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Aula 5: Geopolítica do petróleo ....................................................................................................

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Introdução ............................................................................................................................. 2
Conteúdo................................................................................................................................ 4
Petróleo no mundo ........................................................................................................... 4
Reserva de petróleo........................................................................................................... 4
Gás e seus desafios ............................................................................................................ 5
Dados sobre petróleo mundial........................................................................................ 6
Reservas de petróleo ......................................................................................................... 6
Produtores de petróleo ..................................................................................................... 7
Injeção de capital............................................................................................................... 7
Participação da indústria de petróleo e gás natural.................................................... 8
Política de conteúdo ......................................................................................................... 8
Investimentos estrangeiros.............................................................................................. 9
Preços do barril de petróleo ............................................................................................ 9
Resultados sobre o preço do petróleo ........................................................................ 10
OPEP ................................................................................................................................... 10
Cronologia do preço do petróleo no mundo ............................................................ 11
Corte da OPEP .................................................................................................................. 14
Atividade proposta .......................................................................................................... 14
Exercícios de fixação ......................................................................................................... 15
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 18
Aula 5..................................................................................................................................... 18
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 18

MATRIZ ENERGÉTICA E ECONOMIA DO PETRÓLEO 1


Introdução
Dando continuidade ao tema geopolítico iniciado na aula anterior, neste módulo
daremos prosseguimento tratando desta vez especificamente do tema da
indústria do petróleo. O motivo pelo qual damos este foco, é que, como já
sabemos, o petróleo é a fonte de energia mais usada no mundo atualmente e
deve continuar sendo desta maneira no futuro.

Neste capítulo, mostraremos o papel do petróleo da economia internacional e


também na economia do Brasil. Vamos observar como é importante a indústria
de petróleo na economia mundial. Deve ficar clara a importância do petróleo
para movimentar as economias dos países, sejam eles grandes produtores ou
importadores.

Um tópico extremamente relevante neste ponto é a evolução do preço do


petróleo. Vamos observar a evolução histórica dos preços do petróleo e analisar
o impacto desses preços na economia dos países ao longo do tempo. O foco
será dado aos eventos atípicos, chamados de crises do petróleo e como eles
alteraram a economia mundial.

Finalmente, iremos observar com um pouco mais de detalhe os países


produtores. Vamos entender como funcionam suas economias no que diz
respeito à indústria do petróleo. É importante conhecê-los, uma vez que o Brasil
pode vir a se tornar um desses países em um futuro breve.

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Objetivo:
1. Apresentar o papel do petróleo na economia brasileira e mundial;
2. Estudar a evolução de preços nos grandes produtores e consumidores de
petróleo.

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Conteúdo

Petróleo no mundo
O petróleo dominou a matriz energética mundial após a Segunda Guerra, com
os países da OCDE responsáveis por 60-70 por cento do consumo mundial. O
consumo de energia per capita e total eram muito mais baixos nos países em
desenvolvimento ao longo desse período, embora essa tendência esteja
começando a mudar. Em ambas as regiões tem havido um aumento constante
da utilização do gás.

Atualmente, o petróleo representa cerca de 40 por cento da matriz energética


mundial. Isso é devido à sua combinação única de atributos: suficiência,
acessibilidade, versatilidade, facilidade de transporte e, em muitas áreas, os
custos baixos. Essas razões foram complementadas por uma lista de benefícios
práticos que pode ser adquirida em uma infraestrutura estabelecida a partir de
décadas de exploração intensiva e uso nas áreas industriais, comerciais e
domésticas. Avanços na tecnologia fizeram do petróleo um combustível mais
limpo, mais seguro e mais eficiente.

Deve haver uma abundância de petróleo nas próximas décadas. A base de


recursos de petróleo do mundo não é uma restrição, no que diz respeito ao
atendimento da demanda futura. Se olharmos para a produção acumulada,
como uma percentagem da base de recursos estimada, ao longo das últimas
quatro décadas, vemos que esta tem sido relativamente estável, e é provável
que se mantenha assim para o futuro próximo. Para além de reservas provadas
de petróleo bruto do mundo, ainda há abundância de petróleo que ainda não
foi descoberto, em regiões cujas estruturas geológicas sugerem uma
probabilidade elevada de reservas comercialmente viáveis.

