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R E L AT Ó R I O
ANUAL E
CONTAS
I O Ano em Revista| 11
II Enquadramento Macroeconómico| 21
Mensagem do Governador 3
O ano de 2022 viu a economia angolana a crescer pelo segundo ano consecutivo, a uma taxa de
3,05%, influenciada pelo desempenho positivo das actividades dos sectores primário e dos
transportes, bem como do sector petrolífero. Este último, componente importante da economia
angolana, beneficiou do aumento significativo e continuado do preço do petróleo em consequência
do crescimento da procura devido à retoma das economias à escala mundial no início do ano e,
subsequentemente, das incertezas de oferta geradas pela guerra no Leste Europeu.
Neste contexto económico interno mais positivo, continuámos a trajectória traçada em 2017 para
o quinquénio 2018-2022.
Ainda nos termos da nova Lei, adaptámos a estrutura organizacional para melhor responder às
nossas várias missões, destacando-se nesta reorganização a criação do Departamento de
Estabilidade Financeira que tem como objectivo assegurar a estabilidade do sistema financeiro.
Em 2022, fechámos o ciclo iniciado no final de 2017, tendo dado por concluídas com sucesso as
múltiplas reformas que nos propusemos implementar no sector financeiro, no mercado cambial e
na condução da política monetária e cambial.
Vamos iniciar um novo ciclo em 2023, num contexto interno mais favorável, quando comparado com
o de 2017, reflexo também das reformas implementadas, mas ainda com muitos desafios pela
frente e num contexto externo caracterizado por incertezas.
Neste enquadramento, vamos prosseguir o nosso caminho de forma a assegurar que o Banco
Nacional de Angola continue a gerar valor para a sociedade, assumindo-se como precursor da
modernização do sistema financeiro nacional.
11
I
RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022
I. O ANO EM REVISTA
1. 2022 em Números
3. Destaques
6 reuniões
CP M
4 reuniões
CEF
SP TR 24/7
Presidente da República da
Encontro com os Principais 3ª Edição da Oficina de Educação
Namíbia recebe em audiência
Operadores Comerciais Financeira
Governador do BNA
No âmbito das iniciativas regulares de O BNA promoveu, em todas as Delegações
O Governador do Banco Nacional Angola, José auscultação do BNA aos importadores e Regionais, a Oficina de Educação Financeira sob
de Lima Massano, foi recebido em audiência distribuidores de bens alimentares, o Governador o lema “Construir Independência e Resiliência
pelo Presidente da República da Namíbia, do BNA, José de Lima Massano, reuniu com os Financeira”, com o objectivo de divulgar o
Hage G. Geingob, em Windhoek, no âmbito da principais operadores da cadeia de importação e conhecimento sobre a gestão de finanças
sua visita ao Banco Central da Namíbia, onde distribuição de bens de amplo consumo. Os pessoais, com foco na poupança e na
foi possível fortalecer as relações entre os encontros de auscultação aos operadores elaboração do orçamento familiar, no seio das
Bancos Centrais da Namíbia e de Angola, bem
económicos, permitem promover a partilha de crianças, jovens e adultos.
como as acções em curso no sentido de se informações relevantes sobre a dinâmica da
intensificar a articulação dos sistemas de Governador reuniu com
economia nacional e internacional, recolher
pagamentos, como instrumento de fomento da contribuições relevantes para a formulação da Subsecretário do Departamento do
cooperação comercial e financeira entre os política monetária, visando a garantia da Tesouro dos EUA
dois países. estabilidade de preços na economia.
O Governador do BNA, José de Lima Massano,
BNA Distinguido no Fórum Global manteve um encontro de trabalho com o
de Políticas para Inclusão Financeira Subsecretário do Departamento do Tesouro dos
Estados Unidos da América para a área de
O BNA foi distinguido e galardoado pela Aliança Financiamento do Terrorismo e Crimes
Agosto
Financeira Internacional (AFI) com o Prémio de Financeiros, Brian Nelson, que teve lugar em
Embaixador de Finanças Inclusivas do Género, no Washington, D.C., à margem das reuniões
7.º Fórum Global de Políticas para Inclusão anuais do Fundo Monetário Internacional e
Inauguração da Ala Norte do Banco Financeira (Global Policy Fórum - GPF), que Banco Mundial, que serviu para passar em
Nacional de Angola decorreu em Dead Sea, na Jordânia, sob o lema: revista o trabalho de assistência técnica que
''Avançar juntos para um futuro resiliente, tem vindo a ser prestada pelo Departamento do
O edifício-sede do Banco Nacional de Angola conta inclusivo e sustentável”. Tesouro dos Estados Unidos da América ao
desde 14 de Agosto, com uma nova ala que amplia
Departamento de Conduta Financeira do Banco
o espaço das suas instalações na Avenida 4 de
Nacional de Angola, em matéria de combate ao
Fevereiro em cerca de 3 mil metros quadrados.
branqueamento de capitais e financiamento do
Designada “Ala Norte”, a expansão do edifício
terrorismo.
permite concentrar os serviços centrais do BNA e
oferecer maior comodidade aos seus Modernização do Sistema de
colaboradores, além das novas áreas de trabalho. Pagamentos de Angola (SPA), com
Assinatura do Protocolo de entrada em execução do SPTR 24/7
Cooperação entre o BNA e a AGT O BNA desencadeou um conjunto de acções em
coordenação com a Empresa Interbancária de
No âmbito do relacionamento institucional e do
Serviços (EMIS) e os bancos comerciais, com
reforço dos laços de cooperação entre o BNA e a
vista a aumentar a confiança e credibilidade do
Administração Geral Tributária (AGT), foi assinado
sistema de pagamentos, com realce para a
um Protocolo de Cooperação Institucional por José
disponibilização de fundos nas contas dos
de Lima Massano, Governador do BNA e José Viera
beneficiários aos sábados, domingos e feriados
Nuno Leiria, Presidente do Conselho de
dentro de um prazo máximo de 24 horas após a
Administração da AGT.
transacção.
Destaca-se que o plano estratégico 2018-2022 do BNA, denominado “NZIMBU 2018 – 2022”, foi
executado num contexto marcado pelos impactos da pandemia de COVID-19 e condições
macroeconómicas adversas. Contudo, observou-se no período um bom desempenho, com os
seguintes marcos:
Revisão da Lei do Regime Geral das Instituições Financeiras (IF) e da Lei de Combate
ao Branqueamento de Capitais;
Avaliação da Qualidade dos Activos das 12+1 maiores IF Activos das 12+1 maiores IF;
Regulação e
Constituição do Fundo de Resolução;
Supervisão
Implementação da Regulamentação Sobre Basileia II e III;
Pacote Regulamentar (Instrutivos actualizados) sobre as IFRS para versão IFRS 9;
Modelo de Imparidade.
Capital Humano Aprovação e Implementação das Políticas de Gestão do Capital Humano do BNA.
21
II
RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022
II. ENQUADRAMENTO MACROECONÓMICO
1. Economia Internacional
3. Economia Nacional
No ano de 2022, o contexto económico internacional foi marcado por diversas vulnerabilidades
provocadas pela guerra na Ucrânia, pelo ressurgimento da COVID-19 na China e pelo impacto da
subida das taxas de juro por parte dos principais bancos centrais para combater os níveis elevados
de inflação.
A Reserva Federal norte-americana (FED), durante o ano de 2022, sinalizando o seu compromisso
em contrariar a tendência de agravamento da taxa de inflação e, consequente, deterioração das
condições económicas, endureceu a sua política monetária ao aumentar sete vezes sucessivas as
taxas de juro, tendo as mesmas atingindo o intervalo de 4,25% a 4,50%, no final do ano. No
entanto, é de notar que a tendência de desaceleração da inflação nos Estados Unidos da América
(EUA), a partir de Julho, motivou, em Dezembro, a Reserva Federal a diminuir o ritmo de aumentos
das suas taxas.
Por seu turno, em resposta ao agravamento da inflação na Zona Euro, em Julho de 2022, o Banco Central
Europeu (BCE) aumentou as taxas de juro pela primeira vez em onze anos. O Banco efectuou quatro
aumentos consecutivos das taxas de juro, que se fixaram num intervalo entre 2,50% a 3,25%, no fim
do ano. O BCE perspectiva que as taxas de juro, ainda, deverão sofrer aumentos significativos a um
ritmo que conduza ao regresso da inflação para o objectivo de médio prazo de 2%.
Quanto ao Banco Central sul africano, este iniciou a sua trajectória de aperto monetário,
antecipadamente, de forma preventiva, diante de perspectivas que indicavam que a evolução da
inflação iria superar o seu intervalo alvo de 3% a 6% e assumiu, por isso, preferir ancorar as
expectativas de inflação no nível de 4,5%. Após a inflação sul africana ter atingido os 5,9% em Março,
próxima do limite máximo da meta de inflação e, tendo em conta a rigidez da política monetária do FED,
o Banco Central sul africano adoptou uma postura mais agressiva na sua política monetária, tendo
realizado seis aumentos na sua taxa de juro passando de 3,75% para 7% no final de 2022.
No Egipto, a pressão inflacionista derivada da guerra na Ucrânia que conduziu a fortes
desequilíbrios internos que levou o Banco Central do Egipto a adoptar severas subidas das taxas
de juro em quatro ocasiões durante o ano, tendo no fim do ano atingido um intervalo compreendido
entre 16,25% e 17,25%.
Fonte: Bloomberg
1
Do Mar do Norte
2
Dos Estados Unidos
Fonte: Bloomberg
C o m m o d i t i e s A l i m e n t a re s
Em 2022, o índice de preços de alimentos da Agência das Nações Unidas para a Agricultura e
Alimentação (FAO) fechou o ano com uma média de 143,7 pontos, representando um aumento de
14,26% face ao ano anterior. A suportar este aumento, estiveram as fortes subidas dos índices de
preços dos óleos vegetais e dos cereais.
Fonte: FAO
2. Economia Nacional
A c ti v i d a d e E c o n ó m i c a
A economia angolana tem apresentado recuperação, em 2021 cresceu em 1,2%, e estima-se que
em 2022 tenha alcançado 3,0%3, representando uma inversão de um período caracterizado por
recessão ao longo de cinco anos consecutivos. O crescimento do PIB, em 2022, foi impulsionado
pelo desempenho positivo do sector não petrolífero (+4,0%) e do petrolífero e gás (+0,5%).
O crescimento do sector petrolífero e gás, depois de nove anos em terreno negativo, deveu-se ao
desempenho do sector petrolífero, sendo que se registou uma ligeira queda na produção de gás.
Na essência, o acréscimo da produção do petróleo bruto poderá estar relacionado com a entrada
3
Segundo os novos dados preliminares das Contas Nacionais Trimestrais referentes ao Quarto Trimestre de 2022 publicados pelo Instituto Nacional
de Estatística (INE).
Fonte: INE
D ívida P ública
De acordo com os dados do Ministério das Finanças (MINFIN)4, o stock da dívida pública5 registou
queda pelo quinto ano consecutivo, fixando-se em 36,43 biliões de kwanzas no final de 2022
(67,18% do PIB), contra os 39,09 biliões de kwanzas (82,77% do PIB) do ano anterior, representando
uma redução de 6,81%, reflectindo a diminuição do stock da dívida governamental e das empresas
públicas. Entretanto, quando avaliado em dólares norte-americanos, o stock da dívida pública
aumentou de 70,43 mil milhões de dólares norte-americanos para 72,32 mil milhões de dólares
norte-americanos.
No que se refere à dívida governamental, cujo stock ficou em 34,13 biliões de kwanzas (62,94% do
PIB), verificou-se uma diminuição de 7,09%, tendo a dívida externa, que representou 70,70% do
total, reduzido para 24,13 biliões de kwanzas (-6,28%) e a dívida interna para 10,00 biliões de
kwanzas (-8,98%). Salientar que 99,32% do stock da dívida externa é de longo prazo e 95,21% da
dívida interna é de médio e longo prazo.
A tendência decrescente do stock da dívida governamental é reflexo da implementação da
estratégia da dívida pública iniciada há cinco anos pelo executivo (que inclui, entre outras medidas,
4
Plano Anual de Endividamento 2022 e Painel de Indicadores Fiscais da primeira semana de Fevereiro de 2023.
5
Agrega a dívida governamental e das empresas públicas.
Fonte: MINFIN
M e rc a d o P r i m á r i o d e T í t u l o s P ú b l i c o s
A emissão de títulos do Tesouro em moeda nacional, em 2022, situou-se em aproximadamente 2,00
biliões de kwanzas (6,03% superior ao volume programado pelo Tesouro), dos quais 453 mil milhões
de kwanzas em Bilhetes do Tesouro (BT) e 1,54 biliões de kwanzas em Obrigações do Tesouro Não
Reajustáveis (OTNR). Comparativamente a 2021, o volume das emissões de títulos públicos em
moeda nacional foi ligeiramente superior em cerca de 2,74%. De referir que as emissões visaram
a cobertura de 87,05% do serviço da dívida interna titulada.
Fonte: BNA
Fonte: BNA
Relativamente às taxas de juro no mercado primário dos Bilhetes de Tesouro, estas foram em
termos gerais decrescentes ao longo do ano. No final do ano de 2022, as taxas médias de juro
nominais dos BT situavam-se em 8,17% ao ano (a.a.), 9,45% a.a. e 10,98% a.a., para as
maturidades de 91, 182 e 364 dias, respectivamente.
Comparativamente ao ano anterior, todas as taxas de juro nominais dos títulos de curto prazo
apresentaram uma redução considerável de 11,21 pontos percentuais (pp) e 5,04 pp e 6,15 pp,
respectivamente.
Relativamente aos títulos do Tesouro Nacional de médio e longo prazo, nomeadamente as OT em
moeda nacional não reajustadas, operações ocorreram nas maturidades de 2, 4, 5, 6, 8 e 10 anos,
tendo as taxas de juro se situado em 15,00% a.a., 16,28% a.a., 11,91% a.a., 18,90% a.a., 19,47%
a.a. e 20,71% a.a., as OT em moeda nacional indexadas à taxa de câmbio não são emitidas há
quase três anos.
31
III
RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022
III. POLÍTICA MONETÁRIA
4. Fomento ao Crédito
5. Preços
6. Mercado Cambial
7. Sector Externo
Fonte: BNA
Em termos líquidos gerais, o impacto resultante das operações sobre a base monetária foi
contraccionista em 13,22 mil milhões de kwanzas.
As taxas de juro médias das OMA, na óptica da tomada, nas maturidades de 7, 14, 30, 63, 90, 180
e 364 dias observaram um comportamento decrescente ao longo do ano, tendo atingido médias
anuais de 1,37% a.a., 8,92% a.a., 11,86% a.a., 9,27% a.a., 10,49% a.a., 10,99% a.a. e 8,50% a.a.,
respectivamente, contrariamente às operações na maturidade overnight que fecharam o primeiro
semestre com uma taxa crescente que atingiu 11,38% a.a.
Por outro lado, na óptica da cedência, foram realizadas OMA para a maturidade de 7 dias, cuja taxa
média anual fixou-se em 23,50% a.a.
F a c i l i d a d e s P e rm a n e n t e s d e L i q u i d e z
Em 2022, o recurso às operações de Facilidade de Cedência de Liquidez (FCO/FCL) permitiu que as
instituições bancárias acedessem ao financiamento overnight do BNA nos termos regulamentares.
M e rc a d o M o n e t á r i o I n t e rb a n c á r i o
No que respeita ao mercado monetário interbancário (MMI), verificou-se um aumento ligeiro no
volume médio mensal das operações de cedência de liquidez sem garantia entre as instituições
bancárias, que passou de 334,19 mil milhões de kwanzas em 2021 para 366,90 mil milhões de
kwanzas em 2022, representando um incremento de 9,79%.
Fonte: BNA
A taxa LUIBOR overnight, apurada com base nas operações de cedência de liquidez sem garantia
entre as instituições bancárias, observou uma tendência decrescente ao longo de todo o ano, tendo
no final de 2022, se situado em 10,00%, registando uma diminuição de 8,68 pp face a 2021.
O Balanço do BNA, registou em 2022, uma expansão da Base Monetária em 7,00% relativamente
ao ano precedente, situando-se em 2,77 biliões de kwanzas. Esta expansão deveu-se ao aumento
dos Activos Internos Líquidos em 91,58%, influenciado pelo incremento do Crédito Líquido à
Administração Central, Outras Sociedades de Depósitos e Outros Activos Líquidos em 115,57%,
87,05% e 5,13%, respectivamente, sendo que o Crédito a Outros Sectores Residentes diminuiu em
0,27%. Realçar que, o aumento do Crédito à Administração Central Líquido foi, por sua vez,
influenciado pela diminuição de 84,74% das Responsabilidades face à Administração Central
superior à diminuição registada de 5,56% do Crédito à Administração Central. De igual modo, os
Activos Externos Líquidos expandiram em 0,15% (um aumento de 10,35% expurgando o efeito
cambial), influenciados pelo aumento dos Outros Activos Externos Líquidos em 50,53%, enquanto
as Reservas Internacionais expressas em kwanzas diminuíram em 14,85% (um decréscimo de
6,18% expurgando o efeito cambial).
Tabela 4: Base Monetária
Memorando:
Base monetária em moeda nacional 1 603,69 1 593,45 -3,46 -0,64
Fonte: BNA
A expansão da Base Monetária em 2022 reflectiu-se no aumento da Reserva Bancária em 4,54% e das
Notas e Moedas em Circulação em 15,70%. A evolução positiva da Reserva Bancária está associada à
expansão dos Depósitos Obrigatórios em 9,54%, enquanto os Depósitos Livres diminuíram em 10,53%.
Durante o exercício de 2022, o BNA optou por uma condução da política monetária para garantir a
estabilidade dos preços, tendo o seu impacto sido visível no controlo da trajectória decrescente da Base
Monetária em moeda nacional, variável operacional de política monetária, que contraiu em 0,64%.
Esta contracção reflectiu-se nos Depósitos Obrigatórios em moeda nacional que contraíram em
13,84%, sendo que os Depósitos Livres em moeda nacional e Notas e Moedas em Circulação
expandiram em 51,65% e 15,70%, respectivamente.
Fonte: BNA
A oferta de moeda em sentido lato, representada pelo agregado monetário M3, contraiu 1,42%
face ao ano anterior, retirando o efeito cambial expandiu em 2,43%.
Fonte: BNA
O agregado monetário M2 totalizou 11,36 biliões de kwanzas face aos 11,52 biliões em 2021,
representando uma diminuição de 1,37% (retirando o efeito cambial expandiu 2,48%), tendo se
reflectido na contracção dos Depósitos à Ordem e dos Depósitos a Prazo em 0,69% e 3,69%,
respectivamente, sendo que as Notas e Moedas em Poder do Público expandiram em 23,08%. A
diminuição dos Depósitos à Ordem deveu-se à diminuição dos Depósitos à Ordem em moeda
estrangeira (ME) em 15,38% (contracção menor de 6,77% retirando o efeito cambial), enquanto a
componente em moeda nacional (MN) expandiu em 8,81%. Quanto à contracção dos Depósitos a
Prazo, justifica-se pela contracção dos Depósitos a Prazo em moeda estrangeira em 26,54%
(contracção menor de 19,06% retirando o efeito cambial), enquanto os Depósitos a Prazo em moeda
nacional aumentaram em 31,77%. Por seu turno, o M2 em moeda nacional, meta intermédia,
aumentou em 18,61% face ao ano de 2021, situando-se em 7,00 biliões de kwanzas.
Fonte: BNA
A contracção do stock do Crédito à Economia foi influenciada pela diminuição do stock do Crédito
em moeda nacional e em moeda estrangeira em 1,97% e 18,63%, respectivamente. Retirando o
efeito cambial, o stock do Crédito em moeda estrangeira diminuiu em 5,83%, e deste modo, o stock
total do Crédito à Economia contraiu em 4,15%.
De notar que de forma geral, em 2022, o custo de financiamento para as empresas e famílias
tornou-se mais barato. As taxas de juro praticadas nas operações activas ao sector empresarial em
moeda nacional registaram diminuições em todas as maturidades, sendo 0,59 pp na maturidade de
até 180 dias, 5,33 pp na maturidade de 181 a 1 ano e 1,57 pp na maturidade de mais de ano. Em
termos médios anuais, as taxas oscilaram entre 16,89% a.a. a 20,12% a.a.
No que toca às taxas de juro praticadas nas operações activas a particulares em moeda nacional,
as mesmas apresentaram diminuições nas maturidades de 181 dias a 1 ano e mais de 1 ano, em
10,91 pp e 5,12 pp, respectivamente, sendo que na maturidade de até 180 dias registou-se um
Fonte: BNA
As taxas de juro praticadas nas operações passivas em moeda nacional registaram aumentos de
0,35 pp e 3,54 pp nas maturidades de 181 dias a 1 ano e de mais de 1 ano, enquanto nas
maturidades de até 90 dias e de 91 a 180 dias registaram diminuições de 1,80 pp e 0,85 pp,
respectivamente. As referidas taxas oscilaram, em termos médios anuais, entre 7,10% a.a. a
10,40% a.a.
Por sua vez, as taxas de juro praticadas nas operações passivas em moeda estrangeira,
apresentaram diminuições em todas as maturidades, sendo 0,09 pp na maturidade de até 90 dias,
3,08 pp na maturidade de 91 a 180 dias, 0,91 pp na maturidade de 181 dias a mais de 1 ano,
respectivamente. Em termos médios anuais, as taxas oscilaram entre os 0,65% a.a. a 3,26% a.a.
4. Fomento ao Crédito
C r é d i to à H a b i t a ç ã o e à C o n s t r u ç ã o
Considerando a relevância de promover a construção de imóveis e de criar condições para que os
clientes bancários possam contratar créditos à habitação compatíveis com o seu nível médio de
rendimento auferido, o BNA julgou necessário a criação de condições para o desenvolvimento e
6
Taxas de Juros no final do período.
Até Dezembro de 2022, o sector bancário registou um total de 193 processos de créditos ao abrigo
do Aviso n.º 09/2022, de 06 de Abril, dos quais 48 encontravam-se em análise (24,87%), 33
aprovados (17,10%), 70 recusados (36,27%) e 42 créditos efectivos desembolsados (21,76%), no
montante de 2,74 mil milhões de kwanzas.
21,88%
36,46%
24,48%
17,19%
Fonte: BNA
C r é d i to a o S e c t o r R e a l d a E c o n o m i a
No domínio do fomento de crédito ao Sector Real da Economia, o BNA publicou o Aviso n.º 10/2022,
de 06 de Abril, sobre a Concessão de Crédito ao Sector Real da Economia, que estipula aos bancos
comerciais até 31 de Dezembro de cada ano civil, para cumprir com os limites estabelecidos do
montante mínimo a conceder, ou seja, 2,5% do activo líquido dos bancos reportado no ano anterior.
Para este, concorrem o capital em divida de créditos concedidos ao abrigo dos Avisos de fomento
ao sector real que antecederam, bem como o número mínimo de novos créditos a conceder,
conforme o valor do seu activo líquido a 31 de Dezembro do ano anterior.
Fonte: BNA
À nível das empresas, observou-se que as mais beneficiadas foram as de grande dimensão com
410,68 mil milhões de kwanzas desembolsados (55,94%), seguidas das médias empresas com
239,11 mil milhões de kwanzas (32,57%) e das pequenas e microempresas com 83,25 mil milhões
de kwanzas (11,34%) e 1,14 mil milhões de kwanzas (0,16%), respectivamente, até ao final de
2022, no âmbito do Aviso n.º 10/2022, de 06 de Abril e dos que antecederam. A supremacia das
grandes empresas, em termos de montante e número de projectos, pode reflectir o nível de risco e
a dimensão dos projectos apresentados por estas.
30,00%
5,58%
19,42%
45,00%
Fonte: BNA
Relativamente à distribuição geográfica dos projectos financiados ao abrigo do Aviso n.º 10/2022,
de 06 de Abril, Luanda concentra 39,81% do montante total. Estes projectos possibilitaram a
criação de um total de 46 226 novos postos de trabalho na província, aumento de 23 458 posto de
5. Preços
Fonte: INE
O gráfico abaixo ilustra claramente que a trajectória da inflação cheia em Angola tem sido
maioritariamente conduzida pelo comportamento dos bens alimentares. De referir ainda que, a
correlação simples entre ambas as séries no período de 2017 a 2022, foi positiva e expressiva,
fixando-se em cerca de 88%.
Fonte: INE
No domínio das províncias, o abrandamento do nível de inflação foi homogéneo, entretanto, onze
províncias registaram inflação acima da média nacional, com realce para o Zaire e o Cuanza Sul.
Portanto, a desaceleração dos preços da classe Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas, em
particular, os bens alimentares foi a principal responsável pelos níveis de inflação mais baixos em
todas as províncias. As maiores desacelerações dos preços dos alimentos foram registadas nas
províncias de Luanda (-26,06 pp), Lunda Sul (-24,29 pp) e Bengo (-22,03 pp).
Fonte: INE
A tendência de desaceleração dos preços dos bens foi impulsionada principalmente pela
diminuição da variação e contribuição da subcategoria bens alimentares.
A outra categoria de desagregação do IPCN é os serviços, que no ano de 2022, também registou
abrandamento no ritmo da variação do índice em torno dos 4,26 pp, a atingir 8,92%, o menor nível
em oito anos, justificado, sobretudo, pela queda da contribuição dos serviços relacionados com
salão de cabeleireiro e outros estabelecimentos de cuidados pessoais e restaurantes, cafés e
similares (incluindo catering).
Na esfera das medidas de núcleo de inflação (inflação subjacente) em uso no BNA, salientar a
desaceleração da variação anual do núcleo de inflação que exclui os produtos administrados e
voláteis, que se fixou em 13,99%, abaixo do ano passado (-13,70 pp), respondendo por 72% da
inflação cheia.
Tabela 10: Contribuição e Variação das Componentes do IPCN
Contribuição no
Variação Anual (%)
Núcleo de Inflação
Período
Núcleo de
IPCN Alimentos Outros
Inflação
2021 27,03 27,69 17,13 10,56
Fonte: BNA/IN
6. Mercado Cambial
2022 foi um ano de consolidação do regime cambial flexível sobre monitoramento do BNA. Assim,
no período em análise, o BNA disponibilizou divisas ao mercado num montante total de 1,17 mil
milhão de dólares norte-americanos, superior em 71,51% ao disponibilizado em 2021 (679,73
milhões de dólares norte-americanos). De salientar que a intervenção do BNA no mercado cambial
foi com objectivo de minimizar a volatilidade da taxa de câmbio advinda primeiramente do excesso
da oferta e, posteriormente, da redução drástica da oferta em moeda estrangeira
Por outro lado, os bancos comerciais para além das compras feitas ao BNA, compraram ao mercado
um total 11,06 mil milhões de dólares norte-americanos (50,20% superior às compras de 2021), dos
quais 5,29 mil milhões colocados pelo Tesouro Nacional, 4,65 mil milhões pelo Sector Petrolífero e
1,13 mil milhões pelo Sector Diamantífero. Assim, em 2022, as compras dos bancos comerciais (ao
BNA e outras compras) totalizaram 12,22 mil milhões de dólares norte-americanos.
Fonte: BNA
Com este nível de oferta, a taxa de câmbio do kwanza face ao dólar norte-americano no mercado
formal fechou o ano de 2022 com uma cotação de USD/AOA 503,691 contra os USD/AOA 554,981
verificado em Dezembro de 2021, o que representou uma apreciação de 10,18% do kwanza face ao
dólar norte-americano.
Nas casas de câmbio, o kwanza teve o mesmo movimento, apreciou-se no final do ano de 2022 em
relação ao período homólogo em 17,21%, passando de USD/AOA 616,019 em Dezembro de 2021
para os USD/AOA 525,573 em Dezembro de 2022.
Fonte: BNA
7. Sector Externo
As contas externas do País reflectiram os efeitos da economia internacional marcado por riscos e
incertezas de vária ordem, que resultaram num aumento dos preços de petróleo, principal bem de
exportação do País.
C o n t a C o rr e n t e
A Conta Corrente da Balança de Pagamentos registou um incremento ao passar de um superavit
de 8,40 mil milhões de dólares norte-americanos em 2021 para um superavit de 11,78 mil milhões
de dólares norte-americanos no período em referência. Deste modo, a Conta Corrente, em 2022,
correspondeu a 11,38% do PIB, contra o 11,71% do PIB observado em 2021.
O aumento do superavit da Conta Corrente em 40,19% reflectiu, fundamentalmente, o
desempenho positivo da Conta de Bens, cujo saldo superavitário atingiu o montante de 32,77 mil
milhões de dólares norte-americanos, contra os 21,79 mil milhões de dólares norte-americanos
registados em 2021. O desempenho favorável desta conta deveu-se, essencialmente, ao aumento
das receitas de exportação do petróleo bruto, impulsionado tanto pela recuperação do preço das
ramas de petróleo angolano em 43,95% para uma média anual de 101,78 USD/barril, como pelo
volume exportado que aumentou em 0,42% para 395,70 milhões de barris.
Quanto às Contas de Serviços e de Rendimentos Primários e Rendimentos Secundários (que inclui
doações, remessas e outras transferências), estas registaram um agravamento dos seus saldos
deficitários na ordem de 61,02%, 50,35% e 69,71%, respectivamente.
No que tange às importações, o valor das mesmas aumentou em 46,40% no período em análise,
cerca de 5,47 mil milhões de dólares norte-americanos, ao passar de 11,79 mil milhões de dólares
norte-americanos em 2021 para 17,27 mil milhões de dólares norte-americanos no ano em
referência, com realce para o aumento do valor das importações de combustíveis (+2,11 mil milhões
de dólares norte-americanos), bens alimentares (+827,97 milhões de dólares norte-americanos) e
veículos (+588,50 milhões de dólares norte-americanos).
