justo valor de instrumentos financeiros


Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, os instrumentos financeiros e o ouro apresentam o seguinte
valor de balanço, por metodologia de valorização:

2022 2 021
Valorizados ao Custo amortizado / Valorizados ao Custo amortizado /
Total Total
justo valor aquisição justo valor aquisição
Act ivo
Ouro 544 723 - 544 723 601 896 - 601 896
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 210 780 210 780 - 784 057 784 057
Aplicações em instituições de crédito - 2 769 066 2 769 066 - 3 271 232 3 271 232
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 553 800 - 553 800 572 892 - 572 892
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 3 017 081 - 3 017 081 2 890 895 - 2 890 895
Fundo Monetário Internacional - 819 810 819 810 - 1 235 578 1 235 578
Act ivos int ernos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 44 761 44 761 - 50 556 50 556
Operações às instituições de crédito relacionadas
com operações de política monetária - 66 888 66 888 - 701 598 701 598
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 1 347 223 - 1 347 223 1 405 842 - 1 405 842
Activos financeiros concedidos ao Estado - - - - - -
Outros activos internos a receber - 11 886 11 886 - 16 982 16 982
Tot al 5 462 827 3 923 191 9 386 018 5 471 525 6 060 003 11 531 528
Passivo
Notas e moedas em circulação - 657 852 657 852 - 568 589 568 589
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias - 3 007 310 3 007 310 - 3 244 465 3 244 465
Mercado monetário interbancário - 1 139 017 1 139 017 - 886 673 886 673
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro - 88 621 88 621 - 548 390 548 390
Fundo de Garantia de Depósitos - 47 998 47 998 - 34 490 34 490
Outras responsabilidades - 39 788 39 788 - 330 845 330 845
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional - 843 807 843 807 - 1 249 818 1 249 818
Recursos em instituições de crédito - - - 556 484 556 484
Tot al - 5 824 393 5 824 393 - 7 419 754 7 419 754

Justo valor para os activos e passivos financeiros não reconhecidos na demonstração da posição
financeira ao justo valor

201 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


2022 2021
Valor de Valor de
Justo valor Diferença Justo valor Diferença
balanço balanço
Act ivo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 210 780 210 780 - 784 057 784 057 -
Aplicações em instituições de crédito 2 769 066 2 746 764 (22 302) 3 271 232 3 260 102 (11 130)
Fundo Monetário Internacional 819 810 819 810 - 1 235 578 1 235 578 -
Act ivos int ernos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 44 761 44 761 - 50 556 50 556 -
Operações de financiamento às instituições -
de crédito relacionadas com operações de política monetária 66 888 66 824 (64) 701 598 704 583 2 985
Activos financeiros concedidos ao Estado - - - - - -
Outros activos internos a receber 11 886 11 886 - 16 982 16 982 -
Tot al 3 923 191 3 900 825 (22 366) 6 060 003 6 051 858 (8 145)
Passivo
Notas e moedas em circulação 657 852 657 852 - 568 589 568 589 -
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias 3 007 310 3 007 310 - 3 244 465 3 244 465 -
Mercado monetário interbancário 1 139 017 1 135 016 (4 001) 886 673 884 446 (2 227)
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro 88 621 88 621 - 548 390 548 390 -
Fundo de Garantia de Depósitos 47 998 47 998 - 34 490 34 490 -
Outras responsabilidades 39 788 39 788 - 330 845 330 758 (87)
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional 843 807 843 807 - 1 249 818 1 249 818 -
Recursos de instituições financeiras - - - 556 484 556 484 -
Tot al 5 824 393 5 820 392 (4 001) 7 419 754 7 417 440 (2 314)

As diferenças acima apresentas nas Aplicações em Instituições de Crédito dizem respeito à


variação das taxas de actualização do justo valor (Libor e CDS).
No apuramento do justo valor apresentado no quadro anterior, foram utilizados os seguintes
pressupostos:

- Para efeitos do cálculo do justo valor das "Aplicações em instituições de crédito" foram
descontados os fluxos de caixa futuros a taxas de mercado tendo em consideração as
moedas e os prazos residuais das aplicações, acrescidas de um spread de risco
representado pelas curvas CDS (Credit Default Swaps) das respectivas contrapartes;

- Para os instrumentos classificados nas categorias de “Operações de financiamento às


instituições de crédito relacionadas com operações de política monetária” e “Mercado
monetário interbancário, o justo valor foi apurado com base nos fluxos de caixa
previsionais futuros descontados às taxas actuais para estas operações. Em 2021 o justo
valor das obrigações do Tesouro recebidas para cumprimento das Reservas Mínimas
Obrigatórias em moeda externa, foi apurado tendo em consideração as taxas de juro de
mercado;
- Para os instrumentos classificados na categoria de “Recursos em instituições de crédito”,
o justo valor foi apurado com base nos fluxos de caixa previsionais futuros, descontados a
uma taxa de mercado;
- Para as restantes rubricas considera-se que o justo valor é similar ao seu valor de balanço,
por representarem investimentos e financiamentos de curto prazo (inferiores a 1 ano).

Justo valor para os activos financeiros e do ouro reconhecidos na demonstração da posição


financeira ao justo valor

202 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a forma de apuramento do justo valor dos instrumentos
financeiros e do ouro, reconhecidos em balanço ao justo valor, apresenta o seguinte detalhe por
hierarquia de valorização ao justo valor:

2022
Técnicas de valorização
Nivel 1 Nível 2 Nível 3
Cotações de Inputs observáveis Outras técnicas de
mercado de mercado valorização Total
Activo
Ouro 544 723 - - 544 723
Activos sobre o exterior
Activos financeiros ao justo valor através de resultados - 299 422 254 377 553 800
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 3 017 081 - - 3 017 081
Activos internos
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral - 1 347 223 - 1 347 223
Total 3 561 804 1 646 645 254 377 5 462 827

2021

Técnicas de valorização

Nivel 1 Nível 2 Nível 3


Cotações de Inputs observáveis Outras técnicas de
mercado de mercado valorização Total
Activo
Ouro 601 896 - - 601 896
Activos sobre o exterior
Activos financeiros ao justo valor através de resultados - 300 819 272 073 572 892
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 2 890 895 - - 2 890 895
Activos internos
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral - 1 405 842 - 1 405 842
Total 3 492 791 1 706 661 272 073 5 471 525

Para efeitos de apresentação nesta nota, os instrumentos financeiros registados na demonstração


da posição financeira ao justo valor são classificados de acordo com a seguinte hierarquia, tendo
por base as orientações na IFRS 13 – Mensuração ao justo valor:

- Nível 1 - Instrumentos financeiros registados ao justo valor com base em cotações


publicadas em mercados activos a que o Banco tem acesso. Incluem-se nesta categoria os
títulos valorizados com base em preços executáveis (com liquidez imediata) publicados por
fontes externas;
- Nível 2 - Instrumentos financeiros registados ao justo valor mediante a utilização de dados
observáveis directa ou indirectamente em mercados activos. Incluem-se nesta categoria
os títulos valorizados tendo por base avaliações fornecidas por contrapartes externas e
técnicas de valorização interna que utilizam exclusivamente dados observáveis de
mercado;
- Nível 3 - Os instrumentos financeiros que são valorizados através de modelos internos com
alguns inputs que não correspondem a dados observáveis de mercado.

Na forma de apuramento do justo valor apresentado nos quadros anteriores, foram considerados
os seguintes pressupostos:

- Tratando-se de um activo líquido transaccionado em mercado activo, o justo valor do ouro


corresponde ao produto da quantidade de ouro detida pelo BNA pela cotação da Onça nos
mercados internacionais a cada data de relato financeiro. Adicionalmente, no apuramento

203 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


do custo de aquisição considerou-se a taxa de câmbio praticada em cada transacção, pelo
que, as valias potenciais apuradas incluem uma componente de valia cambial;

- O justo valor dos instrumentos classificados na categoria “Activos financeiros ao justo


valor através de resultados” corresponde à valorização evidenciada nos reportes periódicos
enviados pelas contrapartes. O Banco considera todos os fundos de capital de risco e
outros activos ilíquidos no nível 3, sendo que no nível 2, considera todos os restantes
instrumentos geridos pelos gestores externos, que incluem instrumentos financeiros
cotados, fundos imobiliários e outros instrumentos financeiros;

- O justo valor da rubrica “Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento
integral” foi apurado com base nos preços de mercado dos títulos de dívida soberana
estrangeira detidos em carteira. Para o efeito, considerou-se o preço “bid” dado pelo
contribuidor BGN, extraído do terminal financeiro da Bloomberg, bem como as taxas de
câmbio em vigor na data de relato financeiro; e

- O justo valor da rubrica activos internos - activos financeiros ao justo valor através de outro
rendimento integral e activos financeiros recebidos em aumento de capital foi apurado com
base nos fluxos de caixa previsionais futuros, sendo que a taxa de actualização utilizada
corresponde à média das taxas de juro das últimas emissões de Obrigações do Tesouro
colocados pelo BNA no mercado primário com prazos residuais equivalentes aos das
emissões constantes em carteira. Os fluxos de caixa previsionais foram apurados mediante
a fixação do valor nominal a cada data de relato financeiro.

Em 31 de Dezembro de 2022, o valor dos activos financeiros ao justo valor através de resultados
inclui um conjunto de activos sobrantes das carteiras anteriormente sobre gestão de outras
entidades externas, sem liquidez no mercado. Face ao modelo interno de valorização adoptado pelo
Banco, o Conselho de Administração deliberou, para estes activos, efectuar um ajustamento do seu
valor de Balanço para um justo valor nulo, conforme divulgado na nota 5.

Risco de crédito
A gestão de risco de crédito é assegurada pelas áreas de negócio do Banco, nomeadamente pelo
Departamento de Mercados (DME) e Departamento de Mercados de Activos (DMA), sendo as
mesmas responsáveis pela segmentação do risco em função das características dos produtos e dos
seus emitentes.
O risco de contraparte consiste no risco de crédito inerente a transacções nos mercados financeiros,
correspondendo à possibilidade de incumprimento pelas contrapartes dos termos contratados, e
subsequente ocorrência de perdas financeiras para o Banco. Os tipos de transacções abrangidas
incluem disponibilidades e aplicações em instituições de crédito, compra e venda de títulos e a
contratação de operações de venda com acordo de recompra.