Reserva de petróleo
As reservas mundiais comprovadas somente - de cerca de 1.100 bilhões de
barris - será suficiente para atender a demanda por cerca de 45 anos, com as

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taxas de produção atuais, em termos matemáticos simples. No entanto, na
prática, a situação é mais otimista do que isso. Para começar, a produção não
vai parar de repente em um ponto finito: em vez disso, é provável que ocorra
uma fase de transição gradual que dure muitas décadas, como ocorreu quando
o mundo mudou na época do carvão para a era do petróleo.

Além disso, enquanto, por um lado, a produção anual deverá aumentar de


forma constante no início do século 21, por outro, as taxas de recuperação
também vão melhorar, através de tecnologia avançada, infraestrutura
melhorada e melhor acessibilidade. Além disso, existe o "petróleo não
convencional", como as areias betuminosas, xisto betuminoso e óleo pesado, a
exploração desta deverá aumentar de forma constante no futuro.

Gás e seus desafios


Produtores de gás compartilham muitos dos desafios dos produtores de
petróleo. Além disso, a ordem e a estabilidade no setor de petróleo são
essenciais não apenas para o petróleo, mas também para o gás. Isso é devido
à ligação entre os preços do petróleo e do gás em muitos mercados
consumidores importantes, em que os movimentos dos preços do petróleo têm
influência sobre os preços do gás.

Atenção
O gás é atualmente responsável por cerca de 23 por cento da
matriz de energia comercial do mundo. Ele é a fonte de energia
comercial preferida por ambientalistas, além de ser uma fonte
confiável e altamente eficiente de geração de energia. Os custos
de produção estão caindo também, porém o transporte de gás
continua a ser dispendioso. Tal como acontece com o petróleo,
os recursos de gás são suficientes no mundo para atender à
demanda para as gerações vindouras.

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Dados sobre petróleo mundial
As projeções mostram uma demanda global de petróleo aumentando em 38
milhões de barris por dia para 115 milhões de barris por dia em 2025 - uma
taxa média de crescimento anual de 1,7 por cento. A participação do petróleo
na matriz energética mundial vai cair um pouco durante este período, de 40 a
37 por cento.

Países da OCDE continuam a representar a maior parcela da demanda mundial


de petróleo. No entanto, quase três quartos do aumento na demanda de 38
milhões de barris por dia no período 2002-2025 virá de países em
desenvolvimento, cujo consumo será quase o dobro. Países asiáticos
continuarão a ser a principal fonte de aumento da demanda por petróleo no
mundo em desenvolvimento, com a China e na Índia sendo centrais para esse
crescimento.

Em relação ao fornecimento, a produção global dos países não OPEP deverá


continuar a aumentar, atingindo um patamar de 55-57 milhões de barris por
dia. Isso representa um aumento de 7-9 milhões de barris por dia em relação a
2002. As fontes mais importantes para o aumento da produção não OPEP serão
a América Latina, a África, a Rússia e o Mar Cáspio.

Reservas de petróleo
Cerca de quatro quintos das reservas provadas de petróleo bruto do mundo
estão localizadas em países-membros da OPEP. Além disso, essas reservas são
mais acessíveis e mais baratas para explorar do que aqueles em áreas não
OPEP. Em 2025, a OPEP deve atender a mais da metade da demanda de
petróleo do mundo, com 51 por cento ou com 58 milhões de barris por dia. Os
países OPEP devem conter ainda quase metade das reservas comprovadas de
gás natural do mundo.

A demanda mundial de gás deverá aumentar para mais que o dobro no


primeiro trimestre do século XXI, chegando a quase 90 milhões de barris por

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dia de óleo equivalente em 2025. Isso constituirá uma taxa média anual de
crescimento da demanda de cerca de 3%. A participação do gás na matriz
energética mundial subirá para cerca de 30% neste período.

Produtores de petróleo
Um dos problemas mais básicos enfrentados pelos produtores de petróleo é
garantir que a capacidade de produção estará disponível em todos os
momentos para ajudar a atender a previsão de aumento forte na demanda por
petróleo. É necessário investimento: para atender à previsão de aumento da
demanda, para substituir reservas exauridas e para garantir que os produtores
de petróleo sempre tenham suficiente capacidade disponível para lidar no caso
de uma repentina e inesperada escassez no abastecimento. Além disso, o
petróleo deve ser mais limpo, mais seguro e mais eficiente do que nunca.