Milhões de Dólares
Categoria de Produtos T.V.H. (%)
2021 2022*
Combustível 1 914,00 4 028,16 110,46
Máquinas, aparelhos mecânicos e eléctricos 2 827,69 3 348,92 18,43
Bens alimentar es 2 061,67 2 889,64 40,16
Produtos químicos 1 000,85 1 523,47 52,22
Veículos 815,52 1 404,02 72,16
Material de construção 903,35 1 143,76 26,61
Plásticos, borrachas, pele e couros 555,08 748,69 34,88
Obras diversas 594,63 725,20 21,96
Texteis e vestuár io 457,91 521,40 13,87
Papel ou cartão e suas obras 334,50 492,02 47,09
Aer onaves e embar cações 100,85 148,93 47,68
Outros produtos 79,63 130,45 63,83
Bebidas e vinagre 84,53 99,34 17,52
Madeira, cortiça 49,49 41,03 -17,09
Produtos minerais 15,16 22,29 47,01
Total 11 794,85 17 267,32 46,40
Portugal com 1,89 mil milhões de dólares norte-americanos (10,95% do valor total) ocupou a
segunda posição, destacando-se a importação de máquinas, aparelhos mecânicos e eléctricos,
bens alimentares e produtos químicos com um peso de 32,00%, 14,15% e 11,77%,
respectivamente.
A República da Coreia, o país que sucede a Portugal, com 1,66 mil milhões de dólares norte-
americanos, representa 9,61% do total importado em 2022. Dentre os bens importados deste país,
o destaque vai para a importação de combustíveis, plásticos, borrachas, pele e couros, e máquinas,
aparelhos mecânicos e eléctricos, com um peso de 92,30%, 2,74% e 2,66%, respectivamente.
Esta recuperação das importações, especialmente das destacadas, pode ser reflexo do reanimar
da actividade económica, especialmente do sector não petrolífero.
A recuperação das importações, especialmente as destacadas acima, pode ser reflexo do reanimar
da actividade económica, especialmente do sector não petrolífero.
De realçar que o IDE mantém uma forte relação com o desempenho do sector petrolífero, na medida
em que os fluxos de entrada deste dependem, fundamentalmente, da execução de projectos
ligados, maioritariamente, a este sector e os fluxos de saídas intrinsecamente ligados à
recuperação do investimento realizado no mesmo sector.
A recuperação de capitais pelo sector petrolífero segundo os dados preliminares situou-se em 13,02
mil milhões de dólares norte-americanos no ano de 2022, contra os 10,88 mil milhões de dólares
norte-americanos em 2021, um incremento de 19,62%.
No que concerne ao endividamento externo público, os dados preliminares apontam para o registo
de uma redução dos desembolsos em 1,30 mil milhões de dólares norte-americanos, ao passar de
9,52 mil milhões de dólares norte-americanos em 2021 para 8,22 mil milhões de dólares norte-
americanos em 2022, enquanto a amortização da dívida externa passou de 8,18 mil milhões de
dólares norte-americanos em 2021 para 7,00 mil milhões de dólares norte-americanos no período
em análise. Assim, o fluxo líquido relacionado com a dívida externa resultou num saldo positivo de
1,21 mil milhões de dólares norte-americanos em 2022, contra o saldo igualmente positivo de 1,34
mil milhões de dólares norte-americanos em 2021.
A Conta Capital tem apresentado valores residuais ao longo dos anos, sendo o saldo da Conta
Capital e Financeira determinado, fundamentalmente, pela Conta Financeira.
Para melhor enquadramento da gestão das Reservas Internacionais, no terceiro Trimestre de 2022,
foi aprovado o Despacho n.º 75/2022, de 19 de Julho – Linhas Mestras de Investimento, Política
de Investimentos, onde é definido o processo de gestão de reservas que se baseia em três pilares
fundamentais nomeadamente: (i) Preservação de Capital, (ii) Garantir Liquidez e (iii) Rentabilidade.
No âmbito da prossecução desses objectivos, a gestão de reservas deverá ter em consideração a
liquidez necessária para fazer face aos compromissos do Estado angolano e do BNA, bem como a
maximização da rentabilidade, com base na tolerância ao risco definida e na alteração de um perfil
conservador para moderado.
Neste contexto, destacam-se os seguintes objectivos da política de investimento para a Gestão
das Reservas Internacionais:
i. Promover a diversificação da carteira de investimento, em observação dos princípios de
gestão das Reservas Internacionais;
ii. Definir os limites por tipo de instrumentos financeiros e por exposição aos riscos da
carteira;
iii. Definir o benchmark de rentabilidade para a carteira de activos sobre gestão e os limites
de flutuação face à carteira de referência definida (stop-loss);
iv. Reestruturar e reduzir a exposição aos gestores externos e o número de sociedades
gestoras;
v. Ajustar o número de correspondentes de depósitos de acordo com o definido nas linhas
mestres e pelo modelo de avaliação de contrapartes;
vi. Definir as competências de aprovação.
Fonte: BNA
Todavia, o Banco continuou com a estratégia moderada nos seus investimentos, com foco na
manutenção de um elevado nível de liquidez da carteira, em concordância com as recomendações
dos organismos internacionais, particularmente do Banco Mundial. No período em análise, o Banco
Nacional de Angola procedeu ao aumento da exposição de recursos financeiros em operações
financeiras de títulos supranacionais, ao aumento da exposição de recursos financeiros em
operações financeiras de títulos supranacionais, particularmente nos emitidos pelo Banco Mundial,
Canada e Zona Euro cujo peso situou-se em 45,61% face aos 21,03% de 2021 do total das Reservas
Internacionais.
Relativamente à exposição por moedas, destaca-se a moeda dos Estados Unidos da América na
carteira de investimentos, no final de 2022, as operações supracitadas correspondiam a 78,68%
das Reservas Internacionais, comparativamente aos 73,30% apurados no final de 2021. Na base
desta situação, está o nível de retorno e de liquidez destes instrumentos comparativamente às suas
principais congéneres mundiais, complementada pelas delimitações determinadas nos documentos
basilares de gestão de Reservas Internacionais.
Em 2022, os investimentos realizados na classe de instrumentos de mercado monetário e de renda
fixa denominadas na moeda dólar norte-americano proporcionaram taxas de retorno acima do
registado pelas principais divisas internacionais.
Outrossim, no final de 2022 a proporção dos activos financeiros denominados nas moedas yuan e
libra esterlina representavam 6,40% e 7,02% das Reservas Internacionais, respectivamente. Esta
situação revela uma ligeira alteração face à configuração apurada no final de 2021, na qual as
moedas libra esterlina e euro representavam 14,12% e 9,94%, respectivamente, do total da
carteira.
Complementarmente, as operações financeiras que compõem as Reservas Internacionais
encontram-se distribuídos em tranches, nomeadamente, Tranche de Liquidez (TL) com uma
maturidade até 1 mês, a Tranche de Transição (TT) com maturidade até 12 meses e a Tranche de
Investimento (TI) com a maturidade até 3 anos. No final de 2022, a TL configurava cerca 7,63% da
carteira de investimentos, enquanto a TT compunha 34,70% do total. No mesmo sentido, o volume
53
IV
RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022
IV. DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA FINANCEIRO
6. Conduta de Mercado
8. Inclusão Financeira
No âmbito do exercício das suas competências enquanto autoridade macroprudencial, com vista
ao reforço da mitigação do risco sistémico e manutenção da estabilidade do sistema financeiro
nacional, nos termos do Lei n.º 14/21, de 19 de Maio - Lei do Regime Geral das Instituições
Financeiras, o Comité de Estabilidade Financeira (CEF), em conformidade com o seu regulamento,
realizou quatro reuniões ordinárias. Nas referidas reuniões foram analisados riscos e
vulnerabilidades que promovem instabilidade financeira, ao nível da conjuntura macroeconómica,
sector externo, mercado monetário, sistema de pagamentos e sistema financeiro, tendo deliberado
sobre directrizes estratégicas e tomada de decisões, com vista à condução da política
macroprudencial e mecanismos de prevenção e resolução de crises financeiras.
7
Supervisory Review and Evaluation Process - SREP
C o m p o s i ç ã o d o S i s t e m a Ba n c á r i o
No período em análise, o sector bancário encerrou o ano com 23 instituições financeiras bancárias,
distribuídas em todo o território nacional através de 1 478 balcões e 366 agentes bancários, cujo
funcionamento foi assegurado por 14 850 colaboradores. Junto das referidas instituições, existem
cerca de 18 milhões de contas bancárias abertas. De referir que, do total das instituições bancárias,
seis bancos detêm 68% da quota de mercado.
Fonte: BNA
Fonte: BNA
Fonte: BNA
8
Crédito com atraso superior a 90 (noventa) dias.
Fonte: BNA
No final de 2022, o sector bancário registou resultados positivos num montante de 470,77 mil milhões
de kwanzas, uma diminuição de cerca de 1,35% face ao período homólogo de 2021, devido,
fundamentalmente, ao aumento dos custos administrativos e de comercialização (custos com pessoal).
Fonte: BNA
Fonte: BNA
Com a entrada em vigor do Aviso n.º 8/2021, de 5 de Julho sobre Requisitos para Fins Prudenciais,
observou-se um crescimento significativo de 4,17 pp do rácio de Fundos Próprios Regulamentares,
com destaque para o reforço de capital por parte dos bancos e simultaneamente maior
conservadorismo no cálculo dos requisitos de fundos próprios totais. Assim, no final de 2022, o
rácio de fundos próprios situou-se em 28,41%, evidenciando maior resiliência do sector bancário
face aos riscos inerentes à actividade bancária e não só, com um nível de adequação de capital
acima do limite mínimo regulamentar.
Fonte: BNA
A estrutura do sector financeiro não bancário, no final do exercício económico de 2022, era
composta por um total de 75 instituições autorizadas, das quais 66 em funcionamento, 2 fundos
e 1 empresa interbancária de serviços, todas sob a supervisão do Banco Nacional de Angola,
nomeadamente:
i. 34 casas de câmbio;
ii. 16 sociedades prestadoras de serviços de pagamento, sendo que destas, sete já prestam
serviços de pagamentos móveis e duas delas por iniciar actividade;
iii. 1 operadora de infraestruturas do sistema de pagamento;
iv. 20 sociedades de microcrédito, destas 1 por iniciar actividade;
v. uma sociedade cooperativa de crédito;
vi. 2 fundos, designadamente, o Fundo de Garantia de Crédito (FGC) e o Fundo de Apoio ao
Desenvolvimento Agrário (FADA);
vii. 1 Empresa Interbancária de Serviços (EMIS).
C asas de C âmbio
Face à conjuntura que se tem verificado no decorrer dos últimos quatro anos, as casas de câmbio
têm vindo a registar decréscimos sucessivos nas operações de compra e venda de moeda
estrangeira, tendo, em 2022, atingido o valor mais baixo dos últimos anos, resultante do processo
de liberalização do mercado cambial.
Fonte: BNA
No final de 2022, o activo das casas de câmbio registou um aumento de 814,00 milhões de kwanzas,
isto é, um incremento de 10,37% face ao período homólogo de 2021, fixando-se num montante de
8,7 mil milhões de kwanzas. Este aumento foi motivado, essencialmente, pelo incremento do
montante da rubrica Outros Valores em 1,57 mil milhões de kwanzas (85,39%), que representa um
peso de 39,27% do total do activo.
Quanto ao passivo, este registou um montante de 6,19 mil milhões de kwanzas, representando um
aumento de 4,70% em relação ao período homólogo de 2021. Este aumento deveu-se ao
incremento da rubrica outras obrigações, que aumentou em 637,10 milhões de kwanzas, sendo que
esta representa um peso de 68,96%. As restantes rubricas, nomeadamente, obrigações no sistema
de pagamentos e outras captações, com um peso de 22,63% e 8,40%, respectivamente, registaram
uma redução em relação ao período homólogo de 7,65% e 31,47%, respectivamente.
Quanto aos resultados, em 2022, as casas de câmbio voltaram a obter resultados negativos, tendo
atingido 363,70 milhões de kwanzas, mas houve uma recuperação em relação o período homólogo,
cujo valor negativo situou-se em 709,95 milhões de kwanzas.
15% 13%
13%
36%
15%
43% 36% 36%
Disponibilidades
43% Aplicações de liquidez
Títulos e valores mobiliários
23% Instrumentos financeiros derivados
Créditos no sistema de pagamentos 1%
23% Operações cambiais 39%
0% Outros valores 1%
39% 39%
Imobilizações
20% 0% 12%
20%
Disponibilidades 12%
Aplicações de liquidez
Títulos e valores mobiliários
Instrumentos financeiros derivados
Créditos no sistema de pagamentos
Operaçõ es cambiais
Outros valores
Imobilizaçõ es
Outras captações
Adiantamentos de clientes
Outras obrigações
Fonte: BNA
Por sua vez, o volume de remessas recebidas do exterior do País atingiu o montante de 4,11 milhões
de dólares norte-americanos, representando um decréscimo de 69,82% face ao período homólogo,
sendo Portugal o principal país de procedência com uma representatividade de 25,15%, seguido
dos Estados Unidos da América, França, Reino Unido e Brasil com um peso de 17,13%, 11,16%,
8,44% e 6,38%, respectivamente. A queda das remessas recebidas pode ser explicada também
pelo regresso à normalidade depois do levantamento das medidas para combater o coronavírus, o
que permitiu maior actividade económica, diminuindo assim a dependência das famílias no País da
assistência financeira vindo da diáspora.
Fonte: BNA
2% 5% 1% 10%
2%
8%
4%
1%
81% 84%
Dispo nibilidades
Aplicações de liquidez
Títulos e valores mobiliários
Instrumentos financeiros derivados
Créditos no sistema de pagamentos
Operações cambiais
Outros valores
Imobilizações
0%
17% 13% 0%
0%
19%
0%
68%
83%
Fonte: BNA
Fonte: BNA
Fonte: BNA
7% 8% Disponibilidades 8% 15%
15% 11%
27% Aplicações de 0%
4% liquidez
19%
Títulos e valores
mobiliários
3%
39% Créditos 44%
Créditos no Sistema
de Pagamento
Fonte: BNA
O passivo total das sociedades de microcrédito cifrou-se em 17,28 mil milhões de kwanzas, tendo
diminuído em 2,23 mil milhões de kwanzas, ou seja, menos 11,45% face a 2021. Este decréscimo
deveu-se, particularmente, à diminuição da rubrica outras obrigações, em cerca de 3,38 mil milhões
de kwanzas, representando 16,48% do passivo total.
Fonte: BNA
Fonte: BNA
6. Conduta de Mercado
O Banco Nacional de Angola incidiu a sua acção, no ano de 2022, naquilo que tem sido a sua
actuação no domínio da supervisão da conduta do mercado financeiro, no que se refere à (i)
avaliação da conformidade de minutas de contratos de produtos e serviços financeiros e de
campanhas publicitárias, (ii) realização de acções de inspecção, (iii) gestão e tratamento de
reclamações, pedidos de esclarecimentos e denúncias apresentadas pelos consumidores de
produtos e serviços financeiros, bem como, na (iv) monitorização do cumprimento das normas de
prevenção ao branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo.
N ú m e r o s d e P r o c e s s o s d e P ro d u t o s e S e r v i ç o s
No período em referência, o volume de processos avaliados pelo BNA referente aos produtos,
serviços e campanhas publicitárias registou um aumento de 28,14% em relação ao ano de 2021.
Relativamente aos produtos e serviços financeiros remetidos para apreciação e validação, registou-
se um total 134 processos, representando um aumento de 16,52% face ao ano de 2021. Quanto à
I nspecções
As inspecções On-Site são caracterizadas pela presença dos inspectores do BNA nas sedes e
agências das instituições financeiras e podem assumir duas tipologias, as inspecções on site
credenciadas e não credenciadas “cliente mistério”. Relativamente ao período em análise,
verificou-se uma variação negativa de 38,36% em relação ao período homólogo de 2021, as
restrições inerentes ao combate e prevenção da propagação da COVID-19, inviabilizaram a
realização de inspecções On-Site cliente mistério a nível nacional.
Deste modo, no ano 2022, foram efectuadas um total de 368 inspecções on site, com o objectivo
de aferir: (i) as margens cambiais na comercialização de divisas; (ii) as comissões praticadas no
carregamento e utilização de cartões de bandeira internacional; (iii) as reclamações apresentadas
pelos consumidores; (iv) os valores das comissões cobradas nas operações bancárias; (v) os prazos
de execução de transferências de valores em moedas nacional e estrangeira e (vi) a isenção de
cobranças de comissões no âmbito dos serviços mínimos bancários.
As inspecções off site são efectuadas à distância, sem a deslocação dos inspectores do BNA às
instituições financeiras supervisionadas, verificando a informação disponível nas suas páginas de
internet, e a informação reportada ao BNA, sendo que o foco incide sobre: (i) o preçário (tabelas de
clientes particulares e outros clientes), (ii) os tarifários de cartões de pagamento, (iii) o número de
clientes activos das instituições financeiras bancárias, (iv) as fichas técnicas informativas dos
depósitos e créditos, (v) as condições gerais de utilização dos cartões de pagamento e (vi) o
acompanhamento do pleno funcionamento das caixas automáticas a nível nacional.
Em 2022, foram realizadas um total de 185 acções de inspecção off-site em todas as instituições
financeiras bancárias, representando uma variação positiva de 5,14% face ao ano transacto.
G est ão de R eclamações
A análise das reclamações não constitui apenas um barómetro para aferição do cumprimento das
normas em vigor por parte das instituições supervisionadas, mas também como um veículo de
consulta para mensuração de indicadores de importância relevante para as actividades de
supervisão da conduta do mercado financeiro, sendo que estas englobam as reclamações
apresentadas junto das instituições financeiras e reportadas ao BNA, assim como aquelas
submetidas pelos consumidores de produtos e serviços financeiros directamente para análise do
supervisor.
R e c l a m a ç õ e s p o r T i p o l o g i a d e Ba n c o s
As instituições financeiras mais reclamadas no ano de 2022 por tipologia não sofreu qualquer
alteração, liderada pelos bancos privados nacionais com um registo de 20 689 processos, seguidos
dos bancos públicos com 3 564 processos e os bancos privados estrangeiros com 1 842 processos.
P ro d u t o o u s e rv i ç o re c l a m a d o
Em 2022, constatou-se uma excessiva concentração das reclamações em cinco matérias,
representando 80,39% do total de reclamações apresentadas (20 979 reclamações), conforme
descrito abaixo:
i. cartões de pagamento: 5 949 processos de reclamação, o que equivale a 22,80% das
reclamações, mas registou-se uma diminuição de 32,00% face ao ano de 2021 com 8 749
reclamações;
ii. contas de depósitos: 5 647 processos de reclamação, o que equivale a 21,64% do total de
reclamações e corresponde a um aumento na ordem dos 42,31% face a 2021 com 3 968
reclamações;
iii. caixa automático e terminal de pagamento automático: 5 318 processos de reclamação, o
que representa 20,38% das reclamações e corresponde a uma diminuição de 12,75% face
ao apurado no período homólogo de 2021 com 6 095 reclamações;
iv. internet e mobile banking: 2 148 reclamações, o que representa 8,23% do total de
reclamações, o que corresponde a uma diminuição de 25,34% face ao observado no período
homólogo que registou 2 877 reclamações;
v. Os créditos: 1 917 processos de reclamação, o que equivale a 7,35% do total de
reclamações, uma diminuição face ao período homóloga de 2021 na ordem dos 24,88% em
que se registou 2 552 processos de reclamação.
Via Instituições
Matérias
2021 2022 Variação
Contas de Depósitos 3 968 5 647 42,31%
Crédito 2 552 1 917 -24,88%
Cartões 8 749 5 949 -32,00%
Serviços à distância
Máquinas de ATM/TPA 6 095 5 318 -12,75%
Internet e Mobile Banking 2 877 2 148 -25,34%
Cheques 60 46 -23,33%
Transferências 1 603 945 -41,05%
Operações cambiais 134 108 -19,40%
Cobranças 96 26 -72,92%
Prestação de serviços 1 339 2 409 79,91%
Operações com o estrangeiro 587 685 16,70%
Outras matérias 1 800 897 -50,17%
Total 29 860 26 095 -12,61%
O quadro acima ilustra claramente uma relativa diminuição do número de reclamações, o que
indicia um crescente nível de literacia dos consumidores de produtos e serviços financeiros e
melhoria dos serviços bancários.
O BNA foi convidado a participar nas plenárias de simulação do Grupo de Accão Financeira
Internacional (GAFI) e reuniões de alinhamento com as autoridades competentes onde estiveram
presentes avaliadores experientes a nível de África, bem como participantes de outras instituições
sob coordenação da Unidade de Informação Financeira angolana (UIF).
Por outro lado, foram realizadas entrevistas às instituições financeiras sob a supervisão do BNA,
nomeadamente, bancos de matriz nacional e estrangeiras, casas de câmbio, sociedades de
remessa, sociedades prestadoras de pagamentos de serviços móveis.
No que diz respeito ao sector das instituições financeiras não bancárias, em 2022, as acções de
supervisão off-site tiveram como foco o acompanhamento do cumprimento da legislação e
regulamentação em vigor em sede de BC/FT/P, foram recepcionados e efectuadas análises dos
manuais de políticas, processos e procedimentos internos disponibilizados pelas IFNB, com vista a
avaliar a sua conformidade com a nova legislação e regulamentação em sede de prevenção do
BC/FT/P.
Relativamente às acções de inspecções on-site, deu-se início ao ciclo de inspecções com base na
execução do plano de supervisão, numa abordagem baseada no risco, as inspecções tiveram como
8. Inclusão Financeira
Fonte: BNA
C o n t a s B a n c á r i a s Si m p l i f i c a d a s
Até ao final de 2022 estavam abertas 1 443 711 contas bancárias simplificadas10, das quais 1 384
146 Bankita, 48 772 simplificadas para fins pessoais e 10 793 para fins comerciais, proporcionando
um aumento do acesso da população ao sistema financeiro, em linha com os desígnios do objectivo
estratégico do BNA.
9
FinScope Consumer é uma pesquisa de probabilidade com foco no usuário final (individual ou doméstico) de serviços e produtos financeiros. A
FinScope Consumer Survey destina-se exclusivamente a aumentar a compreensão do mercado informal de produtos/serviços financeiros.
10
As contas simplificadas incluem as contas Bankita, as contas Bankita, um produto desenvolvido em pelo BNA em 2011 e comercializado pelos
bancos comerciais com requisitos simplificados de acesso, dirigido a população de baixa renda.
Fonte: BNA
77
V
RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022
V. SISTEMAS DE PAGAMENTOS E OUTRAS
INFRAESTRUTURAS E MERCADOS
FINANCEIROS
1. Sistema de Pagamentos
2. Superintendência do SPA
4. Regulamentação
5. Perspectivas
Fonte: BNA
Notas:
SPTR – Sistema de Pagamentos em Tempo Real
SIGMA – Sistema de Gestão de Mercados e Activos
CEVAMA – Central de Valores Mobiliários de Angola
MCX – Sistema Multicaixa
STC – Sistema de Transferências a Crédito
SCC – Sistema de Compensação de Cheques
SDD – Sistema de Débitos Directos
STI – Sistema de Transferências Instantâneas
CCAA – Câmara de Compensação Automatizada de Angola
No que diz respeito ao processamento no SPA, foram efectuadas, no período em análise, cerca de
1 219 milhões de operações, no montante de 119,99 biliões de kwanzas. As operações do sistema
Multicaixa (MCX), representaram cerca de 98,11% do total de operações processadas e
aumentaram em 14,46% em relação ao período homólogo de 2021.
SPTR 250 786 237 336 276 676 332 141 20,05%
SCC 131 443 73 211 45 013 22 574 -49,85%
STC 11 480 368 14 034 376 18 727 395 22 639 555 20,89%
MCX 598 278 419 769 099 127 1 044 578 514 1 195 605 316 14,46%
Total 610 141 016 783 444 050 1 063 627 598 1 218 599 586 14,57%
Montante (em mil milhões de Kwanzas)
SPTR 37 414 549 67 634 960 66 593 152 87 480 344 31,37%
SCC 549 295 374 291 256 634 142 660 -44,41%
STC 5 507 455 6 700 107 8 674 252 11 594 019 33,66%
MCX 7 823 729 11 335 437 17 008 803 20 782 678 22,19%
Total 51 295 028 86 044 795 92 532 841 119 999 701 29,68%
Fonte: BNA
Fonte: BNA
Funcionament o do S P TR
O Sistema de Pagamentos em Tempo Real é caracterizado como um sistema de pagamentos de
montantes elevados e urgentes, operado pelo Banco Nacional de Angola e liquida todas as
operações interbancárias em moeda nacional, incluindo as operações de valores mobiliários
provenientes do SIGMA e da CEVAMA, saldos de compensação dos sistemas de retalho,
nomeadamente MCX, STC, SCC, SDD e STI, transferências entre bancos, transferências ordenadas
por clientes bancários, operações de depósitos e levantamentos junto do Banco Nacional de
Angola, operações de compra e moeda estrangeira, operações de facilidades de liquidez e outras
operações, portanto é o sistema central do sistema financeiro angolano.
Fonte: BNA
Notas:
Comp. –Saldos de compensação dos sistemas de retalho (MCX, STC, SCC e SDD) e da CEVAMA
Clientes – Transferências ordenadas por clientes bancários, com recurso a MT102 e MT103
FX – Operações cambiais (compra e venda de moeda estrangeira)
Lev/Dep – Operações de tesouraria dos participantes (levantamentos e depósitos junto do BNA)
SIGMA – Sistema Integrado de Gestão de Mercados e Activos (Operações de títulos)
Intrad. – Facilidade disponibilizada pelo BNA, sem colateral, aos participantes com insuficiência de fundos
Interb. – Transferências entre participantes com recurso a MT202 e cedência de liquidez interbancária no MMI
Garantias – Operações de movimentação de garantias para liquidação dos saldos de compensação
Outros – Operações de tarifário e outras operações não identificadas nos grupos acima.
Em termos de operações processadas, em 2022, o SPTR liquidou mais de 332 mil operações no
montante de 87,48 biliões de kwanzas, representando um aumento de 20,05% em termos de
número de transacções em relação ao ano anterior. Por sua vez, igualmente, os montantes
transaccionados registaram um aumento de 31,37% face ao ano anterior, devido, essencialmente,
ao aumento das operações do SIGMA e do Mercado Monetário Interbancário (MMI).
2. Superintendência do SPA
A superintendência do SPA constitui uma função essencial reservada aos bancos centrais e
destina-se a assegurar o bom funcionamento das IMF, zelando pelo cumprimento dos objectivos de
interesse público definidos pela Lei n.º 40/20, de 16 de Dezembro – Lei do SPA, com vista à
A c ç õ e s d e S u p e ri n t e n d ê n c i a
Em 2022, foram realizadas várias acções de superintendência do SPA, com destaque para as
seguintes:
ü Monitoramento e análise do funcionamento das IMF do SPA e da SADC e instrumentos
de pagamento, nomeadamente cheques, transferências, cartões, remessas de valores
e pagamentos instantâneos;
ü Monitoramento do plano de contingência do SPTR, SIGMA, CCAA e MCX, devido ao
isolamento social provocado pela pandemia de COVID-19;
ü Monitoramento do cumprimento do Aviso n.º 06/17, de 10 de Julho, sobre Níveis de
Serviço da Rede Multicaixa, circular n.º 003/CE-P/2019, sobre Prazos de Migração do
Cartão Multicaixa para norma EMV, directiva n.º 002/DSP/DRO, de 11 de Abril sobre
Prazo de Validade dos Cartões, conjugada com a Circular n.º 001/DSP/DRO/2019,
ü Avaliação do SPTR, SIGMA e CCAA face ao cumprimento e observância dos PIMF e
recomendações do CPMI-IOSCO;
ü Realização de workshop sobre Política de Superintendência para os operadores das IMF
do SPA;
ü Elaboração e publicação de vários normativos, com destaque para os Avisos sobre
prestação de serviços de pagamento, regulamentação das IMF e arranjos de
pagamento;
ü Participação nas reuniões do Comité de Superintendência da SADC (SADC-PSOC);
ü Discussão de cenários de integração das IMF angolanas e namibianas com o Banco da
Namíbia e a Namclear;
ü Discussão com o Presidente do Subcomité de Pagamentos da SADC e o operador da
SADC-RTGS sobre a participação do BNA e a entrada do kwanza como moeda de
liquidação no referido sistema.
LI S P A
O Banco Nacional de Angola (BNA), em parceria com o Ministério do Ensino Superior, Ciência,
Tecnologia e Inovação (MESCTI) implementou, em Outubro de 2019, o Laboratório de Inovação do
Sistema de Pagamentos de Angola (LISPA), com o objectivo de proporcionar um ambiente adequado
para o desenvolvimento das fintechs, bem como aumentar a inclusão financeira e a oferta de
serviços financeiros inovadores em diversos sectores da economia, como fintech, agrotech,
healthtech, mobilidade e outros.
O LISPA conta com quatro programas de apoio às áreas de inovação, FinTech e InsurTech,
designadamente Incubadora Fintech, Sandbox Regulatória, LISPA Boost e LISPA Jumpstart.
Desde a sua criação, o LISPA teve impacto em mais de 115 projectos de start-ups e 480
empreendedores, tendo gerado 197 postos de trabalho.