204 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Na gestão e aplicação das reservas internacionais e dos activos internos, o DME assume na sua
actividade um determinado nível de exposição ao risco de crédito. Este departamento de negócio
regula de forma criteriosa e prudente a exposição ao risco de crédito, estabelecendo limites de
concentração de risco, que são revistos periodicamente.
Exposição máxima ao risco de crédito
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a exposição máxima ao risco de crédito pode detalhar-se da
seguinte forma:

2022 2021
Colaterais Colaterais
Exposição Exposição
Recebidos Recebidos
máxima máxima
(Valor nominal) (Valor nominal)
Activo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 210 780 - 784 057 -
Aplicações em instituições de crédito 2 769 066 - 3 271 232 -
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 553 800 - 294 666 -
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 3 017 081 - 2 890 895 -
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 44 761 - 50 556 -
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 66 888 66 282 701 598 25 090
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 1 347 223 - 1 405 842 -
Activos financeiros concedidos ao Estado - - - -
Outros activos Internos a receber 11 886 - 16 982 -
Outros valores activos 115 230 - 190 719 -
Sub-total 8 136 715 66 282 9 606 547 25 090

Garantias prestadas e outros passivos eventuais 1 117 516 - 1 548 924 -

Total 9 254 231 66 282 11 155 471 25 090

Qualidade de crédito dos activos financeiros


2022
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a exposição ao risco de crédito por rating de contraparte, pode
AAA+ a AAA- AA+ a AA- A+ a A- BBB+ a BBB-
Rating externo
BB+ a BB- B+ a B- Inferior a B- Sem Rating Total
Activo
detalhar-se da seguinte forma:
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 3 470 - 193 244 5 564 - 5 572 - 2 930 210 780
Aplicações em instituições de crédito 364 092 - 2 239 895 79 033 - - - 86 046 2 769 066
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 96 364 381 399 59 597 - 2022 3 189 1 956 1 122 10 173 553 800
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 2 696 909 94 411 202 004 -
Rating externo - 23 757 - - 3 017 081
AAA+ a AAA- AA+ a AA- A+ a A- BBB+ a BBB- BB+ a BB- B+ a B- Inferior a B- Sem Rating Total
Activos internos -
Activo
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - - - - - - 44 761 44 761
Activos sobre o exterior
Operações de financiamento às instituições
Caixa e disponibilidades de crédito
em instituições de crédito 3 470 - 193 244 5 564 - 5 572 - 2 930 210 780 -
relacionadas com operações
Aplicações de política
em instituições de monetária
crédito -364 092 - - -
2 239 895 79 033- - - - - - - 86 046 66 888
2 769 066 66 888
Activos financeiros ao justo
Activos valorao
financeiros através de através
justo valor outro rendimento
de resultados integral - 54 544 33- 791 -
13 102 -- 3 189 - 1 1956
347
223 1 123 - 446 095 - 800
553 1 347 223
Activos financeiros
Outros activos internos a receber ao justo valor através de outro rendimento integral 1 -866 419 - - 177 247
- -- - - 23 757 - - - 949 658 3 017 081
11 886 11 886
Outros valores Activos
activos inter nos - - - - - - - 115 230 - 115 230
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - - - - - - 44 761 44 761
Sub-total 3 160 835 475 810 2 694 740 84 597 3 189 1 378 508 1 122 337 914 8 136 715
Operações de financiamento às instituições de crédito -
Garantias prestadasrelacionadas com operações
e outros passivos de política monetária
eventuais - - - - -- - - - - - 516
1 117 - - 66 888 -66 888 1 117 516
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral - - - - - 1 347 223 - - 1 347 223
Outros activos internos a receber Total 3 160 835 - 475 810 - 2 694 740- 84 597
- 3 -189 2 496
- 024 - 1 122 11 886 337 91411 886 9 254 231
Outros valores activos - - - - - - - 115 230 115 230
Sub-total 2 288 525 33 791 2 623 489 84 597 3 189 1 378 508 1 123 1 723 494 8 136 715
2021
Garantias prestadas e outros passivos eventuais - - - Rating externo
- - 1 117 516 - - 1 117 516
AAA+ a AAA- AA+ a AA- A+ a A- BBB+ a BBB- BB+ a BB- B+ a B- Inferior a B- Sem Rating Total
Total 2 288 525 33 791 2 623 489 84 597 3 189 2 496 024 1 123 1 723 494 9 254 231
Activo
2021
Activos sobre o exterior
Rating externo
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 604
AAA+284
a AAA- -
AA+ a AA- A+ 179
a A- 134 BBB+ a BBB- - BB+ a BB- 17 B+ a B- 22
Inferior a B- Sem -Rating 600
Total 784 057
Aplicações em instituições de crédito 260 953 - 2 552 355 410 460 - 47 464 - - 3 271 232
Activos financeiros
Activo ao justo valor através de resultados 60 469 351 675 66 290 - 37 767 11 809 8 224 36 658 572 892
Activos
Activos financeiros sobre valor
ao justo o exterior
através de outro rendimento integral 2 639 791 222 854 407 27 844 - - - - 2 890 896
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 604 284 - 179 134 - 17 22 - 600 784 057
Activos internos
Aplicações em instituições de crédito 260 953 - 2 552 355 410 460 - 47 464 - - 3 271 232
Caixa e disponibilidades
Activos financeiros ao justode
em instituições crédito
valor através de resultados -146 535 35- 196 -
112 010 843 - - - - - - - 82 50 556
294 666 50 556
Operações de financiamento às instituições
Activos financeiros ao justo valorde crédito
através de outro rendimento integral 2 639 791 222- 854 -
407 27 844 - - - - - - - 2 890 896 -
relacionadasActivos
com operações
inter nos de política monetária - - - - - - - 701 598 701 598
Activos financeiros ao justo valor através de outrode
Caixa e disponibilidades em instituições crédito
rendimento integral - - - - -- - - - - - 842
1 405 - - 50 556 -50 556 1 405 842
Operações
Activos financeiros de financiamento
concedidos ao Estadoàs instituições de crédito - - - -- - - - - - - - - - -
relacionadas com operações de política monetária - - - - - - - 701 598 701 598
Outros activos internos a receber - - - - - - - 16 982 16 982
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral - - - - - 1 405 842 - - 1 405 842
Outros valores activos
Activos financeiros concedidos ao Estado - - - - -- - - -- - - - - - 190 719 - 190 719
Outros activos internos a receber - -
Sub-total 3 565 497 574 529 2 798 186- 438 304 -
37 784- -
1 465 137 -
8 224 16 982 997 11316 982 9 884 774
Outros valores activos - - - - - - - 190 719 190 719
Garantias prestadas e outros passivos eventuais Sub-total - 563
3 651 258- 050 -
2 843 906 439 147 - 17 - 1 548
1 453 328 924 - -960 537 - 548
9 606 1 548 924
Total 3 565 497 574 529 2 798 186 438 304 37 784 3 014 061 8 224 997 113 11 433 698

Na construção destes quadros foram considerados os seguintes pressupostos:

205 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


- O rating considerado para as contrapartes é extraído do terminal financeiro da Bloomberg,
através das notações atribuídas entre a Standard & Poors, Moody’s ou equivalente.
- Para as entidades Federal Reserve System (FED) e Bank for International Settlements (BIS),
considerou-se a atribuição de rating AAA por representarem uma instituição central e
internacional, respectivamente, que visam a estabilidade monetária e financeira.
- Para os instrumentos financeiros emitidos pelo Estado registados nas rubricas “Activos
financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral” considerou-se o rating da
República de Angola.
- Para as restantes rubricas activas e passivas, não existe informação de rating disponível.

Concentração de risco de crédito


Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a exposição a risco de crédito, por região geográfica detalha-
se da seguinte forma:
Área2022
Geográfica
Área Geográfica
Europa América África Ásia Oceânia Supranacionais Total
Europa América África Ás ia Oceânia Supranacionais Total
Activo
Activo
Activos
Activossobre
sobre o exterior
exterior
Caixaeedisponibilidades
Caixa disponibilidades em instituições
instituições de
decrédito
crédito 19 215
215 191
191538
538 - - 2727 - - - - 210210
780 780
Aplicaçõesem
Aplicações eminstituições
instituições de crédito
crédito 1 813 283
283 -- 55
55165
165 900
900618
618 - - - - 2 769 066 066
2 769
Activosfinanceiros
Activos financeiros aoao justo
justovalor
valoratravés
atravésdede
resultados
resultados 443 355
355 110
110445
445 - - - - - - - - 553553
800 800
Activosfinanceiros
Activos financeiros aoao justo
justovalor
valoratravés
atravésdedeoutro
outro 393 668
393 668 11 914
914159
159 - - 128
128226
226 - - 581581
028028 3 017 081 081
3 017
rendimentointegral
rendimento integral
Activos internos
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - 44 761 - - - 44 761
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - 44 761 - - - 44 761
Operações de financiamento às instituições de crédito
Operações de financiamento às instituições de crédito
relacionadas com operações de política monetária - - 66 888 - - - 66 888
relacionadas com operações de política monetária - - 66 888 - - - 66 888
Activos financeiros ao justo valor através de outro
Activos financeiros ao justo valor através de outro 1 347 223
rendimento integral - - 1 347 223 - - - 1 347 223
rendimento integral
Outros valores activos internos a receber -- -- 1 347 223
11 886 - - - - - - 11 886
Outros
Outros valores
valoresactivos
activosinternos a receber 5 876- -- 11354
109 886 - - - - - - 11 886
115 230
Outros valores activos Sub-total 5 397
2 675 876 2 216 142- 109277
1 635 354 1 028 871 - -- 581 028 - 8 136115
715230
Sub-total 2 675 397 2 216 142 1 635 277 1 028 871 - 581 028 8 136 715
Garantiasprestadas
Garantias prestadas ee outros
outrospassivos
passivoseventuais
eventuais -- -- 11117
117516
516 - - - - - - 1 117 516 516
1 117
Total
Total 22 675 397
675 397 2 216142
2 216 142 22752
752793
793 11028
028871
871 - - 581
581 028
028 9 254
9 254 231231