Os produtores precisam de garantias de mercados estáveis e previsíveis, tanto


quanto os consumidores necessitam de segurança e consistência com as fontes
- a segurança da procura é tão importante quanto a segurança do
abastecimento. O investimento requerido será maior e diferente em amplitude
em relação ao observado no passado. O custo do investimento em petróleo em
países da OPEP é muito menor do que no petróleo não OPEP.

Injeção de capital
No entanto, a magnitude da injeção de capital necessário não é clara, mesmo
no curto e médio prazos. Isso é em parte devido à ampla gama de cenários de
crescimento da demanda possíveis, mas também por pontos de vista
contrastantes sobre a evolução potencial de produção não OPEP. As incertezas
sobre o futuro crescimento econômico, as políticas governamentais e a taxa de
desenvolvimento e difusão de novas tecnologias estão entre os principais
fatores que estão por trás disso. Para ilustrar esse cenário, reduzem-se as
projeções de crescimento econômico mundial por apenas um por cento, isso vai
diminuir a exigência de investimentos de referência US$ 95 bilhões a US$ 70
bilhões - o que é uma grande diferença.

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Para entender o significado de tudo isso, é preciso considerar os prazos de
entrega de investimento que são medidos em anos em vez de meses, bem
como a importância de "fazer certo". Um superinvestimento pode resultar em
capacidade excessiva ociosa e um investimento insuficiente pode levar a uma
escassez de petróleo. Em ambos os casos, as perdas, especialmente para os
países produtores e os possíveis danos para a economia mundial podem ser
enormes.

Por causa dos longos prazos de entrega, podem-se levar anos para corrigir uma
situação de investimento mal planejado. Claramente, qualquer estratégia de
investimento deve ser construída sobre uma base sólida. Isso reforça a
necessidade de ordem e estabilidade do mercado de hoje, com preços
razoáveis. Este, infelizmente, não é o caso no momento presente.

Participação da indústria de petróleo e gás natural


No período de 2000 a 2014, a participação da indústria de petróleo e gás
natural no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil aumentou 10%, de 3% para
13%. Do ponto de vista da economia em geral, vários índices de
desenvolvimento melhoraram no país nos últimos anos e a indústria de petróleo
e gás tem um papel muito importante nisso. O Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH), por exemplo, subiu de 0,67 em 2000 para 0,73 em 2012. O
número de empregados no setor também teve seguramente impacto positivo
na queda da taxa de desemprego no Brasil de 9,9% em 2002 para 6,7% em
2012.

Política de conteúdo
Houve também a política de conteúdo local do governo federal, a criação do
Prominp (Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás
Natural) e a obrigação das operadoras - inclusive a Petrobras – de implementar
essa política de incentivo ao conteúdo nacional.

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Muito importante também para o país, a indústria naval brasileira teve um
crescimento vigoroso na última década. Somente para a Petrobras devem ser
entregues, até 2020, 28 sondas de perfuração, 32 plataformas de produção,
154 navios de apoio de grande porte e 81 navios-tanque, todos eles
construídos em estaleiros nacionais.

Investimentos estrangeiros
As oportunidades que aparecem no país trouxeram muitas empresas
estrangeiras para terras brasileiras. Muitas grandes fornecedoras do segmento
no mundo já se instalaram no país. Várias delas construíram não apenas
plantas industriais, mas também centros de desenvolvimento de tecnologia,
como por exemplo, o Centro Tecnológico na UFRJ.

O Brasil tornou-se um dos países mais promissores do mundo para


investimentos estrangeiros de indústrias que buscam começar uma planta de
manufatura ou serviços para fornecer para o mercado de petróleo e gás
natural.

Preços do barril de petróleo


Em cinquenta por cento do tempo, os preços do barril de petróleo nos EUA e os
preços mundiais estiveram abaixo do preço do petróleo médio de 24,58 dólares
por barril. Se a história no longo prazo for o guia, a indústria de petróleo bruto
deve estruturar o seu negócio para ser capaz de operar com lucro com o preço
do barril abaixo de US$ 24,58 por metade do tempo.

Os dados de muito longo prazo e os dados pós-Segunda Guerra Mundial


sugerem um preço normal para o barril muito abaixo do preço atual. No
entanto, o aparecimento da OPEP, que substituiu a Texas Railroad Commission
como o monitor de capacidade de produção, juntamente com o aumento do
interesse em contratos futuros de petróleo como uma classe de ativos
introduziu mudanças que suportam os preços muito mais elevados do que a
média histórica.