Fonte: https://lispa.ao/
Fonte: BNA
BENEFÍCIOS
Comodidade
Rapidez Participação de
Efectuar Aumento da
Execução e instituições
pagamentos em inclusão
disponibilização financeiras
qualquer lugar, financeira da
de fundos em 10 bancárias e não
em qualquer dia e população
segundos bancárias
horário
S P TR 2 4/ 7
O SPTR 24/7 foi implementado com a finalidade de proporcionar um ambiente de alta
disponibilidade, maior rapidez na execução e disponibilização de fundos, bem como acomodar o
Sistema de Transferências Instantâneas (STI), de forma a permitir a liquidação das operações,
principalmente as de retalho, em períodos não úteis.
Deste modo, foi implementada a primeira fase, em 01 de Outubro de 2022, com a liquidação dos
saldos de compensação do sistema Multicaixa aos finais de semana e feriados e perspectiva-se a
implementação da segunda fase em Maio de 2023, com a liquidação dos saldos de compensação
do STC, SCC e SDD.
Fonte: BNA
4. Regulamentação
ix. Instrutivo n.º 14/22, de Dezembro, sobre os prazos de adesão e participação das
Instituições Financeiras emissoras de moeda electrónica no Sistema de
Transferências Instantâneas e no arranjo de pagamento KWiK.
5. Perspectivas
87
VI
RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022
VI. GOVERNANÇA E SERVIÇOS INSTITUCIONAIS
1. Governança
2. Planeamento Estratégico
3. Organização
4. Capital Humano
5. Comunicação e Marca
8. Meio Circulante
9. Educação Financeira
ii. Aprovação dos Regulamentos dos vários órgãos do BNA nomeadamente, Conselho de
Administração (CA), Comité Executivo (CE), Comité de Política Monetária (CPM), Comité
de Estabilidade Financeira (CEF); e Comités de Suporte ao CA - Comité de Remuneração e
Comité de Auditoria (Despachos n.º 13 – 17 /22 e Despacho n.º 22/22, de );
Modelo de Governança
No que respeita ao modelo de governança do BNA, o mesmo é composto por um Conselho de
Administração (CA), um Comité Executivo (CE) e pelos Comités de Política Monetária (CPM) e de
Estabilidade Financeira (CEF).
O CA tem como membros, o Governador (que é o preside), dois Vice-Governadores, dois
Administradores com Funções Executivas e seis Administradores com Funções Não Executivas, é o
órgão colegial responsável pela governação e definição das políticas do Banco Nacional de Angola
e pelo acompanhamento e supervisão (oversight) da actividade de gestão corrente exercida pelo
CE.
O CE, é o órgão responsável pela implementação, funcionamento e gestão das políticas do BNA e
é composto pelo Governador (que é o preside), os dois Vice-Governadores e os dois Administradores
com Funções Executivas.
Figura 5: Modelo de Governança BNA tendo como referência a Lei n.º 24/21 de 18 de Outubro
Fonte: BNA
11
Modelo Supervised - Bancos que têm instituídos dois conselhos, um responsável pelo lado operacional (gestão) do banco e um outro que tem o
papel de supervisionar o banco (governação).
12
Órgão de Oversight – Órgão de Supervisão.
No âmbito da monitorização do Plano Estratégico NZIMBU 2018-2022, definido com base nos
pilares e objectivos estratégicos ilustrados na figura abaixo, as Unidades Organizacionais do BNA
tiveram como referência as Acções Estratégicas com marco temporal de 2022 para a execução dos
seus Planos Anuais de Actividades.
Fonte: BNA
Para o último o ano do ciclo quinquenal do NZIMBU 2018 – 2022, foram definidas 114 entregas de
carácter estratégico enquadradas nos objectivos ilustrados no gráfico abaixo:
Fonte: BNA
Fonte: BNA
Fonte: BNA
3. Organização
Em 2022, procedeu-se à melhor adequação da estrutura orgânica e funcional do BNA, com enfoque
para o seguinte:
i. Criação do Departamento do Museu da Moeda (DMM), resultante da
reestruturação do Departamento de Comunicação e Marca (DCM);
ii. Extinção do Departamento de Controlo Cambial (DCC);
iii. Criação da Delegação Regional Noroeste (Uíge - BRE);
iv. Criação do Departamento de Mercados (DME), resultante da Fusão do
Departamento de Mercado de Activos (DMA) e do Departamento de Gestão de
Reservas (DGR);
v. Alteração da Estrutura Orgânica e Funcional do Departamento de Segurança
Integrada (DSI);
vi. Alteração da Estrutura Orgânica e Funcional do Departamento de Risco e
Complaince (DRC);
Normativos 2022
Organização 48
Nomeações 12
Fim de Comissão 9
Despachos
Projectos 5
Concursos 23
Circulação Monetária 6
Política Monetária e Cambial 6
Avisos Sistema Financeiro 8
Sistema de Pagamentos 5
Política Monetária e Cambial 5
Instrutivos Sistema Financeiro 7
Sistema de Pagamentos 3
Total 137
Fonte: BNA
4. Capital Humano
O Banco Nacional de Angola prima por um quadro de pessoal de excelência que mantenham os
mais elevados padrões éticos no desempenho das suas funções, sendo um dos objectivos
estratégicos o reforço da cultura de missão e competência do capital humano da instituição.
Neste sentido, os valores da instituição visam inspirar os trabalhadores e equipas a crescer e
desenvolver às suas competências, bem como proporcionar um ambiente onde o espírito de equipa
e a capacitação permanente sejam fundamentais para os desafios profissionais e pessoais, de
forma a atrair e reter os melhores talentos, alinhados com os objectivos estratégicos e os valores
definidos no BNA.
No final de 2022, o quadro de pessoal do Banco Nacional de Angola, estava composto por 1 765
trabalhadores, destacando a contratação de 62 novos trabalhadores. Deste total 1 057 são do
género masculino e 708 do género feminino, sendo que 61% do efectivo está com idade
compreendida entre 31-50 anos.
Fonte: BNA
Fonte: BNA
Relativamente à distribuição do efectivo por grau académico, cerca de 46% dos trabalhadores têm
formação equivalente e acima da licenciatura, dos quais 52% são do género masculino e 48% do
género feminino.
Fonte: BNA
A Política de Gestão do Capital Humano, em 2022, pautou pela implementação (i) do Plano Anual
de Formação (PAF) 2022 e (ii) da Política Social. Relativamente à formação, em 2022, foram
realizadas 131 acções formativas, das quais 123 ao abrigo do PAF (executado em 87,23%) e 8 em
formato Ad-hoc.
Tabela 18: Formações em 2023
Acções Acções Nº de
Bloco Descritivo
Aprovadas Realizadas Participações
Institucional 8 4 1080 PAF 2022
Bloco Técnica Geral 4 3 257 PAF 2022
Bloco Técnica de Banca Central 60 68 366 PAF/Cooperação
Bloco Técnica Específica 48 28 472 PAF 2022
Programa de Gestão e Liderança 5 4 112 PAF 2022
Programa de Certificações e Pós-
16 16 67 PAF 2022/ PAAI
Graduações
Total PAF 141 123 2 354
Ad- Hoc 8 338 AD-HOC
Total Geral 131 2 692
Fonte: BNA
No âmbito da Política Social, o BNA continua a pautar pelo bem-estar e qualidade de vida dos seus
trabalhadores, mediante a realização de programas de assistência psicossocial, mantendo um
conjunto de benefícios e acrescentou outros, tais como o day-off de aniversário, a concessão de
empréstimo financeiro para aquisição de habitação, decorrente da aprovação do Despacho n.º
115/22, de 31 de Outubro.
No ano em referência, 13 trabalhadores beneficiaram de empréstimo para habitação na modalidade
de escolha livre e quanto ao fundo social, foram registados 158 beneficiários dos quais 96
trabalhadores activos e 66 reformados.
5. Comunicação e Marca
Além destas acções, o Banco Nacional de Angola, enquanto entidade responsável pela garantia da
estabilidade de preços na economia, de forma a assegurar a preservação do valor da moeda
nacional, promoveu e organizou seis conferências de imprensa para divulgar tempestivamente ao
público em geral as decisões do Comité de Política Monetária e dar a conhecer o comportamento
e perspectivas dos principais indicadores económicos.
Por outro lado, o Banco Nacional de Angola promoveu a actualização do Website institucional,
mediante o desenvolvimento da sua versão em língua inglesa, bem como a modernização do Portal
do Consumidor que passa a designar-se Portal de Educação Financeira, canal especializado para a
divulgação de informação sobre inclusão e educação financeira.
Por último, efectuou-se a elaboração das propostas de política de comunicação e política de acesso
à informação e gestão do arquivo do Banco Nacional Angola.
O Banco Nacional de Angola, no âmbito das suas funções visando o alcance do seu objectivo
principal, está susceptível a riscos financeiros e não financeiros, provenientes de factores internos
e externos que podem colocar em causa a consecução dos seus objectivos estratégicos.
Em 2022, a colisão geopolítica entre a Rússia e a Ucrânia e as suas consequências imediatas na
cadeia de abastecimento, ampliaram as incertezas quanto à evolução da economia e dos mercados
financeiros e exacerbaram os riscos para a economia mundial. Esta situação exigiu prudência por
parte das instituições de crédito e das autoridades de supervisão bancária.
Foi neste contexto, que o BNA conviveu com a probabilidade da materialização de diferentes riscos,
que poderiam influenciar os factores internos e externos e, impactar directamente o alcance das
metas estrategicamente definidas.
Assim, o BNA procurou gerir de forma eficaz os seus riscos, sendo esta de extrema importância
para o alcance da missão e objectivos definidos, concretamente, assegurar a preservação do valor
da moeda nacional.
Durante o ano em análise, no âmbito da gestão de risco e de compliance, o BNA realizou várias
acções, destacando-se a elaboração, implementação e aprovação pelo Comité Executivo (CE) das
Metodologias de Gestão de Riscos Estratégico e de Riscos de Projectos, bem como algumas
iniciativas de compliance, mais concretamente as Avaliações de Risco Ético e do Risco de Crimes
Económicos. Por outro, reforçou-se a disseminação das políticas de compliance e a capacitação
dos trabalhadores nestas matérias. Os demais processos vinculados aos riscos financeiros, não
financeiros e de continuidade de negócios tiveram seu curso normal.
Decorrente das suas características enquanto Banco Central, o BNA mantém o seu apetite ao risco
Conservador, conforme estabelecido na Declaração de Apetite ao Risco e isso implicou que toda a
sua actividade fosse realizada em conformidade com a referida Declaração.
1 400 000
1 216 781
1 200 000
1 006 919
1 000 000
800 000
600 000
400 000
200 000
0
2021 2022
Fonte: BNA
8. Meio Circulante
Fonte: BNA
Fonte: BNA
O BNA participou nos tradicionais fóruns de cooperação a nível do Comité dos Governadores dos
Bancos Centrais da SADC (CCBG), segunda reunião do grupo de trabalho do Banco Internacional de
Pagamento (BIS) sobre Política Monetária na África Subsaariana, encontros a nível da Comunidade
de Desenvolvimento da África Austral (SADC), Reuniões do Instituto de Gestão Macroeconómica e
Financeira da África Austral e do Leste (MEFMI) e na Reunião do Grupo Consultivo Regional (RCG)
do FSB para a África Subsaariana.
ii. Variação negativa de 1,20 biliões de kwanzas, cerca de 14% dos “Activos sobre o
exterior”, explicado essencialmente, i) pela apreciação do kwanza face às outras
moedas estrangeiras ii) pela diminuição da posição activa junto do FMI justificada pela
apreciação do kwanza face ao DSE, iii) pela diminuição da exposição dos activos
geridos por entidades externas em cerca de 3% é justificada essencialmente pelos
desinvestimentos (CARLYLE e ATRIUM) e variação de justo valor; e iii) pela diminuição
da posição em moeda estrangeira dos depósitos à ordem em cerca de 70,4% (994,29
milhões de dólares norte-americanos);
iii. Diminuição de 704,22 mil milhões de kwanzas (-32%) dos “Activos internos”,
justificado essencialmente, (i) pela transferência de Títulos do Tesouro Nacional
iv. Aumento de 54,11 mil milhões de kwanzas (+48%) dos “Activos tangíveis e
intangíveis”, justificado essencialmente i) pelo incremento de obras em curso, ii)
aquisição de equipamentos e de licenças de utilizadores dos sistemas de tratamento
automático de dados (Software);
v. Diminuição de 75,49 mil milhões de kwanzas (40%) dos “Outros valores activos”,
justificado essencialmente, i) por operações pendentes de regularização, ii) pelos
valores a receber junto do MINFIN, e iii) Pelo valor do superavit do Fundo de Pensões
para o plano de Benefícios definidos, resultante do facto de este apresentar, nessa
data, um nível de financiamento superior a 100%; e iv) Pela redução dos depósitos de
transgressões cambiais.
Por outro lado, o Passivo do Banco totaliza 6,25 bilhões de kwanzas, que se traduz numa redução
de 2,20 bilhões de kwanzas (-26%) face a 31 de Dezembro de 2021. As principais variações no
Passivo são explicadas pelos seguintes factores:
i. Diminuição de 237,16 mil milhões de kwanzas (-7%) das “Reservas bancárias”,
explicado (i) pelo efeito da apreciação do kwanza;
ii. Aumento de 252,34 mil milhões de kwanzas (+28%) das operações do “Mercado
monetário interbancário”, explicado pelo aumento de operações ocasionais de
absorção de liquidez, decorrente das políticas monetárias adoptadas pelo BNA;
iii. Aumento de 13,51 mil milhões de kwanzas (39%) do saldo do “Fundo de Garantia de
Depósitos”, decorrente das contribuições das instituições financeiras para o FGD, bem
como de rendimentos decorrentes da sua actividade;
iv. Diminuição de 459,77 mil milhões de kwanzas das responsabilidades Conta Única do
Tesouro (-81%), justificada essencialmente (i) diminuição da posição da CUT em
moeda estrangeira em cerca de 96% (691,18 milhões de dólares norte-americanos) e
(ii) pela diminuição posição da CUT em moeda nacional em cerca de 52% (74 581,00
milhões de kwanzas) pelas operações de esterilização;
vi. Diminuição de 948,10 mil milhões de kwanzas (-52%) das “Outras responsabilidades
externas”, explicado essencialmente alocação de DSE pelo FMI a Angola e ii) pela e
pela apreciação do kwanza face ao SDR em cerca de 33,37%.
Relativamente aos Capitais próprios, verifica-se um aumento no montante de 220,16 mil milhões
de kwanzas (6%) justificado pelo seguinte:
i. Aumento das "Diferenças de reavaliação”, em 185, 67 mil milhões de kwanzas (-
1112%) justificado essencialmente, pelo i) aumento das Diferenças de reavaliação de
justo valor dos “Activos financeiros ao justo valor através do outro rendimento
integral” e do “Ouro” e ii) pela transferência para resultados das valias efectivas da
venda dos títulos de divida soberana;
iii. Aumento de “Outras reservas” em 200,58 mil milhões de kwanzas (1415%), justificado
essencialmente pela distribuição do resultado realizado de 2021;
ii. Redução de 4,37 mil milhões de kwanzas (-16%) nas “Comissões Líquidas” decorrente
da diminuição de comissões recebidas por operações realizadas com o Ministério das
Finanças e redução de comissões pagas por serviços bancários prestados por terceiros;
iii. Aumento de 3,89 mil milhões de kwanzas (8%) dos “Resultados em Operações
Financeiras”, justificado essencialmente i) pelas mais valias dos resultados de activos
financeiros valorizados ao justo valor através de resultados em 18,01 mil milhões de
kwanzas e ii) pelas perdas de justo valor dos resultados de activos financeiros ao justo
valor através de outro rendimento integral em 21,99 mil milhões de kwanzas;
iv. Aumento de 242,46 mil milhões de kwanzas (317%) nos “Resultados Operacionais”
decorrente essencialmente da diminuição dos resultados cambiais, decorrente da
apreciação do kwanza face às outras moedas estrangeiras e pela redução de
operações cambiais;
110
VII
RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022
VII. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
O Banco Nacional de Angola (adiante designado por “BNA” ou “Banco”), Banco Central de Angola,
está mandatado por lei a promover o bem-estar económico e financeiro do País. O BNA está
comprometido em manter os angolanos informados sobre as suas políticas, operações e
actividades.
Nos termos do artigo 91.º da Lei n.º 24/21, de 18 de Outubro, são apresentadas as Demonstrações
Financeiras do Banco Nacional de Angola, relativas ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2022,
que compreendem as Demonstrações da posição financeira, as Demonstrações dos resultados, as
Demonstrações do outro rendimento integral, as Demonstrações das alterações nos capitais
próprios, as Demonstrações dos fluxos de caixa das operações em moeda estrangeira e as
respectivas notas anexas às Contas, aprovadas pelo Conselho de Administração em 30 de Março
de 2023.
A preparação e apresentação das Demonstrações Financeiras alinhadas com as orientações
técnicas e os princípios consagrados nas Normas Internacionais de Relato Financeiro (IAS/IFRS) foi
definido como um objectivo para o BNA, reflectindo o sentido da trajectória seguida pelo seu
Conselho de Administração, tendo em vista a modernização do Modelo de Governação e de Gestão.
Este objectivo consubstanciou-se na adopção do plano de contas aprovado pelo Conselho de
Administração no exercício de 2013, conforme mencionado na nota 1.1 Bases de Apresentação,
que está alinhado com as IAS/IFRS, sendo as excepções mais relevantes descritas na nota 1.2
Excepções de Normas e Interpretações.
As Demonstrações Financeiras são apresentadas em milhões de kwanzas.
ACTIVO Notas 2022 2021 PASSIVO E CAPITAIS PRÓPRIOS Notas 2022 2021
Ouro 2 544 723 601 896 Notas e moedas em circulação 11 657 852 568 589
Responsabilidades para com instituições de crédito
Activos sobre o exterior nacionais relacionadas com operações de política monetária
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 3 210 780 784 057 Reservas bancárias 12 3 007 310 3 244 465
Aplicações em instituições de crédito 4 2 769 066 3 271 232 Mercado monetário interbancário 12 1 139 017 886 673
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 5 553 800 572 892 Responsabilidades internas para com outras entidades
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 5 3 017 081 2 890 895 Conta Única do Tesouro 13 88 621 548 390
Fundo Monetário Internacional 6 1 007 838 1 235 578 Fundo de Garantia de Depósitos 13 47 998 34 490
7 558 565 8 754 654 Outras responsabilidades 13 39 788 330 845
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional 6 843 807 1 249 818
Activos internos Recursos de instituições financeiras 14 - 556 484
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 3 44 761 50 556 Responsabilidades com pensões e outros benefícios 15 - 159 122
Operações às instituições de crédito relacionadas Provisões 16 273 498 689 383
com operações de política monetária 8 66 888 701 598 Outros valores passivos 17 150 787 179 435
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 5 1 347 223 1 405 842 Total do Passivo 6 248 679 8 447 694
Outros activos internos a receber 7 11 886 16 982
1 470 758 2 174 978 Capital 18 170 000 170 000
Diferenças de reavaliação 19 202 362 16 692
Outras reservas 20 214 753 14 171
Activos tangíveis 9 165 630 109 836 Resultado transitado e remensuração dos planos de benefício definido 20 2 984 064 3 160 133
Activos intangíveis 9 1 477 3 158 Resultado do exercício 36 525 26 551
Outros valores activos 10 115 230 190 719 Total dos Capitais Próprios 3 607 704 3 387 547
Total do Activo 9 856 383 11 835 241 Total do Passivo e Capitais Próprios 9 856 383 11 835 241
- -
As notas anexas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras.
Resultados de activos financeiros valorizados ao justo valor através de resultados 26 36 306 54 405
Resultados de activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 27 17 191 (4 797)
Resultados em operações financeiras 53 497 49 608
Resultados cambiais 28 (539 875) (779 763)
Custos relativos à emissão de notas e moedas 29 (5 230) (14 375)
Resultados de alienação de outros activos 30 195 12
Outros resultados operacionais 31 (4 554) 3 685
Resultados operacionais (549 464) (790 441)
Demonstrações do outro rendimento integral para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2022 e 2021
2022 2021
2022 2021
Rendimento /
Rendimento / (gasto)
(gasto) reconhecido
reconhecido directamente
directamentenos
nosCapitais
CapitaisPróprios
Próprios 45
183225
632 (138
(138407)
407)
Rendimento integral
Rendimento integral do
do exercício
exercício 81
220750
157 (111
(111856)
856)
As notas
As notas anexas
anexas fazem
fazem parte
parte integrante
integrante destas
destas demonstrações.
demonstrações.
Demonstrações dos fluxos de caixa das operações em moeda estrangeira para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2022
e 2021
2022 2021
Actividades Operacionais
Proveitos de títulos e valores mobiliários 53 062 81 854
Proveitos de aplicações de liquidez 25 528 7 096
Pagamentos de custos administrativos (9 852) (5 357)
Despesas de produção de notas e moedas (2 756) (9 397)
Custos de financiamento (15 299) -
Outros pagamentos e recebimentos (15 011) (62 433)
Fluxos de caixa de actividades operacionais 35 672 11 763
Actividades de Investimento
Investimentos em:
Aplicações geridas por entidades externas 4 570 46 040
Operações cambiais (494 048) (1 220 563)
Títulos de dívida soberana estrangeira (407 512) 1 301 498
Aquisições e alienações de imobilizado (12 788) (13 527)
Fluxos de caixa de actividades de investimento (909 778) 113 448
Actividades de Financiamento
Diminuições (aumentos) de depósitos de residentes:
Tesouro Nacional (307 210) 428 004
Instituições Financeiras - Reservas bancárias 1 081 493 1 887 178
Operações com acordo de recompra (506 778) (1 562 037)
Juros de Financiamentos - -
Fundo Monetário Internacional - -
Aumentos (diminuições) de notas e moedas estrangeiras (1 076) 23 366
Fluxos de caixa de actividades de financiamento 266 429 776 511
Efeito da variação cambial em caixa e equivalentes de caixa (489 008) (681 034)
Variação de caixa e seus equivalentes (1 096 685) 220 688
Caixa e seus equivalentes em moeda estrangeira no início do exercício 4 105 213 3 884 525
Caixa e seus equivalentes em moeda estrangeira no fim do exercício 3 008 528 4 105 213
De acordo a decisão do Conselho de Administração as demonstrações dos fluxos de caixa, apresentadas acima,
incluem apenas as operações em moeda estrangeira, excluindo os fluxos em moeda nacional no valor global de
127 437 mil milhões de kwanzas correspondente a gastos com pessoal, fornecimento de serviços de terceiros e
despesas com investimentos, nos montantes de 70 717 mil milhões de kwanzas (actividade operacional), 13 616 mil
milhões de kwanzas (actividade operacional) e 43 103 mil milhões de kwanzas (actividade investimento)
respectivamente.
Nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, o agregado “Caixa e seus equivalentes em moeda
estrangeira” apresenta a seguinte composição:
As demonstrações financeiras do BNA para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2022 foram preparadas no
pressuposto da continuidade das operações, com base no plano de contas aprovado pelo Conselho de
Administração no exercício de 2013. Este plano segue na sua globalidade as orientações técnicas e os princípios
consagrados nas Normas Internacionais de Relato Financeiro (IAS/IFRS) emitidas pelo International Accounting
Standards Board (IASB), sendo as excepções mais relevantes descritas na nota 1.2 Excepções de Normas e
Interpretações.
O Banco procedeu ao alinhamento do seu plano de contas às IAS/IFRS, pela primeira vez no exercício findo em
31 de Dezembro de 2013, considerando para o efeito os requisitos previstos na IFRS 1 – Adopção pela primeira
vez das Normas Internacionais de Relato Financeiro, as quais foram aplicadas retrospectivamente para todos os
períodos apresentados.
A Lei Orgânica do Banco determina a estrutura de apresentação das demonstrações financeiras que o Banco
deve adoptar. Desta forma, de acordo ao ponto n.º 2 do artigo 86.º da Lei n.º 24/21, de 18 de Outubro – Lei do
Banco Nacional de Angola, “As demonstrações financeiras do Banco Nacional de Angola devem ser preparadas
em conformidade com as normas contabilísticas internacionalmente reconhecidas e de acordo com as políticas
e procedimentos contabilísticos adoptados pelo Conselho de Administração”.
As políticas contabilísticas apresentadas nesta nota são consistentes com as utilizadas nas demonstrações
financeiras do período anterior.
Em 31 de Dezembro de 2022, a taxa de câmbio DSE/AOA foi calculada com base na interpolação das taxas
DSE/USD e USD/AOA.
Considerando as especificidades da sua actividade enquanto regulador do sistema financeiro e responsável pela
execução das políticas monetária e cambial do País, bem como pela gestão das reservas internacionais, as
demonstrações financeiras do BNA são preparadas com base no plano de contas aprovado pelo Conselho de
Administração no exercício de 2013, conforme mencionado acima. Este plano de contas segue na sua
globalidade as orientações técnicas e os princípios consagrados nas Normas Internacionais de Relato Financeiro
(IAS/IFRS) emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB), sendo as excepções mais relevantes
descritas abaixo:
- Divulgação instrumentos financeiros (IAS 32 – Instrumentos financeiros (Apresentação)): O Banco classifica na
categoria activos financeiros ao justo valor através de resultados os investimentos geridos por entidades
externas, que incluem diversos instrumentos financeiros, incluindo derivados, cuja posição destes instrumentos
encontra-se compensada na mesma rubrica da demonstração da posição financeira (i.e. incluindo o justo valor
negativo de alguns instrumentos financeiros).
- Provisão para risco sistémico (IAS 37 – Provisões, passivos contingentes e activos contingentes): O Conselho
de Administração define anualmente as dotações para a constituição ou reforço de provisões destinadas à
cobertura de diversos riscos, ou da ocorrência de outras eventualidades a que se julgue necessário prover,
conforme previsto no n.º 2 do art.º 86 da Lei n.º 24/21, de 18 de Outubro – Lei do Banco Nacional de Angola.
Esta provisão para cobertura do risco sistémico, conforme divulgado na nota 16, constitui uma excepção à norma
IAS 37 – Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes.
- Activos e passivos do Fundo monetário internacional (“FMI”) (IAS 32 – Instrumentos financeiros
(Apresentação)): Os saldos do Estado angolano com o FMI, intermediados pelo BNA, são registadas na posição
financeira do BNA de acordo com as indicações contabilísticas dadas por este órgão, que consideram as
características específicas das relações financeiras dos países membros com as posições do Fundo.
Estas excepções na aplicação dos requisitos das normas e interpretações das IAS/IFRS continuaram a ser
aplicadas nas demonstrações financeiras do Banco no exercício findo em 31 de Dezembro de 2022, à semelhança
do que ocorria em 31 de Dezembro de 2021.
Ao longo das notas anexas são descritos os princípios contabilísticos e critérios utilizados pelo BNA no processo
de preparação das demonstrações financeiras.
Além dos princípios contabilísticos aplicáveis a certas rubricas das demonstrações financeiras, descritos
especificamente ao longo do presente anexo, de uma forma geral, o BNA utiliza na preparação das suas
demonstrações financeiras os seguintes princípios contabilísticos e critérios valorimétricos.
As contas do Banco são preparadas na divisa do ambiente económico em que opera (“moeda funcional”), sendo
expressas em kwanzas.
As operações em moeda estrangeira são registadas segundo os princípios do sistema “multi-currency”, isto é,
registadas nas respectivas moedas de denominação, sendo convertidas para kwanzas com base nas taxas de
câmbio em vigor na data em que ocorrem. Os activos e passivos denominados em moeda estrangeira são
convertidos para kwanzas mediante a utilização da taxa de câmbio média publicada pelo Banco na data de relato
financeiro.
Os custos e proveitos relativos a diferenças cambiais, quer sejam negativas ou positivas, são registados na
demonstração dos resultados do exercício em que ocorrem, nas respectivas rubricas de “Perdas e ganhos
associados a diferenças cambiais” (nota 28).
1.4.3.1 – Definições
Custo amortizado de um activo financeiro ou de um passivo financeiro - A quantia pela qual o activo
financeiro ou o passivo financeiro é mensurado no reconhecimento inicial deduzida dos reembolsos de capital,
acrescida ou deduzida da amortização acumulada usando o método do juro efectivo de qualquer diferença entre
essa quantia inicial e a quantia à data do vencimento, e, para os activos financeiros, ajustada por eventuais
imparidades para perdas.
Justo Valor – O justo valor de um instrumento financeiro corresponde ao preço que seria recebido pela venda
de um activo ou pago para transferir um passivo numa transacção ordenada entre participantes no mercado à
data da mensuração. O BNA adopta os guias definidos pela IFRS 13 – Mensuração do justo valor para o cálculo
do justo valor dos instrumentos financeiros consoante as suas propriedades.
Método do juro efectivo – O método que é utilizado para calcular o custo amortizado de um activo financeiro
ou de um passivo financeiro e na atribuição e reconhecimento do rédito de juros ou das despesas com juros nos
resultados, durante o período relevante.
Taxa de juro efectiva – A taxa que desconta exactamente os pagamentos ou recebimentos de caixa futuros
estimados ao longo da duração esperada do activo financeiro ou do passivo financeiro à quantia escriturada
bruta de um activo financeiro ou ao custo amortizado de um passivo financeiro. Ao calcular a taxa de juro
efectiva, o Banco estima os fluxos de caixa esperados considerando todos os termos contratuais do instrumento
financeiro (por exemplo, pré-pagamento, extensão, opções call e semelhantes), mas não considera as perdas de
crédito esperadas. O cálculo inclui todas as comissões e pontos pagos ou recebidos entre as partes do contrato
que são parte integrante da taxa de juro efectiva, os custos de transacção, e todos os outros prémios ou
descontos. Existe um pressuposto de que os fluxos de caixa e a duração esperada de um grupo de instrumentos
financeiros semelhantes possam ser estimados fiavelmente. Contudo, quando tal não é possível, o Banco usa
os fluxos de caixa contratuais durante todo o prazo contratual do instrumento financeiro (ou grupo de
instrumentos financeiros).