2021
2021
Área
ÁreaGeográfica
Geográfica
Europa América África Ás ia Oceânia Supranacionais Total
Europa América África Ásia Oceânia Supranacionais Total
Activo
Activos sobre o exterior
Activo
Caixa sobre
Activos e disponibilidades
o exterior em instituições de crédito 27 743 756 280 - 34 - - 784 057
Aplicações
Caixa em instituições
e disponibilidades emdeinstituições
crédito de crédito 1 457
27 268
743 899
756181
280 86 404 - 828 37934 - - - - 3 271784
232 057
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 144 083 97 331 599 28 516 14 244 9 894 294 667
Aplicações em instituições de crédito 1 457 268 899 181 86 404 828 379 - - 3 271 232
Activos financeiros ao justo valor através de outro
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 422 690
130 308 97192
2 005 331 599
- 10228 516
417 14 -244 9 894
652 596 2 890572
895 892
rendimento integral
Activos financeiros ao justo valor através de outro
Activos internos 130 690
- 2 005 192
- - 102 417 - 652 596 2 890- 895
rendimento integral
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 50 556 50 556
Activos internos
Operações de financiamento às instituições de crédito -- -- - - - - -
Caixa e disponibilidades
relacionadas em instituições
com operações demonetária
de política crédito - - 50598
701 556 - - - 50 556
701 598
Operações de financiamento
Activos financeiros às instituições
ao justo valor de crédito
através de outro - - - - - -
relacionadas com operações de política monetária -- 1 405701
842 598
rendimento integral -- 701842
1 405 598 - - - - - -
Activos financeiros ao justo valor através
Activos financeiros concedidos ao Estado de outro - - - - -
- 1 405- 842
rendimento integral
Outros valores activos internos a receber - -- 1 405 842
16 982 - - - - - - 16 982
Outros
Activosvalores activos
financeiros concedidos ao Estado 1 741 55 498- 133 480 - - - - - - - 190 719 -
Sub-total 1 761 525 3 813 482 2 395 461 959 346 14 244 662 490 9 606 548
Outros valores activos internos a receber - - 16 982 - - - 16 982
Outros valores
Garantias activos
prestadas e outros passivos eventuais 1 741- 55 498
- 133924
1 548 480 -- -- - - 1 548190
924 719
Sub-total 2 039 750 3 813 482 2 395 461 959 346 14 244 662 490 9 884 773
Total 1 761 525 3 813 482 3 944 385 959 346 14 244 662 490 11 155 472
Garantias prestadas e outros passivos eventuais - - 1 548 924 - - - 1 548 924

Total 2 039 750 3 813 482 3 944 385 959 346 14 244 662 490 11 433 697

Risco de liquidez
O risco de liquidez é o risco de uma instituição não dispor de fundos necessários para fazer face, a
cada momento, às suas obrigações de pagamento.
O Conselho de Administração do Banco define limites de concentração por prazos de maturidade,
os quais são revistos anualmente, sendo responsabilidade do Departamento de Mercados (DME)
verificar, numa base diária, o cumprimento dos limites.

206 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Para a salvaguardar a liquidez em tempo útil e consequentemente mitigar os riscos de liquidez, a
actual política de investimento dos activos externos define uma tranche de liquidez com limites e
restrições operacionais em termos de classes de activos elegíveis, qualidade creditícia das
contrapartes ou parceiros de negócios, maturidade, volume e moedas.
De seguida apresentam-se os mapas referentes ao risco de liquidez, considerando a totalidade dos
fluxos de caixa contratuais não descontados dos instrumentos financeiros, de acordo com a
respectiva maturidade contratual.
Em 31 de Dezembro de 2022, os fluxos de caixa contratuais não descontados dos activos e passivos
financeiros apresentam a seguinte estrutura:
2022
Prazos residuais
Entre 1 mês e 3 Entre 3 e 6 Entre 6 meses e
Até 1 mês Entre 1 e 3 anos Entre 3 e 5 anos Mais de 5 anos Indeterminado Total
meses meses 1 ano
Activo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 255 541 - - - - - - - 255 541
Aplicações em instituições de crédito 498 061 1 114 588 947 661 218 081 - - - - 2 778 391
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 6 940 18 436 14 572 26 612 139 992 25 491 292 671 29 087 553 800
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento
integral 101 003 206 993 241 272 831 722 1 425 100 210 990 - - 3 017 081
Fundo Monetário Internacional - - - - - - - 1 007 838 1 007 838
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 44 761 - - - - - - - 44 761
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 34 073 32 751 - - - - - - 66 824
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento
integral - 95 899 - 169 982 482 441 598 901 - - 1 347 223
Outros valores activos internos a receber 11 886 11 886
Total 940 379 1 468 668 1 203 505 1 246 397 2 047 533 835 382 292 671 1 048 811 9 083 345

Passivo
Notas e moedas em circulação - - - - - - - 657 852 657 852
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias - - - - - - - 3 007 310 3 007 310
Mercado monetário interbancário 291 003 670 491 134 303 43 220 - - - - 1 139 017
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro 88 621 - - - - - - - 88 621
Fundo de Garantia de Depósitos - 33 944 7 086 - - - - 6 886 47 998
Outras responsabilidades 39 788 - - - - - - - 39 788
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional - - - - - - - 843 807 843 807
Recursos de instituições de crédito - - - - - - - - -
Total 419 412 704 435 141 390 43 220 - - - 4 515 855 5 824 393

Os principais pressupostos utilizados na construção dos quadros acima apresentados são os


seguintes:

- Os juros dependentes de indexantes de mercado ou outros referenciais, apenas


determináveis em data futura (por exemplo os juros das Obrigações do Tesouro Nacional
indexadas à taxa de câmbio ou ao índice de preços no consumidor) foram apurados com
base nos indexantes a cada data de relato financeiro.
- Os depósitos à ordem (incluindo juros) são considerados activos à vista, pelo que se
encontram contemplados na coluna “Até 1 mês”.
- Para a rubrica “Activos financeiros ao justo valor através de resultados”, geridos por
entidades externas, foram considerados os prazos contratuais subjacentes aos activos das
carteiras, não tendo sido projectados os fluxos de caixa futuros.
- Para os restantes activos financeiros, foi considerado que a sua maturidade era
indeterminada, tendo sido incluídos na coluna “Indeterminado”, assim como as notas e
moedas em circulação, reservas bancárias e Conta Única do Tesouro que embora sejam
passivos financeiros exigíveis à vista não é expectável que tenham esse prazo de
liquidação.
- Não foram considerados eventuais incumprimentos ou reembolsos antecipados.

207 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Risco de mercado
O risco de mercado corresponde à probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos
resultados ou nos capitais próprios, devido a movimentos desfavoráveis no preço de mercado dos
instrumentos financeiros detidos pelo Banco, como, por exemplo, o risco de oscilações nas taxas
de juro e de câmbio.
O Banco assume exposição a riscos de mercado, ou seja, a riscos provenientes de posições em
aberto em taxas de juro, moeda estrangeira e outros produtos expostos a movimentos do mercado.
A mensuração e o controlo do risco de mercado envolvem processos diários e são utilizadas
metodologias padrão, tais como, o VaR (Value at Risk) e o Stress Test (Análise de cenários), que
são amplamente usadas por distintos bancos centrais.
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, o risco global de mercado da carteira medido pelo VaR total
da carteira sob gestão externa (apenas carteiras líquidas, não incluindo Fundos de Investimento)
corresponde a 29,62 milhões dólares norte-americanos e 32,28 milhões dólares norte-americanos,
respectivamente.

Risco cambial
Traduz-se na probabilidade do valor de um instrumento financeiro se alterar devido à flutuação da
taxa de câmbio da moeda estrangeira associada ao instrumento.
A política de investimentos em moeda externa é definida por uma das áreas de negócio do Banco,
designadamente o Departamento de Mercados (DME). As disponibilidades, aplicações e recursos
em instituições de crédito, os títulos detidos em carteiras geridas interna e externamente bem
como os financiamentos expõem o Banco a risco cambial, ainda que o mesmo seja gerido com a
definição de limites de exposição por cada moeda, à composição das Reservas Internacionais. Estes
limites são definidos pelo DME e aprovados pelo Conselho de Administração do Banco.
Em detalhe, o Banco avalia o VaR cambial dos Activos Externos, e o Stress Test da taxa de câmbio,
o que permite determinar as potenciais fontes de risco, em cenários de mudança severa nas
condições macroeconómicas.
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, o VaR cambial face ao dólar americano para os activos sobre
exterior e ouro nos próximos 30 dias com um intervalo de confiança de 95% corresponde a 77
milhões dólares norte-americanos e 85 milhões dólares norte-americanos, respectivamente.
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, caso existisse uma depreciação de 5% na cotação de outras
moedas em relação ao dólar, os activos sobre exterior e ouro reduziriam cerca de 134 e 151 milhões
dólares norte-americanos, respectivamente.
As carteiras sob gestão externa são maioritariamente denominadas em dólares norte-americanos,
pelo que o impacto do Stress Test da taxa de câmbio é residual.