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Resultados sobre o preço do petróleo
Os resultados são dramaticamente diferentes se forem utilizados apenas dados
pós-1970. Nesse caso, o preço do petróleo bruto médio foi de 34,77 dólares por
barril. O preço do petróleo mundial mais relevante em média é de 37,93 dólares
por barril. O preço médio do petróleo para esse período é de US$ 32,50 por
barril.

De 1948 até o final da década de 1960, os preços do petróleo bruto variaram


entre US$ 2,50 e US$ 3,00. O preço do petróleo subiu de 2,50 dólares em 1948
para cerca de 3,00 dólares em 1957. Quando atualizado para números de 2010,
uma história diferente emerge com os preços do petróleo oscilando entre US$
17 e $ 19 durante a maior parte do período. O aparente aumento de 20% nos
preços nominais apenas acompanhou a inflação.

Entre 1958 e 1970, os preços mantiveram-se estáveis perto de US$ 3,00 por
barril, mas em termos atualizados, o preço do petróleo caiu de US$ 19 a US$
14 por barril. Não foi só o menor preço do óleo cru quando ajustado pela
inflação, mas, além disso, em 1971 e 1972, o produtor internacional sofreu o
efeito adicional de um dólar mais fraco.

OPEP
A OPEP foi criada em 1960 com cinco membros fundadores: Irã, Iraque,
Kuwait, Arábia Saudita e Venezuela. Dois dos representantes nas reuniões
iniciais tinham previamente estudado o método da Texas Railroad Commission
de controlar o preço através de limitações de produção. Até o final de 1971,
seis outras nações tinham se juntado ao grupo: Qatar, Indonésia, Líbia,
Emirados Árabes Unidos, Argélia e Nigéria. Desde a fundação da Organização
dos Países Exportadores de Petróleo até 1972, os países-membros
experimentaram declínio constante do poder de compra de um barril de
petróleo.

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Fonte da imagem: www.rnv.gob.ve/index.php/opep-precios-del-crudo-se-
estabilizaran-de-forma-espontanea.
Acesso em: 15 jan. 2014.

Cronologia do preço do petróleo no mundo


1972 a 1978

Em 1972, o preço do petróleo estava abaixo de US$ 3,50 o barril. A Guerra do


Yom Kippur começou com um ataque a Israel pela Síria e Egito em 5 de
outubro de 1973. Houve uma perda líquida de quatro milhões de barris por dia
prolongado até março de 1974. Ela representou 7 por cento da produção
mundial livre. Até o final de 1974, o preço nominal do petróleo quadruplicou
para mais de US$ 12,00.

De 1974 a 1978, o preço mundial do petróleo bruto foi relativamente constante,


variando de 12,52 dólares por barril para 14,57 dólares por barril. Quando
ajustado pela inflação, os preços mundiais do petróleo estavam em um período
de declínio moderado. Durante esse período, a capacidade de produção da
OPEP era relativamente constante de cerca de 30 milhões de barris por dia.

1979 a 1986

Em 1979 e 1980, os acontecimentos no Irã e no Iraque levaram a uma nova


rodada de aumentos de preços do petróleo bruto. A revolução iraniana resultou
na perda de 2,0 a 2,5 milhões de barris por dia de produção de petróleo entre
novembro de 1978 e junho de 1979. Em um certo ponto, a produção quase
parou.

A perda de produção devida aos efeitos combinados da revolução iraniana e da


Guerra Irã-Iraque fez com que os preços do petróleo aumentassem para mais
que o dobro. O preço nominal passou de 14 dólares em 1978 para US$ 35 por
barril em 1981.

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Os preços do petróleo despencaram abaixo de US$ 10 por barril em meados de
1986. Apesar da queda nos preços, a receita na Arábia Saudita permaneceu a
mesma com volumes de produção mais elevados para compensar os preços
mais baixos.

1970

Os preços mais elevados no final de 1970 também resultaram no aumento da


exploração e produção fora da OPEP. De 1980 a 1986, a produção não OPEP
aumentou 6 milhões de barris por dia. Apesar dos preços mais baixos do
petróleo durante esse período, novas descobertas feitas na década de 1970
continuaram a vir a produzir.