Teste SPPI – Avaliar se os fluxos de caixa contratuais decorrentes do activo são apenas pagamentos relativos
a capital e a juros calculados sobre a quantia de capital em dívida.
Na data de reconhecimento inicial, os activos financeiros do Banco são classificados numas das seguintes
categorias de mensuração:
A classificação e mensuração dos activos financeiros reflecte as características contratuais dos instrumentos
em termos dos seus fluxos de caixa, bem como o modelo de negócio do Banco para a sua gestão.
Aquando da aquisição de um activo financeiro, é efectuada uma análise às suas condições contratuais de forma
a aferir se estas dão lugar a fluxos de caixa em datas específicas, que são apenas pagamentos de capital e juros
(teste SPPI – Solely Payments of Principal and Interest). Nesta análise, o Banco avalia também, entre outras, as
condições contratuais que, no momento do reconhecimento inicial, tenham um efeito mínimo sobre os fluxos de
Em relação à avaliação do modelo de negócio, esta não depende das intenções para um instrumento individual,
mas sim para um conjunto de instrumentos, agrupados em carteiras, tendo em consideração a natureza dos
activos.
Um activo financeiro deve ser mensurado ao custo amortizado se as seguintes condições forem verificadas em
simultâneo:
Os juros dos activos financeiros ao custo amortizado são reconhecidos na rubrica de “Juros e rendimentos
similares calculados através da taxa efectiva”, com base no método da taxa de juro efectiva e de acordo com os
critérios descritos na nota 23.
Os ganhos ou perdas geradas no momento do seu desreconhecimento são registadas na rubrica "Resultados de
activos e passivos financeiros ao custo amortizado".
Relativamente aos instrumentos indexados, a projecção dos fluxos de caixa futuros, no cálculo do seu custo
amortizado, é efectuada com base no valor nominal do instrumento considerando o valor do indexante na data de
referência.
Um activo financeiro deve ser mensurado ao justo valor através de outro rendimento integral se as seguintes
condições forem verificadas em simultâneo:
Os instrumentos de dívida ao justo valor através de outro rendimento integral estão também sujeitos, desde o seu
reconhecimento inicial, ao apuramento de perdas por imparidade para perdas de crédito esperada. As perdas por
imparidade estimadas são reconhecidas em resultados, na rubrica “Perdas por imparidade líquidas de reversões”, por
contrapartida de outro rendimento integral, e não reduzem a quantia escriturada do activo financeiro na demonstração
da posição financeira.
Os juros, prémios ou descontos dos ativos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral são
reconhecidos na rubrica de “Juros e rendimentos similares” com base no método da taxa de juro efectiva e de acordo
com os critérios descritos na nota 23.
Um activo deve ser mensurado ao justo valor através de resultados se não apresentar características SPPI, ou se o
modelo de negócio associado à sua detenção não se enquadrar como “para receber os fluxos de caixa contratuais”
ou “para receber os fluxos de caixa e vender” ou ainda se a sua mensuração ao justo valor através de resultados (de
forma irrevogável) eliminar ou reduzir significativamente alguma incoerência na mensuração ou no reconhecimento
do activo financeiro (mismatch contabilístico).
Os instrumentos de capital são obrigatoriamente mensurados ao justo valor, com as variações a serem reflectidas
em resultados, i.e., são classificados ao justo valor através de resultados.
Contudo, no reconhecimento inicial, o Banco pode optar irrevogavelmente, e numa base de instrumento a instrumento,
por apresentar as variações do justo valor do instrumento de capital em outro rendimento integral (“OCI Option”).
Esta opção é aplicável somente a instrumentos que não são detidos para negociação, e em que não se verifique uma
retribuição contingente reconhecida por um adquirente numa concentração de actividades empresariais à qual se
aplique a IFRS 3. Os instrumentos de capital são considerados como mantidos para negociação quando o Banco tem
a intenção de negociar as posições com vista a realizar um lucro a curto prazo.
Esta opção é exercida numa base casuística, investimento a investimento e está apenas disponível para os
instrumentos financeiros que cumpram a definição de instrumentos de capital prevista na IAS 32 – Instrumentos
financeiros (Apresentação), não podendo ser utilizada para os instrumentos financeiros cuja classificação como
instrumento de capital na esfera do emitente seja efectuada ao abrigo das excepções previstas nos parágrafos 16A
a 16D da IAS 32 – Instrumentos financeiros (Apresentação).
Quando o Banco opta pela “OCI Option”, os ganhos e perdas nos investimentos em instrumentos de capital
mensurados ao justo valor do instrumento de capital em outro rendimento integral são reconhecidos em outro
rendimento integral e nunca poderão ser reclassificados de capital para resultados (mesmo quando os mesmos são
desreconhecidos).
Os instrumentos de capital ao justo valor através de outro rendimento integral são reconhecidos inicialmente pelo
seu justo valor, acrescido dos custos de transacção, e subsequentemente são mensurados ao justo valor. As variações
no justo valor destes activos financeiros são registadas por contrapartida de outro rendimento integral. Os dividendos
são reconhecidos em resultados quando for atribuído o direito ao seu recebimento.
Não é reconhecida imparidade para instrumentos de capital ao justo valor através de outro rendimento integral, sendo
os respectivos ganhos ou perdas acumuladas registadas em “Diferença de reavaliação” transferidos para “Resultados
transitados” no momento do seu desreconhecimento
C) Passivos financeiros
Os passivos financeiros incluem notas e moedas em circulação, depósitos de outras instituições, outros instrumentos
no âmbito da política monetária, Recursos de Outras Instituições de Crédito e da Conta Única do Tesouro,
Financiamentos obtidos junto do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Outros Passivos Financeiros.
Os passivos financeiros são registados na data de contratação pelo respectivo justo valor, deduzido de custos
directamente atribuíveis à transacção, sendo posteriormente valorizados ao custo amortizado.
Qualquer diferença entre o montante recebido líquido de custos de transacção e o montante a pagar na maturidade
é reconhecida na demonstração dos resultados durante a vida do passivo através do método da taxa de juro efectiva.
D) Método de valorização
Apresentamos abaixo de forma ilustrativa o método de valorização dos activos e passivos do Banco, a 31 de
Dezembro de 2022:
São classificadas nesta rubrica Investimentos Financeiros de curto prazo e com elevada liquidez em Instituições
Financeiras Internacionais. Estes activos são registados ao custo amortizado, sendo periodificados os respectivos
juros.
Conforme previsto na Lei do Banco Nacional de Angola, o Banco pode conceder créditos ou solicitar financiamento
às instituições financeiras bancárias solventes, que enfrentem problemas temporários de liquidez, por período não
superior a 180 dias, renováveis uma única vez e por igual período, mediante prestação de garantias adequadas e
suficientes e, quando apropriado, sob a condição de adopção de medidas correctivas, nos termos e condições
definidos pelo Conselho de Administração.
Estes financiamentos são registados pelo seu justo valor no momento inicial e, posteriormente, ao custo amortizado.
No âmbito de reforço à tesouraria do Estado, os activos financeiros concedidos ao Ministério das Finanças previstos
na Lei do Banco Nacional de Angola são reconhecidos em balanço pelo seu justo valor no momento inicial e,
posteriormente, ao custo amortizado.
A 31 de Dezembro de 2022 o Banco não registava nas suas demonstrações financeiras qualquer operação desta
natureza.
São classificadas nesta rubrica os adiantamentos a fornecedores e os valores a receber de instituições financeiras
bancárias.
As notas e moedas em circulação são registadas pelo seu valor de emissão (valor facial) na rubrica de “Notas e
moedas em circulação”. Os encargos com a sua produção são reconhecidos linearmente como gastos ao longo do
período de vida útil das notas e moedas, na rubrica “Outros encargos e gastos – emissão de notas e moedas”,
actualmente estimada em 5 anos.
Os fundos captados das instituições financeiras, decorrentes das operações de absorção de liquidez são
registados na rubrica de passivo “Responsabilidades para com instituições de crédito – Mercado
monetário interbancário”, sendo os respectivos juros a pagar reconhecidos à taxa efectiva durante a
vigência do prazo das operações.
b. Reservas Bancárias
Parte das reservas bancárias no Banco, a 31 de Dezembro de 2021, encontravam-se constituídas por
depósitos de Instituições Financeiras Nacionais. O Instrutivo n.º 02/2021 conjugado com a Directiva n.º
07/DMA/2021, de 10 de Fevereiro e 06 de Julho, respectivamente, previam que os bancos comerciais
possam constituir parte das reservas obrigatórias com títulos em moeda estrangeira. Estes encontravam-
se registados pelo valor nominal, na linha de balanço das reservas bancárias com reflexo na linha do
balanço” Operações de financiamento às instituições de crédito relacionadas com operações de política
monetária”. A 31 de Dezembro de 2022, na sequência da nova Directiva n.º 11/2022, já não é possível a
constituição das reservas obrigatórias com títulos em moeda estrangeira. Conforme divulgado na nota
12, durante 2022 os títulos utilizados pelos bancos comerciais para cumprimento das reservas
obrigatórias foram liquidados pelo Ministério das Finanças.
O reconhecimento das transacções e saldos com o FMI segue as indicações dadas por esta instituição, que
consideram as características específicas das relações financeiras dos países membros com o Fundo.
As posições junto do FMI são denominadas em Direitos de Saque Especiais (DSE) e convertidas para kwanzas à taxa
de câmbio à data de referência, sendo os activos e passivos registados separadamente. Adicionalmente, todas as
variações cambiais potenciais das posições junto do FMI são reconhecidas, assim como os juros e comissões pagas,
decorrentes da relação mantida com esta entidade, na demonstração dos resultados.
São classificadas nesta rubrica operações de venda com acordo de recompra realizadas com entidades externas.
A 31 de Dezembro de 2022 o Banco não registava nas suas demonstrações financeiras qualquer operação desta
natureza.
O BNA recebe depósitos de várias entidades públicas e do próprio Estado angolano, dado que de acordo com a alínea
d) do n.º 1 do art. 18.º da Lei n.º 24/21, de 18 de Outubro, o BNA é o banqueiro único do Estado.
Estes passivos financeiros são inicialmente reconhecidos ao justo valor e subsequentemente ao custo amortizado.
A base de mensuração associada aos activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral pode ser
consultada no ponto 1.4.3 – A.2.
A base de mensuração associada aos Activos financeiros recebidos no aumento de capital pode ser consultada no
ponto 1.4.3 – B.
As reclassificações dos activos financeiros são resultantes das alterações dos respectivos modelos de negócio, de
acordo com os requisitos da IFRS 9 – Instrumentos financeiros. As reclassificações são feitas de forma prospectiva a
partir da data de reclassificação. De acordo com a abordagem da IFRS 9 – Instrumentos financeiros, geralmente as
mudanças no modelo de negócio ocorrem com pouca frequência.
De acordo com a IFRS 9 – Instrumentos financeiros, não são permitidas reclassificações de instrumentos de capital
para os quais tenha sido incluída a opção de valorização ao justo valor por contrapartida de outro rendimento integral
ou para activos e passivos financeiros classificados ao justo valor no âmbito da fair value option.
O modelo de negócio refere-se à forma como o Banco gere os seus activos financeiros a fim de gerar fluxos de caixa.
De acordo com a IFRS 9 – Instrumentos Financeiros, a geração dos fluxos de caixa pode resultar da:
O Banco tem em consideração todos os dados pertinentes que estejam disponíveis à data da avaliação do modelo de
negócio, nomeadamente, entre outros:
A.1) Vendas no âmbito do modelo de negócio de recolha dos fluxos de caixa contratuais
Não obstante o modelo de negócio do Banco para a gestão de uma carteira de activos financeiros ser o de recolha
dos fluxos de caixa contratuais, o Banco não necessita de deter todos esses instrumentos até à sua data de
vencimento. Assim, o modelo de negócio do Banco para uma determinada carteira pode ser deter activos financeiros
para recolher fluxos de caixa contratuais mesmo quando ocorrem vendas de activos financeiros ou quando se espera
que ocorram no futuro.
Vendas pouco frequentes ou pouco significativas, próximas do vencimento do activo bem como as vendas motivadas
por aumentos do risco de crédito dos activos financeiros incompatíveis com a política de investimento do Banco ou
para gerir o risco de concentração, entre outras, podem ser compatíveis com o modelo de deter os activos para receber
fluxos de caixa contratuais.
i. Transacções que ocorrem pelo menos 2 vezes num período de 30 dias corridos; ou
ii. Transacções que ocorrem pelo menos 3 vezes num período de 12 meses corridos.
Da mesma forma, entendem-se como “significativas” as transacções que representem cumulativamente 5% do valor
nominal da carteira, na data da operação.
Consideram-se vendas perto da maturidade aquelas que têm lugar 3 meses antes da maturidade, para activos
financeiros com maturidades inferiores a 3 anos, ou 6 meses antes da maturidade, para activos financeiros com
maturidades superiores a 3 anos. Neste âmbito, consideram-se que as vendas perto da maturidade não colocam em
causa o modelo de negócio se os proveitos resultantes da venda se aproximarem daqueles que seriam recebidos
tendo por base os fluxos de caixa contratuais remanescentes.
Periodicamente (em base anual), o Banco procede a uma análise da adequabilidade dos modelos de negócio definidos
no âmbito do Comité de Gestão de Reservas e no Comité de Política Monetária, tendo por base o comportamento das
várias carteiras de activos, a qual inclui nomeadamente o seguinte:
2. (Re)análise do modelo de negócio adoptado pelo Banco relativamente à carteira de activos classificados no
âmbito do modelo de negócio de recolha dos fluxos de caixa contratuais;
3. (Re)análise do modelo de negócio adoptado pelo Banco relativamente às carteiras de activos classificados
no âmbito do modelo de negócio de recolha dos fluxos de caixa contratuais e venda;
4. (Re)análise do modelo de negócio adoptado pelo Banco relativamente à carteira de activos classificado no
âmbito de outros modelos de negócio (e.g. venda/ negociação).
B) Teste SPPI
Caso um instrumento de dívida seja detido no âmbito de um modelo de negócio, cujo objectivo seja alcançado através
do recebimento dos fluxos de caixa contratuais ou alcançado através do recebimento dos fluxos de caixa contratuais
e da venda deste activo financeiro, o Banco deve avaliar se os fluxos de caixa contratuais decorrentes do activo são
apenas pagamentos relativos a capital e a juros calculados sobre a quantia de capital em dívida (teste SPPI). As áreas
originadoras do negócio/risco são responsáveis pela verificação do cumprimento do SPPI a cada operação de
aquisição.
O teste SPPI é efectuado no reconhecimento inicial de um activo financeiro e, se aplicável, na data de qualquer
alteração subsequente nas características contratuais do instrumento (aplicável quando o instrumento financeiro se
qualifica para desreconhecimento).
C) Benchmark test
O valor temporal do dinheiro é o elemento dos juros que constitui uma retribuição pela mera passagem do tempo,
isto é, o elemento de valor temporal do dinheiro não constitui uma retribuição por outros riscos ou custos associados
à detenção do activo financeiro.
Em alguns casos, o elemento de valor temporal do dinheiro pode ser modificado. Seria esse o caso, por exemplo, se
a taxa de juro de um activo financeiro fosse periodicamente redefinida, mas a frequência dessa redefinição não
coincidisse com o prazo de vencimento da taxa de juro (por exemplo, a taxa de juro é redefinida todos os meses como
uma taxa a um ano) ou se a taxa de juro de um activo financeiro fosse periodicamente redefinida para uma média de
taxas de juro de curto e longo prazo específicas.
Em tais casos, o Banco avalia a alteração para determinar se os fluxos de caixa contratuais representam apenas
pagamentos relativos a capital e a juros calculados sobre a quantia de capital em dívida. Aquando da avaliação de
um elemento de valor temporal do dinheiro modificado, o objectivo consiste em determinar o quão diferentes os
fluxos de caixa contratuais (não descontados) poderiam ser relativamente aos fluxos de caixa (não descontados) que
surgiriam se o elemento de valor temporal do dinheiro não tivesse sido modificado (os fluxos de caixa de referência).
Se o elemento de valor temporal do dinheiro modificado for susceptível de resultar em fluxos de caixa contratuais
(não descontados) significativamente diferentes dos fluxos de caixa (não descontados) de referência, o activo
financeiro não cumpre com o critério SPPI e, por conseguinte, não pode ser mensurado pelo custo amortizado ou pelo
justo valor em outro rendimento integral.
O Banco assume que os fluxos de caixa contratuais são significativamente diferentes dos fluxos de caixa de referência
se, no âmbito da referida avaliação, resultar um threshold relativo superior a 5%. Se os fluxos de caixa contratuais
forem significativamente diferentes dos fluxos de caixa de referência o Banco conclui que o activo financeiro não
cumpre com o critério SPPI.
A) Princípios gerais
a) O Banco não tem qualquer obrigação de pagar quantias aos destinatários finais a menos que
receba quantias equivalentes resultantes do activo original. Os adiantamentos a curto prazo
pelo Banco com o direito de total recuperação da quantia emprestada acrescida dos juros
vencidos às taxas de mercado não violam esta condição.
b) O Banco está proibido pelos termos do contrato de transferência de vender ou penhorar o
activo original que não seja como garantia aos destinatários finais pela obrigação de lhes
pagar fluxos de caixa.
c) O Banco tem uma obrigação de remeter qualquer fluxo de caixa que receba em nome dos
destinatários finais sem atrasos significativos. Além disso, o Banco não tem o direito de
reinvestir esses fluxos de caixa, excepto no caso de investimentos em dinheiro ou seus
equivalentes (tal como definido na IAS 7 Demonstrações dos Fluxos de Caixa) durante o curto
período de liquidação entre a data de recebimento e a data da entrega exigida aos
destinatários finais, e os juros recebidos como resultado desses investimentos são passados
aos destinatários finais.
Quando o Banco transfere um activo financeiro, deve avaliar até que ponto retém os riscos e benefícios decorrentes
da propriedade desse activo. Neste caso:
A questão de saber se o Banco reteve ou não o controlo do activo transferido, depende da capacidade daquele que
recebe a transferência para vender o activo. Se aquele que recebe a transferência tiver capacidade prática para
vender o activo na sua totalidade a um terceiro não relacionado e for capaz de exercer essa capacidade
unilateralmente e sem necessitar de impor restrições adicionais à transferência, considera-se que o Banco não reteve
o controlo. Em todos os outros casos, considera-se que o Banco reteve o controlo.
No âmbito dos princípios gerais listados no ponto A) deste capítulo, e tendo em consideração que o processo de
modificação contratual pode levar em algumas circunstâncias ao desreconhecimento dos activos financeiros originais
e ao reconhecimento de novos, o propósito do ponto B) é definir os critérios e circunstâncias que levam ao
desreconhecimento de um activo financeiro.
O Banco considera que uma modificação nos termos e condições de uma exposição irá levar ao desreconhecimento
de uma transacção e reconhecimento de uma nova quando as modificações resultam em pelo menos uma das
seguintes condições:
i. Alteração da moeda, a menos que a taxa de câmbio entre a antiga e nova moeda seja
fortemente correlacionada;
ii. Eliminação ou adição de uma característica de conversão em capital a um instrumento
de dívida, a menos que não seja razoavelmente possível o seu exercício durante o seu
prazo;
iii. Transferência do risco de crédito de um instrumento para outro credor ou uma alteração
significativa na estrutura de credores dentro do instrumento;
iv. Alteração do devedor ou alteração significativa nas condições do devedor.
A verificação da aplicação das regras de desreconhecimento é da responsabilidade do Departamento de
Contabilidade e Gestão Financeira.
Se as condições de um activo financeiro forem modificadas, o BNA avalia se os fluxos de caixa do activo modificado
são substancialmente diferentes.
Se os fluxos de caixa forem substancialmente diferentes, os direitos contratuais aos fluxos de caixa do activo
financeiro original são considerados expirados e aplicam-se os princípios descritos na nota 1.4.3.4
Desreconhecimento de activos financeiros.
Se a modificação de um activo financeiro mensurado ao custo amortizado ou ao justo valor através de outro
rendimento integral não resultar no desreconhecimento do activo financeiro, então o BNA recalcula em primeiro lugar
o valor contabilístico bruto do activo financeiro aplicando a taxa de juro efectiva original do activo e reconhece o
ajustamento resultante como ganho ou perda de modificação em resultados. Para activos financeiros com taxa
variável, a taxa de juro efectiva original usada para calcular o ganho ou a perda da modificação é ajustada para
reflectir as condições actuais do mercado no momento da modificação. Quaisquer custos ou comissões incorridas e
comissões recebidas como parte da modificação ajustam o valor contabilístico bruto do activo financeiro modificado
e são amortizados durante o prazo remanescente do activo financeiro modificado.
Em termos de perdas por imparidade, o Banco classifica todos os seus activos financeiros que sejam mensurados ao
custo amortizado bem como ao justo valor através de outro rendimento integral sob “estágios” de imparidade. Estes
estágios são definidos de acordo com as alterações no risco de crédito das entidades devedoras ou dos instrumentos
em causa desde a sua aquisição, de acordo com o seguinte:
Estágio 1 - Activos sem aumento significativo do risco de crédito desde o reconhecimento inicial
São classificados em Estágio 1 os activos que não registam um aumento significativo do risco de crédito desde o
reconhecimento inicial, ou activos com baixo risco de crédito.
A maioria dos instrumentos financeiros do Banco, no momento da sua aquisição são considerados como estando no
Estágio 1, devendo subsequentemente ser efectuada uma análise ao comportamento do seu risco de crédito de forma
a aferir se há necessidade, ou não, de serem reclassificados para o Estágio 2 (ou ainda para o Estágio 3).
Estágio 2 - Activos com aumento significativo do risco de crédito desde o reconhecimento inicial
Conforme anteriormente referido, sempre que for determinada a ocorrência de um aumento significativo do risco de
crédito da contraparte deve ser equacionada a transferência do(s) respectivo(s) instrumento(s) financeiro(s) para o
Estágio 2. Exceptuam-se do referido os activos que se considera apresentarem um baixo risco de crédito.
Inserem-se neste estágio todos os instrumentos financeiros para os quais tenham sido verificados eventos de
incumprimento de acordo com a definição apresentada mais abaixo no ponto relativo aos conceitos de incumprimento
e de cura.
Para os activos financeiros classificados no Estágio 3, os eventuais juros a receber, a reconhecer em resultados, são
apurados face ao custo amortizado líquido das perdas de crédito esperadas. Por outras palavras, todos os activos
financeiros em Estágio 3 têm impacto negativo directo na margem financeira, no montante do incumprimento. Por
outro lado, importa salientar que a exposição na data do incumprimento é líquida do justo valor de eventuais
colaterais e garantias associadas.
O Banco estima as quantias equivalente às perdas de crédito esperadas num prazo de 12 meses. Todavia, em cada
data de relato, o Banco efectua a mensuração de perdas por uma quantia igual às perdas de crédito esperadas ao
longo da respectiva maturidade residual, caso o risco de crédito associado a esse instrumento financeiro tenha
aumentado significativamente desde o reconhecimento inicial. O cálculo dessas quantias deve obedecer a uma das
seguintes metodologias:
O cálculo das perdas esperadas por imparidade tem por base os CDS spreads para o emitente. Os CDS spreads sobre
a contraparte constituem uma evidência sobre o risco de incumprimento percepcionado pelo mercado (um aumento
no spread do CDS representa uma deterioração na percepção da qualidade creditícia da contraparte). De acordo com
esta metodologia, as perdas por imparidade são calculadas, para cada estágio, tal como se segue:
Onde:
ECL – corresponde ao montante da perda por imparidade estimada (Expected Credit Loss);
– CDS spread para 12 meses (ou para prazo ajustado à maturidade residual do activo, se inferior);
n – número de períodos anuais (tendo por base a maturidade residual do activo financeiro);
𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 – fluxo de caixa gerado pelo activo no período i (depois de entrar em incumprimento)
Sempre que não exista informação publica sobre os CDS spread para determinada contraparte as perdas por
imparidade são calculadas tendo por base as probabilidades de incumprimento (PD) e perdas dado o incumprimento
(LGD) associadas a cada contraparte. De acordo com esta metodologia, as perdas por imparidade são calculadas,
para cada estágio, tal como se segue:
Onde:
ECL – corresponde ao montante da perda por imparidade estimada (Expected Credit Loss);
LGD – corresponde à percentagem de perda sobre a exposição, caso o incumprimento se materialize (Loss Given
Default);
n – número de períodos anuais (tendo por base a maturidade residual do activo financeiro);
𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 – fluxo de caixa gerado pelo activo no período i (depois de entrar em incumprimento)
No exercício findo a 31 de Dezembro de 2022, a metodologia de cálculo das perdas por imparidade esperadas tendo
por base as Probabilidades de incumprimento (PD) e Perdas dado o incumprimento (LGD) foi aplicada aos activos
internos que corresponde (i) os Títulos de Dívida Soberana Nacional, (ii) e (iii) Outros Activos e Exposições
extrapatrimoniais com risco de crédito associado.
C. Análise individual
Para as exposições em instituições de crédito nacionais, o Banco procede a uma análise individual de imparidade
tendo por base uma ficha desenvolvida especificamente para o efeito.
A. Conceito de incumprimento
No âmbito do modelo de imparidade IFRS 9 – Instrumentos financeiros, o Banco considera que existe incumprimento
quando se verifica pelo menos uma das condições a seguir identificadas:
No âmbito do modelo de imparidade IFRS 9 – Instrumentos financeiros, o Banco considera que existe evolução de
cura preconizado no Instrutivo n.º 08/2019, de 27 de Agosto quando se verifiquem simultaneamente as seguintes
condições:
i. Uma melhoria da situação do devedor, sendo expectável, mediante a análise da condição financeira, o
reembolso total de acordo com as condições originais do contrato ou modificadas;
ii. O devedor não apresenta qualquer valor vencido; e
iii. Decorreu um período de quarentena de 1 (um) ano, após o primeiro pagamento de capital, em que o devedor
cumpriu com as suas responsabilidades regularmente, ou seja, em que o devedor liquidou um valor
significativo de capital e juros do contrato sem que tenha apresentado qualquer exposição vencida por um
período superior a 30 (trinta) dias.
O Banco tem devidamente especificado, em documento próprio, critérios de suporte à análise da qualidade creditícia
das contrapartes para as quais apresenta exposição, nomeadamente ao nível da sua alocação pelos três estágios
de risco previstos na IFRS 9 - Instrumentos financeiros.
- 1.4.4. OURO
O ouro é valorizado em dólares norte-americanos ao preço de fecho diário disponível na bolsa de Nova Iorque. As
valias potenciais provenientes da valorização ao justo valor são registadas em contas de “Diferenças de reavaliação”.
As valias efectivas e potenciais são registadas na demonstração dos resultados, no momento da alienação das
posições de ouro detidas. As valias efectivas resultantes do justo valor são registadas nas rubricas “Ganhos em
activos não financeiros” ou “Perdas em activos não financeiros”, consoante tratar-se de mais ou menos valias,
respectivamente. As valias potenciais resultantes da reavaliação cambial do custo de aquisição são registadas nas
rubricas “Ganhos associados a diferenças cambiais” ou “Perdas associadas a diferenças cambiais”, consoante tratar-
se de mais ou menos valias, respectivamente, conforme divulgado na nota 28.
Com referência à data de relato financeiro, o Banco avalia a existência de situações de evidência objectiva de
imparidade, considerando para o efeito um declínio prolongado e significativo do seu valor ao longo do tempo.
Quando existem indícios objectivos de que o ouro está com imparidade, a perda potencial acumulada na rubrica
“Diferenças de reavaliação de justo valor” é desreconhecida do capital próprio e registada nos resultados do período,
sendo que posteriores variações potenciais negativas de justo valor são sempre reconhecidas em resultados.
A política contabilística prevê a existência de indícios objectivos de que o ouro está em imparidade, quando a variação
do valor do mercado situar-se abaixo de 30% do custo de aquisição por um período cumulativo de 12 meses.
Os activos tangíveis encontram-se registados ao custo de aquisição, sendo deduzido das respectivas amortizações e
perdas por imparidade acumuladas. Os custos de reparação, manutenção e outras despesas posteriores ao
reconhecimento inicial, associadas ao seu uso, são reconhecidos como custo do exercício. Os custos incorridos com
benfeitorias que permitam um acréscimo dos benefícios económicos futuros estimados inicialmente, bem como um
aumento da vida útil do bem são capitalizados no valor do activo.
As amortizações são calculadas com base no método das quotas constantes e de acordo com a vida útil estimada,
correspondente ao período em que se espera que o activo esteja disponível para uso:
As despesas com obras em imóveis arrendados são depreciadas por um período compatível com o da sua utilidade
esperada ou do contrato de arrendamento.
Se existirem indicadores de mercado que possam levar a identificar evidência de imparidade em activos tangíveis, o
BNA realizará testes de imparidade. Sempre que o valor líquido contabilístico dos activos tangíveis exceda o seu
valor recuperável (maior de entre o valor de uso e o justo valor), é reconhecida uma perda por imparidade com reflexo
nos resultados do exercício, na rubrica “Imparidade de outros activos”.
O imobilizado em curso encontra-se registado pelo valor total das despesas facturadas ao Banco, sendo transferido
para imobilizado firme quando está disponível para ser utilizado, iniciando-se então a sua depreciação.
Esta rubrica compreende, essencialmente, custos com a aquisição de sistemas de tratamento de dados utilizados no
desenvolvimento da actividade do Banco.
Os activos intangíveis são registados pelo seu custo de aquisição, deduzidos de amortizações e perdas por
imparidade. As depreciações são registadas pelo método das quotas constantes, ao longo do período de vida útil
estimada dos activos, o qual corresponde a um período de três anos. Anualmente, é efectuada uma análise para
apuramento de eventuais perdas por imparidade.