208 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, os instrumentos financeiros, por moeda nacional e estrangeira,
apresentam o seguinte detalhe:

2022
Dólares dos Libras Yuan
Kwanzas Outros Total
Estados Unidos Euros Esterlinas Renminbi
Activo
Ouro - 544 723 - - - - 544 723
Activos externos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 205 393 4 668 340 28 351 210 780
Aplicações em instituições de crédito - 2 561 486 207 580 - - - 2 769 066
Activos financeiros ao justo valor através de resultados - 553 800 - - - - 553 800
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral - 2 270 000 - 292 308 454 772 - 3 017 081
Fundo Monetário Internacional - - - - - 819 810 819 810
Total em KZ - 6 135 402 212 248 292 648 454 800 820 161 7 915 260
Total em USD - 12 181 421 581 903 1 628 15 715

Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 16 206 4 482 14 217 - - 9 855 44 761
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 66 888 - - - - - 66 888
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 1 171 283 175 940 - - - - 1 347 223
Outros valores activos internos a receber 11 886 - - - - - 11 886
Total em Kz 1 266 263 180 423 14 217 - - 9 855 1 470 758
Total em USD 2 514 358 28 - - 20 2 920
Passivo
Notas e moedas em circulação 657 852 - - - - - 657 852
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias 1 833 551 1 173 759 - - - - 3 007 310
Mercado monetário interbancário 1 139 017 - - - - - 1 139 017
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro 72 960 15 661 - - - - 88 621
Fundo de Garantia de Depósitos 47 998 - - - - - 47 998
Outras responsabilidades 17 364 22 424 - - - - 39 788
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional - - - - - 686 381 843 807
Recursos em instituições de crédito - - - - - - -
Total em Kz 3 768 742 1 211 844 - - - 686 381 5 824 393
Sut-total em USD 7 482 2 406 - - - 1 363 11 563

Posição líquida em Kz (2 502 479) 5 103 981 226 465 292 648 454 800 143 635 3 561 625
Posição líquida dos activos e passivos em moeda estrangeira em USD (4 968) 10 132 450 581 903 285 7 070

2021
Dólares dos Libras Yuan
Kwanzas Outros Total Total em USD
Estados Unidos Euros Esterlinas Renminbi
Activo
Ouro - 601 896 - - - - 601 896 1 085
Activos externos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 762
415 21 464 66 33 79 784 057 1 413
Aplicações em instituições de crédito - 3 017
207 - 254 025 - - 3 271 232 5 894
Activos financeiros ao justo valor através de resultados - 571
598 933 12 - 349 572 892 1 032
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral - 2 269
022 - 75 367 546 505 - 2 890 895 5 209
Fundo Monetário Internacional - - - - - 1 235 578 1 235 578 2 226
Total em KZ - 7 222 138 22 397 329 470 546 538 1 236 006 9 356 550 16 859
Total em USD - 13 013 40 594 985 2 227 16 859 16 859

Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 1 118 45 444 3 969 - - 24 50 556 91
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 26 216 675 382 - - - - 701 598 1 264
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 1 121 492 284 350 - - - - 1 405 842 2 533
Activos financeiros concedidos ao Estado - - - - - - - -
Outros valores activos internos a receber 16 982 - - - - - 16 982 31
Total em Kz 1 165 809 1 005 176 3 969 - - 24 2 174 978 3 919
Total em USD 2 101 1 811 7 - - 0 3 919 3 919
Passivo
Notas e moedas em circulação 568 589 - - - - - 568 589 1 025
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias 1 576 541 1 420 809 247 115 - - - 3 244 465 5 846
Mercado monetário interbancário 886 673 - - - - - 886 673 1 598
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro 147 541 400 849 - - - - 548 390 988
Fundo de Garantia de Depósitos 34 490 - - - - - 34 490 62
Outras responsabilidades 28 473 301 762 610 - - - 330 845 596
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional - - - - - 1 249 818 1 249 818 2 252
Recursos em instituições de crédito - 556 484 - - - - 556 484 1 003
Total em Kz 3 242 307 2 679 905 247 725 - - 1 249 818 7 419 755 13 370
Sut-total em USD 5 842 4 829 446 - - 2 252 13 369 13 370

Posição líquida em Kz (2 076 498) 5 547 409 (221 359) 329 470 546 538 (13 788) 4 111 774 7 408
Posição líquida dos activos e passivos em moeda estrangeira em USD (3 742) 9 996 (399) 594 985 (25) 7 408 7 408

Risco de taxa de juro


O risco de taxa de juro diz respeito ao impacto que movimentos nas taxas de juro têm nos resultados
e no valor patrimonial dos activos e passivos do Banco. Este risco decorre essencialmente da
existência de diferentes prazos de vencimento ou de reapreciação dos activos, passivos e posições

209 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


fora de balanço da entidade, face a alterações na inclinação da curva de taxas de juro. Desta forma,
o risco de taxa de juro corresponde ao risco do valor actual dos fluxos de caixa futuros de um
instrumento financeiro sofrer flutuações em virtude de alterações nas taxas de juro de mercado.

Em detalhe, o Banco avalia o Stress Test da taxa de juros, o que permite determinar as potenciais
fontes de risco, em cenários de mudança severa nas condições macroeconómicas.

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, os resultados dos choques incrementais de 1% na taxa de juro


(excepto os DP’s), indicam uma perda potencial de 67 milhões dólares norte-americanos e 88
milhões dólares norte-americanos, sobre os Activos sob Gestão Interna e 7 para a carteira sob
Gestão Externa em ambos os anos.

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, os instrumentos financeiros, por tipo de taxa de juro,


apresentam o seguinte detalhe:

2022
Exposição
Sujeito a taxa de juro Não sujeito a
Taxa fixa Taxa variável taxa de juro Total
Activo
Ouro - - 544 723 544 723
Activos externos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - 210 780 210 780
Aplicações em instituições de crédito 2 769 066 - - 2 769 066
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 127 115 367 426 318 553 800
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento
integral 3 017 081 - - 3 017 081
Fundo Monetário Internacional - 819 810 - 819 810
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - 44 761 44 761
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 66 888 - 66 888
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento
24 408,69
integral 1 322 814 - 1 347 223
Outros valores activos internos a receber - - 11 886 11 886
Total 7 302 964 820 177 1 262 877 9 386 018

Passivo
Notas e moedas em circulação - - 657 852 657 852
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias - - 3 007 310 3 007 310
Mercado monetário interbancário 1 139 017 - - 1 139 017
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro - - 88 621 88 621
Fundo de Garantia de Depósitos 6 968 - 41 030 47 998
Outras responsabilidades 39 788 - 39 788
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional - 902 366 - 902 366
Recursos em instituições de crédito 8 510 - - 8 510
Total 1 194 283 902 366 3 794 813 5 891 462

210 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


2021
Exposição
Sujeito a taxa de juro Não sujeito a
Taxa fixa Taxa variável taxa de juro Total
Activo
Ouro - - 601 896 601 896
Activos externos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - 784 057 784 057
Aplicações em instituições de crédito 3 271 232 - - 3 271 232
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 209 903 66 270 296 719 572 892
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento
integral 2 890 895 - - 2 890 895
Fundo Monetário Internacional - 1 235 578 - 1 235 578
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - 50 556 50 556
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 701 598 - - 701 598
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento
integral 1 405 842 - - 1 405 842
Activos financeiros concedidos ao Estado - - - -
Outros valores activos internos a receber - - 16 982 16 982
Total 8 479 470 1 301 848 1 750 210 11 531 528

Passivo
Notas e moedas em circulação - - 568 589 568 589
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias - - 3 244 465 3 244 465
Mercado monetário interbancário 886 673 - - 886 673
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro - - 548 390 548 390
Fundo de Garantia de Depósitos 34 369 - 121 34 490
Outras responsabilidades - 277 561 53 284 330 845
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional - 843 807 - 843 807
Recursos em instituições de crédito 556 484 - - 556 484
Total 1 477 526 1 121 368 4 414 849 7 013 743

Para efeitos da elaboração dos quadros anteriores, foram considerados os seguintes


pressupostos:

- Na rubrica “Caixa e disponibilidades em instituições de crédito” foram distinguidos os


montantes de depósitos à ordem regulares em instituições de crédito, não sujeitos à taxa
de juro, dos que se encontram sujeitos a taxa de juro variável, nomeadamente os depósitos
com aplicações overnight contratadas.
- Tendo em consideração a informação insuficiente divulgada pelas entidades externas
sobre os títulos detidos nas várias carteiras discricionárias classificadas na categoria
“Activos financeiros ao justo valor através de resultados”, não é possível divulgar a
exposição por tipo de taxa de juro destas aplicações.
- Apesar do cupão pago pelas obrigações do Tesouro Nacional, classificadas na categoria
“Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral”, ser variável
devido à flutuação do valor nominal em função da taxa de câmbio da data de liquidação, a
taxa de cupão associada a cada título é fixa.

É de realçar que existem investimentos realizados pela gestão externa (incluídos na rubrica
“Activos financeiros ao justo valor através de resultados”) que têm exposição ao risco de taxa de
juro, porém, o Banco enquadra globalmente este risco como sendo de mercado.

211 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, os instrumentos financeiros por data de maturidade ou prazo
de refixação de taxa, apresentam o seguinte detalhe:

2022
Datas de refixação
Entre 1 mês e 3 Entre 3 e 6 Entre 6 meses e
Até 1 mês Entre 1 e 3 anos Entre 3 e 5 anos Mais de 5 anos Indeterminado Total
meses meses 1 ano
Activo
Activos externos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - - - - - - 210 780 210 780
Aplicações em instituições de crédito 508 289 1 103 711 939 907 217 159 - - - - 2 769 066
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 502 18 436 14 572 26 612 139 992 25 491 292 671 35 525 553 800
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento
integral 101 002 206 993 241 272 831 722 1 426 707 209 383 - - 3 017 081
Fundo Monetário Internacional - - - - - - - 819 810 819 810
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - - - - - - 44 761 44 761
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 34 082 32 806 - - - - - - 66 888
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento
integral - 40 221 - 102 355 212 188 035 763 653 - 1 347 223
Outros valores activos internos a receber - - - - - - - 11 886 11 886
Total 643 875 1 402 168 1 195 751 1 075 595 1 921 911 422 909 1 056 324 1 122 762 8 841 294

Passivo
Notas e moedas em circulação - - - - - - - 657 852 657 852
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias - - - - - - - 3 007 310 3 007 310
Mercado monetário interbancário 14 000 366 847 714 758 43 412 - - - - 1 139 017
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro - - - - - - - 88 621 88 621
Fundo de Garantia de Depósitos - - - - - - - 47 998 47 998
Outras responsabilidades - 330 845 - - - - - - 330 845
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional - - - - - - - 843 807 843 807
Recursos em instituições de crédito - - - - - - - - -
Total 14 000 697 692 714 759 43 412 - - - 4 645 588 6 115 450