1979 a 1986

Em dezembro de 1986, a OPEP definiu o preço a US$ 18 por barril, mas o


acordo já estava quebrando em janeiro de 1987 e os preços permaneceram
fracos. O preço do petróleo disparou em 1990 com a menor produção, a
incerteza associada à invasão iraquiana do Kuwait e da consequente Guerra do
Golfo. O ciclo de preços, em seguida, virou-se. A economia dos Estados Unidos
era forte e na região da Ásia e do Pacífico foi crescendo vertiginosamente. De
1990 a 1997, o consumo mundial de petróleo aumentou 6,2 milhões de barris
por dia.

Os aumentos de preços chegaram a um fim rápido em 1997 e 1998, quando o


impacto da crise econômica na Ásia foi ignorado ou subestimado pela OPEP. Em
dezembro de 1997, a OPEP aumentou a sua quota em 2,5 milhões de barris por
dia (10 por cento) para 27,5 milhões de barris por dia a partir de 1º de janeiro
de 1998. O rápido crescimento das economias asiáticas chegou a um impasse.
Em 1998, o consumo de petróleo da Ásia Pacífico caiu pela primeira vez desde
1982.

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1979 a 1986

Os preços começaram a se recuperar no início de 1999. Em abril, a OPEP


reduziu a produção em 1.719.000 barris. Como de costume, nem todas as
quotas foram observados, mas entre o início de 1998 e meados de 1999, a
produção da OPEP caiu em cerca de três milhões de barris por dia. Os cortes
foram suficientes para mover os preços acima de US$ 25 por barril.

Em 2001, a economia e aumento da produção não-OPEP, além de uma


economia dos EUA enfraquecida, colocaram pressão sobre os preços. Em
resposta, a OPEP entrou mais uma vez em uma série de reduções de 3,5
milhões de barris até 1º de setembro de 2001. Na ausência de 11 de setembro
de 2001 e dos ataques terroristas, teria sido suficiente para moderada ou até
mesmo reverter a tendência de queda.

1979 a 1986

A perda de capacidade de produção no Iraque e Venezuela, combinados com o


aumento da produção da OPEP para atender à crescente demanda
internacional, levou à erosão do excesso de capacidade de produção de
petróleo. Em meados de 2002, havia mais de seis milhões de barris por dia de
excesso de capacidade de produção e em meados de 2003, o excesso ficou
abaixo dos dois milhões. Durante grande parte de 2004 e 2005, a capacidade
não utilizada para a produção de petróleo foi inferior a um milhão de barris por
dia. Um milhão de barris por dia não é capacidade ociosa suficiente para cobrir
uma interrupção no fornecimento da maioria dos produtores da OPEP.

Em 2008, após o início da recessão mais longa dos Estados Unidos desde a
Grande Depressão, os preços do petróleo continuaram a subir. A capacidade
não caiu abaixo de um milhão de barris por dia e a especulação no mercado de
futuros de petróleo bruto foi excepcionalmente forte. A negociação na NYMEX
fechou em um recorde de 145,29 dólares em 3 de julho de 2008. Em face da

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recessão, a queda do petróleo foi constante durante todo o restante do ano
para abaixo de US$ 40 em dezembro.

Atenção
Um dos fatores mais importantes que determinam o preço é o
nível de estoques de petróleo nos EUA e em outros países
consumidores. Ele fornece uma excelente ferramenta para
previsões de preços de curto prazo. A principal razão da OPEP
para cortar na produção em novembro de 2006 e novamente em
fevereiro de 2007 foi a preocupação com o aumento dos
estoques da OCDE. Seu foco é sobre os estoques totais de
petróleo, incluindo petróleo bruto e derivados de petróleo, que é
um melhor indicador de preços que os estoques de petróleo
sozinho.

Corte da OPEP
Na sequência de um corte da OPEP de 4,2 milhões de barris por dia em janeiro
de 2009, os preços aumentaram de forma constante, suportados pelo aumento
da demanda na Ásia. No final de fevereiro de 2011, os preços saltaram como
consequência da perda de exportações líbias em face da guerra civil da Líbia. A
preocupação com as interrupções adicionais em outros produtores do Oriente
Médio e do norte da África continuaram a apoiar o preço, enquanto a partir de
meados de outubro, 400 mil barris por dia de produção da Líbia foram
restaurados.

Atividade proposta
Procure sintetizar todos os valores históricos do barril de petróleo num gráfico,
mostrando a variação do preço e relacionando com fatos históricos.

Chave de resposta: Espera-se que o aluno elucide as grandes crises do


petróleo que afetaram seu preço violentamente.