Se existirem indicadores de mercado que possam levar a identificar evidência de imparidade em activos intangíveis,
o BNA realizará testes de imparidade. Sempre que o valor líquido contabilístico dos activos intangíveis exceda o seu
valor recuperável (maior de entre o valor de uso e o justo valor), é reconhecida uma perda por imparidade com reflexo
nos resultados do exercício, na rubrica “Imparidade de outros activos”.
O Banco assegura igualmente aos reformados e respectivo cônjuge o pagamento das despesas com assistência
médica e medicamentosa. Adicionalmente, o Banco oferece anualmente aos seus reformados uma compensação de
Natal.
A responsabilidade do Banco com planos de reforma (planos de benefício definido) é estimada anualmente, com
referência a 31 de Dezembro de cada ano, sendo o seu cálculo efectuado por actuários independentes. As
responsabilidades com serviços passados são calculadas utilizando o método Projected Unit Credit e pressupostos
actuariais considerados adequados.
A responsabilidade do Banco relativa ao plano de pensões de benefício definido e outros benefícios é calculada
separadamente para cada plano, através da estimativa do valor de benefícios futuros que cada colaborador deve
receber em troca pelo seu serviço no período corrente e em períodos passados. O benefício é descontado de forma a
O custo de juros com o plano de pensões é calculado pelo Banco multiplicando a responsabilidade com pensões de
reforma/benefícios de saúde pela taxa de desconto utilizada para efeitos da determinação das responsabilidades
atrás referida. Nessa base, o custo de juros inclui o custo dos juros associado às responsabilidades com pensões de
reforma / benefícios de saúde mensurados com base na taxa de desconto utilizada no cálculo das responsabilidades.
Os ganhos e perdas de remensuração, nomeadamente, os ganhos e perdas actuariais, resultantes das diferenças
entre os pressupostos actuariais utilizados e os valores efectivamente verificados (ganhos e perdas de experiência)
e das alterações de pressupostos actuariais, são reconhecidos por contrapartida de capital próprio na rubrica de
"Resultados transitados".
O Banco reconhece na sua demonstração dos resultados um valor total líquido que inclui (i) o custo do serviço corrente,
(ii) o custo de juros com o plano de pensões, (iii) os custos com serviços passados e, (iv) os efeitos de qualquer
liquidação ou corte ocorridos no período. Os valores a reconhecer na demonstração dos resultados são reconhecidos
como custos e proveitos consoante a sua natureza.
Na sequência da entrada em vigor da nova Lei Geral do Trabalho relativamente ao artigo 262.º - Compensação de
reforma, o Conselho de Administração deliberou, a 27 de Dezembro de 2016, a continuação deste benefício para
todos os trabalhadores admitidos antes de 13 de Setembro de 2015.
Todavia, na 10ª Sessão Ordinária do Conselho de Administração ocorrida a 29 de Outubro de 2019, foi deliberado o
cancelamento deste benefício para todos os trabalhadores que passassem à reforma após 31 de Dezembro de 2019.
Desta forma, este benefício foi descontinuado desde essa data.
Durante o exercício de 2015, mediante a publicação do Despacho n.º 335/15, de 27 de Outubro, foi constituído o fundo
de pensões dos trabalhadores do BNA, para cobrir o plano de contribuição definida, constituído no exercício de 2015.
Para o plano de contribuição definida, as responsabilidades relativas ao benefício atribuível aos colaboradores do
Banco são reconhecidas como um gasto do período quando devidas.
Um plano abrange todos os colaboradores que a ele tenham aderido. Para este plano, designado contributivo, são
efectuadas contribuições mensais pelos colaboradores e pelo Banco, nas percentagens definidas no regulamento do
plano.
Em Janeiro de 2022, na 11ª Sessão do Conselho de Administração, deliberou a transferência das responsabilidades
dos trabalhadores reformados para o fundo de pensões gerido pela ENSA, para o plano de benefício definido,
conforme divulgado na nota 15.
No âmbito da sua política social, o Conselho de Administração deliberou a concessão de apoio financeiro aos seus
trabalhadores para aquisição de habitação nas seguintes modalidades:
i. Aos trabalhadores admitidos até 31 de Dezembro de 2019, inclusive, é concedido um empréstimo no valor da
habitação a adquirir a taxa de juro 0%; e
ii. Aos trabalhadores admitidos após 31 de Dezembro de 2019, é assegurada a comparticipação de até 50% no
pagamento dos juros contraídos, reflectidos em contrato de crédito à habitação celebrado unicamente ao abrigo
do disposto no Aviso N.º 09/22, de 06 de Abril.
Uma provisão é constituída quando existe uma obrigação presente (legal ou construtiva) resultante de eventos
passados relativamente à qual seja provável o futuro dispêndio de recursos, e que este possa ser determinado com
fiabilidade. O montante da provisão corresponde a melhor estimativa do valor a desembolsar para liquidar a
responsabilidade na data do balanço. De acordo com o n.º 2 do artigo 86.º da Lei Orgânica do Banco, o Conselho de
Administração pode criar outras reservas e provisões destinadas a cobrir riscos de depreciação ou prejuízos a que
determinadas naturezas de activos ou operações estejam particularmente sujeitas.
A rubrica “Provisão para riscos diversos” e “Provisão para risco de crédito de garantias prestadas” inclui provisões
para cobrir potenciais responsabilidades de natureza específica, nomeadamente execução de garantias prestadas ou
outros compromissos, abertura de contingências relativas a questões cambiais e outras responsabilidades ou
contingências legais e fiscais.
Caso não seja provável o futuro dispêndio de recursos, trata-se de um passivo contingente. Os passivos contingentes
são apenas objecto de divulgação, a menos que a possibilidade da sua concretização seja remota.
No âmbito do seu papel de supervisor, o Banco Nacional de Angola deve sempre avaliar o risco sistémico a que o
sistema financeiro nacional está sujeito. Adicionalmente, tendo em consideração o contexto macroeconómico actual,
a supervisão do Banco Nacional de Angola tem-se revelado cada vez mais necessária junto do sistema financeiro.
Assim, de forma a espelhar nas demonstrações financeiras do BNA esta preocupação, dever-se-á registar uma
provisão do risco sistémico do sector financeiro. Nesse sentido, o seu apuramento assenta num modelo scoring que
visa essencialmente avaliar a exposição das instituições financeiras bancárias ao risco e considera na sua base de
cálculo o total dos passivos financeiros, deduzido das disponibilidades líquidas das instituições financeiras bancárias.
- 1.4.10. IMPOSTOS
Nos termos do artigo 97.º, da Lei n.º 22/21 de 18 de Outubro, o BNA encontra-se isento de pagamento de impostos,
taxas, emolumentos e custas judiciais, nos termos da legislação.
Neste contexto, não sendo os seus rendimentos sujeitos à tributação em sede do Imposto Industrial, o BNA não se
encontra adstrito à submissão da Declaração Anual de Rendimentos do Imposto Industrial (“Declaração Modelo 1”).
Não obstante as isenções estabelecidas na Lei do Banco Nacional de Angola, o BNA encontra-se, ainda assim,
obrigado a proceder à liquidação do imposto devido por via da retenção na fonte (na qualidade de substituto tributário)
e a entregar o imposto devido ao Estado, nos casos em que recai sobre este, tal responsabilidade, nomeadamente:
a) Imposto Predial: O Banco é responsável por, aquando do pagamento da renda relativa aos imóveis arrendados,
efectuar a retenção do Imposto Predial à taxa de 25% e a entregar o imposto retido na repartição fiscal da área
do imóvel, até ao final do mês seguinte àquele a que respeita o pagamento da renda.
b) Imposto do Selo: Sobre os contratos de arrendamento incide Imposto do Selo, competindo ao Banco efectuar a
retenção de imposto à taxa de 0,4% sobre o valor da renda mensal paga e sua posterior entrega ao Estado.
c) Imposto Industrial (Retenção na fonte): O Banco é responsável por, aquando do pagamento da factura de
fornecedores de serviços (pessoas colectivas residentes e não residentes), efectuar a retenção na fonte do
Imposto Industrial à taxa de 6,5% residentes e a entregar o imposto retido na repartição fiscal até ao final do
mês seguinte àquele a que respeita o pagamento.
d) Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho (Trabalhadores por conta própria): O Banco é responsável por,
aquando do pagamento da factura de fornecedores de serviços individuais por conta própria, efectuar a retenção
na fonte de Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho à taxa de 6,5% e a entregar o imposto retido na repartição
fiscal até ao final do mês seguinte àquele a que respeita o pagamento.
e) Imposto sobre o Valor Acrescentado: Após implementação do IVA em Angola no dia 1 de Outubro de 2019, a sua
adopção foi deliberada pelo Conselho de Administração do BNA no dia 3 de Outubro de 2019. Nos termos da Lei
do IVA (Lei n.º 7/19, de 24 de Abril, conjugada com a Lei n.º 17/19, de 13 de Agosto), o BNA enquadra-se no
Regime geral do IVA previsto no Código deste imposto enquanto sujeito passivo cadastrado na Repartição Fiscal
dos Grandes Contribuintes (cf. alínea a) do n.º 2 do art. 3.º da Lei n.º 7/19, de 24 de Abril). Neste contexto, o BNA
deve cativar 50% do imposto contido na factura ou documento equivalente na transmissão de bens ou prestação
de serviços efectuadas por fornecedores residentes em Angola (cf. n.º 2 do art. 21.º do Código do IVA), sendo o
restante 50% entregue a estes fornecedores. Adicionalmente, quando as prestações de serviços forem
efectuadas por fornecedores não residentes em Angola, o BNA deverá (auto) liquidar o IVA angolano quando tais
Os aumentos de capital são reconhecidos na rubrica do capital próprio de “Capital”, no momento em que são
subscritos pelo valor nominal, sendo o montante não realizado é registado na rubrica de “Capital subscrito não
realizado”. No caso de o aumento de capital ser efectuado com a entrega de títulos por um valor diferente do seu
justo valor, a diferença para o justo valor dos títulos recebidos, à data da sua realização, é registada na rubrica
“Desconto de emissão de capital” (nota 18).
As reservas do Banco são constituídas e movimentadas de acordo com o estabelecido no artigo 88.º da Lei Orgânica
do Banco e dividem-se entre (i) reserva legal, (ii) reservas especiais e (iii) reservas livres.
Os resultados transitados representam resultados de períodos anteriores que se encontram a aguardar aplicação por
parte do Conselho de Administração.
De acordo com o n.º 8, do artigo 89.º da Lei do BNA, o remanescente do dividendo decorrente da afectação prevista
nos números anteriores do referido artigo, será imputado, em primeiro lugar, aos créditos sobre o Estado não
reembolsados e o restante é distribuído ao Departamento Ministerial Responsável pelas Finanças, como receitas
para o Orçamento Geral do Estado.
Para efeitos da preparação das demonstrações dos fluxos de caixa das operações em moeda estrangeira, o Banco
considera como caixa e seus equivalentes em moeda estrangeira todos os depósitos à ordem e todos os depósitos a
prazo, partes integrantes das rubricas “Caixa e disponibilidades em instituições de crédito” (nota 3) e “Aplicações em
instituições de crédito” (nota 4).
Na preparação das demonstrações financeiras do Banco, são utilizadas estimativas e valores futuros esperados. Estas
estimativas são subjectivas por natureza e podem afectar o valor dos activos e passivos, proveitos e custos, assim
como de passivos contingentes divulgados. As estimativas com maior impacto nas demonstrações financeiras do
Banco incluem as abaixo apresentadas:
As responsabilidades com subsídio de Natal e assistência médica e medicamentosa dos activos e reformados são
estimadas tendo por base avaliações actuariais efectuadas por peritos externos, tendo por base pressupostos
actuariais e financeiros, nomeadamente a taxa de desconto, a taxa de inflação e as tábuas de mortalidade. O Banco
considera que as responsabilidades registadas nas demonstrações financeiras reflectem de forma adequada a melhor
estimativa na data de balanço dos montantes a desembolsar.
O processo de avaliação dos activos financeiros, de forma a determinar se uma perda por imparidade deve ser
reconhecida, é sujeito a diversas estimativas e julgamentos. Este processo inclui factores como a probabilidade de
incumprimento, as notações de risco, o valor dos colaterais associado a cada operação, as taxas de recuperação e as
estimativas quer dos fluxos de caixa futuros, quer do momento do seu recebimento.
Metodologias alternativas e a utilização de outros pressupostos e estimativas poderiam resultar em níveis diferentes
das perdas por imparidade reconhecidas, com o consequente impacto nos resultados do Banco.
O justo valor baseia-se em cotações de mercado, quando disponíveis, e na ausência de informação de mercado, é
determinado com base na utilização de preços de transacções recentes, semelhantes e realizadas em condições de
mercado ou com base em metodologias de avaliação baseadas em métodos de fluxos de caixa futuros descontados,
considerando as condições de mercado, o valor temporal, a curva de taxa de juro e outros factores, em conformidade
com os requisitos da IFRS 13 – Mensuração ao Justo Valor.
O Banco classifica na categoria de Activos Financeiros ao justo valor, através de resultados, os montantes geridos
por entidades externas e fundos de investimento. As fontes de valorização destes investimentos têm por base a
informação recebida das entidades.
2. Ouro
2022 2021
Oz (*) Montante Oz (*) Montante
592 901 544 723 592 901 601 896
(* )
1 onça de ouro fino = 31,103481 gramas de ouro fino.
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, o Banco detém 592,90 mil onças de ouro (Oz) a um preço médio de 1,68 mil
dólares norte-americanos, sendo o seu valor de mercado nestas datas de 1,82 mil dólares norte-americanos e 1,83
mil dólares norte-americanos, respectivamente.
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a rubrica “Diferenças de reavaliação de justo valor” em capital próprio referente
à posição do ouro, inclui uma menos valia potencial que ascende a 38,26 mil milhões de kwanzas e 43,86 mil milhões
de kwanzas, respectivamente (nota 19).
2022 2021
No exterior
Depósitos à ordem 210 780 784 057
No país
Depósitos à ordem
Em moeda estrangeira 3 492 3 770
Em moeda nacional 1 308 2 300
Notas e moedas em caixa
Em moeda estrangeira 39 953 43 663
Em moeda nacional - 811
Fundo de maneio
Em moeda nacional 8 12
44 761 50 556
255 541 834 613
Durante o exercício de 2022, a rubrica de “Depósitos à ordem no exterior “, registou uma diminuição de 573,28 mil
milhões de kwanzas face a 31 de Dezembro de 2021. Esta redução é essencialmente explicada, pelos (i) pagamentos
em nome do Tesouro Nacional, (ii) pagamento da REPO III (Acordo de Recompra) conforme mencionado na nota 14 e
(iii) Venda de divisas.
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, os saldos apresentados na rubrica “No país – Notas e moedas em caixa – Em
moeda estrangeira” encontram-se maioritariamente denominadas em dólares norte-americanos. Fazem parte, os
meios físicos existentes nas tesourarias nas unidades de estrutura de Luanda e de cada uma das delegações
regionais, sendo o seu controlo efectuado regularmente por meio de inventários físicos, assim como os valores
apreendidos no âmbito da operação Caranguejo (em moeda nacional e estrangeira), que se encontram à guarda no
BNA, conforme mencionado na nota 13.
2022 2021
No exterior
Depósitos a prazo
Valor aplicado 2 754 304 3 273 723
Juros a receber 23 638 755
Perdas por imparidade esperada (8 876) (3 246)
2 769 066 3 271 232
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a rubrica “No exterior – Depósitos a prazo” representa as aplicações do BNA
em bancos internacionais, com prazos máximos até um ano e remuneradas a uma taxa média anual de 1,66% e
0,88%, respectivamente.
2021
Até 1 mês Entre 1 a 3 meses Entre 3 e 6 meses Mais 6 meses Total
Depósitos a prazo (valor aplicado)
No exterior 847 324 1 099 158 660 344 666 897 3 273 723
847 324 1 099 158 660 344 666 897 3 273 723
Os movimentos ocorridos nas perdas por imparidade nas aplicações em instituições de crédito são analisados
conforme segue:
2022
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3
2021
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a rubrica de Outros activos financeiros ao justo valor apresenta a seguinte
composição:
2022 2021
Activos sobre o exterior
Activos financeiros ao justo valor através de resultados
Instrumentos de dívida:
Dívida pública e corporate 191 492 211 824
Dívida estruturada 60 754 64 349
Instrumentos de capital:
Fundos de capital de risco 288 274 272 073
Depósitos e outros activos monetários 7 496 16 167
Outros instrumentos de capital 5 784 8 479
553 800 572 892
Activos financeiros ao justo valor através de outro
rendimento integral
Títulos de dívida soberana estrangeira
Emissores públicos estrangeiros
Valor nominal 2 467 448 1 580 622
Variações de justo valor (Nota 20) sem risco de crédito (58 451) 15 076
Prémio ou desconto 13 684 (1 154)
Rendimentos a receber 16 237 6 615
Perdas por imparidade esperada (2 865) (561)
Operações de venda com acordo de recompra
Valor nominal - 628 580
Variações de justo valor (Nota 20) - 8 763
Prémio ou desconto - (1 828)
Rendimentos a receber - 2 378
Perdas por imparidade esperada - (193)
Organismos financeiros internacionais
Valor nominal 588 925 650 726
Variações de justo valor (Nota 20) (12 398) (3 872)
Prémio ou desconto 1 102 3 144
Rendimentos a receber 3 399 2 599
3 017 081 2 890 895
Em 31 de Dezembro de 2022, a rubrica de Balanço “Activos sobre o Exterior - activos financeiros ao justo valor através
de resultados” no montante de 553,80 mil milhões de kwanzas (31 de Dezembro de 2021: 572,89 mil milhões de
kwanzas) é composta por duas carteiras de activos financeiros, uma gerida por gestores externos e a outra gerida
internamente.
2022
Fundos de Out ros Depósitos e
Dívida Dívida pública
capital de inst rument os outros activos TOTAL
est rut urada e Corporate
risco de capital monetários
Gestores Externos
BANCO MUNDIAL - 107 281 - - 1 421 108 703
UBS - 84 211 - 5 784 (5 282) 84 713
CA INDOSUEZ 60 754 - - - 2 925 63 679
AT RIUM - - - - 8 431 8 431
Fundos de Investim entos
GEMCORP FUND LIMIT ED - - 286 532 - - 286 532
RIVERSTONE - - 1 742 - - 1 742
CARLYLE - - - - - -
Carteiras sob gestão interna
Magenta Limited I - - - - - -
Magenta Limited II - - - - - -
Magenta Limited V - - - - - -
GOLDEN ASSET - - - - - -
GOLDEN ASSET - ABD - - - - - -
Q. PLAZA - - - - - -
Tot al 60 754 191 492 288 274 5 784 7 496 553 800
2021
Fundos de Out ros Depósitos e
Dívida Dívida pública
capital de inst rument os outros activos TOTAL
est rut urada e Corporate
risco de capital monetários
Gestores Externos
BANCO MUNDIAL - 119 847 - - 2 650 122 497
UBS - 91 977 - - 4 316 96 292
CA INDOSUEZ 64 349 - - - 8 459 72 808
ATRIUM - - - 8 479 742 9 222
Fundos de Investim entos
GEMCORP FUND LIMITED - - 259 529 - - 259 529
RIVERSTONE - - 2 172 - - 2 172
CARLYLE - - 10 373 - - 10 373
Carteiras sob gestão interna
Magenta Limited I - - - - - -
Magenta Limited II - - - - - -
Magenta Limited V - - - - - -
GOLDEN ASSET - - - - - -
GOLDEN ASSET - ABD - - - - - -
Q. INVESTMENT - - - - - -
Q. PLAZA - - - - - -
Tot al 64 349 211 824 272 073 8 479 16 167 572 892
Durante o exercício de 2022, o Banco Nacional de Angola, procedeu à venda das suas participações no montante de
17,82 milhões de dólares norte-americanos e 1,63 milhões de Euros que detinha junto da entidade Carlyle Partners
V, Carlyle Global Financial Services Partners I, Carlyle Asia Partners III, Carlyle US Growth Fund III, Carlyle Strategic
Partners II e Carlyle Europe Technology Partners II (os “Fundos”).
Os activos financeiros geridos por gestores externos incluem posições que se encontram sob gestão discricionária da
contraparte, o que significa que as decisões de investimento são tomadas pelas contrapartes mediante determinado
perfil de risco previamente atribuído na assinatura do acordo de gestão, incluindo a Gemcorp Fund I Limited, apesar
da % significativa detida pelo BNA sobre esta entidade.
A 31 de Dezembro de 2022, o Banco Nacional de Angola ainda dispunha de um conjunto de activos remanescentes
provenientes do processo de desinvestimento dos activos ilíquidos. Não se inclui neste plano de desinvestimento a
participação detida na Gemcorp Fund I Limited.Na sequência do acordo de compra e venda promulgado pelo BNA,
denominado Projecto Magenta o BNA, dispõe no exercício de 2022 de um conjunto de activos das carteiras
anteriormente sobre gestão da entidade contratada, sem liquidez no mercado e para as quais nesta data estima que
o valor de mercado ascenda a zero que inclui a Q. Investment e Q. Liquidity.
Adicionalmente, o acordo promulgado também inclui a opção única e exclusiva por parte do BNA de alienação um
conjunto de Hedge Funds, anteriormente geridos por uma entidade externa (Golden Asset).
As responsabilidades futuras assumidas pelo BNA para chamadas de capital, decorrentes de investimentos em
fundos de investimento alternativo junto de gestores externos (Atrium e Riverstone), registadas em contas
extrapatrimoniais – compromissos perante terceiros não residentes, ascendem em 31 de Dezembro de 2022 e 2021,
a aproximadamente 19,46 mil milhões de kwanzas e 47,81 mil milhões de kwanzas, respectivamente (nota 21).
As mais ou menos valias realizadas e potenciais destes instrumentos são reflectidas na rubrica da demonstração de
resultados “Resultados de activos financeiros valorizados ao justo valor através de resultados” (nota 26).
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a composição da rubrica “Activos financeiros ao justo valor através de outro
rendimento integral” - Títulos de dívida soberana estrangeira – Valor nominal” em termos de prazos residuais até ao
vencimento é a seguinte:
2021
Até 1 ano Entre 1 a 3 anos Entre 3 e 5 anos Mais de 5 anos Total
Títulos de dívida soberana estrangeira
Operações de venda com acordo de recompra 398 896 1 181 726 - - 1 580 622
Emissores públicos estrangeiros 260 841 389 885 - - 650 726
Organismos financeiros internacionais 109 609 518 972 - - 628 580
769 346 2 090 582 - - 2 859 928
Os resultados potenciais da valorização da carteira de activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento
integral - títulos de dívida soberana estrangeira ao seu justo valor são reconhecidos nos Capitais Próprios na rubrica
“Diferenças de reavaliação de justo valor” (Nota 19). Os resultados realizados desta carteira, são registados em
resultados do exercício na rubrica “Resultados de activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento
integral” (nota 27).
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, os títulos de dívida soberana estrangeira são remunerados a uma taxa média
anual de 0,90% e 1,7% respectivamente.
Os movimentos ocorridos nas perdas por imparidade nos títulos da dívida soberana estrangeira são analisados
conforme segue:
2022
Total
Está gio 1 Está gio 2 Está gio 3
Saldo inicial 754 - - 754
Movimentação do período
Activos financeiros originados ou adquiridos 1 204 - - 1 204
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco 1 037 - - 1 037
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs (164) - - (164)
W rite-offs - - - -
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências para: -
Estágio 1 - - - -
Estágio 2 - - - -
Estágio 3 - - - -
Variações cambiais e outros movimentos 33 - - 33
Saldo final 2 863 - - 2 863
Activos Internos
Em 31 de Dezembro de 2022, a variação negativa do saldo da rubrica “Activos internos - Activos financeiros ao justo
valor através de outro rendimento integral” é principalmente atribuível (i) à transferência de Títulos do Tesouro
Nacional denominados em kwanza no justo valor l de 133,87 mil milhões de kwanzas como parte do aporte inicial do
Fundo de Pensões, em virtude da passagem da responsabilidade dos trabalhadores reformados do Banco para aquela
entidade (ii) às vendas, resgates e vencimentos de Títulos Tesouro Nacional denominados em moeda estrangeira no
montante de 156 milhões de kwanzas (sendo que 104 milhões de kwanzas vendas e 52milhões de kwanzas) e 7,25
milhões de dólares norte – americano respectivamente, e (iii) ao resgate de títulos antecipados no montante de 27 072
mil milhões de kwanzas.
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, o saldo da rubrica “Obrigações em moeda nacional não reajustáveis”, inclui
Obrigações do Tesouro emitidas pelo Ministério das Finanças para realização de parte do capital social subscrito no
exercício de 2011, tal como definido na Lei 24/21, de 18 de Outubro. Estes títulos, com maturidade de 20 anos,
caracterizam-se por não apresentarem remuneração associada (taxa zero).
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a desagregação por prazos residuais do valor nominal das Obrigações do Tesouro
classificadas nas rubricas de “Activos internos - Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento
integral” é a seguinte:
2021
Até 1 ano Entre 1 a 3 anos Entre 3 a 5 anos Mais de 5 anos Total
Activos financeiros ao justo valor através de outro
rendimento integral
Obrigações do Tesouro
Obrigações em moeda nacional não reajustáveis 69 167 422 169 190 000 1 014 191 1 695 527
Obrigações em moeda estrangeira 4 023 - 290 139 - 294 162
Indexadas à taxa de câmbio do Dólar dos Estados Unidos 13 770 - - - 13 770
86 960 422 169 480 139 1 014 191 2 003 459
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, os títulos de dívida pública nacional são remunerados a uma taxa média efectiva
anual de 17,61% e 19,3%, respectivamente.
Os movimentos ocorridos nas perdas por imparidade das obrigações do tesouro são analisados conforme segue:
2022
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3
Saldo inicial 22 693 25 344 - 48 037
Movimentação do período
Activos financeiros originados ou adquiridos - - - -
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco (27 780) 58 - (27 722)
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs (690) (512) - (1 202)
W rite-offs - - - -
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências para: -
Estágio 1 - - - -
Estágio 2 - - - -
Estágio 3 - - - -
Variações cambiais e outros movimentos 2 795 - - 2 795
Saldo final (2 982) 24 890 - 21 908
2021
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3
Saldo inicial 44 994 34 554 - 79 548
Movimentação do período
Activos financeiros originados ou adquiridos 3 362 20 084 - 23 446
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco (25 663) (22 469) - (48 132)
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs - - - -
W rite-offs - - - -
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências de estágios: -
Estágio 1 - - - -
Estágio 2 - - - -
Estágio 3 - - - -
Variações cambiais e outros movimentos - (6 825) - (6 825)
Saldo final 22 693 25 344 - 48 037
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, as posições activas e passivas junto do Fundo Monetário Internacional (FMI) têm
a seguinte composição:
2022 2021
Direitos de saque especiais (DSE) 763 511 725 851 660 708
Posição activa sobre o FMI 1 503 1 007 838 1 591 1 235 578
Em 31 de Dezembro de 2022 a Posição activa para com o FMI – verifica-se uma variação essencialmente justificada
pela reavaliação cambial resultante da actualização da taxa de câmbio entre DSE/AOA, conforme mencionado
anteriormente o Banco apura a taxa DSE/AOA no final do ano tendo em conta a interpolação das taxas DSE/USD e
USD/AOA.
Em 31 de Dezembro de 2022 a Posição passiva para com o FMI apresenta uma variação essencialmente justificada
pelo repasse ao Ministério das Finanças de 50% de DSE atribuídos a Angola pelo FMI em 2021, correspondente a
354 milhões de DSE (650 milhões de dólares norte - americanos). Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a taxa de
câmbio de 1 Direito de Saque Especial (DSE) para kwanza corresponde a aproximadamente 670,33 e 776,75,
respectivamente.
2022 2021
No interior
Os movimentos ocorridos nas perdas por imparidade “Valor a receber de instituições financeiras” são analisados
conforme segue:
2022
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3
Saldo inicial - - 34 332 34 332
Movimentação do período
Activos financeiros originados ou adquiridos - - - -
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco - - - -
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs - - - -
W rite-offs - - - -
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências para: -
Estágio 1 - - - -
Estágio 2 - - - -
Estágio 3 - - - -
Variações cambiais e outros movimentos - - - -
Saldo final - - 34 332 34 332
2021
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3
Saldo inicial - - 34 332 34 332
Movimentação do período
Activos financeiros originados ou adquiridos - - - -
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco - - - -
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs - - - -
W rite-offs - - - -
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências para: -
Estágio 1 - - - -
Estágio 2 - - - -
Estágio 3 - - - -
Variações cambiais e outros movimentos - - - -
Saldo final - - 34 332 34 332
Em 31 de Dezembro de 2022, os saldos registados na rúbrica “Valores a receber de entidades não financeiras” inclui
valores pagos no âmbito de contratos que foram celebrados para a aquisição de activos fixos tangíveis, bem como
para a prestação de serviços que apresentaram indícios de irregularidades nos exercícios anteriores, sobretudo por
não ter sido comprovada a aquisição de bens ou contrapartida de serviço. Os valores registados decompõem-se como
se segue:
Em 31 de Dezembro de 2022, o valor a receber de entidades não financeiras diminuiu cerca de 7,26 mil milhões face
a 31 de Dezembro de 2021, fruto das acções de negociação do BNA junto de fornecedores. Neste sentido foi possível
efectuar o witre-offs 2,12 mil milhões de kwanzas.