2021
Datas de refixação
Entre 1 mês e 3 Entre 3 e 6 Entre 6 meses e
Até 1 mês Entre 1 e 3 anos Entre 3 e 5 anos Mais de 5 anos Indeterminado Total
meses meses 1 ano
Act ivo
Ouro
Activos externos - - - - - - - 601 896 601 896
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - - - - - - 784 057 784 057
Aplicações em instituições de crédito 844 823 1 099 166 660 346 666 900 - - - - 3 271 235
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 10 123 23 466 27 224 27 865 136 006 47 606 6 533 294 069 572 892
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento
integral 56 212 301 178 267 587 151 950 2 113 969 2 890 896
Fundo Monetário Internacional - - - - - - - - -
Outros valores activos externo a receber - - - - - - 1 235 578 1 235 578
Act ivos int ernos - - - - - - -
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - - - 50 556 50 556
Operações de financiamento às instituições - - - - - - - -
de crédito relacionadas com operações de política monetária 26 217 6 213 669 168 - 701 598
Investimentos detidos até à maturidade - - - - - -
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento
integral - 29 637 2 249 55 194 404 900 422 704 491 158 - 1 405 842
Outros valores activos internos a receber - - - - - - - 16 982 16 982
Tot al 937 375 1 453 447 963 619 1 571 077 2 654 875 470 310 497 691 2 983 138 11 531 529

Passivo
Notas e moedas em circulação - - - - - - - 568 589 568 589
Responsabilidades para com inst it uições de crédit o
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias - - 6 471 678 869 - - - 2 559 125 3 244 465
Mercado monetário interbancário 130 760 755 913 - - - - - - 886 673
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro - - - - - - - 548 390 548 390
Fundo de Garantia de Depósitos - 7 384 26 535 - - - - 571 34 490
Outras responsabilidades - 277 652 - - - - - 53 193 330 845
Responsabilidades externas para com outras entidades -
Fundo Monetário Internacional - - - - - - - 1 249 818 1 249 818
Recursos em instituições de crédito - - - 556 484 - - - - 556 484
Tot al 130 760 1 040 950 33 007 1 235 353 - - - 4 979 686 7 419 757

37. Eventos subsequentes à data de referência

Seguidamente, apresentam-se os eventos relevantes subsequentes a 31 de Dezembro de 2022,


sendo convicção do Conselho de Administração do BNA, nos termos da IAS 10 - Eventos após
período do relatório, que os mesmos não dão lugar a ajustamentos na posição financeira do Banco
com referência a 31 de Dezembro de 2022.

a) Activos financeiros concedidos ao Estado Angolano


No primeiro trimestre de 2023, o BNA concedeu crédito ao Tesouro Nacional, em conta corrente
em moeda estrangeira e nacional nos montantes de 500 e 210 milhões de dólares norte-americanos

212 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


e 43,61 mil milhões de kwanzas a uma remuneração de 4,31% a.a, 4,55 a.a e 8,7% a.a com
maturidade até 31 de Março de 2023 e 10 de Setembro de 2023 respectivamente.

Em conformidade com a maturidade contratual definida para a operação de 500 milhões de dólares
norte-americanos (31 de Março de 2023), aos 20, 22 e 27 de Março de 2023 o Tesouro Nacional
procedeu a liquidação de 300 milhões de dólares norte-americanos.

b) Transferência dos valores recuperados para a Conta do Tesouro Nacional


Em conformidade com a instrução do Serviço Nacional de Recuperação de Activos, em 15 de
Fevereiro de 2023, o BNA procedeu à transferência para a Conta Única do Tesouro os montantes
de 25 914 684,04 de dólares norte-americanos, 10 549 859 539,76 mil milhões de kwanzas e
579 147,43 mil Euros.
c) Alteração da Directiva que estabelece a Constituição das Reservas Obrigatórias em
Moeda Estrangeira
Nos termos do disposto no Artigo 25 da Lei do Banco Nacional de Angola, aos 06 de Fevereiro de
2023, o BNA, publicou a Directiva 03/DME/2023 que revoga o instrutivo 02/2021 que estabelece a
Constituição das reservas obrigatórias aplicáveis as instituições financeiras bancárias em moeda
estrangeira. Passando a estar elegíveis as moedas Dólar Norte – Americano (USD), Euro (EUR) e o
Rand Sul-Africano (ZAR).
d) Aplicações em instituições de crédito
Em Janeiro de 2023, o BNA desmobilizou o depósito a prazo com o correspondente Gazprombank
no montante de 170 830 305,81 milhões de dólares norte-americanos e efectuou a transferência
do capital mais juros no montante de 170 856 364,41 milhões de dólares norte-americanos para
um correspondente no exterior.
e) Exposição ao Sistema Financeiro Internacional
No primeiro trimestre de 2023, o Sistema Financeiro Internacional foi assolado na sequência do
colapso e falência de alguns bancos internacionais, pelo que, a falta de liquidez gerou dúvidas
entre os investidores e agravou a volatilidade, tendo provocado impactos a nível de outros
mercados.
Apesar de o BNA não ter uma exposição directa no Credit Suisse, realizou-se uma avaliação
transversal dos possíveis impactos nos seus activos tendo sido recomendado o contínuo
acompanhamento dos mercados financeiros, através de mecanismos adicionais de avaliação das
contrapartes.
38. Distribuição de dividendos de 2022

Tendo em consideração que o resultado contabilístico apurado no exercício foi de 36 525 mil
milhões de kwanzas, o Conselho de Administração deliberou no dia 30 de Março de 2023, no
sentido de se proceder à distribuição daquele resultado, nos termos do disposto nos artigos 88.º e
89.º da Lei do BNA:

213 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


– A distribuição de dividendos deve ter como premissa uma atitude prudente, de forma a
assegurar, a todo o momento, os recursos adequados ao cumprimento, pelo Banco Nacional de
Angola, das suas funções definidas na presente Lei.
– A distribuição de dividendos em cada exercício deve ter como limite o montante dos
resultados realizados do exercício e os resultados transitados realizados bem como outras
reservas realizadas, com excepção da reserva legal e reservas especiais. Entende-se como
resultados realizados, os elementos ou direitos que lhes deram origem sejam alienados,
exercidos, extintos, liquidados ou, também quando se verifique o seu uso, no caso de activos
fixos tangíveis e intangíveis.
– O Conselho de Administração afecta à conta de reserva legal do Banco Nacional de Angola a
percentagem do resultado realizado do exercício que considera adequada, até que a soma do
capital e da reserva legal atinja 5% do total dos seus passivos monetários.
– Não podem ser distribuídos dividendos quando:
a) O capital próprio, incluindo o resultado do exercício, seja inferior à soma do capital
social, prémios ou desconto de emissão e das reservas legais; e
b) Em consequência da distribuição de dividendos o capital próprio se torne inferior à soma
do capital social, prémios ou desconto de emissão e das reservas legais.
– O remanescente do dividendo será imputado, em primeiro lugar, aos créditos sobre o Estado
não reembolsados e o restante é distribuído ao Departamento Ministerial Responsável pelas
Finanças, como receitas para o Orçamento Geral do Estado.
– Se o Banco Nacional de Angola incorrer num resultado negativo em qualquer exercício, esse
resultado será transferido para a conta de resultados transitados.
Nesse sentido, o resultado realizado do BNA em 31 de Dezembro de 2022 apurado foi de 144,81
mil milhões de kwanzas, tendo sido deliberado:

• Reforço da reserva legal, livre e especial no montante de 58,21 mil milhões de


kwanzas,121,81 mil milhões de kwanzas e 81,21 mil milhões de kwanzas,
respectivamente; e
• Transferência do resultado remanescente para resultados transitados.

Estas Demonstrações Financeiras foram aprovadas pelo Conselho de Administração em sessão


realizada em 30 de Março de 2023, pelo que são assinadas pelos seus membros.
39. Novas normas e interpretações aplicáveis ao exercício ou que irão entrar em vigor
em exercícios futuros emitidas pelo IASB

As seguintes normas, interpretações, emendas e revisões emitidas pelo IASB têm aplicação
obrigatória pela primeira vez no exercício iniciado em 1 de Janeiro de 2022:

214 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Alterações à IFRS 3 – Referências à Estrutura Conceptual para o Relato Financeiro

Esta alteração actualiza as referências à Estrutura Conceptual no texto da IFRS 3, não tendo sido
introduzidas alterações aos requisitos contabilísticos para as concentrações de actividades
empresariais.
É também clarificado o tratamento contabilístico a adoptar relativamente aos passivos e passivos
contingentes no âmbito da IAS 37 e IFRIC 21, incorridos separadamente versus os que foram
incluídos numa concentração de actividades empresariais.
A alteração é de aplicação prospectiva.

Alterações à IAS 16 – Rendimentos obtidos antes da entrada em funcionamento

Clarifica o tratamento contabilístico dado à contraprestação obtida com a venda de produtos que
resultam da produção em fase de teste dos activos fixos tangíveis, proibindo a sua dedução ao
custo de aquisição dos activos. A entidade reconhece os rendimentos obtidos da venda de tais
produtos e os custos da sua produção nos resultados.

Alterações à IAS 37 – Contratos onerosos – custos de cumprir com um contrato

Esta alteração especifica que na avaliação sobre se um contrato é ou não oneroso, apenas podem
ser considerados os gastos directamente relacionados com o cumprimento do contrato, como os
custos incrementais relacionados com mão-de-obra directa e materiais e a alocação de outros
gastos diretamente relacionados como a alocação dos gastos de depreciação dos activos tangíveis
utilizados para realizar o contrato.
Os custos gerais e administrativos não se relacionam directamente com um contrato e são
excluídos excepto se forem explicitamente debitados à contraparte de acordo com o contrato.
Esta alteração deverá ser aplicada aos contratos que, no início do primeiro período anual de relato
ao qual a alteração é aplicada, ainda incluam obrigações contratuais por satisfazer, sem haver lugar
à reexpressão do comparativo.

Alterações à IFRS 1 – Subsidiária enquanto adotante das IFRS pela primeira vez (incluída
nas melhorias anuais relativas ao ciclo 2018-2020)

Esta alteração clarifica que, quando uma subsidiária optar pela mensuração dos seus activos e
passivos pelos montantes incluídos nas demonstrações financeiras consolidadas da empresa-mãe
(assumindo que não ocorreu nenhum ajuste no processo de consolidação), a mensuração das
diferenças de transposição acumuladas podem ser efectuadas pelos montantes que seriam
registados nas demonstrações financeiras consolidadas, baseado na data de transição da empresa-
mãe para as IFRS.

