Você está na página 1de 4

A CRISE INTERNACIONAL DOS COMBUSTÍVEIS

E O AUMENTO NO PREÇO DOS ALIMENTOS

RESUMO

Este texto procura mostrar uma rápida análise do impacto dos preços do petróleo na economia,
das perspectivas de aumento na demanda dos derivados de petróleo e da suscetibilidade dos
instrumentos financeiros à conjuntura internacional. Mesmo com grande possibilidade de
crescimento do mercado petroquímico brasileiro, alerta-se para a necessidade de união dos
recursos acadêmicos e empresariais para a busca de substitutos renováveis do petróleo. A
oportunidade dessa abordagem é justamente a visão de futuro que traz, ao conclamar a sociedade
a assumir seu papel.

Palavras-chave: Crise; Combustível; Alimentos.

1 INTRODUÇÃO

Os recentes aumentos nos preços de alimentos básicos têm tido um poder de


desestabilização dramático, não somente por causa da rapidez com que têm acontecido, mas
também pelos altos impactos que concretamente têm provocado e potencialmente podem
demonstrar.

2 CRISE INTERNACIONAL

Nos últimos meses, voltou à cena uma prática popular e cada vez mais arriscada de se emitir
pareceres sobre o comportamento futuro dos preços do petróleo, e os conseqüentes impactos disso
na economia brasileira e, mais especificamente, no segmento das indústrias químicas e
petroquímicas.

No ano 2000 o que presenciamos foi um panorama que nos trouxe de volta os antigos
conflitos no Oriente Médio envolvendo os principais países produtores de petróleo, acrescido do
aumento considerável do consumo em alguns grandes países, como por exemplo a China, em
contrapartida a uma limitação na capacidade de produção e refino de outros como alguns países
europeus e mesmo os Estados Unidos da América.
Dois novos agravantes mundiais porém, colaboraram para gerar um cenário mais
preocupante este ano com relação ao preço do petróleo: o intenso frio que se abateu sobre o
hemisfério norte e uma amplificação da especulação, que transformou esse mercado em um setor
sofisticado da economia mundial, já que agora ele não depende mais apenas da oferta e da demanda,
mas de uma série de instrumentos financeiros extremamente sensíveis a qualquer mudança no
humor da conjuntura internacional.

O que fica muito claro para as indústrias químicas e petroquímicas é que o futuro já está
traçado há algum tempo. Nele, a uma crescente demanda do petróleo se contrapõem estoques e
reservas mundiais do produto cada vez mais reduzidos. E por isso mesmo, a cada dia que passa se
torna mais importante ainda a opção por estudar e aplicar novas fontes alternativas, investir na
reciclagem e na redução substancial de desperdícios.

Pesquisas e estimativas conservadoras indicam que a proliferação de carros em todo o


mundo deve aumentar o consumo global de petróleo, de 76 milhões de barris por dia atualmente,
para 115 milhões de barris por dia até 2020. Os mais otimistas prevêem duplicar a demanda
mundial de energia nos próximos dez anos e quadruplicar esse consumo até o fim do novo século.

Enquanto isso, aqui no Brasil, vivemos mais uma vez uma situação curiosa: ao mesmo
tempo em que se fala em uma programação com certa freqüência de reajuste dos combustíveis, e as
centrais petroquímicas e a Petrobrás negociam a definição do preço da nafta e seus derivados, as
seis indústrias petroquímicas de capital aberto do País comemoram lucros contábeis em seus
balanços, cinco vezes maiores comparados aos números do ano passado.

Esses números se justificam pelo crescimento marcante da demanda interna, que conseguiu
a proeza de, inclusive, superar os graves problemas registrados no mercado interno com o impasse
na definição sobre o preço da nafta. Uma discussão que começou quando o governo liberou o preço
da matéria-prima básica consumida pelas centrais petroquímicas.