Os movimentos ocorridos nas perdas por imparidade Devedores Diversos - Fornecedores são analisados conforme
segue:
2022
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3
Saldo inicial - - 9 161 9 161
Movimentação do período
Activos financeiros originados ou adquiridos - - - -
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco - - (47) (47)
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs - - - -
W rite-offs - - (2 120) (2 120)
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências para: -
Estágio 1 - - - -
Estágio 2 - - - -
Estágio 3 - - - -
Variações cambiais e outros movimentos - - - -
Saldo final - - 6 993 6 993
2021
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3
Saldo inicial - - 9 917 9 917
Movimentação do período
Activos financeiros originados ou adquiridos - - - -
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco - - (756) (756)
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs - - - -
W rite-offs - - - -
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências para: -
Estágio 1 - - - -
Estágio 2 - - - -
Estágio 3 - - - -
Variações cambiais e outros movimentos - - - -
Saldo final - - 9 161 9 161
2022 2021
Mercado monetário interbancário
Títulos
Títulos afectos para cumprimento de RO-ME - 685 340
Perdas por imparidade esperada - (9 959)
Instituições Financeiras
Operações de redesconto
Valor cedido 256 963 256 963
Perdas por imparidade esperada (256 963) (256 963)
Juros a receber - -
Operações ocasionais de cedência de liquidez
Valor aplicado 4 000 28 000
Perdas por imparidade esperada - (1 853)
Juros a receber 2 70
Perdas por imparidade esperada (49) -
Facilidades de cedência de liquidez - Overnight - -
Valor aplicado 62 833 -
Juros a receber 101 -
66 888 701 598
Em 31 de Dezembro de 2021 o saldo da rubrica “Títulos afectos para cumprimento de RO-ME” correspondia a
Obrigações do Tesouro entregues pelos bancos comerciais com o valor nominal no montante de 1,23 mil milhões de
dólares norte-americanos, para cumprimento de reservas obrigatórias em moeda estrangeira, de acordo com o
previsto no Instrutivo nº 02/2021 e na Directiva n.º 07/DMA/2021, de 10 de Fevereiro e 06 de Julho.
Em 31 de Dezembro de 2022, a redução verificada na rubrica Títulos afectos para cumprimento de RO-ME é explicada
pela alteração introduzida pela Directiva n.º 11/2022, que apenas prevê a constituição através dos saldos da conta
de depósitos, após a liquidação do Ministério das Finanças do principal título (AOTNME710D15) que se encontrava
a ser utilizado pelos bancos comerciais para cumprimento de RO-ME, assim como pela reversão da imparidade
decorrente da alteração do cumprimento efectivo da exigibilidade para cumprimento das RO-ME.
2021
Total
Está gio 1 Está gio 2 Está gio 3
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a rubrica “Operações de redesconto” apresenta a seguinte distribuição por
instituição financeira:
2022 2021
Valor Rendiment os a Imparidade Valor líquido Rendiment os a Imparidade Valor líquido
Inst it uição financeira Valor cedido
cedido receber Acumulada de Balanço receber Acumulada de Balanço
Banco Económico 256 963 - (256 963) - 256 963 - (256 963) -
256 963 - (256 963) - 256 963 - (256 963) -
Em 31 de Dezembro de 2022, o saldo apresentado na rubrica “Operações de redesconto – Valor cedido” corresponde
a operações de assistência de liquidez realizada em 2016 ao Banco Económico, S.A. no valor total de 256,96 mil
milhões de kwanzas.
Nos termos do n.º 2 do artigo 24.º da Lei do BNA, o BNA pode conceder créditos às instituições financeiras bancárias
solventes, que enfrentem problemas temporários de liquidez por um período não superior a 180 dias. Não obstante,
devido às dificuldades de liquidez desta instituição de crédito, esta operação foi sucessivamente renovada até Março
de 2017, mantendo-se na demonstração da posição financeira até a data.
Os movimentos ocorridos nas perdas por imparidade nas “Operações de redesconto” são analisados conforme segue:
2022
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a rubrica “Operações ocasionais de cedência de liquidez” apresenta a seguinte
distribuição:
2022 2021
Rendimentos Imparidade Valor líquido Rendimentos Imparidade Valor líquido
Instituição financeira Valor cedido Valor cedido
a receber Acumulada de Balanço a receber Acumulada de Balanço
Banco de Comércio e Indústria - 25 500 63 (22) 25 541
Banco Económico 4 000 3 (49) 3 954 2 500 7 (1 831) 676
4 000 3 (49) 3 954 28 000 70 (1 853) 26 217
Os movimentos ocorridos nas perdas por imparidade nas “Operações ocasionais de cedência de liquidez” apresenta
a seguinte distribuição:
2022
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3
Saldo final - 49 - 49
Saldo inicial - - - -
Movimentação do período
Activos financeiros originados ou adquiridos - - - -
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco 22 - 1 831 1 853
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs - - - -
W rite-offs - - - -
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências para: -
Estágio 1 - - - -
Estágio 2 - - - -
Estágio 3 - - - -
Variações cambiais e outros movimentos - - - -
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a rubrica “Operações de cedência de liquidez- Overnight” apresenta a seguinte
distribuição:
2022 2021
Rendimentos Imparidade Valor líquido Rendimentos Imparidade Valor líquido
Instituição financeira Valor cedido Valor cedido
a receber Acumulada de Balanço a receber Acumulada de Balanço
Banco de Poupança e Crédito 42 579 101 - 42 680 - - - -
Banco Regional Keve 15 551 15 551
Banco de Comércio e Indústria 4 703 - - 4 703 - - - -
62 833 101 - 62 934 - - - -
As operações de overnight visam ceder liquidez por prazo de um dia às instituições financeiras bancárias, e são
concedidas a exclusivo critério do BNA, mediante solicitação formal da instituição financeira, nos termos
regulamentares, sendo realizadas com o compromisso de recompra dos activos dados em garantia.
Durante o exercício de 2022, o BNA emitiu o Aviso n.º 16/2022, para assegurar a disponibilidade operacional do
Sistema de Pagamentos de Angola, de forma ininterrupta e durante 7 (sete) dias da semana, em 2022.
Em 31 de Dezembro de 2022, o saldo apresentado na rubrica “Operações de cedência de liquidez- Overnight” – Valor
cedido” corresponde a operações de assistência de liquidez aos bancos no montante de 62,83 mil milhões de
kwanzas, sendo que deste total inclui o montante de 3 mil milhões correspondente a cedência no âmbito do
Mecanismo de Assistência de Liquidez.
Os movimentos ocorridos nas rubricas de imobilizações corpóreas, incorpóreas e em curso durante os exercícios de 2021 e 31 de Dezembro de 2020
foram os seguintes:
Saldos em 31-12-2021 Movimentos decorridos no exercício de 2022 Saldos em 31-12-2022
Abates Transferências
Reversão ou
Valor Amortizações Valor Amortizações do Valor Valor Valor Amortizações Valor
Imparidade Aquisições (Amortizações) (reforço) de perdas (Amortizações) Imparidade
bruto acumuladas líquido exercício Bruto Bruto bruto acumuladas líquido
por imparidade
Activos tangíveis
Imóveis 31 729 (7 433) (5) 24 291 4 145 (835) (1) 1 (0) 3 - 35 875 (8 267) (5) 27 603
Equipamento 44 454 (18 942) - 25 512 11 273 (7 809) - - - - - 55 727 (26 751) - 28 976
Património artístico 66 - - 66 - - - - - - - 66 - - 66
Activos tangíveis em curso 59 967 - - 59 967 49 020 - - - - (3) - 108 984 - - 108 984
136 216 (26 375) (5) 109 836 64 438 (8 644) (1) 1 (0) 0 - 200 652 (35 018) (5) 165 629
Activos intangíveis
Softw are 10 023 (6 865) - 3 158 1 325 (3 006) - - - - - 11 348 (9 871) - 1 477
146 239 (33 240) (5) 112 994 65 764 (11 651) (1) 1 (0) 0 - 212 000 (44 889) (5) 167 106
Activos intangíveis
Softw are 7 456 (3 871) - 3 585 2 567 (2 994) - - - - - 10 023 (6 865) - 3 158
115 994 (24 734) (71) 91 189 30 245 (8 506) - - 66 - - 146 239 (33 240) (5) 112 994
Durante o exercício de 2022, foi possível reverter perdas por imparidade no montante de 0,13 milhões de kwanzas, pelo que em 31 de Dezembro de
2022 o total de perdas por imparidade sobre activos tangíveis (imóveis), corresponde ao montante de 5,00 milhões de kwanzas.
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a rubrica “Activos tangíveis em curso” refere-se às seguintes obras em curso,
por delegação:
2022 2021
Luanda 95 330 54 400
Moxico 3 732 3 732
Kuando-Kubango 1 095 1 095
Cabinda 649 601
Benguela 81 81
Huila 53 53
Huambo 5 5
100 945 59 967
A variação positiva verificada no ano de 2022 nas rubricas “Activos tangíveis em curso” decorre essencialmente das
obras em curso, em Luanda projecto Cash Center e delegação Regional de Cabinda nos montantes de 40 mil milhões
de kwanzas, 48,32 mil milhões de kwanzas, 271,88 mil milhões de respectivamente.
2022 2021
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, o saldo da rubrica “Devedores e outras aplicações - Pessoal” pode ser detalhado
da seguinte forma:
2022 2021
Fundo social
Projectos habitacionais 14 715 15 241
Apoio social 5 6
Compra da dívida dos trabalhadores 4 536 3 361
Empréstimos aos empregados 3 499 3 990
Custos a diferir 39 008 37 817
61 763 60 415
57 281 56 295
No âmbito da política social vigente no BNA e por forma a prestar apoio na obtenção de habitação própria, o Conselho
de Administração decidiu conceder empréstimos à habitação aos seus colaboradores, assegurando uma correcta
alocação de recursos financeiros face às demais responsabilidades da instituição. Neste contexto, o saldo das
rubricas “Empréstimos aos empregados” e “Projectos habitacionais” representa o montante em dívida que se
encontra a ser reembolsado pelos trabalhadores.
A rubrica “Compra da dívida dos trabalhadores” corresponde à compra da dívida dos trabalhadores junto das
instituições financeiras bancárias, que se encontra a ser amortizado periodicamente pelos trabalhadores a favor do
Banco.
Em todas as modalidades de crédito concedidos aos colaboradores a taxa de juro associada é de 0%.
No âmbito da IFRS 9 – Instrumentos financeiros, a 31 de Dezembro de 2022 o Banco apurou perdas esperadas aos
créditos concedidos aos trabalhadores no montante de 4,48 mil milhões de kwanzas.
De acordo com a IFRS 9 – Instrumentos financeiros, no momento do seu reconhecimento inicial, todos os instrumentos
financeiros devem ser registados ao justo valor. Atendendo aos créditos concedidos aos colaboradores, a IAS 19 –
Benefícios aos empregados assume-se como um benefício (uma vez que todos os financiamentos aos colaboradores
do Banco são à taxa de juro zero, ou seja, uma taxa de juro inferior ao mercado). Este benefício faz parte da
remuneração do colaborador. Desta forma, a diferença entre o valor nominal e o justo valor é reconhecido na
Demonstração da posição financeira na rubrica “Custos a diferir” (por contrapartida da redução do valor do crédito
concedido), sendo depois reconhecido em resultados durante o período mais curto entre (i) a duração do crédito ou
(ii) o número de anos que medeia entre a data de concessão do crédito e a data legal em que o colaborador se reforma.
2022
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3
Saldo inicial (58) 1 020 3 158 4 120
Activos financeiros originados ou adquiridos 4 14 324 342
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco -
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs 9 11 - 20
W rite-offs - - - -
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências para: - - - -
Estágio 1 - - - -
Estágio 2 - - - -
Estágio 3 (313) (3) 316 -
Variações cambiais e outros movimentos - - - -
2021
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3
Saldo inicial 29 899 2 510 3 438
Activos financeiros originados ou adquiridos 110 199 331 640
Variações por alteração na exposição ou parâmetros de risco (19) (68) 129 42
Activos financeiros desreconhecidos excluindo write-offs - - - -
W rite-offs - - - -
Alterações no modelo e metodologias - - - -
Transferências para:
Estágio 1 0 11 (11) 0
Estágio 2 (1) 1 0
Estágio 3 (177) (20) 197 (0)
Variações cambiais e outros movimentos - - - -
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a rubrica “Devedores e outras aplicações – Devedores diversos” apresenta o
seguinte detalhe:
2022 2021
Outros valores a receber do MinFin 21 819 26 884
Outros devedores diversos 101 126
Cauções a receber 150 17
Crédito Físcal 17 3
Valores repatriados Banco Namíbia - 2
22 087 27 032
Em 31 de Dezembro de 2022, o saldo da rubrica “Outros valores a receber do MINFIN” diz respeito ao valor de juros
e comissões a receber do Ministério das Finanças creditados na conta de haveres em DSE pelo FMI no âmbito do
No decorrer de 2021, o BNA emitiu as notas da nova série de “2020” que circulará juntamente com a série “2012”
até ao dia 31 de Dezembro de 2021, de acordo com o Aviso n.º 16/2020, de 06 de Julho (nota 11).
Nos exercícios de 2022 e 2021, foram reconhecidos custos relativos à emissão de notas e moedas nos montantes de
5,22 mil milhões de kwanzas e 14,38 mil milhões de kwanzas, respectivamente (nota 29). A redução verificada na
rubrica “Notas e Moedas” é essencialmente justificada pelo registo dos custos diferidos.
A rubrica Responsabilidades com Plano de Benefícios Definidos (PBD) registava, a 31 de Dezembro de 2022, o
superavit do Fundo de Pensões para o plano de Benefícios definidos, resultante do facto de este apresentar, nessa
data, um nível de financiamento superior a 100%. Em 2021, esta posição líquida era passiva, estando assim incluída
na rubrica Responsabilidades com pensões e outros benefícios (nota 15).
Em 31 de Dezembro de 2022, a rubrica “Contas de regularização” sofreu uma variação de 69,72 milhões de kwanzas
dada a liquidação tardia de um título de dívida pública estrangeira, maturado em 2021, no montante de 100 milhões
de dólares norte americanos.
2022 2021
Emissão monetária
Notas emitidas 854 124 885 949
Moedas emitidas 15 514 15 080
Notas e moedas para circulação
Notas (209 439) (328 978)
Moedas (2 347) (3 462)
657 852 568 589
2022 2021
Reservas bancárias
Em moeda nacional
Reserva 1 833 551 1 576 541
Em moeda estrangeira
Títulos - 685 340
Reserva líquida 1 173 760 982 584
3 007 311 3 244 465
Mercado monetário interbancário
Operações ocasionais de absorção de liquidez
Operações com instituições financeiras
Valor absorvido 868 310 676 839
Encargos a pagar 25 763 8 936
Operações com instituições não financeiras
Valor absorvido - 200 000
Encargos a pagar - 898
Operações permanentes de absorção de liquidez
Valor absorvido 242 930 -
Encargos a pagar 2 014 -
1 139 017 886 673
4 146 328 4 131 138
A rubrica “Reservas bancárias - Reserva” representa os depósitos em moeda nacional e moeda estrangeira
efectuados pelas instituições financeiras bancárias nacionais, visando satisfazer as exigências legais relativas
aos níveis mínimos de reservas obrigatórias definidos pelo Banco, as quais não são remuneradas.
Esta rubrica de reserva bancária inclui igualmente, o saldo de reservas obrigatórias dos bancos em que se
encontram em processo de liquidação.
Em 31 de Dezembro de 2022, de acordo com o Directiva n.º 11/2022, de 12 de Dezembro de 2022, que revoga a
Directiva n.º 07/DMA/2021, de 10 de Fevereiro e 06 de Julho respectivamente, são elegíveis para o cumprimento das
Reservas Obrigatórias em moeda estrangeira, os saldos da conta de depósitos em moeda estrangeira aberta no Banco
Nacional de Angola, em nome de cada Instituição Financeira Bancária, deduzido do correspondente 100% dos
depósitos em nome do Governo Central, mantidos nas demonstrações financeiras da Instituição Financeira.
Deixam de ser elegíveis para o cumprimento das reservas obrigatórias em moeda estrangeira as Obrigações do
Tesouro em moeda estrangeira pertencentes à carteira própria registada no Sistema Integrado de Gestão de Mercado
de Activos (SIGMA). Estes títulos (OT em moeda estrangeira) estavam contabilizados, a 31 de Dezembro de 2021, ao
A média do preço unitário de compra (Purchase Unit Price) destas operações ascende a 102 742,9 e 102 435,50 de
Kwanzas em 2022 e 2021, respectivamente.
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, as responsabilidades do BNA pela realização de “Operações ocasionais de
absorção de liquidez” em mercado aberto com instituições não financeiras apresentam a seguinte distribuição por
instituição financeira:
2022 2021
2022
Mais de 6
Instituição financeira Até 1 mês Entre 1 a 3 meses Entre 3 a 6 meses Total
meses
Banco Angolano de Investimentos 82 317 266 903 31 581 - 380 801
Banco de Fomento de Angola 58 477 73 731 11 047 27 803 171 058
Banco Internacional de Crédito 52 662 33 568 37 499 15 416 139 145
Standard Bank Angola 42 375 12 468 30 738 - 85 581
Banco Caixa Geral Totta de Angola 18 179 2 072 - - 20 251
Standard Chartered Bank de Angola 6 129 4 135 7 365 - 17 629
Banco Comercial do Huambo 7 825 2 695 - - 10 520
Banco de Negócios Internacional 2 314 6 618 1 000 - 9 932
Banco da China Limitada 2 757 2 670 1 558 - 6 985
Banco de Crédito do Sul 520 - 4 867 - 5 387
Finibanco Angola, SA 3 024 - 2 065 - 5 089
Banco Privado Atlântico 1 997 - 3 000 - 4 997
Banco Comercial Angolano 1 586 2 732 304 - 4 622
Banco Sol SARL - - 3 037 - 3 037
Banco VTB Africa 1 538 - - - 1 538
Banco Valor 1 002 - - - 1 002
Banco de Desenvolvimento de Angola - 736 - - 736-
282 702 408 328 134 061 43 219 868 310
2021
Mais de 6
Instituição financeira Até 1 mês Entre 1 a 3 meses Entre 3 a 6 meses Total
meses
Banco Angolano de Investimentos 5 168 179 422 - - 184 590
Banco de Fomento de Angola 31 038 93 586 - - 124 624
Standard Bank Angola 24 049 94 958 - - 119 006
Banco Internacional de Crédito 18 038 57 588 - - 75 626
Banco Sol SARL 11 463 35 457 - - 46 919
Banco VTB Africa 7 603 20 574 - - 28 177
Finibanco Angola, SA 7 535 17 168 - - 24 703
Banco Comercial do Huambo 3 789 13 139 - - 16 928
Standard Chartered Bank de Angola 5 393 8 536 13 928
Banco Comercial Angolano 751 9 752 - - 10 503
Banco de Crédito do Sul 4 123 4 656 - - 8 779
Banco de Desenvolvimento de Angola 3 143 3 951 - - 7 094
Banco Valor 2 195 3 622 - - 5 817
Banco de Negócios Internacional 2 180 2 489 - - 4 669
Banco YETU 526 3 498 - - 4 024
Banco BAI Micro Finanças SA 843 - - - 843
Banco Regional do Keve - 607 - - 607
127 836 549 002 - - 676 839
2022 2021
Instituições financeiras Valor absorvido Encargos a pagar Total Valor absorvido Encargos a pagar Total
Banco Internacional Crédito 65 300 670 65 970 - - -
Banco Comercial do Huambo SA 28 630 210 28 840 - - -
Banco Valor SA 500 10 510 - - -
Banco Angolano Investimento 25 000 310 25 310 - - -
Banco Fomento de Angola 109 500 815 110 315 - - -
Banco Millennium Atlântico 14 000 - 14 000 - - -
242 930 2 014 244 944 - - -
Outras responsabilidades
A rubrica “Conta Única do Tesouro” está inserida no âmbito do protocolo celebrado em 2002 com o Ministério das
Finanças, referente à gestão da Política Fiscal e Monetária, na qual o Tesouro Nacional deposita, entre outras
receitas, as resultantes dos impostos da exploração de petróleo e dos financiamentos obtidos. A remuneração desta
conta apesar de prevista no protocolo nunca foi implementada, sendo convicção do Conselho de Administração do
Banco que a referida remuneração referente ao exercício de 2022 e exercícios anteriores não seja exigível, dado que
o protocolo ainda se encontra em revisão.
Em 31 de Dezembro de 2022, a variação do saldo da rubrica “Conta Única do Tesouro” é explicada por dois efeitos,
designadamente, (i) pelos diversos pagamentos efectuados por instrução do Tesouro Nacional e (ii) pela apreciação
do kwanza face ao dólar norte-americano e (iii) pela liquidação dos títulos de dívida pública de 2015 maturados em
Dezembro de 2022.
2022 2021
Financiamento Encargos a Financiamento Encargos a
Operações Total Total
Obtido pagar Obtido pagar
Operações de venda com acordo de recompra - - - 554 981 1 503 556 484
- - - 554 981 1 503 556 484
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a rubrica “Recursos de instituições financeiras - Operações de venda com acordo
de recompra” apresenta a seguinte composição:
2022 2021
Financiament o Encargos a Financiament o Encargos a
Inst it uição financeira Tot al Tot al
Obt ido pagar Obt ido pagar
Em 2022, a rubrica “Recursos de instituições financeiras - Operações de venda com acordo de recompra” regista uma
redução na ordem de 100%, justificada pela liquidação da última operação REPO III junto da Gemcorp no montante
de 500 milhões de dólares norte-americanos, em Novembro de 2022.
Data de Periodicidade de
Data de inicio Financiamento Acrescimo de Valor a pagar Valor a pagar
Entidade Financiamento Moeda maturidade pagamento de Taxa de juros
(Desembolso) MN juros ME MN MN
(reembolso) juros
GEMCORP - -
- - - - -
2021
Data de Periodicidade de
Data de inicio Financiamento Acrescimo de Valor a pagar Valor a pagar
Entidade Financiamento Moeda maturidade pagamento de Taxa de juros
(Desembolso) MN juros ME MN MN
(reembolso) juros
GEMCORP 1 000 USD 01/12/2017 01/12/2022 Trimestral 3,25% 554 981 3 1 503 556 484
1 000 554 981 3 1 503 556 484
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a taxa média de remuneração dos “Recursos de instituições financeiras -
Operações de venda com acordo de recompra” é de 3,25% e 3,3%, respectivamente.
O Banco assumiu o compromisso, a título voluntário, de conceder aos seus empregados, ou às suas famílias,
prestações pecuniárias a título de complemento de reforma por velhice, invalidez, reforma antecipada e pensões de
sobrevivência. Neste sentido, as responsabilidades com pensões e outros benefícios consistem em provisões que o
Conselho de Administração decidiu constituir a partir do exercício de 2010, com o objectivo de cobertura das
responsabilidades com serviços passados relativas a pensões por velhice, reforma antecipada e de sobrevivência dos
seus colaboradores, com base num plano de benefícios definidos.
O BNA atribui igualmente aos seus reformados e respectivos cônjuges um benefício de assistência médica e
medicamentosa, através do qual proporciona o acesso a um conjunto alargado de serviços de saúde. Estas
responsabilidades são igualmente reconhecidas no balanço do Banco através do registo de provisões.
Em conformidade com a Deliberação da 11ª Sessão do Conselho de Administração, em Janeiro de 2022, o BNA
procedeu à transferência das responsabilidades dos trabalhadores reformados para o Fundo de pensões gerido pela
ENSA correspondente aos anos posteriores a 2022 no valor global de 151,01 mil milhões de kwanzas pagos de duas
formas (i) em numerário no montante 17,14 mil milhões de kwanzas e (ii) em títulos do Tesouro Angolano ao justo
valor no montante correspondente a 133,87 mil milhões de kwanzas.
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a estimativa das responsabilidades por serviços prestados relativamente aos
reformados e à população activa do Banco elegível ascende a:
Reformados BNA
Pensões de reforma e sobrevivência 117 029 92 387
Plano de Saúde 40 602 35 561
Compensação de Natal 2 941 3 659
Subsídio por morte 2 582 1 705
Trabalhadores do BCI
Pensões de reforma 2 749 3 220
Falecidos (C.M.)* 156 -
Ativos BNA
Plano de Saúde 12 911 16 087
Trabalhadores do BCI 134 180
A. Total das responsabilidades por serviços passados 179 104 152 799
(*) Corresponde aos participantes reformados falecidos, mas para os quais ainda não existe informação sobre os beneficiários.
De uma forma geral, as responsabilidades sofreram um aumento de cerca de 17%, passando de AKZ milhões 152 009
em Dezembro de 2021 para 179 104 a Dezembro de 2022, justificado essencialmente pelas alterações dos
pressupostos actuarias e financeiros.
Em 31 de Dezembro de 2022 o valor estimado das responsabilidades do BNA é superior à capitalização do Fundo,
conforme apresentado no quadro acima no montante de 5 106 milhões de kwanzas.
a) Participantes
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, o número de participantes abrangidos pelo plano de benefícios definidos é
apresentado no quadro seguinte:
Reformados e
Trabalhadores no EX-trabalhadores do
refo rmado s
activo BNA alocados ao BCI
antecipadamente
Número total em 31 de Dezembro 2020 1 883 2 126 88
Saídas (72) (62) (8)
Transferências - - -
Entradas 27 4 4
Número total em 31 de Dezembro 2021 1 838 2 068 84
Saídas (100) (69) (5)
Transferências - - -
Entradas 66 170 5
Número total em 31 de Dezembro 2022 1 804 2 169 84
As responsabilidades decorrentes do plano de pensões de benefícios definidos foram determinadas com base em
estudos actuariais elaborado pela ENSA, utilizando o Projected Unit Credit Cost Method (método do crédito unitário
projectado), em conformidade com os princípios estabelecidos na IAS 19.
Os principais pressupostos actuariais e financeiros são os seguintes:
A taxa de inflação foi considerada para a estimação do crescimento do custo médio com o plano de saúde e a
estimação do crescimento da compensação de Natal.
Ex-trabalhadores do BNA
Activos Reformados
alocados no BCI
Pensões de
Assistência médica e Compensação de Assistência médica e Subsídio por Compensação de Pensões de reforma e
Análise de sensibilidade em valores em 31 de Dezembro 2021 reforma e Total
medicamentosa Natal medicamentosa Morte Natal sobrevivência
sobrevivência
Cenário base 22 559 - 92 387 35 561 1 705 3 659 3 400 159 271
Alterações
Alteração na taxa de desconto
Acréscimo de 0,5% 12 719 - 76 012 27 578 1 298 2 732 2 573 122 912
Redução de 0,5% 49 158 - 117 975 49 431 2 427 5 314 4 867 229 172
Alteração da taxa de crescimento das pensões
Acréscimo de 0,5% 22 559 101 722 35 561 1 972 3 659 3 411 168 884
Redução de 0,5% 22 559 83 511 35 561 1 491 3 659 3 390 150 171
Taxa de inflação
Acréscim o de 0,5% 49 890 - 92 387 49 736 1 705 5 351 3 400 202 469
Redução de 0,5% 12 080 - 92 387 26 934 1 705 2 658 3 400 139 164
Tábua de mortalidade
+1 ano - - - - - - - -
A evolução das responsabilidades com pensões de reforma, benefícios de saúde e subsídio por morte é apresentada
como segue:
Ex-trabalhadores do BNA
Activos Reformados Outros
alocados no BCI
Pensões de
Assistência médica e Compensação de Assistência médica e Subsídio por Compensação de Pensões de reforma e
Evolução das responsabilidades reforma e Falecidos (C.M.)* Total
medic amentosa Natal medic amentosa Morte Natal sobrevivência
sobrevivência
Responsabilidades em 31.12.2021 16 087 - 92 387 35 561 1 705 3 659 3 400 - 152 799
Custo do serviço corrente 843 - - - - - - - 843
Custo dos juros 4 022 - 21 329 8 438 425 915 812 - 35 941
(Ganhos) / perdas actuariais -
Alterações de pressupostos (2 496) - 28 059 5 016 840 (521) 718 - 31 616
Alterações por experiência (5 545) - (9 772) (4 581) (374) (1 112) (1 722) - (23 106)
Contribuições dos empregados - - - - - - - 156 156
Reformas antecipadas - - - - - - - - -
Pensões pagas - - (14 974) (3 832) (14) - (325) - (19 145)
Responsabilidades em 31.12.2021 12 911 - 117 029 40 602 2 582 2 941 2 883 156 179 104
A evolução dos desvios actuariais em balanço pode ser analisada como segue:
Movimento nos ganhos e perdas actuariais 2022 2021
Perdas actuariais relativas a cuidados de saúde e subsídio por morte (4 658) (19 989)
Ganhos financeiros relativos a cuidados de saúde e subsídio por morte 3 773 873
Ganhos e perdas actuariais em 31.12.2022 8 510 (25 816)
A composição dos ganhos e perdas actuariais com pensões podem ser analisados como segue:
Composição dos ganhos e perdas actuariais com pensões 2022 2021
Desvios de mortalidade:
Os limites por classe de activo previstos pela política de investimento do fundo de pensões resume-se no seguinte:
2022 2021
Liquidez 9% a 30% 9% a 30%
Durante o exercício de 2022, o movimento ocorrido no fundo pode ser apresentado como se segue:
O utros 48 844
Desvio de rendim ento dos activos 3 502
Pensões pagas pelo fundo de pensões (19 145)
Situação patrimonial do fundo de pensões no fim do exercício 184 209
16. Provisões
2022 2021
Para risco sistémico do sector bancário 214 436 590 688
Provisões para garantias prestadas 55 779 96 323
Para riscos diversos 3 284 2 372
273 498 689 383
Provisões
Responsabilidad
Risco sistémico
Garantias es c/ pensões e
do sector Outros riscos
prestadas outros
bancário
benefícios
Saldo a 31 de dezembro de 2020 819 594 352 767 - 1 459 1 173 820
Dotações do exercício líquidas de reversões (228 906) (216 477) - 914 (444 469)
Utilizações - - - (1) (1)
Diferenças de câmbio e outras - (39 967) - - (39 967)
Saldo a 31 de dezembro de 2022 214 436 55 779 (15 407) 3 284 258 091
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a rubrica “provisão para risco sistémico do sector bancário” corresponde à
exposição das instituições financeiras bancárias ao risco e considera na sua base de cálculo o total dos passivos
financeiros líquido de provisões deduzido de caixa, disponibilidades e aplicações em instituições financeiras
bancárias. Tendo por base o scoring atribuído a cada instituição financeira, que considera os seguintes indicadores
regulamentares (Rácio de solvabilidade, Maior devedor, Rácio de liquidez, Posição cambial, Concentração dos
depósitos, Rácio de crédito vencido/crédito total, Rácio do imobilizado, Limite dos grandes riscos, Governação
corporativa e Controlo interno), o Conselho de Administração definiu um intervalo de ponderadores em função do
scoring. Esta provisão enquadra-se nas funções determinadas pela Lei Orgânica, nomeadamente zelar pela
estabilidade do sistema financeiro nacional, assegurando, com essa finalidade, a função de financiador de última
instância.