215 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Alterações à IFRS 9 – Desreconhecimento de passivos financeiros – Comissões a incluir
no teste dos ‘10 por cento’ de variação (incluída nas melhorias anuais relativas ao ciclo
2018-2020)

Esta alteração vem clarificar quais as comissões que uma entidade deve incluir ao avaliar se os
termos de um passivo financeiro são substancialmente diferentes dos termos do passivo financeiro
original. Assim no âmbito dos testes de desreconhecimento efectuados aos passivos renegociados,
deverão apenas ser incluídas as comissões pagas ou recebidas entre o devedor e o credor, incluindo
as comissões pagas ou recebidas pelo devedor ou pelo credor em nome do outro.

Alterações à IAS 41 – Tributação e mensuração do justo valor (incluída nas melhorias


anuais relativas ao ciclo 2018-2020)

Esta alteração elimina o requisito previsto no parágrafo 22 da IAS 41, de exclusão dos fluxos de
caixa relacionados com imposto sobre o rendimento na mensuração de justo valor dos activos
biológicos, assegurando a consistência com os princípios da IFRS 13.

Alterações à IFRS 16 - Locações - Concessões relacionadas com a COVID-19 ao nível


das rendas para além de 30 de Junho de 2021

Em 28 de maio de 2020, a alteração à IFRS 16 denominada ‘Concessões relacionadas com a COVID-


19’ foi emitida, tendo Introduzido o seguinte expediente prático: um locatário pode optar por não
avaliar se uma concessão de renda relacionada a Covid-19 é uma modificação de locação.

Os locatários que optem pela aplicação deste expediente, contabilizam a alteração aos pagamentos
das rendas resultantes de uma concessão relacionada com a COVID-19 da mesma forma que
contabilizam uma alteração que não seja uma modificação da locação de acordo com a IFRS 16.

Inicialmente, o expediente prático aplicava-se a pagamentos originalmente devidos até 30 de


Junho de 2021, no entanto, devido ao prolongamento do impacto da pandemia, em 31 de Março de
2021, o mesmo foi alargado para pagamentos originalmente devidos até 30 de Junho de 2022. A
alteração aplica-se a períodos de relatório anuais iniciados em ou após 1 de Abril de 2021.

Em suma, o expediente prático pode ser aplicado deste que estejam cumpridos os seguintes
critérios:

• a alteração nos pagamentos de locação resulta numa retribuição revista para a


locação que é substancialmente igual, ou inferior, à retribuição imediatamente
anterior à alteração;
• qualquer redução dos pagamentos de locação apenas afecta pagamentos devidos
em, ou até 30 de Junho de 2022; e

216 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Não foram produzidos efeitos significativos nas demonstrações financeiras do BNA no exercício
findo em 31 de Dezembro de 2022, decorrente da adopção das normas, interpretações, alterações
e revisões acima referidas.

As seguintes normas, interpretações, emendas e revisões, com aplicação obrigatória em exercícios


económicos futuros (1 de Janeiro de 2023), foram, até à data de aprovação destas demonstrações
financeiras emitidas pelo IASB:

IFRS 17 - Contratos de Seguros

A IFRS 17 aplica-se a todos os contratos de seguro (i.e., vida, não vida, seguros directos e
resseguros), independentemente do tipo de entidades que os emite, bem como a algumas garantias
e a alguns instrumentos financeiros com características de participação discricionária. Em termos
gerais, IFRS 17 fornece um modelo contabilístico para os contratos de seguro de maior utilidade e
mais consistente para os emitentes. Contrastando com os requisitos da IFRS 4, que são baseadas
em políticas contabilísticas locais adoptadas anteriormente, a IFRS 17 fornece um modelo integral
para contratos de seguro, cobrindo todos os aspectos contabilísticos relevantes.

Alterações à IFRS 17 – Contratos de seguro – Aplicação inicial da IFRS 17 e IFRS 9 –


Informação comparativa

Esta alteração à IFRS 17 refere-se à apresentação de informação comparativa de activos


financeiros na aplicação inicial da IFRS 17.

A emenda adiciona uma opção de transição que permite que uma entidade aplique um “overlay”
na classificação de um activo financeiro no(s) período(s) comparativo(s) apresentado(s) na aplicação
inicial da IFRS 17. O “overlay” permite que todos os activos financeiros, incluindo aqueles mantidos
em relação a actividades não relacionadas a contratos dentro do âmbito da IFRS 17 ser classificado,
instrumento a instrumento, no(s) período(s) comparativo(s) de forma alinhada com a forma como a
entidade espera que esses activos sejam classificados na aplicação inicial da IFRS 9.

Alterações à IAS 1 – Divulgação de políticas contabilísticas

Estas alterações pretendem auxiliar a entidade na divulgação das políticas contabilísticas


‘materiais’, anteriormente designadas por políticas 'significativas’. No entanto devido à
inexistência deste conceito nas normas IFRS, foi decidido substituir pelo conceito “materialidade”,
um conceito já conhecido pelos utilizadores das demonstrações financeiras.

Ao avaliar a materialidade das políticas contabilísticas, a entidade tem de considerar não só a


dimensão das transacções como também outros eventos ou condições e a natureza dos mesmos

Alteração à norma IAS 8 – Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas


contabilísticas e erros – Definição de estimativas contabilísticas

217 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


A alteração vem esclarecer qual a distinção entre alteração de estimativa contabilística, alteração
de política contabilística e a correção de erros. Adicionalmente, esclarece de que forma uma
entidade usa as técnicas de mensuração e inputs para desenvolver estimativas contabilísticas.

Alterações à IAS 12 – Imposto diferido relacionados com activos e passivos decorrentes


a uma transacção única

A alteração esclarece que os pagamentos que liquidem um passivo são fiscalmente dedutíveis,
contudo trata-se de uma questão de julgamento profissional se tais deduções são atribuíveis ao
passivo que está reconhecido nas demonstrações financeiras ou ao activo relacionado. Isto é
importante para determinar se existem diferenças temporárias no reconhecimento inicial do activo
ou do passivo.
Assim, a excepção de reconhecimento inicial não é aplicável às transacções que originaram
diferenças temporárias tributáveis e dedutíveis iguais. Apenas é aplicável se o reconhecimento de
um leasing activo e um leasing passivo derem origem a diferenças temporárias tributáveis e
dedutíveis que não sejam iguais.

Alterações à IAS 1 – Apresentação das demonstrações financeiras – Classificação de


passivos correntes e não correntes

Esta alteração pretende clarificar a classificação dos passivos como saldos correntes ou não
correntes em função dos direitos que uma entidade tem de diferir o seu pagamento, no final de
cada período de relato.

A classificação dos passivos não é afectada pelas expectativas da entidade (a avaliação deverá
determinar se um direito existe, mas não deverá considerar se a entidade irá ou não exercer tal
direito), ou por eventos ocorridos após a data de relato, como seja o incumprimento de um
“covenant”.

No entanto, se o direito de adiar a liquidação por pelo menos doze meses estiver sujeito ao
cumprimento de determinadas condições após a data de balanço, esses critérios não afectam o
direito de diferir a liquidação cuja finalidade seja de classificar um passivo como corrente ou não
corrente.

Esta alteração inclui ainda uma nova definição de “liquidação” de um passivo e é de aplicação
retrospectiva.

Alterações à IFRS 16 - Passivos de locação em transacções de venda e relocação

Esta alteração específica os requisitos relativos à mensuração subsequente de passivos de locação,


relacionados com transacções de venda e relocação (“sale & leaseback”) que qualificam como

218 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


“venda” de acordo com os princípios da IFRS 15, com enfoque nos pagamentos de locação de
locação variáveis que não dependem de um índice ou de uma taxa.

Na mensuração subsequente, os vendedores-locatários deverão determinar os “pagamentos de


locação” e “pagamentos de locação revistos”

Ao mensurar subsequentemente os passivos de locação, os vendedores-locatários deverão


determinar os “pagamentos de locação” e “pagamentos de locação revistos” de forma que não
reconheça qualquer ganho ou perda relacionado com o direito de uso retido. A aplicação desses
requisitos não impede que o vendedor-locatário reconheça, na demonstração dos resultados,
qualquer ganho ou perda relacionado à “venda” parcial ou total, conforme exigido pelo parágrafo
46(a) da IFRS 16.

Esta alteração é de aplicação retrospectiva.

O Banco não procedeu à aplicação antecipada de qualquer destas normas nas demonstrações
financeiras no período de doze meses findo em 31 de Dezembro de 2022. Não são estimados
impactos significativos nas demonstrações financeiras decorrentes da sua adopção

Luanda, 30 de Março de 2023

_____________________________________________
José de Lima Massano (Governador)

_____________________________________________
Manuel António Tiago Dias (Vice-Governador)

_____________________________________________
Pedro Rodrigo Gonçalves de Castro e Silva (Vice-Governador)

_____________________________________________

219 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Maria Juliana de Carvalho Pereira (Administradora executiva)

_____________________________________________
Miguel Bartolomeu Miguel (Administrador executivo)

_____________________________________________
Luís Manuel Neves (Administrador não executivo)

_____________________________________________
Álvaro Teixeira Costa Fernão (Administrador não executivo)

_____________________________________________
Clarisse dos Anjos Mendes Figueira (Administradora não executiva)

_____________________________________________
Daniela Naulila de Almeida Simão (Administradora não executiva)

_____________________________________________
Hermenegildo Oseias Fernando Cachimbombo (Administrador não executivo)

_____________________________________________
Jaime Joaquim Pedro Fortunato (Administrador não executivo)

220 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


RELATÓRIO E PARECER DO COMITÉ DE AUDITORIA

RELATÓRIO E PARECER DO COMITÉ DE AUDITORIA DO


BANCO NACIONAL DE ANGOLA

EXERCÍCIO DE 2022

1. INTRODUÇÃO
Em cumprimento do disposto no artigo 75º e artigo. 76º da Lei nº 24/21, de 18 de
Outubro, Lei do Banco Nacional de Angola, que estabelece a obrigatoriedade do
Comité de Auditoria de acompanhar a actividade do Banco Nacional de Angola,
nestes termos, compete supervisionar a integridade das Demonstrações Financeiras
e respectivos anexos contabilísticos, apresentados ao Conselho de Administração e
pronunciar-se através de pareceres.