De qualquer forma o ano foi considerado bom para as indústrias petroquímicas brasileiras,
embora se saiba que os números do primeiro semestre não se repetirão no segundo, principalmente
em função dessa cadeia de fatores que levou a um comportamento errático do preço internacional
do petróleo e seus derivados.
O mercado petroquímico brasileiro ainda tem muito espaço para crescer e se desenvolver,
mas sem um impulso proveniente do mercado de capitais isso torna-se improvável e inviável. O
caminho mais bem traçado para esse crescimento passa pela busca por avanços científicos que
levem ao desenvolvimento de substitutos renováveis ao petróleo; políticas oficiais internas que
permitam evitar que a volatilidade desse mercado mundial possa ameaçar a integridade das
indústrias nacionais; nova postura gerencial dos executivos que estão à frente desse negócio, de
forma a agirem com planejamento, ousadia e capacidade empreendedora.

3 O AUMENTO NO PREÇO DOS ALIMENTOS

O preço dos alimentos subiu em média 83% nos últimos três anos, segundo o Banco
Mundial. Em apenas um ano, houve fortes aumentos na cotação internacional do milho (31%), do
arroz (74%), da soja (87%) e do trigo (130%). Segundo a FAO e a OCDE, os preços devem se
manter altos nos próximos dez anos.
As pessoas mais pobres em várias partes do mundo são as mais afetadas. Por exemplo,
estima-se que, após o aumento dos preços, uma família pobre em Bangladesh precisa usar metade
da sua renda diária para comprar apenas dois quilos de arroz.
O Banco Mundial estima que 100 milhões de pessoas caíram para baixo da linha da pobreza,
sobrevivendo com US$ 1 por dia, nos últimos dois anos, e que o aumento no preço dos alimentos
seria o principal motivo.
Segundo a FAO, a região mais atingida é a África Subsaariana, onde estão 21 dos 36 países
com crise de segurança alimentar. A região importa 45% do trigo e 84% do arroz consumido.
A crise provocou violência e desabastecimento em vários lugares do mundo, como Haiti,
Indonésia, Egito.

4 CONSEQUEÊNCIAS DA CRISE NO BRASIL

Além de poder provocar uma inflação em itens da cesta básica, atingindo principalmente os
mais pobres, a crise afeta o Brasil em um momento em que o governo lança uma ofensiva para
promover o etanol à base de cana-de-açúcar no mundo --aproveitando uma onda mundial de
protestos contra mudanças climáticas e combustíveis fósseis.
A crise dos alimentos levou muitos países a rever suas políticas de incentivo a
biocombustíveis. Nos Estados Unidos e na União Européia, alguns legisladores já estão pedindo a
revisão de programas e metas de incentivo a biocombustíveis.
Por outro lado, a alta do preço dos alimentos também beneficia alguns produtores rurais, já
que o Brasil é um grande exportador de alimentos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem dito que a crise reflete um problema de
transferência de renda, já que são as pessoas mais pobres que estão sendo mais gravemente
afetadas.
Além disso, o governo brasileiro argumenta internacionalmente que o etanol à base de milho
produzido nos Estados Unidos estaria causando aumento no preço internacional do grão, elevando
preço de rações e carne. Já o etanol brasileiro --a base de cana-de-açúcar-- não estaria contribuindo
para a crise, já que o açúcar não é uma das commodities em forte alta.
No entanto, críticos dizem que muitas das terras e recursos brasileiros usados para produção
de etanol poderiam ser utilizados para produção de alimentos. Também há críticas sobre o impacto
ambiental e as condições de trabalho dos empregados da indústria da cana brasileira.

5 CONCLUSÃO

Este sistema existe para melhor alocar recursos disponíveis na economia. É por meio dele
que se pode combinar trabalho com capital de forma mais eficiente, é por meio dele que as pessoas
e firmas trocam, compartilham e arriscam. O melhor sistema é, portanto, aquele que disponibiliza
ativos para os que dele precisam para promover crescimento

6 REFERÊNCIAS

http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u408198.shtml

http://mundorama.net/category/temas-da-nossa-agenda/economia-internacional/

Você também pode gostar