Relativamente a 2022 as principais variações ocorridas dizem respeito à Redução nas disponibilidades líquidas e nos
passivos dos bancos comerciais, consequentemente redução na base de incidência do risco sistémico, melhoria nos
ponderadores de risco e adequação dos fundos próprios regulamentares (FPR). Adicionalmente, o Banco no
apuramento com referência a 31 de Dezembro de 2022 considera apenas os Bancos de risco sistémico àquela data
(em 2021 a provisão era calculada tendo como base todas as Instituições Financeiras) e considerou um factor zero
quando não existem incumprimentos nos indicadores referidos acima (em 2021 as Instituições Financeiras que
tivessem em cumprimento nos indicadores referidos acima tinham uma provisão mínima de 2,5%). Estas alterações
decorrem de uma evolução positiva do sistema financeiro de Angola ocorrido em 2022 assim como do crescimento
do Fundo de Garantia de Depósitos.
Em conformidade com o plano estratégico do BNA e no sentido de assegurar, de forma permanente, a estabilidade
do sistema financeiro nacional através de uma efectiva regulação e supervisão das instituições financeiras, o BNA
O saldo da rubrica “Provisão para riscos diversos” corresponde ao montante estimado para cobertura de potenciais
responsabilidades de natureza específica, nomeadamente, responsabilidades ou contingências legais e/ou fiscais e
cobertura de risco de crédito das garantias e fornecedores.
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a variação na rubrica “Outros passivos”, o saldo diz respeito a reserva de tranche
em moeda estrangeira com o FMI.
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a variação na rubrica “Outros credores”, parte do saldo resulta da reavaliação
cambial associada ao excedente dos títulos em moeda estrangeira do MINFIN em 1,6 mil milhões de kwanzas.
A rubrica “Credores e outros recursos – Fundo social” corresponde à estimativa do Conselho de Administração para
financiar investimentos imobiliários e outros fins de cariz social, em conformidade com o disposto na Lei Orgânica do
Banco. Em 31 de Dezembro de 2022, o Banco tem uma provisão para fundo social no montante de 310 milhões de
kwanzas, a variação do saldo da rubrica é essencialmente explicada pelo reforço no montante de 138 milhões de
kwanzas da conta Fundo Social, decorrente da deliberação do Conselho de Administração.
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, o saldo da rubrica “Credores e outros recursos – Banco Mundial” corresponde
integralmente ao valor do aprovisionamento da conta BIRD – Banco Internacional para Reconstrução e
Desenvolvimento.
18. Capital
Nos termos do n.º 2 do artigo 165.º da Constituição da República de Angola, a Assembleia Nacional aprovou a Lei nº.
24/21, de 18 de Outubro, Lei do Banco Nacional de Angola, que revoga a anterior Lei do Banco n.º 16/10 de 15 de
Julho. O artigo 4.º da referida Lei define que o capital do Banco Nacional de Angola é 170 mil milhões de kwanzas,
integralmente realizado pelo Estado, não podendo ser deduzido, transferido nem onerado.
O capital do BNA pode ser aumentado por incorporação de reservas, deliberadas pelo Conselho de Administração e
ratificadas pelo Titular do Poder Executivo (Lei n.º 24/21, de 18 de Outubro). Em 31 de Dezembro de 2022, a rubrica
“Capital” ascende a 170 mil milhões de kwanzas.
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, esta rubrica apresenta a seguinte composição:
2022 2021
Titulos de dívida soberana estrangeira 19 966 (90 463) (2 111) (68 345)
Titulos de dívida soberana nacional (47 134) 281 733 26 129 232 448
20. Outras Reservas, Resultados Transitados e Remensuração dos Planos de Benefício Definido
2022 2021
Outras reservas
Reserva legal 182 540 7 141
Reserva livre 27 176 7 030
Reserva especial 5 037 -
214 753 14 171
A variação positiva verificada em outras reservas no montante de 200,58 mil milhões de kwanzas, de acordo com a
acta da 2ª. Sessão ordinária do Conselho de Administração do BNA é essencialmente explicada pela distribuição do
Resultado realizado de 2021 (225,76 mil milhões), conforme (i) reforço da Reserva Legal em 175,40 mil milhões de
kwanzas (ii) constituição de Reserva Livre e Especial no montante de 20,15 mil milhões de kwanzas e 5,04 mil milhões
de kwanzas, respectivamente. Este valor não é directo do resultado líquido dado que o Banco não distribui a totalidade
do resultado sendo apenas distribuído o que esta previsto na Lei do BNA.
Adicionalmente a variação ocorrida na rubrica de resultados transitados no montante de 174,03 mil milhões de
kwanzas é explicada essencialmente por: (i) transferência do resultado realizado remanescente após constituição das
reservas no montante de 25,18 mil milhões de kwanzas e (ii) pela transferência do resultado não realizado negativo
no montante de 199,21 mil milhões de kwanzas.
Em 31 de Dezembro de 2022, a diminuição verificada na rubrica “Desvios actuarias” é explicada pelo registo do
movimento referente as responsabilidades com o Fundo de Pensões do plano de benefício definido referente ao
exercício de 2022, conforme detalhado na nota 15.
No exercício de 2022, no âmbito da reconciliação saldos o BNA efectuou o desreconhecimento de um saldo 1,51
bilião de kwanza referente a notas promissórias e garantias cujo prazos encontravam-se vencidos.
Na rubrica FMI- custódia encontram-se registadas as compras de DSE efectuadas ao FMI ao abrigo do Programa
de Financiamento Ampliado, os ajustes cambiais da valorização dos depósitos (CVA) junto do Fundo no montante
global de 1,71 biliões de kwanzas.
Em 31 de Dezembro de 2022 a variação verificada nesta rubrica é explicada pelo desreconhecimento (i) das
Obrigações do Tesouro Nacional emitidas pelo Estado angolano a favor do FMI para aumento da quota de Angola
em moeda nacional junto do Fundo e (ii) desreconhencimento das notas promissórias decorrente da actualização
cambial dos DSE.
O valor total do programa de financiamento ampliado ascende a 3,21 mil milhões de Direitos de Saque Especial
A rubrica “Garantias prestadas e outros passivos eventuais” refere-se essencialmente a garantias e avales
prestados, perante entidades estrangeiras.
Estas responsabilidades encontram-se suportadas pelo Protocolo sobre a Gestão da Política Fiscal e Monetária
celebrado com o Ministério das Finanças. Este protocolo identifica o Ministério como o responsável pelo seu
pagamento. A actualização do valor das garantias é efectuada consoante a informação recebida do Ministério das
Finanças e das respectivas contrapartes.
O BNA apresenta um montante de provisões no valor de 55,78 mil milhões de kwanzas. No presente exercício, o
Banco reverteu e reconheceu em resultados 31,7 mil milhões de kwanzas factor principalmente atribuível a redução
da responsabilidade com o Eximbank e pela liquidação total da dívida junto do China Development Bank.
2022
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3 Total
Garantias prestadas e outros passivos eventuais - 1 117 516 - 1 117 516
Provisão para risco de crédito de garantias prestadas - (55 779) - (55 779)
- 1 061 737 - 1 061 737
2022
Total
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3
A rubrica “Notas e moedas fora de circulação” é constituída integralmente pelos impressos de notas da nova família
de kwanza (Série 2020) que se encontram prontas para emissão.
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a rubrica “Compromissos perante terceiros – Não Residentes” corresponde aos
compromissos futuros assumidos pelo Banco para chamadas de capital, decorrentes de investimentos em fundos de
investimento alternativo junto das entidades externas onde o BNA detém carteiras de gestão discricionária, que
ascendem ao montante de 19,46 mil milhões de kwanzas e 47,81 mil milhões de kwanzas, respectivamente (nota 5).
Em 31 de Dezembro de 2021, a rubrica “Compromissos assumidos por terceiros” é constituída integralmente por juros
de operações a receber de uma instituição financeira que se encontra no estágio 3 no âmbito da IFRS 9.
Todos os juros e rendimentos similares foram apurados de acordo com o método da taxa de juro efectiva.
A rubrica “Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral” representa o ganho obtido pela
especialização do prémio ou desconto, e dos juros a receber dos títulos de dívida pública nacional e estrangeira. A
diminuição dos ganhos obtidos nos Títulos de dívida pública nacional é justificada pela diminuição do stock de
obrigações.
O aumento da rubrica “Aplicações em instituições de crédito”, é essencialmente, justificada pelo aumento dos juros
de depósitos a prazo no exterior em virtude do aumento das taxas de juros das aplicações no mercado internacional
e do maior número de operações.
A diminuição da rubrica “Activos financeiros concedidos ao Estado”, é essencialmente, justificada pela redução dos
financiamentos em dólares americanos efectuados em 2022 ao Ministério das Finanças.
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, parte do saldo na rubrica “Devedores e outras aplicações”, inclui os benefícios
a empregados.
A rubrica de “Recursos de instituições de crédito” diz respeito aos custos incorridos com os juros das operações de
absorção de liquidez realizadas pelo BNA e aos juros decorrentes das “Operações de venda com acordo de recompra”
realizadas com a GemCorp. No exercício 2022, os juros referentes as “Operações de absorção de liquidez realizadas
com as instituições financeiras” e “Operações de venda com acordo de recompra realizadas com a GemCorp”
ascendem a 124,64 e 13,65 mil milhões de kwanzas respectivamente.
A rubrica “Juros de DSE” incorpora o montante de juros de DSE pagos ao Fundo Monetário Internacional.
24. Rendimentos de serviços e comissões
A rubrica “Comissões recebidas por operações realizadas por conta de terceiros” refere-se integralmente a comissões
arrecadadas em consequência das transferências bancárias efectuadas em nome do Tesouro Nacional, nos termos
do protocolo celebrado entre o BNA e o Ministério das Finanças
Nos exercícios de 2022 e 2021, esta rubrica ascende a 2,23 mil milhões de kwanzas e 3,96 mil milhões de kwanzas,
respectivamente, dizendo respeito ao reconhecimento das comissões cobradas pelas entidades externas onde o BNA
detém carteiras de gestão discricionária, comissões de custódia dos títulos de dívida soberana estrangeira, comissões
pagas decorrentes das relações mantidas com o FMI e comissões de manutenção de contas à ordem.
2022 2021
Ganhos em activos financeiros ao justo valor através de resultados 406 441 374 647
Perdas em activos financeiros ao justo valor através de resultados (370 135) (320 242)
36 306 54 405
Nos exercícios de 2022 e 2021, esta rubrica totaliza ganhos de 36,3 mil milhões de kwanzas e 54,4 mil milhões de
kwanzas, respectivamente, representando o resultado líquido das mais e menos valias potenciais de justo valor
associadas às posições das carteiras geridas por entidades externas. A desagregação do resultado em 2022 e 2021
pode ser verificada no quadro abaixo:
2021
Valias Dividendos Total
Gestores Externos
CA INDOSUEZ 1 628 - 1 628
UBS 1 313 - 1 313
BANCO MUNDIAL 967 - 967
ATRIUM 641 - 641
Fundos de Investim entos
GEMCORP FUND LIMITED 26 262 - 26 262
RIVERSTONE (7 016) 21 440 14 424
CARLYLE 2 373 6 928 9 301
Carteiras sob gestão
Quantum PLAZA - 756 756
GOLDEN ASSET 2 - 2
GOLDEN ASSET - ABD (890) - (890)
Quantum Liquidity e Investments - - -
Total 25 280 29 124 54 405
27. Resultados de activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral
A rubrica “Perdas em activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral” inclui uma perda de
justo valor resultante da venda de títulos no mercado nacional no montante de 1,7 mil milhões de kwanzas.
2022 2021
Ganhos cambiais
Ganhos associados a diferenças cambiais 21 649 942 3 593 058
Ganhos em operações cambiais 59 520 93 152
21 709 462 3 686 210
Perdas cambiais
Perdas associadas a diferenças cambiais (22 206 988) (4 423 561)
Perdas em operações cambiais (42 349) (42 412)
(22 249 337) (4 465 973)
(539 875) (779 763)
Nos exercícios de 2022 e 2021, esta rubrica totaliza perdas de 539,88 mil milhões de kwanzas e 779,76 mil milhões
de kwanzas, respectivamente, representando as mais ou menos valias em operações cambiais e associadas a
diferenças cambiais. A variação negativa verificada na rubrica é justificada pela apreciação do Kwanza face às outras
moedas estrangeiras e pela redução de operações cambiais.
Nos exercícios de 2022 e 2021, esta rubrica ascende a 5,22 mil milhões de kwanzas e 14,38 mil milhões de kwanzas,
respectivamente, sendo composta pela especialização dos custos relativos à emissão de notas da série 2020.
A redução verificada nesta rubrica face a 2021 é essencialmente justificada pela retirada das notas da série 2012,
em 31 de Dezembro de 2021.
2022 2021
Ganhos com alienação/abates de outros activos
Ganhos em activos não financeiros 196 12
196 12
2022 2021
Outros rendimentos e receitas
Supervisão
Multas e penalidades 12 882 11 171
Outros 2 273 6 636
15 155 17 807
Nos exercícios de 2022 e 2021, a rubrica “Supervisão – Multas e penalidades” corresponde às coimas aplicadas pelo
BNA a instituições financeiras pelo incumprimento de disposições legais em vigor.
A rubrica “Quotização e donativos” corresponde integralmente a doações concedidas pelo BNA às diversas
instituições locais.
64 201 57 713
Nos exercícios de 2022 e 2021, o número de trabalhadores activos é apresentado no quadro seguinte:
2022 2021
Trabalhadores activos
Orgãos de Gestão 11 7
Direcção 78 66
Chefia intermédia 280 263
Técnicos 1 504 1 502
1 873 1 838
O valor da rubrica “Remuneração dos empregados” a 31 de Dezembro de 2022 é explicada pela contratação de Capital
Humano durante o exercício 2022.
A rubrica “Encargos sociais facultativos” a 31 de Dezembro de 2022 apresenta um valor de 10,2 mil milhões de
kwanzas (31 de Dezembro de 2021: 8,3 mil milhões de kwanzas), que decorre essencialmente (i) do seguro de saúde
dos activos no valor de 4,7 mil milhões de kwanzas e (ii) do custo diferido do justo valor do crédito a colaboradores
no valor de 3,2 mil milhões de kwanzas (nota 11).
2022 2021
Fornecimentos
Outros fornecimentos de terceiros 640 353
Água, energia e combustíveis 238 256
Material de higiene e limpeza 150 125
Material para assistência e reparação 100 113
Publicações 51 51
Material de consumo corrente 39 36
Material de decoração e conforto 3 1
Serviços
Serviços especializados 17 331 15 859
Conservação e reparação 5 723 2 915
Deslocações, estadas e representação 989 661
Comunicações 1 025 838
Transportes 467 476
Publicidade e edição de publicações 230 375
Rendas e alugueres 345 261
Seguros 113 102
27 443 22 422
Nos exercícios de 2022 e 2021, a rubrica “Consultoria e auditoria” regista, essencialmente, os custos relativos a
serviços prestados no âmbito de projectos de consultoria bem como de serviços de auditoria externa às
demonstrações financeiras do Banco.
Nos exercícios de 2022 e 2021, a rubrica “Licença de utilização de usuários” regista essencialmente os custos
relativos a licenças de utilização dos colaboradores do BNA dos vários sistemas utilizados pelo Banco nomeadamente,
SAP, SWIFT, Bloomberg e OPICS.
Reforço líquido
Reforço líquido de
de (reversão) Regularizações Regularizações
Saldo em Reavaliação Saldo em (reversão) por Reavaliação Saldo em
por Utilizações e Utilizações e
31-12-2020 cambial 31-12-2021 contrapartida de cambial 31-12-2022
contrapartida Transferências Transferências
Resultados
de Resultados
Aplicações em instituições de crédito (Nota 4) 2 660 1 227 - - (641) 3 246 5 316 - - 314 8 876
526 194 (141 924) - (228) (15 611) 368 430 (26 378) - (2 120) (3 457) 336 474
Durante o exercício de 2022, o BNA procedeu ao registo das perdas por imparidade apresentadas no quadro acima,
cujo enquadramento se encontra apresentado nas notas em detalhe.
As entidades relacionadas do Banco com as quais manteve saldos ou transacções nos exercícios findos em 31 de
Dezembro de 2022 e 2021 são as seguintes:
35.1 – Ministério das Finanças
O Ministério das Finanças (MINFIN) representa o Estado enquanto único accionista do BNA, constituindo a principal
entidade relacionada do Banco.
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, os saldos ou transacções mantidas com esta entidade podem ser apresentados
da seguinte forma:
2022 2021
Act ivo
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral (nota 5) 1 347 223 1 405 842
Titulos afectos para cumprimento de RO-M.E. (nota 8) - 685 340
Outros valores activos (nota 10) 21 819 26 884
Total do Activo 1 369 042 2 118 066
2022 2021
Resultados
Juros de activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral (nota 22) 207 501 237 583
Juros de activos financeiros concedidos ao Estado (nota 22) 300 43 347
Comissões recebidas (nota 24) 25 019 31 135
AGT - Impostos (nota 31) (11 627) (4 661)
Total dos Resultados 221 193 307 404
2022 2021
Extrapatrimoniais (nota 21)
Responsabilidades por prestação de serviços
Custódia de títulos emitidos pelo Tesouro
Obrigações do Tesouro em moeda nacional 7 563 712 7 857 128
Obrigações do Tesouro em moeda estrangeira 1 731 502 1 649 215
Bilhetes do Tesouro 465 117 453 149
FMI - Custodia 1 927 676 3 438 922
Garantias prestadas e outros passivos eventuais
Garantias institucionais prestadas 1 117 516 1 520 141
Promissórias - 28 783
Total das Extrapatrimoniais 12 805 523 14 947 338
Representa o órgão com o poder exclusivo de tomada de decisão no Banco, sendo actualmente composto por 11
membros.
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, as remunerações atribuídas ao Conselho de Administração do Banco, bem como
outros benefícios atribuídos, nos termos do respectivo regulamento, ascenderam a 1,61 mil milhões de kwanzas e
1,06 mil milhões de kwanzas, respectivamente (nota 32).
Em 2022, o BNA efectuou o aporte inicial dos reformados para o Fundo de Pensões dos trabalhadores do BNA,
efectuado uma parte em numerário (AKZ 17,14 mil milhões) e a outra em títulos (1 776 470 quantidades de títulos ao
justo valor de AKZ 133,87 mil milhões).
Em 18 de Julho de 2019 foi aprovado através do Decreto Presidencial n.º 222/19, de 18 de Julho de 2019, a
transferência de recursos financeiros do Fundo Soberano de Angola no montante de 1,00 mil milhões dólares norte-
americanos, no âmbito da implementação do Programa Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM).
Em Março de 2022, o BNA efectuou a transferência do saldo remanescente na conta do Fundo Soberano de Angola
de 277,65 mil milhões de kwanzas (500,29 milhões de dólares norte-americanos) para a Conta do Tesouro Nacional.
2022 2021
Durante o exercício de 2022, o BNA reconheceu juros de 532,5 milhões de kwanzas (cerca de 1,05 milhões de dólares
norte-americanos).
Em 2022 e 2021, os saldos mantidos com o Fundo de Garantia de Depósitos é de 47,99 mil milhões de kwanzas e
34,49 mil milhões de kwanzas, respectivamente.
2022 2021
Com o sentido de reforçar o sistema bancário angolano, garantindo a estabilidade financeira e a salvaguarda dos
interesses dos depositantes, foi criado o Fundo de Garantias de Depósitos (FGD), pelo Decreto Presidencial n.º 195/18,
de 22 de Agosto.
O Fundo de Garantia de Depósitos visa assegurar, dentro dos limites e nos termos da lei, o reembolso do dinheiro
depositado pelos aforradores em caso de insolvência de uma instituição financeira bancária depositária que nele
participe.
O saldo da rubrica “Fundo de Garantia de Depósitos (FGD)” corresponde às contribuições dos bancos comerciais para
o FGD, bem como de rendimentos decorrentes da sua actividade.
Durante o exercício de 2022, o BNA reconheceu juros em resultados no montante de 5,86 mil milhões de kwanzas.
2022 2021
Administração Geral Tributária (nota 12)
Valor absorvido - 200 000
Encargos a pagar - 898
Total Administração Geral Tributária - 200 898
Durante o exercício de 2022, o BNA efectuou o reembolso da operação de mercado aberto e registou juros em
resultados no montante de 3,85 mil milhões de kwanzas, resultante de operações com um banco comercial.
Em 2022, o saldo da conta do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) no BNA é de 6,22 mil milhões de kwanzas
(nota 13).
O Instituto Nacional de Segurança Social tem como missão inscrever segurados e contribuintes, receber e garantir o
pagamento das contribuições de Segurança Social, gerir os recursos, activos, conceder e pagar as prestações sociais
da Protecção Social Obrigatória, nos termos da lei.
A partir de 2021, o INSS passou a fazer parte do Sistema de Pagamentos de Angola e nesta rubrica encontram-se
registados os valores transferidos pelas empresas, Estado e BNA.
b) Para a regulação de liquidez, foram realizadas operações de mercado aberto de absorção e cedência
de liquidez nos montantes de 6,99bilhões de kwanzas e 566,00 mil milhões de kwanzas
respectivamente, tendo o seu efeito líquido na base monetária sido contraccionista em cerca de 13,22
mil milhões de kwanzas, o que corresponde a 98% da contracção prevista. De realçar que as operações
de absorção foram praticadas nas maturidades Overnight a 364 dias, cujas taxas médias anuais
variaram entre 1,37% a.a e 10,49% a.a, e as de cedência na maturidade de 7 dias a taxa de 21% a.a.
c) Ainda para o mesmo efeito de regulação de liquidez, o BNA efectuou igualmente operações de
facilidade de absorção (FAL) nas maturidades entre 7 e 182 dias, e cedência de liquidez overnight (FCO),
cujos montantes ascenderam 364,43 mil milhões de kwanzas e 1,134 biliões, respectivamente.
e) Ao longo do segundo semestre, o BNA optou por alterar a taxa básica de Juro (Taxa BNA) para
19,5%, da taxa de juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez (FCL) 21%, o coeficiente
de reservas obrigatórias em moeda nacional de 19% para 17%, e manter inalteradas a FAL em
15%, e o coeficiente de reservas obrigatórias em moeda estrangeira em 22%, dado o cenário
optimista verificado pelo abrandamento dos preços dos bens essenciais, inflacção com percurso
decrescente, no fim do ano, apreciação do kwanza em relação às principais moedas utilizadas nas
transacções com o exterior, e o aumento da oferta de bens essenciais de amplo consumo.
2022 2 021
Valorizados ao Custo amortizado / Valorizados ao Custo amortizado /
Total Total
justo valor aquisição justo valor aquisição
Act ivo
Ouro 544 723 - 544 723 601 896 - 601 896
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 210 780 210 780 - 784 057 784 057
Aplicações em instituições de crédito - 2 769 066 2 769 066 - 3 271 232 3 271 232
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 553 800 - 553 800 572 892 - 572 892
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 3 017 081 - 3 017 081 2 890 895 - 2 890 895
Fundo Monetário Internacional - 819 810 819 810 - 1 235 578 1 235 578
Act ivos int ernos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 44 761 44 761 - 50 556 50 556
Operações às instituições de crédito relacionadas
com operações de política monetária - 66 888 66 888 - 701 598 701 598
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 1 347 223 - 1 347 223 1 405 842 - 1 405 842
Activos financeiros concedidos ao Estado - - - - - -
Outros activos internos a receber - 11 886 11 886 - 16 982 16 982
Tot al 5 462 827 3 923 191 9 386 018 5 471 525 6 060 003 11 531 528
Passivo
Notas e moedas em circulação - 657 852 657 852 - 568 589 568 589
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias - 3 007 310 3 007 310 - 3 244 465 3 244 465
Mercado monetário interbancário - 1 139 017 1 139 017 - 886 673 886 673
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro - 88 621 88 621 - 548 390 548 390
Fundo de Garantia de Depósitos - 47 998 47 998 - 34 490 34 490
Outras responsabilidades - 39 788 39 788 - 330 845 330 845
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional - 843 807 843 807 - 1 249 818 1 249 818
Recursos em instituições de crédito - - - 556 484 556 484
Tot al - 5 824 393 5 824 393 - 7 419 754 7 419 754
Justo valor para os activos e passivos financeiros não reconhecidos na demonstração da posição
financeira ao justo valor
- Para efeitos do cálculo do justo valor das "Aplicações em instituições de crédito" foram
descontados os fluxos de caixa futuros a taxas de mercado tendo em consideração as
moedas e os prazos residuais das aplicações, acrescidas de um spread de risco
representado pelas curvas CDS (Credit Default Swaps) das respectivas contrapartes;
2022
Técnicas de valorização
Nivel 1 Nível 2 Nível 3
Cotações de Inputs observáveis Outras técnicas de
mercado de mercado valorização Total
Activo
Ouro 544 723 - - 544 723
Activos sobre o exterior
Activos financeiros ao justo valor através de resultados - 299 422 254 377 553 800
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 3 017 081 - - 3 017 081
Activos internos
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral - 1 347 223 - 1 347 223
Total 3 561 804 1 646 645 254 377 5 462 827
2021
Técnicas de valorização
Na forma de apuramento do justo valor apresentado nos quadros anteriores, foram considerados
os seguintes pressupostos:
- O justo valor da rubrica “Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento
integral” foi apurado com base nos preços de mercado dos títulos de dívida soberana
estrangeira detidos em carteira. Para o efeito, considerou-se o preço “bid” dado pelo
contribuidor BGN, extraído do terminal financeiro da Bloomberg, bem como as taxas de
câmbio em vigor na data de relato financeiro; e
- O justo valor da rubrica activos internos - activos financeiros ao justo valor através de outro
rendimento integral e activos financeiros recebidos em aumento de capital foi apurado com
base nos fluxos de caixa previsionais futuros, sendo que a taxa de actualização utilizada
corresponde à média das taxas de juro das últimas emissões de Obrigações do Tesouro
colocados pelo BNA no mercado primário com prazos residuais equivalentes aos das
emissões constantes em carteira. Os fluxos de caixa previsionais foram apurados mediante
a fixação do valor nominal a cada data de relato financeiro.
Em 31 de Dezembro de 2022, o valor dos activos financeiros ao justo valor através de resultados
inclui um conjunto de activos sobrantes das carteiras anteriormente sobre gestão de outras
entidades externas, sem liquidez no mercado. Face ao modelo interno de valorização adoptado pelo
Banco, o Conselho de Administração deliberou, para estes activos, efectuar um ajustamento do seu
valor de Balanço para um justo valor nulo, conforme divulgado na nota 5.
Risco de crédito
A gestão de risco de crédito é assegurada pelas áreas de negócio do Banco, nomeadamente pelo
Departamento de Mercados (DME) e Departamento de Mercados de Activos (DMA), sendo as
mesmas responsáveis pela segmentação do risco em função das características dos produtos e dos
seus emitentes.
O risco de contraparte consiste no risco de crédito inerente a transacções nos mercados financeiros,
correspondendo à possibilidade de incumprimento pelas contrapartes dos termos contratados, e
subsequente ocorrência de perdas financeiras para o Banco. Os tipos de transacções abrangidas
incluem disponibilidades e aplicações em instituições de crédito, compra e venda de títulos e a
contratação de operações de venda com acordo de recompra.