Nos termos referidos no parágrafo anterior, compete ao Comité de Auditoria atestar


e validar se os procedimentos e normas adoptadas, baseiam-se nos princípios e
fundamentos técnicos aplicáveis à prestação de contas, apresentadas pelo Comité
Executivo, para garantir a aprovação do Conselho de Administração.

O Comité de Auditoria tomou conhecimento através da documentação


disponibilizada e de reuniões explicativas sobre as metodologias adoptadas e
ajustamentos aplicáveis nos procedimentos de encerramento de contas, obtendo o
conforto necessário que permite a emissão do parecer, conforme o artigo 77º da Lei
nº 24/21 do BNA – Banco Nacional de Angola.

Os Membros Executivos do Conselho de Administração, nos termos do artigo 60.ª


da Lei nº 24/21, de 18 de Outubro, Lei do Banco Nacional de Angola, tomaram posse
a 06 e 19 de Dezembro de 2022, respectivamente, o Governador, 2 (dois) Vice-
Governadores e 2 (dois) Administradores Executivos.

A prestação de contas está constituída pelas peças que compõem as


Demonstrações Financeiras, nomeadamente Relatório, Balanço, Demonstração
Resultados, Demonstração Fluxos de Caixa e respectivos anexos.

As acções de acompanhamento realizadas durante o exercício económico de 2022


pelo Comité de Auditoria, foram:

i) A participação dos seus membros nas reuniões ordinárias e


extraordinárias do Conselho de Administração;
ii) A análise e assinatura das actas das reuniões do Conselho de
Administração;
iii) A participação em reuniões com os Membros da Administração e das
Unidades Orgânicas;

BANCO NACIONAL DE ANGOLA | RELATÓRIO E PARECER DO COMITÉ DE AUDITORIA 2

221 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


iv) A participação extraordinária em reuniões com as Unidades Orgânicas de
Controlo Interno;
v) A análise de informação financeira e de gestão;
vi) A análise da informação produzida pelo Auditor Externo;
vii) A análise da informação sobre as ferramentas de gestão do DAI –
Departamento de Auditoria Interna.

2. RESPONSABILIDADES
2.1. Responsabilidade do Conselho de Administração pelas Demonstrações
Financeiras

Conforme referido na introdução deste relatório, em conformidade com alínea d) e


g) do artigo 63º da Lei do BNA, o Conselho de Administração tem a responsabilidade
pela aprovação das contas anuais e demonstrações financeiras, bem como a
aprovação das políticas e procedimentos contabilísticos do Banco Nacional de
Angola, com a adopção parcial das normas de contabilidade internacionalmente
reconhecidas.

2.2. Sobre as Contas


As Demonstrações Financeiras que incluem o Balanço evidenciam um total do
Activo 9.856.383 milhões de Kwanzas, Passivo 6.248.679 milhões de Kwanzas,
Capitais Próprios de 3.607.704 milhões de Kwanzas, incluindo um Resultado líquido
do exercício de 36.525 milhões de Kwanzas. Incluem, também, a Demonstração de
Resultados; a Demonstração dos Fluxos de Caixa, as Alterações nos Capitais
Próprios, a proposta da aplicação de resultados, bem como todos os outros
documentos obrigatórios, anexos às Demonstrações Financeiras aprovadas pelo
Conselho de Administração.

2.3. Responsabilidades do Comité de Auditoria


O Comité de Auditoria, nos termos do artigo 75º da Lei do BNA, é o órgão
responsável pela supervisão dos mecanismos de auditoria interna e externa, dos
processos de relatórios financeiros, do sistema de controlos internos, do controlo da
legalidade e de consulta do Conselho de administração nesses domínios.

A responsabilidade do Comité de Auditoria é apreciar, supervisionar e emitir opinião


sobre a integridade das Demonstrações Financeiras elaboradas de acordo com a
adopção parcial das Normas Internacionais de Contabilidade e de Relato Financeiro
(IAS/FRS), como referencial contabilístico para a preparação e apresentação das

BANCO NACIONAL DE ANGOLA | RELATÓRIO E PARECER DO COMITÉ DE AUDITORIA 3

222 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


Demonstrações Financeiras do exercício findo em 31 de Dezembro 2022, e onde
são aplicáveis a adopção parcial das normas técnicas da Ordem dos Contabilistas
e Peritos Contabilistas de Angola.

Estas normas exigem que se cumpram requisitos éticos, o planeamento e a


execução da auditoria, de forma a obter uma garantia razoável sobre se as
Demonstrações Financeiras estão isentas de distorções materiais, bem como da
observância de normas e obrigações legais, regulamentares e contratuais
aplicáveis.

No âmbito do acompanhamento das actividades da auditoria externa do Banco, o


Comité de Auditoria analisou os relatórios intercalares e finais do exercício de 2022,
de sistemas de controlo interno, apreciou outros documentos recebidos e solicitados
e realizou reuniões técnicas com a equipa de auditoria externa.

3. BASES PARA A OPINIÃO SEM RESERVAS


O Comité de Auditoria concluiu, com base nos exames realizados de acordo com a
informação disponibilizada pelo Comité Executivo, que os controlos internos que
suportam a elaboração das Demonstrações Financeiras são razoáveis para
assegurar de forma fidedigna os saldos apresentados nas Demonstrações
Financeiras do exercício de 2022.

3.1. Matérias Relevantes para a Opinião Sem Reservas


Em decorrência dos ajustes qualitativos e quantitativos processados no exercício
económico de 2022, o Banco Nacional de Angola melhorou substancialmente a
qualidade das Demonstrações Financeiras, no entanto, manteve-se a reserva do
Auditor Independente, por desacordo referente a IAS 29, aplicável às economias
hiperinflacionárias.

3.2. Opinião do Auditor Independente


O Auditor Independente no seu parecer emitiu opinião com reserva de que as
demonstrações financeiras apresentam adequadamente, em todos os aspectos
relevantes, a posição patrimonial e financeira do BNA, em 31 de dezembro de 2022.

BANCO NACIONAL DE ANGOLA | RELATÓRIO E PARECER DO COMITÉ DE AUDITORIA 4

223 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


3.3. Opinião do Comité de Auditoria
Em nossa opinião, excepto quanto aos possíveis efeitos da matéria descrita no ponto
3. na secção “Bases para a Opinião”, as demonstrações financeiras referidas,
apresentam de forma apropriada, em todos os aspectos materialmente relevantes,
a posição financeira do Banco Nacional de Angola em 31 de Dezembro de 2022.

O parecer emitido pelo Comité de Auditoria relativa à fiabilidade e integridade das


Demonstrações Financeiras, apresentadas ao Conselho de Administração, foi
suportado no trabalho da responsabilidade da Auditoria Independente.

4. Outras Considerações

Com vista a conformar a actividade do Banco e legalidade dos seus órgãos de


governação, bem como da disponibilidade da informação de gestão, é o
entendimento do Comité da Auditoria que foram realizadas melhorias significativas
nos seguintes apectos:

4.1. Houve uma melhoria das Infraestruturas com o aumento das áreas de
trabalho do BNA – Banco Nacional de Angola, designada por Ala Norte;

4.2. Os objectivos, as metas, os indicadores de desempenho definidos para o


exercício e os resultados alcançados, estão alinhados com os objetivos
estratégicos e à missão do BNA, e, estabelecidos no Plano Estratégico
ZIMBO;

4.3. Em termos da actividade, os resultados gerados, operacionais, efectivos e


potenciais no exercício, asseguram a capacidade de continuidade da
actividade em exercícios futuros;

4.4. As principais acções contabilísticas, de controlo e de ajustamentos adoptadas


pela BNA para a garantia da legalidade, legitimidade, economicidade e
transparência na aplicação dos recursos disponíveis, consideram-se
ajustadas;

4.5. A gestão da carteira e/ou as transferências de recursos financeiros entre


entidades relacionadas executaram-se de acordo com os artigos 34.º e 35.º
da Lei 24/21. De 18 de Outubro;

4.6. A execução orçamental e financeira detalhada está em linha com o estimado;

4.7. As demonstrações financeiras exigidas pelas normas aplicáveis,


acompanhadas das respectivas notas explicativas e demais documentos
relacionados obedecem aos requisitos legais;

BANCO NACIONAL DE ANGOLA | RELATÓRIO E PARECER DO COMITÉ DE AUDITORIA 5

224 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


4.8. Sobre o relatório de gestão, na forma de Relato Integrado, cumpre destacar
a sua conformidade com a regulamentação do BNA na elaboração das peças
obrigatórias e a adequada disponibilização das mesmas aos utilizadores.

Luanda, 30 de Março de 2023

O Comité de Auditoria

___________________________
Luís Manuel Neves
Presidente

____________________________ ______________________________
Álvaro Teixeira Costa Fernão Daniela Naulila de Almeida Simão
Administrador Não Executivo Administradora Não Executiva

BANCO NACIONAL DE ANGOLA | RELATÓRIO E PARECER DO COMITÉ DE AUDITORIA 6

225 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


RELATÓRIO DO AUDITOR INDEPENDENTE

226 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


227 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022
ANEXOS

228
VIII
RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022
VIII - ANEXOS
VIII. Anexos
AVISOS PUBLICADOS EM 2022

N.º AVISOS ASSUNTO

1 Aviso n.º 01/2022, de 28 de Janeiro Código do Governo Societário das Instituições Financeiras Bancárias

2 Aviso n.º 02/2022, de 2 de Fevereiro Prestação de Serviços de Pagamento

3 Aviso n.º 03/2022, de 2 de Fevereiro Regras e Procedimentos Operacionais Aplicáveis às Infraestruturas do Mercado Financeiro.