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Material complementar

Para saber mais sobre gás natural e energia, acesse o texto


disponível em nossa biblioteca virtual.

Exercícios de fixação
Questão 1
Qual dos fatores abaixo NÃO contribui para o fato de o petróleo ser a maior
fonte de energia no mundo atual?
a) Suficiência;
b) Acessibilidade;
c) Não-poluente;
d) Versatilidade;
e) Facilidade de transporte.

Questão 2
Qual o tamanho das reservas mundiais provadas de petróleo e por quanto
tempo essas reservas poderão suprir a demanda mundial?
a) 110 bilhoes de barris, 10 anos;
b) 110 bilhoes de barris, 45 anos;
c) 1100 bilhoes de barris, 10 anos;
d) 1100 bilhoes de barris, 100 anos;
e) 1100 bilhoes de barris, 45 anos;

Questão 3
Qual a porcentagem das reservas mundiais que está em territórios de países da
OPEP?
a) 10%;
b) 25%;
c) 50%;

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d) 80%;
e) 95%.

Questão 4
Porque é desejável que o preço do petróleo se mantenha estável num valor
razoável?
a) A fim de que a dependência do petróleo diminua;
b) Para que as reservas durem mais;
c) Para aumentar o lucro dos produtores;
d) Para aumentar o lucro dos consumidores;
e) A fim de facilitar o planejamento de investimentos.

Questão 5
Qual o tamanho da indústria do petróleo na economia braslieira?
a) Cerca de 1%;
b) Cerca de 3%;
c) Cerca de 13%;
d) Cerca de 30%;
e) Mais de 50%.

Questão 6
O preço médio histórico do petróleo desde os primórdios de sua
comercialização é de:
a) Cerca de $5 o barril;
b) Cerca de $10 o barril;
c) Cerca de $25 o barril;
d) Cerca de $50 o barril;
e) Cerca de $100 o barril.

Questão 7
Antes do surgimento da OPEP, qual ente tentava regular o preço do barril de
petróleo?

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a) Governo americano;
b) ONU;
c) FMI;
d) Governo árabe;
e) Texas Railroad Commission.

Questão 8
Em qual época citada abaixo o barril de petróleo estava mais barato?
a) Década de 1930;
b) Segunda Guerra Mundial;
c) Década de 1940;
d) Década de 1950;
e) Entre 1958 e 1970.

Questão 9
Qual dos itens abaixo representa um fator muito importante na previsão de
preços de petróleo?
a) Chuvas nos Estados Unidos;
b) Chuvas na Amazônia;
c) Preço das commodities em geral;
d) Crescimento do IDH;
e) Índice de estoques nos EUA.

Questão 10
Qual foi o efeito da grande crise que se abateu sobre a economia mundial em
2008 sobre os preços do petróleo?
a) Grande queda de $140 para $40 o barril;
b) Grande queda de $40 para $10 o barril;
c) Queda moderada de $140 para $100 o barril;
d) Aumento moderado de $100 para $140 o barril;
e) Grande aumento de $40 para $140 o barril.

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Aula 5
Exercícios de fixação
Questão 1 - C
Justificativa: Todas as ações, exceto a terceira, explicam o fato de o petróleo
ser a fonte de energia mais usada.

Questão 2 - E
Justificativa: As reservas mundiais provadas somam 1100 bilhões de barris,
suficientes para 45 anos de consumo.

Questão 3 - D
Justificativa: De acordo com o texto, 4/5 das reservas mundiais estão em países
da OPEP.

Questão 4 - E
Justificativa: Para que as companhias e Estados produtores possam planejar
investimentos corretamente, considerando oferta e demanda, é desejável que o
preço do petróleo possa ser bem estimado.

Questão 5 - C
Justificativa: A indústria do petróleo representa, na economia brasileira, uma
parcela de 13%.

Questão 6 - C
Justificativa: O preço médio histórico do petróleo, desde os primórdios de sua
comercialização, é de cerca de 25 dólares o barril.

Questão 7 - E
Justificativa: A Texas Railroad Commission controlava os preços.

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Questão 8 - E
Justificativa: O período de 1958 e 1970 é um mínimo histórico para o preço do
petróleo.

Questão 9 - E
Justificativa: Os estoques nos EUA são boa métrica para previsão dos preços de
petróleo.

Questão 10 - A
Justificativa: Houve grande queda no preço do barril, que estava em um valor
recorde.

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