2022 2021
Colaterais Colaterais
Exposição Exposição
Recebidos Recebidos
máxima máxima
(Valor nominal) (Valor nominal)
Activo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 210 780 - 784 057 -
Aplicações em instituições de crédito 2 769 066 - 3 271 232 -
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 553 800 - 294 666 -
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 3 017 081 - 2 890 895 -
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 44 761 - 50 556 -
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 66 888 66 282 701 598 25 090
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 1 347 223 - 1 405 842 -
Activos financeiros concedidos ao Estado - - - -
Outros activos Internos a receber 11 886 - 16 982 -
Outros valores activos 115 230 - 190 719 -
Sub-total 8 136 715 66 282 9 606 547 25 090
2021
2021
Área
ÁreaGeográfica
Geográfica
Europa América África Ás ia Oceânia Supranacionais Total
Europa América África Ásia Oceânia Supranacionais Total
Activo
Activos sobre o exterior
Activo
Caixa sobre
Activos e disponibilidades
o exterior em instituições de crédito 27 743 756 280 - 34 - - 784 057
Aplicações
Caixa em instituições
e disponibilidades emdeinstituições
crédito de crédito 1 457
27 268
743 899
756181
280 86 404 - 828 37934 - - - - 3 271784
232 057
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 144 083 97 331 599 28 516 14 244 9 894 294 667
Aplicações em instituições de crédito 1 457 268 899 181 86 404 828 379 - - 3 271 232
Activos financeiros ao justo valor através de outro
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 422 690
130 308 97192
2 005 331 599
- 10228 516
417 14 -244 9 894
652 596 2 890572
895 892
rendimento integral
Activos financeiros ao justo valor através de outro
Activos internos 130 690
- 2 005 192
- - 102 417 - 652 596 2 890- 895
rendimento integral
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 50 556 50 556
Activos internos
Operações de financiamento às instituições de crédito -- -- - - - - -
Caixa e disponibilidades
relacionadas em instituições
com operações demonetária
de política crédito - - 50598
701 556 - - - 50 556
701 598
Operações de financiamento
Activos financeiros às instituições
ao justo valor de crédito
através de outro - - - - - -
relacionadas com operações de política monetária -- 1 405701
842 598
rendimento integral -- 701842
1 405 598 - - - - - -
Activos financeiros ao justo valor através
Activos financeiros concedidos ao Estado de outro - - - - -
- 1 405- 842
rendimento integral
Outros valores activos internos a receber - -- 1 405 842
16 982 - - - - - - 16 982
Outros
Activosvalores activos
financeiros concedidos ao Estado 1 741 55 498- 133 480 - - - - - - - 190 719 -
Sub-total 1 761 525 3 813 482 2 395 461 959 346 14 244 662 490 9 606 548
Outros valores activos internos a receber - - 16 982 - - - 16 982
Outros valores
Garantias activos
prestadas e outros passivos eventuais 1 741- 55 498
- 133924
1 548 480 -- -- - - 1 548190
924 719
Sub-total 2 039 750 3 813 482 2 395 461 959 346 14 244 662 490 9 884 773
Total 1 761 525 3 813 482 3 944 385 959 346 14 244 662 490 11 155 472
Garantias prestadas e outros passivos eventuais - - 1 548 924 - - - 1 548 924
Total 2 039 750 3 813 482 3 944 385 959 346 14 244 662 490 11 433 697
Risco de liquidez
O risco de liquidez é o risco de uma instituição não dispor de fundos necessários para fazer face, a
cada momento, às suas obrigações de pagamento.
O Conselho de Administração do Banco define limites de concentração por prazos de maturidade,
os quais são revistos anualmente, sendo responsabilidade do Departamento de Mercados (DME)
verificar, numa base diária, o cumprimento dos limites.
Passivo
Notas e moedas em circulação - - - - - - - 657 852 657 852
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias - - - - - - - 3 007 310 3 007 310
Mercado monetário interbancário 291 003 670 491 134 303 43 220 - - - - 1 139 017
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro 88 621 - - - - - - - 88 621
Fundo de Garantia de Depósitos - 33 944 7 086 - - - - 6 886 47 998
Outras responsabilidades 39 788 - - - - - - - 39 788
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional - - - - - - - 843 807 843 807
Recursos de instituições de crédito - - - - - - - - -
Total 419 412 704 435 141 390 43 220 - - - 4 515 855 5 824 393
Risco cambial
Traduz-se na probabilidade do valor de um instrumento financeiro se alterar devido à flutuação da
taxa de câmbio da moeda estrangeira associada ao instrumento.
A política de investimentos em moeda externa é definida por uma das áreas de negócio do Banco,
designadamente o Departamento de Mercados (DME). As disponibilidades, aplicações e recursos
em instituições de crédito, os títulos detidos em carteiras geridas interna e externamente bem
como os financiamentos expõem o Banco a risco cambial, ainda que o mesmo seja gerido com a
definição de limites de exposição por cada moeda, à composição das Reservas Internacionais. Estes
limites são definidos pelo DME e aprovados pelo Conselho de Administração do Banco.
Em detalhe, o Banco avalia o VaR cambial dos Activos Externos, e o Stress Test da taxa de câmbio,
o que permite determinar as potenciais fontes de risco, em cenários de mudança severa nas
condições macroeconómicas.
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, o VaR cambial face ao dólar americano para os activos sobre
exterior e ouro nos próximos 30 dias com um intervalo de confiança de 95% corresponde a 77
milhões dólares norte-americanos e 85 milhões dólares norte-americanos, respectivamente.
Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, caso existisse uma depreciação de 5% na cotação de outras
moedas em relação ao dólar, os activos sobre exterior e ouro reduziriam cerca de 134 e 151 milhões
dólares norte-americanos, respectivamente.
As carteiras sob gestão externa são maioritariamente denominadas em dólares norte-americanos,
pelo que o impacto do Stress Test da taxa de câmbio é residual.
2022
Dólares dos Libras Yuan
Kwanzas Outros Total
Estados Unidos Euros Esterlinas Renminbi
Activo
Ouro - 544 723 - - - - 544 723
Activos externos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 205 393 4 668 340 28 351 210 780
Aplicações em instituições de crédito - 2 561 486 207 580 - - - 2 769 066
Activos financeiros ao justo valor através de resultados - 553 800 - - - - 553 800
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral - 2 270 000 - 292 308 454 772 - 3 017 081
Fundo Monetário Internacional - - - - - 819 810 819 810
Total em KZ - 6 135 402 212 248 292 648 454 800 820 161 7 915 260
Total em USD - 12 181 421 581 903 1 628 15 715
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 16 206 4 482 14 217 - - 9 855 44 761
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 66 888 - - - - - 66 888
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 1 171 283 175 940 - - - - 1 347 223
Outros valores activos internos a receber 11 886 - - - - - 11 886
Total em Kz 1 266 263 180 423 14 217 - - 9 855 1 470 758
Total em USD 2 514 358 28 - - 20 2 920
Passivo
Notas e moedas em circulação 657 852 - - - - - 657 852
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias 1 833 551 1 173 759 - - - - 3 007 310
Mercado monetário interbancário 1 139 017 - - - - - 1 139 017
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro 72 960 15 661 - - - - 88 621
Fundo de Garantia de Depósitos 47 998 - - - - - 47 998
Outras responsabilidades 17 364 22 424 - - - - 39 788
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional - - - - - 686 381 843 807
Recursos em instituições de crédito - - - - - - -
Total em Kz 3 768 742 1 211 844 - - - 686 381 5 824 393
Sut-total em USD 7 482 2 406 - - - 1 363 11 563
Posição líquida em Kz (2 502 479) 5 103 981 226 465 292 648 454 800 143 635 3 561 625
Posição líquida dos activos e passivos em moeda estrangeira em USD (4 968) 10 132 450 581 903 285 7 070
2021
Dólares dos Libras Yuan
Kwanzas Outros Total Total em USD
Estados Unidos Euros Esterlinas Renminbi
Activo
Ouro - 601 896 - - - - 601 896 1 085
Activos externos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 762
415 21 464 66 33 79 784 057 1 413
Aplicações em instituições de crédito - 3 017
207 - 254 025 - - 3 271 232 5 894
Activos financeiros ao justo valor através de resultados - 571
598 933 12 - 349 572 892 1 032
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral - 2 269
022 - 75 367 546 505 - 2 890 895 5 209
Fundo Monetário Internacional - - - - - 1 235 578 1 235 578 2 226
Total em KZ - 7 222 138 22 397 329 470 546 538 1 236 006 9 356 550 16 859
Total em USD - 13 013 40 594 985 2 227 16 859 16 859
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 1 118 45 444 3 969 - - 24 50 556 91
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 26 216 675 382 - - - - 701 598 1 264
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 1 121 492 284 350 - - - - 1 405 842 2 533
Activos financeiros concedidos ao Estado - - - - - - - -
Outros valores activos internos a receber 16 982 - - - - - 16 982 31
Total em Kz 1 165 809 1 005 176 3 969 - - 24 2 174 978 3 919
Total em USD 2 101 1 811 7 - - 0 3 919 3 919
Passivo
Notas e moedas em circulação 568 589 - - - - - 568 589 1 025
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias 1 576 541 1 420 809 247 115 - - - 3 244 465 5 846
Mercado monetário interbancário 886 673 - - - - - 886 673 1 598
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro 147 541 400 849 - - - - 548 390 988
Fundo de Garantia de Depósitos 34 490 - - - - - 34 490 62
Outras responsabilidades 28 473 301 762 610 - - - 330 845 596
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional - - - - - 1 249 818 1 249 818 2 252
Recursos em instituições de crédito - 556 484 - - - - 556 484 1 003
Total em Kz 3 242 307 2 679 905 247 725 - - 1 249 818 7 419 755 13 370
Sut-total em USD 5 842 4 829 446 - - 2 252 13 369 13 370
Posição líquida em Kz (2 076 498) 5 547 409 (221 359) 329 470 546 538 (13 788) 4 111 774 7 408
Posição líquida dos activos e passivos em moeda estrangeira em USD (3 742) 9 996 (399) 594 985 (25) 7 408 7 408
Em detalhe, o Banco avalia o Stress Test da taxa de juros, o que permite determinar as potenciais
fontes de risco, em cenários de mudança severa nas condições macroeconómicas.
2022
Exposição
Sujeito a taxa de juro Não sujeito a
Taxa fixa Taxa variável taxa de juro Total
Activo
Ouro - - 544 723 544 723
Activos externos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - 210 780 210 780
Aplicações em instituições de crédito 2 769 066 - - 2 769 066
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 127 115 367 426 318 553 800
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento
integral 3 017 081 - - 3 017 081
Fundo Monetário Internacional - 819 810 - 819 810
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - 44 761 44 761
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 66 888 - 66 888
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento
24 408,69
integral 1 322 814 - 1 347 223
Outros valores activos internos a receber - - 11 886 11 886
Total 7 302 964 820 177 1 262 877 9 386 018
Passivo
Notas e moedas em circulação - - 657 852 657 852
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias - - 3 007 310 3 007 310
Mercado monetário interbancário 1 139 017 - - 1 139 017
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro - - 88 621 88 621
Fundo de Garantia de Depósitos 6 968 - 41 030 47 998
Outras responsabilidades 39 788 - 39 788
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional - 902 366 - 902 366
Recursos em instituições de crédito 8 510 - - 8 510
Total 1 194 283 902 366 3 794 813 5 891 462
Passivo
Notas e moedas em circulação - - 568 589 568 589
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias - - 3 244 465 3 244 465
Mercado monetário interbancário 886 673 - - 886 673
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro - - 548 390 548 390
Fundo de Garantia de Depósitos 34 369 - 121 34 490
Outras responsabilidades - 277 561 53 284 330 845
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional - 843 807 - 843 807
Recursos em instituições de crédito 556 484 - - 556 484
Total 1 477 526 1 121 368 4 414 849 7 013 743
É de realçar que existem investimentos realizados pela gestão externa (incluídos na rubrica
“Activos financeiros ao justo valor através de resultados”) que têm exposição ao risco de taxa de
juro, porém, o Banco enquadra globalmente este risco como sendo de mercado.
2022
Datas de refixação
Entre 1 mês e 3 Entre 3 e 6 Entre 6 meses e
Até 1 mês Entre 1 e 3 anos Entre 3 e 5 anos Mais de 5 anos Indeterminado Total
meses meses 1 ano
Activo
Activos externos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - - - - - - 210 780 210 780
Aplicações em instituições de crédito 508 289 1 103 711 939 907 217 159 - - - - 2 769 066
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 502 18 436 14 572 26 612 139 992 25 491 292 671 35 525 553 800
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento
integral 101 002 206 993 241 272 831 722 1 426 707 209 383 - - 3 017 081
Fundo Monetário Internacional - - - - - - - 819 810 819 810
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - - - - - - 44 761 44 761
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de política monetária 34 082 32 806 - - - - - - 66 888
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento
integral - 40 221 - 102 355 212 188 035 763 653 - 1 347 223
Outros valores activos internos a receber - - - - - - - 11 886 11 886
Total 643 875 1 402 168 1 195 751 1 075 595 1 921 911 422 909 1 056 324 1 122 762 8 841 294
Passivo
Notas e moedas em circulação - - - - - - - 657 852 657 852
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias - - - - - - - 3 007 310 3 007 310
Mercado monetário interbancário 14 000 366 847 714 758 43 412 - - - - 1 139 017
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro - - - - - - - 88 621 88 621
Fundo de Garantia de Depósitos - - - - - - - 47 998 47 998
Outras responsabilidades - 330 845 - - - - - - 330 845
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional - - - - - - - 843 807 843 807
Recursos em instituições de crédito - - - - - - - - -
Total 14 000 697 692 714 759 43 412 - - - 4 645 588 6 115 450
2021
Datas de refixação
Entre 1 mês e 3 Entre 3 e 6 Entre 6 meses e
Até 1 mês Entre 1 e 3 anos Entre 3 e 5 anos Mais de 5 anos Indeterminado Total
meses meses 1 ano
Act ivo
Ouro
Activos externos - - - - - - - 601 896 601 896
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - - - - - - 784 057 784 057
Aplicações em instituições de crédito 844 823 1 099 166 660 346 666 900 - - - - 3 271 235
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 10 123 23 466 27 224 27 865 136 006 47 606 6 533 294 069 572 892
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento
integral 56 212 301 178 267 587 151 950 2 113 969 2 890 896
Fundo Monetário Internacional - - - - - - - - -
Outros valores activos externo a receber - - - - - - 1 235 578 1 235 578
Act ivos int ernos - - - - - - -
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - - - 50 556 50 556
Operações de financiamento às instituições - - - - - - - -
de crédito relacionadas com operações de política monetária 26 217 6 213 669 168 - 701 598
Investimentos detidos até à maturidade - - - - - -
Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento
integral - 29 637 2 249 55 194 404 900 422 704 491 158 - 1 405 842
Outros valores activos internos a receber - - - - - - - 16 982 16 982
Tot al 937 375 1 453 447 963 619 1 571 077 2 654 875 470 310 497 691 2 983 138 11 531 529
Passivo
Notas e moedas em circulação - - - - - - - 568 589 568 589
Responsabilidades para com inst it uições de crédit o
nacionais relacionadas com operações de política monetária
Reservas bancárias - - 6 471 678 869 - - - 2 559 125 3 244 465
Mercado monetário interbancário 130 760 755 913 - - - - - - 886 673
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro - - - - - - - 548 390 548 390
Fundo de Garantia de Depósitos - 7 384 26 535 - - - - 571 34 490
Outras responsabilidades - 277 652 - - - - - 53 193 330 845
Responsabilidades externas para com outras entidades -
Fundo Monetário Internacional - - - - - - - 1 249 818 1 249 818
Recursos em instituições de crédito - - - 556 484 - - - - 556 484
Tot al 130 760 1 040 950 33 007 1 235 353 - - - 4 979 686 7 419 757
Em conformidade com a maturidade contratual definida para a operação de 500 milhões de dólares
norte-americanos (31 de Março de 2023), aos 20, 22 e 27 de Março de 2023 o Tesouro Nacional
procedeu a liquidação de 300 milhões de dólares norte-americanos.
Tendo em consideração que o resultado contabilístico apurado no exercício foi de 36 525 mil
milhões de kwanzas, o Conselho de Administração deliberou no dia 30 de Março de 2023, no
sentido de se proceder à distribuição daquele resultado, nos termos do disposto nos artigos 88.º e
89.º da Lei do BNA:
As seguintes normas, interpretações, emendas e revisões emitidas pelo IASB têm aplicação
obrigatória pela primeira vez no exercício iniciado em 1 de Janeiro de 2022:
Esta alteração actualiza as referências à Estrutura Conceptual no texto da IFRS 3, não tendo sido
introduzidas alterações aos requisitos contabilísticos para as concentrações de actividades
empresariais.
É também clarificado o tratamento contabilístico a adoptar relativamente aos passivos e passivos
contingentes no âmbito da IAS 37 e IFRIC 21, incorridos separadamente versus os que foram
incluídos numa concentração de actividades empresariais.
A alteração é de aplicação prospectiva.
Clarifica o tratamento contabilístico dado à contraprestação obtida com a venda de produtos que
resultam da produção em fase de teste dos activos fixos tangíveis, proibindo a sua dedução ao
custo de aquisição dos activos. A entidade reconhece os rendimentos obtidos da venda de tais
produtos e os custos da sua produção nos resultados.
Esta alteração especifica que na avaliação sobre se um contrato é ou não oneroso, apenas podem
ser considerados os gastos directamente relacionados com o cumprimento do contrato, como os
custos incrementais relacionados com mão-de-obra directa e materiais e a alocação de outros
gastos diretamente relacionados como a alocação dos gastos de depreciação dos activos tangíveis
utilizados para realizar o contrato.
Os custos gerais e administrativos não se relacionam directamente com um contrato e são
excluídos excepto se forem explicitamente debitados à contraparte de acordo com o contrato.
Esta alteração deverá ser aplicada aos contratos que, no início do primeiro período anual de relato
ao qual a alteração é aplicada, ainda incluam obrigações contratuais por satisfazer, sem haver lugar
à reexpressão do comparativo.
Alterações à IFRS 1 – Subsidiária enquanto adotante das IFRS pela primeira vez (incluída
nas melhorias anuais relativas ao ciclo 2018-2020)
Esta alteração clarifica que, quando uma subsidiária optar pela mensuração dos seus activos e
passivos pelos montantes incluídos nas demonstrações financeiras consolidadas da empresa-mãe
(assumindo que não ocorreu nenhum ajuste no processo de consolidação), a mensuração das
diferenças de transposição acumuladas podem ser efectuadas pelos montantes que seriam
registados nas demonstrações financeiras consolidadas, baseado na data de transição da empresa-
mãe para as IFRS.
Esta alteração vem clarificar quais as comissões que uma entidade deve incluir ao avaliar se os
termos de um passivo financeiro são substancialmente diferentes dos termos do passivo financeiro
original. Assim no âmbito dos testes de desreconhecimento efectuados aos passivos renegociados,
deverão apenas ser incluídas as comissões pagas ou recebidas entre o devedor e o credor, incluindo
as comissões pagas ou recebidas pelo devedor ou pelo credor em nome do outro.
Esta alteração elimina o requisito previsto no parágrafo 22 da IAS 41, de exclusão dos fluxos de
caixa relacionados com imposto sobre o rendimento na mensuração de justo valor dos activos
biológicos, assegurando a consistência com os princípios da IFRS 13.
Os locatários que optem pela aplicação deste expediente, contabilizam a alteração aos pagamentos
das rendas resultantes de uma concessão relacionada com a COVID-19 da mesma forma que
contabilizam uma alteração que não seja uma modificação da locação de acordo com a IFRS 16.
Em suma, o expediente prático pode ser aplicado deste que estejam cumpridos os seguintes
critérios:
A IFRS 17 aplica-se a todos os contratos de seguro (i.e., vida, não vida, seguros directos e
resseguros), independentemente do tipo de entidades que os emite, bem como a algumas garantias
e a alguns instrumentos financeiros com características de participação discricionária. Em termos
gerais, IFRS 17 fornece um modelo contabilístico para os contratos de seguro de maior utilidade e
mais consistente para os emitentes. Contrastando com os requisitos da IFRS 4, que são baseadas
em políticas contabilísticas locais adoptadas anteriormente, a IFRS 17 fornece um modelo integral
para contratos de seguro, cobrindo todos os aspectos contabilísticos relevantes.
A emenda adiciona uma opção de transição que permite que uma entidade aplique um “overlay”
na classificação de um activo financeiro no(s) período(s) comparativo(s) apresentado(s) na aplicação
inicial da IFRS 17. O “overlay” permite que todos os activos financeiros, incluindo aqueles mantidos
em relação a actividades não relacionadas a contratos dentro do âmbito da IFRS 17 ser classificado,
instrumento a instrumento, no(s) período(s) comparativo(s) de forma alinhada com a forma como a
entidade espera que esses activos sejam classificados na aplicação inicial da IFRS 9.
A alteração esclarece que os pagamentos que liquidem um passivo são fiscalmente dedutíveis,
contudo trata-se de uma questão de julgamento profissional se tais deduções são atribuíveis ao
passivo que está reconhecido nas demonstrações financeiras ou ao activo relacionado. Isto é
importante para determinar se existem diferenças temporárias no reconhecimento inicial do activo
ou do passivo.
Assim, a excepção de reconhecimento inicial não é aplicável às transacções que originaram
diferenças temporárias tributáveis e dedutíveis iguais. Apenas é aplicável se o reconhecimento de
um leasing activo e um leasing passivo derem origem a diferenças temporárias tributáveis e
dedutíveis que não sejam iguais.
Esta alteração pretende clarificar a classificação dos passivos como saldos correntes ou não
correntes em função dos direitos que uma entidade tem de diferir o seu pagamento, no final de
cada período de relato.
A classificação dos passivos não é afectada pelas expectativas da entidade (a avaliação deverá
determinar se um direito existe, mas não deverá considerar se a entidade irá ou não exercer tal
direito), ou por eventos ocorridos após a data de relato, como seja o incumprimento de um
“covenant”.
No entanto, se o direito de adiar a liquidação por pelo menos doze meses estiver sujeito ao
cumprimento de determinadas condições após a data de balanço, esses critérios não afectam o
direito de diferir a liquidação cuja finalidade seja de classificar um passivo como corrente ou não
corrente.
Esta alteração inclui ainda uma nova definição de “liquidação” de um passivo e é de aplicação
retrospectiva.
O Banco não procedeu à aplicação antecipada de qualquer destas normas nas demonstrações
financeiras no período de doze meses findo em 31 de Dezembro de 2022. Não são estimados
impactos significativos nas demonstrações financeiras decorrentes da sua adopção
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José de Lima Massano (Governador)
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Manuel António Tiago Dias (Vice-Governador)
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Pedro Rodrigo Gonçalves de Castro e Silva (Vice-Governador)
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Miguel Bartolomeu Miguel (Administrador executivo)
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Luís Manuel Neves (Administrador não executivo)
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Álvaro Teixeira Costa Fernão (Administrador não executivo)
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Clarisse dos Anjos Mendes Figueira (Administradora não executiva)
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Daniela Naulila de Almeida Simão (Administradora não executiva)
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Hermenegildo Oseias Fernando Cachimbombo (Administrador não executivo)
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Jaime Joaquim Pedro Fortunato (Administrador não executivo)
EXERCÍCIO DE 2022
1. INTRODUÇÃO
Em cumprimento do disposto no artigo 75º e artigo. 76º da Lei nº 24/21, de 18 de
Outubro, Lei do Banco Nacional de Angola, que estabelece a obrigatoriedade do
Comité de Auditoria de acompanhar a actividade do Banco Nacional de Angola,
nestes termos, compete supervisionar a integridade das Demonstrações Financeiras
e respectivos anexos contabilísticos, apresentados ao Conselho de Administração e
pronunciar-se através de pareceres.
2. RESPONSABILIDADES
2.1. Responsabilidade do Conselho de Administração pelas Demonstrações
Financeiras
4. Outras Considerações
4.1. Houve uma melhoria das Infraestruturas com o aumento das áreas de
trabalho do BNA – Banco Nacional de Angola, designada por Ala Norte;
O Comité de Auditoria
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Luís Manuel Neves
Presidente
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Álvaro Teixeira Costa Fernão Daniela Naulila de Almeida Simão
Administrador Não Executivo Administradora Não Executiva
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VIII
RELATÓRIO ANUAL DE CONTAS 2022
VIII - ANEXOS
VIII. Anexos
AVISOS PUBLICADOS EM 2022
1 Aviso n.º 01/2022, de 28 de Janeiro Código do Governo Societário das Instituições Financeiras Bancárias
3 Aviso n.º 03/2022, de 2 de Fevereiro Regras e Procedimentos Operacionais Aplicáveis às Infraestruturas do Mercado Financeiro.
7 Aviso n.º 07/2022, de 15 de Março Regras Específicas Aplicáveis aos pagamentos pelo Seguro e Resseguro Prestados às Operadoras do Sector de Petróleo e Gás
Regras Cambiais Específicas Aplicáveis às Actividades de Prospecção, Pesquisa, Desenvolvimento, Produção e Venda de Gás Natural
8 Aviso n.º 08/2022, de 25 de Março
Não Associado e/ou seus Derivados e Prestação de Serviços Associados
11 Aviso n.º 11/2022, de 14 de Abril Requisitos e Procedimentos para a Autorização de Constituição de Instituições Financeiras Não Bancárias
12 Aviso n.º 12/2022, de 4 de Maio Adequação do Capital Social Mínimo e dos Fundos Próprios Regulamentares das Instituições Financeiras Não Bancárias
14 Aviso n.º 14/2022, de 05 de Julho Operações Cambiais de Capitais de Pessoas Colectivas Residentes Cambiais
15 Aviso n.º 15/2022, de 02 de Setembro Estabelece as Regras Aplicáveis às Entidades que Exerçam as Actividades de Adquirente Não Bancário e de Subadquirente
16 Aviso n.º 16/2022, de 07 de Outubro Mecanismo de Assistência de Liquidez no Sistema de Pagamento em Tempo Real
17 Aviso n.º 17/2022, de 07 de Outubro Capital Social Mínimo de Instituições Financeiras Bancárias
Instrutivo 01/2022 Compra de Moeda Estrangeira na Plataforma Bloomberg FXGO pelos Principais Importadores Nacionais Política Cambial 22 de Fevereiro
Limites Prudenciais aos Grandes Riscos, Participação de Instituições Financeiras Bancárias no Capital de Sociedades não
Instrutivo 02/ 2022 Sistema Financeiro 29 de Março
Financeiras
Instrutivo 04/2022 Prémio Anual das Contribuições das Instituições Financeiras, Participantes no Fundo de Garantia de Depósitos em Angola Sistema Financeiro 18 de Abril
Instrutivo 06/2022 Limites de Venda de Moeda Estrangeira Aplicáveis às Sociedades Prestadoras do Serviço de Pagamentos e Casas de Câmbio Operações Cambiais 24 de Junho
Instrutivo 07/2022 Realização de Operações de Mercado Aberto pelas Entidades Não-Bancárias Política Monetária 27 de Junho
Instrutivo 09/2022 Sistema de Pagamento de Angola – Sistema de Débitos Directos Sistema de Pagamentos 10 de Agosto
Instrutivo 10/2022 Sistema de Pagamento de Angola – Marca do Arranjo do Sistema de Transferências Instantâneas Sistema de Pagamentos 25 de Agosto
Instrutivo 11/2022 Reporte Padronizado de Transacções com o Exterior Política Cambial 20 de Setembro
Instrutivo 12/2022 Limites Prudenciais aos Grandes Riscos – Detenção de Participações em Empresas Não Financeiras Sistema Financeiro 19 de Outubro
Instrutivo 13/2022 Relatório Sobre a Governança Corporativa e Controlo Interno Sistema Financeiro 22 de Novembro
Instrutivo 14/2022 Sistema de Pagamento de Angola – Adesão e Participação no Sistema de Transferências Instantâneas Sistema de Pagamentos 14 de Dezembro
Directivas
Tipo N.º Assunto Matéria Data
Os Bancos Comerciais devem remeter ao Banco Nacional de Angola, a informação das operações
Directiva 03/GAC/2022 de concessão de crédito para produção de bens essenciais elegíveis, ao abrigo do Aviso n.º Sistema Financeiro 20 de Abril
10/2022, de 06 de Abril.
Revoga a Directiva n.º 07/DME/2022, de 01 de Agosto, visando ajustar a taxa de juro das
Directiva 10/DME/2022 Facilidades de Cedência e de Absorção de Liquidez, regulamentadas ao abrigo do Aviso n.º Sistema Financeiro 28 de Setembro
11/2011, de 20 de Outubro.
Cartas-Circular
Tipo N.º Assunto Matéria Data
Informar ao marcado, os novos procedimentos a adoptar pelas instituições financeiras em
Carta-Circular 01/DCF/2022 operações que configurem esquemas de Ponzi, Pirâmide, Mar.keting de Multiníveis ou outras Sistema Financeiro 03 de Fevereiro
análogas.
Informa ao mercado, que em função da reunião em sessão plenária nos dias 02 a 04 de Fevereiro
Carta-Circular 02/DCF/2022 de 2022, para a definição de políticas de prevenção e interrupção de fluxos financeiros que Sistema Financeiro 14 de Março
sustentam o crime e o terrorismo, realizada pelo Grupo de Acção Financeira (GAFI)
Informa ao mercado que os limites aplicáveis à realização de remessas para o exterior pelos
Carta-Circular 04/DCC/2022 Controlo Cambial 24 de Junho
Bancos Comerciais dependem de o ordenante ser seu cliente ou não.
Menciona os requisitos de participação das Instituições financeiras, sob supervisão deste Banco
Carta-Circular 06/DRO/2022 Nacional de Angola, nas Centrais Privadas de Informação de Crédito (CPIC), na qualidade de sócias Sistema Financeiro 03 de Agosto
ou accionistas, assinantes ou provedores de informação.
Informa as medidas do Grupo de Acção Financeira (GAFI), sobre Jurisdições de alto risco sujeitas a
aplicação de contramedidas, Jurisdições sob monitorização contínua, Jurisdições não sujeitas a
Carta-Circular 07/DCF/2022 Sistema Financeiro 16 de Agosto
monitorização contínua pelo GAFI e Procedimentos e medidas adoptar pelas instituições
financeiras.
Informa as medidas do Grupo de Acção Financeira (GAFI), sobre Jurisdições de alto risco sujeitas a
aplicação de contramedidas, Jurisdições sob monitorização contínua pelo GAFI, Jurisdições não
Carta-Circular 10/DCF/2022 Sistema Financeiro 27 de Outubro
sujeitas a monitorização contínua pelo GAFI e Procedimentos e medidas adoptar pelas instituições
financeiras.