4 Aviso n.º 04/2022, de 3 de Fevereiro Expansão de Serviços Financeiros

5 Aviso n.º 05/2022, de 3 de Fevereiro Arranjos de Pagamento

6 Aviso n.º 06/2022, de 3 de Março Entrada e Saída de Moeda

7 Aviso n.º 07/2022, de 15 de Março Regras Específicas Aplicáveis aos pagamentos pelo Seguro e Resseguro Prestados às Operadoras do Sector de Petróleo e Gás

Regras Cambiais Específicas Aplicáveis às Actividades de Prospecção, Pesquisa, Desenvolvimento, Produção e Venda de Gás Natural
8 Aviso n.º 08/2022, de 25 de Março
Não Associado e/ou seus Derivados e Prestação de Serviços Associados

9 Aviso n.º 09/2022, de 6 de Abril Crédito à Habitação

10 Aviso n.º 10/2022, de 6 de Abril Concessão de crédito ao sector real da economia

11 Aviso n.º 11/2022, de 14 de Abril Requisitos e Procedimentos para a Autorização de Constituição de Instituições Financeiras Não Bancárias

12 Aviso n.º 12/2022, de 4 de Maio Adequação do Capital Social Mínimo e dos Fundos Próprios Regulamentares das Instituições Financeiras Não Bancárias

13 Aviso n.º 13/2022, de 4 de Maio Limite de Posição Cambial

14 Aviso n.º 14/2022, de 05 de Julho Operações Cambiais de Capitais de Pessoas Colectivas Residentes Cambiais

15 Aviso n.º 15/2022, de 02 de Setembro Estabelece as Regras Aplicáveis às Entidades que Exerçam as Actividades de Adquirente Não Bancário e de Subadquirente

16 Aviso n.º 16/2022, de 07 de Outubro Mecanismo de Assistência de Liquidez no Sistema de Pagamento em Tempo Real

17 Aviso n.º 17/2022, de 07 de Outubro Capital Social Mínimo de Instituições Financeiras Bancárias

18 Aviso n.º 18/2022, de 11 de Outubro Expansão da Rede Bancária

19 Aviso n.º 19/2022, de 12 de Outubro Sandbox Regulatória

NORMATIVOS PUBLICADOS EM 2022


Instrutivos
Tipo N.º Assunto Matéria Data

Instrutivo 01/2022 Compra de Moeda Estrangeira na Plataforma Bloomberg FXGO pelos Principais Importadores Nacionais Política Cambial 22 de Fevereiro

Limites Prudenciais aos Grandes Riscos, Participação de Instituições Financeiras Bancárias no Capital de Sociedades não
Instrutivo 02/ 2022 Sistema Financeiro 29 de Março
Financeiras

Instrutivo 03/2022 Testes de Esforço Sistema Financeiro 29 de Março

Instrutivo 04/2022 Prémio Anual das Contribuições das Instituições Financeiras, Participantes no Fundo de Garantia de Depósitos em Angola Sistema Financeiro 18 de Abril

Instrutivo 05/2022 Divulgação Pública de Informação Prudencial Sistema Financeiro 13 de Junho

Instrutivo 06/2022 Limites de Venda de Moeda Estrangeira Aplicáveis às Sociedades Prestadoras do Serviço de Pagamentos e Casas de Câmbio Operações Cambiais 24 de Junho

Instrutivo 07/2022 Realização de Operações de Mercado Aberto pelas Entidades Não-Bancárias Política Monetária 27 de Junho

Instrutivo 08/2022 Emissão de Cartões de Crédito Sistema Financeiro 01 de Agosto

Instrutivo 09/2022 Sistema de Pagamento de Angola – Sistema de Débitos Directos Sistema de Pagamentos 10 de Agosto

Instrutivo 10/2022 Sistema de Pagamento de Angola – Marca do Arranjo do Sistema de Transferências Instantâneas Sistema de Pagamentos 25 de Agosto

Instrutivo 11/2022 Reporte Padronizado de Transacções com o Exterior Política Cambial 20 de Setembro

Instrutivo 12/2022 Limites Prudenciais aos Grandes Riscos – Detenção de Participações em Empresas Não Financeiras Sistema Financeiro 19 de Outubro

Instrutivo 13/2022 Relatório Sobre a Governança Corporativa e Controlo Interno Sistema Financeiro 22 de Novembro

Instrutivo 14/2022 Sistema de Pagamento de Angola – Adesão e Participação no Sistema de Transferências Instantâneas Sistema de Pagamentos 14 de Dezembro

229 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022


VIII - ANEXOS

Directivas
Tipo N.º Assunto Matéria Data

Os Bancos Comerciais devem proceder a compra ou venda de moeda estrangeira à contraparte


Directiva 01/DMA/2022 Mercado Cambial 15 de Fevereiro
BNA à taxa de câmbio livremente determinada e publicada na plataforma FXGO.

Estabelece um conjunto de testes de esforço padronizados que as instituições financeiras


Directiva 02/DSB/DRO/2022 Sistema Financeiro 29 de Março
bancárias devem realizar, bem como a periodicidade dos reportes.

Os Bancos Comerciais devem remeter ao Banco Nacional de Angola, a informação das operações
Directiva 03/GAC/2022 de concessão de crédito para produção de bens essenciais elegíveis, ao abrigo do Aviso n.º Sistema Financeiro 20 de Abril
10/2022, de 06 de Abril.

As regras e procedimentos que os Bancos devem observar relativamente ao reporte, ao Banco


Directiva 04/GAC/2022 Nacional de Angola, de informação sobre as operações de concessão de crédito à habitação e à Sistema Financeiro 21 de Abril
construção, ao abrigo do Aviso n.º 09/2022, de 06 de Abril.

Informa os procedimentos para a gestão dos riscos associados às tecnologias de informação e


Directiva 05/DSB/DRO/2022 Sistema Financeiro 02 de Junho
comunicação, bem como à segurança cibernética nas Instituições Financeiras Bancárias.

Menciona os requisitos de apuramento e cumprimento das reservas obrigatórias, estabelecendo


Directiva 06/DMA/2022 o período semanal para a constituição da base de incidência para o cálculo das Reservas Sistema Financeiro 02 de Junho
Obrigatórias em moeda nacional (MN) e em moeda estrangeira (ME).

Informa a taxa de juro das Facilidades de Cedência e de Absorção de Liquidez, regulamentadas


Directiva 07/DME/2022 Sistema Financeiro 01 de Agosto
ao abrigo do Aviso n.º 11/2011, de 20 de Outubro.

Revoga a Directiva n.º 06/DMA/2022, de 02 de Junho, visando actualizar os requisitos de


Directiva 08/DME/2022 Sistema Financeiro 01 de Agosto
apuramento e cumprimento das Reservas Obrigatórias.

Informa que no acto de celebração do contrato de aceitação de TPA com os comerciantes, as


Instituições devem aferir se o comerciante possui Número de Identificação Fiscal (NIF), com o
Directiva 09/DSP/2022 Sistema de Pagamentos 25 de Agosto
estado activo e o cadastro fiscal do comerciante e/ ou profissional liberal consta o respectivo
Código de Actividade Económica (CAE) relativamente ao seu objecto social.

Revoga a Directiva n.º 07/DME/2022, de 01 de Agosto, visando ajustar a taxa de juro das
Directiva 10/DME/2022 Facilidades de Cedência e de Absorção de Liquidez, regulamentadas ao abrigo do Aviso n.º Sistema Financeiro 28 de Setembro
11/2011, de 20 de Outubro.

Revoga a Directiva n.º 08/DME/2022, de 01 de Agosto, visando actualizar os requisitos de


Directiva 11/DME/2022 Sistema Financeiro 13 de Dezembro
apuramento e cumprimento das Reservas Obrigatórias.

Cartas-Circular
Tipo N.º Assunto Matéria Data
Informar ao marcado, os novos procedimentos a adoptar pelas instituições financeiras em
Carta-Circular 01/DCF/2022 operações que configurem esquemas de Ponzi, Pirâmide, Mar.keting de Multiníveis ou outras Sistema Financeiro 03 de Fevereiro
análogas.

Emite orientações às instituições financeiras bancárias, referentes ao dever de reporte diário de


Carta-Circular 02/DSN/2022 Sistema Financeiro 16 de Fevereiro
informação contabilística, através do Portal das Instituições Financeiras (PIF).

Informa ao mercado, que em função da reunião em sessão plenária nos dias 02 a 04 de Fevereiro
Carta-Circular 02/DCF/2022 de 2022, para a definição de políticas de prevenção e interrupção de fluxos financeiros que Sistema Financeiro 14 de Março
sustentam o crime e o terrorismo, realizada pelo Grupo de Acção Financeira (GAFI)

O Banco Nacional de Angola orienta as Instituições Financeiras Bancárias para a observância do


Carta-Circular 03/DCF/2022 Sistema Financeiro 28 de Abril
aumento de número de colaboradores e clientes nas agências bancárias

Informa ao mercado que os limites aplicáveis à realização de remessas para o exterior pelos
Carta-Circular 04/DCC/2022 Controlo Cambial 24 de Junho
Bancos Comerciais dependem de o ordenante ser seu cliente ou não.

Emite recomendações em que o Banco Nacional recomenda às instituições financeiras bancárias, o


Carta-Circular 05/DRO/2022 estrito cumprimento das suas Obrigações Fiscais e Mandatos de penhora emitidos pela Sistema Financeiro 27 de Julho
Administração Geral Tributária (AGT).

Menciona os requisitos de participação das Instituições financeiras, sob supervisão deste Banco
Carta-Circular 06/DRO/2022 Nacional de Angola, nas Centrais Privadas de Informação de Crédito (CPIC), na qualidade de sócias Sistema Financeiro 03 de Agosto
ou accionistas, assinantes ou provedores de informação.

Informa as medidas do Grupo de Acção Financeira (GAFI), sobre Jurisdições de alto risco sujeitas a
aplicação de contramedidas, Jurisdições sob monitorização contínua, Jurisdições não sujeitas a
Carta-Circular 07/DCF/2022 Sistema Financeiro 16 de Agosto
monitorização contínua pelo GAFI e Procedimentos e medidas adoptar pelas instituições
financeiras.

o Banco Nacional de Angola orienta as Instituições Financeiras Bancárias, a reportar ao supervisor,


Carta-Circular 09/DRO/2022 a matriz de substituição dos membros do Conselho de Administração e da Comissão Executiva, Sistema Financeiro 20 de Outubro
aplicável durante a ausência ou impedimento destes.

Informa as medidas do Grupo de Acção Financeira (GAFI), sobre Jurisdições de alto risco sujeitas a
aplicação de contramedidas, Jurisdições sob monitorização contínua pelo GAFI, Jurisdições não
Carta-Circular 10/DCF/2022 Sistema Financeiro 27 de Outubro
sujeitas a monitorização contínua pelo GAFI e Procedimentos e medidas adoptar pelas instituições
financeiras.

230 RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022

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